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Analista Judiciário – Área Judiciária Direito Processual Civil Profª Letícia Loureiro

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Analista Judiciário – Área Judiciária

Direito Processual Civil

Profª Letícia Loureiro

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Direito Processual Civil

Professora Letícia Loureiro

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Edital

DIREITO PROCESSUAL CIVIL: O juiz e seus poderes. Os auxiliares da justiça. Atos processuais: forma dos atos. Prazos. Comunicação dos atos. Nulidades. Formação, suspensão e extinção do processo. Procedimento comum: petição inicial. Requisitos, pedido e indeferimento. Improcedência liminar do pedido. Audiência de conciliação ou de mediação. Respostas do réu: contestação e reconvenção. Revelia. Providências preliminares. Julgamento conforme o estado do processo: extinção do processo, julgamento antecipado do mérito (total e parcial) e saneamento. Audiência de instrução e julgamento. Provas: disposições gerais. Ata notarial. Depoimento pessoal. Confissão. Prova documental. Prova testemunhal. Prova pericial. Sentença e coisa julgada. Liquidação da sentença. Cumprimento da sentença. Recursos: Teoria geral. Apelação. Agravo de Instrumento. Embargos de declaração. Recurso especial e recurso extraordinário. Juizados Especiais Cíveis e Criminais – Lei Federal nº 9.099/95. statuto da Advocacia – Lei nº 8.906/94.

BANCA: FAURGS

CARGO: Analista Judiciário – Área Judiciária

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Direito Processual Civil

CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL

DOS PODERES, DOS DEVERES E DA RESPONSABILIDADE DO JUIZ

Art. 139. O juiz dirigirá o processo conforme as disposições deste Código, incumbindo-lhe:

I – assegurar às partes igualdade de trata-mento;

II – velar pela duração razoável do processo;

III – prevenir ou reprimir qualquer ato con-trário à dignidade da justiça e indeferir pos-tulações meramente protelatórias;

IV – determinar todas as medidas indu-tivas, coercitivas, mandamentais ou sub--rogatórias necessárias para assegurar o cumprimento de ordem judicial, inclusive nas ações que tenham por objeto prestação pecuniária;

V – promover, a qualquer tempo, a auto-composição, preferencialmente com auxílio de conciliadores e mediadores judiciais;

VI – dilatar os prazos processuais e alterar a ordem de produção dos meios de prova, adequando-os às necessidades do conflito de modo a conferir maior efetividade à tu-tela do direito;

VII – exercer o poder de polícia, requisitan-do, quando necessário, força policial, além da segurança interna dos fóruns e tribunais;

VIII – determinar, a qualquer tempo, o com-parecimento pessoal das partes, para inqui-ri-las sobre os fatos da causa, hipótese em que não incidirá a pena de confesso;

IX – determinar o suprimento de pressupos-tos processuais e o saneamento de outros vícios processuais;

X – quando se deparar com diversas de-mandas individuais repetitivas, oficiar o Ministério Público, a Defensoria Pública e, na medida do possível, outros legitimados a que se referem o art. 5º da Lei no 7.347, de 24 de julho de 1985, e o art. 82 da Lei no 8.078, de 11 de setembro de 1990, para, se for o caso, promover a propositura da ação coletiva respectiva.

Parágrafo único. A dilação de prazos previs-ta no inciso VI somente pode ser determi-nada antes de encerrado o prazo regular.

Art. 140. O juiz não se exime de decidir sob a alegação de lacuna ou obscuridade do ordena-mento jurídico.

Parágrafo único. O juiz só decidirá por equi-dade nos casos previstos em lei.

Art. 141. O juiz decidirá o mérito nos limites pro-postos pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.

Art. 142. Convencendo-se, pelas circunstâncias, de que autor e réu se serviram do processo para praticar ato simulado ou conseguir fim vedado por lei, o juiz proferirá decisão que impeça os objetivos das partes, aplicando, de ofício, as pe-nalidades da litigância de má-fé.

Art. 143. O juiz responderá, civil e regressiva-mente, por perdas e danos quando:

I – no exercício de suas funções, proceder com dolo ou fraude;

II – recusar, omitir ou retardar, sem justo motivo, providência que deva ordenar de ofício ou a requerimento da parte.

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Parágrafo único. As hipóteses previstas no inciso II somente serão verificadas depois que a parte requerer ao juiz que determi-ne a providência e o requerimento não for apreciado no prazo de 10 (dez) dias.

DA FORMA DOS ATOS PROCESSUAIS

Seção IDOS ATOS EM GERAL

Art. 188. Os atos e os termos processuais inde-pendem de forma determinada, salvo quando a lei expressamente a exigir, considerando-se vá-lidos os que, realizados de outro modo, lhe pre-encham a finalidade essencial.

Art. 189. Os atos processuais são públicos, toda-via tramitam em segredo de justiça os proces-sos:

I – em que o exija o interesse público ou so-cial;

II – que versem sobre casamento, separação de corpos, divórcio, separação, união está-vel, filiação, alimentos e guarda de crianças e adolescentes;

III – em que constem dados protegidos pelo direito constitucional à intimidade;

IV – que versem sobre arbitragem, inclusive sobre cumprimento de carta arbitral, desde que a confidencialidade estipulada na arbi-tragem seja comprovada perante o juízo.

§ 1º O direito de consultar os autos de pro-cesso que tramite em segredo de justiça e de pedir certidões de seus atos é restrito às partes e aos seus procuradores.

§ 2º O terceiro que demonstrar interesse ju-rídico pode requerer ao juiz certidão do dis-positivo da sentença, bem como de inventá-rio e de partilha resultantes de divórcio ou separação.

Art. 190. Versando o processo sobre direitos que admitam autocomposição, é lícito às par-tes plenamente capazes estipular mudanças no procedimento para ajustá-lo às especificidades

da causa e convencionar sobre os seus ônus, po-deres, faculdades e deveres processuais, antes ou durante o processo.

Parágrafo único. De ofício ou a requerimen-to, o juiz controlará a validade das conven-ções previstas neste artigo, recusando-lhes aplicação somente nos casos de nulidade ou de inserção abusiva em contrato de ade-são ou em que alguma parte se encontre em manifesta situação de vulnerabilidade.

Art. 191. De comum acordo, o juiz e as partes podem fixar calendário para a prática dos atos processuais, quando for o caso.

§ 1º O calendário vincula as partes e o juiz, e os prazos nele previstos somente serão modificados em casos excepcionais, devida-mente justificados.

§ 2º Dispensa-se a intimação das partes para a prática de ato processual ou a reali-zação de audiência cujas datas tiverem sido designadas no calendário.

Art. 192. Em todos os atos e termos do processo é obrigatório o uso da língua portuguesa.

Parágrafo único. O documento redigido em língua estrangeira somente poderá ser jun-tado aos autos quando acompanhado de versão para a língua portuguesa tramitada por via diplomática ou pela autoridade cen-tral, ou firmada por tradutor juramentado.

Seção IIDA PRÁTICA ELETRÔNICA DE

ATOS PROCESSUAIS

Art. 193. Os atos processuais podem ser total ou parcialmente digitais, de forma a permitir que sejam produzidos, comunicados, armazenados e validados por meio eletrônico, na forma da lei.

Parágrafo único. O disposto nesta Seção aplica-se, no que for cabível, à prática de atos notariais e de registro.

Art. 194. Os sistemas de automação processual respeitarão a publicidade dos atos, o acesso e a

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participação das partes e de seus procuradores, inclusive nas audiências e sessões de julgamen-to, observadas as garantias da disponibilidade, independência da plataforma computacional, acessibilidade e interoperabilidade dos siste-mas, serviços, dados e informações que o Poder Judiciário administre no exercício de suas fun-ções.

Art. 195. O registro de ato processual eletrônico deverá ser feito em padrões abertos, que aten-derão aos requisitos de autenticidade, integri-dade, temporalidade, não repúdio, conservação e, nos casos que tramitem em segredo de justi-ça, confidencialidade, observada a infraestrutu-ra de chaves públicas unificada nacionalmente, nos termos da lei.

Art. 196. Compete ao Conselho Nacional de Justiça e, supletivamente, aos tribunais, regula-mentar a prática e a comunicação oficial de atos processuais por meio eletrônico e velar pela compatibilidade dos sistemas, disciplinando a incorporação progressiva de novos avanços tec-nológicos e editando, para esse fim, os atos que forem necessários, respeitadas as normas fun-damentais deste Código.

Art. 197. Os tribunais divulgarão as informações constantes de seu sistema de automação em página própria na rede mundial de computado-res, gozando a divulgação de presunção de vera-cidade e confiabilidade.

Parágrafo único. Nos casos de problema técnico do sistema e de erro ou omissão do auxiliar da justiça responsável pelo registro dos andamentos, poderá ser configurada a justa causa prevista no art. 223, caput e § 1º

Art. 198. As unidades do Poder Judiciário deve-rão manter gratuitamente, à disposição dos in-teressados, equipamentos necessários à prática de atos processuais e à consulta e ao acesso ao sistema e aos documentos dele constantes.

Parágrafo único. Será admitida a prática de atos por meio não eletrônico no local onde não estiverem disponibilizados os equipa-mentos previstos no caput.

Art. 199. As unidades do Poder Judiciário asse-gurarão às pessoas com deficiência acessibilida-de aos seus sítios na rede mundial de compu-tadores, ao meio eletrônico de prática de atos judiciais, à comunicação eletrônica dos atos processuais e à assinatura eletrônica.

Seção IIIDOS ATOS DAS PARTES

Art. 200. Os atos das partes consistentes em declarações unilaterais ou bilaterais de vontade produzem imediatamente a constituição, modi-ficação ou extinção de direitos processuais.

Parágrafo único. A desistência da ação só produzirá efeitos após homologação judi-cial.

Art. 201. As partes poderão exigir recibo de pe-tições, arrazoados, papéis e documentos que entregarem em cartório.

Art. 202. É vedado lançar nos autos cotas mar-ginais ou interlineares, as quais o juiz mandará riscar, impondo a quem as escrever multa cor-respondente à metade do salário-mínimo.

Seção IVDOS PRONUNCIAMENTOS DO JUIZ

Art. 203. Os pronunciamentos do juiz consisti-rão em sentenças, decisões interlocutórias e despachos.

§ 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485 e 487, põe fim à fase cognitiva do procedimento co-mum, bem como extingue a execução.

§ 2º Decisão interlocutória é todo pronun-ciamento judicial de natureza decisória que não se enquadre no § 1º

§ 3º São despachos todos os demais pro-nunciamentos do juiz praticados no proces-so, de ofício ou a requerimento da parte.

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§ 4º Os atos meramente ordinatórios, como a juntada e a vista obrigatória, independem de despacho, devendo ser praticados de ofí-cio pelo servidor e revistos pelo juiz quando necessário.

Art. 204. Acórdão é o julgamento colegiado pro-ferido pelos tribunais.

Art. 205. Os despachos, as decisões, as senten-ças e os acórdãos serão redigidos, datados e as-sinados pelos juízes.

§ 1º Quando os pronunciamentos previstos no caput forem proferidos oralmente, o ser-vidor os documentará, submetendo-os aos juízes para revisão e assinatura.

§ 2º A assinatura dos juízes, em todos os graus de jurisdição, pode ser feita eletroni-camente, na forma da lei.

§ 3º Os despachos, as decisões interlocutó-rias, o dispositivo das sentenças e a ementa dos acórdãos serão publicados no Diário de Justiça Eletrônico.

Seção VDOS ATOS DO ESCRIVÃO OU DO

CHEFE DE SECRETARIA

Art. 206. Ao receber a petição inicial de proces-so, o escrivão ou o chefe de secretaria a autuará, mencionando o juízo, a natureza do processo, o número de seu registro, os nomes das partes e a data de seu início, e procederá do mesmo modo em relação aos volumes em formação.

Art. 207. O escrivão ou o chefe de secretaria nu-merará e rubricará todas as folhas dos autos.

Parágrafo único. À parte, ao procurador, ao membro do Ministério Público, ao defensor público e aos auxiliares da justiça é faculta-do rubricar as folhas correspondentes aos atos em que intervierem.

Art. 208. Os termos de juntada, vista, conclusão e outros semelhantes constarão de notas data-das e rubricadas pelo escrivão ou pelo chefe de secretaria.

Art. 209. Os atos e os termos do processo serão assinados pelas pessoas que neles intervierem, todavia, quando essas não puderem ou não qui-serem firmá-los, o escrivão ou o chefe de secre-taria certificará a ocorrência.

§ 1º Quando se tratar de processo total ou parcialmente documentado em autos ele-trônicos, os atos processuais praticados na presença do juiz poderão ser produzidos e armazenados de modo integralmente digi-tal em arquivo eletrônico inviolável, na for-ma da lei, mediante registro em termo, que será assinado digitalmente pelo juiz e pelo escrivão ou chefe de secretaria, bem como pelos advogados das partes.

§ 2º Na hipótese do § 1º, eventuais contra-dições na transcrição deverão ser suscita-das oralmente no momento de realização do ato, sob pena de preclusão, devendo o juiz decidir de plano e ordenar o registro, no termo, da alegação e da decisão.

Art. 210. É lícito o uso da taquigrafia, da esteno-tipia ou de outro método idôneo em qualquer juízo ou tribunal.

Art. 211. Não se admitem nos atos e termos processuais espaços em branco, salvo os que forem inutilizados, assim como entrelinhas, emendas ou rasuras, exceto quando expressa-mente ressalvadas.

CAPÍTULO IIIDOS PRAZOS

Seção IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 218. Os atos processuais serão realizados nos prazos prescritos em lei.

§ 1º Quando a lei for omissa, o juiz determi-nará os prazos em consideração à complexi-dade do ato.

§ 2º Quando a lei ou o juiz não determinar prazo, as intimações somente obrigarão a

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comparecimento após decorridas 48 (qua-renta e oito) horas.

§ 3º Inexistindo preceito legal ou prazo de-terminado pelo juiz, será de 5 (cinco) dias o prazo para a prática de ato processual a car-go da parte.

§ 4º Será considerado tempestivo o ato pra-ticado antes do termo inicial do prazo.

Art. 219. Na contagem de prazo em dias, esta-belecido por lei ou pelo juiz, computar-se-ão so-mente os dias úteis.

Parágrafo único. O disposto neste artigo aplica-se somente aos prazos processuais.

Art. 220. Suspende-se o curso do prazo proces-sual nos dias compreendidos entre 20 de de-zembro e 20 de janeiro, inclusive.

§ 1º Ressalvadas as férias individuais e os fe-riados instituídos por lei, os juízes, os mem-bros do Ministério Público, da Defensoria Pública e da Advocacia Pública e os auxilia-res da Justiça exercerão suas atribuições du-rante o período previsto no caput.

§ 2º Durante a suspensão do prazo, não se realizarão audiências nem sessões de julga-mento.

Art. 221. Suspende-se o curso do prazo por obs-táculo criado em detrimento da parte ou ocor-rendo qualquer das hipóteses do art. 313, de-vendo o prazo ser restituído por tempo igual ao que faltava para sua complementação.

Parágrafo único. Suspendem-se os prazos durante a execução de programa instituído pelo Poder Judiciário para promover a auto-composição, incumbindo aos tribunais es-pecificar, com antecedência, a duração dos trabalhos.

Art. 222. Na comarca, seção ou subseção judi-ciária onde for difícil o transporte, o juiz poderá prorrogar os prazos por até 2 (dois) meses.

§ 1º Ao juiz é vedado reduzir prazos pe-remptórios sem anuência das partes.

§ 2º Havendo calamidade pública, o limite previsto no caput para prorrogação de pra-zos poderá ser excedido.

Art. 223. Decorrido o prazo, extingue-se o direi-to de praticar ou de emendar o ato processual, independentemente de declaração judicial, fi-cando assegurado, porém, à parte provar que não o realizou por justa causa.

§ 1º Considera-se justa causa o evento alheio à vontade da parte e que a impediu de praticar o ato por si ou por mandatário.

§ 2º Verificada a justa causa, o juiz permiti-rá à parte a prática do ato no prazo que lhe assinar.

Art. 224. Salvo disposição em contrário, os pra-zos serão contados excluindo o dia do começo e incluindo o dia do vencimento.

§ 1º Os dias do começo e do vencimento do prazo serão protraídos para o primeiro dia útil seguinte, se coincidirem com dia em que o expediente forense for encerrado antes ou iniciado depois da hora normal ou houver indisponibilidade da comunicação eletrônica.

§ 2º Considera-se como data de publicação o primeiro dia útil seguinte ao da disponi-bilização da informação no Diário da Justiça eletrônico.

§ 3º A contagem do prazo terá início no pri-meiro dia útil que seguir ao da publicação.

Art. 225. A parte poderá renunciar ao prazo es-tabelecido exclusivamente em seu favor, desde que o faça de maneira expressa.

Art. 226. O juiz proferirá:

I – os despachos no prazo de 5 (cinco) dias;

II – as decisões interlocutórias no prazo de 10 (dez) dias;

III – as sentenças no prazo de 30 (trinta) dias.

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Art. 227. Em qualquer grau de jurisdição, haven-do motivo justificado, pode o juiz exceder, por igual tempo, os prazos a que está submetido.

Art. 228. Incumbirá ao serventuário remeter os autos conclusos no prazo de 1 (um) dia e exe-cutar os atos processuais no prazo de 5 (cinco) dias, contado da data em que:

I – houver concluído o ato processual ante-rior, se lhe foi imposto pela lei;

II – tiver ciência da ordem, quando determi-nada pelo juiz.

§ 1º Ao receber os autos, o serventuário certificará o dia e a hora em que teve ciên-cia da ordem referida no inciso II.

§ 2º Nos processos em autos eletrônicos, a juntada de petições ou de manifestações em geral ocorrerá de forma automática, in-dependentemente de ato de serventuário da justiça.

Art. 229. Os litisconsortes que tiverem diferen-tes procuradores, de escritórios de advocacia distintos, terão prazos contados em dobro para todas as suas manifestações, em qualquer juízo ou tribunal, independentemente de requeri-mento.

§ 1º Cessa a contagem do prazo em dobro se, havendo apenas 2 (dois) réus, é ofereci-da defesa por apenas um deles.

§ 2º Não se aplica o disposto no caput aos processos em autos eletrônicos.

Art. 230. O prazo para a parte, o procurador, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública e o Mi-nistério Público será contado da citação, da inti-mação ou da notificação.

Art. 231. Salvo disposição em sentido diverso, considera-se dia do começo do prazo:

I – a data de juntada aos autos do aviso de recebimento, quando a citação ou a intima-ção for pelo correio;

II – a data de juntada aos autos do mandado cumprido, quando a citação ou a intimação for por oficial de justiça;

III – a data de ocorrência da citação ou da intimação, quando ela se der por ato do es-crivão ou do chefe de secretaria;

IV – o dia útil seguinte ao fim da dilação as-sinada pelo juiz, quando a citação ou a inti-mação for por edital;

V – o dia útil seguinte à consulta ao teor da citação ou da intimação ou ao término do prazo para que a consulta se dê, quando a citação ou a intimação for eletrônica;

VI – a data de juntada do comunicado de que trata o art. 232 ou, não havendo esse, a data de juntada da carta aos autos de ori-gem devidamente cumprida, quando a cita-ção ou a intimação se realizar em cumpri-mento de carta;

VII – a data de publicação, quando a intima-ção se der pelo Diário da Justiça impresso ou eletrônico;

VIII – o dia da carga, quando a intimação se der por meio da retirada dos autos, em car-ga, do cartório ou da secretaria.

§ 1º Quando houver mais de um réu, o dia do começo do prazo para contestar corres-ponderá à última das datas a que se refe-rem os incisos I a VI do caput.

§ 2º Havendo mais de um intimado, o prazo para cada um é contado individualmente.

§ 3º Quando o ato tiver de ser praticado di-retamente pela parte ou por quem, de qual-quer forma, participe do processo, sem a intermediação de representante judicial, o dia do começo do prazo para cumprimento da determinação judicial corresponderá à data em que se der a comunicação.

§ 4º Aplica-se o disposto no inciso II do ca-put à citação com hora certa.

Art. 232. Nos atos de comunicação por carta precatória, rogatória ou de ordem, a realização

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da citação ou da intimação será imediatamente informada, por meio eletrônico, pelo juiz depre-cado ao juiz deprecante.

Seção IIDA VERIFICAÇÃO DOS PRAZOS E

DAS PENALIDADES

Art. 233. Incumbe ao juiz verificar se o serven-tuário excedeu, sem motivo legítimo, os prazos estabelecidos em lei.

§ 1º Constatada a falta, o juiz ordenará a instauração de processo administrativo, na forma da lei.

§ 2º Qualquer das partes, o Ministério Pú-blico ou a Defensoria Pública poderá re-presentar ao juiz contra o serventuário que injustificadamente exceder os prazos pre-vistos em lei.

Art. 234. Os advogados públicos ou privados, o defensor público e o membro do Ministério Pú-blico devem restituir os autos no prazo do ato a ser praticado.

§ 1º É lícito a qualquer interessado exigir os autos do advogado que exceder prazo legal.

§ 2º Se, intimado, o advogado não devolver os autos no prazo de 3 (três) dias, perderá o direito à vista fora de cartório e incorre-rá em multa correspondente à metade do salário-mínimo.

§ 3º Verificada a falta, o juiz comunicará o fato à seção local da Ordem dos Advogados do Brasil para procedimento disciplinar e imposição de multa.

§ 4º Se a situação envolver membro do Mi-nistério Público, da Defensoria Pública ou da Advocacia Pública, a multa, se for o caso, será aplicada ao agente público responsável pelo ato.

§ 5º Verificada a falta, o juiz comunicará o fato ao órgão competente responsável pela instauração de procedimento disciplinar contra o membro que atuou no feito.

Art. 235. Qualquer parte, o Ministério Público ou a Defensoria Pública poderá representar ao corregedor do tribunal ou ao Conselho Nacional de Justiça contra juiz ou relator que injustifica-damente exceder os prazos previstos em lei, re-gulamento ou regimento interno.

§ 1º Distribuída a representação ao órgão competente e ouvido previamente o juiz, não sendo caso de arquivamento liminar, será instaurado procedimento para apu-ração da responsabilidade, com intimação do representado por meio eletrônico para, querendo, apresentar justificativa no prazo de 15 (quinze) dias.

§ 2º Sem prejuízo das sanções administra-tivas cabíveis, em até 48 (quarenta e oito) horas após a apresentação ou não da justi-ficativa de que trata o § 1º, se for o caso, o corregedor do tribunal ou o relator no Con-selho Nacional de Justiça determinará a inti-mação do representado por meio eletrônico para que, em 10 (dez) dias, pratique o ato.

§ 3º Mantida a inércia, os autos serão reme-tidos ao substituto legal do juiz ou do rela-tor contra o qual se representou para deci-são em 10 (dez) dias.

TÍTULO II

Da Comunicação dos Atos Processuais

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 236. Os atos processuais serão cumpridos por ordem judicial.

§ 1º Será expedida carta para a prática de atos fora dos limites territoriais do tribunal, da comarca, da seção ou da subseção judici-árias, ressalvadas as hipóteses previstas em lei.

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§ 2º O tribunal poderá expedir carta para juízo a ele vinculado, se o ato houver de se realizar fora dos limites territoriais do local de sua sede.

§ 3º Admite-se a prática de atos processuais por meio de videoconferência ou outro re-curso tecnológico de transmissão de sons e imagens em tempo real.

Art. 237. Será expedida carta:

I – de ordem, pelo tribunal, na hipótese do § 2º do art. 236;

II – rogatória, para que órgão jurisdicional estrangeiro pratique ato de cooperação ju-rídica internacional, relativo a processo em curso perante órgão jurisdicional brasileiro;

III – precatória, para que órgão jurisdicional brasileiro pratique ou determine o cumpri-mento, na área de sua competência territo-rial, de ato relativo a pedido de cooperação judiciária formulado por órgão jurisdicional de competência territorial diversa;

IV – arbitral, para que órgão do Poder Judi-ciário pratique ou determine o cumprimen-to, na área de sua competência territorial, de ato objeto de pedido de cooperação ju-diciária formulado por juízo arbitral, inclu-sive os que importem efetivação de tutela provisória.

Parágrafo único. Se o ato relativo a processo em curso na justiça federal ou em tribunal superior houver de ser praticado em local onde não haja vara federal, a carta poderá ser dirigida ao juízo estadual da respectiva comarca.

CAPÍTULO IIDA CITAÇÃO

Art. 238. Citação é o ato pelo qual são convo-cados o réu, o executado ou o interessado para integrar a relação processual.

Art. 239. Para a validade do processo é indis-pensável a citação do réu ou do executado, ressalvadas as hipóteses de indeferimento da petição inicial ou de improcedência liminar do pedido.

§ 1º O comparecimento espontâneo do réu ou do executado supre a falta ou a nulidade da citação, fluindo a partir desta data o pra-zo para apresentação de contestação ou de embargos à execução.

§ 2º Rejeitada a alegação de nulidade, tra-tando-se de processo de:

I – conhecimento, o réu será considerado revel;

II – execução, o feito terá seguimento.

Art. 240. A citação válida, ainda quando orde-nada por juízo incompetente, induz litispendên-cia, torna litigiosa a coisa e constitui em mora o devedor, ressalvado o disposto nos arts. 397 e 398 da Lei no 10.406, de 10 de janeiro de 2002 (Código Civil).

§ 1º A interrupção da prescrição, operada pelo despacho que ordena a citação, ainda que proferido por juízo incompetente, re-troagirá à data de propositura da ação.

§ 2º Incumbe ao autor adotar, no prazo de 10 (dez) dias, as providências necessárias para viabilizar a citação, sob pena de não se aplicar o disposto no § 1º

§ 3º A parte não será prejudicada pela de-mora imputável exclusivamente ao serviço judiciário.

§ 4º O efeito retroativo a que se refere o § 1º aplica-se à decadência e aos demais pra-zos extintivos previstos em lei.

Art. 241. Transitada em julgado a sentença de mérito proferida em favor do réu antes da cita-ção, incumbe ao escrivão ou ao chefe de secre-taria comunicar-lhe o resultado do julgamento.

Art. 242. A citação será pessoal, podendo, no entanto, ser feita na pessoa do representante

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legal ou do procurador do réu, do executado ou do interessado.

§ 1º Na ausência do citando, a citação será feita na pessoa de seu mandatário, adminis-trador, preposto ou gerente, quando a ação se originar de atos por eles praticados.

§ 2º O locador que se ausentar do Brasil sem cientificar o locatário de que deixou, na localidade onde estiver situado o imóvel, procurador com poderes para receber cita-ção será citado na pessoa do administrador do imóvel encarregado do recebimento dos aluguéis, que será considerado habilitado para representar o locador em juízo.

§ 3º A citação da União, dos Estados, do Dis-trito Federal, dos Municípios e de suas res-pectivas autarquias e fundações de direito público será realizada perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua re-presentação judicial.

Art. 243. A citação poderá ser feita em qualquer lugar em que se encontre o réu, o executado ou o interessado.

Parágrafo único. O militar em serviço ativo será citado na unidade em que estiver ser-vindo, se não for conhecida sua residência ou nela não for encontrado.

Art. 244. Não se fará a citação, salvo para evitar o perecimento do direito:

I – de quem estiver participando de ato de culto religioso;

II – de cônjuge, de companheiro ou de qual-quer parente do morto, consanguíneo ou afim, em linha reta ou na linha colateral em segundo grau, no dia do falecimento e nos 7 (sete) dias seguintes;

III – de noivos, nos 3 (três) primeiros dias seguintes ao casamento;

IV – de doente, enquanto grave o seu esta-do.

