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Procedimentos Preliminares Habilitação O despacho aduaneiro é processado no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex). Para que seja efetuada uma importação de mercadorias, por meio do Siscomex, o interessado deve providenciar junto à RFB sua habilitação para operação no sistema. A IN SRF nº 650/06 e o Ato Declaratório Executivo Coana nº 03/06 estabelecem os procedimentos de habilitação para operação no Siscomex e credenciamento de representantes de pessoas físicas e jurídicas para a prática de atividades relacionadas ao despacho aduaneiro. O importador pessoa física ou jurídica está dispensado da habilitação para a realização das seguintes operações: 1. Importação realizada mediante a utilização dos modelos de formulário de Declaração Simplificada de Importação (DSI - formulário) nos casos previstos no art. 4 da IN SRF nº 611/06; 2. No caso de bens integrantes de remessa postal internacional cujo valor não ultrapasse US$ 500.00 (quinhentos dólares dos Estados Unidos da América) ou o equivalente em outra moeda, submetidos ao Regime de Tributação Simplificada (RTS), o despacho aduaneiro será processado mediante o pagamento dos imposto de importação incidente, lançado pela autoridade aduaneira por meio da Nota de Tributação Simplificada (NTS), instituída pela IN DpRF nº 101/91, sem qualquer outra formalidade aduaneira, nos termos do art. 5º da IN SRF nº 611/06; 3. Bagagem desacompanhada e outras importações eventuais realizadas por pessoa física, em que a legislação faculte a transmissão da Declaração Simplificada de Importação (DSI) por servidor da RFB, nos termos do § 2º do art. 7º da IN SRF nº 611/06. A pessoa física está dispensada da habilitação ainda que a DSI seja elaborada e transmitida por representante nomeado. Nesta hipótese, a RFB procede ao simples credenciamento da representação no Siscomex; 4. Importação realizada por intermédio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) ou de empresa de transporte expresso internacional, nos termos do § 1º do art. 7º da IN SRF nº 611/06. Há quatro modalidades de habilitação: Ordinária: para as pessoas jurídicas que atuem habitualmente no comércio exterior; Simplificada: para as pessoas físicas, as empresas públicas ou sociedades de economia mista, as entidades sem fins lucrativos e, também, para as pessoas jurídicas que se enquadrarem nas seguintes situações: a. Constituídas sob a forma de sociedade anônima de capital aberto, bem como suas subsidiárias integrais; b. Habilitadas a utilizar o Despacho Aduaneiro Expresso (Linha Azul); c. Que atuem exclusivamente como pessoa jurídica encomendante; d. Que realizem apenas importações de bens destinados à incorporação ao seu ativo permanente; e. Que atuem no comércio exterior em valor de pequena monta, conforme definido no art. 2 o , §§ 2 o e 3 o , da própria IN da SRF nº 650/06, também incluído nessa modalidade o importador por conta e ordem de terceiros. Especial: para órgãos da administração pública direta, autarquias e fundações públicas, organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais. Restrita: exclusivamente para a realização de consultas ou retificações de declarações aduaneiras de pessoas físicas ou jurídicas que tenham operado anteriormente no comércio exterior e não estejam habilitadas em nenhuma das modalidades anteriores. LEGISLAÇÃO IN SRF nº 611/06; IN SRF nº 650/06;

Despacho de Importação - Procedimentos Preliminares

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Page 1: Despacho de Importação - Procedimentos Preliminares

Procedimentos Preliminares

Habilitação

O despacho aduaneiro é processado no Sistema Integrado de Comércio Exterior (Siscomex). Para que seja efetuada uma importação de mercadorias, por meio do Siscomex, o interessado deve providenciar junto à RFB sua habilitação para operação no sistema.

A IN SRF nº 650/06 e o Ato Declaratório Executivo Coana nº 03/06 estabelecem os procedimentos de habilitação para operação no Siscomex e credenciamento de representantes de pessoas físicas e jurídicas para a prática de atividades relacionadas ao despacho aduaneiro.

