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A VIToRIA e de todos, A luta e para os FORTES! Jornal do Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo Dezembro - 2015 • Nº 1061 Online IMPRESSÕES SOBRE A GREVE Sempre vamos nos lembrar das greves dos petroleiros como momentos históricos, mesmo com a mídia comprada ignorando a importância deste “evento”. Nós sabemos da força do movimento e das consequências quando as partes não cedem. A sensação de adrenalina pura que experimentaram os que se propuseram a lutar pela categoria e defender o vasto patrimônio da nossa empresa, é algo que jamais sairá das nossas memórias. Aos bravos guerreiros da Greve de 95, que salvaram nosso patrimônio, evitando que fosse entregue a grupos estrangeiros, nossa gradão pelo legado deixado – nos miramos em vocês, assim como a geração futura irá se espelhar na nossa luta. Carre- gar nas nossas bagagens uma greve vitoriosa e renovada traz grande sasfação pessoal e moral. Em uma empresa colossal, na verdade um império mulnacional, com diversas ramificações, com unidades em diversos ramos e diversos representantes, a greve também foi um instrumento importante de integração e aproximação entre os trabalhadores - todos juntos lutando por uma causa justa e igual. Nos punhos vibrantes dos nossos verdadeiros companheiros, ficou a imagem do fortalecimento das amizades entre aqueles que mal se conheciam, mesmo dentro das suas unidades. Os apertos de mãos, os abraços fortalecidos pelo espírito de luta, gritos e lágrimas. A camaradagem entre funcionários de unidades diferentes, comparlhando uma causa comum foi fundamental para dar vida ao movimento. Dava para senr a energia de cada unidade, a determinação entre aqueles que realmente buscavam algo melhor para categoria e para o Sistema Petrobras. Aos nossos amigos pelegos, pois vamos connuar tendo muitos amigos pelegos, esperamos que na próxima oportunidade saiam da zona de conforto, encarem de frente seus medos e venham para luta. Se juntem àqueles que acreditam que só se vence na luta, com unidade, companheirismo e determinação. Aí quando seus filhos lhe interrogarem sobre a história da categoria petrolei- ra, você poderá dizer: Filho, eu ajudei a construí-la, eu estava lá, junto com os companheiros, defendendo o grande patrimônio nacional que é a Petrobras. Breno Bidart Técnico de Manutenção e trabalha na Estação de Compressão (Ecomp) de Aracruz. Unidos de Norte a Sul Gerente Cabeca de planilha Desinvestimento na UO-ES já começou Em 2013, nhamos 03 Sondas de Perfuração e 05 de Produção. Hoje, apenas 02 de Perfuração e 04 de Produção estão em operação. Contudo, 01 Sonda de Perfuração já teve sua avida- de suspensa este mês, restando apenas 01 em avidade. A Petrobras cancelou o contrato das Sondas de Produção com a PERBRAS que previa 04 Sondas e está licitando novamente, porém, apenas 03 Sondas estão incluídas no contrato. Com a redução de 2 Sondas (Perfuração/Produção) esma-se que haja redução imediata de 65 postos de trabalho diretos, sem contar os outros setores do sistema Petrobras que reduziram seu conngen- te. São ações que vão gerar impactos diretos no comércio local. O Sindipetro- ES cobrará da empresa que vencer a licitação que preserve a 5ª Turma, como hoje é pracado pela PERBRAS. Na atual conjuntura, não podemos pactuar com a praca de 4ª Turma e o pagamento de horas extras pela supressão da 5ª Turma. O Sindicato repudia as ações que a Petrobras vem adotando para reduzir seus custos, colocando o trabalhador terceirizado na linha de frente dos cortes. Já solicitamos uma reunião com o GG Mais Custo, com a Gerencia do CPT e com o IPERF. Em atendimento à solicitação do Conselheiro Deyvid Bacellar, foi realizada, no úlmo dia 09, reunião com a diretora de E&P, Solan- ge Guedes, e gerentes execuvos da área, onde a FUP apresentou como alternava à hibernação das Sondas Marímas de Perfura- ção, que a Petrobrás assuma a operação das sondas ARPOADOR (ainda em estaleiro), bem como da sonda Vitória 10.000, hoje operada pela empresa Schain. A FUP afirmou para os execuvos da empresa, que será um equívoco sem precedentes se a companhia abrir mão da avida- de de perfuração, deixando claro que os trabalhadores lutarão de todas as formas possíveis para evitar a terceirização total da avidade. Foi também discuda a primeirização da operação das plataformas P-61 e P-63, localizadas no Campo de Papa Terra, na Bacia de Campos. A empresa informou que até maio de 2016, o processo estará concluído na P-63. Já na P-61, ainda irá demorar