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Direito do Consumidor para Tribunais (Minicurso Gratuito) Aula 1 Prof.ª Marilene Matos

Direito do Consumidor para Tribunais (Minicurso Gratuito)...prestar concursos para nível médio e superior de Tribunais Federais e Estaduais, bem como Ministério Público, Tribunais

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Olá, seja bem-vindo(a) à aula 1 Minicurso de Direito do

Consumidor para concursos públicos. Nosso curso gratuito

será composto de 03(três) aulas escritas e 03 videoaulas

correspondentes, com informações mais detalhadas e

complementares.

Nosso objetivo é propiciar a você um panorama geral do

Direito do Consumidor, com abordagem em questões e pontos que

as principais bancas de concurso costumam explorar.

Então, é isso! Vamos entender juntos os institutos básicos de

nossa Disciplina, o que fará com certeza a diferença no seu sucesso

em direção à tão sonhada vaga no Concurso Público.

SUMÁRIO

INFORMAÇÕES INICIAIS .................................................................................. 3

Apresentação do Professor................................................................................ 4

Metodologia de Ensino ..................................................................................... 5

Conteúdo do Curso .......................................................................................... 6

CONTEÚDO DA AULA 1 .................................................................................... 7

1. Disposições constitucionais do direito do consumidor ............................... 8

1.1 Introdução ......................................................................................... 8

1.2 – Tratamento Constitucional da Defesa do Consumidor ............................ 9

1.3 – Características do Código de Defesa do Consumidor ............................ 11

2 - Aplicabilidade do Direito do Consumidor ................................................ 12

2.1 - Relação Jurídica de Consumo - Elementos .......................................... 12

2.1.1 - O Consumidor ............................................................................ 13

2.1.1.1 - Consumidor Equiparado ............................................................. 14

2.1.1.2 – Consumidor como Destinatário Final ........................................... 16

2.1.1.3 – Corrente Finalista ..................................................................... 17

2.1.1.4 – Corrente Maximalista ................................................................ 19

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2.1.1.5 - Corrente Finalista Mitigada ......................................................... 21

2.1.2 - O Fornecedor ............................................................................. 22

2.1.3 - Elementos Objetivos da Relação de Consumo................................... 24

2.1.3.1 - Produto ................................................................................... 24

2.1.3.2 - Serviço ................................................................................... 25

2.1.4 – Casos Especiais de Jurisprudência do STJ ....................................... 27

ESQUEMAS E RESUMOS DA AULA .................................................................... 29

QUESTÕES COMENTADAS .............................................................................. 31

QUESTÕES – SEM COMENTÁRIOS .................................................................... 40

GABARITO ................................................................................................... 46

INFORMAÇÕES INICIAIS

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@prof.marilenematos

MarileneMatos

Prof.Marilene Matos

Apresentação do Professor

Oi, Aluna! Olá, Aluna! Tudo bem?

Meu nome é Marilene Matos. É com grande alegria que vou te acompanhar

nessa trilha de estudos para concurso público. Sou Advogada com graduação

na Universidade de Brasília (Unb), pós-graduação em Processo Civil e Direito

Administrativo e Mestrado em Direito Constitucional pelo Instituto Brasiliense

de Direito Público (IDP).

Conquistei minha primeira aprovação em concurso aos 18 anos, no

Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins. A partir daí, logrei outras aprovações,

das quais destaco: Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados,

Procuradoria do Estado de Goiás, Superior Tribunal de Justiça, e Fundação

Educacional do DF.

Trabalho atualmente na Câmara dos Deputados, onde atuo como

parecerista em matérias jurídicas de caráter constitucional e legislativo. Exerço

também a docência nessas disciplinas na Escola do Legislativo, em cursos de

pós-graduação e preparatórios para concursos públicos.

De todas as atividades que exerço, com certeza a que me mais me fascina

e completa é a docência, saber que posso contribuir para o crescimento

pessoal e profissional das pessoas me deixa muito motivada, afinal: “Não

importa se os outros dizem que é impossível, basta que haja motivação e tudo

pode acontecer”

Vamos Juntos! Abraços e excelentes estudos!

Caso você deseje acompanhar as atualidades relacionadas ao estudo desta disciplina, siga minhas mídias sociais:

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Metodologia de Ensino

Este Minicurso foi preparado especialmente para aqueles que queiram

prestar concursos para nível médio e superior de Tribunais Federais e

Estaduais, bem como Ministério Público, Tribunais de Contas e cargos afins.

Trata-se de material didático que pretende ir “direto ao ponto” em relação ao

que tem sido cobrado pelas diversas bancas organizadoras de concursos

públicos.

Nesse Curso, abordaremos os seguintes pontos basilares da Disciplina: a)

Tratamento Constitucional e legal da Defesa do Consumidor, Aplicabilidade e

elementos componentes da Relação de Consumo; b) Qualidade de Produtos e

Serviços e Responsabilidade do Fornecedor e c) Práticas abusivas.

Nesta Aula 01, faremos uma rápida abordagem acerca do contexto

histórico que favoreceu o surgimento de uma legislação protetiva do

consumidor, a partir de disposições da Constituição Federal de 1988. Veremos

o tratamento constitucional Defesa do Consumidor, e correspondente

promulgação da Lei 8.078/90, que instituiu o Código de Defesa do Consumidor

(CDC).

Será também objeto da nossa aula, os elementos imprescindíveis à

configuração da relação jurídica de consumo e a aplicabilidade do CDC, bem

como as teorias que foram desenvolvidas acerca da figura do consumidor, que

é o destinatário das normas protetivas do CDC. Tudo isso para que você tenha

uma panorâmica geral, para que você entenda por que surgiu uma legislação

voltada especificamente para a proteção do consumidor, e em que hipóteses

uma relação jurídica será considerada relação de consumo.

Estamos tratando aqui, praticamente do “coração” do Direito do

Consumidor, pois sem essas noções aqui apresentadas, é impossível formar

uma base sólida de entendimento sobre tão importante disciplina.

Faço um importante alerta: de forma complementar aos conteúdos aqui

apresentados, é imprescindível que você resolva – se possível mais de uma

vez, a bateria de questões com e sem comentários que apresento ao final. A

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leitura da lei seca também é importante, para você fixar os dispositivos mais

relevantes, e que normalmente você irá se deparar quando for realizar as

provas de concurso. Todos eles são citados aqui!

Desejo a você um excelente e profícuo estudo!

Sinto-me muito motivada a te acompanhar nesta trajetória!

Prof.ª Marilene Matos

Conteúdo do Curso

Este curso objetiva preparar você para o conteúdo relativo à Defesa do

Consumidor que é cobrado de forma recorrente em Concursos Públicos para o

Cargo de Analista Judicial – Área Judicial (AJAJ) e Área Administrativa (AJAA),

e similares, dos Tribunais Regionais Federais (TRFs), Tribunais Regionais

Eleitorais (TREs), STJ, STF e Tribunais de Justiça, a partir da observação

sistemáticas de provas anteriores, elaboradas pelas principais bancas

organizadoras dos país.

Cronograma do Curso

AULA CONTEÚDO DATA

Aula 1 Consumidor – Abordagem Constitucional e legal,

Aplicabilidade e Relação Jurídica de Consumo. Disponível

Aula 2 Qualidade de Produtos e Serviços –

Responsabilidade do Fornecedor

Disponível

Aula 3 Das Práticas Abusivas. Disponível

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CONTEÚDO DA AULA 1

Esta aula introdutória abordará o contexto histórico que favoreceu o

surgimento do Código de Defesa do Consumidor (CDC) a partir de

determinação constante da Constituição de 1988 (CF/88): o processo de

alteração drástica na produção e na relação de consumo que acarretou um

desequilíbrio de forças a qual, por sua vez, expôs o consumidor a uma situação

de fragilidade que reclamou respostas condizentes do Estado, tanto na feitura

de leis protetivas como de atuação concreta.

