144
AUTARQUIA ACSOCMOA A UNNERMMK DE 8AO PAULO DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE RESPOSTA DE TRANSDUTORES DE PRESSÃO UTIUZANDO O MÉTODO DE MEDIDA DRETA SERGIO RICARDO PERBRA PERUO pMi obteoçlo do Grau dt MtflMiiii CNnciH n§ AIM do RMlofM NudMiw dt Poünoit % TtcnotoQít do CombutUvtl NudNr. OfttfitsdOf! Prof. Dr. Adtlbirto José 8otrat 26*23 StoPtulo 19W ^-jTv.vvrTr^p^

DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE RESPOSTA DE ... - ipen.br · 6.1. tempo de resposta de uma cadeia de instrumentaÇÃo 65 6.2. comparaÇÃo entre teste pi e teste em degrau 66 6.3. procedimento

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AUTARQUIA ACSOCMOA A UNNERMMKDE 8AO PAULO

DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE RESPOSTA DE

TRANSDUTORES DE PRESSÃO UTIUZANDO

O MÉTODO DE MEDIDA DRETA

SERGIO RICARDO PERBRA PERUO

pMi obteoçlo do Grau dt MtflMiiii CNnciH n§A I M do RMlofM NudMiw dt Poünoit %TtcnotoQít do CombutUvtl NudNr.

OfttfitsdOf! Prof. Dr. Adtlbirto José 8otrat

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INSTITUTO DE PESQUISAS ENERGÉTICAS E NUCLEARES

AUTARQUIA ASSOCIADA A UNIVERSIDADE DE SAO PAULO

DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE RESPOSTA DE TRANSDUTORES DE PRESSÃO

UTILIZANDO O MÉTODO DE MEDIDA DIRETA

SERGIO RICARDO PEREIRA PERILLO

Dissertação apresentada ao Instituto de

Pesquisas Energéticas e Nucleares como

parte dos requisistos para obtenção do

grau de Mestre em Tecnologia de

Reatores de Potência e Tecnologia do

Combustível Nuclear

ORIENTADOR: Prof. Dr. Adalberto José Soares, IPEN/CNEN-SP

SAO PAULO

1994

COMISCJ

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AOS MEUS PAIS, POR TEREM ME

DADO O DOM DA VIDA, PELO

ESFORÇO E DEDICAÇÃO.

A MINHA ESPOSA PELO APOIO E

CARINHO/ SEMPRE CONSTANTES.

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ii

AGRADECIMENTOS

À Coordenadoria para Projetos Especiais do Ministério da

Marinha (COPESP), pelo apoio e incentivo durante o desenrolar

das atividades, contribuindo para a formação do corpo

cientifico existente no pais, bem como pelo fornecimento das

instalações e equipamentos colocados à disposição,

possibilitanto a realização deste trabalho.

Ao Instituto de Pesquisas Energéticas e Nucleares da

Comissão Nacional de Energia Nuclear (IPEN/CNEN-SP) pelos

cursos ministrados e pela utilização do seu acervo

bibliográfico.

Ao Prof. Dr. Adalberto José Soares, pelo coleguismo,

orientação e incentivo durante a execução deste trabalho.

Ao Sr. Rubens Lander Pinto, por fabricar e montar o

gerador hidráulico de rampa.

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iii

Ao amigo e padrinho/ Eng. José Carlos de Almeida, pelo

auxilio dado durante a fase de ajuste e manutenção do gerador

hidráulico de rampa.

Ao Dr. Paulo Rogério Pinto Coelho, pelo incentivo e apoio

durante a realização do trabalho

Ao Eng. João Carlos Paschoal de Freitas, Chefe da Seção de

Aferição, Calibração e Manutenção de Instrumentação da COPESP,

pelo empréstimo dos transdutores utilizados neste trabalho.

As bibliotecárias do IPEN, pelo auxilio prestado na

procura das referências e na formatação da tese na sua forma

final.

A Srta. Andrea Paula Masseia pelo auxilio na fotocópia de

parte deste trabalho.

Ao amigo MSc. Tufic Madi Filho, pela correção ortográfica

do trabalho.

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iv

Aos membros da banca examinadora, Prof. Dr. Luis Valcov

Loureiro (EPUSP)e Prof. Dr. Antonio Teixeira e Silva (IPEN),

pelas observações e informações pertinentes a este trabalho.

cows:'

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DETERMINAÇÃO DO TBHPO DE RESPOSTA DE TRANSDUTORES DE PRESSÃO

UTILIZANDO O MÉTODO DE MEDIDA DIRETA

SERGIO RICARDO PEREIRA PERILLO

RESUMO

Neste trabalho são discutidos os diversos métodos para

medida de tempo de resposta dos transdutores de pressão ligados

ao sistema de proteção de uma central nuclear, e apresentados

os resultados obtidos através do método de medida direta. Para

a realização das medidas foi utilizado um gerador hidráulico de

rampa que permite gerar transientes de pressão dos tipos degrau

e rampa gerando, simultaneamente, um sinal de teste para o

transdutor analisado e para um transdutor de referência. 0

tempo de atraso entre a resposta do transdutor analisado e o

transdutor de referência é chamado de tempo de atraso do

transdutor, e indica quão rápido o transdutor analisado

responde a uma variação. Foram analisados, neste trabalho, 11

(onze) transdutores de pressão, todos na faixa entre 25 e

400 KPa, sendo 9 convencionais (de uso na indústria em geral) e

2 produzidos com classe nuclear (para uso em centrais

nucleares)

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vi

DETERMINATION OF THE RESPONSE TXtC OF PRESSURE TRANSDUCERS

USING THE DIRECT 1STH0D

SERGIO RICARDO PEREIRA PERILLO

ABSTRACT

In the present work the available methods to determine the

response time of nuclear safety related pressure transducers

are discussed, with emphasis to the "direct method". In order

to perform the experiments, a "Hidraulic Ramp Generator" was

built. The equipment produces ramp pressure transients

simultaneously to a reference transducer and to the transducer

under test. The time lag between the output of the two

transducers, when they reach a predetermined setpoint, is

measured as the "time delay" of the transducer under test.

Some results using the direct method to determine the time

delay of pressure transducers (IE Class and Conventional) are

presented.

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vii

SUMÁRIO

PÁGINA

Dedicatória i

Agradecimentos ii

Resumo iv

Abstract v

Lista de Figuras viii

Lista de Tabelas xii

Capitulo 1 Introdução 1

1.1. Objetivo do Trabalho 4

Capitulo 2 Fundamentos Sobre o Tempo de Resposta 5

2.1. Definição da Constante de Tempo 5

2.2. Definição do Tempo de Atraso 6

2.3. Relação Entre a Constante de Tempo e o Tempo

de Atraso 6

2.4. Resposta de um Sistema Linear de Ordem "n" Para Um

Sinal de Entrada do Tipo Rampa 10

Capitulo 3 Transdutores Utilizados Para Medida de

Pressão em Centrais Nucleares 15

Capitulo 4 Causas e Mecanismos de Degradação do Tempo

de Resposta 32

4.1. Degradação dos Sensores 32

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viu

4.1.1. Temperatura e Umidade 32

4.1.2. Pressão 33

4.1.3. Fluência (Exposição á Radiação) 35

4.1.4. Manutenção 36

4.2. Degradação das Linhas de Pressão 39

Capitulo 5 Transientes em Centrais Nucleares 42

Capitulo 6 Métodos Utilizados Para Medida e

Monitoração do Tempo de Resposta de

Transdutores de Pressão 53

6.1. Teste em Rampa 54

6.2. Teste em Degrau 55

6.3. Interrupção de Potência 56

6.4. Análise de Ruido 57

6.5. Vantagens e Desvantagens de Cada Método 59

6.5.1. Método Direto 61

6.5.2. Métodos Indiretos 63

Capitulo 7 Descrição do Gerador Hidráulico De Rampa 69

7.1. Operação do Gerador Hidráulico de Rampa 73

7.1.1. Operação em Modo Rampa 74

7.1.2. Operação em Modo Degrau 76

Capitulo 8 Programa Experimental 79

8.1. Resultados 84

8.2. Análise de Incertezas 91

Capitulo 9 Conclusões e Recomendações 95

Capitulo 10 Referências 109

Capitulo 11 Anexo 113

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11.1. Escoamento Adiabático Reversível Unidimensional

em Regime Permanente Através de um Bocal 113

Capitulo 12 Anexo 124

12.1. Transformada de Laplace para um Sistema

Linear de Ordem "M" com um Sinal de Entrada

em Forma de Rampa 124

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USTA DE FIGURAS

FIGURA PÁGINA

2.1. TESTE EM DEGRAU E A DETERMINAÇÃO DA CONSTANTE DE

TEMPO 13

2.2. RESPOSTA IDEAL EM RAMPA DE UM TRANSDUTOR 14

3.1. DIFFERENTIAL PRESSURE UNIT UTILIZADA NO ITT/BARTON

MODELO 764 25

3.2. TRANSDUTOR ITT/BARTON 26

3.3. ESQUEMA SIMPLIFICADO DE UM TRANSDUTOR DE PRESSÃO

COM CÉLULA CAPACITIVA 27

3.4. DIAGRAMA ESQUEMÁTICO DE UM TRANSDUTOR DE PONTE DE

RELUTANCIAS 28

3.5. CIRCUITO EM PONTE DE UM TRANSDUTOR DE PONTE DE

RELUTANCIAS 28

3.6. ESQUEMA SIMPLIFICADO DE UM TRANSDUTOR DE PRESSÃO

DO TIPO BALANÇO DE FORÇAS 29

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x i

FIGURA PÁGINA

3.7. TRANSDUTOR DA FOXBORO 30

3.8. POTE DE SELAGEM 31

4.1. ESQUEMA TÍPICO DE CONEXÃO DO TRANSDUTOR AO

PROCESSO 41

5.1. TRANSIENTE NO PRESSURIZADOR DEVIDO A RETIRADA

ACIDENTAL DAS BARRAS DE CONTROLE (10 PCM/S) 46

5.2. TRANSIENTE NO PRESSURIZADOR DEVIDO A RETIRADA

ACIDENTAI, DAS BARRAS DE CONTROLE (65 PCM/S) 47

5.3. TRANSI ENTE GERADO PELA DESPRESSURIZAÇÃO ACIDENTAL

DO PRESSURIZADOR 48

5.4. TRANSIENTE NA CÂMARA DE CONTENÇÃO (CD-0.4) 49

5.5. TRANSIENTE NA CÂMARA DE CONTENÇÃO (CD»0.6) 50

5.6. TRANSIENTE NA CÂMARA DE CONTENÇÃO (CD-1.0) 51

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xii

FIGURA PÁGINA

5.7. TRAN5IENTE NO SISTEMA DE REFRIGERAÇAODO NÚCLEO DO

REATOR DEVIDO AO BLOQUEIO DO ROTOR DE UMA DAS DUAS

BOMBAS PRINCIPAIS 52

6.1. TEMPO DE RESPOSTA DE UMA CADEIA DE INSTRUMENTAÇÃO 65

6.2. COMPARAÇÃO ENTRE TESTE PI E TESTE EM DEGRAU 66

6.3. PROCEDIMENTO UTILIZANDO-SE ANALISE DE RUÍDO 67

6.4. RESULTADO TÍPICO DE UM TESTE PI 68

7.1. ESQUEMA SIMPLIFICADO DO GERADOR HIDRÁULICO DE RAMPA 77

7.2. VISÃO GERAL FRONTAL DO GERADOR HIDRÁULICO DE RAMPA 78

7.3. VISÃO GERAL INTERNA DO GERADOR HIDRÁULICO DE RAMPA 78

8.1 ARRANJO EXPERIMENTAL (I) 92

8.2 ARRANJO EXPERIMENTAL (II) 93

8.3 DETERMINAÇÃO DOS PARÂMETROS DE PRESSÃO 94

COMISCÂC VJCZfiíí ti IUÍKÇU* t/JCLEAR/SP - JPE1-

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xiii

FIGURA PÁGINA

9.1. TRANSDUTOR LD300 COM "TEMPO MORTO" - TRANSI ENTE DO TIPO

RAMPA DE PRESSÃO 104

9.2. TRANSDUTOR LD200 COM RESPOSTA NORMAL - TRANSI ENTE DO

TIPO RAMPA DE PRESSÃO 105

9.3. TRANSDUTOR LD300 COM "TEMPO MORTO" - TRANSIENTE DO TIPO

DEGRAU (POSITIVO) DE PRESSÃO 106

9.4. TRANSDUTOR LD200 COM RESPOSTA NORMAL - TRANSIENTE DO

TIPO DEGRAU (POSITIVO) DE PRESSÃO 107

9.5. TRANSDUTOR LD300 COM "TEMPO MORTO" - TRANSIENTE DO TIPO

DEGRAU (NEGATIVO) PRESSÃO 108

9.6. TRANSDUTOR LD200 COM RESPOSTA NORMAL - TRANSIENTE DO

TIPO DEGRAU (NEGATIVO) DE PRESSÃO 109

11.1. ESCOAMENTO ADIABATICO REVERSÍVEL UNIDIMENSIONAL EM

REGIME PERMANENTE ATRAVÉS DE UM BOCAL 114

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xiv

LISTA DE TABELAS

TABELA PÁGINA

3.1. PRINCIPAIS TRANSDUTORES DE PRESSÃO LIGADOS AO

SISTEMA DE PROTEÇÃO DA USINA DE ANGRA I 16

4.1. EFEITOS QUE PODEM CAUSAR DEGRADAÇÃO NO TEMPO DE

RESPOSTA DE TRANSDUTORES DE PRESSÃO 37

5.1. SEQÜÊNCIA DE EVENTOS PARA UM ACIDENTE POR GRANDE

RUPTURA DO CIRCUITO PRIMÁRIO 44

6.1. COMPARAÇÃO QUALITATIVA ENTRE OS TESTES DE

DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE RESPOSTA DE TRANSDUTORES

DE PRESSÃO 54

8.1. PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DOS TRANSDUTORES

ANALISADOS 81

8.2. TEMPO DE ATRASO DOS TRANSDUTORES ANALISADOS 86

8.3. CONSTANTE DE TEMPO PARA DEGRAUS POSITIVOS E NEGATIVOS

DE PRESSÃO 87

8.4. RESULTADOS DO TESTE PI 88

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XV

TABELA PÁGINA

8.5. INFLUÊNCIA DO COEFICIENTE DE DAMPING NO TEMPO DE

RESPOSTA 89

8.6. INFLUÊNCIA DO POTE DE SELAGEM NO TEMPO DE RESPOSTA 90

8.7. INFLUÊNCIA DE BOLHAS DE AR NO TEMPO DE RESPOSTA 90

9.1. COMPARAÇÃO ENTRE OS TEMPOS DE RESPOSTA OBTIDOS 100

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11NTRODUÇÃO

As condições de operação e os limites a que uma instalação

está sujeita durante um transiente são determinadas na fase de

projeto, quer esta instalação seja nuclear ou convencional.

