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DIÁRIO DA JUSTIÇA ELETRÔNICO REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL N°: 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro de 2009 Publicação: quinta-feira, 26 de novembro de 2009 SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL Praça dos Três Poderes Brasília - DF CEP: 70175-900 Telefone: (61) 3217-3000 www.stf.jus.br Ministro Gilmar Mendes Presidente Ministro Cezar Peluso Vice-Presidente Alcides Diniz da Silva Diretor-Geral ©2009 RETIFICAÇÃO Nº DJe ONDE SE LÊ PAG . LEIA-SE 218/2009 Eu, IRON MESSIAS DE OLIVEIRA, Coordenador de Processamento Final Substituto, conferi. ROSEMARY DE ALMEIDA, Secretária Judiciária. 197 Eu, IRON MESSIAS DE OLIVEIRA, Coordenador de Processamento Final Substituto, conferi. ANA LÚCIA DA COSTA NEGREIROS, Secretária Judiciária. 219/2009 Eu, IRON MESSIAS DE OLIVEIRA, Coordenador de Processamento Final Substituto, conferi. ROSEMARY DE ALMEIDA, Secretária Judiciária. 167 Eu, IRON MESSIAS DE OLIVEIRA, Coordenador de Processamento Final Substituto, conferi. ANA LÚCIA DA COSTA NEGREIROS, Secretária Judiciária. 220/2009 Eu, IRON MESSIAS DE OLIVEIRA, Coordenador de Processamento Final Substituto, conferi. ROSEMARY DE ALMEIDA, Secretária Judiciária. 114 Eu, IRON MESSIAS DE OLIVEIRA, Coordenador de Processamento Final Substituto, conferi. ANA LÚCIA DA COSTA NEGREIROS, Secretária Judiciária. PRESIDÊNCIA DESPACHOS ADMINISTRATIVOS PROCESSO: 311.108 INTERESSADA: IOB Informações Objetivas Publicações Jurídicas Ltda. ASSUNTO: Inscrição de produtos como repositórios autorizados de jurisprudência. DESPACHO Em petições datadas de 19 de agosto de 2009, a IOB Informações Objetivas Publicações Jurídicas Ltda. requereu a inscrição da publicação “Repertório IOB de Jurisprudência” e do CD-ROM “Juris Síntese IOB” como repositórios autorizados de jurisprudência (fls. 33 e 49). Cumprido o requisito de publicação do aviso no Diário da Justiça Eletrônico, a Comissão de Jurisprudência manifestou-se favoravelmente ao registro pleiteado (fls. 76, 79 e 81). Desse modo, DEFIRO o pedido de inscrição da publicação “Repertório IOB de Jurisprudência” e do CD-ROM “Juris Síntese IOB” como repositórios autorizados de jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. À Secretaria de Documentação, para registro, publicação e observação quanto às obrigações da Editora, previstas no art. 4º e parágrafos da Resolução 330/2006. Brasília, 20 de novembro de 2009. Ministro GILMAR MENDES Presidente do STF DISTRIBUIÇÃO Ata da Ducentésima Vigésima Oitava Distribuição realizada em 20 de novembro de 2009. Foram distribuídos os seguintes feitos, pelo sistema de processamento de dados: AÇÃO CAUTELAR 2.502 (1) ORIGEM : AC - 2502 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL PROCED. : MATO GROSSO RELATOR :MIN. DIAS TOFFOLI REQTE.(S) : AGROPASTORIL TRADIÇÃO LTDA ADV.(A/S) : ALEXANDRE CESAR DEL GROSSI REQDO.(A/S) : BRASNORTE TRANSMISSORA DE ENERBGIA S/A AGRAVO DE INSTRUMENTO 627.616 (2) ORIGEM : AC - 199903991090876 - TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL PROCED. : SÃO PAULO RELATOR :MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) : ENEIDA MARIA GERVÁSIO HASELER ADV.(A/S) :ROBERTO CORREIA DA SILVA GOMES CALDAS AGDO.(A/S) : BANCO CENTRAL DO BRASIL ADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DO BANCO CENTRAL DO BRASIL AGDO.(A/S) : BANCO ITAÚ S/A ADV.(A/S) : MARCIAL BARRETO CASABONA AGRAVO DE INSTRUMENTO 636.628 (3) ORIGEM : AMS - 199961050141803 - TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL PROCED. : SÃO PAULO RELATOR :MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) : UNIÃO PROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL AGDO.(A/S) : SUPERMERCADO PIERIM LTDA ADV.(A/S) : OSWALDO PEREIRA DE CASTRO AGRAVO DE INSTRUMENTO 650.313 (4) ORIGEM :AC - 2952594 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUAL PROCED. : SÃO PAULO RELATOR :MIN. DIAS TOFFOLI AGTE.(S) : MARCOS DE AZEVEDO ADV.(A/S) : ALEX SILVA AGDO.(A/S) : LAURO FLÁVIO MARCONDES BRISOLA DE OLIVEIRA ADV.(A/S) : SILVIO DE RESENDE DUARTE AGRAVO DE INSTRUMENTO 666.769 (5) ORIGEM : AC - 9602325089 - TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL PROCED. : RIO DE JANEIRO RELATOR :MIN. EROS GRAU AGTE.(S) : UNIÃO ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO AGDO.(A/S) : CORA DA GAMA LEITE Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. O documento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

DIÁRIO DA JUSTIÇA ELETRÔNICO · docerias, buffets, fast-foods e assemelhados de sÃo paulo e regiÃo adv.(a/s) :ana paula moreira dos santos e outro(a/s) agdo.(a/s) :cantina vico

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Page 1: DIÁRIO DA JUSTIÇA ELETRÔNICO · docerias, buffets, fast-foods e assemelhados de sÃo paulo e regiÃo adv.(a/s) :ana paula moreira dos santos e outro(a/s) agdo.(a/s) :cantina vico

DIÁRIO DA JUSTIÇA ELETRÔNICOREPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

N°: 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro de 2009 Publicação: quinta-feira, 26 de novembro de 2009

SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

Praça dos Três PoderesBrasília - DF

CEP: 70175-900Telefone: (61) 3217-3000

www.stf.jus.br

Ministro Gilmar MendesPresidente

Ministro Cezar PelusoVice-Presidente

Alcides Diniz da SilvaDiretor-Geral

©2009

RETIFICAÇÃO

Nº DJe ONDE SE LÊ PAG. LEIA-SE

218/2009

Eu, IRON MESSIAS DE OLIVEIRA, Coordenador de ProcessamentoFinal Substituto, conferi. ROSEMARY DE ALMEIDA, Secretária Judiciária.

197

Eu, IRON MESSIAS DE OLIVEIRA, Coordenador de ProcessamentoFinal Substituto, conferi. ANA LÚCIA DA COSTA NEGREIROS, Secretária Judiciária.

219/2009

Eu, IRON MESSIAS DE OLIVEIRA, Coordenador de ProcessamentoFinal Substituto, conferi. ROSEMARY DE ALMEIDA, Secretária Judiciária.

167

Eu, IRON MESSIAS DE OLIVEIRA, Coordenador de ProcessamentoFinal Substituto, conferi. ANA LÚCIA DA COSTA NEGREIROS, Secretária Judiciária.

220/2009

Eu, IRON MESSIAS DE OLIVEIRA, Coordenador de ProcessamentoFinal Substituto, conferi. ROSEMARY DE ALMEIDA, Secretária Judiciária.

114

Eu, IRON MESSIAS DE OLIVEIRA, Coordenador de ProcessamentoFinal Substituto, conferi. ANA LÚCIA DA COSTA NEGREIROS, Secretária Judiciária.

PRESIDÊNCIA

DESPACHOS ADMINISTRATIVOS

PROCESSO: 311.108INTERESSADA: IOB Informações Objetivas Publicações Jurídicas Ltda.ASSUNTO: Inscrição de produtos como repositórios autorizados de jurisprudência.

DESPACHO

Em petições datadas de 19 de agosto de 2009, a IOB Informações Objetivas Publicações Jurídicas Ltda. requereu a inscrição da publicação “Repertório IOB de Jurisprudência” e do CD-ROM “Juris Síntese IOB” como repositórios autorizados de jurisprudência (fls. 33 e 49).

Cumprido o requisito de publicação do aviso no Diário da Justiça Eletrônico, a Comissão de Jurisprudência manifestou-se favoravelmente ao registro pleiteado (fls. 76, 79 e 81).

Desse modo, DEFIRO o pedido de inscrição da publicação “Repertório IOB de Jurisprudência” e do CD-ROM “Juris Síntese IOB” como repositórios autorizados de jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.

À Secretaria de Documentação, para registro, publicação e observação quanto às obrigações da Editora, previstas no art. 4º e parágrafos da Resolução 330/2006.

Brasília, 20 de novembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente do STF

DISTRIBUIÇÃO

Ata da Ducentésima Vigésima Oitava Distribuição realizada em 20 de novembro de 2009.

Foram distribuídos os seguintes feitos, pelo sistema de processamento de dados:

AÇÃO CAUTELAR 2.502 (1)ORIGEM : AC - 2502 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : MATO GROSSORELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIREQTE.(S) : AGROPASTORIL TRADIÇÃO LTDAADV.(A/S) : ALEXANDRE CESAR DEL GROSSIREQDO.(A/S) : BRASNORTE TRANSMISSORA DE ENERBGIA S/A

AGRAVO DE INSTRUMENTO 627.616 (2)ORIGEM : AC - 199903991090876 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIAGTE.(S) : ENEIDA MARIA GERVÁSIO HASELERADV.(A/S) : ROBERTO CORREIA DA SILVA GOMES CALDASAGDO.(A/S) : BANCO CENTRAL DO BRASILADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DO BANCO CENTRAL DO

BRASILAGDO.(A/S) : BANCO ITAÚ S/AADV.(A/S) : MARCIAL BARRETO CASABONA

AGRAVO DE INSTRUMENTO 636.628 (3)ORIGEM : AMS - 199961050141803 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIAGTE.(S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALAGDO.(A/S) : SUPERMERCADO PIERIM LTDAADV.(A/S) : OSWALDO PEREIRA DE CASTRO

AGRAVO DE INSTRUMENTO 650.313 (4)ORIGEM : AC - 2952594 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIAGTE.(S) : MARCOS DE AZEVEDOADV.(A/S) : ALEX SILVAAGDO.(A/S) : LAURO FLÁVIO MARCONDES BRISOLA DE OLIVEIRAADV.(A/S) : SILVIO DE RESENDE DUARTE

AGRAVO DE INSTRUMENTO 666.769 (5)ORIGEM : AC - 9602325089 - TRIBUNAL REGIONAL FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOAGDO.(A/S) : CORA DA GAMA LEITE

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 2

ADV.(A/S) : JOSÉ EXPEDITO DE SOUZA PEREIRA E OUTRO(A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 691.431 (6)ORIGEM : AMS - 200551010047252 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOAGDO.(A/S) : RACHEL DE VASCONCELLOS MAGALHÃESADV.(A/S) : CYNTHIA MONTEIRO ALVES E OUTRO(A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 701.359 (7)ORIGEM : AC - 12369212 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : BANCO NOSSA CAIXA S/AADV.(A/S) : VERA LUCIA B DE ALBUQUERQUE E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : ORESTES CARLOS E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : JOSÉ XAVIER MARQUES E OUTRO(A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 704.743 (8)ORIGEM : PROC - 11439122 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIAGTE.(S) : RUDINÉIA CANEVERADV.(A/S) : MAURÍCIO ROBERTO FERNANDES NOVELLI E

OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : BANCO NOSSA CAIXA S/AADV.(A/S) : GIZA HELENA COELHO E OUTRO(A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 711.432 (9)ORIGEM : AC - 70189898 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CARLOS BRITTOAGTE.(S) : BANCO BRADESCO S/AADV.(A/S) : VERA LUCIA B DE ALBUQUERQUE E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : MARCOS BORINI E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : MARCIO BERNARDES E OUTRO(A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 736.129 (10)ORIGEM : AI - 71677757 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CELSO DE MELLOAGTE.(S) : BANCO INDUSVAL S/AADV.(A/S) : MAURO CARAMICOAGDO.(A/S) : OSVALDO JOSÉ DAS DORES JUNIORADV.(A/S) : ANTÔNIO CARLOS RODRIGUESINTDO.(A/S) : LUIZ GONZAGA DE ATHAYDE VASONE

AGRAVO DE INSTRUMENTO 738.521 (11)ORIGEM : AMS - 98030908871 - TRIBUNAL REGIONAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIAGTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOAGDO.(A/S) : JOSMAR DE OLIVEIRA DORTA E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : GUARACI RODRIGUES DE ANDRADE E OUTRO(A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 738.759 (12)ORIGEM : AC - 200003990111177 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIAGTE.(S) : RÁDIO ELDORADO LTDAADV.(A/S) : JULIA AFFONSO FERREIRA MESQUITA E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

AGRAVO DE INSTRUMENTO 739.351 (13)ORIGEM : AC - 6329755000 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CARLOS BRITTOAGTE.(S) : SINDICATO DOS PROFESSORES DO ENSINO OFICIAL

DO ESTADO DE SÃO PAULO - APEOESPADV.(A/S) : CESAR RODRIGUES PIMENTEL E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE SANTANA DE PARNAÍBAADV.(A/S) : PAULO DANILO TROMBONI

AGRAVO DE INSTRUMENTO 750.850 (14)ORIGEM : AGAR - 190114200800000009 - TRIBUNAL SUPERIOR

DO TRABALHOPROCED. : BAHIA

RELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : VALDIR SANTA MÔNICA FERREIRAADV.(A/S) : JAIRO ANDRADE DE MIRANDAAGDO.(A/S) : PETRÓLEO BRASILEIRO S/A - PETROBRÁSADV.(A/S) : ALEXANDRE YUKITO MORE E OUTRO(A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 750.948 (15)ORIGEM : EDROAG - 152200700018009 - TRIBUNAL SUPERIOR

DO TRABALHOPROCED. : GOIÁSRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : PAULO SÉRGIO RODRIGUESAGTE.(S) : ÉLIDA APARECIDA PIVETAADV.(A/S) : PAULO SÉRGIO RODRIGUESAGDO.(A/S) : TECCON S/A CONSTRUÇÃO E PAVIMENTAÇÃOADV.(A/S) : RUBIA CASSIA RODRIGUESAGDO.(A/S) : OSVALDO ALVES

AGRAVO DE INSTRUMENTO 751.740 (16)ORIGEM : EDROMS - 13875200500002003 - TRIBUNAL

SUPERIOR DO TRABALHOPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : SINDICATO DOS TRABALHADORES EM HOTÉIS,

APART HOTÉIS, MOTÉIS, FLATS, PENSÕES, HOSPEDARIAS, POUSADAS, RESTAURANTES, CHURRASCARIAS, CANTINAS, PIZZARIAS, BARES, LANCHONETES, SORVETERIAS, CONFEITARIAS, DOCERIAS, BUFFETS, FAST-FOODS E ASSEMELHADOS DE SÃO PAULO E REGIÃO

ADV.(A/S) : ANA PAULA MOREIRA DOS SANTOS E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : CANTINA VICO D'O SCUGNIZZO LTDA

AGRAVO DE INSTRUMENTO 754.996 (17)ORIGEM : PROC - 200461090016719 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : JOSÉ CARLOS AVESANIADV.(A/S) : JOSÉ LUIZ MATTHESADV.(A/S) : RICARDO BRAGHINI E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : UNIÃOADV.(A/S) : PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

AGRAVO DE INSTRUMENTO 760.370 (18)ORIGEM : MS - 20060034061 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : AMAZONASRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : FUNDO PREVIDENCIÁRIO DO ESTADO DO

AMAZONAS - AMAZONPREVADV.(A/S) : FABIO MARTINS RIBEIRO E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : NAIR CRUZ DE ARAÚJOADV.(A/S) : AMANDA LIMA MARTINS E OUTRO(A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 763.156 (19)ORIGEM : AC - 3218684600 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CEZAR PELUSOAGTE.(S) : ANTÔNIO AILTON CASEIROADV.(A/S) : RUBENS MORAES SALLES E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : EMPRESA COMÉRCIO DO JAÚ LTDA E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : FERNANDO FREDERICO DE ALMEIDA JÚNIOR E

OUTRO(A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 771.462 (20)ORIGEM : PROC - 20087000560337 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. CELSO DE MELLOAGTE.(S) : IDALIA NUNES DE OLIVEIRAPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE

JANEIROAGDO.(A/S) : ESMALTEC S/AADV.(A/S) : HISASHI KATAOKAADV.(A/S) : CARLOS ROBERTO SIQUEIRA CASTRO E

OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : CASA BAHIA COMERCIAL LTDAADV.(A/S) : ANTONIO CARLOS PEREIRA PORCHER E

OUTRO(A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 771.541 (21)ORIGEM : PROC - 1592009 - TURMA DE RECURSOS CIVEIS DOS

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 3

JUIZADOS ESPECIAISPROCED. : SERGIPERELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : BANCO DO NORDESTE DO BRASIL S/A - BNBADV.(A/S) : EDNA SANTOS BARBOZAAGDO.(A/S) : JOSÉ JORGE SANTOSADV.(A/S) : MARIA DA PURIFICAÇÃO ANDRADE VIEIRA

AGRAVO DE INSTRUMENTO 773.785 (22)ORIGEM : PROC - 1510300261505 - JUIZ DE DIREITOPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : MUNICÍPIO DE GRAVATAÍPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE GRAVATAÍAGDO.(A/S) : SUCESSÃO DE ALBERTO FERNANDES DOS REISADV.(A/S) : ALEXANDRE TEICHMANN VIZZOTTO

AGRAVO DE INSTRUMENTO 773.796 (23)ORIGEM : AMS - 200171000301744 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERAL DA 4º REGIÃOPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : SONAE DISTRIBUIÇÃO BRASIL S.AADV.(A/S) : MÁRIO LUCIANO DO NASCIMENTOAGDO.(A/S) : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEFADV.(A/S) : FERNANDO DA SILVA ABS DA CRUZ

AGRAVO DE INSTRUMENTO 773.831 (24)ORIGEM : AC - 200270010180563 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERAL DA 4º REGIÃOPROCED. : PARANÁRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL FEDERALAGDO.(A/S) : ELETRAN INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE

ACUMULADORES LTDAADV.(A/S) : ADIRSON DE OLIVEIRA JUNIOR E OUTRO(A/S)INTDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E

REFORMA AGRÁRIA - INCRAADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

AGRAVO DE INSTRUMENTO 773.876 (25)ORIGEM : PROC - 200540007002610 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERAL DA 1º REGIÃOPROCED. : PIAUÍRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALAGDO.(A/S) : MÁRIO DE OLIVEIRA BRITO

AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.001 (26)ORIGEM : MS - 4549299 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. CARLOS BRITTOAGTE.(S) : PARANAPREVIDÊNCIAADV.(A/S) : RODRIGO MARCO LOPES DE SEHLIAGDO.(A/S) : FERMINO KOVALTCHUKADV.(A/S) : DANIEL BARRETO GELBECKE

AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.018 (27)ORIGEM : APCRIM - 200234000148732 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERAL DA 1º REGIÃOPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : SEBASTIÃO BUIATIADV.(A/S) : RUBENS TAVARES E SOUSAAGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.039 (28)ORIGEM : AIRR - 78200700810400 - TRIBUNAL SUPERIOR DO

TRABALHOPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : CESPLAN - CENTRO DE ENSINOS SUPERIORES

PLANALTO LTDAADV.(A/S) : SOLANGE SAMPAIO CLEMENTE FRANÇAAGDO.(A/S) : CHRISTIANO BARBOSA DO NASCIMENTOADV.(A/S) : FRANCISCO DE ASSIS BRITO VAZ

AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.049 (29)ORIGEM : APCRIM - 200605002876 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUAL

PROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : PAULO JOÃO PEDRO BERGER GONÇALVESADV.(A/S) : PAULO JOÃO PEDRO BERGER GONÇALVESAGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE

JANEIROPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO

RIO DE JANEIRO

AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.074 (30)ORIGEM : AC - 70026236836 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. CEZAR PELUSOAGTE.(S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SULADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SULAGDO.(A/S) : MARÇAL DE OLIVEIRA NUNESADV.(A/S) : DANIEL SOUZA SCHIRMER

AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.086 (31)ORIGEM : APCRIM - 978244310000000 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : JOAQUIM BARRETO FILHOAGTE.(S) : FABIANO LOPES PINHEIROADV.(A/S) : JOSÉ ARTUR DOS SANTOS LEALAGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

SÃO PAULO

AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.088 (32)ORIGEM : AMS - 200270030014012 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERAL DA 4º REGIÃOPROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. CARLOS BRITTOAGTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO MATO

GROSSO DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

MATO GROSSO DO SULAGDO.(A/S) : JEANE FAUSTINO CÂNDIDOADV.(A/S) : KÁTIA MARIA DE SOUZA CARDOSO

DISTRIBUÍDO POR PREVENÇÃO

AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.127 (33)ORIGEM : AC - 70022451181 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : JOÃO CARLOS WINCK FALCÃOADV.(A/S) : ROBERPIERRE FERRAZZA TRINDADE E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SULINTDO.(A/S) : MARCELO JOSÉ SUDREADV.(A/S) : JOSÉ OSMAR TEIXEIRAINTDO.(A/S) : JAIR PIRES VIEIRA E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : ALVINO RODRIGUES FIORINTDO.(A/S) : DORILDE DE FÁTIMA BORGESADV.(A/S) : WILSON ROVINOR BRIAMCEINTDO.(A/S) : JOEL EDEGAR CARDOSOADV.(A/S) : CINARA FURIAN FRATTON

AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.129 (34)ORIGEM : AC - 8175995200 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : APARECIDA MENOZZI DE LIMA E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : LEONARDO ARRUDA MUNHOZ E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.131 (35)ORIGEM : APCRIM - 200461020100067 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERAL DA 3º REGIÃOPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CEZAR PELUSOAGTE.(S) : ANTONIO FRANCISCO PEDRO ROLOADV.(A/S) : GABRIEL CESAR BANHOAGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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DISTRIBUÍDO POR PREVENÇÃO

AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.137 (36)ORIGEM : APCRIM - 10024027466804001 - TRIBUNAL DE

JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. CELSO DE MELLOAGTE.(S) : LEONARDO MORAIS RODRIGUES PEREIRAADV.(A/S) : JOSÉ MATEUS CAMPOS MACIELAGDO.(A/S) : MINISTERIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAISPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

MINAS GERAIS

AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.204 (37)ORIGEM : PROC - 0024058582719 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. CARLOS BRITTOAGTE.(S) : AIRTON DÉLCIO ELERADV.(A/S) : SEBASTIÃO HASENCLEVER BORGES NETO E

OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : ESTADO DE MINAS GERAISPROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS

AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.206 (38)ORIGEM : AC - 92227400 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : WOLFF COMERCIAL INCORPORADORA E

ADMINISTRADORA LTDAADV.(A/S) : JOSÉ MARCELO BRAGA NASCIMENTO E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : COMPANHIA DE SANEAMENTO BÁSICO DO ESTADO

