DIAGNÓSTICO DOS RECURSOS NATURAIS DO PÓLO AGROFLORESTAL HÉLIO PIMENTA, NO MUNICÍPIO DE RIO BRANCO-AC

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    Prefeitra Mnicipal de Rio Branco-AcrePrefeito Raimundo Angelim Vasconcelos

    Vice-Prefeito Eduardo Farias

    Secretaria Exectiva do Programa deZoneamento Econmico, Ambiental, Social e

    Cltral de Rio Branco-AC - ZEAS

    Secretrio Mnicipal de Governo - SEGOV

    Jos Fernandes do Rgo

    Secretrio Mnicipal de Meio AmbienteSEMEIA

    Arthur Czar Pinheiro Leite

    Secretrio Mnicipal de Agricltra e FlorestaSAFRA

    Mrio Jorge da Silva Fadell

    Diretor da Fndao Garibaldi Brasil - FGB

    Marcos Vincius Simplcio das NevesSecretria Mnicipal de Planejamento

    SEPLANAntnia Francisca de Oliveira

    Secretrio de Estado de Meio Ambiente eRecrsos Natrais - SEMA

    Eufran Ferreira do Amaral

    Cefe Geral do Centro de Pesqisa Agroflo-restal do Acre - Embrapa Acre

    Judson Ferreira Valentim

    Grpo de Trabalo GT

    Coordenadora Geral do Programa ZEASNdia W. Valentim PereiraBiloga M.Sc. Manejo Ambiental

    Eixo Recrsos NatraisLcio Flvio Zancanela do CarmoGegrafo M.Sc. Solos

    Marconde Maia FerreiraBilogo M.Sc. Ecologia

    Raimundo Nonato de Souza MoraesEngenheiro Agrnomo M.Sc. Fitotecnia

    Sonaira Souza da SilvaEngenheira Agrnoma

    Neide Daiana Soares de BritoBiloga

    Eixo Cltral-polticoWladimyr Sena de Arajo

    Antroplogo M.Sc. Antropologia Social

    Eixo Scio-econmicoRaimundo Cludio Gomes MacielEconomista Dr. Economia Aplicada

    Tcnica AdministrativaNeuza Teresinha BoufleuerBiloga M.Sc. Ecologia

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    DIAGNSTICO DOS RECuRSOS NATuRAIS DO PLO AGROFLORESTALhLIO PIMENTA, NO MuNICPIO DE RIO BRANCO-AC.

    Marconde Maia FerreiraLcio Flvio Zancanela do Carmo

    Raimundo Nonato de Souza Moraes

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    Ferreira, Marconde Maia

    Diagnstico dos recursos naturais do Plo Agroorestal Hlio Pimenta, no Municpio de RioBranco-AC. / Marconde Maia Ferreira, Lcio Flvio Zancanela do Carmo, Raimundo Nonato deSouza Moraes ._ Rio Branco: PMRB, 2008. (Boletim de Pesquisa, 009).

    58p.: il.

    Programa de Zoneamento Econmico, Ambiental, Social e Cultural de Rio Branco-AC, ZEAS.

    1. Recursos naturais Aspectos ambientais Rio Branco (AC) 2. Desenvolvimento susten-tvel Rio Branco (AC). 3. Solo Uso. 4. gua Qualidade. I. Ttulo. II. Srie. III. Carmo, LcioFlvio Zancanela. IV. Moraes, Raimundo Nonato de Souza.

    CDD.21ed. 333.7298112

    Dados Internacionais de Catalogao-na-Publicao (CIP)

    Bibliotecria responsvel: Vivyanne Ribeiro das Mercs CRB-11/600

    Exemplares desta publicao podem ser obtidos no:Programa ZEAS

    Rua Coronel Alexandrino, 301 Bosque

    Rio Branco AC CEP: 69909-730Telefones: +55 (68) 3211-2200/[email protected]

    Tiragem: 250 exemplares

    Revisor tcnico:Judson Ferreira ValentimEMBRAPA ACRE

    Joo Luiz Lani-NEPUT-UFV

    Correo ortogrfica e gramatical:

    Ana Maria Alves de OliveiraDesigner e diagramao:

    Thiago Nicheli e Gilberto Lobo

    Fotos:GT/ZEAS e Dhrcules Pinheiro

    Gerao de mapas:Lcio Flvio Zancanela do Carmo-GT Programa ZEAS

    Sonaira Souza da Silva-GT Programa ZEAS

    Kamilla Andrade de Oliveira-Bolsista SEMA-Programa ZEAS1 edio

    1 impresso, 2008.

    Todos os direitos reservados.A reproduo no autorizada desta publicao, no todo ou em

    parte, constitui violao dos direitos autorais (Lei n 9.610)

    Instities colaboradorasGovernamentaisSecretaria Municipal de Meio Ambiente-SEMEIASecretaria Municipal de Agricultura e FlorestaSAFRAServio de gua e Esgoto de Rio BrancoSAERBCentro de Pesquisa Agroflorestal do AcreEMBRAPA/ACUnidade de Tecnologia de AlimentosUTALNcleo de Estudo de Planejamento e Uso da TerraNEPUT-UFVSecretaria de Estado de Meio AmbienteSEMA

    Universidade Federal do AcreUFACUniversidade Federal de Viosa-UFV

    No GovernamentaisEngenharia e Tecnologia da InformaoVECTRAUnio Educacional do NorteUNINORTE

    Apoio FinanceiroEngenharia e Tecnologia da InformaoVECTRA

    Execo

    Prefeitura Municipal de Rio Branco-PMRB

    Programa de Zoneamento Econmico, Ambiental, Sociale Cltral de Rio Branco-AC (ZEAS).

    Boletim Tcnico, n. 009

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    COLABORADORES

    Joo Luiz Lani-NEPUT-UFV

    Eufran Ferreira do Amaral-SEMACeclia Flix Andrade-UFV

    Antonio Willian Flores de Melo-SEMA

    Nilson Gomes Bardales-EMBRAPA ACRE

    Emanuel Ferreira do Amaral-VECTRA

    Henrique de Oliveira (in memria)-UFV

    Victoram Costa-Engenheiro Agrnomo-Estagirio VECTRA

    Nelson Avelar-Estagirio do curso de

    Agrimensura-UFV

    Josino Ferreira do Nascimento-Estagirio do

    curso de Gesto Ambiental-UNINORTE

    AUTORES

    Marconde Maia Ferreira

    Bilogo, M.Sc. em Ecologia e Manejo de

    Recursos NaturaisTcnico do Programa ZEAS-PMRB

    [email protected]

    Lcio Flvio Zancanela do Carmo

    Gegrafo, M.Sc. em Solos e Nutrio de Plantas

    Tcnico do Programa [email protected]

    Raimundo Nonato de Souza Moraes

    Engenheiro Agrnomo, M.Sc. em Fitotecnia

    Tcnico do Programa ZEAS-PMRB

    [email protected]

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    Ramal de acesso ao plo.Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).

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    SUMRIO

    LISTA DE FIGURAS

    LISTA DE QUADROS

    RESUMOABSTRACT

    INTRODUO....................................................................................................

