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INSTITUTO UNA DE TECNOLOGIA UNATEC CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO E AMBIENTAL DA REGIONAL NOROESTE DE BELO HORIZONTE Anderson Lopes Anne Vicente Ed Gomes Januária Malaquias Marcelo Pereira Mariana Oliveira Nadir Khan Rejane Oliveira Belo Horizonte 2011

Diagnostico Socioeconômico e Ambiental da Regional ... · 3 RESUMO A urbanização, que resulta da transferência de pessoas do meio rural para o meio urbano, tem sido a principal

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INSTITUTO UNA DE TECNOLOGIA UNATEC

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL

DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO E AMBIENTAL DA REGIONAL

NOROESTE DE BELO HORIZONTE

Anderson Lopes Anne Vicente

Ed Gomes Januária Malaquias

Marcelo Pereira Mariana Oliveira

Nadir Khan Rejane Oliveira

Belo Horizonte

2011

 

INSTITUTO UNA DE TECNOLOGIA

UNATEC

CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO AMBIENTAL

Anderson Lopes

Anne Vicente Ed Gomes

Januária Malaquias Marcelo Pereira Mariana Oliveira

Nadir Khan Rejane Oliveira

DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO E AMBIENTAL DA REGIONAL

NOROESTE DE BELO HORIZONTE Trabalho apresentado à disciplina Projeto Aplicado à Proteção Ambiental, do Curso Superior de Tecnologia em Gestão do Meio Ambiente da UNATEC. Turma: GAB1BN-A Campus: Barro Preto

Orientador (a): Profª. Angélica Duarte

Belo Horizonte 2011

   

 

 

AGRADECIMENTOS

Agradecemos aos professores Cristina de Souza, Isaac Medeiros, Heloísa Damasceno

Diniz, Carlos Wagner e Virgínia Granja pela enorme contribuição para que o trabalho pudesse

ser realizado, norteando-nos sempre que necessário.

À coordenadora Fernanda Wasner, por nos apoiar e ser um exemplo de

profissionalismo.

À diretora, professoras e a equipe da cozinha da UMEI- Pindorama pela receptividade

e ajuda na concretização do Projeto UMEI.

Ao gerente de Orçamento Participativo da Regional Noroeste de Belo Horizonte e ao

seu assessor Bruno Cartier, pela disponibilidade e informações fornecidas.

Ao presidente da Associação de Moradores do Conjunto IAPI, Carlos Alberto

Juninho.

Aos patrocinadores do Projeto Umei – Ambiente, Marcelo e Simone da Comercial

Irmãos Pereira Ltda., ao Luciano Sobreira, responsável da Trunox Comércio de Sucatas e aos

demais colaboradores, Comercial Morcatti Ltda., Pomagri Frutas Ltda. e ao comerciante

Gilberto Rocha.

Por fim, agradecemos nossas famílias por entender e apoiar cada decisão que

tomamos, e a todos que de forma direta ou indireta contribuíram para a realização desse

trabalho.

 

 

RESUMO

A urbanização, que resulta da transferência de pessoas do meio rural para o meio

urbano, tem sido a principal forma encontrada para alocação da população no arranjo espacial

da sociedade. As conseqüências para este fato desempenham papel essencial na interação

humana com o espaço, pois afetam a paisagem, os hábitos de vida e de consumo que, de uma

maneira integrada, abalam as estruturas ambientais.

O desenvolvimento da sociedade está conectado ao uso dos diversos recursos

dispostos no meio ambiente e a preservação ambiental encontra-se intrinsecamente

relacionada à mitigação de impactos advindos do uso do espaço natural. Faz-se necessário,

então, o estudo da ocupação urbana em seus diferentes aspectos, de forma a identificar de que

maneira o desenvolvimento inadequado das cidades tem sido priorizado em detrimento da

qualidade de vida.

O presente trabalho tem o intuito de diagnosticar a Regional Noroeste de Belo

Horizonte no que se refere à adoção de medidas mitigadoras de impactos decorrentes do

desenvolvimento da cidade, integrando os aspectos ambientais e sociais para analisar a

viabilidade de proteção ambiental para a região. Para tanto, a metodologia baseia-se em

levantamentos bibliográficos, visitas de campo, registros fotográficos e vídeos. O estudo do

conjunto de matérias abordadas durante o semestre, somado ao conhecimento científico

adquirido através das pesquisas, permitiu a análise holística da regional no que se refere à

proteção ambiental.

O projeto inclui, além da análise feita sobre questões as ações sociais realizadas para

mitigar os impactos ambientais advindos do crescimento da regional, a elaboração e posterior

aplicação de um questionário socioeconômico e ambiental e também a produção de uma peça

teatral voltada para a educação ambiental. Os resultados apontam para a existência de

políticas públicas e medidas de planejamento voltadas para o desenvolvimento social,

econômico e ambiental da região. Entretanto, nota-se a ineficiência das mesmas em atender as

necessidades da população em sua totalidade. Ressalta-se o descaso na preservação de áreas

verdes, salientado pelas imagens obtidas através de satélites que mostram a sua quase

inexistência na região, possivelmente conseqüência do crescimento desordenado da região.

Palavras-chave: proteção ambiental, desenvolvimento socioeconômico, ocupação

urbana.

 

 

ABSTRACT

Urbanization, which results from the transfer of people from rural to urban areas, has

been the main form found in the population allocation for spatial arrangement of society. The

consequences of this fact play an essential role in human interaction with space, because they

affect the landscape, lifestyle and consumption, in an integrated manner, undermine the

environmental structures.

The development of society is connected to the use of various resources discharged

into the environment and environmental preservation is intrinsically related to the mitigation

of impacts from the use of the countryside. It is necessary, then the study of urban occupation

in its various aspects in order to identify how the inadequate development of cities has been

given priority over quality of life.

This study aims to diagnose the Northwest Regional in Belo Horizonte in relation to

the adoption of mitigation measures for impacts from the city's development by integrating

environmental and social aspects to analyze the feasibility of environmental protection for the

region. For this, the methodology is based on literature surveys, field visits, photographs and

video. The study of the subjects covered during the semester, plus the knowledge gained

through scientific research, allowed the holistic analysis of the regional with regard to

environmental protection.

The project includes, besides the analysis of social issues the actions taken to mitigate

environmental impacts arising from regional growth, the development and subsequent

implementation of a socioeconomic and environmental questionnaire and also the production

of a play focused on environmental education. The results indicate the existence of public

policies and planning measures aimed at developing social, economic and environmental

development of the region. However, there is their inefficiency in meeting the needs of the

population as a whole. It is highlighted the indifference in the preservation of green areas,

highlighted by the images obtained from satellites to show its near absence in the region,

possibly a result of uncontrolled growth in the region.

Keywords: environmental protection, socioeconomic development, urban settlement.

 

LISTA DE FIGURAS  

Figura 1: Divisões Regionais de Belo Horizonte. Fonte: Prefeitura de Belo Horizonte ......................... 22 

Figura 2: Mapa de relevo da Regional Noroeste. Fonte: elaboração própria ....................................... 23 

Figura 3: Delimitação da Regional Noroeste em imagem de satélite. Fonte: elaboração própria ....... 25 

Figura 4: Conjunto IAPI, 1950. Fonte: http://bairrosdebelohorizonte.webnode.com.br/noroeste‐em‐dados‐/ .................................................................................................................................................. 28 

Figura 5: Aterro Sanitário de Belo Horizonte e sua hidrografia. Fonte: elaboração própria ................ 50 

Figura 6: Vista Aérea do Aterro Sanitário. Fonte: elaboração própria .................................................. 51 

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Questões Regulatórias do Setor de Saneamento no Brasil Fonte: IBGE, Censos Demográficos de 1970, 1980, 1990 e 2000. ................................................................................................................. 19 

Tabela 2: Questões Regulatórias do Setor de Saneamento no Brasil Fonte: IBGE, Censos Demográficos de 1970, 1980, 1990 e 2000. *Fossas rudimentares não estão incluídas. ............................................ 20 

Tabela 3: Esgotamento Sanitário de Belo Horizonte. Fonte: IBGE Censo 2000 .................................... 35 

Tabela 4: Participação Popular Orçamento Participativo. Fonte: Caderno Plano de Empreendimentos Orçamento Participativo 2009/2010. PBH ............................................................................................ 42 

Tabela 5: Empreendimentos Aprovados Orçamento Participativo. Fonte: SMAP/GEOP;SUDECAP;URBEL, retirado da Caderno Plano de Empreendimentos Orçamento Participativo 2009/2010. PBH ............................................................................................................... 42 

LISTA DE GRÁFICOS

Gráfico 1: Bairros dos entrevistados ..................................................................................................... 57 

Gráfico 2:  Sexo ...................................................................................................................................... 58 

Gráfico 3: Faixa etária ........................................................................................................................... 58 

Gráfico 4:  Grau de escolaridade ........................................................................................................... 59 

Gráfico 5:  Tempo de moradia na atual residência ............................................................................... 59 

Gráfico 6: Quantidade de pessoas que moram na mesma residência .................................................. 60 

 

 

Gráfico 7: Renda familiar ....................................................................................................................... 60 

Gráfico 8:  Regime de ocupação da propriedade .................................................................................. 61 

Gráfico 9: Participação da Prefeitura na Regional ................................................................................ 61 

Gráfico 10: Participação da população em projetos sociais ................................................................. 62 

Gráfico 11: Atuação da Associação de Moradores nos bairros ............................................................ 62 

Gráfico 12: Participação da população em Associações, Partidos Políticos e/ou ONGs ....................... 63 

Gráfico 13: Freqüência popular nas reuniões de Associação de Moradores, Conselho Regional e/ou Audiência Pública .................................................................................................................................. 63 

Gráfico 14: Espaços Públicos na Regional ............................................................................................. 64 

Gráfico 15: Problemas relacionados à infra‐estrutura dos bairros ....................................................... 64 

Gráfico 16: Nota que a população atribui à infra‐estrutura de seu bairro ........................................... 65 

Gráfico 17: Fonte da água para consumo humano ............................................................................... 65 

Gráfico 18: Destino do esgoto sanitário ................................................................................................ 66 

Gráfico 19: Destino do lixo doméstico .................................................................................................. 67 

Gráfico 20: Freqüência da coleta de lixo doméstico ............................................................................. 67 

Gráfico 21: Conhecimento sobre Meio Ambiente ................................................................................ 68 

Gráfico 22: Área degradada .................................................................................................................. 68 

Gráfico 23: Motivo da existência de área degrada ............................................................................... 69 

Gráfico 24: Problemas do período chuvoso .......................................................................................... 70 

Gráfico 25:Existência de animais peçonhentos e insetos nas residências ............................................ 71 

Gráfico 26: Motivo da existência desses animais/insetos existirem .................................................... 71 

Gráfico 27: Avaliação popular da saúde pública ................................................................................... 72 

Gráfico 28: Presença de Agente de Saúde nos bairros ......................................................................... 72 

Gráfico 29: Uso do SUS (Sistema Único de Saúde) pela população ...................................................... 73 

Gráfico 30:  Nota da saúde pública nos bairros .................................................................................... 73 

Gráfico 31: Classificação da Qualidade de Vida .................................................................................... 74 

Gráfico 32: Nota da Qualidade de Vida ................................................................................................. 74 

Gráfico 33: Compreensão do conceito de Sustentabilidade ................................................................. 75 

 

 

SUMÁRIO

 

1.  INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 8 

2.  JUSTIFICATIVA ................................................................................................................. 10 

3.  OBJETIVOS ......................................................................................................................... 10

  3.1.  Objetivo Geral ……………………………………………………………………………………………………………10 

  3.2   Objetivos Específicos …………………………………………………………………………………………….. ..10 

4.  DESENVOLVIMENTO ...................................................................................................... 11

  4.1 Metodologia ……………………………………………………………………………………………………………….11  

  4.2 Revisão da Literatura……………………………………………………………………………………………………13 

  4.3 Resultados Obtidos……………………………………………………………………………………………………..22 

  4.4 Educação Ambiental……………………………………………………………………………………………………55 

  4.5 Análise de Questionário……………………………………………………………………………………………..56 

5.  CONCLUSÃO ...................................................................................................................... 76 

6.  REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 77 

7.  ANEXOS ............................................................................................................................... 85 

 

 

1. INTRODUÇÃO

O crescimento populacional acelerado, associado ao padrão de vida no qual se valoriza

o consumo desenfreado em detrimento da forma equilibrada de vida, é um dos principais

contribuintes para o surgimento dos problemas ambientais. Além do esgotamento de fontes

energéticas não renováveis, o desenvolvimento que tenta suprir as necessidades cada vez

maiores da sociedade ocasiona a ocupação desordenada do espaço natural, contribuindo para a

degradação dos solos, geração de poluentes, redução das áreas verdes e conseqüente extinção

de espécies da fauna e da flora, além de continuamente provocar alterações climáticas no

planeta.

A questão ambiental e o desenvolvimento socioeconômico devem ser compreendidos

de uma maneira integrada, pois, à medida que se analisa a potencialidade dos recursos

naturais como fonte de suporte às necessidades humanas, não restam dúvidas que os

problemas ambientais não são exclusivamente de ordem natural ou cultural, mas um conjunto

de fatores onde o indivíduo e o meio ambiente não podem ser tomados como pólos

excludentes.

A urbanização, que resulta da transferência de pessoas do meio rural para o meio

urbano, associa-se fundamentalmente à concentração de pessoas em um dado espaço (a

cidade) que buscam a substituição das atividades primárias (rurais) por atividades secundárias

(indústrias) e terciárias (serviços), tem sido a principal forma de arranjo espacial da sociedade.

Tais mudanças desempenham papel essencial na interação humana com o espaço natural,

afetando a paisagem, os hábitos de vida, de consumo e, conseqüentemente, as estruturas

ambientais.

À medida que aumentam e se diversificam as atividades instaladas nas cidades e suas

respectivas demandas ambientais, crescem os impactos advindos da utilização dos recursos

naturais. Respeitar a capacidade suporte de um determinado recurso hídrico, planejar a

expansão de um sistema viário, monitorar a qualidade do ar da cidade, entre outras, são ações

que asseguram a qualidade de vida na medida em que recuperam a qualidade ambiental.

Para que se possa compreender o desenvolvimento de uma cidade, bem como analisar

a sua situação atual no que se refere às condições ambientais e qualidade de vida da

população, diante da diversidade de possibilidades no uso dos recursos naturais, é necessário

que se faça um levantamento dos aspectos históricos envolvidos desde a origem até sua

 

expansão. Dessa forma, torna-se fundamental para a realização e entendimento deste trabalho

o levantamento dos dados referentes à criação da cidade de Belo Horizonte para que se possa,

posteriormente, avançar na caracterização da Regional Noroeste de Belo Horizonte, alvo deste

estudo.

O estado de Minas Gerais começou a ser explorado pela primeira vez no século XVI.

Por ser uma região rica em minérios e recursos naturais, os bandeirantes ocuparam as

primeiras vilas à procura de ouro e pedras preciosas, fato que atraiu atenção da Coroa

Portuguesa. Fundou-se, então, a primeira vila do estado em 1711, na atual cidade de Mariana.

Com o atrativo, a região teve um rápido crescimento populacional e logo se tornou um

importante centro econômico do país. (SILVA, 2010)

Segundo Barros (2011), tendo sua primeira capital no ano de 1720, com a antiga

cidade chamada Vila Rica, atual Ouro Preto, essa hegemonia durou até o ano de 1897 quando

houve a mudança do centro administrativo. Nascia então uma nova cidade, Belo Horizonte,

inteiramente planejada e construída para ser capital política e administrativa.

