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FGV DIREITO SP MESTRADO PROFISSIONAL DIREITO DOS NEGÓCIOS – TURMA 4 (2016) MEDIAÇÃO PRÉVIA – ANÁLISE E APLICAÇÃO EM CONTRATOS NA ÁREA PÚBLICA E NA ÁREA PRIVADA Samira de Vasconcellos Miguel Projeto de dissertação de mestrado apresentado ao Mestrado Profissional da FGV Direito SP Orientadora: Daniela Gabbay SÃO PAULO 2016

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FGV DIREITO SP

MESTRADO PROFISSIONAL

DIREITO DOS NEGÓCIOS – TURMA 4 (2016)

MEDIAÇÃO PRÉVIA – ANÁLISE E APLICAÇÃO EM CONTRATOS NA ÁREA PÚBLICA E

NA ÁREA PRIVADA

Samira de Vasconcellos Miguel

Projeto de dissertação de mestrado apresentado

ao Mestrado Profissional da FGV Direito SP

Orientadora: Daniela Gabbay

SÃO PAULO

2016

1. Delimitação do tema e tratamento pretendido

Gavrila (2014) definiu a mediação como um processo de negociação facilitada

por uma pessoa neutra, de confiança, sem poder de decisão1. Como um método de

solução não adjudicatória de conflitos, através do qual se pretende que os envolvidos se

tornem mais conscientes da existência de uma determinada controvérsia e se

responsabilizem pelo seu endereçamento, de uma maneira em que se sintam

suficientemente atendidos e satisfeitos, mesmo que isso signifique, em alguns casos, a

não formalização de um acordo, a mediação busca o empoderamento das partes em

conflito e o restabelecimento de uma comunicação ativa, aberta e eficiente.

Mas, apesar dessa prática já existir por mais de cinquenta anos, seu uso é

limitado, muitas vezes pela ausência de uma definição clara do que ela é, e como se

desenvolve. Aqui no Brasil, por exemplo, é com a edição da 13.140/152 e sua entrada

em vigor, em março deste ano, praticamente ao mesmo tempo em que ingressou no

mundo jurídico brasileiro um novo diploma processual, que também inseriu a mediação

como instrumento à disposição das partes para o alcance e distribuição da Justiça pelo

Estado3, que essa ferramenta ganha maior relevância.

De fato, entre nós a mediação também tem sido utilizada como método

alternativo de solução de conflitos cujo objetivo, na grande maioria dos casos, é uma

solução mais adequada, rápida e eficiente de uma determinada controvérsia,

considerando que o Judiciário se encontra praticamente esgotado. Com a publicação do

relatório “Acesso à Justiça” de Bryan Garth e Mauro Capelletti e o reconhecimento do

aumento substantivo de processos judiciais, enfatizou-se a necessidade, para ser efetivo

o acesso à justiça, de uma reforma da advocacia (judicial e extrajudicial), e

simplificação dos procedimentos, dando centralidade às instituições, mecanismos,

1 GAVRILA, Constantin-Adi. Defining Mediation. Craiova Mediaton CenterAssociation, in http: http://kluwermediationblog.com/2014/01/04/defining-mediation/,visto em 04/09/2016, às 18:47hs.

2 Lei que regulamentou a mediação e a atuação dos mediadores, tanto em níveljudicial como extrajudicial

3 Artigos 165 a 175, que fixa as atribuições do mediador e do conciliadorjudiciais e artigo 334 que regula as audiências de conciliação e as sessões de mediação,todos inscritos na Lei 13.105/15.

pessoas, para processar e prevenir disputas, sugerindo-se a criação de alternativas de

justiça.4

As possibilidades e os tipos de mediação permitem que os profissionais

preparados possam atuar, inclusive, para prevenir a judicialização de conflitos. E é

justamente considerando esse viés que esse trabalho está sendo proposto.

Pretende-se explorar a ferramenta de mediação como instrumento de

negociação prévia à formalização dos contratos de trato continuado ou de longa

duração, envolvendo agentes que não se encontram na mesma posição na referida

negociação, seja em razão da diferença de níveis de conhecimento técnico, seja em

relação à sua prevalência econômica. É possível antever nestas relações contratuais que

o equilíbrio pretendido através da formalização dos contratos no mais das vezes não se

estabelece, surgindo, na sequência de sua formalização, situações de conflito que

podem, no seu extremo, antecipar uma disputa judicial ou arbitral, gerando desgastes e

perdas de variados matizes, para todos os envolvidos.

Entendendo a mediação também como instrumento de conscientização das

partes, pretende-se trazer elementos que confirmem a possibilidade de sua utilização na

fase pré-contratual, com a antecipação de questões que os agentes enfrentarão na

execução do contrato, para alinhamento de expectativas, construção de saídas e de um

canal de comunicação permanente, cuja finalidade será minimizar os impactos que

conflitos futuros possam trazer à relação contratual e aos objetivos perseguidos pela

contratação, pela via do diálogo e do reequilíbrio de forças dos referidos agentes.

Parte-se da premissa que a mediação, nos moldes propostos, pode ser aplicada

tanto na esfera das contratações privadas como das contratações públicas, adotando-se

como paradigmas: (i) contratos de franquia; (ii) contratos fixados reguladas pela Lei

13.019/14, denominada Marco Regulatório do Terceiro Setor.