mais um pouco, devido ao reestudo do projeto. A diretoria de E&P se comprometeu a realizar uma reunião com os Sindipetros-ES, BA e RN para fazer um diagnósco geral da situação da Perfuração Terrestre. FUP reafirma sua opção por primeirização e investimentos Com a saída de Foster, um bancário de carreira que ocupava a presidência do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, assumiu a presidência da estatal sob um roteio de desconfianças que envolviam a socialite paulista Val Marchiore. Nada ficou prova- do contra ele, mas, a parr daquela data, um profissional sem qualquer experiência no setor, assumiria o volante da maior e mais importante empresa de petróleo da América Lana. Até assumir, o mais próximo que havia chegado de um barril de petróleo nha sido em um posto de gasolina. Para ele, o proble- ma da Petrobrás não era de petróleo, mas financeiro. Em se tratando da gestão da companhia, quase um ano depois, a Petrobras está ainda pior. E sem esboçar qualquer reação posiva. Obras foram abandonadas, como o Comperj e a Unidade de Ferlizantes de Três Lagoas. Equipamentos de alta tecnologia, caros e de grande complexidade, disputam espaço com o lamaçal e o capim que vai tomando conta das gigantes- cas áreas abandonadas. Milhões de reais estão sendo desperdi- çados. Mas, como disse o diretor-financeiro da empresa, Ivan Monteiro, ele não tem a varinha do Harry Poer para um passe de mágica. O mercado não quer mesmo um passe de mágica. Os funcionários tampouco. Todos querem o trabalho de quem tenha conhecimento e que inspire liderança, como Dumbledore, A conformidade legal se tornou uma grande rede de intrigas para buscar um exemplo na mesma série cinematográfica. Até agora, Bendine ainda não inspirou esta confiança. Suas ações só encontram soluções com a venda de avos da companhia. Atudes que dividem ainda mais os petroleiros, base de sustentação da empresa. Até o momento, ele só mereceu apelidos pejoravos de grande parte dos funcionários da estatal. “Vendine” é um deles. A nova liderança da Petrobras instaurou o “compliance” (conformidade legal) na empresa. A ideia era criar uma base de confiança, integridade e éca. Na verdade, tornou-se uma rede de intrigas em que um funcionário é incenvado a denunciar outros funcionários, no melhor eslo do Macarsmo, época negra da políca norte-americana dos anos 50. O “compliance” faz a nova linha da Petrobras enxergar qualquer associação de classes empresariais como reuniões conspiratórias. De aliadas, passaram a quase inimigas. Tudo o que foi construído através dos anos foi deixado de lado, com ar de desconfiança. Um retrocesso assinado pelos atuais diretores operacionais, que não se posicionam e seguem a carlha de quem nunca sujou a mão com óleo extraído às custas de muito suor de profissionais que estão entre os melhores do mundo, mas que estão submedos à desconfiança permanente da nova direção da empresa." Fonte: Site Petronocias Mais custo lava as maos sobre a venda de ativos AGENDA SINDICAL Sindipetro-ES se reúne com Gerência de Gás e Energia A direção do Sindipetro –ES se reuniu, no úlmo dia 10, com os representantes da gerência da Gás e Energia, José Luz, gerente do AP-ES, Siloé gerente de SMS e com André, gerente adminis- travo, para tratar de vários assuntos relavos a esse setor. Sobre a CIPA a direção do Sindicato comunicou que recebeu denúncia de que a empresa estaria dificultando os trabalhos da CIPA nas unidades. O gerente José Luz explicou que não há nenhu- ma obstrução por parte dos gestores para o funcionamento das CIPAs e o que tem ocorrido é que alguns trabalhadores querem receber hora-extras para parcipar das reuniões ordinárias. O Sindipetro-ES frisou a importância da empresa deve liberar os trabalhadores representantes das CIPAs, sejam eles tulares ou suplentes, mas que não há nenhuma obrigação legal para que sejam pagas horas-extras para parcipar das reuniões. A parci- pação dos trabalhadores na CIPA deve ser voluntária e desprovi- da de interesses financeiros, o foco é a segurança, saúde e meio ambiente no local de trabalho. A gerência se comprometeu a informar ao sindicato o calendário de reuniões das CIPAs para que o Sindipetro possa acompanhar. Efetivo de turbo-máquina (TBM) da UTGC O Sindipetro-ES também colocou na pauta da reunião a reclamação de que um posto de trabalho da operação de TBM havia sido exnto. A gerência informou que o efevo operacio- nal connua o mesmo, e o que houve foi a ausência temporária de um dia do empregado que trabalha no local. Homologação da