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DINÂMICA POPULACIONAL DE CARIACICA · CST – Companhia Siderúrgica de Tubarão CVRD – Companhia Vale do Rio Doce ... Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas

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DINÂMICA POPULACIONAL DE CARIACICA

DIAGNÓSTICO E CONSTRUÇÃO DE CENÁRIOS

CONSULTORES:

Gutemberg Hespanha Brasil

Aurélia H. Castiglione

EQUIPE DE APOIO:

Carlos Umberto Felipe

CARIACICA

2012

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Lista de siglas e abreviaturas

ABEP – Associação Brasileira de Estudos Populacionais

CEDEPLAR – Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional da UFMG

CEPAL – Comissão Econômica para a América Latina e Caribe

COHAB - Companhia de Habitação

CST – Companhia Siderúrgica de Tubarão

CVRD – Companhia Vale do Rio Doce

Denatran – Departamento Nacional de Trânsito

Detran – Departamento Estadual de Trânsito

Datasus – Departamento de Informática do SUS (Sistema Único de Saúde)

ENCE – Escola Nacional de Ciências Estatísticas - Rio de Janeiro

FEE – Fundação de Economia e Estatística – Rio Grande do Sul

GWh - Gigawatt-hora

IBGE – Instituto Brasileiro de geografia e Estatística

IE – Índice de Envelhecimento

INOCOOP-ES - Instituto de Orientação às Cooperativas Habitacionais

MWh - Megawatt-hora

IPEA – Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada – Distrito Federal e Rio de Janeiro

NEPO – Núcleo de Estudos de População – Campinas – SP

NIS - Número de Identificação Social

PDMP - Plano Diretor Municipal Participativo

PMC – Prefeitura Municipal de Cariacica

PNAD - Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios

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PSF - Programa de Saúde da Família

RD – Razão de Dependência

RMGV - Região Metropolitana da Grande Vitória

RS – Razão de Sexo

SEADE – Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – São Paulo

SIM – Sistema de Informações Sobre Mortalidade

SM - Saldo Migratório

TBM - Taxa Bruta de Mortalidade

TBN - Taxa Bruta de natalidade

TMI - Taxa de Mortalidade Infantil

UFES - Universidade Federal do Espírito Santo

UFMG – Universidade Federal de Minas Gerais

UFPE – Universidade Federal de Pernambuco

UNFPA/Brasil – Fundo de População das Nações Unidas

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Lista de Tabelas

Tabela 2.1 - Evolução da população de Cariacica, GV, RMGV, ES e Brasil................................. 16

Tabela 2.2 - Evolução da participação da população de Cariacica (no ES, BR e RMGV-GV) e

taxa de crescimento geométrico de 1940 a 2010............................................................................. 19

Tabela 2.3 – Crescimento geométrico médio anual 1991–2000 e 2000-2010 (%).......................... 20

Tabela 2.4 - População residente por situação de domicílio............................................................ 22

Tabela 2.5 - Densidade populacional de Cariacica (hab/km2)......................................................... 24

Tabela 2.6 – Regiões administrativas de Cariacica (dados do censo 2000).................................... 26

Tabela 2.7 - Distribuição dos principais grupos etários (%) - Cariacica - 1960-2010..................... 34

Tabela 2.8A - Taxa de dependência demográfica (%) - Cariacica - 1960-2010 (idosos 65+)........ 36

Tabela 2.8B - Taxa de dependência demográfica (%) - Cariacica - 1960-2010 (idosos 60+)......... 36

Tabela 2.9A - Razão de Sexo total e por grupos etários – Cariacica - 1960-2010 – Idosos 65+.... 39

Tabela 2.9B - Razão de Sexo total e por grupos etários – Cariacica - 1960-2010 – Idosos 60+..... 39

Tabela 2.10 - Índice de idosos – Cariacica - 1960-2010 – idosos 65+ e idosos 60+....................... 41

Tabela 2.11 - Índice de idosos (%) – Vitória, Serra e Cariacica - 1960-2010 – idosos 65+............ 43

Tabela 3.1 – Nascimentos por ocorrência e residência da mãe segundo o ano do nascimento -

Cariacica – 1994-2007..................................................................................................................... 51

Tabela 3.2 – Nascimentos por residência da mãe segundo o sexo Cariacica – 1994 a 2007.......... 54

Tabela 3.3 – Indicadores de fecundidade implícitos nas projeções populacionais – Espírito

Santo – 1991/2030........................................................................................................................... 56

Tabela 3.4 - Indicadores de fecundidade – Cariacica – 1996 e 2000.............................................. 60

Tabela 3.5 - Nascimentos por residência da mãe por Ano do nascimento segundo a Idade da

mãe – Cariacica – 1994-2007.......................................................................................................... 62

Tabela 3.6 - Nascimentos por residência da mãe por Ano do nascimento segundo a Idade da

mãe (%) – Cariacica – 1994-2007................................................................................................... 63

Tabela 3.7 – Indicadores de mortalidade implícitos nas projeções populacionais – Espírito

Santo – 1991/2030........................................................................................................................... 72

Tabela 3.8 – Indicadores de mortalidade infantil – Cariacica......................................................... 80

Tabela 3.9 - Óbitos de menores de 1 ano por residência da mãe segundo a faixa etária e sexo –

Cariacica – 2007.............................................................................................................................. 81

Tabela 4.1 – Pessoas não naturais do Espírito Santo segundo o Estado de nascimento - 1970 a 99

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2000..................................................................................................................................................

Tabela 4.2 – População nascida no Espírito Santo segundo o Estado de residência e população

residente no Espírito Santo segundo o Estado de nascimento – 2000............................................. 101

Tabela 4.3 – Trocas migratórias de pessoas de 5 anos ou mais de idade entre o Espírito Santo e

os outros Estados da Federação em 2000, considerando a residência em 31.07.1995.................... 102

Tabela 4.4 – Indicadores demográficos implícitos na projeção da população 1991-2030.............. 107

Tabela 4.5 – Proporção de pessoas não naturais do Espírito Santo na população residente no

Estado e em Cariacica - 1970 a 2000.............................................................................................. 107

Tabela 4.6 – Pessoas residentes em Cariacica, não naturais do Espírito Santo segundo o lugar de

Nascimento – 1970 a 2000 (% da população de Vitória)........................................................... 108

Tabela 4.7 – Indicadores de migração - RMGV – 2000.................................................................. 114

Tabela 4.8 – Migrantes segundo o local da residência em julho de 1995....................................... 115

Tabela 4.9 – Migração entre os municípios da RMGV – Período 1995-2000................................ 118

Tabela 5.1: Frota total de veículos, participação (%) da frota de Cariacica no ES e crescimento

anual................................................................................................................................................. 120

Tabela 5.2: Frota de automóveis, participação (%) da frota de Cariacica no ES e crescimento

anual................................................................................................................................................. 120

Tabela 5.3: Consumo de Energia Elétrica no Município de Cariacica (GWh) – (2000-2009)....... 124

Tabela 5.4: Taxas de crescimento anual – Consumo de Energia Elétrica em Cariacica (%).......... 127

Tabela 5.5: Número de unidades consumidoras de energia elétrica – Cariacica............................ 128

Tabela 5.6: Taxa de crescimento anual (%) – Número de unidades consumidoras de EE-

Cariacica......................................................................................................................................... 129

Tabela 6.1 - População de 0 a 4 anos de idade e de 60 anos ou mais (Cariacica).......................... 132

Tabela 6.2A - Esperança de vida por sexo...................................................................................... 134

Tabela 6.2B – Taxa de Fecundidade Total..................................................................................... 134

Tabela 6.3: Projeções da população de Cariacica (2010-2030) – Cenários 1, 2, 3, 4, 5 e 6........... 136

Tabela 6.4: Taxa média geométrica de crescimento (2010-2030) – Cenários 1, 2, 3, 4, 5 e 6....... 136

Tabelas do Anexo

Tabela A6.1 – Cenário 1 – Projeção da população de Cariacica por sexo e idade 2010 – 2030.... 152

Tabela A6.2 – Cenário 2 – Projeção da população de Cariacica por sexo e idade 2010 – 2030.... 153

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Tabela A6.3 – Cenário 4 – Projeção da população de Cariacica por sexo e idade 2010 – 2030.... 154

Tabela A6.4 – Cenário 1 – Estatísticas implícitas nas projeções populacionais Cariacica - 2010-

2030....................................................................................................................................... 156

Tabela A6.5 – Cenário 2 – Estatísticas implícitas nas projeções populacionais Cariacica - 2010-

2030....................................................................................................................................... 156

Tabela A6.6 – Cenário 4 – Estatísticas implícitas nas projeções populacionais Cariacica - 2010-

2030....................................................................................................................................... 156

Tabela A6.7 - Razão de dependência (65+) – Cariacica – 2010-2030 (%).................................... 157

Tabela A6.8 - Razão de sexo – Cariacica – 2010-2030 (%).......................................................... 157

Tabela A6.9- Índice de envelhecimento (65+) – Cariacica – 2010-2030 (%)................................ 157

Tabela A6.10 - Evolução da participação dos grupos etários (%) - Cariacica –2005-2030 -

cenário 1.......................................................................................................................................... 157

Tabela A6.11 - Evolução da participação dos grupos etários (%) - Cariacica –2005-2030 -

cenário 2.......................................................................................................................................... 158

Tabela A6.12 - Evolução da participação dos grupos etários (%) - Cariacica –2005-2030 -

cenário 4.......................................................................................................................................... 158

Lista de Figuras

Figura 2.1 – Evolução da população de Cariacica: 1920 – 2010.................................................... 17

Figura 2.2 – Evolução da população da RMGV: 1940 – 2010....................................................... 18

Figura 2.3 – Evolução da taxa média geométrica de crescimento anual: Cariacica, RMGV e ES

- 1920-2010..................................................................................................................................... 20

Figura 2.4 – Evolução da taxa média geométrica de crescimento anual: Cariacica, RMGV e ES

- 1920-2010..................................................................................................................................... 21

Figura 2.5 – População residente por situação de domicílio: ES – 1960-2010.............................. 23

Figura 2.6 – População residente por situação de domicílio: Cariacica– 1960-2010..................... 23

Figura 2.7 – População urbana - ES e Cariacica (%) – 1960-2010................................................ 24

Figura 2.8 – Regionalização do município de Cariacica (%) – 2006............................................. 27

Figura 2.9 - Pirâmide etária para Cariacica no ano censitário de 1920.......................................... 28

Figura 2.10A - Pirâmides etárias para Cariacica nos anos censitários: 1960 a 2010...................... 29

Figura 2.10B - Pirâmides etárias para Cariacica nos anos censitários (%): 1960 a 2010............... 30

Figura 2.11 - Participação homens/mulheres na população total, por faixa etária – Cariacica –

2010................................................................................................................................................ 31

Figura 2.12A – Distribuição dos grupos etários (%) – Cariacica (1960-2010) – Idosos 65+........ 33

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Figura 2.12B - Distribuição dos grupos etários (%) – Cariacica (1960-2010) – Idosos 60+......... 33

Figura 2.13 - Proporção de pessoas idosas em Cariacica (1960-2010) – duas classificações........ 34

Figura 2.14A – Razão de dependência (%) – Cariacica (1960-2010) – Idosos 65+....................... 37

Figura 2.14B – Razão de dependência (%) – Cariacica (1960-2010) – Idosos 60+....................... 37

Figura 2.15A - Razão de sexo (%): total da pop. e grupos etários – Cariacica – idosos 65+......... 38

Figura 2.15B - Razão de sexo (%): total da pop. e grupos etários – Cariacica – idosos 60+........ 39

Figura 2.16 – Razão de sexo total Cariacica e ES – 1960 – 2010................................................. 40

Figura 2.17A – Índice de idosos (%): Cariacica – idosos 65+....................................................... 41

Figura 2.17B – Índice de idosos (%): Cariacica – idosos 60+........................................................ 42

Figura 2.18 – Evolução da população por "cor ou raça" Cariacica - (1950-2010)......................... 45

Figura 2.19 – Evolução da população por "cor ou raça" ES - (1950-2010)................................... 46

Figura 3.1 - Brasil - Taxas de natalidade e de mortalidade (por 1000).......................................... 49

Figura 3.2 – Nascidos vivos por residência da mãe e por ocorrência segundo o ano do

nascimento – Cariacica – 1994-2007.............................................................................................. 50

Figura 3.3 - Nascimentos por ocorrência e por residência da mãe – RMGV, Maiores centros

urbanos e Demais Municípios – 2007............................................................................................. 52

Figura 3.4 – Nascimentos por ocorrência e por residência da mãe - RMGV – 2007..................... 53

Figura 3.5 - Taxas específicas de fecundidade por idade Espírito Santo – 1991, 2010 e 2030...... 58

Figura 3.6 – Nascimentos por residência da mãe segundo a idade da mãe - Cariacica – 2007...... 64

Figura 3.7 - Nascimentos por residência da mãe por ano de nascimento e Estado Civil da mãe –

Cariacica – 1999 a 2007.................................................................................................................. 65

Figura 3.8 - Nascimentos por residência da mãe e Estado Civil da mãe – RMGV –2007............. 66

Figura 3.9 – Nascimentos por residência de mães solteiras segundo a idade da mãe (%) -

Cariacica – 2007............................................................................................................................. 68

Figura 3.10 - Nascimentos por residência da mãe por ano de nascimento e consultas pré-natal –

Cariacica – 2007............................................................................................................................. 69

Figura 3.11 – Óbitos por residência e ocorrência – Cariacica – 1979 a 2007................................ 73

Figura 3.12 – Óbitos por ocorrência e residência segundo o ano do óbito RMGV – 1979-2007... 74

Figura 3. 13 – Óbitos por ocorrência e por residência – RMGV – 2007........................................ 75

Figura 3.14– Óbitos de residentes segundo o sexo – Cariacica – 1979 a 2007.............................. 76

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Figura 3.15 – Óbitos de residentes por idade e sexo – Cariacica – 2007....................................... 77

Figura 3.16 – Sobremortalidade masculina na população residente – Cariacica – 2007................ 77

Figura 3.17- Taxas de mortalidade por idade e sexo – Cariacica – 2000....................................... 79

Figura 3.18 - Taxa de Mortalidade Infantil – Cariacica e Espírito Santo – 1989 a 1998............... 81

Figura 3.19 – Proporção de óbitos de residentes segundo os 4 grupos de causas mais

importantes – Cariacica – 1979 a 2007........................................................................................... 83

Figura 3.20 – Proporção de óbitos de residentes segundo o grupo de causas: doenças infecciosas

ou parasitárias – Cariacica – 1979 a 2007.................................................................... 84

Figura 3.21 – Proporção de óbitos infantis de residentes segundo alguns grupos de causas –

Cariacica – 1996 a 2007.................................................................................................................. 85

Figura 3.22 – Número de óbitos de residentes por sexo segundo os grupos de causas mais

importantes (CID -10) – Cariacica – 2007...................................................................................... 86

Figura 3.23 – Grupos de causas de mortalidade segundo a incidência proporcional por idades –

Cariacica – óbitos por residência – 2007........................................................................................ 87

Figura 3.24 – Proporção de óbitos de residentes por causas externas de morbidade e

mortalidade no total de óbitos do grupo etário segundo o sexo e os grupos etários – Cariacica –

2003 a 2007.....................................................................................................................................

88

Figura 3. 25 – Evolução do número de óbitos de residentes por causas externas de mortalidade

– RMGV e demais municípios do Espírito Santo 1979 a 2007...................................................... 89

Figura 3.26 – Evolução do número de óbitos por ocorrência segundo causas externas de

mortalidade - Cariacica e demais municípios da RMGV – 1979 a 2007........................................ 89

Figura 3.27 – Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas RMGV – 2007........... 91

Figura 3.28 – Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas município de

Cariacica – 2007............................................................................................................................. 91

Figura 3.29 - Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas município da Serra –

2007................................................................................................................................................. 92

Figura 3.30- Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas município de Vila

Velha – 2007................................................................................................................................... 92

Figura 3.31- Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas município de Vitória –

2007................................................................................................................................................. 93

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Figura 3.32 - Óbitos por grande grupo de causas externas por residência e por ocorrência –

RMGV 2007................................................................................................................................... 94

Figura 3.33- Óbitos por grande grupo de causas externas por residência e por ocorrência –

Cariacica 2007................................................................................................................................ 94

Figura 3.34- Óbitos por grande grupo de causas externas por residência e por ocorrência – Serra

2007....................................................................................................................................... 95

Figura 3.35 - Óbitos por grande grupo de causas externas por residência e por ocorrência –Vila

Velha 2007...................................................................................................................................... 95

Figura 3.36 - Óbitos por grande grupo de causas externas por residência e por ocorrência –

Vitória – 2007................................................................................................................................. 96

Figura 4.1 – Proporção de residentes segundo o Estado de nascimento no total de pessoas não-

naturais do Espírito Santo - 1970-2000.......................................................................................... 100

Figura 4.2 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam no Espírito Santo em

31.07.1995, por sexo, segundo os grupos de idade Espírito Santo – 2000..................................... 104

Figura 4.3 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam no Espírito Santo em

31.07.1995, por grupos de anos de estudo (%) – 2000................................................................... 105

Figura 4.4 – População residente, por deslocamento para trabalho ou estudo, segundo os grupos

de idade - Espírito Santo – 2000......................................................................................... 106

Figura 4.5 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam na Unidade da Federação em

31.07.1995, por lugar de residência em 31.07.1995, segundo os municípios da RMGV e outros

municípios do Espírito Santo..........................................................................................................

109

Figura 4.6 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam na Unidade da Federação em

31.07.1995, residentes em Minas Gerais em 31.07.1995, segundo os municípios da RMGV e

outros municípios do Espírito Santo...............................................................................................

110

Figura 4.7 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam na Unidade da Federação em

31.07.1995, residentes na Bahia em 31.07.1995, segundo os municípios da RMGV e outros

municípios do Espírito Santo..........................................................................................................

111

Figura 4.8 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam na Unidade da Federação em

31.07.1995, residentes no Rio de Janeiro em 31.07.1995, segundo os municípios da RMGV e

outros municípios do Espírito Santo...............................................................................................

112

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Figura 4.9 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam na Unidade da Federação em

31.07.1995, residentes em São Paulo em 31.07.1995, segundo os municípios da RMGV e

outros municípios do Espírito Santo...............................................................................................

113

Figura 4.10 – Saldos migratórios dos municípios que apresentam os maiores valores positivos e

negativos – Espírito Santo – Período 1995 a 2000......................................................................... 114

Figura 4.11 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que residiam em outro Município do Espírito

Santo em 31.07.1995, por grupos de anos de estudo (%) - Espírito Santo – 2000......................... 116

Figura 4.12 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que residiam em outro município do Espírito

Santo em 31.07.1995, por idade - Espírito Santo – 2000............................................................... 117

Figura 4.13 – Proporção das pessoas residentes que trabalhavam ou estudavam em outro

município do Espírito Santo, segundo os municípios de residência e os grupos etários RMGV –

2000.................................................................................................................................................

118

Figura 5.1A – Evolução da Frota total de veículos – Cariacica, RMGV e ES – 1999-2009.......... 121

Figura 5.1B – Taxa de crescimento anual da Frota total de veículos (%) – Cariacica, RMGV e

ES – 1999-2009........................................................................................................................................................ 122

Figura 5.2A – Evolução da frota de automóveis – Cariacica, RMGV e ES – 1999-2009.............. 122

Figura 5.2B – Taxa de crescimento anual da frota de automóveis (%) – Cariacica, RMGV e ES

– 1999-2009.................................................................................................................................... 123

Figura 6.1 – Projeções dos cenários 1, 2, e 4 (2010 – 2030)......................................................... 137

Figura 6.2 – Taxa média geométrica de crescimento - projeções dos cenários 1, 2, e 4................ 137

Figura 6.3 – Projeções dos cenários 2 e 6 (2010 – 2030).............................................................. 138

Figura 6.4 – Taxa média geométrica de crescimento - projeções dos cenários 1, 2, 3, 4, 5 e 6..... 138

Figura 6.5 - Pirâmides etárias (%) para Cariacica nos anos projetados: 2010 a 2030 (cenário 1). 139

Figura 6.6 - Pirâmides etárias (%) para Cariacica nos anos projetados: 2010 a 2030 (cenário 2). 140

Figura 6.7 - Pirâmides etárias (%) para Cariacica nos anos projetados: 2010 a 2030 (cenário 4). 141

Figura 6.8A – Evolução dos grupos etários - Cariacica - anos projetados: 2005 a 2030 (cenários

1, 2, 4)............................................................................................................................................. 144

Figura 6.8B – Evolução dos grupos etários - Cariacica - anos projetados: 2005 a 2030 (cenários

1, 2, 4)............................................................................................................................................. 145

Figura 6.9 – Razão de dependência - Cariacica - anos projetados: 2005 a 2030 (cenários 1, 2, 4) 147

Figura 6.10 – Razão de Sexo - Cariacica - anos projetados: 2005 a 2030 (cenários 1, 2, 4).......... 148

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Figura 6.11 – Índice de envelhecimento - Cariacica - anos projetados: 2005 a 2030 (cenários 1,

2, 4)................................................................................................................................................. 150

Lista de Gráficos

Gráfico 5.3 – Consumo de Energia Elétrica no município de Cariacica (GWh) – (2000-2009).... 125

Gráfico 5.4 – Consumo de Energia Elétrica no município de Cariacica (MWh) – (2000-2009)... 126

Gráfico 5.5 – Taxas de Crescimento Anual: Consumo de Energia Elétrica em Cariacica (%)...... 128

Gráfico 5.6 – Unidades consumidoras de energia elétrica – Cariacica – (2000-2009).................. 129

Gráfico 5.7 – Taxa de crescimento anual (%) – Número de unidades Consumidoras de EE-

Cariacica......................................................................................................................................... 130

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SUMÁRIO

RESUMO......................................................................................................................................... 13

1. INTRODUÇÃO................................................................................................................... 14

2. A EVOLUÇÃO DEMOGRÁFICA DE CARIACICA..................................................... 15

2.1 A população total.................................................................................................................. 15

2.2 Estrutura da população de Cariacica por idade e sexo ......................................................... 27

3. DINÂMICA DEMOGRÁFICA: COMPONENTE NATURAL..................................... 46

3.1 Fecundidade.......................................................................................................................... 48

3.1.1 Indicadores da fecundidade................................................................................................... 48

3.1.2 Evolução e características..................................................................................................... 49

3.1.3 Medidas e características da natalidade do município de Cariacica..................................... 54

3.2 Mortalidade........................................................................................................................... 69

3.2.1 Indicadores da mortalidade................................................................................................... 69

3.2.2 Evolução e características..................................................................................................... 73

3.2.3 Características e medidas da mortalidade do município de Cariacica.................................. 75

4. DINÂMICA DEMOGRÁFICA: COMPONENTE MIGRATÓRIO............................. 96

4.1 Considerações gerais............................................................................................................. 96

4.2 Análise das características da migração no Espírito Santo................................................... 98

4.3 Análise das características da migração em Cariacica.......................................................... 107

5. INDICADORES INDIRETOS DE CRESCIMENTO..................................................... 119

5.1 Frota de veículos automotivos.............................................................................................. 119

5.2 Consumo de energia elétrica................................................................................................. 123

6. PROJEÇÕES DA POPULAÇÃO PARA O MUNICÍPIO DE CARIACICA: 2010-

2030....................................................................................................................................... 130

6.1 Uma discussão qualitativa..................................................................................................... 130

6.2 Projeções e premissas........................................................................................................... 131

6.3 Anexo – Projeções dos cenários 1, 2 e 4 por sexo e faixa etária: 2010-2030....................... 152

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS............................................................................................. 158

8. ANEXO: CONCEITOS E DEFINIÇÕES........................................................................ 161

9. REFERÊNCIAS.................................................................................................................. 171

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Dinâmica Populacional de Cariacica

Resumo

O estudo da dinâmica populacional do município de Cariacica para o período que vai de 2010 a

2030, constitui um dos eixos temáticos que estruturam a Agenda Cariacica. A partir da análise dos

dados demográficos disponíveis (desde o censo demográfico de 1920) procurou-se mapear aspectos

importantes para o tema, tendo como base uma conceituação dos modelos demográficos e uma

“revisão da literatura” dos diversos modelos para projeções populacionais, e os resultados sobre

“Indicadores Sociodemográficos para o Brasil”. Isso resultou em: (i) em uma análise dos dados

existentes dos censos e outros, para descrever a “dinâmica demográfica de Cariacica” sobre diversos

aspectos; (ii) nas projeções demográficas para o município de Cariacica até 2030, através de duas

metodologias distintas produzindo seis cenários, sendo três deles descritos como cenários possíveis;

(iii) no estudo de variáveis que possam indiretamente indicar ou não o “crescimento” populacional

do município; e, finalmente, (v) em alguns comentários indicando possíveis “cenários e tendências”

para os próximos anos. Quais as questões fundamentais que a demografia nos traz para pensar no

futuro de Cariacica? São várias tendências demográficas simultâneas que estão ocorrendo, desde a

queda da fecundidade à queda da migração e ao aumento da esperança de vida. Esses e outros fatores

indicam que a população deve começar a diminuir daqui a 30 anos e acelerar seu processo de

envelhecimento. Os últimos dados censitários têm indicado uma tendência geral de redução nas taxas

anuais de crescimento populacional. A taxa de fecundidade total de Cariacica apresenta tendência

decrescente nos dados reais disponíveis. Também fica evidenciado o envelhecimento da população.

Os dados dos últimos censos (1991, 2000, e 2010 - apenas dados divulgados até 29/04/2011)

demonstram uma tendência de queda no saldo migratório positivo do município. Os dados indicam

crescimento populacional com desaceleração, provocando alterações na pirâmide populacional.

Palavras Chave: Fecundidade; mortalidade; projeções populacionais; metodologia; Dinâmica

populacional: município da Cariacica/ES.

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14

1. Introdução

O estudo da dinâmica populacional do município de Cariacica para o período que vai de 2010 a

2030, constitui um dos eixos temáticos que estruturam a Agenda Cariacica. Diversas questões

pertinentes ao tema foram propostas pela equipe coordenadora da Agenda. A indisponibilidade de

alguns dados, ou mesmo a sua inexistência, dificultaram o uso prospectivo, como por exemplo,

dados atualizados sobre migração. Procurou-se resolver as questões propostas da maneira mais

satisfatória possível.

Quais as questões fundamentais que a demografia nos traz para pensar no futuro de Cariacica? São

várias tendências demográficas simultâneas que estão ocorrendo, desde a queda da fecundidade à

queda da migração e ao aumento da esperança de vida. Esses e outros fatores indicam que a

população vai começar a diminuir daqui a 30 anos e acelerar seu processo de envelhecimento. O

crescimento da população em idade ativa irá gerar demandas no sistema escolar além da ocupação do

tempo. Com o envelhecimento esperam-se alterações no perfil epidemiológico, que já são

manifestas. Além disso, não se pode esquecer que Cariacica é parte de uma grande Região

Metropolitana e seu fluxo conjunto deve ser considerado.

O conteúdo do estudo é como se segue. No capítulo 2 descreve-se a evolução da população de

Cariacica por idade e sexo, com alguns de seus indicadores implícitos associados. No capítulo 3 os

componentes do crescimento natural: fecundidade e mortalidade são apresentados em detalhe, para o

Brasil, Espírito Santo e Cariacica. No capítulo 4, o processo migratório no ES e, em especial, na

RMGV e Cariacica, é analisado para os últimos censos demográficos. O capítulo 5 procura verificar

alguns indicadores de crescimento (populacional) indireto, quais sejam a frota de veículos e o

consumo de energia elétrica. As projeções populacionais para o período 2010- 2030, com alguns

indicadores implícitos, encontram-se no capítulo 6. No capítulo 7 é realizada uma síntese com

algumas considerações finais. Nos capítulos 8 e 9 estão, respectivamente, alguns conceitos e

definições úteis para o entendimento do texto e as referências bibliográficas.

Comentário importante:

A primeira versão deste relatório foi concluída em maio/2010. Esta é uma versão atualizada do

relatório. Em 29/04/2011 foi divulgada a sinopse do censo 2010 realizado pelo IBGE. Assim,

procurou-se atualizar as tabelas e gráficos com pertinência desses dados. Vale destacar que a

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15

projeção do IBGE para o município de Cariacica no ano 2009 foi de 365.859 habitantes. A contagem

do censo 2010 para o município foi 348.738 habitantes. A projeção foi superestimada. Optou-se por

deixar os cenários propostos neste estudo, como na versão inicial, visto que não se dispõe ainda dos

dados definitivos do censo 2010. Comenta-se no capítulo 6, sobre o cenário que mais se ajustou à luz

dos resultados até agora divulgados.

2. A Evolução demográfica de Cariacica

2.1. A população total

Primeiramente veio o desenvolvimento através de uma vida econômica regular, com uma população

fixada na região. Em dezembro de 1837 foram estabelecidas três freguesias subordinadas ao

município de Vitória: Vitória, Carapina e São João Batista de Cariacica. Foi a criação do primeiro

distrito municipal. Em 1880, assinala Bezerra (2009, página 56), o distrito “já se apresentava com

capacidade econômica para ter vida autônoma”. Em novembro de 1890 foi elevado à categoria de

Vila com a denominação de Cariacica e sede na Vila de São João Batista de Cariacica. “O dia 30-12-

1890 constitui a data do desmembrado do município de Cariacica do município de Vitória”; (ibid.,

página 59). Em divisão administrativa referente ao ano de 1911, o município é constituído por 2

distritos: Cariacica e Itanguá. Em 1914 a sede do distrito de Itanguá passa para a povoação de

Itaquari e o distrito de Itanguá passa a denominar-se Itaquari. A divisão territorial nesses dois

distritos, Cariacica e Itaquari, permenece em divisão territorial datada de 2005; Bezerra (2009),

IBGE (2010a, b). Cariacica permaneceu como vila durante quase cinquenta anos, sendo elevada à

categoria de cidade em novembro de 1938 (Bezerra, 2009, página 61).

Do ponto de vista territorial, os limites do município de Cariacica foram fixados por lei de novembro

de 1937, regulando as fronteiras com os municípios vizinhos: Santa Leopoldina, Serra, Vitória, Vila

Velha (denominado inicialmente Espírito Santo), Viana (denominado inicialmente Jabaeté), e,

Domingos Martins. Bezerra (2009) sugere que a circunscrição inicial, em 1864, era de cerca de 400

km2. Contudo, a área territorial oficial do município de Cariacica, é de 279,975 km

2, conforme o

IBGE; IBGE (2010b). Assim, no período de tempo aqui estudado essa é a área do município de

Cariacica.

O crescimento da população de Cariacica, do Estado, da Região Metropolitana da Grande Vitória e

do Brasil, de 1920 a 2010 (censo 2010, IBGE) pode ser vislumbrado na tabela 2.1 e na figura 2.1.

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16

Durante três décadas, de 1950 a 1980, a população do município de Cariacica teve um intenso

crescimento, certamente decorrente das migrações no sentido das áreas rurais para região

metropolitana, ocasionadas pelas transformações econômicas no Estado do Espírito Santo,

especialmente de 1960 para 1970 por causa da crise na cafeicultura (“a quebra da economia rural”).

De 1950 para 1960, a população passou de 21.741 para 39.608, um crescimento de 82,2%. De 1960

para 1970 a população aumentou em 156,1%, um excepcional crescimento geométrico anual de

9,86%; e, de 1970 para 1980, o crescimento foi 86,5%. Em 1980 a população era de 189.099

habitantes. No censo de 1991, Cariacica era o município mais populoso da Grande Vitória (274.532

habitantes). A partir daí observou-se uma desaceleração do crescimentro e, atualmente, uma

estabilização: de 1991 para 2000 houve um acréscimo populacional de apenas 18,1%. O censo do

IBGE para o ano 2010 mostra que o crescimento relativamente ao ano 2000 foi de apenas 7,54%, o

que dá um crescimento geométrico anual médio de 0,73%, ficando abaixo de todas as expectativas;

ver também a tabela 2.2.

Tabela 2.1: Evolução da população de Cariacica, GV, RMGV, ES e Brasil

Ano Cariacica(1) GV(2) RMGV(2) ES(1) Brasil(1)

1920 12.036 ----- ------ 457.328 30.635.605

1940 15.228 91.570 111.456 750.107 41.165.289

1950 21.741 110.931 131.337 861.562 51.944.397

1960 39.608 194.311 221.104 1.170.858 70.070.457

1970 101.422 385.998 418.273 1.599.333 93.139.037

1980 189.099 706.244 753.959 2.023.340 119.002.706

1991 274.532 1.064.919 1.136.842 2.600.618 146.825.475

1996 301.183 1.182.354 1.267.423 2.802.707 157.070.163

2000 324.285 1.337.187 1.438.596 3.097.232 169.799.170

2010(3) 348.738 1.565.393 1.687.704 3.514.952 190.755.799

(1) Fonte IBGE - vários censos demográficos. População residente: censos de 1940, 1960, 1970, 1980, 1991, 2000, 2010 e contagem 1996 e 2007.

População presente: censos de 1920, 1950.

(2) Fonte Ipea. (3) Censo IBGE divulgado em 29/04/2011 (www.ibge.gov.br).

GV - Grande Vitória: Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica, Viana.

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RMGV – Região Metropolitana da GV: Vitória, Vila Velha, Serra, Cariacica, Viana, Guarapari, Fundão.

Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional.

Cabe ressaltar que, na construção das tabelas com a população de Cariacica, ES e Brasil, utilizaram-

se os dados definitivos dos censos de 1920, 1940, 1950, 1960, 1970 e 1980 disponíveis na biblioteca

digital do IBGE (www.ibge.gov.br) e diretamente no site para os censos de 1991, 2000 e 2010;

(IBGE, 1920, 1940, 1960, 1970, 1980, 1991, 2000, 2011, 2011a). Para a composição da população

da GV e da RMGV, utilizaram-se os dados disponíveis no site do Ipea (www.ipeadata.gov.br).

Existem pequenas divergências nas várias bases de dados, para alguns anos, devido às revisões

realizadas e à não atualizações dos sites na internet. De outro lado, a população utilizada nos cálculos

demográficos é a "população residente" (anos de 1940, 1960, 1970, 1980, 1991, 1996, 2000 e 2010).

Em alguns casos, devido à inexistência desse dado utiliza-se a "população presente" (anos de 1920 e

1950).

Figura 2.1 – Evolução da população de Cariacica: 1920 - 2010

12036 15228 21741

39608

101422

189099

274532

301183

324285

348.738

0

50000

100000

150000

200000

250000

300000

350000

400000

1920

1930

1940

1950

1960

1970

1980

1990

2000

2010

Po

pu

lação

Evolução da população de Cariacica - 1920-2010

É importante visualizar na figura 2.1 a evolução da população de Cariacica nos últimos noventa

anos. A curva populacional esboçada ao longo do período que vai de 1920 a 2010, representa uma

curva típica do crescimento populacional: a curva logística. Aparentemente, se não houver grandes

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fluxos migratórios, a curva apresenta crescimento, porém, a taxas decrescentes rumo a um limite de

saturação (veja-se também a figura 2.3).

A figura 2.2 mostra a evolução da população dos municípios da RMGV de 1940 a 2010, sendo os

dados de 2010 o resultado do censo divulgado em 29/04/2011 pelo IBGE. A tabela 2.2 mostra a

evolução da participação da população de Cariacica e a taxa de crescimento geométrico no período.

A primeira parte da tabela explicita a participação da população de Cariacica no total da população

em vários níveis. Em 1960 a população de Cariacica correspondia a 20% da RMGV, passou para

26,8% em 1980, ficou em 24,3% no ano 2000, e passou para 22,3% em 2010. A figura 2.2 mostra

que esse decrescimento foi acompanhado do crescimento relativo dos outros municípios da Região

Metropolitana, especialmente Vila Velha e Serra.

Figura 2.2 – Evolução da população da RMGV: 1940 - 2010

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

400.000

450.000

1940

1950

1960

1970

1980

1990

2000

2010

Evolução da população da RMGV - 1940-2010

Cariacica Vila Velha Serra Vitória Viana Guarapari Fundão

A tabela 2.2 e a figura 2.3 mostram o comportamento da taxa média geométrica de crescimento

anual: de 1950 a 1980 a população de Cariacica cresceu a altas taxas e acima da média estadual e da

RMGV. A partir daí observou-se uma desaceleração do crescimento, ficando o mesmo abaixo da

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média da RMGV a partir dos anos 1980 e abaixo da média estadual a partir de 1996. O que

aconteceu de 1996 a 2000? Uma conjectura seria uma aceleração nas atividades de setor de petróleo

e gás no ES de modo geral; contudo o padrão de decrescimento se mantém (figura 2.4).

