48
MONITORIZAÇÃO BIOLÓGICA DAS ZONAS DE DESCARGA DAS PRINCIPAIS BACIAS DE DRENAGEM DE LISBOA NO ESTUÁRIO DO TEJO RELATÓRIO FINAL DEZEMBRO DE 2010

DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

 

  

 

 

MONITORIZAÇÃO BIOLÓGICA DAS ZONAS DE DESCARGA DAS 

PRINCIPAIS BACIAS DE DRENAGEM DE LISBOA NO ESTUÁRIO DO TEJO  

  

RELATÓRIO FINAL 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

DEZEMBRO DE 2010 

 

Page 2: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

    

EQUIPA TÉCNICA 

 

 

 

 

A  equipa  técnica  que  participou  na  execução  deste  relatório  pertence  ao  Centro  de 

Oceanografia (CO) e é constituída por: 

 

Maria José Costa (Coordenação) 

Pedro Raposo de Almeida 

José Lino Costa 

Gilda Silva 

Carla Azeda 

João Paulo Medeiros 

Erica Sá 

Maria João Tavares 

Inês Gaspar 

 

Page 3: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Índice 

1. INTRODUÇÃO  1 

2. METODOLOGIA  4 

2.1. ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM E TRABALHO DE CAMPO .................................................... 4 

2.2. TRABALHO DE LABORATÓRIO .......................................................................................... 9 

2.2.1. GRANULOMETRIA DOS SEDIMENTOS SUPERFICIAIS  9 

2.2.2. MATÉRIA ORGÂNICA TOTAL DOS SEDIMENTOS SUPERFICIAIS  10 

2.2.3. MACROINVERTEBRADOS BENTÓNICOS  10 

2.3. TRATAMENTO DOS DADOS ........................................................................................... 11 

3. RESULTADOS  13 

3.1. SEDIMENTOS SUPERFICIAIS ........................................................................................... 13 

3.1.1. GRANULOMETRIA DOS SEDIMENTOS SUPERFICIAIS  13 

3.1.2. MATÉRIA ORGÂNICA DOS SEDIMENTOS SUPERFICIAIS  16 

3.2. MACROINVERTEBRADOS BENTÓNICOS ......................................................................... 18 

3.2.1. ELENCO FAUNÍSTICO  18 

3.2.2. ESTRUTURA DAS COMUNIDADES BENTÓNICAS  31 

3.2.3. ESTADO DE CONSERVAÇÃO DAS COMUNIDADES BENTÓNICAS  34 

4. CONCLUSÕES  37 

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS  43 

 

Page 4: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Introdução 

1

1. INTRODUÇÃO 

O sistema de drenagem do Concelho de Lisboa  integra até ao  final de 2010, quatro grandes 

subsistemas,  designadamente  Alcântara,  Beirolas,  Chelas  e  Terreiro  do  Paço  (Figura  1).  As 

águas  residuais  afluentes  aos  três  primeiros  subsistemas  são  conduzidas  às  ETAR 

correspondentes  e  as  do  subsistema  do  Terreiro  do  Paço  drenadas  directamente  para  o 

estuário do Tejo. 

 

CONCELHO DE LISBOA

BACIAS DE DRENAGEM

Bacia doTerreiro do Paço

Bacia deAlcântara

Bacia deChelas

Bacia deBeirolas

N

 

Figura 1 ‐ Subsistemas de drenagem do Concelho de Lisboa. 

 

As ETAR de Alcântara, Chelas e Beirolas  foram  inauguradas em 1990,  tendo as duas últimas 

passado a dispor de  tratamento  terciário e de desinfecção dos efluentes a partir de 2001. A 

ETAR de Chelas, situada no Vale de Chelas, recebe efluentes gerados apenas no concelho de 

Lisboa,  provenientes  da  bacia  de  Chelas,  que  abrange  uma  área  de  2.100  ha.  Esta  infra‐

estrutura tem capacidade para tratar um caudal diário de 52.500 m3/d, correspondente a uma 

população  equivalente  de  255.000  habitantes,  em  que  a  componente  industrial  representa 

cerca de 10%. A ETAR de Beirolas,  situada  junto à ponte Vasco da Gama,  trata os efluentes 

gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos concelhos de Lisboa e de duas  freguesias do 

concelho de Loures (Sacavém e Moscavide). Abrange uma área de 1.700 ha, e tem capacidade 

para tratar um caudal diário de 54.500 m3/d, correspondente a uma população equivalente de 

250.000 habitantes, em que a componente industrial representa cerca de 68%. 

Page 5: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Introdução 

2

Quanto à ETAR de Alcântara, situada na Avenida de Ceuta, estão neste momento a terminar as 

obras para  ampliação  e  completamento do  tratamento  secundário  e desinfecção das  águas 

residuais  correspondentes.  Apesar  de  aquela  intervenção  ainda  não  estar  concluída  em 

absoluto, a  infra‐estrutura dispõe  já de  capacidade para  tratamento biológico dos efluentes 

desde  Setembro  de  2009  e  de  desinfecção  desde  Dezembro  de  2009.  Esta  ETAR,  tem 

actualmente capacidade para tratar um caudal diário de 285.120 m3/d, mas após a conclusão 

das  referidas  obras,  essa  será  a  capacidade  para  tempo  seco,  e  em  tempo  húmido  terá 

disponível  uma  capacidade  de  570.240  m3/d.  A  infra‐estrutura  serve  maioritariamente  a 

população da  região ocidental de  Lisboa, mas  também dos  concelhos de Oeiras e Amadora 

pertencentes à mesma bacia, distribuídas por uma área com cerca de 4.100 ha. 

No que diz respeito ao subsistema do Terreiro do Paço, que engloba os efluentes de Alfama, da 

Baixa  Pombalina  e  das  avenidas  da  Liberdade  e Almirante Reis,  e  que  são  hoje  despejados 

directamente  para  o  rio  Tejo,  sem  qualquer  tratamento,  serão  brevemente  encaminhados 

também para a ETAR de Alcântara, após  várias  intervenções que  têm estado a decorrer no 

terreno. Actualmente, aquele subsistema recebe águas residuais de uma população superior a 

100 mil habitantes e abrange uma área com cerca de 600 ha. 

Tendo em conta a situação descrita anteriormente, entendeu a Câmara Municipal de Lisboa, 

levar a cabo, juntamente com o Centro de Oceanografia (CO), um programa de monitorização 

das comunidades biológicas das zonas  ribeirinhas adjacentes aos colectores de descarga das 

bacias de drenagem de Alcântara, do Terreiro do Paço, de Chelas e de Beirolas. Este estudo 

tem como objectivo, não só avaliar o estado actual das referidas comunidades, mas também, 

nos dois primeiros casos, acompanhar a sua previsível evolução positiva com as alterações  já 

introduzidas ou a  introduzir brevemente no  sistema de  saneamento básico do Concelho. Os 

trabalhos tiveram início em Agosto de 2009, antes de se fazerem sentir quaisquer efeitos das 

melhorias  infra‐estruturais  referidas, ou  seja, ainda na  fase pré‐operacional do projecto. De 

facto, no caso de Alcântara estes impactos positivos só terão começado a partir de Setembro 

de 2009, com o  início do  tratamento biológico dos efluentes, enquanto no Terreiro do Paço 

isso ainda não aconteceu, sendo expectável que tal se venha a verificar no início de 2011, com 

o  começo  da  drenagem  das  águas  residuais  do  respectivo  subsistema  para  a  ETAR  de 

Alcântara. Como no caso das ETAR de Chelas e de Beirolas não se efectuaram recentemente 

modificações de  fundo,  em  termos  infra‐estruturais ou no  seu modo de  funcionamento, os 

respectivos  trabalhos de monitorização  iniciaram‐se  apenas no Verão de 2010. No entanto, 

para a zona de Beirolas é possível efectuar um acompanhamento da situação desde 1997, uma 

vez que existem dados fidedignos sobre as respectivas comunidades bióticas, recolhidos desde 

Page 6: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Introdução 

3

essa altura pela equipa do CO no âmbito dos Estudo de Monitorização Biológica da Zona de 

Intervenção do Parque das Nações. 

Devido à sua  íntima associação com o substrato, ao razoável sedentarismo que exibem e ao 

facto  de  apresentarem  genericamente  ciclos  de  vida  relativamente  curtos,  as  espécies  que 

constituem as  comunidades bentónicas, e os macroinvertebrados em particular,  respondem 

de forma directa e bastante rápida mesmo a pequenas alterações no meio aquático (Pereira et 

al.,  1998).  De  facto,  os macroinvertebrados  são  bastante  sensíveis  a  perturbações  no  seu 

habitat,  nomeadamente  variações  nos  teores  de  matéria  orgânica  e  contaminação  por 

substâncias  tóxicas  (Silva  et  al.,  1999).  Além  disso,  por  englobarem  maioritariamente 

organismos que se encontram nos níveis  inferiores das cadeias alimentares, as modificações 

que  experimentam  acabam  por  ter  claras  repercussões  nos  estados  tróficos  superiores, 

nomeadamente no que diz respeito à generalidade dos cefalópodes, crustáceos decápodes e 

peixes  (Costa  et  al.,  2005).  Tendo  em  conta  tal  conjunto  de  características,  os 

macroinvertebrados  bentónicos  são  o  grupo mais  utilizado  quando  se  pretende  analisar  de 

forma relativamente expedita e eficiente o estado de conservação das comunidades aquáticas 

e avaliar a magnitude e a distribuição espácio‐temporal de  impactos antrópicos neste tipo de 

ambientes (Costa et al., 1999). 

Pelos motivos mencionados anteriormente, optou‐se então por centrar o presente programa 

de monitorização na análise dos macroinvertebrados bentónicos e parâmetros ambientais que 

mais directamente os condicionam, designadamente a granulometria e os  teores de matéria 

orgânica dos sedimentos. Assim, o objectivo final do estudo consiste no acompanhamento das 

referidas  comunidades biológicas,  servindo estas  como  indicadores da evolução da  situação 

ambiental das zonas de Alcântara, Terreiro do Paço, Chelas e Beirolas, e permitindo detectar 

os eventuais  impactos positivos ou negativos das diferentes  infra‐estruturas de  saneamento 

básico no meio receptor. 

Com o presente relatório pretende‐se dar a conhecer os trabalhos realizados e os resultados 

obtidos  nos  anos  de  2009  e  2010.  A  sua  confrontação  com  os  elementos  recolhidos 

posteriormente  permitirá  determinar  a  evolução  das  condições  ambientais  das  áreas  em 

estudo e perspectivar o impacto positivo das novas infra‐estruturas no estado de preservação 

da zona ribeirinha do município de Lisboa, bem como detectar eventuais  impactos negativos 

resultantes de deficiente funcionamento das várias ETAR. 

Page 7: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Metodologia 

4

2. METODOLOGIA 

2.1. ESTAÇÕES DE AMOSTRAGEM E TRABALHO DE CAMPO 

Ao contrário do que aconteceu em 2009, quando as amostragens foram realizadas apenas no 

Terreiro do Paço (TP) e Alcântara (AL), em 2010 estas foram levadas a cabo também em Chelas 

(CH)  e  Beirolas  (BR),  sempre  na  envolvência  dos  emissários  existentes  em  cada  sítio.  O 

primeiro  consiste  na  porção  terminal  do  colector  que  drena  para  o meio  estuarino  águas 

residuais não tratadas recolhidas no subsistema de saneamento do Terreiro do Paço, enquanto 

os  restantes  descarregam  no  estuário  do  Tejo  águas  das  respectivas  bacias  de  drenagem, 

incluindo  os  efluentes  processados  pelas  respectivas  ETAR.  Em  quaisquer  dos  casos,  os 

emissários encontram‐se localizados junto à margem ribeirinha. 

Procurou‐se desenvolver um esquema de amostragem semelhante em todos os  locais, sendo 

este  constituído  por  um  conjunto  de  estações  de  amostragem  de  tratamento  (T),  sob 

influência directa dos emissários, e por um conjunto de estações de amostragem de controlo 

(C),  presumivelmente  já  fora  da  zona  onde  os  seus  efeitos  se  fazem  notar  de  forma 

significativa  (Costa  et  al.,  2005).  A  análise  das  estações  de  amostragem  de  tratamento 

permitirá  acompanhar  o  estado  das  comunidades  biológicas  sujeitas  à  acção  directa  dos 

efluentes. O estudo das estações de amostragem de controlo permitirá aferir se esse estado se 

deve à presença dos efluentes (caso as comunidades das estações de amostragem de controlo 

se apresentem mais bem preservadas que as das suas homólogas de tratamento) ou a causas 

mais gerais extrínsecas à presença e funcionamento dos emissários (caso as comunidades das 

estações de amostragem de  controlo e de  tratamento apresentem um grau de preservação 

idêntico ou tendências de evolução concorrentes). 

