Direito Das Coisas - Posse e Propriedade

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    X. DIREITO DAS COISAS: posse e propriedade

    Propriedade o direito que a pessoa fsica ou jurdica tem de usar (faculdade de servir-se da coisa e utiliz-la da maneira que convier), gozar (retirar os frutos e utilizar os produtos), dispor (alienar ou consumir) de um bem ou reav-lo (reivindicar) de quem injustamente o possua ou detenha.

    PODERES DA PROPRIEDADE

    (GRUD)

    GOZAR REAVER USAR DISPOR

    1. (CESGRANRIO - Direito - BNDES 2006) As faculdades de usar, gozar e dispor so inerentes propriedade sobre o bem, porm, vedado ao proprietrio reaver a coisa em poder do possuidor, ainda que ilegtimo, tendo em vista a autonomia da posse em relao propriedade.

    O GRUD nos lembra sobre os poderes inerentes propriedade. Dentre esses poderes est o de Reaver o bem de quem injustamente o detenha. Conforme o art. 1.228 do CC.

    Art. 1.228 do CC - O proprietrio tem a faculdade de usar, gozar e dispor da coisa, e o direito de reav-la do poder de quem quer que injustamente a possua ou detenha.

    Gabarito: Errada.

    O conceito de posse est diretamente relacionado com o conceito de propriedade, conforme salienta o art. 1.196 e 1.204 do CC.

    Art. 1.196 do CC - Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exerccio, pleno ou no, de algum dos poderes inerentes propriedade.

    Art. 1.204 do CC - Adquire-se a posse desde o momento em que se torna possvel o exerccio, em nome prprio, de qualquer dos poderes inerentes propriedade.

    Entretanto no se deve confundir a posse com a deteno. Vide art. 1.198 do CC.

    Art. 1.198 do CC - Considera-se detentor aquele que, achando-se em relao de dependncia para com outro, conserva a posse em nome deste e em cumprimento de ordens ou instrues suas.

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    Pargrafo nico. Aquele que comeou a comportar-se do modo como prescreve este artigo, em relao ao bem e outra pessoa, presume-se detentor, at que prove o contrrio.

    Ou seja, o possuidor exerce sobre a coisa o poder de fato em razo de um

    interesse prprio. J o detentor, exerce o poder sobre a coisa em decorrncia do

    interesse de outrem.

    Nos termos do art. 1.197, possvel distinguir entre a posse direta e a posse

    indireta.

    Art. 1.197 do CC - A posse direta, de pessoa que tem a coisa em seu poder, temporariamente, em virtude de direito pessoal, ou real, no anula a indireta, de quem aquela foi havida, podendo o possuidor direto defender a sua posse contra o indireto.

    Dessa forma, a posse direta exercida pela pessoa que tem a coisa em seu

    poder, ou seja, pela pessoa que tem o poder de usar; por outro lado, a posse indiretaocorre quando uma pessoa cede o uso do bem que proprietria para outra.

    Vejamos algumas questes que, apesar de no serem da banca CESPE/UnB, so

    bem interessantes:

    2. (FCC - TCE-PB Advogado 2006) Paulo proprietrio de um stio. Pedro locatrio desse imvel. Joo o caseiro. De acordo com o Cdigo Civil brasileiro, Paulo, Pedro e Joo so considerados, respectivamente, a) possuidor direto, possuidor indireto e detentor. b) possuidor indireto, possuidor direto e detentor. c) possuidor indireto, detentor e possuidor direto. d) possuidor direto, detentor e possuidor indireto. e) detentor, possuidor indireto e possuidor direto.

    Segundo o enunciado temos o seguinte:

    - Paulo: proprietrio e locador do stio = possuidor indireto;

    - Pedro: locatrio do stio (poder de uso) = possuidor direto; e

    - Joo: caseiro do stio (poder em razo do interesse de outrem) = detentor.

    Gabarito: B

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    3. (FCC - TCE-CE Procurador 2006) Joo caseiro de uma fazenda de propriedade de Pedro e conserva a posse em nome deste em cumprimento s ordens ou instrues suas. De acordo com o Cdigo Civil, em relao a Joo est

    caracterizada a figura a) do constituto possessrio. b) do detentor. c) da composse. d) da posse direta. e) da posse indireta.

    Questo semelhante anterior. Nem o nome do caseiro mudou !!!!

    Gabarito: B

    4. (FUNDAC-PB Advogado 2008) Considera-se detentor todo aquele que tem de fato o exerccio, pleno ou no, de algum dos poderes inerentes propriedade.

    Gabarito: Errada. A assertiva mistura os conceitos de possuidor e detentor.

    5. (TJ-RR - Tcnico Judicirio - 2006) Ocorrendo o desdobramento da posse em direta e indireta, surge a composse, ou seja, a coisa possuda em comum, no mesmo grau e no mesmo plano jurdico.

    Ao desdobrar a posse em direta e indireta no surge a composse. Esta ocorre

    quando h uma situao em que duas ou mais pessoas exercem, simultaneamente,

    poderes possessrios sobre a mesma coisa. Segue art. 1.199 do CC.

    Art. 1.199 do CC - Se duas ou mais pessoas possurem coisa indivisa, poder cada uma exercer sobre ela atos possessrios, contanto que no excluam os dos outros compossuidores.

    Um exemplo de composse ocorre com o marido e a mulher casados em regime de

    comunho de bens.

    Gabarito: Errada.

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    6. (CESAN Advogado - 2005) Ao possuidor de m-f assegurado o direito a indenizao das benfeitorias necessrias e das teis, bem como o direito de reteno.

    A diferena entre possuidor de boa-f e de m-f dada pelo art. 1.201 do CC.

    Art. 1.201do CC - de boa-f a posse, se o possuidor ignora o vcio, ou o obstculo que impede a aquisio da coisa. Pargrafo nico. O possuidor com justo ttulo tem por si a presuno de boa-f, salvo prova em contrrio, ou quando a lei expressamente no admite esta presuno.

    Interpretando-se o dispositivo legal acima, temos que a posse de m-f aquela

    em que o possuidor tem conhecimento dos vcios (violncia, clandestinidade ou

    precariedade) oriundos da aquisio da posse. Tais vcios so equiparados a crimes do

    Cdigo Penal. So eles:

    - violncia: roubo;

    - clandestinidade: furto; e

    - precariedade: apropriao indbita.

    A resposta da questo dada pelo art. 1.220 do CC.

    Art. 1.220. Ao possuidor de m-f sero ressarcidas somente as benfeitorias necessrias; no lhe assiste o direito de reteno pela importncia destas, nem o de levantar as volupturias.

    Conclui-se que em nenhuma hiptese o sistema confere ao possuidor de m-f

    direito de reteno, enquanto a pretenso ao ressarcimento limita-se s benfeitorias

    necessrias.

    Gabarito: Errada.

    7. (Prefeitura de Aracaj-SE - Procurador - 2008) So efeitos decorrentes da posse de boa-f: o direito aos frutos percebidos e o direito de reteno pelo valor das

    benfeitorias necessrias e teis realizadas no bem possudo.

    Questo de acordo com o art. 1.219 do CC.

    Art. 1.219 do CC - O possuidor de boa-f tem direito indenizao das benfeitorias necessrias e teis, bem como, quanto s volupturias, se no lhe forem pagas, a levant-las, quando o puder sem detrimento da coisa, e poder exercer o direito de reteno pelo valor das benfeitorias necessrias e teis.

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    O dispositivo regula o direito do possuidor de boa-f ao ressarcimento pelo

    implemento de benfeitorias necessrias, teis e volupturias. Quanto s benfeitorias

    volupturias, se no lhe forem pagas, poder o possuidor de boa-f retir-las do bem,

    quando o puder fazer sem causar danos. Poder ainda exercer o direito de reteno em

    face do valor aplicado pelas benfeitorias necessrias e teis.