Art. 245. Não se fará citação quando se verificar que o citando é mentalmente incapaz ou está impossibilitado de recebê-la.

§ 1º O oficial de justiça descreverá e certifi-cará minuciosamente a ocorrência.

§ 2º Para examinar o citando, o juiz nomea-rá médico, que apresentará laudo no prazo de 5 (cinco) dias.

§ 3º Dispensa-se a nomeação de que trata o § 2º se pessoa da família apresentar de-claração do médico do citando que ateste a incapacidade deste.

§ 4º Reconhecida a impossibilidade, o juiz nomeará curador ao citando, observando, quanto à sua escolha, a preferência estabe-lecida em lei e restringindo a nomeação à causa.

§ 5º A citação será feita na pessoa do cura-dor, a quem incumbirá a defesa dos interes-ses do citando.

Art. 246. A citação será feita:

I – pelo correio;

II – por oficial de justiça;

III – pelo escrivão ou chefe de secretaria, se o citando comparecer em cartório;

IV – por edital;

V – por meio eletrônico, conforme regulado em lei.

§ 1º Com exceção das microempresas e das empresas de pequeno porte, as empresas públicas e privadas são obrigadas a manter cadastro nos sistemas de processo em au-tos eletrônicos, para efeito de recebimento de citações e intimações, as quais serão efe-tuadas preferencialmente por esse meio.

§ 2º O disposto no § 1º aplica-se à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Muni-cípios e às entidades da administração indi-reta.

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§ 3º Na ação de usucapião de imóvel, os confinantes serão citados pessoalmente, exceto quando tiver por objeto unidade au-tônoma de prédio em condomínio, caso em que tal citação é dispensada.

Art. 247. A citação será feita pelo correio para qualquer comarca do país, exceto:

I – nas ações de estado, observado o dispos-to no art. 695, § 3º;

II – quando o citando for incapaz;

III – quando o citando for pessoa de direito público;

IV – quando o citando residir em local não atendido pela entrega domiciliar de corres-pondência;

V – quando o autor, justificadamente, a re-querer de outra forma.

Art. 248. Deferida a citação pelo correio, o es-crivão ou o chefe de secretaria remeterá ao ci-tando cópias da petição inicial e do despacho do juiz e comunicará o prazo para resposta, o ende-reço do juízo e o respectivo cartório.

§ 1º A carta será registrada para entrega ao citando, exigindo-lhe o carteiro, ao fazer a entrega, que assine o recibo.

§ 2º Sendo o citando pessoa jurídica, será válida a entrega do mandado a pessoa com poderes de gerência geral ou de adminis-tração ou, ainda, a funcionário responsável pelo recebimento de correspondências.

§ 3º Da carta de citação no processo de co-nhecimento constarão os requisitos do art. 250.

§ 4º Nos condomínios edilícios ou nos lote-amentos com controle de acesso, será váli-da a entrega do mandado a funcionário da portaria responsável pelo recebimento de correspondência, que, entretanto, poderá recusar o recebimento, se declarar, por es-crito, sob as penas da lei, que o destinatário da correspondência está ausente.

Art. 249. A citação será feita por meio de oficial de justiça nas hipóteses previstas neste Código ou em lei, ou quando frustrada a citação pelo correio.

Art. 250. O mandado que o oficial de justiça ti-ver de cumprir conterá:

I – os nomes do autor e do citando e seus respectivos domicílios ou residências;

II – a finalidade da citação, com todas as es-pecificações constantes da petição inicial, bem como a menção do prazo para contes-tar, sob pena de revelia, ou para embargar a execução;

III – a aplicação de sanção para o caso de descumprimento da ordem, se houver;

IV – se for o caso, a intimação do citando para comparecer, acompanhado de advoga-do ou de defensor público, à audiência de conciliação ou de mediação, com a menção do dia, da hora e do lugar do compareci-mento;

V – a cópia da petição inicial, do despacho ou da decisão que deferir tutela provisória;

VI – a assinatura do escrivão ou do chefe de secretaria e a declaração de que o subscre-ve por ordem do juiz.

Art. 251. Incumbe ao oficial de justiça procurar o citando e, onde o encontrar, citá-lo:

I – lendo-lhe o mandado e entregando-lhe a contrafé;

II – portando por fé se recebeu ou recusou a contrafé;

III – obtendo a nota de ciente ou certifican-do que o citando não a apôs no mandado.

Art. 252. Quando, por 2 (duas) vezes, o oficial de justiça houver procurado o citando em seu domicílio ou residência sem o encontrar, deve-rá, havendo suspeita de ocultação, intimar qual-quer pessoa da família ou, em sua falta, qual-quer vizinho de que, no dia útil imediato, voltará a fim de efetuar a citação, na hora que designar.

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Parágrafo único. Nos condomínios edilícios ou nos loteamentos com controle de aces-so, será válida a intimação a que se refere o caput feita a funcionário da portaria res-ponsável pelo recebimento de correspon-dência.

Art. 253. No dia e na hora designados, o oficial de justiça, independentemente de novo despa-cho, comparecerá ao domicílio ou à residência do citando a fim de realizar a diligência.

§ 1º Se o citando não estiver presente, o ofi-cial de justiça procurará informar-se das ra-zões da ausência, dando por feita a citação, ainda que o citando se tenha ocultado em outra comarca, seção ou subseção judiciá-rias.

§ 2º A citação com hora certa será efetivada mesmo que a pessoa da família ou o vizinho que houver sido intimado esteja ausente, ou se, embora presente, a pessoa da família ou o vizinho se recusar a receber o manda-do.

§ 3º Da certidão da ocorrência, o oficial de justiça deixará contrafé com qualquer pes-soa da família ou vizinho, conforme o caso, declarando-lhe o nome.

§ 4º O oficial de justiça fará constar do man-dado a advertência de que será nomeado curador especial se houver revelia.

Art. 254. Feita a citação com hora certa, o es-crivão ou chefe de secretaria enviará ao réu, executado ou interessado, no prazo de 10 (dez) dias, contado da data da juntada do mandado aos autos, carta, telegrama ou correspondência eletrônica, dando-lhe de tudo ciência.

Art. 255. Nas comarcas contíguas de fácil comu-nicação e nas que se situem na mesma região metropolitana, o oficial de justiça poderá efe-tuar, em qualquer delas, citações, intimações, notificações, penhoras e quaisquer outros atos executivos.

Art. 256. A citação por edital será feita:

I – quando desconhecido ou incerto o citan-do;

II – quando ignorado, incerto ou inacessível o lugar em que se encontrar o citando;

III – nos casos expressos em lei.

§ 1º Considera-se inacessível, para efeito de citação por edital, o país que recusar o cum-primento de carta rogatória.

§ 2º No caso de ser inacessível o lugar em que se encontrar o réu, a notícia de sua ci-tação será divulgada também pelo rádio, se na comarca houver emissora de radiodifu-são.

§ 3º O réu será considerado em local ignora-do ou incerto se infrutíferas as tentativas de sua localização, inclusive mediante requisi-ção pelo juízo de informações sobre seu en-dereço nos cadastros de órgãos públicos ou de concessionárias de serviços públicos.

Art. 257. São requisitos da citação por edital:

I – a afirmação do autor ou a certidão do oficial informando a presença das circuns-tâncias autorizadoras;

II – a publicação do edital na rede mundial de computadores, no sítio do respectivo tri-bunal e na plataforma de editais do Conse-lho Nacional de Justiça, que deve ser certifi-cada nos autos;

III – a determinação, pelo juiz, do prazo, que variará entre 20 (vinte) e 60 (sessenta) dias, fluindo da data da publicação única ou, ha-vendo mais de uma, da primeira;

IV – a advertência de que será nomeado curador especial em caso de revelia.

Parágrafo único. O juiz poderá determinar que a publicação do edital seja feita tam-bém em jornal local de ampla circulação ou por outros meios, considerando as peculia-ridades da comarca, da seção ou da subse-ção judiciárias.

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Art. 258. A parte que requerer a citação por edi-tal, alegando dolosamente a ocorrência das cir-cunstâncias autorizadoras para sua realização, incorrerá em multa de 5 (cinco) vezes o salário--mínimo.

Parágrafo único. A multa reverterá em be-nefício do citando.

Art. 259. Serão publicados editais:

I – na ação de usucapião de imóvel;

II – na ação de recuperação ou substituição de título ao portador;

III – em qualquer ação em que seja neces-sária, por determinação legal, a provocação, para participação no processo, de interessa-dos incertos ou desconhecidos.

CAPÍTULO IIIDAS CARTAS

Art. 260. São requisitos das cartas de ordem, precatória e rogatória:

I – a indicação dos juízes de origem e de cumprimento do ato;

II – o inteiro teor da petição, do despacho judicial e do instrumento do mandato con-ferido ao advogado;

III – a menção do ato processual que lhe constitui o objeto;

IV – o encerramento com a assinatura do juiz.

§ 1º O juiz mandará trasladar para a carta quaisquer outras peças, bem como instruí--la com mapa, desenho ou gráfico, sempre que esses documentos devam ser examina-dos, na diligência, pelas partes, pelos peri-tos ou pelas testemunhas.

§ 2º Quando o objeto da carta for exame pericial sobre documento, este será remeti-do em original, ficando nos autos reprodu-ção fotográfica.

§ 3º A carta arbitral atenderá, no que cou-ber, aos requisitos a que se refere o caput e será instruída com a convenção de arbitra-gem e com as provas da nomeação do árbi-tro e de sua aceitação da função.

Art. 261. Em todas as cartas o juiz fixará o prazo para cumprimento, atendendo à facilidade das comunicações e à natureza da diligência.

§ 1º As partes deverão ser intimadas pelo juiz do ato de expedição da carta.

§ 2º Expedida a carta, as partes acompa-nharão o cumprimento da diligência peran-te o juízo destinatário, ao qual compete a prática dos atos de comunicação.

§ 3º A parte a quem interessar o cumpri-mento da diligência cooperará para que o prazo a que se refere o caput seja cumprido.

Art. 262. A carta tem caráter itinerante, poden-do, antes ou depois de lhe ser ordenado o cum-primento, ser encaminhada a juízo diverso do que dela consta, a fim de se praticar o ato.

Parágrafo único. O encaminhamento da carta a outro juízo será imediatamente co-municado ao órgão expedidor, que intimará as partes.

Art. 263. As cartas deverão, preferencialmente, ser expedidas por meio eletrônico, caso em que a assinatura do juiz deverá ser eletrônica, na forma da lei.

Art. 264. A carta de ordem e a carta precatória por meio eletrônico, por telefone ou por tele-grama conterão, em resumo substancial, os re-quisitos mencionados no art. 250, especialmen-te no que se refere à aferição da autenticidade.

Art. 265. O secretário do tribunal, o escrivão ou o chefe de secretaria do juízo deprecante trans-mitirá, por telefone, a carta de ordem ou a carta precatória ao juízo em que houver de se cum-prir o ato, por intermédio do escrivão do primei-ro ofício da primeira vara, se houver na comarca mais de um ofício ou de uma vara, observando--se, quanto aos requisitos, o disposto no art. 264.

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§ 1º O escrivão ou o chefe de secretaria, no mesmo dia ou no dia útil imediato, telefo-nará ou enviará mensagem eletrônica ao se-cretário do tribunal, ao escrivão ou ao chefe de secretaria do juízo deprecante, lendo-lhe os termos da carta e solicitando-lhe que os confirme.

§ 2º Sendo confirmada, o escrivão ou o che-fe de secretaria submeterá a carta a despa-cho.

Art. 266. Serão praticados de ofício os atos re-quisitados por meio eletrônico e de telegrama, devendo a parte depositar, contudo, na secre-taria do tribunal ou no cartório do juízo depre-cante, a importância correspondente às despe-sas que serão feitas no juízo em que houver de praticar-se o ato.

Art. 267. O juiz recusará cumprimento a carta precatória ou arbitral, devolvendo-a com deci-são motivada quando:

I – a carta não estiver revestida dos requisi-tos legais;

II – faltar ao juiz competência em razão da matéria ou da hierarquia;

III – o juiz tiver dúvida acerca de sua auten-ticidade.

Parágrafo único. No caso de incompetência em razão da matéria ou da hierarquia, o juiz deprecado, conforme o ato a ser praticado, poderá remeter a carta ao juiz ou ao tribu-nal competente.

Art. 268. Cumprida a carta, será devolvida ao juízo de origem no prazo de 10 (dez) dias, in-dependentemente de traslado, pagas as custas pela parte.

CAPÍTULO IVDAS INTIMAÇÕES

Art. 269. Intimação é o ato pelo qual se dá ciên-cia a alguém dos atos e dos termos do processo.

§ 1º É facultado aos advogados promover a intimação do advogado da outra parte por meio do correio, juntando aos autos, a se-guir, cópia do ofício de intimação e do aviso de recebimento.

§ 2º O ofício de intimação deverá ser instru-ído com cópia do despacho, da decisão ou da sentença.

§ 3º A intimação da União, dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e de suas respectivas autarquias e fundações de direi-to público será realizada perante o órgão de Advocacia Pública responsável por sua re-presentação judicial.

Art. 270. As intimações realizam-se, sempre que possível, por meio eletrônico, na forma da lei.

Parágrafo único. Aplica-se ao Ministério Pú-blico, à Defensoria Pública e à Advocacia Pú-blica o disposto no § 1º do art. 246.

Art. 271. O juiz determinará de ofício as intima-ções em processos pendentes, salvo disposição em contrário.

Art. 272. Quando não realizadas por meio ele-trônico, consideram-se feitas as intimações pela publicação dos atos no órgão oficial.

§ 1º Os advogados poderão requerer que, na intimação a eles dirigida, figure apenas o nome da sociedade a que pertençam, des-de que devidamente registrada na Ordem dos Advogados do Brasil.

§ 2º Sob pena de nulidade, é indispensável que da publicação constem os nomes das partes e de seus advogados, com o respec-tivo número de inscrição na Ordem dos Ad-vogados do Brasil, ou, se assim requerido, da sociedade de advogados.

§ 3º A grafia dos nomes das partes não deve conter abreviaturas.

§ 4º A grafia dos nomes dos advogados deve corresponder ao nome completo e ser a mesma que constar da procuração ou que estiver registrada na Ordem dos Advogados do Brasil.

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§ 5º Constando dos autos pedido expresso para que as comunicações dos atos proces-suais sejam feitas em nome dos advogados indicados, o seu desatendimento implicará nulidade.

§ 6º A retirada dos autos do cartório ou da secretaria em carga pelo advogado, por pes-soa credenciada a pedido do advogado ou da sociedade de advogados, pela Advoca-cia Pública, pela Defensoria Pública ou pelo Ministério Público implicará intimação de qualquer decisão contida no processo reti-rado, ainda que pendente de publicação.

§ 7º O advogado e a sociedade de advoga-dos deverão requerer o respectivo creden-ciamento para a retirada de autos por pre-posto.

§ 8º A parte arguirá a nulidade da intimação em capítulo preliminar do próprio ato que lhe caiba praticar, o qual será tido por tem-pestivo se o vício for reconhecido.

§ 9º Não sendo possível a prática imediata do ato diante da necessidade de acesso pré-vio aos autos, a parte limitar-se-á a arguir a nulidade da intimação, caso em que o prazo será contado da intimação da decisão que a reconheça.

Art. 273. Se inviável a intimação por meio ele-trônico e não houver na localidade publicação em órgão oficial, incumbirá ao escrivão ou chefe de secretaria intimar de todos os atos do pro-cesso os advogados das partes:

I – pessoalmente, se tiverem domicílio na sede do juízo;

II – por carta registrada, com aviso de rece-bimento, quando forem domiciliados fora do juízo.

Art. 274. Não dispondo a lei de outro modo, as intimações serão feitas às partes, aos seus representantes legais, aos advogados e aos de-mais sujeitos do processo pelo correio ou, se presentes em cartório, diretamente pelo escri-vão ou chefe de secretaria.

Parágrafo único. Presumem-se válidas as intimações dirigidas ao endereço constante dos autos, ainda que não recebidas pesso-almente pelo interessado, se a modifica-ção temporária ou definitiva não tiver sido devidamente comunicada ao juízo, fluindo os prazos a partir da juntada aos autos do comprovante de entrega da correspondên-cia no primitivo endereço.

Art. 275. A intimação será feita por oficial de justiça quando frustrada a realização por meio eletrônico ou pelo correio.

§ 1º A certidão de intimação deve conter:

I – a indicação do lugar e a descrição da pes-soa intimada, mencionando, quando possí-vel, o número de seu documento de identi-dade e o órgão que o expediu;

II – a declaração de entrega da contrafé;

III – a nota de ciente ou a certidão de que o interessado não a apôs no mandado.

§ 2º Caso necessário, a intimação poderá ser efetuada com hora certa ou por edital.

TÍTULO II

Da Tutela de Urgência

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

§ 1º Para a concessão da tutela de urgência, o juiz pode, conforme o caso, exigir caução real ou fidejussória idônea para ressarcir os danos que a outra parte possa vir a sofrer, podendo a caução ser dispensada se a parte economicamente hipossuficiente não pu-der oferecê-la.

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§ 2º A tutela de urgência pode ser concedi-da liminarmente ou após justificação prévia.

§ 3º A tutela de urgência de natureza ante-cipada não será concedida quando houver perigo de irreversibilidade dos efeitos da decisão.

Art. 301. A tutela de urgência de natureza cau-telar pode ser efetivada mediante arresto, se-questro, arrolamento de bens, registro de pro-testo contra alienação de bem e qualquer outra medida idônea para asseguração do direito.

Art. 302. Independentemente da reparação por dano processual, a parte responde pelo prejuízo que a efetivação da tutela de urgência causar à parte adversa, se:

I – a sentença lhe for desfavorável;

II – obtida liminarmente a tutela em caráter antecedente, não fornecer os meios neces-sários para a citação do requerido no prazo de 5 (cinco) dias;

III – ocorrer a cessação da eficácia da medi-da em qualquer hipótese legal;

IV – o juiz acolher a alegação de decadência ou prescrição da pretensão do autor.

Parágrafo único. A indenização será liqui-dada nos autos em que a medida tiver sido concedida, sempre que possível.

CAPÍTULO IIDO PROCEDIMENTO DA TUTELA

ANTECIPADA REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE

Art. 303. Nos casos em que a urgência for con-temporânea à propositura da ação, a petição inicial pode limitar-se ao requerimento da tute-la antecipada e à indicação do pedido de tutela final, com a exposição da lide, do direito que se busca realizar e do perigo de dano ou do risco ao resultado útil do processo.

§ 1º Concedida a tutela antecipada a que se refere o caput deste artigo:

I – o autor deverá aditar a petição inicial, com a complementação de sua argumen-tação, a juntada de novos documentos e a confirmação do pedido de tutela final, em 15 (quinze) dias ou em outro prazo maior que o juiz fixar;

II – o réu será citado e intimado para a au-diência de conciliação ou de mediação na forma do art. 334;

III – não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335.

§ 2º Não realizado o aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo, o pro-cesso será extinto sem resolução do mérito.

§ 3º O aditamento a que se refere o inciso I do § 1º deste artigo dar-se-á nos mesmos autos, sem incidência de novas custas processuais.

§ 4º Na petição inicial a que se refere o ca-put deste artigo, o autor terá de indicar o valor da causa, que deve levar em conside-ração o pedido de tutela final.

§ 5º O autor indicará na petição inicial, ain-da, que pretende valer-se do benefício pre-visto no caput deste artigo.

§ 6º Caso entenda que não há elementos para a concessão de tutela antecipada, o órgão jurisdicional determinará a emenda da petição inicial em até 5 (cinco) dias, sob pena de ser indeferida e de o processo ser extinto sem resolução de mérito.

Art. 304. A tutela antecipada, concedida nos termos do art. 303, torna-se estável se da deci-são que a conceder não for interposto o respec-tivo recurso.

§ 1º No caso previsto no caput, o processo será extinto.

§ 2º Qualquer das partes poderá demandar a outra com o intuito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada estabilizada nos termos do caput.

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§ 3º A tutela antecipada conservará seus efeitos enquanto não revista, reformada ou invalidada por decisão de mérito proferida na ação de que trata o § 2º

§ 4º Qualquer das partes poderá requerer o desarquivamento dos autos em que foi concedida a medida, para instruir a petição inicial da ação a que se refere o § 2º, pre-vento o juízo em que a tutela antecipada foi concedida.

§ 5º O direito de rever, reformar ou invalidar a tutela antecipada, previsto no § 2º deste artigo, extingue-se após 2 (dois) anos, con-tados da ciência da decisão que extinguiu o processo, nos termos do § 1º

§ 6º A decisão que concede a tutela não fará coisa julgada, mas a estabilidade dos respectivos efeitos só será afastada por de-cisão que a revir, reformar ou invalidar, pro-ferida em ação ajuizada por uma das partes, nos termos do § 2º deste artigo.

CAPÍTULO IIIDO PROCEDIMENTO DA TUTELA

CAUTELAR REQUERIDA EM CARÁTER ANTECEDENTE

Art. 305. A petição inicial da ação que visa à prestação de tutela cautelar em caráter antece-dente indicará a lide e seu fundamento, a expo-sição sumária do direito que se objetiva assegu-rar e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.

Parágrafo único. Caso entenda que o pe-dido a que se refere o caput tem natureza antecipada, o juiz observará o disposto no art. 303.

Art. 306. O réu será citado para, no prazo de 5 (cinco) dias, contestar o pedido e indicar as pro-vas que pretende produzir.

Art. 307. Não sendo contestado o pedido, os fa-tos alegados pelo autor presumir-se-ão aceitos

pelo réu como ocorridos, caso em que o juiz de-cidirá dentro de 5 (cinco) dias.

Parágrafo único. Contestado o pedido no prazo legal, observar-se-á o procedimento comum.

Art. 308. Efetivada a tutela cautelar, o pedido principal terá de ser formulado pelo autor no prazo de 30 (trinta) dias, caso em que será apre-sentado nos mesmos autos em que deduzido o pedido de tutela cautelar, não dependendo do adiantamento de novas custas processuais.

§ 1º O pedido principal pode ser formulado conjuntamente com o pedido de tutela cau-telar.

§ 2º A causa de pedir poderá ser aditada no momento de formulação do pedido principal.

§ 3º Apresentado o pedido principal, as par-tes serão intimadas para a audiência de con-ciliação ou de mediação, na forma do art. 334, por seus advogados ou pessoalmente, sem necessidade de nova citação do réu.

§ 4º Não havendo autocomposição, o prazo para contestação será contado na forma do art. 335.

Art. 309. Cessa a eficácia da tutela concedida em caráter antecedente, se:

I – o autor não deduzir o pedido principal no prazo legal;

II – não for efetivada dentro de 30 (trinta) dias;

III – o juiz julgar improcedente o pedido principal formulado pelo autor ou extinguir o processo sem resolução de mérito.

Parágrafo único. Se por qualquer motivo cessar a eficácia da tutela cautelar, é veda-do à parte renovar o pedido, salvo sob novo fundamento.

Art. 310. O indeferimento da tutela cautelar não obsta a que a parte formule o pedido prin-cipal, nem influi no julgamento desse, salvo se o motivo do indeferimento for o reconhecimento de decadência ou de prescrição.

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TÍTULO III

Da Tutela da Evidência

Art. 311. A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de peri-go de dano ou de risco ao resultado útil do pro-cesso, quando:

I – ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelató-rio da parte;

II – as alegações de fato puderem ser com-provadas apenas documentalmente e hou-ver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;

III – se tratar de pedido reipersecutório fun-dado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será de-cretada a ordem de entrega do objeto cus-todiado, sob cominação de multa;

IV – a petição inicial for instruída com pro-va documental suficiente dos fatos consti-tutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoá-vel.

Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.

TÍTULO I

Da Formação do Processo

Art. 312. Considera-se proposta a ação quan-do a petição inicial for protocolada, todavia, a propositura da ação só produz quanto ao réu os efeitos mencionados no art. 240 depois que for validamente citado.

TÍTULO II

Da Suspensão do Processo

Art. 313. Suspende-se o processo:

I – pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das partes, de seu representante legal ou de seu procurador;

II – pela convenção das partes;

III – pela arguição de impedimento ou de suspeição;

IV – pela admissão de incidente de resolu-ção de demandas repetitivas;

V – quando a sentença de mérito:

a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração de existência ou de ine-xistência de relação jurídica que constitua o objeto principal de outro processo penden-te;

b) tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado fato ou a pro-dução de certa prova, requisitada a outro juízo;

VI – por motivo de força maior;

VII – quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e fatos da navega-ção de competência do Tribunal Marítimo;

VIII – nos demais casos que este Código re-gula.

IX – pelo parto ou pela concessão de ado-ção, quando a advogada responsável pelo processo constituir a única patrona da cau-sa; (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)

X – quando o advogado responsável pelo processo constituir o único patrono da causa e tornar-se pai. (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)

§ 1º Na hipótese do inciso I, o juiz suspen-derá o processo, nos termos do art. 689.

§ 2º Não ajuizada ação de habilitação, ao tomar conhecimento da morte, o juiz deter-minará a suspensão do processo e observa-rá o seguinte:

I – falecido o réu, ordenará a intimação do autor para que promova a citação do res-

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pectivo espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, no prazo que designar, de no mínimo 2 (dois) e no máxi-mo 6 (seis) meses;

II – falecido o autor e sendo transmissível o direito em litígio, determinará a intimação de seu espólio, de quem for o sucessor ou, se for o caso, dos herdeiros, pelos meios de divulgação que reputar mais adequados, para que manifestem interesse na sucessão processual e promovam a respectiva habili-tação no prazo designado, sob pena de ex-tinção do processo sem resolução de méri-to.

§ 3º No caso de morte do procurador de qualquer das partes, ainda que iniciada a audiência de instrução e julgamento, o juiz determinará que a parte constitua novo mandatário, no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual extinguirá o processo sem resolução de mérito, se o autor não nomear novo mandatário, ou ordenará o prossegui-mento do processo à revelia do réu, se fale-cido o procurador deste.

§ 4º O prazo de suspensão do processo nun-ca poderá exceder 1 (um) ano nas hipóteses do inciso V e 6 (seis) meses naquela prevista no inciso II.

§ 5º O juiz determinará o prosseguimento do processo assim que esgotados os prazos previstos no § 4º

§ 6º No caso do inciso IX, o período de sus-pensão será de 30 (trinta) dias, contado a partir da data do parto ou da concessão da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento similar que comprove a realização do parto, ou de ter-mo judicial que tenha concedido a adoção, desde que haja notificação ao cliente. (In-cluído pela Lei nº 13.363, de 2016)

§ 7º No caso do inciso X, o período de sus-pensão será de 8 (oito) dias, contado a par-tir da data do parto ou da concessão da adoção, mediante apresentação de certidão de nascimento ou documento similar que

comprove a realização do parto, ou de ter-mo judicial que tenha concedido a adoção, desde que haja notificação ao cliente. (In-cluído pela Lei nº 13.363, de 2016)

Art. 314. Durante a suspensão é vedado praticar qualquer ato processual, podendo o juiz, toda-via, determinar a realização de atos urgentes a fim de evitar dano irreparável, salvo no caso de arguição de impedimento e de suspeição.

Art. 315. Se o conhecimento do mérito depen-der de verificação da existência de fato delituo-so, o juiz pode determinar a suspensão do pro-cesso até que se pronuncie a justiça criminal.

§ 1º Se a ação penal não for proposta no prazo de 3 (três) meses, contado da intima-ção do ato de suspensão, cessará o efeito desse, incumbindo ao juiz cível examinar in-cidentemente a questão prévia.