escala na UTG Sul Outro assunto tratado pela direção do sindicato foi a formaliza- ção por parte da gerência da escala de trabalho 4x3 implantada em caráter experimental na UTG Sul. Os gestores informaram que para atender esse pleito é necessário que se faça reunião com o RH da sede no Rio de Janeiro. Há interesse tanto da gerên- cia quanto dos trabalhadores na manutenção dessa escala. Portanto, ficou acordado que será confirmado, através de assembleias nas unidades, a homologação efeva da escala que também será comunicada por meio de ocios para as gerências. Trabalhadores transferidos do Comperj Recentemente a empresa iniciou a transferência de alguns trabalhado - res que trabalhariam no Coperj para as unidades da UTGC. O sindicato solicitou que fosse enviada a lista com o nome destes trabalhadores para acompanhamento e também sugeriu que as vagas disponibiliza- das fossem preenchidas pelos empregados lotados no ES. Petrobras vai fechar posto de atendimento em Linhares Os diretores do Sindipetro-ES Fábio Velten, Ewerton Andrade, Mirta Chieppe, João Eduardo e Tarso também se reuniram com a gerência de Serviços Comparlhados da Petrobras para tratar da reestruturação dos postos avançados e sobre a AMS. O gerente Mauro Maffessoni fez uma apresentação com as estascas dos serviços prestados pelos postos avançados no Espírito Santo e trouxe atualizações sobre a AMS. Posto Avançado em Linhares Durante a reunião, a gerência comunicou que o PA de Linhares será desavado, pois está com baixo índice de atendimento, uma média de 3 por dia. Para manter o atendimento aos trabalhado- res de Linhares, a empresa propôs que o posto passe a funcionar alguns dias por semana na sede do sindicato em Linhares e na UTGC. Essa modalidade de funcionamento começará a funcionar em caráter experimental a parr de janeiro de 2016. O PA de São Mateus connuará atendendo normalmente. Posto Avançado em Vitória Em relação as novas instalações do PA, no Edivit, a gerência informou que haverá melhorias para maior conforto dos trabalhadores e dos usuários e o horário de funcionamento será estendido das 07 às 19 horas. O PA localizado no Ed. América Centro Empresarial também será desavado. Funcionamento da AMS O sistema de atendimento da AMS passará por reformulação em todo o país. As mudanças incluem melhorias no call center e sistemas de informação, visando agilizar o processo de aprovação de procedi - mentos médicos. De acordo com a empresa, os atendimentos de especialidades médicas em todas as áreas cobertas pelo plano estão garandos e serão ampliados com a inauguração do hospital Meridional em São Mateus. A empresa também está negociando com a Unimed de Linhares para ampliar o atendimento na região. Apesar dos escândalos de corrupção e dos seus impactos nega- vos para o setor de petróleo, os petroleiros capixabas têm movos para se orgulhar do ano de 2015. Nossa luta em defesa dos nossos direitos na segunda maior greve geral da história da categoria nos garanu a manutenção de os todos benecios e conquistas dos Acordos Colevos anteriores e a inclusão da Pauta pelo Brasil na agenda da empresa. “Ao longo de todo o ano de 2015, os petroleiros cumpriram o seu papel de guardiões da Petrobras e do Pré-Sal, mobilizando os movimentos sociais e as forças progressistas em torno de uma Pauta pelo Brasil. O recado foi dado na histórica plenária de julho, com a acertada e corajosa deliberação de que a luta pela sobera- nia estaria acima de qualquer questão corporava. Vinte anos após a emblemáca greve de maio de 1995, a categoria voltou a ser vanguarda nas lutas da classe trabalhadora. Os petroleiros deixaram a sua marca em 2015, com um movimento eminente- mente políco e ideológico, que garanu aos trabalhadores o fato inédito de disputarem os rumos da maior empresa nacional. Essa é uma luta que só está começando e que se intensificará em 2016, com novas batalhas contra o retrocesso”. (Revista Fup – Dezem- bro 2015 – Greve Pelo Brasil) 2015: UM ANO HISTÓRICO PARA OS PETROLEIROS Integração e companheirismo Unidos somos mais fortes • Restabelecimento da mesa de negociação integrada • Retomada das negociações com o RH, fortalecendo as representações sindicais • Criação de um grupo de trabalho para discussão do Plano de Negócios e Gestão da Petrobras (PNG) • A greve garanu Isonomia para trabalhadores da Fafen -PR (pagamento do ATS e ajuste na RMNR) • Manutenção dos direitos no ACT (nenhum direito a menos) • Punições: a Petrobras se comprometeu a discur com os sindicatos eventuais sanções, nos