    MATERIAL E MTODOS......................................................................................

    RESULTADOS....................................................................................................

    REA DE ESTUDO..............................................................................................

    RELEVO............................................................................................................SOLOS.............................................................................................................

    HIDROGRAFIA...................................................................................................

    Qualidade das guas........................................................................................

    USO E COBERTURA DO SOLO.............................................................................

    Uso e Cobertura do Solo em reas de Preservao Permanente (APPs)....................

    CONCLUSES...................................................................................................

    REFERNCIAS...................................................................................................

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    23

    4

    4.1

    5

    5.1

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    Figura 1

    Figura 2

    Figura 3

    Figura 4

    Figura 5

    Figura 6

    Figura 7

    Figura 8

    Figura 9

    Fluxograma esquemtico das fases metodol-gicas do Diagnstico dos Recursos Naturais doPlo Agroorestal Hlio Pimenta, no municpiode Rio Branco-AC.............................................

    Localizao do Plo Agroorestal Hlio Pimenta,no municpio de Rio Branco-AC........................

    Modelo Digital de Elevao do Plo Agroores-tal Hlio Pimenta, no municpio de Rio Branco-

    AC.....................................................................

    Distribuio das classes de solos no Plo Agro-orestal Hlio Pimenta, no municpio de RioBranco-AC.........................................................

    Solos do Plo Agroorestal Hlio Pimenta, nomunicpio de Rio Branco-AC.............................

    Sub-bacia dos igaraps Mucambo e Consultacom indicao do permetro do Plo Agroores-tal Hlio Pimenta, no municpio de Rio Branco-AC.....................................................................

    Cobertura orestal remanescente (2004) na ba-cia dos igaraps Mucambo e Consulta com in-

    dicao do polgono do Plo Agroorestal HlioPimenta, no municpio de Rio Branco-AC.........

    rea de nascente vertente com APP bem pre-servada no lote 31 do Plo Agroorestal HlioPimenta, no municpio de Rio Branco-AC.........

    Desmatamento em APP e represamento com

    barragem do curso dgua no Plo Agroores-tal Hlio Pimenta, no municpio de Rio Branco-AC.....................................................................

    LISTA DE FIGURAS

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    Figura 10

    Figura 11

    Figura 12

    Figura 13

    Poo (esquerda) e vertente (direita) utilizadospara captao de gua no Plo AgroorestalHlio Pimenta, no municpio de Rio Branco-AC.........................................................................

    Localizao dos pontos de amostragem de guano Plo Agroorestal Hlio Pimenta, no munic-pio de Rio Branco-AC...........................................

    Uso e Cobertura do Solo do Plo AgroorestalHlio Pimenta, no municpio de Rio Branco-AC..

    Uso e Cobertura do Solo nas reas de Preser-

    vao Permanente (APPs) do Plo AgroorestalHlio Pimenta, no municpio de Rio Branco-AC..

    LISTA DE QUADROS

    Quadro 1

    Quadro 2

    Quadro 3

    Quadro 4

    Quadro 5

    Classes de declividade do Plo AgroorestalHlio Pimenta, no municpio de Rio Branco-AC......................................................................

    Unidades de mapeamento, componentes e reados solos do Plo Hlio Pimenta, no municpiode Rio Branco-AC..............................................

    Localizao e descrio dos pontos de coleta degua no Plo Agroorestal Hlio Pimenta, no mu-nicpio de Rio Branco-AC...................................

    Mdias dos resultados das anlises fsico-qumi-cas e microbiolgicas e Valores Mximos Permi-tidos (VMP) denidos pela Portaria n. 518/2004do Ministrio da Sade.........................................

    Mdias dos resultados das anlises fsico-qumi-

    cas e microbiolgicas e Valores Mximos Permi-tidos (VMP) de acordo com CONAMA conformeas Resolues n. 274/2000 e n. 357/2005..........

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    Quadro 6

    Quadro 7

    Quadro 8

    Classicao e uso das guas de acordo comCONAMA conforme a Resoluo n. 357/2005(Adaptado)............................................................

    Distribuio do Uso e Cobertura do Solo do Plo

    Agroorestal Hlio Pimenta, no municpio de RioBranco-AC.............................................................

    Uso e Cobertura do Solo nas reas de Preserva-o Permanente (APPs) do Plo Hlio Pimenta,no municpio de Rio Branco-AC............................

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    Tipo de uso e cobertura (aude,vegetao rasteira e agricultura).Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).

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    DIAGNSTICO DOS RECURSOS NATURAIS DO PLOAGROFLORESTAL HLIO PIMENTA, NO MUNICPIO DE

    RIO BRANCO-AC.

    Marconde Maia FerreiraLcio Flvio Zancanela do CarmoRaimundo Nonato de Souza Moraes

    RESUMO: Este diagnstico faz parte dos estudos que darosuporte elaborao do Plano de Desenvolvimento RuralSustentvel do Plo Agroorestal Hlio Pimenta e do prprio

    municpio de Rio Branco. As etapas metodolgicas para esteestudo foram pautadas na participao dos produtores destePlo e subdivididas em cinco fases operacionais: (i) fasepreparatria, na qual foram levantados e sistematizados dadossecundrios; (ii) fase de compatibilizao, com a construo eajustes da base cartogrca; (iii) fase de obteno de aerofotos,por meio de aerofotogrametria vertical colorida; (iv) fase decampo, com coletas e anlises das amostras de solo e gua; (v)fase de geoprocessamento, com a anlise e espacializao dosdados por geoprocessamento, como: confeco dos mosaicossemi-controlados, modelagem do terreno, entre outros. Osresultados mostram uma variao altimtrica de 12 m, indo de183 m, na poro centro-oeste, a 214 m de altitude na poronordeste deste Plo. Quanto ao tipo de solo, a principal classe o Argissolo Vermelho-Amarelo com 72% da rea. Este Plo est

    inserido na sub-bacia do igarap Mucambo que se encontra com57% de sua rea desmatada, sendo que a rede de drenagem quase inexistente. muito comum neste Plo a construode barragens audes na drenagem natural que so utilizadospelos moradores para o abastecimento de gua. Estas guasapresentaram sinais de contaminao por coliformes fecaisestando, assim, fora dos padres de potabilidade previstos na

    legislao, mas os resultados para balneabilidade mostraram-seexcelentes. Quanto aos resultados de uso e cobertura do solodeste Plo, constatou-se que 62,7% da rea esto ocupadospor Pastagens e Solo exposto, sendo que nas reas de

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    Preservao Permanente a situao ainda mais grave, com82,07% destas reas ocupados com Pastagens, Solo expostoe Vegetao rasteira. Assim, conclui-se que, embora tenha sidocriado h mais de dez anos, este Plo ainda possui passivosambientais signicativos o que constitui um desao na busca deconciliar sustentabilidade econmica e social das famlias coma conservao dos recursos naturais.

    Termos para indexao: cobertura do solo, uso do solo, solos,qualidade da gua.

    Aude para criao de peixe eirrigao agrcola.Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).

