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DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME DA TALIDOMIDA FETAL LAVÍNIA SCHÜLER-FACCINI FERNANDA LUIZ SALES VIANNA www.gravidez-segura.org

DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME DA TALIDOMIDA … inicialmente como sedativo-hipnótico, mas posteriormente usada para gripe, insônia, ansiedade e enjôos matinais em gestantes entre outras

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DIAGNÓSTICO DA SÍNDROME DA TALIDOMIDA FETAL

LAVÍNIA SCHÜLER-FACCINI

FERNANDA LUIZ SALES VIANNA

www.gravidez-segura.org

Indicada inicialmente como sedativo-hipnótico, mas posteriormente usada para gripe, insônia, ansiedade e enjôos matinais em gestantes entre outras indicações, não sendo necessária receita médica;

A Talidomida foi sintetizada em 1954 na Alemanha Ocidental e entrou no mercado em 1956 com nome de Contergan;

INTRODUÇÃO - HISTÓRICO

INTRODUÇÃO - HISTÓRICO

•  Talidomida alcançou níveis extraordinários de consumo em todo o mundo contendo mais de 40 nomes comerciais;

•  Nos EUA não foi liberada pela FDA;

INTRODUÇÃO - HISTÓRICO

INTRODUÇÃO - HISTÓRICO

•  Em 1959 surgiram relatos de bebês com malformações de membros;

•  Mas somente em 1961 surgiram especulações sobre a correlação da Talidomida e malformações congênitas;

INTRODUÇÃO - HISTÓRICO

INTRODUÇÃO - HISTÓRICO

•  No final de 1961 a Talidomida foi retirada do mercado mundial;

•  Estima-se que de 10 a 15 mil crianças tenham nascido com as malformações típicas em todo o mundo, e 40% tenham morrido no primeiro ano de vida.

– Um  médico  israelense  usa  talidomida  desesperadamente  para  diminuir  a  dor  de  pacientes  com  eritema  nodoso  em  pacientes  com  a  forma  reacional  da  hanseníase  

•  Aprovado  uso  para  eritema  nodoso  na  hanseníase  

•  nódulos  dolorosos  com  vasculite  que  levam  a  neurite  permanente  

•  AIDS  •  Reação  enxerto  -­‐  hospedeiro  •  Doenças  auto-­‐imunes  

–  Entero-­‐colite  ulceraBva  cronica  –  Lupus  eritematoso  sistemico  

•  Mieloma  múlBplo  •  Cancer  ?  

Lei 10651, abril de 2003

INTRODUÇÃO – TALIDOMIDA NO BRASIL

•  Prescrição em formulário especial e numerado;

•  Retenção do receituário pela farmácia e remessa de uma via para ANVISA;

•  Bula com informações sobre o fármaco;

•  Proibição da comercialização, sendo somente adquirida através do Ministério da Saúde;

•  Embalagem e rótulo com ostensiva proibição do uso por mulheres grávidas ou sob risco de engravidar, acompanhada de texto em linguagem popular, que explicite a grande probabilidade de ocorrência de efeitos teratogênicos associados ao uso;

TALIDOMIDA NO BRASIL

INTRODUÇÃO – TALIDOMIDA NO BRASIL

•  Orientações aos usuários sobre os efeitos teratogênicos;

•  Métodos contraceptivos devem ser oferecidos pelo poder público;

•  Promoção de campanhas de educação sobre as conseqüências do uso e informação sobre a concessão de pensão às vítimas;

•  Incentivo do desenvolvimento científico de droga mais segura para substituir a talidomida no tratamento das doenças nas quais ela vem sendo utilizada

CASOS

•  Décadas de 1970 à 1990

Foram identificados 33 casos através do ECLAMC;

INTRODUÇÃO – CASOS

Relata-se um número de 300 indivíduos com embriopatia por talidomida;

•  Década de 1960

O SIAT Porto Alegre foi notificado, espontaneamente, de três novos casos entre os anos de 2005 e 2006;

INTRODUÇÃO – CASOS

CASOS

PENSÃO  •  O  governo  brasileiro  proporciona  pensão  e  indenização  por  danos  morais  às  víBmas  da  talidomida,  mesmo  as  nascidas  depois  da  epidemia,  pois  é  o  único  produtor  de  distribuidor  da  medicação  no  país.  

