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Direito Penal I Direito Penal I Elizon Medrado Elizon Medrado

Direito Penal I Elizon Medrado. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. APLICAÇÃO DA LEI PENAL EM RELAÇÃO AO TEMPO, AO LUGAR E ÀS PESSOAS. FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DE

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Direito Penal IDireito Penal I

Elizon MedradoElizon Medrado

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PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. APLICAÇÃO DA PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. APLICAÇÃO DA LEI PENAL EM RELAÇÃO AO TEMPO, AO LEI PENAL EM RELAÇÃO AO TEMPO, AO LUGAR E ÀS PESSOAS. FRAÇÕES NÃO LUGAR E ÀS PESSOAS. FRAÇÕES NÃO COMPUTÁVEIS DE PENA. APLICAÇÃO DA COMPUTÁVEIS DE PENA. APLICAÇÃO DA PARTE GERAL À LEGISLAÇÃO ESPECIAL. PARTE GERAL À LEGISLAÇÃO ESPECIAL. CONFLITO APARENTE DE NORMAS.CONFLITO APARENTE DE NORMAS.

1 – Princípio da Legalidade:1 – Princípio da Legalidade: para que uma para que uma conduta seja considerada como crime, a lei conduta seja considerada como crime, a lei tem que prever, o mesmo ocorrendo em tem que prever, o mesmo ocorrendo em relação à pena.relação à pena.

Art. 1º do CP: não há crime sem lei anterior Art. 1º do CP: não há crime sem lei anterior que o defina; não há pena sem prévia que o defina; não há pena sem prévia cominação legal.cominação legal.

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1.1 – Princípio da anterioridade: segundo o qual uma pessoa só pode ser punida se, à época do fato por ela praticado, já estava em vigor a lei que descrevia o delito. O mesmo ocorre em relação à pena, que somente poderá ser aplicada se antes houver sido cominada a alguma conduta estabelecida como crime.

1.2 – Princípio da reserva legal: segundo o qual apenas a lei pode descrever condutas criminosas. É vedado ao legislador utilizar-se de decretos, medidas provisórias ou outras formas legislativas para incriminar condutas.

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2 – Lei Penal no Tempo

Art. 2º - Ninguém pode ser punido por fato que lei posterior deixa de considerar crime, cessando em virtude dela a execução e os efeitos penais da sentença condenatória.

Parágrafo único - A lei posterior, que de qualquer modo favorecer o agente, aplica-se aos fatos anteriores, ainda que decididos por sentença condenatória transitada em julgado.

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2.1 – Irretroatividade da lei penal: em regra a lei não é aplicada a fatos anteriores à sua vigência, ou seja, a lei não retroage;

2.2 – Retroatividade da lei penal: de acordo com o § 2º do art. 2º, a lei que de alguma forma favoreça o acusado, retroagirá. (vide art. 5º XL da Constituição).

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3 – Hipóteses de conflitos de leis penais no 3 – Hipóteses de conflitos de leis penais no tempotempo

3.1 – 3.1 – Abolitio criminisAbolitio criminis: pode ocorrer que uma lei : pode ocorrer que uma lei posterior deixe de considerar como infração um posterior deixe de considerar como infração um fato que era anteriormente punido. É a fato que era anteriormente punido. É a abolitio abolitio criminiscriminis, hipótese do art. 2º, , hipótese do art. 2º, caputcaput, do CP: a lei , do CP: a lei nova retira do campo da ilicitude penal a nova retira do campo da ilicitude penal a conduta precedentemente incriminada. Qual a conduta precedentemente incriminada. Qual a lei a ser aplicada: a anterior, que incrimina, ou a lei a ser aplicada: a anterior, que incrimina, ou a posterior, que descrimina? Claro que a posterior, que descrimina? Claro que a posterior, em face do posterior, em face do princípio da retroatividade princípio da retroatividade da lei mais favorávelda lei mais favorável, consagrado na legislação , consagrado na legislação penal e na Carta Magna (art. 5º, XL). A penal e na Carta Magna (art. 5º, XL). A abolitio abolitio criminiscriminis, também chamada , também chamada novatio legisnovatio legis, , constitui fato jurídico extintivo da punibilidade, constitui fato jurídico extintivo da punibilidade, ex viex vi do art. 107, III, do CP, que reza: do art. 107, III, do CP, que reza: extingue-extingue-se a punibilidade pela retroatividade da lei que se a punibilidade pela retroatividade da lei que não mais considera o fato como criminoso.não mais considera o fato como criminoso.

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3.2 – 3.2 – Novatio legisNovatio legis incriminadora incriminadora: ocorre : ocorre novatio legisnovatio legis incriminadora quando um incriminadora quando um indiferente penal em face de lei antiga é indiferente penal em face de lei antiga é considerado crime pela posterior. A lei considerado crime pela posterior. A lei que incrimina novos fatos é irretroativa, que incrimina novos fatos é irretroativa, uma vez que prejudica o sujeito. O uma vez que prejudica o sujeito. O fundamento desse princípio se encontra fundamento desse princípio se encontra no aforismo no aforismo nullum crimen sine preavia nullum crimen sine preavia lege lege (não há crime sem lei anterior)(não há crime sem lei anterior).. Se Se não há crime sem lei anterior, a lei nova não há crime sem lei anterior, a lei nova incriminadora não pode retroagir para incriminadora não pode retroagir para alcançar fatos antes de entrar em vigor.alcançar fatos antes de entrar em vigor.