Tabela 2.2 - Evolução da participação da população de Cariacica (no ES, BR e RMGV-GV) e taxa

de crescimento geométrico de 1940 a 2010

1940 1950 1960 1970 1980 1991 1996 2000 2010(1)

Participação da população de Cariacica no total da população (%)

GV 16,63 19,60 20,38 26,28 26,78 25,78 25,47 24,25 22,28

RMGV 13,66 16,55 17,91 24,25 25,08 24,15 23,76 22,54 20,66

ES 2,03 2,52 3,38 6,34 9,35 10,56 10,75 10,47 9,92

Brasil 0,04 0,04 0,06 0,11 0,16 0,19 0,19 0,19 0,18

Taxa média geométrica de crescimento anual (%)

Cariacica 1,18 3,69 6,08 9,86 6,43 3,45 1,90 1,86 0,73

GV ------ 1,97 5,67 6,98 6,23 3,80 2,15 3,12 1,59

RMGV ------ 1,68 5,26 6,58 6,07 3,80 2,24 3,22 1,61

ES 2,50 1,42 3,06 3,17 2,38 2,31 1,53 2,53 1,27

Brasil 1,49 2,39 2,99 2,89 2,48 1,93 1,38 1,97 1,17

Fonte: Censo 2010 do IBGE divulgado em 29/04/2011. Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional.

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Figura 2.3 – Evolução da taxa média geométrica de crescimento anual:

Cariacica, RMGV e ES - 1920-2010

1,18

3,69

6,08

9,86

6,43

3,45

1,901,86

0,73

1,68

5,26

6,58

6,073,80

2,24

3,22

1,612,50

1,42

3,06 3,17

2,38 2,311,53

2,53

1,27

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

1940/1920 1950/1940 1960/1950 1970/1960 1980/1970 1991/1980 1996/1991 2000/1996 2010/2000

Evolução da Taxa Média Geométrica de Crescimento Anual: Cariacica, RMGV e ES - 1920-2010

Cariacica RMGV ES

A figura 2.4 é uma reedição da figura 2.3, apenas excluindo-se o ano de 1996. Nesse caso pode-se

visualizar o crescimento de 1991 para 2000 (tabela 2.3). Nota-se que houve um decréscimo na taxa

tanto para Cariacica, quanto para a RMGV, quanto todo o Estado. Contudo a velocidade do

decaimento foi maior para Cariacica.

O alto crescimento populacional de 1950 até meados dos anos 1980 pode ser resultado do

movimento migratório “provocado pela desestruturação do modelo primário exportador” e pela

implantação dos grandes projetos no Estado. E o grande destino do processo migratório no Estado,

até 1980 com grande intensidade e até 2000 com menor intensidade, foi direcionado para os

municípios da Grande Vitória, especialmente Cariacica (ver capítulo 4). Observa-se que, desde

1980, a população de Cariacica cresce menos que a da RMGV.

Tabela 2.3 – Crescimento geométrico médio anual 1991–2000 e 2000-2010 (%)

Região 2000/1991 2010/2000

Espírito Santo 1,98 1,27

RMGV 2,68 1,61

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Cariacica 1,89 0,73

Fonte: Dados dos censos IBGE. Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional.

Figura 2.4 – Evolução da taxa média geométrica de crescimento anual:

Cariacica, RMGV e ES - 1920-2010

1,18

3,69

6,08

9,86

6,43

3,45

1,89

0,73

2,50

1,42

3,06 3,17

2,38 2,31

1,98

1,27

1,68

5,26

6,58

6,07

3,80

2,68

1,61

0,00

2,00

4,00

6,00

8,00

10,00

12,00

1940/1920 1950/1940 1960/1950 1970/1960 1980/1970 1991/1980 2000/1991 2010/2000

Evolução da Taxa Média Geométrica de Crescimento Anual: Cariacica, RMGV e ES - 1920-2010

Cariacica ES RMGV

População urbano-rural e densidade populacional

A tabela 2.4 apresenta a população do Estado e do município de Cariacica por situação de domicílio.

A população rural do município de Cariacica era, em 1970, de 32.222 pessoas, perfazendo 31,8% da

população total. No entanto, de 1970 para 1980, praticamente houve em êxodo rural, visto que a

população rural do município recuou para 2,0%. O censo de 1991 registrou um patamar, em números

absolutos, idêntico ao de 1960, mas que, percentualmente representava apenas 4,9% da população (a

população rural representava 34,8% em 1960). A figura 2.6 mostra claramente esse movimento na

população rural do município. Com relação ao Estado, a população urbana que era de 31,4% em

1960, passou para 79,5% da população total em 2000 e para 83,4% em 2010; tabela 2.4 e figura 2.7.

A figura 2.5 é elucidativa ao mostrar claramente que foi no início da década de 1970, que se deu a

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22

reversão entre a população urbana e rural no Estado. Desde então o crescimento da população urbana

é evidente; figura 2.7.

Tabela 2.4 - População residente por situação de domicílio

1960 1970 1980 1991 1996 2000 2010

ES Urbana 367.568 721.916 1.293.378 1.924.588 2.176.006 2.463.049 2.928.993

Rural 803.290 877.417 729.962 676.030 626.701 634.183 583.679

Total 1.170.858 1.599.333 2.023.340 2.600.618 2.802.707 3.097.232 3.512.672

1960 1970 1980 1991 1996 2000 2010

Cariacica Urbana 25.816 69.200 185.298 261.084 290.291 312.980 337.822

Rural 13.792 32.222 3.801 13.448 10.892 11.305 11.111

Total 39.608 101.422 189.099 274.532 301.183 324.285 348.933

Fonte: Dados dos censos IBGE. Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional.

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23

Figura 2.5 – População residente por situação de domicílio: ES – 1960-2010

367.568

721.916

1.293.378

1.924.588

2.176.006

2.463.049

2931472

803.290

877.417

729.962676.030 626.701

634.183

583.480

1.170.858

1.599.333

2.023.340

2.600.618

2.802.707

3.097.232

3.514.952

0

500.000

1.000.000

1.500.000

2.000.000

2.500.000

3.000.000

3.500.000

4.000.000

1960 1970 1980 1990 2000 2010

Evolução da população residente por situação de domicílio - ES - 1960-2010

Urbana Rural Total

Figura 2.6 – População residente por situação de domicílio: Cariacica– 1960-2010

25.81669.200

185.298

261.084

290.291

312.980337.643

13.792 32.2223.801

13.448 10.892 11.305 11.095

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

300.000

350.000

400.000

1960 1970 1980 1990 2000 2010

Evolução da população residente por situação de domicílio - Cariacica - 1960-2010

Urbana Rural

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24

Figura 2.7 – População urbana - ES e Cariacica (%) – 1960-2010

31,4

45,1

63,9

74,077,6

79,5

83,4

65,268,2

98,095,1

96,4 96,5 96,8

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

1960 1970 1980 1990 2000 2010

Evolução da proporção de pessoas residentes em área urbana com relação ao total da população -ES e Cariacica -1960-2010

ES Urbana Cariacica Urbana

Na tabela 2.5 encontra-se a densidade populacional do município no período de 1920 a 2010, com

relação à superfície territorial oficial do município; IBGE (2010a). A região rural representa,

aproximadamente, a metade da extensão territorial do município. Por isso a grande concentração

populacional na região considerada urbana. Outras informações estão na tabela: população urbana

(%) e o índice de desenvolvimento humano municipal (IDHM).

Tabela 2.5 - Densidade populacional de Cariacica (hab/km2)

Ano Área (km2) População de Cariacica (hab)

Densidade populacional

(hab/km2)

População

urbana (%) IDHM

1920

279,975

12.036 43,0 ---- ----

1940 15.228 54,4 ---- ----

1950 21.741 77,7 ---- ----

1960 39.608 141,5 65,2 ----

1970 101.422 362,3 68,2 ----

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25

1980

189.099 675,4 98,0 ----

1991 274.532 980,6 95,1 0,672

1996 301.183 1.075,7 96,4 ----

2000 324.285 1.158,3 96,5 0,750

2010 348.738 1.245,6 96,8 ----

Fonte da área territorial oficial do município de Cariacica: IBGE (2010a). População (IBGE, vários censos

Distribuição espacial (censo 2000) – regiões

Em 1916, o Código de Posturas do município de Cariacica registrava cinco regiões administrativas,

que haviam sido estabelecidas por lei municipal em 1914, são: (1) a Vila de Cariacica; (2) a

povoação de Duas Bocas; (3) a povoação de São Paulo; (4) a povoação de Itapoca; e, (5) a povoação

de Itaquari. Observe-se que, e isso é importante, os distritos administrativos tinham os mesmos

limites dos distritos judiciários e também dos distritos policiais.

Utilizando os dados censitários do ano 2000, encontra-se em PMC (2005) uma distribuição espacial

da população do município em 13 regiões, representadas na tabela 2.6 e na figura 2.8. Conforme

descrito em PDM (2006), essa regionalização foi criada pelo município com o objetivo de melhor

definir e priorizar as ações do Orçamento Participativo (OP). A região 13, tipicamente rural

corresponde à metade da área do município. Observe-se que a classificação regional da tabela 2.6 -

PMC (2005) – não contempla toda a população rural do município, segundo o IBGE (2000); ver a

tabela 2.4.

Tabela 2.6 – Regiões administrativas de Cariacica (dados do censo 2000)

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26

Regiões Homens Mulheres Total Hab/dom 2000 (%)

1- Porto Santana 21.323 21.571 42.894 3,86 13,2

2 - Santana 11.114 11.496 22.610 3,63 7,0

3 - Itacibá 15.488 16.360 31.848 3,60 9,8

4 - Campo Grande 23.998 25.778 49.776 3,40 15,3

5 - Itaquari 8.281 9.117 17.398 3,53 5,4

6 - Jardim América 15.999 17.049 33.048 3,53 10,2

7 - Caçaroca 13.541 13.781 27.322 3,76 8,4

8 - Nova Rosa da Penha 9.394 9.444 18.838 3,91 5,8

9 - Cariacica Sede 11.034 10.981 22.015 3,63 6,8

10 - Operário 11.546 11.589 23.135 3,72 7,1

11 - Padre Gabriel 9.907 10.092 19.999 3,74 6,2

12 - Santa Bárbara 6.154 6.183 12.337 3,68 3,8

13 - Rural 1.652 1.409 3.061 3,77 0,9

Total 159.431 164.850 324.281 3,64 100,0

Nota: Os nomes das regiões não são oficiais, são denominações da equipe Agenda Cariacica: Dinâmica populacional. Fontes: PDM (2006); IBGE

(2000).

Figura 2.8 – Regionalização do município de Cariacica (%) – 2006

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27

2.2. Estrutura da população de Cariacica por idade e sexo

Pirâmides etárias

De acordo com o recenseamento de 1920 a população de Cariacica era de 12.036 habitantes, sendo

50,6% do sexo feminino. As pirâmides etárias da figura 2.9, mostram a população por faixa etária e

sexo, em valores absolutos e em percentagem. É uma pirâmide típica da primeira metade do século

XX: o grupo etário de 0 a 9 anos representava 28,9% da população, enquanto a população com mais

de 60 anos apenas 4,5%.

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28

Figura 2.9 - Pirâmide etária para Cariacica no ano censitário de 1920

1777

1498

853

729

553

297

152

53

27

1703

1471

1037

699

542

317

203

79

32

20000 15000 10000 5000 0 5000 10000 15000 20000

0 a 9 anos

10 a 20 anos

21 a 29 anos

30 a 39 anos

40 a 49 anos

50 a 59 anos

60 a 69 anos

70 a 79 anos

80 +

Pirâmide etária - Cariacica - 1920

Homens Mulheres

População

14,8

12,5

7,1

6,1

4,6

2,5

1,3

0,4

0,2

14,2

12,2

8,6

5,8

4,5

2,6

1,7

0,7

0,3

20,0 15,0 10,0 5,0 0,0 5,0 10,0 15,0 20,0

0 a 9 anos

10 a 20 anos

21 a 29 anos

30 a 39 anos

40 a 49 anos

50 a 59 anos

60 a 69 anos

70 a 79 anos

80 +

Pirâmide etária - Cariacica (%) - 1920

Homens Mulheres

As pirâmides etárias nos anos de censo de 1960, 1970, 1980, 1991, 2000 e 2010, mostram as

mudanças ocorridas na estrutura etária da população por sexo. As Figuras 2.10A e 2.10B mostram

essas “pirâmides”; a primeira com o dado populacional (habitantes), e a segunda em termos

percentuais, para ambos os sexos e faixas etárias.

Não é demais acentuar que a pirâmide populacional é uma representação gráfica da composição

etária e por sexo de uma população. Por meio de valores absolutos ou proporções de homens e

mulheres em cada grupo etário, a pirâmide oferece um quadro visual das características da

população. O somatório de todos os grupos de idade e sexo na pirâmide é igual ao total da população

ou 100% da mesma.

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29

O que se observa, além do evidente crescimento populacional, é uma redução da base da pirâmide (0

a 4 anos): na tabela 2.10B pode-se ver uma redução de 17,5% em 1960 para 9,7% em 2000, e, 7,5%

em 2010, ocasionado por uma queda na taxa de fecundidade. Uma das consequências da queda da

fecundidade são taxas de crescimento diferenciadas entre as várias faixas etárias, pois, havendo menos

filhos, tem-se menos crianças. Isso resulta na diminuição do peso da população jovem do município e

no aumento da proporção de idosos, ou seja, o envelhecimento populacional, que será detalhado mais

à frente.

Figura 2.10A - Pirâmides etárias para Cariacica nos anos censitários: 1960 a 2010

3547

2948

2292

1772

1625

1517

1309

1020

882

738

646

531

403

295

156

105

57

3371

2845

2264

1955

1821

1646

1285

1012

853

698

592

472

341

252

154

121

80

20000 15000 10000 5000 0 5000 10000 15000 20000

0 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14 anos

15 a 19 anos

20 a 24 anos

25 a 29 anos

30 a 34 anos

35 a 39 anos

40 a 44 anos

45 a 49 anos

50 a 54 anos

55 a 59 anos

60 a 64 anos

65 a 69 anos

70 a 74 anos

75 a 79 anos

80 +

População

Pirâmide etária - Cariacica - 1960

Homens Mulheres

7822

7687

7013

5604

4109

3339

3145

2872

2484

1629

1294

1125

920

684

415

147

139

7518

7503

7017

5919

4813

3624

3045

2896

2141

1498

1403

1086

796

625

344

197

231

20000 15000 10000 5000 0 5000 10000 15000 20000

0 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14 anos

15 a 19 anos

20 a 24 anos

25 a 29 anos

30 a 34 anos

35 a 39 anos

40 a 44 anos

45 a 49 anos

50 a 54 anos

55 a 59 anos

60 a 64 anos

65 a 69 anos

70 a 74 anos

75 a 79 anos

80 +

População

Pirâmide etária - Cariacica - 1970

Homens Mulheres

13895

11300

11248

11158

10592

8703

6277

4797

4202

3415

2825

1857

1523

1289

735

464

299

13445

11101

10942

11411

10473

8379

6349

4923

4178

3472

2685

2085

1624

1386

866

651

412

20000 15000 10000 5000 0 5000 10000 15000 20000

0 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14 anos

15 a 19 anos

20 a 24 anos

25 a 29 anos

30 a 34 anos

35 a 39 anos

40 a 44 anos

45 a 49 anos

50 a 54 anos

55 a 59 anos

60 a 64 anos

65 a 69 anos

70 a 74 anos

75 a 79 anos

80 +

População

Pirâmide etária - Cariacica - 1980

Homens Mulheres

16217

16942

16682

13691

13528

12443

11206

9470

6970

5066

4022

3169

2625

1756

1138

737

582

15642

16265

16111

13899

13467

13021

11526

9563

7219

5298

4391

3554

2969

2041

1375

992

955

20000 15000 10000 5000 0 5000 10000 15000 20000

0 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14 anos

15 a 19 anos

20 a 24 anos

25 a 29 anos

30 a 34 anos

35 a 39 anos

40 a 44 anos

45 a 49 anos

50 a 54 anos

55 a 59 anos

60 a 64 anos

65 a 69 anos

70 a 74 anos

75 a 79 anos

80 +

População

Pirâmide etária - Cariacica - 1991

HomensMulheres

16080

15907

16558

17646

16428

13832

12999

11790

10408

8284

5806

4182

3248

2509

1785

1011

960

15526

15055

16591

17316

16490

14253

13452

12769

10975

8697

6527

4790

3992

3102

2381

1411

1525

20000 15000 10000 5000 0 5000 10000 15000 20000

0 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14 anos

15 a 19 anos

20 a 24 anos

25 a 29 anos

30 a 34 anos

35 a 39 anos

40 a 44 anos

45 a 49 anos

50 a 54 anos

55 a 59 anos

60 a 64 anos

65 a 69 anos

70 a 74 anos

75 a 79 anos

80 +

População

Pirâmide etária - Cariacica - 2000

Homens

M

13343

14359

15571

15450

16112

16284

14916

12618

11744

10314

8960

6869

4717

3329

2353

1538

1481

12 883

13 409

15 372

15 020

16 643

16 673

15 570

13 307

12 359

11 558

9 981

7 944

5 785

4 222

3 204

2 256

2 594

20000 15000 10000 5000 0 5000 10000 15000 20000

0 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14 anos

15 a 19 anos

20 a 24 anos

25 a 29 anos

30 a 34 anos

35 a 39 anos

40 a 44 anos

45 a 49 anos

50 a 54 anos

55 a 59 anos

60 a 64 anos

65 a 69 anos

70 a 74 anos

75 a 79 anos

80 +

População

Pirâmide etária - Cariacica - 2010

M

Mulheres

M

Homens

M

Homens

M

Homens

M

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30

Nos anos censitários/contagem de 1991 a 2010, e nas faixas etárias consideradas, existe completa

predominância feminina, exceto nas faixas de 0 a 4 anos, 5 a 9 anos e 10 a 14 anos. A figura 2.11

ilustra esse fato demográfico: no censo 2010, à medida que a idade aumenta, o número de mulheres

cresce em relação ao número de homens (na faixa de 80 ou mais anos, 63,7% são mulheres. Era

61,4% em 2000).

Mesmo com o crescente saldo migratório observado no município de Cariacica até 1980, observa-se

que a faixa mais nova da população (de 0 a 4 anos), tem tido sua participação relativa na população

total diminuída censo a censo (15,2% em 1970, 14,5% em 1980, 11,6% em 1991, 10,0% em 1996,

9,7% em 2000 e, 7,5% em 2010); ver também a seção 4.3.

Figura 2.10B - Pirâmides etárias para Cariacica nos anos censitários (%):

1960 a 2010

9,0

7,4

5,8

4,5

4,1

3,8

3,3

2,6

2,2

1,9

1,6

1,3

1,0

0,7

0,4

0,3

0,1

8,5

7,2

5,7

4,9

4,6

4,2

3,2

2,6

2,2

1,8

1,5

1,2

0,9

0,6

0,4

0,3

0,2

10 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10

0 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14 anos

15 a 19 anos

20 a 24 anos

25 a 29 anos

30 a 34 anos

35 a 39 anos

40 a 44 anos

45 a 49 anos

50 a 54 anos

55 a 59 anos

60 a 64 anos

65 a 69 anos

70 a 74 anos

75 a 79 anos

80 +

Pirâmide etária (%) - Cariacica - 1960

Homens Mulheres

7,7

7,6

6,9

5,5

4,1

3,3

3,1

2,8

2,5

1,6

1,3

1,1

0,9

0,7

0,4

0,1

0,1

7,4

7,4

6,9

5,9

4,8

3,6

3,0

2,9

2,1

1,5

1,4

1,1

0,8

0,6

0,3

0,2

0,2

10 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10

0 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14 anos

15 a 19 anos

20 a 24 anos

25 a 29 anos

30 a 34 anos

35 a 39 anos

40 a 44 anos

45 a 49 anos

50 a 54 anos

55 a 59 anos

60 a 64 anos

65 a 69 anos

70 a 74 anos

75 a 79 anos

80 +

Pirâmide etária (%) - Cariacica - 1970

Homens Mulheres

7,4

6,0

6,0

5,9

5,6

4,6

3,3

2,5

2,2

1,8

1,5

1,0

0,8

0,7

0,4

0,2

0,2

7,1

5,9

5,8

6,0

5,5

4,4

3,4

2,6

2,2

1,8

1,4

1,1

0,9

0,7

0,5

0,3

0,2

10 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10

0 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14 anos

15 a 19 anos

20 a 24 anos

25 a 29 anos

30 a 34 anos

35 a 39 anos

40 a 44 anos

45 a 49 anos

50 a 54 anos

55 a 59 anos

60 a 64 anos

65 a 69 anos

70 a 74 anos

75 a 79 anos

80 +

Pirâmide etária (%) - Cariacica - 1980

Homens Mulheres

5,9

6,2

6,1

5,0

4,9

4,5

4,1

3,4

2,5

1,8

1,5

1,2

1,0

0,6

0,4

0,3

0,2

5,7

5,9

5,9

5,1

4,9

4,7

4,2

3,5

2,6

1,9

1,6

1,3

1,1

0,7

0,5

0,4

0,3

10 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10

0 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14 anos

15 a 19 anos

20 a 24 anos

25 a 29 anos

30 a 34 anos

35 a 39 anos

40 a 44 anos

45 a 49 anos

50 a 54 anos

55 a 59 anos

60 a 64 anos

65 a 69 anos

70 a 74 anos

75 a 79 anos

80 +

Pirâmide etária (%) - Cariacica - 1991

HomensMulheres

Page 32: DINÂMICA POPULACIONAL DE CARIACICA · CST – Companhia Siderúrgica de Tubarão CVRD – Companhia Vale do Rio Doce ... Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas

31

5,0

4,9

5,1

5,4

5,1

4,3

4,0

3,6

3,2

2,6

1,8

1,3

1,0

0,8

0,6

0,3

0,3

4,8

4,6

5,1

5,3

5,1

4,4

4,1

3,9

3,4

2,7

2,0

1,5

1,2

1,0

0,7

0,4

0,5

10 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10

0 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14 anos

15 a 19 anos

20 a 24 anos

25 a 29 anos

30 a 34 anos

35 a 39 anos

40 a 44 anos

45 a 49 anos

50 a 54 anos

55 a 59 anos

60 a 64 anos

65 a 69 anos

70 a 74 anos

75 a 79 anos

80 +

Pirâmide etária (%) - Cariacica - 2000

Homens Mulheres

3,8

4,1

4,5

4,4

4,6

4,7

4,3

3,6

3,4

3,0

2,6

2,0

1,4

1,0

0,7

0,4

0,4

3,7

3,8

4,4

4,3

4,8

4,8

4,5

3,8

3,5

3,3

2,9

2,3

1,7

1,2

0,9

0,6

0,7

10 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10

0 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14 anos

15 a 19 anos

20 a 24 anos

25 a 29 anos

30 a 34 anos

35 a 39 anos

40 a 44 anos

45 a 49 anos

50 a 54 anos

55 a 59 anos

60 a 64 anos

65 a 69 anos

70 a 74 anos

75 a 79 anos

80 +

Pirâmide etária (%) - Cariacica - 2010

Homens Mulheres

Figura 2.11 - Participação homens/mulheres na população total, por faixa etária –

Cariacica - 2010

50,9 51,7 50,3 50,7 49,2 49,4 48,9 48,7 48,7 47,2 47,3 46,4 44,9 44,142,3

40,536,3

49,1 48,3 49,7 49,3 50,8 50,6 51,1 51,3 51,3 52,8 52,7 53,6 55,1 55,9 57,759,5 63,7

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

0 a

4 a

no

s

5 a

9 a

no

s

10 a

14 a

no

s

15 a

19 a

no

s

20 a

24 a

no

s

25 a

29 a

no

s

30 a

34 a

no

s

35 a

39 a

no

s

40 a

44 a

no

s

45 a

49 a

no

s

50 a

54 a

no

s

55 a

59 a

no

s

60 a

64 a

no

s

65 a

69 a

no

s

70 a

74 a

no

s

75 a

79 a

no

s

80 +

Participação de homens e mulheres na população total,por faixa etária - Cariacica - 2010

Homens Mulheres

Distribuição dos principais grupos etários

A figura 2.12A e a tabela 2.7, expressam um aumento consistente, desde 1960 até 2010, na chamada

população em idade ativa, (PIA), ou em idade produtiva, que representava 53,3% da população em

1960 e passou para 69,6% no ano 2010. Essa é a definição de alguns países desenvolvidos (as

pessoas idosas são aquelas com 65 ou mais anos). No entanto, pode-se adotar o corte etário da

população idosa em 60 anos, de acordo com Rede Interagencial de Informações para a Saúde - Ripsa

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32

e 25ª Conferência Sanitária Pan-Americana da Organização Pan-Americana da Saúde - Opas. Com

essa última definição a PIA passou 51,4% da população em 1960 e passou para 66,6% no ano 2010.

Apresentam-se os resultados para dois grupos de idosos, “65 ou + anos” (figura 2.12A), e “60 ou +

anos” (figura 2.12B), visto que se pode adotar o corte etário da população idosa nessas duas idades.

O que se observa é um aumento lento, mas persistente, na participação dos idosos na população

(3,1% em 1960 para 6,0% em 2010) e um decréscimo um pouco mais acentuado na população jovem

(43,6% em 1960 para 24,4% em 2010); figura 2.12A, tabela 2.5, considerando-se o grupo de idosos

com 65 ou + anos.

A figura 2.13 ilustra a participação das pessoas idosas na população de Cariacica (1960-2010) nas

duas classificações. O que se nota nos censos de 1991 e 2010 é que a proporção de pessoas com 60

ou mais anos e menos de 65, foi de 2,0% e, 3,0%, respectivamente (em 1980 essa diferença foi de

1,7%). Dizendo de outro modo, em 2010, 3,0% dos idosos moradores de Cariacica tinham idade

entre 60 (inclusive) e 65 anos.

Figura 2.12A – Distribuição dos grupos etários (%) – Cariacica (1960-2010) –

Idosos 65+

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33

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

1960 1970 1980 1991 1996 2000 2010

43,6 44,1 38,1 35,6 32,0 29,5 24,4

53,3 53,258,7 60,9 64,1 66,0

69,6

3,1 2,8 3,2 3,5 4,0 4,5

6,0

Evolução dos indicadores de idade por grupo etário (%) Cariacica - 1960-2010

Jovens (0-14) Idade produtiva (15-64) Idosos (65+)

Figura 2.12B - Distribuição dos grupos etários (%) – Cariacica (1960-2010) –

Idosos 60+

0%

10%

20%

30%

40%

50%

60%

70%

80%

90%

100%

1960 1970 1980 1991 1996 2000 2010

43,6 44,138,1 35,6 32,0 29,5 24,4

51,4 51,557,0 58,8 61,9 63,7

66,6

5,0 4,4 4,9 5,5 6,1 6,8

9,0

Evolução dos indicadores de idade por grupo etário (%) Cariacica - 1960-2010

Jovens (0-14) Idade produtiva (15-59) Idosos (60+)

Cabe ressaltar que a PIA é a população em idade potencialmente ativa (por exemplo, na

classificação de 15 a 64 anos), sendo um conceito estritamente demográfico. Um conceito correlato

é o de população economicamente ativa (PEA), que se refere à população “ocupada/empregada, não

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34

ocupada/desempregada”, sendo um conceito econômico, e usualmente contabilizada para a

população de dez anos ou mais. Ver por exemplo, IBGE (2002).

Tabela 2.7 - Distribuição dos principais grupos etários (%) - Cariacica - 1960-2010

1960 1970 1980 1991 1996 2000 2010

Jovens (0-14) 43,6 44,1 38,1 35,6 32,0 29,5 24,4

Idade produtiva (15-59) 51,4 51,5 57,0 58,8 61,9 63,7 66,6

Idade produtiva (15-64) 53,3 53,2 58,7 60,9 64,1 66,0 69,6

Idosos (60+) 5,0 4,4 4,9 5,5 6,1 6,8 9,0

Idosos (65+) 3,1 2,8 3,2 3,5 4,0 4,5 6,0

Fonte: Dados IBGE. Elaboração Equipe Agenda Cariacica : Dinâmica Populacional.

Figura 2.13 - Proporção de pessoas idosas em Cariacica (1960-2010) – duas classificações

5,04,4

4,9

5,56,1

6,8

9,0

3,12,8

3,23,5

4,04,5

6,0

0,0

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

10,0

1960 1970 1980 1991 1996 2000 2010

(%) d

e id

oso

s

Proporção de pessoas de 60+ e 65+ – Cariacica – 1960-2010

Idosos (60+) Idosos (65+)

Razão de dependência (RD) ou taxa de dependência demográfica (TDD)

Apresentam-se os resultados para dois grupos de idosos, 60 ou mais anos e 65 ou + anos, visto que se

pode adotar o corte etário da população idosa nessas duas idades. Em qualquer caso a razão de

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35

dependência total reflete a população “dependente” na população em idade ativa, que pode ser de 15

a 59 anos ou 15 a 64 anos, dependendo do corte adotado. A razão de dependência dos jovens reflete

a população jovem (0-14) na população ativa (15-64). A razão de dependência dos idosos reflete a

população idosa na população ativa (15-64).

A figura 2.14A e a tabela 2.68A, mostram que a razão de dependência total (RD) vem se reduzindo

desde a década de 1970 até 2010 [RD = [((P0-14 + P65 +)/P15-64)*100]. Uma das consequências da

transição demográfica é a alteração da estrutura etária da população reduzindo o peso relativo das

crianças e aumentando, em primeiro lugar, o peso dos adultos e, em um período posterior, o peso dos

idosos. Nota-se que entre 1960 e 1970 as taxas de dependência estavam em 87,5 pessoas

“dependentes” para cada 100 pessoas em idade produtiva. No censo 2000, a razão de dependência

estava em 51,6%; isso significa que existem, aproximadamente, dois indivíduos em idade ativa para

cada dependente". O censo 2010 revelou uma razão de dependência de 43,6%, indicando que

existem, aproximadamente, 2,3 indivíduos em idade ativa para cada "dependente" (0-14 anos e 65

anos ou+).

Com a queda da fecundidade a taxa de dependência foi se reduzindo. Observa-se que a taxa de

dependência de jovens (0-14 anos) continua caindo persistentemente, compensando a elevação da

dependência dos idosos (65 +). Note que pode-se utilizar a Razão de Dependência (RD), como uma

aproximação ao grau de dependência econômica da população. Logo, menores RD denotariam uma

situação demográfica confortável para as demandas socioeconômicas da população. Pelo menos em

princípio.

A população em idade produtiva (de 15 a 64 anos) em 1970 representava 53,2% do total, e a

população de dependentes jovens representava 44,1%, mostrando se tratar de uma população com

predominância jovem (tabela 2.7). Em 2010, a população em idade produtiva passou a representar

69,6% da população, enquanto e população de dependentes jovens representava 24,4%.

O que se nota é que o componente responsável pela diminuição na RD, até 2010, é o segmento

jovem. A RDJ [RDJ = [((P0-14)/P15-64)*100] num período de 50 anos passa de 81,8% para 35,0%

(tabela 2.8A). Em contraste, a dependência causada pelos idosos, embora com valores pequenos vem

aumentando. Esses fatos indicam que deveremos observar razões de dependência total (RD’s)

menores (ou até mínimas) nos próximos quinze anos, uma vez que a dependência de idosos (RDI)

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36

permanece aumentando lentamente. “Trata-se de uma conjuntura favorável para o planejamento

futuro das demandas sociais e econômicas, pois haveria, proporcionalmente a épocas anteriores, um

menor volume de crianças e uma proporção de idosos, ainda, estável, embora tendendo no muito

curto prazo, a rápidos aumentos”; Wong (2004).

Como reflexo da queda da fecundidade a proporção de jovens (0-14 anos) vem decaindo enquanto a

proporção de pessoas ativas, (15-64 anos), está aumentando significativamente (ver figura 2.12A e

2.14A). Contudo, a população de idosos (65 ou + anos) vem aumentando, mas em uma velocidade

menor. O processo de envelhecimento é mais intenso na dinâmica populacional de Vitória, como

descrito em Castiglioni, Brasil, Rocha e Felipe (2008).

Nota: Nas figuras 2.14A a 2.17B o eixo temporal (1960 a 2010) não está em escala, sendo apenas

ilustrativo.

Tabela 2.8A - Taxa de dependência demográfica (%) - Cariacica - 1960-2010 (idosos 65+)

Taxa de dependência demográfica (%) - Cariacica - 1960-2010 (idosos 65+)

1960 1970 1980 1991 1996 2000 2010

Total - (RD) 87,5 88,1 70,3 64,3 56,1 51,6 43,6

Jovens (0 – 14) – (RDJ) 81,8 82,9 64,8 58,6 49,9 44,8 35,0

Idosos (65+) – (RDI) 5,8 5,2 5,5 5,7 6,2 6,9 8,6

Fonte: Dados IBGE. Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional.

Tabela 2.8B - Taxa de dependência demográfica (%) - Cariacica - 1960-2010 (idosos 60+)

Taxa de dependência demográfica (%) - Cariacica - 1960-2010 (idosos 60+)

1960 1970 1980 1991 1996 2000 2010

Total - (RD) 94,4 94,3 75,3 70,0 61,4 56,9 50,1

Jovens (0 – 14) – (RDJ) 84,8 85,6 66,7 60,6 51,6 46,3 36,6

Idosos (65+) – (RDI) 9,6 8,6 8,6 9,4 9,8 10,6 13,5

Fonte: Dados IBGE. Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional.

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37

Figura 2.14A – Razão de dependência (%) – Cariacica (1960-2010) – Idosos 65+

87,5

88,1

70,3

64,3

56,151,6

43,6

81,8 82,9

64,8

58,6

49,944,8

35,0

5,8 5,2 5,5 5,7 6,2 6,9 8,6

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

1960 1970 1980 1991 1996 2000 2010

Razão de dependência demográfica (%) - Cariacica - 1960-2010

Total Jovens Idosos (65+)

Figura 2.14B – Razão de dependência (%) – Cariacica (1960-2010) – Idosos 60+

94,4 94,3

75,370,0

61,4

56,950,1

84,8 85,6

66,7

60,6

51,646,3

36,6

9,6 8,6 8,6 9,4 9,8 10,6 13,5

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

1960 1970 1980 1991 1996 2000 2010

Razão de dependência demográfica (%) - Cariacica - 1960-2010

Total Jovens Idosos (60+)

Razão de sexo (RS)

A razão de sexo representa o número de homens para cada 100 mulheres na população. O padrão

usual é observar-se um excesso de homens no nascimento e este reduzir-se gradativamente. Índices

menores que 100 denotam predominância do sexo feminino.

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38

A figura 2.15A e a tabela 2.9A colocam em evidência a predominância feminina nos grupos etários e

o aumento acentuado na feminização no grupo de idosos (65+): 101,0% em 1960 e 70,9% em

2010. Em 1960 a razão de sexo total era de 100,4% permanecendo em 95,1% em 2010. Já para o

grupo de jovens, em todos os censos de 1960 a 2010, o número de homens foi sempre maior que o de

mulheres (cerca de 103 homens para cada 97 mulheres). O grupo na idade produtiva (15-64 anos)

apresenta comportamento oposto: sendo a maioria do sexo feminino (a razão de sexos foi de 94,5 no

censo 2010). As mesmas observações podem ser feitas adotando-se o outro corte para idosos,

ilustrado na figura 2.15B e na tabela 2.9B.

A figura 2.16 apresenta a razão de sexo total para Cariacica e ES de 1960 a 2010. Observa-se que até

o censo de 1980 a população do estado era majoritariamente masculina. Desde então passou a ter

uma leve predominância feminina. O indicador sempre ficou abaixo daquele do ES em todo o

período, mas com o mesmo comportamento.

