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FLÁVIA PIOVESAN TEMAS DE DIREITOS HUMANOS 9i edição revista, ampliada e atualizada Editora

DIREITOS HUMANOS - institutoriobranco.itamaraty.gov.br · 4 Direitos humanos e propriedade intelectual desafios e perspec-tivas . 2*> Capitulo 10 0 DIREITO DE ASILO E A PROTEÇÃO

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FLÁVIA PIOVESAN

TEMAS DE

DIREITOS HUMANOS

9i edição

revista, ampliada e atualizada

Editora

FLÁVIA PIOVESAN

TEMAS DE

DIREITOS HUMANOS

Esta obra resulta da participa-ção da Autora em cursos, debates,seminários, encontros e projetos de

pesquisa a respeito dos direitos hu-manos.

Nela discorre acerca de temas

centrais, incluindo a proteção inter-nacional dos direitos humanos e o

seu impacto no direito brasileiro, aConstituição Federal de 1988 e ostratados de direitos humanos, o va-

lor jurídico desses tratados, a prote-

ção internacional dos direitos so-ciais, económicos e culturais, a

proteção internacional dos refugia-dos, a implementação do direito àigualdade, a proteção internacionaldos direitos da mulher

, a proteçãodos direitos reprodutivos e a res-ponsabilidade do Estado no proces-so de consolidação da cidadania.

Cada li m dos textos é fruto de

vivos, intensos e apaixonados diá-

logos sobre a matéria. Como resul-tado de um processo movido por

incansáveis buscas e inquietações,a abordagem, por si só, retlete aimportância dos direitos humanosno País e no mundo.

TEMAS DEDIREITOS HUMANOS

www.editorasaraiva.com.br/direito

ÿÿVisite nossa página

Flávia Piovcwn e Professora Doutora da Faculdade de Direito da PUC5P nas discIplinasde Direito Constitucional e de Direitos Humanos. ( professora de Direitos Humanos da Póv--Graduação da PUCSP e da PUCPR. Professora do Programa de Doutorado em DireitosHumanos e Desenvolvimento da Universidade Pablo de CMavide (Sevilha. Espanha) e doPrograma de Doutorado (modalidade intensiva) da Universidade de Buenos Aires. Mestre eDoutora em Ditello Constitucional pela PUCSP. Desenvolveu seu doutoramento na I larvartilaw School, na qualidade de visiting fellow do Human Rights Program, em 1995, «endo aeste programa retornado cm 2000 e 2002. Foi visiting feflotvdo Centre tor Brazilian Studies,na University of Oxford em 2005. Foi visrting fetmv do Xlax-Planck-lnUrtute for Compa/M wPublic Law mxI International Luv, em Heidelberg, em 2007, 2008 e 2015, e I tumboldt foun-dation Georg fonie' Research fellow no Max-Planck-lnstitute for Comparative Pubik Luvand International Law de 200,) a 2014.

É Procuradora do Estado de Sào Paulo desde 1991, tendo sido a primeira colocada noconcurso de ingresso. Foi coordenadora do Grupo de Trabalho de Direitos Humanos daProcuradoria-Geral do Estado de 19% a 2001.

Membro do Comité Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher(CLADEM), do Conselho de Defesa dos Direitos da Ressoa Humana (CDDPH), da Comissãolustiça e Pa/, da Associação dos Constitucionalistas Democráticos, da SUR - Human RightsUniversity Network; e do gowming board da International Association oí law Schools HALS).Foi membro da UN High level Task Force on the Implementation oí the Righi lo Developmente é membro do OAS Working Group para o monitora mento do Protocolo de San Salvadorem materia de direitos económicos, sociais e culturais.

Foi observadora das Nações Unidas na 42" sessão da Comissão do Status da Mulher.Recebeu menção honrosa do Prèmio Franz de Castro I lolzwarth, conferido pela Comissãode Direitos Humanos da OAB/SP em 1997. Ë assessora científica da FAPESP (Fundação deAmparo à IVsquisa do Estado de São Paulo) e consultora ad hoc do CNPq. Tem prestadoconsultoria em direitos humanos para a Fundação Ford. Fundação Heinrich Boll. EuropeanHuman Rights Foundation, United Naiions High Commissioner ror Human Rights e ComissãoInteramericana de Direitos Humanos.

É autora dos livros Direitos humanos e o direito constitucional internacional (16. ed.);Temas de duetto* humanos (9. ed.« e Proteção judicial contra omissões legislativas: açâodireta de inconstitucionalidade por omissão e mandado de injunção (2. ed). Coautora dolivro A ñgura/peryonagem mulher em processos de familia. Coorganizadora dos livros: Di-reito. cidadania e justiça; O sistema interamericano de proteção dos direitos humanos: di-reito brasileiro; Nos limites da vida; Ordem jurídica e igualdade itnico-racial, Direito Iiu-mano à alimentação adequada; Direitos humanos: fundamento, proteção e implementação;Direitos humanos, igualdade e diferença; Direitos humanos: priHeção nacional, regional eglobal: Direitos humanos e duetto do trabalho; Direitos humanos, democracia e integraçãojurídica na América do Sul; Direitos humanos, democracia e integração jurídica: avançandono diálogo constitucional e regional: e Direitos humanos. democracia e integração jurídica:emergência d«* um novo direito público. Coordenadora dos livros Direitos humanos, globii-h/açâo econòmica e integração regional: desafios do direito constitucional internacional;Direitos humanos, v I; e Código de Direito Intitnacional dos Direitos Humanos anotado.Possui dKervos artigos publicados rm jornais, revistas e livros jurídicos.

Tem participado de conferências, seminários e cursos sobre temas de direitos huma-nos no Brasil e no exterior, particularmente na Alemanha, Áuslria, Argentina, Bolívia,Uruguai, Colômbia, Peru, Venezuela. Costa Rica, México, Estados Unidos, Canadá, índia,Turquia, Zimháhue, Africa do Sul, Portugal, Espanha, França, Itália, Bélgica. Holanda,Suiça e Inglaterra.

FLÁVIA PIOVESAN

TEMAS DEDIREITOS HUMANOS

Prefácio de Fábio Kondor Comparalo

9Û ediçãorevista

, ampliada e alualizada

2016

PA EditoraP Saraiva

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Data de fechamento dn cdiçio: 17-12-2015

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Sumário

Prefácio - Fábio Konder Comparato... 17Nold à 9* rtfiído . 21

Now à 8« edição . 25

Nota à 7* edição.. 27Notó à 6* edição . 31

Nota à 5* edição .,... 35Nlta*4**fc* . 39Now à 3Ì edição . 41

Now à 2* edição . 45Now à 1âediçào . 51

Parte I

A PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOSHUMANOS E 0 DIREITO BRASILEIRO

Capitulo 1A CONSTITUIÇÃO BRASILEIRA DE 1988 E OS TRATADOS

INTERNACIONAIS DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

I Tratados internacionais de proteção dos direitos humanos gé-nese e principiologia. 57

2 O Estado brasileiro em face do sistema internacional de prote-ção dos direitos humanos.. 66

3. A incorporação dos tratados internacionais de proteção de direi-

tos humanos pelo direito brasileiro . 684

. O impacto dos tratados internacionais de proteção dos direitoshumanos na ordem jurídica brasileira.-. 81

5. Considerações finais . 88

Capitulo 20 DIREITO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS E A

REDEFINIÇÃO DA CIDADANIA NO BRASIL

I O movimento de internacionalização dos direitos humanos 89

5

2 O Direito Internacional dos Direitos Humanos e o seu impacto nodireito brasileiro.

3 A redefinição da cidadania no Brasil .

93

98

Capitulo 3

BRASIL E 0 SISTEMA INTERAMERICANO

DE PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

I. Introdução . ,QQ

2.

Sistema interamericano de proteção dos direitos humanos, ori-gem. perfil e objetivos. '00

3. Impacto do sistema interamericano de proteção dos direitos hu-

manos na experiência latino-americana . 104

4. Sistema interamericano de proteção dos direitos humanos: de-

safios e perspectivas . ,22

Capitulo 4SISTEMA INTERAMERICANO DE DIREITOS HUMANOS:

IMPACTO TRANSFORMADOR. DIÁLOGOS JURISDICIONAISE OS DESAFIOS DA REFORMA

I. Introdução. '29

2. Impacto transformador do sistema interamericano no contexto

latino-americano. '303 O empoderamento do sistema interamericano mediante a

efetividade do diálogo jurisdicional e crescente legitimação social. 132

4 Desafios do sistema interamericano, agenda de reformas e apavimentação de um ,ins commune latino-americano em direitos

humanos". .40

Capitulo 5

DIREITOS HUMANOS E DIÁLOGO JURISDICIONAL NOCONTEXTO LATINO-AMERICANO

I. Introdução. ,45

2 Emergência de um novo paradigma jurídico: da herméticapirâmide centrada no Sfate approach à permeabilidade do

trapézio centrado no Human R("ç?fifs approach. ,46

3. Diálogo jurisdicional em matéria de direitos humanos. '51

A

4 Diálogo entre jurisdições e controle de convencionalidadedesafios para o ¡us commune latino-americano em matéria dedireitos humanos.

.. 154

Parte II

A PROTEÇÃO INTERNACIONALDOS DIREITOS HUMANOS

Capitulo 60 VALOR JURÍDICO DOS TRATADOS E SEU IMPACTO

NA ORDEM INTERNACIONAL

I. Introdução. 163

2. O valor jurídico dos tratados internacionais . 163

2.1

. O conceito de tratados . 163

2.

2. O processo de formação dos tratados . 165

2.3

. Os tratados internacionais na Constituição brasileira de1988: o processo de formação dos tratados,

a sistemática de

incorporação e a hierarquia . 1673

. Impacto jurídico dos tratados na ordem internacional . 170

Capitulo 7

PROTEÇÃO DOS DIREITOS SOCIAIS: DESAFIOS DOSSISTEMAS GLOBAL

, REGIONAL E SUL-AMERICAN0

I. Introdução. 176

2. A afirmação histórica dos direitos humanos e os direitos sociais 177

3. A proteção dos direitos sociais no sistema global. 181

4 A proteção dos direitos sociais no sistema regional interamericano 1935

. A proteção dos direitos sociais no âmbito sul-americano: desafios

do ius commune. |99

Capítulo 8DIREITO AO DESENVOLVIMENTO:DESAFIOS CONTEMPORÂNEOS

1. Introdução. 211

3 A construção dos direitos humanos e o direito ao desenvolvimento 211

7

3 Direito ao desenvolvimento desafios e perspectivas 218

Capitulo 9

PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOSHUMANOS E PROPRIEDADE INTELECTUAL

U Introdução . 22Q2

.

Sistema internacional de proteção dos direitos humanos 2293

.

Sistema internacional de proteção dos direitos humanos e pro-priedade intelectual.....-. 2'<

4 Direitos humanos e propriedade intelectual desafios e perspec-tivas . 2*>

Capitulo 10

0 DIREITO DE ASILO E A PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS REFUGIADOS

1 Introdução . 2,32

. O art 14 da Declaração Universal de 1948: o direito de asilo ... 254

3.

O direito de asilo e a Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados 2554 A Convenção sobre o Estatuto dos Refugiados e a concepção con-

temporânea de direitos humanos .. ¿&t5

. A proteção internacional dos direitos humanos dos refugiados 263

6 A responsabilidade do Estado na concessão de asilo 2687 As diferenças entre o Instituto internacional do refúgio e o insti-

tuto latino-americano do asilo .....- 2718 Direitos humanos dos refugiados desafios e perspectivas con-

temporâneas ......-... 27*

9 Conclusões. 276

Capitulo 11

0 TRIBUNAL PENAL INTERNACIONAL E 0 DIREITO BRASILEIRO

Flávia Plovcsan e Daniela Ribeiro Ikawa

1 Introdução...-. 2f®2

. Precedentes históricos... 2f,

3. Estrutura e jurisdição do Tribunal Penal Internacional . 286

8

4. A relação entre o Tribunal Penal Internacional e os Estados-par-

tes: os princípios da complementaridade e da cooperação „ . 290

5 A relação entre o Tribunal Penal Internacional e o Conselho deSegurança das Nações Unidas . 299

6 O Estatuto de Roma e a Constituição brasileira de 1988 . .. 3036.

1. Prisão perpétua . 304

6.2

. Imunidades. 3086.3 Entrega de nacionais. 312

6.4 Reserva legal . 313

7. Conclusão... 314

Parte III

DIREITOS HUMANOS E IGUALDADE

Capitulo 12IGUALDADE

. PROIBIÇÃO DA DISCRIMINAÇÃO E AÇÕES AFIRMATIVAS

I, Introdução. 319

2. Igualdade, proibição da discriminação e ações afirmativas no

Direito Internacional dos Direitos Humanos.

319

3 Ações afirmativas: desafios contemporâneos.. 328

Capitulo 13

AÇÕES AFIRMATIVAS NO BRASIL: DESAFIOS E PERSPECTIVAS

1. Introdução.....

334

2 Direito à igualdade e direito à diferença sistema especial de pro-teção dos direitos humanos. 334

3 Direito brasileiro e ações afirmativas . 341

4 Ações afirmativas no Brasil desafios e perspectivas . 344

Capitulo 14DIVERSIDADE ÉTNIC0-RACIAL

. CONSTITUCIONALISMO TRANSFORMADOR E

IMPACTO DO SISTEMA INTERAMERICANO DE DIREITOS HUMANOS

1. Introdução. 34«

2 Direitos humanos, diversidade étnico-racial e constitucionalismotransformador latino-americano . 349

#

3 Direitos humanos, diversidade étnico-racial e impado do sistemainteramericano ......-- . 355

4 Fortalecimento da proteção dos direitos humanos sob a perspec-tiva étnico-racial: potencialidades e desafios. 363

Capitulo 15

OS DIREITOS HUMANOS DA MULHER NA ORDEM INTERNACIONAL

I. Introdução... 371

2. O processo de especificação do suielto de direito. 371

3 A Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discri-minação contra a Mulher..-. 372

4 A Convenção Interamericana para Prevenir. Punir e Erradicar a

Violência contra a Mulher TConvenção de Belém do Pará") .. 378

5. Conclusão.-. 383

Capitulo 16

LITIGÂNCIA INTERNACIONAL E AVANÇOS LOCAIS: VIOLÊNCIACONTRA A MULHER E A LEI

"MARIA DA PENHA*

I. Introdução. . 384

2. Processo de democratização, movimento de mulheres e a Consti-tuição brasileira de 1988. 385

3. Agenda feminista na consolidação democrática: direitos humanos

das mulheres e reinvenção do marco normativo no pós-1988 3894 Violência contra a mulher e o caso Maria da Penha . 392

5. Litigância internacional e avanços locais: a Lei "Maria da Penha 397

6 Conclusão.......... 401

Capitulo 17

INTEGRANDO A PERSPECTIVA DE GÉNERO NA DOUTRINAJURÍDICA BRASILEIRA DESAFIOS E PERSPECTIVAS

I Introdução. 406

2. Integrando a perspectiva de género na doutrina jurídica brasileir.i

obstáculos e desafios . 407

2 I Os anacronismos da ordem lurídica brasileira e a urgência de

seu saneamento .. 407

10

2 2 O periti conservador dos agentes jurídicos e a urgência demudanças no ensino lurídko_.__ 409

3. Integrando a perspectiva de género na doutrina jurídica brasilei-

ra: possibilidades e perspectivas.... 411

3.1 A necessidade de criar uma doutrina lurídica sob a perspecti-

va de género . 4M3

.2 O estudo do imp-icto dos instrumentos internacionais de

proteção dos direitos da mulher na ordem jurídica nacional 4133

.3 Estratégias para <i advocacia dos instrumentos internacio-nais de proteção dos direitos da mulher

. ... 415

4. A urgêncid da mudança dc paradigmas. 416

Capitulo 18A PROTEÇÃO DOS DIREITOS REPRODUTIVOS NODIREITO INTERNACIONAL E NO DIREITO INTERNO

Flávia Plovesan e Wilson Ricardo Buquetti Pirotta

ft, Introdução---- 4172 Delineamentos conceituais dos direitos reprodutivos e sua prote-

ção na ordem internacional . ... 4173

. Os direitos reprodutivos e o direito brasileiro . 425

3.1

. Os direitos reprodutivos e a Constituição brasileira de 1988 4263 2. Os direitos reprodutivos e o Código Civil

. . 432

3.3

. Os direitos reprodutivos e o Código Penal. 434

3.4 Os direitos reprodutivos e o Estatuto da Criança e do Adoles-

cente . 4393.5

. Os direitos reprodutivos e a Consolidação das Leis do Traba-

lho. 441

4. Conclusões

________ 445

Capitulo 19

PROIBIÇÃO DA DISCRIMINAÇÃO POR ORIENTAÇÃO SEXUALNOS SISTEMAS REGIONAIS EUROPEU E INTERAMERICANO DE

PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMANOS

I- Introdução..... 448

2 O direito ò diferença à luz da concepção contemporânea de direi-tos humanos. 448

11

3 Proteção dos direitos à diversidade sexual no sistema global deproteção dos direitos humanos ... ...

4 Proteção dos direitos è diversidade sexual nos sistemas regionaiseuropeu e interamericano de proteção dos direitos humanos.

5. Conclusões .

Capitulo 20

OS DIREITOS HUMANOS DAS CRIANÇAS E DOS ADOLESCENTESNO DIREITO INTERNACIONAL E NO DIREITO INTERNO

Flávia Piovesan e Wilson Ricardo Buquetti Pirotta

I. Introdução.

2 A proteção internacional dos direitos das crianças e dos adolescen-tes .

3 A proteção dos direitos das crianças e dos adolescentes no direi-to brasileiro .. .. ..

3 I Os principais direitos humanos garantidos às crianças e aosadolescentes pela legislação brasileira .3.

1.

1. Dos direitos à vida e à saúde. .

3 I 2 Dos direitos à liberdade, ao respeito e à dignidade3 1.3 Do direito à convivência familiar e comunitária..3 I 4 Dos direitos è educação, à cultura, ao esporte e ao la-

zer .-.

3 I 5 Dos direitos à profissionalização e à proteção no tra-balho ...........

4 Considerações finais . . .-..- .

Capitulo 21

A PROTEÇÃO DOS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NO BRASILFlávia Piovesan. Beatriz Pereira da Silva e

Heloisa Borges Pedrosa Ca m poi i

I. Introdução.

2 A proteção dos direitos das pessoas com dellclència nas Cons-tituições brasileiras ...

3 A proteção internacional dos direitos das pessoas com deficiên-cia ...-.....

12

4 O Poder Legislativo e a proteção dos direitos das pessoas comdeficiência . 491

5 O Poder Executivo e a proteção dos direitos das pessoas comdeficiência- 492

6 O Poder ludiciário e .i proteção dos direitos das pessoas comdeficiência . 493

7. O acesso à justiça e as pessoas com deficiência . 499

8 Conclusão. . 502

Capitulo 22

PROTEÇÃO INTERNACIONAL DOS DIREITOS HUMANOS DAS PESSOAS IDOSAS

Flávia Piovesan e Akeml Kamimura

I Introdução.. *>042 Proteção iniernacion.il dos direitos humanos das pessoas idosas

no sistema ONU... 505

3 Proteção internacional dos direitos humanos das pessoas idosasno sistema OEA a Convenção Interamericana sobre a proteçãodos direitos humanos das pessoas idosas . 520

4. Considerações finais.. 522

Parte IV

DIREITOS HUMANOS. ESTADO E TRANSFORMAÇÃO SOCIAL

Capitulo 23

A RESPONSABILIDADE DO ESTADO NA CONSOLIDAÇÃO DA CIDADANIA

I. Introdução...*****. ÿ7

2 Delineando o perfil constitucional do Estado brasileiro - 5273 Desvendando os contornos jurídicos da cidadania

- - 534

3 I A concepção contemporânea de cidadania . .. 5343 2 A Constituição brasileira de 1988 e a concepção contempo-

rânea de cidadania . 5364 A responsabilidade do Estado no processo de consolidação da

cidadania. . 539

5 A política nacional de proteção dos direitos humanos. 542

Ó- Conclusões..-.-..-

545

13

Capitulo 24

A FORÇA NORMATIVA OOS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAISFUNDAMENTAIS: A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA

Flávia Piove*«n e Renato Stanzlola Vieira

I. MfodllÇfto..........- 948

2 O panorama at uai do Direito Constitucional brasileiro *49

3. Os princípios e sua relação com o Direito . 552

4 A evolução da tratativa dot princípios jurídicos . ... 555

5 A atual hermenéutica constitucional a concretização *63

6 Os princípios, os valores e as regras.... . *687

. O princípio constitucional fundamental da dignidade da pessoahumana... 573

8 Conclusões.... *76

Capitulo 25

PODER JUDICIÁRIO E DIREITOS HUMANOS

I. Introdução . 581

2 O direito à proteção judicial no marco dos direitos humanos *813 Desafios e perspectivas para o fortalecimento do Poder ludiciárlo

na proteção dos direitos humanos . *84

Capitulo 26

A LITIGÂNCIA DE DIREITOS HUMANOS NO BRASIL:DESAFIOS E PERSPECTIVAS NO USO DOS SISTEMAS

NACIONAL E INTERNACIONAL DE PROTEÇÃO

1. Introdução------- *97

2.

