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1 DIREITO EMPRESARIAL EVOLUÇÃO HISTÓRICA Fases: 1. Conceito Subjetivo (Id. Média): mercadores somente os associados estavam sujeitos às normas das corporações; 2. Conceito Objetivo (Sistema Francês 1807-1808): Código de Napoleão Teoria dos Atos de Comércio; 3. Conceito Subjetivo Moderno (Sistema Italiano 1942): Teoria da Empresa O Direito Comercial se originou das corporações medievais (mercadores); Rubens Requião postula que o DC, ao contrário do Civil, é indutivo: primeiro ocorrem os fatos da vida, depois se regulam os mesmos. Primeiros códigos (comerciais) a surgir: Espanha e Portugal (irrelevantes); Em 1807/1808 surge o Código (Comercial) de Napoleão. Sua principal característica é que o Estado passa a regular a questão comercial (corporações perdem poder); Teoria dos Atos de Comércio : principal regra qualquer pessoa podia ser comerciante, desde que praticasse atos de comércio (p.ex., compra e venda de semoventes, atividade bancária etc.); A partir do Código italiano de 1942, a atividade exercida (o conteúdo) deixou de ser relevante, passando a ter relevância a finalidade (atividade que visa lucro); OBS. 1: Concordata = pedida pelo comerciante em momento de crise para adquirir novo prazo para saldar suas dívidas. OBS. 2: Empresa é a atividade econômica organizada. Evolução histórica no Brasil 1) Código Comercial de 1850 (atos de comércio) I Parte (revogada): Parte Geral Do comércio (“comerciante” é quem pratica atos de mercancia); II Parte: Comércio Marítimo III Parte (revogada): Quebras (“falências”); No Código Comercial de 1850 era considerado comerciante quem praticava atos de mercancia. O Regulamento 737/1850 em seu art. 19 trazia uma lista dos atos de comércio: 1. Compra e venda de bens móveis e semoventes; 2. Fabricação de produtos; 3. Bancos; 4. Comércio marítimo; 5. Seguros (proteção contra pirataria e acidentes) 2) Código Civil de 2002

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1

DIREITO EMPRESARIAL

EVOLUÇÃO HISTÓRICA

Fases:

1. Conceito Subjetivo (Id. Média): mercadores – somente os associados estavam sujeitos às normas das

corporações;

2. Conceito Objetivo (Sistema Francês 1807-1808): Código de Napoleão Teoria dos Atos de Comércio;

3. Conceito Subjetivo Moderno (Sistema Italiano 1942): Teoria da Empresa

O Direito Comercial se originou das corporações medievais (mercadores);

Rubens Requião postula que o DC, ao contrário do Civil, é indutivo: primeiro ocorrem os fatos da vida, depois se

regulam os mesmos.

Primeiros códigos (comerciais) a surgir: Espanha e Portugal (irrelevantes);

Em 1807/1808 surge o Código (Comercial) de Napoleão. Sua principal característica é que o Estado passa a regular a

questão comercial (corporações perdem poder);

Teoria dos Atos de Comércio: principal regra qualquer pessoa podia ser comerciante, desde que praticasse atos

de comércio (p.ex., compra e venda de semoventes, atividade bancária etc.);

A partir do Código italiano de 1942, a atividade exercida (o conteúdo) deixou de ser relevante, passando a ter

relevância a finalidade (atividade que visa lucro);

OBS. 1: Concordata = pedida pelo comerciante em momento de crise para adquirir novo prazo para saldar suas

dívidas.

OBS. 2: Empresa é a atividade econômica organizada.

