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1) Princípios O princípio da identidade da pessoa física do juiz consiste na vinculação do órgão julgador àquele que concluiu a audiência de instrução (art. 132 do CPC). Antigamente, o TST não aplicava esse princípio na seara trabalhista, criando a Súmula nº 136, em razão da existência, na época, dos juízes classistas. No entanto, o C. TST cancelou referida súmula, razão pela qual , nos dias atuais, é interessante adotar a tese da aplicação do princípio da identidade física do juiz na Justiça do Trabalho; Princípio da Irrecorribilidade das decisões interlocutórias Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou à Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho; Exemplo: A sentença de 1º grau reconhece que a alteração do regime celetista para o estatutário extingue o contrato de trabalho, invocando a prescrição bienal, em consonância com o entendimento da Súmula nº 382 do TST. Em grau recursal, o Tribunal Regional do Trabalho anula a decisão a quo entendendo que tal alteração não extingue o contrato de trabalho, não havendo, por consequência, a aplicação da prescrição bienal, determinando, assim, o retorno dos autos ao juízo de origem para julgar o mérito. A decisão interlocutória do TRT está, portanto, contrariando o entendimento da Súmula nº 382 do TST. Dessa forma, se o processo retornasse ao juízo de origem, este poderia julgar o mérito, que seria novamente recorrido ao TRT e, em seguida, chegaria ao TST, por meio do recurso de revista,

Dicas - Processo Do Trabalho - TRT-RJ - Elisson Miessa

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1) Princípios

O princípio da identidade da pessoa física do juiz consiste na vinculação do órgão julgador àquele que concluiu a audiência de instrução (art. 132 do CPC). Antigamente, o TST não aplicava esse princípio na seara trabalhista, criando a Súmula nº 136, em razão da existência, na época, dos juízes classistas. No entanto, o C. TST cancelou referida súmula, razão pela qual, nos dias atuais, é interessante adotar a tese da aplicação do princípio da identidade física do juiz na Justiça do Trabalho;

Princípio da Irrecorribilidade das decisões interlocutórias  

Na Justiça do Trabalho, nos termos do art. 893, § 1º, da CLT, as decisões interlocutórias não ensejam recurso imediato, salvo nas hipóteses de decisão: a) de Tribunal Regional do Trabalho contrária à Súmula ou à Orientação Jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho;Exemplo: A sentença de 1º grau reconhece que a alteração do regime celetista para o estatutário extingue o contrato de trabalho, invocando a prescrição bienal, em consonância com o entendimento da Súmula nº 382 do TST. Em grau recursal, o Tribunal Regional do Trabalho anula a decisão a quo entendendo que tal alteração não extingue o contrato de trabalho, não havendo, por consequência, a aplicação da prescrição bienal, determinando, assim, o retorno dos autos ao juízo de origem para julgar o mérito. A decisão interlocutória do TRT está, portanto, contrariando o entendimento da Súmula nº 382 do TST. Dessa forma, se o processo retornasse ao juízo de origem, este poderia julgar o mérito, que seria novamente recorrido ao TRT e, em seguida, chegaria ao TST, por meio do recurso de revista, com fundamento na violação de Súmula do TST (art. 896, “a”, da CLT). Com efeito, nesse caso, a irrecorribilidade das decisões interlocutórias cede espaço para sua recorribilidade, permitindo-se o recurso de revista de imediato, a fim de privilegiar a celeridade processual.b) suscetível de impugnação mediante recurso para o mesmo Tribunal;Exemplo: decisão monocrática do relator não concedendo tutela antecipada. Dessa decisão, cabe agravo regimental para a Turma do mesmo Tribunal.c) que acolhe exceção de incompetência territorial, com a remessa dos autos para Tribunal Regional distinto daquele a que se vincula o juízo excepcionado, consoante o disposto no art. 799, § 2º, da CLT.Exemplo: Pedro ajuíza reclamação trabalhista em São Paulo-SP, sendo interposta pela reclamada exceção de competência, sob o fundamento de que o reclamante teria trabalhado e sido contratado em Porto Velho-RO. O juiz reconhece a incompetência e encaminha os autos à Vara do Trabalho de Porto

Velho, ou seja, os autos saem de uma vara do TRT da 2ª Região e são encaminhados para uma Vara do Trabalho vinculada ao TRT da 14ª Região.

2) Competência

- no processo trabalhista, o valor da causa não é critério para delimitação da competência, mas serve tão somente para definir o rito processual (sumário, sumaríssimo ou ordinário).

- A competência absoluta pode ser reconhecida ex officio e alegada a qualquer tempo e grau de jurisdição, exceto instância superior que depende do prequestionamento.

- A competência relativa não pode ser conhecida de ofício (OJ 149 da SDI II)

- o entendimento majoritário é no sentido de que a cobrança dos honorários advocatícios é de competência da Justiça Estadual e não da Justiça do Trabalho.

- a Justiça do Trabalho não tem competência para julgar e processar as ações penais (ADIN 3684).

3) Ainda sobre competência

Competência para julgamento dos servidores públicosCompetência da Justiça do Trabalho: Empregado público (celetista)Competência da Justiça Comum: 1) Servidor estatutário; 2) Servidor temporário

- na hipótese do ente público alterar o regime celetista para estatutário, a competência da Justiça do Trabalho fica limitada ao período do regime celetista, inclusive restringindo a execução a aquele período (OJ nº 138 da SDI I do TST).

- a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar ação possessória ajuizada em decorrência do exercício do direito de greve pelos trabalhadores da iniciativa privada (Súmula vinculante nº 23 do STF). 

Atenção: A súmula vinculante restringiu a competência da Justiça do Trabalho apenas à iniciativa privada, o que significa que as ações decorrentes do exercício de greve dos servidores públicos estatutários são de competência da Justiça Comum (ADI 3395).

