Bioética ClínicaDireitos do Paciente

Aluisio M. B. SeródioAluisio M. B. Seródiolulabra@yahoo.comlulabra@yahoo.com

Disciplina de BioéticaDisciplina de BioéticaCurso de Bioética – 3o Ano Médico Curso de Bioética – 3o Ano Médico

gabi joão lula

Pajés: estado de transe contínuoalém de tratar doenças, participam no nascimento, matrimonio e mortepoções e encantamentos

gabi joão lula

Imothep: médico do faraó alçado a Deus da medicina egípciaDoenças como punição a transgressões das leis divinasPreces

GreciaGrecia

Ilha de CosIlha de Cos

Três vertentes da Ética Médica:Três vertentes da Ética Médica:

DECORO (Etiqueta e Virtudes)DECORO (Etiqueta e Virtudes)

DEONTOLOGIA (Deveres)DEONTOLOGIA (Deveres)

POLÍTICA (Articulação profissão/sociedade)POLÍTICA (Articulação profissão/sociedade)

Jonsen A. A short history of medical ethics, 2000.Jonsen A. A short history of medical ethics, 2000.

gabi joão lula

Ética: enfase no decoro (juramento de hipocrates raramente é mencionado em sua própria época e teria sido escrito por médicos pitagópricos - inclinação religiosa e dentológica)medico deve ser amante do conhecimento, ter boa aparencia, saber falar e se comportar adequadamente; estimulando a confiança do pacientePolidez, discrição, firmeza

BIOÉTICA CLÍNICA

“Diaulio era médico, agora é coveiro.

O que faz como coveiro,

já o fazia como médico”(Livro I, 17).

“Estava enfermo; mas tu, seguido por 100 alunos

Sem demora vieste me visitar, oh Símaco

Até 100 mãos, geladas pelo vento do Norte,

me tocaram

Não tinha febre, Símaco, agora tenho” (Livro V, 3).

Plauto.“Menaechmi”, (sec III a.C.)

BIOÉTICA CLÍNICA

““Os físicos inexperientes, em chegando à casa do doente, Os físicos inexperientes, em chegando à casa do doente, após tomarem o pulso em cada braço, logo receitavam após tomarem o pulso em cada braço, logo receitavam sangrias e purgas, sem melhor indagação da causa da sangrias e purgas, sem melhor indagação da causa da enfermidade(...) Tais físicos somente repetiam a visita após enfermidade(...) Tais físicos somente repetiam a visita após o pagamento da primeira, quando então se limitavam a o pagamento da primeira, quando então se limitavam a ordenar a repetição da terapêutica, recitando para o ordenar a repetição da terapêutica, recitando para o paciente: paciente:

‘‘Tengo sangrado e purgadoTengo sangrado e purgadoSi no quieres quedar buenoSi no quieres quedar buenoHirás para el sacristanHirás para el sacristanQue asi lo manda Galeno.’”Que asi lo manda Galeno.’”

Nuno Marques Pereira. “Compêndio Narrativo do Peregrino da América” , , 1728

gabi joão lula

LautrecExame na U de ParisMedicina hospitalarBase raciocinio clinico: lesões organicas especificas, gdes amostras de pctes > analises estatisticasEX: introdução da anestesia (contrariava teoria médica - de inspiração teologica - de que a dor auxiliava noi processo de cicatrizaçlão/recuperação)

gabi joão lula

Rudolf Virchow - Patoloia celular (1858)Medicina laboratorialBase rac clinico; MATERIAL BIOLOGICO FORNECIDO PELOS PCTESImportancia da formação dos medicos em ciencias naturais.Formação humanistica: exemplo dos grandes mestres

gabi joão lula

Osler: noção de competência. Domínio dos componentes científicos da medicina e exemplo dos mestres

BIOÉTICA CLÍNICA

Sec. XXSec. XX

Formação médica (Relatório Flexner-1910)

