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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
DINASALDE ALVES BELISÁRIO
A PSICOMOTRICIDADE FRENTE AO LÚDICO NA EDUCAÇÃO DE CRIANÇAS COM NECESSIDADES
ESPECIAIS
ORIENTADOR: PROFª/MESTRA FÁTIMA ALVES
Rio de Janeiro
2011
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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
DINASALDE ALVES BELISÁRIO
A PSICOMOTRICIDADE FRENTE AO LÚDICO NA EDUCAÇÃO DE CRIANÇAS COM NECESSIDADES
ESPECIAIS
ORIENTADOR: PROFª/MESTRA FÁTIMA ALVES
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UNIVERSIDADE CANDIDO DE MENDES
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
INSTITUTO A VEZ DO MESTRE
A PSICOMOTRICIDADE FRENTE AO LÚDICO NA EDUCAÇÃO DE CRIANÇAS COM NECESSIDADES
ESPECIAIS
Objetivos: Monografia apresentada à Universidade Candido de Mendes, como um dos requisitos
obrigatórios para obtenção da pós-graduação.
DINASALDE ALVES BELISÁRIO
4
AGRADECIMENTOS
Á Deus, minha família, corpo docente da instituição “a vez do mestre”,
ao professor pela revisão dos textos, e a todos aqueles que de alguma
forma contribuíram para a realização deste trabalho e, em especial, o
meu esposo, cujo amor e dedicação foram fundamentais nos momentos
mais difíceis.
5
DEDICATÓRIA
O Deus por esta oportunidade, a meu esposo com muito amor e
carinho, como pai e educador, aos meus filhos, Luciana, Ricardo e
Thiago.
Segundo provérbios 22:6 que diz: “Eduque a criança no caminho em
que deve andar, e até ao fim da vida não se desviará dele”.
6
RESUMO
O presente trabalho aborda como a brincadeira e a expressão corporal ocupa um espaço importante na infância e a
importância das práticas psicomotoras para a formação e o desenvolvimento da criança. A brincadeira é um meio privilegiado
de inserção das crianças na realidade da vida. Ela é uma forma prazerosa de aprender e é a principal via no desenvolvimento
infantil. Brincando, a criança desenvolve diferentes habilidades, planejando e antecipando ações, aprendendo, elaborando e
resolvendo situações conflitantes que vivência no seu cotidiano. O fato de a criança desde cedo, poder se comunicar por
meios de gestos e sons e mais tarde representar determinado papel na brincadeira e na expressão corporal faz com que ela
desenvolva sua imaginação e conheça seu corpo. As atividades lúdicas podem influenciar significativamente na construção
do conhecimento da criança. Para compreender como acontece, busquei estudo sobre o tema. Procurei me aprofundar,
principalmente, nas perspectivas de Piaget, Vygostsky sobre o desenvolvimento infantil, o processo de aprendizagem e a
brincadeira e o papel do professor como mediador. Discutir as práticas psicomotoras para a formação e o desenvolvimento da
criança no contexto da educação infantil tendo como apoio Fátima Alves, Lapierre, Fonseca e outros.
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METODOLOGIA
O presente tema, “a psicomotricidade frente ao lúdico na educação de crianças com necessidades especiais” foi
escolhido, quando no exercício de docente na educação infantil, e o interesse maior em me aprofundar nesse assunto é o
fato de o lúdico e a psicomotricidade contribuírem para o desenvolvimento do ser humano, necessitando para tanto, de
recursos e métodos pedagógicos que aliem os conteúdos programáticos á satisfação de aprender.
Para alcançar os objetivos usaremos uma metodologia de pesquisa bibliográfica com base em teorias cujos autores
irão contribuir para o bom desenvolvimento do tema. Em termos metodológicos selecionamos alguns autores que se
constituíram marco teórico e referencial para o desenvolvimento. A partir dessa perspectiva, foi estabelecida uma pesquisa
teórica de cunho bibliográfico contando assim com a contribuição dos seguintes autores: Wallon, Freire, kishimoto, Rizzo,
Winnicot, Piaget. Assim a partir de Gadotti (1997), Paulo Freire marcou uma ruptura na historia pedagógica brasileira. Chama
à atenção a maneira pela qual ele vê o homem sua cultura visão de mundo. Diretrizes Curriculares para Educação Infantil
(1999), cujo conteúdo da ênfase ao direito da criança. A Formação do Símbolo na Criança Piaget (1996), descreve a
importância do cognitivo relacionado à fase do desenvolvimento.
Gilda, jogos inteligentes: A Construção do Raciocínio na Escola Natural. Vygostsky (1994) Chama-nos a atenção da
formação da criança que se da através do meio. LDB Garante o direito da criança. Salamanca (1994) Desenvolvimento &
Aprendizagem em Piaget e Vygostsky (A Relevância do Social). Vygostsky, Luria e Leontiev (1988) Linguagem
Desenvolvimento e Aprendizagem. Referencia Curricular: Resolução CE 13, 01 de abril de 1999. Winnicot O Brincar e a
realidade (1975) Mencionam que a brincadeira exerce um papel importante na vida da criança através da realidade. Lima, A
Atividade da Criança na Idade Pré-escolar, Fonseca, psicomotricidade. Educação de Corpo Inteiro, Teoria e prática da
educação Física, Lapierre André Aucouturier, Bernard. A Simbologia do movimento. Psicomotricidade e educação. Lêbouch,
Jean que descreve o desenvolvimento psicomotor de 0 aos seis anos. Mello, A Intencionalidade do movimento da
psicomotricidade infantil Fátima Alves (org). Como explicar a psicomotricidade. Uma atividade multidisciplinar com amor e
união, Inclusão Muitos Olhares, vários Caminhos e um Grande Desafio, Psicomotricidade: Corpo, Ação, e Emoção os e
outros.
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SUMÁRIO
9
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO I - HORIZONTES DA PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL 11
CAPÍTULO II - EDUCAÇÃO INCLUSIVA 14
CAPÍTULO III - O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 19
CAPÍTULO lv - O BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA 31
CONCLUSÃO 39
40
BIBLIOGRAFIA
45
WEBGRAFIA
ÍNDICE 46
9
INTRODUÇÃO
Neste trabalho temos por objetivo apresentarmos a atividade lúdica e a expressão corporal como uma ferramenta
essencial para o desenvolvimento e aprendizagem da criança, sobretudo para aqueles com necessidades educacionais
especiais. Abordaremos a questão da ludicidade no processo de ensino-aprendizagem nas séries iniciais do ensino, devido a
enumeras dificuldades que muitos educadores encontram ao tentar promover um intercambio positivo entre o brincar e o
aprender, já que o brincar tem se tornado uma prerrogativa da educação infantil, pois parece haver uma interrupção, um corte
entre as brincadeiras, expressão corporal e o processo de ensino-aprendizagem.
As palavras brinquedos, brincadeiras, e crianças estão diretamente ligadas umas ás outras. Essa nobre atividade
da infância – brincar- é destacada em várias concepções teóricas entre as quais, as contribuições de Piaget, se destacam
nessa pesquisa. Outros autores respaldam a importância da brincadeira e da expressão corporal para o desenvolvimento
infantil e aquisição de conhecimentos.
Partindo de concepções teóricas de que a criança tem sua curiosidade despertada por jogos e brincadeiras e
através deles se relaciona com o meio físico e cognitivo, dessa forma amplia seus conhecimentos, desenvolvendo
habilidades motoras, cognitivas ou lingüísticas. Por que então as escolas dispensam essas ferramentas?
“Em todas as culturas as crianças brincam com música. Jogos e
brinquedos musicais a força da cultura de massa é muito intensa, pois é
fonte de vivências desenvolvimento expressivo musical. Envolvendo o gesto,
o movimento, o canto a dança e o faz- de- conta esses jogos e brincadeiras
são expressões da infância. Brincar de roda, ciranda, pular corda, amarelinha
etc. São maneiras de estabelecer contato consigo próprio e com o outro, de
se sentir único em, ao mesmo tempo, parte de um grupo, e de trabalhar com
as estruturas de forma musicais que se apresentam em cada canção e em
cada brinquedo”.
(C.R.N.I. 1998, p. 71)
Brincando as crianças aprendem inúmeras lições preciosas. As crianças manipulam o ambiente para adquirir
uma compreensão das relações sociais. É brincando que elas aprendem a se relacionar com o seu próprio mundo e com e
com o mundo dos adultos. A importância da brincadeira ou do jogo como veículo para o desenvolvimento social, emocional e
intelectual do ser humano tem sido reconhecido por estudiosos da área de educação. Os relacionamentos sociais e as
atividades lúdicas que preparam as crianças para lidarem com o mundo em sua volta.
Apesar de vivermos em sociedade marcada pela inclusão social, inúmeras discussões e propostas sobre a
inclusão escolar vêm permeando as estâncias educativas. Nesse contexto, a contribuição do lúdico e a expressão corporal
para a educação de alunos considerados especiais devem ser colocadas em questão.
“O motivo que sustenta a luta pela inclusão como uma nova
perspectiva para as pessoas com deficiência é, sem duvida a qualidade de
ensino nas escolas públicas e privadas, de modo que se tornem aptas para
responder ás necessidades de cada um de seus alunos, de acordo com suas
especificidades, sem cair nas teias de uma educação especial e suas
modalidades de exclusão”.
10
(MONTOAN, 1998 apud FERREIRA, GUIMARÃES, 2003. P.115).
O termo inclusão apesar de muito comum, muitas vezes tem o seu significado distorcido. Desta forma,
acreditamos que seja de fundamental importância se entender que a inclusão é a inserção da pessoa deficiente no convívio
em sociedade. Diversas pessoas acreditam que por causa da deficiência, a criança seja incapaz de praticar várias ações,
como por exemplo, brincar e por este motivo não incentiva a tal atividade, deixando de descobrir as habilidades e
potencialidades da criança.
Escolheu-se este tema por se tratar de assunto que requer uma atenção muito especial devido à
dificuldade em sua prática, porém é de fundamental importância na área da educação. Acreditamos que seja de extrema
importância discutir a presença do lúdico e a expressão tanto para o desenvolvimento de crianças consideradas normais
como também para crianças com necessidades educacionais especial.
Devido á interesse pessoal pela área de educação, principalmente pela educação infantil busca sempre
adquirir novos conhecimentos a respeito da importância do lúdico e da expressão corporal para as crianças. Durante as aulas
da professora Fátima Alves, Dina Lúcia foi possível refletir sobre os estudos e visitas feitas às instituições de ensinos
especializadas em pessoas com necessidades educacionais especiais. O trabalho desenvolvido nestas instituições
despertou-me o interesse por este tema “a psicomotricidade frente ao lúdico na educação de crianças com necessidades
especiais”.
Este trabalho tem por finalidade pesquisar os lúdicos brinquedos e brincadeiras e a expressão corporal e sua
importância na educação com a perspectiva de ampliar os conhecimentos. Para isto investiguei “como a brincadeira influencia
no desenvolvimento da criança através da expressão corporal” e o brincar para crianças com necessidades especiais tendo o
brinquedo e a brincadeira e a expressão corporal como peça fundamental do sistema educacional e que proporcionam o
crescimento da criança como um ser em constante desenvolvimento nas habilidades cognitivas, afetivas, e psicomotoras.
O interesse em nos arofundarmos aprofundar nesse assunto se deve ao fato de o lúdico e a expressão corporal
contribuírem para o conhecimento, sendo assim um instrumento viabilizador do processo de ensino-aprendizagem, pois os
jogos e as expressões corporais sempre fizeram parte da atividade humana.
Entendemos que brincar é uma realidade cotidiana na vida de crianças onde elas podem exercitar sua
imaginação. A imaginação é uma atividade mental que permitem ás crianças, relacionarem suas necessidades com a
realidade que poucas pessoas conhecem.
Para desenvolvermos a pesquisa acadêmica usaremos uma metodologia de pesquisa bibliográfica com base
em teorias cujos autores irão contribuir para o bom desenvolvimento do tema. Assim a partir de Gadotti (1997), Paulo freire
marcou uma ruptura na historia pedagógica brasileira. Chama a atenção à maneira pela qual ele vê o homem sua cultura
visão de mundo. Diretrizes curriculares para educação infantil (1999), cujo conteúdo da ênfase ao direito da criança. A
formação do símbolo na criança Piaget (1996), descreve a importância do cognitivo relacionado a fase do desenvolvimento.
Rizzo (2000), jogos inteligentes: a construção do raciocínio na escola natural. Vygotsky (1994) chama-nos a
atenção da formação da criança que se da através do meio. A LDB garante o direito da criança. salamanca (1994)
desenvolvimento & aprendizagem em Piaget e Vygostsky (a relevância do social). Vygostsky, Luria e Leontiev (1988)
linguagem desenvolvimento e aprendizagem. Referencia curricular: resolução CE 13, 01 de abril de 1999. Winnicot o brincar
e a realidade (1975) mencionam que a brincadeira exerce um papel importante na vida da criança através da realidade. Lima,
atividade da criança na idade pré-escolar. Fonseca, Psicomotricidade, Educação de Corpo Inteiro, Teoria e Prática da
Educação Física, Lapierre, Anne, Lapierre, André, O adulto diante da criança de 0 a 3 anos , etc.
No primeiro capítulo, descreveremos sobre o horizonte da psicomotricidade na educação infantil. Já no
segundo capítulo, nossa abordagem remete-se para Educação Inclusiva. No terceiro capítulo, veremos o lúdico na educação
inclusiva, e o quarto capítulo o brincar no desenvolvimento da criança. Dessa forma poderemos apontar para a resposta á
questão: como a brincadeira influencia no desenvolvimento da criança através da expressão corporal?
11
CAPÍTULO I
HORIZONTES DA PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Neste capítulo abordaremos as problemáticas que os conflitos mal resolvidos acarretam, e a importância da prática
psicomotora nesta fase, e a relação intima da psicomotricidade com a linguagem a relevância que deve ser dada ao despertar
da consciência corporal.
1.1 – REFLEXÃO
Torna-se cada vez mais freqüente encontrarmos crianças com habilidades psicomotoras mal desenvolvidas
ingressando na educação infantil. Muitas vezes, estas crianças que se situam na faixa etária que vai dos três aos seis anos,
chegam à escola com distúrbios comportamentais que foram semeados em experiências familiares anteriores a fase de
escolarização. Não são poucas também, as que trazem consigo problemas que dificultam a relação com o “outro” no grupo
social. Estas dificuldades mais comuns são: inibição, agitação, agressividade, passividade extrema, desatenção, dispersão,
ansiedade, e dificuldade de interação diante de situações novas,
Isto são sinais fortes da existência evidente de problemas afetivos e emocionais, que na maioria das vezes estão
diretamente ligados aos processos de vivências corporais pessoais.