Excepto  em  Beirolas,  onde  se  estabeleceu  um  delineamento  amostral  particular,  para 

aproveitar os dados pré‐existentes, o  conjunto das  estações de  amostragem de  tratamento 

engloba, em cada caso, nove pontos de colheita dispostos em torno dos emissários, divididos 

por três radiais (A, B, C) e três transeptos divergentes a partir das fontes emissoras (1, 2 e 3). A 

primeira destas  radiais  foi estabelecida a cerca de 30 m da margem, uma vez que na  região 

mais próxima de terra se torna muito difícil trabalhar em segurança. A distância implementada 

entre radiais foi de 50 m. Um esquema de amostragem deste tipo permitirá, assim, avaliar de 

forma mais eficaz o efeito dos efluentes nas comunidades biológicas adjacentes, garantindo 

uma análise do gradiente de diminuição dos impactos das águas residuais com o aumento da 

distância às fontes emissoras. 

Page 8: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Metodologia 

5

No entanto, devido às características geográficas e infra‐estruturais específicas dos locais onde 

são emitidas as descargas de Alcântara (Figura 2), Terreiro do Paço (Figura 3) e Chelas (Figura 

4), tiveram de se introduzir algumas alterações nas respectivas redes de amostragem. Assim, a 

localização  da  saída  dos  emissários  de  Alcântara  e  de  Chelas  em  reentrâncias  da margem 

permitiu  nestes  locais  o  estabelecimento  quase  integral  das  redes  de  colheita  previstas 

inicialmente,  apenas  tendo  sido  necessário  orientá‐las  em  função  da  geografia  dessas 

pequenas  baías  artificiais  (Figuras  2  e  4).  Pelo  contrário,  a  natureza  mais  aberta  da  orla 

ribeirinha do Terreiro do Paço e, sobretudo, a mudança prevista inicialmente na localização do 

emissário (estava programado que, até à ligação deste subsistema à ETAR de Alcântara, que se 

prevê para o início de 2011, as respectivas águas residuais e pluviais iriam ficar durante algum 

tempo a afluir ao estuário num ponto ligeiramente afastado da posição inicial, mas tal não irá 

acontecer,  efectuando‐se  brevemente  a  conexão  entre  os  dois  subsistemas),  conduziram  a 

algumas modificações  importantes na  rede de amostragem aí  implementada. De  facto, para 

que  a  estratégia  de  amostragem  adoptada  pudesse  servir  para  analisar  correctamente  a 

evolução  das  comunidades  biológicas  do  local,  antes  e  depois  da mudança  de  posição  da 

descarga e após a sua eliminação, optou‐se por transformar as três radiais em três transeptos 

paralelos  à  margem,  funcionando  esta  rede  de  estações  mais  como  uma  grelha  de 

amostragem (em que os transeptos perpendiculares à margem distam entre si cerca de 70 m) 

do  que  como  um  sistema  de  radiais  atravessadas  por  transeptos  divergentes  (Figura  3). 

Mesmo  assim,  por  uma  questão  de  comodidade,  neste  trabalho  continuarão  a  designar‐se 

como radiais estes transeptos paralelos à margem. 

 

 

Figura 2 – Rede de amostragem estabelecida em Alcântara, com a  localização da saída do  respectivo 

emissário  (C1 e C2  referem‐se ao  conjunto de estações de amostragem de  controlo mais próximas e 

afastadas do emissário, respectivamente) (Fonte: Google Earth). 

Page 9: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Metodologia 

6

 

Figura  3  –  Rede  de  amostragem  estabelecida  no  Terreiro  do  Paço,  com  a  localização  da  saída  do 

emissário existente () e do ponto onde estava previsto relocalizá‐la, antes da ligação deste subsistema 

à ETAR de Alcântara () (C1 e C2 referem‐se ao conjunto de estações de amostragem de controlo mais 

próximas e afastadas do emissário, respectivamente) (Fonte: Google Earth). 

 

 

Figura  4  –  Rede  de  amostragem  estabelecida  em  Chelas,  com  a  localização  da  saída  do  respectivo 

emissário  (C1  e  C2  referem‐se  ao  conjunto  de  estações  de  amostragem  de  controlo  a  jusante  e 

montante do emissário, respectivamente) (Fonte: Google Earth). 

 

Já a rede de estações de amostragem de controlo foi delineada para apresentar, em cada sítio, 

dois  transeptos perpendiculares à  linha de  costa  (1 e 2), englobando ambos  três pontos de 

amostragem (A, B e C) localizados sensivelmente à mesma distância da margem (30, 80 e 130 

metros) que os seus homólogos das estações de amostragem de tratamento, garantindo assim 

mais  facilmente  igualdade de  condições batimétricas e  sedimentares entre os dois  tipos de 

redes de amostragem. Idealmente, estes transeptos deveriam situar‐se a montante e  jusante 

Page 10: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Metodologia 

7

das redes de amostragem de tratamento, até porque no estuário, com as mudanças de maré, 

os efluentes  são ciclicamente empurrados, quer para montante, quer para  jusante. De  igual 

modo, a sua localização deveria ser suficientemente afastada dos emissários, para garantir que 

se encontravam fora da acção dos efluentes respectivos. Contudo, quer em Alcântara (Figura 

2),  quer  no  Terreiro  do  Paço  (Figura  3),  as  regiões  a  montante  daquelas  onde  foram 

implementadas  as  correspondentes  redes  de  amostragem  de  tratamento  que  ainda 

apresentam  características  abióticas  e  de  pressão  humana  semelhantes  a  estas,  são 

inacessíveis em termos operacionais, devido à presença de  instalações portuárias. Assim, em 

ambos  os  locais,  as  redes  de  amostragem  de  controlo  tiveram  de  ficar  localizadas 

exclusivamente a  jusante das  suas homólogas de  tratamento  (Figuras 2 e 3). Mesmo assim, 

para manter alguma homogeneidade de características entre as estações de amostragem de 

tratamento e de controlo de cada sítio, as últimas tiveram de ser estabelecidas entre 300 e 500 

metros de distância dos pontos de descarga, o que pode não  ser  suficiente para  garantir  a 

ausência  de  impactos  significativos  dos  efluentes.  Acresce  que  entre  as  estações  de 

amostragem de tratamento e de controlo de Alcântara está  localizada a Ponte 25 de Abril, o 

que poderá colocar dificuldades adicionais à  interpretação dos resultados obtidos neste sítio. 

No entanto, como os transeptos de amostragem de controlo distam entre si cerca de 150 m 

nos  dois  locais,  o  gradiente  de  variação  do  estado  de  preservação  das  respectivas 

comunidades  biológicas  em  função  da  distância  aos  emissários  deverá  permitir  aferir  a 

influência dos efluentes nessas regiões mais afastadas. Já na rede de amostragem de Chelas, 

foi  possível  estabelecer  estações  de  amostragem  de  controlo  a  montante  e  jusante  do 

respectivo ponto de descarga (Figura 4). Neste caso, para garantir alguma homogeneidade nas 

características das estações de amostragem de tratamento e de controlo, estas últimas foram 

estabelecidas  a  500 metros  do  respectivo  emissário,  esperando‐se  que  essa  distância  seja 

suficiente para evitar hipotéticos impactos do efluente em ambos os locais seleccionados para 

a função de controlo. 

Em  Beirolas,  existiam  desde  1997  dados  sobre  as  respectivas  comunidades  de 

macroinvertebrados bentónicos, obtidos em  três transeptos perpendiculares à margem, com 

estações de amostragem distribuídas por quatro transeptos paralelos à  linha de costa  (neste 

trabalho designados por radiais, por comodidade de linguagem) distando de terra cerca de 20, 

70, 130 e 260 metros,  respectivamente  (Figura 5). As duas primeiras  radiais  localizam‐se no 

intertidal  e  a  última  já  no  subtidal,  encontrando‐se  a  terceira  na  região  de  transição  entre 

ambas as zonas. Os transeptos C1 e C2 situam‐se a 160 e 670 metros a jusante do emissário e 

o  transepto  C3,  500  metros  a  montante.  Para  se  aproveitar  este  importante  acervo 

Page 11: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Metodologia 

8

informativo, foi decidido adaptar o delineamento amostral do  local às características da rede 

de  colheitas  já  existente.  Assim,  entendeu‐se  considerar  os  transeptos  C2  e  C3,  como 

conjuntos  de  estações  controle  e  estabelecer  um  novo  transepto,  com  idênticas 

características, mas  localização  frontal  à  saída do  emissário,  como  conjunto de  estações de 

amostragem de tratamento (Figura 5). Quanto ao transepto C1, situado 160 metros a jusante 

da  fonte  emissora,  poderá  funcionar  como  controlo  ou  tratamento,  devendo  os  resultados 

obtidos ou a obter no  futuro esclarecer a situação. De qualquer  forma, a presença da ponte 

Vasco da Gama, de permeio, pode reduzir a valia deste transepto como controlo. 

 

 

Figura  5  – Rede de  amostragem  estabelecida  em Beirolas,  com  a  localização da  saída do  respectivo 

emissário  (C1,  C2  e  C3  referem‐se  ao  conjunto  de  estações  pré‐existentes  e  que  poderão  funcionar 

como controlo no presente estudo) (Fonte: Google Earth). 

 

Em  Alcântara,  Terreiro  do  Paço  e  Chelas,  as  recolhas  de  sedimentos  e  de 

macroinvertebrados bentónicos foram realizadas a bordo de um barco de pesca profissional 

com alador mecânico, com auxílio de uma draga do tipo Day (Smith‐McIntyre modificada), com 

superfície de abertura de 0,1 m2. Em estudos anteriores (Costa et al., 2008) este engenho de 

colheita revelou ser particularmente adequado às condições de hidrodinamismo elevado que 

se verificam nos  três  locais. A amostragem ocorreu em regime de marés‐mortas, de modo a 

beneficiar das menores  condições hidrodinâmicas  geradas  em  tal  situação para potenciar  a 

eficácia da draga. Tendo em conta a elevada área de ataque da draga Day, foi apenas obtido 

um replicado em cada estação de colheitas. Já no caso das amostragens efectuadas na zona de 

Beirolas,  para manter  a  mesma metodologia  empregue  anteriormente,  as  recolhas  foram 

Page 12: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Metodologia 

9

realizadas a bordo de uma pequena embarcação de pesca, com uma draga van Veen (modelo 

Sousa  Reis/LMG)  com  0,05 m2  de  abertura,  e  obtidos  dois  replicados  em  cada  estação  de 

colheitas. As campanhas de amostragem decorreram em Agosto de 2009 e de 2010. A escolha 

da  época  estival  para  as  recolhas  foi  determinada  pela  necessidade  de  evitar  a  maior 

instabilidade  natural  dos  ecossistemas  estuarinos  portugueses  no  Inverno,  devido  a 

fenómenos  intensos  de  pluviosidade,  e  a  conveniência  de  iludir  a  influência  dos  picos  de 

recrutamento  de  muitas  espécies  durante  a  Primavera,  factores  que  frequentemente 

enviesam  as  análises  de  qualidade  ambiental  do  meio  aquático  realizadas  a  partir  das 

comunidades de macroinvertebrados bentónicos (Costa et al., 2005). 

As  amostras  de  sedimento  para  o  estudo  da  macrofauna  foram  guardadas  em  sacos  de 

plástico,  aos  quais  se  adicionou  formol  diluído  a  4%,  corado  com  Rosa  de  Bengala  e 

neutralizado com borato de sódio. As amostras recolhidas para o estudo da granulometria e 

teor  em  matéria  orgânica  foram  congeladas,  de  modo  a  preservar  as  características  do 

sedimento, uma vez que o seu processamento imediato não foi possível. 

