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Direito do Consumidor Cleiton Marcio Fossá Professor Titular da Disciplina Direito Administrativo da UNOCHAPECÓ, Advogado, Graduado em Direito pela Universidade Comunitária Regional de Chapecó, Santa Catarina - UNOCHAPECÓ, Especialista em Direito Constitucional pela Universidade do Sul de Santa Catarina UNISUL, Especialista em Direito Previdenciário pela Universidade Do Oeste de Santa Catarina UNOESC. [email protected] facebook.com/cleiton.fossa

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Direito do Consumidor

Cleiton Marcio FossáProfessor Titular da Disciplina Direito Administrativo da UNOCHAPECÓ, Advogado, Graduado em Direito pela Universidade Comunitária Regional de Chapecó, Santa Catarina - UNOCHAPECÓ, Especialista em Direito Constitucional pela Universidade do Sul de Santa Catarina UNISUL, Especialista em Direito Previdenciário pela Universidade Do Oeste de Santa Catarina UNOESC.

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Direito do consumidor

Ementa: Fundamento constitucional. Relações de Consumo. Vulnerabilidade do consumidor. Direitos básicos. Responsabilidade do fornecedor. Práticas comerciais. Proteção contratual. Proteção administrativa e tutela penal do consumidor. Tutela processual no Código de defesa do consumidor.

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Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias.

Fundamento constitucional

CF/88, Art. 5º, XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

DOS PRINCÍPIOS GERAIS DA ATIVIDADE ECONÔMICA: Art. 170, V - defesa do consumidor.

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Art. 1° O presente código estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts. 5°, inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias.

Ordem Pública e Interesse Social Normas de ordem pública, também chamadas de coercitivas, imperativas, taxativas ou cogentes, são aquelas que impõem ou proíbem de maneira categórica. Normas que obrigam independentemente da vontade das partes, isso por resguardarem os interesses fundamentais da sociedade.

"visa a resgatar a imensa coletividade de consumidores da marginalização não apenas em face do poder econômico, como também dotá-la de instrumentos adequados para o acesso à justiça do ponto de vista individual e, sobretudo, coletivo”. Filomeno

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Relações de Consumo

Relação de consumo é a relação existente entre o consumidor e o fornecedor na compra e venda de um produto ou na prestação de um serviço.

Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.

Art. 3° Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.

§ 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.

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Art. 2°. Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.

Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos consumidores todas as vítimas do evento.

STJ: 2. Nos termos do que dispõe o art. 17 da Lei n. 8.078/90, equipara-se à qualidade de consumidor para os efeitos legais, àquele que, embora não tenha participado diretamente da relação de consumo, sofre as consequências do evento danoso decorrente do defeito exterior que ultrapassa o objeto e provoca lesões, gerando risco à sua segurança física e psíquica. (AgRg no REsp 1000329/SC, Rel. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA, QUARTA TURMA, julgado em 10/08/2010, DJe 19/08/2010)

Consumidor por equiparação.

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Posição STJ: Teoria Finalista Atenuada.

Direito do Consumidor. Recurso especial. Conceito de consumidor. Critério subjetivo ou finalista. Mitigação. Pessoa Jurídica. Excepcionalidade. Vulnerabilidade.

Mesmo nas relações entre pessoas jurídicas, se da análise da hipótese concreta decorrer inegável vulnerabilidade entre a pessoa-jurídica consumidora e a fornecedora, deve-se aplicar o CDC na busca do equilíbrio entre as partes.

Ao consagrar o critério finalista para interpretação do conceito de consumidor, a jurisprudência deste STJ também reconhece a necessidade de, em situações específicas, abrandar o rigor do critério subjetivo do conceito de consumidor, para admitir a aplicabilidade do CDC nas relações entre fornecedores e consumidores-empresários em que fique evidenciada a relação de consumo (Neste sentido REsp nº 716.877-SP de 22/3/2007)

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Posição STJ

AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO ESPECIAL. HIPÓTESE DE CONSUMO INTERMEDIÁRIO. INAPLICABILIDADE DO CDC. AGRAVO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.

No que tange à definição de consumidor, a Segunda Seção desta Corte, ao julgar, aos 10.11.2004, o REsp nº 541.867/BA, perfilhou-se à orientação doutrinária finalista ou subjetiva, de sorte que, de regra, o consumidor intermediário, por adquirir produto ou usufruir de serviço com o fim de, direta ou indiretamente, dinamizar ou instrumentalizar seu próprio negócio lucrativo, não se enquadra na definição constante no art. 2º do CDC. Ag 686793 – 01.11.2006

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Sujeitos da Relação – FornecedorSTJFURTO DE MOTOCICLETA NAS DEPENDÊNCIAS DE CLUBE SÓCIO-RECREATIVO. ESTACIONAMENTO. INDENIZAÇÃO INDEVIDA.Inexistindo expressa previsão estatutária, não é a entidade sócio- recreativa, assim como por igual acontece nos condomínios, responsável pelo furto de veículos ocorrido em suas dependências, dada a natureza comunitária entre os filiados, sem caráter lucrativo. REsp 310953 / SP 10/04/2007

STJTRIBUTÁRIO. TAXA DE ESGOTO. COBRANÇA INDEVIDA. RELAÇÃO DE CONSUMO. CONDOMÍNIO.1. É inaplicável o Código de Defesa de Consumidor às relações entre os condôminos e o condomínio quanto às despesas de manutenção deste. 2. Existe relação de consumo entre o condomínio de quem é cobrado indevidamente taxa de esgoto e a concessionária de serviço público. REsp 650791 / RJ – 06/04/2006

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Vulnerabilidade do consumidor.