4) ainda competência

- a Justiça do Trabalho é competente para processar e julgar as ações de indenização por danos morais e patrimoniais decorrentes de acidente de trabalho propostas por empregado contra empregador, inclusive aquelas que ainda não possuíam sentença de mérito em primeiro grau quando da promulgação da Emenda Constitucional nº 45/04 (Súmula vinculante nº 22 do STF). Atenção: A competência estabelecida pela EC n. 45/2004 não alcança os processos já sentenciados na Justiça Comum (Súmula 367 do STJ).

- A Justiça do Trabalho também é competente se a ação indenizatória por acidente de trabalho for ajuizada por sucessores e herdeiros do trabalhador que sofreu o acidente. 

As ações acidentárias, que derivam do acidente de trabalho, promovidas pelo trabalhador em face do INSS, são de competência da Justiça Comum Estadual, nos termos do art. 109, I da CF, ficando na competência da Justiça do Trabalho apenas as ações promovidas pelo trabalhador em face do empregador em decorrência do acidente do trabalho. 

Exemplo: empregado sofre acidente do trabalho, tendo que amputar uma perna. Nesse caso, ele poderá ajuizar reclamação trabalhista postulando indenização pelo dano moral e materiais em face do empregador na Justiça do Trabalho. Além disso, poderá ajuizar ação previdenciária em face do INSS postulando benefício previdenciário, a qual será de competência da Justiça Comum Estadual.

5) Competência

- a Justiça do Trabalho tem competência para executar apenas as contribuições sociais decorrentes de sentença condenatória em pecúnia que proferir ou objeto de acordo judicial homologado, o que não inclui o caso de decisões meramente declaratórias (Súmula 368, I, do TST). Ademais, a Justiça do Trabalho também é competente para executar as contribuições sociais referentes ao seguro de acidente de trabalho (OJ 414 da SDI-I do TST). Além disso, tem competência para executar as contribuições previdenciárias decorrentes dos acordos firmados perante a Comissão de Conciliação Prévia.

- Na ação civil pública, a competência territorial é absoluta, denominada de funcional-territorial. Nesse caso, a OJ 130 da SDI-II do TST estabelece que: “I - A competência para a Ação Civil Pública fixa-se pela extensão do dano. II – Em caso de dano de abrangência regional, que atinge cidades sujeitas à

jurisdição de mais de uma Vara do Trabalho, a competência será de qualquer das varas das localidades atingidas, ainda que vinculadas a Tribunais Regionais do Trabalho distintos. III – Em caso de dano de abrangência suprarregional ou nacional, há competência concorrente para a ação civil pública das varas do trabalho das sedes dos Tribunais Regionais do Trabalho. IV - Estará prevento o juízo a que a primeira ação houver sido distribuída”.

6) Partes e procuradores no processo do trabalho

- a representação do menor de 18 anos é feita de forma sucessiva: 1º representantes legais (ex. pais etc.); 2º Ministério Público do Trabalho, antigamente denominado de Procuradoria da Justiça do Trabalho; 3º sindicato da categoria; 4º Ministério Público Estadual;5º curador nomeado pelo juiz .

- nas audiências das reclamações trabalhistas, exige-se, como regra, a presença obrigatória das próprias partes (ex. empregado e empregador). Existem, porém, as seguintes exceções (CLT, art. 843):1) Representação do empregado pelo sindicato nas reclamações plúrimas (ajuizada por diversos reclamantes).2) Representação do empregado pelo sindicato nas ações de cumprimento.3) Representação do empregador pelo gerente ou preposto. Nesse caso, o preposto deve ser empregado da empresa (Súmula nº 377 do TST). Atente-se que somente não há necessidade de ser empregado da empresa o preposto de empregador doméstico ou de pequena e microempresa.4) Representação do empregado por outro empregado que pertença à mesma profissão ou sindicado na audiência, nos caso de doença ou qualquer outro motivo ponderoso

7) ainda sobre partes 

- no processo do trabalho, admite-se que o empregado e o empregador postulem em juízo pessoalmente, ou seja, sem a necessidade de advogado. É o que se denomina de jus postulandi das partes.

- o jus postulandi se aplica aos empregados, empregadores, pequena empreitada.Atenção que isso vai cair na prova: De acordo com a Súmula nº 425 do TST não se aplica o jus postulandi:1) nos recursos de competência do TST;2) na ação rescisória;

3) na ação cautelar;4) no mandado de segurança.

8) Honorários advocatícios e benefício da justiça gratuita

- no processo do trabalho, os honorários advocatícios, em regra, não decorrem da mera sucumbência. Exigem para sua concessão dois requisitos cumulativos: a) ser beneficiário da justiça gratuita; b) estar assistido pelo sindicato da categoria.

Atenção: a mera sucumbência (ser vencido no processo) gera o pagamento dos honorários advocatícios, nos seguintes casos:1) na ação rescisória;2) quando o ente sindical figure como substituto processual;3) nas lides que não derivem da relação de emprego. 

- O benefício da justiça gratuita possui as seguintes características:1) pode ser deferido a requerimento ou de ofício;2) pode ser requerido e concedido em qualquer instância. No entanto, na fase recursal, o requerimento deve ser formulado no prazo alusivo ao recurso (OJ nº 269 da SDI-I do TST).3) o deferimento independe de a parte estar assistida pelo sindicato ou advogado particular;4) o requerente deve perceber salário igual ou inferior ao dobro do mínimo legal ou declarar que não está em condições de arcar com as custas do processo, sem prejuízo do sustento próprio ou de sua família.

9) Atos processuais

- os atos processuais serão realizados nos dias úteis das 6 (seis) às 20 (vinte) horas. Admite-se, porém, que a penhora seja realizada em domingo ou dia feriado, mediante autorização expressa do juiz ou presidente (CLT, art. 770). Atenção: Esse artigo sempre é cobrado nas provas

- No processo eletrônico, quando a petição for enviada para atender a prazo processual, serão consideradas tempestivas as transmitidas até às 24 horas do seu último dia (art. 3º, parágrafo único, Lei nº 11.419/2006).