 

2.2. TRABALHO DE LABORATÓRIO 

2.2.1. GRANULOMETRIA DOS SEDIMENTOS SUPERFICIAIS 

Em cada estação de colheita foi retirada uma amostra com cerca de 100 g de sedimento para 

análise  granulométrica.  Esta  foi  seca  numa  estufa  a  60 ºC,  lavada  em  água  doce  e  passada 

através de um crivo de 0,063 mm de malha, para remoção da fracção fina (vasa). O restante 

sedimento foi novamente seco e passado através de uma coluna de quatro crivos (2,000 mm, 

0,500 mm, 0,250 mm e 0,063 mm) do  tipo "AFNOR", e pesadas as correspondentes  fracções 

individuais. Deste modo,  as percentagens de  cascalho  e  areia  foram  calculadas  a partir das 

porções  retidas  nas  seguintes malhas:  >  2,000 mm,  0,063  ‐  2,000 mm,  respectivamente.  A 

fracção vasosa foi determinada por diferença, relativamente ao peso inicial da amostra. Todo 

este procedimento está representado na Figura 6. 

 

Page 13: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Metodologia 

10

 

Figura 6 – Passos laboratoriais necessários para determinação da granulometria dos sedimentos. 

 

2.2.2. MATÉRIA ORGÂNICA TOTAL DOS SEDIMENTOS SUPERFICIAIS 

A matéria orgânica total (MOT) dos sedimentos foi determinada pela diferença entre o peso de 

uma amostra com cerca de 200 mg, processada numa estufa a 60 ºC (Ps), e o peso da mesma 

após combustão numa mufla a 550 ºC durante duas horas (Pc). Os teores em matéria orgânica 

foram expressos em valores percentuais, relativamente ao peso total da amostra, e calculados 

a partir da expressão: 

100

Ps

PcPsMOT . 

 

2.2.3. MACROINVERTEBRADOS BENTÓNICOS 

Para detecção dos macroinvertebrados bentónicos, o sedimento das respectivas amostras foi 

lavado em laboratório, sob um fluxo de água, através de uma rede com 0,500 mm de malha. O 

material  retido no  crivo  foi  transferido para  frascos de vidro e  conservado em álcool a 70º, 

tendo‐se procedido posteriormente à  sua  triagem,  com auxílio de uma  lupa binocular, para 

separação do material biológico. Os organismos foram, sempre que possível, identificados até 

ao nível específico e contados. 

 

Page 14: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Metodologia 

11

2.3. TRATAMENTO DOS DADOS 

Para  análise  das  comunidades  de  macroinvertebrados  bentónicos  e  determinação  do  seu 

estado  de  conservação,  calculou‐se  a  densidade  dos  organismos  (expressa  em  número  de 

indivíduos por m2) e ainda os parâmetros riqueza (número de taxa) e diversidade taxonómicas 

(índice  de  Shannon‐Wiener)  dessas  comunidades,  considerando  apenas  os  taxa  que 

respeitaram os pressupostos de  representatividade adequada em  todas as amostras. Assim, 

foram excluídos os organismos para os quais o engenho de colheita utilizado não é adequado e 

os que são seres coloniais, impossíveis de individualizar.  

Os índices de diversidade são baseados no conceito de diversidade de um sistema e fornecem 

uma medida da composição específica de uma amostra ou de um ecossistema, baseados na 

riqueza  taxonómica e na distribuição da abundância  relativa dos  indivíduos pelos diferentes 

taxa (Legendre & Legendre, 1984). No presente trabalho foi calculado o índice de diversidade 

de Shannon ‐ Wiener (H'), através da seguinte expressão: 

S

i

pipiH1

ln' , 

em que S é o número taxa presentes e pi a proporção dos indivíduos do taxon i relativamente 

ao número total de indivíduos. 

Com o objectivo de avaliar o estado de perturbação das comunidades de macroinvertebrados 

bentónicos,  foi  utilizado  o  índice  multimétrico  AMBI‐Multivariado  (M‐AMBI),  proposto 

recentemente  por  Muxika  et  al.  (2007)  e  calculado  a  partir  dos  valores  de  riqueza  e 

diversidade  taxonómicas  e  do  Índice  Biótico Marinho  (AMBI)  desenvolvido  por  Borja  et  al. 

(2000). Este último divide as diferentes espécies de macroinvertebrados bentónicos em cinco 

grupos  ecológicos,  de  acordo  com  os  níveis  de  sensibilidade/tolerância  a  perturbações  de 

origem antrópica, anteriormente definidos por Grall & Glémarec (1997): Grupo I (GI) ‐ espécies 

muito sensíveis ao enriquecimento orgânico; presentes em condições não perturbadas; Grupo 

II  (GII)  ‐  espécies  indiferentes  ao  enriquecimento  orgânico;  apresentam  baixas  densidades, 

com variações pouco significativas ao  longo do tempo; Grupo  III (GIII)  ‐ espécies tolerantes a 

um  excessivo  enriquecimento  orgânico;  ocorrem  em  condições  normais,  mas  as  suas 

populações  são estimuladas pelo aumento dos  teores de matéria orgânica; Grupo  IV  (GIV)  ‐ 

espécies  oportunistas  de  2ª  ordem;  proliferam  em  situações  de  desequilíbrio  ligeiro  a 

pronunciado; Grupo V  (GV)  ‐ espécies oportunistas de 1ª ordem; proliferam em situações de 

desequilíbrio  pronunciado.  Com  base  na  abundância  relativa  dos  taxa  presentes  em  cada 

colheita é calculado o índice AMBI, segundo a seguinte fórmula: 

Page 15: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Metodologia 

12

100

GV)] % x (6,0GIV)%x(4,5GIII)%x(3,0GII)%x (1,5  GI) % x [(0,0AMBI

 

O M‐AMBI é calculado a partir dos valores dos três parâmetros constituintes através de análise 

factorial,  por  forma  a  determinar  o  correspondente  rácio  de  qualidade  ecológica  (RQE). Os 

respectivos  valores  de  referência  para  cada  classe  de  qualidade  ecológica  (Tabela  I)  foram 

definidos a partir do exercício de  intercalibração Europeia para  implementação da Directiva‐

Quadro da Água  (Borja et al., 2007; Borja et al., 2009). Para o cálculo desta metodologia  foi 

utilizado o software AMBI 4.1, disponibilizado em www.azti.es. 

 

Tabela I – Valores dos limites do rácio de qualidade ecológica para a definição das diferentes classes de 

qualidade estabelecidas para aplicação do M‐AMBI (Borja et al., 2007; Borja et al., 2009) 

Classe ecológica  Limites da classe 

Elevado  0,77≤ M‐AMBI ≤ 1,00 

Bom  0,53 ≤ M‐AMBI < 0,77 

Moderado  0,39 ≤ M‐AMBI < 0,53  

Reduzido  0,20 ≤ M‐AMBI < 0,39 

Mau  0,00 ≤ M‐AMBI < 0,20 

 

O  Índice  Biótico  Marinho  (AMBI),  desenvolvido  para  ambientes  marinhos  e  adaptado 

posteriormente  a  sistemas  estuarinos  (Borja  et  al.,  2000;  Muxika  et  al.,  2005),  é 

particularmente  adequado  para  determinar  o  impacto  nas  comunidades  de 

macroinvertebrados  bentónicos  resultante  do  aumento  das  cargas  orgânicas  (Costa  et  al. 

2008).  No  entanto,  em  situações  de  elevada  degradação  ambiental,  em  que  a  riqueza  e 

diversidade  taxonómicas se  tornam muito  reduzidas, este método  torna‐se menos  fidedigno 

(Borja & Muxika,  2005),  sendo  substituído  com  vantagem  pelo  seu homólogo multivariado, 

que tem em conta também aqueles dois parâmetros representativos da estrutura das referidas 

comunidades. Esta  foi a razão pela qual, no presente estudo, se seleccionou o M‐AMBI para 

descrever o nível de perturbação das comunidades de macroinvertebrados bentónicos, já que 

o  estado  ecológico  de  alguns  pontos  de  amostragem  particularmente  empobrecidos  em 

termos biológicos seria deficientemente avaliado mediante a aplicação do AMBI. 

Page 16: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Resultados 

13

3. RESULTADOS 

3.1. SEDIMENTOS SUPERFICIAIS 

3.1.1. GRANULOMETRIA DOS SEDIMENTOS SUPERFICIAIS 

De um modo geral, observa‐se uma dominância de elementos finos nos sedimentos das quatro 

áreas em estudo, quer nas estações de amostragem de tratamento, quer nas suas homólogas 

de controlo (Figuras 7 a 10).  

 

2009  2010 

 Transepto/radial 

 Transepto/radial 

 

Cascalho Areia Vasa

Figura  7  ‐  Variação  da  granulometria  dos  sedimentos  nas  diversas  estações  amostradas  na  zona  de 

Alcântara em 2009 e 2010 (T ‐ estações de amostragem de tratamento; C ‐ estações de amostragem de 

controlo). 

 

Page 17: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Resultados 

14

Em Alcântara, apenas no  transepto T1, mais próximo das  instalações portuárias,  se observa 

com alguma frequência um incremento das partículas sedimentares mais grosseiras (Figura 7). 

Já no Terreiro do Paço, a percentagem de areia foi ligeiramente superior em 2010, verificando‐

se alguma  tendência para a existência de sedimentos um pouco mais grosseiros na  radial C, 

mais afastada de terra, sobretudo nas estações de amostragem de tratamento (Figura 8). Quer 

em  Chelas  (Figura  9),  quer  em  Beirolas  (Figura  10),  apenas  em  situações  pontuais,  e 

principalmente  nas  respectivas  áreas  controlo,  os  fundos  não  foram  em  2010  inteiramente 

dominados por sedimentos de origem vasosa. Mesmo assim, em ambos os locais, verificou‐se 

uma tendência muito ténue para aumento da fracção arenosa nas radiais exteriores. 

 

2009  2010 

 Transepto/radial 

 Transepto/radial 

 

Cascalho Areia Vasa

Figura  8  ‐  Variação  da  granulometria  dos  sedimentos  nas  diversas  estações  amostradas  na  zona  do 

Terreiro  do  Paço  em  2009  e  2010  (T  ‐  estações  de  amostragem  de  tratamento;  C  ‐  estações  de 

amostragem de controlo). 

 

Page 18: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Resultados 

15

 Transepto/radial

Cascalho Areia Vasa

Figura  9  ‐  Variação  da  granulometria  dos  sedimentos  nas  diversas  estações  amostradas  na  zona  de 

Chelas em 2010 (T ‐ estações de amostragem de tratamento; C ‐ estações de amostragem de controlo). 

 

Page 19: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Resultados 

16

  Transepto/radial

 

Cascalho Areia Vasa

Figura 10  ‐ Variação da  granulometria dos  sedimentos nas diversas estações  amostradas na  zona de 

Beirolas em 2010 (T ‐ estações de amostragem de tratamento; C ‐ estações de amostragem de controlo). 

 

3.1.2. MATÉRIA ORGÂNICA DOS SEDIMENTOS SUPERFICIAIS 

Os  teores  de matéria  orgânica  total  (MOT)  observados  nas  várias  estações  de  amostragem 

foram, na generalidade, superiores a 5%, quer nas áreas de amostragem de tratamento, quer 

nas áreas de amostragem de controlo (Figuras 11 a 14). Estes valores podem ser considerados 

elevados e característicos de zonas sujeitas a fortes cargas orgânicas de origem antrópica, na 

medida em que vasas não poluídas  comportam normalmente níveis de MOT  situados entre 

Page 20: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Resultados 

17

0,5% e 5,0% (Hily, 1984). Mesmo assim, em Alcântara, os níveis de matéria orgânica tenderam 

a ser ligeiramente superiores nas estações de amostragem de tratamento do que nas estações 

de amostragem de  controlo,  com excepção do  transepto T1, onde a maior percentagem de 

sedimentos grosseiros dificulta a retenção das partículas orgânicas (Figura 11). No Terreiro do 

Paço, foi também nas estações com um fundo mais arenoso, ou seja, na radial C, que os teores 

de MOT  se  revelaram  um  pouco  inferiores  (Figura  12).  Em  nenhum  destes  dois  locais  se 

verificaram  variações notórias nos níveis de matéria orgânica de  2009 para 2010. Quer  em 

Chelas  (Figura  13),  quer  em  Beirolas  (Figura  14),  os  valores  de MOT  nos  sedimentos  não 

apresentaram  variações  espaciais  significativas  em  2010,  nem  sequer  entre  as  áreas  de 

amostragem  de  tratamento  e  de  controlo.  Refira‐se,  contudo,  que  os maiores  valores  de 

matéria  orgânica  nos  sedimentos  foram  normalmente  observados  em  Chelas,  situando‐se 

estes quase sempre acima dos 8%. 