§ 2º Proposta a ação penal, o processo fica-rá suspenso pelo prazo máximo de 1 (um) ano, ao final do qual aplicar-se-á o disposto na parte final do § 1º

TÍTULO III

Da Extinção do Processo

Art. 316. A extinção do processo dar-se-á por sentença.

Art. 317. Antes de proferir decisão sem resolu-ção de mérito, o juiz deverá conceder à parte oportunidade para, se possível, corrigir o vício.

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PARTE ESPECIAL

LIVRO I

Do Processo de Conhecimento e do Cumprimento de Sentença

TÍTULO I

Do Procedimento Comum

CAPÍTULO IDISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 318. Aplica-se a todas as causas o procedi-mento comum, salvo disposição em contrário deste Código ou de lei.

Parágrafo único. O procedimento comum aplica-se subsidiariamente aos demais pro-cedimentos especiais e ao processo de exe-cução.

CAPÍTULO IIDA PETIÇÃO INICIAL

Seção IDOS REQUISITOS DA PETIÇÃO INICIAL

Art. 319. A petição inicial indicará:

I – o juízo a que é dirigida;

II – os nomes, os prenomes, o estado civil, a existência de união estável, a profissão, o número de inscrição no Cadastro de Pesso-as Físicas ou no Cadastro Nacional da Pes-soa Jurídica, o endereço eletrônico, o domi-cílio e a residência do autor e do réu;

III – o fato e os fundamentos jurídicos do pedido;

IV – o pedido com as suas especificações;

V – o valor da causa;

VI – as provas com que o autor pretende demonstrar a verdade dos fatos alegados;

VII – a opção do autor pela realização ou não de audiência de conciliação ou de me-diação.

§ 1º Caso não disponha das informações previstas no inciso II, poderá o autor, na pe-tição inicial, requerer ao juiz diligências ne-cessárias a sua obtenção.

§ 2º A petição inicial não será indeferida se, a despeito da falta de informações a que se refere o inciso II, for possível a citação do réu.

§ 3º A petição inicial não será indeferida pelo não atendimento ao disposto no inciso II deste artigo se a obtenção de tais infor-mações tornar impossível ou excessivamen-te oneroso o acesso à justiça.

Art. 320. A petição inicial será instruída com os documentos indispensáveis à propositura da ação.

Art. 321. O juiz, ao verificar que a petição inicial não preenche os requisitos dos arts. 319 e 320 ou que apresenta defeitos e irregularidades ca-pazes de dificultar o julgamento de mérito, de-terminará que o autor, no prazo de 15 (quinze) dias, a emende ou a complete, indicando com precisão o que deve ser corrigido ou completa-do.

Parágrafo único. Se o autor não cumprir a diligência, o juiz indeferirá a petição inicial.

Seção IIDO PEDIDO

Art. 322. O pedido deve ser certo.

§ 1º Compreendem-se no principal os juros legais, a correção monetária e as verbas de sucumbência, inclusive os honorários advo-catícios.

§ 2º A interpretação do pedido considera-rá o conjunto da postulação e observará o princípio da boa-fé.

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Art. 323. Na ação que tiver por objeto cumpri-mento de obrigação em prestações sucessivas, essas serão consideradas incluídas no pedido, independentemente de declaração expressa do autor, e serão incluídas na condenação, enquan-to durar a obrigação, se o devedor, no curso do processo, deixar de pagá-las ou de consigná-las.

Art. 324. O pedido deve ser determinado.

§ 1º É lícito, porém, formular pedido gené-rico:

I – nas ações universais, se o autor não pu-der individuar os bens demandados;

II – quando não for possível determinar, desde logo, as consequências do ato ou do fato;

III – quando a determinação do objeto ou do valor da condenação depender de ato que deva ser praticado pelo réu.

§ 2º O disposto neste artigo aplica-se à re-convenção.

Art. 325. O pedido será alternativo quando, pela natureza da obrigação, o devedor puder cumprir a prestação de mais de um modo.

Parágrafo único. Quando, pela lei ou pelo contrato, a escolha couber ao devedor, o juiz lhe assegurará o direito de cumprir a prestação de um ou de outro modo, ainda que o autor não tenha formulado pedido al-ternativo.

Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça do posterior, quando não acolher o anterior.

Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha um deles.

Art. 327. É lícita a cumulação, em um único pro-cesso, contra o mesmo réu, de vários pedidos, ainda que entre eles não haja conexão.

§ 1º São requisitos de admissibilidade da cumulação que:

I – os pedidos sejam compatíveis entre si;

II – seja competente para conhecer deles o mesmo juízo;

III – seja adequado para todos os pedidos o tipo de procedimento.

§ 2º Quando, para cada pedido, correspon-der tipo diverso de procedimento, será ad-mitida a cumulação se o autor empregar o procedimento comum, sem prejuízo do em-prego das técnicas processuais diferencia-das previstas nos procedimentos especiais a que se sujeitam um ou mais pedidos cumu-lados, que não forem incompatíveis com as disposições sobre o procedimento comum.

§ 3º O inciso I do § 1º não se aplica às cumu-lações de pedidos de que trata o art. 326.

Art. 328. Na obrigação indivisível com pluralida-de de credores, aquele que não participou do processo receberá sua parte, deduzidas as des-pesas na proporção de seu crédito.

Art. 329. O autor poderá:

I – até a citação, aditar ou alterar o pedido ou a causa de pedir, independentemente de consentimento do réu;

II – até o saneamento do processo, adi-tar ou alterar o pedido e a causa de pedir, com consentimento do réu, assegurado o contraditório mediante a possibilidade de manifestação deste no prazo mínimo de 15 (quinze) dias, facultado o requerimento de prova suplementar.

Parágrafo único. Aplica-se o disposto neste artigo à reconvenção e à respectiva causa de pedir.

Seção IIIDO INDEFERIMENTO DA

PETIÇÃO INICIAL

Art. 330. A petição inicial será indeferida quan-do:

I – for inepta;

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II – a parte for manifestamente ilegítima;

III – o autor carecer de interesse processual;

IV – não atendidas as prescrições dos arts. 106 e 321.

§ 1º Considera-se inepta a petição inicial quando:

I – lhe faltar pedido ou causa de pedir;

II – o pedido for indeterminado, ressalvadas as hipóteses legais em que se permite o pe-dido genérico;

III – da narração dos fatos não decorrer logi-camente a conclusão;

IV – contiver pedidos incompatíveis entre si.

§ 2º Nas ações que tenham por objeto a re-visão de obrigação decorrente de emprés-timo, de financiamento ou de alienação de bens, o autor terá de, sob pena de inépcia, discriminar na petição inicial, dentre as obrigações contratuais, aquelas que preten-de controverter, além de quantificar o valor incontroverso do débito.

§ 3º Na hipótese do § 2º, o valor incontro-verso deverá continuar a ser pago no tempo e modo contratados.

Art. 331. Indeferida a petição inicial, o autor po-derá apelar, facultado ao juiz, no prazo de 5 (cin-co) dias, retratar-se.

§ 1º Se não houver retratação, o juiz man-dará citar o réu para responder ao recurso.

§ 2º Sendo a sentença reformada pelo tri-bunal, o prazo para a contestação começará a correr da intimação do retorno dos autos, observado o disposto no art. 334.

§ 3º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da senten-ça.

CAPÍTULO IIIDA IMPROCEDÊNCIA LIMINAR

DO PEDIDO

Art. 332. Nas causas que dispensem a fase ins-trutória, o juiz, independentemente da citação do réu, julgará liminarmente improcedente o pedido que contrariar:

I – enunciado de súmula do Supremo Tribu-nal Federal ou do Superior Tribunal de Jus-tiça;

II – acórdão proferido pelo Supremo Tribu-nal Federal ou pelo Superior Tribunal de Jus-tiça em julgamento de recursos repetitivos;

III – entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;

IV – enunciado de súmula de tribunal de justiça sobre direito local.

§ 1º O juiz também poderá julgar liminar-mente improcedente o pedido se verificar, desde logo, a ocorrência de decadência ou de prescrição.

§ 2º Não interposta a apelação, o réu será intimado do trânsito em julgado da senten-ça, nos termos do art. 241.

§ 3º Interposta a apelação, o juiz poderá re-tratar-se em 5 (cinco) dias.

§ 4º Se houver retratação, o juiz determinará o prosseguimento do processo, com a cita-ção do réu, e, se não houver retratação, de-terminará a citação do réu para apresentar contrarrazões, no prazo de 15 (quinze) dias.

DA CONTESTAÇÃO

Art. 335. O réu poderá oferecer contestação, por petição, no prazo de 15 (quinze) dias, cujo termo inicial será a data:

I – da audiência de conciliação ou de me-diação, ou da última sessão de conciliação, quando qualquer parte não comparecer ou, comparecendo, não houver autocomposi-ção;

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II – do protocolo do pedido de cancelamen-to da audiência de conciliação ou de media-ção apresentado pelo réu, quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso I;

III – prevista no art. 231, de acordo com o modo como foi feita a citação, nos demais casos.

§ 1º No caso de litisconsórcio passivo, ocor-rendo a hipótese do art. 334, § 6º, o termo inicial previsto no inciso II será, para cada um dos réus, a data de apresentação de seu respectivo pedido de cancelamento da au-diência.

§ 2º Quando ocorrer a hipótese do art. 334, § 4º, inciso II, havendo litisconsórcio passivo e o autor desistir da ação em relação a réu ainda não citado, o prazo para resposta cor-rerá da data de intimação da decisão que homologar a desistência.

Art. 336. Incumbe ao réu alegar, na contestação, toda a matéria de defesa, expondo as razões de fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que pretende produzir.

Art. 337. Incumbe ao réu, antes de discutir o mérito, alegar:

I – inexistência ou nulidade da citação;

II – incompetência absoluta e relativa;

III – incorreção do valor da causa;

IV – inépcia da petição inicial;

V – perempção;

VI – litispendência;

VII – coisa julgada;

VIII – conexão;

IX – incapacidade da parte, defeito de re-presentação ou falta de autorização;

X – convenção de arbitragem;

XI – ausência de legitimidade ou de interes-se processual;

XII – falta de caução ou de outra prestação que a lei exige como preliminar;

XIII – indevida concessão do benefício de gratuidade de justiça.

§ 1º Verifica-se a litispendência ou a coisa julgada quando se reproduz ação anterior-mente ajuizada.

§ 2º Uma ação é idêntica a outra quando possui as mesmas partes, a mesma causa de pedir e o mesmo pedido.

§ 3º Há litispendência quando se repete ação que está em curso.

§ 4º Há coisa julgada quando se repete ação que já foi decidida por decisão transitada em julgado.

§ 5º Excetuadas a convenção de arbitragem e a incompetência relativa, o juiz conhece-rá de ofício das matérias enumeradas neste artigo.

§ 6º A ausência de alegação da existência de convenção de arbitragem, na forma prevista neste Capítulo, implica aceitação da jurisdi-ção estatal e renúncia ao juízo arbitral.

Art. 338. Alegando o réu, na contestação, ser parte ilegítima ou não ser o responsável pelo prejuízo invocado, o juiz facultará ao autor, em 15 (quinze) dias, a alteração da petição inicial para substituição do réu.

Parágrafo único. Realizada a substituição, o autor reembolsará as despesas e pagará os honorários ao procurador do réu excluído, que serão fixados entre três e cinco por cen-to do valor da causa ou, sendo este irrisório, nos termos do art. 85, § 8º

Art. 339. Quando alegar sua ilegitimidade, in-cumbe ao réu indicar o sujeito passivo da rela-ção jurídica discutida sempre que tiver conhe-cimento, sob pena de arcar com as despesas processuais e de indenizar o autor pelos preju-ízos decorrentes da falta de indicação.

§ 1º O autor, ao aceitar a indicação, proce-derá, no prazo de 15 (quinze) dias, à altera-

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ção da petição inicial para a substituição do réu, observando-se, ainda, o parágrafo úni-co do art. 338.

§ 2º No prazo de 15 (quinze) dias, o autor pode optar por alterar a petição inicial para incluir, como litisconsorte passivo, o sujeito indicado pelo réu.

Art. 340. Havendo alegação de incompetência relativa ou absoluta, a contestação poderá ser protocolada no foro de domicílio do réu, fato que será imediatamente comunicado ao juiz da causa, preferencialmente por meio eletrônico.

§ 1º A contestação será submetida a livre distribuição ou, se o réu houver sido citado por meio de carta precatória, juntada aos autos dessa carta, seguindo-se a sua ime-diata remessa para o juízo da causa.

§ 2º Reconhecida a competência do foro in-dicado pelo réu, o juízo para o qual for dis-tribuída a contestação ou a carta precatória será considerado prevento.

§ 3º Alegada a incompetência nos termos do caput, será suspensa a realização da au-diência de conciliação ou de mediação, se tiver sido designada.

§ 4º Definida a competência, o juízo compe-tente designará nova data para a audiência de conciliação ou de mediação.

Art. 341. Incumbe também ao réu manifestar-se precisamente sobre as alegações de fato cons-tantes da petição inicial, presumindo-se verda-deiras as não impugnadas, salvo se:

I – não for admissível, a seu respeito, a con-fissão;

II – a petição inicial não estiver acompanha-da de instrumento que a lei considerar da substância do ato;

III – estiverem em contradição com a defe-sa, considerada em seu conjunto.

Parágrafo único. O ônus da impugnação es-pecificada dos fatos não se aplica ao defen-

sor público, ao advogado dativo e ao cura-dor especial.

Art. 342. Depois da contestação, só é lícito ao réu deduzir novas alegações quando:

I – relativas a direito ou a fato supervenien-te;

II – competir ao juiz conhecer delas de ofí-cio;

III – por expressa autorização legal, pude-rem ser formuladas em qualquer tempo e grau de jurisdição.

CAPÍTULO VIIDA RECONVENÇÃO

Art. 343. Na contestação, é lícito ao réu propor reconvenção para manifestar pretensão pró-pria, conexa com a ação principal ou com o fun-damento da defesa.

§ 1º Proposta a reconvenção, o autor será intimado, na pessoa de seu advogado, para apresentar resposta no prazo de 15 (quinze) dias.

§ 2º A desistência da ação ou a ocorrência de causa extintiva que impeça o exame de seu mérito não obsta ao prosseguimento do processo quanto à reconvenção.

§ 3º A reconvenção pode ser proposta con-tra o autor e terceiro.

§ 4º A reconvenção pode ser proposta pelo réu em litisconsórcio com terceiro.

§ 5º Se o autor for substituto processual, o reconvinte deverá afirmar ser titular de di-reito em face do substituído, e a reconven-ção deverá ser proposta em face do autor, também na qualidade de substituto proces-sual.

§ 6º O réu pode propor reconvenção inde-pendentemente de oferecer contestação.

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CAPÍTULO VIIIDA REVELIA

Art. 344. Se o réu não contestar a ação, será considerado revel e presumir-se-ão verdadeiras as alegações de fato formuladas pelo autor.

Art. 345. A revelia não produz o efeito mencio-nado no art. 344 se:

I – havendo pluralidade de réus, algum de-les contestar a ação;

II – o litígio versar sobre direitos indisponí-veis;

III – a petição inicial não estiver acompa-nhada de instrumento que a lei considere indispensável à prova do ato;

IV – as alegações de fato formuladas pelo autor forem inverossímeis ou estiverem em contradição com prova constante dos autos.

Art. 346. Os prazos contra o revel que não tenha patrono nos autos fluirão da data de publicação do ato decisório no órgão oficial.

Parágrafo único. O revel poderá intervir no processo em qualquer fase, recebendo-o no estado em que se encontrar.

DO JULGAMENTO CONFORME O ESTADO DO PROCESSO

Seção IDA EXTINÇÃO DO PROCESSO

Art. 354. Ocorrendo qualquer das hipóteses previstas nos arts. 485 e 487, incisos II e III, o juiz proferirá sentença.

Parágrafo único. A decisão a que se refere o caput pode dizer respeito a apenas parcela do processo, caso em que será impugnável por agravo de instrumento.

Seção IIDO JULGAMENTO ANTECIPADO

DO MÉRITO

Art. 355. O juiz julgará antecipadamente o pedi-do, proferindo sentença com resolução de méri-to, quando:

I – não houver necessidade de produção de outras provas;

II – o réu for revel, ocorrer o efeito previsto no art. 344 e não houver requerimento de prova, na forma do art. 349.

Seção IIIDO JULGAMENTO ANTECIPADO

PARCIAL DO MÉRITO

Art. 356. O juiz decidirá parcialmente o mérito quando um ou mais dos pedidos formulados ou parcela deles:

I – mostrar-se incontroverso;

II – estiver em condições de imediato julga-mento, nos termos do art. 355.

§ 1º A decisão que julgar parcialmente o mérito poderá reconhecer a existência de obrigação líquida ou ilíquida.

§ 2º A parte poderá liquidar ou executar, desde logo, a obrigação reconhecida na decisão que julgar parcialmente o mérito, independentemente de caução, ainda que haja recurso contra essa interposto.

§ 3º Na hipótese do § 2º, se houver trânsito em julgado da decisão, a execução será de-finitiva.

§ 4º A liquidação e o cumprimento da de-cisão que julgar parcialmente o mérito po-derão ser processados em autos suplemen-tares, a requerimento da parte ou a critério do juiz.

§ 5º A decisão proferida com base neste ar-tigo é impugnável por agravo de instrumen-to.

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Seção IVDO SANEAMENTO E DA

ORGANIZAÇÃO DO PROCESSO

Art. 357. Não ocorrendo nenhuma das hipóte-ses deste Capítulo, deverá o juiz, em decisão de saneamento e de organização do processo:

I – resolver as questões processuais pen-dentes, se houver;

II – delimitar as questões de fato sobre as quais recairá a atividade probatória, especi-ficando os meios de prova admitidos;

III – definir a distribuição do ônus da prova, observado o art. 373;

IV – delimitar as questões de direito rele-vantes para a decisão do mérito;

V – designar, se necessário, audiência de instrução e julgamento.

§ 1º Realizado o saneamento, as partes têm o direito de pedir esclarecimentos ou soli-citar ajustes, no prazo comum de 5 (cinco) dias, findo o qual a decisão se torna estável.

§ 2º As partes podem apresentar ao juiz, para homologação, delimitação consensual das questões de fato e de direito a que se referem os incisos II e IV, a qual, se homolo-gada, vincula as partes e o juiz.

§ 3º Se a causa apresentar complexidade em matéria de fato ou de direito, deverá o juiz designar audiência para que o sane-amento seja feito em cooperação com as partes, oportunidade em que o juiz, se for o caso, convidará as partes a integrar ou es-clarecer suas alegações.

§ 4º Caso tenha sido determinada a produ-ção de prova testemunhal, o juiz fixará pra-zo comum não superior a 15 (quinze) dias para que as partes apresentem rol de teste-munhas.

§ 5º Na hipótese do § 3º, as partes devem levar, para a audiência prevista, o respectivo rol de testemunhas.

§ 6º O número de testemunhas arroladas não pode ser superior a 10 (dez), sendo 3 (três), no máximo, para a prova de cada fato.

§ 7º O juiz poderá limitar o número de tes-temunhas levando em conta a complexi-dade da causa e dos fatos individualmente considerados.

§ 8º Caso tenha sido determinada a produ-ção de prova pericial, o juiz deve observar o disposto no art. 465 e, se possível, estabe-lecer, desde logo, calendário para sua rea-lização.

§ 9º As pautas deverão ser preparadas com intervalo mínimo de 1 (uma) hora entre as audiências.

CAPÍTULO IIDA ORDEM DOS

PROCESSOS NO TRIBUNAL

Art. 929. Os autos serão registrados no proto-colo do tribunal no dia de sua entrada, cabendo à secretaria ordená-los, com imediata distribui-ção.

Parágrafo único. A critério do tribunal, os serviços de protocolo poderão ser descen-tralizados, mediante delegação a ofícios de justiça de primeiro grau.

Art. 930. Far-se-á a distribuição de acordo com o regimento interno do tribunal, observando-se a alternatividade, o sorteio eletrônico e a publi-cidade.

Parágrafo único. O primeiro recurso pro-tocolado no tribunal tornará prevento o relator para eventual recurso subsequente interposto no mesmo processo ou em pro-cesso conexo.

Art. 931. Distribuídos, os autos serão imediata-mente conclusos ao relator, que, em 30 (trinta) dias, depois de elaborar o voto, restituí-los-á, com relatório, à secretaria.

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Art. 932. Incumbe ao relator:

I – dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em relação à produção de prova, bem como, quando for o caso, homologar autocomposição das partes;

II – apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos e nos processos de competên-cia originária do tribunal;

III – não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado ou que não tenha impugnado especificamente os fundamentos da deci-são recorrida;

IV – negar provimento a recurso que for contrário a:

a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;

b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;

c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;

V – depois de facultada a apresentação de contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão recorrida for contrária a:

a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;

b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de recursos repetitivos;

c) entendimento firmado em incidente de resolução de demandas repetitivas ou de assunção de competência;

VI – decidir o incidente de desconsideração da personalidade jurídica, quando este for instaurado originariamente perante o tribu-nal;

VII – determinar a intimação do Ministério Público, quando for o caso;

VIII – exercer outras atribuições estabeleci-das no regimento interno do tribunal.

Parágrafo único. Antes de considerar inad-missível o recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao recorrente para que seja sanado vício ou complementada a documentação exigível.

Art. 933. Se o relator constatar a ocorrência de fato superveniente à decisão recorrida ou a existência de questão apreciável de ofício ainda não examinada que devam ser considerados no julgamento do recurso, intimará as partes para que se manifestem no prazo de 5 (cinco) dias.

§ 1º Se a constatação ocorrer durante a ses-são de julgamento, esse será imediatamen-te suspenso a fim de que as partes se mani-festem especificamente.

§ 2º Se a constatação se der em vista dos autos, deverá o juiz que a solicitou enca-minhá-los ao relator, que tomará as provi-dências previstas no caput e, em seguida, solicitará a inclusão do feito em pauta para prosseguimento do julgamento, com sub-missão integral da nova questão aos julga-dores.

Art. 934. Em seguida, os autos serão apresen-tados ao presidente, que designará dia para julgamento, ordenando, em todas as hipóteses previstas neste Livro, a publicação da pauta no órgão oficial.

Art. 935. Entre a data de publicação da pauta e a da sessão de julgamento decorrerá, pelo me-nos, o prazo de 5 (cinco) dias, incluindo-se em nova pauta os processos que não tenham sido julgados, salvo aqueles cujo julgamento tiver sido expressamente adiado para a primeira ses-são seguinte.

§ 1º Às partes será permitida vista dos au-tos em cartório após a publicação da pauta de julgamento.

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§ 2º Afixar-se-á a pauta na entrada da sala em que se realizar a sessão de julgamento.

Art. 936. Ressalvadas as preferências legais e regimentais, os recursos, a remessa necessária e os processos de competência originária serão julgados na seguinte ordem:

I – aqueles nos quais houver sustentação oral, observada a ordem dos requerimen-tos;

II – os requerimentos de preferência apre-sentados até o início da sessão de julga-mento;

III – aqueles cujo julgamento tenha iniciado em sessão anterior; e

IV – os demais casos.

Art. 937. Na sessão de julgamento, depois da exposição da causa pelo relator, o presidente dará a palavra, sucessivamente, ao recorrente, ao recorrido e, nos casos de sua intervenção, ao membro do Ministério Público, pelo prazo im-prorrogável de 15 (quinze) minutos para cada um, a fim de sustentarem suas razões, nas se-guintes hipóteses, nos termos da parte final do caput do art. 1.021:

I – no recurso de apelação;

II – no recurso ordinário;

III – no recurso especial;

IV – no recurso extraordinário;

V – nos embargos de divergência;

VI – na ação rescisória, no mandado de se-gurança e na reclamação;

VII – (VETADO);

VIII – no agravo de instrumento interposto contra decisões interlocutórias que versem sobre tutelas provisórias de urgência ou da evidência;

IX – em outras hipóteses previstas em lei ou no regimento interno do tribunal.

§ 1º A sustentação oral no incidente de re-solução de demandas repetitivas observará o disposto no art. 984, no que couber.

§ 2º O procurador que desejar proferir sus-tentação oral poderá requerer, até o início da sessão, que o processo seja julgado em primeiro lugar, sem prejuízo das preferên-cias legais.

§ 3º Nos processos de competência originá-ria previstos no inciso VI, caberá sustenta-ção oral no agravo interno interposto contra decisão de relator que o extinga.

§ 4º É permitido ao advogado com domicí-lio profissional em cidade diversa daquela onde está sediado o tribunal realizar sus-tentação oral por meio de videoconferência ou outro recurso tecnológico de transmis-são de sons e imagens em tempo real, des-de que o requeira até o dia anterior ao da sessão.

Art. 938. A questão preliminar suscitada no jul-gamento será decidida antes do mérito, deste não se conhecendo caso seja incompatível com a decisão.

§ 1º Constatada a ocorrência de vício saná-vel, inclusive aquele que possa ser conheci-do de ofício, o relator determinará a reali-zação ou a renovação do ato processual, no próprio tribunal ou em primeiro grau de ju-risdição, intimadas as partes.

§ 2º Cumprida a diligência de que trata o § 1º, o relator, sempre que possível, prosse-guirá no julgamento do recurso.

§ 3º Reconhecida a necessidade de produ-ção de prova, o relator converterá o julga-mento em diligência, que se realizará no tribunal ou em primeiro grau de jurisdição, decidindo-se o recurso após a conclusão da instrução.

§ 4º Quando não determinadas pelo relator, as providências indicadas nos §§ 1º e 3º po-derão ser determinadas pelo órgão compe-tente para julgamento do recurso.

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Art. 939. Se a preliminar for rejeitada ou se a apreciação do mérito for com ela compatível, seguir-se-ão a discussão e o julgamento da ma-téria principal, sobre a qual deverão se pronun-ciar os juízes vencidos na preliminar.

Art. 940. O relator ou outro juiz que não se con-siderar habilitado a proferir imediatamente seu voto poderá solicitar vista pelo prazo máximo de 10 (dez) dias, após o qual o recurso será rein-cluído em pauta para julgamento na sessão se-guinte à data da devolução.

§ 1º Se os autos não forem devolvidos tem-pestivamente ou se não for solicitada pelo juiz prorrogação de prazo de no máximo mais 10 (dez) dias, o presidente do órgão fracionário os requisitará para julgamento do recurso na sessão ordinária subsequen-te, com publicação da pauta em que for in-cluído.

§ 2º Quando requisitar os autos na forma do § 1º, se aquele que fez o pedido de vista ainda não se sentir habilitado a votar, o pre-sidente convocará substituto para proferir voto, na forma estabelecida no regimento interno do tribunal.

Art. 941. Proferidos os votos, o presidente anunciará o resultado do julgamento, designan-do para redigir o acórdão o relator ou, se venci-do este, o autor do primeiro voto vencedor.

§ 1º O voto poderá ser alterado até o mo-mento da proclamação do resultado pelo presidente, salvo aquele já proferido por juiz afastado ou substituído.

§ 2º No julgamento de apelação ou de agra-vo de instrumento, a decisão será tomada, no órgão colegiado, pelo voto de 3 (três) ju-ízes.

§ 3º O voto vencido será necessariamente declarado e considerado parte integrante do acórdão para todos os fins legais, inclusi-ve de pré-questionamento.

