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8/4/2019 DIAGNSTICO DOS RECURSOS NATURAIS DO PLO AGROFLORESTAL GERALDO FLEMING, NO MUNICPIO DE RIO BRANCO-AC
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8/4/2019 DIAGNSTICO DOS RECURSOS NATURAIS DO PLO AGROFLORESTAL GERALDO FLEMING, NO MUNICPIO DE RIO BRANCO-AC
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Prefeitra Mnicipal de Rio Branco-AcrePrefeito Raimundo Angelim Vasconcelos
Vice-Prefeito Eduardo Farias
Secretaria Exectiva do Programa deZoneamento Econmico, Ambiental, Social e
Cltral de Rio Branco-AC - ZEAS
Secretrio Mnicipal de Governo - SEGOV
Jos Fernandes do Rgo
Secretrio Mnicipal de Meio Ambiente- SEMEIA
Arthur Czar Pinheiro Leite
Secretrio Mnicipal de Agricltra e Floresta-SAFRA
Mrio Jorge da Silva Fadell
Diretor da Fndao Garibaldi Brasil - FGB
Marcos Vincius Simplcio das NevesSecretria Mnicipal de Planejamento
- SEPLANAntnia Francisca de Oliveira
Secretrio de Estado de Meio Ambiente eRecrsos Natrais - SEMA
Eufran Ferreira do Amaral
Chefe Geral do Centro de Pesqisa Agroflo-restal do Acre - Embrapa Acre
Judson Ferreira Valentim
Grpo de Trabalho GT
Coordenadora Geral do Programa ZEASNdia W. Valentim PereiraBiloga M.Sc. Manejo Ambiental
Eixo Recrsos NatraisLcio Flvio Zancanela do CarmoGegrafo M.Sc. Solos
Marconde Maia FerreiraBilogo M.Sc. Ecologia
Raimundo Nonato de Souza MoraesEngenheiro Agrnomo M.Sc. Fitotecnia
Sonaira Souza da SilvaEngenheira Agrnoma
Neide Daiana Soares de BritoBiloga
Eixo Cltral-polticoWladimyr Sena de Arajo
Antroplogo M.Sc. Antropologia Social
Eixo Scio-econmicoRaimundo Cludio Gomes MacielEconomista Dr. Economia Aplicada
Tcnica AdministrativaNeuza Teresinha BoufleuerBiloga M.Sc. Ecologia
8/4/2019 DIAGNSTICO DOS RECURSOS NATURAIS DO PLO AGROFLORESTAL GERALDO FLEMING, NO MUNICPIO DE RIO BRANCO-AC
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DIAGNSTICO DOS RECuRSOS NATuRAIS DO PLO AGROFLORESTALGERALDO FLEMING, NO MuNICPIO DE RIO BRANCO-AC.
Lcio Flvio Zancanela do CarmoRaimundo Nonato de Souza Moraes
Marconde Maia Ferreira
8/4/2019 DIAGNSTICO DOS RECURSOS NATURAIS DO PLO AGROFLORESTAL GERALDO FLEMING, NO MUNICPIO DE RIO BRANCO-AC
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Exemplares desta publicao podem ser obtidos no:Programa ZEAS
Rua Coronel Alexandrino, 301 Bosque
Rio Branco AC CEP: 69909-730Telefones: +55 (68) 3211-2200/[email protected]
Tiragem: 250 exemplares
Revisor tcnico:Judson Ferreira ValentimEMBRAPA ACRE
Joo Luiz Lani-NEPUT-UFV
Correo ortogrfica e gramatical:
Ana Maria Alves de OliveiraDesigner e diagramao:
Thiago Nicheli e Gilberto Lobo
Fotos:GT/ZEAS e Dhrcules Pinheiro
Gerao de mapas:Lcio Flvio Zancanela do Carmo-GT Programa ZEAS
Sonaira Souza da Silva-GT Programa ZEAS
Kamilla Andrade de Oliveira-Bolsista SEMA-Programa ZEAS1 edio
1 impresso, 2008.
Todos os direitos reservados.A reproduo no autorizada desta publicao, no todo ou em
parte, constitui violao dos direitos autorais (Lei n 9.610)
Instities colaboradorasGovernamentaisSecretaria Municipal de Meio Ambiente-SEMEIASecretaria Municipal de Agricultura e FlorestaSAFRAServio de gua e Esgoto de Rio BrancoSAERBCentro de Pesquisa Agroflorestal do AcreEMBRAPA/ACUnidade de Tecnologia de AlimentosUTALNcleo de Estudo de Planejamento e Uso da TerraNEPUT-UFVSecretaria de Estado de Meio AmbienteSEMA
Universidade Federal do AcreUFACUniversidade Federal de Viosa-UFV
No GovernamentaisEngenharia e Tecnologia da InformaoVECTRAUnio Educacional do NorteUNINORTE
Apoio FinanceiroEngenharia e Tecnologia da InformaoVECTRA
Execo
Prefeitura Municipal de Rio Branco-PMRB
Programa de Zoneamento Econmico, Ambiental, Sociale Cltral de Rio Branco-AC (ZEAS).
Boletim Tcnico, n. 008
Carmo, Lcio Flvio Zancanela do
Diagnstico dos recursos naturais do Plo Agroorestal Geraldo Fleming, no Municpio de RioBranco-AC. / Lcio Flvio Zancanela do Carmo, Raimundo Nonato de Souza Moraes, MarcondeMaia Ferreira, ._ Rio Branco: PMRB, 2008. (Boletim de Pesquisa, 008).
50p.: il.
Programa de Zoneamento Econmico, Ambiental, Social e Cultural de Rio Branco-AC, ZEAS.
1. Recursos naturais Aspectos ambientais Rio Branco (AC) 2. Desenvolvimento sustentvel Rio Branco (AC). 3. Solo Uso. 4. gua Qualidade. I. Ttulo. II. Srie. III. Ferreira, MarcondeMaia. IV. Moraes, Raimundo Nonato de Souza.