O importador pessoa física ou jurídica está dispensado da habilitação para a realização das seguintes operações:

1. Importação realizada mediante a utilização dos modelos de formulário de Declaração Simplificada de Importação (DSI - formulário) nos casos previstos no art. 4 da IN SRF nº 611/06;

2. No caso de bens integrantes de remessa postal internacional cujo valor não ultrapasse US$ 500.00 (quinhentos dólares dos Estados Unidos da América) ou o equivalente em outra moeda, submetidos ao Regime de Tributação Simplificada (RTS), o despacho aduaneiro será processado mediante o pagamento dos imposto de importação incidente, lançado pela autoridade aduaneira por meio da Nota de Tributação Simplificada (NTS), instituída pela IN DpRF nº 101/91, sem qualquer outra formalidade aduaneira, nos termos do art. 5º da IN SRF nº 611/06;

3. Bagagem desacompanhada e outras importações eventuais realizadas por pessoa física, em que a legislação faculte a transmissão da Declaração Simplificada de Importação (DSI) por servidor da RFB, nos termos do

§ 2º do art. 7º da IN SRF nº 611/06. A pessoa física está dispensada da habilitação ainda que a DSI seja elaborada e transmitida por representante nomeado. Nesta hipótese, a RFB procede ao simples credenciamento da representação no Siscomex;

4. Importação realizada por intermédio da Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos (ECT) ou de empresa de

transporte expresso internacional, nos termos do § 1º do art. 7º da IN SRF nº611/06.

Há quatro modalidades de habilitação:

Ordinária: para as pessoas jurídicas que atuem habitualmente no comércio exterior;

Simplificada: para as pessoas físicas, as empresas públicas ou sociedades de economia mista, as entidades sem fins lucrativos e, também, para as pessoas jurídicas que se enquadrarem nas seguintes situações:

a. Constituídas sob a forma de sociedade anônima de capital aberto, bem como suas subsidiárias integrais;

b. Habilitadas a utilizar o Despacho Aduaneiro Expresso (Linha Azul);

c. Que atuem exclusivamente como pessoa jurídica encomendante;

d. Que realizem apenas importações de bens destinados à incorporação ao seu ativo permanente;

e. Que atuem no comércio exterior em valor de pequena monta, conforme definido no art. 2o, §§ 2

o e 3

o, da

própria IN da SRF nº 650/06, também incluído nessa modalidade o importador por conta e ordem de terceiros.

Especial: para órgãos da administração pública direta, autarquias e fundações públicas, organismos internacionais e outras instituições extraterritoriais.

Restrita: exclusivamente para a realização de consultas ou retificações de declarações aduaneiras de pessoas físicas ou jurídicas que tenham operado anteriormente no comércio exterior e não estejam habilitadas em nenhuma das modalidades anteriores.

LEGISLAÇÃO

IN SRF nº 611/06;

IN SRF nº 650/06;

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IN DpRF nº 101/91; e

Ato Declaratório Executivo Coana nº 03/06.

Habilitação de Responsável Legal

A atuação da pessoa jurídica em operações de comércio exterior (importação, exportação, trânsito aduaneiro e internação da Zona Franca de Manaus) depende de análise prévia pela RFB. Após a habilitação da empresa para operar no comércio exterior, a RFB efetua a habilitação do seu responsável legal (dirigente, diretor, sócio-gerente) nos sistemas. É esta pessoa física habilitada quem credencia os representantes da empresa (prepostos ou despachantes aduaneiros) diretamente no Siscomex.

Credenciamento de Representante Legal

Após a habilitação do responsável legal pela pessoa jurídica junto à RFB, este poderá credenciar no Siscomex as pessoas físicas que atuarão como representantes da empresa para a prática dos atos relacionados com o despacho aduaneiro.