No local onde a cidade foi edificada, existia um pequeno arraial, o Curral Del Rei, que

foi quase totalmente demolido. O plano da nova capital previa uma cidade dividida em três

áreas: uma área central, denominada urbana; em torno desta, outra denominada suburbana; e

uma terceira área, chamada rural. A nova capital foi inaugurada em 12 de dezembro de 1897

e, de acordo com dados do IBGE (2010), hoje possui uma área de unidade territorial de 331

quilômetros quadrados e uma população de 2.375.444 habitantes.

Pelo fato da cidade ter crescido rapidamente, houve a necessidade de se criar unidades

administrativas, que ficaram conhecidas como as Regionais. Suas áreas foram definidas em

lei no ano de 1985, época na qual já existiam duas regionais (Barreiro e Venda Nova).

Atualmente existem nove regionais na cidade: Barreiro, Centro-Sul, Leste, Nordeste,

Noroeste, Norte, Oeste, Pampulha e Venda Nova. (PBH, 2011)

A Regional Noroeste de Belo Horizonte, objeto de estudo do presente trabalho, é

conhecida por ser a mais populosa entre as demais regionais, possuindo mais de 340

(trezentos e quarenta) mil habitantes distribuídos em 73 (setenta e três) bairros e vilas, em

uma área territorial de 38,21 quilômetros quadrados. (IBGE, 2000)

10 

 

2. JUSTIFICATIVA

Estando a preservação ambiental intrinsecamente relacionada à mitigação de impactos

advindos do uso do espaço natural, faz-se necessário o estudo da ocupação urbana em seus

diferentes aspectos, de forma a identificar de que maneira o desenvolvimento inadequado das

cidades tem sido priorizado em detrimento da qualidade de vida.

Sabe-se que os danos ambientais gerados pelas atividades da sociedade atual não são

fatos isolados, mas sim acréscimos em um histórico de degradação constituído de

impactos passados. O planejamento eficiente, em conjunto com as políticas públicas para a

manutenção do bem estar coletivo, adota medidas que reduzem os danos ambientais que

ameaçam ou efetivamente proporcionam condições consideradas inadequadas ou insalubres à

população, propiciando o desenvolvimento sadio da sociedade.

Visto que é a mais populosa entre as demais regiões administrativas nas quais a cidade

de Belo Horizonte foi dividida, faz-se fundamental compreender a origem e analisar o

desenvolvimento da Regional Noroeste de Belo Horizonte diante dos aspectos ambientais e

socioeconômicos, de forma a identificar os possíveis problemas trazidos por esta região para a

cidade em sua totalidade.

3. OBJETIVOS

3.1. Objetivo Geral

Diagnosticar a Regional Noroeste de Belo Horizonte no que se refere à adoção de

medidas mitigadoras de impactos decorrentes do desenvolvimento da cidade, integrando os

aspectos ambientais e sociais para analisar a viabilidade de proteção ambiental para a região.

3.2. Objetivos Específicos

Como objetivos específicos para o presente trabalho, destacam-se:

Reunir dados acerca da história do desenvolvimento da Regional Noroeste de Belo

Horizonte, abordando questões de planejamento e zoneamento de forma a identificar

as fragilidades da região;

11 

 

Analisar a gestão pública quanto ao desenvolvimento de políticas que visem mitigar a

degradação do meio ambiente advinda da ocupação desordenada do espaço urbano e

que propiciem melhorias da qualidade de vida da população;

Diagnosticar a infra-estrutura na Regional Noroeste, considerando o saneamento

básico, suas conseqüências e os demais aspectos nele envolvidos;

Aplicar um questionário socioeconômico e ambiental na comunidade a fim de, ao

levar em conta a opinião da população, possibilitar a análise sinóptica da qualidade de

vida daquela região;

Desenvolver um projeto de Educação Ambiental formal, envolvendo a apresentação

de uma peça cênica baseada no livro “A festa de aniversário de Aline”, do autor

Ângelo Machado.

4. DESENVOLVIMENTO

4.1. Metodologia

Para o desenvolvimento do presente trabalho, a metodologia baseia-se em

levantamentos bibliográficos, consultas a documentos e leituras de trabalhos técnico-

científicos, visitas de campo, registros fotográficos, vasta pesquisa bibliográfica (artigos,

livros, sites e reportagens), vídeos, consulta aos docentes das disciplinas, além de entrevista

informal com a coordenação da UMEI – Pindorama e com o gerente do Orçamento

Participativo da Regional Noroeste. Por ser rico em informações, o site da Prefeitura de Belo

Horizonte foi consultado inúmeras vezes e segue citado como principal referência na

elaboração da monografia.

Os conteúdos abordados durante o 3º período de Tecnologia de Gestão Ambiental

serviram de base para que este projeto fosse realizado. O estudo do conjunto de matérias

abordadas durante o semestre, somado ao conhecimento científico adquirido através das

pesquisas, permitiu a análise holística da regional no que se refere à proteção ambiental.

Ainda como metodologia adotada, inclui-se a elaboração e posterior aplicação de um

questionário socioeconômico e ambiental, com a finalidade de traduzir os objetivos

12 

 

específicos da pesquisa em itens bem redigidos (GIL, 2002). Dos 8 (oito) componentes do

grupo, 5 (cinco) deles ficaram responsáveis pela aplicação sendo eles: Anderson Lopes, Anne

Vicente, Ed Gomes, Marcelo Pereira e Rejane Oliveira. Os questionários foram aplicados em

diversos pontos da regional, em sua maioria em escolas da região. A reunião mensal da

comunidade noroeste também serviu de ponto para aplicação dos questionários, bem como a

reunião de moradores do Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários (IAPI).

Gráficos foram elaborados através dos resultados obtidos, e posteriormente analisados para

uma melhor compreensão da Regional Noroeste.

Além disso, foram elaborados, através de bases cartográficas obtidas no site da

Prefeitura de Belo Horizonte e processadas pelo software ArcGIS, mapas que auxiliaram no

diagnóstico da Regional. Também foram utilizadas imagens de satélite através do software

Google Earth, identificadas por suas coordenadas geográficas.

Soma-se aos itens citados, a elaboração de uma peça teatral baseada no livro “Festa de

Aniversário de Aline” do professor Ângelo Machado, com a finalidade de promover a

educação ambiental em uma UMEI (Unidade Municipal de Educação Infantil), situada no

Bairro Novo Glória. A apresentação foi realizada para 240 crianças com idade de 3 (três) a 6

(seis) anos, sendo 120 no turno da manhã e 120 no turno da tarde. Na peça de teatro, realizou-

se uma festa para uma menina chamada Aline, que convida diversos animais para seu

aniversário. Ressalta-se que a apresentação da peça, além de uma atividade de educação

ambiental, também resultou em uma ação social visto que, através de patrocínios obtidos da

Trunox Comércio de Sucatas, Comercial Irmãos Pereira Ltda., Comercial Morcatti Ltda.,

Pomagri Frutas Ltda. e o comerciante Gilberto Rocha, foram realizadas atividades a serem

descritas no subitem de Educação Ambiental listado neste trabalho.

Como produtos da realização do trabalho, além da peça de teatro também foram

elaborados uma apresentação de Power Point, cuja finalidade é auxiliar a explanação para a

banca examinadora deste projeto, cartilha ilustrativa da atividade de educação ambiental, além

de um vídeo contendo trechos da peça gravados no dia da apresentação.

 

 

 

 

13 

 

4.2. Revisão da Literatura

4.2.1. O Estatuto da Cidade

A Lei N° 10.257 de 10 de julho de 2001 – Estatuto da Cidade – vem regulamentar os

artigos 182 e 183 da Constituição Federal de 1988. O artigo 182 estabeleceu que a política de

desenvolvimento urbano, executada pelo poder público municipal, conforme diretrizes gerais

fixadas em lei têm por objetivo ordenar o desenvolvimento das funções sociais da cidade e

garantir a qualidade de vida de seus habitantes, determinando que o instrumento básico desta

política é o Plano Diretor.

O artigo 183, por sua vez, fixou que todo aquele que possuir como sua, uma área

urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem

oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirirá o seu domínio, desde que

não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural, prática conhecida como usucapião. Este

artigo abriu ainda a possibilidade de regularização de extensas áreas de nossas cidades

ocupadas por favelas, vilas, alagados ou invasões, bem como loteamentos clandestinos

espalhados pelas periferias urbanas, transpondo estas formas de moradia para a cidade

denominada formal. O Estatuto da Cidade, ao regulamentar as exigências constitucionais,

reúne normas relativas à ação do poder público na regulamentação do uso da propriedade

urbana em prol do interesse público, da segurança e do bem estar dos cidadãos, bem como do

equilíbrio ambiental, além de fixar princípios importantes que irão nortear estas ações.

(OLIVEIRA, 2011)

O Estatuto da Cidade é a Lei que estabelece as diretrizes gerais da política urbana, que

deve ser executada por todos os municípios. A política urbana é o conjunto de ações que

devem ser promovidas pelo Poder Público, no sentido de garantir que todos os cidadãos

tenham acesso à moradia, ao saneamento ambiental, à infra-estrutura urbana, ao transporte,

aos serviços públicos, ao trabalho e ao lazer. O objetivo da política urbana é, segundo o

Estatuto da Cidade, “ordenar o pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da

propriedade urbana”. A cidade cumpre sua função social quando se torna acessível para todos

os seus cidadãos. Isto significa que os bens e equipamentos urbanos de saúde, educação,

assistência social, habitação, saneamento, lazer, emprego e renda devem ser usufruídos por

todos, independentemente de sua condição social. Já a função social da propriedade urbana

está diretamente associada ao bem-estar geral da coletividade. A propriedade não deve

14 

 

atender exclusivamente aos interesses do indivíduo-proprietário, mas sim da sociedade que

compartilha o espaço. Os municípios devem, portanto, utilizar as diretrizes e instrumentos do

Estatuto da Cidade com o objetivo de estabelecer as regras que propiciem o pleno

desenvolvimento econômico, social e ambiental, com vistas a garantir o direito à cidade para

todos os que nela vivem. (SILVA JÚNIOR, 2006).

4.2.2. O Plano Diretor

O Plano Diretor é a base do planejamento do município, cabendo a ele a tarefa de

articular as diversas políticas públicas existentes, fazendo-as seguir para uma única direção. A

lei do plano diretor deve ser revista, pelo menos, a cada dez anos, e suas diretrizes e

prioridades devem ser incorporadas pelas leis orçamentárias (Plano Plurianual, Lei de

Diretrizes Orçamentárias e Lei Orçamentária Anual). O Plano Diretor também deve integrar

as dinâmicas existentes na zona rural com as da zona urbana, uma vez que suas diretrizes

devem abranger o território do município como um todo. (SILVA JÚNIOR, 2006)

Para que possa cumprir com sua função, o Plano Diretor deve conter as seguintes

orientações:

As ações e medidas para assegurar o cumprimento das funções sociais da cidade e da

propriedade urbana;

Os objetos, temas prioritários e estratégias para o desenvolvimento da cidade e para a

reorganização territorial do município;

Os instrumentos da política urbana previstos pelo Estatuto da Cidade que serão

utilizados para concretizar os objetivos e estratégias estabelecidas pelo plano diretor;

O sistema de acompanhamento e controle visando à execução e implementação do

plano diretor.

15 

 

4.2.3. Planejamento Urbano

O Planejamento Urbano pode ser definido como o processo de produção, estruturação,

organização e apropriação do espaço urbano com o objetivo de promover a melhoria da

qualidade de vida da população. Segundo a Constituição Federal, é do Poder Público

municipal a competência para executar a política de desenvolvimento urbano. O Planejamento

Urbano, quando bem utilizado, transforma-se em um grande aliado do prefeito para a

prevenção e a solução dos problemas relacionados ao uso do território urbano, na medida em

que estabelece as diretrizes que devem ser observadas para a correta utilização do território.

(CNM, 2008)

No município, o Planejamento Urbano se concretiza por intermédio do Plano Diretor,

que deve ser elaborado de acordo com as diretrizes gerais contidas na Lei N° 10.102/2001, o

Estatuto da Cidade. De acordo com o Estatuto (artigo 40), o Plano Diretor “é o instrumento

básico da política de desenvolvimento e expansão urbana” do município, cabendo a ele,

portanto, a articulação de todas as políticas voltadas à promoção do desenvolvimento local e

de expansão da zona urbana. É função do Plano Diretor estabelecer as estratégias de

desenvolvimento, com fundamento nos princípios da sustentabilidade, demarcando no

território do município a função que cada área deve exercer para a implementação dessas

estratégias. O Plano Diretor também tem como objetivo implementar a política urbana por

meio do ordenamento do pleno desenvolvimento das funções sociais da cidade e da

propriedade urbana. (CNM, 2011)

4.2.4. O conceito de Políticas Públicas

As políticas públicas segundo Pelicioni (2005, p. 217) são:

O conjunto de princípios e diretrizes estabelecido pela sociedade por meio de sua representação política, na forma da lei, que orientam as ações a serem tomadas e implementadas pelo Estado, pelo Poder Legislativo, pelo Poder Executivo e pelo Poder Judiciário.

De acordo com o mesmo autor, as políticas públicas compreendem dois conjuntos de

ações que é o da política econômica e o da política social. A concretização de uma política

pública implica na escolha de princípios e linhas de atuação, bem como supõe o

enfrentamento e priorização de aspectos distintos.

16 

 

A Constituição de 1988 inclui dentre suas políticas o Meio Ambiente, sendo assim a

gestão ambiental recebe papel muito importante no que se refere à sua implementação.

4.2.5. A microbiologia no diagnóstico ambiental

A vida no planeta apresenta um ciclo para proporcionar a existência dos seres que nele

habitam. A cadeia alimentar é um processo complexo que envolve o ciclo de alimentos entre

os organismos vivos e os ciclos biogeoquímicos. Os microrganismos apresentam uma

diversidade genética e desempenham funções únicas e cruciais na manutenção de

ecossistemas, como componentes fundamentais de cadeias alimentares e de ciclos

biogeoquímicos (MELLO; AZEVEDO, 2008).

Os microrganismos têm extrema importância no processo vital do planeta. Eles

oxidam os elementos e os reduzem para o fornecimento de suas necessidades metabólicas.

(TORTORA et al., 2005).

Mostrando uma das importâncias das bactérias à natureza, afirma Barbosa e Torres

(2005, p. 121):

Os seres fototróficos são considerados produtores primários por serem capazes de sintetizar matéria orgânica a partir de inorgânica. […] a quantidade de peixes e mariscos economicamente exploráveis, por exemplo, é determinada, em última instância, pela velocidade de reprodução dos produtores primários.

Vale ressaltar dois aspectos: primeiro que seres fototróficos anteriormente referidos

são aquelas bactérias que utilizam a luz solar para o seu processo metabólico e segundo, que

os produtores primários são nada mais, nada menos que os próprios microrganismos.

Na natureza existe uma ligação vital entre o solo, a água e a vegetação. Por essa razão,

havendo contaminação, por exemplo, no meio aquático, possivelmente pode haver também

uma contaminação do solo.

Barros et al. (1995) afirma: “Os cuidados quanto à poluição do solo estão

principalmente associados ao contato da água com o solo superficial e à preservação da

qualidade das águas.”