CDD.21ed. 333.7298112
Dados Internacionais de Catalogao-na-Publicao (CIP)
Bibliotecria responsvel: Vivyanne Ribeiro das Mercs CRB-11/600
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COLABORADORES
Joo Luiz Lani-NEPUT-UFV
Eufran Ferreira do Amaral-SEMACeclia Flix Andrade-UFV
Antonio Willian Flores de Melo-SEMA
Nilson Gomes Bardales-EMBRAPA ACRE
Emanuel Ferreira do Amaral-VECTRA
Henrique de Oliveira (in memria)-UFV
Victoram Costa-Engenheiro Agrnomo-Estagirio VECTRA.
Nelson Avelar-Estagirio do curso de
Agrimensura-UFV
Josino Ferreira do Nascimento-Estagirio do
curso de Gesto Ambiental-UNINORTE
AUTORES
Lcio Flvio Zancanela do Carmo
Gegrafo, M.Sc. em Solos e Nutrio de Plantas
Tcnico do Programa [email protected]
Raimundo Nonato de Souza Moraes
Engenheiro Agrnomo, M.Sc. em Fitotecnia
Tcnico do Programa ZEAS-PMRB
Marconde Maia Ferreira
Bilogo, M.Sc. em Ecologia e Manejo de
Recursos Naturais
Tcnico do Programa ZEAS-PMRB
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Ramal de acesso ao plo.Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).
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SUMRIO
LISTA DE FIGURAS
LISTA DE QUADROS
RESUMOABSTRACT
INTRODUO....................................................................................................
MATERIAL E MTODOS......................................................................................
RESULTADOS....................................................................................................
REA DE ESTUDO..............................................................................................
RELEVO............................................................................................................SOLOS.............................................................................................................
HIDROGRAFIA...................................................................................................
Qualidade das guas........................................................................................
USO E COBERTURA DO SOLO.............................................................................
Uso e Cobertura do Solo em reas de Preservao Permanente (APPs)....................
CONCLUSES...................................................................................................
REFERNCIAS...................................................................................................
1
23
4
4.1
5
5.1
16
18
26
26
2831
35
38
42
45
48
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Figura 1
Figura 2
Figura 3
Figura 4
Figura 5
Figura 6
Figura 7
Figura 8
Fluxograma esquemtico das fases metodo-lgicas do Diagnstico dos Recursos Naturais
do Plo Agroorestal Geraldo Fleming, no mu-nicpio de Rio Branco-AC...............................
Localizao do Plo Agroorestal GeraldoFleming no municpio de Rio Branco-AC........
Modelo Digital de Elevao do Plo Agroo-restal Geraldo Fleming, no municpio de RioBranco-AC.......................................................
Distribuio das classes de solos no PloAgroorestal Geraldo Fleming, no municpiode Rio Branco-AC...........................................
Solos do Plo Agroorestal Geraldo Fleming,
no municpio de Rio Branco-AC......................
Sub-bacia dos igaraps Mucambo e Consultacom indicao do permetro do Plo Agroo-restal Geraldo Fleming, no municpio de RioBranco-AC.......................................................
Cobertura orestal remanescente (2004) nasbacias dos igaraps Mucambo e Consultacom indicao do polgono do Plo Agroo-restal Geraldo Fleming, no municpio de RioBranco-AC.......................................................
Instalao sanitria prxima da fonte de abas-
tecimento de gua e uso indevido de rea dePreservao Permanente no Plo Agroo-restal Geraldo Fleming, no municpio de RioBranco-AC.......................................................
LISTA DE FIGURAS
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Figura 9
Figura 10
Figura 11
Figura 12
Figura 13
Poos utilizados para captao de gua sub-terrnea no Plo Agroorestal Geraldo Fle-ming, no municpio de Rio Branco-AC.............
Localizao dos pontos de amostragem degua no Plo Agroorestal Geraldo Fleming,no municpio de Rio Branco-AC.......................
Audes em pssimas condies de conser-vao, usados por produtores para abas-tecimento domstico no Plo AgroorestalGeraldo Fleming, no municpio de Rio Branco-AC....................................................................
Uso e Cobertura do Solo do Plo Agroo-restal Geraldo Fleming, no municpio de RioBranco-AC.....................................................
Uso e Cobertura do Solo nas reas de Pre-
servao Permanente (APPs) do Plo Agro-orestal Geraldo Fleming, no municpio deRio Branco-AC...............................................
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rea mecanizada para cultivo.Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).
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Quadro 1
Quadro 2
Quadro 3
Quadro 4
Quadro 5
Quadro 6
Classes de declividade do PloAgroorestal Geraldo Fleming,no municpio de Rio Branco-AC.
Unidades de mapeamento, com-ponentes e rea dos solos doPlo Agroorestal Geraldo Fle-ming, no municpio de Rio Bran-co-AC.........................................
Localizao e descrio dospontos de coleta de gua no PloAgroorestal Geraldo Fleming,no municpio de Rio Branco-AC.
Mdias dos resultados das an-lises fsico-qumicas e microbio-lgicas e Valores Mximos Per-mitidos (VMP), denidos pelaPortaria n. 518/2004 do Minist-rio da Sade...............................
Distribuio do Uso e Cobertu-ra do Solo do Plo AgroorestalGeraldo Fleming, no municpiode Rio Branco-AC......................
Uso e Cobertura do Solo nasreas de Preservao Perma-nente (APPs) do Plo Agroo-restal Geraldo Fleming, no muni-cpio de Rio Branco-AC..............
LISTA DE QUADROS
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Diviso do plo com rea particularmostrando fragmento de floresta.Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).
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DIAGNSTICO DOS RECURSOS NATURAIS DO PLOAGROFLORESTAL GERALDO FLEMING, NO MUNICPIO
DE RIO BRANCO-AC.