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    DIAGNOSIS OF THE NATURAL RESOURCES ON THEHLIO PIMENTA AGROFORESTRY SETTLEMENT IN RIO

    BRANCO-AC

    ABSTRACT: This diagnosis is part of the studies that will supportthe Sustainable Rural Development Plans of the Helio PimentaAgroforestry Settlement and of the county of Rio Branco. Themethodological phases for this study were based on farmerparticipation and were divided as follows: (i) preparatoryphase where secondary data were gathered and organized;(ii) systematization phase where the cartographic base wasconstructed and adjusted; (iii) taking aerial photos throughvertical aerial color photography; (iv) eld work consisting ofcollection and analysis of soil and water samples; and (v) spatialanalysis of data through geographic processing of informationallowing the generation of semi-controlled mosaics and landmodeling, among other products. The results show that there isa variation in altitude of 12 m, ranging from 183 m in the MiddleEast region to 214 m in the Northeast region of this settlement.

    Regarding the soil type, the main class is the Red Yellow Podzol(Ultisol) occupying 72% of its total area. This settlement is partof the Mucambo river watershed which has 57% of its total areaalready deforested and the drainage network is almost inexistent.Construction of dams along the riverbed is a very commonpractice in this settlement with the purpose of supplying water forhuman and animal consumption. These water sources present

    signals of contamination by fecal chloroforms and therefore, donot meet the legal standards established in the legislation forpotability. However, the results for balneability were excellent.Regarding land cover and land use, the results show that62,7% do the area is occupied by pastures and bare ground.The situation in the Permanent Preservation Areas is still morealarming, with 82,07% of the area occupied with pastures, bare

    ground and low and sparse vegetation. Although this settlementhas been established more than ten years ago, it still has severeenvironmental problems which represent a challenge for theobjective of reconciling economic and social sustainability of the

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    families with the conservation of the natural resources.

    Index terms: land cover, land use, soils, water quality.

    Cultivo de pupunha.Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).

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    INTRODUO

    O Zoneamento Econmico, Ambiental, Social e Culturalde Rio Branco (ZEAS) foi institudo por meio do Decreto n. 1.076,

    de 10 de maro de 2006. Este programa tem como objetivo

    contribuir para o planejamento e reorientao das polticas

    pblicas, dando suporte gesto territorial e subsidiando a

    tomada de decises do setor privado e da sociedade em geral,

    visando promover o desenvolvimento sustentvel e eqitativodo Municpio (RIO BRANCO, 2006).

    O ZEAS contempla os eixos temticos de recursos

    naturais, scio-econmico e cultural-poltico. Entre as atividades

    previstas no segundo, destaca-se a realizao do diagnstico

    scio-econmico da produo rural de Rio Branco, em particular,

    nas reas prioritrias da produo familiar, notadamente, nosPlos Agroorestais, na regio do seringal So Francisco

    do Espalha, nas Bacias do Riozinho do Rola e Igarap So

    Francisco.

    No Acre, algumas alternativas em agrooresta vm dando

    resultados positivos em reas com sistemas semelhantes ao do

    Projeto Reca (Projeto Reorestamento Econmico Consorciado

    e Adensado) e alguns sistemas dentro das Reservas Extrativistas.

    Em 1998 e 1999, o Governo Federal, pelo Programa de

    Execuo Descentralizada (PED), implantou os Sistemas

    Agroorestais (SAFs) nos municpios de Rio Branco, Xapuri,

    Senador Guiomard e Acrelndia. Os SAFs foram implantados

    em reas de capoeira abandonada, de forma a reintegrar

    essas reas ao processo produtivo, conciliando aspectos da

    preservao do meio ambiente e dos recursos naturais com a

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    ZEAS17

    gerao de benefcios scio-econmicos para a populao rural

    e para o estado do Acre.

    Outra iniciativa, dessa vez em nvel de municpios,

    foram os Plos Agroorestais implantados pela Prefeitura de

    Rio Branco, que j retirou da periferia da cidade mais de 300

    famlias, que hoje esto em suas propriedades explorando

    sistemas agroorestais e cultivos olercolas.

    Os Plos Agroorestais tm como objetivo proporcionar

    a inverso do processo de xodo rural, buscando manter as

    famlias nas reas de assentamento, favorecendo a gerao de

    emprego e renda. Os Plos visam, ainda, a substituio do atual

    modelo de desenvolvimento, assegurando s geraes futuras

    a sustentabilidade e uma melhor qualidade de vida. A utilizao

    diversicada de culturas como frutferas, olercolas, leguminosas

    (adubao verde), essncias orestais, culturas temporrias e

    criao de pequenos animais, aumenta a sustentabilidade doambiente e, em regra geral, reduz os impactos negativos dos

    sistemas produtivos. Essa diversicao de culturas garante

    produo durante o ano todo, diminuindo os riscos de perda

    do produtor, alm de permitir uma melhor distribuio de mo-

    de-obra ao longo do ano, em razo das diferentes culturas e

    necessidades de manejo.Este trabalho apresenta os resultados do Diagnstico

    dos Recursos Naturais do Plo Agroorestal Hlio Pimenta,

    como parte dos estudos que daro suporte para a elaborao

    do Plano de Desenvolvimento Rural Sustentvel do Municpio

    de Rio Branco.

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    diagnstico dos recursos naturais do ploagroflorestal hlio pimenta, no municpio de riobranco-ac.

    18

    MATERIAL E MTODOS

    Os mtodos de estudo foram estruturados de forma a

    permitir a participao da comunidade em todas as etapas dotrabalho e a capacitao de parte da equipe tcnica da Prefeitura

    Municipal de Rio Branco. Os procedimentos metodolgicos

    foram padronizados para serem aplicados em todos os Plos

    municipais e divididos em cinco fases complementares e

    interconectadas (Figura 1).

    Tipo de uso e cobertura (pastagem,aude e conjunto de rvores).Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).

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    ZEAS19

    Figura

    1.

    Fluxogramaesquem

    tico

    das

    fasesme

    tod

    olg

    icas

    do

    Diagn

    st

    ico

    dos

    Recursos

    Na

    tura

    isdo

    Plo

    Agro

    ores

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    eRioBranco-A

    C

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    diagnstico dos recursos naturais do ploagroflorestal hlio pimenta, no municpio de riobranco-ac.

    20

    FASE 1 Fase preparatria

    Inicialmente, foi realizado o levantamento de dados

    secundrios, com a coleta de informaes pr-existentes sobre

    o Plo, incluindo o projeto de criao, diagnsticos realizados,

    bases cartogrcas, mapas, tabelas snteses e outras. Todas

    estas informaes foram sistematizadas e depuradas formando

    um banco de dados secundrios contendo informaes

    espacializadas para algumas temticas.

    FASE 2 Fase de compatibilizao

    Nesta fase, a principal ao foi a construo e ajuste

    da base cartogrca. Inicialmente, o mapa planialtimtrico

    do Plo foi escaneado e digitalizado, extraindo-se as

    informaes sobre permetro, lotes, ramais, curvas de nvel e

    hidrograa, georreferenciando, em seguida, estas temticas.

