DINÂMICA DO DESMATAMENTO EM RIO BRANCO-AC

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    prfr ml d R Br-arPrefeito Raimundo Angelim Vasconcelos

    Vice-Prefeito Eduardo Farias

    srr exv d prgr dZ e, abl, sl

    clrl d R Br-ac - Zeas

    srr ml d Gvr - seGoV

    Jos Fernandes do Rgo

    srr ml d m ab- semeia

    Arthur Czar Pinheiro Leite

    Srr ml d agrlr Flr-saFRa

    Mrio Jorge da Silva Fadell

    Drr d Fd Grbld Brl - FGB

    Marcos Vincius Simplcio das NevesSrr ml d plj

    - sepLanAntnia Francisca de Oliveira

    srr d ed d m ab Rr nr - sema

    Eufran Ferreira do Amaral

    chf Grl d cr d pq agrfl-rl d ar - ebr ar

    Judson Ferreira Valentim

    Gr d trblh Gt

    crddr Grl d prgr ZeasNdia W. Valentim PereiraBiloga M.Sc. Manejo Ambiental

    ex Rr nrLcio Flvio Zancanela do CarmoGegrafo M.Sc. Solos

    Marconde Maia FerreiraBilogo M.Sc. Ecologia

    Raimundo Nonato de Souza MoraesEngenheiro Agrnomo M.Sc. Fitotecnia

    Sonaira Souza da SilvaEngenheira Agrnoma

    Neide Daiana Soares de BritoBiloga

    ex clrl-lWladimyr Sena de Arajo

    Antroplogo M.Sc. Antropologia Social

    ex s-Raimundo Cludio Gomes MacielEconomista Dr. Economia Aplicada

    t adrvNeuza Teresinha BoufleuerBiloga M.Sc. Ecologia

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    Dinmica Do Desmatamento no municpio De Rio BRanco

    Sonaira Souza da SilvaJudson Ferreira Valentim

    Eufran Ferreira do AmaralAntnio Willian Flores de Melo

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    Exemplares desta publicao podem ser obtidos no:Programa ZEAS

    Rua Coronel Alexandrino, 301 Bosque

    Rio Branco AC CEP: 69909-730Telefones: +55 (68) 3211-2200/3211-2231

    [email protected]

    Tiragem: 250 exemplares

    Rvr :Judson Ferreira ValentimEMBRAPA ACRE

    crr rgrf grl:Ana Maria Alves de Oliveira

    Dgr dgr:Thiago Nicheli e Gilberto Lobo

    F:GT/ZEAS e Dhrcules Pinheiro

    Gr d :Lcio Flvio Zancanela do Carmo-GT Programa ZEAS

    Sonaira Souza da Silva-GT Programa ZEASKamilla Andrade de Oliveira-Bolsista SEMA-Programa ZEAS

    1 edio1 impresso, 2008.

    Todos os direitos reservados.A reproduo no autorizada desta publicao, no todo ou em

    parte, constitui violao dos direitos autorais (Lei n 9.610)

    i lbrdr

    GvrSecretaria Municipal de Meio Ambiente - SEMEIAInstituto de Meio Ambiente do Acre IMAC

    a FrBanco da AmazniaPrefeitura Municipal de Rio Branco-PMRB

    exPrefeitura Municipal de Rio Branco-PMRB

    arSonaira Souza da SilvaEngenheira AgrnomaTcnica do Programa [email protected]

    Judson Ferreira ValentimEngenheiro Agrnomo, Ph.D. em AgronomiaChefe da [email protected]

    Eufran Ferreira do AmaralEngenheiro Agrnomo, D.Sc. em Solos e Nutrio de PlantasSecretrio de Estado de Meio Ambiente e Recursos NaturaisPesquisador da Embrapa [email protected] ; [email protected]

    Antnio Willian Flores de MeloEngenheiro Agrnomo, M.Sc. em Ecologia de AgroecossistemasConsultor do Programa [email protected]

    prgr d Z e, abl, sl clrl d R Br-ac (Zeas).

    Bl t, . 003

    Dinmica do desmatamento em Rio Branco-AC / Sonaira Souza da Silva, Judson FerreiraValentim, Eufran Ferreira do Amaral, Antnio Willian Flores de Melo. _ Rio Branco: PMRB,2008. (Boletim de Pesquisa, 003).46p.: il.

    Programa de Zoneamento Econmico, Ambiental, Social e Cultural de Rio Branco-AC,ZEAS.

    1. Desmatamento Amaznia Rio Branco (AC). 2. Desenvolvimento econmico Aspectos

    ambientais Rio Branco (AC). 3. Zoneamento econmico Amaznia. I. Ttulo. II. Srie.III.Silva, Sonaira Souza da. IV. Valentim, Judson Ferreira. V. Amaral, Eufran Ferreira do. VI.Melo, Antnio Willian Flores de.

    CDD.21ed. 333.751309812

    Dados Internacionais de Catalogao-na-Publicao (CIP)

    Bibliotecria responsvel: Vivyanne Ribeiro das Mercs CRB-11/600

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    SUMRIO

    INTRODUO....................................................................................................

    MATERIAL E MTODOS.......................................................................................RESULTADOS E DISCUSSO..............................................................................DESMATAMENTO BRUTO.....................................................................................INCREMENTO DO DESMATAMENTO......................................................................DESMATAMENTO EM PROJETOS DE ASSENTAMENTO, RESERVAS EXTRATIVISTAS E DE PRO-TEO AMBIENTAL............................................................................................DESMATAMENTO POR CLASSE DE TAMANHO........................................................