Serão também objetos da nossa aula inicial os fundamentos básicos do

CDC: seu campo de aplicação, o alcance da figura do consumidor e do

fornecedor, do objeto da relação de consumo, ou seja, os elementos

configuradores de uma relação jurídica de consumo que justificam toda a

sistemática protetiva do Código. Esses conceitos básicos parecem simples à

primeira vista, mas podem fazer com que você perca muitos pontos na sua

prova e joguem fora sua chance da tão sonhada vaga no serviço público.

Então, muito cuidado com os conceitos de consumidor e fornecedor,

tanto na definição legal quanto no entendimento jurisprudencial que formatam

na prática quando irá se aplicar as determinações estabelecidas pelo CDC!

Vamos à aula em si!

Padronização de siglas

- Lei n° 8.078/1990 – Código de Defesa do Consumidor: CDC

- Superior Tribunal de Justiça – STJ

- Súmula - Sum

- União, Estados, Distrito Federal e Municípios, respectivamente: U, E, DF e M

- Emenda constitucional: EC

- Constituição Federal de 1988: CF/88

S

- Código Penal: CP

- Código Civil: CC

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1. Disposições constitucionais do direito do consumidor

1.1 Introdução

O Código de Defesa do consumidor (CDC) surgiu como uma

consequência de diversos movimentos sociais e jurídicos que tinham como

ponto de partida o reconhecimento do consumidor como sujeito vulnerável nas

relações de consumo, a partir de um contexto histórico pós-industrialização,

que transformou o modelo da sociedade e a produção de bens e serviços, que

eram baseados em relações bilaterais e produção artesanal, para relações e

produções de massa.

A partir desta nova sociedade, desta transformação que se

verificou no modelo de produção e consumo, os primados típicos do

Direito Privado, como o pacta sunt servanda (os pactos serão

cumpridos) e a autonomia da vontade, os quais se encaixavam

melhor na relação entre “iguais”, já não atendiam a situação de um

consumidor vulnerável. Fazia-se necessária uma legislação que respondesse a

essa nova situação social.

Industrialização

Sociedade: Relações bilaterais

e produção Artesanal

Sociedade:

Relações e Produções

Massificadas

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Nessa linha, conforme leciona Cláudia Lima Marques, Direito do

Consumidor é

“disciplina transversal entre o direito privado e o direito público, que visa proteger

um sujeito de direitos, o consumidor, em todas as suas relações jurídicas frente

ao fornecedor, um profissional, empresário ou comerciante” (BENJAMIN;

MARQUES; BESSA, 2010, p. 29).

A defesa do consumidor demandava de forma imperiosa novos

instrumentos jurídicos para contrabalançar a situação de desigualdade advinda

com o novo cenário social. A partir deste movimento que clamava por

transformações legislativas, os parlamentares constituintes determinaram que

o Estado promovesse a defesa do Consumidor. Veremos, a seguir, o

tratamento constitucional relativo à nossa disciplina.

1.2 – Tratamento Constitucional da Defesa do Consumidor

A Constituição Federal de 1988 consagrou a defesa do consumidor como

direito fundamental, na forma do inciso XXXII, do art.5º, que dispôs da

seguinte forma:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,

garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade

do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos

seguintes:

(...)

XXXII - o Estado promoverá, na forma da lei, a defesa do consumidor;

Observe que, por constar no rol de Direitos Fundamentais do art. 5º da

Carta, a defesa do consumidor não pode ser suprimida nem mesmo por

emenda constitucional, por deter a natureza de cláusula pétrea.

🎥 Direito do Consumidor – Circunstâncias

históricas

🎥 Disposições Constitucionais.

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E mais: a defesa do consumidor deve ser compatibilizada com o exercício

da iniciativa privada empresarial. Ainda que a Constituição garanta uma ordem

econômica fundada na livre iniciativa, estabelece a obrigatoriedade de ser

observado o princípio da defesa do Consumidor. Ou seja, embora se trate de

sociedade em que a atividade empresarial é livre a todos, tal direito é exercido

de forma a não desrespeitar os direitos do consumidor. É o seguinte o teor da

norma constitucional em comento:

Art. 170. A ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na

livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os

ditames da justiça social, observados os seguintes princípios:

V - defesa do consumidor;

Por fim, o legislador constituinte estabeleceu um prazo para

que o Congresso Nacional elaborasse um Código de Defesa do

Consumidor. Nos termos do art. 48 do Ato das Disposições

Constitucionais Transitórias (ADCT):

Art. 48. O Congresso Nacional, dentro de cento e vinte dias da promulgação da

Constituição, elaborará código de defesa do consumidor.

Dessa forma, em consonância com o que foi estabelecido na Constituição

de 1988, em 11 de setembro de 1990 foi promulgada a Lei 8078/90 – que

estabeleceu o Código de Defesa do Consumidor, objeto do nosso estudo.

Saibam, concurseiro e concurseira, que as bancas exploram bastante as

decisões do Superior Tribunal de Justiça (STJ) em matérias relativas à defesa

do consumidor. Portanto, fará parte dos nossos estudos o entendimento desta

Corte quanto aos diversos pontos que serão estudados.

Este minicurso de Direito do Consumidor terá como foco os principais

aspectos relativos à disciplina, que são objeto de cobranças recorrentes pelas

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distintas bancas. Comecemos, então, com o campo de aplicação da legislação

consumerista, o qual ira abranger necessariamente os elementos necessários

para configurar uma relação de consumo. Passemos, então, a entender em que

circunstâncias ocorrem a relação de consumo.

1.3 – Características do Código de Defesa do Consumidor

A doutrina costuma listar três características mais relevantes do CDC: a)

Lei principiológica; b) Complexo de normas de ordem pública e interesse social

e c) microssistema multidisciplinar. Vamos entender o que significa cada uma

dessas notas distintivas?

CDC como norma principiológica - Todo é CDC é informado

por princípios que informam e direcionam a defesa do consumidor,

entendido como parte frágil da relação de consumo, de forma a

equilibrar esta relação, na medida que impõe deveres ao

fornecedor e ao Estado neste objetivo.

CDC como norma de ordem pública e interesse social – Esta

característica já pode ser visualizada no art.1º do CDC, que

estabelece que “Art. 1º. O presente código estabelece normas de

proteção e defesa do consumidor, de ordem pública e interesse

social, nos termos dos arts. 5, inciso XXXII, 170, inciso V, da

Constituição Federal e art. 48 de suas Disposições Transitórias.

Com base nesta premissa, temos as seguintes consequências: a) O

juiz pode reconhecer de ofício direitos do consumidor; 2) as

decisões proferidas em demandas envolvendo consumo não se

limitarão às partes envolvidas no caso concreto e 3) As partes não

poderão derrogar os direitos do consumidor.

CDC como microssistema disciplinar - O CDC engloba distintas

disciplinas jurídicas em seu texto: direito constitucional, direito

civil, processo civil, direito administrativo, direito penal.

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2 - Aplicabilidade do Direito do Consumidor

Um ponto introdutório crucial ao estudo da disciplina do consumidor

consiste em se entender em que circunstâncias determinada relação jurídica é

considerada de consumo, pressuposto de aplicação do CDC. Obviamente, as

demais relações jurídicas são reguladas por dispositivos distintos, como o

Código Civil, o Código Comercial etc.

Embora possa parecer simples, em uma análise apressada, tal aspecto

tem sido objeto de grandes discussões doutrinárias e jurisprudenciais. A título

de exemplo, as bancas de concurso costumam colocar a seguinte questão: se

uma pessoa vende um objeto usado para uma amiga (uma bolsa, um celular),

ela será considerada fornecedora e a outra parte consumidora, para fins de

aplicação das normas protetivas do CDC? Se um conhecido te presta um

serviço doméstico de eletricidade, mesmo que não costume exercer tal tarefa

com habitualidade, será ele um fornecedor nos termos da Lei consumerista?