Lcio Flvio Zancanela do CarmoRaimundo Nonato de Souza MoraesMarconde Maia Ferreira
RESUMO: Este diagnstico faz parte dos estudos que darosuporte elaborao do Plano de Desenvolvimento RuralSustentvel deste Plo e do prprio municpio de Rio Branco.As etapas metodolgicas para este estudo foram pautadasna participao dos produtores deste Plo e subdivididas emcinco fases operacionais: (i) fase preparatria, na qual foramlevantados e sistematizados dados secundrios; (ii) fasede compatibilizao, com a construo e ajustes da basecartogrca; (iii) fase de obteno de aerofotos, por meio deaerofotogrametria vertical colorida; (iv) fase de campo, comcoletas e anlises das amostras de solo e gua; (v) fase de
geoprocessamento, com a anlise e espacializao dos dadospor geoprocessamento, como: confeco dos mosaicos semi-controlados, modelagem do terreno, entre outros. Os resultados
mostraram que neste Plo h baixa variao altimtrica (50 m),indo de 167 m, na sua poro sudeste, a 217 m de altitude nasua porocentro-oeste. Quanto ao tipo de solo, as principaisclasses que ocorrem so os Argissolos Amarelos (46%) e os
Plintossolos Argilvicos (42%). Este Plo banhado pelas sub-bacias dos igaraps Consulta e Mucambo, ambas com mais de50% de suas reas desmatadas. A maioria dos moradores destePlo realiza seu abastecimento de gua em poos amaznicos(cacimbas), audes e igaraps com guas que apresentamsinais de contaminao por coliformes fecais, estando assimfora dos padres de potabilidade previstos na legislao. Quanto
aos resultados de uso e cobertura do solo, constatou-se quemais de 50% da rea deste Plo est ocupada por pastagense solo exposto. Nas reas de Preservao Permanente asFlorestas ocupam 25,4% destas reas, enquanto que as
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Pastagens chegam a ocupar 42,39%. Assim, conclui-se que,embora tenha sido criado h mais de dez anos, este Plo aindapossui passivos ambientais signicativos e apresenta grandesproblemas com relao ao abastecimento de gua para consumohumano. Estes so alguns dos principais desaos na busca deconciliar sustentabilidade econmica e social das famlias coma conservao dos recursos naturais.
Termos para indexao: cobertura do solo, uso do solo, solos,qualidade da gua.
rea de residncia com quintal agroflo-restal e aude para criao de peixes.Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).
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DIAGNOSIS OF THE NATURAL RESOURCES ON THEGERALDO FLEMING AGROFORESTRY SETTLEMENT IN
RIO BRANCO-AC
ABSTRACT: This diagnosis is part of the studies that willsupport the Sustainable Rural Development Plans of the GeraldoFleming Agroforestry Settlement and of the county of RioBranco. The methodological phases for this study were based onfarmer participation and were divided as follows: i) preparatoryphase where secondary data were gathered and organized;ii) systematization phase where the cartographic base wasconstructed and adjusted; iii) taking aerial photos through verticalaerial color photography; iv) eld work consisting of collectionand analysis of soil and water samples; and v) analysis spatialof data through geographic processing of information allowingthe generation of semi-controlled mosaics and land modeling,among other products. The results show that there is low variationin altitude (50 m) in this settlement, ranging from 167 m, in its
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Southeast region to 217 m in its Middle East region. Regardingsoil types, the main classes are the Yellow Podzol (Ultisol) (46%)and the Argiluvic Plinthosols (Plinthudults) (42%). This settlementis irrigated by the watersheds of the Consulta and Mucamborivers, both with more than 50% of their total areas deforested.The majority of the population living in this settlement dependson Amazon type of wells, dams and small rivers for their supply ofwater. These water sources present signals of contamination byfecal chloroforms, and consequently, do not meet the standardsestablished in the legislation to be classied as water for humanconsumption. Regarding the results of land cover and land usemore than 50% of the total area of this settlement is occupied with
pastures and bare ground. The Permanent Preservation Areasand Forests represent 25,4% of the total area, while the Pasturesreach 42,39%. It is concluded that although this settlement hasbeen established more than ten years ago, it still has importantenvironmental irregularities and problems regarding water supplyfor human consumption. These are some of the main challengesin the search of reconciling economic and social sustainability of
the families with the conservation of the natural resources in thissettlement.
Index terms: land cover, land use, soils, water quality.
Transporte de pessoas e produtosFoto: Dhrcules Pinheiro (2008).
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INTRODUO
O Zoneamento Econmico, Ambiental, Social e Culturalde Rio Branco (ZEAS) foi institudo por meio do Decreto n. 1.076,
de 10 de maro de 2006. Este programa tem como objetivo
contribuir para o planejamento e reorientao das polticas
pblicas, dando suporte gesto territorial e subsidiando a
tomada de decises do setor privado e da sociedade em geral,
visando promover o desenvolvimento sustentvel e eqitativodo Municpio (RIO BRANCO, 2006).
O ZEAS contempla os eixos temticos de recursos
naturais, scio-econmico e cultural-poltico. Entre as atividades
previstas no segundo, destaca-se a realizao do diagnstico
scio-econmico da produo rural de Rio Branco, em particular,
nas reas prioritrias da produo familiar, notadamente, nosPlos Agroorestais, na regio do seringal So Francisco
do Espalha, nas Bacias do Riozinho do Rola e Igarap So
Francisco.
No Acre, algumas alternativas em agrooresta vm dando
resultados positivos em reas com sistemas semelhantes ao do
Projeto Reca (Projeto Reorestamento Econmico Consorciado
e Adensado) e alguns sistemas dentro das Reservas Extrativistas.
Em 1998 e 1999, o Governo Federal, pelo Programa de
Execuo Descentralizada (PED), implantou os Sistemas
Agroorestais (SAFs) nos municpios de Rio Branco, Xapuri,
Senador Guiomard e Acrelndia. Os SAFs foram implantados
em reas de capoeira abandonada, de forma a reintegrar
essas reas ao processo produtivo, conciliando aspectos da
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ZEAS17
preservao do meio ambiente e dos recursos naturais com a
gerao de benefcios scio-econmicos para a populao rural
e para o estado do Acre.
Outra iniciativa, dessa vez em nvel de municpios,
foram os Plos Agroorestais implantados pela Prefeitura de
Rio Branco, que j retirou da periferia da cidade mais de 300
famlias, que hoje esto em suas propriedades explorando
sistemas agroorestais e cultivos olercolas.
Os Plos Agroorestais tm como objetivo proporcionar
a inverso do processo de xodo rural, buscando manter as
famlias nas reas de assentamento, favorecendo a gerao de
emprego e renda. Os Plos visam, ainda, a substituio do atual
modelo de desenvolvimento, assegurando s geraes futuras
a sustentabilidade e uma melhor qualidade de vida. A utilizao
diversicada de culturas como frutferas, olercolas, leguminosas
(adubao verde), essncias orestais, culturas temporrias ecriao de pequenos animais, aumenta a sustentabilidade do
ambiente e, em regra geral, reduz os impactos negativos dos
sistemas produtivos. Essa diversicao de culturas garante
produo durante o ano todo, diminuindo os riscos de perda
do produtor, alm de permitir uma melhor distribuio de mo-
de-obra ao longo do ano, em razo das diferentes culturas enecessidades de manejo.