    IMPACTOS DO DESMATAMENTO ....................................................................CONCLUSES..................................................................................................REFERNCIAS..................................................................................................

    123

    45

    14

    18202127

    3033354041

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    LISTA DE FIGURAS

    Figura 1

    Figura 2

    Figura 3

    Figura 4

    Figura 5

    Figura 6

    Figura 7

    Figura 8

    Figura 9

    Localizao da rea de estudo no Brasil e no estadodo Acre.

    Localizao da rea de estudo e das imagens (rbita/ponto) do satlite Landsat utilizadas para o monitora-mento do incremento do desmatamento no municpio deRio Branco-AC.

    Desmatamento bruto no municpio de Rio Branco-AC, noperodo de 1995 a 2007.

    Distribuio das reas desmatadas no municpio de RioBranco-AC at 2007.

    Faixa de 50 km da possvel zona de impacto com a inte-grao do Brasil com o oceano Pacco.

    Incremento bruto do desmatamento no municpio deRio Branco-AC, no perodo de 1995 a 2007, com mdiahistrica do desmatamento (57km - linha tracejada nacor vermelha).

    Taxa anual de desmatamento relativa rea total domunicpio de Rio Branco-AC, para o perodo de 1994 a2007.

    Localizao dos Projetos de Assentamento, ReservasExtrativistas e reas de Proteo Ambiental no municpiode Rio Branco-AC.

    Contribuio do desmatamento por classe de tamanhopara o municpio de Rio Branco-AC, no perodo de 1994a 2007.H

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    rea de Pasto.Foto: Acervo ZEAS (2008).

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    DINMICA DO DESMATAMENTO EM RIO BRANCO-AC

    Sonaira Souza da SilvaJudson Ferreira Valentim

    Eufran Ferreira do AmaralAntnio Willian Flores de Melo

    RESUMO: O municpio de Rio Branco, a exemplo do estadodo Acre, vem estabelecendo estratgias de desenvolvimentosustentvel com base no Programa de Zoneamento Econmi-co, Ambiental, Social e Cultural de Rio Branco (ZEAS). Este

    programa resultar na elaborao do Mapa de Gesto do Mu-nicpio, na escala de 1:100.000. Neste trabalho analisou-sea evoluo do desmatamento no municpio, como uma ferra-menta para apoiar a tomada de decises no estabelecimento depolticas pblicas que conciliem o desenvolvimento econmicocom a gerao de emprego, elevao da renda e do bem-estarsocial e a conservao ambiental. O mapeamento do desores-

    tamento foi realizado pelo Instituto do Meio Ambiente do Acre(IMAC) por meio de imagens LandSat do ano de 1988 a 2007no mbito do software ENVI 4.2. Rio Branco possui 2.377 kmde desmatamento (27% de sua rea total), com mdia anualde 75 km e ndice de desmatamentoper capita de 0,82 ha. Odesmatamento concentra-se na regio leste, no entorno da reaurbana, ao longo das BR-364, BR-317, AC-090 e AC-040 e de

    rios e igaraps. Entre 2004-2005 houve aumento de 1,29% nataxa de desmatamento, em grande parte como conseqnciada maior seca ocorrida no Acre nos ltimos 60 anos. No mesmoperodo, houve aumento de 24, 90, 20 e 44%, respectivamente,na produo de arroz, feijo, mandioca e milho. Entre 2005 e2006 houve reduo de 58 km2 na taxa de desmatamento. Aspolticas, programas e aes da Prefeitura Municipal de RioBranco e do Governo do Estado, com nfase na recuperaode reas de Preservao Permanente e de reas degradadas eintensicao do uso das reas j desmatadas para a produoagropecuria e agroorestal, tm promovido a valorizao do

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    uso sustentvel da oresta em p. Com o conhecimento da reali-dade ambiental, econmica, social e cultural possvel planejare executar programas participativos que conciliam desenvolvi-mento econmico, melhorar da renda e do bem-estar social da

    populao com a conservao ambiental no municpio de RioBranco.

    Termos para indexao:Amaznia, Zoneamento Econmi-co, uso da terra.

    DyNAMIC OF DEFORESTATION IN RIO BRANCO,ACRE

    ABSTRACT: The county of Rio Branco, similarly to the StateAcre is establishing sustainable development strategies as thebasis of the Program of Economic, Environmental, Social andCultural Zoning of Rio Branco (Zeas). This program will leadto the production of the Map of Management of Rio Branco, ina 1:100.000 scale. In this study deforestation dynamics in thecounty was analyzed as a tool to support the decision makingprocess in the establishment of public policies which reconcileeconomic development, creation of jobs, increase of income andsocial welfare and environmental conservation. The process ofmapping deforestation was carried out by the Environmental In-stitute of Acre (Imac) using LandSatimages from the year 1987

    to 2007 with the support of ENVI 4.2 software. Rio Branco hasan area of 2,377 km of deforestation (27% of its total area) anda per capita index of deforestation of 0.82 hectare. Deforestationis concentrated in the Eastern region of the county, around theurban area and along the federal highways BR-364, BR-317, thestate highways AC-090 and AC-040 and the margim of the riv-ers. In the period between 2004-2005 there was an increase of

    1,29% in the deforestation rate, mainly as a consequence of themost severe draught that occurred in Acre in the last 60 years. Inthe same period, there was an increase of 24, 90, 20 and 44%,respectively in the production of rice, beans, cassava and corn.

