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DIREITO AMBIENTAL CONSTITUCIONAL
Daniane Ferreira
Aula 01/01
Fabiano Melo
TEMA 1 CLASIFICAO DE MEIO AMBIENTE NATURAL
Lei 6938/1991 Lei da poltica nacional do meio ambiente.
Definio legal. Art. 3, I Meio ambiente, o conjunto de condies, leis, influncias
e interaes de ordem fsica, qumica e biolgica, que permite, abriga e rege a vida em todas
as suas formas.
I) Meio Ambiente natural (art. 225/CF): Elementos biticos (fauna, flora) e
elementos abiticos (ar, atmosfera e outros).
II) Meio ambiente cultural (art. 216/CF): o patrimnio cultural brasileiro,
formado por bens materiais (ex.: igrejas de Outro Preto e outras) e imateriais (comidas, festas,
msica, samba como frevo e outros).
III) Meio ambiente artificial (art. 182/CF): Meio ambiente artificial uma
interveno antrpica (humana) em espaos abertos (como o Parque do Ibirapuera) e espaos
fechados (a edificao em si um meio ambiente artificial - se for tombado ou destinado
manifestaes artsticas/culturais, melhor classific-lo como meio ambiente cultural).
IV) Meio ambiente do trabalho (art. 200, VIII/CF): Meio ambiente laboral se
preocupa com a sade e a segurana do trabalhador. O SUS tem que colaborar no meio
ambiente. O SUS tem dentre suas atribuies colaborar na proteo do meio ambiente,
includo o meio ambiente do trabalho.
TEMA 2 - FORMAS DE PROTEO DO PATRIMNIO NACIONAL
BRASILEIRO
Art. 216 1 CF
a) Tombamento: a forma de proteo, por excelncia, do patrimnio material.
b) Registro: a forma de preservao/proteo, por excelncia, do patrimnio
imaterial.
c) Inventrio: levantar quais so os bens daquele local, daquela cidade.
d) Vigilncia: a fiscalizao. Visa evitar que o patrimnio seja descaracterizado.
feito atravs do poder de polcia.
e) Desapropriao: Instituto de Direito Administrativo. retirar do patrimnio
privado para incorporar no patrimnio pblico.
TEMA 3 - TICA AMBIENTAL
Antropocentrismo: Coloca o homem no centro de tudo.
Art. 225. Todos tm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de
uso comum do povo e essencial sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Pblico e coletividade o dever de defend-lo e preserv-lo para as presentes e
futuras geraes.
O caput do artigo 225/CF antropocntrico.
Biocentrismo: Ficam ao centro os seres vivos. O conceito legal de direito ambiental
de inspirao biocentrica. Ex.: As Rinhas de Galo e Farra de Bois so proibidas.
Art. 225, 1, VII/CF Proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as
prticas que coloquem em risco sua funo ecolgica, provoquem a extino de
espcies ou submetam os animais a crueldade.
Ecocentrismo/Ecologia profunda: Coloca a ecologia no centro.
TEMA 4 - COMPETNCIAS CONSTITUCIONAIS
Competncia administrativa (art. 23/CF): A competncia administrativa no direito
ambiental quem pode fiscalizar, protege a fauna, a flora e as florestas, o poder de polcia,
comum, ou seja, compete a todos os entes administrativos. A fiscalizao cabe a TODOS!
Competncia legislativa (art. 24/CF): Competncia de editar leis. Competncia
formal, concorrente entre Unio, DF e os estados. Ateno! Art. 30/CF: Compete aos
Municpios: II - suplementar a legislao federal e a estadual no que couber.
