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www.congressousp.fipecafi.org Dificuldades e Elementos Priorizados no Planejamento Tributário: Análise a Partir da Percepção dos Profissionais da Contabilidade MAIANE BARBOSA Centro Universitário Campos de Andrade - UNIANDRADE STEPHANIE MACIEL RIECHTER Centro Universitário Campos de Andrade - UNIANDRADE ANTÔNIO NADSON MASCARENHAS SOUZA Universidade Federal Paraná - UFPR ALISON MARTINS MEURER Universidade Federal Paraná - UFPR Resumo Este estudo objetiva analisar a relação existente entre as dificuldades e os elementos priorizados no planejamento tributário a partir da percepção dos profissionais da Contabilidade. A coleta de dados foi realizada por meio de levantamento, sendo obtidas 81 participações válidas para serem analisadas a partir de estatística descritiva e correlação de Spearman. Os resultados indicaram que os elementos priorizados com maior média de importância versam sobre o faturamento da empresa e a complexidade da legislação tributária, enquanto os com menor média tratam das pressões realizadas sobre os fornecedores ou sofridas de clientes para emissão de documentos fiscais que possibilitam o aproveitamento de créditos tributários. Referente as dificuldades no processo de planejamento tributária as maiores médias pairam em capacitar os profissionais para compreender a legislação vigente. Além disso, foram identificadas associações positivas e negativas entre as dificuldades e os elementos priorizados no planejamento tributário. Lidar com a responsabilidade solidária em relação as informações disponibilizadas ao Fisco foi positivamente correlacionado com capacitar o pessoal e possuir estrutura organizacional para a realização das atividades tributárias. Identificou-se associação negativa entre atuar conforme a ética profissional e priorizar o aproveitamento de crédito tributário e o faturamento dos últimos meses da organização. Nota-se que os profissionais priorizam a capacitação de pessoal com intuito de compreender a complexa legislação tributária brasileira. Ao priorizar a atuação conforme a ética profissional os respondentes podem deixar de priorizar o controle sobre o faturamento das organizações e o aproveitamento de crédito tributário, à medida que algumas ações não previstas na legislação criam um ambiente de incertezas que pode gerar em ônus e se configurar em atos ilícitos. Por fim, destaca-se a importância da capacitação profissional, pois ao dominar o conhecimento tributário são minimizados os riscos de atos ilícitos, efetuando-se um planejamento tributário coerente com as práticas organizacionais legalmente aceitas. Palavras chave: Planejamento Tributário, Sistema Tributário, Dificuldades, Elementos Priorizados, Profissionais da Contabilidade. .

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Dificuldades e Elementos Priorizados no Planejamento Tributário: Análise a Partir da

Percepção dos Profissionais da Contabilidade

MAIANE BARBOSA

Centro Universitário Campos de Andrade - UNIANDRADE

STEPHANIE MACIEL RIECHTER

Centro Universitário Campos de Andrade - UNIANDRADE

ANTÔNIO NADSON MASCARENHAS SOUZA

Universidade Federal Paraná - UFPR

ALISON MARTINS MEURER

Universidade Federal Paraná - UFPR

Resumo

Este estudo objetiva analisar a relação existente entre as dificuldades e os elementos

priorizados no planejamento tributário a partir da percepção dos profissionais da

Contabilidade. A coleta de dados foi realizada por meio de levantamento, sendo obtidas 81

participações válidas para serem analisadas a partir de estatística descritiva e correlação de

Spearman. Os resultados indicaram que os elementos priorizados com maior média de

importância versam sobre o faturamento da empresa e a complexidade da legislação tributária,

enquanto os com menor média tratam das pressões realizadas sobre os fornecedores ou

sofridas de clientes para emissão de documentos fiscais que possibilitam o aproveitamento de

créditos tributários. Referente as dificuldades no processo de planejamento tributária as

maiores médias pairam em capacitar os profissionais para compreender a legislação vigente.

Além disso, foram identificadas associações positivas e negativas entre as dificuldades e os

elementos priorizados no planejamento tributário. Lidar com a responsabilidade solidária em

relação as informações disponibilizadas ao Fisco foi positivamente correlacionado com

capacitar o pessoal e possuir estrutura organizacional para a realização das atividades

tributárias. Identificou-se associação negativa entre atuar conforme a ética profissional e

priorizar o aproveitamento de crédito tributário e o faturamento dos últimos meses da

organização. Nota-se que os profissionais priorizam a capacitação de pessoal com intuito de

compreender a complexa legislação tributária brasileira. Ao priorizar a atuação conforme a

ética profissional os respondentes podem deixar de priorizar o controle sobre o faturamento

das organizações e o aproveitamento de crédito tributário, à medida que algumas ações não

previstas na legislação criam um ambiente de incertezas que pode gerar em ônus e se

configurar em atos ilícitos. Por fim, destaca-se a importância da capacitação profissional, pois

ao dominar o conhecimento tributário são minimizados os riscos de atos ilícitos, efetuando-se

um planejamento tributário coerente com as práticas organizacionais legalmente aceitas.

Palavras chave: Planejamento Tributário, Sistema Tributário, Dificuldades, Elementos

Priorizados, Profissionais da Contabilidade.

.

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1 INTRODUÇÃO

O ambiente tributário brasileiro tem sido caracterizado por sua complexidade e

elevada carga tributária (Fonseca, Vale Júnior, & Andrade, 2017; Potin, Silva, Reina, & Sarlo,

2016). Apesar de existirem evidências contrárias que apontam consonância da carga tributária

brasileira em comparação a outros países (Pêgas, 2017) sabe-se que a sua configuração,

principalmente pela maior taxação sobre as atividades de consumo, ainda representa um

entrave para as atividades empresariais e para o crescimento econômico do país (Fonseca et

al., 2017; Pêgas, 2017).

O atual Sistema Tributário Nacional (STN) foi instituído por meio da Emenda

Constitucional nº 18, de 1° de dezembro de 1965, a qual dispôs sua composição em impostos,

taxas e contribuições de melhoria. A criação do STN foi proposta a fim de auxiliar a resolução

de problemas na estruturação tributária e para trazer uma nova visão aos conceitos tributários,

devido a Constituição de 1946 não ser tão abrangente neste tema (Lima & Rezende, 2006).

Passados mais de 50 anos após a instituição do STN, houveram inúmeras

modificações realizadas em sua estrutura normativa. Em 2018, o Instituto Brasileiro de

Planejamento e Tributação (IBPT) realizou um levantamento da quantidade de normas

editadas no Brasil após a Constituição Federal de 1988. Os achados indicaram que foram

editadas mais de 5,9 milhões de normas, sendo que cerca de 390 mil correspondem a matéria

tributária (Amaral, Olenike, Amaral, Yazbek & Steinbruch, 2018). O fato de atualmente no

Brasil existirem mais de noventa tributos, entre suas três formas de composição, sendo elas

impostos, taxas e contribuições, faz com que a regulação e controle dos tributos seja

complexa e burocrática (IBPT, 2017).

Outros estudos e análises também indicam evidências sobre a complexibilidade do

ambiente tributário brasileiro, por exemplo, o Brasil ocupa a segunda posição no ranking de

países com maior complexidade financeira no que diz respeito às obrigações contábeis e

fiscais (TMF Group; 2017), além de ser o com maior tempo demandado pelos colaboradores

da área tributária para cumprir obrigações burocráticas com recolhimentos (IPBT, 2017).

Em termos operacionais, o Código Tributário Nacional (CTN) divide a obrigação

tributária entre principal e acessória, que envolvem sujeitos ativos e passivos (Lei 5.172,

1966). Neste contexto, como sujeito passivo há o contribuinte e sujeito ativo tem-se a Receita

Federal do Brasil (RFB), enquanto a obrigação principal é consubstanciada no recolhimento

dos tributos e a acessória na prestação de informações aos entes governamentais (Pêgas,

2017). A Receita Federal do Brasil tem aprimorado medidas para que as informações

coletadas por meio destas obrigações proporcionem cada vez mais transparência e

tempestividade ao processo de fiscalização. Este processo é realizado por meio do Sistema

Público de Escrituração Digital (SPED) que cruza diversas informações, o qual gera aversão

aos contribuintes que tenham o intuito de fraudar as informações tributárias prestadas aos

entes governamentais (Geron, Finatelli, Faria, & Romeiro, 2011; Mahle & Santana, 2009;

Silva Filho, Leite Filho, & Pereira, 2015). Nessa conjuntura, é importante realizar o controle

dos tributos de forma cautelosa, observando além das vantagens estratégicas a licitude das

ações.

