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O autor inicia o livro trazendo a definição de pena, entendendo-a como coação, como resposta ao fato cometido, medida aplicada após o desrespeito à norma. A avaliação filosófica parte do preceito que o Estado e o indivíduo firmam o contrato social e, aquele que desrespeita as regras estabelecidas neste contrato passa a ser vista como inimigo, perdendo o direito de participar deste sinalagma e perde os benefícios trazidos por este. Adequando o comportamento do dito inimigo a ideia de Rousseau, o malfeitor atingindo a sociedade perde o direito de fazer parte da mesma. Para Fitche ocorre a morte civil deste transgressor de regras. Em contra partida Hobbes e Kant dizem que o “inimigo”, o transgressor de regras deve manter o caráter de cidadão, passando a ser considerado inimigo quando age em uma rebelião, no qual será visto como traidor e assim perderá sua condição de cidadão. Na visão destes filósofos há o Direito Penal do Cidadão e o Direito Penal do Inimigo, este é aplicado ao cidadão que delinque por princípio, aquele aplicado a pessoas que não delinquem de forma persistente. No capítulo que aborda a personalidade real e periculosidade fática o autor inicia trazendo a teoria de HOBBES, em um estado natural não há delito, este só ocorrerá em uma sociedade em que pese o contrato social. Para o autor no Direito Penal moderno há uma vertente que embasa a possibilidade de se perder a aplicação da coação respeitando Direito Penal do Cidadão, são os casos que o transgressor não

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O autor inicia o livro trazendo a definição de pena, entendendo-a

como coação, como resposta ao fato cometido, medida aplicada após o

desrespeito à norma.

A avaliação filosófica parte do preceito que o Estado e o indivíduo

firmam o contrato social e, aquele que desrespeita as regras estabelecidas

neste contrato passa a ser vista como inimigo, perdendo o direito de

participar deste sinalagma e perde os benefícios trazidos por este.

Adequando o comportamento do dito inimigo a ideia de Rousseau, o

malfeitor atingindo a sociedade perde o direito de fazer parte da mesma.

Para Fitche ocorre a morte civil deste transgressor de regras.

Em contra partida Hobbes e Kant dizem que o “inimigo”, o

transgressor de regras deve manter o caráter de cidadão, passando a ser

considerado inimigo quando age em uma rebelião, no qual será visto

como traidor e assim perderá sua condição de cidadão. Na visão destes

filósofos há o Direito Penal do Cidadão e o Direito Penal do Inimigo, este é

aplicado ao cidadão que delinque por princípio, aquele aplicado a pessoas

que não delinquem de forma persistente.

No capítulo que aborda a personalidade real e periculosidade fática

o autor inicia trazendo a teoria de HOBBES, em um estado natural não há

delito, este só ocorrerá em uma sociedade em que pese o contrato social.

Para o autor no Direito Penal moderno há uma vertente que embasa a

possibilidade de se perder a aplicação da coação respeitando Direito Penal

do Cidadão, são os casos que o transgressor não quer submeter-se às

regras do Estado de direito; logo por sua reincidência defende-se a coação

de maneira a prevenir as futuras transgressões deste.

O que se pode extrair do capítulo é que Jakobs defende a existência

da teoria do Direito Penal do inimigo e Direito Penal do cidadão, com

coação dada de forma proporcional à capacidade de prejudicar o Estado

de Direito, no primeiro caso pune-se a intenção como forma de segurança

ao estado, muito visto em casos de terroristas; o segundo traz