71
1 Apontamentos de aula por James Jesser Rodgher e José Roberto Monteiro 30/01 Recuperação de empresas (lei 11.101/05) Teoria dos atos de comércio Teoria de Empresas Cod. Comercial 1850 Cod. Civil 2002 Elementos para identificação dos SUJEITOS das regras do direito comercial. O comerciante é caracterizado pelos atos de comercio que desenvolve. elementos para identificação do EMPRESÁRIO das regras do direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre – 2014 Prof. Marcelo Cometti

Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

  • Upload
    doannhu

  • View
    215

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

1

Apontamentos de aula por James Jesser Rodgher e José Roberto Monteiro

30/01 –

Recuperação de empresas (lei 11.101/05)

Teoria dos atos de comércio Teoria de Empresas Cod. Comercial 1850 Cod. Civil 2002 Elementos para identificação dos

SUJEITOS das regras do direito comercial. O comerciante é caracterizado pelos atos de comercio que desenvolve.

elementos para identificação do EMPRESÁRIO das regras do direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC

Direito Falimentar 7º semestre – 2014 Prof. Marcelo Cometti

Page 2: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

2

Forma Atividade Empresarial Profissionalismo

(Habitual + Pessoalidade) Produção Bens Empresário Atividade Econômica ou (Fins Lucrativos) Circulação Serviços

Organizado

(fatores necessários para atividade Empresaria) Capital Insumos Mão de Obra

1) EMPRESÁRIO: Nos termos do Art. 1 da lei 11/101/05, somente o empresário (individual, sociedade empresária, EIRELI) poderá pleitear a recuperação judicial ou extrajudicial de sua empresa. Nos termos do Art. 966,CC, empresário é aquele que exerce profissionalmente uma atividade empresarial (produção ou circulação de bens ou serviços), com fins lucrativos e de modo organizado. Exceções: Ressalta-se entre tanto que não será considerado empresário, ainda que para tanto, atue com profissionalismo, fins lucrativos e de modo organizado as pessoas que exerçam as seguintes atividades: a) atividade intelectual, Art. 966, Parágrafo Único, CC Não é considerado empresário, quem exerce uma atividade intelectual de natureza científica, de natureza literária ou artística. Salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa.

Art. 1o, da lei 11.101/05 - Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.

Art. 966, CC Considera-se empresário quem exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.

Page 3: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

3

Parágrafo único. Não se considera empresário quem exerce profissão intelectual, de natureza científica, literária ou artística, ainda com o concurso de auxiliares ou colaboradores, salvo se o exercício da profissão constituir elemento de empresa

Elemento de empresa: Significa ser parcela dessa atividade e não a atividade em si, isoladamente considerada. É o caso, por exemplo, do médico que agrega a prática da medicina um “SPA”, onde ao paciente se oferece repouso e alimentação; do veterinário que, além do seu oficio, em uma pet shop vende ração para os animais, medicamentos, bem como hospeda os animais na viagem de seus donos. Exemplos: -Doutor João, Cirurgião proprietário de uma clínica médica, em que ele atua como médico (fazendo atendimento) com demais outros médicos. Não é considerado empresário. -Doutor João, Cirurgião proprietário de uma clínica médica, em que ele somente administra a clínica. É considerado empresário, pois possui elemento de empresa, ele esta desempenhando a função de administrador. Link para o artigo elemento de empresa: http://www.cartaforense.com.br/conteudo/artigos/desmitificando-o-elemento-de-empresa-na-atividade-intelectual-exercida-pelo-empresario/11958

2) ATIVIDADE RURAL: Art. 971,CC – Não será considerado empresário quem exercer uma atividade rural e não houver optado por sua inscrição na junta comercial.

Art. 971, CC - O empresário, cuja atividade rural constitua sua principal profissão, pode, observadas as formalidades de que tratam o art. 968 e seus parágrafos, requerer inscrição no Registro Público de Empresas Mercantis da respectiva sede, caso em que, depois de inscrito, ficará equiparado, para todos os efeitos, ao empresário sujeito a registro.

Requerer sua inscrição na Junta Comercial Atividade Rural Requerer a sua inscrição no Cartório

Page 4: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

4

31/01 –

Recuperação Empresarial

Empresários (Art. 1, da lei 11.101/05)

Pessoa Física Empresário Individual Sociedade Empresária Pessoa Jurídica EIRELI

Art. 1o, da lei 11.101/05 - Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor.

Exceções (Art. 2, da lei 11,101/05)

Empresários Excluídos Empresas Públicas

Inciso I Sociedade de economia mistas Instituições Financeiras (ex. Bancos) Inciso II Seguradoras Operadoras de Plano de Saúde Entidades Previdência (...)

Art. 2o, da lei 11.101/05 Esta Lei não se aplica a: I - empresa pública e sociedade de economia mista; II - instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de

Page 5: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

5

previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.

Breve Histórico

Lei 11.101/05 Recuperação de Empresas

Dilação 24 meses Decreto Lei 7.661/45 Concordata

Remissão de 50% A recuperação de empresas, foi introduzida em nosso ordenamento jurídico pela lei 11.101/05 em substituição a concordata. A recuperação de empresas tal como a concordata, tem por objeto auxiliar o empresário devedor a superar a situação de crise econômica financeira pela qual atravessa, preservando assim a fonte produtora, empregos e interesses de credores. Diferenças:

1) ANUÊNCIA DOS CREDORES: Diferentemente da concordata, o empresário em crise, somente terá acesso a recuperação de sua empresa se houvera concordância de seus credores ao plano de recuperação por ele apresentado.

Judicial Plano de Recuperação Extrajudicial

2) MEIOS PARA A RECUPERAÇÃO: Diferentemente da concordata, na recuperação de empresas, o empresário é livre para apresentar aos credores, os instrumentos que entende necessários para efetiva recuperação de sua atividade. Exemplificado no Art. 50 da lei 11.101/05.

Art. 50 da lei 11.101/05 - Constituem meios de

recuperação judicial, observada a legislação pertinente a cada caso, dentre outros:

Page 6: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

6

I - concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou vincendas; II - cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos sócios, nos termos da legislação vigente; III - alteração do controle societário; IV - substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação de seus órgãos administrativos; V - concessão aos credores de direito de eleição em separado de administradores e de poder de veto em relação às matérias que o plano especificar; VI - aumento de capital social; VII - trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade constituída pelos próprios empregados; VIII - redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva; IX - dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem constituição de garantia própria ou de terceiro; X - constituição de sociedade de credores; XI - venda parcial dos bens; XII - equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer natureza, tendo como termo inicial a data da distribuição do pedido de recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos contratos de crédito rural, sem prejuízo do disposto em legislação específica; XIII - usufruto da empresa; XIV - administração compartilhada; XV - emissão de valores mobiliários; XVI - constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em pagamento dos créditos, os ativos do devedor. § 1o Na alienação de bem objeto de garantia real, a supressão da garantia ou sua substituição somente serão admitidas mediante aprovação expressa do credor titular da respectiva garantia. § 2o Nos créditos em moeda estrangeira, a variação cambial será conservada como parâmetro de indexação da correspondente obrigação e só poderá ser afastada se o credor titular do respectivo crédito aprovar expressamente previsão diversa no plano de recuperação judicial.

Page 7: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

7

3) MODALIDADES: Diferentemente da concordata que era exclusivamente judicial, a recuperação de empresas poderá se dar judicialmente (Art. 47 à 74 da lei 11.101/05) ou Extrajudicialmente (Art. 161 à 167 da lei 11.101/05)

4) MOMENTO: A recuperação de empresas, somente poderá ser requisitada pelo empresário devedor, antes da decretação de sua falência, portanto diferentemente da concordata, a recuperação de empresas já mais poderá ser pleiteada no curso do processo falimentar.

Questão para seminário (entregar na próxima aula) A cooperativa de calçado Itambé, está desde janeiro de 2013 com dificuldades financeiras. Em julho, deixou de cumprir com obrigações junto a diversos bancos detentores de crédito superior a R$ 400.000,00. Em vista da situação descrita, a cooperativa cujo patrimônio líquido é negativo, lhe procura para uma consulta jurídica sob a possibilidade de elaboração de plano de recuperação judicial. Os representantes da cooperativa, informaram que sua constituição ocorreu em 10/01/2012, e seus atos constitutivos estão arquivados na JUCESP desde 30/01/2012.

Page 8: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

8

Art. 44,CC Cooperativas – Simples Nome Coletivo (Art. 1039/1044,CC) Personificada Comandita Simples (Art. 1045/1051,CC) Espécies: Limitada (Art. 1052/1087,CC) *Sociedades 1)Empresária (≠art. 982 - objeto) Sociedade Anônima (Art. 1088/1089 – lei 6.404/76) 2)Simples Comandita por ações (Art.1090/1092 – lei 6.404/76) Simples (Art. 997/1033,CC) Não Personificada

Associações Dir. Comercial Fundações Sem Fins Lucrativos Direito Privado Organizações Religiosas Empresário (≠ regime jurídico) Partidos Políticos Sociedades* Fins Lucrativos EIRELI Pessoas Jurídicas Direito Público

Page 9: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

9

06/02 RECUPERAÇÃO JUDICIAL

Não Havendo Objeção Juiz irá conceder a Recuperação Judicial

Havendo Objeção Juiz Convocará Assembleia Aprovação (Parcial/Total) de credores Rejeição

Convolação da ação judicial em falência Se não apresentar em 60 dias o plano de recup. Judicial

60 dias para apresentar o seu plano de recuperação

30 dias para a apresentação das objeções dos credores

Page 10: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

10

Art. 58 da lei 11.101/05 – CramDown - Permite a concessão do plano de recuperação, mesmo com a rejeição da assembleia, desde que obedeça os requisitos.

Page 11: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

11

1) Recuperação Judicial

a) Pedido de Recuperação Judicial

Quem tem Legitimidade? Art. 1 da lei 11.101/05 - Somente o empresário poderá requerer a recuperação judicial de sua empresa. Para tanto, deverá preencher os requisitos do art. 48 da lei 11.101/05 a saber:

Estar exercendo regularmente sua atividade empresária a de 2 anos. Obs.Art. 48 da lei 11.101/05, foi acrescentada o §2 pela lei 12.873/13. Quem exerce atividade rural e tenha optado pela inscrição no cartório, poderá transferir a sua inscrição para a junta comercial e solicitar a recuperação judicial, desde que se comprove 2 anos de sua atividade através de declaração de informação econômica-fiscal.

Não ser falido, mas se o foi, esta devidamente reabilitado.

1981 1986 1995 2001 2004

Não tenha sido, nem ter administrador que tenha sido condenado por crime falimentar.

1981 1986

Falência Encerrada Falência

Reabilitação – Declaraçao por sentença da extinção de todas as obrigações

Falência

Crime Falimentar

Page 12: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

12

Não ter a menos de 5 anos, obtido a concessão da recuperação judicial de sua empresa ou não ter há menos de 8 anos, a concessão da recuperação judicial com base em plano especial para micro empresas e empresas de pequeno porte.

b) Juízo Competente

Filial (armazém exportação) Belém (PA) Sede Social - 1 diretor / 1 Funcionário Recife (PE)

Filial – 3 diretores / 150 empregados / parque industrial Guarulhos (SP) Art. 3 da lei 11.101/05 – É entendimento predominante na doutrina e na jurisprudência. O principal estabelecimento é o centro de tomada de decisões, em que se encontra a maior parte dos administradores e consequentemente empregados, credores e ativo. Permitindo assim a economia processual quanto a tramitação do processo.

Art. 1o, , da lei 11.101/05 - Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor. Art. 3o, , da lei 11.101/05 - É competente para homologar o plano de recuperação extrajudicial, deferir a recuperação judicial ou decretar a falência o juízo do local do principal estabelecimento do devedor ou da filial de empresa que tenha sede fora do Brasil. Art. 48, , da lei 11.101/05 -Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça

Page 13: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

13

regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: I – não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; II – não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; III – não ter, há menos de 8 (oito) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; IV – não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei.

§ 1o A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente.

§ 2o Tratando-se de exercício de atividade rural por pessoa jurídica, admite-se a comprovação do prazo estabelecido no caput deste artigo por meio da Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica - DIPJ que tenha sido entregue tempestivamente. Art. 52, da lei 11.101/05 - Estando em termos a documentação exigida no art. 51 desta Lei, o juiz deferirá o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato: III – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor, na forma do art. 6o desta Lei, permanecendo os respectivos autos no juízo onde se processam, ressalvadas as ações previstas nos §§ 1o, 2o e 7o do art. 6o desta Lei e as relativas a créditos excetuados na forma dos §§ 3o e 4o do art. 49 desta Lei. Art. 58, da lei 11.101/05 - Cumpridas as exigências desta Lei, o juiz concederá a recuperação judicial do devedor cujo plano não tenha sofrido objeção de credor nos termos do art. 55 desta Lei ou tenha sido aprovado pela assembléia-geral de credores na forma do art. 45 desta Lei. § 1o O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que não obteve aprovação na forma do art. 45 desta Lei, desde que, na mesma assembléia, tenha obtido, de forma cumulativa: I – o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de todos os créditos presentes à assembléia, independentemente de classes; II – a aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos termos do art. 45 desta Lei ou, caso haja somente 2 (duas) classes com credores votantes, a aprovação de pelo menos 1 (uma) delas;

Page 14: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

14

III – na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um terço) dos credores, computados na forma dos §§ 1o e 2o do art. 45 desta Lei. § 2o A recuperação judicial somente poderá ser concedida com base no § 1o deste artigo se o plano não implicar tratamento diferenciado entre os credores da classe que o houver rejeitado.

07/02 –

a) Pedido de Recuperação Judicial Legitimidade (art.1) e Requisitos (art.48)

Juízo Competente

????????

