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DIREITO AMBIENTAL CONSTITUCIONAL E A PROVA DOS ILÍCITOS AMBIENTAIS ENVIRONMENTAL LAW AND CONSTITUTIONAL EVIDENCE OF UNLAWFUL ENVIRONMENTAL Paulo Sergio Vianna Marllon Beraldo RESUMO O direito ao ambiente ecologicamente equilibrado é um direito fundamental, um direito da personalidade, uma obrigação de todos sua conservação, para que haja a continuidade e viabilidade da vida em nosso planeta. O arcabouço jurídico brasileiro para regular o tema é amplo, dotado de normas, que teoricamente podem regular sua exploração em harmonia com sua preservação. O cumprimento da função sócio- ambiental dos empreendimentos onde se localizem os bens ambientais, além de atender á determinação constitucional, é fundamental para garantir às atuais e futuras gerações, o direito fundamental ao ambiente ecologicamente equilibrado. Os legisladores mediante todo instrumental jurídico do direito penal ambiental buscou dar efetividade à sua tutela, visando protegê-lo, para que não haja exagero na exploração, como também, excessos em sua proteção. Com a adoção da responsabilidade objetiva na apuração dos ilícitos ambientais é fundamental a observância dos requisitos essenciais à apuração destes ilícitos, principalmente, quanto às provas. PALAVRAS-CHAVES: DIREITOS DA PERSONALIDADE; PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL; DIREITO AMBIENTAL; DIREITO FUNDAMENTAL; MEIO AMBIENTE; PROVAS; ILÍCITOS AMBIENTAIS. ABSTRACT The right to ecologically balanced environment is a fundamental right, a right of personality, an obligation of all its maintenance, to ensure the continuity and viability of life on our planet. The Brazilian legal framework to regulate the subject is broad, with norms, which theoretically may regulate its operation in line with its preservation. The fulfillment of socio-environmental function of the business location where the environmental goods, and meet the constitutional determination, it is essential to ensure that current and future generations, the fundamental right to ecologically balanced environment. Legislators on all legal instruments of environmental criminal law sought to give effect to its trust, to protect it, so that without exaggeration in the exploitation, as well as excesses in its protection. With the adoption of strict liability in the investigation of unlawful environmental is essential to meet the essential requirements for the investigation of these illegal, mainly on the evidences. 5296

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DIREITO AMBIENTAL CONSTITUCIONAL E A PROVA DOS ILÍCITOS AMBIENTAIS

ENVIRONMENTAL LAW AND CONSTITUTIONAL EVIDENCE OF UNLAWFUL ENVIRONMENTAL

Paulo Sergio Vianna Marllon Beraldo

RESUMO

O direito ao ambiente ecologicamente equilibrado é um direito fundamental, um direito da personalidade, uma obrigação de todos sua conservação, para que haja a continuidade e viabilidade da vida em nosso planeta. O arcabouço jurídico brasileiro para regular o tema é amplo, dotado de normas, que teoricamente podem regular sua exploração em harmonia com sua preservação. O cumprimento da função sócio-ambiental dos empreendimentos onde se localizem os bens ambientais, além de atender á determinação constitucional, é fundamental para garantir às atuais e futuras gerações, o direito fundamental ao ambiente ecologicamente equilibrado. Os legisladores mediante todo instrumental jurídico do direito penal ambiental buscou dar efetividade à sua tutela, visando protegê-lo, para que não haja exagero na exploração, como também, excessos em sua proteção. Com a adoção da responsabilidade objetiva na apuração dos ilícitos ambientais é fundamental a observância dos requisitos essenciais à apuração destes ilícitos, principalmente, quanto às provas.

PALAVRAS-CHAVES: DIREITOS DA PERSONALIDADE; PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL; DIREITO AMBIENTAL; DIREITO FUNDAMENTAL; MEIO AMBIENTE; PROVAS; ILÍCITOS AMBIENTAIS.

ABSTRACT

The right to ecologically balanced environment is a fundamental right, a right of personality, an obligation of all its maintenance, to ensure the continuity and viability of life on our planet. The Brazilian legal framework to regulate the subject is broad, with norms, which theoretically may regulate its operation in line with its preservation. The fulfillment of socio-environmental function of the business location where the environmental goods, and meet the constitutional determination, it is essential to ensure that current and future generations, the fundamental right to ecologically balanced environment. Legislators on all legal instruments of environmental criminal law sought to give effect to its trust, to protect it, so that without exaggeration in the exploitation, as well as excesses in its protection. With the adoption of strict liability in the investigation of unlawful environmental is essential to meet the essential requirements for the investigation of these illegal, mainly on the evidences.

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KEYWORDS: RIGHTS OF PERSONALITY, PRINCIPLES OF ENVIRONMENTAL LAW, ENVIRONMENTAL LAW, FUNDAMENTAL RIGHTS, ENVIRONMENT, EVIDENCE, UNLAWFUL ENVIRONMENTAL.

1. INTRODUÇÃO

O direito ao ambiente ecologicamente equilibrado é um direito garantido constitucionalmente, entretanto, os dispositivos constantes no inciso XXIII, do Art. 5º, art. 186 e 225 da Constituição Federal positivam a matéria, visando amparar sua tutela jurisdicional, perante a coletividade, além de contar com um arcabouço de leis infraconstitucionais.

Organismos governamentais e não governamentais que militam para evolução do instituto se debruçam sobre o problema ambiental, focando prioritariamente a propriedade agrária, como o fator principal da preservação ambiental no País.

A propriedade agrária não é somente uma fonte de riquezas naturais, ela também possui o atributo de garantir ao ser humano outro direito fundamental, sua própria subsistência, através da produção de alimentos, que ao lado do fator ambiental e econômico, compõem a importante tarefa da função social da propriedade.

Mister faz atentar-se para a emissão de resíduos industriais nos rios, poluentes na atmosfera, a devastação desenfreada dos recursos naturais, que trazem conseqüências negativas como o aquecimento global, a poluição da água, do ar e do solo, o assoreamento de rios, e outros desequilíbrios ambientais, como o degelo das calotas polares.

Autoridades mundiais estão se articulando buscando equilibrar a relação homem e natureza, como por exemplo, a Conferência de Estocolmo em 1972, a Rio Eco-92, o Tratado de Kyoto em 1997, entre outros, objetivando um ambiente ecologicamente equilibrado às presentes e futuras gerações.

Os princípios do Direito Ambiental são primordiais para se entender a relação homem/natureza, com o fito de pautar a conduta humana em consonância aos seus parâmetros, os quais suficientes seriam para a solução da problemática ambiental.

Desta forma, se pretende analisar no presente estudo, um breve histórico sobre meio ambiente, alguns princípios de direito ambiental, um breve apontamento sobre a questão das provas dos ilícitos ambientais, e por fim, estabelecer algumas linhas sobre o direito ao meio ambiente como direito da personalidade.

2. DO CONCEITO DE MEIO AMBIENTE

O que se tem denominado hoje de direito ambiental é fruto da preocupação do ser humano para com o meio em que vive. Mesmo o homem vivendo em sociedade, tendo em vista que, a humanidade está voltada à seara ambiental.

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Michael Allaby conceitua o termo meio ambiente como:

[...] a completa extensão de condições externas, físicas e biológicas, na qual um organismo vive. Meio Ambiente inclui considerações sociais, culturais e (para os humanos) econômicas e políticas, tanto como os aspectos mais usualmente compreendidos, como solo, clima e suprimento de alimentos[1].

Para José Afonso da Silva[2] “o meio ambiente é a interação do conjunto de elementos naturais, artificiais e culturais que propiciem o desenvolvimento equilibrado da vida em todas as suas formas.”

Canotilho[3] define meio ambiente como “conjunto dos elementos que, na complexidade das suas relações, constituem o quadro, o meio e as condições de vida do homem, tal como são, ou tal como são sentidos.”