 

2009  2010 

 

Figura  11  –  Variação  da  percentagem  de  matéria  orgânica  dos  sedimentos  nas  diversas  estações 

amostradas na  zona de Alcântara  em 2009  e 2010  (T  ‐  estações de  amostragem de  tratamento; C  ‐ 

estações de amostragem de controlo). 

 

2009  2010 

 

Figura  12  –  Variação  da  percentagem  de  matéria  orgânica  dos  sedimentos  nas  diversas  estações 

amostradas na zona do Terreiro do Paço em 2009 e 2010 (T ‐ estações de amostragem de tratamento; 

C ‐ estações de amostragem de controlo). 

Page 21: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Resultados 

18

Figura  13  –  Variação  da  percentagem  de  matéria  orgânica  dos  sedimentos  nas  diversas  estações 

amostradas na zona de Chelas em 2010  (T  ‐ estações de amostragem de  tratamento; C  ‐ estações de 

amostragem de controlo). 

 

Figura  14  –  Variação  da  percentagem  de  matéria  orgânica  dos  sedimentos  nas  diversas  estações 

amostradas na zona de Beirolas em 2010 (T ‐ estações de amostragem de tratamento; C ‐ estações de 

amostragem de controlo). 

 

3.2. MACROINVERTEBRADOS BENTÓNICOS 

3.2.1. ELENCO FAUNÍSTICO 

Na  zona de Alcântara, em 2010  foram  identificados 91  taxa, num  total de 2656  indivíduos, 

enquanto em 2009 haviam sido inventariados 32 taxa, num total de 191 indivíduos (Tabela II). 

Até ao momento foram encontrados nesta área 96 taxa, sendo que apenas 28% foram comuns 

a  ambos  os  anos monitorizados.  Em  2010  os  Annelida  foram  o  grupo mais  representado 

(38 taxa), seguidos dos Mollusca (25 taxa), dos Arthropoda (20 taxa) e dos Cnidaria (5 taxa). 

Todos eles  registaram um aumento do número de  taxa  identificados,  relativamente a 2009, 

tanto globalmente, como quando se consideraram as estações de amostragem de tratamento 

e de controlo em separado. 

Page 22: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Resultados 

19

Tabela  II  ‐  Lista  e  número  de  indivíduos  capturados  dos  taxa  presentes  nas  comunidades  de 

macroinvertebrados  bentónicos  de  Alcântara  (ALT  –  estações  de  amostragem  de  tratamento;  ALC  – 

estações de amostragem de controlo) em 2009 e 2010 (x – presença confirmada, mas não quantificada) 

Taxa 2009 2010 

ALT ALC  ALT  ALC

FILO CNIDARIA     CLASSE ANTHOZOA     Ordem Actinaria    Família Actiniidae     Actinia equina (Linnaeus, 1758) 6   Bolocera tuediae (Johnston, 1832) 2   Urticina eques (Gosse, 1858)  1     

Família Hormathiidae     Hormathia coronata (Gosse, 1858) 1   

Família Sagartiidae     Sagartia troglodytes (Price in Johnston, 1847) 1 3   

CLASSE HYDROZOA     Hydrozoa n.i. x  x 

FILO NEMERTEA     Nemertea n.i. 2 2  10

FILO NEMATODA     Nematoda n.i.  x x  x  x 

FILO MOLLUSCA     CLASSE POLYPALCOPHORA     Ordem Chitonida    Família Chaetopleuridae     Chaetopleura (Chaetopleura) angulata (Spengler, 1797) 1   

CLASSE GASTROPODA     Ordem Littorinimorpha     Família Hydrobiidae     Hydrobia ulvae (Pennant, 1777) 6   

Família Tornidae     Tornus subcarinatus (Montagu, 1803)   1 

Ordem Neogastropoda     Família Muricidae      Ocenebra erinaceus (Linnaeus, 1758)   3 

Família Nassariidae     Nassarius reticulatus (Linnaeus, 1758) 5 6  11  15Nassarius sp. 1  1 

Ordem Heterostropha     Família Pyramidellidae     Chrysallida suturalis (Philippi, 1844)   1 Eulimella acicula (Philippi, 1836)   1 Eulimella cerullii (Cossmann, 1916)   2 Turbonilla lactea (Linnaeus, 1758)   12Gastropoda n.i.  1   

CLASSE BIVALVIA     Ordem Nuculida    Família Nuculidae     Nucula sp.  2 2    5 

Ordem Mytiloida    Família Mytilidae     Modiolula phaseolina (Philippi, 1844) 1   Mytilidae n.i.   1 

(continua)

Page 23: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Resultados 

20

Tabela II (continuação)    

Taxa 2009 2010 

ALT ALC  ALT  ALC

Ordem Veneroida    Família Cardiidae     Cerastoderma glaucum (Bruguière, 1789) 4  8  13Parvicardium pinnulatum (Conrad, 1831) 1     

Família Mactridae     Spisula subtruncata (da Costa, 1778) 3  3  26

Família Montacutidae     Kurtiella bidentata (Montagu, 1803) 1    8 

Família Semelidae     Abra alba (W. Wood, 1802)  1  4  12Abra prismatica (Montagu, 1808) 1   Abra sp.  1   

Família Veneridae     Venerupis senegalensis (Gmelin, 1791) 6 1  8  15Venus verrucosa Linnaeus, 1758   1 

Ordem Euheterodonta não definida    Família Pharidae     Pharus legumen (Linnaeus, 1758) 1     

Ordem Myoida     Família Corbulidae     Corbula gibba (Olivi, 1792)  1    12

Família Pholadidae      Barnea candida (Linnaeus, 1758)   17Bivalvia n.i.  3   

FILO ANNELIDA     CLASSE OLIGOCHAETA     

Oligochaeta n.i.  53 115  24CLASSE POLYCHAETA     Ordem Phyllodocida     Família Polynoidae     Harmothoe extenuata (Grube, 1840) 1   Harmothoe longisetis (Grube, 1863)   1 

Família Pholoidae     Pholoe inornata Johnston, 1839   1 

Família Sigalionidae     Sthenelais boa (Johnston, 1833)   2 

Família Hesionidae     Gyptis propinqua Marion & Bobretzky, 1875 1   5 Kefersteinia cirrata (Keferstein, 1862)   1 

Família Syllidae    Myrianida sp. 1 1  1 Parapionosyllis sp.  1   2 

Nereididae     Eunereis longissima Johnston, 1840 1  3  2 

Nephtyidae     Nephtys hombergii Savigny in Lamarck, 1818 11 19  22  37

Família Glyceridae     Glycera sp.  2  1 

Ordem Eunicida     Família Onuphidae     Diopatra neapolitana Delle Chiaje, 1841   4 Diopatra sp.   2 

(continua)

Page 24: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Resultados 

21

Tabela II (continuação)    

Taxa 2009 2010 

ALT ALC  ALT  ALC

Família Lumbrineridae     Lumbrineris gracilis Ehlers, 1868   1 

Ordem Spionida    Família Spionidae     Aonides oxycephala (Sars, 1862) 1 10   Polydora ciliata (Johnston, 1838) 2   Polydora ligni Webster, 1879  1 1    71Prionospio cirrifera Wirén, 1883   2 Prionospio multibranchiata Berkeley, 1927 1   Pseudopolydora paucibranchiata (Okuda, 1937)   21Streblospio shrubsolii (Buchanan, 1890) 40  180

Família Magelonidae     Magelona minuta Eliason, 1962 2   

Ordem Cossurida    Família Cossuridae     Cossura coasta Kitamori, 1960   4 Cossura soyeri Laubier, 1964  11  2 

Ordem Capitellida    Família Capitellidae     Capitella capitata (Fabricius, 1780) 21 1  413  9 Heteromastus filiformis (Claparède, 1864) 6  2 Mediomastus fragilis Rasmussen, 1973 9 53  35Notomastus latericeus Sars, 1851 1 1   

Ordem Terebellida     Família Cirratulidae     Aphelochaeta sp.  24 47   Chaetozone sp.    1 Tharyx sp.  2 99  987

Família Melinninae     Melinna palmata Grube, 1870 1 3   

Família Pectinariidae     Lagis koreniMalmgren, 1866  1 1  4 

Família Terebellidae     Lanice conchilega Pallas, 1766 1  1 

Ordem Sabellida    Família Sabellariidae     Sabellaria spinulosa Leuckart, 1849   2 

Família Sabellidae     Chone sp.    1 

Família Serpulidae     Pomatoceros lamarcki (Quatrefages, 1866) 3  2 

FILO ARTHROPODA     CLASSE MAXILLOPODA    Ordem Sessilia     Família Balanidae     Balanus crenatus Bruguiére, 1789 7  6 Maxillopoda n.i.    x 

CLASSE OSTRACODA     Ordem Pantopoda     Família Ammotheidae     Ammothella longipes (Hodge, 1864) 1   

(continua)     

Page 25: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Resultados 

22

Tabela II (continuação)    

Taxa 2009 2010 

ALT ALC  ALT  ALC

Família Phoxichilidiidae     Anoplodactylus pygmaeus (Hodge, 1864)   1 

Família Pycnogonidae     Pycnogonum litorale (Strom, 1762) 1   

CLASSE MALACOSTRACA    Ordem Amphipoda     Família Atylidae    Atylus guttatus (Costa, 1851)  1   

Família Corophiidae     Monocorophium ascherusicum (Costa, 1857) 84  26

Família Ischyroceridae     Ericthonius punctatus (Bate, 1857)  20  5 

Família Liljeborgiidae     Listriella dentipalma Dauvin & Gentil, 1983   1 

Família Melitidae     Abludomelita gladiosa (Bate, 1862) 1     Abludomelita obtusata (Montagu, 1813) 1   Melita palmata (Montagu, 1804)   2 

Ordem Isopoda     Família Anthuridae     Cyathura carinata (Krøyer, 1847)   11

Ordem Cumacea    Família Bodotridae     Bodotria arenosa Goodsir, 1843 1   Bodotria scorpioides (Montagu, 1804) 3   Iphinoe tenella Sars, 1878    2 

Ordem Decapoda    Família Crangonidae     Crangon crangon (Linnaeus, 1758) 1   

Família Diogenidae     Diogenes pugilator (Roux, 1829) 1  2 

Família Atelecyclidae     Atelecyclus rotundatus (Olivi, 1792) 1    1 

Família Pinnotheridae     Pinnotheres pisum (Linnaeus, 1767)   13

Família Portunidae     Liocarcinus sp.  1     

CLASSE INSECTA     Ordem Diptera     Família Psychodidae     Psychodidae n.i.  1   

FILO BRYOZOA     Bryozoa n.i. x  x 

Total  144 47  1022  1634Número de taxa  20 19  55  64

 

Até o momento foram identificados no Terreiro do Paço 56 taxa e capturados 702 indivíduos, 

sendo  que  apenas  23%  dessas  entidades  taxonómicas  ocorreram  em  ambos  os  anos 

monitorizados  (Tabela  III).  Em 2010  foram  inventariados 32  taxa, dos quais 14  anelídeos, 7 

moluscos  e  igual  número  de  artrópodes.  Em  2009  os  moluscos  eram  o  grupo  melhor 

Page 26: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Resultados 

23

representado, com 14 taxa, seguidos dos anelídeos, com apenas 11. Quando se consideram as 

estações  de  amostragem  de  tratamento  separadas  das  de  controlo,  observa‐se  que  nas 

primeiras  se  registou um  claro aumento no número de  taxa e que nas  segundas houve um 

acentuado decréscimo. 