DE SÃO PAULO - SABESPADV.(A/S) : PRISCILA CELIA CASTELO E OUTRO(A/S)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.250 (39)ORIGEM : APCRIM - 200635000171208 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERAL DA 1º REGIÃOPROCED. : GOIÁSRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : JÚLIO SERPA DE OLIVEIRA SOUSAADV.(A/S) : ALEXSANDER ARAÚJO FREITAS E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.281 (40)ORIGEM : PROC - 20000148182654 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : CEARÁRELATOR :MIN. CEZAR PELUSOAGTE.(S) : SEBASTIÃO RODRIGUES GOMES E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : FRANCISCO DE ASSIS MESQUITA PINHEIROAGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO CEARÁ

HABEAS CORPUS 101.663 (41)ORIGEM : HC - 101663 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIPACTE.(S) : WELLINGTON DINIZ DA SILVAIMPTE.(S) : RUBENS NOGUEIRA DE ABREUCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 153582 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

HABEAS CORPUS 101.664 (42)ORIGEM : HC - 101664 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : MATO GROSSO DO SULRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIPACTE.(S) : MARCOS PEREIRA FERREIRAIMPTE.(S) : DEFENSORIA PUBLICA DA UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

HABEAS CORPUS 101.665 (43)ORIGEM : HC - 101665 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOPACTE.(S) : CLÁUDIO GOMES PEREIRAIMPTE.(S) : DEFENSORIA PUBLICA DA UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC 106.874 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

HABEAS CORPUS 101.666 (44)ORIGEM : HC - 101666 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : PIAUÍRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOPACTE.(S) : RAIMUNDO ROQUE DA SILVAIMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 116.834 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

HABEAS CORPUS 101.667 (45)ORIGEM : HC - 101667 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. EROS GRAUPACTE.(S) : LUCIANO GOMES DA SILVAIMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 110882 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

HABEAS CORPUS 101.668 (46)ORIGEM : HC - 101668 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : MATO GROSSO DO SULRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEPACTE.(S) : ERONIL SILVA DE ASSISIMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 119636 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

HABEAS CORPUS 101.669 (47)ORIGEM : HC - 101669 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIPACTE.(S) : JOSÉ CARLOS ALVES CORTEGIPEIMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO RESP Nº 1017989 DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

HABEAS CORPUS 101.671 (48)ORIGEM : HC - 101671 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIPACTE.(S) : FRANCISCO LEIRISBERTO VIANAIMPTE.(S) : LEONARDO FABRÍCIO RESENDECOATOR(A/S)(ES) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E

DOS TERRITÓRIOS

HABEAS CORPUS 101.672 (49)ORIGEM : HC - 101672 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : PIAUÍRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOPACTE.(S) : JOSE GILSON MANOEL DA SILVAPACTE.(S) : REGINALDO SAMPAIO DIASIMPTE.(S) : FRANCISCO NUNES DE BRITO FILHOCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 146411 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

HABEAS CORPUS 101.673 (50)ORIGEM : HC - 101673 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CARLOS BRITTOPACTE.(S) : GRAZIELE HUBALEQUE BARATELLIIMPTE.(S) : ALEXANDRE PINHEIRO VALVERDE E OUTRO(A/S)COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

HABEAS CORPUS 101.674 (51)ORIGEM : HC - 101674 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. CEZAR PELUSOPACTE.(S) : EDUARDO FRANCISCO SCIARRAIMPTE.(S) : ADMAR GONZAGA E OUTRO(A/S)COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO INQUÉRITO Nº 2610 DO SUPREMO

TRIBUNAL FEDERAL

HABEAS CORPUS 101.675 (52)ORIGEM : HC - 101675 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CARLOS BRITTOPACTE.(S) : WELTON JÚNIOR BARATELLIIMPTE.(S) : ALEXANDRE PINHEIRO VALVERDE E OUTRO(A/S)COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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HABEAS CORPUS 101.676 (53)ORIGEM : HC - 101676 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CEZAR PELUSOPACTE.(S) : ADEMILSON DE ALMEIDAIMPTE.(S) : MICHEL STRAUBCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 136.989 DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DISTRIBUÍDO POR PREVENÇÃO

HABEAS CORPUS 101.677 (54)ORIGEM : HC - 101677 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SANTA CATARINARELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIPACTE.(S) : MAICON GUGLIELMI DELFINOIMPTE.(S) : VICTOR JOSE DE OLIVEIRA DA LUZ FONTESCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC 152.698 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

HABEAS CORPUS 101.678 (55)ORIGEM : HC - 101678 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIIMPTE.(S) : ANA MARIA CASTAMAN WALTERPACTE.(S) : IRACI FREDOLINA OLIVEIRA DA SILVACOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC 152.046 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

HABEAS CORPUS 101.679 (56)ORIGEM : HC - 101679 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. CARLOS BRITTOPACTE.(S) : EDUARDO ROSA LIMAIMPTE.(S) : JEAN STÊNIO DE FREITASCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 153399 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

MANDADO DE INJUNÇÃO 2.155 (57)ORIGEM : MI - 2155 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAIMPTE.(S) : VICENTE PAULO MENDES TARRAGÓADV.(A/S) : LARISSA FIALHO MACIEL LONGO E OUTRO(A/S)IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOIMPDO.(A/S) : SENADO FEDERALIMPDO.(A/S) : CAMARA DOS DEPUTADOS

MANDADO DE INJUNÇÃO 2.158 (58)ORIGEM : MI - 2158 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEIMPTE.(S) : LUCAS JOSÉ MARIA SILVA E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : MARY LUCY CARVALHO E OUTRO(A/S)IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOIMPDO.(A/S) : SENADO FEDERALIMPDO.(A/S) : CÂMARA DOS DEPUTADOSIMPDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE DIVINÓPOLISPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE

DIVINÓPOLIS

MANDADO DE INJUNÇÃO 2.159 (59)ORIGEM : MI - 2159 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAIMPTE.(S) : MARIA CLEIDE FREIRE OLIVEIRAADV.(A/S) : MARY LUCY CARVALHO E OUTRO(A/S)IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOIMPDO.(A/S) : SENADO FEDERALIMPDO.(A/S) : CÂMARA DOS DEPUTADOSIMPDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE DIVINÓPOLISPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE

DIVINÓPOLIS

MANDADO DE INJUNÇÃO 2.160 (60)ORIGEM : MI - 2160 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIIMPTE.(S) : IVANETE FERREIRA AQUINO

IMPTE.(S) : RONALDO ANTONIO DA SILVAADV.(A/S) : MARY LUCY CARVALHO E OUTRO(A/S)IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOIMPDO.(A/S) : CÂMARA DOS DEPUTADOSIMPDO.(A/S) : SENADO FEDERALIMPDO.(A/S) : MUNICIPIO DE DIVINOPOLISPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE

DIVINÓPOLIS

MANDADO DE INJUNÇÃO 2.161 (61)ORIGEM : MI - 2161 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIIMPTE.(S) : IRALDA APARECIDA PEREIRA E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : CARLOS ARI NORONHA E OUTRO(A/S)IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAIMPDO.(A/S) : SENADO FEDERALIMPDO.(A/S) : CÂMARA DOS DEPUTADOSIMPDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE DIVINÓPOLISPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE

DIVINÓPOLIS

MANDADO DE INJUNÇÃO 2.163 (62)ORIGEM : MI - 2163 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIIMPTE.(S) : MARCIO ADELMO GUIMARAESADV.(A/S) : Igor Duarte Martins E OUTRO(A/S)IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOIMPDO.(A/S) : PREFEITO DO MUNICÍPIO DE CARANDAÍ

MANDADO DE INJUNÇÃO 2.164 (63)ORIGEM : MI - 2164 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. CARLOS BRITTOIMPTE.(S) : MARIO ANTÔNIO BRESOLIM MOUSQUERADV.(A/S) : PAULO DE ASSIS BRASIL E OUTRO(A/S)IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOLIT.PAS.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SUL

MANDADO DE INJUNÇÃO 2.165 (64)ORIGEM : MI - 2165 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAIMPTE.(S) : PAULO EUGENIO KLIDZIOADV.(A/S) : PAULO DE ASSIS BRASIL E OUTRO(A/S)IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOLIT.PAS.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SUL

MANDADO DE INJUNÇÃO 2.166 (65)ORIGEM : MI - 2166 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. CEZAR PELUSOIMPTE.(S) : LUIZ CARLOS AZAMBUJA DE MORAISADV.(A/S) : PAULO DA ASSIS BRASIL E OUTRO(A/S)IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOLIT.PAS.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SUL

MANDADO DE SEGURANÇA 28.446 (66)ORIGEM : MS - 28446 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. CARLOS BRITTOIMPTE.(S) : MAURO OSÉIAS MARTINS VIEIRAADV.(A/S) : PAULO RICARDO SCHIER E OUTRO(A/S)IMPDO.(A/S) : CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA - CNJ

DISTRIBUÍDO POR PREVENÇÃO

MANDADO DE SEGURANÇA 28.447 (67)ORIGEM : MS - 28447 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. CEZAR PELUSO

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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IMPTE.(S) : EDUARDO AUGUSTO LOBATOADV.(A/S) : MARCO AURÉLIO GONÇALVES DORNAS DE ALMEIDA

E OUTRO(A/S)IMPDO.(A/S) : CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA - CNJLIT.PAS.(A/S) : DEOCLÉCIA AMORELLI DIASLIT.PAS.(A/S) : TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3ª REGIÃO

PETIÇÃO 4.712 (68)ORIGEM : PROCESSO - 204804 - JUIZ DE DIREITOPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. CELSO DE MELLOREQTE.(S) : MINISTERIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAISPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

MINAS GERAISREQDO.(A/S) : FÁBIO AUGUSTO RAMALHO DOS SANTOS

RECLAMAÇÃO 9.447 (69)ORIGEM : RCL - 9447 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATORA :MIN. ELLEN GRACIERECLTE.(S) : LUIZ DE PAULA SEVEADV.(A/S) : LUCIANO BRASILEIRO DE OLIVEIRA E OUTRO(A/S)RECLDO.(A/S) : VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL SUPERIOR DO

TRABALHOINTDO.(A/S) : NILSON DOLÁCIO NUNESADV.(A/S) : ROBSON ALVES MOREIRA

RECLAMAÇÃO 9.448 (70)ORIGEM : RCL - 9448 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSARECLTE.(S) : TRANSPORTADORA CONTATTO LTDAADV.(A/S) : LUCIANO BRASILEIRO DE OLIVEIRA E OUTRO(A/S)RECLDO.(A/S) : VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL SUPERIOR DO

TRABALHOINTDO.(A/S) : CLAUDINES MEDEIROS DA SILVAADV.(A/S) : JOSÉ NAZARENO GOULART

RECLAMAÇÃO 9.449 (71)ORIGEM : RCL - 9449 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO NORTERELATORA :MIN. ELLEN GRACIERECLTE.(S) : MUNICÍPIO DE ÁGUA NOVAADV.(A/S) : SAULO PAULO BEZERRA GERMANO E OUTRO(A/S)RECLDO.(A/S) : JUIZ DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO DE PAU

DOS FERROSINTDO.(A/S) : MARIA DE FÁTIMA DANTASADV.(A/S) : JOSÉ OSMAN DE CARVALHO

RECLAMAÇÃO 9.450 (72)ORIGEM : RCL - 9450 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : PARAÍBARELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECLTE.(S) : BANCO CITICARD S.A.ADV.(A/S) : FERNANDO EMANUEL XAVIER E OUTRO(A/S)RECLDO.(A/S) : JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL

CÍVEL DA COMARCA DE JOÃO PESSOAINTDO.(A/S) : JOSENILDA BATISTA LIMA DE SOUZAADV.(A/S) : LUIZ FERNANDES NETO

DISTRIBUÍDO POR PREVENÇÃO

RECLAMAÇÃO 9.451 (73)ORIGEM : RCL - 9451 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECLTE.(S) : PIO SODALICIO DAS DAMAS DE CARIDADE