O pedido de recuperação judicial, deverá conter a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões de sua crise econômica financeira, sendo ainda instruído pelos seguintes documentos:

1) Demonstrações financeiras ( balanço patrimonial, demonstração de

resultados econômicos, relatório gerencial de fluxo de caixa e sua projeção), relativas aos 3 últimos anos de exercícios sócias.

2) Relação de todos os credores, com a indicação do valor de cada crédito e sua natureza.

3) Relação de empregados, com a indicação das respectivas funções e salários.

4) Certidão expedida pelo registro público de empresas mercantis, a cargo da junta comercial.

5) Relação dos bens particulares dos sócios controladores e administradores do devedor.

6) Extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais aplicações.

7) Certidões expedidas pelos cartórios de protesto das comarcas em que o devedor esteja sediado e de suas eventuais afiliais.

8) Relação de todos as ações e execuções em que o devedor seja a parte.

Page 15: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

15

SEMINÁRIO

COURO BOM, indústria de sapatos LTDA, sociedade empresária, com seus atos constitutivos arquivados na JUCESP desde 20/04/2010. Celebrou contrato de arrendamento mercantil (leasing) em 01/07/2010 com a ALFA leasing S/A, recebendo equipamentos e comprometendo-se a pagar 30 parcelas mensais iguais e sucessivas a partir de 10/08/2011 no valor de R$30.000,00 cada parcela. Ocorreu que desde Outubro de 2013, a COURO BOM vem atravessando um período de crise econômica e financeira, deixando de pagar empréstimos junto a instituições financeiras e as parcelas do contrato de leasing vencidas a partir de 10/11/2013. Tal comportamento, fez com que seus credores ajuizassem diversas ações de cobranças, mas em 20/12/2013, foi deferido o processamento de sua recuperação judicial em trâmite na 1a Vara de Falências e Recuperação do Foro Central da Comarca da Capital de São Paulo. Diante do exposto, responda as seguintes indagações:

a) As ações de execução ajuizados pelos bancos Itaú e Bradesco, serão suspensas pós o deferimento da recuperação? Tal prazo poderá ser revogado?? Justifique. Sim, serão suspensas pelo prazo de 180 dias, com base no art. 52, III, da lei 11.101/05.

Art. 52, da lei 11.101/05 - Estando em termos a documentação exigida no art. 51 desta Lei, o juiz deferirá o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato: III – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor, na forma do art. 6o desta Lei, permanecendo os respectivos autos no juízo onde se processam, ressalvadas as ações previstas nos §§ 1o, 2o e 7o do art. 6o desta Lei e as relativas a créditos excetuados na forma dos §§ 3o e 4o do art. 49 desta Lei.

Tal prazo não poderá ser revogado, com base no art. 6, §4, da lei

11.101/05.

Art. 6o , da lei 11.101/05 - A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário. § 4o Na recuperação judicial, a suspensão de que trata o caput deste artigo em hipótese nenhuma excederá o prazo improrrogável de 180 (cento e oitenta) dias contado do deferimento do processamento da recuperação, restabelecendo-se, após o decurso do prazo, o direito dos credores de iniciar ou continuar suas ações e execuções, independentemente de pronunciamento judicial.

Page 16: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

16

b) A ação de cobrança provida pela ALFA leasing S/A, será suspensa assim como as execuções ajuizadas pelos bancos? Justifique. -Analisar o artigo 52 da lei 11.101/05 e suas ressalvas que são os artigos 6 e 49 da própria lei. Com base nas ressalvas: Art. 6 - Leasing são dívidas líquidas e certas / ações não possuem naturezas trabalhistas / não possuem natureza fiscal do CTN. (com base no art. 6 não possui exceções para suspender) Art. 49 – Trata-se de um arrendador mercantil. Com base na ressalva do Art. 49, §2, da lei 11.101/05, Não será suspensa.

Art. 52, da lei 11.101/05 - Estando em termos a documentação exigida no art. 51 desta Lei, o juiz deferirá o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato: III – ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor, na forma do art. 6o desta Lei, permanecendo os respectivos autos no juízo onde se processam, ressalvadas as ações previstas nos §§ 1o, 2o e 7o do art. 6o desta Lei e as relativas a créditos excetuados na forma dos §§ 3o e 4o do art. 49 desta Lei. Art. 6o da lei 11.101/05 - A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário. § 1o Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se processando a ação que demandar quantia ilíquida. § 2o É permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação, exclusão ou modificação de créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações de natureza trabalhista, inclusive as impugnações a que se refere o art. 8o desta Lei, serão processadas perante a justiça especializada até a apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro-geral de credores pelo valor determinado em sentença. § 7o As execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo deferimento da recuperação judicial, ressalvada a concessão de parcelamento nos termos do Código Tributário Nacional e da legislação ordinária específica. Art. 49 da lei 11.101/05 Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos. § 3o Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de

Page 17: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

17

arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio, seu crédito não se submeterá aos efeitos da recuperação judicial e prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, observada a legislação respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a que se refere o § 4o do art. 6o desta Lei, a venda ou a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a sua atividade empresarial. § 4o Não se sujeitará aos efeitos da recuperação judicial a importância a que se refere o inciso II do art. 86 desta Lei.

13/02 –

Recuperação Judicial

1. Pedido de recuperação 2. Deferimento do processo da recuperação 3. Plano de recuperação judicial 4. Assembleia de credores

2.Deferimento do processo da recuperação

Nos termos do art. 52 da lei 11.101/05, estando o pedido de recuperação judicial devidamente instruído pelos documentos previstos no art. 51 da referida lei, o juiz deferirá o processamento da recuperação judicial e no mesmo ato:

A) Nomeará o administrador judicial que poderá ser tanto PJ especializada, como também PF, preferencialmente administrador de empresas, contador, economista ou advogado nos termos do art. 22 da lei 11.101/05, o administrador judicial atuará sob a fiscalização do juiz e, se houver, do comitê de credores, tendo dentre outras atribuições prescritas no artigo citado, as seguintes: A1) Fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do plano de recuperação judicial. A2) Requerer a falência do devedor no caso de descumprimento de obrigação assinada no plano de recuperação judicial.

Page 18: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

18

A3) Apresentar ao juiz relatório mensal das atividades desenvolvidas pelo devedor. A4) Elaborar relação de credores nos termos do art. 7, §2 da lei 11.101/05, consolidando o quadro geral de credores. A5) Requerer ao juiz convocação da assembleia de credores nos casos previstos na lei quando entender necessário.

Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com: I - a exposição das causas concretas da situação patrimonial do devedor e das razões da crise econômico-financeira; II - as demonstrações contábeis relativas aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de: a) balanço patrimonial; b) demonstração de resultados acumulados; c) demonstração do resultado desde o último exercício social; d) relatório gerencial de fluxo de caixa e de sua projeção; III - a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente; IV - a relação integral dos empregados, em que constem as respectivas funções, salários, indenizações e outras parcelas a que têm direito, com o correspondente mês de competência, e a discriminação dos valores pendentes de pagamento; V - certidão de regularidade do devedor no Registro Público de Empresas, o ato constitutivo atualizado e as atas de nomeação dos atuais administradores; VI - a relação dos bens particulares dos sócios controladores e dos administradores do devedor; VII - os extratos atualizados das contas bancárias do devedor e de suas eventuais aplicações financeiras de qualquer modalidade, inclusive em fundos de investimento ou em bolsas de valores, emitidos pelas respectivas instituições financeiras; VIII - certidões dos cartórios de protestos situados na comarca do domicílio ou sede do devedor e naquelas onde possui filial; IX - a relação, subscrita pelo devedor, de todas as ações judiciais em que este figure como parte, inclusive as de natureza trabalhista, com a estimativa dos respectivos valores demandados. § 1o Os documentos de escrituração contábil e demais relatórios auxiliares, na forma e no suporte previstos em lei, permanecerão à disposição do juízo, do administrador judicial e, mediante autorização judicial, de qualquer interessado.

Page 19: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

19

§ 2o Com relação à exigência prevista no inciso II do caput deste artigo, as microempresas e empresas de pequeno porte poderão apresentar livros e escrituração contábil simplificados nos termos da legislação específica. § 3o O juiz poderá determinar o depósito em cartório dos documentos a que se referem os §§ 1o e 2o deste artigo ou de cópia destes. Art. 52. Estando em termos a documentação exigida no art. 51 desta Lei, o juiz deferirá o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato: I - nomeará o administrador judicial, observado o disposto no art. 21 desta Lei; II - determinará a dispensa da apresentação de certidões negativas para que o devedor exerça suas atividades, exceto para contratação com o Poder Público ou para recebimento de benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios, observando o disposto no art. 69 desta Lei; III - ordenará a suspensão de todas as ações ou execuções contra o devedor, na forma do art. 6o desta Lei, permanecendo os respectivos autos no juízo onde se processam, ressalvadas as ações previstas nos §§ 1o, 2o e 7o do art. 6o desta Lei e as relativas a créditos excetuados na forma dos §§ 3o e 4o do art. 49 desta Lei; IV - determinará ao devedor a apresentação de contas demonstrativas mensais enquanto perdurar a recuperação judicial, sob pena de destituição de seus administradores; V - ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento. § 1o O juiz ordenará a expedição de edital, para publicação no órgão oficial, que conterá: I - o resumo do pedido do devedor e da decisão que defere o processamento da recuperação judicial; II - a relação nominal de credores, em que se discrimine o valor atualizado e a classificação de cada crédito; III - a advertência acerca dos prazos para habilitação dos créditos, na forma do art. 7o, § 1o, desta Lei, e para que os credores apresentem objeção ao plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor nos termos do art. 55 desta Lei. § 2o Deferido o processamento da recuperação judicial, os credores poderão, a qualquer tempo, requerer a convocação de assembléia-geral para a constituição do Comitê de Credores ou substituição de seus membros, observado o disposto no § 2o do art. 36 desta Lei. § 3o No caso do inciso III do caput deste artigo, caberá ao devedor comunicar a suspensão aos juízos competentes. § 4o O devedor não poderá desistir do pedido de recuperação judicial após o deferimento de seu processamento, salvo se obtiver aprovação da desistência na assembléia-geral de credores

Page 20: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

20

Art. 22. Ao administrador judicial compete, sob a fiscalização do juiz e do Comitê, além de outros deveres que esta Lei lhe impõe: I - na recuperação judicial e na falência: a) enviar correspondência aos credores constantes na relação de que trata o inciso III do caput do art. 51, o inciso III do caput do art. 99 ou o inciso II do caput do art. 105 desta Lei, comunicando a data do pedido de recuperação judicial ou da decretação da falência, a natureza, o valor e a classificação dada ao crédito; b) fornecer, com presteza, todas as informações pedidas pelos credores interessados; c) dar extratos dos livros do devedor, que merecerão fé de ofício, a fim de servirem de fundamento nas habilitações e impugnações de créditos; d) exigir dos credores, do devedor ou seus administradores quaisquer informações; e) elaborar a relação de credores de que trata o § 2o do art. 7o desta Lei; f) consolidar o quadro-geral de credores nos termos do art. 18 desta Lei; g) requerer ao juiz convocação da assembléia-geral de credores nos casos previstos nesta Lei ou quando entender necessária sua ouvida para a tomada de decisões; h) contratar, mediante autorização judicial, profissionais ou empresas especializadas para, quando necessário, auxiliá-lo no exercício de suas funções; i) manifestar-se nos casos previstos nesta Lei; II - na recuperação judicial: a) fiscalizar as atividades do devedor e o cumprimento do plano de recuperação judicial; b) requerer a falência no caso de descumprimento de obrigação assumida no plano de recuperação; c) apresentar ao juiz, para juntada aos autos, relatório mensal das atividades do devedor; d) apresentar o relatório sobre a execução do plano de recuperação, de que trata o inciso III do caput do art. 63 desta Lei; III - na falência: a) avisar, pelo órgão oficial, o lugar e hora em que, diariamente, os credores terão à sua disposição os livros e documentos do falido; b) examinar a escrituração do devedor; c) relacionar os processos e assumir a representação judicial da massa falida; d) receber e abrir a correspondência dirigida ao devedor, entregando a ele o que não for assunto de interesse da massa; e) apresentar, no prazo de 40 (quarenta) dias, contado da assinatura do termo de compromisso, prorrogável por igual período, relatório sobre as causas e circunstâncias que conduziram à situação de falência, no qual apontará a responsabilidade civil e penal dos envolvidos, observado o disposto no art. 186 desta Lei;

Page 21: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

21

f) arrecadar os bens e documentos do devedor e elaborar o auto de arrecadação, nos termos dos arts. 108 e 110 desta Lei; g) avaliar os bens arrecadados; h) contratar avaliadores, de preferência oficiais, mediante autorização judicial, para a avaliação dos bens caso entenda não ter condições técnicas para a tarefa; i) praticar os atos necessários à realização do ativo e ao pagamento dos credores; j) requerer ao juiz a venda antecipada de bens perecíveis, deterioráveis ou sujeitos a considerável desvalorização ou de conservação arriscada ou dispendiosa, nos termos do art. 113 desta Lei; l) praticar todos os atos conservatórios de direitos e ações, diligenciar a cobrança de dívidas e dar a respectiva quitação; m) remir, em benefício da massa e mediante autorização judicial, bens apenhados, penhorados ou legalmente retidos; n) representar a massa falida em juízo, contratando, se necessário, advogado, cujos honorários serão previamente ajustados e aprovados pelo Comitê de Credores; o) requerer todas as medidas e diligências que forem necessárias para o cumprimento desta Lei, a proteção da massa ou a eficiência da administração; p) apresentar ao juiz para juntada aos autos, até o 10o (décimo) dia do mês seguinte ao vencido, conta demonstrativa da administração, que especifique com clareza a receita e a despesa; q) entregar ao seu substituto todos os bens e documentos da massa em seu poder, sob pena de responsabilidade; r) prestar contas ao final do processo, quando for substituído, destituído ou renunciar ao cargo. § 1o As remunerações dos auxiliares do administrador judicial serão fixadas pelo juiz, que considerará a complexidade dos trabalhos a serem executados e os valores praticados no mercado para o desempenho de atividades semelhantes. § 2o Na hipótese da alínea d do inciso I do caput deste artigo, se houver recusa, o juiz, a requerimento do administrador judicial, intimará aquelas pessoas para que compareçam à sede do juízo, sob pena de desobediência, oportunidade em que as interrogará na presença do administrador judicial, tomando seus depoimentos por escrito. § 3o Na falência, o administrador judicial não poderá, sem autorização judicial, após ouvidos o Comitê e o devedor no prazo comum de 2 (dois) dias, transigir sobre obrigações e direitos da massa falida e conceder abatimento de dívidas, ainda que sejam consideradas de difícil recebimento. § 4o Se o relatório de que trata a alínea e do inciso III do caput deste artigo apontar responsabilidade penal de qualquer dos envolvidos, o Ministério Público será intimado para tomar conhecimento de seu teor