Como consequência deste ambiente normativo e dispendioso, as empresas têm

necessidade de diminuírem os custos das suas operações a fim de maximizar seus lucros,

sendo que uma das maneiras de promover essa ação é por meio do planejamento tributário. O

planejamento tributário é responsável pela análise dos sistemas de leis que visam à redução do

pagamento de tributos a partir da elisão fiscal, dentro das oportunidades legais, auxiliando as

empresas a planejar a forma de realizar suas atividades ao mesmo tempo que diminui os

percentuais de tributos incidentes em suas operações. (Maggi, 2009).

No desenvolvimento do planejamento tributário são analisadas diversas características

da empresa, sendo considerada toda a legislação vigente e demais aspectos legais para

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redução ou postergação dos tributos existentes, além de analisar as necessidades do

contribuinte em termos de custos e porte (Fonseca et al., 2017).

Nesse contexto, alguns elementos acabam sendo priorizados durante a estruturação do

planejamento tributário e algumas dificuldades podem surgir no decorrer deste processo. Por

exemplo, as características da empresa, como setor, porte da empresa e aproveitamento de

créditos tributários, devem ser considerados durante o planejamento tributário, bem como a

complexidade e demandas de controles do regime tributário a ser escolhido.

Logo, reconhecendo a relevância e os desafios que permeiam o planejamento

tributário este estudo tem o intuito de responder a seguinte questão de pesquisa: qual a

relação existente entre as dificuldades e os elementos priorizados no planejamento tributário

a partir da percepção dos profissionais da Contabilidade? O objetivo desta pesquisa consiste

em analisar a relação existente entre as dificuldades e os elementos priorizados no

planejamento tributário a partir da percepção dos profissionais da Contabilidade. Opta-se por

analisar a percepção destes profissionais, à medida que os contadores possuem papel

fundamental e formação acadêmica para realizar o planejamento tributário.

Silva (2016) expõe que ao abordar o ambiente tributário pode-se fornecer

introspecções sobre como as atividades empresariais são afetadas por aspectos fiscais. Nessa

conjuntura, este estudo justifica-se nos âmbitos profissional, social e acadêmico. No âmbito

profissional tem-se a possibilidade de auxiliar os profissionais da área Contábil no

desenvolvimento de suas atividades referentes ao planejamento tributário, no que diz respeito

às oportunidades, dificuldades e riscos. No âmbito social esta pesquisa contribui ao abordar a

área tributária, pois fornece evidências de um cenário que afeta diretamente a vida de todos os

contribuintes, que é a arrecadação tributária. Por fim, no âmbito acadêmico colabora-se ao

direcionar esforços para a identificação das principais dificuldades e elementos priorizados no

planejamento tributário, indicando a relação e apontando aspectos que podem ser aprimorados

neste processo.

2 REFERENCIAL TEÓRICO 2.1 Planejamento Tributário

Na literatura é possível identificar diversos conceitos de planejamento tributário. Para

Greco (2008) o planejamento tributário consiste em um conjunto de ações que o sujeito

passivo pode aderir para alcançar de forma lícita à redução das despesas ocasionadas pelos

tributos incidentes em suas operações. Já Corrêa (2006) define o planejamento tributário

como um estudo realizado para uma determinada organização, que possui como premissa a

garantia de economia tributária com total compatibilidade às normas do Sistema Tributário

Nacional.

Borges (2014) chama a atenção para um ponto importante referente ao planejamento

tributário em que ao escolher os procedimentos a serem adotados para a diminuição de

despesas tributárias não basta focar somente em ideias inovadoras. O autor destaca a

necessidade de utilizar como objeto principal da operação, a observação das demais

organizações que já efetuam o planejamento tributário, obtendo assim segurança para a

redução efetiva dos tributos.

Vinculado a esta concepção Shackelford e Shevlin (2001) destacam que para alcançar

o resultado esperado os envolvidos na elaboração do planejamento devem considerar três

pontos do conceito de gestão tributária, sendo eles: (I) todas as partes; (II) todos os tributos; e

(III) todos os custos. Estes pontos são essenciais, pois deve-se ponderar todos os envolvidos

nas transações da empresa, bem como os tributos diretos e indiretos. Por também

representarem custos, é importante considerar todos os valores empregados para a

reestruturação da empresa no momento da realização do planejamento tributário.

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As legislações apresentam diversas lacunas que possibilitam aos contribuintes atuarem

de forma lícita ou ilícita para reduzirem os desembolsos financeiros com obrigações

tributárias. Cabe destacar que os atos ilícitos não configuram atos de planejamento tributário e

são considerados crime, pois de acordo com a Lei 12.846/13 a organização e os responsáveis

responderão civil e administrativamente por atos ilícitos inerentes a tributação.

2.2 Dificuldades Encontradas para Realizar o Planejamento Tributário

Além das considerações sobre a alta carga tributária brasileira, argumenta-se que a

estrutura do Sistema Tributário Nacional é sobretudo complexa, o que contribui para dificultar

a realização do planejamento tributário e a gestão dos tributos pelas empresas. Olenike (2001)

relata que entre as dificuldades predominantes dos profissionais de Contabilidade está a

dinamicidade da legislação, seja para manter-se atualizado, consequência da ocupação

principal de coordenar e operacionalizar a Contabilidade, como pela falta de tempo para

atualizar-se constantemente, dificultando o desenvolvimento de um planejamento tributário

adequado.

Nazário, Mendes e Aquino (2008) discorrem sobre o conhecimento abrangente que o

profissional da área Contábil deve possuir. É necessário agregar valor ao trabalho realizado,

adquirir novos conhecimentos e tornar-se um profissional competitivo. Os autores

argumentam que os estudos, em sua maioria, estão direcionados a examinar o planejamento

para redução dos custos tributários das organizações, mas não contestam a capacidade dos

profissionais que o efetuam, podendo acarretar em ônus futuros. Por este motivo é necessário

ao profissional responsável pela área tributária manter-se atualizado quanto às normas e suas

alterações, a fim de saber tratar as situações em que a lei se difere da doutrina, contexto em

que se encaixa a elisão fiscal.

Althof e Domingues (2008) destacam a apreensão com a formação dos estudantes da

área Contábil para enfrentar estes desafios, à medida que as matérias curriculares abordam a

Contabilidade e a legislação tributária de forma generalizada. Os estudantes da área costumam

avaliar o STN negativamente, não atribuindo a real importância do entendimento da matéria

tributária para o exercício da profissão e optando por não acompanhar as mudanças na

legislação tributária (Nazário, Mendes & Aquino, 2008).

Nessa conjuntura, Conceição, Silveira, Sato e Rahrneier (2017) evidenciam que os

profissionais ativos no mercado de trabalho estão em busca de aperfeiçoamento para que os

processos tributários sejam concluídos com precisão e de acordo com as normas e legislações

vigentes, a fim de evitar possíveis penalidades, como as sanções pecuniárias. A expectativa

sobre estes profissionais é de que estejam a par das atualizações realizadas pelos órgãos

competentes, assim como sejam capazes de resolver possíveis dificuldades ligadas ao

cumprimento da legislação aplicando seus conhecimentos em conformidade com a ética

profissional. Araújo (2018) descreve que a origem da internet impulsionou consideravelmente

o desenvolvimento de novas tecnologias, caracterizando-se como a 4º Revolução Industrial,

tornando os procedimentos relacionados à área tributária cada vez mais complexos.

Por sua vez, Conceição et al. (2017) cita que a Receita Federal do Brasil e outros

órgãos fiscalizadores vêm desenvolvendo novas ferramentas e obrigações a serem seguidas

pelos contribuintes. Os profissionais contábeis em virtude destes novos cenários se veem

responsáveis por instruir seus clientes quanto às informações que compõem a estrutura das

declarações, empregando tempo que poderia ser utilizado no estudo do planejamento

tributário para cumprir obrigações acessórias.