    Esses cartogramas foram ajustados em termos de projeocartogrca, utilizando coordenadas UTM nas projees SAD

    1969 e zona 19S e na escala de 1:10.000. Aps os ajustes

    da base cartogrca, iniciou-se a elaborao de anlises por

    geoprocessamento, a preparao para obteno das aerofotos

    e a preparao das atividades de campo.

    FASE 3 Fase de obteno de aerofotos

    Para esta fase ser realizada foi confeccionado o plano

    de vo considerando o permetro do Plo e seus entornos. A

    cobertura aerofotogrca vertical colorida foi executada pela

    aeronave JCD-PT da Universidade Federal de Viosa, nos

    meses de julho e agosto de 2006, numa escala de 1:10.000.As fotograas foram obtidas no formato 22 x 22 cm, com

    recobrimento longitudinal de 60% e lateral de 40%.

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    ZEAS21

    FASE 4 Fase de campo

    A fotointerpretao preliminar das fotograas areas

    foi realizada na escala 1:10.000, delineando-se os padres

    pedosiogrcos, levando-se em considerao a uniformidade

    do relevo, a geologia, a vegetao e os tipos de drenagem.

    O trabalho de campo constou do mapeamento dos solos,

    atravs de progresso em ramais, caminhos e picadas, por meio

    de sondagem com trado holands. Durante as observaes no

    campo, foram registradas as caractersticas morfolgicas dos

    pers examinados, coletadas amostras de solos necessrias a

    sua classicao, aps anlise em laboratrio, e a descrio

    relativa ao meio ambiente. A descrio e coleta de amostras de

    pers representativos das classes de solos foram realizadas em

    trincheiras abertas em locais previamente selecionados.

    A descrio detalhada das caractersticas morfolgicas,a nomenclatura de horizontes e a coleta de amostras de solos

    foram baseadas nas normas e denies adotadas pela Embrapa

    (EMBRAPA, 1995; LEMOS e SANTOS, 1996). As cores das

    amostras de solos foram determinadas atravs de comparao

    com a Munsell Soil Color Chart(MUNSELL COLOR COMPANY,

    2000). Os solos foram classicados segundo os critrios edenies contidos no Sistema Brasileiro de Classicao de

    Solos (EMBRAPA, 1999, 2006).

    Aps a anlise dos resultados, procederam-se alteraes

    e revises da legenda preliminar e elaborao da legenda nal

    de identicao dos solos, acertos nais no mapeamento,

    reviso das descries e interpretao dos resultados analticosdos pers, redao e organizao do relatrio nal, assim como

    a confeco do mapa de solos na escala de 1:10.000.

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    diagnstico dos recursos naturais do ploagroflorestal hlio pimenta, no municpio de riobranco-ac.

    22

    Nas expedies a campo tambm foram coletados pontos,

    com GPS topogrco, de uso e cobertura da terra visando

    calibrar a interpretao das fotograas areas para elaborao

    dos mapas de uso e cobertura. O GPS topogrco tambm foi

    utilizado na obteno de pontos altimtricos do terreno para

    subsidiar a elaborao dos modelos topogrcos dos terrenos

    dos Plos.

    Ainda foram levantadas as iniciativas promissoras de

    uso da terra utilizadas pelos agricultores locais. Estes sistemas

    foram caracterizados e georreferenciados.

    A duas coletas das amostras de gua foram realizadas

    entre julho e setembro de 2007. As amostras para anlises

    fsico-qumicas foram armazenadas em frascos de polipropileno

    (600 ml) e as amostras para anlises bacteriolgicas foram

    coletadas e armazenadas em bolsas plsticas esterilizadas

    (500 ml). Todas as amostras foram identicadas com pincel deretroprojetor, refrigeradas e transportadas em caixas trmicas

    de isopor, de acordo com o Guia de Coleta e Preservao de

    Amostras de gua da CETESB (CETESB, 1998).

    As anlises fsico-qumicas e bacteriolgicas foram

    realizadas nos laboratrios da Unio Educacional do Norte

    (UNINORTE), Universidade Federal do Acre (UFAC),especicamente na Unidade de Tecnologia de Alimentos (UTAL),

    e no Sistema de Abastecimento de gua e Esgoto de Rio Branco

    (SAERB), especicamente nas Estaes de Tratamento de

    gua I e II (ETA-I e II).

    Foram utilizados procedimentos amostrais e analticos

    padronizados por mtodos de uso corrente, os quais estodescritos sucintamente a seguir:

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    ZEAS23

    ZEAS23

    Cor aparente determinada no laboratrio do SAERB, por

    mtodo eletromtrico com aparelho Hach Company DR/890

    Colorimeter, variao de 0-550 UH (Pt-Co mg/l), exatido

    fotomtrica de 0,005A, 1.0 Abs. nominal.

    Turbidez determinada no laboratrio do SAERB, por mtodo

    eletromtrico com aparelho Hach Company 2100P Portable

    turbidimeter, variao de 0-1000 NTU, variabilidade de leitura

    de 0,05 (5%).

    pH - determinado no laboratrio da UTAL, com auxlio de um

    phmetro digital com chip microprocessador marca LSI.

    Condutividade eltrica - determinada no laboratrio da

    UTAL, com um condutivmetro digital com microprocessador,

    medida em trs escalas e temperatura operacional 0 a 50C no

    instrumento marca Insprutherm, modelo CDR 870.

    Coliformes Fecais - as amostras foram analisadas nos

    laboratrios da UTAL e da UNINORTE, de acordo com omtodo de tubos mltiplos, fundamentado no Standard Methods

    (APHA,1995).

    Como neste Plo foi realizada uma coleta tambm em um

    corpo dgua supercial (Estao 2), as anlises da qualidade

    da gua tambm foram baseadas no que estabelece o CONAMA

    conforme as Resolues n. 274/2000 (BRASIL, 2001) que deneos critrios de balneabilidade em guas brasileiras e n. 357/2005

    (BRASIL, 2005) que dispe sobre a classicao dos corpos de

    gua e diretrizes ambientais para o seu enquadramento, bem

    como estabelece as condies e padres de lanamento de

    euentes.

    A balneabilidade (recreao de contato primrio) denidapela Resoluo n. 274/2000, foi avaliada com base na mdia dos

    resultados de Coliformes Fecais e a classicao deste corpo

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    diagnstico dos recursos naturais do ploagroflorestal hlio pimenta, no municpio de riobranco-ac.

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    dgua foi realizada com base nos parmetros Cor, Turbidez, pH

    e Coliformes Fecais, em consonncia com os limites de cada

    classe estabelecidos pela Resoluo n. 357/2005.

    FASE 5 Fase de geoprocessamento

    Esta fase envolveu o uso de produtos de sensores remotos,

    uma infra-estrutura fsica adequada e pessoal capacitado.

    Cinco subfases destacaram-se dentro dos procedimentos

    metodolgicos de anlise por geoprocessamento:

    Confeco dos mosaicos semi-controlados

    Os mosaicos digital semi-controlados foram

    confeccionados utilizando o softwarePanaVue Visual Stitcher

    Version 2.0. A correo geomtrica foi realizada em softwares

    especcos e para a montagem do layoutfoi utilizado software

    ArcGIS 9.2.