Assim, lidar com crianças na educação infantil, requer trabalho com psicomotricidade ampla, reflexões pessoais,
pesquisa e acima de tudo, um acompanhamento especial deste- “ser criança” que é único no meio de tantos semelhantes.
Esses problemas, esses conflitos maus resolvidos, são a causa
real, profunda, do fracasso escolar, ultrapassando-os largamente.
Mas qual será a origem deles? Talvez sejam mantidos ou
despertados pelas circunstâncias atuais da vivência da criança,
porém tem manifestadamente uma origem anterior, mais profunda, só
que são expressos no presente, sob formas simbólicas, sistemáticas,
das quais as dificuldades escolares não passam de um aspecto.
(LAPIERRE, 2002, P.14).
Na infância, é importante que o ambiente onde a criança viva, seja propiciador de um grande número de experiências
relacionais. Desta forma, ela será capaz de experimentar situações profundas de desenvolvimento corpóreo e espacial dela
com ela mesma, dela com diferentes objetos e dela com as outras pessoas. Assim terá condições de desenvolver-se de
maneira abrangente, onde as suas possibilidades corporais globais sejam fortes elementos de superação em habilidades
psicomotoras, destreza, autonomia de movimentos e para realizar atividades de construção e elaboração da imagem de si
mesma. Isto significa usar o corpo nas variadas situações de desafio e através dele, criar possibilidades de criação, auto-
conhecimento para as relações sociais e de prazer. O que na sociedade atual e na escola, acaba por ser um grande desafio.
Se a criança chegar à fase escolar carregando uma bagagem de problemáticas pessoais e corporais, poderá vir a
apresentar problemas relacionais e cognitivos e isso implicará diretamente no seu desenvolvimento. E como conseqüência,
pode haver um provável comprometimento no seu processo de aprendizagem, na convivência social e na interação com o
mundo e com a realidade que o rodeia.
Para que suas experiências relacionais abram caminhos ao seu desenvolvimento, nesta fase, a criança precisa
iniciar as descobertas pessoais, sem medo, formando assim, a base do seu desenvolvimento psicomotor.
Se por um lado, a criança tiver sido acompanhada ao longo do período da educação infantil, terá condições de
relacionar-se com o grupo e com ela mesma, de forma mais fluente. Com este suporte poderá também manter uma melhor
qualidade de vida e aos poucos, desenvolver-se de forma integral.
Com este pensamento, a educação infantil deveria promover atividades psicomotoras que abram espaço para o auto-
conhecimento no contexto relacional.
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Dando ênfase ao trabalho psicomotor na educação infantil, as crianças podem chegar ao estágio de inter-
relacionamento e para isto e necessário permitir o brincar com objetos variados, como bolas, arcos, pinos, água, espumas,
serragem, pedra e terra, entre outros. Na verdade os objetos são apenas uns pretestos para iniciar a criança na sua relação
com o “outro”.
Como sabemos, os primeiros anos são os mais importantes na vida de um ser humano, a ponto de serem
reconhecidos pela ciência hoje, como talvez os mais decisivos para estruturação psicológica. Nesse sentido, é preciso que se
acresça ao processo natural de desenvolvimento e evolução da criança, uma série de procedimentos, de base psicomotoras.
Esta é uma importante função da escola. Com estes procedimentos, haverá disponibilidade intelectual e relacional para
observar com fluência, as aprendizagens que forem necessárias para serem incorporadas em sua vida.
1.2 - DO ATO REFLEXO AO ATO CONSCIENTE: UM DESENVOLVIMENTO FUNDAMENTAL
No recém-nascido, os movimentos apresentados são provenientes de
reflexos, pos, ainda não possuem influências sobre as regiões inferiores do
cérebro. Há um movimento decisivo no desenvolvimento da criança, sem dúvida
tão importante quanto o estágio do “espelho”, que é o do primeiro ato voluntário
consciente. É um momento em que a apreensão voluntária vai suceder ao agarrar
com reflexo. Pegar, não é mais receber, é a primeira manifestação de um ser que
se afirma como um sujeito. Já a escolha, o nascimento de um pensamento
consciente, não formulado, mas expresso no ato. É a descoberta de um poder
sobre os objetos, sobre o mundo, sobre o outro, poder que exerce por intermédio
de um poder sobre o seu corpo.
(AUCOUTURIER ET LAPIERRE, 1988, PP.38-39).
Com um sistema de capacidades extremamente sofisticado com este, torna--se fundamental continuar o processo de
conquistas naturais e favorecer novas aprendizagens através da estimulação contínua. Então, por volta dos dois/ três meses,
a mão do bebê já pode ser aberta passivamente e pegar um objeto, se ele tocar em sua mão. Logo em seguida, já consegue
deixar as mãos e abrir com elas.
Em torno dos cinco/ seis meses de idade a criança já é capaz de soltar lentamente os objetos, manipular com
ambas as mãos, mover os objetos de uma mão para a outra e ficar querendo alcançar e agarrar os objetos que vê. Daí em
diante, preensão manual torna-se cada vez mais sofisticada, passando assim pelos movimentos da pinça, arremesso com
direção definida, entre outros.
A maior relevância da vivência desse momento para a primeira infância está na repercussão da associação natural
entre o “poder sentir” e o “poder agir”, que traz para a comunicação da criança através do movimento, uma nova dimensão de
prazer. Nesta perspectiva a educação infantil devera investir no despertar da criança para o prazer da brincadeira, através do
jogo propiciar situações onde ela possa divertir-se com os pés, com as mãos e, em seguida, com o corpo todo, simulando as
representações de papéis e a incorporação de personagens progressiva no domínio de um corpo que nasce do próprio jogo
corporal.
Segundo Le Boulch (1990), por volta dos três anos,a criança descobre, conhece, explora e transforma o mundo
através do movimento do seu próprio corpo e é nesse sentido que ela precisa ser estimulada para falar e se mover, com a
finalidade de oportunizar e enriquecera s experiências motoras espontâneas, de forma criativa.
Daí a importância cada vez maior de ter na educação infantil espaços adequados e motivadores para despertarem o
desenvolvimento da psicomotricidade, considerando que a criança, na faixa etária de três aos seis anos, vive num mundo de
objetivos aos quais ela possa transmitir movimentos. Isto significa dizer que a criança se sente motivada em contato com
objetos em movimentos, nos quais ela possa centrar a atenção como ponto de partida para outras relações de interesse real.
È a partir do movimento com o objeto que a criança atinge progressivamente o domínio do gesto, do corpo e da
linguagem. Inicialmente, o corpo por reflexo é um mero instrumento é um mero instrumento de ação sobre o objeto, para
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depois, de forma gradual, até os seis anos de idade, ousar transformar seus atos corporais em um aparelho competente de
comunicação e interação com o mundo e com a realidade.
1.3 – A Consciência Corporal e as Descobertas que ela Proporciona
O corpo é a origem de todo conhecimento e também é o meio de relação e comunicação com o mundo exterior.
Assim, quem tem pouca consciência de seu corpo independente do mundo exterior, tem dificuldade para identificar as
posições no espaço e localizar-se nele.
Da mesma forma, a criança não é capaz de sentir as relações que existem entre as pessoas, possui, igualmente,
dificuldade em aproximar-se do sentido do meu próprio papel nos diferentes grupos que atua.
Ainda, segundo Lê Boulch (1990), por várias vezes, uma criança pode demonstrar sua consciência corporal através
de desenhos de si mesma, que se torna com naturalidade, um meio simples de traduzir graficamente sua observação
corpórea. Esta consciência corporal vai fornecer as expressões gráficas e traduzir para situações novas, ás experiências
adquiridas. A criança não pode se conhecer como indivíduo enquanto não toma consciência de ser ela mesma em qualquer
parte do meio ambiente. Entretanto, o corpo somente pode se diferenciar como instrumento funcional e com meio de relação,
quando suas propriedades e seus limites forem conscientes e experimentados.
O autor ainda analisa que as experiências corporais que a criança vive interagindo com o meio, vão conduzi-la na
construção de esquemas, os quais funcionam como estruturas interiores. São estes esquemas ou conhecimentos constantes
do seu corpo, que permitem a este sujeito realizar diferentes ações e continuar suas experiências até a elaboração definitiva
do seu ego.
De fato, nosso corpo é o que é o “objeto” mais importante. É o lugar de
projeção de todas as fantasias da criança, símbolo polivalente de todos os seus
desejos: a ser amado ou a ser destruído, lugar de prazer e de segurança, objeto de
ser conquistado, a ser possuído ou rejeitado (...), a consciência desse corpo
favorece as transferências e torna-se a síntese de todas as ambivalências e todos
os seus conflitos.
(LAPIERRE, 2002, P. 106).
O corpo da criança, na fase que abrange o período que se estende dos três aos seis anos, é espaço imaginário,
símbolo mágico e fantástico que precisa e merece encontrar adultos interessados em responderem as suas solicitações e
esses adultos podem estar também na escola.
O desenvolvimento das habilidades psicomotoras é importante para o amadurecimento psico-afetivo da criança,
pois fomenta a comunicação e a evolução da capacidade para o desabrochar do seu mundo emocional, cognitivo social e de
sua fantasia.
Percebe-se que, muitas vezes, de forma errônea, as pessoas acreditam que a psicomotricidade está somente ligada
a problemas motores, porém ela ultrapassa esse limite. Na verdade, assim com foi dito, ela tem ligação estreita com a
lateralidade, a estruturação espacial, além de detectar as dificuldades escolares das crianças. Há uma relação entre o gesto e
a afetividade, corroborando o desenvolvimento geral da criança de Educação infantil.
14
CAPÍTULO II
EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Neste capítulo abordaremos o processo de inclusão das pessoas com necessidades educacionais especais.
2.1 – CONCEITO
A terminologia designada ás pessoas portadoras de necessidades educacionais especiais vêm sendo
modificada ao longo da história até chegar aos dias atuais.
Durante a década de 50, a definição de pessoas portadoras de necessidades educacionais especiais era
equivalente ao conceito de deficiência, ou seja, o individuo portador de deficiência tinha que ser adaptado ou treinado para a
vida em sociedade, recebendo um “treinamento especial”, onde a responsabilidade pela adaptação do mesmo ficava a cargo
de instituições especializadas.
Á Partir da década de 60 começou-se a discutir o conceito de deficiente, e a questionar a idéia de distúrbios
permanentes e imutáveis, passando-se a utilizar o termo pessoas portadoras de necessidades educacionais especiais.
Segundo a Declaração dos Direitos das Pessoas Deficientes, aprovada pela Assembléia Geral da Organização
das Nações Unidas, em nove de dezembro de 1975, ficou definido que: O termo “pessoas deficientes” refere-se a qualquer
pessoa incapaz de assegurar por si mesma, total ou parcial, as necessidades de uma vida individual ou social normal, em
decorrência de uma deficiência, cognitiva ou não, em suas capacidades físicas e mentais.
O conceito de necessidades educacionais especiais foi introduzido pela primeira vez somente em 1978, através
do documento “Warnock Report”. Com este documento, os professores passam a enxergar o aluno não como um deficiente,
mas sim como um indivíduo portador de necessidade educacional especial, encaminhando-o para um atendimento
especializado centrado no currículo e nas adaptações necessárias, ao invés de estar centrado no aluno, o estigmatizado.
“Já no início da década de 90, definiram os indivíduos portadores de
necessidades educacionais especais como pessoas que apresentam algum
problema de aprendizagem ao longo da sua escolarização e que exigem uma
atenção mais específica e maiores decursos educacionais do que os necessários
para os colegas de sua idade”.
(MARCHESI E MARTIN, 1993, p.11)
A Declaração de Salamanca (1994, p. 18) retoma novamente o conceito de necessidades educacionais
especiais, atribuindo a ele uma nova definição, tornam-se abrangente a rodas as crianças e jovens cujas carências se
relacionam com deficiências ou dificuldades escolares e consequentemente, têm necessidades educativas especiais em
determinado momento da sua escolaridade, incluindo nesta definição as “crianças com deficiência ou super dotadas, crianças
da rua ou crianças que trabalham crianças de populações remotas ou nômades, crianças de minorias lingüísticas, étnicas ou
culturais e crianças de áreas ou grupos desfavorecidos ou marginais”.
O conceito de pessoas portadoras de necessidades educacionais especiais apresentados na Declaração de
Salamanca ressalta que as instituições de ensino devem acolher todas as crianças, independente de suas condições físicas,
intelectuais, emocionais, sociais, lingüísticas e outros, com a utilização de uma pedagogia equilibrada capaz de beneficiar
todas as crianças.
15
De acordo com a Lei Federal n 10.098,20 de dezembro de 2000, são estabelecidas normas gerais e critérios
básicos para a promoção de acessibilidade das pessoas portadoras de necessidades educacionais especiais ou com
modalidade reduzida.
Atualmente em vigor, porém ainda não regulamentada, ela traz em seu artigo segundo, conceitos que se
encontram ultrapassados, uma vez que não abordam o modelo social e transferem para a pessoa a limitação em relacionar-
se com o meio.
III-Pessoa portadora de deficiência ou com modalidade reduzida: a que temporária ou permanentemente tem limitada sua
capacidade de relacionar-se com o meio e de utilizá-lo.
Vivendo em uma sociedade capitalista, onde os indivíduos visam à produção e a eficiência, esta parte dos seus
integrantes, as pessoas portadoras de necessidades educacionais especiais são vista como incapazes de interagir com o
meio social.
“A descriminação a exclusão são estigmas, atributos profundamente
depreciativos para muitas categorias de pessoas marcadas com algum sinal
corporal que as diferencie daquelas tidas como normais”.
(GOFFIMA, 1982, p. 34).
É comum atribuir-se, também, as pessoas com necessidades educacionais especiais os atributos de seres
parasitas e incapazes de lidar com seus próprios assuntos.