Em 2007 o Brasil implantou o Sistema Público de Escrituração Digital (SPED) por

meio do Decreto nº 6.022. Este sistema é composto por diversos elementos, dentre os quais

destacam-se: (I) Nota Fiscal Eletrônica (NF-e); (II) Escrituração Contábil Digital (ECD); e

(III) Escrituração Fiscal Digital (EFD). De acordo com o portal do Sistema de Escrituração

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Publica (SPED) (2018), este sistema possui diversos benefícios para os usuários, entre eles:

(I) Diminuição do consumo de papel, com redução de custos e preservação do meio ambiente;

(II) Redução de custos com a racionalização e simplificação das obrigações acessórias; (III)

Uniformização das informações prestadas a diversos órgãos governamentais pelos

contribuintes; (IV) Redução do envolvimento involuntário em práticas fraudulentas e do

tempo despendido para atendimento dos auditores fiscais; (V) Simplificação e maior agilidade

nos procedimentos sujeitos ao controle da administração tributária, fortalecendo o controle

e fiscalização com as trocas de informações entre as administrações tributárias; e (VI)

Rapidez no acesso às informações, aumentando a produtividade dos auditores com a

eliminação da coleta de arquivos; (VII) Possibilidade de troca de informações entre os

próprios contribuintes a partir de um leiaute padrão; (VIII) Redução de custos administrativos

e do "Custo Brasil"; (IX) Melhoria da qualidade da informação, possibilitando o cruzamento

entre os dados contábeis e os fiscais, aperfeiçoando o combate à sonegação; e a (X)

Disponibilidade de cópias autênticas e válidas da escrituração para usos distintos e

concomitantes.

Guerra e Gouveia (2018) relatam que quanto mais ativa for a fiscalização, mais ela

permitirá o cruzamento de informações de forma detalhada e garantirá o funcionamento da

auditoria eletrônica. Assim, o SPED teria surgido com o intuito de padronizar, racionalizar e

uniformizar a integração dos órgãos fiscalizadores da União, dos Estados, do Distrito Federal

e dos Municípios com relação ao compartilhamento das informações fiscais por meio das

declarações acessórias, facilitando a atuação destes órgãos frente às atividades ilícitas

encontradas.

No entanto, Jacinto e Rodrigues (2011) apontam o aumento da responsabilidade por

parte dos profissionais contábeis após o SPED, pois as informações são confrontadas com

outras obrigações acessórias, o que pode ocasionar ônus para as empresas caso a fiscalização

detecte alguma divergência. De acordo com Manoel, Oliveira, Pereira e Mata (2015) este

movimento da contabilidade digital gerou o surgimento de novos ramos específicos de

atuação, além de exigir um preparo maior por parte dos profissionais atuantes e por obrigá-los

a dedicar mais tempo para o envio de obrigações acessórias.

Os artigos nº 1.117 e 1.118 do Novo Código Civil instituem que o profissional

contábil é solidariamente responsável por todas as ações executadas pela empresa sob sua

responsabilidade. Modim e Furtado (2013) discorrem também sobre a necessidade de

compreensão integral do sistema SPED por parte do empresário. Sendo assim, para que

eventuais transtornos com o Fisco sejam evitados, estes devem estar atentos aos prazos, saber

se está obrigado a cumprir tal obrigação, identificar os departamentos envolvidos na

implantação e conhecer os riscos e penalidades que envolvem cada operação.

Fernandes (2012) realizou um levantamento com 21 profissionais do setor contábil por

meio de questionário, a fim de estimar quais seriam os principais contratempos no processo de

implantação do sistema SPED. Identificou-se que 70% consideram a falta de conhecimento

técnico da equipe ou de determinado usuário como uma dificuldade para adaptação ao SPED;

43% apontaram o processo de emissão do certificado digital como dificultoso pelo custo e

burocracia envolvida; 48% alegaram como uma dificuldade a interpretação da legislação;

38% dos entrevistados responderam que o custo da implantação de sistemas mais eficientes

para atender as obrigações acessórias é muito alto, por exigir profissionais bem qualificados;

43% afirmaram que as informações fornecidas pelos softwares não estão totalmente coerentes

com as reais; e 57% destes profissionais consideram os prazos determinados inadequados para

realizar todos os processos de escrituração e ainda encaminhá-los ao Fisco.

Assim, entre as principais dificuldades que permeiam o planejamento tributário pode-

se destacar o a complexidade e o domínio da legislação tributária (Olenike, 2001; Nazário et

al., 2008), adaptação as obrigações acessórias e as novas tecnologias (Althof & Domingues,

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2008; Fernandes, 2012), bem como ter capacitação constante frente as mudanças que ocorrem

nesta área de atuação (Fernandes, 2012; Conceição et al., 2017).

2.3 Elementos Priorizados na Elaboração do Planejamento Tributário

A governança corporativa pode ser definida como o agrupamento de procedimentos

que direcionam as tomadas de decisão e maximizam o capital da empresa, bem como o

retorno de longo prazo aos acionistas (Silveira, 2015). Vieira (2011) afirma que as boas

práticas da governança contribuem para o aperfeiçoamento empresarial e desempenho

financeiro. O Comitê de Governança Tributária é o elemento relevante para as organizações

que aderem as boas práticas da governança, seu objetivo principal é formular regras que

reduzam os riscos tributários e maximizam a lucratividade, mediante oportunidades lícitas e

éticas para diminuição da despesa com tributos. Após estarem devidamente formalizadas, as

regras devem ser seguidas continuamente, e para isso é necessário que haja compliance dentro

da organização (Governança Tributária, 2015).

Um dos elementos que podem ser observados pelo Comitê de Governança Tributária

ou pelo responsável pelo planejamento tributário são os incentivos fiscais. As obrigações

tributárias representam um fardo para as organizações, e como ação contrária, que reduz os

custos fiscais, as empresas podem se beneficiar ou ser incentivadas por supressões ou

reduções do percentual de determinados tributos. Existem diversas maneiras de incentivos

e/ou benefícios, as mais comuns são isenções, remissão, anistia, créditos tributários, e

reduções de alíquota ou base de cálculo, não há uma disposição específica caracterizando

todas as formas, o que possibilita utilizar-se de diversos destes recursos (Neto, 2012).

Neto (2012) reforça que o responsável pelo planejamento tributário deve estar atento

em definir as melhores ferramentas e processos para gestão dos tributos incidentes nas

operações, pois além do não recolhimento eventual, o recolhimento voluntário de determinado

tributo impacta os resultados organizacionais e é oriundo do mau gerenciamento da

tributação.

Harada (2011) expõe que o conceito de incentivo fiscal pertence à ciência das

finanças, e tem como objetivo o desenvolvimento econômico de certa região ou setor de

atividade. Este benefício acarreta em perdas na receita pública de espécie compulsória ou por

supressão da exigibilidade de tributos, tendo como um de seus mecanismos a renúncia fiscal

por parte do governo diante de investimentos em pesquisa e desenvolvimento (Oliveira,

2013). Entre os exemplos de incentivos fiscais pode-se destacar a Lei do Bem, regulamentada

pela Lei 11.196/2005, e criada com intuito de promover o desenvolvimento tecnológico e

consolidar os incentivos fiscais que podem ser utilizados pelas empresas que se enquadram

neste contexto.

Fonseca et al. (2017) cita que o porte e a atividade comercial da empresa também deve

ser observado no momento da realização do planejamento tributário, pois algumas atividades

podem não ser enquadradas por determinados regimes de tributação. Silva (2016) observa que

a complexibilidade do ambiente tributário e as políticas governamentais são determinantes do

planejamento tributário, sendo elementos observados no decorrer do processo.

Iudicibus e Marion (2008) defende que o avanço da Contabilidade está diretamente

ligado ao grau de desenvolvimento da sociedade quanto à tecnologia e economia. Segundo

Mahle e Santana (2009), quando há um ambiente mais desenvolvido o contribuinte e o Fisco

conseguem acompanhar as informações de forma tempestiva e simplificada. Desta forma, a

evolução contábil acompanha o progresso político, econômico e social, por isso a era digital

gera tantos impactos nos processos contábeis, exigindo das empresas renovações constantes

na maneira de realizar seu gerenciamento (Silva & Martins, 2007), sendo os custos

operacionais e a tecnologia elementos que colaboram para a adequação do planejamento

tributário.

