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Faculdade de Ciências Contábeis e Administrativas de Cachoeiro de Itapemirim – FACCACI ATOS CONSTITUTIVOS S.A Direito Empresarial Professor: Ary Ribeiro Paulucio Gabriela Ferreira de Souza de Carvalho Larissa Eliotério de Araújo 3º ADM

DIREITO

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Faculdade de Ciências Contábeis e Administrativas

de Cachoeiro de Itapemirim – FACCACI

ATOS CONSTITUTIVOS S.A

Direito EmpresarialProfessor: Ary Ribeiro Paulucio

Gabriela Ferreira de Souza de CarvalhoLarissa Eliotério de Araújo

3º ADM

Cachoeiro de Itapemirim 27 de junho de 2011

INTRODUÇÃO

Historicamente as sociedades anônimas tiveram seu berço vinculado à ordem do Estado, com o objetivo de arrecadar recursos para a realização de grandes obras, e até mesmo para patrocinar as guerras, emitia títulos (ações), que eram resgatáveis, proporcionando aos seus titulares os bônus dos empreendimentos (podia haver lucro ou prejuízo).

As companhias de colonização são as verdadeiras mães das sociedades anônimas. Organizadas nos séculos XVII e XVIII, as grandes navegações careciam de grandes investimentos, geralmente oriundos da realeza e da burguesia, que começava, nesta época, a ensaiar a Revolução Industrial (que, por sua vez, causou a criação de todos os tipos de sociedades comerciais que temos nos dias de hoje).

As Companhias das Índias Orientais, construídas inicialmente na Holanda, partiam para o oriente atrás de especiarias e pedras preciosas, produtos com elevado poder de comercialização.

As Companhias das Índias Ocidentais eram no total de quatro: a francesa, a sueca, a dinamarquesa e a holandesa. Esta última realizou uma das mais bem sucedidas viagens de exploração com objetivo específico de explorar o nordeste brasileiro, com a fundação da cidade de Olinda.

Podemos entender a trajetória histórica das sociedades anônimas através de três períodos distintos (síntese utilizada por Fábio Ulhôa Coelho):

1. OUTORGA – Quando a participação societária só era permitida com autorização do monarca. É o primeiro momento das sociedades anônimas.

2. AUTORIZAÇÃO – Neste momento esta autorização era concedida pelo governo.

3. REGULAMENTAÇÃO (período atual) – Observa-se apenas o regime jurídico próprio para o registro das sociedades nos órgãos competentes.

CONCEITO

Sociedade anônima ou companhia é a pessoa jurídica de direito privado, empresária por força de lei, regida por um estatuto e identificada por uma denominação, criada com objetivo de auferir lucro mediante o exercício da empresa, cujo capital é dividido em frações transmissíveis (ações), composta por sócios de responsabilidade limitada ao pagamento das ações subscritas.

É a sociedade em que o capital é dividido em ações, limitando a responsabilidade do sócio ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas. As ações, títulos representativos da participação societária, são livremente negociáveis. Dessa forma nenhum acionista pode impedir o ingresso de quem quer que seja no quadro associativo. É considerada sociedade institucional ou normativa e não contratual, já que nenhum contrato liga os sócios entre si. 

CARACTERÍSTISCAS

As S/A, no direito brasileiro, se distinguem das demais sociedades comerciais pelas seguintes características:

- Divisão do capital social em partes, em regra, de igual valor nominal. Essas partes do capital social são denominadas ações;

- Responsabilidade dos sócios limitada apenas ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas, não respondendo, assim, os mesmos perante terceiros, pelas obrigações assumidas pela sociedade;

- Livre acessibilidade das ações por parte dos sócios, não afetando a estrutura da sociedade a entrada ou retirada de qualquer sócio, podendo ser classificada em aberta ou fechada, conforme tenham, ou não, admitidos à negociação, na Bolsa ou no mercado de balcão, os valores mobiliários da emissão dessas ações;

- possibilidade da subscrição do capital do social mediante apelo ao público; - possibilidade de pertencerem às sociedades menores ou incapazes, sem que esse fato acarrete nulidade para a mesma;

- Será sempre possível a penhora da ação em execução promovida contra acionista;

- Falecendo o titular de uma ação, não poderá ser impedido o ingresso de seus sucessores no quadro de associativo. O herdeiro ou legatário de uma ação transforma-se,

queira ou não, em um acionista da sociedade anônima;

- O preço de emissão das ações é fixado pelos fundadores, quando da constituição da companhia, e pela assembléia geral ou pelo conselho administrativo, quando do aumento do capital social com emissão de novas ações;

- A S/A é sempre mercantil, mesmo que seu objeto seja civil. Uma companhia que se dedique à intermediação imobiliária, portanto, não obstante ter por objeto uma atividade tipicamente não comercial, será comerciante e estará sujeita ao regime jurídico-comercial, pela só adoção do tipo societário, o que não ocorre com as demais sociedades tipificadas na lei que podem, em função da natureza de sua atividade, ser civis ou comerciais.

- Segundo o art. 3° da Lei 6.404 (Lei das S/A),

Art. 3º A sociedade será designada por denominação acompanhada das expressões "companhia" ou "sociedade anônima", expressas por extenso ou abreviadamente, mas vedada a utilização da primeira ao final.

        § 1º O nome do fundador, acionista, ou pessoa que por qualquer outro modo tenha concorrido para o êxito da empresa, poderá figurar na denominação.

        § 2º Se a denominação for idêntica ou semelhante a de companhia já existente, assistirá à prejudicada o direito de requerer a modificação, por via administrativa (artigo 97) ou em juízo, e demandar as perdas e danos resultantes.

O nome da empresa deve vir acrescida das palavras SOCIEDADE ANÔNIMA ou COMPANHIA, por extenso ou abreviadamente, sendo que esta última expressão não poderá ser utilizada no final do nome empresarial.

O nome do fundador, acionista, pessoa que contribui para o sucesso da empresa ou mesmo alguém que se queira homenagear, pode figurar na denominação.

Ao contrário do que ocorre nas firmas, o nome do sócio na denominação da sociedade anônima não lhe dará maior responsabilidade do que a que têm todos os acionistas, ou seja, a de responder cada um perante a sociedade, pelas importâncias das ações subscritas ou adquiridas. A menção ao ramo do comércio na denominação é facultativa.

Sociedade Anônima: Possui estatuto.

A Lei 6404/76 limita o estatuto.

. Art. 19. O estatuto da companhia com ações preferenciais declarará as vantagens ou preferências atribuídas a cada classe dessas ações e as restrições a que ficarão sujeitas, e poderá prever o resgate ou a amortização, a conversão de ações de uma classe em ações de outra e em ações ordinárias, e destas em preferenciais, fixando as respectivas condições

CONSTITUIÇÃO DA COMPANHIA

REQUISITOS PRELIMINARES

Considerando que os acionistas têm responsabilidade limitada e que os valores mobiliários da companhia podem ser objeto de negociação no mercado, é natural que o direito positivo regulamente, com rigor, os procedimentos necessários à constituição da sociedade anônima. Seu papel socioeconômico o exige.Requisitos preliminares é a expressão adotada pela LSA (art. 8º) para identificar atos de pré-constituição da sociedade anônima, ou seja, os atos formais e inafastáveis que antecedem a constituição propriamente dita:Subscrição por, pelo menos, duas pessoas, de todas as ações em que se divide o capital social fixado no estatuto;Realização, como entrada, de 10%, no mínimo, do preço de emissão das ações subscritas em dinheiro; e depósito, no Banco do Brasil S/A, ou outro estabelecimento bancário autorizado pela CVM, da parte do capital realizado em dinheiro.O fundador, em cinco dias após o recebimento das entradas, deve depositá-las em nome dos respectivos subscritores e a favor da sociedade em organização. A companhia só poderá levantar esses valores depois de adquirir personalidade jurídica. Se, decorridos seis meses do depósito, a companhia não se constituir, o banco restituirá as quantias depositadas, diretamente, aos subscritores.

PROCEDIMENTOS CONSTITUTIVOS

Como o capital inicial da companhia pode ser subscrito público ou particularmente, há duas formas procedimentais diversas adotadas para sua constituição:A constituição continuada ou sucessiva, na subscrição pública do capital; eA constituição simultânea, na subscrição particular.Tais ritos são radicalmente diferentes, mas representam algumas regras comuns, que merecem alusão:Tanto na assembléia geral como na escritura pública, o subscritor não precisa estar presente, podendo fazê-lo via procurador com poderes especiais;É desnecessária a escritura pública para a incorporação de imóveis na formação do capital social;Os fundadores e instituições financeiras que participarem da constituição da sociedade respondem pelos prejuízos resultantes de atos ilegais;Os fundadores são solidariamente responsáveis por eventuais danos dolosos ou culposos que causarem na fase pré-constitutiva;

Os fundadores devem entregar aos primeiros administradores da companhia todos os documentos desta;Entre fundadores e subscritores nenhum nexo contratual se estabelece;Os primeiros administradores são responsáveis solidariamente, perante a companhia, por prejuízos causados pela demora no cumprimento das formalidades complementares à sua constituição;Enquanto não completo o processo de constituição, a companhia deverá portar na denominação a expressão em organização.

SUBSCRIÇÃO PÚBLICA (CONTINUADA OU SUCESSIVA)

Continuada ou sucessiva é a subscrição pública, porque desmembra a constituição da companhia em fases, sendo a primeira pré-constitutiva, e a última, conclusiva.Por oportuno, fique dito que a companhia aberta se constitui por subscrição pública que depende de prévio registro na CVM e somente pode ser efetuada com a intermediação de instituição financeira.Esta integrante do sistema de distribuição de valores mobiliários assessora a companhia em organização desde o estudo de viabilidade e registro de emissão, mediante o contrato deunderwriting (contrato de garantia de subscrição ou de colocação, conforme o caso).O assessoramento do underwriter pode ser resumido no binômio assessoramento-mediação. Sua função econômica “é a de servir como um elemento de aproximação entre a empresa que emite publicamente os valores mobiliários e o público investidor. Nessa linha, ressalta a sua atuação como empresa especializada, apta a assessorar a companhia emissora em todas as etapas do lançamento ao público de seus valores mobiliários”.

A etapa pré-constitutiva sugere a figura do fundador.Fundadores da companhia são as pessoas que tomam a iniciativa de sua geração e presidem os atos que a lei reputa necessários para a sua constituição válida. Não precisam ser subscritores, podem não se tornar acionistas, consistindo seu trabalho em idealizar a companhia e encetar as medidas cabíveis para sua concretização. Com plenos poderes para instituir a sociedade, incumbem-se de todos os atos preparatórios, por exemplo, redação do estatuto, convocação daAssembléia Constituinte, etc.Ao longo da LSA, diversos dispositivos orientam sua atuação, bastando destacar que:Fixam o preço de emissão das ações sem valor nominal, na constituição da companhia (art. 14, caput);Organizam e assinam o prospecto que institui o pedido de registro à CVM no caso da companhia aberta (art. 82, parágrafo 1º, c); Estimam o valor dos bens com que se pretende integralizar o capital (art. 84, inciso II);Convocam e presidem a Assembléia Geral de constituição da companhia (art. 86, inciso II, e art. 87, parágrafo 1º); respondem solidariamente por eventuais prejuízos dolosos ou culposos em atos ou operações anteriores à constituição (art. 92, parágrafo único); respondem pela entrega aos primeiros administradores eleitos de todos os documentos constitutivos (art. 93); assinam os originais do estatuto e do prospecto para arquivamento no Registro de Empresas Mercantis e autenticam a relação de subscritores do capital (art. 95, incisos I e II). A constituição sucessiva está escalonada em quatro segmentos: registro na CVM; subscrição do capital social; assembléia de fundação; e personificação da companhia.

REGISTRO NA CVM

O pedido de registro de emissão, além de atender às normas expedidas pelaCVM deverá ser instruído com: o estudo da viabilidade econômica e financeira do empreendimento; o projeto do estatuto social; e o prospecto assinado pelos fundadores e pela instituição financeira intermediária.O estudo da viabilidade econômica e financeira da companhia que se pretende constituir inaugura o pedido de registro à CVM.Embora correta em parte, a lição do notável comercialista, parece-nos que a peça em questão é juridicamente relevante, à medida que, nos termos do art. 82, parágrafo 2º, da LSA, aCVM poderá denegar o registro por inviabilidade ou temeridade do empreendimento. Assim sendo, sem olvidar-se da preservação da segurança e da idoneidade do mercado de capitais, pelos quais aquela entidade pública deve zelar, a companhia aberta só poderá se constituir se evidenciar que o empreendimento é viável, seja do ponto de vista econômico, seja sob a perspectiva financeira, o que torna a exigência legal mais que mero suporte retórico.Sobre o projeto dos estatutos, a lei reclama um conteúdo geral, comum a todas as sociedades empresárias, e um conteúdo específico, com os elementos inerentes às sociedades anônimas.O estatuto é bifrontal. De um lado, é a lei original disciplinadora da companhia.De outro, é a representação formal do contrato plurilateral que se consuma quando aprovado pelos subscritores de mais da metade do capital social, em assembléia.O estatuto é o documento fundamental da sociedade anônima, como um contrato que traduz a extensão da lei, impondo-se sua estrita observância, como condição de validade de todos os atos da vida societária e como garantia de terceiros que com ela negociem.Quanto a seu conteúdo, deve satisfazer a todos os requisitos exigidos para os contratos das sociedades empresárias em geral e aos peculiares às companhias, e conterá as normas pelas quais estas se pautarão. Quanto se cuida da constituição continuada ou sucessiva (por subscrição pública), o ato inaugural assume invulgar relevo, à medida que passará, preliminarmente, pelo crivo da CVM, que poderá condicionar o registro de emissão de valores a modificações estatutárias. Mais. Na fase definitiva de constituição da companhia, já terá se tornado intangível, não comportará mais alterações: ou será aprovado pela assembléia ou a companhia não se constituirá.É conveniente alinhavar que nenhuma questão mais grave se apresenta, quando a companhia se constitui por escritura pública, veículo constitutivo semelhante aos de outros tipos societários.

PROSPECTO

O prospecto (memorandum of association) a que alude o art. 82, parágrafo 1º, letra “c”, da LSA, é a exposição clara e precisa das bases da sociedade e dos motivos ou razões que têm os fundadores para esperar êxito do empreendimento.O prospecto (informe prévio) deve declarar, com precisão e clareza: valor do capital social a ser subscrito, o modo de sua realização e a existência ou não de autorização para futuro aumento; parte do capital a ser formada com bens, a discriminação desses bens e os valores a eles atribuídos pelos fundadores; número, espécies e classes de ações em que se dividirá o capital, o valor nominal das ações e o preço de sua emissão;

importância da entrada a ser realizada no ato da subscrição; obrigações assumidas pelos fundadores, os contratos assinados no interesse da futura companhia e as quantias já despendidas e por despender; vantagens particulares a que terão direito os fundadores ou terceiros e o dispositivo do projeto do estatuto que as regula; autorização governamental para constituir-se a companhia, se necessária; datas de início e término da subscrição e as instituições autorizadas a receber as entradas; solução prevista para o caso de excesso de subscrição; prazo para a assembléia de constituição da companhia, ou a preliminar para a avaliação dos bens, se for o caso; qualificação completa de cada acionista ou, se pessoa jurídica, a firma ou denominação, nacionalidade e sede, bem como o número e espécie de ações que cada um houver subscrito; instituição financeira intermediária do lançamento.Examinando a documentação, a CVM poderá conceder o registro de emissão, condicioná-lo a modificações no projeto de estatuto e/ou no prospecto, ou, ainda, indeferir o registro, seja por inviabilidade do empreendimento, seja por inidoneidade dos fundadores.Consumado o registro, a etapa seguinte da fase pré-constitutiva destina-se à subscrição do capital social, que será efetuada perante a instituição autorizada.

PRINCÍPIOS ESTRUTURANTES

Os princípios estruturantes são aqueles sobre os quais está edificado o modele companhia. São os princípios nucleares, dos quais decorrem os sub-princípios e as regras disciplinadoras das sociedades anônimas. Também funcionam como “operadores paramétricos”, ou seja, como critérios básicos de interpretação que iluminam todo o sistema do anonimato empresarial, contagiando cada uma de suas normas. Tais princípios são: a responsabilidade limitada; a divisão do capital em frações negociáveis.

RESPONSABILIDADE LIMITADA

A responsabilidade do acionista é limitada no sentido de que se obriga, apenas, pela integralização do valor das ações que subscreve, quer dizer, pela parcela do capital social que adquire. Não responde pelas dívidas da sociedade, mas tão-somente pela integralização da ação. Participa da sociedade com risco restrito ao valor pelo qual se compromete. Propende mais para a condição de investidor, no empreendimento, do que para o status do sócio.Dessa forma, pelo pagamento das ações subscritas, o acionista responde ilimitadamente, perante a sociedade, até as integralize, quando nada deverá nem à sociedade nem a terceiros que com ela negociem. A companhia é que responderá com todo o seu patrimônio.Há dois complexos patrimoniais perfeitamente distintos: o da sociedade e o do acionista. Aquela é uma pessoa jurídica com seus bens, créditos e débitos. Este é uma pessoa natural, com seus bens, créditos e débitos. São sujeitos jurídicos e rigorosamente diversos.

DIVISÃO DO CAPITAL EM AÇÕES

O segundo princípio refere-se à divisão do capital social em ações. A sociedade anônima é um ser jurídico, cujo capital é dividido em quinhões transferíveis e negociáveis representados por papéis chamados ações. Sua nota diferencial é a congregação de capitais de titularidade móvel.Trata-se de um mecanismo complexo marcado pela impessoalidade, embora seja fato que, durante a fase de sua constituição, não passa despercebido o elemento pessoal, visto não serem os capitais ou as ações que a organizam, porém os subscritores do capital, os sócios. Uma vez formalmente legalizada, a impersonalidade é quase absoluta.Assim, este segundo princípio alude a nenhuma importância da pessoa do acionista para a tipificação da sociedade: mudam os sócios sem que isso importe a alteração do ato constitutivo. A irrelevância pessoal é tal que a participação societária acaba por se tornar uma singela representação de crédito.É uma sociedade de capital constituída por frações com titularidade móvel e impessoal, ou seja, seu capital é dividido em ações suscetíveis de transferência, não interessando a pessoa de seus detentores. Transferem-se as participações, a sociedade não tem face, a dinâmica do capital substitui o personalismo estático, mobilizam-se economias de vastos contingentes populares.Sob o pálio desses princípios, convivem algumas características comuns e outras próprias da companhia.