Esses e outros questionamentos serão respondidos ao longo do curso, para

que você não erre mais questões relativas à aplicabilidade da norma

consumerista.

Passemos, então, à analise dos elementos que compõem a relação de

Consumo.

2.1 - Relação Jurídica de Consumo - Elementos

Como vimos, a relação de consumo é espécie do gênero relação jurídica.

O traço peculiar desta relação é ter em seus polos subjetivos o consumidor e

fornecedor, tendo fornecedor, tendo como objeto da relação o fornecimento de

bens ou serviços.

Os elementos subjetivos e pelo menos um dos objetivos é imprescindível

para que a relação jurídica de consumo se concretize. É dizer, sem um dos

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seus elementos, não caracterizada a relação jurídica de consumo, não há que

se falar em aplicação das normas protetivas do CDC.

Vejamos cada um dos elementos desta relação.

2.1.1 - O Consumidor

O conceito legal de Consumidor é estabelecido pelo art.2º do CDC, da

seguinte forma:

Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto

ou serviço como destinatário final.

Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que

indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.

A definição legal pode ser assim esquematizada:

QUESTÃO DE PROVA

2011 – CESPE - IFB - Para o CDC, consumidor é a coletividade de pessoas, desde

que essas pessoas sejam determináveis, que tenha participado nas relações de

consumo.

Gabarito: incorreto

Consumidor -Destinação Final

Pessoa Física

Adquire Produto/Serviço

Utiliza produto/serviço

Pessoa Jurídica

Adquire Produto/Serviço

Utiliza Produto/serviço

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2.1.1.1 - Consumidor Equiparado

Observe que além de consumidor definido claramente pelo

caput (cabeça) do artigo, há a figura do consumidor equiparado,

que o parágrafo único do dispositivo estabelece ser a coletividade

de pessoas, mesmo que indetermináveis, que haja intervindo na

relação de consumo.

Para que você possa ter mais claro o conceito de consumidor, por

equiparação, vamos aos exemplos práticos: um caso muito utilizado como

paradigma é o da vítima do acidente de consumo. Imagine que você esteja

dando uma festa e que o equipamento de som exploda e cause danos a um

frequentador do evento. Neste caso, a vítima do acidente será equiparada a

consumidor, ainda que ela não tenha participado da relação de consumo que

teve como objeto o equipamento eletrônico que veio a explodir. É o que

determina o art.17 do CDC:

Art. 17. Para os efeitos desta Seção, equiparam-se aos

consumidores todas as vítimas do evento.

QUESTÃO DE PROVA

2016 -CESPE - TJDFT - Fortunato, empresário, proprietário de uma rede de

supermercados nesta Capital, enquanto auxiliava seus funcionários na reposição de

algumas garrafas de cerveja, colocando-as na prateleira de um de seus

estabelecimentos comerciais, foi surpreendido pela explosão de um dos vasilhames,

vindo a ser atingido pelos estilhaços da garrafa, que provocam graves e

irreversíveis lesões em um de seus olhos. Inconformado, propôs ação de reparação

de danos, em face do fabricante do produto. Fortunato, no evento em exame, deve

ser legalmente equiparado a consumidor, razão pela qual a responsabilidade do

fabricante, pelos danos causados ao empresário, será objetiva e apurada segundo

os ditames do CDC.

Gabarito: correto

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Quer outro exemplo “queridíssimo” das bancas? É o caso previsto pelo

art. 29, que assegura proteção da norma também para aquelas pessoas que

não se enquadram no conceito restrito de consumidor, mas que podem vir a

ser. Ou seja, são os consumidores em potencial, que antes mesmo de celebrar

um contrato, possam ser atingidas pelas práticas comerciais.

Nessa linha, estabelece o art.30 que:

Art. 30 Toda informação ou publicidade, suficientemente precisa, veiculada por

qualquer forma ou meio de comunicação com relação a produtos e serviços

oferecidos ou apresentados, obriga o fornecedor que a fizer veicular ou dela se

utilizar e integra o contrato que vier a ser celebrado.

Afigura-se uma obrigação do fornecedor de cumprir os termos da

publicidade que veiculou, mesmo que não tenha ainda sido celebrado um

contrato. O consumidor tem o direito de ver cumpridas as condições

constantes da publicidade que o motivou a adquirir o produto ou contratar o

serviço.

Tal amplitude na disposição da norma vai ao encontro dos objetivos que

motivaram a elaboração de um código protetivo ao consumidor: brindar os

consumidores, efetivos ou potenciais, com o máximo possível de proteção, ao

maior número de pessoas, a fim de evitar eventuais abusos que possa vir a ser

cometidos no mercado de consumo.

QUESTÃO DE PROVA

2008 - CESPE - MPE-RO – Adaptada - Quanto à identificação das partes que

compõem a relação de consumo, julgue o item.

Serão considerados fornecedores as pessoas físicas ou jurídicas que participem do

oferecimento de produtos e serviços ao mercado, exigindo-se ainda que o ofertado

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seja adquirido ou utilizado apenas por sujeitos que se qualifiquem como

destinatários finais.

Gabarito: incorreto

Resta claro, dessa forma que a proteção conferida pelo CDC ao

consumidor não está adstrita à fase contratual da relação, alcançando,

ademais, a fase pré-contratual (vinculação do fornecedor à

oferta), bem como a fase pós-contratual (responsabilidade pela

qualidade e segurança dos produtos ou serviços).

QUESTÃO DE PROVA

2017 - CESPE - DPE- AL – Adaptada - A necessidade de proteção dos

destinatários finais dos produtos e serviços ofertados no mercado de consumo

abarca as pessoas humana e jurídica, com o objetivo de tutelar a vulnerabilidade e

a hipossuficiência dos consumidores. A partir dessa informação, julgue o item, a

respeito dos integrantes e do objeto da relação de consumo.

Em circunstâncias específicas, pessoas que não firmaram qualquer contrato de

consumo podem ser equiparadas a consumidores, para fins de proteção.

Gabarito: CORRETO

2.1.1.2 – Consumidor como Destinatário Final

Quanto ao consumidor, outro ponto merece realce: segundo o conceito

legal do artigo 2º, é consumidor toda pessoa física ou jurídica que adquira ou

utiliza o produto ou serviço como destinatário final. É justamente no alcance

da expressão “destinatário final” que ocorreram as maiores discussões

jurídicas.

Vê-se que, de acordo com o dispositivo legal citado, não é indispensável

que a pessoa que tenha praticado o ato de aquisição do produto ou o serviço

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seja a mesma que efetivamente o utilize para que seja considerada

consumidora. Isso porque, as hipóteses muito comuns na prática, de utilização

por quem não adquiriu o bem ou o serviço (presentes, pessoas da família do

comprador) são entendidas pela lei como enquadráveis no conceito de

consumidor.

Ou seja, entende-se como consumidor tanto quem adquire o produto ou

serviço para uso próprio como o que os utiliza como destinatário final.

E o que vem a ser o destinatário final? A respeito da definição desta

figura, há duas correntes que disputam a primazia da explicação:

os finalistas e os maximalistas.

2.1.1.3 – Corrente Finalista

Para a corrente finalista, os bens se dividem por critério econômico, em

bens de produção e bens de consumo. Nesse sentido, o bem de consumo

estaria abrangido pela expressão destinatário final, sendo albergado pelas

normas do CDC, ao passo que a aquisição ou utilização de bens de produção

não seriam passíveis de aplicação das normas consumeristas.