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Logo, boas práticas de governança corporativa (Governança Tributária, 2015),

incentivos fiscais (Neto, 2012), porte e atividade comercial (Fonseca et al., 2017),

complexidade da legislação tributária (Silva, 2016) e custos operacionais e tecnológicos

(Potin et al., 2016) podem ser priorizados e ter nível de importância distintos no decorrer do

planejamento tributário.

3 METODOLOGIA

Este estudo classifica-se como descritivo, a abordagem do problema é quantitativa,

tendo como finalidade analisar relação entre as dificuldades e elementos priorizados no

planejamento tributário a partir da percepção dos profissionais da Contabilidade. Dessa forma,

a população constitui-se por profissionais que detêm entendimento e experiência na sua

elaboração. As participações foram obtidas a partir de levantamento operacionalizado por

meio de questionário disponibilizado de modo on-line, divulgado por e-mails, redes sociais e

com coleta de dados in loco.

Este instrumento foi dividido em três blocos, sendo: Bloco I - a classificação do grau

de importância dos elementos priorizados no planejamento tributário, sendo composto por 15

assertivas; Bloco II - a classificação do grau de dificuldades no planejamento tributário,

composto por 18 assertivas; e Bloco III - perfil dos respondentes, composto por nove questões

para caracterização da amostra. As assertivas dos Blocos I e II foram elaboradas a partir das

evidências apresentadas em estudos anteriores e foram mensuradas por meio de escala

numérica de 10 pontos, sendo “0 = Pouco importante” a “10 = Muito importante” para o

Bloco I e “0 = Pouco difícil” e “10 = Muito difícil” para o Bloco II. Os Blocos I e II são

apresentados no Apêndice A.

Obtiveram-se 81 participações válidas de profissionais das cinco regiões do Brasil,

conforme apresentado na Tabela 1.

Tabela 1 - Caracterização dos Respondentes

Região do País % Sexo %

Centro-Oeste 1% Feminino 47%

Nordeste 4% Masculino 53%

Norte 2% Prefiro não responder 0%

Sudeste 11% Faixa Etária %

Sul 81% até 20 anos 9%

Nível de Formação % entre 21 e 30 anos 38%

Ensino superior incompleto 33% entre 31 e 40 anos 27%

Ensino superior completo 38% entre 41 e 50 anos 20%

Especialização/MBA incompleta 6% 51 anos ou mais 6%

Especialização/MBA completa 16% Tempo de Atuação na Área

Contábil %

Mestrado incompleto 4% Menos de 1 ano 14%

Mestrado completo 1% 1 ano a 5 anos 40%

Doutorado incompleto 0% 6 anos a 10 anos 20%

Doutorado completo 1% 11 anos a 15 anos 7%

Área de Atuação Contábil % 16 anos a 20 anos 4%

Administrativo 7% 21 anos a 25 anos 9%

Contábil 41% Mais de 25 anos 7%

Controladoria 1% Formação (Nível Superior) %

Fiscal 26% Administração 9%

Jurídico 1% Ciências Contábeis 80%

Recursos Humanos Administrativo 9% Direito 5%

Outro 15% Outros 6%

Nota: % = Percentual. Fonte: Elaborado pelos autores (2018).

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Para análise dos dados empregou-se a estatística descritiva e testes estatísticos. Na

estatística descritiva analisou-se a média, mediana, mínimo, máximo e o desvio padrão da

amostra, enquanto para o teste estatístico o objeto de análise foi a interdependência das

variáveis por meio da aplicação do método de correlação de Spearman, devido aos dados

serem ordinais e não normais. Este método visa identificar qual é a intensidade que uma

variável possui sobre determinado conjunto de informações, por meio das medidas de

covariância e o coeficiente de correlação. Os resultados obtidos podem ser positivos ou

negativos podendo variar de -1 a 1 (Fávero & Belfiore, 2017).

4 DESCRIÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS

Primeiramente foram analisados os percentuais dos respondentes em relação ao grau

de importância atribuído a cada elemento priorizado no planejamento tributário. Pode-se

observar que os 15 elementos apresentados obtiveram em algum momento grau 10 de

importância para a elaboração do planejamento tributário, conforme apresentado na Tabela 2.

Tabela 2 - Análise dos Elementos Priorizados no Planejamento Tributário

ID Descrição 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

E1 Setor de atuação (Comércio / Indústria /

Serviços). 0% 0% 0% 0% 0% 2% 2% 9% 11% 15% 60%

E2

Atividades exercidas pela empresa por

meio dos CNAEs cadastrados na Receita

Federal do Brasil.

0% 0% 0% 0% 1% 2% 4% 5% 21% 11% 56%

E3 Faturamento dos últimos meses auferidos

pela empresa. 0% 0% 0% 0% 0% 0% 4% 4% 12% 23% 57%

E4 Previsão de faturamento do próximo

período. 0% 0% 0% 0% 1% 4% 2% 9% 21% 21% 42%

E5 Previsão da margem de lucro do próximo

período. 0% 0% 0% 0% 2% 4% 5% 5% 27% 22% 35%

E6 Incentivos fiscais correlacionados as

atividades exercidas pela empresa. 1% 0% 0% 0% 1% 4% 2% 10% 21% 15% 46%

E7 Aproveitamento de crédito tributário. 1% 0% 0% 0% 0% 1% 5% 9% 16% 17% 51%

E8

Adoção das boas práticas da governança

corporativa (agir com ética,

responsabilidade econômica e social,

aplicação dos princípios básicos: i -

transparência, ii - equidade, iii -

prestação de contas, iv - responsabilidade

corporativa).

0% 0% 0% 0% 0% 2% 2% 6% 17% 16% 56%

E9

Obrigações principais e acessórias

exigidas pelo Fisco conforme o regime

tributário.

0% 0% 0% 1% 0% 0% 10% 15% 15% 16% 43%

E10 Estrutura organizacional para atender as

obrigações do regime tributário. 0% 0% 0% 4% 0% 5% 9% 7% 19% 21% 36%

E11 Custos operacionais para atender as

obrigações do regime tributário. 0% 0% 1% 0% 0% 2% 11% 12% 16% 25% 32%

E12 Capacitação de pessoal para atender as

obrigações do regime tributário. 0% 0% 0% 1% 0% 1% 9% 7% 17% 17% 47%

E13

Complexidade da legislação, levando em

conta as alterações frequentes realizadas

pelo Fisco.

0% 0% 0% 0% 1% 2% 5% 12% 15% 20% 44%

E14 Pressão dos clientes quanto à utilização

dos créditos tributários. 4% 0% 1% 1% 2% 4% 20% 11% 26% 12% 19%

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E15

Pressão realizada aos fornecedores para

emissão dos documentos fiscais com

dados necessários possibilitando a

utilização de crédito tributário.

2% 0% 0% 0% 1% 2% 10% 9% 21% 22% 32%

Nota: ID – Identificação, E = Elemento Priorizado. Fonte: Elaborado pelos autores (2018).

Os elementos priorizados que obtiveram maior grau de importância (valor 10) foram o

“E1 - setor de atuação” com 60%, “E2 - Atividades exercidas pela empresa por meio dos

CNAEs cadastrados na RFB” com 56% e “E8 - Adoção das boas práticas da governança

corporativa” com 56%. Apesar dos elementos “E6 - Incentivos fiscais correlacionados as

atividades exercidas pela empresa” e o “E7 - Aproveitamento de crédito tributário”

apresentarem um percentual de importância elevado nesta pesquisa, é possível observar que

aproximadamente 1% dos contabilistas consideram estas assertivas nada relevantes para

realização do planejamento tributário. Nota-se ainda que os elementos “E14 - Pressão dos

clientes quanto á utilização dos créditos tributários” e “E15 - Pressão realizada aos

fornecedores para emissão dos documentos fiscais com dados necessários possibilitando a

utilização de crédito tributário” apresentaram os maiores percentuais de pouca importância,

sendo 4% e 2% respectivamente.

Outro aspecto nesta análise é em relação ao elemento “E14 - Pressão dos clientes

quanto à utilização dos créditos tributários” que sofreu oscilações de percentual na maior

parte da escala de 0 a 10, podendo constatar que esta variável pode ser afetada por outros

aspectos, como o ramo de atividade, o regime tributário aderido no período e os benefícios

disponibilizados pelo governo de acordo com o porte da empresa. Estas características são

únicas de cada organização, que consequentemente pode modificar a percepção dos

profissionais que prestão serviços de maneira concomitante a clientes com diferentes

características.