    Anlise de uso e cobertura do solo

    Aps a confeco do mosaico procedeu-se a classicao

    das imagens (aerofotos de pequeno formato) que o processo de

    extrao de informaes de imagens para reconhecer padres e

    objetos homogneos, visando o mapeamento de reas e objetosda superfcie terrestre. Levando-se em considerao a qualidade

    das aerofotos e os objetivos do estudo, foram estraticadas at

    13 categorias de uso e cobertura do solo: Floresta, Capoeira,

    Conjunto de rvores, Pastagem, Pastagem Velha, Agricultura,

    Vegetao Rasteira, rea Queimada, Solo Exposto, Audes,

    Igaraps, Edicaes e Ramais.A delimitao das categorias nas aerofotos foi feita por

    meio digital, por meio de vetorizao em tela de polgonos

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    ZEAS25

    ZEAS25

    irregulares, pelo modo de edio do ArcMap, mdulo do

    aplicativo de geoprocessamentoArcGIS 9.2.

    Uso e cobertura do solo em reas de Preservao

    Permanente (APPs)Para este item foram gerados dados qualitativos,

    quantitativos e espaciais sobre os tipos e formas de uso e

    cobertura do solo nas reas de Preservao Permanente do

    Projeto de Desenvolvimento Sustentvel Nova Bonal.

    Inicialmente, realizou-se o cruzamento de dois mapas, o

    de APP com o de Uso e Cobertura do Solo para o assentamento.Desta forma, foi elaborado um mapa com o Uso e Cobertura

    do Solo nas APPs dos igaraps e audes do assentamento,

    com faixa lindeira, de acordo com as diretrizes estabelecidas

    pelo CONAMA conforme Resoluo n. 303/2002, que dispe

    sobre parmetros, denies e limites de reas de Preservao

    Permanente (BRASIL, 2002).

    A quanticao dos tipos e formas de Uso e Cobertura

    do Solo nas APPs foram obtidas atravs do mdulo de extenso

    Xtool Pro do ArcGIS 9.2, gerando, assim, informaes em

    hectare e porcentagem, tanto para as reas ao longo dos

    igaraps como para as faixas ao redor dos audes.

    Modelagem do terreno

    Atravs da compilao de dados secundrios sobre as

    caractersticas planialtimtricas do Plo em estudo e de uma

    malha de pontos altimtricos obtidos nos levantamentos de

    campo com um GPS Topogrco, gerou-se um Modelo Digitalde Elevao (MDE), o qual apresenta a variao altimtrica

    do terreno. O MDE foi elaborado em ambiente de Sistemas

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    de Informao Geogrca (SIG), utilizando o software ArcGIS,

    verso 9.2 no mdulo de operaesArcMap, para a realizao

    da qualicao, quanticao e espacializao das informaes

    topogrcas do Plo em estudo.

    Mapeamento de solos

    Para a delimitao das classes de solo, foram realizadas

    expedies de campo com vistoria da rea e um estudo prvio

    dos padres fotogrcos e interpretao preliminar das relaes

    solo-paisagem, com o objetivo de detectar diferentes aspectos

    siogrcos. A primeira verso do mapa de solo foi digitalizada

    e sobreposta ao Modelo Digital de Elevao (MDE) e aos

    pontos de coleta de pers e amostras extras para a denio

    das unidades de mapeamento e quanticao de reas de cada

    classe de solo. Esse modelo foi elaborado atravs de curvas

    de nvel com eqidistncia de 1m, apresentando detalhadarepresentao do relevo.

    Mesmo com pouca representatividade, as variaes

    altimtricas e altura do lenol fretico foram os principais fatores

    que inuenciaram na diferenciao e distribuio das classes

    de solos no Plo em estudo.

    Espacializao da qualidade das guas

    A espacializao dos dados de qualidade das guas

    do Plo Agroorestal Hlio Pimenta foi realizada a partir de

    georreferenciamento dos pontos amostrais. Em seguida, em

    ambiente SIG, foi gerado um arquivo vetor (shapefle) destes

    pontos. A partir do shapefle, gerou-se um banco de dadosgeogrcos com os dados de qualidade das guas dos diversos

    parmetros para cada ponto de amostragem.

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    RESULTADOS

    1 REA DE ESTUDO

    O Plo Agroorestal Hlio Pimenta possui uma rea

    registrada de 131ha, com aproximadamente 37 famlias, tendo

    em mdia 3,5 ha por lote.

    Este Plo dispe de uma localizao privilegiada, poisest situado a nordeste do municpio de Rio Branco, entre os

    ncleos urbanos de Rio Branco e Porto Acre, nas margens

    da estrada AC 010 (Figura 2). A localizao estratgica deste

    Plo mostra-se como uma varivel positiva na efetivao das

    relaes comerciais ou no, com os ncleos urbanos destes

    dois municpios. Seus limites compreendem as coordenadas1

    8884951 e 8887234 de latitude Sul e 630944 e 629519 de

    longitude Oeste.

    1As coordenadas indicadas so mtricas Universal Transversa de Merca-tor (UTM). Indicadas para reas pequenas como os Plos Agroorestais,pois este tipo de coordenadas conserva os ngulos da gura em relao

    realidade do terreno.

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    Figura 2. Localizao do Plo Agroorestal Hlio Pimenta, no munic-pio de Rio Branco-AC.

    As estradas que do acesso ao Plo Agroorestal Hlio

    Pimenta so asfaltadas e as internas, de terra, encontram-se

    em bom estado de conservao.

    Ressalte-se que nos arredores deste Plo, tanto em

    relao ao municpio de Rio Branco como a Porto Acre, predomina

    a atividade agropecuria, com nfase na pecuria extensiva.Vale ressaltar ainda que no h Unidades de Conservao na

    rea onde se localiza este Plo.

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    ZEAS29

    ZEAS29

    2 RELEVO

    De acordo com os dados gerados no Modelo Digital de

    Elevao (MDE), o Plo Agroorestal Hlio Pimenta apresentavariao altimtrica de 31 m, indo de 183 m, na sua poro cen-

    tro-leste, a 214 m de altitude na sua poro nordeste (Figura 3).

    Relovo plano a suave ondulado.Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).

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    Figura3.ModeloDigitalde

    ElevaodoPloAg

    roforestalHlioPime

    nta,nomunicpiode

    Rio

    Branco-AC.

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    ZEAS31

    ZEAS31

    Por intermdio do Modelo Digital de Elevao (MDE)

    e com o emprego de anlise por geoprocessamento,

    obteve-se a estraticao das classes de declividade

    deste Plo, o que representa importante informao no

    planejamento do uso equilibrado deste espao.

    Em funo da escala de trabalho (1:10.000) e do

    grau de dissecao do terreno do Plo Agroorestal Hlio

    Pimenta a declividade foi separada em trs unidades

    simples e duas associaes (Quadro 1).

    Relevo ondulado.Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).