Organização do mercado de trabalho em saúde

Declínio da filosofia humanista

BIOÉTICA CLÍNICA

MODELOS BÁSICOS DE MODELOS BÁSICOS DE RELACIONAMENTO

Ativo X Passivo

Orientação X Colaboração

Participação Mútua (Policitação)

BIOÉTICA CLÍNICA

Informação isentaInformação isenta OrientaçãoOrientação SugestãoSugestão AconselhamentoAconselhamento PersuasãoPersuasão Determinação ou exigênciaDeterminação ou exigência

Co-participação decisóriaCo-participação decisória

MODELOS BÁSICOS DE MODELOS BÁSICOS DE RELACIONAMENTO

BIOÉTICA CLÍNICA

PRINCÍPIOS DA ÉTICA BIOMÉDICA

(Beauchamp & Childress)

1.Não Maleficência2.Beneficência3.Respeito à Autonomia4.Justiça

DIREITOS DO PACIENTE

DIREITO À PRIVACIDADE

DIREITOS DO PACIENTE

DIREITO À PRIVACIDADE

Juramento de Hipócrates

Aquilo que no exercício ou fora do exercício da profissão e no convívio

da sociedade, eu tiver visto ou ouvido, que não seja preciso divulgar,

eu conservarei inteiramente secreto. 

DIREITOS DO PACIENTE

DIREITO À PRIVACIDADE

ESCOLAS

• Absolutista• Abolicionista• Relativista

DIREITOS DO PACIENTE

DIREITO À PRIVACIDADE

REVELAÇÃO(Quebra do Sigilo Médico)

Compulsória

Permitida

DIREITOS DO PACIENTE

DIREITO À PRIVACIDADE

REVELAÇÃO

Compulsória• Atestado de Óbito• Doenças de Notificação Compulsória• Crime

DIREITOS DO PACIENTE

DIREITO À PRIVACIDADE

REVELAÇÃO COMPULSÓRIA

Lei das Contravenções PenaisArtigo 66: Deixar de comunicar à autoridade

competente:II) Crime de ação pública, de que teve

conhecimento no exercício da Medicina ou de outra profissão sanitária, desde que a ação penal não

dependa de representação e a comunicação não exponha o cliente a

procedimento criminal.Pena: Multa

DIREITOS DO PACIENTE

DIREITO À PRIVACIDADEREVELAÇÃO

Permitida

Código de Ética MédicaÉ vedado ao médico:

Artigo 73: Revelar fato de que tenha conhecimento em virtude do exercício de sua profissão, salvo por motivo justo,

dever legal ou consentimento, por escrito, do paciente.

DIREITOS DO PACIENTE

DIREITO À PRIVACIDADEREVELAÇÃO

PermitidaCódigo de Ética Médica

Artigo 73:Parágrafo único – Permanece a proibição:

A)Mesmo que o fato seja de conhecimento público ou que o paciente tenha falecido.

B) Quando do depoimento como testemunha. Nesta hipótese o médico comparecerá perante a autoridade e

declarará seu impedimento.C) Na investigação de suspeita de crime, o médico estará

impedido de revelar segredo que possa expor o paciente a procedimento legal.

DIREITOS DO PACIENTE

DIREITO À VERDADE

DIREITOS DO PACIENTE

DIREITO À VERDADE

ESCOLAS:

• A verdade sempre• A mentira só em casos excepcionais

• A mentira sempre que julgada necessária

DIREITOS DO PACIENTE

DIREITO À VERDADE

Código de Ética MédicaÉ vedado ao médico:

Artigo 34: Deixar de informar ao paciente o diagnóstico, o prognóstico, os riscos e objetivos do tratamento, salvo quando a comunicação direta ao mesmo possa provocar-lhe dano,

devendo, nesse caso, a comunicação ser feita ao seu responsável legal.