A crescente incorporação da gramática dos direitos humanos no*98contexto da democratização brasileira..-.-

3.

A litigância de interesse público na defesa dos direitos humanosperante as Cortes Nacionais. 604

4.

A litigância de interesse público na defesa dos direitos humanos617perante as instâncias internacionais.

5 Conclusões .....-...-.621

14

Capitulo 27

LEIS DE AN 1ST IA, DIREITO A VERDADE E À JUSTIÇA:

IMPACTO DO SISTEMA INTERAMERICANO E PERSPECTIVAS DAJUSTIÇA DE TRANSIÇÃO NO CONTEXTO SUL-AMERICANO

I. Introdução 62*

2 Impacto do sistema interamericano no processo de lustiça detransição no contexto sul-americano

... 625

3 Proteção dos direitos à lustiça e à verdade no marco da lustiça detransição no contexto sul-amerlcano

. ... 632

il. Argentina.-.. 6333 2 Brasil _._634

4 Desafios e perspectivas da justiça de transição no contexto sul--americano 640

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__

É6.

15

A descoberta do mundo dos valores, a partir dos trabalhos seminais deLotze e Brentano no século passado, transformou inteiramente o quadro dareflexão filosófica contemporânea e. por via de consequência, todo o laborcultural em matéria de ciências humanas Até então, o saber científico de-senvolvia-se. ou peto menos pretendia desenvolver-se. no plano puramenteracional, mantendo-se o sujeito cognoscente, por assim dizer, alheio ou indi-ferente ao objeto conhecido. O ideal proclamado e sempre louvado do cien-

tista era o de desempenhar a sua tarefa de modo impassível, sine ira ae studio.

A revelação do universo valorativo tornou caduca essa falsa concepçãoda objetividade do saber, notadamente no vasto campo das ciências do ho-

Amem Tivemos que nos render è evidência de que a maior parte de nossa vidadesenvolve-se não no campo Intelectual, mas sim no plano afetivo. senti-mental. emotivo: e que o ser humano, antes de ser um animal racional, é um

ente sensível à beleza, ã lustiça. à generosidade e aos seus correspondentescontravalores.

A revolução axiológica, no entanto, ainda não transformou, como seria

de esperar, o panorama da ciência lurfdica contemporânea Por força, sobre-

tudo. da predominância positivista no século XX.

continuamos a tratar o

fenómeno jurídico como se fora puro pensamento expresso em palavras.

mero conjunto de proposições normativas, a serem analisadas no registroexclusivo da lógica formal

A reconstrução da ciência jurídica sobre novos fundamentos, encetada

Por Ihering e a Inleressin¡urispnidenz. foi secamente interrompida pelo positi-vismo puro e duro. que vigeu hegemonicamente durante a maior parte desteséculo

.

Assim como a axiologia transformou a ética contemporânea, assim*ambém

. segundo se esperava, deveria ela transformar a ciência jurídica Se°s fundamentos do dever-ser não são ideias nem fatos

, mas valores, é preci-so reconhecer que tanto a Moral quanto o Direito alimentam-se da mesma

ÿ jonte axiológica, são partes componentes do mesmo sistema normativo O

j ,'®j1° à'inal. em sua essência

, como elegantemente afirmou Celso, nadaI '"3"S è d° que ars boni rt a«u¡ (D. I. I )

''

Oa os valores não se apreendem por via de puras operações intelectu-ais. mas graças a uma especial sensibilidade, que ultrapassa os limites darazão raciocinante A insensibilidade diante da hediondez ou sublimidade

das ações humanas é uma verdadeira loucura moral

Pois bem fo< somente com o advento da teoria axiológica que se pôdecompreender o lugar especial que ocupam os direitos humanos no sistemalurídKo São eles que formam a base ética da vida social, e é pelo grau desua vigência na consciência coletiva que se pode aferir o caráter de uma ci-vilização

Tudo isso explica a singular importância da contribuição feminina aotrabalho de edificação dos direitos humanos. A sensibilidade específica damulher para as questões éticas, num mundo até há pouco avassalado pelaonipresença masculina, enriquece e revigora o labor jurídico, permitindo do-ravante a apreciação das instituições e condutas humanas sob um Angulointeiramente novo

A prova concludente do que se acaba de dizer nos é dada (ustamentepelos trabalhos lurídicos da Professora Flávia Piovesan Dela |i tínhamos aespléndida monografia DirrtU* huma*» t o èrmo comtu**mél mtmmvml Ca-nhamos agora mais a presente obra. onde são discutidos importantes temasda defesa lurídica da pessoa humana

Nas duas primeiras partes, a Autora retoma e aprofunda algumas dasquestões centrais do sistema internacional de direitos humanos, e ressalta atransformação provocada em nosso direito constitucional por força da inter-nalizaçâo dos tratados internacionais sobre a matéria

A terceira parte é consagrada à questão da igualdade, que está no cernedo próprio conceito de direito da pessoa humana A Autora sublinha aí. comtoda razão. a distinção capital entre desigualdades e diferenças Enquantoaquelas representam a negação da dignidade comum do ser humano, estas.muito ao contrário, são expressões de sua inesgotável capacidade criadoraAs civilizações, como os sistemas biológicos, são tanto mais vigorosas quan-to mais complexos e variados os grupos humanos que as compõem A homo-geneização das espécies vrvas é o caminho fatal de sua extinção Por issomesmo

,

a discriminação fundada na diferença de sexo. raça ou cultura nãoofende apenas os discriminados ela fragiliza a sociedade como um todo

Na quarta e última parte desta obra. a Professora Flávia Piovesan en-frenta o problema - velho e sempre atual - da responsabilidade do Estadoquanto ao respeito e promoção dos direitos humanos A finalidade dasConstituições modernas, como ressaltaram os revolucionários franceses de

18

1789 consiste em proteger a pessoa humana contra o arbitrio, o desprezo ea violência dos poderosos Por isso mesmo

, proclamou o art 16 da Declara-ção dos Direitos do Homem e do Cidadão, toda sociedade em que a garan-

tia dos direitos não é assegurada nem a separação de poderes determinada.nio tem Constituição*

É a grande verdade que ainda não logrou contudo penetrar na cons-orneia perra de nossos governantes

, nestes tempos de neoegofsmo capita-lista e privat izador

São Paulo, fevereiro de 199«

Fábio Konder ComparatoProfessor Titular da Faculdade de Direito

da Universidade de São PauloDoutor em Direito pela Universidade de Paris

Nota à 9? Edição

O ritual de rever, revisar e atualizar esta obra para a sua 9¿ edição impul-siona um mergulho analítico retrospectivo e prospectivo na arena de prote-

ção dos direitos humanos, ao identificar seus avanços, suas maiores inquie-

tudes. suas tensões e seus dilemas na ordem contemporânea Trata-se deum meticuloso e cuidadoso exercício de "ourives

"

das palavras, no desafio de

lapidar, aiustar e revisitar ideias e reflexões afetas ao processo emancipató-rio de luta por direitos e por iustiça

Todos os capítulos deste livro invocam a emergência de um novo para-

digma jurídico no século XXI. radicado no sistema lurídico multinível. esta-belecendo o diálogo entre as ordens global, regional e local, sob a inspiração

do princípio da prevalência da dignidade humana

É sob esta perspectiva que cada capítulo foi detidamente revisitado eatuallzado. com ênfase nas inovações da normatividade e da jurisprudência

dos sistemas global e regional interamericano No caso do sistema intera-mericano. especial destaque foi conferido à Opinião Consultiva n. 21. de 19de agosto de 2014. a respeito dos direitos e garantias de crianças no contex-

to da migração e/ou em necessidade de proteção especial Neste caso. oparecer foi solicitado pela República Argentina. República Federativa do Bra-sil. República do Paraguai e República Oriental do Uruguai para que a Cortedeterminasse com maior precisão quais são as obrigações dos Estados comrelação às medidas passíveis de serem «idotadas a respeito de meninos emeninas

, associadas à sua condição migratória, ou à de seus pais. à luz dainterpretação autorizada da Convenção Americana sobre Direitos Humanos.da Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem e da ConvençãoInteramericana para Prevenir e Punir a Tortura. É a primeira vez que o Merco-sul solicita à Corte Interamericana uma opini.,«) consultiva, o que vem sobre-ro a simbolizar a submissão do Mercosul aos parámetros protetivos inte-tamericanos

.

O Capítulo 10. relativo à proteção internacional dos refugiados, foi cui-

{ ciosamente atualizado, contemplando os desafios contemporâneos Note-

ÿse que a Organização Internacional sobre Migrações (OlMi estima que. até

Cembro de 2015. ao menos 473 887 homens, mulheres e crianças fizeram a

travessia do mar Mediterrâneo com destino à Europa, das quais 2 812 pes-

soas perderam a vida nessa travessia A maior parte dos refugiados procededa Síria - o conflito que gerou mais refugiados nas últimas duas décadasNeste alarmante contexto, fundamental é enfrentar a problemática dos refu-

giados sob o human nçhts approach Isto porque cada refugiado é reflexo de umgrave padrão de violação a direitos humanos. Atualmente. os países em de-senvolvimento acolhem 86% dos refugiados, enquanto que os países desen-volvidos acolhem apenas 14%. o que aponta ao desafio de avançar na coope-ração internacional visando à proteção dos direitos dos refugiados, por meioda articulação, coordenação e harmonização de políticas estatais, a comporum quadro de responsabilidades compartilhadas

Na Parte III. concernente aos direitos humanos e igualdade, foi Inseridoum novo capítulo dedicado è proteção internacional dos direitos humanosdas pessoas idosas O envelhecimento da população constitui uma das maissignificativas mudanças demográficas no século XXI Pela primeira vez nahistória haverá menos crianças do que pessoas idosas no mundo Há cercade 700 milhões de pessoas no mundo com mais de 60 anos (o que correspon-de a aproximadamente 10% da população mundial | - até o final da décadaesse número atingirá I bilhão Estima se que. em 2050. o percentual globalchegará a 20% de pessoas Idosas no mundo. ou. aproximadamente. 2 bilhõesde pessoas É neste contexto que. em 15 de ¡unho de 2015. a OEA adotou oprimeiro tratado internacional protetivo das pessoas idosas, com o objetivode enfocar o envelhecimento sob a perspectiva dos direitos humanos, comrealce à Incorporação da perspectiva de género em todas as políticas e pro-gramas destinados a efetivar os direitos das pessoas idosas, bem como àproblemática da discriminação múltipla A Convenção consagra importantesdeveres aos Estados e um amplo universo de direitos às pessoas idosas as-

segurando-lhes dignidade. Independência, protagonismo, autonomia e in-clusão plena

Uma vez mais e sempre, os meus mais sinceros e profundos agradeci-mentos ao Max-Planck-Institute for Comparative Public Law and Internatio-

nal Law I Heidelberg I. pela tào especial acolhida académica, pelo vigor inte-lectual dos Instigantes e qualificados debates e pelo intenso estímulo de umdiálogo jurídico transnacional Ao professor Armin von Bogdandy, receba aminha maior gratidão, pelo inestimável apoio, por seu pensamento vibrante.pela abertura a fascinantes ideias e pelos tantos proietos compartilhados Aprofessora Anne Peters, expresso a minha especial gratidão pelo t.lo estimu-

lante diálogo académico e pelo Intercâmbio de ideias especialmente sobreum çbfal conslituiionalum Aos tâo queridos amigos Mariela Morales (minha

22

.amiga de alma'1 Henry limenez. Holger Hestermeyer

. Matthias Hartwig eChristina Binder recebam o meu maior carinho por nossa preciosa amizade

.

pela cumplicidade de tanto» belos proietos e por tanto compartilhar Ao pro-fessor e amigo Friednch Muller sou grata pelo encantamento de nosso diá-logo e pelas inesquecíveis conversas com a tradição do kalk* und *u<W« naInspiradora Heidelberg

Por fim. deixo o saber tradicional de povos originários marcado pelodiálogo entre p«il e filho, que Indaga Em meu (ora(do lutam dou loíw Um deles énolente e pengow O outro estd iheio de «mito e íompaixio Qual deifí tnuiifardT Res-ponde o pai

"

A*nele nue alimente' Daí o convite para a luta emancipatórta pordireitos e por justiça, na expressèo da solidariedade auténtica pelo sofrimen-to alheio, a alimentar uma das dimensões mais belas do ser humano

Heidelberg, julho de 2015

A Autora

Nota à 82 Edição

Uma vez mais. o exercício de atualizar. revisar e ampliar esta obra - ago-

ra para a sua 8* edição - Inaugura um momento privilegiado de reflexão crí-tica a respeito dos direitos humanos, seus avanços, dilemas, tensões, desa-

fios e perspectivas no século XXINo sistema global de proteção, dois avanços notáveis merecem ser ce-

lebrados: a entrada em vigor do Protocolo Facultativo ao Pacto Internacionaldos Direitos Económicos. Sociais e Culturais, em 5 de maio de 201 ì. e a en-trada em vigor do Protocolo Facultativo à Convenção sobre os Direitos daCriança concernente ao procedimento das comunicações, em 14 de abril de2014. Com eles há o fortaleci men lo dos mecanismos de monitoramento dos

tratados de direitos humanos e o empoderamento do indivíduo como sujeitode direito internacional.

No sistema regional Interamericano, comemora-se a adoção da Con-venção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e Todas asFormas de Intolerância

, em 5 de )unho de 2013 Esse instrumento inova ao

consagrar o direito à discriminação positiva, bem como o dever dos Estadosde adotar medidas ou políticas públicas de ação afirmativa e de estimular asua adoção no âmbito privado

Nesta 8* edição, o capítulo 14 foi renovado com o enfoque da temáticada diversidade étnico-racial à luz do constitucionalismo transformador e do

impacto do sistema interamericano de direitos humanos O obietivo do novocapítulo 14 é compreender a emergência de um constitucionalismo transfor-mador latino-americano

, bem como o alcance do diálogo emancipatõrio en-tre este constitucionalismo e o sistema interamericano

, visando ao fortaleci-mento da proteção dos direitos humanos, sob a perspectiva da diversidadeétnico-racial

.

Também foi inserido um capítulo acerca do Poder ludiciárlo e dos direi-|°s humanos - novo capítulo 24 -, com a ambição de analisar o papel do

Judiciário na proteção dos direitos humanos, considerando a experiênciafasi lei ra

,- sob a ótica do Direito Internacional dos Direitos Humanos É a

Partir dessa análise que são Identificados desafios e perspectivas para avan-ie "à Pr°teção judicial como garantia e instrumento de distribuição de |us-& e da efetiva proteção de direitos

25

Além da inclusão dos dois capítulos, houve a cuidadosa e detida revi-são e atualização dos demais capítulos, com realce aos avanços normativose jurisprudenciais no campo dos direitos humanos

Renovo os meus mais sinceros e profundos agradecimentos ao Max*-Planck-Institute for Comparative Public Law and International Law (Heidel-berg». pela tão especial acolhida académica, pelo vigor intelectual dos insti-gantes e qualificados debates e pelo intenso estímulo de um diálogo jurídicotransnacional Ao professor Armin von Bogdandy, receba a minha maior gra-tidão. pelo inestimável apoio, por seu pensamento vibrante, pela abertura afascinantes ideias e pelos tantos projetos compartilhados A professora AnnePeters, expresso a minha especial gratidão pelo tão estimulante diálogo aca-démico e pelo intercâmbio de ideias especialmente sobre um global (onstitu-tionalism Aos tão queridos amigos Mariela Morales (minha

"amiga de alma"

).

Henry limenez. Holger Hestermeyer. Matthias Hartwig e Christina Binder, re-cebam o meu maior carinho por nossa preciosa amizade, pela cumplicidadede tantos belos projetos e por tanto compartilhar Ao professor e amigo Frie-drich Muller, sou grata pelo encantamento de nosso diálogo e pelas inesque-cíveis conversas com a tradição do kaffte und kucken na bela Heidelberg

Expresso, ainda, a minha maior gratidão à Humboldt Foundation, pelarenovação da Georg Forster Research Fellowship, que viabilizou o desenvol-vimento de pesquisas e estudos a contribuir extraordinariamente à cuidado-sa atualização desta obra para a sua 8* edição.

Por fim. deixo o horizonte visionário do poeta Manoel de Barros, paraquem

"a expressão reta não sonha. Não use o traço acostumado O olho vê.a lembrança revê; a imaginação transvê É preciso transver o mundo

"

.

Que a

luta por direitos e por justiça nos inspire à entrega desmedida e apaixonadade transver o mundo, com o potencial criativo, inventivo e transformador dasações humanas

Heidelberg, julho de 2014A Autora

26

Nota à 7? Edição

Proteger a dignidade e prevenir o sofrimento humano, a fim de que

toda e qualquer pessoa seja tratada com igual consideração e profundo res-peito. traduza essência da luta por direitos humanos. Para Luigi Ferrajoli,, osdireitos humanos simbolizam a lei do mais fraco contra a lei do mais forte,na expressão de um contrapoder em face dos absolutismos, advenham doEstado, do setor privado ou mesmo da esfera doméstica O "victim ctntrkapproach

" é a fonte de inspiração que move a arquitetura protetiva dos direi-tos humanos - toda ela destinada a conferir a melhor e mais eficaz proteçãoàs vítimas reais e potenciais de violação de direitos

É esta a perspectiva que ilumina o desafio de tecer o mergulho reflexivoe analítico na 7' edição desta obra. agora revista, ampliada e atualizada Atravessia pelos tantos temas reunidos - sob o mesmo vértice da defesa obs-

tinada pela dignidade humana - revela a dinámica da luta por direitos e porjustiça, nas mais diversas frentes, a partir de uma agenda revitalizada pelapluralidade de atores pela diversidade de bandeiras e pela força transforma-dora do diálogo.