Diante de tais conceitos, é de se reconhecer que a expressão “meio ambiente” é ampla, querendo significar não somente os aspectos naturais do meio em que se habita, bem como os aspectos sociais e culturais deste, que ganham relevância a partir da intervenção humana. O conceito legal pátrio de meio ambiente insculpido no art. 3°, I da Lei 6.938/1981 é restrito, pois deixa de lado seu aspecto cultural. Diante disto, assevera Figueiredo:

São comuns na literatura do Direito ambiental as expressões meio ambiente natural e meio ambiente artificial. Com efeito, o meio ambiente não é constituído apenas pela biota (solo, água, ar atmosférico, fauna e flora) – o aspecto que se convencionou chamar de meio ambiente natural – mas, também, pelo meio ambiente cultural (os bens de natureza material e imaterial – patrimônio histórico, cultural, turístico e paisagístico – tomados individualmente ou em conjunto, portadores de referência à identidade, à ação e à memória dos diferentes grupos formadores da sociedade), pelo meio ambiente construído (urbano ou rural) e pelo meio ambiente do trabalho – aspectos do meio que poderiam ser classificados de artificiais[4].

Da necessidade de se proteger o meio ambiente é que surge o direito ambiental. “A preservação, a recuperação e a revitalização do meio ambiente hão de constituir uma preocupação do Poder Público [...], porque ele forma a ambiência na qual se move, desenvolve, atua e se expande a vida humana[5].”

O direito ambiental é direito humano[6]. Norberto Bobbio ao se referir ao direito ambiental como direitos humanos de terceira geração, aduz que: “o mais importante deles é o reivindicado pelos movimentos ecológicos: o direito de viver num ambiente não poluído[7].”

3. DA EVOLUÇÃO HISTÓRICA DO DIREITO AMBIENTAL NO BRASIL

Inicialmente, a preocupação com o meio ambiente não é questão recente. Há muito o ser humano já se mostra tendencioso pela regulamentação do meio em que vive. O próprio

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direito romano estabeleceu normas a respeito das questões ambientais. Nesta época o meio ambiente era visto como res nullius, utilizado pelo homem sem quaisquer limitações[8]. A idéia de seu uso ilimitado buscava razão de ser na própria natureza, haja vista que, esta é um ciclo de renovação.

O direito ambiental brasileiro é fruto da convivência indígena com a natureza e da organização que lhe foi dado pela metrópole portuguesa quando o país ainda era uma colônia.

Acreditavam os índios que as florestas e os recursos naturais eram propriedades dos espíritos e animais que as habitavam e as possuíam[9]. Teriam os índios o direito de apenas usufruírem de tais benefícios naturais.

Com a colonização portuguesa a questão se alterou. A metrópole passou a decidir e a administrar as fontes naturais da então colônia. O objetivo foi a devastação das riquezas naturais. Destarte:

A Coroa negou que os nativos detivessem quaisquer direitos legítimos ao espaço que ocupavam, embora o governador e os donatários de vez em quando concedessem, como uma graça, faixas limitadas a serem ocupadas pelas aldeias e supervisionadas pelos missionários. Comentaristas da política fundiária colonial, imersos como necessariamente estavam em uma visão eurocêntrica que subordina a realidade a categorias de ‘descoberta’, ‘conquista’, ‘pacificação’, ‘civilização’ e ‘salvação’, não viam nada de extraordinário nesse gesto singular e espantosamente arrogante de expropriação, embora seja evidentemente um dos mais clamorosos de toda a história[10].

Porém, é de se registrar, que a devastação ambiental não se deu exclusivamente pela metrópole. Esta buscou inspiração na própria pessoa do aborígene. Como bem assevera Euclides da Cunha, era a seguinte a técnica indígena degradante do ambiente, e, mais tarde apreendida pelos portugueses e demais colonizadores:

Entalhadas as árvores pelos cortantes dgis de diorito, encoivarados, depois de secos, os ramos, alastravam-lhes por cima, crepitando as caiçaras, em bulcões de fumo, tangidas pelos ventos. Inscreviam, depois, nas cercas de troncos combustos das caiçaras, a área em cinzas onde fôra a mata exuberante. Cultivavam-na. Renovavam o mesmo processo na estação seguinte, até, que, de todo exaurida, aquela mancha de terra fosse, imprestável, abandonada em caapuera – mato extinto – como o denuncia a etimologia tupi (...) Veio depois o colonizador e copiou o mesmo proceder. Engravesceu-o ainda com o adotar, exclusivo, no centro do país, fora da estreita faixa dos canaviais da costa, o regime francamente pastoril[11].

Com a organização administrativa da colônia (Governo Geral do Brasil), mister se fez a criação de regramentos sobre as atividades econômicas da época, entre as quais, a exploração dos recursos naturais, principalmente a madeira[12]. A Carta de Regimento contém um verdadeiro zoneamento ambiental, no qual delimita as áreas das matas que deveriam ser guardadas[13].

O Regimento do Pau-Brasil foi aprovado em 12 de dezembro de 1605, considerado por alguns autores como a primeira lei de proteção florestal. Com ele protegia-se a extração

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da madeira pau-brasil, contendo inclusive, tipos penais ecológicos com pena de morte[14].

Em 1798, Manoel Ferreira da Câmara Bittencourt e Sá recebe a incumbência real de elaborar uma legislação sobre o uso das águas e matas das regiões mineiras. Em 13 de maio de 1803 essa regulamentação entra em vigor através de um Alvará. Referido Alvará estabeleceu que nas regiões mineiras, as matas existentes fora das propriedades passariam a estar reservadas integralmente para as atividades de extração e fusão de metais, vedando-se a sua adoção em sesmaria. Em 1807, houve um abrandamento desta regulamentação, e com isso, essa obrigatoriedade de conservação seria de apenas 1/3 das matas existentes nas novas sesmarias e de 1/5 nas sesmarias já existentes[15].

Em 1808, com a chegada da família real ao Brasil, evidenciou-se uma maior proteção ao meio ambiente, mediante a promessa de libertação do escravo que denunciasse o contrabando de pau-brasil. Várias providencias foram tomadas para proteção das florestas[16].

Passo adiante, com a independência brasileira em 1822, procurou-se dar forma a uma sociedade nacional que passava existir, modernizando-se as relações jurídicas. Com a promulgação do Código Criminal em 1830, foram criados tipos penais para aqueles que realizassem o corte ilegal de madeiras (arts. 178 e 257) [17].

Na segunda metade do século XIX, tornou-se imprescindível a guarida às florestas do país. Com a Lei Nº. 601 de 1850 e seu regulamento pelo Decreto 1.318/1854 foram cominadas sanções administrativas e penais para aqueles que derrubassem matas e realizassem queimadas[18].

No período da República houve uma intensificação na proteção ambiental com o advento do Código Civil de 1916. A partir daí, surgiram o Código Florestal, o Código de Águas e o Código de Caça, Lei de Zoneamento Industrial, dentre outras legislações disciplinadoras da proteção ao meio ambiente[19].

Em 1981 surge a Lei Nº. 6.938, que instituiu a Política Nacional para o Meio Ambiente e regulamentou outras providências.

É com este esqueleto histórico da legislação ambiental brasileira, que acirra-se a discussão a respeito de que momento o direito ambiental pátrio pode ser considerado inaugurado.

Ann Helen Wainer assevera que o direito ambiental já mesmo existia na época em que o Brasil foi descoberto, sendo que:

Ao tempo que o Brasil foi descoberto vigoravam em Portugal as Ordenações Afonsinas, podendo-se afirmar que a legislação ambiental portuguesa era extremamente evoluída. O corte deliberado de árvores frutíferas foi proibido através da ordenação determinada pelo rei D. Afonso IV, aos 12 de março de 1393, tendo sido posteriormente compilada no Livro V, Título LVIII, das Ordenações Afonsinas[20].

É de se perceber que por esta regulamentação, o direito ambiental brasileiro teve influências do direito ambiental luso.

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Por seu turno Antonio Herman V. Benjamin apregoa que o direito ambiental brasileiro se deu com o advento da Lei Nº. 6.938/1981, onde o ambiente passa ser protegido de modo integral, através de um sistema ecológico integrado, descaracterizando-se, assim, um modelo fragmentado de proteção[21]. Com esse posicionamento se colocaria um marco mais exato sobre o início do direito ambiental tal como é ele hoje, e não só a análise específica de regramentos próprios, como por exemplo, O Código Florestal, o Código de Águas, o Estatuto relativo à proteção do patrimônio cultural (Dec. Lei 25/1937), o Código de Caça, a criação do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), a Lei 9.605/1998 (crimes ambientais), dentre outros[22].