Pessoa Jurídica: O credenciamento e o descredenciamento de representantes da pessoa jurídica para a prática das atividades relacionadas com o despacho aduaneiro no Siscomex serão efetuados diretamente no sistema pelo respectivo responsável legal habilitado, no módulo "Cadastro de Representante Legal" do Siscomex, acessível na página da RFB na Internet (www.receita.fazenda.gov.br => Aduana e Comércio Exterior => Siscomex => Acesso aos Sistemas Web => Cadastro de Representante Legal), conforme dispõe o art. 18, §1º, da IN SRF nº 650/06. Estes dados migrarão para o Cadastro de Representantes Legais do Siscomex.

Pessoa Física: O credenciamento e o descredenciamento de representante de pessoa física poderão ser feitos na forma acima ou mediante solicitação para a Unidade da Secretaria da Receita Federal do Brasil (URF) responsável pelo despacho aduaneiro, com a indicação do despachante aduaneiro, acompanhado do respectivo instrumento de outorga de poderes.

O interessado, pessoa física ou jurídica, somente poderá ser representado para exercer atividades relacionadas ao despacho aduaneiro de mercadorias (art. 809 do Regulamento Aduaneiro):

1. por intermédio do despachante aduaneiro;

2. pessoalmente, se pessoa física;

3. se pessoa jurídica, também mediante:

a. dirigente;

b. empregado;

c. no caso de órgão da administração pública, missão diplomática ou representação de organização internacional, por funcionário ou servidor especificamente designado.

Conseqüentemente, somente tais pessoas podem ser credenciadas como representantes do interessado para atuar em seu nome no Siscomex.

LEGISLAÇÃO

Regulamento Aduaneiro; e

IN SRF nº 650/06.

Órgãos Anuentes

A verificação do cumprimento das condições e exigências específicas para mercadorias sujeitas a controle especial (art. 572 do Regulamento Aduaneiro), inclusive daquelas que exijam inspeção da mercadoria, conforme estabelecido pelos órgãos competentes e agências da administração pública federal, será realizada exclusivamente na fase do licenciamento da importação. Essa inspeção, a critério do chefe do setor responsável pelo despacho aduaneiro, poderá ser efetuada sob acompanhamento fiscal (art. 6

o da IN SRF nº 680/06).

O chefe da unidade da RFB responsável pelo despacho aduaneiro regulamentará o credenciamento para acesso ao recinto ou local de depósito da mercadoria importada, dos servidores dos órgãos e agências responsáveis pela inspeção. Nos recintos sob responsabilidade de depositário, a expedição de credencial de acesso deverá ser executada por esse (art. 7

o da IN SRF nº 680/06).

Page 3: Despacho de Importação - Procedimentos Preliminares

A retirada de amostra para realização de inspeção deverá ser averbada em termo próprio, com as assinaturas do importador ou de seu representante, do servidor responsável pela inspeção e do depositário e, havendo acompanhamento fiscal, do representante da RFB. O termo de retirada de amostra será mantido em poder do depositário para apresentação à RFB quando solicitada. As mercadorias retiradas a título de amostra devem ser incluídas na DI (art. 8

o da IN SRF nº 680/06).

Os relatórios ou termos de verificação de mercadoria lavrados por servidores dos órgãos e agências da administração pública federal (órgãos anuentes) poderão servir como elemento comprobatório da identificação e quantificação das mercadorias inspecionadas, para os fins da fiscalização aduaneira (art. 9

o da IN SRF nº 680/06).

PROCEDIMENTO

Consultar os órgãos anuentes no aplicativo Tabelas, opção Órgãos Anuentes, ou no sítio do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior na Internet.

Consultar em tratamento administrativo os destaques específicos obrigatórios para determinado uso ou aplicação.

LEGISLAÇÃO

Regulamento Aduaneiro; e

IN SRF nº 680/06.

