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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO DINÂMICA E CARACTERÍSTICAS DAS VIAGENS RODOVIÁRIAS NO ESTADO DO RIO DE JANEIRO JEISON DOS SANTOS LIMA Fevereiro de 2019

DINÂMICA E CARACTERÍSTICAS DAS VIAGENS ...monografias.poli.ufrj.br/monografias/monopoli10027689.pdfResumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como

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UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO

DINÂMICA E CARACTERÍSTICAS DAS VIAGENS RODOVIÁRIAS NO ESTADO

DO RIO DE JANEIRO

JEISON DOS SANTOS LIMA

Fevereiro de 2019

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DINÂMICA E CARACTERÍSTICAS DAS VIAGENS RODOVIÁRIAS NO ESTADO

DO RIO DE JANEIRO

Jeison dos Santos Lima

Projeto de Graduação apresentado ao curso

de Engenharia Civil da Escola Politécnica,

Universidade Federal do Rio de Janeiro,

como parte dos requisitos necessários à

obtenção do título de Engenheiro Civil.

Orientador: Prof. Glaydston Mattos Ribeiro

Rio de Janeiro

Fevereiro de 2019

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Lima, Jeison dos Santos

Dinâmica e características das viagens rodoviárias no

Estado do Rio de Janeiro/ Jeison dos Santos Lima – Rio de

Janeiro: UFRJ/Escola Politécnica, 2019.

xii, 59 p.:il.; 29,7 cm.

Orientador: Glaydston Mattos Ribeiro

Projeto de Graduação – UFRJ/ Escola Politécnica/ Curso de

Engenharia Civil, 2019.

Referências Bibliográficas: p. 45-47

1. Introdução 2. Cenário do Modo Rodoviário e Introdução

às Pesquisas 3. Perfil e Caracterização dos Veículos 4.

Dinâmica das Viagens no Rio de Janeiro 5. Conclusões e

Trabalhos Futuros

I. Glaydston Mattos Ribeiro; II. Universidade Federal do Rio

de Janeiro, Escola Politécnica, Curso de Engenharia Civil. III.

Título

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Dedico este trabalho a todas as pessoas que me ajudaram ao longo

da minha trajetória, em especial à minha mãe e irmã.

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Resumo do Projeto de Graduação apresentado à Escola Politécnica/ UFRJ como parte dos

requisitos necessários para a obtenção do grau de Engenheiro Civil.

DINÂMICA E CARACTERÍSTICAS DAS VIAGENS RODOVIÁRIAS NO ESTADO

DO RIO DE JANEIRO

Jeison dos Santos Lima

Fevereiro de 2019

Orientador: Glaydston Mattos Ribeiro

Diariamente, milhares de caminhões, ônibus, motos e automóveis trafegam no

Estado do Rio de Janeiro, transportando cargas e passageiros, para alimentar a rede

logística e econômica do estado. Esse transporte é feito, principalmente, por meio do

modo rodoviário que predomina não só no Rio de Janeiro, mas em todo o país, e que

fornece uma grande quantidade de dados caracterizadores do sistema de transporte e de

seus atores. Ainda assim, pouco se sabe a respeito da quantidade ou tipos de veículos

utilizados e menos ainda sobre as motivações e origem/destino das viagens realizadas.

Com isso, este trabalho tem como objetivo entender e mapear a dinâmica dessas viagens,

assim como classificar e quantificar os veículos que as realizaram. Para atingir este

objetivo, este trabalho analisa, por meio de aplicativos estatísticos, os dados das Pesquisas

de Origem e Destino (OD) e de Contagem Volumétrica Classificatória (CVC) da Pesquisa

Nacional de Tráfego, realizada pelo Departamento Nacional de Infraestrutura de

Transportes (DNIT) durante os anos de 2016 e 2017. Em especial, são analisadas com

detalhes todas as pesquisas OD e CVC obtidas em 14 postos de pesquisa localizados no

Estado do Rio de Janeiro.

Palavras-chave: Viagens, Rio de Janeiro, Origem e Destino, Veículos, Tráfego

Rodoviário, Rodovias

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Abstract of Undergraduate Project presented to POLI/UFRJ as a partial fulfillment

of the requirements for the degree of Engineer.

DYNAMICS AND CHARACTERISTICS OF ROAD TRAVELS IN THE STATE OF

RIO DE JANEIRO

Jeison dos Santos Lima

Fevereiro 2019

Adviser: Glaydston Mattos Ribeiro

Thousands of trucks, buses, motorcycles and cars travel daily through the State of

Rio de Janeiro, transporting cargo and passengers, to feed the logistics and economic

network of the state. This transportation is mainly done through the road transport that

predominates not only in Rio de Janeiro, but throughout the country, and which provides

a large amount of data characterizing the transportation system and its actors. Besides,

little is known about the number or types of vehicles used and still less about the

motivations and origin/destination of the travels made. Therefore, this work aims to

understand and map the dynamics of these travels, as well as to classify and quantify the

vehicles that performed them. In order to reach this purpose, the data of the Origin and

Destination Surveys (OD) and the Traffic Volume and Vehicle Classification Counts

(CVC) of the National Traffic Survey, carried out by the National Department of

Transport Infrastructure (DNIT), during the years 2016 and 2017, are analyzed through

statistical applications. Particularly, all OD and CVC surveys obtained in 14 traffic

stations located in the State of Rio de Janeiro are analyzed in detail.

Keywords: Travel, Rio de Janeiro, Origin and Destination, Vehicles, Road Traffic,

Highways

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LISTA DE FIGURAS

Figura 2.1 - Evolução da frota veicular do Brasil entre dez/2004 e out/2018 ................ 12

Figura 2.2 – Evolução da frota veicular do Estado do Rio de Janeiro entre dez/2004 e

out/2018 .................................................................................................................. 12

Figura 2.3 – Taxa de crescimento da frota veicular em relação ao ano anterior ............ 13

Figura 2.4 – Posição dos postos de pesquisa em todo o país.......................................... 16

Figura 2.5 – Distribuição dos postos estudados no RJ ................................................... 17

Figura 3.1 - Perfil dos veículos no estado do RJ ............................................................ 21

Figura 3.2 – Perfil veicular passageiro x carga .............................................................. 21

Figura 3.3 – Flutuação horária do volume total médio de veículos de todos os postos . 22

Figura 3.4 – Flutuação horária do volume percentual de veículos ................................. 22

Figura 3.5 – Percentual do volume médio diário de veículos nos postos de pesquisa ... 23

Figura 3.6 - Quantidade de veículos por categoria por posto ......................................... 24

Figura 3.7 – Perfil veicular passageiro x carga .............................................................. 25

Figura 3.8 – Flutuação horária de veículos nos postos de coleta ................................... 25

Figura 3.9 – Propriedade dos veículos............................................................................ 26

Figura 3.10 – Classificação dos ônibus por tipo de serviço ........................................... 27

Figura 3.11 – Perfil veicular segundo Pesquisa O/D ...................................................... 28

Figura 3.12 – Perfil de veículos pesados segundo Pesquisa O/D ................................... 28

Figura 3.13 – Incidência de carga nos veículos pesados ................................................ 29

Figura 3.14 – Tipo de combustível utilizado por cada categoria.................................... 30

Figura 4.1 – Perfil das viagens no estado do RJ ............................................................. 33

Figura 4.2 – Percentual de veículos de passageiros e cargas por categoria de viagem .. 34

Figura 4.3 – Cinco maiores destinos/origens das viagens no Rio de Janeiro ................. 34

Figura 4.4 – Motivo das viagens no RJ .......................................................................... 35

Figura 4.5 – Número de pessoas a trabalho por categoria veicular ................................ 35

Figura 4.6 – Motivo da rota por categoria de veículo .................................................... 37

Figura 4.7 - Frequência da ocorrência das viagens de veículos leves, por período e

quantidade ............................................................................................................... 37

Figura 4.8 - Frequência da ocorrência das viagens de veículos pesados, por período e

quantidade ............................................................................................................... 38

Figura 4.9 - Frequência da ocorrência das viagens de ônibus, por período e quantidade

................................................................................................................................ 38

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Figura 4.10 - Frequência da ocorrência das viagens de motos, por período e quantidade

................................................................................................................................ 39

Figura 4.11 – Distância média, em km, por categoria .................................................... 40

Figura 4.12 – Dispersão das viagens por distância, em km ............................................ 40

Figura 4.13 – Número de viagens por região do país, com exceção do Sudeste ............ 41

Figura 4.14 – Distância média (em km) em relação à renda média por categoria ......... 42

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LISTA DE TABELAS

Tabela 1.1 – Movimentação Anual de Cargas .................................................................. 7

Tabela 2.1 – Relação entre identificação do posto de pesquisa e município.................. 17

Tabela 3.1 – Classificação por categoria de veículo ...................................................... 20

Tabela 3.2 – Proporção de veículos pesados por tipo de carroceria ............................... 29

Tabela 3.3 – Perfil da carga transportada no RJ ............................................................. 30

Tabela 4.1 – Distribuição das viagens por motivos de rota ............................................ 36

Tabela 4.2 – Distância média percorrida por veículos de carga e passageiro ................ 41

Tabela 4.3 – Distância média percorrida por categoria veicular e por região (em km) . 41

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LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS

CNT – Confederação Nacional do Transporte

CVC – Contagem Volumétrica e Classificatória

COTER – Comando de Operações Terrestres

CONTRAN – Conselho Nacional de Trânsito

DENATRAN – Departamento Nacional de Trânsito

DNIT – Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes

IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

GEE - Gases do Efeito Estufa

IDH - Índice de Desenvolvimento Humano

IPI – Imposto Sobre Produtos Industrializados

JK – Juscelino Kubitschek

O/D – Origem e Destino

PELC/RJ – Plano Estratégico de Logística e Cargas do Estado do Rio de Janeiro

PNCT – Plano Nacional de Contagem de Tráfego

PNT – Pesquisa Nacional de Tráfego

RMRJ - Região Metropolitana do Rio de Janeiro

UFRJ – Universidade Federal do Rio de Janeiro

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SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 6