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    Between 2006 and 2007 there was a reduction of 58 km2 in therate of deforestation. The policies, programs and actions of thecounty of Rio Branco and of the government of the State of Acre,with focus on reclamation of Areas of Permanent Preservationand of degraded areas and the intensication of use of the de-forested areas for agricultural and agroforestry production haspromoted the valorization of the use of the remaining standingforest areas. With the knowledge of the actual environmental,

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    social, economic and cultural conditions it is possible to plan andcarry out participatory programs aimed at reconciling the pro-motion of economic development, improvement of income andsocial welfare of the population and environmental conservationin the county of Rio Branco.

    Index Terms: Brasilian Amazon, impacts, land use.

    Desmatamento.Foto: Dhrcules Pinheiro (2008)

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    rea queimada para estabelecimento de pastagem.Foto: Acervo ZEAS (2008).

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    INTRODUO

    A Amaznia brasileira participa com aproximadamente

    um tero das orestas tropicais do planeta, uma rea que com-

    preende 4,1 milhes de quilmetros quadrados. No decorrer da

    maior parte do sculo XX, o processo de ocupao da regio

    ocorreu ao longo dos principais rios navegveis. Entretanto,

    desde o nal da dcada de 60, o desmatamento passou a se

    concentrar ao longo das rodovias de integrao, originadas a

    partir das polticas do Governo Federal, visando assegurar a

    integrao e a soberania nacional sobre a Amaznia.

    A regio Amaznica constituda de um mosaico de cul-

    turas (indgenas, ribeirinhos, seringueiros, nordestinos, sulistas,

    dentre outras) que ocasiona diferentes formas de uso da terra,

    provocando mudanas de grande impacto na paisagem regio-

    nal. Da mesma forma, investimentos em infra-estrutura, dis-

    ponibilidade de incentivos scais e os projetos de colonizao

    tm causado, continuamente, aumento das reas desmatadas

    (BARRETO et al., 2005; COHENCA, 2005).A estimativa do desmatamento na Amaznia Legal brasi-

    leira, divulgada pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais

    (INPE) em 2004, chegou a 2.737.900 ha, um valor que s

    inferior estimativa de desmatamento ocorrida em 1995, com

    2.905.900 ha (INPE, 2008).

    Cada vez mais os poderes pblicos tm dado maiorateno aos valores das reas desorestadas, principalmente

    na Amaznia, ao ponto de promover a reviso das polticas p-

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    blicas na regio, buscando maior responsabilidade ambiental,

    principalmente, no que tange ao ordenamento territorial, refor-

    mulao da poltica de incentivos nanceiros e ao aumento da

    scalizao para o cumprimento das leis ambientais (COHEN-

    CA, 2005).

    A preocupao mundial com o bioma Amaznia asso-

    ciada aos esforos de aumento da governana ambiental, por

    parte dos Governos Federal e Estaduais, e crise nos preos

    do commodities entre 2004 e 2006, contriburam para a reduo

    do desmatamento na regio. Em 2007, houve um dos menores

    valores desde 1988, 11.532 km de desorestamento, superior

    somente a 1991, com rea desmatada de 11.030 km (INPE,

    2008).

    O processo de desmatamento na Amaznia Legal acon-

    tece, especialmente, concentrado na regio de transio entre

    os biomas Amaznia e Cerrado. O Instituto Brasileiro de MeioAmbiente e Recursos Naturais Renovveis (IBAMA) deniu esta

    regio como Arco do Desorestamento, constituda por parte

    dos estados do Par, Mato Grosso do Sul, Maranho, Amazo-

    nas, Rondnia, Tocantins e Acre, para ns de estratgia usada

    no sistema de monitoramento de queimadas (COHENCA, 2005;

    ARAUJO et al., 2007).O desmatamento resultante de diversos fatores hist-

    ricos que se inter-relacionam. Compreende desde incentivos

    scais e polticas de colonizao no passado (KAMPEL et al.,

    2008), desencadeando processos migratrios para a Amaznia

    como forma de solucionar os problemas sociais de outras regi-

    es (FEARNSIDE, 1993); recorrentes conitos fundirios moti-vados pela ausncia de titularidade da terra e pela presso da

    reforma agrria, at o recente cenrio econmico envolvendo o

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    ZEAS15

    avano da explorao madeireira (FEARNSIDE, 1993) da pe-

    curia (AMARAL et al., 2000) e o do agronegcio, notadamen-

    te a expanso das culturas de soja sobre reas de pastagens

    (ALENCAR et al., 2004), alm de investimentos em infra-estru-

    tura, sobretudo a abertura de estradas e pavimentao (BROWN

    et al., 2002; SOARES-FILHO et al., 2005).

    As mudanas no uso do solo e sua intensidade esto di-

    retamente relacionadas aos problemas ambientais, sejam estes

    em escala global ou regional, inuenciando nos conitos sociais

    pela posse da terra e nas mudanas climticas (BARRETO et

    al., 2005; SALMUN e MOLOD, 2006).

    Os impactos ambientais ocasionados pelo desmatamen-

    to podem ser de grande magnitude, como a perda da biodiver-

    sidade, mudanas climticas, perdas de produtividade do solo,

    interferncia do ciclo hidrolgico e de nutrientes, deslocamento

    e destruio de povos indgenas e suas tradies culturais (FEARNSIDE,1990, 2005; VIEIRA et al., 2005).

    Atualmente, o poder pblico busca medidas de concilia-

    o entre desenvolvimento econmico, social e ambiental. No

    estado do Acre, o Zoneamento Ecolgico-Econmico (ZEE)

    um instrumento que vem assumindo papel fundamental na

    construo do desenvolvimento sustentvel, subsidiando eorientando as polticas pblicas relacionadas ao planejamento,

    uso e ocupao do territrio, considerando as potencialidades

    e limitaes do meio fsico, bitico e scio-econmico (ACRE,

    2006a).

