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Desenvolvimento da Criança de acordo com a idade : Tabela 1 Faixa Etária - 2 a 9 Meses (Fonte : Bee, 1986 - Psi. Odontop. - Denise Assunção DIMENSÃO FÍSICO-MOTORA · Começam as mudanças na medida em que as áreas motoras e perceptivas do cérebro se desenvolvem · Usa mão e se utiliza dela para atividade exploratória, pega objetos · Concentra-se nos músculos do tronco e tenta dominar o equilíbrio · A visão vais se estruturando, abrindo-se o campo visual e em profundidade · Com o aparecimento dos dentes começa a morder DIMENSÃO COGNITIVA · Início das explorações e observações de pessoas e objetos · Início de uma linguagem através de gorjeios e balbucios e de emissão de sons · Repetição de ações que julga interessante DIMENSÃO EMOCIONAL · Reage ativamente Quando frustrada ou incompreendida pelos adultos · Progridem as reações afetivas, ficando claros suas emoções e sentimentos · Aumentam os contatos que produzem dor, alterando as sensações relativas a medo e perigo e afetando as relações com ambiente DIMENSÃO SOCIAL · Incorpora a mãe ativamente(chama, pega) · Começa a sorrir e estabelecer contato visual regular · Iniciam-se os primeiros estágios de ligação afetiva com os pais ou pessoa que cuida Tabela 2 - Faixa Etária - 9 a 18 Meses ( Fonte Bee, 1986 - Psic. Odontop. - Denise Assunção)

Desenvolvimento Da Criança de Acordo Com a Idade

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Page 1: Desenvolvimento Da Criança de Acordo Com a Idade

Desenvolvimento da Criança de acordo com a idade :

Tabela 1 Faixa Etária - 2 a 9 Meses (Fonte : Bee, 1986 - Psi. Odontop. - Denise Assunção

 

DIMENSÃO

FÍSICO-MOTORA

· Começam as mudanças na medida em que as áreas motoras e

perceptivas do cérebro se desenvolvem

· Usa mão e se utiliza dela para atividade exploratória, pega objetos

· Concentra-se nos músculos do tronco e tenta dominar o equilíbrio

· A visão vais se estruturando, abrindo-se o campo visual e em

profundidade

· Com o aparecimento dos dentes começa a morder

DIMENSÃO

COGNITIVA

· Início das explorações e observações de pessoas e objetos

· Início de uma linguagem através de gorjeios e balbucios e de emissão de

sons

· Repetição de ações que julga interessante

DIMENSÃO

EMOCIONAL

· Reage ativamente Quando frustrada ou incompreendida pelos adultos

· Progridem as reações afetivas, ficando claros suas emoções e

sentimentos

· Aumentam os contatos que produzem dor, alterando as sensações

relativas a medo e perigo e afetando as relações com ambiente

DIMENSÃO

SOCIAL

· Incorpora a mãe ativamente(chama, pega)

· Começa a sorrir e estabelecer contato visual regular

· Iniciam-se os primeiros estágios de ligação afetiva com os pais ou pessoa

que cuida

 

 Tabela 2 - Faixa Etária - 9 a 18 Meses ( Fonte Bee, 1986 - Psic. Odontop. - Denise

Assunção)

DIMENSÃO

FÍSICO-MOTORA

· Rápido desenvolvimento neurológico nas áreas motoras e perceptivas ,

alcançando desenvolvimento quase completo

· Descentraliza-se o interesse bucal, embora nesta fase estabeleça a

mastigação com erupção da dentição decídua na boca da criança

· Desloca-se engatinhando, começa a andar e ficar em pé

· Aumenta o uso das mãos, Segura e pega objetos, joga coisas e quebra

objetos

· Satisfaz a necessidade de Domínio do equilíbrio e não se intimida com

quedas, até se divertindo com elas

DIMENSÃO · Explora novos espaços e experimenta intencionalmente

Page 2: Desenvolvimento Da Criança de Acordo Com a Idade

COGNITIVA · Descobre formas e objetos e aprende normas

· O aumento do campo de exploração estimula o desenvolvimento

cognitivo

· Começa falar as primeiras palavras, conceitos e pequenas frases

DIMENSÃO

EMOCIONAL

· Progride na matização de suas reações afetivas

· Apresenta medo de estranhos

· Luta contínua entre o que tem vontade de fazer e a vontade de seus

educadores

DIMENSÃO

SOCIAL

· Possui pelo menos uma ligação afetiva e específica que evolui para

outras ligações posteriores

· Explora o mundo usando sua pessoa central como base de segurança

· O estabelecimento da primeira ligação afetiva será crítico nos vários

aspectos do desenvolvimento futuro

   