Figura 2.15A - Razão de sexo (%): total da pop. e grupos etários – Cariacica – idosos 65+

103,6 102,2 102,7 103,8 103,1 102,9 103,9

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

1960 1970 1980 1991 1996 2000 2010

Razão de Sexo: total da população

e por grupos etários - Cariacica 1960-2010

Total da população Produtivos (15-64) Jovens (0-14) Idosos (65+)

Tabela 2.9A - Razão de Sexo total e por grupos etários – Cariacica - 1960-2010 – Idosos 65+

1960 1970 1980 1991 1996 2000 2010

Total da população 100,4 99,5 100,2 98,5 97,6 96,7 95,1

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39

Idade Produtiva (15-64) 97,8 97,4 99,6 96,8 96,4 95,8 94,5

Jovens (0-14) 103,6 102,2 102,7 103,8 103,1 102,9 103,9

Idosos (65+) 101,0 99,1 84,1 78,6 77,7 74,4 70,9

Fonte: Dados IBGE. Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional.

Figura 2.15B - Razão de sexo (%): total da pop. e grupos etários – Cariacica – idosos 60+

103,6 102,2 102,7 103,8 103,1 102,9 103,9

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

1960 1970 1980 1991 1996 2000 2010

Razão de Sexo: total da população

e por grupos etários - Cariacica 1960-2010

Total da população Produtivos (15-59) Jovens (0-14) Idosos (60+)

Tabela 2.9B - Razão de Sexo total e por grupos etários – Cariacica - 1960-2010 – Idosos 60+

1960 1970 1980 1991 1996 2000 2010

Total da população 100,4 99,5 100,2 98,5 97,6 96,7 95,1

Idade Produtiva (15-64) 97,2 96,9 99,8 97,1 96,8 96,3 95,1

Jovens (0-14) 103,6 102,2 102,7 103,8 103,1 102,9 103,9

Idosos (60+) 107,2 105,1 87,3 82,1 80,4 76,6 74,3

Fonte: Dados IBGE. Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional.

Figura 2.16 – Razão de sexo total Cariacica e ES – 1960 - 2010

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40

100,499,5 100,2

98,597,6

96,795,1

103,6

101,5 101,5

99,698,9

98,297,1

90,0

92,0

94,0

96,0

98,0

100,0

102,0

104,0

106,0

1960 1970 1980 1991 1996 2000 2010

Razão de sexo total Cariacica e ES - 1960-2010

Cariacica ES

Índice de idosos (ID) ou índice de envelhecimento (IE)

Esse índice demográfico é uma medida do envelhecimento populacional e representa a população de

idosos (65+) relativamente à população jovem (0-14). Espera-se que este índice, com maior ou

menor velocidade, aumente no mundo todo. Esse padrão já vem sendo observado no Brasil.

Adotando-se o corte etário da população idosa em 60 anos, nesse caso, o IE é a proporção de pessoas

de 60 anos e mais, por 100 indivíduos de 0 a 14 anos.

A figura 2.17A e a tabela 2.10 mostram que a proporção de idosos total relativamente aos jovens

vem se ampliando em todo o período analisado: passou de 7,1% em 1960 para 24,7% no ano 2010. A

população que em 1970 tinha aproximadamente 7 idosos para cada 100 jovens, índice de

envelhecimento de 7,1%, passou a ter aproximadamente 25 idosos para cada 100 jovens em 2010,

índice de envelhecimento de 24,7%. Contudo, o processo de envelhecimento populacional apresenta-

se seletivo com relação ao sexo, isto é, existe uma feminização do envelhecimento populacional,

visto que a curva relativa ao índice para as mulheres é superior em todos os censos. A figura 2.17B

ilustra os mesmos resultados para os idosos definidos com “60 ou + anos”.

Tabela 2.10 - Índice de idosos – Cariacica - 1960-2010 – idosos 65+ e idosos 60+

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41

Índice de idosos (65+) – (%) Índice de idosos (60+) – (%)

Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total

1960 7,0 7,2 7,1 11,6 11,2 11,4

1970 6,1 6,3 6,2 10,2 10,0 10,1

1980 7,6 9,3 8,5 11,8 13,9 12,9

1991 8,5 11,2 9,8 13,7 17,4 15,5

1996 10,7 14,2 12,4 16,7 21,4 19,0

2000 12,9 17,8 15,3 19,6 26,3 22,9

2010 20,1 29,5 24,7 31,0 43,3 37,1

Fonte: Dados IBGE. Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional.

Figura 2.17A – Índice de idosos (%): Cariacica – idosos 65+

7,0

6,1

7,68,5

10,7

12,9

20,1

7,26,3

9,3

11,2

14,2

17,8

29,5

7,1

6,2

8,59,8

12,4

15,3

24,7

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

1960 1970 1980 1991 1996 2000 2010

Evolução do índice de idosos (65+) - Cariacica - 1960-2010

Homens Mulheres Total

Figura 2.17B – Índice de idosos (%): Cariacica – idosos 60+

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42

11,6 10,2

11,8

13,7

16,7

19,6

31,0

11,2 10,0

13,917,4

21,4

26,3

43,3

11,4 10,112,9

15,5

19,0

22,9

37,1

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

50,0

1960 1970 1980 1991 1996 2000 2010

Evolução do índice de idosos (60+) - Cariacica - 1960-2010

Homens Mulheres Total

Os reflexos de uma população progressivamente envelhecida já podem ser observados e a

expectativa é que tendam a ampliar-se rapidamente nos próximos 20 anos. Em cidades de países

desenvolvidos, que já atingiram a fase de equilíbrio do final do processo da transição, a proporção de

idosos, de 65 anos ou mais, já está próxima dos 20%. Por exemplo, como mostram Carvalho &

Garcia (2003), no recenseamento do ano 2000 na Inglaterra, o grupo etário de “60 e + anos” já

representava 20,4% da população. Ver também Wong & Carvalho (2005), Moreira (2001) e Wong

(2004).

Desse modo, o que se constata de toda análise deste capítulo é que existe um baixo crescimento

populacional, justaposto ao envelhecimento gradativo da população. Isso pode alterar uma possível

atenção aos problemas da cidade. De um lado existe uma demanda crescente por mais

infraestrutura e serviços, de outro, um crescente contingente de pessoas em idade ativa

demandando por melhor qualidade de vida. Além disso, apenas com os resultados do censo que

será realizado em 2010, teremos uma fotografia razoavelmente precisa do crescimento

populacional das regiões de Cariacica. Observe-se na tabela 2.11 que o índice de envelhecimento

da população de Vitória é mais acentuado que o da população de Cariacica que, por sua vez, é maior

que o da Serra todos apresentando a mesma tendência.

Tabela 2.11 - Índice de idosos (%) – Vitória, Serra e Cariacica - 1960-2010 – idosos 65+

Vitória Cariacica Serra

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43

Ano Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total

1960 7,2 8,7 7,9 7,0 7,2 7,1 11,0 10,5 10,8

1970 7,8 8,6 8,2 6,1 6,3 6,2 9,1 6,9 8,0

1980 9,8 13,7 11,7 7,6 9,3 8,5 7,0 6,9 6,9

1991 11,8 18,2 15,0 8,5 11,2 9,8 6,0 7,1 6,5

1996 15,7 24,8 20,2 10,7 14,2 12,4 7,7 9,7 8,7

2000 19,3 32,1 25,5 12,9 17,8 15,3 9,9 11,7 10,8

2010 32,8 52,9 42,7 20,1 29,5 24,7 15,2 20,8 18,0

Fonte: Dados IBGE. Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional.

Evolução da população por "cor ou raça" Cariacica e ES - 1950-2010

Já foi acentuada a influência do negro nas bases da colonização do município de Cariacica. Bezerra

(2009), citando o Dicionário Histórico, Geográfico e Estatístico publicado em 1878, menciona que,

dos 5.318 habitantes da província (Cariacica), 1.174 eram escravos de cor negra, o que representa

22,02% da população total. Na primeira edição do livro Cariacica – Resumo Histórico em 1951,

Bezerra (2009, página 45) assinala que: “não se nota predominância de estrangeiros na sua

população [de Cariacica], a não ser nas colônias alemãs, e mesmo nestas o que hoje existe é a

tradição. Os hábitos e costumes, com as influências portuguesas e africanas, amoldaram-se às

circunstâncias ambientes, deixando em seu lugar o realismo envolvente da própria terra”.

As figuras 2.18 e 2.19 mostram, respectivamente, a evolução da população total por “cor ou raça”,

para o município de Cariacica e todo o Estado no período que vai de 1950 a 2010. Nota-se que para

todo o ES, a população é predominantemente “branca”, mas, desde o censo de 1991 o grupo de cor

“parda” vem se igualando ao de cor “branca”, superando-o em 2010. Quanto ao município de

Cariacica, de 1960 a 1980, devido, possivelmente, à grande migração de origem italiana do interior

do Estado para o município de Cariacica, houve predominância de “brancos”. De 1980 a 2010 a

predominância é da cor “parda”. As descrições seguintes sobre o quesito “cor ou raça” nos censos

foram extraídas do item “Conceituação das Características”, divulgado nos anos dos censos;

(www.ibge.gov.br).

No Censo de 1950, a distribuição da população, segundo a “cor ou raça”, foi dividida em quatro

grupos – brancos, pretos, amarelos e pardos –, incluindo-se neste último os índios e os que se

declararam mulatos, caboclos, cafusos, etc. Segundo o IBGE, a experiência censitária brasileira,

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44

demonstrava as dificuldades que se opõem à coleta de dados relativos à “cor ou raça”. Embora

reconhecendo tal circunstância, o IBGE avaliou como oportuno proceder a pesquisa, uma vez que

tais dados, no Brasil, tenham sido o meio empregado para obter elementos mais amplos sobre o

assunto. Vale notar que a declaração de “cor ou raça” no Censo de 1950 foi deixada à discrição do

recenseado, para dar maior precisão aos resultados. Há ainda os que preferiram ou “não

quiseram/souberam” declarar a “cor ou raça”, ficando no grupo “sem declaração”. Observe-se que no

levantamento anterior, o Censo de 1940, as respostas quanto à “cor ou raça” limitaram-se às

qualificações “preta”, “branca”, “amarela” e a designação “parda” ficou para os que registraram

outra declaração (índio, caboclo, mulato, moreno, etc.). A atribuição ficou por conta do recenseador.

Para o Censo de 1960 foi semelhante a classificação adotada no Censo de 1950, para a apresentação

dos dados relativos a “cor ou raça”. O quesito “cor ou raça” no censo de 1970 não foi avaliado.

No Censo de 1980, a questão da “cor ou raça” voltou a ser investigada e foram discriminadas as

seguintes respostas: branca, preta, amarela e parda (mulato, mestiço, índio, caboclo, cafuzo,

mameluco, etc.). As pessoas que não apresentaram respostas à indagação foram alocadas no grupo

“sem declaração”. Na conceituação das características divulgadas não foi especificado se as

respostas ficaram a critério do recenseado ou do recenseador.

No Censo de 1991, na questão da “cor ou raça” foi incluída a população “indígena” que vivia em

postos da Funai, em missões religiosas ou em outras áreas, porém os aborígines que viviam em tribos

arredias ao contato, conservando seus atos primitivos de existência, não foram incluídos no Censo.

Na conceituação das características divulgadas nada mais se comentou sobre o quesito “cor ou raça”,

o que equivale dizer que todas as outras características dos Censos anteriores foram mantidas.

No censo de 2000, a investigação da “cor ou raça” ocorreu de acordo com a autoclassificação da

pessoa em uma das seguintes opções: (i) branca - para a pessoa que se enquadrou como branca; (ii)

preta - para a pessoa que se enquadrou como preta; (iii) amarela - para a pessoa que se enquadrou

como de raça amarela de origem japonesa, chinesa, coreana, etc.; (iv) parda - para a pessoa que se

enquadrou como parda ou se declarou mulata, cabocla, cafuza, mameluca ou mestiça; ou (v)

indígena - para a pessoa que se declarou como indígena ou índia.

No censo de 2010, A investigação da cor ou raça foi feita de acordo com a autoclassificação da

pessoa em uma das seguintes opções: (i) Branca - para a pessoa que se declarou branca; (ii) Preta -

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45

para a pessoa que se declarou preta; (iii) Amarela - para a pessoa que se declarou de cor amarela (de

origem oriental: japonesa, chinesa, coreana, etc.); (iv) Parda - para a pessoa que se declarou parda; e

(v) -Indígena - para a pessoa que se declarou indígena ou índia. Esta classificação se aplica tanto aos

indígenas que vivem em terras indígenas como aos que vivem fora delas. (IBGE, 2011a).

Figura 2.18 – Evolução da população por "cor ou raça" Cariacica - (1950-2010)

0

50.000

100.000

150.000

200.000

250.000

1950 1960 1970 1980 1990 2000 2010

Evolução da população por "cor ou raça" Cariacica - 1950-2010

Branca Preta Amarela Parda Indígena S/ declaração

Figura 2.19 – Evolução da população por "cor ou raça" ES - (1950-2010)

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46

0

200.000

400.000

600.000

800.000

1.000.000

1.200.000

1.400.000

1.600.000

1.800.000

1960 1970 1980 1990 2000 2010

Evolução da população por "cor ou raça" ES - 1950-2010

Branca Preta Amarela Parda Indígena S/ declaração

3. Dinâmica demográfica: O crescimento natural

As populações humanas estão em evolução contínua. A dinâmica da população no tempo, isto é, seu

crescimento ou seu decréscimo, assim como o ritmo de sua evolução são resultantes da interação de

quatro fatores que representam as entradas de pessoas: natalidade (N) e imigração (I), e as saídas de

pessoas: mortalidade (M); e emigração (E). O crescimento demográfico (C) no curso de um

determinado período de tempo é composto pela componente natural e pela componente migratória,

assim expresso:

C = (N - M) + (I – E).

A importância da contribuição das componentes do processo de crescimento varia segundo os limites

territoriais considerados. Em um território mais amplo, como no caso de um país, um estado, é o

processo de renovação endógena que domina a dinâmica das populações (Caselli, Vallin, e Wunsch,

2001). O peso das componentes varia também durante as etapas do processo de desenvolvimento da

sociedade. Em sociedades com modelos de fecundidade elevados, o crescimento natural é o principal

fator do crescimento demográfico, já nas regiões que se urbanizam rapidamente, a ação das

migrações torna-se preponderante.

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47

No que diz respeito à evolução do crescimento natural, a transição demográfica é uma teoria que se

propõe a explicar as modificações que ocorreram na dinâmica demográfica ao longo dos dois últimos

séculos, assim sintetizada: nas sociedades tradicionais, com baixos níveis de desenvolvimento as

taxas de fecundidade e de mortalidade são elevadas, nas sociedades de desenvolvimento mais

avançado essas taxas são baixas. Entre as duas situações ocorre a transição demográfica (Tabutin, sd.

Castiglioni, 2006).

Antes do processo da transição, tanto as taxas de natalidade como as de mortalidade são muito

elevadas, do que resulta um baixo crescimento. Tanto a natalidade como a mortalidade são elevadas,

equilibrando o crescimento dessas populações que evoluem lentamente. No decorrer do processo

transicional, as duas componentes do crescimento declinam de modo diferenciado. Inicialmente, as

taxas de mortalidade apresentam queda acentuada enquanto que as taxas de natalidade continuam

elevadas. Deste comportamento diferencial das componentes resulta um crescimento acelerado, que

foi qualificado como “explosão demográfica”. A seguir, a mortalidade continua em queda e a

natalidade começa, por sua vez, a declinar, do que resulta a continuação do crescimento

demográfico, porém em níveis decrescentes. No período após a transição as duas componentes

atingem níveis baixos e as taxas de crescimento são nulas ou quase nulas.

A teoria da transição demográfica é, grosso modo, universal, mas as peculiaridades dos processos de

desenvolvimento dos diversos contextos podem introduzir alterações na tendência clássica. O

modelo da transição demográfica, suas causas e consequências constituem o quadro teórico de

referência para o estudo e compreensão das modificações que ocorrem na dinâmica populacional.

O estudo das componentes do movimento natural, natalidade e mortalidade, é feito neste trabalho a

partir dos dados produzidos por duas fontes: o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE,

cuja base de dados é construída com as informações coletadas nos Cartórios de Registro Civil dos

Municípios, e o Ministério da Saúde, com base de dados construída com as Declarações de Óbitos

(DO) e Declarações de Nascidos Vivos (DN). O Ministério da Saúde implantou o sistema de coleta

em todas as Secretarias Municipais de Saúde do país. Os dados produzidos pelo Ministério da Saúde

formam o Sistema de informações sobre Mortalidade (SIM) e o Sistema de Informações sobre

Nascidos Vivos (SINASC).

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48

Cada uma destas fontes apresenta problemas específicos relacionados à cobertura e à exatidão do

conteúdo dos registros, entretanto observa-se uma melhoria gradativa na qualidade das informações

ao longo do tempo. Segundo o Ministério da Saúde, a cobertura do Sistema de Informações sobre

Mortalidade (SIM) do Espírito Santo ficou acima da média da região e do país no decorrer da última

década: 94% em 1993 e 2003. Já a cobertura do Sistema de informações sobre Nascidos Vivos

(SINASC) do estado ficou abaixo da média da região, entre 1996 a 2003: 95% em 1996 e 85% em

2003 (Ministério da Saúde, 2005).

O estudo dos nascimentos e dos óbitos é feito para todo o período disponível nos bancos de dados

utilizados. No estudo da evolução das tendências das componentes foram utilizados, para os

nascimentos, os dados do SINASC que cobrem o período de 1994 a 2007; e para a mortalidade, os

dados do SIM, disponíveis a partir de 1979. As análises mais detalhadas se referem ao ano de 2007,

uma vez que os dados de 2008 são considerados ainda preliminares. Os dados relativos à estrutura da

população por sexo e idade são os dados censitários fornecidos pelo IBGE.

3.1. Fecundidade

Os modelos de fecundidade são condicionados pela interação de determinantes demográficos,

biológicos, socioculturais e econômicos. (Tapinos, 1985). No estudo desta componente deve-se fazer

a distinção entre conceitos. A natalidade diz respeito aos nascimentos e seus indicadores relacionam

esses eventos à população média. A fecundidade traduz o comportamento reprodutivo das mulheres

em idade de procriação, o intervalo de 15 a 50 anos. Já a fertilidade é a capacidade fisiológica de

conceber uma criança.

3.1.1. Evolução e características

A transição demográfica do Brasil teve início na primeira metade do século XX quando a

mortalidade começou a declinar. Nos meados do século, como ocorre no modelo clássico, a

fecundidade mantinha-se elevada e as taxas de incremento demográfico atingiam valores de 3% ao

ano. Durante a segunda metade do século XX iniciou-se a queda da fecundidade e a redução

continuada das taxas de crescimento natural que declinaram de 2,99% no período de 1950 a 1960

para 1,64 entre 1991 e 2000 (Figura 3.1)

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49

Figura 3.1 - Brasil - Taxas de natalidade e de mortalidade (por 1000)

Fonte: Elaborado a partir dos dados publicados pelo IBGE, Censos demográficos e dados da Projeção da

População do Brasil por Sexo e Idade para o Período 1980-2050 – Revisão 2004, in Castiglioni, A. H. Revista

Fluminense de Geografia n. 4, 2006.

O processo de transição ainda não se completou: a mortalidade prosseguirá em queda, uma vez que

os níveis de mortalidade infantil não atingiram ainda níveis satisfatórios, e que a esperança de vida se

alonga. Todos os estados do país registraram estas transformações em seus padrões demográficos,

com níveis diferenciados devido às disparidades socioeconômicas que estão na base do processo

(Castiglioni, 2006). As tendências gerais do país são observadas no Espírito Santo, mas o processo

neste estado ocorreu com atraso devido a fatores históricos e estruturais. Atualmente o processo

ocorre a um ritmo mais acelerado no Estado com relação à situação do país.

Este estudo mostra, para cada componente, a situação do Espírito Santo e, para alguns aspectos, a da

Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV), contextos mais amplos nos quais se insere

Cariacica. Estas referências são importantes para a compreensão das características do município de

Cariacica e possibilitam análises comparativas.

3.1.2. Evolução e classificação dos nascimentos

O número anual de nascidos vivos é um indicador geral da natalidade. Faz-se necessário,

primeiramente, apresentar os conceitos utilizados no levantamento dos nascimentos:

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50

“nascido vivo É a expulsão ou a extração completa de um produto da concepção do

corpo materno, independentemente da duração da gestação, o qual, depois da separação

do corpo materno, respire ou dê qualquer outro sinal de vida, tais como: batimento do

coração, pulsação do cordão umbilical ou movimentos efetivos dos músculos da

contração voluntária, estando ou não cortado o cordão umbilical e estando ou não

desprendida a placenta” (PRINCÍPIOS..., 1974 apud IBGE, 2008).

O Ministério da Saúde publica anualmente os eventos segundo o Município de residência

da mãe e o local de ocorrência do nascimento. A figura 3.2 e a tabela 3.1 apresentam a

evolução do número de nascimentos relativos à Cariacica segundo esta dupla

classificação entre 1994 e 2007, período para o qual as informações são disponíveis. As

duas séries apresentam tendências crescentes até 1999 e decrescentes após esta data.

Figura 3.2 – Nascidos vivos por residência da mãe e por ocorrência segundo o ano do nascimento

– Cariacica – 1994-2007

Nascidos vivos por residência da mãe e

por ocorrência - Cariacica-1994-2007

0

1.500

3.000

4.500

6.000

7.500

9.000

1994

1995

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

Ano

N°.

de n

ascim

en

tos

Residência Ocorrência

Fonte: Elaboração da Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional com dados do MS/SINASC.

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51

Tabela 3.1 – Nascimentos por ocorrência e residência da mãe segundo o ano do nascimento -

Cariacica – 1994-2007

Ano do

nascimento

Nascimentos por

ocorrência

(A)

Nascimentos por

residência da mãe (B) (A)-(B)

% de (A) com

relação a (B)

1994 301 5.540 -5.239 5,43

1995 315 6.927 -6.612 4,55

1996 299 7.021 -6.722 4,26

1997 1.318 7.139 -5.821 18,46

1998 2.844 6.915 -4.071 41,13

1999 4.102 7.338 -3.236 55,90

2000 3.448 6.737 -3.289 51,18

2001 3.254 6.600 -3.346 49,30

2002 3.399 6.140 -2.741 55,36

2003 2.944 5.846 -2.902 50,36

2004 3.371 6.017 -2.646 56,02

2005 2.951 5.692 -2.741 51,84

2006 3.003 5.657 -2.654 53,08

2007 2.571 5.723 -3.152 44,92

Fonte: Elaboração da Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional com dados do MS/SINASC.

Os dados apresentados mostram que grande parte das gestantes de Cariacica deu à luz em outros

municípios, indicando que a infraestrutura local não comporta a demanda de cuidados de saúde

materno-infantis. No início do período considerado, entre 1994 e 1996, os nascimentos ocorridos no

município representavam de 4,3 a 5,4% dos nascimentos de residentes. As diferenças entre as duas

séries diminuem a partir de 1999 (1999 a 2006), mas os eventos ocorridos no município

correspondem, grosso modo, à metade dos nascimentos registrados por residência da mãe.

Esta situação é reproduzida, em escala maior pelo conjunto de municípios que formam o Estado. A

infraestrutura e os serviços de saúde do Espírito Santo estão concentrados nos maiores centros

urbanos, o que atrai a população do interior do município e também das unidades próximas. A figura

3.3 traduz esta situação: a RMGV e os maiores aglomerados situados fora desta região (Cachoeiro de

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52

Itapemirim, Colatina, Linhares e São Mateus) apresentam maior número de nascimentos por

ocorrência do que de residentes, e, o conjunto dos demais municípios apresenta tendência contrária1.

Figura 3.3 - Nascimentos por ocorrência e por residência da mãe – RMGV, Maiores centros

urbanos e Demais Municípios – 2007

25.130 25.758

8.071

10.476

17.819

14.636

0

5.000

10.000

15.000

20.000

25.000

30.000

N°.

de n

ascim

en

tos

RMGV Maiores centros

urbanos (*)

Demais municípios

Nascimentos por ocorrência e por residência da mãe - 2007

Nascimentos por residência da mãe Nascimentos por ocorrência

Fonte: Elaboração da Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional com dados do MS/SINASC.

(*) Cachoeiro de Itapemirim, Colatina, Linhares, São Mateus

Ao focalizar as unidades que formam a RMGV, observa-se que, com relação a este tema, as unidades

apresentam realidades muito heterogêneas. Com efeito, a infraestrutura e os serviços de saúde

materno-infantis estão concentrados em Vitória e em Vila Velha, o que atrai principalmente a

população dos municípios mais próximos que compõem a região.

A figura 3.4, com dados de 2007, mostra que os nascimentos que ocorrem na capital correspondem

ao triplo do número de nascimentos de seus residentes. Nos municípios de Cariacica, Serra, Viana e

Fundão um número significativo de gestantes busca atendimento fora de suas localidades. Na Serra e

1 Alguns municípios deste grupo não se enquadram neste modelo.

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53

em Cariacica, os nascimentos de mães residentes são o dobro dos nascimentos ocorridos nos próprios

municípios; em Viana e Fundão praticamente a totalidade dos eventos ocorre fora do município de

residência.

Figura 3.4 – Nascimentos por ocorrência e por residência da mãe

RMGV – 2007

5.723

2.571

243 2

1.5611.361

6.644

3.281

9290

5.597 5.242

4.433

13.301

0

2.000

4.000

6.000

8.000

10.000

12.000

14.000

N°.

de n

ascim

en

tos

Cariacica Fundão Guarapari Serra Viana Vila Velha Vitória

Nascimentos por ocorrência e por residência da mãe

RMGV – 2007

Nascimentos por residência da mãe Nascimentos por ocorrência

Fonte: Elaboração da Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional com dados do MS/SINASC.

Em todo o mundo nascem mais homens do que mulheres. A razão de sexo ou Índice de

masculinidade ao nascimento é um parâmetro que os demógrafos sempre consideraram como

intangível (Caselli, Vallin e Wunsch, 2001). Nos tempos atuais o valor do indicador é de,

aproximadamente, 105 nascimentos masculinos por 100 femininos. No decorrer da vida a

mortalidade diferencial por sexo vai, nas idades adultas, equilibrar a razão e, nas idades mais

avançadas, inverter os valores em favor das mulheres. Os valores da relação apresentam-se mais

baixos ao nascimento em países com níveis de mortalidade elevada, podem apresentar-se acima do

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54

nível esperado, em decorrência de políticas ou de razões culturais, como ocorre em regiões da China

e da Índia.

A tabela 3.2 contém a distribuição dos nascimentos em alguns anos mais recentes segundo o sexo

para alguns anos. Os valores da razão de sexo corroboram as tendências universais, mas são

superiores aos valores esperados, em 2006 e inferiores, em 2007, sugerindo incompletude ou falhas

na cobertura dos eventos.

Tabela 3.2 – Nascimentos por residência da mãe segundo o sexo Cariacica – 1994 a 2007

Indicadores Anos de referência

1994 2000 2005 2006 2007

Nascimento por residência da mãe

Ambos os sexos

Homens

Mulheres

Ignorada

Razão de sexo ao nascimento (por

100)

5.540

2.817

2.688

35

104,80

6.737

3.472

3.262

3

106,44

5.692

2.926

2.763

3

105,90

5.657

2.960

2.697

109,75

5.723

2.854

2.869

99,48

Fonte: Elaboração da Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional com dados do MS/SINASC.

3.1.3. Medidas2 e características da natalidade do Município de Cariacica

A Taxa Bruta de Natalidade (TBN), a medida mais geral da mortalidade, é a relação entre o

número de nascidos vivos em um ano e a população média desse ano, expressa por mil.

1000*2/)PP[(

NTBN

1tt

1t,t

Onde: t, t+1 = são os instantes inicial e final do ano.

Em geral, nas sociedades menos desenvolvidas, as taxas de natalidade atingem ou ultrapassam os

valores de 40 nascimentos por mil habitantes. Nos países de desenvolvimento mais avançado, que já

completaram a transição demográfica, as taxas giram em torno de 9 a 14 por mil.

A TBN não é um indicador refinado dos níveis de fecundidade das populações, por várias razões: (i)

seu valor é afetado pela repartição por idade e sexo da população; (ii) o indicador relaciona os

2 Sobre a construção de indicadores de fecundidade consultar Wunsch e Termote, 1978.

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eventos “Nascimentos” à população média total que não é a população na qual os eventos poderiam

ocorrer, uma vez que na composição deste denominador entram os próprios nascidos vivos, homens,

mulheres em idades não reprodutivas. No entanto deve-se reconhecer a importância desta medida:

além da facilidade para sua obtenção, mesmo para as regiões carentes de informações, este indicador

fornece informações sobre os níveis de natalidade e compõe, com a Taxa Bruta de Mortalidade, o

cálculo do crescimento demográfico.

A Tabela 3.3 apresenta estimativas que fornecem uma visão geral da tendência de indicadores

demográficos do Espírito Santo, no período de 1991 a 2030. Foram elaboradas pelo

IBGE/DPE/Coordenação de População e Indicadores Sociais para subsidiar os trabalhos de projeções

populacionais. O valor da TBN do Espírito Santo, de 24,21 nascimentos vivos por mil habitantes em

1991, declina e atinge o valor de 16,16 em 2010 e em 2030, segundo as estimativas, o valor atingirá

11,86.

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56

Tabela 3.3 – Indicadores de fecundidade implícitos nas projeções populacionais – Espírito Santo – 1991/2030

Indicadores demográficos Anos de referência

1991 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030

Nascimentos 63.420 61.480 60308 59.680 57.579 55.147 53.063 51.666 50.314

Taxa bruta de natalidade 24,21 21,60 19,46 17,88 16,16 14,64 13,45 12,58 11,86

Taxas específicas de fecundidade por

grupos de idades das mulheres

15 a 19

20 a 24

25 a 29

30 a 34

35 a 39

40 a 44

45 a 49

0,0870

0,1685

0,1431

0,0840

0,0460

0,0195

0,0049

0,0837

0,1497

0,1243

0,0733

0,0386

0,0135

0,0029

0,0808

0,1333

0,1079

0,0640

0,0322

0,0083

0,0011

0,0812

0,1306

0,0978

0,0519

0,0238

0,0059

0,0007

0,0814

0,1290

0,0916

0,0445

0,0186

0,0044

0,0005

0,0815

0,1281

0,0882

0,0404

0,0158

0,0036

0,0004

0,0816

0,1275

0,0859

0,0377

0,0139

0,0031

0,0003

0,0816

0,1272

0,0848

0,0364

0,0130

0,0028

0,0002

0,0817

0,1271

0,0842

0,0357

0,0125

0,0027

0,0002

Taxa de fecundidade total 2,77 2,43 2,14 1,96 1,85 1,79 1,75 1,73 1,72

Taxa bruta de reprodução 1,35 1,19 1,04 0,96 0,90 0,87 0,85 0,84 0,84

Fonte: IBGE/DPE/Coordenação de População e Indicadores Sociais. Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica.

Projeto UNFPA/BRASIL (BRA/02/P02) – População e Desenvolvimento – Sistematização das medidas e indicadores sociodemográficos oriundos da Projeção (preliminar) da população por sexo e idade, por

método demográfico, das Grandes Regiões e Unidades da Federação para o período 1991/2030.Elaboração: Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional

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A fecundidade expressa o desempenho reprodutivo efetivo de uma mulher ou de um grupo de

mulheres que já completaram o período reprodutivo, que se estende de 15 a 50 anos. A fecundidade

apresenta uma grande variabilidade no decorrer do período fecundo, definido como o intervalo de 15

a 49 anos para as mulheres. Devido a esta variabilidade é necessário construir um indicador que

considere a repartição dos nascimentos segundo a idade da mãe.

A Taxa Específica de Fecundidade por Idade (TEF), que permite controlar o efeito da estrutura

por idade, é calculada relacionando os nascimentos vivos tidos por mulheres de determinada idade

ou grupo de idades (nNx) ao efetivo de mulheres da mesma idade ( fxnP ):

fxn

xn

P

NTEF

Onde: n, x e p = são respectivamente, o intervalo de tempo, a idade e a população feminina.

As curvas de fecundidade por idade do Espírito Santo, apresentadas na figura 3.5 mostram que o

declínio da fecundidade ocorreu em todas as idades entre 1991, 2010 e 2030, com exceção do grupo

mais jovem que apresentou tendência contrária, fenômeno denominado de “gravidez na

adolescência”. A fecundidade atinge seus níveis mais elevados entre as idades de 20 e 30 anos,

quando a fertilidade é mais elevada. Neste intervalo ocorrem quase 60% do total de nascimentos.

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Figura 3.5 - Taxas específicas de fecundidade por idade Espírito Santo – 1991, 2010 e 2030

0,00

0,03

0,06

0,09

0,12

0,15

0,18

15 a 19 20 a 24 25 a 29 30 a 34 35 a 39 40 a 44 45 a 49

Faixa etária

TEF

1991 2010 2030

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados publicados pelo IBGE.

UNFPA/Brasil - IBGE (2006)

As taxas de fecundidade calculadas para as idades ou grupos de idades fecundas são sintetizadas pela

Taxa de Fecundidade Total, o indicador conjuntural da fecundidade.

A Taxa de Fecundidade Total expressa o número médio de filhos nascidos vivos tidos por mulher.

É construída pela soma das taxas específicas de fecundidade:

xTEFTFT

Para grupos quinquenais, a TFT é expressa por:

xnTEFTFT

Onde:

n, x = são respectivamente, o intervalo de tempo e a idade.

α e β representam a idade inicial e final do período fecundo.

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O Espírito Santo apresentava até meados do século XX, uma sociedade com sólida base rural e

padrões de fecundidade similares aos das regiões menos desenvolvidas do país: o número médio de

filhos por mulher, o indicador que sintetiza a fecundidade, era superior a sete. A partir da década de

sessenta a introdução e a difusão de métodos contraceptivos associadas a um intenso processo de

redistribuição da população da região rural para a urbana e às mudanças na estrutura produtiva do

Estado provocam a redução do modelo familiar amplo adotado na economia agrária.

O indicador de fecundidade cai para 6,4 em 1970. Para referência comparativa, o número médio de

filhos por mulher é superior a 6 filhos nas sociedades de forte fecundidade. O descenso se acentua

nas duas décadas seguintes e prossegue com um ritmo mais lento na década de 90. No final do século

XX a fecundidade converge para os mesmos níveis da região Sudeste, de 2,1 filhos por mulher. Em

2010 o número de filhos declina para 1,85 e, em 2030 deverá declinar ainda para 1,72, segundo as

estimativas do IBGEDPE – Projeto UNFPA/Brasil (Tabela 3.3). A evolução apresentada por países

que se encontram na fase pós-transição, com famílias muito reduzidas fornece indicativos para os

níveis de convergência deste indicador: em muitos destes países as mulheres têm em média 1,2

filhos, valor este muito abaixo da taxa de reposição da população, o que tem incentivado a prática de

políticas pró-natalistas.

A Taxa Bruta de Reprodução indica o número médio de filhas tidas nascidas vivas pelas mulheres,

sem considerar o efeito da mortalidade das novas gerações3. O cálculo é o mesmo da TFT, levando

em conta somente as filhas.

fTEFTBR

Grupos quinquênais:

fxnTEFnTBR

A TBR informa sobre a substituição de uma população. O valor do indicador igual a 1 significa que,

em média cada mulher seria substituída por uma filha, na próxima geração de mães. Em 1991, o

valor do indicador, estimado pelo IBGE para o Espírito Santo é igual a 1,35 indicando que o grupo

de filhas formará um grupo de mães maior que o considerado na época. Em 2000 já se observa uma

3 A Taxa Líquida de Reprodução leva em consideração a mortalidade, mas o seu cálculo não será abordado neste trabalho.

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igualdade entre os dois grupos, de mães e de filhas e, a partir daí os valores são inferiores à unidade

indicando que o contingente de futuras mães se reduzirá. O valor projetado para 2030 é de 0,84

(Tabela 3.3).

A Taxa de reposição indica o nível que a taxa de fecundidade total deve atingir para que a

população permaneça constante, que é de 2,1 filhos por mulher. Nas projeções do IBGE para o

Estado, o número de filhos por mulher é mais elevado que a taxa de reposição até 2000, a seguir a

fecundidade fica cada vez mais abaixo do nível de reposição das gerações.

Os indicadores de fecundidade Cariacica, em 2000, apresentados na tabela 3.4 foram calculados a

partir das informações do censo relativas ao número total de mulheres de 10 anos ou mais de idade, e

do número de mulheres que tiveram filhos nascidos vivos no período de referência de 12 meses

anteriores ao Censo. Pode-se notar que o Município de Cariacica apresenta para vários indicadores

demográficos valores que correspondem à situação média do Estado: A Taxa Bruta de Natalidade

estimada a partir dos registros do SINASC e da população fornecida pelo IBGE caiu de 23,02 por

mil habitantes em 1996 à 21 em 2000. A Taxa de Fecundidade Total obtida a partir dos dados do

censo é de 2,08 filhos por mulher e a Taxa bruta de Reprodução é de 1,01 filhas por mulher. Os

indicadores calculados com os dados dos nascidos vivos fornecidos pelo SINASC em 2000

apresentam em geral valores mais elevados.