CARACTERÍSTICAS SOCIETÁRIAS COMUNS

Por características comuns devemos entender aquelas inerentes a qualquer sociedade empresária e, por isso, também presentes na sociedade anônima. a personalidade jurídica de direito privado; o exercício de atividade empresarial lícita como objeto social; e o lucro como objetivo social.

Para abordar as características das S.A. é necessário definir um conceito de sociedade anônima. Sociedade anônima, também chamada de companhia, é aquele tipo societário em que o capital social é dividido em ações e no qual o sócio responde pelas obrigações sociais até o limite do preço de emissão das ações que possuem.

A definição apresentada pela lei das sociedades anônimas (lei 6404/1976) é a seguinte:

“Art.1. A companhia ou sociedade anônimas terá o capital dividido em ações, e a responsabilidade dos sócios ou acionistas será limitada ao preço de emissão das ações subscritas ou adquiridas”.

“Anônima é a sociedade empresária com capital social dividido em valores mobiliários representativos de um investimento (as ações), cujos sócios têm, pelas

1 REQUIÃO, Rubens. Curso de Direito Comercial. Vol II. Pág 38

2 ALMEIDA, Amador Paes de. Manual das Sociedades Comerciais. Pág. 166 obrigações sociais, responsabilidade limitada ao preço de emissão das ações que

titulariam “3

Em ambos os conceitos de sociedade anônima é encontrada essas duas relações: capital social dividido em ações e responsabilidade dos sócios limitada ao preço de emissão dessas ações.

Capital social é a soma do capital que os sócios disponibilizaram que a sociedade empresária desenvolvesse a atividade econômica. Portanto, ele é formado pela contribuição de todos os sócios podendo ser formado por bens ou dinheiro, e constitui a sede do universo político da S.A., acaba representando a garantia dos credores.

Ele é fixado no estatuto, e a Lei das S.A., no art. 5° par. único, “in verbis”, determina que sua expressão monetária seja corrigida anualmente. O estatuto pode determinar o aumento do capital social sem a sua alteração, na hipótese da sociedade de capital autorizado, e, onde o aumento posterior do capital se dá por deliberação da assembléia geral ou do conselho de administração.

As sociedades anônimas podem ser classificadas como abertas ou fechadas, analisando a negociação ou não de ações na bolsa de valores.

As abertas permitem a negociação de ações na bolsa de valores, no chamado mercado de valores mobiliários em oposição as sociedades fechadas que não permitem ações negociáveis nesses mercados.

“Art.4o. Para os efeitos desta Lei, a companhia é aberta ou fechada, conforme os

valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários”.

A sociedade anônima aberta é aquela que proporciona maior capacidade de reunião de recursos uma vez que seus sócios acionistas podem nem se conhecer e estarem apenas interessados em lucro e, para isso, terem comprado ações dessa empresa na bolsa de valores. Importante observar que a companhia só pode ser aberta se tiver autorização do governo para isso. Vale destacar que essas companhias abertas apresentam liquidez muito maior do que as fechadas.

Por oferecerem suas ações ao público em geral as companhias abertas também se sujeitam à fiscalização governamental e seus atos tem que se revestir, principalmente, de grande publicidade. Quem fixa normas sobre esse tema é a Comissão de Valores Mobiliários.

PERSONALIDADE JURÍDICA

A companhia é uma pessoa jurídica de direito privado constituída por, no mínimo, duas pessoas (art. 80, inciso I, da LSA). Tem, portanto, existência distinta da de seus membros.É uma realidade jurídica autônoma em relação a eles; tem nome, patrimônio e domicílio próprios.Distingue-se das demais sociedades por uma denominação, ostenta patrimônio inicialmente oriundo de seu capital social constitutivo e está domiciliada no lugar de sua sede administrativa. A exemplo dos demais tipos societários, a anônima resulta de um contrato plurilateral, ou seja, um contrato de convergência de vontades pelo qual cada sócio assume obrigações com os demais e com o ente embrionário (a sociedade), que é o escopo comum e finalístico para onde estão direcionados aqueles interesses.Não há nenhuma razão especial que justifique atribuir-se ao ato conceptivo da companhia uma natureza jurídica diversa da que ostenta o de qualquer outra espécie de sociedade, apesar da reconhecida complexidade dos chamados atos de pré-constituição. A sociedade anônima, como as demais, vem à luz sempre como produto de uma convergência de vontades que se exterioriza em cada subscrição de ações e se positiva na assembléia constitutiva.A LSA determina que à constituição da companhia deve, necessariamente, suceder o arquivamento e a publicação de seus atos constitutivos (art. 94), sob pena de não poder funcionar como tal. Com isso, fica evidente que o registro tem natureza constitutiva e não meramente declaratória. Ou seja, a personalidade jurídica da sociedade anônima aperfeiçoa-se com a publicação, em 30 dias, de seu estatuto registrado, bem como da pertinente certidão do arquivamento, em órgão oficial do local de sua sede.

EMPRESA COMO OBJETO SOCIAL

O objeto de uma sociedade é a razão de sua constituição e o que, basicamente, a individualiza. Seu objeto é a empresa, como organização da atividade econômica voltada para a produção de bens ou serviços. A empresa é uma coordenação finalística de atos, uma seqüência ordenada e habitual de atos ou negócios jurídicos de conteúdo econômico, praticados profissionalmente com intuito de lucro. Em suma, uma atividade econômica organizada.A companhia existe para exercer a atividade empresarial. Contemplada apenas sob essa ótica, tem o mesmo objeto das demais sociedades empresárias. Não é o objeto que a distingue daquelas, mas, sua peculiar constituição, a complexidade de sua estruturação administrativa, o fracionamento do capital em unidades negociáveis, a possibilidade de vender seus valores mobiliários no mercado de capitais e a limitação da responsabilidade dos sócios pontuais.A dicção legal não enseja dúvidas: pode ser objeto da companhia, empresa de fim lucrativo. Entretanto, não qualquer empresa. Somente aquela atividade que não afronte a lei, não contrarie a ordem pública ou os bons costumes. Em poucas palavras, o objetivo de lucro deve ser perseguido mediante empresa juridicamente lícita e moralmente adequada. A lei não se contenta com a legalidade do objeto, reclama sua conformação ética.Nem pode ser diferente. O direito não pode reconhecer, abrigar e conferir personalidade jurídica a qualquer atividade que o renegue ou a suas finalidades maiores. Por mais que se admita a plasticidade do mundo negocial, o contexto jurídico é de submissão à lei e subsunção aos ditames morais.

Já ao cuidar da fase constitutiva, o art. 83 da LSA enuncia que o projeto de estatuto “conterá as normas pelas quais se regerá a companhia”. A lei não pretende que o estatuto desça às minúcias, mas que seja suficientemente claro para singularizar a empresa que se pretende praticar.O Decreto nº 1.800/96, que regula a Lei 8.934/94 (Registro de Empresas Mercantis e Atividades Afins), dispõe, em seu art. 53, inciso I, que não podem ser arquivados “os documentos que não obedecerem à prescrições legais ou regulamentares ou que contiverem matéria contrária à lei, à ordem pública ou aos bons costumes...”O estatuto social deve definir o objeto social de modo preciso, delimitando o campo de atuação da sociedade. Para o parágrafo 2º do art. 53 do Decreto nº 1.800/96, “entende-se como preciso e detalhadamente declarado, o objeto da empresa mercantil quando indicado o seu gênero e espécie.Quando a lei enuncia que o ato conceptivo da companhia deve definir o objeto social de modo preciso e completo, quer dizer que o estatuto precisa delimitar integral e cabalmente a espécie e a extensão da atividade empresarial que se vai exercitar; ou seja, a definição da empresa. Trata-se de exigência indispensável porque, na intimidade social, é o parâmetro nuclear para aferição dos limites de atuação dos administradores da companhia. É o que vai circunscrever o espectro de responsabilidade de cada administrador, é o que vai determinar se há ou não subversão das metas sociais, se efetivamente ocorre inobservância estatutária por desvio do objeto social. Já na dimensão externa, é o que serve como bússola aos terceiros que negociam com a sociedade. Mais que mero rótulo, é o que expressa a alocação da companhia no universo empresarial.Registre-se, por outro lado, que apesar de sua reconhecida indiferenciação em relação às pessoas dos sócios, a companhia não deixa de ser produto da vontade deles. Ora, se convergiram para investir numa forma específica de atividade, certamente não se despiram do poder de divergir de eventuais alterações substanciais de percurso. A prática de atos de filiação econômica que se revelam espúrios, quando cotejados com o objeto social proclamado no estatuto, autoriza, e em certas circunstâncias, recomenda a dissensão.Pode parecer, numa primeira abordagem, que a rigidez da normação em tela favorece a paralisia empresarial, máxime num contexto complexo, em que os negócios andam mais rápidos que sua regulamentação legal. As constantes metamorfoses do mundo econômico sugerem flexibilidade e, às vezes, até compelem à diversificação da atividade empresarial. Bem por isso, a LSA consente na alteração do objeto social da companhia, mas, nesse caso (art. 136, VI), assegura ao acionista dissidente o direito de recesso mediante o reembolso dos valores que titulariza (art. 137, caput).Urge sublinhar que não se está aludindo àquelas atitudes formalmente dissonantes com o objeto social. Não é isso. O critério para diagnóstico de condutas estranhas ao objeto social é finalístico. Um ou outro ato negocial pode entremostrar-se divorciado das atividades nucleares da companhia, mas revelar-se necessário para a plena consecução daquelas. Só há ato estranho ao objeto social ou abuso de poder quando não coincidentes com a atividade econômica da sociedade. Advirta-se, para boa compreensão da matéria, que é preciso diferenciar as atividades instrumentais e as atividades finais da companhia, o que, na prática, nem sempre é muito fácil. Essa distinção é importante, porque, no caso concreto o exame da eventual dissonância de uma conduta em relação ao objeto social passa, necessariamente, pela consideração das atividades finais, ou seja, aquelas que correspondem à razão de ser da companhia.Como se percebe objeto social não é uma noção tão precisa e tão inflexível, reclamando para o diagnóstico de sua violação uma análise de correlação entre as atividades-meios e

os fins colimados. Só quando aquelas não se entremostrarem predispostas à concretização destes é que serão tidas como atos estranhos ao objeto social. Entretanto, se houver nexos de conclusividade, se as atividades-meios estiverem direcionadas na mesma linha de desdobramento causal, não há como se cogitar de mácula ao objeto social.A companhia também pode ter por objeto participar de outras sociedades. À evidência, referido objeto deve ser previsto no estatuto. É a regra, mas, nem sempre incontornável. ALSA oferece alternativas que permitem relativizar a imposição. Dessa forma, ainda que não contemplada no estatuto, a participação é facultada em duas circunstâncias: como meio de realizar o objeto social; ou para desfrute de incentivos fiscais.É a realização oblíqua ou reflexa do objeto social de que trata o parágrafo 3º, do art. 2º da LSA. Lendo-se a regra por inteiro, verificação que a junção societária como objeto social é possível: se estipulada no estatuto como exclusivo objeto social; se, não prevista estatutariamente como objeto social, servir para viabilizá-lo; ou se não contemplada como objeto no estatuto, proporcionar a recepção de incentivos fiscais.É bom esclarecer que não se trata apenas da hipótese de ser sócia ou controladora de outra sociedade, mas até mesmo de constituir nova sociedade com outra sociedade ou empresário individual. As alternativas implícitas na participação são variadas. Constante é a finalidade superior de realizar o objeto social.A lei tem em conta que o estatuto, conquanto preciso, não é dogmático e sua intangibilidade nativa não é absoluta. Se a participação em outras sociedades é o caminho para a densificação da empresa, não será pela imprevisão estatutária que se postergará a substância para atender à forma. Não se trata, apenas, de louvável ductibilidade legal, mas de coerência.Também assim, a lei enseja a participação, a despeito de inexistir previsão estatutária, quando necessária para a companhia beneficiar-se de incentivos fiscais. É regra permissiva consonante com o papel socioeconômico desempenhado pela companhia e adequado às contingências de uma época em que a intensidade e o volume da tributação acossam, para não dizer oprimem, as sociedades empresárias.Ora, se o governo, tendo em mira o interesse geral, oferece estímulos à sociedade contribuinte que se associa com outra para colaborar com sua atividade superior, mais que o cumprimento precípuo do objeto social, interessa o objetivo social de proveito patrimonial pela redução dos encargos fiscais. Afinal, o objeto social (empresa) é instrumento para a consecução do objetivo social (lucro), e não o contrário.Na verdade, as exceções em foco não traduzem transformação do objeto social, mas adequação terapêutica adotada para conduzir a sociedade ao cumprimento do programa que serviu de esteio a sua constituição, sem necessidade de deformação formal de seu espectro objetivo. O estatuto da companhia é programático, mas não predestinado. Definidor, não redutor.

OBJETIVO DE LUCRO

É óbvio que não se confundem objeto social e objetivo social. O primeiro é imediato; o segundo é remoto. O primeiro é meio para concretização do segundo. Senão, vejamos:O objeto social é essencialmente comum: a prática da empresa. A diversificação reside na espécie de atividade, no ramo escolhido. Por exemplo, tanto exercita a empresa a sociedade que explora o ramo hoteleiro como a que vivencia o de eletrodomésticos, ou aquela outra, que fabrica calçado, ou que se dedica à exploração do tráfego aéreo, etc.

Agora, o objetivo social que se pretende alcançar via atividade empresarial é outra coisa. Em princípio, pode ou não ser o lucro. Ainda que todas as sociedades empresárias sejam criadas para o exercício de atividade econômica, nem toda sociedade colima fito lucrativo. Realmente, a busca de vantagens patrimoniais não serve, em regra, como traço diferencial entre as diversas modalidades de sociedades empresárias.Contudo, aqui, até por definição legal, a meta lucrativa faz parte do tipo companhia. A produção de riqueza sem busca de ganho patrimonial é incompatível com a sociedade anônima. Ao preceituar que “pode ser objeto da companhia qualquer empresa de fim lucrativo...”, o legislador diz que objeto é a empresa e seu objetivo é o lucro. Por isso, a realização de lucros é integrante essencial de seu perfil, é seu fim social, a ratio essendi de sua existência no universo real e uma de suas marcas distintivas no plano jurídico.

CARACTERÍSTICAS PRÓPRIAS DA COMPANHIA

São características próprias da companhia aquelas relativas à sua individualização como tal no contexto societário, quer dizer, as linhas que as singularizam: natureza empresarial ex-vi legis; identificação exclusiva por uma denominação; e valor subscrito como limite de responsabilidade

NATUREZA EMPRESARIAL

Qualquer que seja seu objeto, a companhia é empresária por força de sua própria formatação, quer dizer, porque adota a forma acionária, dia o parágrafo 1º do art. 2º da LSA.Aqui estamos diante de uma exceção ao princípio vigente no direito brasileiro, segundo o qual a forma não determina a natureza da sociedade. Se uma sociedade simples pode, por exemplo, adotar a forma de sociedade limitada, sem que só por isso se torne empresária, no caso da companhia, a lei é expressa: outorga o caráter empresarial sem levar em conta o objeto social.Não há, pois, aqui, qualquer preocupação quanto à difícil distinção entre sociedades simples e empresárias, separadas hoje tão-somente pelo processo de insolvência peculiar destas (falência), já que tecnicamente incindíveis com esteio no critério da persecução de lucros. Uma sociedade de pessoas pode ser de um tipo ou outro, conforme seu objeto. No caso da sociedade de capital, a forma, por si só, já lhe confere o caráter empresarial.O dispositivo aludido assinala que a companhia é disciplinada “pelas leis e usos do comércio”, declarando, pois, expressamente, suas fontes. Desse modo, tratando-se de sociedade anônima, à lei civil resta o papel de coadjuvante suplementar: só a define (art. 1.088 do CC de 2002).

IDENTIFICAÇÃO EXCLUSIVA POR UMA DENOMINAÇÃO

Como a companhia não vive em função das pessoas que a integram, seu nome empresarial não pode ser uma razão social com os patronímicos dos acionistas.Depois, a circulabilidade de suas ações impõe o anonimato, porque não possui quadro social estável. Os sócios mudam, à medida que se transmite a titularidade de suas frações capital.

Daí por que sua identificação se faz por meio de uma denominação.A denominação exige a lei, deve ser coadjuvada pelas expressões companhia ou sociedade anônima, abreviadamente, ou por extenso. Não é lícito empregar o vocábulo companhia ao final da denominação, de modo a insinuar outro tipo societário (nome coletivo, por exemplo). Faculta-se a utilização do nome do fundador, acionista ou pessoa que, por qualquer modo, tenha concorrido para o êxito da empresa.Não é reclamo legal que da denominação conste a indicação da atividade desempenhada pela sociedade, ou seja, seu objeto específico. Quem cogita com ela contratar, só terá certeza de sua área de atividade se consultar o estatuto, precavendo-se contra eventuais desvios de finalidade ou subversão de objeto.Sobre eventuais coincidências ou semelhanças entre denominações de sociedades diversas, o parágrafo 2º do art. 3º da LSA assegura à prejudicada o direito de requer a alteração, seja no plano administrativo, seja mediante processo judicial, podendo, até mesmo, postular as perdas e danos, uma vez provados. O art. 34 da Lei nº 8.934/94 estatui que o nome empresarial deva obedecer aos princípios da veracidade e da novidade.Idêntica quer dizer igual; semelhante quer dizer parecida, suscetível de gerar confusão. Quando a lei faculta à companhia lesada pela identidade ou similitude a correção administrativa, não está dizendo que é necessário intentá-la primeiro, antes de socorrer-se do caminho judicial. Não é preciso exaurir instância administrativa para socorrer-se da judiciária. Ou seja, a companhia prejudicada pode, diretamente, promover as medidas judiciais, cabíveis, porque vigente o art. 5º, inciso XXXV, da CF, em e limitada. Também o é a sociedade por quotas de responsabilidade limitada, atualmente sociedade limitada conforme dispõe o CC 2002. Todavia, a expressão responsabilidade limitada não tem o mesmo sentido em ambos os tipos societários. O grau de responsabilização do sócio quotista não é o mesmo do sócio acionista.Na sociedade por quotas, a limitação cinge-se à integralização de todo o capital social. Enquanto este não estiver plenamente realizado, pago, a responsabilidade dos sócios é solidária e ilimitada, conquanto subsidiária.Diversamente, na companhia, cada acionista tem sua responsabilidade circunscrita apenas ao pagamento do valor de emissão das ações que subscreveu. Naquela, enquanto o capital social não se aperfeiçoa, um responde por todos e todos por um. Nesta, cada subscritor responde pelo que se comprometeu.