Para monitorar as condições das variáveis dinâmicas e

mantê-las sob controle, garantindo que estas não excedam os

limites de segurança, são instalados medidores ao longo do

processo. Estes medidores convertem o valor das variáveis de

processo em sinais mensuráveis, tornando possível quantificar o

valor da variável monitorada.

0 fato de a resposta do transdutor* a uma variação do

valor da variável monitorada não ser instantânea, significa que

a informação indicada pelo transdutor não representa,

necessariamente, o valor verdadeiro daquela variável a ele

associada naquele instante. 0 intervalo de tempo entre o

instante em que a variável alcança um determinado valor e o

instante em que o transdutor alcança aquele mesmo valor é

definido como o tempo de resposta daquele instrumento. No caso

especifico da grandeza física "pressão", estes medidores são

No Move Dicionário Aurélio da Lingua Portuguesa (2.a Edição) encontramos

o seguinte significado para a palavra txansdutox:

"Qualquer dispositivo capaz de transformar um tipo de

sinal em outro tipo, com o objetivo de transformar uma

forma de energia em outra , possibilitar o controle de um

processo ou fenômeno, realizar uma medição, etc".

. . . - . t ; • • : • ','•• i -

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chamados de transdutores, e servem como uma interface entre o

operador e a variável monitorada, podendo ser vistos, neste

caso, como uma combinação de dois sistemas: um mecânico e um

eletrônico. 0 sistema mecânico de um transdutor de pressão

contém um elemento sensor elástico (diafragma, fole ou tubo),

que flete com a pressão, convertendo variação de pressão em

deslocamento, que por sua vez é detectado pelo sistema

eletrônico que se encarrega de converter o movimento em um

sinal elétrico mensurável.

Devido ao ambiente hostil em que muitos transdutores estão

localizados, os seus componentes podem sofrer alterações com o

tempo, mais especificamente com a fluéncia neutrônica* (1).

Consequentemente, suas características dinâmicas podem ser

alteradas. Geralmente, a sua resposta fica mais lenta, e se a

degradação for grande, o tempo de resposta pode superar os

valores estabelecidos na especificação técnica da instalação,

colocando em risco a segurança do pessoal envolvido e da

própria instalação.

Outros fatores, além da fluéncia, podem afetar as

características dinâmicas de um transdutor, como observado por

Hashemian (2), que mostrou que um transdutor de pressão pode

ter o seu desempenho alterado pela temperatura do ambiente, por

ciclos de pressão, vibração, umidade e sobre-pressão** .

Integração do fluxo neutrônico no tempo

** A "sobre-pressão" ocorre quando o transdutor é submetido a pressões que

estão acima da sua faixa normal de trabalho.

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Para evitar que a degradação de um transdutor comprometa a

segurança de uma instalação nuclear, a partir de 1977 com a

publicação do "Nuclear Regulatory Guide 1.118" (3), a "U.S.

Nuclear Regulatory Comission" estabeleceu regras para a

determinação do tempo de resposta de sensores, e "a partir de

então, foram adotados procedimentos de testes baseados em

normas (4,5), que exigem explicitamente que as usinas nucleares

possuam um programa de testes periódicos para monitoração do

tempo de resposta dos transdutores ligados ao sistema de

proteção da instalação. O objetivo do programa é garantir que

o tempo de resposta dos canais de segurança do reator permaneça

dentro dos limites estabelecidos nas especificações técnicas da

instalação. Segundo as normas, os testes devem ser feitos "in-

situ", ou seja, com o transdutor instalado no local de operação

normal. Quando isto não for possível, a medida deve ser feita

em laboratório, mantendo porém as condições ambientais do teste

as mais fiéis possíveis àquelas dos locais de trabalho dos

transdutores.

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1.1 - OBJETIVO DO TRABALHO

Este trabalho objetiva o estudo de um método utilizado

para a determinação do tempo de resposta de transdutores de

pressão utilizados em canais de segurança de centrais

nucleares. 0 método, conhecido como método direto, utiliza uma

bancada portátil, com a qual é possível gerar sinais de pressão

do tipo rampa e degrau. É importante salientar que este método

exige acesso direto ao instrumento, sendo necessário portanto

que a instalação esteja desligada, ou que o instrumento seja

retirado para a realização dos testes em laboratório.

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2 FUNDAMENTOS SOBRE TEMPO DE RESPOSTA

0 termo "tempo de resposta" representa apenas uma

definição qualitativa. A sua quantificação necessita dados

mais explícitos sobre o transiente aplicado e o tipo de sistema

analisado.

2.1 - DEFINIÇÃO DA CONSTANTE DE TEMPO

No caso de se utilizar o teste em degrau, determina-se um

parâmetro denominado de constant* de tempo. Esta constante de

tempo é definida como o tempo necessário para que o sinal de

salda do instrumento alcance 63.2% de um transiente aplicado na

forma de um degrau, conforme ilustrado na Figura 2.1. A priori

a constante de tempo é definida apenas para sistemas lineares

de primeira ordem, porém nada impede que ela seja utilizada no

estudo de outros sistemas dinâmicos, desde que explicitada a

sua definirão.

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2.2 - DEFINIÇÃO DO TEMPO DE ATRASO

No caso de se utilizar um transiente era forma de uma rampa

o parâmetro analisado é denominado de tampo d* atraso, e ê

definido como o atraso assintotico entre a resposta de um

transdutor de referência e um transdutor sob investigação,

quando submetidos simultaneamente a um sinal de entrada em

rampa, conforme ilustrado na Figura 2.2.

2.3 - RELAÇÃO ENTRE A CONSTANTE DE TEMPO E O TEMPO DE ATRASO

A relação entre a constante de tempo e o tempo de atraso,

para um sistema linear de primeira ordem pode ser mostrada

através do que chamamos de função de transferência G(s) do

sistema, que relaciona o sinal de salda C(t) com o sinal de

entrada R(t), devidamente convertidas para o domínio de

Laplace. Neste caso a função de transferência pode ser

expressa pela equação:

R(s) os + 1 (21)

onde o é a constante de tempo do transdutor e s é a variável da

transformada de Laplace.

»„...»' • » ••

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Como a transformada de Laplace para um degrau unitário é

l/s, substituindo R(s) na equação 2.1, obtemos:

(75 + 2

expandindo C(s) em frações parciais, temos:

= J _ - — (2.3)S (75+1

Tomando a transformada inversa de Laplace da equação 2.3,

obtemos

C(/)=l-e 'a (í>0) (2.4)

Note-se que para o tempo (t) - o, a equação 2.4 nos dará

como resultado o'valor que define a constante de tempo:

C(/=o)=0.632

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Se ao invés de aplicarmos um degrau, aplicarmos uma rampa,

cuja transformada da Laplace é l/s2» obtemos a salda do sistema

como sendo:

novamente, expandindo C(s) em frações parciais, temos:

-L-g:+ V (2.7,s s + 1

Tomando a transformada inversa de Laplace da equação 2.7,

obtém-se:

C(/)= t~ (7 + Ge '<* (/^0) (2.8)

Quando t » o a relação pode ser aproximada por:

C ( / > > a ) = (/- a) (2.9)

0 que significa que o tempo de atraso (t) é igual a o após

decorrido tempo suficiente para que a exponencial decaia, ou

seja t = o.

COIKSCAC WC;CK- * CC t f .c r .G- íiüCLEArt/SP -

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De uma maneira geral, os transdutores de pressão

podem ser aproximados por sistemas dinâmicos lineares de

segunda ordem. Neste caso estes transdutores devem apresentar

como resposta a um estimulo de pressão na forma de uma rampa,

um sinal semelhante ao de entrada, defasado de um valor "T" que

independe da inclinação da rampa do sinal de entrada (6,7),

como veremos a seguir. Na prática, entretanto, isto nem sempre

ocorre, devido ao comportamento altamence não linear de alguns

transdutores, causado por limitadores físicos de movimento e

pela forma como o sinal é processado eletronicamente em alguns

transdutores.

Entretanto, por não serem sistemas lineares de primeira

ordem, a aplicação de um teste em degrau deve ser feito com

reserva, de modo a se obter parâmetros qualitativos do tempo de

resposta do instrumento.

0 teste em degrau pode, por exemplo, ser utilizado para

determinar o parâmetro denominado "time-to-trip", que é

definido como a diferença de tempo entre o inicio de um

transiente do tipo degrau e o instante em que um dispositivo de

proteção colocado no final da cadeia de instrumentação é

acionado. Este teste é útil para verificar o perfeito

funcionamento de* equipamentos elétricos da cadeia eletrônica,

que envolve sinalizadores (sonoros e visuais) e atuadores, tais

como, relês, bi-estáveis e outros dispositivos de proteção.

Os valores obtidos a partir do "time-to-trip" e da

constante de tempo, geralmente podem ser vistos como

estimativas conservativas do teste em rampa.

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10

Conforme já mencionado, além de nâo serem sistemas

lineares de primeira ordem, alguns transdutores apresentam

também um comportamento nâo linear, portanto, para a aplicação

do teste em rampa recomenda-se que sejam aplicadas duas rampas

distintas: a primeira (suave) é baseada no transiente mais

lento, e a segunda (rápida) baseada no mais rápido transiente a

que o sistema de proteção deve ser submetido, no caso da

ocorrência de um acidente, ou seja baseado nos transientes que

são postulados na fase de projeto da instalação nuclear, e que

fazem parte do seu relatório de análise de segurança, como

veremos no Capitulo 5.

2.4 - RESPOSTA DE UM SISTEMA LINEAR DE ORDEM "n" PARA UM

SINAL DE ENTRADA DO TIPO RAMPA

A função de transferência de um sistema linear genérica de

ordem "m" pode ser escrita como:

( 2 1 0 )

onde wZi" são os zeros da função e "Pj" são os polos da

mesma. Lembrando que a função de transferência é definida como

a transformada de Laplace do sinal de salda dividida pela

transformada de Laplace do sinal de entrada, ou seja

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11

(2.11)

Para uni sinal de entrada em forma de rampa do.tipo i(t)«t,

cuja transformada de Laplace é dada por l/s2, a transformada de

Laplace do sinal de salda é dada por

Assumindo um sistema do tipo representado pela equação

2.10, a transformada de Laplace do sinal de saida é dada por

Conforme demonstrado no ANEXO 12/ no domínio do tempo o

sinal de saida é da forma:

+Km+l(t-0) „.

onde a única variável é t.

Como em geral os polos de um sistema real são negativos,

isto é, Pjt é positivo/ após um certo tempo todos os termos com

exponencial tendem a zero, ou seja,

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12

Kie(-pl)-± O

e consequentemente, 0(t) tende a:

o(t)=Km+l{t-e) (2.16)

onde Kjn+i é o ganho do sistema. Ou seja, assumindo um sinal de

entrada em forma de uma rampa, o sinal de saída, após um

intervalo de tempo suficientemente grande, tende a seguir o

sinal de entrada com uma diferença constante e igual a 6,

conforme mostrado na Figura 2.2, ou seja, O(t) — I(t — x), onde

T é definido como tempo de atraso.

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13

100%

RESPOSTA«MXDADM

ARBITRÁRIAS)

63.2% /•

TEMPO [8]

Figura 2.1. Tmatm «m Degrau m a Detarminmçâo da Constantm

da Tampo

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14

TEMPO [•)

Figura 2.2. Resposta Ideal em Rampa de um Transdutor

COMSCAC WXXB/L CE £Hf»Gi«. NUCLEAR/SP - IPO

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15

3 TRANSDUTORES UTILIZADOS PARA MEDIDA DE PRESSÃOCENTRAIS NUCLEARES

Conforme citado anteriormente, um transdutor é qualquer

dispositivo capaz de transformar um tipo de sinal em outro, com

o objetivo de transformar uma forma de energia em outra.

Desta, forma os transdutores de pressão são largamente

utilizados em instalações nucleares e convencionais para

diversas finalidades.

A Tabela 3.1 mostra alguns dos principais transdutores de

pressão ligados ao sistema de proteção da Central Rucl«ar

"JUnirant* Álvro Alberto" Unidãdm I (Angrm I).

Os transdutores de pressão possuem duas tomadas de

pressão: uma de baixa pressão e outra de alta pressão, através

das quais se estabelece o diferencial de pressão. A tomada de

baixa pressão do transdutor pode ser aberta para a atmosfera

(para medidas de pressão manométrica), selada e fechada a vácuo

(para medidas de pressão absoluta) ou conectada a linhas de

baixa pressão para medidas de pressão diferencial.

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Tabela 3.1 - Principais Transdutorms da Pressão Ligados ao Sistama da Protmção da Angra I

FAIXA (MPa)

11,76-17,64

0-0.096

0-8,8

0-0,1696

0,0544-0,0148

0,0584-0,0264

0-0,1

0-0,392

VARIÁVEL MONITORADA

Pressão no Pressurizador

Vazão no Circuito Primário

Pressão de vapor

Vazão no Circuito Secundário

Nivel no Gerador de Vapor

Nivel no Pressurizador

Vazão de Vapor

Pressão no Envoltório

(Contenção)

#

4

4

6

4

6

3

4

4

FABRICANTE

Foxboro

Foxboro

Foxboro

Foxboro

Foxboro

Barton

Barton

Barton

PRESSÃO MEDIDA

ABSOLUTA

DIFERENCIAL

ABSOLUTA

DIFERENCIAL

DIFERENCIAL

DIFERENCIAL

DIFERENCIAL

ABSOLUTA

TIPO DE SENSOR

BALANÇO DE FORÇA

BALANÇO DE FORÇA

BALANÇO DE FORÇA

BALANÇO DE FORÇA

BALANÇO DE FORÇA

STRAIN GAGE

STRAIN GAGE

STRAIN GAGE

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Como medidor de pressão diferencial, os transdutores de

pressão são empregados para a medida de nivel em tanques e

vazões. Neste caso, elementos primários (placas de orificio,

tubos de Pitot, etc..) são utilizados para gerar uma diferença

de pressão e a partir dela calcula-se a vazão de gases, vapores

e liquidos através de tubulações.

Os transdutores de pressão utilizados em centrais

nucleares e convencionais, são instrumentos eletro-mecânicos

complexos formados, basicamente, por dois sistemas: um mecânico

e um eletrônico.

0 sistema mecânico de um transdutor é composto de um

elemento sensor elástico (diafragma, fole, tubo Bourdon), que

flete com a pressão. 0 movimento do elemento sensor é

detectado e convertido pelo sistema eletrônico em um sinal

elétrico mensurável.

Os transdutores de pressão podem ser classificados pela

forma com que a deslocamento do elemento sensor é transformado

em um sinal elétrico. Dois principios são utilizados: o

"motion-balance" e o "force-balance". No principio de motion-

balance o deslocamento do elemento sensor é proporcional à

pressão aplicada, e permanece constante até que haja uma

variação de pressão (o elemento sensor pode ser visto como uma

mola cuja deformação é proporcional â força aplicada). Já no

force-balance o deslocamento do elemento sensor é visto como um

sinal de erro, que por sua vez gera uma força eletromagnética

que tende a reposicionar o elemento sensor na posição original.