    Sobre os frutos, devemos observar o art. 1.214 do CC.

    Art. 1.214 do CC- O possuidor de boa-f tem direito, enquanto ela durar, aos frutos percebidos. Pargrafo nico. Os frutos pendentes ao tempo em que cessar a boa-f devem ser restitudos, depois de deduzidas as despesas da produo e custeio; devem ser tambm restitudos os frutos colhidos com antecipao.

    Se no ocorrerem situaes que modifiquem o carter subjetivo da posse, ento o

    possuidor de boa-f tem direito, enquanto ela assim perdurar, aos frutos percebidos.

    Ter igualmente direito aos frutos ainda no colhidos (frutos pendentes)

    enquanto durar a boa-f, Os que foram colhidos com antecipao devem ser tambm

    restitudos ao legtimo possuidor, tendo em vista que a lei pressupe a colheita no

    momento adequado, quando estejam aptos para satisfazer as necessidades humanas.

    Gabarito: Certa.

    8. (TJ-BA Juiz 2004) O possuidor de m-f tem direito de ser ressarcido apenas pelas benfeitorias necessrias, assistindo-lhe direito de reteno pela importncia a elas referente.

    Gabarito: Errada. Conforme comentrios da questo 6.

    9. (MPE-AM - Promotor de Justia - 2007) Composse uma modalidade de posse exercida, simultaneamente, por vrias pessoas sobre coisa indivisa. Cada possuidor detm a posse exclusiva sobre parte ideal do bem, podendo invocar a proteo possessria contra os compossuidores ou terceiros.

    A composse, j comentada na questo 5, pode ser de dois tipos:

    1) composse pro diviso: quando existe uma diviso de fato para utilizao pacfica do direito de cada um, como ocorre em uma fazenda pertencente a dois irmos,

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    onde um usa a metade da direita para plantar batatas e o outro usa a metade da

    esquerda para plantar beterrabas. Neste tipo de composse, qualquer um dos

    compossuidores pode se valer proteo possessria para impedir que o outro

    compossuidor exera uma posse exclusiva sobre o bem, desde que a posse esteja

    consolidada no tempo (posse por mais de ano e dia).

    2) composse pro indiviso: ocorre quando todos exercem ao mesmo tempo a posse sobre a totalidade da coisa. Aqui temos o caso do marido e da mulher que moram

    juntos em um apartamento.

    Ou seja, apenas na composse pro diviso que cada possuidor tem poderes sobre

    parte ideal do bem.

    Gabarito: Errada.

    10. (TCE-PE - Procurador Consultivo 2004) Aquele que detm a posse justa de um imvel por prazo exigido por lei poder adquirir a propriedade do mesmo por meio da prescrio aquisitiva ou usucapio.

    A assertiva quer que o candidato saiba a diferena entre posse ad interdicta e

    posse ad usucapionem.

    - Posse ad interdicta: aquela que pode ser defendida pelas aes possessrias, porm no conduz usucapio. Ex: o locatrio pode defender a posse de uma

    turbao ou esbulho, mas no tem direito de usucapio.

    - Posse ad usucapionem: aquela que se prolonga por determinado lapso temporal previsto em lei, admitindo-se a aquisio do domnio por usucapio.

    O locatrio, apesar da posse ser justa, tem a posse ad interdicta e, por isso, no

    adquire a propriedade atravs do usucapio.

    Gabarito: Errada.

    11. (MPE/SE Promotor de Justia 2010) Adquire-se a posse (A) pelo prprio interessado, seu representante ou procurador, terceiro sem mandato (independentemente de ratificao) e pelo constituto possessrio. (B) pelo prprio interessado, seu representante ou procurador, terceiro sem

    mandato (dependendo de ratificao) e pelo constituto possessrio. (C) pelo prprio interessado e pelo constituto possessrio, apenas.

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    (D) pelo prprio interessado, seu representante ou procurador (dependendo de ratificao), terceiro sem mandato e pelo constituto possessrio. (E) pelo prprio interessado, seu representante ou procurador e por terceiro sem

    mandato (dependendo de ratificao), apenas.

    A base legal est no art. 1.205 do CC.

    Art. 1.205 do CC - A posse pode ser adquirida: 1 pela prpria pessoa que a pretende ou por seu representante; II por terceiro sem mandato, dependendo de ratificao.

    Ou seja, alm da hiptese de sucesso universal, por ato entre vivos, adquire-se a

    posse diretamente pela pessoa natural que pretende atingir esse escopo, ou por terceiro

    com mandato (seu representante) ou sem mandato, dependendo de ratificao sua.

    Tratando-se de pessoa jurdica, adquire-se a pose atravs dos atos praticados por seus

    representantes legais.

    Entretanto, nesta questo a banca CESPE/UnB utilizou de uma covardia. Pois o

    gabarito corresponde a um artigo do CC de 1916, ou seja, do CC revogado.

    Art. 494 do CC de 1916 - A posse pode ser adquirida: I - pela prpria pessoa que a pretende; II - por seu representante, ou procurador; III - por terceiro sem mandato, dependendo de ratificao; IV - pelo constituto possessrio.

    Gabarito: B

    Voltando para o assunto propriedade, temos que ela se classifica em:

    - Plena (ou alodial) - quando o proprietrio tem o direito de uso, gozo e disposio plena enfeixados em suas mos, sem que terceiros tenham qualquer direito sobre quele bem.

    Todos os elementos esto reunidos nas mos do seu titular.

    - Limitada (ou restrita) - quando a propriedade tem sobre ela algum nus (ex.: hipoteca, servido, usufruto, etc.), ou quando for resolvel (se extinguir com um acontecimento

    futuro).

    Na verdade, o direito de propriedade composto de duas partes destacveis:

    nua-propriedade - corresponde titularidade, ao fato de ser proprietrio e ter o bem em seu nome. Costuma-se dizer que a nua propriedade aquela despida dos atributos do

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    uso e da fruio, tendo direito essncia, substncia da coisa. A pessoa recebe o nome

    de nu-proprietrio, senhorio direto ou proprietrio direto.

    domnio til - corresponde ao direito de usar, gozar e dispor da coisa. Dependendo do

    direito que tem, recebe nome diferente: enfiteuta, usufruturio, etc.

    Desta forma, uma pessoa pode ser o titular, o proprietrio, ter o bem registrado em

    seu nome e outra pessoa pode ter direitos de usar, gozar e at dispor daquele bem, em

    virtude de um contrato, tal como ocorre no usufruto.

    FORMAS DE AQUISIO DA PROPRIEDADE IMVEL

    A seguir temos um grfico esquemtico sobre as formas de aquisio da

    propriedade imvel:

    FORMAS DE AQUISIO DA PROPRIEDADE

    IMVEL

    - ORIGINRIAS

    - ACESSO

    - ILHAS; - ALUVIO; - AVULSO; - LVEO ABANDONADO; - PLANTAES/CONSTRUES

    - USUCAPIO

    - DERIVADAS - REGISTRO DO TTULO - SUCESSO HEREDITRIA

    Modo Originrio de aquisio da propriedade imvel: ocorre quando no h transmisso de uma pessoa para outra; o indivduo faz seu o bem sem que este lhe tenha

    sido transmitido por algum.

    a) Por acesso: fica pertencendo ao proprietrio tudo quando se une ou se incorpora ao seu bem. H um aumento do valor ou do volume do objeto, devido a foras externas. So

    suas espcies:

    Ilhas formadas por fora natural - acmulo paulatino de areia, cascalho e materiais levados pela correnteza, ou de rebaixamento de guas, deixando a descoberto e a seco

    uma parte do fundo ou do leito. Interessam ao direito civil somente as ilhas formadas em

    rios no-navegveis ou particulares, por pertencerem ao domnio particular.

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    Aluvio - acrscimo paulatino de terras s margens do rio, mediante lentos e imperceptveis depsitos naturais ou desvios das guas. Esses acrscimos pertencem

    aos donos dos terrenos marginais, seguindo a regra de que o acessrio segue o principal.