CONTEXTUALIZAÇÃO E MOTIVAÇÃO .................................................... 6

OBJETIVO ....................................................................................................... 8

ABORDAGEM E METODOLOGIA ............................................................... 9

ESTRUTUTA DO TRABALHO .................................................................... 10

2 CENÁRIO DO MODO RODOVIÁRIO E INTRODUÇÃO ÀS PESQUISAS 11

FROTA DE VEÍCULOS E MALHA RODOVIÁRIA.................................... 11

BREVE HISTÓRICO DAS PESQUISAS ...................................................... 14

APRESENTAÇÃO DOS POSTOS DE PESQUISA ...................................... 15

CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 18

3 PERFIL E CARACTERIZAÇÃO DOS VEÍCULOS ....................................... 19

CATEGORIAS E PERFIS VEICULARES NO RIO DE JANEIRO .............. 19

PERFIS VEICULARES NOS POSTOS DE PESQUISA ............................... 23

CARACTERIZAÇÃO DOS VEÍCULOS ...................................................... 26

CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 31

4 DINÂMICA DAS VIAGENS NO RIO DE JANEIRO ..................................... 32

PERFIL DAS VIAGENS INTRA E INTERESTADUAIS ............................. 32

MOTIVOS E FREQUÊNCIAS DAS VIAGENS E ROTAS .......................... 34

DISTÂNCIAS MÉDIAS ................................................................................ 39

CONSIDERAÇÕES FINAIS ......................................................................... 42

5 CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS ................................................... 43

6 REFERÊNCIAS ................................................................................................... 45

7 BIBLIOGRAFIAS CONSULTADAS ................................................................. 48

ANEXO A – FORMULÁRIO DE PESQUISA O/D .................................................. 49

ANEXO B – FORMULÁRIO DE PESQUISA CVC – PARTE 1 ............................ 50

ANEXO C – FORMULÁRIO DE PESQUISA CVC – PARTE 2 ............................ 51

ANEXO D – MAPA RODOVIÁRIO DO RIO DE JANEIRO ................................. 52

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1 INTRODUÇÃO

A evolução do Sistema de Transportes brasileiro ocorreu de forma lenta e desordenada

durante grande parte de sua história, até que medidas efetivas tomadas no século XX, trouxeram

mudanças reais que possibilitaram seu desenvolvimento (Coimbra, 1974).

Grande parte dessas mudanças, transcorreram no sistema rodoviário, que, hoje,

predomina no cenário nacional de transporte de passageiros e cargas e, por isso, é o principal

objeto de estudo neste trabalho.

CONTEXTUALIZAÇÃO E MOTIVAÇÃO

Durante o primeiro século de colonização, as ligações entre Capitanias eram feitas

basicamente pelo mar, por meio de cabotagem (navegação costeira), estando as ligações por

terra restringidas a simples caminhos percorridos a pé ou como forma a complementar outros

sistemas. As vias fluviais ganharam, portanto, grande importância nesse cenário, ao possibilitar

a chegada ao interior do Brasil, garantindo a extração de recursos e o progresso da colonização.

(COIMBRA, 1974).

Ainda segundo Coimbra (1974), a precariedade do sistema de comunicações e de

transportes do país, perdurou por mais de 300 anos, já que as primeiras estradas carroçáveis

apareceram somente após 1808, construídas no Rio de Janeiro por iniciativa do Intendente de

Polícia da Corte, Paulo Fernandes.

A chegada da Família Real Portuguesa trouxe um movimento de melhoria das

condições, com determinações de Dom João para abertura de estradas e medidas que

facilitassem a navegação em diversos rios. O princípio tímido de um sistema rodoviário se deu

nas décadas seguintes, com a abertura de pequenas estradas regionais e com início da

construção, em 1828, de uma estrada que ligava o Rio de Janeiro a São Paulo, interrompida por

falta de verba, de acordo com Coimbra (1974).

Em meados do século, porém, a preocupação do Reinado com o tema, possibilitou a

concessão de privilégios, isenções e subvenções a empresas e particulares, como afirma

Coimbra (1974), resultando na melhoria de portos e condições de navegação, na implantação

de estradas de ferro e construção de estradas. As navegações e o transporte ferroviário

apresentaram grande transformação e expansão após 1850, enquanto as rodovias mantiveram,

praticamente, a mesma configuração do período colonial, tendo sofrido poucas melhorias.

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Um século depois esse cenário estava invertido, já que com o advento da Segunda

Guerra Mundial mostrou-se necessária a integração do sistema interior de transportes e o pós-

guerra viu o início da deterioração do sistema ferroviário e a carência de industrialização do

país, tornando-se a conjuntura propícia para o desenvolvimento das estradas de rodagem.

(COIMBRA, 1974)

Em 2018, segundo a Confederação Nacional de Transporte (CNT, 2018), o modo

rodoviário predominava no cenário nacional, concentrando mais de 60% da matriz do transporte

de cargas do país, vide Tabela 1.1, 90% dos deslocamentos de passageiros e cerca de 1,7

milhões de km de extensão de malha rodoviária.

Tabela 1.1 – Movimentação Anual de Cargas

Matriz do Transporte de Cargas

Modo Milhões (TKU) Participação (%)

Rodoviário 485.625 61,1

Ferroviário 164.809 20,7

Aquaviário 108.000 13,6

Dutoviário 33.300 4,2

Aéreo 3.169 0,4

Total 794.903 100,0

Fonte: Boletim Estatístico, CNT (2018).

Esses números se refletem, também, na frota de veículos. Segundo dados estatísticos do

Departamento Nacional de Trânsito (DENATRAN, 2018), a frota nacional ultrapassou os 100

milhões de veículos, em outubro de 2018, após crescimento linear desde 2015. O Estado do Rio

de Janeiro, objeto de estudo, seguiu praticamente no mesmo ritmo de crescimento do país e

alcançou a marca de 6,7 milhões no mesmo mês.

Atualmente com a quinta maior frota de veículos do Brasil (DENATRAN, 2018), o

Estado do Rio de Janeiro possui o segundo maior PIB do país (IBGE, 2016), a terceira maior

população do país (IBGE, 2010), o quarto maior Índice de Desenvolvimento Humano (PNUD,

2010), e o quarto maior rendimento nominal mensal domiciliar per capita (IBGE, 2018). Esses

dados mostram a importância do Estado no cenário nacional e ajudam a justificar a relevância

deste trabalho.

Os dados do tamanho da malha rodoviária e de sua frota de veículos, reforçam a

importância do modo para o país e para o Estado do Rio de Janeiro, além da necessidade de se

estabelecer tendências de crescimento, de capacidade das vias, entre outras análises, para

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garantir o funcionamento dos transportes no futuro. Tem-se hoje como instrumento de

planejamento no setor o Plano Nacional de Logística (PNLT), divulgado pela última vez em

2011.

O PNLT foi desenvolvido pelo Ministério de Transportes, com apoio do Ministério da

Defesa com o objetivo de “formalizar e perenizar instrumentos de análise, sob ótica da logística,

para dar suporte ao planejamento de intervenções públicas e privadas na infraestrutura e na

organização dos transportes” (MI, 2014).

O PNLT buscou retomar o processo do planejamento de transportes no país e contribuir

com as tomadas de decisões no âmbito das políticas públicas e de investimentos privados (MT,

2012), com análises e sugestões até 2031. Ainda que os estudos tenham sido feitos com

embasamento científico, esse longo horizonte temporal, quando se compara ao ano de

publicação do relatório, evidencia a carência de dados atualizados para caracterizar o modo

rodoviário ou mesmo para fazer comparações com o que foi previsto no PNLT.

Em termos de planejamento no Rio de Janeiro, tem-se o Plano Estratégico de Logística

e Cargas do Estado do Rio de Janeiro (PELC/RJ), lançado em 2017, que auxiliará no

planejamento estratégico da rede logística do Estado, definindo oportunidades e prioridades no

setor, para os próximos 30 anos (PELC/RJ, 2019). O PELC é voltado para o transporte de

cargas, e assim como o PNLT, possui um longo horizonte temporal.

A motivação para este trabalho surgiu, portanto, da necessidade de se evidenciar e

analisar o perfil comportamental atual do setor rodoviário do Estado do Rio de Janeiro,

principalmente, em decorrência da demora na produção e implementação dos planos nacionais

e/ou estaduais. Busca-se assim fornecer conclusões que não só elucidem o cenário mais recente

do modo rodoviário, mas que funcionem como ratificação ou contradição de estudos anteriores.

OBJETIVO

Nesse contexto, o objetivo deste trabalho é funcionar como fonte de informação para

trabalhos futuros e projetos rodoviários ou de planejamento urbano, através da reunião de dados

e análises sobre os veículos e as viagens que passam, tem origem ou tem destino no Estado do

Rio de Janeiro.

As viagens são mensuradas e qualificadas de modo a mapear e entender suas dinâmicas,

enquanto os veículos são quantificados e alocados em categorias para facilitar as análises. As

relações entre os postos de observação abordados e as rotas mais importantes, também são

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estudadas, a fim de apresentar análises das principais saídas e entradas no Estado e correlação

dessas com os municípios vizinhos.

ABORDAGEM E METODOLOGIA

O trabalho possui uma abordagem quali-quantitativa de caráter exploratório, que busca

a partir de dados primários, do apoio da literatura e de diferentes frentes de análise, justificar as

conclusões alcançadas. Foi inteiramente baseado na análise dos dados da Pesquisa Nacional de

Tráfego (PNT), uma das pesquisas associadas ao Plano Nacional de Tráfego (PNCT).