Evolução histórica no Brasil

1) Código Comercial de 1850 (atos de comércio)

I Parte (revogada): Parte Geral – Do comércio (“comerciante” é quem pratica atos de mercancia);

II Parte: Comércio Marítimo

III Parte (revogada): Quebras (“falências”);

No Código Comercial de 1850 era considerado comerciante quem praticava atos de mercancia. O Regulamento

737/1850 em seu art. 19 trazia uma lista dos atos de comércio:

1. Compra e venda de bens móveis e semoventes;

2. Fabricação de produtos;

3. Bancos;

4. Comércio marítimo;

5. Seguros (proteção contra pirataria e acidentes)

2) Código Civil de 2002

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2 - Adotou a Teoria da Empresa;

- Parte Especial, Livro II: Do Direito da Empresa (arts. 966-1195)

- Seguiu o modelo italiano de unificação legislativa (Código Civil italiano de 1942)

AUTONOMIA DA DISCIPLINA

- há um movimento de se entender o D. Empresarial como mera parte do D. Civil;

- todavia, há prevalência na doutrina dos que defendem a dicotomia do D. Privado em: D. Civil e D. Empresarial;

FONTES DO DIREITO EMPRESARIAL

- Primárias: leis empresariais;

- Secundárias: costumes;

MATÉRIA EMPRESARIAL

a) Teoria Geral do Processo Empresarial;

b) Direito Societário;

c) Títulos de Crédito;

d) Direito Econômico;

e) Contratos Empresariais;

f) Propriedade Industrial;

g) Direito Falimentar e Recuperacional

CONCEITOS

Empresa é uma atividade econômica organizada

Uma empresa atinge sua função social quando ela exerce plenamente suas atividades (teoria adotada é a Funcional).

Empresário é o sujeito Pessoa Física (empresário individual) ou Pessoa Jurídica (sociedade empresária ou EIRELI1):

Empresário Individual é pessoa física com CNPJ para fins fiscais. Não é passível de desconsideração da PJ,

pois não há separação patrimonial;

EIRELI foi instituída para possibilitar a criação de PJ com único titular. Exige capital mínimo de 100 (cem)

salários mínimos, não possuindo máximo.

EMPRESÁRIO

1 Empresa Individual de Responsabilidade Limitada, surgida em janeiro de 2012.

Perfis de Alberto Asquini

1. Subjetivo: empresa é igual à pessoa, ao empresário;

2. Funcional: empresa é igual à atividade;

3. Patrimonial: empresa é igual ao estabelecimento;

4. Corporativo: empresa é igual à instituição.

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Conceito:

///////////

Elementos:

- Quem (sujeito PF ou PJ Empresário);

- Profissionalismo (monopólio das informações técnicas/habitualidade);

- Atividade Econômica (o resultado – lucro – pode ser partilhado entre seus titulares);

- Organizada (encadeamento dos fatores de produção2);

- Produção de Bens e serviços

Produção de bens = atividade industrial;

Produção de serviços = prestação de serviços;

- Circulação de Bens e Serviços

Circulação de Bens = comércio/atividade comercial (compra e venda de mercadorias);

Circulação de Serviços = intermediação de serviços (p.ex. a CVC que vende serviços de terceiros);

Sujeito PF Empresário individual

PJ EIRELI

Sociedade Empresária

PJ de direito privado:

I. Associações II. Sociedades Empresária (empresarial)

Simples – S/S (Civil)

III. Fundações IV. Org. Religiosas V. Partidos políticos

VI. EIRELI Sociedade Empresária = P.J. que exerce atividade lucrativa Sociedade Simples = P.J. que exerce função intelectual

Questões apresentadas em aula:

2 São fatores de produção: 1) capital; 2) mão de obra; 3) insumos e equipamentos; e 4) tecnologia

“Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a

produção ou circulação de bens ou de serviços” (art. 966 CC).

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1. Todo empresário é PJ? R. NÃO, pois existe a figura do empresário individual.

2. Toda PJ é Empresária? R. NÃO, pois há PJ’s sem fim econômico e também as sociedades simples.

OBS. Abuso = desvio de finalidade / confusão patrimonial

CAPACIDADE PARA O EXERCÍCIO DA ATIVIDADE EMPRESARIAL

1. EMPRESÁRIO INDIVIDUAL

Capacidade civil:

O incapaz3 não pode constituir atividade empresarial , mas pode continuar (representado ou assistido, cf. art. 974

CC) atividade iniciada enquanto capaz ou transmitida por herança, mediante autorização judicial (juiz analisa a

viabilidade do negócio e seu risco para proteger o incapaz) por meio de alvará4 que deverá ser averbado na Junta

Comercial;

Quem representa o incapaz? Em regra, o representante ou assistente (para menor, os pais; para maior, várias

opções na falta dos pais). Se o representante ou assistente for legalmente impedido, deverá solicitar a nomeação de

um gerente (exceção).