Este trabalho apresenta os resultados do Diagnstico
dos Recursos Naturais do Plo Agroorestal Geraldo Fleming,
como parte dos estudos que daro suporte para a elaborao
do Plano de Desenvolvimento Rural Sustentvel do Municpio
de Rio Branco.
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Diagnstico Dos recursos naturais Do Ploagroflorestal geralDo fleming, no municPio Derio Branco-ac.
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MATERIAL E MTODOS
Os mtodos de estudo foram estruturados de forma a
permitir a participao da comunidade envolvida em todas as
etapas do trabalho e a capacitao de parte da equipe tcnica
da Prefeitura Municipal de Rio Branco. Os procedimentos
metodolgicos foram padronizados para serem aplicados
em todos os Plos municipais e divididos em cinco fasescomplementares e interconectadas (Figura 1).
Uso do solo (aude, floresta e vegetao rasteira).Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).
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ZEAS19
Figura
1.F
luxogramaesquemticodasfasesmetodolgicasdoDiagnsticodosRecursosNat
uraisdoPlo
A
groorestalGeraldoF
leming,nomunicpio
deRioBranco-AC.
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Diagnstico Dos recursos naturais Do Ploagroflorestal geralDo fleming, no municPio Derio Branco-ac.
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FASE 1 Fase preparatria
Inicialmente, foi realizado o levantamento de dados
secundrios, com a coleta de informaes pr-existentes sobre
o Plo, incluindo o projeto de criao, diagnsticos realizados,
bases cartogrcas, mapas, tabelas snteses e outras. Todas
estas informaes foram sistematizadas e depuradas formando
um banco de dados secundrios contendo informaes
espacializadas para algumas temticas.
FASE 2 Fase de compatibilizao
Nesta fase, a principal ao foi a construo e ajuste
da base cartogrca. Inicialmente, o mapa planialtimtrico
do Plo foi escaneado e digitalizado, extraindo-se as
informaes sobre permetro, lotes, ramais, curvas de nvel e
hidrograa, georreferenciando, em seguida, estas temticas.
Esses cartogramas foram ajustados em termos de projeocartogrca, utilizando coordenadas UTM nas projees SAD
1969 e zona 19S e na escala de 1:10.000. Aps os ajustes
da base cartogrca, iniciou-se a elaborao de anlises por
geoprocessamento, a preparao para obteno das aerofotos
e a preparao das atividades de campo.
FASE 3 Fase de obteno de aerofotos
Para esta fase ser realizada foi confeccionado o plano de
vo considerando o permetro do Plo e seus entornos. A cobertura
aerofotogrca vertical colorida foi executada pela aeronave JCD-PT da
Universidade Federal de Viosa, nos meses de julho e agosto de 2006,
numa escala de 1:10.000. As fotograas foram obtidas no formato 22 x22 cm, com recobrimento longitudinal de 60% e lateral de 40%.
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ZEAS21
FASE 4 Fase de campo
A fotointerpretao preliminar das fotograas areas
foi realizada na escala 1:10.000, delineando-se os padres
pedosiogrcos, levando-se em considerao a uniformidade do
relevo, a geologia, a vegetao e os tipos de drenagem.
O trabalho de campo constou do mapeamento dos solos,
atravs de progresso em ramais, caminhos e picadas, por meio
de sondagem com trado holands. Durante as observaes no
campo, foram registradas as caractersticas morfolgicas dos
pers examinados, coletadas amostras de solos necessrias
a sua classicao, aps anlise em laboratrio, e a descrio
relativa ao meio ambiente. A descrio e coleta de amostras de
pers representativos das classes de solos foram realizadas em
trincheiras abertas em locais previamente selecionados.
A descrio detalhada das caractersticas morfolgicas,
a nomenclatura de horizontes e a coleta de amostras de solosforam baseadas nas normas e denies adotadas pela Embrapa
(EMBRAPA, 1995; LEMOS e SANTOS, 1996). As cores das
amostras de solos foram determinadas atravs de comparao
com a Munsell Soil Color Chart(MUNSELL COLOR COMPANY,
2000). Os solos foram classicados segundo os critrios e
denies contidos no Sistema Brasileiro de Classicao deSolos (EMBRAPA, 1999, 2006).
Aps a anlise dos resultados, procederam-se alteraes
e revises da legenda preliminar e elaborao da legenda nal
de identicao dos solos, acertos nais no mapeamento,
reviso das descries e interpretao dos resultados analticos
dos pers, redao e organizao do relatrio nal, assim comoa confeco do mapa de solos na escala de 1:10.000.
Nas expedies a campo tambm foram coletados pontos,
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Diagnstico Dos recursos naturais Do Ploagroflorestal geralDo fleming, no municPio Derio Branco-ac.
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com GPS topogrco, de uso e cobertura da terra visando
calibrar a interpretao das fotograas areas para elaborao
dos mapas de uso e cobertura. O GPS topogrco tambm foi
utilizado na obteno de pontos altimtricos do terreno para
subsidiar a elaborao dos modelos topogrcos dos terrenos
dos Plos.
Ainda foram levantadas as iniciativas promissoras de
uso da terra utilizadas pelos agricultores locais. Estes sistemas
foram caracterizados e georreferenciados.
A duas coletas das amostras de gua foram realizadas
entre julho e setembro de 2007. As amostras para anlises
fsico-qumicas foram armazenadas em frascos de polipropileno
(600 ml) e as amostras para anlises bacteriolgicas foram
coletadas e armazenadas em bolsas plsticas esterilizadas
(500 ml). Todas as amostras foram identicadas com pincel de
retroprojetor, refrigeradas e transportadas em caixas trmicasde isopor, de acordo com o Guia de Coleta e Preservao de
Amostras de gua da CETESB (CETESB, 1998).
As anlises fsico-qumicas e bacteriolgicas foram
realizadas nos laboratrios da Unio Educacional do Norte
(UNINORTE), Universidade Federal do Acre (UFAC),
especicamente na Unidade de Tecnologia de Alimentos (UTAL),e no Sistema de Abastecimento de gua e Esgoto de Rio Branco
(SAERB), especicamente nas Estaes de Tratamento de
gua I e II (ETA-I e II).