Tendo em conta a repercussão dos produtos xenobióticos na atualidade, leva-se em

discussão formas de poder desenvolver novos meios de mitigar essa situação, uma vez que

17 

 

esses produtos degradam o meio ambiente, e como este trabalho retrata principalmente da

questão das águas, é preponderante destacar o quão prejudicial esses produtos são ao meio

aquático. (TORTORA et al, 2005).

Ainda segundo o autor citado, o plástico de origem do petróleo é um dos casos mais

discutidos pelos ambientalistas e cientistas, pois são uns dos vilões na contaminação das

águas do planeta. Dando seqüência a teoria do mesmo autor, afirma-se que os plásticos podem

levar milhões de anos para se degradarem na natureza, e também pelo fato de haver um

elevado nível acumulado dos mesmos, eles se encontram em larga escala nos córregos, rios,

entre outros ambientes.

São muitas às formas de contaminação no meio ambiente. No caso das águas, ganha

destaque a contaminação oriunda das indústrias, da agricultura e das zonas de concentração

urbana. De maneira geral os resíduos, se não forem bem geridos na sua destinação final,

podem vir a afetar a água. Os produtos químicos industriais e agrícolas passam para a terra e

misturam-se na água em grandes quantidades e em formas resistentes à biodegradação.

As águas rurais muitas vezes têm quantidades excessivas de nitrato oriundo dos

fertilizantes agrícolas (TORTORA et al., 2005). O fato de a urbanização estar cada vez mais

em expansão, traz consigo conseqüências ao meio ambiente. Aliado a este fator, a falta de

uma consciência ambiental por parte da população levam às atitudes que criam e aumentam a

contaminação das águas, do solo, generalizando, do meio em que a própria população habita.

Dentre diversas formas de contaminação pela urbanização, destacam-se algumas como:

exposição de resíduos sólidos e orgânicos à céu aberto ou em canais de água; o despejo de

produtos químicos de limpeza e produtos derivados de óleo nas canalizações; a disposição de

material fecal junto aos cursos de água; e dentre essas, muito mais.

A carência de infra-estruturas adequadas e saneamento básico nas comunidades

contribuem em grande escala para que haja poluição urbana. Então, o que seria exatamente

“saneamento”? A “Organização Mundial de Saúde (OMS) define saneamento como o

controle de todos os fatores de meio físico do homem, que exercem ou podem exercer efeito

deletério sobre o seu bem estar físico, mental e social.” (BARROS et al., 1995).

Quais seriam as contribuições dos microrganismos para esse contexto? Além de

assegurarem o equilíbrio da natureza, inúmeros microrganismos têm funções de extrema

importância para a ciência e, por conseguinte, para a humanidade.

18 

 

4.2.6. Saneamento e Saúde

De acordo com a Organização Mundial de Saúde, o saneamento é definido como o

“gerenciamento ou controle dos fatores físicos que podem exercer efeitos nocivos ao homem,

prejudicando seu bem-estar físico, mental e social.” (BARROS, 1995)

Já a lei responsável por estabelecer diretrizes nacionais para o saneamento, Lei de

Saneamento Básico n° 11.445, de janeiro de 2007, diz que saneamento corresponde ao

“conjunto de serviços, infra-estruturas e instalações operacionais de abastecimento de água

potável, esgotamento sanitário, limpeza urbana, manejo de resíduos sólidos e drenagem e

manejo das águas pluviais”.

4.2.7. Saneamento Básico

O serviço de saneamento básico está inserido nos chamados serviços de infra-estrutura

e é responsável pelo abastecimento de água, coleta e tratamento de esgotos, lixo, drenagem e

educação ambiental. Além disso, o saneamento apresenta três características comuns aos

serviços de infra-estrutura que são: ser bem público, ter externalidades e ser monopólio

natural. (NOZAKI, 2007)

Atualmente é consenso o impacto que o gerenciamento, indevido ou inexistente, da

água e esgoto representa para o meio ambiente e população. O bem estar e a conseqüente

qualidade de vida de um povo estão associados, diretamente, aos serviços de saneamento

básico disponíveis.

Alguns autores denotam a importância e as vantagens do investimento nessa área

como é o caso de Mendonça e Mota (2005, P. 12):

Considerando que o acesso aos serviços de saneamento são medidas preventivas que, além das externalidades positivas ao meio ambiente aqui não contabilizadas, evitam os riscos e desconfortos das doenças, nossos resultados sugerem que as ações preventivas de saneamento, em particular no tratamento de água, seriam mais justificáveis economicamente para a contínua redução da mortalidade infantil do que os gastos defensivos nos serviços de saúde.

A quarta edição do Relatório Nacional de Acompanhamento dos Objetivos de

Desenvolvimento do Milênio dispõe sobre o impacto ambiental. Segundo este relatório: “(...)

a falta de soluções adequadas para a coleta e o baixo índice de tratamento dos esgotos

domésticos são os principais responsáveis pela poluição dos recursos hídricos no Brasil,

problema que se faz sentir de forma mais aguda em municípios densamente povoados de

19 

 

regiões metropolitanas e cidades de grande e médio porte". De acordo com este site, o

atendimento aos moradores urbanos no Brasil que é de 80,5%, é inferior ao das áreas urbanas

como de Territórios Palestinos Ocupados (84%), Jamaica (82%) e Filipinas (81%). E no

campo a situação é ainda mais degradante, sendo classificada pelo relatório como “condições

inadequadas no que se refere ao esgotamento ao sanitário”.

Além da diferença de atendimento entre áreas urbanas e rurais, existe a diferença deste

serviço entre as cinco regiões do país, como pode ser avaliado nas tabelas abaixo:

Cobertura dos Serviços de Saneamento por Região 1991 e 2000 [% de domicílios]

Brasil Norte Nordeste Sudeste Sul Centro-Oeste

1991

Água 70,7 44,7 52,7 84,8 70,8 66,1

Esgoto 35,3 1,3 8,9 63,5 13,6 27,2

2000

Água 77,8 48 56,4 88,3 80,1 73,2

Esgoto 47,2 9,6 25,1 73,4 29,6 33,3

Tabela 1: Questões Regulatórias do Setor de Saneamento no Brasil Fonte: IBGE, Censos Demográficos de 1970, 1980, 1990 e 2000. 

Cobertura dos Serviços de Saneamento 1970-2000 [% de domicílios urbanos e rurais]

Tipo de serviço e área 1970 1980 1990 2000

Água

Urbano - rede de serviço 60,5 79,2 86,3 89,8

Rural - rede de serviço 2,6 5,1 9,3 18,7

Esgoto

20 

 

Urbano - rede de serviço 22,2 37 47,9 56

Urbano - fossa séptica* 25,3 23 20,9 16

Rural - rede de serviço 0,5 1,4 3,7 3,3

Rural - fossa séptica 3,2 7,2 14,4 9,6

Tabela 2: Questões Regulatórias do Setor de Saneamento no Brasil Fonte: IBGE, Censos Demográficos de 1970, 1980, 1990 e 2000. *Fossas rudimentares não estão incluídas. 

Pelas tabelas também fica exposta a discrepância entre as redes de água e esgoto

canalizadas. Segundo Nozaki (2007), ela se deve ao fato dos investimentos realizados pelo

PLANASA, terem como característica prover a população de serviços de abastecimento de

água. Além disso, consta um efeito político no qual o investimento em água, apesar de

superior ao de esgoto, provoca reflexos de gratidão ao gestor político da iniciativa. Isto é, o

político responsável pela realização deste tipo de empreendimento tem maior retorno do seu

eleitorado do que se fosse uma obra de tratamento de esgoto.

O que extrapola a leitura das tabelas é a direta conexão entre saúde publica e

saneamento básico. Isto porque a maioria das doenças relacionadas à falta do saneamento tem

sua causa ligada a questão da água contaminada. Sendo assim, o investimento nesta área

apresenta reflexos de médio e longo prazo para redução dos gastos com a saúde. Desta forma

a situação de efetiva ação pública voltada ao provimento de uma melhor qualidade de água,

coleta correta de esgoto e em especial a um bom programa de higiene educacional, acarretará

na redução na incidência de doenças.

4.2.8. Histórico e Estrutura Institucional do Saneamento

Os serviços de saneamento até a década de 70 eram fornecidos aos municípios sob

supervisão da Fundação Nacional de Saúde (FUNASA) que, por sua vez, também era

monitorada pelo Ministério da Saúde. Em 1971 foi criado o Plano Nacional de Saneamento

(PLANASA) que assumiu a responsabilidade de todo o planejamento de investimento no

setor, assim como as políticas de tarifas, de crédito, dentre outras. O PLANASA também

promoveu a criação de companhias estaduais de água e saneamento incentivando as

municipalidades a fazerem concessões de longo prazo para essas empresas a fim de obter

21 

 

investimentos concedidos pelo Banco Nacional de Habitação (BNH), parte financeira do

mesmo. (MOTTA, 2010)

O PLANASA centralizou demandas e no período de 1970 a 1980, a cobertura de água

e esgoto na área urbana no Brasil se elevou. Porém, ao final da década de 80 este sistema

começou a apresentar baixos desempenhos e a Constituição Federal de 1988 provocou sua

extinção ao enfatizar a descentralização. Pela Constituição ficou estabelecido que os serviços

públicos, incluídos água e saneamento deveriam ser fornecidos pela autoridade pública, de

maneira direta ou através de concessões, autorizando os municípios a realizarem tais

concessões. (MOTTA 2010)

Em 1995 com o Programa Nacional de Desestatização (PND) e a Lei das Concessões,

o setor de infra-estrutura se tornou alvo de investimentos, pois a partir de então havia uma

base legal para a concessão dos serviços públicos. Neste contexto foi criado o Sistema

Nacional de Gerenciamento de Recursos Hídricos institucionalizando o domínio da águas, e

gerindo os recursos hídricos a partir das bacias hidrográficas.

Os governos Collor e FHC deram ênfase ao saneamento, priorizando a modernização e

ampliação marginal da cobertura dos serviços. Foi um período marcado por transições de

gerências por parte do Governo Federal, e pela disseminação de programas por ele

desenvolvidos tendo como base de recurso o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de

Serviço), o Banco Mundial e o Banco Interamericano de Desenvolvimento - BID.

No governo Lula a responsabilidade pelo saneamento básico é remetida ao Ministério

das Cidades, criado para promover uma política de programas e ações de infra-estrutura

urbana. A Lei das Parcerias Público Privadas – PPPs foi a chancela encontrada pelo governo

para suprir a falta de recurso financeiro. Esta lei se aplica aos órgãos de Administração direta

e indireta controladas, direta ou indiretamente pela União, Estados, Distrito Federal e

Municípios. (MOTTA, 2010)

22 

 

4.3. Resultados Obtidos

A área de estudo escolhida respeitou o recorte de uma das nove regionais

administrativas do município de Belo Horizonte, a Regional Noroeste, destacada na imagem

na figura 1. Não se pretende fazer uma revisão extensiva de cada aspecto da região, senão

uma análise conjunta aplicada dos principais métodos utilizados em diagnóstico de

desenvolvimento regional e urbano.

 

Figura 1: Divisões Regionais de Belo Horizonte. Fonte: Prefeitura de Belo Horizonte

4.3.1. Aspectos Físicos

Segundo dados fornecidos pela Prefeitura de Belo Horizonte, a região Noroeste

apresenta maiores altitudes na divisa com Contagem, nos bairros Filadélfia e Califórnia, às

margens da BR-040, onde podem ser verificados pontos com até 980 metros, decrescendo em

direção a Pampulha, para atingir 870 metros no bairro Serrano, conforme o mapa elaborado

para representação dos dados na figura 2:

23 

 

As áreas com maior declividade situam-se ao longo do Anel Rodoviário, nos bairros

Engenho Nogueira, Jardim Alvorada e Dom Bosco e na BR 040, nos bairros Califórnia e

Filadélfia. O bairro Jardim Montanhês apresenta relevo altamente acidentado e possui

carências significativas decorrentes da ocupação de fundo de vale e encosta, agravadas pela

susceptibilidade ao risco geológico e parcelamento clandestino. As áreas de risco mais críticas

da região localizam-se nesta área e nas vilas São José e Sumaré. Toda a região encontra-se

situada nas bacias do Onça e Arrudas. A bacia do córrego da Ressaca, situada na porção norte

 

Figura 2: Mapa de relevo da Regional Noroeste. Fonte: elaboração própria 

 

24 

 

do seu território, integra a bacia Pampulha/Onça sendo formada pelos córregos Coqueiros,

Taiobas, Glória e Flor d Água. Seu solo predominante é do grupo B, formado por solos

residuais dos gnaisses silto-arenosos ou areno-argilosos, o que indica infiltração moderada.

(PBH, 2011)

A Regional Noroeste é marcada por ser uma região de muitos contrastes, possuindo

quatro áreas bastante diferenciadas, que são segmentadas por vias de ligação regionais e

arteriais, como a BR 040, Anel Rodoviário, Avenida Pedro II, Via Expressa e Avenida Carlos

Luz. Os bairros situados em toda a extensão do limite leste da região (São Cristóvão, Bonfim,

Santo André, Lagoinha, Aparecida, Bom Jesus, Nova Esperança, Nova Cachoeirinha) são de

ocupação antiga, com a existência de casas e casarões característicos.

O centro da regional, situado entre o Anel Rodoviário, Via Expressa e Avenida Carlos

Luz, é a área mais valorizada da região, fator que, juntamente com a especulação imobiliária

vivenciada em Belo Horizonte em sua totalidade, propicia um acelerado processo de

verticalização. Compreende os bairros Caiçara, Caiçara-Adelaide, Alto dos Caiçaras, Pedro II,

Monsenhor Messias, Carlos Prates, Padre Eustáquio, Minas Brasil, Coração Eucarístico e

Dom Cabral. (PBH, 2011)

As áreas além do Anel Rodoviário (Glória, Coqueiros, Pindorama, São Salvador,

Califórnia, Filadélfia, Álvaro Camargos, Jardim Montanhês, Inconfidência, Alípio de Melo,

Celso Machado, São José, Serrano, Frei Eustáquio, Dom Bosco, Ipanema e Primavera, foram

ocupadas por população de baixa renda. A quarta área, composta pelos bairros Alto dos

Pinheiros, Santa Maria, João Pinheiro, Governador Benedito Valadares, Vila Virgínia, Vila

Oeste e pela área do Camargos (glebas não parceladas), é segmentada pela BR 040, Anel

Rodoviário e Avenida Juscelino Kubitschek, fato que, de acordo com a Prefeitura de Belo

Horizonte, a isola do restante da região provocando a sua desarticulação interna.

A Regional Noroeste também se destaca por receber alguns dos maiores corredores de

tráfego da cidade: as Avenidas Pedro II, Antônio Carlos, Abílio Machado, Tereza Cristina e

Juscelino Kubitschek, a “Via Expressa”. Sua dinâmica viária é compreendida, ainda, pelo

importante papel que o Complexo da Lagoinha representa para a mobilidade entre as demais

regiões e o centro da capital, uma vez que toda essa área sofre influência das outras de

regionais que ficam a sua volta.