Em seguida foram verificados os percentuais referentes as dificuldades encontradas na

elaboração do planejamento tributário, conforme Tabela 3.

Tabela 3 - Análise das dificuldades no Planejamento Tributário

ID Descrição 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

D1 Acompanhar a dinamicidade e

complexidade da legislação vigente. 0% 0% 0% 4% 1% 6% 9% 14% 19% 19% 30%

D2 Adaptação às normas e alterações

constantes da legislação. 0% 2% 0% 4% 1% 7% 9% 10% 20% 27% 20%

D3 Acompanhar os avanços tecnológicos do

Fisco. 2% 2% 5% 1% 4% 10% 16% 10% 14% 10% 26%

D4 Adaptação da escrituração contábil aos

meios digitais. 4% 5% 2% 2% 7% 5% 15% 12% 16% 12% 19%

D5 Interpretações das legislações vigentes. 2% 2% 0% 1% 5% 5% 10% 12% 20% 17% 25%

D6 Capacitação de pessoal para trabalhar

conforme a legislação vigente. 0% 0% 1% 4% 1% 7% 10% 10% 22% 21% 23%

D7 Obtenção de conhecimento abrangente

sobre as operações exercidas pela empresa. 0% 1% 4% 1% 5% 11% 12% 15% 16% 17% 17%

D8 Aperfeiçoamento dos métodos para

cumprimento das obrigações fiscais. 1% 2% 4% 1% 1% 10% 10% 15% 25% 12% 19%

D9

Obter as informações contábeis com

qualidade e em tempo hábil para

cumprimento das obrigações.

0% 4% 0% 0% 4% 5% 9% 12% 19% 19% 30%

D10

Possuir entendimento pleno da estrutura

das obrigações para prestação de contas ao

Fisco.

1% 2% 2% 0% 1% 6% 10% 12% 26% 19% 20%

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D11 Cumprir os prazos estipulados pelo Fisco

na entrega das obrigações. 4% 1% 4% 5% 4% 12% 9% 5% 16% 20% 21%

D12

Investimento em softwares que gerem as

informações necessárias conforme a

legislação vigente, sem a necessidade de

ajustes nos arquivos.

2% 4% 1% 6% 2% 12% 5% 10% 25% 6% 26%

D13

Atuar conforme a ética profissional e

proporcionar ao cliente a redução de custos

tributários esperada

6% 5% 4% 4% 6% 12% 16% 5% 12% 12% 17%

D14

Instruções aos clientes de como as

operações devem ser realizadas para que

não sofram nenhum tipo de fiscalização.

1% 4% 5% 2% 1% 11% 15% 9% 19% 12% 21%

D15

Lidar com a pressão imposta pelos clientes

em relação aos tributos incidentes sobre as

operações realizadas.

2% 5% 2% 4% 5% 7% 12% 14% 17% 19% 12%

D16

Lidar com os custos, processos

burocráticos, fiscalização, multas e

despesas ocasionadas pela escrituração do

SPED.

1% 2% 2% 1% 5% 9% 9% 16% 21% 16% 17%

D17

Lidar com a responsabilidade solidária em

relação às informações disponibilizadas ao

fisco.

1% 1% 4% 0% 0% 11% 11% 12% 20% 19% 21%

D18 Volume de trabalho conforme os diferentes

regimes tributários. 0% 2% 2% 0% 4% 7% 12% 11% 21% 15% 25%

Nota: ID – Identificação, D = Dificuldade no Planejamento Tributário. Fonte: Elaborado pelos autores (2018).

As principais dificuldades consideradas pelos respondentes são “D1 - Acompanhar a

dinamicidade e complexidade da legislação vigente” e “D9 - Obter as informações contábeis

com qualidade e em tempo hábil para cumprimento das obrigações” com 30% na pontuação

10, seguido por “D3 - Acompanhar os avanços tecnológicos do Fisco” com 26% na pontuação

10. Os resultados indicam oscilações na escala 0 a 10, sendo os maiores percentuais

concentrados entre os intervalos de 5 a 10 pontos.

As assertivas com maiores percentuais na pontuação “0 – Pouca dificuldade” foram

“D13 - Atuar conforme a ética profissional e proporcionar ao cliente a redução de custos

tributários esperada” com 6% e “D4 - Adaptação da escrituração contábil aos meios digitais”

e “D11 - Cumprir os prazos estipulados pelo Fisco na entrega das obrigações” com 4%. A

elevada variabilidade das assertivas D4 e D11 destoam do exposto por Fernandes (2012),

visto que o conhecimento técnico e o cumprimento de prazos das entregas para o Fisco não

figuram entre as principais dificuldades encontradas para lidar com o planejamento tributário.

A fim de explorar os achados, analisaram-se outras variáveis estatísticas como a

média, mediana, mínimo, máximo e o desvio padrão. Na Tabela 4 são apresentados os valores

obtidos dos elementos priorizados.

Tabela 4 - Estatística Descritiva dos Elementos Priorizados na Realização do Planejamento Tributário

ID Descrição Média Mediana Mínimo Máximo Desvio Padrão

E1 Setor de atuação (Comércio / Indústria /

Serviços). 9,22 10 5 10 1,202

E2

Atividades exercidas pela empresa por meio

dos CNAEs cadastrados na Receita Federal

do Brasil.

8,94 10 4 10 1,436

E3 Faturamento dos últimos meses auferidos

pela empresa. 9,26 10 6 10 1,062

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E4 Previsão de faturamento do próximo período. 8,77 9 4 10 1,386

E5 Previsão da margem de lucro do próximo

período. 8,59 9 4 10 1,445

E6 Incentivos fiscais correlacionados as

atividades exercidas pela empresa. 8,63 9 0 10 1,781

E7 Aproveitamento de crédito tributário. 8,87 9,5 0 10 1,623

E8

Adoção das boas praticas da governança

corporativa (agir com ética, responsabilidade

econômica e social, aplicação dos princípios

básicos: i - transparência, ii - equidade, iii -

prestação de contas, iv - responsabilidade

corporativa).

9,12 10 5 10 1,195

E9 Obrigações principais e acessórias exigidas

pelo Fisco conforme o regime tributário. 8,64 9 3 10 1,537

E10 Estrutura organizacional para atender as

obrigações do regime tributário. 8,42 9 3 10 1,732

E11 Custos operacionais para atender as

obrigações do regime tributário. 8,36 9 2 10 1,643

E12 Capacitação de pessoal para atender as

obrigações do regime tributário. 8,74 9 3 10 1,549

E13

Complexidade da legislação, levando em

conta as alterações frequentes realizadas pelo

Fisco.

9,73 9 4 10 1,5

E14 Pressão dos clientes quanto à utilização dos

créditos tributários. 7,35 8 0 10 2,555

E15

Pressão realizada aos fornecedores para

emissão dos documentos fiscais com dados

necessários possibilitando a obtenção de

crédito tributário.

8,23 9 0 10 2,019

Nota: ID – Identificação, E = Elemento Priorizado. Fonte: Elaborado pelos autores (2018).

As especificações apresentadas na Tabela 4 permitem identificar qual a variante de

cada elemento priorizado no planejamento tributário. Desse modo, são discutidas as duas

maiores e menores médias para análise. É possível verifcar que as menores médias possuem

as variantes maiores (desvio padrão), devido as respostas obtidas variarem com maior

disparidade entre o grau de importância na escala de 0 a 10, enquanto as maiores médias

apresentam variantes menores, isto significa que as respostas apresentaram menor oscilação

na escala.

Durante a elaboração de um planejamento tributário, Shackelford e Shelvin (2001)

destacam a importância de se considerar os conceitos de gestão tributária de todas as partes,

todos os tributos e todos os custos. Os autores advogam que para realizar um planejamento

tributário confiável e correspondente às expectativas da empresa se faz necessário apontar

uma sequência de todos os fatos e elaborar medidas que tornem estes apontamentos cada vez

mais fidedignos e coerentes com a realidade apresentada, sendo uma das justificativas para

que todos os elementos obtivessem elevada pontuação de grau de importância.