 

Tabela  III  ‐  Lista  e  número  de  indivíduos  capturados  dos  taxa  presentes  nas  comunidades  de 

macroinvertebrados bentónicos do Terreiro do Paço  (TPT – estações de  amostragem de  tratamento; 

TPC  –  estações  de  amostragem  de  controlo)  em  2009  e  2010  (x  –  presença  confirmada, mas  não 

quantificada) 

Taxa 2009 2010 

TPT TPC   TPT  TPC

FILO CNIDARIA     CLASSE ANTHOZOA     Ordem Actinaria    Família Sagartiidae     Sagartia troglodytes (Price in Johnston, 1847) 1   

CLASSE HYDROZOA     Hydrozoa n.i. x x  x   

FILO NEMERTEA     Nemertea n.i. 1 6  4  11

FILO NEMATODA     Nematoda n.i.  x x  x 

FILO MOLLUSCA     CLASSE POLYPALCOPHORA     Ordem Lepidopleurida     Família Leptochitonidae     Leptochiton asellus (Gmelin, 1791) 1    

CLASSE GASTROPODA     Ordem Littorinimorpha     Família Rissoidae     Pusillina inconspicua (Alder, 1844) 3     

Ordem Nudibranchia     Família Facelinidae     Facelina sp. 1    

CLASSE BIVALVIA     Ordem Nuculida    Família Nuculidae     Nucula sp.  3  2   

Ordem Mytiloida    Família Mytilidae     Modiolula phaseolina (Philippi, 1844) 2  1 Modiolus modiolus (Linnaeus, 1758) 2     

Ordem Veneroida    Família Cardiidae     Acanthocardia aculeata (Linnaeus, 1767) 1     Cerastoderma glaucum (Bruguière, 1789) 3 2  5  1 Parvicardium pinnulatum (Conrad, 1831) 3 14     

Família Mactridae     Spisula subtruncata (da Costa, 1778) 1 1     

(continua)     

Page 27: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Resultados 

24

Tabela III (continuação)    

Taxa 2009 2010 

TPT TPC   TPT  TPC

Família Montacutidae     Kurtiella bidentata (Montagu, 1803) 3  3   

Família Semelidae     Abra alba (W. Wood, 1802)  6 3  3  1 Abra nitida (Müller, 1776)  1     Abra prismatica (Montagu, 1808) 2   Abra sp.  1   

Família Veneridae     Venerupis senegalensis (Gmelin, 1791) 2     

Ordem Myoida     Família Corbulidae     Corbula gibba (Olivi, 1792)  6     

FILO ANNELIDA     CLASSE OLIGOCHAETA     

Oligochaeta n.i.  44  19CLASSE POLYCHAETA     Ordem Phyllodocida     Família Polynoidae     Harmothoe sp.  5     

Família Pholoidae     Pholoe inornata Johnston, 1839 5     

Família Phyllodocidae     Eumida sanguinea (Örsted, 1843) 1   

Família Hesionidae     Gyptis propinqua Marion & Bobretzky, 1875 1  1 

Família Syllidae    Parapionosyllis sp.  8  17Sphaerosyllis sp.  1 1     Syllis gracilis Grube, 1840  1    7 

Nereididae     Eunereis longissima Johnston, 1840 1     

Nephtyidae     Nephtys hombergii Savigny in Lamarck, 1818 42 59  48  37

Família Glyceridae     Glycera rouxi Audouin & Milne Edwards, 1833 1   

Ordem Spionida    Família Spionidae     Prionospio cirrifera Wirén, 1883 1  1 Streblospio shrubsolii (Buchanan, 1890) 1 17  15

Ordem Cossurida    Família Cossuridae     Cossura soyeri Laubier, 1964  3  31

Ordem Capitellida    Família Capitellidae     Capitella capitata (Fabricius, 1780) 2    Mediomastus fragilis Rasmussen, 1973 24  8 

Ordem Terebellida     Família Cirratulidae     Aphelochaeta sp.  1     Tharyx sp.  42  15

Família Pectinariidae     Lagis koreniMalmgren, 1866  1 5  4   

(continua)

Page 28: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Resultados 

25

Tabela III (continuação)    

Taxa 2009 2010 

TPT TPC   TPT  TPC

Família Terebellidae     Lanice conchilega Pallas, 1766 3 26  25   

FILO ARTHROPODA     CLASSE PYCNOGONIDA    Ordem Pantopoda     Família Phoxichilidiidae     Anoplodactylus petiolatus (Kroyer, 1844) 2     

CLASSE MAXILLOPODA    Ordem Sessilia     Família Balanidae     Maxillopoda n.i.  x x     

CLASSE MALACOSTRACA    Ordem Mysida     Família Mysidae    Mesopodopsis slabberi (van Beneden, 1861) 14   Neomysis integer (Leach, 1814) 2   

Ordem Amphipoda     Família Ampeliscidae     Ampelisca sp. 1 2     

Família Atylidae    Atylus guttatus (Costa, 1851)  1   

Família Corophiidae     Monocorophium ascherusicum (Costa, 1857) 12   

Família Melitidae     Abludomelita gladiosa (Bate, 1862) 2     

Família Phoxocephalidae     Harpinia sp. 2    

Ordem Isopoda     Família Anthuridae     Cyathura carinata (Krøyer, 1847) 1 33    1 

Família Idoteidae     Idotea sp.  1   

Ordem Decapoda    Família Diogenidae     Diogenes pugilator (Roux, 1829) 1   

Família Inachidae     Macropodia linaresi Forest & Zariquiey Alvarez, 1964 1     

Família Portunidae     Liocarcinus depurator (Linnaeus, 1758) 1     

FILO ECHINODERMATA    CLASSE ECHINODEA     

Echinoidea n.i.  1     

Total  70 193  273  166Número de taxa  19 31  30  16

 

Em Chelas, em 2010, foram identificados 49 taxa, num total de 506 indivíduos, na sua maioria 

encontrados  nas  estações  de  amostragem  de  controlo,  uma  vez  que  nas  estações  de 

amostragem de  tratamento apenas  foram capturados 14 organismos, pertencentes a 9  taxa 

Page 29: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Resultados 

26

(Tabela  IV).  O  grupo  mais  representado  foi  o  dos  Annelida,  com  21  taxa,  seguido  dos 

Arthropoda e dos Mollusca, com 13 e 8 taxa, respectivamente. 

 

Tabela  IV  ‐  Lista  e  número  de  indivíduos  capturados  dos  taxa  presentes  nas  comunidades  de 

macroinvertebrados  bentónicos  de  Chelas  (CHT  –  estações  de  amostragem  de  tratamento; 

CHC – estações de amostragem de controlo) em 2010 (x – presença confirmada, mas não quantificada) 

Taxa 2010 

CHT CHC 

FILO CNIDARIA   CLASSE ANTHOZOA   Ordem Actinaria  Família Actiniidae   Actinia equina (Linnaeus, 1758) 3 Bolocera tuediae (Johnston, 1832) 1 

Classe Hydrozoa   Hydrozoa n.i. x 

FILO NEMERTEA   Nemertea n.i. 12 

FILO NEMATODA   Nematoda n.i.  x x 

FILO MOLLUSCA   CLASSE GASTROPODA   Ordem Heterostropha   Família Pyramidellidae   Chrysallida suturalis (Philippi, 1844) 5 

CLASSE BIVALVIA   Ordem Nuculida  Família Nuculidae   Nucula sp.  15 

Ordem Veneroida  Família Cardiidae   Cardiidae n.i. 1 

Família Montacutidae   Kurtiella bidentata (Montagu, 1803) 4 

Família Semelidae   Abra alba (W. Wood, 1802)  1  

Família Veneridae   Venerupis senegalensis (Gmelin, 1791) 3 

Ordem Myoida   Família Pholadidae    Barnea candida (Linnaeus, 1758) 12 Bivalvia n.i.  1 

FILO ANNELIDA   CLASSE OLIGOCHAETA   

Oligochaeta n.i.  66 CLASSE POLYCHAETA   Ordem Phyllodocida   Família Polynoidae   Harmothoe extenuata (Grube, 1840) 2 Harmothoe imbricata (Linnaeus, 1767) 4 

  (continua)   

Page 30: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Resultados 

27

Tabela IV (continuação)   

Taxa 2010 

CHT CHC 

Família Pholoidae   Pholoe inornata Johnston, 1839 2 

Família Syllidae  Parapionosyllis sp.  115 Syllis garciai (Campoy, 1982)  1 Syllis gracilis Grube, 1840  3 

Família Nereididae   Eunereis longissima Johnston, 1840 1 

Família Nephtyidae   Nephtys hombergii Savigny in Lamarck, 1818 5 6 

Família Glyceridae   Glycera convoluta Keferstein, 1862 4 

Ordem Eunicida   Família Eunicidae   Marphysa sanguinea (Montagu, 1815) 1 

Família Lumbrineridae   Lumbrineris gracilis Ehlers, 1868 1 Lumbrineris latreilli Audouin & Milne Edwards, 1834 1 

Ordem Spionida  Família Spionidae   Streblospio shrubsolii (Buchanan, 1890) 2 Polydora sp. 1 

Ordem Capitellida  Família Capitellidae   Heteromastus filiformis (Claparède, 1864) 7 Mediomastus fragilis Rasmussen, 1973 20 Notomastus latericeus Sars, 1851 2 

Ordem Terebellida   Família Cirratulidae   Tharyx sp.  37 

Família Melinninae   Melinna palmata Grube, 1870 5 

Família Terebellidae   Lanice conchilega Pallas, 1766 112 

FILO ARTHROPODA   CLASSE PYCNOGONIDA  Ordem Pantopoda   Família Ammotheidae   Ammothella longipes (Hodge, 1864) 1  

CLASSE MALACOSTRACA  Ordem Mysida   Família Mysidae  Gastrosaccus spinifer (Goës, 1864) 3 Mesopodopsis slabberi (van Beneden, 1861) 2 1 Neomysis integer (Leach, 1814) 3 6 

Ordem Amphipoda   Família Corophiidae   Monocorophium ascherusicum (Costa, 1857) 5 

Família Ischyroceridae   Ericthonius punctatus (Bate, 1857)  6 

Família Melitidae   Abludomelita obtusata (Montagu, 1813) 3 

  (continua)

Page 31: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Resultados 

28

Tabela IV (continuação)   

Taxa 2010 

CHT CHC 

Ordem Isopoda   Família Anthuridae   Cyathura carinata (Krøyer, 1847) 1 

Ordem Decapoda  Família Inachidae   Macropodia linaresi Forest & Zariquiey Alvarez, 1964 1 

Família Pinnotheridae   Pinnotheres pisum (Linnaeus, 1767) 3 

Família Portunidae   Carcinus maenas (Linnaeus, 1758) 6 Liocarcinus depurator (Linnaeus, 1758) 1  

CLASSE INSECTA   Ordem Diptera   Família Psychodidae   Psychodidae n.i.  1  

FILO BRYOZOA   Bryozoa n.i. x  

FILO ECHINODERMATA  CLASSE OPHIUROIDEA   Ordem Ophiurida  Família Amphiuridae   Amphipholis squamata (Delle Chiaje, 1828) 7 

Total  14 492 Número de taxa  9 44 

 

Em 2010 foram identificados 60 taxa, num total de 5952 indivíduos, em Beirolas (Tabela V). O 

grupo mais  representado  foi  o  dos  Arthropoda,  com  22  taxa,  seguido  dos  Annelida  e  dos 

Mollusca, com 21 e 11 taxa, respectivamente. 

 

Tabela  V  ‐  Lista  e  número  de  indivíduos  capturados  dos  taxa  presentes  nas  comunidades  de 

macroinvertebrados  bentónicos  de  Beirolas  (BRT  –  estações  de  amostragem  de  tratamento;  BRC  – 

estações de amostragem de controlo) em 2010 (x – presença confirmada, mas não quantificada) 

Taxa 2010 

BRT BRC 

FILO CNIDARIA   CLASSE HYDROZOA   

Hydrozoa n.i. 0 0 FILO NEMERTEA   

Nemertea n.i. 5 1 FILO NEMATODA   

Nematoda n.i.  0 0 FILO MOLLUSCA   CLASSE GASTROPODA   Ordem Littorinimorpha   Família Hydrobiidae   Hydrobia ulvae (Pennant, 1777) 330 1605 

  (continua)

Page 32: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Resultados 

29

Tabela V (continuação)  

Taxa 2010 

BRT BRC 

CLASSE BIVALVIA   Ordem Veneroida  Família Cardiidae   Cerastoderma glaucum (Bruguière, 1789) 10 4 Parvicardium exiguum (Gmelin, 1791) 1  

Família Scrobiculariidae   Scrobicularia plana (da Costa, 1778) 21 102 

Família Semelidae   Abra alba (W. Wood, 1802)  2  Abra sp.  2 

Família Veneridae   Ruditapes philippinarum (Adams & Reeve, 1850) 1 23 Venerupis senegalensis (Gmelin, 1791) 1 Veneridae sp1  2 22 

Ordem Myoida   Família Corbulidae   Corbula gibba (Olivi, 1792)  3 

Família Pholadidae    Barnea candida (Linnaeus, 1758) 15 

FILO ANNELIDA   CLASSE OLIGOCHAETA   

Oligochaeta n.i.  285 429 CLASSE POLYCHAETA   Ordem Phyllodocida   Família Polynoidae   Harmothoe extenuata (Grube, 1840) 1 Harmothoe imbricata (Linnaeus, 1767) 1  

Família Phyllodocidae   Eumida sanguinea (Örsted, 1843) 1  Mysta picta (Quatrefagues, 1865) 1  