Art. 4º A Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o atendimento das necessidades dos consumidores, o respeito à sua dignidade, saúde e segurança, a proteção de seus interesses econômicos, a melhoria da sua qualidade de vida, bem como a transparência e harmonia das relações de consumo, atendidos os seguintes princípios:

I - reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo;

Leitura obrigatótia:CAPÍTULO IIDa Política Nacional de Relações de Consumo

A democracia não é exatamente o regime jurídico que se caracteriza pela plena igualdade de todos perante a lei, mas sim pelo tratamento desigual dos desiguais.Ruy Barbosa

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Direitos básicosArt. 6º São direitos básicos do consumidor:

I - a proteção da vida, saúde e segurança contra os riscos provocados por práticas no fornecimento de produtos e serviços considerados perigosos ou nocivos;

Art. 4º ..... respeito à sua dignidade, saúde e segurança, ........

SEÇÃO I - Da Proteção à Saúde e SegurançaArt. 8o ao 10

Direitos básicosArt. 6º, Inciso I - a proteção da vida, saúde

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Direitos básicosArt. 6º São direitos básicos do consumidor:

II - a educação e divulgação sobre o consumo adequado dos produtos e serviços, asseguradas a liberdade de escolha e a igualdade nas contratações;

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Direitos básicosArt. 6º São direitos básicos do consumidor:

III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;

Art. 46 “Os contratos que regulam as relações de consumo não obrigarão os consumidores, se não lhes for dada a oportunidade de tomar conhecimento prévio de seu conteúdo, ou se os respectivos instrumentos forem redigidos de modo a dificultar a compreensão de seu sentido e alcance”.

Art. 9° “O fornecedor de produtos e serviços potencialmente nocivos ou perigosos à saúde ou segurança deverá informar, de maneira ostensiva e adequada, a respeito da sua nocividade ou periculosidade, sem prejuízo da adoção de outras medidas cabíveis em cada caso concreto”.

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Direitos básicosArt. 6º São direitos básicos do consumidor:IV - a proteção contra a publicidade enganosa e abusiva, métodos comerciais coercitivos ou desleais, bem como contra práticas e cláusulas abusivas ou impostas no fornecimento de produtos e serviços;

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Direitos básicosArt. 6º São direitos básicos do consumidor:V - a modificação das cláusulas contratuais que estabeleçam prestações desproporcionais ou sua revisão em razão de fatos supervenientes que as tornem excessivamente onerosas;

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Direitos básicosArt. 6º São direitos básicos do consumidor:

VI - a efetiva prevenção e reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos e difusos;

VII - o acesso aos órgãos judiciários e administrativos com vistas à prevenção ou reparação de danos patrimoniais e morais, individuais, coletivos ou difusos, assegurada a proteção Jurídica, administrativa e técnica aos necessitados;

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INTERESSES DIFUSOS

INTERESSES COLETIVOS

INTERESSES INDIVIDUAIS

HOMOGÊNEOS

TITULARES INDETERMINADOS E INDETERMINÁVEIS

INDETERMINADOS, MAS

DETERMINÁVEIS

DETERMINADOS

BEM JURÍDICO INDIVISÍVEL INDIVISÍVEL DIVISÍVEL

RELAÇÃO JURIDICA

NÃO HÁ RELAÇÃO JURÍDICA, SOMENTE CIRCUSTÂNCIAS DE

FATO

HÁ RELAÇÃO JURÍDICA (BASE)

QUE LIGA CONSUMIDORES E

FORNECEDORES

HÁ UM FATO COMUM QUE VINCULA OS

TÍTULARES DO DIREITO VIOLADO

EXEMPLO PUBLICIDADE DE UM MEDICAMENTE EMAGRECEDOR

MILAGROSO

CLIENTE DE UM MESMO BANCO

VEÍCULOS PRODUZIDOS COM O MESMO DEFEITO

DE SÉRIE.

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Direitos básicosArt. 6º São direitos básicos do consumidor: VIII - a facilitação da defesa de seus direitos, inclusive com a inversão do ônus da prova, a seu favor, no processo civil, quando, a critério do juiz, for verossímil a alegação ou quando for ele hipossuficiente, segundo as regras ordinárias de experiências;

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Direitos básicosArt. 6º São direitos básicos do consumidor:X - a adequada e eficaz prestação dos serviços públicos em geral.

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Direitos básicosArt. 6º São direitos básicos do consumidor:Art. 7° Os direitos previstos neste código não excluem outros decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que o Brasil seja signatário, da legislação interna ordinária, de regulamentos expedidos pelas autoridades administrativas competentes, bem como dos que derivem dos princípios gerais do direito, analogia, costumes e eqüidade.

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Direitos básicosArt. 6º São direitos básicos do consumidor:

Art. 7°, Parágrafo único. Tendo mais de um autor a ofensa, todos responderão solidariamente pela reparação dos danos previstos nas normas de consumo.

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Responsabilidade no CDC

Diferença entre vício e defeito:

I - Parte da doutrina entende que vício e defeito são expressões

distintas:

a) Vício: diz respeito à inadequação dos produtos e serviços

para os fins a que se destinam.

b) Defeito: diz respeito à insegurança de um produto ou um

serviço.