Art. 942. Quando o resultado da apelação for não unânime, o julgamento terá prosseguimen-

to em sessão a ser designada com a presença de outros julgadores, que serão convocados nos termos previamente definidos no regimen-to interno, em número suficiente para garantir a possibilidade de inversão do resultado inicial, assegurado às partes e a eventuais terceiros o direito de sustentar oralmente suas razões pe-rante os novos julgadores.

§ 1º Sendo possível, o prosseguimento do julgamento dar-se-á na mesma sessão, co-lhendo-se os votos de outros julgadores que porventura componham o órgão colegiado.

§ 2º Os julgadores que já tiverem votado poderão rever seus votos por ocasião do prosseguimento do julgamento.

§ 3º A técnica de julgamento prevista neste artigo aplica-se, igualmente, ao julgamento não unânime proferido em:

I – ação rescisória, quando o resultado for a rescisão da sentença, devendo, nesse caso, seu prosseguimento ocorrer em órgão de maior composição previsto no regimento interno;

II – agravo de instrumento, quando houver reforma da decisão que julgar parcialmente o mérito.

§ 4º Não se aplica o disposto neste artigo ao julgamento:

I – do incidente de assunção de competên-cia e ao de resolução de demandas repeti-tivas;

II – da remessa necessária;

III – não unânime proferido, nos tribunais, pelo plenário ou pela corte especial.

Art. 943. Os votos, os acórdãos e os demais atos processuais podem ser registrados em documento eletrônico inviolável e assinados eletronicamente, na forma da lei, devendo ser impressos para juntada aos autos do processo quando este não for eletrônico.

§ 1º Todo acórdão conterá ementa.

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§ 2º Lavrado o acórdão, sua ementa será publicada no órgão oficial no prazo de 10 (dez) dias.

Art. 944. Não publicado o acórdão no prazo de 30 (trinta) dias, contado da data da sessão de julgamento, as notas taquigráficas o substitui-rão, para todos os fins legais, independente-mente de revisão.

Parágrafo único. No caso do caput, o pre-sidente do tribunal lavrará, de imediato, as conclusões e a ementa e mandará publicar o acórdão.

Art. 945. A critério do órgão julgador, o julga-mento dos recursos e dos processos de compe-tência originária que não admitem sustentação oral poderá realizar-se por meio eletrônico. (Re-vogado pela Lei nº 13.256, de 2016)

§ 1º O relator cientificará as partes, pelo Di-ário da Justiça, de que o julgamento se fará por meio eletrônico. (Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016)

§ 2º Qualquer das partes poderá, no prazo de 5 (cinco) dias, apresentar memoriais ou discordância do julgamento por meio ele-trônico. (Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016)

§ 3º A discordância não necessita de moti-vação, sendo apta a determinar o julgamen-to em sessão presencial. (Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016)

§ 4º Caso surja alguma divergência entre os integrantes do órgão julgador durante o julgamento eletrônico, este ficará imediata-mente suspenso, devendo a causa ser apre-ciada em sessão presencial. (Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016)

Art. 946. O agravo de instrumento será julgado antes da apelação interposta no mesmo proces-so.

Parágrafo único. Se ambos os recursos de que trata o caput houverem de ser julgados na mesma sessão, terá precedência o agra-vo de instrumento.

CAPÍTULO IIIDO INCIDENTE DE ASSUNÇÃO

DE COMPETÊNCIA

Art. 947. É admissível a assunção de competên-cia quando o julgamento de recurso, de remes-sa necessária ou de processo de competência originária envolver relevante questão de direito, com grande repercussão social, sem repetição em múltiplos processos.

§ 1º Ocorrendo a hipótese de assunção de competência, o relator proporá, de ofício ou a requerimento da parte, do Ministério Público ou da Defensoria Pública, que seja o recurso, a remessa necessária ou o proces-so de competência originária julgado pelo órgão colegiado que o regimento indicar.

§ 2º O órgão colegiado julgará o recurso, a remessa necessária ou o processo de com-petência originária se reconhecer interesse público na assunção de competência.

§ 3º O acórdão proferido em assunção de competência vinculará todos os juízes e ór-gãos fracionários, exceto se houver revisão de tese.

§ 4º Aplica-se o disposto neste artigo quan-do ocorrer relevante questão de direito a respeito da qual seja conveniente a preven-ção ou a composição de divergência entre câmaras ou turmas do tribunal.

CAPÍTULO IVDO INCIDENTE DE ARGUIÇÃO DE

INCONSTITUCIONALIDADE

Art. 948. Arguida, em controle difuso, a incons-titucionalidade de lei ou de ato normativo do poder público, o relator, após ouvir o Ministério Público e as partes, submeterá a questão à tur-ma ou à câmara à qual competir o conhecimen-to do processo.

Art. 949. Se a arguição for:

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I – rejeitada, prosseguirá o julgamento;

II – acolhida, a questão será submetida ao plenário do tribunal ou ao seu órgão espe-cial, onde houver.

Parágrafo único. Os órgãos fracionários dos tribunais não submeterão ao plenário ou ao órgão especial a arguição de inconstitucio-nalidade quando já houver pronunciamento destes ou do plenário do Supremo Tribunal Federal sobre a questão.

Art. 950. Remetida cópia do acórdão a todos os juízes, o presidente do tribunal designará a ses-são de julgamento.

§ 1º As pessoas jurídicas de direito público responsáveis pela edição do ato questiona-do poderão manifestar-se no incidente de inconstitucionalidade se assim o requere-rem, observados os prazos e as condições previstos no regimento interno do tribunal.

§ 2º A parte legitimada à propositura das ações previstas no art. 103 da Constituição Federal poderá manifestar-se, por escrito, sobre a questão constitucional objeto de apreciação, no prazo previsto pelo regimen-to interno, sendo-lhe assegurado o direito de apresentar memoriais ou de requerer a juntada de documentos.

§ 3º Considerando a relevância da matéria e a representatividade dos postulantes, o re-lator poderá admitir, por despacho irrecor-rível, a manifestação de outros órgãos ou entidades.

CAPÍTULO VDO CONFLITO DE COMPETÊNCIA

Art. 951. O conflito de competência pode ser suscitado por qualquer das partes, pelo Ministé-rio Público ou pelo juiz.

Parágrafo único. O Ministério Público so-mente será ouvido nos conflitos de compe-tência relativos aos processos previstos no

art. 178, mas terá qualidade de parte nos conflitos que suscitar.

Art. 952. Não pode suscitar conflito a parte que, no processo, arguiu incompetência relativa.

Parágrafo único. O conflito de competência não obsta, porém, a que a parte que não o arguiu suscite a incompetência.

Art. 953. O conflito será suscitado ao tribunal:

I – pelo juiz, por ofício;

II – pela parte e pelo Ministério Público, por petição.

Parágrafo único. O ofício e a petição serão instruídos com os documentos necessários à prova do conflito.

Art. 954. Após a distribuição, o relator determi-nará a oitiva dos juízes em conflito ou, se um de-les for suscitante, apenas do suscitado.

Parágrafo único. No prazo designado pelo relator, incumbirá ao juiz ou aos juízes pres-tar as informações.

Art. 955. O relator poderá, de ofício ou a reque-rimento de qualquer das partes, determinar, quando o conflito for positivo, o sobrestamen-to do processo e, nesse caso, bem como no de conflito negativo, designará um dos juízes para resolver, em caráter provisório, as medidas ur-gentes.

Parágrafo único. O relator poderá julgar de plano o conflito de competência quando sua decisão se fundar em:

I – súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal;

II – tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência.

Art. 956. Decorrido o prazo designado pelo re-lator, será ouvido o Ministério Público, no prazo de 5 (cinco) dias, ainda que as informações não

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tenham sido prestadas, e, em seguida, o confli-to irá a julgamento.

Art. 957. Ao decidir o conflito, o tribunal decla-rará qual o juízo competente, pronunciando-se também sobre a validade dos atos do juízo in-competente.

Parágrafo único. Os autos do processo em que se manifestou o conflito serão remeti-dos ao juiz declarado competente.

Art. 958. No conflito que envolva órgãos fracio-nários dos tribunais, desembargadores e juízes em exercício no tribunal, observar-se-á o que dispuser o regimento interno do tribunal.

Art. 959. O regimento interno do tribunal regu-lará o processo e o julgamento do conflito de atribuições entre autoridade judiciária e autori-dade administrativa.

CAPÍTULO VIDA HOMOLOGAÇÃO DE DECISÃO

ESTRANGEIRA E DA CONCESSÃO DO EXEQUATUR À CARTA ROGATÓRIA

Art. 960. A homologação de decisão estrangeira será requerida por ação de homologação de de-cisão estrangeira, salvo disposição especial em sentido contrário prevista em tratado.

§ 1º A decisão interlocutória estrangeira poderá ser executada no Brasil por meio de carta rogatória.

§ 2º A homologação obedecerá ao que dis-puserem os tratados em vigor no Brasil e o Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça.

§ 3º A homologação de decisão arbitral es-trangeira obedecerá ao disposto em tratado e em lei, aplicando-se, subsidiariamente, as disposições deste Capítulo.

Art. 961. A decisão estrangeira somente terá eficácia no Brasil após a homologação de sen-tença estrangeira ou a concessão do exequatur

às cartas rogatórias, salvo disposição em senti-do contrário de lei ou tratado.

§ 1º É passível de homologação a decisão judicial definitiva, bem como a decisão não judicial que, pela lei brasileira, teria nature-za jurisdicional.

§ 2º A decisão estrangeira poderá ser ho-mologada parcialmente.

§ 3º A autoridade judiciária brasileira po-derá deferir pedidos de urgência e realizar atos de execução provisória no processo de homologação de decisão estrangeira.

§ 4º Haverá homologação de decisão es-trangeira para fins de execução fiscal quan-do prevista em tratado ou em promessa de reciprocidade apresentada à autoridade brasileira.

§ 5º A sentença estrangeira de divórcio con-sensual produz efeitos no Brasil, indepen-dentemente de homologação pelo Superior Tribunal de Justiça.

§ 6º Na hipótese do § 5º, competirá a qual-quer juiz examinar a validade da decisão, em caráter principal ou incidental, quando essa questão for suscitada em processo de sua competência.

Art. 962. É passível de execução a decisão es-trangeira concessiva de medida de urgência.

§ 1º A execução no Brasil de decisão inter-locutória estrangeira concessiva de medida de urgência dar-se-á por carta rogatória.

§ 2º A medida de urgência concedida sem audiência do réu poderá ser executada, des-de que garantido o contraditório em mo-mento posterior.

§ 3º O juízo sobre a urgência da medida compete exclusivamente à autoridade juris-dicional prolatora da decisão estrangeira.

§ 4º Quando dispensada a homologação para que a sentença estrangeira produza efeitos no Brasil, a decisão concessiva de medida de urgência dependerá, para pro-

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duzir efeitos, de ter sua validade expressa-mente reconhecida pelo juiz competente para dar-lhe cumprimento, dispensada a homologação pelo Superior Tribunal de Jus-tiça.

Art. 963. Constituem requisitos indispensáveis à homologação da decisão:

I – ser proferida por autoridade competen-te;

II – ser precedida de citação regular, ainda que verificada a revelia;

III – ser eficaz no país em que foi proferida;

IV – não ofender a coisa julgada brasileira;

V – estar acompanhada de tradução oficial, salvo disposição que a dispense prevista em tratado;

VI – não conter manifesta ofensa à ordem pública.

Parágrafo único. Para a concessão do exe-quatur às cartas rogatórias, observar-se-ão os pressupostos previstos no caput deste artigo e no art. 962, § 2º.

Art. 964. Não será homologada a decisão es-trangeira na hipótese de competência exclusiva da autoridade judiciária brasileira.

Parágrafo único. O dispositivo também se aplica à concessão do exequatur à carta ro-gatória.

Art. 965. O cumprimento de decisão estrangei-ra far-se-á perante o juízo federal competente, a requerimento da parte, conforme as normas estabelecidas para o cumprimento de decisão nacional.

Parágrafo único. O pedido de execução de-verá ser instruído com cópia autenticada da decisão homologatória ou do exequatur, conforme o caso.

CAPÍTULO VIIDA AÇÃO RESCISÓRIA

Art. 966. A decisão de mérito, transitada em jul-gado, pode ser rescindida quando:

I – se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;

II – for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;

III – resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;

IV – ofender a coisa julgada;

V – violar manifestamente norma jurídica;

VI – for fundada em prova cuja falsidade te-nha sido apurada em processo criminal ou venha a ser demonstrada na própria ação rescisória;

VII – obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja exis-tência ignorava ou de que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pro-nunciamento favorável;

VIII – for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.

§ 1º Há erro de fato quando a decisão res-cindenda admitir fato inexistente ou quan-do considerar inexistente fato efetivamente ocorrido, sendo indispensável, em ambos os casos, que o fato não represente ponto controvertido sobre o qual o juiz deveria ter se pronunciado.

§ 2º Nas hipóteses previstas nos incisos do caput, será rescindível a decisão transitada em julgado que, embora não seja de mérito, impeça:

I – nova propositura da demanda; ou

II – admissibilidade do recurso correspon-dente.

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§ 3º A ação rescisória pode ter por objeto apenas 1 (um) capítulo da decisão.

§ 4º Os atos de disposição de direitos, prati-cados pelas partes ou por outros participan-tes do processo e homologados pelo juízo, bem como os atos homologatórios pratica-dos no curso da execução, estão sujeitos à anulação, nos termos da lei.

§ 5º Cabe ação rescisória, com fundamen-to no inciso V do caput deste artigo, contra decisão baseada em enunciado de súmula ou acórdão proferido em julgamento de ca-sos repetitivos que não tenha considerado a existência de distinção entre a questão discutida no processo e o padrão decisório que lhe deu fundamento. (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

§ 6º Quando a ação rescisória fundar-se na hipótese do § 5º deste artigo, caberá ao autor, sob pena de inépcia, demonstrar, fundamentadamente, tratar-se de situação particularizada por hipótese fática distinta ou de questão jurídica não examinada, a im-por outra solução jurídica. (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

Art. 967. Têm legitimidade para propor a ação rescisória:

I – quem foi parte no processo ou o seu su-cessor a título universal ou singular;

II – o terceiro juridicamente interessado;

III – o Ministério Público:

a) se não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção;

b) quando a decisão rescindenda é o efei-to de simulação ou de colusão das partes, a fim de fraudar a lei;

c) em outros casos em que se imponha sua atuação;

IV – aquele que não foi ouvido no processo em que lhe era obrigatória a intervenção.

Parágrafo único. Nas hipóteses do art. 178, o Ministério Público será intimado para in-tervir como fiscal da ordem jurídica quando não for parte.

Art. 968. A petição inicial será elaborada com observância dos requisitos essenciais do art. 319, devendo o autor:

I – cumular ao pedido de rescisão, se for o caso, o de novo julgamento do processo;

II – depositar a importância de cinco por cento sobre o valor da causa, que se conver-terá em multa caso a ação seja, por unani-midade de votos, declarada inadmissível ou improcedente.

§ 1º Não se aplica o disposto no inciso II à União, aos Estados, ao Distrito Federal, aos Municípios, às suas respectivas autarquias e fundações de direito público, ao Ministério Público, à Defensoria Pública e aos que te-nham obtido o benefício de gratuidade da justiça.

§ 2º O depósito previsto no inciso II do ca-put deste artigo não será superior a 1.000 (mil) salários-mínimos.

§ 3º Além dos casos previstos no art. 330, a petição inicial será indeferida quando não efetuado o depósito exigido pelo inciso II do caput deste artigo.

§ 4º Aplica-se à ação rescisória o disposto no art. 332.

§ 5º Reconhecida a incompetência do tri-bunal para julgar a ação rescisória, o autor será intimado para emendar a petição ini-cial, a fim de adequar o objeto da ação res-cisória, quando a decisão apontada como rescindenda:

I – não tiver apreciado o mérito e não se en-quadrar na situação prevista no § 2º do art. 966;

II – tiver sido substituída por decisão poste-rior.

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§ 6º Na hipótese do § 5º, após a emenda da petição inicial, será permitido ao réu com-plementar os fundamentos de defesa, e, em seguida, os autos serão remetidos ao tribu-nal competente.

Art. 969. A propositura da ação rescisória não impede o cumprimento da decisão rescindenda, ressalvada a concessão de tutela provisória.

Art. 970. O relator ordenará a citação do réu, designando-lhe prazo nunca inferior a 15 (quin-ze) dias nem superior a 30 (trinta) dias para, querendo, apresentar resposta, ao fim do qual, com ou sem contestação, observar-se-á, no que couber, o procedimento comum.

Art. 971. Na ação rescisória, devolvidos os autos pelo relator, a secretaria do tribunal expedirá cópias do relatório e as distribuirá entre os juí-zes que compuserem o órgão competente para o julgamento.

Parágrafo único. A escolha de relator recai-rá, sempre que possível, em juiz que não haja participado do julgamento rescinden-do.

Art. 972. Se os fatos alegados pelas partes de-penderem de prova, o relator poderá delegar a competência ao órgão que proferiu a decisão rescindenda, fixando prazo de 1 (um) a 3 (três) meses para a devolução dos autos.

Art. 973. Concluída a instrução, será aberta vis-ta ao autor e ao réu para razões finais, sucessi-vamente, pelo prazo de 10 (dez) dias.

Parágrafo único. Em seguida, os autos serão conclusos ao relator, procedendo-se ao jul-gamento pelo órgão competente.

Art. 974. Julgando procedente o pedido, o tribu-nal rescindirá a decisão, proferirá, se for o caso, novo julgamento e determinará a restituição do depósito a que se refere o inciso II do art. 968.

Parágrafo único. Considerando, por unani-midade, inadmissível ou improcedente o pedido, o tribunal determinará a reversão, em favor do réu, da importância do depósi-

to, sem prejuízo do disposto no § 2º do art. 82.

Art. 975. O direito à rescisão se extingue em 2 (dois) anos contados do trânsito em julgado da última decisão proferida no processo.

§ 1º Prorroga-se até o primeiro dia útil ime-diatamente subsequente o prazo a que se refere o caput, quando expirar durante fé-rias forenses, recesso, feriados ou em dia em que não houver expediente forense.

§ 2º Se fundada a ação no inciso VII do art. 966, o termo inicial do prazo será a data de descoberta da prova nova, observado o pra-zo máximo de 5 (cinco) anos, contado do trânsito em julgado da última decisão profe-rida no processo.

§ 3º Nas hipóteses de simulação ou de co-lusão das partes, o prazo começa a contar, para o terceiro prejudicado e para o Minis-tério Público, que não interveio no proces-so, a partir do momento em que têm ciên-cia da simulação ou da colusão.

CAPÍTULO VIIIDO INCIDENTE DE RESOLUÇÃO DE

DEMANDAS REPETITIVAS

Art. 976. É cabível a instauração do incidente de resolução de demandas repetitivas quando houver, simultaneamente:

I – efetiva repetição de processos que con-tenham controvérsia sobre a mesma ques-tão unicamente de direito;

II – risco de ofensa à isonomia e à segurança jurídica.

§ 1º A desistência ou o abandono do pro-cesso não impede o exame de mérito do in-cidente.

§ 2º Se não for o requerente, o Ministério Público intervirá obrigatoriamente no inci-

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dente e deverá assumir sua titularidade em caso de desistência ou de abandono.

§ 3º A inadmissão do incidente de resolução de demandas repetitivas por ausência de qualquer de seus pressupostos de admissi-bilidade não impede que, uma vez satisfeito o requisito, seja o incidente novamente sus-citado.

§ 4º É incabível o incidente de resolução de demandas repetitivas quando um dos tribu-nais superiores, no âmbito de sua respec-tiva competência, já tiver afetado recurso para definição de tese sobre questão de di-reito material ou processual repetitiva.

§ 5º Não serão exigidas custas processuais no incidente de resolução de demandas re-petitivas.

Art. 977. O pedido de instauração do incidente será dirigido ao presidente de tribunal:

I – pelo juiz ou relator, por ofício;

II – pelas partes, por petição;

III – pelo Ministério Público ou pela Defen-soria Pública, por petição.

Parágrafo único. O ofício ou a petição será instruído com os documentos necessários à demonstração do preenchimento dos pres-supostos para a instauração do incidente.

Art. 978. O julgamento do incidente caberá ao órgão indicado pelo regimento interno dentre aqueles responsáveis pela uniformização de ju-risprudência do tribunal.

Parágrafo único. O órgão colegiado incum-bido de julgar o incidente e de fixar a tese jurídica julgará igualmente o recurso, a re-messa necessária ou o processo de compe-tência originária de onde se originou o inci-dente.

Art. 979. A instauração e o julgamento do inci-dente serão sucedidos da mais ampla e especí-fica divulgação e publicidade, por meio de regis-tro eletrônico no Conselho Nacional de Justiça.

§ 1º Os tribunais manterão banco eletrôni-co de dados atualizados com informações específicas sobre questões de direito sub-metidas ao incidente, comunicando-o ime-diatamente ao Conselho Nacional de Justiça para inclusão no cadastro.

§ 2º Para possibilitar a identificação dos processos abrangidos pela decisão do in-cidente, o registro eletrônico das teses ju-rídicas constantes do cadastro conterá, no mínimo, os fundamentos determinantes da decisão e os dispositivos normativos a ela relacionados.

§ 3º Aplica-se o disposto neste artigo ao jul-gamento de recursos repetitivos e da reper-cussão geral em recurso extraordinário.

Art. 980. O incidente será julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus.

Parágrafo único. Superado o prazo previsto no caput, cessa a suspensão dos processos prevista no art. 982, salvo decisão funda-mentada do relator em sentido contrário.

Art. 981. Após a distribuição, o órgão colegiado competente para julgar o incidente procederá ao seu juízo de admissibilidade, considerando a presença dos pressupostos do art. 976.

Art. 982. Admitido o incidente, o relator:

I – suspenderá os processos pendentes, in-dividuais ou coletivos, que tramitam no Es-tado ou na região, conforme o caso;

II – poderá requisitar informações a órgãos em cujo juízo tramita processo no qual se discute o objeto do incidente, que as pres-tarão no prazo de 15 (quinze) dias;

III – intimará o Ministério Público para, que-rendo, manifestar-se no prazo de 15 (quin-ze) dias.

§ 1º A suspensão será comunicada aos ór-gãos jurisdicionais competentes.

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§ 2º Durante a suspensão, o pedido de tu-tela de urgência deverá ser dirigido ao juízo onde tramita o processo suspenso.

§ 3º Visando à garantia da segurança jurídi-ca, qualquer legitimado mencionado no art. 977, incisos II e III, poderá requerer, ao tri-bunal competente para conhecer do recur-so extraordinário ou especial, a suspensão de todos os processos individuais ou coleti-vos em curso no território nacional que ver-sem sobre a questão objeto do incidente já instaurado.

§ 4º Independentemente dos limites da competência territorial, a parte no processo em curso no qual se discuta a mesma ques-tão objeto do incidente é legitimada para requerer a providência prevista no § 3º des-te artigo.

§ 5º Cessa a suspensão a que se refere o inciso I do caput deste artigo se não for in-terposto recurso especial ou recurso extra-ordinário contra a decisão proferida no in-cidente.

Art. 983. O relator ouvirá as partes e os demais interessados, inclusive pessoas, órgãos e enti-dades com interesse na controvérsia, que, no prazo comum de 15 (quinze) dias, poderão re-querer a juntada de documentos, bem como as diligências necessárias para a elucidação da questão de direito controvertida, e, em seguida, manifestar-se-á o Ministério Público, no mesmo prazo.

§ 1º Para instruir o incidente, o relator po-derá designar data para, em audiência pú-blica, ouvir depoimentos de pessoas com experiência e conhecimento na matéria.

§ 2º Concluídas as diligências, o relator so-licitará dia para o julgamento do incidente.

Art. 984. No julgamento do incidente, observar--se-á a seguinte ordem:

I – o relator fará a exposição do objeto do incidente;

II – poderão sustentar suas razões, sucessi-vamente:

a) o autor e o réu do processo originário e o Ministério Público, pelo prazo de 30 (trinta) minutos;

b) os demais interessados, no prazo de 30 (trinta) minutos, divididos entre todos, sen-do exigida inscrição com 2 (dois) dias de an-tecedência.

§ 1º Considerando o número de inscritos, o prazo poderá ser ampliado.

§ 2º O conteúdo do acórdão abrangerá a análise de todos os fundamentos suscitados concernentes à tese jurídica discutida, se-jam favoráveis ou contrários.

Art. 985. Julgado o incidente, a tese jurídica será aplicada:

I – a todos os processos individuais ou cole-tivos que versem sobre idêntica questão de direito e que tramitem na área de jurisdição do respectivo tribunal, inclusive àqueles que tramitem nos juizados especiais do res-pectivo Estado ou região;

II – aos casos futuros que versem idêntica questão de direito e que venham a tramitar no território de competência do tribunal, salvo revisão na forma do art. 986.

§ 1º Não observada a tese adotada no inci-dente, caberá reclamação.

§ 2º Se o incidente tiver por objeto questão relativa a prestação de serviço concedido, permitido ou autorizado, o resultado do julgamento será comunicado ao órgão, ao ente ou à agência reguladora competente para fiscalização da efetiva aplicação, por parte dos entes sujeitos a regulação, da tese adotada.

Art. 986. A revisão da tese jurídica firmada no incidente far-se-á pelo mesmo tribunal, de ofí-cio ou mediante requerimento dos legitimados mencionados no art. 977, inciso III.

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Art. 987. Do julgamento do mérito do incidente caberá recurso extraordinário ou especial, con-forme o caso.

§ 1º O recurso tem efeito suspensivo, pre-sumindo-se a repercussão geral de questão constitucional eventualmente discutida.

§ 2º Apreciado o mérito do recurso, a tese jurídica adotada pelo Supremo Tribunal Fe-deral ou pelo Superior Tribunal de Justiça será aplicada no território nacional a todos os processos individuais ou coletivos que versem sobre idêntica questão de direito.

CAPÍTULO IXDA RECLAMAÇÃO

Art. 988. Caberá reclamação da parte interessa-da ou do Ministério Público para:

I – preservar a competência do tribunal;

II – garantir a autoridade das decisões do tribunal;

III – garantir a observância de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle con-centrado de constitucionalidade;

III – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de decisão do Supremo Tribunal Federal em controle concentrado de constitucionalidade; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

IV – garantir a observância de enunciado de súmula vinculante e de precedente proferi-do em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência.

IV – garantir a observância de acórdão proferido em julgamento de incidente de resolução de demandas repetitivas ou de incidente de assunção de competência; (Re-dação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vi-gência)

§ 1º A reclamação pode ser proposta peran-te qualquer tribunal, e seu julgamento com-

pete ao órgão jurisdicional cuja competên-cia se busca preservar ou cuja autoridade se pretenda garantir.

§ 2º A reclamação deverá ser instruída com prova documental e dirigida ao presidente do tribunal.

§ 3º Assim que recebida, a reclamação será autuada e distribuída ao relator do proces-so principal, sempre que possível.

§ 4º As hipóteses dos incisos III e IV compre-endem a aplicação indevida da tese jurídica e sua não aplicação aos casos que a ela cor-respondam.

§ 5º É inadmissível a reclamação proposta após o trânsito em julgado da decisão.

§ 5º É inadmissível a reclamação: (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

I – proposta após o trânsito em julgado da decisão reclamada; (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

II – proposta para garantir a observância de acórdão de recurso extraordinário com re-percussão geral reconhecida ou de acórdão proferido em julgamento de recursos extra-ordinário ou especial repetitivos, quando não esgotadas as instâncias ordinárias. (In-cluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigên-cia)

§ 6º A inadmissibilidade ou o julgamento do recurso interposto contra a decisão profe-rida pelo órgão reclamado não prejudica a reclamação.