    Avulso - repentino deslocamento de uma poro de terra avulsa por fora natural violenta, desprendendo de um prdio e juntando-se a outro.

    lveo abandonado (ou abandono de lveo) - lveo o leito do rio. Secando ou desviando (fenmeno natural), tem-se o abandono de lveo; d-se a mesma soluo da

    formao de ilhas.

    Acesses artificiais ou fsicas ou industriais - derivam de um comportamento ativo do homem, como plantaes, construes, etc. Possui carter oneroso e se submete

    regra de que tudo aquilo que se incorpora ao bem em razo de uma ao qualquer, cai

    sob o domnio de seu proprietrio.

    Vide art. 1.248 do CC:

    Art. 1.248 do CC - A acesso pode dar-se: I - por formao de ilhas; II - por aluvio; III - por avulso; IV - por abandono de lveo; V - por plantaes ou construes.

    b) Por Usucapio: o modo de aquisio da propriedade, independente da vontade do titular anterior. Ocorre quando algum detm a posse de uma coisa com nimo de dono, por um tempo determinado, sem interrupo e sem oposio, desde que no seja posse

    clandestina, violenta ou precria. So suas espcies:

    Extraordinrio (art. 1.238 do CC) Art. 1.238 do CC - Aquele que, por quinze anos, sem interrupo, nem oposio, possuir como seu um imvel, adquire-lhe a propriedade, independentemente de ttulo e boa-f; podendo requerer ao juiz que assim o declare por sentena, a qual servir de ttulo para o registro no Cartrio de Registro de Imveis. Pargrafo nico. O prazo estabelecido neste artigo reduzir-se- a dez anos se o possuidor houver estabelecido no imvel a sua moradia habitual, ou nele realizado obras ou servios de carter produtivo.

    Ordinrio (art. 1.242 do CC)

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    Art. 1.242 do CC - Adquire tambm a propriedade do imvel aquele que, contnua e incontestadamente, com justo ttulo e boa-f, o possuir por dez anos. Pargrafo nico. Ser de cinco anos o prazo previsto neste artigo se o imvel houver sido adquirido, onerosamente, com base no registro constante do respectivo cartrio, cancelada posteriormente, desde que os possuidores nele tiverem estabelecido a sua moradia, ou realizado investimentos de interesse social e econmico.

    Constitucional Urbana (art. 1.240 do CC) Art. 1.240 do CC - Aquele que possuir, como sua, rea urbana de at duzentos ecinqenta metros quadrados, por cinco anos ininterruptamente e sem oposio, utilizando-a para sua moradia ou de sua famlia, adquirir-lhe- o domnio, desde que no seja proprietrio de outro imvel urbano ou rural. 1o O ttulo de domnio e a concesso de uso sero conferidos ao homem ou mulher, ou a ambos, independentemente do estado civil. 2o O direito previsto no pargrafo antecedente no ser reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez.

    Constitucional Rural (art. 1.239 do CC) Art. 1.239 do CC - Aquele que, no sendo proprietrio de imvel rural ou urbano, possua como sua, por cinco anos ininterruptos, sem oposio, rea de terra em zonarural no superior a cinqenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua famlia, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe- a propriedade.

    2. Modo derivado de aquisio da propriedade imvel: ocorre quando h transmissibilidade do domnio.

    a) Pelo registro do ttulo (art. 1.227 do CC) S DONO QUEM REGISTRA !!!

    Art. 1.227 do CC - Os direitos reais sobre imveis constitudos, ou transmitidos por atos entre vivos, s se adquirem com o registro no Cartrio de Registro de Imveis dos referidos ttulos (arts. 1.245 a 1.247), salvo os casos expressos neste Cdigo.

    b) Pela sucesso hereditria: a forma de transmisso derivada da propriedade que se d por ato causa mortis em que o herdeiro (legtimo ou testamentrio) ocupa o lugar do de

    cujus em todos os seus direitos e obrigaes.

    Art. 1.784 do CC - Aberta a sucesso, a herana transmite-se, desde logo, aos herdeiros legtimos e testamentrios.

    FORMAS DE AQUISIO DA PROPRIEDADE MVEL

    Completando as formas de aquisio da propriedade, temos aquelas que se

    referem aos bens mveis:

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    FORMAS DE AQUISIO DA PROPRIEDADE

    MVEL

    - ORIGINRIAS

    - OCUPAO E ACHADO DE TESOURO

    - USUCAPIO

    - DERIVADAS

    - ESPECIFICAO - CONFUSO - COMISTO - ADJUNO - TRADIO - SUCESSO

    1. Modo Originrio

    a) Ocupao: o assenhoramento de coisa mvel (inclui semoventes) sem dono, por no ter sido ainda apropriada (res nullius) ou por ter sido abandonada (res derelictae), no

    sendo essa apropriao proibida pela lei.

    Art. 1.263 do CC - Quem se assenhorear de coisa sem dono para logo lhe adquire a propriedade, no sendo essa ocupao defesa por lei.

    Observao: A descoberta de coisa perdida (res desperdictae) no acarreta a aquisioda propriedade, devendo, aquele que achou, devolver a res para a autoridade

    competente, conforme o artigo 1233, nico do Cdigo Civil.

    Art. 1.233 do CC - Quem quer que ache coisa alheia perdida h de restitu-la ao dono ou legtimo possuidor. Pargrafo nico. No o conhecendo, o descobridor far por encontr-lo, e, se no o encontrar, entregar a coisa achada autoridade competente.

    b) achado de tesouro: esta situao, comumente descrita em filmes, est prevista no artigo 1264 do CC. So quatro os requisitos do tesouro: ser antigo, estar escondido

    (oculto, enterrado), o dono ser desconhecido e o descobridor ter encontrado casualmente

    (sem querer). O tesouro se divide ao meio com o dono do terreno. Se o descobridor

    estava propositadamente procurando o tesouro em terreno alheio sem autorizao, no

    ter direito a nada.

    Art. 1.264 do CC - O depsito antigo de coisas preciosas, oculto e de cujo dono no haja memria, ser dividido por igual entre o proprietrio do prdio e o que achar o tesouro casualmente. Art. 1.265 do CC - O tesouro pertencer por inteiro ao proprietrio do prdio, se for achado por ele, ou em pesquisa que ordenou, ou por terceiro no autorizado.

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    Art. 1.266 do CC - Achando-se em terreno aforado, o tesouro ser dividido por igual entre o descobridor e o enfiteuta, ou ser deste por inteiro quando ele mesmo seja o descobridor.

    c) Usucapio. Espcies:

    Extraordinria (art. 1.261 do CC)

    Art. 1.261. do CC - Se a posse da coisa mvel se prolongar por cincoanos, produzir usucapio, independentemente de ttulo ou boa-f.

    Ordinria (art. 1.260 do CC) Art. 1.260. do CC - Aquele que possuir coisa mvel como sua, contnua e incontestadamente durante trs anos, com justo ttulo e boa-f, adquirir-lhe- a propriedade.

    2. Modo Derivado a) Especificao: a transformao da coisa mvel em espcie nova, em virtude do trabalho ou da indstria do especificador, desde que no seja possvel reduzi-la sua

    forma primitiva.

    Ex: lapidao de pedra preciosa.

    b) Confuso, Comisto e Adjuno: ocorrem quando coisas pertencentes a pessoas diversas se mesclam de tal forma que impossvel separ-las.

    Confuso - mistura entre coisas lquidas. Ex: misturar suco de laranja com vodca.

    Comisto - mistura de coisas slidas ou secas. Ex: areia, cal e cimento, formando uma s massa.

    Adjuno - justaposio de uma coisa sobre outra. Ex: tinta em relao parede.

    c) Tradio: o ato de entrega da coisa ao adquirente com o intuito de tranferir-lhe a propriedade. Enquanto no bem imvel a propriedade se transfere com o registro do ttulo,

    no bem mvel, via de regra, o ato de transferncia do domnio se d com a tradio (art.

