Direitos Humanos Das Pessoas Idosas

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  • 7/23/2019 Direitos Humanos Das Pessoas Idosas

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    Direitos Humanose

    Pessoas Idosas

    NAES UNIDAS

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    ndice

    Prlogo, Mary Robinson. Comit de Direitos Econmicos, Sociais e Culturais:

    Comentrio N. 6: Direitos Econmicos, Sociais e Culturaisdas Pessoas Idosas, 1995 (Extractos).

    Plano de Aco Internacional de Viena sobre o Envelhe-cimento. Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento,Viena, 1982. Pontos-chave das 62 recomendaes para aaco.

    Cronologia das polticas aprovadas internacionalmente erelacionadas com as pessoas idosas.

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    Prlogo de Mary RobinsonAlta Comissria das Naes Unidas

    para os Direitos Humanos

    Esta publicao um valioso con-tributo para os acontecimentos queassinalam 1999 como o AnoInternacional das Pessoas Idosas, dasNaes Unidas. Reunindo num nicoespao os direitos econmicos, soci-ais e culturais, e os principais docu-mentos das Naes Unidas sobre oenvelhecimento, serve para nos lem-brar que as pessoas idosas tm direi-tos bem determinados que devem serto respeitados como todos os outrosdireitos humanos.

    A populao mundial de pessoasidosas est a aumentar a um ritmoespantoso. Este sculo foi testemunhada mais extensa longevidade da histria da humanidade. Em pases commuitos recursos, a populao que comea a envelhecer em breve exceder o

    nmero de jovens.A sabedoria e experincia que se adquirem com a idade so activos vitaispara a sociedade e devem ser reconhecidos como tal. significativo queNelson Mandela tenha obtido recentemente o maior nmero de votos comopessoa mais admirada, em todo o mundo, entre os jovens.

    A cada dia que passa, as pessoas idosas abrem novos caminhos, demons-trando que a idade no necessariamente uma barreira para o xito nasesferas que escolheram. No ano passado, John Glenn regressou ao espao,Mitislav Rostropovich continuou a deleitar os amantes da msica em todo omundo e Dame Judi Dench ganhou um Oscar.

    Este folheto lembra-nos tambm que so muitos os direitos das pessoasidosas que ainda precisam de ser reivindicados. Inmeras pessoas idosas,sobretudo nos pases em desenvolvimento, tm uma vida cheia de dificul-dades, no dispondo de acesso a cuidados de sade ou a alimentos adequados.Os pases do mundo comprometeram-se a remediar esta situao e esta publi-cao pretende ser uma oportuna chamada de ateno para os objectivos quedevero ser alcanados.

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    COMIT DE DIREITOS ECONMICOS,SOCIAIS E CULTURAISCOMENTRIO GERAL N. 6

    Este documento uma compilao dos extractos do ComentrioGeral N. 6, aprovado pelo Comit de Direitos Econmicos, Sociais eCulturais, em 1995. O referido Comit responsvel por vigiar ocumprimento das obrigaes assumidas pelos Estados partes por fora doPacto Internacional de Direitos Econmicos, Sociais e Culturais, ratifica-do por 141 Estados. O Comit constitudo por 18 peritos independentes,em representao de todas as reas geogrficas. A sua funo principal

    consiste em estudar os relatrios que esto obrigados a apresentar todosos Estados que so partes no Pacto, nos dois anos seguintes entrada emvigor do referido Pacto e, depois, de cinco em cinco anos. Estes relatriosso apresentados por uma delegao governamental que tem de respon-der depois, de uma forma pormenorizada, s perguntas formuladas pelosmembros do Comit. Aps este dilogo, o Comit aprova um conjunto deobservaes finais que so amplamente difundidas e sobre as quais esperaresposta por parte do Governo em questo.

    O Comit prepara, ademais, comentrios gerais baseados em diversos

    artigos e disposies do Pacto Internacional de Direitos Econmicos,Sociais e Culturais, tendo em vista prestar assistncia aos Estados Partesno cumprimento das suas obrigaes de comunicao. Atravs dos seuscomentrios gerais, o Comit tenta fomentar, entre outras, as actividadesdos Estados Partes, das organizaes da sociedade civil, das organizaesinternacionais e dos organismos especializados pertinentes, a fim de con-seguir, de uma forma progressiva e eficaz, a plena realizao dos direitosreconhecidos no Pacto.