COMPANHIA ABERTA E FECHADA

Companhia aberta

A companhia aberta (open corporation, publicy-held) é a sociedade anônima cujo capital pode ser disseminado pelo público, segundo índices e percentagens obrigatórios, e cujas ações e outros títulos mobiliários de sua emissão, depois de registro na CVM, se negociam em Bolsa ou fora dela por meio de instituição financeira habilitada.

A lei não exige que, efetivamente, a companhia negocie seus valores no mercado de capitais, para caracterizar-se como aberta, mas que esteja autorizada a fazê-lo. Basta à possibilidade legal cifrada na expressão estejam (...) admitidos à negociação, diferente de sejam negociados.A Comissão de Valores Mobiliários poderá classificar as companhias abertas em categorias, segundo as espécies e classes dos valores mobiliários por ela emitidos negociados no mercado, e especificará as normas sobre companhias abertas aplicáveis a cada categoriaÉ interessante atentar para outra opção distintiva das sociedades anônimas: o caráter institucional da companhia aberta, como segmento de política econômica, vinculado à vigilância e controle governamental, por oposição ao contratualismo intuitu personae detectado na sociedade anônima fechada, ainda atada à fidelidade e à mútua confiança, ingredientes tipificadores da affectio societatis.

        Art. 4o-A. Na companhia aberta, os titulares de, no mínimo, 10% (dez por cento) das ações em circulação no mercado poderão requerer aos administradores da companhia que convoquem assembléia especial dos acionistas titulares de ações em circulação no mercado, para deliberar sobre a realização de nova avaliação pelo mesmo ou por outro critério, para efeito de determinação do valor de avaliação da companhia, referido no § 4o do art. 4o.

  § 1o O requerimento deverá ser apresentado no prazo de 15 (quinze) dias da divulgação do valor da oferta pública, devidamente fundamentado e acompanhado de elementos de convicção que demonstrem a falha ou imprecisão no emprego da metodologia de cálculo ou no critério de avaliação adotado, podendo os acionistas referidos no caput convocar a assembléia quando os administradores não atenderem, no prazo de 8 (oito) dias, ao pedido de convocação.

        § 2o Consideram-se ações em circulação no mercado todas as ações do capital da companhia aberta menos as de propriedade do acionista controlador, de diretores, de conselheiros de administração e as em tesouraria. 

        § 3o Os acionistas que requererem a realização de nova avaliação e aqueles que votarem a seu favor deverão ressarcir a companhia pelos custos incorridos, caso o novo valor seja inferior ou igual ao valor inicial da oferta pública.

        § 4o Caberá à Comissão de Valores Mobiliários disciplinares o disposto no art. 4o e neste artigo, e fixar prazos para a eficácia desta revisão.

Companhia fechada

Companhia fechada (close corporation, private company) é a sociedade anônima cujas ações e outros títulos mobiliários de sua emissão não são negociados em Bolsa ou forma dela. Não faz apelo de fundos, não enceta captação de recursos da poupança pública.Pelo menos é o que resulta da exposição de Motivos da LSA quando justifica se, explicando que “toda companhia que faz apelo – por mínimo que seja – à poupança pública cria, ao ingressar no mercado de capitais, relações que não existem na companhia fechada, e que exigem disciplina própria para proteção da economia popular e no interesse do funcionamento regular e do desenvolvimento do mercado de valores mobiliários”

Para a sociedade aberta transformar-se em fechada, precisa requerer o cancelamento do registro à CVM, nos termos da Instrução CVM nº 229/85, não sem antes promover o recolhimento dos valores que colocou n mercado.Contemplando-as superficialmente, as companhias abertas e fechadas parecem ser, respectivamente, companhias de capital aberto e companhias de capital fechado.Entretanto, não é bem assim. A definição legal de companhia aberta entremostra- se ao legislador como noção mais ampla do que a de companhia de capital aberto.José Washington Coelho adverte que são distintos e inconfundíveis os conceitos de “companhia aberta” e “sociedade anônima de capital aberto”. Assim, “companhia aberta é a que faz apelo à poupança popular, associando o público à empresa e ao empreendimento dentro do esquema da aplicação com risco, enquanto a “sociedade anônima de capital aberto é a que, sendo companhia aberta, apresenta uma estrutura de capitalização democratizada segundo limites mínimos fixados pela legislação fiscal como requisito para outorga de estímulos tributários”.Muitas e importantes são as diferenças legais decorrentes dos conceitos de companhia aberta e companhia fechada. Como sua exaustiva enunciação não atende ao intuito didático desta obra, a exemplificação é suficiente. Assim, por exemplo, na companhia fechada, a capitalização da reserva de capital poderá ser feita com ou sem alteração do número de ações emitidas, mas, na companhia aberta, deverá ser feita sem alteração daquele número e com o aumento do valor nomina das ações, se for o caso (art. 167, parágrafo 1º).

BOLSA DE VALORES E MERCADO DE BALCÃO

O mercado de capitais é o conjunto de meios e instrumentos geradores das negociações recíprocas entre investidores e grandes empresas. Em outras palavras, o mercado de valores mobiliários compreende instituições e instrumentos operacionais de natureza financeira. Oportuniza a transferência de recursos entre poupadores e empresas tomadoras. Implica, portanto, um complexo operacional que compatibiliza os interesses de aplicadores de recursos e tomadores, de forma direta ou por meio de intermediários.Embora, imediatamente, o mercado de valores mobiliários tenha por meta proporcionar liquidez aos títulos emitidos por companhias abertas e viabilizar sua capitalização, mais importante é seu papel de implementador do crescimento econômico. Ao mesmo tempo em que assegura vantagens para o público (retorno e garantia), funciona como matriz geradora de recursos que permitem financiar a expansão e a otimização tecnológica das empresas. Explicando melhor, as empresas precisam de financiamentos de médio e longo prazo; os capitais pertinentes resultam de recursos de poupadores e investidores.Cumpre examinar, pois, pelo menos, três institutos: a Bolsa de Valores, o mercado de balcão e a Bolsa de Mercadorias e Futuros.A Bolsa de Valores apresenta-se, legalmente, como uma associação civil constituída por sociedade corretoras, operando no mercado secundário de capitais. Embora algumas de suas atividades sejam exercidas como funções delegadas da Administração Pública, certamente assim não se consideram as operações de compra e venda de valor mobiliário em mercado livre e aberto.Claro que a Bolsa de Valores não constitui um serviço público, não é um órgão administrativo, mas, um ente autônomo que, no exercício de seus poderes normativo e

disciplinar, revela-se uma entidade de cooperação com o poder público, na medida em que é órgão auxiliar da CVM.Exerce, por via de delegação legal e regulamentar, atividade normativa-fiscalizatória de seus membros, sob a supervisão desta.Naquilo que não diz com o interesse público, ou seja, sob os aspectos patrimonial, financeiro e administrativo, a Bolsa é autônoma, diz a lei, embora determine que seja supervisionada pela CVM. É bastante dúbia a condição jurídica da Bolsa de Valores, na medida em que vivencia uma autonomia controlada, se é que se pode assim traduzi-la.A propósito, é atual e bem plausível a crítica formulada, já em 1976, porPor mercado de balcão entende-se o conjunto de operações praticadas fora deBolsa, por meio de instituição financeira habilitada para atuar no mercado de capitais ou por seus agentes autônomos. É a venda de títulos fora de Bolsa, envolvendo os mercados primários e secundários de capitais. É a negociação direta de valores mobiliários, sem mediação da Bolsa.Além da Bolsa de Valores, há a Bolsa de Mercadorias e Futuros (BM&F), que envolve dois tipos de negociação. As negociações a vista abrangem o ouro e mercadorias agropecuárias, como café, gado, açúcar, feijão e soja. Os negócios futuros baseiam-se em previsões sobre como determinados mercados se comportarão nos próximos dias, semanas ou meses. Essas previsões são transformadas em contratos, que são comprados e vendidos livremente na BM&F.Existem contratos futuros de dólar, do índice Bovespa, de boi gordo, soja e café, por exemplo. Quem recorre a esses mercados normalmente tem um objetivo: proteger-se de flutuações nos preços dos produtos ou mercadorias.

CVM

A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) é órgão oficial, governamental, ou seja, uma autarquia administrativa jungida ao Ministério da Fazenda, nos termos do art. 5º da Lei nº6.385/76. Sua função primordial concentra-se na fiscalização das atividades do mercado de valores mobiliários.Evite-se a compreensão equivocada que vê na CVM um órgão com funções judicantes. Se é vero que tem atribuições para apreciar e solucionar questões envolvendo ilegalidades no mercado de capitais ou no âmbito das sociedades anônimas abertas, sua atuação não escapa ao controle judiciário. Assim, quando o art. 9º da Lei nº 6.385/76 assevera que a CVM “terá jurisdição em todo o território nacional”, quer dizer atribuição e não jurisdictio.Suas finalidades básicas são: estimular a poupança e sua aplicação em valores mobiliários; promover a expansão e o funcionamento regular do mercado de ações; estimular as aplicações em ações do capital social de companhias abertas sob controle de capitais privados nacionais; garantir a eficiência e a regularidade do mercado de capitais; garantir o direito público à informação sobre negociação de valores mobiliários e sobre as companhias emissoras; e assegurar a equidade no mercado de valores mobiliários.Para a consecução dessas macrometas, a CVM regulamenta, fiscaliza e inspeciona atividades e serviços do mercado e companhias abertas, bem como propõe ao ConselhoMonetário Nacional a assunção de medidas normativas.

O rol de microatribuições da CVM é extenso e minucioso, destacando-se: examinar registros contábeis, livros e documentos de participantes, a qualquer título, do mercado de capitais; intimar pessoas à prestação de esclarecimentos; requisitar informações de qualquer órgão público da administração direta ou indireta; determinar a republicação corretiva de demonstrações financeiras e informações de companhias abertas; promover inquérito administrativo; aplicar sanções (advertir, multar, suspender, inabilitar e cassar autorizações); suspender negociações de valores mobiliários; decretar o recesso da Bolsa de Valores; divulgar informações e orientar os participantes do mercado; celebrar convênios.Ressalte-se que nenhuma emissão pública de valores mobiliários poderá ser distribuída, no mercado, sem prévio registro na CVM, entendendo-se por atos de distribuição a venda, promessa de venda, oferta à venda ou subscrição, aceitação de pedido de venda ou subscrição de valores mobiliários.No tocante à aplicação de penalidades, a CVM deve promover processo administrativo para investigar a ocorrência de irregularidades no mercado, ensejando aos acusados amplo direito de defesa, vigente o princípio do devido processo legal na esfera administrativa. As sanções para quem descumpre as regras legais do mercado de valores mobiliários, sobretudo as normas editadas pela CVM, são: advertência, multa, suspensão ou inabilitação para o exercício do cargo, ou cassação da autorização ou do registro, bem como a proibição por prazo determinado para o exercício de atividades e operações do sistema de distribuição. Também o investidor pode ser proibido temporariamente de atuar, direta ou indiretamente, no mercado.É bom consignar que a CVM tem a obrigações de comunicar ao Ministério Público quaisquer indícios de ilícito penal verificados nos processos sobre irregularidades no mercado.Da mesma forma, tratando-se de ilegalidade fiscal, deve encaminhar o processo à Secretaria da Receita Federal.Em matéria criminal, a Lei nº 10.303/01 acrescentou à Lei nº 6.385/76 três delitos dolosos contra o mercado de valores mobiliários: manipulação de mercado; uso indevido de informação privilegiada; e exercício irregular de cargo, profissão, atividade ou função.O bem jurídico tutelado é o desenvolvimento regular das atividades do mercado de valores mobiliários.Pelo art. 27-C, será punido com reclusão de 1 (um) a 8 (oito) anos, e multa de até 3 (três) vezes o valor da vantagem ilícita obtida com o crime, o enriquecimento ilícito mediante a realização de operações simuladas ou outras manobras fraudulentas, com a finalidade de alterar artificialmente o regular funcionamento dos mercados de valores mobiliários em bolsa de valores, de mercadorias e de futuros, no mercado de balcão ou no mercado de balcão organizado, com o fim de obter vantagem indevida ou lucro, para si ou para outrem, ou causar dano a terceiros.Também é modalidade de enriquecimento ilícito “utilizar informação relevante ainda não divulgada ao mercado, de que tenha conhecimento e da qual deva manter, sigilo, capaz de propiciar, para si ou para outrem, vantagem indevidamente negociação, em nome próprio ou de terceiro, com valores mobiliários” (art. 27-E). Predita conduta criminosa acarretará ao agente pena de reclusão, de 1 (um) a 5 (cinco) anos, e multa de até 3 (três) vezes o montante da vantagem ilícita obtida em decorrência do crime.Já o art. 27-E dispõe que “atuar, ainda que a título gratuito, no mercado de valores mobiliários, como instituição integrante do sistema de distribuição, administrador de carteira coletiva ou individual, agente autônomo de investimento, auditor independente, analista de valores mobiliários, agente fiduciário ou exercer qualquer cargo, profissão,

atividade ou função, sem estar, para esse fim, autorizado ou registrado junto à autoridade administrativa competente, quando exigido por lei ou regulamento”, trazendo para o agente a pena detentiva de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa.A aplicação das multas cominadas para os crimes previstos nos arts. 27-C e 27-D terá em conta o dano provocado ou a vantagem ilícita auferida pelo agente. Nos casos de reincidência, a multa poderá ser triplicada.

TÍTULOS EMITIDOS PELA S/A

AÇÕES

Quanto a forma as ações são classificadas em nominativas e escriturais. Aquelas são representadas por certificado e transferidas mediante registro no livro próprio da sociedade emissora, ou seja, o Registro de Transferência de Ações. Já as escriturais, por autorização dos estatutos, são mantidas, em nome de seu titular, em conta de depósito em instituição financeira (custódia). Dessas ações não são emitidos certificados e sua transferência opera-se por meio de lançamento da operação nos registros próprios da instituição financeira depositária, a débito da conta de depósito do alienante e a crédito da conta do adquirente. Quanto à espécie, as ações são classificadas em: ordinárias, preferenciais ou de fruição. As ações ordinárias ou comuns são as que permitem a participação nos dividendos da sociedade e nas deliberações das assembléias, ou seja, conferem a seus titulares os direitos que a lei reserva aos acionistas comuns. As ações preferenciais permitem a seus titulares alguns privilégios, como a prioridade na distribuição de dividendos ou no reembolso de seu capital, com ou sem prêmio etc. Essas ações podem privar ou não seus titulares do direito de voto, conforme estabelecer o estatuto. As ações de fruição ou gozo são as que substituem as outras espécies quando estas são amortizadas e podem render dividendos poderão não ter direito a voto ou ter restrições a esse direito.

É o fracionamento do capital social das sociedades institucionais, sendo, por conseguinte, chamados de acionistas os seus sócios.

A responsabilidade dos acionistas quanto às obrigações da sociedade anônima se limitam à integralização das ações dos quais é titular, ou seja, o acionista é responsável pelo preço de emissão das ações que subscreveu.

As ações possuem, em função de sua negociabilidade, vários valores, que veremos a seguir:

1. O primeiro valor que se atribui a uma ação é o seu PREÇO DE EMISSÃO, que é o valor pago pelo sócio quando da subscrição e formação do capital social não se deve confundir o preço de emissão com o valor de negociação das ações. As ações de uma sociedade anônima vão ter o seu valor apurado de acordo com o

referencial utilizado. Um exemplo deste referencial é o valor do bem imóvel, que possui, em regra, três valores de incidência: o valor venal, o valor declarado na escritura e o valor de mercado. Com as ações acontece a mesma coisa, sendo os seguintes referenciais:

a. VALOR NOMINAL – É o resultado da divisão do capital social pelo número de ações lançadas quando da fundação da sociedade anônima. Geralmente o estatuto social expressa o valor nominal das ações. Em alguns casos, entretanto, o estatuto social não expressa esses valores, criando as chamadas ações sem valor nominal. As ações, quando se apresentam sem valor nominal, criam a possibilidade da emissão de novas ações objetivando aumentar a captação da sociedade anônima.

b. VALOR PATRIMONIAL – É o resultado da divisão do patrimônio total da sociedade pelo número de ações. É o valor devido ao acionista em caso de liquidação ou reembolso quando da retirada de um dos sócios.

A MASSA RESÍDUA das sociedades limitadas é semelhante ao VALOR PATRIMONIAL DAS AÇÕES das sociedades anônimas.

c. VALOR DE NEGOCIAÇÃO – É o preço obtido pela ação quando de sua alienação (valor de mercado), e é definido por uma série de fatores econômicos: perspectiva de rentabilidade, patrimônio líquido, desempenho no setor, órgãos de administração e a conjuntura econômica.

d. VALOR ECONÔMICO (valor patrimonial corrigido, para fins de indenização) – É geralmente calculado através de especialista de bens móveis utilizando-se de técnicas específicas de atualização ou dos índices oficiais fornecidos pelo governo. Alguns doutrinadores recomendam a utilização do fluxo de caixa descontado, que representa o valor racional a ser pago por 1 ação baseado na perspectiva de rentabilidade da empresa emissora (cálculo da ação através do fluxo financeiro da empresa).

Valor patrimonial (retirada) Patrimônio

Valor de negociação Mercado

e. PREÇO DE EMISSÃO – É o preço pago pelo acionista quando da subscrição da ação, podendo ser parcelado ou à vista. Ele determina a participação do acionista em razão do capital social, indicando também o limite de sua responsabilidade nas obrigações sociais. O preço de emissão é indicado pelo estatuto e geralmente não se vincula mais à ação durante a existência da sociedade anônima. É fixado pelos fundadores da sociedade anônima, pela assembléia geral ou pelo conselho de administração quando se objetiva aumentar o capital social (o preço de emissão serve para aumentar o capital social).