“Com a citação anterior, no qual o deficiente é considerado uma criatura
inválida e incapaz ao explicar que: “Nome (ou rótulo)’’deficiente” exprime um
significado especifico, e confere ao indivíduo assim nomeado uma identidade
social e pessoal estereotipada. E como este estereótipo é por natureza
depreciativa, toda a potencialidade do indivíduo passam a serem vistas apenas
como um exemplo de estigma”.
(GLAT ,1995, p.24).
Faz-se necessário refletir sobre a real inclusão das pessoas portadoras de necessidades educacionais
especiais como um todo, e que ainda esteja impedindo ou dificultando presença ou permanecia destes sujeitos no meio
social. Afinal, é a sociedade que impõe que esses indivíduos devam se adaptar ao padrão por ela estabelecido, o que, o ideal
seria o grupo social se adaptar a realidade dos que não se enquadram nestes padrões devido as suas limitações.
“Estabelecem funções, status preestabelecidos, em que a valorização da
figura passa por fatores relacionados á capacidade intelectual a e condições de a
melhor idéia de uma classe dominante, considerada como “normal”, onde tudo que
se diferencia deste padrão é vista como “anormal” e incorreto”. “Vive-se em uma
sociedade de classe com papeis produtividade”.
(FERREIRA E GUIMARÃES, 2003.p.71).
Mesmo com seus direitos sendo mencionados em documentos e leis, as pessoas portadoras de necessidades
educacionais especiais ainda têm encontrado diversos obstáculos para a sua aceitação e participação na sociedade. Estes
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obstáculos que precisam ser removidos são: as barreiras arquitetônicas, falta de formação e informação de professores e
acima de tudo, o preconceito da sociedade que ainda não está preparada para lidar com a diversidade.
Ao se tratar do termo “necessidades educacionais especiais” muito já foram feito para alterar nomenclaturas em
mudar as ênfases de “deficiente”, portador de deficiência e, mais recentemente para “portador de necessidades educacionais
especiais” ou ainda pessoa com necessidades educacionais especiais”.
È inegável que as novas nomenclaturas ajudem no sentido de apontar para novas ênfases. No entanto, devem
ocorrer mudanças significativas para que o grupo social modifique a maneira de ver esses indivíduos de tratá-los, educá-los,
e inseri-los no meio educativo social. E para que isso aconteça fez-se necessário provocar reações diferentes no pensamento
e no sentimento das pessoas, ou seja, trata-se de uma verdadeira tomada de consciência desta nova realidade através de
ações conjuntas e não isoladas.
“Inclusão significa ajudar todas as pessoas (crianças e adultos) a reconhecer
e apreciar os dotes únicos que cada indivíduo traz para uma situação ou para uma
comunidade”.
( STAINBACK E STAINBCK (,1999. p.178).
Partindo desse pressuposto, o processo de inclusão, apesar de encontrar sérias resistências por parte de
muitos indivíduos, constitui-se em uma proposta que tem por objetivo resgatar valores sociais voltados para a igualdade de
direito e de oportunidades para todos.
Portanto, ao se falar em necessidades educacionais especiais, deixa de se pensar nas dificuldades específicas
do aluno, para então passar a significar o que os educadores podem fazer para atender as reais necessidades dos seus
alunos com algum tipo de deficiência.
Portanto, ao se falar em necessidades educacionais especiais, deixa de se pensar nas dificuldades específicas
do aluno, para então passar a significar o que os educadores podem fazer para atender as reais necessidades dos alunos
com algum tipo de deficiência.
2.2 – Portadores de Necessidades Especiais
As pessoas portadoras de necessidades educacionais especiais sempre tiveram suas vidas dificultadas pelas
barreiras impostas pela sociedade. No qual, a própria sociedade estipula padrões de normalidade que segregam todas as
pessoas consideradas por elas diferentes. Aquelas pessoas que, por opção ou circunstância, não aderem aos padrões da
normalidade estabelecidos pelo grupo, tornar-se-às pessoas estigmatizadas.
“O deficiente estigmatizado (considerado inferior e anormal) é visto fora do
grupo social e dominante, cujo pertencimento natural está ligado aos
organicamente normais. E este estigma é construído no processo de socialização
do indivíduo, através de reapresentações simbólicas. Assim, a cadeira de roda, a
bengala, as próteses auditivas tornam-se símbolos de estigma, isto é, signos que
são especialmente efetivos para despertar a atenção sobre uma discrepância
degradante de identidades, e que são referencias ás pessoas com necessidades
educacionais especiais”.
(GOFFMAN, 1982. P.53).
17
Em diversas ocasiões essas pessoas com algum tipo de deficiência causam espanto, curiosidade, repulsão,
pena ou até medo, por serem vistas como “anormais”.
Se a sociedade não acabar com os estigmas a estes deficientes e não promover e garantir a igualdade de
oportunidades, não haverá inclusão.
Uma sociedade inclusiva é aquela que é democrática, onde todos os cidadãos manifestam suas idéias e
debatem sobre elas, e são respeitados independentemente de seu talento, deficiência, origem sócio-econômica.
2.3 – Educação Especial e a Lei
Atualmente, muitos educadores estão preocupados em construir uma sociedade democrática, proporcionando
assim uma educação de qualidade para todos os indivíduos.
De acordo com a Declaração da Salamanca (1994) toda criança tem o direito a educação. Portanto, as
instituições de ensino têm o dever de acolher a todo e qualquer sujeito, sempre respeitando a sua singularidade.
“Para que ocorra a educação é necessária práticas de ensinos adequadas ás
diferenças dos alunos em geral, oferecendo alternativas que contemplem a
diversidade, além de recursos de ensino e equipamentos especializados que
atendam a todas as necessidades educacionais dos educandos, com ou sem
deficiências, mas sem discriminações”.
(MONTOAN, 2003.p.43).
A escola inclusiva é aquela que ajuda as crianças oferecendo modalidades de atendimento para o seu melhor
desenvolvimento. E para que esse desenvolvimento seja favorável, elas devem ser inseridas em classes regulares.
Ao fazermos isso os educandos aprendem juntos e enriquecem - se por terem a oportunidade de aprender uns
com os outros e a respeitarem as diferenças e semelhanças individuais.
Quando um aluno com qualquer tipo de deficiência é inserido em salas regulares, todos os envolvidos são
beneficiados, como a família, os alunos considerados “normais”, professores e sociedade, e não apenas o aluno.
É importante ressaltar que a inclusão escolar não se refere apenas ao acesso, como também ao ingresso e
permanência desses alunos em classes regulares. E para que isso ocorra, as instituições escolares devem estar dispostas a
oferecerem serviços complementares, adaptar ao Projeto Político Pedagógico (PPP), verificando se ele está voltado para a
diversidade, rever posturas e preparar os educadores para receberem em suas classes um aluno com necessidade
educacional especial, fazendo com que os mesmos adotem práticas criativas na sala de aula.
Esses são alguns dos requisitos que as unidades escolares necessitam ter para que a inclusão dos alunos com
necessidades educacionais especiais se concretize. Porém, em todos esses requisitos são encontrados nas escolas
atualmente, pois a inclusão é um tema novo na área da educação.
Somente a partir da década de 90 que os profissionais da área de ensino começaram a se preocupar com a
temática da inclusão tornando alvo de controvérsia e debates freqüentes. Preocupação essa um tanto quanto tardia, pois o
problema da diversidade dentro do ambiente escolar sempre existiu.
Devido ser tema de inclusão, ainda requer muita informação e explicação a todos os cidadãos, profissionais da
educação ou não, acadêmicas ou não.
A Constituição Federal assegura a todos os brasileiros o direito a educação independente do seu gênero, raça,
idade ou classe social, como se lê no mesma.
18
Artigo. 205. A educação, direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade, visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua
qualificação para o trabalho.
Esse direito á educação deve ser respeitado, atendendo ao principio constitucional da igualdade conforme pode
ser observado no artigo 206, inciso l “igualdade de condições para o acesso de permanência á escola”.
Através do artigo 206, garante-se á todos os direitos á educação e o acesso á escola, não podendo excluir
nenhuma pessoa em razão de sua origem, raça, sexo, cor, idade ou deficiência.
No entanto, alguns instrumentos devem existir na rede regular de ensino para melhor atender ás necessidades
dos alunos com deficiências, tais como o ensino da Língua Brasileira de Sinais (Libra), do código braile, usos de recursos de
informática e outras ferramentas e línguas especificas para cada deficiência. Permitindo assim, a eliminação das barreiras
encontradas por eles no relacionamento com o ambiente externo. Fato este assegurado pela Constituição Federal no artigo
208, inciso lll:
Artigo. 208. O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: lll-atendimento
educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;
Devido á utilização do termo “preferencialmente na rede regular de ensino” não foi excluída a possibilidade
desses alunos com necessidades educacionais serem mantidos em escolas especiais, contanto que este atendimento
especializado seja um complemento ao ensino regular e não como um substitutivo do mesmo. Porem, na Lei de Diretrizes e
Bases (LDB, 1997) admite-se a possibilidade do ensino especializado substituir o ensino regular.
É devido a isso que as Instituições de Ensino devem criar ambientes acolhedores através de ações fortalecidas
e regulamentadas no Plano Político Pedagógico de cada escola, respeitando a singularidade de cada aluno, pois, cada um
tem o seu modo e tempo de aprender, independentemente de sua deficiência.
Portanto, as instituições escolares devem promover relações recíprocas, para que assim possa eliminar
estigmas, rótulos e etiquetas que classifiquem comportamentos.
Assim sendo, a escola que promove a verdadeira inclusão social, é aquela que trabalha as reais necessidades
de sua clientela e realiza mediações no processo de aprendizagem com atividades desafiadoras que estabelecem os conflitos
interiores.
19
CAPÍTULO III
O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA
Neste capítulo apresentaremos a importância do lúdico na educação inclusiva, pois brincar é direito da criança,
e muitas crianças perderam o direito de brincar, viver o lúdico viver o momento, o presente, e agora.
O ato de brincar está no dia-a-dia de crianças, jovens e inclusive adultos. Através da imaginação que é permitido às
crianças, relacionar seus interesses e necessidades com a realidade de um mundo que estão começando a conhecer.
Ao brincar, a criança reflete, ordena, desorganiza, destrói e reconstrói o mundo do jeito que ela deseja. Afinal, é
na brincadeira que a criança pode se expressar livre e espontaneamente. No brincar, características como atividade
representativa, prazer, autodeterminação, valorização do processo da brincar e expressão de necessidades são alcançadas,
por isso, a brincadeira é considerada tão importante para o desenvolvimento da criança, especialmente nos primeiro anos.
Para diversos adultos o ato de brincar é um assunto que não tem relevância, no qual o brincar é somente visto
como uma forma de recreação, não levando em conta a forma completa que todos têm de comunicar-se consigo mesmo e
com o mundo.
Partindo deste pressuposto, a sociedade atual, compreende o lúdico, como algo sem importância negada às
crianças, cada vez mais cedo, apenas pela necessidade de preparação para o futuro e o mesmo é observado em Instituições
Educacionais.
A palavra "Iúdico" provém do latim ludus e significa brincar. Segundo Santin (1994, p. 20) "a vida infantil é
cercada pelo mundo do brinquedo. Um mundo criado pela criança, onde ela mesma se autocria". É brincando que a criança
descobre e conhece o mundo que a cerca. Através dos sentidos: como olfato, visão, audição, gustação e tato que ela
percebe o mundo em sua volta, facilitando assim descobertas e a comunicação com as outras crianças e adultos.
De acordo com Cunha (2002, p. 38) o processo significativo somente ocorre quando a criança interage com o
meio no qual está inserida, seja através de brincadeiras, desenhos, pintura, modelagem, música, linguagem, entre outras
formas.
O ato de brincar não é somente uma ação poderosa, como também se pode dizer que é uma necessidade
interior, tanto para criança quanto para adulto. Ou seja, além de proporcionar prazer e diversão, a brincadeira pode
representar um desafio e provocar o pensamento reflexivo da criança. Por isso, a criança deve ser estimulada a vivenciar o
lúdico·desde pequena. Tanto os educadores quanto os pais podem aproveitar desses exemplos obtidos nas atividades
lúdicas e trazê-Ios para as situações cotidianas. Fazer com que as crianças participem do estabelecimento de regras, e
mostrar como elas contribuem com o objetivo de todos e, principalmente, mostrar confiança em que ele será capaz de segui-
Ias, poderá formar um individuo ético. Alguns momentos de reflexão com base nestas condutas, auxiliados pela narração de
histórias bem escolhidas, poderão erigir uma escala de valores tão necessárias aos homens e mulheres que pretendemos
formar. (Dohme,2003 p.135) Numa perspectiva sócio-cultural, o brincar torna-se uma forma que as crianças têm de
interpretar e assimilar o mundo, os objetos, a cultura, as relações e o afeto das pessoas; e sendo assim ela aprende a
compreender, lidar e controlar a realidade na qual está inserida, bem como se relacionar com o outro. Quando a criança
brinca interpretando o mundo pela sua imaginação, ela pode fazer o que quiser: desenhar, pintar, dançar, cantar, porém,
sempre criando um mundo imaginário que vai ao encontro do seu mundo real. “Conhecer suas possibilidades de ação e
também seus limites”. Segundo Cunha (2002, p. 41), “pela atividade, a criança se confronta com os outros, com o real, ao
fazer descobertas, ao sentir alegrias e dores, ao viver apegos e conflitos”.
A ludicidade é uma necessidade natural do ser humano, no qual o ato de brincar ajuda a criança na adaptação à
realidade, assim como serve de escape, tanto para adultos como para crianças ao servir de exigências reais, pois no mundo
da fantasia tudo é permitido. Embora isso ocorra o brincar não pode ser visto apenas como diversão. O lúdico é apontado
neste presente trabalho, como uma atividade capaz de envolver seu(s) participante(s) e gerar prazer.
20
Segundo a análise de Huizinga (1971), ela aponta algumas características em relação a esses jogos que a
criança realiza. Como o prazer, o caráter "não-sério", a liberdade, a separação dos fenômenos do cotidiano, as regras, o
caráter fictício ou representativo e sua limitação no tempo e no espaço. De acordo com o autor, a brincadeira infantil é
considerada uma atividade séria, quando a criança brinca de forma bastante compenetrada. E ao mesmo tempo, ela se refere
à brincadeira como uma atividade "não séria" quando a relaciona com o cômico, o riso, que por diversas vezes, o ato lúdico
se contrapõe ao trabalho, considerado uma atividade séria.