Page 22: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

22

Art. 7o A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial, com base nos livros contábeis e documentos comerciais e fiscais do devedor e nos documentos que lhe forem apresentados pelos credores, podendo contar com o auxílio de profissionais ou empresas especializadas. § 1o Publicado o edital previsto no art. 52, § 1o, ou no parágrafo único do art. 99 desta Lei, os credores terão o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar ao administrador judicial suas habilitações ou suas divergências quanto aos créditos relacionados. § 2o O administrador judicial, com base nas informações e documentos colhidos na forma do caput e do § 1o deste artigo, fará publicar edital contendo a relação de credores no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, contado do fim do prazo do § 1o deste artigo, devendo indicar o local, o horário e o prazo comum em que as pessoas indicadas no art. 8o desta Lei terão acesso aos documentos que fundamentaram a elaboração dessa relação

B) O juiz determinará a suspensão do curso da prescrição e de todas as ações e execuções promovidas contra o devedor, exceto as ações que demandam quantia ilíquida (art. 6,§1); ações derivadas da legislação do trabalho (ex. reclamação trabalhista) e decorrentes de acidentes de trabalho, durante fase de conhecimento (art.6,§2); execuções fiscais (art.6, §7); ações relativas a cobrança dos créditos excetuados da recuperação jurídica, nos termos do art.49, §3 (ex. contrato de compra e venda com cláusula de irrevogabilidade) Ressalta-se que a suspensão ponderará pelo prazo de até 180 dias.

Art. 6o A decretação da falência ou o deferimento do processamento da recuperação judicial suspende o curso da prescrição e de todas as ações e execuções em face do devedor, inclusive aquelas dos credores particulares do sócio solidário. § 1o Terá prosseguimento no juízo no qual estiver se processando a ação que demandar quantia ilíquida. § 2o É permitido pleitear, perante o administrador judicial, habilitação, exclusão ou modificação de créditos derivados da relação de trabalho, mas as ações de natureza trabalhista, inclusive as impugnações a que se refere o art. 8o desta Lei, serão processadas perante a justiça especializada até a apuração do respectivo crédito, que será inscrito no quadro-geral de credores pelo valor determinado em sentença § 7o As execuções de natureza fiscal não são suspensas pelo deferimento da recuperação judicial, ressalvada a concessão de parcelamento nos termos do Código Tributário Nacional e da legislação ordinária específica. Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos.

Page 23: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

23

§ 3o Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio, seu crédito não se submeterá aos efeitos da recuperação judicial e prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, observada a legislação respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a que se refere.

C) O juiz determinará a defesa da apresentação de certidões negativas, para

que o devedor exerça suas atividades, exceto para contratação com poder público(licitações) e para receber benefícios ou incentivos fiscais.

D) O juiz determinará ao devedor a apresentação de prestação de contas mensais, quanto perdurar a recuperação judicial, sob pena de destituição de seus administradores (entraria então o gestor judicial).

E) O juiz ordenará a intimação do MP e a comunicação por carta às fazendas sob (federal, estadual, municipal).

3. Plano de recuperação judicial Publicada a decisão que deferiu o processamento da recuperação judicial, o empresário devedor, no prazo improrrogável de 60 dias, deverá apresentar em juízo o seu plano de recuperação judicial, que conterá os instrumentos e meios que o devedor entenda como necessários para recuperação de sua empresa, possibilitando assim a superação do seu estado de crise econômica/financeira. Caso o devedor não apresente no prazo legal o seu plano, deverá o juiz convolar a recuperação judicial em falência. Ressalta-se, entretanto, que mesmo após o deferimento do processamento da recuperação judicial, poderá dela o devedor desistir, hipótese em que será indispensável a previa aprovação pela assembleia de credores.

Meios de Recuperação

O art. 50 da lei 11.101/05, apresenta de forma exemplificativa – não taxativa – um rol de possíveis meios de recuperação judicial que poderão ser apresentados pelo devedor em seu plano. Destacamos: a) (Resquícios da concordata) concessão de prazos (dilação) e concessões

especiais para pagamento (até mesmo a remissão ) das obrigações

Page 24: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

24

vencidas ou vincendas.

b) Cisão, incorporação, fusão ou transformação da sociedade, constituição de subsidiária integral, ou ainda cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos demais sócios.

FUSÃO A + B C (extinta) (extinta) (nova)

INCORPORAÇÃO A + B A (incorporadora) C (incorporadas) A Total = C (extinta) B CISÃO Varig Parcial = VARIG A (incorporada pela GOL) TRANSFORMAÇÃO – Alteração da forma societária

S/A LTADA LTDA S/A Etc.

Constituição de subsidiária integral

Page 25: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

25

Transferimento e subsidiária integral da Petrobrás. Todas as ações da transferimento são detidas pela Petrobrás.

Art. 251. Da lei 6.404/76 - A companhia pode ser constituída, mediante escritura pública, tendo como único acionista sociedade brasileira. § lº A sociedade que subscrever em bens o capital de subsidiária integral deverá aprovar o laudo de avaliação de que trata o artigo 8º, respondendo nos termos do § 6º do artigo 8º e do artigo 10 e seu parágrafo único. § 2º A companhia pode ser convertida em subsidiária integral mediante aquisição, por sociedade brasileira, de todas as suas ações, ou nos termos do artigo 252.

c) Aceleração do controle societário

d) Substituição total ou parcial dos administradores do devedor, ou

modificação de seus órgãos administrativos.

e) Concessão aos credores de direito de eleição em separado, de administradores e de poder de veto em relação às matérias que o plano de especificar.

14/02 –

f) Aumento do capital social

g) Trespasse (art. 50, VIII) É o contrato de alienação do estabelecimento empresarial

Alienação do Estabelecimento

Como regra, pode alienar;

Não se seu patrimônio, além do estabelecimento, for menor que o total das dívidas;

Os credores, comunicados, tem 30 dias para anuir. No silêncio dos credores – ausência tácita.

Page 26: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

26

Alienação do estabelecimento

Regra Exceção LIVRE INSUFICIENCIA DE FUNDOS EFICÁCIA PAGAMENTO ANUÊNCIA DOS DOS CREDORES CREDORES

Se estivermos no plano aprovado – OK A alienação sem a anuência dos credores – quando necessário – é uma alienação irregular e pode ter a falência decretada. (art.94,III, c, da lei 11.101/05)

Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: III - pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial: c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo;

h) Redução salarial, compensação de horários e redução da jornada,

mediante acordo ou convenção coletiva.

i) Dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem constituição de garantia própria ou de terceiros.

j) Constituição de sociedade de credores

k) Venda parcial dos bens.

l) Usufruto da empresa, transferido para credores;

m) Administração compartilhada entre o sócio da sociedade devedora, credores, funcionários...

n) Emissão de valores mobiliários. Ex. ações, debêntures e etc.

o) Equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer valor, tendo como termo inicial a data de distribuição do pedido de recuperação

Page 27: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

27

judicial.

p) Constituição de SPE – sociedade de propósito específico para adjudicar em pagamento os créditos, os ativos do devedor.

Art. 50. Constituem meios de recuperação judicial, observada a legislação pertinente a cada caso, dentre outros I - concessão de prazos e condições especiais para pagamento das obrigações vencidas ou vincendas; II - cisão, incorporação, fusão ou transformação de sociedade, constituição de subsidiária integral, ou cessão de cotas ou ações, respeitados os direitos dos sócios, nos termos da legislação vigente; III - alteração do controle societário; IV - substituição total ou parcial dos administradores do devedor ou modificação de seus órgãos administrativos; V - concessão aos credores de direito de eleição em separado de administradores e de poder de veto em relação às matérias que o plano especificar; VI - aumento de capital social; VII - trespasse ou arrendamento de estabelecimento, inclusive à sociedade constituída pelos próprios empregados; VIII - redução salarial, compensação de horários e redução da jornada, mediante acordo ou convenção coletiva; IX - dação em pagamento ou novação de dívidas do passivo, com ou sem constituição de garantia própria ou de terceiro; X - constituição de sociedade de credores; XI - venda parcial dos bens; XII - equalização de encargos financeiros relativos a débitos de qualquer natureza, tendo como termo inicial a data da distribuição do pedido de recuperação judicial, aplicando-se inclusive aos contratos de crédito rural, sem prejuízo do disposto em legislação específica; XIII - usufruto da empresa; XIV - administração compartilhada; XV - emissão de valores mobiliários; XVI - constituição de sociedade de propósito específico para adjudicar, em pagamento dos créditos, os ativos do devedor. § 1o Na alienação de bem objeto de garantia real, a supressão da garantia ou sua substituição somente serão admitidas mediante aprovação expressa do credor titular da respectiva garantia. § 2o Nos créditos em moeda estrangeira, a variação cambial será conservada como parâmetro de indexação da correspondente obrigação e só poderá ser afastada

Page 28: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

28

se o credor titular do respectivo crédito aprovar expressamente previsão diversa no plano de recuperação judicial

1. Assembleia de credores

Apresentado o plano de recuperação judicial e publicado edital com a relação de credores elaborado pelo administrador judicial, poderá os credores, nos 30 dias subsequentes, apresentar objeção ao plano de recuperação judicial. Decorrido o referido prazo, sem que haja objeção por parte de qualquer credor, o juiz concederá a recuperação judicial do devedor. Caso, entretanto, sejam verificadas objeções por parte de credores, o juiz deverá convocar assembleia para deliberar sobre o plano

Classe 1 = Créditos Trabalhistas e Maioria dos Votos Créditos decorrente de acidentes do trabalho “por cabeça” Classe 2 = Créditos com Garantia real Maioria dos votos Assembleia “por cabeça + créditos” Deliberar sobre o plano Classe 3 = Créditos com privilégio especial; Créditos com privilégio Maioria dos votos geral Créditos subordinados “por cabeça + créditos”

RESUMO

Classe 1 – maioria dos credores, independente do valor do crédito Classe 2 e 3 – Maioria dos credores e maioria dos créditos.

Page 29: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

29

Exemplo de créditos com garantia real

ITAU R$500.000,00 SIM NÃO SIM

BRADESCO R$200.000,00 NÃO SIM SIM

HSBC R$200.000,00 NÃO SIM NÃO Conclusão NÃO NÃO SIM

20/02 – FALTAMOS NESSA AULA 21/02 –

1) Pedido 2) Deferimento 3) Plano

Formalidades 4) Assembleia

CramDown Para determinada deliberação produza seus efeitos, será indispensável que a realização da assembleia geral de credores seja de acordo com determinadas regras, especificamente quanto a sua convocação, instalação e deliberação. Formalidades:

1. Convocação A Assembleia geral de credores, será convocada pelo juiz, mediante a publicação de edital, no diário oficial e em jornal de grande circulação. Em 1a convocação, o edital deverá ser publicado com uma antecedência mínima de 15 dias da data designada para realização de assembleia. Caso a assembleia não seja instalada, procede-se a 2a convocação, hipótese que a assembleia não poderá ser realizada em prazo inferir a 5 dias da data designada para assembleia em 1 convocação. 15 dias 5 dias 24/02 11/03 16/03 Edital de Assembleia Assembleia Convocação 1a convocação 2a convocação

Page 30: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

30

Ressalta-se por fim que o edital deverá ser publicado em jornais das localidades em que o devedor mantenha sua sede e filiais. A demais o edital deverá conter o local, a data, e a hora da assembleia, tanto a 1 como a 2 convocação, bem como a ordem do dia e local onde os credores poderão obter cópia do plano de recuperação judicial. Ressalta-se por fim, que nos termos do art. 56,§1, a data designada para assembleia, não poderá exceder 150 dias da data que deferiu o processamento da recuperação judicial.

Art. 56, da lei 11.101/05 - Havendo objeção de qualquer credor ao plano de recuperação judicial, o juiz convocará a assembleia-geral de credores para deliberar sobre o plano de recuperação. § 1o A data designada para a realização da assembleia-geral não excederá 150 (cento e cinquenta) dias contados do deferimento do processamento da recuperação judicial.

2. Quórum de Instalação

Trata-se do número mínimo necessário para a valida realização de assembleia geral de credores. Nos termos do art. 37,§2, a assembleia geral de credores, instalar-se-á em 1a Convocação com a presença de credores que tenham mais da metade da totalidade dos créditos de sua respectiva classe, computados exclusivamente pelo valor, caso a assembleia não seja instalada, em 2a convocação será realizada com a presença de qualquer credor.