A PNT fornece dados sobre diversos postos de contagem em todo o Brasil, obtidos

através de Pesquisas de Origem e Destino (O/D) e de Contagens Volumétricas Classificatórias

(CVC). Como o Estado do Rio de Janeiro é o foco deste trabalho, são considerados os 14 postos

de coleta contidos no estado, para análise do fluxo, quantificação e categorização de veículos,

além da exploração de seus comportamentos nas rodovias.

As pesquisas foram divididas em quatro diferentes fases de execução. Na CVC, cada

uma dessas fases tem duração de sete dias consecutivos, com contagem e classificação dos

veículos 24 horas por dia, sendo os dados agrupados em quartis de horas, com toda identificação

de postos e categorias veiculares. O trabalho traz análises que englobam as Fases 2, 3 e 4 da

PNT, que ocorreram em novembro de 2016, julho de 2017 e novembro de 2017,

respectivamente, em diversos estados brasileiros, principalmente no Rio de Janeiro. A Fase 1,

por não levar em conta nenhum posto localizado no Estado, não foi considerada nas análises

deste estudo.

As Pesquisas O/D e CVC contam com o apoio do Exército Brasileiro e foram realizadas

diariamente, por um período de 12h, em que são coletadas informações socioeconômicas e

sobre origem e destino das viagens, por meio de entrevistas com os condutores dos veículos.

Como os condutores são entrevistados em segmentos de rodovia localizados, na grande maioria

dos casos, em áreas rurais, as entrevistas são realizadas apenas durante o período de luz natural,

por questões de segurança. Assim como na CVC, as pesquisas O/D consideradas neste trabalho

são referentes às Fases 2, 3 e 4.

Os dados da Pesquisa CVC são os únicos disponíveis ao público e podem ser

encontrados no site do DNIT, embora, os dados das Pesquisas CVC e OD utilizados nesses

estudos tenham sido fornecidos diretamente pelo DNIT. As bases de ambas foram tratadas

previamente à sua divulgação e por isso, puderam ser diretamente manipulados no Microsoft

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Excel, no software de serviço de análise de negócios, Power BI e no sistema de informações

geográficas, Q-GIS. Esses dados foram utilizados na elaboração de tabelas e gráficos

comparativos, na análise de resultados e criação de cenários hipotéticos para avaliação das

relações entre os dados fornecidos.

Os resultados das pesquisas CVC e O/D foram fornecidos pelo DNIT no formato .csv,

posteriormente alterados para uso no Microsoft Excel. Após manipulação das planilhas e

avaliação de dados, utilizou-se do software Power BI, para elaboração dos resultados gráficos.

A base georreferenciada de rodovias, de localização dos postos e matriz de distância dos

municípios brasileiros foram, também, fornecidas pelo DNIT e utilizadas, principalmente, na

criação de mapas, através do Q-GIS.

ESTRUTUTA DO TRABALHO

Os próximos capítulos foram estruturados para que seja possível compreender o modo

rodoviário e realizar as comparações necessárias ao estudo do tema. O Capítulo 2 traz um

panorama atual do transporte nas rodovias do país e do Estado do Rio de Janeiro. Fornece dados

sobre a malha e a frota rodoviária, além de resumir brevemente a história e a função das

Pesquisas de O/D e CVC, neste trabalho.

O Capítulo 3 apresenta as categorias veiculares que são utilizadas ao longo de todo o

trabalho, além de analisar o comportamento dos veículos, através de dados das Pesquisas O/D

e CVC. Os postos de pesquisa são explorados com o mesmo intuito, de forma a se traçar um

perfil mais regional e detalhado, e por fim, usa-se a O/D para caracterização da frota rodoviária

do Estado.

O Capítulo 4 aborda as características e comportamentos das viagens, procurando-se

conhecer suas frequências, rotas e motivações. Realiza-se também algumas análises com base

nas distâncias médias encontradas para cada categoria ou região. Por fim, o Capítulo 5 traz uma

abordagem resumida do tema e importância do trabalho, além de apresentar os resultados

alcançados.

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2 CENÁRIO DO MODO RODOVIÁRIO E INTRODUÇÃO ÀS PESQUISAS

Durante o período colonial no Brasil, o desenvolvimento dos transportes se deu de

maneira primitiva, já que a abertura das vias visava atender às necessidades básicas de

movimentação da população, de escoamento de recursos naturais e, também, como alternativa

ao transporte marítimo em casos de ataque por outros colonizadores (GOMES, 2013).

O período do Segundo Reinado marcado pelo crescimento da produção e exportação de

café, na Província do Rio de Janeiro, viu também, a expansão das linhas férreas e a consolidação

do modo ferroviário. Ainda segundo Gomes (2013), a malha rodoviária só ganhou real destaque

em 1926, com o Governo de Washington Luís, através do Plano Catrambi e posteriormente na

década de 40 com o Plano Rodoviário Nacional.

A partir de então, a redução da atratividade do setor ferroviário, por estar recebendo

poucos investimentos, provocou seu sucateamento crescente, que somado a implantação de uma

indústria automobilística no Governo Juscelino Kubitschek (JK) e a intensificação do tráfego

nas estradas, incentivaram ainda mais o desenvolvimento rodoviário no país.

Atualmente, segundo dados do estudo Transporte Rodoviário – Desempenho do Setor,

Infraestrutura e Investimentos (CNT, 2017), os investimentos em infraestrutura rodoviária,

realizados pelo governo federal representaram quase 72% do aporte total do setor de

transportes, entre os anos de 2004 e 2016.

FROTA DE VEÍCULOS E MALHA RODOVIÁRIA

Um indicador importante do resultado dos investimentos realizados no modo rodoviário

no país é o tamanho da frota veicular e sua taxa de expansão ao longo dos anos. No Brasil,

houve um aumento de cerca de 82% da frota veicular, entre os anos de 2008 e 2018, de acordo

com dados estatísticos do DENATRAN, chegando a 100 milhões de unidades em outubro do

último ano, como pode ser visto na Figura 2.1.

O Estado do Rio de Janeiro apresentou comportamento similar ao registrado

nacionalmente, alcançando a marca de 6,7 milhões de veículos em outubro de 2018, vide Figura

2.2, após aumento de 72% da frota na última década.

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Figura 2.1 - Evolução da frota veicular do Brasil entre dez/2004 e out/2018

Fonte: DENATRAN (2018)

Figura 2.2 – Evolução da frota veicular do Estado do Rio de Janeiro entre dez/2004 e out/2018

Fonte: DENATRAN (2018).

A análise comparativa do crescimento da frota do Brasil e do Estado do Rio de Janeiro,

em relação ao ano anterior, ver Figura 2.3, mostra que havia uma tendência de progresso, em

ambos, até 2008, ano da crise econômica mundial que exigiu do governo medidas que

apoiassem o setor automotivo brasileiro. A redução do Imposto sobre Produtos Industrializados

(IPI), o aumento da linha de crédito para as montadoras e mudanças nas taxas de financiamento

foram essenciais para uma recuperação no pós-crise (BARROS e PEDRO, 2011).

Logo no ano seguinte, 2009, é possível notar uma considerável queda na taxa de

crescimento de veículos, tanto no país, quanto no Rio de Janeiro. Mas devido às medidas

mencionadas, o ano de 2010 volta a patamares próximos aos pré-crise no cenário nacional e

chega ao recorde para o período no Rio de Janeiro. Porém, após certa estabilidade no biênio

seguinte, a taxa de crescimento despenca aos níveis mais baixos em mais de uma década, em

decorrência da crise política e econômica que se seguiu.

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Figura 2.3 – Taxa de crescimento da frota veicular em relação ao ano anterior

Fonte: DENATRAN (2018).

O crescimento absoluto da frota nacional e fluminense não se refletiu nos investimentos

realizados pela União em infraestrutura rodoviária, que segundo o estudo de Transporte

Rodoviário da CNT (2017), está aquém das necessidades do setor rodoviário, tendo registrado

um aporte de 0,14% do PIB em 2016, enquanto no ano de 2010, o aporte foi de 0,26% do PIB.

Ainda segundo o estudo de Transporte Rodoviário da CNT (2017), a crise econômica que

atingiu o país em 2014 refletiu no orçamento do governo, que em 2016 autorizou apenas 69,1%

do montante de recursos para o transporte rodoviário autorizado para o ano de 2015.

A redução de investimentos e o continuo aumento da frota de veículos, impacta

diretamente na qualidade das rodovias brasileiras. A Pesquisa CNT de Rodovias de 2018,

mostra que em um universo de 107.161 quilômetros avaliados, 50,9% apresentaram

classificação regular, ruim ou péssima quanto à qualidade do pavimento, enquanto 44,7%

apresentaram alguma deficiência quanto a sinalização e 75,7% exibiram problemas na

geometria da via (CNT, 2018).

Ademais, dos 1,7 milhões de quilômetros de rodovias existentes no país, apenas 213.453

km são pavimentados, resultando em uma densidade de infraestrutura rodoviária de 25,1 km

por 1000 km² de área, o mais baixo valor dentro dos cinco maiores países em extensão territorial

(CNT, 2018). O baixo desempenho brasileiro nesse indicador, afeta a posição do país, no

ranking de competitividade global do Fórum Econômico Mundial, no quesito qualidade da

infraestrutura rodoviária, colocando o Brasil na 88ª posição de 101 países com nota e funciona

como um alerta para a necessidade de ampliação dos investimentos no país, como consta no

Relatório Global de Competitividade publicado pelo Fórum Econômico Mundial (WEF, 2017).