Neste caso o sinal medido provém da "força" que está sendo

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aplicada para "balancear" o sistema, e que por sua vez, deve

ser igual à força causada pela pressão aplicada no elemento

sensor.

No caso de transdutores que usam o principio do "motion

balance", o deslocamento do elemento sensor é transformado num

sinal eletrônico através de um "strain gage", célula

capa.ci.tivm, ponta d* relutância* ou "fio rassonanta".

O fabricante de transdutores para aplicação em centrais

nucleares que utiliza strain gage é a ITT/Barton. Há dois

modelos de transdutores de pressão: o primeiro, modelo 764, é

utilizado para medidas de pressão diferencial, o outro, modelo

763, é utilizado para medidas de pressão absoluta.

Como mostra a Figura 3.1, o principal componente do modelo

764 é chamado de DPü (Differential Pressure Unit), ou Unidade

de Pressão Diferencial, que consiste de um dispositivo mecânico

formado por um conjunto de dois foles conectados internamente

através de um eixo e envolvidos por duas câmaras de pressão,

uma barra sensora na qual está conectado um strain gage, um

disco central, válvulas de sobre-pressão, um compensador de

temperatura e um conjunto para ajuste de faixa de pressão. 0

volume interno dos foles é preenchido com fluido não corrosivo.

Durante a operação, os dois foles deslocam-se linearmente

na medida em que a pressão é aplicada, e este deslocamento é

transmitido ao "strain gage" através da barra sensora. Este

efeito altera a resistência que balanceia a ponte, e gera um

sinal de salda que é transformado em um sinal de corrente DC.

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A Figura 3.2 apresenta um transdutor da ITT/Barton, que

utiliza o principio descrito no item anterior.

A célula capacitiva, como mostra a Figura 3.3, consiste de

um diafragma interno, óleo que serve para preencher o interior

da célula e dois diafragmas externos que estão sob a influência

de duas pressões diferentes e isolam a célula do fluido da

linha de press&o. 0 diafragma interno é o elemento sensor e

tem em sua região central um disco metálico que combinado com

duas placas capacitoras montadas na parte interna do transdutor

formam um sistema capacitivo (um sistema de duas placas

capacitoras paralelas conectadas em série).

Uma alteração na pressão em qualquer um dos lados da

célula é transmitida da linha de processo até o diafragma

sensor através dos diafragmas de isolação e do óleo que

preenche o interior da célula. Isto faz com que o diafragma

interno se deforme e desloque a placa capacitora do seu ponto

de equilíbrio, movendo-se em direção a uma das placas

capacitoras e afastando-se da outra.

Uma vez que a capacitância de cada capacitor é

proporcional à distância entre as placas, o resultado final é

que um dos capacitores tem a sua capacitância aumentada

enquanto a outra* tem a sua capacitância diminuída. A diferença

entre as capacitâncias, que assume-se seja proporcional à

diferença de pressão que está sendo aplicada ao transdutor, é

convertida em um sinal de corrente continua (DC).

A Figura 3.4 mostra um diagrama esquemático de um

transdutor de ponte de relutâncias.

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Como mostra a Figura 3.4, um diafragma (DIAPHRAGM) de aço

inox, magnéticamente permeável, é fixado entre dois blocos

também de aço inox. No Interior dos blocos existe uma bobina

de indutância (COIL L} e L2), e o núcleo destas bobinas, na

forma de "E", são envolvidas por um disco de inconel para

prevenir corrosão. O diafragma, quando livre da ação de

qualquer força, está centrado com igual distanciamento (GAPj e

GAP2)' com cerca de 0.005 polegadas ou 127E-06 metros entre

cada uma das bobinas, o que resulta em igual valor de

relutância para cada bobina.

Quando um diferencial de pressão atua sobre as tomadas de

pressão do sensor (PRESSURE PORT), o diafragma flete em direção

à uma das bobinas, se afastando da outra, o que resulta numa

diminuição da distância do diafragma em relação a uma das

bobinas e aumento em relação a outra. Como a relutância

magnética varia coro a distância relativa entre o diafragma e as

bobinas, o que determina o valor da indutância de cada uma das

bobinas, o diferencial de pressão acaba por desbalancear a

ponte de relutância, aumentando a relutância de uma bobina e

diminuindo a da outra.

A Figura 3.5 mostra o transdutor conectado à uma ponte AC,

que aproveita as vantagens da variação de indutância nas

bobinas do transdutor. Estas bobinas formam uma "meia-ponte",

e um transformador no portador/demodulador para alimentação do

circuito (T}) forma a outra metade.

0 sinal elétrico de salda da ponte é um sinal AC, cuja

fase depende da direção de deslocamento do diafragma, e quando

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o diafragma está na sua posição de repouso, o sinal de saida da

ponte é mínimo. Como a relação deslocamento do diafragma-

pveasào diferencial aplicada é linear, o sinal de saida da

ponte é linear con a pressão. Se o diafragma for deslocado em

sentido contrário, a relação de fase entre a tensão de

excitação e o sinal de saida da ponte se revertem de 180°'

identificando se houve um aumento ou diminuição da pressão

aplicada. A função do módulo portador/demodulador é a de

amplificar, demodular (retificar) e filtrar o sinal AC em um

sinal de tensão ± DC, que representa a magnitude e "polaridade"

da pressão aplicada. Um indicador digital é utilizado para

ajustar, demodular e amplificar o sinal de saida do transdutor

á faixa de pressão a ser aplicada. Este ajuste é feito através

de dois potenciõmetros: um potenciômetro para ajuste de "zero"

e outro para ajuste "span", os quais fornecem como sinal de

saida uma tensão de 0 a 10 VDC, proporcional â pressão aplicada

ao sensor de referência.

0 seu mostrador de 3 1/2 dígitos indica a pressão aplicada

em termos percentuais, ou seja 0% para inicio de escala e 100%

para o fundo de escala.

Conforme mencionado antes, nos transdutores que usam o

principio do "force-balance" uma força é gerada para balancear

a força resultante da pressão aplicada ao elemento sensor.

A Figura 3.6 mostra o esquema simplificado de um sensor de

pressão diferencial do tipo "force-balance" (balanço de forças)

e a Figura 3.7 mostra um transdutor da marca Foxboro Company.

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—-Jt :^i - 1 - - •

22

Ha Figura 3.6 o elemento sensor é o diafragna D, que é

submetido a duas pressões diferentes, una alta (H) e una baixa

(D. O produto entre a diferença de pressão e a área efetiva

do diafragna gera una força que se propaga através do sistema

mecânico para mover um braço de alavanca e um disco de ferrite.

0 disco de ferrite faz parte de um transformador diferencial, e

seu deslocamento gera um sinal de erro que realimenta o

circuito eletrônico do sensor, causando uma variação na

corrente DC que passa pelo circuito. A corrente DC, que também

representa o sinal de saida do instrumento, passa por uma

bobina colocada perpendicularmente a um campo magnético,

gerando uma força magnética proporcional à corrente. A

variação na corrente gera uma variação na força magnética, que

é a força de reação, e uma vez que o instrumento seja o

apropriado para o intervalo de medida, a força de reação tende

a cancelar a força gerada pela diferença de pressão (dai o nome

de balanço de forças).

Devemos ressaltar que além da dinâmica da parte mecânica

do transdutor, outros fatores podem afetar o tempo de resposta

do mesmo quando instalado no processo.

A Figura 3.8 mostra um "pote de selagem", utilizado para

isolar fisicamente o fluido de processo do circuito primário do

transdutor, onde a tubulação vista é o capilar que interliga o

pote ao transdutor. Este isolamento se torna necessário para

impedir que haja contaminação radioativa do instrumento. 0

pote é formado internamente por um diafragma e por um fole, que

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transmitem o sinal proveniente do processo e que podem aumentar

significativamente o tempo de resposta do transdutor.

Outro fator que pode afetar o tempo de resposta do

instrumento é o sistema eletrônico, que é responsável pela

conversão do sinal de pressão em um sinal elétrico,

proporcional à pressão aplicada ao instrumento. Através deste

sistema é possivel ajustar a calibração do instrumento, efetuar

a elevação do "zero", ajustar a linearidade, e em alguns casos

ajustar o "damping" (amortecimento), recurso utilizado para

diminuir o ruido do sinal de salda do transdutor. 0 tempo de

reposta do transdutor é portanto, dependente do ajuste de

"damping". 0 tempo de resposta típico para este tipo de

instrumento varia, geralmente, de 0.2 segundos a 2.0 segundos.

Nestes transdutores, o sinal de salda é transmitido pelos

mesmos fios que fornecem a alimentação para o seu

funcionamento, ou seja, são transdutores a dois fios, e

dependendo da opção utilizada, fornecem um sinal de salda em

forma de corrente DC que varia de 4mA a 20 mA, ou de 10mA a

50mA.

Em relação aos transdutores analisados, não podemos

esquecer que um dos efeitos que afetam o tempo de resposta é

denominado "atraso hidráulico", e depende principalmente do

volume de fluido que deve ser deslocado na linha de pressão

para levar a informação de mudança de pressão no processo até o

transdutor. Este volume é função direta do projeto do

transdutor, pois o movimento do elemento sensor requer igual

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24

movimento de volume do fluido na linha de pressão. Outro fator

é denominado de "atraso acústico" (4.2) e depende do

comprimento da linha de pressão, e quanto maior for a mesma,

maior será o tempo necessário para que o fluido percorra aquela

distância, além de ter que vencer a sua própria resistência. O

parâmetro denominado "Transmitter Compliance" é utilizado para

reunir estes dois efeitos. Este parâmetro relaciona a variação

de volume necessária para causar uma variação de pressão, ou

seja:

COMPLIANCE - MUDANÇA NO VOLUME DO TRANSDUTOR m*MUDANÇA NA PRESSÃO DE PROCESSO ~ kgf / cm2

Desta forma, transdutores com grande volume interno

requerem um volume maior de movimentação de fluido para indicar

a respectiva variação de pressão. Nestes casos o tempo de

resposta do transdutor somado ao tempo de resposta devido à

linha de pressão é fortemente influenciado pelo o diâmetro da

linha, pelo seu comprimento e por qualquer obstrução ou gás

existente na linha.

Devido à importância deste parâmetro, conforme o exposto

nos itens anteriores, recomenda-se aos fabricantes de

transdutores de classe nuclear que o mesmo venha especificado

de fábrica, pois servirá como um requisito adicional a ser

considerado na hora da escolha do instrumento.

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STRAINGAG

HASTE SENSORA

"I

CÂMARA DEALTA PRESSÃO FOLE DE

BAIXA PRESSÃO

J

FOLE DE ALTAPRESSÃO

CÂMARA DEBAIXA PRESSÃO

Figura 3.1. Diffmrmntial Pressure unit Utilizada no ITT'/Barton Modelo 764cn

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Figura 3.2. Tranadator da ITT/Barton

i«»«»

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FIOS

DIAFRAGMASENSOR

PLACAS CAPACITORAS

ISOLAÇÃO RÍGIDA

ÓLEO DESILICONE

DIAFRAGMAISOLADOR

I"òl RFT.AfiFM SOI

SELAGEM SOLDADA

Figura 3.3. Esquema Simplificado de um transdutor de Pressão

com Célula Capacítiva

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DIAFRAGMA GAP,

BOBINA L

NÚCLEO "E"

ENTRADA DEPRESSÃO

Figura 3.4. Diagrama Esquemático de um Transdutor dm Relutância

riii

Iii

TRANSDUTOR

SINAL

PORTADOR AC

PORTADOR DEMODULADOR

Figura 3.5. Circuito am Pont» de um Transdutor dm Relutância

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CONTRAPESO

BARRA DEFORÇA

DIAFRAGMA

DISCO DE cFERRITE

^ AJUSTEDE SPAN

ÃMPLIFICADORJSELETOR SPAN

IECEPTOF FONTE

AJUSTE DE ZERO

DIAFRAGMA (D)

Figura 3.6. Esqamtã Simplificado dm UB Transdutor dm Pressão do

Tipo Balanço dm Força»

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Figura 3.7. Transdutor da Foxboro

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Figura 3.8 POTE DE SELAGEM

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4 CAUSAS E MECANISMOS DE DEGRADAÇÃO DO TEMPO DE

RESPOSTA

4.1 - DEGRADAÇÃO DOS SENSORES

Os transdutores de pressão utilizados em centrais

nucleares estão expostos a condições que podem degradar o seu

desempenho dinâmico com o tempo, a saber: temperatura, umidade,

pressão e fluência. Além das condições ambientais, outros

fatores podem contribuir para a degradação do transdutor, como

veremos a seguir.

4.1.1 - TEMPERATURA E UMIDADE

Como concluiu Hashemian (2), há diversos fatores que podem

influenciar de maneira negativa o desempenho dinâmico de um

transdutor de pressão. Através de ensaios em laboratório, onde

foram testados diversos transdutores, inclusive alguns

utilizados em instalações nucleares, ele mostrou que a causa de

degradação mais importante é o envelhecimento térmico dos

componentes eletrônicos dos transdutores, que pode afetar o

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tempo de resposta em até 25%. Efeitos nocivos de umidade

também tornam-se mais danosos na medida em que se aumenta a

temperatura, pois as taxas de difusão são então elevadas. Em

geral a parte da eletrônica do transdutor é a mais afetada pela

umidade que pode penetrar no transdutor pois a selagem pode não

ser perfeitamente hermética após longo tempo de exposição à

temperatura que circunda o transdutor. Um efeito significativo

da presença de umidade no transdutor pode ser um curto-circuito

na eletrônica, ou a corrosão de partes metálicas.

Os componentes eletrônicos dos transdutores de pressão

incluem numerosos resistores, capacitores, circuitos integrados

e outros, que são responsáveis pela conversão, condicionamento

e linearização do sinal de saida do transdutor. Quase todos

estes componentes estão sujeitos a alterações quando sujeitos a

longos periodos de exposição à temperatura e umidade.

Os efeitos de temperatura são também importantes em

medidas de variáveis tais como a pressão na contenção, onde

cuidados especiais devem ser tomados para evitar que variações

de temperatura na tomada de referência influenciem no valor da

medida.

4.1.2 - PRESSÃO

Os transdutores de pressão são continuamente submetidos a

pequenas flutuações de pressão durante a operação normal, e

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grandes variações de pressão durante "trips"* ou outros

eventos. 0 fenômeno conhecido como Golpe de Ariete, por

exemplo, representa um forte gradiente de pressão e pode

facilmente degradar o desempenho do transdutor.