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3.3 – 3.3 – Novatio legisNovatio legis in pejusin pejus (a lei nova modifica (a lei nova modifica o regime anterior, agravando a situação do o regime anterior, agravando a situação do sujeito)sujeito): se a lei posterior, sem criar novas : se a lei posterior, sem criar novas incriminações ou abolir outras precedentes, incriminações ou abolir outras precedentes, agrava a situação do sujeito, não retroage. Há agrava a situação do sujeito, não retroage. Há duas leis em conflito: a anterior, mais benigna, duas leis em conflito: a anterior, mais benigna, e a posterior, mais severa. Em relação a esta, e a posterior, mais severa. Em relação a esta, aplica-se o aplica-se o princípio da irretroatividadeprincípio da irretroatividade da lei da lei mais severa;mais severa; quanto àquela, o da quanto àquela, o da ultra-ultra-atividade da lei mais benéfica.atividade da lei mais benéfica. Dessa forma, se Dessa forma, se o sujeito pratica um fato criminoso na vigência o sujeito pratica um fato criminoso na vigência da lei X, mais benigna, e, no transcorrer da da lei X, mais benigna, e, no transcorrer da ação penal, surge a lei Y, mais severa, o caso ação penal, surge a lei Y, mais severa, o caso deve ser apreciado sob a eficácia da antiga, deve ser apreciado sob a eficácia da antiga, em face da exigência de não fazer recair sobre em face da exigência de não fazer recair sobre ele uma valoração mais grave que a existente ele uma valoração mais grave que a existente no momento da conduta delituosa.no momento da conduta delituosa.

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3.4 – 3.4 – Novatio legisNovatio legis in melliusin mellius (a lei nova (a lei nova modifica o regime anterior, modifica o regime anterior, beneficiando o sujeito)beneficiando o sujeito): se a lei nova, : se a lei nova, sem excluir a incriminação, é mais sem excluir a incriminação, é mais favorável ao sujeito. Aplica-se o favorável ao sujeito. Aplica-se o princípio da retroatividade da lei mais princípio da retroatividade da lei mais benigna. Ex: A pratica o crime sob a benigna. Ex: A pratica o crime sob a vigência da lei X, que comina pena de vigência da lei X, que comina pena de detenção. Após, passa a vigorar a lei Y, detenção. Após, passa a vigorar a lei Y, cominando, para o mesmo fato, pena cominando, para o mesmo fato, pena pecuniária. A lei nova comina pena pecuniária. A lei nova comina pena menos rigorosa e, assim, deve menos rigorosa e, assim, deve retroagir.retroagir.

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3.5 – 3.5 – Combinação de leisCombinação de leis: é possível : é possível combinar várias leis para favorecer o combinar várias leis para favorecer o sujeito? Há autores que entendem que sim, sujeito? Há autores que entendem que sim, outros que não. Dentre os que têm posição outros que não. Dentre os que têm posição negativa, a exemplo de Nelson Hungria, negativa, a exemplo de Nelson Hungria, argumentam que a disposição mais argumentam que a disposição mais favorável ao sujeito não deve ser obtida favorável ao sujeito não deve ser obtida através da combinação da lei antiga com a através da combinação da lei antiga com a lei nova. Se isso fosse possível, afirmam, o lei nova. Se isso fosse possível, afirmam, o juiz estaria criando uma terceira lei, o que juiz estaria criando uma terceira lei, o que não é permitido. Por outro lado, os que não é permitido. Por outro lado, os que adotam posição favorável, dentre os quais adotam posição favorável, dentre os quais Rogério Greco, assim se posicionam por Rogério Greco, assim se posicionam por entender que se estende aos princípios da entender que se estende aos princípios da ultra-atividade e retroatividade benéficas.ultra-atividade e retroatividade benéficas.

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4 – Ultratividade da lei penal:4 – Ultratividade da lei penal: existem existem leis que somente regulam fatos praticados leis que somente regulam fatos praticados durante sua vigência, não retroagindo durante sua vigência, não retroagindo mesmo se forem mais benéficas aos mesmo se forem mais benéficas aos acusados, são as chamadas leis ultra-ativas, acusados, são as chamadas leis ultra-ativas, que continuam a ser aplicadas aos fatos que continuam a ser aplicadas aos fatos praticados durante sua vigência mesmo praticados durante sua vigência mesmo depois de sua auto-revogação. Estamos depois de sua auto-revogação. Estamos falando da lei excepcional e da lei falando da lei excepcional e da lei temporária.temporária.

Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, Art. 3º - A lei excepcional ou temporária, embora decorrido o período de sua duração embora decorrido o período de sua duração ou cessadas as circunstâncias que a ou cessadas as circunstâncias que a determinaram, aplica-se ao fato praticado determinaram, aplica-se ao fato praticado durante sua vigência.durante sua vigência.

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4.1 – 4.1 – Lei temporáriaLei temporária: é aquela feita : é aquela feita para vigorar por determinado tempo, para vigorar por determinado tempo, estabelecido previamente pelo estabelecido previamente pelo legislador. Este determina que a lei legislador. Este determina que a lei terá vigência até certa data.terá vigência até certa data.

4.2 – 4.2 – Lei excepcionalLei excepcional: é aquela feita : é aquela feita para vigorar em épocas especiais para vigorar em épocas especiais como guerra, calamidade pública, como guerra, calamidade pública, revoluções, epidemias, etc. É revoluções, epidemias, etc. É aprovada para vigorar enquanto aprovada para vigorar enquanto perdurar o período excepcional.perdurar o período excepcional.