Os bens de produção ou “insumos” não finalizam o denominado “ciclo

econômico”, já que são utilizados no processo produtivo ou no desempenho de

atividade profissional, motivo pelo qual os finalistas entendem que a aquisição

de tais bens não se insere na destinação final determinada pelo dispositivo

legal.

Ademais, os bens de produção, já que são empregados na fabricação ou

transformação de outros produtos que serão comercializados, tem seus custos

sempre imbuídos no valor total a ser colocado no mercado, o que retiraria sua

qualidade de bens para uso com destinação final.

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Dessa forma, para a teoria finalista, consumidor é apenas quem adquire

o bem ou o serviço para uso próprio, de familiares ou de terceiros, sem a

finalidade de revenda, encerrando a cadeia produtiva. Nem a pessoa jurídica,

nem a pessoa física profissional estariam abarcadas pelo conceito de

consumidor, segundo esta concepção restritiva relação consumerista.

QUESTÃO DE PROVA

2017 -CESPE – DPE – AL – Adaptada - Julgue o Item:

Com base na teoria finalista, a condição de destinatário final do produto não é

requisito essencial para a classificação da pessoa física ou jurídica como

consumidora.

Gabarito: incorreto

Nesse sentido, José Geraldo Brito Filomeno (2000:37) entende que:

Não pode ser considerada consumidora final a empresa que adquire máquinas

para fabricação de seus produtos ou mesmo uma copiadora para seu escritório,

que venha a apresentar algum vício ou defeito. Isso porque referidos bens

certamente entram na cadeia produtiva e nada têm a ver com o conceito de

destinação final.

Segundo este raciocínio, a pessoa jurídica jamais poderia ser considerada

consumidora, vez que as normas consumeristas têm como escopo a proteção

dos mais vulneráveis, o que não incluiria a pessoa jurídica, que, via de regra,

não apresenta vulnerabilidade, por deter mais informações e meios de defesa

que as pessoas físicas.

QUESTÃO DE PROVA

2012 – CESPE - MPE-RR - Considerando as características do CDC, os princípios

aplicáveis ao direito do consumidor bem como os integrantes da relação de

consumo, julgue o item.

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Segundo a corrente maximalista ou objetiva, consumidor é o não profissional, ou

seja, aquele que adquire ou utiliza um produto para uso próprio ou de sua família.

Gabarito: incorreto

Na mesma linha, leciona Bruno Miragem, para quem:

“Nosso entendimento é de que consumidor é pessoa física ou jurídica que adquire

ou utiliza produto ou serviço como destinatário final fático e econômico, isto é,

sem reempregá-lo no mercado de consumo com o objetivo de lucro.”1

QUESTÃO DE PROVA

2012 -CESPE – MPE -RR - Considerando as características do CDC, os princípios

aplicáveis ao direito do consumidor bem como os integrantes da relação de

consumo, julgue o item. Consoante o que postula a corrente finalista ou subjetiva,

o destinatário final é o destinatário fático, pouco importando a destinação

econômica do bem ou a finalidade lucrativa daquele que adquire o produto ou o

serviço.

Gabarito: incorreto

Vejamos, a seguir, a posição da corrente maximalista de consumidor.

2.1.1.4 – Corrente Maximalista

Enquanto a concepção finalista de consumidor adota uma teoria restritiva

que impossibilita que a pessoa jurídica seja considerada consumidora, a

corrente maximalista inclina-se para a abordagem oposta da questão.

De acordo com a corrente maximalista, não há que se falar em distinção

entre bens de produção e bens de consumo, ante a definição legal do art.2º,

que somente mencionou produtos ou serviços. Dessa forma, o conceito de

consumidor teria relação apenas com destinação final. Bastaria, portanto, a

1 MIRAGEM. Bruno. Direito do Consumidor. Ano 2008. pag. 83. Revista dos Tribunais.

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retirada do bem do mercado de consumo ainda que para ser utilizado como

insumo, para se considerar encerrado o ciclo econômico.

A teoria maximalista tem um ponto em comum com a finalista: ambas

excluem aquisições de produtos ou serviços para reintroduzi-los de novo no

mercado de consumo como relações a serem albergadas pelo CDC.

Entretanto, para a acepção maximalista, a aquisição para utilização como

insumo na cadeia produtiva, tal como livros para serem utilizados em escritório

de contabilidade ou máquinas a serem utilizadas na confecção seriam

considerados atos de consumo, já que os produtos em questão não seriam

utilizados para comercialização por meio de transformação e posterior revenda.

Nesse sentido, tanto o escritório como a empresa seria considerados

destinatários finais.

Dessa feita, à expressão destinatário final é interpretada extensivamente

pela corrente maximalista, de forma a incluir no conceito de consumidor

pessoas físicas e pessoas jurídicas, mesmo que adquiram o bem para utilização

na atividade produtiva.

QUESTÃO DE PROVA

2017 -CESPE – DPE – AL – Adaptada - Julgue o item:

A teoria maximalista amplia sobremaneira o alcance da relação de consumo, mas

não abarca as pessoas jurídicas, devido ao fato de considerar que estas jamais se

encontrarão em situação de vulnerabilidade frente ao fornecedor.

Gabarito: incorreto

Apesar da polêmica entre as duas acepções, tendo os tribunais

brasileiros demonstrado inclinação ora pela prevalência de uma, ora pela

prevalência de outra, o STJ tem adotado uma terceira corrente, intermediária

entre ambas: a teoria finalista mitigada, objeto do nosso próximo tópico.

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2.1.1.5 - Corrente Finalista Mitigada

Tendo em conta que a jurisprudência e os estudiosos entenderam a

necessidade de temperar os excessos tanto da teoria maximalista, quanto da

teoria finalista, surgiu a teoria finalista mitigada, uma espécie de meio-termo

entre as duas correntes.

Considerou-se que a aplicação irrestrita da teoria finalista poderia

redundar em injustiças, vez que há empresas de pequeno porte –

microempresas, nas quais seus dirigentes muitas vezes não tem os meios

técnicos ou financeiros necessários para analisar as implicações dos produtos

que adquirem para serem utilizados na sua pequena produção. A situação de

vulnerabilidade da “pequena” pessoa jurídica a deixa em situação análoga à do

consumidor pessoa física. Em casos como esse, entendeu-se não subsistir

motivo à não aplicação das normas protetivas do CDC.

Dessa forma, a fim de brindar tutela consumerista à

pessoa jurídica não destinatária final do produto ou serviço,

mas que se mostrasse em situação de vulnerabilidade, a par de

um entendimento doutrinário, construiu-se uma jurisprudencial

no Superior Tribunal de Justiça, denominada de teoria finalista mitigada ou

aprofundada, que tem se firmado com ampla aplicabilidade nos tribunais

pátrios.

Para a corrente finalista mitigada, o consumidor é considerado de forma

mais ampla, de forma a incluir a pessoa jurídica, ainda que adquira produto ou

serviço a ser utilizado como insumo, e não como destinatário final.

Os adeptos do finalismo mitigado partiram da premissa constante no

art.29 do CDC, que, conforme vimos anteriormente, considera equiparado a

consumidor quem estiver expostos às práticas previstas nos capítulos V e VI.

Tais práticas põem em relevo a vulnerabilidade de pessoas – físicas ou

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jurídicas – a fim de brindá-las com a mesma proteção consagrada aos

consumidores que ostentam a condição de destinatários finais. É esse o

entendimento que tem levado o STJ a firmar a orientação finalista mitigada.

Nesse sentido, diz Bruno Miragem:

Este é o caso que se percebe na relação entre pequenos empresários e bancos,

entre pequenos e grandes empresários, ou ainda quando um dos contratantes

não seja, e não deve ser, especialistas ou ter conhecimento sobre as

características do produto ou serviço que adquire. Nestas situações, a aplicação

do CDC, antes de se apresentar como imperativo a proteção do consumidor,

converte-se em garantia de proteção do contratante vulnerável, com o objetivo

de promover o equilíbrio contratual e a proteção da boa-fé, por intermédio das

normas de proteção.”