 

São valores mobiliários representativos de unidade do capital social de uma sociedade anônima, que conferem aos seus titulares um complexo de direitos e deveres.

a) Quanto à Natureza

Ordinárias: aquelas que conferem aos seus titulares o direito que a lei reserva ao acionista comum. O estatuto não precisará disciplinar esta espécie de ação, uma vez que dela decorrem, apenas, os direitos normalmente concedidos ao sócio da sociedade anônima.

Preferenciais: ações que conferem aos seus titulares uma série de direitos diferenciados, como, por exemplo, a prioridade na distribuição de dividendos ou no reembolso do capital, com ou sem prêmio, etc. As ações preferenciais podem ou não conferir o direito de voto aos seus titulares.

De Gozo ou Fruição: são aquelas atribuídas aos acionistas cujas ações foram totalmente amortizadas. O seu titular estará sujeito às mesmas restrições ou desfrutará das mesmas vantagens da ação ordinária ou preferencial amortizada, salvo se os estatutos ou a assembléia geral que autorizou a amortização dispuserem em outro sentido.

b) Quanto à Forma

Normativas: são aquelas cujo nome do proprietário consta do registro das ações nominativas da sociedade e a sua transferência se opera por termo de cessão assinado, pelo cedente e pelo cessionário, no livro que a sociedade tem para tal fim. O certificado da ação nominativa não circulará livremente, como nas ações ao portador, necessitando sempre de um termo de cessão nos livros da sociedade para comprovar a sua transferência.

Nominativas Endossáveis: são aquelas cuja transferência se faz mediante endosso, ou seja, a assinatura de seu proprietário no título, indicando ou não o nome da pessoa a quem são transferidas.

Ao Portador: são aquelas que, sem ter proprietário designado, no título ou registro da companhia, circulam livremente, presumindo-se que são seus proprietários aqueles que as detêm. A sua transferência se opera, assim, por simples tradição manual.

Escriturais: nas companhias abertas o estatuto poderá autorizar ou estabelecer que todas as ações da companhia, ou uma ou mais classes, sejam mantidas em conta de depósito, em nome dos seus titulares, em instituição financeira autorizada para tal serviço e designada no estatuto, sem que das ações sejam emitidos certificados. A essas ações se dá o nome de ações escriturais.

Com Valor Nominal e Sem Valor Nominal: o resultado da operação matemática de divisão do valor do capital social pelo número de ações é o valor nominal. O estatuto da sociedade pode expressar este valor ou não: no primeiro caso, ter-se -á a ação com valor nominal, no segundo, ação sem valor nominal, apresentando, cada uma algumas vantagens próprias.

Com Valor de Mercado: é preço que o titular da ação consegue obter na sua alienação. O valor pago pelo adquirente é definido por uma série de fatores econômicos, como as

perspectivas de rentabilidade, o patrimônio líquido da sociedade, o desempenho do setor em que ela atua a própria conjuntura macroeconômica.

De Valor Patrimonial ou Real: o valor da participação do titular da ação no patrimônio líquido da companhia. Resulta da operação matemática de divisão do patrimônio líquido pelo número de ações em que se divide o capital social. É o valor devido ao acionista em caso de liquidação ou reembolso. 

PARTES BENEFICIÁRIAS

Afora as ações, poderão as sociedades anônimas emitir títulos negociáveis, sem valor nominal e estranhos ao capital, que darão aos seus possuidores direito de crédito eventual contra a sociedade. Esse direito consiste na participação nos lucros líquidos anuais da companhia, lucros esses que deveriam ser distribuídos aos acionistas. Referidos títulos tomam o nome de partes beneficiárias, também conhecidos como partes do fundador.

DEBÊNTURES

Por debêntures entende-se o título emitido pela sociedade anônima, representativo de uma parte de um empréstimo público lançado pela sociedade. O empréstimo é um só, da totalidade dos títulos emitidos, cada debênture representando, assim, apenas uma parcela do mesmo. As debêntures constituem títulos de crédito impróprios, podendo assim, circular, obedecidas as restrições impostas pela sociedade. O título representa, desse modo, um direito de crédito contra a sociedade, o que o distingue da ação, que documenta um direito de participação na sociedade.

BÔNUS DE SUBSCRIÇÃO

São títulos negociáveis, emitidos pela companhia de capital autorizado, dando aos seus portadores o direito de subscrever ações dentro de um prazo determinado, pelo preço das ações. O limite para a emissão dos bônus será fixado dentro do limite do aumento do capital autorizado no estatuto; esses bônus podem ser alienados ou atribuídos pela companhia, como vantagem adicional, aos subscritores de suas ações ou debêntures, tendo, entretanto, os acionistas tem preferência na aquisição. Caso o estatuto não atribua ao Conselho de Administração da sociedade a faculdade de emitir os bônus, a emissão fica a depender de deliberação da Assembléia Geral.

CLASSIFICAÇÃO DAS SOCIEDADES ANÔNIMAS

Dentro do Direito Empresarial, as sociedades anônimas são conhecidas como sociedades institucionais, eminentemente de capital, mercantis, nacionais ou estrangeiras, e abertas ou fechadas.

Abertas são aquelas sociedades cujas ações são negociadas na Bolsa de Valores. Fechadas são aquelas em que as ações transacionam-se no Mercado de Balcão.

ACIONISTAS

São os sócios da sociedade anônima. O art. 1° da atual lei refere-se aos "sócios ou acionistas”. É elementar que a designação de sócio se apresenta genérica, e traduz a idéia da pessoa que se associa com outra, juntando seus cabedais, para constituir a sociedade mercantil, ao passo que acionista se aplica especificamente ao membro da sociedade anônima ou companhia.

Aderindo à sociedade anônima, em sua fundação, como "subscritor", este se transforma em acionista tão logo a sociedade anônima se constitua, e tenha seus atos arquivados no Tribunal de Comércio. Apresentando-se como titular das ações, e é, por isso, a figura mais central da sociedade anônima.

ORDINÁRIO OU COMUM

É o que têm direitos e deveres comuns de todo acionista. Tem o dever de integralizar as ações subscritas (art.106), de valor no interesse da companhia (art.115) etc. Tem direito a dividendos (participação proporcional nos lucros), a bonificações (com base na reavaliação do ativo). Tem também o direito de fiscalizar, de participar do acervo em caso de liquidação, de ter preferência na subscrição dos títulos da sociedade, etc.

As ações em que se divide o capital de uma sociedade anônima representam parte ou fração desse capital social. Conforme a natureza dos direitos ou vantagens que confiram a seus titulares as ações podem ser ordinárias, preferenciais ou de fruição.

Os acionistas são titulares de uma ou mais ações em que se divide o capital social. O número mínimo de acionistas necessários à constituição de uma sociedade anônima é dois.

Aos sócios são assegurados direitos essenciais, tais como:

 • participar nos lucros sociais;

• na hipótese de liquidação, possuem o direito de participar do acervo da sociedade;

• fiscalizar a gestão dos negócios sociais;

• preferência para subscrever ações, parte beneficiária conversíveis em ações, debêntures conversíveis, ações bônus de subscrição;

• retirar-se da sociedade nos casos previstos em lei.

Os direitos enumerados acima são exemplos de direitos considerados essenciais, mas existem ainda os direitos especiais.

Através de instrumento particular, os acionistas podem se compor a respeito da compra e venda de suas ações, preferência para sua aquisição, além do exercício do direito de voto. Tal instrumento denomina-se Acordo de Acionistas.

A Assembléia Geral designa a reunião dos subscritores ou acionistas de uma sociedade por ações, convocada e instalada na forma prevista na lei ou no estatuto social com a finalidade de, ou constituir a companhia ou, se já constituída, de tomar as deliberações de interesse da mesma.

Sociedade Limitada Sociedade Anônima

Quotas Ações

 

 

O art. 106 da Lei das Sociedades Anônimas

Art. 106. O acionista é obrigado a realizar, nas condições previstas no estatuto ou no boletim de subscrição, a prestação correspondente às ações subscritas ou adquiridas.

        § 1° Se o estatuto e o boletim forem omissos quanto ao montante da prestação e ao prazo ou data do pagamento, caberá aos órgãos da administração efetuar chamada, mediante avisos publicados na imprensa, por 3 (três) vezes, no mínimo, fixando prazo, não inferior a 30 (trinta) dias, para o pagamento.

        § 2° O acionista que não fizer o pagamento nas condições previstas no estatuto ou boletim, ou na chamada, ficará de pleno direito constituído em mora, sujeitando-se ao pagamento dos juros, da correção monetária e da multa que o estatuto determinar, esta não superior a 10% (dez por cento) do valor da prestação.

Define qual é o principal dever do acionista.

Dentro da constituição das sociedades anônimas, este dever é o dever de pagar o preço de emissão das ações que ele subscreveu. As ações subscritas poderão ser pagas à vista ou parceladamente, em prazo definido pelo estatuto, bem como no seu vencimento.

Se o estatuto não indicar expressamente a forma de pagamento das subscrições, caberá aos órgãos de administração convocar os subscritores através de anúncio público para comparecerem à sede da sociedade, estabelecendo-se o prazo para a subscrição (nesta hipótese específica o prazo não poderá ser superior a 30 dias a contar da data da publicação).

O acionista que não observar este prazo estará constituído em mora, e somente através de previsão estatutária poderá interpelar a sociedade buscando saldar o débito e subscrever as ações.

CONTROLADOR

É a pessoa física ou jurídica que detém de modo permanente a maioria dos votos e o poder de eleger a maioria dos administradores, e que use efetivamente esse poder (art. 116)

Art. 116-A. O acionista controlador da companhia aberta e os acionistas, ou grupo de acionistas, que elegerem membro do conselho de administração ou membro do conselho fiscal, deverão informar imediatamente as modificações em sua posição acionária na companhia à Comissão de Valores Mobiliários e às Bolsas de Valores ou entidades do mercado de balcão organizado nas quais os valores mobiliários de emissão da companhia estejam admitidos à negociação, nas condições e na forma determinadas pela Comissão de Valores Mobiliários

Tem os mesmos direitos e deveres do acionista comum, mas responde por abusos praticados (art. 117).

Art. 117. O acionista controlador responde pelos danos causados por atos praticados com abuso de poder.

        § 1º São modalidades de exercício abusivo de poder:

        a) orientar a companhia para fim estranho ao objeto social ou lesivo ao interesse nacional, ou levá-la a favorecer outra sociedade, brasileira ou estrangeira, em prejuízo da participação dos acionistas minoritários nos lucros ou no acervo da companhia, ou da economia nacional;

        b) promover a liquidação de companhia próspera, ou a transformação, incorporação, fusão ou cisão da companhia, com o fim de obter, para si ou para

outrem, vantagem indevida, em prejuízo dos demais acionistas, dos que trabalham na empresa ou dos investidores em valores mobiliários emitidos pela companhia;

        c) promover alteração estatutária, emissão de valores mobiliários ou adoção de políticas ou decisões que não tenham por fim o interesse da companhia e visem a causar prejuízo a acionistas minoritários, aos que trabalham na empresa ou aos investidores em valores mobiliários emitidos pela companhia;

        d) eleger administrador ou fiscal que sabe inapto, moral ou tecnicamente;

        e) induzir, ou tentar induzir, administrador ou fiscal a praticar ato ilegal, ou, descumprindo seus deveres definidos nesta Lei e no estatuto, promover, contra o interesse da companhia, sua ratificação pela assembléia-geral;

        f) contratar com a companhia, diretamente ou através de outrem, ou de sociedade na qual tenha interesse, em condições de favorecimento ou não equitativas;

        g) aprovar ou fazer aprovar contas irregulares de administradores, por favorecimento pessoal, ou deixar de apurar denúncia que saiba ou devesse saber procedente, ou que justifique fundada suspeita de irregularidade.

        h) subscrever ações, para os fins do disposto no art. 170, com a realização em bens estranhos ao objeto social da companhia.

        § 2º No caso da alínea e do § 1º, o administrador ou fiscal que praticar o ato ilegal responde solidariamente com o acionista controlador.

        § 3º O acionista controlador que exerce cargo de administrador ou fiscal tem também os deveres e responsabilidades próprios do cargo.

DISSIDENTE

É o que não concorda com certas deliberações da maioria, como a criação ou alterações das ações preferenciais, a modificação do dividendo obrigatório, a criação de partes beneficiárias, etc. (art.137)

Art. 137. A aprovação das matérias previstas nos incisos I a VI e IX do art. 136 dá ao acionista dissidente o direito de retirar-se da companhia, mediante reembolso do valor das suas ações (art. 45), observadas as seguintes normas:

        I - nos casos dos incisos I e II do art. 136, somente terá direito de retirada o titular de ações de espécie ou classe prejudicadas

        II - nos casos dos incisos IV e V do art. 136, não terá direito de retirada o titular de ação de espécie ou classe que tenha liquidez e dispersão no mercado, considerando-se haver:

        a) liquidez, quando a espécie ou classe de ação, ou certificado que a represente, integre índice geral representativo de carteira de valores mobiliários admitido à negociação no mercado de valores mobiliários, no Brasil ou no exterior, definido pela Comissão de Valores Mobiliários; e

        b) dispersão, quando o acionista controlador, a sociedade controladora ou outras sociedades sob seu controle detiverem menos da metade da espécie ou classe de ação;

        III - no caso do inciso IX do art. 136, somente haverá direito de retirada se a cisão implicar:

        a) mudança do objeto social, salvo quando o patrimônio cindido for vertido para sociedade cuja atividade preponderante coincida com a decorrente do objeto social da sociedade cindida;

        b) redução do dividendo obrigatório; ou

        c) participação em grupo de sociedades;

        IV - o reembolso da ação deve ser reclamado à companhia no prazo de 30 (trinta) dias contado da publicação da ata da assembléia-geral;

        V - o prazo para o dissidente de deliberação de assembléia especial (art. 136, § 1o) será contado da publicação da respectiva ata;

        VI - o pagamento do reembolso somente poderá ser exigido após a observância do disposto no § 3o e, se for o caso, da ratificação da deliberação pela assembléia-geral.

        § 1º O acionista dissidente de deliberação da assembléia, inclusive o titular de ações preferenciais sem direito de voto, poderá exercer o direito de reembolso das ações de que, comprovadamente, era titular na data da primeira publicação do edital de convocação da assembléia, ou na data da comunicação do fato relevante objeto da deliberação, se anterior.

        § 2o O direito de reembolso poderá ser exercido no prazo previsto nos incisos IV ou V do caput deste artigo, conforme o caso, ainda que o titular das ações tenha se abstido de votar contra a deliberação ou não tenha comparecido à assembléia.

        § 3o Nos 10 (dez) dias subseqüentes ao término do prazo de que tratam os incisos IV e V do caput deste artigo, conforme o caso, contado da publicação da ata da assembléia-geral ou da assembléia especial que ratificar a deliberação, é facultado aos órgãos da administração convocar a assembléia-geral para ratificar ou reconsiderar a deliberação, se entenderem que o pagamento do preço do reembolso das ações aos acionistas dissidentes que exerceram o direito de retirada porá em risco a estabilidade financeira da empresa.

        § 4º Decairá do direito de retirada o acionista que não o exercer no prazo fixado.

Tem o direito de se retirar da companhia (direito de retirado ou de recesso), mediante o reembolso do valor de suas ações, que não poderá ser inferior ao valor de patrimônio líquido das ações, de acordo com o último balanço aprovado pela Assembléia Geral.

MINORITÁRIO

É aquele que não participa do controle da companhia, ou por desinteresse ou por insuficiência de votos.

Waldírio Bulgarelli, define como minoria como sendo:

“O acionista ou grupo de acionistas que, na Assembléia Geral, detém uma participação em capital inferior àquela de um grupo composto.”

DIREITOS ESSENCIAIS DOS ACIONISTAS

1. Participação nos resultados da sociedade.2. Fiscalização da gestão e dos negócios empresariais.3. Direito de preferência na subscrição de novas ações.4. Direito de retirada (de sair da sociedade). As alienações têm que ser

documentadas via boletim de subscrição.

Os acionistas dissidentes quanto às deliberações das assembléias gerais poderão retirar-se da sociedade, sendo reembolsados no valor patrimonial de suas ações.

A preferência a que se refere o item 3 está ligada à aquisição de todos os valores mobiliários conversíveis em ações.

Somente os acionistas que detenham mais de 5% do capital social poderão realizar fiscalização direta da gestão social. Os sócios que não possuírem este percentual realizarão esta fiscalização através do conselho fiscal.

 

DEVERES DOS SÓCIOS

A responsabilidade dos sócios é limitado ao total do capital social não integralizado que ele subscreveu. Quando um sócio ingressa numa sociedade comercial ele deve contribuir para os fundos sociais. Ao prometer pagar determinada quantia o sócio está

subscrevendo uma parte do capital social. Na medida em que for pagando o que subscreveu, diz-se que ele está integralizando a sua participação societária. São desta categoria a sociedade por cotas de responsabilidade limitada e a sociedade anônima.

Quando da constituição da sociedade, deve obrigatoriamente ficar estabelecido o montante da contribuição de cada sócio. Este montante não precisa necessariamente ser igual para todos eles, existindo a possibilidade de uns contribuírem com uma parcela maior e outros com parcela menor, guardando-se sempre uma proporção entre o valor da contribuição do sócio e a quantidade de cotas ou ações a ele atribuída.          

Após a subscrição do capital social, ou seja, após os sócios comprometerem-se perante a sociedade em contribuir com determinada quantia em dinheiro ou com a entrega de determinado bem para a integralização do capital social, se qualquer deles deixar de fazê-lo no modo e tempo combinado, terá a sociedade duas alternativas a seu dispor: executar o sócio inadimplente ou excluí-lo da sociedade.          

Nos termos do art. 289 do CCo, o sócio inadimplente que se comprometeu a contribuir com bens  para a integralização do capital social será demandado judicialmente para a entrega compulsória do bem prometido, arcando ainda com possíveis perdas e danos advindos da mora. Por outro lado, consistindo em dinheiro a integralização, além do principal o sócio inadimplente deverá arcar com a correção monetária até a data do pagamento e de juros moratórios contados a partir da notificação (art. 138, CCo).          