mesmos moldes do que ocorreu na greve de 2013 • Dias parados: a Petrobras e a FUP se comprometem a discur os dias de greve, logo após a assinatura do Acordo Colevo 2015, garanndo que o tratamento a ser dado aos dias de greve só será implementado a parr de janeiro de 2016 Entre as principais conquistas da greve histórica estão os seguintes pontos: Posto de Atendimento no Edivit, em Vitória Quem enfrentou a greve, sabia que o retorno às avidades não seria fácil em função do perfil de alguns gestores. E as retaliações e o assédio vieram já nas primeiras horas do fim do movimento. A direção do Sindipetro-ES teve que se reunir imediatamente com a gerência de RH, em Vitória, para conter certas atudes e decisões que as chefias estavam adotando, com caráter de punição. " Tivemos relatos de trabalhadores em que as chefias perde- ram o controle, agredindo verbalmente os companheiros, deixan- do aflorar o senmento de raiva pelo fato deles terem parcipado da greve. São atudes que não condizem com os cargos que estes senhores ocupam – os chefes devem ser exemplo de respeito, de tolerância e acima de tudo, devem fazer valer o código de éca da empresa. É lamentável presenciar nos dias de hoje velhas prácas nas relações de trabalho. Os chefes se esquecem que também são trabalhadores e que se beneficiaram da luta daqueles que agora tentam punirNO PÓS-GREVE GESTORES INFRINGEM CÓDIGO DE ÉTICA Paulo Rony Viana Coordenador - geral do Sindipetro –ES " É da natureza da democracia a querela, a polêmica e a contro- vérsia, e muitas vezes as discussões duras. Na hora da luta, as pessoas se revelam com o que têm de melhor: coragem, firmeza, inteligência, altruísmo, abnegação. Mas também surge o que existe de pior: covardia, intriga, egoísmo, ressenmentos. É claro que qualquer membro de nossa comunidade tem plenos e irrevo- gáveis direitos de ser contra a greve e expor as suas opiniões. Mas não têm direitos incondicionais: em qualquer sociedade civilizada se reconhece o conflito dos direitos e se estabelecem os meios para garanr que as divergências se expressem de forma livre. Mas as diferenças de opinião se resolvem através do voto, e então se confere a vontade da maioria. Todos os direitos na sociedade são relavos, não há direitos absolutos. O direito de trabalhar, e todos precisamos trabalhar e receber nossos salários para honrar nossos compromissos, está suspenso quando a assembleia vota que a posição da maioria é pela greve. Quem não está de acordo, tem que acatar a decisão da maioria. Estamos perante um exemplo clássico de conflito de direitos, incom- paveis entre si, e a imposição de um direito anula o outro, e não há conciliação possível. Quem não aceita a decisão da maioria, e decide agir, ou seja, decide trabalhar, exercendo sua "liberdade" de fazer o que quer, rompe com os princípios mais elementares da convivência democráca, e dá um péssimo exemplo de individualismo e desres- peito aos colegas. Não há "éca" que jusfique esse comportamen- to. Na vida social civilizada não se julgam intenções, que podem ser as melhores do mundo, porque não há forma de aferir intenções. São as ações humanas que se julgam. É nisso que consiste a éca da luta: agimos todos juntos, mesmo quando não concordamos com a decisão da maioria. Quem perde uma posição em assembleia, permanece com o direito à palavra, aos argumentos, mas não pode agir contra a decisão da maioria. Quem considera que o seu direito a trabalhar é incondicional não aprendeu o beabá da democracia direta, a forma mais avançada de democracia que a civilização produziu até hoje." Por Valério Arcary (professor tular aposentado do IFSP, graduado em História pela Poncia Universi- dade Católica de São Paulo e Doutor em História Social pela USP) A GREVE E A ÉTICA Expediente Boca de Ferro - Informavo do Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo - filiado à CUT www.sindipetro-es.org.br - Responsabilidade Secretaria de Comunicação e Imprensa. SEDE SÃO MATEUS - Rua João Evangelista Monteiro Lobato, 400, Sernamby, CEP 29930-840, (27) 3763 2640, [email protected] SEDE VITÓRIA - Rua Carlos Alves, 101, Bento Ferreira, CEP 29050-040, (27) 3315 4014, vitoria@sindipetro-es.org.br SEDE LINHARES - Av. Governador Afonso Cláudio, 68, Q2, Bairro Juparanã, CEP 29900-632, (27) 33710195, linhares@sindipetro-es.org.br- COMUNICAÇÃO E IMPRENSA - (27) 99508 0399, [email protected] EDITORAÇÃO E TEXTOS - Pulso Conteúdo LTDA, (27) 3376 4577/4576, [email protected] JORNALISTA RESPONSÁVEL - Mirela Adams | Registro Profissional: ES00651/JP