Art. 989. Ao despachar a reclamação, o relator:

I – requisitará informações da autoridade a quem for imputada a prática do ato impug-nado, que as prestará no prazo de 10 (dez) dias;

II – se necessário, ordenará a suspensão do processo ou do ato impugnado para evitar dano irreparável;

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III – determinará a citação do beneficiário da decisão impugnada, que terá prazo de 15 (quinze) dias para apresentar a sua contes-tação.

Art. 990. Qualquer interessado poderá impug-nar o pedido do reclamante.

Art. 991. Na reclamação que não houver formu-lado, o Ministério Público terá vista do processo por 5 (cinco) dias, após o decurso do prazo para informações e para o oferecimento da contesta-ção pelo beneficiário do ato impugnado.

Art. 992. Julgando procedente a reclamação, o tribunal cassará a decisão exorbitante de seu julgado ou determinará medida adequada à so-lução da controvérsia.

Art. 993. O presidente do tribunal determinará o imediato cumprimento da decisão, lavrando--se o acórdão posteriormente.

TÍTULO II

Dos Recursos

CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos:

I – apelação;

II – agravo de instrumento;

III – agravo interno;

IV – embargos de declaração;

V – recurso ordinário;

VI – recurso especial;

VII – recurso extraordinário;

VIII – agravo em recurso especial ou extra- ordinário;

IX – embargos de divergência.

Art. 995. Os recursos não impedem a eficácia da decisão, salvo disposição legal ou decisão judi- cial em sentido diverso.

Parágrafo único. A eficácia da decisão re- corrida poderá ser suspensa por decisão do relator, se da imediata produção de seus efeitos houver risco de dano grave, de difícil ou impossível reparação, e ficar demonstra- da a probabilidade de provimento do recur- so.

Art. 996. O recurso pode ser interposto pela parte vencida, pelo terceiro prejudicado e pelo Ministério Público, como parte ou como fiscal da ordem jurídica.

Parágrafo único. Cumpre ao terceiro de- monstrar a possibilidade de a decisão sobre a relação jurídica submetida à apreciação judicial atingir direito de que se afirme ti- tular ou que possa discutir em juízo como substituto processual.

Art. 997. Cada parte interporá o recurso inde- pendentemente, no prazo e com observância das exigências legais.

§ 1º Sendo vencidos autor e réu, ao recurso interposto por qualquer deles poderá aderir

o outro.

§ 2º O recurso adesivo fica subordinado ao recurso independente, sendo-lhe aplicáveis as mesmas regras deste quanto aos requi-si- tos de admissibilidade e julgamento no tri- bunal, salvo disposição legal diversa, ob-ser- vado, ainda, o seguinte:

I – será dirigido ao órgão perante o qual o recurso independente fora interposto, no prazo de que a parte dispõe para responder;

II – será admissível na apelação, no recurso extraordinário e no recurso especial;

III – não será conhecido, se houver desis- tência do recurso principal ou se for ele con- siderado inadmissível.

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Art. 998. O recorrente poderá, a qualquer tem- po, sem a anuência do recorrido ou dos litiscon- sortes, desistir do recurso.

Parágrafo único. A desistência do recurso não impede a análise de questão cuja re- percussão geral já tenha sido reconhecida e daquela objeto de julgamento de recursos extraordinários ou especiais repetitivos.

Art. 999. A renúncia ao direito de recorrer inde- pende da aceitação da outra parte.

Art. 1.000. A parte que aceitar expressa ou taci- tamente a decisão não poderá recorrer.

Parágrafo único. Considera-se aceitação tá- cita a prática, sem nenhuma reserva, de ato incompatível com a vontade de recorrer.

Art. 1.001. Dos despachos não cabe recurso.

Art. 1.002. A decisão pode ser impugnada no todo ou em parte.

Art. 1.003. O prazo para interposição de recur- so conta-se da data em que os advogados, a so- ciedade de advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública ou o Ministério Público são intimados da decisão.

§ 1º Os sujeitos previstos no caput conside- rar-se-ão intimados em audiência quando nesta for proferida a decisão.

§ 2º Aplica-se o disposto no art. 231, incisos I a VI, ao prazo de interposição de recurso pelo réu contra decisão proferida anterior- mente à citação.

§ 3º No prazo para interposição de recurso, a petição será protocolada em cartório ou conforme as normas de organização judiciá- ria, ressalvado o disposto em regra especial.

§ 4º Para aferição da tempestividade do re- curso remetido pelo correio, será conside- rada como data de interposição a data de postagem.

§ 5º Excetuados os embargos de declara- ção, o prazo para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 (quinze) dias.

§ 6º O recorrente comprovará a ocorrência de feriado local no ato de interposição do recurso.

Art. 1.004. Se, durante o prazo para a interpo- sição do recurso, sobrevier o falecimento da parte ou de seu advogado ou ocorrer motivo de força maior que suspenda o curso do processo, será tal prazo restituído em proveito da parte, do herdeiro ou do sucessor, contra quem come- çará a correr novamente depois da intimação.

Art. 1.005. O recurso interposto por um dos li- tisconsortes a todos aproveita, salvo se distintos ou opostos os seus interesses.

Parágrafo único. Havendo solidariedade passiva, o recurso interposto por um deve- dor aproveitará aos outros quando as defe- sas opostas ao credor lhes forem comuns.

Art. 1.006. Certificado o trânsito em julgado, com menção expressa da data de sua ocorrên- cia, o escrivão ou o chefe de secretaria, inde- pendentemente de despacho, providenciará a baixa dos autos ao juízo de origem, no prazo de 5 (cinco) dias.

Art. 1.007. No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, in- clusive porte de remessa e de retorno, sob pena de deserção.

§ 1º São dispensados de preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, os recursos interpostos pelo Ministério Público, pela União, pelo Distrito Federal, pelos Estados, pelos Municípios, e respectivas autarquias, e pelos que gozam de isenção legal.

§ 2º A insuficiência no valor do preparo, in-clusive porte de remessa e de retorno, im-plicará deserção se o recorrente, intima- do na pessoa de seu advogado, não vier a su-pri-lo no prazo de 5 (cinco) dias.

§ 3º É dispensado o recolhimento do porte de remessa e de retorno no processo em autos eletrônicos.

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§ 4º O recorrente que não comprovar, no ato de interposição do recurso, o recolhimento do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, será intimado, na pessoa de seu advogado, para realizar o recolhimento em dobro, sob pena de deserção.

§ 5º É vedada a complementação se houver insuficiência parcial do preparo, inclusive porte de remessa e de retorno, no recolhi- mento realizado na forma do § 4º

§ 6º Provando o recorrente justo impedi- mento, o relator relevará a pena de deser- ção, por decisão irrecorrível, fixando-lhe prazo de 5 (cinco) dias para efetuar o pre- paro.

§ 7º O equívoco no preenchimento da guia de custas não implicará a aplicação da pena de deserção, cabendo ao relator, na hipóte- se de dúvida quanto ao recolhimento, inti- mar o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 (cinco) dias.

Art. 1.008. O julgamento proferido pelo tribunal substituirá a decisão impugnada no que tiver sido objeto de recurso.

CAPÍTULO II DA APELAÇÃO

Art. 1.009. Da sentença cabe apelação.

§ 1º As questões resolvidas na fase de co- nhecimento, se a decisão a seu respeito não comportar agravo de instrumento, não são cobertas pela preclusão e devem ser susci- tadas em preliminar de apelação, eventual- mente interposta contra a decisão final, ou nas contrarrazões.

§ 2º Se as questões referidas no § 1º forem suscitadas em contrarrazões, o recorren- te será intimado para, em 15 (quinze) dias, manifestar-se a respeito delas.

§ 3º O disposto no caput deste artigo apli- ca-se mesmo quando as questões mencio-

nadas no art. 1.015 integrarem capítulo da sentença.

Art. 1.010. A apelação, interposta por petição dirigida ao juízo de primeiro grau, conterá:

I – os nomes e a qualificação das partes;

II – a exposição do fato e do direito;

III – as razões do pedido de reforma ou de decretação de nulidade;

IV – o pedido de nova decisão.

§ 1º O apelado será intimado para apresen- tar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias.

§ 2º Se o apelado interpuser apelação ade- siva, o juiz intimará o apelante para apre- sentar contrarrazões.

§ 3º Após as formalidades previstas nos §§ 1º e 2º, os autos serão remetidos ao tribu- nal pelo juiz, independentemente de juízo de admissibilidade.

Art. 1.011. Recebido o recurso de apelação no tribunal e distribuído imediatamente, o relator:

I – decidi-lo-á monocraticamente apenas nas hipóteses do art. 932, incisos III a V;

II – se não for o caso de decisão monocráti- ca, elaborará seu voto para julgamento do recurso pelo órgão colegiado.

Art. 1.012. A apelação terá efeito suspensivo.

§ 1º Além de outras hipóteses previstas em lei, começa a produzir efeitos imediatamen- te após a sua publicação a sentença que:

I – homologa divisão ou demarcação de ter- ras;

II – condena a pagar alimentos;

III – extingue sem resolução do mérito ou julga improcedentes os embargos do execu- tado;

IV – julga procedente o pedido de institui- ção de arbitragem;

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V – confirma, concede ou revoga tutela pro- visória;

VI – decreta a interdição.

§ 2º Nos casos do § 1º, o apelado poderá promover o pedido de cumprimento provi- sório depois de publicada a sentença.

§ 3º O pedido de concessão de efeito sus- pensivo nas hipóteses do § 1º poderá ser formulado por requerimento dirigido ao:

I – tribunal, no período compreendido entre a interposição da apelação e sua distribui- ção, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-la;

II – relator, se já distribuída a apelação.

§ 4º Nas hipóteses do § 1º, a eficácia da sentença poderá ser suspensa pelo relator se o apelante demonstrar a probabilidade de provimento do recurso ou se, sendo re- levante a fundamentação, houver risco de dano grave ou de difícil reparação.

Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o conhecimento da matéria impugnada.

§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e julgamento pelo tribunal todas as questões suscitadas e discutidas no processo, ainda que não tenham sido solucionadas, desde que relativas ao capítulo impugnado.

§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos demais.

§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato julgamento, o tribunal deve deci- dir desde logo o mérito quando:

I – reformar sentença fundada no art. 485;

II – decretar a nulidade da sentença por não ser ela congruente com os limites do pedido ou da causa de pedir;

III – constatar a omissão no exame de um dos pedidos, hipótese em que poderá julgá-

-lo;

IV – decretar a nulidade de sentença por fal- ta de fundamentação.

§ 4º Quando reformar sentença que reco- nheça a decadência ou a prescrição, o tri- bunal, se possível, julgará o mérito, exami- nando as demais questões, sem determinar o retorno do processo ao juízo de primeiro grau.

§ 5º O capítulo da sentença que confirma, concede ou revoga a tutela provisória é im- pugnável na apelação.

Art. 1.014. As questões de fato não propostas no juízo inferior poderão ser suscitadas na ape- lação, se a parte provar que deixou de fazê-lo por motivo de força maior.

CAPÍTULO IIIDO AGRAVO DE INSTRUMENTO

Art. 1.015. Cabe agravo de instrumento contra as decisões interlocutórias que versarem sobre:

I – tutelas provisórias;

II – mérito do processo;

III – rejeição da alegação de convenção de arbitragem;

IV – incidente de desconsideração da perso- nalidade jurídica;

V – rejeição do pedido de gratuidade da jus- tiça ou acolhimento do pedido de sua revo- gação;

VI – exibição ou posse de documento ou coisa;

VII – exclusão de litisconsorte;

VIII – rejeição do pedido de limitação do li- tisconsórcio;

IX – admissão ou inadmissão de interven- ção de terceiros;

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X – concessão, modificação ou revogação do efeito suspensivo aos embargos à execu- ção;

XI – redistribuição do ônus da prova nos ter- mos do art. 373, § 1º;

XII – (VETADO);

XIII – outros casos expressamente referidos em lei.

Parágrafo único. Também caberá agravo de instrumento contra decisões interlocu- tórias proferidas na fase de liquidação de sentença ou de cumprimento de sentença, no processo de execução e no processo de inventário.

Art. 1.016. O agravo de instrumento será diri- gido diretamente ao tribunal competente, por meio de petição com os seguintes requisitos:

I – os nomes das partes;

II – a exposição do fato e do direito;

III – as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão e o próprio pedido;

IV – o nome e o endereço completo dos ad- vogados constantes do processo.

Art. 1.017. A petição de agravo de instrumento será instruída:

I – obrigatoriamente, com cópias da petição inicial, da contestação, da petição que ense- jou a decisão agravada, da própria decisão agravada, da certidão da respectiva intima- ção ou outro documento oficial que com- prove a tempestividade e das procurações outorgadas aos advogados do agravante e do agravado;

II – com declaração de inexistência de qual- quer dos documentos referidos no inciso I, feita pelo advogado do agravante, sob pena de sua responsabilidade pessoal;

III – facultativamente, com outras peças que o agravante reputar úteis.

§ 1º Acompanhará a petição o comprovante do pagamento das respectivas custas e do porte de retorno, quando devidos, confor- me tabela publicada pelos tribunais.

§ 2º No prazo do recurso, o agravo será in- terposto por:

I – protocolo realizado diretamente no tri- bunal competente para julgá-lo;

II – protocolo realizado na própria comarca, seção ou subseção judiciárias;

III – postagem, sob registro, com aviso de recebimento;

IV – transmissão de dados tipo fac-símile, nos termos da lei;

V – outra forma prevista em lei.

§ 3º Na falta da cópia de qualquer peça ou no caso de algum outro vício que compro- meta a admissibilidade do agravo de instru- mento, deve o relator aplicar o disposto no art. 932, parágrafo único.

§ 4º Se o recurso for interposto por sistema de transmissão de dados tipo fac-símile ou similar, as peças devem ser juntadas no mo- mento de protocolo da petição original.

§ 5º Sendo eletrônicos os autos do proces- so, dispensam-se as peças referidas nos inci- sos I e II do caput, facultando-se ao agravan-te anexar outros documentos que entender úteis para a compreensão da con-trovérsia.

Art. 1.018. O agravante poderá requerer a jun- tada, aos autos do processo, de cópia da petição do agravo de instrumento, do comprovante de sua interposição e da relação dos documentos que instruíram o recurso.

§ 1º Se o juiz comunicar que reformou in- teiramente a decisão, o relator considerará prejudicado o agravo de instrumento.

§ 2º Não sendo eletrônicos os autos, o agra- vante tomará a providência prevista no ca-

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put, no prazo de 3 (três) dias a contar da in- terposição do agravo de instrumento.

§ 3º O descumprimento da exigência de que trata o § 2º, desde que arguido e provado pelo agravado, importa inadmissibilidade do agravo de instrumento.

Art. 1.019. Recebido o agravo de instrumento no tribunal e distribuído imediatamente, se não for o caso de aplicação do art. 932, incisos III e IV, o relator, no prazo de 5 (cinco) dias:

I – poderá atribuir efeito suspensivo ao re- curso ou deferir, em antecipação de tutela, total ou parcialmente, a pretensão recursal, comunicando ao juiz sua decisão;

II – ordenará a intimação do agravado pes- soalmente, por carta com aviso de recebi- mento, quando não tiver procurador cons- tituído, ou pelo Diário da Justiça ou por carta com aviso de recebimento dirigida ao seu advogado, para que responda no prazo de 15 (quinze) dias, facultando-lhe juntar a documentação que entender necessária ao julgamento do recurso;

III – determinará a intimação do Ministério Público, preferencialmente por meio eletrô- nico, quando for o caso de sua intervenção, para que se manifeste no prazo de 15 (quin- ze) dias.

Art. 1.020. O relator solicitará dia para julga- mento em prazo não superior a 1 (um) mês da intimação do agravado.

CAPÍTULO IVDO AGRAVO INTERNO

Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá agravo interno para o respectivo órgão colegiado, observadas, quanto ao processamen- to, as regras do regimento interno do tribunal.

§ 1º Na petição de agravo interno, o recor- rente impugnará especificadamente os fun- damentos da decisão agravada.

§ 2º O agravo será dirigido ao relator, que intimará o agravado para manifestar-se so- bre o recurso no prazo de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão colegiado, com inclusão em pauta.

§ 3º É vedado ao relator limitar-se à repro- dução dos fundamentos da decisão agrava- da para julgar improcedente o agravo inter- no.

§ 4º Quando o agravo interno for declarado manifestamente inadmissível ou improce- dente em votação unânime, o órgão cole- giado, em decisão fundamentada, conde- nará o agravante a pagar ao agravado multa fixada entre um e cinco por cento do valor atualizado da causa.

§ 5º A interposição de qualquer outro re- curso está condicionada ao depósito prévio do valor da multa prevista no § 4º, à exce- ção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o pagamen- to ao final.

CAPÍTULO VDOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Art. 1.022. Cabem embargos de declaração con- tra qualquer decisão judicial para:

I – esclarecer obscuridade ou eliminar con- tradição;

II – suprir omissão de ponto ou questão so- bre o qual devia se pronunciar o juiz de ofí- cio ou a requerimento;

III – corrigir erro material.

Parágrafo único. Considera-se omissa a de- cisão que:

I – deixe de se manifestar sobre tese firma- da em julgamento de casos repetitivos ou em incidente de assunção de competência aplicável ao caso sob julgamento;

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II – incorra em qualquer das condutas des- critas no art. 489, § 1º

Art. 1.023. Os embargos serão opostos, no pra- zo de 5 (cinco) dias, em petição dirigida ao juiz, com indicação do erro, obscuridade, contradi- ção ou omissão, e não se sujeitam a preparo.

§ 1º Aplica-se aos embargos de declaração o art. 229.

§ 2º O juiz intimará o embargado para, que- rendo, manifestar-se, no prazo de 5 (cinco) dias, sobre os embargos opostos, caso seu eventual acolhimento implique a modifica- ção da decisão embargada.

Art. 1.024. O juiz julgará os embargos em 5 (cin- co) dias.

§ 1º Nos tribunais, o relator apresentará os embargos em mesa na sessão subsequente, proferindo voto, e, não havendo julgamen- to nessa sessão, será o recurso incluído em pauta automaticamente.

§ 2º Quando os embargos de declaração forem opostos contra decisão de relator ou outra decisão unipessoal proferida em tri- bunal, o órgão prolator da decisão embar- gada decidi-los-á monocraticamente.

§ 3º O órgão julgador conhecerá dos embar- gos de declaração como agravo interno se entender ser este o recurso cabível, desde que determine previamente a intimação do recorrente para, no prazo de 5 (cinco) dias, complementar as razões recursais, de modo a ajustá-las às exigências do art. 1.021, § 1º

§ 4º Caso o acolhimento dos embargos de declaração implique modificação da deci- são embargada, o embargado que já tiver interposto outro recurso contra a decisão originária tem o direito de complementar ou alterar suas razões, nos exatos limites da modificação, no prazo de 15 (quinze) dias, contado da intimação da decisão dos em- bargos de declaração.

§ 5º Se os embargos de declaração forem rejeitados ou não alterarem a conclusão do

julgamento anterior, o recurso interposto pela outra parte antes da publicação do jul- gamento dos embargos de declaração será processado e julgado independentemente de ratificação.

Art. 1.025. Consideram-se incluídos no acór- dão os elementos que o embargante suscitou, para fins de pré-questionamento, ainda que os embargos de declaração sejam inadmitidos ou rejeitados, caso o tribunal superior considere existentes erro, omissão, contradição ou obscu- ridade.

Art. 1.026. Os embargos de declaração não pos- suem efeito suspensivo e interrompem o prazo para a interposição de recurso.

§ 1º A eficácia da decisão monocrática ou colegiada poderá ser suspensa pelo respec- tivo juiz ou relator se demonstrada a proba- bilidade de provimento do recurso ou, sen- do relevante a fundamentação, se houver risco de dano grave ou de difícil reparação.

§ 2º Quando manifestamente protelatórios os embargos de declaração, o juiz ou o tri- bunal, em decisão fundamentada, conde- nará o embargante a pagar ao embargado multa não excedente a dois por cento sobre o valor atualizado da causa.

§ 3º Na reiteração de embargos de declara- ção manifestamente protelatórios, a multa será elevada a até dez por cento sobre o valor atualizado da causa, e a interposição de qualquer recurso ficará condicionada ao depósito prévio do valor da multa, à exce- ção da Fazenda Pública e do beneficiário de gratuidade da justiça, que a recolherão ao final.

§ 4º Não serão admitidos novos embargos de declaração se os 2 (dois) anteriores hou- verem sido considerados protelatórios.

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Seção IIDO RECURSO EXTRAORDINÁRIO E

DO RECURSO ESPECIAL

Subseção I DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1.029. O recurso extraordinário e o recur- so especial, nos casos previstos na Constituição Federal, serão interpostos perante o presidente ou o vice-presidente do tribunal recorrido, em petições distintas que conterão:

I – a exposição do fato e do direito;

II – a demonstração do cabimento do recur- so interposto;

III – as razões do pedido de reforma ou de invalidação da decisão recorrida.

§ 1º Quando o recurso fundar-se em dissí- dio jurisprudencial, o recorrente fará a pro- va da divergência com a certidão, cópia ou citação do repositório de jurisprudência, oficial ou credenciado, inclusive em mídia eletrônica, em que houver sido publicado o acórdão divergente, ou ainda com a repro- dução de julgado disponível na rede mun- dial de computadores, com indicação da respectiva fonte, devendo-se, em qualquer caso, mencionar as circunstâncias que iden- tifiquem ou assemelhem os casos confron- tados.

§ 2º Quando o recurso estiver fundado em dissídio jurisprudencial, é vedado ao tribu- nal inadmiti-lo com base em fundamento genérico de que as circunstâncias fáticas são diferentes, sem demonstrar a existência da distinção.

§ 2º (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

§ 3º O Supremo Tribunal Federal ou o Su- perior Tribunal de Justiça poderá desconsi--derar vício formal de recurso tempestivo ou determinar sua correção, desde que não o repute grave.

§ 4º Quando, por ocasião do processamen- to do incidente de resolução de demandas repetitivas, o presidente do Supremo Tri- bunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça receber requerimento de suspensão de processos em que se discuta questão fe- deral constitucional ou infraconstitucional, poderá, considerando razões de segurança jurídica ou de excepcional interesse social, estender a suspensão a todo o território nacional, até ulterior decisão do recurso extraordinário ou do recurso especial a ser interposto.

§ 5º O pedido de concessão de efeito sus- pensivo a recurso extraordinário ou a re- curso especial poderá ser formulado por requerimento dirigido:

I – ao tribunal superior respectivo, no perí- odo compreendido entre a interposição do recurso e sua distribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo;

I – ao tribunal superior respectivo, no pe- ríodo compreendido entre a publicação da decisão de admissão do recurso e sua dis- tribuição, ficando o relator designado para seu exame prevento para julgá-lo; (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

II – ao relator, se já distribuído o recurso;

III – ao presidente ou vice-presidente do tri- bunal local, no caso de o recurso ter sido so- brestado, nos termos do art. 1.037.

III – ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, no período compre- endido entre a interposição do recurso e a publicação da decisão de admissão do re- curso, assim como no caso de o recurso ter sido sobrestado, nos termos do art. 1.037. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15

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(quinze) dias, findo o qual os autos serão reme- tidos ao respectivo tribunal superior.

Parágrafo único. A remessa de que trata o caput dar-se-á independentemente de juízo de admissibilidade.

Art. 1.030. Recebida a petição do recurso pela secretaria do tribunal, o recorrido será intimado para apresentar contrarrazões no prazo de 15 (quinze) dias, findo o qual os autos serão con- clusos ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, que deverá: (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

I – negar seguimento: (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

a) a recurso extraordinário que discuta questão constitucional à qual o Supremo Tribunal Federal não tenha reconhecido a existência de repercussão geral ou a recur- so extraordinário interposto contra acórdão que esteja em conformidade com entendi- mento do Supremo Tribunal Federal exara- do no regime de repercussão geral; (Inclu- ída pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

b) a recurso extraordinário ou a recurso es- pecial interposto contra acórdão que este- ja em conformidade com entendimento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça, respectivamente, exa- rado no regime de julgamento de recursos repetitivos; (Incluída pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

II – encaminhar o processo ao órgão julga- dor para realização do juízo de retratação, se o acórdão recorrido divergir do entendi- mento do Supremo Tribunal Federal ou do Superior Tribunal de Justiça exarado, con- forme o caso, nos regimes de repercussão geral ou de recursos repetitivos; (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

III – sobrestar o recurso que versar sobre controvérsia de caráter repetitivo ainda não decidida pelo Supremo Tribunal Federal ou pelo Superior Tribunal de Justiça, conforme se trate de matéria constitucional ou infra-

constitucional; (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

IV – selecionar o recurso como representa- tivo de controvérsia constitucional ou infra- constitucional, nos termos do § 6º do art. 1.036; (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

V – realizar o juízo de admissibilidade e, se positivo, remeter o feito ao Supremo Tribu- nal Federal ou ao Superior Tribunal de Justi- ça, desde que: (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

a) o recurso ainda não tenha sido subme- tido ao regime de repercussão geral ou de julgamento de recursos repetitivos; (Incluí- da pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

b) o recurso tenha sido selecionado como representativo da controvérsia; ou (Incluída pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

c) o tribunal recorrido tenha refutado o juízo de retratação. (Incluída pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

§ 1º Da decisão de inadmissibilidade pro- ferida com fundamento no inciso V caberá agravo ao tribunal superior, nos termos do art. 1.042. (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

§ 2º Da decisão proferida com fundamento nos incisos I e III caberá agravo interno, nos termos do art. 1.021. (Incluído pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

Art. 1.031. Na hipótese de interposição conjun- ta de recurso extraordinário e recurso especial, os autos serão remetidos ao Superior Tribunal de Justiça.

§ 1º Concluído o julgamento do recurso especial, os autos serão remetidos ao Su- premo Tribunal Federal para apreciação do recurso extraordinário, se este não estiver prejudicado.

§ 2º Se o relator do recurso especial consi- derar prejudicial o recurso extraordinário,

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em decisão irrecorrível, sobrestará o julga- mento e remeterá os autos ao Supremo Tri- bunal Federal.

§ 3º Na hipótese do § 2º, se o relator do re- curso extraordinário, em decisão irrecorrí- vel, rejeitar a prejudicialidade, devolverá os autos ao Superior Tribunal de Justiça para o julgamento do recurso especial.

Art. 1.032. Se o relator, no Superior Tribunal de Justiça, entender que o recurso especial versa sobre questão constitucional, deverá conceder prazo de 15 (quinze) dias para que o recorrente demonstre a existência de repercussão geral e se manifeste sobre a questão constitucional.

Parágrafo único. Cumprida a diligência de que trata o caput, o relator remeterá o re- curso ao Supremo Tribunal Federal, que, em juízo de admissibilidade, poderá devolvê-lo ao Superior Tribunal de Justiça.

Art. 1.033. Se o Supremo Tribunal Federal consi- derar como reflexa a ofensa à Constituição afir- mada no recurso extraordinário, por pressupor a revisão da interpretação de lei federal ou de tratado, remetê-lo-á ao Superior Tribunal de Justiça para julgamento como recurso especial.

Art. 1.034. Admitido o recurso extraordinário ou o recurso especial, o Supremo Tribunal Fe- deral ou o Superior Tribunal de Justiça julgará o processo, aplicando o direito.

Parágrafo único. Admitido o recurso extra- ordinário ou o recurso especial por um fun- damento, devolve-se ao tribunal superior o conhecimento dos demais fundamentos para a solução do capítulo impugnado.