No Rio de Janeiro, dos seus 7.377 km de malha rodoviária pavimentada, foram

avaliados 2.554 km na Pesquisa CNT de Rodovias 2018 e, ao contrário do que ocorre no cenário

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nacional, constatou-se que no geral, 60,8% das rodovias do estado são classificadas como boas

ou ótimas. O maior alerta se deve ao fato de que 22% das rodovias foram classificadas como

péssimas no quesito geometria da via. Ainda segundo o relatório, são necessários cerca de R$

377,30 milhões para manutenção dos trechos desgastados e R$ 809,95 milhões para ações

emergenciais de construção e restauração das vias e implementação de sinalização adequada.

Ainda assim, 34,1% das rodovias apresentaram classificação do pavimento como sendo

regular, ruim ou péssima e 38,8% das rodovias, com a mesma classificação, quanto a

sinalização. Esses números reforçam a necessidade e a utilização das pesquisas de tráfego, que

funcionam como fonte comprovada de dados, para o planejamento, manutenção e implantação

de novas rodovias.

BREVE HISTÓRICO DAS PESQUISAS

A Pesquisa O/D faz parte de uma ação estratégica do Plano Nacional de Contagem de

Tráfego (PNCT) com o propósito de fornecer uma descrição socioeconômica das viagens em

rodovias federais (DNIT, 2018). O PNCT começou como “Programa de Contagem Sistemática

de Trânsito”, em 1975 nos estados do RJ, SP e MG, mas só evoluiu para sua atual nomenclatura

em 1977, quando já contava com 120 postos permanentes (DNIT, 2018).

O programa foi interrompido em 2001 por restrições de orçamento e foi retomado

somente em 2013 a partir da contratação de serviços de contagem de tráfego em alguns pontos

da malha rodoviária federal e através do auxílio técnico do Exército Brasileiro (DNIT, 2018).

Segundo CAMARA et al. (2016), porém, esses dados não são suficientes na utilização como

base para estudos e planejamento estratégico de transporte, sendo necessário um conhecimento

mais aprofundado a respeito das cargas, viagens e dados socioeconômicos dos condutores.

Visando atender essa demanda por informações complementares, foram executadas

novas pesquisas de tráfego, envolvendo o Plano Direto Nacional Estratégico de Pesagem, em

2015, e o Plano de Investimento em Transportes, em 2006, até que em 2011 foi realizada a

Pesquisa Nacional de Tráfego (PNT), a maior em sua categoria, até então (CAMARA et al.,

2016). Em 2017, o DNIT finalizou outra PNT, que contou com 300 postos de pesquisa O/D e

CVC, em todo território brasileiro, em parceria com o Comando de Operações Terrestres

(COTER), do Exército Brasileiro, e com a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ),

segundo o site oficial do DNIT (QUADROS, 2018).

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A retomada do PNCT e o aumento do número de postos de pesquisa tornou necessária

a padronização das contagens para que estas pudessem ser consolidadas em bases de dados

únicas, como afirma Faria et al. (2018). Para isso, foi desenvolvido por pesquisadores da

COPPE/UFRJ em parceria com o DNIT, um processo que automatiza, consolida e analisa

informações de dados de tráfego antigos, do órgão, transformando-os em bases de dados

normalizadas e centralizadas.

A equipe básica que integra os postos de pesquisa é formada por um chefe de posto,

além de um chefe para Pesquisa O/D e outro para a Pesquisa CVC, cinco pesquisadores de

CVC, seis pesquisadores O/D, um auxiliar administrativo e um motorista. Essa quantidade é

referente ao número de militares por turno, sendo 39 o número total de pessoas por dia que

fazem parte de uma equipe básica, ao se considerar os diferentes turnos existentes.

O número de postos da última PNT e o contingente de pessoal empregado nas pesquisas,

tornou necessário se buscar formas de diminuir o tempo de deslocamento dos pelotões do

Exército até os postos de pesquisa. Para isso, foi desenvolvido o estudo do Problema de

Localização-Alocação de Organizações Militares a Postos de Pesquisa (CAMARA et al, 2016)

que busca determinar quais Organizações Militares serão utilizadas e em quais postos estas

serão alocadas, para que se minimize o tempo total de deslocamento das tropas.

As coletas de dados foram realizadas com o auxílio de tablets, nas entrevistas com os

condutores que passam pelos postos e na consolidação dos dados. Em caso de mal

funcionamento dos equipamentos, são utilizadas fichas impressas com os mesmos dados a

serem preenchidos. Durante a entrevista, o motorista do veículo responde a um questionário

(Anexo A) com informações, como: motivo da viagem, motivo da rota, carga transportada, tipo

de combustível, renda média e outros, que correspondem a Pesquisa O/D.

As Contagens Volumétricas Classificatórias (CVC), realizadas em conjunto com a

Pesquisa O/D, propõem-se a determinar a quantidade, sentido e fluxo de veículos que passam

pelos postos de coleta de dados, através do preenchimento de um formulário simples com a

devida categorização dos veículos (Anexos B e C).

APRESENTAÇÃO DOS POSTOS DE PESQUISA

Segundo Quadros (2014), desenvolveu-se um modelo matemático de localização e

avaliação dos postos de pesquisa, considerando a base de dados georreferenciada da PNT 2011

e a rede de localização dos equipamentos do PNCT.

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Os dados coletados em cada posto sofrem uma expansão distribuída, através da geração

e distribuição de matrizes de origem e destino e é realizado o processo de alocação de tráfego

em rede, considerando-se os caminhos de menor impedância – distância, tempo ou custo de

transporte – para estimar os volumes de tráfego (QUADROS, 2014).

Segundo Camara (2016), a localização dos postos na PNT de 2011 teve como diferencial

a realização de um estudo para posicionamento dos postos de coleta de dados, que levou em

consideração as principais rotas de cargas e passageiros das rodovias, além dos resultados e

questões técnicas de pesquisas anteriores. Esse raciocínio pode ser expandido para a PNT de

2016, que contou com mais postos que sua antecessora, tecnologias e métodos mais precisos.

As quatro fases da última PNT registraram 300 postos em todos os estados e no Distrito

Federal, realizando conjuntamente as Pesquisas O/D e CVC, ver Figura 2.4. Como somente o

Rio de Janeiro está sendo analisado nesse trabalho, utilizaram-se os 14 postos de pesquisas

contidos nas Fases 2, 3 e 4, distribuídos em 13 municípios fluminenses, conforme Tabela 2.1.

Figura 2.4 – Posição dos postos de pesquisa em todo o país

Fonte: RIBEIRO e QUADROS, 2018

Os postos no estado foram estrategicamente dispostos em importantes corredores

rodoviários, como a BR-116 que liga o Rio de Janeiro a São Paulo e as BR-356 e BR-492 que

ligam o estado a Minas Gerais, ver Figura 2.5, ou Anexo D. Na região metropolitana dois postos

foram analisados: o posto de Duque de Caxias na BR-040, que liga a cidade do Rio de Janeiro

a baixada fluminense e o posto de Magé, na BR-116, pertencente ao Arco Metropolitano, que

tem o objetivo de aliviar o tráfego nos principais corredores metropolitanos (FIRJAN, 2008).

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Tabela 2.1 – Relação entre identificação do posto de pesquisa e município

Posto Município

73 Três Rios

74 Casimiro de Abreu

75 Resende

76 Itaperuna

77 Três Rios

117 Magé

241 Paraíba do Sul

242 Carapebus

244 Angra dos Reis

245 Barra do Piraí

247 São José de Ubá

248 Italva

251 Teresópolis

298 Duque de Caxias

Fonte: PCNT, 2016.

Figura 2.5 – Distribuição dos postos estudados no RJ

Durante a pesquisa CVC foram contados no total 1.431.966 veículos nos 14 postos

realizados no Rio de Janeiro, divididos da seguinte forma: 142.092 na Fase 2, 795.056 na Fase

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3 e 494.818 na Fase 4. Na pesquisa Origem e Destino, foram entrevistados ao todo, 60.167

condutores nas três fases da PNT.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O século XX trouxe um salto de investimentos para o modo rodoviário de transportes,

principalmente após a década de 40, com o fim da Primeira Guerra Mundial. O modo desbancou

o já estabelecido ferroviário nas décadas que se seguiram e entre 2004 e 2016 recebeu um aporte

de 72% do total do setor.

A importância do modo rodoviário é tamanha, que somente entre 2008 e 2018, a frota

brasileira de veículos cresceu 82%, enquanto a frota do Estado do Rio de Janeiro, aumentou em

72%. Ainda assim, a crise política e econômica, fez com que 2018 tivesse a menor taxa de

crescimento em relação ao ano anterior

As consequências desse crescimento, podem ser observadas a partir do resultado das

Pesquisas de Contagem Volumétrica e, também, da Pesquisa de Origem e Destino. O próximo

capítulo traz a apresentação das categorias e dos perfis veiculares do estado do Rio de Janeiro,

além de análises das classes dos veículos, perfil dos postos de pesquisa e outras questões de

importância, para que seja possível compreender seus comportamentos nas rodovias.

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3 PERFIL E CARACTERIZAÇÃO DOS VEÍCULOS

A indústria automobilística se iniciou nos Estados Unidos da América (EUA), no

começo do século XX com um desenvolvimento rápido e lucrativo, garantindo seu sucesso e

expansão pelo mundo (NEVES, 2011). Já em 1919, se instalaram em território brasileiro as

primeiras indústrias automobilísticas, consideradas muito primitivas por importarem os

veículos parcialmente desmontados e por receberem poucos investimentos para produção

interna (NEVES, 2011).

Ainda segundo Neves (2011), o cenário começou a mudar com o início da Segunda

Guerra Mundial e a consequente escassez de veículos e peças automotivas, que obrigaram o

país a investir no desenvolvimento da indústria nacional. As mudanças mais profundas vieram

alguns anos depois, com a criação do Grupo Executivo para Indústria Automotiva em 1956, por

Juscelino Kubitschek, responsáveis por definir orientações para os investimentos e implantação

das empresas do setor.