Nesta 7i edição dois novos capítulos são adicionados: os Capítulos 4 e13. No Capítulo 4 o foco é o sistema interamericano de direitos humanos

.

com destaque ao seu Impacto transformador no contexto latino-americano e

ao seu crescente empoderamento na região, fruto da efetividade do diálogojurisdicional em um sistema multinível É sob este prisma que emergem qua-tro vertentes do diálogo jurisdicional, a compreender a) o diálogo com o sis-tema global (mediante a incorporação de parâmetros protetivos de direitoshumanos); b) o diálogo com os sistemas regionais (a envolver a Vunyróoflo"

sistema interamericano e a ~

inleramericaniza(ão~ do sistema europeu I; c) o

Id»!!!f° C°m Q5 &'&t€mf$ "abonais (a abranger o controle da convencionali-de); e d) o diálogo com a sociedade civil (a emprestar ao sistema interame-

ricano crescente legitimação social). O Capítulo 4 ainda pretende identificar

Principais desafios do sistema interamericano e os potenciais riscos de sua

LU,K,' Û""" " Û'" <fAn(Ù> a cura dl Ermanno Vitale Roma

. Bari,

27

agenda de reformas visando «k> fortalecimento do sistema e à pavimentação

de um tus commune latinoamericano em matéria de direitos humanos

lá o Capítulo 13 tem por objetivo densificar o debate acerca das açôesafirmativas - sua natureza e finalidade - è luz do princípio da igualdade e da

proibição da discriminação pautado em uma interpretação dinàmica e evolu-

tiva dos tratados internacionais de proteção dos direitos humanos Defendeque as .içócs afirmativas conslituem um legítimo e necessário instrumentopara a realização dos direitos à igualdade e à diferença, sob a perspectiva

emancipalória da diversidade transitando-se da igualdade abstrata e geral

para um conceito plural de dignidades concretasAlém da inclusão dos dois capítulos, houve a cuidadosa e detida revi-

são e atualizaçào dos demais capítulos, com realce aos avanços normativose jurisprudenciais no campo dos direitos humanos

No sistema global, comemora-se a entrada em vigor do Protocolo Fa-cultativo ao Pacto Internacional de Direitos Económicos. Sociais e Culturais.

em maio de 2013. O Protocolo é uma relevante iniciativa a romper com o

desequilíbrio até então existente entre a proteção conferida aos direitos civise políticos e aos direitos económicos, sociais e culturais na esfera internacio-

nal. endossando a visão integral dos direitos humanos No sistema regional

interamericano, outro importante avanço normativo foi a adoção da Conven-ção Interamericana contra o Racismo, a Discriminação Racial e todas as for-mas de Intolerância, em 5 de junho de 2013 Este instrumento inova ao con-

sagrar o direito à discriminação positiva, bem como o dever dos Estados de

adotar medidas ou políticas públicas de ação afirmativa e de estimular a suaadoção no âmbito privado

Também mereceram destaque os avanços jurisprudenciais da Corti' In-teramericana de Direitos Humanos, envolvendo novos direitos da agendacontemporânea sobretudo no campo dos direitos reprodutivos Neste senti-

do. destaca se a sentença proferida pela Corte Interamericana, em 28 de no-vembro de 2012. no caso Artavia Murillo e outros w Costa Rica. acerca da

temática da "fertilização in vitro sob a ótica dos direitos humanos Tambémno campo dos direitos reprodutivos, em 29 de maio de 2013.

ineditamente, a

Corte concedeu medidas provisórias em face de El Salvador em caso relativoà interrupção de gravidez em virtude de anencefalia fetal

Destaque ainda foi conferido à relevante jurisprudência do SupremoTribunal Federal no tocante ao direito à igualdade Em 26 de abril de 2012.por unanimidade, o Supremo considerou constitucional a instituição de po-

->o

lítica de cotas raciais nas Universidades públicas Para o Supremo, não basta

apenas proibir a discriminação Essenciais most ra m-se as ações afirmativas.como medidas especiais e temporárias voltadas a concretizar a igualdade e aneutralizar os efeitos perversos da discriminação racial Reconheceu que ajustiça social - mais que simplesmente demandar a distribuição de riquezas- requer o reconhecimento e a incorporação de valores, com destaque à di-versidade étnko-racial Em outro julgado emblemático, em 9 de fevereiro de2012. ao enfrentar o debate sobre a (in>constltucionalidade da Lei "Maria da

Penha*

(Lei n 11 340. de 7-8-20061 concernente à prevenção, assistência eproteção às mulheres em situação de violência doméstica e familiar, decidiuo Supremo pela constitucionalidade da relevante medida protetiva às mu-lheres Argumentou que o Estado é partícipe da promoção da dignidade hu-mana. cabendo-lhe assegurar especial proteção às mulheres em virtude desua vulnerabilidade, particularmente em um contexto marcado pela culturamachista e patriarcal Concluiu que a lei não estaria a violar o princípio daigualdade, senão a protegê-lo Esta inovadora jurisprudência do Supremo écapaz de romper com a indiferença às diferenças, na salvaguarda do direito àigualdade com respeito às diversidades Na ótica emancipatória dos direitos

.

a diferença passa a ser captada não mais para eliminar direitos, mas para

promovê-los

Uma vez mais. expresso os meus mais sinceros agradecimentos ao

Planck-Institute for Comparative Public Law and International Law (Hei-delberg!. pela tão especial acolhida académica, pelo vigor intelectual dosqualificados debates e pelo intenso estímulo de um diálogo jurídico transna-cional Ao professor Armin von Bogdandy, receba a minha maior gratidão.pelo inestimável apoio

, por seu pensamento vibrante, pela abertura a fasci-nantes ideias e pelos tantos projetos compartilhados Ao professor RüdigerWolfrum

. expresso a minha profunda gratidão, por sua generosidade, por suaextraordinária qualidade humana e grandeza intelectual Aos tâo queridosamigos Marida Morales. Holger Hestermeyer. Matthias Hartwig e ChristinaBinder

, recebam o meu maior carinho por nossa preciosa amizade e pelacumplicidade de tantos projetos Ao professor e amigo Friedrich Müller sou«rata pelo encantamento de nosso diálogo em nosso nt uai dos inesquecíveis<2lés na bela Heidelberg

jr! Expresso, ainda, a minha maior gratidão à Humboldt Foundation

, pelarenovação da Georg Forster Research Fellowship

, que viabilizou o desenvolvimen-to de pesquisas e estudos a contribuir extraordinariamente à cuidadosa atua-.oaçâo desta obra para a sua 7" edição

.

29

Por fim. deixo a voz de Habermas, para quem "lhe onci in oí human rights has

always been resistance to despotism. oppression and humiliation (. l"'

.

Heidelberg, julho de 2013.

A Aw (ora

Adiciona Habermas The appeal to human rights feeds oil the outrage of the humiliated at theviolation ol their human dignity' (HABERMAS, lurgen Tfrf cristi of lhe European a respond.

Cambridge Polity Press. 2012. p 751

30

Nota à 62 Edição

o desafio de realizar a releitura, a atualizaçào e a ampliação desta obra.

agora para a sua 6* edição, constitui um momento privilegiado de profundo

mergulho reflexivo no que se refere às inovações e aos avanços dos direitos

humanos captados pelos mais diversos e instigantes temas da agenda con-temporânea

Esse desafio culminou com a inclusão de 2 (dois) capítulos. O pri-

meiro deles - agora Capítulo 4 - trata dos direitos humanos e do diálogo

entre jurisdições no âmbito latino-americano. A provocativa tese desse en-saio concentra-se na constatação da crise do paradigma jurídico tradicionale na emergência de um novo paradigma a guiar a cultura jurídica latino--americana. Esse novo paradigma, por sua vez. adota 3 (três) característicasessenciais:

a) a feição de um trapézio com a Constituição e os tratados internacio-nais de direitos humanos no ápice da ordem jurídica (com repúdio a umsistema jurídico endógeno e autorreferencial. destacando-se que as Consti-tuições latino-americanas estabelecem cláusulas constitucionais abertas.

que permitem a integração entre a ordem constitucional e a ordem interna-cional

. especialmente no campo dos direitos humanos, ampliando e expan-dindo o bloco de constitucionalidade);

b) a crescente abertura do Direito - agora "impuro" -. marcado pelo di-

álogo do ângulo interno com o ângulo externo (há a permeabilidade do Di-reito mediante o diálogo entre jurisdições; empréstimos constitucionais; e ainterdisciplinariedade

. a fomentar o diálogo do Direito com outros saberes ediversos atores sociais

, ressignificando. assim, a experiência jurídica); e

c) o human rights approach (fiuman centered approach), sob um prisma que

abarca como conceitos estruturais e fundantes a soberania popular e a segu-rança cidadã no âmbito interno

, tendo como fonte inspiradora a lente ex partePopoli, radicada na cidadania e nos direitos dos cidadãos

, na expressão deNorberto Bobbio

.

O Capítulo 4 pretende, assim, enfocar essa transição paradigmática.

marcada pela crise do paradigma tradicional e pela emergência de um novoParadigma jurídico, como o especial contexto a fomentar o diálogo entre a

31

ordem constitucional e a ordem internacional na convergência da proteção

aos direitos humanos Fundamental é avançar na interação entre as esleras

global, regional e local, potencializando o impacto entre elas. mediante o

fortalecimento do controle da convencionalldade e do diálogo entre jurisdi-ções. à luz da racionalidade emancipatória dos direitos humanos

Também o Capítulo 17 foi Incluído na 6« edição desta obra. O seu focoé a proibição da discriminação por orientação sexual considerando os siste-mas regionais europeu e interamericano Nele há especial destaque ao í«u-dinf Atala Riffo y niñas contra o Chile, decidido pela Corte Interamerica-na. em 24 de fevereiro de 2012 Trata-se do primeiro caso julgado pela Corte

concernente à violação aos direitos da diversidade sexual Ineditamente fol

analisada a responsabilidade internacional daquele Estado em face do trata-

mento discriminatório e da interferência indevida na vida privada e familiarda vítima Karen Atala devido à sua orientação sexual

Além da Incorporação de 2 (dois! capítulos, houve a cuidadosa e detidarevisão e atualizaçáo dos demais, com realce aos avanços normativos e juris-

prudenciais no campo dos direitos humanosNo sistema global, comemora-se a adoçâo do Protocolo Facultativo à

Convenção sobre os Direitos da Criança relativo ao procedimento de comu-

nicações. em 19 de dezembro de 2011 Com a finalidade de instituir íkiU-

.sensiUw procédures, e sempre endossando o princípio do interesse superior da

criança, o Protocolo habilita o Comité de Direitos da Criança a apreciar peti-

ções individuais (inclusive no caso de violação a direitos económicos, sociais

e culturais!: a adotar inurím mtawm quando houver urgência, em situações

excepcionais e para evitar danos irreparáveis às vítimas de violação, a apre-

ciar comunicações interestatais. e a realizar investigações w /«o. nas hipóte-

ses de graves ou sistemáticas violações aos direitos humanos das crianças

Foram ainda devidamente atualizados os casos pendentes de aprecia-

ção no Tribunal Penal Internacional, com especial destaque à sua primeira

sentença condenatória, proferida em 14 de março de 2012. em face de Tho-

mas Lubanga Dyllo. pela prática de crime de guerra consistente em alistar.

recrutar e utilizar crianças menores de 15 anos em conflitos armados em

Ituri. na República Democrática do Congo, de setembro de 2002 a 13 de agos-

to de 2003. No sistema interamericano, peculiar ênfase recebeu o leading

Atala Riffo y niñas contra o Chile decidido pela Corte Interamericana, em 24

de fevereiro de 2012. como |á destacado.

Também mereceu destaque o impacto da jurisprudência do sistema in-

teramericano na experiência brasileira, com menção à aprovação, em 18 de

32

novembro de 2011 da Lei n 12 528. que institui a Comissão Nacional da

Verdade com a finalidade de examinar e esclarecer as graves violações dedireitos humanos praticadas durante o regime militar

, a fim de efetlvar o

-direito à memória e à verdade e promover a reconciliação nacional" Em 18de novembro de 2011. foi ainda adotada a Lei n 12.527. que garante o acessoà informação, sob o lema de que a publicidade é a regra

, sendo o sigilo aexceção. Direito à verdade e direito à informação simbolizam um avanço ex-traordinário ao fortalecimento do Estado de Direito

, da democracia e dosdireitos humanos no Brasil Esses avanços da justiça de transição são relle-xos da força catalisadora da jurisprudência da Corte Interamericana na expe-riência brasileira - em particular da sentença relativa ao caso Comes Lund eoutros ivrsus o Brasil, proferida pela Corte Interamericana

, em 24 de novem-

bro de 2010

Os meus mais sinceros agradecimentos ao Max-Planck-Institute forComparative Public Law and International Law (Heidelbergi. pela tão espe-cial acolhida académica, pelo vigor intelectual dos qualificados debates epelo intenso estímulo de um diálogo jurídico transnacional Ao professorArmin von Bogdandy - receba .i minha maior gratidão - pelo inestimávelapoio

, por seu pensamento vibrante, pela abertura a fascinantes ideias e pe-los tantos projetos compartilhados Ao professor Rudiger Wolfrum - expres-so a minha profunda gratidão . por sua generosidade, por sua extraordináriaqualidade humana e grandeza intelectual Aos tão queridos amigos MarielaMorales (minha "amiga de alma"). Holger Hestermeyer. Matthias Hartwig eChristina Binder - recebam o meu maior carinho por nossa preciosa amizadepela cumplicidade de tantos belos projetos e por tanto compartilhar Ao pro-fessor e amigo Friedrich Muller

, sou grata pelo encantamento de nosso diá-logo e pelas inesquecíveis conversas no Frisch Café na bela Heidelberg

Expresso ainda, a minha maior gratidão à Humboldt Foundation pela

renovação da Georg Forster Reuvrch Fdbwship. que viabilizou o desenvolvimen-

to de pesquisas e estudos a contribuir extraordinariamente à cuidadosa atu-alizaçáo desta obra para a sua 6* edição

j Por fim. uma vez mais, à minha mais fiel companheira, minha filha So-I P la. por ser a vida que. em sua espontaneidade, transborda, pulsa, iluminaI "spira, permitindo a plenitude de muitas vidas em uma só

Heidelberg, julho de 2012.

_A Autori»

33

ota à 5! Edição

Paz. tranquilidade e quietude compõem o ambiente ideal para o pro-

fundo exercício intelectual, sereno, verticalizado e crítico Uma vez mais. é noMax-Planck-Institute que me vejo tão protegida e. ao mesmo tempo, tâo es-timulada para avançar nas reflexões no campo dos direitos humanos

É nesse contexto que esta obra íoi detidamente examinada, revista e

ampliada para a sua 5* edição

Além da cuidadosa atualização de cada capítulo, o Capítulo 5 íol total-mente renovado, com o enfoque da proteção dos direitos sociais e os desa-fios dos sistemas global, regional e sul-americano, com vistas à pavimenta-

ção de um ius commun? em direitos sociais na região sul-americana Fortalecera proieçào e a incorporação de parámetros protetivos globais e regionais noâmbito sul-americano. intensificando o diálogo vertical e horizontal de |uris-dições é a temática central que inspira esse capítulo - tema debatido emfascinante simpósio realizado no Max-Planck-Institute. em Heidelberg, em25 de novembro de 2010

No esforço de atualização deste livro, especial destaque foi ainda con-ferido à jurisprudência da Corte Interamericana

, com realce a novos casosemblemáticos

. Dentre eles. cabe menção a) ao caso Gomes Lund e outroswsus Brasil (2010)

. em que a Corte condenou o Estado brasileiro em virtudedo desaparecimento de integrantes da guerrilha do Araguaia durante as ope-rações militares ocorridas na década de 1970 Realçou-se que as disposiçõesda Lei de Anistia de 1979 sâo manifestamente incompat íveis com a Conven-ção Americana

, carecem de efeitos jurídicos e não podem seguir represen-tando um obstáculo para a investigação de graves violações de direitos hu-raños

. nem para a identificação e punição dos responsáveis; b| ao caso dacomunidade indígena Xákmok Kásek vénus Paraguai (2010». em que a Cortecondenou o Estado do Paraguai, em face da não garantia do direito de pro-priedade ancestral à aludida comunidade indígena, o que afetaria seu direito

l¿ Ìdfte CÛ,1Ü'3,-C»f° vsQ Acevedo Buendía e outros ("Cesantes y lubi-

de la Contraloría") tmus Peru (2009|. em que a Corte reconheceu que"feitos humanos devem ser interpretados sob a perspectiva de sua inte-

E oade e Interdependência, ao coniugar direitos civis e políticos e direitos

35

económicos, sociais e culturais inexistindo hierarquia entre eles. enfati-

zando ser a aplicação progressiva dos direitos sociais suscetível de contro-

le e fiscalização pelas instancias competentes e destacando ainda o dever

dos I st ados de nào regressividade em matéria de direitos sociais, e cl) ao

caso Conzález e outras iytíuí México (2009 - caso "Campo Algodonero"

!, em

que .i Corte condenou o México em virtude do desapareci mento e da mortede mulheres em Ciudad luarez. sob o argumento de que a omissão estatal

contribuía para a cultura da violência e da discriminação contra a mulher.

instando o Estado do México ao dever de investigar, sob a perspectiva de

género, as graves violações ocorridas, garantindo direitos e adotando medi-das preventivas necessárias de forma a combater a discriminação contra a

mulher.

Também os casos submetidos ao Tribunal Penal Internacional (oram

devidamente atualizados. de forma a incluir o recente caso da Líbia, remeti-

do ao Tribunal Penal Internacional, pela Resolução n I 970/2011. do Conse-

lho de Segurança, adotada por unanimidade cm 26 de fevereiro de 2011

No campo doutrinário, ressalte-se que tanto o Capítulo 5 lacerca dos

direitos sociais) como o Capítulo 6 (acerca do direito ao desenvolvimento)

emprestam agora maior ênfase seja ao princípio da cooperação internacional- que alcança ambos os direitos mencionados -, sela ao princípio da partici-

pação transparência e accountability. Com relação a este último princípio, des-taque foi dado às reflexões de Amartya Sen. para quem

'political intrtta and

de mot nitri rights are amona the constituent components of development"'

, concluindo

que 'the protetto power of political liberty remb that no lamine fidi ever taken place in

the history of the world in a funi ¡tonina democracy"' Daí a relação indissociável entre

o exercício dos direitos civis e políticos e o exercício dos direitos sociais.

económicos e culturais

No que se refere ao Capítulo 13. a respeito da violência contra a mulher

e a Lei "Maria da Penha"

, aprofunda-se a visão de que a tolerância estatal à

"SEN. Amartya Tfcf iXviuUks Cambridge Harvaid Univetsity Press. 2009 p 347 Democracy'

I* assessed In terms ot public reasoning, which leads lo un understanding of democracy as go-

vcrnmeni by discussion But democracy must also be seen more Generally In terms ol capaíWlo enrich reasoned engagement through enhancing inlormalional availability and the feasibility

oI interactive discusv¡ons Democracy has to be lodged not lust by the institutions that k*ma!¡>

exist but by the enent to which d if! .tent voices fc>rm dner-e sections oí the peoples can -duali

be heard" iAmartya Sen. op dt p XIII)' SF.N. Amartya Tht Ut* of bulk* at . p 343

rviolência contra a mulher perpetua a impunidade, simbolizando uma graveviolência institucional que se soma ao padrão de violência sofrido por mulhe-res. em total desprezo à ordem internacional e constitucional Sustenta-se

que. perante a comunidade Internacional, o Estado brasileiro assumiu o deverlurídico de combater a impunidade em casos de violência contra a mulher.cabendo-lhe adotar medidas e instrumentos eficazes para assegurar o acessoà justiça para as mulheres vítimas de violência t dever do Estado atuar com adevida diligência para prevenir, investigar, processar, punir e reparar a violênciacontra a mulher, assegurando-lhes recursos idóneos e efetivosV

O último capítulo - que analisa as leis de anistia e o impacto do siste-ma interamericano - foi cuidadosamente atualizado

, considerando a históri-ca decisão proferida pela Corle Interamericana

, em 24 de novembro de 2010.

no caso Gomes Lund e outros ivrsus Brasil Este caso foi submetido à Cortepela Comissão Interamericana, por reconhecer que "representava uma opor-tunidade importante para consolidar a jurisprudência interamericana sobreleis de anistia em relação aos desaparecimentos forçados e às execuçõesextrajudiciais, com a consequente obrigação dos Estados de assegurar o co-nhecimento da verdade

, bem como de investigar, processar e punir gravesviolações de direitos humanos" Em sua sentença, enfatiza a Corte que leisde anistia relativas a graves violações de direitos humanos sâo Incompatí-veis com o Direito Internacional e as obrigações jurídicas internacionais con-traídas pelos Estados Respalda sua argumentação em vasta e sólida luris-prudência produzida por órgãos das Nações Unidas e do sistemainteramericano

, citando também decisões judiciais emblemáticas invalidan-

do leis de anistia na Argentina, no Chile, no Peru. no Uruguai e na ColômbiaAo enfrentar a decisão do Supremo Tribunal l ederai na ADPF n 153 (29 deabril de 20101

. entende a Corte que "afeta o dever internacional do Estado deInvestigar e punir graves violações a direitos humanos"

, afrontando, ainda, o

dever de harmonizar a ordem interna à luz dos parâmetros da ConvençãoAmericana Conclui que "não foi exercido o controle de convencional idadePelas autoridades jurisdicionais do Estado brasileiro"

, tendo em vista que oSupremo Tribunal Federal confirmou a validade da interpretação da Lei deAnistia sem considerar as obrigações internacionais do Brasil decorrentes doiP»elto Internacional

, particularmente aquelas estabelecidas nos arts I«. 2«.

e da Convenção Americana de Direitos Humanos

'

¿"Con uto Interamericana de Direitos Humanos AccnoaUhnlloaparalasmuieres victimasVf,*ncia em las Américas. OEA/Ser L/V/11 Doe 6«. 20-1-2007

37

A tarefa cie revisar este livro permite testemunhar a dinámica do proces-so de afirmação de direitos humanos com a fixação de parâmetros protêtivosinternacionais e o* desafios lançados no diálogo global regional e local -

com desejáveis aberturas e. por veies, refratários recuos e retrocessos

Reitera-se que os direitos humanos simbolizam a lei do mais fraco con-tra a lei do mais forte na expressão de um contrapoder em face dos absolu-

tismos advenham do Estado, do setor privado ou mesmo da esfera domés-

tica. como leclona Luigi Ferraioli*

O mantra maior da causa dos direitos humanos é a luta pela proteção ádignidade e pela prevenção ao sofrimento, inspirada na ética emancipatóha

que. em sua radicalidade, defende o direito de todas e todos ao exercício

pleno de suas potencialidades humanas, de forma livre, autónoma e plena A

ética de ver no outro um ser merecedor de igual consideração e profundo

respeito é belamente cultuada por Gabriel Garcia Márquez quando observa"aprendi que um homem só tem o direito de olhar um outro de cima para

baixo para a|ud.ir a levantá-lo"

Por fim uma vez mais. a revisão desta obra para a sua V edição contoucom o inestimável apoio do Max-Planck-Institute for Comparative Public Law

and International Law (Heidelberg), que tem sido uma consunte fonte de

inspiração e vigor Intelectual Ao professor Wolfrum e ao professor von Bog-

dandy expresso «j minha profunda admiração, estima e respeito, como tam-bém a minha mais sincera gratidão pela especial acolhida académica Exter-no também minha maior gratidão à Humboldt Foundation, pela concessão

da Gtorg Fonur R/w«re* FrifarsAy que viabilizou o desenvolvimento de pes-quisas e estudos, os quais contribuíram extraordinariamente k detida atuali-

zaçáo desta obraHeidelberg abril de 2011

A Aulon

. FERRAJOLI Luigi Dwm k*¡*mtnub - Um dibattilo icdrtn. « cura dl Emanno Vitate Rom«.