Não só o direito ambiental como também os demais ramos do direito, deve ser analisado sempre sob um prisma de evolução. O direito ambiental evoluiu e necessariamente continuará evoluindo ao longo dos tempos. Seria forçoso delimitar um ponto exclusivo como marco de seu nascimento. Todas as legislações devem ser sopesadas para no momento atual poder se desfrutar da melhor regulamentação possível, e com isso, se estabelecer um verdadeiro direito ambiental apoiado em normas várias de proteção do meio em que vive o ser humano.

3.1 DO DIREITO AMBIENTAL NAS CONSTITUIÇÕES DO BRASIL

Inicialmente é de se registrar que o direito ambiental tal como conhecido hoje é direito moderno. É um direito de 4ª Geração/Dimensão. Por isso, as constituições brasileiras passadas não tenham lá dedicado de forma sistemática e exaurida sobre tais regras, mas sim tenham dados alguns contornos importantíssimos para as regras atuais de tutela ambiental.

A Constituição de 1824 não tratou explicitamente acerca da questão ambiental. Implicitamente deixou entender que pelas funções municipais poder-se-ia regulamentar o espaço de vivência social. A título de ilustração, era da competência municipal a disposição a respeito das vozeiras nas ruas em horas de silencio[23].

A Constituição de 1891, seguindo a orientação de sua antecessora, assegurou o uso pleno do direito à propriedade, ressalvada a desapropriação em razão de necessidade ou utilidade pública[24]. A competência era de a União legislar sobre terras e minas.

A Constituição de 1934 assegurou o direito de propriedade, mas a este impôs a limitação de não poder ser exercido contra o interesse coletivo ou social, na forma da lei. Era a função social da propriedade[25]. A competência legislativa sobre bens de domínio federal, riquezas do subsolo, mineração, metalurgia, água, energia hidrelétrica, caça e pesca e sua exploração ficava a cargo da União[26].

A Constituição de 1937 manteve as mesmas regras de sua antecessora.

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A Constituição de 1946 condicionou o uso da propriedade ao bem estar-social, bem como estabeleceu que a lei poderia promover a justa distribuição da propriedade com igual oportunidade para todos, mediante desapropriação[27].

A Constituição de 1967 foi a primeira a se referir expressamente à função social da propriedade[28]. Competia à União explorar, diretamente ou mediante autorização ou concessão, os serviços e instalações de energia elétrica de qualquer origem ou natureza. Em termos de competência legislativa, a União poderia dispor: direito agrário, normas gerais de segurança e proteção da saúde, águas e energia elétrica[29].

A Emenda Constitucional n° 1 de 1969 manteve as mesmas regras da Carta de 1967, com a mudança naquilo que diz respeito às competências legislativas em relação à energia que foi subdividida em elétrica, térmica, nuclear ou de qualquer natureza[30].

A Constituição de 1988 foi a primeira a se referir à expressão meio ambiente. Em capítulo próprio, traça as regras fundamentais ao direito ambiental (art. 225). É inegável sua evolução normativa face as demais constituições.

Diante disto, o direito ambiental passou de mera regulamentação para normatização constitucional dada a necessidade de sua proteção. Objetivou-se assim o fortalecimento de uma proteção tímida até então, no intuito de frear ações ou omissões que pudessem ocasionar uma degradação ao meio de vivencia do ser humano, e, ainda, conferir a cada pessoa o direito ao meio ambiente equilibrado como valor fundamental. É o que se evidenciará nos tópicos seguintes.

4. PRINCÍPIOS DO DIREITO AMBIENTAL

Durante a Conferência de Estocolmo de 1972, os princípios globais e fundamentais do Direito Ambiental foram estabelecidos para que, com sua essência, fossem criados pelos Estados, ordenamentos de proteção ambiental, em obediência à supremacia dos princípios basilares, pactuados neste importante evento, como, declina Ana Karina Ticianelli Möller e Tânia Lobo Muniz, sobre como marcos da evolução do Direito Ambiental:

[...] passa a ter mais em evidencia na década de 70 do século XX, com a realização da Conferencia das Nações Unidas para o Ambiente Humano, em 1972, em Estocolmo na Suécia. Nesta Conferencia foi proclamado que a forma ideal de planejamento ambiental é aquela que associa a prudência ecológica às ações pró-desenvolvimento, e eco desenvolvimento. Foi, então dado início a uma conscientização ecológica, aliada à necessidade de cooperação internacional para a proteção do meio ambiente. [...] O direito soberano dos Estados sobre seus recursos naturais foi ressaltado, porém estes têm o dever e a responsabilidade de evitar qualquer tipo de dano ambiental, respeitando os Estados vizinhos, protegendo a geração presente e a futura, lutando contra a pobreza e investindo no desenvolvimento[31].

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Cabe aos Estados a responsabilidade de equalizar a relação ambiental, principalmente no tocante à aplicação dos princípios estruturais do Direito Ambiental, aproximando o “dever ser” da realidade, a fim de evitar atitudes tomadas por alguns Estados, como destaca Willian Freire:

A Europa, a América do Norte e o Japão foram desmatados indiscriminadamente. Acordaram para o problema e procuram reverter a situação, tentando ditar regras para os países em desenvolvimento, induzindo-os a procedimentos que eles mesmos não assumiram[32].

Observam-se algumas nações, que basicamente devastaram os recursos naturais existentes, somente podendo recompô-las, dentro das possibilidades de cada bem ambiental, o que ocorreu devido ao processo de expansão industrial, os recursos naturais e consequentemente os ecossistemas foram destruídos, fato que também ocorreu no Brasil, como ressalta Juraci Perez Magalhães:

[...] os problemas ambientais do Brasil vêm de longa data. Nossos homens mais lúcidos percebiam que algo de errado estava acontecendo e que era preciso fazer alguma coisa. Infelizmente, as providências necessárias demoraram a chegar[33].

Em se tratando dos princípios do Direito Ambiental, Cristiane Derani orienta que há uma interação com os demais ramos do Direito:

Nenhum desses princípios é exclusivamente do direito ambiental. Afirmo que são seus norteadores, porém podem ser encontrados em outros ramos do direito, em especial no direito econômico, o que não é uma pura coincidência[34].

4.1 PRINCÍPIO DO DIREITO HUMANO FUNDAMENTAL

No caput do Art. 225 da Constituição Federal, onde se ressalta que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, inclusive as gerações futuras, encontra-se princípio do direito humano fundamental ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, colacionado como um direito fundamental[35].

O princípio do direito humano fundamental, foi influenciado pelos princípios 1 e 2[36] da Conferência de Estocolmo, realizada em 1972, o que culminou com sua inclusão como direito fundamental na Constituição Federal e sua confirmação na Eco 92, realizada no Rio de Janeiro, através do seu Princípio 1[37].

A posição do direito humano fundamental, também é afirmada por Édis Milaré:

A par dos direitos e deveres individuais e coletivos elencados no Art. 5.º, acrescentou o legislador constituinte, no caput do Art. 225, um novo direito fundamental da pessoa humana, direcionado ao desfrute de adequadas condições de vida em um ambiente saudável ou, na dicção da lei, “ecologicamente equilibrado[38]”.

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Tendo em vista que a questão ambiental é um interesse difuso[39], o qual é exercido por um e por todos sem distinção, que traz consigo os atributos da indeterminação e indivisibilidade, o homem deve entender a necessidade da continuidade da vida, que depende do equilíbrio e manutenção de toda biodiversidade do planeta[40].

O princípio do Direito humano fundamental colaborou para a criação dos demais princípios e dispositivos que regem a matéria ambiental, fazendo com que a humanidade buscasse equilibrar a relação homem e natureza de forma a assegurar o direito às próximas gerações[41].

4.2 PRINCÍPIO DA PRECAUÇÃO

Também, conhecido como Princípio da prudência, preconiza a não intervenção do homem no meio ambiente, exceto, em casos onde se tenha conhecimento de não incorrerá em danos, consubstanciado em de estudos científicos, previamente realizados[42].