O setor apresentou crescimento durante os anos que se seguiram, até o período de

estagnação na década de 80, revertido já na década de 90 com medidas que promoviam seu

desenvolvimento. A frota seguiu a tendência de crescimento e nos últimos dez anos houve um

aumento de 72% no número de veículos do país (DENATRAN, 2018).

Esse aumento evidencia os impactos ambientais, sociais, econômicos e de infraestrutura

que o país enfrenta (SANTOS, 2013) e que pode se agravar com o contínuo crescimento. Por

isso, é importante que se conheça o perfil dos veículos, suas características e comportamentos,

para que seja possível minimizar os efeitos, reduzir custos e perdas para a sociedade.

CATEGORIAS E PERFIS VEICULARES NO RIO DE JANEIRO

O entendimento das análises que se seguem neste trabalho demanda uma breve

apresentação da metodologia utilizada na exploração e discriminação dos dados, das categorias

veiculares em uso pelo DNIT e do atual perfil de veículos do Estado do Rio de Janeiro em prol

da obtenção dos resultados explicitados.

Utilizaram-se as CVC para explorar quantitativamente o perfil de veículos do Estado,

enquanto as Pesquisas O/D foram utilizadas para uma classificação mais qualitativa e

descritiva. Ao passo que a Pesquisa CVC fornece os fluxos de veículos, a Pesquisa O/D traz

informações como: número da placa, ano de fabricação, classe veicular, propriedade do veículo,

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combustível, tipo e peso da carga, produto, entre outras especificações. É importante mencionar

que a Pesquisa CVC não faz uma contagem distinta desses veículos, sendo os perfis

apresentados, portanto, uma apresentação mais generalizada das viagens que ocorreram no

Estado.

Segundo a resolução Nº 396 do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN), são

considerados veículos leves: ciclomotor, motoneta, motocicleta, triciclo, quadriciclo,

automóvel, utilitário, caminhonete e camioneta, com peso bruto total igual ou inferior a 3.500

kg; e veículos pesados: ônibus, micro-ônibus, caminhão, caminhão-trator, trator de rodas, trator

misto, chassi-plataforma, motor-casa, reboque ou semirreboque e suas combinações

(CONTRAN, 2011).

Porém, para facilitar a distinção entre classes veiculares e a apresentação visual dos

resultados, optou-se por separá-las em algumas categorias. Dessa forma, os veículos foram

alocados em quatro macro categorias: veículos leves (passeio), ônibus, moto e pesados

(caminhão, reboque, semirreboque e suas combinações), vide Tabela 3.1

Tabela 3.1 – Classificação por categoria de veículo

Fonte: PNT, 2016

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Utilizando a Pesquisa CVC e o formato de classificação apresentado na Tabela 3.1, para

quantificar os veículos do Rio de Janeiro, obtém-se que 72,64% dos veículos contados

pertencem a categoria leve, ou seja, são veículos de passeio. Os veículos pesados, como

caminhões, reboques e semirreboques representam 19,47% do total. Os ônibus e motos estão

em menor representatividade, com 4,12% e 3,76%, respectivamente, como mostra a Figura 3.4.

Quando se divide as categorias mostradas na Tabela 3.1 entre veículos de passageiro e

veículos de carga, tem-se uma visão mais detalhada do real perfil veicular fluminense. A Figura

3.2 destaca, a predominância dos veículos de passeio no Estado, 90,2% do total de veículos de

passageiro, assim como ressalta os caminhões (51,2%) e os semirreboques (42,7%), como as

categorias mais representativas dos veículos de carga.

Figura 3.2 – Perfil veicular passageiro x carga

Além disso, é importante destacar a flutuação horária do volume de veículos registrados

nos dois sentidos das vias, para entender o comportamento desse perfil veicular ao longo do

dia, como os horários de pico e categorias mais presentes. A Figura 3.3 mostra o volume médio

diário semanal de veículos, registrados nos 14 postos das três fases de pesquisa analisadas, por

hora.

Figura 3.1 - Perfil dos veículos no estado do RJ

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Em acordo com os perfis já apresentados, prevalecem os veículos leves durante todo o

dia e apenas na madrugada, existe um equilíbrio maior entre veículos leves e pesados. Esse

padrão muda somente quando às 3h, o volume total de pesados atinge 45,14%, ultrapassando o

total de veículos leves, que possuem 42,45% total para o mesmo horário, vide Figura 3.3 e

Figura 3.4.

Figura 3.3 – Flutuação horária do volume total médio de veículos de todos os postos

Os categorias veiculares têm um comportamento de flutuação horária semelhante ao

longo do dia, com o pico da manhã entre às 9h e 10h e o pico da tarde às 17h, vide Figura 3.3.

Porém, a grande redução na quantidade de veículos leve, à medida que se adentra o período da

noite muda o perfil de veículos, aumentando a proporção de veículos pesados e ônibus na

rodovia, como mostra a Figura 3.4.

Figura 3.4 – Flutuação horária do volume percentual de veículos

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PERFIS VEICULARES NOS POSTOS DE PESQUISA

Ao aplicar as análises realizadas no estudo dos 14 postos onde foram coletados os dados

para as pesquisas de tráfego, pode-se obter uma noção do comportamento do tráfego de forma

mais regional e menos generalizada, que no cenário apresentado para o Estado.

Como abordado no Capítulo 2, o universo de dados utilizado é de 1.431.966 veículos

contabilizados, em ambos sentidos de fluxo, durante a Pesquisa CVC, nos meses de julho e

novembro de 2016 e 2017. Desse total, 20% trafegaram por Resende, 17% por Magé e 16% por

Duque de Caxias, sendo esses três postos combinados, responsáveis por mais da metade do

volume médio diário semanal de veículos aferidos na pesquisa, como mostra a Figura 3.5.

Figura 3.5 – Percentual do volume médio diário de veículos nos postos de pesquisa

Saber a representatividade de cada posto, é necessário para prever a influência de cada

um no perfil final de veículos que é apresentado. Resende, Magé e Duque de Caxias, são

municípios importantes para o estado e por terem uma representação tão grande no perfil

apresentado na Figura 3.5, é válido explorar algumas das possíveis razões para tal.

O posto localizado em Resende, recebeu o maior contingente de veículos dentre os

municípios representados da pesquisa, 20% do total. O posto é localizado na Rodovia

Presidente Dutra ou BR-116, que liga o Rio de Janeiro a São Paulo e possui um volume médio

diário de 42 mil veículos (PPI, 2018). Além disso, parte da rodovia onde o posto está localizado,

contém o Arco Metropolitano do Rio de Janeiro, importante via que tem como objetivo desviar

o fluxo de tráfego dos principais eixos de acesso à capital e aumentar o acesso aos municípios

próximos (FIRJAN, 2008).

O município de Magé, pertence a Região Metropolitana do Rio de Janeiro, é vizinho à

Duque de Caxias e distante em cerca de 50 km da capital. A localização do posto de Magé

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acompanha a presença do Arco Metropolitano, que está em trechos das rodovias BR-493 e BR-

116, ver Anexo D, que justifica em parte os 17% do total de veículos, pois há ainda, a influência

de Duque de Caxias.

Duque de Caxias é o terceiro município mais populoso do Rio de Janeiro e possui o

segundo maior PIB do estado, segundo dados estatísticos do Instituto Brasileiro de Geografia e

Estatística (IBGE, 2019). Somando isso ao fato de a cidade estar ligada a capital do estado e a

Minas Gerais pela BR-040, pode-se então justificar os 16% do volume médio diário semanal

de veículos.

Investigações mais detalhadas ainda são necessárias para compreender o perfil de

veículos que passam por cada um dos postos de pesquisa e, por isso, a Figura 3.6 traz uma visão

da relação das categorias veiculares por posto estudado. Ao se analisar o perfil veicular dos três

postos de maior volume, nota-se uma maior presença de veículos pesados em Resende e Magé,

enquanto Duque de Caxias apresenta um perfil composto por mais de 80% de veículos leves.

A distância da capital e a presença do Arco Metropolitano do Rio de Janeiro, como

corredor logístico, são as principais razões para o maior volume de caminhões nos postos de

municípios mais ao Norte do Estado, ver Figura 2.5 e Anexo D. Da mesma forma, a

proximidade da Região Metropolitana, aumenta o percentual de veículos leves no perfil de

Duque de Caxias.

Figura 3.6 - Quantidade de veículos por categoria por posto

É valido destacar, a grande presença de veículos leves em Angra dos Reis, a expressiva

quantidade de motos em Italva e São José do Ubá, que também possui um número significativo

de veículos pesados, além da notória quantidade de veículos pesados no posto Paraíba do Sul.

Esses valores se refletem na Figura 3.7, que mostra a relação entre veículos de passageiro e

veículos de carga de cada posto de pesquisa.

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Os postos 77 de Três Rios, Paraíba do Sul, Barra do Piraí e São José do Ubá, localizados

na BR-393, também conhecida como Rodovia do Aço, possuem as maiores proporções de

veículos pesados, juntamente com o posto de Carapebus, da BR-101, ver Figura 2.5 ou Anexo

D para maior entendimento.

Figura 3.7 – Perfil veicular passageiro x carga

Por fim, ao analisar a evolução do tráfego ao longo dia em cada um dos postos, têm-se

que o horário de pico da manhã ocorre entre às 9h e 10h e o pico da tarde se dá às 17h, como

mostra a Figura 3.9. O posto de Resende possui os maiores volumes em todos os horários, com

exceção do período entre-pico.