Tabela 3.4 - Indicadores de fecundidade – Cariacica – 1996 e 2000

Grupos de idade das mulheres/Indicadores

Taxas Específicas de Fecundidade

1996 2000

Fonte NV: SINASC Fonte NV: SINASC Fonte NV: IBGE

10 a 14 0,00313 0,00265 0,00717

15 a 19 0,09434 0,08587 0,06791

20 a 24 0,15692 0,13263 0,12480

25 a 29 0,12543 0,11212 0,09872

30 a 34 0,06921 0,06720 0,06943

35 a 39 0,03236 0,03187 0,04268

40 a 44 0,00884 0,00851 0,00348

45 a 49 0,00173 0,00046 0,00161

Taxa Bruta de Natalidade (por mil) 23,02 21,0 19,4

Taxa de Fecundidade Total 2,46 2,21 2,08

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Taxa Bruta de Reprodução 1,20 1,08 1,01

Fonte: Elaboração da Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional com dados do MS/SINASC

Dados da população: IBGE, Censos 1996 e 2000.

As tabelas 3.5 e 3.6 apresentam a série de nascimentos de residentes de Cariacica distribuídos pela

idade da mãe, no período de 1994 a 2007. Em todo o período o número de nascimentos é mais

elevado no intervalo de 15 a 29 anos e depois declina gradativamente à medida que a idade cresce. A

maior incidência de nascimentos ocorre, em todos os anos, no grupo de mães de 20 a 24 anos, e a

idade média das mães, de mais ou menos 25 anos, traduz esta distribuição.

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Tabela 3.5 - Nascimentos por residência da mãe por Ano do nascimento segundo a Idade da mãe – Cariacica – 1994-2007

Idade da mãe 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

10 a 14 anos 23 54 53 50 52 54 44 63 57 43 51 34 32 40

15 a 19 anos 1.086 1.458 1.573 1.685 1.606 1.703 1.487 1.516 1.272 1.208 1.247 1.187 1.165 1.168

20 a 24 anos 1.849 2.245 2.264 2.308 2.212 2.367 2.187 2.107 2.014 1.847 1.969 1.773 1.672 1.696

25 a 29 anos 1.352 1.614 1.665 1.664 1.581 1.683 1.598 1.496 1.426 1.441 1.458 1.385 1.451 1.507

30 a 34 anos 721 950 917 914 940 1.008 904 920 873 798 804 847 833 833

35 a 39 anos 326 379 371 364 364 394 407 395 400 419 394 387 394 384

40 a 44 anos 69 116 84 105 99 81 93 90 87 78 93 75 99 88

45 a 49 anos 11 7 12 8 9 7 4 4 5 3 - 4 10 7

50 a 54 anos - - - - - - - - - - - - 1 -

Idade ignor. 103 104 82 41 52 41 13 9 6 9 1 0 0 0

TOTAL 5.540 6.927 7.021 7.139 6.915 7.338 6.737 6.600 6.140 5.846 6.017 5.692 5.657 5.723

Fonte: Elaboração da Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional com dados do MS/SINASC.

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Tabela 3.6 - Nascimentos por residência da mãe por Ano do nascimento segundo a Idade da mãe (%) – Cariacica – 1994-2007

Idade da mãe 1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

10 a 14 anos 0,42 0,79 0,76 0,70 0,76 0,74 0,65 0,96 0,93 0,74 0,85 0,60 0,57 0,70

15 a 19 anos 19,97 21,37 22,67 23,74 23,40 23,34 22,11 23,00 20,74 20,70 20,73 20,85 20,59 20,41

10 a 19 anos 20,40 22,16 23,43 24,44 24,16 24,08 22,77 23,96 21,67 21,43 21,58 21,45 21,16 21,11

20 a 24 anos 34,01 32,90 32,63 32,52 32,23 32,44 32,53 31,97 32,83 31,64 32,73 31,15 29,56 29,63

25 a 29 anos 24,87 23,66 23,99 23,44 23,04 23,06 23,77 22,70 23,25 24,69 24,24 24,33 25,65 26,33

30 a 34 anos 13,26 13,92 13,22 12,88 13,70 13,81 13,44 13,96 14,23 13,67 13,36 14,88 14,73 14,56

35 a 39 anos 6,00 5,55 5,35 5,13 5,30 5,40 6,05 5,99 6,52 7,18 6,55 6,80 6,96 6,71

40 a 44 anos 1,27 1,70 1,21 1,48 1,44 1,11 1,38 1,37 1,42 1,34 1,55 1,32 1,75 1,54

45 a 49 anos 0,20 0,10 0,17 0,11 0,13 0,10 0,06 0,06 0,08 0,05 0,00 0,07 0,18 0,12

50 a 54 anos - - - - - - - - - - - - 0,02 -

TOTAL 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00 100,00

Idade média 25,23 25,13 24,90 24,80 24,89 24,85 25,06 24,97 25,24 25,35 25,22 25,40 25,61 25,53

Fonte: Elaboração: Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional com dados do MS - Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos – SINASC

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64

A curva que representa a distribuição dos nascimentos segundo os grupos de idade das mães

residentes em Cariacica, relativa ao ano de 2007 (figura 3.6) apresenta, de modo geral, as tendências

clássicas e é representativa da fecundidade do período considerado.

Figura 3.6 – Nascimentos por residência da mãe segundo a idade da mãe

Cariacica - 2007

Nascimento por residência da mãe segundo Idade da mãe

Cariacica - 2007

1.168

1.507

833

384

788

1.696

40

0

300

600

900

1200

1500

1800

10 a 14 15 a 19 20 a 24 25 a 29 30 a 34 35 a 39 40 a 44 45 a 49

Grupos de idades

de n

ascim

en

tos

Fonte: Elaboração da Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional com dados do MS/SINASC.

Os registros do MS/SINASC fornecem também informações sobre características pessoais das mães,

dentre as quais o estado civil. A figura 3.7 revela tendências importantes. Não obstante o curto

período considerado é patente o aumento do número de mães solteiras, que a partir de 2005 passa a

ser superior ao das casadas. Deve-se ressaltar que há um número elevado de pessoas que não

informaram seu estado civil (21,2% em 2005 e 14,5% em 2007), o que prejudica a análise da

distribuição e, ainda, uma queda acentuada de pessoas que se declararam em união consensual, que

apresenta valores mínimos a partir de 2005. É provável que uma parte importante das não respostas

se enquadre em união consensual, cuja curva apresenta uma brusca mudança no decorrer do período

considerado, no qual esta categoria continua a ter uma importante representação na população em

geral. Pode ser também que, mulheres vivendo em união consensual, tenham se declarado

“solteiras”.

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65

Figura 3.7 - Nascimentos por residência da mãe por ano de nascimento e Estado Civil da mãe –

Cariacica – 1999 a 2007

Nascimentos por residência e estado civil da mãe

Cariacica - 1999-2007

0

10

20

30

40

50

60

1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

Ano de nascimento

%

Solteira Casada

Viúva ou separada judicialmente União consensual

Ignorado

Fonte: Elaboração da Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional com dados do MS/SINASC.

A Figura 3.8 mostra que esta situação não é particularidade de Cariacica. Em 2007, em todos os

municípios da RMGV, assim com no Estado como um todo, o estado civil predominante é o das

solteiras. Esta tendência é confirmada pelos dados de 2005, à exceção de Viana, que apresentou nesta

data uma pequena predominância das casadas. A representação das solteiras tem seus maiores

valores em Guarapari (62,7%), Fundão (62,6%), e na Serra (61,2%). Com quase metade das mães

que tiveram filhos em 2007 pertencentes à categoria “solteira” (49,1%), Cariacica apresenta níveis

similares ao comportamento médio das unidades do Estado, de 48,8%. Deve-se ressaltar que os

valores elevados da categoria “Ignorado” só são encontrados em Cariacica e Viana, justamente os

dois municípios que apresentam também as menores proporções de mães “solteiras”

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66

Figura 3.8 - Nascimentos por residência da mãe e Estado Civil da mãe – RMGV –2007

Nascimentos por residência e estado civil da mãe

RMGV - 1999-2007

0

10

20

30

40

50

60

70

Cariacica Fundão Guarapari Serra Viana Vila Velha Vitória Espírito

Santo

%

Solteira Casada Outros Ignorado

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SVS/DASIS

As séries apresentadas nas tabelas 3.5 e 3.6 mostram uma tendência que traz preocupações para toda

a sociedade: a elevada incidência da fecundidade precoce, a chamada gravidez na adolescência,

período compreendido entre 10 e 19 anos, caracterizado por importantes mudanças físicas e

psicológicas.

A gravidez na adolescência acarreta sérias consequências para os adolescentes envolvidos, que, em

geral, não têm maturidade emocional nem condições financeiras para assumir a criação e educação

dos filhos, para os filhos que nascem, para suas famílias e para a sociedade. A gravidez na

adolescência ocorre em todos os níveis sociais, mas a incidência tende a ser maior nas populações de

baixa renda.

No artigo “Gravidez na Adolescência” Maria Silvia de Souza Vitalle e Olga Maria Silvério Amancio

da UNIFESP/EPM comentam sobre as consequências desta ocorrência:

A gravidez na adolescência tem sérias implicações biológicas, familiares,

emocionais e econômicas, além das jurídico-sociais, que atingem o indivíduo

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67

isoladamente e a sociedade como um todo, limitando ou mesmo adiando as

possibilidades de desenvolvimento e engajamento dessas jovens na sociedade.

Devido às repercussões sobre a mãe e sobre o concepto é considerada gestação de

alto risco pela Organização Mundial da Saúde (OMS 1977, 1978), porém,

atualmente postula-se que o risco seja mais social do que biológico. (Vitalle e

Amancio, 2001).

Em Cariacica, a porcentagem dos nascimentos do grupo de 10 a 19 anos é significativa, contribuindo

por mais de 20% da fecundidade em todo o período considerado na análise, atingindo 23,4% em

1996, 24,4% em 1997, 24,2% em 1998, 24.1% em 1999 e 24% em 2001. A partir de 2002 observa-se

um pequeno declínio, mas a participação deste grupo em 2007 é ainda de 21,1%.

O problema social deste grupo pode ser apreendido na análise do perfil dessas mães adolescentes

com relação ao estado civil (figura 3.9). Dentre as mais jovens, de 10 a 14 anos, 87% se declararam

solteiras. O percentual desta categoria também é elevado para o grupo de adolescentes de 15 a 19

anos: 71,5%. Estes índices são bem mais elevados que a média de mães solteiras do Município, que é

de 48,8%.

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68

Figura 3.9 – Nascimentos por residência de mães solteiras segundo a idade da mãe (%) -

Cariacica - 2007

Nascimentos por residência de mães solteiras (%) - Cariacica-2007

86,9

71,4

54,9

48,8

42,1

32,6

30,633,0

40,1

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

100,0

10 a 14 15 a 19 20 a 24 25 a 29 30 a 34 35 a 39 40 a 44 45 a 49 Total

Grupos de idades

(%)

Fonte: Elaboração da Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional com dados do MS/SINASC.

A quase totalidade dos nascimentos, cujas mães residiam em Cariacica ocorreu em hospitais: 5.711

dentre os 5.723 nascimentos, o que representa 99,8% do total de eventos ocorridos em 2007. As

informações mostram que a grande maioria procura os serviços médicos durante a gestação (figura

3.10). Com relação ao número de consultas, em 2007 63,6% das mães tiveram 7 ou mais consultas.

Considerando-se 4 ou mais consultas, o percentual das mulheres atendidas sobe à 93% dentre as que

tiveram filhos em 2007. A representação das gestantes que não buscam assistência pré-natal declinou

no curto período considerado, em 2007 elas representavam apenas 2,3% do total.

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69

Figura 3.10 - Nascimentos por residência da mãe por ano de nascimento e consultas pré-natal –

Cariacica – 2007

Nascimentos por residência da mãe e consultas pré-natal

Cariacica - 2007

0

10

20

30

40

50

60

70

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007

%

Nenhuma De 1 a 3 consultas De 4 a 6 consultas 7 ou mais consultas Ignorado

Fonte: Elaboração da Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional com dados do MS/SINASC.

3.2. Mortalidade

A duração da vida humana é determinada por uma diversidade de causas que decorrem de fatores

que atuam em vários níveis. A nível individual atuam fatores biológicos e genéticos e os

comportamentais, no entanto, os principais determinantes dos níveis da mortalidade situam-se no

nível coletivo: são as características do contexto socioeconômico, sanitário e cultural que explicam

as diferenças da mortalidade entre países, regiões de um mesmo país, classes sociais, níveis culturais,

categorias profissionais, entre outras.

Vários fatores contribuíram para aumentar substancialmente a duração da vida humana ao longo dos

dois últimos séculos: a melhoria da quantidade e qualidade dos alimentos e sua diversificação, a

melhoria da higiene pública e individual, a elevação dos níveis educacionais, os avanços médicos e

científicos, principalmente.

3.2.1. O declínio da mortalidade

Um dos princípios da teoria clássica da transição demográfica é o da anterioridade da queda da

mortalidade sobre a da fecundidade. Este postulado se verificou no Brasil, onde a transição

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70

demográfica começou na primeira metade do século XX quando a mortalidade começou a declinar,

bem antes que a fecundidade.

A esperança de vida ao nascimento é o indicador que resume a duração de vida de uma população e

exprime o número médio de anos vividos por uma geração de nascidos vivos. É considerado como

um dos melhores indicadores do nível de desenvolvimento de uma região.

A esperança de vida ao nascimento do país era de 42,74 anos na década de 1940 (IBGE, 1988) e

subiu para 45,90 anos em 1950, atingindo o patamar de 68,55 anos em 2000. Os ganhos de duração

de vida foram significativos, sobretudo nas últimas décadas do século, devido, sobretudo às

melhorias ocorridas na área de saúde, em particular na área materno-infantil, que provocou a queda

da mortalidade infantil. Na segunda metade do século XX os ganhos de duração de vida foram

significativos: a vida dos brasileiros foi alongada, em média, em 22,65 anos. Em 2010 os níveis do

indicador são estimados em 73,40 anos para ambos os sexos, 69,68 para os homens e 77,26 para as

mulheres (IBGE, Revisão 2008). Neste século, a duração da vida tende a prosseguir sua tendência

crescente, pois as conquistas médicas e sociais propiciarão uma vida mais longa à população assim

como a continuidade de redução da mortalidade infantil, cujos níveis estão ainda acima dos

desejados.

Os níveis de mortalidade geral e, de modo especial os de mortalidade infantil, refletem as

modificações sociais, econômicas e sanitárias de uma sociedade. (Tabutin in Gerard). O indicador de

mortalidade infantil é um indicador muito sensível às condições de vida da sociedade, assim trata-se

de um indicador muito relevante para a avaliação do nível de vida de uma população, pois reflete o

processo de desenvolvimento de uma região, suas melhorias como também suas vicissitudes.

As taxas de mortalidade infantil do Brasil apresentaram queda acentuada no decorrer do século XX:

os valores das taxas atingiam 158,27 mortes de menores de 1 ano por mil nascidos vivos na década

de 1930, baixam progressivamente, caindo, em 2005 para 25,8 por mil (IBGE, Revisão 2004).

Segundo o PRB, Population Reference Bureau, a TMI do Brasil em 2009 é de 24 mortes de menores

de 1 ano por mil nascidos vivos (PRB, 2009).4. Este valor é ainda elevado quando comparado aos

valores apresentados pelos países de desenvolvimento mais avançado, onde o índice atinge valores

4 A TMI estimada pelo IBGE para o país em 2010 é de 21,6 mortes por mil nascidos vivos. (IBGE, Revisão 2008).

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71

mínimos, entre 2,8 e 3 por mil. É igualmente elevado quando comparado aos países da América do

Sul: Colômbia (19), Venezuela (16,5), Argentina (12,9), Uruguai (10,5), Chile (7,6)

As tendências de declínio da mortalidade geral e infantil são também apresentadas pelo Espírito

Santo. Os níveis dos indicadores sempre foram menores no Estado que os níveis médios

apresentados para o país. Concorreram para esta situação a extensão do território que não apresenta

extremos de heterogeneidade como acontece em outros estados, e a formação de sua população,

composta majoritariamente por imigrantes europeus, cujos hábitos e costumes influenciaram

positivamente os modos de vida da população. A esperança de vida já mais elevada que a do

conjunto do país em 1940, quando era de 47,19 anos, evolui sempre com valores superiores à média

do país. No ano de 2010 a esperança de vida ao nascimento, segundo estimativas do IBGE/DPE é de

74,53 anos para ambos os sexos, 70,99 para os homens e 78,24 para as mulheres (tabela 3.7).

Segundo as projeções do IBGE/DPE, em 2030 os níveis passarão a 78,95 para ambos os sexos; 75,65

para os homens e 82,41 para as mulheres.

A evolução do indicador de mortalidade infantil mostra também uma situação melhor para o Espírito

Santo, com relação à média do país. Na década de 1930, a TMI do Brasil era de 158,27 mortes de

crianças de menos de 1 ano por 1000 nascidas vivas bem superior à do Espírito Santo, que era de

139,30. Na década de 1970, o nível havia declinado para 60,73 no Estado, contra 87,88 do Brasil

(IBGE, 1988). Seguindo a tendência apresentada pelo país, houve também uma redução importante

dos níveis do indicador nas últimas décadas: em 2005, a TMI do Espírito Santo era de 20,2 contra

25,80 do Brasil (IBGE, Revisão 2004).

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Tabela 3.7 – Indicadores de mortalidade implícitos nas projeções populacionais – Espírito Santo – 1991/2030

Indicadores demográficos Anos de referência

1991 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030

Óbitos totais 15.470 16.670 18.262 19.708 21.327 23.072 25.139 27.714 30.994

Taxa bruta de mortalidade 5,90 5,86 5,89 5,90 5,99 6,13 6,37 6,75 7,31

Óbitos de menores de 1 Ano 1.898 1.711 1.417 1.202 994 812 671 560 473

Taxa de mortalidade infantil (por mil

nascidos vivos):

Ambos os sexos

Homens

Mulheres

31,70

34,60

28,70

27,80

30,30

25,10

23,50

25,70

21,10

20,10

22,20

17,90

17,20

19,20

15,00

14,70

16,50

12,70

12,60

14,30

10,80

10,80

12,40

9,20

9,40

10,70

8,00

Esperança de vida ao nascer

Ambos os sexos

Homens

Mulheres

69,39

65,60

73,36

70,40

66,69

74,30

71,65

68,02

75,47

73,14

69,56

76,90

74,53

70,99

78,24

75,80

72,32

79,46

76,96

73,54

80,56

78,01

74,65

81,54

78,95

75,65

82,41

Fonte: IBGE/DPE/Coordenação de População e Indicadores Sociais. Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica.

Projeto UNFPA/BRASIL (BRA/02/P02) – População e Desenvolvimento – Sistematização das medidas e indicadores sociodemográficos oriundos da Projeção (preliminar) da população por sexo e idade, por

método demográfico, das Grandes Regiões e Unidades da Federação para o período 1991/2030.

Elaboração: Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional.

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73

3.2.2. Evolução e classificação dos óbitos

A cobertura dos registros de óbitos é melhor que a dos nascimentos, devido à exigência do atestado

de óbito para realização do enterro. A cobertura, porém não é completa, pois há situações em que o

registro não é efetuado, como, por exemplo, em casos de mortes violentas com ocultação do corpo,

desaparecimento, sepultamento em cemitérios clandestinos, entre outras.

Nos registros de óbitos, assim como nos de nascimentos, os eventos são classificados segundo o

local de residência do falecido e o local de ocorrência do evento. Neste estudo da mortalidade foram

utilizados os dados disponibilizados pelo SIM para os óbitos e os dados censitários para a população.

A figura 3.11 apresenta a evolução do número de óbitos ocorridos em Cariacica segundo dupla

classificação entre 1979 e 2007, período para o qual as informações do SIM são disponíveis.

A situação descrita para os nascimentos se repete: os óbitos de residentes de Cariacica são mais

numerosos do que os eventos que ocorreram no Município, em todo o período considerado. Até 2002

o número de óbitos de residentes era bem mais que o dobro dos eventos ocorridos no Município. Nos

últimos anos registra-se uma pequena diminuição desta relação, mas os óbitos de residentes são

ainda 1,7 vezes maior que os classificados por ocorrência no Município.

Figura 3.11 – Óbitos por residência e ocorrência – Cariacica – 1979 a 2007

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74

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SVS/DASIS

A situação descrita decorre das inter-relações estreitas existentes entre as unidades que compõem a

RMGV assim como da posição privilegiada que a capital ocupa quanto à infraestrutura e à oferta de

serviços de saúde. Os hospitais, serviços especializados e equipamentos concentrados em Vitória

atraem a população das outras unidades do Estado, em especial dos Municípios que compõem a

RMGV.

A Figura 3.12 apresenta a evolução do número de óbitos por residência e por ocorrência

considerando-se o conjunto da RMGV. As duas séries apresentam tendências crescentes, tendência

esta também apresentada pela população da região ao longo do período considerado. Os óbitos por

ocorrência são mais numerosos e a diferença entre as duas séries corresponde à população de outros

municípios e também de estados vizinhos que vem buscar os serviços de saúde da região da capital.

Vale ressaltar que a diferença entre as duas séries não apresentou um aumento expressivo entre 1979

e 2007. A diferença entre óbitos de residentes e por ocorrência era de 768 óbitos em 1979, passando

a 1017 em 2007.

Figura 3.12 – Óbitos por ocorrência e residência segundo o ano do óbito RMGV – 1979-2007

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM.

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75

A figura 3.13 indica que as maiores inter-relações ocorrem entre as unidades que compõem a

RMGV. Os dados são indicativos das relações que se processam no interior da região quanto à

utilização da infraestutura médico hospitalar. Vitória apresenta-se como uma unidade diferenciada

das demais com relação à concentração de óbitos por ocorrência, que são mais do que o dobro dos

óbitos de residentes. Modelo oposto é o apresentado por Cariacica, que apresenta as maiores

diferenças entre as duas séries: os óbitos de grande parte dos habitantes ocorrem fora do município

de residência, certamente em Vitória. No ano de 2007, a diferença entre os registros de óbitos por

ocorrência e por residência foi de 836 óbitos.

Figura 3. 13 – Óbitos por ocorrência e por residência – RMGV – 2007

2094

1258

81 66

573380

19642137

371 184

2343 22431888

4073

0

1500

3000

4500

N°.

de ó

bito

s

Cariacica Fundão Guarapari Serra Viana Vila Velha Vitória

Óbitos por ocorrência e por residência - RMGV - 2007

Óbitos por residência Óbitos por ocorrência

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM.

3.2.3. Características e medidas5 da mortalidade do Município de Cariacica

A mortalidade é diferencial com relação à característica “sexo”. A figura 3.14 apresenta a evolução

do número de óbitos de residentes de Cariacica segundo o sexo no período de 1970 a 2007. Os níveis

das curvas traduzem a predominância de óbitos do sexo masculino em todo o período. A

sobremortalidade masculina é expressa pela Razão de Sexo que apresenta valores crescentes: em

1979 ocorreram 141,2 óbitos masculinos por 100 femininos, em 2007 a relação sobe para 166, 1.

5 Sobre indicadores de mortalidade consultar Wunsch e Termote, 1978.

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76

Figura 3.14– Óbitos de residentes segundo o sexo – Cariacica – 1979 a 2007

Óbitos de residentes segundo o sexo – Cariacica - 1979-2007

0

500

1000

1500

1979

1981

1983

1985

1987

1989

1991

1993

1995

1997

1999

2001

2003

2005

2007

Ano

N°.

de ó

bit

os

Homens Mulheres

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM.

A mortalidade é também diferencial com relação à idade. A curva que traduz a incidência da

mortalidade segundo as idades apresenta tendências universais: níveis mais elevados no primeiro ano

de vida, a seguir decréscimo rápido a níveis que se mantêm baixos até o início da vida adulta e, a

seguir, aumento progressivo dos riscos de morte à medida que a idade avança.

Os riscos de morte são superiores para o sexo masculino em todas as idades, mesmo quando se

considera a mortalidade intrauterina. A explicação da sobremortalidade masculina é devida à ação de

vários fatores. Os fatores biológicos aparecem como determinantes importantes da mortalidade

diferencial por sexo e a eles se somam os fatores comportamentais que levam o homem a uma maior

exposição ao risco (Castiglioni, 1994).

A figura 3.15 apresenta o número de óbitos de residentes de Cariacica em 2007. As curvas de

mortalidade por idade segundo o sexo traduzem os comportamentos diferentes dos dois sexos face

aos riscos de morte. Pode-se observar neste gráfico o aumento da incidência de óbitos masculinos

nas idades jovens-adultas. As medidas da sobremortalidade masculina segundo a idade,

representadas na figura 3.16 atingem níveis máximos nas idades jovens, entre 15 e 30 anos, quando

os fatores comportamentais passam a ser os determinantes principais da mortalidade masculina.

Page 78: DINÂMICA POPULACIONAL DE CARIACICA · CST – Companhia Siderúrgica de Tubarão CVRD – Companhia Vale do Rio Doce ... Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas

77

Figura 3.15 – Óbitos de residentes por idade e sexo – Cariacica – 2007

0

40

80

120

160

200

< 1

ano

1-4

5-9

10-1

4

15-1

9

20-2

4

25-2

9

30-3

4

35-3

9

40-4

4

45-4

9

50-5

4

55-5

9

60-6

4

65-6

9

70-7

4

75-7

9

80+

Nº d

e ó

bit

os

Grupo etário

Óbitos de residentes por idade e sexo - Cariacica - 2007

Masculino Feminino

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM.

Figura 3.16 – Sobremortalidade masculina na população residente – Cariacica – 2007

0

300

600

900

1200

< 1

ano

1-4

5-9

10-1

4

15-1

9

20-2

4

25-2

9

30-3

4

35-3

9

40-4

4

45-4

9

50-5

4

55-5

9

60-6

4

65-6

9

70-7

4

75-7

9

80

+

Mo

rtes m

asc /

Mo

rtes fem

Grupo etário

Sobremortalidade masculina - Cariacica - 2007

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM.

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78

A Taxa bruta de mortalidade, a medida mais global da mortalidade, expressa o número médio

anual de óbitos por mil pessoas. É obtida pela relação entre o número de mortes ocorridas durante o

ano considerado (M) e a população média desse ano (P), assim expressa:

1000*2/)PP[(

MTBM

1tt

1t,t

Onde: t, t+1 = são os instantes inicial e final do ano.

A TBM é uma medida fácil de ser obtida, fornece informações sobre os níveis gerais da mortalidade

e possibilita, com a taxa bruta de natalidade, o cálculo do crescimento natural. Entretanto, não é uma

medida refinada da mortalidade e deve ser padronizada para se prestar a análises comparativas. Isto

porque os níveis de mortalidade são determinados pelo comportamento de duas componentes: a

intensidade dos riscos de morte segundo as idades, e a estrutura etária da população.

As taxas brutas de mortalidade de Cariacica, estimadas a partir dos dados do MS/Sim para os óbitos

e do IBGE para a população apresentam valores baixos, em torno de 6 por mil, uma vez que no atual

estágio da transição caracterizada por declínio de mortalidade e estrutura etária jovem, grande parte

da população é submetida a baixas probabilidades de morte. Na medida em que a população

envelhece, ocorrerá uma elevação da taxa de mortalidade, pois, uma parcela cada vez mais

representativa será submetida a riscos mais elevados.

Devido ao caráter diferencial de incidência da mortalidade ao longo da vida, esta componente é mais

bem representada quando se considera a ocorrência de óbitos segundo a idade.

As taxas específicas de mortalidade por idade correspondem ao quociente entre as mortes

ocorridas em uma determinada idade ou grupo de idades (nMx) e a população média da idade (Px) ou

do grupo de idades (nPx) considerado:

x

xx

P

MTEM

xn

xnxn

P

MTEM

Onde:

x = idade

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79

n = intervalo do grupo de idades.

As taxas específicas de mortalidade representam a ocorrência média de eventos na população de uma

determinada idade ou grupo de idades. As taxas de mortalidade por idade e sexo de Cariacica

apresentam a tendência clássica: as taxas são elevadas no início da vida, declinam a seguir e chegam

a níveis mínimos nos grupos jovens e, a partir das idades adultas, aumentam progressivamente à

medida que a idade aumenta. As curvas traduzem também a mortalidade diferencial por sexo, com

níveis sempre mais elevados para os homens (Figura 3.17).

Figura 3.17- Taxas de mortalidade por idade e sexo – Cariacica – 2000

Taxas de mortalidade por idade e sexo

Cariacica - 2000

0,000

0,001

0,010

0,100

1,000

0-4

5-9

10-1

4

15-1

9

20-2

4

25-2

9

30-3

4

35-3

9

40-4

4

45-4

9

50-5

4

55-5

9

60-6

4

65-6

9

70-7

4

75-7

9

80 +

Grupo etário

TEM

Homens Mulheres

Fontes: Elaboração da Equipe Agenda Vitória: Dinâmica Populacional, com dados publicados pelo IBGE e do MS/SIM.

Dentre as taxas por idade, a taxa do primeiro ano de vida tem uma importância particular (Tapinos,

1985). A taxa de mortalidade infantil constitui um bom indicador dos níveis de vida de uma

sociedade e está estreitamente correlacionada ao nível de desenvolvimento de uma região.

A taxa de mortalidade infantil é o número anual de mortes de crianças de menos de um ano por mil

nascimentos vivos ocorridos no determinado ano.

1000 vivosNascidos

idade de ano 1 de menos de crianças de MortesxTMI

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80

Como ocorre no Estado, em Cariacica os óbitos de menores de 1 ano apresentam valores

decrescentes (tabela 3.8). Verifica-se também, na mortalidade infantil, a diferença entre óbitos por

residência e por ocorrência já evidenciada na mortalidade geral. A ação diferencial da mortalidade

por sexo explica a sobremortalidade masculina infantil em todos os anos considerados, com exceção

de 2005, devido possivelmente à incompletude dos registros nesse ano.

Tabela 3.8 – Indicadores de mortalidade infantil – Cariacica

Indicadores Anos de referência

1991 1996 2000 2005 2006 2007

Óbitos de menores de 1 ano por

local de residência

Ambos os sexos

Homens

Mulheres

Índice de masculinidade (por 100) (1)

153

95

58

163,79

144

78

66

118,18

124

71

53

133,96

87

41

46

89,13

82

44

38

115,79

74

41

33

124,24

Óbitos de menores de 1 ano por

local de ocorrência 29

25

30

33

26

19

Elaboração: Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional com dados do MS/SIM

É fato comprovado que as mortes infantis ocorrem mais frequentemente nos primeiros dias e

semanas após o nascimento, decrescendo a seguir. Uma classificação geral distingue dois grupos de

causas: endógenas, de origem biológica são decorrentes de características do indivíduo

(malformações congênitas, debilidade) de problemas relacionados ao parto ou de características da

mãe, como a idade à fecundidade. As causas exógenas são condicionadas pelo meio sócioeconômico

cultural em que se insere o recém nascido (Castiglioni, 1994). As mortes por causas endógenas

ocorrem majoritariamente no primeiro mês de vida, a partir daí predominam as causas exógenas (J.

Bourgeois-Pichat, apud Wunsch e Termote, 1978). Os óbitos de 2007 confirmam esta tendência, que

é observada em todo o intervalo para o qual os dados são disponíveis: os óbitos se concentram na

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81

primeira semana, quando ocorrem 35,1% do total de óbitos infantis. Mais da metade dos óbitos

infantis, 56,8%, ocorrem no primeiro mês de vida (tabela 3.9).

Tabela 3.9 - Óbitos de menores de 1 ano por residência da mãe segundo a faixa etária e sexo –

Cariacica – 2007

Faixa Etária Masculino Feminino Total %

0 a 6 dias 13 13 26 35,14

7 a 27 dias 12 4 16 21,62

28 a 364 dias 16 15 31 41,89

Menor 1 ano (ign) 0 1 1 1,35

Total 41 33 74 100,00

Elaboração: Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional com dados do MS/SIM

No que se refere à medida dos níveis da mortalidade infantil, os cálculos feitos diretamente a partir

dos registros de nascimentos e de óbitos em geral subestimam o indicador devido aos problemas de

cobertura dos sistemas. As taxas de mortalidade infantil de Cariacica apresentadas na figura 3.18,

foram estimadas pelo DATASUS e mostram que Cariacica apresenta taxas inferiores às do Estado

em todo o período representado. Ambas as séries, do Espírito Santo e de Cariacica, apresentam

tendência de diminuição progressiva, no entanto o declínio ocorrido em Cariacica entre 1989 e 1998,

de 28,75% foi maior que o verificado no Estado, de 22,33%.

Figura 3.18 - Taxa de Mortalidade Infantil – Cariacica e Espírito Santo – 1989 a 1998

Taxa de Mortalidade Infantil - Cariacica e Espírito Santo - 1989-1998

24,6

36,034,6

30,4

28,0

30,0

23,3

32,8

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

1989 1990 1994 1998

Ano

TMI

Cariacica Espírito Santo

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do DATASUS Estimativas da Mortalidade Infantil por Microrregiões

e Municípios

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82

Como já citado, a esperança de vida ao nascimento do Estado, é em 2010 de 74,53 anos para ambos

os sexos, 70,99 para os homens e 78,24 para as mulheres, segundo as e estimativas do IBGE/DPE.

Este valor é tomado como referência para Cariacica, uma vez que são poucas as estimativas do

indicador para os municípios. Podem ser citados os valores publicados no Atlas de Desenvolvimento

Humano, disponíveis para 1991 e 2000. Segundo esta fonte, a esperança de vida de Cariacica, menor

que a média estadual, passou de 62 anos em 1991 para 67,2 anos em 2000. De acordo com esta fonte,

para fim comparativo, a esperança de vida ao nascimento do Espírito Santo evolui de 64,2 para 68,2

anos no mesmo período.

Outro eixo relevante no estudo da mortalidade é relativo às modificações ocorridas em seus padrões.

O perfil epidemiológico de uma população apresenta modificações que ocorrem paralelamente à

queda dos níveis de mortalidade e às mudanças da estrutura etária que acompanham o processo da

transição demográfica. As transformações dos padrões de mortalidade caracterizam o processo

denominado transição epidemiológica, que é a mudança de um perfil caracterizado por alta

mortalidade causada por doenças infecciosas e parasitárias para um perfil de baixa mortalidade com

predominância das doenças crônico-degenerativas e causas externas. Caracterizam também o

processo a mudança da incidência da mortalidade dos grupos mais jovens aos mais idosos e o

aumento da morbidade (Schramm et al, 2004). A mudança progressiva do ranking das causas de

mortalidade é correlacionada ao processo de desenvolvimento da sociedade e às mudanças que

ocorrem na estrutura etária da população devido ao alongamento da duração da vida e o conseqüente

envelhecimento da população. A mudança na composição da mortalidade fornece também

indicadores das condições de vida de uma população.

A mortalidade em todo o país passa pelas mudanças significativas que caracterizam o processo da

transição epidemiológica: não só os níveis da mortalidade geral baixaram como ocorreram

modificações significativas em sua composição segundo as causas de morte e segundo o perfil etário

dos óbitos. (Secretaria de Vigilância em Saúde/MS).

As mudanças dos padrões de mortalidade podem ser analisadas a partir da distribuição percentual de

óbitos provocados por determinada causa ou grupo de causa no total de óbitos da população, na

região e ano considerados. No município de Cariacica, a mortalidade proporcional segundo as causas

de morte observadas em um curto período mostra que a evolução da representação das causas

apresenta as tendências que caracterizam o processo de transição epidemiológica: as doenças

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83

infecciosas e parasitárias foram reduzidas, ao passo que as mortes ligadas ao processo de

envelhecimento do organismo apresentam uma representação significativa no total de óbitos (figura

3.19).

Figura 3.19 – Proporção de óbitos de residentes segundo os 4 grupos de causas mais importantes

– Cariacica – 1979 a 2007

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM.