Foram utilizados procedimentos amostrais e analticos
padronizados por mtodos de uso corrente, os quais esto
descritos sucintamente a seguir:
Cor aparente determinada no laboratrio do SAERB, por
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ZEAS23
mtodo eletromtrico com aparelho Hach Company DR/890
Colorimeter, variao de 0-550 UH (Pt-Co mg/l), exatido
fotomtrica de 0,005A, 1.0 Abs. nominal.
Turbidez determinada no laboratrio do SAERB, por mtodo
eletromtrico com aparelho Hach Company 2100P Portable
turbidimeter, variao de 0-1000 NTU, variabilidade de leitura
de 0,05 (5%).
pH - determinado no laboratrio da UTAL, com auxlio de um
phmetro digital com chip microprocessador marca LSI.
Condutividade eltrica - determinada no laboratrio da
UTAL, com um condutivmetro digital com microprocessador,
medida em trs escalas e temperatura operacional 0 a 50C no
instrumento marca Insprutherm, modelo CDR 870.
Coliformes Fecais - as amostras foram analisadas nos
laboratrios da UTAL e da UNINORTE, de acordo com o
mtodo de tubos mltiplos, fundamentado no Standard Methods(APHA,1995).
FASE 5 Fase de geoprocessamento
Esta fase envolveu o uso de produtos de sensores
remotos, uma infra-estrutura fsica adequada e pessoal capacitado.
Cinco subfases destacaram-se dentro dos procedimentosmetodolgicos de anlise por geoprocessamento:
Confeco dos mosaicos semi-controlados
Os mosaicos digital semi-controlados foram
confeccionados utilizando o softwarePanaVue Visual Stitcher
Version 2.0. A correo geomtrica foi realizada em softwaresespeccos e para a montagem do layoutfoi utilizado software
ArcGIS 9.2.
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Diagnstico Dos recursos naturais Do Ploagroflorestal geralDo fleming, no municPio Derio Branco-ac.
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Anlise de uso e cobertura do solo
Aps a confeco do mosaico procedeu-se a classicao
das imagens (aerofotos de pequeno formato) que o processo de
extrao de informaes de imagens para reconhecer padres e
objetos homogneos, visando o mapeamento de reas e objetos
da superfcie terrestre. Levando-se em considerao a qualidade
das aerofotos e os objetivos do estudo, foram estraticadas at
13 categorias de uso e cobertura do solo: Floresta, Capoeira,
Conjunto de rvores, Pastagem, Pastagem Velha, Agricultura,
Vegetao Rasteira, rea Queimada, Solo Exposto, Audes,
Igaraps, Edicaes e Ramais.
A delimitao das categorias nas aerofotos foi feita por
meio digital, por meio de vetorizao em tela de polgonos
irregulares, pelo modo de edio do ArcMap, mdulo do
aplicativo de geoprocessamentoArcGIS 9.2.
Uso e cobertura do solo em reas de PreservaoPermanente (APPs)
Para este item foram gerados dados qualitativos,
quantitativos e espaciais sobre os tipos e formas de uso e
cobertura do solo nas reas de Preservao Permanente do
Projeto de Desenvolvimento Sustentvel Nova Bonal.
Inicialmente, realizou-se o cruzamento de dois mapas, o
de APPs com o de Uso e Cobertura do Solo para o assentamento.
Desta forma, foi elaborado um mapa com o Uso e Cobertura
do Solo nas APPs dos igaraps e audes do assentamento,
com faixa lindeira, de acordo com as diretrizes estabelecidaspelo CONAMA conforme Resoluo n. 303/2002, que dispe
sobre parmetros, denies e limites de reas de Preservao
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ZEAS25
Permanente (BRASIL, 2002).
A quanticao dos tipos e formas de Uso e Cobertura
do Solo nas APPs foram obtidas atravs do mdulo de extenso
Xtool Pro do ArcGIS 9.2, gerando, assim, informaes em
hectare e porcentagem, tanto para as reas ao longo dos
igaraps como para as faixas ao redor dos audes.
Modelagem do terreno
Atravs da compilao de dados secundrios sobre as
caractersticas planialtimtricas do Plo em estudo e de uma
malha de pontos altimtricos obtidos nos levantamentos de
campo com um GPS Topogrco, gerou-se um Modelo Digital
de Elevao (MDE), o qual apresenta a variao altimtrica
do terreno. O MDE foi elaborado em ambiente de Sistemas
de Informao Geogrca (SIG), utilizando o software ArcGIS,
verso 9.2 no mdulo de operaesArcMap, para a realizaoda qualicao, quanticao e espacializao das informaes
topogrcas do Plo em estudo.
Mapeamento de solos
Para a delimitao das classes de solo, foram realizadas
expedies de campo com vistoria da rea e um estudo prviodos padres fotogrcos e interpretao preliminar das relaes
solo-paisagem, com o objetivo de detectar diferentes aspectos
siogrcos. A primeira verso do mapa de solo foi digitalizada
e sobreposta ao Modelo Digital de Elevao (MDE) e aos
pontos de coleta de pers e amostras extras para a denio
das unidades de mapeamento e quanticao de reas de cadaclasse de solo. Esse modelo foi elaborado atravs de curvas
de nvel com eqidistncia de 1m, apresentando detalhada
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Diagnstico Dos recursos naturais Do Ploagroflorestal geralDo fleming, no municPio Derio Branco-ac.
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representao do relevo.
Mesmo com pouca representatividade, as variaes
altimtricas e altura do lenol fretico foram os principais fatores
que inuenciaram na diferenciao e distribuio das classesde solos no Plo em estudo.
Espacializao da qualidade das guas
A espacializao dos dados de qualidade das guas
do Plo Agroorestal Geraldo Fleming foi realizada a partir de
georreferenciamento dos pontos amostrais. Em seguida, em
ambiente SIG, foi gerado um arquivo vetor (shapefle) destes
pontos. A partir do shapefle, gerou-se um banco de dados
geogrcos com os dados de qualidade das guas dos diversos
parmetros para cada ponto de amostragem.
RESULTADOS
1 REA DE ESTUDO
O Plo Agroorestal Geraldo Fleming possui uma rea
registrada de 300ha, com aproximadamente 65 famlias, tendo
em mdia 4,5 ha por lote.
