Desfazendo mitos sobre a pragmática

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  • 38 ALCEU - v.1 - n.1 -pg 38 a 46 - jul/dez 2000

    Dentre as principais correntes do pensamento contemporneo, a pragmtica, ou o pragmatismo tem sido por um lado uma das mais influentes, por outro um alvo de ataque privilegiado por diversos opositores,o que certamente tambm um ndice de sua importncia e de seu interesse.

    Com freqncia os termos pragmtica e pragmatismo, tm sidousados de forma equivalente, tal como acima, o que no corresponde contudonem sua origem, nem s correntes de pensamento que caracterizam. pre-ciso distinguir portanto, ao menos preliminarmente e em linhas gerais, a prag-mtica enquanto um campo de estudos da linguagem e o pragmatismo enquantocorrente filosfica, ainda que uma filosofia da linguagem na linha da pragm-tica e o pragmatismo se aproximem em muitos aspectos sem contudo se con-fundirem.

    Em um sentido amplo, pragmatismo ou filosofia pragmtica refe-rem-se a concepes de filosofia que defendem no s uma distino entreteoria e prtica, mas sobretudo o primado da razo prtica em relao razoterica, incluindo desde Kant, cuja ltima obra de 1804 intitulou-se precisa-mente Antropologia de um ponto de vista pragmtico, at algumas correntes da filo-sofia contempornea1.

    O termo pragmtica derivado do grego pragma, significando coisa,objeto, principalmente no sentido de algo feito ou produzido, sendo que overbo pracein, significa precisamente agir, fazer. Os romanos traduziram pragmapelo latim res, o termo genrico para coisa, perdendo talvez com isso a conotaodo fazer ou agir presente no grego.

    Desfazendo mitos sobre a pragmtica

    Toda uma mitologia est contida em nossa linguagem.L.Wittgenstein, Observaes sobre o Golden Bough deFrazer.

    Danilo Marcondes

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    Enquanto corrente filosfica o pragmatismo originou-se no final dosculo XIX e desenvolveu-se sobretudo ao longo do sculo XX, principal-mente nos Estados Unidos. Charles Sanders Peirce (1839-1914), William James(1842-1910) e posteriormente John Dewey (1859-1952), so os principais re-presentantes desse pensamento em suas vrias vertentes. ContemporaneamenteRichard Rorty (1931-) se destaca como defendendo o que tem sido caracteri-zado como neopragmatismo. O filsofo de Harvard, Stanley Cavell (1926-) tam-bm pode ser includo dentre os representantes do pragmatismo contempor-neo.

    Peirce destacou-se por sua obra, de grande originalidade e complexida-de, nos campos da semitica, da teoria do conhecimento e da filosofia da cin-cia. Seu pragmatismo caracteriza-se pela concepo de signo que desenvolveem sua semitica, valorizando as vrias funes do signo e as vrias formas deconstituio do significado, mas tambm pela definio de verdade que defen-de em sua concepo de cincia, segundo a qual as teorias cientficas so con-juntos de hipteses cuja validade s pode ser determinada levando-se em con-ta sua eficcia e seu sucesso, ou seja, seus resultados, efeitos e conseqncias,portanto, a prtica cientfica propriamente dita2. O pragmatismo de WilliamJames, embora tambm adotando o critrio de verdade como sucesso e efic-cia, teve um carter mais psicolgico e moral, fazendo com que Peirce, que-rendo se dissociar dele, viesse a adotar o termo pragmaticismo para caracte-rizar a sua prpria concepo em oposio a de James. Dewey seguiu, emgrande parte, mais a linha de James do que a de Peirce, desenvolvendo umafilosofia voltada para a prtica, no sentido tico e aplicado, analisando a socie-dade e a cultura, e preocupando-se com a educao, a poltica e a moral. Foium dos pensadores americanos de maior influncia, principalmente nos anos30 e 40.