Caso os demais sócios entendam por bem não exigir judicialmente o adimplemento do sócio remisso, considerado indesejada a sua permanência na sociedade, poderão excluí-lo dos quadros sociais.          

Quanto ao dever de lealdade e cooperação recíproca, muito embora não exista disposição legal expressa a este respeito, a constituição e manutenção da sociedade constitui-se por contrato, entre duas ou mais pessoas; nasce com o registro do contrato ou do estatuto no Registro do Comércio, a cargo das Juntas Comerciais; tem por nome uma firma ou uma denominação; extingue-se pela dissolução, por expirado o prazo de duração ajustado, por iniciativa dos sócios, etc.; é uma pessoa (jurídica), com personalidade distinta das pessoas dos sócios; tem vida, direitos, obrigações e patrimônios próprios; é representada por quem o contrato ou estatuto designar; quem comercia é a sociedade e não os sócios; o patrimônio é da sociedade e não dos sócios; responde ilimitadamente pelo seu passivo; pode modificar sua estrutura, por alteração no quadro social ou por mudança de tipo, etc.

SUBSCRIÇÃO

COMPROMETIMENTO INTEGRALIZAÇÃO

Haverá pagamento, por parte do devedor nos casos acima mencionados, das seguintes sanções pecuniárias:

1. Os juros, de acordo com os valores indicados no estatuto, em um máximo de 12% ao ano. Se não houver indicação estatutária, este percentual será 6%.

2. Correção monetária fixada pelos índices oficiais.3. Multa estatutária de, no máximo, 10%.

Essas parcelas só existirão se houver previsão no ato constitutivo (estatuto).

O sócio ou acionista em mora com a sociedade é conhecido como remisso, podendo a sociedade anônima acioná-lo judicialmente através de cobrança judicial, porque não há regra da antecipação dos vencimentos das parcelas.

As sociedades anônimas, no caso da remissão, podem optar por três situações distintas, em função da formação do capital social:

1. Vender as ações do sócio remisso na Bolsa de Valores.2. Esta venda na Bolsa de valores se realiza mediante leilão especial, aplicando-se

também para as sociedades anônimas fechadas.3. Esta venda pode se realizar mesmo após a ação de execução.

Ação de execução:

Prazo de 24 horas para que o devedor pague ou nomeie bens a penhora. Senão o credor pode nomear os bens a penhora (geralmente, as ações). Pode haver diferença entre o valor das ações (subscrição) e o valor de mercado

das mesmas.

Se as providências acima indicadas não lograrem êxito, poderá ainda a sociedade anônima:

1. Declarar a caducidade das ações, apropriando-se das mesmas e das entradas porventura realizadas pelo remisso.

2. Se a sociedade anônima possuir fundos, poderá integralizar as ações e vendê-las posteriormente (vale ressaltar que nestes fundos não se prevê os fundos legais e capital social).

3. Caso a sociedade anônima não possua estes recursos, terá o prazo de um ano para conseguir novos compradores para as ações não integralizadas. Caso não consiga, o capital social deverá ser reduzido da parte das ações não integralizadas.

 

ÓRGÃO DA S/A

De acordo com a lei, as sociedades anônimas terão, como órgãos sociais a Assembléia

Geral, o Conselho de Administração, a Diretoria e o Conselho Fiscal, sendo eles responsáveis pelos poderes da sociedade.

ASSEMBLÉIA GERAL

É a reunião de acionistas para a deliberação de matéria de interesse para a sociedade. Essa reunião deve ser convocada e instalada na forma da lei e do estatuto, existindo assembléias que obrigatoriamente se realizam em determinadas épocas do exercício social (assembléias gerais ordinárias) e outras que apenas se efetuam quando se tornarem necessárias. Sendo a sociedade anônima composta de uma coletividade de pessoas interessadas na realização do seu objeto, a lei determina modos precisos para a convocação e instalação das reuniões.

É o órgão máximo da sociedade anônima, de caráter exclusivamente deliberativo, que reúne todos os acionistas com direito de voto. Como se sabe, nem todas as ações conferem ao seu titular o direto de participar do encaminhamento dos negócios sociais. Assim, os acionistas titulares de ações preferenciais nominativas podem ter este direito limitado ou suprimido pelo estatuto. Tais acionistas poderão exercer o direito a voto somente em casos excepcionalmente previstos, como a deliberação da constituição, mudança de companhia aberta para fechada, não pagamento de dividendos fixos ou mínimos, etc. Salvo, pois, tais casos, os titulares das ações destas categorias não têm voto na assembléia geral. Assegura-lhes a lei, no entanto, o direito de manifestar-se na discussão das matérias em pauta (art. 125, parágrafo único).

ADMINISTRAÇÃO

Conselho de Administração e Diretoria

As sociedades anônimas sempre tiveram como órgão executivo a Diretoria, mas, de certo tempo para cá, as legislações têm criado também um Conselho Administrativo, com poderes e funções mais amplos do que os daquela. A lei atual permite que as companhias possuam um conselho de administração e uma diretoria, conforme dispuser o estatuto. Entretanto, a sociedade cujo estatuto contiver autorização para aumento de capital (sociedade de capital autorizado) e as sociedades abertas deverão ter obrigatoriamente um Conselho de Administração, órgão de deliberação colegiada da companhia, sendo, entretanto, a representação da sociedade privativa dos diretores. Ficará, assim, a sociedade com dois órgãos: o Conselho de Administração, para fixar a orientação geral dos negócios da companhia, e a Diretoria, que representará a sociedade e será o órgão executivo do seu objetivo. Não podem as atribuições do Conselho e da Diretoria ser outorgadas a outro órgão, criado por lei ou pelo estatuto.

CONSELHO FISCAL

É o órgão de existência obrigatória, mas de funcionamento facultativo, composto de no

mínimo três, e, no máximo de cinco membros, acionistas ou não. Quando se tratar de órgão que, pelo estatuto, tem funcionamento facultativo, este deverá ocorrer por deliberação da assembléia geral, por proposta de acionista que represente 1/10 das ações com direito a voto ou 5% das ações sem direito a voto (art. 161, parágrafo 2°). Os mesmos requisitos, impedimentos e deveres que a lei estabelece para os administradores são extensíveis aos membros do conselho fiscal. Além disso, não pode ser eleito fiscal o membro de órgão da administração, empregado da companhia ou de sociedade por ela controlada, ou do mesmo grupo, bem como o cônjuge ou parente até terceiro grau de administrador da companhia (art. 162, parágrafo 2°). Os titulares de ações preferenciais sem direito a voto, o com restrições desse direito, poderão eleger, em separado, um membro para o conselho fiscal. Igual direito tem os acionistas minoritários que representem 10% ou mais do capital votante. Assim, se o conselho fiscal tinha três membros, o órgão passa a ter cinco se ambos os grupos minoritários exercerem os seus direitos de eleição de fiscal em separado, em virtude do disposto no art. 161, parágrafo 4° da lei de S/A.

O conselho fiscal é colegiado destinado ao controle dos órgãos da administração, atribuição que exerce para a proteção dos interesses da companhia e de todos os acionistas.      

A modificação do conceito do legislador em relação aos acionistas rendeiros e especuladores é imprescindível. Hoje os direitos essenciais relacionados em nosso ordenamento jurídico são baseados em critérios que consideram o acionista minoritário como mero titular de créditos em face da companhia. Por outro lado, se os direitos dos acionistas fossem regulados tendo em vista fundamentalmente sua participação na administração e na política da companhia, com toda a certeza seu patrimônio seria melhor protegido, de forma que, caso a gestão dos negócios sociais não fossem satisfatórios, poderia o minoritário, de forma mais justa, optar por continuar investindo ou retirar-se da sociedade.

Seguindo esta linha de raciocínio, a legislação deveria garantir o direito de retirada sem limitações casuísticas, bem como delimitar critérios mais definidos de avaliação do valor econômico da sociedade, a fim de evitar-se manipulação dos números avaliados em termos de prognósticos futuros. Assim agindo, o legislador definiria os parâmetros necessários a manter o valor das ações o mais próximo possível da realidade.

Seria interessante que nossa legislação mantivesse o direito de preferência sem qualquer exceção, pois às companhias abertas é permitido retirá-lo desde que seus estatutos assim disponham.

A obrigatoriedade de oferta pública aos minoritários, no caso de transferência de controle seria um aspecto importante a ser mantido no interesse desta classe de acionistas.

Por fim, com relação ao Conselho Fiscal seria importante que em determinadas circunstâncias não fosse considerado um órgão colegiado. Essa mudança seria importante porque, na prática, o que presenciamos é uma limitação ao acesso a informações relevantes dentro da sociedade, pois os pedidos do conselheiro nomeado pelo minoritário muitas vezes é voto vencido. Tendo em vista essas situações, seria interessante que a Lei conferisse efetividade ao exercício do direito a informação dos

negócios sociais propriamente ditos e não somente aos demonstrativos financeiros como ocorre atualmente. 

CARACTERÍSTICAS ESPECIAIS

As características principais das sociedades anônimas, que as distinguem dos demais tipos societários são:

a) as sociedades por ações são uma sociedade de capital e não de pessoas;

b) o capital social é dividido em partes, em regra de igual valor nominal, são as ações, que são títulos representativos da participação societária no capital da companhia;

c) o titular da ação é chamado de acionista;

d) a responsabilidade dos sócios vai até o preço da emissão das ações que subscrever ou adquirir, não respondendo os subscritores perante terceiros pelas obrigações assumidas pela sociedade;

e) as ações são livremente negociáveis, por isso nenhum acionista pode impedir a entrada de outro na companhia;

f) falecido o titular de uma ação, não poderá ser impedido o ingresso de seus sucessores no quadro da sociedade;

g) o herdeiro ou legatário de uma ação transforma-se em acionista inevitavelmente;

h) por se tratar de sociedade institucional, não será lícito aos sucessores do acionista morto pleitear a apuração de seus haveres;

i) possibilidade de subscrição do capital social mediante apelo público;

j) a companhia é sempre empresarial, mesmo que seu objeto seja civil;

k) a sociedade será designada por denominação ou fantasia como nome empresarial, devendo ser acrescida da palavra sociedade anônima ou da palavra Companhia, por extenso ou abreviadamente, S.A. ou Cia., sendo que a última expressão só pode ser colocada no início ou no meio do nome empresarial;

l) possibilidade de pertencer a sociedade a menores ou incapazes, sem que acarrete a sua nulidade.

m) seu órgão deliberativo máximo é a Assembléia Geral que tem poder para aprovar e reformar os estatutos sociais, eleger seus dirigentes (conselho de administração e diretoria), seus fiscais (conselho fiscal), aprovar, a cada ano, as contas da diretoria etc.

ESPÉCIES DE SOCIEDADES ANÔNIMAS

O art. 4º da Lei das Sociedades por Ações distingue : “Para os efeitos desta lei, a companhia é aberta ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação no mercado de valores mobiliários”. Desta forma, são duas espécies de companhia: a aberta e a fechada. A primeira é aquela em que os valores mobiliários (ações, debêntures, partes beneficiárias etc.) são admitidos à negociação nas bolsas de valores ou mercado de balcão. A sociedade anônima fechada é aquela que não emite valores mobiliários negociáveis nesses mercados. Assim, as companhias abertas, que necessitam de grande volume de recursos financeiros, podem captá-los mediante a emissão e colocação no mercado acionário de valores mobiliários sem precisar recorrer ao crédito bancário, cujos juros são altos, podendo inviabilizar a atividade dos tomadores de empréstimo. Já as sociedades anônimas fechadas, normalmente empresas pequenas ou médias, podem ser constituídas e exploradas com recursos relativamente menores obtidos com mais facilidade através das relações de confiança. Pelo fato de poder recorrer ao mercado acionário, a sociedade anônima aberta, para obter recursos financeiros, deve maior transparência em suas demonstrações contábeis, sujeitando-se a sua administração à fiscalização governamental. Suas demonstrações contábeis devem estar acompanhadas de parecer de auditores independentes e de notas explicativa dos valores mais relevantes. Para captar recursos junto aos investidores em geral, a companhia aberta necessita de prévia autorização do governo, registrando-se e lançando seus valores mobiliários no órgão governamental próprio, que é a Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A finalidade de todo esse controle é conferir ao investimento em ações e outros valores mobiliários a maior segurança e liquidez possível.

NATUREZA DA SOCIEDADE ANÔNIMA

A companhia é uma pessoa jurídica de direito privado e, dessa forma, sujeito de direitos e ente capaz de figurar nas relações jurídicas, em conformidade com os arts. 44, 45 e 984 do Código Civil de 2002.

A sociedade anônima tem uma nacionalidade, uma denominação, uma sede e um patrimônio absolutamente distintos daqueles dos seus acionistas. A sede determina a nacionalidade. Sua personalidade jurídica é reconhecida a partir do arquivamento dos seus atos constitutivos no Registro do Comércio e subsiste durante todo o prazo de sua duração, inclusive durante o período de liquidação. Extingue-se nos casos previstos no art. 219 da Lei nº 6.404/76, não se aplicando o direito comum, quando trata da matéria nos arts. 51, 1.033, 1.044 e 1.087 do CC.

Os subscritores de suas ações são considerados acionistas somente após o arquivamento de seus atos constitutivos.

De acordo com a Lei nº 6.404/76 pode constituir-se, a sociedade anônima, apenas com dois acionistas. Lembremos novamente que companhia, por força de lei, é sempre comercial, mesmo que os fins sejam civis. Essa comercialidade legal advém, portanto, da forma e não do objeto.

ESTRUTURA DA SOCIEDADE ANÔNIMA

As companhias podem adotar qualquer objeto social, mas deve ser definido de modo preciso e completo e deve ter um fim lucrativo, sendo obrigação de a sociedade distribuir dividendos aos seus acionistas, e que o objeto não seja contrário a lei, à ordem pública e aos bons costumes. A lei pode criar algumas restrições quanto à escolha do objeto social pelas sociedades anônimas, exigindo autorização do governo para se constituir. A sociedade anônima possui necessariamente três órgãos? A assembléia geral, a diretoria e o conselho fiscal, sendo os dois primeiros de funcionamento permanente e o último, conforme dispuserem os estatutos. Em companhias abertas, e de economia mista, haverá também o conselho de administração, sendo facultativo esse órgão nas sociedades anônimas fechadas. Os acionistas têm obrigações não só de caráter patrimonial, mas também pessoal, perante a sociedade. Patrimonialmente obrigam-se a integralizar as ações subscritas pelo seu preço de emissão e não pelo seu eventual valor nominal como referido. Por outro lado, essa integralização não torna os acionistas condôminos do patrimônio social, tendo direito apenas ao que remanescer dele, no caso de dissolução da sociedade. Dentre os acionistas destaca-se o controlador, ou seja, aquele ou aqueles acionistas que em grupo são titulares de direitos de voto que lhes assegurem, de modo permanente, a maioria nas deliberações da assembléia geral e o poder de eleger a maioria dos administradores da companhia. Essa figura do controlador e respectivas responsabilidades, que lhe é própria, advêm do uso efetivo desse poder de

majoritariamente deliberar e eleger os administradores, e conseqüentemente, de dirigir e orientar o funcionamento dos órgãos da companhia; como controladores, os acionistas têm deveres de lealdade para com os demais acionistas, para com a comunidade, e para com os empregados da companhia. Os administradores poderão ser ou não acionistas, não respondendo com seu patrimônio pessoal pelas obrigações da sociedade em virtude de atos regularas de gestão. Contudo, são responsáveis pelos abusos que cometerem no exercício de suas funções. Na sociedade anônima prevalece o princípio não só da publicidade, como também da publicação, para todos os atos sociais que possam vincular ou interessar terceiros, aí incluídos os atos constitutivos e todas as atas das assembléias gerais, os demonstrativos financeiros e quaisquer atos dos administradores que possam afetar direitos ou interesses de terceiros. Assim o princípio da publicidade e da publicação oficial prevalece para todos os demonstrativos de resultados econômicos e financeiros de cada exercício social, bem como para todas as reformas estatutárias, decisões da assembléia geral e ocorrência de fatos relevantes próprios ou de terceiros. Esse regime de publicidade (registro e arquivamento) e publicação (presunção de conhecimento de terceiros) igualmente se impõe nos negócios de transferência de controle da companhia, e, resumidamente, na constituição de grupos de sociedades.

ORGAOS SOCIAIS

Conforme a Lei nº6.404/76, as sociedades anônimas têm quatro principais órgãos: a assembléia geral, o conselho de administração, a diretoria e o conselho fiscal. Além desses, o estatuto pode prever livremente outros órgãos de assessoria ou de execução.

a) Assembléia geral. É o órgão máximo da companhia e dela participam todos os acionistas com direito a voto. Aqueles acionistas que não tem direito à voto podem manifestar-se sobre as matérias constantes da pauta (art. 125, parágrafo único). Nos quatro meses seguintes ao encerramento do exercício social, deve ser realizada uma assembléia geral ordinária. O art. 132 da Lei das Sociedades por Ações restringe a competência dessa assembléia a três temas: a) tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras; deliberar sobre a destinação do lucro líquido e a distribuição de dividendos; eleger os administradores e fiscais, se for o caso. Qualquer outro tema só poderá ser tratado em assembléia geral extraordinária, especialmente convocada. Nas assembléias adota-se o princípio da maioria do capital social, não tendo importância a pessoa dos sócios. A assembléia geral tem competência privativa para eleger ou destituir os administradores e membros dos conselhos de administração e fiscal da companhia, tomar suas contas anualmente, autorizar a emissão de debêntures, reformar o estatuto, dentre outros. As deliberações são tomadas por maioria dos votos, cabendo a cada ação um voto.

b) Conselho de administração. È um órgão em regra facultativo, no entanto é obrigatório no caso de sociedade de capital autorizado ou de capital aberto. Órgão colegiado de caráter deliberativo com finalidade de agilizar a tomada de decisões de interesse da companhia. O estatuto deve fixar o número de conselheiros e o tempo de duração do mandato de seus integrantes (não superior a três anos) e deve estabelecer as normas regimentais desse órgão. Deve ser composto por no mínimo três conselheiros. Somente quem for acionista pode ser conselheiro e o conselho delibera sempre por

maioria de votos. Quem elege seus membros e pode destituí-los a qualquer tempo é a assembléia geral.

c) Diretoria. É o órgão executivo das deliberações da assembléia geral e do conselho de administração e de representação legal da companhia. Os diretores não necessariamente são acionistas. São eleitos pelo conselho de administração ou, na falta deste, pela assembléia geral. O estatuto deve prever o número mínimo e máximo de diretores, que não deve ser inferior a dois, a duração d mandato, que não pode ser superior a três anos, e a atribuição de poderes de cada diretor e o modo de sua substituição.

d) Conselho fiscal. É um órgão colegiado destinado à fiscalização dos negócios da companhia. Seu objetivo é proteger os interesses da empresa e de todos os seus acionistas. Tem a competência de fiscalizar a gestão dos negócios pelos administradores e verificar o cumprimento dos deveres legais e estatutários, opinar sobre o relatório anual da administração, opinar sobre as propostas da administração a serem encaminhadas à assembléia, relativas à modificação do capital social, emissão de debêntures, etc. É composto de no mínimo três e no máximo cinco membros e igual número de suplentes, acionistas ou não, eleitos pela assembléia geral ordinária, com mandato anual.