Dessa forma, a opção pela teoria finalista mitigada é considerada uma

forma de aplicação mais sensata e mais ampla dos princípios que informam o

Direito do Consumidor, vez que permite a avaliação, em cada caso concreto,

acerca da vulnerabilidade da pessoa jurídica naquele ato de aquisição de

produtos ou contratação de serviços.

2.1.2 - O Fornecedor

O outro elo subjetivo da relação de consumo, o fornecedor é definido

pelo art.3º do CDC da seguinte forma:

Art. 3º - Fornecedor é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou

estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividades de

produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação,

distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.

Esquematizando o conceito legal de fornecedor:

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Já as atividades colacionadas pelo dispositivo relativas ao fornecedor são:

Ao contrário do conceito de consumidor, a interpretação do que vem a

ser fornecedor tem sido construída a partir de uma maior abrangência legal,

abarcando todas as pessoas, mesmo os entes despersonalizados, que

forneçam produtos ou serviços no mercado de consumo. Por entes

despersonalizados, entendam-se aqueles que não possuem personalidade

jurídica, tais como a Itaipu Binacional – Consórcio entre o governo brasileiro e

paraguaio; massa falida; espólio de comerciante; pessoas jurídicas de fato ou

sociedades irregulares (camelôs).

Fornecedor

Pessoa Física

Pessoa Jurídica

Entes desperso-

nalizados

Público ou

Privado

Nacional ou Estrangeiro

ATIV

IDAD

ES

DO

FO

RN

ECED

OR

Produção

Montagem

Criação

Construção

Transformação

Importação

Exportação

Distribuição

Comercialização

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QUESTÃO DE PROVA

2017 - CESPE - DPU - Com referência à proteção contratual e ao contrato de

adesão, julgue o seguinte item.

Aplicam-se as disposições do CDC às relações de consumo estabelecidas pela

compra de produtos de camelôs, haja vista o vendedor ser considerado fornecedor.

Gabarito: correto

QUESTÃO DE PROVA

2011 - CESPE – TRF – 5ª REGIÃO - À luz do CDC, julgue o item. Para os efeitos

do CDC, não se considera fornecedor a pessoa jurídica pública que desenvolva

atividade de produção e comercialização de produtos ou prestação de serviços.

Gabarito: incorreto

2.1.3 - Elementos Objetivos da Relação de Consumo

Toda relação jurídica tem um objeto, um motivo que leva as partes a

participar da relação. No caso da Relação de Consumo, o objeto é a aquisição

ou utilização de produtos ou a prestação de serviço. Vejamos os traços

essenciais de cada um desses objetos.

2.1.3.1 - Produto

O CDC define o produto da seguinte forma:

Art. 3º

§1º - Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.

A noção de produto bem móvel – material, é mais fácil de ser

visualizada, por configurar a maioria das hipóteses que se vê nas relações de

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consumo. Nesse sentido são bens móveis: roupas, eletrodomésticos,

alimentos, produtos de limpeza etc.

A venda de bens imóveis, de natureza material – casa, apartamento etc

– também é albergada pelo CDC, assim como a comercialização de bens

imateriais – direitos autorais, ações, aplicação em bolsa de valores,

2.1.3.2 - Serviço

Segundo dispõe o CDC, o serviço é:

Art. 3º...

(...)

§ 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração,

inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das

relações de caráter trabalhista.

Vê-se que o CDC deixou expressamente consignado que são serviços para

fins de aplicação de suas normas as atividades de natureza bancária,

financeira, de crédito e securitária.

Entretanto, houve questionamentos por parte da doutrina, no sentido da

inaplicabilidade da Lei nº 8.078/90 às relações bancárias, tendo sido inclusive

interposta perante o STF a ADIN 2591, de autoria da Confederação Nacional do

Sistema Financeiro, a qual pende de decisão final pela Corte.

QUESTÃO DE PROVA

2012 -CESPE - TJ-BA – A respeito dos integrantes e do objeto da relação de

consumo, julgue o item:

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Considera-se serviço qualquer atividade - salvo as decorrentes das

relações de caráter trabalhista - fornecida no mercado de consumo,

mediante remuneração, o que inclui as atividades de natureza bancária,

financeira, de crédito e securitária.

Gabarito: correto

Segundo a definição da norma, é imprescindível que ocorra uma

contraprestação para que se fale em relação de consumo. Ou seja, não estão

abarcadas pelas normas do CDC os serviços prestados de forma gratuita.

Além do que, no caso do profissional liberal, é preciso que haja o

requisito da habitualidade, ou profissionalismo, de quem presta os serviços

para que se configure a relação de consumo. Como vimos antes, são

considerados serviços tanto os prestados por empresas privadas quantos os

serviços públicos.

QUESTÃO DE PROVA

2009 - CESPE - ADAGRI-CE - A legislação consumerista considera serviço toda

atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as

de natureza bancária, financeira, creditória, securitária e as decorrentes das

relações de caráter trabalhista.

Gabarito: incorreto

Outro ponto muito cobrado pelas bancas de concurso é a possibilidade de

os serviços prestados pelo Advogado profissional serem abrangidos pelo CDC.

Ocorre que o STJ já se manifestou de forma conclusiva sobre o assunto, no

sentido de que o serviço advocatício configura uma atividade não comercial e

que teria uma norma especial que regula o seu funcionamento: o Código de

Ética do Advogado – Lei 8906/94.

QUESTÃO DE PROVA

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2017 - CESPE - TRF – 5ª REGIÃO - Conforme a jurisprudência do STJ, configura

relação jurídica de consumo a relação contratual entre advogado e cliente.

Gabarito: incorreto

2.1.4 – Casos Especiais de Jurisprudência do STJ

Conforme falamos antes, vocês já devem que as decisões do STJ

constituem um ponto fundamental no estudo da nossa disciplina. Afinal, a

Corte é a responsável por uniformizar a jurisprudência em relação às normas

federais. Sendo assim, vamos a alguns pontos fundamentais sumulados pelo

STJ, a seguir:

Entidades de Previdência Complementar -

Segundo a Súmula 563:

“O Código de Defesa do Consumidor é aplicável às entidades abertas de

previdência complementar, não incidindo nos contratos previdenciários celebrados

com entidades fechadas”.

Segundo a decisão, há que se diferenciarem as entidades de

previdência privada abertas, que auferem lucro, motivo pelo qual tem um

regime equiparado ao das instituições financeiras, das entidades fechadas,

nas quais o todo o montante arrecadado é destinado exclusivamente ao

benefício de seus participantes.

QUESTÃO DE PROVA

2018 - CESPE - DPE-PE - Conforme o entendimento do STJ, o CDC aplica-se a

contratos de previdência complementar celebrados com entidades abertas.

Gabarito: Correto

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Planos de Saúde

o STJ entende que o CDC não se aplica aos contratos de planos de

saúde administrados por entidades de autogestão. É este o teor da súmula

608, segundo a qual:

“Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano de saúde,

salvo os administrados por entidades de autogestão.”

QUESTÃO DEPROVA

2018 – CESPE - DPE-PE – Conforme o entendimento do STJ, o CDC aplica-se a

contrato de plano de saúde administrado por entidade de autogestão.

Gabarito: incorreto

Cooperativas Habitacionais

Em relação às cooperativas habitacionais, consagrou-se o entendimento

pela aplicabilidade do CDC. Isso porque, embora à primeira vista tais

associações não visem a lucro, observou-se na prática grande ocorrência do

desvirtuamento nos objetivos das cooperativas, vez que é muito corriqueiro

que essas entidades atuam prestando serviços aos adquirentes das unidades

imobiliárias, agindo na prática como verdadeiras incorporadoras imobiliárias,

que impõe aos adquirentes verdadeiros contratos de adesão.