As assertivas com maiores médias de importância foram “E3 - Faturamento dos

últimos meses auferidos pela empresa” com 9,26 de pontuação e desvio padrão de 1,062, e

“E13 - Complexidade da legislação, levando em conta as alterações frequentes realizadas pelo

Fisco” com média 9,73 e desvio padrão 1,500. Fonseca et al. (2017) expõe que o porte da

organização é uma das principais variáveis consideradas no planejamento tributário, à medida

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que alguns regimes de tributação são limitados pela receita bruta, como o Simples Nacional e

o Lucro Presumido.

Referente aos elementos com menores médias tem-se a “Pressão dos clientes quanto à

utilização dos créditos tributários.” com média 7,35 e desvio padrão 2,555 e “Pressão

realizada aos fornecedores para emissão dos documentos fiscais com dados necessários

possibilitando a obtenção de crédito tributário” com média 8,23 e desvio padrão de 2,19.

Acredita-se que estes elementos são inerentes às atividades empresariais, pois a utilização de

crédito tributário tende a acompanhar o regime de tributação e a pressão realizada aos

fornecedores não ocorre a cada operação.

Da mesma forma, foram analisadas as dificuldades encontradas durante a elaboração

do planejamento tributário. Na Tabela 5 é exposta a média, mediana, mínimo, máximo e

desvio padrão destas assertivas.

Tabela 5 - Estatística Descritiva das Dificuldades na Realização do Planejamento Tributário

ID Descrição Média Mediana Mínimo Máximo Desvio Padrão

D1 Acompanhar a dinamicidade e

complexidade da legislação vigente. 8,04 8 2 10 1,93

D2 Adaptação às normas e alterações

constantes da legislação. 7,82 8 1 10 2,005

D3 Acompanhar os avanços

tecnológicos do Fisco. 7,01 7 0 10 2,665

D4 Adaptação da escrituração contábil

aos meios digitais. 6,73 7 0 10 2,771

D5 Interpretações das legislações

vigentes. 7,59 8 0 10 2,327

D6

Capacitação de pessoal para

trabalhar conforme a legislação

vigente.

7,91 8 2 10 1,955

D7

Obtenção de conhecimento

abrangente sobre as operações

exercidas pela empresa.

7,22 7,5 1 10 2,196

D8 Aperfeiçoamento dos métodos para

cumprimento das obrigações fiscais. 7,28 8 1 10 2,244

D9

Obter as informações contábeis com

qualidade e em tempo hábil para

cumprimento das obrigações.

7,91 8 1 10 2,193

D10

Possuir entendimento pleno da

estrutura das obrigações para

prestação de contas ao Fisco.

7,71 8 1 10 2,114

D11 Cumprir os prazos estipulado pelo

Fisco na entrega das obrigações. 7,09 8 0 10 2,712

D12

Investimento em softwares que

gerem as informações necessárias

conforme a legislação vigente, sem a

necessidade de ajustes nos arquivos.

7,60 8 0 10 2,727

D13

Atuar conforme a ética profissional e

proporcionar ao cliente a redução de

custos tributários esperada

6,29 6 0 10 2,994

D14

Instruções aos clientes de como as

operações devem ser realizadas para

que não sofram nenhum tipo de

fiscalização.

7,09 8 1 10 2,539

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D15

Lidar com a pressão imposta pelos

clientes em relação aos tributos

incidentes sobre as operações

realizadas.

6,77 7 0 10 2,613

D16

Lidar com os custos, processos

burocráticos, fiscalização, multas e

despesas ocasionadas pela

escrituração do SPED.

7,27 8 0 10 2,283

D17

Lidar com a responsabilidade

solidária em relação às informações

disponibilizadas ao fisco.

7,55 8 0 10 2,214

D18 Volume de trabalho conforme os

diferentes regimes tributários. 7,64 8 1 10 2,168

Nota: ID – Identificação, D = Dificuldades. Fonte: Elaborado pelos autores (2018).

A partir da Tabela 5 percebe-se que as assertivas com maiores médias foram “D1 -

Acompanhar a dinamicidade e complexidade da legislação vigente” com média 8,04 e desvio

padrão 1,930, “D6 - Capacitação de pessoal para trabalhar conforme a legislação vigente”

com média 7,91 e desvio padrão 1,955 e “D9 - Obter as informações contábeis com qualidade

e em tempo hábil para cumprimento das obrigações” também com média 7,91, porém com

desvio padrão 2,193. Tais assertivas estão alinhadas a complexibilidade do ambiente tributário

brasileiro, fato que já vem sendo discutido na literatura como uma dificuldade ao

desenvolvimento das atividades empresariais do país (Fonseca et al. 2017; Potin et al., 2016).

Neste contexto é possível dar ênfase aos resultados expostos pelo Amaral et al. (2018)

quanto as milhares de normas tributárias editadas no Brasil após a Constituição de 1988. Lima

e Resende (2006) também contribuem para a discussão ao enfatizar que os processos do

planejamento tributário dependem da interpretação de várias fontes, como o Fisco e até

mesmo dos colaboradores, com isso surgem as chamadas “exceções a regra”, e cabe ao

profissional de contabilidade identificar e repassar a melhor interpretação, estando alinhada

com a D6 e D9.

Ao verificar as menores médias tem-se “D13 - Atuar conforme a ética profissional e

proporcionar ao cliente a redução de custos tributários esperada” com média 6,29 e desvio

padrão 2,994 e “D4 - Adaptação da escrituração contábil aos meios digitais” com média 6,73

e desvio padrão 2,771. Referente a D4, Araújo (2018) descreve os avanços dos meios digitais

como ferramentas que tem o intuito de facilitar a entrega das informações, bem com a

fiscalização das operações realizadas pelas empresas, por isso, a RFB instituiu o programa

SPED. Desse modo, as diferentes formas de adaptação dos profissionais aos meios digitais

pode explicar o nível de dificuldade e a alta variabilidade desta assertiva.

Para analisar a relação existente entre as dificuldades e os elementos priorizados no

planejamento tributário foi utilizado o método estatístico denominado de correlação de

Spearman. A Tabela 6 apresenta as associações obtidas entre cada dificuldade e elementos

priorizados.

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Tabela 6 - Correlação de Spearman entre as Dificuldades e os Elementos Priorizados no Planejamento Tributário