 Tabela 3 - Faixa Etária – 18 meses a 3 anos ( Fonte Bee, 1986 - Psic. Odontop. - Denise

Assunção)

DIMENSÃO

FÍSICO-MOTORA

· Rápido desenvolvimento neurológico nas áreas motoras e perceptivas ,

alcançando desenvolvimento quase completo

· Descentraliza-se o interesse bucal, embora nesta fase estabeleça a

mastigação com erupção da dentição decídua na boca da criança

· Desloca-se engatinhando, começa a andar e ficar em pé

· Aumenta o uso das mãos, segura e pega objetos, joga coisas e quebra

objetos

· Satisfaz a necessidade de domínio do equilíbrio e não se intimida com

quedas, até se divertindo com elas

DIMENSÃO

COGNITIVA

· Explora novos espaços e experimenta intencionalmente

· Descobre formas e objetos e aprende normas

· O aumento do campo de exploração estimula o desenvolvimento cognitivo

· Começa falar as primeiras palavras, conceitos e pequenas frases

DIMENSÃO

EMOCIONAL

· Progride na matização de suas reações afetivas

· Apresenta medo de estranhos

· Luta contínua entre o que tem vontade de fazer e a vontade de seus

educadores

DIMENSÃO

SOCIAL

· Possui pelo menos uma ligação afetiva e específica que evolui para outras

ligações posteriores

Page 3: Desenvolvimento Da Criança de Acordo Com a Idade

· Explora o mundo usando sua pessoa central como base de Segurança

· O estabelecimento da primeira ligação afetiva será crítico nos vários

aspectos do desenvolvimento futuro

 

 Tabela 4 - Faixa Etária – 03 a 5 anos (Fonte: Bee, 1986; Mussen, 1988

DIMENSÃO

FÍSICO-MOTORA

· Grande crescimento físico

· Mielinização das conexões entre as áreas do cérebro

· Aprimoramento das capacidades motoras. Melhora o controle global e o

fino

· Estabelece-se controle esficteriano, bexiga e intestinos

DIMENSÃO

COGNITIVA

· Aumento da capacidade verba, seu vocabulário aumenta e a criança é

capaz de usar até 1.000 palavras e constrói frase mas longas

· Desenvolve-se sua capacidade de atenção, classificação e conceito de

gênero

· Maior interesse por si própria com aumento do conhecimento de si

· Pensamento lógico é ainda primitivo, mas aumenta sua capacidade de

atenção

DIMENSÃO

EMOCIONAL

· A criança já tem uma extensa gama de sentimentos como receio, desgosto,

decepção inveja, alegrai, impaciência, ternura, prazer, ciúme, simpatia,

hostilidade, etc.

· Persiste o medo de pessoas estranhas, barulhos altos e movimentos

bruscos

DIMENSÃO

SOCIAL

· A ligação afetiva primária em relação aos pais ainda está presente, e a

separação poderá causar ansiedade em momento críticos

· Apresenta uma relação mais completa com os semelhantes com o uso da

linguagem

  

Tabela 5 - Faixa Etária – 5 a 7 anos(Fonte: Bee, 1986; Mussem, 1988)

DIMENSÃO

FÍSICO-MOTORA

· Enorme crescimento físico e mental (nivelamento do crescimento do

cérebro)

· Aumenta sua capacidade de atenção

· Aprimoramento das capacidades motoras, controle fino – já segura um

lápis ou enfia contas grandes num cordão

· Maior segurança nas capacidades motoras

DIMENSÃO · Aumento da sociabilidade infantil. A criança relaciona-se cada vez mais