TEMA 5 - RGOS RESPONSVEIS PELA PROTEO AMBIENTAL NO
BRASIL
SISNAMA Sistema Nacional Do Meio Ambiente
Composio:
a) rgo superior: formado pelo Conselho de Governo que assessora o
presidente nas questes ambientais. formado pelos Ministros de Governo.
b) rgo consultivo e deliberativo: constitudo pelo CONAMA (Conselho
Nacional de Meio Ambiente). Tem a funo consultiva: assessora, estuda e prope medidas
ao Conselho de Governo. E deliberativa: o CONAMA delibera, atravs de suas resolues, no
seu mbito de competncia, sobre normas e padres compatveis com o meio ambiente
ecologicamente equilibrado.
c) rgo central: O rgo Central o Ministrio do Meio Ambiente. Ateno! A
Secretaria do Meio Ambiente da Presidncia da Repblica foi convertida no MMA em 1992.
d) rgo executor: formado pelo IBAMA e pelo ICMBIO (Instituto Chico
Mendes de Conservao da Biodiversidade). Os dois so autarquias federais. O IBAMA
fiscaliza e d licenciamentos. O ICMBIO cuida das unidades de conservao federal.
e) rgo seccional: o rgo Ambiental Estadual.
f) rgo local: o rgo Ambiental Municipal.
TEMA 6 RESPONSABILIDADE
Responsabilidade Civil ambiental
Base legal: art. 225, , 3/CF, art. 3, II, II E IV/L 938/81 e art. 14, 14, 1, L
6938/81.
DANO AMBIENTAL
Classificao
a) Dano ambiental (amplo): aquele dano que abrange todo o meio ambiente. Ex:
Navio que est chegando a um porto brasileiro apresenta um vazamento e derrama leo no
mar, causando grande dano ambiental. Quando se h um dano ambiental existe uma
responsabilidade em reparar o dano. Dano ecolgico puro aquele que abrange componentes
especficos dos ecossistemas (fauna e flora).
b) Dano individual (reflexo, dano ricochete): Incide sob o indivduo prejudicado
por dano causado por outrem. Ex.: Pescador que tem a atividade laboral suspensa porque no
local onde desenvolve a atividade houve um derramamento de leo. O dano sobre a sade,
patrimnio, atividade e econmica.
c) Dano patrimonial: o dano fsico, perda, depredao. a dano patrimonial.
d) Dano extrapatrimonial/moral ambiental: Afeta a qualidade de vida das
pessoas, o bem estar, os valores extrapatrimoniais. Ex.: rvore que as pessoas tm amor,
algum vai e corta, gera um dano emocional.
REPARAO
a) Reparao natural: Deve ser tentada primeiramente. A reparao deve ser onde
aconteceu o dano.
b) Indenizao pecuniria: No logrando xito a reparao, paga-se em dinheiro.
c) Compensao ecolgica: no possvel a reparao no local onde aconteceu o
dano, mas em local prximo.
Poluidor
A pessoa fsica ou jurdica, de direito pblico ou privado.
Direto: Aquele que causa o dano ambiental.
Indireto: Quem financia. Ex.: o banco o poluidor indireto por financiar uma
indstria poluidora. Ele pode ocupar o plo passivo na ao civil pblica.
O poluidor direto e indireto so solidrios.
TEMA 7 - RESPONSABILIDADE PS-CONSUMO
Logstica Reversa Art. 33 da Lei 12.305/2010 Lei de Poltica Nacional de
Resduos Slidos.
Vai e volta - Alguns produtos causam danos ao meio ambiente aps o consumo (ex.:
agrotxicos, produtos eletroeletrnicos, leos lubrificantes, lmpadas, pneus, pilhas e baterias
o rol no taxativo), devendo do produtor se responsabilizar pelo retorno. Quem fabrica,
importa, distribui e comercializa tem a obrigao de implementar a logstica reversa.
TEMA 8 - RESPONSABILIDADE ADMINISTRATIVA AMBIENTAL
Base legal: Art. 70 a 76 da Lei 9605/98 e Dec. 6514/2008
O fiscal do rgo ambiental vai at a propriedade urbana ou rural para verificar se
houve o cometimento de infrao administrao ambiental. Ex.: O agente do IBAMA verifica
que est extraindo areia do rio.
A competncia para lavrar o auto de infrao e instaurar o processo administrativo
ambiental dos fiscais dos rgos do SISNAMA e dos agentes da capitania dos portos da
marinha.