Art. 37, da lei 11.101/05 - A assembleia será presidida pelo administrador judicial, que designará 1 (um) secretário dentre os credores presentes. § 2o A assembleia instalar-se-á, em 1a (primeira) convocação, com a presença de credores titulares de mais da metade dos créditos de cada classe, computados pelo valor, e, em 2a (segunda) convocação, com qualquer número

3. Quórum dos termos e deliberação:

Trata-se do número mínimo de votos necessários para que determinada matéria posta em votação seja aprovada pela assembleia de credores nos termos do art. 45, o plano de recuperação judicial deverá ser aprovado pela maioria dos valores em cada uma das classes em que se dividem os credores, computando-se para tanto cada voto da seguinte forma:

a) Na classe de créditos derivados da legislação do trabalho e de credores de acidente do trabalho, o valor de cada credor será computado “por cabeça”, independente do valor do crédito titularizado (art. 45, §2)

b) Na classe de créditos com garantia real e na classe de créditos privilegiados, quirografários e subordinados, o voto será por cabeça e

Page 31: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

31

considerando também o valor do crédito titularizado (art. 45, §1)

Art. 45, da lei 11.101/05 - Nas deliberações sobre o plano de recuperação judicial, todas as classes de credores referidas no art. 41 desta Lei deverão aprovar a proposta. § 1o Em cada uma das classes referidas nos incisos II e III do art. 41 desta Lei, a proposta deverá ser aprovada por credores que representem mais da metade do valor total dos créditos presentes à assembleia e, cumulativamente, pela maioria simples dos credores presentes. § 2o Na classe prevista no inciso I do art. 41 desta Lei, a proposta deverá ser aprovada pela maioria simples dos credores presentes, independentemente do valor de seu crédito. § 3o O credor não terá direito a voto e não será considerado para fins de verificação de quórum de deliberação se o plano de recuperação judicial não alterar o valor ou as condições originais de pagamento de seu crédito

CRAMDOWN (PROVA)

Aprovado o plano de recuperação judicial pela assembleia de credores e apresentado pelo devedor certidão negativa de débitos tributários, deverá o juiz conceder a recuperação judicial nos termos do art. 58 da lei 11.101/05. Por outro lado, sendo rejeitado o plano de recuperação judicial pelos credores, o juiz nos termos do art. 56, §4, decretará a falência. Ressalta-se entre tanto, ser possível a concessão da recuperação judicial mesmo após a rejeição do plano pela assembleia de credores. Trata-se do chamado cramdown, hipótese em que o juiz concederá a recuperação se o plano tiver obtido na mesma assembleia e de forma cumulativa:

a) Valor favorável de credores que representem mais da metade do valor da totalidade dos créditos presentes da assembleia, independente de sua classe;

b) Aprovação pela maioria de valores em pelo menos 2 das 3 classes de credores, ou se existir apenas 2 classes, a aprovação pela maioria de votos em 1 delas’

c) Na classe em que o plano tinha sido rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 do credores e créditos conforme a deliberação da devida classe

Art. 58. Cumpridas as exigências desta Lei, o juiz concederá a recuperação judicial do devedor cujo plano não tenha sofrido objeção de credor nos termos do art. 55 desta Lei ou tenha sido aprovado pela assembleia-geral de credores na forma do art. 45 desta Lei. § 1o O juiz poderá conceder a recuperação judicial com base em plano que não obteve aprovação na forma do art. 45 desta Lei, desde que, na mesma assembleia, tenha obtido, de forma cumulativa:

Page 32: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

32

I - o voto favorável de credores que representem mais da metade do valor de todos os créditos presentes à assembleia, independentemente de classes; II - a aprovação de 2 (duas) das classes de credores nos termos do art. 45 desta Lei ou, caso haja somente 2 (duas) classes com credores votantes, a aprovação de pelo menos 1 (uma) delas; III - na classe que o houver rejeitado, o voto favorável de mais de 1/3 (um terço) dos credores, computados na forma dos §§ 1o e 2o do art. 45 desta Lei. § 2o A recuperação judicial somente poderá ser concedida com base no § 1o deste artigo se o plano não implicar tratamento diferenciado entre os credores da classe que o houver rejeitado Art. 56. Havendo objeção de qualquer credor ao plano de recuperação judicial, o juiz convocará a assembleia-geral de credores para deliberar sobre o plano de recuperação. § 1o A data designada para a realização da assembleia-geral não excederá 150 (cento e cinquenta) dias contados do deferimento do processamento da recuperação judicial. § 2o A assembleia-geral que aprovar o plano de recuperação judicial poderá indicar os membros do Comitê de Credores, na forma do art. 26 desta Lei, se já não estiver constituído. § 3o O plano de recuperação judicial poderá sofrer alterações na assembleia-geral, desde que haja expressa concordância do devedor e em termos que não impliquem diminuição dos direitos exclusivamente dos credores ausentes. § 4o Rejeitado o plano de recuperação pela assembleia-geral de credores, o juiz decretará a falência do devedor.

06/03 –

1. Pedido de recuperação 2. Deferimento do processo da recuperação 3. Plano de recuperação judicial 4. Assembleia de credores 5. Créditos Sujeitos a recuperação

5. Créditos Sujeitos a recuperação (sem relação cronológica com anterioridade)

Nos termos do art. 49 da lei 11.101/05 estão sujeitos aos efeitos da recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidas, ressalvadas as seguintes exceções:

Page 33: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

33

a) Créditos tributários, nos termos do art. 49, §4, b) Créditos devidos pelo proprietário fiduciário de bens moveis ou imóveis, de

arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, bem como pelo proprietário em contrato de venda com reserva de domínio (art. 49, §3)

Art. 49. Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos. § 1o Os credores do devedor em recuperação judicial conservam seus direitos e privilégios contra os coobrigados, fiadores e obrigados de regresso. § 2o As obrigações anteriores à recuperação judicial observarão as condições originalmente contratadas ou definidas em lei, inclusive no que diz respeito aos encargos, salvo se de modo diverso ficar estabelecido no plano de recuperação judicial. § 3o Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio, seu crédito não se submeterá aos efeitos da recuperação judicial e prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, observada a legislação respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a que se refere o § 4o do art. 6o desta Lei, a venda ou a retirada do estabelecimento do devedor dos bens de capital essenciais a sua atividade empresarial. § 4o Não se sujeitará aos efeitos da recuperação judicial a importância a que se refere o inciso II do art. 86 desta Lei. § 5o Tratando-se de crédito garantido por penhor sobre títulos de crédito, direitos creditórios, aplicações financeiras ou valores mobiliários, poderão ser substituídas ou renovadas as garantias liquidadas ou vencidas durante a recuperação judicial e, enquanto não renovadas ou substituídas, o valor eventualmente recebido em pagamento das garantias permanecerá em conta vinculada durante o período de suspensão de que trata o § 4o do art. 6o desta Lei

Crédito trabalhista Ressalta-se que o plano de recuperação judicial, não poderá prever prazo superior a 1 ano para pagamento dos créditos derivados da legislação trabalhista ou decorrentes de acidentes do trabalho (art. 54)

Art. 54. O plano de recuperação judicial não poderá prever prazo superior a 1 (um) ano para pagamento dos créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes

Page 34: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

34

de trabalho vencidos até a data do pedido de recuperação judicial. Parágrafo único. O plano não poderá, ainda, prever prazo superior a 30 (trinta) dias para o pagamento, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador, dos créditos de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores ao pedido de recuperação judicial

Procedimento para apuração dos créditos

Art. 51, III – rol de credores

No pedido de recuperação judicial, será apresentado o 1o documento necessário – Rol nominal dos credores

Art. 51. A petição inicial de recuperação judicial será instruída com III - a relação nominal completa dos credores, inclusive aqueles por obrigação de fazer ou de dar, com a indicação do endereço de cada um, a natureza, a classificação e o valor atualizado do crédito, discriminando sua origem, o regime dos respectivos vencimentos e a indicação dos registros contábeis de cada transação pendente.

Art. 52, §1

De posse do rol nominal de credores, o juiz ordenara a publicação de edital, com o rol, valor e natureza dos credores.

Art. 52. Estando em termos a documentação exigida no art. 51 desta Lei, o juiz deferirá o processamento da recuperação judicial e, no mesmo ato § 1o O juiz ordenará a expedição de edital, para publicação no órgão oficial, que conterá: I - o resumo do pedido do devedor e da decisão que defere o processamento da recuperação judicial; II - a relação nominal de credores, em que se discrimine o valor atualizado e a classificação de cada crédito; III - a advertência acerca dos prazos para habilitação dos créditos, na forma do art. 7o, § 1o, desta Lei, e para que os credores apresentem objeção ao plano de recuperação judicial apresentado pelo devedor nos termos do art. 55 desta Lei.

O credor que obste do valor ou natureza do crédito atribuído, tem 15 dias

para apresentar sua divergência.

Se o credor perceber sua exclusão da lista, tem 15 dias para a habilitação do crédito. Art. 7,§1

Page 35: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

35

Art. 7o A verificação dos créditos será realizada pelo administrador judicial, com base nos livros contábeis e documentos comerciais e fiscais do devedor e nos documentos que lhe forem apresentados pelos credores, podendo contar com o auxílio de profissionais ou empresas especializadas. § 1o Publicado o edital previsto no art. 52, § 1o, ou no parágrafo único do art. 99 desta Lei, os credores terão o prazo de 15 (quinze) dias para apresentar ao administrador judicial suas habilitações ou suas divergências quanto aos créditos relacionados.

A divergência ou habilitação são apresentas ao administrador judicial, que

deverá elaborar uma nova relação nominal de credores em 45 dias. (elaborar e publicar) – Art. 7, §2.

§ 2o O administrador judicial, com base nas informações e documentos colhidos na forma do caput e do § 1o deste artigo, fará publicar edital contendo a relação de credores no prazo de 45 (quarenta e cinco) dias, contado do fim do prazo do § 1o deste artigo, devendo indicar o local, o horário e o prazo comum em que as pessoas indicadas no art. 8o desta Lei terão acesso aos documentos que fundamentaram a elaboração dessa relação.

Realizada a publicação da nova relação nominal de credores, abre-se o

prazo de 10 dias para Impugnação do crédito.

Quem pode impugnar: -Devedor -Outros credores -Comitê de credores

O credor que tiver seu crédito impugnado, terá o prazo de 5 dias para

Contestação (art. 11)

Art. 11. Os credores cujos créditos forem impugnados serão intimados para contestar a impugnação, no prazo de 5 (cinco) dias, juntando os documentos que tiverem e indicando outras provas que reputem necessárias

Realizada a contestação, abre-se o prazo de 5 dias para a manifestação.

(devedor/comitê) – art. 12, caput

Art. 12. Transcorrido o prazo do art. 11 desta Lei, o devedor e o Comitê, se houver, serão intimados pelo juiz para se manifestar sobre ela no prazo comum de 5 (cinco) dias.

Realizada a manifestação, abre-se o prazo de 5 dias para o parecer do administrador judicial. – Art. 12, § único

Page 36: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

36

Parágrafo único. Findo o prazo a que se refere o caput deste artigo, o administrador judicial será intimado pelo juiz para emitir parecer no prazo de 5 (cinco) dias, devendo juntar à sua manifestação o laudo elaborado pelo profissional ou empresa especializada, se for o caso, e todas as informações existentes nos livros fiscais e demais documentos do devedor acerca do crédito, constante ou não da relação de credores, objeto da impugnação.

Ao final, o juiz proferirá sua decisão

Pedido decisões 60 dias Contestação Manifestação Parecer Decisão QUADRO 15 dias 45 dias GERAL DE CREDORES

Publicação Habilitação Publicação rol nominal credores novo rol de credores 13/03 –

Recuperação Judicial

Processo

Verificação de créditos

Plano especial para ME/EPP O empresário devedor poderá obter a concessão de sua recuperação judicial com base em um plano especial que será dispensado a aprovação prévia de seus credores para a concessão do benefício. Para tanto, o empresário deverá se enquadrar como uma micro empresa ou empresa de pequeno porte em vista do seu faturamento, nos termos da lei complementar 123/06. A demais deverá o empresário preencher todos os requisitos legais previstos no art. 48, da lei 11.101/05. O plano especial de recuperação de empresas abrangerá tão somente os créditos quirografários, podendo prever o seu pagamento em até 36 parcelas mensais iguais e sucessivas corrigidas monetariamente e acrescidas de juros de 12% aa, não podendo fixar o pagamento da 1o parcela a prazo que exceda a 180 dias.

Page 37: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

37

Durante o período da recuperação judicial, sempre que necessário o empresário devedor quiser contratar novos empregados ou aumentar despesas, deverá obter prévia aprovação do juiz.

PLANO ESPECIAL PARA ME/EPP

Créditos quirografários Até 36 parcelas mensais Correção monetária Juros até 12%a.a. 1a parcela = até 180 dias

Recuperação Extrajudicial (Art. 161 à 167, lei 11,101/05)

1) Devedor e requisitos

Empresário Art. 48 O empresário devedor que preencha os requisitos previstos no Art. 48 da lei 11.101/05, poderá propor e negociar com seus credores plano de recuperação extrajudicial. Ressalta-se que nos termos do Art. 2 da lei 11.101/05 determinados empresários não estão sujeitos aos efeitos desta lei, razão pela qual não terão acesso à recuperação extrajudicial de sua empresa, dentro os quais destacam-se empresas públicas de sociedade de economia mista, instituições financeiras, seguradoras.

Art. 48, da lei 11.101/05 - Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: I - não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; II - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; III - não ter, há menos de 8 (oito) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; IV - não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei.

Page 38: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

38

§ 1o A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente. § 2o Tratando-se de exercício de atividade rural por pessoa jurídica, admite-se a comprovação do prazo estabelecido no caput deste artigo por meio da Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica - DIPJ que tenha sido entregue tempestivamente. Art. 2º, da lei 11.101/05 - Esta Lei não se aplica a: I - empresa pública e sociedade de economia mista; II - instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.

2) Créditos sujeitos à recuperação extrajudicial.