MANTENEDORA DO HOSPITAL NOSSA SENHORA DE POMPÉIA

ADV.(A/S) : ELVO JANIR MARCON E OUTRO(A/S)RECLDO.(A/S) : JUIZ DO TRABALHO DA 3ª VARA DO TRABALHO DE

CAXIAS DO SULINTDO.(A/S) : ROSMERI DE ALMEIDAADV.(A/S) : RUI IVANIER DOEBBER

RECLAMAÇÃO 9.452 (74)ORIGEM : RCL - 9452 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SANTA CATARINARELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIRECLTE.(S) : CLÍNICA MÉDICA VITA LTDAADV.(A/S) : JULIO GUILHERME MÜLLER E OUTRO(A/S)RECLDO.(A/S) : TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃOINTDO.(A/S) : SINDICATO DOS TRABALHADORES EM

ESTABELECIMENTOS DE SAÚDE PÚBLICOS E PRIVADOS DE FLORIANÓPOLIS - SINDSAÚDE

ADV.(A/S) : GRACE SANTOS DA SILVA MARTINS E OUTRO(A/S)

RECLAMAÇÃO 9.453 (75)ORIGEM : RCL - 9453 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSARECLTE.(S) : DIXIE TOGA S/A E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : ANDRÉ LUIZ FONSECA FERNANDES E OUTRO(A/S)RECLDO.(A/S) : VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL

FEDERAL DA 3ª REGIÃOINTDO.(A/S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

RECLAMAÇÃO 9.454 (76)ORIGEM : RCL - 9454 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECLTE.(S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃORECLDO.(A/S) : VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL SUPERIOR DO

TRABALHOINTDO.(A/S) : SEBASTIÃO SALVADOR FERRAZINTDO.(A/S) : TRANSTREL NACIONAL DO SEGURO SOCIAL

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.655 (77)ORIGEM : AC - 200151010023205 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIRECTE.(S) : HUMANA ASSISTÊNCIA MÉDICA LTDAADV.(A/S) : AUREANE RODRIGUES DA SILVARECDO.(A/S) : AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR - ANSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.873 (78)ORIGEM : AMS - 200235000143180 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERAL 1A. REGIAO - DFPROCED. : GOIÁSRELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIRECTE.(S) : EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E

TELÉGRAFOS - ECTADV.(A/S) : MATIAS DE ARAUJO NETO E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : MARCELO JOSÉ LELES CARVALHOADV.(A/S) : FERNANDO HENRIQUE SILVA VIEIRAADV.(A/S) : JOHN CORDEIRO DA SILVA JUNIORADV.(A/S) : BERNADETE CASTANHA VIANA MACHADOADV.(A/S) : CRISTIANO BARATA MORBACHADV.(A/S) : JÚLIO CÉSAR DE MENDONÇA MENDESADV.(A/S) : MARCELO DO CARMO BARBOSAADV.(A/S) : TATIANA DE SOUZA MUNDIMADV.(A/S) : VANESSA BITTES TERRARECDO.(A/S) : MARIA JOSÉ BORGES DE OLIVEIRAADV.(A/S) : GERALDO ROSA VIEIRA E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : GERALDO ROSA VIEIRA JÚNIORADV.(A/S) : NEIO LÚCIO ROSA VIEIRAADV.(A/S) : CARLOS RABELOADV.(A/S) : JÚLIO CÉSAR Q. E RABELO

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 604.307 (79)ORIGEM : AC - 2006213785 - TRIBUNAL DE JUSTICA DO ESTADO

DE SERGIPEPROCED. : SERGIPERELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIRECTE.(S) : INSTITUTO DE PROMOÇÃO E DE ASSISTÊNCIA À

SAÚDE DE SERVIDORES DO ESTADO DE SERGIPEADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SERGIPERECDO.(A/S) : KELLY SOUZA DE MENEZESADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE

SERGIPE

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 604.326 (80)ORIGEM : APELAÇÃO CÍVEL - 200634000058030 - TRIBUNAL

REGIONAL FEDERAL 1A. REGIAO - DFPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. CELSO DE MELLORECTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃORECDO.(A/S) : LEONARDO DE ALMEIDA MACIELADV.(A/S) : HUMBERTO PACHECO MACIEL

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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RECURSO EXTRAORDINÁRIO 604.327 (81)ORIGEM : APELAÇÃO CÍVEL - 200632000065720 - TRIBUNAL

REGIONAL FEDERAL 1A. REGIAO - DFPROCED. : AMAZONASRELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIRECTE.(S) : TOMIASI TRANSPORTES LTDAADV.(A/S) : CELSO RICARDO PEREIRA DOS SANTOSRECDO.(A/S) : UNIÃOADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 604.425 (82)ORIGEM : AMS - 200151010148919 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERAL 2A. REGIAO - RJPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. EROS GRAURECTE.(S) : UNIAOADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALRECDO.(A/S) : NOVA LENTE EDITORA LTDAADV.(A/S) : MARIA CAROLA GUDIN E OUTRO(A/S)

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 604.445 (83)ORIGEM : RE - 023070002953 - TRIBUNAL DE JUSTICA DO

ESTADO DO ESPIRITO SANTOPROCED. : ESPÍRITO SANTORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA JERÔNIMO MONTEIRO -

IPAJMADV.(A/S) : RODRIGO DA ROCHA RODRIGUES E OUTRO(A/S)RECDO.(A/S) : PEDRO DIONISIO MANCINI JUNIORADV.(A/S) : NELSON DE MEDEIROS TEIXEIRA

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 605.488 (84)ORIGEM : EDRODC - 544200400006000 - TRIBUNAL SUPERIOR

DO TRABALHOPROCED. : PERNAMBUCORELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIRECTE.(S) : SINDICATO DOS OPERADORES PORTUÁRIOS DO

ESTADO DE PERNAMBUCOADV.(A/S) : ARNALDO JOSÉ DE BARROS E SILVA JÚNIOR E

OUTRO(A/S)RECDO.(A/S) : SINDICATO DOS TRABALHADORES EM SERVIÇOS

PORTUÁRIOS NO ESTADO DE PERNAMBUCOADV.(A/S) : AURENICE ACCIOLY LINS E OUTRO(A/S)

DISTRIBUÍDO POR PREVENÇÃO

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 605.507 (85)ORIGEM : SENTENÇA - 24015814668 - JUIZ DE DIREITOPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. CARLOS BRITTORECTE.(S) : ESTADO DE MINAS GERAISADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAISRECDO.(A/S) : LUIZ GONZAGA DA COSTA E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : MARIA DE FÁTIMA CHALUB MALTA

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 605.522 (86)ORIGEM : AC - 9404571172 - TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA

4º REGIÃOPROCED. : SANTA CATARINARELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSARECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E

REFORMA AGRÁRIA - INCRAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERALRECDO.(A/S) : DARCYSIO KELIN E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : ANDRÉ LUIZ ARANTES SCHEIDT E OUTRO(A/S)

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 605.545 (87)ORIGEM : AC - 200238000389652 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERAL DA 1º REGIÃOPROCED. : MINAS GERAISRELATORA :MIN. ELLEN GRACIERECTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃORECTE.(S) : ADRIANE JESUS SANTOS MARQUESADV.(A/S) : JOSÉ CALDEIRA BRANT NETOADV.(A/S) : JOSÉ ROGÉRIO DE BARROS

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 605.550 (88)ORIGEM : AC - 200172080029930 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERAL DA 4º REGIÃOPROCED. : SANTA CATARINARELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIRECTE.(S) : SUPERINTENDÊNCIA DO PORTO DE ITAJAÍ

ADV.(A/S) : LUIZ CARLOS PISSETTI E OUTRO(A/S)RECDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 605.551 (89)ORIGEM : AMS - 200034000135480 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERAL DA 1º REGIÃOPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. EROS GRAURECTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃORECDO.(A/S) : MANOEL FELIPE RÊGO BRANDÃOADV.(A/S) : VÂNIA MARQUES SARAIVA E OUTRO(A/S)

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 605.556 (90)ORIGEM : AC - 200572000068772 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERAL DA 4º REGIÃOPROCED. : SANTA CATARINARELATOR :MIN. CELSO DE MELLORECTE.(S) : TRANSMOTO - TRANSPORTE DE DOCUMENTOS

EXPRESS LTDA - EPPADV.(A/S) : MARILUÍZA RAZENTE E OUTRO(A/S)RECDO.(A/S) : EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E

TELÉGRAFOS - ECTADV.(A/S) : MAURO SILVEIRA MOZENA E OUTRO(A/S)

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 605.557 (91)ORIGEM : AC - 200872010024936 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERAL DA 4º REGIÃOPROCED. : SANTA CATARINARELATOR :MIN. EROS GRAURECTE.(S) : CIA LATINO AMERICANA DE MEDICAMENTOSADV.(A/S) : EDINEI ANTONIO DAL PIVARECDO.(A/S) : CONSELHO REGIONAL DE FARMÁCIA DO ESTADO DE

SANTA CATARINA - CRF/SCADV.(A/S) : TIAGO FONTOURA DE SOUZA

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 605.559 (92)ORIGEM : AC - 200071020038554 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERAL DA 4º REGIÃOPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. CARLOS BRITTORECTE.(S) : UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERALRECDO.(A/S) : AUREA TERESA SCAPIN DE MOURA E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : JOSÉ LUIS WAGNER

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 605.587 (93)ORIGEM : AC - 10000074671306000 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : MINAS GERAISRELATORA :MIN. ELLEN GRACIERECTE.(S) : ESTADO DE MINAS GERAISADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAISRECDO.(A/S) : VILMA SILVEIRA COUTOADV.(A/S) : ARIVALDO RESENDE DE CASTRO JÚNIOR E

OUTRO(A/S)INTDO.(A/S) : PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO

DE MINAS GERAISINTDO.(A/S) : PROCURADOR GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

MINAS GERAIS

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 605.591 (94)ORIGEM : MS - 10000074669813000 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSARECTE.(S) : ESTADO DE MINAS GERAISADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAISRECDO.(A/S) : RICARDO ARNALDO MALHEIROS FIUZAADV.(A/S) : ARIVALDO RESENDE DE CASTRO JÚNIOR E

OUTRO(A/S)INTDO.(A/S) : PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO

DE MINAS GERAISINTDO.(A/S) : PROCURADOR GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

MINAS GERAIS

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 605.609 (95)ORIGEM : RESE - 200672010016360 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERAL DA 4º REGIÃOPROCED. : SANTA CATARINARELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : ILONA CRISTINA ASSUNÇÃO

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 8

ADV.(A/S) : FRANCISCO DE ASSIS DO RÊGO MONTEIRO ROCHA JÚNIOR

RECTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 605.615 (96)ORIGEM : APCRIM - 4568127 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. CARLOS BRITTORECTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO

PARANÁRECTE.(S) : JÚLIO CÉSAR CABRALADV.(A/S) : EUROLINO SECHINEL DOS REIS

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 605.661 (97)ORIGEM : PROC - 70022193973 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIORECTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SULRECDO.(A/S) : ROBERTO CARLOS MARIANOADV.(A/S) : MARCELO MATTE SAGAVE

MINISTRO DISTR REDIST TOT

MIN. CELSO DE MELLO 6 0 6

MIN. MARCO AURÉLIO 10 0 10

MIN. ELLEN GRACIE 10 0 10

MIN. CEZAR PELUSO 9 0 9

MIN. CARLOS BRITTO 13 0 13

MIN. JOAQUIM BARBOSA 9 0 9

MIN. EROS GRAU 8 0 8

MIN. RICARDO LEWANDOWSKI 9 0 9

MIN. CÁRMEN LÚCIA 6 0 6

MIN. DIAS TOFFOLI 17 0 17

TOTAL 97 0 97

Nada mais havendo, foi encerrada a presente Ata de Distribuição. MARY ELLEN GLEASON GOMIDE MADRUGA, Coordenadora de Processamento Inicial , ANA LÚCIA DA COSTA NEGREIROS, Secretária Judiciária.