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O CDC prevê duas modalidades de responsabilidade:

1ª) responsabilidade pelo fato do produto e do serviço; art. 12

2ª) responsabilidade por vício do produto e do serviço. Art. 18

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Responsabilidade pelo Fato do Produto

Art. 12, do CDC. “O fabricante, o produtor, o construtor, nacional ou estrangeiro, e o importador respondem, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos decorrentes de projeto, fabricação, construção, montagem, fórmulas, manipulação, apresentação ou acondicionamento de seus produtos, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua utilização e riscos”.

Fato do produto: refere-se aos danos causados aos consumidores, os ditos acidentes de consumo.

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Responsabilidade pelo Fato do Produto

Art. 12, § 1° O produto é defeituoso quando não oferece a segurança que dele legitimamente se espera, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:

I - sua apresentação;II - o uso e os riscos que razoavelmente dele se esperam;III - a época em que foi colocado em circulação. 

Art. 12, § 2º O produto não é considerado defeituoso pelo fato de outro de melhor qualidade ter sido colocado no mercado.

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Ex Art. 12, § 2º.

AgRg no AI nº 693.303/DF - 18 de abril de 2006CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS. VIOLAÇÃO AO ART. 535 DO CPC. INEXISTÊNCIA. VÍCIO DE INFORMAÇÃO. ANÁLISE. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 07 DO STJ.III. Ademais, o direito do consumidor se dá em relação à fidedignidade e qualidade do produto que está comprando, não abrangendo, no caso de aquisição de veículo novo, o acesso a informações precisas sobre futuros lançamentos da montadora, dado ao sigilo e dinâmica de mercado próprios da indústria automobilística. Indevida, portanto, indenização, se após a aquisição outro modelo, mais atualizado, veio a ser produzido. IV. Agravo regimental desprovido.

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Responsabilidade pelo Fato do Produto

O comerciante responderá nas hipóteses do art. 13 do CDC:

“O comerciante é igualmente responsável, nos termos do artigo anterior, quando:

I - o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não puderem ser identificados;

II - o produto for fornecido sem identificação clara do seu fabricante, produtor, construtor ou importador;

III - não conservar adequadamente os produtos perecíveis”.

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DIREITO DE REGRESSO:

Art. 13, parágrafo único: “Aquele que efetivar o pagamento ao prejudicado poderá exercer o direito de regresso contra os demais responsáveis, segundo sua participação na causação do evento danoso”.

É VEDADA A DENUNCIAÇÃO DA LIDE – art. 88 CDC:

“Na hipótese do art. 13, parágrafo único deste código, a ação de regresso poderá ser ajuizada em processo autônomo, facultada a possibilidade de prosseguir-se nos mesmos autos, vedada a denunciação da lide”.

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Fundamentos da vedação da denunciação da lide:

I – Traz nova pessoa à lide;II – Traz nova causa de pedir.III - Retarda a reparação dos danos sofridos pelo consumidor.

REsp 439233 / SP – 04/10/2007CIVIL E PROCESSUAL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. DANOS MORAIS. TRAVAMENTO DE PORTA DE AGÊNCIA BANCÁRIA. DENUNCIAÇÃO À LIDE DA EMPRESA DE SEGURANÇA. REJEIÇÃO COM BASE NO ART. 88 DO CDC. VEDAÇÃO RESTRITA A RESPONSABILIDADE DO COMERCIANTE (CDC, ART. 13). FATO DO SERVIÇO. AUSÊNCIA DE RESTRIÇÃO COM BASE NA RELAÇÃO CONSUMERISTA. HIPÓTESE, TODAVIA, QUE DEVE SER APRECIADA À LUZ DA LEI PROCESSUAL CIVIL (ART. 70, III). ANULAÇÃO DO ACÓRDÃO.

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Responsabilidade pelo Fato do Produto

Excludentes de responsabilidade – art. 12, §3º CDC:

“O fabricante, o construtor, o produtor ou importador só não será responsabilizado quando provar:

I - que não colocou o produto no mercado;II - que, embora haja colocado o produto no mercado, o defeito inexiste;III - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro”.

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Responsabilidade pelo Fato do Serviço

Responsabilidade pelo fato do serviço: art. 14, do CDC:

“O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos”.

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Serviço defeituoso - art. 14, §1º, do CDC:

“O serviço é defeituoso quando não fornece a segurança que o consumidor dele pode esperar, levando-se em consideração as circunstâncias relevantes, entre as quais:

I - o modo de seu fornecimento;

II - o resultado e os riscos que razoavelmente dele se esperam;

III - a época em que foi fornecido.

§ 2º O serviço não é considerado defeituoso pela adoção de novas técnicas.

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Causas excludentes de responsabilidade – art. 14, §3º, do CDC:

“O fornecedor de serviços só não será responsabilizado quando provar:

I - que, tendo prestado o serviço, o defeito inexiste;II - a culpa exclusiva do consumidor ou de terceiro”.

REsp 437195 / SP – 19/06/2007"Neste Superior Tribunal de Justiça, prevalece a orientação jurisprudencial no sentido de que é civilmente responsável, por culpa concorrente, a concessionária do transporte ferroviário pelo falecimento de pedestre vítima de atropelamento por trem em via férrea, porquanto incumbe à empresa que explora essa atividade cercar e fiscalizar, devidamente, a linha, de modo a impedir sua invasão por terceiros, notadamente em locais urbanos e populosos. Embargos de divergência não conhecidos. (EREsp 705.859/SP)

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Responsabilidade Profissional LiberalExceção à regra – Responsabilidade Subjetiva – art. 14, §4º, do CDC:“A responsabilidade pessoal dos profissionais liberais será apurada mediante a verificação de culpa”.