    1.267 do CC).

    Art. 1.267 do CC - A propriedade das coisas no se transfere pelos negcios jurdicos antes da tradio. Pargrafo nico. Subentende-se a tradio quando o transmitente continua a possuir pelo constituto possessrio; quando cede ao adquirente o direito restituio da coisa, que se encontra em poder de terceiro; ou quando o adquirente j est na posse da coisa, por ocasio do negcio jurdico.

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    A tradio pode ocorrer das seguintes formas:

    1) Tradio real: aquela que se d pela entrega efetiva ou material da coisa; 2) Tradio simblica: ocorre quando h um ato representativo da transferncia da

    coisa. o que ocorre na traditio longa manu, em que a coisa a ser entregue

    colocada disposio da outra parte (ex: entrega das chaves de um apartamento).

    3) Tradio ficta: aquela que se d por presuno, como ocorre na traditio brevi manu, em que o possuidor possua em nome alheio e agora passa a possuir em nome prprio (ex: comprar o imvel que voc mora de aluguel); e no constituto possessrio, em que o possuidor possua em nome prprio e passa a possuir em nome alheio (ex: vender o seu imvel e continuar morando nele de aluguel).

    RESUMO: - traditio longa manu (tradio simblica) entrega das chaves de um

    apartamento;

    - traditio brevi manu (tradio ficta) comprar o imvel que voc mora de aluguel; e

    - constituto possessrio (tradio ficta) vender o seu imvel e continuar morando nele de aluguel.

    d) Sucesso hereditria: nos termos do art. 1.784 do CC o direito sucessrio tambm pode gerar a aquisio derivada da propriedade mvel.

    12. (MPE-AM - Promotor de Justia - 2007) Pelo constituto possessrio, o detentor

    da posse direta adquire a posse indireta, tornando-se proprietrio do bem que possua em nome alheio.

    Gabarito: Errada. A questo caracteriza o instituto traditio brevi manu.

    13. (INSS Analista: Direito - 2008) O constituto possessrio modo de aquisio e perda da posse, pois o possuidor, em razo da clusula constituti, altera a relao possessria, passando a possuir em nome alheio aquilo que possua em nome prprio.

    Gabarito: Certa. Conforme explicaes acima.

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    14. (Prefeitura de Aracaj-SE Procurador - 2008) A proteo preventiva da posse diante da ameaa de atos turbativos ou esbulhadores opera-se mediante o interdito

    proibitrio.

    Os interditos possessrios so as aes judiciais que o possuidor deve utilizar

    quando se sentir ameaado ou ofendido no exerccio de seu direito. forma de defesa

    indireta da posse. Vide art. 1.210 do CC.

    Art. 1.210 do CC - O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbao, restitudo no de esbulho, e segurado de violncia iminente, se tiver justo receio de ser molestado. 1o O possuidor turbado, ou esbulhado, poder manter-se ou restituir-se por sua prpria fora, contanto que o faa logo; os atos de defesa, ou de desforo, no podem ir alm do indispensvel manuteno, ou restituio da posse. 2o No obsta manuteno ou reintegrao na posse a alegao de propriedade, ou de outro direito sobre a coisa.

    So trs os tipos de interditos possessrios:

    - ao de reintegrao de posse (art. 926 do CPC): a ao apropriada para o caso concreto em que o possuidor tenha sido desapossado, em decorrncia de esbulho (perda

    da posse), pouco importando se total ou parcial, e para que seja reconduzido posse,

    seja restitudo o possuidor na posse. o interdito especfico para que o possuidor retome

    uma posse que lhe tenha sido tomada por qualquer ato violento ou derivado de

    precariedade ou clandestinidade.

    - ao de manuteno da posse (art. 926 do CPC): a ao destinada para a proteo

    do possuidor na posse contra atos de turbao de outrem, cujo objetivo garantir

    principalmente a posse de imveis e a quase-posse das servides e, s ter utilizao se

    o possuidor for molestado na sua posse, isto , se o possuidor, sem perder a sua posse,

    vem a ser perturbado nela. Tem o objetivo de fazer cessar o ato do turbador, que molesta

    o exerccio da posse, contudo sem desaparecer a prpria posse.

    - interdito proibitrio (art. 932 do CPC): uma ao de natureza preventiva, desdobrada

    da ao de manuteno de posse. apropriada para que o possuidor, em vias de

    comprovada ameaa, proponha e receba a devida segurana, que nada mais do que

    uma ordem judicial proibitria (da o seu nome), para impedir que se concretize tal

    ameaa, acompanhada de pena ou castigo para a hiptese de falta de cumprimento

    dessa ordem.

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    Vide arts. 926 e 932 do CPC:

    Art. 926 do CPC - O possuidor tem direito a ser mantido na posse em caso de turbao e reintegrado no de esbulho. Art. 932 do CPC - O possuidor direto ou indireto, que tenha justo receio de ser molestado na posse, poder impetrar ao juiz que o segure da turbao ou esbulho iminente, mediante mandado proibitrio, em que se comine ao ru determinada pena pecuniria, caso transgrida o preceito.

    Segue o grfico esquemtico abaixo:

    INTERDITO PROIBITRIO

    (proteo preventiva)

    MANUTENO DA POSSE

    (aps a turbao)

    REINTEGRAO DA POSSE

    (aps a perda)

    Outros tipos de aes possessrias:

    - Imisso na posse: utilizada quando o proprietrio, atravs da transcrio de seu ttulo, adquire o domnio da coisa que o alienante, ou terceiros, persistem em no lhe entregar.

    Trata-se de ao conferida a quem nunca teve a posse.

    - nunciao de obra nova: utilizada para impedir que nova obra em prdio vizinho prejudique o confinante.

    - embargos de terceiro senhor e possuidor: utilizada com a finalidade de defender os bens possudos, no sendo parte no feito, sofre turbao ou esbulho na posse de seus

    bens, por efeito de penhora, depsito, arresto, seqestro, venda judicial, arrecadao,

    partilha, ou outro ato de apreenso judicial.

    Gabarito: Certa.

    15. (Prefeitura de Rio Branco-AC - Procurador Jurdico - 2007) A descoberta o modo originrio de aquisio da propriedade mvel pelo qual algum se apropria de coisa alheia perdida ou de coisa abandonada por seu dono.

    Conforme observao da pg 11, a descoberta de coisa perdida (res desperdictae) no acarreta a aquisio da propriedade, devendo, aquele que achou, devolver a res para

    a autoridade competente, conforme o artigo 1233, nico do Cdigo Civil.

    (molstia) TURBAO

    (perda) ESBULHO

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    Art. 1.233 do CC - Quem quer que ache coisa alheia perdida h de restitu-la ao dono ou legtimo possuidor. Pargrafo nico. No o conhecendo, o descobridor far por encontr-lo, e, se no o encontrar, entregar a coisa achada autoridade competente.

    Gabarito: Errada.

    16. (INSS Analista: Direito - 2008) A ocupao o modo originrio, por excelncia, de aquisio do domnio de bem imvel.

    Gabarito: Errada. A ocupao se refere a bem mvel.

    17. (CESAN - Advogado - 2005) Acesso o modo originrio de aquisio da propriedade, em razo do qual o proprietrio de um bem passa a adquirir a propriedade de tudo aquilo que nele adere.

    Gabarito: Certa. Conforme grfico esquemtico apresentado na pg 8.

    18. (TJ-BA Juiz 2004) Apenas o possuidor de posse velha, no caso de turbao ou esbulho, pode manter-se ou restituir-se na posse por sua prpria fora.