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5 –5 – Tempo do crime: Tempo do crime: a análise do âmbito a análise do âmbito temporal de aplicação da lei penal necessita temporal de aplicação da lei penal necessita da fixação do momento em que se da fixação do momento em que se considera o delito cometido. A determinação considera o delito cometido. A determinação do tempo em que se reputa praticado o do tempo em que se reputa praticado o delito tem relevância jurídica não somente delito tem relevância jurídica não somente para fixar a lei que o vai reger, mas também para fixar a lei que o vai reger, mas também para fixar a imputabilidade do sujeito. Além para fixar a imputabilidade do sujeito. Além disso, é preciso fixar o momento da prática disso, é preciso fixar o momento da prática do delito para efeitos da apreciação de seus do delito para efeitos da apreciação de seus elementos subjetivos, circunstâncias, elementos subjetivos, circunstâncias, prescrição, anistia, etc. Há três teorias prescrição, anistia, etc. Há três teorias acerca do tempo do crime: da atividade, do acerca do tempo do crime: da atividade, do resultado e mista.resultado e mista.

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Art. 4º - Considera-se praticado o crime no Art. 4º - Considera-se praticado o crime no momento da ação ou omissão, ainda que momento da ação ou omissão, ainda que outro seja o momento do resultado.outro seja o momento do resultado.

5.1 – 5.1 – Teoria da ação ou da atividadeTeoria da ação ou da atividade: o crime é : o crime é considerado praticado no momento da ação considerado praticado no momento da ação ou da omissão, ainda que outro momento seja ou da omissão, ainda que outro momento seja o do resultado. Esta é a teoria adotada pelo o do resultado. Esta é a teoria adotada pelo Código Penal.Código Penal.

5.2 – 5.2 – Teoria do resultadoTeoria do resultado: o crime é : o crime é considerado praticado no momento da considerado praticado no momento da consumação.consumação.

5.3 – 5.3 – Teoria mista (ou da ubiqüidade)Teoria mista (ou da ubiqüidade): o crime : o crime é considerado praticado tanto no momento da é considerado praticado tanto no momento da ação quanto no do resultado.ação quanto no do resultado.

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5.4 – 5.4 – Aplicação da teoria da atividade nos Aplicação da teoria da atividade nos crimes permanentescrimes permanentes: nos crimes : nos crimes permanentes, em que o momento permanentes, em que o momento consumativo se prolonga no tempo sob a consumativo se prolonga no tempo sob a dependência da vontade do sujeito ativo, dependência da vontade do sujeito ativo, se iniciado sobre a eficácia de uma lei e se iniciado sobre a eficácia de uma lei e prolongado sob outra, aplica-se esta, prolongado sob outra, aplica-se esta, mesmo que mais severa. Aplica-se a lei mesmo que mais severa. Aplica-se a lei nova também em relação ao crime habitual nova também em relação ao crime habitual e ao crime continuado. e ao crime continuado.

Súmula nº 711, do STF: Súmula nº 711, do STF:

““A lei penal mais grave aplica-se ao crime A lei penal mais grave aplica-se ao crime continuado ou ao crime permanente, se a continuado ou ao crime permanente, se a sua vigência é anterior à cessação da sua vigência é anterior à cessação da continuidade ou permanência”continuidade ou permanência”..

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6 – Aplicação da lei penal no espaço6 – Aplicação da lei penal no espaço

Art. 5º, do Código Penal:Art. 5º, do Código Penal:

““aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo aplica-se a lei brasileira, sem prejuízo de convenções, tratados e regras de de convenções, tratados e regras de direito internacional, ao crime direito internacional, ao crime cometido no território nacional”.cometido no território nacional”.

6.1 – 6.1 – TerritorialidadeTerritorialidade

Absoluta e TemperadaAbsoluta e Temperada

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6.2 – Ex6.2 – Extraterritorialidadetraterritorialidade

a) – Extraterritorialidade a) – Extraterritorialidade Incondicionada Incondicionada

Art. 7°, inciso I, do Código PenalArt. 7°, inciso I, do Código Penal Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira,

embora cometidos no estrangeiro: embora cometidos no estrangeiro: I - os crimes: I - os crimes: a) contra a vida ou a liberdade do a) contra a vida ou a liberdade do

Presidente da República; Presidente da República;

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b) contra o patrimônio ou a fé b) contra o patrimônio ou a fé pública da União, do Distrito Federal, pública da União, do Distrito Federal, de Estado, de Território, de de Estado, de Território, de Município, de empresa pública, Município, de empresa pública, sociedade de economia mista, sociedade de economia mista, autarquia ou fundação instituída pelo autarquia ou fundação instituída pelo Poder Público; Poder Público;

c) contra a administração pública, c) contra a administração pública, por quem está a seu serviço; por quem está a seu serviço;

d) de genocídio, quando o agente for d) de genocídio, quando o agente for brasileiro ou domiciliado no Brasil.brasileiro ou domiciliado no Brasil.

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b) – Extraterritorialidade Condicionada b) – Extraterritorialidade Condicionada Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira, Art. 7º - Ficam sujeitos à lei brasileira,

embora cometidos no estrangeiro: embora cometidos no estrangeiro: II - os crimes: II - os crimes: a) que, por tratado ou convenção, o Brasil a) que, por tratado ou convenção, o Brasil

se obrigou a reprimir;se obrigou a reprimir; b) praticados por brasileiro; b) praticados por brasileiro; c) praticados em aeronaves ou c) praticados em aeronaves ou

embarcações brasileiras, mercantes ou embarcações brasileiras, mercantes ou de propriedade privada, quando em de propriedade privada, quando em território estrangeiro e aí não sejam território estrangeiro e aí não sejam julgados. julgados.

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§ 1º - Nos casos do inciso I, o agente é § 1º - Nos casos do inciso I, o agente é punido segundo a lei brasileira, ainda punido segundo a lei brasileira, ainda que absolvido ou condenado no que absolvido ou condenado no estrangeiro.estrangeiro.

