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ESTUDO DE CASO: UM DESFILE DE MODA ATRAVÉS DE JAKOBSON SauloPereira Guimarães Eco- Escola de Com. Soc. Da UFRJ 1º semestre 2009 Teoria da Comunicação I rofº Mohammed El Haijji P

Desfile de moda um estudo de caso

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ESTUDO DE CASO:

UM DESFILE DE MODA ATRAVÉS

DE JAKOBSON

SauloPereira Guimarães

Eco- Escola de Com. Soc. Da UFRJ

1º semestre

2009

Teoria da Comunicação I

rofº Mohammed El Haijji

P

Introdução

A teoria de Roman Jakobson prevê para os processos comunicacionais 7 elementos: informação, código, mensagem, canal, emissor, destinatário e situação. Tendo em vista o caso em estudo para aplicação desses fatores, explicitaremos a relação deles com partes que juntas compõem o evento em debate: o desfile de moda.

Fashion Week

Antes de qualquer conceito, o autor define a noção de situação. É um fator muito importante no procedimento da comunicação por influenciar diretamente todos os outros. Em um desfile de moda, isso fica mais patente do que nunca. Fora daquele contexto, tudo que então se verifica se mostra sem razão de ser e deslocado da realidade. Ali é o momento apropriado para aquele tipo determinado de comunicação com o público, previamente consciente disso.

Estilo da Coleção

Para o pensador, informação é a idéia que se pretende transmitir. Assim sendo, em um desfile de moda informação corresponderia às intenções do estilista ao criar uma coleção. Outono-inverno ou primavera-verão, ele geralmente desenvolve conceitos gerais a serem comunicados através de sua criação.

Pret-a-porter

O pret-a-porter, que corresponde à moda usual, cotidiana, corresponderia assim à função informativa formulada pelo teórico. Se nesse tipo de vestuário o costureiro abre mão de se marcar pelo estilo em favor de roupas para o dia-a-dia, o mesmo se verifica na função informativa e a sua intenção de comunicação simples e despojada com imparcialidade.

Cores da estação

Em sua teoria, Jakobson define a mensagem como manifestação da informação por certo código. Já no campo da alta-costura, quem emite as mensagens se vale das cores, texturas cortes diversos para dar forma a uma informação. São esses os recursos a seu alcance para melhor expressar sua idéia dentro do código pelo qual se comunica.

Jeans

Nesse contexto, a função poética do estudo de linguagem se adequaria a uma possível ênfase em tecidos, cores e cortes que sobrepujassem a peça em si por sua extravagância ou novidade. As variações desse 3 fatores em diferentes proporções é que põe em destaque a mensagem desse tipo de discurso, que como já vimos corresponde à textura, estampa e desenho das roupas.

Ternos Armani

O código é essencial dentro da análise da comunicação proposta pelo “poeta da linguística”. O que mais se aproxima daquele conceito num contexto de desfile de moda é a peça de roupa em si. É ela quem carrega a mensagem que por sua vez contém a informação. O público vai se relacionar através dela, e não pelos outros elementos presentes, com a criação apresentada.

ESTUDO DE CASO: UM DESFILE DE MODA ATRAVÉS

DE JAKOBSONSauloPereira Guimarães

Eco- Escola de Com. Soc. Da UFRJ1º semestre 2009

Teoria da Comunicação IProfº Mohammed El Haijji

Catálogo

A função em que se denota a relevância do código é a função metalinguística. É quando através do próprio código se alcança a compreensão de partes dele mesmo. Um catálogo contendo imagens das roupas de uma coleção não deixa também de se adequar a essa categoria. Nele, quem assiste ao evento pode ver com detalhes a obra exposta na ocasião.

Gisele Bündchen

O canal é o meio pelo qual se manifesta o código pra a transmissão da mensagem. Essa concepção é plenamente aplicável para o momento do desfile na figura do modelo. Ele deve ser o mais neutro possível, evitando assim a questão de ruído, inerente a qualquer canal. Quem quiser ir mais a fundo pode até verificar que a difusão da mensagem irá variar segundo a técnica e o destaque de cada modelo, denotando variações de eficiência inter-canais.

Gisele Bündchen !

A função fática, correspondente ao conceito de canal de Jakobson no instante em que este se encontra em evidência, também ocorre no caso estudado. Quando um modelo de destaque entra na passarela e passa a chamar mais atenção que a criação que apresenta, denota-se aí a incidência da função supracitada. O mesmo quando, ao fim do desfile, estilista e modelo surgem abraçados para os agradecimentos sobre o palco da exposição das peças da coleção.

Yves Saint-Laurrent

Os dois últimos fatores comunicacionais a serem apresentados são os mais simples. A figura do emissor formulada na teoria em questão fica em identidade com a do estilista que formula uma coleção. É ele quem programa a mensagem a ser comunicada ao público pela complexa estrutura representada nos tópicos acima. Valendo-se dos modelos como canais, basicamente.

Roupa de Grife

A função emotiva, nos termos do estudo de linguística em questão, corresponde a uma maior importância da figura do emissor na relação com o destinatário. Dessa forma, é plausível que se afirme que quanto mais autoral é a coleção apresentada mais intensa éa presença dessa função nessa forma de troca de informações. Aproxima-se do conceito de grife na moda.

Gente da Moda

Por último no processo de comunicação e na exposição, o destinatário (receptor) é aquele de quem depende toda a ação apresentada. Se ele não compreende o que lhe foi proposto, significa que a realização falhou em alcançar seus objetivos. Na moda fica a cargo do público essa função de receber e julgar as informações enviadas em mensagem por um emissor.

Happenings

Várias vezes, desfiles de moda reservam em seu desenrolar surpresas propostas por quem os imaginou. Se há uma quebra do paradigma que desperte uma maior atenção do público para o que se passa na passarela, sendo esta interrupção providenciada pelo estilista, pode se dizer que ele se valeu dos atributos da função apelativa. É uma tentativa do emissor de aumentar seu apelo no receptor em questão.

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