    Na lingstica, a pragmtica se caracteriza pelo estudo da linguagem emuso, ou, segundo a definio de Charles Morris (1938), o primeiro a usar essetermo contemporaneamente, o estudo da relao dos signos com seus intr-pretes. Rudolf Carnap (1938), o lgico e filsofo da cincia de origem alemcom quem Morris trabalhou em Chicago, por sua vez definiu a pragmticacomo o estudo da linguagem em relao aos seus falantes, ou usurios. Tantoa definio de Morris, quanto a de Carnap, fazem parte da j consagrada dis-tino geral do campo de estudos da linguagem entre pragmtica, que conside-ra a linguagem em seu uso concreto, semntica, que examina os signoslingsticos em sua relao com os objetos que designam ou a que se referem,e sintaxe, que analisa a relao dos signos entre si3. Mais recentemente, o termo

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    pragmtica passou a englobar todos os estudos da linguagem relacionadosa seu uso na comunicao. Uma outra concepo de pragmtica se desen-volveu com base em correntes na filosofia da linguagem e na lingstica quevalorizam a linguagem comum e o uso concreto da linguagem como a prin-cipal instncia de investigao da linguagem, tratando a semntica e a sintaxeapenas como construes tericas. A filosofia da linguagem ordinria deGilbert Ryle, a teoria dos atos de fala de Austin, a concepo de jogos delinguagem de Wittgenstein, e mesmo a semitica de Umberto Eco, dentreoutras, podem ser includas nessa vertente. Trata-se basicamente de umaviso filosfica segundo a qual o estudo da linguagem deve ser realizado emuma perspectiva pragmtica, ou seja, enquanto prtica social concreta, exa-minando portanto a constituio do significado lingstico a partir da interaoentre falante e ouvinte, do contexto de uso, dos elementos scio-culturaispressupostos pelo uso, e dos objetivos, efeitos e conseqncias desses usos.A pragmtica no seria assim apenas um segmento dos estudos da lingua-gem, mas o seu campo privilegiado.

    Na filosofia alem, por sua vez, J.Habermas (Pragmtica universal e Teoriada ao comunicativa) e K.O. Apel (Pragmtica transcendental) inspirados nopragmatismo e na filosofia pragmtica da linguagem, desenvolveram concep-es de pragmtica voltadas para a anlise das condies de possibilidade dacomunicao, de seus pressupostos e de suas implicaes, inclusive nos cam-pos da tica e da poltica4.

    Encontramos, portanto, contemporaneamente, vrias acepes de prag-mtica e de pragmatismo, com origens historicamente diversas e diferenasprofundas. Em linhas gerais podemos dizer que todas compartilham a atribui-o de uma importncia central prtica, experincia concreta, aos aspectosaplicados do conhecimento e aos contextos concretos de uso, desde signosespecficos e seus usurios at teorias cientficas e suas aplicaes. Adotamtambm uma posio anti-metafsica, no sentido de que no aceitam a con-cepo de uma realidade supra-sensvel, alm da experincia concreta e total-mente distinta desta, acessvel apenas a um pensamento racional privilegiado,o que seria tarefa do filsofo, ou do terico.

    O pragmatismo enquanto corrente filosfica e a filosofia da linguagemde orientao pragmtica sempre tiveram adversrios que levantaram ques-tes e objees importantes no debate filosfico contemporneo5. Pretendoexaminar aqui apenas alguns aspectos desse debate, levando em conta as maisrelevantes dessas questes e objees, voltadas principalmente contra os pon-tos em comum entre pragmtica e pragmatismo, apontados acima. Algumas

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    delas acabaram por vir a constituir-se em autnticos mitos, sendo adotadossem um exame mais detalhado e constituindo sob muitos aspectos uma cari-catura das posies que atacam.

    Selecionei para essa breve discusso cinco desses mitos mais freqen-tes na controvrsia acerca da pragmtica e do pragmatismo, passando a examin-los em seguida.