    A questo leva em considerao o art. 1.210, 1o do CC, j reproduzido nesta

    aula. O 1o versa a respeito da autotutela, ou seja, legtima defesa da posse. Nele o

    legislador permitiu que o possuidor turbado ou esbulhado pudesse ser mantido ou

    restitudo por fora prpria, desde que a providncia fosse tomada logo. Contudo, esses

    atos de defesa ou de desforo no poderiam ultrapassar o limite indispensvel

    manuteno ou restituio da posse. Requisitos para justificar a prtica de atos de defesa

    (contra a turbao) ou de desforo (contra o esbulho):

    a) ofensa posse;

    b) imediatidade da repulsa (resistncia turbao e recuperao da posse);

    c) moderao nos atos de defesa ou de desforo (equilbrio entre a molstia sofrida e o

    ato de repulsa); e

    d) prtica dos atos pelas prprias mos.

    Desta forma, percebe-se que a autotutela da posse pode ocorrer tanto na posse

    velha como na posse nova, tendo em vista que tais tipos de posses no esto nos

    requisitos enumerados.

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    Gabarito: Errada.

    19. (MP-TO Promotor Substituto 2004) O usucapio modo originrio de

    aquisio da propriedade imobiliria, tornando-se o possuidor, por meio dele, proprietrio a partir do instante em que se completa o lapso temporal exigido em lei, preenchidas as demais exigncias legais.

    Gabarito: Certa. Conforme grfico esquemtico da pg 8.

    20. (MP-TO Promotor Substituto 2004) Acesso o direito em razo do qual o proprietrio de um bem passa a adquirir a propriedade de tudo aquilo a que nele adere.

    Gabarito: Certa. Conforme grfico esquemtico da pg 8.

    21. (OAB-SP Exame da Ordem 2008) A usucapio constitui modo a) originrio de aquisio da propriedade. b) derivado de aquisio da propriedade. c) derivado de aquisio da posse. d) de celebrao de contrato.

    Gabarito: A. Conforme grfico esquemtico da pg 8.

    (AGU Procurador 2007) Joo, motorista, enquanto aguardava seu chefe na porta de uma repartio pblica, foi vtima de tentativa de furto do veculo que conduzia.

    Antes de consumar o delito, o criminoso fugiu, por circunstncias alheias sua vontade. Com relao a essa situao hipottica, julgue os seguintes itens.

    22. Em conformidade com os termos expressos do Cdigo Civil, apenas o possuidor turbado, ou esbulhado e no, o mero detentor , poder manter-se ou restituir-se por sua prpria fora, contanto que o faa imediatamente.

    Tendo em vista que o art. 1.210 do CC no menciona o detentor, ento, apenas o

    possuidor poder fazer uso da autotutela da posse.

    Gabarito: Certa.

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    23. Joo, no momento em que os fatos ocorreram, era mero detentor e no, possuidor do veculo que conduzia.

    Gabarito: Certa. Joo exerce o poder sobre a coisa em decorrncia do interesse de

    outrem.

    24. (TCE-PB Assistente Jurdico 2006) Joo proprietrio de um apartamento e o alugou, por meio de contrato escrito e pelo prazo de 30 meses, a Jos. Durante a vigncia do contrato, Joo invadiu o imvel, trocou as chaves da porta e impediu o acesso de Jos. Nesse caso, Jos, na condio de inquilino, considerado a) possuidor direto e s pode defender sua posse contra terceiros, nunca contra o proprietrio e locador. b) possuidor direto e, em razo dessa condio, pode defender sua posse contra o proprietrio e locador. c) mero detentor, no tendo, em razo dessa condio, direito proteo possessria. d) possuidor indireto e s pode defender sua posse contra terceiros, nunca contra

    o proprietrio e locador. e) mero detentor e s pode defender sua posse contra terceiros, nunca contra o proprietrio e locador.

    Pelo comentrio da questo 2, sabemos que Jos considerado um possuidor

    direto e, nos termos do art. 1.197 do CC, pode defender sua posse contra o possuidor

    indireto.

    Gabarito: B

    XI. DIREITOS REAIS DE FRUIO E GARANTIA.

    Com a finalidade de situar o seu estudo, segue um grfico esquemtico sobre os

    direitos reais. Na primeira parte desta aula foram estudadas a propriedade (que um

    direito real sobre coisa prpria) e a posse (instituto que deriva da propriedade).

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    A partir de agora estudaremos os direitos reais sobre coisas alheias.

    Com base no tpico do edital anterior, devemos descartar a promessa de compra

    e venda e nos limitar aos direitos reais de gozo ou fruio e de garantia.

    25. (AGU Agente Administrativo 2010) Penhor, hipoteca e anticrese so exemplos de direitos reais sobre coisa alheia.

    Gabarito: Certa. Conforme grfico esquemtico acima.

    26. (FUNRIO Procurador PREFEITURA DE MARIC 2007) So direitos reais, EXCETO: (A) a propriedade, a superfcie (B) o usufruto, o uso, a habitao (C) o direito do promitente e comprador do imvel, o penhor, a hipoteca e a anticrese (D) a posse (E) as servides

    DIREITOS REAIS

    SOBRE COISAS

    PRPRIAS

    SOBRE COISAS

    ALHEIAS

    DE GOZO OU FRUIO - enfiteuse; - superfcie; - servido - usufruto; - uso;

    DE GARANTIA - penhor; - hipoteca; - anticrese; - e alienao fiduciria em garantia.

    DE AQUISIO - Promessa irrevogvel de compra e venda.

    - propriedade;

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    O rol dos direitos reais que originou o grfico acima est no art. 1.225 do CC.

    Art. 1.225 do CC - So direitos reais: I - a propriedade; II - a superfcie; III - as servides; IV - o usufruto; V - o uso; VI - a habitao; VII - o direito do promitente comprador do imvel; VIII - o penhor; IX - a hipoteca; X - a anticrese. XI - a concesso de uso especial para fins de moradia; (Includo pela Lei n 11.481, de2007) XII - a concesso de direito real de uso. (Includo pela Lei n 11.481, de 2007)

    A posse deriva da propriedade, conforme o art. 1.196 do CC e no considerada

    um direito real.

    Art. 1.196 do CC - Considera-se possuidor todo aquele que tem de fato o exerccio, pleno ou no, de algum dos poderes inerentes propriedade.

    Quando falamos em poderes inerentes propriedade, lembre-se do GRUD.

    Gabarito: D

    27. (CESGRANRIO - Advogado Casa da Moeda do Brasil 2005) Segundo as disposies do Cdigo Civil, entre os direitos abaixo, aquele que NO se classifica como direito real o de: (A) doao. (B) hipoteca. (C) anticrese. (D) superfcie. (E) propriedade.

    Nos mesmos moldes da questo anterior, a doao um contrato nos termos do

    art. 538 do CC, e no um direito real.

    Art. 538 do CC - Considera-se doao o contrato em que uma pessoa, por liberalidade, transfere do seu patrimnio bens ou vantagens para o de outra.

    Gabarito: A

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    HIPOTECA

    A hipoteca um direito de garantia real em virtude do qual um bem imvel (em regra), que continua em poder do devedor, assegura ao credor, precipuamente, o pagamento de uma dvida.

    Vide art. 1.473 do CC.

    Art. 1.473 do CC - Podem ser objeto de hipoteca: I - os imveis e os acessrios dos imveis conjuntamente com eles; II - o domnio direto; III - o domnio til; IV - as estradas de ferro; V - os recursos naturais a que se refere o art. 1.230, independentemente do solo onde se acham; VI - os navios; VII - as aeronaves. VIII - o direito de uso especial para fins de moradia; (Includo pela Lei n 11.481, de2007) IX - o direito real de uso; (Includo pela Lei n 11.481, de 2007) X - a propriedade superficiria. (Includo pela Lei n 11.481, de 2007)

    OBSERVAO: Apesar dos navios e aeronaves serem considerados bens mveis, eles so passveis de hipoteca, ou seja, a regra a hipoteca incidir sobre bens imveis, mas possvel a hipoteca de bens mveis como no caso dos navios e

    aeronaves !!!