10)

- notificação via postal

- na fase de conhecimento, a regra é a notificação via postal. Nesse caso, a notificação não constitui ato pessoal, podendo ser recebida por pessoa diversa das partes, sendo válida com a simples entrega do registro postal no endereço

da parte.

- presume-se recebida a notificação 48 (quarenta e oito) horas depois de sua postagem. O seu não-recebimento ou a entrega após o decurso desse prazo constitui ônus de prova do destinatário (Súmula nº 16 do TST).

Atenção: no processo do trabalho, em caso de revelia, o revel deverá ser notificado via postal da sentença (CLT, art. 852).

- notificação por edital

* na fase de conhecimento: quando o reclamado criar embaraços para o recebimento da notificação postal ou, na hipótese, de não ser encontrado (CLT, art. 841, § 1º).* na fase de execução: quando o executado é procurado por 2 vezes no espaço de 48 horas e não é encontrado (CLT, art. 880, § 3º).

Atenção: no procedimento sumaríssimo não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do nome e endereço do reclamado (CLT, art. 852-B, II). 

- notificação por oficial de justiça- a CLT prevê a notificação por oficial de justiça na fase de execução. Nessa fase, a citação é feita, primeiramente, pelo oficial de justiça. Nesse caso, a citação deve ser pessoal.

- notificação por meio eletrônico

No processo judicial eletrônico, as citações, intimações, notificações e remessas que viabilizem o acesso à íntegra do processo correspondente serão consideradas vista pessoal do interessado para todos os efeitos legais (Lei nº 11.419/06, art. 9º, § 1º, e CSJT-Res. nº 94/2012, art. 18, § 1º).

11) 

- o início da contagem do prazo processual ocorre em dias úteis. No entanto, prestem atenção que existe uma exceção quanto ao início da contagem em dia não útil. É o caso do recurso interposto via fac-símile. Nessa hipótese, enviado o fax, a parte tem o prazo de 5 dias para a juntada dos originais, que começa a correr do dia subsequente ao término do prazo recursal, mesmo que coincida com feriado, sábado ou domingo (Súmula nº 387 do TST).

- início da contagem na hipótese de audiência de julgamento:

Designada audiência de julgamento, incumbe à parte comparecer para tomar conhecimento da decisão, sob pena de ser considerada intimada da sentença, no dia da audiência, mesmo diante de sua ausência (Súmula nº 197 do TST).Caso seja marcada a audiência de julgamento, se o juiz não sentenciar na data da audiência de julgamento, ele (juiz) tem o prazo de 48 horas para a juntada da sentença nos autos. Não sendo juntada nesse prazo, deverá intimar a parte, posteriormente, da sentença, iniciando seu prazo recursal somente depois da intimação (Súmula nº 30 do TST).

- início da contagem no processo judicial eletrônico

Nas intimações por meio eletrônico será considerada realizada no dia da consulta. Ocorrendo a consulta “em dia não útil, a intimação será considerada como realizada no primeiro dia útil seguinte” (Lei nº 11.419/2006, art. 5º, § 2º). É importante observar que não havendo consulta no prazo de 10 dias, será presumida a intimação, isto é, sendo expedida a intimação via eletrônica e não tomando ciência dentro do prazo de 10 dias, a parte será considerada como intimada (art. 5º, § 3º), iniciando-se a contagem do prazo no dia seguinte. Para efeito da contagem do prazo de 10 dias corridos será considerado: I – como dia inicial: o dia seguinte ao da disponibilização do ato de comunicação no sistema, independentemente de esse dia ser, ou não, de expediente no órgão comunicante; II – como dia da consumação da intimação ou comunicação: o décimo dia a partir do dia inicial, caso seja de expediente judiciário, ou o primeiro dia útil seguinte (CSJT-Res. nº 94/2012, art. 20).

- é diferente também a contagem do prazo na hipótese de publicação no Diário da Justiça eletrônica, como ocorre, em regra, com a intimação do advogado. Nesse caso, a data da publicação será considerada o primeiro dia útil seguinte ao da disponibilização da informação no Diário da Justiça eletrônico, começando a correr o prazo processual “no primeiro dia útil que seguir ao considerado como data da publicação” (Lei nº 11.419/2006, art. 4º, §§ 3º e 4º). Exemplo: disponibilizado no dia 20 (quarta-feira), será considerado intimado no dia 21 (quinta-feira), tendo início a contagem do prazo processual no dia 22 (sexta-feira).

12) Custas processuais

- Na fase de conhecimento, as custas são sempre no valor de 2%, calculados sobre o:1) valor da condenação;2) valor do acordo;3) valor da causa: nas hipóteses de extinção do processo sem resolução do

mérito; improcedência dos pedidos; procedência do pedido formulado em ação declaratória e em ação constitutiva4) valor que o juiz definir (quando o valor for indeterminado)- nas ações plúrimas (litisconsórcio), as custas incidem sobre o valor total dos pedidos (Súmula nº 53 do TST).

- o pagamento das custas processuais é de responsabilidade da parte vencida (CLT, art. 789, § 1º);

- no caso de acordo, o pagamento das custas será dividido em partes iguais entre os litigantes, exceto se convencionarem de forma diferente;

- na fase de execução, a responsabilidade pelo pagamento é sempre do executado;

- no dissídio coletivo, as partes vencidas responderão solidariamente pelo pagamento das custas;- tratando-se de empregado que não tenha obtido o benefício da justiça gratuita, ou isenção de custas, o sindicato que houver intervindo no processo responderá solidariamente pelo pagamento das custas devidas.