Família Hesionidae   Gyptis propinqua Marion & Bobretzky, 1875 1 

Família Syllidae  Myrianida sp. 4 11 Parapionosyllis sp.  12 2 Sphaerosyllis sp.  1 Syllis gracilis Grube, 1840  19 1 

Nereididae   Eunereis longissima Johnston, 1840 1 Hediste diversicolor (O.F. Müller, 1776) 328 790 

Nephtyidae   Nephtys hombergii Savigny in Lamarck, 1818 10 14 

Ordem Eunicida   Família Dorvilleidae   Dorvillea sp. 1  

Ordem Spionida  Família Spionidae   Polydora ciliata (Johnston, 1838) 4 Polydora ligniWebster, 1879  116 148 Streblospio shrubsolii (Buchanan, 1890) 508 618 

Ordem Capitellida  Família Capitellidae   Heteromastus filiformis (Claparède, 1864) 1 

  (continua)

Page 33: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Resultados 

30

Tabela V (continuação)  

Taxa 2010 

BRT BRC 

Ordem Terebellida   Família Cirratulidae   Tharyx sp.  26 32 

Família Terebellidae   Lanice conchilega Pallas, 1766 86 84 

Ordem Sabellida  Família Serpulidae   Serpulidae n.i.  1 

FILO ARTHROPODA   CLASSE PYCNOGONIDA  Ordem Pantopoda   Família Phoxichilidiidae   Anoplodactylus pygmaeus (Hodge, 1864) 1 

CLASSE MAXILLOPODA  Ordem Sessilia   Família Balanidae   Balanus crenatus Bruguiére, 1789 4 

CLASSE OSTRACODA   Ostracoda n.i.  0 

CLASSE MALACOSTRACA  Ordem Mysida   Família Mysidae  Mesopodopsis slabberi (van Beneden, 1861) 6 Neomysis integer (Leach, 1814) 1 

Ordem Amphipoda   Família Amphilochidae   Amphilochus picadurus J.L. Barnard, 1962 1  Gitana sarsi Boeck, 1871  1  

Família Atylidae  Atylus guttatus (Costa, 1851)  2  

Família Corophiidae   Monocorophium ascherusicum (Costa, 1857) 38 24 

Família Ischyroceridae   Ericthonius punctatus (Bate, 1857)  3  

Família Melitidae   Melita palmata (Montagu, 1804) 19 28 

Ordem Isopoda   Família Anthuridae   Cyathura carinata (Krøyer, 1847) 43 60 

Família Idoteidae   Idotea emarginata (Fabricius, 1793) 1 Idotea sp.  1 5 

Família Sphaeromatidae   Lekanesphaera monodi (Arcangeli, 1934) 1  

Ordem Cumacea  Família Bodotridae   Bodotria scorpioides (Montagu, 1804) 1 2 Iphinoe tenella Sars, 1878  1 

Ordem Decapoda  Família Inachidae   Macropodia linaresi Forest & Zariquiey Alvarez, 1964 1 

Família Portunidae   Carcinus maenas (Linnaeus, 1758) 1 

  (continua)

Page 34: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Resultados 

31

Tabela V (continuação)  

Taxa 2010 

BRT BRC 

Família Crangonidae   Crangon crangon (Linnaeus, 1758) 3 4 

CLASSE INSECTA   Ordem Diptera   Família Chironomidae   Chironomidae n.i.  1 

Família Ephydridae   Ephydridade n.i.  1 

FILO BRYOZOA   Bryozoa n.i. 0 0 

FILO CHORDATA   CLASSE ASCIDIACEA   Ordem Stolidobranchia   Família Molgulidae   Molgula occulta Kupffer, 1875 1 8 Molgula tubifera (Orstedt, 1844) 2 

Total  1884 4068 Número de taxa  37 49 

 

3.2.2. ESTRUTURA DAS COMUNIDADES BENTÓNICAS 

De um modo geral, pode afirmar‐se que os valores de riqueza e diversidade taxonómicas de 

macroinvertebrados bentónicos e a sua densidade são normalmente intermédios em Alcântara 

(Figura  15)  e  Terreiro  do  Paço  (Figura  16),  muito  baixos  em  Chelas  (Figura  17)  e 

consideravelmente elevados em Beirolas (Figura 18). De qualquer forma, em Alcântara os três 

parâmetros  denotaram  algum  aumento  em  2010,  quer  nas  estações  de  amostragem  de 

tratamento, quer nas estações de amostragem de controlo (Figura 15). Já no Terreiro do Paço, 

esse  aumento  generalizado  nos  vários  parâmetros  terá  ocorrido  sobretudo  na  radial mais 

próxima de terra (A) e, mais uma vez, tanto nas estações de amostragem de tratamento, como 

nas  de  controlo  (Figura  16).  Em  Chelas,  apenas  no  transepto  de  controlo  C2  (localizado  a 

montante  do  emissário)  se  verificaram  valores  de  densidade  e  de  riqueza  e  diversidade 

taxonómicas  importantes,  estando  as  restantes  estações  de  amostragem  altamente 

empobrecidas em  termos de macroinvertebrados bentónicos  (Figura 17). Pelo contrário, em 

Beirolas estes parâmetros foram normalmente muito elevados em todos os pontos de colheita 

(Figura  18). Neste  caso,  as  principais  diferenças  parecem  estar  principalmente  relacionadas 

com  o  gradiente  de  distância  em  relação  à margem  terrestre,  com  a  riqueza  e  diversidade 

taxonómicas a aumentarem do  intertidal para o subtidal e a densidade dos organismos a ter 

uma  evolução  inversa.  Já  as  estações de  amostragem de  tratamento  e de  controlo, poucas 

diferenças parecem ter exibido no local, em termos de estrutura das respectivas comunidades 

de macroinvertebrados bentónicos. 

Page 35: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Resultados 

32

Figura 15 – Número de  taxa  (S), densidade  (D) e diversidade  taxonómica  (H’) de macroinvertebrados 

bentónicos em Alcântara, em 2009 e 2010 (T ‐ estações de amostragem de tratamento; C ‐ estações de 

amostragem de controlo). 

 

Figura 16 – Número de  taxa  (S), densidade  (D) e diversidade  taxonómica  (H’) de macroinvertebrados 

bentónicos  no  Terreiro  do  Paço,  em  2009  e  2010  (T  ‐  estações  de  amostragem  de  tratamento; 

C ‐ estações de amostragem de controlo). 

 

Page 36: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Resultados 

33

Figura 17 – Número de  taxa  (S), densidade  (D) e diversidade  taxonómica  (H’) de macroinvertebrados 

bentónicos  em  Chelas,  em  2010  (T  ‐  estações  de  amostragem  de  tratamento;  C  ‐  estações  de 

amostragem de controlo). 

 

Figura 18 – Número de  taxa  (S), densidade  (D) e diversidade  taxonómica  (H’) de macroinvertebrados 

bentónicos  em  Beirolas,  em  2010  (T  –  estações  de  amostragem  de  tratamento;  C  ‐  estações  de 

amostragem de controlo). 

 

Page 37: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Resultados 

34

3.2.3. ESTADO DE CONSERVAÇÃO DAS COMUNIDADES BENTÓNICAS 

Na  zona  de  Alcântara  as  comunidades  de macroinvertebrados  bentónicos  denotaram  uma 

melhoria acentuada no seu estado de conservação de 2009 para 2010  (Figura 19). De  facto, 

apenas na radial mais próxima do emissário  (A) a situação se manteve semelhante à do ano 

anterior,  permanecendo  as  respectivas  comunidades  num  estado  ecológico Moderado.  Na 

radial  intermédia  (B),  estas  passaram  de  um  nível  Reduzido  para  Elevado  e  na  radial mais 

afastada  (C) de Moderado/Bom para Bom/Elevado. Nestes últimos casos, o estado ecológico 

das  comunidades  de macroinvertebrados  bentónicos  locais  aproximou‐se  do  verificado  nas 

estações de amostragem de controlo, as quais sempre pertenceram às classes Bom/Elevado. 

 

 

Figura  19  –  Valores  de  AMBI‐Multivariado  (M‐AMBI)  obtidos  para  as  comunidades  de 

macroinvertebrados bentónicos da zona de Alcântara em 2009 e 2010 (T ‐ estações de amostragem de 

tratamento: A, B e C ‐ radiais; C ‐ transeptos de controlo). 

 

Em relação às comunidades de macroinvertebrados do Terreiro do Paço, estas mantiveram em 

2010 basicamente o mesmo  estado de perturbação que no  ano  anterior  (Figura  20). Neste 

caso,  exibiram  nas  estações  de  amostragem  de  tratamento  uma  qualidade  ecológica 

Moderada na radial mais próxima do emissário (A) e Boa nas outras duas (B e C). Os transeptos 

de controlo permaneceram em estado Bom/Elevado em ambos os anos. 

 

Page 38: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Resultados 

35

 

Figura  20  –  Valores  de  AMBI‐Multivariado  (M‐AMBI)  obtidos  para  as  comunidades  de 

macroinvertebrados  bentónicos  da  zona  do  Terreiro  do  Paço  em  2009  e  2010  (T  ‐  estações  de 

amostragem de tratamento: A, B e C ‐ radiais; C ‐ transeptos de controlo). 

 

Em 2010, as  comunidades de macroinvertebrados bentónicos da  zona de Chelas denotaram 

um  estado  ecológico Mau  nas  estações  de  amostragem  de  tratamento mais  próximas  do 

emissário (radiais A e B) e Reduzido na radial mais afastada (C) (Figura 21). Mesmo o transepto 

de controlo a  jusante do ponto de descarga revelou um estado ecológico Mau. Apenas o seu 

homólogo  de  montante  destoou  positivamente  neste  panorama,  exibindo  as  respectivas 

comunidades uma Elevada qualidade ecológica. 

 

 

Figura  21  –  Valores  de  AMBI‐Multivariado  (M‐AMBI)  obtidos  para  as  comunidades  de 

macroinvertebrados  bentónicos  da  zona  de  Chelas  em  2010  (T  ‐  estações  de  amostragem  de 

tratamento: A, B e C ‐ radiais; C ‐ transeptos de controlo). 

 

Page 39: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Resultados 

36

Na  zona  de  Beirolas,  em  2010  as  comunidades  de  macroinvertebrados  bentónicos 

apresentaram um estado ecológico Bom/Elevado em todas as estações de amostragem (Figura 

22). As principais diferenças neste particular pareceram ocorrer entre o intertidal e o subtidal, 

com  as  comunidades  desta  última  região  a  surgirem  normalmente  em  estado  ecológico 

superior (Figura 22A). Por outro  lado, é visível uma clara melhoria na qualidade ecológica da 

área desde 1997, sendo esta particularmente sustentada desde 2003 (Figura 22B). 

 

 

 

Figura  22  –  Valores  de  AMBI‐Multivariado  (M‐AMBI)  obtidos  para  as  comunidades  de 

macroinvertebrados bentónicos da zona de Beirolas em 2010 (A) e, apenas nas estações de amostragem 

de  controlo,  desde  1997  (B)  (T  ‐  estações  de  amostragem  de  tratamento:  A,  B,  C  e  D  ‐  radiais; 

C – transeptos de controlo). 

 

Page 40: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Conclusões 

37

4. CONCLUSÕES 

Incidindo  este  estudo  sobre  zonas  próximas  da  margem  ribeirinha,  onde  as  correntes 

estuarinas  são mais atenuadas,  foi  sem  surpresa que  se observou  serem os  sedimentos das 

várias estações de amostragem predominantemente vasosos, já que o menor hidrodinamismo 

global destas áreas marginais permite uma maior deposição de elementos  finos. Apenas na 

radial mais externa do Terreiro do Paço  (em muito menor grau,  também em Beirolas e em 

Chelas)  e  no  ponto  de  amostragem  mais  próximo  do  cais  de  Alcântara  se  observou 

frequentemente  a  existência  de  um  substrato mais  grosseiro,  no  primeiro  caso  porque  o 

hidrodinamismo aumenta com a proximidade à zona central do canal estuarino, no segundo 

caso,  presumivelmente,  devido  a  alterações  dos  fundos  relacionadas  com  a  actividade 

portuária adjacente.  Já o  ligeiro  incremento global na  fracção arenosa do  leito estuarino no 

Terreiro do Paço, em 2010, terá resultado das obras aí realizadas durante este período. 

