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DIREITO DO TRABALHO Insalubridade e periculosidade Prof. Hermes Cramacon

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DIREITO DO TRABALHO

Insalubridade e periculosidade

Prof. Hermes Cramacon

Atividades insalubres – art. 189 CLTSão consideradas atividades ou operações insalubresaquelas que, por sua natureza, condições oumétodos de trabalho, exponham os empregados aagentes nocivos à saúde, acima dos limites detolerância fixados em razão da natureza e daintensidade do agente e do tempo de exposição aosseus efeitos.Considera-se agente insalubre: ruído, calor, radiação,pressão, vibração, frio, calor, umidade, poeira,agentes químicos e agentes biológicos.

Competência: Ministério do Trabalho, através deportarias. NR 15.

SÚMULA 448 TST - ATIVIDADE INSALUBRE.CARACTERIZAÇÃO. PREVISÃO NA NORMAREGULAMENTADORA Nº 15 DA PORTARIADO MINISTÉRIO DO TRABALHO Nº3.214/78. INSTALAÇÕES SANITÁRIAS.I - Não basta a constatação da insalubridade pormeio de laudo pericial para que o empregadotenha direito ao respectivo adicional, sendonecessária a classificação da atividade insalubrena relação oficial elaborada pelo Ministério doTrabalho.

II – A higienização de instalações sanitárias deuso público ou coletivo de grande circulação, e arespectiva coleta de lixo, por não se equiparar àlimpeza em residências e escritórios, enseja opagamento de adicional de insalubridade em graumáximo, incidindo o disposto no Anexo 14 da NR-15 da Portaria do MTE nº 3.214/78 quanto àcoleta e industrialização de lixo urbano.

Valor adicional: grau mínimo: 10%art. 192 CLT grau médio: 20%

grau máximo: 40%

Adicional calculado sobre salário-mínimoArt. 7º, IV, CF – veda a vinculação do salário-mínimo para qualquer fim.

Súmula vinculante 4 STF - “salvo nos casosprevistos na Constituição, o salário-mínimo nãopode ser usado como indexador de base de cálculode vantagem de servidor público ou de empregado,nem ser substituído por decisão judicial.

Salário -mínimo

Súmula 228 TST - A partir de 9 de maio de2008, data da publicação da Súmula Vinculantenº 4 do Supremo Tribunal Federal, o adicionalde insalubridade será calculado sobre o saláriobásico, salvo critério mais vantajoso fixado eminstrumento coletivo.

ATENÇÃO! Súmula suspensa por decisão do STF.

Posição atual do STF

Enquanto não exista nova lei determinando umabase de cálculo para o adicional de insalubridade,deve ser utilizado como base o salário-mínimo,ainda que contrarie a súmula vinculante 4, namedida em que o empregado não deve ficar semreceber o aludido adicional.

CaracterísticasO caráter intermitente do trabalho executado emcondições insalubres não afasta o direito derecebimento do adicional (súmula 47 TST).Prorrogações na jornada só poderão ser acordadasmediante licença prévia do Ministério do Trabalho(súmula 85, VI, TST);A eliminação ou neutralização da insalubridadedeterminará a cessação do pagamento do adicional.O simples fornecimento do aparelho de proteção peloempregador não o exime do pagamento do adicionalde insalubridade (Súmulas 80 e 289 TST);Integra a remuneração do empregado (súmula 139TST).

Atividades perigosasFundamento legal: art. 193 da CLT. Lei12.740/2012Conceito: são consideradas atividades ouoperações perigosas, na forma da regulamentaçãoaprovada pelo Ministério do Trabalho e Emprego,aquelas que, por sua natureza ou métodos detrabalho, impliquem risco acentuado em virtude deexposição permanente do trabalhador a:a) inflamáveis, explosivos ou energia elétrica*;b) roubos ou outras espécies de violência física nasatividades profissionais de segurança pessoal oupatrimonial.

Atividade com motocicleta - Lei 12.997/2014Reconhece como atividades perigosas as atividadesde trabalhador em motocicleta.

Art. 193, §4º, CLT garante aos profissionais queutilizam a moto para trabalhar com o transporte depassageiros e mercadorias, o direito ao adicional depericulosidade de 30% sobre seus salários,descontados os acréscimos resultantes degratificações, prêmios ou participações nos lucrosda empresa.

Ex: motoboys, mototaxistas, motofretistas e deserviço comunitário de rua.