Segundo reportagem apresentada pelo Jornal O Estado de São Paulo5, o mercado

de franquias no Brasil apresentou em 2015 um faturamento bruto de mais de trinta e três

bilhões de reais, sem descontar a inflação, existindo um total de três mil, cento e oitenta

4 ALMEIDA, 2012, p.88

5 “Balanço Geral”, inserido no Caderno “Franquias Estadão PME” veiculado naedição do periódico de 15/06/2016

e uma redes, com o incremento de cento e oito novas marcas só no primeiro trimestre de

2016.

Desde o início de sua utilização, o sistema de franquia demonstrou ser uma

ferramenta importante na dinamização de negócios que envolvem, de um lado, a

potencialização de uso de uma determinada marca e de um modelo de negócios, por

terceiros, e, de outro, a possibilidade destes terceiros de empresariar, a partir da

perspectiva de lucratividade que a exploração daquela marca e negócio oferecem.

É um segmento que abrange, não só serviços (lavanderia, limpeza, conservação,

automotivos, entre outros), mas, igualmente, a comercialização de produtos (calçados,

cosméticos, alimentos) . Os negócios de franquia podem ser tanto de grande porte e alto

investimento, como, também, o que se denomina hoje de microfranquias, que são

aquelas em que o investimento inicial gira em torno de, no máximo, oitenta mil reais,

com um valor agregado menor da marca, forte concorrência e retorno financeiro mais

baixo.

O custo da aquisição de uma franquia, em geral, está associado à maturidade e à

sofisticação do negócio e do valor agregado à marca, bem como ao nível de

contribuição e participação do franqueado na gestão da própria franquia.

Independentemente do grau de maturidade, o índice de franquias que não

alcançam sucesso e, por isso, se retiram do mercado, é da ordem de seis por cento.6

Também é frequente a existência de conflitos entre franqueador e franqueado que

afetam a performance tanto do próprio franqueado, como da franquia negociada.

Com efeito, o que aproxima os contratantes (franqueador e franqueado) é o

interesse pela potencialização máxima do negócio e da marca através da qual aquele

determinado serviço ou produto se tornou conhecido, com lucratividade que beneficiará

todos os agentes envolvidos, diretamente ou indiretamente.

Sendo as redes de franquia, em sua essência, redes de relacionamento cujo sucesso é

dado à medida em que haja integração do franqueado às normas e regras estbelecidas

pelo franqueador, intuitivo que o contrato que regulará a relação entre franqueador e

franqueado tratará de questões que envolvem não só o licenciamento da marca que será

explorada, mas, igualmente, dependendo do estágio de maturidade do negócio,

assistência técnica, processos de estruturação do próprio negócio e sua gestão em rede,

6 Mesma fonte acima, matéria “Marcas Baratas a ampliam seu espaço”

sempre levando em conta o interesse de lucratividade , a manutenção do valor agregado

da marca, assim como a performance do negócio, as inovações necessárias para que

continue a ser referência no mercado.

Se de um lado, o incremento da atividade de franquia, suas peculiaridades e

complexidade desafiam os operadores do direito, seja aqueles que estão ao lado do

franqueador, seja aqueles que atuam em nome dos franqueados, a desenvolver contratos

que cada vez mais tornem claras as relações estabelecidas, as contribuições, direitos e

deveres das partes, visando equalizar essa relação e perenizar o contrato que se

formaliza, de outro, os instrumentos que são referendados para a solução alternativa de

conflitos, em especial, a mediação, materializada nos diplomas legislativos recém-

editados, devem ser pensados e utilizados de maneira inovadora, para que também

sirvam às partes de maneira mais eficiente e efetiva, não só os auxiliando no

endereçamento de conflitos, mas, também, prevenindo a ocorrência destes ou sua

judicialização.

O fato da formalização do contrato de franquia ter como pressuposto a análise

prévia da circular de franquia e dos documentos jurídicos que instrumentalizarão a

relação entre os agentes sugere grande possibilidade do uso da mediação prévia, na fase

pré-contratual, momento no qual será possível mitigar elementos apontados como maior

responsável pela existência de conflito nas redes de franquia: a ausência ou falha na

comunicação entre franqueador e franqueado, na padronização de produtos ou serviços

na rede e contratos desestruturados7.

No âmbito dos contratos formalizados com a Administração Pública, a Lei

13.019/14 estabeleceu novos procedimentos e formas de contratação, especificamente

relacionadas às Organizações da Sociedade Civil. Trouxe, também, um grande desafio,

não só de profissionalização dos agentes públicos a quem competirão as contratações,

que serão responsabilizados de maneira mais dura pelos resultados advindos delas, mas,

igualmente, das próprias organizações da sociedade civil, impondo-lhes regras de

transparência, contabilidade, estruturação de atividades, metas, resultados e respectivos

7 Maemura, Márcia Mitie Durante. Análise de Conflitos e Soluções Adotadaspor franquias do Setor Alimentício. Dissertação de Mestrado apresentada à faculdade deEconomia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto da Universidade de SãoPaulo. Orientador: Martinelli, Dante Pinheiro. 2009. 232 f.

indicadores, os quais serão monitorados de maneira intencional e permanente, ao longo

da execução dos contratos que serão formalizados.