Figura 3.8 – Flutuação horária de veículos nos postos de coleta

Enquanto Magé e Duque de Caxias possuem comportamento semelhante ao longo do

dia, Resende chega a apresentar um fluxo quase duas vezes maior durante as primeiras horas

da madrugada. Ao analisar essa informação juntamente às Figuras 3.4 e 3.7, pode-se concluir

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que o maior volume de veículos pesados, frente aos outros dois postos, é responsável por

tamanha predominância entre às 23h e 03h.

CARACTERIZAÇÃO DOS VEÍCULOS

Após utilizar-se da Pesquisa de Contagem Volumétrica para compreender o perfil

veicular dos postos de coleta e, em consequência, do Estado do Rio de Janeiro, é feita, então a

caracterização dos veículos com base nos dados disponibilizados pela Pesquisa de Origem e

Destino que, como abordado no Capítulo 2, fornece informações sobre o condutor, a viagem e

o veículo.

Existe pouca, ou quase nenhuma, informação sobre o perfil que caracteriza a

propriedade de veículos do Estado do Rio de Janeiro. A Figura 3.9 mostra como é feita essa

divisão, tendo como base a Pesquisa O/D, que contou com mais de 60 mil entrevistas com os

condutores.

Figura 3.9 – Propriedade dos veículos

Por serem veículos de passageiro, as categorias de motos e leves possuem um perfil de

propriedade semelhante, onde 90,65% do total de motos são veículos próprios e 5,52% são de

empresa. Enquanto isso, 83,90% dos veículos leves são próprios e 10,17% são de empresa. As

outras classificações têm uma parcela pequena de participação, com representatividade inferior

a 3%.

A categoria de veículos pesados contempla classificações particulares: Empresa/Frota

própria, Próprio/Particular/Autônomo e Transportadora. A Figura 3.9 mostra que do total,

48,76% são de transportadora, 27,32% de empresa ou frota própria, e o restante, 23,93%, de

veículos próprios, particulares ou autônomos.

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Ainda que estejam englobados dentro da divisão por propriedade de veículos, os ônibus

possuem uma classificação específica que os classifica pelo tipo de serviço, dividindo-os entre:

regular, de turismo, fretado/particular ou outros. Como consta na Figura 3.10, 41,92% dos

ônibus são classificados como regulares, enquanto 35,53% como ônibus de turismo e 12,46%

como fretado ou particular.

Figura 3.10 – Classificação dos ônibus por tipo de serviço

Apesar de o perfil de veículos por categoria veicular já ter sido apresentado no início do

Capítulo 3, é válido exibir o resultado obtido com a Pesquisa O/D, que por ser realizada em

grande parte em zonas rurais e rodovias isoladas, apresenta dificuldades na obtenção de um

número grande de entrevistas. Além disso, se faz necessário compreender qual o universo

particular de cada categoria para essa seção.

Comparando a Figura 3.11, perfil de veículos baseado na Pesquisa O/D, e a Figura 3.1,

perfil de veículos baseado na Pesquisa CVC, é possível observar que, no geral, ambas retratam

a predominância dos veículos leves, frente aos veículos pesados, ônibus e motos, nessa ordem.

A diferença está no maior percentual de veículos leves, que provavelmente são os mais

suscetíveis a serem parados pelo Exército, para responderem às pesquisas.

Como a maior proporção de veículos pesados e ônibus ocorre à noite, vide Figura 3.4,

e as pesquisas ocorrem somente durante o período de luz solar, há uma redução da representação

dessas categorias. Além disso, existem outras contrariedades que influenciam nessa

representatividade, como o espaço de parada para os veículos e questões operacionais para

parada de veículos de grandes dimensões.

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Figura 3.11 – Perfil veicular segundo Pesquisa O/D

Devido a diversidade de categorias em veículos pesados, a Pesquisa O/D também

apresenta uma separação semelhante a que ocorre na Pesquisa CVC. Os 13,91% de veículos

pesados, vistos na Figura 3.11, podem ser divididos ainda em: pesado leve, reboque,

semirreboque e semirreboque especial.

Figura 3.12 – Perfil de veículos pesados segundo Pesquisa O/D

A equivalência entre a Figuras 3.12 e o perfil de cargas da Figura 3.2, comprova a boa

relação entre os dados e confirma a predominância de caminhões e semirreboques nas rodovias

federais do Estado do Rio de Janeiro. Além dessa classificação, têm-se ainda a análise das

cargas e do tipo de veículo que as transportam.

Os veículos pesados podem ainda, ser divididos pelo tipo de carroceria que possuem.

Dos 8.358 veículos entrevistados, 38,73% possuem carroceria de baú simples, 28,16% têm

carroceria aberta e 5,48% dispõem de outro tipo de carroceria, que não esteja contido nas

classificações apresentadas na Tabela 3.2. É possível através desses dados, compreender o perfil

dos veículos que mais circulam pelas rodovias, como também, ter uma ideia do tipo de carga

que é movimentada.

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Tabela 3.2 – Proporção de veículos pesados por tipo de carroceria

Tipo Carroceria Quantidade Veículos

Baú Simples 38,73%

Aberta 28,16%

Outros 5,48%

Baú Frigorífico 4,71%

Tanque 4,31%

Sider 4,10%

Basculante 3,85%

Graneleiro 3,73%

Silo 2,55%

Cegonha 1,39%

Bebidas 1,20%

Porta Contêiner 0,92%

Canavieiro 0,56%

Florestal 0,30%

Do universo de veículos pesados entrevistados, mais da metade (57,37%) estava

transportando algum tipo de carga, como detalhado na Figura 3.13. Dos veículos que

circulavam vazios, apenas 23% estava em rota para buscar carga.

Figura 3.13 – Incidência de carga nos veículos pesados

Dos veículos carregados, 69,53% transportavam carga geral, 10,45% carregavam

granéis sólidos e 9,01% tinham granéis líquidos, como indica a Tabela 3.3. Por definição,

Cargas Gerais são “cargas embarcadas com acondicionamento, com marca de identificação e

contagem de unidades”, enquanto Cargas a Granel são “transportadas sem acondicionamento,

sem marca de identificação e sem contagem de unidades” (FIESP, 2019). O peso das cargas

transportadas conta com 60,14% como sendo de Carga Geral, enquanto Granéis sólidos

representam 14,61% e Granéis Líquidos, 12,54%. Ao se comparar a quantidade de veículos que

transportam essas especificações de carga e o peso efetivamente transportado, observa-se

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maiores proporções nos pesos de Granéis Sólidos e Líquidos, em relação a quantidade de

veículos que as transportam, em consequência da natureza mais pesada de suas cargas.

Tabela 3.3 – Perfil da carga transportada no RJ

Especificação Carga Quantidade Veículos (%) Peso Carga (%)

Carga Geral 69,53 60,14

Granéis Sólidos 10,4 14,61

Granéis Líquidos 9,01 12,54

Granéis Vegetais 6,03 6,43

Não Informado 4,94 6,27

Neogranel 0,04 0,01

Por fim, a Pesquisa O/D fornece uma visão do tipo de combustível utilizado pelos

veículos do Estado A gasolina é usada por 35,92% dos veículos, enquanto 32,57% são

bicombustíveis ou flex. A Figura 3.14 mostra o perfil de combustíveis utilizado por cada

categoria, sendo possível observar que veículos pesados e ônibus utilizam somente diesel e que

os veículos leves possuem a maior estratificação, dentre as categorias.

Possuir esse “mapa” de combustíveis permite ao governo analisar o consumo de

combustíveis fósseis pela frota rodoviária e planejar formas de mitigação, já que o setor de

transportes é o maior emissor de Gases do Efeito Estufa (GEE), respondendo por 38,1% das

emissões e, ainda, o modo Rodoviário responde por 74,7% dessas emissões, segundo o

Inventário de Emissões de Gases do Efeito Estufa do Estado do Rio de Janeiro (2017).

Figura 3.14 – Tipo de combustível utilizado por cada categoria

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

A indústria automobilística se instalou no país nas primeiras décadas do século XX, mas

só conseguiu realmente se desenvolver com o aumento dos investimentos na indústria nacional,

nas décadas de 50 e 60. O setor seguiu crescendo e hoje, o reflexo desse investimento é visível

no aumento das frotas de veículos ano após ano.

A compreensão dessa frota demanda de análises do perfil dos veículos, no caso, do

Estado do Rio de Janeiro, objeto de estudo. Com base na Pesquisa CVC, os veículos leves

respondem por 72,64% do total, enquanto veículos pesados são 19,47%, ônibus são 4,12% e

motos 3,76%.

Dados como flutuação horária, quantidade de carga, propriedade veicular e uso de

combustíveis, são outros aspectos utilizados para caracterizar os veículos e entender o cenário

do estado. Essas características podem ajudar a entender questões da dinâmica das viagens,

como motivo de rota, frequência das viagens ou até as distâncias médias.

O capítulo seguinte, aborda essas questões, juntamente com outros aspectos presentes

na Pesquisa O/D e busca, também, caracterizar as viagens, explicar suas motivações e definir o

perfil do Estado do Rio de Janeiro.

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4 DINÂMICA DAS VIAGENS NO RIO DE JANEIRO

Segundo o DNIT (2018), “o diagnóstico de tráfego é importante para a identificação dos

principais corredores de transporte com gargalos logísticos e da consequente necessidade de

expansão ou adequação de capacidade das rodovias (...)”

Pode-se interpretar, portanto, que entender a dinâmica do tráfego nas rodovias e, por

comparação, das viagens que são realizadas por passageiros e cargas, permite esclarecer o

comportamento da malha logística do estado do Rio de Janeiro, antecipar perturbações na

operação e propor projetos de melhoria.

Esse comportamento e a distribuição das viagens tratadas são determinados,

principalmente, através da análise dos dados obtidos com a Pesquisa de Origem e Destino, que

fornece uma gama de dados socioeconômicos que ajudam a moldar o perfil das viagens, assim

como de seus usuários.