Ausência de impedimentos:

O impedido não é incapaz.

São impedidos (o impedimento é legal):

a) Falido: o Empresário Individual (EI) falido está impedido de ser EI (a falência deve ser decretada pelo juiz)

enquanto não resolver a situação;

b) Leiloeiro: exerce função pública;

c) Aqueles que têm impedimento relacionado à profissão;

2. SOCIEDADE EMPRESÁRIA

Capacidade civil (art. 974, §3)

O incapaz só poderá ser sócio se apresentar três requisitos:

1) Não pode administrar;

2) Capital deve estar integralizado;

3) Representado ou assistido;

Ausência de impedimentos (art. 977 CC)

3 A situação do incapaz gera o dever de prestar contas.

4 Alvará é todo documento que serve para representar uma autorização judicial.

EMPRESA = Atividade

EMPRESÁRIO = Sujeito

EMPRESÁRIO = Sujeito

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5 Todo aquele que está impedido de ser EI, também está impedido de ser sócio-administrador.

Em regra, não há impedimentos para ser sócio-investidor.

Impedimentos do art. 977 – NÃO podem ser sócios:

a) Cônjuges em regime de:

Comunhão universal (não dá para fazer separação patrimonial);

Separação obrigatória (a sociedade poderia ser utilizada para alcançar comunhão dos bens);

O PEQUENO EMPRESÁRIO (LC 123/2006)

ESPÉCIES:

- ME – Receita Bruta Anual (RBA) de até R$ 360 mil;

- EPP – RBA superior a R$ 360 mil até R$ 3,6 milhões;

- MEI – RBA de até R$ 60 mil;

Qualquer um (Pessoa Física – EI, ou Pessoa Jurídica – EIRELI ou Sociedade Empresária) pode ser ME ou EPP.

Só pode ser MEI (microempreendedor individual) o empresário individual (PF) com RBA de até R$ 60 mil. Permite o

sobrefaturamento de até 20% na RBA sem perda do enquadramento. Pode ter até 01 (um) funcionário.

EXCLUÍDOS

1. Sociedade por ações;

2. Sociedades que trabalham com atividades financeiras;

3. Cooperativas (possuem legislação específica);

4. PJ’s que pertençam a um grupo econômico.

BENEFÍCIOS

SIMPLES: sistema unificado de pagamento de tributos (questão fiscal);

Sócio Investidor: participa somente do capital da empresa

Sócio Administrador: participa diretamente dos negócios (decisões) da empresa

REPRESENTANTE: NO LUGAR DE

ASSISTENTE: JUNTO DE

Critério para definição da Pequena Empresa = Receita Bruta Anual (RBA).

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1) O pequeno empresário está dispensado do levantamento das demonstrações contábeis;

2) O MEI está dispensado de escriturar os livros comerciais. As ME/EPP só devem escriturar o livro-caixa

(movimentação financeira) – incentivo do Estado a um mínimo controle.

ATIVIDADE ECONÔMICA

Em regra geral é sempre empresarial;

Antes do Código Civil 2002

1. Comerciante (Cód. Com. 1850);

2. Serviços (CC 1916);

3. Sociedade Civil (S/C) – não existe mais;

Qual a diferença de ser empresarial e civil hoje?

R. Possibilidade de requerer recuperação judicial e de ter a falência decretada.

ATIVIDADES ECONÔMICAS CIVIS

a) Profissional intelectual (art.966, § único):

Não há uma lista fechada de ocupações (advogado, médico, dentista, artista etc.)