Brasília, 20 de novembro de 2009

DECISÕES E DESPACHOS

AGRAVO DE INSTRUMENTO 630.636 (98)ORIGEM : AI - 4180575000 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULOAGTE.(S) : RUBENS FLORIO BURINADV.(A/S) : FERNANDO ANTÔNIO NEVES BAPTISTAAGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE SÃO

PAULO

DECISÃO: Tendo em vista o provimento do recurso especial pelo Superior Tribunal de Justiça e o trânsito em julgado da decisão, julgo prejudicado o presente recurso, por perda de objeto. (art. 13, V, “c” do RISTF).

Publique-se.Brasília, 22 de outubro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

AGRAVO DE INSTRUMENTO 675.600 (99)ORIGEM : AMS - 200061000208578 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : SÃO PAULOAGTE.(S) : HONDA LEASING S/A - ARRENDAMENTO MERCANTILADV.(A/S) : LUIZ EDUARDO DE CASTILHO GIROTTOAGDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃO: Tendo em vista o provimento do recurso especial pelo

Superior Tribunal de Justiça e o trânsito em julgado da decisão, julgo prejudicado o presente recurso, por perda de objeto. (art. 13, V, “c” do RISTF).

Publique-se.Brasília, 3 de novembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

Documento assinado digitalmente.

AGRAVO DE INSTRUMENTO 699.672 (100)ORIGEM : AC - 3215135000 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULOAGTE.(S) : ALFREDO GERO DE QUEIROZ ABREUADV.(A/S) : LAERTE POLLI NETOAGDO.(A/S) : COORDENADOR DA ADMINISTRAÇÃO TRIBUTÁRIA

DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

DECISÃO: Tendo em vista o provimento do recurso especial pelo Superior Tribunal de Justiça e o trânsito em julgado da decisão, julgo prejudicado o presente recurso, por perda de objeto. (art. 13, V, “c” do RISTF).

Publique-se.Brasília, 3 de novembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

Documento assinado digitalmente.

AGRAVO DE INSTRUMENTO 738.436 (101)ORIGEM : AC - 97030001980 - TRIBUNAL REGIONAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULOAGTE.(S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALAGDO.(A/S) : BONPORT SHIPPING COADV.(A/S) : JOAQUIM TARCINIO PIRES GOMES

DECISÃO: Tendo em vista o provimento do recurso especial pelo Superior Tribunal de Justiça e o trânsito em julgado da decisão, julgo prejudicado o presente recurso, por perda de objeto. (art. 13, V, “c” do RISTF).

Publique-se.Brasília, 3 de novembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

Documento assinado digitalmente.

AGRAVO DE INSTRUMENTO 739.581 (102)ORIGEM : AC - 20070030035 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : ALAGOASAGTE.(S) : ESTADO DE ALAGOASPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE ALAGOASAGDO.(A/S) : LAUMELINO FRANCISCO DA SILVAADV.(A/S) : JOSÉ CORDEIRO LIMAAGDO.(A/S) : RONALDO JOSÉ DOS SANTOSADV.(A/S) : PLÍNIO GÓES FILHO

DECISÃO: Tendo em vista o provimento do recurso especial pelo Superior Tribunal de Justiça e o trânsito em julgado da decisão, julgo prejudicado o presente recurso, por perda de objeto. (art. 13, V, “c” do RISTF).

Publique-se.Brasília, 3 de novembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

Documento assinado digitalmente.

AGRAVO DE INSTRUMENTO 769.549 (103)ORIGEM : PROC - 200738007266710 - TURMA REC. JUIZADOS

ESPECIAIS FEDERAISPROCED. : MINAS GERAISAGTE.(S) : FAUSTA DAS DORES SANTOSADV.(A/S) : RONALDO ERMELINDO FERREIRA E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

DECISÃO: Trata-se de petição de agravo de instrumento interposto contra decisão que não admitiu recurso extraordinário.

Verifica-se que a formação do traslado apresenta-se deficiente, porquanto ausente peça obrigatória e/ou indispensável à compreensão da controvérsia (a certidão da respectiva intimação do acórdão recorrido e as contra razões ou certidão de inexistência nos autos principais), a teor do que determinam o art. 544, § 1º, do CPC e os Enunciados das Súmulas do STF nºs 288 e 639. E cabe à parte recorrente, segundo reiterada jurisprudência desta Corte, fiscalizar a inteireza do instrumento.

Ante o exposto, nego seguimento ao agravo (arts. 13, V, c, e 327 do RISTF).

Publique-se.Brasília, 23 de outubro de 2009.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 9

Ministro GILMAR MENDESPresidente

Documento assinado digitalmente

AGRAVO DE INSTRUMENTO 769.671 (104)ORIGEM : MS - 20090005447 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : RIO GRANDE DO NORTEAGTE.(S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTEPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO NORTEAGDO.(A/S) : ELILSON JOSÉ BATISTA E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : FRANCISCO MARCOS DE ARAÚJO

DECISÃO: Trata-se de petição de agravo de instrumento interposto contra decisão que não admitiu recurso extraordinário.

Verifica-se que a formação do traslado apresenta-se deficiente, porquanto ausente peça obrigatória e/ou indispensável à compreensão da controvérsia (inteiro teor da petição de recurso extraordinário), a teor do que determinam o art. 544, § 1º, do CPC e os Enunciados das Súmulas do STF nºs 288 e 639. E cabe à parte recorrente, segundo reiterada jurisprudência desta Corte, fiscalizar a inteireza do instrumento.

Ante o exposto, nego seguimento ao agravo (arts. 13, V, c, e 327 do RISTF).

Publique-se.Brasília, 23 de outubro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

Documento assinado digitalmente

AGRAVO DE INSTRUMENTO 769.762 (105)ORIGEM : AC - 4374214 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : PARANÁAGTE.(S) : KOMPATSCHER & CIA LTDAADV.(A/S) : THIAGO ANTONIO NASCIMENTO DINIZ E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : ESTADO DO PARANÁPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PARANÁ

DECISÃO: Trata-se de petição de agravo de instrumento interposto contra decisão que não admitiu recurso extraordinário.

Verifica-se que a formação do traslado apresenta-se deficiente, porquanto ausente peça obrigatória e/ou indispensável à compreensão da controvérsia (contra-razões ou certidão de inexistência nos autos principais) a teor do que determinam o art. 544, § 1º, do CPC e os Enunciados das Súmulas do STF nºs 288 e 639. E cabe à parte recorrente, segundo reiterada jurisprudência desta Corte, fiscalizar a inteireza do instrumento.

Ante o exposto, nego seguimento ao agravo (arts. 13, V, c, e 327 do RISTF).

Publique-se.Brasília, 28 de outubro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

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AGRAVO DE INSTRUMENTO 769.992 (106)ORIGEM : AC - 20080051111 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : RIO GRANDE DO NORTEAGTE.(S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTEPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO NORTEAGDO.(A/S) : ROSSINI PINHEIRO DOS SANTOSADV.(A/S) : DJAMIRO ACIPRESTE

DECISÃO: Trata-se de petição de agravo de instrumento interposto contra decisão que não admitiu recurso extraordinário.

Verifica-se que a formação do traslado apresenta-se deficiente, porquanto ausente peça obrigatória e/ou indispensável à compreensão da controvérsia (certidão de publicação do acórdão proferido em sede de embargos de declaração), a teor do que determinam o art. 544, § 1º, do CPC e os Enunciados das Súmulas do STF nºs 288 e 639. E cabe à parte recorrente, segundo reiterada jurisprudência desta Corte, fiscalizar a inteireza do instrumento.

Ante o exposto, nego seguimento ao agravo (arts. 13, V, c, e 327 do RISTF).

Publique-se.Brasília, 28 de outubro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

Documento assinado digitalmente

AGRAVO DE INSTRUMENTO 770.041 (107)ORIGEM : PROC - 27185 - JUIZ DE DIREITOPROCED. : SÃO PAULOAGTE.(S) : SERTA DO BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA

ADV.(A/S) : MARINA JUNQUEIRA GABARRA E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : ANA LÚCIA FONSECAAGDO.(A/S) : GERALDO JOSÉ BUSCARIOLLIADV.(A/S) : ROGÉRIO VENDITTI

DECISÃO: Trata-se de petição de agravo de instrumento interposto contra decisão que não admitiu recurso extraordinário.

Verifica-se que a formação do traslado apresenta-se deficiente, porquanto ausente peça obrigatória e/ou indispensável à compreensão da controvérsia (a cadeia procuratória da parte agravante), a teor do que determinam o art. 544, § 1º, do CPC e os Enunciados das Súmulas do STF nºs 288 e 639. E cabe à parte recorrente, segundo reiterada jurisprudência desta Corte, fiscalizar a inteireza do instrumento.

Ante o exposto, nego seguimento ao agravo (arts. 13, V, c, e 327 do RISTF).

Publique-se.Brasília, 28 de outubro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

Documento assinado digitalmente

AGRAVO DE INSTRUMENTO 770.054 (108)ORIGEM : AC - 7741205600 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULOAGTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

SÃO PAULOAGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE ARARAQUARAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE

ARARAQUARA

DECISÃO: Trata-se de petição de agravo de instrumento interposto contra decisão que não admitiu recurso extraordinário.

Verifica-se que a formação do traslado apresenta-se deficiente, porquanto ausente peça obrigatória e/ou indispensável à compreensão da controvérsia (a certidão da respectiva intimação do acórdão recorrido, as contra-razões ou a certidão de inexistência nos autos principais), a teor do que determinam o art. 544, § 1º, do CPC e os Enunciados das Súmulas do STF nºs 288 e 639. E cabe à parte recorrente, segundo reiterada jurisprudência desta Corte, fiscalizar a inteireza do instrumento.

Ante o exposto, nego seguimento ao agravo (arts. 13, V, c, e 327 do RISTF).

Publique-se.Brasília, 28 de outubro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

Documento assinado digitalmente

AGRAVO DE INSTRUMENTO 770.070 (109)ORIGEM : PROC - 20097000197749 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : RIO DE JANEIROAGTE.(S) : BANCO SANTANDER BRASIL S/AADV.(A/S) : ELYSA PAULA DE ARAUJO E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : MARISA ANTONIA ANDRADE AGUIERASADV.(A/S) : DILENE DUARTE BARBOZA

DECISÃO: Trata-se de petição de agravo de instrumento interposto contra decisão que não admitiu recurso extraordinário.

Verifica-se que a formação do traslado apresenta-se deficiente, porquanto ausente peça obrigatória e/ou indispensável à compreensão da controvérsia (o teor da sentença de Juizado Especial que integra o acórdão recorrido), a teor do que determinam o art. 544, § 1º, do CPC e os Enunciados das Súmulas do STF nºs 288 e 639. E cabe à parte recorrente, segundo reiterada jurisprudência desta Corte, fiscalizar a inteireza do instrumento.

Ante o exposto, nego seguimento ao agravo (arts. 13, V, c, e 327 do RISTF).