Relacionado ao princípio da precaução, Cristiane Derani comenta que:

[...] corresponde à essência do direito ambiental. Este princípio indica uma atuação ‘racional’ para com os bens ambientais, com a mais cuidadosa apreensão possível dos recursos naturais, numa espécie de [...] (cuidado, precaução com a existência ou com o futuro), que vai além de simples medidas para afastar o perigo. [...] é uma ‘precaução contra o risco’, que objetiva prevenir já uma suspeição de perigo ou garantir uma suficiente margem de segurança da linha de perigo[43].

Patrícia Faga Iglecias Lemos ressalta quanto ao princípio da precaução que “o texto tem como fundamental a idéia de antecipação, demonstrando a necessidade de medidas ambientais eficazes. Para a aplicação do princípio deve haver séria e irreversível ameaça ao meio ambiente[44].”

Este princípio visa a que se façam amplos e necessários estudos prévios, onde o conhecimento humano não seja suficiente para prever danos, ou que haja dúvidas sobre os impactos ambientais nocivos irreversíveis à biodiversidade e conseqüentemente à humanidade.

4.3 PRINCÍPIO DA PREVENÇÃO

Há certa semelhança entre o princípio da prevenção e o princípio da precaução, que numa simples analise pode-se descartar. A “precaução” suscita dúvida ou falta de conhecimento, enquanto, a “prevenção” tem como fator de análise e consideração os impactos ambientais já conhecidos e dos quais se possam diagnosticar um provável dano.

Analisa José Rubens Morato Leite que:

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O conteúdo cautelar do princípio da prevenção é dirigido pela ciência e pela detenção de informações certas e precisas sobre a periculosidade e o risco fornecido pela atividade ou comportamento, que, assim, revela situação de maior verossimilhança do potencial lesivo que aquela controlada pelo princípio da precaução. O objetivo fundamental perseguido na atividade de aplicação do princípio da prevenção e, fundamentalmente, a proibição da repetição da atividade que já se sabe perigosa[45].

O princípio da prevenção, de forma alguma, quer disciplinar que uma ação que foi adotada e não resultou no benefício almejado não seja reutilizada; ele busca orientar que é importante estudar as conseqüências, no processo de implantação das atividades desenvolvidas, mesmo que já conhecidos seus impactos ambientais, para obtenção do licenciamento ambiental, vez que, diferenciando o método, altera-se o resultado.

4.4 PRINCÍPIO DA RESPONSABILIDADE

A responsabilidade das pessoas físicas e jurídicas por ações danosas, em prejuízo ao meio ambiente, no tocante à matéria de Direito Ambiental, de acordo com o §3º[46] do Art. 225 da Constituição Federal, as quais estão sujeitas às reprimendas administrativas e cíveis é objetiva, enquanto, em questão penal a responsabilidade é subjetiva.

Consubstanciado no ensinamento de Paulo de Bessa Antunes:

Qualquer violação do Direito implica a sanção do responsável pela quebra da ordem jurídica. No DA não poderia ser diferente, ao contrário, o DA é, em grande parte, construído sobre o principio da responsabilidade que, dada a natureza da matéria, é construído de forma peculiar[47].

Na questão da responsabilidade arquitetada no ordenamento jurídico brasileiro, o princípio da responsabilidade é tratado de forma a buscar não somente a responsabilização por dano ao ambiente, como também vincular os potenciais poluidores a adotarem medidas prévias visando evitar a recorrência das pessoas em novas praticas lesivas a natureza, fazendo com arquem com os custos da recuperação[48].

Pessoas físicas e jurídicas, independendo do interesse econômico, contribuindo de forma responsável para uma consciência ambiental, com o animus de proteção, com atitudes responsáveis e equilibradas, objetivando o uso correto do ecossistema para o bem de todos, respeitando, assim, o referido princípio.

4.5 PRINCÍPIO DO USUÁRIO PAGADOR E DO POLUIDOR PAGADOR

É mister o emprego de mecanismos que visem a evitar o gasto excessivo dos recursos naturais, mesmo ainda que estes sejam renováveis. O princípio do usuário pagador ressalta a possibilidade da cobrança pelo uso dessas riquezas e estes recursos devem ser empregados com intuito de protegê-las; entretanto, de forma alguma, se pode impedir ou dificultar o acesso das pessoas, principalmente às carentes[49].

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Nesse sentido relata José Rubens Morato Leite:

O princípio do usuário-pagador não é novidade em outras legislações, pois já existe na Alemanha desde o começo deste século, desde 1964 na França e é um dos requisitos de admissão no Mercado Comum Europeu [...] Mas, apesar da matéria ser nova para nós, podemos dizer em termos gerais, desde já, que a cobrança pela utilização de água tem as seguintes finalidades: conscientizar da sua importância e de que se trata de um produto renovável mas finito; diminuir o seu consumo; fornecer subsídios econômicos para o seu próprio gerenciamento; incentivar a utilização racional devido a diminuição de sua captação e possibilitar uma distribuição mais eqüitativa; contribuir no processo para se conseguir um desenvolvimento sustentável[50].

Assim, pode-se verificar que esse princípio visa equilibrar a relação dos usuários dos recursos naturais, não precisando haver o cometimento de infrações ao ambiente, sua finalidade é a preservação do bem natural. Também observando sobre o prisma econômico, tudo o que é gratuito, não é valorizado.

Assim, José Rubens Morato Leite assinala que:

Em nosso direito da figura do usuário-pagador é medida importantíssima e moderna de preservação desse valioso bem, contribuindo para termos um ambiente ecologicamente equilibrado, como preceitua o Art. 225 da Constituição Federal, temática que as indústrias devem ter total conhecimento, pois como propulsoras do desenvolvimento devem estar engajadas nas mais modernas medidas protetivas do meio ambiente[51].

Como elucida o Artigo 1º da Resolução Conama nº. 001 de 23/01/1986[52], que estabelece as definições, responsabilidades, critérios básicos e as diretrizes gerais para uso e implementação da Avaliação de Impacto Ambiental como um dos instrumentos da Política Nacional do Meio Ambiente.

Esse princípio onera os poluidores do ambiente, entretanto, não os legitimando a degradação do meio, muito menos lhe alienam os bens naturais; o que se busca é a valorização do ambiente, dos seus recursos naturais renováveis, que são finitos.

Neste sentido, ensina José Rubens Morato Leite:

Não podemos esquecer que a água que hoje utilizamos é a mesma de milhões de anos, pois ela apenas muda seu estado (líquido, gasoso e sólido) em um ciclo eterno, de forma que não podemos contaminá-la, sob pena de comprometer a nossa própria sobrevivência[53].

É inconcebível que a degradação do ambiente tenha um preço, é plausível que os custos de planejamento e implementação de mecanismos para mitigação da poluição sejam do poluidor-pagador, que deve inserir este objetivo em seu empreendimento; de forma alguma, o Estado pode admitir que, mesmo pagando, possa o poluidor-pagador ser legitimado a poluir.

Quanto ao não licenciamento para poluir e à distinção entre o princípio do poluidor-pagador e princípio da responsabilidade, José Rubens Morato Leite orienta que:

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Conquanto encerre um conteúdo econômico ínsito em sua natureza, deve ser afastada a defeituosa tendência que tende a considerar o princípio do poluidor-pagador em relação de identidade com o princípio da responsabilização – e, assim, enfatizando sua dimensão repressiva e de índole reparatória e ressarcitória -, ou mesmo como uma espécie de autorização legal para o desenvolvimento da atividade de poluentes, que pode ser sintetizada por meio de grosseira leitura que o reputa uma espécie de licença para poluir[54].

Assim, como disciplina o §3º[55] do Art. 225 da Constituição Federal, independente da obrigação de reparar os danos causados ao ambiente, o poluidor (pessoa física ou jurídica) estará sujeito às sanções civis, penais e administrativas, onde, na esfera penal, a cognição sobre a conduta é fator primordial.

4.6 PRINCÍPIO DA UBIQÜIDADE OU LIMITE

O princípio da ubiqüidade tem o mister de impor limites às ações humanas em relação ao ambiente natural, buscando a formação cultura basilar à proteção do ambiente de relevante importância ao homem.

O emprego desse princípio é de responsabilidade da Administração Pública, aplicadora da norma ambiental, que tem como competência analisar as implicações conseqüentes de determinada intervenção no ambiente, devendo sempre adotar como solução para atingir o desenvolvimento sustentável, a opção que acarretar no mínimo de mudanças às características primitivas.