Page 4: Desenvolvimento Da Criança de Acordo Com a Idade

SOCIAL com os companheiros

· A criança procura seu espaço entre os companheiros entre os adultos

DIMENSÃO

EMOCIONAL

· Compete com o adulto no mundo imaginário em que se desenvolvem

seus sentimentos

· Quer ser admirada – aferição de suas qualidades

· Reage com frustração ou antipatia quando sua necessidade de saber

não é satisfeita

· O medo do desconhecido está no seu auge em torno dos 04 anos de

idade, mas diminui o medo de pessoas estranhas

· Diminui a angústia de separação

DIMENSÃO

COGNITIVA

· Fase das perguntas

· Fase do faz-de-conta e das brincadeiras simbólicas

· Aumento dos interesses intelectuais e da curiosidade

· A criança começa a ver as coisas de uma perspectiva que não seja a sua

· Aumenta a capacidade de classificação, e o conceito de gênero se

estabelece

    

Tabela 6 - Faixa Etária - 7 a 12 anos ( Fonte: Bee, 1986; Mussen, 1988)

DIMENSÃO

FÍSICO-MOTORA

· O crescimento físico torna-se mais lento, até as mudanças que

ocorrerão com a puberdade no final deste período

· Aprimoramento contínuo das capacidades motoras, sendo que a

criança desta idade é capaz de andar de bicicleta, fazer esportes,

jogar bola

· Aumenta a capacidade de coordenação motora

· Aumento da acuidade auditiva e visual

· Estabelece-se a capacidade de prestar atenção

DIMENSÃO

COGNITIVA

· A criança é capaz de realizar operações concretas como soma e

subtração, tanto escrito quanto mentalmente

· Torna-se capaz de raciocinar indutivamente

· Aumenta o seu pensamento lógico

· Iniciam-se os primeiros estágios do raciocínio moral

DIMENSÃO

EMOCIONAL

· A ligação afetiva com os pais tornam-se menos aparente, porém

ainda existe

· Formam-se ligações afetivas com amigos especiais

· Aumenta a capacidade de controle do medo

· Superação do Egocentrismo (segundo Piaste)

Page 5: Desenvolvimento Da Criança de Acordo Com a Idade

DIMENSÃO

SOCIAL

· Torna-se cada vez mais ligada aos companheiros que são Quase

todos do mesmo sexo

· Evidenciam-se os papéis sexuais, sendo que os meninos seguem

mais os modelos do que as meninas

· Iniciam-se sentimentos de comunidade e solidariedade

 

Tabela 7 - Faixa Etária - 12 a 18 anos (Fonte:Bee; 1986

DIMENSÃO

FÍSICO-MOTORA

· Inicia-se e completa-se a puberdade

· O estirão de crescimento faz o jovem atingir sua altura final

· Ocorrem as mudanças físicas decorrentes da puberdade com

aparecimento dos caracteres sexuais secundários( por ex: pelos

pubianos, maturação e crescimento dos órgãos genitais)

DIMENSÃO

COGNITIVA

· O jovem já é capaz de exibir um pensamento dedutivo e

antecipatório

· Desenvolve-se a capacidade para fazer as operações formais

· O desenvolvimento do julgamento moral e as questões morais

tornam-se um assunto importante para adolescentes

DIMENSÃO

EMOCIONAL

· O jovem começa a questionar os valores de seus pais e da

sociedade

· Pode haver conflitos íntimos, relacionamentos traumáticos com os

pais e indefinições quanto à carreira

· Iniciam-se os namoros e os relacionamentos amorosos

DIMENSÃO

SOCIAL

· Forma-se um senso de identidade com relação a papéis sexuais e

estereótipos

· Forma-se uma identidade vocacional e surge uma preocupação com

a carreira, auto-realização e "status" social

· Cresce o interesse por pessoas do sexo oposto. Formam-se grupos

mistos de amigos

Klatchoian, Denise Ascenção, Psicologia Odontopediatrica – São Paulo : Sarver, 1993

     

6 - Estereotipo dos Pais :

A – Pais Superprotetores :

É o modelo de Pais que acompanham de forma íntima todos os passos que o filho executa,

favorecendo que a criança não desenvolva a emancipação de sua personalidade de modo

adequado.