Publique-se.Brasília, 28 de outubro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

Documento assinado digitalmente

AGRAVO DE INSTRUMENTO 770.104 (110)ORIGEM : AC - 7422515400 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULOAGTE.(S) : SINDICATO DOS TÉCNICOS INDUSTRIAIS DE NIVEL

MÉDIO DO ESTADO DE SÃO PAULO - SINTEC-SPADV.(A/S) : THIAGO FIRMANI DE OLIVEIRA E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE JUNDIAÍADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE JUNDIAÍ

DECISÃO: Trata-se de petição de agravo de instrumento interposto contra decisão que não admitiu recurso extraordinário.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 10

Verifica-se que a formação do traslado apresenta-se deficiente, porquanto ausente peça obrigatória e/ou indispensável à compreensão da controvérsia (o acórdão recorrido, o acórdão proferido em sede de embargos de declaração, a certidão de publicação do acórdão proferido em sede de embargos de declaração) a teor do que determinam o art. 544, § 1º, do CPC e os Enunciados das Súmulas do STF nºs 288 e 639. E cabe à parte recorrente, segundo reiterada jurisprudência desta Corte, fiscalizar a inteireza do instrumento.

Ante o exposto, nego seguimento ao agravo (arts. 13, V, c, e 327 do RISTF).

Publique-se.Brasília, 28 de outubro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

Documento assinado digitalmente

AGRAVO DE INSTRUMENTO 770.186 (111)ORIGEM : PROC - 200851015057340 - TURMA REC. JUIZADOS

ESPECIAIS FEDERAISPROCED. : RIO DE JANEIROAGTE.(S) : NOEMIA QUEIROZ DA PAZADV.(A/S) : LUIZ MARCELO LUBANCO E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

DECISÃO: Trata-se de petição de agravo de instrumento interposto contra decisão que não admitiu recurso extraordinário.

Verifica-se que a formação do traslado apresenta-se deficiente, porquanto ausente peça obrigatória e/ou indispensável à compreensão da controvérsia (a petição de recurso extraordinário, o acórdão recorrido, a certidão da respectiva intimação do acórdão recorrido, as contra-razões ou certidão de inexistência nos autos principais), a teor do que determinam o art. 544, § 1º, do CPC e os Enunciados das Súmulas do STF nºs 288 e 639. E cabe à parte recorrente, segundo reiterada jurisprudência desta Corte, fiscalizar a inteireza do instrumento.

Ante o exposto, nego seguimento ao agravo (arts. 13, V, c, e 327 do RISTF).

Publique-se.Brasília, 28 de outubro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

Documento assinado digitalmente

AGRAVO DE INSTRUMENTO 770.375 (112)ORIGEM : AI - 200804000215350 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : PARANÁAGTE.(S) : MARCELO EUGÊNIO DE SOUZA E OUTRO(A/S)AGTE.(S) : JOÃO LUIZ ARZENO DA SILVAAGTE.(S) : MARCELO TRINDADE DE ALMEIDAADV.(A/S) : JOÃO LUIZ ARZENO DA SILVAADV.(A/S) : MARCELO TRINDADE DE ALMEIDAAGDO.(A/S) : FUNDAÇÃO NACIONAL DE SAÚDE - FUNASAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

DECISÃO: Tendo em vista o provimento do recurso especial pelo Superior Tribunal de Justiça e o trânsito em julgado da decisão, julgo prejudicado o presente recurso, por perda de objeto. (art. 13, V, “c” do RISTF).

Publique-se.Brasília, 22 de outubro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

AGRAVO DE INSTRUMENTO 771.483 (113)ORIGEM : PROC - 113309 - COLÉGIO RECURSAL DO JUIZADO

ESPECIAL CÍVELPROCED. : SÃO PAULOAGTE.(S) : ANTONIO GALLEAO REALADV.(A/S) : RONALDO LABRIOLA PANDOLFI E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : BANCO BRADESCO S/A

DECISÃO: Trata-se de petição de agravo de instrumento interposto contra decisão que não admitiu recurso extraordinário.

Verifica-se que a formação do traslado apresenta-se deficiente, porquanto ausente peça obrigatória e/ou indispensável à compreensão da controvérsia (o acórdão recorrido e a certidão da respectiva intimação do acórdão recorrido), a teor do que determinam o art. 544, § 1º, do CPC e os Enunciados das Súmulas do STF nºs 288 e 639. E cabe à parte recorrente, segundo reiterada jurisprudência desta Corte, fiscalizar a inteireza do instrumento.

Ante o exposto, nego seguimento ao agravo (arts. 13, V, c, e 327 do

RISTF).Publique-se.Brasília, 28 de outubro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

Documento assinado digitalmente

AGRAVO DE INSTRUMENTO 771.611 (114)ORIGEM : PROC - 200638007229053 - TURMA REC. JUIZADOS

ESPECIAIS FEDERAISPROCED. : MINAS GERAISAGTE.(S) : JOSÉ NILDO DE FARIASADV.(A/S) : RONALDO ERMELINDO FERREIRAADV.(A/S) : REGINALDO LUIS FERREIRAAGDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

DECISÃO: Trata-se de petição de agravo de instrumento interposto contra decisão que não admitiu recurso extraordinário.

Verifica-se que a formação do traslado apresenta-se deficiente, porquanto ausente peça obrigatória e/ou indispensável à compreensão da controvérsia (faltam todas as peças obrigatórias), a teor do que determinam o art. 544, § 1º, do CPC e os Enunciados das Súmulas do STF nºs 288 e 639. E cabe à parte recorrente, segundo reiterada jurisprudência desta Corte, fiscalizar a inteireza do instrumento.

Ante o exposto, nego seguimento ao agravo (arts. 13, V, c, e 327 do RISTF).

Publique-se.Brasília, 28 de outubro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

Documento assinado digitalmente

AGRAVO DE INSTRUMENTO 771.652 (115)ORIGEM : PROC - 5830000007780142 - TURMA DE RECURSOS

CIVEIS DOS JUIZADOS ESPECIAISPROCED. : SÃO PAULOAGTE.(S) : FACULDADE TANCREDO NEVESADV.(A/S) : FERNANDA TORRES ARAÚJOAGDO.(A/S) : FERNANDO DUVARESCH COSTAADV.(A/S) : RONALDO SILVIO CAROLO

DECISÃO: Trata-se de petição de agravo de instrumento interposto contra decisão que não admitiu recurso extraordinário.

Verifica-se que a formação do traslado apresenta-se deficiente, porquanto ausente peça obrigatória e/ou indispensável à compreensão da controvérsia (faltam todas as peças obrigatórias), a teor do que determinam o art. 544, § 1º, do CPC e os Enunciados das Súmulas do STF nºs 288 e 639. E cabe à parte recorrente, segundo reiterada jurisprudência desta Corte, fiscalizar a inteireza do instrumento.

Ante o exposto, nego seguimento ao agravo (arts. 13, V, c, e 327 do RISTF).

Publique-se.Brasília, 28 de outubro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

Documento assinado digitalmente

AGRAVO DE INSTRUMENTO 771.686 (116)ORIGEM : AC - 10024057764409003 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : MINAS GERAISAGTE.(S) : MARIA DA APARECIDA MOREIRA RIBEIRO E

OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : ALEX CARLOS NIZAAGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTEPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE BELO

HORIZONTE

DECISÃO: Trata-se de petição de agravo de instrumento interposto contra decisão que não admitiu recurso extraordinário.

Verifica-se que a formação do traslado apresenta-se deficiente, porquanto ausente peça obrigatória e/ou indispensável à compreensão da controvérsia (a petição de recurso extraordinário e a cadeia procuratória da parte agravante) a teor do que determinam o art. 544, § 1º, do CPC e os Enunciados das Súmulas do STF nºs 288 e 639. E cabe à parte recorrente, segundo reiterada jurisprudência desta Corte, fiscalizar a inteireza do instrumento.

Ante o exposto, nego seguimento ao agravo (arts. 13, V, c, e 327 do RISTF).

Publique-se.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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Brasília, 28 de outubro de 2009.Ministro GILMAR MENDES

PresidenteDocumento assinado digitalmente

PROCESSOS DE COMPETÊNCIA DA PRESIDÊNCIA

SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 4.002 (117)ORIGEM : SS - 123507 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULOREGISTRADO :MINISTRO PRESIDENTEREQTE.(S) : ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULOREQDO.(A/S) : PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO

DE SÃO PAULO (SUSPENSÃO DE LIMINAR Nº 182.585.0/8-00 NO MANDADO DE SEGURANÇA Nº 053.09.023056-9)

IMPTE.(S) : FRANCISCO BLANCO BENITEZ E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : TIAGO CAMPOS ROSA

DECISÃO: Trata-se de pedido de suspensão de liminar concedida nos autos do Mandado de Segurança n.º 053.09.023056-9 pelo Juiz da 8ª Vara da Fazenda Pública da Capital/SP, cuja suspensão da execução foi negada pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo nos autos da Suspensão dos Efeitos de Medida Liminar n.º 182.585.0/8-00.

Na origem, os impetrantes, Agentes Fiscais de Rendas do Estado de São Paulo, insurgem-se contra a incidência sobre seus proventos do subteto salarial instituído pela Emenda Constitucional n.º 41, de 19 de dezembro de 2003, e regulamentado pelo Decreto Estadual n.º 48.407/04, em violação aos princípios da legalidade, da isonomia e da irredutibilidade de vencimentos.

A liminar pleiteada foi concedida aos seguintes fundamentos (fl. 92)De fato, em cognição sumária, há dúvidas quanto à

constitucionalidade do art. 9º da EC n.º 41/2003, assim como do Decreto Estadual n.º 48.407/2004, eis que, segundo bem sustentado pelos impetrantes, tais diplomas podem significar violação ao direito adquirido à irredutibilidade dos vencimentos e proventos; além da reserva formal, relativamente ao último.

Sobre a controvérsia, observo que o E. Órgão Especial deste Tribunal já decidiu sobre o tema (Incidente de Inconstitucionalidade n.º 165.685-0/0-00).

Assim, defiro a liminar, para que a autoridade impetrada se abstenha de praticar qualquer redução na remuneração, proventos ou pensão dos impetrantes, sob fundamento de subteto remuneratório, até ulterior decisão.

Contra essa decisão o Estado de São Paulo formula o presente pedido de suspensão. Alega, em síntese, que a manutenção do ato decisório impugnado, ao afastar a aplicação do teto remuneratório previsto no art. 37, inciso XI, da Constituição Federal, afronta a ordem e a economia públicas. Sustenta, ainda, o potencial efeito multiplicador do provimento judicial impugnado, apto a gerar graves prejuízos às finanças estaduais.

Pede, ao final, a suspensão dos efeitos da decisão impugnada.Decido.A base normativa que fundamenta o instituto da suspensão (Leis n.os

12.016/09, 8.437/92, 9.494/97 e art. 297 do RISTF) permite que a Presidência do Supremo Tribunal Federal, a fim de evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, suspenda a execução de decisões concessivas de segurança, de liminar ou de tutela antecipada, proferidas em única ou última instância, pelos tribunais locais ou federais, quando a discussão travada na origem for de índole constitucional.

Assim, é a natureza constitucional da controvérsia que justifica a competência do Supremo Tribunal Federal para apreciar o pedido de contracautela, conforme a pacificada jurisprudência desta Corte, destacando-se os seguintes julgados: Rcl 497-AgR, Rel. Carlos Velloso, DJ 6.4.2001; SS 2.187-AgR, Rel. Maurício Corrêa, DJ 21.10.2003; e SS 2.465, Rel. Nelson Jobim, DJ 20.10.2004.

No mandado de segurança de origem, discute-se a aplicação do art. 37, XI, da Constituição Federal, introduzido pela Emenda Constitucional n.º 41/2003, em face dos princípios constitucionais da legalidade, da isonomia, do direito adquirido e do direito à irredutibilidade de vencimentos. Não há dúvida, portanto, de que a matéria discutida na origem reveste-se de índole constitucional.

No caso dos autos, verifico a existência de plausibilidade jurídica a justificar o exercício do poder geral de contracautela por esta Presidência.