Licenciamento da Importação

Ao registrar a Declaração de Importação, o contribuinte deverá atentar para a exigência de Licenciamento. A legislação prevê hipóteses de penalidades no caso de registro de Declaração de Importação com ausência de licenciamento quando a operação estiver sujeita a licenciamento. Também há previsão de penalidades se o licenciamento for obtido após o embarque da mercadoria, enquanto ele deveria ter sido providenciado anteriormente ao embarque no exterior, ou se o embarque ocorrer após vencido o prazo de validade do licenciamento. Em todos esses casos as penalidades serão aplicadas por Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil em atos de conferência ou revisão aduaneira.

Além disso, a vinculação da LI com uma adição de DI faz com que os campos da adição correspondentes aos campos da LI sejam preenchidos automaticamente com o conteúdo declarado na LI. Isto é, a informação fornecida na LI será utilizada pelo Siscomex para a DI vinculada, de maneira que não haja incompatibilidade entre LI e DI. O correto preenchimento da LI, com informações completas e corretas, será refletido em correção, também na DI, nos campos correspondentes.

Introdução

Tratamento Administrativo

Pedido de Licenciamento

Deferimento

Validade da LI

Alteração da LI

Retificação da LI

Exame de Similaridade

Outros Controles

Há procedimentos específicos para alguns produtos que devem ser observados, como, por exemplo:

produtos sujeitos a selos de controle de IPI (cigarros, bebidas, relógios etc);

produtos sujeitos a certificação compulsória (brinquedos, etc). Ver ADE/Coana nº 17/09 e nº 20/05;

produtos sujeitos a marcação por meio de punção, gravação ou processo semelhante de cada unidade, nos termos do art. 217 do RIPI (classificados nos seguintes códigos da TIPI: 71.13 a 71.15, 91.01, 91.03, 9111.10.00 Ex 01, 9112.20.00 Ex 01 e 91.13 - somente os de metais preciosos);

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os casos especiais previstos nos arts. 597 a 637 do Regulamento Aduaneiro (entorpecentes, fumo e seus sucedâneos, etc).

LEGISLAÇÃO

Regulamento Aduaneiro;

Regulamento do RIPI;

ADE/Coana nº 20/05; e

ADE/Coana nº 17/09.

Presença de Carga

A informação da presença da carga, qualquer que seja a forma, representa a comprovação, pelo depositário, da disponibilidade da carga recolhida sob sua custódia.

O depositário de mercadoria sob controle aduaneiro, na importação, deverá informar à RFB, de forma imediata, a disponibilidade da carga sob sua custódia em local ou recinto alfandegado, de zona primária ou secundária (art. 5º da IN SRF nº 680/06 e ADE COREP nº 02/08).

O registro da DI somente é efetivado após a confirmação, no Siscomex ,da disponibilidade da carga, exceto para as declarações cuja modalidade de despacho seja o registro antecipado da DI (art. 15 c/c art. 17 da IN SRF nº 680/06).

Os sinais de avaria e a constatação de falta ou acréscimo de volume também devem ser informados pelo depositário à fiscalização aduaneira (§ 1º do art. 5º da IN SRF nº 680/06).

O NIC informado pelo depositário deverá ser utilizado pelo importador para fins de preenchimento e registro da DI (§ 2º do art. 5º da IN SRF nº 680/06).

O procedimento acima estabelecido não se aplica à carga (§ 3º do art. 5º da IN SRF nº 680/06):

ingressada no País por unidade da RFB usuária do Sistema de Gerência do Manifesto, do Trânsito e do Armazenamento (Mantra), onde se processe o despacho aduaneiro de importação da mercadoria, hipótese em que deverá ser observada a norma específica;

introduzida no País por meio de ductos, esteiras ou cabos;

cujo despacho aduaneiro tenha sido autorizado com dispensa de seu descarregamento;

transportada pelo serviço postal ou despachada como remessa expressa; ou

cuja DI seja registrada nos tipos nacionalização de entreposto aduaneiro, nacionalização de admissão temporária ou saída do EIZOF (Entreposto Internacional da Zona Franca de Manaus)

A Coordenação-Geral de Tecnologia e Segurança da Informação (Cotec) ou a Coordenação-Geral de Administração Aduaneira (Coana) podem expedir instruções complementares sobre o assunto (§ 4º do art. 5º da IN SRF nº 680/06).