A.1 – Causas prováveis da Superproteção :

Page 6: Desenvolvimento Da Criança de Acordo Com a Idade

Algum tipo de ameaça a saúde da criança durante o período de gestação ou depois do

nascimento presenciado pelos Pais.

Ausência do calor humano para com os pais quando jovens ou crianças

Desajuste em sua Família que, posteriormente , tenta compensar com a sua prole.

  

A.2 – Meios usuais de contornar a situação :

O C.D. deve procurar sempre a calma da criança, expressando para os familiares a sua

preocupação efetiva em realizar o tratamento

Destacar a importância de se estabelecer a relação 1:1 referente ao Dentista com o Paciente

  

B – Pais Manipuladores :

É manifestado publicamente por uma excessiva exigência em relação aos procedimentos

realizados na criança, bem como sua interferência no percurso normal dos atos clínicos, tais

como o tempo de consulta, diagnóstico e tratamento em si.

As preocupações comuns são referentes a eficácia/eficiência do tratamento, bem como os mitos

oriundos da prática odontológica pertinentes á Radiografias (tempo de exposição) e as demais

técnicas cirúrgicas.

Daí a perspicácia do C.D. no lidar com este estilo de Pais, usando sempre do sereno diálogo na

tentativa de evidenciar a importância da prática clínica e os impecilhos que possam surgir em

relação à colaboração da criança diante destas atitudes paternas.

  

C - Pais Hostis :

São geralmente aqueles Pais que sempre questionam a eficácia e a necessidade do tratamento

odontológico, promovidas comumente por experiências pessoas desagradáveis em clínicas ou

negativismo geral contra profissionais de saúde, além dos mitos referentes à prática clínica em

odontologia.

Exige-se, então, uma paciência mais acurada por parte do C.D. no trato com estes pais, que é

expressada por uma dose extra de diálogos no sentido de desmitificar as imponderáveis

considerações sobre o desempenho clínico nos cuidados com pacientes infantis.

  

D – Pais Negligentes :

São marcadamente caracterizados pelas frequentes ausências nas horas marcadas em virtude,

normalmente pelas ocupações exercidas (Profissionais Liberais, Empresários, etc.,) que

contribuem significativamente para que o citado ocorra.

Daí algumas medidas que o C.D. deve administrar em seu Consultório para amenizar os efeitos

da falta de seus pacientes :

  

Aconselhar os Pais sobre a importância da Saúde Oral para seus filhos

Estabelecer programação a longo prazo para paciente e perceber a coincidência dos objetivos

dos pais para com os filhos

Page 7: Desenvolvimento Da Criança de Acordo Com a Idade

Esclarecer com Slides ou outros afins para favorecer sua participação no tratamento

Muitas vezes é necessário a 1º intervenção nos pais com o intuito de esclarecer a terapia clínica

para depois chegar nos filhos

  

7 – Estratégias da Equipe Odontológica :

Uma equipe odontológica para desenvolver uma exímio trabalho é imprescindível uma harmonia

quanto às funções e responsabilidades desempenhadas pelos componentes desta equipe com a

límpida finalidade de ofertar um trabalho menos cansativo e mais produtor para o impaciente

paciente infantil.

O lidar com o ente psicológico se exige do profissional, além da habilidade intelectual, uma

significante experiência clínica na delicada tarefa de mudança de comportamento da criança,

porque irá de encontro com o lado subjetivo e emergente da personalidade da criança.

Pensando nisto então, algumas Técnicas de Mudanças de Comportamento foram desenvolvidas,

tendo algumas tradicionalizadas no que se refere ao trato com o paciente infantil na clínica

odontológica, sendo ambas norteadas pela Teoria da Aprendizagem Continuada comum do

gênero humano.