O quadro das principais causas de mortalidade de Cariacica apresenta em destaque as doenças

decorrentes do processo degenerativo do organismo, devido ao perfil etário da população formado

por um número cada vez maior de idosos. O principal grupo de causas no período compreende as

doenças do aparelho circulatório: em 1979 este grupo foi responsável por 26,9% dos óbitos que

ocorreram em Cariacica, a seguir a curva apresenta oscilações e chega ao nível de 30,9% em 2007.

Outra mudança relevante neste quadro é o crescimento progressivo das neoplasias (9,8% em 1979 a

14,6% em 2007). As doenças do aparelho respiratório completam o grupo composto por doenças

crônico-degenerativas. A participação destas três causas no total de óbitos subiu de 48,8% em 1979 a

52,9% em 2007. Esta representação tende a aumentar, pois o processo de envelhecimento, apenas

iniciado, deverá prosseguir em seu curso crescente nas próximas décadas.

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84

Dentre as causas principais aparece em posição importante e representação crescente o grupo de

causas externas, formado pelas chamadas “mortes violentas”: mortes provocadas por acidentes

diversos, homicídios, suicídios, entre outros, que são responsáveis pelo aumento da mortalidade de

jovens. A evolução da representação deste grupo é preocupante e traz sérias implicações para a

sociedade e para as políticas públicas: o grupo aparece como o segundo na composição das causas e

é o que apresenta o maior crescimento: a proporção desta categoria, igual a 12,2% dos óbitos em

1979 é, em 2007, responsável por 25% dos óbitos de residentes.

As doenças infecciosas ou parasitárias, principal grupo de causas de óbitos no passado, figuram

atualmente como o sétimo grupo de causas em importância na mortalidade de Cariacica. A redução

mais importante destas doenças ocorreu antes do período considerado nesta análise, no entanto pode-

se ainda verificar a continuação da tendência declinante da representação deste grupo, que caiu de

8,75 % em 1979 a 2,82% do total de óbitos em 2007 (Figura 3.20).

Figura 3.20 – Proporção de óbitos de residentes segundo o grupo de causas: doenças infecciosas

ou parasitárias – Cariacica – 1979 a 2007

Proporção de óbitos segundo o grupo de causas: doenças

infecciosas ou parasitárias - Cariacica - 1979-2007

0

4

8

12

1979

1981

1983

1985

1987

1989

1991

1993

1995

1997

1999

2001

2003

2005

2007

Ano

%

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM.

A redução de mortes por Doenças Infecciosas e Parasitárias ao longo da segunda metade do século

XX ocorreu principalmente no 1º ano de vida, para o qual a mortalidade por estas doenças é mais

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85

elevada. Em 1979 os três principais grupos de causas eram de acordo com a classificação do

Capítulo CID-9, o Grupo XV - Algumas afecções originárias no período perinatal (23,15%), o Grupo

III – Doenças das glândulas endócrinas, da nutrição e do metabolismo e transtornos imunitários

(21,76%) e o Grupo I - Doenças Infecciosas e Parasitárias (20,83% dos óbitos infantis). Estas

medidas devem ser analisadas com prudência uma vez que a proporção de Sintomas, sinais e

afecções mal definidas apresenta percentuais elevados para o período considerado, que chegam ao

valor de 23% em 1989, o que prejudica e mascara a análise da distribuição da incidência das causas

de mortalidade.

A figura 3.21 apresenta a evolução da representação das causas de mortalidade infantil, em

Cariacica, para o período de 1996 a 2007, quando entra em vigor a classificação do Capítulo CID-10.

A causa - Algumas afecções originárias no período perinatal - continua predominante representando

em geral mais da metade dos óbitos (63,41% em 2006; 48,65% em 2007). Em ordem de

representação, vem a seguir, o grupo “Malformações congênitas deformações e anomalias

cromossômicas” (21,62% em 2007). As Doenças Infecciosas e Parasitárias contavam em média por

4,60% dos óbitos que ocorreram no último triênio considerado.

Figura 3.21 – Proporção de óbitos infantis de residentes segundo alguns grupos de causas –

Cariacica – 1996 a 2007

Proporção de óbitos infantis segundo alguns grupos de causas

Cariacica - 1996-2007

0

10

20

30

40

50

60

70

1996

1997

1998

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

Ano

%

Algumas doenças infecciosas e parasitárias Algumas afec originadas no período perinatal

M alf cong deformid e anomalias cromossômicas

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM.

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86

Para o estudo da mortalidade, seus níveis, causas e tendências é preciso distinguir sua incidência

segundo os dois sexos, como já enfatizado. As diferenças de duração de vida para homens e

mulheres resultam da forma diferencial de atuação dos riscos de morte segundo o sexo.

A figura 3.22 apresenta a mortalidade por sexo segundo os principais grupos de causas de

mortalidade para Cariacica em 2007. A sobremortalidade masculina ocorre na maioria dos grupos de

causas representadas. No conjunto considerado, as mulheres apresentam maior risco que os homens

para o grupo de doenças endócrinas nutricionais e metabólicas, tendência esta verificada em outros

contextos, que confirmam a maior fragilidade feminina com relação a estas doenças.

Figura 3.22 – Número de óbitos de residentes por sexo segundo os grupos de causas mais

importantes (CID -10) – Cariacica – 2007

Número de óbitos de residentes segundo os grupos de causas

mais importantes (CID-10) - Cariacica - 2007

351

447

170

80

44

66

37

34

20

19

297

76

136

74

62

27

22

10

17

17

0 80 160 240 320 400 480

Doenças do aparelho circulatório

Causas externas de morbidade e mortalidade

Neoplasias (tumores)

Doenças do aparelho respiratório

Doenças endócrinas nutricionais e metabólicas

Doenças do aparelho digestivo

Algumas doenças infecciosas e parasitárias

Transtornos mentais e comportamentais

Doenças do sistema nervoso

Algumas afec originadas no período perinatal

N° de óbitosMasculino Feminino

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM.

O estudo e a compreensão dos níveis, tendências e causas da mortalidade devem considerar não

somente a incidência diferencial das mortes segundo as idades, como também a composição da

mortalidade nos diversos grupos etários. A figura 3.23 relativa a 2007 mostra como os óbitos

relativos aos mais importantes grupos de causas de mortalidade em Cariacica incidem no total de

eventos que ocorrem em cada um dos grupos de idades considerados. Um traço marcante da

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87

mortalidade, observado em todo o país, emerge também nesta distribuição de causas por idade: a

elevadíssima incidência das mortes chamadas “violentas” nos grupos de idades jovens-adultas. Já foi

visto que as mortes por Causas Externas constituem a segunda causa de mortalidade em Cariacica. A

composição da mortalidade segundo a idade mostra que nos grupos de 15 a 19 e de 20 a 24 anos, as

Causas Externas correspondem a, respectivamente, 88,1% e 89,4% dos óbitos que ocorrem nestes

grupos. À medida que a idade avança, o grupo de doenças decorrentes do processo degenerativo do

organismo cresce em importância na composição da mortalidade, principalmente as doenças do

aparelho circulatório.

Figura 3.23 – Grupos de causas de mortalidade segundo a incidência proporcional por idades –

Cariacica – óbitos por residência – 2007

0

20

40

60

80

100

< 1

1 -

4

5 -

9

10-1

4

15-1

9

20-2

4

25-2

9

30-3

4

35-3

9

40-4

4

45-4

9

50-5

4

55-5

9

60-6

4

65-6

9

70-7

4

75-7

9

80+

(%)

Grupo etário

Grupos de causas de mortalidade segundo a incidência proporcional por idades - óbitos por residência - Cariacica - 2007

D. Ap. Circulatório Causas Externas

Neoplasias D. Ap. Respiratório

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM.

A diferença de incidência das mortes violentas segundo o sexo é um outro traço marcante da

mortalidade em idades jovens. Nos dados de Cariacica, considerados em um período quinquenal para

evitar variações aleatórias, As curvas da figura 3.24 apresentam níveis mais baixos para as crianças,

elevam-se nas idades jovens apresentando um “pico” entre 15 e 30 anos e depois decrescem à

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88

medida que a idade aumenta. As Causas Externas são responsáveis por 94,2% das mortes masculinas

do grupo de 15 a 19 anos, 89,8% das que ocorrem entre 20 a 24 anos e 86,4% para o grupo de 25 a

29 anos. A curva do sexo feminino apresenta a mesma tendência, porém com valores bem menores

de, respectivamente: 50,9%, 43,5% e 45,2%.

Os fatores causais à base do forte grau de diferenciação por sexo desta causa são os fatores

comportamentais, que levam o homem a envolver-se, mais que as mulheres em situações perigosas e

violentas e a exceder-se na velocidade no trânsito e no uso de bebidas alcoólicas, de drogas, de fumo.

A razão de sexo do total de óbitos ocorridos em Cariacica, no período de 2003 a 2007, é de 164,1

mortes masculinas por 100 femininas, porém nas idades jovens, esta relação eleva-se a 592,7 para o

grupo de 15 a 19 anos; 726,1 para o grupo de 20 a 24 anos; 604,8 para o de 25 a 29 e 363,2 para o

grupo de 30 a 34 anos.

Figura 3.24 – Proporção de óbitos de residentes por causas externas de morbidade e mortalidade

no total de óbitos do grupo etário segundo o sexo e os grupos etários – Cariacica – 2003 a 2007

Proporção de óbitos de residentes por causas externas de

morbidade e mortalidade - Cariacica - 2003-2007

0

20

40

60

80

100

< 1

1-4

5-9

10-1

4

15-1

9

20-2

4

25-2

9

30-3

4

35-3

9

40-4

4

45-4

9

50-5

4

55-5

9

60-6

4

65-6

9

70-7

4

75-7

9

80+

Grupo etário

%

Masculino Feminino

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM.

A evolução crescente do número de óbitos por causas externas é verificada tanto para os residentes

da RMGV como para os demais municípios do Espírito Santo (figura 3.25). Nos últimos anos, o

aumento da incidência de óbitos por causas externas foi menor para os residentes de Cariacica que

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89

para os residentes do conjunto formado pelos demais municípios da RMGV, mas as diferenças se

acentuam quando se considera os óbitos por ocorrência (Figura 3.26).

Figura 3. 25 – Evolução do número de óbitos de residentes por causas externas de mortalidade –

RMGV e demais municípios do Espírito Santo 1979 a 2007

Evolução do número de óbitos de residentes por causas

externas de mortalidade – RMGV e demais municípios do

Espírito Santo - 1979-2007

0

500

1000

1500

2000

2500

1979

1981

1983

1985

1987

1989

1991

1993

1995

1997

1999

2001

2003

2005

2007

Anos

Nº.

de ó

bit

os

RMGV Demais Municípios do Espírito Santo

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM.

Capítulo CID-9: XVII.Causas externas (1979 a 1995) Capítulo CID-10: XX. Causas externas de morbidade e mortalidade (1996 a 2007)

Figura 3.26 – Evolução do número de óbitos por ocorrência segundo causas externas de

mortalidade - Cariacica e demais municípios da RMGV – 1979 a 2007

Evolução do número de óbitos por ocorrência segundo causas

externas de mortalidade - Cariacica e RMGV - 1979-2007

0

500

1000

1500

2000

1979

1981

1983

1985

1987

1989

1991

1993

1995

1997

1999

2001

2003

2005

2007

Anos

Nº.

de

ób

ito

s

Demais Municípios da RMGV Cariacica

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM.

Page 91: DINÂMICA POPULACIONAL DE CARIACICA · CST – Companhia Siderúrgica de Tubarão CVRD – Companhia Vale do Rio Doce ... Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas

90

Os gráficos e dados apresentados corroboram as tendências apresentadas em todo o país: a evolução

crescente dos níveis e da distribuição por sexo e idade da mortalidade por causas externas constituem

uma problemática da maior gravidade que exige da sociedade em geral e do governo medidas e

programas para evitar a perda precoce de tantas vidas. A sobremortalidade jovem masculina é tão

elevada que interfere no nível da esperança de vida masculina, aumentando as diferenças entre os

valores deste indicador segundo o sexo.

As figuras a seguir apresentam as categorias que formam o grupo de Causas Externas, por ocorrência

do óbito em 2007, na RMGV e alguns dos seus municípios. Verifica-se que na RMGV têm

preponderância os óbitos classificados na categoria “agressões”, na qual se incluem os homicídios,

que provocaram 59% das causas externas em 2007, e pelos “acidentes de transporte” com

representação de 20% do total de óbitos do grupo. A terceira causa em importância, “outras causas

externas de lesões acidentais”, mortes provocadas por quedas, contam por 16% dos óbitos (figura

3.27).

A análise mais específica das unidades mais populosas da RMGV coloca em evidência diferenças

espaciais na representação das categorias do grupo de Causas Externas (Figuras 3.28 a 3.31). Nos

quatro municípios representados, a principal causa de óbitos por ocorrência é a categoria

“agressões”, porém com níveis diferenciados: Cariacica apresenta o nível mais elevado: 75% e

Vitória o menor, de 42%. Os “acidentes de transporte” apresentam como a segunda causa em

importância em Vitória, Serra, e Cariacica, mas os níveis são bem mais elevados em Vitória (27%) e

na Serra (19%). As “outras causas externas de lesões acidentais”, mortes provocadas por quedas, são

mais freqüentes em Vitória, onde sua representação (26%) quase se iguala à dos acidentes de

trânsito. Em Vila Velha, esta categoria é a segunda em importância embora seu percentual (13%)

seja menor que os apresentados por Vitória e Serra.

Page 92: DINÂMICA POPULACIONAL DE CARIACICA · CST – Companhia Siderúrgica de Tubarão CVRD – Companhia Vale do Rio Doce ... Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas

91

Figura 3.27 – Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas RMGV – 2007

RMGV-2007

Agressões

59%

Acidentes de

transporte

20%

Outras causas

externas de lesões

acident

16%

Outras

causas

2%

Lesões

autoprovocadas

voluntariamente

3%

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM.

Figura 3.28 – Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas município de Cariacica

– 2007

Cariacica-2007

Acidentes de

transporte

10%

Outras

causas

3%

Agressões

75%

Lesões

autoprovocadas

voluntariamente

3%

Outras causas

externas de lesões

acident

9%

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM.

Page 93: DINÂMICA POPULACIONAL DE CARIACICA · CST – Companhia Siderúrgica de Tubarão CVRD – Companhia Vale do Rio Doce ... Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas

92

Figura 3.29 - Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas município da Serra –

2007

Serra-2007Outras causas

externas de lesões

acident

15%

Outras

causas

1%

Acidentes de

transporte

19% Agressões

63%

Lesões

autoprovocadas

voluntariamente

2%

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM.

Figura 3.30- Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas município de Vila Velha

– 2007

Vila Velha-2007

Acidentes de

transporte

11%

Outras

causas

2%

Agressões

70%

Outras causas

externas de lesões

acident

13%

Lesões

autoprovocadas

voluntariamente

4%

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM.

Page 94: DINÂMICA POPULACIONAL DE CARIACICA · CST – Companhia Siderúrgica de Tubarão CVRD – Companhia Vale do Rio Doce ... Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas

93

Figura 3.31- Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas município de Vitória –

2007

Vitória-2007 Lesões

autoprovocadas

voluntariamente

3% Agressões

42%

Acidentes de

transporte

27%

Outras causas

externas de lesões

acident

26%

Outras

causas

2%

Fonte: Elaborado com dados do MS/SVS/DASIS - Sistema de informações sobre mortalidade – SIM.

Enfim, as figuras 3.32 a 3.36 possibilitam a comparação entre a incidência de óbitos de categorias do

grande grupo de causas externas por residência e por ocorrência na RMGV e os municípios

considerados na análise anterior, para o ano de 2007. Os gráficos se enquadram em três modelos de

comportamento:

1- Os óbitos registrados por local de ocorrência são mais elevados que os registrados por

residência. Enquadram-se neste modelo a RMGV e os Municípios de Vitória e Serra.

2- Os óbitos registrados por local de residência são mais elevados que os registrados por

ocorrência. É o caso de Cariacica.

3- Os óbitos registrados por local de ocorrência são mais elevados que os registrados por

residência para a categoria “Agressões”. Para as demais categorias, os óbitos registrados por

local de residência são mais elevados que os registrados por ocorrência. É o caso de Vila

Velha.

4-

Page 95: DINÂMICA POPULACIONAL DE CARIACICA · CST – Companhia Siderúrgica de Tubarão CVRD – Companhia Vale do Rio Doce ... Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas

94

Figura 3.32 - Óbitos por grande grupo de causas externas por residência e por ocorrência –

RMGV 2007

RMGV-2007

1.329

437352

62 46

410

309

59 44

1.284

0

300

600

900

1.200

1.500

Agressões Acidentes de

transporte

Outras causas

externas de lesões

acidentais

Lesões

autoprovocadas

voluntariamente

Outras causas

de ó

bit

os

Ocorrência Residência

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM.

Figura 3.33- Óbitos por grande grupo de causas externas por residência e por ocorrência –

Cariacica 2007

Cariacica-2007

286

40 3610 11

84 76

15 10

338

0

100

200

300

400

Agressões Acidentes de

transporte

Outras causas

externas de lesões

acidentais

Lesões

autoprovocadas

voluntariamente

Outras causas

de ó

bit

os

Ocorrência Residência

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM.

Page 96: DINÂMICA POPULACIONAL DE CARIACICA · CST – Companhia Siderúrgica de Tubarão CVRD – Companhia Vale do Rio Doce ... Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas

95

Figura 3.34- Óbitos por grande grupo de causas externas por residência e por ocorrência – Serra

2007

Serra-2007

122

94

14 9

9569

9 6

387

366

0

100

200

300

400

Agressões Acidentes de

transporte

Outras causas

externas de lesões

acidentais

Lesões

autoprovocadas

voluntariamente

Outras causas

de ó

bit

os

Ocorrência Residência

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM.

Figura 3.35 - Óbitos por grande grupo de causas externas por residência e por ocorrência –

Vila Velha 2007

Vila Velha-2007

46 52

15 8

108

67

16 15

292

275

0

100

200

300

400

Agressões Acidentes de

transporte

Outras causas

externas de lesões

acidentais

Lesões

autoprovocadas

voluntariamente

Outras causas

de ó

bit

os

Ocorrência Residência

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM.

Page 97: DINÂMICA POPULACIONAL DE CARIACICA · CST – Companhia Siderúrgica de Tubarão CVRD – Companhia Vale do Rio Doce ... Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas

96

Figura 3.36 - Óbitos por grande grupo de causas externas por residência e por ocorrência –

Vitória - 2007

Vitória-2007

161 152

17 14

56 66

13 8

242

186

0

100

200

300

400

Agressões Acidentes de

transporte

Outras causas

externas de lesões

acidentais

Lesões

autoprovocadas

voluntariamente

Outras causas

de ó

bit

os

Ocorrência Residência

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do MS/SIM.

4. Dinâmica demográfica: a componente migratória

4.1. Considerações gerais

A migração esteve sempre presente na história das populações. A troca da comunidade de origem por

outro local tem como motivação principal a aspiração por um melhor nível de vida. A insatisfação do

indivíduo com suas condições de vida e com a falta de perspectivas para o futuro leva o indivíduo a

deixar seu ambiente familiar e comunitário para buscar as mudanças que almeja em um local mais

propício à realização de seus projetos.

O estudo da migração enfrenta muitas dificuldades devido à complexidade desta componente do

crescimento. Em primeiro lugar, trata-se de um fenômeno de difícil apreensão, devido à inexistência

de dados adequados. Os registros de nascimentos e óbitos são obrigatórios, mas a migração é realizada

sem qualquer tipo de declaração. No que diz respeito à composição dos fluxos, a migração é

caracterizada pela seletividade: as pessoas que migram tendem a apresentar determinadas

características como a idade, a instrução, a especialização. Trata-se também de um processo complexo

em seus determinantes pessoais, políticos, sociais e econômicos. Não menos importantes são suas

consequências que ocorrem em vários níveis: a migração produz efeitos que afetam os indivíduos,

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97

suas redes familiares e comunitárias, e, em um nível mais amplo, provoca modificações nas regiões de

origem e de destino dos fluxos, de ordem demográfica, que afetam o montante, a distribuição espacial,

a composição e a dinâmica das populações, e de ordem econômica, política e social, pois interferem

nas características das sociedades relacionadas ao movimento.

A migração ocorre durante o processo de modernização da sociedade, atuando como o motor da

urbanização. Mais da metade da população do planeta já mora em regiões urbanas, e a tendência é o

aumento progressivo desta concentração. (Veron, 1991). O conhecimento da migração: suas

características, suas causas, e consequências, é de grande relevância para o planejamento de políticas

públicas e sociais.

Devido à inexistência de um sistema de registros, como foi ressaltado, o conhecimento sobre a

migração e sobre os migrantes fica restrito às informações coletadas por ocasião dos censos

demográficos, que são realizados a cada dez anos. A PNAD (Pesquisa Nacional por Amostra de

Domicílios) fornece anualmente informação sobre os fluxos migratórios, porém somente a nível

estadual.

A distribuição espacial da população do Espírito Santo passou por importantes transformações no

decorrer da segunda metade do século XX, devido à ação de vários fatores econômicos, demográficos,

sociais e políticos. O intenso êxodo rural decorrente destas mudanças teve como conseqüência a

transferência da população das zonas rurais para as urbanas. Em 1950 as atividades agrícolas

dominavam a economia do Estado e cerca de 80% da população viviam na zona rural, trabalhando em

pequenas ou médias propriedades, principalmente da cultura do café. Nas décadas seguintes, a

redistribuição da população para as áreas urbanas, foi gradativamente invertendo esta situação: a

população urbana atingiu o nível de cerca de 80% em 2000. Uma característica importante desta

mudança foi a aglomeração da população na Capital e nos municípios adjacentes, devido à

concentração dos investimentos econômicos e sociais na Grande Vitória e proximidades. A população

residente na região da capital que representava 18,5% do total do Estado em 1960 aumentou

progressivamente para 46,5% da população do estado em 2000.

Nas décadas de sessenta e setenta a população oriunda do interior do Espírito Santo dirigiu-se não

somente para a região da capital do Estado como também para as cidades de outros Estados e também

para regiões rurais, como o fluxo de agricultores que emigraram para Rondônia. O Espírito Santo, até

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98

1980, perdeu população para estados mais atrativos, caracterizando-se como um Estado expulsor de

população.

Nas últimas décadas do século XX, as oportunidades de emprego induzidas pela expansão urbano-

industrial do Estado provocam uma inversão nas tendências migratórias. O Espírito Santo passa a

apresentar um saldo migratório positivo que aumenta na medida em que novos arranjos produtivos se

concretizam. A Região Metropolitana da Grande Vitória concentra a maioria dessas novas

oportunidades e apresenta-se como a região mais dinâmica e mais atrativa.

Na última década, novas tendências de distribuição da população se anunciam no processo de

crescimento do Estado. A RMGV continua sendo a que apresenta maior crescimento demográfico,

porém observa-se uma redução do ritmo. Concomitantemente surgem outras áreas dinâmicas fora do

eixo da Região metropolitana da Grande Vitória.

4.2. Análise das características da migração

Neste trabalho são utilizados os dados dos recenseamentos fornecidos pelo IBGE. As informações

sobre a migração coletadas no censo referem-se apenas à última mudança de residência efetuada

entre municípios e não fornecem elementos para maior apreensão da dinâmica do processo

migratório. Uma restrição importante a ser ressaltada é que os dados disponíveis no momento atual

referem-se à migração informada no censo de 2000, relativa à última mudança de residência entre

municípios ocorrida no quinquênio anterior à data em que o censo foi realizado. São apresentadas, a

seguir algumas análises sobre a migração no Espírito Santo e no Município de Cariacica fornecidas

pelos dados censitários.

A questão do censo, relativa às pessoas não naturais do município em que residem, informa sobre o

estoque de imigrantes. O número de residentes no Espírito Santo, nascidos em outros Estados vem

crescendo progressivamente: as pessoas não-nativas representavam 14,14% da população, em 1970 e

passaram a 19,10% em 2000. (tabela 4.1).

Nos trabalhos precursores que tentavam explicar a migração, a distância já aparecia em destaque, já

se afirmava que a maioria dos migrantes se desloca à curta distância. Este princípio é confirmado

pela migração no Espírito Santo: as pessoas não-naturais do Espírito Santo são originárias,

majoritariamente, dos estados vizinhos: Minas Gerais, Bahia e Rio de Janeiro. Os mineiros, que

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99

formam o grupo mais numeroso, representavam em 2000, 9,26% da população do Espírito Santo, os

baianos representam 3,96% e os fluminenses, 2,98%.

Tabela 4.1 – Pessoas não naturais do Espírito Santo segundo o Estado de nascimento - 1970 a

2000

Ano Pessoas não naturais

do ES

Pessoas não

naturais do ES (%)

Minas

Gerais

(%)

Bahia

(%)

Rio de

Janeiro

(%)

1970 225.699 14,14 9,46 2,21 1,41

1980 333.238 16,50 10,16 2,26 2,33

1991 465.772 17,91 9,79 2,86 2,76

2000 591.754 19,10 9,26 3,96 2,98

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censos Demográficos. Adaptado de Castiglioni et al (2008).

O número de mineiros na população capixaba continua crescente, porém proporcionalmente, sua

representação diminui (figura 4.1). Enquanto os naturais de Minas Gerais apresentaram um aumento

de 20,17% entre 1991 e 2000, os baianos cresceram 75,91% e os fluminenses, 37,17%. A

atratividade do Espírito Santo sobre os demais estados, agrupados, na categoria “outros”, cresceu

neste período considerado, quando este grupo teve um aumento de 38,16% em sua representação. A

categoria engloba São Paulo, seguido pelos Estados do Ceará, Pernambuco, Paraná, Pará e Alagoas.

No que diz respeito à imigração internacional, observa-se um incremento nos últimos tempos,

embora ainda tímido: vivem no Espírito Santo, segundo os dados do censo de 2000, 3.752

estrangeiros.

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100

Figura 4.1 – Proporção de residentes segundo o Estado de nascimento no total de pessoas não-

naturais do Espírito Santo - 1970-2000

66

61

55

48

15 14 16

21

1214 15 16

711

14 15

0

10

20

30

40

50

60

70

(%)

Minas Gerais Bahia Rio de Janeiro Outros

Proporção de residentes segundo o Estado de nascimento no total de

pessoas não-naturais do Espírito Santo

1970 1980 1991 2000

Fonte: Elaboração equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censos Demográficos.

Adaptado de Castiglioni et al (2008).

O número acumulado de saídas e entradas do Espírito Santo com relação aos estados e os saldos

entre esses estoques são mostrados na tabela 4.2. Os Estados que têm maior contingente de capixabas

em suas populações são: Rio de Janeiro, onde moravam 229.355 pessoas naturais do Espírito santo,

Minas Gerais, com 91.921 e Rondônia, com 83.480 capixabas residentes. Quanto aos migrantes

residentes no Espírito Santo, predominam os mineiros: 286.978 seguidos de baianos: 122.978 e

fluminenses: 92.320. Os saldos dos estoques de migrantes são altamente favoráveis ao Espírito Santo

nas trocas com Minas Gerais e Bahia. O maior saldo positivo, de 195.057, é relativo às trocas

efetuadas com Minas Gerais. Quanto às trocas com a Bahia, o saldo é de 91.973, um número que

apresenta tendência a aumentar nos próximos anos. Os saldos negativos mais importantes são

referem-se às trocas relativas aos seguintes Estados Rio de Janeiro (-37.035), Rondônia (-

80.535), São Paulo (-32.085), Pará (-15.576) e Mato Grosso (-12.686).

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101

Tabela 4.2 – População nascida no Espírito Santo segundo o Estado de residência e população

residente no Espírito Santo segundo o Estado de nascimento - 2000

Unidade da

Federação

Naturais do Espírito Santo

segundo o Estado de

residência (A)

Residentes no Espírito Santo segundo o Estado

de Nascimento (B)

(A) –

(B)

Rondônia 83.480 2.945 -80.535

Acre 1.425 488 -937

Amazonas 1.608 874 -734

Roraima 556 130 -426

Pará 19.734 4.158 -15.576

Amapá 161 293 132

Tocantins 1.231 99 -1.132

Maranhão 2.273 2.646 373

Piauí 268 1.864 1.596

Ceará 954 8.893 7.939

Rio Grande do Norte 617 2.197 1.580

Paraíba 485 3.701 3.216

Pernambuco 1.171 7.523 6.352

Alagoas 320 4.017 3.697

Sergipe 452 2.447 1.995

Bahia 30.677 122.650 91.973

Minas Gerais 91.921 286.978 195.057

Espírito Santo 2.505.744 2.505.744 -

Rio de Janeiro 229.355 92.320 -137.035

São Paulo 56.489 24.404 -32.085

Paraná 17.661 7.384 -10.277

Santa Catarina 1.625 1.251 -374

Rio Grande do Sul 1.402 3.438 2.036

Mato Grosso do Sul 1.921 869 -1.052

Mato Grosso 13.886 1.200 -12.686

Goiás 4.193 1.792 -2.401

Distrito Federal 6.675 3.290 -3.385

Brasil sem

especificação - 150 150

Brasil 3.076.285 3.093.745 17.461

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo de 2000. Adaptado de Castiglioni et al (2008).

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102

O censo 2000 informa, para as pessoas de 5 anos ou mais de idade, o local de residência destas

pessoas em 31.07.1995, possibilitando uma mensuração da migração do quinquênio do final do

século. A tabela 4.3 mostra os fluxos ocorridos entre o Espírito Santo e os demais Estados a partir da

questão que investiga o lugar de residência cinco anos antes do censo de 2000. O Espírito Santo

apresenta nesse quinquênio um saldo positivo, de 36.442 pessoas. Os maiores volumes de trocas

ocorrem com os Estados mais próximos: as entradas são provenientes, em ordem de importância, de

Minas Gerais, da Bahia, do Rio de Janeiro e de São Paulo. As saídas do Espírito Santo têm como

destino os estados de Minas Gerais, Rio de Janeiro, Bahia e São Paulo. O balanço entre ganhos e

perdas populacionais é favorável ao Espírito Santo: o maior saldo decorre das trocas com a Bahia,

seguida pelo Rio de Janeiro, Minas Gerais e, em menor escala, São Paulo.

Fora desta área é significativo o saldo negativo das trocas efetuadas com Rondônia; dando

continuidade aos fluxos que se originaram na zona rural do Espírito Santo logo após a crise agrícola.

No período de 1995 a 2000, 2.116 pessoas provenientes de Rondônia migraram para o Espírito

Santo, enquanto que 7.754 fizeram o percurso inverso, o que resulta, para o Espírito Santo, na perda

de -5.638.

Tabela 4.3 – Trocas migratórias de pessoas de 5 anos ou mais de idade entre o Espírito Santo e os

outros Estados da Federação em 2000, considerando a residência em 31.07.1995

Brasil e Unidade da Federação Destino: Espírito Santo Origem: Espírito Santo Saldo

Brasil 2.813.125 2.776.683 36.442

Rondônia 2.116 7.754 -5.638

Acre 220 117 103

Amazonas 350 265 85

Roraima 184 99 85

Pará 2.411 1.855 556

Amapá 65 84 -19

Tocantins 117 316 -199

Maranhão 912 605 307

Piauí 257 320 -63

Ceará 958 988 -30

Rio G. do N. 469 360 109

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103

Paraíba 539 407 132

Pernambuco 1.321 1.196 125

Alagoas 926 410 516

Sergipe 853 154 699

Bahia 31.743 14.447 17.296

Minas Gerais 38.516 29.529 8.987

Espírito Santo 2.681.517 2.681.517 0

Rio de Janeiro 28.927 18.250 10.677

São Paulo 11.850 10.826 1.024

Paraná 1.404 1.468 -64

Santa Catarina 583 727 -144

Rio Grande do Sul 812 831 -19

Mato Grosso do Sul 410 173 237

Mato Grosso 638 981 -343

Goiás 680 1.226 -546

Distrito Federal 1.908 1778 130

Brasil sem especificação 925 - 925

País estrangeiro 1.514 - 1.514

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do IBGE, Censo de 2000.

Adaptado de Castiglioni et al (2008).

As informações disponibilizadas pelo censo 2000 possibilitam a análise de algumas características do

fluxo de migrantes que se fixaram no Espírito Santo no período de 1995 a 2000. É fato amplamente

observado que a idade é uma das poucas características que apresenta tendência observada

universalmente. A tendência a migrar é maior para os jovens, que estão procurando emprego ou uma

ocupação mais rentável. Os jovens são em geral mais livres de responsabilidades, menos presos à

“raízes” e podem mais facilmente expor-se aos riscos e dificuldades decorrentes da migração.

Segundo o princípio de “racionalidade econômica” à base da tomada de decisão a migrar, os jovens

enfrentam melhor os “custos” associados à mudança, pois têm pela frente muitos anos de vida para

maximizar os benefícios que a migração pode propiciar. Por isso, a propensão a migrar diminui à

medida que a idade aumenta, pois os custos da migração tornam-se cada vez maiores que as

compensações. As curvas apresentadas na figura 4.2 confirmam esses princípios teóricos: a migração

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104

apresenta um pico entre 15 e 30 anos para ambos os sexos, e diminui gradativamente à medida que a

idade aumenta.

Segundo os princípios teóricos, as mulheres predominam na migração rural-urbana, e os homens na

direção rural. As curvas da figura 4.2 mostram que as mulheres migram mais e precocemente com

relação aos homens. A predominância feminina é traduzida pelo valor da razão de Sexo: são 98

homens por 100 mulheres.

Figura 4.2 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam no Espírito Santo em

31.07.1995, por sexo, segundo os grupos de idade Espírito Santo - 2000

Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam no

Espírito Santo em 31.07.1995-2000

-

2 000

4 000

6 000

8 000

10 000

5-9

10-1

4

15-1

9

20-2

4

25-2

9

30-3

4

35-3

9

40-4

4

45-4

9

50-5

4

55-5

9

60-6

4

65-6

9

70-7

4

75-7

9

80+

Faixa etária

de p

esso

as

Homens Mulheres

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo de 2000. Adaptado de Castiglioni et al (2008).

A instrução é também uma característica que pode ser seletiva no processo migratório. Diz-se que a

seleção é “positiva” quando a migração atrai as pessoas mais instruídas que podem obter

informações sobre melhores possibilidades de trabalho e postular a tais postos, e que são atraídas por

trabalhos que exigem qualificação e que propiciam melhores salários. No entanto, esta característica

não segue um modelo universal como a idade. O nível de instrução depende dos fatores que

estimulam a migração. Se o determinante é positivo, como, a oferta de empregos especializados, que

oferecem salários elevados, o fluxo migratório é composto por pessoas especializadas com melhor

nível de instrução.

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105

Numa situação de miséria, como o êxodo rural que ocorreu a partir dos meados do século XX, as

pessoas são “expulsas” de suas regiões de origem pela falta de condições de sobrevivência, e a

instrução perde seu caráter seletivo. Na migração mais recente, continuam a predominar pessoas com

pouca instrução: os migrantes que têm de 4 a 7 anos de instrução representam 31,8% do total,

quando se considera as pessoas com menos do que o primeiro grau ou sem instrução, estas compõem

63,7% do total. Pode-se observar que os dois tipos de “seleção” atuam na migração: o grupo que

atende a estímulos positivos, com nível de instrução equivalente ao ensino Médio e Superior

representa 21,3% do total (figura 4.3).

Figura 4.3 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam no Espírito Santo em

31.07.1995, por grupos de anos de estudo (%) - 2000

Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não

residiam no Espírito Santo em 31.07.1995-2000

14,1

17,8

31,8

14,9

15,8

5,5

0 5 10 15 20 25 30 35

Sem instrução e menos de 1

ano

1 a 3 anos

4 a 7 anos

8 a 10 anos

11 a 14 anos

15 anos ou mais

Gru

po

s d

e a

no

s d

e e

stu

do

s

(%)

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo de 2000. Adaptado de Castiglioni et al (2008).

O êxodo rural teve sua intensidade máxima nas décadas de 1960 e 1970. O ritmo da migração rural-

urbana diminuiu nas últimas décadas ao passo que novas formas de mobilidade se intensificaram,

propiciadas pela modernização dos meios de transporte e comunicação. Crescem em importância os

movimentos que ocorrem no interior das grandes aglomerações urbanas e entre municípios

próximos, os chamados movimentos pendulares e a circulação. Sabe-se que, no decorrer do processo

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106

de modernização da sociedade as fontes do êxodo rural se esgotam, ao passo que se intensificam

outros modelos de mobilidade para trabalho, estudo, compras e lazer.