25 

 

A caracterização física da regional deve compreender também a investigação sobre a

existência de áreas verdes em toda a sua extensão. Através da imagem obtida pelo Google

Earth, processada pelo software ArcGIS, evidencia-se a ausência em sua quase totalidade da

preservação dessas áreas, uma possível conseqüência de uma ocupação desordenada e pouco

planejada do espaço natural. A imagem (figura 3) mostra a Regional Noroeste com seus

limites administrativos delimitados em linha vermelha, como mostra a legenda a seguir:

 

Figura 3: Delimitação da Regional Noroeste em imagem de satélite. Fonte: elaboração própria

De acordo com as informações obtidas através da Prefeitura de Belo Horizonte, a

Regional Noroeste, assim como as demais regionais de Belo Horizonte, é dividida em

“unidades espaciais que reúnem um ou mais bairros e aglomerados, com características

semelhantes de ocupação do solo respeitando os limites e barreiras físicas naturais e ou

construídas”. São as chamadas UP’s.

O site da PBH (2011) cita 10 UP’s, administradas pela Secretaria de Administração

Regional Municipal Noroeste, com a seguinte conformação:

26 

 

UP Antônio Carlos: Sumaré, Aparecida, Aparecida 7º Seção, Ermelinda, Vila Nova

Cachoeirinha, Bom Jesus, Nova Esperança, Santo André, São Cristovão (esquerda da Av.

Antônio Carlos), Lagoinha, Bonfim, Santo André, Vila Real e Cachoeirinha I e II.

UP Prado Lopes: Vila Pedreira Prado Lopes e Vila Senhor dos Passos.

UP Caiçara: Caiçara, Alto do Caiçara, Caiçara Adelaide, Pedro II, Monsenhor Messias e

Jardim Montanhês (Minas Gerais).

UP Padre Eustáquio: Carlos Prates, Padre Eustáquio, Minas Brasil, Lorena, Marmiteiros e

Peru.

UP PUC : Alto dos Pinheiros (Leste do Anel), João Pinheiro, Vila Oeste, Dom Cabral,

Coração Eucarístico, PUC, 31 de Março, Delta e Oeste.

UP Camargos : Califórnia, Área dos Camargos e Alto dos Pinheiros (Oeste do Anel).

UP Santa Maria : Governador Benedito Valadares, Camargos, Santa Maria, Glalijá (Norte

da V.U.L.O.), Vila Maravilha I, II, III e IV (parte), Vila Oeste e Vila Virgínia.

UP Abílio Machado : Serrano, Conjunto Celso Machado, Conjunto Itacolomi, Alípio de

Melo, Inconfidência, São José (parte), Vila Santo Antônio (Barroquinha), Califórnia (parte) e

31 de Março.

UP Jardim Montanhês: Jardim Montanhês, Vila Antena, Jardim Alvorada e Vila São José.

UP Glória: São Salvador, Coqueiros, Pindorama, Filadélfia, Glória, Álvaro Camargos,

Conjunto Habitacional Jardim Filadélfia, Coqueiral e Califórnia (parte).

O Censo Demográfico 2000 mostrou que a região possui 95.916 domicílios particulares

permanentes, dos quais cerca de 80% são casas. Dos responsáveis por esses domicílios 65%

são homens e quase 24% têm entre 40 e 49 anos.

Ainda segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, a regional possui vinte e duas escolas

municipais, quarenta e uma escolas estaduais e vinte e oito creches conveniadas com o

município. Possui também três universidades particulares e uma estadual. Na área de saúde,

conta com vinte e seis unidades de saúde de responsabilidade da Prefeitura de Belo Horizonte

- PBH, sendo dezenove centros de saúde, sete hospitais, sendo eles: Hospital Alberto

27 

 

Cavalcanti, Hospital Miguel Couto, Hospital Odilon Behrens - HOB, Hospital René

Guimarães, Clinica Nossa Sra. da Conceição, Promater e Socor. A região conta com o

Espaço Cultural Liberalino Alves de Oliveira e uma escola profissionalizante localizados na

Pedreira Prado Lopes, além do Centro de Apoio Comunitário Jardim Montanhês (CAC

Jardim Montanhês) e o Centro Comunitário Serrano (CAC Serrano) que oferecem atividades

culturais, esportivas e de lazer para a comunidade.

4.3.2. Aspectos Históricos

Segundo o site da Prefeitura de Belo Horizonte, a região Noroeste teve sua origem e

consolidação no período compreendido entre 1893-1897, quando imigrantes e operários

vieram trabalhar na construção da capital. A falta de espaço na região central fez com estes

trabalhadores fossem deslocados para fora dos limites da Avenida do Contorno. Neste

contexto surgiu na Lagoinha a Pedreira Prado Lopes, primeiro pólo habitacional da região.

O período compreendido entre 1935-1951 foi marcado por várias intervenções urbanas

na região, das quais destacamos a abertura das avenidas Antonio Carlos, Pedro II e Tereza

Cristina, além da construção do Conjunto Habitacional do IAPI, projeto do arquiteto Oscar

Niemeyer. No ano de 1958, houve uma grande valorização da região com a criação da

Universidade Católica de Minas Gerais, hoje PUC-Minas. Outra grande conquista foi a

construção do Shopping Del Rey, em 1993, que se consolidou como centro de consumo e de

lazer. (PBH, 2011)

Na década de 70, foi implantada a Via Expressa Leste-Oeste, beneficiando

especialmente os bairros Coração Eucarístico e Caiçara. Em 1981, iniciou-se a construção do

Complexo Viário da Lagoinha, quando várias quadras do bairro foram implodidas. A

duplicação da Avenida Antônio Carlos, trajeto diário de milhares de veículos entre o Centro

de Belo Horizonte e a região da Pampulha, gerou expectativas positivas para os moradores do

tradicional conjunto Instituto de Aposentadorias e Pensões dos Industriários (IAPI). Os mais

de 5 mil moradores dos nove prédios construídos na década de 1940 no bairro São Cristóvão,

na região Noroeste da capital, acreditam que seus patrimônios serão valorizados com as obras

realizadas pela Prefeitura.

28 

 

 

Figura 4: Conjunto IAPI, 1950. Fonte: http://bairrosdebelohorizonte.webnode.com.br/noroeste‐em‐dados‐/ 

O IAPI representa um dos símbolos da crescente industrialização econômica na capital

mineira em meados do século passado. Integra a história de vários investimentos urbanos na

cidade, como a abertura de importantes avenidas, como a própria Antônio Carlos (antiga

Avenida Pampulha), Tereza Cristina e Pedro II.

O conjunto é composto por nove edifícios residenciais, com ruas internas, praça,

jardim, área de lazer, com capacidade para abrigar 5 mil habitantes, construído pela Prefeitura

em parceria com o Instituto de Aposentadoria dos Industriários e com a Companhia Auxiliar

de Serviços de Administração (Casa), sediada no Rio de Janeiro. As obras foram iniciadas em

1944, mas a inauguração do IAPI aconteceu duas vezes, mesmo antes do término das obras:

nos dias 1º de maio de 1947 e de 1948. Os moradores receberam as habitações apenas três

anos depois. (BLOG IAPI, 2011)

Conforme a referência citada, o comércio na capital quase triplicou em 10 anos, de

1936 a 1946. A construção do conjunto residencial refletiu a visão modernista típica do

período de Juscelino Kubitschek na Prefeitura. Incorporava a verticalização dos prédios e foi

planejada com o objetivo de diminuir os problemas de habitação social na cidade, além de

organizar a estrutura do bairro São Cristóvão, que contorna as proximidades do Centro.

A criação de um conjunto habitacional de estilo moderno e verticalizado levou em

conta a necessidade de otimizar o espaço, de maneira a agrupar em um único terreno um

29 

 

maior número de moradores. Várias unidades habitacionais instaladas umas sobre as outras

beneficiariam mais famílias. A preservação do conjunto residencial foi colocada em questão

devido à participação e contribuição cultural para a memória histórica da cidade e, em 2007,

os edifícios foram tombados pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município

de Belo Horizonte. (BAIRROS DE BELO HORIZONTE, 2011)

4.3.3. Políticas Públicas na Regional Noroeste

4.3.3.1. O Programa Vila Viva

A URBEL (Companhia Urbanizadora de Belo Horizonte), fundada em 1993, é o órgão

responsável pela Política Municipal de Habitação que, segundo informações no site da

Prefeitura de Belo Horizonte, deu origem ao Programa Vila. O programa, que tem por

objetivo a inclusão social, junto a projetos de urbanização (Soluções Para Cidades, 2011),

teve início em 2005 no Aglomerado da Serra, e está diretamente relacionado com o Plano

Global Específico (PGE) de cada vila atendida. O PGE é um estudo aprofundado da realidade

das vilas e favelas de Belo Horizonte, com participação direta da comunidade. Este projeto é

realizado em três etapas: levantamento de dados, elaboração de um diagnóstico integrado dos

principais problemas da área em estudo e, por último, definição das prioridades locais e das

ações necessárias para atendê-las. (PBH, 2011)

O Vila Viva engloba obras de saneamento, remoção de famílias, construção de

unidades habitacionais, erradicação de áreas de risco, reestruturação do sistema viário,

urbanização de becos, implantação de parques e equipamentos para a prática de esportes e

lazer. Após o término da urbanização, a área será legalizada com a emissão das escrituras dos

lotes aos ocupantes.

As intervenções do programa estão melhorando a qualidade de vida de cerca de 190

mil moradores, dos aglomerados da Serra, Morro das Pedras e Santa Lúcia; das vilas

Califórnia, São José, Pedreira Prado Lopes, Taquaril, São Tomás, Aeroporto, Cemig, Alto das

Antenas; além dos moradores do entorno da avenida Belém e do Córrego Santa Terezinha, e

do Complexo Várzea da Palma, o que representa 38% do total da população de vilas e favelas.

O montante dos recursos para as obras do Vila Viva - R$1,15 bilhões - foi obtido junto ao

30 

 

PAC (Plano de Aceleração do Crescimento) do governo federal e por meio de financiamentos

do Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES) e Caixa Econômica Federal.

A previsão é de que 13.167 famílias sejam removidas nas 12 comunidades

beneficiadas. Até o fim das obras, serão construídos 6.894 apartamentos para o

reassentamento dessas famílias nas próprias comunidades. Existe ainda a opção de receber o

valor da indenização pela benfeitoria da residência ou participar do reassentamento

monitorado pelo Proas. Dentro deste programa, vale ressaltar a opinião da população sobre

sair da sua residência. Em visita à antiga Vila São José, que teve praticamente todas as

moradias retiradas para a construção da duplicação da Avenida Pedro II, moradores

expressaram insatisfação em sair do local, por motivos sentimentais, históricos, financeiros e

de conforto.

A insatisfação se justifica pelo fato de a prefeitura entregar para os desalojados novos

apartamentos que, em sua maioria, não possuem infra estrutura de acabamento. Para os que

optarem por receber a indenização em dinheiro, o valor fornecido é muito abaixo do que o de

mercado, o que impossibilita os moradores de comprarem outra casa em condição semelhante

ou melhor do que as desapropriadas para morarem, o que faz com que fiquem praticamente

sem alternativa além de aceitar a construção concedida da prefeitura.

O fator sentimento é também um dos grandes problemas encontrado pela prefeitura

para a remoção das famílias nas áreas a serem desocupadas. Muitas famílias se

desenvolveram no bairro e construíram uma história da qual não querem se desfazer,

chegando em extremos casos de moradores que ficam estarrecidos no local, irredutíveis até o

momento em que se encontram sem opção, seja por pressão jurídica ou mesmo pelos danos

que atingem sua casa, conseqüência da demolição das construções vizinhas e do início das

obras em seu entorno.

O Programa Vila Viva inclui, ainda, ações sociais e de desenvolvimento comunitário,

como iniciativas de educação sanitária, ambiental e criação de alternativas de geração de

trabalho e renda. (PBH, 2011)

31 

 

4.3.3.2. Vila Viva na Vila Califórnia

No princípio da década de 70, dois fatos contribuíram para o surgimento da vila: a

construção do Conjunto Habitacional Califórnia I e II e, posteriormente, do Conjunto Novo

Dom Bosco. Operários da construção civil, que trabalhavam nas obras de edificação dos

prédios do Conjunto Califórnia, sem condições de acesso à casa própria e devido aos baixos

salários, ergueram barracos no local onde foram morar com suas famílias, o mesmo ocorrendo

com desempregados e pessoas vindas do interior do estado. A vila propriamente dita começou

nas imediações da Rua das Violas (margem direita do Córrego Avaí), ao final da Rua

Bandolins. A margem esquerda do córrego, atualmente Rua Professora Silvana e outros becos

foram ocupados depois.

  A Vila Califórnia que possui sua área situada em fundo de vale e encostas, entre os

Conjuntos Habitacionais Califórnia I e II, a BR-040, o Anel Rodoviário e o Conjunto Novo

Dom Bosco. Nela vivem cerca de 1.120 famílias, distribuídas em 1.135 domicílios num

espaço de 94 mil metros quadrados. A obra também prevê reestruturação do sistema viário da

Vila por meio da abertura, alargamento e pavimentação de ruas e becos; a continuidade da

canalização do Córrego Avaí e o prolongamento da avenida de mesmo nome; a implantação

de novas redes de água, de esgoto e de drenagem; a erradicação de áreas de risco geológico; a

remoção e reassentamentos de famílias para prédios de apartamentos construídos nas

imediações; a construção do Centro Comunitário, da Unidade Municipal de Educação Infantil

e do galpão para instalação do "Sacolão Comunitário”. (PBH 2011)

Segundo informações fornecidas pelo site da Prefeitura, os principais problemas da

vila apontados no PGE são: o sistema viário pouco estruturado e sem hierarquia, a topografia

desfavorável apresentando encostas com áreas de risco geológico médio e alto, moradias de

baixo padrão, inundação anual por causa da ocupação desordenada às margens do Córrego

Avaí e ao lançamento de lixo e entulho no mesmo, além do adensamento crescente com

verticalização das edificações. O problema de inundação foi sanado com a canalização de

trecho do córrego e remoção de famílias de áreas sujeitas a alagamento.

A ocupação da região como um todo, incluindo os bairros do entorno, teve início com

a desapropriação de partes da fazenda Camargos ou Fazenda da Mata para implantação da Via

Expressa, sendo outras áreas desapropriadas em seguida. (PBH 2011)

 

32 

 

4.3.3.3. Vila Viva na Pedreira Prado Lopes

De acordo com informações disponibilizadas pela Prefeitura de Belo Horizonte, a

Pedreira Prado Lopes originou-se de migrações descontroladas, onde o migrante era a força

de trabalho indispensável para a cidade que se formava. Outros fatores que contribuíram para

essa ocupação foram a fuga ao pagamento de aluguel caro e a busca de tratamento de saúde

numa capital com hospitais mais bem equipados. A Pedreira abrigou também moradores

expulsos de outras vilas extintas.

A Pedreira Prado Lopes, localizada na região Noroeste da capital. As intervenções,

que estão beneficiando 9 mil moradores, contam com recursos da ordem de R$49 milhões do

PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) e foram norteadas pelo PGE – Plano Global

Específico, elaborado pelos técnicos da URBEL em 1998. (PBH, 2011)

Possuindo uma densidade e um forte processo de crescimento vertical, um sistema de

esgoto é precário com redes deterioradas e escoamento a céu aberto, um abastecimento de

água é interrompido com freqüência nas partes mais altas da vila e além disso, existem

extensas áreas com afloramentos rochosos sujeitas a desmoronamentos e escorregamentos, o

que faz com que muitas moradias estejam em área de risco. (PBH, 2011)

A prefeitura informa ainda que o acesso viário na Pedreira é precário principalmente

devido às obstruções, escassez de vias e pavimentação deteriorada. Os baixos níveis salariais

e do grau de instrução, além de problemas sociais como a marginalidade e a criminalidade,

agravam a situação da vila.