Este Plo dispe de uma localizao privilegiada, pois
est situado a nordeste do municpio de Rio Branco, entre os
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ZEAS27
ncleos urbanos de Rio Branco e Porto Acre, nas margens
da estrada AC 010 (Figura 2). A localizao estratgica deste
Plo mostra-se como uma varivel positiva na efetivao das
relaes, comerciais ou no, com os ncleos urbanos destes
dois municpios. Seus limites compreendem as coordenadas1
8912855 e 8915786 de latitude Sul e 641804 e 639713 de
longitude Oeste.
Figura 2.
As estradas que do acesso ao Plo Agroorestal Geraldo
Fleming so asfaltadas e as internas, de terra, encontram-se
em bom estado de conservao.
1As coordenadas indicadas so mtricas Universal Transversa de Merca-tor (UTM). Indicadas para reas pequenas como os Plos Agroorestais,pois este tipo de coordenadas conserva os ngulos da gura em relao realidade do terreno.
Localizao do Plo Agroorestal Geraldo Fleming no mu-nicpio de Rio Branco-AC.
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Diagnstico Dos recursos naturais Do Ploagroflorestal geralDo fleming, no municPio Derio Branco-ac.
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Vale ressaltar que no h Unidades de Conservao na
rea onde se localiza este Plo. Ressalte-se, ainda, que nos
seus arredores, tanto em relao ao municpio de Rio Branco
como ao de Porto Acre, predomina a atividade agropecuria,
com nfase na pecuria extensiva.
De acordo com os dados gerados no Modelo Digitalde Elevao (MDE), o Plo Agroorestal Geraldo Fleming
apresenta variao altimtrica de 50 m, indo de 167 m, na sua
poro sudeste, a 217 m de altitude na sua poro centro-oeste
(Figura 3).
2 RELEVO
Uso do solo para plantio de culturas anuais.Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).
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ModeloDigitalde
Elevaod
o
Plo
AgroflorestalGeraldo
Fleming,no
municpio
deRioBranco-AC.
Figura3.
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ZEAS31
As classes de maior declividade (acima de 8%),
representando aproximadamente 25% da rea do Plo, devem
ser consideradas e, sempre que possvel, mantidas com usos de
menor potencial degradao dos solos, nas aes referentes
ocupao e produo neste Plo.
Outro fator a ser considerado em relao ao uso e ocupao
do solo e aos sistemas produtivos neste Plo a variao altimtrica
do terreno, mesmo que pequena, pois as reas mais elevadas
iro apresentar potenciais e fragilidades naturais diferentes das
reas mais baixas.A varivel Relevo fundamental no processo de
ordenamento territorial e na construo e consolidao do Plano
de Desenvolvimento Sustentvel do Plo Agroorestal Geraldo
Fleming.
3 SOLOS
Considerando apenas o primeiro componente da unidade
de mapeamento, a distribuio das classes de solos, representada
na Figura 4, demonstra que a maior parte da rea (46%)
constituda de Argissolos Amarelos. Os Plintossolos Argilvicos
apresentaram-se como a segunda classe mais abundante nestePlo, representando 42% da sua rea total. J os Argissolos
Vermelho-Amarelos, que so os mais desenvolvidos do Plo,
ocupam 12% da rea.
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Diagnstico Dos recursos naturais Do Ploagroflorestal geralDo fleming, no municPio Derio Branco-ac.
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Figura 4. Distribuio das classes de solos no Plo Agroorestal Ge-raldo Fleming, no municpio de Rio Branco-AC.
A variabilidade
dos solos, de forma
completa, encontra-
se no Quadro 2 e na
Figura 5, onde esto
detalhadas 10 unidades
de mapeamento.
Perfil de ARGISSOLO AMARELO Distrfico plntico.Foto: Acervo ZEAS (2008).
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ZEAS33
Unidade demapeamento
Componenterea(ha)
rea (%)
ARGISSOLO VERMELHO-AMARELO
PVAbaARGISSOLO VERMELHO-AMARELO Tb Alumnico
37,1 12,3
ARGISSOLO AMARELO
PAva1ARGISSOLO AMARELO TaAlumnio abrupto plntico
44,8 14,8
PAva2
ARGISSOLO AMARELOTa Alumnio abruptoplntico + PLINTOSSOLOARGILVICO Alumnicoabrupto
93,8 31,1
PLINTOSSOLO ARGILVICO
FTa1PLINTOSSOLOARGILVICO Alumnico
16,6 5,5
FTa2
PLINTOSSOLOARGILVICO Alumnicoabrupto + ARGISSOLOAMARELO Ta Alumnioplntico
24,7 8,2
FTa3PLINTOSSOLOARGILVICO Alumnicoabrupto raso
5,1 1,7
FTa4PLINTOSSOLOARGILVICO Alumnico raso
3,6 1,2
FTa5PLINTOSSOLOARGILVICO Alumnico
32,4 10,7
FTa6
PLINTOSSOLOARGILVICO Alumnicoabrupto + PLINTOSSOLOARGILVICO Alumnicoabrupto raso
15,4 5,1
FTa7
PLINTOSSOLO
ARGILVICO Alumnicoabrupto + ARGISSOLOAMARELO Ta Alumnioabrupto plntico
28,3 9,4
Total 301,8 100
Quadro 2. Unidades de mapeamento, componentes e rea dos solos do PloAgroorestal Geraldo Fleming, no municpio de Rio Branco-AC.
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Diagnstico Dos recursos naturais Do Ploagroflorestal geralDo fleming, no municPio Derio Branco-ac.
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Figura5.SolosdoPloA
groforestalGeraldoF
leming,nomunicpio
deRioBranco-AC.
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ZEAS35
4 HIDROGRAFIA
O Plo Agroorestal Geraldo Fleming encontra-se inserido em
duas sub-bacias hidrogrcas: a sub-bacia do igarap Consulta e a
do igarap Mucambo, apresentando-se como um divisor de guas.
A sub-bacia do igarap Consulta (auente do Rio Acre) possui uma
rea de 5.644 ha e um permetro de 33.719 m, ocupando mais da
metade da rea do Plo, e a do igarap Mucambo, uma rea de
4.071 ha com o permetro de 41.858 m (Figura 6).