Dessa forma, em fevereiro de 2018, o STF Editou a Súmula 602,

segundo a qual

“O Código de Defesa do Consumidor é aplicável aos empreendimentos habitacionais

promovidos pelas sociedades cooperativas”. (Súmula 602, SEGUNDA SEÇÃO,

julgado em 22/02/2018, DJe 26/02/2018).

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Amigo e amiga concurseiros, chegamos ao fim de nossa aula

introdutória, que, espero, tenha sido bastante proveitosa para animá-los a

prosseguir com o estudo desta disciplina hoje tão cobrada nos nossos

concursos públicos!

A seguir, para facilitar a assimilação dos conceitos até aqui estudos,

apresento algumas questões de provas de concursos e respectivos

comentários!

Grande abraço, ótimos estudos e até a próxima!

Prof.ª Marilene Matos

ESQUEMAS E RESUMOS DA AULA

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QUESTÕES COMENTADAS

A seguir, disponibilizo a você uma bateria de questões de concurso com e

sem comentários. Caso prefira, você pode resolver primeiro as questões sem

comentários e depois conferir com a resolução de cada um de acordo com a

resolução explicativa.

1 – 2013 - CESPE - TJ-PB - As normas previstas no Código de Defesa do

Consumidor (CDC) caracterizam-se como de ordem privada e de

interesse econômico.

Nos termos do art. 1º, o CDC é constituído por normas de ORDEM

PÚBLICA e INTERESSE SOCIAL.

INCORRETA

2 - 2013 - PGE-GO – Procurador de Estado – Sobre a proteção

constitucional do consumidor, julgue a afirmação:

O Estado tem o dever constitucional de promover a defesa do

consumidor, podendo ser abolido por emenda à Constituição Federal.

Trata-se de direito fundamental, não tendo a possibilidade de ser

abolido por emenda constitucional.

INCORRETO

3 - 2013 - PGE-GO – Procurador de Estado – Adaptada - Sobre a

proteção constitucional do consumidor, julgue o item:

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A defesa do consumidor é princípio da ordem social disciplinada na

Constituição Federal.

O direito do consumidor é princípio da ordem econômica.(Art.170,V,

da CF)

INCORRETA

4 – 2011 - CESPE - TJ-PB – Adaptada – Julgue a afirmação, de acordo com

a jurisprudência do STJ no que tange ao direito do consumidor.

O critério a ser adotado para determinar a relação de consumo é o

maximalista; desse modo, para se caracterizar como consumidora, a

parte deve ser destinatária econômica final do bem ou do serviço

adquirido.

Conforme tem firmado a jurisprudência do STJ, a teoria que tem sido

adotada é a finalista mitigada.

INCORRETO

5 - 2019 - CESPE - TJ-PR – Adaptada - Com base na jurisprudência do STJ,

julgue a afirmativa a seguir, a respeito de relações consumeristas:

As regras do Código de Defesa do Consumidor são aplicáveis aos

contratos de empreendimentos habitacionais celebrados por

sociedades cooperativas.

Segundo a Súmula 602-STJ, o Código de Defesa do Consumidor é

aplicável aos empreendimentos habitacionais promovidos pelas

sociedades cooperativas.

CORRETO

6 - 2018 - IBFC - TRF - 2ª REGIÃO - Sob a ótica do ordenamento jurídico

brasileiro e a jurisprudência do STJ, marque a opção correta:

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A - O Código de Defesa do Consumidor não é aplicável às instituições

financeiras.

B - O Código de Defesa do Consumidor não é aplicável à relação

jurídica entre a entidade de previdência privada e seus participantes.

C - As instituições de ensino superior respondem subjetivamente pelos

danos suportados pelo aluno/consumidor pela realização de curso não

reconhecido pelo Ministério da Educação, sore o qual não lhe tenha

sido dada prévia e adequada informação.

D - Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano

de saúde, salvo os administrados por entidades de autogestão.

E - O Código de Defesa do Consumidor é aplicável aos

empreendimentos habitacionais, exceto os promovidos pelas

sociedades cooperativas.

De fato, o CDC é aplicável aos contratos de plano de saúde, a não ser

que se trate de planos administrados por entidades de autogestão,

que não tem o objetivo de lucro.

Gabarito:D

7 – 2012 - FCC - TJGO - O Código de Defesa do Consumidor estabelece

normas de defesa e de proteção do consumidor, de ordem pública e de

interesse social, regulamentando normas constitucionais a respeito.

Perfeito, o CDC possui fundamento constitucional (arts. 5o , XXXII, e

170, V, da CF, e art. 48 do ADCT), Ademais, dispõe o art. 1º que: “O

presente código estabelece normas de proteção e defesa do

consumidor, de ordem pública e interesse social, nos termos dos arts.

5o , inciso XXXII, 170, inciso V, da Constituição Federal e art. 48 de

suas Disposições Transitórias.”

CORRETO

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8 – 2013- CESPE - DPDF - Defensor Público - Parte da doutrina considera

o CDC norma de ordem pública e principiológica, o que significa que

ele prevalece sobre as normas gerais e especiais anteriores.

De fato, o CDC é um conjunto de normas de ordem pública e

interesse social (art. 1o ), prevalecendo sobre normas gerais e

especiais anteriores.

CORRETO

9 – 2012 - CESPE - TJPA - O CDC não possui autonomia como estatuto

jurídico regulador das relações de consumo, funcionando apenas como

uma lei principiológica.

Afirmativa falsa, já que o CDC estabelece, essencialmente, normas de

proteção e defesa do consumidor, embora permeado por normas de

caráter principiológico.

INCORRETO

10 - 2018 - FGV - MPE-AL – Analista – Área Jurídica - Com base na

jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça sobre o âmbito de

incidência do Código de Defesa do Consumidor, assinale a afirmativa

correta.

A - O CDC não se aplica aos contratos de plano de saúde administrados

por entidades de autogestão.

B - O CDC não é aplicável aos empreendimentos habitacionais

promovidos pelas sociedades cooperativas.

C - O CDC não é aplicável às entidades abertas de previdência

complementar.

D - O CDC incide nos contratos previdenciários celebrados com

entidades fechadas.

E - O CDC é aplicável aos contratos de plano de saúde, inclusive aos

administrados por entidades de autogestão.

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De acordo com a Súmula 608 do STJ, não se aplica o CDC aos Planos

de saúde de autogestão – ou plano de saúde fechado, são aqueles

criados por órgãos ou empresas, destinados a grupo restrito de

filiados. Não tem fins lucrativos.

Gabarito: A

11 - 2016 - FUNRIO - Prefeitura de Trindade - GO – Procurador Municipal -

Em relação ao art. 2º do Código de Defesa do Consumidor - CDC, que

trata da relação de consumo, e da jurisprudência do STJ, é correto

afirmar que:

A - Considera-se de consumo, nos termos do CDC, a relação

estabelecida entre hospital público e paciente.

B - As atividades securitárias e bancárias não se enquadram no

conceito de fornecedor para fins de aplicação do CDC.

C - São equiparados a consumidor apenas as pessoas determináveis,

expostas às práticas comerciais previstas no CDC.

D - Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza

produto ou serviço como destinatário final, isto é, o destinatário fático.

E - Para que seja configurada uma relação de consumo, é essencial que

a atividade do fornecedor seja prestada mediante remuneração, ainda

que indireta.

A – INCORRETA. Neste caso, não há qualquer tipo de remuneração

direta no serviço de saúde prestado por hospital público, posto que

seu custeio ocorre por meio de receitas tributárias, como já decidiu o

STJ em diversos julgados.

B – INCORRETA. Segundo a Súmula 297 do STJ: O CDC é aplicável

às instituições financeiras.