Individual = profissional liberal ou autônomo;

Coletiva = sociedade simples (S/S)

OBS.: S/S pode ser limitada (LTDA.)

O registro das S/S se dá no RCPJ (Registro Civil de Pessoa Jurídica).

Quando a atividade intelectual perde o caráter de pessoalidade (insere-se, p.ex., numa organização), ela se torna

empresarial (a atividade “ganha” independência em relação a quem a exerce).

Essa regra não vale para o advogado.

b) Profissional Rural

Pode escolher se registrar (na Junta Comercial) – nesse caso se submete às mesmas regras dos empresários;

Recolhe impostos de igual maneira (pelo teor da atividade);

c) Cooperativas (Lei 5764/71):

Cooperados são os profissionais de determinada área de atuação que se reúnem com objetivo de obter

remuneração por seu trabalho;

Por força de lei, são consideradas sociedades simples (art. 982, § único);

É a única sociedade simples a ser registrada na Junta Comercial;

Não se enquadram as cooperativas de crédito.

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7 OBRIGAÇÕES COMUNS AOS EMPRESÁRIOS

1) REGISTRO

Finalidade (art. 1º):

1. Dar publicidade e garantia;

2. Facilitar a fiscalização estatal;

3. Matricular/cancelar agentes auxiliares do comércio;

Sistema nacional de registro de empresas mercantis

a) DNRC (Ministério da Indústria) = órgão supervisor – normatiza os procedimentos adotados pelas Juntas e

os supervisiona;

b) Junta Comercial = órgão estadual, vinculado administrativamente ao Governo do Estado, e tecnicamente

ao DNRC – executa os registros;

Atos de Registro

a) Inscrição (967-969 CC): é o ato de registro do Empresário Individual;

b) Arquivamento (art. 32): é o ato de registro da sociedade empresária

a. O registro, neste caso, é o arquivamento do Contrato / Estatuto na Junta (NIRE);

b. O arquivamento deve ser realizado em até 30 dias da assinatura do documento (passado esse

período, a dato da ato será a do arquivamento – e não a do ato mesmo);

c) Matrícula (art. 32): é o ato de registro dos agentes auxiliares do comércio;

a. Hipóteses: tradutor – intérprete – leiloeiro – trapicheiro – administrador de armazéns gerais;

b. Se há matrícula, não há empresário;

d) Autenticação (art. 32): é o ato de registro dos livros comerciais

e) Ausência de registro (art. 32): o registro tem natureza declaratória;

a. Empresário irregular = Empresário Individual sem registro;

b. Sociedade em comum = sociedade empresária que não possui registro;

f) Inatividade (art. 60): todo empresário que em 10 anos não realizar nenhum arquivamento será

considerado inativo;

a. Depende de prévia notificação por parte da Junta;

b. Finalidade: liberação do nome empresarial;

NIRE = número de inscrição no registro de empresa

Empresário Individual pode abrir filial?

R. Sim (art. 969). Se for no mesmo estado, basta fazer a averbação. Se for em outro estado, deve levar o registro

original, que depois será averbado.

Se empresário individual quiser arrumar sócio, pode?

R. Sim, bastando solicitar transformação.

2) ESCRITURAR5 OS LIVROS COMERCIAIS

5 Escriturar é o mesmo que registrar no livro

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a. Tarefa do contador;

b. Finalidades:

i. Auxiliar o Estado a fiscalizar;

ii. Auxiliar o empresário na gerência do seu negócio

c. Tipos de livros:

i. Obrigatórios – comuns e especiais

ii. Facultativos

d. Livros obrigatórios:

i. Comum (todos devem possuir): trata-se do livro-diário6;

ii. Especiais (somente para algumas classes de empresários): “quem emite duplicatas”, o livro

das S.A.;

e. Livros facultativos: não são obrigatórios!!! (kkkkkkk). Exemplo é o livro-caixa, obrigatório somente

para as ME e EPP;

f. Regularidade (1181-1183):

i. Condições de validade no art. 1183;

ii. Todo livro deve ser registrado na Junta (autenticação);

g. Exibição (art. 1190-1193):

i. Os livros são documentos sigilosos (interessam somente ao empresário);

ii. Quando devem ser exibidos:

1. Para autoridades fazendárias;

2. Com autorização judicial, nos casos previstos no caput do 1191;

h. Guarda (art. 1194):

i. Pelo prazo de prescrição ou decadência do direito que conta no livro (não há prazo único);

3) LEVANTAR PERIODICAMENTE AS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS (BALANÇOS)

a. Para que serve? Para verificar o andamento/situação

b. Espécies:

i. Balanço7 patrimonial (art. 1188): reflete a situação do ativo8 e passivo9 do empresário

(solvente = A P; insolvente = AP);

ii. Balanço de resultado econômico (art. 1189): verificar se naquele ano o empresário teve

lucro10 ou prejuízo;

c. Consequências da ausência de registro:

i. Não pode pedir recuperação judicial;

ii. Não pode pedir a falência de outro empresário;

iii. Não pode ter os livros autenticados;

OBS.: pode ter a própria falência decretada (sanção).

NOME EMPRESARIAL (art. 1155-1168)

6 EXCEÇÃO: MEI, se ME ou EPP só tem obrigatoriedade de possuir o livro-caixa.

7 Balanços devem ser levantados periodicamente, geralmente uma vez ao ano.

8 Ativo = bens e direitos.

9 Passivo = obrigações.

10 Lucro é a diferença entre a receita e a despesa.

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9 Direito de personalidade do empresário

Conceito: é o elemento de identificação do empresário, da sociedade empresário ou da EIRELI.

Espécies:

1. FIRMA INDIVIDUAL: é a espécie de nome empresarial adotada pelo empresário individual. É composta pelo

nome civil do empresário individual, acompanhado ou NÃO, do ramo de atividade;

2. FIRMA SOCIAL OU RAZÃO SOCIAL: é a espécie de nome adotada por sociedades empresárias. É composta

pelo nome civil dos sócios, acompanhado ou NÃO, do ramo de atividade;

3. DENOMINAÇÃO: também é espécie de nome empresarial utilizado por sociedade. É composta por qualquer

expressão acompanhada necessariamente pelo ramo de atividade.

OBS.: razão social é uma espécie de nome empresarial.

O nome fantasia é o título do estabelecimento. É protegido pela Lei de Propriedade Industrial.

Tipos de Sociedade (Direito Societário – matéria do próximo semestre):

1. Nome Coletivo

2. Comandita Simples

3. Comandita por ações (C/A)

4. Limitada (LTDA.)

5. Anônima (S/A ou Cia.)

Razão Social pode ser adotada pelos Nº 1, 2, 3 e 4

Denominação pode ser adotada pelos Nº 3, 4 e 5

OBS₁: quando houver ações não pode ser ME ou EPP;

OBS₂: S/A só pode ser por denominação;

OBS₃: pode haver razão social com “Cia” como, p.ex., “Fulano & Cia”. Nesse caso, a Cia se refere à pluralidade de

sócios;

OBS₄: a EIRELI pode adotar tanto firma quanto denominação (art. 980-A)

PRINCÍPIOS:

1º) NOVIDADE: Deve ser diferente – no som ou na grafia – de qualquer outro registrado (1º passo é fazer “pesquisa

de nome”)

A partir do registro, o nome passa a ser registrado no âmbito estadual (a abrangência da proteção pode ser

estendida para o âmbito nacional, mediante requisição);

2º) VERACIDADE: o nome empresarial deve refletir a situação de fato do empresário e ou sociedade;

Se há alteração na atividade, deve haver alteração no nome;

O sócio que falecer ou se retirar deve ter seu no me excluído da firma social;

OBS.: em casos de notoriedade, o nome do sócio retirado pode seguir sendo utilizado, mediante autorização;

NOME (Junta) ≠ MARCA (INPI) ≠ NOME FANTASIA (não tem órgão de registro)