Se no regime da Lei 8.666/93 já haviam regras específicas que tornavam

bastante frágil a relação de equilíbrio entre o Estado e as organizações da sociedade

civil, uma vez que aquele diploma tinha como foco principal estabelecer as regras de

contratação entre Estado e entes privados, independentemente da natureza jurídica de

referidos entes, a Lei 13.019/14, mais específica, trouxe mais luz a certas

especificidades dessa relação (Estado e organizações da sociedade civil), obrigando os

contratantes a tornar mais evidente as contribuições de cada um dos agentes para a

consecução do objetivo pretendido, bem como da fixação de resultados e métricas

(indicadores) de como esse resultado será aferido, visando a efetividade dessa

contratação, cujo destinatário final é a coletividade, a sociedade.

Três são os tipos contratuais apontados na Lei 13.019/14: (i) acordo de fomento;

(ii) acordo de colaboração; e (iii) acordo de cooperação. A distinção entre eles reside na

origem dos recursos e a existência de transferência desses recursos entre órgãos da

administração e as organizações das sociedades civis. Enquanto nos acordos de

fomento, os entes públicos contratam a organização da sociedade civil para a execução

de projeto ou atividade que foi proposta pela própria organização da sociedade civil,

visando colaborar para a solução de um problema no âmbito público ou de impacto na

comunidade, nos termos de colaboração o Projeto ou atividade é definido e proposto

pelo próprio ente público, a quem competirá escolher a organização da sociedade civil

mais adequada para a sua execução. Nos dois casos o pressuposto é de transferência de

recursos públicos para a organização da sociedade civil, enquanto que nos acordos de

cooperação não haverá essa transferência de recursos.

Não obstante a distinção apontada, nos três modelos de contratação

determinados pela Lei 13.019/14, tanto a Administração Pública como a Organização da

Sociedade Civil terão oportunidade de discutir e ajustar, previamente à contratação, as

condições através das quais as atividades e/ou projeto serão executadas, prazos para

essa execução, resultados que devem ser alcançados, com a indicação clara dos

indicadores para aferição das metas fixadas. Todos esses elementos, assim como o custo

para o desenvolvimento desse Projeto estarão devidamente descritos no Plano de

Trabalho8, o qual comportará discussão, ajustes e aprovação por parte do gestor público

8 Art. 25 do Decreto 8.726/16

interessado na contratação. É justamente nesse âmbito que se pretende propor o uso da

mediação, nos mesmos moldes sugeridos acima, para os contratos de franquia, ou seja,

para alinhamento das expectativas, abertura de um canal permanente de comunicação

entre as partes, visando mitigar as hipóteses de conflito ou viabilizar sua solução efetiva

e rápida, no curso da execução contratual.

Não é desconhecido, daqueles que operam a serviço ou em parcerias com entes

públicos, o desafio constante de definição exata de objetivos a serem alcançados, bem

como da fixação das responsabilidades e contrapartidas essenciais, a cargo do próprio

ente público, para que o resultado daquela contratação seja, de fato, alcançado. Também

não é incomum o desequilíbrio contratual econômico, muitas vezes não restabelecido

em tempo e adequado, para que não haja a descontinuidade da prestação de serviços ou

da execução daquele Projeto ou atividade. A proposta de implementar um modelo de

mediação prévia à contratação, considerando hoje a hipótese prevista nas legislações já

referidas de negociação entre os agentes envolvidos com a formalização e execução do

contrato, visa introduzir instrumento facilitador desta negociação, atento às limitações

impostas à própria Administração em contratar, e que poderá ser acionado pelos

agentes, no curso da execução do instrumento formalizado, para as adequações que

sejam cabíveis ao atingimento do resultado perseguido.

Neste sentido importa acrescentar que a Lei 13.019/14 inovou, em relação às

contratações públicas envolvendo organizações da sociedade civil, ao fixar que é o

resultado perquerido pelos agentes, mensurável por metas objetivas e de aferição já

determinadas antecipadamente pelas partes que será fundamental para a avaliação do

cumprimento do objeto do contrato, e não mais e apenas a combinação precisa e muitas

vezes maquiavélica dos recursos com as rubricas constantes de um plano de aplicação

ou de um orçamento que estava inserido como peça fundamental do referido contrato.

Dado esse momento de mudança estrutural apresentado, no qual o próprio

paradigma de objeto e aferição de seu cumprimento estão sendo traduzidos em

resultados mensuráveis e não exclusivamente pela execução perfeita de orçamento e

atividade/rubrica que a utilização da mediação, hoje internalizada no sistema jurídico

brasileiro, parece crescer em relevância e aplicabilidade, em especial sob a forma

prévia, no momento das negociações contratuais e do próprio Plano de Trabalho.

Nos dois casos que serão abordados, serão avaliados e explicitados os custos

envolvidos na implementação da mediação prévia, com a imputação dos ônus

respectivos, bem como os incentivos às partes para que essa ferramenta seja utilizada, a

exemplo do que já acontece em contratações nas quais está cada vez mais comum a

fixação de conselhos de disputa (dispute boards) - contratos envolvendo propriedade

intelectual ou obras de infra-estrutura.