Diante disto cumpre relatar algumas Técnicas de Mudanças de Comportamento mais

empregadas, segundo pesquisadores, na Clinica :

  

Filmes ou Slides

Estimula a criança a reproduzir o comportamento exibido

Exibido previamente ao tratamento

Tem que ser criterioso com os filmes/slides apresentados

  

Modelos de Pacientes vivos

Apresentação do exercício da prática odontológica com a presença na sala clínica do futuro

paciente infantil para sensibilizá-lo e desmitificá-lo sobre qualquer impressão

É de usual quando da intervenção nos Pais ou parentes

 

Correspondência antes da Consulta – Mala Direta :

Deve se usar uma Correspondência leve com instruções concisas sobre a importância da Saúde

Oral e não um bombardeio de Panfletos massantes que apenas assustam o cliente

   

7.1 – Fundamentos do Controle do Comportamento

Vários Métodos surgiram de controle de criança, mas alguns são fundamentais para um íntegro

atendimento Odontopediatrico, pois embora a odontologia operatória deva ser perfeita a consulta

se torna um fracasso se a criança vai embora chorando.

A Odontologia por quadrante tem dado um passo significativo no que tange à redução do tempo

de permanência do paciente infantil, bem como tolerância dos procedimentos clínicos relativos ao

stress que a criança.

Page 8: Desenvolvimento Da Criança de Acordo Com a Idade

Todavia, para que isto seja realmente alcançado é indispensável lançar mãos sobre os Métodos

empregados no controle do paciente infantil, entre os quais podemos citar :

a) - Paciência

É a qualidade sem a qual não se pode exercer a Odontopediatria. Cameron(1928) traduz a

importância desse atributo através da citação: "Ninguém poderá ter êxito manejando crianças, se

antes não houver adquirido a arte de ocultar-lhes o poder que elas têm de nos transformar".

 

Abordagem Positiva

É de suma importância o adotar de forma rotineira afirmações positivas no tratamento com

crianças, pois está intimamente relacionado com o sucesso da consulta

  

Atitude da Equipe

A franqueza, interesse e o sorriso distribuído pela equipe clínica favorece, em muito, o início de

futuras conversas e colaboração do mancebo.

Deve-se ressaltar ainda que a acolhida informal, ou seja, tratar por alcunhas(apelidos) ou outros

trejeitos, bem como uma sondagem da vida extracurricular do paciente(Escotismo, Esportes

preferidos etc) é de muita valia para uma colaboração mais serena nas atividades clínicas.

Devendo, então, estar isso devidamente registrado em suas Fichas Clínicas.

  

Organização

Cada Consultório deve elaborar seus próprios planos de contingência e toda a equipe deve

saber, antecipadamente, o que se esperar dela e como agir. Daí o manuseio com o paciente

infantil desde a recepção até à clinica deve ter os seus passos sutilmente delegado aos diversos

componentes da equipe para amenizar qualquer tipo de ansiedade.

  

Veracidade:

O uso da verdade acima de tudo, pois para os mais jovens a equipe odontológica é confiável ou

não.

   

Tolerância:

Consiste na solidária paciência que o CD deve apresentar racionalmente para lidar com o mau

comportamento, sem perder a compostura.

Isto posto, é mister realizar uma autocrítica sobre os níveis individuais de tolerância e aprender os

momentos em que as pessoas estão mas dispostas a serem atendidas no tratamento.

 

7.2 – Diálogo com a Criança :

a) Estabelecendo a Comunicação

O princípio da comunicação consiste em expressar de modo entendível aquilo que se deseja que

entenda, principalmente quando se trata de uma criança.

Page 9: Desenvolvimento Da Criança de Acordo Com a Idade

Aprecia-se então, com base na assertiva, o primeiro parâmetro. A idade cronológica da criança

para nivelar o que será dito. Daí que o início geralmente é introduzido com comentários

elogiosos, seguidos de perguntas que requeiram respostas diferentes do tradicional sim ou não.

 

b)Estabelecimento do Comunicador

É importante que a comunicação provenha de uma única fonte, pois um diálogo truncado (CD e

Auxiliar) poderá provocar uma resposta indesejável ao paciente infantil.

 

c) Clareza da Mensagem

A concisão e brevidade das palavras devem ser usualmente seguidas, bem como o uso de

eufemismo para explicar determinados procedimentos para se nivelar ao nascente vocabulário da

criança.