A fadiga a que um transdutor de pressão é submetido, e que

em geral é resultante da pressão aplicada, pode causar

degradação no seu desempenho. De uma forma geral, as falhas

são facilmente detectadas, pois afetam a calibraçâo dos

instrumentos. A seguir são listadas algumas falhas típicas com

conseqüente perda de calibraçâo.

• Deformação permanente do elemento sensor, ou vazamento

devido a transientes durante trips do reator ou durante a

manutenção;

• Falhas mecânicas devido a rupturas e vazamentos, que

podem causar indicações falsas ou incoerentes;

• Falha do diafragma devido a sobrecarga, que pode causar

rachadura ou fadiga e mudança de sua rigidez;

• Falha de selagem, permitindo que a umidade se infiltre

no transdutor;

• Perda de componentes mecânicos em transdutores que

utilizam o sistema de balanço de forças, devido a flutuações

fortes de pressão, ou vibrações mecânicas;

• Degradação ou vazamento do fluido (geralmente óleo) que

envolve o sensor. Se esta degradação envolver mudanças nas

propriedades do fluido, podem ocorrer alterações no tempo de

* "trip"é o desligamento do reator por questões de segurança. Este tipo de

desligamento pode ser acionado manualmente ou automaticamente.

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resposta. Qualquer vazamento do fluido pode também ocasionar

modificações na calibração do transmissor, como verificado no

período entre 1986 e 1987, quando cinco transmissores da marca

ROSEHOUNT modelos 1153 £ 1154, apresentaram vazamento . Tal

vazamento ocasionou desvios de leitura em relação aos seus

pares redundantes instalados nos respectivos canais. Estes

desvios foram percebidos com a planta em funcionamento (8).

4.1.3 - FLUÊNCIA HBUTRCNICA (EXPOSIÇÃO À RADIAÇÃO)

Em geral, o desempenho dinâmico dos transdutores de

pressão de uma central nuclear é pouco afetado pela radiação

nuclear. As razões são duas. Em primeiro, devido aos cuidados

adotados na construção do instrumento, procurando utilizar

materiais que não sejam alterados pela radiação (baixa seção de

choque de absorção) e em segundo porque os trasdutores são

instalados em locais protegidos, onde o nivel de radiação é

mínimo. Dessa forma minimiza-se a interação da radiação com o

transdutor e sua influência na dinâmica do instrumento (1,2).

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36

4.1.4 - MANUTENÇÃO

A manutenção ê uma das causas que podem causar danos ao

transdutor e degradar o seu tempo de resposta. Estas

manutenções são feitas, geralmente, nas etapas de carregamento

do núcleo, quando então são feitas diversas verificações, tais

como tempo de resposta e calibração. No último caso, quando é

verificado algum desvio na calibração, faz-se necessário o

devido ajuste, que é feito através de potenciômetros. Esta

operação pode causar falha ou quebra do componente, que não

necessariamente é notado antes do ligamento da instalação.

Outro exemplo de problema induzido por manutenção, ocorre

quando as pressões aplicadas durante os testes do transdutor

são aplicados impropriamente, ou quando as válvulas de isolação

e equalização não são manipuladas corretamente para prevenir

exposição do transdutor a variações bruscas de pressão.

Outras degradações induzidas podem ocorrer durante a

calibração e manutenção dos transdutores, quando estes são

pressurizadcs e submetidos a ciclos que estão acima da sua

faixa normal de trabalho. Neste último caso, que chamamos de

sobre-pressão, Hashemian observou que a degradação do tempo de

resposta pode chegar a 22'A .

A Tabela 4.1 mostra um resumo dos principais tipos de

degradação em transdutores de pressão, e que causam alterações

nas características dinâmicas dos mesmos.

COMSC/X ?::c:cr: rc LF.L'RG7 fiüCLEAR/SP- IP»

Page 54: DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE RESPOSTA DE ... - ipen.br · 6.1. tempo de resposta de uma cadeia de instrumentaÇÃo 65 6.2. comparaÇÃo entre teste pi e teste em degrau 66 6.3. procedimento

Tabela 4 .1 . Efeito» que Podem Causar Degradação no Tempo de

Resposta de Transdutores de Pressão

DEGRADAÇÃO

Deformação do

diafragma

Desgaste e

fricção de

junções

mecânicas

Perda parcial ou

total de fluido

Degradação do

fluido

CAUSA

Flutuações de

pressão

Vibrações

mecânicas

Flutuações de

pressão

Corrosão e

oxidação

Falha de

fabricação ou

manuseio

impróprio

Alterações

quimicas do óleo

devido â

radiação/calor

EFEITOS

Alterações sobre a

espessura do elemento

sensor causando

alterações na sua

resposta dinâmica

Alterações na capacidade

de restauração do sistema

causando a perda de

confiabilidade na

resposta do instrumento

Perda de linearidade do

sinal de saida

Alterações significantes

de capacitância

Alterações de

viscosidade, alterando a

resposta dinâmica do

instrumento

Page 55: DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE RESPOSTA DE ... - ipen.br · 6.1. tempo de resposta de uma cadeia de instrumentaÇÃo 65 6.2. comparaÇÃo entre teste pi e teste em degrau 66 6.3. procedimento

38

Tabelm 4.1. Efeitos que Podem Causar Degradação no Tempo dm

Raspost* de Transdutoras da Pressão (CONTimJAÇÂO)

DEGRADAÇÃO

Infiltração do

fluido de

processo para a

célula sensora

Alterações nos

valores dos

componentes

eletrônicos

Alteração de

Set-Point*

Falha de selagem

CAUSA

Quebra do

diafragma

Calor, radiação,

umidade/

flutuações de

tensão e

manutenção

Alteração de

calibração

Fragilização e

quebra

EFEITOS

Alterações de

capacitância, causando

perda de linearidade

Alterações na resposta

dinâmica e linearidade da

eletrônica

Aumento do tempo para

alcançar o Set-point, com

aumento do tempo de

resposta

Vapor no sistema

eletrônico, com risco de

inutilização do

instrumento

* "Set-Point" é um valor determinado pelas condições de operação, que ao ser

alcançado, aciona sistemas de pzoteçlo e/ou alarmes que exigem tomadas de

providências por parte do pessoal de operação.

Page 56: DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE RESPOSTA DE ... - ipen.br · 6.1. tempo de resposta de uma cadeia de instrumentaÇÃo 65 6.2. comparaÇÃo entre teste pi e teste em degrau 66 6.3. procedimento

39

4.2 - DEGRADAÇÃO DAS LINHAS DE PRESSÃO

Outro fator que afeta o tempo de resposta de um transdutor

de pressão é a possível deterioração das tubulações (linhas)

que ligam o sensor ao processo, como descrito a seguir.

As linhas dos instrumentos ou linhas de pressão são

utilizadas para conectar os transdutores ao processo, uma vez

que estes transdutores estão geralmente localizados em pontos

distantes do processo (para minimizar os efeitos de temperatura

e radiação, e também para facilitar o acesso aos mesmos}.

As linhas de instrumentação são fabricadas em aço inox,

com diâmetros de 3/8 de polegada até 1/2 polegada. Estes tubos

são projetados de maneira a evitar deformações por expansão

térmica e vibração.

Dependendo da disposição física da instalação, estas

linhas podem alcançar centenas de metros de comprimento, embora

este comprimento deva ser o menor possível para minimizar seus

efeitos sobre o tempo de resposta (9).

0 efeito do comprimento de uma linha de pressão

(preenchida com água) sobre o tempo de resposta do transdutor é

devido ao "atraso sônico" ou "atraso acústico", descrito a

seguir (10).

0 atraso sônico, corresponde ao tempo necessário para que

o sinal de pressão atravesse todo o comprimento da linha desde

o processo até o transdutor. Como o a velocidade do som na

água é de, aproximadamente, 1460 metros por segundo, para uma

Page 57: DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE RESPOSTA DE ... - ipen.br · 6.1. tempo de resposta de uma cadeia de instrumentaÇÃo 65 6.2. comparaÇÃo entre teste pi e teste em degrau 66 6.3. procedimento

40

linha de 30 metros de comprimento, por exemplo, o atraso devido

à esta componente é de 21 milisegundos.

A Figura 4.1 mostra um esquema típico de conexão do

transdutor ao processo, juntamente com as válvulas de isolação

e equalização.

As linhas de pressão são menos suscetíveis à degradação do

que os transdutores. Entretanto, há situações que podem levar

ao aumento do tempo de resposta, resultante de problemas nestas

linhas, tais como:

bloqueios devidos a partículas sólidas (resíduos de solda,

et c ) , boro solidificado, etc;

ar ou gás dentro da linha;

instalação imprópria ou defeito nas válvulas de

equalização e bloqueio;

COMIIS:AC WCXK.-I CE t u h w KUCLEAR/SP - irei

Page 58: DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE RESPOSTA DE ... - ipen.br · 6.1. tempo de resposta de uma cadeia de instrumentaÇÃo 65 6.2. comparaÇÃo entre teste pi e teste em degrau 66 6.3. procedimento

41

A

PROCESSO

VftLVOXAB DB ELETRÔNICA

ELEMENTO

SENSOR

UNHAS DO VÁLVULA DE

TRANSDUTOR EQUAUZAÇAO TRANSDUTOR

Figura 4.1. Esquema Típico dm Conexão do Transdutor ao

Processo

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42

5 TRANSIENTES EM CENTRAIS NUCLEARES

Na fase de projeto de uma instalação nuclear são feitas

simulações através de modelos matemáticos, que utilizam as

características de projeto da instalação como parâmetros de

entrada, e cujos resultados servirão para "prever" o

comportamento dinâmico da instalação quando submetida a dois

tipos de transientes: transientes normais de operação e

transientes que são considerados como sendo anormais.

Os transientes normais de operação são aqueles causados em

condições freqüentes de operação, tais como partidas e

desligamentos de bombas, alterações no nivel de potência gerada

pelo reator, aumento e diminuição da pressão de operação,

alterações no nivel do gerador de vapor e do pressurizador, e

outros.

Por situações anormais de operação deve-se entender, na

verdade, como sendo acidentes "fictícios" postulados pelos

órgãos licenciadores para testar a capacidade da instalação de

reagir (através dos seus múltiplos sistemas de segurança) de

maneira segura, para controlar e reverter a situação de

acidente.

Entre as situações de operação consideradas como acidentes

estão, por exemplo:

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43

retirada acidental das barras de controle, causando um

aumento da potência do reator, que dependendo da taxa de

retirada, leva ao desligamento por: temperatura, potência ou

nivel alto no pressurizador;

abertura acidental da válvula de segurança do

pressurizador, causando o desligamento do reator por:

temperatura ou pressão baixa no pressurizador;

ruptura na tubulação do circuito primário do reator, ou de

qualquer outra linha conectada ao sistema. Este é considerado

como o acidente mais grave em uma instalação nuclear, e as

conseqüências decorrentes deste acidente dependem da magnitude

da ruptura e da eficácia dos sistemas de proteção.

Estes acidentes são aproximados por transientes do tipo

rampa podendo estas rampas serem "fortes" ou "suaves",

positivas e negativas. Baseado nestas informações, pode-se

estabelecer uma "seqüência de eventos" no tempo para cada

acidente postulado.

A Tabela 5.1 mostra, como exemplo, a seqüência de eventos

para um acidente de grande ruptura da tubulação do circuito

primário da Usina de Angra I (11).

As Figuras 5.1 e 5.2 (11) mostram um transiente no

pressurizador dá Usina de Angra I, causado por uma retirada

acidental das barras de controle do núcleo do reator, para

diferentes taxas de inserção de reatividade.

Page 61: DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE RESPOSTA DE ... - ipen.br · 6.1. tempo de resposta de uma cadeia de instrumentaÇÃo 65 6.2. comparaÇÃo entre teste pi e teste em degrau 66 6.3. procedimento

44

Tabela 5.2. Seqüência de Eventos Para um Acidente por

Grande Ruptura do Circuito Primário

SEQÜÊNCIA DE EVENTOS (TEMPOS EM SEGUNDOS)

EVENTO

INÍCO DO ACIDENTE

DESLIGAMENTO DO REATOR POR

BAIXA PRESSÃO NO

PRESSURIZADOR

INÍCIO DA INJEÇÃO DO

ACUMULADOR DE EMERGÊNCIA

REMOLHAMENTO DA PARTE

INFERIOR DO NÚCLEO DO

REATOR)

ACUMULADORES VAZIOS

INÍCIO DA REFRIGERAÇÃO

FORÇADA DE EMERGÊNCIA

CD* -0.4

0.00

0.37

0.64

31.89

43.25

25.64

CD-0.6

0.00

0.36

0.53

29.09

40.46

25.53

CD-1.0

0.00

0.355

0.44

27.54

38.66

25.44

O Coeficiente de descarga ("CD") é definido como a razão entre a vazão

teórica e a real

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Em geral/ os transientes envolvidos nos transdutores de

pressão podem ser aproximados por rampas, como ilustrado a

seguir.

A Figura 5.3 (11) mostra um transiente gerado pela

despressurização acidental do pressurizador. Este tipo de

acidente pode ser causado, por exemplo, pela abertura da

válvula de segurança.

As Figuras 5.4, 5.5 e 5.6 (11) mostram, respectivamente,

transientes de projeto para a câmara de contenção, assumindo

uma ruptura na tubulação do circuito primário de um reator, com

coeficientes de descarga de 0.4, 0.6 e 1.0.

Finalmente a Figura 5.7 (11) mostra um transiente no

sistema de refrigeração do reator com os dois loops em

funcionamento, quando ocorre o bloqueio do rotor de uma das

duas bombas principais.

•z*z~~/~" • '•^"•-

Page 63: DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE RESPOSTA DE ... - ipen.br · 6.1. tempo de resposta de uma cadeia de instrumentaÇÃo 65 6.2. comparaÇÃo entre teste pi e teste em degrau 66 6.3. procedimento

(MPa) (PSIA)(16.55) 2400

(16.20) 2350 |oQ<

M (15.86) 2300zcCOto£ (15.51) 2250o

mb)asa.

(15.17) 2200

(14.82) 2150

(14.48) 2100

2.5 5.0 7.5 10.0 12.5

TEMPO (SEGUNDOS)

15.0 17.5 20.0

Figura 5.1. Transient* no Pressurixador Devido a itetirada Acidental das barras dm control*

(10 POi/s) £

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>J0(JVZIHriSS3Hd ON 0 V S S 3 H d

I47

CD

m

owen

oO.