Assim, na hipótese, é de se aplicar o entendimento pacificado por esta Corte de que a lesão à ordem pública resta configurada no caso de descumprimento da regra do art. 37, XI, da Constituição da República. Nesse sentido, cite-se o SS-AgR 2583; SS 2973-Agr; SS 2663-Agr; SS 2932-Agr; e SS 2447-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Ellen Gracie, DJ 25.4.2008, este último com ementa assim anotada:

AGRAVO REGIMENTAL. SUSPENSÃO DE SEGURANÇA. OCORRÊNCIA DE GRAVE LESÃO À ORDEM PÚBLICA, CONSIDERADA EM TERMOS DE ORDEM JURÍDICO-CONSTITUCIONAL. TETO. SUBTETO. ART. 37, XI, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA, REDAÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL 41/03. DECRETO ESTADUAL 48.407/04.

1. Os agravantes não lograram infirmar ou mesmo elidir os fundamentos adotados para o deferimento do pedido de suspensão.

2. No presente caso, a imediata execução da decisão impugnada impede, em princípio, a aplicação da regra inserta no art. 37, XI, da Constituição da República, que integra o conjunto normativo estabelecido pela Emenda Constitucional 41/2003.

3. Na suspensão de segurança não se aprecia o mérito do processo principal, mas tão-somente a ocorrência dos aspectos relacionados à potencialidade lesiva do ato decisório em face dos interesses públicos relevantes consagrados em lei, quais sejam, a ordem, a saúde, a segurança e a economia públicas.

4. Possibilidade de ocorrência do denominado "efeito multiplicador".5. Precedentes do Plenário.6. Agravo regimental improvido. Ademais, também está presente a probabilidade de concretização do

denominado “efeito multiplicador” (SS 1.836-AgR/RJ, rel. Min. Carlos Velloso, Plenário, unânime, DJ 11.10.2001), em vista da possibilidade de aumento de demandas que contenham idêntico objeto.

Ante o exposto, defiro o pedido para suspender a execução da liminar concedida nos autos do Mandado de Segurança 053.09.023056-9, pelo Juiz da 8ª Vara da Fazenda Pública da Capital/SP, cuja suspensão foi negada pelo Desembargador Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, nos autos da Suspensão dos Efeitos de Medida Liminar n.º 182.585.0/8-00.

Publique-se.Comunique-se com urgência.Brasília, 22 de outubro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 4.006 (118)ORIGEM : SS - 124637 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : GOIÁSREGISTRADO :MINISTRO PRESIDENTEREQTE.(S) : ESTADO DE GOIÁSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE GOIÁSREQDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS

(MANDADO DE SEGURANÇA Nº 200602357769)IMPTE.(S) : ARIVALDO SILVA CHAVES E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : ÉLCIO BERQUÓ CURADO BROM E OUTRO(A/S)

DECISÃO: Trata-se de pedido de suspensão de segurança concedida pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás nos autos do Mandado de Segurança n.º 14511-6/101 (200602357769).

Na origem, os impetrantes, Desembargadores do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás, insurgem-se contra a incidência sobre seus proventos do teto salarial instituído pela Emenda Constitucional n.º 41, de 19 de dezembro de 2003, em violação aos princípios do direito adquirido e da irredutibilidade de vencimentos.

A segurança foi concedida em acórdão assim fundamentado (fls. 107-111 - apenso):

Entre as reações a auto-aplicabilidade do referido texto constitucional, a mais polêmica se refere àquela constante do julgamento do Mandado de Segurança (n.º 24.875), impetrado pelos ex-ministros do STF: Djaci Alves Falcão, Francisco Xavier de Albuquerque, Luiz Rafael Mayer e Oscar Dias Corrêa, contra ato do Presidente daquela Corte que determinou a aplicação sobre os seus proventos do teto-corte acima referido. (...)

Assim, por maioria de votos os Ministros asseguraram o direito dos impetrantes continuarem recebendo o acréscimo vencimental sobre seus proventos até que o seu montante fosse absorvido pelo novo teto salarial. (...)

Assim, entendendo que esta é também a situação dos autos, hei por bem em acolher o referido parecer ministerial para, repelindo as questões preliminares de inconstitucionalidade e incompetência, conceder a segurança para assegurar aos impetrantes a irredutibilidade de seus vencimentos até que os mesmos sejam alcançados pelo futuro aumento verificado nos subsídios dos Ministros do STF (teto constitucional).

Contra essa decisão o Estado de Goiás formula o presente pedido de suspensão. Alega, em síntese, que a manutenção do ato decisório impugnado, ao afastar a aplicação do teto remuneratório previsto no art. 37, inciso XI, da Constituição Federal, afronta a ordem e a economia públicas. Sustenta, ainda, o potencial efeito multiplicador do provimento judicial impugnado, apto a gerar graves prejuízos às finanças estaduais.

Pede, ao final, a suspensão dos efeitos da decisão impugnada.Decido.A base normativa que fundamenta o instituto da suspensão (Leis n.os

12.016/09, 8.437/92, 9.494/97 e art. 297 do RISTF) permite que a Presidência do Supremo Tribunal Federal, a fim de evitar grave lesão à ordem, à saúde, à segurança e à economia públicas, suspenda a execução de decisões concessivas de segurança, de liminar ou de tutela antecipada, proferidas em única ou última instância, pelos tribunais locais ou federais, quando a discussão travada na origem for de índole constitucional.

Assim, é a natureza constitucional da controvérsia que justifica a competência do Supremo Tribunal Federal para apreciar o pedido de contracautela, conforme a pacificada jurisprudência desta Corte, destacando-se os seguintes julgados: Rcl 497-AgR, Rel. Carlos Velloso, DJ 6.4.2001; SS

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 12

2.187-AgR, Rel. Maurício Corrêa, DJ 21.10.2003; e SS 2.465, Rel. Nelson Jobim, DJ 20.10.2004.

No mandado de segurança de origem, discute-se a aplicação do art. 37, XI, da Constituição Federal, introduzido pela Emenda Constitucional n.º 41/2003, em face dos princípios constitucionais do direito adquirido e da irredutibilidade de vencimentos. Não há dúvida, portanto, de que a matéria discutida na origem reveste-se de índole constitucional.

No caso dos autos, verifico a existência de plausibilidade jurídica a justificar o exercício do poder geral de contracautela por esta Presidência.

No MS 24.875, Rel. Sepúlveda Pertence, DJ 6.10.2006, o Tribunal apenas determinou a concessão da segurança para que os impetrantes percebessem o acréscimo previsto no art. 184, III, da Lei n.º 1.711/52, de 20% sobre os proventos da aposentadoria, até sua ulterior absorção pelo subsídio dos Ministros do Supremo Tribunal Federal determinado em lei.

Essa não é a hipótese ora posta, motivo pelo qual é de se aplicar o entendimento pacificado por esta Corte de que a lesão à ordem pública resta configurada no caso de descumprimento da regra do art. 37, XI, da Constituição da República. Nesse sentido, cite-se o SS-AgR 2583; SS 2973-Agr; SS 2663-Agr; SS 2932-Agr; e SS 2447-AgR, Tribunal Pleno, Rel. Ellen Gracie, DJ 25.4.2008, este último com ementa assim anotada:

AGRAVO REGIMENTAL. SUSPENSÃO DE SEGURANÇA. OCORRÊNCIA DE GRAVE LESÃO À ORDEM PÚBLICA, CONSIDERADA EM TERMOS DE ORDEM JURÍDICO-CONSTITUCIONAL. TETO. SUBTETO. ART. 37, XI, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA, REDAÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL 41/03. DECRETO ESTADUAL 48.407/04.

1. Os agravantes não lograram infirmar ou mesmo elidir os fundamentos adotados para o deferimento do pedido de suspensão.

2. No presente caso, a imediata execução da decisão impugnada impede, em princípio, a aplicação da regra inserta no art. 37, XI, da Constituição da República, que integra o conjunto normativo estabelecido pela Emenda Constitucional 41/2003.

3. Na suspensão de segurança não se aprecia o mérito do processo principal, mas tão-somente a ocorrência dos aspectos relacionados à potencialidade lesiva do ato decisório em face dos interesses públicos relevantes consagrados em lei, quais sejam, a ordem, a saúde, a segurança e a economia públicas.

4. Possibilidade de ocorrência do denominado "efeito multiplicador".5. Precedentes do Plenário.6. Agravo regimental improvido. Ademais, também está presente a probabilidade de concretização do

denominado “efeito multiplicador” (SS 1.836-AgR/RJ, rel. Min. Carlos Velloso, Plenário, unânime, DJ 11.10.2001), em vista da possibilidade de aumento de demandas que contenham idêntico objeto.

Ante o exposto, defiro o pedido para suspender a execução do acórdão prolatado pelo Tribunal de Justiça do Estado de Goiás que concedeu a segurança nos autos do Mandado de Segurança n.º 14511-6/101 (200602357769).

Publique-se.Comunique-se com urgência.Brasília, 22 de outubro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 4.046 (119)ORIGEM : SS - 4046 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : MINAS GERAISREGISTRADO :MINISTRO PRESIDENTEREQTE.(S) : ESTADO DE MINAS GERAISADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAISREQDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇAIMPTE.(S) : LUIZ MÁRCIO DE PAIVAADV.(A/S) : PAULO EDUARDO SALGE

DESPACHO: Trata-se de pedido de suspensão de segurança, formalizado pelo Estado de Minas Gerais, contra acórdão proferido, nos autos do Recurso em Mandado de Segurança n.º 26.244, pelo Superior Tribunal de Justiça.

Ao compulsar os autos, verifico a ausência de juntada de cópia: (a) da inicial do mandado de segurança impetrado no Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais; (b) das respectivas decisões proferidas por aquela Corte; e (c) da peça reveladora do recurso em mandado de segurança interposto perante o STJ.

Nesse contexto, determino a intimação do Estado de Minas Gerais para, no prazo de cinco dias, juntar a estes autos os mencionados documentos, necessários ao exame deste pedido de suspensão, sob pena de indeferimento da inicial (art. 284, CPC).

Publique-se.Brasília, 20 de novembro de 2009.

Ministro GILMAR MENDESPresidente

PLENÁRIO

Decisões

Ação Direta de Inconstitucionalidade e Ação Declaratória de Constitucionalidade

(PUBLICAÇÃO DETERMINADA PELA LEI Nº 9.868, DE 10.11.1999)

ACÓRDÃOS

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 2.836 (120)ORIGEM : ADI - 12146 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR SUBSTITUTO

:MIN. EROS GRAU

REQTE.(S) : PARTIDO SOCIAL LIBERAL - PSLADV.(A/S) : WLADIMIR SÉRGIO REALEREQDO.(A/S) : GOVERNADORA DO ESTADO DO RIO DE JANEIROREQDO.(A/S) : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE

JANEIROINTDO.(A/S) : ASSOCIAÇÃO NACIONAL DOS MEMBROS DO

MINISTÉRIO PÚBLICO - CONAMPADV.(A/S) : ARISTIDES JUNQUEIRA ALVARENGA

Decisão: O Tribunal, por unanimidade, julgou improcedente a ação, nos termos do voto do relator. Votou o Presidente, Ministro Nelson Jobim. Falaram, pelo requerente, o Dr. Wladimir Sérgio Reale e, pelo Ministério Público Federal, o Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos, Vice-Procurador-Geral da República. Plenário, 17.11.2005.

EMENTA: AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI COMPLEMENTAR N. 106/03. LEI ORGÂNICA DO MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. ARTIGO 9º, § 1º, ALÍNEA “C”, E ARTIGO 165. DESINCOMPATIBILIZAÇÃO DOS CANDIDATOS AO CARGO DE PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA.

1.O artigo 9º da lei exige a desincompatibilização dos candidatos ao cargo de Procurador-Geral de Justiça que estejam ocupando qualquer outro cargo ou função de confiança.

2.A argumentação do requerente, de que o aludido preceito permitiria o exercício de cargos e funções não-afetos à área de atuação do Ministério Público, não merece acolhida.