Adicional: 30% sobre o salário, sem osacréscimos.Eletricitários: Lei 7.369/85 - art. 1ºEm relação aos eletricitários, adicional de 30%sobre o salário que perceber.Súmula 191 TST - ADICIONAL. PERICULOSIDADE.INCIDÊNCIAO adicional de periculosidade incide apenas sobre osalário básico e não sobre este acrescido de outrosadicionais. Em relação aos eletricitários, o cálculodo adicional de periculosidade deverá ser efetuadosobre a totalidade das parcelas de natureza salarial.Lei 12.740/2012 - art. 3º revoga expressamente aLei 7.369/85

CaracterísticasEmpregados que operam em bomba decombustível tem direito ao adicional depericulosidade, súmula 39 TST;

Não é necessária a exposição do trabalhador demaneira contínua ou permanente;

SUM-364 ADICIONAL DE PERICULOSIDADE.EXPOSIÇÃO EVENTUAL, PERMANENTE EINTERMITENTE

I - Tem direito ao adicional de periculosidade oempregado exposto permanentemente ou que, deforma intermitente, sujeita-se a condições derisco. Indevido, apenas, quando o contato dá-sede forma eventual, assim considerado o fortuito,ou o que, sendo habitual, dá-se por tempoextremamente reduzido.

II - Não é válida a cláusula de acordo ouconvenção coletiva de trabalho fixando o adicionalde periculosidade em percentual inferior aoestabelecido em lei e proporcional ao tempo deexposição ao risco, pois tal parcela constituimedida de higiene, saúde e segurança dotrabalho, garantida por norma de ordem pública(arts. 7º, XXII e XXIII, da CF e 193, §1º, daCLT).

Cessará com a eliminação do risco à sua saúde ouintegridade física (Súmula 80 TST);

O pagamento do adicional efetuado por meraliberalidade da empresa, ainda que de formaproporcional ao tempo de exposição ao risco ou empercentual inferior ao máximo legalmente previsto,dispensa a realização da prova técnica exigida pelo art.195 da CLT, súmula 453 TST.

Os tripulantes e demais empregados em serviçosauxiliares de transporte aéreo que, no momento doabastecimento da aeronave, permanecem a bordo nãotêm direito ao adicional de periculosidade, súmula 447do TST.

Cumulação dos adicionais deinsalubridade e periculosidade

Art. 193, § 2º, CLT. O empregado poderáoptar pelo adicional de insalubridade queporventura lhe seja devido.

Art. 7º, XXIII, CF. Adicional de remuneraçãopara as atividades penosas, insalubres ouperigosas, na forma da lei.

Convenção 148 OIT - art. 8º, tópico 3. “Oscritérios e limites de exposição deverão ser fixados,completados e revisados a intervalos regulares, deconformidade com os novos conhecimentos edados nacionais e internacionais, e tendo em conta,na medida do possível, qualquer aumento dosriscos profissionais resultante da exposiçãosimultânea a vários fatores nocivos no local detrabalho.”Convenção 155 OIT - art. 11, b. “...deverão serlevados em consideração os riscos para a saúdedecorrentes da exposição simultâneas a diversassubstâncias ou agentes.

INFORMATIVO 134 TST – 26/04/2016 e 02/05/2016

Adicional de insalubridade e de periculosidade.Cumulação. Impossibilidade. Prevalência do art. 193,§ 2º, da CLT ante as Convenções nºs 148 e 155 daOIT. É vedada a percepção cumulativa dos adicionaisde insalubridade e de periculosidade ante a expressadicção do art. 193, § 2º, da CLT. Ademais, nãoobstante as Convenções nºs 148 e 155 daOrganização Internacional do Trabalho (OIT) tenhamsido incorporadas ao ordenamento jurídico brasileiro,elas não se sobrepõem à norma interna que consagraentendimento diametralmente oposto, aplicando-setão somente às situações ainda não reguladas por lei.

QUESTÃOO trabalho em condições de periculosidadeassegura ao empregado um adicional de

(A) 20% sobre o salário mínimo.(B) 40% sobre o salário mínimo.(C) 20% sobre o salário sem os acréscimosresultantes de gratificações, prêmios ouparticipações nos lucros da empresa.(D) 30% sobre o salário sem os acréscimosresultantes de gratificações, prêmios ouparticipações nos lucros da empresa.