    28. (CEF Tcnico Bancrio 2006) A hipoteca tem como regra o oferecimento de coisas imveis do devedor ou de terceiros.

    Gabarito: Certa.

    29. (NCE Advogado ELETRONORTE 2006) Com relao hipoteca, INCORRETO afirmar que: (A) o proprietrio pode alienar imvel hipotecado; (B) abrange todas as acesses, melhoramentos ou construes do imvel; (C) o direito de remio somente poder ser exercido pelo proprietrio antes de realizada a praa pblica; (D) o dono do imvel hipotecado pode constituir outra hipoteca sobre ele; (E) pode ser constituda para garantia de dvida futura ou condicionada, desde que determinado o valor mximo do crdito a ser garantido.

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    Anlise das alternativas:

    (A) CERTA. De acordo com o art. 1.475 do CC.

    Art. 1.475 do CC - nula a clusula que probe ao proprietrio alienar imvel hipotecado. Pargrafo nico. Pode convencionar-se que vencer o crdito hipotecrio, se o imvel for alienado.

    Ou seja, o devedor poder alienar o bem hipotecado, porque no perde o jus

    disponendi (poder de dispor da coisa), transferindo-o ao adquirente, juntamente com o

    nus que o grava.

    (B) CERTA. Nos termos do art. 1.474 do CC.

    Art. 1.474 do CC - A hipoteca abrange todas as acesses, melhoramentos ou construes do imvel. Subsistem os nus reais constitudos e registrados, anteriormente hipoteca, sobre o mesmo imvel.

    A hipoteca abrange todas as acesses naturais (ex: ilhas, aluvio, avulso, etc.) e

    artificiais (ex: construes, plantaes e melhoramentos) do imvel. Entretanto, se antes

    do assento da hipoteca j houver sido registrado algum outro direito real sobre o mesmo

    imvel (ex: usufruto, anticrese, servido, etc.), os titulares desses direitos reais tero o

    direito de preferncia sobre o credor hipotecrio.

    (C) ERRADA. Em desacordo com o art. 1.482 do CC.

    Art. 1.482 do CC - Realizada a praa, o executado poder, at a assinatura do autode arrematao ou at que seja publicada a sentena de adjudicao, remir oimvel hipotecado, oferecendo preo igual ao da avaliao, se no tiver havido licitantes, ou ao do maior lance oferecido. Igual direito caber ao cnjuge, aos descendentes ou ascendentes do executado.

    A remio o resgate efetuado pelo adquirente do imvel hipotecado, liberando-o

    desse nus, mediante o pagamento da quantia devida. Desta forma, o dispositivo legal

    em questo confere ao devedor da hipoteca ou aos membros de sua famlia (cnjuge,

    descendente ou ascendente) o direito de resgatar o imvel hipotecado. Tal direito s

    valido no seguinte perodo: depois de realizada a primeira praa e antes da assinatura do

    auto de arrematao ou da publicao da sentena de adjudicao.

    (D) CERTA. O mesmo imvel pode ser dado em garantia hipotecria a mais de um credor.

    Em qualquer caso, porm, a constituio do novo nus depende de ttulo constitutivo prprio.

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    Tal permisso encontra apoio no art. 1.476 do CC e justifica-se quando o valor do imvel

    ultrapassa o da obrigao primitiva.

    Art. 1.476. O dono do imvel hipotecado pode constituir outra hipoteca sobre ele, mediante novo ttulo, em favor do mesmo ou de outro credor.

    (E) CERTA. Conforme o art. 1.487 do CC.

    Art. 1.487 do CC - A hipoteca pode ser constituda para garantia de dvida futura ou condicionada, desde que determinado o valor mximo do crdito a ser garantido.

    Segundo o artigo em questo, a hipoteca pode ser usada para garantir dvida

    futura (que no existe no momento em que a hipoteca constituda e pode vir a no

    existir), tal como a empresa que pretende ampliar suas instalaes e, para tanto, garante

    um possvel emprstimo bancrio atravs de hipoteca; ou condicional (que se sujeita a

    um evento futuro e incerto), tal como uma empresa que participa de uma concorrncia

    para construo de grande obra pblica e condiciona o emprstimo bancrio, garantido

    por hipoteca, sua vitria no certame.

    Gabarito: C

    PENHOR

    O penhor um direito de garantia real em virtude do qual um bem mvel (em regra), que transferido ao credor, assegura a ele, precipuamente, o pagamento de uma dvida.

    Art. 1.431 do CC - Constitui-se o penhor pela transferncia efetiva da posse que, em garantia do dbito ao credor ou a quem o represente, faz o devedor, ou algum por ele, de uma coisa mvel, suscetvel de alienao. Pargrafo nico. No penhor rural, industrial, mercantil e de veculos, as coisas empenhadas continuam em poder do devedor, que as deve guardar e conservar.

    30. (CESPE/UnB CEF Tcnico Bancrio 2006) O penhor, em regra, constitudo pela transferncia efetiva da posse de coisa mvel, suscetvel de alienao, que o devedor faz em garantia do dbito ao credor.

    Gabarito: Certa.

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    31. (BACEN Procurador 2009) A posse da coisa dada em penhor pelo credor pignoratcio condio essencial para a formao do contrato, considerando-se contrato atpico aquele em que a garantia no se seguir da posse direta. E

    Gabarito: Errada. No h necessidade da posse da coisa dada em garantia no caso do

    art. 1.431, nico do CC.

    USUFRUTO

    O usufruto o direito real de usar e fruir temporariamente de uma coisa alheia

    (mvel ou imvel), sem alterar-lhe a substncia.

    O usufruturio no dono, mas tem sobre a coisa alheia os atributos do uso,

    fruio, administrao e a posse direta. Ao proprietrio resta, apenas, a nua propriedade,

    ou seja, um domnio sem a possibilidade de usar e fruir da coisa.

    32. (CESGRANRIO - Advogado INEA 2008) Sobre as regras do usufruto previstas no Cdigo Civil tem-se que o (A) usufruto apenas pode ser constitudo sobre bens imveis. (B) usufruto no se estende aos acessrios da coisa objeto do usufruto, salvo disposio em contrrio. (C) usufruto apenas pode ser constitudo sobre a integralidade da coisa, abrangendo necessariamente todos seus frutos e utilidades. (D) exerccio do usufruto no pode ser cedido a terceiros. (E) pagamento das contribuies do seguro caber ao usufruturio, caso a coisa objeto do usufruto esteja segurada.

    Anlise das alternativas:

    (A) ERRADA. Em desacordo com o art. 1.390 do CC.

    Art. 1.390. O usufruto pode recair em um ou mais bens, mveis ou imveis, em um patrimnio inteiro, ou parte deste, abrangendo-lhe, no todo ou em parte, os frutos e utilidades.

    Sobre o usufruto de bens mveis interessante ressaltar que ele s poder recair

    sobre coisa mvel infungvel e inconsumvel, porque o usufruturio deve conservar a

    substncia do bem para o nu-proprietrio. Se recair sobre coisa fungvel e consumvel,

    ficar caracterizado o mtuo (emprstimo de bens fungveis ex: xcara de acar).

    (B) ERRADA. Em desconformidade com o art. 1.392 do CC.

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    Art. 1.392 do CC - Salvo disposio em contrrio, o usufruto estende-se aos acessrios da coisa e seus acrescidos.

    Para exemplificar, ao tratar do usufruto de um prdio residencial, o usufruturio

    ter direito a desfrutar de todas as suas utilidades e acessrios, tal como os jardins, a

    piscina, a sauna, etc.; caso seja um imvel agrcola, ter o usufruturio direito aos

    animais, lavoura, ao pomar, etc.

    (C) ERRADA. Segundo o art. 1.390 do CC, j reproduzido na alternativa (A), o usufruto

    pode recair sobre parte do patrimnio.