Ban Later« WW p 1»

«

Nota à 4? Edição

O exercício de revisão e atuallzaçâo desta obra, agora para a su« 4« edi-ção. simboliza um cs|>eclal convite de reflexão a respeito da dinâmica vivaz ecomplexa do processo de afirmação dos direitos humanos na ordem contem-

porânea Trata-se de momento privilegiado para realizar um detido balançoacerca dos desafios, das inquietudes das perspectivas e da emergência denovos atores, anseios e reivindicações morais, no acúmulo de lutas emanci-

patórias por direitos e por justiça

Nesse mapeamento a traduzir o "estado da arte dos direitos humanos".

novos temas foram adicionados a esta 4« edição "Direito ao desenvolvimen-to perspectivas contemporáneas" é o foco do Capítulo 6

. que ambicionaanalisar o desenvolvimento a partir do 'human ryhli bastd approdiliidentifi-cando os principais desafios para a sua implementação Nesse artigo com-partilho experiências obtidas na qualidade de membro do UN High LevelTäsk Force on the Implementation of the Right to Development lá o Capítulo21 enfrenta o instigante tema das "Leis de Anistla

, Direito à Verdade e à lus-liç-i Impacto do Sistema Interamericano e Perspectivas da lustiça de Transi-ção no Contexto Sul-americano"

. objetivando contribuir para uma discussãode central relevância na agenda latino-americana, na busca do fortalecimen-to do Estado de Diretto

, da democracia e dos direitos humanos

Além da inserção de novos capítulos, a tarefa de revisão demandou a

atenta releitura e a atuallzaçâo de cada um dos capítulos que integravam a 3'cdiç.io do livro Foram assim

, incorporadas mudanças e transformações nocampo dos direitos humanos ocorridas nos últimos anos. compreendendo anova tendência jurisprudencial do Supremo Tribunal Federal em matéria de" iiudos de direitos humanos: a expansão da jurisprudência da Corte Intera-mericana; os avanços no campo da ratificação de tratados pelo Estado Brasi-r°,i°mQ à Convenção de Viena sobre Direito dos Tratados e o Protocolo

Itativo ao Pacto Internacional de Direitos Civis e Políticos - ambos rati-os em 2009)

.adoçâo do Protocolo Facultativo ao Pacto dos Direitosnômicos

. Sociais e Culturais, em dezembro de 2008

. os novos casos sub-idos ao Tribunal Penal Internacional (como o caso da situação no Quê-

t

nid. cm 20091. e novos marcos jurídicos protetivos de direitos humanos(como o Programa Nacional de Direitos Humanos III. adotado em dezembrode 20091.

Ao ter como maior pretensão contribuir com o debate público da agen-da contemporânea dos direitos humanos, este livro realça em sua essênciaos direitos humanos em incessante movimento O objetivo do sofisticado

aparato normativo de proteção dos direitos humanos, a envolver a inter-rela-çào das arenas global, regional e local, com diversos graus de institucionali-dade e eficácia, é um só: assegurar a mais efetiva proteção aos direitos dasvítimas de violação É o "vieil» ííiitrií approach

' o vértice e o mantra da causa

dos direitos humanos

Uma vez mais. a revisão desta obra para a sua 4* edição contou com oinestimável apoio do Max-Planck-Institute for Comparative Public Law andInlernational Law |Heidelberg), que tem sido uma constante fonte de inspi-ração e vigor intelectual Ao Professor Wolfrum e ao Professor Von Bogdandyexpresso a minha profunda admiração, estima e respeito, como também aminha mais sincera gratidão pela especial acolhida académica Externo tam-bém minha maior gratidão à Humboldt Foundation, pela concessão da GeorgForster Research Fellowship, que viabilizou o desenvolvimento de pesquisas eestudos a contribuir extraordinariamente à cuidadosa atualização desta edi-

ção

Por fim. como adverte Hannah Arendt, se ,all human must die; each isborn to begin". Inspirada pelo potencial transformador das ações humanas eabraçando o ser humano, ao mesmo tempo, como um infdo e um iniciador.a causa dos direitos humanos invoca uma trajetória aberta, fascinante e in-conclusa. em que pontos de chegada convertem-se sempre em pontos departida de lutas renovadas na defesa da dignidade humana Afinal, como di-

zia Barbara Wootton. "6 dos campeões do impossível e não dos escravos dopossível que a evolução tira sua força criadora

Heidelberg, junho de 2010

A Autora

40

Nota à 3? Edição

Rever tornar a ver, ver com atenção, revisar É sob esta inspiração que a3« edição de Temas de direitos humanos foi cuidadosamente preparada

A primeira tarefa compreendeu a releitura e a atualização de cada umdos quinze capítulos que integravam a 2* edição da obra Foram, assim iden-tificadas. avaliadas e incorporadas as transformações no campo dos direitoshumanos ocorridas nos últimos cinco anos Tais transformações envolveramdesde o impacto da Emenda Constitucional n 45, de 2004 - no que se refereà hierarquia e à incorporação dos tratados de direitos humanos (art 5f, $ 3«),h federalização das violações de direitos humanos (art 109, § 5Û| e ao reco-nhecimento da jurisdição do Tribunal Penal Internacional lart 5f. $ 4«| -, osprimeiros casos submetidos à jurisdição desta Corte Penal Internacional, atéas inovações decorrentes da adoção de novos tratados de direitos humanos

.

como a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e o Proto-

colo Facultativo à Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Dis-criminação contra a Mulher

lá a segunda tarefa compreendeu a inclusão de quatro novos capítulos.

que enriquecem a obra com instigantes discussões de temas da agenda con-temporânea dos direitos humanos

Nesse sentido, destaca se a inserção do Capítulo 3 a respeito do impac-

to do sistema interamericano na experiência brasileira, com a análise domodo pelo qual a litigância perante este sistema regional tem permitidoavanços internos no campo dos direitos humanos

, seja no âmbito legislati-vo

. se|a no âmbito de políticas públicas. Neste capítulo também é desenvol-vido o estudo da reforma do sistema interamericano

, seus desafios e pers-pectivas

ÿEÿlkfcirf ° ÇàP,1Ü,° 6*ß°' ®Ûf V®¿' e"'°C3 1emà df acentuada relevância e atua-

, ade a relação possível e sobretudo necessária entre a proteção dos direi-I os humanos e a propriedade intelectual Propõe seja reinventado o direito àI J°?'Ìedade in1f'ectual à luz dos direitos humanos, enfrentando o debateWT"? d¿, 'Üniâ° SQC'f' rà Propriedade intelectual e da busca de um adequa-is

juízo de ponderação entre o direito à propriedade intelectual e os direitos.s

. económicos e culturais.

41

lá o Capítulo 10 traia da controvertida temática das açòes afirmativas nocaso brasileiro Ao tecer um balanço da experiência brasileira, investiga em

que medida a Convenção sobre a Eliminação de todas as Formas de Discrimi-

nação Racial e a Conferência de Durban fomentaram a adoção de açòes afirma-tivas. Busca ainda responder aos principais dilemas e tensões por elas introdu-zidos. no processo de construção da igualdade étnico-racial

Uma vez mais. a interface local-global traz a marca do Capítulo 12. que

examina a litigância internacional e avanços locais, tematizando a violência

contra a mulher e a adoção da Lei "Maria da Penha" A partir da análise docaso Maria da Penha - caso emblemático de violência contra a mulher - é

avaliado o impacto da litigância e do ativismo internacional como estratégiapara obter transformações internas voltadas à promoção dos direitos huma-nos das mulheres na experiência brasileira.

Ainda que o objetivo desta obra seja contribuir para o debate de temascentrais afetos à agenda contemporânea dos direitos humanos,

sua diversi-

dade temática, traduzida na voz dos dezenove capítulos que a compõem

, não

afasta a unidade e a convergência de sentido que permeia todas e cada qualde suas partes. Esta integridade de sentido tem como fonte a ética emanci-patória dos direitos humanos.

Esta ética demanda transformação social, reconhecendo em cada ser

humano um ser merecedor de consideração e profundo respeito,

dotado do

direito de desenvolver as potencialidades humanas, de forma livre, autóno-ma e plena.

Como esta obra é capaz de refletir. os direitos humanos não traduzem

uma história linear, não compõem uma marcha triunfal, nem tampouco uma

causa perdida. Mas refletem. a todo tempo, história de um combate,, me-

diante processos que abrem e consolidam espaços de luta pela dignidadehumana,.

Os direitos humanos se nutrem do princípio da esperança, da ação cria-tiva e da capacidade transformadora, em repúdio à indiferença social. Comolembra Hannah Arendt, é possível modificar pacientemente o deserto com as

1 LOCHAK. Daniele Les droitsde t homme. nouv. edit.. Paris La Découverte

. 2005. p 116. Apud LAFER.Celso Prefácio ao livro Direilos humanos t ¡ustifa internacional -J ed Flávia Piovesan.

Sào Paulo:Saraiva

. 2013. p XXII' FLORES, loaqufn Herrera Direitos humanos

, uitrríií/luraluííicíi* e racionalidade de resistência mimeo.

P 7.

42

faculdades da paixão e do agir, É o que nos tem ensinado o movimento dos

direitos humanos, nos planos local, regional e globalA revisão desta obra para a sua 3' edição contou com o inestimável

apoio do Max-Planck - Institute for Comparative Public Law and Internatio-

nal Law (Heidelbergl. que tem sido uma fonte de inspiração e vigor intelec-

tual Ao Professor Wolfrum expresso a minha admiração pela sua extraordi-nária qualidade humana e intelectual, como também a minha profunda

gratidão pela especial acolhida académica.

Ao querido Marcos Fuchs, uma vez mais e sempre, por tanta cumplici-dade de vida e pelo sentimento amoroso que tudo redimensiona e revitaliza.À pequena Sophia, por todo encantamento, por tanto iluminar e por ser aexpressão maior do amor eterno e incondicional.

Por fim. ao concluir esta nota à 3- edição, deixo a magia literária deGuimarães Rosa\ em tudo aplicável aos direitos humanos, quando observa

que "o mais importante e fomite) do mundo é isto. que as pessoas não estão sempre iguais.

ainda não foram terminadas - mas que elas vão sempre mudando "

, alertando que "

o

correr da vida embrulha tudo. a vida é assim esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sosse-ga e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem

'

Heidelberg, abril de 2008.

A Autora

ÿRENDT. Hannah Tlif/iunfii»jc.)»idilíO»i Chicago. The University of Chicago Press. 1998 Ver ainda

a n»esma autora. Mrti in dur* lfm«. New York: Harcourt Brace & Company.

1995"MARÄES ROSA

. loào. G rande senão, veredas

43

Nota à 2*- Edição

O desafio de preparar a 2i edição desta obra exigiu, como um primeiro

esforço, uma análise das transformações ocorridas na arena dos direitos hu-

manos nos últimos quatro anos É a partir deste balanço que cada um dosdez capítulos originais deste livro foram atentamente revisados, sendo, ain-da, adicionados cinco novos capítulos

A avaliação do legado 1998-2002 permite vislumbrar a marca do cres-cente processo de justicialização do Direito Internacional dos Direitos Hu-manos. Basta apontar a quatro fatores al a criação do Tribunal Penal Inter-

nacional. mediante a entrada em vigor do Estatuto de Roma em I2 de julho

de 2002; b) a intensa justicialização do sistema interamericano, por meio daadoção do novo Regulamento da Comissão Interamericana em I2 de maio

de 2001,; c) a democratização do acesso à jurisdição da Corte Europeia deDireitos, nos termos do Protocolo nil. de I9 de novembro de 1998

'

; e d) a

adoção da sistemática de petição individual relativamente a tratados quenão incorporavam tal sistemática, cabendo menção, a título de exemplo, aoProtocolo Facultativo à Convenção sobre a Eliminação de todas as Formasde Discriminação contra a Mulher, cuja entrada em vigor ocorreu em 22 dedezembro de 2000

.

Este processo faz ecoar o pensamento visionário de Norberto Bobbioque. desde de 1992. já observava que a garantia dos direitos humanos noplano internacional só seria implementada quando uma "jurisdição interna-cional se impuser concretamente sobre as jurisdições nacionais,

deixando

de operar dentro dos Estados, mas contra os Estados e em defesa dos cida-

dãosi " Com efeito, o grande desafio do Direito Internacional sempre foi o de

Em conformidade como O novo Regulamento da Comissão Interamericana,

se esta considera

que o Estado cm questão nào cumpriu as recomendações do informe aprovado nos termos doi-anigo 50 da Convenção Americana

, submeterá automaticamente o caso h Corte Interamericana,

;Sa vo decisão fundada da maioria absoluta dos membros da ComissãoDe acordo com o Protocolo n 11

. de If de novembro de 1998

. qualquer pessoa, grupo de pes-

soas ou organização não governamental podem encaminhar denúncias de violação de direitos

¡/manos dlretamente à Corte Europeia de Direitos Humanos.

'¿ 25-47° N°'fÇrr° Ai,Ûÿ,,rr'" T,â,, Car1osNe1sonCoutinho Riode laneiro Campus. 1992.

<15

adquirir A

garras e dentes"

, ou seja. poder e capacidade sancionatórias A res-

peito. destacam-se as reiteradas lições de lhering. para quem "a espada sem

a balança é a força bruta; a balança sem a espada é a impotência do direitoUma não pode avançar sem a outra, nem haverá ordem jurídica perfeita semque a energia com que a justiça aplica a espada seja igual à habilidade comque maneja a balança

"

Neste cenário de justicialização do Direito Internacional dos DireitosHumanos, as Cortes assumem especial legitimidade e constituem um dos

instrumentos mais poderosos no sentido de persuadir os Estados a cumprirobrigações concernentes aos direitos humanos. Associa-se a ideia de Estadode Direito com a existência de Cortes independentes, capazes de proferir

decisões obrigatórias e vinculantes*

Se no ámbito internacional, o foco se concentra no binómio direito da

força wrsus força do direito, o processo de justicialização do Direito Interna-cional. em especial dos direitos humanos, é capaz de celebrar, nesta ótica, apassagem do

"direito da força" para a "força do direito", Este processo ad-

quire uma relevância extraordinária particularmente no contexto pós-l I desetembro, em virtude do desafio em prosseguir na construção de um "Estado

de Direito Internacional", como reação à imediata busca do "Estado Políciano campo internacional, fundamentalmente guiado pelo lema da força e se-gurança internacional'

. Nt*e-se. conludo, que no sistema da ONU. náo há ainda um Tribunal Internacional de Direi-tos Humanos Há a Corte Internacional de lust.ça (principal órgáo jurisdicional da ONU. cuja

lunsdiçào só pode ser actonada poi Est ados i. os Tribunais ai ter para a Bósnia e RuandaIcriados por resolução do Conselho de Segurança da ONU» e o Tribunal Penal Internacionalipara o julgamento dos mais graves crimes contra a ordem internacional, como o genocídio. ocrime de guerra os crimes contra a humanidade e os crimes de agressáo) Daí a importânciaem se avançar no processo dc criação de um Tribunal Internacional de Direitos Humanos, noâmbito da ONU

. É necessário frisar que o aprimoramento do sistema internacional de proteção dos direitoshumanos mediante sua lustlci.iliuiçAo, tequer dos Estados que criem mecanismos Internoscapazes de Implementar as decisões Internacionais no âmbito Interno De nada adiantará aiusticializaçáo do Direito Internacional, sem que o Estado implemente, devidamente as decisões

internacionais no âmbito interno, sob pena inclusive, de afronta ao princípio da boa-fé* O maior desafio contemporâneo, comoallrma Paulo Sérgio Pinheiro 6 evitar a Neo-Guerra Filatendente a condum ao perigoso .retorno às polaridades, definidas pelas noções de terrorismoe pelos métodos para combatê-lo

" IPaulo Sérgio Pinheiro. FMa it S Paulo. 31-3-20021 O risco é

46

Sob esta perspectiva e atendo-se às tantas transformações que impacta-ram os direitos humanos, no breve período de 1998 a 2002

. é que se procedeuà atenta e à cuidadosa revisto de cada um dos dez capítulos originais Tam-bém. sob esta perspectiva, foram acrescidos novos capítulos à obra

O Capítulo 6 traz como tema o Tribunal Penal Internacional e o Direito

brasileiro Objetiva desenvolver as seguintes questões Oual é a importânciado Tribunal Penal Internacional? Oual é a sua competência? De que forma serelaciona com os Tribunais locais? Como interage com o Direito brasileiro?Pe que modo poderá contribuir para a proteção dos direitos humanos e parao combate à impunidade dos mais graves crimes internacionais? Oual é seu

especial significado no contexto pós-11 de setembro?|á a inserção dos Capítulos II e 12. concernentes, respectivamente, è

proteção dos direitos das crianças e dos adolescentes nos planos internacio-nal e interno e à proteção dos direitos das pessoas portadoras de deficiência.tem como maior finalidade dar visibilidade à tutela destes grupos social-mente vulneráveis, com ênfase nas inovações jurídicas pós-1988 bem como

nos obstáculos para a efetiva implementação de seus direitos humanos.enunciados tanto no âmbito interno como no internacional.

Por sua vez. no Capítulo 14. o foco se concentra no estudo da força nor-mativa dos princípios constitucionais fundamentais, com destaque ao prin-cípio da dignidade humana. É justamente sob o prisma da reconstrução dosdireitos humanos que é possível compreender, no pós-Guerra. de um lado, dnova feição do Direito Constitucional ocidental e. de outro, a emergência dochamado "Direito Internacional dos Direitos Humanos"

, tamanho o impactogerado pelas atrocidades então cometidas. Se no ámbito do Direito Interna-

cional é projetada a vertente de um constitucionalismo global, vocaciona-

do a proteger direitos fundamentais e limitar o poder do Estado (mediantea criação de um sistema internacional de proteção de direitos), no âmbitodo Direito Constitucional ocidental emergem textos constitucionais aber-tos a princípios, dotados de elevada carga axiológica, com destaque ao va-lor da dignidade humana Esta é a tónica deste capítulo, que examina a

Wj a luta contra o terror comprometa o aparato civilizatório de direitos, liberdades e garantias."

i

ÿ"

i ° C'fm0' de segurança máxima Contra o risco do terrorismo de Estado e do enfrentamentoC°m Instrumentos do próprio terror, só resta uma via - a via construtiva de consolida-

ÿ-COtw I ti,,"®am®",0, rC Ûm "Estado de Direito" no plano internacional A respeito do temaMultar Law and the war on terrorism Harvard lonmat of L*». and PuMU Palky - 25th «MitYnary. v

° °?" SP""« 2002

. especialmente as p 399-406. 441 -456 e 457-486

47

força normativa dos princípios constitucionais, particularmente da digni-dade humana.

O livro se encerra com o Capítulo 15 que desenvolve análise sobre alitigância dos direitos humanos no Brasil, enfocando os desafios e as pers-pectivas no uso dos sistemas nacional e internacional de proteção. O objeti-vo central deste capítulo é avaliar o modo pelo qual o Direito tem sido utili-

zado cm prol de avanços sociais no Brasil, em particular mediante o exercícioda litigância para a defesa do interesse público, sob a perspectiva dos direi-tos humanos, considerados em sua universalidade e indivisibilidade

Ao concluir esta nota à 2i edição, não poderia deixar de tecer especiais

agradecimentos a instituições e pessoas, sem as quais este projeto nâo seconcretizaria

Expresso minha maior gratidão ao Humun Rights Program da Harranf law

School, pelo pronto acolhimento deste projeto. permitindo que ele se viabi-lizasse em uma atmosfera académica absolutamente estimulante, rica, di-

versa e plural. Aos professores Henry Steiner e Peter Rosenblum, uma vezmais, o meu reconhecimento de profundo respeito e admiração intelectual.pelas revigorantes reflexões e críticos questionamentos acerca dos direitoshumanos

Agradeço também aos coautores dos novos capítulos, amigos, ex-alu-

nos. hoje profissionais do Direito. Beatriz Pereira da Silva. Daniela RibeiroIkawa. Heloisa Borges Pedrosa Campolí. Renato Stanziola Vieira e Wilson

Ricardo Buquetti Pi rotta Tem sido um imenso prazer poder, com vocês,desvendar temas e aprofundar pesquisas e estudos na área dos direitoshumanos

Um carinhoso agradecimento, ainda, è Cabriela Whitaker-Cillo. ao PaulEnglish, bem como à lean è Nicole e ao Michael, pela preciosa amizade e

generosidade, que tornaram possível esta jornada

Por fim e sempre, ao querido Marcos Fuchs, pelo amor cúmplice e soli-dário. que, em sua grandeza, se realiza com a reali/.açào do outro, comparti-

lhando a vida em sua plenitude, graça, beleza e encantamento.