Um dos efeitos buscados na mediação, senão o mais significativo deles, é a

possibilidade de estabelecimento ou restabelecimento da comunicação efetiva entre as

partes contratantes ou litigantes. Portanto, se utilizada como instrumento de alinhamento

das expectativas das partes e de seu entendimento comum sobre o objeto do contrato,

seus riscos e desafios, sobre o equilíbrio essencial, e que será buscado através da

contratualização que se estará efetivando, haverá, por parte dos agentes envolvidos a

tomada de consciência de conflitos latentes, os quais poderão ser desde logo

endereçados. Viabiliza-se, desta forma, não só uma melhor compreensão dos agentes

sobre os seus direitos e deveres, mas uma possibilidade efetiva de comunicação, com

vistas a evitar conflitos ou solucioná-los com menor custo, buscando uma via que, se

pleiteada por meio de processo (judicial ou arbitral), poderá, em alguns casos, levar a

uma solução contrária aos interesses das próprias partes.

Com o uso da mediação no momento anterior à própria formalização do

contrato, as partes serão convidadas a se tornarem mais conscientes de suas

expectativas, bem como dos direitos e obrigações que regerão a relação que se

estabelece, e se poderá estabelecer um canal permanente de comunicação, claro,

objetivo e eficiente, para o endereçamento dos conflitos que surgirão ao longo da

execução contratual.

Também se espera, com o trabalho, a indicação mais precisa dos casos em que a

mediação poderá ser utilizada de maneira inovadora, como ferramenta na fase de pré-

contratação, conscientizando os profissionais sobre os desafios e limites de sua

aplicação.

2. Formato do trabalho de conclusão

Para estruturação do trabalho, em primeiro lugar, será feita uma análise da

possibilidade e das limitações, se existentes, do uso da mediação na fase pré-contratual,

à luz da legislação em vigor. A partir dessa análise serão tratadas as hipóteses de

aplicação da mediação prévia nos negócios de franquia e nos contratos envolvendo o

Estado e as organizações da sociedade civil de que trata a Lei 13.019/14.

Para endereçar os assuntos se partirá da análise dos diplomas legais aplicáveis à

mediação no Brasil e, na sequência, de uma análise jurídica dos contratos de franquia e

dos tipos contratuais tratados na Lei 13.019/14, quais sejam, contrato de fomento,

contrato de colaboração e acordo de cooperação.

Serão coletadas informações e dados sobre os principais conflitos que surgem na

execução dos contratos de franquia e dos contratos formalizados entre Estado e

organizações da sociedade civil, o momento de sua ocorrência e o comportamento das

partes envolvidas. Em relação aos contratos típicos da Lei 13.019/14 também serão

avaliados os impactos das novas regras e como essas normas endereçam conflitos já

existentes e quais os novos conflitos potenciais que podem determinar.

Tanto em relação ao caso prático de franquia, como em relação aos contratos no

âmbito público, o trabalho identificará os atores envolvidos, as situações problemas, e

mapeará as oportunidades de aplicação do instrumento de mediação na fase pré-

contratual, com o objetivo principal de minimizar as hipóteses de conflito e, na

ocorrência destes conflitos, deixar já preparada a estratégia para o endereçamento dos

conflitos, através de Conselhos de Disputa (“Dispute Board”) ou da utilização da

própria mediação (“Deal Mediation”).

Definir-se-á qual o modelo (ou se existe mais de um modelo) de mediação a ser

aplicado às situações existentes, bem como de que forma se dará a implementação desse

modelo, visando sua replicação para situações envolvendo contratos que apresentem a

mesma similaridade dos contratos sob análise, em especial, a tênue equação de

equilíbrio entre as partes contratantes.

Espera-se, como resultado deste trabalho, construir um referencial de apoio aos

profissionais que operam com esses tipos de contratação, potencializando o uso da

mediação de maneira inovadora.

Não será um trabalho acadêmico clássico, apesar de estar baseado nos diplomas

legais aplicáveis, pois abrangerá a análise dos conflitos subjacentes à execução do

contrato e, para além das soluções hoje já viabilizadas e vislumbradas pelos operadores

desses contratos, inclusive as próprias partes. Espera-se contribuir com uma proposta

inovadora, concretizando-se um uso diferenciado da mediação, extensível a outras

formas de negócios que apresentem complexidade na relação entre as partes.

3. Principais questões a serem enfrentadas

A questão central deste trabalho está na análise dos desafios e incentivos de se

usar a mediação, como ferramenta prévia, para uso em contratos de trato sucessivo e

que estejam sendo formalizados por partes que sejam desiguais, em termos de força

negocial. Pode-se considerar que ao final, os seguintes quesitos estarão respondidos:

a) uso da mediação, de maneira inovadora, como vetor de equalização de

interesses e de equilíbrio, na fase pré-contratual;b) uso da mediação prévia, para mitigação de conflitos potenciais nas

contratações envolvendo partes desiguais, tanto no âmbito privado, como no

âmbito público, neste último caso, considerando as contratações envolvendo

organizações da sociedade civil.c) estruturação do modelo de mediação prévia (âmbito público, com foco nas

organizações da sociedade civil, e privado). d) desafios para a implementação do modelo de mediação prévia, no âmbito

público, nas contratações que envolvam organizações da sociedade civil, e

no âmbito privado; ee) possibilidade de replicação do modelo para outras formas de contratação.