Neste trilhar, Paulo de Bessa Antunes menciona que tem como obrigação a Administração Pública de:

[...] fixar padrões máximos de emissões de matérias poluentes, de ruído, enfim, de tudo aquilo que possa implicar prejuízos para os recursos ambientais e à saúde humana. A violação dos limites fixados deve ser sancionada. A fixação de limites é de extrema importância, pois será a partir deles que a Administração poderá impor coercitivamente as medidas necessárias para que se evite, ou pelo menos se minimize, a poluição e a degradação[56].

É de fundamental importância, que seja levado em consideração sempre que um ordenamento ou projeto sobre qualquer assunto ou atividade esteja sendo discutido, desenvolvido ou implantado, como ensina Celso Antonio Pacheco Fiorillo:

Este princípio vem evidenciar que o objeto de proteção do meio ambiente, localizado no epicentro dos direitos humanos, deve ser levado em consideração toda vez que uma política, atuação, legislação sobre qualquer tema, atividade, obra, etc. tiver que ser criada e desenvolvida [...] medida em que possui como ponto cardeal de tutela constitucional a vida e a qualidade de vida[57].

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O importante princípio visa que a consciência ambiental seja inserida nos atos da Administração, principalmente, delinear parâmetros, buscando criar e desenvolver a consciência ambiental, para que todos possam entender e participar de forma ativa, como relatado pelo referido autor:

Não há como pensar em meio ambiente dissociado dos demais aspectos da sociedade, de modo que ele exige uma atuação globalizada e solidária, até mesmo porque fenômenos como a poluição e a degradação ambiental não encontram fronteiras e não esbarram em limites territoriais. [...] Somente assim é que será possível uma atuação sobre a causa de degradação ambiental e não simplesmente sobre seu efeito [...] nunca somente os sintomas, porquanto, evitando-se apenas estes, a conservação dos recursos naturais será incompleta e parcial[58].

A Lei Nº. 9.795, de 27 de abril de 1999, conhecida como “Lei da educação ambiental”, institui a PNEA - Política Nacional de Educação Ambiental, sendo um exemplo da materialização do princípio da ubiqüidade.

4.7 PRINCÍPIO DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL

Este princípio é um dos mais importantes entre os que dão sustentação ao Direito Ambiental, ele consiste em equilibrar a necessidade do desenvolvimento da sociedade para atender as necessidades crescentes da humanidade e visando ao mesmo tempo manter em equilíbrio os recursos naturais, a fim de garanti-los às futuras gerações, em obediência ao disposto no Art. 225 da Constituição Federal.

Como ensina Celso Antonio Pacheco Fiorillo:

O princípio do desenvolvimento sustentável tem por conteúdo a manutenção das bases vitais da produção e reprodução do homem e de suas atividades, garantindo igualmente uma relação satisfatória entre os homens e destes com o seu ambiente, para que as gerações futuras também tenham oportunidade de desfrutar os mesmos recursos que temos hoje[59].

O desenvolvimento deve estar lastreado na sustentabilidade dos recursos naturais, que são limitados, porque as variáveis, desenvolvimento econômico, social, cultural e preservação ambiental, estão interligados, devendo haver a análise e conjugação destes valores para que se possa ter um panorama das conseqüências imediatas, como também efeitos postergados de toda e qualquer atividade.

Este princípio evidencia a exigência crescente por desenvolvimento para atender as imediatas e crescentes necessidades humanas, entretanto, não se pode comprometer a continuidade da existência das espécies, porque toda a ação gera conseqüências, “lei da causa e efeito[60]”, comentando o autor que:

A idéia principal é assegurar existência digna, através de uma vida com qualidade [...] o princípio não objetiva impedir o desenvolvimento econômico. Sabemos que a atividade econômica, na maioria das vezes, representa alguma degradação ambiental. Todavia, o que se procura é minimizá-la, pois pensar de forma contrária significaria

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dizer que nenhuma indústria que venha a degradar o meio ambiente poderá ser instalada, e não é essa a concepção[61].

A idéia principal do princípio do desenvolvimento sustentável é previamente planejar, para propiciando o controle do crescimento que é necessário, possibilitando que seus impactos sobre o ambiente sejam previstos, para que assim, possam ser implantadas medidas para evitar ou reduzi-los, tendo o homem, como o centro, mas tendo consciência da sua dependência em relação à natureza.

O princípio do desenvolvimento sustentável é fundamental, todavia, seria mais eficaz se empregado em consonância com os demais princípios do direito ambiental, visto que se complementam e por si só, conscientizam o homem de seu importante papel de intervir e ao mesmo tempo preservar o ambiente natural.

5. DAS PROVAS DOS ILÍCITOS AMBIENTAIS

Como visto a própria evolução do direito ambiental, que culminou com a criação dos seus basilares princípios, buscando traçar normas de condutas, a fim de harmonizar a relação homem/natureza, entretanto, necessário se faz a responsabilização dos usuários que extrapolam no exercício de seu direito e não atuam em consonância à preservação.

Interessante no contexto do direito ambiental, pois se busca a sua proteção, é a relativa à matéria probatória dos ilícitos ambientais, mais especificamente, aos ilícitos ambientais de ordem criminal. Das sanções mais severas existentes em direito, o direito penal está na de maior gradação. Por isso, a condenação ou a absolvição de um indivíduo deve passar por um estudo centrado aos fatos. E é exatamente a estes que a prova vem servir, seja para afirmá-los, seja para negá-los.

Diante disto, pode-se partir do “axioma jurídico de que não há pena legítima sem a certeza sobre o fato da delinqüência[62].” Não se deve deixar de lado, ou examinar superficialmente, o principal elemento de formação da convicção judicial, a saber, a prova. O estudo da prova se faz necessário, e não analisá-la corretamente, é retroceder aos tempos do direito comum.

Neste capítulo, visa-se apontar alguns aspectos sobre a prova judiciária dos ilícitos criminais ambientais, elemento fundamental para a decisão em nosso sistema judicial brasileiro, visto que, dela é que se poderá extrair conclusões a respeito da ocorrência, ou não, do ilícito penal.

A prova contém inúmeras particularidades, podendo ser coletada em diversas oportunidades e produzida por pessoas diferentes, com graus de formação e interesses diversos, sendo necessário estabelecer o seu efetivo valor, diante da diferença de situações nas quais pode ser obtida.

Tenha-se presente, de outra parte, que todas as exigências que hoje são feitas para que o órgão julgador exprima sua convicção a respeito do fato, foram fruto de evolução, no decorrer dos tempos, como forma de garantir aos jurisdicionados um julgamento justo; regras foram estabelecidas e alteradas no afã de seu aperfeiçoamento, mormente pela

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rejeição da vingança do sangue (própria do Período Primitivo), pela retirada ao soberano do poder absoluto da decisão (Período Antigo), a gradual inaplicabilidade das regras do Talião (Código de Hamurabi), ou outros institutos como as Ordálias ou Juízos de Deus, processo inquisitório e outras modalidades de Juízo, que não atendiam aos reais objetivos de Justiça.

Vê-se, pois, que se passou a entender que a culpa não estava formada pela simples existência de uma acusação, era necessário que restasse efetivamente demonstrada.

É de se registrar que o estudo das provas é um caminho que precisa ser muito bem trilhado em nosso ordenamento jurídico, para evitar julgamentos injustos que possam ensejar o descrédito dos cidadãos na atuação do Poder Judiciário.

5.1 CONCEITO DE PROVA

Para que se declare a existência de responsabilidade e se imponha sanção penal a uma pessoa é necessário que se adquira a certeza sobre a ocorrência de um ilícito penal e sobre sua autoria. Para isso se deve convencer de que são verdadeiros determinados fatos, chegando à verdade quando a idéia que forma em sua mente e se ajusta perfeitamente com a realidade dos fatos. Da apuração dessa verdade trata a instrução, fase do processo em que as partes procuram demonstrar o que objetivam, sobretudo para demonstrar ao juiz a veracidade ou falsidade da imputação feita ao réu e das circunstâncias que possam influir no julgamento da responsabilidade e na individualização das penas. Essa demonstração, que deve gerar no juiz a convicção de que necessita para o seu pronunciamento, é o que se denomina de prova. Nesse sentido: “ela se constitui em atividade probatória, isto é, no conjunto de atos praticados pelas partes, por terceiros (testemunhas, peritos etc.) e até pelo próprio juiz, para averiguar a verdade e formar a convicção sobre o ocorrido[63].”