Deve-se evitar os rótulos de linguagem, daí ser cuidadoso na seleção das palavras e frases

empregadas no dia-a-dia que favorecerá o processo de identificação conhecido com

Discriminação.

 

d) – Controle da Voz

Algumas entonações devem ser evitadas, e outras empregadas, principalmente os comandos

súbitos e firmes de voz para manter a atenção da criança ou para interromper qualquer ação

praticada por ela.

Isto vem confirmar observações feitas por Grenbown e cols., quanto a eficiência dos comandos

de voz altos seguido de uma técnica de punição reduzem os comportamentos indesejáveis.

Portanto o que se ouve é mais importante porque o CD está tentando influenciar o

comportamento diretamente, e não através do entendimento.

 

e) – Comunicação Multisensorial

Consiste no contato físico CD-Criança demonstrada com abraços, sorriso, aperto de mão, etc.,

surgindo assim, uma nascente relação de afeto e amizade que contribui significativamente para

amenizar os efeitos da ansiedade da criança.

Deve-se remover do quadro de atitudes do CD o lado autoritário e insensível e partir para uma

compreensão mais fraterna do fantasioso mundo da criança.

 

f) – Problema de Domínio

Esta é pertinente ao autoritarismo que desenvolvem em alguns profissionais quando à

elaboração de ordens excessivas à criança que, fatalmente, desenvolverá um negativismo e

prejudicar de sobremaneira a relação entre o CD-Criança ao inferir que ela está errada.

É necessário, então, ser mais categórico com as frases que visam a participação do mancebo,

empregando-se, entre outras mais, a seguinte pergunta : " Eu não posso consertar seus dentes

se você não abrir a boca" .

 

Page 10: Desenvolvimento Da Criança de Acordo Com a Idade

g) – Escuta Ativa

Segundo Wepman e Sonnenberg o paciente é estimulado a expressar sentimentos quando o CD

escuta-o ativamente estabelecendo, então, uma comunicação genuína.

Nota-se uma relação onde se esclarece que a medida que a criança for mais avançada na idade,

mais se deve escutar suas declarações.

 

h)– Respostas apropriadas

A propriedade das respostas depende primariamente da magnitude e natureza do relacionamento

com criança, da sua idade e da avaliação do motivo do comportamento dela, por isso é

imprescindível a paciência com as crianças de pouca idade.

 

8) - Manejo Da Criança No Consultório

Deve se basear mais em relação à faixa etária para traçar um plano de tratamento adequado

dentro dos moldes psicológicos da criança.

8.1) Abordagem da Criança

Deve ser de forma tranquila e, quando acompanhada, cumprimentar a Mãe na sala de espera.

Muitas vezes a resposta da criança ao cumprimentá-la pode ser de indiferença, noutras, ainda,

ela pode se retrair fungindo ao cumprimento. Se a manifestação for negativa, devemos prosseguir

de forma natural, mostrando a mesma postura de traquilidade e amizade.

O primeiro diálogo, de acordo com idade, deve ser desenvolvido ou na sala de espera ou na

própria clínica, através do preenchimento dos dados clínicos(anamnese, dados sociais) sempre

perguntando diretamente à criança, fazendo desta forma que ela participe da conversa, mesmo

não respondendo à maioria das perguntas.

O contato físico diferido pelo odontopediatra é interessante, pois transmite à criança a nossa

segurança e traz de alguma forma a intimidade que mais tarde vai favorecer o tratamento. E

evitar contatos efusivos e festeiro, pois a criança não nos conhece, e isto não aumenta o grau de

simpatia e amizade e só assusta e afasta.

Não se recomenda beijos e pegar no colo, sem ainda haver qualquer intimidade com a criança. É

importante lembra que fazer nos mais íntimos não é forçar atitudes de amizade, carinho ou algo

assim. É através de atitudes expontâneas que nos tornamos mais íntimos.