FATOS  

•  Em  torno  de  3%  de  todos  os  bebês  nascem  com  algum  defeito  congênito  clinicamente  importante  

•  Defeitos  de  redução  de  membros  ocorrem  em  aproximadamente  1  em  cada  2.000  nascimentos  

FATOS  

•  Talidomida  é  teratogênica  –   a  presença  da  substância  durante  o  período  embrionário  é  a  responsável  pelos  defeitos  

•  A  meia  vida  é  curta  –   não  existe  risco  se  ingerida  antes  da  concepção  

FATOS  

•  Talidomida  é  teratogênica:  a  presença  da  substância  durante  o  desenvolvimento  embrio-­‐fetal  é  a  responsável  pelos  defeitos.  

•  Ingestão  paterna  –   níveis  no  semen  paterno  são  desprezíveis  e  considerados  sem  risco  

FATOS  

•  Talidomida  nao  é  mutagênica    

–   material  genéBco  permanece  normal    –   filhos  de  afetados  são  normais  

FATOS  

•  NÃO  existe  exame  laboratorial  para  diagnosBco  da  sindrome  da  talidomida  

•  O  diagnósBco  é  clínico  e  está  baseado  no  estudo  de  2.500  indivíduos  com  exposição  confirmada  ao  redor  do  mundo.  

FATOS  

•  A  janela  teratogênica  da  talidomida  foi  estabelecida  entre  o  34-­‐50  dias  após  o  úlBmo  período  menstrual  (20-­‐36  dias  após  a  ferBlização).  

•  Camundongos  e  ratos  são  resistentes,  enquanto  coelhos,  galinhas  e  primatas  são  sensíveis  

E  O  DIAGNÓSTICO?  

•  Em  torno  de  3%  de  todos  os  bebes  nascem  com  algum  defeito  congenito  clinicamente  importante  

•  Defeitos  de  reduçao  de  membros  ocorrem  em  aproximadamente  1  em  cada  2.000  nascimentos  

S. TALIDOMIDA: DIAGNÓSTICO  Membros  Superiores  

– Defeito  de  redução  intercalar  /  longitudinal  pré-­‐axial  – Simetria  

•  Maior  assimetria  -­‐  menor    probabilidade  de  teratogeno  

– Polegar  –  radio  –  umero  –  ulna  –  dedos  ulnar  -­‐  amelia  

•  Obs:  polegares  podem  ser  ausentes  ou  trifalangicos  

– Escápula  e  clavícula  

Defeito de redução de membro tipo transverso intercalar (DRMI)

EMBRIOPATIA POR TALIDOMIDA

•  Focomelia nos quatro membros;

•  Focomelia ou amelia de membros superiores com outros defeitos de membros inferiores;

•  Focomelia ou amelia de membros superiores com membros inferiores normais;

•  Defeitos de membros inferiores predominantes associados com membros superiores encurvados ou com outros defeitos;

INTRODUÇÃO - EMBRIOPATIA

S. TALIDOMIDA: DIAGNOSTICO  Membros  Inferiores  

•  Muito  incomum  defeitos  apenas  em  MsIs  

– Em  torno  de  1%  apenas  MsIs  

•  Padrao  é  mais  variavel    

•  Ossos  longos  sao  os  primeiros  a  serem  aBngidos  

– Femur  

Defeitos e manifestações clínicas observadas:

•  Oculares: anoftalmia, microftalmia, coloboma, oftalmoplegia

•  Auditivas: anotia, microtia, surdez;

•  Neurológicas: dislexia, autismo, epilepsia;

•  Internas: laringe, traquéia, coração, trato alimentar, rins e órgãos sexuais;

INTRODUÇÃO - EMBRIOPATIA

EMBRIOPATIA POR TALIDOMIDA

METODOLOGIA

Metodologia de avaliação dos casos suspeitos de embriopatia por Talidomida

Intercalar

Pós-axial

Transverso

Síndromes

INCOMPATÍVEL

Unilateral

Focomelia

COMPATÍVEL

Amelia

Síndromes

Pré-axial

Defeitos de Redução de Membros

DIAGNOSTICO DIFERENCIAL: HOLT ORAM

DIAGNOSTICO DIFERENCIAL: ROBERTS

DIAGNOSTICO DIFERENCIAL:

BRIDAS AMNIOTICAS

DIAGNOSTICO DIFERENCIAL: ANEMIA DE FANCONI

Baixa estatura Anomalias esqueleticas Anemia aplastica Suscetibilidade a tumores

DIAGNOSTICO DIFERENCIAL: FEMUR – FIBULA - ULNA

DIAGNOSTICO DIFERENCIAL: POLAND

DIAGNOSTICO DIFERENCIAL: TAR Trombocitopenia Absent Radius

USO ATUAL DE TALIDOMIDA E DEFEITOS CONGÊNITOS NO BRASIL – FERNANDA SALES LUIZ VIANNA

AGRADECIMENTOS