No Espírito Santo, essas formas de mobilidade crescem em importância, em particular, na RMGV e

suas proximidades. Torna-se cada vez mais freqüente, também em municípios do interior, a

mobilidade para o trabalho e para o estudo. Estes tipos de mobilidade se intensificam não somente

entre unidades administrativas do próprio Estado, mas também entre unidades situadas em estados

vizinhos.

A figura 4.4 apresenta os deslocamentos da população residente no Espírito Santo em 2000. Pode-se

observar que, com relação à idade, as pessoas que trabalham ou estudam em um município diferente

do da residência, concentram-se nas idades de 30 a 60 anos. A mobilidade para trabalho ou estudo

em outro Estado da Federação é praticada com maior freqüência pelas pessoas do grupo de 30 a 40

anos.

Figura 4.4 – População residente, por deslocamento para trabalho ou estudo, segundo os grupos

de idade - Espírito Santo - 2000

População residente, por deslocamento para

trabalho ou estudo - Espírito Santo - 2000

0

3

6

9

12

0-4

5-9

10-1

4

15-1

9

20-2

4

25-2

9

30-3

4

35-3

9

40-4

4

45-4

9

50-5

4

55-5

9

60-6

4

65-6

9

70-7

4

75-7

9

80+

Faixa etária

(%)

Trabalhavam ou estudavam em outro M unicípio do Estado

Trabalhavam ou estudavam em outro Estado da Federação

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo de 2000. Adaptado de Castiglioni et al (2008).

A tabela 4.4 contém os indicadores estimados pelo IBGE, projeto UNFA/Brasil, para períodos

quinquênais, de 1991 até 2030 para subsidiar as projeções de população. Nestas estimativas feitas

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107

com base em tendências das décadas anteriores, o saldo migratório e a taxa líquida de migração

apresentam saldos positivos e tendência decrescente. A migração, no entanto, é um fenômeno

complexo, decorrente das interações de múltiplos fatores, e, portanto de difícil previsão.

Tabela 4.4 – Indicadores demográficos implícitos na projeção da população 1991-2030

Indicadores

Demográficos

Anos de Referência

1991 1995 2000 2005 2010 2015 2020 2025 2030

Saldo migratório

anual 11.063 6.979 6.979 6.749 6.518 6.288 6.058 5.826 5.596

Taxa líquida de

migração (por mil

habitantes)

4,22 2,45 2,25 2,02 1,83 1,67 1,54 1,42 1,32

Fonte: IBGE/DPE/Coordenação de População e Indicadores Sociais. Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica. Projeto

UNFPA/BRASIL (BRA/02/P02) – População e Desenvolvimento – Sistematização das medidas e indicadores sociodemográficos oriundos da Projeção

(preliminar) da população por sexo e idade, por método demográfico, das Grandes Regiões e Unidades da Federação para o período 1991/2030.

4.3. Análise das características da migração em Cariacica

A evolução do “estoque” de imigrantes nascidos em outros estados que residem em Cariacica,

apresenta uma tendência de crescimento, similar à descrita para o contexto mais amplo, representado

pelo total do Espírito Santo. A representação das pessoas não-naturais do Espírito Santo que residem

em Cariacica é maior que a apresentada pelo Estado, em 2000 20,06% da população residente em

Cariacica eram compostos por pessoas nascidas em outros estados (tabela 4.9).

Tabela 4.5 – Proporção de pessoas não naturais do Espírito Santo na população residente no

Estado e em Cariacica - 1970 a 2000

Ano Pessoas não Naturais do ES (%)

Residentes no Espírito Santo Residentes em Cariacica

1991 17,91 19,96

2000 19,10 20,06

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censos Demográficos.

Cariacica recebe migrantes originários principalmente dos estados vizinhos. Os mineiros

predominam: em 2000, contavam por 56,98% do segmento dos não naturais do Espírito Santo (tabela

4.6). As pessoas naturais da Bahia compõem o segundo segmento em importância (17,03%),

seguidos por naturais do Rio de Janeiro e do Ceará. A informação de cerca de uma década mostra

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108

uma tendência de diminuição da representação dos mineiros e aumento significativo da proporção de

baianos.

Tabela 4.6 – Pessoas residentes em Cariacica, não naturais do Espírito Santo segundo o lugar de

Nascimento – 1970 a 2000 (% da população de Vitória)

Ano Pessoas não

naturais do ES

Pessoas não

Naturais do ES

(%)

Estado de nascimento

Minas

Gerais

(%)

Bahia

(%)

Rio de

Janeiro

(%)

Ceará

(%)

Outros

(%)

1991 54.797 19,96 65,54 11,58 10,09 2,34 10,45

2000 65.038 20,06 56,98 17,03 10,36 3,45 12,18

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censos Demográficos.

A compreensão da dinâmica migratória de Cariacica requer que se considere a RMGV na qual este

município se insere e interage estreitamente. A posição de Vitória sempre foi a de capital e principal

centro administrativo, político, econômico e cultural do estado. A atração deste pequeno município

sobre a população do interior e sobre as regiões próximas, situadas em estados vizinhos, intensificou-

se nas décadas da segunda metade do século XX. A pressão populacional sobre a capital, provocou a

incorporação progressiva dos municípios adjacentes em sua área de atratividade. Primeiramente, a

população, em especial os imigrantes, se dirigia para Vila Velha e Cariacica, centros mais

tradicionais, que apresentavam maior disponibilidade de espaço e moradia a menor custo. Estes dois

municípios já apresentavam, entre 1940 e 1950, taxas de crescimento superiores à da capital.

A seguir, a continuidade do êxodo rural durante a década de sessenta induz a expansão do

crescimento nos territórios da Serra e de Viana. Estas modificações prosseguem na década seguinte,

quando as taxas dos três principais centros se enfraquecem em favor da Serra, que com a

industrialização, apresenta o maior crescimento. O ritmo de crescimento da RMGV diminui a seguir,

mas a região continua crescendo.

As entradas de pessoas vindas de municípios de outros estados na década final do século XX estão

representadas na figura 4.5. Trata-se da migração quinquênal mensurada a partir da questão do censo

de 2000 sobre o local de residência em 31/07/1995.

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109

Figura 4.5 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam na Unidade da Federação em

31.07.1995, por lugar de residência em 31.07.1995, segundo os municípios da RMGV e outros

municípios do Espírito Santo

Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam na UF em 31.07.1995, por

lugar de residência em 31.07.1995, segundo a RMGV e outros municípios do ES

Viana

1%

Outros

38%

Vitória

11%

Vila Velha

18%

Serra

17%

Guarapari

7%

Cariacica

8%

Fundão

0%

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo de 2000. Adaptado de Castiglioni et al (2008).

Para os municípios que compõem a RMGV dirigiram-se 62% das pessoas que moravam em outros

estados em julho de 1995. Cariacica recebeu 8% dos imigrantes interestaduais. Vila Velha (18%) e

Serra (17%) foram os municípios que mais receberam migrantes, seguidos por Vitória (11%). Os

municípios do Estado situados fora desta região e agrupados na categoria “Outros” receberam juntos

38% dos imigrantes.

Nas figuras 4.6 a 4.9 estão apresentados os fluxos considerados nesta análise segundo os quatro

estados de maior contribuição com relação à variável focalizada. Os migrantes dos referidos estados

dirigiram-se, preferencialmente, para a RMGV, em especial os que procedem da Bahia (69,6%) e de

São Paulo (64%). Em Cariacica, as migrações mais numerosas envolveram mineiros e baianos.

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110

Figura 4.6 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam na Unidade da Federação em

31.07.1995, residentes em Minas Gerais em 31.07.1995, segundo os municípios da RMGV e outros

municípios do Espírito Santo

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo de 2000.

Adaptado de Castiglioni et al (2008).

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111

Figura 4.7 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam na Unidade da Federação em

31.07.1995, residentes na Bahia em 31.07.1995, segundo os municípios da RMGV e outros

municípios do Espírito Santo

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo de 2000.

Adaptado de Castiglioni et al (2008).

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112

Figura 4.8 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam na Unidade da Federação em

31.07.1995, residentes no Rio de Janeiro em 31.07.1995, segundo os municípios da RMGV e

outros municípios do Espírito Santo

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo de 2000.

Adaptado de Castiglioni et al (2008).

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113

Figura 4.9 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que não residiam na Unidade da Federação em

31.07.1995, residentes em São Paulo em 31.07.1995, segundo os municípios da RMGV e outros

municípios do Espírito Santo

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo de 2000.

Adaptado de Castiglioni et al (2008).

O quadro geral do movimento migratório dos municípios da RMGV ocorrida no período de 1995 a

2000 é apresentado na tabela 4.7. Na análise da tabela podem ser destacados os seguintes pontos: (i)

no que diz respeito à migração interna, isto é, entre os municípios do Espírito Santo, os municípios

que compõem a RMGV são os mais atrativos. Cariacica é o terceiro em número absoluto de entradas

(19.230), situando-se depois de Serra, o mais atrativo, e de Vila Velha; quanto às saídas para outros

municípios do Estado, Cariacica apresenta o segundo maior valor (18.132), superada apenas por

Vitória, a unidade que mais perde população; o saldo migratório, a diferença entre entradas e saídas,

é positivo para Cariacica (1.098), Serra e Vila Velha são os municípios que mais ganham nas trocas e

Vitória o que mais perde população. (ii) Neutralizando o efeito da população, o saldo migratório

ponderado, isto é, a taxa líquida de migração é positiva para Cariacica, mas o valor é baixo, para

Vitória a taxa apresenta valor negativo. (iii) Quanto à migração oriunda dos outros estados, Cariacica

coloca-se no 4º posto, com 10.050 entradas. (iiii) para a imigração internacional estão apresentadas

somente as entradas, que são pouco significativas em Cariacica.

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114

Tabela 4.7 – Indicadores de migração - RMGV - 2000

Residência em

2000

Migração Interna entre

municípios

do Espírito Santo

Saldo

migratório

ponderado

( por mil)

Migração

oriunda

de

outros

estados

Migração oriunda de outro

país

Atração

(A)

Repulsão

(R)

Saldos

migratórios

A-R

Cariacica 19230 18132 1098 3,4 10050 52

Fundão 1634 920 715 55,0 498 0

Guarapari 5612 3668 1945 22,0 9179 84

Serra 26062 13315 12748 39,7 22527 75

Viana 6433 3491 2942 55,0 1453 23

Vila Velha 25590 15249 10341 29,9 23277 394

Vitória 13865 29664 -15798 -54,0 13823 554

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo de 2000. Adaptado de Castiglioni et al (2008).

A figura 4.10 mostra a situação de Cariacica no conjunto dos municípios que apresentam saldo

migratório interno positivo. Como já enfatizado, as trocas migratórias são desfavoráveis para Vitória,

que ocupa o último lugar no ranking do Estado.

Figura 4.10 – Saldos migratórios dos municípios que apresentam os maiores valores positivos e

negativos – Espírito Santo – Período 1995 a 2000

Saldos migratórios dos municípios que apresentam

os maiores valores positivos e negativos – ES

12748

10341

2942

2025

1945

1550

1194

1149

1098

1059

-986

-1030

-1338

-1392

-1606

-1704

-1903

-2308

-2726

-15798

-20000 -15000 -10000 -5000 0 5000 10000 15000

Serra

Vila Velha

Viana

Santa Maria de Jetibá

Guarapari

São Mateus

Venda Nova do Imigrante

Marataizes

Cariacica

Sooretama

Montanha

São Gabriel da Palha

Pancas

Barra de São Francisco

Nova Venécia

Afonso Cláudio

Pedro Canário

Colatina

Linhares

Vitória

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo de 2000. Adaptado de Castiglioni et al (2008).

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115

Nas décadas marcadas pela redistribuição de população entre áreas rurais e urbanas, a migração era

na sua maior parte proveniente do interior do Estado. Atualmente a maior parte da migração da

RMGV ocorre entre os municípios que formam o conjunto (tabela 4.8). A migração intra regional

corresponde a 63% do total. Os residentes dos municípios que compõem a RMGV tendem a mudar-

se para Vila Velha, Serra e Cariacica. Dentre os migrantes de outros municípios que se destinaram à

RMGV, a maioria é proveniente de municípios do norte do estado: Colatina, São Mateus, Cachoeiro

de Itapemirim, Barra de São Francisco, Nova Venécia, Aracruz, Pedro Canário, Conceição da Barra,

Baixo Guandu e Afonso Cláudio. Estes migrantes mostram preferência por Serra, Vila Velha e

Cariacica.

Tabela 4.8 – Migrantes segundo o local da residência em julho de 1995

Muni

cípio

Total de

migrantes

internos

Número de migrantes Número de migrantes

Oriundos dos

municípios da

RMGV

Oriundos dos

outros municípios

Oriundos dos

municípios da

RMGV

Oriundos dos

outros municípios

Cariac

ica 18587 11114 7473 60 40

Fundã

o 1554 691 863 44 56

Guara

pari 5406 3144 2262 58 42

Serra 25345 16016 9329 63 37

Viana 6283 4952 1331 79 21

Vila

Velha 24762 17151 7611 69 31

Vitóri

a 13404 6994 6410 52 48

Total 95341 60062 35279 63 37

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo de 2000. Adaptado de Castiglioni et al (2008).

* Foram excluídas nesta tabela as pessoas provenientes do Estado que não especificaram o município de origem.

As informações sobre os migrantes possibilitam a análise da seletividade dos fluxos provenientes do

interior do estado com relação a algumas características: sexo, instrução e idade. Sabe-se que a

população feminina predomina nos fluxos direcionados para as regiões urbanas, devido às

oportunidades de emprego que a urbanização oferece às mulheres com pouca instrução e

especialização. A migração estudada corrobora esta tendência: o fluxo interno que se dirige para os

municípios da RMGV apresenta predominância feminina, com 54,7% de mulheres.

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116

A instrução aparece como um determinante importante da migração: os estudantes compõem 39,7%

do total dos migrantes (figura 4.11). Quanto à seletividade, observa-se que os migrantes internos têm

baixo nível de instrução: 40,2% têm ensino fundamental ou menos. Os migrantes com nível

instrucional mais elevado (médio, superior e pós-graduação) são 20,1%. Quanto à idade, a

distribuição dos migrantes confirma também as tendências clássicas: a propensão a migrar é mais

elevada entre 15 a 19 anos, e os níveis diminuem com o aumento da idade. No grupo de jovens

adultos, de 15 a 40 anos, concentram-se 60% dos migrantes (figura 4.12).

Figura 4.11 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que residiam em outro Município do

Espírito Santo em 31.07.1995, por grupos de anos de estudo (%)

Espírito Santo - 2000

31

3048

556

187

10350

5171

1694

28

220 13994

0 2000 4000 6000 8000 10000 12000 14000

Alfabetização de adultos

Antigo primário

Antigo ginásio

Antigo científ ico

Ensino fundamental

Ensino médio

Ensino superior

Mestrado ou doutorado

Nenhum

Estudante

Pessoas de 5 anos ou mais de idade que residiam em outro Município do ES

em 31.07.1995, por grupos de anos de estudo (%) Espírito Santo-2000

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo de 2000. Adaptado de Castiglioni et al (2008).

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117

Figura 4.12 – Pessoas de 5 anos ou mais de idade que residiam em outro município do

Espírito Santo em 31.07.1995, por idade - Espírito Santo - 2000

Pessoas de 5 anos ou mais de idade que residiam em outro município

do Espírito Santo em 31.07.1995, por idade - ES

0

1000

2000

3000

4000

5000

6000

7000

0-4

5-9

10-1

4

15-1

9

20-2

4

25-2

9

30-3

4

35-3

9

40-4

4

45-4

9

50-5

4

55-5

9

60-6

4

65-6

9

70-7

4

75-7

9

80+

Faixa etária

mero

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo 2000. Adaptado de Castiglioni et al (2008).

A tabela 4.9 corresponde à matriz de migração interna da RMGV: os números que compõem uma

coluna representam as saídas de pessoas do município indicado no cabeçalho e os números que

formam a linha, as entradas no município indicado na linha correspondente. A soma dos números de

uma determinada coluna representa as saídas de população do município indicado e a soma dos

números de uma determinada linha, as entradas do município. A matriz mostra que Cariacica tem

participação significativa na dinâmica inter-regional. Os fluxos inter regionais mais importantes são:

(i) os que têm origem em Vitória com destino a Serra (41,9% do total oriundo de Vitória) e Vila

Velha (32,8%); (ii) os fluxos de Cariacica para Vila Velha (42,6% do total originário desta unidade)

e (iii) os fluxos de Vila Velha para Cariacica (36,1% do total originado em Vila Velha).

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118

Tabela 4.9 – Migração entre os municípios da RMGV – Período 1995-2000

Residência em julho de 1995 total

RMGV Cariacica Fundão Guarapari Serra Viana Vila Velha Vitória

Cariacica - 48 333 1.882 1.684 4.146 3.020 11.114

Fundão 71 - 0 349 0 59 212 691

Guarapari 513 0 - 415 109 912 1.196 3.144

Serra 3.341 240 243 - 513 3.217 8.463 16.016

Viana 2.876 0 125 422 - 842 686 4.952

Vila Velha 6.210 90 752 3.004 456 - 6.639 17.151

Vitória 1.556 51 349 2.561 182 2.295 - 6.994

Total 14.567 430 1.802 8.633 2.943 11.471 20.215 60.062

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados do IBGE, Censo de 2000. Adaptado de Castiglioni et al (2008).

A mobilidade para fins de trabalho e estudo da população dos municípios da RMGV é apresentada

na figura 4.13 A intensidade dos movimentos pendulares é maior para os habitantes de Viana e

Cariacica e menor para Vitória e Guarapari. Quanto à idade, predomina neste tipo de movimento a

população em idade ativa, de 25 a 64 anos. Cerca de 25% dos moradores de Cariacica , na faixa de

25 a 64 anos, e 22% dos jovens de 15 a 24 anos, trabalham ou estudam em outro município.

Figura 4.13 – Proporção das pessoas residentes que trabalhavam ou estudavam em outro

município do Espírito Santo, segundo os municípios de residência e os grupos etários RMGV –

2000

Proporção das pessoas residentes que trabalhavam ou

estudavam em outro município do ES - RMGV - 2000

0

8

16

24

32

Cariacica Fundão Guarapari Serra Viana Vila Velha Vitória

( %)

0-14 anos 15-24 anos 25-64 anos 65 ou mais

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119

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica, com dados do IBGE, Censo de 2000. Adaptado de Castiglioni et al (2008).

5. ALGUNS INDICADORES INDIRETOS DE CRESCIMENTO

Os movimentos de algumas variáveis são importantes indicadores, antecedentes ou coincidentes, da

velocidade do crescimento populacional. Duas dessas variáveis são o crescimento da frota

automotiva, particularmente automóveis, e o consumo de energia elétrica, em suas diversas

modalidades (residencial, comercial, industrial, outros).

5.1. Frota de veículos automotivos

As séries de dados da frota de veículos foram obtidas através do encadeamento de duas fontes:

Denatran e Detran (ver observações na tabela 5.1). A frota automotiva total inclui: automóvel;

bonde; caminhão; caminhão trator; caminhonete; camioneta; chassi plataforma; ciclomotor;

microônibus; motocicleta; motoneta; ônibus; quadriciclo; reboque; semireboque; side-car; outros;

trator esteira; trator rodas; triciclo; utilitário. Fica evidente que a “frota total de veículos” inclui

apenas os itens existentes em cada município. Isso indica que o principal componente da frota total

para o município de Cariacica são os automóveis. Na verdade, para Cariacica, no período de dados

detalhados disponíveis, automóveis e motocicletas perfizeram de 72,9% em 2001 a 75,0%% da frota

total em 2009. Outros 10% da frota são caminhões e caminhonetes.

No período de 1999 a 2009 o município de Cariacica teve um aumento na frota de veículos

automotivos de 41.571 para 93.358, um crescimento de 124,6% em 10 anos. Nesse período a frota de

veículos de Cariacica manteve uma taxa anual média de crescimento de 8,5% enquanto que a do

Espírito Santo apresentou crescimento anual médio de 10,3%. A frota de veículos de Cariacica que

em 1999 representava 9,5% da frota total de veículos do Espírito Santo passou a representar 8,0% em

2009. Ver tabela 5.1 e figuras 5.1A e 5.1B.

Os dados de crescimento da frota total não indicam uma grande desaceleração nos últimos anos,

período de 2007 a 2009, no ES, na RMGV e tampouco em Cariacica. O que vem ocorrendo na frota

do município é um pequeno crescimento no número de automóveis e motos, em detrimento das

outras categorias.

Com relação à frota de automóveis, esta cresceu 88,5% de 2001 a 2009, passando de 27.417 para

51.682 veículos; tabelas 5.2. A taxa de crescimento anual média da frota de automóveis do município

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120

de Cariacica foi de 8,3%, e segue um padrão similar ao da frota total. Ver tabela 5.2 e figuras 5.2A e

5.2B.

Ponderando-se o que foi descrito sobre esse indicador de crescimento, os dados não nos permitem

inferir inequivocamente sobre a existência de uma forte aceleração do crescimento populacional.

Tabela 5.1: Frota total de veículos, participação (%) da frota de Cariacica no ES e crescimento

anual

Ano ES RMGV Cariacica Cariacica/ES (%) Crescimento anual (%) – frota total

ES RMGV Cariacica

1999 439.336 255.550 41.571 9,5 --- --- ----

2000 505.704 267.197 43.240 8,6 15,11 4,56 4,01

2001 548.985 276.667 44.909 8,2 8,56 3,54 3,86

2002 594.042 299.872 48.353 8,1 8,21 8,39 7,67

2003 639.288 320.624 51.718 8,1 7,62 6,92 6,96

2004 692.588 345.285 55.783 8,1 8,34 7,69 7,86

2005 753.475 374.153 60.801 8,1 8,79 8,36 9,00

2006 829.534 409.919 66.823 8,1 10,09 9,56 9,90

2007 933.849 459.274 75.069 8,0 12,58 12,04 12,34

2008 1.052.155 513.881 84.685 8,0 12,67 11,89 12,81

2009 1.163.331 565.863 93.358 8,0 10,57 10,12 10,24

Média 8,2 10,25 8,31 8,47

Fontes:1 - Em 1986, a frota passou a ser processada pela PRODEST.

2 - No Período de 1997 / 1998, foi efetuada a depuração no cadastro da frota de veículos registrados.

3 - Fontes: Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN, Sistema Nacional de 2001 a 2009

Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN, Total ES de 1999 a 2000

Departamentos Estaduais de Trânsito – DETRAN, de 1999 a 2000 (estimativas).

4 - Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional

Tabela 5.2: Frota de automóveis, participação (%) da frota de Cariacica no ES e crescimento

anual

Ano ES RMGV Cariacica Cariacica/ES (%) Crescimento anual (%) – automóveis

ES RMGV Cariacica

1999 270.916 --- --- 8,5 --- --- ---

2000 300.192 --- --- 8,5 10,81 --- ---

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121

2001 322.093 191.966 27.417 8,5 7,30 --- ---

2002 344.399 205.709 29.367 8,5 6,93 7,16 7,11

2003 365.594 217.312 31.231 8,6 6,15 5,64 6,35

2004 392.081 232.170 33.439 8,6 7,24 6,84 7,07

2005 422.207 249.146 36.109 8,5 7,68 7,31 7,98

2006 458.609 269.743 39.301 8,4 8,62 8,27 8,84

2007 505.635 296.181 43.054 8,4 10,25 9,80 9,55

2008 554.701 322.436 46.801 8,5 9,70 8,86 8,70

2009 612.038 353.276 51.682 8,5 10,34 9,56 10,43

Média 8,5 8,37 7,93 8,25

Fontes:

1 - Em 1986, a frota passou a ser processada pela PRODEST.

2 - No Período de 1997 / 1998, foi efetuada a depuração no cadastro da frota de veículos registrados.

3 - Fontes: Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN, Sistema Nacional de 2001 a 2009

Departamento Nacional de Trânsito - DENATRAN, Total ES de 1999 a 2000

Departamentos Estaduais de Trânsito – DETRAN, de 1999 a 2000 (estimativas).

4 - Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional

Figura 5.1A – Evolução da Frota total de veículos – Cariacica, RMGV e ES – 1999-2009

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122

Figura 5.1B – Taxa de crescimento anual da Frota total de veículos (%) – Cariacica,

RMGV e ES – 1999-2009

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

16,0

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Taxa de crescimento anual - Frota total de veículos (%) Cariacica, RMGV, ES

Cariacica Total ES RMGV

Figura 5.2A – Evolução da frota de automóveis – Cariacica, RMGV e ES – 1999-2009

0

100.000

200.000

300.000

400.000

500.000

600.000

700.000

1999

2000

2001

2002

2003

2004

2005

2006

2007

2008

2009

2010

Frota automóveis: Cariacica, RMGV, ES - 1999-2009

Cariacica Total ES RMGV

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123

Figura 5.2B – Taxa de crescimento anual da frota de automóveis (%) – Cariacica, RMGV

e ES – 1999-2009

1,0

2,0

3,0

4,0

5,0

6,0

7,0

8,0

9,0

10,0

11,0

12,0

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Taxa de crescimento anual - Frota de automóveis (%)Cariacica, RMGV, ES

Cariacica Total ES RMGV

5.2. Consumo de Energia Elétrica

O consumo de energia elétrica nos diversos setores da economia também se constitui em um

indicador do crescimento, econômico e populacional, de uma localidade. A Tabela 5.3 apresenta os

dados disponibilizados pela empresa distribuidora de energia elétrica (Escelsa) para o município de

Cariacica. Com esta pequena quantidade de dados (dez anos), consegue-se visualizar muito pouco,

além da impossibilidade de usar modelos estatísticos com dados anuais; ver também os gráficos 5.3

(dados em GWh) e 5.4 (dados em MWh). Os modelos gerados com dados mensais não são

apropriados para previsões de médio e longo prazo, digamos com horizontes de previsão maior que

dois anos. Ressalte-se que, a utilização desses dados de consumo associado ao número de unidades

consumidoras, proporcionou uma checagem para as projeções populacionais realizadas para o

município da Serra/ES, conforme descrito em Brasil e Rocha (2007).

Por outro lado, pode-se realizar uma análise exploratória. No período considerado, de 2000 a 2009, o

maior crescimento do consumo foi para a categoria “comercial”, 72,6%, e em seguida o consumo

“residencial”, 29,8%. O consumo “industrial” mostra uma queda abrupta de consumo de 2003 para

2004. A trajetória do consumo residencial de energia elétrica reduz-se nos anos 2001 e 2002 por

causa do racionamento de energia ocorrido em 2001, com visível impacto no aprendizado da

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124

população no sentido de maior racionalização do consumo nas residências. A tabela 5.4 e o gráfico

5.5 mostram as taxas de crescimento anual, onde se visualiza o mesmo comportamento, notando-se

um pico na velocidade do crescimento de 2004 para 2005, e de 2006 para 2007, estabilizando-se em

2009. Note-se que, somente em 2005 atingiu-se o consumo residencial total do ano 2000, cerca de

125 GWh, a despeito do crescimento populacional e da inclusão de novos clientes ainda não

atendidos.

Tabela 5.3: Consumo de Energia Elétrica no Município de Cariacica (GWh) – (2000-2009)

Setor / Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Residencial 125,57 108,33 104,53 116,14 110,31 125,09 127,32 141,36 150,30 162,93

Industrial 306,49 268,50 278,30 293,52 39,98 40,21 42,30 42,35 41,59 38,90

Comercial 51,20 49,72 54,90 60,72 61,88 68,00 74,61 80,27 84,92 88,34

Rural 2,85 2,52 2,67 2,68 2,71 3,07 3,36 3,52 3,30 3,39

Outros 29,63 24,98 27,82 28,36 29,50 29,97 31,62 32,94 36,67 36,82

Total Cariacica 515,73 454,04 468,23 501,41 244,37 266,34 279,21 300,44 316,78 330,39

Fonte: Escelsa. “Outros” inclui: consumo próprio, poder público, iluminação pública, serviço público.

Ainda com relação ao consumo residencial de energia elétrica, é instrutivo analisar-se o número de

unidades consumidoras, tabela 5.5. e gráfico 5.6, e também as taxas de crescimento anual do número

de unidades, tabela 5.6. e gráfico 5.7. Observa-se que, exceto pelo leve decaimento nos anos 2003,

2004 e 2006, houve uma inclusão crescente de novas unidades consumidoras, mas uma aparente

estabilização em 2009. Relativamente a 2000, houve um acréscimo de 26,4% no número de unidades

residenciais consumidoras de energia elétrica. Esse crescimento foi de 27,3% no número de unidades

comerciais.

Além disso, ao confrontar-se a quantidade de domicílios do censo 2000 do IBGE, 88.092, com a

quantidade de unidades consumidoras relativamente ao mesmo ano, dos dados da Escelsa, vê-se que

muitas unidades domiciliares não estavam atendidas pela rede elétrica no ano 2000. Isso significa

que em 2000, aproximadamente 86,5% dos domicílios estavam conectados à rede elétrica.

Adotando-se o número médio de pessoas por domicílio detectado no último censo, e considerando-se

o número de 96.566 unidades domiciliares de 2009, fornecido pela Escelsa, projeta-se uma

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125

população de cerca de 367.000 habitantes para 2009. Esse número está bastante próximo da

projeção do IBGE para 2009, 365.879 habitantes, apresentado na tabela 2.1.

Devem ser feitas algumas ressalvas. O crescimento da quantidade de domicílios, pode ter sido

suficiente para atender as unidades até então não atendidas, mas podem ainda existir unidades

domiciliares não conectadas à rede elétrica. Por isso, a projeção populacional para 2009, deve estar

entre 355.480 e 408.812, sendo uma boa estimativa o valor mencionado de 367.533 habitantes.

Gráfico 5.3 – Consumo de Energia Elétrica no município de Cariacica (GWh) – (2000-

2009)

0,00

20,00

40,00

60,00

80,00

100,00

120,00

140,00

160,00

180,00

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Consumo de energia elétrica no município de Cariacica (GWh) (2000-2009)

Residencial Comercial Outros

Nota: “Outros” inclui: rural, consumo próprio, poder público, iluminação pública, serviço público.

Apenas com os resultados do censo a ser realizado em 2010 verificar-se-á se os domicílios estão

completamente atendidos pela rede elétrica o que confirmaria claramente uma desaceleração no

crescimento do número de unidades consumidoras de energia elétrica, juntamente com uma redução

na velocidade de crescimento do consumo. Os dados apresentados indicam que existe ainda uma

pequena parcela de domicílios não atendidos, fato considerado no cálculo da estimativa populacional

apresentada para o ano 2009.

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126

Gráfico 5.4 – Consumo de Energia Elétrica no município de Cariacica (MWh) – (2000-2009)

0

50000

100000

150000

200000

250000

300000

350000

00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

INDUSTRIAL

24000

26000

28000

30000

32000

34000

36000

38000

00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

OUTROS

100000

110000

120000

130000

140000

150000

160000

170000

00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

RESIDENCIAL

2400

2600

2800

3000

3200

3400

3600

00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

RURAL

40000

50000

60000

70000

80000

90000

00 01 02 03 04 05 06 07 08 09 10

COMERCIAL

Fonte: Escelsa. “Outros” inclui: consumo próprio, poder público, iluminação pública, serviço público.

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127

Embora não diretamente associados ao crescimento populacional da Serra, é importante também

verificar-se o desempenho dos outros consumos de energia elétrica no município. O consumo

comercial de energia elétrica bem como o respectivo número de unidades consumidoras,

apresentou um crescimento aproximadamente linear crescente de 2001 a 2009. Na verdade, de 2002

a 2009 o crescimento do consumo foi de 60,9%, demonstrando o vigor do comércio no município.

No ano de 2009 o consumo de energia elétrica do setor comercial foi 127% maior do que o do setor

industrial.

Já o consumo industrial, vem apresentando um comportamento constante desde 2004, na média de

41 GWh. Note-se a ocorrência de um valor abrupto no ano de 2004. Segundo a EDP-Escelsa, “a

razão da queda de consumo do industrial de Cariacica em 2004 se deve a migração do maior cliente

deste segmento (Arcelor Mittal - Belgo) para o mercado livre”. Sobre a redução de clientes

industriais, de acordo com a EDP-Escelsa, “a Escelsa como um todo apresentou esta redução.

Grande parte está ligada ao saneamento do cadastro, o que pode resultar na reclassificação destes

clientes para as classes que realmente pertencem”.

Tabela 5.4: Taxas de crescimento anual – Consumo de Energia Elétrica em Cariacica (%)

Setor / Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Residencial -13,7 -3,5 11,1 -5,0 13,4 1,8 11,0 6,3 8,4

Industrial -12,4 3,7 5,5 -86,4 0,6 5,2 0,1 -1,8 -6,5

Comercial -2,9 10,4 10,6 1,9 9,9 9,7 7,6 5,8 4,0

Rural -11,6 5,9 0,3 1,2 13,1 9,5 4,9 -6,4 2,9

Outros -12,6 10,9 8,2 3,1 2,8 14,9 14,4 20,1 10,0

Total Cariacica -20,9 14,3 -2,0 0,2 0,4 0,8 0,8 7,2 2,7

Fonte: Escelsa. “Outros” inclui: consumo próprio, poder público, iluminação pública, serviço público.

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128

Gráfico 5.5 – Taxas de Crescimento Anual: Consumo de Energia Elétrica em Cariacica (%)

-30

-25

-20

-15

-10

-5

0

5

10

15

20

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Taxas de crescimento anual: consumo de energia elétrica (%) Cariacica - 2001-2009

Residencial Comercial Outros

Nota: “Outros” inclui: rural, consumo próprio, poder público, iluminação pública, serviço público.

Tabela 5.5: Número de unidades consumidoras de energia elétrica – Cariacica

Setor / Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Residencial 76232 80229 84053 83923 81400 85435 85337 88909 91810 96566

Industrial 906 928 910 861 832 824 806 807 802 786

Comercial 5455 6075 6015 6074 6116 6300 6257 6470 6739 6944

Rural 504 576 603 624 653 691 708 719 742 734

Outros 330 330 338 349 350 370 389 392 423 437

Total Cariacica 83427 88138 91919 91831 89351 93620 93497 97297 100516 105467

Fonte: Escelsa. “Outros” inclui: consumo próprio, poder público, iluminação pública, serviço público.

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129

Gráfico 5.6 – Unidades consumidoras de energia elétrica – Cariacica – (2000-2009)

0

20000

40000

60000

80000

100000

120000

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Unidades consumidoras de energia elétrica Cariacica - 2000-2009

Residencial Comercial Industrial

Tabela 5.6: Taxa de crescimento anual (%) – Número de unidades consumidoras de EE-

Cariacica

Setor / Ano 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009

Residencial 5,2 4,8 -0,2 -3,0 5,0 -0,1 4,2 3,3 5,2

Industrial 2,4 -1,9 -5,4 -3,4 -1,0 -2,2 0,1 -0,6 -2,0

Comercial 11,4 -1,0 1,0 0,7 3,0 -0,7 3,4 4,2 3,0

Rural 14,3 4,7 3,5 4,6 5,8 2,5 1,6 3,2 -1,1

Outros 0,0 2,4 3,3 0,3 5,7 5,1 0,8 7,9 3,3

Total Cariacica 5,6 4,3 -0,1 -2,7 4,8 -0,1 4,1 3,3 4,9

Fonte: Escelsa. “Outros” inclui: consumo próprio, poder público, iluminação pública, serviço público.

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130

Gráfico 5.7 – Taxa de crescimento anual (%) – Número de unidades Consumidoras de EE-

Cariacica

-8,0

-6,0

-4,0

-2,0

0,0

2,0

4,0

6,0

8,0

10,0

12,0

14,0

2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010

Taxa de crescimento anual (%) – número de unidades Consumidoras de energia elétrica - Cariacica -2001-2009

Residencial Comercial Industrial

6. PROJEÇÕES DA POPULAÇÃO PARA O MUNICÍPIO DE CARIACICA: 2010-2030

6.1. Uma discussão qualitativa

Nesta seção apresenta-se uma síntese, representando uma discussão qualitativa sobre o crescimento

populacional de Cariacica, baseada nos seminários programados pela coordenação da Agenda

Cariacica, e em entrevistas realizadas por nossa equipe com alguns atores atentos ao que está

ocorrendo no município de Cariacica.

O que aconteceu na dinâmica populacional de Cariacica 1980 a 2000?