Desinvestimento na UO-ES já começou · Em uma empresa colossal, na verdade um império multinacional, ... Bacia de Campos. A empresa informou que até maio de 2016, o processo estará

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A VIToRIA e de todos,A luta e para os FORTES!

Jornal do Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo

Dezembro - 2015 • Nº 1061Online

IMPRESSÕES SOBRE A GREVE

Sempre vamos nos lembrar das greves dos petroleiros como momentos históricos, mesmo com a mídia comprada ignorando a importância deste “evento”. Nós sabemos da força do movimento e das consequências quando as partes não cedem.

A sensação de adrenalina pura que experimentaram os que se propuseram a lutar pela categoria e defender o vasto patrimônio da nossa empresa, é algo que jamais sairá das nossas memórias. Aos bravos guerreiros da Greve de 95, que salvaram nosso patrimônio, evitando que fosse entregue a grupos estrangeiros, nossa gratidão pelo legado deixado – nos miramos em vocês, assim como a geração futura irá se espelhar na nossa luta. Carre-gar nas nossas bagagens uma greve vitoriosa e renovada traz grande satisfação pessoal e moral.

Em uma empresa colossal, na verdade um império multinacional, com diversas ramificações, com unidades em diversos ramos e diversos representantes, a greve também foi um instrumento importante de integração e aproximação entre os trabalhadores - todos juntos lutando por uma causa justa e igual.

Nos punhos vibrantes dos nossos verdadeiros companheiros, ficou a imagem do fortalecimento das amizades entre aqueles que mal se conheciam, mesmo dentro das suas unidades. Os apertos de mãos, os abraços fortalecidos pelo espírito de luta, gritos e lágrimas. A camaradagem entre funcionários de unidades diferentes, compartilhando uma causa comum foi fundamental para dar vida ao movimento. Dava para sentir a energia de cada unidade, a determinação entre aqueles que realmente buscavam algo melhor para categoria e para o Sistema Petrobras.

Aos nossos amigos pelegos, pois vamos continuar tendo muitos amigos pelegos, esperamos que na próxima oportunidade saiam da zona de conforto, encarem de frente seus medos e venham para luta. Se juntem àqueles que acreditam que só se vence na luta, com unidade, companheirismo e determinação. Aí quando seus filhos lhe interrogarem sobre a história da categoria petrolei-ra, você poderá dizer: Filho, eu ajudei a construí-la, eu estava lá, junto com os companheiros, defendendo o grande patrimônio nacional que é a Petrobras.

Breno Bidart Técnico de Manutenção e trabalha na Estação de

Compressão (Ecomp) de Aracruz.

Unidos de Norte a Sul

Gerente Cabeca de planilha Desinvestimento na UO-ES já começouEm 2013, tínhamos 03 Sondas de Perfuração e 05 de Produção. Hoje, apenas 02 de Perfuração e 04 de Produção estão em operação. Contudo, 01 Sonda de Perfuração já teve sua ativida-de suspensa este mês, restando apenas 01 em atividade.

A Petrobras cancelou o contrato das Sondas de Produção com a PERBRAS que previa 04 Sondas e está licitando novamente, porém, apenas 03 Sondas estão incluídas no contrato. Com a redução de 2 Sondas (Perfuração/Produção) estima-se que haja redução imediata de 65 postos de trabalho diretos, sem contar os outros setores do sistema Petrobras que reduziram seu contingen-te. São ações que vão gerar impactos diretos no comércio local. O Sindipetro- ES cobrará da empresa que vencer a licitação que preserve a 5ª Turma, como hoje é praticado pela PERBRAS.

Na atual conjuntura, não podemos pactuar com a pratica de 4ª Turma e o pagamento de horas extras pela supressão da 5ª Turma. O Sindicato repudia as ações que a Petrobras vem adotando para reduzir seus custos, colocando o trabalhador terceirizado na linha de frente dos cortes. Já solicitamos uma reunião com o GG Mais Custo, com a Gerencia do CPT e com o IPERF.

Em atendimento à solicitação do Conselheiro Deyvid Bacellar, foi realizada, no último dia 09, reunião com a diretora de E&P, Solan-ge Guedes, e gerentes executivos da área, onde a FUP apresentou como alternativa à hibernação das Sondas Marítimas de Perfura-ção, que a Petrobrás assuma a operação das sondas ARPOADOR (ainda em estaleiro), bem como da sonda Vitória 10.000, hoje operada pela empresa Schain.