W

CM

PSIA

ctfcu£

2400

.55)

<vT- l

2350

.20)

(O

Oo.CM

* - *•oto

m

2250

,51)

2200

17)

9

2150

82)

2100 1

CO

II

COMISíAC T.VCT r . r :M NUCLEAR/SP

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i-»

nín

Q3OD•<

NMOS

(OCOb)ccouo

COuceOU

(MPa) PSIA

(16.55) 2400

(15.17) 2200

(13.79) 2000

(12.41) 1800 I

(11.03) 1600 I

(9.65) 1400

(8.27) 1200

10 20 30 50 CO

TEMPO (SEGUNDOS)

Figura 5.3, Transient* Gerado Pel* Despressurização Acidental do Pressurixador09

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s'-»

•n

c:or*rn

(KPa) PSI(206.84) 30

O (137.89) 20Ko

o

o«g (68.95) 10blOSOu

€C- 120 i€0 2X 240

TEMPO (SEGUNDOS)

3*0 400

Figura 5.4. Transient» n* Cim*r* dm Contenção (CD-0.4)

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(KPa) PSIA

(206.84) 30

(172.37) 25

o. (137.89) 20

TEMPO (SEGUNDOS)

Figura 5.5. Tzmnaimntm n* doara dm Contmação (CD-Q.6)

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oKO

NA C

ONT

EIPR

ESSÃ

O(KPa)

(206.84)

(172.37)

(137.89)

(103.42)

(68.95)

(34.47)

PSIG

3 0

2 5

20

15

1 0

5

O «D SC 320 350

TEMPO (SEGUNDOS»

Figura 5.6. Transient* na Câmara dm Contenção (CD-1.0)

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52

(MPa) PSIA

COCO

(19.99) 2900

(19.30) 2800

(18.62) 2700

(17.93) 2600

(17.24) 2500

(16.55) 2400

(15.86) 2300

(15.17) 2200

/ \

1 1 12 4 0

TEMPO (SEGUNDOS)

10

Figura 5.1. Transient* no Sistema de Refrigeração do Núcleo do

Reator Devido ao Bloqueio do Rotor de uma daa Duaa Bombas

Prineipaia

"ui

Page 70: DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE RESPOSTA DE ... - ipen.br · 6.1. tempo de resposta de uma cadeia de instrumentaÇÃo 65 6.2. comparaÇÃo entre teste pi e teste em degrau 66 6.3. procedimento

53

6 MÉTODOS UTILIZADOS PARA MEDIDA E MONITORAÇÃO DO

TEMPO DE RESPOSTA DE TRANSDUTORES DE PRESSÃO

Os métodos utilizados para determinação do tempo de

resposta de transdutores de pressão podem ser divididos em dois

grupos: métodos diretos e métodos indiretos. A diferença

básica entre os métodos é que o segundo grupo engloba

tecnologias que podem ser utilizadas com a instalação em

operação pois não necessitam de acesso direto ao instrumento,

ao passo que os métodos conhecidos como diretos, utilizados

desde que surgiu a preocupação em torno do problema de tempo de

resposta, somente podem ser utilizados com a instalação

desligada, uma vêz que para este caso se faz necessário o

acesso ao instrumento.

Dois testes são classificados como métodos diretos: o

teste em rampa e o teste em degrau; e dois testes são

classificados como indiretos, o teste PI e a análise de ruído.

A Tabela 6.1 mostra uma comparação entre os quatro testes, que

são descritos em detalhes a seguir.

Page 71: DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE RESPOSTA DE ... - ipen.br · 6.1. tempo de resposta de uma cadeia de instrumentaÇÃo 65 6.2. comparaÇÃo entre teste pi e teste em degrau 66 6.3. procedimento

54

Tabela 6.1. Comparação Qualitativa entre os Testes de

Determinação do Tampo de Resposta de Transdutores de

Pressão

TESTE

DEGRAU

RAMPA

PI

RUÍDO

PRECISÃO

MODERADA

BAIXA

ALTA

MODERADA

REPETIBIL

IDADE

BAIXA

ALTA

ALTA

MODERADA

ANÁLISE

DIRETA

DIRETA

DIRETA

COMPÜTACIO

NAL

APLICAÇÃO

NAO

OSCILATÓRIOS

TODOS OS

TRANSDUTORES

BALANÇO DE

FORÇAS

BOM NÍVEL AC

RISCOS DE

AVARIAS

ALTOS

BAIXOS

BAIXOS

BAIXOS

6 . 1 - TESTE EM RAMPA

0 teste em rampa consiste em se aplicar ao transdutor sob

investigação, e simultaneamente a outro transdutor, considerado

como referência de resposta rápida, um sinal de pressão em

forma de rampa, e comparar as respostas de saida dos dois

instrumentos.

COW.ECAC WÍZV. l CE WtWI NUCLEAR/SP - IPE8

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55

O método foi desenvolvido na década de 70 pela Nuclear

Services Corporation, empresa contratada na época pela Electric

Power Research Institute, e utiliza uma bancada experimental

conhecida como "Gerador Hidráulico de Rampa (12).

Atualmente todos os testes feitos para se determinar o

tempo de resposta de sensores de pressão em centrais nucleares

utilizam lima bancada similar. A vantagem do gerador é que com

ele é possível se obter sinais de pressão do tipo rampa e

degrau, sendo mais comum o uso do primeiro, pois na fase de

projeto da instalação considera-se transientes próximos aos do

tipo rampa, conforme descrito no Capitulo 5.

6.2 - TESTE EM DEGRAU

O teste em degrau é similar ao teste tipo rampa, com a

diferença de que o transiente é tão rápido que para efeito

prático pode ser visto como um degrau de pressão. A bancada é

a mesma do teste em rampa, embora possa se utilizar um sistema

mais simples, como por exemplo uma fonte de pressão e um

atuador rápido tipo válvula solenóide. Este tipo de teste

também avalia a grandeza conhecida como "time-to-trip", e que

se for feita de maneira apropriada contabiliza o tempo de

resposta de todos os componentes da cadeia de instrumentação.

COWJCCAC KíCXfc": rr. rr:rroi/. NUCLEAR/SP- IP»

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56

A Figura 6.1, mostra o tempo de resposta total da cadeia

de instrumentação de pressão até o inicio da ação, que pode

ser, por exemplo, um bi-estável que interrompe a alimentação

elétrica dos eletroimâs das barras de controle, um bi-estável

que aciona o spray de emergência da câmara de contenção de uma

usina nuclear ou acionamento de outro dispositivo de proteção.

O tempo de resposta total da cadeia de instrumentação é

determinado pela soma do tempo de resposta do transdutor (o^i),

mais o tempo necessário para o acionamento do atuador (042)•

6.3 - INTERRUPÇÃO DE POTÊNCIA

0 método PI (do inglês POWER INTERRUPT), como será

referenciado a partir de agora, foi desenvolvido em 1982 e

consiste em interromper momentaneamente a alimentação elétrica

do transdutor. 0 teste é feito desligando-se a alimentação

elétrica por alguns segundos e então religando-a. Quando a

alimentação é restituida, o sinal de saida do transdutor

fornece informações que podem ser analisadas para determinar o

tempo de resposta do instrumento. Este método é bastante

cômodo, pois pode ser feito a partir da sala de controle da

inst lação, não requerendo portanto acesso fisico ao

instrumento.

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57

Uma desvantagem deste teste é que ele foi validado apenas

para transdutores que utilizam o principio do balanço de

forças, mais explicitamente da FOXBORO COMPANY.

A Figura 6.2 mostra uma comparação entre os resultados

obtidos a partir de um transdutor de pressão quando submetido a

um teste PI e a um teste em degrau. Nela fica evidente que as

informações fornecidas são semelhantes e que o teste PI fornece

as informações dinâmicas essenciais para determinar o tempo de

resposta do instrumento (13).

A validade do teste PI foi avaliada em laboratório

comparando-se os resultados obtidos a partir de testes diretos,

e demonstrou resultados para tempos de resposta de transdutores

de pressão de balanço de forças com cerca de ± 0.1 segundos de

diferença em relação aos resultados obtidos com testes do tipo

rampa e degrau (9,10,14).

6.4 - ANÁLISE DE RUÍDO

A análise de ruido consiste em se monitorar as flutuações

naturais que existem no sinal dos transdutores de pressão.

Estas flutuações são devido a turbulências ocasionadas pela

passagem da água pelo processo, transferência de calor do

núcleo do reator ou da bomba principal, e outros fenômenos

naturais ao processo. Estas flutuações, comumente denominadas

de ruido, são extraídas do sinal de saída do transdutor,

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58

removendo a componente DC do sinal e amplificando a componente

AC. A componente DC é removida passando o sinal de saída do

transdutor por um filtro passa-alta, geralmente ajustado em

cerca de 0.02 Hz.

A componente AC passa por um filtro passa-baixa para

remover os ruídos elétricos de altas freqüências e

interferências. O sinal pode ser então digitalizado por um

conversor analógico-digital e armazenado em disquetes de

computador para análise subsequente.

Esta análise pode ser feita no domínio do tempo ou no

domínio da freqüência, e é baseada na hipótese de que a

característica dinâmica do transmissor é linear. Para a

análise no domínio da freqüência, obtêm-se a densidade

espectral de potência ( do inglês "Power Spectral Density" -

PSD) a partir dos sinais de ruído através do algoritmo da

Transformada Rápida de Fourier. Uma função matemática

apropriada é então utilizada para ajustar o PSD, do qual pode-

se calcular o tempo de resposta do transdutor.

No domínio do tempo é utilizado c modelo matemático Auto-

Regressivo (AR), descrito na referência (15), que consiste em

representar o sinal do transdutor através de séries temporais

auto-regressivas para obter a resposta impulso e a partir disso

obter a resposta em degrau do transdutor, e assim calcular o

seu tempo de resposta.

A partir dos resultados obtidos em testes de validação em

laboratório, a técnica de análise de ruídc demonstrou

resultados para tempos de resposta de transdutores de pressão

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59

com cerca de ± 0.1 segundos de diferença em relação aos

resultados obtidos com testes diretos do tipo rampa e

degrau (9,10,14).

A Figura 6.3 mostra uma ilustração do procedimento quando

se utiliza análise em freqüência.

6.5 - VANTAGENS E DESVANTAGENS DE CADA MÉTODO

Cada teste apresenta suas vantagens e desvantagens. Cabe

ao proprietário da instalação propor o melhor programa de

testes, que pode envolver dois ou mais tipos de testes, e

submeter o mesmo para a aprovação do órgão licenciador. A

medida do tempo de resposta da instrumentação ligada ao sistema

de proteção de uma instalação nuclear é dividida em duas fases

distintas:

Na primeira fase é feita a medida do tempo de resposta de

através de métodos diretos. No caso de transdutores de pressão

utiliza-se o método abordado neste trabalho, ou seja o teste em

rampa. Estes resultados serão utilizados como parâmetros de

referência para a fase posterior, descrita a seguir.

Numa fase posterior, o método de análise de ruido e o

teste PI são utilizados para se "monitorar" possiveis

alterações no tempo de resposta do instrumento. Ou seja os

resultados obtidos na primeira fase são considerados como

valores absolutos, e a partir dai faz-ce a monitoração para

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60

verificar se houve alteração nos mesmos. Em caso de ficar

constatado que houve alterações, deve-se fazer uma nova medida

direta para se verificar se o tempo de resposta continua dentro

das especificações.

O intervalo de tempo entre cada ciclo de testes de tempo

de resposta de transdutores de pressão ligados ao sistema de

proteção não é especificado pela NRC (Nuclear Regulatory

Cotmnision), ela especifica somente que o aumento nos casos de

falhas de instrumentos deve ser detectado com antecedência.

0 que se verifica como tendência global é que estes testes

sejam feitos a cada parada para troca de combustível nuclear.

Tal tendência baseia-se em pesquisas realizadas em laboratório,

e a partir de pesquisas bibliográficas de relatórios gerados

por órgãos licenciadores (Licensee Event Reports - LER), que

reportam problemas ocorridos em instalações nucleares,

envolvendo transdutores de pressão utilizados para medida de

nivel, pressão e vazão, com particular ênfase dada às falhas

por envelhecimento, falhas de fabricação e manuseio impróprio

destes transdutores (2,9,10).

As características de cada teste são discutidas a seguir.

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61

6.5.1 - MÉTODO DIRETO

A dificuldade de utilização dos métodos diretos (rampa e

degrau) é que eles exigem acesso ao instrumento, o que acarreta

a necessidade da instalação estar desligada, além do que este

método não contabiliza o tempo de resposta devido à linha que

liga o processo ao transdutor.

Outro problema deste método é que a exigência de acesso ao

instrumento significa, em alguns casos, a necessidade de se

trabalhar em condições ambientais adversas, como as encontradas

na câmara de contenção, por exemplo, que apresenta doses de

radiação, falta de ventilação e temperaturas que impedem uma

permanência prolongada. Além disso o perigo constante de

contaminação exige uso de luvas de borracha e vestimentas

especiais que dificultam a mobilidade e a manipulação do

gerador e outros equipamentos necessários, previamente

envolvidos em embalagens plásticas.

A seguir são discutidas algumas características adicionais

dos testes classificados como diretos.

TESTE EM RAMPA

• 0 teste em rampa é o mais utilizado, pois conforme

visto no Capitulo 5, na fase de projeto da instalação

considera-se transientes próximos aos do tipo rampa;

C0MI5CAC ucxf.' : CE tf.rr-:;: «UCLEAR/ÍP • IPÊ!

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62

• Os riscos de avarias aos transdutores investigados são

mínimos;

• É o único teste aceito pelos órgãos licenciadores para

medida de tempo de resposta, até o momento. Por ser

considerado como teste "padrão", pois mede o tempo de resposta

"real" do transdutor, estes órgãos exigem que a medida seja

feita utilizando este teste, e somente a partir dai pode-se

utilizar outro método para monitorar a degradação do tempo de

resposta do instrumento.

• 0 resultado da análise é simples e de fácil

interpretação

TESTE EM DEGRAU

• Oferecem riscos de avarias aos transdutores

investigados;

• É válido somente para sistemas dinâmicos lineares de

primeira ordem, e deve ser utilizado com cuidado para obter o

tempo de resposta de transdutores de pressão, pois em geral

estes transdutores são sistemas dinâmicos de segunda ordem ou

de ordem superior.

• 0 resultado d;i análise é simples, porém nem sempre de

fácil interpretação.

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63

6.5.2 - MÉTODOS INDIRETOS

A grande vantagem dos métodos indiretos é que eles podem

ser executados a partir da sala de controle, sem que seja

necessário o acesso à contenção e podem ser realizados com a

instalação em operação. A seguir são apresentados outras

características dos métodos indiretos.

A principal restrição quanto à utilização destes métodos

para medida de tempo de resposta, é que até o momento eles

foram validados apenas para monitorar o tempo de resposta dos

transdutores de pressão para verificar se houve algum tipo de

degradação, tornando-se necessário então que se faca primeiro a

medida pelo teste em rampa, o que servirá como parâmetro de

base ("baseline").

ANÁLISE DE RUÍDO

• 0 método de análise de ruído não pode ser aplicado em

casos onde o nível AC do sinal elétrico, proveniente do

transdutor é muito baixo ("Narrowband"). Casos típicos deste

tipo de problema são observados, por exemplo, nos transdutores

de pressão da câmara de contenção e dos medidores de nível dos

tanques do Sistema de Injeção de Emergência (SIE).