A brincadeira não representa o mesmo que o jogo e o divertimento para o adulto. Para alguns adultos, quando a
criança brinca, ela não está fazendo nada, o que não é verdade. É importante que o adulto esteja atento ao ato de brincar da
criança, pois é através do mesmo que ela desenvolve potencialidades, descobre papéis sociais, limite, experimenta novas
habilidades, forma um novo conceito de si mesma, aprende a viver e avançar para novas etapas de domínio do mundo que
está ao seu redor.
Ao brincar, a criança se empenha e se concentra ao máximo, incorporando de corpo e alma o que está fazendo
da mesma forma que o faz quando se esforça para aprender a falar, andar, comer e etc.
É necessário ressaltar a seriedade também com que ela lida com as regras, que quase sempre são regras
rígidas, levando-a até mesmo ao cansaço. Existe ainda um aspecto importante de ser mencionado, é o fato de a criança
detestar ser interrompida em suas brincadeiras e inclusive não admitem zombarias, se isso ocorre, a reação imediata é a
irritação ou até mesmo a agressão e quase sempre ela ignora a interrupção. Devido à reação dela, pode-se perceber que tal
atividade não é um mero divertimento, é muito mais.
“Este fato acontece, porque nos seus primeiro anos de vida, a criança pode
chegar a absorver-se tão bem no seu papel que ela se identifica
momentaneamente com o personagem que representa”.
(CHATEAU, 1987.p. 20)
Apesar de a criança levar a brincadeira a sério, como deve ser a brincadeira infantil, é, entretanto diferente
daquela que os adultos consideram por objeção ao jogo, à vida séria.
Quando a criança brinca, ela esquece o ambiente real e se torna, mesmo que por alguns instantes o
personagem em questão, o médico, a polícia, o ladrão, a mãe, o pai, entre outros.
Todas as coisas que são reais desaparecem naquele momento. Nesta perspectiva Chateau (1987, p. 21)
complementa, “tudo acontece como se o jogo operasse um corte no mundo, destacando no ambiente o objeto lúdico para
apagar todo o resto”.
A brincadeira é um mundo à parte, completamente diferente do mundo dos adultos, pois é imaginativo,
exploratório, é um mundo lúdico. Este afastamento do ambiente real, não é intencional da criança, ela não age com a
decisão de entrar na brincadeira, apenas reproduz no imaginário da brincadeira, criando o seu próprio mundo.
Quando a criança cria um mundo distante só para ela, distanciando do mundo dos adultos, ela pode exercer a
sua soberania, ou seja, pode ser rei, pai, professor, caçador e assim por diante. Ao fazer isso a criança não se sente pequena
submissa ao adulto, neste momento ela cresce e se liberta, tentando tornar real, aquilo que ela está vivenciando.
Essas características marcantes de personalidade, que oferece poder a criança, também são observadas no
adulto quando ele também se utiliza desta evasão procurando seja no jogo de aposta, bilhar ou outro qualquer, o
esquecimento dos seus problemas ou o alívio de suas tensões. Porém, o afastamento do ambiente real pode acontecer
voluntariamente, quando a criança se utiliza da brincadeira de competição ou de roda, em que ela faz parte, no qual ela cria
um distanciamento a um mundo onde ela tem poder diferente do mundo dos adultos.
Sendo assim, este afastamento do real funciona como um juramento de obediência às regras tradicionais, onde
o juramento é para esquecer o mundo da vida séria, no entanto, as regras somente são válidas quando são combinadas pelo
grupo.
21
O trabalho da criança deve ser único e exclusivamente o brincar, afinal, esta é a forma onde ela afirma seu
ser, proclama seu poder e sua autonomia, explora o mundo, faz pequenos ensaios, compreende e assimila gradativamente
suas regras e padrões, absorvendo este mundo em doses pequenas e toleráveis.
A criança brinca por processos íntimos, desejos, problemas e ansiedades e nunca para apenas passar o tempo.
Afinal, é através da atividade lúdica, que a criança mostra o que está se passando na sua mente. E o brincar torna-se a
linguagem secreta, ou seja, a forma que a criança tem de mostrar como ela se sente, mesmo que o adulto não entenda esta
linguagem, ela deve ser respeitada e observada atentamente.
A criança tem o direito e a necessidade de brincar para ser ela mesma, para expor seus sentimentos ou até
mesmo para entender o mundo que chega até ela. E cabe ao adulto, possibilitar o exercício deste direito, promovendo a
construção do saber da criança que está sendo vinculada ao prazer.
Para Bettlelheim (1978, p. 165), através de uma brincadeira de criança, podemos compreender como ela vê e constrói
o mundo, como ela gostaria que fossem quais as suas preocupações e' que problemas a estão assediando. Pela brincadeira,
ela expressa o que teria dificuldade de traduzir em palavras. Através da brincadeira, a criança satisfaz necessidades como a
de tentar reproduzir situações tipicamente de adultos querendo se parecer com eles, construindo uma situação imaginária e
conseqüentemente a brincadeira acontece.
A criança brinca porque é indispensável ao seu equilíbrio afetivo e intelectual que possa dispor de um setor de
atividade cuja motivação não seja a adaptação do real, pelo contrário, a assimilação do real ao eu, sem coações ou sanções
[...]. L. (1989, PIAGET e INHELDER apud FONTANA e CRUZ, 1997, p.121) o brincar é uma atividade própria da criança que
deve ser incentivada tanto pelos pais quanto pelos educadores em geral, o ambiente escolar pode e deve ser um espaço com
brincadeiras e jogos, fazendo sentido para as crianças e não um espaço que passa a difundir um ensino. É relevante que o
professor tenha objetivo e consciência da importância de suas ações para o aprendizado e desenvolvimento de seus alunos.
Sendo assim, cabe a ele organizar a sala de aula, oferecendo brinquedos, combinando regras, fornecendo informações e
ajudando e incentivando quando as crianças necessitam.
De acordo com Froebel (1887, p. 55), que considera a brincadeira uma atividade séria e importante para quem
deseja realmente conhecer a criança: A brincadeira é a fase mais alta do desenvolvimento da criança - do desenvolvimento
humano neste período; pois ela é a representação auto-ativa do interno - representação do interno, da necessidade e do
impulso interno. A brincadeira é a mais pura, a mais espiritual atividade do homem neste estágio e, ao mesmo tempo, típica
da vida humana como um todo - da vida natural interna escondida no homem e em todas as coisas. Por isso ela dá alegria,
liberdade, contentamento, descanso interno e externo, paz com o mundo. A educação mais eficiente é aquela que
proporciona atividade, autoexpressão e participação social às crianças.
Em se tratando de uma função educativa, o lúdico permite a aprendizagem do aluno, seu conhecimento, saber e
sua compreensão do mundo. Desta forma, o lúdico se toma um elemento fundamental para o processo de ensino
aprendizagem independentemente de qualquer disciplina.
Com o despreparo de educadores, inserir atividades lúdicas no cotidiano dos alunos acaba se tomando um
desafio e criando resistências na inserção de práticas educativas da sala de aula, no qual era para ser considerado um
elemento indispensável.
Através do lúdico no processo de ensino e aprendizagem, o educando toma consciência de si, da realidade e
esforça-se na busca do conhecimento, nunca perdendo o prazer de aprender. Portanto, é necessário capacitar o educador
para que este elemento fundamental à aprendizagem e desenvolvimento do aluno possa ser considerado como um aspecto
indispensável para o relacionamento educando, aprendizagem e educador.
De acordo com Dewey (1978, apud DOHME, 2003, p.118), cabe ao educador a tarefa de escolher as atividades
educativas conforme o estagio de amadurecimento de cada aluno. A atividade educativa deve ser sempre entendida como
uma libertação de forças, tendências e impulsos existentes no individuo e por ele mesmo trabalhado e exercitado, e, portanto,
dirigidos, porque sem direção eles não poderiam exercitar.
Através de atividades lúdicas com objetivos educacionais, o educador é capaz de transmitir o conteúdo
desejado de forma prazerosa. Se bem escolhidas pelo professor as atividades lúdicas serão vividas com maior intensidade
22
pelos alunos. Tais atividades orientadas pelo professor, permitem que o aluno pesquise e experimente, fazendo-o conhecer
suas habilidades e limitações.
E para que este fato aconteça de maneira satisfatória, o educador precisa conhecer o seu aluno e valorizar as
habilidades que ele obtém, proporcionando oportunidades para que ele possa desenvolvê-las e potencia-las ao seu dia a dia.
O professor quando não traz para dentro da sala de aula, atividades lúdicas de acordo com o interesse dos
alunos e não se dedica, interfere ou participa quando necessário, o mesmo acaba se tornando um mero expectador, deixando
de assumir o seu verdadeiro papel de educador e mediador da construção do conhecimento dos seus alunos.
A importância da brincadeira foi ressaltada neste trabalho baseado em diversas obras, na qual foi observado
que brincando as crianças se desenvolvem cognitivamente, emocionalmente, socialmente e intelectualmente.
Desta forma, para que aconteça uma aprendizagem significativa, a criança deve sentir prazer em descobrir os
fatos desconhecidos, em vivenciar e dramatizar acontecimentos que ocorrem em seu cotidiano tanto dentro quanto fora da
sala de aula.
Nos lugares em que as escolas são providas de laboratórios, oficinas e jardins, e em que se usam livremente
dramatizações, brinquedos e jogos, existem oportunidades para reproduzirem as situações de vida, e para adquirir e aplicar
informações e idéias na realização de experiências progressivas. (DEWEY apud DOHME, 2003, p.113)
Conclui-se assim, que o ato de brincar é essencial para desenvolver a criatividade, socialização, autoconfiança,
autonomia e também proporcionar um melhor relacionamento com o mundo, com as pessoas e com sua própria
personalidade.
3.1 – O Lúdico Como Elemento Facilitador na Proposta da Educação Inclusiva
Entendemos que o lúdico é um instrumento fundamental para o desenvolvimento da criança, pois é através dele que a
criança desenvolve a imaginação, curiosidade, iniciativa, confiança, autocontrole e espírito cooperativo. A partir disso, a
criança compreende o mundo.
Segundo Kadu e Pierre (1994), é através do brincar que a criança inicia seu processo de auto conhecimento, toma
contato com a realidade externa, á partir de relações vinculares, passa a interagir com o mundo. O brinquedo torna-se o
instrumento de exploração e capacidade motora e cognitiva da criança. Brincando ela tem a oportunidade de exercitar suas
funções, experimentar desafios, investigar e conhecer o mundo de maneira espontânea natural.
Ao contrário do que muitos indivíduos pensam, as crianças com necessidades educacionais especiais também podem
e devem brincar. Infelizmente , ainda existem muitas pessoas que consideram estas crianças deficientes incapazes de brincar
e por este motivo não se preocupam nem incentivam as mesmas para tal atividade.
Para o autor Mcconkey (1985, apud Dohme, 2003), existem duas formas (distorcidas) de se conceber o papel do
brincar e sua avaliação para o desenvolvimento da criança com deficiência: “a criança com deficiência brinca”, e “brincar é
uma forma da criança com deficiência passar o tempo”.
Esta crença que o autor se refere, relaciona-se a o fato de que o “brincar’’ da criança com deficiência não corresponde
ás devidas expectativas das pessoas que consideram que esse brincar é apenas para entretê-las, quando na verdade, o
lúdico facilita a socialização e aprendizagem desta criança”.
O desenvolvimento da evolução da atividade lúdica é mais lento quando se trata de uma criança com necessidades
educacionais especiais em relação a uma criança considerada normal. E por diversas vezes, é preciso auxiliá-las a entrar em
uma brincadeira, o que para as criança sem deficiências ocorre de maneira espontânea e natural. Por algumas dificuldades
apresentadas, as crianças com deficiência têm menor possibilidade de aproveitar as situações a sua volta, de extrair dos
meios estímulos provocadores de ação diante dos brinquedos e algumas vezes, as mesmas não demonstram qualquer tipo
de interesses por brinquedos e atividades lúdicas.
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A partir disso, faz-se Necessário incentivá-las mostrando o funcionamento dos brinquedos a e a estimulação da
participação delas em brincadeiras coletivas.
De acordo com Cunha (1988) ao se tratar de uma brincadeira: a criança ousa tentar novas alternativas, tomar
iniciativa, mostrar-se mais ativa, sem preocupação de alcançar o resultado, ma sim de experimentar e vivenciar situações, No
brincar, o mais importante é a atividade em si e não seus resultados. É particularmente importante que os adultos, pais e
professores queiram dar as crianças incapacitada as mesmas possibilidades de brincar que aquelas normalmente
encontradas entre as outras crianças. Esta atividade e sua evolução podem ser estimuladas e influenciadas através de um
meio ambiente favorável
3.2 – A Contribuição de Wallon
“Todas as atividades propostas ás crianças devem propiciar o
desenvolvimento integral de aspectos motores, intelectuais, sociais e emocionais,
fazendo com que elas exercitem todo o seu corpo em atividades que lhes
proporcionem também alegria e prazer. É importante compreender que a criança
esta sedenta e de ação (aprendizagem) representada pelo movimento, que
significa para a criança pequena, muito mais que mexer partes do corpo ou
deslocar-se no espaço. Ela se expressa e se comunica pôr meio de gestos e das
mímicas faciais e se relaciona usando o apoio do corpo”.
( WALLON ,2005.p.4)
Ao pensar na organização do ambiente é necessário refletir sobre a afetividade, pois as emoções para Wallon, têm
papel predominantemente no desenvolvimento da pessoa. É por meio dela que a criança exterioriza seus desejos e suas
vontades. As emoções dependem fundamentalmente da organização dos espaços para se manifestarem. A motricidade,
portanto, tem caráter pedagógico tanto pela qualidade do gesto e do movimento quanto por sua representação. Entendemos
então que o ambiente está representado pelo cotidiano das crianças, e o educador deve estar atento, observando as
brincadeiras das crianças e como se desenvolvem, o que a criança mais gosta de fazer, em que espaços preferem ficar, o
que mais lhes chamam a atenção, em que momento fica tranqüilo, ou agitado. Com vários tipos de atividades as crianças
terão liberdade para escolherem o que deseja fazer.