    O Comit de Direitos Econmicos, Sociais e Culturais considera queos Estados Partes do Pacto devem prestar uma ateno especial pro-moo e proteco dos direitos econmicos, sociais e culturais das pes-soas idosas. Neste sentido, a prpria aco do Comit torna-se essencial,dado que, ao contrrio do acontece em relao a outros grupos da popu-lao como o caso das mulheres e das crianas, no existem ainda umaampla conveno internacional relativa aos direitos das pessoas idosas,nem acordos de superviso vinculativos ligados aos diversos princpiosdas Naes Unidas neste mbito.

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    DIREITOS ECONMICOS, SOCIAIS E CULTURAISDAS PESSOAS IDOSAS

    (Comentrio Geral N. 6, contido no documento E/1996/22, anexo IV)

    1. IntroduoA populao mundial est a envelhecer ininterruptamente a um

    ritmo bastante impressionante. [...] A populao de idade avanada o grupo com maior crescimento em todo o mundo, com um aumentoestimado em 10%, entre 1950 e 2025, em comparao com os 6% dogrupo de pessoas de 60 anos de idade e um pouco acima de 3% do

    conjunto da populao. Estes nmeros denotam uma revoluo silen-ciosa, embora de consequncias imprevisveis e de longo alcance [...].A maioria dos Estados que so partes no Pacto [...] v-se confrontadacom a tarefa de adaptar as suas polticas sociais e econmicas aoenvelhecimento das suas populaes, em especial em matria de segu-rana social. [...]

    2. Polticas aprovadas internacionalmente relacionadas com as pes-

    soas idosasEm 1982, a Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento aprovou

    o Plano de Aco Internacional de Viena sobre o Envelhecimento. [...]Esse Plano de Aco contm 62 recomendaes, muitas das quais tmuma relevncia directa para o Pacto. Em 1991, a Assembleia Geralaprovou os Princpios das Naes Unidas em prol das Pessoas Idosas[...]. Estes princpios esto divididos em cinco seces [...].

    "Independncia" que inclui o acesso alimentao, gua, habitao, ao vesturio e aos cuidados de sade adequados.Direitos bsicos a que se acrescentam a oportunidade de um tra-balho remunerado e o acesso educao e formao.

    Por "participao" entende-se que as pessoas idosas deveriamparticipar activamente na formulao e aplicao das polticas queafectem directamente o seu bem-estar e poder partilhar os seusconhecimentos e capacidades com as geraes mais novas bem

    como poder formar movimentos ou associaes.

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    A seco intitulada "cuidados"afirma que as pessoas idosas de-veriam poder beneficiar dos cuidados da famlia, ter acesso aosservios de sade e gozar os seus direitos humanos e liberdades

    fundamentais, quando residam em lares ou instituies onde lhesprestem cuidados ou tratamento.

    No que se refere "auto-realizao", os "Princpios" afirmam queas pessoas de idade deveriam poder aproveitar as oportunidades dedesenvolver plenamente o seu potencial, mediante o acesso aosrecursos educativos, culturais, espirituais e recreativos dasociedade.

    Por fim, a seco intitulada "Dignidade"afirma que as pessoas de

    idade deveriam poder viver com dignidade e segurana, e libertasda explorao e maus tratos fsicos ou mentais, ser tratadas digna-mente, independentemente da idade, sexo, raa ou origem tnica,deficincia, situao econmica ou qualquer outra condio, e servalorizadas independentemente do seu contributo econmico.Em 1992, a Assembleia Geral aprovou quatro objectivos globais

    sobre o envelhecimento para o ano 2001 e um guia para determinar osobjectivos nacionais. Em 1992, [...] a Assembleia Geral aprovou a

    Declarao sobre o Envelhecimento em que pede encarecidamente oapoio de iniciativas nacionais relacionadas com o envelhecimento, demodo que as mulheres de idade avanada recebam o apoio adequadopela contribuio - ainda no reconhecida - que prestaram sociedadee que se incentivem os homens de idade avanada a desenvolver aque-las capacidades sociais, culturais e emocionais que podem no terpotenciado durante os anos em que sustentaram a famlia. [...]