Razões do tratamento diferenciado:

I - natureza intuito pesonae da atividade;II – em regra exerce atividade de meio.

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A responsabilidade subjetiva não exclui a possibilidade de inversão do ônus da prova.

Posição do STJ

AgRg no REsp 256174 / DF – 04/11/2004AGRAVO REGIMENTAL. RESPONSABILIDADE MÉDICA. OBRIGAÇÃO DE MEIO. REEXAME FÁTICO-PROBATÓRIO. SÚMULA 07/STJ. INCIDÊNCIA.1. Segundo doutrina dominante, a relação entre médico e paciente é contratual e encerra, de modo geral (salvo cirurgias plásticas embelezadoras), obrigação de meio e não de resultado. Precedente.

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Posição do STJREsp 258389 / SP – 16/06/2005CIVIL. INDENIZAÇÃO. MORTE. CULPA. MÉDICOS. AFASTAMENTO. CONDENAÇÃO. HOSPITAL. RESPONSABILIDADE. OBJETIVA. IMPOSSIBILIDADE.1 - A responsabilidade dos hospitais, no que tange à atuação técnico-profissional dos médicos que neles atuam ou a eles sejam ligados por convênio, é subjetiva, ou seja, dependente da comprovação de culpa dos prepostos, presumindo-se a dos preponentes.

REsp 629212 / RJ - 15/05/2007RESPONSABILIDADE CIVIL. CONSUMIDOR. INFECÇÃO HOSPITALAR. RESPONSABILIDADE OBJETIVA DO HOSPITAL. ART. 14 DO CDC. DANO MORAL. QUANTUM INDENIZATÓRIO.O hospital responde objetivamente pela infecção hospitalar, pois esta decorre do fato da internação e não da atividade médica em si. O valor arbitrado a título de danos morais pelo Tribunal a quo não se revela exagerado ou desproporcional às peculiaridades da espécie, não justificando a excepcional intervenção desta Corte para revê-lo.

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Responsabilidade do Advogado e CDC

REsp 757867 / RS – 21/09/2006PROCESSUAL - AÇÃO DE ARBITRAMENTO DE HONORÁRIOS - PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS ADVOCATÍCIOS - CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR – NÃO APLICAÇÃO - CLÁUSULA ABUSIVA - PACTA SUNT SERVANDA.- Não incide o CDC nos contratos de prestação de serviços advocatícios. Portanto, não se pode considerar, simplesmente, abusiva a cláusula contratual que prevê honorários advocatícios em percentual superior ao usual. Prevalece a regra do pacta sunt servanda. (contra Resp 364168)

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PRESCRIÇÃO

Art. 27. Prescreve em cinco anos a pretensão à reparação pelos danos causados por fato do produto ou do serviço prevista na Seção II deste Capítulo, iniciando-se a contagem do prazo a partir do conhecimento do dano e de sua autoria.

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Responsabilidade pelo Vício do ProdutoArt. 18, caput, do CDC:

“Os fornecedores de produtos de consumo duráveis ou não duráveis respondem solidariamente pelos vícios de qualidade ou quantidade que os tornem impróprios ou inadequados ao consumo a que se destinam ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade, com as indicações constantes do recipiente, da embalagem, rotulagem ou mensagem publicitária, respeitadas as variações decorrentes de sua natureza, podendo o consumidor exigir a substituição das partes viciadas”.

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Alternativas ao Consumidor art. 18, do CDC

“§ 1° Não sendo o vício sanado no prazo máximo de trinta dias, pode o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:

I - a substituição do produto por outro da mesma espécie, em perfeitas condições de uso;

II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;

III - o abatimento proporcional do preço.

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Art. 18, § 2°, do CDC:

“Poderão as partes convencionar a redução ou ampliação do prazo previsto no parágrafo anterior, não podendo ser inferior a sete nem superior a cento e oitenta dias. Nos contratos de adesão, a cláusula de prazo deverá ser convencionada em separado, por meio de manifestação expressa do consumidor”.

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Responsabilidade pelo Vício do ServiçoArt. 20, do CDC:

“O fornecedor de serviços responde pelos vícios de qualidade que os tornem impróprios ao consumo ou lhes diminuam o valor, assim como por aqueles decorrentes da disparidade com as indicações constantes da oferta ou mensagem publicitária, podendo o consumidor exigir, alternativamente e à sua escolha:

I - a reexecução dos serviços, sem custo adicional e quando cabível; Vide §1º

II - a restituição imediata da quantia paga, monetariamente atualizada, sem prejuízo de eventuais perdas e danos;

III - o abatimento proporcional do preço”.

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Art. 20, § 1°, do CDC:

“A reexecução dos serviços poderá ser confiada a terceiros devidamente capacitados, por conta e risco do fornecedor”.

Art. 23, do CDC:

“A ignorância do fornecedor sobre os vícios de qualidade por inadequação dos produtos e serviços não o exime de responsabilidade”.

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Prazos Decadenciais São duas as espécies de garantia:

1ª) Garantia Legal – art. 24, do CDC:

“A garantia legal de adequação do produto ou serviço independe de termo expresso, vedada a exoneração contratual do fornecedor”.