§ 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação § 2º - Nos casos do inciso II, a aplicação

da lei brasileira depende do concurso da lei brasileira depende do concurso das seguintes condições: das seguintes condições:

a) entrar o agente no território nacional; a) entrar o agente no território nacional;

b) ser o fato punível também no país em b) ser o fato punível também no país em que foi praticado;que foi praticado;

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c) estar o crime incluído entre c) estar o crime incluído entre aqueles pelos quais a lei brasileira aqueles pelos quais a lei brasileira autoriza a extradição; autoriza a extradição;

d) não ter sido o agente absolvido no d) não ter sido o agente absolvido no estrangeiro ou não ter aí cumprido a estrangeiro ou não ter aí cumprido a pena; pena;

e) não ter sido o agente perdoado no e) não ter sido o agente perdoado no estrangeiro ou, por outro motivo, estrangeiro ou, por outro motivo, não estar extinta a punibilidade, não estar extinta a punibilidade, segundo a lei mais favorável.segundo a lei mais favorável.

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§ 3º - A lei brasileira aplica-se também § 3º - A lei brasileira aplica-se também ao crime cometido por estrangeiro ao crime cometido por estrangeiro contra brasileiro fora do Brasil, se, contra brasileiro fora do Brasil, se, reunidas as condições previstas no reunidas as condições previstas no parágrafo anterior: parágrafo anterior:

a) não foi pedida ou foi negada a a) não foi pedida ou foi negada a extradição;extradição;

b) houve requisição do Ministro da b) houve requisição do Ministro da Justiça.Justiça.

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7 - Regra7 - Regra Ne bis in idem Ne bis in idem

““Art. 8Art. 8°. A pena cumprida no °. A pena cumprida no estrangeiro atenua a pena estrangeiro atenua a pena imposta no Brasil pelo mesmo imposta no Brasil pelo mesmo crime, quando diversas, ou nela é crime, quando diversas, ou nela é computada, quando idênticas”.computada, quando idênticas”.

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8 - PRINCÍPIOS RELACIONADOS À APLICAÇÃO DA 8 - PRINCÍPIOS RELACIONADOS À APLICAÇÃO DA LEI NO ESPAÇOLEI NO ESPAÇO

Princípio da Territorialidade: Princípio da Territorialidade: segundo segundo esse princípio, a lei penal só tem aplicação esse princípio, a lei penal só tem aplicação no território do Estado que a determinou, no território do Estado que a determinou, sem atender à nacionalidade do sujeito ativo sem atender à nacionalidade do sujeito ativo do delito ou do titular do bem jurídico do delito ou do titular do bem jurídico lesado. É também denominado lesado. É também denominado princípio princípio territorial exclusivoterritorial exclusivo ou ou absoluto,absoluto, pois exclui a pois exclui a aplicação da lei penal de um país fora de seu aplicação da lei penal de um país fora de seu território.território.

Princípio da Extraterritorialidade: Princípio da Extraterritorialidade: o o princípio da extraterritorialidade preocupa-se princípio da extraterritorialidade preocupa-se com a aplicação da lei brasileira às infrações com a aplicação da lei brasileira às infrações penais cometidas fora de nossas fronteiras, penais cometidas fora de nossas fronteiras, em países estrangeiros. A extraterritorialidade em países estrangeiros. A extraterritorialidade pode ser pode ser incondicionadaincondicionada ou ou condicionadacondicionada..

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Princípio da Nacionalidade:Princípio da Nacionalidade: de acordo de acordo com esse princípio, também denominado com esse princípio, também denominado da da personalidadepersonalidade,, a lei penal do Estado é a lei penal do Estado é aplicável a seus cidadãos onde quer que aplicável a seus cidadãos onde quer que se encontrem. Assim, para esse princípio, se encontrem. Assim, para esse princípio, por exemplo, se um brasileiro praticar por exemplo, se um brasileiro praticar crime no Uruguai, cairá o fato sobre o crime no Uruguai, cairá o fato sobre o império da lei penal de nosso país. O que império da lei penal de nosso país. O que importa é a nacionalidade do sujeito.importa é a nacionalidade do sujeito.

a) Princípio da Nacionalidade Ativa:a) Princípio da Nacionalidade Ativa: o critério o critério levado em conta é o da nacionalidade do levado em conta é o da nacionalidade do sujeito ativo.sujeito ativo.

b) Princípio da Nacionalidade Passiva: b) Princípio da Nacionalidade Passiva: o o critério levado em conta é o da critério levado em conta é o da nacionalidade do sujeito passivo.nacionalidade do sujeito passivo.

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Princípio da Defesa: Princípio da Defesa: é também chamado é também chamado princípio real. Leva em conta a nacionalidade do princípio real. Leva em conta a nacionalidade do bem jurídico lesado pelo crime, bem jurídico lesado pelo crime, independentemente do local de sua prática ou independentemente do local de sua prática ou da nacionalidade do sujeito ativo.da nacionalidade do sujeito ativo.

Princípio da Justiça Penal Universal: Princípio da Justiça Penal Universal: é é também denominado princípio universal, da também denominado princípio universal, da universalidade da justiça cosmopolita, da universalidade da justiça cosmopolita, da jurisdição mundial, da repressão mundial e da jurisdição mundial, da repressão mundial e da universalidade do direito de punir. Preconiza o universalidade do direito de punir. Preconiza o poder de cada Estado de punir qualquer crime, poder de cada Estado de punir qualquer crime, seja qual for a nacionalidade do delinqüente e seja qual for a nacionalidade do delinqüente e da vítima, ou o local de sua prática. Para a da vítima, ou o local de sua prática. Para a imposição da pena bastaria encontrar-se o imposição da pena bastaria encontrar-se o criminoso dentro do território de um país.criminoso dentro do território de um país.