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    Relevo

    Classes de

    declividade (%) rea (ha) rea (%)

    Plano 0-3 30,60 25,5Plano a suave

    ondulado0-8 52,40 43,7

    Suave ondulado 3-8 31,20 26,4

    Suave ondulado a

    ondulado3-20 5,10 4,3

    Forte ondulado >20 0,12 0,1

    Total 119,42 100

    A classe de declividade de maior ocorrncia no Plo

    Agroorestal Hlio Pimenta foi a constituda de Plano a suave

    ondulado (0 a 8% de declividade), que ocupa 43,7% da rea,

    seguida do relevo Suave ondulado (3 a 8% de declividade),

    representando 26,4% da rea e, do Plano (0 a 3% de declividade)

    que ocupa 25,5% da rea do Plo. Vale ressaltar que, apesar

    da rea do Plo apresentar a classe de declividade Forte

    ondulado (> 20% de declividade), em termos de porcentagem

    praticamente nula (Quadro 1).

    As classes de maior declividade (acima de 8%),representando 4,4% da rea, devem ser consideradas e,

    sempre que possvel, mantidas com usos de menor potencial

    degradao dos solos, nas aes referentes ocupao e

    produo neste Plo.

    Outro fator a ser considerado em relao ao uso e

    ocupao do solo e aos sistemas produtivos neste Plo a

    variao altimtrica do terreno, mesmo que pequena, pois as

    reas mais elevadas iro apresentar potenciais e fragilidades

    Quadro 1. Classes de declividade do Plo Agroorestal Hlio Pimen-ta, no municpio de Rio Branco-AC.

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    ZEAS33

    ZEAS33

    naturais diferentes das reas mais baixas.

    A varivel Relevo fundamental no processo de

    ordenamento territorial e na construo e consolidao do

    Plano de Desenvolvimento Sustentvel do Plo Agroorestal

    Hlio Pimenta.

    3 SOLOS

    Considerando apenas o primeiro

    componente da unidade de mapeamento,a distribuio das classes de solos,

    representada na Figura 4, demonstra que

    a maior parte da rea (72%) constituda

    de Argissolos Vermelho-Amarelos. So

    solos que possuem como caracterstica

    principal o expressivo gradiente de argilado horizonte supercial (A) para o horizonte

    subsupercial (B) e so mais profundos

    que os Argissolos Amarelos. A segunda

    classe mais abundante de solos neste Plo,

    representada por 19% do territrio, a dos

    Plintossolos Argilvicos que so solos rasoscom gradiente textural entre o horizonte

    A e B associado ocorrncia de plintita a

    profundidades menores que 40 cm. A classe

    de solo menos abundante em relao

    ao primeiro componente da unidade de

    mapeamento foi a dos Argissolos Vermelhos,

    representando 9% da rea total do Plo. Perfil de Argissolo Vermelho-Amarelo.Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).

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    Figura 4. Distribuio das classes de solos no Plo Agroorestal HlioPimenta, no municpio de Rio Branco-AC.

    A variabilidade dos solos, de forma completa, encontra-

    se no Quadro 2 e na Figura 5, onde esto detalhadas 7 unidades

    de mapeamento.

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    Unidade demapeamento

    Componentesrea(ha)

    rea(%)

    ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO

    PVAd1ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrco tpico

    33,1 27,6

    PVAd2

    ARGISSOLO VERMELHO-

    AMARELO Distrco tpico +ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrco plntico

    25,2 20,9

    PVAd3

    ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Distrco tpico +ARGISSOLO VERMELHO Distrcotpico

    10,2 8,5

    PVAd4ARGISSOLO VERMELHO-

    AMARELO Distrco plntico

    13,6 11,3

    ARGISSOLO VERMELHO

    PVdARGISSOLO VERMELHO Distrcotpico

    12,3 10,2

    PLINTOSSOLO ARGILVICO

    FTa1PLINTOSSOLO ARGILVICOAlumnico abrupto + PLINTOSSOLO

    ARGILVICO Alumnico abrupto raso

    7,9 6,6

    FTa2

    PLINTOSSOLO ARGILVICOAlumnico abrupto + ARGISSOLOVERMELHO-AMARELO Distrcoplntico

    17,8 14,9

    Total 120,1 100

    ZEAS35

    Quadro 2. Unidades de mapeamento, componentes e rea dos solosdo Plo Hlio Pimenta, no municpio de Rio Branco-AC.

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    Figura5.SolosdoPloAg

    roforestalHlioPime

    nta,nomunicpiodeRioBranco-AC.

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    ZEAS37

    ZEAS37

    4 HIDROGRAFIA

    No Plo Agroorestal Hlio Pimenta, a rede de drena-

    gem praticamente inexistente, sendo quase imperceptvel o

    curso do igarap Mucambo e um pequeno auente do igara-

    p Consulta que recorta um dos extremos deste Plo (Figura

    6). As poucas nascentes que ainda restam j sofreram gran-

    des impactos ambientais no que se refere a sua caractersti-

    ca original.

    Figura 6.

    A sub-bacia do igarap Mucambo possui uma rea de

    4.071 ha, sendo que 57% desta rea se encontram desmatada(2.307 ha) e o restante, apresenta fragmentos orestais. O Plo

    e seu entorno imediato apresentam alto grau de desmatamento

    Sub-bacia dos igaraps Mucambo e Consulta com indica-o do permetro do Plo Agroorestal Hlio Pimenta, nomunicpio de Rio Branco-AC.

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    diagnstico dos recursos naturais do ploagroflorestal hlio pimenta, no municpio de riobranco-ac.

    38

    (Figura 7), conforme os dados de desmatamento levantados

    para o ano de 2004 no Zoneamento Ecolgico-Econmico do

    Acre (ACRE, 2006).

    Aude com vegetao ao fundo.Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).

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    ZEAS39

    F

    igura

    7.

    Co

    bertura

    ores

    talremanescen

    te

    (2004)na

    bac

    ia

    dos

    igarap

    s

    Mucam

    bo

    e

    Consu

    ltacom

    in

    dica

    o

    dopo

    lgo

    no

    do

    PloAgro

    ore

    stalHlio

    Pimen

    ta,n

    o

    mun

    icpiode

    RioBranco-A

    C.

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    Observaes durante os trabalhos de campo revelaram

    que as causas da degradao so diversas, e a maior parte tem

    origem no desmatamento das nascentes. A Figura 8 mostra uma

    das ultimas nascentes vertentes no lote 31, em boas condies

    de preservao no que diz respeito cobertura orestal.

    Figura 8. rea de nascente (vertente) com APP bem preservadano Plo Agroflorestal Hlio Pimenta, no municpio deRio Branco-AC.

    Um hbito muito comum entre os produtores deste

    Plo a construo de barragens na drenagem natural para

    construo de pequenos depsitos de gua, os audes (Figura

    9). Estas barragens irregulares comprometem o abastecimento

    de toda a rede hidrogrca prxima a este Plo e se constituiem crime previsto em lei e uma falta grave contra a natureza.

    Alm disto, h o desmatamento das APPs das margens dos

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    ZEAS41

    igaraps. Este recurso natural, assim como outros, usado sem

    a preocupao com a sustentabilidade do lote, como se fosse

    um bem inaltervel e nunca se extinguir.

    Figura 9.