Processo administrativo ambiental Prazos
20 dias para apresentar defesa
30 dias para julgamento
20 dias para recorrer
05 dias para o pagamento
Reincidncia nas infraes administrativas: No prazo de cinco anos, se o agente
incorrer na mesma infrao a multa ser em triplo. Mas se incorrer em infrao distinta, a
multa ser em dobro.
Prescrio: A ao de reparao de danos difusos no prescreve (isso em Civil!!!).
A infrao em ambiental prescreve em 5 anos (art. 21, decreto 6514/2008).
Excees: a) Prescrio intercorrente Se o processo ficar parado por mais de 3 anos
sem despacho e sem julgamento ocorre a prescrio intercorrente. b) Quando um ato for ao
mesmo tempo infrao administrativa e crime ambiental seguem-se os prazos da lei penal (art.
109/CP).
TEMA 9 - NOVO CDIGO FLORESTAL
Lei 12.601/12
Art. 1-A: Esta Lei estabelece normas gerais sobre a proteo da vegetao, reas de
Preservao Permanente e as reas de Reserva Legal; a explorao florestal, o suprimento
de matria-prima florestal, o controle da origem dos produtos florestais e o controle e
preveno dos incndios florestais, e prev instrumentos econmicos e financeiros para o
alcance de seus objetivos.
As florestas so interesses de todos. As propriedades rurais tm natureza real das
obrigaes.
PRINCIPAIS ESPAOS PROTEGIDOS
APP - rea de Preservao Permanente
a) Por fora de lei (art. 4)
A lei diz automaticamente o que APP. Ex.: A lei traz expresso a proteo das reas
em volta de lagoas, rios, nascentes e etc.
b) Declaradas de interesse social por ato/ gesto do Poder Executivo (art. 6)
Ocorre quando o prefeito, governador e Presidente reconhecem a relevncia e o
interesse social e declaram uma rea de APP.
A metragem da APP determinada pela largura do rio. A pessoa fsica ou jurdica, de
direito pblico e privado, tem que manter a vegetao de APP. Em regra, as APPs no devem
ser suprimidas.
LARGURA DO CURSO DGUA FAIXA MARGINAL
10 metros 30 metros
10 a 50 metros 50 metros
50 a 200 metros 100 metros
200 a 600 metros 200 metros
+ 600 metros 500 metros
Excees:1
Permitem a supresso/interveno/corte em rea de APP, desde que autorizadas
(art. 8 do Novo Cdigo Florestal):
a) Utilidade pblica: Ex: servios pblicos (levar energia eltrica de uma cidade a
outra necessrio cortar rvores).
b) Interesse social.
c) Baixo impacto ambiental: Ex: colocar cerca em volta da APP.
1 H grande possibilidade de cair as excees.
A supresso de vegetao nativa protetora de nascentes, dunas e restingas somente
poder ser autorizada em caso de utilidade pblica. Pessoas e animais podem entrar em rea
de APP.
b) Reserva legal
A reserva legal somente em rea rural. Todo imvel rural deve ter determinado
porcentual deixado a ttulo de reserva legal.
Porcentagem
80% na propriedade ou posse rural com florestas Amaznia
35% - Cerrado
20% - Campos gerais
20% - Outras regies
Todo imvel tem que ter reserva legal.
Excees:
1. Empreendimentos pblicos de gua e tratamentos de esgoto;
2. Aproveitamento de potencial de energia hidrulica (estaes e linhas de
transmisso de energia eltrica);
3. Ampliao e instituio de rodovias e ferrovias.
competente para determinar onde ser a RL o rgo ambiental estadual ou entidade
por ele habilitada.
A reserva legal pode ser explorada economicamente: Manejo florestal sustentvel.
Observaes finais
22 de julho de 2008: O que aconteceu antes desta data ter regras mais flexveis
para ser adotas, recebe o nome de rea rural consolidada.
Pequena propriedade: So aquelas que tm at 4 mdulos fiscais (mudam de
municpio para municpio). Quem tinha a pequena propriedade at dia 22 de
julho de 2008 manter a mesma reserva legal desta data, no sendo obrigado a
manter o percentual cheio do novo cdigo.