Feito isto com êxito, solicita a criança que adentre na Sala de Consulta, podendo, então ocorrer

as seguintes situações :

Aceita o Convite Ideal

Fuga para Mãe Solicitamos à mãe e à criança que entrem, o que normalmente ocorre sem

problemas

Não quer entrar Buscar os motivos :

· Medo Subjetivo ;

· Meda da Separação da Mãe

Page 11: Desenvolvimento Da Criança de Acordo Com a Idade

· Medo do Desconhecido, etc

Birra · Colocar as mãos sobre os seus ombros e por três dela conduzirmos para

dentro do consultório, neste momento a mãe deve ir a frente facilitando a sua

entrada, mesmo em caso de choro, para não transparecer qualquer emoção

negativa, achamos esta postura mais conveniente;

· A Mãe deve sempre estar em concordância determinadas pelo CD

· Não pegá-la no colo, pois ao retirá-la do chão tiramos o seu apoio,

preferimos que ela caminhe mesmo sendo conduzido, além disso, o fato de

pegar alguém no colo sempre estabelece uma relação de dependência e

inferioridade

 

8.2) – Contato Físico

É um importante meio de se desenvolver um vínculo de ligação e de transmitir confiança,

segurança e autoridade, desde que, como obvio, o clínico esteja de posse destas qualidades.

Quando se introduza a criança no Consultório, deve-se fazer com as mãos apoiadas sobre seus

ombros, principalmente naquelas de menor idade, acompanhados sempre de palavras

tranquilizadoras e de carinho.

 

8.3) – Condicionamento Gradual com o Instrumental

Deve ser celebrado antes de iniciarmos o tratamento e de forma simples e direta, mostrando o

Espelho, Explorador, Escareadores, Seringa Tríplice, Alta e baixa rotação...etc.,.

Todavia, acreditamos que as crianças devem conhecer como funcionam os equipamentos e

instrumentos, entretanto não achamos conveniente que a criança veja instrumentos que possam

provocar temores como as seringas e agulhas, bisturis e fórceps. Isto não significará que vamos

esconder e, sim que não vamos deixar a vista.

No período inicial do tratamento, costumamos explicar para a criança que, se pôr acaso ela

quiser falar durante o tratamento, deverá levantar a mão esquerda, que pararemos para saber o

que está acontecendo.

 

8.4) – Visão do Sangue

Para algumas crianças, esta visão é muito traumatizante, provocando terrível mal estar. Daí,

diante dos atos cirúrgicos improrrogáveis, todo e qualquer resíduos proveniente do ato deve ser

discretamente passar desapercebido, o que sugere que seja passado pôr detrás da cabeça do

paciente. Isto favorece em muito o comportamento e consequente seu relacionamento com a

equipe.

 

8.5) – Hora da Consulta

É necessário levar em conta alguns aspectos antes de estabelecê-la em determinadas situações,

pôr exemplo:

Page 12: Desenvolvimento Da Criança de Acordo Com a Idade

 

Idade da Criança Forma da Consulta

Criança com baixa idade Evitar as horas estas constumam dormir para que não provoquem

irritação e não colabore no tratamento

Crianças que Estuda Não deve marcar hora para depois das aulas, pois o ritmo da escolar

já deixou-a ligeiramente estressada e não muito participativa

 

8.6) – Ambiente do Consultório

O Consultório, antes de possuir algumas qualidades excepcionais ou maravilhosas, deve não ter

defeitos graves. É essencial que não seja descuidado quanto à limpeza e à arrumação.

Não é interessante a sala de consulta cheia de equipamentos. A cores do consultório tanto

quanto possível devem ser claras, tendendo para o discreto.

As crianças possuem senso de observação muito mais amplo que os adultos, isto implicando que

os detalhes são muito mais fáceis de serem percebidos por elas que pôr nós.

 

8.7) – Pessoal Auxiliar

No Consultório de Odontopediatria, à medida que vamos evoluindo na especialidade e que

aumentamos nosso volume de trabalho, mais dependemos da colaboração eficiente da Auxiliar.

Para a seleção do pessoal temos que nos ater a alguns requisitos primordiais, que são :

 

Características da Auxiliar

Aparência e Asseio · Boa aparência agradável , tranquila e educada;

· Roupas alinhadas, fino trato nas mãos, cabelos, unhas, dentes

em bom estado etc.