    Tambm declarou o ano de 1999 como Ano Internacional das

    Pessoas Idosas em reconhecimento da "longevidade" demogrfica dahumanidade. Os organismos especializados das Naes Unidas [...]prestaram tambm ateno ao problema do envelhecimento, nas suasrespectivas esferas de competncia.

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    3. Os direitos das pessoas idosas no que se refere ao PactoInternacional de Direitos Econmicos, Sociais e Culturais

    A terminologia utilizada para descrever as pessoas idosas muito

    variada, inclusive nos documentos internacionais. [...] O Comitoptou por usar a expresso "pessoas idosas" (personnes ges, emfrancs; personas mayores, em espanhol). O Pacto Internacional deDireitos Econmicos, Sociais e Culturais no faz uma refernciaexplcita aos direitos das pessoas idosas, embora o artigo 9, que tratado "direito de todos segurana social, incluindo o seguro social",reconhea implicitamente o direito aos subsdios de velhice. [...]Outra questo importante esclarecer se o Pacto probe a discrimi-

    nao com base na idade. Nem o referido Pacto, nem sequer aDeclarao Universal dos Direitos Humanos, fazem refernciaexplcita idade, nesse sentido. [...] O Comit verifica que, emboratalvez ainda no seja possvel concluir que a discriminao por razesde idade amplamente proibida pelo Pacto, o nmero de questes emrelao s quais a referida discriminao pode ser aceite muito limi-tado. H que ressaltar, alm disso, que muitos dos documentos depoltica internacional insistem na no aceitao da discriminao das

    pessoas idosas, um aspecto recolhido na legislao da imensa maio-ria dos Estados.[...] O Comit de Direitos Econmicos, Sociais e Culturais consideraque os Estados Partes no Pacto devem prestar uma ateno especial promoo e proteco dos direitos econmicos, sociais e culturais daspessoas idosas. [...] Os relatrios examinados at agora no fornece-ram dados sistemticos sobre a situao das pessoas idosas, no que serefere ao cumprimento do Pacto. [...] O Comit verifica que a grande

    maioria dos relatrios dos Estados Partes continua a referir-se poucoa esta importante questo. Por conseguinte, deseja comunicar que, nofuturo, insistir em que a situao das pessoas de idade relativamentea cada um dos direitos reconhecidos no Pacto seja abordada ade-quadamente em todos os relatrios. [...]

    4. Obrigaes Gerais dos Estados PartesAs pessoas idosas constituem um grupo to heterogneo e variado

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    como os restantes grupos da populao. [As pessoas idosas encon-tram-se] entre os grupos mais vulnerveis, marginais e desprotegidos.Em pocas de recesso e restruturao da economia, as pessoas idosas

    so um grupo especial de risco. Mesmo em momentos de graves limi-taes de recursos, os Estados Partes tm o dever de proteger os mem-bros vulnerveis da sociedade. [...] Os mtodos que os Estados Partesutilizam para cumprir as obrigaes assumidas em virtude do pacto,no que se refere s pessoas idosas, [...] incluem a necessidade dedeterminar a natureza e alcance dos problemas dentro de um Estadopor meio de uma vigilncia regular, bem como a necessidade de adop-tar polticas e programas formulados adequadamente para satisfazer

    os requisitos, promulgar leis quando seja necessrio e eliminar toda alegislao discriminatria, e garantir o apoio oramental pertinente ousolicitar a cooperao internacional, quando procedente. [...] Em1992, a Assembleia Geral exortou criao de infra-estruturas deapoio nacional destinadas a promover polticas e programas sobre oenvelhecimento, nos planos e programas de desenvolvimentonacionais e internacionais

    5. Disposies especficas do artigo 3 do PactoIgualdade de direitos para homens e mulheres

    [...] O Comit considera que os Estados Partes deveriam prestar umaateno especial s mulheres de idade avanada que - tendo dedicadotoda ou parte da sua vida ao cuidado da sua famlia, sem uma activi-dade remunerada que lhes d direito a receberem uma penso de ve-lhice, e que tambm no tm direito a uma penso de viuvez se encon-tram, frequentemente, em situaes crticas. [...] Os Estados Partes

    deveriam criar subsdios no contributivos ou outro tipo de ajudaspara todas as pessoas, independentemente do seu sexo, que careamde recursos, quando atingem uma idade especificada na legislaonacional. [...]