Termino com a citação de Bertrand Rüssel, que em muito me invoca osentimento de entrega e comprometimento è causa dos direitos humanos"Os grandes inovadores éticos não foram homens e mulheres que soubessem mais que os

outros, foram lumens e mulheres cujos desejos eram mais impessoais e de maior ambilo queos íionwits e mulheres comuns A maioria dos homens e mulheres deseja sua própria felici-dade: considerável percentagem deseja a felicidade de seus filhos, poucos desejam a lelicidadeda nação, e apenas alguns desejam a felicidade de loda a humanidade

"

. Ao assumir um

48

sentido ético, inovador e emancipatório. a maior ambição do movimentointernacional dos direitos humanos tem sido. sobretudo

, esla: assegurar afelicidade da humanidade como um todo.

Cambridge, julho de 2002,

A Autoru

Nota à 1* Edição

Este livro foi se compondo ao longo dos anos de I996 a 1998. como o

resultado gradativo da participação em cursos, debates, seminários, encon-

tros e projetos de pesquisa a respeito dos direitos humanos Surge assimcomo um trabalho que retrata reflexões acerca de temas centrais relaciona-dos aos direitos humanos, incluindo a proteção internacional dos direitos

Í humanos e o seu impacto no Direito brasileiro, a Constituição brasileira de

1988 e os tratados de direitos humanos, o valor jurídico desses tratados, aproteção internacional dos direitos sociais, económicos e culturais, a prote-ção internacional dos refugiados, a implementação do direito à igualdade, aproteção internacional dos direitos da mulher, a proteção dos direitos repro-dutivos e a responsabilidade do Estado no processo de consolidação da ci-dadania

Cada um desses textos é fruto de vivos, intensos e apaixonados diálo-

gos sobre direitos humanos. Como resultado de um processo movido porincansáveis buscas e inquietações, a reunião destes ensaios, por si só. é um

indício do despertar do tema dos direitos humanos no país.

Ousaria afirmar que esse tema foi em definitivo incorporado pela agen-da nacional

. Basta avaliar a sequência de positivas inovações que recente-mente marcaram o cenário brasileiro De forma inédita

, em 1996. é lançado oPlano Nacional de Direitos Humanos e

. em 1997. é criada a Secretaria Na-

cional de Direitos Humanos. Em 1997, é por sua vez editado o Plano Esta-

dual de Direitos Humanos no Estado de São Paulo. No que tange às insti-tuições jurídicas

, em 1995 a Procuradoria Cerai do Estado de São PauloInstitui o Grupo de Trabalho de Direitos Humanos Em 1997, o MinistérioPúblico do Estado de São Paulo cria a Assessoria Especial para DireitosHumanos

. Os concursos jurídicos para o ingresso em carreiras jurídicas pas-sam a introduzir a disciplina de Direitos Humanos como matéria obrigató-na

. merecendo destaque os concursos de ingresso à Procuradoria Geral do«tado de São Paulo de 1997

. à Polícia Civil de 1997 e ao Ministério Público

BgQEstado do Amazonas de 1998, dentre outros As Faculdades de Direito do

lift SÿàSSàm ,tmbém a ministrara disciplina de Direitos Humanos, valendo

enção à Faculdade de Direito da PUCSP. que desde 1994 pioneiramente

f«otou a matéria.

51

Esse cenário desenha um novo momento no que diz respeito ft culturade direitos humanos no Brasil NAo há dúvida de que o padrão de violação aesses direitos ainda continua dramático na experiência brasileira No entan-

to, nflo há dúvida também de que há avanços significativos, na medida cmque se vive a urgência de discutir, pensar e exigir os direitos humanos, o que

desperta a formação de uma gramática renovada de cidadaniaÀ luz dessa dinámica, o desafio de escrever sobre direitos humanos é

estimulante, porque permite revigorar o potencial transformador das açôes

humanas, ativando sua capacidade criadora e emancipatória Esse processoé revitalizado por especiais interlocutores a quem esta autora presta seusmais sinceros agradecimentos

Aos coautores, amigos, ex-alunos. hoie profissionais do Direito. Ales-sandra Passos Cotti, lanafna Senne Martins. Luciana Piovesan. Priscila Kei

Sato e Wilson Ricardo Buquetti Plrotta, agradeço pelo privilégio de orientá-los em proletos de pesquisa na área dos direitos humanos e sobretudo peloentusiasmo e vocaçôo cientifica e humanista que a todo tempo demonstra-

ram A Francisca Pimenta Evrard uma vez mais agradeço o inestimável auxí-

lio na cuidadosa revisão deste livro

A Procuradoria Geral do Estado de Sâo Paulo sou grata pela abertura e

comprometimento para com a causa dos direitos humanos, o que permitiu

em 1995 a enaçáo do Grupo de Trabalho de Direitos Humanos e a instaura-

ção de um espaço institucional voltado à promoção dos direitos humanos.

em particular às atlvidades de educação e formação em direitos humanos A

todos os Procuradores e Procuradoras do Estado. Integrantes desse Grupo,expresso a minha maior amizade e gratidão pelas tantas reuniões e pelo

compartilhar de tantos proletos. que doam à nossa atuaçào profissional um

novo sentido

Ao Professor Fábio Konder Comparato, externo a importância de seutrabalho em prol da efetivaçâo da dignidade humana cm nosso país - o que

significa um especial estímulo a todos que se dedicam a esta mesma causa

À Professora Lúcia Valle Figueiredo a quem renovo minha imensa admira-ção. devo um sincero agradecimento pela ousadia em realizar, ainda em

1996. seminário sobre a incorporação dos tratados Internacionais de prote-

ção dos direitos humanos no Direito brasileiro, na Escola dos Magistradosda lustiça Federal, do qual tive a honra de participar da coordenação geral.

Ao Professor Celso D de Albuquerque Mello, agradeço as preciosas lições de

Direito Internacional Público e presto a minha homenagem por sua grandeza

humana e intelectual.

52

Aos meus monitores e assistentes da PUCSP. nas disciplinas de DireitosHumanos e de Direito Constitucional, agradeço pelo idealismo contagiantee pela forte crença em íazer do Direito um instrumento ético de transforma-

ção social

As companheiras e estimadas amigas do CLADEM (Comité Latino-Ame-

ricano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher), às companheiras do

Conselho da Condição Feminina, aos companheiros da Comissão lustiça ePaz. da Comissão de Direitos Humanos da OAB'SP. do Instituto Direito c Cida-dania. do Conselho da Ouvidoria da Polícia c da Anlstla Internacional, expres-so um carinhoso agradecimento pelo Importante aprendizado na busca daconstrução compartilhada de uma cidadania viva

Uma palavra ainda aos meus pais. loâo Batista Piovesan e ElizabethVale|o Piovesan. por me ensinarem, desde o Início, os valores mais belos daexistência humana, que constituem a essência mesma dos direitos huma-

nos Ao querido Marcos Fuchs, uma vez mais e sempre, pelo nosso amor.sorriso, carinho e os tantos sonhos, que abraçam os nossos dias e os encan-tam infinitamente

Por fim. dedico este livro a todas as instituições, entidades e pessoasque compartilham desta mesma crença no valor da dignidade humana, mo-vidas pela utopia de torná-lo o paradigma do nosso tempo

luquehy. Janeiro de 1998

A hutora

Capítu,o 3

BRASIL E 0 SISTEMA INTERAMERICANO D.

PROTEÇÃO DOS DIREITOS HUMAN

1. Introdução

Como compreender o impacto do sistema interamericano na eriêncla brasileira? Em que medida a litigância perante o sistema interaricano tem permitido avanços internos no campo dos direitos huiQuais são os atores deste ativismo transnacional em prol dos direitos h

manos, quais as suas demandas e quais as respostas do sistema?

são os principais desafios e perspectivas do sistema interamericano?

São estas as questões centrais a inspirar este capítulo

Inicialmente, será introduzido o sistema Interamericano, sua ori

seu perfil e seus objetivos

Em um segundo momento, será desenvolvida análise a respeitoimpacto do sistema interamericano na experiência latino-americana,

bretudo a brasileira

Por fim. serão destacados os principais desafios e perspectivassistema interamericano enquanto eficaz Instrumento para o fortalecimto de direitos, a revelar uma força catalisadora capaz de promover avaços e evitar retrocessos no regime doméstico de proteção de dlreithumanos

2. Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos: Orige

Perfil e Objetivos

A análise do sistema interamericano de proteção dos direitos humademanda selam considerados o seu contexto histórico, bem como as ;

liarldades da região. Trata-se de uma região marcada por elevado grauexclusão e desigualdade social ao qual se somam democracias em faseLonvolldação A região ainda convive com as reminiscências do legador< gim«"- autoritárias ditatoriais, com uma cultura de violência e de im

com a baixa densidade de Estados de Direito e com a precària

de respeito aos direitos humanos no âmbito doméstico.

Do's períodos demarcam, ass'm, o contexto lat'no-amer'cano: o pe-dos reg,mes d,tator,a,s e o período da trans,ção po,ít,ca aos reg,mesráticos. marcado pelo fim das ditaduras militares na década de HO.

rgentina. no Chile, no Uruguai e no Brasil"

Ao longo dos regimes ditatoriais que assolaram os Estados da região,«ais básicos direitos e liberdades foram violados, sob as marcas das

ções sumárias, dos desaparecimentos forçados,; das torturas slste-

das prisões ilegais e arbitrárias, da perseguição político-ideológica.li abolição das liberdades de expressão, reunião e associação.

Nas lições de Guillermo O"Donnell "Ê útil conceber o processo deralizaçâo como um processo que Implica em duas transições A pri-

ora é a transição do regime autoritário anterior para a instalação de um»verno democrático A segunda transição é deste Governo para a conso

democrática ou. em outras palavras, para a efetiva vigência do re-in«- democrático

"» Nesse sentido, sustenta-se que. embora a primeira

apa do processo de democratização já tenha sido alcançada na região - ansiçflo do regime autoritário para a instalação de um regime democráti-

. ÿ. a segunda etapa do processo de democratização, ou se|a. a efetiva

»iisolidação do regime democrático, ainda está em curso

Isto significa que a região latino-americana tem um duplo desafiolumper em definitivo com o legado da cultura autoritária ditatorial e con-vidar o regime democrático, com o pleno respeito aos direitos humanos,

> Vi«o Ptattdo da Thomas Buergonthil In PASQUALUCCI lo M T»w practk/ <iiW proutiuiro/lkt 1*1ÿ-

Cmrt <m Hmmr k*t*s Cambridge Cambodge Umvcfsöy Pie». 2001. p XVm> « Guatemala, após o golpe militar, esiima-se que em média 30 000 paiooa« tenham desapare-I» I» Na Nicarágua a prática d» desaparecimento* forçados foi uma confante no governo So-in, no Brasil, após o golpe militar de I0M no Chile, após o golpe militar de I97Î. ena Argen-

. particularmente após o golpe militar de 1076, OMlma-M que mais de 01100 pettoasNa década de 80 eslas priticas i* estenderam a El Salvador. Peru e pen dem

ho|e na Colômbia | NOVELLI Mario, CELLYTA. Berenice Ut in America the reality ot hu-nghtft In SMITH. Rhona K. M ANKER. Chrlstien van den | Editorei TV Eu/aU* O# »umd«

ÿ ...ni London Hodder Arnold. 20OT. p 219»

' < 'OONNELL.

Guillermo Transitions. continuities, and paradoxes In MAIN WARING. Scon.WOONNEL Guillermo VALENZUELA. I Samuel (Orgs t tumo u dmocniK amtèátúm the new» Müh American democracies in comparative perspective Noire Dame University of Notre Damei-- m

. Wp ib

101

amplamente considerados - direitos civis, políticos, económicos, sociaculturais, Como reitera a Declaração de Direitos Humanos de Viena1993. há uma relação indissociável entre democracia, direitos humandesenvolvimento Ao processo de universalização dos direitos políticos, emdecorrência da instalação de regimes democráticos, deve ser conjug"processo de universalização dos direitos civis, sociais, económicos e cul

*

rais. Em outras palavras, a densificação do regime democrático na regirequer o enfrentamento do elevado padrão de violação aos direitos eco

"

micos. sociais e culturais, em face do alto grau de exclusão e desigualdsocial, que compromete a vigência plena dos direitos humanos na regisendo íator de instabilidade ao próprio regime democrático.

É à luz destes desafios que há de ser compreendido o sistema intemericano de proteção dos direitos humanos

O instrumento de maior importância no sistema interamericanoConvenção Americana de Direitos Humanos, também denominada Pde San losé da Costa Rica,- Esta Convenção foi assinada em San losé. Cta Rica. em 1969. entrando em vigor em 1978&. Apenas Estados-mem

,

da Organização dos Estados Americanos têm o direito de aderir à Con

.A respeito, afirma Christina M Cerna Todos os instrumentos internacionais de direitos hupressupõem um Estado democrático como condição para o exercício de direitos huComissão Interamericana tem sido um ator fundamental no processo de democratização

Américas AOEA. criada em 1959. foi o primeiro organismo internacional a definiros atriuma Democracia, em sua primeira Declaração de Santiago. ( l embora muitos Estados daà época não fossem democráticos" (CERNA. Christina M Hie Inter-American Commission onman Rights In SMITH. Rhona K M . ANKER. Chrlstien van den (Editorei Tfe essentials of hirights. London Hodder Arnold. 2005. p.184), Note-se que o sistema interamericano consiste em dois regimes um baseado na CoAmericana e o outro baseado na Carta da Organização dos Estados Americanos. O enfpresente artigo se concentrará exclusivamente no regime instaurado pela Convençãode Direitos Humanos

. a Thomas Buergenthal *A Convenção Americana de Direitos Humanos foi adotada em 1969uma Conferência intergovernamental celebrada pela Organização dos Estados AmericanosO encontro ocorreu em San losé. Costa Rica, o que explica o porquê da Convenção A

também conhecida como Pacto de San losé da Costa Rica"

A Convenção Americana entrou

vigorem julho de l978.quandoo I If Instrumentode ratificação foi depositado" (The inter-

system for the protection of human rights. In: MERON. Theodor (Edltoni Human rights In initonal Iaw legal and policy issues Oxford: Clarendon Press. 1984. p 440) Segundo dados daganização dos Estados Americanos, dos 35 Estados-membros da OEA. 25 Estados sâo hojeda Convenção Americana Neste universo, o Estado brasileiro foi um dos Estados que maisdiamente aderiram è Convenção, fazendo-o apenas em 25 de setembro de 1992

IH?

Americana. Como observa Thomas Buergenthal: "Em 1978. quando a

io Americana de Direitos Humanos entrou em vigor, muitos dos

.idos da América Central e do Sul eram governados por Ditaduras, tanto

« lireita como de esquerda. Dos 11 Estados-partes da Convenção à época,

.os que a metade tinha governos eleitos democraticamente A outrae dos Estados havia ratificado a Convenção por diversas razões deza política. (...) O fato de hoje quase a totalidade dos Estados latino-icanos na região, com exceção de Cuba. ter governos eleitos demo-imente tem produzido significativos avanços na situação dos direitosnos nesses Estados Estes Estados ratificaram a Convenção e reco-ram a competência jurisdicional da Corte"'

.

Substancialmente, a Convenção Americana reconhece e assegura um

;o de direitos civis e políticos similar ao previsto pelo Pacto Interna-I dos Direitos Civis e Políticos No universo de direitos

, destacam-se.

.Ilrelto à personalidade jurídica; o direito à vida; o direito a não ser sub-Jo à escravidão; o direito à liberdade

, o direito a um julgamento justo;"Ilrelto à compensação em caso de erro judiciário

, o direito à privacidade;direito à liberdade de consciência e religião; o direito à liberdade de

mento e expressão; o direito à resposta; o direito à liberdade de as-,o; o direito ao nome; o direito à nacionalidade; o direito à liberdade

movimento e residência; o direito de participar do governo; o direito à

dade perante a lei; e o direito à proteção judicial"

A Convenção Americana não enuncia de forma específica qualquerIto social, cultural ou económico

, limitando-se a determinar aos Estados

de Thomas Buergenthal In PASOUALUCCI. lo M Tht practice and procedure ol lht Inter-

Couri on Human Ripits. Cambridge Cambridge University Press. 2003, p XV

(Kâo de Hector Gross Espiell "Os direitos previstos no capítulo II sâo. o direito à persona-lurídica. o direito à vida. o direito ao tratamento humano

, a proibição da escravidão eto. o direito à liberdade pessoal, o direito a um lulgamento lusto, o princípio da nâo re*

. o direito è compensação, o direito de ter a própria honra e dignidade protegidas

, a

de consciência e religião, a liberdade de pensamento e expressão, o direito de respos-

reito de assembleia, a liberdade de associação o direito de se casar e de fundar uma fa-. direito ao nome. os direitos da enança. o direito á nacionalidade, o direito à proprieda-

a liberdade de movimento e residência, direitos políticos, igualdade perante a lei e

f à proteção |udicial (arts. 4- a 25) ( .) O artigo 26 trata dos direitos sociais, económicosrais

"

(The Organization of American States (OAS). In VASAK. Karel (Edito* | The intematmal

o) human rmhts Revisado e editado para a edição Inglesa por Philip Alston Connecticut:

Press. 1982. v I. p 558-559). Ver ainda HARRIS

. David. LIVINGSTONE, Stephen TheSystem ol Human Rgtoç Oxford Clarendon Press

. 1998

103

que alcancem, progressivamente, a plena realização desses direitos,diante a adoção de medidas legislativas e outras medidas que se mostreapropriadas, nos termos do artigo 26 da Convenção Posteriormente, e1988. a Assembleia Geral da Organização dos Estados Americanos adotum Protocolo Adicional à Convenção, concernente aos direitos soeieconómicos e culturais (Protocolo de San Salvador), que entrou em vi

em novembro de 1999. quando do depósito do 112 instrumento de ratifição. nos termos do artigo 21 do Protocolo,

Em face desse catálogo de direitos constantes da Convenção Am

cana. cabe ao Estado-parte a obrigação de respeitar e assegurar o livrepleno exercício desses direitos e liberdades, sem qualquer discriminaç

"

Cabe ainda ao Estado-parte adotar todas as medidas legislativas e de ou

natureza que sejam necessárias para conferir efetividade aos direitos eberdades enunciados

A Convenção Americana estabelece um aparato de monitoramentoproteção dos direitos que enuncia, integrado pela Comissão e pela CorInteramericana de Direitos Humanos, como será examinado a seguir

3. Impacto do Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanna Experiência Latino-Amcricana

No caso latino-americano, o processo de democratização na regideflagrado na década de 80 é que propiciou a incorporação de importantinstrumentos internacionais de proteção dos direitos humanos pelos Edos latino-americanos A título de exemplo, note-se que a ConvenAmericana de Direitos Humanos, adotada em 1969. foi ratificada pela Ar

gentina em 1984. pelo Uruguai em 1985, pelo Paraguai em 1989 e pe

.Alé 2015, o Protocolo de San Salvador conlava com 16 Estados-parles Dentre os direitosciados no Protocolo, destacam-se o direito ao trabalho e a Justas condições dc tubal

liberdade sindical: o direito à seguridade social: o direito à saúde: o direito ao melo ambi

o direito à nutrição, o direito è educação: direitos culturais; proteção à família; direitoscrianças; direitos dos idosos, e direitos das [»essoas portadoras dc deficiência Note-se qalém do Protocolo de San Salvador ( 1988). outros tratados de direitos humanos foram adot

no âmbito do sistema interamericano, com destaque ao Protocolo para a Abolição da PenaMorte 11990) à Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura ( 1985). à ConInteramericana sobre o Desaparecimento Forçado de Pessoas ( 19941; à Convenção Intera

cana para Prevenir. Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher ( 1994«; e à Convenção In

americana sobre a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra Pessoas comciência 11999)

104

ll em 1992. lá o reconhecimento da jurisdição da Corte Interamericanareitos Humanos deu-se na Argentina em 1984, no Uruguai em 1985,

í Kiraguai em 1993 e no Brasil em 1998. Atualmente constata-se que os

m s latino-americanos subscreveram os principais tratados de direitosnos adotados pela ONU e pela OEA

Quanto è incorporação dos tratados internacionais de proteção dos. Itos humanos

, observa-se que. em geral, as Constituições latino-ame-

nas conferem a estes instrumentos uma hierarquia especial e privile-da, distinguindo-os dos tratados tradicionais. Nesse sentido, merecem

ue o art 75. 22. da Constituição Argentina, que expressamente atri-

hierarquia constitucional aos mais relevantes tratados de proteção deitos humanos, e o art. 5f, §§ 2" e 33. da Carta brasileira, que incorpora

ost«-s tratados no universo de direitos fundamentais constitucionalmente

protegidos

As Constituições latino-americanas estabelecem cláusulas constitu-ais abertas, que permitem a integração entre a ordem constitucional e

m internacional, especialmente no campo dos direitos humanos. Ao

esso de constitucionalização do Direito Internacional conjuga-se oso de internacionalização do Direito Constitucional.