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10 Alienação11: Direito de Personalidade = inalienável (nome não pode ser vendido); Título e marca podem ser

alienados;

Legislação

Art. 1.155. Considera-se nome empresarial a firma ou a denominação adotada, de conformidade com este Capítulo, para o exercício de empresa. Parágrafo único. Equipara-se ao nome empresarial, para os efeitos da proteção da lei, a denominação das sociedades simples, associações e fundações. Art. 1.156. O empresário opera sob firma constituída por seu nome, completo ou abreviado, aditando-lhe, se quiser, designação mais precisa da sua pessoa ou do gênero de atividade. Art. 1.157. A sociedade em que houver sócios de responsabilidade ilimitada operará sob firma, na qual somente os nomes daqueles poderão figurar, bastando para formá-la aditar ao nome de um deles a expressão "e companhia" ou sua abreviatura. Parágrafo único. Ficam solidária e ilimitadamente responsáveis pelas obrigações contraídas sob a firma social aqueles que, por seus nomes, figurarem na firma da sociedade de que trata este artigo. Art. 1.158. Pode a sociedade limitada adotar firma ou denominação, integradas pela palavra final "limitada" ou a sua abreviatura. § 1o A firma será composta com o nome de um ou mais sócios, desde que pessoas físicas, de modo indicativo da relação social. § 2o A denominação deve designar o objeto da sociedade, sendo permitido nela figurar o nome de um ou mais sócios. § 3o A omissão da palavra "limitada" determina a responsabilidade solidária e ilimitada dos administradores que assim empregarem a firma ou a denominação da sociedade. Art. 1.159. A sociedade cooperativa funciona sob denominação integrada pelo vocábulo "cooperativa". Art. 1.160. A sociedade anônima opera sob denominação designativa do objeto social, integrada pelas expressões "sociedade anônima" ou "companhia", por extenso ou abreviadamente. Parágrafo único. Pode constar da denominação o nome do fundador, acionista, ou pessoa que haja concorrido para o bom êxito da formação da empresa. Art. 1.161. A sociedade em comandita por ações pode, em lugar de firma, adotar denominação designativa do objeto social, aditada da expressão "comandita por ações". Art. 1.162. A sociedade em conta de participação não pode ter firma ou denominação. Art. 1.163. O nome de empresário deve distinguir-se de qualquer outro já inscrito no mesmo registro. Parágrafo único. Se o empresário tiver nome idêntico ao de outros já inscritos, deverá acrescentar designação que o distinga. Art. 1.164. O nome empresarial não pode ser objeto de alienação. Parágrafo único. O adquirente de estabelecimento, por ato entre vivos, pode, se o contrato o permitir, usar o nome do alienante, precedido do seu próprio, com a qualificação de sucessor. Art. 1.165. O nome de sócio que vier a falecer, for excluído ou se retirar, não pode ser conservado na firma social. Art. 1.166. A inscrição do empresário, ou dos atos constitutivos das pessoas jurídicas, ou as respectivas averbações, no registro próprio, asseguram o uso exclusivo do nome nos limites do respectivo Estado. Parágrafo único. O uso previsto neste artigo estender-se-á a todo o território nacional, se registrado na forma da lei especial. Art. 1.167. Cabe ao prejudicado, a qualquer tempo, ação para anular a inscrição do nome empresarial feita com violação da lei ou do contrato. Art. 1.168. A inscrição do nome empresarial será cancelada, a requerimento de qualquer interessado, quando cessar o exercício da atividade para que foi adotado, ou quando ultimar-se a liquidação da sociedade que o inscreveu.

ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL

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Alienar é transferir a propriedade.