4.3.3.4. O Programa Vila Viva na Vila São José

Assim como as demais obras do Vila Viva, a Vila São José também estão sendo

realizadas com recursos a fundo perdido no valor de R$ 115 milhões, do PAC (Programa de

Aceleração Econômica) do governo federal, que vão transformar o panorama urbanístico e

ambiental da região. As intervenções do Programa Vila Viva, que estão sendo realizadas Com

a impossibilidade de se manter as moradias no mesmo lugar, pois permaneceriam em

condições insalubres e sob risco permanente de inundação e deslizamento, serão removidas

cerca de 2.200 famílias que moram no local. (PBH 2011)

O programa visa a instalação de área de lazer e convivência próximo aos blocos de

apartamentos, a canalização do córrego, a implantação de rede de água e de esgoto, a

33 

 

urbanização de 25 vias, a construção de rotatória com área interna para futura implantação do

BHBus, o prolongamento das avenidas Pedro II e Tancredo Neves numa extensão de 1,8

quilômetros e da Avenida João XXIII em um quilômetro, que irá propiciar novas opções de

trânsito às regiões Noroeste, Pampulha e Venda Nova, além de melhorar a acessibilidade para

o município de Contagem. (PBH 2011)

4.3.4. O Saneamento em Belo Horizonte

O Plano Municipal de Saneamento de Belo Horizonte é um dos instrumentos do

Sistema Municipal de Saneamento, que foi institucionalizado quando da sanção da Lei 8.260

de 2001, que instituiu a Política Municipal de Saneamento. A implementação dessa política

representa um grande passo na busca pela disponibilidade dos serviços de saneamento a toda

população.

A concretização da Política Municipal de Saneamento é de responsabilidade da

Administração Pública, que cumprindo a previsão legislativa deve propor “um modelo de

gestão publico e integrado, que assegure a qualidade na prestação dos serviços, a

democratização e a transparência dos processos decisórios, com mecanismos eficazes de

controle social e participação popular, bem como a indispensável subordinação das ações de

saneamento ao interesse publico.” (PLANO MUNICIPAL DE SANEAMENTO 2008/2011,

ATUALIZAÇÃO 2010)

A Lei 8.260/2001 determina que o Plano Municipal de Saneamento seja formulado

quadrienalmente, e seja atualizado a cada dois. Isto sim, para que haja articulação, integração,

e coordenação dos recursos tecnológicos, humanos, econômicos e financeiros, a fim de

aumentar os níveis referentes à salubridade ambiental. Ainda por essa lei, fica regulamentada

a criação do Fundo Municipal de Saneamento (FMS) que é um instrumento de natureza

contábil e autonomia administrativa e financeira, destinado a financiar de forma isolada ou

complementar, os instrumentos da Política Municipal de Saneamento, quando aprovados pelo

COMUSA – Conselho Municipal de Saneamento.

De acordo com o Plano Municipal de Saneamento, atualização 2010; a viabilidade

operacional da Política Municipal de Saneamento está, diretamente, relacionada com o

modelo de gestão compartilhada dos serviços de abastecimento de água e esgotamento

34 

 

sanitário de Belo Horizonte, exposto no Convênio de Cooperação, (firmado em 13 de

novembro de 2002) entre o município, o Governo do Estado de Minas Gerais, a SUDECAP e

a COPASA.

4.3.5. Sistema de Esgotamento Sanitário

Inserido na bacia do Rio das Velhas, o sistema de esgotamento sanitário existente em

Belo Horizonte é formado por ligações prediais, redes coletoras, interceptores, estações

elevatórias e estações de tratamento. O esgotamento é composto quase totalmente por sistema

dinâmico, do tipo separador absoluto e em locais isolados onde existe residências com

dimensão superior a 1.000 m², utiliza-se sistema estático através de tanque séptico. (PLANO

MUNICIPAL DE SANEAMENTO 2008/2011, ATUALIZAÇÃO 2010).

A ocupação urbana, segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, abrange 95% do

território, e o restante desse percentual é destinado às áreas de proteção ambiental e parques.

De acordo com dados do Censo de 2000 do IBGE, dados do Sistema Nacional de Informações

sobre Saneamento (SNIS) de 2008 e de acordo com o Sistema de Informações Operacionais

da Copasa (SIOP) de abril de 2001 e setembro de 2010; Belo Horizonte apresenta índices

elevados de atendimento pelos serviços de esgotamento sanitário, quando comparados a

realidade nacional.

Características do Esgotamento Sanitário de Belo Horizonte

Atendimento por Esgotamento

Sanitário

IBGE

Censo

2000

SNIS

2008

SIOP

Abril/2008

SIOP

Setembro/2010

População Total (hab.) 2.238.526 2.434.642 2.519.889 2.576.594

População Atendida (hab.) 2.040.185 2.376.993 2.328.057 2.468.999

Índice de Atendimento (%) 91.14 97.60 92.39 95.82

Extensão de Rede Coletora/

Interceptadores (m) 3.940.960 3.926.702 3.997.678

Percentual de Tratamento (%) * 79.50 65.24 71.34

35 

 

N° de Ligações Ativas de Esgotos 497.057 485.901 525.920

N° de Economias Ativas de Esgotos 837.517 822.431 881.310

Tabela 3: Esgotamento Sanitário de Belo Horizonte. Fonte: IBGE Censo 2000

Atualmente foi apontado no Plano Municipal de Saneamento 2008/2011- atualização

2010, que a maior carência na infra-estrutura de saneamento de Belo Horizonte se refere ao

atendimento por interceptação de esgotos sanitários. Segundo o Diagnóstico do Sistema de

Esgotamento Sanitário, em diversos pontos da cidade não há interceptação, inclusive em áreas

densamente ocupadas; soma-se a isso a descontinuidade no sistema o que impede que sub-

bacias, já integralmente atendidas por coleta e interceptação, tenham as Estações de

Tratamento de Esgoto como destino final de seus efluentes.

A ausência ou descontinuidade do sistema de interceptação representa um problema

para a sociedade e meio ambiente, pois, ocasiona a poluição dos córregos já que os efluentes

de origem industrial e, principalmente, doméstica são lançados nos cursos d’água. Tendo em

vista este problema programas como: Caça-Esgoto, Monitoramento de Corpos Receptores e

PRECEND (Programa de Recebimento e Controle de Efluentes Não-Domésticos) foram

criados a fim de evitar à poluição e suas conseqüências a população. (PLANO MUNICIPAL

DE SANEAMENTO 2008/2011, ATUALIZAÇÃO 2010).

4.3.6. O Saneamento Básico na Regional Noroeste

As inundações figuram entre os problemas enfrentados pela população que reside nos

grandes centros urbanos. Belo Horizonte não fica fora dessa realidade, tendo sofrido com esse

tipo de evento recentemente. No intuito de evitar a ocorrência de inundações, a Prefeitura de

Belo Horizonte elaborou uma política voltada ao combate de inundação na capital. No

conjunto de ações propostas por essa política constam:

Planejamento e Gestão;

Execução de obras estruturantes;

Intensificação dos serviços de manutenção;

Ações de monitoramento hidrológico;

36 

 

Ações preventivas junto a população residente em áreas de risco (formação e

capacitação de 37 Núcleos de Alerta de Chuvas – NAC’s – cerca de 400

voluntários).

Instrumentos públicos como o Plano Diretor de Drenagem (PDDUBH), Programa de

Recuperação Ambiental de Belo Horizonte (DRENURBS) e o Plano Municipal de

Saneamento (PMS) serão utilizados para efetivação dessa política.

4.3.7. Situação da saúde pública e do saneamento no Brasil e na Regional Noroeste

de Belo Horizonte

Quando chegam às chuvas, o nível de proliferação de doenças no Brasil é assustador.

Quais os fatores que fazem com que essa situação chegue a esse extremo? Qual é a realidade

em relação ao saneamento básico, infra-estruturas e saúde pública? Qual é o papel da gestão

ambiental em relação a essa situação?

São inúmeras indagações feitas pela população e pelos especialistas que trabalham

tanto na área ambiental, como na área política, econômica, social, entre outras. As respostas

surgem consoantes o ponto de vista de cada pessoa ou cada especialista, portanto, não há algo

que garante um padrão exato quando se trata de responder essas questões todas acima

colocadas. Embora haja, geralmente, uma linha comum de teorias que abordam esses casos,

onde de certa forma não deixam de destacar os aspectos políticos, visto que, é da política que

surgem as leis e normas para servir de base para uma “sociedade menos sofrida”. Neste caso,

“sociedade menos sofrida” refere-se a uma sociedade com melhor qualidade de vida, focando

na saúde e bem estar geral.

Prosseguindo, ainda nesse contexto, afirma-se haver uma relação conceitual entre

saneamento básico e adequado e saúde pública. Ambos defendem o bem estar da coletividade

e, neste caso, são as bases de respostas para se compreender melhor a situação no Brasil,

segundo as questões acima colocadas.

É necessário, haver uma melhoria em termos de saneamento básico nas regiões

povoadas ou urbanas, garantindo, deste modo a qualidade de saúde dessas regiões.

Saneamento “é o conjunto de medidas visando a preservar ou a modificar (de forma positiva)

as condições do meio ambiente, com a finalidade de prevenir doenças e promover a saúde.”

(MOTA, S., 2006 apud CATAPRETA, 2009)

37 

 

Enquanto que:

Saúde Pública é ciência e arte de prevenir a doença, prolongar a vida e promover a saúde e a eficiência física e mental, através de esforços organizados da comunidade no sentido de realizar o saneamento do meio e o controle de doenças infectocontagiosas […].(CHAGAS 2000, p2)

Sendo assim, se em uma primeira fase, as políticas já fossem mais rigorosas a garantir

esses dois aspectos, muito teria se avançado para um melhoramento de vida.

Ainda apegando-se às questões acima colocadas, ressalta-se que o problema de

proliferação de doenças não decorre somente pelo fato de haver chuvas ou períodos chuvosos.

Porém, no Brasil ainda há muitas zonas precárias, necessitando de elementos que fazem parte

do saneamento básico, como por exemplo, uma adequada rede coletora de esgoto doméstico e

abastecimento de água potável à população. As leis devem ter, então, um caráter mais

exigente quanto a implementação dessas que são as necessidades básicas para que a

população não fique propensa a contaminação de doenças, que de certo modo podem causar

uma epidemia se não for minimizada, ou mesmo eliminada de imediato.

No Brasil, as formas utilizadas para destinadas final do lixo são: vazadouro a céu aberto; vazadouros em áreas alagadas; aterro controlado; aterro sanitário; aterro de resíduos especiais; usina de compostagem; usina de reciclagem e usina de incineração. (SANTOS 1993 apud SISINNO; OLIVEIRA, 2000, p. 59)

Porém, Sisinno e Oliveira (2000), baseando-se ainda com os ensinamentos de Santos

(1993), ressalta que, 88,4% dos municípios brasileiros utilizam como uma forma de

disposição dos resíduos produzidos os vazadouros a céu aberto, 1,8% fazem uso de

vazadouros em áreas alagadas e 9,6% possuem aterros controlados. De uma maneira geral, os

casos mais comuns de doenças relacionadas a problemas de saneamento básico urbano são a

dengue e a cólera. Estima-se que cerca de 80 milhões de pessoas adoecem anualmente, com

500 mil hospitalizações e 20 mil óbitos. (BRASIL, Ministério de Saúde, 2002 apud

OLIVEIRA, L., V., L., 2010).

Com base em Oliveira (2010, p. 5), o mais eficiente dos mosquitos vetor e transmissor

da dengue é o aedes aegypti. Devido a seus hábitos domésticos, esse transmissor é

considerado um agente transmissor de alta periculosidade para a sociedade. No período de

2000 a 2004, o país foi responsável por 70% dos casos de dengue relatados na região das

Américas (SIQUEIRA JÚNIOR, 2005 apud OLIVEIRA, 2010, p. 7).

38 

 

Segundo Catapreta (2009), Minas Gerais registrou 26 mil casos detectados de dengue

no ano de 2006. A capital de Minas gerais teve um registro de 68.695 notificações de casos

suspeitos de dengue em 2010. Desse total, 51.754 casos confirmados; 16.153 descartados e

788 aguardam resultados de exames. (Fonte: http://noticias.ambientebrasil.com.br/). Embora,

haja esses índices elevados em relação a casos de dengue, a Assessoria de Comunicação da

Secretaria de Saúde de Belo Horizonte (2011), ao fazer um balanço acerca da dengue na

capital de Minas, declarou que ainda no ano de 2010 o Grupo de Mobilização da Secretaria

Municipal de Saúde em parceria com Superintendência de Limpeza Urbana, realizou 213

mutirões (campanha) de limpeza contra a dengue na capital, resultando numa recolha de 4.308

toneladas de lixo e 8.834 pneus.

“Na primeira semana epidemiológica de 2011, a capital registrou 51 notificações de

casos suspeitos da doença. Nenhum caso foi confirmado. As notificações ainda estão sendo

analisadas. A Regional Nordeste é a que apresenta maior número de notificações de casos

suspeitos – com 16 –, seguida pela Regional Noroeste – com 9.” (Assessoria de Comunicação

da Secretaria de Saúde de Belo Horizonte).

Com base nas visitas que foram feitas ao local de estudo (regional Noroeste de Belo

Horizonte), contata-se logo de prima algumas ponto de determinados bairros da regional que

apresentam destinação inadequada de resíduos domésticos, logo, é um fator que propicia a

proliferação de vetores transmissores de doenças patogênicas, que no período chuvoso pode-

se tornar muito mais perigoso aos habitantes da regional.

Há também um ponto de grande relevância na regional, o aterro sanitário. Situado na

rodovia da BR-040, no bairro Califórnia, é um grande potencial para propagação de diversos

problemas de saúde para o bairro, como também, para a regional toda, isto se não estiver

adequado com as normas que visam à qualidade e proteção do meio ambiente e da população

local.

Segundo Sisinno & Oliveira (2000), “O oxigênio presente em espaços vazios é

rapidamente consumido através da atividade biológica e o ambiente torna-se anaeróbico,

favorecendo o crescimento de microrganismos anaeróbicos, que produzirão principalmente

metano e CO2.” Pois, esse pode ser um ponto preocupante, uma vez que, segundo Sisinno &

Oliveira (2000), “mesmo depois da desativação das áreas de despejo, em algumas delas, o

metano continua a ser produzido lentamente durante um longo período de tempo.”

39 

 

Deduz-se que a qualidade de ar não seja boa para quem habita ao redor do aterro

sanitário da BR-040, já que dentro de um aterro se encontra presentes uma série de processos

bioquímicos. Sisinno & Oliveira (2000) afirmam: “No caso de áreas de despejo onde haja,

mesmo precariamente, algum tipo de espalhamento, compactação e cobertura espacial do lixo,

as poeiras suspensas vindas do próprio lixo e produzidas durante esta operação contribuirão

para a poluição do ar na área de despejo.” Ressaltando também o mau odor que se encontra

aos redores do aterro. Contudo, existem mecanismos que são cada vez mais se desenvolvendo

para a mitigação desses aspectos e garantia de qualidade aliado ao fator econômico que pode

trazer, positivamente, a implantação de um aterro sanitário.

