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DIETAS HOSPITALARES Prof. Ana Laura Dias

DIETAS HOSPITALARES - s3.amazonaws.com fileTodos os hospitais possuem dietas básicas de rotina, elaboradas de acordo com o padrão básico específico, como forma de facilitar o serviço

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DIETAS HOSPITALARES

Prof. Ana Laura Dias

Todos os hospitais possuem dietas básicas de rotina, elaboradas de

acordo com o padrão básico específico, como forma de facilitar o serviço

das unidades de alimentação e nutrição, sendo classificadas, de acordo

com sua característica física, em dieta normal (geral), branda, pastosa,

semi-líquida( leve) e líquida.

É importante ressaltar que nem sempre existe garantia de

completa aceitação da dieta pelo paciente. Sabe-se que,

associados às patologias, há vários fatores que podem

interferir na aceitabilidade adequada alimentos, como uso

de medicamentos, fatores psicológicos, sinais e sintomas da

doença, hábitdos alimentares, aversões e preferências

alimentares.

introdução

DIETAS ORAIS HOSPITALARES

DIETA Atender as necessidades nutricionais

Adaptada as condições do paciente:

- Hábitos alimentares

- Situação sócio-econômica

- Órgãos ou sistemas que estejam alterados

• Quantidades adequadas de calorias e nutrientes suprir os requerimentos do organismo

DIETA NORMAL, LIVRE OU GERAL

(LIVRE OU NORMAL)DIETA NORMAL, LIVRE OU GERAL

MODIFICAÇÕES DA DIETANORMAL

POR QUÊ?

• Possibilitar a recuperação do paciente no menortempo possível

• Evitar a desnutrição durante a internação

• Manter as reservas de nutrientes no organismo

• Adequar a ingestão de energia, macro e micro nutrientes as necessidades nutricionais.

Adequando a prescrição:

• Condições físicas e emocionais do paciente

• As necessidades nutricionais segundo: idade,sexo, doença, estado nutricional, hábitos,preferências alimentares, apetite, dentição, viade administração da alimentação

MODIFICAÇÕES DA DIETANORMAL

COMO?

• Modificações segundo critérios químicos, físicos e organolépticos

• Características físico-químicas que modificam a dieta:

- Consistência (livre, pastosa, líquida)

- Temperatura: ambiente, morna, quente, fria, gelada

- Fracionamento: aumentado, diminuído

- Volume: aumentado, diminuído

- Valor energético: hipo/hipercalórica

- Teor de macronutrientes (dieta para diabetes, hipolipídica)

- Aumento ou diminuição no teor de nutrientes ou tipo

de alimento (sódio, fibras)

- Exclusão de alimentos específicos (dieta isenta de glúten)

MODIFICAÇÕES DA DIETA NORMAL

DIETAS HOSPITALARES

PROGRESSIVAS

DIETAS DE PROGRESSÃO OU

MODIFICADAS EM CONSISTÊNCIA OU

DIETAS DE ROTINA

cenoura cozida,

branco,

banana assada

gelatina

• Variações:

Dieta pastosa liquidificada

Dieta pastosa grossa ou para disfagia

DIETA SEMILÍQUIDA ou LEVE

Características:

- Dieta na consistência líquida que NÃO oferece resíduos

(SEM lactose, SEM sacarose e SEM fibras)

DIETA LÍQUIDA - RESTRITA

CONSISTÊNCIA INDICAÇÕESALIMENTOS

PERMITIDOSFIBRA

Líquida Restrita

Pré e pós-operatório

de cirurgias do TGI,

após período de

alimentação por via

exames, hidratação e

para minimizar

trabalho do trato

gastrointestinal.

Dieta altamente

restritiva e

nutricionalmente

inadequada em

infecções grave e Não deve ser utilizada

inadequada de caloria.

Ex.: chá claro, caldo de

carne e vegetais, suco

coado, gelatina clara

Isenta

Líquida OU

Líquida

Completa

cabeça e pescoço,

problemas de

mastigação e

deglutição, casos de

afecções do TGI, e

em alguns pré e pós-

operatórios.

Alimentos liquidificados,

líquidos, leite, suco,

sopas liquidificadas,

gelatina , mingau ralo,

vitaminas

Baixo

teor

diarréia

CONSISTÊNCIA INDICAÇÕES ALIMENTOS

PERMITIDOS

FIBRA

Pastosa

Alterações da boca ou

esôfago, dificuldade de

mastigação e

deglutição, em alguns

pós-operatórios, idosos,

danos neurológicos ou

sem arcada dentária.

Sopas, caldo de feijão,

purê, mingau, carnes

triturada sou desfiadas,

arroz papa e fruta na

forma de purê.

Se necessárioLIQUIDIFICAR

Reduzida

Branda OU Leve

Transição entre dieta

pastosa e livre.

Dificuldade de

mastigação e

deglutição, pós-

operatórios, presença

de gastrite ou úlcera

péptica.

Retirar alimentos

gordurosos, frituras,

condimentos picantes,

conservas, bebidas

alcoólicas e alimentos ricos

em enxofre. Abrandar todos

os alimentos. Ex.: arroz ,

batata cozida, carne macia.

Proibido frituras e

condimentos.

Mínimo

possível de

fibras que

não foram

abrandadas

pela cocção

e uma

quantidade

moderada de

resíduos

Normal OU Livre

OU Geral

Não necessitam

modificações em

nutrientes e na

consistência.