Figura 6.
Conforme os dados de desmatamento levantados para o
ano de 2004 no Zoneamento Ecolgico-Econmico do Acre (ACRE,
2006), a sub-bacia do igarap Consulta apresenta 64% do seu
territrio desmatado e a do igarap Mucambo, 57% (Figura 7).
Sub-bacia dos igaraps Mucambo e Consulta com indicaodo permetro do Plo Agroorestal Geraldo Fleming, no mu-nicpio de Rio Branco-AC.
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Diagnstico Dos recursos naturais Do Ploagroflorestal geralDo fleming, no municPio Derio Branco-ac.
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F
igura7.Coberturafor
estalremanescente(2004)nasbaciasdosigarapsMucamboeCon-
sultacomindicaodopolgonodo
PloAgroforestalGe
raldoFleming,nomu
nic-
piodeRioBra
nco-AC.
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ZEAS37
O Plo Agroorestal Geraldo Fleming apresenta, no
setor sul, uma rede de drenagem intermitente com igaraps
temporrios que secam nos perodos de estiagem da regio
Norte coincidindo, geralmente, com os meses de abril a outubro,
perodo caracterizado como vero amaznico. Essa rede tem
uma extenso de 2.100 m e quase imperceptvel de visualizar
o curso dgua que passa pela rea do Plo.
A ocupao pelos assentados sem uma orientao
ambiental de uso racional dos recursos naturais e sem um
planejamento especco acelerou o processo de assoreamento
dos leitos pelo desmatamento das matas ciliares, causando a
reduo de uxo dgua com grande possibilidade de perda
total dos igaraps (COOPEAGRO, 2004).
Segundo os dados de COOPEAGRO (2004), nota-
se que grande parte do desmatamento ocorre nas nascentes
e nas margens dos igaraps. Isso ocorre devido falta deconscientizao do produtor e sua famlia, no sentido de preservar
os mananciais hdricos, evitando a derrubada das matas ciliares,
uso indevido de agrotxicos, pisoteio de animais nas nascentes,
lavagem de roupa, banhos de lazer ou higinicos, despejo de
lixo e dejetos dentro ou prximo das fontes de abastecimento
de gua (Figura 8).
Aude para criao de peixes e irrigao.Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).
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Diagnstico Dos recursos naturais Do Ploagroflorestal geralDo fleming, no municPio Derio Branco-ac.
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Figura 8. Instalao sanitria prxima da fonte de abastecimento degua e uso indevido de rea de Preservao Permanente
no Plo Agroorestal Geraldo Fleming, no municpio de RioBranco-AC.
4.1 Qualidade das guas
A maioria dos moradores do Plo Agroorestal Geraldo
Fleming realiza seu abastecimento de gua em poos
amaznicos (cacimbas), audes e igaraps (Figura 9) e durante
o perodo de escassez de gua procuram pelos vizinhos
que ainda possuem este recurso. Foi constatado que alguns
moradores utilizam mtodos simplicados de tratamento da
gua como, coar, ltrar, decantar ou usar o hipoclorito, outros
no fazem tratamento algum; situao tambm comum nos
demais Plos Agroorestais de Rio Branco.
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ZEAS39
Figura 9. Poos utilizados para captao de gua subterrnea no
Plo Agroorestal Geraldo Fleming, no municpio de RioBranco-AC.
As coletas das amostras das guas deste Plo foram
realizadas em poos tipo cacimba, dentro dos lotes dos
produtores, descritos no Quadro 3 e representados no mapa
(Figura 10).
Ponto de
Coleta
Localizao
(coordenadas UTM)
Descrio do Ponto de
Coleta
1 641227 8913664 Poo do Sr. Manoel F. SoaresLote 3A
2 641262 8913736Poo do Sr. Joo J. S. Filho,Lote 48
3 641216 8914652Poo do Sr. Josinete de LMendes, Lote 40
Quadro 3. Localizao e descrio dos pontos de coleta de gua noPlo Agroorestal Geraldo Fleming, no municpio de RioBranco-AC.
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Figura 10.
Constatou-se que apenas os resultados de pH e a
Turbidez do ponto 3 esto de acordo com a Portaria n. 518/2004
do Ministrio da Sade (BRASIL, 2004) (Quadro 4). Desta forma,
as guas esto fora dos padres de potabilidade previstos
nesta norma, ou seja, no so apropriadas para o consumo
sem o prvio tratamento, principalmente, quando observadosos valores de coliformes fecais.
Localizao dos pontos de amostragem de gua noPlo Agroorestal Geraldo Fleming, no municpio de RioBranco-AC.
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ZEAS41
Parmetro Ponto de Amostragem VMP1 2 3
Cor Aparente (uH: mg/L Pt-Co) 40 24 12 15,0
Turbidez (UT) 7 5,21 3,44 5,0
pH 7,40 7,44 5,10 6,0 a 9,5
Condutividade Eltrica (S/cm -) 142,15 125 17,69 -
Coliformes Fecais (NMP/100mL) 855 817 801 Ausncia
Durante as coletas e por depoimentos dos prprios
moradores deste Plo, tambm foi constatado que muitos no
possuem poos em seus lotes, sendo necessrio a utilizao de
guas provenientes de pequenos audes para abastecimento
domstico e, principalmente, para o consumo, sendo que
a maioria destas fontes de gua encontra-se em pssimascondies de conservao (Figura 11).
Figura 11. Audes em pssimas condies de conservao,
usados por produtores para abastecimento
domstico no Plo Agroflorestal Geraldo Fleming,no municpio de Rio Branco-AC.
Mdias dos resultados das anlises fsico-qumicas e mi-crobiolgicas e Valores Mximos Permitidos (VMP) deni-dos pela Portaria n. 518/2004 do Ministrio da Sade.
Quadro 4.
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Diagnstico Dos recursos naturais Do Ploagroflorestal geralDo fleming, no municPio Derio Branco-ac.
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5 USO E COBERTURA DO SOLO
O Plo Agroorestal Geraldo Fleming, bem como os
outros seis Plos existentes dentro dos limites do municpio de
Rio Branco, foi constitudo em reas j bastante alteradas em
relao ao uso e cobertura do solo, pois, como os demais, a
sua maioria, foi utilizada com pecuria extensiva, predominando
as pastagens. Com isso, o uso e a cobertura do solo aqui
apresentados reetem as transformaes decorrentes aps a
consolidao deste Plo. Muitas reas de vegetao arbrea,como conjuntos de rvores, capoeiras e orestas secundrias,
so decorrentes do perodo ps-criao do Plo, representando
melhorias como fruto das atividades dos assentados.