13) - a reclamação trabalhista pode ser verbal ou escrita.- no inquérito para apuração de falta grave e no dissídio coletivo, obrigatoriamente, a reclamação será escrita (CLT, arts. 853 e 856).- requisitos da petição inicial trabalhista:I - designação do Juízo a quem for dirigida; II - a qualificação do reclamante e do reclamado; III - uma breve exposição dos fatos de que resulte o dissídio; IV - o pedido; V - a data eVI - a assinatura do reclamante ou de seu representante. - na reclamação trabalhista, não se exige a especificação de provas, bem como o requerimento para citação do réu. Além disso, parte da doutrina também não exige o valor da causa. Atenção: para as provas objetivas, assinale a questão no sentido de que a petição inicial, no processo do trabalho, não exige o valor da causa.- no rito sumaríssimo, o pedido deverá ter, ainda, seu valor correspondente, ou seja, o pedido deve ser líquido, sob pena de arquivamento da reclamação e condenação ao pagamento de custas sobre o valor da causa (CLT, art. 852-B, I). Exemplo: horas extras no valor de R$ 10.000,00 e aviso prévio no valor de R$ 1.500,00.

14) Tutela antecipada

- nos Tribunais, compete ao relator decidir sobre o pedido de antecipação de tutela, submetendo sua decisão ao Colegiado respectivo, independentemente de pauta, na sessão imediatamente subsequente (OJ nº 68 da SDI II do TST).

- no caso da tutela antecipada (ou liminar) ser concedida antes da sentença, cabe a impetração do mandado de segurança, em face da inexistência de recurso próprio (Súmula nº 414, II, do TST);

- a antecipação da tutela concedida na sentença não comporta impugnação pela via do mandado de segurança, por ser impugnável mediante recurso ordinário. A ação cautelar é o meio próprio para se obter efeito suspensivo a recurso (Súmula nº 414, I, do TST).

- o TST não permite a tutela antecipada na ação rescisória. Nesse caso, o pedido de antecipação de tutela será recebido como medida acautelatória, em decorrência do princípio da fungibilidade (CPC, art. 273, § 7º).

15) Audiências

- as audiências serão públicas e realizar-se-ão na sede do Juízo ou Tribunal em dias úteis previamente fixados, entre 8 (oito) e 18 (dezoito) horas, não podendo ultrapassar 5 (cinco) horas seguidas, salvo quando houver matéria urgente (CLT, art. 813).

- se, até 15 (quinze) minutos após a hora marcada, o juiz ou presidente não houver comparecido, os presentes poderão retirar-se, devendo o ocorrido constar do livro de registro das audiências (CLT, art. 815, parágrafo único).- a tolerância de atraso de 15 minutos aplica-se tão somente ao juiz, ou seja, esta permissão não atinge as partes (OJ nº 215 da SDI I do TST).

ausência das partes em audiência:

1) Audiência inaugural: Reclamante: ArquivamentoReclamada: revelia e confissão quanto à matéria fáticaAmbas as partes: Arquivamento

2) Audiência de instruçãoReclamante: confissãoReclamada: confissãoAmbas as partes: julga com as provas dos autos e pelo ônus da prova

- a reclamada, ausente à audiência em que deveria apresentar defesa, é revel, ainda que presente seu advogado munido de procuração, podendo afastar a

revelia mediante a apresentação de atestado médico, que deverá declarar, expressamente, a impossibilidade de locomoção do empregador ou do seu preposto no dia da audiência (Súmula nº 122 do TST).

16) Respostas do réu

- no processo do trabalho, a defesa é apresentada na audiência no prazo de 20 minutos.

- é possível, porém, que a defesa seja apresentada por escrito, o que tem ocorrido na prática jurídica. Nessa hipótese, tem se entendido que o prazo para se confeccionar a contestação é de 5 dias, vez que o reclamado deve ser intimado com referida antecedência da audiência (CLT, art. 841).

- a compensação só poderá ser arguida com a contestação (Súmula nº 48 do TST), ficando restrita a dívidas de natureza trabalhista (Súmula nº 18 do TST).

- não se confunde, no entanto, compensação com dedução. A compensação ocorre quando duas pessoas forem ao mesmo tempo credor e devedor uma da outra, sendo matéria de defesa, o que significa que depende da alegação do réu (reclamado), sob pena de operar a preclusão. Exemplo: possibilidade de o empregador compensar o aviso-prévio não concedido pelo empregado, quando este pedir demissão. 

A dedução, por sua vez, é o abatimento das verbas que já foram pagas durante a relação de trabalho sob o mesmo título. Trata-se de matéria de ordem pública, embasada no princípio do não enriquecimento sem causa, razão pela qual pode ser arguida em qualquer tempo e, principalmente, manifestada ex officio. É o que ocorre, por exemplo, na hipótese de a empresa ser condenada ao pagamento de horas extras, e o juiz determinar a dedução das horas extras já pagas. Percebe-se, nesse caso, que o empregador não é credor do empregado, mas simplesmente já pagou parte das horas extras que deverão ser deduzidas.

- as exceções são incidentes processuais divididos em: suspeição, impedimento e incompetência relativa.a suspeição vem disciplinada no art. 801 da CLT, o qual estabelece que o juiz é obrigado a dar-se por suspeito, e pode ser recusado, por algum dos seguintes motivos, em relação à pessoa dos litigantes: a) inimizade pessoal; b) amizade íntima; c) parentesco por consanguinidade ou afinidade até o terceiro grau civil; d) interesse particular na causa. A doutrina é majoritária no sentido de que se aplicam os arts. 134 e 135, ambos do CPC, ao processo do trabalho.

17) Provas

- é ônus do empregador que conta com mais de 10 (dez) empregados o registro da jornada de trabalho na forma do art. 74, § 2º, da CLT. A não-apresentação injustificada dos controles de frequência gera presunção relativa de veracidade da jornada de trabalho, a qual pode ser elidida por prova em contrário (Súmula nº 338, I, do TST).