Tourinho Filho assim define o conceito de prova:

[...] provar é, antes de mais nada, estabelecer a existência da verdade; e as provas são os meios pelos quais se procura estabelecê-la. Entendem-se, também, por prova, de ordinário, estabelecer, dentro do processo, a existência de certos fatos. É o instrumento de verificação do thema probantum[64].

Diante disto, a prova é a demonstração da ocorrência ou inocorrência de um fato. No presente caso, a prova é a demonstração da ocorrência ou inocorrência de um fato tido por ilícito criminal ambiental.

5.2 PRINCÍPIOS PROBATÓRIOS

A prova é norteada e fundada por diretrizes básicas, com a finalidade de se estabelecer verdades e premissas universais que demonstrem as regras aplicáveis à instrução probatória, dando assim, organicidade ao seu sistema. A isso se denomina de princípios probatórios. Por amor à brevidade, retratar-se-á os seguintes princípios: princípio da

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comunhão das provas; princípio da publicidade; princípio da averiguação; princípio do livre convencimento motivado; princípio da verdade real; princípio da audiência contraditória.

5.2.1. PRINCÍPIO DA COMUNHÃO DAS PROVAS

O princípio da comunhão das provas, também conhecido como princípio da aquisição, afirma que a prova produzida não pertence somente a quem a produziu, mas à própria parte que a produziu, à contrária e, inclusive, ao juiz. Por isso se diz que a prova é realizada no interesse da justiça. “Daí o brocardo latino testes et documenta per productionem fiunt communica, que traduzido significa: testemunhos e documentos, uma vez produzidos, tornam-se comuns[65]”.

5.2.2. PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE

O princípio da publicidade decorre da própria publicidade dos atos processuais em geral, e dele se depreende que as provas devem ser produzidas publicamente e não às escondidas, produzidas aos olhos de todos que se fizerem presentes naquele instante. Sofre, porém, algumas exceções quando se direcionar a prova de fato à defesa da intimidade ou ao interesse coletivo (artigo 5º, LV da Constituição Federal).

5.2.3. PRINCÍPIO DO LIVRE CONVENCIMENTO MOTIVADO

O princípio do livre convencimento motivado, que pelo artigo 93 da Constituição Federal fornece precedentes, consagra que o juiz decide consoante seu livre convencimento sem estar preso a qualquer valoração fixa ou hierarquia dos meios probatórios. Em outros termos, o juiz deve apreciar a prova e valorá-la livremente conforme sua consciência, adotando a verdade que por esta lhe parecer mais convincente.

5.2.4. PRINCÍPIO DA VERDADE REAL

Consoante o princípio da verdade real ou material, aplicado por excelência no processo penal, no exame das provas deve-se levar em conta aquilo que real e efetivamente acontecera, não podendo ser acatado uma verdade formal à luz da existência de uma verdade material. Esse princípio é exemplificado quando o réu confirma ter matado a vítima, mas o cadáver desta não é encontrado. O depoimento do réu (prova formal) não deve prevalecer sobre a inexistência de materialidade (prova material).

5.2.5. PRINCÍPIO DA AUDIÊNCIA CONTRADITÓRIA

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O princípio da audiência contraditória decorre de outro princípio fundamental em direito, que é o princípio do contraditório. Audiência contraditória significa dizer que toda prova produzida por uma parte em juízo tem de ser submetida ao conhecimento (audiência) da outra parte, dando a esta oportunidade de se manifestar sobre a prova produzida, ou produzir a esta contraprova. Sendo assim, por esse princípio:

Toda a prova admite a contraprova, não sendo admissível a produção de uma delas sem o conhecimento da outra parte. É princípio jurisprudencial pacífico a nulidade do processo quando uma das partes não tem ciência e possibilidade de manifestar-se sobre uma prova existente nos autos[66].

É a forma de possibilitar a o réu ser cientificado da prova produzida nos autos e, que principalmente, se manifeste ou realize uma contraprova em sua defesa.

5.3 HIERARQUIA DOS MEIOS PROBATÓRIOS

Assevera a doutrina que:

O processo brasileiro não se filiou à hierarquização dos meios probatórios, como várias legislações já procederam. A gradação da importância das provas diz sempre com a ideologia e reflete o momento histórico em que editada a codificação. Isso não impede se aprecie o valor dos meios probatórios, subordinados à coordenação lógica, referida por Couture. Na visão de Carnelutti, meio de prova é, pois, e antes de tudo, a percepção do juiz. Depois disso, vem a dedução do juiz, enquanto a representação é um sucedâneo da percepção, podendo ser objetiva (documental) e subjetiva (testemunhal). Importante é ter presente que não há hierarquia entre as provas no processo criminal brasileiro. O sistema legal as torna equivalentes e a jurisprudência vai espelhar a ideologia, a formação filosófica, religiosa, e política dos juízes, a cada qual enfatizando aquela prova que entende mais adequada à descoberta da verdade real. Existe ainda uma interdependência entre os meios de prova, resultando a convicção judicial de uma análise do contexto das relações estabelecidas entre os fatos. Por isso, “enquanto o processo indiciário é lógico-dialético, sob o ângulo de sua qualificação as provas penais são interdependentes. Uma coisa é que sejam interdependentes e outra que sejam múltiplas. Em matéria penal – como na civil – só excepcionalmente se dá a prova única – que na esfera penal se traduz como indício necessário. O comum é que haja uma multiplicidade de indícios contingentes. Por isso pode-se afirmar que toda sentença condenatória não é, em síntese, senão uma transformação de vários indícios contingentes em um necessário.[67]

Desse modo, a prova criminal, quanto às provas em geral, não possui um critério fixo de valoração, não se lhes atribuindo uma escala predeterminada de valores, onde basta ao julgador consultá-la e aferir o grau de quantidade que essa prova demonstra acerca de um fato. Tem-se que, no processo penal, o examinador da prova não está preso à valoração de algum meio probatório; pelo contrário, ele necessita examinar

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todos, e a partir destes estabelecer uma coesão do sistema que se coloca à sua frente, pois quase sempre, a elucidação de um fato não se pode fazer pelo exame de alguma prova isolada, mas sim pela ligação ou dependência com todos os demais meios, posto que, de um dos meios se chega a outro, e deste a outro, e assim, sucessivamente, até que se possa chegar ao fato probante, uma vez, que este último acontece de forma bem complexa.

Sendo assim, latente é a inconsistência de valores predeterminados às espécies probatórias, inexistindo hierarquização, pelo nodal argumento de que na seara penal se busca a verdade material sobre o fato ocorrido, podendo este ser provado tanto por uma prova, como por outra, como pela análise sistemática de todos os meios em que cada um destes contribuiu com sua parte, e se não fosse isto, não se chegaria à constatação nenhuma; ou melhor, se pelo menos um desses meios estivesse acometido de algum vício ou nulidade, também estaria com o mesmo sintoma aquela conclusão a que se chegou, sendo por isso, passível de reprovação.

Assim, não está o magistrado vinculado ao relativo grau de importância de outra prova, visto serem admitidas inúmeras modalidades probantes, sendo-lhe dada inteira liberdade na apreciação, máxime não ser incomum à presença de provas conflitantes de igual valor.

Como esclarece o Ministro Francisco Campos, na Exposição de Motivos que acompanha o atual Código de Processo Penal, não é pré-fixada uma hierarquia de provas; na livre apreciação destas, o Juiz formará honesta e lealmente a sua convicção. Todas as provas são relativas; nenhuma delas terá, ex vi legis, valor absoluto. Se é certo que o Juiz fica adstrito às provas constante dos autos, não é menos certo que não fica subordinado a nenhum critério apriorístico no apurar, através delas, a verdade material[68].

Em suma, pode-se afirmar que no ordenamento jurídico pátrio as espécies probatórias são tidas como partes integrantes de um sistema, não se apontando a hierarquização ou prevalência destas, mas sim sua postura interdependente na constatação real do fato probando.