    Direitos relacionados com o trabalho[...] O Comit, considerando que os trabalhadores de idade avanadaque no atingiram ainda a idade da reforma tm frequentemente pro-

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    blemas para arranjar e manter os seus empregos, sublinha a necessi-dade de adoptar medidas que evitem a discriminao por uma questode idade no emprego e na profisso. especialmente importante

    garantir que os trabalhadores de idade avanada gozem de condiesde trabalho seguras at reforma. Em especial, desejvel daremprego a trabalhadores de idade avanada, em circunstncias quepermitam fazer a melhor utilizao da sua experincia e conhecimen-tos. Nos anos que antecedem a reforma, deveriam pr-se em execuoprogramas de preparao para a reforma, com a participao de orga-nizaes representativas de empregadores e trabalhadores e outrosrgos pertinentes, para ajudar os trabalhadores de idade avanada a

    enfrentar a sua nova situao. Estes programas deveriam, em especial,facultar informao aos trabalhadores de idade avanada sobre: osseus direitos e obrigaes como pensionistas; oportunidades econdies para poderem continuar uma actividade ou empreender umtrabalho voluntrio; meios de combater os efeitos prejudiciais doenvelhecimento; instalaes para educao de adultos e actividadesculturais, e utilizao do tempo livre. Os direitos protegidos pelo arti-go 8 do Pacto, tais como os direitos sindicais, incluindo a idade de

    reforma, devem ser aplicados aos trabalhadores de idade avanada.

    Direito segurana socialO artigo 9 do Pacto dispe, de forma geral, que os Estados Partes"reconheam o direito de todas as pessoas segurana social", semespecificar o tipo ou nvel de proteco que dever ser garantido. [...]Os Estados Partes devem adoptar medidas adequadas que permitamestabelecer regimes gerais para um seguro de velhice obrigatrio, a

    partir de uma determinada idade, prescrita na legislao nacional. [...]O Comit convida os Estados Partes a estabelecer uma idade de refor-ma flexvel, dependendo das profisses exercidas e da capacidade detrabalho das pessoas idosas, tendo em devida conta os factoresdemogrficos, econmicos e sociais. [...] Os Estados Partes devemgarantir o pagamento de prestaes aos sobreviventes e rfos quan-do falece a pessoa responsvel pelo sustento da famlia que estivessesob a cobertura da segurana social ou a receber uma penso. [...] Os

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    Estados Partes deveriam, em conformidade com os recursosdisponveis, proporcionar subsdios de velhice no contributivos eoutras ajudas a todas as pessoas idosas que, atingida a idade prescrita

    pela legislao nacional, no tenham concludo o perodo de qualifi-cao contributivo e no tenham direito a uma penso de velhice ou aoutro tipo de prestao de segurana social ou ajuda, e que careamde outra fonte de rendimentos.

    Proteco da famlia[...] Os governos e organizaes no governamentais tm o dever decriar servios sociais que apoiem a famlia, quando existam pessoas

    idosas no agregado familiar, e de aplicar medidas destinadas espe-cialmente s famlias de baixos rendimentos que desejem manter emcasa as pessoas de idade avanada.

    Direito a um nvel de vida adequado[...] "As pessoas idosas deveriam ter acesso alimentao, gua, habitao, ao vesturio e aos cuidados de sade adequados por meioda atribuio de rendimentos, ao apoio das suas famlias e da comu-

    nidade e sua prpria auto-suficincia". [...]As polticas nacionais deveriam contribuir para que as pessoas idosaspermaneam nos seus prprios lares durante tanto tempo quanto sejapossvel, mediante o restauro, desenvolvimento e melhoria dashabitaes [ambiente, mobilidade], bem como a sua adaptao s pos-sibilidades de acesso e utilizao por parte das pessoas idosas. [...]

    Direito sade fsica e mental

    Tendo em vista a realizao do direito das pessoas idosas a gozaremde um nvel satisfatrio de sade fsica e mental, [...] [ necessrio]centrar a ateno [...] em proporcionar directivas de poltica de sadedestinadas a preservar a sade dos idosos, partindo de uma viso deconjunto que v da preveno e reabilitao aos cuidados do doenteterminal. [...] Os Estados Partes deveriam ter presente que amanuteno da sade na velhice requer investimentos durante a vida,essencialmente mediante a adopo de estilos de vida saudveis (ali-

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    mentos, exerccio, eliminao do tabaco e do lcool). A prevenoatravs de exames regulares adaptados s necessidades dos idososdesempenha um papel decisivo, tal como a reabilitao, a manuteno

    das capacidades funcionais das pessoas idosas, o que tem como resul-tado uma diminuio dos custos de investimento em cuidados desade e servios sociais.