As S.A. se dividem em muitos órgãos, ou por exigência jurídica ou por objetivos administrativos. Estes possuem uma maior rapidez de decisão, divisões de competências para acelerar o processo não nos interessam nesse trabalho. Serão tratados os órgãos de comando, que são os que devem se estruturar de acordo com normas jurídicas. São eles: a assembléia geral, o conselho de administração, a diretoria e o conselho fiscal.

Deve-se lembrar que estes órgãos não são pessoas reconhecidas pelo direito como é a pessoa jurídica. Verdade é que toda vez que o órgão age, ele age em nome da sociedade anônima. Sobre esse assunto nos ensina Fábio Ulhoa Coelho que como mero desdobramento da pessoa jurídica da sociedade, o órgão não tem patrimônio, não é responsabilizável, não pode demandar, nem ser demandado em juízo.

O órgão deliberativo máximo da sociedade anônima é a assembléia geral e diferentemente do que é comum em outros países, no Brasil, ela pode analisar qualquer interesse em jogo, mesmo os que possuem relação à gestão de negócios específicos. Mesmo com essa grande liberdade conferida à assembléia geral, verifica-se que somente ela é reunida de fato nos casos nos quais a lei das sociedades anônimas estabelece sua competência privativa. Esses casos dessa competência se encontram no art. 122 da LSA.

Sua soberania está limitada pelas normas da lei e do estatuto e pelas arestas do objeto social. São duas as espécies de assembléia: assembléia geral ordinária (AGO) e assembléia geral extraordinária (AGE). A primeira atua com relação aos assuntos previstos no art. 132 da Lei das S.A., tais como tomar as contas dos administradores, examinar, discutir e votar as demonstrações financeiras; eleger os administradores e os membros do Conselho fiscal, etc.

O Conselho de administração é o segundo órgão da sociedade anônima que recebeu tratamento jurídico, eleito pela Assembléia geral, ele é facultativo à maioria das sociedades anônimas, apenas obrigatório à companhia aberta, à sociedade com capital autorizado e à de economia mista. Ele deve ser composto por número impar de acionistas sempre maiores que um. Tomar decisões rapidamente e ao mesmo tempo representar a verdadeira vontade dos acionistas, é o principal objetivo desse órgão pois para reunir a assembléia geral são necessárias muitas formalidades e a diretoria pode ser composta por não acionistas.

Já a diretoria, terceiro órgão que recebeu tratamento normativo, tem atuações tanto no plano interno como no externo. Neste plano ela que mostra a vontade da pessoa jurídica, ou seja, da companhia, praticando atos e negócios jurídicos. Já no plano interno, sendo um órgão executivo, deve dirigir a companhia, visando ao melhor resultado econômico. É cabível ao estatuto estabelecer o número de diretores, a duração do mandato, a substituição e a competência de cada um.

DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

As demonstrações da origem, evolução dos recursos empregados nas sociedades anônimas, lucros e prejuízos devem ser obrigatoriamente publicados antes da realização da assembléia geral ordinária, conforme previsto na Lei das Sociedades por Ações. Essas demonstrações são parte integrante do Relatório da Administração, e prestam conta dos atos e resultados da gestão da companhia no exercício social. Aos acionistas cabe aprovar ou rejeitar as contas na assembléia geral ordinária. A apuração dos resultados se da um período, denominado exercício financeiro, correspondente a doze meses, coincidindo ou não com o ano-calendário. A finalidade das demonstrações é de informar os acionistas sobre o andamento dos negócios e os resultados obtidos. As sociedades anônimas, obedecendo a técnicas contábeis, obrigatoriamente devem fazer as seguintes demonstrações financeiras: balanço patrimonial, demonstração dos lucros ou prejuízos acumulados, demonstração do resultado do exercício, demonstração das origens e aplicação de recursos ( art. 176 da Lei nº 6.404/76). As demonstrações financeiras registrarão a destinação dos lucros segundo a proposta dos órgãos da administração, submetendo-a a aprovação da assembléia geral.

MERCADO ACIONÁRIO

O mercado de capitais tem por finalidade financiar, a médio e longo prazo, capital de giro e capital fio para as empresas, bem como para as construções destinadas à habitação.

Títulos representativos de capitais, como ações, debêntures, bônus de subscrição, partes beneficiárias, commercial parper, títulos de longo prazo do governo, hipotecas e outros títulos de médio e longo prazo, são negociados nesse mercado. É um mercado de grande dinamismo e de liquidez imediata. O mercado acionário é um dos seguimentos do mercado de capitais, especializado na compra e venda de ações e outros títulos emitidos pelas companhias. Os bancos de investimento, corretoras e distribuidoras de valor forma o mercado primário, no qual as companhias colocam suas ações, debêntures e outros títulos. As bolsas de valores e o mercado de balcão formam o mercado secundário, no qual as instituições financeiras do mercado primário colocam os títulos. A companhia só obtém recursos financeiros, de curto ou longo prazo, por meio de emissão de seus títulos, diretamente no mercado primário. No mercado secundário esses títulos circulam em operações em menores quantidades, mas o valor negociado não vai para a empresa, e sim para o possuidor do título. Para que consiga vender seus papéis, a empresa precisa ter credibilidade e apresentar boas perspectivas de rentabilidade. O Conselho Monetário Nacional (CMN), que dita as regras da política monetária, é o órgão máximo do sistema financeiro nacional. O Banco Central do Brasil é o agente executivo das decisões do CMN, exerce o monopólio da emissão de papel-moeda, administra a dívida pública interna e externa, é o depositário e administrador das reservas internacionais, registra e controla os capitais estrangeiros investidos no país e regula o mercado cambial. Como somente as companhias de capital aberto podem recorrer ao mercado de capitais, a atuação de CVM restringe-se a elas.

A CVM rege o comportamento das empresas no mercado acionário regulamentando-o, expedindo atos normativos, instruções e deliberações. Além disso, também emite pareceres para indicar a interpretação adequada de suas próprias normas ou de normas jurídicas editadas pelo Legislativo e pelas normas infralegais baixadas pelo Executivo (decretos, portarias etc.). As Bolsas de Valores, que são associações destacam-se entre as instituições financeiras auxiliares. Elas têm por sócias as sociedades corretoras (S.A.s ou Ltda.s), que dependem de autorização prévia da CVM para funcionarem.

Após esta abordagem, ficam pintadas as linhas gerais do quem vem a ser a companhia, como se estrutura e funciona, no direito brasileiro. Com esses tópicos, procuramos circundar as explicações que melhor esclarecessem o que vem a ser a sociedade empresária com capital social dividido em ações, cujos sócios são limitadamente responsáveis, isto é, até o preço das ações que titulariam. Portanto, de depois de compreendidas as informações expostas nesse trabalho já temos uma idéia geral do que representa esse tipo societário que permite ao homem realizações muito maior do que, a priori, podemos imaginar, por uma visão singular e individualista de sua capacidade.

A SOCIEDADE ANÔNIMA NO BRASIL

Influenciada pelas companhias holandesas durante o domínio destes no Brasil, o início da sociedade anônima no nosso país ocorreu com a criação, pelo governo português, da Companhia de Comércio do Brasil, que estaria presente até1720 quando foi substituída, em 1755, pela Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão, que possuía o infeliz privilégio do monopólio oficial do tráfico de negros e escravos. Posteriormente adveio a Companhia Geral das Capitanias de Pernambuco e Paraíba, fundada em 1779.

“Foi, todavia, em janeiro de 1849 que se promulgou no Brasil o primeiro ato oficial sobre sociedades anônimas, com a entrada em vigor do Decreto n. 575, que estabelecia a necessidade de autorização do Poder Público para incorporação ou

aprovação de seus estatutos.” 2

Ela também estabelecia a responsabilidade pessoal e solidária dos incorporadores pela prática de atos em inobservância às leis; o cedente de ações e a sua responsabilidade pelo valor integral destas; por fim a obrigação de restituírem os administradores os dividendos indevidamente distribuídos, garantindo, por fim, os interesses dos acionistas.

Por fim, surgiu então a possibilidade de limitação da responsabilidade do sócio. Atualmente no direito brasileiro as sociedades que contam com total separação entre o patrimônio do sócio e o da sociedade são as sociedades limitadas e as sociedades anônimas.

A LEI 6.404/76 E AS MODIFICAÇÕES DA LEI 10.303/2001

Analisando brevemente a anterioridade da Lei 6.404/76, percebemos a influência do princípio norteador alemão a EMPRESA EM SI MESMA, em que os controladores e seus administradores abordavam a empresa sob sua própria responsabilidade, para o bem dela e

3 COELHO, Fábio Ulhoa. Curso de Direito Comercial.Direito de Empresa. Vol II. Pág. 65 dos seus empregados, possuindo no interesse do Povo e do Estado os enfoques básicos e principais, pode-se dizer que o acionista minoritário, era enxergado como um estorvo, alguém em que a empresa não importava o mínimo necessário, prestando pouca atenção.

Essa regra atendeu e vigeu a demanda societária chegando até 1976, quando foi editada a Lei 6.404/76. Apesar de esta lei, ter sido feita “por encomenda” e em um momento

histórico duvidoso em que se situava, ela representou o texto legal um avanço imenso sobre as sociedades e suas relações, superando as expectativas.

Além de cuidar e regular as sociedades anônimas em si mesmas, disciplinou aspectos importantes do mercado de valores imobiliários, particularmente com a criação da CVM (Comissão de Valores Mobiliários através da Lei 6.385/1976).

“Órgão que foi responsabilizado de fiscalizar, regular e promover o desenvolvimento do setor, tendo oferecido outros avanços, como o disciplinamento da figura do acionista controlador, e a atenção dispensada à sociedade subsidiária integral,

dentre outros.” 4

Conforme a análise Pinho e de Peixoto percebemos realmente que esta lei foi um grande avanço no campo das relações societárias, pois, mesmo passados mais de 27 anos de sua vigência foram poucas as alterações, durante este período.

Podem ser citadas a Lei 7.958/89 (chamada de Lei Lobão), que apenas se limitou a restringir os direitos dos acionistas minoritários, em especial aqueles consagrados no artigo 137; a Lei 9.457/97 (Lei Kandir), proposta e sancionada com o intuito claro de alavancar o projeto brasileiro de privatizações, e por fim, e Lei 10.194/01.

Para chegar até a reforma, à Lei 10.303/01 foram necessários 4 anos de tramitação e várias tentativas de emendas propostas pelos senadores. O arcabouço geral do disciplinamento das sociedades anônimas como um todo, manteve a linhas gerais de conduta fixada pela Lei 6.404/76, evidenciando, em oposição ao que alguns continuam em afirmar, estar ela em plena forma, atual e pronta para disciplinar as regras que lhe competem.

Deve-se também recordar da preocupação necessária e justa, do Poder Executivo, ajustando a chamada “vício de iniciativa”, com relação às normas envolventes da Comissão de Valores Mobiliários, com muitos vetos ao projeto aprovado pelo Congresso Nacional, tornando mais eficaz a sua performance, transformando-a em uma agência reguladora autônoma, ampliando seus poderes, permitindo uma maior segurança aos investidores.

Isto favoreceu a consolidação do mercado de ações tornando mais atraente e confiável o mercado mobiliário, com a sua natural consolidação, beneficiando não só dos aplicadores, mas permitindo que as empresas possam captar recursos, através do mercado, a preços e em condições mais vantajosas, permitindo também ao empreendedor a

4 PINHO, Themistocles. A reforma da Lei das Sociedades Anônimas: através da Lei nº 10.303 de 31.10.2001. Pág. 5 possibilidade da realização dos objetivos da empresa, e dos seus próprios, a custos mais acessíveis.

Por último, o Conselho fiscal exerce a função de acessória à assembléia geral quanto à análise das contas dos administradores e na votação das demonstrações financeiras da sociedade anônima, fiscalizando a gestão da companhia

CONCLUSÃO

Encerramos aqui essa pequena abordagem sobre as sociedades anônimas, e principalmente sobre a Lei 10.303/01. É de grande importância a sociedade anônima nos dias atuais, tornando-se o modelo ideal de sociedade empresária.

O abuso da personalidade jurídica é um dos grandes problemas que afetam a sociedade anônima moderna, gerando a teoria da superação da personalidade jurídica. Tenta-se através de um sistema de freios e contrapesos equilibrar a vida societária, cedendo direitos aos acionistas considerados individualmente ou em grupos, fazendo com que ocorra oposição ao poder da maioria e à aplicação do poder majoritário, do mesmo jeito como se celebra nas teorias do abuso do direito e desvio do poder.

Foram citados e exemplificados aspectos que possuem uma das maiores significância na área das sociedades anônimas, como o seu surgimento, contexto histórico, sua aplicação e influência no Brasil, passando desde os tempos de colônia até os dias atuais, e focando na reforma da Lei das S.A. e a formação da lei anterior a esta, a 6.404/76.

Através deste trabalho pudemos constatar como o mercado age junto aos profissionais, ensejando a que se alheiem do texto legal, se limitando em seu dia a dia, ao trabalho de rotina, sem uma maior pesquisa das origens, se transformando em simples repetidores de práticas e conceitos, sem buscar ou estudar, ainda que superficialmente, a vontade do legislador.

Assim, pode-se notar que a noção moderna da sociedade anônima constitui um dos principais, senão o maior, instrumento do sistema capitalista, posto que permite a conjugação de capitais de vulto para o desempenho e o desenvolvimento de atividades antigamente inimagináveis.

REFERÊNCIAS

2. Código Civil, Lei nº 10.406/02; http://www.receita.fazenda.gov.br/Legislacao http://www.consulpixel.pt http://www.contadorperito.com http://forum.jusbrasil.com.br http://www.portaldoempreendedor.gov.br Coletânea de Apostilas de Direito Empresarial

ANEXOS

ESTATUTO EMPRESA S.A

ESTATUTO SOCIALSARAIVA S/A LIVREIROS EDITORES

CNPJ/MF 60.500.139/0001-2626 de Abril de 2007.

CAPÍTULO I - Denominação, Sede, Objeto Social e Duração.Art. 1º) Saraiva S.A. Livreiros Editores é uma companhia aberta, regida pelo presente Estatuto e pela legislação em vigor no país.§ único) A Companhia, que originariamente adotava a firma “Saraiva & Cia.”, foi constituída por contrato arquivado na Junta Comercial do Estado de São Paulo, sob nº 41.411, em sessão de 24/01/1933, tendo se transformado em sociedade anônima, em 15/10/1947, por escritura pública arquivada na JuntaComercial do Estado de São Paulo, sob nº 34.497, em sessão de 21/10/1947.Art. 2º) A Companhia tem sede e foro na Av. Marquês de São Vicente, nº 1697, Barra Funda, CEP 01139-904,na Cidade de São Paulo - SP, República Federativa do Brasil.§ único) A juízo da Diretoria, a Companhia poderá abrir, manter, transferir e extinguir filiais, em qualquer parte do território nacional e no exterior.Art. 3º) A Companhia tem por objeto:I. a edição, indústria e comércio de livros e publicações em geral;II. a compra e venda de artigos de papelaria, utensílios e materiais de escritório, artigos escolares, brinquedos e produtos afins, CD-ROMs, gravações de áudio e vídeo, equipamentos eletrônicos, computadores e seus programas, artigos e equipamentos de fotografia, bem como serviço de processamento de material fotográfico, além de serviços de lanchonete;III. a organização, sistematização, recepção e transmissão, e arquivamento de dados, informações e textos, e sua comercialização, no país e no Exterior, sobretudo mediante transmissão por meios elétricos, eletrônicos, óticos e magnéticos, bem como o comércio de equipamentos, acessórios e componentes necessários à utilização desses produtos, além da criação de outros programas correlatos;IV. a importação e exportação dos produtos e serviços abrangidos no objeto social, registrando-se, para esse fim, nas repartições competentes, Banco Central do Brasil e outras entidades controladoras doComércio Exterior;V. a participação em outras sociedades na qualidade de sócia, acionista, ou quotista.Art. 4º) A Companhia tem prazo de duração por tempo indeterminado.CAPÍTULO II - Capital Social e Ações.Art. 5º) O capital social é de R$ 147.774.184,00 (cento e quarenta e sete milhões, setecentos e setenta e quatro mil, cento e oitenta e quatro reais), totalmente integralizado e dividido em 28.596.123 (vinte e oito milhões, quinhentas e noventa e seis mil, cento e vinte e três) ações, sem valor nominal, das quais 9.622.313 (nove milhões, seiscentas e vinte e duas mil, trezentas e treze) são ordinárias e 18.973.810 (dezoito milhões, novecentas e setenta e três mil, oitocentas e dez) preferenciais.§ 1º) Constituem direitos ou vantagens assegurados aos acionistas titulares de ações preferenciais da Companhia:a. direito de voto restrito, na forma descrita no artigo 6º abaixo; b. direito de alienar as ações preferenciais na hipótese de Alienação do Poder de Controle da Companhia, nos termos do Capítulo VI deste Estatuto;c. dividendos iguais aos atribuídos às ações ordinárias;d. participação na distribuição de ações bonificadas provenientes de capitalização de reservas, lucros acumulados e de quaisquer outros fundos, em igualdade de condições com os acionistas titulares de ações ordinárias.§ 2º) Não é permitida a conversão de ações ordinárias em preferenciais, e destas naquelas.Art. 6º) As ações preferenciais da Companhia, cujo número poderá corresponder, nos termos do artigo 8º, § 1º,III, da Lei nº 10.303/01, a até 2/3 (dois terços) do total das ações emitidas, conferem aos seus detentores o direito de voto em relação às seguintes matérias:I. transformação, incorporação, fusão ou cisão da Companhia;II. aprovação de contratos entre a Companhia e o Acionista Controlador (conforme definido no parágrafo primeiro do artigo 22 deste Estatuto), diretamente ou por meio de terceiros, assim como de outras sociedades nas quais o Acionista Controlador tenha interesse, sempre que, por força de disposição legal ou estatutária, sejam deliberados em Assembléia Geral;III. avaliação de bens destinados à integralização de aumento de capital da Companhia;