    4.1 Qualidade das guas

    No Plo Agroorestal Hlio Pimenta, a maioria dos

    produtores faz seu abastecimento de gua em poos amaznicos

    (cacimbas) ou em vertentes (Figura 10), localizados prximos

    s suas moradias. O tratamento mais utilizado desta gua

    consumida feito pelo mtodo da aplicao de hipoclorito

    distribudo por Agentes Municipais de Sade.

    Desmatamento em APP e represamento com barragem docurso dgua no Plo Agroorestal Hlio Pimenta, no muni-cpio de Rio Branco-AC.

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    42

    Figura 10.

    Dos trs pontos de amostragem localizados neste Plo,

    dois foram em poos (tipo cacimba) e um em vertente, descritos

    no Quadro 3 e representados na Figura 11.

    Quadro 3.

    Ponto de

    Coleta

    Localizao

    (coordenadas UTM)

    Descrio do Ponto de

    Coleta

    1 640096 8916432Poo do Sr. Sebastio E. dosSantos, Lote20

    2 640077 8916378Vertente do Sr. Antonio P.Lemos, Lote 31

    3 640334 8916224Poo da Escola MunicipalLuiza de L. Cadaxo

    Poo (esquerda) e vertente (direita) utilizados para capta-o de gua no Plo Agroorestal Hlio Pimenta, no muni-cpio de Rio Branco-AC.

    Localizao e descrio dos pontos de coleta de gua noPlo Agroorestal Hlio Pimenta, no municpio de Rio Bran-co-AC.

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    ZEAS43

    Figura 11.

    Pela anlise do Quadro 4, constatou-se que neste Plo,

    a maioria dos parmetros analisados est dentro dos padres

    de potabilidade estabelecidos pela Portaria n. 518/2004 do

    Ministrio da Sade (BRASIL, 2004), que determina a qualidade

    da gua para consumo humano e seu padro de potabilidade.Houve exceo com relao ao Ponto 2 que obteve elevados

    valores para o parmetro Cor Aparente e para o parmetro

    Coliformes Fecais, este se mostrou presente em todos os

    pontos, tornando as guas do local inviveis para o consumo

    sem o prvio tratamento.

    Localizao dos pontos de amostragem de gua no PloAgroorestal Hlio Pimenta, no municpio de Rio Branco-

    AC.

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    diagnstico dos recursos naturais do ploagroflorestal hlio pimenta, no municpio de riobranco-ac.

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    Quadro 4. Mdias dos resultados das anlises fsico-qumicas emicrobiolgicas e Valores Mximos Permitidos (VMP)denidos pela Portaria n. 518/2004 do Ministrio daSade.

    Parmetro

    Ponto de Amostragem

    VMP1 2 3

    Cor Aparente (uH: mg/L Pt-Co) 0 632 0 15,0

    Turbidez (UT) 1,39 66,92 1,04 5,0

    pH 5,17 5,47 5,43 6,0 a 9,5

    Condutividade Eltrica (S/cm -) 21,60 18,40 32,10 -

    Coliformes Fecais (NMP/100mL) 811 160,5 19 Ausncia

    Conforme o pargrafo 9 do artigo 11 desta Portaria, a

    presena de coliformes fecais tolervel em amostras individuais

    procedentes de poos, devendo ser investigada a origem da

    ocorrncia, tomadas providncias imediatas de carter corretivo

    e preventivo e realizada nova anlise deste parmetro.

    Como estabelecido pelo CONAMA na Resoluo n.274/2000 (BRASIL, 2001), que determina a balneabilidade das

    guas brasileiras (recreao de contato primrio), os resultados

    do parmetro Coliformes Fecais (Quadro 5), indicaram que

    as guas do Ponto 2 (Vertente) se enquadram na categoria

    PRPRIA e subcategoria EXCELENTE, podendo ser usadas

    para banho e outras atividades de contato primrio.

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    ZEAS45

    Quadro 5. Mdias dos resultados das anlises fsico-qumicas emicrobiolgicas e Valores Mximos Permitidos (VMP)de acordo com CONAMA conforme as Resolues n.274/2000 e n. 357/2005.

    Parmetro Resultado doPonto 2 Resoluon. 274/2000 Resoluon. 357/2005

    Cor Aparente (uH: mg/LPt-Co)

    632 -Classe 2 e 3:

    at 75

    Turbidez (UT) 66,92 -

    Classe 1: at40

    Classe 2 e 3:at 100

    pH 5,47 - 6,0 a 9,0

    Coliformes Fecais(NMP/100mL)

    160,5

    Prprias:

    Excelente:Max. 250

    Muito Boa:Max. 500

    Satisfatria:Max. 1000

    Imprprias:

    Sup. 2500

    Classe 1: 200

    Classe 2:1000

    Classe 3:2500

    De acordo com o CONAMA, conforme a Resoluo n.

    357/2005 (BRASIL, 2005) (Quadro 5), os resultados obtidos nos

    parmetros Cor, Turbidez e pH indicam que esta vertente se

    enquadra entre as classes 2 e 3 desta Resoluo, podendo estas

    guas ser utilizadas para diversas atividades, porm, com algumgrau de restrio. J os resultados de Coliformes Fecais indicam

    um ambiente enquadrado na classe 1, sendo seu uso menos

    restritivo conforme os tipos de uso descritos no Quadro 6.

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    diagnstico dos recursos naturais do ploagroflorestal hlio pimenta, no municpio de riobranco-ac.

    46

    Quadro 6.

    Classe Tipo de Uso

    Classe 1

    - Abastecimento domstico aps tratamento simplicado;

    - Proteo das comunidades aquticas;- Recreao de contato primrio (natao, esqui aqutico emergulho);

    - Irrigao de hortalias que so consumidas cruas e defrutas que se desenvolvam rentes ao solo e que sejamingeridas cruas sem remoo de pelcula;

    - Proteo das comunidades aquticas em Terras Indgenas.

    Classe 2

    - Abastecimento domstico, aps tratamento convencional;

    - Proteo das comunidades aquticas;

    - Recreao de contato primrio (esqui aqutico, natao emergulho);

    - Irrigao de hortalias, plantas frutferas e de parques,jardins, campos de esporte e lazer, com os quais o pblicopossa vir a ter contato direto;

    - Aqicultura e atividade de pesca.

    Classe 3

    - Abastecimento domstico, aps tratamento convencional ouavanado;

    - Irrigao de culturas arbreas, cerealferas e forrageiras;

    - Pesca amadora;

    - Recreao de contato secundrio;

    - Dessedentao de animais.

    5 USO E COBERTURA DO SOLO

    Como os outros seis Plos existentes dentro dos limites

    do municpio de Rio Branco, o Plo Agroorestal Hlio Pimenta

    foi constitudo por reas alteradas em relao ao uso e cobertura

    do solo, sendo a maior parte utilizada com pecuria extensiva,

    predominando as pastagens. Com isso, o uso e a cobertura dosolo aqui apresentados reetem as transformaes decorrentes

    aps a consolidao deste Plo. Muitas reas de vegetao

    Classicao e uso das guas de acordo com CONAMAconforme a Resoluo n. 357/2005 (Adaptado).