Art. 1.035. O Supremo Tribunal Federal, em de- cisão irrecorrível, não conhecerá do recurso ex- traordinário quando a questão constitucional nele versada não tiver repercussão geral, nos termos deste artigo.

§ 1º Para efeito de repercussão geral, será considerada a existência ou não de ques- tões relevantes do ponto de vista econômi-

-co, político, social ou jurídico que ultrapas- sem os interesses subjetivos do processo.

§ 2º O recorrente deverá demonstrar a exis- tência de repercussão geral para apreciação exclusiva pelo Supremo Tribunal Federal.

§ 3º Haverá repercussão geral sempre que o recurso impugnar acórdão que:

I – contrarie súmula ou jurisprudência do- minante do Supremo Tribunal Federal;

II – tenha sido proferido em julgamento de casos repetitivos;

II – (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

III – tenha reconhecido a inconstitucionali- dade de tratado ou de lei federal, nos ter- mos do art. 97 da Constituição Federal.

§ 4º O relator poderá admitir, na análise da repercussão geral, a manifestação de ter- ceiros, subscrita por procurador habilitado, nos termos do Regimento Interno do Supre- mo Tribunal Federal.

§ 5º Reconhecida a repercussão geral, o relator no Supremo Tribunal Federal deter- minará a suspensão do processamento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a questão e tramitem no território nacional.

§ 6º O interessado pode requerer, ao pre-si- dente ou ao vice-presidente do tribunal de origem, que exclua da decisão de sobres- tamento e inadmita o recurso extraordiná- rio que tenha sido interposto intempesti- vamente, tendo o recorrente o prazo de 5 (cinco) dias para manifestar-se sobre esse requerimento.

§ 7º Da decisão que indeferir o requerimen- to referido no § 6º caberá agravo, nos ter- mos do art. 1.042.

§ 7º Da decisão que indeferir o requerimen- to referido no § 6º ou que aplicar entendi- mento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de recursos repeti-

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tivos caberá agravo interno. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016) (Vigência)

§ 8º Negada a repercussão geral, o pre-si- dente ou o vice-presidente do tribunal de origem negará seguimento aos recursos extraordinários sobrestados na origem que versem sobre matéria idêntica.

§ 9º O recurso que tiver a repercussão ge- ral reconhecida deverá ser julgado no prazo de 1 (um) ano e terá preferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus.

§ 10. Não ocorrendo o julgamento no prazo de 1 (um) ano a contar do reconhecimento da repercussão geral, cessa, em todo o ter- ritório nacional, a suspensão dos processos, que retomarão seu curso normal.

§ 10. (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

§ 11. A súmula da decisão sobre a repercus- são geral constará de ata, que será publica- da no diário oficial e valerá como acórdão.

Subseção IIDO JULGAMENTO DOS RECURSOS

EXTRAORDINÁRIO E ESPECIAL REPETITIVOS

Art. 1.036. Sempre que houver multiplicidade de recursos extraordinários ou especiais com fundamento em idêntica questão de direito, ha- verá afetação para julgamento de acordo com as disposições desta Subseção, observado o dis- posto no Regimento Interno do Supremo Tribu- nal Federal e no do Superior Tribunal de Justiça.

§ 1º O presidente ou o vice-presidente de tribunal de justiça ou de tribunal regional federal selecionará 2 (dois) ou mais recursos representativos da controvérsia, que serão encaminhados ao Supremo Tribunal Federal ou ao Superior Tribunal de Justiça para fins de afetação, determinando a suspensão do trâmite de todos os processos pendentes,

individuais ou coletivos, que tramitem no Estado ou na região, conforme o caso.

§ 2º O interessado pode requerer, ao pre- sidente ou ao vice-presidente, que exclua da decisão de sobrestamento e inadmita o recurso especial ou o recurso extraordiná- rio que tenha sido interposto intempesti- vamente, tendo o recorrente o prazo de 5 (cinco) dias para manifestar-se sobre esse requerimento.

§ 3º Da decisão que indeferir este reque- rimento caberá agravo, nos termos do art. 1.042.

§ 3º Da decisão que indeferir o requerimen- to referido no § 2º caberá apenas agravo in- terno. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

§ 4º A escolha feita pelo presidente ou vi- ce-presidente do tribunal de justiça ou do tribunal regional federal não vinculará o relator no tribunal superior, que poderá se- lecionar outros recursos representativos da controvérsia.

§ 5º O relator em tribunal superior também poderá selecionar 2 (dois) ou mais recursos representativos da controvérsia para julga- mento da questão de direito independen- temente da iniciativa do presidente ou do vice-presidente do tribunal de origem.

§ 6º Somente podem ser selecionados re- cursos admissíveis que contenham abran- gente argumentação e discussão a respeito da questão a ser decidida.

Art. 1.037. Selecionados os recursos, o relator, no tribunal superior, constatando a presença do pressuposto do caput do art. 1.036, proferirá decisão de afetação, na qual:

I – identificará com precisão a questão a ser submetida a julgamento;

II – determinará a suspensão do processa- mento de todos os processos pendentes, individuais ou coletivos, que versem sobre a questão e tramitem no território nacional;

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III – poderá requisitar aos presidentes ou aos vice-presidentes dos tribunais de justiça ou dos tribunais regionais federais a remes- sa de um recurso representativo da contro- vérsia.

§ 1º Se, após receber os recursos seleciona- dos pelo presidente ou pelo vice-presidente de tribunal de justiça ou de tribunal regio-nal federal, não se proceder à afetação, o rela- tor, no tribunal superior, comunicará o fato ao presidente ou ao vice-presidente que os houver enviado, para que seja re-vogada a decisão de suspensão referida no art. 1.036,§ 1º

§ 2º É vedado ao órgão colegiado decidir, para os fins do art. 1.040, questão não deli- mitada na decisão a que se refere o inciso I do caput. (Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016)

§ 3º Havendo mais de uma afetação, será prevento o relator que primeiro tiver profe- rido a decisão a que se refere o inciso I do caput.

§ 4º Os recursos afetados deverão ser julga- dos no prazo de 1 (um) ano e terão prefe- rência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus.

§ 5º Não ocorrendo o julgamento no prazo de 1 (um) ano a contar da publicação da de- cisão de que trata o inciso I do caput, ces- sam automaticamente, em todo o território nacional, a afetação e a suspensão dos pro- cessos, que retomarão seu curso normal. (Revogado pela Lei nº 13.256, de 2016)

§ 6º Ocorrendo a hipótese do § 5º, é per- mitido a outro relator do respectivo tribunal superior afetar 2 (dois) ou mais recursos re- presentativos da controvérsia na forma do art. 1.036.

§ 7º Quando os recursos requisitados na forma do inciso III do caput contiverem ou- tras questões além daquela que é objeto da afetação, caberá ao tribunal decidir esta em

primeiro lugar e depois as demais, em acór- dão específico para cada processo.

§ 8º As partes deverão ser intimadas da de- cisão de suspensão de seu processo, a ser proferida pelo respectivo juiz ou relator quando informado da decisão a que se refe- re o inciso II do caput.

§ 9º Demonstrando distinção entre a ques- tão a ser decidida no processo e aquela a ser julgada no recurso especial ou extraor- dinário afetado, a parte poderá requerer o prosseguimento do seu processo.

§ 10. O requerimento a que se refere o § 9º será dirigido:

I – ao juiz, se o processo sobrestado estiver em primeiro grau;

II – ao relator, se o processo sobrestado es- tiver no tribunal de origem;

III – ao relator do acórdão recorrido, se for sobrestado recurso especial ou recurso ex- traordinário no tribunal de origem;

IV – ao relator, no tribunal superior, de re- curso especial ou de recurso extraordinário cujo processamento houver sido sobresta- do.

§ 11. A outra parte deverá ser ouvida sobre o requerimento a que se refere o § 9º, no prazo de 5 (cinco) dias.

§ 12. Reconhecida a distinção no caso:

I – dos incisos I, II e IV do § 10, o próprio juiz ou relator dará prosseguimento ao proces- so;

II – do inciso III do § 10, o relator comunica- rá a decisão ao presidente ou ao vice-pre- sidente que houver determinado o sobres- tamento, para que o recurso especial ou o recurso extraordinário seja encaminhado ao respectivo tribunal superior, na forma do art. 1.030, parágrafo único.

§ 13. Da decisão que resolver o requerimen- to a que se refere o § 9º caberá:

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I – agravo de instrumento, se o processo es- tiver em primeiro grau;

II – agravo interno, se a decisão for de rela- tor.

Art. 1.038. O relator poderá:

I – solicitar ou admitir manifestação de pes- soas, órgãos ou entidades com interesse na controvérsia, considerando a relevância da matéria e consoante dispuser o regimento interno;

II – fixar data para, em audiência pública, ouvir depoimentos de pessoas com expe- riência e conhecimento na matéria, com a finalidade de instruir o procedimento;

III – requisitar informações aos tribunais in- feriores a respeito da controvérsia e, cum- prida a diligência, intimará o Ministério Pú- blico para manifestar-se.

§ 1º No caso do inciso III, os prazos respec- tivos são de 15 (quinze) dias, e os atos serão praticados, sempre que possível, por meio eletrônico.

§ 2º Transcorrido o prazo para o Ministério Público e remetida cópia do relatório aos demais ministros, haverá inclusão em pau- ta, devendo ocorrer o julgamento com pre- ferência sobre os demais feitos, ressalvados os que envolvam réu preso e os pedidos de habeas corpus.

§ 3º O conteúdo do acórdão abrangerá a análise de todos os fundamentos da tese jurídica discutida, favoráveis ou contrários.

§ 3º O conteúdo do acórdão abrangerá a análise dos fundamentos relevantes da tese jurídica discutida. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

Art. 1.039. Decididos os recursos afetados, os órgãos colegiados declararão prejudicados os demais recursos versando sobre idêntica con- trovérsia ou os decidirão aplicando a tese firma- da.

Parágrafo único. Negada a existência de re- percussão geral no recurso extraordinário afetado, serão considerados automatica- mente inadmitidos os recursos extraordiná- rios cujo processamento tenha sido sobres- tado.

Art. 1.040. Publicado o acórdão paradigma:

I – o presidente ou o vice-presidente do tribunal de origem negará seguimento aos recursos especiais ou extraordinários so- brestados na origem, se o acórdão recorrido coincidir com a orientação do tribunal supe- rior;

II – o órgão que proferiu o acórdão recorri- do, na origem, reexaminará o processo de competência originária, a remessa necessá- ria ou o recurso anteriormente julgado, se o acórdão recorrido contrariar a orientação do tribunal superior;

III – os processos suspensos em primeiro e segundo graus de jurisdição retomarão o curso para julgamento e aplicação da tese firmada pelo tribunal superior;

IV – se os recursos versarem sobre ques-tão relativa a prestação de serviço públi-co obje- to de concessão, permissão ou autorização,o resultado do julgamento será comunicado ao órgão, ao ente ou à agência regulado- ra competente para fiscalização da efetiva aplicação, por parte dos entes su-jeitos a re- gulação, da tese adotada.

§ 1º A parte poderá desistir da ação em cur- so no primeiro grau de jurisdição, antes de proferida a sentença, se a questão nela dis- cutida for idêntica à resolvida pelo recurso representativo da controvérsia.

§ 2º Se a desistência ocorrer antes de ofe- recida contestação, a parte ficará isenta do pagamento de custas e de honorários de su- cumbência.

§ 3º A desistência apresentada nos termos do § 1º independe de consentimento do réu, ainda que apresentada contestação.

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Art. 1.041. Mantido o acórdão divergente pelo tribunal de origem, o recurso especial ou extra- ordinário será remetido ao respectivo tribunal superior, na forma do art. 1.036, § 1º

§ 1º Realizado o juízo de retratação, com al-teração do acórdão divergente, o tribunal

de origem, se for o caso, decidirá as demais questões ainda não decididas cujo enfren- tamento se tornou necessário em decorrên- cia da alteração.

§ 2º Quando ocorrer a hipótese do inciso II do caput do art. 1.040 e o recurso versar so- bre outras questões, caberá ao presidente do tribunal, depois do reexame pelo órgão de origem e independentemente de ratifi- cação do recurso ou de juízo de admissibi- lidade, determinar a remessa do recurso ao tribunal superior para julgamento das de- mais questões.

§ 2º Quando ocorrer a hipótese do inciso II do caput do art. 1.040 e o recurso versar so- bre outras questões, caberá ao presidente ou ao vice-presidente do tribunal recorrido, depois do reexame pelo órgão de origem e independentemente de ratificação do recurso, sendo positivo o juízo de admissi- bilidade, determinar a remessa do recurso ao tribunal superior para julgamento das demais questões. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

Seção IIIDO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL E EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO

Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão de pre- sidente ou de vice-presidente do tribunal que:

Art. 1.042. Cabe agravo contra decisão do pre- sidente ou do vice-presidente do tribunal re- corrido que inadmitir recurso extraordinário ou recurso especial, salvo quando fundada na aplicação de entendimento firmado em regime de repercussão geral ou em julgamento de re-

cursos repetitivos. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

I – indeferir pedido formulado com base no art. 1.035, § 6º, ou no art. 1.036, § 2º, de inadmissão de recurso especial ou extraor- dinário intempestivo;

I – (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

II – inadmitir, com base no art. 1.040, inci- so I, recurso especial ou extraordinário sob o fundamento de que o acórdão recorrido coincide com a orientação do tribunal supe- rior;

II – (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

III – inadmitir recurso extraordinário, com base no art. 1.035, § 8º, ou no art. 1.039, parágrafo único, sob o fundamento de que o Supremo Tribunal Federal reconheceu a inexistência de repercussão geral da ques- tão constitucional discutida.

III – (Revogado). (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

§ 1º Sob pena de não conhecimento do agravo, incumbirá ao agravante demonstrar, de forma expressa:

§ 1º (Revogado): (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

I – a intempestividade do recurso especial ou extraordinário sobrestado, quando o re- curso fundar-se na hipótese do inciso I do caput deste artigo;

I – (Revogado); (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

II – a existência de distinção entre o caso em análise e o precedente invocado, quan- do a inadmissão do recurso:

II – (Revogado): (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

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a) especial ou extraordinário fundar-se em entendimento firmado em julgamento de recurso repetitivo por tribunal superior;

a) (Revogada); (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

b) extraordinário fundar-se em decisão an- terior do Supremo Tribunal Federal de ine- xistência de repercussão geral da questão constitucional discutida.

b) (Revogada). (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

§ 2º A petição de agravo será dirigida ao presidente ou vice-presidente do tribunal de origem e independe do pagamento de custas e despesas postais.

§ 2º A petição de agravo será dirigida ao presidente ou ao vice-presidente do tribu- nal de origem e independe do pagamento de custas e despesas postais, aplicando-se a ela o regime de repercussão geral e de re- cursos repetitivos, inclusive quanto à possi- bilidade de sobrestamento e do juízo de re- tratação. (Redação dada pela Lei nº 13.256, de 2016)

§ 3º O agravado será intimado, de imedia- to, para oferecer resposta no prazo de 15 (quinze) dias.

§ 4º Após o prazo de resposta, não havendo retratação, o agravo será remetido ao tribu- nal superior competente.

§ 5º O agravo poderá ser julgado, conforme o caso, conjuntamente com o recurso es- pecial ou extraordinário, assegurada, neste caso, sustentação oral, observando-se, ain- da, o disposto no regimento interno do tri- bunal respectivo.

§ 6º Na hipótese de interposição conjun- ta de recursos extraordinário e especial, o agravante deverá interpor um agravo para cada recurso não admitido.

§ 7º Havendo apenas um agravo, o recur-so será remetido ao tribunal competente, e, havendo interposição conjunta, os autos se- rão remetidos ao Superior Tribunal de Jus- tiça.

§ 8º Concluído o julgamento do agravo pelo Superior Tribunal de Justiça e, se for o caso, do recurso especial, independentemente de pedido, os autos serão remetidos ao Su- premo Tribunal Federal para apreciação do agravo a ele dirigido, salvo se estiver preju- dicado.

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LEI Nº 8.906, DE 4 DE JULHO DE 1994.

Dispõe sobre o Estatuto da Advocacia e a Or- dem dos Advogados do Brasil (OAB).

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a se- guinte lei:

TÍTULO I

Da Advocacia

CAPÍTULO IDA ATIVIDADE DE ADVOCACIA

Art. 1º São atividades privativas de advocacia:

I – a postulação a qualquer órgão do Poder Judiciário e aos juizados especiais; (Vide ADIN 1.127-8)

II – as atividades de consultoria, assessoria e direção jurídicas.

§ 1º Não se inclui na atividade privativa de advocacia a impetração de habeas corpus em qualquer instância ou tribunal.

§ 2º Os atos e contratos constitutivos de pessoas jurídicas, sob pena de nulidade, só podem ser admitidos a registro, nos órgãos competentes, quando visados por advoga- dos.

§ 3º É vedada a divulgação de advocacia em conjunto com outra atividade.

Art. 2º O advogado é indispensável à adminis- tração da justiça.

§ 1º No seu ministério privado, o advogado presta serviço público e exerce função so- cial.

§ 2º No processo judicial, o advogado con- tribui, na postulação de decisão favorável ao seu constituinte, ao convencimento do julgador, e seus atos constituem múnus pú- blico.

§ 3º No exercício da profissão, o advogado é inviolável por seus atos e manifestações, nos limites desta lei.

Art. 3º O exercício da atividade de advocacia no território brasileiro e a denominação de advo- gado são privativos dos inscritos na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB),

§ 1º Exercem atividade de advocacia, su- jeitando-se ao regime desta lei, além do regime próprio a que se subordinem, os in- tegrantes da Advocacia-Geral da União, da Procuradoria da Fazenda Nacional, da De- fensoria Pública e das Procuradorias e Con- sultorias Jurídicas dos Estados, do Distrito Federal, dos Municípios e das respectivas entidades de administração indireta e fun- dacional.

§ 2º O estagiário de advocacia, regularmen- te inscrito, pode praticar os atos previstos no art. 1º, na forma do regimento geral, em conjunto com advogado e sob responsabili- dade deste.

Art. 4º São nulos os atos privativos de advogado praticados por pessoa não inscrita na OAB, sem prejuízo das sanções civis, penais e administra- tivas.

Parágrafo único. São também nulos os atos praticados por advogado impedido – no âm- bito do impedimento – suspenso, licenciado ou que passar a exercer atividade incompa- tível com a advocacia.

Art. 5º O advogado postula, em juízo ou fora dele, fazendo prova do mandato.

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§ 1º O advogado, afirmando urgência, pode atuar sem procuração, obrigando-se a apre- sentá-la no prazo de quinze dias, prorrogá- vel por igual período.

§ 2º A procuração para o foro em geral habi- lita o advogado a praticar todos os atos judi- ciais, em qualquer juízo ou instância, salvo os que exijam poderes especiais.

§ 3º O advogado que renunciar ao manda- to continuará, durante os dez dias seguintes à notificação da renúncia, a representar o mandante, salvo se for substituído antes do término desse prazo.

CAPÍTULO IIDOS DIREITOS DO ADVOGADO

Art. 6º Não há hierarquia nem subordinação entre advogados, magistrados e membros do Ministério Público, devendo todos tratar-se com consideração e respeito recíprocos.

Parágrafo único. As autoridades, os servi- dores públicos e os serventuários da justiça devem dispensar ao advogado, no exercício da profissão, tratamento compatível com a dignidade da advocacia e condições ade- quadas a seu desempenho.

Art. 7º São direitos do advogado:

I – exercer, com liberdade, a profissão em todo o território nacional;

II – ter respeitada, em nome da liberdade de defesa e do sigilo profissional, a invio-labili- dade de seu escritório ou local de trabalho, de seus arquivos e dados, de sua correspon- dência e de suas comunicações, inclusive telefônicas ou afins, salvo caso de busca ou apreensão determinada por ma-gistrado e acompanhada de representante da OAB;

II – a inviolabilidade de seu escritório ou local de trabalho, bem como de seus ins- trumentos de trabalho, de sua correspon-

dência escrita, eletrônica, telefônica e te--lemática, desde que relativas ao exercício da advocacia; (Redação dada pela Lei nº 11.767, de 2008)

III – comunicar-se com seus clientes, pes- soal e reservadamente, mesmo sem pro- curação, quando estes se acharem presos, detidos ou recolhidos em estabelecimentos civis ou militares, ainda que considerados incomunicáveis;

IV – ter a presença de representante da OAB, quando preso em flagrante, por mo- tivo ligado ao exercício da advocacia, para lavratura do auto respectivo, sob pena de nulidade e, nos demais casos, a comunica- ção expressa à seccional da OAB;

V – não ser recolhido preso, antes de sen- tença transitada em julgado, senão em sala de Estado Maior, com instalações e como- didades condignas, assim reconhecidas pela OAB, e, na sua falta, em prisão domiciliar; (Vide ADIN 1.127-8)

VI – ingressar livremente:

a) nas salas de sessões dos tribunais, mes- mo além dos cancelos que separam a parte reservada aos magistrados;

b) nas salas e dependências de audiências, secretarias, cartórios, ofícios de justiça, ser- viços notariais e de registro, e, no caso de delegacias e prisões, mesmo fora da hora de expediente e independentemente da presença de seus titulares;

c) em qualquer edifício ou recinto em que funcione repartição judicial ou outro servi- ço público onde o advogado deva praticar ato ou colher prova ou informação útil ao exercício da atividade profissional, dentro do expediente ou fora dele, e ser atendido, desde que se ache presente qualquer servi- dor ou empregado;

d) em qualquer assembléia ou reunião de que participe ou possa participar o seu cliente, ou perante a qual este deva compa-

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-recer, desde que munido de poderes espe- ciais;

VII – permanecer sentado ou em pé e reti- rar-se de quaisquer locais indicados no inci- so anterior, independentemente de licença;

VIII – dirigir-se diretamente aos magistra- dos nas salas e gabinetes de trabalho, in- dependentemente de horário previamente marcado ou outra condição, observando-se a ordem de chegada;

IX – sustentar oralmente as razões de qual- quer recurso ou processo, nas sessões de julgamento, após o voto do relator, em ins- tância judicial ou administrativa, pelo prazo de quinze minutos, salvo se prazo maior for concedido; (Vide ADIN 1.127-8) (Vide ADIN 1.105-7)

X – usar da palavra, pela ordem, em qual- quer juízo ou tribunal, mediante interven- ção sumária, para esclarecer equívoco ou dúvida surgida em relação a fatos, docu- mentos ou afirmações que influam no jul- gamento, bem como para replicar acusação ou censura que lhe forem feitas;

XI – reclamar, verbalmente ou por escrito, perante qualquer juízo, tribunal ou autori- dade, contra a inobservância de preceito de lei, regulamento ou regimento;

XII – falar, sentado ou em pé, em juízo, tri- bunal ou órgão de deliberação coletiva da Administração Pública ou do Poder Legisla- tivo;

XIII – examinar, em qualquer órgão dos Po- deres Judiciário e Legislativo, ou da Admi- nistração Pública em geral, autos de proces- sos findos ou em andamento, mesmo sem procuração, quando não estejam sujeitos a sigilo, assegurada a obtenção de cópias, po- dendo tomar apontamentos;

XIV – examinar em qualquer repartição po- licial, mesmo sem procuração, autos de fla- grante e de inquérito, findos ou em anda- mento, ainda que conclusos à autoridade,

podendo copiar peças e tomar apontamen- tos;

XIV – examinar, em qualquer instituição res- ponsável por conduzir investigação, mesmo sem procuração, autos de flagrante e de investigações de qualquer natureza, findos ou em andamento, ainda que conclusos à autoridade, podendo copiar peças e tomar apontamentos, em meio físico ou digital; (Redação dada pela Lei nº 13.245, de 2016)

XV – ter vista dos processos judiciais ou administrativos de qualquer natureza, em cartório ou na repartição competente, ou retirá-los pelos prazos legais;

XVI – retirar autos de processos findos, mesmo sem procuração, pelo prazo de dez dias;

XVII – ser publicamente desagravado, quan- do ofendido no exercício da profissão ou em razão dela;

XVIII – usar os símbolos privativos da profis- são de advogado;

XIX – recusar-se a depor como testemu-nha em processo no qual funcionou ou deva funcionar, ou sobre fato relacionado com pessoa de quem seja ou foi advogado, mes- mo quando autorizado ou solicitado pelo constituinte, bem como sobre fato que constitua sigilo profissional;

XX – retirar-se do recinto onde se encontre aguardando pregão para ato judicial, após trinta minutos do horário designado e ao qual ainda não tenha comparecido a auto- ridade que deva presidir a ele, mediante co- municação protocolizada em juízo.

XXI – assistir a seus clientes investigados du- rante a apuração de infrações, sob pena de nulidade absoluta do respectivo interroga- tório ou depoimento e, subsequentemen- te, de todos os elementos investigatórios e probatórios dele decorrentes ou derivados, direta ou indiretamente, podendo, inclusi-

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ve, no curso da respectiva apuração: (Incluí- do pela Lei nº 13.245, de 2016)

a) apresentar razões e quesitos; (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)

b) (VETADO). (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)

§ 1º Não se aplica o disposto nos incisos XV e XVI:

1) aos processos sob regime de segredo de justiça;

2) quando existirem nos autos documentos originais de difícil restauração ou ocorrer circunstância relevante que justifique a per- manência dos autos no cartório, secretaria ou repartição, reconhecida pela autoridade em despacho motivado, proferido de ofício, mediante representação ou a requerimento da parte interessada;

3) até o encerramento do processo, ao ad- vogado que houver deixado de devolver os respectivos autos no prazo legal, e só o fizer depois de intimado.

§ 2º O advogado tem imunidade profissio- nal, não constituindo injúria, difamação ou desacato puníveis qualquer manifestação de sua parte, no exercício de sua atividade, em juízo ou fora dele, sem prejuízo das san- ções disciplinares perante a OAB, pelos ex- cessos que cometer. (Vide ADIN 1.127-8)

§ 3º O advogado somente poderá ser pre- so em flagrante, por motivo de exercício da profissão, em caso de crime inafiançável, observado o disposto no inciso IV deste ar- tigo.

§ 4º O Poder Judiciário e o Poder Executi- vo devem instalar, em todos os juizados, fó- runs, tribunais, delegacias de polícia e pre- sídios, salas especiais permanentes para os advogados, com uso e controle assegurados à OAB. (Vide ADIN 1.127-8)

§ 5º No caso de ofensa a inscrito na OAB, no exercício da profissão ou de cargo ou fun-

-ção de órgão da OAB, o conselho compe-ten- te deve promover o desagravo público do ofendido, sem prejuízo da responsabili-dade criminal em que incorrer o infrator.