    O municpio de Rio Branco, a exemplo do Estado, vem

    estabelecendo estratgias de desenvolvimento sustentvelpautadas no Programa de Zoneamento Econmico, Ambien-

    tal, Social e Cultural de Rio Branco-AC (ZEAS), contemplando

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    DINMICA DO DESMATAMENTO EM RIO BRANCO-AC16

    a elaborao do Mapa de Gesto do Municpio, na escala de

    1:100.000. Este Programa tem como objetivo contribuir para o

    planejamento e reorientao das polticas pblicas, dando su-

    porte gesto territorial e subsidiando a tomada de decises

    do setor privado e da sociedade em geral, visando promovero desenvolvimento sustentvel e eqitativo do Municpio (Rio

    Branco, 2007).

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    ZEAS17

    Neste trabalho, estudou-se a dinmica do desmatamento

    com o objetivo de contribuir para o estabelecimento de diretri-

    zes e formulao de polticas que permitam conciliar o processo

    de desenvolvimento econmico com a gerao de emprego e

    renda, promoo do bem-estar social e a conservao ambien-

    tal no municpio de Rio Branco-AC.

    rea de Pasto sob Pastejo.Foto: Dhrcules Pinheiro (2008)

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    O estudo teve como foco o municpio de Rio Branco, capi-

    tal do estado do Acre (Figura 1). O Municpio possui uma rea

    de 8.658 km, situado entre as coordenadas geogrcas de

    100122 e 100414 de latitude sul e de 67403 e 674243

    de longitude oeste.O municpio de Rio Branco concentra 44% da populao

    total do Estado e possui densidade demogrca de 25 habitan-

    tes/km, com 88% da populao residente na zona urbana e

    12% na zona rural (ACRE, 2006b).

    Figura 1. Localizao da rea de estudo no Brasil e no estado doAcre.

    MATERIAL E MTODOS

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    ZEAS19

    Figura 2. Localizao da rea de estudo e das imagens (rbita/ponto)

    do satlite Landsatutilizadas para o monitoramento do incremento dodesmatamento no municpio de Rio Branco-AC.

    Foram necessrias trs imagens Landsatpara recobrir

    totalmente o municpio de Rio Branco, a cada ano (Figura 2).

    Alm destas imagens de satlite e do mapa poltico municipal,

    foram utilizados mapas de Unidades de Conservao, reasde Proteo Permanente e Projetos de Assentamentos para

    anlises da dinmica do desmatamento.

    No Acre, a primeira experincia no monitoramento da

    cobertura orestal foi o levantamento feito pela Fundao de

    Tecnologia do Estado do Acre (FUNTAC) para o ano de 1996,

    utilizado como base para a primeira etapa do ZoneamentoEcolgico-Econmico do Acre (ACRE, 2006a). Em 1999, o In-

    stituto do Homem e Meio Ambiente da Amaznia (IMAZON)

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    DINMICA DO DESMATAMENTO EM RIO BRANCO-AC20

    deniu uma metodologia para mapear reas desmatadas, por

    solicitao do Governo do Acre, com boa relao custo-bene-

    fcio, em maior escala (1:50.000), apresentando alta acurcia

    (95%). A metodologia desenvolvida incluiu classes de de-

    gradao orestal (orestas degradadas pela explorao ma-

    deireira, fragmentao e queimadas), podendo ser replicado

    pelos tcnicos do Instituto de Meio Ambiente do Acre (IMAC) em

    tempo hbil para controlar o desmatamento no Estado (SOUZA

    JUNIOR et al., 2006).

    A partir da metodologia estabelecida, foi gerada a srie

    histrica do desmatamento para o estado do Acre, para os anos

    de 1988 e 1994 a 2007. Os dados foram cedidos pelo IMAC e

    a metodologia, descrita por SOUZA JUNIOR et al. (2006), foi

    renada para classicao de imagens para deteco de des-

    matamento.

    Para a avaliao da dinmica do desmatamento no mu-nicpio de Rio Branco. foram analisados os dados de desmata-

    mento bruto, o incremento de reas desmatadas ano a ano, o

    desmatamento em Unidades de Conservao, reas de Preser-

    vao Permanente e Projetos de Assentamento, alm do ta-

    manho dos desmatamentos. Por m, fez-se a anlise das con-

    seqncias do desmatamento ao meio ambiente e sociedade,recomendando medidas mitigadoras para o quadro atual.

    RESULTADOS E DISCUSSO

    O municpio de Rio Branco passa por uma dinmica nasmudanas do uso da terra de grande magnitude que deve ser

    entendida pelo poder pblico, por meio dos conhecimentos tc-

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    ZEAS21

    nicos e tradicionais, a m de subsidiar a gesto do territrio,

    garantindo o desenvolvimento sustentvel, gerando riquezas e

    melhorando as condies sociais.

    1 DESMATAMENTO BRUTO

    O desmatamento bruto acumulado no municpio de Rio

    Branco em 1988 era de 963 km, representando 11% da sua

    rea total. Entre 1994 e 2007, a rea desmatada aumentou de1.397 para 2.377 km, passando de 16 para 28% do territrio do

    Municpio (Figura 3). Isto representou um aumento de 981 km

    de reas desorestadas signicando uma perda anual mdia de

    75 km de orestas por ano.

    Figura 3. Desmatamento bruto no municpio de Rio Branco-AC, no

    perodo de 1995 a 2007.