Tal como na recuperação judicial, os créditos de natureza tributário, bem como aqueles previstos no art. 49, §3, da lei 11.101/05 (tais como créditos detido pelo arrendador mercantil, pelo promitente vendedor ou vendedor de imóvel cujo contrato contendo cláusula de irrevogabilidade e irretratabilidade, dentre outros) não estão sujeitos aos efeitos do plano de recuperação extrajudicial. A demais também não estarão a recuperação extrajudicial os créditos derivados da legislação do trabalho e decorrentes de acidentes do trabalho

Art. 49, da lei 11.101/05 - Estão sujeitos à recuperação judicial todos os créditos existentes na data do pedido, ainda que não vencidos. § 3o Tratando-se de credor titular da posição de proprietário fiduciário de bens móveis ou imóveis, de arrendador mercantil, de proprietário ou promitente vendedor de imóvel cujos respectivos contratos contenham cláusula de irrevogabilidade ou irretratabilidade, inclusive em incorporações imobiliárias, ou de proprietário em contrato de venda com reserva de domínio, seu crédito não se submeterá aos efeitos da recuperação judicial e prevalecerão os direitos de propriedade sobre a coisa e as condições contratuais, observada a legislação respectiva, não se permitindo, contudo, durante o prazo de suspensão a que se refere

3) Aprovação do Plano O plano de recuperação extrajudicial conterá os meios que o empresário devedor entenda como necessários para recuperação de sua empresa e será aprovado por credores que representem mais de 3/5 da totalidade dos créditos abrangidos pelo plano, hipótese em que sua homologação judicial serão obrigatória. Ressalta-se sendo o plano aprovado por todos os credores, sua homologação judicial é considerada facultativa.

Page 39: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

39

14/03 –

Falência (lei 11.101/05)

1) Conceito: Falência pode ser conceituadamente como uma forma de execução concursal do empresário devedor que se encontra juridicamente insolvente.

Art. 94

1.1)Pressuposto Subjetivo Nos termos do Art. 1, somente terá sua falência declarada o empresário devedor que se encontre juridicamente insolvente. Pessoa Física Empresa Individual EMPRESÁRIO

Empresa Individual (EIRELI) Pessoa Jurídica Sociedade Empresária Inciso I Absolutamente Excluídos – Empresas Públicas Sociedade de economia mista Exceções Inciso II Relativamente Excluídos – Instituições financeiras Seguradoras Art.2 Consórcio Entidades Previdenciárias complementar Obs. Banco – Será liquidação extrajudicial Art. 21 da lei 6.024/74

Os empresários previstos no rol do inciso II do Art.2 são considerados pela doutrina como sendo relativamente excluídos da lei 11.101/05 e consequentemente da falência, isso por que tais empresários submetem-se como regra a leis especiais que irão disciplinar a execução concursal de seu patrimônio, podendo prever hipóteses excepcionais que quando verificadas ensejarão na decretação da falência do devedor.

Page 40: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

40

É o caso por exemplo dos bancos que não submetem em princípio a lei 11.101/05 uma vez que existe uma lei especial (6.024/74) para disciplina jurídica da execução concursal de seus bens, a chamada “liquidação extrajudicial”. Ocorre entre tanto que sendo verificado pela liquidante, indícios de prática de crime falimentar pelos administradores do banco ou insuficiência de bens para o pagamento para mais da metade dos créditos quirografários, o banco central do Brasil (BACEN) autorizará que seja requerida a falência da instituição financeira. 1.2) Pressuposto Objetivo Para fins falimentares, a insolvência do devedor será presumida pela prática de certos comportamentos taxativamente previstos no Art. 94 da lei 11.101/05

Art. 94, da lei 11.101/05 Será decretada a falência do devedor que: I - sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência; II - executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal; III - pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial: a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos; b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não; c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo; d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor; e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo; f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento; g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial. § 1o Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o limite mínimo para o pedido de falência com base no inciso I do caput deste artigo. § 2o Ainda que líquidos, não legitimam o pedido de falência os créditos que nela não se possam reclamar. § 3o Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência

Page 41: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

41

será instruído com os títulos executivos na forma do parágrafo único do art. 9o desta Lei, acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar nos termos da legislação específica. § 4o Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com certidão expedida pelo juízo em que se processa a execução. § 5o Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, o pedido de falência descreverá os fatos que a caracterizam, juntando-se as provas que houver e especificando-se as que serão produzidas.

A saber:

Impossibilidade Injustificada (inciso I) O empresário devedor poderá ter sua falência decretada quando sem relevante razão de direito não paga no vencimento uma obrigação líquida superior a 40 salários-mínimos representado em título executivo devidamente protestado.

Execução Frustrada (inciso II)

O empresário devedor poderá falir quando ser executado por qualquer quantia não paga, não depositada e nem são nomeados bens* a penhora no prazo legal. Certidão de objeto e pé dos autos do processo de execução. *Tríplice omissão

Atos de Falência (inciso III)

O empresário devedor poderá ter sua falência decretada quando houver praticado um comportamento considerado nos termos do art. 94, III, da lei 11.101/05, como sendo um ato de falência.

Impontualidade Obrigação Líquida injustificada -Superior 40 salários (Inciso I) -Título executivo -Protestado Art. 94 Execução

Frustrada Certidão de objeto e pé (inciso II)

Page 42: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

42

21/03 –

Falência

1) Conceito 1.1)Pressupostos Subjetivos

1.2) Pressupostos Objetivos = “Insolvência jurídica” Inciso I – Impontualidade Art. 94 Inciso II – Execução Inciso III – Atos de Falência A saber:

a) Realiza a liquidação precipitada dos bens integrantes do seu ativo ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos.

b) Realiza, ou tenta realizar negócio simulado com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores.

c) Alienação irregular do estabelecimento empresarial.

Livre Pagamento dos credores

Alienação Insuficiência de bens Eficácia ou

Anuência dos credores

Alienação regular = Atos de Falência 30 dias para expressar

d) Simula transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação, ou fiscalização ou ainda prejudicar credores.

e) Dá ou reforça garantia a credor por dívida anteriormente contraída sem ficar com bens livres e desembaraçados para saldar o seu passivo.

f) Abandona ou ausenta-se do estabelecimento sem deixar no local representante habilitado com recursos suficientes para salvar as suas dívidas.

g) O descumprimento do plano de recuperação judicial.

Page 43: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

43

2) Juízo Falimentar 2.1) Competência (art. 3)

Nos termos do Art. 3 é competente para decretar falência do empresário devedor o juízo do local do seu principal estabelecimento, considerando com sendo aquele em que se é encontrado o maior volume de negócios do devedor, e portanto, centro de tomada de decisões em que estarão localizados a maior parte do seu ativo, empregados e credores.

Page 44: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

44

2.2) Juízo Universal da falência Ao ser decretado a falência, todas as ações e execuções que envolvam bens e interesses do falido, serão processados e julgados pelo juízo em que tramita o processo falimentar, ressalvadas as ações trabalhistas, causas tributárias e as ações e execuções não reguladas pela lei de falências em que a massa falida seja autora ou litisconsorte ativa. Cabe recurso de agravo Cabe Recurso de apelação Etapa pré-Falimentar Etapa Falimentar Etapa Pós-Falimentar Pedido Sentença de de Despacho Sentença encerramento Falência Citação (10 dias) Mensuração Liquidação do do Ativo (Bens) ativo Contestação Depósito Rec. Judicial Mensuração Elisivo do passivo (Dívida) Satisfação Adm. Judicial Adm. Judicial Do passivo prestação de “Relatório final” contas

Page 45: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

45

27/03

3) Processo 3.1) Etapas Pré-Falimentar

A B C Pedido Despacho Sentença De Falência

A) Pedido de Falência

Legitimidade Passiva:

Somente o empresário (Art. 1) Exceções (Art. 2) - Empresas públicas; sociedade de economia

mista, instituições; seguradoras.

Legitimidade Ativa: Nos termos do art. 97 da lei 11.101/05, poderá requerer a falência do empresário devedor as seguintes pessoas: I) Autos de Falência (art. 97, I)

O empresário devedor deverá requerer sua auto falência quando, nos termos do art. 105 da lei 11.101/05, atravessar um momento de crise econômico-financeiro e não preencher os requisitos previsto s no art. 48 da referida lei, para que se possa pleitear a recuperação judicial de sua empresa. Cotistas (N/C, C/S, LTDA) Na forma

II) PJ (sociedade Sócios da lei ou empresária) Acionistas (C/A, S/A) conforme sua constituição. PF (Empresário individual) Cônjuge Herdeiros Inventariantes

Page 46: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

46

III) Credores

Ressalta-se que sendo o credor um empresário, deverá quando do pedido de falência, apresentar certidão pelo registro público de empresas mercantis com o propósito de atestar o exercício regular de atividade empresarial.

Art. 97. Podem requerer a falência do devedor: I - o próprio devedor, na forma do disposto nos arts. 105 a 107 desta Lei; II - o cônjuge sobrevivente, qualquer herdeiro do devedor ou o inventariante; III - o cotista ou o acionista do devedor na forma da lei ou do ato constitutivo da sociedade; IV - qualquer credor. § 1o O credor empresário apresentará certidão do Registro Público de Empresas que comprove a regularidade de suas atividades. § 2o O credor que não tiver domicílio no Brasil deverá prestar caução relativa às custas e ao pagamento da indenização de que trata o art. 101 desta Lei. Art. 48. Poderá requerer recuperação judicial o devedor que, no momento do pedido, exerça regularmente suas atividades há mais de 2 (dois) anos e que atenda aos seguintes requisitos, cumulativamente: I - não ser falido e, se o foi, estejam declaradas extintas, por sentença transitada em julgado, as responsabilidades daí decorrentes; II - não ter, há menos de 5 (cinco) anos, obtido concessão de recuperação judicial; III - não ter, há menos de 8 (oito) anos, obtido concessão de recuperação judicial com base no plano especial de que trata a Seção V deste Capítulo; IV - não ter sido condenado ou não ter, como administrador ou sócio controlador, pessoa condenada por qualquer dos crimes previstos nesta Lei. § 1o A recuperação judicial também poderá ser requerida pelo cônjuge sobrevivente, herdeiros do devedor, inventariante ou sócio remanescente. (Renumerado pela Lei nº 12.873, de 2013) § 2o Tratando-se de exercício de atividade rural por pessoa jurídica, admite-se a comprovação do prazo estabelecido no caput deste artigo por meio da Declaração de Informações Econômico-fiscais da Pessoa Jurídica - DIPJ que tenha sido entregue tempestivamente Art. 105. O devedor em crise econômico-financeira que julgue não atender aos requisitos para pleitear sua recuperação judicial deverá requerer ao juízo sua falência,

Page 47: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

47

expondo as razões da impossibilidade de prosseguimento da atividade empresarial, acompanhadas dos seguintes documentos: I - demonstrações contábeis referentes aos 3 (três) últimos exercícios sociais e as levantadas especialmente para instruir o pedido, confeccionadas com estrita observância da legislação societária aplicável e compostas obrigatoriamente de: a) balanço patrimonial; b) demonstração de resultados acumulados; c) demonstração do resultado desde o último exercício social; d) relatório do fluxo de caixa; II - relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos; III - relação dos bens e direitos que compõem o ativo, com a respectiva estimativa de valor e documentos comprobatórios de propriedade; IV - prova da condição de empresário, contrato social ou estatuto em vigor ou, se não houver, a indicação de todos os sócios, seus endereços e a relação de seus bens pessoais; V - os livros obrigatórios e documentos contábeis que lhe forem exigidos por lei; VI - relação de seus administradores nos últimos 5 (cinco) anos, com os respectivos endereços, suas funções e participação societária. Art. 1o Esta Lei disciplina a recuperação judicial, a recuperação extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária, doravante referidos simplesmente como devedor. Art. 2o Esta Lei não se aplica a: I - empresa pública e sociedade de economia mista; II - instituição financeira pública ou privada, cooperativa de crédito, consórcio, entidade de previdência complementar, sociedade operadora de plano de assistência à saúde, sociedade seguradora, sociedade de capitalização e outras entidades legalmente equiparadas às anteriores.

B) Citação e Defesa

Absolutamente válida a citação pessoal.

Page 48: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

48

Distribuindo o pedido de falência, o juiz determinará a citação do devedor para que no prazo de até 10 dias apresente a sua contestação. Muito embora a lei 11.101/05 seja omissa quanto a forma de citação, entende-se, que ela deverá ser pessoal, através da expedição de mandado para cumprimento do oficial de justiça. Caso entre tanto seja frustrado a citação pessoal, será admitida para parte da doutrina a citação por edital. Realizada a citação, poderá o empresário apresentar a sua contestação com o propósito de afastar a presunção do estado de insolvência que o credor buscará em seu pedido de falência. Caso o pedido de falência seja fundamentada no art. 94, I (impontualidade injustificada), poderá o empresário basear a sua contestação em uma das hipóteses exemplificativas previstas no art. 96 da lei 11,101/05, a saber: I) Falsidade do título II) Prescrição III) Nulidade da obrigação ou do título (ex. mercadoria contrabandeada) IV) Pagamento da dívida ou qualquer outro fato que extinga ou

suspenda a obrigação ou ainda não legitime a cobrança do título V) Vício em protesto ou em seu instrumento VI) Apresentação do pedido de recuperação judicial no prazo da

contestação VII) Cessação das atividades empresarias a mais de 2 anos antes do

pedido de falência

No prazo da contestação, poderá o devedor realizar depósito elisivo sem que se produza preclusão consumativa, pois o depósito não é considerado confissão, mas sim ato inequívoco capaz de afastar a presunção de inocência do devedor.

Na hipótese de sua realização, o deposito elisivo compreenderá o valor integral da dívida, acrescido de juros, correção monetária e honorários advocatícios.

Quando tem cabimento? Ressalta-se que o depósito elisivo, só será admitido quando o pedido de falência for fundamentado no art. 94, I (impontualidade); no Art. 94, II (execução frustrada); Portanto o depósito elisivo já mais será admitido nas hipóteses de atos de falência, descritos no art. 94, III.