A garantia legal refere-se à adequação do produto ou serviço e o consumidor terá os seguintes prazos para apresentar reclamação (art. 26, do CDC):

a) produtos ou serviços não duráveis (que se extingüem com o uso) : 30 dias;

b) produtos ou serviços duráveis (que não se extinguem com o uso): 90 dias.

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Início da contagem do prazo decadencial:

I - se for vício de fácil constatação ou aparente – inicia-se a contagem do prazo a partir da entrega efetiva do produto ou do término da execução do serviço (art. 26, §1º, do CDC);

II - se o vício for oculto – inicia-se a partir do momento em que ficar evidenciado o problema (art.26, § 3º, do CDC).

Obs: produto usado também está submetido à garantia legal.

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Causas que obstam a decadência - art. 26, §2º:

“ Obstam a decadência:

I - a reclamação comprovadamente formulada pelo consumidor perante o fornecedor de produtos e serviços até a resposta negativa correspondente, que deve ser transmitida de forma inequívoca;

III - a instauração de inquérito civil, até seu encerramento.

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Responsabilidade subjetiva apenas em caso de dolo ou culpa.

Responsabilidade objetiva independe de dolo ou culpa, a administração indeniza em qualquer situação.

Responsabilidade Subjetiva e Objetiva

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Responsabilidade solidária e subsidiária.

Responsabilidade Solidária;

O legislador atribui responsabilidade solidária, possibilitando que vários agentes sejam, simultaneamente, responsabilizados. Assim, mesmo que apenas uma pessoa tenha cometido o dano, mas outras concorreram para que o dano ocorresse, todas serão civilmente responsáveis.

Na visão de Ari Pedro Lorenzetti:

“Pode-se se definir, assim, a responsabilidade solidária como a vinculação de vários sujeitos à satisfação de uma obrigação jurídica, permitindo ao credor escolher de qual ou quais deles pretender obter, total ou parcialmente, a prestação a que tem direito”. 

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Responsabilidade Subsidiária, embora esta não esteja expressamente prevista em lei é muito comum encontrar na jurisprudência sua aplicação. Esta no saber de Ari Pedro Lorenzetti consiste em:

“Há casos, entretanto, em que, mesmo podendo exigir de apenas um dos coobrigados a prestação inteira, o credor não terá a inteira liberdade de escolha entre as pessoas de quem possa obter o cumprimento, devendo observar uma ordem de preferência. Assim, primeiro deverá postular o pagamento perante um ou alguns dos coobrigados para, somente em caso de não obter êxito perante estes, poder voltar-se contra os demais coobrigados. Estes últimos serão, assim, apenas secundariamente responsáveis. Diz-se, por isso, que sua responsabilidade é subsidiária, ou seja, só poderá ser invocada uma vez que exauridas as forças dos patrimônios dos responsáveis principais”.

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Responsabilidade no CDC

Regra - Responsabilidade Civil Objetiva: É aquela que independe da existência de culpa.

Elementos a provar: produto defeituoso, eventus damni, relação de causalidade entre ambos.

REsp 475039 / MS – 27/02/2007RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. ACIDENTE AUTOMOBILÍSTICO. FALHA NO SISTEMA DE TRAVAMENTO DE FREIOS. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. CARÁTER PROCRASTINATÓRIO NÃO VERIFICADO. MULTA AFASTADA. NEXO CAUSAL VERIFICADO NAS INSTÂNCIAS ORDINÁRIAS. SÚMULA 7 DO STJ. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. POSSIBILIDADE.

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Teoria do Risco:

A base da responsabilidade civil objetiva. Para essa teoria, toda pessoa que exerce alguma atividade empresarial cria um risco de dano para terceiros e deve ser obrigada a repará-lo, ainda que sua conduta seja isenta de culpa.

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Teoria Maior ou Teoria Subjetiva

Tem como seu maior divulgador Rubens Requião. Através dela o juiz pode desconsiderar a personalidade jurídica tendo como parâmetro o seu livre entendimento, desde que ocorra o abuso de direito ou a fraude, por isso o seu caráter profundamente subjetivo.

Desta forma o magistrado tem em sua convicção a base para decidir a cerca de cada caso concreto, cabendo a quem requerer a desconsideração provar o uso fraudulento ou abusivo da pessoa jurídica.

Desconsideração da personalidade jurídica

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Teoria Menor ou Teoria Objetiva

Esta teoria tem como um de seus principais representantes o doutrinador Fábio Konder Comparato, sua visão é mais objetiva apontando princípios mais concretos, de forma que, quem requerer a desconsideração da personalidade deve demonstrar a confusão patrimonial.

Podem também ensejar a desconsideração o desaparecimento do objetivo social, uma atividade ou interesse individual do sócio, a falência ou até mesmo a insolvência.

Assim, o simples fato de dever, segundo a interpretação do magistrado, pode representar má-fé. Tal situação é bastante perigosa, pois coloca em risco o princípio da autonomia patrimonial.

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Teoria da Desconsideração Inversa

O sócio, com dívidas particulares, utiliza-se do véu da personalidade jurídica para proteger seus bens. Amparado pela autonomia patrimonial e na iminência de ser executado por seus credores transfere seu patrimônio para a pessoa jurídica.

Neste caso, busca-se a desconsideração, no intuito de satisfazer o crédito, já que fica clara a intenção de lesar terceiros.

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Código CivilArt. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica.

CDC Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.