A FUP afirmou para os executivos da empresa, que será um equívoco sem precedentes se a companhia abrir mão da ativida-de de perfuração, deixando claro que os trabalhadores lutarão de todas as formas possíveis para evitar a terceirização total da atividade. Foi também discutida a primeirização da operação das plataformas P-61 e P-63, localizadas no Campo de Papa Terra, na Bacia de Campos. A empresa informou que até maio de 2016, o processo estará concluído na P-63. Já na P-61, ainda irá demorar mais um pouco, devido ao reestudo do projeto. A diretoria de E&P se comprometeu a realizar uma reunião com os Sindipetros-ES, BA e RN para fazer um diagnóstico geral da situação da Perfuração Terrestre.

FUP rea�rma sua opção por primeirização e investimentos

Com a saída de Foster, um bancário de carreira que ocupava a presidência do Banco do Brasil, Aldemir Bendine, assumiu a presidência da estatal sob um tiroteio de desconfianças que envolviam a socialite paulista Val Marchiore. Nada ficou prova-do contra ele, mas, a partir daquela data, um profissional sem qualquer experiência no setor, assumiria o volante da maior e mais importante empresa de petróleo da América Latina. Até assumir, o mais próximo que havia chegado de um barril de petróleo tinha sido em um posto de gasolina. Para ele, o proble-ma da Petrobrás não era de petróleo, mas financeiro.

Em se tratando da gestão da companhia, quase um ano depois, a Petrobras está ainda pior. E sem esboçar qualquer reação positiva. Obras foram abandonadas, como o Comperj e a Unidade de Fertilizantes de Três Lagoas. Equipamentos de alta tecnologia, caros e de grande complexidade, disputam espaço com o lamaçal e o capim que vai tomando conta das gigantes-cas áreas abandonadas. Milhões de reais estão sendo desperdi-çados. Mas, como disse o diretor-financeiro da empresa, Ivan Monteiro, ele não tem a varinha do Harry Potter para um passe de mágica. O mercado não quer mesmo um passe de mágica. Os funcionários tampouco. Todos querem o trabalho de quem tenha conhecimento e que inspire liderança, como Dumbledore,

A conformidade legal se tornou uma grande rede de intrigas

para buscar um exemplo na mesma série cinematográfica. Até agora, Bendine ainda não inspirou esta confiança. Suas ações só encontram soluções com a venda de ativos da companhia. Atitudes que dividem ainda mais os petroleiros, base de sustentação da empresa. Até o momento, ele só mereceu apelidos pejorativos de grande parte dos funcionários da estatal. “Vendine” é um deles.

A nova liderança da Petrobras instaurou o “compliance” (conformidade legal) na empresa. A ideia era criar uma base de confiança, integridade e ética. Na verdade, tornou-se uma rede de intrigas em que um funcionário é incentivado a denunciar outros funcionários, no melhor estilo do Macartismo, época negra da política norte-americana dos anos 50.

O “compliance” faz a nova linha da Petrobras enxergar qualquer associação de classes empresariais como reuniões conspiratórias. De aliadas, passaram a quase inimigas. Tudo o que foi construído através dos anos foi deixado de lado, com ar de desconfiança. Um retrocesso assinado pelos atuais diretores operacionais, que não se posicionam e seguem a cartilha de quem nunca sujou a mão com óleo extraído às custas de muito suor de profissionais que estão entre os melhores do mundo, mas que estão submetidos à desconfiança permanente da nova direção da empresa."

Fonte: Site Petronotícias

Mais custo lava as maos sobre a venda de ativos

AGENDA SINDICAL

Sindipetro-ES se reúne com Gerência de Gás e Energia

A direção do Sindipetro –ES se reuniu, no último dia 10, com os representantes da gerência da Gás e Energia, José Luz, gerente do AP-ES, Siloé gerente de SMS e com André, gerente adminis-trativo, para tratar de vários assuntos relativos a esse setor.

Sobre a CIPA a direção do Sindicato comunicou que recebeu denúncia de que a empresa estaria dificultando os trabalhos da CIPA nas unidades. O gerente José Luz explicou que não há nenhu-ma obstrução por parte dos gestores para o funcionamento das CIPAs e o que tem ocorrido é que alguns trabalhadores querem receber hora-extras para participar das reuniões ordinárias.