    Rio Branco, localizado ao leste do Estado, o municpio

    onde vive a maioria da populao acreana (44% do total do Es-

    15641614

    16441678

    1729

    1823

    1886

    1974

    2086

    2178

    22902318

    2377

    1200

    1400

    1600

    1800

    2000

    2200

    2400

    1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

    Ano

    readesmatada(km)

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    DINMICA DO DESMATAMENTO EM RIO BRANCO-AC22

    tado), com 314.127 habitantes (IBGE, 2008a), 237.737 ha de

    rea desmatada e com 628.048 ha de orestas, resultando em

    um ndice de desmatamento per capita de 0,82 ha e de oresta

    per capita de 2,2 ha. Segundo VALENTIM e AMARAL (2006),

    Rio Branco possua o segundo menor ndice de desmatamento

    per capita do Estado em 2004 (0,78 ha), inferior apenas a Cru-

    zeiro do Sul (0,77 ha) e muito inferior a Capixaba (11 ha) e Bu-

    jari (12,69 ha).

    Dados do Projeto Prodes do Instituto Nacional de Pesqui-

    sas Espaciais (INPE), mostram que Rio Branco o municpio do

    Acre com maior rea absoluta desmatada e o oitavo em termos

    de proporo de rea total desmatada. Estes dados referem-se

    antiga congurao dos municpios, porm, os resultados na

    atualizao dos novos limites no alteram muito estes valores

    (BROWN et al., 2007). Em 2004, o municpio era responsvel

    por 13,6% da rea total desmatada no Estado (OLIVEIRA et al.,2006).

    O desmatamento concentra-se principalmente na regio

    leste do municpio de Rio Branco, no entorno da rea urbana,

    distribuindo-se, tambm, ao longo das BR-364 (trecho Rio

    Branco-Porto Velho), BR-317, AC-090 e AC-040. Alm disso,

    h manchas de desorestamento ao longo dos cursos de rios eigaraps (Figura 4).

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    23/48

    ZEAS23

    Figura4.

    Distribuiodasreasdesm

    atadasnomunicpiodeRioBranco-ACat

    2007.

  • 8/4/2019 DINMICA DO DESMATAMENTO EM RIO BRANCO-AC

    24/48

    DINMICA DO DESMATAMENTO EM RIO BRANCO-AC24

    Figura 4: Validao de campo: rea mecanizada em 2007 e rea mecanizada este ano

    (2008), com plantio de Melancia. Plo Agroforestal Hlio Pimenta, Rio Branco/AC.

    1 ALVES, D. An analysis of the geographical patterns of deforestation in theBrazilian Amazon during the 1991-1996 period. In: Patterns and Process ofLand Use and Forest Changes in the Amazon. WOOD, C.; PORRO, R. (Ed.).Gainesville: University of Florida, 2001.

    Na Amaznia, mais de 70% das reas desmatadas se

    concentram ao longo de uma faixa de 50 km de cada lado das

    estradas (ALVES1 citado por MOUTINHO et al., 2008; BROWN

    et al., 2002). Com os investimentos do Programa de Acelera-

    o do Crescimento do Governo Federal para integrao do

    Brasil com o Oceano Pacco, possvel identicar uma zona

    potencial de impacto ambiental para o municpio de Rio Branco

    (Figura 5), principalmente se houver novas aberturas de ramais

    e estradas.

    Explorao de MadeiraFoto: Thiago Nicheli (2007).

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    ZEAS25

    Figur

    a5.Faixade50kmdapossvelzonadeimpactocomaintegraodoBrasilcomooceanoPacfco.

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    26 DINMICA DO DESMATAMENTO EM RIO BRANCO-AC

    Queimada para abertura de pasto.Foto: Acervo ZEAS (2008)

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    ZEAS27

    2 INCREMENTO DO DESMATAMENTO

    O incremento mdio do desmatamento no municpio de

    Rio Branco, no perodo de 1995 a 2007, foi de 101 km. O maior

    incremento mdio (106 km) ocorreu no perodo de agosto de

    1994 a julho de 1995 e o menor incremento mdio (19 km)

    ocorreu entre agosto de 1996 e julho de 1997 (Figura 6).

    O aumento acentuado no desmatamento em 1995 pode

    ser conseqncia do Plano Real que reduziu a inao, ga-

    rantindo maior estabilidade de preos e promovendo ganhos

    reais de renda aos produtores. Com mais segurana quanto

    aos preos dos produtos agropecurios no mercado, os produ-tores tomaram a deciso de expandir o desmatamento em suas

    propriedades, como estratgia para aumentar sua renda. Alm

    Figura 6. Incremento bruto do desmatamento no municpio de Rio

    Branco-AC, no perodo de 1995 a 2007, com mdia histrica do des-matamento (57km - linha tracejada na cor vermelha).

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    DINMICA DO DESMATAMENTO EM RIO BRANCO-AC28

    disto, a estabilidade econmica assegurou ao Governo Federal

    recursos para investimentos do Programa Avana Brasil favore-

    cendo o asfaltamento de estradas, causando grandes impactos

    na paisagem natural nesta parte da Amaznia Sul-Ocidental

    (BROWN et al., 2002).

    No perodo de 1994-1995, o desmatamento anual foi

    de 106 km diminuindo signicativamente nos anos seguintes,

    atingindo 21 km em 1998. Entre 1995 e 1999 houve a menor

    mdia de desmatamento (27 km) dos ltimos 13 anos de moni-

    toramento, representando uma queda de 50% em relao

    taxa mdia anual histrica (57 km).