- os cartões de ponto que demonstram horários de entrada e saída uniformes são inválidos como meio de prova, invertendo-se o ônus da prova, relativo às horas extras, que passa a ser do empregador, prevalecendo a jornada da inicial se dele não se desincumbir (Súmula nº 338, III, do TST).

- na prova testemunhal, para cada rito processual há um número limite de testemunhas a ser indicada por cada parte, como se observa do quadro que segue:

Rito Sumaríssimo: 2Rito Ordinário: 3Inquérito para apuração de falta grave: 6

- Não torna suspeita a testemunha o simples fato de estar litigando ou de ter litigado contra o mesmo empregador. (Súmula nº 357 do TST).

- as testemunhas devem comparecer em audiência, independentemente de intimação.quando as testemunhas não comparecerem em juízo, serão intimadas para comparecimento ficando sujeitas à condução coercitiva além de multa. Atente-se que, no rito sumaríssimo, somente será deferida a intimação, se for devidamente comprovado o convite.

- a prova documental apresentada em cópia, pode ser declarada autêntica pelo próprio advogado sob sua responsabilidade (CLT, art. 830).Atenção: as cópias apresentadas pela pessoa jurídica de direito público dispensa autenticação (OJ nº 134 da SDI I do TST).

- para comprovação da insalubridade e periculosidade é obrigatória a prova pericial (CLT, art. 195, § 2º). No entanto, quando não for possível sua realização, como em caso de fechamento da empresa, poderá o julgador utilizar-se de outros meios de prova (OJ nº 278 da SDI I do TST). Ademais, o pagamento de adicional de periculosidade efetuado por mera liberalidade da empresa, ainda que de forma proporcional ao tempo de exposição ao risco ou em percentual inferior ao máximo legalmente previsto, dispensa a realização da prova técnica exigida

pelo art. 195 da CLT, pois torna incontroversa a existência do trabalho em condições perigosas (OJ nº 406 da SDI I do TST).

Não deixem de ler os artigos 852-A a 852-I – Procedimento sumaríssimo sempre cai.

18) Procedimento sumaríssimo- o rito sumaríssimo é aplicável nos dissídios individuais cujo valor não exceda 40 vezes o salário mínimo vigente na data do ajuizamento da reclamação trabalhista (CLT, art. 852-A).- Atenção: esse rito não se aplica nas demandas em que é parte a administração pública direta, autárquica e fundacional (CLT, art. 852-A, parágrafo único).

- o pedido deverá ser certo ou determinado. Além disso, deverá indicar o valor correspondente (CLT, art. 852- B, I).

- não se fará citação por edital, incumbindo ao autor a correta indicação do endereço do reclamado (CLT, art. 852-B, II).

- não sendo o pedido certo ou determinado, não indicando o valor do pedido, ou não indicando o endereço correto, a reclamação será arquivada, condenando-se o reclamante ao pagamento de custas sobre o valor da causa (CLT, art. 852-B, parágrafo único).

- as demandas neste rito serão instruídas e julgadas em audiência única (CLT, art. 852-C).

- todos os incidentes e exceções que possam interferir no prosseguimento da audiência serão decididos de plano. As demais questões serão decididas na sentença (CLT, art. 852-G).

- todas as provas serão produzidas na audiência de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente (CLT, art. 852-H).

- na hipótese de prova testemunhal, é permitida até o máximo de 2 para cada parte (CLT, art. 852-H, § 2º).

- a testemunha deve comparecer independentemente de intimação. Não comparecendo, poderá ser intimada, desde comprovado o convite (CLT, art. 852-H, § 3º).

- somente quando a prova do fato o exigir, ou for legalmente imposta, será deferida prova técnica, incumbindo ao juiz, desde logo, fixar o prazo, o objeto

da perícia e nomear perito (CLT, art. 852-H, § 4º).

- as partes serão intimadas a manifestar-se sobre o laudo, no prazo comum de cinco dias (CLT, art. 852-H, § 6º).

- nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, somente será admitido recurso de revista por contrariedade a súmula de jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho e violação direta da Constituição da República (CLT, art. 896, § 6º). Nesse rito processual, não cabe recurso de revista por violação à Orientação Jurisprudencial (Súmula nº 442 do TST).

- Nas causas sujeitas ao procedimento sumaríssimo, admitem-se os embargos de divergência, descritos no art. 894, II, da CLT, quando demonstrado que a divergência jurisprudencial entre Turmas do TST está fundada em interpretações diversas acerca da aplicação de mesmo dispositivo constitucional ou de matéria sumulada (Súmula nº 433 do TST)

19) Recursos

Tempestividade:- é extemporâneo (intempestivo) recurso interposto antes de publicado o acórdão impugnado (Súmula nº 434, I, do TST).Atenção: essa regra, não se aplica às sentenças

Depósito recursal: - o depósito recursal deve ser feito no prazo do recurso. A interposição antecipada deste não prejudica o prazo para efetivação do depósito (Súmula nº 245 do TST). No caso de agravo de instrumento, porém, o depósito recursal deve ser feito no ato da interposição do recurso.

- as pessoas jurídicas de direito público, o Ministério Público e a massa falida não estão sujeitos ao recolhimento do depósito recursal.

- o depósito recursal tem cabimento apenas das decisões condenatórias em pecúnia (Súmula nº 161 do TST).

- o depósito recursal deve ser realizado nos seguintes recursos: ordinário; de revista; de agravo de petição, salvo quando já estiver garantido o juízo; agravo de instrumento (50%); embargos de divergência no TST; extraordinário.

- é ônus da parte recorrente efetuar o depósito legal, integralmente, em relação a cada novo recurso interposto, sob pena de deserção. Atingido o valor da condenação, nenhum depósito mais é exigido para qualquer recurso (Súmula nº 128, I, do TST). 