O Sindipetro-ES frisou a importância da empresa deve liberar os trabalhadores representantes das CIPAs, sejam eles titulares ou suplentes, mas que não há nenhuma obrigação legal para que sejam pagas horas-extras para participar das reuniões. A partici-pação dos trabalhadores na CIPA deve ser voluntária e desprovi-da de interesses financeiros, o foco é a segurança, saúde e meio ambiente no local de trabalho. A gerência se comprometeu a informar ao sindicato o calendário de reuniões das CIPAs para que o Sindipetro possa acompanhar.

Efetivo de turbo-máquina (TBM) da UTGC

O Sindipetro-ES também colocou na pauta da reunião a reclamação de que um posto de trabalho da operação de TBM havia sido extinto. A gerência informou que o efetivo operacio-nal continua o mesmo, e o que houve foi a ausência temporária de um dia do empregado que trabalha no local.

Homologação da escala na UTG Sul

Outro assunto tratado pela direção do sindicato foi a formaliza-ção por parte da gerência da escala de trabalho 4x3 implantada em caráter experimental na UTG Sul. Os gestores informaram que para atender esse pleito é necessário que se faça reunião com o RH da sede no Rio de Janeiro. Há interesse tanto da gerên-cia quanto dos trabalhadores na manutenção dessa escala. Portanto, ficou acordado que será confirmado, através de assembleias nas unidades, a homologação efetiva da escala que também será comunicada por meio de ofícios para as gerências.

Trabalhadores transferidos do Comperj

Recentemente a empresa iniciou a transferência de alguns trabalhado-res que trabalhariam no Coperj para as unidades da UTGC. O sindicato solicitou que fosse enviada a lista com o nome destes trabalhadores para acompanhamento e também sugeriu que as vagas disponibiliza-das fossem preenchidas pelos empregados lotados no ES.

Petrobras vai fechar posto de atendimento em Linhares

Os diretores do Sindipetro-ES Fábio Velten, Ewerton Andrade, Mirta Chieppe, João Eduardo e Tarso também se reuniram com a gerência de Serviços Compartilhados da Petrobras para tratar da reestruturação dos postos avançados e sobre a AMS. O gerente Mauro Maffessoni fez uma apresentação com as estatísticas dos serviços prestados pelos postos avançados no Espírito Santo e trouxe atualizações sobre a AMS.

Posto Avançado em Linhares

Durante a reunião, a gerência comunicou que o PA de Linhares será desativado, pois está com baixo índice de atendimento, uma média de 3 por dia. Para manter o atendimento aos trabalhado-res de Linhares, a empresa propôs que o posto passe a funcionar alguns dias por semana na sede do sindicato em Linhares e na UTGC. Essa modalidade de funcionamento começará a funcionar em caráter experimental a partir de janeiro de 2016. O PA de São Mateus continuará atendendo normalmente.

Posto Avançado em Vitória

Em relação as novas instalações do PA, no Edivit, a gerência informou que haverá melhorias para maior conforto dos trabalhadores e dos usuários e o horário de funcionamento será estendido das 07 às 19 horas. O PA localizado no Ed. América Centro Empresarial também será desativado.

Funcionamento da AMS

O sistema de atendimento da AMS passará por reformulação em todo o país. As mudanças incluem melhorias no call center e sistemas de informação, visando agilizar o processo de aprovação de procedi-mentos médicos. De acordo com a empresa, os atendimentos de especialidades médicas em todas as áreas cobertas pelo plano estão garantidos e serão ampliados com a inauguração do hospital Meridional em São Mateus. A empresa também está negociando com a Unimed de Linhares para ampliar o atendimento na região.

Apesar dos escândalos de corrupção e dos seus impactos negati-vos para o setor de petróleo, os petroleiros capixabas têm motivos para se orgulhar do ano de 2015. Nossa luta em defesa dos nossos direitos na segunda maior greve geral da história da categoria nos garantiu a manutenção de os todos benefícios e conquistas dos Acordos Coletivos anteriores e a inclusão da Pauta pelo Brasil na agenda da empresa.

“Ao longo de todo o ano de 2015, os petroleiros cumpriram o seu papel de guardiões da Petrobras e do Pré-Sal, mobilizando os movimentos sociais e as forças progressistas em torno de uma Pauta pelo Brasil. O recado foi dado na histórica plenária de julho, com a acertada e corajosa deliberação de que a luta pela sobera-nia estaria acima de qualquer questão corporativa. Vinte anos após a emblemática greve de maio de 1995, a categoria voltou a ser vanguarda nas lutas da classe trabalhadora. Os petroleiros deixaram a sua marca em 2015, com um movimento eminente-mente político e ideológico, que garantiu aos trabalhadores o fato inédito de disputarem os rumos da maior empresa nacional. Essa é uma luta que só está começando e que se intensificará em 2016, com novas batalhas contra o retrocesso”. (Revista Fup – Dezem-bro 2015 – Greve Pelo Brasil)