    1. A pragmtica elimina, ou reduz, a importncia do conceito deverdade, central tradio filosfica

    Segundo essa crtica, se o verdadeiro o que d certo ou produz deter-minados resultados, a verdade passa a ser relativa s condies de realizao deexperimentos, testes, verificaes, etc., sendo tambm subordinada s noesde sucesso ou eficcia. A verdade no seria mais assim o resultado da corres-pondncia ou adequao entre as proposies tericas e a natureza da realida-de que descrevem.

    Contudo, a pragmtica no elimina nem reduz de importncia a noode verdade, mas critica uma verdade definida apenas em termos realistas, ouseja, enquanto correspondncia entre proposies e o real descrito por essasproposies, e problematiza a possibilidade de verdades absolutas, conhecidasindependentemente de um contexto e estabelecidas de modo conclusivo. Pode-se dizer ento que a pragmtica complementa a noo de verdade com as no-es de sucesso e felicidade, que devem dar conta especificamente da conside-rao da linguagem como ao, como produzindo efeitos e conseqncias emcontextos determinados.

    No podemos estabelecer se um conjunto de proposies verdadeiroou falso de modo conclusivo por comparao com uma realidade indepen-dente dessas proposies, ou da linguagem em que so formuladas, isto ,uma realidade em si mesma, mas sim os resultados e conseqncias do queessas proposies afirmam sobre a realidade, a saber, suas pretenses a conhe-cimento.

    2. A pragmtica leva ao relativismo e o relativismo equivale ao valetudo, tanto do ponto de vista tico, quanto do conhecimento

    A pragmtica pressupe uma concepo segundo a qual o significado relativo a contextos determinados e deve ser considerado a partir do uso dostermos e expresses lingsticos utilizados nesses contextos. Isso no eqivale

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    ao vale tudo, porque o significado no visto como arbitrrio, mas comodependente do contexto. A considerao do uso envolve portanto a determi-nao das regras e condies de uso que caracterizam os contextos especficosem que o significado se constitui. Afirmar que o significado relativo aocontexto no o mesmo que afirmar o relativismo semntico, cognitivo,ou tico, se relativismo significa que todas as posies se eqivalem e soigualmente vlidas, ou a tese de Humpty Dumpty6 segundo a qual podemossignificar o que quisermos. Ao contrrio, a considerao de regras, conven-es e condies de uso, exclui a arbitrariedade, explicitando o processo deconstituio e de alterao do significado de uma palavra ou expresso lin-gstica.

    3. A pragmtica inviabiliza a cincia

    Trata-se, at certo ponto, de um corolrio da posio examinada em (1).A pragmtica exclui certamente a concepo realista tradicional de cincia comoum conhecimento definitivo e conclusivo de uma realidade considerada em simesma.

    A histria da cincia revela a importncia de uma considerao pragm-tica de cincia7. No encontramos uma, mas vrias noes de cincia desde opensamento grego antigo, que primeiro a formulou, at os dias de hoje. Nopensamento antigo a cincia definia-se principalmente como saber terico; apartir da modernidade (sc.XVI), aproxima-se mais da prtica, de um sabertcnico, aplicado, embora persistam concepes estritamente tericas de co-nhecimento cientfico em campos como a matemtica. Sobretudo a partir dosc.XIX, surge uma distino entre as cincias naturais e as cincias humanase sociais que abre caminho para um debate sobre a metodologia das cincias,importante at hoje8.

    A cincia e as teorias cientficas passam, ao contrrio da concepo rea-lista, a serem consideradas como mais um jogo de linguagem na acepo deWittgenstein, com regras, convenes e objetivos prprios. Uma teoria ummodelo explicativo, um conjunto de proposies hipotticas que visam expli-car um determinado domnio do real. As noes pragmticas de efeitos e con-seqncias so fundamentais para a avaliao dos resultados e experimentoscientficos e para a falsificao e validao de hipteses cientficas.