E1 E2 E3 E4 E5 E6 E7 E8 E9 E10 E11 E12 E13 E14 E15

D1 0,316** 0,101 0,088 0,195 0,276* 0,131 0,085 0,003 0,154 0,287** 0,243* 0,242* 0,333** 0,094 0,086

D2 0,243* 0,088 0,126 0,229* 0,310** 0,220* 0,004 0,094 0,171 0,273* 0,203 0,264* 0,257* 0,252* 0,090

D3 -0,013 -0,071 -0,176 -0,032 0,166 0,062 -0,200 -0,090 -0,137 0,121 0,067 -0,009 0,058 0,221* -0,006

D4 0,064 -0,050 -0,073 -0,013 0,153 0,047 -0,215 -0,048 -0,115 0,128 -0,010 0,040 0,122 0,143 -0,027

D5 0,029 -0,049 -0,012 0,015 0,152 0,107 -0,211 -0,036 -0,146 0,173 0,142 0,052 0,143 0,198 -0,073

D6 0,121 0,049 0,046 0,166 0,143 -0,008 -0,065 0,091 0,213 0,316** 0,211 0,281* 0,217 -0,031 0,071

D7 0,112 -0,024 -0,099 0,033 0,154 0,078 -0,193 0,028 -0,044 0,263* 0,090 0,088 0,080 0,152 -0,008

D8 0,136 -0,012 -0,046 0,069 0,171 0,067 -0,117 0,050 0,640 0,289** 0,122 0,163 0,087 0,184 0,011

D9 0,150 0,032 0,048 0,090 0,136 0,187 -0,061 0,086 -0,058 0,225* 0,08 0,191 0,302** 0,130 0,000

D10 0,108 -0,039 0,036 0,082 0,154 0,106 -0,175 -0,066 -0,041 0,203 0,027 0,173 0,273* 0,123 -0,047

D11 0,104 0,093 -0,084 -0,062 0,051 0,041 -0,137 -0,075 -0,071 0,162 0,111 0,08 0,061 0,056 -0,058

D12 0,165 0,050 -0,079 0,101 0,265* 0,233* -0,046 0,128 0,216 0,294** 0,243* 0,273* 0,298** 0,057 0,114

D13 -0,031 -0,118 -0,235* -0,089 0,084 -0,076 -0,298** -0,030 0,030 0,207 0,059 0,112 0,117 0,053 0,001

D14 0,057 -0,012 -0,147 -0,030 0,168 0,099 -0,117 0,138 -0,052 0,238* -0,015 0,244* 0,207 0,057 0,077

D15 0,005 -0,010 -0,088 0,025 0,145 0,161 -0,142 0,032 -0,054 0,257* 0,12 0,227* 0,181 0,214 0,195

D16 0,013 0,043 0,012 0,068 0,155 0,118 -0,099 0,070 -0,021 0,252* 0,122 0,242* 0,259* 0,127 0,035

D17 0,149 0,099 0,029 0,206 0,351 0,206 0,067 0,212 0,107 0,374** 0,226* 0,394** 0,296** 0,125 0,232*

D18 0,161 0,129 0,020 0,101 0,189 0,160 -0,086 0,062 0,143 0,227* 0,129 0,191 0,272* 0,202 0,105 Nota: ID – Identificação, D = Dificuldades, * = 5% de significância, ** = 1% de significância. Fonte: Elaborado

pelos autores (2018).

Para realizar o aprofundamento das análises são discutidas as associações mais

expressivas entre os resultados positivos e negativos. As maiores associações foram

encontradas entre a assertiva “D17 - Lidar com a responsabilidade solidária em relação às

informações disponibilizadas ao fisco” com “E12 - Capacitação de pessoal para atender as

obrigações do regime tributário” (r = 0,394; p-valor = 0,01) e “E10 - Estrutura organizacional

para atender as obrigações do regime tributário” (r = 0,374; p-valor = 0,01). Nesse sentido, a

dificuldade em lidar com a responsabilidade solidária das decisões tomadas frente ao

planejamento tributário mostram-se positivamente associadas com a priorização da

capacitação de pessoal e com a estrutura organizacional para atender as obrigações fiscais que

permeiam esse cenário.

Conceição et al. (2017) descreve que a partir da institucionalização do SPED em 2007,

os profissionais ficaram responsáveis implicitamente por interpretar as exigências do Fisco e

repassar aos seus clientes, com o intuito de cumprir com coerência as obrigações acessórias

que acabam impactando o planejamento tributário. Para Nazáro, Mendes e Aquino (2008) o

conhecimento amplo e diversificado é uma exigência aos profissionais da área de

Contabilidade para que consigam exercer suas atividades de maneira coerente. Para os autores

ainda existe a necessidade de ser explorada a capacitação acadêmica dos profissionais

responsáveis pela área tributária, à medida que a formação acadêmica deste profissional

exerce influência sobre os resultados finais do planejamento tributário.

A “D1 - Acompanhar a dinamicidade e complexidade da legislação vigente” também

mostrou-se associada a “E13 - Complexidade da legislação, levando em conta as alterações

frequentes realizadas pelo Fisco” (r = 0,333; p-valor = 0,01) indicando que a complexidade

das normas torna-se um elemento priorizado pelos profissionais de Contabilidade, justamente

pela dificuldade em acompanhar as alterações da legislação. Nesse contexto, Borges (2014)

destaca que os profissionais responsáveis pelo planejamento tributário devem ponderar todos

os elementos que envolvem este ato, não somente aqueles que se julgam importante, e estar

atentos a legislação vigente. Olenike (2001) observa que manter-se atualizado frente às

alterações constantes da legislação é fundamental, pois o bom desempenho do profissional da

Contabilidade depende do domínio tempestivo da matéria que está sendo abordada.

Pode-se concluir que a dificuldade apresentada por Olenike (2001) não é a única

enfrentada pelos profissionais atuantes na área Contábil, visto a diversidade de dificuldades

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com altas pontuações e correlações neste estudo. Nessa vertente, Conceição et al. (2017)

expõe que os profissionais que já trabalham na área Contábil se preocupam cada vez mais em

aperfeiçoar seus conhecimentos nas atividades desenvolvidas e este anseio deve ser

desenvolvido desde o início da graduação junto aos estudantes de Contabilidade.

Destacam-se entre os resultados obtidos, as correlações da “D13 - Atuar conforme a

ética profissional e proporcionar ao cliente a redução de custos tributários esperada” com “E7

- Aproveitamento de crédito tributário” (r = -0,298; p-valor = 0,01) indicando que as lacunas

identificadas na legislação para aproveitamento de crédito tributário podem colaborar para

que a percepção do profissional contábil em termos de atuação ética seja comprometida.

Nesse sentido, algumas práticas de planejamento tributária geram incertezas aos profissionais,

Martinez e Coelho (2016) ao apresentarem uma série de conceitos de tax avoidance

explicitam a dificuldade entre identificar atos lícitos e ilícitos de planejamento tributário, pois

normalmente estes são julgados como legais ou ilegais após serem realizados.

Outra associação negativa foi identificada entre “D13 - Atuar conforme a ética

profissional e proporcionar ao cliente a redução de custos tributários esperada” com “E3 -

Faturamento dos últimos meses auferidos pela empresa” (r = -0,235; p-valor = 0,05). Regimes

tributários como o Simples Nacional e o Lucro Presumido possuem limites de faturamento

para enquadramento (Fonseca et al., 2017), fato que pode colaborar para que ações sejam

realizadas a fim de suavizar o montante das receitas da organização em detrimento da atuação

ética, fazendo com que o limite do regime tributário não seja ultrapassado.

Tais atitudes apresentam-se como um risco organizacional, à medida que Guerra e

Gouveia (2018) relatam que as fiscalizações tem-se tornado mais ativas, sendo realizado o

cruzamento de informações dentro de um curto espaço de tempo. Em complemento, Jacinto e

Rodrigues (2011) apontam que diante do cenário imposto pelo SPED, a realização de práticas

fraudulentas aumentam drasticamente as chances de autuação da organização.

Nessa conjuntura, Modim e Furtado (2013) discorrem sobre a importância do

conhecimento por parte das corporações no que diz respeito as funcionalidades do sistema

SPED, com intuito de minimizar os riscos e transtornos com o Fisco. Fernandes (2012) indica

que entre as dificuldades para acompanhar os avanços tecnológicos promovidos pela RFB

estão: (I) falta de conhecimento técnico da equipe; (II) dificuldades na interpretação da

legislação; (III) o custo para realizar a implantação; (IV) as informações geradas pelos

softwares não estão coerentes com a realidade; e (V) os prazos determinados pelo Fisco são

inadequados.

Constata-se que essas dificuldades são coerentes as dificuldades indicadas pelos

respondentes inerentes ao planejamento tributário. Nesse contexto, o planejamento tributário

deve estar alinhado com as práticas organizacionais realizadas no dia-a-dia, pois as obrigações

acessórias espelham ao Fisco as operações realizadas pela empresa e devem estar consonante

com a realidade. Assim, sugere-se a implantação do Comitê de Governança Tributária que

tem como objetivo instituir regras para redução dos riscos tributários e maximização dos

lucros por meio de ações éticas e licitas a fim de obter a diminuição da carga tributária.

5 CONCLUSÃO

O planejamento tributário é uma importante ferramenta de gestão de custos para as

organizações, visto que tem o intuito de diminuir o impacto dos tributos em suas operações

por meio de atos lícitos. Neste contexto, a complexidade da legislação acerca desta área exige

processos devidamente mapeados e profissionais qualificados para exercer tal função.

Diante disso, objetivou-se analisar a relação existente entre as dificuldades e os

elementos priorizados no planejamento tributário a partir da percepção dos profissionais da

Contabilidade. Após a verificação das evidências identificou-se que os elementos com maior

grau de importância para o planejamento tributário são: “E13 - Complexidade da legislação,

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levando em conta as alterações frequentes realizadas pelo Fisco”; “E3 - Faturamento dos

últimos meses auferidos pela empresa”; “E1 - Setor de atuação”; “E8 - Adoção das boas

práticas da governança corporativa”; e “E2 - Atividades exercidas pela empresa por meio dos

CNAEs cadastrados na RFB”. Neste sentido, constatou-se que antes de se iniciar um processo

de planejamento tributário, o profissional responsável e os demais envolvidos devem se

atentar a significância destes elementos.