Consistência normal,

fracionamento de 5 a 6

refeições por dia.Normal

DIETAS ESPECIAIS

Tratar a constipação intestinal

DIETA RICA EM FIBRAS OU LAXATIVA

OU PARA OBSTIPAÇÃO

DIETA PARA DIARREIA

Indicação:

Tratar a diarreia

Recomendações:

- Oferecer líquidos e eletrólitos para repor as perdas. Água

de coco

- Sem leite e derivados

- Sem sacarose

- Reduzir o teor de fibras

DIETA PARA DIARRÉIAOU

OBSTIPANTE

Características da dieta:

• Excluir leite e derivados SEM LACTOSE

• SEM SACAROSE

• SEM FIBRAS processo de cocção

DIETA SEM RESÍDUOSDIETA SEM RESÍDUOS

OUTRAS DIETAS ESPECIAIS

ou pobre em gordura saturada e colesterol

DIETAS DE PROVA

DIETAS DE PROVA

• Exame endoscópico Avalia a mucosa do intestino grosso e o íleo terminal

• Recomendado na investigação de sintomas gastrointestinais (sangramento retal, dor abdominal, ou alterações do hábito intestinal), evidenciar tumores, inflamações, pólipos

• O objetivo da dieta é o esvaziamento do cólon

• Exemplo:

-Dia anterior ao exame: dieta líquida restrita

-No dia do exame: ingerir ~ 750 mL de Manitol 20% + ~ 750 mL de suco de laranja, aumentar consumo hídrico até 3 horas antes do exame

ATENÇÃO: a preparação do exame pode variar de acordo com cada serviço

PREPARO DE COLONOSCOPIA

PESQUISA DE SANGUE OCULTO

PESQUISA DE SANGUE OCULTO

•Indicação para uso: diagnosticar a esteatorreia e a

intolerância à gordura

• Características:

A dieta inclui a ingestão de 100 g de gordura por dia,

durante 3 dias antes da coleta das fezes

EXAME DE GORDURA FECAL OU DIETA

DE PROVA DE 100g DE GORDURA

CONCLUSÃO

• As dietas devem ser sempre adequadas ao

paciente e a situação atual de saúde e/ou

doença a que se destina, fazendo as

necessárias modificações para melhor ajuste

• Qualquer que seja a modificação feita, deve-se

cuidar para que a dieta tenha um valor

nutricional adequado às necessidades do

paciente.

Caso clínico

A.R.F estava incomodado com a dor e a dificuldade para engolir alimentos sólidos e teve de

realizar adaptações na consistência da dieta para conseguir se alimentar. Relata ser

hipertenso, tabagista pesado há 20 anos e ex-etilista. Passadas algumas semanas, ele

percebeu que estava perdendo muito peso, começou a perceber que havia algo errado e

procurou o atendimento no hospital.

Após realizar alguns exames, ele foi diagnosticado com câncer de palato e médio esôfago.

Paciente segue internado na enfermaria do hospital com dieta via oral liberada, no momento

da visita relata que sente dor ao deglutir alimentos sólidos, porém não gosta de sopas e

alimentos “batidos”. Queixa-se também de constipação (evacuação ausente há 3 dias).

Qual consistência de dieta você indicaria para o caso?

Para determinar qual é a consistência da dieta indicada para o caso, você deverá avaliar

quais são as dificuldades apresentadas pelo paciente em relação à sua alimentação.

Lembre-se

O estado nutricional de desnutrição e o diagnóstico de câncer estão relacionados com perda de massa

magra muscular, que é um dos fatores responsáveis pela redução na tolerância e resposta ao

tratamento oncológico e pelo tempo de sobrevivência dos pacientes. Além disso, a grave perda de

peso apresentada pelo paciente sugere uma alimentação que objetive sua recuperação de

peso.

Qual a dieta deverá ser prescrita?

Resposta: Dieta Pastosa Hipossódica Hipercalórica Laxativa

Aporte calórico das dietas

DIETA KCAL PROTEÍNAS

NORMAL 1.800-2.500 70-95g

BRANDA 1800-2200 60-90g

PASTOSA 1800-2200 60-80g

SEMILÍQUIDA/LEVE 1800-2000 60-80g

LÍQUIDA COMPLETA 1500-1600 40-60g

LÍQUIDA RESTRITA OU SEM RESÍDUO

900-10001300 c/ suplem.

na

COMO ENRIQUECER AS DIETAS?

COMO ENRIQUECER AS DIETAS?

REFERÊNCIAS

•AUGUSTO, A. L. P.et al. Terapia nutricional. São Paulo: Atheneu,2005.

• CARUSO, L.; SILVA, A. L. N. D. da; SIMONY, R. F. Dietas hospitalares: uma abordagem na prática clínica.

SãoPaulo: Atheneu,2005.

• CUPPARI, L. Nutrição: Nutrição Clínica no Adulto. 2ª ed. São Paulo: Manole,2005.

• MAHAN, K.; STUMP, S. E. Krause: Alimentos, Nutrição & Dietoterapia. 11ª ed. São Paulo: Roca, 2005.

•HERMES, D.; DADALT, C.; MACHADO, G. R. Manual de Dietas Hospitalares do Imperial Hospital de

Caridade, 2010.

• SHILS, M. E. et al. Tratado de Nutrição Moderna na Saúde e na Doença. 9ª ed. São Paulo: Manole,2003.

• SILVA, S. M. C. S.; MURA, J. D. P. Tratado de Alimentação, Nutrição & Dietoterapia. São Paulo: Roca,

2007.

•WAITZBERG, D. L. Nutrição Oral, Enteral e Parenteral na Prática Clínica. 3ª ed. São Paulo: Atheneu,

2006.