DIREITOS DO PACIENTE

DIREITO DE ESCOLHA

■ Quanto ao médico

■ Quanto à conduta

DIREITOS DO PACIENTE

CÓDIGO PENAL BRASILEIRO

Artigo 146: Constranger alguém, mediante violência ou grave ameaça, ou depois de lhe haver reduzido, por qualquer outro meio, a

capacidade de resistência, a não fazer o que a lei permite, ou a fazer o que ela não manda.

PENA: Detenção de 3 meses a 1 ano, ou multa. Parágrafo 3°: Não se compreendem na disposição

desse artigo:I) A intervenção médica ou cirúrgica, sem o

consentimento do paciente ou de seu representante legal, se justificada por iminente

perigo de vida.

DIREITOS DO PACIENTE

CÓDIGO PENAL BRASILEIRO

Artigo 135: Deixar de prestar assistência, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, a criança abandonada ou extraviada ou a

pessoa inválida ou ferida, ao desamparo ou em grave e iminente perigo; ou não pedir,

nesses casos, o socorro da autoridade pública.

PENA: Detenção de 1 a 6 meses, ou multa.

DIREITOS DO PACIENTE

DIREITO DE ESCOLHA

Código de Ética MédicaÉ vedado ao médico:

Artigo 31: Desrespeitar o direito do paciente ou de seu representante legal de decidir livremente

sobre práticas diagnósticas ou terapêuticas, salvo em caso de iminente risco de morte.

DIREITOS DO PACIENTE

DIREITO À INFORMAÇÃOE DOCUMENTAÇÃO

■ Comprovante de comparecimento■ Atestado médico■ Relatório médico■ Acesso ao prontuário

DIREITOS DO PACIENTE

DIREITO À SAÚDE

DIREITOS DO PACIENTE

DIREITO À SAÚDE

CONSTITUIÇÃO: A saúde é dever do Estado e direito do

cidadão.

DEFINIÇÃO DE SAÚDE DA OMS

Saúde é um estado de completo bem-estar físico,

psíquico e social.

DIREITOS DO PACIENTE

Código de Ética Médica

DIREITOS DO MÉDICO

Princípios Fundamentais, VII: O médico exercerá sua profissão com autonomia, não

sendo obrigado a prestar serviços que contrariem os ditames de sua consciência ou

a quem ele não deseje, excetuadas as situações de ausência de outro médico, em casos de urgência, ou quando sua recusa

possa trazer danos irreversíveis ao paciente.

DIREITOS DO PACIENTE

DIREITOS DO MÉDICO

Direitos dos Médicos, V: Suspender suas atividades, individualmente ou coletivamente, quando a instituição pública ou privada para

a qual trabalhe não oferecer condições adequadas para o exercício profissional ou

não o remunerar digna e justamente, ressalvadas as situações de urgência e

emergência, devendo comunicar imediatamente sua decisão ao Conselho

Regional de Medicina.

DIREITOS DO PACIENTE

PUBLICIDADE MÉDICA

É vedado ao médico:Art. 111 – Permitir que sua participação na

divulgação de assuntos médicos, em qualquer meio de comunicação de massa,

deixe de ter caráter exclusivamente de esclarecimento e educação da sociedade.

DIREITOS DO PACIENTE

EM QUE CONSISTE A FORMAÇÃO ÉTICO-MORAL

DOS ESTUDANTES DE MEDICINA?

DIREITOS DO PACIENTE

1)RESPEITODevido a colegas, outros profissionais, pacientes e

familiares.

DIREITOS DO PACIENTE

RESPEITO

“Age de maneira tal que trates a humanidade, tanto na tua pessoa como na de qualquer outro, sempre como um fim e nunca apenas como um meio”

I. Kant

DIREITOS DO PACIENTE

RESPEITO

‘Respectare’ : tomar interesse em.

