Dilatação Térmica de Sólidos

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  • Grupo de Ensino de Fsica da Universidade Federal de Santa Maria

    Dilatao Trmica de Slidos Quando a temperatura de um corpo varia, ocorrem variaes de comprimento em cada uma de suas dimenses, variaes estas que dependem da forma do corpo e da substncia de que ele feito.

    A variao de qualquer dimenso linear de um corpo com a temperatura se chama dilatao trmica.

    Considerando uma das dimenses do corpo, de comprimento L0 temperatura

    t0 e comprimento L temperatura t (Fig.43), de modo que L = L L0 seja a variao de comprimento e t = t t0, a variao de temperatura, a lei da dilatao linear diz que L / t proporcional a L0:

    0L~t

    L

    Definimos o coeficiente de dilatao linear escrevendo:

    0Lt

    L=

    O coeficiente de dilatao linear est associado substncia de que feito o

    corpo em questo.

    Esta ltima expresso pode ser reescrita como:

    L = L0 ( 1 + t )

  • Grupo de Ensino de Fsica da Universidade Federal de Santa Maria

    Para entender o fenmeno da dilatao trmica, vamos considerar a curva que expressa a energia potencial entre dois tomos adjacentes de um slido (EP) em funo da distncia (r) entre eles (Fig.44(a)). A curva assimtrica: com o aumento da distncia interatmica, a curva cai rapidamente at um valor mnimo e, da, cresce mais devagar at atingir o valor zero no infinito.

    Suponhamos que, quando o slido tem uma temperatura t1, a energia de cada par de seus tomos E1. Nessas condies, um tomo oscila em relao ao outro com amplitude A, deslocando-se entre as posies r1 A e r1 + A. Desse modo, a distncia mdia entre os tomos r1.

    Com o aumento da temperatura do slido de t1 para t2, a energia de cada par de seus tomos aumenta de E1 para E2 e um tomo passa a oscilar em relao ao outro com amplitude maior (Fig.44(b)). Esse aumento na amplitude das oscilaes atmicas no explica o aumento na distncia mdia entre os tomos e, portanto, no a causa da dilatao. Contudo, paralelamente a esse aumento na amplitude das oscilaes atmicas, a distncia mdia entre os tomos aumenta, passando de r1 para r2, por efeito da assimetria da curva que representa a energia potencial de interao em funo da distncia entre tomos adjacentes. Este ltimo fator que o responsvel pela dilatao. A tabela a seguir apresenta o valor do coeficiente de dilatao linear para algumas substncias.

    Substncia ( 105 oC1 )

    Ao 1,1

    Alumnio 2,3

    Chumbo 2,9

    Cobre 1,7

    Lato 1,8

    Mercrio 6,1

    Ouro 1,4

    Porcelana 0,3

    Prata 1,9

    Tijolo Comum 0,6

    Vidro Comum 0,9

    Vidro Pirex 0,3

    Zinco 1,7

  • Grupo de Ensino de Fsica da Universidade Federal de Santa Maria

    Exemplo 1 Uma barra de alumnio tem 1 m a 0 0C. Vamos calcular o seu comprimento a 100 0C. Usando a expresso para a dilatao linear, L = L0 ( 1 + t ), temos: L = ( 1 m )[ 1 + ( 2,3 x 105 oC1 )( 100 oC ) ] = 1,0023 m

    Portanto, com o aumento de 100 oC, o comprimento da barra de alumnio aumenta 2,3 mm.

    Exemplo 2 Uma barra metlica de 4 m de comprimento, de seo reta quadrada com 16 cm2 de rea, passa a ter um comprimento de 4,01 m quando sua temperatura aumenta. Vamos calcular o valor da rea da nova seo reta. Como:

    L = L0 t temos:

    0025,0m4

    m01,0

    L

    LT

    0

    ==

    =

    Desta forma, a nova espessura e a nova rea so, respectivamente:

    L = ( 4 cm )( 1 + 0,0025 ) = 4,01 cm

    e A = ( 4,01 cm )2 16,08 cm2

    Experimento de Dilatao Trmica

    O objetivo desta atividade experimental estudar a dilatao linear, isto , a variao de uma das dimenses de um corpo com a temperatura. Ento, por convenincia, vamos usar hastes longas e estreitas.

    Vamos precisar de um Kitassato, um bico de Bunsen, um trip, uma tela de

    amianto, uma pedao de mangueira, um transferidor, um eixo com ponteiro e duas hastes metlicas longas e estreitas, uma de alumnio e outra de cobre.