O sistema regional interamericano simboliza a consolidação de umstitucionalismo regional

"

, que objetiva salvaguardar direitos humanos

plano interamericano. A Convenção Americana, como um verdadeiroigo interamericano de direitos humanos", acolhida em 2014 por 24

dos. traduz a força de um consenso a respeito do piso protetivo mínimodo teto máximo de proteção Serve a um duplo propósito al promo-

e encorajar avanços no plano interno dos Estados; e b| prevenir recuosretrocessos no regime de proteção de direitos.

Ao acolher o sistema interamericano, bem como as obrigações inter-onais dele decorrentes, o Estado passa a aceitar o monitoramento in-

acional no que se refere ao modo pelo qual os direitos fundamentaisrespeitados em seu território. O Estado tem sempre a responsabilidade

mária relativamente à proteção dos direitos humanos, constituindo ao internacional uma ação suplementar, adicional e subsidiária É sob.i perspectiva que se destaca a atuação da Comissão e da Corte Inlera-

cana de Direitos Humanos

Promover a observância e a proteção dos direitos humanos na Améri-é a principal função da Comissão Interamericana. Para tanto, cabe àmissão fazer recomendações aos governos dos Estados-partes, prevendo

105

a adoçâo de medidas adequadas à proteção desses direitos, preparar

dos e relatórios que se mostrem necessários: solicitar aos governos inmações relativas às medidas por eles adotadas concernentes à eletiaplicação da Convenção, e submeter um relatório anual à Assembleia Geda Organização dos Estados Americanos"f É também da competênciaComissão examinar as comunicações, encaminhadas por indivíduo ou gpos de indivíduos, ou ainda entidade não governamental

, que contenídenúncia de violação a direito consagrado pela Convenção

, por Estado q-dela sela parte, nos termos dos arts 44 e 41

. O Estado, ao se tornar pada Convenção, aceita automática e obrigatoriamente a competênciaComissão para examinar estas comunicações, não sendo necessário ela

rar qualquer declaração expressa e específica para este fim

Alente-se que a Comissão exerceu um extraordinário papel na reali-de investigações iit loco, denunciando, por meio de relatórios

, graves e ma

violações de direitos durante regimes ditatoriais na Aménca Latina.

mente na década de 70". A título de exemplo, dte-se o impacto de im

Sobre o» relatórios produzidos pela Comissão Interamericana de Direitos Humanos, lec

Monica Pinto -Diversamente do que ocorre no âmbito universal. em que o sistema de ir

é um método de controle regular. que consiste na obrigação do» Estados-part« cm umde direitos humanos de comunicar ao competente órgão de controle o estado de seu di

interno em relaçto aos compromissos assumidos em decorrência do tratado e a prática que

se verificado com respeito As situações compreendidas no tratado no sistema interao* inform« sto elaborados pela Comissão Interamericana de Diletto* Humanos Alémconstituir em um mécodo para determinar ato*

, precisar e difundir a obietMdade de uma s«çto. os informes da QonMo servem para modificar a atitude de Covern« resistent« A.da dos direitos humanos através do debate interno que ei« proporcionam ou

. a dependercaso. do debate internacional A GDH elabora dois tipos de inform« um sobre a situaçãodireitos humanos em um determinado pais e outro que encaminha anualmente A Assembleia daiOEA O» Inform« sobre a situaçto dos direitos humanos em um Estado-membro da OEAdeodkfc» pela própria Comissão ante situaçõ« que aletem gravemente a vigência dos.humanos ( | Por outro lado

. os Informes anuais para a Assembleia Geral da OEA atuallsituaçto do« direitos humanos em distintos país«

, apresentam o trabalho da Comissão.

as resoluções adotadas com respeito a casos particulares e revelam a opiniáo da Comissão

as áreas nas quais é necessário redobrar esforços e propor novas normas" i PINTO. Monica

recho internacional de los derechos humanos, breve vinta de loa mecanismos de protección

el sistema Interamericano In Dmdtf inUrMcioml it Im 4m*« Comlslon Inte"de Iuris tas. Colegio de Abogados del Uruguay. 1993. p 8449)" Para Chnstof Heyns e Frans Wjoen "Ao utilizar métodos Inovadores como as investigações

tao a Comlssto Interamericana teve uma importante atuaçto na transito de ditaduras

para regimes democratic* na Aménca Utflna na década de «T (An overview al human

106

sobre a repressão no Chile ( 1973) e desaparecimentos forçados

Ina 11979) A Comissão tem sido um relevante ator no processo detização nas Américas

Contudo, a partir da democratização na região, a Comissão tem tido uma

o cada vez mais jurídica e não política, se comparada com a sua marca-iitu.içflo política no período dos regimes militares na América Latina

Na experiência brasileira, até julho de 2015. apenas catorze casos haviamencaminhados à Corte Interamericana contra o Estado brasileiro, en-

que mais de 130 casos haviam sido submetidos à Comissão Intera-ana Deste universo, sete são casos contenciosos e outros sete casos

medidas provisórias, com a adoçâo pela Corte de 32 resoluções deprovisórias" Em um dos casos contenciosos - caso Damião Ximenes

"On in Africa SmIA A/ruan Imnui ou Huma Kiÿfcls. vil. part 3, 1999. p 4271 Note-seque.em

i «Ao Interamericana começou a realizar visitas M tau pata observar a situaçto geral dehumanos no pals, ou para investigar uma situação particular Desde entio. foram realizadas

a 23 l.stados-membros A respeito de suas observações geral» sobre a situação de um pais."o Interamericana publica informes especiais

que se refere tios 7 casos contenciosos, destacam-se a) caso Gilson Nogueira de Carvalho.

te A denúncia de assassinato de defensor de direitos humanos por grupo de extermínioGrande do Norte, encaminhado pela Comissão Interamericana A Corte em 19 de lanelro(Caso 120*8), bl caso Damião Ximenes Lop«, referente A den linda de mone por espan-

em clinica psiquiátrica no Ceará, encaminhado pela Comissto Interamericana A Cortei de outubro de 2004 (Caso 12237); c) caso Escher e outre*,

referente A denuncia de inter-

telefónicas de integrant« do MST; d) caso Garibaldi referente A denúncia de execuçto

e) caso Com« Lund referente ao desaparecimento de pessoas na guerrilha do Araguaiacompatibilidade da lei de anistia brasileira com a Convenção Americana de Direitos Hurna-I caso Cosme Rosa Genoveva. Evandro Oliveira e outros) Favela Nova Brasilia-Caso 11566),

A denúncia de eiecuçto extrajudicial envolvendo 26 pnsoa« inclusive 6 adolescentede atuaçto policial da Polfcia Civil do Estado do Rio de laneiro de IS de outubro de 1994

maio de 1995 na Favela Nova Brasilia); e gl caso Trabalhador« da Fazenda Brasil Verdei< iso 12066). relativo a trabalho escravo Quanto aos 7 casos envolvendo medidas provisórias.

al caso Ptwídlo Urso Branco referente A denúncia de morte e maus-tratos de de-

nn presídio de Rondóni a em que. em virtude da extrema gravidade e urgência e para.vilar dano irreparável A vítima (ver art 74 do Regulamento da Comlssto Interamericana), a

decidiu ordenar medidas provisórias de proteção de detentos do referido presídio, b» caso

ndolncentes privados de liberdade no "Complexo do Tatuapé" da FE BEM, em que a Corte

ordenou medidas provisórias para determinar ao Estado brasileiro que adotasse de forma Ime-1.11.1 as medidas nec«sárlas para proteger a vida e a Integridade pessoal dos adolescent« in-los no "Complexo do Tatuapé" da FEBEM. assim como a de todas as pessoas que se encontrem

. in vu interior, c) emo da Penitendária "Dr Sebastito Martins Silveira"

, em Araraquara. em que

. I orte ordenou ao Estado que adotasse de forma imediata as medidas necessárias para prote-

107

Lopes - a Corte proferiu a primeira sentença condenatória contra o Brasil e4 de julho de 2006

. em virtude de maus-tratos sofridos pela vítima.

de transtorno mental em dínica psiquiátrica no Ceará A decisão da Ccondenou o Brasil pela violação aos direitos à vida

, à integridade físicaproteção judicial, visto que a vítima, pela violência sofrida

, faleceu três dapós sua internação na clínica,*

. A sentença constitui uma decisão paradmá tica para a defesa dos direitos das pessoas com deficiência mental eavanços na política pública de saúde mental

Quanto aos casos submetidos à Comissão Interamericana, foram e

minhados. via de regra, por entidades nào governamentais de defesa

direitos humanos, de âmbito nacional ou internacional e

. por vezes. |atuaçáo conjunta dessas entidades O universo destes casos pode ser ciaficado em dez categorias

, que correspondem a casos de

I ) detenção arbitrária, tortura e assassinato cometidos durante o regiautoritário militar

.

2) violação dos direitos dos povos indígenas.

ger a vida e a integridade de todas as pessoas penadas de liberdade na Penitenciária deraquara. bem como das pessoa* que possam ingretsar no futuro na qualidade de detentos

.

caso da Unidade de Internação Socioeducatlva emCariacka no Espfnto Santo Verde la Corte de 2S de feiereiro de 2001

. ifcponM em «chttp Itmwm corteidh orisocioeducatrva

_

SeJ)l_portugues p<#>. eí caso Gomes Land e outros iGuemlha do

f| caso do Complexo Penitenciário do Curado conforme Resolução da Corte de 22 de mak»2014; e gl caso do Completo Penitenciário de Pedrinhas conforme Resolução da Corte dede novembro de 2014" Ca» Damião Ximenes Lopes« Brasil Sentença de 4 de tulho de 2006 Série C n IV) ACressaltou que a sentença cor ttfulprr sruma forma de reparaçJo A Corte ainda determinou aoEstado: al garantir em um prwo raíoáwrl que o processo Interno destinado a investigar eclonar os responsáveis pelos latos deste caso surta seus devidos efeitos, bj publicar no praroseis meses

, no Diáró O&mI e em outro jornal de ampla circulação nacional uma sAvnoCtido VII relativo aos fatos prosados da sentença da Corte

, cl continuar a desenvolver um ide formação e capacitação para o pessoal médico de psiquiatria e psicologia de enfermagemamillares de enfermagem e para todas as pessoas vinculadas ao atendimento de wúdeem especial sobre os princípios que devem reger o trato das pessoas portadoras demental, conforme os padrões intemaoonars sobre a matéria e aqueles dispostos na ipagar em dinheiro para os fam iaresda vftima no praio de um ano

. a titulo de indenUaçãodano material e imaterial

, as quantias toadas em sentença e e| pagar em dinheiro nopraoum ano a tftufo de custas e gastos geados no âmbito interno e no processo internacionalrante o sistema interamericano de proteção dos direitos humanos A Corte ressaltou tambémsupervisionará o cumprimento Integro da sentença cabendo ao Estado, no prazo de iapresentar á Corte relatório sobre as medidas adotadas para own cumprimento

108

ÎI violência rural.

4) violência policial e outras violações praticadas por agentes estatais;5) violação dos direitos de crianças e adolescentes.

6) violação dos direitos das mulheres.

7) discriminação racial.

8| violência contra defensores de direitos humanos;

9) violação de direitos de outros grupos vulneráveis; e

10) violação a direitos sociais

Note-se que mais de 45% dos casos referem-se è violência da políciar o que demonstra que o processo de democratização foi incapaz de

r com as práticas autoritárias do regime repressivo militar, apresentan-

no reminiscência um padrão de violência sistemática praticada pela

militar, que não consegue ser controlada pelo aparelho estatal Tal

no regime militar, não se verifica a punição dos responsáveis A insufl-

ou mesmo, em alguns casos, a inexistência de resposta por parte dobrasileiro é o fatoc que enseja a denúncia dessas violações de direitos

nte a Comissão Interamericana

Ao lado dos casos de violência da polícia militar, constata-se que osrestantes revelam violência cometida em lace de grupos socialmente

áveis. como os povos indígenas, a população alrodescendente, as mu-as crianças e os adolescentes Em 90% dos casos examinados as vfti-

podem ser consideradas pessoas socialmente pobres, sem qualquer li-

nça destacada, oque inclui tanto aqueles que viviam em favelas nas ruas.estradas, nas prisões, ou mesmo em regime de trabalho escravo no

com exceção aos casos de violência contra defensores de direitose contra lideranças rurais As denúncias se concentram fundamen-

te em casos de violações a direitos civis «/ou políticos, sendo ainda

piente a apresentação de denúncias atinentes à violação a direitos sociais.

icos ou culturais

Ouanto ao impacto da litigância internacional no âmbito brasileiro, ossubmetidos à Comissão Interamericana têm apresentado relevante

o no que tange à mudança de legislação e de políticas públicas dedireitos humanos, propiciando significativos avanços internos A título ilus-

ivo. cabe menção a oito avanços

al os casos de violência policial, especialmente denunciando a impuni-

dade de crimes praticados por policiais militares, foram fundamentais para ada Lei n 9 299/96. que determinou a transferência da lustiça Militar

109

P<«ra <1 lustiça Comum do julgamento de crimes dolosos contra a vidalidos por policiais militares

.

b) casos envolvendo tortura e desaparecimento forçado encorajaramadoção da Lei n 9 I4(V95

, que estabeleceu indeniração aos familiaresmortos e desaparecidos políticos;

c) caso relativo a assassinato de uma jovem estudante por deputestadual foi essencial para a adoçâo da Emenda Constitucional n 35/200que restringe o alcance da imunidade parlamentar no Brasil;

dl caso envolvendo denúncia de discriminação contra mães adotivasseus respectivos filhos - em face de decisão definitiva proferida pelo Supre ÿTribunal Federal que negou direito à licença-gestante à mãe adotiva - ftambém fundamental para a aprovação da Lei n 10 421/2002

. que esto direito à licença-maternidade às mães de filhos adotlvos;

e| o caso que resultou na condenação do Brasil por violência doméstsofrida pela vítima (Caso Maria da Penha Maia Fernandes) culminou na ado-

çâo da Lei n II .340/2006 |"Lel Maria da Penha"), que aia mecanismos pacoibir a violência doméstica e familiar contra a mulher

f) os casos envolvendo violência contra defensores de direitos huma

contribuíram para a adoção do Programa Nacional de Proteção aos Defenres de Direitos Humanos

.

g) os casos envolvendo violência rural e trabalho escravo contribuirpara a adoção do Programa Nacional para a Erradicação do Trabalho Escvo e

h) casos envolvendo direitos dos povos indígenas foram essenciais paraa demarcação e homologação de suas terras

Ouanto è Corte Interamericana, órgão jurisdicional do sistema

apresenta competência consultiva e contenciosa

No plano consultivo, qualquer membro da OEA - parte ou não da Con

venção - pode solicitar o parecer da Corte relativamente à interpretação daConvenção ou de qualquer outro tratado relativo à proteção dos dlrelthumanos nos Estados americanos A Corte ainda pode opinar sobre a coipatibllidade de preceitos da legislação doméstica em face dos instrumentosInternacionais

, efetuando assim, o "controle da convencional idade das leis"A Corte Interamericana tem desenvolvido análises aprofundadas a respeitodo alcance e do impacto dos dispositivos da Convenção Americana"

,. Alé 2015. a Corte havia emitido 21 opiniões consultivas

110

No plano contencioso, a competência da Corte para o julgamento deé por sua ver. limitada aos Estados-partes da Convenção que reconhe

m tal jurisdição expressamente, nos termos do artigo 62 da Convenção

a Comissão Interamericana e os Estados-partes podem submeter um

Corte Interamericana", riflo estando prevista a legitimação do Indivíduo,termos do artigo 61 da Convenção Americana

A Corte tem jurisdição para examinar casos que envolvam a denúncia

juc um Estado-parte violou direito protegido pela Convenção Se reco-

r que efetivamente ocorreu a violação à Convenção, determinará a

de medidas que se façam necessárias à restauração do direito entãoA Corte pode ainda condenar o Estado a pagar uma justa com pen-

à vítima Note-se que a decisão da Corte tem força jurídica vinculanteóna. cabendo ao Estado seu imediato cumprimento

," Se a Corte

uma compensação à vítima, a decisão valerá como título executivo, em

idade com os procedimentos Internos relativos à execução de sen-

. desfavorável ao Estado"

Até 2015, dos 23 Estados-partes da Convenção Americana de Direitosanos, 20 Estados haviam reconhecido a competência contenciosa da

I" i omo afirma Monica Pinto: "Até a presente data, somente a ComisOo tem submetido CM»

I** mica Corte em 1987 tré* casos de desaparecimento »orçado de pessoas em Hondura« (ca-

ta m Velasquez Rcdnguer Codina Croi »airen Carbi e Solto Corrale*! em 1990. um caio de de-

Mi.area mento de pes««* detidas no «labwlecimento penal conhecido como El Frontón no Peru

I «*.» Neira Alegria e outrosI e dois caso* de etccuçôe* eitra|udidais no Suriname icaso Ganga-lt«ni Pandty e AJoeboetoe e outros) Em 1992 a ComissAo submeteu ft Corte um caso* respeito

iti Cotflmbu Previamente a Corte |i havia se pronunciado em uma quesito de conflito de. ÿ"«peténda.

no caso Viviana Gallardo «outras. submetido pela Costa Rica diretamcnte A Corte.

i. - anelando ao esgota mento dos recurso# Intimos e ao procedimento ante a Comlwio"

i Dere-

I« ho internacional de k* derechos humano* breve visión de k* mecanismos . cit p 94-951

Na ltçfc> de Paul Swghart a Corte Europeta de Direitos Humanos e a Corte Interamericana de

(,írritos Humanos tèm o poder de proferir decisões luridamente vinculantes contra Estados

liberano« condenándo os pela violação de direitos humanos e liberdades fundamentais deindivíduos, e ordenando-lhes o pagamento de lutin Indentralo ou compensação As vítimas"

UMBCHART. Paul International human lights lav* some current problems In Blackbu riu Robert

MYLOR lohn I Ed it orsi Hhmmn rigkn lot Ikt 1990» legal political and ethical issues London

Mameli Publishings. 1991 p Wl

No exercido de sua |url*dlç.lo contenciosa, st« |ulho de 201"» a Corte Interamericana havia

Irotondo 294 sentenças das quais 242 relerem-se a eiceçfics preliminares, sentenças de mérito11 «je j val um fundamentalmente se houve violação ou nâo) e sentenças sobre reparação. enquan-

t<. *2 sio relacionadas à Interpretação d» sentença e outras questões Havia ainda adotado Y&

resoluções referentes al» casos

II

Corte"*. Como já mencionado, o Estado brasileiro finalmente reconheceu

competência jurisdicional da Corte Interamericana em dezembro de 1998.

meio do Decreto Legislativo n 89. de Ï de dezembro de I998",

Considerando a atuação da Corte Interamericana, é possível criar uitipologia de casos baseada em decisões concernentes a seis diferentes cat«gorias de violação a direitos humanos

I ) Violações que refletem o legado do regime autoritário ditatorialEsta categoria compreende a maioria significativa das decisões da C<

te Interamericana, que tem por objetivo prevenir arbitrariedades e conti

o excessivo uso da força. Impondo limites ao poder punitivo do Estado

A título de exemplo, des taca-se o ¡Aiding (ase - Velasquez RodriguezHonduras concernente a desaparecimento forçado Em 1989 a Corteio Estado de Honduras a pagar uma compensação aos familiares da vítii

bem como ao dever de prevenir, investigar, processar, punir e reparar aslações cometidas*

Outro caso é o Loayza Tÿmayo vs Peru. em que a Corte em 1997 r<

nheceu a incompatibilidade dos decretos-leis que tipificavam os delitos"traição da pátria" e de "terrorismo" com a Convenção Americana,

ordenai

ao Estado reformas legais"

Adicionem-se ainda decisões da Corte que condenaram Estados em f«de precárias e cruéis condições de detenção e da violação à integridade ffsicpsíquica e moral de pessoas detidas, ou em face da prática de execuçãomária e extrajudicial; ou tortura Estas decisões enfatizaram o dever do F

.

«

do de investigar, processar e punir os responsáveis pelas violações,

bem

de efetuar o pagamento de indenizações

No plano consultivo, merecem menção as opiniões a respeito dasibilidade de adoção da pena de morte pelo Estado da Guatemala-, e da i

" Disponível cm <http//www corteldh orci/palscttflnde* hlml>" O Decreto Legislativo n 89. de 3 de dezembro de 1998. aprovou a solicitação de reconfmento da competência obrigatório dn Corte Interamericana de Direitos Humanos em todo« <

casos relativos !i interpretado ou aplk.««. Ao da Convenção Americana de Direitos Humanoslatos ocorridos a partir do reconhecimento de acordo com o previsto no parágrafo lU do artda Convenção Americana* CASE. Velasquez Rodriguez UUer-Amtnu* Court of Hum» Rights 1988

. Ser. C. n 4" Loayza Tamayo « Peru case ludgment oí 17 September 1997" Advisory Opinion n î/81 o18 September 198)

112

de suspensão da garantia judicial de habeas íorpus inclusive emde emergência, de acordo com o art 27 da Convenção Americana".

/) Violações que refletem questões da justiça de transição (transitional

Nesta categoria de casos estão as decisões relativas ao combate ò im-?