    (D) ERRADA. Em desacordo com o art. 1.393 do CC.

    Art. 1.393. No se pode transferir o usufruto por alienao; mas o seu exerccio pode ceder-se por ttulo gratuito ou oneroso.

    Como exemplo prtico do art. 1.393 do CC, podemos citar o usufruturio que aluga

    o imvel e usufrui do aluguel. Nesse caso foi cedido o direito de usar a ttulo oneroso e o

    usufruturio ficou com o fruto (aluguel), nos termos do art. 1.394 do CC.

    Art. 1.394 do CC - O usufruturio tem direito posse, uso, administrao e percepo dos frutos.

    (E) CERTA. Nos termos do art. 1.407 do CC.

    Art. 1.407 do CC - Se a coisa estiver segurada, incumbe ao usufruturio pagar, durante o usufruto, as contribuies do seguro.

    Pelo fato do usufruturio ter o dever de conservar a coisa, caso o nu-proprietrio

    faa um seguro do bem usufrudo, cabe o dever de pagamento do prmio deste seguro ao

    usufruturio. Temos como exemplo o seguro contra incndio para um bem imvel.

    Gabarito: Letra E

    33. (TRF 2 Regio Juiz Substituto 2009) O usufruto impenhorvel, mas alienvel o seu exerccio.

    O usufruto inalienvel, ou seja, no pode ser vendido> de forma diferente ocorre

    com a nua-propriedade que pode ser alienada. Vide art. 1.393 do CC, reproduzido na

    alternativa (D) da questo anterior.

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    Da inalienabilidade decorre a impenhorabilidade consagrada na jurisprudncia dos

    nossos tribunais.

    Gabarito: Errada.

    HABITAO

    34. (TRF 2 Regio Juiz Substituto 2009) Na habitao, falecendo o titular, o direito ser transferido ao cnjuge, se houver.

    O direito de habitao um direito real de residir ou se abriga, gratuitamente,

    sozinho ou com a famlia, em casa alheia. Tal direito vitalcio, ou seja, extingue-se com

    a morte do beneficiado. Vide arts. 1.416 e 1.410, I do CC.

    Art. 1.416. So aplicveis habitao, no que no for contrrio sua natureza, as disposies relativas ao usufruto. Art. 1.410. O usufruto extingue-se, cancelando-se o registro no Cartrio de Registro de Imveis: I - pela renncia ou morte do usufruturio; [...].

    Gabarito: Errada.

    35. (TRF 2 Regio Juiz Substituto 2009) O uso indivisvel e pode ser cedido o seu exerccio.

    O direito de uso mais restrito que o usufruto, pois no uso o usurio possui o jus

    fruendi (possibilidade de perceber frutos) reduzido, correspondendo apenas satisfao

    das necessidades pessoais e familiares.

    A doutrina pacfica ao afirmar que o exerccio do direito de uso incessvel e

    indivisvel.

    Gabarito: Errada.

    SERVIDO

    36. (AGU Advogado 2009) A passagem de uma tubulao de gs sob um terreno pertencente a outrem constitui uma servido, porm seu carter contnuo ou

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    descontnuo determinado pelo uso da estrutura, visto que somente a utilizao efetiva e ininterrupta determina o carter contnuo da servido.

    As Servides Prediais podem ser contnuas ou descontnuas, aparentes ou no-

    aparentes, vejamos:

    - contnuas: so as servides que dispensam ato humano de exerccio, ou seja,

    subsistem continuamente, independente de alguma conduta humana ftica, visvel (ex:

    servido de aqueduto, de passar esgoto, de ventilao/vista, so servides que se

    exercem continuamente).

    - descontnua: aquela que precisa ser exercida pelo proprietrio do prdio

    dominante atravs da prtica de determinado ato (ex: servido de retirar gua, areia,

    pedra, servido de trnsito, de pastagem, etc).

    - aparente: se revela por alguma obra ou sinal externo (ex: o aqueduto, a

    tubulao do esgoto)

    - no-aparente: escapa viso de terceiros, nada a identifica (ex: servido de

    ventilao, de no construir mais alto).

    Saibam que esta classificao se combina entre si, de modo que as servides

    contnuas podem ser aparentes (aqueduto) e no-aparentes (ventilao), como tambm

    pode haver servides descontnuas e aparentes (servido de trnsito por uma ponte) e

    descontnuas e no-aparentes (servido de passagem a p sem qualquer marca no

    caminho).

    Todavia, em regra, s as servides contnuas e aparentes autorizam a aquisio

    atravs de usucapio. Ento o simples atravessar o terreno do vizinho para encurtar

    caminho no servido, mera tolerncia. Mas se A constri um aqueduto no terreno de

    B, com o tempo A vai adquirir a servido pela usucapio, afinal aqueduto uma servido

    contnua e aparente.

    Gabarito: Errada.

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    LISTA DAS QUESTES APRESENTADAS

    1. (CESGRANRIO - Direito - BNDES 2006) As faculdades de usar, gozar e dispor

    so inerentes propriedade sobre o bem, porm, vedado ao proprietrio reaver a coisa em poder do possuidor, ainda que ilegtimo, tendo em vista a autonomia da posse em relao propriedade.

    2. (FCC - TCE-PB Advogado 2006) Paulo proprietrio de um stio. Pedro locatrio desse imvel. Joo o caseiro. De acordo com o Cdigo Civil brasileiro, Paulo, Pedro e Joo so considerados, respectivamente, a) possuidor direto, possuidor indireto e detentor. b) possuidor indireto, possuidor direto e detentor. c) possuidor indireto, detentor e possuidor direto. d) possuidor direto, detentor e possuidor indireto. e) detentor, possuidor indireto e possuidor direto.

    3. (FCC - TCE-CE Procurador 2006) Joo caseiro de uma fazenda de propriedade de Pedro e conserva a posse em nome deste em cumprimento s ordens ou instrues suas. De acordo com o Cdigo Civil, em relao a Joo est caracterizada a figura a) do constituto possessrio. b) do detentor. c) da composse. d) da posse direta. e) da posse indireta.

    4. (FUNDAC-PB Advogado 2008) Considera-se detentor todo aquele que tem de fato o exerccio, pleno ou no, de algum dos poderes inerentes propriedade.

    5. (TJ-RR - Tcnico Judicirio - 2006) Ocorrendo o desdobramento da posse em direta e indireta, surge a composse, ou seja, a coisa possuda em comum, no mesmo grau e no mesmo plano jurdico.

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    6. (CESAN Advogado - 2005) Ao possuidor de m-f assegurado o direito a indenizao das benfeitorias necessrias e das teis, bem como o direito de reteno.

    7. (Prefeitura de Aracaj-SE - Procurador - 2008) So efeitos decorrentes da posse de boa-f: o direito aos frutos percebidos e o direito de reteno pelo valor das benfeitorias necessrias e teis realizadas no bem possudo.

    8. (TJ-BA Juiz 2004) O possuidor de m-f tem direito de ser ressarcido apenas pelas benfeitorias necessrias, assistindo-lhe direito de reteno pela importncia a elas referente.

    9. (MPE-AM - Promotor de Justia - 2007) Composse uma modalidade de posse exercida, simultaneamente, por vrias pessoas sobre coisa indivisa. Cada possuidor detm a posse exclusiva sobre parte ideal do bem, podendo invocar a proteo possessria contra os compossuidores ou terceiros.

    10. (TCE-PE - Procurador Consultivo 2004) Aquele que detm a posse justa de um imvel por prazo exigido por lei poder adquirir a propriedade do mesmo por meio da prescrio aquisitiva ou usucapio.

    11. (MPE/SE Promotor de Justia 2010) Adquire-se a posse (A) pelo prprio interessado, seu representante ou procurador, terceiro sem mandato (independentemente de ratificao) e pelo constituto possessrio. (B) pelo prprio interessado, seu representante ou procurador, terceiro sem mandato (dependendo de ratificao) e pelo constituto possessrio.