Desconsideração da personalidade jurídica

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INTERESSES DIFUSOS

INTERESSES COLETIVOS

INTERESSES INDIVIDUAIS

HOMOGÊNEOS

TITULARES INDETERMINADOS E INDETERMINÁVEIS

INDETERMINADOS, MAS

DETERMINÁVEIS

DETERMINADOS

BEM JURÍDICO INDIVISÍVEL INDIVISÍVEL DIVISÍVEL

RELAÇÃO JURIDICA

NÃO HÁ RELAÇÃO JURÍDICA, SOMENTE CIRCUSTÂNCIAS DE

FATO

HÁ RELAÇÃO JURÍDICA (BASE)

QUE LIGA CONSUMIDORES E

FORNECEDORES

HÁ UM FATO COMUM QUE VINCULA OS

TÍTULARES DO DIREITO VIOLADO

EXEMPLO PUBLICIDADE DE UM MEDICAMENTE EMAGRECEDOR

MILAGROSO

CLIENTE DE UM MESMO BANCO

VEÍCULOS PRODUZIDOS COM O MESMO DEFEITO

DE SÉRIE.

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COBRANÇA DE DÍVIDAS

Art. 42. Na cobrança de débitos, o consumidor inadimplente não será exposto a ridículo, nem será submetido a qualquer tipo de constrangimento ou ameaça.

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AMEAÇA:

Salvo a ameaça de, não recebendo o débito, tomar as medidas judiciais cabíveis, ou de envio do nome do consumidor aos cadastros de inadimplentes, práticas consideradas legais em doutrina e jurisprudência, o fornecedor não poderá ameaçar o consumidor em outros sentidos (e.g. ameaçar de comunicar seus familiares, seu empregador, afixar aviso em local de seu convívio social e etc...)

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Coação

No que tange a proibição de coagir o consumidor, essa diz respeito à prática que impõe, de forma inadmissível, uma atuação do consumidor contra sua própria vontade, pelo emprego de violência relativa, ou seja, sem a qual o consumidor jamais agiria de determinada forma (vontade absolutamente anulada)

Ex: "(...) O administrador ou seu agente coage o consumidor a assinar uma nota promissória ou a entregar um cheque para o pagamento da dívida, sob pena de não liberá-lo do hospital ou não liberar pessoa de sua família"

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Constrangimento físico ou moral

A intenção do legislador foi de vedar o emprego de violência absoluta (grave ameaça).

No constrangimento físico ou moral, o consumidor não tem sua vontade anulada, mas sim viciada, pois aqui o consumidor sofre grave ameaça acerca de sua saúde e integridade física.

Ex:capangas contratados exigirem o pagamento sob pena de aplicarem uma surra no consumidor -. Outro exemplo reside no corte de fornecimentos de serviços considerados essenciais ou de urgência (eletricidade, fornecimento de água ou médicos emergenciais), os quais trataremos em momento oportuno detalhadamente.

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Emprego de afirmações falsas, incorretas ou enganosas Tal vedação está intimamente relacionada com a

correção e clareza das informações que se exige em todas as fazes da relação consumerista (pré-contratual, contratual e pós-contratual). Especialmente no caso sob análise (pós-contratual), o fornecedor também não pode utilizar afirmações:

1)Falsas - que não sejam sustentadas em dados ou fatos reais ;

2)Incorretas - que levem à interpretação desconforme, ainda que parcialmente, ou;

3)Enganosas - que confundam o juízo de verdade do consumidor por meio de ação ou omissão, ou seja, o leve a erro.

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EX.:

"É abusiva, por exemplo, a ação do mero cobrador da empresa que, ao telefone, apresenta-se ao devedor como oficial de justiça ou advogado (sem sê-lo).

É abusiva, também, a cobrança que apresenta ao devedor uma conta de valor maior do que ele deve, para, com isso, pressioná-lo e conseguir negociação para o recebimento, oferecendo-lhe um "desconto", com o que se chegará ao débito real (original).

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Exposição do consumidor a ridículo

É considerada prática abusiva de cobrança a que expõe o consumidor a ridículo (envergonhá-lo ou humilhá-lo), de modo a afetar o próprio conceito moral que ele tem sobre si, bem como afetar o conceito moral e de honestidade que ele sustenta perante aqueles que fazem parte do seu convívio social.

Exemplos de alguns atos que interferem no conceito moral do consumidor, atingindo diretamente seus direitos personalíssimos, quais sejam: afixar lista de devedores em local de acesso público; cobrar o devedor por meio de comunicação que, de qualquer forma, possa ser identificada por terceiros como tal; cobrar o consumidor por meio de ligações telefônicas para terceiros não garantidores do débito; utilizar correio ou telegrama fechados, mas que seu envelope possa ser identificado como de empresa cobradora de dívidas e etc...

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Interferir no trabalho, descanso ou lazer do consumidor. Neste ponto, mister se faz interpretar o dispositivo em comento com muita cautela, haja vista que o fornecedor realmente não pode interferir no trabalho, descanso ou lazer do consumidor, porém isso não culmina em mitigação plena do exercício regular do direito de cobrar.

Ex.:Ligações para o trabalho do consumidor devedor

Tal prática, ao nosso ver, não apresenta desrespeito à norma contida no artigo 42 do CDC, tampouco no 71, desde que a pessoa não se identifique como cobradora para terceiros, não deixe recado com amigos e, principalmente, não transpareça, de qualquer forma, o assunto a ser tratado.

Entretanto, é importante também, que não se interfira no trabalho do consumidor, por exemplo, com inúmeras ligações diárias, o que certamente ultrapassa os limites do exercício legal de cobrar.