Art. 94. Será decretada a falência do devedor que: I - sem relevante razão de direito, não paga, no vencimento, obrigação líquida materializada em título ou títulos executivos protestados cuja soma ultrapasse o equivalente a 40 (quarenta) salários-mínimos na data do pedido de falência; II - executado por qualquer quantia líquida, não paga, não deposita e não nomeia à penhora bens suficientes dentro do prazo legal; III - pratica qualquer dos seguintes atos, exceto se fizer parte de plano de recuperação judicial: a) procede à liquidação precipitada de seus ativos ou lança mão de meio ruinoso ou fraudulento para realizar pagamentos; b) realiza ou, por atos inequívocos, tenta realizar, com o objetivo de retardar pagamentos ou fraudar credores, negócio

Page 49: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

49

simulado ou alienação de parte ou da totalidade de seu ativo a terceiro, credor ou não; c) transfere estabelecimento a terceiro, credor ou não, sem o consentimento de todos os credores e sem ficar com bens suficientes para solver seu passivo; d) simula a transferência de seu principal estabelecimento com o objetivo de burlar a legislação ou a fiscalização ou para prejudicar credor; e) dá ou reforça garantia a credor por dívida contraída anteriormente sem ficar com bens livres e desembaraçados suficientes para saldar seu passivo; f) ausenta-se sem deixar representante habilitado e com recursos suficientes para pagar os credores, abandona estabelecimento ou tenta ocultar-se de seu domicílio, do local de sua sede ou de seu principal estabelecimento; g) deixa de cumprir, no prazo estabelecido, obrigação assumida no plano de recuperação judicial. § 1o Credores podem reunir-se em litisconsórcio a fim de perfazer o limite mínimo para o pedido de falência com base no inciso I do caput deste artigo. § 2o Ainda que líquidos, não legitimam o pedido de falência os créditos que nela não se possam reclamar. § 3o Na hipótese do inciso I do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com os títulos executivos na forma do parágrafo único do art. 9o desta Lei, acompanhados, em qualquer caso, dos respectivos instrumentos de protesto para fim falimentar nos termos da legislação específica. § 4o Na hipótese do inciso II do caput deste artigo, o pedido de falência será instruído com certidão expedida pelo juízo em que se processa a execução. § 5o Na hipótese do inciso III do caput deste artigo, o pedido de falência descreverá os fatos que a caracterizam, juntando-se as provas que houver e especificando-se as que serão produzidas. Art. 96. A falência requerida com base no art. 94, inciso I do caput, desta Lei, não será decretada se o requerido provar: I - falsidade de título; II - prescrição; III - nulidade de obrigação ou de título; IV - pagamento da dívida; V - qualquer outro fato que extinga ou suspenda obrigação ou não legitime a cobrança de título; VI - vício em protesto ou em seu instrumento; VII - apresentação de pedido de recuperação judicial no prazo da contestação, observados os requisitos do art. 51 desta Lei; VIII - cessação das atividades empresariais mais de 2 (dois) anos antes do pedido de falência, comprovada por documento hábil do Registro Público de Empresas, o qual não prevalecerá contra prova de exercício posterior ao ato registrado.

Page 50: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

50

§ 1o Não será decretada a falência de sociedade anônima após liquidado e partilhado seu ativo nem do espólio após 1 (um) ano da morte do devedor. § 2o As defesas previstas nos incisos I a VI do caput deste artigo não obstam a decretação de falência se, ao final, restarem obrigações não atingidas pelas defesas em montante que supere o limite previsto naquele dispositivo

28/03 –

Processo Pré-Falimentar

A) Pedido

B) Citação e Defesa C1 – Natureza Sentença Falência - Agravo

C) Sentença C2 – Recursos Sentença Denegatória – Apelação

C3 – Elementos da Sentença C1 – NATUREZA A sentença da falência tem natureza preponderantemente constitutiva, pois submete o devedor e suas relações a um novo regime jurídico. Neste contesto, uma vez declarado a falência, o empresário fica inabilitado para o exercício de qualquer atividade empresarial, ate que seja verificada a sua reabilitação. A demais perde o devedor o direito de administrar os seus bens e sobre eles dispor. Por fim, os atos e contratos do devedor serão submetidos a um regime jurídico próprio. C2 – RECURSOS Nos termos do art. 100, da lei 11.101/05, da sentença de falência que julgar procedente o pedido de quebra, dando início a etapa falimentar do processo, caberá recurso de agravo na modalidade por instrumento. Por sua vez, da sentença denegatória da falência que julga improcedente o pedido de quebra, pondo fim no processo em 1o grau de jurisdição, caberá recurso de apelação.

Page 51: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

51

Art. 100. Da decisão que decreta a falência cabe agravo, e da sentença que julga a improcedência do pedido cabe apelação.

C3 – ELEMENTOS DE SENTENÇA Além dos elementos previstos no CPC para validade de qualquer sentença, a sentença de falência deve conter certos elementos específicos previstos no art. 99 da lei 11.101/05, a saber: I - conterá a síntese do pedido, a identificação do falido e os nomes dos que forem a esse tempo seus administradores; II - fixará o termo legal da falência, sem poder retrotraí-lo por mais de 90 (noventa) dias contados do pedido de falência, do pedido de recuperação judicial ou do 1o (primeiro) protesto por falta de pagamento, excluindo-se, para esta finalidade, os protestos que tenham sido cancelados;

Termo Legal de Falência

O TLF fixado pelo juízo na sentença, nada mais é do que o lapso temporal que certos atos praticados pelo devedor com ou sem a intenção de fraudar credores, se declarados ineficazes perante a massa. até 90 dias Termo legal da falência 30/05/13 Pedido de Falência Sentença 25/08 /13 20/11/13

Atos ineficazes (com ou sem intenção de fraudar) art. 129.

Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores: I - o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal, por qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título; II - o pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do termo legal, por qualquer forma que não seja a prevista pelo contrato;

Page 52: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

52

Obs: ocorrendo o pagamento em dinheiro, não entrará no termo legal de falência. Com a Dação em pagamento, entrará no termo legal de falência III - a constituição de direito real de garantia, inclusive a retenção, dentro do termo legal, tratando-se de dívida contraída anteriormente; se os bens dados em hipoteca forem objeto de outras posteriores, a massa falida receberá a parte que devia caber ao credor da hipoteca revogada;

Continuação dos incisos do art. 99 III - ordenará ao falido que apresente, no prazo máximo de 5 (cinco) dias, relação nominal dos credores, indicando endereço, importância, natureza e classificação dos respectivos créditos, se esta já não se encontrar nos autos, sob pena de desobediência; VIII - ordenará ao Registro Público de Empresas que proceda à anotação da falência no registro do devedor, para que conste a expressão "Falido", a data da decretação da falência e a inabilitação de que trata o art. 102 desta Lei

IX - nomeará o administrador judicial, que desempenhará suas funções na forma do inciso III do caput do art. 22 desta Lei sem prejuízo do disposto na alínea a do inciso II do caput do art. 35 desta Lei; X - determinará a expedição de ofícios aos órgãos e repartições públicas e outras entidades para que informem a existência de bens e direitos do falido; XI - pronunciar-se-á a respeito da continuação provisória das atividades do falido com o administrador judicial ou da lacração dos estabelecimentos, observado o disposto no art. 109 desta Lei; XII - determinará, quando entender conveniente, a convocação da assembléia-geral de credores para a constituição de Comitê de Credores, podendo ainda autorizar a manutenção do Comitê eventualmente em funcionamento na recuperação judicial quando da decretação da falência; XIII - ordenará a intimação do Ministério Público e a comunicação por carta às Fazendas Públicas Federal e de todos os Estados e Municípios em que o devedor tiver estabelecimento, para que tomem conhecimento da falência. 03/04 –

Seminário

Atos ineficazes em sentido estrito.

Ineficácia objetiva Independe do conluio fraudulento Podem ser declarados ineficazes perante a massa, de ofício, com ou sem

intenção de fraudar credores. O rol e taxativo: art. 129 Dentro do termo legal de falência, só os incisos I, II e II Olhar os IV, V e VI

Page 53: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

53

Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores: I - o pagamento de dívidas não vencidas realizado pelo devedor dentro do termo legal, por qualquer meio extintivo do direito de crédito, ainda que pelo desconto do próprio título; II - o pagamento de dívidas vencidas e exigíveis realizado dentro do termo legal, por qualquer forma que não seja a prevista pelo contrato; III - a constituição de direito real de garantia, inclusive a retenção, dentro do termo legal, tratando-se de dívida contraída anteriormente; se os bens dados em hipoteca forem objeto de outras posteriores, a massa falida receberá a parte que devia caber ao credor da hipoteca revogada IV - a prática de atos a título gratuito, desde 2 (dois) anos antes da decretação da falência; V - a renúncia à herança ou a legado, até 2 (dois) anos antes da decretação da falência; VI - a venda ou transferência de estabelecimento feita sem o consentimento expresso ou o pagamento de todos os credores, a esse tempo existentes, não tendo restado ao devedor bens suficientes para solver o seu passivo, salvo se, no prazo de 30 (trinta) dias, não houver oposição dos credores, após serem devidamente notificados, judicialmente ou pelo oficial do registro de títulos e documentos;

Atos Revogáveis

Ineficácia subjetiva Dependem de prova de intenção de fraudar O ato só é revogado após dilação probatória, contraditória, prova de

conluio fraudulento. Ação revocatória (art. 170, e seguintes)

Ex.

Art. 170. Divulgar ou propalar, por qualquer meio, informação falsa sobre devedor em recuperação judicial, com o fim de levá-lo à falência ou de obter vantagem: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Indução a erro Art. 171. Sonegar ou omitir informações ou prestar informações falsas no processo de falência, de recuperação judicial ou de recuperação extrajudicial, com o fim de induzir a erro o juiz, o Ministério Público, os

Page 54: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

54

credores, a assembléia-geral de credores, o Comitê ou o administrador judicial: Pena - reclusão, de 2 (dois) a 4 (quatro) anos, e multa. Favorecimento de credores e seguintes.....

04/04 - Etapa pré-Falimentar

Pedido de falência

Citação e defesa

-Sentença: o Natureza: constitutiva o Recurso cabíveis o Elementos o Efeitos da sentença de falência

Efeitos da sentença de falência

Em relação ao Devedor Com a decretação da falência, o devedor fica inabilitado para o exercício de qualquer atividade empresarial até a sua reabilitação. Ademais, perde o direito de administrar seus bens e sobre dispor deles. Entretanto, o falido poderá fiscalizar a administração da falência realizada pelo administrador judicial, podendo inclusive requerer que sejam tomadas todas as providências necessárias para a conservação de seus bens e direitos e bens que tenham sido arrecadados durante o processo falimentar. Ademais, ao ser decretado a falência, submete-se a um novo regime jurídico em que lhe são impostas inúmeras obrigações, nos termos do art. 104, da lei 11.101/05. Destacam-se: (Inciso I) – assinar nos próprios autos de falência, termo de comparecimento com a indicação de sua qualificação completa e declaração sobres aspectos de relevância para a falência, a saber:

I - assinar nos autos, desde que intimado da decisão, termo de comparecimento, com a indicação do nome, nacionalidade, estado civil, endereço completo do domicílio, devendo ainda declarar, para constar do dito termo a) as causas determinantes da sua falência, quando requerida pelos credores;

Page 55: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

55

b) tratando-se de sociedade, os nomes e endereços de todos os sócios, acionistas controladores, diretores ou administradores, apresentando o contrato ou estatuto social e a prova do respectivo registro, bem como suas alterações; c) o nome do contador encarregado da escrituração dos livros obrigatórios; d) os mandatos que porventura tenha outorgado, indicando seu objeto, nome e endereço do mandatário; e) seus bens imóveis e os móveis que não se encontram no estabelecimento; f) se faz parte de outras sociedades, exibindo respectivo contrato; g) suas contas bancárias, aplicações, títulos em cobrança e processos em andamento em que for autor ou réu

(Inciso II) - depositar em cartório, no ato de assinatura do termo de comparecimento, os seus livros obrigatórios, a fim de serem entregues ao administrador judicial. Obs. Dentre os livros obrigatórios, destaca-se o livro diário de natureza contábil, que tem como principal finalidade retratar as variações decorridas do patrimônio do empresário em intervalos que não excedam a 30 dias (art. 1179, e seguintes do CC) (Inciso III) – não se ausentar do lugar onde se processa a falência sem motivo justo e comunicação expressa ao juiz. Caso o falido tenha que se ausentar, deverá manter procurador com poderes para representá-lo, em especial no processo falimentar. (Inciso IV) - comparecer a todos os atos da falência, podendo ser representado por procurador, quando não for indispensável sua presença. . . .

II - depositar em cartório, no ato de assinatura do termo de comparecimento, os seus livros obrigatórios, a fim de serem entregues ao administrador judicial, depois de encerrados por termos assinados pelo juiz; III - não se ausentar do lugar onde se processa a falência sem motivo justo e comunicação expressa ao juiz, e sem deixar procurador bastante, sob as penas cominadas na lei; IV - comparecer a todos os atos da falência, podendo ser representado por procurador, quando não for indispensável sua presença; V - entregar, sem demora, todos os bens, livros, papéis e documentos ao administrador judicial, indicando-lhe, para serem arrecadados, os bens que porventura tenha em poder de terceiros; VI - prestar as informações reclamadas pelo juiz, administrador judicial, credor ou Ministério Público sobre circunstâncias e fatos que interessem à falência; VII - auxiliar o administrador judicial com zelo e presteza; VIII - examinar as habilitações de crédito apresentadas;

Page 56: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

56

IX - assistir ao levantamento, à verificação do balanço e ao exame dos livros; X - manifestar-se sempre que for determinado pelo juiz; XI - apresentar, no prazo fixado pelo juiz, a relação de seus credores; XII - examinar e dar parecer sobre as contas do administrador judicial. Parágrafo único. Faltando ao cumprimento de quaisquer dos deveres que esta Lei lhe impõe, após intimado pelo juiz a fazê-lo, responderá o falido por crime de desobediência

Em relação aos atos do devedor Decretada a falência, certos atos praticados pelo devedor antes de sua quebra, poderão ser declaradas ineficazes perante a massa falida. Atos ineficazes

Atos ineficazes em sentido estrito o Ineficácia objetiva o Não e necessária a comprovação da fraude o Independe da intenção de fraudar.