Forma de se expressar

(vocabulário)

· Gentil, educado em tom de voz adequada, sem muita festa

· Não ser excessivamente formal, uma vez que estamos

cuidando de crianças

Grau de Cultura · Saber escrever sem erros grosseiros e tome nota dos recados

adequadamente, bem como transmita bem os mesmos

Organização e Dinamismo · É importante se desenvolta no trabalho e ser organizada

Não ter aversão ao sangue · Além de outros agravante no consultório.

 

 

GUIA DE ORIENTAÇÃO AOS PAIS

Page 13: Desenvolvimento Da Criança de Acordo Com a Idade

1. Não se inquiete se seu filho chora. O choro é uma forma normal de reação da criança ante

situações desconhecidas ou temidas. Não lhe digue que não deve chorar, seu ainda é uma criança

e pode estar muito assustado. Respeito o seu temor. Trataremos de aliviá-lo e fazer que

naturalmente perca o medo.

2. Não se inquiete se a reação de seu filho for ainda mais violenta, sem dúvida ele terá motivo.

Sempre haverá métodos para resolver o problema odontológico.

3. Nunca engane. Diga-lhe que vai levá-lo ao dentista. Faça-o compreender que ele vai visitar uma

pessoa que o quer como amigo. Explique-lhe que o dentista, como o médico e como o professor

são pessoas que se preocupam com a saúde fí8sica e menta. Estudaram para isto e empregam

seus conhecimento para seu total bem-estar.

4. Se você prometeu algum presente para melhorar sua conduta, não inclua o dentista nessas

promessas, seria prejudicial para o bom andamento dos serviços.

5. Deixe a criança se expressar sua curiosidade por tudo que houver no consultório. O dentista terá

prazer de explicar-lhe e esclarecer suas dúvidas, mas somente o dentista deverá prestar tais

esclarecimentos.

6. Controle seus temores, Evite, em presença dos seus filhos, relatar coisas desagraveis e não

permita que outros o façam. Existem palavras que assustam e é necessário evitá-las.

7. A melhor situação no tratamento se alcança quando a criança está só no consultório, o que

conseguiremos paulatinamente. Favoreça-o com sua atitude é confiança no dentista.

8. Enquanto você acompanhar seu filho no consultório, procure não intervir na conversação entre

ele é o dentista. A criança se confunde quando falam várias pessoas ou recebe indicações de

vários lados, podendo ou não entender nenhum. Evite que várias pessoas acompanhem seu filho.

9. Permita que seu filho se desenvolva só, Seguramente ele o conseguira. O dentista está para

ajudá-lo é solicitará sua cooperação quando julgá-la necessária.

10. Neste consultório se atende somente com hora marcada, pois somente, assim conseguiremos

realizar um serviço correto. Rogo-lhe, pois, pontualidade para benefício de todos. Todavia, se você

não puder comparecer, solicito-lhe que, com antecipação de 24 horas, me comunique para que eu

possa utilizar esse tempo com outra criança.

11. Periodicamente, costumo convidar seu filhar para uma visita de controle dos tratamentos é

efetuar uma limpeza dentária. Se tiver alguma dúvida, consulte-me é terei prazer em esclarecer

                                                                                         (Guedes Pinto et al., p. 189-90).

   

 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

1. ALMEIDA, A.M & BARBOSA, N.B. – O Odontopediatra e a Psicologia comportamental – Rev

Paulista de Odontologia, v. 3, mai./jun. 1983

2.GUEDES-PINTO, A. C. Odontopediatria, Santos, 4 ed. 1993, p. 155-276

3. KLATCHOIAN, D. A. Psicologia Odontopediatrica. Sarvier: São Paulo, 1993.

4. McDONALD, R.E Odontopediatria. 5 ed. Rio de Janeiro: Guanabara-Koogan.

Page 14: Desenvolvimento Da Criança de Acordo Com a Idade

5.MORAES, A. B. A.; PESSOTI, I. Psicologia Aplicada a Odontologia. São Paulo: Sarvier, 1985.

105p

6. PROFFIT, W. Ortodontia Contemporânea, Guanabara-Koogan, 2 ed. 1995, p. 39-4