IV. escolha de instituição ou empresa especializada para determinação do Valor Econômico daCompanhia, nas hipóteses estabelecidas nos artigos 28 e 29 deste Estatuto;V. alteração ou modificação de dispositivos estatutários que alterem ou modifiquem quaisquer dasseguintes disposições:a. o atendimento ao disposto no Capítulo VI deste Estatuto;b. a observância, na eleição do Conselho de Administração, do mandato unificado de, nomáximo, 2 (dois) anos, e das demais disposições referentes ao Conselho de Administração eao Conselho Fiscal contidas no Regulamento de Práticas Diferenciadas de GovernançaCorporativa Nível 2;c. o atendimento ao disposto no Capítulo VIII deste Estatuto;d. qualquer dos direitos estabelecidos no artigo 5º, §1º, e no artigo 6º, I a IV, deste Estatuto.§ único) O direito de voto previsto no inciso V deste artigo prevalecerá enquanto estiver emvigor o Contrato de Adoção de Práticas Diferenciadas de Governança Corporativa Nível 2.Art. 7º) É autorizado aumento do capital social que implique aumento no número de ações preferenciais emdesproporção com as espécies e classes de ações então existentes.Art. 8º) A Companhia está autorizada a aumentar seu capital social, mediante a emissão de novas ações parasubscrição, por deliberação do Conselho de Administração, e independentemente de reforma estatutária, ematé 4.000.000 (quatro milhões de ações), mesmo que não observada a proporção existente entre as váriasespécies ou classes de ação, podendo desse total serem destinadas até 500.000 (quinhentas mil) ações para aoutorga de opções de compra, nos termos do § 3º abaixo.§ 1º) O Conselho de Administração fixará as condições de emissão e subscrição, inclusivepreço e prazo para integralização e prazo e forma para o exercício do direito de preferência dos acionistas.§ 2º) A Companhia poderá, por deliberação do Conselho de Administração, emitir, dentro dolimite do capital autorizado, ações para colocação mediante venda em bolsa de valores ou subscrição pública,ou mediante permuta por ações, em oferta pública de aquisição de controle, nos termos dos artigos 257 a 263da Lei nº 6404/76, sem atribuir o direito de preferência para os antigos acionistas ou fixando prazo para oexercício deste direito inferior ao referido no artigo 171, § 4º, da Lei nº 6.404/76.§ 3º) A Companhia poderá, dentro do limite do capital autorizado, outorgar opção de comprade ações a seus administradores ou empregados, ou pessoas naturais que prestem serviços a ela ou asociedade controlada, de acordo com plano aprovado pela Assembléia Geral.§ 4º) As deliberações do Conselho de Administração de que trata este artigo observarão oquorum previsto na parte final do § 3º do artigo 14 abaixo.Art. 9º) As ações da Companhia adotam a forma escritural e permanecerão em contas de depósito, em nomede seus titulares, em instituição financeira escolhida pelo Conselho de Administração.§ 1º) A instituição financeira depositária das ações poderá cobrar dos acionistas, nos termosdo § 3º do artigo 35 da Lei nº 6404/76, o custo dos serviços de transferência da propriedade das açõesescriturais.§ 2º) A Companhia poderá, por deliberação do Conselho de Administração e mediantecomunicação às bolsas de valores em que suas ações forem negociadas, suspender, por períodos que nãoultrapassem, cada um, quinze dias, nem o total de noventa dias durante o ano, os serviços de transferência deações.Art. 10º) Ressalvadas as hipóteses do artigo 8º, §§ 2º e 3º deste Estatuto, os acionistas terão preferência parasubscrever ações emitidas em decorrência de aumento do capital social, em proporção ao número de açõesque então possuírem.§ único) O prazo para o exercício do direito de preferência é sempre decadencial e será de 30(trinta) dias, salvo: a) se for fixado pela Assembléia Geral ou pelo Conselho de Administração, conforme o caso,um prazo maior; ou b) na hipótese do artigo 8º, § 2º, in fine, deste Estatuto.Art. 11) A cada ação ordinária corresponde um voto nas deliberações das Assembléias Gerais.CAPÍTULO III - Administração.Art. 12) A Companhia será administrada pelo Conselho de Administração e pela Diretoria.§ 1º) A remuneração dos membros do Conselho de Administração e da Diretoria será fixadapela Assembléia Geral, que poderá fixar apenas o limite global ou individualizá-la para um ou maisadministradores.§ 2º) É atribuída aos administradores, obedecidas as disposições estatutárias e o artigo 152 daLei nº 6.404/76, participação de até 10% (dez por cento) dos lucros do exercício.§ 3º) O valor global da participação em cada exercício será o aprovado pela Assembléia GeralOrdinária na votação da destinação do resultado, observando-se, na distribuição entre os órgãos deadministração e individualização por administrador, o disposto nos artigos 15, VIII, e 18, I, deste Estatuto.Art. 13) O Conselho de Administração é órgão de deliberação colegiada e será composto por no mínimo 5(cinco) e no máximo 7 (sete) membros, designados Conselheiros, todos acionistas, residentes no País, eleitosem Assembléia Geral, com mandato de 1 (um) ano, permitidas reeleições sucessivas.§ 1º) A partir da Assembléia Geral Ordinária de 2006, no mínimo 20% (vinte por cento) dosConselheiros deverão ser independentes, ou seja, cada um deles deverá observar o seguinte: (i) não terqualquer vínculo com a Companhia, exceto participação no capital; (ii) não ser Acionista Controlador (conformedefinido no artigo 22, abaixo), cônjuge ou parente até segundo grau daquele, ou não ser ou não ter sido, nosúltimos 3 (três) anos, vinculado a sociedade ou entidade relacionada ao Acionista Controlador (pessoasvinculadas a instituições públicas de ensino e/ou pesquisa estão excluídas desta restrição); (iii) não ter sido, nosúltimos 3 (três) anos, empregado ou diretor da Companhia, do Acionista Controlador ou de sociedadecontrolada pela Companhia; (iv) não ser fornecedor ou comprador, direto ou indireto, de serviços e/ou produtosda Companhia, em magnitude que implique perda de independência; (v) não ser funcionário ou administrador desociedade ou entidade que esteja oferecendo ou demandando serviços e/ou produtos à Companhia; (vi) não ser

cônjuge ou parente até segundo grau de algum administrador da Companhia; (vii) não receber outraremuneração da Companhia além da de Conselheiro (proventos em dinheiro oriundos de participação no capitalestão excluídos desta restrição).§ 2º) Quando em decorrência da observância do percentual referido no parágrafo acimaresultar número fracionário de membros do Conselho de Administração, proceder-se-á ao arredondamento parao número inteiro (i) imediatamente superior, quando a fração for igual ou superior a 0,5 (cinco décimos); ou (ii)imediatamente inferior, quando a fração for inferior a 0,5 (cinco décimos).§ 3º) Os membros do Conselho de Administração serão investidos nos seus cargos mediantea assinatura de termo lavrado em livro próprio. Os membros do Conselho de Administração deverãopermanecer em seus cargos e no exercício de suas funções até que sejam eleitos seus substitutos, exceto sede outra forma for deliberado pela Assembléia Geral. A posse será condicionada à assinatura do Termo deAnuência dos Administradores, nos termos do disposto no Regulamento de Práticas Diferenciadas deGovernança Corporativa Nível 2.Art. 14) O Presidente e o Vice-Presidente do Conselho de Administração serão escolhidos pela AssembléiaGeral.§ 1º) Compete ao Presidente do Conselho de Administração convocar e presidir as reuniõesdeste órgão, e ao Vice-Presidente, substituí-lo nos seus impedimentos ou ausências eventuais.§ 2º) No caso de vacância do cargo ou impedimento temporário de Conselheiro, o substitutoserá indicado pelos Conselheiros remanescentes até a primeira Assembléia Geral, que decidirá a respeito.§ 3º) O Conselho de Administração se reunirá quantas vezes se fizerem necessárias, com apresença de pelo menos 3 (três) de seus membros, deliberando por maioria de votos, salvo quando se tratardas matérias contempladas no artigo 8º deste Estatuto, quando o Conselho somente deliberará com o votofavorável de pelo menos 4 (quatro) Conselheiros, dentre eles o Presidente do Conselho de Administração.§ 4º) Em caso de empate nas deliberações do Conselho de Administração, prevalece o votodo Presidente ou do Vice-Presidente que o estiver substituindo, ressalvado o disposto no parágrafo anterior.§ 5º) Das reuniões realizadas serão redigidas, por um dos membros do Conselho indicadopelo Presidente, as respectivas atas, as quais serão lavradas nos livros próprios e assinadas pelos presentes,sendo publicadas nos casos exigidos por lei.Art. 15) Compete ao Conselho de Administração:I. fixar a orientação geral dos negócios da Companhia;II. eleger e destituir os diretores da Companhia, podendo fixar-lhes atribuições, respeitadas as normasestabelecidas no artigo 17 deste Estatuto Social;III. fiscalizar a gestão dos diretores, examinando, periodicamente, livros e papéis da Companhia,solicitando informações sobre contratos e demais atos relativos aos negócios sociais;IV. convocar as Assembléias Gerais, obedecidas as normas legais e estatutárias;V. autorizar a Diretoria a alienar bens do ativo permanente, constituir ônus reais sobre os bens sociais eprestar garantias a obrigações de terceiros, sendo desnecessária tal autorização nas hipótesesprevistas no artigo 17, § 1º, “f”, § 2º, “b”, e § 3º, "e" e "f", do presente Estatuto;VI. autorizar a aquisição, alienação, cancelamento ou permanência em tesouraria de ações emitidas pelaCompanhia;VII. escolher e destituir os auditores independentes;VIII. definir, quando a Assembléia Geral fixar globalmente a remuneração dos administradores, a parcelacorrespondente à Diretoria e a correspondente ao Conselho de Administração, bem comoindividualizá-la em relação aos membros deste último.Art. 16) Competem à Diretoria os mais amplos poderes de gestão, representação e administração daCompanhia, necessários a que se realize integralmente o objeto social, obedecidas, na ordem, as regras doartigo 17 e as atribuições conferidas pelo Conselho de Administração nos termos do artigo 15 deste Estatuto.§ 1º) A Diretoria será composta por 5 (cinco) membros, acionistas ou não, residentes no país,sendo designados por: Diretor Presidente, Diretor Financeiro, Diretor de Vendas, Diretor Editorial Jurídico eDiretor de Recursos Humanos, todos eleitos pelo Conselho de Administração, com mandato de 1 (um) ano,permitidas reeleições sucessivas. A posse dos Diretores será condicionada à assinatura do Termo de Anuênciados Administradores, nos termos do disposto no Regulamento de Práticas Diferenciadas de GovernançaCorporativa Nível 2.§ 2º) Nas ausências ou impedimentos temporários de diretores, poderá o Conselho deAdministração distribuir as funções do diretor ausente ou impedido entre os demais diretores, mantendo-se,contudo, o atendimento às determinações do artigo 17.§ 3º) Em caso de vaga ou impedimento definitivo de qualquer diretor, o Conselho deAdministração decidirá a respeito, indicando o substituto para completar o período de mandato do substituído oumantendo o cargo vago, distribuindo, neste caso, as funções do diretor impedido ou afastado entre os demaisdiretores, obedecidas as determinações do artigo 17.§ 4º) O Conselho de Administração designará um dos diretores para exercer cumulativamenteo cargo de Diretor de Relações com Investidores.Art. 17) A Diretoria estará, no exercício de seus poderes de gestão, representação e administração, sempresujeita às condições estipuladas nos parágrafos a seguir.§ 1º) Individualmente, qualquer dos diretores em exercício poderá: a) sacar, endossar paracobrança bancária e quitar duplicatas; b) endossar cheques e ordens de pagamento, desde que para depósitoem contas correntes bancárias da Companhia; c) assinar relações de títulos para desconto, caução e cobrança;d) firmar correspondência, guias para recolhimento de impostos e contribuições, requerimentos e petiçõesdirigidas a Repartições e Autarquias Públicas Federais, Estaduais e Municipais, bancos e instituições, emexpedientes para recolhimento de impostos, taxas e contribuições sociais ou procedimentos administrativos dequalquer natureza; e) admitir e demitir funcionários, vendedores, representantes e agentes comerciais; f)

adquirir, alienar ou onerar bens do ativo permanente, inclusive imóveis, desde que o seu valor individual nãosupere 1% (um por cento) do patrimônio líquido da Companhia, constante das últimas DemonstraçõesFinanceiras de exercício social publicadas; g) receber citação ou intimação em processos judiciais ouprocedimentos administrativos.§ 2º) Conjuntamente, quaisquer 2 (dois) diretores em exercício poderão: a) emitir cheques,autorizar débitos em contas bancárias, firmar contratos de financiamento com entidades bancárias e dearrendamento mercantil com sociedades constituídas para tal finalidade; b) emitir, aceitar, onerar ou alienarnotas promissórias e letras de câmbio, desde que para desconto bancário ou para garantia de obrigaçõesassumidas em contratos de financiamento e de arrendamento mercantil, bem como constituir procuradoresespecificamente para tais fins; c) endossar quaisquer títulos de crédito, entre eles duplicatas, notaspromissórias, letras de câmbio e certificados de custódia, com exceção de cheques; d) custodiar e retirar decustódia títulos e demais bens móveis; e) constituir procuradores, conferindo-lhes os poderes da cláusula adjudiciae a extra, bem como os de receber citação, confessar, transigir, desistir, receber e dar quitação; f) firmarcontratos, inclusive os de edição, de venda ou parceria com órgãos governamentais e privados, e os de locaçãode bens móveis e imóveis, ou de serviços; g) prestar fianças a empresas controladas direta ou indiretamente eaval a títulos de responsabilidade dessas empresas; h) adquirir, subscrever, alienar e resgatar títulos de rendafixa e variável, dentre eles ações e debêntures, desde que não sejam de emissão da Companhia ou de qualquersociedade por ela controlada direta ou indiretamente, respeitado ainda o disposto no § 4º, inciso “e”.§ 3º) Conjuntamente com o Diretor Presidente, qualquer dos diretores em exercício poderá: a)endossar cheques; b) constituir procurador, outorgando-lhe poderes de que se encontrem investidos; c)representar a Companhia junto a empresas controladas; d) adquirir, alienar ou onerar bens do ativopermanente, inclusive imóveis, desde que o seu valor individual não supere 20% (vinte por cento) do patrimôniolíquido da Companhia, constante das últimas Demonstrações Financeiras de exercício social publicadas; e)firmar contratos que importem onerar bens sociais, em valor que não supere 20% (vinte por cento) dopatrimônio líquido da Companhia, constante das últimas Demonstrações Financeiras de exercício socialpublicadas; f) prestar fiança a pessoa física quando se destinar a garantir a locação de imóvel residencialdestinado a viabilizar a instalação de gerente da Companhia, ou de sociedade por ela controlada, em município,distinto do de domicílio deste, no qual se situe o estabelecimento para cuja gerência tenha sido designado.§ 4º) Conjuntamente com o Diretor Presidente, e com prévia e expressa autorização doConselho de Administração, qualquer dos diretores em exercício poderá: a) adquirir, alienar ou onerar ações equotas de empresas controladas direta ou indiretamente; b) adquirir, alienar ou onerar bens do ativopermanente, inclusive imóveis, quando o seu valor individual superar 20% (vinte por cento) do patrimônio líquidoda Companhia, constante das últimas Demonstrações Financeiras de exercício social publicadas; c) firmarcontratos que importem onerar bens sociais, em valor superior a 20% (vinte por cento) do patrimônio líquido daCompanhia, constante das últimas Demonstrações Financeiras de exercício social publicadas, sem prejuízo dasdemais disposições do presente artigo; d) prestar fiança a pessoa física, excetuados os casos previstos noinciso “g” do § 3º deste artigo, ou a pessoa jurídica, que não as empresas controladas direta ou indiretamente, eaval a títulos de responsabilidade dessas pessoas, desde que haja interesse da Companhia em tais atos; e)promover a participação da Companhia, com o intuito de controle isolado ou compartilhado, em qualquer outrasociedade, mediante aquisição ou subscrição de quotas ou ações, assim como proceder à retirada daCompanhia de tais sociedades; f) constituir procurador, outorgando-lhe poderes de que se encontreminvestidos; g) emitir e aceitar os demais títulos de crédito, entre eles notas promissórias e letras de câmbio,observada a exceção contida na alínea “b” do parágrafo 2º acima.Art. 18) Compete à Diretoria:I. Individualizar a remuneração dos Diretores, sempre que a Assembléia Geral fixar globalmente a dosadministradores e após o Conselho de Administração exercer a competência mencionada no artigo 15,VIII, deste Estatuto;II. deliberar a abertura, manutenção, transferência e extinção de filiais;III. deliberar sobre matérias administrativas, observadas, se houver, as determinações da AssembléiaGeral e do Conselho de Administração.Art. 19) A Diretoria reunir-se-á sempre com a presença de pelo menos 3 (três) diretores e desde que convocadapelo Diretor Presidente, ao qual caberá fixar a pauta, dirigir os trabalhos e designar o Secretário.§ 1º) Da reunião será lavrada ata, em livro próprio.§ 2º) As deliberações serão tomadas por maioria de votos dos Diretores presentes,prevalecendo, em caso de empate, o voto do Diretor Presidente.CAPÍTULO IV - Conselho Fiscal.Art. 20) O Conselho Fiscal da Companhia, composto por no mínimo 3 (três) e, no máximo, 5 (cinco) membros, erespectivos suplentes, funcionará nos exercícios em que for instalado por deliberação da Assembléia Geral, noscasos previstos em lei.§ 1º) A Assembléia Geral que deliberar sobre a instalação do Conselho Fiscal fixará o númerode seus membros, os elegerá e fixará a remuneração destes.§ 2º) Os membros do Conselho Fiscal tomarão posse mediante a assinatura de termo lavradoem livro próprio. A posse será condicionada à assinatura do Termo de Anuência dos membros do ConselhoFiscal, nos termos do disposto no Regulamento de Práticas Diferenciadas de Governança Corporativa Nível 2.§ 3º) O Regimento Interno do Conselho Fiscal será aprovado pela Assembléia Geral.CAPÍTULO V - Assembléia Geral.Art. 21) A Assembléia Geral reunir-se-á, ordinariamente, no primeiro quadrimestre após o término do exercíciosocial e, extraordinariamente, sempre que os interesses sociais o exigirem, mediante convocação na forma dalei.§ 1º) A Assembléia Geral será presidida pelo Presidente do Conselho de Administração, pelo