Este momento é importante para a interação entre o adulto e a criança, pois ele é cheio de gostos, toques, sons e
palavras, regras, luzes, cores odores mobílias, equipamentos e ritmos de vida. A decoração do ambiente deve ser mutável,
pois se modifica de acordo com a necessidade das crianças. Pois o ambiente é produção do que ocorre ali, ele é produzido,
ele fala, está em movimento, é a produção dos habitantes; enquanto o espaço físico é fundamental, também ajuda das
estruturas das funções motoras, sensoriais e simbólicas, lúdicas e relacionais. No início as crianças têm as percepções
centradas no corpo, suas percepções começam a descentrar e estabelecem as fronteiras do eu do eu e do não eu.
O “eu” e o outro na construção do “eu” na teoria de Wallon depende essencialmente do outro. Seja para referência,
seja para ser negado. Principalmente a partir do instante em que a criança começa a viver a chamada crise da oposição, em
que a negação do outro funciona como uma espécie de instrumento de descoberta de si próprio. Isso se dá aos três anos de
idade, a hora de saber que “eu sou”. Aí surgem as Manipulações (agredir ou se jogar no chão para alcançar o objetivo),
sedução (fazer chantagem emocional com pais e professores) e imitação do outro são características comuns nessa fase.
É importante compreender que a criança está sedenta de ação (aprendizagem), representada pelo movimento, que
significa para a criança pequena, muito mais que mexer partes do corpo ou deslocar-se no espaço. Ela expressa e se
comunica pôr meio de gestos e das mímicas faciais e se relaciona usando o apoio do corpo.
A dimensão corporal integra-se ao conjunto da atividade da criança. O ato motor faz-se presente em sua função
expressiva, instrumental ou de sustentação às posturas e aos gestos. A primeira função do ato motor esta ligada a
expressão, permitindo que desejos estados íntimos e necessidades se manifestem.
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No período da imitação a criança faz aquela que ela viu o outro fazendo, mesmo sem ter a clareza do significado
desta ação. A capacidade de imitação cria condições imaginarias, na qual a criança se apropria de brinquedos transforma,
mistura situações, traz para a realidade infantil o mundo adulto.
O aspecto que devemos ressaltar é o da dimensão expressiva do ato motor é a aprendizagem desenvolvimento do
gesto simbólico, tanto aqueles ligados ao faz-de-conta quanto aos que possuem uma indicativa como apontar, dar tchau...
No plano da consciência corporal há também as brincadeiras no espelho (pôr volta dos 15 meses) que contribuem para a
construção da identidade.
O brinquedo contribui para a aprendizagem utilizando combinação que funcionam com instrumento de ação e
pensamento. As crianças brincam para crescer e ultrapassar as angústias que vivem, evitando assim de se sentirem sós.
A prática educativa deve se organizar de forma que as crianças desenvolvam capacidades como:
• Familiarizar-se com a imagem do próprio corpo.
• Explorar a possibilidade de gestos e ritmos corporais para expressarem-se nas brincadeiras e nas demais situações
de interação.
• Deslocar-se com destreza progressiva no espaço ao andar, correr pular...
• Desenvolver atitude de confiança nas próprias capacidades motoras;
• Explorar e utilizar os movimentos de preensão, encaixe lançamento etc. para uso de objetos diversos.
• Personalismo: ocorre dos três aos seis anos. “Nesse estágio desenvolve-se a construção da consciência de si
mediante as interações sociais, reorientando o interesse das crianças pelas pessoas; Segundo Aurélio (2001)
“personalismo significa qualidade do que é pessoal”“.
“Acreditamos que a criança é um ser social, um pequeno cidadão que já trás
consigo uma história de vida, sonhos, expectativa e experiências, conhecimentos
produzidos a partir das relações estabelecidas no contexto sócio-cultural.
Interagindo com diversos grupos, a criança constrói todo um código de valores, um
modo de ver e entender o mundo, de se expressar, decorrente dos padrões
culturais vigentes no seu meio social. Portanto, a criança é portadora de
conhecimentos produzidos socialmente, embora às vezes não reconhecidos e que
hoje deverão ser levados em conta no processo da escolarização”.
(WALLON, 1992, p. 36).
A segurança é de suma importância para a criança no seu desenvolvimento mediante as interações sociais, Categorial:
os processos intelectuais dirigem o interesse da criança para as coisas, para o conhecimento e conquista do mundo exterior;
Predominância funcional: ocorre nova definição dos contornos da personalidade, desestruturados devido ás modificações
corporais resultantes da ação hormonal. Questões pessoais, morais e existenciais são trazidas á tona.
Na sucessão de estágios há uma alternância entre as formas de atividades e de interesses da criança, denominada de
“alternância funcional”, onde cada fase predominante (de dominância, afetiva, cognição), incorpora as conquistas realizadas
pela outra fase, construído reciprocamente, num permanente processo de integração e diferenciação.
Wallon (2005 e1992): deixou-nos uma nova concepção da motricidade, da emotividade, e da inteligência humana,
sobretudo, uma maneira original de pensar a Psicologia Infantil e reformular os seus problemas. Através da psicogênese da
pessoa completa, Wallon procura explicar os fundamentos da psicologia como ciência, seus aspectos espectrológicos,
objetivos e metodológicos.
Entende o organismo como condição primeira do pensamento, pois toda função psíquica supõe um componente
orgânico. Wallon considera que condição suficiente, pois o objeto de ação mental vem do ambiente no qual o sujeito está
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inserido, ou seja, de fora. Entendemos que o homem é determinado filosófica e socialmente, sujeito ás disposições internas
e ás situações exteriores.
Por isso podemos dizer que a criança aprende muitas coisas em seus primeiros anos de vida. Alguma coisa aprenderá
sozinha, outra aprenderá através da vivência com outras pessoas e outra só aprenderá se for ensinada. Toda atividade será
afetada pela condição do meio em que a criança vive e das relações que ela estabelece com os outros seres humanos. É
importante lembramos que cada criança tem um ritmo de desenvolvimento e crescimento, e também apresentam diferenças
individuais desde muito pequenas. É importante observarmos para vermos quais são as preferências e interesses, os ritmos
das crianças, a medida do possível respeitá-los.
Entendemos que o desenvolvimento da criança dependerá da possibilidade que ela tenha de explorar o seu ambiente,
expressar suas emoções, ter contato com várias coisas e pessoas, estabelecer relações afetivas. Dependerá de executar o
que é próprio do seu período do seu desenvolvimento, permitindo que se sinta mais segura, desenvolvendo sua autonomia e
constituindo-se como indivíduo. Em seus primeiros anos de vida, a criança precisa muito movimentar-se. É através do
movimento que ela explora seu corpo, entra em interação com outras crianças e que explora seu ambiente. O movimento
está presente nas relações com os objetos: dirigir-se ou distanciar-se deles, caçá-los, ou manipulá-los, transformá-lo.
“Entendemos que o espaço físico é o lugar do Desenvolvimento de múltiplas
habilidades e sensações e, a partir de sua riqueza e diversidade, ela desafia
permanentemente aqueles que o ocupam. Esse desafio constrói-se pelos símbolos
e pelas outros surgem porque Wallon não consegue dissociá-lo do conjunto de
funcionamento da pessoa linguagens que o transformam o recriam
continuamente”.
(BARBOSA, 1999, p. 120).
A psicogênese da motricidade (não se estranha à expressão, porque, em Wallon, “motor” é sempre sinônimo de
“psicomotor”) se confunde com psicogênese da pessoa, e a patologia do movimento com a patologia do funcionamento da
personalidade. Por “esse motivo pela abrangência da sua compreensão do significado psicológico do movimento”. A
Referencia foi tão aproveitado por Le Bloch, cuja psicogenética e propostas de educação psicomotora se caracterizam.
Francês, buscando a compreensão do psiquismo humano, tornou-se médico. Ao longo da sua carreira foi cada vez
mais possível sua aproximação com a educação.
HENRI WALLON, filósofo tido biopsicológico norteou toda a sua obra. A teoria walloniana partiu de experiências concretas
vividas na guerra, onde estudaram como médico, as perturbações nervosas e psíquicas ocasionadas por feridas do cérebro e
alterações emocionais. Acrescentando, também observações feitas em crianças com anomalias psicomotoras e retardos.
Henri Wallon demonstrou interesse pela infância como problema concreto enfatizando a importância da escola que
para ele, era obra fundamental da sociedade contemporânea. Contribuiu muito ao romper com a compreensão fragmentada
do ser humano, enfatizou ser o homem um ser concreto, que interage num espaço físico e cultural num tempo histórico.
Para wallon, Acode Galvão (1993) à psicologia genética que parte da análise dos processos primeiros e mais
simples, pelos quais cronologicamente passa o sujeito, é a única forma de não dissolver em elementos separados abstratos a
totalidade da vida psíquica. Wallon propõe a psicogênese da pessoa completa, ou seja, o estudo integral do desenvolvimento.
Considera que não é possível selecionar um único aspecto do ser humano e vê o desenvolvimento nos vários campos
funcionais nos qual se distribui a atividade infantil (afetivo motor e cognitivo). Para ele o estudo do desenvolvimento humano
deve considerar o sujeito com ‘’geneticamente social’’ e estudar a criança contextualizada, nas relações com o meio. Wallon
recorreu a outros campos de conhecimento para aprofundar a explicação dos fatores de desenvolvimento (neurologia,
psicopatologia, antropologia, psicologia animal). Para ele a atividade do homem é inconcebível sem o meio social; porém as
sociedades não poderiam existir sem indivíduos que possuam aptidões como a da linguagem que pressupõe uma
confirmação determinada do cérebro. Haja vista que certas perturbações de sua integridade privam o indivíduo da palavra.
26
Vemos então que para ele não é possível dissociar o biólogo do social no homem. Esta é uma das características básicas
da sua Teoria do desenvolvimento.
HENRI WALLON reconstruiu o seu modelo de análise ao pensar no desenvolvimento humano, estudando a partir do
desenvolvimento psíquico da criança. Assim, o desenvolvimento da criança aparece descontínuo, marcado por rupturas,
retrocessos e revira voltas, por contradições e conflitos, resultado da maturação e das condições ambientais, provocando
alterações qualitativas no seu comportamento em geral. Nesse sentido, a passagem dos estágios do desenvolvimento não se
dá linearmente, Por ampliação, mas por reformulação, instalando-se no movimento da passagem de uma etapa para outra,
crises que afetam a condita da criança.
Entendemos que os cincos estágios do desenvolvimento apresentado por Galvão (1995) sucedem-se em fases com
predominância afetiva e cognitiva:
Impulso-emocional: que ocorre no primeiro ano de vida. A predominância da afetividade orienta as primeiras reações do bebê
ás pessoas, ás quais entremeiam sua relação com o mundo físico.
“As emoções, assim como os sentimentos e os desejos, são manifestações
da vida afetiva. Na linguagem comum costuma-se substituir emoção por
afetividade, tratando os termos como sinônimos. Todavia, não o são. A afetividade
é um conceito mais abrangente no qual se inserem várias manifestações. As
emoções possuem características específicas que as distinguem de outras
manifestações da “ a afetividade são sempre acompanhadas de alterações
orgânicas, com aceleração dos batimentos cardíacos, mudanças no ritmo
respiração, dificuldades na digestão secura na boca. Além dessas variações no
funcionamento neurovegetativo, perceptíveis para quem as vivem, as emoções
provocam alterações mímica da facial, na postura, na forma como executa como
gestos. “Acompanha-se de modificações visíveis do exterior, expressiva que são
responsáveis por seu caráter e por seu poder mobilizador altamente contagioso do
meio humano”.
( GALVÃO ,2007. p.61).
E importante ressalta que e o diálogo e o único meio de reconciliar educador e educando, não permitindo que somente
o educador pense, mas que ambos o façam. No processo de aquisição de conhecimentos entre educador e educados, o
dialogo é a marca das relações entre ambos. Por sua vez, requer uma confrontação crítica com a realidade no que se refere
à transformação. Pois podemos entender que o dialogo favorece ao homem podendo assim haver um encontro dos homens
para a pronúncia do mundo que tem fundamental importância para sua real humanização. Sendo assim, para Freire (2000)
aqueles que decidem por uma prática libertadora, devem se envolver com o povo e sugerir transformações em seu contexto
social para que possam galgar maiores perspectivas de vida.
Quanto ao sensório-motor e projetivo: que vai até aos três anos. A aquisição da marcha de apreensão dá á criança
maior autonomia na manipulação de objetos e na exploração dos espaços. Também, nesse estágio, ocorre o
desenvolvimento da função simbólica a da linguagem. O termo projetivo refere-se ao fato de a ação do pensamento precisar
dos gestos para se exteriorizar. O ato mental “projeta-se” em atos motores.
“Entendemos também que na base de todo conhecimento há sempre um
ato perceptivo. É através da ação exploratória, usando seus olhos, boca, nariz,
ouvidos e mãozinhas que a criança descobre o mundo ao seu redor e forma
imagens deste, que vai acumulando como ilhas de memória em seu cérebro em
desenvolvimento. Continuando sua ação exploratória, experimentando seu corpo
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junto aos objetos que olha, vê pega, ouve, cheira e leva á boca, a criança vai
organizando, gradativamente, em sua memória os conceitos e relações como
traços mnemônicos, que se ampliam e se organizam em estrutura de
conhecimento. “São ações motoras, portanto, a base do conhecimento, fruto da
sua função cognitiva da inteligência humana, subordinada também ao seu aspecto
da educação infantil emocional”.
(RIZZO, 2000, p.112).
Entendemos que a criança vai aprender muitas coisas relacionadas aos jogos brinquedos e brincadeiras,
principalmente nos seus primeiros anos de vida. Algumas coisas aprenderão sozinhas, outra, aprenderá através da vivencia
com outras pessoas e outras, só aprenderá se for ensinada. Toda aprendizagem será afetada pelas condições do meio em
que a criança vive e das relações que ela estabelece com os outros seres humanos.
É importante lembrarmos que cada criança tem um ritmo de desenvolvimento e crescimento, também apresentam
diferenças individuais desde muito pequenas cabe ao educador observar as preferências e o interesse de cada criança ritmo
de desenvolvimento e através do lúdico proporcionar um ambiente rico aonde à criança venha desenvolver suas
potencialidades.
3.3 – O Lúdico e o Desenvolvimento Cognitivo da Criança Segundo Piaget
Piaget há décadas atrás, já influenciava com sua teoria construtivista que afirmava que o desenvolvimento da criança é
um processo que depende essencialmente da equilibração, que é a capacidade natural de auto regulação do indivíduo.