No final da década de 1960 vários loteamentos foram aprovados em torno das BR’s 262 e 101. Com

a inauguração do Porto de Tubarão (1967), Cariacica começa a perder sua dinâmica de polo

industrial, sendo atraídos grandes investimentos a serem implantados em Vitória e Serra. A partir

dessa época, acelera-se em Cariacica um crescimento desordenado no setor urbano, com inúmeros

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131

loteamentos clandestinos e invasões, o que facilitou grande oferta de imóveis destinados à população

de baixa renda, surgindo assim sérios problemas sociais e ambientais para o município. Ocorreram

“ocupações clandestinas”, “loteamentos sem infraestrutura”, e “invasões”. Esses loteamentos foram

em grande parte induzidos por políticos em troca de benefícios eleitorais.

Nos anos 80 se deu o grande crescimento populacional decorrente da expansão da CST (construção

de fornos) e da construção da terceira ponte. Na década de 1990, Cariacica tinha a maior população

da Grande Vitória,

O que se espera do crescimento populacional de Cariacica nos próximos 10 anos?

Nos últimos dez anos não houve muita migração externa por causa da própria estrutura espacial

do município (configuração geográfica) e da topografia e também dos recentes desenvolvimentos

(regulamentações, etc). Quanto às migrações externas esperadas, estas se direcionarão em grande

medida para outros municípios da Grande Vitória (especialmente Serra e Vila Velha).

O que se espera é a manutenção da tendência de declínio do crescimento populacional.

Com relação à movimentação interna, existe uma razoável estabilidade nos movimentos internos;

ou seja, as pessoas se mudam pouco devido a uma similaridade dos bairros e a infraestrutura

muito parecida existente nas regiões.

A violência em Cariacica está centrada em 2 ou 3 bairros. Não se espera que a violência afete o

crescimento ou o decrescimento populacional nos próximos anos.

Espera-se um crescimento de menos de 2% nos próximos cinco anos e também nos próximos 10

anos.

O crescimento populacional de Cariacica já atingiu o seu auge?

O crescimento populacional de Cariacica já atingiu o seu auge, e o crescimento populacional é

conseqüência do que já existe.

O que se observará ao longo dos anos são as pessoas melhorando a qualidade de vida: as

habitações já vêm melhorando nos últimos anos (alvenaria, etc).

6.2. Cenários: premissas e projeções

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132

O grande crescimento populacional do município da Cariacica ocorreu entre 1950 e 1970; em

seguida observou-se uma ligeira queda neste crescimento, provocando alterações na pirâmide

populacional. A partir de 1980 até 2000 o crescimento foi a taxas aceleradamente decrescentes.

Acreditamos que a partir de 2000, caso sejam mantidas as mesmas condições observadas nos últimos

anos, o crescimento deverá ficar abaixo das taxas estaduais de maneira que ocorrerá uma estabilidade

na estrutura da pirâmide populacional do município, no sentido de manter suas tendências já

esboçadas.

A tabela 6.1 mostra, de acordo com dados do IBGE para os censos de 1980 a 2000, que houve um

aumento de 137% na população de idosos, considerando a faixa etária de 60 anos ou mais de idade e

de 240,3% de 1980 a 2010. Na faixa etária de 0 a 4 anos de idade, considerando o mesmo 1980-

2000, o crescimento foi apenas de 15,6%, mas o censo 2010 evela decréscimo populacional na faixa

de 0 a 4 anos. Isso evidencia o envelhecimento da população do município de Cariacica, na ausência

de significativos fluxos migratórios externos.

Tabela 6.1 - População de 0 a 4 anos de idade e de 60 anos ou mais (Cariacica)

Ano 0 a 4 anos Crescimento sobre 1980 60+ anos Crescimento sobre 1980

1980 27.340 ------ 9.249 ------

1991 31.859 ------ 15.170 ------

1996 30.232 ------ 18.306 ------

2000 31.606 15,6% 21.924 137,0%

2010 26.226 -4,07 31.479 240,3%

Fonte: IBGE- Vários censos; Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional

As análises estabelecidas nos capítulos anteriores e as percepções qualitativas resumidas na seção

6.1, onde os entrevistados prevêem um “crescimento natural”, constituem a base para o

estabelecimento das hipóteses na construção dos cenários. Cabe observar que uma taxa de

crescimento vegetativo (natural) é obtida pela diferença entre as taxas brutas de natalidade e

mortalidade e expressa o crescimento da população devido a esses fatos vitais. Assim, as hipóteses

razoáveis para construir os cenários alternativos devem considerar um “crescimento a taxas

decrescentes”.

Foram elaborados seis cenários, sendo os cenários 1, 2 e 4 considerados os mais realistas. O

cenário 1 representa uma variante de crescimento alto, o cenário 2 uma variante de crescimento

médio e os cenários 3 e 4, duas variantes de crescimento baixo. Os cenários 5 e 6 também são de

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133

crescimento a taxas decrescentes: o cenário 5 é apenas ilustrativo de um crescimento constante e o

cenário 6 representa o crescimento via curva matemática (logística).

Para os seis cenários resumidos a seguir, apresentam-se as projeções populacionais e também as

taxas médias geométricas de crescimento até o ano 2030; e, para os cenários 1, 2 e 4 também as

estatísticas implícitas. As tabelas 6.4 e 6.5 mostram as projeções e as respectivas taxas de

crescimento geométrico para os seis cenários. Observe-se que cinco dos seis cenários consideram a

hipótese de crescimento, mas a taxas decrescentes; ver as figuras 6.1 e 6.2.

A construção dos seis cenários: cenários 1, 2, 3 e 4

As projeções fornecem a evolução futura da população: o montante total e o padrão demográfico por

sexo e idade. Para a elaboração das projeções considera-se a evolução passada e as tendências

esperadas para o futuro. A evolução passada, descrita e analisada nos capítulos precedentes, forneceu

a base para a escolha de hipóteses que traduzem comportamentos prováveis dos componentes do

crescimento demográfico.

As projeções foram calculadas pelo método dos componentes, que se baseia nas tendências da

mortalidade, fecundidade e migrações. Os resultados do censo demográfico 2000 constituíram a base

para a construção das perspectivas. Neste trabalho as hipóteses adotadas para a mortalidade e para a

fecundidade foram as de continuação do declínio. Para a mortalidade foram utilizadas as tábuas de

mortalidade elaboradas pelo CEPAL/CELADE (2004) para o Brasil. Os valores das funções de

mortalidade do período 2020-2025 do cenário 3 e dos períodos 2015-2020 e 2020-2025 do cenário 4

foram obtidos por extrapolação linear dos valores dos períodos anteriores (tabela 6.2A). Os

indicadores dos níveis de fecundidade foram obtidos nas séries publicadas pelo

IBGE/DPE/Coordenação de População e Indicadores Sociais. Projeto UNFPA/BRASIL

(BRA/02/P02); (tabela 6.2B).

Um dos maiores problemas que se coloca para a elaboração de projeções é o da escolha de hipóteses

sobre a evolução e a composição dos fluxos migratórios. A natalidade e a mortalidade são

condicionadas por fatores biológicos e socioeconômicos de tendência mais previsível e seu registro é

obrigatório. O comportamento migratório é condicionado por fatores muito complexos que se inter-

relacionam: pessoais, psicológicos, sociais, econômicos, políticos, que atuam a nível individual e

coletivo. A dificuldade de escolha de uma tendência provável é acentuada pela falta de dados sobre

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134

este componente: a mobilidade interna não é registrada como no caso dos nascimentos e dos óbitos e

as informações disponíveis são coletadas por ocasião dos censos. Outra lacuna diz respeito aos

fluxos migratórios internacionais que se intensificaram nas últimas décadas: pouco se sabe sobre sua

intensidade e composição por sexo e idade. Os dados atualmente existentes por município são

relativos à migração do período 1995 a 2000 que certamente não retratam a situação atual, que será

conhecida em pouco tempo, por ocasião da divulgação dos resultados do recenseamento de 2010. Por

estes motivos para a migração foi considerado que as entradas e as saídas se equivalem.

A figura 6.1 mostra as projeções dos cenários 1, 2, e 4 para os anos 2010 – 2030; a figura 6.2 mostra

a taxa média geométrica de crescimento anual. O cenário 3 foi suprimido das figuras pois os

resultados são similares aos do cenário 4.

Tabela 6.2A - Esperança de vida por sexo

Período Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4

Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres Homens Mulheres

2000-2005 65,69 73,33 67,31 74,90 68,85 76,10 69,98 77,23

2005-2010 67,31 74,90 68,85 76,10 69,98 77,23 71,28 78,28

2010-2015 68,85 76,10 69,98 77,23 71,28 78,28 72,25 79,25

2015-2020 69,98 77,23 71,28 78,28 72,25 79,25 73,22 80,22

2020-2025 71,28 78,28 72,25 79,25 73,22 80,22 74,19 81,19

2025-2030 72,25 79,25 73,22 80,22 74,19 81,19 75,16 82,16

Fonte: CEPAL/CELADE (2004)

Tabela 6.2B – Taxa de Fecundidade Total

Período Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4

2000-2005 2,43 2,14 1,96 1,85

2005-2010 2,14 1,96 1,85 1,79

2010-2015 1,96 1,85 1,79 1,75

2015-2020 1,85 1,79 1,75 1,73

2020-2025 1,79 1,75 1,73 1,72

2025-2030 1,75 1,73 1,72 1,71

Fonte: IBGE/DPE/Coordenação de População e Indicadores Sociais. Gerência de Estudos e Análises da Dinâmica Demográfica. Projeto

UNFPA/BRASIL (BRA/02/P02) – População e Desenvolvimento – Sistematização das medidas e indicadores sociodemográficos oriundos da Projeção

(preliminar) da população por sexo e idade, por método demográfico, das Grandes Regiões e Unidades da Federação para o período 1991/2030.

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135

A construção dos seis cenários: cenários 5 e 6

A metodologia utilizada para a obtenção dos cenários 1, 2, 3 e 4 adota o método das componentes

demográficas, que se baseia nas tendências da mortalidade, fecundidade e migrações. É diferente

daquela utilizada para os cenários 5 e 6.

O cenário 5 é apenas ilustrativo, mas considera uma trajetória que merece ser verificada. Vejam-se a

tabela 2.2 e a figura 2.3, que mostra o crescimento geométrico anual no período 2000-2009,

utilizando-se a estimativa populacional do IBGE para 2009. Este cenário 5 considera simplesmente

um crescimento médio geométrico anual constante, e igual a 1,36%, de 2010 a 2030. Neste cenário

a população alcança em 2030 um valor 50% maior do que no censo 2000; tabela 6.3.

Cenário 6. O método utilizado para a elaboração das projeções considera que a população seguirá o

modelo matemático de uma curva logística; ver Siegel and Swanson (2008). Neste cenário procura-

se ajustar uma curva logística (via regressão) aos dados populacionais do município de 1920 a 2000.

A curva melhor ajustada foi obtida através de critérios estatísticos, considerando-se uma boa

estimativa do dado do censo 2000, e que a população tende assintoticamente a um valor de saturação

de 600.000 (valor determinado empiricamente). Neste cenário a população alcança em 2030 um

valor 61% maior do que no censo 2000. Também, a população, no ritmo de crescimento do cenário,

atingiria 580.000 habitantes em 2055; tabela 6.3. Ver o capítulo 8 (Anexos), para uma conceituação

da curva logística. A figura 6.4 exibe a taxa média geométrica de crescimento para o período 2010-

2030 de todos os seis cenários.

Se admitirmos que o processo migratório está estabilizado (além de não ocorrerem eventos de grande

fluxo migratório no futuro) e que o aumento nas taxas de fecundidade está de acordo com as

variações regionais decrescentes, é bastante razoável pensarmos na população de Cariacica não

evoluindo de acordo com os cenários 5 e 6.

Comentários sobre as projeções e taxas: tabelas 6.3 e 6.4

Observe-se que no cenário 4, variante de crescimento baixo, a taxa de decrescimento é maior: 1,14%

ao ano em 2010, decaindo até 0,44% ao ano no quinquênio 2025-2030; no cenário 1 (variante de

crescimento alto), o decaimento é mais lento, projetando uma população de 371.882 habitantes para

o ano 2010 e atingindo 400.000 habitantes apenas em 2018. O cenário 5 projeta uma população para

2010 próxima àquela do cenário 1, no entanto deve superestimar as projeções até 2030. As projeções

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136

do cenário 6, apesar de ajustarem um curva com dados desde 1920, aponta uma taxa de crescimento

em 2010 com um valor elevado, que não considera plenamente o decaimento que vem sendo

observado (contagem de 2007). Dessa forma, os cenários 5 e 6 são de pequena probabilidade. A

figura 6.3 esboça as projeções do cenário 2 (variante de crescimento médio) e do cenário 6

(extrapolação da curva logística). As projeções completas e as estatísticas implícitas para os cenário

1, 2 e 4 encontram-se nas tabelas A6.1, A6.2 e A6.3 no anexo a este capítulo. Nas tabelas A6.4 a

A6.13 encontram-se as estatísticas implícitas obtidas desses cenários.

Tabela 6.3: Projeções da população de Cariacica (2010-2030) – Cenários 1, 2, 3, 4, 5 e 6

Ano Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4 Cenário 5 Cenário 6

2010 371.882 366.636 363.899 362.681 370.842 405.540

2015 390.426 384.068 381.000 379.621 396.794 441.927

2020 405.906 398.861 395.396 394.051 424.561 473.627

2025 419.661 411.257 407.244 405.830 454.272 500.402

2030 431.100 421.112 416.410 414.765 486.063 522.434

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados dos Censos do IBGE.

Tabela 6.4: Taxa média geométrica de crescimento (2010-2030) – Cenários 1, 2, 3, 4, 5 e 6

Ano Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4 Cenário 5 Cenário 6

2010 1,40 1,25 1,18 1,14 1,36 2,32

2015 0,98 0,93 0,92 0,92 1,36 1,73

2020 0,78 0,76 0,74 0,75 1,36 1,40

2025 0,67 0,61 0,59 0,59 1,36 1,11

2030 0,54 0,47 0,45 0,44 1,36 0,87

Fonte: Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional, com dados dos censos do IBGE.

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137

Figura 6.1 – Projeções dos cenários 1, 2, e 4 (2010 – 2030)

320.000

340.000

360.000

380.000

400.000

420.000

440.000

2010 2015 2020 2025 2030

População estimada - Cariacica - 2010-2030 - Cenários 1, 2, e 4

Cenário 1 Cenário 2 Cenário 4

Figura 6.2 – Taxa média geométrica de crescimento - projeções dos cenários 1, 2, e 4

0,00

0,20

0,40

0,60

0,80

1,00

1,20

1,40

1,60

2010 2015 2020 2025 2030

Taxa média geométrica de crescimento anual Cariacica - 2010-2030 - Cenários 1, 2, e 4

Cenário 1 Cenário2 Cenário 4

O valor da taxa média geométrica de crescimento anual de 2010 é relativa a 2000

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138

Figura 6.3 – Projeções dos cenários 2 e 6 (2010 – 2030)

0

100.000

200.000

300.000

400.000

500.000

600.000

1920

1925

1930

1935

1940

1945

1950

1955

1960

1965

1970

1975

1980

1985

1990

1995

2000

2005

2010

2015

2020

2025

2030

População estimada - Cariacica - 2010-2030 - Cenários 2 e 6(Até o ano 2000 a população é a dos censos - IBGE)

Cenário 6 Cenário 2

Figura 6.4 – Taxa média geométrica de crescimento - projeções dos cenários 1, 2, 3, 4, 5 e 6

0,00

0,50

1,00

1,50

2,00

2,50

2010 2015 2020 2025 2030

Taxa média geométrica de crescimento anual Cariacica - 2010-2030 - Cenários 1, 2, 3, 4, 5 e 6

Cenário 1 Cenário 2 Cenário 3 Cenário 4 Cenário 5 Cenário 6

O valor da taxa média geométrica de crescimento anual de 2010 é relativa a 2000

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139

Comentários sobre as projeções dos cenários escolhidos: cenários 1, 2 e 4

Crescimento Populacional. No censo do ano 2000 a população recenseada foi de 324.285

habitantes. O cenário 1 projeta 371.882 habitantes para 2010, um crescimento de 14,7% no período;

já o cenário 4 prevê 362.681 habitantes, apenas 11,8% superior à população do ano 2000. Para 2030,

a projeção do cenário 1 é de 431.100 habitantes, um crescimento de 32,9% relativamente a 2000

(último dado real disponível).

Pirâmides Etárias / Distribuição por faixa etária e sexo. Nas figuras 6.5, 6.6 e 6.7 encontram-se,

respectivamente, as pirâmides etárias projetadas para os cenários 1, 2 e 4, bem como as distribuições

por faixa etária e sexo. No cenário 4 a redução das faixas etárias jovens (até 14 anos) é mais

acentuada. Nos cenários 1 e 2 as reduções são ligeiramente mais lentas. Nos três cenários constatam-

se as tendências já observadas: (i) aumento da participação da população nas faixas acima de 45 anos

na medida da passagem do tempo; ou seja, para 2030 em todos os três cenários a participação dessa

faixa é maior que em 2010 e 2020; (ii) uma redução da participação das faixas mais jovens de 0-4

anos, 5-9 anos e 10-14 anos na população total, com decaimento mais rápido no cenário 1; (iii) um

envelhecimento gradual da população em todos os três cenários.

Figura 6.5 - Pirâmides etárias (%) para Cariacica nos anos projetados: 2010 a 2030

(cenário 1)

4,6

5,0

4,3

4,2

4,4

4,6

4,2

3,6

3,3

3,0

2,6

2,0

1,3

0,9

0,6

0,4

0,2

4,4

4,8

4,1

4,1

4,4

4,7

4,4

3,8

3,5

3,3

2,8

2,2

1,6

1,1

0,9

0,6

0,3

10 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10

0 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14 anos

15 a 19 anos

20 a 24 anos

25 a 29 anos

30 a 34 anos

35 a 39 anos

40 a 44 anos

45 a 49 anos

50 a 54 anos

55 a 59 anos

60 a 64 anos

65 a 69 anos

70 a 74 anos

75 a 79 anos

80 +

Pirâmide etária (%) - Cariacica - 2010 - Cenário 1

Homens Mulheres

3,6

3,8

4,2

4,5

3,9

3,8

3,9

4,1

3,7

3,1

2,8

2,5

2,0

1,5

0,9

0,5

0,3

3,5

3,7

4,0

4,4

3,7

3,7

4,0

4,2

3,9

3,4

3,1

2,9

2,4

1,8

1,2

0,8

0,4

10 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10

0 a 4 anos5 a 9 anos

10 a 14 anos15 a 19 anos20 a 24 anos25 a 29 anos30 a 34 anos35 a 39 anos40 a 44 anos

45 a 49 anos 50 a 54 anos 55 a 59 anos60 a 64 anos65 a 69 anos70 a 74 anos

75 a 79 anos 80 +

Pirâmide etária (%) - Cariacica - 2020 -Cenário 1

Homens Mulheres

Page 141: DINÂMICA POPULACIONAL DE CARIACICA · CST – Companhia Siderúrgica de Tubarão CVRD – Companhia Vale do Rio Doce ... Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas

140

3,3

3,3

3,4

3,6

3,9

4,2

3,5

3,5

3,5

3,7

3,3

2,7

2,4

1,9

1,5

1,0

0,4

3,2

3,2

3,2

3,4

3,8

4,1

3,5

3,5

3,7

3,9

3,6

3,0

2,7

2,4

1,9

1,3

0,6

10 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10

0 a 4 anos5 a 9 anos

10 a 14 anos15 a 19 anos20 a 24 anos25 a 29 anos30 a 34 anos35 a 39 anos40 a 44 anos

45 a 49 anos 50 a 54 anos 55 a 59 anos60 a 64 anos65 a 69 anos70 a 74 anos

75 a 79 anos 80 +

Pirâmide etária (%) - Cariacica - 2030 - Cenário 1

Homens Mulheres

Figura 6.6 - Pirâmides etárias (%) para Cariacica nos anos projetados: 2010 a 2030

(cenário 2)

4,3

4,5

4,3

4,3

4,4

4,7

4,3

3,6

3,4

3,0

2,6

2,0

1,4

0,9

0,7

0,4

0,2

4,1

4,3

4,2

4,1

4,4

4,7

4,4

3,8

3,6

3,4

2,9

2,2

1,6

1,1

0,9

0,6

0,3

10 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10

0 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14 anos

15 a 19 anos

20 a 24 anos

25 a 29 anos

30 a 34 anos

35 a 39 anos

40 a 44 anos

45 a 49 anos

50 a 54 anos

55 a 59 anos

60 a 64 anos

65 a 69 anos

70 a 74 anos

75 a 79 anos

80 +

Pirâmide etária (%) - Cariacica - 2010 - Cenário 2

Homens Mulheres

3,5

3,7

3,9

4,1

3,9

3,9

4,0

4,2

3,8

3,2

2,9

2,5

2,1

1,5

1,0

0,6

0,3

3,4

3,5

3,8

4,0

3,8

3,8

4,1

4,3

4,0

3,4

3,2

2,9

2,4

1,8

1,3

0,8

0,5

10 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10

0 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14 anos

15 a 19 anos

20 a 24 anos

25 a 29 anos

30 a 34 anos

35 a 39 anos

40 a 44 anos

45 a 49 anos

50 a 54 anos

55 a 59 anos

60 a 64 anos

65 a 69 anos

70 a 74 anos

75 a 79 anos

80 +

Pirâmide etária (%) - Cariacica - 2020 - Cenário 2

Homens Mulheres

3,1

3,2

3,3

3,5

3,7

3,8

3,7

3,6

3,6

3,8

3,4

2,8

2,5

2,0

1,6

1,0

0,4

3,0

3,1

3,2

3,3

3,6

3,7

3,6

3,6

3,8

4,0

3,7

3,1

2,8

2,5

2,0

1,4

0,7

10 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10

0 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14 anos

15 a 19 anos

20 a 24 anos

25 a 29 anos

30 a 34 anos

35 a 39 anos

40 a 44 anos

45 a 49 anos

50 a 54 anos

55 a 59 anos

60 a 64 anos

65 a 69 anos

70 a 74 anos

75 a 79 anos

80 +

Pirâmide etária (%) - Cariacica - 2030 - Cenário 2

Homens Mulheres

Page 142: DINÂMICA POPULACIONAL DE CARIACICA · CST – Companhia Siderúrgica de Tubarão CVRD – Companhia Vale do Rio Doce ... Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas

141

Figura 6.7 - Pirâmides etárias (%) para Cariacica nos anos projetados: 2010 a 2030

(cenário 4)

4,0

4,0

4,4

4,4

4,5

4,8

4,4

3,7

3,4

3,1

2,7

2,1

1,4

1,0

0,7

0,5

0,2

3,9

3,9

4,2

4,2

4,5

4,8

4,5

3,9

3,6

3,4

2,9

2,3

1,7

1,2

0,9

0,7

0,4

10 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10

0 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14 anos

15 a 19 anos

20 a 24 anos

25 a 29 anos

30 a 34 anos

35 a 39 anos

40 a 44 anos

45 a 49 anos

50 a 54 anos

55 a 59 anos

60 a 64 anos

65 a 69 anos

70 a 74 anos

75 a 79 anos

80 +

Pirâmide etária (%) - Cariacica - 2010 - Cenário 4

Homens Mulheres

3,4

3,5

3,7

3,7

4,0

3,9

4,1

4,3

3,9

3,3

3,0

2,6

2,2

1,6

1,0

0,6

0,3

3,3

3,4

3,5

3,5

3,9

3,8

4,1

4,4

4,1

3,5

3,3

3,0

2,5

1,9

1,3

0,9

0,5

10 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10

0 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14 anos

15 a 19 anos

20 a 24 anos

25 a 29 anos

30 a 34 anos

35 a 39 anos

40 a 44 anos

45 a 49 anos

50 a 54 anos

55 a 59 anos

60 a 64 anos

65 a 69 anos

70 a 74 anos

75 a 79 anos

80 +

Pirâmide etária (%) - Cariacica - 2020 - Cenário 4

Homens Mulheres

3,0

3,1

3,2

3,4

3,5

3,5

3,7

3,7

3,8

3,9

3,5

2,9

2,6

2,1

1,7

1,1

0,5

2,8

3,0

3,1

3,2

3,3

3,4

3,7

3,6

3,9

4,1

3,8

3,2

2,9

2,6

2,1

1,5

0,7

10 8 6 4 2 0 2 4 6 8 10

0 a 4 anos

5 a 9 anos

10 a 14 anos

15 a 19 anos

20 a 24 anos

25 a 29 anos

30 a 34 anos

35 a 39 anos

40 a 44 anos

45 a 49 anos

50 a 54 anos

55 a 59 anos

60 a 64 anos

65 a 69 anos

70 a 74 anos

75 a 79 anos

80 +

Pirâmide etária (%) - Cariacica - 2030 - Cenário 4

HomensMulheres

Estatísticas implícitas nas projeções: cenários 1, 2, e 4

As figuras 6.8 a 6.11 mostram as principais estatísticas implícitas extraídas das projeções dos

cenários. Apresentam-se apenas as análises considerando o grupo idoso composto por pessoas com

65 ou mais anos.

Estatísticas implícitas: principais grupos etários. A figura 6.8A resume a evolução da distribuição

etária na classificação dos três grandes grupos etários: 0-14 anos (jovens); 15-64 anos (grupo em

idade produtiva); e 65+ anos (idosos), para os cenários 1, 2, e 4. Em todos os três cenários é visível o

aumento percentual do grupo de idosos e o decréscimo do grupo de jovens. No cenário 4 essas

tendências são mais acentuadas. No cenário 4, em 2030, a participação dos idosos na população é:

13,7% a 17,5%. No cenário médio, cenário 2, essa participação é de 12,9 e 18,2%, respectivamente

para idosos e jovens. A figura 6.8B resume os resultados quando se considera como idosos o grupo e

60+ anos o que acentua ainda mais o envelhecimento; por exemplo, no cenário 4, em 2030, a

participação dos idosos na população ultrapassa a de jovens: 19,4% a 17,5%.

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142

Estatísticas implícitas: razão de dependência. A razão de dependência total para Cariacica que era

de 51,6% em 2000 foi projetada para 44,8% em 2010, no cenário 2 (idosos com 65+), mas fica no

patamar 44,1% em 2030. Esse fato pode ser explicado pelo aumento da população em idade

produtiva que em 2000 (15-64 anos) representava 66,3% da população, e, projeta-se que esse

percentual fique em 63,4% em 2030; ao mesmo tempo a população de dependentes jovens (0-14

anos) que era de 28,6% em 2000, decresce para 25,7% em 2010 e cai para 18,2% em 2030. Quanto à

razão de dependência total, as projeções dos três cenários não são destoantes.

Estatísticas implícitas: razão de sexo. A razão de sexo total indica predominância feminina em

todos os cenários. Os cenários, 1, 2 e 4 projetam para 2030, aproximadamente 96 homens para cada

100 mulheres. No grupo etário de (0-14 anos) a predominância ainda será masculina de acordo com

os três cenários. Mas essa relação se inverte nos dois outros grupos etários

Estatísticas implícitas: índice de envelhecimento. No censo do ano 2000, Cariacica apresentava

uma população de 14.684 idosos (65 anos e mais), equivalente a 6,87% da população; para 2030, a

população projetada no cenário 1 é de 47.873 pessoas, ou 16,0% da população. No cenário 2 essa

população de idosos foi projetada em 49.091 habitantes, ou 16,8% da população.

O índice de envelhecimento foi de 15,3% no ano 2000 (pessoas de “65 ou mais anos” com relação

aos jovens de “0-14 anos”). O cenário 1 projeta 18,7% para 2010 enquanto os cenários 2 e 4

projetam 20,3% e 22,4%, respectivamente. Para 2030 a projeção fica em 56,6% para o cenário 1,

61,6% para o cenário 2 e 68,1% para o cenário 4. Isso indica a predominância cada vez maior dos

idosos relativamente aos jovens.

Finalizando. É fato reconhecido que qualquer projeção de população por sexo e grupos de idade,

realizada por métodos demográficos, deve ser revista na medida em que surjam novas informações.

Essas informações confiáveis quase sempre são provenientes de: (i) censos demográficos; (ii)

pesquisas domiciliares por amostragem (PNAD’s); ou (iii) estatísticas vitais. Assim, apenas com a

disponibilidade desses dados, podem-se obter projeções revisadas com confiabilidade. Portanto, o

censo demográfico deste ano de 2010 é que vai cristalizar a realidade demográfica da década de 2000

a 2009.

Consoante à regra universal de que todos os procedimentos utilizados para se obter projeções

populacionais estão baseados nas tendências observadas nos dados passados, e em algumas

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143

suposições sobre a trajetória futura de alguns parâmetros importantes, dependentes dos modelos

utilizados, esse estudo não foge à regra. Não se observando as premissas adotadas nos cenários as

projeções não se confirmarão.

Por outro lado, os últimos dados censitários no Brasil têm indicado uma tendência geral de redução

nas taxas anuais de crescimento populacional (com exceções localizadas). A taxa de fecundidade

total de Cariacica também apresenta tendência decrescente, nos dados reais disponíveis. Também

fica evidenciado o envelhecimento da população. Os dados dos dois últimos censos demonstram uma

tendência de queda no saldo migratório positivo do município. Isso significa dizer que os

pressupostos subjacentes às projeções dos cenários 1, 2 e 4 parecem realistas, mas conduzem a

estatísticas implícitas bem diferentes em uns poucos casos. O cenário 1, denominado “variante de

crescimento alto” projeta uma população de 371.882 habitantes para o ano 2010 (aproximadamente

15% maior com relação à população de 324.285 do censo 2000) e 431.100 habitantes para o ano

2030 (apenas 32,9% superior, relativamente a 2000). Considerando-se as estimativas populacionais

determinadas a partir dos dados de consumo de energia elétrica (seção 6.2), que projeta uma

população de 367.533 habitantes para 2009, é possível que este cenário prevaleça.

Comentário pós-divulgação do censo 2010 em 29/04/2011

Com os dados divulgados até o momento e atualizados no capítulo 2, evidencia-se que o cenário 4,

variante de crescimento baixo, foi o de melhor ajuste, apresentando 3,9% de erro absoluto percentual

médio. (Sigla em inglês: MAPE - Mean absolute precentual error). O Erro absoluto percentual médio

do cenário 1 foi de 6,6%. As projeções dos cenários superestimaram os resultados. A taxa de

crescimento geométrico prevista no cenário 4, foi de 1,14% ao ano em 2010. Na verdade a taxa

calculada com os dados do censo foi de 0,73% (figura 2.3). Considerando-se uma cobertura completa

do censo 2010 no município, além de uma acentuada diminuição na taxa de fecundidade, deve ter

ocorrido uma razoável redução do número médio de pessoas por domicílio, que era de 3,64 em 2000

(tabela 2.6), passando para 3,1 a 3,3 habitantes por domicílio em 2010. Somente com os dados

completos do censo, que devem ser divulgados em ainda 2011, poder-se-á refazer alguns cálculos e

cenários desenvolvidos neste estudo.