Vice-Presidente que estiver exercendo a Presidência do Conselho de Administração ou, na ausência destes,pelo acionista por ela indicado. O Presidente da Assembléia Geral escolherá um dos presentes para secretariálae constituir a Mesa.§ 2º) As pessoas presentes à Assembléia deverão provar sua qualidade de acionista, cabendoaos titulares de ações escriturais ou em custódia nos termos do artigo 41 da Lei nº 6404/76 depositar, naCompanhia, para tal fim, comprovante expedido pela instituição financeira depositária, nos termos fixados naconvocação, salvo se a Presidência da Assembléia considerar suficiente outro meio de verificação.CAPÍTULO VI - Alienação do Controle Acionário, Cancelamento do Registro de Companhia Aberta eDescontinuidade das Práticas Diferenciadas de Governança Corporativa Nível 2.Art. 22) A Alienação do Poder de Controle da Companhia tanto por meio de uma única operação, como pormeio de operações sucessivas, deverá ser contratada sob condição, suspensiva ou resolutiva, de que oadquirente do controle se obrigue a efetivar oferta pública de aquisição das ações dos demais acionistas,observando as condições e os prazos previstos na legislação vigente e no Regulamento de PráticasDiferenciadas de Governança Corporativa Nível 2 e a correção monetária prevista no § 5º abaixo, de forma alhes assegurar tratamento igualitário ao Acionista Controlador Alienante, observadas as disposições contidas noartigo 24.§ 1º) Para os fins deste Estatuto, os seguintes termos iniciados em letras maiúsculas terão osseguintes significados:“Acionista Controlador” significa (i) o acionista que exerça o Poder de Controle da Companhia; (ii) os acionistasnão vinculados por acordo de acionistas que exerçam o Poder de Controle da Companhia; ou (iii) o grupo deacionistas vinculado por acordo de acionistas ou sob controle comum que exerça o Poder de Controle daCompanhia.“Acionista Controlador Alienante” significa o Acionista Controlador quando este promove a Alienação do Poderde Controle da Companhia.“Ações de Controle” significa o bloco de ações que assegura, de forma direta ou indireta, ao(s) seu(s) titular(es),o exercício individual e/ou compartilhado do Poder de Controle da Companhia.“Ações em Circulação” significa todas as ações emitidas pela Companhia, excetuadas as ações detidas peloAcionista Controlador, por pessoas vinculadas, por administradores da Companhia e aquelas em tesouraria.“Alienação de Controle da Companhia” significa a transferência a terceiro, a título oneroso, das Ações deControle.“Poder de Controle” significa o poder efetivamente utilizado de dirigir as atividades sociais e orientar ofuncionamento dos órgãos da Companhia, de forma direta ou indireta, de fato ou de direito. Há presunçãorelativa de titularidade do controle em relação à(s) pessoa(s) ou ao grupo de pessoas vinculado por acordo deacionistas ou sob controle comum (grupo de controle) que seja titular de ações que lhe tenham assegurado amaioria absoluta dos votos dos acionistas presentes nas três últimas Assembléias Gerais da Companhia, aindaque não seja titular das ações que lhe assegurem a maioria absoluta do capital votante.“Valor Econômico” significa o valor da Companhia e de suas ações que vier a ser determinado por empresaespecializada, mediante a utilização de metodologia reconhecida ou com base em outro critério que venha a serdefinido pela Comissão de Valores Mobiliários (“CVM”).§ 2º) A negociação de Ações de Controle entre o Acionista Controlador identificado noContrato de Práticas Diferenciadas de Governança Corporativa – Nível 2 e seus herdeiros necessários e, ainda,entre esses herdeiros, desde que os mesmos exerçam o Poder de Controle da Companhia, mesmo queimplique a consolidação do Poder de Controle em apenas um acionista, não constitui Alienação do Poder deControle, não dando causa, portanto, à obrigação de realizar oferta pública nos termos do caput deste artigo edo caput do artigo 24 abaixo.§ 3º) No caso de alienação de ações pertencentes a um ou mais acionistas que exerçam oPoder de Controle a terceiro(s), a oferta pública prevista no caput deste artigo e no caput do artigo 24 abaixosomente será exigida a partir da alienação do número de ações necessário ao exercício do Poder de Controlepor esse(s) terceiro(s).§ 4º) Não caracterizam Alienação do Poder de Controle as seguintes situações: a) aintegralização, com ações da Companhia, de capital social de sociedade que em função dessa integralizaçãotorne-se controladora da Companhia e seja controlada pelo Acionista Controlador; e b) redução do capital socialda referida sociedade controladora, com devolução das ações, ou dissolução dessa sociedade, ou ainda nocaso de cisão dessa sociedade, desde que as sociedades resultantes, às quais tenha sido atribuída atitularidade de ações ordinárias da Companhia, sejam integradas apenas pelo Acionista Controlador.§ 5º) Para os fins deste Capítulo, a correção monetária será feita de acordo com as seguintesregras: a) o índice a ser utilizado será o IGP-M (Índice Geral de Preços – Mercado), apurado e divulgado pelaFundação Getúlio Vargas (FGV), ou o que o substituir; b) desconhecido o IGP-M do mês em curso, seráutilizado o último divulgado; c) aplica-se o índice de correção pro rata dia; d) a correção monetária terá por datainicial a do pagamento, ou pagamentos, feitos ao Acionista Controlador Alienante para a aquisição das Açõesde Controle, e, por data final, a do pagamento, ou pagamentos, feitos em favor dos demais acionistasdetentores de ações ordinárias e/ou preferenciais; e) sempre que devida a correção monetária, serão devidostambém os juros pagos pela Caderneta de Poupança, nesses não incluída a Taxa Referencial – TR, ou o índiceque a substituir.Art. 23) A oferta pública referida no artigo anterior também deverá ser realizada:I. nos casos em que houver cessão onerosa de direitos de subscrição de ações e de outros títulos oudireitos relativos a valores mobiliários conversíveis em ações, que venha a resultar na Alienação deControle da Companhia; eII. em caso de alienação do controle do Acionista Controlador da Companhia, sendo que, nesse caso, oAcionista Controlador Alienante ficará obrigado a declarar à Bolsa de Valores de São Paulo –BOVESPA (“BOVESPA”) o valor atribuído à Companhia nessa alienação e anexar documentação que

o comprove.Art. 24) A oferta pública aos detentores das ações ordinárias deverá ser realizada por um valor de 100% (cempor cento) do valor pago pelas Ações de Controle e a oferta pública aos detentores das ações preferenciaisdeverá ser realizada por um valor mínimo de 90% (noventa por cento) do valor pago pelas Ações de Controle.§ único) A modificação desta cláusula estatutária, no que se refere à oferta pública a serrealizada aos detentores de ações preferenciais, somente poderá ser deliberada pela Assembléia Geral com aaprovação prévia de acionistas titulares de mais da metade das ações preferenciais, reunidos em assembléiaespecial.Art. 25) Aquele que já detiver ações da Companhia e venha a adquirir o Poder de Controle, em razão decontrato particular de compra de ações celebrado com o Acionista Controlador, envolvendo qualquer quantidadede ações, estará obrigado a:I. efetivar a oferta pública referida no artigo 22 deste Estatuto; eII. ressarcir os acionistas dos quais tenha comprado ações em bolsa de valores nos 6 (seis) mesesanteriores à data de Alienação de Controle da Companhia, devendo pagar a estes a eventualdiferença entre o preço pago ao Acionista Controlador Alienante e o valor pago em bolsa de valorespor ações da Companhia nesse mesmo período, devendo ambos os valores serem atualizados deacordo com o § 5º do artigo 22 acima.Art. 26) A Companhia não registrará qualquer transferência de ações para o comprador do Poder de Controleou para o(s) acionista(s) que vier(em) a deter o Poder de Controle, enquanto esse(s) não subscrever(em) oTermo de Anuência dos Controladores nos termos do disposto no Regulamento de Práticas Diferenciadas deGovernança Corporativa Nível 2, que será imediatamente enviado à BOVESPA.Art. 27) Nenhum acordo de acionistas que disponha sobre o exercício de Poder de Controle poderá serregistrado na sede da Companhia, sem que os seus signatários tenham subscrito o Termo de Anuência dosControladores, que será imediatamente enviado a BOVESPA.Art. 28) Na oferta pública de aquisição de ações a ser realizada para o cancelamento do registro de companhiaaberta da Companhia, o preço mínimo a ser ofertado deverá corresponder ao Valor Econômico apurado emlaudo de avaliação.Art. 29) Caso os acionistas reunidos em Assembléia Geral Extraordinária deliberem: (i) a descontinuidade dasPráticas Diferenciadas de Governança Corporativa Nível 2 para que as ações da Companhia passem a terregistro para negociação fora do Nível 2 ou (ii) a reorganização societária da qual a companhia resultante nãoseja classificada como detentora de padrão de Governança Corporativa do Nível 2, o acionista ou grupo deacionistas que detiver o Poder de Controle da Companhia deverá efetivar oferta pública de aquisição de açõespertencentes aos demais acionistas da Companhia, cujo preço mínimo a ser ofertado deverá corresponder aoValor Econômico apurado em laudo de avaliação respeitadas as normas legais e regulamentares aplicáveis.Art. 30) O laudo de avaliação previsto nos artigos 28 e 29 deste Estatuto deverá ser elaborado por empresaespecializada, com experiência comprovada e independente da Companhia, seus administradores econtroladores, devendo o laudo também satisfazer os requisitos do parágrafo 1º do artigo 8º da Lei nº 6.404/76e conter a responsabilidade prevista no parágrafo 6º do mesmo artigo da lei.§ 1º) A escolha da empresa especializada responsável pela determinação do Valor Econômicoda Companhia é de competência da Assembléia Geral, a partir da apresentação, pelo Conselho deAdministração, de lista tríplice, devendo a respectiva deliberação, não se computando os votos em branco, ecabendo a cada ação, independentemente da espécie ou classe e respeitado o disposto no artigo 6º, IV, odireito a um voto, ser tomada pela maioria dos votos dos acionistas representantes das Ações em Circulaçãopresentes na Assembléia Geral, que se instalada em primeira convocação deverá contar com a presença deacionistas que representem, no mínimo, 20% (vinte por cento) do total de Ações em Circulação, ou que seinstalada em segunda convocação poderá contar com a presença de qualquer número de acionistasrepresentantes das Ações em Circulação.§ 2º) Os custos de elaboração do laudo de avaliação exigido deverão ser assumidosintegralmente pelo ofertante.CAPÍTULO VII - Exercício Social, Lucros, Reservas e Dividendos.Art. 31) O exercício social encerrar-se-á em 31 de dezembro de cada ano, data em que serão elaboradas asdemonstrações financeiras exigidas em lei ou regulamento.Art. 32) Do resultado do exercício serão deduzidos os prejuízos acumulados e a provisão para o imposto derenda e contribuição social, e, do valor resultante, até 10% (dez por cento) será destinado à participação dosadministradores, desde que atribuído, naquele exercício, aos acionistas pelo menos o dividendo obrigatórioreferido no artigo 34, “a”, deste Estatuto.Art. 33) Do lucro líquido do exercício, correspondente ao resultado após as deduções e participações previstasno artigo 32 deste Estatuto, 5% (cinco por cento) será destinado à reserva legal, enquanto não alcançado olimite legal.Art. 34) Exceto na hipótese do artigo 202, § 4º, da Lei nº 6.404/76, é assegurado aos acionistas o dividendoobrigatório correspondente a:a. 25% do lucro líquido do exercício, ajustado nos termos do artigo 202 da Lei nº 6.404/76, com aredação dada pela Lei nº 10.303/01; maisb. o saldo do lucro líquido do exercício, se houver, que remanescer após as destinações mencionadasnos artigos. 193 a 197 da Lei nº 6.404/76, com a redação dada pela Lei nº 10.303/01, observados osartigos 33 e 35 deste Estatuto.Art. 35) Depois de assegurado aos acionistas o dividendo obrigatório mencionado no artigo 34, “a”, desteEstatuto, o saldo do lucro líquido do exercício, se houver, poderá ser destinado pela Assembléia Geral àsseguintes reservas:a. reserva para futuro aumento de capital, destinada a garantir a capitalização da Companhia, a qual nãoexcederá, em nenhum exercício, o capital social realizado;

b. reserva para contingências, nos termos do artigo 195 da Lei nº 6.404/76;c. reserva de retenção de lucros, de acordo com orçamento aprovado em Assembléia Geral, que nãopoderá exceder, em nenhum exercício, o capital social realizado;d. reserva de lucros a realizar, nos termos do artigo 197 da Lei nº 6.404/76, com a redação dada pela Leinº 10.303/01.Art. 36) A critério do Conselho de Administração, a Companhia poderá pagar ou creditar aos acionistas, no todoou em parte, o valor equivalente aos juros sobre o capital próprio, calculado segundo a legislação em vigor, atéo valor que resultaria da aplicação da Taxa de Juros a Longo Prazo - TJLP pro rata dia, para o períodocorrespondente.§ único) Os juros sobre o capital próprio, quando pagos ou creditados aos acionistas, serãoimputados, pelo valor líquido do imposto de renda, aos dividendos obrigatórios.Art. 37) Os dividendos e os juros sobre o capital próprio serão pagos mediante depósito em conta bancária emnome do acionista e por este indicada, salvo se ele, com 10 (dez) dias úteis de antecedência, houver solicitadopor escrito que lhe sejam pagos na tesouraria da Companhia, por cheque nominativo.Art. 38) A Companhia não poderá, salvo se autorizada pela maioria de votos em Assembléia especial dosacionistas titulares de ações preferenciais, reter, por mais de quatro trimestres sucessivos, disponibilidadefinanceira em quantia superior a 25% (vinte e cinco por cento) do seu ativo total, desde que assim o permita suasituação econômica e financeira.§ 1º) Para os fins de aplicação deste dispositivo: a) serão considerados os valorescorrespondentes ao último dia de cada trimestre, conforme o balanço levantado nas respectivas datas; e b) adisponibilidade financeira corresponderá à soma dos valores contabilizados sob as rubricas “caixa e bancos” e“aplicações financeiras” subtraída a soma dos valores contabilizados sob as rubricas “empréstimos efinanciamentos” do passivo circulante e “empréstimos e financiamentos” do exigível a longo prazo.§ 2º) Dos valores que, em cada trimestre, ultrapassarem o percentual de retenção dedisponibilidade financeira previsto neste artigo, será distribuído como dividendo, ou pago a título de juros sobreo capital, o correspondente ao trimestre de menor excesso de retenção, deduzindo-se desse excesso osdividendos ou juros sobre o capital já declarados e ainda não pagos.§ 3º) Verificada a hipótese prevista no parágrafo anterior, a cláusula estatutária expressa nesteartigo só voltará a ser aplicada a partir dos quatro trimestres seguintes ao último dos trimestres envolvidos naapuração do excesso de retenção.§ 4º) A distribuição dos dividendos, ou o pagamento de juros sobre o capital, será feita dentrodo exercício social seguinte ao último dos trimestres envolvidos na apuração do excesso de retenção.§ 5º) A Companhia não poderá, salvo se autorizada por mais da metade dos acionistastitulares de ações preferenciais, constituir subsidiária com o objeto exclusivo de administrar seus própriosrecursos.§ 6º) A modificação desta cláusula estatutária somente poderá ser deliberada pela AssembléiaGeral com a aprovação prévia de acionistas titulares de mais da metade das ações preferenciais, reunidos emassembléia especial.CAPÍTULO VIII – Juízo Arbitral.Art. 39) A Companhia, seus acionistas, administradores e os membros do Conselho Fiscal obrigam-se aresolver, por meio de arbitragem, nos termos do Regulamento da Câmara de Arbitragem do Mercado("Regulamento de Arbitragem") da BOVESPA, toda e qualquer disputa ou controvérsia que possa surgir entreeles, relacionada ou oriunda, em especial, da aplicação, validade, eficácia, interpretação, violação e seus efeitosdas disposições contidas na Lei n.º 6.404/76, no Estatuto Social da Companhia, nas normas editadas peloConselho Monetário Nacional, pelo Banco Central do Brasil e pela CVM, bem como nas demais normasaplicáveis ao funcionamento do mercado de capitais em geral, além daquelas constantes do Regulamento dePráticas Diferenciadas de Governança Corporativa Nível 2, do Contrato de Adoção de Práticas Diferenciadas deGovernança Corporativa Nível 2 e do Regulamento de Arbitragem.§ único) A lei brasileira será a única aplicável ao mérito de toda e qualquer controvérsia, bemcomo à execução, interpretação e validade da presente cláusula compromissória. O procedimento arbitral terálugar na Cidade de São Paulo, Estado de São Paulo, local onde deverá ser proferida a sentença arbitral. Aarbitragem deverá ser administrada pela própria Câmara de Arbitragem do Mercado, sendo conduzida e julgadade acordo com as disposições pertinentes do Regulamento de Arbitragem.CAPÍTULO IX - Disposições Gerais.Art. 40) A Companhia poderá ser dissolvida e liquidada nos casos e pela forma prevista em lei.Art. 41) Os casos omissos neste Estatuto serão regulados pelas disposições legais em vigor, aplicáveis àespécie.

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