4.3.8. Índice de Qualidade de Vida Urbana (IQVU)

O Índice de Qualidade de Vida Urbana (IQVU) é uma ferramenta de planejamento da

Prefeitura de Belo Horizonte, e segundo informações disponibilizadas em seu site, é

desenvolvido por técnicos de diversas Secretarias e órgãos, e representa o

índice multidimensional intra-urbano (composto por 38 Indicadores) e quantifica a desigualdade espacial no interior do tecido urbano da cidade em termos do acesso e disponibilidade dos bens e serviços, apontando as áreas mais carentes de investimentos públicos e expressando, em números, a complexidade de fatores que interferem na qualidade de vida dos diversos espaços de Belo Horizonte.

O primeiro ano de divulgação do IQVU foi 1996, com a base de dados do ano de

1994, e teve como indicadores o: abastecimento, assistência social, cultura, educação, esporte,

habitação, infra-estrutura urbana, meio ambiente, saúde, serviços urbanos e segurança urbana.

Desde então esse instrumento sofreu modificações, com o intuito de se adequar as demandas

surgidas e atualmente o IQVU é calculado para 80 unidades intraurbanas, denominadas

Unidades de Planejamento (UP).

O cálculo considera 38 indicadores, que são agrupados em 23 componentes e estes em

10 variáveis representativas das dimensões mais importantes da Qualidade de Vida Urbana –

Abastecimento, Cultura, Educação, Esportes, Habitação, Infra estrutura, Meio Ambiente,

Saúde, Serviços Urbanos e Segurança Urbana –, sendo que cada variável recebe um peso

específico de acordo com a sua importância relativa. (PBH)

O IQVU possui três características básicas que são:

40 

 

avalia a quantidade e a qualidade da oferta de bens e serviços públicos e

privados no espaço intra-urbano;

é composto por indicadores passíveis de atualização em um curto intervalo de

tempo (anuais ou bienais);

E é calculado a partir de informações provenientes dos próprios órgãos

municipais e dos prestadores de serviços públicos

Por meio de entrevista informal, a responsável pelo setor social da Regional Noroeste

afirmou que o IQVU é um grande aliado na detecção das vulnerabilidades dos bairros que

compõem a regional, e também no norteamento da posterior elaboração de políticas públicas

que sanem e/ou diminuem tais problemas.

4.3.9. Orçamento Participativo

Apesar de ter nascido da proposta de ser cidade modelo no quesito planejamento, Belo

Horizonte (assim como outras capitais do Brasil) teve seu processo de ocupação realizado de

maneira “desorganizada”. Infra estrutura e mecanismos de promoção da equidade social não

acompanharam tal processo culminando em grandes movimentos sociais na década de 70. A

partir de então, administrações municipais iniciaram o processo de experimentar novas formas

de planejamento, baseadas em práticas participativas, iniciando então a participação popular

na administração pública brasileira. (PBH 2011)

O Orçamento Participativo “propicia uma nova forma de administrar o município ao

envolver os cidadãos na definição das obras e investimentos a serem realizados em Belo

Horizonte. O OP é uma política democrática de governo, por meio da qual as decisões sobre a

aplicação de parte dos recursos públicos são tomadas pela população.” (PBH 2011)

Azevedo et al (2009) diz, que o objetivo do Orçamento Participativo é democratizar a

gestão pública, ampliar o exercício da cidadania, e inverter as propriedades de governo. (livro

vermelho)

Gomes (2004) faz sua colocação dizendo que o OP é a peça chave das políticas

públicas. É nele que se visualiza a relação entre o discurso e a realidade, entre a teoria e

prática do Estado, porque define em números aquilo que no discurso chama-se de prioridades.

41 

 

Existem outras considerações para o Orçamento Participativo como a citada por Souza

(2004, p. 6).

É através do orçamento que se verifica quais os planos e metas dos governantes, quais os setores que serão contemplados pelo administrador, quais as suas intenções para com a população, dessa forma quanto maior for adequação do orçamento as necessidades de uma cidade, maiores serão os benefícios proporcionados a ela. O Orçamento Participativo (OP) consiste numa sistemática na qual a elaboração do orçamento público se submete ao crivo da população envolvida, ou seja, todo o processo é discutido, elaborado e acompanhado pelos cidadãos, que, de forma organizada, elegem suas principais necessidades e assim, geram uma maior responsabilidade dos chefes do Poder Executivo para com o uso do dinheiro público.

Atualmente Belo Horizonte possui 15 anos de experiência com o Orçamento

Participativo, e a continuidade do projeto se deve, além do gestor político, a participação

popular nas chamadas COMFORÇA (Comissões de Acompanhamento e Fiscalização da

Execução do Orçamento Participativo).

OP N° de Participantes

1994 15.216

1995 26.823

1996 38.508

1997 33.695

1998 20.678

1999/2000 22.238

2001/2001 43.350

2003/2004 30.479

2005/2006 38.302

2001/2008 34.643

2009/2010 44.000

42 

 

TOTAL 347.932

Tabela 4: Participação Popular Orçamento Participativo. Fonte: Caderno Plano de Empreendimentos Orçamento Participativo 2009/2010. PBH 

 

 

Regional Total aprovadas

Área

prioritária Percentual

Barreiro 11 7 63,64%

Centro-Sul 12 10 83,33%

Leste 15 5 33,33%

Nordeste 13 5 38,46%

Noroeste 13 9 69,23%

Norte 14 9 64,29%

Oeste 11 3 27,27%

Pampulha 11 2 18,18%

Venda Nova 9 6 66,67%

TOTAL 109 56 51,38%

Tabela 5: Empreendimentos Aprovados Orçamento Participativo. Fonte: SMAP/GEOP;SUDECAP;URBEL, retirado da Caderno Plano de Empreendimentos Orçamento Participativo 2009/2010. PBH 

 

 

 

 

 

 

43 

 

4.3.10. Iniciativa pública para o desenvolvimento social na Regional Noroeste

A prefeitura de Belo Horizonte no agir de suas funções como órgão público, possui

programas na regional noroeste que visam melhorar a qualidade de vida da população

residente. Dentre eles podemos citar:

PAC Vila São José e obras da Avenida Pedro II : programa que se destina a

garantir condições dignas de moradia e qualidade de vida para famílias que

vivem em áreas de risco. Iniciativa financiada pelo Programa de Aceleração do

Crescimento (PAC), do Governo Federal. Além de garantir melhores

condições de moradias as obras contemplam a implantação de redes de água e

esgoto, abertura e urbanização de vias, áreas de lazer e convivência e a

canalização de um trecho do córrego São José.

PBH ensina a fazer renda: são vários cursos de aprendizagem profissional que

acontecem nos Centro de Apoio Comunitário (CACs) dos bairros Serrano e

Jardim Montanhês. A estrutura construída e mantida pela Prefeitura oferece

durante o ano inteiro cursos gratuitos de manicure, pedicure, jardinagem,

pintura e bordados. Na Pedreira Prado Lopes, a Escola Profissionalizante

Raimunda da Silva Soares oferece curso de informática para pessoas acima de

16 anos.

Programa Vida Ativa : a Prefeitura realiza no CACs Serrano e Jardim

Montanhês e no Grêmio Recreativo Alípio de Melo (GCAM) atividades

recreativas e de ginástica para mais de 200 moradores acima de 50 anos.

Plantão Social: é um serviço de atendimento social destinado as pessoas com

problemas de risco pessoal e social. O trabalho é a porta de entrada do usuário

nos programas e projetos da Prefeitura. O atendimento no Plantão Social é

restrito ao cidadão que: mora em Belo Horizonte a mais de seis anos; reside na

área de abrangência da Regional; é caracterizado como população de rua;

apresenta risco pessoal e social.

44 

 

4.3.11. Iniciativa pública para a proteção ambiental na Regional Noroeste

Dentre os projetos de estruturação da qualidade ambiental em Belo Horizonte, consta

o da Gestão de Resíduos. Isto porque, segundo dados do site Minas Geris (2011) até 2005

menos de 30% do lixo gerado pela população urbana, tinham destinação inadequada. Como é

sabido, “a disposição inadequada causa grandes danos ambientais como contaminação de

águas subterrâneas e superficiais, além de prejudicar a saúde pública pela proliferação de

insetos, roedores e outros vetores. Além do problema local, o lixo sem tratamento gera gases

de efeito estufa em altas proporções, colaborando para o problema climático global.” (MINAS

GERAIS, 2011)

O projeto da Gestão de Resíduos tem como meta promover e fomentar a não geração,

o reaproveitamento, a reciclagem e a disposição adequada de resíduos sólidos com vistas à

melhoria da saúde ambiental. Para isso ele disporá dos seguintes mecanismos:

desenvolvimento de instrumentos de incentivo à implantação de sistemas de disposição final

adequada, implantação do Centro Mineiro de Referência em Resíduos e alcance de auto-

sustentabilidade, implantação de sistemas de disposição final adequada abrangendo

municípios e empreendimentos geradores de resíduos sólidos, erradicação de lixões, educação

e extensão ambiental e a implantação da coleta seletiva, reaproveitamento e reciclagem.

A Prefeitura em parceria com a iniciativa privada e a comunidade em geral, mantém

um programa com objetivo de viabilizar a implantação e a manutenção dos parques, jardins,

canteiros dentre outras áreas verdes da cidade que são:

Plantando Vida: os convênios são muito simples e, basicamente , delimitam

as responsabilidades do adotante e da Prefeitura. Ao adotante caba manter as

áreas verdes bem limpas e cuidadas. À Prefeitura cabe o desenvolvimento do

projeto de implantação ou reforma, o pagamento de contas de água e luz, apoio

técnico e permissão para colocação de placa no local adotado, divulgando a

parceria

Gente que quer adotar uma cidade melhor: qualquer cidadão, associação de

bairro, escola, estabelecimento bancário, comércio, sindicato , empresa,

indústria, órgão público ou ONG pode participar. Todas as pessoas físicas ou

jurídicas podem firmar parcerias com a Prefeitura no Adote o Verde.

45 

 

Verde e bem-estar em cada esquina: as praças, jardins, canteiros centrais e

parques da cidade são espaços públicos que podem ser adotados neste

programa. Todas as áreas Verdes da cidade pertencentes à Prefeitura de Belo

Horizonte estão disponíveis para adoção. Exceto, é claro, os espaços das

empresas e cidadãos que chegaram primeiro e já adotaram uma vida melhor

para Belo Horizonte.

Além das vantagens que o ar menos poluído trás e da conseqüente qualidade de vida.

As empresas que se dispõe a participar de programas como este estão agregando valor a sua

marca com atitudes legítimas que ultrapassam o simples merchandising. São empresas-

cidadãs, que contribuem para o bem estar da sociedade na qual se inserem. Com iniciativas

deste tipo, a empresa associa seu nome a belas áreas de convívio, criando referências para os

consumidores da cidade jardim. Ressaltando a importância de que todos podem ser

importantes agentes na melhoria da qualidade de vida do meio urbano.

A poluição dos veículos automotores também está sendo monitorada através do

Programa Operação Oxigênio. Em 1986 o CONAMA - Conselho Nacional de Meio Ambiente

instituiu, o Programa Nacional de Controle da poluição por Veículos Automotores, em nível

nacional, baseado em modelos internacionais. Isto porque os grandes centros urbanos têm nos

seus veículos os grandes vilões da poluição atmosférica e sonora.

Desta forma o Programa Operação Oxigênio tem por objetivo monitorar as fontes

móveis a diesel, através da ação flagrante - fiscalização - dos veículos em circulação nas ruas

de nossa capital. Nossa frota-alvo gira em torno de 50.000 veículos entre eles, ônibus,

caminhões, utilitários, escolares, etc.. A frota a diesel foi priorizada pelo programa devido aos

seguintes fatores: o diesel, esse combustível menos nobre e mais barato, é o preferido da frota

de uso mais intenso, essa que mais roda e que mais transporta peso. A frota a diesel é também

a mais velha. Suas descargas atmosféricas são muito incômodas para a população por ser mais

pesada, grosseira, visível, agressiva e facilmente detectável.

Numa atitude pioneira e corajosa, o Programa Operação Oxigênio foi criado em l988,

através de convênio firmado entre a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte e o Governo do

Estado de Minas Gerais. Os órgãos cooperados são os seguintes: Secretaria Municipal de

Meio Ambiente (SMMA); Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte S.A.

(BHTRANS); Departamento de Trânsito de Minas Gerais (DETRAN); Polícia Militar de

46 

 

Minas Gerais (PMMG); Fundação Estadual do Meio Ambiente (FEAM), Departamento de

Estradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais (DER) e a Secretaria Municipal de Saúde.

Minas Gerais detém uma frota de 3.500.000 veículos cadastrados no DETRAN - é a segunda

maior frota do país, perdendo apenas para São Paulo.

Belo Horizonte é a capital com a terceira maior frota do país - algo em torno de

750.000 veículos - perde somente para as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Estamos em

posição estratégica, nossa cidade encontra-se no meio de um corredor de tráfego que faz a

conexão norte -sul do país. Somos anfitriões da frota veicular originária de todas as partes do

país. Em dois anos apenas, a frota de BH cresceu em torno de 6%, fato esse não acompanhado

pelo sistema viário, resultando em congestionamentos que crescem gradativamente. Os

congestionamentos são responsáveis pela maior fatia das descargas atmosféricas e sonoras da

frota. Outro fator característico e relevante da nossa capital é o relevo acidentado. Ele exige

mais esforço nos aclives, sacrifica mais a nossa frota e exige manutenção mais cuidadosa e

em prazos menores.

A Operação Oxigênio tem caráter punitivo e flagrante (vistorias não programadas). É

coordenada e executada pela SMMA, com a participação direta da BHTRANS e PMMG nas

vistorias diárias. As demais instituições envolvidas prestam apoio e assessoria técnica ao

Programa. A BHTRANS é responsável pelo controle de qualidade da prestação de serviços do

transporte público de aproximadamente 3.000 (três mil) coletivos, enquanto o DER gerencia

outros aproximados 3.000 (três mil) ônibus intermunicipais que transitam pelas vias de nossa

capital.

4.3.12. Participação da sociedade no desenvolvimento da Regional Noroeste

A população como um todo, no exercício de sua cidadania possui formas de

participação no desenvolvimento da política dentro de seu município. Essa participação pode

ocorrer através de Conselhos locais e regionais, fóruns e da própria Comissão de

Acompanhamento e fiscalização do Orçamento Participativo.

Segundo o site da Prefeitura de Belo Horizonte, as Comissões Locais de Assistência

Social (CLAS) reúnem-se mensalmente nas oito micro-regiões da Regional Noroeste e

constitui uma célula mais próxima do cidadão. Essas comissões são lideradas por

representantes dos usuários deste serviço, representantes de entidades públicas e privadas; e

47 

 

também aquele cidadão comum que se interessa pelo assunto. Nas CLAS não são tomadas

decisões, idéias são debatidas e levadas a Comissão Regional de Assistência Social (CRAS );

composta por oito representantes titulares e oito suplentes, todos advindos das Comissões

Locais de Assistência Social da Noroeste, e representantes governamentais indicados pela

Gerencia Regional de Assistência Social. Estes representantes tornam a avaliar, para depois

elaborar as proposições que finalmente serão encaminhadas para aprovação na Conferência

Municipal de Assistência Social que ocorre a cada biênio. Como visto, existe uma hierarquia

a ser seguida que demanda, principalmente, tempo

A comissão que avalia especificamente o Orçamento Participativo é denominada

COMFORÇA, e é eleita para acompanhar a execução dos empreendimentos do Orçamento

Participativo em âmbito regional. Além dos membros da COMFORÇA de dois em dois anos

é definida a mesa executiva composta por um titular e um suplente representando cada uma

das cinco sub-regiões da regional. A saúde também tem seu conselho, chamado de CODISA

(Conselho Distrital de Saúde) que representa um canal de participação da população na gestão

do Sistema Único de Saúde. Podem participar usuários do serviço de saúde, trabalhadores e

gestores da área. O CODISA Noroeste possui 80 integrantes, entre titulares e suplentes. E as

reuniões acontecem sempre na última quinta-feira de cada mês.