§ 6º Presentes indícios de autoria e materia- lidade da prática de crime por parte de ad- vogado, a autoridade judiciária competente poderá decretar a quebra da inviolabilidade de que trata o inciso II do caput deste artigo, em decisão motivada, expedindo mandado de busca e apreensão, específico e porme- norizado, a ser cumprido na presença de representante da OAB, sendo, em qualquer hipótese, vedada a utilização dos documen- tos, das mídias e dos objetos pertencentes a clientes do advogado averiguado, bem como dos demais instrumentos de trabalho que contenham informações sobre clientes. (Incluído pela Lei nº 11.767, de 2008)

§ 7º A ressalva constante do § 6º deste ar- tigo não se estende a clientes do advogado averiguado que estejam sendo formalmen- te investigados como seus partícipes ou co---autores pela prática do mesmo crime que deu causa à quebra da inviolabilidade. (In- cluído pela Lei nº 11.767, de 2008)

§ 8º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.767, de 2008)

§ 9º (VETADO) (Incluído pela Lei nº 11.767, de 2008)

§ 10. Nos autos sujeitos a sigilo, deve o ad- vogado apresentar procuração para o exer- cício dos direitos de que trata o inciso XIV. (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)

§ 11. No caso previsto no inciso XIV, a auto- ridade competente poderá delimitar o aces- so do advogado aos elementos de prova relacionados a diligências em andamento e ainda não documentados nos autos, quan- do houver risco de comprometimento da eficiência, da eficácia ou da finalidade das diligências. (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)

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§ 12. A inobservância aos direitos estabe- lecidos no inciso XIV, o fornecimento in- completo de autos ou o fornecimento de autos em que houve a retirada de peças já incluídas no caderno investigativo implicará responsabilização criminal e funcional por abuso de autoridade do responsável que impedir o acesso do advogado com o intui- to de prejudicar o exercício da defesa, sem prejuízo do direito subjetivo do advogado de requerer acesso aos autos ao juiz com-pe- tente. (Incluído pela Lei nº 13.245, de 2016)

Art. 7º-A. São direitos da advogada: (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)

I – gestante: (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)

a) entrada em tribunais sem ser submetida a detectores de metais e aparelhos de raios X; (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)

b) reserva de vaga em garagens dos fóruns dos tribunais; (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)

II – lactante, adotante ou que der à luz, acesso a creche, onde houver, ou a local adequado ao atendimento das necessida- des do bebê; (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)

III – gestante, lactante, adotante ou que der à luz, preferência na ordem das sustenta- ções orais e das audiências a serem realiza- das a cada dia, mediante comprovação de sua condição; (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)

IV – adotante ou que der à luz, suspensão de prazos processuais quando for a única patrona da causa, desde que haja notifica- ção por escrito ao cliente. (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)

§ 1º Os direitos previstos à advogada ges- tante ou lactante aplicam-se enquanto per- durar, respectivamente, o estado gravídico

ou o período de amamentação. (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)

§ 2º Os direitos assegurados nos incisos II e III deste artigo à advogada adotante ou que der à luz serão concedidos pelo pra- zo previsto no art. 392 do Decreto-Lei no 5.452, de 1º de maio de 1943 (Consolidação das Leis do Trabalho). (Incluído pela Lei nº 13.363, de 2016)

§ 3º O direito assegurado no inciso IV deste artigo à advogada adotante ou que der à luz será concedido pelo prazo previsto no § 6º do art. 313 da Lei no 13.105, de 16 de mar- ço de 2015 (Código de Processo Civil). (In- cluído pela Lei nº 13.363, de 2016)

CAPÍTULO IIIDA INSCRIÇÃO

Art. 8º Para inscrição como advogado é neces- sário:

I – capacidade civil;

II – diploma ou certidão de graduação em direito, obtido em instituição de ensino ofi- cialmente autorizada e credenciada;

III – título de eleitor e quitação do serviço militar, se brasileiro;

IV – aprovação em Exame de Ordem;

V – não exercer atividade incompatível com a advocacia;

VI – idoneidade moral;

VII – prestar compromisso perante o conse- lho.

§ 1º O Exame da Ordem é regulamentado em provimento do Conselho Federal da OAB.

§ 2º O estrangeiro ou brasileiro, quando não graduado em direito no Brasil, deve fa- zer prova do título de graduação, obtido em instituição estrangeira, devidamente revali-

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dado, além de atender aos demais requisi- tos previstos neste artigo.

§ 3º A inidoneidade moral, suscitada por qualquer pessoa, deve ser declarada me- diante decisão que obtenha no mínimo dois terços dos votos de todos os membros do conselho competente, em procedimento que observe os termos do processo discipli- nar.

§ 4º Não atende ao requisito de idoneidade moral aquele que tiver sido condenado por crime infamante, salvo reabilitação judicial.

Art. 9º Para inscrição como estagiário é neces- sário:

I – preencher os requisitos mencionados nos incisos I, III, V, VI e VII do art. 8º;

II – ter sido admitido em estágio profissio- nal de advocacia.

§ 1º O estágio profissional de advocacia, com duração de dois anos, realizado nos úl- timos anos do curso jurídico, pode ser man- tido pelas respectivas instituições de ensino superior pelos Conselhos da OAB, ou por setores, órgãos jurídicos e escritórios de ad- vocacia credenciados pela OAB, sendo obri- gatório o estudo deste Estatuto e do Código de Ética e Disciplina.

§ 2º A inscrição do estagiário é feita no Con- selho Seccional em cujo território se localize seu curso jurídico.

§ 3º O aluno de curso jurídico que exerça atividade incompatível com a advocacia pode freqüentar o estágio ministrado pela respectiva instituição de ensino superior, para fins de aprendizagem, vedada a inscri- ção na OAB.

§ 4º O estágio profissional poderá ser cum- prido por bacharel em Direito que queira se inscrever na Ordem.

Art. 10. A inscrição principal do advogado deve ser feita no Conselho Seccional em cujo territó-

rio pretende estabelecer o seu domicílio profis- sional, na forma do regulamento geral.

§ 1º Considera-se domicílio profissional a sede principal da atividade de advocacia, prevalecendo, na dúvida, o domicílio da pessoa física do advogado.

§ 2º Além da principal, o advogado deve promover a inscrição suplementar nos Conselhos Seccionais em cujos territórios passar a exercer habitualmente a profissão considerando-se habitualidade a interven- ção judicial que exceder de cinco causas por ano.

§ 3º No caso de mudança efetiva de domi- cílio profissional para outra unidade fede- rativa, deve o advogado requerer a trans- ferência de sua inscrição para o Conselho Seccional correspondente.

§ 4º O Conselho Seccional deve suspender o pedido de transferência ou de inscrição su- plementar, ao verificar a existência de vício ou ilegalidade na inscrição principal, contra ela representando ao Conselho Federal.

Art. 11. Cancela-se a inscrição do profissional que:

I – assim o requerer;

II – sofrer penalidade de exclusão;

III – falecer;

IV – passar a exercer, em caráter definitivo, atividade incompatível com a advocacia;

V – perder qualquer um dos requisitos ne- cessários para inscrição.

§ 1º Ocorrendo uma das hipóteses dos in- cisos II, III e IV, o cancelamento deve ser promovido, de ofício, pelo conselho com- petente ou em virtude de comunicação por qualquer pessoa.

§ 2º Na hipótese de novo pedido de inscri- ção – que não restaura o número de inscri- ção anterior – deve o interessado fazer pro-

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va dos requisitos dos incisos I, V, VI e VII do art. 8º

§ 3º Na hipótese do inciso II deste artigo, o novo pedido de inscrição também deve ser acompanhado de provas de reabilitação.

Art. 12. Licencia-se o profissional que:

I – assim o requerer, por motivo justificado;

II – passar a exercer, em caráter temporário, atividade incompatível com o exercício da advocacia;

III – sofrer doença mental considerada curá- vel.

Art. 13. O documento de identidade profissio- nal, na forma prevista no regulamento geral, é de uso obrigatório no exercício da atividade de advogado ou de estagiário e constitui prova de identidade civil para todos os fins legais.

Art. 14. É obrigatória a indicação do nome e do número de inscrição em todos os documentos assinados pelo advogado, no exercício de sua atividade.

Parágrafo único. É vedado anunciar ou di- vulgar qualquer atividade relacionada com o exercício da advocacia ou o uso da expres- são escritório de advocacia, sem indicação expressa do nome e do número de inscrição dos advogados que o integrem ou o número de registro da sociedade de advogados na OAB.

CAPÍTULO IVDA SOCIEDADE DE ADVOGADOS

Art. 15. Os advogados podem reunir-se em so- ciedade civil de prestação de serviço de advoca- cia, na forma disciplinada nesta lei e no regula- mento geral.

Art. 15. Os advogados podem reunir-se em so- ciedade simples de prestação de serviços de ad- vocacia ou constituir sociedade unipessoal de advocacia, na forma disciplinada nesta Lei e no

regulamento geral. (Redação dada pela Lei nº 13.247, de 2016)

§ 1º A sociedade de advogados adquire per- sonalidade jurídica com o registro aprova- do dos seus atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial tiver sede.

§ 1º A sociedade de advogados e a socieda- de unipessoal de advocacia adquirem per- sonalidade jurídica com o registro aprova- do dos seus atos constitutivos no Conselho Seccional da OAB em cuja base territorial ti- ver sede. (Redação dada pela Lei nº 13.247, de 2016)

§ 2º Aplica-se à sociedade de advogados o Código de Ética e Disciplina, no que couber.

§ 2º Aplica-se à sociedade de advogados e à sociedade unipessoal de advocacia o Códi- go de Ética e Disciplina, no que couber. (Re- dação dada pela Lei nº 13.247, de 2016)

§ 3º As procurações devem ser outorgadas individualmente aos advogados e indicar a sociedade de que façam parte.

§ 4º Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados, com sede ou filial na mesma área territorial do res- pectivo Conselho Seccional.

§ 4º Nenhum advogado pode integrar mais de uma sociedade de advogados, constituir mais de uma sociedade unipessoal de advo- cacia, ou integrar, simultaneamente, uma sociedade de advogados e uma sociedade unipessoal de advocacia, com sede ou fi- lial na mesma área territorial do respectivo Conselho Seccional. (Redação dada pela Lei nº 13.247, de 2016)

§ 5º O ato de constituição de filial deve ser averbado no registro da sociedade e arqui- vado junto ao Conselho Seccional onde se instalar, ficando os sócios obrigados à inscri- ção suplementar.

§ 5º O ato de constituição de filial deve ser averbado no registro da sociedade e arqui-

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vado no Conselho Seccional onde se insta- lar, ficando os sócios, inclusive o titular da sociedade unipessoal de advocacia, obriga- dos à inscrição suplementar. (Redação dada pela Lei nº 13.247, de 2016)

§ 6º Os advogados sócios de uma mesma sociedade profissional não podem repre- sentar em juízo clientes de interesses opos- tos.

§ 7º A sociedade unipessoal de advocacia pode resultar da concentração por um ad- vogado das quotas de uma sociedade de advogados, independentemente das razões que motivaram tal concentração. (Incluído pela Lei nº 13.247, de 2016)

Art. 16. Não são admitidas a registro, nem po- dem funcionar, as sociedades de advogados que apresentem forma ou características mercan- tis, que adotem denominação de fantasia, que realizem atividades estranhas à advocacia, que incluam sócio não inscrito como advogado ou totalmente proibido de advogar.

Art. 16. Não são admitidas a registro nem po- dem funcionar todas as espécies de sociedades de advogados que apresentem forma ou carac- terísticas de sociedade empresária, que adotem denominação de fantasia, que realizem ativida- des estranhas à advocacia, que incluam como sócio ou titular de sociedade unipessoal de ad- vocacia pessoa não inscrita como advogado ou totalmente proibida de advogar. (Redação dada pela Lei nº 13.247, de 2016)

§ 1º A razão social deve ter, obrigatoriamen- te, o nome de, pelo menos, um advogado responsável pela sociedade, podendo per- manecer o de sócio falecido, desde que pre- vista tal possibilidade no ato constitutivo.

§ 2º O licenciamento do sócio para exercer atividade incompatível com a advocacia em caráter temporário deve ser averbado no registro da sociedade, não alterando sua constituição.

§ 3º É proibido o registro, nos cartórios de registro civil de pessoas jurídicas e nas jun-

tas comerciais, de sociedade que inclua, en--tre outras finalidades, a atividade de advo- cacia.

§ 4º A denominação da sociedade unipesso- al de advocacia deve ser obrigatoriamente formada pelo nome do seu titular, completo ou parcial, com a expressão ‘Sociedade In- dividual de Advocacia’. (Incluído pela Lei nº 13.247, de 2016)

Art. 17. Além da sociedade, o sócio responde subsidiária e ilimitadamente pelos danos causa- dos aos clientes por ação ou omissão no exercí- cio da advocacia, sem prejuízo da responsabili- dade disciplinar em que possa incorrer.

Art. 17. Além da sociedade, o sócio e o titular da sociedade individual de advocacia respon- dem subsidiária e ilimitadamente pelos danos causados aos clientes por ação ou omissão no exercício da advocacia, sem prejuízo da respon- sabilidade disciplinar em que possam incorrer. (Redação dada pela Lei nº 13.247, de 2016)

CAPÍTULO VDO ADVOGADO EMPREGADO

Art. 18. A relação de emprego, na qualidade de advogado, não retira a isenção técnica nem reduz a independência profissional inerentes à advocacia.

Parágrafo único. O advogado empregado não está obrigado à prestação de serviços profissionais de interesse pessoal dos em- pregadores, fora da relação de emprego.

Art. 19. O salário mínimo profissional do advo- gado será fixado em sentença normativa, salvo se ajustado em acordo ou convenção coletiva de trabalho.

Art. 20. A jornada de trabalho do advogado em- pregado, no exercício da profissão, não poderá exceder a duração diária de quatro horas contí- nuas e a de vinte horas semanais, salvo acordo ou convenção coletiva ou em caso de dedicação exclusiva.

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§ 1º Para efeitos deste artigo, considera-se como período de trabalho o tempo em que o advogado estiver à disposição do empre- gador, aguardando ou executando ordens, no seu escritório ou em atividades externas, sendo-lhe reembolsadas as despesas feitas com transporte, hospedagem e alimenta- ção.

§ 2º As horas trabalhadas que excederem a jornada normal são remuneradas por um adicional não inferior a cem por cento sobre o valor da hora normal, mesmo havendo contrato escrito.

§ 3º As horas trabalhadas no período das vinte horas de um dia até as cinco horas do dia seguinte são remuneradas como notur- nas, acrescidas do adicional de vinte e cinco por cento.

Art. 21. Nas causas em que for parte o empre- gador, ou pessoa por este representada, os ho- norários de sucumbência são devidos aos advo- gados empregados.

Parágrafo único. Os honorários de sucum- bência, percebidos por advogado empre- gado de sociedade de advogados são parti- lhados entre ele e a empregadora, na forma estabelecida em acordo.

CAPÍTULO VIDOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS

Art. 22. A prestação de serviço profissional as- segura aos inscritos na OAB o direito aos hono- rários convencionados, aos fixados por arbitra- mento judicial e aos de sucumbência.

§ 1º O advogado, quando indicado para pa- trocinar causa de juridicamente necessita- do, no caso de impossibilidade da Defenso- ria Pública no local da prestação de serviço, tem direito aos honorários fixados pelo juiz, segundo tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB, e pagos pelo Estado.

§ 2º Na falta de estipulação ou de acordo, os honorários são fixados por arbitramento judicial, em remuneração compatível com o trabalho e o valor econômico da questão, não podendo ser inferiores aos estabele- cidos na tabela organizada pelo Conselho Seccional da OAB.

§ 3º Salvo estipulação em contrário, um ter- ço dos honorários é devido no início do ser- viço, outro terço até a decisão de primeira instância e o restante no final.

§ 4º Se o advogado fizer juntar aos autos o seu contrato de honorários antes de ex- pedir-se o mandado de levantamento ou precatório, o juiz deve determinar que lhe sejam pagos diretamente, por dedução da quantia a ser recebida pelo constituinte, salvo se este provar que já os pagou.

§ 5º O disposto neste artigo não se aplica quando se tratar de mandato outorgado por advogado para defesa em processo oriundo de ato ou omissão praticada no exercício da profissão.

Art. 23. Os honorários incluídos na condena- ção, por arbitramento ou sucumbência, perten- cem ao advogado, tendo este direito autônomo para executar a sentença nesta parte, podendo requerer que o precatório, quando necessário, seja expedido em seu favor.

Art. 24. A decisão judicial que fixar ou arbitrar honorários e o contrato escrito que os estipular são títulos executivos e constituem crédito pri- vilegiado na falência, concordata, concurso de credores, insolvência civil e liquidação extraju- dicial.

§ 1º A execução dos honorários pode ser promovida nos mesmos autos da ação em que tenha atuado o advogado, se assim lhe convier.

§ 2º Na hipótese de falecimento ou incapa- cidade civil do advogado, os honorários de sucumbência, proporcionais ao trabalho re- alizado, são recebidos por seus sucessores ou representantes legais.

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§ 3º É nula qualquer disposição, cláusula, regulamento ou convenção individual ou coletiva que retire do advogado o direito ao recebimento dos honorários de sucumbên- cia.

§ 4º O acordo feito pelo cliente do advoga- do e a parte contrária, salvo aquiescência do profissional, não lhe prejudica os ho- norários, quer os convencionados, quer os concedidos por sentença.

Art. 25. Prescreve em cinco anos a ação de co- brança de honorários de advogado, contado o prazo:

I – do vencimento do contrato, se houver;

II – do trânsito em julgado da decisão que os fixar;

III – da ultimação do serviço extrajudicial;

IV – da desistência ou transação;

V – da renúncia ou revogação do mandato.

Art. 25-A. Prescreve em cinco anos a ação de prestação de contas pelas quantias recebidas pelo advogado de seu cliente, ou de terceiros por conta dele (art. 34, XXI). (Incluído pela Lei nº 11.902, de 2009)

Art. 26. O advogado substabelecido, com reser- va de poderes, não pode cobrar honorários sem a intervenção daquele que lhe conferiu o subs- tabelecimento.

CAPÍTULO VIIDAS INCOMPATIBILIDADES E

IMPEDIMENTOS

Art. 27. A incompatibilidade determina a proibi- ção total, e o impedimento, a proibição parcial do exercício da advocacia.

Art. 28. A advocacia é incompatível, mesmo em causa própria, com as seguintes atividades:

I – chefe do Poder Executivo e membros da Mesa do Poder Legislativo e seus substitu- tos legais;

II – membros de órgãos do Poder Judiciário, do Ministério Público, dos tribunais e con- selhos de contas, dos juizados especiais, da justiça de paz, juízes classistas, bem como de todos os que exerçam função de julga- mento em órgãos de deliberação coletiva da administração pública direta e indireta; (Vide ADIN 1127-8)

III – ocupantes de cargos ou funções de di- reção em Órgãos da Administração Pública direta ou indireta, em suas fundações e em suas empresas controladas ou concessioná- rias de serviço público;

IV – ocupantes de cargos ou funções vincu- lados direta ou indiretamente a qualquer órgão do Poder Judiciário e os que exercem serviços notariais e de registro;

V – ocupantes de cargos ou funções vincu- lados direta ou indiretamente a atividade policial de qualquer natureza;

VI – militares de qualquer natureza, na ati- va;

VII – ocupantes de cargos ou funções que tenham competência de lançamento, arre- cadação ou fiscalização de tributos e contri- buições parafiscais;

VIII – ocupantes de funções de direção e ge- rência em instituições financeiras, inclusive privadas.

§ 1º A incompatibilidade permanece mes- mo que o ocupante do cargo ou função dei- xe de exercê-lo temporariamente.

§ 2º Não se incluem nas hipóteses do inciso III os que não detenham poder de decisão relevante sobre interesses de terceiro, a ju- ízo do conselho competente da OAB, bem como a administração acadêmica direta- mente relacionada ao magistério jurídico.

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Art. 29. Os Procuradores Gerais, Advogados Ge- rais, Defensores Gerais e dirigentes de ór-gãos ju- rídicos da Administração Pública direta, indireta e fundacional são exclusivamente legi-timados para o exercício da advocacia vincula-da à função que exerçam, durante o período da investidura.

Art. 30. São impedidos de exercer a advocacia:

I – os servidores da administração direta, indireta e fundacional, contra a Fazenda Pú- blica que os remunere ou à qual seja vincu- lada a entidade empregadora;

II – os membros do Poder Legislativo, em seus diferentes níveis, contra ou a favor das pessoas jurídicas de direito público, empre- sas públicas, sociedades de economia mista, fundações públicas, entidades paraestatais ou empresas concessionárias ou permissio- nárias de serviço público.

Parágrafo único. Não se incluem nas hipó- teses do inciso I os docentes dos cursos ju- rídicos.

CAPÍTULO VIIIDA ÉTICA DO ADVOGADO

Art. 31. O advogado deve proceder de forma que o torne merecedor de respeito e que con- tribua para o prestígio da classe e da advocacia.

§ 1º O advogado, no exercício da profissão, deve manter independência em qualquer circunstância.

§ 2º Nenhum receio de desagradar a ma- gistrado ou a qualquer autoridade, nem de incorrer em impopularidade, deve deter o advogado no exercício da profissão.

Art. 32. O advogado é responsável pelos atos que, no exercício profissional, praticar com dolo ou culpa.

Parágrafo único. Em caso de lide temerária,o advogado será solidariamente respon- sável com seu cliente, desde que

coligado com este para lesar a parte contrá-ria, o que será apurado em ação própria.

Art. 33. O advogado obriga-se a cumprir rigoro- samente os deveres consignados no Código de Ética e Disciplina.

Parágrafo único. O Código de Ética e Disci- plina regula os deveres do advogado para com a comunidade, o cliente, o outro pro- fissional e, ainda, a publicidade, a recusa do patrocínio, o dever de assistência jurídica, o dever geral de urbanidade e os respectivos procedimentos disciplinares.

CAPÍTULO IXDAS INFRAÇÕES E

SANÇÕES DISCIPLINARES

Art. 34. Constitui infração disciplinar:

I – exercer a profissão, quando impedido de fazê-lo, ou facilitar, por qualquer meio, o seu exercício aos não inscritos, proibidos ou impedidos;

II – manter sociedade profissional fora das normas e preceitos estabelecidos nesta lei;

III – valer-se de agenciador de causas, me- diante participação nos honorários a rece- ber;

IV – angariar ou captar causas, com ou sem a intervenção de terceiros;

V – assinar qualquer escrito destinado a processo judicial ou para fim extrajudicial que não tenha feito, ou em que não tenha colaborado;

VI – advogar contra literal disposição de lei, presumindo-se a boa-fé quando fundamen- tado na inconstitucionalidade, na injustiça da lei ou em pronunciamento judicial ante- rior;

VII – violar, sem justa causa, sigilo profissio- nal;

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VIII – estabelecer entendimento com a par- te adversa sem autorização do cliente ou ci- ência do advogado contrário;

IX – prejudicar, por culpa grave, interesse confiado ao seu patrocínio;

X – acarretar, conscientemente, por ato pró- prio, a anulação ou a nulidade do processo em que funcione;

XI – abandonar a causa sem justo motivo ou antes de decorridos dez dias da comunica- ção da renúncia;

XII – recusar-se a prestar, sem justo motivo, assistência jurídica, quando nomeado em virtude de impossibilidade da Defensoria Pública;

XIII – fazer publicar na imprensa, desneces- sária e habitualmente, alegações forenses ou relativas a causas pendentes;

XIV – deturpar o teor de dispositivo de lei, de citação doutrinária ou de julgado, bem como de depoimentos, documentos e ale- gações da parte contrária, para confundir o adversário ou iludir o juiz da causa;

XV – fazer, em nome do constituinte, sem autorização escrita deste, imputação a ter- ceiro de fato definido como crime;

XVI – deixar de cumprir, no prazo estabe-le- cido, determinação emanada do órgão ou de autoridade da Ordem, em matéria da competência desta, depois de regularmente notificado;

XVII – prestar concurso a clientes ou a ter- ceiros para realização de ato contrário à lei ou destinado a fraudá-la;

XVIII – solicitar ou receber de constituinte qualquer importância para aplicação ilícita ou desonesta;

XIX – receber valores, da parte contrária ou de terceiro, relacionados com o objeto do mandato, sem expressa autorização do constituinte;

XX – locupletar-se, por qualquer forma, à custa do cliente ou da parte adversa, por si ou interposta pessoa;

XXI – recusar-se, injustificadamente, a pres- tar contas ao cliente de quantias recebidas dele ou de terceiros por conta dele;

XXII – reter, abusivamente, ou extraviar au- tos recebidos com vista ou em confiança;

XXIII – deixar de pagar as contribuições, multas e preços de serviços devidos à OAB, depois de regularmente notificado a fazê-

-lo;

XXIV – incidir em erros reiterados que evi- denciem inépcia profissional;

XXV – manter conduta incompatível com a advocacia;

XXVI – fazer falsa prova de qualquer dos re- quisitos para inscrição na OAB;

XXVII – tornar-se moralmente inidôneo para o exercício da advocacia;

XXVIII – praticar crime infamante;

XXIX – praticar, o estagiário, ato excedente de sua habilitação.

Parágrafo único. Inclui-se na conduta in- compatível:

a) prática reiterada de jogo de azar, não au- torizado por lei;

b) incontinência pública e escandalosa;

c) embriaguez ou toxicomania habituais.

Art. 35. As sanções disciplinares consistem em:

I – censura;

II – suspensão;

III – exclusão;

IV – multa.

Parágrafo único. As sanções devem constar dos assentamentos do inscrito, após o trân-

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-sito em julgado da decisão, não podendo ser objeto de publicidade a de censura.

Art. 36. A censura é aplicável nos casos de:

I – infrações definidas nos incisos I a XVI e XXIX do art. 34;

II – violação a preceito do Código de Ética e Disciplina;

III – violação a preceito desta lei, quando para a infração não se tenha estabelecido sanção mais grave.

Parágrafo único. A censura pode ser conver- tida em advertência, em ofício reservado, sem registro nos assentamentos do inscrito, quando presente circunstância atenuante.

Art. 37. A suspensão é aplicável nos casos de:

I – infrações definidas nos incisos XVII a XXV do art. 34;

II – reincidência em infração disciplinar.

§ 1º A suspensão acarreta ao infrator a in- terdição do exercício profissional, em todo o território nacional, pelo prazo de trinta dias a doze meses, de acordo com os critérios de individualização previstos neste capítulo.

§ 2º Nas hipóteses dos incisos XXI e XXIII do art. 34, a suspensão perdura até que satis- faça integralmente a dívida, inclusive com correção monetária.

§ 3º Na hipótese do inciso XXIV do art. 34, a suspensão perdura até que preste novas provas de habilitação.

Art. 38. A exclusão é aplicável nos casos de:

I – aplicação, por três vezes, de suspensão;

II – infrações definidas nos incisos XXVI a XXVIII do art. 34.

Parágrafo único. Para a aplicação da sanção disciplinar de exclusão, é necessária a mani- festação favorável de dois terços dos mem- bros do Conselho Seccional competente.

Art. 39. A multa, variável entre o mínimo corres- pondente ao valor de uma anuidade e o máxi- mo de seu décuplo, é aplicável cumulativamen- te com a censura ou suspensão, em havendo circunstâncias agravantes.

Art. 40. Na aplicação das sanções disciplinares, são consideradas, para fins de atenuação, as se- guintes circunstâncias, entre outras:

I – falta cometida na defesa de prerrogativa profissional;

II – ausência de punição disciplinar anterior;

III – exercício assíduo e proficiente de man- dato ou cargo em qualquer órgão da OAB;

IV – prestação de relevantes serviços à ad- vocacia ou à causa pública.

Parágrafo único. Os antecedentes profis- sionais do inscrito, as atenuantes, o grau de culpa por ele revelada, as circunstâncias e as conseqüências da infração são considera- dos para o fim de decidir:

a) sobre a conveniência da aplicação cumu- lativa da multa e de outra sanção discipli- nar;

b) sobre o tempo de suspensão e o valor da multa aplicáveis.

Art. 41. É permitido ao que tenha sofrido qual- quer sanção disciplinar requerer, um ano após seu cumprimento, a reabilitação, em face de provas efetivas de bom comportamento.

Parágrafo único. Quando a sanção discipli- nar resultar da prática de crime, o pedido de reabilitação depende também da corres- pondente reabilitação criminal.