- garantido o juízo, na fase executória, a exigência de depósito para recorrer de qualquer decisão viola os incisos II e LV do art. 5º da CF/1988. Havendo, porém, elevação do valor do débito, exige-se a complementação da garantia do juízo (Súmula nº 128, II, do TST).- havendo condenação solidária de duas ou mais empresas, o depósito recursal efetuado por uma delas aproveita as demais, quando a empresa que efetuou o depósito não pleiteia sua exclusão da lide (Súmula nº 128, III, do TST).

20) Embargos de declaração

- caberão embargos de declaração da sentença ou acórdão, no prazo de cinco dias, devendo seu julgamento ocorrer na primeira audiência ou sessão subsequente a sua apresentação, registrado na certidão (CLT, art. 897-A).

- Os embargos de declaração têm cabimento para sanar: a) omissão;b) obscuridade;c) contrariedade;d) manifesto equívoco no exame dos pressupostos extrínsecos do recurso. Atenção, nesse caso só cabe do juízo ad quem, pois da decisão do juízo a quo cabe agravo de instrumento.

- quando os embargos de declaração tiverem efeito modificativo é necessário ser concedido à parte contrária a possibilidade de manifestação. Atente-se para o fato de que não há exigência de vista à parte contrária no caso de embargos de declaração de sentença (OJ nº 142 da SDI I do TST).

21) Recurso ordinário

cabe o recurso ordinário:1) das decisões definitivas ou terminativas das Varas do Trabalho; 2) das decisões definitivas ou terminativas dos Tribunais Regionais, em processos de sua competência originária, quer nos dissídios individuais, quer nos dissídios coletivos.

- prazo de 8 dias.

- tem competência para julgar o recurso ordinário:TRT – quando se tratar de sentença;TST – quando for o caso de competência originária do TRT.

22) Agravo de petição

- Cabe o agravo de petição, das decisões do Juiz nas execuções (CLT, art. 897, a).Prazo 8 dias.- o agravo de petição só será recebido quando o agravante delimitar, justificadamente, as matérias e os valores impugnados, permitida a execução imediata da parte remanescente até o final, nos próprios autos ou por carta de sentença (CLT, art. 897, § 1º).

23) Agravo de instrumento

- no processo do trabalho, o agravo de instrumento tem a função específica de destrancar o recurso trancado, ou seja, cabe das decisões que denegarem a interposição do recurso (CLT, art. 897, b).

- tem como pressuposto específico a formação do instrumento, devendo instruir o agravo:I - obrigatoriamente, com cópias da decisão agravada, da certidão da respectiva intimação, das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado, da petição inicial, da contestação, da decisão originária, do depósito recursal referente ao recurso que se pretende destrancar, da comprovação do recolhimento das custas e do depósito recursal do agravo de instrumento; II - facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis ao deslinde da matéria de mérito controvertida.- o depósito recursal no agravo de instrumento corresponderá a 50% do valor do depósito do recurso ao qual se pretende destrancar (CLT, art. 899, § 7º).

24) Recurso de revista

requisitos de cabimento do recurso de revista:

1) prazo de 8 (oito) dias;2) serve para impugnar decisões dos Tribunais Regionais em grau de recurso ordinário;3) aplica-se somente nos dissídios individuais;4) exige a comprovação de: divergência jurisprudencial ou violação de lei federal ou violação da Constituição Federal 

- entende-se por divergência jurisprudencial: a) as decisões que derem ao mesmo dispositivo de lei federal interpretação diversa da que lhe houver dado outro Tribunal Regional, no seu Pleno ou Turma, ou a Seção de Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho, ou a Súmula de Jurisprudência Uniforme dessa Corte;b) as decisões que derem ao mesmo dispositivo de lei estadual, Convenção Coletiva de Trabalho, Acordo Coletivo, sentença normativa ou regulamento

empresarial de observância obrigatória em área territorial que exceda a jurisdição do Tribunal Regional prolator da decisão recorrida, interpretação divergente, na forma do item anterior;

- tem competência para julgar o recurso de revista as Turmas do TST.- no recurso de revista, não se admite o reexame de fatos e provas (Súmula nº 126 do TST).

- no recurso de revista é exigido o prequestionamento, ou seja, impõe-se que a decisão impugnada tenha adotada, explicitamente, a tese a respeito (Súmula nº 297 do TST).

Pode ocorrer de a parte invocar a matéria no seu recurso principal (por exemplo, recurso ordinário), mas o tribunal não se manifestar sobre ela. Nesse caso, incumbe-lhe opor embargos declaratórios objetivando o pronunciamento sobre o tema, sob pena de preclusão (Súmula nº 297, II, do TST).

Sendo opostos os embargos de declaração, caso o tribunal, ainda assim, não se pronuncie sobre o tema, será considerada prequestionada a matéria (Súmula nº 297, III, do TST). Tem-se aqui o chamado prequestionamento ficto.

- quando a violação nasce na própria decisão recorrida é desnecessário o prequestionamento (OJ 119 da SDI I).

- não cabe recurso de revista de:a) decisões conflitantes dentro do mesmo TRT;b) acórdão prolatado em agravo de instrumento (Súmula nº 218 do TST);c) quando o ente público que não interpôs recurso ordinário voluntário da decisão de primeira instância, ressalvada a hipótese de ter sido agravada, na segunda instância, a condenação imposta (OJ nº 334 da SDI I do TST). 

Atenção:- no rito sumaríssimo, cabe recurso de revista apenas por contrariedade à súmula do TST e violação direta da Constituição da República (CLT, art. 896, §6°). Não cabe por violação à orientação jurisprudencial.

- na fase de execução somente cabe recurso de revista por ofensa direta e literal de norma da Constituição Federal (CLT, art. 896, §2°).

25) Recurso de embargos para a SDI (embargos de divergência)

cabem embargos de divergência das decisões das Turmas do TST que divergirem entre si, ou das decisões proferidas pela Seção de Dissídios Individuais, salvo se a decisão recorrida estiver em consonância com súmula

ou orientação jurisprudencial do Tribunal Superior do Trabalho ou do Supremo Tribunal Federal. 