4. Objetivos pretendidos, perspectivas de análise e resultados esperados

Como já referido acima, o cenário atual é de consolidação e de disseminação do

uso da mediação. Pensada como instrumento de efetivação da justiça, harmonização do

interesse das partes e difusão da cultura da solução não adjudicatória dos conflitos,

empodera as partes a buscar uma solução mais adequada, sob a ótica das próprias partes,

das controvérsias que surgem no curso de uma relação contratual.

O objetivo deste trabalho é, partindo da entrada em vigor de legislação que

identifica a mediação como ferramenta para o endereçamento de conflitos, e

considerando a complexidade de relações que se estabelecem em contratos nos quais as

partes, desde a origem da relação contratual, apresentam posições de equilíbrio de

forças bastante tênues, avaliar o seu uso na fase de pré-contratação, visando colocar as

partes em condições de, a partir da conscientização de seus direitos e deveres, dos

objetivos comuns buscados, que levarão à contratação, e dos interesses que

determinaram a sua aproximação, dar efetividade às condições contratadas, bem como

criar um canal de comunicação permanente e efetivo, para o rápido, barato e objetivo

endereçamento das questões que surgirão no curso da execução dos referidos contratos.

Longe de se buscar difundir mais do mesmo, e discutir de maneira bastante

dogmática a aplicação dos textos legais recém-editados, tanto no âmbito da mediação,

como no âmbito da Lei 13.019/14, quer-se projetar uso diferenciado da mediação, em

especial, considerando contratos complexos, como é o caso dos contratos de franquia,

nos quais as diversidades de segmentos abrangidos, bem como a sofisticação (ou não)

do negócio, do valor agregado da marca, determinam um potencial de conflito, assim

como nos contratos típicos, fixados na Lei 13.019/14, para os quais concorrerão os entes

públicos e as organizações da sociedade civil.

Espera-se criar um referencial prático do uso da mediação e a sua recomendação

de uso para outros contratos que apresentem grau de complexidade similar àqueles

objeto deste estudo, tanto no âmbito público como no âmbito privado.

Pretende-se, também, que esse referencial sirva de incentivos às partes para a

utilização da mediação na fase pré-contratual, visando que na execução do contrato, o

endereçamento dos desafios que surgirem dessa execução se dê através de um

mecanismo menos custoso e mais adequado ao interesse das próprias partes, bem como

um balizador das boas práticas para a efetivação de contratos dessa natureza.

Busca-se estabelecer um paradigma sobre o surgimento do conflito, as maneiras

como ele pode ser percebido e tratado, e a adequação de cada uma delas (as

adjudicatórias, como acontece nos processos judiciais ou arbitragem ou as não

adjudicatórias, como a mediação) e a oportunidade de sua utilização, considerando o

aspecto temporal.

Outro objetivo pretendido é a conscientização dos operadores de direito sobre as

vantagens da utilização da ferramenta da mediação, na fase pré-contratual, e não apenas

como um método alternativo de solucionar conflitos já estabelecidos, desde que através

do modelo adequado, em benefício das partes envolvidas.

Um objetivo mediato será a difusão de uma cultura de paz, a partir de uma

comunicação clara, efetiva e aberta, como forma de alterar a realidade violenta e

beligerante que culmina com milhares de ações judiciais e um Judiciário esgotado e

ineficiente.

5. Justificativa da relevância prática e do potencial inovador

A proposta deste trabalho é mitigar as hipóteses dos conflitos que podem surgir

da execução de contratos complexos, através da utilização da mediação como

ferramenta pré-contratual.

A utilização da mediação como ferramenta prévia à própria formalização do

contrato leva em consideração que, no caso de contratos complexos, no momento de

aproximação das partes, ou seja, na fase pré-contratual, o desequilíbrio de forças que o

contrato terá de endereçar já está estabelecido. Desta forma, estão latentes os potenciais

conflitos, os quais se materializarão no primeiro movimento de frustração

experimentado por qualquer um dos agentes.

Essa desigualdade será explicitada a partir da análise fática das relações já

existentes entre os agentes dos contratos de franquia, no âmbito privado, e os agentes

dos contratos públicos, formalizados com organizações da sociedade civil. A percepção,

nestes dois casos, é de que um dos agentes impõem, ao outro, condições que são

admitidas no pressuposto de que o resultado que será alcançado com a execução do

contrato será superior ao custo dessa subsunção.

Porém, na execução contratual, os agentes acabam envolvidos em situação que

denotam uma alocação inadequada de riscos e de ônus, resultando em conflitos que

determinam o rompimento ou a suspensão de negócios e atividades que impactam não

só na relação entre os agentes, mas para uma determinada comunidade.

O custo de negociar-se objetivamente, através da mediação, as condições do

contrato que será estabelecido, deve ser menor do que o experimentado pelos agentes

em conflito, considerando-se, inclusive, a hipótese de uma decisão considerada

inadequada para os agentes.

Através de uma conscientização sobre o equilíbrio de forças que se estabelece

pela via contratual, com a definição clara dos objetivos pelos quais as partes, mesmo em

uma situação de desigualdade evidente desejam estabelecer uma contratação, bem como

a criação de um canal de comunicação permanente e efetivo que visa endereçar os

eventuais conflitos que possam surgir no curso da execução do contrato, delimita o

potencial inovador do uso da mediação como ferramenta prévia à formalização dos

contratos.

O uso da mediação, na fase pré-contratual, portanto, será o fio condutor deste

trabalho, por entender que a normatização da mediação abre inúmeras possibilidades de

atuação, além das práticas atuais.