    Direito educao e cultura[...] No caso das pessoas idosas, este direito deve ser abordado a par-tir de dois ngulos diferentes e, por sua vez, complementares: (a) odireito das pessoas idosas a beneficiar de programas educativos; e (b)

    pr os seus conhecimentos e experincia disposio das geraesmais jovens. No que se refere ao primeiro, os Estados Partes deveri-am ter em conta [...] (i) [...] que as pessoas idosas deveriam poderaceder a programas de educao e formao adequados e, portanto,com base na sua preparao, capacidades e motivao, deveriampoder aceder a diversos nveis de educao mediante a adopo demedidas adequadas no que se refere a alfabetizao, educao perma-nente, acesso universidade, etc.; e (ii) [...] programas para pessoas

    idosas, no estruturados, baseados na comunidade, e orientados parao lazer, com a finalidade de desenvolver um sentido de auto-suficin-cia e de responsabilidade da comunidade. Tais programas deveriamcontar com o apoio dos governos nacionais e das organizaes inter-nacionais. No que respeita utilizao dos conhecimentos e exper-incia das pessoas idosas. [...] "Deveriam criar-se programas de edu-cao nos quais as pessoas idosas sejam os professores e transmis-sores de conhecimentos e de valores culturais e espirituais". [...] "As

    pessoas idosas deveriam permanecer integradas na sociedade, partici-par activamente na formulao e aplicao das polticas que afectemdirectamente o seu bem-estar, e poder partilhar os seus conhecimen-tos e capacidades com as geraes mais jovens"; [...] "As pessoas deidade deveriam ter acesso aos recursos educativos, culturais, espiritu-ais e recreativos da sociedade". [...] Exortam-se os governos e organi-zaes internacionais a apoiar programas que facilitem o acesso fsi-

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    1 O documento integral pode ser obtido na Internet em http://www.un.org/esa/socdev/ageipaa.htm

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    co dos idosos a instituies culturais (museus, teatros, salas de con-certos, cinemas, etc.). [...] Os governos, as organizaes interna-cionais e as prprias pessoas idosas precisam de se esforar por ultra-

    passar os esteretipos negativos que apresentem as pessoas idosascomo indivduos com deficincias fsicas e psicossociais, incapazesde funcionar com autonomia, que no desempenham qualquer papelnem tm qualquer valor na sociedade. Estes esforos, nos quais deve-riam participar os meios de comunicao social e instituies educa-tivas, so essenciais para que tenhamos uma sociedade que defenda aplena integrao das pessoas idosas. No que se refere ao direito degozar dos benefcios decorrentes do progresso cientfico e suas apli-

    caes, os Estados Partes deveriam [...] fazer todos os possveis parapromover a investigao dos aspectos biolgicos, mentais e sociais doenvelhe-cimento e das formas de manter as capacidades funcionais eprevenir e retardar o aparecimento de doenas crnicas e deficincias.Neste sentido, recomenda-se aos Estados, organizaes intergoverna-mentais e organizaes no governamentais a criao de instituiesespecializadas no ensino da gerontologia, geriatria e psicologia ger-itrica, em pases onde no exista este tipo de instituies.

    Plano de Aco Internacional sobre o EnvelhecimentoAssembleia Mundial sobre o Envelhecimento, Viena (1982)1

    Pontos-chave das 62 recomendaes para a aco

    IntroduoO Plano de Aco adoptado pela Assembleia Mundial sobre o

    Envelhecimento, em 1982, e aprovado, nesse mesmo ano, pelaAssembleia Geral continua a ser a base da poltica a nvel interna-cional. No Plano de Aco, s se podem propor directrizes amplas eprincpios gerais sobre as formas como a comunidade internacional,os governos e outras instituies, e a sociedade no seu conjuntopodem fazer frente ao progressivo envelhecimento das sociedades e snecessidades das pessoas idosas, em todo o mundo. Em virtude do seuprprio carcter, as abordagens e polticas mais concretas devem ser