- prazo de 8 dias.

- no procedimento sumaríssimo, cabem embargos de divergência quando demonstrada a divergência jurisprudencial entre Turmas do TST, fundada em interpretações diversas acerca da aplicação de mesmo dispositivo constitucional ou de matéria sumulada (OJ nº 405 do TST).

- Na fase de execução, a interposição dos embargos de divergência, condiciona-se à demonstração de divergência jurisprudencial entre Turmas ou destas e a Seção Especializada em Dissídios Individuais do Tribunal Superior do Trabalho em relação à interpretação de dispositivo constitucional.

- Atenção: não existe mais o recurso de embargos de nulidade que eram cabíveis quando a decisão da Turma do TST violasse literalmente preceito de lei federal ou da Constituição da República.

Recurso adesivo

O recurso adesivo é compatível com o processo do trabalho e cabe, no prazo de 8 (oito) dias, nas hipóteses de interposição de recurso ordinário, de agravo de petição, de revista e de embargos, sendo desnecessário que a matéria nele veiculada esteja relacionada com a do recurso interposto pela parte contrária (Súmula nº 283 do TST).

26) Execução Trabalhista

- na fase de execução, aplicam-se, subsidiariamente à CLT, as seguintes normas em ordem sucessiva: 1º) Lei de Execuções Fiscais (Lei nº 6.830/80); 2º) Código de Processo Civil.

- a regra anterior não se aplica quando há disposição expressa na CLT indicando a norma a ser aplicada, como é o caso da ordem de penhora que o art. 882 da CLT impõe a incidência do art. 655 do CPC.

- são títulos extrajudiciais: 1) Termo de ajustamento de conduta; 2) Termos celebrado na Comissão de Conciliação Prévia (CCP); 3) Certidão de dívida ativa (multas da fiscalização). Esse título não vem previsto expressamente no art. 876 da CLT, mas decorre da ampliação da competência da Justiça do Trabalho promovida pela EC nº 45/04 CF, art. 114, VII).

- são títulos judiciais: 1) decisões passadas em julgado;2) decisões com recurso sem efeito suspensivo; 3) acordos não cumpridos; créditos previdenciários decorrentes de sentença. Esse título não está expresso no art. 876 da CLT. Portanto, se na questão da prova constar apenas os três anteriores, os gabaritos das provas objetivas têm considerado como correta a questão.

- competência para a execução:títulos judiciais: o juiz ou presidente do tribunal que tiver conciliado ou julgado originariamente o dissídio (CLT, art. 877).- títulos extrajudiciais: o juiz que teria competência para o processo de conhecimento relativo à matéria (CLT, art. 877-A).

27) Penhora 

- a nomeação dos bens à penhora deverá observar a ordem preferencial estabelecida no art. 655 do CPC. Não deixem de ler esse artigo e memorizar, inclusive a ordem. Ele vai cair.

- a carta de fiança bancária equivale a dinheiro para efeito da gradação dos bens penhoráveis, estabelecida no art. 655 do CPC (OJ nº 59 da SDI II do TST).

- é admissível a penhora sobre a renda mensal ou faturamento de empresa, limitada a determinado percentual, desde que não comprometa o desenvolvimento regular de suas atividades (OJ nº 93 da SDI II do TST).

- em execução definitiva, não fere direito líquido e certo do impetrante o ato judicial que determina penhora em dinheiro do executado para garantir crédito exequendo (Súmula nº 417, II, do TST).

- em se tratando de execução provisória, fere direito líquido e certo do impetrante a determinação de penhora em dinheiro, quando nomeados outros bens à penhora, pois o executado tem direito a que a execução se processe da forma que lhe seja menos gravosa, nos termos do art. 620 do CPC (Súmula nº 417, III, do TST).

- é impenhorável a conta salário, ainda que seja limitado a determinado percentual dos valores recebidos ou a valor revertido para fundo de aplicação ou poupança (OJ nº 153 da SDI II do TST).

28) Execução das contribuições previdenciárias

- competência da Justiça do Trabalho é limitada às sentenças condenatórias

em pecúnia que proferir e aos valores objeto de acordo homologado. Não inclui, portanto, as decisões meramente declaratórias, como já vimos acima.- toda sentença ou acordo deve prever as contribuições previdenciárias.- o acordo judicial deve discriminar as parcelas sujeitas à incidência das contribuições previdenciárias. Não discriminando as contribuições incidirão sobre valor total do acordo (OJ 368 da SDI I do TST).- As contribuições previdenciárias no acordo judicial sem reconhecimento do vínculo será da seguinte forma: 20% tomador + 11% prestador, sobre o valor total do acordo (OJ nº 398 da SDI I do TST).- é permitido o acordo judicial realizado após trânsito em julgado da decisão. Nessa hipótese, as contribuições previdenciárias incidirão sobre o valor do acordo, devendo ser respeitada a proporcionalidade das verbas indenizatórias e salarias descritas na condenação (OJ nº 376 da SDI I do TST). Exemplo: Decisão judicial de R$ 10.000,00, sendo R$ 6.000,00 (60%) de verbas de natureza remuneratória e R$ 4.000,00 (40%) de verba indenizatória, havendo acordo judicial após o trânsito em julgado no importe de R$ 5.000,00, as partes deveriam observar a mesma proporção da natureza das parcelas, ou seja, R$ 3.000,00 de verbas remuneratórias (mesmos 60%) e R$ 2.000,00 de verbas indenizatórias (mesmos 40%).

29) Ação Rescisória- a competência para julgamento da ação rescisória sempre é originária de um Tribunal, sendo definida pela decisão de mérito que se busca rescindir. Assim, será competente:a) o TRT: para rescindir suas próprias decisões; para rescindir as sentenças da Vara do Trabalho.b) o TST: para rescindir suas próprias decisões. 