Por fim, esse capítulo tem como objetivo introduzir os resultados da dinâmica das

viagens de veículos de carga e de passageiros que circulam pelo Estado do Rio de Janeiro e

esclarecer os atuais perfis e comportamentos presentes no tráfego fluminense. São apresentados

os principais motivos para realização das viagens, das rotas escolhidas, da frequência dessas

rotas e das distâncias médias percorridas.

PERFIL DAS VIAGENS INTRA E INTERESTADUAIS

A cidade Rio de Janeiro, por compreender grandes atividades econômicas, políticas e

culturais exerce influência em toda a região metropolitana e nos munícipios atendidos pelas

principais rodovias do estado (SILVA, 2006). Levando em consideração a influência da capital,

é necessário entender qual a representatividade das viagens que ocorrem dentro do próprio

estado e qual a relevância do estado do Rio de Janeiro como polo atrativo e produtor de viagens

para outras unidades federativas.

A base de dados da Pesquisa O/D, fornecida pelo DNIT mantém o registro da cidade e

do estado de origem e destino das viagens de cada um dos 60.167 condutores entrevistados nos

postos do Rio de Janeiro. Aquelas que apresentam ponto de origem e, também, de destino, na

região norte ou nordeste, não fizeram parte das análises, e foram consideradas outliers, por

serem consideradas viagens não factíveis. Ao final, portanto, as viagens validadas foram obtidas

de 60.086 entrevistas.

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A partir desse novo cenário as viagens foram classificadas em quatro perfis: viagens que

ocorrem dentro do estado (RJ-RJ), viagens com origem no Rio de Janeiro e destino em outro

estado (RJ-OUTROS), viagens como origem em outros estados e com destino no Rio de Janeiro

(OUTROS-RJ) e viagens com destino e origem fora do estado (OUTROS-OUTROS).

Como mostra a Figura 4.1, predominam no perfil do Rio de Janeiro as viagens

intraestaduais, que respondem por 71,96% do total. A atração e produção de viagens do estado

possuem praticamente a mesma representatividade, enquanto 6,54% das viagens são de

veículos que estão apenas de passagem pelo estado.

Uma possível justificativa para o alto índice de viagens interestaduais se deve a

localização de alguns postos em áreas muito urbanas, próximas à Capital, como os postos de

Magé e Duque de Caxias. Nesses locais o número de viagens RJ-RJ esperado é muito alto e

pode impactar no percentual global.

Figura 4.1 – Perfil das viagens no estado do RJ

Explorando a divisão entre viagens de veículos de passageiros e veículos de carga,

observa-se que a maior parte das viagens intra e interestaduais são realizadas por veículos leves,

motos ou ônibus, categorias pertencentes a classificação de veículos de passageiros. As viagens

dentro do estado, se destacam por serem compostas em 92,3% de veículos de passageiros. O

mesmo não ocorre com as viagens que cruzam o estado, visto que 53,6% são realizadas por

veículos de carga, como mostra a Figura 4.2.

Ao se analisar as viagens interestaduais, que respondem por 21,49% do total, como

mostrado na Figura 4.1, para entender seus comportamentos, constatou-se que os cinco estados

mais próximos do Rio de Janeiro são também os maiores polos de atração e geração de viagem

para o estado.

Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo, Bahia e Paraná respondem juntos por 96,07%

das viagens com origem no Rio de Janeiro, enquanto são origem de 95,04% das viagens com

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destino ao Estado do Rio de Janeiro. A Figura 4.3 mostra em grau de importância os estados

citados, onde os tons mais escuros indicam os estados com maior fluxo de viagens e os tons

mais claros, os de menor fluxo.

Figura 4.2 – Percentual de veículos de passageiros e cargas por categoria de viagem

Figura 4.3 – Cinco maiores destinos/origens das viagens no Rio de Janeiro

MOTIVOS E FREQUÊNCIAS DAS VIAGENS E ROTAS

Compreender a dinâmica das viagens exige, além da descoberta dos pontos de origem e

destino, analisar e entender as motivações que levaram àquela viagem, quais foram suas rotas

e quais foram as razões para essa escolha, por parte do condutor. A Pesquisa O/D, como

apresentado no Capítulo 2, fornece esses dados, após realizar entrevistas com os motoristas que

incluem alguns motivos pré-estabelecidos.

Os motivos para realização das viagens foram classificados e agrupados nas seguintes

categorias: trabalho, lazer, saúde, compras, estudo, negócios e outros. A Figura 4.4 mostra a

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proporção de cada um desses motivos para as viagens de motos e veículos leves que trafegaram

pelo Estado do Rio de Janeiro.

Figura 4.4 – Motivo das viagens no RJ

As viagens com motivo de trabalho possuem a maior incidência da pesquisa, 43,47%

do total analisado, seguido pelas viagens a lazer, com 32,80%. O número de viagens como

motivo trabalho é justificado pelo fato de dois dos maiores postos de pesquisa em volume de

tráfego estarem localizados na Região Metropolitana do Rio de Janeiro (RMRJ), Figura 3.5, e

pela presença de 74% dos postos de trabalho do Estado do Rio de Janeiro, concentrados na

RMRJ, como sustenta o CENSO de 2010 (apud PERO e MIHESSEN, 2013).

É importante destacar que em todas as viagens realizadas com motivo trabalho, quase

95% das pessoas foram transportadas por meio de veículos leves, enquanto 5,73% utilizaram

motos, como mostra a Figura 4.5. Os motoristas das categorias de veículos pesados e ônibus

não responderam a essa parte do questionário.

Figura 4.5 – Número de pessoas a trabalho por categoria veicular

A motivação da viagem oferece insumos para compreender a origem e o destino da

viagem, mas não oferece dados sobre o trajeto percorrido. A motivação da rota, por outro lado,

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além de esclarecer os motivos que resultaram no trajeto, proporciona informações sobre o

comportamento do motorista e suas decisões pessoais.

Essas decisões são complexas e podem ser influenciadas por diversos fatores, como:

tempo de trajeto, motivo da viagem, distância a percorrer, segurança da via, tráfego, clima e

outros. Entender a motivação da rota, portanto, pode ajudar a traçar o perfil do motorista,

minimizar custos logísticos, prevenir acidentes ou otimizar serviços de transporte. É importante

frisar que os condutores de ônibus não preencheram essa parte do questionário, já que sua rota

é completamente estabelecida pela empresa

Nas viagens analisadas, o principal fator na escolha do trajeto de viagem é a distância.

A busca pelo caminho mais curto é predileção de 34,29% dos entrevistados nas Pesquisas O/D,

enquanto a escolha pelo caminho mais rápido partiu de 15,92% dos entrevistados, como mostra

a Tabela 4.1. Além disso há grande preocupação com a segurança das estradas (11,48%) e com

asfalto e sinalização (9,14%).

Tabela 4.1 – Distribuição das viagens por motivos de rota

Motivo de Rota Qtde. Entrevistas

Caminho mais curto 34,29%

Caminho mais rápido 15,92%

Ponto obrigatório de passagem 13,55%

Segurança 11,48%

Outros 9,32%

Asfalto e sinalização 9,14%

Ordens da empresa 3,19%

Turismo/Paisagem 1,40%

Proximidade hotéis e postos 0,91%

Ausência de pedágio 0,79%

Ao se analisar os motivos das rotas separados em categorias veiculares, nota-se que o

caminho mais curto predomina, sendo maior na categoria de motos e menor na de pesado, que

apresenta uma faixa de 22,6% das rotas, como ordens da empresa. A segurança é um critério

quase tão importante quanto as rotas de caminho mais curto, para as três categorias, como

mostra a Figura 4.6.

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Figura 4.6 – Motivo da rota por categoria de veículo

A análise, em separado, das frequências de rota, mostra a regularidade das viagens e dos

veículos ao longo dos períodos, criando um quadro que ajuda a entender e justificar as distâncias

percorridas e também a ratificar o comportamento de cada categoria de acordo com seu tipo de

serviço.

A partir da Figura 4.7, por exemplo, pode-se inferir que mais de 35% dos veículos leves

realizam a rota pelo menos uma vez por semana. Essa quantidade também é fragmentável, já

que cerca de 11% dos veículos fazem essa rota uma vez por semana, enquanto outros 11% a

realizam duas vezes por semana e, ainda, 6% a fazem por três vezes. As rotas diárias

representam pouco mais de 15%, ocorrendo até duas vezes por dia, em 12% das viagens.

.

Figura 4.7 - Frequência da ocorrência das viagens de veículos leves, por período e quantidade

Na categoria de veículos pesados observa-se um aumento das viagens com rotas

semanais, que chegam a quase 50% do total, enquanto a representatividade das viagens diárias

e anuais diminui bastante. As viagens semanais que ocorrem até duas vezes por semana têm um

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peso de mais de 30% e é valido notar que quase 10% dos caminhões fazem a mesma viagem

até três vezes por dia.

Figura 4.8 - Frequência da ocorrência das viagens de veículos pesados, por período e quantidade

O cenário muda por completo quando se passa a analisar o comportamento das rotas dos

ônibus, mostrado na Figura 4.9. Suas viagens diárias somam quase 45% do total nos períodos,

enquanto as viagens semanais ultrapassam os 35% e as viagens anuais não alcançam os 5%. As

rotas que ocorrem até duas vezes por dia predominam, chegando a 25%.

Figura 4.9 - Frequência da ocorrência das viagens de ônibus, por período e quantidade

Por fim, a categoria de motos tem um comportamento semelhante a dos ônibus, com

grande atividade diária e semanal e menores deslocamentos mensais e anuais, ver Figura 4.10,

sendo as viagens que ocorrem até duas vezes por período, responsáveis por quase 57% dos

casos.