    A taxa mdia anual de desmatamento, em relao rea

    total do municpio de Rio Branco, foi de 0,87% para o perodo de

    1995 a 2007 (Figura 7). A maior taxa anual de desmatamento foi

    em 1995 (4%). No perodo de 2005-2006, houve a menor taxa

    mdia de desmatamento anual da srie histrica (0,33%), valoreste prximo mdia do perodo de 1995-1999 (0,48%), pero-

    do de maior desacelerao do desmatamento registrado nos

    ltimos 13 anos de monitoramento. Os perodos de aumento e

    diminuio do desorestamento no Municpio seguiram a mes-

    ma tendncia observada no Estado do Acre (SOUZA JUNIOR

    et al., 2006).

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    ZEAS29

    1,93

    0,59

    0,340,40

    0,58

    1,09

    0,73

    1,01

    1,29

    1,07

    1,29

    0,33

    0,69

    0,00

    0,30

    0,60

    0,90

    1,20

    1,50

    1,80

    2,10

    1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

    Ano

    Taxaanualdedesmatamento(%)

    Figura 7. Taxa anual de desmatamento relativa rea total do mu-

    nicpio de Rio Branco-AC, para o perodo de 1994 a 2007.

    Cabe destacar, que a reduo do desmatamento, ocor-

    rida entre 1995 e 1999, coincidiu com a desestruturao dos

    rgos de apoio produo rural do governo do Estado, pero-

    do denominado por VALENTIM e GOMES (2006) de a dca-

    da perdida. A falta de manuteno da infra-estrutura viria,

    as diculdades de acesso assistncia tcnica e s linhas de

    crdito implicaram em forte restrio atividade agropecuria,

    at ento fortemente dependente do desmatamento.

    Nos anos de 2003 e 2005, a taxa mdia de desmatamento anual

    cou acima de 1%, o equivalente a 79 km, somente menor que

    o ano de 1995 com uma taxa anual de 1,22% da srie histrica

    (Figura 7).

    Estas elevadas taxas de desmatamento foram reexos

    iniciais da retomada da ao governamental na zona rural, o

    que levou os produtores rurais a expandir suas reas com agri-cultura e pastagens. As menores taxas de desmatamento veri-

    cadas no perodo seguinte (2006-2007) reetem o resultado

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    DINMICA DO DESMATAMENTO EM RIO BRANCO-AC30

    das aes da Prefeitura Municipal de Rio Branco e do Governo

    do Estado, com foco na recuperao de reas degradadas e na

    intensicao do uso das reas j desmatadas, alm de pro-

    mover a valorizao do uso sustentvel da oresta nativa ainda

    intacta. Como resultado destas aes, a rea colhida com cul-

    turas anuais e perenes aumentou 44 e 13%, respectivamente,

    nos anos de 2005 e 2006. As produes de arroz, feijo, man-

    dioca e milho aumentaram 24, 90, 20 e 44%, respectivamente,

    no mesmo perodo (IBGE, 2008b).

    O municpio de Rio Branco possui em seu territrio a rea

    total ou parcial de sete Projetos de Assentamento (PAs): More-

    no Maia, Itamaraty, Figueira, Caro, Oriente, Benca, Colibri,Vista Alegre, Baixa Verde, Boa gua, Remanso e Pedro Peixo-

    to; parte da Reserva Extrativista Chico Mendes (RESEX) e trs

    reas de Proteo Ambiental (APAs): So Francisco, Amap e

    Irineu Serra. Estas reas ocupam 285.284 ha, o equivalente a

    33% da rea total do Municpio (Figura 8).

    3 DESMATAMENTO EM PROJETOS DE

    ASSENTMENTO, RESERVAS EXTRATIVISTAS

    E REAS DE PROTEO AMBIENTAL

  • 8/4/2019 DINMICA DO DESMATAMENTO EM RIO BRANCO-AC

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    ZEAS31

    Figura8.

    LocalizaodosProjetosdeA

    ssentamento,

    ReservasExtrativistase

    reasdeProteo

    Ambientalnomunic

    piodeRioBranco-AC

    .

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    DINMICA DO DESMATAMENTO EM RIO BRANCO-AC32

    As categorias PAs, APAs e RESEX foram analisadas

    quanto a sua contribuio relativa em relao ao desmatamento

    do municpio de Rio Branco at 2007. A RESEX Chico Mendes

    foi a categoria que menos contribuiu com o desmatamento total,

    apenas 0,89%, seguida das APAs (9,64%) e PAs (20,02%). Os

    assentamentos do Instituto Nacional de Colonizao e Reforma

    Agrria (INCRA), devido nalidade de produo agropecuria,

    apresentaram maior dinmica no uso da terra, assim como era

    esperado que a RESEX Chico Mendes tivesse menor contri-

    buio para o desorestamento total, tendo em vista sua des-

    tinao para rea de conservao com ns de uso sustentvel

    dos recursos orestais por comunidades extrativistas.

    Contribuio dos Projetos de Assentamento, reas de Pro-teo Ambiental e da RESEX Chico Mendes para o des-matamento total acumulado no municpio de Rio Branco-AC, at 2007.

    Tabela 1.

  • 8/4/2019 DINMICA DO DESMATAMENTO EM RIO BRANCO-AC

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    ZEAS33

    0

    10

    20

    30

    40

    50

    60

    70

    1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

    Ano

    P

    roporododesmatamento(%)

    > 3

    3 - 10

    10 - 60

    60 - 100

    100 - 200

    < 200

    4 DESMATAMENTO POR CLASSE DE TAMANHO

    Os incrementos anuais de desmatamento, entre 1994 e

    2007, foram classicados nas seguintes classes de tamanho:

    200 ha.Desta forma, vericou-se a contribuio de cada uma dessas

    classes para o desmatamento anual do Municpio. Isso permitiu

    avaliar quais as classes de tamanho que mais contribuem para

    o desmatamento e as suas tendncias temporais (Figura 9).