C – INCORRETA. Nos termos do Art. 2.º. Parágrafo único: Equipara-

se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que

indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.

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D – CORRETA - Segundo estabelece o Art. 2.º: Consumidor é toda

pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço

como destinatário final. - destinatário final em uma análise subjetiva,

sob o aspecto fático e econômico. Embora o STJ venha atenuando

esta teoria mediante a aplicação da teoria Finalista Mitigada, para

autorizar, em situações excepcionais, a mitigação dos rigores da

teoria finalista, “para autorizar a incidência do CDC nas hipóteses em

que a parte (pessoa física ou jurídica), embora não seja tecnicamente

a destinatária final do produto ou serviço, se apresenta em situação

de vulnerabilidade.(...).”

E – INCORRETA – Nos termos do § 2° Serviço é qualquer atividade

fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive

as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as

decorrentes das relações de caráter trabalhista.

Gabarito: D

12 - 2018 - FGV - MPE-AL – Analista – Área Jurídica - A propósito da

indenização pelos danos materiais decorrentes do extravio de

bagagem em voos internacionais, assinale a afirmativa correta.

A - A disciplina do Código de Defesa do Consumidor sempre prevalece

sobre os acordos internacionais subscritos pelo Brasil.

B - As transportadoras aéreas de passageiros em voos internacionais

não podem estipular contratualmente indenizações superiores aos

limites indenizatórios estabelecidos nas Convenções de Varsóvia e

Montreal e demais acordos internacionais subscritos pelo Brasil.

C - As normas e os tratados internacionais limitadores da

responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros,

especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência

em relação ao Código de Defesa do Consumidor.

D - As normas e os tratados internacionais limitadores da

responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, salvo as

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Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao

Código de Defesa do Consumidor.

E - Não é aplicável o limite indenizatório estabelecido nas Convenções

de Varsóvia e Montreal e demais acordos internacionais subscritos

pelo Brasil em relação às condenações por dano material decorrente

de extravio de bagagem em voos internacionais.

Nos termos de decisão de maio/2017, o STF interpretou que nos

termos do art. 178 da CF, as normas e os tratados internacionais

limitadores da responsabilidade das transportadoras aéreas de

passageiros, especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal

(que limitam direitos dos consumidores), têm prevalência em relação

ao Código de Defesa do Consumidor. Portanto, em caso de extravio

de bagagem ocorrido em transporte internacional envolvendo

consumidor, não se deve aplicar o CDC e sim as indenizações

tarifadas previstas nessas convenções.

Gabarito: B

13 – 2018 - CESPE - DPE-PE -Conforme o entendimento do STJ, o CDC

aplica-se a

A - relação contratual entre cliente e advogado.

B - contrato de plano de saúde administrado por entidade de

autogestão.

C - contratos de previdência complementar celebrados com entidades

abertas.

D - litígio entre condômino e condomínio edilício referente a cobrança

de taxa de condomínio.

E - contrato de aquisição de equipamento médico por entidade privada

proprietária de rede de hospitais.

Conforme vem decidindo o STJ, o CDC é aplicado às relações jurídicas

que envolvam as entidades abertas de previdência (Entidades

Abertas de Previdência Privada, e, não é aplicado nas relações

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jurídicas existentes entre entidades fechadas de previdência privada e

seus participantes.

Gabarito: C.

14 – 2017 - CESPE - TRF – 1ª REGIÃO - O contrato de compra e venda de

um imóvel não residencial em construção, continha cláusula que

determinava a perda total das parcelas pagas caso a compradora, que

utilizaria o imóvel como sede empresarial, desistisse do negócio. O

contrato foi firmado após a edição do Código de Defesa do Consumidor

(CDC). Com relação a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.

O CDC vigente não se aplica ao caso: a compradora é uma pessoa

jurídica e o objeto do contrato é um imóvel comercial.

Segundo a Teoria Finalista Mitigada, em determinados casos a pessoa

jurídica é enquadrada também no conceito de consumidora.

INCORRETO

15 - 2017 - CESPE - DPU - Com referência à proteção contratual e ao

contrato de adesão, julgue o seguinte item.

Aplicam-se as disposições do CDC às relações de consumo

estabelecidas pela compra de produtos de camelôs, haja vista o

vendedor ser considerado fornecedor.

O camelô entre na categoria de ente despersonalizado, previsto no

art. 3º do CDC como fornecedor.

CORRETO

16 – 2017 - CESPE - TRF – 5ª REGIÃO - Conforme a jurisprudência do

STJ, configura relação jurídica de consumo a relação

(A) jurídica entre entidade aberta de previdência complementar e

seus participantes.

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(B) jurídica entre locador e locatário, nos contratos regidos pela lei

que dispõe sobre locações de imóveis urbanos.

(C) jurídica estabelecida entre condomínio edilício e condôminos.

(D) jurídica no caso de planos de saúde administrados por contrato de

autogestão.

E) contratual entre advogado e cliente.

Segundo a Súmula 563/STJ: “O Código de Defesa do Consumidor é

aplicável às entidades abertas de previdência complementar, não

incidindo nos contratos previdenciários celebrados com entidades

fechadas”

Ademais, não se aplica o CDC: às relações locatícias regidas pela Lei

8.245/91; às relações jurídicas estabelecidas entre condomínio e

condôminos; ao contrato de plano de saúde administrado por

entidade de autogestão, ante a inexistência de relação de consumo, e

ao contrato firmado entre advogado e cliente não é regido pelas

regras consumeristas.

Gabarito: A

17 - 2018 - MPE-MS – Promotor de Justiça Substituto - De acordo com a

jurisprudência do STJ, julgue o item

Não se aplica o Código de Defesa do Consumidor às relações entre

operadoras de plano de saúde constituídas sob a modalidade de

autogestão e seus filiados, por operar plano de assistência à saúde

com exclusividade para um público determinado de beneficiários,

mesmo que sem fins lucrativos.

Correto, conforme entendimento do STJ.

CORRETO

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18 - 2016 - VUNESP Prefeitura de Alumínio – Procurador Jurídico - No que

diz respeito à Lei Federal nº 8.078/90, é correto afirmar que:

A - os direitos nela previstos em favor do consumidor não excluem

outros decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que o

Brasil seja signatário.

B - tendo mais de um autor a ofensa contra o consumidor, o agente

principal do ato danoso responde objetivamente, e os demais

responderão subsidiariamente pela reparação dos danos.

C - estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem

privada, porém de interesse social.

D - consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza

produto ou serviço como destinatário final ou intermediário.

E - a Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o

atendimento das necessidades dos consumidores e fornecedores no

mercado de consumo.

Com efeito, os direitos previstos no CDC não excluem outros

decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que o Brasil

seja signatário.

Gabarito: A

QUESTÕES – SEM COMENTÁRIOS

1 – 2013 - CESPE - TJ-PB - As normas previstas no Código de Defesa do

Consumidor (CDC) caracterizam-se como de ordem privada e de

interesse econômico.

2 - 2013 - PGE-GO – Procurador de Estado – Sobre a proteção

constitucional do consumidor, julgue a afirmação:

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O Estado tem o dever constitucional de promover a defesa do

consumidor, podendo ser abolido por emenda à Constituição Federal.

3 - 2013 - PGE-GO – Procurador de Estado – Adaptada - Sobre a

proteção constitucional do consumidor, julgue o item:

A defesa do consumidor é princípio da ordem social disciplinada na

Constituição Federal.

4 – 2011 - CESPE - TJ-PB – Adaptada – Julgue a afirmação, de acordo com

a jurisprudência do STJ no que tange ao direito do consumidor.

O critério a ser adotado para determinar a relação de consumo é o

maximalista; desse modo, para se caracterizar como consumidora, a

parte deve ser destinatária econômica final do bem ou do serviço

adquirido.