Foi possvel estraticar 13 categorias de uso e cobertura
do solo no Plo Geraldo Fleming, sendo as mais representativas:
Pastagem (43,9%), Floresta (15,4%) e Vegetao Rasteira(13,5%). Este diagnstico apontou um predomnio de vegetao
rasteira nesta rea, pois a soma das categorias Pastagem e
Pastagem Velha representa 52,6 % da sua rea total (Quadro 5
e Figura 12).
Uso do solo (agricultura).Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).
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ZEAS43
Quadro 5.
Tipo de uso e cobertura rea (m2) rea (%)
Agricultura 111,9 0,0
rea desmatada 35315,1 0,8
rvore 27352,9 0,6
Aude 125574,3 2,7
Capoeira 294414,8 6,3
Conjunto de rvores 283699,7 6,0
Edicao 12427,9 0,3
Estrada sem pavimentao 38780,4 0,8
Floresta 721028,0 15,4
Pastagem 2062455,0 43,9
Pastagem velha 407978,5 8,7
Solo exposto 49200,1 1,0
Vegetao rasteira 635625,4 13,5
Total 4693964,1 100
Uso do solo (estrada sem pavimentao.Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).
Distribuio do Uso e Cobertura do Solo do Plo Agroo-restal Geraldo Fleming, no municpio de Rio Branco-AC.
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Figura12.UsoeCoberturadoSolodoP
loAgroforestalGeraldoFleming,nomunic
pio
deRioBranco-AC.
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5.1 Uso e Cobertura do Solo em reas de Preservao
Permanente (APPs)
As reas de Preservao Permanente (APPs) so
protegidas nos termos dos arts. 2 e 3 da Lei Federal n. 4.771,
de 15 de setembro de 1965 do Cdigo Florestal (BRASIL,
1965), So reas que, coberta ou no por vegetao nativa,
tm a funo ambiental de preservar os recursos hdricos, a
paisagem, a estabilidade geolgica, a biodiversidade, o uxo
gnico de fauna e ora, proteger o solo e assegurar o bem estar
das populaes humanas.
No Plo Agroorestal Geraldo Fleming, a rea total das
APPs dos igaraps, reservatrios articiais e nascentes somou
43,32 ha. Pelos dados do Quadro 6, vericou-se que os usos
nas APPs esto em desacordo com o Cdigo Florestal, pois
somente 25,4% destas reas so Floresta, enquanto 28,31%e 14,08% so utilizadas com Pastagem e Pastagem velha,
respectivamente. Mesmo reas menores, mas representativas,
de Edicaes (0,09%) e Solo exposto (4,32%) so usos que
apresentam riscos de desequilbrio natural a toda a bacia
hidrogrca.
rea de preservao permanente Consulta.Foto: Dhrcules Pinheiro (2008).
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Quadro 6. Uso e Cobertura do Solo nas reas de PreservaoPermanente (APPs) do Plo Agroorestal GeraldoFleming, no municpio de Rio Branco-AC.
Tipo de Uso e Cobertura rea (ha) rea (%)
rea desmatada 0,28 0,67
Conjunto de rvores 6,45 14,89
Capoeira 1,93 4,45
Edicao 0,04 0,09
Estrada sem pavimento 0,58 1,34
Floresta 11,00 25,40Pastagem 12,26 28,31
Pastagem velha 6,10 14,08
Solo Exposto 1,87 4,32
Vegetao rasteira 2,79 6,45
Total 43,32 100
Com esta atual estrutura de uso e cobertura do solo nas
APPs neste Plo, alm da eminncia de impactos negativos
ao meio ambiente, esta situao poder causar prejuzos aos
sistemas produtivos e, consequentemente, qualidade de vida
das populaes locais.
Observa-se na Figura 13, que apresenta de forma espaciala constituio de usos nas APPs deste Plo, que as reas de
Florestas se concentram ao longo do igarap que percorre a
sua rea central.
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ZEAS47
Fig
ura13.
UsoeCoberturadoSolonas
rea
sdePreservaoPe
rmanente(APPs)do
Plo
AgroorestalG
eraldoFleming,nomunicpiodeRioBran
co-AC.
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CONCLUSES
Os Plos Agroorestais do municpio de Rio Branco representam
importante inovao em termos de poltica de reforma agrria. A criao
destes Plos permitiu conciliar o retorno ao meio rural de famlias de
produtores que haviam migrado para as cidades, onde viviam em condies
de risco, com a recuperao ambiental e o fomento produo de
hortigranjeiros para a subsistncia destas famlias e para o abastecimento
das cidades.
Embora tenham sido criados h mais de dez anos, os Plos
Agroorestais ainda possuem passivos ambientais signicativos eapresentam desaos formidveis na busca da sustentabilidade das
famlias assentadas.
Este Plo apresenta grandes problemas com relao ao
abastecimento de gua para consumo humano, sendo que a maioria
de seus habitantes consome gua de pequenos reservatrios de gua
das chuvas (audes). Assim, prope-se que a municipalidade implanteum sistema de abastecimento pblico com captao, armazenamento,
tratamento e distribuio de gua para esta comunidade.
Com relao ao uso e cobertura do solo nas reas de Preservao
Permanente (APPs) deste Plo, conclui-se que as principais causas do no
cumprimento da lei sejam: o desconhecimento da legislao pertinente
s APPs, o tamanho pequeno da rea disponvel para cada famlia, pelo
passivo da rea antes de ser transformada em Plo Agroorestal e, o mais
importante, a ausncia de planejamento de uso e de ocupao dos lotes.
A existncia dos Plos Agroorestais, associada s polticas
adequadas de assistncia tcnica e extenso e promoo de sistemas
agroorestais compatveis com as potencialidades ambientais e scio-
econmicas dos produtores assentados, poder contribuir para a criao
de um cinturo verde no entorno de Rio Branco. Conseqentemente,assegurar a integridade e a qualidade dos recursos naturais e a qualidade
de vida da populao do Municpio.
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ZEAS49
REFERNCIAS
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