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• Embora a técnica üe análise de ruido seja aplicável

para todos os transdutores de pressão, ainda não foi detectada

a razão pela qual o algoritmo matemático não consegue modelar

convenientemente alguns dos sensores, ou seja não existe um

completo dominio sobre o método.

TESTE PI

A mesma restrição em relação a método de análise de ruido

se aplica também no caso do teste PI, ou seja, este teste

somente é válido apenas para monitorar degradações do tempo de

resposta de transdutores de pressão, e não para a sua

determinação. A exigência de uma "baseline" para a implantação

deste método também é feita pelos órgãos licenciadores.

0 teste somente pode ser feito com sensores de tipo

balanço de forcas da marca FOXBORO e mesmo assim não pode ser

utilizado quando o teste envolve decréscimos de pressão e

quando o sinal de saida apresenta fortes oscilações na fase

inicial do transiente, como por exemplo "overshoot".

A Figura 6.4 mo.str.-i duas saídas tipicas de um teste PI,

uma saída com "over?hoc!;" (a) e outra com saída normal (b> .

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íV

G s a + adtotal - 1 -

65

PROCESSO TRANSDUTOR ATUADOR -> INÍCIODA AÇÃO

Figura 6.1. TEMPO DE RESPOSTA DE UMA CADEIA DE

INSTRUMENTAÇÃO

• " " ; , . ' ' . L L À ! ' ( . ' l i ' - ' • ípclí

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{% DOSPAN)

75-L

toeng is.a.

o

Ou

o RESPOSTA A ENTRADA DEGRAU

B RESPOSTA A TESTE "IN-SITU"

7.I. 2. '• S. 6.TEMPO (SEGUNDOS)

a.

Figura 6.2. Comparação Entre Teste PI e Teste em Degrau O)Cf)

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w-t

PSD AJUSTADO RESULTADOS

Figura 6.3. Procedimento Utilizando-se Análise de Ruído O)

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68

1.0—

0.75-

RESPOSTA 0 g _

0.25-

1—r

TEMPO [s]

(a) Resposta com "Overshoot'

RESPOSTA

1.0 —

0.75 —

0.50 —

0.25

I1 2

TEMPO Is]

(b) Resposta Normal

Figura 6.4. Resultado Típico de um Teste PI

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69

7 DESCRIÇÃO DO GERADOR HIDRÁULICO DE RAMPA

Como já mencionado, a bancada de testes conhecida como

gerador hidráulico de rampa foi desenvolvida na década de 70

pela Nuclear Services Corporation, empresa contratada na época

pela Electric Power Research Institute, em atendimento às

determinações feitas pela "Nuclear Regulatory Guide 1.118" (3).

A "U.S. Nuclear Regulatory Comission" forneceu então um

novo enfoque para a determinação do tempo de resposta de

sensores, a partir do qual foram adotados procedimentos de

testes baseados em normas. Estas normas exigem explicitamente

que as usinas nucleares possuam um programa de testes

periódicos para monitoração do tempo de resposta dos

transdutores ligados ao sistema de proteção da instalação, para

garantir que o tempo de resposta dos canais de segurança do

reator permaneça dentro dos limites estabelecidos nas

especificações técnicas ria instalação.

A principal exigência é a de que os testes devem ser

feitos "in-situ", ou seja, com o transdutor instalado no local

de operação normal, e em casos em que isto não seja possível, a

medida deve ser feita em laboratório, mantendo porém as

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70

condições ambientais do teste as mais próximas possíveis

àquelas dos locais de trabalho dos transdutores, tornando-se

necessário então o desenvolvimento de um gerador que pudesse

ser levado ao local de trabalho do instrumento, e que fosse

capaz de gerar sinais de pressão que pudessem simular os

transientes de pressão postulados e , consequentemente/

determinar o tempo de resposta dos transdutores de pressão.

Em função do ambiente adverso encontrado em alguns dos

setores de uma central nuclear, nos quais o gerador deve ser

utilizado, na fase de projeto do gerador foram necessários

alguns cuidados em relação ás características que ele deveria

apresentar, de maneira a facilitar a sua utilização e operação.

Assim sendo, na fase de projeto do gerador foram adotados os

seguintes critérios:

FACILIDADE DE TRANSPORTE: o gerador deve ser leve e

compacto, para facilitar o transporte manual até os locais de

trabalho dos transdutores, pois os instrumentos podem estar

localizados em pontos distantes uns dos outros, e muitas vezes

em setores diferentes.

FACILIDADE DE MANUSEIO E OPERAÇÃO: Para trabalhos em

uma central nuclear, o gerador deve ser de fácil manuseio,

principalmente no que se refere às tomadas para entrada de

suprimento de pressão e de conexão ao instrumento a ser

analisado.

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71

Em ambientes sujeitos à contaminação radioativa, é

necessário que o gerador seja envolvido por uma embalagem

plástica para evitar a sua contaminação, dificultando o seu

manuseio e a sua operação.

CONFIABILIDADE E FACILIDADE DE MANUTENÇÃO: o gerador

deve ter baixo Índice de interrupção por quebra, e ser

resistente a temperaturas elevadas, como as encontradas no

interior da câmara de contenção. Deve ainda ser robusto pois

está sujeito a choques mecânicos com outros equipamentos,

tubulações, escadas, etc, que podem ocorrer, principalmente em

locais de dificil acesso.

De acordo com a definição descrita no Capitulo 2 (seção

2.2) o tempo de atraso, é definido como o atraso assintótico

entre a resposta de um transdutor de referência e um transdutor

sob investigação, quando submetidos simultaneamente a um sinal

de entrada em rampa.

Portanto, para se obter o tempo de atraso de um

transdutor, faz-se necessário a utilização de um transdutor

cuja resposta seja considerada mais rápida, quando comparada

com o tempo de resposta de transdutores comuns de processo. 0

transdutor de referência e.-:;-oihid< foi um f.ransdutor de

relutância variável da Validyne Engineering Corporation, modelo

DP15TL, que possui um "}.it" de diafragmas para que o transdutor

possa ser utilizado em diversos niveis de pressão.

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72

A Figura 7.1 mostra um esquema simplificado do gerador,

onde se destacam os cilindros hidráulicos (Ai) e acumulador

/ cujas funções são descritas na seção 7.2.

A Figura 7.2 mostra uma visão geral da parte frontal do

gerador, com o manômetro ao centro e as válvulas que servem

para configuração e operação da bancada.

A Figura 7.3 mestra uma visão geral da parte interna do

gerador, onde pode-se ver os cilindros Aj (à direita) e A2 (à

esquerda), e a válvula solenóide (no alto à esquerda).

As principais características do gerador hidráulico

construído são:

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS:

altura: 440 mm;

largura:410 mm

profundidade:238mm (incluindo hastes das válvulas);

peso estimado:30 kg

material utilizado na fabricação:

;„. NUCLEAR/SP

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73

MATERIAIS:

tubulação de 1/8 de polegada, em aço inox;

válvulas agulha, com corpo em aço inox;

válvulas de esfera de acionamento manual

(acionamento rápido), com corpo em aço inox;

válvula solenóide (acionamento elétrico);

manômetro tipo Bourdon, com faixa de 0 a 250

conexões em aco inox;

2 cilindros (um hidráulico e outro acumulador) em aco

inox para trabalhos com pressões da ordem de

200 kgf/cm2;

7.1 - OPERAÇÃO DO GERADOR HIDRÁULICO DE RAMPA

O gerador hidráulico foi projetado para gerar sinais do

tipo rampa e degraus positivos e negativos. Em virtude do

tipo de válvula solenóide empregada no gerador não é

possível gerar sinais de rampa negativa.

Sua operação é feita através de válvulas manuais e de uma

válvula solenóide, responsável pelo inicio do transiente do

tipo rampa como veremos a seguir.

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74

7.1.1 - OPERAÇÃO EM MODO RAMPA

Conforme visto na Figura 7.1, o gerador compreende dois

cilindros: um cilindro hidráulico (A}) e um cilindro acumulador

(A2), este último responsável pelo suprimento de pressão

durante o transiente.

Uma válvula agulha (V-05) posicionada na saida do

acumulador serve para controlar e ajustar a inclinação da

rampa, e uma válvula solenóide em série à esta válvula serve

para dar inicio ao transiente.

A geração da rampa de pressão é feita pressurizando todo o

sistema utilizando ar comprimido ou nitrogênio. Com a válvula

solenóide e a válvula de desvio (V-06) fechadas, isolando o

cilindro pneumático, ajusta-se então a pressão no cilindro (Aj)

até a pressão inicial, menor que a pressão no cilindro A2. Uma

vez ajustada a rampa, abre-se a válvula solenóide através da

botoeira para dar inicio ao transiente, que como foi descrito

anteriormente no Capitulo 2 (eeçáo 2.2), é enviado

simultaneamente ao transclutor analisado e ao transdutor de

referência, ambos conectados na saida do cilindro h\.

Ao se utilizar o gerador para determinar o tempo de

resposta de transdutores de pressão, é importante que o sinal

gerado pelo mesmo cresça linearmente. Esta condição é possível

ao se estabelecer uma diferença de pressão entre os cilindros,

que propicie a formação de escoamento sônico na válvula V-05,

posicionada na saida do cilindro A}, e garante que a vazão na

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75

saida da válvula é a maior possível, permanecendo constante

durante boa parte do transiente.

Conforme descrito no Anexo A, para a formação de

escoamento sônico, é necessário que a pressão no cilindro A2

seja superior a aproximadamente duas vezes a pressão no

cilindro hidráulico (em valores absolutos) (16,17,18). Na

prática, para que a relação seja mantida durante todo o

transiente, Cain (12) concluiu que a seguinte relação empírica

deve ser observada:

\PP~PH\=IO\PSP~PH\

onde:

Pp é a pressão inicial no cilindro acuraulador;

Pjf é a pressão no cilindro hidráulico,

arbitrariamente fixado em 5% do fim de faixa;

é a pressão de set-point do transdutor.

A equação 7.1 serve para calcular os pontos de referência

para a determinação do tempo de resposta, e garante vazão de

escoamento constante na saida da válvula V-05.

É importante salientar que as pressões calculadas pela

equação 7.1 estão em pressão absoluta.

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76

7.1.2 - OPERAÇÃO EM MODO DEGRAU

0 gerador hidráulico pode fornecer sinais, que do ponto de

vista prático, podem ser considerados como transientes do tipo

degrau. Este tipo de sinal pode ser gerado obedecendo o mesmo

procedimento descrito na seção anterior (modo rampa), mas ao

invés de se acionar a válvula solenóide, aciona-se a válvula V-

06 (válvula de acionamento rápido).

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TESTE

U T M K N 1 0

«U Alt 77

1A

— 1

¥-•8 ,

1

¥-•7

\

1

V^/ ¥-M

I

1

1

' i¥-•3,

VALIDYNE*

/ JSOLEI

I

i

¥-

«IDE

¥-»S p

T¥-•9

h

A2

1

1

\

1

r

VÁLVULA MANUAL DE

ArtONAMENTO RÁPIDO M VÁLVULA AOULNA

SO^ENOIH VÁLVULA SOLENOIOE I P I ] MANOMETRO

Figura 1.1. Esqumaa Simplificado Do Gerador Hidráulico Dm Kaopa

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78

Figura 7.2 Visão Geral Frontal do Gerador Hidráulico dm Rampa

Figura 7.3. Vigio Geral Interna do Gerador Hidráulico de Rampa

COMISCAC KACXIU ti luir.zik NUCLEAN/SP* IPEI

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8 PROGRAMA EXPERIMENTAL

Como descrito anteriormente (6.5.1), o método de medida

direta é utilizado para medir o tempo de resposta "real" do

transdutor, e serve como base para validação de outros métodos.

Este teste consiste basicamente em aplicar um sinal de

pressão na forma de uma rampa diretamente na enfada de pressão

do transdutor, sendo conhecido também como "sinal de

substituto". A diferença de tempo entre o instante que o

transdutor de referência alcança um valor pré-determinado e o

tempo que o transdutor analisado alcança aquele mesmo valor é

denominado de "tempo de atraso" do transdutor.

Uma vez montada a bancada e resolvidos os problemas de

vazamentos, passou-se ao programa experimental em laboratório,

que constou de se medir o tempo de atraso de 11 (dez)

transdutores de pressão, todos na faixa entre 0 e 400 KPa, e o

estudo das "condições" que afetam o mesmo. Dos 11 transdutores

utilizados no programa experimental, dois são qualificados para

utilização em instalações nucleares o Barton 764 e o Foxboro

E13DM, e o restante, utilizados em instalações convencionais.

Com exceção do Barton, que nos foi emprestado por Furnas

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80

Contraia Elétricas S.A. já calibrado, os outros transdutores

foram calibrados pelo Laboratório de Aferição • Calibraçâo

(LAC) da COPESP. Esta calibraçâo se faz necessária para

verificar e corrigir desvios do sinal de saida do instrumento

quando submetido a valores conhecidos de pressão.

A Tabela 8.1 mostra as principais características dos

transdutores utilizados nos estudos.

Deve-se destacar que a preparação do gerador hidráulico de

rampa e dos equipamentos necessários para os testes requer

alguns cuidados preliminares, que abrange a calibraçâo do

transdutor a ser analisado e do transdutor de referência, c

controle da pressão de teste para não haver sobre-

pressurização, a calibraçâo dos canais do registrador gráfico

para a faixa de interesse com os devidos ajustes de ganho e por

último a alimentação elétrica dos transdutores.

Conforme citado no Capítulo 7 o transdutor de referência

possui um jogo de diafragmas que são utilizados para adequar a

sua faixa de pressão de trabalho à faixa de trabalho do

transdutor analisado. Portanto, para cada nova faixa de

pressão tomou-se o cuidado de substituir o diafragma para

adequá-lo á pressão a ser submetida durante os testes.

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Tabela 8.1 Principais Características dos Transdutorm* Analisados,

FABRICANTE

ITT/BARTON

FISKEK

SCHLUM5HPGER

3>I?-.?.

Sf-UF. #1

SM.S.F - 2

SMAP. S3

ENGISTREL

TRANSMITEL

ECKARDT

FOXBORO

MODELO

764

1151DP7E22LMMB

PDH3200/030/7X

LD200

LD300 #1

LD300 #2

L0300 «3

PD4BL228UNCC

B1151DP4E22M1B3

5 153 931

E13DM

FAIXA DE

PRESSÃO

(KPa)

0-392

0-1000

0-400

0-400

0-400

0-400

0-400

0-25

0-25

0-25

0-10

PRESSÃO

MEDIDA

DIFERENCIAL

DIFERENCIAL

DIFERENCIAL

DIFERENCIAL

ABSOLUTA

ABSOLUTA

ABSOLUTA

DIFERENCIAL

DIFERENCIAL

DIFERENCIAL

DIFERENCIAL

TIPO DE SENSOR

STRAIN GAGE

CÉLULA CAPACITIVA

CÉLULA CAPACITIVA

CÉLULA CAPACITIVA

CÉLULA CAPACITIVA

CÉLULA CAPACITIVA

CÉLULA CAPACITIVA

CÉLULA CAPACITIVA

CÉLULA CAPACITIVA

CÉLULA CAPACITIVA

BALANÇO DE FORÇAS

00

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A calibração do transdutor de referência pode ser feita de

duas maneiras distintas:

1) Calibraçào em laboratório, utilizando as indicações de

um instrumento padrão;

2) Calibração do transdutor de referência utilizando o as

indicações do próprio transdutor analisado como referencial.