. às leis de anistia e ao direito à verdade.

No caso Barrios Altos (massacre que envolveu a denúncia de execuçãoI ,I pessoas por agentes policiais), em virtude da promulgação e aplicação

de anistia luma que concede anistia geral aos militares, policiais ee outra que dispõe sobre a Interpretação e alcance da anistia). o Peru

a reabrir investigações judiciais sobre os fatos em questão.; ao massacre de Barrios Altos", de forma a derrogar ou a tomar sem

. as leis de anistia mencionadas O Peru foi condenado, ainda, à repara-

ral e adequada dos danos materiais e morais sofridos pelos família*i «las vítimas"

Esta decisão apresentou um elevado Impacto na anulação de leis dee na consolidação do direito à verdade, pelo qual os familiares dase a sociedade como um todo devem ser informados das violações.

indo o dever do Estado de Investigar, processar, punire reparar violaçõesi direitos humanos

Concluiu a Corte que as leis de "autoanlstia" perpetuam a Impunidade,

»m uma injustiça continuada, impedem às vítimas e aos seus família-i o acesso à justiça e o direito de conhecer a verdade e de receber a repa-

. correspondente, o que constituiria uma manifesta afronta à ConvençãoAs leis de anistia configurariam, assim um ilícito Internacional.

aim revogação, uma forma de reparação não pecuniána

No mesmo sentido, destaca se o caso Almonacid Arellano wns Chile*",

i objeto era a validade do Decreto-Lei n 2 191/78-que perdoava os crimestidos entre 1973 e 1978 durante o regime Pinochet-à luz das obrigações

ites da Convenção Americana de Direitos Humanos Decidiu a Corte

invalidade do mencionado decreto-lei de "autoanistia". por Implicar aio de justiça às vit imas. bem como por afrontar os deveres do Estado

westigar, processar, punir e reparar graves violações de direitos humanos.im constituem crimes de lesa-humanidade

. Opinion n 08/87. oI 30 lanuaiy 1987

Altos case (Chumblpuma Aguirre and others w Perul lodgment al 14 March MOI

Almonacid Arellano e outros w Chile lulgado em 26 òe setembro de 2006

n

Cite-se. ainda, o caso argentino, em que decisão da Cone Suprema

lustlça de 2005 anulou as leis de ponto final «Lei n 23.492/86) e obedlédevida (Lei n. 23

.521/87). Invocando corno precedente o caso Barrios Al

Em 24 de novembro de 2010. no caso Comes Lund e outros v,

Brasil ". a Corte Interamericana de Direitos Humanos condenou o Brasilvirtude do desaparecimento de integrantes da guerrilha do Araguaia durte as operações militares ocorridas na década de 70 Realçou a Corte qas disposições da lei de anistia de 1979 sâo manifestamente incomp.it í

com a Convenção Americana, carecem de efeitos (urídicos e nao peseguir representando um obstáculo para a investigação de graves vio*de direitos humanos

, nem para a identificação e punição dos responsáEnfatizou que leis de anistia relativas a graves violações de direitos hunos sâo incompatíveis com o Direito Internacional e as obrigações |uríinternacionais contraídas pelos Estados Respaldou sua argumentação *vasta e sólida jurisprudência produzida por órgflos das Nações Unidas esistema Interamericano, destacando também decisões judiciais emblemticas Invalidando leis de anistia na Argentina

, no Chile, no Peru. no Urue na Colômbia.

Na mesma direção, em 2011. no caso Gelman versus Uruguai,

a C

Interamericana decidiu que a "Lei de Caducidade da Pretensão Punitcarecia de efeitos jurídicos por sua incompatibilidade com a Conve-Americana e com a Convenção Interamericana sobre o Desapareci mForçado de Pessoas. n«ío podendo impedir ou obstar a investigação dfatos, a identificação e eventual sanção dos responsáveis por graves vioções a direitos humanos"

3) Violações que refletem desafios acerca do fortalecimento de intuições e da consolidação do Estado de Direito (ruUoflav)

Esta terceira categoria de casos remete ao desafio do fortaleclmde instituições e da consolidação do rule of law

. particularmente no querefere ao acesso à justiça, proteção Judicial e fortalecimento e independcia do Poder ludiciárlo,

Destaca-se aqui o caso do Tribunal Constitucional contra o Pe(2001 )¿*. envolvendo a destituição de iuízes

. em que a Corte recon

* Com« Lund c outros w. Bratti. InlerAmerlcan Court

, 24-11-2010." Caso Gelman versus Uruguai, Marnent of 24 February 2011* Aguirre Roca and others n Peru case (Constitutional Court Case) ludgment o( 11 lanuary 200

114

rio garantir a Independência de qualquer |ulz em um Estado deespecialmente em Cortes constitucionais, o que demanda al um

processo de nomeação: bl um mandato com prazo certo, e c)

ias contra pressões externas

Tal decisão contribuiu decisivamente para o fortalecimento de Insti-

nacionais e para a consolidação do Estado de Direito

.II Violações de direitos de grupos vulneráveis

I lá decisões que afirmam a proteção de direitos de grupos socialmenneráveis, como os povos indígenas, as crianças, os migrantes, os.. dentre outros

Ouanto aos direitos dos povos indígenas, destaca-se o relevante caso.

.unidade indígena Mayagna Awas Tingni contra a Nicarágua «2001 )*.

a Corte reconheceu o direitos dos povos indígenas à propriedadeIva da terra, como uma tradição comunitária, e como um direito funda-

I e básico à sua cultura, à sua vida espiritual, à sua integridade e à suaIvência económica Acrescentou que para os povos indígenas a relaçáoterra nào é somente uma questão de possessão e produção, mas um.

.to material e espiritual de que devem gozar plenamente, inclusivepreservar seu legado cultural e transmiti-lo às gerações futuras

Em outro caso - caso da comunidade indígena Yakye Axa contra olai (2005)*°

-

. a Corte sustentou que os povos indígenas têm direitoIdas específicas que garantam o acesso aos serviços de saúde, queser apropriados sob a perspectiva cultural. Incluindo cuidados pre-

práticas curativas e medicinas tradicionais. Adicionou que paraindígenas a saúde apresenta uma dimensão coletiva. sendo que

ura de sua relação simbiótica com a terra exerce um efeito preludiciala saúde destas populações

No caso da comunidade indígena Xákmok Kásek contra o Paraguairor. a Corte Interamericana condenou o Estado do Paraguai pela afron-

iios direitos à vida, à propriedade comunitária e à proteção judicial (arts21 e 25 da Convençflo Americana, respectivamente!, em face da nâo

tia do direito de propriedade ancestral à aludida comunidade indíge-

(Sumo) Awas Tlngnl Community n Nkaragua. Inler Amerlcan Court. 2001. Ser C n 79

Axa Community v» Paraguay. Inter-American Court. 2001. Ser C. n. 125

. Interamericana de Direitos Humanos. Caso Comunidad Indigena Xákmok KAsek w Para-

Fondo. Reparaciones y Costas Sentença de 24 de agosto de 2010. Ser C. n 214

15

na. o que afetaria seu direito à identidade cultural. Ao motivar a sente

destacou que os conceitos tradicionais de propriedade privada e desessão não se aplicam às comunidades Indígenas

, pelo significado coletlda terra, eis que a relação de pertença não se centra no indivíduo

, sen

no grupo e na comunidade - o direito à propriedade coletiva estaria al"a merecer igual proteção polo art 21 da Convenção.

Afirmou o dever

Estado em assegurar especial proteção às comunidades indígenas, à luz

suas particularidades próprias, suas características económicas e sociais

suas especiais vulnerabilidades, considerando o direito consuetudinàrios valores

, os usos e os costumes dos povos indígenas, de forma a assog-lhes o direito à vida digna, contemplando o acesso a água potável

, ali

taçào. saúde, educação, dentre outros

Em 27 de lunho de 2012. no caso da comunidade indígena Kichwa

Sarayaku contra Equador, a Corte Interamericana condenou o Estado sob

argumento de violação do direito à consulta prévia dos povos indígenas,

como pela afronta aos direitos de identidade cultural No entender da Co Estado ainda seria responsável por ter colocado em grave risco os direià vida e à integridade pessoal dos povos indígenas Sarayaku Na hipótese.

comunidade Indígena Sarayaku - Integrada por 1200 membros - habita a regamazónica do Equador (floresta tropical), vivendo por meio da propried.icoletiva da terra, bem como da caça e da pesca, em plena observãno.icostumes ancestrais e tradições Contudo, na década de 90. o Estado

Equador teria outorgado permissão a um consórcio petrolífero, formado

entes privados, para a exploração de atividades económicas no territóriopovos Sarayaku. sem que houvesse a prévia consulta, o que acabou por imcar violações a direitos desses povos A Corte condenou o Estado do Equ*a realizar uma consulta à referida comunidade indígena

, de forma pradequada e efetiva. em total consonância com os relevantes parâmetros intnacionais

, nos casos a envolver atividades ou projetos de exploração doscursos naturais de seu território

, ou qualquer investimento, ou. ainda.volvimento de planos com potencial Impacto em seu território

No caso dos direitos das crianças, cabe menção ao caso VlllagránMorales contra a Guatemala (1999)", em que este Estado foi condenpela Corte, em virtude da impunidade relativa à morte de cinco meninos drua. brutalmente torturados e assassinados por dois policiais nacionais d»Guatemala Dentre as medidas de reparação ordenadas pela Corte estão

° Villagran Morales et «I v* GuaienuU (The Slrm Children Case). Intw-Amencan Court.

November IW. Ser C. n 61

116

>nto de indenizaçâo pecuniária aos familiares das vítimas a reforma.namento jurídico interno visando à maior proteção dos direito*, das

e adolescentes guatemaltecos, e a construção de uma escola emVria das vítimas

Também merece realce a Opinião Consultiva n 21. de 19 de agosto de114 a respeito dos direitos e garantias de crianças no contexto da migra

em necessidade de proteção especial Neste caso. o parecer loi

pela República Argentina. República Federativa do Brasil. Repúdo Paraguai e República Oriental do Uruguai para que a Corte deter-

com maior precisão quais são as obrigações dos Estados comàs medidas passíveis de serem adotadas a respeito de meninos e».

associadas à sua condição migratória, ou à de seus pais. à luz datação autorizada dos artigos I 1.2.4.1.5. 7.8.11. 17.19.22 7. 22.8.

29 da Convenção Americana sobre Direitos Humanos e dos artigos I.*

. 25 e 27 da Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem eligo 13 da Convenção Interamericana para Prevenir e Punir a Tortura

Adidonem-se. ainda, as opiniões consultivas sobre a condição |urídi-<} os direitos humanos das crianças (OC 17. emitida em agosto de 2002,

I" ir solicitação da Comissão Interamericana de Direitos Humanos) e sobreidição jurídica e os direitos de migrantes sem documentos (OC 18,

finltida em setembro de 2003, por solicitação do México)

Mencione-se o parecer emitido, por solicitação do México (OC 16. de10-1999), em que a Corte considerou violado o direito ao devido proces-legal. quando um Estado não notifica um preso estrangeiro de seu di-

llo à assistência consular Na hipótese, se o preso foi condenado à pena. morte

, isso constituiria privação arbitrária do direito à vida Note-se que

'xico embasou seu pedido de consulta nos vários casos de presos me-condenados à pena de morte nos Estados Unidos

Com relação aos direitos das mulheres, emblemático é o caso Gonzá-ri e outras contra o México (caso Campo Algodonero ), em que a Corteleramericana condenou o México em virtude do desaparecimento e mor-. de mulheres em Ciudad luarez

. sob o argumento de que a omissão est.i-contribuía para a cultura da violência e da discriminação contra a mulherperíodo de 1993 a 2003. estlma-se que de 260 a 370 mulheres tenhamvítimas de assassinatos, em Ciudad luarez A sentença da Corte con-

o Estado do México ao dever de investigar, sob a perspectiva de). as graves violações ocorridas, garantindo direitos e adotando mé-

is preventivas necessárias de forma a combater a discriminação contra

117

.i mulher" De.iat.im-se. ainda, relevantes decisões do sistema intera

nomo -.obre discriminação e violência contra mulheres, o que foment

reforma do Código Civil da Guatemala, a adoçâo de uma lei de viol

doméstica no Chile e no Brasil, dentre outros avanços"

Ineditamente, em 24 de fevereiro de 2012

, a Corte Interamericana r

nheceu a responsabilidade internacional do Estado do Chile em face dotamento discriminatòrio e da interferência indevida na vida privada e famda vítima Karen Atala devido à sua orientação sexual"

. O caso foi objeto deIntenso litígio judicial no Chile

, que culminou com a decisão da Corte Suma de lustiça em determinar a custódia das três filhas ao pai

. sob o argumto de que a Sra. Atala nâo deveria manter a custódia por conviver com pe:do mesmo sexo

. após o divórcio No entender unânime da Corte Interacana. o Chile violou os arts I«

. parágrafo 1« e 14 da Convenção Americapor afrontar o princípio da igualdade e da proibição da discriminação

.

5) Violações a direitos sociais

Nesta quinta categoria de casos emergem decisões da Corte que ptegem direitos sociais Importa reiterar que a Convenção AmericanaDireitos Humanos estabelece direitos civis e políticos

, contemplando =nas a aplicação progressiva dos direitos sociais (art 26) lá o Protocolo de]San Salvador

, ao dispor sobre direitos económicos, sociais e cultura

prevê que somente os direitos è educação e à liberdade sindical serituteláveis pelo sistema de petições individuais (art 19

. § 6«}À luz de uma interpretação dinâmica e evolutiva

, compreendendoConvenção Americana como um living instrument, no |á citado caso VillagMorales contra a Guatemala < 1999)

. a Corte afirmou que o direito à vida npode ser concebido restritivamente,f Introduziu a visão de que o direitovida compreende nâo apenas uma dimensão negativa - o direito a nâo sprivado da vida arbitrariamente -. mas uma dimensão positiva

, que demada dos Estados medidas positivas apropriadas para proteger o direito è vi

" wmtença de 16 de novembro de 2009 Disponível em www cortdeidh o»artlculos/seriec

_

205_

e*p pdf" A respeito. ver caso Maria Eugenia w Guatemala e caso Maria da Penha n Brasil, decipela Comissão Interamericana

.*Caso Alata Riflo and daughters n Chile. Inter-American Court 24 February 20IÎ. Series C

719

- Villain Morales et al »mus Guatemala (The Street Children Case). Inter-American Court

. 19

November 1999. Ser C. n 6*

118

h.i o "direito a criar e desenvolver um projeto de vida" Essa Interpre-lançou um importante horizonte para a proteção dos direitos sociais

Em outros julgados, a Corte tem endossado o dever jurídico dos Es-ÿ*. de conferir aplicação progressiva aos direitos sociais, com fundamen-no art 26 da Convenção Americana de Direitos Humanos, especialmen-pin se tratando de grupos socialmente vulneráveis. No caso NlAas Yean

|v> «co venus República Dominicana (2005) a Corte enfatizou o dever dosno tocante à aplicação progressiva dos direitos sociais, a fim de

rar o direito à educação, com destaque à especial vulnerabilidade demeninas Sustentou que: "en relación con el deber de desarrollo progresivo

Ido en el artículo 26 de la Convención, el Estado debe prover educa-

pnmaria gratuita a todos los menores, en un ambiente y condicionesHildas para su pleno desarrollo Intelectual

-

No caso Acevedo Buendía y otros ("Cesantes y lubllados de la Contra-er ) venus Peru ( 20091 ,\ a Corte condenou o Peru pela violação aos direi-

to-. A proteção judicial (art 25 da Convenção Americana) e à propriedadejwivada (art 21 da Convenção), em caso envolvendo denúncia dos autoresrelativamente ao nâo cumprimento pelo Estado de decisão judicial conce-.1. rido a eles remuneração, gratificação e bonificação similar aos percebidos|i«'Ios servidores da atlva em cargos Idênticos Em sua fundamentação, a

i rte reconheceu que os direitos humanos devem ser interpretados sob aperspectiva de sua Integralidade e interdependência, a conjugar direitosi Ivi« e políticos e direitos económicos, sociais e culturais, inexistindo hie-

uiqula entre eles e sendo todos direitos exigíveis Realçou ser a aplicaçãoprogressiva dos direitos socials (art 26 da Convenção) suscetível de con-ti. »le e fiscalização pelas instâncias competentes, destacando o dever dosI -.lados de não regressividade em matéria de direitos sociais Endossou o

tendimento do Comité da ONU sobre Direitos Económicos. Sociais elurais de que as medidas de caráter deliberadamente regressivo reque-

rem uma cuidadosa análise, sendo justificáveis somente quando conside-fu la a totalidade dos direitos previstos no Pacto, bem como a máxima

ulilizaçâo dos recursos disponíveis

ÿ' . mo de las ntftas Yean y Bos ico n. República Dominicana. Inter-American Court 8 NovemberWO* Ser tn I»" Corte interamericana de Dl renos Humanos Ca» Acevedo Buendía y oiros (

"Cesantes y lubl-

Udov de la Contralorfa"! « Peru. Excepción Preliminar. Fondo Reparaciones y Costas Sentença

I« I de lulho de 2009. Ser C. n 198

119

I l.í ¿demais, um con|unto de decisões que consagram a proteção I

r. u de direitos sociais, mediante a proteção de direitos civis

, o que confia ideia da Indivisibilidade e da Interdependência dos direitos humanos

No caso Albán Corneio y otros vénus Ecuador (2007|. referente à su

ta negligencia médica em hospital particular - mulher deu entrada no hetal com quadro de meningite bacteriana e foi medicada

, vindo a falecer no d

seguinte, provavelmente em decorrência do medicamento prescritoCorte decidiu o caso com fundamento na proteção ao direito à integrldcpessoal e não no direito à saúde". No mesmo sentido, no caso Myrna MChang vfnus Guatemala 120031. concernente a danos à saúde decorrentes

condições de detenção, uma vez mais a proteção ao direito à saúde deusob o argumento da proteção do direito à integridade física".

Outros casos de proteção indi reta de direitos sociais atêm-se à protao direito ao trabalho

, tendo como fundamento o direito ao devido proclegal e a proteção judicial A respeito, destaca-se o caso Baena Ricardo y otvenus Panamá (2001 )

, envolvendo a demissão arbitrária de 270 funclonár

públicos que participaram de manifestação (greve)*,. A Corte condenouEstado do Panamá pela violação da garantia do devido processo legal eteção judicial

. determinando o pagamento de Indenização e a reintegrdos 270 trabalhadores No caso Trabajadores cesados del congreso i AguAlfaro y otrosí versus Peru (20061, envolvendo a despedida arbitrária detrabalhadores, a Corte condenou o Estado do Peru também pela afronta adevido processo legal e proteção judicial. Em ambos os casos, a condena

dos Estados teve como argumento central a violação ã garantia do deviprocesso legai, e não a violação ao direito do trabalhoi'

Outro caso emblemático é o caso "Cinco pensionistas" vtnus(20031. envolvendo a modificação do regime de pensão no Peru

, em que

Corte condenou o Estado com fundamento na violação ao direito depriedade privada e não com fundamento na afronta ao direito de segurlde social, em face dos danos sofridos pelos cinco pensionistasi,

.