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    1 O documento integral pode ser obtido na Internet em http://www.un.org/esa/socdev/ageipaa.htm

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    concebidas e enunciadas em funo das tradies, valores culturais eprticas de cada nao ou comunidade tnica, e os programas deaco devem adaptar-se s prioridades e possibilidades materiais de

    cada pas e comunidade.Todavia, existem diversas consideraes essenciais que reflectem osvalores humanos gerais e fundamentais, independentes de cultura,religio, raa ou condio social: valores decorrentes do facto biolgi-co do envelhecimento como processo comum e inelidvel. O respeitoe a prestao de cuidados s pessoas idosas, que foram das poucasconstantes na cultura humana de todos os tempos e lugares, so oreflexo de uma interaco fundamental entre o impulso de autocon-

    servao e o de conservao da sociedade que condicionou a sobre-vivncia e o progresso da espcie humana.

    A. Metas e recomendaes em matria de poltica

    Sade e alimentao1. Cuidados de sade preventivos2. Cuidados integrais: melhoria da qualidade de vida

    3. Reduo das doenas e incapacidades4. Cuidados de sade aos muito idosos e s pessoas deficientes5. Cuidados especiais aos moribundos6. Coordenao de servios de proteco social e de cuidados de

    sade7. Informao/sensibilizao de toda a sociedade quanto maneira

    como trata as pessoas idosas que necessitam de cuidados8. Autonomizao das pessoas idosas para exercerem controlo

    sobre a sua prpria vida9. Estmulo e participao dos ancios no desenvolvimento dos

    cuidados de sade10. Criao de servios de sade e conexos na comunidade11. Avaliao das necessidades das pessoas idosas12. Alimentao adequada13. Cuidados domicilirios14. Cuidados de sade durante toda a vida

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    15. Conteno de riscos de sade ambientais16. Preveno de acidentes17. Intercmbio internacional e cooperao em matria de investi-

    gao mdica

    Proteco das pessoas idosas como consumidores18. Aplicao de medidas de segurana

    Habitao e meio ambiente19. Fomentar a independncia20. Garantir a integrao social

    21. Concepo de ambiente funcional para a vida22. Garantir a mobilidade das pessoas idosas23. Garantir a segurana dos que comeam a envelhecer24. Facilitar a participao das pessoas idosas nos processos de

    adopo de decises em matria urbanstica

    A famlia25. Apoio unidade familiar

    26. Apoio aos que prestam cuidados27. Avaliao das necessidades e funes das mulheres idosas, das

    vivas28. Abordagem integrada no que se refere idade e a famlia nas

    esferas do planeamento e desenvolvimento29. Servios sociais de apoio a toda a famlia

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    Uma sociedade para todas as idadesAno Internacional das Pessoas Idosas 1999

    1999

    Este folheto foi redigido por Astrid Stuckelberger, Presidente do ComitOrganizador das Naes Unidas para a Comemorao do Ano Internacionaldas Pessoas Idosas, em colaborao com o Secretariado do Comit deDireitos Econmicos, Sociais e Culturais, o Gabinete do Alto Comissrio dasNaes Unidas para os Direitos Humanos e o Servio de Informao dasNaes Unidas em Genebra.

    Para mais informaes:

    http://www.unog.ch

    Servio de Informao das Naes Unidas, Genebra8-14, avenue de la Paix1211 Genebra 10, Sua

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    Os Direitos Humanos e as Pessoas Idosas

    Cronologia das polticas aprovadas internacionalmente erelacionadas com as pessoas idosas

    1982

    Assembleia Mundial sobre o Envelhecimento, Viena. Plano deAco Internacional sobre o Envelhecimento, 62 recomendaes

    1991Princpios das Naes Unidas para as Pessoas Idosas

    1992

    A Assembleia Geral aprova oito objectivos globais sobre oenvelhecimento, para o ano 2001

    1992

    Assembleia Geral: Proclamao sobre o Envelhecimento

    1999

    Ano Internacional das Pessoas Idosas, das Naes Unidas

    Traduzido e editado em portugus peloCentro de Informao das Naes Unidas

    para Portugal, Maro de 2002

    Uma sociedade para todas as idades

    Ano Internacional das Pessoas Idosas 1999

    1999