O último procedimento è mais cômodo pois permite que a

calibração seja feita "in situ", possibilitando o teste de

instrumentos com diferentes níveis de pressão de trabalho, sem

a necessidade de retornar ao laboratório para calibração na

nova faixa de pressão. Esta facilidade é particularmente

importante quando lembramos que o acesso à contenção do reator

envolve diversos procedimentos para proteção dos equipamentos e

do pessoal envolvido nas medidas, devido ao risco de

contaminação radioativa, diminuindo o número de entradas e

saldas da contenção.

As Figuras 8,1 • 8.2 mostram um esquema simplificado do

arranjo experimental.

Para a realização dos testes foi adotado o seguinte

procedimento:

Como mostra a Figura 8.3. para os testes envolvendo

transientes do tipo rampa, faz-se o registro dos valores

correspondentes às pressões de set-point "P«p" (valor de

Kt-;* rzfrrr:/: r? if 'T'QÍ, WUClf Ml/SP- lPt:-

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83

pressfio utilizado para determinação do tempo de atraso),

pressão de rampa "Prampa" (utilizado para o cálculo da taxa de

subida de rampa, a partir do momento de inicio do teste) e

pressão inicial no cilindro hidráulico "Pinieial*** Estes

parâmetros são registrados em ambos os canais registrador,

correspondentes ao transdutor analisado e ao transdutor de

referência (Validyne). Como o tempo de atraso é obtido através

da comparação entre a resposta do transdutor de referência a

resposta do transdutor analisado, o registro destes parâmetros

facilita a interpretação dos resultados e a obtenção do tempo

de atraso.

Uma vez montado o arranjo experimental, passou-se aos

testes, propriamente ditos, que consistiu de:

- 1) Medida do tempo de atraso, utilizando o teste em

rampa;

2) Medida da constante de tempo* , utilizando o teste em

degrau (positivo e negativo);

3) Medida do tempo de resposta através do método PI;

4) Estudo da influência da existência de bolhas na linha

de pressão;

5) Estudo 'da influência do coeficiente de "damping" do

instrumento na resposta do mesmo.

Neste estudo a constante d« tempo, independente da sua definição, foi

adotada como sendo o intervalo de tempo necessário para que o sensor

registre 63.2% do valor do degrau.

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84

6) Estudo da influência do pote de sei agem no tempo de

resposta.

8.1 RESULTADOS

Para verificar a influência da taxa de elevação da rampa

de pressão no tempo de atraso dos transdutores analisados,

foram aplicados na entrada dos transdutores de referência e do

transdutor analisado sinais com diferentes taxas de pressão.

Os resultados obtidos estão na Tabela 8.2. Nesta as taxas de

rampa e os tempos de atraso listados em cada linha se

correspondem, respectivamente. Os valores de tempo de atraso

listados são para rampas positivas de pressão.

Os transdutores foram submetidos a testes do tipo degrau

de pressão, que consistiram na aplicação de degraus positivos e

negativos, que serviram para avaliar a capacidade de resposta

dos transdutores quando submetidos a transientes rápidos de

pressão, além de servir para verificar a linearidade destes

transdutores. A Tabela 8.3 mostra os resultados obtidos para a

constante de tempo utilizando degraus positivos e negativos.

Conforme já citado, o teste PI é feito desligando a

alimentação elétrica do transdutor pressurizado e após alguns

segundos tornando a ligar a alimentação elétrica do mesmo. A

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85

resposta do transdutor é registrada e assim pode-se determinar

o seu tempo de resposta. Este teste foi aplicado ao transdutor

que utiliza o principio do balanço de forças e os resultados

foram comparados com os testes em rampa e degrau. Os

resultados estão mostrados na Tabela 8.4.

Alguns transdutores possuem um "damping" eletrônico, que

pode ser ajustado através de unt potenciômetro.

A Tabela 8.5 mostra o resultado obtido num experimento

realizado no qual se variou o "ajuste de damping" de dois

transdutores, e onde ficou claro que c sistema eletrônico de um

transdutor pode, dependendo do ajuste, ser o maior responsável

pelo tempo de atraso.

Para avaliar a influência do pote de selagem no tempo de

resposta do transdutor da ITT/Barton, foram feitos testes com e

sem o pote. Os resultados estão sintetizados na Tabela 8.6.

Tendo em vista que a existência de bolhas de ar afeta o

tempo de resposta dos transdutores de maneira negativa, algumas

bolhas de ar foram injetadas na linha de pressão para se

avaliar a influência das mesmas. Foram injetadas bolhas de ar

com dois compriníentos distintos: 25 milímetros e 550 milímetros

(medidos com o sistema despressurizado). Os resultados obtidos

estão na Tabela 8.7.

Page 103: DETERMINAÇÃO DO TEMPO DE RESPOSTA DE ... - ipen.br · 6.1. tempo de resposta de uma cadeia de instrumentaÇÃo 65 6.2. comparaÇÃo entre teste pi e teste em degrau 66 6.3. procedimento

TaJbtfla 8.2. Tmapo dm Atraso dos Tranadutorms Analisados

FABRICANTE

ITT/BARTON

FISHER

scrams»

SMAR

3HAR 1 1

aoiR #2

SMftR # 3

KRQISTRKIi

nUUHKETSL

SCHMIDT

FOXBORO

TAXA DE SUBIDA DA RAMPA

(KPa/s)

6; 28

10;21;26;32;40

47;119;157

64; 96

44;68;139

34;74;90;104;313

46;93;119

1;2;7;21

2; 6

3;9;10;18

4;4.5;12.5;25

TEMPO DE ATRASO

<»•)

160;160

40;40;40;40;40

20;20;30

80; 80

900;860;860

860;840;860;890;870

920;920;910

120;120;130;130

160;160

440;320;340;260

320;300;300;290

INCERTEZA

<*S)

40

20

20

20

20

40

10

10

10

10

10

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•7

8.3. Gonstmntm dm TiMgio Para Degraus Positlros m

Negativos

FABRICANTE

SCHUUMBERGER

SMAR

SMAR #1

SMAR #2

SMAR #3

ENGISTREL

TRAMSMITEL

ECKARDT

FOXBORO

0G8RA9 POSITIVO

(M)

160 ± 5

67 ± 5

986 ± 10

967 ± 10

983 ± 10

115 ± 5

190 ± 5

430 ± 5

700 ± 5

DBGRAD MBOATZVO

(M)

115 ± 5

110 ± 5

980 ± 10

1030 ± 10

1010 ± 10

160 ± 10

240 ± 10

480 ± 10

825 ± 10

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88

Tateia 8.4. Resultados do T»ste PI

FQXBOBO MOD.

# DO TESTS PI

1

2

3

4

5

6

7

8

E13EM

TEMPO DE RESPOSTA

(ms)

570 ± 5

620 ± 5

580 ± 5

580 ± 5

580 ± 5

580 ± 5

590 ± 5

650 ± 5

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TmbelM 8.5. Influência do Cbcfieiant* d» n«pfng no

• 9

FISHER MOD. 1151DP7E22LMMB

DAMPING

(%)

0

50

100

TEMPO DE ATRASO

(ms)

40 ± 20

800 ± 40

1280 ± 40

SMAR MOD. LD200D04

DAMPING

(%)

0

25

40

50

TEMPO DE ATRASO

(ms)

40 ± 10

800 ± 40

1000 ± 40

1240 ± 40

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90

Tabela 8. 6. Influência do Pote de Selagem no Tempo de Resposta

BARTON MOD. 764

SEM POTE DE

SEIAGEM

COM POTE DE

SEZAGEM

TEMPO DE ATRASO

(ms)

< 10

160 ± 40

CONSTANTE DE TEMPO

(ms)

30 ± 20

1640 ± 20

Tabela 8. 7. Influência de Bolhas de Ar no Tempo de Resposta

COMPRIMENTO DA

BOLHA (mm)

0

25

550

BARTON MOD. 764

TEMPO DE ATRASO

(ms)

< 10

< 10

50 ± 20

CONSTANTE DE

TEMPO (ms)

30 ± 20

25 ± 20

107 ± 20

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91

8.2 - ANÁLISE OE INCERTEZAS

Nos resultados apresentados para os tempos de resposta dos

transdutores, foi considerado como incerteza de medida, a

metade da menor divisão da carta utilizada para o registro dos

sinais de saida dos instrumentos analisados, somada à metade da

menor divis&o da carta utilizada para o instrumento de

referência.

Em ambos os casos, a resolução é função da velocidade do

papel, ou seja, para uma velocidade de 25 .om/s, e sendo 1

milímetro a menor divisão do papel no eixo dos tempos, temos

que a incerteza na medida é de 40 milisegundos.

Se a velocidade do papel for de 100 mm/s a incerteza passa

a ser então de 10 milisegundos.

Não foram considerados efeitos de deslocamento de

calibração, uma vez que os instrumentos analisados foram

previamente calibrados em laboratório.

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SUPRMMENTO DE GAS —fcVÁLVULA

REGULADORA

AJUSTE DA

RAMPA

l~zE SOLENÕIOE

ÁGUA

VAUDVME

TRANSOUTOR

AMAI M I M

REGISTRADOR

GRAFICO

Figura 8.1. Arranjo Experimental

(O

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93

REGiSTRADOR

CONVERSOR

Flgarm 8.2. Arranjo Experimental

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94

REFERÊNCIA

TEMPO

PinicialTRANSDUTORANALISADO

TAXA DE RAMPA

TEMPO DE ATRASO

A P

AT

Figura 8.3. Determinação doa Pãriamtroa dm Prmaaào

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95

9 CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

Após a realização dos testes envolvendo onze transdutores

analisados, os seguintes pontos merecem destaque:

I) somente o da Eckardt apresentou tempos de atraso que

dependem da taxa de rampa aplicada. Esta dependência da

resposta do Eckardt é devida ao alto valor do coeficiente de

damping do instrumento. Como o potenciômetro de ajuste vem

lacrado de fábrica, não nos foi possível acessá-lo.

Entretanto, os testes realizados com este instrumento

demonstraram que ao se fixar a inclinação da rampa de pressão

aplicada, os resultados do tempo de atraso se mantiveram com

boa repetibilidade, o mesmo se sucedendo com sua resposta para

transientes na forma de degrau positivo e negativo de pressão.

II) Os três transdutores modelo LD300 da Smar (#1, #2 e

#3), quando submetidos a transientes do tipo rampa e degrau de

pressão (positivos e negativos) apresentaram um grande

intervalo de tempo entre o instante de inicio do transiente

(detectado pelo transdutor de referência) e o instante em que

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96

os mesmos reagiram ao transiente. A existência deste de tempo

mostra que o transdutor requer ura intervalo de tempo para

processar as informações, ou seja, um "tempo morto". Outro

transmissor da Smar (modelo LD20Q) com a mesma faixa de

pressão, não apresentou tal comportamento, o que nos leva

concluir que é o sistema eletrônico dos instrumentos LD300 o

responsável pela existência deste "tempo morto". As

Figuras 9.1 e 9.2 mostram transientes do tipo rampa de pressão

aplicados aos transdutores LD300 e LD 200, respectivamente. As

Figuras 9.3 e 9.4 mostram a resposta dos transdutores, quando

submetidos a transiente do tipo degrau positivo de pressão, e

nas Figuras 9.5 e 9.6 são mostrados os resultados para degraus

negativos de pressão.

III) 0 teste PI aplicado ao transdutor da Foxboro demonstrou

ser um teste bastante simples e de boa repetibilidade.

Entretanto a análise do resultado não é simples e requer muita

cautela por parte do experimentador para encontrar o ponto

correto de leitura do tempo de resposta.

IV) Os transientes do tipo degrau de pressão demonstraram que

os transdutores analisados não necessariamente apresentam

respostas dinâmicas semelhantes quando submetidos a degraus

positivos e negativos, o que mostra que estes instrumentos não

se comportam como sistemas lineares de primeira ordem, muito

embora tenham apresentado boa repetibilidade.

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97

V) Os testes envolvendo o pote de selagem demonstraram que

este elemento contribui significativamente para o aumento do

tempo de resposta do transdutor. No caso do tempo de atraso

houve um aumento da ordem de 16 vezes quando se conectou o pote

de selagem ao Barton, e no caso da constante de tempo, o

aumento foi da ordem de 55 vezes. Entretanto, esta influência

negativa do pote de selagem não pode ser evitada, pois como foi

explicado, este elemento serve para proteger o instrumento

contra contaminação radioativa, uma vez que isola o instrumento

da água de processo do circuito primário.

VI) Os experimentos demonstraram que bolhas de ar com pequenos

comprimentos não são suficientes para influenciar negativamente

o tempo de resposta, e que somente a partir de alguns

centímetros é que houve realmente uma degradação do tempo de

atraso. Deve-se ressaltar que os efeitos de bolhas de ar na

linha de pressão de instrumentos de pressão é tão menor quanto

maior for a pressão a que o transdutor for submetido, ocorrendo

na verdade indicações erráticas de pressão, fazendo com que se

perca a confiabilidade nas leituras do instrumento.

VII) Em 8 dos II casos (~70%), o valor da constante de tempo é

maior do que o valor do tempo de atraso, o que demonstra que a

constante de tempo fornece valores conservatives do tempo de

resposta dos instrumentos e serve como um parâmetro para

avaliar o comportamento dinâmico do instrumento.

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98

VIII) A Tabela 9.1 mostra uma comparação entre os resultados

obtidos através do teste em rampa, degrau positivo de pressão e

PI (quando aplicável). Nesta tabela verificamos que não há

relação entre os resultados obtidos, embora em alguns casos os

resultados tenham sido relativamente próximos uns' dos outros,

para o mesmo instrumento, entretanto, o que se verificou foi

uma boa repetibilidade de cada teste, o que demonstra que a

escolha de um ou outro teste pode ser feita para a monitoração

da degradação do tempo de resposta de transdutores de pressão,

porém não sem antes aplicar o teste em rampa de pressão de

acordo com o transiente postulado no relatório de análise de

acidentes da instalação.