6) Violações a novos direitos da agenda contemporânea

" Albín Cometo y otros n Ecuador Inlet-American Court 22 November 2007. Set C. n 171

" Myrna Mack Chang a Guatemala Inier-American Court. 25 November 2003. Ser C n 101

' Hoena Ricardo y otros n Panamá Inter-Amencan Court. 02 February 2001 Ser C n 72

"Caso Tratwiadores cesados del congreso (Aguado Alfaro y otrwil w Peru. Inter-Amcrlean C

24 November 2006, Ser C. n 158

" Caso "Cinco pensionistas* n Peru. Inter-Amencan Court. 2» February 2003. Ser C. n «i«

120

I malmente, esta sexta categoria de casos compreende novos direitos dacontemporânea, com especial destaque aos direitos reprodutivos

Em sentença proferida em 28 de novembro de 2012. a Corte Interamerl-de Direitos Humanos, no caso Artavia Murillo e outros contra a Costa* enfrentou, de forma Inédita, a temática da fecundação in vitro sob ados direitos humanos. O caso foi submetido pela Comissão Interame-

sob o argumento de que a proibição geral e absoluta de praticar andação in vitro" na Costa Rica desde 2000 estarla a implicar violação a

direitos humanos Com eleito, por decisão da Sala Constitucional da Com-ma de lustiça de 15 de março de 2000. a prática da fertilização i»i vitroria claramente contra a vida e a dignidade do ser humano Todavia, no

da Comissão, tal proibição estaria a constituir uma ingerência arbi-trilla com relação aos direitos è vida privada e familiar, bem como ao direito.!<ÿ formar uma famflia A proibição estaria ainda a afetar o direito de igualda-I. «las vítimas

, visto que o Estado estaria a impedir o acesso a tratamento

t|in;permitiria superar uma situação de desvantagem relativamente a ter filhas

r lilhos biológicos, com impacto desproporcional nas mulheres. O argumen-

Comissão é de que a proibição da fertilização in vitro afrontaria os direi-i -» à vida privada e familiar, ò integridade pessoal, à saúde sexual e reprodu-ite bem como o direito de gozar dos benefícios do progresso científico ei< enològico e o princípio da não discriminação

A partir de uma interpretação sistemática e histórica, com destaque ànormatividade e à jurisprudência dos sistemas universal, europeu e africano,

Eclulu a Corte Interamericana não ser possível sustentar que o embriãosa ser considerado pessoa Recorrendo a uma interpretação evolutiva, ate observou que o procedimento da fertilização in vitro não existia quando

4 Convenção foi elaborada, conferindo especial relevância ao Direito Compa-rado. por melo do diálogo com a experiência lurídica latino-americana e de.»litros países, como os EUA e a Alemanha, a respeito da matéria Concluiuque ter filhos biológicos, por meio de técnica de reprodução assistida, decorr.« dos direitos à integridade pessoal, liberdade e vida privada e familiar Ar-

mentou que o direito absoluto à vida do embrião - como base para restrin-direltos - não encontra respaldo na Convenção Americana Condenou.m

. a Costa Rica por violação aos arts 5«. $ I«. 7«. 11. § 2«

. e 17. $ 2«. daAmericana, determinando ao Estado adotar com a maior celeri-

" Caso Artavia Murillo e outros (-fecundación (a «tro") w Colta Rica. Corte Interamericana drDireito* Humanos, sentença proferida em 2» de novembro de 2012»

121

dade possível medidas apropriadas para que fique sem efeito a proibiçãopraticar a fertilização in vitro, assegurando às pessoas a possibilidade de vai-se deste procedimento sem impedimentos Determinou também ao Est"a implementação da fertilização in vitro

, tornando disponíveis os prograros tratamentos de infertilidade

, com base no princípio da não discriminaçAdicionou o dever do Estado de proporcionar às vítimas atendimento ps!lógico de forma imediata

, fomentando, ademais, programas e cursoseducação e capacitação em direitos humanos, no campo dos direitos rcdutivos. sobretudo aos funcionários judiciais.

Ainda no campo dos direitos reprodutivos, em 29 de maio de 2013.

ditamente. a Corte concedeu medidas provisórias em face de El Salvaem conformidade com os arts

. 63.2 da Convenção Americana de DireHumanos e 27 do Regulamento da Corte, em caso envolvendo interrupção degravidez em virtude de anencefalia fetal. Na hipótese, a Senhora : B"* entrava-se na 26i semana de gravidez de um feto anencefálico

, portadoranomalia incompatível com a vida extrauterina A Senhora "B" apresen*enfermidade materna grave com risco de morte materna

.

A Corte determinou ao Estado de El Salvador a concessão de medinecessárias para proteger a vida. a integridade pessoal e a saúde da Sen

"

"B"

. considerando o urgente e iminente risco de dano irreparável Endossounecessidade do Estado de El Salvador de adotar e garantir

, com urgência, tas medidas que sejam necessárias e efetivas para que a equipe médica ressável pela Senhora "B" pudesse adotar

, sem qualquer interferência, as med,médicas para assegurar a devida proteção aos direitos consagrados nos arts

.

e 5i da Convenção Americana, evitando, assim, danos que possam ser irrráveis aos direitos à vida

, à integridade pessoal e à saúde da Senhora "B".

I

4. Sistema Interamericano de Proteção dos Direitos Humanos: Desafios

Perspectivas

O sistema interamericano está se consolidando como importanteeficaz estratégia de proteção dos direitos humanos

, quando as instituiçnacionais se mostram falhas ou omissas

. A Comissão e a Corte Intera

" Medidas provisórias em face do Estado de El Salvador. Corte Interamericana de Direitos H

manos. 29 de maio de 2013.* Por solicitação da Comissão Interamericana

, em respeito à identidade e à privacidade da vílira mesma é identificada como Senhora "B"

pi12?

ri.i contribuem para a denúncia dos mais sérios abusos e pressionammos para que cessem com as violações de direitos humanos, forta-a accountability dos Estados.

>mo foi examinado, o sistema interamericano invoca um parâmetro depara os Estados, legitimando o encaminhamento de comunicações de'uos e entidades não governamentais se esses standards internacionais

desrespeitados. Nesse sentido, a sistemática internacional estabelece ala. a supervisão e o monitoramento do modo pelo qual os Estados garan-os direitos humanos internacionalmente assegurados.

Verificou-se ainda que os instrumentos internacionais constituemnte estratégia de atuação para as organizações não governamentais,

onais e internacionais, ao adicionar uma linguagem jurídica ao discur-dos direitos humanos. Esse fator é positivo na medida em que os Esta-

i ão convocados a responder com mais seriedade aos casos de violaçãodireitos

A experiência brasileira revela que a ação internacional tem tambémauxiliado a publicidade das violações de direitos humanos, o que oferece oMm o do constrangimento político e moral ao Estado violador, e. nesse senti-

surge como significativo fator para a proteção dos direitos humanos>ais, ao enfrentar a publicidade das violações de direitos humanos, bem

mo as pressões internacionais, o Estado é praticamente "compelido"

a

sentar justificativas a respeito de sua prática. A ação internacional e asinternacionais podem, assim, contribuir para transformar uma prá-

.1 governamental específica, no que se refere aos direitos humanos, confe-

rindo suporte ou estímulo para reformas internas. Como realça lames L. Ca-. illaro

, "estratégias bem articuladas de litigância internacional que diferenciem

vitórias meramente processuais de ganhos substantivos, mediante a adoção.|«t medidas para mobilizar a mídia e a opinião pública, têm permitido o avan-zila causa dos direitos humanos no Brasil

"4,. Na percepção de Kathryn Sikkink:

"() trabalho das ONGs torna as práticas repressivas dos Estados mais visíveisÿ« públicas, exigindo deles, que se manteriam calados, uma resposta Ao en-

llantar pressões crescentes, os Estados repressivos buscam apresentar justi-llcativas. (...) Quando um Estado reconhece a legitimidade das Intervençõesinternacionais na questão dos direitos humanos e. em resposta a pressõesInternacionais, altera sua prática com relação à matéria, fica reconstituída a

" CAVALLARO, lames L Tbward play: a decade ol transformation and resistance in international»turnan rights advocacy in Brazil Chktyo tournai ol international La».v 3. n 2. fall 2002. p 492

123

relação entre Estado, cidadãos e atores internacionais'i" Adiciona a aut( I pressões e políticas transnacionais no campo dos direitos huma

incluindo nttwrk de ONGs. tèm exercido uma significativa diferença no s

tido de permit ir avanços nas práticas dos direitos humanos em diversos

ses do mundo. Sem os regimes internacionais de proteção dos direitos hmanos e suas normas

, bem como sem a atuaçào das nrtworirs transnaciorque operam para efetivar tais normas

, transformações na esfera dos dire"humanos não teriam ocorrido"*®

.

O sucesso do sistema reflete o Intenso comprometimento das Of

(envolvendo movimentos sociais e estratégias de mídia), a boa resposta

sistema e a implementação de suas decisões pelo Estado, propiciando tra

formações e avanços no regime interno de proteção dos direitos human

Enfim, considerando a experiência brasileira, pode-se afirmar que. o.

o intenso envolvimento das organizações não governamentais, a partir

articuladas e competentes estratégias de litigância, os instrumentos int

nacionais constituem poderosos mecanismos para a efetiva promoçãoproteção dos direitos humanos no âmbito nacional

Entretanto, o fortalecimento do sistema interamericano requera ad

ção de medidas em duas direções: seja para o reforço e aprimorameinterno do sistema

, seja para a maior abertura dos regimes internassegurando-se a plena implementação das decisões internacionais. Patanto

, destacam-se sete propostas:I ) Democratização do sistema interamericano

O acesso à Corte Interamericana remanesce restrito apenas à Com"

são Interamericana e aos Estados, sendo negado aos indivíduos e às ON "

Note-se que. no sistema regional europeu, mediante o Protocolo n 11 quentrou em vigor em lf de novembro de 1998

, qualquer pessoa física, org-nização não governamental ou grupo de indivíduos pode submeter diretmente à Corte Europeia demanda veiculando denúncia de violaçãoEstado-parte de direitos reconhecidos na Convenção (conforme o art 34 da

Convenção Europeia).

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I ?4

It Como afirmam Antônio Augusto Cançado Trindade e Manuel E Ven-Ies "O direito de acesso à justiça no plano internacional é aqui

ido lato sensu, configurando um direito autónomo do ser humano àâo jurisdicional, a obter justiça, à própria realização da justiça, no

í( ' ' da Convenção Americana Com efeito, o acesso direto dos indivídu-

lurlsdição internacional constitui, em nossos dias. uma grande con-no universo conceptual do Direito, que possibilita ao ser humano

ndlcar direitos, que lhe são inerentes, contra todas as manifestações

Dder arbitrário, dando, assim, um conteúdo ético às normas tanto de

o público interno, como de direito internacional"ÿ. Acrescentam os

I ao reconhecimento de direitos deve corresponder a capacida-processual de reivindicá-los, devendo o indivíduo peticionário estar

de locus standi in judicio, em todas as etapas do procedimento peran-( orte ( .) a cristalização deste direito de acesso direto dos indivíduos

lunsdição da Corte deve ser assegurado mediante um Protocolo Adicional

Convenção Americana de Direitos Humanos para este fim""

O acesso direto à Corte permitiria uma arena mais participativa erta à relevante atuaçào das ONGs e dos indivíduos no sistema O pro-

iismo da sociedade civil tem se mostrado vital ao sucesso do sistema

.ramericano

2) Composição da Corte e da Comissão InteramericanaOutra medida importante é assegurar a elevada independência dosbros integrantes da Comissão e da Corte Interamericana, que devem

liar a título pessoal e não governamentalsociedade civil deveria ter uma atuaçào mais atenta ao monitora-

Íto do processo de indicação de tais integrantes, doando-lhe maior

Icldade, transparência e accountability.

3) lurisdiçâo automática e compulsória da Corte InteramericanaO direito à proteção judicial é um direito humano nào apenas sob a

i «rrspectiva nacional, mas também sob a perspetiva internacional O acesso

,i justiça deve. pois. ser assegurado nas esferas nacional, regional e global

ADO TRINDADE, Antônio Augusto. ROBLES. Manuel E Ventura El futuro it la GwV Inlf-nni de Demhm Humai« 2 ed atual e ampi San losó da Costa Rica Corte Interamericana

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» CANÇADO TRINDADE Antônio Augusto. ROBLES. Manuel E Ventura op ctt. p 36 Sobre o(«ma defendem os autores a necessidade de se avançar

"no sentido da evolução do locus

lu uniu m ao jus sin-idi dos indivíduos ante a Corte* (op. clt, p 96|

125

O sistema interamericano deve estabelecer a lurisdição automáticompulsória da Corte

, não mais aceitando seja o reconhecimento de sjurisdição uma cláusula facultativa Reitere-se que. atualmente. dosEstados-membros da OEA

. 21 aceitam a jurisdição da Corte.

4 » Implementação das decisões da Comissão e da Corte Interameri

No sistema interamericano há uma séria lacuna concernente à suvisão das decisões da Corte e da Comissão

. No sistema europeu, a títu

exemplificativo, o Comité de Ministros (órgão político) tem a função

supervisionar a execução das decisões da Corte Europeia, atuando col

vãmente em nome do Conselho da Europa".

No sistema interamericano, são seus próprios órgãos que realizam

follow up das decisões que eles próprios proferem Isto porque a ConvenAmericana não estabelece mecanismo específico para supervisionar o cuprimento das decisões da Comissão ou da Corte

, embora a Assemb

"

Geral da OEA tenha o mandato genérico a este respeito, nos termos do a

65 da Convenção Americana"

Na avaliação de Cançado Trindade e Robles ) a Corte Interam

cana tem atualmente uma especial preocupação quanto ao cumprh _de suas sentenças Os Estados, em geral, cumprem as reparações quereferem a indenizações de caráter pecuniário, mas o mesmo nào oco

necessariamente com as reparações de caráter nào pecuniário, em espeas que se referem às investigações efetivas dos fatos que originaram tviolações

, bem como à identificação e sanção dos responsáveis - iinpi _

cindíveis para pôr fim à impunidade (e suas consequências negativas pao tecido social como um todo). ( ) Atualmente. dada a carência Institi:;!nal do sistema interamericano de proteção dos direitos humanos nesta árespecífica

, a Corte Interamericana vem exercendo motu proprio a supervida execução de suas sentenças, dedicando-lhe um ou dois dias de caperíodo de sessões Mas a supervisão - como exercício de garantia colet*

" Pata uma análise comparativa dos sistemas regionais, ver PIOVESAN, Flávia Dimlos liumaiutlitd Intoimionat: um estudo comparativo dos sistemas regionais europeu

. Intafricano 5 ed

. Séo Paulo Saraiva. 2014

" De «cordo com o ait 65 da Convenção *A Corte submeterá à consideração da AsseGeral da OEA. em cada período ordinário de sessões

, um relatório sobre as suas atlvidadesano anterior. De maneira especial, e com as recomendações pertinentes

. Indicará os casos e

que um Estado n3o tenha dado cumprimento a suas sentenças"

126

«4« M execução das sentenças e decisões da Corte é uma tarefa que recai

Ir o conjunto dos Estados-partes da Convenção"**

.

*>) Medidas logísticas e recursos

Uma quinta proposta, de natureza logística, seria a instituição delonamento permanente da Comissão e da Corte, com recursos finan-

!(<<.." técnicos e administrativos suficientes

ft) Adoção de medidas internas visando à plena implementação das!l*ões internacionais no plano doméstico

A sexta proposta atém-se à exigibilidade de cumprimento das decisões«.fh.icionais no âmbito interno, com a adoçâo pelos Estados de legislaçãolivj à implementação das decisões internacionais em matéria de direi-

humanos. Os Estados devem garantir o integral cumprimento destasl-iûes.

sendo inadmissível sua Indiferença, omissão e silêncio

As decisões internacionais em matéria de direitos humanos devem

«luzir efeitos jurídicos imediatos e obrigatórios no âmbito do ordena-

rito jurídico Interno, cabendo aos Estados sua fiel execução e cumpri-

nio, em conformidade com o princípio da boa-fé. que orienta a ordem«.riMcional A efetividade da proteção internacional dos direitos humanos

.1 absolutamente condicionada ao aperfeiçoamento das medidas nació-

la de implementação

7) Fortalecimento do regime doméstico de proteção dos direitos hu-nos

A última proposta refere-se ao fortalecimento da proteção dos direitosiim.inos no plano local, a partir da consolidação de uma cultura de direi-

os humanos.

"< ANÇADOTRINDADE. Antônio Augusto: ROBLES. Manuel E Ventura, op cit.p 434 Ptopftem

Ml») < -res Para assegurar o monitoiamento continuo do fiel cumprimento de todas as obrigações

lonais de proteção, em particular das decisões da Corte deve ser acrescentado ao linai

.fi (litigo 65 da Convenção Americana, a seguinte (rase A Assembleia Geral os remeterá ao

Bi nitelho Permanente, para estudai a matéria e elaborar um Inlorine. a lim de que a Assembleia

b«i«l delibere a respeito" Deste modo. se supre uma lacuna com relação a um mecanismo, a

Mvi.ir em base permanente te nâo apenas uma ven por ano ante a Assembleia Geral da OEA).

|>ti'< »u|>ervisionar a liei execução, por todos os Estados-partes demandados, das sentenças da

InitrTiop cit.. p 91-921M a Ululo Ilustrativo

, o orçamenlo da Corte Europeia corresponde aproximadamente a 20% do

PMntcnto do Conselho da Europa, envolvendo 41 milhões de euros, enquanto o orçamento

jb iunto da Comissão e da Corte Interamericana corresponde aproximadamente a 5% do orça-

rrnfllo da OEA, envolvendo apenas 4 milhões de dólares norte-americanos

127

O desafio é aumentar o comprometimento dos Estados para co(«tusa dos direitos humanos, ainda vista, no contexto latino-amerh

como uma agenda contra o Estado. Há que se endossar a idela -vital à experiência europeia - da indissociabllldade entre direitosmanos, democracia e Estado de Direito Isto é

. há que se refor

concepção de que o respeito aos direitos humanos é condição essepara a sustentabilidade democrática e para a capilaridade do EstaDireito na região

Diversamente do contexto europeu, em que há uma relação Indis.vel entre democracia. Estado de Direito e direitos humanos, a reali

latino-americana refletc democracias políticas Incompletas e EstDireito de baixa densidade, que convivem com um grave padrão de via direitos

t neste cenário que o sistema interamericano se legitima comoportante e eficaz instrumento para a proteção dos direitos humanos, qudoas Instituições nacionais se mostram falhas ou omissas Com a atuda sociedade civil

, a partir de articuladas e competentes estratégias detigância. o sistema interamericano tem a força catalisadora de proravanços no regime de direitos humanos Permitiu a desestabilizaçãoregimes ditatoriais, exigiu lustiça e o fim da impunidade nas trademocráticas; e agora demanda o fortalecimento das instituições deticas com o necessário combate às violações de direitos humanos.

Considerando o contexto latino-americano - marcado por gra\sistemáticas violações de direitos humanos, por profundas deslgualdasociais; e por democracias ainda em fase de consolidação, que intentromper com o denso legado dos regimes autoritários - pode-se aque o sistema interamericano salvou e continua salvando muitas vidas; t

contribuído de forma decisiva para a consolidação do Estado de Direitodas democracias na região; tem combatido a Impunidade; e tem ass«do às vítimas o direito à esperança de que a iustlça seja feita e os direithumanos respeitados

128

Capitulo 4

SISTEMA INTERAMERICANO DE DIREITOS HUMANOS:

IMPACTO TRANSFORMADOR, DIÁLOGOS JURISDICIONAISE OS DESAFIOS DA REFORMA"

Introdução

Ob|etiva este capítulo enfocar o sistema Interamericano de direitoshumanos, com destaque ao seu Impacto transformador no contexto latino-Lrmiricano e ao seu crescente empoderamento na região, fruto da efetlvida-i)t do diálogo jurisdicional em um sistema multinível

É sob esta perspectiva multinível que emergem quatro vertentes doitulogo jurisdicional, a compreender o diálogo com o sistema global l median-ia « incorporação de parâmetros protetivos de direitos humanos); o diálogo(um os sistemas regionais (a envolver a

"

europeici/ação" do sistema intera

Mirricano e a "interamericanizaçâo" do sistema europeu); o diálogo com os

li\i< mas nacionais (a abranger o controle da convenclonalidade). e o diálogoa sociedade civil (a emprestar ao sistema interamericano crescente legi-

. niaçáo sodal).

Por fim. pretende-se identilicar os principais desafios do sistema inte-Minericano e os potenciais riscos de sua agenda de reformas visando aofortalecimento do sistema e à pavimentação de um rus commune latino-ameri-cano em matéria de direitos humanos.

npcdftl agradecimento é Into à Alexander voo Humbold! Found«too peia Mkvtfar queturnou possível este estudo e ao Moi-PUnck Institute foc Comparative Public L» and Interna-vi «idi U» pof prover um ambiente académico de extraordinario »Igor intelectual Este capitulolim« como base a conferência "Dlélogo en el Sistema Interamericano de Derecho» Humanos

«Moi. cam .1 lu Reforma", prolerlda no seminàrio Internacional "Diálogo sobre diálogo« luilsdic-nodales lus Constitucional Commune Latlnoamerlcanum". no Max-Planck-Instltute em Hei-

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Como a própria Autor«! escreveno livro, "o desafio de escrever so-bre direitos humanos e estimulan-

te, porque permite revigorar o po-

tencial transformador das açòeshumanas

, ativando sua capacidadecriadora e emancipatória

"

.

Fonte de consulta indispensá-vel ao estudioso do Direito, as su-

cessivas reedições de Temas de

Direitos Humanos pela Saraivaatestam a maestria e o aclamado

saber jurídico de Flávia Piovesan,

uma das maiores expoentes da dis-ciplina em âmbito nacional e inter-nacional.

O ritual de rever, revisar e atualizar esta obra para a sua 9-edição impulsiona um mergulho analítico retrospectivo eprospectivo na arena de proteção dos direitos humanos, aoidentificar seus avanços, suas maiores inquietudes, suas tensõese seus dilemas na ordem contemporânea. Trata-se de um me-ticuloso e cuidadoso exercício de "ourives" das palavras, nodesafio de lapidar, ajustar e revisitar ideias e reflexões atetasao processo emancipatório de luta por direitos e por justiça.

Todos os capítulos deste livro invocam a emergência deum novo paradigma jurídico no século XXI, radicado no sis-tema jurídico multinível, estabelecendo o diálogo entre asordens global, regional e local, sob a inspiração do princípioda prevalência da dignidade humana.

Trecho c/a Nota à 9- edição

indicado para:

ProfissionaisV-ÿ

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