Naturalmente, o referido predomínio de elementos finos nos sedimentos das áreas em estudo 

potencia a acumulação de matéria orgânica nos respectivos fundos, uma vez que as partículas 

de MOT  ficam mais  facilmente  retidas quando  a distância entre os  grãos dos  sedimentos é 

reduzida, situação que é  favorecida pela menor granulometria destes últimos  (Creutzberg et 

al., 1984). Daí que os menores teores de matéria orgânica se tenham verificado precisamente 

nos pontos de amostragem com sedimentos mais grosseiros. No entanto, mesmo para fundos 

predominantemente  vasosos,  os  valores  de  MOT  observados  foram  bastante  elevados  e 

frequentemente próximos ou mesmo superiores a 10%. Tais resultados são semelhantes aos 

encontrados neste tipo de sedimentos noutros locais do estuário do Tejo, sobretudo em áreas 

com forte introdução de cargas orgânicas de origem antrópica (CO, dados não publicados). De 

qualquer  forma,  o  facto  de,  na  generalidade  das  áreas  de  estudo,  não  se  terem  verificado 

diferenças notórias nos teores de MOT presentes nos sedimentos das estações de amostragem 

de  tratamento e de  controlo, parece  indiciar que, ou a  influência dos efluentes é  suficiente 

forte para se  fazer sentir de modo  idêntico  junto às  fontes emissoras e a mais de 500 m de 

distância, ou estes níveis de matéria orgânica são típicos dos sedimentos vasosos destas áreas 

ribeirinhas devido à  introdução passada e/ou presente de  importantes  cargas orgânicas  em 

vários  pontos  da  margem.  Apenas  na  zona  de  Alcântara  as  estações  de  amostragem  de 

controlo pareceram ter níveis de MOT um pouco inferiores às suas homólogas de tratamento, 

mas, por outro  lado, a entrada da  respectiva ETAR em plena  laboração, a partir de  finais de 

2009,  não  terá  tido  quaisquer  efeitos  positivos  visíveis  a  nível  da  concentração  de matéria 

orgânica nos sedimentos vizinhos da saída do emissário. Para  já, parece pois mais credível a 

hipótese  destes  níveis  de  matéria  orgânica  relativamente  elevados  serem  típicos  dos 

Page 41: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Conclusões 

38

sedimentos vasosos das áreas ribeirinhas da região e, dentro de certos limites, razoavelmente 

independentes  da  presença  de  efluentes  domésticos.  Naturalmente,  só  a  continuação  do 

programa de monitorização  em  curso permitirá  esclarecer  se  as  alterações  infra‐estruturais 

efectuadas possibilitarão uma melhoria sensível nos teores de MOT das áreas de Alcântara e 

do  Terreiro  do  Paço,  ou  se  estes  se  manterão  razoavelmente  elevados,  como  acontece 

actualmente em Beirolas e, sobretudo, em Chelas. 

À primeira vista, não deixa de  ser  surpreendente que a área  sob  influência do emissário de 

Chelas exiba os maiores níveis de poluição orgânica dos quatro  locais estudados, quando os 

efluentes do Terreiro do Paço não têm tido qualquer tratamento e a ETAR de Alcântara, não só 

serve  uma  população  muito  superior  à  de  Chelas,  como  até  aqui  realizou  unicamente 

tratamento primário das  águas  residuais. O maior  hidrodinamismo  e  exposição  à  influência 

marítima das regiões inferiores do estuário (onde se situam o Terreiro do Paço e Alcântara), a 

localização encaixada da saída do colector da bacia de drenagem de Chelas numa reentrância 

artificial  (situação  idêntica à de Alcântara) e a menor percentagem de efluentes domésticos 

tratados pela ETAR de Beirolas (apenas 32% contra 90% em Chelas), poderão ajudar a explicar 

a maior  concentração  de MOT  na  vizinhança  do  emissário  de  Chelas.  Contudo,  as  análises 

físico‐químicas efectuadas às águas descarregadas pelo colector de Chelas em 2010 (Tabela VI) 

parecem contradizer a entrada recente de fortes cargas orgânicas no local, pelo que é provável 

que estas tenham tido origem em períodos anteriores e/ou noutras fontes emissoras. 

No que diz respeito às comunidades de macroinvertebrados bentónicos presentes nos vários 

locais, à excepção do que acontece em Chelas, estas não exibiram sinais de uma degradação 

muito  significativa,  embora  sejam  claramente  empobrecidas  quando  comparadas  com  as 

existentes noutros locais da zona terminal do estuário do Tejo (Costa et al., 2007, 2008). Para 

esta  situação muito  contribuirá  a  presença  dos  vários  emissários  em  estudo,  embora  o  já 

referido facto dos efluentes de Alcântara e do Terreiro do Paço serem lançados para a região 

terminal do canal principal do estuário do Tejo, onde o  forte hidrodinamismo  local tem uma 

importante acção  regeneradora,  reduza esses efeitos negativos. Com efeito, este padrão de 

atenuação de  impactos nas comunidades biológicas foi  já detectado anteriormente em áreas 

contíguas ao curso principal do estuário do Tejo, em claro contraste com o que se passa em 

canais secundários do sistema ou em baías (Costa et al., 2005). 

 

 

Page 42: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

39 

 

Tabela VI – Valores dos parâmetros físicos‐químicos da água das descargas efectuadas pelos emissários de Beirolas, Chelas, Terreiro do Paço (RO – Rua do Ouro; RA – Rua 

Augusta; RP – Rua da Prata) e Alcântara em 2010 (CML, dados não publicados)  

Parâmetros Locais/Datas

Beirolas  Chelas  Terreiro Paço  Alcântara 

2‐Mar  14‐Jun  8‐Set  9‐Dez  2‐Mar  14‐Jun  8‐Set  9‐Dez 3‐Mar  2‐Mar  14‐Jun  8‐Set  9‐Dez 

2‐Mar  14‐Jun  8‐Set  9‐Dez RO  RA + RP  RO  RA + RP RO  RA + RP RO  RA + RP

pH  7,7  8,3  7,8  7,6  7,7  7,9  7,9  7,5  8,9  8,1  7,7  7,9  8,0  8,1  8,6  8,7  7,7  7,4  7,2  7,3 SST  52  8  4  30  46  4  12  55  257  228  129  290  135  326  242  288  52  48  101  54 CBO5 (mg/l)  55  6  3  19  40  3  4  24  116  264  197  280  171  285  202  275  39  12  12  30 CQO (mg/l)  121  32  29  47  83  28  31  112  225  570  508  785  367  566  354  408  121  198  163  76 N‐NO2

‐ (mg/l)  0,253  0,108  0,285  0,178  0,035  0,136  0,333  0,073  0,126  0,391  <0,005 <0,005  <0,005 <0,005  0,245 0,267  0,197  0,321  0,515  0,100 

N‐NO3‐ (mg/l)  7,45  2,36  4,58  3,06  5,54  4,47  6,28  5,15  1,20  1,66  0,49  0,07  0,10  <0,05  0,96  2,07  7,78  15,6  15,59  2,05 

N‐NH4+ (mg/l)  6,23  8,84  2,04  4,97  5,07  6,47  4,39  5,24  10,58  28,28  33,66  38,86  29,79  32,82  16,58 18,34  6,26  4,98  3,81  5,06 

N‐Norg (mg/l)  4,07  1,30  0,83  3,14  2,33  1,02  0,37  4,02  3,07  22,96  18,5  6,23  22,12  27,1  20,10 23,55  4,03  1,66  1,49  2,95 N‐Kjeldahl (mg/l)  10,30  10,14  2,87  8,11  7,40  7,49  4,76  9,26  13,65  51,24  52,16  45,09  51,91  59,92  36,68 41,89  10,29  6,64  5,30  8,01 Azoto total (mg/l)  18,00  12,61  7,74  11,35  12,98  12,10  11,37  14,48  14,98  53,29  52,65  45,16  52,01  59,92  37,89 44,23  18,27  22,56  21,41  10,16 Fósforo total (mg/l)  3,98  2,24  3,33  1,33  4,35  4,51  5,95  1,25  3,23  9,13  8,32  10,01  8,1  8,50  5,16  6,36  1,76  1,56  <0,125  0,29 Ferro total (mg/l)  0,30  0,15  0,21  0,28  0,10  0,12  0,65  0,65  3,41  0,28  0,47  0,90  0,35  1,57  1,69  3,38  0,38  1,32  2,69  0,56 Sulfatos (mg/l)  124,48 97,60  128,48  61,28  88,96  89,20  86,24  61,92  73,76  92,84  74,76  75,44  103,84 87,96  75,36 77,24  428,96  618,40  246,96 Óleos&Gorduras (mg/l)  <10  <10  <10  <10  <10  <10  <10  <10  49  24  310  59  49  56  18  23  <10  <10  <10  <10 Hidrocarbonetos (μg/l)  <10  <10  <10  <10  <10  <10  <10  <10  39  <10  <10  <10  <10  <10  <10  <10  <10  <10  <10  <10 Fenóis (μg/l)  <0,10  0,13  0,14  <0,10  0,32  0,10  0,14  <0,10  0,17  0,13  0,31  0,20  0,33  0,23  0,41  0,54  0,15  0,10  0,15  0,29 Cloretos (mg/l)  460  265  558  167  122  119  131  91  95  179  216  178  374  263  123  116  2857  3512  4593  1706 Crómio VI (mg/l)     <0,1           <0,1              <0,1              <0,1       Crómio total (mg/l)     < 0,1           <0,1              <0,1              <0,1       Cobre (mg/l)     <0,08           <0,08              <0,08              <0,08       Cádmio (mg/l)     <0,04           <0,04              <0,04              <0,04       Chumbo (mg/l)     <0,2           <0,2              <0,2              <0,2       Níquel (mg/l)     <0,1           <0,1              <0,1              <0,1       Manganês (mg/l)     <0,06           <0,06              <0,06              0,15       Mercúrio (mg/l)     <0,002           <0,002              <0,002              <0,002       Arsénio (mg/l)     <0,01           <0,01              <0,01              <0,01       Alumínio (mg/l)     <1           <1              1,1              <0,1       Sulfitos (mg/l)     <1           <1              2,0                 <1       Sulfuretos (mg/l)     1           1,3                 3,1              1,0       

 

Page 43: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Conclusões 

40

Apesar da sua localização numa área menos exposta do estuário do Tejo, a saída do emissário 

da bacia de Beirolas em zona aberta  favorecerá a dispersão dos  respectivos efluentes. Estas 

características, juntamente com o tratamento terciário da respectiva ETAR, desde 2001, terão 

permitido uma melhoria notável das comunidades de macroinvertebrados bentónicos locais, a 

partir  de  2003,  quando  a  laboração  da  infra‐estrutura  terá  entrado  na  fase  de  cruzeiro. 

Actualmente, a qualidade ecológica da área  varia entre Boa e Elevada,  sendo normalmente 

superior no subtidal do que no  intertidal, tanto nas estações de amostragem de tratamento, 

como nas controlo. O menor stress natural nos  locais permanentemente  imersos, explicará o 

incremento na complexidade destas  comunidades  com o afastamento da margem  terrestre, 

onde aumentam a  riqueza e diversidade  taxonómicas e diminui a densidade de organismos 

tolerantes/oportunistas  (Chainho  et  al.,  2010). A  utilidade,  como  controlo,  das  estações  de 

amostragem pré‐estabelecidas nesta área, permanece por esclarecer, embora a evolução das 

respectivas  comunidades  de  macroinvertebrados  bentónicos  desde  1997  deixe  fundadas 

dúvidas  quanto  à  sua  validade  para  esse  fim,  já  que,  pelo menos  no  passado,  estes  locais 

estiveram sob o efeito de elevadas pressões antrópicas, tenham tido elas origem na ETAR de 

Beirolas,  antes  de  esta  ter  entrado  na  fase  de  cruzeiro  do  seu  funcionamento,  ou  outra 

natureza. 