RECOMENDAÇÕES

Em relação à metodologia, uma conclusão importante é a de

que a medida direta do tempo de resposta de transdutores de

pressão é um meio simples e eficiente de verificar o seu

comportamento dinâmico em laboratório, e desta forma obter a

"assinatura" do transdutor, a exemplo do que faz a análise de

ruido. Entretanto, devido às complexidades envolvidas para a

sua aplicação em uma central nuclear (riscos de contaminação

radioativa, exposição à radiação), o método de análise de ruido

deverá ser estudado com maior profundidade até que os seus

resultados sejam compatíveis com os resultados obtidos através

do método direto, e desta forma aplicá-lo na determinação do

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99

tempo de resposta de transdutores de pressão, e na sua

monitoração.

Para isso, é necessário um programa intenso de estudos da

análise de ruido para medida de tempo de resposta, que deve

envolver testes em laboratório e testes na própria instalação

nuclear, para que os resultados obtidos por este método possam

ter correlacionados entre si e com os resultados obtidos por

outros métodos. Outro ponto importante sobre a análise de

ruido, é que este programa de testes poderá capacitar o método

de maneira a fornecer informações que não sejam somente

deterministicas, ou seja, apenas quantitativas, mas sim que

possam fornecer informações qualitativas capazes de identificar

as causas que geraram a degradação do tempo de resposta. Com

este "background" será possível, inclusive utilizar a análise

de ruido para agir de maneira preditiva.

Enquanto estes estudos não forem realizados o método

direto continuará sendo o único método aceito pelas autoridades

licenciadoras para a medida do tempo de resposta dos

transdutores de pressão ligados ao sistema de proteção de uma

central nuclear.

Com relação ao gerador hidráulico, devemos ressaltar que

durante o programa experimental, o gerador hidráulico de rampa

apresentou problemas de vazamento na válvula solenóide e em

algumas válvulas agulha. Foram dois os problemas apresentados

pela válvula solenóide:

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Za&ela 9.1. Compmrmção Entrm os tspost* Obtidos

FABRICANTE

ITT/BARTON

FISHER

SCHUJMBERGER

SMAR

SMAR #1

SMAR #2

SMAR #3

ENGISTREL

TRANSMITEL

ECKARDT

FOXBORO

TEMPO DE

ATRASO

<«*)

160

40

23

80

873

864

917

125

160

340

280

CONSTANTE DE TEMPO

(aw)

1640 ± 20

20 ± 20

160 ± 5

67 ± 5

986 ± 10

967 ± 5

983 ± 10

115 ± 5

190 ± 5

430 ± 5

700 ± 5

TESTE PI

NAO APLICÁVEL

NAO APLICÁVEL

NAO APLICÁVEL

NAO APLICÁVEL

NAO APLICÁVEL

NAO APLICÁVEL

NAO APLICÁVEL

NAO APLICÁVEL

NAO APLICÁVEL

NAO APLICÁVEL

580 ± 5

oo

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101

• o primeiro problema foi a perda de estanqueidade da

válvula, que provocava a passagem de ar do cilindro acumulador

para o cilindro hidráulico, mesmo com a válvula fechada. Este

problema foi resolvido ao trocar o anel de selagem. fabricado em

polietileno rígido por um anel de borracha mais macia. Este

problema provocava uma pequena vazão de ar do cilindro

acumulador para o cilindro hidráulico, causando um transiente

indesejado, antes do inicio do teste.

• o segundo problema foi a perda de estanqueidade em

algumas válvulas agulha, que foi resolvido utilizando uma pasta

especial denominada "carborundum" para desbastar a sede das

válvulas. Esta falta de estanqueidade, dependendo da função da

válvula, causava um aumento na pressão no interior do gerador,

não permitindo o inicio do teste a partir de uma situação de

estado estacionário de pressão.

Por ser uma válvula de apenas uma via, a Liesma oferece

estanqueidade para apenas um sentido de fluxo (do cilindro

acumulador para o cilindro hidráulico). Como em alguns casos

os transientes de projeto de uma central nuclear exigem testes

que envolvam rampas decr««c«ntM de pressão, recomenda-se que

esta válvula seja trocada por outra, de duas vias, ou seja, que

permita escoamento no sentido do cilindro acumulador para o

cilindro hidráulico e vice-versa. A nova válvula deverá

permitir pressões de trabalho da ordem de 15 MPa, tipicamente

encontrada em centrais nucleares. Para isto as conexões do

gerador deverão ser alteradas e deverá ser feito um teste

COMISSÃO WCXK/: zr. ?.."; ;•;•• NUCLEAR/SP

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102

hidrostático para verificar a capacidade do gerador de

trabalhar a altas pressões.

Para experiências futuras, deverão ser utilizados sistemas

de aquisição de dados para acelerar a obtenção dos sinais de

resposta dos transdutores e através de programas computacionais

acoplados a este sistema, tornar a análise dos resultados mais

confiável, uma vez que desta forma ela se torna menos

dependente da habilidade e acuidade visual do experimentador.

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103

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Figura 9.2. Transdutor XO200 Com Resposta Normal - Trans ion to do Tipo Ramp* da Pressão

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Figura 9.3. Transdutor LD300 Com "teaipo Morto" - Transients do Tipo Degrau (Positivo) cto

Prmssâo

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Figura 9,4. Transdutor LD200 Com Resposta normal - Transients do Tipo Degrau (Positivo) dm

Pressão

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Figura 9.5. Transdutor LD300 Coa "tampo Horto" - Transient» do Tipo Degrau CNagatiro; d»

Pr«ssáo

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Figura 9.6. Transdator LD200 Com Raspostã Normal - Transient* do Tipo Dmgrmu (Negativo) dm

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109

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to Harsh Environment. Albuquerque, NM,

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Response Time of Nuclear Plant Pressure Sensors.

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Eletric Power and Protection Systems. New York,

N.Y, Nov. 1977. (NUREG 1.118)

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Standard Criteria for the Periodic Testing

of Nuclear Power Generating Station Safety

Systems. New York, N.Y, 1975 (IEEE STD.338).

(5) INSTITUTE OF*ELECTRICAL AND ELECTRONICS ENGINEERS.

Criteria for Protection Systems for Nuclear Power

Generating Stations. New York, N.Y,

1971. (IEEE STD.279).

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Equations. In: D'AZZO, J.J. & HOUPIS, Linear

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and Modern. Kogakusha, McGraw-Hill, 1975. p. 66-

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and Aging Characteristics of Nuclear Plant Pressure

Transmitters. Washington, D.C. 1993.

(NUREG/CR-5851).

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Ill

(11) FURNAS CENTRAIS ELÉTRICAS. Finai Safety Analysis

Report. Central Nuclear "Almirante Álvaro Alberto"

Unit I, Chapter 15: Accident Analysis. Rio de

Janeiro, 1992. (Rev. 23)

(12) CAIN, D.G & FOSTER, G. C. A Practical Means For

Pressure Transducer Response Verification. Nucl.

Technol., 36: 275-284, 1977.

(13) SOARES, A.J., Study and Dynamic Modeling Of a

Pressure Transducer That is Based on the Principle

of Force Balance. Tennessee, 1982. (Tese de

doutoramento,Universidade do Tennessee).

(14) ANALYSIS AND MEASUREMENT. Proposal Services for In-

Situ Response Time Testing of RTDs and Pressure

Transmitters At ANGRA Unit I. Knoxville, TN.

July 9, 1993. (Rev.O)

(15) FILHO, E.O.A., LOPES, P.R. DE L., CARNEIRO, A.L.G. &

DA SILVA, A.A., Aplicações da Técnica de Modelos

Auto-Regressivos no Cálculo de Tempo de Resposta de

Sensores em Instalações Nucleares. (Trabalho

apresentado ao IX Encontro Nacional de Física de

Reatores e Termoidráulica (ENFIR) Caxambú, Out.93).

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112

(16) VAN WYLEN, & G.J., SONTAG, R.E. Fundamentos da

Termodinâmica Clássica. São Paulo, Edgard Blücher.

1976.

(17) VENNARD, J.K. & STREET, R.L. Elementos de Mecânica

dos Fluidos. Rio de Janeiro, Guanabara Dois, 1978.

(18) De Nevers, N.; Fluid Mechanics. Utah, Addison-

Wesley, 1970.

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113

11 ANEXO

11.1 ESCOAMENTO ADIABÁTICO REVERSÍVEL UNIDIMENSIONAL EM

REGIME PERMANENTE ATRAVÉS DE UM BOCAL

Um bocal é um dispositivo no qual a energia cinética de um

fluido é elevada segundo um processo adiabático. Esta elevação

envolve uma diminuição na pressão, que é conseguida por uma

variação apropriada da área de escoamento. Um difusor é um

dispositivo que possui a função inversa, isto é, elevar a

pressão pela desaceleração do fluido.

Utilizando a primeira lei da termodinâmica, temos para um

processo em regime permanente o volume de controle da Figura

11.1, que mostra um bocal convergente-divergente, onde a seção

reta de menor área é chamada de garganta.

SUPERMOE DE CONTROLE

Figura 11.1. Escoamento Adiabático Reversível Unidimensional «m

Permanent* Através de um Bocal.

MCXK". 1.- fiW«6?

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114

onde,

V é a velocidade de escoamento;

T é a temperatura do gás;

p é a densidade do gás.

Para o volume de controle mostrado na figura anterior,

podemos escrever as seguintes relações:

Primeira lei:

(Hi)Sc

sendo: dh entalpia especifica;

gc constante que relaciona força, massa,

comprimento e tempo (conversão de unidades).

Relação de propriedades:

Equação da continuidade:

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115

pAV = m = constante

+ +p A V

sendo IR o fluxo de massa.

Rp A V

Combinando as equações 11.2 e 11.3 temos

-VdVan =

p eou,

dV = - -8-t-dPpV

que substituindo na equação 11.3 fica

(11.3)

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116

p\dP )' pVdP

(dP/ ) V2

I I dp) j

Como o escoamento é isentrópico,

dP c2 V2

dp gc M gc

e portanto,

dA dPV2

P\ -gc

(11.4)

O termo "M" que aparece na equação 11.4 é o número de

Mach, que é definido como a razão entre a velocidade real "V e

a velocidade sônica "c".

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117

Esta é uma equação bastante significativa, pois através

dela podemos concluir a cerca da forma adequada dos bocais e

difusores:

Para um bocal áP < 0. Portanto,

para um bocal subsônico M < 1 , d A < 0 e o bocal é convergente,

para um bocal supersônico M > 1, d A > 0 e o bocal é divergente.

Para um difusor dP > 0. Portanto,

para um difusor subsônico M < 1, dA > 0 e o difusor é

divergente.

para um difusor supersônico M > 1, dA < 0 e o difusor é

convergente.

Quando M « 1, dA « 0, o que significa que a velocidade

sônica pode ser encontrada na garganta de um bocal ou difusor.

Retornando â primeira lei da termodinâmica para um

escoamento isentrôpíco de um gás perfeito, podemos relacionar a

entalpia, a entalpia de estagnação e a energia cinética,

lembrando que o estado de estagnação isentrôpico, e as

propriedades a ele associadas, é o estado que um fluido teria

se sofresse uma desaceleração adiabática reversível até a

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118

velocidade nula. 0 índice utilizado para indicar este estado

será o "OM, como o utilizado por Van Wylen (6).

(11.5)

Para um gás perfeito, com calor especifico constante, a

equação anterior pode ser escrita na forma:

(11.6)

onde:

Cp0 é o calor específico na pressão de estagnação;

k é a r?lação entre os calores específicos Cp/Cv;

R é a constante do gás.

como c*=kgcRT

substituindo na equação 11.6 resulta:

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Para um processo isentrópico,

T 'f -A

119

(11.7)

Portanto,

•('•¥«')X.-.i

(11.8)

(11.9)

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120

Os valores de P/PQ, p/po e T/TQ, são dados em função de M

da tabela de gases, e cada tabela para um dado valor de "k".

As condições na garganta do bocal podem ser encontradas,

fazendo M-l na garganta. As propriedades na garganta são

indicadas por um asterisco "*'.

Desta forma:

— =— (11.10)

T k+\

As propriedades na garganta de um bocal quando M=l, são

conhecidas como pressão crítica, temperatura critica e massa

especifica critica, e as relações dadas pela equações 11.10,

11.11 e 11.12 são chamadas de relação critica de temperatura,

de pressão e massa especifica.

r;«::K.: rr F \\ ?-G:A N U C L E A R / S P • iPEfc

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121

Para a descarga por unidade de área, m/A, em um bocal,

consideraremos a equação da continuidade:

que resulta:

U1.X3,

Substituindo a equação 11.8 na equação 11.12, a descarga

por unidade de área pode ser expressa em termos da pressão de

estagnação, temperatura de estagnação, número de Mach e

propriedades dos gases.

(11.14)

Na garganta, M»l e portanto, a descarga por unidade de

área na garganta, m/A, pode ser encontrada, fazendo M=l na

equação 11.14,

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122

(11.15)

ITJA relação das áreas A/A* pode ser obtida pela divisão da

equação 11.14 pela 11.15,

M áF?)M 2U-I)(11.16)

A relação das áreas A/A* é a relação entre a érea do ponto

onde o número de Mach é "M" pela área da garganta, e os valores

de A/A* em função de Mach são dados em tabelas para gases.

A equação 11.2 estabelece a condição necessária para o

estabelecimento de vazão critica (sônica) na garganta da

válvula V-05, e vazão de equalização subsôníca na saída,

funcionando portanto como um difusor. Utilizando k - 1,4 para

o ar obtemos:

s 0,528 (11.17)

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123

que mostra que a relação entre as pressões dos cilindros &2 e

Ai deve ser de aproximadamente de dois para um (2:1),

necessariamente. Nesta condição a salda da válvula V-05 está

bloqueada, passando por ela a maior vazão possível de ser

alcançada.

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124

12 ANEXO

12.1 TRANSFORMADA INVERSA DE XAPLACE PARA UM SISTEMA LINEAR

DE ORDEM "M" COM UM SINAL DE ENTRADA EM FORMA DE RAMPA

Conformedemonstrado na Seção 2.4, o sinal de saída de um

sistema linear de ordem "m" com um sinal de entrada em forma de

rampa, no domínio de Laplace, é dado por:

O(S) =

Utilizando a técnica de resíduos para cálculo da

transformada inversa de Laplace, obtém-se:

O(t)m / (resíduosde O(s)esí\ (12.2)

polos

sendo os resíduos dados por:

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onde Pj são os polos, e V é o número de ordem do polo.

Substituindo a equação 12.1 na equação 12.3, o resultado

em 12.2, obtemos que:

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126

= -0 , +

)D(s)6 '" (s+zn)D(s)e (s+Pl)D(s)

N(s) -(s+Pl)D(s) (s + Pm)D(s) D(s)

= 0

(12.6)

substituindo S pelos respectivos polos l-Pi,-P2" •

temos:

PlP2"Pm

1 ^ 1 ̂ ^ 1 1 1 l\ z1z2"-zn

^J P2 P* *i *2 Zn)PlP2'~Pm

(12.7)

ou seja:

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127

O(t) =

onde

e

l_ J_<Pl P2

PlP2'"Pm

Pm

1 1

(12.8)

'n