  • Grupo de Ensino de Fsica da Universidade Federal de Santa Maria

    Escolhemos uma das hastes e montamos o equipamento com uma das extremidades da haste fixa e a outra, apoiada sobre o eixo com ponteiro. O ponteiro deve estar na vertical, mas deve poder girar, indicando ngulos com a ajuda do transferidor quando a haste se dilatar (Fig.45).

    Anotamos o comprimento inicial da haste.

    Acendemos o bico de Bunsen e esperamos a gua no Kitassato ferver, o vapor passar atravs da haste e ambos, vapor e haste, atingirem o equilbrio trmico.

    Discusso 1

    (a) Discuta o comprimento inicial da haste (L0).

    (b) Discuta por que aumenta a temperatura da haste.

    (c) Discuta de que variveis macroscpicas pode depender o aumento do comprimento da haste.

    (d) Discuta, em termos microscpicos, porque o comprimento da haste aumenta com a temperatura.

    Anotamos a variao da temperatura da haste e o ngulo descrito pelo ponteiro.

    Discusso 2

    (a) Discuta a relao entre o aumento de comprimento da haste (L) e o ngulo descrito pelo ponteiro ().

    (b) Discuta a unidade de ngulo apropriada nesse caso.

    Repetimos o procedimento para a outra haste.

    Discusso 3

    Discuta se a variao de temperatura (t) das hastes sempre a mesma.

    Refazemos os procedimentos mudando o comprimento inicial das hastes.

    Haste L0 (cm) t (0C) (rad) L (cm)

    Alumnio

    Cobre

  • Grupo de Ensino de Fsica da Universidade Federal de Santa Maria

    Completamos a tabela

    A variao de cada temperatura, chamada dilatao trmtemperatura T, todas as suas dimenses aumentam. O particular, passa de L0 para L

    L = L0 t

    Por meio desta expressoconsiderando-o constante na faixa de temperatura dentro da qual trabalhamos.

    Com os dados da tabela, calculDesse modo, podemos verifidas respectivas hastes.

    Discusso 4

    Discuta por que podemos afirmar que propriedade do corpo, mas sim

    Finalmente, calculamosalumnio e do cobre e comparFsica:

    Cu = 1,7 x 105 oC1

    Al = 2,3 x 10

    5 oC1

    Dilatao Superficial e Volumtrica

    De modo anlogo ao coeficiente de dilatao linear, podecoeficiente de dilatao superficial, slidos isotrpicos, a variao percentual no comprimento a mesma em todas as direes e temos, com muito boa aproximao:

    2 e

    3

    Para mostrar que A0 e dimenses L10 e L20 temperatura Sendo assim, temos A0 = Ldilatao linear, vem:

    A = L1L2 = L10 ( 1 + O coeficiente de dilatao linear zero. Ento, 2

  • Grupo de Ensino de Fsica da Universidade Federal de Santa Maria

    O fator que multiplica superficial. Da: 2.

    Para mostrar que termos quadrticos e cbicos Exerccio 1

    Uma esfera metlica pode atravessar um orifcioSe aumentarmos a temperatura dorifcio. Discuta o que acontece seno a temperatura da esfera.

    Exerccio 2

    comum um copo ficar preso dentro de outro. fazer para solt-los. Exerccio 3

    As cidades A e B fabricam trenas de ao22 C na cidade A e de 28fabricadas as trenas de maior preciso.

    Grupo de Ensino de Fsica da Universidade Federal de Santa Maria

    O fator que multiplica t dentro dos parnteses o coeficiente de dilatao

    Para mostrar que 3 usamos um procedimento anlogotermos quadrticos e cbicos em .

    Uma esfera metlica pode atravessar um orifcio circular numa chapa metlica. Se aumentarmos a temperatura da esfera, todavia, ela no pode mais orifcio. Discuta o que acontece se aumentarmos a temperatura da chapa metlica e

    esfera.

    comum um copo ficar preso dentro de outro. Discuta o que

    cidades A e B fabricam trenas de ao. A temperatura mdia28 C da cidade B. Discuta em qual das duas cidades so

    de maior preciso.

    Grupo de Ensino de Fsica da Universidade Federal de Santa Maria

    coeficiente de dilatao

    um procedimento anlogo, desprezando

    circular numa chapa metlica. pode mais atravessar o

    a chapa metlica e

    Discuta o que voc poderia

    mdia ambiente de Discuta em qual das duas cidades so