As  comunidades  de  macroinvertebrados  bentónicos  adjacentes  ao  emissário  da  bacia  de 

Alcântara apresentavam em 2009 um grau de degradação elevado, existindo poucas dúvidas 

de que a sua menor preservação se deveu ao mau funcionamento da referida  infra‐estrutura 

nesse ano, uma vez que as comunidades existentes nas respectivas estações de amostragem 

de controlo permaneceram em melhor estado de conservação. Em 2010, com a entrada em 

funcionamento do  tratamento  secundário na  ETAR de Alcântara,  verificou‐se uma melhoria 

generalizada na qualidade  ecológica da  área, passando  esta  a Boa/Elevada nas  radiais mais 

afastadas da saída do emissário (tal como acontece nas estações de amostragem de controlo), 

mas mantendo‐se Moderada na  sua homóloga mais próxima. Por  seu  turno, no Terreiro do 

Paço,  as  comunidades  de  macroinvertebrados  bentónicos  permaneceram  em  2010  em 

situação  idêntica  à  do  ano  anterior.  Assim,  a  qualidade  ecológica  da  área  manteve‐se 

Moderada na proximidade do emissário e Boa nas restantes radiais. Neste local, apesar de não 

se terem feito sentir ainda as melhorias infra‐estruturais programadas, apenas as comunidades 

de macroinvertebrados bentónicos que ocorreram perto do local da descarga pareceram estar 

um pouco mais afectadas pelo efluente, presumivelmente porque a partir dessa distância o 

elevado hidrodinamismo da  zona ajudará a uma dispersão efectiva dos poluentes,  tal  como 

acontece,  aliás,  presentemente  em  Alcântara.  Também  nestes  dois  locais,  a  utilidade  das 

Page 44: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Conclusões 

41

estações  de  amostragem  de  controlo  permanece  por  esclarecer  cabalmente,  sobretudo 

porque de 2009 para 2010 a  riqueza e diversidade  taxonómicas diminuíram nas estações de 

amostragem de controlo do Terreiro do Paço e aumentaram nas suas homólogas de Alcântara, 

o  que  parece  pouco  compatível  com  variações  estritamente  naturais.  Com  os  dados 

actualmente disponíveis é de admitir que as principais limitações neste sentido se encontrem 

na rede de amostragem do Terreiro do Paço, embora só os trabalhos futuros o possam vir a 

confirmar. 

O  actual  estado  de  conservação  aproximado  das  comunidades  de  macroinvertebrados 

bentónicos  das  zonas  de  Alcântara  e  do  Terreiro  do  Paço,  deverá  resultar  da maior  carga 

poluente  introduzida  no  primeiro  local  durante  2009.  De  facto,  em  situação  de  deficiente 

funcionamento da ETAR de Alcântara, as águas residuais de uma população a rondar os 500 

mil habitantes terão provocado um  impacto superior que as dos cerca de 100 mil habitantes 

servidos  pelo  subsistema  do  Terreiro  do  Paço, mesmo  que  sem  qualquer  tratamento.  Por 

outro  lado, o  facto do ponto de drenagem do colector de Alcântara  se encontrar  localizado 

numa pequena  reentrância artificial, dificultará a dispersão dos poluentes e contribuirá para 

uma menor preservação das comunidades biológicas da região adjacente. Esta característica, 

sendo  comum  ao  colector  da  descarga  de  Chelas,  e  a menor  exposição  da  área  à  acção 

mecânica  das  massas  de  água  marinhas,  poderão  ajudar  a  explicar  a  menor  qualidade 

ambiental da última zona. Contudo, tal como referido anteriormente a propósito dos teores de 

MOT nos sedimentos, as análises físico‐químicas efectuadas às descargas do colector de Chelas 

em  2010  (Tabela  VI)  parecem  contradizer  a  entrada  recente  de  fortes  cargas  orgânicas  no 

local, a menos que tivesse ocorrido algum fenómeno de poluição aguda, de que não há notícia. 

Assim, é possível que esta degradação ambiental  tenha  tido origem em períodos anteriores 

e/ou  noutras  fontes  emissoras,  sendo  de  assinalar  a  intensa  actividade  portuária  local.  De 

qualquer  forma, parece provável uma  influência  local na  redução da qualidade ecológica da 

zona,  já que  esta passa  de Má  a Reduzida  com o  afastamento  em  relação  à  adjacência  do 

emissário. Notável o facto da estação controlo a jusante da saída do colector de Chelas exibir 

comunidades de macroinvertebrados bentónicos num nível de perturbação próximo do das 

estações  de  amostragem  de  tratamento,  o  mesmo  não  acontecendo  com  a  estação  de 

amostragem de controlo de montante, que apresenta um estado ecológico Elevado, apesar de 

se  situar  sensivelmente  à mesma distância. Caso  a degradação  ambiental  em  análise  tenha 

origem  recente  ou  histórica  na  descarga  de  Chelas,  a  protecção  dada  a  montante  pela 

reentrância  onde  está  localizada  a  saída  do  emissário  desta  bacia  e  a maior  dispersão  do 

efluente  para  jusante  (neste  sentido  há  que  juntar  a  força  dos  caudais  dulciaquícolas  às 

Page 45: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Conclusões 

42

correntes  de  maré),  poderão  explicar  as  diferenças  verificadas  entre  as  estações  de 

amostragem de controlo da zona, tornando‐se claro que, nas actuais condições, a de  jusante 

não serve para tal propósito. 

Pode‐se  concluir  que  a  descarga  da  bacia  de  Beirolas  não  está  a  provocar  impactos 

significativos  no  ambiente  circundante  e  que  a  entrada  em  funcionamento  do  tratamento 

secundário  na  ETAR  de  Alcântara  está  a  permitir  a  recuperação  das  comunidades  de 

macroinvertebrados bentónicos adjacentes à saída do emissário da respectiva bacia, as quais, 

de  resto, nunca estiveram particularmente afectadas devido ao elevado hidrodinamismo da 

região.  Também no  Terreiro do Paço,  as  condições hidrodinâmicas prevalecentes permitem 

uma razoável preservação dessa área ribeirinha, apesar de continuar a ser alvo da drenagem 

de um importante efluente não tratado até à sua ligação ao subsistema de Alcântara em 2011. 

Finalmente, há que referir a elevada degradação ambiental da zona vizinha à embocadura do 

colector da bacia de drenagem de Chelas, que pode ter origem nas respectivas descargas ou 

noutras  causas  locais  e  uma  génese  antiga  ou  recente.  A  continuação  do  programa  de 

monitorização  em  curso  permitirá  confirmar  ou  infirmar  estas  tendências  e  avaliar  se  as 

alterações  infra‐estruturais efectuadas recentemente possibilitarão uma melhoria sensível no 

estado das comunidades de macroinvertebrados bentónicos da zona ribeirinha do Concelho de 

Lisboa. 

Page 46: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Referências 

43

5. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 

Borja, A., J. Franco & V. Pérez. 2000. A Marine Biotic Index to establish the ecological quality of 

soft‐bottom benthos within European estuarine and coastal environments. Mar. Poll. Bull., 40: 

1100‐1114. 

Borja, A, A.B.  Josefson, A. Miles,  I. Muxika,  F. Olsgard, G. Phillips,  J.G. Rodríguez & B. Rygg. 

2007. An approach to the intercalibration of benthic ecological status assessment in the North 

Atlantic ecoregion, according to the European Water Framework Directive. Mar. Poll. Bull., 55: 

42–52. 

Borja, A., A. Miles, A. Occhipinti‐Ambrogi & T. Berg. 2009. Current status of macroinvertebrate 

methods used for assessing the quality of European marine waters:  implementing the Water 

Framework Directive, Hydrobiologia, 633: 181–196.  

Borja, A. &  I. Muxika. 2005. Guidelines for the use ofAMBI (AZTI’s Marine Biotic  Index)  in the 

assessment of the benthic ecological quality. Mar. Poll. Bull., 50: 787‐789. 

Chainho,  P., G.  Silva, M.F.  Lane,  J.L.  Costa,  T.  Pereira,  C.  Azeda,  P.R.  Almeida,  I. Metelo & 

M.J. Costa. 2010. Long‐Term trends in intertidal and subtidal benthic communities in response 

to water quality improvement measures. Estuaries and Coasts, 33: 1314‐1326. 

Costa J.L., N. Lopes, H.N. Cabral, P.R. Almeida, G. Silva, T. Pereira, A.L. Rego, C. Azeda, A. Sousa, 

C. Freitas & M.J. Costa. 2008. A revitalização das comunidades bentónicas do Porto do Buxo 

(Concelho de Almada) após a construção da ETAR do Portinho da Costa: o resultado de cinco 

anos de monitorização. Actas 3ª Conf. Nac. Aval. Imp.: S7. 

Costa, M.J.,  P.R. Almeida, H.N.  Cabral,  J.L.  Costa, M.J.  Correia,  L.S. Gordo,  C.D.  Pereira,  J.F. 

Salgado &  C.M.  Teixeira.  1999. Monitorização  da  comunidade  de  invertebrados  bentónicos 

durante  a  construção  da  ponte  Vasco  da  Gama.  pp.:  161‐170.  In:  F.J.  Santana,  L.M. 

Vasconcelos, M.R. Partidário, M.J. Seixas & M.P. Sobral (eds.). Actas 6ª Conf. Nac. Qual. Amb. 

DCEA/FCT/UNL, Monte da Caparica. 

Costa, M.J., J.L. Costa, H.N. Cabral, P.R. Almeida, I. Domingos, G. Silva, T. Pereira, P. Chainho & 

M.L. Chaves. 2005. Dez Anos de Monitorização Ambiental no Instituto de Oceanografia. Actas 

1ª Conf. Nac. Aval. Imp.: 103‐112. 

Costa, M.J., N.C. Lopes, J.L. Costa, H.N. Cabral, P.R. Almeida, A. Sousa, G. Silva, T. Pereira, A.L. 

Rego,  J.  Calado  &  C.  Azeda.  2007.  A  monitorização  biológica  no  âmbito  da  instalação  e 

Page 47: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos

Monitorização biológica de descarga de efluentes na área ribeirinha de Lisboa – Referências 

44

operação da ETAR do Portinho da Costa (Concelho de Almada): resultados e ensinamentos dos 

estudos efectuados durante o período de 2001 a 2006. Actas 2ª Conf. Nac. Aval. Imp.: 228‐235. 

Creutzberg, F., P. Wapenaar, G. Duineveld & N. Lopez Lopez, 1984. Distribution and density of 

the  benthic  fauna  in  the  Southern  North  Sea  in  relation  to  bottom  characteristics  and 

hydrographic conditions. Rapp. P.‐V. Réun. Cons. Internat. Explor. Mer, 183: 101‐110. 

Grall,  J.  &  M.  Glémarec.  1997.  Using  Biotic  Indices  to  estimate  macrobenthic  community 

perturbations in the Bay of Brest. Est. Coast. Shelf Sci., 44: 43‐53. 

Hily, C. 1984. Variabilité de  la macrofaune benthique dans  les milieux hyper‐trophiques de  la 

rade de Brest. Tese de Doutoramento. Université de Bretagne Occidentale, Brest. 

Legendre,  L. &  P.  Legendre.  1984.  Ecologie  numerique  1.  Le  traitment multiple  des  donnés 

écologique. 2ª ed., Masson, Paris. 

Muxika,  I. A. Borja &  J. Bald.  2007. Using historical data,  expert  judgment  and multivariate 

analysis  in  assessing  reference  conditions  and  benthic  ecological  status,  according  to  the 

European Water Framework Directive, Mar. Poll. Bull., 55: 16–29. 

Muxika, I., A. Borja & W. Bonne. 2005. The suitability of the Marine Biotic Index (AMBI) to new 

impact sources along European coasts. Ecol. Indic., 5: 19‐31. 

Pereira,  C.D.;  J.P.  Salgado  &  M.J.  Costa.  1998.  Impacts  resulting  from  the  maintenance 

dredging works of the construction of the Vasco da gama bridge (Tagus estuary, Portugal) on 

the macrozoobenthic  invertebrate  communities. pp.: 21‐25.  In: G.S. Carvalho, F.V. Gomes & 

F.T.  Pinto  (eds.).  Sem.  Dragagens,  Dragados  e  Ambientes  Costeiros.  Associação  Eurocoast‐

Portugal, Porto. 

Silva,  G.,  J.L.  Costa,  P.R.  Almeida,  L.S.  Gordo  &  M.J.  Costa.  1999.  As  comunidades  de 

macroinvertebrados bentónicos na monitorização da EXPO'98. pp.: 271‐275.  In: F.J. Santana, 

L.M. Vasconcelos, M.R. Partidário, M.J. Seixas & M.P. Sobral (eds.). Actas 6ª Conf. Nac. Qual. 

Amb. DCEA/FCT/UNL, Monte da Caparica. 

 

Page 48: DEZEMBRO DE - Lisboa · 2019. 5. 22. · cerca de 10%. A ETAR de Beirolas, situada junto à ponte Vasco da Gama, trata os efluentes gerados na bacia de Beirolas, provenientes dos