2015: UM ANO HISTÓRICO PARA OS PETROLEIROS

Integração e companheirismo

Unidos somos mais fortes

• Restabelecimento da mesa de negociação integrada

• Retomada das negociações com o RH, fortalecendo as representações sindicais

• Criação de um grupo de trabalho para discussão do Plano de Negócios e Gestão da Petrobras (PNG)

• A greve garantiu Isonomia para trabalhadores da Fafen -PR (pagamento do ATS e ajuste na RMNR)

• Manutenção dos direitos no ACT (nenhum direito a menos)

• Punições: a Petrobras se comprometeu a discutir com os sindicatos eventuais sanções, nos mesmos moldes do que ocorreu na greve de 2013

• Dias parados: a Petrobras e a FUP se comprometem a discutir os dias de greve, logo após a assinatura do Acordo Coletivo 2015, garantindo que o tratamento a ser dado aos dias de greve só será implementado a partir de janeiro de 2016

Entre as principais conquistas da greve histórica estão os seguintes pontos:

Posto de Atendimento no Edivit, em Vitória

Quem enfrentou a greve, sabia que o retorno às atividades não seria fácil em função do perfil de alguns gestores. E as retaliações e o assédio vieram já nas primeiras horas do fim do movimento. A direção do Sindipetro-ES teve que se reunir imediatamente com a gerência de RH, em Vitória, para conter certas atitudes e decisões que as chefias estavam adotando, com caráter de punição. “"Tivemos relatos de trabalhadores em que as chefias perde-ram o controle, agredindo verbalmente os companheiros, deixan-do aflorar o sentimento de raiva pelo fato deles terem participado da greve. São atitudes que não condizem com os cargos que estes senhores ocupam – os chefes devem ser exemplo de respeito, de tolerância e acima de tudo, devem fazer valer o código de ética da empresa. É lamentável presenciar nos dias de hoje velhas práticas nas relações de trabalho. Os chefes se esquecem que também são trabalhadores e que se beneficiaram da luta daqueles que agora tentam punir”

NO PÓS-GREVE GESTORES INFRINGEM CÓDIGO DE ÉTICA

Paulo Rony VianaCoordenador - geral do Sindipetro –ES

"É da natureza da democracia a querela, a polêmica e a contro-vérsia, e muitas vezes as discussões duras. Na hora da luta, as pessoas se revelam com o que têm de melhor: coragem, firmeza, inteligência, altruísmo, abnegação. Mas também surge o que existe de pior: covardia, intriga, egoísmo, ressentimentos. É claro que qualquer membro de nossa comunidade tem plenos e irrevo-gáveis direitos de ser contra a greve e expor as suas opiniões. Mas não têm direitos incondicionais: em qualquer sociedade civilizada se reconhece o conflito dos direitos e se estabelecem os meios para garantir que as divergências se expressem de forma livre. Mas as diferenças de opinião se resolvem através do voto, e então se confere a vontade da maioria. Todos os direitos na sociedade são relativos, não há direitos absolutos.

O direito de trabalhar, e todos precisamos trabalhar e receber nossos salários para honrar nossos compromissos, está suspenso quando a assembleia vota que a posição da maioria é pela greve. Quem não está de acordo, tem que acatar a decisão da maioria.

Estamos perante um exemplo clássico de conflito de direitos, incom-patíveis entre si, e a imposição de um direito anula o outro, e não há conciliação possível. Quem não aceita a decisão da maioria, e decide agir, ou seja, decide trabalhar, exercendo sua "liberdade" de fazer o que quer, rompe com os princípios mais elementares da convivência democrática, e dá um péssimo exemplo de individualismo e desres-peito aos colegas. Não há "ética" que justifique esse comportamen-to. Na vida social civilizada não se julgam intenções, que podem ser as melhores do mundo, porque não há forma de aferir intenções. São as ações humanas que se julgam.

É nisso que consiste a ética da luta: agimos todos juntos, mesmo quando não concordamos com a decisão da maioria. Quem perde uma posição em assembleia, permanece com o direito à palavra, aos argumentos, mas não pode agir contra a decisão da maioria. Quem considera que o seu direito a trabalhar é incondicional não aprendeu o beabá da democracia direta, a forma mais avançada de democracia que a civilização produziu até hoje."

Por Valério Arcary (professor titular aposentado do IFSP, graduado em História pela Pontifícia Universi-

dade Católica de São Paulo e Doutor em História Social pela USP)

A GREVE E A ÉTICA

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