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Figura 4.10 - Frequência da ocorrência das viagens de motos, por período e quantidade

DISTÂNCIAS MÉDIAS

Como visto no Capítulo 2, a Pesquisa O/D possui os dados de origem e destino de cada

entrevista realizada durante as fases de pesquisa, porém, não fornece as distâncias entre os

postos de coleta ou entre as cidades. A obtenção das distâncias apresentadas, portanto, dependeu

do uso de uma matriz de distâncias, fornecida pelo DNIT, que exibe as distâncias rodoviárias

entre todos os municípios brasileiros.

As viagens são divididas em 3 pontos de rota: o ponto de origem, o posto de coleta –

considerado como ponto intermediário, e o ponto de destino, de forma a se obter a melhor

aproximação para o percurso realizado nas viagens analisadas. Além disso, nos casos em que o

posto é localizado no mesmo município que o ponto de origem ou de destino, optou-se por

considerar a distância entre eles igual a zero, já que não há informações mais precisas sobre os

deslocamentos intramunicipais.

Como mencionado na Seção 4.1, foram validadas 60.086 entrevistas e, portanto, esse

número reflete o universo de viagens utilizados para a produção dos resultados que se seguem.

O cálculo da distância média, entretanto, não considera as distâncias zeradas, deslocamentos

intramunicipais, e, portanto, leva em consideração 51.324 entrevistas como base de cálculo.

Assim, como esperado, veículos pesados e ônibus realizaram as viagens mais longas

dentre as quatro categorias, em decorrência de suas naturezas de serviço, vide Figura 4.11.

Porém, ainda que representem apenas 5,34% de todos os veículos entrevistados, ver Figura

3.11, as motos alcançaram uma marca notável de 198 km de distância média percorrida.

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Figura 4.11 – Distância média, em km, por categoria

A distância média, porém, permite uma análise reducionista do atual perfil das viagens,

por isso, a Figura 4.12 mostra a relação da quantidade de veículos (ou viagens) pela distância

total percorrida, em escala logarítmica para melhor visualização da dispersão dos dados.

A figura confirma a predominância de veículos leves e pesados nas rodovias, além de

mostrar que as distâncias totais de maior frequência são inferiores a mil quilômetros. A

dispersão também mostra que ao passo que a frequência das viagens de mesma distância

aumenta, a distância percorrida diminui, contribuindo para as médias apresentadas.

Figura 4.12 – Dispersão das viagens por distância, em km

Outra forma de se analisar as distâncias médias é através da classificação do perfil

veicular entre veículos de passageiros e veículos de carga, de modo a obter um panorama do

modo de utilização do transporte rodoviário.

Das viagens mapeadas durante a pesquisa, os veículos de passageiros trafegaram por

241 km em média, enquanto os veículos de carga percorreram 671 km, ainda que de acordo

com o perfil da quantidade de veículos, 86,09% dos veículos transportam passageiros e 13,91%

transportam carga, como mostra a Tabela 4.2.

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Tabela 4.2 – Distância média percorrida por veículos de carga e passageiro

Distância Média (km) Quantidade Veículos (%)

Carga 671 13,91

Passageiro 241 86,09

Para entender os números de distância média percorrida, da Figura 4.11, buscou-se

analisar as origens dessas viagens regionalmente e compreender quais suas influências e relação

com as categorias veiculares. O número de viagens por região explicitado na Figura 4.13,

representa uma pequena parcela da quantidade total, visto que a Região Sudeste, suprimida por

questões gráficas, responde por mais de 58 mil viagens.

Figura 4.13 – Número de viagens por região do país, com exceção do Sudeste

Porém, ao explorar as distâncias médias regionais, separadas em categorias veiculares,

ver Tabela 4.3, é possível compreender a influência, principalmente, das regiões Norte e

Nordeste no resultado final da distância média.

Tabela 4.3 – Distância média percorrida por categoria veicular e por região (em km)

Categoria Centro-

Oeste Nordeste Norte Sudeste Sul

Pesado 1.502 1.835 3.182 230 1.270

Ônibus - 1.795 1.953 181 1.493

Leve 1.372 1.787 3.455 157 1.221

Moto 1.117 1.838 3.158 112 1.109

Por fim, é válida uma última análise sobre as distâncias médias registradas. Ao se

analisar as respostas sobre renda média dos condutores de veículos leves e motos, únicos a

preencherem esse campo do questionário, em comparação com as distâncias médias

percorridas, observa-se que existe uma relação quase direta entre os dois critérios.

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Entre uma renda zero e uma renda de R$ 4.001 até R$ 8.000 há uma relação

praticamente linear entre renda média e distância média, avaliando-se a soma das distâncias das

duas categorias. Porém, pode-se observar que condutores com renda de R$ 8.001 até R$ 16.600

percorrem distâncias médias maiores em mais de 200 km, quando comparado com condutores

com renda acima dos R$ 16.601, como mostra a Figura 4.14.

Figura 4.14 – Distância média (em km) em relação à renda média por categoria

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A dinâmica do tráfego nas rodovias é dada pela combinação de dados sobre os veículos

e sobre as viagens que estes realizaram. No Rio de Janeiro, por exemplo, mais de 71% das

viagens analisadas ocorrem dentro do estado e 92,3% dessas, são realizadas por veículos de

passageiros.

Os motivos de frequência e rota, caracterizam o condutor e, consequentemente, a

viagem, podendo fornecer insumos para: análises de demanda, como nos casos em que haja

pontos obrigatórios de passagem; de manutenção da via, quando asfalto e sinalização são

apontados como problemas; e planejamento de projeto, quando se leva em consideração o

caminho mais curto, para construção da melhor rota.

As distâncias, contudo, são os principais dados, junto ao tempo de percurso, quando se

trata de viagens. Os resultados mostram que a região norte possui as maiores distâncias médias

por categoria e que a medida que se aumenta a renda média do condutor, maior é a distância

média percorrida.

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5 CONCLUSÕES E TRABALHOS FUTUROS

Durante o período colonial e grande parte dos séculos que se seguiram, o Brasil manteve

pouco ou nenhum investimento em estradas que conectassem o país. O Rio de Janeiro, ainda

que pioneiro na criação das rodovias, só apresentou um desenvolvimento consistente após o

início da Segunda Guerra Mundial e com a implantação dos planos rodoviaristas no país.

Hoje, o modo rodoviário concentra mais de 60% da matriz de transporte de cargas e

uma frota de 100 milhões de veículos no país. O Estado do Rio de Janeiro, acompanhou o

crescimento do setor nas décadas de 80 e 90 e viu sua frota veicular crescer 72% na última

década, chegando à marca de 6,7 milhões de veículos, das mais diversas categorias.

O crescimento da frota de veículos, da malha rodoviária e do modo rodoviário, de forma

geral, não foi acompanhado pelo desenvolvimento de estudos e de planejamento para o setor.

O PNLT, utilizado como uma das principais fontes de dados para planejamento em transporte

no país, não foi atualizado desde 2011, por exemplo. O Plano Diretor de Transporte Urbano

(PDTU) do Estado do Rio de Janeiro, por outro lado, ainda que possua uma boa gama de

informações, tem um tempo de recorrência (ou atualização) elevado, cerca de 10 anos.

O trabalho vem, portanto, elucidar e trazer atualizações sobre o atual perfil dos veículos

e das viagens que ocorrem no Estado do Rio de Janeiro, para que esses dados possam ser

utilizados em futuras pesquisas, estudos ou no planejamento de infraestrutura ou mobilidade de

transportes.

Todos os resultados foram obtidos através da manipulação das pesquisas de tráfego O/D

e CVC, no software Power BI e no Microsoft Excel. Foram acrescentadas também informações

externas, advindas do DNIT, como a matriz de distâncias entre os municípios do país e a

associação dos postos de pesquisa com as principais rodovias federais que cortam o estado.

O trabalho constata a predominância dos veículos leves, no perfil veicular do estado,

seguidos pelos veículos pesados, ônibus e motos. Esse padrão se repete ao longo do dia, com

faixas maiores de leves, ônibus e motos enquanto há luz solar e um aumento da proporção de

pesados ao adentrar a madrugada. A frota veicular estudada, ainda, é classificada de acordo

com a propriedade dos veículos, o tipo de serviço, o transporte e tipos de carga, além de uma

análise dos combustíveis utilizados.

Enquanto grande parte das investigações realizadas para compreender o perfil de

veículos, teve como base a Pesquisa CVC, para se chegar a distância média e seus entrelaces,

fez-se uso, completamente, da Pesquisa O/D. As viagens dentro do estado são, como previsto,

as de maior volume e influenciam diretamente nos resultados do Rio de Janeiro.

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As maiores distâncias médias foram registradas na categoria de veículos pesados,

seguidos pelos ônibus, veículos leves e motos. Além disso, constatou-se que as cargas

transportadas no modo rodoviário percorreram em média 671 km.

O estudo traz uma grande variedade de informações gráficas, além de comparações entre

categorias, tanto para os veículos, quanto para as viagens e atende ao propósito de apresentar o

atual cenário rodoviário do Estado do Rio de Janeiro.

Por fim, essas análises podem ser expandidas para todo o território nacional, se todos os

300 postos de pesquisa forem considerados, e, com isso, ajudar o planejamento nacional,

principalmente, em locais com poucas informações disponíveis.

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6 REFERÊNCIAS

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CAMARA. Modelagem matemática para localização de unidades de apoio para auxiliar

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COIMBRA, C. Visão Histórica e Análise Conceitual dos Transportes no Brasil. Rio de

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ANEXO A – FORMULÁRIO DE PESQUISA O/D

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ANEXO B – FORMULÁRIO DE PESQUISA CVC – PARTE 1

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ANEXO C – FORMULÁRIO DE PESQUISA CVC – PARTE 2

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ANEXO D – MAPA RODOVIÁRIO DO RIO DE JANEIRO