    Figura 9. Contribuio do desmatamento por classe de tamanho parao municpio de Rio Branco-AC, no perodo de 1994 a 2007.

  • 8/4/2019 DINMICA DO DESMATAMENTO EM RIO BRANCO-AC

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    DINMICA DO DESMATAMENTO EM RIO BRANCO-AC34

    A classe de tamanho de incremento de desmatamento

    caracterizada por reas menores que 3 ha predominou no mu-

    nicpio de Rio Branco durante 1995 a 1999, contribuindo com

    57% da rea total antropizada neste perodo. A classe de ta-

    manho de 3 a 10 ha predominou at os anos de 2000 e 2001 e

    2004 a 2005, com 37% da rea total, em mdia. Os desmata-

    mentos com tamanhos menores que 10 ha possuem maior pre-

    dominncia, contribuindo, em mdia, com 57% do total do des-

    matamento, atribudos a pequenos latifndios rurais.

    O incremento do desmate com reas maiores que 200

    ha foi destaque no ano de 2006, com 50% de contribuio; em

    outros anos, esta classe assumiu a segunda colocao, repre-

    sentando em mdia 24% nos anos de 1994, 2002 e 2003. Incre-

    mentos de desmatamento de tamanho de 10 a 60 ha representa-

    ram 23% e incrementos maiores, de 60 a 100 ha, apresentaram

    menor contribuio para o desmatamento total, apenas 4%.

    Toras de madeira.Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).

  • 8/4/2019 DINMICA DO DESMATAMENTO EM RIO BRANCO-AC

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    ZEAS35

    5 IMPACTOS DO DESMATAMENTO

    A avaliao do potencial destrutivo do desmatamento nos

    ecossistemas de suma importncia para denir alternativas

    para o planejamento de sistemas de desenvolvimento susten-

    tvel, principalmente na regio Amaznica com suas grandes

    riquezas biolgicas, genticas e culturais e funo ecolgica,tendo em vista, que estes impactos no so localizados, mas

    alcanam escalas regionais e globais (FEARNSIDE, 1990).

    As diversas teorias indagam como pode existir a exube-

    rante Floresta Amaznica em solos quimicamente pobres. Es-

    tas teorias sobre ciclos fechados de ciclagem de nutriente entre

    oresta-solo levam tambm a concluses sobre os impactosdecorrentes do desmatamento.

    Aps a retirada da oresta, com o passar do tempo,

    ocorre signicativa perda de produtividade do solo devido

    eroso, compactao do solo e exausto dos nutrientes.

    At a produtividade agrcola diminui com a perda da qualidade

    do solo (FEARNSIDE, 2005). Alm disso, com a retirada dasorestas muitas opes de manejo orestal sustentvel, tanto

    para os recursos madeireiros quanto para os farmacolgicos e

    genticos, acabam sendo perdidas. Desta forma, medidas al-

    ternativas devem ser adotadas para conservao da gua e do

    solo na regio Amaznica.

    O desorestamento tem causado grandes efeitos nega-

    tivos tambm no ciclo hidrolgico da Amaznia. Trabalhos

    mostram que a porcentagem de gua reciclada dentro da ba-

  • 8/4/2019 DINMICA DO DESMATAMENTO EM RIO BRANCO-AC

    36/48

    DINMICA DO DESMATAMENTO EM RIO BRANCO-AC36

    cia Amaznica deve estar entre 20 e 30% e no mais a tradi-

    cional estimativa de 50%. A mudana de oresta para campos

    agrcolas tem inuenciado o regime hidrolgico no apenas na

    Amaznia, mas tambm em outras regies. Como por exemplo,

    o Centro-sul do Brasil, que por efeito da movimentao de camadas

    de ar que recebem o vapor dgua transportada desta regio derivada

    da gua que recicla pela oresta atravs da evapotranspirao,

    e no apenas do vapor de gua de nuvens provenientes do

    Oceano Atlntico (FEARNSIDE, 1993).

    A perda de biodiversidade uma das conseqncias

    mais preocupantes do desorestamento na Amaznia, pois

    muitas espcies da ora e fauna amaznicas so consideradas

    endmicas regio, sendo a perda deste potencial gentico to-

    talmente irreversvel.

    VIEIRA et al. (2005) aponta a possibilidade da realizao

    de clculos para a estimativa da magnitude da perda e do des-perdcio de alguns componentes da biodiversidade de fauna e

    ora no municpio de Rio Branco, um patrimnio gentico vegetal

    e animal inestimvel, principalmente pela falta de estudos prvios

    em reas j desmatadas.

    Estima-se que Rio Branco, com 27% de seu territrio des-

    matado, tenha perdido de 106.965.000 a 130.735.000 rvores,em torno de 589.496 espcimes de aves e 33.278 espcimes

    de primatas nestes 2.377 km desorestados com base nos

    dados de biodiversidade dos estudos realizados por VIEIRA et

    al. (2005). Estes clculos analisam os impactos potenciais em

    cada km de reas desorestada. Estudos mais aprofundados

    poderiam indicar impactos maiores para a fauna e ora regionais,se fossem analisadas a forma como se faz o desmatamento e as

    formas de fragmentao orestal.

  • 8/4/2019 DINMICA DO DESMATAMENTO EM RIO BRANCO-AC

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    ZEAS37

    O equilbrio da composio atmosfrica do nosso planeta

    tem sido afetado, principalmente, com o lanamento de carbo-

    no. So cerca de 8 bilhes de toneladas anuais, sob a forma

    de dixido de carbono (CO2), decorrentes da queima de com-

    bustveis fsseis e mudanas dos usos da terra, muito embora

    apenas 3,2 bilhes permanecem na atmosfera e provocam au-

    mento do efeito estufa (NOBRE e NOBRE, 2002). O desmata-

    mento na Amaznia tem sido apontado como o grande emissor

    de CO2, com estimativas de emisso de 200 milhes de tone-

    ladas de carbono por ano (3% das emisses globais), sendo

    agravada com a queima da oresta (BUCKERIDGE, 2007).