É importante, desde logo, buscar evidenciar usos adequados aos métodos

alternativos de solução de conflito, em especial, da mediação, recém legislada, como

forma de sensibilizar e capacitar os vários atores que operam o sistema jurídico nacional

(advogados, árbitros, mediadores, juízes e mesmo jurisconsultos), para que haja

efetividade na sua implementação, e os objetivos pelos quais essa forma de

endereçamento de conflitos sejam alcançados e seu uso disseminado.

Com isso o que se quer dizer é que, da mesma forma como ocorre com a

arbitragem, a mediação não está a serviço de toda e qualquer disputa ou conflito. É

preciso que seja aplicada naquelas situações onde, de fato, essa medida pode trazer

efetividade e eficiência e essa é também uma meta do trabalho a ser desenvolvido.

Buscar evitar conflitos os quais terminam por ser terceirizados: levados aos

Tribunais por terceiros – advogados especializados que apresentam demandas e

respostas, visando melhor proteger o interesse de seus clientes – e decidido por terceiros

– juízes que, mesmo a partir da imparcialidade que lhes é imposta, definem uma parte

que será vitoriosa e outra que será a perdedora, distribuindo a justiça de acordo com as

suas próprias convicções e experiências, é relevante para o trabalho que se pretende

desenvolver.

É consenso que a violência e a beligerância são os sinais mais evidentes da

conturbada relação que se estabelece entre as pessoas na atualidade. No mundo dos

negócios esses elementos tornam recorrente a judicialização dos conflitos, e, mais

recentemente, o uso constante dos procedimentos arbitrais.

É preciso, sob essa perspectiva, rever o conceito de acesso à Justiça, bem como

valorizar as alternativas menos custosas aos envolvidos, não só sob o aspecto

econômico, mas, também, sob o aspecto social e pessoal. Nesta perspectiva, a proposta

de se utilizar a mediação como ferramenta prévia à formalização de um contrato, nos

moldes propostos neste trabalho, pode oferecer aos envolvidos uma oportunidade de

qualificar suas expectativas, ajustá-las e, acima de tudo, estabelecer uma forma de

comunicação adequada, de maneira a mitigar os riscos da judicialização ou da própria

frustração dos envolvidos no sucesso do negócio.

6. Fontes de pesquisa e métodos de investigação

O ponto de partida para a elaboração deste trabalho será a pesquisa à legislação e

aos autores de referência, parte dos quais está identificado no item 8 abaixo.

Será também importante uma análise das informações disponíveis sobre o

número de contratos de franquia formalizado nos últimos anos, e se pretende utilizar

como fonte o banco de dados da Associação Brasileira de Franquias, para entender o

cenário desse tipo de contratação e divisar os ramos de atividades nos quais essa prática

é mais frequente. Outra fonte de pesquisa utilizada será a análise de casos estudados no

âmbito da franquia, e que foram objeto de trabalhos de conclusão de curso ou mestrado

e/ou doutorado, nos quais os conflitos existentes, sua origem e forma de solução foram

abordados.

A partir dos dados obtidos dos tipos de negócios de franquias mais recorrentes,

bem como o grau de sofisticação e maturidade de referidos negócios, poderão ser

colhidas junto a franqueadores, franqueados e operadores do direito que são

especialistas neste tipo de contratação, informações para a confirmação do cenário

delineado e da abordagem que se pretende fazer, considerando-se o uso da mediação.

Sob o aspecto da contratação pública, a pesquisa de dados ficará concentrada na

Secretaria da Cultura do Estado de São Paulo, com a consulta às informações

disponíveis sobre os contratos formalizados nos últimos dois anos e aos principais

desafios enfrentados na execução de referidos contratos, bem como na experiência já

vivenciada na área, em razão da atuação como advogada responsável pelo departamento

jurídico de uma organização da sociedade civil que atua há mais de vinte anos em todo

o território nacional, sempre no âmbito do desenvolvimento de projetos em parceria

com Secretarias de Educação.

Também nesse caso, a partir da análise empírica, pode-se considerar a

possibilidade de uma checagem com os atores envolvidos (gestor público,

administradores de organizações da sociedade civil, agentes do tribunal de contas) da

abordagem pretendida com o uso da mediação e confirmação do cenário, em especial,

em relação à expectativa de implementação dos contratos típicos definidos pela Lei

13.019/14.

Finalmente, a análise dos textos científicos sobre os diversos tipos de mediação

será realizada para que se possa sugerir o modelo ou modelos mais adequados, criando-

se o referencial de apoio necessário à utilização da mediação prévia à formalização dos

contratos. Também será estudada a possibilidade de introdução de mecanismos

contratuais (como os conselhos de disputa e/ou o uso de cláusulas escalonadas) para que

se possa, desde logo, dar início ao uso da ferramenta da mediação no equacionamento

de possíveis conflitos.

7. Familiaridade com o objeto, acessibilidade de informações e envolvimento

pessoal

A autora atua há mais de vinte anos na área da propriedade intelectual, focada

em sublicenciamento e gestão de patrimônio intelectual, em especial, marcas, direitos

autorais e obras (de arte, didáticas, paradidáticas).