Atos revogáveis

o Ineficácia subjetiva o Depende de intenção de fraudar

A sistemática da ineficácia dos atos do devedor pode ser dividida em:

a) Atos ineficazes em sentido estrito b) Atos revogáveis

Ressalta-se, que ambas as hipótese tratam de atos ineficazes perante a massa falida. Entretanto, enquanto aqueles serão declarados ineficazes independente da intenção do devedor em fraudar seus credores, estes(os revogáveis) só serão declarados ineficazes se restar provado o conhecimento fraudulento entre o devedor falido e o terceiro com quem contratou. Atos ineficazes em sentido estrito Tais atos padecem da chamada ineficácia objetiva, pois poderão ser declaradas ineficazes perante a massa falida, tendo ou não o contratante conhecimento do estado de crise econômica/financeira do devedor, ou seja, a não intenção deste fraudar credores. Para a declaração da ineficácia de tais atos, não será exigida a comprovação da fraude, sendo portanto dispensável a propositura de uma ação judicial própria, em que seja assegurada ampla defesa e contraditório. Nesse sentido, nos termos do art. 129, §único, da lei 11.101/05, a ineficácia objetiva poderá ser declarada inclusive de oficio pelo juiz.

Page 57: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

57

Art. 129. São ineficazes em relação à massa falida, tenha ou não o contratante conhecimento do estado de crise econômico-financeira do devedor, seja ou não intenção deste fraudar credores: Parágrafo único. A ineficácia poderá ser declarada de ofício pelo juiz, alegada em defesa ou pleiteada mediante ação própria ou incidentalmente no curso do processo

10/04 - Ao devedor Atos ineficazes – Sentido estrito

Ineficácia objetiva C/ ou S/ intenção –

ineficazes Rol taxativo – art. 129

Elementos da Aos atos do Sentença devedor – Atos Ineficazes Atos Revogáveis

Ineficácia Subjetiva Conluio Fraudulento Ação revogatória

Aos contratos do devedor Os atos revogáveis padecem de ineficácia subjetiva, na media em que a declaração judicial da ineficácia de seus atos dependerá da dilação probatória em ação revocatória, com o proposito de provar o conluio fraudulento entre o devedor e o terceiro com ele houver contratado. A ação revocatória deverá ser proposta em até 3 anos da data de decretação da falência do devedor (sentença) Terá legitimidade para sua propositura qualquer devedor, o administrador judicial e o MP.

Page 58: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

58

Conforme disposto no art. 133 da lei 11.101/05 a ação revocatória poderá ser provida: -são todos os inciso:

Art. 133. A ação revocatória pode ser promovida: I - contra todos os que figuraram no ato ou que por efeito dele foram pagos, garantidos ou beneficiados; II - contra os terceiros adquirentes, se tiveram conhecimento, ao se criar o direito, da intenção do devedor de prejudicar os credores; III - contra os herdeiros ou legatários das pessoas indicadas nos incisos I e II do caput deste artigo.

Efeitos da sentença quanto aos contratos do devedor Contratos Bilaterais (art. 117 da lei 11.101/05) Contratos Unilaterais (art. 118 da lei 11.101/05) O administrado judicial poderá dar continuidade aos contratos bilaterais e unilaterais: -Se permitir a redução ou evitar o aumento do passivo da massa; - se necessário à manutenção e preservação dos bens integrantes do ativo. Nos termos do Art. 117 da lei 11.101/05, os contratos bilaterais não s se resolvem em razão da falência do devedor e poderão ser conferidas pelo administrador judicial, mediante autorização do comitê de credores, se o cumprimento reduzir ou evitar o aumento do passivo (obrigações) da massa falida, ou ainda quando necessárias para a manutenção e preservação dos bens integrantes da massa. Em relação aos contratos unilaterais, o administrador judicial, mediante autorização do comitê de credores, poderá das cumprimento a eles, se tal fato reduzir ou evitar o aumento do passivo ou ainda for necessário para a manutenção e preservação do ativo, hipótese em que devera realizar o pagamento da prestação devida. (art. 118 da lei 11.101/05)

Art. 117. Os contratos bilaterais não se resolvem pela falência e podem ser cumpridos pelo administrador judicial se o cumprimento reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa falida ou for necessário à manutenção e preservação de seus ativos, mediante autorização do Comitê. § 1o O contratante pode interpelar o administrador judicial, no prazo de até 90 (noventa) dias, contado da assinatura do termo de sua nomeação, para que, dentro de 10 (dez) dias, declare se cumpre ou não o contrato. § 2o A declaração negativa ou o silêncio do administrador judicial confere ao contraente o direito à indenização, cujo valor, apurado em processo ordinário, constituirá crédito quirografário. Art. 118. O administrador judicial, mediante autorização do Comitê, poderá dar cumprimento a contrato unilateral se

Page 59: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

59

esse fato reduzir ou evitar o aumento do passivo da massa falida ou for necessário à manutenção e preservação de seus ativos, realizando o pagamento da prestação pela qual está obrigada.

Ressalta-se entretanto, que para determinar contratos, a lei 11.101/05, trará regras específicas a serem observadas pelo administrador judicial e pela parte contratante. Dentre tais regras destaca-se:

1. No contrato de compra e venda.

a) o vendedor não pode obstar a entrega das coisas expedidas ao devedor e ainda em trânsito, se o comprador, antes do requerimento da falência, as tiver revendido, sem fraude, à vista das faturas e conhecimentos de transporte, entregues ou remetidos pelo vendedor (art. 119, I)

b) Se o devedor vendeu coisas compostas e o administrador judicial resolver não continuar a execução do contrato, poderá o comprador pôr à disposição da massa falida as coisas já recebidas, pedindo perdas e danos. (art.119,II)

c) Não tendo o devedor entregue coisa móvel ou prestado serviço que vendera ou contratara a prestações, e resolvendo o administrador judicial não executar o contrato, o crédito relativo ao valor pago será habilitado no processo falimentar. (Art. 119, III)

d) O administrador judicial, ouvido o Comitê, restituirá a coisa móvel comprada pelo devedor com reserva de domínio do vendedor se resolver não continuar a execução do contrato, exigindo a devolução, nos termos do contrato, dos valores pagos. (art. 119,IV)

2. Locação a) A falência do locador não resolve o contrato de locação e, na falência do locatário, o administrador judicial pode, a qualquer tempo, denunciar o contrato. (art. 119, VII)

Art. 119. Nas relações contratuais a seguir mencionadas prevalecerão as seguintes regras: I - o vendedor não pode obstar a entrega das coisas expedidas ao devedor e ainda em trânsito, se o comprador, antes do requerimento da falência, as tiver revendido, sem fraude, à vista das faturas e conhecimentos de transporte, entregues ou remetidos pelo vendedor; II - se o devedor vendeu coisas compostas e o administrador judicial resolver não continuar a execução do contrato, poderá o comprador pôr à disposição da massa falida as coisas já recebidas, pedindo perdas e danos;

Page 60: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

60

III - não tendo o devedor entregue coisa móvel ou prestado serviço que vendera ou contratara a prestações, e resolvendo o administrador judicial não executar o contrato, o crédito relativo ao valor pago será habilitado na classe própria; IV - o administrador judicial, ouvido o Comitê, restituirá a coisa móvel comprada pelo devedor com reserva de domínio do vendedor se resolver não continuar a execução do contrato, exigindo a devolução, nos termos do contrato, dos valores pagos VII - a falência do locador não resolve o contrato de locação e, na falência do locatário, o administrador judicial pode, a qualquer tempo, denunciar o contrato

3. Nos contratos Bancários a) As contas correntes com o devedor consideram-se encerradas no

momento de decretação da falência, verificando-se o respectivo saldo.( art. 121)

Art. 121. As contas correntes com o devedor consideram-se encerradas no momento de decretação da falência, verificando-se o respectivo saldo.

4. Nos mandatos a) O mandato conferido pelo devedor, antes da falência, para a realização

de negócios, os poderes outorgados serão revogados, cessando seus efeitos com a decretação da falência.(art. 120, caput)

Art. 120. O mandato conferido pelo devedor, antes da falência, para a realização de negócios, cessará seus efeitos com a decretação da falência, cabendo ao mandatário prestar contas de sua gestão.

Ressalta-se, entretanto, que os mandatos conferidos ao representante judicial, continuarão em vigor até que sejam expressamente revogados pelo administrador judicial. (art. 120, §1)

Art. 120,§ 1o O mandato conferido para representação judicial do devedor continua em vigor até que seja expressamente revogado pelo administrador judicial.

5. Nas sociedades contratuais, em que o devedor figure como sócio, sua

participação societária deverá ser liquidada, mediante apuração de haveres e o valor obtido reembolsado à massa falida. (art. 123)

Art. 123. Se o falido fizer parte de alguma sociedade como sócio comanditário ou cotista, para a massa falida entrarão

Page 61: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

61

somente os haveres que na sociedade ele possuir e forem apurados na forma estabelecida no contrato ou estatuto social. § 1o Se o contrato ou o estatuto social nada disciplinar a respeito, a apuração far-se-á judicialmente, salvo se, por lei, pelo contrato ou estatuto, a sociedade tiver de liquidar-se, caso em que os haveres do falido, somente após o pagamento de todo o passivo da sociedade, entrarão para a massa falida. § 2o Nos casos de condomínio indivisível de que participe o falido, o bem será vendido e deduzir-se-á do valor arrecadado o que for devido aos demais condôminos, facultada a estes a compra da quota-parte do falido nos termos da melhor proposta obtida

11/04 –

Etapa Falimentar

1. Mensuração do ativo 2. Mensuração do passivo

1. Mensuração do ativo Decretada a falência, serão praticados atos com o propósito de se conhecer os bens, direitos e obrigações do devedor, sendo para tanto realizada a mensuração de seu ativo e de seu passivo. Assim a mensuração do ativo, consiste na prática de certos atos que tem por finalidade proporcionar o exato conhecimento dos bens e direitos que integram o patrimônio do falido e formam a chamada massa falida objetiva.

Principais Atos para mensuração do ativo

Arrecadação de bens e documentos Pedido restituição / embargos de terceiros Cobrança judicial dos devedores do falido

ARRECADAÇÃO DE BENS E DOCUMENTOS Tão logo, o administrador judicial assine o termo de compromisso, terá início a arrecadação dos bens e documentos que se encontram na posse do falido.

Page 62: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

62

Inventário Arrecadação dos bens e documentos Auto de arrecadação auto de avaliação Para processar a arrecadação de bens e documentos, o administrador judicial, como regra, diligenciará a todos os estabelecimentos do falido e procederá a elaboração do auto de arrecadação, composto:

a) Pelo inventário, que conterá a discriminação de todos os bens que tiverem sido arrecadados pelo administrador judicial.

b) Pelo laudo de avaliação que poderá ser elaborado pelo próprio administrador judicial, ou por perito nomeado a seu pedido.

Obs. 1) Nos termos do art. 108,§1o, da lei 11.101/05, os bens arrecadados ficarão sob a guarda do administrador judicial ou de pessoa por ele escolhido, mas sob sua responsabilidade. Ressalta-se ainda que não poderão ser arrematados os bens absolutamente impenhoráveis.

Art. 108. Ato contínuo à assinatura do termo de compromisso, o administrador judicial efetuará a arrecadação dos bens e documentos e a avaliação dos bens, separadamente ou em bloco, no local em que se encontrem, requerendo ao juiz, para esses fins, as medidas necessárias. § 1o Os bens arrecadados ficarão sob a guarda do administrador judicial ou de pessoa por ele escolhida, sob responsabilidade daquele, podendo o falido ou qualquer de seus representantes ser nomeado depositário dos bens.

2) Lacração do Estabelecimento Nos termos do art. 109, da lei 11.101/05, será lacrado o estabelecimento sempre que houver risco para a execução da arrecadação, ou para a preservação dos bens arrecadados ou ainda, dos interesses de credores.

Art. 109. O estabelecimento será lacrado sempre que houver risco para a execução da etapa de arrecadação ou para a preservação dos bens da massa falida ou dos interesses dos credores.

3) Bens Perecíveis

Nos termos do art. 113, da lei 11.101/05, os bens perecíveis, deterioráveis, sujeitos a considerável desvalorização ou ainda os bens de conservação arriscada, poderão ser vendidos antecipadamente e, logo após sua arrecadação e avaliação, mediante autorização judicial, após ouvidos o comitê de credores e o falido.

Art. 113. Os bens perecíveis, deterioráveis, sujeitos à considerável desvalorização ou que sejam de conservação

Page 63: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

63

arriscada ou dispendiosa, poderão ser vendidos antecipadamente, após a arrecadação e a avaliação, mediante autorização judicial, ouvidos o Comitê e o falido no prazo de 48 (quarenta e oito) horas

Art. 1.911. A cláusula de inalienabilidade, imposta aos bens por ato de liberalidade, implica impenhorabilidade e incomunicabilidade.

Bens Parágrafo único. No caso de desapropriação de bens Absolutamente clausulados, ou de sua alienação, por conveniência Impenhoráveis econômica do donatário ou do herdeiro, mediante autorização judicial, o produto da venda converter-se-á em outros bens, sobre os quais incidirão as restrições apostas aos primeiros.