O Programa DRENURBS / NASCENTES foi lançado pelo Município de Belo

Horizonte por meio da Secretaria Municipal de Política Urbana. Elaborado para ser

implementado em fases sucessivas, o DRENURBS está promovendo a despoluição dos cursos

d'água, a redução dos riscos de inundação, o controle da produção de sedimentos e a

integração dos recursos hídricos naturais ao cenário urbano.

A Prefeitura de Belo Horizonte, ao criar o Programa DRENURBS, trouxe como

inovação a proposta de inclusão dos cursos d’água na paisagem urbana, evitando-se as

tradicionais canalizações. Há, também, o desafio da despoluição de suas águas, o que leva à

busca de projetos que possam integrar serviços urbanos como a coleta de lixo e de esgotos ao

serviço de drenagem das águas pluviais. Portanto, a área de trabalho deixa de ser apenas o

leito do córrego para abranger toda sua bacia de drenagem.

Para vencer este desafio, a Prefeitura optou por soluções de longo prazo e também

procurou buscar parceiros para o financiamento das obras. A primeira etapa reuniu 5 áreas de

trabalho a um custo de US$ 77,50 milhões, com obras a serem executadas em um prazo de 5

48 

 

anos. Parte deste valor, ou seja, US$ 46,50 milhões serão financiados pelo Banco

Interamericano de Desenvolvimento, enquanto os demais US$ 31 milhões representam a

contrapartida local.

O DRENURBS / NASCENTES tem como proposta a recuperação ambiental que

implica em reverter a degradação em que se encontram os córregos não canalizados da cidade.

A proposta de sanear os fundos de vale significa combater as causas da poluição das águas,

esta originada não apenas nos fundos de vale como também e, principalmente, nas respectivas

bacias de drenagem.

O Programa tem uma concepção de cunho ambiental e não é, portanto, um conjunto de

intervenções meramente sanitárias ou somente de drenagem. O que caracteriza sua concepção

ambiental é a sua abrangência e suas propostas de ação. De fato, propõe-se realizar ações de

interferência no espaço físico, e também, na realidade sócio ambiental das comunidades

situadas nos locais de abrangência do Programa.

O DRENURBS / NASCENTES propõe a reabilitação de recursos naturais da flora e

da fauna aquática, e a melhoria da qualidade de vida das comunidades atingidas pelos

empreendimentos propostos. Nesta perspectiva, a implementação do DRENURBS, enquanto

concepção inovadora no tratamento dos cursos d’água somente será bem sucedida com a

compreensão e participação da sociedade civil, em especial do público atingido pelos

empreendimentos propostos, criando uma nova percepção e apropriação do espaço coletivo.

Assim sendo, estabeleceu-se como um dos princípios do DRENURBS a inclusão e

participação das comunidades nos processos de decisão relativos à recuperação e conservação

dos espaços urbanos revitalizados. O programa estabelece os seguintes princípios:

Tratamento integrado dos problemas sanitários e ambientais no nível da bacia

hidrográfica, utilizada como unidade para o planejamento das intervenções;

Limitação à ampliação da impermeabilização do solo através de proposições de tipo

naturalísticas;

Opção pela estocagem de águas no lugar da evacuação rápida;

Implantação do monitoramento hidrológico;

49 

 

Tratamento das coleções d'água enquanto paisagem urbana;

Adoção de técnicas alternativas aos procedimentos convencionais para as questões de

drenagem;

Inclusão das comunidades beneficiadas na gestão da implantação e na conservação das

intervenções propostas.

4.3.13. O Aterro Sanitário de Belo Horizonte

O aterro sanitário, segundo a norma ABNT NBR 8419/1984, é

uma técnica de disposição de resíduos sólidos urbanos no solo sem causar danos à saúde pública e à sua segurança, minimizando os impactos ambientais, método este que utiliza princípios de engenharia para confinar os resíduos sólidos à menor área possível e reduzi- los ao menor volume permissível, cobrindo-os com uma camada de terra na conclusão de cada jornada de trabalho, ou a intervalos menores, se for necessário.

O local onde foi construído o aterro correspondia as Fazendas dos Coqueiros, Licuri e

Taiobeiras (região noroeste – BR 040), pouco habitada caracterizando o sistema periférico da

época. Atravessam a área os Córregos dos Coqueiros e Taiobeiras, e afluentes do Córrego

Ressaca.

50 

 

 

Figura 5: Aterro Sanitário de Belo Horizonte e sua hidrografia. Fonte: elaboração própria 

O aterro sanitário do Município de Belo Horizonte/MG integra a Central de

Tratamento de Resíduos Sólidos – CTRS da BR 040 a qual é operada pela Secretaria

Municipal de Limpeza Urbana – SMLU e localiza-se na região Noroeste da cidade de Belo

Horizonte, tendo como limites a BR-040 e os Bairros Pindorama, Dom Bosco, Glória,

Filadélfia, Camargos e os Conjuntos Califórnia I e II. Ocupando uma área total de 144,9

hectares. (ANAIS CMPU, 2001)

51 

 

 

Figura 6: Vista Aérea do Aterro Sanitário. Fonte: elaboração própria

A CTRS da BR 040 entrou em operação em 1975, quando foi desativado o antigo

depósito de lixo conhecido como “Boca do Lixo”, localizado no Morro das Pedras região

oeste de Belo Horizonte, onde o lixo era despejado a céu aberto. A operação da CTRS iniciou

com o funcionamento do aterro sanitário e da Usina de Reciclagem e Compostagem.

Durante 14 anos, o aterro funcionou de forma controlada passando para energético em

1989 quando a GASMIG implantou uma unidade de recuperação de gases, onde os mesmos

eram coletados por exaustão forçada e destinados a uma estação de tratamento. Nesta unidade

os gases, depois de recuperados, eram utilizados como combustível alternativo em veículos.

52 

 

Entretanto, em função de problemas diversos, em 1995 a GASMIG abandonou o projeto de

captação e uso do biogás.

A partir de 1994, foi implantado um projeto técnico para o aterro sanitário, visando

reduzir os impactos ambientais e, principalmente, a ampliação da vida útil do sistema. O

projeto proposto, previa o tratamento simultâneo dos resíduos já aterrados, o tratamento dos

efluentes líquidos; os tratamento dos resíduos novos e ampliação da vida útil do sistema. Esse

formato de aterro celular, que é no qual a área de aterragem é dividida em células para a

utilização da técnica de recirculação de chorume para acelerar a decomposição da fração

orgânica dos resíduos sólidos urbanos. Não foi bem sucedido e a técnica foi interrompido em

2001 quando o aterro voltou a funcionar como um aterro convencional.

Com o crescimento desordenado de Belo Horizonte e adensamento habitacional das

áreas periféricas, a geração de resíduos passou de 250 toneladas/dia em 1975 para, 4.200

toneladas/dia em 2005, sobrecarregando a capacidade do aterro que encerrou suas atividades

em 25 dezembro de 2007, continuando a receber somente os resíduos de serviço de saúde que

continuam a serem aterrados na área.

A prefeitura de Belo Horizonte abriu processo licitatório para o aproveitamento do gás

proveniente da decomposição do aterro sanitário. Entre as camadas de lixo e material selante

dos aterros, um produto é gerado e pode representar uma importante opção de matriz

energética. Trata-se do biogás, proveniente da decomposição anaeróbica de resíduos

orgânicos.

A captura do biogás é um fator alternativo para o reaproveitamento de aterro

sanitários, fazendo uso de uma matéria prima até então inutilizada. Portanto, a produção do

biogás a partir da decomposição dos resíduos sólidos, e o aproveitamento dessa mistura

gasosa, que tem alto percentual de metano (CH4), um dos principais causadores do efeito

estufa para geração de energia, contribui de modo eficiente na questão ambiental, sendo

também viável economicamente.

Com o total encerramento das atividades no aterro esta prevista a construção de um

parque ecológico que venha a trazer, bem estar e lazer a região que abrigou e suportou os

transtornos que a instalação de um aterro sanitário agrega em contra partida de um beneficio

que ele conduz a todo um município.

53 

 

4.3.14. Revitalização do Córrego Engenho Nogueira

As ações antrópicas têm alterado os cursos d’água com obras de engenharia, desvios,

canalizações, barramentos, além de poluí-los através do despejo direto de efluentes ou por

fontes de poluição difusa. A ocupação urbana altera as condições hidrológicas da maioria dos

sistemas fluviais, o que resulta na degradação da qualidade hídrica, através da concentração

de matéria orgânica acumulada no ambiente aquático; na perda de habitats físicos para biota

(alteração em barras de leito e de canal, perda da diversidade do substrato, rebaixamento do

nível de base, diminuição de fluxo hidráulico, perda de vegetação próxima a cursos d’águas e

perda de poços). São inúmeras as conseqüências trazidas pela falta de saneamento básico, e

em especial, de infra-estruturas de canalização hídrica e de esgoto urbano.

Philippi Jr. (2005), afirma: “Núcleos urbanos desprovidos de rede coletora ou com

cobertura em defasagem ao crescimento populacional acabam por eliminar resíduos líquidos

em fossas ou valas, indo o conteúdo diretamente para o meio ambiente.” Com base no mesmo

autor, na presença da urbanização nessas áreas, há sempre chance proliferação de mosquitos e

da presença de vetores transmissores de doenças infecciosas, onde as crianças são,

geralmente, os mais prejudicados.

Devido a conseqüências dos impactos antrópicos, grande parte dos sistemas fluviais

urbanos se encontra em péssimas condições ambientais. Isto impede a utilização de sua água

para fins de abastecimento público ou irrigação, comprometendo as condições de

sobrevivência das populações humanas, além de não oferecer condições ecológicas para as

comunidades aquáticas. Neste contexto, surgem os procedimentos de restauração de cursos

d’água para a garantia de uma área mais ambientalmente conservada e utilizada por parte da

população local.

Localizada na divisa entre a Regional da Pampulha e da Regional Noroeste, a bacia do

Córrego de Engenho Nogueira compreende uma área total de 600 hectares e uma população

de 14.000 habitantes. A extensão de seus cursos d’água é de 2.810 metros. Ela desagua no

Ribeirão da Onça e consequentemente no Rio das Velhas, abrangendo 21 bairros: Aeroporto,

Alto dos Caiçaras, Cachoeirinha, Caiçara, Adelaide, Caiçaras, Dona Clara, Engenho

Nogueira, Ermelinda, Jaraguá, Jardim Alvorada, Jardim Montanhês, Liberdade, Nova

Cachoeirinha, Pampulha, Santa Rosa, São Francisco, São José, São Luiz, Sumaré, Campus

UFMG e Unidade do Ministério do Exército.

54 

 

A infra-estrutura implantada na bacia há tempos atrás, aliada ao surgimento de grandes

bairros dentro da bacia do Engenho Nogueira e, deste modo, a densidade populacional local,

podem ser considerados fatores para degradação do córrego e que, portanto, trouxeram

problemas de erosão, inundações nos bairros e poluição hídrica, o que afetava diretamente a

qualidade de vida da população local. Pontos de referencias como a UFMG e o Aeroporto da

Pampulha eram bastante prejudicados pelas águas que subiam de nível no período chuvoso e

por falta de um sistema adequado de drenagem e de contenção, a situação era extremamente

caótica. Necessitava-se de uma especial atenção, onde um estudo mais rigoroso e preciso do

local garantiria o planejamento de obras para a melhoria da drenagem, e não só, como

também um projeto de revitalização da Bacia do Engenho Nogueira.

A Prefeitura de Belo Horizonte, criou o Programa DRENURBS para se encarregar da

implantação de sistemas adequados de canalização e drenagem dos cursos d’água existentes

nas regiões urbanas de Belo Horizonte. O Drenurbs tem também como objetivo, promover a

despoluição dos cursos d'água, reduzir os riscos de inundação, controlar a produção de

sedimentos, elaborar projetos de coleta de resíduos sólidos nos cursos de água e evitar o

contato do esgoto urbano com os córregos, mitigando assim, problemas ambientais.

Além do Projeto DRENURBS, a Prefeitura de Belo Horizonte incluiu o Plano Diretor

de Drenagem – PDDUBH como instrumento de caráter especial para as questões de drenagem

urbana em Belo Horizonte e, deste modo, aplicou-se na Bacia do Córrego do Engenho

Nogueira.

Com base na pesquisa feita no site da Prefeitura de Belo Horizonte, o Projeto

DRENURBS tem também o papel de monitoramento hidrológico, que é extremamente

importante para a avaliação periódica do córrego do Engenho Nogueira.

Estima-se que 80% da água de abastecimento que chega nas moradias retorne como esgotos

provenientes das instalações sanitárias, banheiros, cozinhas e lavanderias em geral (PHILIPPI

JR., 2005) . Deste modo, compreende-se que a ausência de um sistema de canalização e

drenagem na córrego do Engenho Nogueira, especificamente, implica gasto no orçamento

público à tratar o esgoto e tratar a água, uma vez que o esgoto entra em contato com a água.

Suetônio Motta (2003), ressalta a importância de que qualquer programa que vise

proteger os recursos hídricos, adotar métodos que garantam a drenagem natural das águas e

também o controle das fontes principais, responsáveis pela poluição dos mananciais. Portanto,

55 

 

os núcleos, os órgãos e os projetos encarregados na proteção, recuperação, preservação e

aplicação de sistemas com o foco nos córregos, devem exercer mais de uma função, de modo

à atender um resultado mais positivo e favorável.

Segundo o Jornal Estado de Minas, publicação feita em 01 de Novembro de 2010, a

Prefeitura de Belo Horizonte disponibilizou um valor de R$ 15,8 milhões no projeto para

evitar enchentes na Bacia do Córrego do Engenho Nogueira, onde se priorizou a construção

do sistema de drenagem, estabilização de margens e controle de erosões. Mas também, deu-se

atenção à implantação de esgotamento sanitário (redes coletoras e interceptores). Esclarece-se

aqui, que o valor acima citado que foi disponibilizado está sendo utilizado especificamente

para as obras da bacia de detenção no córrego, onde está prevista a sua conclusão para o final

do primeiro semestre do corrente ano. (Informação extraída do site:

www.marciolacerdabh.com.br)

4.4. Projeto de Educação Ambiental

O Projeto UMEI – Ambiente foi elaborado em cumprimento a disciplina de Educação

Ambiental, com o objetivo de despertar a consciência ecológica em crianças de 3 a 6 anos

matriculadas na Unidade Municipal de Educação Infantil (UMEI) localizada no bairro

Pindorama. A UMEI – Pindorama é uma obra alcançada com recursos do Orçamento

Participativo e possui uma política de inclusão social para crianças especiais.

As atividades do projeto foram planejadas em torno de uma peça teatral baseada na

obra de Ângelo Machado, chamada “A festa de aniversário de Aline”. Esta obra conta história

de uma menina sapeca que está prestes a completar aniversário e convida seus amigos bichos

para uma grande festa. Para a concretização deste projeto, parcerias e patrocínios foram

firmados com o objetivo de transformar a quadra da escola em um grande salão de festa,

incluindo decoração personalizada elaborada pelos autores deste projeto, e lanche

diferenciado, acordado previamente com a coordenação da UMEI para que fosse equilibrado e

não ultrapassasse o horário de alimentação das crianças. Foram encomendados 2 bolos de

aniversário, um para cada turno, além de preparada uma salada de frutas .Balões, guloseimas

e surpresas típicas de uma comemoração de aniversário estavam inclusas, de forma a

propiciar a vivência real daquela situação a ser representada. 