O setor de atuação atrelado às atividades cadastradas na RFB define as alíquotas que

serão aplicadas sobre os tipos de receitas auferidas em determinado período. Os códigos

CNAEs devem ser analisados individualmente, pois apresentam percentuais diferentes de

tributos incidentes, assim como nas legislações de incentivos fiscais em que os benefícios

também ocorrem de forma específica. Em se tratando do faturamento dos últimos períodos,

esta informação auxiliará o profissional a provisionar um cenário para o próximo período,

facilitando as comparações entre os regimes do Simples Nacional, Lucro Presumido e para o

Lucro Real, transparecendo qual destes será melhor aproveitado pela organização. Após

realizada a análise estes fatos serão repassados aos stakeholders facilitando assim a

compreensão e sustentando de forma precisa as suas tomadas de decisão.

As principais dificuldades para realização do planejamento tributário versam sobre:

“D1 - Acompanhar a dinamicidade e complexidade da legislação vigente”; “D6 - Capacitação

de pessoal para trabalhar conforme a legislação vigente”; “D9 - Obter as informações

contábeis com qualidade e em tempo hábil para cumprimento das obrigações”; “D2 -

Adaptação às normas e alterações constantes da legislação”; e “D10 - Possuir entendimento

pleno da estrutura das obrigações para prestação de contas ao Fisco”. Percebe-se que as

principais dificuldades apontadas estão relacionadas a complexidade da legislação tributária.

A fim de minimizar os efeitos destas dificuldades sobre suas atividades, recomenda-se aos

profissionais de Contabilidade dedicar-se de modo constante para estudos e atualizações

conforme as demandas e alterações das normas tributárias. Essas ações podem ser realizadas a

partir de cursos on-line oferecidos em diversas plataformas, inclusive os realizados pelos

Conselhos Regionais de Contabilidade.

Referente a relação existente entre as dificuldades e os elementos priorizados no

planejamento tributário verificaram-se associações positivas e negativas. Os achados

indicaram maior intensidade positiva nas associações existentes entre elementos que versam

sobre capacitação profissional e lidar com responsabilidade solidária frente as decisões

tributárias, e entre acompanhar a dinamicidade da legislação tributária e priorizar a

observação da complexibilidade tributária. Nesse sentido, são reforçadas as ponderações para

investimento em capacitação continuada, à medida que ao dominar com propriedade os

aspectos tributários são minimizados os riscos de responder solidariamente por ações

incorretas realizadas no planejamento tributário.

Além disso, houve relação negativa entre o faturamento da organização e buscar

formas de aproveitamento de crédito tributário com atuar conforme a ética profissional. Nesta

concepção, pode-se introspectar que ao priorizar a atuação conforme o código de ética, o

profissional da Contabilidade evita buscar brechas na legislação para suprir as expectativas de

seus clientes em relação a redução da carga tributária incidente em suas operações. Tal

constatação pode ser oriunda da responsabilidade solidária do profissional responsável pelo

planejamento tributário perante atitudes ilícitas.

Por fim, apesar das preocupações metodológicas, esta pesquisa possui algumas

limitações. A amostra utilizada corresponde a profissionais atuantes em diversas áreas da

Contabilidade com experiência em elaboração de planejamento tributário, em que apesar dos

esforços para coleta de dados, a maioria dos respondentes estão concentrados na região sul do

país. Pesquisas futuras podem buscar contemplar uma amostra maior e representativa de todas

as regiões. Entretanto, os achados fornecem evidências importantes sobre o planejamento

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tributário, principalmente na esfera federal, na qual as normas não possuem especificidades

protuberantes por região do país.

Outro aspecto interessante é a variação do grau das dificuldades perante o

planejamento tributário. Acredita-se que características observáveis pessoais podem afetar

esta percepção, tal como a faixa etária e a experiência profissional. Por este motivo, incentiva-

se os pesquisadores a evidenciar em estudos posteriores o impacto que estas variáveis podem

ter sobre o planejamento tributário.

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APÊNDICE A – QUESTIONÁRIO UTILIZADO COMO INSTRUMENTO DE

COLETA DE DADOS

A presente pesquisa tem por objetivo identificar as principais dificuldades e elementos priorizados no

planejamento tributário a partir da percepção dos contabilistas. Para melhor compreensão define-se

PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO como:

“Um conjunto de ações que o sujeito passivo pode aderir para alcançar de forma lícita a redução das despesas

ocasionadas pelos tributos incidentes em suas operações” (Greco, 2008).

BLOCO I - ELEMENTOS PRIORIZADOS NO PLANEJAMENTO TRIBIUTÁRIO

Analise os elementos a seguir e indique com um X a importância atribuída a estas variáveis no momento

da elaboração do planejamento tributário, sendo 0 = Pouco importante e 10 = Muito importante.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Pouco

importante

Quanto mais próximo de 0 (zero) = Pouco importante

Muito

importante Quanto mais próximo de 10 (dez) = Muito importante

ELEMENTOS 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Setor de atuação (Comércio / Indústria / Serviços).

Atividades exercidas pela empresa por meio dos

CNAEs cadastrados na Receita Federal do Brasil.

Faturamento dos últimos meses auferidos pela

empresa.

Previsão de faturamento do próximo período.

Previsão da margem de lucro do próximo período.

Incentivos fiscais correlacionados as atividades

exercidas pela empresa.

Aproveitamento de crédito tributário.

Adoção das boas praticas da governança corporativa

(agir com ética, responsabilidade econômica e social,

aplicação dos princípios básicos: i - transparência, ii

- equidade, iii - prestação de contas, iv -

responsabilidade corporativa).

Obrigações principais e acessórias exigidas pelo

Fisco conforme o regime tributário.

Estrutura organizacional para atender as obrigações

do regime tributário.

Custos operacionais para atender as obrigações do

regime tributário.

Capacitação de pessoal para atender as obrigações do

regime tributário.

Complexidade da legislação, levando em conta as

alterações frequentes realizadas pelo Fisco.

Pressão dos clientes quanto à utilização dos créditos

tributários.

Pressão realizada aos fornecedores para emissão dos

documentos fiscais com dados necessários

possibilitando a obtenção de crédito tributário.

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BLOCO II - DIFICULDADES NA ELABORAÇÃO DO PLANEJAMENTO TRIBIUTÁRIO

Analise os elementos a seguir e indique com um X a dificuldade atribuída a estas variáveis no momento da

elaboração do planejamento tributário, sendo 0 = Pouco importante e 10 = Muito importante.

0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Pouco

importante

Quanto mais próximo de 0 (zero) = Pouco importante

Muito

importante Quanto mais próximo de 10 (dez) = Muito importante

ELEMENTOS 0 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

Acompanhar a dinamicidade e complexidade da

legislação vigente.

Adaptação às normas e alterações constantes da

legislação.

Acompanhar os avanços tecnológicos do Fisco.

Adaptação da escrituração contábil aos meios

digitais.

Interpretações das legislações vigentes.

Capacitação de pessoal para trabalhar conforme a

legislação vigente.

Obtenção de conhecimento abrangente sobre as

operações exercidas pela empresa.

Aperfeiçoamento dos métodos para cumprimento das

obrigações fiscais.

Obter as informações contábeis com qualidade e em

tempo hábil para cumprimento das obrigações.

Possuir entendimento pleno da estrutura das

obrigações para prestação de contas ao Fisco.

Cumprir os prazos estipulado pelo Fisco na entrega

das obrigações.

Investimento em softwares que gerem as

informações necessárias conforme a legislação

vigente, sem a necessidade de ajustes nos arquivos.

Atuar conforme a ética profissional e proporcionar

ao cliente a redução de custos tributários esperada

Instruções aos clientes de como as operações devem

ser realizadas para que não sofram nenhum tipo de

fiscalização.

Lidar com a pressão imposta pelos clientes em

relação aos tributos incidentes sobre as operações

realizadas.

Lidar com os custos, processos burocráticos,

fiscalização, multas e despesas ocasionadas pela

escrituração do SPED.

Lidar com a responsabilidade solidária em relação às

informações disponibilizadas ao fisco.

Volume de trabalho conforme os diferentes regimes

tributários.