6. MEIO AMBIENTE COMO DIREITO DA PERSONALIDADE

A Constituição Federal de 1988 dedica um capítulo exclusivo para a tutela do meio ambiente, sendo o Capítulo VI do Título VIII (Da Ordem Social), representado pelo artigo 225, seus parágrafos e incisos. Entretanto, nota-se que a proteção constitucional ao meio ambiente, espraia-se por diversos outros dispositivos, denotando, o caráter fundamental e a relevância jurídica que o meio ambiente representou no espírito do constituinte de 1988. De fato, diversas são as passagens em que o meio ambiente é lembrado, quase que sempre como objeto de regulação e proteção, por vezes sendo fator de restrição de diversas atividades potencialmente poluidoras ou degradantes.

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Estabelece o caput do artigo 225 da Constituição Federal, que todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.

Essa complexa e variada gama de normas constitucionais, em nosso ver revela que o constituinte pretendeu efetivamente compor uma ordem jurídica ambiental, absolutamente eficiente. Neste sentido, pactua-se com a opinião de Paulo de Bessa Antunes, de que as normas constitucionais que consagram o direito ao meio ambiente são de eficácia plena[69], podendo e devendo ser exercidas mediante as ações constitucionais que o constituinte previu[70].

De tudo que foi visto até o momento, sobretudo do reconhecimento do direito ao meio ambiente saudável, como corolário do direito à vida e à dignidade humana, e, portanto de sua condição de direito fundamental, não é difícil reconhecer que o meio ambiente equilibrado afigura-se também como um direito personalíssimo.

Se o direito à vida com dignidade caracteriza-se como direito da personalidade, e partindo do princípio de que só é possível conceber uma existência humana digna, em um meio ambiente sadio e equilibrado, então resta clarividente que cada pessoa tem direito subjetivo a viver em um meio ambiente saudável. Portanto direito de personalidade.

Segundo Pietro Perlingieri, citado por Edis Milaré:

a consideração do meio ambiente ecologicamente equilibrado não como um direito subjetivo e sim apenas como um direito difuso parece que trilha por um caminho em que a proteção deste direito é uma tarefa apenas de entidades que representam ou se apresentam como representantes ou defensores do ambiente. Não se pode descurar que o ambiente ecologicamente equilibrado está inelutavelmente interligado com o direito à saúde. Considerar-se-ia, assim, o direito à saúde apenas como um interesse difuso. O ambiente equilibrado (...) se vincula com o fortalecimento da pessoa humana[71].

Assim, caracteriza-se o direito ao meio ambiente sadio, como um direito de duas dimensões, uma coletiva ou difusa, e outra individual ou personalíssima[72], sem que exista qualquer conflito ou oposição entre estes aspectos. Dimensões estas, que podem ser protegidas independentemente, tanto pelo estado, como pela coletividade, como por cada pessoa individualmente. Assim, nos parece que a Constituição pretendeu alargar propositadamente a esfera de legitimidade, conferindo mecanismos coletivos, individuais e estatais de proteção ao meio ambiente.

Pelos mesmos motivos, identifica-se uma dupla face na danosidade ambiental, certo de que os seus efeitos alcançam não apenas o homem, como, da mesma forma, o ambiente que o cerca. A Lei Nº. 6.938/81, ao fazer referência a “danos causados ao meio ambiente e a terceiros”, prevê expressamente as duas modalidades. Por isso, tem razão José Rubens Morato Leite, quando afirma que o dano ambiental tem uma conceituação ambivalente, por designar não só a lesão que recai sobre o patrimônio ambiental, que é comum à coletividade, mas igualmente por se referir ao dano – por intermédio do meio ambiente ou dano ricochete – a interesses pessoais, legitimando os lesados a uma reparação pelo prejuízo patrimonial ou extra patrimonial sofrido[73].

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Assim, a caracterização do direito ao meio ambiente, passa pelo reconhecimento, de que os direitos e deveres que se irradiam da constituição, produzem efeitos tanto na esfera pública, como na privada, tanto em aspectos coletivos como individuais, tanto nas relações particular-estado, como nas relações particular-particular. A nosso, ver, essa amplitude de efeitos, é prova da relevância jurídica que o meio ambiente encontra na Constituição brasileira.

7. CONCLUSÃO

O trabalho desenvolvido não tem o condão de exaurir o tema exposto, ao contrário, muitos são os institutos jurídicos que buscam solucionar o desequilíbrio ambiental, o que se buscou aqui foi ampliar essa discussão.

Não resta dúvida da essenciabilidade da preservação do ambiente ecologicamente equilibrado às presentes e futuras gerações, visto que o ser humano depende de sua manutenção para sobreviver em condições dignas e com saúde, assim, todas as ações danosas devem ser reprimidas, porém, dentro de critérios legais.

O meio ambiente complementa a emanação da psique humana, tanto por sua imprescindibilidade no caráter da manutenção da vida, como também, pelo aspecto de sua riqueza e das maravilhas que ao ser humano proporciona.

Enfim, o direito ao ambiente ecologicamente equilibrado, como essencial à qualidade de vida, considerado como bem de uso comum do povo, apesar de não constar no rol de direitos fundamentais da Constituição Federal, não há como deixar de consagrá-lo na categoria de direito fundamental, mesmo fora do catálogo, como preceito inarredável à manutenção da vida e promoção da dignidade humana e, conseqüentemente, um direito da personalidade.

Indubitavelmente, consubstanciado com o § 1º do art. 14 da Lei 6.938/81, o legislador previu a responsabilidade objetiva para a prática de lesões ao meio ambiente, dispensando o elemento culpa, tendo em vista a reparação do dano, abdicando-se da tradicional forma de apuração da culpa baseada na responsabilidade subjetiva, em face à complexidade, o que em tese, beneficiava o agente causador do dano.

Neste sentido, o direito penal ambiental visa efetivar a tutela, porém, é essencial, que haja conscientização dos usuários deste “bem ambiental”, que coincide com um direito fundamental, um verdadeiro direito da personalidade, visando sua proteção, para que não haja excesso na busca de sua proteção e, a conseqüente punição indevida ou desproporcional.

Portanto, mister faz-se a análise do conjunto probatório e do conjunto de regras, para que se possam aplicar penalidades aos agentes causadores de danos ao meio ambiente.

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[4] FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. A propriedade no direito ambiental. 3.ed. São Paulo: Editora RT Revista dos Tribunais, 2008, p. 39.

[5] SILVA. José Afonso da. Direito Constitucional Ambiental. 4.ed. São Paulo: Malheiros Editores, 2002, p. 21.

[6] ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 2.ed. Rio de Janeiro: editora Lumen Juris, 1998, p. 17.

[7] BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. apud: ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 2.ed. Rio de Janeiro: editora Lumen Juris, 1998, p. 19.

[8] SÉGUIN, Elida. O Direito Ambiental: nossa casa planetária. 2.ed. Rio de Janeiro: Editora Forense, 2002, p. 16.

[9] FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. A propriedade no direito ambiental. 3.ed. São Paulo: Editora RT Revista dos Tribunais, 2008, p. 142.

[10] DEAN, Warren. A ferro e fogo: a história e a devastação da Mata Atlântica brasileira. apud: FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. A propriedade no direito ambiental. 3.ed. São Paulo: Editora RT Revista dos Tribunais, 2008, p. 142.

[11] CUNHA, Euclides da. Os sertões. apud: FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. A propriedade no direito ambiental. 3.ed. São Paulo: Editora RT Revista dos Tribunais, 2008, p. 143-144.

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[12] SIRVINSKAS, Luís Paulo. Tutela Penal do Meio Ambiente. 2.ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2002, p.02.

[13] FERREIRA, Ivete Senise. Tutela Penal do patrimônio cultural. apud: [13] SIRVINSKAS, Luís Paulo. Tutela Penal do Meio Ambiente. 2.ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2002, p.02

[14] FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. A propriedade no direito ambiental. 3.ed. São Paulo: Editora RT Revista dos Tribunais, 2008, p. 154.

[15] PÁDUA. José Augusto. Um sopro de destruição: pensamento político e crítica ambiental no Brasil escravista, 1776-1888. apud: FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. A propriedade no direito ambiental. 3.ed. São Paulo: Editora RT Revista dos Tribunais, 2008, p. 156-157.

[16] SIRVINSKAS, Luís Paulo. Tutela Penal do Meio Ambiente. 2.ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2002, p.03.