• Atenção redobrada• Esforço em compreender• Acolhimento cordial/afável

DIREITOS DO PACIENTE

2)Ideal da profissão: buscar o bem-estar do paciente

Profissionalismo:Colocar o bem-estar do paciente antes de quaisquer considerações de natureza pessoal ou institucional

DIREITOS DO PACIENTE

3)Capacidade de comunicação: médico-educador

• Linguagem apropriada• Promoção da autonomia dos pctes• Poder de influenciar decisões

DIREITOS DO PACIENTE

4)Exercício de virtudes

• Compaixão• Paciência• Prudência• Honestidade• Generosidade• Humildade

DIREITOS DO PACIENTE

5)RESPONSABILIDADE SOCIAL

• Conhecimento da realidade social• Reconhecimento do privilégio• Recursos escassos

DIREITOS DO PACIENTE

6)CONHECIMENTO DO CÓDIGO DE ÉTICA MÉDICA

DIREITOS DO PACIENTE

7)ATUALIZAÇÃO PERMANENTE

DIREITOS DO PACIENTE

Referências Bibliográficas

1.Código de Ética Médica Comentado. Coutinho L.M. Editora: OAB/SC, 2003

2. Bioética Clínica. Cremesp, 2008.

FIM

OBRIGADO

DIREITOS DO PACIENTE

DIREITO À PRIVACIDADEREVELAÇÃO PERMITIDA

Código de Ética MédicaÉ vedado ao médico:

Artigo 105: Revelar informações confidenciais obtida quando do exame médico de trabalhadores, inclusive por

exigência dos dirigentes de empresas ou instituições, salvo se o silêncio puser em risco a saúde dos

empregados ou da comunidade.

Artigo 40: Deixar de esclarecer o trabalhador sobre as condições de trabalho que ponham em risco sua saúde, devendo comunicar o fato aos responsáveis, às autoridades e ao Conselho Regional de Medicina.

JUSTIÇA

NÃO MALEFICÊNCIA

BENEFICÊNCIA

RESPEITO À AUTONOMIA

DIREITOS DO PACIENTE

DIREITO À PRIVACIDADE

Conceito de Lord Justice Riddel

“O médico, estando em uma condição fiduciária intrínseca, deve sempre preservar as confidências e segredos de seus pacientes, a menos que fique liberado dessa obrigação por algum motivo de natureza impositiva superior, como por exemplo uma compulsão legal ou a realização de um dever social maior ou, mais ainda, um dever moral imperativo. O médico

se equivale aos demais cidadãos na obrigação de ajudar na descoberta e prisão de uma pessoa que cometeu um crime ou na liberação de um inocente. Todo mundo reconhece a necessidade e a importância do segredo médico. Todo mundo reconhece que ele é precioso e quase

sagrado.Mas devemos reconhecer também que as regras relativas ao segredo existem, primacialmente, para o bem da comunidade em seu aspecto moral mais amplo e não para o engrandecimento, privilégio ou

conveniência de uma classe particular”.

DIREITOS DO PACIENTE

RELAÇÃO COM COLEGAS E OUTROS PROFISSIONAIS DA SAÚDE

Código de Moral Médica (1929)

Artigo 48: O chefe da equipe tem a obrigação de atenuar erro quando realmente houver e abster-se de juízos e insinuações capazes de afetar o crédito do médico assistente e a confiança de que fora objeto por parte do enfermo e seus parentes

DIREITOS DO PACIENTE

RELAÇÃO COM COLEGAS E OUTROS PROFISSIONAIS DA SAÚDE

Código de Ética Médica (1953)

Artigo 8: O espírito de solidariedade não pode induzir o médico a ser conivente com o erro, ou deixar de combater os atos que infringem os postulados éticos ou disposições legais que regem o exercício profissional. A crítica de tais erros ou atos não deverá ser feita em público ou na presença da família.

DIREITOS DO PACIENTE

RELAÇÃO ENTRE MÉDICOS

Código de Ética Médica

Princípios Fundamentais, XVIII: O médico terá, para com os colegas, respeito, consideração e solidariedade, sem se eximir de denunciar atos que contrariem os postulados éticos

É vedado ao médico:Artigo 50: Acobertar erro ou conduta antiética de

médico