É sua responsabilidade a definição de estratégias para a valorização e

manutenção das marcas e demais direitos relativos à propriedade intelectual e/ou

industrial na organização onde atua profissionalmente.

Em função de sua exposição e considerando que dois dos atributos mais

relevantes numa contratação de franquia envolvem diretivas de manutenção do valor da

marca, bem como da metodologia do negócio que determinou a aproximação e

contratação entre as partes (franqueador e franqueado), sente-se totalmente preparada

para cuidar das questões que serão trabalhadas sob o aspecto da complexidade do

contrato de franquia.

Acrescente-se o fato do momento atual da organização onde atua, que está

avaliando a implementação de um sistema de franquia para a disseminação de parte das

tecnologias que, ao longo dos últimos vinte anos, desenvolveu e implementou com

sucesso.

Além dessa atribuição, também há quase vinte anos atua como responsável pela

área jurídica de organização da sociedade civil que tem como principal foco de atuação

o desenvolvimento do potencial das novas gerações, através de uma educação de

qualidade para e no Brasil. As atividades dessa organização têm abrangência nacional e

se concentram nas redes públicas de ensino, o que justifica a sua proximidade com a Lei

13.019/14 e sua aplicabilidade.

Desde 2012, a autora é integrante da Câmara de Solução de Disputas da

Associação Brasileira de Propriedade Intelectual – ABPI, tendo sido nomeada como

árbitra, mediadora, e, também, especialista para as questões envolvendo disputas de

nomes de domínio, e outros direitos relacionados à propriedade industrial, mantendo

constante exposição aos temas relacionados à franquia e se aprofundando no estudo das

soluções alternativas de conflitos, sendo que, destas, tem direcionado maior esforço nas

técnicas de mediação.

De acrescentar que tem formação em mediação e conciliação, segundo os

parâmetros determinados pelo CNJ (Conselho Nacional de Justiça), tendo efetuado

estágio no CEJUSC da Barra Funda, para obtenção de sua certificação como mediadora.

Espera-se, dessa forma, alcançar o público que atua diretamente em contratos

considerados complexos, tanto no âmbito público como no âmbito privado, colocando a

mediação no patamar de ferramenta independente e, ao mesmo tempo, complementar

para a formalização desses contratos.

8. Literatura especializada e obras de referência sobre o tema, por ordem

alfabética dos autores

Almeida, Guilherme Assis de. Mediação, proteção local dos direitos humanos e

prevenção da violência. Revista Brasileira de Segurança Pública.2007, Ano 1, Edição 2,

pg.136/149.

Bernard, Daniel Alberto. Como tornar sua empresa uma franquia. Sebrae. 2008

Buchan, Jennifer Mary. Can Franchise Agreements provide relief against

franchisor failure in the contexto of the Commom Law?Australian School of Business

Research Paper 2009, blat 05, http://ssm.com/abstract=1391082

Busch, Robert A. Baruk,, Folger, Joseph P. Mediaton and Social Justice: Risk

and Oportunities. Ohio State Journal on Dispute Resolution. Vol 27:1. 2012. Pg 1/52

Fiss, Owen. Modelos de Adjudicação. Caderno de Direito GV, V.1, N.8,

novembro 2005. Transcrição da apresentação do professor Fiss.

Folger, Joseph P. La Mediacion Transformativa: La Preservaciín del Potencial

Própio de La Mediación en Escenarios de Disputas.

Gamba, Thiago Elius. Franquias: vantagens e oportunidades em sua adesão.

Rio Grande do Sul. Unijui. 2013

Gastañaduy, Alfonso. Franquicias – Opcion de Desarrollo Estratégico. Lima:

Escuela de Administracion de Negocios para Graduados. 2000.

Hofnung, Michelle Guillaime. Que sais-je? Mediation. PUF. 16e. milles.

Leite, R.C. Franchising na criação de novos negócios. 2ª. Edição. São Paulo.

Editora Atlas. 1991.

Machado, Hilka Vier & Espinha, Pedro Guena. Empreendedorismo e

Franchising: uma combinação que garante a sobrevivência? São Paulo. Revista de

Administração Mackenzie. V.11. N.4. 2010

Maemura, Márcia Mitie Durante. Análise de Conflitos e soluções adotadas por

Franquias do Setor Alimentício – um estudo multicaso. Dissertação de Mestrato

apresentada à Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade de Ribeirão Preto

da Universidade de São Paulo. Orientador: Martinelli, Dante Pinheiro. 2009

Maricato, Percival. Franquias: bares, restaurantes, lanchonetes, fast-foods e

similares. São Paulo: Senac. 2006

Mauro, Paulo Cesar. Guia do Franqueado. São Paulo. Editora Nobel. 2007

Mauro, Paulo Cesar. Guia do Franqueador. São Paulo. Editora Nobel. 2006

Mayer, Beeword. The Dynamic of Conflict Resolution – A pratictioners guide.

Ed. Jessey-Bass. 2000. Chapter Nine – Mediation.

Mendelson, Martin. A essência do Franchising. Tradução Francisco Ferreira

Martins e Leila de Natalif. São Paulo. Difusão, Educação e Cultura. 1994

Pla, Daniel de. Tudo sobre Franchising. Rio de Janeiro. Ed. Senac

Prado, Melitha Novoa. Franchising na Real. Relatos sobre Franquias, dicas e

vivência. Alphagraphics.