A disponibilidade da carga em unidade da RFB localizada em ponto de fronteira alfandegado, onde inexista depositário, é informada no Siscomex pela fiscalização aduaneira (§ 5º do art. 5º da IN SRF nº 680/06).

LEGISLAÇÃO

IN SRF nº 680/06; e

ADE COREP nº 02/08.

Verificação Prévia da Mercadoria

Havendo dúvidas quanto ao tratamento tributário ou aduaneiro a ser aplicado à mercadoria importada, inclusive no que se refere a sua perfeita identificação com vistas à classificação fiscal e à descrição detalhada, o importador poderá requerer sua verificação previamente ao registro da DI (art. 10 da IN SRF nº 680/06).

O requerimento deve ser instruído com o conhecimento de carga correspondente e dirigido ao chefe do setor responsável pelo despacho aduaneiro, o qual deverá indicar um servidor para acompanhar o ato. Essa verificação

Page 5: Despacho de Importação - Procedimentos Preliminares

prévia não dispensa a verificação física pela autoridade aduaneira, por ocasião do despacho de importação, se for o caso (§§ 1º e 2º do art. 10 da IN SRF nº 680/06 com a redação dada pela IN RFB nº 957/2009).

O importador poderá também requerer a retirada de amostra que somente será autorizada mediante solicitação formal, por escrito ou por meios informatizados. O exame prévio da mercadoria e a retirada de amostras serão efetuados sob controle da autoridade aduaneira. A autorização para retirada de amostras indicará a quantidade de mercadoria a ser coletada, segundo sua natureza. A desembalagem, pesagem, reembalagem e qualquer outra manipulação da mercadoria, bem assim os gastos correspondentes, inclusive para sua análise, quando seja necessária, correrão por conta e risco do interessado (art. 21 da Decisão CMC nº 50/04 internalizada pelo Decreto nº 6.870/09).

LEGISLAÇÃO

IN SRF nº 680/06;

Decreto nº 6.870/09.

Pagamento de Tributos

O pagamento dos tributos e contribuições federais devidos na importação de mercadorias, bem assim dos demais valores exigidos em decorrência da aplicação de direitos antidumping, compensatórios ou de salvaguarda, será efetuado no ato do registro da respectiva DI, ou da sua retificação se efetuada no curso do despacho aduaneiro, por meio de Documento de Arrecadação de Receitas Federais (Darf) eletrônico, mediante débito automático em conta-corrente bancária, em agência habilitada de banco integrante da rede arrecadadora de receitas federais. (art. 11 da IN SRF nº 680/06).

As exceções à regra do débito automático, onde os recolhimentos podem ser feitos via DARF, são a DI vinculada a "processo judicial exclusivo DARF" e à "declaração preliminar". Esta última deve ser utilizada nas seguintes situações:

em caso de não ser possível o acesso ao Siscomex, conforme previsto na IN SRF nº 84/96;

no caso de ser autorizado o início ou a retomada do despacho de importação de mercadoria considerada abandonada. Nessa hipótese, o pagamento dos tributos incidentes na importação devem ser recolhidos com juros e multa de mora, nos termos e condições estabelecidos na IN SRF nº 69/99; e

no caso de inclusão de adição na DI ou de DI devida a Ato Declaratório, nos termos das Notícias Siscomex n

º 39, de 28/10/2008; 40, de 28/10/2008; e 42, de 20/11/2008.