Art. 649. São absolutamente impenhoráveis: I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; II - os móveis, pertences e utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida; III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor; IV - os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, observado o disposto no § 3o deste artigo; (

V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício de qualquer profissão; VI - o seguro de vida

VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas; VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família; IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social; X - até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, a quantia depositada em caderneta de poupança. XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos, nos termos da lei, por partido político

§ 1o A impenhorabilidade não é oponível à cobrança do crédito concedido para a aquisição do próprio bem. § 2o O disposto no inciso IV do caput deste artigo não se aplica no caso de penhora para pagamento de prestação alimentícia. § 3o (VETADO

Page 64: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

64

PEDIDO RESTITUIÇÃO E EMBARGOS DE TERCEIROS A propriedade de bens arrecadados no processo falimentar de terceiros, que se encontravam na posse do devedor na data da decretação de sua falência, poderá perder sua restituição nos termos do art. 85 da lei 11.101/05

Art. 85. O proprietário de bem arrecadado no processo de falência ou que se encontre em poder do devedor na data da decretação da falência poderá pedir sua restituição. Parágrafo único. Também pode ser pedida a restituição de coisa vendida a crédito e entregue ao devedor nos 15 (quinze) dias anteriores ao requerimento de sua falência, se ainda não alienada.

Ressalta-se que a restituição se dará em Dinheiro nas seguintes hipóteses:

a) Se a coisa não mais existir ao tempo do pedido de restituição, hipótese em que o requerente receberá o valor de avaliação do bem ou, no caso de ter havido sua venda, o respectivo valor.

b) Da importância entregue ao devedor em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para exportação. Art. 86,II, da lei 11/101/05.

c) Dos valores entregues ao devedor pelo contrato de boa-fé, na hipótese de revogação ou ineficácia do contrato por meio de ação revocatória.

Art. 86. Proceder-se-á à restituição em dinheiro: I - se a coisa não mais existir ao tempo do pedido de restituição, hipótese em que o requerente receberá o valor da avaliação do bem, ou, no caso de ter ocorrido sua venda, o respectivo preço, em ambos os casos no valor atualizado; II - da importância entregue ao devedor, em moeda corrente nacional, decorrente de adiantamento a contrato de câmbio para exportação, na forma do art. 75, §§ 3o e 4o, da Lei no 4.728, de 14 de julho de 1965, desde que o prazo total da operação, inclusive eventuais prorrogações, não exceda o previsto nas normas específicas da autoridade competente; III - dos valores entregues ao devedor pelo contratante de boa-fé na hipótese de revogação ou ineficácia do contrato, conforme disposto no art. 136 desta Lei

Page 65: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

65

COBRANÇA JUDICIAL DOS DEVEDORES DO FALIDO O administrador judicial com base na escrituração mercantil por ele arrecadado, deverá proceder a cobrança, inclusive parcial quando necessário, dos devedores do falido.

2. Mensuração do passivo A mensuração do passivo consiste na prática de certos atos que tem por finalidade proporcionar o exato conhecimento dos credores do falido, que formarão a chamada massa falida subjetiva

Page 66: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

66

SENTENÇA QUE DECRETA FALÊNCIA

Art. 99 Prazo 5 dias(falido)

RELAÇÃO NOMINAL DOS CREDORES (publicada)

Art. 7, §1 Prazo15 dias

HABILITAÇÃO DE CRÉDITO DIVERGÊNCIAS

APRESENTAÇÃO AO ADMINISTRADOR JUDICIAL

Art. 7, §2 Prazo 45 dias

NOVA RELAÇÃO NOMINAL DE CREDORES(publicada)

Prazo 10 dias

Art. 8 IMPUGNAÇAO DE CRÉDITO qualquer credor -Falido

-MP

Art. 11 Prazo 5 dias

CONTESTAÇAO

Art. 12 Prazo 5 dias

MANIFESTAÇÃO -do falido -comitê de credores Prazo 5 dias

MANIFESTAÇÃO DO ADMINISTRADOR JUDICIAL

DILAÇÃO PROBATÓRIA

DECISÃO

cabe recurso de agravo de instrumento

Page 67: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

67

Após o julgamento das eventuais impugnações de crédito, será consolidado o quadro geral de credores pelo administrador judicial e homologado pelo juiz, possibilitando assim, o pagamento dos credores do falido com base nos recursos ...... com a liquidação da massa falida objetiva. 24/04 –

Etapa Falimentar

3. Mensuração do ativo 4. Mensuração do passivo

5. Liquidação do Ativo 6. Satisfação do Ativo

Liquidação do Ativo

Tão logo encerrado a arrecadação de bens e realizado a juntada do auto de arrecadação do processo falimentar, terá início a realização do ativo (art. 139 da lei 11.101/05), com o propósito de proceder a alienação dos bens integrantes da massa falida objetiva para pagamento dos credores do falido. Nos termos do art. 140 da lei 11.101/05, a realização do ativo deverá ser implementado observando a seguinte ordem de preferência:

1. Alienação de todos os estabelecimentos do falido em bloco, hipótese que permitirá a transferência da empresa ao arrematante.

2. Alienação das filiais ou unidades produtivas do falido isoladamente, hipótese em que também se dará a transferência da empresa explorada.

3. Alienação em bloco dos bens integrantes de cada um dos estabelecimentos do devedor.

4. Alienação dos bens isoladamente considerados.

Art. 139. Logo após a arrecadação dos bens, com a juntada do respectivo auto ao processo de falência, será iniciada a realização do ativo. Art. 140. A alienação dos bens será realizada de uma das seguintes formas, observada a seguinte ordem de preferência: I - alienação da empresa, com a venda de seus estabelecimentos em bloco; II - alienação da empresa, com a venda de suas filiais ou unidades produtivas isoladamente; III - alienação em bloco dos bens que integram cada um dos estabelecimentos do devedor;

Page 68: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

68

IV - alienação dos bens individualmente considerados. § 1o Se convier à realização do ativo, ou em razão de oportunidade, podem ser adotadas mais de uma forma de alienação. § 2o A realização do ativo terá início independentemente da formação do quadro-geral de credores. § 3o A alienação da empresa terá por objeto o conjunto de determinados bens necessários à operação rentável da unidade de produção, que poderá compreender a transferência de contratos específicos. § 4o Nas transmissões de bens alienados na forma deste artigo que dependam de registro público, a este servirá como título aquisitivo suficiente o mandado judicial respectivo.

A alienação dos bens arrecadados no processo falimentar, deverá ocorrer como regra em conformidade com uma das seguintes modalidades:

1. Leilão: trata-se da modalidade ordinária de alienação de bens em que no dia, horário e local designado pelo juiz, os interessados na arrematação dos bens arrecadados, se reunirão em hasta pública, oferecendo lances orais para a arrematação dos bens. Aquele que houver ofertado o maior lance oral, arrematará o imóvel.

2. Proposta Fechadas: trata-se da modalidade ordinária em que os interessados deverão entregar no cartório do juízo falimentar envelopes lacrados com suas propostas para arrematação dos bens arrecadados. No dia, horário e local designados pelo juiz, serão abertos e aquele que houver ofertado a melhor proposta, arrematará os bens.

3. Pregão: Trata-se da modalidade híbrida, que se inicia tal como a modalidade “propostas fechadas” e se encerra com um verdadeiro leilão. Obs. Na segunda fase do pregão(leilão), só participarão os licitantes que tiverem apresentados propostas não inferiores a 90% do valor da melhor proposta apresentada na primeira fase(propostas fechadas) art. 142, §5,II da lei 11.101/05. Obs. Caso não haja uma segunda proposta não inferior a 90% do valor da melhor proposta ofertada, aquele que houver ofertado a melhor proposta fechada, arrecadará sem que para tanto ocorra a segunda fase (leilão).

Art. 142. O juiz, ouvido o administrador judicial e atendendo à orientação do Comitê, se houver, ordenará que se proceda à alienação do ativo em uma das seguintes modalidades § 5o A venda por pregão constitui modalidade híbrida das anteriores, comportando 2 (duas) fases II - leilão por lances orais, de que participarão somente aqueles que apresentarem propostas não inferiores a 90% (noventa por cento) da maior proposta ofertada, na forma do § 2o deste artigo.

Page 69: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

69

4. Satisfação do Ativo

Realizada a liquidação dos bens arrecadados e consolidado o quadro geral de credores, terá início a satisfação do passivo, ou seja, o pagamento dos credores do falido, no limite das forças da massa. Limite:

1. Créditos trabalhistas (natureza salarial) 5 salários mínimos Art. 151 3 últimos meses

2. Pedido de restituição (em dinheiro)

3. Créditos extraconcursais (art. 84) QUADRO GERAL DE CREDORES

4. Créditos concursais (art. 83) 4.1 Créditos Trabalhistas (limitado a 150 salários mínimos) e decorrente de

acidentes de trabalho

4.2 Créditos com garantia real (até o limite de bem gravado)

4.3 Créditos Tributários

4.4 Créditos com privilégio especial

4.5 Créditos com privilégios gerais

4.6 Créditos quirografários – ex. cheque, nota promissória, promessa pagamento

4.7 Multas

4.8 Créditos Subordinados – ex. sócios.

Art. 151. Os créditos trabalhistas de natureza estritamente salarial vencidos nos 3 (três) meses anteriores à decretação da falência, até o limite de 5 (cinco) salários-mínimos por trabalhador, serão pagos tão logo haja disponibilidade em caixa Art. 83. A classificação dos créditos na falência obedece à seguinte ordem: I - os créditos derivados da legislação do trabalho, limitados a 150 (cento e cinqüenta) salários-mínimos por credor, e os decorrentes de acidentes de trabalho; II - créditos com garantia real até o limite do valor do bem gravado;

Page 70: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

70

III - créditos tributários, independentemente da sua natureza e tempo de constituição, excetuadas as multas tributárias; IV - créditos com privilégio especial, a saber: a) os previstos no art. 964 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002; b) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei; c) aqueles a cujos titulares a lei confira o direito de retenção sobre a coisa dada em garantia; V - créditos com privilégio geral, a saber: a) os previstos no art. 965 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002; b) os previstos no parágrafo único do art. 67 desta Lei; c) os assim definidos em outras leis civis e comerciais, salvo disposição contrária desta Lei; VI - créditos quirografários, a saber: a) aqueles não previstos nos demais incisos deste artigo; b) os saldos dos créditos não cobertos pelo produto da alienação dos bens vinculados ao seu pagamento; c) os saldos dos créditos derivados da legislação do trabalho que excederem o limite estabelecido no inciso I do caput deste artigo; VII - as multas contratuais e as penas pecuniárias por infração das leis penais ou administrativas, inclusive as multas tributárias; VIII - créditos subordinados, a saber: a) os assim previstos em lei ou em contrato; b) os créditos dos sócios e dos administradores sem vínculo empregatício. § 1o Para os fins do inciso II do caput deste artigo, será considerado como valor do bem objeto de garantia real a importância efetivamente arrecadada com sua venda, ou, no caso de alienação em bloco, o valor de avaliação do bem individualmente considerado. § 2o Não são oponíveis à massa os valores decorrentes de direito de sócio ao recebimento de sua parcela do capital social na liquidação da sociedade. § 3o As cláusulas penais dos contratos unilaterais não serão atendidas se as obrigações neles estipuladas se vencerem em virtude da falência. § 4o Os créditos trabalhistas cedidos a terceiros serão considerados quirografários. Art. 84. Serão considerados créditos extraconcursais e serão pagos com precedência sobre os mencionados no art. 83 desta Lei, na ordem a seguir, os relativos a: I - remunerações devidas ao administrador judicial e seus auxiliares, e créditos derivados da legislação do trabalho ou decorrentes de acidentes de trabalho relativos a serviços prestados após a decretação da falência; II - quantias fornecidas à massa pelos credores;

Page 71: Direito Falimentar - Endireitados · direito empresarial. O empresário é definido pelo Art.966,CC Direito Falimentar 7º semestre

71

III - despesas com arrecadação, administração, realização do ativo e distribuição do seu produto, bem como custas do processo de falência; IV - custas judiciais relativas às ações e execuções em que a massa falida tenha sido vencida; V - obrigações resultantes de atos jurídicos válidos praticados durante a recuperação judicial, nos termos do art. 67 desta Lei, ou após a decretação da falência, e tributos relativos a fatos geradores ocorridos após a decretação da falência, respeitada a ordem estabelecida no art. 83 desta Lei.

Realizado o pagamento dos credores no limite da força da massa , isto é, até exauridos os recursos obtidos com a liquidação dos bens arrecadados, deverá administrador judicial no prazo de até 30 dias, apresentar a prestação de suas contas e, sendo elas aprovadas, deverá o administrador judicial apresentar relatório final. Relatório Final: conterá uma sucinta descrição da etapa falimentar do processo, com a indicação do valor do ativo arrecadado e do valor obtido através de sua realização, bem como o valor do passivo e dos pagamentos realizados. Após apresentado o relatório final, o juiz proferirá a sentença, encerrando o processo falimentar.

Etapa Pós-Falimentar

Consiste na reabilitação do falido, na declaração por sentença, da extinção de todas as obrigações decorrentes do processo falimentar e será concedida quando verificar uma das seguintes hipóteses previstas no art. 158 da lei 11.101/05, a saber:

Art. 158. Extingue as obrigações do falido: I - o pagamento de todos os créditos; II - o pagamento, depois de realizado todo o ativo, de mais de 50% (cinqüenta por cento) dos créditos quirografários, sendo facultado ao falido o depósito da quantia necessária para atingir essa porcentagem se para tanto não bastou a integral liquidação do ativo; III - o decurso do prazo de 5 (cinco) anos, contado do encerramento da falência, se o falido não tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei; IV - o decurso do prazo de 10 (dez) anos, contado do encerramento da falência, se o falido tiver sido condenado por prática de crime previsto nesta Lei.