56 

 

O roteiro da peça contém diversas músicas infantis e brincadeiras que proporcionaram

momentos de interação com as crianças. Chapeuzinhos de aniversário foram distribuídos para

cada uma das 240 crianças que assistiram a peça, com o intuito de que se sentissem não

apenas meros espectadores, mas também convidados da festa de Aline. A caracterização dos

personagens possibilitou a identificação e sensibilização das crianças com os animais. Além

disso, fez com que a questão ambiental fosse naturalmente salientada através da forma lúdica

de apresentação.

Ao final da apresentação, ocorreu o momento do lanche e, posteriormente, os alunos

da UMEI foram surpreendidos com a distribuição de 240 bolas, uma para cada criança,

conseguidas através de patrocínio. Já em sala de aula, aguardando o momento de ir embora,

novamente as crianças foram presenteadas com um chocolate, embalado em temática festiva,

como nas comemorações de aniversário de verdade.

Desta maneira, a Educação Ambiental foi utilizada como uma ferramenta

comprometida com o desenvolvimento de valores sociais, conhecimentos, habilidades,

atitudes e competências que visam à proteção ambiental. Um DVD acompanha o presente

trabalho, elaborado pelos próprios autores, contendo as principais cenas da apresentação e

making of do projeto.

 

4.5. Análise do Questionário

O Questionário Socioeconômico e de Percepção Ambiental da comunidade da Região

Noroeste de Belo Horizonte foi aplicado em diferentes pontos da regional, como: escolas,

reunião do COMFORÇA e comunidade do entorno dos pontos destacados neste trabalho afim

de que se obtivesse uma amostragem representatividade da população ali residente. Foram

entrevistadas 210 pessoas ao longo de toda regional e abaixo temos a interpretação do

resultado dessa pesquisa ilustrada em gráficos.

As primeiras questões traçam o perfil dos entrevistados a partir de questões referentes

ao local de moradia, sexo, faixa etária e escolaridade.

57 

 

 

Gráfico 1: Bairros dos entrevistados

Como pode ser visto, diversos bairros da regional foram elencados e o destaque fica

com o Caiçara e Alípio de Melo que assumiram as maiores porcentagens.

58 

 

 

Gráfico 2:  Sexo

O público feminino se sobressaiu com leve vantagem no total de entrevistados e a

grande maioria são jovens com faixa etária entre 15 e 19 anos.

 

Gráfico 3: Faixa etária

O nível de escolaridade da população abordada é, sobretudo, de estudantes que ainda

não concluiram o Ensino Médio.

59 

 

 

Gráfico 4:  Grau de escolaridade 

 

 

Gráfico 5:  Tempo de moradia na atual residência

As questões 5, 6, 7 e 8 referem-se ao regime de moradia e a renda familiar dos

entrevistados que, em sua maioria, responderam residir a mais de 10 anos na mesma

propriedade, sendo esta própria e habitada por 3 a 5 moradores; com leve vantagem para

aquelas com 5 habitantes.

60 

 

 

Gráfico 6: Quantidade de pessoas que moram na mesma residência

 

Gráfico 7: Renda familiar

Já a renda familiar majoritária ficou representada pela faixa que abrange as famílias

que ganham de 2 a 4 salários mínimos, o que é expresso entre R$ 545,00 a R$ 2180.

61 

 

 

Gráfico 8:  Regime de ocupação da propriedade

As questões 9, 10, 11, 12, 13 e 14 foram elaboradas com objetivo de verificar a

partição popular nas políticas públicas desenvolvidas por órgãos públicos e pela Sociedade

Civil Organizada (SOC), que pode ser exemplifica pela Associação de Moradores, Partidos

Políticos e ONGs.

 

Gráfico 9: Participação da Prefeitura na Regional

62 

 

 

Gráfico 10: Participação da população em projetos sociais

 

Gráfico 11: Atuação da Associação de Moradores nos bairros

63 

 

 

Gráfico 12: Participação da população em Associações, Partidos Políticos e/ou ONGs 

 

Gráfico 13: Freqüência popular nas reuniões de Associação de Moradores, Conselho Regional e/ou Audiência Pública

Por elas podemos perceber que mesmo considerando a atuação da Prefeitura regular, a

maioria da população não participa de projetos sociais desenvolvidos para sua regional,

desconhece a atuação da Associação de Moradores de seu bairro, não possui vínculo com

partidos políticos, ONGs ou Associação e diante da falta de engajamento nas questões sociais

64 

 

a freqüência nas reuniões do Conselho Regional, Audiência Pública e/ou Associação de

Moradores também deixa a desejar.

 

Gráfico 14: Espaços Públicos na Regional

As questões 15 e 16 procuram saber dos entrevistados a qualidade e os tipos de

problemas relacionados à infra-estrutura existentes nos bairros dos entrevistados.

 

Gráfico 15: Problemas relacionados à infra‐estrutura dos bairros

65 

 

 

Gráfico 16: Nota que a população atribui à infra‐estrutura de seu bairro

Dentre os problemas mais citados constam as questões relativas ao calçamento e

buracos nas ruas, logo após, aqueles referentes ao esgoto sanitário, energia elétrica, coleta de

lixo e outros também são mencionados. Diante desse parecer a nota atribuída a infra-estrutura

dos bairros pela grande maioria dos entrevistados foi 5.

 

Gráfico 17: Fonte da água para consumo humano

66 

 

As perguntas 17, 18, 19 e 20 procuram avaliar os serviços de saneamento básico como

água, esgoto e coleta de lixo disponibilizados a população. Por elas foi possível verificar que a

fonte de água de grande parte dos entrevistados é a Rede Geral, no caso a companhia

prestadora desse serviço na cidade.

 

Gráfico 18: Destino do esgoto sanitário

67 

 

O esgoto sanitário também tem como destino final a rede geral, mas ainda foram

verificadas nas respostas opções como lançamento direto em rio/córrego, lançamento a céu

aberto, canalização para o fundo de quintal, fossa séptica dentre outros.

 

Gráfico 19: Destino do lixo doméstico

 

Gráfico 20: Freqüência da coleta de lixo doméstico

O grande maioria dos entrevistados diz ter seu lixo doméstico coletado pela Prefeitura,

com freqüência de 3 vezes na semana.

68 

 

Nas questões 21, 22, e 23 as perguntas visam analisar o conhecimento da população no

que se refere ao meio ambiente e a ocorrência de áreas degradadas próximo as suas

residências, bem como o motivo que os mesmos atribuem à degradação.

 

Gráfico 21: Conhecimento sobre Meio Ambiente

 

Gráfico 22: Área degradada

69 

 

Como pode ser visto nos gráficos, a maioria dos entrevistados dizem ter um

conhecimento razoável sobre o meio ambiente e respondem não ter áreas degradadas

próximas as suas residências, e as que existem o motivo é atribuído a falta de

cuidado/abandono.

 

Gráfico 23: Motivo da existência de área degrada

Durante o período chuvoso os principais problemas enfrentados pela população

enumerados na questão 24 são: falta de energia, buracos nas ruas e estradas, entupimento de

bueiros e acúmulo de água nas ruas.

70 

 

 

Gráfico 24: Problemas do período chuvoso

Outro problema questionado se refere a ocorrência de animais peçonhentos e insetos

nas residências. Como resposta, metade dos entrevistados disseram sofrer com este problema

e os motivos enumerados pelos mesmos foram: o acúmulo de lixo, a presença de matagais e

outros. O acúmulo de lixo sendo citado nestas questão pode estar relacionado a existência de

bota-foras e lotes vazios na região, já que a coleta pública de lixo como foi vista acima ocorre

com a periodicidade de três vezes na semana.

71 

 

 

Gráfico 25:Existência de animais peçonhentos e insetos nas residências

 

Gráfico 26: Motivo da existência desses animais/insetos existirem

O setor de saúde foi abordado pelas questões 27, 28, 29 e 30 que perguntaram sobre a

presença de agentes de saúde na Regional Noroeste, o contingente de entrevistados que

utilizam o SUS (Sistema Único de Saúde) e a avaliação que os mesmos fazem da saúde

pública na sua regional com respectiva nota.

72 

 

 

Gráfico 27: Avaliação popular da saúde pública

Dos entrevistados a maioria qualificou como regular a saúde pública na sua regional,

mas parcela significativa respondeu ter um serviço de boa qualidade.

 

Gráfico 28: Presença de Agente de Saúde nos bairros

73 

 

 

Gráfico 29: Uso do SUS (Sistema Único de Saúde) pela população

Com 82% de afirmativas positivas, pode ser comprovada a ação dos agentes de saúde

trabalhando na regional que tem 66% da população entrevistada utilizando o SUS.

No geral a saúde pública recebeu nota 5 na escala de 1 a 10, onde 1 corresponderia ao

serviço de baixa de qualidade e 10 ao serviço de alta qualidade. Mas devemos considerar que

parte considerável atribuiu nota 1 ao mesmo, e como justificativa foram feitas as seguintes

pontuações: demora no atendimento dos postos, fila de espera para marcação de consultas e

falta de médicos.

 

Gráfico 30:  Nota da saúde pública nos bairros

74 

 

As perguntas 31 e 32 procuram saber como o entrevistado qualifica sua qualidade de

vida, o que considera as questões relacionadas a infra-estrutura e serviços disponibilizados

pelo governo como a realização pessoal. Sendo assim, trata-se de uma questão mais subjetiva

onde os entrevistados responderam ter uma boa qualidade de vida e deram nota 8 a mesma.

 

Gráfico 31: Classificação da Qualidade de Vida

 

Gráfico 32: Nota da Qualidade de Vida

75 

 

Como fechamento do questionário, a pergunta referente à sustentabilidade foi pensada

com objetivo de obter um parecer da comunidade no que tange a compreensão desse tema

muito explorado pela mídia, mas pouco explicado aos cidadãos comuns.

 

Gráfico 33: Compreensão do conceito de Sustentabilidade

Como resposta 58% dos entrevistados disseram compreender o conceito, porém

durante a aplicação pudemos perceber que a grande maioria considera sustentabilidade

somente como a proteção ao meio ambiente, não como um conjunto de ações baseados no

tripé social, econômico e ambiental. Desta forma, há muito que se trabalhar com relação a

desmistificação do termo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

76 

 

5. CONCLUSÃO

A Regional Noroeste representa um pólo onde o intenso processo de urbanização e

povoamento ocorreu. Este processo de desenvolvimento não foi acompanhado por políticas de

planejamento e, como conseqüência, existem áreas onde a infra estrutura se apresenta de

forma bastante precária.

Baseada na sua importância e magnitude, a questão ambiental necessita de um

planejamento eficiente que seja fruto de uma política aplicada ao monitoramento do bem estar

social que adote parâmetros, reduza e garanta meios de preservação dos recursos naturais.

Sendo assim, a gestão ambiental aplicada aos grandes centros urbanos, como foi o caso do

objeto de estudo, precisa estar aliada a um conjunto de princípios e práticas que sejam

integradas.

Através deste trabalho, foi realizado o diagnóstico da Regional Noroeste de Belo

Horizonte, com o intuito de analisar a aplicação de ações de planejamento urbano e de

políticas sociais que propusessem mitigar os impactos decorrentes do desenvolvimento da

cidade.

Verificou-se a existência de políticas públicas e medidas de planejamento voltadas para o

desenvolvimento social, econômico e ambiental da região. Entretanto, a partir da análise dos

resultados obtidos com o questionário socioeconômico aplicado na comunidade, nota-se a

ineficiência das mesmas em atender as necessidades da população em sua totalidade.

Ressalta-se o descaso na preservação de áreas verdes, salientado pelas imagens obtidas

através de satélites que mostram a sua quase inexistência na região, possivelmente

conseqüência do crescimento desordenado da regional.

Conclui-se, ainda, sobre a importância das políticas voltadas para a educação

ambiental, de forma que o desenvolvimento e a aplicação do teatro da UMEI – Pindorama

confirmou a necessidade, bem como a aplicabilidade de ações que conduzam o aprendizado

social e de preservação ambiental integrados.

Sendo assim, entende-se como necessária a mudança na forma de evolução da

sociedade, tanto por parte do Poder Público, que deve tornar suas ações imediatas e eficientes,

como também por parte da população, que precisa conscientizar-se sobre o seu papel como

cidadã e parte integrante de uma coletividade, de forma que ambos possam trabalhar juntos na

busca do desenvolvimento de valores sociais e de atitudes que visam à proteção ambiental.

77 

 

6. REFERÊNCIAS

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85 

 

7. ANEXOS

7.1. Questionário Socioeconômico e de Percepção Ambiental da comunidade

da Região Noroeste de Belo Horizonte

1. Qual o bairro onde você mora?

______________________

2. Qual seu sexo? a) Masculino b) Feminino

3. Qual sua idade?

a) 15 a 19 b) 20 a 24 c) 25 a 29 d) 30 a 34 e) 35 a 39 f) 40 a 44 g) 45 a 50 h) Acima de 50 anos

4. Qual seu grau de escolaridade?

a) Analfabeto b) Ensino Fundamental Incompleto c) Ensino Fundamental Completo d) Ensino Médio Incompleto e) Ensino Médio Completo f) Ensino Superior Incompleto g) Ensino Superior Completo

5. Há quanto tempo você mora na atual residência?

a) Menos de um ano b) De 1 a 5 anos c) De 6 a 10 anos d) Mais de 10 anos

6. Quantas pessoas moram com você?

a) 1 b) 2 c) 3 d) 4 e) 5 f) Acima de 5 pessoas

7. Qual sua renda familiar? a) Um salário mínimo

86 

 

b) 2 a 4 salários mínimos c) 5 á 7 salários mínimos d) Acima de 8 salários mínimos

8. Qual regime de ocupação da sua propriedade?

a) Própria b) Arrendada c) Parceria d) Alugada e) Outros_____________________

9. Como é a participação da prefeitura na sua regional?

a) Ótima b) Boa c) Regular d) Ruim e) Péssima f) Não sabe

10. Você participa de algum projeto social na sua regional?

a) Sim b) Não c) Não conhece nenhum projeto

11. Como é a atuação da Associação de Moradores do seu bairro? a) Ótima b) Boa c) Regular d) Ruim e) Péssima f) Não sabe

12. Você faz parte de alguma Associação, Partido Político e/ou ONG?

a) Sim b) Não

13. Você freqüenta reuniões de Associação de Moradores, Conselho Regional e/ou

Audiência Pública (orçamento participativo). a) Sim b) Não c) Às vezes

14. Você usufrui dos espaços públicos da sua regional como: parques ecológicos, praças,

ciclovias e áreas de lazer? a) Sim b) Não

15. Existem no seu bairro problemas relacionados à infra-estrutura?

( )Rua

87 

 

( ) Energia Elétrica ( )Coleta de lixo ( )Água/Esgoto ( ) Outros_________

16. Qual nota você atribui a infra-estrutura do seu bairro?

a) 1 f) 6 b) 2 g) 7 c) 3 h) 8 d) 4 i) 9 e) 5 j) 10

17. Qual a fonte da água para consumo humano na propriedade?

a) Rede Geral b) Cisterna c) Nascente\Mina d) Rio\Córrego\Lagoa e) Outros