Em situações em que houver adição com utilização de fundamento legal de suspensão de Imposto de Importação, conjugado com obrigatoriedade do recolhimento de direitos antidumping, até que seja corrigida falha do Sistema Siscomex, deverá ser observado o seguinte procedimento pelo importador, imediatamente após o registro da DI (antes de sua parametrização), conforme Notícia Siscomex Importação n

o 55, de 12/12/2007, de forma a ser considerado

espontâneo o recolhimento dos direitos antidumping:

Verificar o valor do antidumping calculado pelo Siscomex (ficha tributos da adição, campo valor devido);

Retificar a ficha "pagamento" da DI, efetuando o pagamento dos valores calculados e não recolhidos; e

Retificar a ficha "informações complementares" da DI, com informações relativas aos direitos antidumping devidos;

Tratando-se de empresa habilitada ao despacho aduaneiro expresso (Linha Azul, Recof, Depósito Especial), existe ainda a necessidade da vinculação do número do processo administrativo da habilitação ao regime, conforme determinado na referida Notícia Siscomex Importação.

Quando houver a apuração de créditos tributários, a retificação da DI somente deve ser deferida após o pagamento da diferença de tributos e/ou multas, quando cabíveis.

Em se tratando de exigência de crédito tributário efetuada no curso do despacho, não há necessidade de formalização de processo. Havendo, no entanto, manifestação de inconformidade, por parte do importador, essa exigência deve ser formalizada em auto de infração ou notificação de lançamento, na forma prevista no Decreto nº 70.235/72. (§§ 2º e 3º art. 570 do Regulamento Aduaneiro)

Os depósitos administrativos (IN SRF nº 421/04) efetuados no curso do despacho de importação, para liberação de mercadorias, devem ser objeto de confirmação no Sistema de Informações da Arrecadação Federal (Sinal) (art. 12 da IN SRF nº 680/06).

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O importador deve observar os detalhes relativos ao recolhimento dos tributos no caso de admissão temporária para utilização econômica no País, nos termos do art. 373 do Regulamento Aduaneiro e da IN SRF nº 285/03.

Os tributos ou contribuições devidos no momento do registro da DI não poderão ser compensados com créditos apurados pelo importador (§ 1º do art. 113 do Regulamento Aduaneiro).

PROCEDIMENTO

Para verificar os códigos de receita relativos aos tributos devidos na importação, ver no sítio da RFB em Pagamento/Códigos de Receitas.

O recolhimento de tributos por exigência fiscal, inclusive no curso do despacho, deve ser efetuado utilizando-se os códigos de receita de lançamento de ofício.

Em relação ao recolhimento de multa de mora e juros de mora, observar as regras de cálculo a seguir:

Cálculo de multa de mora:

calcula-se o percentual da multa de mora multiplicando-se a taxa de 0,33% ao dia pelo numero de dias de atraso, limitado ao máximo de 20%;

o número de dias de atraso é calculado contando-se a partir do primeiro dia útil seguinte à data em que deveria ter ocorrido o recolhimento, até o dia em que este efetivamente ocorrer.

aplica-se o percentual da multa de mora sobre o valor do tributo ou contribuição devido.

Cálculo de juros de mora:

o juro de mora é calculada somando-se a taxa Selic desde o mês seguinte ao do fato gerador dos tributos devidos até a do mês anterior ao do pagamento, acrescentando-se à soma 1% referente ao mês de pagamento;

não há cobrança de juro de mora para pagamentos feitos dentro do próprio mês de vencimento, e é de 1% o juro de mora para pagamentos efetuados no mês seguinte ao do vencimento.

aplica-se a taxa do juro de mora sobre o valor do tributo ou contribuição devido.

LEGISLAÇÃO

Regulamento Aduaneiro;

Lei nº 9.430/96;

Decreto nº 70.235/72;

IN SRF nº 680/06;

IN SRF nº 421/04;

IN SRF nº 69/99; e

IN SRF nº 84/96.