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11 Conceito:

Aviamento: é o valor agregado ao estabelecimento em razão de sua organização (= fundo de comércio – às vezes é

utilizado como sinônimo de estabelecimento);

Pode ser arrendado (alugado);

Alienação (trespasse) = contrato de venda do estabelecimento comercial;

REQUISITOS (1144-1145):

1. Contrato escrito, arquivado na Junta e publicado na imprensa oficial (Diário Oficial);

2. Se o alienante (vendedor) não deixar bens suficientes para solver o seu passivo, deverá obter a

concordância dos credores;

a. O contrato será ineficaz em relação aos credores (não sendo cumprido o nº 2);

SUCESSÃO

O adquirente responde por todas as dívidas do alienante desde que regularmente contabilizadas;

Pelo prazo de 1 ano, adquirente e alienante ficam solidariamente responsáveis pelas dívidas;

NÃO RESTABELECIMENTO (art. 1147):

Art. 1147. Não havendo autorização expressa, o alienante do estabelecimento não pode fazer concorrência ao adquirente, nos cinco anos subseqüentes à transferência.

Parágrafo único. No caso de arrendamento ou usufruto do estabelecimento, a proibição prevista neste artigo persistirá durante o prazo do contrato.

SUB-ROGAÇÃO (art. 1148):

Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a transferência importa a sub-rogação do adquirente nos contratos

estipulados para exploração do estabelecimento, se não tiverem caráter pessoal, podendo os terceiros rescindir o

contrato em noventa dias a contar da publicação da transferência, se ocorrer justa causa, ressalvada, neste caso, a

responsabilidade do alienante.

CESSÃO DE CRÉDITO (art. 1149):

Art. 1.149. A cessão dos créditos referentes ao estabelecimento transferido produzirá efeito em relação aos respectivos devedores, desde o momento da publicação da transferência, mas o devedor ficará exonerado se de boa-fé pagar ao cedente.

PONTO COMERCIAL

Conjunto/complexo de bens1 (organizados) que o empresário reúne para exploração de sua

atividade econômica.

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12 Conceito: é o local onde o empresário exerce a sua atividade (é um bem incorpóreo);

Não é o imóvel, mas a localização;

Direito de Inerência ao ponto: é o direito de permanecer no local no caso de imóvel alugado, serve para garantir o

direito do empresário de manter seu ponto;

Locação empresarial – Ação Renovatória de Locação12 (serve para garantir o direito de inerência)

Requisitos (Lei 8.245/91, art. 51)

a) O contrato de locação deve ser celebrado por escrito;

b) O contrato de locação deve ter prazo determinado de, no mínimo, 5 anos;

a. Prazos menores intercalados que completem o prazo mínimo;

b. Ao menos 3 anos na mesma atividade;

c) O empresário deve exercer a mesma atividade há pelo menos 3 anos;

Prazo decadencial: entre 1 ano a 6 meses do término do prazo contratual se a ação não for proposta no prazo legal,

o locatário perde o direito à renovação;

Exceção13 de retomada (art. 52 e 71): é a defesa que o locador apresenta na ação renovatória:

Razões que podem ser apresentadas:

1. Uso próprio;

2. Transferência de estabelecimento pertencente ao cônjuge, ascendente ou descendente do locador desde

que existente há + de 1 ano;

3. Realização de obras determinadas pelo poder público ou que impliquem em valorização substancial do

imóvel;

4. Melhor proposta de 3º;

5. Insuficiência da proposta apresentada;

Direito de indenização pela perda do ponto (art. 52,§ 3):

Art. 52. O locador não estará obrigado a renovar o contrato se:

3º O locatário terá direito a indenização para ressarcimento dos prejuízos e dos lucros cessantes que tiver que arcar com mudança, perda do lugar e desvalorização do fundo de comércio, se a renovação não ocorrer em razão de proposta de terceiro, em melhores condições, ou se o locador, no prazo de três meses da entrega do imóvel, não der o destino alegado ou não iniciar as obras determinadas pelo Poder Público ou que declarou pretender realizar

A indenização deverá ser paga pelo locador ao empresário locatório, nas hipóteses:

- melhor proposta de 3º;

- se as obras não forem iniciadas no prazo de 3 meses

Shopping Center: o locador não pode alegar 1) Uso próprio, e 2) transferência de estabelecimento;

12

Na petição inicial, o locatário deve apresentar a proposta de renovação. 13

No Direito Civil, exceção significa defesa.