Prado, Melitha Novoa. Franchising na Alegria e na Tristeza Leunômica, 2008.

Saavedra, Thomaz. Vulnerabilidade do Franqueado no Franchising. Rio de

Janeiro: Editora Lumen Juris. 2005

Sander, Frank E.A. & Rozdeiczer, Lukasz. Selecting an Appropriate Dispute

Resolution Procedure. Detailed Analysis and simplified solution. The Handbook of

Dispute Resolution.

Scott, Robert E & Triantis, George G.. Incomplete Contracts and the Theory of

Contract Design. The John M. Olin Program in Laws and Economics. Working Paper

Series. 2005. Paper 23, and Case Western Reserve Law Review. 56:1 at 4;

http://law.bepress.com/uvalwps/olin/art23

Tocatli, Ferenz Fcher. Franquicias = Exeto, Motivos Y Razones. México:

Somoliano Express, 2006.

9. Sumário preliminar

Introdução

1.- Mediação

1.2. Uso inovador – Mediação Prévia e sua aplicação na formação dos contratos

1.3. Usos Comuns

2. Desafios no Uso da Mediação na formação dos Contratos

2.1. Alocação de custos X alocação de riscos

2.2. Resultados alcançados com o uso mais comum da Mediação X resultados

alcançados com a Mediação Prévia

2.3. Cláusulas para instituição de Conselhos de Disputa (Dispute Board)

2.4. Cláusulas Escalonadas

3. Incentivos para uso da Mediação na fase pré-contratual

3.1. Desequilíbrio de forças

3.2. Contratos de Trato Sucessivo

4.- Análise de casos práticos:

4.1. No âmbito privado, a experiência nos contratos de franquia

4.1.1. Conflitos mais comuns

4.1.2. Formas de Atuação e Resultados Esperados

4.1.3. Desafios para a Implementação da Estrutura Sugerida para contratos entre

entes privados

4.2. No âmbito público, a experiência nos contratos típicos da Lei 13.019/14.

4.2.1. Conflitos mais comuns antes da edição da Lei 13.019/14

4.2.2. Contratos Típicos da Lei 13.019/14 – desafios adicionais

4.2.3. Formas de Atuação e Resultados Esperados

4.1.4. Desafios para a Implementação da Estrutura Sugerida para contratos entre

entes públicos e organizações da sociedade civil

5.- Referencial de Boas Práticas

5.1. Replicabilidade

5.1.1. no âmbito público

5.1.2. no âmbito privado

Conclusão

Referências Bibliográficas

10. Cronograma

TAREFA DESCRITIVO PERÍODO

1. Revisão bibliográfica

(“deal mediation” e

“dispute board”)

Análise dos trabalhos

doutrinários e acadêmicos

disponíveis

01/10/2016 a 02/11/2016

2. Revisão bibliográfica

(Mediação – Usos

Comuns)

Análise dos trabalhos

doutrinários e acadêmicos

disponíveis

03/11/2016 a 02/12/0216

3. Elaboração da

Introdução e do

Capítulo 1

A partir da análise constante

dos itens 1 e 2, minuta

03/012/2016 a 31/01/2017

4. Revisão Bibliográfica

(contratos de trato

sucessivo)

Análise dos trabalhos

doutrinários e acadêmicos

disponíveis

01/02/2017 a 01/03/2017

5. Revisão Bibliográfica

(contratos entre

desiguais)

Análise dos trabalhos

doutrinários e acadêmicos

disponíveis

02/03/2017 a 01/04/2017

6. Elaboração dos

Capítulos 2 e 3

A partir da análise constante

dos itens 4 e 5, minuta

02/04/2017 a 01/05/2017

7. Análise de Caso Prático

- Franquia

Análise de contratos e bases

de dados disponíveis

02/05/2017 a 01/06/2017

8. Análise de Caso Prático

- Franquia

Análise de trabalhos

doutrinários e acadêmicos

disponíveis sobre conflitos

recorrentes

02/06/2017 a 01/07/2017

9. Elaboração do Capítulo

4 - Franquia

A partir da análise constante

dos itens 7 e 8, minuta

02/06/2017 a 01/07/2017

10. Análise de Caso Prático

– Contratos Públicos

Análise de contratos e bases

de dados disponíveis na

Secretaria da Cultura e ONGs

02/07/2017 a 01/08/2017

11. Análise de Caso Prático Análise de trabalhos 02/08/2017 a 01/09/2017

– Contratos Públicos doutrinários e acadêmicos

disponíveis sobre conflitos

recorrentes

12. Elaboração do Capítulo

4 – Lei 13.019/14

A partir da análise constante

dos itens 10 e 11, minuta

02/09/2017 a 01/10/2017

13. Elaboração do

Referencial e

Conclusão

02/10/2017 a 20/10/2017

14. Revisão dos capítulos

elaborados e entrega de

versão provisória

21/10/2017 a 07/11/2017

15. Avaliação em

Seminário

21/12/2017

16. Entrega da versão final 07/03/2018

17. Banca Entre março e maio de 2018

11. Estimativa de horas de dedicação

Período 01/09/2016 a 30/04/2017 – 10 (dez) horas semanais

Período 01/05/2017 a 30/12/2017 – 30 (trinta) horas semanais

Período 01/01/2018 a 03/2018 – o tempo necessário à conclusão do trabalho.