    (C) pelo prprio interessado e pelo constituto possessrio, apenas. (D) pelo prprio interessado, seu representante ou procurador (dependendo de ratificao), terceiro sem mandato e pelo constituto possessrio. (E) pelo prprio interessado, seu representante ou procurador e por terceiro sem mandato (dependendo de ratificao), apenas.

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    12. (MPE-AM - Promotor de Justia - 2007) Pelo constituto possessrio, o detentor da posse direta adquire a posse indireta, tornando-se proprietrio do bem que possua em nome alheio.

    13. (INSS Analista: Direito - 2008) O constituto possessrio modo de aquisio e perda da posse, pois o possuidor, em razo da clusula constituti, altera a relao possessria, passando a possuir em nome alheio aquilo que possua em nome prprio.

    14. (Prefeitura de Aracaj-SE Procurador - 2008) A proteo preventiva da posse diante da ameaa de atos turbativos ou esbulhadores opera-se mediante o interdito proibitrio.

    15. (Prefeitura de Rio Branco-AC - Procurador Jurdico - 2007) A descoberta o modo originrio de aquisio da propriedade mvel pelo qual algum se apropria de coisa alheia perdida ou de coisa abandonada por seu dono.

    16. (INSS Analista: Direito - 2008) A ocupao o modo originrio, por excelncia, de aquisio do domnio de bem imvel.

    17. (CESAN - Advogado - 2005) Acesso o modo originrio de aquisio da propriedade, em razo do qual o proprietrio de um bem passa a adquirir a propriedade de tudo aquilo que nele adere.

    18. (TJ-BA Juiz 2004) Apenas o possuidor de posse velha, no caso de turbao ou esbulho, pode manter-se ou restituir-se na posse por sua prpria fora.

    19. (MP-TO Promotor Substituto 2004) O usucapio modo originrio de aquisio da propriedade imobiliria, tornando-se o possuidor, por meio dele, proprietrio a partir do instante em que se completa o lapso temporal exigido em lei, preenchidas as demais exigncias legais.

    20. (MP-TO Promotor Substituto 2004) Acesso o direito em razo do qual o

    proprietrio de um bem passa a adquirir a propriedade de tudo aquilo a que nele adere.

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    21. (OAB-SP Exame da Ordem 2008) A usucapio constitui modo a) originrio de aquisio da propriedade.

    b) derivado de aquisio da propriedade. c) derivado de aquisio da posse. d) de celebrao de contrato.

    (AGU Procurador 2007) Joo, motorista, enquanto aguardava seu chefe na porta de uma repartio pblica, foi vtima de tentativa de furto do veculo que conduzia. Antes de consumar o delito, o criminoso fugiu, por circunstncias alheias sua vontade. Com relao a essa situao hipottica, julgue os seguintes itens.

    22. Em conformidade com os termos expressos do Cdigo Civil, apenas o possuidor turbado, ou esbulhado e no, o mero detentor , poder manter-se ou restituir-se por sua prpria fora, contanto que o faa imediatamente.

    23. Joo, no momento em que os fatos ocorreram, era mero detentor e no, possuidor do veculo que conduzia.

    24. (TCE-PB Assistente Jurdico 2006) Joo proprietrio de um apartamento e o alugou, por meio de contrato escrito e pelo prazo de 30 meses, a Jos. Durante a vigncia do contrato, Joo invadiu o imvel, trocou as chaves da porta e impediu o acesso de Jos. Nesse caso, Jos, na condio de inquilino, considerado a) possuidor direto e s pode defender sua posse contra terceiros, nunca contra o proprietrio e locador. b) possuidor direto e, em razo dessa condio, pode defender sua posse contra o proprietrio e locador. c) mero detentor, no tendo, em razo dessa condio, direito proteo possessria. d) possuidor indireto e s pode defender sua posse contra terceiros, nunca contra o proprietrio e locador. e) mero detentor e s pode defender sua posse contra terceiros, nunca contra o proprietrio e locador.

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    25. (AGU Agente Administrativo 2010) Penhor, hipoteca e anticrese so exemplos de direitos reais sobre coisa alheia.

    26. (FUNRIO Procurador PREFEITURA DE MARIC 2007) So direitos reais, EXCETO:

    (A) a propriedade, a superfcie (B) o usufruto, o uso, a habitao (C) o direito do promitente e comprador do imvel, o penhor, a hipoteca e a anticrese (D) a posse (E) as servides

    27. (CESGRANRIO - Advogado Casa da Moeda do Brasil 2005) Segundo as disposies do Cdigo Civil, entre os direitos abaixo, aquele que NO se classifica

    como direito real o de:

    (A) doao. (B) hipoteca. (C) anticrese. (D) superfcie. (E) propriedade.

    28. (CEF Tcnico Bancrio 2006) A hipoteca tem como regra o oferecimento de coisas imveis do devedor ou de terceiros.

    29. (NCE Advogado ELETRONORTE 2006) Com relao hipoteca, INCORRETO afirmar que: (A) o proprietrio pode alienar imvel hipotecado; (B) abrange todas as acesses, melhoramentos ou construes do imvel; (C) o direito de remio somente poder ser exercido pelo proprietrio antes de realizada a praa pblica; (D) o dono do imvel hipotecado pode constituir outra hipoteca sobre ele; (E) pode ser constituda para garantia de dvida futura ou condicionada, desde que determinado o valor mximo do crdito a ser garantido.

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    30. (CESPE/UnB CEF Tcnico Bancrio 2006) O penhor, em regra, constitudo pela transferncia efetiva da posse de coisa mvel, suscetvel de alienao, que o devedor faz em garantia do dbito ao credor.

    31. (BACEN Procurador 2009) A posse da coisa dada em penhor pelo credor pignoratcio condio essencial para a formao do contrato, considerando-se

    contrato atpico aquele em que a garantia no se seguir da posse direta. E

    32. (CESGRANRIO - Advogado INEA 2008) Sobre as regras do usufruto previstas no Cdigo Civil tem-se que o (A) usufruto apenas pode ser constitudo sobre bens imveis. (B) usufruto no se estende aos acessrios da coisa objeto do usufruto, salvo disposio em contrrio. (C) usufruto apenas pode ser constitudo sobre a integralidade da coisa, abrangendo necessariamente todos seus frutos e utilidades. (D) exerccio do usufruto no pode ser cedido a terceiros. (E) pagamento das contribuies do seguro caber ao usufruturio, caso a coisa objeto do usufruto esteja segurada.

    33. (TRF 2 Regio Juiz Substituto 2009) O usufruto impenhorvel, mas alienvel o seu exerccio.

    34. (TRF 2 Regio Juiz Substituto 2009) Na habitao, falecendo o titular, o direito ser transferido ao cnjuge, se houver.

    35. (TRF 2 Regio Juiz Substituto 2009) O uso indivisvel e pode ser cedido o seu exerccio.

    36. (AGU Advogado 2009) A passagem de uma tubulao de gs sob um terreno pertencente a outrem constitui uma servido, porm seu carter contnuo ou descontnuo determinado pelo uso da estrutura, visto que somente a utilizao efetiva e ininterrupta determina o carter contnuo da servido.

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    GABARITO

    1 E 2 B 3 B 4 E 5 E 6 E 7 C 8 E 9 E

    10 E 11 B 12 E 13 C 14 C 15 E 16 E 17 C 18 E

    19 C 20 C 21 A 22 C 23 C 24 B 25 C 26 D 27 A

    28 C 29 C 30 C 31 E 32 E 33 E 34 E 35 E 36 E

    ERRATA SOBRE A AULA 3:

    Na pgina 12 est escrito imagine uma situao em que A, B e C, credores solidrios.... A palavra credores deve ser substituda pela palavra devedores.

    Por hoje s.

    Um abrao e at a nossa ltima aula.

    Dicler.