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Princípio da Representação: Princípio da Representação: nos nos termos do sistema da representação, a lei termos do sistema da representação, a lei penal de determinado país é também penal de determinado país é também aplicável aos delitos cometidos em aplicável aos delitos cometidos em aeronaves e embarcações privadas, aeronaves e embarcações privadas, quando realizados no estrangeiro e aí não quando realizados no estrangeiro e aí não venham a ser julgados.venham a ser julgados.

* O Código Penal adotou o princípio da * O Código Penal adotou o princípio da TerritorialidadeTerritorialidade como regra; os como regra; os outros como exceção.outros como exceção.

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9 –9 – Lugar do CrimeLugar do Crime Art. 6º, do Código Penal:Art. 6º, do Código Penal:

““considera-se praticado o crime no lugar considera-se praticado o crime no lugar em que ocorreu a ação ou omissão, no em que ocorreu a ação ou omissão, no todo ou em parte, bem como onde se todo ou em parte, bem como onde se produziu ou deveria produzir-se o produziu ou deveria produzir-se o resultado”.resultado”.

a) Teoria da ação ou da atividade:a) Teoria da ação ou da atividade: é é considerado o lugar do crime aquele considerado o lugar do crime aquele em que o agente desenvolveu a em que o agente desenvolveu a atividade criminosa (ação ou omissão)atividade criminosa (ação ou omissão)

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a) Teoria do resultado: é considerado o lugar do crime aquele em que se produziu o resultado.

c) Teoria mista (ou da ubiqüidade): é considerado o lugar do crime tanto aquele em que se praticou a ação ou omissão, quanto o lugar onde se produziu ou deveria produzir-se o resultado. Esta foi a teoria adotada pelo nosso Código.

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10 – Aplicação da Lei Penal em relação às pessoas:

10.1 – Imunidades Diplomáticas: as denominadas imunidades diplomáticas advêm do Direito Internacional, excluindo os Chefes de Estado e os representantes dos governos estrangeiros da jurisdição criminal dos países onde se encontram acreditados. Os funcionários do corpo diplomático também gozam dessa imunidade, acontecendo o mesmo com os componentes da família do representante. A embaixada é considerada território estrangeiro. Os lugares em que se exercem os serviços da embaixada são invioláveis, não no sentido da extraterritorialidade, mas em função da imunidade dos representantes.

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10.2 – Imunidades Parlamentares: ao lado das imunidades diplomáticas há as parlamentares, que diferem das primeiras porque constituem, em parte, causas funcionais de exclusão de pena e, em parte, prerrogativa processual, enquanto aquelas não excluem o crime e suas conseqüências, apenas colocando os seus titulares fora da jurisdição criminal do Estado onde estão acreditados, submetendo-os às de seus países. A imunidade parlamentar pode ser:

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a) Material: que constitui causa de isenção de pena, referindo-se à imunidade do parlamentar (senador, deputados federal e estadual e vereador), garantindo que tais autoridades não podem ser punidas por crime de opinião quando no desempenho da função. No caso específico dos vereadores, essa imunidade restringe-se ao município de usa atuação.

b) Formal (processual): que constitui prerrogativas processuais que, entretanto, não se estendem a vereadores. As imunidades parlamentares processuais, ou relativas, são as que se referem à prisão, ao processo, às prerrogativas de foro e para servir como testemunha. No caso específico de vereador, não têm eles imunidade processual.

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10.3 – Imunidade Prisional: de acordo com o art. 50, § 2º, da Constituição, “desde a expedição do diploma, os membros do Congresso Nacional não poderão ser presos, salvo em flagrante de crime inafiançável”. Nesse caso, os autos serão remetidos dentro de 24 horas à Casa respectiva, para que, pelo voto da maioria de seus membros, resolva sobre a prisão. Em crimes afiançáveis os parlamentares jamais podem ser presos. Membros do Ministério Público e da Magistratura também só podem ser presos em flagrante de crime inafiançável.

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10.4 – Imunidade para servir de Testemunha: o agente diplomático não é obrigado a prestar depoimento como testemunha; só é obrigado a depor sobre fatos relacionados com o exercício de suas funções. Os deputados e senadores não são obrigados a testemunhar sobre informações recebidas ou prestadas em razão do exercício do mandato, nem sobre as pessoas que lhes confiaram ou dele receberam informações (art. 53, § 6°, CF). Os presidentes da República, do Senado, da Câmara e do STF poderão, inclusive, optarem pelo depoimento por escrito (art. 221, § 1º, CPP).

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10.5 – Imunidade penal temporária do Presidente da República: A Constituição Federal, no art. 86, § 4°, impede, durante a vigência do mandato presidencial, a instauração de processo-crime contra o Chefe do Executivo. É necessário, no entanto, que os fatos imputados sejam estranhos ao exercício da função, uma vez que, em se tratando de atos estanhos não estará impedida a persecução penal.

10.6 – Imunidades Parlamentares e Estado de Sítio: as imunidades de deputados e senadores subsistirão durante o estado de sítio, só podendo ser suspensas mediante o voto de 2/3 dos membros da respectiva Casa (art. 53, § 8º, CF)

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10.7 – Imunidade de advogado: o artigo 7º, § 2º do Estatuto da OAB (Lei nº 8.906/94) estabelece que “o advogado tem imunidade profissional, não constituindo injúria, difamação puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das sanções disciplinares perante a OAB, pelos excessos que cometer”. O § 3º do mesmo artigo estabelece ainda que:

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“o advogado somente poderá ser preso em flagrante, por motivo de exercício da profissão, em caso de crime inafiançável”, devendo “ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por motivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunicação expressa à seccional da OAB” (inciso IV).

Por sua vez, o art. 133, da Constituição Federal estabelece o seguinte:

“o advogado é indispensável à

administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei”.