- para o ajuizamento da ação rescisória exige-se: 1) o trânsito em julgado da decisão; 2) que a decisão seja de mérito.

- sobre a comprovação do trânsito em julgado da decisão é necessário gravar as seguintes regras:a) é obrigatória a comprovação no momento da interposição da ação rescisória;b) verificando o relator que a parte interessada não juntou à inicial o documento comprobatório, abrirá prazo de 10 (dez) dias para que o faça, sob pena de indeferimento;c) o trânsito em julgado deve ser anterior ao ajuizamento da ação rescisória (Súmula nº 299 do TST);d) na fase recursal da ação rescisória, não pode ser regularizada a comprovação do trânsito em julgado (OJ nº 84 da SDI II do TST).

A ação rescisória pode ser ajuizada no prazo decadencial de 2 anos do trânsito

em julgado da decisão. Cabe memorizar as seguintes diretrizes sobre o prazo decadencial (Súmula nº 100 do TST):a) o prazo decadencial conta-se do dia imediatamente subsequente ao trânsito em julgado da última decisão proferida na causa, seja de mérito ou não;b) a interposição de recurso intempestivo ou a interposição de recurso incabível não protrai o termo inicial do prazo decadencial, salvo se houver dúvida razoável;c) havendo recurso parcial no processo principal, o trânsito em julgado dá-se em momentos e em tribunais diferentes, contando-se o prazo decadencial para a ação rescisória do trânsito em julgado de cada decisão, salvo se o recurso tratar de preliminar ou prejudicial que possa tornar insubsistente a decisão recorrida, hipótese em que flui a decadência a partir do trânsito em julgado da decisão que julgar o recurso parcial;d) o termo conciliatório transita em julgado na data da sua homologação judicial;e) na hipótese de colusão das partes, o prazo decadencial da ação rescisória somente começa a fluir para o Ministério Público, que não interveio no processo principal, a partir do momento em que tem ciência da fraude;f) Prorroga-se até o primeiro dia útil, imediatamente subseqüente, o prazo decadencial para ajuizamento de ação rescisória quando expira em férias forenses, feriados, finais de semana ou em dia em que não houver expediente forense. 

- na ação rescisória a revelia não produz os efeitos da confissão.- é cabível a condenação ao pagamento de honorários advocatícios em ação rescisória no processo trabalhista (Súmula nº 219, II, do TST).

30) Mandado de segurança- não é aplicado o jus postulandi no mandado de segurança (Súmula nº 425 do TST).- a competência para o julgamento do mandado de segurança, no processo do trabalho, é definida da seguinte forma:a) dos Tribunais quando se tratar de atos judiciais: a.1) TRT: contra atos da Vara do Trabalho ou do próprio TRT; a.2) TST: contra seus próprios atos.b) da Vara do Trabalho quando se tratar de atos não judiciais (CF, art. 114, IV).

- o prazo decadencial para a impetração do mandado de segurança é de 120 dias.

- na contagem do prazo decadencial para ajuizamento de mandado de segurança, o efetivo ato coator é o primeiro em que se firmou a tese hostilizada e não aquele que a ratificou (OJ nº 127 da SDI II do TST).

- a impetração do mandado de segurança exige prova pré-constituída, de modo

que não é admitida a emenda da inicial (Súmula nº 415 do TST).

- não cabe mandado de segurança:1) de ato do qual caiba recurso administrativo com efeito suspensivo, independentemente de caução (art. 5º, I, da Lei 12.016/09);2) de decisão judicial da qual caiba recurso com efeito suspensivo (art. 5º, I), da Lei 12.016/09);3) de decisão judicial transitada em julgado (art. 5º, III, da Lei 12.016/09 e Súmula nº 33 do TST);4) contra decisão judicial passível de reforma mediante recurso próprio, ainda que com efeito diferido (OJ nº 92 da SDI II do TST);5) para impugnar a concessão de liminar e homologação de acordo judicial (Súmula nº 418 do TST);6) tutela antecipada concedida na sentença (Súmula nº 414, I, do TST);7) contra sentença homologatória de adjudicação (OJ nº 66 da SDI II do TST);8) para obtenção de uma sentença genérica, aplicável a eventos futuros, cuja ocorrência é incerta (OJ nº 144 da SDI II do TST);

- é cabível a impetração de mandado de segurança:1) da tutela antecipada concedida antes da sentença (Súmula nº 414, II);2) quando deferida reintegração de emprego em ação cautelar (OJ nº 63 da SDI II do TST);3) quando exigido depósito prévio para custeio dos honorários periciais (OJ nº 98 da SDI II do TST);4) de decisão que determina o bloqueio de numerário existente em conta salário, para satisfação de crédito trabalhista, ainda que seja limitado a determinado percentual dos valores recebidos ou a valor revertido para fundo de aplicação ou poupança (OJ nº 153 da SDI II do TST);

Não fere direito líquido e certo, a concessão de tutela antecipada ou liminar para:1) reintegração de empregado protegido por estabilidade provisória decorrente de lei ou norma coletiva (OJ 64 da SDI II do TST);2) reintegração de dirigente sindical (OJ 65 da SDI II do TST). Exceto, no caso de suspensão até decisão final do inquérito para apuração de falta grave (OJ 137 da SDI II do TST);3) reintegração do empregado quando demonstrada a razoabilidade do direito subjetivo material, como nos casos de anistiado, aposentado, integrante de comissão de fábrica, dirigente sindical, portador de doença profissional, portador de vírus do HIV ou detentor de estabilidade provisória prevista em norma coletiva. (OJ 142 da SDI II do TST)4) obstar transferência de empregado (OJ 67 da SDI II do TST)5) não fere direito líquido e certo a penhora de dinheiro do executado, em execução definitiva (Súmula 417, I do TST). No entanto, na execução

provisória, fere direito líquido e certo a penhora em dinheiro, quando nomeados outros bens a penhora (Súmula 417, II do TST).