(1979)
Importante ressaltarmos que a teoria de Piaget a respeito da construção de conhecimentos, insistia em mencionar a
importância da ação em toda construção do conhecimento. É ao partir da ação que a criança vai conhecendo a
compreendendo o mundo que a cerca. Esta ação se dá quando a criança realiza uma atividade buscando semelhanças e
diferenças entre as coisas, quando compara, ordena, busca regularidades, etc. que lhe permitam interpretar dados da
realidade, mesmo que não estejam manipulando objetos.
Esta é a concepção pela epistemologia genética como uma permanente interação entre o sujeito d o meio. A partir da
assimilação e da acomodação, a criança vai estruturando seu mundo e construindo suas próprias estruturas de pensamento.
Será em função dessa permanente interação com o meio que irão se modificando as estruturas cognitivas do sujeito,
atingindo, cada vez mais, novos e melhores níveis de equilíbrio.
Na assimilação o sujeito se própria de conhecimentos, objetos ou circunstâncias, dentro de modos de pensar, que
compõe os sistemas mentais ordenados. Na acomodação, as estruturas mentais existem e reordena-se para internalizar
novas características que estão fora do seu eu.
Ao longo do ato de inteligência, o sujeito torna-se apto ás determinações ambiente externo, ao passo que, ao mesmo
tempo, conserva sua estrutura mental inalterável. O brincar, neste caso, é determinado pela prioridade da assimilação sobre
a acomodação, o sujeito apropria-se de conhecimentos e objetos incorporando-os á sua estrutura mental e ao seu eu.
De acordo com a teoria piagetiana (1979), cada criança cada criança evolui de estágio para outra, em diferentes
idades. Porém, ela pode estar em estágios diferentes simultaneamente, Isto é, ser capaz de realizar algumas atividades ou
apresentar desempenhos compatíveis com um determinado estágio e realizar ou apresentar outros desempenhos
compatíveis com o estágio seguinte ou com o interior, ao mesmo tempo.
É necessária uma correspondência entre o desenvolvimento psicogenético criança e as atividades propostas pela
escola, lembrando sempre que o pensamento cresce á partir de ações e vai do concreto para o abstrato, da manipulação
para a representação e desta para a simbolização. A partir do desenvolvimento da criança que o lúdico começa a ter mais
significado.
28
Entendemos segundo a teoria de Piaget (1977) destaca o papel ativo da criança no processo de construção do
conhecimento, deste modo, ele te tido grande influência sobre a prática pedagógica que passa a compreender que: o papel
fundamental da escola é dar a criança oportunidade de agir sobre os objetos de conhecimento, o professor não deve ser
aquele que transmite as informações á criança, mas sim um agente facilitador e desafiador de seus processos de elaboração
e que a criança é quem constrói o seu próprio conhecimento. Tais propostas têm contribuído, consideravelmente, na busca
por um novo processo de ensino-aprendizagem que envolve muito mais do que apenas uma sala de aula cheia de mesas,
cadeiras e quadro negro; envolve a imaginação, a criatividade e o prazer da descoberta através de atividades lúdicas.
Piaget (1977) estuda ao longo do período infantil três sistemas contínuos de jogos: de exercício, simbólicos e de
regras. O jogo de exercício que surge durante os primeiros 18 meses de vida implica na repetição segmentos já determinadas
por atos de manipulações, não com intenções de fácil utilização ou instrumentais, mas por simples satisfação, originada da
regência de ações e motoras, que é fundamentada nos cincos sentidos e na motricidade.
“Todas as atividades propostas ás crianças devem propiciar o
desenvolvimento o desenvolvimento integrado de aspectos motores, intelectuais,
sociais e emocionais, fazendo com que elas exercitem todo o deu corpo em
atividades que lhes proporcionem também alegria e prazer”.
(RIZZO, 2000, p.112).
Por volta de um ano de idade esses exercícios de fácil utilização ou instrumentais, mas por simples satisfações,
originada da regência de ações motoras, que é fundamentada nos cincos sentidos e na motricidade. Por volta de um ano de
idade esses exercícios de fácil utilização tornam-se menor quantidade e declinam em valor. Eles dão início transformação de
outras formas: a criança começa a fazer repetições eventuais e associações de ações e manipulações, depois, determina
objetos para si mesmos e os jogos recebem regras claras e, nesse caso, transformam-se em jogos de regras.
Já os jogos simbólicos aparecem durante o segundo ano de vida, com o surgimento da interpretação e da
linguagem. Segundo Piaget, a brincadeira de faz – de- conta é, em princípio, uma atividade solitária, abrangendo a utilização
pessoal de símbolos: brincadeiras sócio-dramáticas utilizando símbolos coletivos surgirão no terceiro ano de vida. No modelo
Piagetiano, a faz-de-conta antecipado abrange elementos cujas associações mudam com o tempo: - conduta
descontextualizada como: dormir, comer, realizações com outros, como dar comida ao ursinho; utilizar objetos no lugar de
outros e associações em segmentos reproduzindo ações, fazendo com que haja um processo no jogo do faz-de-conta.
“As modificações no espaço, a construções de diferentes circuitos de
obstáculos com cadeiras, mesas, pneus e panos por onde as crianças possam
engatinhar ou andar-subindo, descendo, passando por dentro, por cima, por baixo -
permite a construção gradativa de conceitos, dentro de um contexto significativo,
ampliando experiências. As brincadeiras de construir torres, pistas pata carrinhos e
cidades, com blocos de madeiras ou encaixe, possibilitam representar o espaço
numa outra dimensão. O faz- de –conta das crianças pode ser enriquecida,
organizando-se espaços próprios com objetos e brinquedos que contenham
números, como telefone máquina de calcular, relógio etc”.
(P. C. E. I. 1998, p.218).
O auge do jogo simbólico situa-se entre dois e quatro anos, declinando a partir daí. Ao surgir o jogo simbólico, a
criança vai alem de um mero prazer da manipulação, vai apropriar-se da realidade que está fora do seu eu, mudando o
sentido das coisas ou ultrapassando-as. Da mesma maneira os jogos simbólicos são utilizados para buscar satisfação
29
fantasiosa através de equilíbrio, aniquilação de situações conflitantes, desempenha de desejos. Quanto mais avança em
idade, mais a criança caminha para a realidade.
Outra modalidade de jogo que Piaget analisa é a de regras, que marca a passagem da atividade individual para a
socializada. Esse jogo não acontece antes de quatro a sete anos e prevalece no período de sete a nove anos. Para Piaget
(1979) a regra presume a ação mutua de dois indivíduos, e sua função é regular e é adaptada ao seu grupo social. Piaget faz
distinção de dois tipos de regras: as que vêm de fora e as que são construídas voluntariamente. Ele focaliza os jogos
espontâneos como regras fundamentadas em acordo temporário. Com a interpretação de resultados da socialização
originária de jogos de exercícios simbólicos. Piaget garante que o desenvolvimento progride de processo puramente
individuais e simbólicos pessoais, privados que se originam da estrutura mental da criança e que põem ser aplicados
somente pelas próprias crianças. Com o aparecimento da capacidade de interpretação, a assimilação fica destorcida e flui
em deliberados “faz – de- conta” coloca a criança a examinar cuidadosamente a experiência pela qual ela passou. O jogo de
faz- de- conta coloca a criança a examinar cuidadosamente a experiência pala qual ela passou para a satisfação do ego mais
do que a dominação da realidade. Antes de mias nada, a brincadeira é uma atividade voluntária, “desinteressada” e isolada.
Quando se faz referencia a uma atividade desinteressada, não se quer dizer que a criança não tenha interesse por sua
brincadeira. Pelo contrario, dificilmente se pode ver crianças que estão brincando, num estado de aborrecimento. O
“interessante” refere-se ao fato de haver um distanciamento da satisfação de um desejo imediato. Acriança brinca pelo
simples prazer que isso lhe proporciona ao longo da brincadeira.
“O brincar imaginativo e de faz–de-conta, são tipos de brincar que são muito
abrangentes e pode ocorrer em qualquer lugar, mas parece ser particularmente
estimulado pelo que é comumente chamado de “cantinho caseiro” (Home Córner).
Uma casinha de brinquedo cão é imprescindível e pode ocupar espaço demais nas
salas de grupos, mas é importante que a área escolhida seja permanente e que o
brincar dentro e fora dessa área não seja perturbado”.
(GOLDSCHMIED E JACKSON, 2007, p.46).
De acordo com Piaget (1978), o “jogo” desinteressado desvinculado de um interesse pessoal imediato - irá aparecer
também quando a criança começa a jogar junto com as outras crianças. Neste sentido, o jogo pode ser compreendido como
uma atividade em que as crianças se engajam juntas, com princípios e ação consensualmente combinados ou resultantes de
acordos estabelecidos entre resistência, por parte das crianças. Aquilo de gostam mais são tentativas de tornar as regras
cada vez mais complexas. A razão pela qual jogam é a aquisição, mas este não constitui o próprio jogo; a complexidade das
regras adia ao máximo a finalidade aquisitiva, prolongando, portanto, o prazer de jogar.
Percebemos então que as regras são atos de auto distanciamento, isto é, somente através delas o jogo pode ser
entendido como exercício de sociabilidade, desligado de um fim pessoal em si. A criança precisa se auto distanciar de suas
próprias intenções e finalidades para poder jogar. Isso não significa dizer que a criança joga por jogar, sem nenhuma
finalidade, aliás, muitas vezes a finalidade de alcançara vitória, ma ela só pode ser atingida pelo jogo e conforme suas regras
para ter legitimidade. O jogo é um contrato social. Aqueles que tentam trapacear, logrando, portanto, as regras, logo são
reconhecidas como os que “não sabem jogar”, em outras palavras, não sabem viver em sociedade.
“Segundo “Piaget, o jogo de regras é o que aparece e desenvolve-se mais tarde, pois ele é precedido de um jogo”
“simbólico” e de um jogo de” exercício “. Porém, ele subsiste e desenvolve-se mesmo durante a toda a vida. Acredita ainda
que a razão de tal situação seja que “o jogo de regras é a atividade lúdica do ser socializado” (ibid, p. 182) e que são os
únicos resíduos de uma imensa variedade e abundancia de jogos infantis, que se perdem em proveito de ima construção
adaptada (inteligente).
“Em suma, a partir das contribuições fornecidas pelas teorias de Piaget,
torna-se evidente que a escola precisa se dar conta que através do lúdico as
crianças tem chances de crescerem e se adaptarem ao mundo coletivo. O lúdico
deve ser considerado como parte integrante da vida do homem não só no aspecto
de divertimento ou como forma de descarregar tensões, mas também como uma
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forma de penetrar no âmbito da realidade, inclusive na realidade social. Sobre o
aspecto lúdico”.
(RIZZO, 2000, P. 144).
“A ação do adulto deve ser um misto adequado de proteção e encorajamento que leve a criança a interessar-se por
experimentar coisas novas e a fazer, cada vez mais, tentativas para alcançar o domínio de corpo e movimentos.”
CAPÍTULO IV
O BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA
Uma das funções mais importantes da atividade de brincar é ajudar o bebê a lidar com todas as complexas
emoções de sua vida: amor, ódio, agressão, ansiedade. Antes de falar, o bebê já tem conceitos; a história do
desenvolvimento da linguagem os desenvolve desde cedo na sua vida. Ele é levado, a partir de pressões internas
inconscientes, a dar sentido ao que lhe ocorre. Pode-se observar isso nas brincadeiras de colocar coisas umas dentro das
outras e retira-Ias, assim como colocar os objetos dentro e fora da boca. De certa maneira, a criança está tentando
compreender o que ocorre com o seio que entra e sai de sua boca, com o leite que entra, mas não sai. Lágrimas saem de
seus olhos e sons de sua boca.
Por volta dos seis meses, às experiências físicas mais primitivas, que eram bastante indistintas das mentais,
começam a se separar. Ele começa a pensar sobre semelhanças e diferenças Para uma criança, o mundo é um lugar
fascinante, com uma variedade infinita de segredos a serem descobertos.
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Uma vez de pé, o plano de visão do bebê muda e suas mãozinhas agora estão livres para fazerem outras
coisas. Ele passa a ter acesso a muitas situações, os que fazem com que alguns objetos tenham que ser colocados fora do
seu alcance.
Por volta dos 12 meses, muitas crianças desenvolvem um interesse por recipientes e lugares fechados e por
coisas a eles associados, como tampas, portas e maçanetas. Muitas passam um longo tempo, colocando coisas dentro de
outras e, o que ainda é freqüentente mais importante, tirando-se dentro de novo. Um jogo de encaixe, com os respectivos
módulos, pode ser logo de início, usado desse modo, antes mesmo de que criança se interesse pela idéia de colocar os
módulos nos lugares certos. Uma extensão disso é o interesse dela por armários abre os e tira tudo para fora. Brincar
derrubar as coisas ou de espalha-Ias dá à criança a oportunidade de expressar os sentimentos destrutivos de uma maneira
segura e controlada. Aos poucos, o bebê vai-se mostrar mais interessado colocar os módulos nos buracos certos, ou em
montar um quebra-cabeça simples. Nesse estágio, ele precisa, principalmente, que os pais dediquem certo tempo para
brincar com seu filho, de preferência seguindo as indicações e vontade dele, facilitando a brincadeira e não tentando dirigi-Ia.
Às vezes, os pais ficam impacientes observando o filho fazer alguma coisa sem muito jeito. Surge uma grande tentação ou de
fazer para ele, ou de mostrar-lhe o melhor e mais rápido modo de chegar ao sucesso de seu empreendimento. No entanto,
agir assim constantemente vai minar a autoconfiança da criança impediria de adquirir experiência de perseverar e de tolerar a
frustração.
No segundo ano de vida é que as crianças começam a brincarem juntas, mas antes que cheguem a esses
estágios podem beneficiar-se muito com a companhia de crianças da mesma idade que também e podem brincar ao lado
delas. No começo, provavelmente, elas ficarão paradas olhando umas para as outras, como se estivessem se avaliando.
Brincar de esconde-esconde, jogar longe os brinquedos e apanhá-Ios de novo, ou querer que alguém os
apanhe, é, às vezes, uma maneira de a criança trabalhar as ansiedades geradas pelas idas e vindas das outras pessoas, de
um modo que não conseguia quando a mãe saia de casa, ou quando o colocava na cama à noite.