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10.8 – Foro especial por prerrogativa de função (ratione personae) (art. 84): em face da relevância do cargo ou da função exercida por determinadas pessoas, são elas julgadas originariamente por órgãos superiores da jurisdição e não pelos órgãos comuns. A competência por prerrogativa de função é do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, relativamente às pessoas que devam responder perante eles por crimes comuns e de responsabilidade.

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a) Supremo Tribunal Federal (STF): julga o Presidente da República, o Vice-Presidente, Deputados Federais, Senadores, os próprios Ministros do Supremo Tribunal Federal, Procurador-Geral da República, Ministros de Estado, Membros dos Tribunais Superiores (STJ, TSE, TST e STM), os membros dos Tribunais de Contas da União, os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica e os chefes de missão diplomática de caráter permanente (art. 102 da CF)

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b) Superior Tribunal de Justiça (STJ): julga os Governadores de Estados e do Distrito Federal, os Desembargadores e membros dos Tribunais de Contas dos Estados e Distrito Federal, dos Tribunais Regionais Federais, Tribunais Regionais Eleitorais, Tribunais Regionais do Trabalho, membros dos Tribunais de Contas dos Municípios e os Membros do Ministério Público da União que oficiem perante os Tribunais (art. 105 da CF).

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c) Tribunais Regionais Federais: julgam os Juízes Federais, incluídos os da Justiça Militar Federal e da Justiça do Trabalho e os membros do Ministério Público da União que oficiem junto à primeira instância. (art. 108 da CF).

d) Tribunais de Justiça Estaduais: julgam os Prefeitos, os Juízes Estaduais, (abrangendo os integrantes dos Tribunais de Alçada, do Tribunal de Justiça Militar Estadual, os Juízes de primeira instância e os auditores da Justiça Militar) e os membros do Ministério Público Estadual.

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INFRAÇÃO PENALINFRAÇÃO PENAL

Conceito de infração penal:Conceito de infração penal:

a) formal: típico e antijurídicoa) formal: típico e antijurídicob) material: efetiva lesão a um bem jurídicob) material: efetiva lesão a um bem jurídicoc) analítico: típico, antijurídico e culpávelc) analítico: típico, antijurídico e culpável

Elementos das infrações penais:Elementos das infrações penais: verbo que descreve a conduta, objeto verbo que descreve a conduta, objeto material (pessoa ou coisa sobre as quais material (pessoa ou coisa sobre as quais recai a conduta), objeto jurídico (bem jurídico recai a conduta), objeto jurídico (bem jurídico ou interesse protegido pela norma penal) ou interesse protegido pela norma penal) sujeitos ativo e passivo.sujeitos ativo e passivo.

Espécies infrações penais:Espécies infrações penais: crimes ou delitos e crimes ou delitos e contravenções.contravenções.

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Conceito de crimeConceito de crime

Art. 1º da Lei de Introdução ao Código Art. 1º da Lei de Introdução ao Código Penal: Penal: ““considera-se crime a infração penal a que considera-se crime a infração penal a que a lei comina pena de reclusão ou de a lei comina pena de reclusão ou de detenção, quer isoladamente, quer detenção, quer isoladamente, quer alternativa ou cumulativamente com a alternativa ou cumulativamente com a pena de multa”.pena de multa”.Aos crimes a lei comina as seguintes Aos crimes a lei comina as seguintes penas:penas:reclusãoreclusãoreclusão e multareclusão e multareclusão ou multareclusão ou multadetençãodetençãodetenção e multadetenção e multadetenção ou multadetenção ou multa

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Conceito de contravençãoConceito de contravenção Art. 1º da Lei de Introdução ao Código Art. 1º da Lei de Introdução ao Código

Penal: Penal: ““considera-se contravenção, a infração considera-se contravenção, a infração penal a que lei comina, isoladamente, penal a que lei comina, isoladamente, pena de prisão simples ou multa, ou pena de prisão simples ou multa, ou ambas, alternativa ou cumulativamente”.ambas, alternativa ou cumulativamente”.Para as contravenções a lei comina as Para as contravenções a lei comina as penas de:penas de:prisão simplesprisão simplesprisão simples e multaprisão simples e multaprisão simples ou multaprisão simples ou multamultamulta

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Diferenças entre crime e Diferenças entre crime e contravençãocontravenção::

CRIME CONTRAVENÇÃO Ação pública incondicionada, condicionada ou privada

Ação pública sempre incondicionada

A peça inicial do processo é a denúncia ou a queixa

A peça inicial do processo é sempre a denúncia

A tentativa é punível A tentativa não é punível O elemento subjetivo é o dolo ou a culpa Basta a voluntariedade

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Elementos da Infração PenalElementos da Infração Penal

Sujeito ativo do crimeSujeito ativo do crime

Sujeito passivo do crimeSujeito passivo do crime

Objeto jurídico do delito:Objeto jurídico do delito: é o bem ou é o bem ou interesse que a norma penal tutela. É o interesse que a norma penal tutela. É o bem jurídico, que se constitui em tudo o bem jurídico, que se constitui em tudo o que é capaz de satisfazer as necessidades que é capaz de satisfazer as necessidades do homem, como a vida, a integridade do homem, como a vida, a integridade física, a honra, o patrimônio, etc.física, a honra, o patrimônio, etc.

Objeto material do delitoObjeto material do delito

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CONDUTA. RELAÇÃO DE CONDUTA. RELAÇÃO DE CAUSALIDADE.CAUSALIDADE.

CONDUTACONDUTA

Conceito:Conceito:

Conduta penalmente relevante é toda Conduta penalmente relevante é toda ação ou omissão humana, consciente e ação ou omissão humana, consciente e voluntária, dolosa ou culposa, voltada a voluntária, dolosa ou culposa, voltada a uma finalidade, que produz ou tenta uma finalidade, que produz ou tenta produzir um resultado previsto na lei produzir um resultado previsto na lei como crime. como crime.