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Interferir no descanso do consumidor Ligar para casa do consumidor também não é considerada

prática abusiva de cobrança, ressalvando, mais uma vez, que o contato deve ser direto com o devedor ou com o possível garante e estritamente pessoal, sem envolver terceiros alheios à dívida.

Todavia, há que se ponderar o número de chamadas telefônicas e os horários em que são realizadas, ou seja, entendemos que um bom limite de horário compreenderia o período das 8:00 às 22:00 horas, período esse em que, normalmente, é possível encontrar o consumidor em casa, após o horário laboral costumeiro, sem interferir no seu descanso ou de sua família.

Ligações após o horário que citamos como referência, ao nosso ver configuram cobrança abusiva e desrespeito aos artigo 42 e 71 do Código de Defesa do Consumidor.

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        Art. 42-A.  Em todos os documentos de cobrança de débitos apresentados ao consumidor, deverão constar o nome, o endereço e o número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas – CPF ou no Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica – CNPJ do fornecedor do produto ou serviço correspondente. (Incluído pela Lei nº 12.039, de 2009)

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REPETIÇÃO DE INDÉBITO

      Art. 41,  Parágrafo único. O consumidor cobrado em quantia indevida tem direito à repetição do indébito, por valor igual ao dobro do que pagou em excesso, acrescido de correção monetária e juros legais, salvo hipótese de engano justificável.

Atenção:A repetição está condicionada ao efetivo pagamento, assim, a simples carta de cobrança não preenche a exigência legal.

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Posição STJREsp 650791 / RJ – 06/04/2006TRIBUTÁRIO. TAXA DE ESGOTO. COBRANÇA INDEVIDA. RELAÇÃO DE CONSUMO. CONDOMÍNIO.

1.É inaplicável o Código de Defesa de Consumidor às relações entre os condôminos e o condomínio quanto às despesas de manutenção deste.

2. Existe relação de consumo entre o condomínio de quem é cobrado indevidamente taxa de esgoto e a concessionária de serviço público.

3. Aplicação do artigo 42 do Código de Defesa de Consumidor que determina o reembolso em dobro.

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Dos Bancos de Dados e Cadastros de Consumidores

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ESPÉCIES (Benjamin)

1. Cadastros de consumidoreso consumidor fornece dados voluntariamente,o destino é um fornecedor específico.

2. Bancos de dados de consumoinserção independentemente da vontade do agente, o destino é o mercado em geral.

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Bancos de dados de proteção ao crédito

Por que existem?• Espécie de bancos de dados de consumo que têm

por objetivo fornecer informações pessoais sobre os pretendentes ao crédito.

• Promovem a circulação de informações como se fossem verdadeiras.

• Podem excluir o consumidor do mercado.

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Ramos em que atua– Devolução de cheques sem fundos;– Anotação de títulos protestados; – Anotação de ação judicial (execução de título

judicial e extrajudicial, busca e apreensão de bens, falência e concordata);

– Anotação de dívida vencida (pendência bancária ou financeira);

– Ação de execução fiscal federal.

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CCF Cadastro de Emitentes de

Cheques sem Fundos

– Pertence ao Banco Central, mas é administrado pelo Banco do Brasil;

– 7 a 8 milhões de inadimplentes.

Pessoas sem direito a crédito12 – cheques apresentados pela segunda vez13 – cheques de contas encerradas14 – práticas espúrias

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LIMITAÇÕES CONSTITUCIONAIS

• Dignidade da pessoa humana (Art. 1º, III, da CF)

• Privacidade e honra (Art. 5º, V, da CF)

• Defesa do consumidor(Art. 5º, XXII, da CF)

Quais são os princípios colidentes?

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DEVER DE VERACIDADE

Art. 43, § 1º, do CDCOs cadastros e dados de consumidores devem ser objetivos, claros, verdadeiros e em linguagem de fácil compreensão, não podendo conter informações negativas referentes a período superior a 5 anos.

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DEVER DE CORREÇÃO

Art. 43, § 3°, do CDC

O consumidor, sempre que encontrar inexatidão nos seus dados e cadastros, poderá exigir sua imediata correção, devendo o arquivista, no prazo de cinco dias úteis, comunicar a alteração aos eventuais destinatários das informações incorretas.

• Direito à investigação (Lei 9.507/97, art. 4º) • Direito à retificação

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DIREITO DE ACESSO

Art. 43, caput, do CDC. O consumidor, sem prejuízo do disposto no art. 86, terá acesso às informações existentes em cadastros, fichas, registros e dados pessoais e de consumo arquivados sobre ele, bem como sobre as suas respectivas fontes.

• Amplo e gratuito (Lei 9.507, art. 21)

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DIREITO À COMUNICAÇÃO

Art. 43, § 2°, do CDC. A abertura de cadastro, ficha, registro e dados

pessoais e de consumo deverá ser comunicada por escrito ao consumidor, quando não solicitada por ele.

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A quem compete o dever de comunicação?

• STJ. REsp 768.838, de 2005• STJ. REsp 504.861, de 2005

• Exclusivamente à entidade de proteção ao crédito.

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CARÁTER PÚBLICO

Art. 43, § 4°, do CDC Os bancos de dados e cadastros relativos a consumidores, os serviços de proteção ao crédito e congêneres são considerados entidades de caráter público.

Qual é a relevância do caráter público?