    Neste cenrio, a Amaznia tem papel fundamental tanto

    no estoque como nas emisses de carbono. Em suas orestas

    est armazenada uma quantidade de C equivalente quela que

    emitida pela populao humana durante mais de uma dca-

    da. Uma oresta tropical mantm imobilizada na vegetao,em mdia, cerca de 420 toneladas por hectare de biomassa

    vegetal, o que corresponde a 210 toneladas por hectare de C

    (HOUGHTON et al.2 citado por NOBRE e NOBRE, 2002). Con-

    tudo, quando este armazm perturbado pela derrubada ou

    pela queima da oresta, grande quantidade de C liberada para

    a atmosfera na forma de CO. As quantidades emitidas pelodesmatamento no municpio de Rio Branco j contriburam com

    499.170 toneladas de carbono liberado, favorecendo as mudan-

    as climticas tanto em escala regional como global.

    O processo de desmatamento na Amaznia gera uma

    2 HOUGHTON, R. A.; SKOLE, D. L.; NOBRE, C. A.; HACKLER, J. L.; LAW-RENCE, K. T.; CHOMENTOWSKI, W.H. Annual Fluxes of Carbon from De-forestation and Regrowth in the Brazilian Amazon. Nature, n. 403, p. 301-304, 2000.

  • 8/4/2019 DINMICA DO DESMATAMENTO EM RIO BRANCO-AC

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    DINMICA DO DESMATAMENTO EM RIO BRANCO-AC38

    paisagem de fragmentao orestal cercada por campos de

    pastagens, agricultura e zonas urbanas. Esta fragmentao

    promove, alm de perdas de biodiversidade, alteraes no ci-

    clo hidrolgico e aumento dos riscos de incndios orestais. A

    Coordenadoria Estadual de Defesa Civil (CEDEC) vericou no

    ano de 2005 a maior ocorrncia de incndios orestais de toda

    a histria do Acre. Os incndios estavam ocorrendo em reas

    de difcil acesso, em matas virgens de forma rasteira por baixo

    das rvores de copas fechadas e elevadas e nas copas das

    rvores (ALBUQUERQUE et al., 2007). Desta forma, o processo

    de desmatamento fragmentado torna a oresta remanescente

    mais suscetvel aos incndios orestais, provocando a morte de

    rvores e de outros componentes deste ecossistema, alm da

    emisso de milhes de toneladas de gases do efeito estufa para

    a atmosfera.

    Assim, evidente que grandes oportunidades para ouso sustentvel da oresta so perdidas, entre elas a captao

    de valores em servios ambientais, como manuteno de bio-

    diversidade, ciclagem de gua e armazenamento de carbono

    (FEARNSIDE e LAURANCE, 2002).

    Os impactos do desmatamento ao meio ambiente so

    diversos. Entretanto, a gerao de alternativas de recuperaoe uso sustentvel deve ser adotada, para condicionar oportuni-

    dades de sobrevivncia ao produtor rural, de aumento de renda

    e de sustentabilidade. A adoo de prticas alternativas nas

    atividades agropecurias chave para garantir a produo de

    alimentos, a diminuio do desmatamento e gerao de renda.

    Tais prticas seriam: i) a recuperao de reas degradadas ede reas de Preservao Permanente em nascentes, igaraps

    e rios; ii) o plantio direto; iii) a utilizao de cobertura morta e

  • 8/4/2019 DINMICA DO DESMATAMENTO EM RIO BRANCO-AC

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    ZEAS39

    viva com leguminosas sobre o solo; iv) os cultivos perenes; v)

    a mecanizao agrcola, dentre outras. A utilizao de prticas

    corretas garante menor impacto ao meio ambiente com consoli-

    dao econmica e bem-estar social.

    Motossera.Foto: Thiago Nicheli (2007)

  • 8/4/2019 DINMICA DO DESMATAMENTO EM RIO BRANCO-AC

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    DINMICA DO DESMATAMENTO EM RIO BRANCO-AC40

    CONLUSES

    A reduo das taxas de des-

    matamento, nos anos de 2006 e

    2007, e os aumentos de 24, 90, 20 e

    44%, respectivamente, na produo

    de arroz, feijo, mandioca e milho,

    entre 2005 e 2006, reetem o resulta-

    do das polticas, programas e aes

    da Prefeitura Municipal de Rio Bran-

    co e do Governo do Estado do Acre,

    com foco na recuperao de reas

    de preservao permanente ao longo

    dos rios e igaraps, na recuperao

    de reas degradadas e na intensi-cao do uso das reas j desmata-

    das para a produo agropecuria

    e agroorestal, alm de promover a

    valorizao do uso sustentvel dos

    ativos orestais.

    Isto mostra que com con-

    hecimento da realidade ambiental,

    econmica, social e cultural pos-

    svel executar programas participati-

    vos que conciliam desenvolvimento

    econmico, gerao de emprego erenda com a conservao ambiental

    em Rio Branco.Cinzas.

    Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).

  • 8/4/2019 DINMICA DO DESMATAMENTO EM RIO BRANCO-AC

    41/48

    ZEAS41

    REFERNCIAS

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    DINMICA DO DESMATAMENTO EM RIO BRANCO-AC42

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