5 - 2019 - CESPE - TJ-PR – Adaptada - Com base na jurisprudência do STJ,

julgue a afirmativa a seguir, a respeito de relações consumeristas:

As regras do Código de Defesa do Consumidor são aplicáveis aos

contratos de empreendimentos habitacionais celebrados por

sociedades cooperativas.

6 - 2018 - IBFC - TRF - 2ª REGIÃO - Sob a ótica do ordenamento jurídico

brasileiro e a jurisprudência do STJ, marque a opção correta:

A - O Código de Defesa do Consumidor não é aplicável às instituições

financeiras.

B - O Código de Defesa do Consumidor não é aplicável à relação

jurídica entre a entidade de previdência privada e seus participantes.

C - As instituições de ensino superior respondem subjetivamente pelos

danos suportados pelo aluno/consumidor pela realização de curso não

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reconhecido pelo Ministério da Educação, sore o qual não lhe tenha

sido dada prévia e adequada informação.

D - Aplica-se o Código de Defesa do Consumidor aos contratos de plano

de saúde, salvo os administrados por entidades de autogestão.

E - O Código de Defesa do Consumidor é aplicável aos

empreendimentos habitacionais, exceto os promovidos pelas

sociedades cooperativas

7 – 2012 - FCC - TJGO - O Código de Defesa do Consumidor estabelece

normas de defesa e de proteção do consumidor, de ordem pública e de

interesse social, regulamentando normas constitucionais a respeito.

8 – 2013- CESPE - DPDF - Defensor Público - Parte da doutrina considera

o CDC norma de ordem pública e principiológica, o que significa que

ele prevalece sobre as normas gerais e especiais anteriores.

9 – 2012 - CESPE - TJPA - O CDC não possui autonomia como estatuto

jurídico regulador das relações de consumo, funcionando apenas como

uma lei principiológica.

10 - 2018 - FGV - MPE-AL – Analista – Área Jurídica - Com base na

jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça sobre o âmbito de

incidência do Código de Defesa do Consumidor, assinale a afirmativa

correta.

A - O CDC não se aplica aos contratos de plano de saúde administrados

por entidades de autogestão.

B - O CDC não é aplicável aos empreendimentos habitacionais

promovidos pelas sociedades cooperativas.

C - O CDC não é aplicável às entidades abertas de previdência

complementar.

D - O CDC incide nos contratos previdenciários celebrados com

entidades fechadas.

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E - O CDC é aplicável aos contratos de plano de saúde, inclusive aos

administrados por entidades de autogestão.

11 - 2016 - FUNRIO - Prefeitura de Trindade - GO – Procurador Municipal -

Em relação ao art. 2º do Código de Defesa do Consumidor - CDC, que

trata da relação de consumo, e da jurisprudência do STJ, é correto

afirmar que:

A - Considera-se de consumo, nos termos do CDC, a relação

estabelecida entre hospital público e paciente.

B - As atividades securitárias e bancárias não se enquadram no

conceito de fornecedor para fins de aplicação do CDC.

C - São equiparados a consumidor apenas as pessoas determináveis,

expostas às práticas comerciais previstas no CDC.

D - Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza

produto ou serviço como destinatário final, isto é, o destinatário fático.

E - Para que seja configurada uma relação de consumo, é essencial que

a atividade do fornecedor seja prestada mediante remuneração, ainda

que indireta.

12 - 2018 - FGV - MPE-AL – Analista – Área Jurídica - A propósito da

indenização pelos danos materiais decorrentes do extravio de

bagagem em voos internacionais, assinale a afirmativa correta.

A - A disciplina do Código de Defesa do Consumidor sempre prevalece

sobre os acordos internacionais subscritos pelo Brasil.

B - As transportadoras aéreas de passageiros em voos internacionais

não podem estipular contratualmente indenizações superiores aos

limites indenizatórios estabelecidos nas Convenções de Varsóvia e

Montreal e demais acordos internacionais subscritos pelo Brasil.

C - As normas e os tratados internacionais limitadores da

responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros,

especialmente as Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência

em relação ao Código de Defesa do Consumidor.

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D - As normas e os tratados internacionais limitadores da

responsabilidade das transportadoras aéreas de passageiros, salvo as

Convenções de Varsóvia e Montreal, têm prevalência em relação ao

Código de Defesa do Consumidor.

E - Não é aplicável o limite indenizatório estabelecido nas Convenções

de Varsóvia e Montreal e demais acordos internacionais subscritos

pelo Brasil em relação às condenações por dano material decorrente

de extravio de bagagem em voos internacionais.

13 – 2018 - CESPE - DPE-PE -Conforme o entendimento do STJ, o CDC

aplica-se a

A - relação contratual entre cliente e advogado.

B - contrato de plano de saúde administrado por entidade de

autogestão.

C - contratos de previdência complementar celebrados com entidades

abertas.

D - litígio entre condômino e condomínio edilício referente a cobrança

de taxa de condomínio.

E - contrato de aquisição de equipamento médico por entidade privada

proprietária de rede de hospitais.

14 – 2017 - CESPE - TRF – 1ª REGIÃO - O contrato de compra e venda de

um imóvel não residencial em construção, continha cláusula que

determinava a perda total das parcelas pagas caso a compradora, que

utilizaria o imóvel como sede empresarial, desistisse do negócio. O

contrato foi firmado após a edição do Código de Defesa do Consumidor

(CDC). Com relação a essa situação hipotética, julgue o item a seguir.

O CDC vigente não se aplica ao caso: a compradora é uma pessoa

jurídica e o objeto do contrato é um imóvel comercial.

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15 - 2017 - CESPE - DPU - Com referência à proteção contratual e ao

contrato de adesão, julgue o seguinte item.

Aplicam-se as disposições do CDC às relações de consumo

estabelecidas pela compra de produtos de camelôs, haja vista o

vendedor ser considerado fornecedor.

16 – 2017 - CESPE - TRF – 5ª REGIÃO - Conforme a jurisprudência do

STJ, configura relação jurídica de consumo a relação

(A) jurídica entre entidade aberta de previdência complementar e

seus participantes.

(B) jurídica entre locador e locatário, nos contratos regidos pela lei

que dispõe sobre locações de imóveis urbanos.

(C) jurídica estabelecida entre condomínio edilício e condôminos.

(D) jurídica no caso de planos de saúde administrados por contrato de

autogestão.

E) contratual entre advogado e cliente.

17 - 2018 - MPE-MS – Promotor de Justiça Substituto - De acordo com a

jurisprudência do STJ, julgue o item

Não se aplica o Código de Defesa do Consumidor às relações entre

operadoras de plano de saúde constituídas sob a modalidade de

autogestão e seus filiados, por operar plano de assistência à saúde

com exclusividade para um público determinado de beneficiários,

mesmo que sem fins lucrativos.

18 - 2016 - VUNESP Prefeitura de Alumínio – Procurador Jurídico - No que

diz respeito à Lei Federal nº 8.078/90, é correto afirmar que:

A - os direitos nela previstos em favor do consumidor não excluem

outros decorrentes de tratados ou convenções internacionais de que o

Brasil seja signatário.

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B - tendo mais de um autor a ofensa contra o consumidor, o agente

principal do ato danoso responde objetivamente, e os demais

responderão subsidiariamente pela reparação dos danos.

C - estabelece normas de proteção e defesa do consumidor, de ordem

privada, porém de interesse social.

D - consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza

produto ou serviço como destinatário final ou intermediário.

E - a Política Nacional das Relações de Consumo tem por objetivo o

atendimento das necessidades dos consumidores e fornecedores no

mercado de consumo.

GABARITO

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10

E E E E C D C C E A

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20

D B C E C A C A

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Agradeço pela companhia e aguardo suas dúvidas

pelo fórum.

Bons estudos e até a próxima aula!

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