“Existe sempre um elemento de ansiedade na brincadeira das crianças Com o
passar do segundo ano de vida, as brincadeiras tomam-se mais imaginativas,
explorando, por exemplo, a possibilidade de fazer o que vêem a mãe ou o pai
fazerem. A criança inventa brincadeiras de faz-de-conta, nas quais representa
papéis diferentes e cria regras Tanto os meninos como as meninas dessa idade
brincam de dar de comer ou de mudar as fraldinhas das bonecas”.
(WINNICOTT, 1975, p.12)
A criança de dois anos começa a brincar desde o momento em que acorda. Essa atividade a faz trabalhar sua
concentração e absorção do mundo. É a possibilidade de lidar com emoções fortes que sentimentos transferindo-as para
boneca ou o ursinho.
Pode-se dizer que brincar é o trabalho da criança entre 3 e 4 anos. Através dele, a criança explora não só o
mundo exterior de pessoas e coisas, mas também o mundo interior de seus próprios pensamentos e emoções.
Elas querem saber como as coisas funcionam e são feitas. Através das experiências de fabricar e fazer coisas
se sentem capazes e boas, além de começarem a estabelecer a distinção entre o mundo da imaginação e o da realidade,
entre o que realmente acontece ou o que temem que possa acontecer.
Através dos jogos e das brincadeiras, podem organizar suas fantasias e seus desejos livremente. É mediante
essas atividades que a função simbólica, o conhecimento de si mesmo, dos outros e do mundo que as rodeiam, se
desenvolvem. Os jogos fazem a ponte entre realidade interna e externa, brincar é aprender a ser, é aprender a viver tanto
sozinho, quanto em grupo.
Entretanto, todas as situações extremas devem ser investigadas. Com relação aos brinquedos e ao brincar,
deve-se ficar atento às crianças que, por exemplo, são muito medrosas, ou muito aflitas, que parecem negar os perigos e
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medos; que não sabem nunca brincar sozinhas, que tem brinquedos demais. Quando estas últimas são insaciáveis
querendo sempre mais e mais, podem estar tentando comunicar que sentem como se algo estivesse faltando. É mais
importante olhar em volta e ver qual é o problema do que calar as queixas com mimos.
Com cerca de 5 anos, a criança aprende a brincar em grupo, que é um processo que requer a capacidade de
estar a par das necessidades dos outros. Tal fase só pode ocorrer quando a criança tiver desenvolvido certo senso de si
mesma que a faça sentir-se segura o bastante para pensar nas necessidades alheias. Se reparar num jogo aparentemente
grupal, é revelado que, em uma atividade envolvendo duas crianças, por exemplo, a brincadeira, é determinada por uma das
duas, que instrui sua companheira a cada passo do jogo. Enquanto uma criança mais passiva se satisfaz com esse jogo, ele
pode prosseguir, mas é freqüente terminar quando uma delas não se encontra mais à vontade no papel lhe coube. É
necessário que haja uma boa dose de negociação para um jogo verdadeiramente cooperativo, com o conhecimento e a
aceitação das necessidades do outro, bem como das suas próprias. Este é um processo que requer certa capacidade de
tolerar frustrações.
Com relação aos jogos, as crianças pequenas ainda não atingiram estágio daqueles com regras, tais como
futebol ou pega-pega. Em vez, disso, elas optam por participar de atividades que envolvam a representação de papéis, quase
sempre baseados no programa favorito de televisão: Batman, Super-homem, Outros jogos podem ser variantes de "papai e
mamãe" ou "escolinha", que refletem a preocupação da criança desta, idade com as relações interpessoais, uma parte
necessária no processo de renascimento e de descoberta de como se relacionar com os o outros em vários contextos. As
atividades físicas também são de grande importância, pois são fundamentais para o desenvolvimento habilidades motoras Já
as crianças de 6 anos, em suas brincadeiras, preferem se separar em grupos de meninos, meninas. Isso tem a função de
permitir que a criança consolide e exerça sua identidade, e também porque os traços com os quais o grupo se sente
desconfortável ou envergonhado são atribuídos ao sexo oposto. Outros aspectos envolvidos em suas brincadeiras são os
tempos que afastam estipulando regras e hierárquicas. Muitas vezes esse processo parece se principal do jogo.
4.1 – O Brincar no Contexto Escolar
O fundador do primeiro Jardim de Infância (Kindergarten), onde como o próprio nome diz, pretendia-se cultivar
as almas das crianças. Ele diverge de Rousseau ao apontar a necessidade da jardineira, o profissional que deve, à
semelhança do jardineiro, cuidar da planta, podá-Ia e regá-Ia, no jardim de infância, a metáfora da criança semelhante à
planta em crescimento.
Ele possuía uma visão humanitária. Deu muita importância ao lúdico, introduziu o brincar para educar e
desenvolver a criança. Sua teoria metafísica pressupõe que o brincar permite o estabelecimento de relações entre objetos
culturais e a natureza, unificados pelo mundo espiritual.
“Frõebel foi o primeiro a reconhecer verdadeiramente toda importância
educativa do jogo, a criança que brinca tranqüilamente com espontânea atividade,
resistindo à fadiga, chegará por certo a ser homem também ativo, resistente, capaz
de sacrificar-se pelo bem próprio e alheio”.
(LUZURIAGA ,1973, p.202).
Frõebel concebe o brincar como atividade livre e espontânea, responsável pelo desenvolvimento físico moral,
cognitivo, e os dons ou brinquedos, objetos que subsidiam atividades infantis. Entende, também, que a criança necessita de
orientação para seu desenvolvimento. E afinal, por que é tão importante brincar?
As brincadeiras e jogos que vão surgindo gradativamente na vida do ser desde os mais funcionais até os de
regras, mais elaborados é ele talentos que lhe proporcionarão estas experiências possibilitando a conquista da sua
identidade.
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Estas mesmas atividades possibilitam que as crianças ultrapassem sentimentos e fatos Conflitando-os entre
si, reelaborando-os e edificando nova possibilidade de interpretação e de representação do real, de acordo com suas
afeições, suas necessidades, seus desejos e suas paixões. Frõebel introduz a discussão sobre a importância dos jogos e
brincadeiras na escola. Os estudos de Piaget e Vygotsky nos permitem relacionar ainda mais profundamente tais atividades
com o processo de apropriação e construção dos conhecimentos do mundo pela criança.
4.2 – Construção do Desenvolvimento Cognitivo da Criança Segundo Piaget
Piaget era biólogo e epistemólogo e não deixou nenhum método de ensino, mas seus estudos são a base para
a maioria das abordagens. Para ele a base da estruturação da inteligência é a ação, ou seja, aprender fazendo.
Segundo Piaget (1994), o ser humano nasce inteligente e é capaz de responder aos estímulos provocados pelo
meio, agindo sobre ele para construir e organizar o seu próprio conhecimento. Através de procedimentos de abordagem livre,
Piaget buscou averiguar os fundamentos da capacidade cognitiva da criança.
Para ele, o ser se desenvolve e se integra através dos conhecimentos adquiridos, das experiências vividas e
das heranças universais. Afirma que o sujeito desde a infância até a vida adulta constrói o conhecimento, pois nasce apenas
com reflexos primários e o desenvolvimento intelectual acontece em quatro períodos que varia de indivíduo para indivíduo.
Os períodos denominam-se em:
1- Período - De O a 2 anos -sensório-motor: o conhecimento chega por meio dos órgãos dos sentidos e motores
(reflexos) -Não representativos; não existem imagens mentais, os esquemas de ação vão se construindo; a inteligência
encontra-se no plano da materialidade.
2- Período - De 2 a 7 anos -Pré-operatório:"há o desenvolvimento de representações de esquemas, progresso de linguagem
e de socialização. A competência intelectual se completa por meio de imagens mentais e símbolos.
3- Período - De 7 a 12 anos-Operatórios concreto: o indivíduo é capaz de operar mentalmente os esquemas de ação desde
que o mesmo já tenha feito parte de suas experiências.
4- Período -12 a 16 anos-Operatórios formal: capacidade de adaptação, ápice que toma o indivíduo capacitado para
compreender melhor a realidade para poder participar de suas transformações. Piaget considera que estas etapas consistem
no desenvolvimento através das estruturas de mecanismos funcionais promovendo transformações que serão incorporadas
pela criança para sua adaptação ao mundo Construtivismo e lnternacionalismo. A proposta construtivista procura levar em
conta um processo educativo que priorize a ação do aluno sobre o objeto, construindo assim o seu próprio conhecimento.
Esse pressuposto pedagógico norteia uma aprendizagem significativa e prazerosa, através dos aspectos cognitivos, afetivos
e sociais. O ensino escolar que visa essa ação do aluno sobre o meio oferece condições para que faça suas próprias
descobertas. Descobertas estas que o levarão a resolver desafios e ultrapassar obstáculos alcançando, assim, novas etapas
do conhecimento.
O construtivismo tem em sua base, os estudos de Piaget acerca das fases do desenvolvimento da criança.
Propõe que o aluno aos poucos vá adquirindo habilidades que o façam buscar soluções para situações-problema, tomando-
se um indivíduo autônomo e consciente da realidade.
Os profissionais da área de educação que se fundamentam e se baseiam na teoria de Piaget adotam uma linha
pedagógica que se preocupa com a formação do indivíduo para a sociedade e aposta no aprendizado guiado pelo
conhecimento dos sujeitos atuantes e pelos conhecimentos dos fatos que acontecem no mundo. "Tudo que se ensina à
criança impede que ela aprenda ou crie”. (PIAGET, 1994, p.73)
Enquanto no referencial construtivista, o conhecimento se dá a partir da ação do sujeito sobre a realidade
(sendo o sujeito considerado ativo), para Vygotsky (1984), esse mesmo sujeito não é apenas ativo, mas interativo, porque
constitui conhecimentos e se constitui a partir de relações intra é interpessoais. Resta forma, o sujeito do conhecimento, para
Vygosky, não é apenas passivo, regulado por forças internas; ele é interativo. Ternalizando conhecimentos, papéis e funções
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sociais, o que permite 'a constituição de conhecimentos e da própria consciência. Trata-se de um processo que caminha,
do plano sociais-relações interpessoais para o plano individual internas-relações interpessoais. Desta forma, o sujeito do
conhecimento, para Vygotsky, não é apenas passivo, regulado por forças internas; ele e interativo. Para Vygotsky, a criança
participa ativamente da construção de sua própria cultura e de sua história, modificando-se e provocando transformações nos
demais sujeitos que com ela interagem Alguns projetos educacionais se autodenominam interacionistas, pois se baseiam
nestes pressupostos.
Enquanto para Piaget a aprendizagem depende do estágio de desenvolvimento atingido pelo sujeito, para
Vygotsky, a aprendizagem favorece o desenvolvimento das funções mentais. "Aprendizado adequadamente organizado
resulta em desenvolvimento mental e põe em movimento vários processos de desenvolvimento que, de outra forma, seriam
impossíveis de acontecer”. (Vygotsky, 1987 p.101)
4.3 – O que é Brincadeira para Piaget e Vygotsky?
Para Piaget (1971), a criança quando brinca assimila o mundo a sua maneira sem compromisso com a realidade, pois
sua interação com o objeto não depende da natureza deste objeto. Ela atribui significados diferentes daquilo que realmente
este possui. O brinquedo torna-se meio através do qual a criança sai de uma relação centrada num objeto, para torná-lo um
utensílio mediador entre ela e as outras crianças e de forma generalizada entre eu e o “mundo”. O brinquedo adquire
significado, torna-se uma, abertura para o diálogo com o mundo dos adultos. A criança quando brinca imita o adulto
representa o seu modo de vida, muitas vezes assume o papel do pai, da mãe, do professor e do médico.
Para Piaget todo conhecimento é uma construção resultante das ações da criança. A importância da ação física
e da percepção deve ser levada em conta se quisermos avançar na estruturação da inteligência.
Segundo ele (1945), na obra "A firmação do símbolo na criança", o jogo é identificado por três tipos de estrutura:
o exercício, os símbolos e a regra, constituindo o jogo de construção, a transição entre os três tipos de estrutura e condutas
adaptadas. Os jogos não são apenas uma forma de entretenimento, são meios que contribuem e enriquecem
desenvolvimento intelectual. A brincadeira e os jogos são considerados o modo integrador dos aspectos morais, sociais e
cognitivos.
O jogo faz com que a criança pensa, analisa e tome decisões possibilitando assim o desenvolvimento cognitivo.
Do ponto de vista fisico-motor adotam-se posturas e movimentos específicos do corpo. O brincar e o jogar se caracterizam
pela primazia de assimilação sobre a acomodação onde através da ação, o pensamento da criança se desenvolve. A
importância dos jogos ultrapassa a questão do domínio dos movimentos, pois são essenciais no que diz respeito ao processo
de socialização. A partir do brincar e do jogar, a criança constrói os conhecimentos e desenvolve ao mesmo tempo dois
vocabulários que são o lingüístico e o psicomotor, além do ajustamento afetivo e emocional decorrente destas atividades. Na
brincadeira a criança realiza uma aprendizagem significativa experimentando várias situações construindo novas realidades.
Para Vygotsky (1984), a brincadeira também tem papel importante, pois é uma atividade básica da criança, ou
seja, é um motivo para a ação. O brinquedo estimula o imaginário infantil permitindo à criança várias formas de brincadeiras.
Uma boneca permite que a criança vivencie situações da realidade como, por exemplo, brincar de mãe filha (família). Para
Vygotsky (1984), no entanto, o que define o brincar é a situação imaginária criada pela criança. O jogo; a criança explora o
próprio corpo e estabelece-relações com o outro, explorando objetos e sentindo emoções. E através da interação com objetos
e pessoas que ela constrói conhecimento. Por meio da imitação representativa, por exemplo, a criança vai aprendendo a lidar
com regras e normas sociais. Nesse processo, desenvolve a capacidade de interação e aprende a lidar com o limite. O
brincar para o autor permite que a criança aprenda a elaborar e resolver situações conflitantes que vivencia no seu dia-a-dia.
Segundo Vygotsky (1991), na idade pré-escolar há uma grande quantidade de desejos que a criança não
consegue satisfazer é nesse momento que as brincadeiras são inventadas, para que possam experimentar o imaginário,
onde seus desejos podem ser validados. A imaginação é um processo novo para a criança, pois constitui uma característica
típica da atividade humana. Ele afirma que é certo que a imaginação surge da ação.