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Teorias sobre a condutaTeorias sobre a conduta

a) Teoria naturalista ou causal (Franz a) Teoria naturalista ou causal (Franz von Liszt)von Liszt)

b) Teoria finalista (Hans Welzel)b) Teoria finalista (Hans Welzel)

c) Teoria social (Hans-Heinrich c) Teoria social (Hans-Heinrich Jescheck)Jescheck)

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Elementos da condutaElementos da conduta – – vontade, vontade, finalidade, exteriorização (inexiste finalidade, exteriorização (inexiste quando enclausurada na mente) e quando enclausurada na mente) e consciênciaconsciência. .

Diferença entre ato e conduta Diferença entre ato e conduta

Formas de condutaFormas de conduta – – ação:ação: comportamento positivo, movimentação comportamento positivo, movimentação corpórea; corpórea; omissão:omissão: comportamento comportamento negativo, abstenção de movimento.negativo, abstenção de movimento.

Ausência de condutaAusência de conduta

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RELAÇÃO DE CAUSALIDADERELAÇÃO DE CAUSALIDADE

Nexo de causalidade (nexo causal)Nexo de causalidade (nexo causal):: é é o elo físico que se estabelece entre a o elo físico que se estabelece entre a conduta do agente e o resultado.conduta do agente e o resultado.

Teoria da equivalência dos Teoria da equivalência dos antecedentesantecedentes: : conhecida como teoria da conhecida como teoria da conditio sine qua non,conditio sine qua non, segundo a qual segundo a qual causa é toda ação ou omissão anterior que causa é toda ação ou omissão anterior que contribui para a produção do resultado. contribui para a produção do resultado.

Art. 13, Art. 13, caput, CPcaput, CP: : “o resultado de que “o resultado de que depende a existência do crime, somente é depende a existência do crime, somente é imputável a quem lhe deu causa. imputável a quem lhe deu causa. Considera-se causa a ação ou omissão Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual o resultado não teria ocorrido”.sem a qual o resultado não teria ocorrido”.

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Damásio de Jesus: Damásio de Jesus:

““Suponha-se que ‘A’ tenha matado ‘B’. A conduta Suponha-se que ‘A’ tenha matado ‘B’. A conduta típica do homicídio possui uma série de fatos, típica do homicídio possui uma série de fatos, alguns antecedentes, dentre os quais sugerem-se alguns antecedentes, dentre os quais sugerem-se os seguintes: 1) a produção do revólver pela os seguintes: 1) a produção do revólver pela indústria; 2) aquisição da arma pelo comerciante; indústria; 2) aquisição da arma pelo comerciante; 3) compra do revólver pelo agente; 4) refeição 3) compra do revólver pelo agente; 4) refeição feita pelo homicida; 5) emboscada; 6) disparo dos feita pelo homicida; 5) emboscada; 6) disparo dos projéteis na vítima; 7) resultado morte. Dentro projéteis na vítima; 7) resultado morte. Dentro dessa cadeia, excluindo-se os fatos sob os dessa cadeia, excluindo-se os fatos sob os números 1 a 3, 5 e 6, o resultado não teria números 1 a 3, 5 e 6, o resultado não teria ocorrido. Logo, são considerados causa. Excluindo-ocorrido. Logo, são considerados causa. Excluindo-se o fato sob o número 4, ainda assim o resultado se o fato sob o número 4, ainda assim o resultado teria ocorrido. Logo, a refeição feita pelo sujeito teria ocorrido. Logo, a refeição feita pelo sujeito não é considerada causa”. A esse sistema, não é considerada causa”. A esse sistema, preconizado por Thyrén, de aferição, dá-se o nome preconizado por Thyrén, de aferição, dá-se o nome de “procedimento hipotético de eliminação”. de “procedimento hipotético de eliminação”.

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Superveniência causalSuperveniência causal:: o art. 13, § 1º do o art. 13, § 1º do CP, dispõe que a superveniência de causa CP, dispõe que a superveniência de causa relativamente independente exclui a relativamente independente exclui a imputação quando, por si só, produziu o imputação quando, por si só, produziu o resultado.resultado.

CausaCausa – é toda condição que atua – é toda condição que atua paralelamente à conduta, interferindo no paralelamente à conduta, interferindo no processo causal.processo causal.

Causa dependenteCausa dependente – é aquela que, – é aquela que, originando-se da conduta, insere-se dentro originando-se da conduta, insere-se dentro da linha normal de desdobramento causal da linha normal de desdobramento causal da conduta. da conduta.

Causa independenteCausa independente – é aquela que – é aquela que refoge ao desdobramento causal da refoge ao desdobramento causal da conduta, produzindo por si só, o resultado. conduta, produzindo por si só, o resultado.

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Causas absolutamente independentes:Causas absolutamente independentes: são aquelas que têm origem totalmente são aquelas que têm origem totalmente diversa da conduta. O advérbio de modo diversa da conduta. O advérbio de modo “absolutamente” serve para designar que a “absolutamente” serve para designar que a causa não partiu da conduta, mas de forma causa não partiu da conduta, mas de forma totalmente distinta. totalmente distinta.

Espécies de causas absolutamente Espécies de causas absolutamente independentes: independentes:

a) a) preexistentes:preexistentes: atuam antes da conduta. Ex: atuam antes da conduta. Ex: “A” atira em “B” e este não morre em “A” atira em “B” e este não morre em conseqüência dos tiros, mas de um conseqüência dos tiros, mas de um envenenamento provocado por “C” no dia envenenamento provocado por “C” no dia anterior. anterior.