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144

Figura 6.8A – Evolução dos grupos etários - Cariacica - anos projetados: 2005 a 2030

(cenários 1, 2, 4)

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145

Figura 6.8B – Evolução dos grupos etários - Cariacica - anos projetados: 2005 a 2030

(cenários 1, 2, 4)

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146

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147

Figura 6.9 – Razão de dependência - Cariacica - anos projetados: 2005 a 2030 (cenários 1, 2,

4)

48,9

47,345,9

43,0 42,844,4

42,139,9

37,3

32,429,6 28,3

6,8 7,5 8,710,6

13,116,0

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

2005 2010 2015 2020 2025 2030

Razão de dependência demográfica (%)

Cariacica - 2005-2030 - Cenário 1

Total Jovens Idosos (65+)

47,2

44,8 43,0 41,8 42,344,1

40,4

37,3

34,2

30,928,6 27,3

6,9 7,6 8,810,9

13,716,8

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

50,0

2005 2010 2015 2020 2025 2030

Razão de dependência demográfica (%)

Cariacica - 2005-2030 - Cenário 2

Total Jovens Idosos (65+)

Page 149: DINÂMICA POPULACIONAL DE CARIACICA · CST – Companhia Siderúrgica de Tubarão CVRD – Companhia Vale do Rio Doce ... Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas

148

45,7

42,5 40,3 40,842,1

44,1

38,7

34,7

31,229,3

27,6 26,2

7,0 7,8 9,1

11,4

14,5

17,9

0,0

5,0

10,0

15,0

20,0

25,0

30,0

35,0

40,0

45,0

50,0

2005 2010 2015 2020 2025 2030

Razão de dependência demográfica (%) Cariacica - 2005-2030 - Cenário 4

Total Jovens Idosos (65+)

Figura 6.10 – Razão de Sexo - Cariacica - anos projetados: 2005 a 2030 (cenários 1, 2, 4)

104,1 104,0 103,9 104,0 104,1 104,2

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

2005 2010 2015 2020 2025 2030

Razão de Sexo (Índice de Masculinidade): total da população

e por grupos etários - Cariacica 2005-2030 - Cenário 1

Total da população Produtivos (15-64) Jovens (0-14) Idosos (65+)

Page 150: DINÂMICA POPULACIONAL DE CARIACICA · CST – Companhia Siderúrgica de Tubarão CVRD – Companhia Vale do Rio Doce ... Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas

149

104,2 104,1 104,0 104,1 104,2 104,2

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

2005 2010 2015 2020 2025 2030

Razão de Sexo (Índice de Masculinidade): total da população e por grupos

etários - Cariacica 2005-2030 - Cenário 2

Total da população Produtivos (15-64) Jovens (0-14) Idosos (65+)

104,3 104,3 104,2 104,2 104,3 104,4

0,0

20,0

40,0

60,0

80,0

100,0

120,0

2005 2010 2015 2020 2025 2030

Razão de Sexo (Índice de Masculinidade): total da população e por grupos etários - Cariacica 2005-2030 - Cenário 4

Total da população Produtivos (15-64) Jovens (0-14) Idosos (65+)

Page 151: DINÂMICA POPULACIONAL DE CARIACICA · CST – Companhia Siderúrgica de Tubarão CVRD – Companhia Vale do Rio Doce ... Óbitos por ocorrência por grande grupo de causas externas

150

Figura 6.11 – Índice de envelhecimento - Cariacica - anos projetados: 2005 a 2030 (cenários

1, 2, 4)

13,515,7

19,6

27,8

38,1

48,2

18,921,9

27,1

37,5

50,9

65,4

16,218,7

23,3

32,6

44,4

56,6

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

2005 2010 2015 2020 2025 2030

Evolução do índice de idosos (65+)

Cariacica - 2005-2030 - Cenário 1

Homens Mulheres Total

14,217,1

21,8

30,3

41,3

52,6

19,923,7

30,1

40,6

54,9

71,0

17,0 20,3

25,8

35,4

47,9

61,6

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

2005 2010 2015 2020 2025 2030

Evolução do índice de idosos (65+)

Cariacica - 2005-2030 - Cenário 2

Homens Mulheres Total

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151

15,1 18,8

24,6

33,4

45,4

58,4

21,026,1

33,9

44,7

60,0

78,3

18,0 22,4

29,1

38,9

52,5

68,1

0,0

10,0

20,0

30,0

40,0

50,0

60,0

70,0

80,0

90,0

2005 2010 2015 2020 2025 2030

Evolução do índice de idosos (65+) Cariacica - 2005-2030 - Cenário 4

Homens Mulheres Total

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152

6.3. Anexo – Projeções dos cenários 1, 2 e 4 por sexo e faixa etária: 2010-2030

Tabela A6.1 – Cenário 1 – Projeção da população de Cariacica por sexo e idade 2010 - 2030

Faixa

etária

2010 2015 2020

Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total

00-04 16992 16327 33320 15519 14901 30420 14604 14015 28619

05-09 18410 17748 36159 16907 16264 33171 15448 14849 30297

10-14 15911 15258 31170 18370 17721 36091 16873 16241 33114

15-19 15773 15204 30977 15827 15226 31052 18281 17687 35968

20-24 16260 16290 32550 15601 15157 30758 15670 15182 30852

25-29 17112 17307 34419 16027 16222 32249 15397 15100 30497

30-34 15801 16262 32063 16833 17210 34043 15788 16140 31927

35-39 13257 14019 27275 15498 16137 31635 16536 17090 33626

40-44 12347 13163 25510 12938 13862 26801 15154 15972 31126

45-49 11032 12347 23379 11955 12947 24901 12557 13653 26210

50-54 9524 10453 19977 10564 12053 22617 11481 12663 24144

55-59 7333 8099 15432 8970 10092 19061 9986 11670 21656

60-64 4914 5892 10806 6740 7689 14428 8285 9620 17905

65-69 3329 4136 7464 4364 5456 9820 6024 7162 13185

70-74 2356 3212 5567 2804 3683 6487 3707 4901 8608

75-79 1581 2232 3813 1836 2689 4526 2210 3124 5334

80+ 797 1205 2002 948 1419 2367 1108 1729 2837

Total 182729 189153 371882 191699 198727 390426 199108 206798 405906

Tabela A6.1 – Cenário 1 – Projeção da população de Cariacica por sexo e idade 2010 - 2030

Faixa

etária

2025 2030

Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total

00-04 14457 13866 28323 14230,81 13641,69 27872,5

05-09 14545 13971 28516 14404,05 13826,68 28230,73

10-14 15420 14830 30250 14520,76 13954,98 28475,75

15-19 16800 16213 33013 15359,35 14806,51 30165,87

20-24 18121 17641 35762 16666,86 16174,48 32841,34

25-29 15489 15130 30619 17930,3 17585,54 35515,84

30-34 15192 15030 30222 15299,99 15065,76 30365,75

35-39 15538 16036 31573 14970,61 14940,56 29911,17

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153

40-44 16204 16929 33133 15248,29 15896,99 31145,28

45-49 14746 15750 30497 15797,45 16711,7 32509,14

50-54 12100 13377 25477 14243,04 15455,78 29698,81

55-59 10900 12290 23191 11522,19 13012,52 24534,72

60-64 9276 11164 20439 10164,21 11795,88 21960,09

65-69 7458 9007 16465 8391,873 10500,88 18892,75

70-74 5166 6483 11649 6438,356 8209,046 14647,4

75-79 2959 4204 7163 4158,8 5617,446 9776,246

80+ 1341 2028 3370 1804,196 2752,607 4556,802

Total 205713 213948 419661 211151,1 219949,1 431100,2

Tabela A6.2 – Cenário 2 – Projeção da população de Cariacica por sexo e idade 2010 - 2030

Faixa

etária

2010 2015 2020

Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total

00-04 15726 15100 30827 14714 14121 28836 13996 13424 27420

05-09 16451 15825 32276 15654 15048 30702 14655 14077 28732

10-14 15940 15279 31219 16418 15803 32221 15626 15028 30655

15-19 15789 15211 30999 15863 15250 31113 16347 15775 32123

20-24 16291 16298 32589 15632 15167 30800 15724 15210 30934

25-29 17157 17320 34477 16078 16237 32315 15452 15115 30567

30-34 15851 16278 32129 16901 17232 34133 15864 16162 32026

35-39 13307 14037 27343 15572 16164 31735 16634 17121 33755

40-44 12404 13186 25590 13012 13893 26905 15259 16012 31271

45-49 11094 12378 23471 12038 12987 25025 12662 13700 26362

50-54 9590 10490 20079 10654 12107 22761 11600 12725 24325

55-59 7400 8141 15541 9065 10156 19221 10115 11751 21866

60-64 4974 5935 10909 6835 7760 14595 8420 9716 18136

65-69 3380 4178 7557 4445 5528 9973 6153 7265 13419

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154

70-74 2402 3260 5662 2871 3753 6624 3812 5004 8817

75-79 1624 2285 3909 1893 2765 4659 2291 3220 5511

80+ 816 1241 2057 979 1469 2449 1149 1795 2944

Total 180194 186442 366636 188626 195442 384068 195761 203100 398861

Tabela A6.2 – Cenário 2 – Projeção da população de Cariacica por sexo e idade 2010 - 2030

Faixa etária 2025 2030

Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total

00-04 13575 13013 26588 13222 12668 25890

05-09 13945 13386 27331 13531 12981 26511

10-14 14631 14061 28691 13923 13372 27295

15-19 15565 15005 30569 14579 14040 28619

20-24 16217 15738 31956 15454 14973 30426

25-29 15559 15162 30721 16063 15694 31757

30-34 15263 15051 30314 15386 15104 30490

35-39 15633 16066 31699 15059 14970 30029

40-44 16324 16973 33297 15365 15939 31304

45-49 14876 15807 30683 15944 16773 32717

50-54 12230 13444 25674 14401 15535 29937

55-59 11046 12378 23424 11680 13107 24787

60-64 9432 11278 20710 10340 11918 22258

65-69 7618 9139 16757 8576 10658 19233

70-74 5312 6622 11934 6620 8386 15006

75-79 3069 4336 7405 4313 5796 10109

80+ 1397 2108 3505 1880 2863 4743

Total 201692 209565 411257 206335 214777 421112

Tabela A6.3 – Cenário 4 – Projeção da população de Cariacica por sexo e idade 2010 - 2030

Faixa

etária

2010 2015 2020

Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total

00-04 14566 13970 28536 14030 13449 27479 13435 12872 26308

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155

05-09 14596 14020 28616 14513 13931 28443 13984 13415 27399

10-14 15965 15296 31261 14572 14004 28576 14490 13916 28406

15-19 15812 15221 31033 15902 15271 31174 14520 13984 28504

20-24 16346 16314 32661 15686 15185 30871 15789 15239 31028

25-29 17250 17343 34592 16174 16263 32437 15537 15142 30679

30-34 15952 16306 32258 17039 17269 34308 15995 16200 32195

35-39 13400 14068 27468 15719 16209 31929 16812 17176 33988

40-44 12503 13228 25731 13151 13947 27097 15450 16081 31531

45-49 11201 12435 23636 12189 13058 25248 12844 13783 26627

50-54 9707 10559 20265 10819 12202 23021 11800 12834 24635

55-59 7515 8217 15733 9243 10271 19514 10333 11896 22229

60-64 5074 6016 11090 7008 7887 14894 8652 9890 18542

65-69 3468 4261 7729 4591 5659 10249 6371 7453 13824

70-74 2484 3355 5839 2994 3883 6877 3989 5193 9182

75-79 1698 2384 4082 2000 2907 4907 2431 3399 5830

80+ 849 1302 2151 1035 1561 2596 1225 1919 3144

Total 178386 184295 362681 186665 192957 379621 193657 200393 394051

Tabela A6.3 – Cenário 4 – Projeção da população de Cariacica por sexo e idade 2010 - 2030

Faixa etária 2025 2030

Homens Mulheres Total Homens Mulheres Total

00-04 12859 12314 25173 12335 11806 24140

05-09 13396 12844 26240 12827 12291 25118

10-14 13964 13403 27367 13379 12833 26213

15-19 14444 13898 28343 13925 13388 27313

20-24 14428 13958 28385 14364 13875 28240

25-29 15655 15200 30855 14321 13926 28247

30-34 15383 15089 30472 15517 15153 30670

35-39 15801 16121 31923 15215 15024 30239

40-44 16548 17053 33601 15576 16018 31595

45-49 15118 15910 31027 16222 16889 33112

50-54 12463 13568 26031 14703 15686 30389

55-59 11303 12540 23844 11974 13286 25260

60-64 9709 11492 21201 10662 12153 22815

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156

65-69 7905 9389 17295 8915 10961 19876

70-74 5573 6886 12458 6959 8733 15692

75-79 3266 4590 7857 4601 6147 10748

80+ 1496 2263 3759 2019 3082 5101

Total 199312 206519 405830 203513 211252 414765

Tabela A6.4 – Cenário 1 – Estatísticas implícitas nas projeções populacionais Cariacica - 2010-

2030

Ano RS RD 65+ RD 60+ II 65+ II 60+

2010 96,6 47,3 53,9 18,7 29,5

2015 96,5 45,9 54,2 23,3 37,7

2020 96,3 43,0 52,6 32,6 52,0

2025 96,2 42,8 53,4 44,4 67,8

2030 96,0 44,4 55,8 56,6 82,6

RS – Razão de sexo. RD – Razão de dependência. II – Índice de idosos.

Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional.

Tabela A6.5 – Cenário 2 – Estatísticas implícitas nas projeções populacionais Cariacica - 2010-

2030

Ano RS RD 65+ RD 60+ II 65+ II 60+

2010 96,6 44,8 51,4 20,3 31,9

2015 96,5 43,0 51,2 25,8 41,7

2020 96,4 41,8 51,5 35,4 56,2

2025 96,2 42,3 53,3 47,9 73,0

2030 96,1 44,1 55,9 61,6 89,5

RS – Razão de sexo. RD – Razão de dependência. II – Índice de idosos.

Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional.

Tabela A6.6 – Cenário 4 – Estatísticas implícitas nas projeções populacionais Cariacica - 2010-

2030

Ano RS RD 65+ RD 60+ II 65+ II 60+

2010 96,8 42,5 49,0 22,4 34,9

2015 96,7 40,3 48,5 29,1 46,8

2020 96,6 40,8 50,7 38,9 61,5

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157

2025 96,5 42,1 53,4 52,5 79,4

2030 96,3 44,1 56,5 68,1 98,4

RS – Razão de sexo. RD – Razão de dependência. II – Índice de idosos.

Elaboração Equipe Agenda Cariacica: Dinâmica Populacional.

Tabela A6.7 - Razão de dependência (65+) – Cariacica – 2010-2030 (%)

2010 2015 2020 2025 2030

Cenário 1 47,3 45,9 43,0 42,8 44,4

Cenário 5 44,8 43,0 41,8 42,3 44,1

Cenário 6 42,5 40,3 40,8 42,1 44,1

Tabela A6.8 - Razão de sexo – Cariacica – 2010-2030 (%)

2010 2015 2020 2025 2030

Cenário 1 96,6 96,5 96,3 96,2 96,0

Cenário 5 96,6 96,5 96,4 96,2 96,1

Cenário 6 96,8 96,7 96,6 96,5 96,3

Tabela A6.9- Índice de envelhecimento (65+) – Cariacica – 2010-2030 (%)

2010 2015 2020 2025 2030

Cenário 1 18,7 23,3 32,6 44,4 56,6

Cenário 5 20,3 25,8 35,4 47,9 61,6

Cenário 6 22,4 29,1 38,9 52,5 68,1

Tabela A6.10 - Evolução da participação dos grupos etários (%) - Cariacica –

2005-2030 - cenário 1

Grupos etários 2010 2015 2020 2025 2030

Jovens (0-14) 27,1 25,5 22,7 20,8 18,8

Idade produtiva (15-64) 67,9 68,5 69,9 70,0 68,9

Idosos (65+) 5,1 5,9 7,4 9,2 12,3

Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

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158

Tabela A6.11 - Evolução da participação dos grupos etários (%) - Cariacica –

2005-2030 - cenário 2

Grupos etários 2010 2015 2020 2025 2030

Jovens (0-14) 25,7 23,9 21,8 20,1 18,2

Idade produtiva (15-64) 69,0 69,9 70,5 70,3 68,9

Idosos (65+) 5,2 6,2 7,7 9,6 12,9

Total 100 100 100 100 100

Tabela A6.12 - Evolução da participação dos grupos etários (%) - Cariacica –

2005-2030 - cenário 3

Grupos etários 2010 2015 2020 2025 2030

Jovens (0-14) 24,4 22,3 20,8 19,4 17,5

Idade produtiva (15-64) 70,2 71,3 71,0 70,4 68,8

Idosos (65+) 5,5 6,5 8,1 10,2 13,7

Total 100,0 100,0 100,0 100,0 100,0

7. CONSIDERAÇÕES FINAIS

As perspectivas de população constituem um importante instrumento para subsidiar o planejamento

de programas e projetos. Os fenômenos demográficos são dotados de certa inércia ao longo do tempo

e sua evolução se processa gradativamente (Bacci, 1986). As tendências são, portanto, previsíveis no

curto e médio prazo, desde que se disponha de uma boa base de dados e que haja uma escolha de

parâmetros demográficos que expressem as tendências mais prováveis. Os perfis populacionais

traçados pelas projeções não são jamais definitivos e devem ser revistos sempre que novas

informações mostrarem o curso real das transformações demográficas. Esta é sempre uma boa

prática de cautela quando se trabalha com previsões demográficas

Nas últimas três décadas, tem-se observado um rápido declínio dos níveis de fecundidade. Essa é

uma das mudanças demográficas mais importantes. Seus efeitos mais significativos são: a redução da

taxa de crescimento demográfico, e a redistribuição etária no decorrer do tempo. O avanço da

transição demográfica é acompanhado pela redução da proporção de crianças, e pelo aumento da

população ativa e idosa. As alterações nos pesos dos grupos etários têm implicações e desafios que

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159

induzem mudanças nas demandas sociais e econômicas, em especial na educação, na oferta de mão-

de-obra, na saúde e na previdência social que devem se ajustar a uma nova realidade. A sociedade

em geral não está preparada para este processo praticamente irreversível.

Um processo de envelhecimento populacional está em curso e deverá se acelerar nas próximas

décadas, visto que o segmento idoso é atualmente o que apresenta maior crescimento. Esse fato

também está ocorrendo no município de Cariacica. Esse processo demanda investimentos crescentes

para prevenção e tratamento das doenças crônico-degenerativas, construção de asilos, serviços

médicos e sociais especializados, produção de artigos de consumo e

diversão/entretenimento/turismo, etc. Aumentam as preocupações relativas às mudanças que

ocorrem nos modelos familiares, face à redução da família e suas implicações para o idoso, ou ainda

ao alongamento da vida humana “com qualidade” para assegurar assistência especializada ao

segmento da “quarta idade”, constituído por pessoas dependentes. Essas observações também foram

constatadas em outros municípios da RMGV (Serra e Vitória); Castiglioni et al (2008) e Brasil &

Rocha (2007).

Um aspecto significativo do envelhecimento populacional é a feminização da população idosa,

decorrente da maior longevidade das mulheres, que tem consequências demográficas e

socioeconômicas, dentre as quais, o aumento da demanda de cuidados de saúde mais especializados e

o aumento dos gastos com aposentadorias e pensões, uma vez que as mulheres utilizam o sistema

previdenciário por maior tempo que o homem (Castiglioni, 2006).

Associada à transição demográfica, a transição epidemiológica apresenta, em sua evolução um

aumento das doenças crônico-degenerativas e causas externas e a diminuição das doenças infecto-

contagiosas. É necessário considerar que o alongamento da duração da vida está relacionado à

evolução de diferentes patologias que afetam as pessoas de idades muito elevadas, e implicam na

assistência a uma grande parte do segmento da “quarta idade” que apresenta, em geral, incapacidade

física ou mental (Caselli, Vallin e Wunsch, 2001).

Um aspecto significativo, no quadro da mortalidade é a incidência crescente das mortes violentas,

agrupadas como causas externas, responsáveis pela interrupção precoce da vida de muitos jovens. A

importância da seletividade da mortalidade neste grupo, que atinge preponderantemente jovens do

sexo masculino, se reflete nos diferenciais da esperança de vida por sexo, ampliados pela eliminação

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160

seletiva de homens. A implementação de medidas que atuem eficazmente sobre os determinantes

desse grupo de mortes é um grande desafio para a sociedade em suas várias dimensões.

Na medida em que os meios de transporte e de comunicações se modernizam e que os processos

transicionais avançam, a migração cresce em importância. A migração foi e continua sendo a

principal responsável pela urbanização acelerada do estado, em especial da RMGV. Este componente

produz efeitos imediatos e diretos sobre a população, seu tamanho, composição dos grupos etários e

da mão-de-obra, assim como efeitos que se fazem sentir a médio e a longo prazo sobre a vida social,

econômica e cultural da sociedade.

Os saldos migratórios fornecem uma medida parcial do componente. Há que considerar os efeitos

indiretos produzidos pela migração: os jovens que migram encontram-se nos períodos mais

produtivos e fecundos de sua vida e a transferência deste segmento produz efeitos quantitativos e

qualitativos sobre as regiões de origem e de destino. A falta de registros e dados adequados

representa uma grande lacuna para o conhecimento da migração. Em países de desenvolvimento

mais avançado existem organismos que se ocupam dos registros das mudanças residenciais. A

criação de órgãos destinados ao conhecimento e à medida da migração apresenta-se como uma

medida de grande relevância para subsidiar programas que atuem sobre os determinantes que

provocam a atração e a expulsão de migrantes e das consequências positivas e negativas que a

mudança produz para os migrantes e para as regiões de origem e de destino.

A concentração acentuada da população na RMGV atinge níveis muito elevados, a região reúne

quase a metade da população do Estado, fato que deve ser confirmado pelo censo deste ano de 2010.

Na medida em que as fontes do êxodo rural se esgotam, o ritmo do crescimento arrefece e as

trocas passam a ocorrer com mais freqüência no interior da aglomeração urbana, como já

ocorre no Estado. A melhoria da infraestrutura urbana e a modernização dos meios de transporte e

comunicação possibilitam o surgimento de formas de mobilidade, freqüentes e repetitivas, entre

municípios próximos como os movimentos pendulares e a circulação para estudo e trabalho. Estes

tipos de mobilidade, que tendem a intensificar-se nas próximas décadas, não podem ser

negligenciados na elaboração de projetos de infraestrutura urbana.

Com relação às projeções para o período 2010-2030, foram desenvolvidos seis cenários. Dos três

cenários mais realistas elaborados, cenários 1, 2 e 4, constatam-se as tendências já observadas: (i)

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161

aumento da participação da população nas faixas acima de 45 anos na medida da passagem do

tempo; ou seja, para 2030, em todos os três cenários, a participação dessa faixa é maior que em 2010

e 2020; (ii) maioria da população feminina nas faixas acima de 50 anos, em todos os cenários; (iii)

uma redução da participação das faixas mais jovens de 0-4 anos, 5-9 anos e 10-14 anos na população

total; (iv) um envelhecimento gradual da população em todos os três cenários; no cenário 2 esse fato

ocorre mais lentamente. Por exemplo, o cenário 4 projeta 19,4% da população com idade acima de

60 anos para 2030 enquanto que esse percentual é de 18,2% e 18,8% para os cenários 2 e 1,

respectivamente. Se considerarmos como idosos a população com idade acima de 65 anos esse

percentual fica em 13,7%, 12,9%, e 12,3%, respectivamente para os cenário 4, 2, e 1.

Em termos de projeção, se a escolha for o cenário 2 (variante de crescimento médio) a projeção para

2010 será de 367.000 habitantes, mas o cenário 1 (variante de crescimento alto) projeta 372.000

habitantes. Para 2030, considerando-se esses dos cenários, a população ficará entre 421.000 e

431.000 habitantes.

Finalmente, é importante ressaltar que as grandes tendências demográficas do município de

Cariacica não são diferentes daquelas que estão ocorrendo nos outros municípios da RMGV; essas

tendências são: (i) fecundidade declinante; (ii) envelhecimento populacional; (iii) mortalidade ainda

em declínio (os níveis da mortalidade infantil devem ainda diminuir enquanto que a duração da vida

aumentará); (iv) maioria da população feminina em especial com idade acima de 50 anos; (vi) maior

número de pessoas potencialmente ativas (em idade produtiva); e, (vii) processo migratório em

declínio.

8. ANEXO: CONCEITOS E DEFINIÇÕES

A demografia trata dos aspectos estáticos de uma população num determinado momento, tamanho e

composição, assim como também da sua evolução no tempo e da interrelação dinâmica entre as

variáveis demográficas. Alguns conceitos são úteis no entendimento dos textos demográficos para o

usuário não especialista. O glossário aqui apresentado consolida informações de UNFPA/Brasil -

IBGE (2006) e Carvalho et al (1998), entre outros.

(A) Indicadores de população

População fechada - população de uma determinada área geográfica, num determinado momento

sem movimentos migratórios onde a população atual é totalmente explicada pela população inicial,

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162

mortes e nascimentos ocorridos no período. O tamanho da população em qualquer momento desse

período pode ser reproduzido por:

ttn ONPP 0

Onde:

nP =População no instante n;

0P População inicial, no instante 0;

tN = Nascimentos no período t (t = n - 0);

tO = Óbitos no período t (t = n - 0).

População presente - É constituída pelas pessoas presentes, moradoras no domicílio na data do

censo, ou que não tinham residência fixa no domicílio, mas ali haviam passado a noite da data de

referência do censo (exemplo: no censo 2000, o dia 1º de agosto).

População residente - É formada pelas pessoas moradoras no domicílio, presentes na data do censo

ou ausentes por período não superior a 12 meses. Inclui também membros de representação

diplomática ou militar que se encontravam em missão em país estrangeiro e suas famílias. Assim, os

dados de População Residentes por sexo e situação de domicílio referenciam os moradores habituais

em cada residência. A quantificação se baseia nas pessoas presentes ou ausentes na data de

referência.

Projeção de população - Entende-se por projeção de população ao conjunto de resultados

provenientes de cálculos relativos à evolução futura de uma população, partindo-se, usualmente, de

certos supostos com respeito ao curso que seguirá a fecundidade, a mortalidade e as migrações.

Geralmente são cálculos formais que mostram os efeitos dos supostos adotados.

Previsão demográfica ou projeção preditiva - É uma projeção de população baseada em hipóteses

muito prováveis sobre o comportamento futuro dos fenômenos demográficos. O período coberto pela

projeção ou pela previsão chama-se prazo ou alcance cronológico (ou horizonte da projeção) e,

mesmo sendo variável, na maioria das vezes trabalha-se com projeção (previsão) de curto prazo,

porque o risco de erro cresce consideravelmente na medida em que o prazo aumenta.

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163

Método das componentes - a partir de uma distribuição por sexo e idade de uma população inicial,

ou população base (ou população de partida), calcula-se a população futura de cada geração, ou

grupo de gerações, aplicando-se separadamente os supostos sobre a fecundidade, a mortalidade e as

migrações.

Projeção retrospectiva ou retroprojeção - Quando se pode calcular a população para o passado.

Neste caso, somente a mortalidade é aplicada sobre a população base e, dependendo das

necessidades específicas, a migração também entra no cálculo.

Estimativas de população – as estimativas de população segundo o tamanho e composição para

diversas datas do passado, presente ou futuro podem ser obtidas mediante vários procedimentos,

inclusive alguns dos que se usam para as projeções de população.

Estimativas demográficas - são as estimativas de população e de algumas de suas características,

tais como a fecundidade, a mortalidade, a migração, etc.

Estimativa intercensitária - estimativa correspondente a uma data compreendida entre dois censos.

Estimativa póscensitária - leva em conta os resultados de um censo recente.

Crescimento absoluto da população - É a diferença entre a população em um instante t qualquer e

a população inicial: Pt - P0.

Crescimento relativo - É o quociente entre a diferença da população no instante t e a população

inicial, dividido pela população inicial: (Pt - P0) / P0 .

Taxa média anual de crescimento geométrico (r) - É a raiz t do quociente entre a população no

instante t (Pt) e a população inicial (P0) menos 1.

1P

Pr t

0

tt

ou

1t

)P

Plog(

logantir 0

t

t

ou

100*1Pop

Popr

)1t(t1

1t

tt

.

Onde:

t = período, em unidades de tempo, decorridos entre 0 e t;

r = Taxa de crescimento por unidade de tempo

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164

Taxa intrínseca de crescimento populacional - É a taxa de crescimento que se observa nas

populações quando as taxas de fecundidade e de mortalidade permanecem constantes por um período

prolongado de tempo (normalmente não inferior ao tempo de substituição de uma geração).

Taxa de crescimento vegetativo ou incremento natural – é a diferença entre o número de

nascimentos e o número de óbitos ocorridos na população no período t: tt ON .

Composição ou estrutura por sexo e idade da população - É como o volume populacional de uma

determinada região em um determinado instante se distribui segundo o sexo e a idade das pessoas.

Pirâmide etária - Uma pirâmide populacional representa graficamente a composição etária e por

sexo de uma população, através de um histograma duplo. Por meio de valores absolutos ou

proporções de homens e mulheres em cada grupo etário, a pirâmide oferece um quadro vívido das

características de uma população. O somatório de todos os grupos de idade e sexo na pirâmide é

igual ao total da população ou 100% da mesma.

Função do erro censitário - É o resultado da diferença (absoluta e percentual) entre o volume

populacional por sexo e idade proveniente do levantamento censitário e o proveniente de uma

projeção por método demográfico.

Razão de sexo (RS) - expressa o número de pessoas do sexo masculino para cada grupo de 100

pessoas do sexo feminino. É obtida através do quociente entre as populações masculina e feminina

por grupos de idade.

%100*inaminfePop

masculinaPopRS .

Razão de dependência (RD) ou Taxa de dependência demográfica (TDD) - É uma medida que

expressa o peso da população em idade potencialmente inativa sobre a população em idade

potencialmente ativa. No caso da razão de dependência total, é o resultado do quociente entre as

populações de 0 a 14 anos, mais a de 65 anos ou mais, e o segmento populacional com idades entre

15 e 64 anos. O resultado é expresso em percentual.

%100*)6415(Pop

)]ou65(Pop)140(Pop[RD

.

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165

Atenção: é também usual definir-se a RD entre pessoas nas idades demograficamente “dependentes”

(convencionalmente, definidas com as idades abaixo de 15 e acima de 60 anos) e aquelas em idades

“economicamente produtivas” (15-60 anos) em uma população.

A taxa de dependência dos jovens (TDJ) - %100*)6415(Pop

)140(PopRD )140(

É a relação entre as pessoas menores de 15 anos e as de 15 a 64 anos.

A taxa de dependência dos idosos (TDI) - %100*)6415(Pop

)ou65(PopRD65

É a relação entre as pessoas de 65 anos e mais e as de 15 a 64 anos.

Índice de envelhecimento (IE) - É o resultado da razão entre a população de 65 anos ou mais e a

população de 0 a 14 anos de idade (com menos de 15 anos). Mede o número de pessoas idosas em

uma população, para cada grupo de 100 pessoas jovens.

%100*)140(Pop

)ou65(PopIE

.

Essa é a definição de alguns países desenvolvidos. No entanto, pode-se adotar o corte etário da

população idosa em 60 anos, de acordo com Rede Interagencial de Informações para a Saúde - Ripsa

e 25ª Conferência Sanitária Pan-Americana da Organização Pan-Americana da Saúde - Opas. Nesse

caso, o IE é a proporção de pessoas de 60 anos e mais por 100 indivíduos de 0 a 14 anos.

Curva logística de crescimento – é uma curva de crescimento populacional; segue uma relação

matemática, que estabelece uma curva em forma de S. A população tende assintoticamente a um

valor de saturação. Os parâmetros podem ser também estimados por regressão não linear. Uma das

formas de representar a logística, adequada para uma estimação de mínimos quadrados ordinários

(regressão linear), é a seguinte:

t

10

t

u

1

1Y

)(Ln.t)(Lnu

1

Y

1Ln 10

t

uYLim tt

Se 0 ≤ 1 ≤1

Onde:

0 = termo constante; i = coeficiente da regressão (i = 1, 2, ... n );

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166

t = variável independente (tempo); Ln = Logaritmo na base natural (neperiana)

u = Limite superior (saturação)

Uma outra forma de escrever a logística é:

)]ctexp(.b1[

a

)]t.cexp(.ba[

1Y

1

1t

a

1a1

a

bb1

Onde: 1a é nível de saturação; 1b é ponto inicial do processo; e, c é a velocidade de crescimento do

processo. Também, 1tt

aYLim

.

(B) Indicadores de fecundidade

Taxas específicas de fecundidade (TEF) - Taxas de Fecundidade podem ser também obtidas para

grupos de idade específicos para fins de comparação ao longo do tempo ou para medir diferenças no

comportamento da fecundidade nas diferentes idades. No trabalho também foram calculadas as

Taxas Específicas de Fecundidade Marital (TEFM), que compara mulheres unidas com as não

unidas. Por exemplo para calcular a TEF das mulheres de 20 a 24 anos temos:

2420

2420

Mulheres

M12NVUTEF

,

Onde 2420M12NVU são os filhos nascidos vivos nos últimos 12 meses das mulheres de 20 a 24 anos.

Taxa bruta de natalidade (TBN) – A natalidade é medida através da TBN, que é definida como a

relação entre o número de crianças nascidas vivas durante um ano e a população total. Usualmente

esta relação é expressa por mil habitantes. Representa a freqüência com que ocorrem os nascimentos

em uma determinada população. É o quociente entre os nascidos vivos ocorridos em um determinado

ano e a população ao meio do ano, vezes 1000.

1000*P

NTBN

j

jj

.

Onde Nj é o número de nascidos vivos durante o ano j.

t0j )r1(PP onde t é contado exatamente da data do censo anterior até 1º de julho do ano j.

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167

Coorte - Conjunto de indivíduos que estão experimentando um acontecimento similar no transcurso

de um mesmo período de tempo.

Coorte hipotética de mulheres - Num censo demográfico, a classificação das mulheres por grupos

quinquênais de idade, dentro do período fértil, está associada a uma análise de período. Uma análise

de coorte considera, por exemplo, um grupo de mulheres que ingressa no período fértil e, ao longo

do tempo, observa-se o comportamento do mesmo frente aos riscos de procriação. Entretanto, em um

único censo demográfico, mesclam-se distintas gerações de mulheres e, de acordo com o conceito da

taxa de fecundidade total, supõe-se o acompanhamento de como essas mulheres vão tendo seus

filhos ao longo do tempo. Por esse motivo, na definição conceitual da taxa de fecundidade total é

necessário enfatizar que o grupo de mulheres em questão trata-se de uma coorte hipotética.

Taxa de fecundidade total – É o número médio de crianças que teriam nascido vivas de uma

mulher ao longo do seu período reprodutivo se ela experimentar um mesmo conjunto de Taxas

Específicas de Fecundidade de um dado ano. É uma medida sintética, pois nenhuma mulher passará

três décadas sob o mesmo regime de fecundidade. A taxa de fecundidade total expressa o número de

filhos que, em média, teria uma mulher pertencente a uma coorte hipotética de mulheres, que durante

sua vida fértil tiveram seus filhos de acordo com as taxas de fecundidade por idade do período em

estudo.

Taxa de fecundidade por idade – A taxa de fecundidade por idade é geralmente calculada por

grupo quinquênal de idade, desde os 15 até os 49 anos. A taxa resulta da divisão do número de filhos

nascidos vivos de mulheres do grupo de idade, em um período de tempo próximo à data do censo

demográfico, usualmente os últimos 12 meses, pelo total de mulheres do mesmo grupo etário.

Nível de reposição da fecundidade – é o nível de fecundidade no qual uma coorte de mulheres tem

o número de filhos suficientes para “repor” a si mesmas na população. Uma vez alcançado o Nível

de Reposição, os nascimentos gradualmente atingem o equilíbrio com as mortes e na ausência de

imigração e emigração, uma população finalmente parará de crescer e se tornará estacionária.

Atualmente, a maioria dos países desenvolvidos apresenta fecundidade no nível de reposição ou

abaixo dele, mas as suas populações continuam a crescer.

Taxa bruta de reprodução – A taxa bruta de reprodução expressa o número de filhas que, em

média, teria uma mulher, pertencente a uma coorte hipotética de mulheres, que durante sua vida fértil

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168

tiveram suas filhas de acordo com as taxas de fecundidade por idade do período em estudo e não

estiveram expostas a riscos de mortalidade desde o nascimento até o término do período fértil.

Taxa líquida de reprodução – A taxa líquida de reprodução expressa o número de filhas que, em

média, teria uma mulher, pertencente a uma coorte hipotética de mulheres, que durante sua vida fértil

tiveram suas filhas de acordo com as taxas de fecundidade por idade do período em estudo e

estiveram expostas a riscos de mortalidade desde o nascimento até o término do período fértil.

(C) Indicadores de mortalidade

Taxa bruta de mortalidade (TBM) - Representa a freqüência com que ocorrem os óbitos em uma

determinada população. É o quociente entre os óbitos ocorridos em um determinado ano e a

população ao meio do ano, vezes 1000. Como uma aproximação para o total de pessoas-ano, adota-

se a estimativa da população total no meio do ano (Julho), na suposição de que os nascimentos e

óbitos na população ocorram uniformemente no decorrer do ano. Como se trata de um período curto

(12 meses), tal suposição não introduz, de maneira geral, distorções significativas. Representa o risco

que tem uma pessoa dessa população de morrer no decorrer desse ano.

j

j

P

OTBM ,

j refere-se ao ano calendário. jO = Óbitos no ano j. tj rPP )1(0 .

Diferentemente da TBM, a TBN não é medida de risco, pois nem todas as pessoas incluídas no

denominador estão sujeitas a se tornarem pais ou mães no ano em questão. Neste campo, a medida

de risco é dada pelas taxas de fecundidade.

Taxa de mortalidade infantil (TMI) - A taxa de mortalidade infantil é definida como o número de

óbitos de menores de um ano de idade (por mil nascidos vivos), em determinada área geográfica e

período; interpreta-se como a estimativa do risco de um nascido vivo morrer durante o seu primeiro

ano de vida. Altas taxas de mortalidade infantil refletem, de maneira geral, baixos níveis de saúde, de

condições de vida e de desenvolvimento sócio-econômico. As taxas de mortalidade infantil são

geralmente classificadas em altas (50% ou mais), médias (20% - 49%) e baixas (menos de 20%), em

função da proximidade ou distância dos valores já alcançados pelas sociedades mais desenvolvidas

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169

ao longo do tempo. No entanto, mesmo quando as taxas de mortalidade infantil são baixas no

conjunto, podem ser verificadas pronunciadas variações entre distintos segmentos da população.

A Taxa de Mortalidade Infantil corresponde ao risco que um nascido vivo tem de vir a falecer antes

de completar um ano de idade. Como seria necessário esperar dois anos para se poder calcular a TMI

dos nascidos vivos em um determinado ano e dada a dificuldade prática de se separar, em cada ano-

calendário, do total de óbitos infantis aqueles referentes a crianças nascidas no próprio ano e a

crianças nascidas no ano anterior usualmente toma-se como numerador da TMI os óbitos abaixo de

um ano ocorridos durante o ano calendário e como denominador o número de nascimentos do

mesmo ano.

J

j,01J

N

OTMI ou 000.1*

vivos_nascidos_de_Total

ano_1_e_0_entre_ÓbitosTMI

Onde j,01O são todos os óbitos ocorridos abaixo de 1 ano ocorridos no ano j independente do ano de

nascimento

Taxa específica de mortalidade - Se refere ao risco de morte em cada idade ou em cada grupo

etário. Corresponde ao quociente entre o total de óbitos, num determinado ano, em cada idade ou

grupo etário e a população correspondente no meio do ano. Representamos por:

jxn

nOjxn

PTEM

jx

,,

,

Onde x é a idade limite inferior do grupo etário e j o ano em questão.

Taxas de Mortalidade podem ser obtidas por grupos específicos de idade a fim de comparar a

mortalidade nas diferentes idades ou identificar suas mudanças no tempo num mesmo grupo etário.

Através delas pode-se também realizar comparações temporais entre áreas e entre regiões.

Geralmente, trabalha-se com grupos quinquênais de idade sendo o primeiro grupo (0 a 4 anos)

desagregado em: 0 a menos de 1 ano e 1 a 4 anos, dado o peso da mortalidade infantil.

000.1*anos_6965_entre_População

anos_6965_entre_ÓbitosTEM 6965

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170

Proporção de óbitos por causa específica (POCE) – Expressa os óbitos por causas específicas em

relação ao total de óbitos. Por exemplo, para calcular a proporção de óbitos por causas externas

temos:

100*óbitos_de_Total

externas_causas_ÓbitosPOCEexternas

Probabilidade de morte entre duas idades exatas x e x + n - sendo n a amplitude do intervalo é o

quociente entre os óbitos ocorridos entre as idades exatas x e x+n e os sobreviventes na idade exata

x. Fornece a probabilidade de um indivíduo que atingiu a idade x não atingir a idade x+n.

Esperança de vida, expectativa de vida ou vida média em uma idade x qualquer – É o número

médio de anos que um indivíduo de idade x esperaria viver a partir desta idade. Particularmente, se x

= 0, tem-se a expectativa de vida ao nascimento.

(D) Migração

Saldo migratório (SM) - O saldo migratório de um país, ou qualquer subdivisão geográfica do

mesmo, para um determinado período de tempo é obtido pela diferença entre o volume de entradas e

saídas no mesmo período.

SM =(Imigrante – Emigrante)

Taxa líquida de migração - A taxa líquida de migração é obtida pela diferença entre a taxa de

emigração e de imigração ou o quociente entre o saldo migratório em um determinado período e a

população ao meio do período vezes mil.

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