35
A brincadeira e o jogo são atividades que estimulam a vida social. Os jogos permitem que o grupo se
estruture e que as relações se estabeleçam. As crianças aprendem se conscientizam de que podem ganhar ou perder. As
brincadeiras e os jogos, na visão do teórico, estimulam as habilidades necessárias para o processo de construção do
conhecimento e possibilita o desenvolvimento integrado da criança já que ela se envolve afetivamente, convive socialmente e
opera mentalmente tendo a apreensão da realidade. Por tudo que foi até o momento apresentado, quero chamar a atenção
para a necessidade das brincadeiras ocuparem um lugar de destaque nas atividades de alfabetização, porque através de
jogos e brincadeiras de faz-de-conta, as crianças exercitam sua imaginação e a capacidade de simular situações cotidianas.
Estas experiências favorecem a aquisição de conteúdos de linguagem e possibilidades de expressão na escrita e o educador
e as atividades lúdicas: Será que o educador está preparado para lidar estas questões do mundo infantil?
Vimos com Piaget que, através das experiências proporcionadas pelo lúdico, a criança pode estruturar sua inteligência:
(...) essas formas de jogo que consistem, pois, em liquidar uma situação
desagradável revivendo a ficticiamente, mostram, com particular clareza, a função
do jogo simbólico, que é a de assimilar o real ao seu, libertando este das
necessidades de acomodar.
(PIAGET, 1994, p.73),
Ao levar-se em consideração o papel do professor, não se pretende estabelecer uma visão unilateral da relação
ensino-aprendizagem, por que é evidente, a sua parcela de responsabilidade no processo educativo.
As estruturas conscientes e/ou inconscientes existentes nesse adulto que ensina se refletem,
fundamentalmente, na sua prática pedagógica. Assim, um professor que não sabe e/ou não gosta de brincar, dificilmente
desenvolverá um "olhar sensível" para a prática lúdica do seu aluno, tampouco reconhecerá o valor das brincadeiras na vida
da criança.
Na Educação Infantil, a brincadeira deveria ser o principal componente do currículo. A valorização da Educação
Infantil já deu um passo neste sentido, após a promulgação da nova lei de Diretrizes e Bases (LDB). O Ministério da
Educação propôs um documento chamado Referencial Curricular Nacional Para a Educação Infantil (RCNEI), cuja finalidade
é a sugestão de conteúdos e práticas mínimos a serem explorados nessa faixa etária, conforme Resolução CE 13 no1, de
abril de1999. De acordo com esse documento, a tarefa do professor é fornecer às crianças experiências que possam levar a
formas desejáveis de aprendizado (tanto cognitiva como social), oferecer uma variedade de atividades lúdicas e ajudar as
crianças a explorá-Ias ao máximo. É importante também que o professor encoraje as crianças a verbalizarem o que estão
fazendo, ou seja: descrever suas ações, dizer por que estão sendo feitas e oferecer sugestões sobre os resultados
decorrentes de tais ações. Assim, as crianças são auxiliadas a desenvolver habilidades lingüísticas e cognitivas e a ganhar
confiança em sua própria habilidade de utilizar estruturas vocabulares apropriadas, ao mesmo tempo em que ampliam seu
conhecimento e o modo como se comportam para lidar com esse mundo.
Para que o professor utilize as brincadeiras no âmbito do espaço escolar com devida seriedade importante que
ele reflita sobre a prática. Deve saber relacionar o processo de desenvolvimento infantil ao surgimento das brincadeiras,
considerando que o brincar vai além das questões estritamente cognitivas, sendo, culturalmente, uma atividade humana.
Observa-se, porém, que existe um despreparo dos profissionais de Educação Infantil e Ensino fundamental (até
a 4-a série), no que diz respeito a lidar adequadamente com o "brincar infantil" no âmbito escolar.
São vários os tipos de brinquedos e brincadeiras e o conhecimento sobre esse acervo permite que o professor
ofereça um ambiente rico de experiências lúdicas.
36
4.4 – Brinquedos Educativos:
O brinquedo educativo, por exemplo, é um recurso que ensina,desenvolve e educa de forma prazerosa.
Materializa-se no quebra-cabeça destinado a ensinar formas e cores, nos brinquedos de tabuleiro que exigem a compreensão
do número e das operações matemáticas, nos brinquedos de encaixe, que trabalham noções de seqüência, de tamanho e de
forma, nos múltiplos brinquedos e brincadeiras, cuja concepção exigiu um olhar para o desenvolvimento infantil e a
materialização da função psicopedagógica: móbiles destinados à percepção visual, sonora ou motora, carrinhos munidos de
pinos que se encaixam para desenvolver a coordenação motora e etc.
Ao assumir a função lúdica, o brinquedo propicia diversão, prazer e até desprazer, quando escolhido
voluntariamente na função educativa, o' 'brinquedo ensina qualquer coisa que compete o indivíduo em seu saber, seus
conhecimentos e sua apreensão do mundo.
“De acordo com Kishimoto: Os brinquedos, os jogos e materiais pedagógicos
não são objetos que trazem em seu bojo um saber pronto e acabado. Mas num
saber em potencial que pode ou não ser ativado pelo aluno: o material pedagógico
não deve ser visto como um objeto estático, sempre igual para todos os sujeitos,
sim é dinâmico e se altera em função da cadeia simbólica e imaginaria da criança.
O material pedagógico - traz em seu bojo um potencial relacionamento, que pode
ou não desencadear relações entre pessoas, por fim os materiais pedagógicos
trazem em seu bojo uma historicidade própria. Além da história do professor e do
aluno, apresentam também a, historicidade da cultura de uma dada época”.
(KISHIMOTO ,1999, P.128).
4.5 – Brincadeiras Tradicionais:
Por ser um elemento folclórico, a brincadeira tradicional infantil assume características de anonimato, tradicional
idade, transmissão oral, conservação, mudança e universalidade. Não se conhece a origem da amarelinha, do pião, das
parlendas. Tais brincadeiras foram transmitidas de geração em geração através de conhecimentos empíricos e permanecem
na memória infantil. Muitas brincadeiras preservam sua estrutura inicial, outras se modificaram, recebendo novos conteúdos.
A força de tais brincadeiras explica-se pelo poder da expressão oral. Enquanto manifestação livre e espontânea da cultura
popular, a brincadeira tradicional tem a função de perpetuar a cultura infantil, desenvolver formas de convivência social e
permitir o prazer de brincar. Por pertencer à categoria de experiências transmitidas espontaneamente conforme motivações
internas da criança, a brincadeira infantil garante a presença do lúdico, da situação imaginária.
4.6 Brincadeiras de Faz-de-Conta:
A importância dessa modalidade de brincadeira justifica-se pela aquisição do símbolo. É alterado o significado de objetos, de
situações, é criando novos significados que se desenvolve a função simbólica, o elemento que garante a racionalidade ao ser
humano.
“Quando vemos uma criança brincando de faz-de-conta, sentimo-nos
atraídos pelas representações que ela desenvolve. A primeira impressão que nos
causa é a de que as cenas se desenrolam de maneira a não deixar dúvida do
significado que os objetos assumem dentro de um contexto. Assim os papeis são
37
desempenados com clareza: a menina toma-se mãe, tia, irmã, professora: o
menino toma-se pai, índio, policial ou ladrão”.
(RIZZO, 1996, P.57).
Ao brincar de faz-de-conta a criança está aprendendo a criar símbolos, o objeto adquire a função de signo com
características e, histórias próprias-que ligam ao sabor das necessidades e desejos das crianças. Para Vygotsky (1988),
ocorre. Um movimento no campo do significado sobre o objeto e sobre a ação/situação observada, a partir do aparecimento
da brincadeira, introduz o pensamento infantil, num mundo absolutamente novo, independente das restrições situacionais
próprias das crianças. Livres, o pensamento pode imaginar criar, inventar e representar. Enfim, toma-se instrumento para
acompreensão e transformação do mundo objetivo.
De “acordo com Kishimoto (1999, p.61) somente brincando é que ela vai começar a percebe’” o objeto, não da maneira
que ele é, mas como desejaria que fosse. Na aprendizagem formal isso não é possível, mas no brinquedo isso acontece, por
que é onde os objetos perdem sua força deterninadora. A criança não vê o objeto como ele é, mas lhe confere um novo
significado. (Kishimoto, 1999, p.61). É através dessa brincadeira e por causa de seu caráter sócio-cultural, as crianças podem
recriar situações cotidianas, explicitando o conhecimento social que tem sobre objetos, sobre convenções sociais. Podem,
pois, experimentar outras formas de ser e pensar, ampliando suas concepções sobre as coisas e as pessoas através do
desempenho dos vários papéis sociais ou personagens tendo oportunidade de vivenciar concretamente a elaboração e
negociação de regras de convivência, assim como a elaboração de um sistema de representação dos diversos sentimentos,
das emoções e das construções humanas.
4.7 Jogos de Construção
Os jogos de construção são considerados de grande importância por enriquecer a experiência sensorial,
estimular a criatividade e desenvolver habilidades nas crianças. Construindo, transformando e destruindo, a criança expressa
seu imaginário, seus problemas permite aos terapeutas o diagnóstico de dificuldades de adaptação bem como a educadores
o estímulo da imaginação infantil e o desenvolvimento afetivo e intelectual. Dessa forma, quando está construindo, a criança
está expressando suas representações mentais, além de manipular objetos.
O jogo de construção tem uma estreita relação com o faz-de-conta. Brincar com materiais de construção
permite uma exploração mais aprofundada das propriedades e características associativas dos objetos assim como de seus
usos sociais e simbólicos. Não se trata de manipular livremente tijolinhos de construção, mas de construir casas, móveis ou
cenários para as brincadeiras simbólicas.
As construções se transformam em temas de brincadeiras e evoluem com complexidade de acordo com o
desenvolvimento da criança.
4.8 Jogos de Computador
Os jogos de computador podem ajudar a desenvolver certas habilidades de pensamento, aguçar os reflexos e
ajudar no controle de impulsos. Podem também, incentivar a autoconfiança, e a auto-estima da criança e induzir uma atitude
positiva perante o aprendizado mais formal por computador.
Na tecnologia da computação há uma infinidade de programas e jogos educativos. Sem dúvida, as crianças da
geração da informática serão beneficiadas, porque, desde cedo, encontram-se mergulhadas no mundo dos símbolos e dos
códigos, manipulam seus brinquedos e aparelhos eletrônicos com maior facilidade e destreza.
38
Conclusão
Nesse trabalho foi possível verificar que brincar e a expressão corporal constituem paras as crianças, uma
necessidade fundamental no seu desenvolvimento.
O ato de brincar deve ser levado a sério e não somente para preencher as horas de lazer da criança, mas também
precisa ser mais bem compreendido pelos educadores e pais.
No caso das crianças com necessidades deve-se evitar a preocupação demasiada em relação ás limitações dessa
criança, ou seja, não pensar nessa criança como incapaz e sim observar o que ela pode fazer quais as sua habilidades.
As adaptações como às atividades lúdicas na prática educativa na sala de aula têm sido marcadas por uma serie de
equívocos. Um deles é o fato de alguns pais educadores pensarem no ato de brincar como uma atividade sem significação e
outro equívoco ocorre quando o educador se torna um mero expectador, deixando de assumir o verdadeiro papel de
educador e mediador da construção do conhecimento de seus alunos, agindo como se o processo de aprendizagem não
exigisse trabalho de dedicação, intervenção e principalmente participação.
Com esse trabalho foi possível mostrar a importância da brincadeira e da expressão corporal e sua relação com o
desenvolvimento das crianças ditas como normais que se desenvolvem cognitivamente, emocionalmente e socialmente.
É importante ressaltar que a importância do brinquedo e das brincadeiras e da expressão corporal na educação se dá
pelo uso que a criança faz dele. Sua função educativa varia de acordo com os suportes materiais que estão ao alcance da
criança.
“O que a criança realiza é uma prática educativa que recusa o universo de coisas prontas e a elas confere novo
significado.” (Ferreira, 1992)
Acredito que deveríamos reconstruir a escola de nosso tempo, possibilitando uma reflexão permanente por parte de
seus educadores acerca das inúmeras práticas pedagógicas em sala de aula e em todo o processo educativo, no âmbito
escolar; logo, a finalidade principal das séries iniciais será sempre a de criar condições satisfatório ás crianças, oferecendo-
lhes um bem estar físico.
39
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EDUCATIVAS ESPECIAIS. HTT://PORTAL.MEC.GOV.BR/SEESP/ARQUIVOS/PDF/SALAMANCA.PDF.ACESSOEM: RIO
DE JANEIRO DE 2011,HORA 03-01-
44
ÍNDICE
INTRODUÇÃO 9
CAPÍTULO I - HORIZONTES DA PSICOMOTRICIDADE NA EDUCAÇÃO INFANTIL 11
1.1 REFLEXÕES 11
1.2 DO ATO REFLEXO AO ATO CONSCIENTE: UM DESENVOLVIMENTO FUNDAMENTAL 12
1.3 A CONSCIENCIA CORPORAL E AS DESCOBERTAS QUE ELA PROPORCIONA 13
CAPÍTULO II - EDUCAÇÃO INCLUSIVA 14
2.1 Conceito 14
2.2 Portadores de Necessidades Especiais 16
2.3 Educação Especial e a Lei 17
CAPÍTULO III - O LÚDICO NA EDUCAÇÃO INCLUSIVA 19
3.1 O Lúdico Como Elemento Facilitador na Proposta da Educação Inclusiva 22
3.2 A Contribuição de Wallon 23
3.3 O Lúdico e o Desenvolvimento Cognitivo da Criança Segundo Piaget 27
CAPÍTULO IV - O BRINCAR NO DESENVOLVIMENTO DA CRIANÇA 31
4.1O Brincar no Contexto Escolar
32 4.2 A Construção do Desenvolvimento da Criança Segundo Piaget 33
4.3 O que é Brincadeira para Piaget e Vygotsky? 34
4.4 Brinquedos Educativos 36
4.5 Brincadeiras Tradicionais 36
4.6 Brincadeiras de Faz-De-Conta 37
4.7 Jogos de Construção 38
4.8 Jogos de Computador 47
CONCLUSÃO 38
BIBLIOGRAFIA 39
WEBGRAFIA 43
ÍNDICE
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45