[17] PEREIRA, Osny Duarte. apud: FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. A propriedade no direito ambiental. 3.ed. São Paulo: Editora RT Revista dos Tribunais, 2008, p. 159-160.

[18] SIRVINSKAS, Luís Paulo. Tutela Penal do Meio Ambiente. 2.ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2002, p.03.

[19] SIRVINSKAS, Luís Paulo. Tutela Penal do Meio Ambiente. 2.ed. São Paulo: Editora Saraiva, 2002, p.03.

[20] WAINER, Ann Helen. Legislação Ambiental basileira. apud: FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. A propriedade no direito ambiental. 3.ed. São Paulo: Editora RT Revista dos Tribunais, 2008, p. 40.

[21] BENJAMIN, Antonio Herman V. Introdução ao direito ambiental brasileiro. apud: FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. A propriedade no direito ambiental. 3.ed. São Paulo: Editora RT Revista dos Tribunais, 2008, p. 41.

[22] FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. A propriedade no direito ambiental. 3.ed. São Paulo: Editora RT Revista dos Tribunais, 2008, p. 40.

[23] ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 2.ed. Rio de Janeiro: editora Lumen Juris, 1998, p. 37-38.

[24] FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. A propriedade no direito ambiental. 3.ed. São Paulo: Editora RT Revista dos Tribunais, 2008, p. 166.

[25] FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. A propriedade no direito ambiental. 3.ed. São Paulo: Editora RT Revista dos Tribunais, 2008, p. 167.

[26] ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 2.ed. Rio de Janeiro: editora Lumen Juris, 1998, p. 39

5319

[27] FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. A propriedade no direito ambiental. 3.ed. São Paulo: Editora RT Revista dos Tribunais, 2008, p. 168.

[28] FIGUEIREDO, Guilherme José Purvin de. A propriedade no direito ambiental. 3.ed. São Paulo: Editora RT Revista dos Tribunais, 2008, p. 168.

[29] ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 2.ed. Rio de Janeiro: editora Lumen Juris, 1998, p. 39-40.

[30] ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 2.ed. Rio de Janeiro: editora Lumen Juris, 1998, p. 39

[31] MÖLLER, Ana Karina Ticianelli; MUNIZ, Tânia Lobo. A proteção Internacional dos Direitos Humanos e do Direito Internacional do Meio Ambiente: Considerações Iniciais. Londrina PR: Revista Scientia Iuris – Mestrado. Editora da UEL, 1997, p. 264-265.

[32] FREIRE, Willian. Direito Ambiental Brasileiro. Rio de Janeiro: AIDE, 2000, p. 13.

[33] MAGALHÃES, Juraci Perez. A Evolução do Direito Ambiental no Brasil. São Paulo: Juarez de Oliveira, 2002, p. 20.

[34] DERANI, Cristiane. Direito Ambiental Econômico. São Paulo: Max Limonad, 2001. p. 160.

[35] FACHIN, Zulmar. Curso de Direito Constitucional. 3. ed. ver. atual. e ampliada. São Paulo: Método, 2008, p. 205.

[36] Princípio 1 da Conferência de Estocolmo – “O homem tem o direito fundamental à liberdade, à igualdade e ao desfrute de condições de vida adequadas, em um meio ambiente de qualidade tal que lhe permita levar uma vida digna, gozar de bem-estar, e é portador solene de obrigação de melhorar o meio ambiente, para as gerações presentes e futuras [...]. Princípio 2 – Os recursos naturais da Terra, incluídos o ar, a água, o solo, a flora e a fauna e, especialmente, parcelas representativas dos ecossistemas naturais, devem ser preservados em benefício das gerações atuais e futuras[...].”.

[37] Princípio 1 da Eco 92 “Os seres humanos constituem o centro das preocupações relacionadas com o desenvolvimento sustentável. Têm direito a uma vida saudável e produtiva em harmonia com o meio ambiente”.

[38] MILARÉ, Édis. Direito do Ambiente. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005, p. 158.

[39] Direito Difuso “cujos titulares são indeterminados, é exercido por um e por todos, indistintamente, sendo seus maiores atributos, a indeterminação e a indivisibilidade.

[40] LEMOS, Patrícia Faga Iglecias. Meio Ambiente Responsabilidade Civil do Proprietário – Análise do Nexo Causal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008, p. 95.

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[41] ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 3. ed. rev. atual. e amp. Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 1999, p. 26.

[42] ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 3. ed. rev. atual. e amp. Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 1999, p. 28.

[43] DERANI, Cristiane. Direito Ambiental Econômico. São Paulo: Max Limonad, 2001. p. 169.

[44] LEMOS, Patrícia Faga Iglecias. Meio Ambiente Responsabilidade Civil do Proprietário – Análise do Nexo Causal. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2008, p. 70.

[45] LEITE, José Rubens Morato. Inovações em Direito Ambiental. Florianópolis. Fundação José Arthur Boiteux, 2000. p.71.

[46] §3º, Art.225, C.F. – As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

[47] ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 8ª. ed. rev. atual. e amp. Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 2005, p. 38.

[48] ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 3. ed. rev. atual. e amp. Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 1999, p. 31.

[49] FIORILLO, Celso Antonio Pacheco; RODRIGUES, Marcelo Abelha. Manual de Direito Ambiental Brasileiro e Legislação Aplicável. São Paulo: Max Limonad, 1999, p.120-121.

[50] LEITE, José Rubens Morato. Inovações em Direito Ambiental. Florianópolis. Fundação José Arthur Boiteux, 2000. p.185.

[51] LEITE, José Rubens Morato. Inovações em Direito Ambiental. Florianópolis. Fundação José Arthur Boiteux, 2000. p.185.

[52] Art. 1.º (…)qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas do meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria ou energia resultante das atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

I - a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

II - as atividades sociais e econômicas;

III - a biota;

IV - as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;

V - a qualidade dos recursos ambientais.

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[53] LEITE, José Rubens Morato. Dano Ambiental: do Individual ao Coletivo Extrapatrimonial. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2000. p. 186.

[54] LEITE, José Rubens Morato. Dano Ambiental: do Individual ao Coletivo Extrapatrimonial. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2000. p. 96.

[55] § 3º do Art.225 C.F. - As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados.

[56] ANTUNES, Paulo de Bessa. Direito Ambiental. 3. ed. rev. atual. e amp. Rio de Janeiro: Lúmen Juris, 1999, p. 30.

[57] FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2001, p. 45.

[58] FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2001, p. 46.

[59] FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2001, p. 27.

[60] Lei da causa e efeito enfatiza que todas as nossas ações ou omissões geram reações, que produzem efeitos de qualquer forma.

[61] FIORILLO, Celso Antonio Pacheco. Curso de Direito Ambiental Brasileiro. São Paulo: Saraiva, 2001, p. 29.

[62] MALATESTA, Nicola Framarino. A Lógica das provas em matéria criminal. Tradução e notas de Ricardo Rodrigues Gama. Campinas: LZN, 2003, p. 707.

[63] MIRABETE, Júlio Fabrinni. Processo Penal. Revisão de Renato N. Fabrinni. 16.ed. São Paulo: Atlas, 2004, p. 256.

[64] TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal. 12.ed. v. 3, São Paulo: Saraiva, 1990, p. 203.

[65] MOSSIN, Heráclito. Curso de Processo Penal. 10. ed., São Paulo: Atlas, 1998, p. 197.

[66] ARANHA, Adalberto José Q. T. de Camargo. Da Prova no Processo Penal. 3.ed., São Paulo: Saraiva, 1994, p. 90.

[67] XAVIER DE AQUINO, José. et al. Manual de Processo Penal. 6.ed. São Paulo: Saraiva, 1997, p. 160-161.

[68] TOURINHO FILHO, Fernando da Costa. Processo Penal. 12. ed. v. 3, São Paulo: Saraiva, p.218.

[69] Op. cit. p.47

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[70] Entre outras, a Ação civil pública e a Ação popular.

[71] MILARÉ, Edis. Meio ambiente e os direitos da personalidade. Disponível em <http://www.milare.adv.br/artigos/madp.htm> Acesso em 01/10/2008.

[72] Id. ib.

[73] MILARÉ, Edis. Meio ambiente e os direitos da personalidade. Op. cit.

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