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b) b) concomitantes:concomitantes: atuam no mesmo tempo atuam no mesmo tempo da conduta. Ex: “A” e “B”, um da conduta. Ex: “A” e “B”, um desconhecendo a conduta do outro, atiram desconhecendo a conduta do outro, atiram ao mesmo tempo em “C”, tendo este morrido ao mesmo tempo em “C”, tendo este morrido em conseqüência dos tiros de “B”. em conseqüência dos tiros de “B”.

b) b) supervenientes:supervenientes: atuam após a conduta. atuam após a conduta. Ex: “A” envenena “B”, que morre Ex: “A” envenena “B”, que morre posteriormente assassinado a facadas. O fato posteriormente assassinado a facadas. O fato posterior não tem qualquer relação com a posterior não tem qualquer relação com a conduta de “A”. conduta de “A”.

Conseqüência das causas Conseqüência das causas absolutamente independentes absolutamente independentes – rompem – rompem totalmente o nexo causal, e o agente só totalmente o nexo causal, e o agente só responde até então praticados. Nos três responde até então praticados. Nos três exemplos, “A” responderá por tentativa de exemplos, “A” responderá por tentativa de homicídio.homicídio.

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Causas relativamente independentes:Causas relativamente independentes: como são causas independentes, produzem como são causas independentes, produzem por si só o resultado, não se situando dentro por si só o resultado, não se situando dentro da linha de desdobramento causal da da linha de desdobramento causal da conduta. conduta.

Espécies de causas relativamente Espécies de causas relativamente independentes independentes

a) a) preexistentes:preexistentes: atuam antes da conduta. atuam antes da conduta. Ex: “A” desfere um golpe de faca na vítima, Ex: “A” desfere um golpe de faca na vítima, que é hemofílica e vem a morrer em face da que é hemofílica e vem a morrer em face da conduta, somada à contribuição de seu conduta, somada à contribuição de seu peculiar estado fisiológico. peculiar estado fisiológico.

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b) b) concomitantes:concomitantes: atuam no mesmo tempo atuam no mesmo tempo da conduta. Ex: “A” atira na vítima que, da conduta. Ex: “A” atira na vítima que, assustada, sofre um ataque cardíaco e assustada, sofre um ataque cardíaco e morre. morre.

b) b) supervenientes:supervenientes: atuam após a conduta. atuam após a conduta. Ex: a vítima sofre um atentado e, levada ao Ex: a vítima sofre um atentado e, levada ao hospital, sofre um acidente no trajeto, vindo, hospital, sofre um acidente no trajeto, vindo, por esse motivo, falecer. por esse motivo, falecer.

Conseqüência das causas relativamente Conseqüência das causas relativamente independentes independentes – nenhuma causa – nenhuma causa relativamente independente tem o condão relativamente independente tem o condão de romper o nexo causal. de romper o nexo causal.

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Relevância causal da omissão (art. 13, § 2º)Relevância causal da omissão (art. 13, § 2º).. O dever de agir incumbe a quem:O dever de agir incumbe a quem:

a) a) tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou tenha por lei obrigação de cuidado, proteção ou vigilânciavigilância. Ex: dever de proteção e assistência para . Ex: dever de proteção e assistência para com os filhos. A imposição resulta da lei civil. com os filhos. A imposição resulta da lei civil.

b) b) de outra forma assumiu a responsabilidade de de outra forma assumiu a responsabilidade de impedir o resultadoimpedir o resultado: pode resultar de relação : pode resultar de relação contratual, profissão ou quando, por qualquer outra contratual, profissão ou quando, por qualquer outra forma, assumiu a pessoa a posição de garantidora forma, assumiu a pessoa a posição de garantidora (garante) de que o resultado não ocorreria. (garante) de que o resultado não ocorreria.

c) c) com o seu comportamento anterior, criou o risco com o seu comportamento anterior, criou o risco da ocorrência do resultadoda ocorrência do resultado: Ex: aquele que, por : Ex: aquele que, por brincadeira, joga uma pessoa na piscina e, brincadeira, joga uma pessoa na piscina e, posteriormente, percebe-se que esta não sabe posteriormente, percebe-se que esta não sabe nadar tem o dever de salvá-la. Se não fizer, nadar tem o dever de salvá-la. Se não fizer, responde pelo crime. responde pelo crime.

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19 – Crime consumado (art. 19 – Crime consumado (art. 14, I):14, I):

19.1 – 19.1 – ConceitoConceito19.2 – 19.2 – Iter criminisIter criminis – – é o caminho do é o caminho do crime, as etapas que ocorrem até a crime, as etapas que ocorrem até a consumação do delito. São quatro as consumação do delito. São quatro as etapas do crime: etapas do crime: cogitação, cogitação, preparação, execução preparação, execução ee consumação. consumação.a) a) cogitaçãocogitaçãob) b) preparaçãopreparaçãoc) c) execuçãoexecuçãod) d) consumaçãoconsumação

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20 – Crime tentado (art. 20 – Crime tentado (art. 14, II)14, II)

20.1 – 20.1 – ConceitoConceito20.2 – 20.2 – Natureza jurídica da tentativaNatureza jurídica da tentativa – – trata-se trata-se de norma de extensão cuja finalidade é de norma de extensão cuja finalidade é propiciar a punição do autor da tentativa propiciar a punição do autor da tentativa através de uma adequação típica mediata ou através de uma adequação típica mediata ou indireta.indireta.20.3 – 20.3 – Classificação ou formas de tentativaClassificação ou formas de tentativa a) a) tentativa imperfeita ou inacabadatentativa imperfeita ou inacabadab) b) tentativa perfeita ou acabada, ou crime falhotentativa perfeita ou acabada, ou crime falhoc) c) tentativa brancatentativa brancad) d) tentativatentativa cruentacruenta