Art. 42. Fica impedido de exercer o mandato o profissional a quem forem aplicadas as sanções disciplinares de suspensão ou exclusão.

Art. 43. A pretensão à punibilidade das infra- ções disciplinares prescreve em cinco anos, con- tados da data da constatação oficial do fato.

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§ 1º Aplica-se a prescrição a todo processo disciplinar paralisado por mais de três anos, pendente de despacho ou julgamento, de- vendo ser arquivado de ofício, ou a reque- rimento da parte interessada, sem prejuízo de serem apuradas as responsabilidades pela paralisação.

§ 2º A prescrição interrompe-se:

I – pela instauração de processo disciplinar ou pela notificação válida feita diretamente ao representado;

II – pela decisão condenatória recorrível de qualquer órgão julgador da OAB.

TÍTULO II

Da Ordem dos Advogados do Brasil

CAPÍTULO IDOS FINS E DA ORGANIZAÇÃO

Art. 44. A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), serviço público, dotada de personalidade jurídica e forma federativa, tem por finalidade:

I – defender a Constituição, a ordem jurídica do Estado democrático de direito, os direi- tos humanos, a justiça social, e pugnar pela boa aplicação das leis, pela rápida adminis- tração da justiça e pelo aperfeiçoamento da cultura e das instituições jurídicas;

II – promover, com exclusividade, a repre- sentação, a defesa, a seleção e a disciplina dos advogados em toda a República Federa- tiva do Brasil.

§ 1º A OAB não mantém com órgãos da Ad- ministração Pública qualquer vínculo fun- cional ou hierárquico.

§ 2º O uso da sigla OAB é privativo da Or- dem dos Advogados do Brasil.

Art. 45. São órgãos da OAB:

I – o Conselho Federal;

II – os Conselhos Seccionais;

III – as Subseções;

IV – as Caixas de Assistência dos Advogados.

§ 1º O Conselho Federal, dotado de perso- nalidade jurídica própria, com sede na capi- tal da República, é o órgão supremo da OAB.

§ 2º Os Conselhos Seccionais, dotados de personalidade jurídica própria, têm juris- dição sobre os respectivos territórios dos Estados-membros, do Distrito Federal e dos Territórios.

§ 3º As Subseções são partes autônomas do Conselho Seccional, na forma desta lei e de seu ato constitutivo.

§ 4º As Caixas de Assistência dos Advoga- dos, dotadas de personalidade jurídica pró- pria, são criadas pelos Conselhos Seccio- nais, quando estes contarem com mais de mil e quinhentos inscritos.

§ 5º A OAB, por constituir serviço público, goza de imunidade tributária total em rela- ção a seus bens, rendas e serviços.

§ 6º Os atos conclusivos dos órgãos da OAB, salvo quando reservados ou de administra- ção interna, devem ser publicados na im- prensa oficial ou afixados no fórum, na ínte- gra ou em resumo.

Art. 46. Compete à OAB fixar e cobrar, de seus inscritos, contribuições, preços de serviços e multas.

Parágrafo único. Constitui título executivo extrajudicial a certidão passada pela direto- ria do Conselho competente, relativa a cré- dito previsto neste artigo.

Art. 47. O pagamento da contribuição anual à OAB isenta os inscritos nos seus quadros do pa- gamento obrigatório da contribuição sindical.

Art. 48. O cargo de conselheiro ou de membro de diretoria de órgão da OAB é de exercício gra-

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tuito e obrigatório, considerado serviço público relevante, inclusive para fins de disponibilidade e aposentadoria.

Art. 49. Os Presidentes dos Conselhos e das Subseções da OAB têm legitimidade para agir, judicial e extrajudicialmente, contra qualquer pessoa que infringir as disposições ou os fins desta lei.

Parágrafo único. As autoridades menciona- das no caput deste artigo têm, ainda, legi- timidade para intervir, inclusive como assis- tentes, nos inquéritos e processos em que sejam indiciados, acusados ou ofendidos os inscritos na OAB.

Art. 50. Para os fins desta lei, os Presidentes dos Conselhos da OAB e das Subseções podem re- quisitar cópias de peças de autos e documentos a qualquer tribunal, magistrado, cartório e ór- gão da Administração Pública direta, indireta e fundacional. (Vide ADIN 1127-8)

CAPÍTULO IIDO CONSELHO FEDERAL

Art. 51. O Conselho Federal compõe-se:

I – dos conselheiros federais, integrantes das delegações de cada unidade federativa;

II – dos seus ex-presidentes, na qualidade de membros honorários vitalícios.

§ 1º Cada delegação é formada por três conselheiros federais.

§ 2º Os ex-presidentes têm direito apenas a voz nas sessões.

Art. 52. Os presidentes dos Conselhos Seccio- nais, nas sessões do Conselho Federal, têm lu- gar reservado junto à delegação respectiva e di- reito somente a voz.

Art. 53. O Conselho Federal tem sua estrutura e funcionamento definidos no Regulamento Geral da OAB.

§ 1º O Presidente, nas deliberações do Con- selho, tem apenas o voto de qualidade.

§ 2º O voto é tomado por delegação, e não pode ser exercido nas matérias de interesse da unidade que represente.

§ 3º Na eleição para a escolha da Diretoria do Conselho Federal, cada membro da de- legação terá direito a 1 (um) voto, vedado aos membros honorários vitalícios. (Incluí- do pela Lei nº 11.179, de 2005)

Art. 54. Compete ao Conselho Federal:

I – dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB;

II – representar, em juízo ou fora dele, os in- teresses coletivos ou individuais dos advo- gados;

III – velar pela dignidade, independência, prerrogativas e valorização da advocacia;

IV – representar, com exclusividade, os ad- vogados brasileiros nos órgãos e eventos in- ternacionais da advocacia;

V – editar e alterar o Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina, e os Provimen- tos que julgar necessários;

VI – adotar medidas para assegurar o regu- lar funcionamento dos Conselhos Seccio- nais;

VII – intervir nos Conselhos Seccionais, onde e quando constatar grave violação desta lei ou do regulamento geral;

VIII – cassar ou modificar, de ofício ou me- diante representação, qualquer ato, de ór- gão ou autoridade da OAB, contrário a esta lei, ao regulamento geral, ao Código de Éti- ca e Disciplina, e aos Provimentos, ouvida a autoridade ou o órgão em causa;

IX – julgar, em grau de recurso, as questões decididas pelos Conselhos Seccionais, nos casos previstos neste estatuto e no regula- mento geral;

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X – dispor sobre a identificação dos inscri- tos na OAB e sobre os respectivos símbolos privativos;

XI – apreciar o relatório anual e deliberar sobre o balanço e as contas de sua diretoria;

XII – homologar ou mandar suprir relatório anual, o balanço e as contas dos Conselhos Seccionais;

XIII – elaborar as listas constitucionalmente previstas, para o preenchimento dos cargos nos tribunais judiciários de âmbito nacional ou interestadual, com advogados que este- jam em pleno exercício da profissão, vedada a inclusão de nome de membro do próprio Conselho ou de outro órgão da OAB;

XIV – ajuizar ação direta de inconstituciona- lidade de normas legais e atos normativos, ação civil pública, mandado de segurança coletivo, mandado de injunção e demais ações cuja legitimação lhe seja outorgada por lei;

XV – colaborar com o aperfeiçoamento dos cursos jurídicos, e opinar, previamente, nos pedidos apresentados aos órgãos compe- tentes para criação, reconhecimento ou cre- denciamento desses cursos;

XVI – autorizar, pela maioria absoluta das delegações, a oneração ou alienação de seus bens imóveis;

XVII – participar de concursos públicos, nos casos previstos na Constituição e na lei, em todas as suas fases, quando tiverem abran- gência nacional ou interestadual;

XVIII – resolver os casos omissos neste es- tatuto.

Parágrafo único. A intervenção referida no inciso VII deste artigo depende de prévia aprovação por dois terços das delegações, garantido o amplo direito de defesa do Con- selho Seccional respectivo, nomeando-se diretoria provisória para o prazo que se fi- xar.

Art. 55. A diretoria do Conselho Federal é com- posta de um Presidente, de um Vice-Presidente, de um Secretário-Geral, de um Secretário-Geral Adjunto e de um Tesoureiro.

§ 1º O Presidente exerce a representação nacional e internacional da OAB, competin- do-lhe convocar o Conselho Federal, presi- di-lo, representá-lo ativa e passivamente, em juízo ou fora dele, promover-lhe a ad- ministração patrimonial e dar execução às suas decisões.

§ 2º O regulamento geral define as atribui- ções dos membros da diretoria e a ordem de substituição em caso de vacância, licen- ça, falta ou impedimento.

§ 3º Nas deliberações do Conselho Fede- ral, os membros da diretoria votam como membros de suas delegações, cabendo ao Presidente, apenas, o voto de qualidade e o direito de embargar a decisão, se esta não for unânime.

CAPÍTULO IIIDO CONSELHO SECCIONAL

Art. 56. O Conselho Seccional compõe-se de conselheiros em número proporcional ao de seus inscritos, segundo critérios estabelecidos no regulamento geral.

§ 1º São membros honorários vitalícios os seus ex-presidentes, somente com direito a voz em suas sessões.

§ 2º O Presidente do Instituto dos Advo- gados local é membro honorário, somente com direito a voz nas sessões do Conselho.

§ 3º Quando presentes às sessões do Con- selho Seccional, o Presidente do Conselho Federal, os Conselheiros Federais integran- tes da respectiva delegação, o Presidente da Caixa de Assistência dos Advogados e os Presidentes das Subseções, têm direito a voz.

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Art. 57. O Conselho Seccional exerce e observa, no respectivo território, as competências, veda- ções e funções atribuídas ao Conselho Federal, no que couber e no âmbito de sua competência material e territorial, e as normas gerais estabe- lecidas nesta lei, no regulamento geral, no Códi- go de Ética e Disciplina, e nos Provimentos.

Art. 58. Compete privativamente ao Conselho Seccional:

I – editar seu regimento interno e resolu- ções;

II – criar as Subseções e a Caixa de Assistên- cia dos Advogados;

III – julgar, em grau de recurso, as questões decididas por seu Presidente, por sua dire- toria, pelo Tribunal de Ética e Disciplina, pe- las diretorias das Subseções e da Caixa de Assistência dos Advogados;

IV – fiscalizar a aplicação da receita, apre- ciar o relatório anual e deliberar sobre o balanço e as contas de sua diretoria, das di- retorias das Subseções e da Caixa de Assis- tência dos Advogados;

V – fixar a tabela de honorários, válida para todo o território estadual;

VI – realizar o Exame de Ordem;

VII – decidir os pedidos de inscrição nos quadros de advogados e estagiários;

VIII – manter cadastro de seus inscritos;

IX – fixar, alterar e receber contribuições obrigatórias, preços de serviços e multas;

X – participar da elaboração dos concursos públicos, em todas as suas fases, nos casos previstos na Constituição e nas leis, no âm- bito do seu território;

XI – determinar, com exclusividade, crité- rios para o traje dos advogados, no exercício profissional;

XII – aprovar e modificar seu orçamento anual;

XIII – definir a composição e o funciona- mento do Tribunal de Ética e Disciplina, e escolher seus membros;

XIV – eleger as listas, constitucionalmente previstas, para preenchimento dos cargos nos tribunais judiciários, no âmbito de sua competência e na forma do Provimento do Conselho Federal, vedada a inclusão de membros do próprio Conselho e de qual- quer órgão da OAB;

XV – intervir nas Subseções e na Caixa de Assistência dos Advogados;

XVI – desempenhar outras atribuições pre- vistas no regulamento geral.

Art. 59. A diretoria do Conselho Seccional tem composição idêntica e atribuições equi-valentes às do Conselho Federal, na forma do regimento interno daquele.

CAPÍTULO IVDA SUBSEÇÃO

Art. 60. A Subseção pode ser criada pelo Conse- lho Seccional, que fixa sua área territorial e seus limites de competência e autonomia.

§ 1º A área territorial da Subseção pode abranger um ou mais municípios, ou parte de município, inclusive da capital do Estado, contando com um mínimo de quinze advo- gados, nela profissionalmente domiciliados.

§ 2º A Subseção é administrada por uma di- retoria, com atribuições e composição equi- valentes às da diretoria do Conselho Seccio- nal.

§ 3º Havendo mais de cem advogados, a Subseção pode ser integrada, também, por um conselho em número de membros fixa- do pelo Conselho Seccional.

§ 4º Os quantitativos referidos nos §§ 1º e 3º deste artigo podem ser ampliados, na forma do regimento interno do Conselho Seccional.

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§ 5º Cabe ao Conselho Seccional fixar, em seu orçamento, dotações específicas desti- nadas à manutenção das Subseções.

§ 6º O Conselho Seccional, mediante o voto de dois terços de seus membros, pode in- tervir nas Subseções, onde constatar grave violação desta lei ou do regimento interno daquele.

Art. 61. Compete à Subseção, no âmbito de seu território:

I – dar cumprimento efetivo às finalidades da OAB;

II – velar pela dignidade, independência e valorização da advocacia, e fazer valer as prerrogativas do advogado;

III – representar a OAB perante os poderes constituídos;

IV – desempenhar as atribuições previstas no regulamento geral ou por delegação de competência do Conselho Seccional.

Parágrafo único. Ao Conselho da Subseção, quando houver, compete exercer as funções e atribuições do Conselho Seccional, na for- ma do regimento interno deste, e ainda:

a) editar seu regimento interno, a ser refe- rendado pelo Conselho Seccional;

b) editar resoluções, no âmbito de sua com- petência;

c) instaurar e instruir processos disciplina- res, para julgamento pelo Tribunal de Ética e Disciplina;

d) receber pedido de inscrição nos quadros de advogado e estagiário, instruindo e emi- tindo parecer prévio, para decisão do Con- selho Seccional.

CAPÍTULO VDA CAIXA DE ASSISTÊNCIA

DOS ADVOGADOS

Art. 62. A Caixa de Assistência dos Advogados, com personalidade jurídica própria, destina-se a prestar assistência aos inscritos no Conselho Seccional a que se vincule.

§ 1º A Caixa é criada e adquire personali-da- de jurídica com a aprovação e registro de seu estatuto pelo respectivo Conselho Sec- cional da OAB, na forma do regulamen-to geral.

§ 2º A Caixa pode, em benefício dos advoga- dos, promover a seguridade complementar.

§ 3º Compete ao Conselho Seccional fixar contribuição obrigatória devida por seus inscritos, destinada à manutenção do dis- posto no parágrafo anterior, incidente sobre atos decorrentes do efetivo exercício da ad- vocacia.

§ 4º A diretoria da Caixa é composta de cin- co membros, com atribuições definidas no seu regimento interno.

§ 5º Cabe à Caixa a metade da receita das anuidades recebidas pelo Conselho Seccio- nal, considerado o valor resultante após as deduções regulamentares obrigatórias.

§ 6º Em caso de extinção ou desativação da Caixa, seu patrimônio se incorpora ao do Conselho Seccional respectivo.

§ 7º O Conselho Seccional, mediante voto de dois terços de seus membros, pode in- tervir na Caixa de Assistência dos Advoga- dos, no caso de descumprimento de suas fi- nalidades, designando diretoria provisória, enquanto durar a intervenção.

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CAPÍTULO VIDAS ELEIÇÕES E DOS MANDATOS

Art. 63. A eleição dos membros de todos os ór- gãos da OAB será realizada na segunda quinze-na do mês de novembro, do último ano do man-da- to, mediante cédula única e votação direta dos advogados regularmente inscritos.

§ 1º A eleição, na forma e segundo os cri- térios e procedimentos estabelecidos no regulamento geral, é de comparecimento obrigatório para todos os advogados inscri- tos na OAB.

§ 2º O candidato deve comprovar situação regular junto à OAB, não ocupar cargo exo- nerável ad nutum, não ter sido condenado por infração disciplinar, salvo reabilitação, e exercer efetivamente a profissão há mais de cinco anos.

Art. 64. Consideram-se eleitos os candidatos integrantes da chapa que obtiver a maioria dos votos válidos.

§ 1º A chapa para o Conselho Seccional deve ser composta dos candidatos ao con- selho e à sua diretoria e, ainda, à delegação ao Conselho Federal e à Diretoria da Caixa de Assistência dos Advogados para eleição conjunta.

§ 2º A chapa para a Subseção deve ser com- posta com os candidatos à diretoria, e de seu conselho quando houver.

Art. 65. O mandato em qualquer órgão da OAB é de três anos, iniciando-se em primeiro de janeiro do ano seguinte ao da eleição, salvo o Conselho Federal.

Parágrafo único. Os conselheiros federais eleitos iniciam seus mandatos em primeiro de fevereiro do ano seguinte ao da eleição.

Art. 66. Extingue-se o mandato automatica- mente, antes do seu término, quando:

I – ocorrer qualquer hipótese de cancela- mento de inscrição ou de licenciamento do profissional;

II – o titular sofrer condenação disciplinar;

III – o titular faltar, sem motivo justificado, a três reuniões ordinárias consecutivas de cada órgão deliberativo do conselho ou da diretoria da Subseção ou da Caixa de Assis- tência dos Advogados, não podendo ser re- conduzido no mesmo período de mandato.

Parágrafo único. Extinto qualquer manda- to, nas hipóteses deste artigo, cabe ao Con- selho Seccional escolher o substituto, caso não haja suplente.

Art. 67. A eleição da Diretoria do Conselho Fe- deral, que tomará posse no dia 1º de fevereiro, obedecerá às seguintes regras:

I – será admitido registro, junto ao Conselho Federal, de candidatura à presidência, des- de seis meses até um mês antes da eleição;

II – o requerimento de registro deverá vir acompanhado do apoiamento de, no míni- mo, seis Conselhos Seccionais;

III – até um mês antes das eleições, deverá ser requerido o registro da chapa completa, sob pena de cancelamento da candidatura respectiva;

IV – no dia 25 de janeiro, proceder-se-á, em todos os Conselhos Seccionais, à eleição da Diretoria do Conselho Federal, devendo o Presidente do Conselho Seccional comu- nicar, em três dias, à Diretoria do Conselho Federal, o resultado do pleito;

IV – no dia 31 de janeiro do ano seguinte ao da eleição, o Conselho Federal elegerá, em reunião presidida pelo conselheiro mais an- tigo, por voto secreto e para mandato de 3 (três) anos, sua diretoria, que tomará posse no dia seguinte; (Redação dada pela Lei nº 11.179, de 2005)

V – de posse dos resultados das Seccionais, a Diretoria do Conselho Federal procederá à contagem dos votos, correspondendo a cada Conselho Seccional um voto, e procla- mará o resultado.

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V – será considerada eleita a chapa que ob- tiver maioria simples dos votos dos Conse- lheiros Federais, presente a metade mais 1 (um) de seus membros. (Redação dada pela Lei nº 11.179, de 2005)

Parágrafo único. Com exceção do candida-to a Presidente, os demais integrantes da cha- pa deverão ser conselheiros federais eleitos.

TÍTULO III

Do Processo na OAB

CAPÍTULO I DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 68. Salvo disposição em contrário, aplicam---se subsidiariamente ao processo disciplinar as regras da legislação processual penal comum e, aos demais processos, as regras gerais do proce- dimento administrativo comum e da legislação processual civil, nessa ordem.

Art. 69. Todos os prazos necessários à manifes- tação de advogados, estagiários e terceiros, nos processos em geral da OAB, são de quinze dias, inclusive para interposição de recursos.

§ 1º Nos casos de comunicação por ofício reservado, ou de notificação pessoal, o pra- zo se conta a partir do dia útil imediato ao da notificação do recebimento.

§ 2º Nos casos de publicação na imprensa oficial do ato ou da decisão, o prazo inicia---se no primeiro dia útil seguinte.

CAPÍTULO IIDO PROCESSO DISCIPLINAR

Art. 70. O poder de punir disciplinarmente os inscritos na OAB compete exclusivamente ao Conselho Seccional em cuja base territorial te-

-nha ocorrido a infração, salvo se a falta for co- metida perante o Conselho Federal.

§ 1º Cabe ao Tribunal de Ética e Disciplina, do Conselho Seccional competente, julgar os processos disciplinares, instruídos pelas Subseções ou por relatores do próprio con- selho.

§ 2º A decisão condenatória irrecorrível deve ser imediatamente comunicada ao Conselho Seccional onde o representado tenha inscrição principal, para constar dos respectivos assentamentos.

§ 3º O Tribunal de Ética e Disciplina do Con- selho onde o acusado tenha inscrição prin- cipal pode suspendê-lo preventivamente, em caso de repercussão prejudicial à dig- nidade da advocacia, depois de ouvi-lo em sessão especial para a qual deve ser notifi- cado a comparecer, salvo se não atender à notificação. Neste caso, o processo discipli- nar deve ser concluído no prazo máximo de noventa dias.

Art. 71. A jurisdição disciplinar não exclui a co- mum e, quando o fato constituir crime ou con- travenção, deve ser comunicado às autoridades competentes.

Art. 72. O processo disciplinar instaura-se de ofício ou mediante representação de qualquer autoridade ou pessoa interessada.

§ 1º O Código de Ética e Disciplina estabele- ce os critérios de admissibilidade da repre- sentação e os procedimentos disciplinares.

§ 2º O processo disciplinar tramita em si- gilo, até o seu término, só tendo acesso às suas informações as partes, seus defensores e a autoridade judiciária competente.

Art. 73. Recebida a representação, o Presidente deve designar relator, a quem compete a instru- ção do processo e o oferecimento de parecer preliminar a ser submetido ao Tribunal de Ética e Disciplina.

§ 1º Ao representado deve ser assegurado amplo direito de defesa, podendo acompa-

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-nhar o processo em todos os termos, pes-so- almente ou por intermédio de procu-rador, oferecendo defesa prévia após ser notifica- do, razões finais após a instrução e defesa oral perante o Tribunal de Ética e Disciplina, por ocasião do julgamento.

§ 2º Se, após a defesa prévia, o relator se manifestar pelo indeferimento liminar da representação, este deve ser decidido pelo Presidente do Conselho Seccional, para de- terminar seu arquivamento.

§ 3º O prazo para defesa prévia pode ser prorrogado por motivo relevante, a juízo do relator.

§ 4º Se o representado não for encontra- do, ou for revel, o Presidente do Conselho ou da Subseção deve designar-lhe defensor dativo;

§ 5º É também permitida a revisão do pro- cesso disciplinar, por erro de julgamento ou por condenação baseada em falsa prova.

Art. 74. O Conselho Seccional pode adotar as medidas administrativas e judiciais pertinentes, objetivando a que o profissional suspenso ou ex-cluído devolva os documentos de identifica- ção.

CAPÍTULO III DOS RECURSOS

Art. 75. Cabe recurso ao Conselho Federal de to- das as decisões definitivas proferidas pelo Con- selho Seccional, quando não tenham sido unâ- nimes ou, sendo unânimes, contrariem esta lei, decisão do Conselho Federal ou de ou-tro Con- selho Seccional e, ainda, o regulamento geral, o Código de Ética e Disciplina e os Provi-mentos.

Parágrafo único. Além dos interessados, o Presidente do Conselho Seccional é legi- timado a interpor o recurso referido neste artigo.

Art. 76. Cabe recurso ao Conselho Seccional de todas as decisões proferidas por seu Presidente,

pelo Tribunal de Ética e Disciplina, ou pela di- retoria da Subseção ou da Caixa de Assistência dos Advogados.

Art. 77. Todos os recursos têm efeito suspensi- vo, exceto quando tratarem de eleições (arts. 63 e seguintes), de suspensão preventiva decidida pelo Tribunal de Ética e Disciplina, e de cancela- mento da inscrição obtida com falsa prova.

Parágrafo único. O regulamento geral disci- plina o cabimento de recursos específicos, no âmbito de cada órgão julgador.

TÍTULO IV

Das Disposições Gerais e Transitórias

Art. 78. Cabe ao Conselho Federal da OAB, por deliberação de dois terços, pelo menos, das de- legações, editar o regulamento geral deste esta- tuto, no prazo de seis meses, contados da publi- cação desta lei.

Art. 79. Aos servidores da OAB, aplica-se o regi- me trabalhista. (Vide ADIN 3026-4)

§ 1º Aos servidores da OAB, sujeitos ao re- gime da Lei nº 8.112, de 11 de dezembro de 1990, é concedido o direito de opção pelo regime trabalhista, no prazo de noven- ta dias a partir da vigência desta lei, sendo assegurado aos optantes o pagamento de indenização, quando da aposentadoria, cor- respondente a cinco vezes o valor da última remuneração.

§ 2º Os servidores que não optarem pelo regime trabalhista serão posicionados no quadro em extinção, assegurado o direito adquirido ao regime legal anterior.

Art. 80. Os Conselhos Federal e Seccionais de- vem promover trienalmente as respectivas Con- ferências, em data não coincidente com o ano eleitoral, e, periodicamente, reunião do colégio de presidentes a eles vinculados, com finalidade consultiva.

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Art. 81. Não se aplicam aos que tenham assu- mido originariamente o cargo de Presidente do Conselho Federal ou dos Conselhos Seccionais, até a data da publicação desta lei, as normas contidas no Título II, acerca da composição des- ses Conselhos, ficando assegurado o pleno di- reito de voz e voto em suas sessões.

Art. 82. Aplicam-se as alterações previstas nesta lei, quanto a mandatos, eleições, composição e atribuições dos órgãos da OAB, a partir do tér- mino do mandato dos atuais membros, devendo os Conselhos Federal e Seccionais disciplinarem os respectivos procedimentos de adaptação.

Parágrafo único. Os mandatos dos mem- bros dos órgãos da OAB, eleitos na primeira eleição sob a vigência desta lei, e na forma do Capítulo VI do Título II, terão início no dia seguinte ao término dos atuais manda- tos, encerrando-se em 31 de dezembro do terceiro ano do mandato e em 31 de janei- ro do terceiro ano do mandato, neste caso com relação ao Conselho Federal.

Art. 83. Não se aplica o disposto no art. 28, in- ciso II, desta lei, aos membros do Ministério Pú- blico que, na data de promulgação da Constitui- ção, se incluam na previsão do art. 29, § 3º, do seu Ato das Disposições Constitucionais Transi- tórias.

Art. 84. O estagiário, inscrito no respectivo qua- dro, fica dispensado do Exame de Ordem, desde que comprove, em até dois anos da promulga- ção desta lei, o exercício e resultado do estágio profissional ou a conclusão, com aproveitamen- to, do estágio de Prática Forense e Organização Judiciária, realizado junto à respectiva faculda- de, na forma da legislação em vigor.

Art. 85. O Instituto dos Advogados Brasileiros e as instituições a ele filiadas têm qualidade para promover perante a OAB o que julgarem do in- teresse dos advogados em geral ou de qualquer dos seus membros.

Art. 86. Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.

Art. 87. Revogam-se as disposições em contrá- rio, especialmente a Lei nº 4.215, de 27 de abril de 1963, a Lei nº 5.390, de 23 de fevereiro de 1968, o Decreto-Lei nº 505, de 18 de março de 1969, a Lei nº 5.681, de 20 de julho de 1971, a Lei nº 5.842, de 6 de dezembro de 1972, a Lei nº 5.960, de 10 de dezembro de 1973, a Lei nº 6.743, de 5 de dezembro de 1979, a Lei nº 6.884,de 9 de dezembro de 1980, a Lei nº 6.994, de 26 de maio de 1982, mantidos os efeitos da Lei nº 7.346, de 22 de julho de 1985.

Brasília, 4 de julho de 1994; 173º da Indepen- dência

106º da República.

ITAMAR FRANCO

Alexandre de Paula Dupeyrat Martins