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Habeas Data

• Art. 5º, LXXII da CF-88: conceder-se-á habeas data:

a) para assegurar o conhecimento de informações relativas à pessoa do impetrante, constantes de registros ou bancos de dados de entidades governamentais ou de caráter público;

b) para a retificação de dados, quando não se prefira fazê-lo por processo sigiloso, judicial ou administrativo;

• Lei 9.507/97 – disciplina o procedimento do habeas data.

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TEMPO DE INSCRIÇÃO

Art. 43, § 5°’, do CDC Consumada a prescrição relativa à cobrança de débitos do consumidor, não serão fornecidas, pelos respectivos Sistemas de Proteção ao Crédito, quaisquer informações que possam impedir ou dificultar novo acesso ao crédito junto aos fornecedores.

ex. art. 206, § 3º, VII do CC: 3 anos p/ títulos de crédito.Art. 43, § 3°, do CDC 5 anos

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BANCOS DE DADOS DE FORNECEDORES

Art. 44. Os órgãos públicos de defesa do consumidor manterão cadastros atualizados de reclamações fundamentadas contra fornecedores de produtos e serviços, devendo divulgá-lo pública e anualmente. A divulgação indicará se a reclamação foi atendida ou não pelo fornecedor.

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art. 44, § 1°, do CDC

É facultado o acesso às informações lá constantes para orientação e consulta por qualquer interessado.

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SINDEC

Cadastro Nacional das Reclamações fundamentadas.

AtendidasNão atendidas

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1. A Loja Tudo de Bom, é solidariamente responsável pelos defeitos no produto, uma vez

que é responsável quando o fabricante, o construtor, o produtor ou o importador não

puderem ser identificados.

2. Somente quando o fabricante não solucionar o defeito do produto em 30 dias, o

consumidor poderá escolher entre a devolução dos valores pagos, troca do produto ou

abatimento proporcional do preço na aquisição de outro de maior valor.

3. O prazo para o fornecedor solucionar o defeito, previsto no § 1° do artigo 18 do CDC,

vence no dia 09/04/2009.

4. O prazo para o fornecedor solucionar o defeito, previsto no § 1° do artigo 18 do CDC,

vence no dia 08/04/2009.

5. O prazo para o fornecedor solucionar o defeito, previsto no § 1° do artigo 18 do CDC,

vence no dia 07/04/2009.

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6. O comerciante e o Fabricante do produto respondem de forma subjetiva e solidária pelos

defeitos da máquina de lavar roupa.

7. É correto afirma que a garantia contratual é complementar à legal, assim, considerando

o caso apresentado, a garantia da consumidora vai até 09/04/2009, estando o direito da

consumidora sob os efeitos da decadência.

8. O comunicado da consumidora realizado no dia 06/04/2009 está no prazo da garantia

legal, possuído desta forma o direito de haver solucionado o defeito, ou fazer jus após o

prazo de 30 dias, das alternativas previstas no inciso I, II e III, do § 1° do artigo 18 do CDC.

9. O caso apresentando tratando-se de vício oculto, nesse sentido o prazo decadencial

inicia-se após finalizar a garantia contratual.

10. O fabricante, responsável direto pelo defeito no produto, não podendo alegar como

excludente de responsabilidade desconhecimento sobre os vícios de qualidade por

inadequação dos produtos e serviços não eximindo sua responsabilidade.

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11. É correto afirmar que a garantia legal de adequação do produto ou serviço independe de

termo expresso, vedada a exoneração contratual do fornecedor.

12. A reclamação comprovadamente formulada pela consumidora perante o fornecedor,

até sua resposta negativa a qual deve ser transmitida de forma inequívoca, obsta a

prescrição;

13. É correto afirmar que tratando-se de vício oculto, o prazo decadencial inicia-se no

momento em que ficar evidenciado o defeito.

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18. O fornecedor do produto ou serviço não é solidariamente responsável pelos atos de seus

prepostos ou representantes autônomos.

14. Pode liquidar antecipadamente o débito em questão, total ou parcialmente, exigindo

redução proporcional dos juros cobrados.

15. Dispõe de até 7 dias para desistir da compra realizada, mesmo que o produto não

apresente defeito, desde que efetuada fora no estabelecimento comercial do fornecedor.

16. Pode o consumidor escolher, no ato da compra, se a garantia do produto ou serviço, será

a legal ou contratual.

17. São nulas de pleno direito, entre outras, as cláusulas contratuais relativas ao

fornecimento de produtos e serviços que transfiram responsabilidades a terceiros, sendo

facultado somente ao consumidor requerer ao Ministério Público que ajuíze a

competente ação para ser declarada a nulidade de cláusula contratual que contrarie o

disposto neste código ou de qualquer forma não assegure o justo equilíbrio entre direitos

e obrigações das partes.

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20. De acordo com a legislação consumerista, o que se impõe é a comunicação prévia e

por escrito, ao consumidor, da negativação do seu nome, pelas entidades de proteção ao

crédito. Em nenhum momento, a norma exige que essa se dê por meio de AR (Aviso de

Recebimento).

19. Conforme enunciado do STJ, da anotação irregular em cadastro de proteção ao

crédito, cabe indenização por dano moral, quando preexistente legítima inscrição,

ressalvado o direito ao cancelamento.

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1: E

2: C

3: E

4: E

5: E

6: E

7:E

8:C

9:E

10:C

11:C

12:E

13:C

14:C

15:C

16:E

17:E

18:E

19:E

20:C

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