    Por outro lado, alguns dos principais representantes do neopragmatismocontemporneo, principalmente nos Estados Unidos, como Richard Rorty,questionam determinados pressupostos do pensamento moderno, ainda man-

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    tidos em vrias correntes do pensamento contemporneo, inclusive na filo-sofia analtica da linguagem, segundo os quais a cincia seria uma espcie deparadigma de todo conhecimento, a filosofia devendo tom-la como modelo.Rorty, por exemplo aponta que na prpria tradio filosfica, a literatura emesmo a poesia, freqentemente estiveram mais prximas da filosofia do quea cincia, sendo ao menos to relevantes quanto esta, se no mais at, para opensamento filosfico9.

    4. A pragmtica torna a tica impossvel

    Essa objeo consiste em uma verso no campo da tica da objeo refe-rente questo da cincia examinada acima no item anterior, retomando tam-bm o argumento contra o relativismo, no caso agora em sua verso tica,examinado em (2). Segundo esse argumento, se como quer o pragmatismo,os valores ticos dependem do contexto, de elementos culturais e de fatoreshistricos, variando assim em diferentes pocas e culturas, o que hoje consi-deramos tico, amanh pode no ser considerado como tal e vice-versa. Por-tanto, a tica perderia o sentido e qualquer tipo de atitude ou conduta poderiaser considerado tico.

    O pragmatismo apenas questiona os absolutos ticos, ou seja, a existn-cia de valores ticos universalmente vlidos, independentes de poca ou con-texto, ou ainda, o cognitivismo tico, a posio segundo a qual poderamos teruma cincia da tica, baseada no conhecimento desses valores, a partir doque orientaramos nossa ao. Prope, ao contrrio, que os conceitos ticos,tal como os cientficos, sejam examinados em relao aos contextos de uso e sintenes dos agentes us-los. Uma anlise pragmtica dos conceitos ticosexplicita seu sentido e seus pressupostos, torna mais evidente seus objetivos epermite-nos avaliar seus efeitos e conseqncias.

    Um bom exemplo desse tipo de anlise se encontra em Austin, quandosugere como ponto de partida para a discusso do problema tico tradicionalda responsabilidade por meio de uma anlise das situaes e contextos em quese admitem desculpas, contrastando-os com aqueles em que no so admiti-das, ou em que sequer faz sentido pedir desculpas10.

    O pragmatismo tico, considera portanto que os valores ticos depen-dem sempre de uma determinada cultura em um determinado momento his-trico, porm, no considera que isso acarretaria o fim da tica. A definiocultural de valores ticos, revela, ao contrrio, que as sociedades e culturas queestabelecem esses valores definem normas e regras para sua aplicao e san-

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    es para os que no as cumprem, estabelecendo assim uma normatividade,que caracteriza a tica em geral. O contedo desses valores pode variar e quan-to a isso uma anlise histrica, antropolgica ou sociolgica, parece com efei-to deixar claro.

    O fato desses valores serem, nesse sentido, convencionais, no significa,contudo, que sejam arbitrrios, ou que possam ser alterados a qualquer mo-mento ou por qualquer motivo. Ao contrrio, essa convencionalidade social,faz com que aqueles que os adotam tornem-se responsveis por sua validade epor seu cumprimento, podendo portanto ser cobrados nesses sentido, assimexatamente na medida em que os valores so convencionais que somos res-ponsveis por sua validade, enquanto aqueles que constituem e assumem asconvenes11. O mesmo ocorre quando esses valores so alterados, caem emdesuso ou so substitudos. Em todo esse processo h uma responsabilidade euma imputabilidade referentes queles que pertencem a esses contextos.

    5. A pragmtica impossibilita uma filosofia crtica

    Segundo esse argumento, a possibilidade de um pensamento crticopressupe parmetros de verdade e de validade com base nos quais se possamexaminar pretenses a conhecimento ou estabelecimento de normas em con-textos determinados. Se a verdade e os valores forem dependentes dos contex-tos no h uma instncia supracontextual a partir da qual essas pretensespossam ser julgadas e no temos como questionar sua veracidade ou legitimi-dade. Todo o tipo de procedimento, cognitivo ou normativo, seria vlido eisso no s inviabilizaria a crtica como esvaziaria o conceito de validade.