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    ZEAS47

    arbrea, como conjuntos de rvores, capoeiras e orestas

    secundrias, so decorrentes do perodo ps-criao do

    Plo, representando melhorias como fruto das atividades dos

    assentados.

    Foi possvel estraticar 13 categorias de uso e cobertura

    do solo neste Plo sendo as mais representativas: Pastagem

    (48,59%), Conjunto de rvores (17%) e Pastagem Velha (9,5%).

    Este diagnstico apontou um predomnio de vegetao rasteira,

    pois o somatrio das categorias Pastagem e Pastagem Velha

    representa 58% de todo o Plo (Quadro 7 e Figura 12).

    Tipo de uso e cobertura rea (m2) rea (%)

    Agricultura 44244,7 3,1

    rea desmatada 9479,3 0,7

    rvore 16441,6 1,1

    Aude 61921,6 4,3

    Capoeira 13965,9 1,0

    Conjunto de rvores 245410,8 17,1

    Edicao 11577,3 0,8

    Estrada sem pavimentao 26354,7 1,8

    Floresta 47566,6 3,3

    Pastagem 696057,8 48,5

    Pastagem velha 136341,4 9,5

    Solo exposto 66843,7 4,7

    Vegetao rasteira 60386,4 4,2

    Total 1436592 100

    Quadro 7. Distribuio do uso e cobertura do solo do Plo AgroorestalHlio Pimenta, no municpio de Rio Branco-AC.

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    diagnstico dos recursos naturais do ploagroflorestal hlio pimenta, no municpio de riobranco-ac.

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    Figura12.UsoeCobertu

    radoSolodoPloAg

    roforestalHlioPime

    nta,nomunicpiodeRio

    Branco-AC.

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    ZEAS49

    5.1 Uso e Cobertura do Solo em reas de Preservao

    Permanente (APPs)

    As reas de Preservao Permanente (APPs) so

    protegidas nos termos dos arts. 2 e 3 da Lei Federal n. 4.771,

    de 15 de setembro de 1965 do Cdigo Florestal (BRASIL,

    1965). So reas que, coberta ou no por vegetao nativa,

    tm a funo ambiental de preservar os recursos hdricos, a

    paisagem, a estabilidade geolgica, a biodiversidade, o uxo

    gnico de fauna e ora, proteger o solo e assegurar o bem estar

    das populaes humanas.

    No Plo Agroorestal Hlio Pimenta a rea total das

    APPs dos igaraps, reservatrios articiais e nascentes

    somou 12,7 ha. Pelos dados do Quadro 8, vericou-se que os

    usos nas APPs esto em desacordo com o Cdigo Florestal,pois no h mais oresta nas APPs, o mais prximo seria as

    capoeiras e o conjunto de rvores. Nas APPs h um predomnio

    de pastagens, pois do total de cobertura, aproximadamente

    60% apresentam-se com este uso. Outros usos em desacordo

    com a legislao pertinente apresentam-se nas APPs como

    Edicaes e Solo exposto, usos esses que representam riscosde desequilbrio natural a toda bacia hidrogrca em questo e,

    mais acentuadamente, aos recursos hdricos desta bacia.

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    diagnstico dos recursos naturais do ploagroflorestal hlio pimenta, no municpio de riobranco-ac.

    50

    Tipo de uso e cobertura rea ha rea %

    Agricultura 0,31 2,44

    rea queimada 0,05 0,36

    Capoeira 0,13 1,02

    Conjunto de rvores 1,53 12,05

    Edicaes 0,03 0,27

    Estrada pavimentada 0,15 1,19

    Estada sem pavimento 0,08 0,60

    Pastagem 6,08 47,83

    Pastagem velha 1,57 12,31

    Solo Exposto 1,75 13,73

    Vegetao rasteira 1,04 8,20

    Total 12,71 100

    Com esta atual estrutura de uso e cobertura do solo nas

    APPs neste Plo, alm da eminncia de impactos negativosao meio ambiente, esta situao poder causar prejuzos aos

    sistemas produtivos e, conseqentemente, qualidade de vida

    das populaes locais.

    Observa-se na Figura 13, que apresenta de forma espacial

    a constituio de usos na APPs do Plo Agroorestal Hlio

    Pimenta, que as reas de Capoeira encontram-se dispersas porpequenos fragmentos na poro central e as reas de Pastagem

    e Pastagem velha (60%) encontram-se presentes em quase

    todas as APPs deste Plo.

    Quadro 8.Uso e cobertura do solo em reas de Preservao Per-manente (APPs) do Plo Agroorestal Hlio Pimenta, nomunicpio de Rio Branco, Acre.

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    Figura

    13

    .Usoe

    Co

    bertura

    do

    So

    lonas

    reas

    de

    Preserva

    o

    Permanen

    te(APPs)

    do

    PloAgro

    ores

    talHlio

    Pimenta,

    nomun

    icpiode

    Rio

    Branco-A

    C

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    diagnstico dos recursos naturais do ploagroflorestal hlio pimenta, no municpio de riobranco-ac.

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    CONCLUSES

    Os Plos Agroorestais do municpio de Rio Branco

    representam importante inovao em termos de poltica dereforma agrria. A criao destes Plos permitiu conciliar o

    retorno ao meio rural de famlias de produtores que haviam

    migrado para as cidades, onde viviam em condies de risco,

    com a recuperao ambiental e o fomento produo de

    hortigranjeiros para a subsistncia destas famlias e para o

    abastecimento das cidades.Embora tenham sido criados h mais de dez anos, os

    Plos Agroorestais ainda possuem passivos ambientais

    signicativos e apresentam desaos formidveis na busca da

    sustentabilidade das famlias assentadas.

    No que diz respeito hidrograa deste Plo, marcante

    a grande quantidade de barragens articiais (audes), muitosat construdos pelo poder pblico municipal com o intuito de

    estimular a piscicultura. Este mau uso dos recursos hdricos

    j acentua as crises anuais de disponibilidade de gua,

    causando, a cada ano, maiores variaes do seu nvel e menor

    disponibilidade na poca seca. Este processo acentuado pelas

    condies de baixa permeabilidade do solo.Com relao ao uso e cobertura do solo nas reas

    de Preservao Permanente (APPs) deste Plo, conclui-se

    que as principais causas do no cumprimento da lei sejam: o

    desconhecimento da legislao pertinente s APPs, o tamanho

    pequeno da rea disponvel para cada famlia, pelo passivo da

    rea antes de ser transformada em Plo Agroorestal e, o mais

    importante, a ausncia de planejamento de uso e de ocupao

    dos lotes.

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    A existncia de Plos Agroorestais, associada s

    polticas adequadas de assistncia tcnica e extenso e

    promoo de sistemas agroorestais compatveis com as

    potencialidades ambientais e scio-econmicas dos produtores

    assentados, poder contribuir para a criao de um cinturo

    verde no entorno de Rio Branco. Conseqentemente, assegurar

    a integridade e a qualidade dos recursos naturais e a qualidade

    de vida da populao do Municpio.

    Uso do solo com agriculturaFoto: Dhrcules Pinheiro (2008).

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