    Porm, consideramos que isso ocorre apenas se entendemos que a crti-ca pressupe uma verdade definitiva e absoluta que serve de parmetro para oexame crtico de proposies e teorias, mas no exclui uma concepo de cr-tica como conscincia de limites, exame de pressupostos, ou possibilidade dese pensar alternativas. A crtica pode ser exercida assim no necessariamentecom base em uma verdade que fundamenta seus parmetros, mas como ummovimento reflexivo do pensamento, ou seja, como auto-exame, e tambmcomo exame de alternativas, no sentido do contraste entre posies e procedi-mentos adotados em um determinado momento ou contexto e outras possi-bilidades, reais e hipotticas, a serem adotadas e experimentadas.

    A estratgia, aqui adotada, de defesa de determinados pressupostos bsi-cos da filosofia pragmtica contra as objees mais freqentes a esse pensa-mento, que para efeitos de discusso denominei de mitos, consistiu em par-

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    te ao menos, em admitir alguns desses pontos, sem contudo aceitar suasconseqncias negativas. Por exemplo: a relatividade, sem o relativismo; acontextualizao do significado sem que qualquer palavra signifique qualquercoisa; o questionamento concepo realista de cincia, sem inviabilizar acincia; a recusa do carter absoluto dos valores ticos, sem abrir mo da tica.

    Danilo Marcondes Professor da [email protected]

    Notas1. Ver a este respeito Putnam (1995), cap.2, pgs.42-45, The primacy ofpractical reason.2. Sobre a especificidade do pragmatismo de Peirce e sua diferena em relao filosofia pragmtica contempornea, principalmente quanto questo dacincia, ver S.Haack, Quanto quela frase Estudando com um espritoliterrio, em Margutti (1998).3. A propsito dessas definies ver Levinson (1983), 1.2, Definingpragmatics.4. Sobre a concepo de pragmtica em Habermas e Apel, ver M. Oliveira(1998). Ver tambm J.Habermas (1990), Guinada Pragmtica. Apel, p.ex.,retoma algumas teses de Peirce.5. Podemos citar, por exemplo, dentre outros, Max Horkheimer(1966),Thomas Nagel (1997), William Alston (1996). Ver tambm o cap.3,Pragmatism and the contemporary debate em H.Putnam,(1995).6. Personagem de Lewis Carroll em Alice no pas das maravilhas.7. A viso histrica de Thomas Kuhn em seu influente A Estrutura das revoluescientficas (1969), pode ser entendida nessa linha.8. Como exemplo disso temos o debate entre a Escola de Frankfurt e os assimchamados Positivistas, Adorno et al. (1976).9. Ver Richard Rorty (1982), principalmente o cap.6, Philosophy as a kind ofwriting. Stanley Cavell (1976) desenvolve uma argumentao semelhante.10. Ver nos Philosophical Papers (1970) especialmente dois captulos, A Plea forExcuses e Three Ways of Spilling Ink.11. Esse o argumento de J.Mackie (1970), em seu influente Ethics, InventingRight and Wrong.

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    Referncias bibliogrficas

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    ResumoEste texto visa, em primeiro lugar, estabelecer algumas distines acerca da pragmticae do pragmatismo e examinar algumas caractersticas centrais deste pensamento, paraem seguida, analisar determinadas crticas mais freqentes a ele, considerando-as mitose procurando respond-las.

    Palavras-chavePragmtica, filosofia da linguagem, filosofia contempornea.

    AbstractThis paper has as its first aim a definition of pragmatics and pragmatism, examining theirsimilarities and differences. In the light of this definition, some of the main objectionsagainst this kind of thought, here seen as myths, are examined and some possible waysout of these objections are considered.

    Key-wordsPragmatics, philosophy of language, contemporary philosophy.

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