3.O artigo 165 da lei orgânica do MP do Estado do Rio de Janeiro é mera reprodução do artigo 29, § 3º, do ADCT da Constituição do Brasil. Aos integrantes do Parquet admitidos antes da CB/88 aplicam-se as vedações do texto constitucional.

4.Pedido de declaração de inconstitucionalidade julgado improcedente.

SECRETARIA JUDICIÁRIAANA LÚCIA DA COSTA NEGREIROS

SECRETÁRIA

PRIMEIRA TURMA

PAUTA DE JULGAMENTOS

PAUTA Nº 25/2009 - Elaborada nos termos do art. 83 do Regimento Interno, para julgamento a partir da Sessão do dia 01 de dezembro de 2009, contendo os seguintes processos:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 259.739 (121)ORIGEM : AMS - 9604272594 - TRIBUNAL REGIONAL FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR SUBSTITUTO

:MIN. MARCO AURÉLIO

RECTE. : FERTIPRATA ADUBOS E CORRETIVOS LTDAADVDOS. : HEBE BONAZZOLA RIBEIRO E OUTROSRECDA. : UNIÃOADVDOS. : PFN - DOLIZETE FÁTIMA MICHELIN E OUTROS

Matéria:DIREITO TRIBUTÁRIOCrédito TributárioAlíquota

Brasília, 23 de novembro de 2009.Ricardo Dias Duarte

Coordenador

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 13

SEGUNDA TURMA

PAUTA DE JULGAMENTOS

PAUTA Nº 25 - Elaborada nos termos do art. 83 do Regimento Interno, para julgamento a partir da sessão de 1º de dezembro de 2009, contendo os seguintes processos:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 207.854 (122)ORIGEM :AC - 502682 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. :MINAS GERAISRELATOR SUBSTITUTO

:MIN. JOAQUIM BARBOSA

RECTE. :MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUALRECDO. :ARTUR SEVERIANO REZENDEADV. :ANTUNES ADALBERTO DE CARVALHO

Matéria:DIREITO ADMINISTRATIVO E OUTRAS MATÉRIAS DE

DIREITO PÚBLICOAgentes PolíticosPrefeito

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 346.983 (123)ORIGEM :AMS - 9602298529 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. :RIO DE JANEIRORELATOR SUBSTITUTO

:MIN. CEZAR PELUSO

RECTE.(S) :UNIÃOADV.(A/S) :PFN - HERBERT CARNEIRO CAMPOS E OUTRARECDO.(A/S) :MANUFACTURES HANOVER ARRENDAMENTO

MERCANTIL S/AADV.(A/S) :ANDRÉ GOMES DE OLIVEIRA E OUTRO(A/S)

Matéria:DIREITO TRIBUTÁRIOContribuiçõesContribuições SociaisPIS

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 460.740 (124)ORIGEM :PROC - 10000034040394000 - TRIBUNAL DE

JUSTIÇA ESTADUALPROCED. :MINAS GERAISRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSARECTE.(S) :FIRMINO GONÇALVES DO NASCIMENTOADV.(A/S) :MAURO JORGE DE PAULA BOMFIMRECDO.(A/S) :MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS

GERAIS

Matéria:DIREITO PROCESSUAL PENALAção PenalTrancamento

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 525.874 (125)ORIGEM :AMS - 98030404970 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. :SÃO PAULORELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) :UNIÃOADV.(A/S) :PFN - ANNA CLAUDIA LAZZARINIRECDO.(A/S) :TENDÊNCIA DISTRIBUIDORA DE TÍTULOS E

VALORES MOBILIÁRIOS LTDA E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) :TIZUE YAMAUCHI E OUTRO(A/S)

Matéria:DIREITO TRIBUTÁRIOContribuiçõesContribuições SociaisPIS

Brasília, 23 de novembro de 2009Carlos Alberto Cantanhede

Coordenador

SECRETARIA JUDICIÁRIA

Decisões e Despachos dos Relatores

PROCESSOS ORIGINÁRIOS

AÇÃO CAUTELAR 797 (126)ORIGEM :AC - 62687 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. :RONDÔNIARELATOR :MIN. EROS GRAUREQTE.(S) :ARISTIDES MONDARDO E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) :JOSÉ MORELLO SCARIOTTREQDO.(A/S) :ELÍCIO DE ALMEIDA E SILVAADV.(A/S) :JACYR ROSA JÚNIOR

DECISÃO: O recurso extraordinário a que vinculada a presente ação cautelar foi improvido [RE n. 470.996], com trânsito em julgado em 28.9.09.

Julgo extinto o presente feito, sem apreciação do mérito, ante a perda do objeto [art. 21, IX, do RISTF].

Publique-se.Arquivem-se os autos.Brasília, 19 de novembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

AÇÃO CAUTELAR 1.645 (127)ORIGEM :AC - 59268 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. :RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. CELSO DE MELLOREQTE.(S) :CIA. DE SEGUROS ALIANÇA DO BRASILADV.(A/S) :WALDIR LUIZ BRAGAADV.(A/S) :PLÍNIO JOSÉ MARAFONREQDO.(A/S) :UNIÃOADV.(A/S) :ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOINTDO.(A/S) :BRASILCAP CAPITALIZAÇÃO S/AADV.(A/S) :WILLIAM R. GRAPELLAINTDO.(A/S) :BRASIL VEÍCULOS COMPANHIA DE SEGUROSADV.(A/S) :SÉRGIO MAZZILLOINTDO.(A/S) :BRASILSAÚDE COMPANHIA DE SEGUROSADV.(A/S) :EDUARDO GOMES

DESPACHO: Arquivem-se os presentes autos.Publique-se.Brasília, 19 de novembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

AÇÃO CAUTELAR 2.307 (128)ORIGEM :AC - 28257 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. :RIO GRANDE DO NORTERELATOR :MIN. CEZAR PELUSOREQTE.(S) :ANTÔNIO ROBERTO FERNANDES TARGINOADV.(A/S) :MARIA LUCIA CAVALCANTI JALES SOARESREQDO.(A/S) :ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTEPROC.(A/S)(ES) :PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO NORTE

DECISÃO: (PET STF nº 98.089/2007) 1. Trata-se de petição intitulada “apelação”, contra a decisão por meio da qual neguei seguimento à ação cautelar, nos seguintes termos:

“DECISÃO: 1. Trata-se de ação cautelar incidental, com pedido de liminar, ajuizada por Antônio Roberto Fernandes Targino, com o objetivo de compelir o Estado do Rio Grande do Norte a pagar-lhe pensão especial, a qual percebeu até os 21 anos, pela morte de seu avô guardião, para além desse marco temporal e até os 24 anos, em razão de sua condição de estudante universitário.

2. Não é caso de liminar.A jurisprudência da Casa, a respeito, é firme em reconhecer duas

coisas. A primeira, que a partir de 1990 o regime jurídico ao qual está sujeito o reconhecimento do direito ao benefício de pensão é o da Lei 8.112/90 (no caso, o óbito ocorreu em 1999). A segunda, que inexiste previsão legal que agasalhe a pretensão do autor de estender esse benefício, além dos 21 anos, sob o argumento de que é estudante universitário. Tais são as razões por que, em casos semelhantes, assim decidiu esta Corte:

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 14

“1. A Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da 2ª Região reconheceu à autora, maior e capaz, o direito à continuidade do recebimento da pensão por morte de ex-servidor, até o término do curso universitário. 2. Daí o recurso extraordinário interposto pela União (fls. 253-260), alegando, em síntese, contrariedade aos dispositivos dos arts. 2º e 37, caput, da Constituição Federal, por entender que não há previsão legal para acobertar o pedido inicial. 3. O recurso foi admitido à fl. 262. 4. A Procuradoria-Geral da República opinou pelo provimento do recurso (fls. 268-270). 5. Na hipótese em análise, o óbito do instituidor ocorreu em 07.06.95, marco de direito intertemporal prevalecente para a definição do regime jurídico a que está sujeito o reconhecimento do direito ao benefício, ou seja, a concessão da pensão deu-se sob a égide da Lei 8.112/90, vigente à época, como bem reconheceu a sentença às fls. 201-205. Esse é o entendimento pacificado nesta Corte, desde o julgamento do MS 21.540/RJ, rel. Min. Octavio Glote, Plenário, unânime, DJ de 26.04.96. 6. A recorrida, portanto, não tem direito a perceber a pretendida pensão, razão por que, com fundamento no art. 557, caput, do Código de Processo Civil, dou provimento ao recurso extraordinário.” (RE n° 444704 / RJ - RIO DE JANEIRO, Rel. Min. ELLEN GRACIE, DJ de 30.9.2008). Grifei

“(...) 5. Acresce que também a Lei nº 8.112/90, em perfeita sintonia com o que disposto na Constituição, arrola os beneficiários das pensões ditas estatutárias. E, nesse rol, cita não apenas o cônjuge ou o companheiro, como também quais os dependentes do "de cujus" que farão jus ao benefício. Entre eles, "a mãe e o pai que comprovem dependência econômica do servidor" e "pessoa designada, maior de 60 (sessenta) anos e a pessoa portadora de deficiência, que vivam sob a dependência econômica do servidor". Já como beneficiários temporários, situam-se: "a) os filhos, ou enteados, até 21 (vinte e um) anos de idade, ou, se inválidos, enquanto durar a invalidez; b) o menor sob guarda ou tutela até 21 (vinte e um) anos de idade; c) o irmão órfão, até 21 (vinte e um) anos, e o inválido, enquanto durar a invalidez, que comprovem dependência econômica do servidor; d) a pessoa designada que viva na dependência econômica do servidor, até 21 (vinte e um) anos, ou, se inválida, enquanto durar a invalidez". (...)” (MS 26144 MC / DF - DISTRITO FEDERAL, Rel. Min. CARLOS BRITTO, DJ de 20.11.2006). Grifei.

3. Diante do exposto, nego seguimento ao pedido, nos termos do art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

Oportunamente, arquive-se.”2.Incognoscível o pedido. É que para atacar decisão monocrática deveria o interessado ter-se

valido de agravo regimental, se admissível (art. 557, § 1º, do CPC). A apelação se viabiliza em condição absolutamente distinta, de modo que sua interposição não tem virtude para interromper o decurso do prazo recursal, que, no caso, já se exauriu.

3.Nada mais resta, pois, por decidir. Certifique a Secretaria o trânsito em julgado da decisão de fls. 27/28,

publicada em 14.5.2009. Apensem-se os autos da ação cautelar ao respectivo recurso extraordinário.

Publique-se. Int..Brasília, 16 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 1.431 (129)ORIGEM : ACO - 107272 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : MARANHÃORELATOR :MIN. CELSO DE MELLOAUTOR(A/S)(ES) : ESTADO DO MARANHÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO MARANHÃOREU(É)(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

DESPACHO: Cite-se a União Federal. Assino-lhe, para contestar, o prazo de 60 (sessenta) dias (RISTF, art. 247, §1º, c/c o art. 110, I).

Publique-se.Brasília, 19 de novembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.108 (130)ORIGEM : ADI - 99043 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : MINAS GERAISRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEREQTE.(S) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICAREQDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS

GERAIS

1. A presente ação direta de inconstitucionalidade, proposta pelo Procurador-Geral da República, tem como objeto os parágrafos 2º e 3º do art. 100 do Regimento Interno do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, que estabeleceu, como universo de membros elegíveis ao cargo de Presidente daquela Corte, a metade mais antiga dos componentes que ainda não tenham exercido o referido posto.

O Plenário, em 2.2.2009, ao referendar medida liminar concedida, em 15.7.2008, pelo Senhor Presidente desta Casa, o eminente Ministro Gilmar

Mendes, manteve a suspensão da eficácia dos dispositivos impugnados. Este é o teor da ementa do acórdão, de minha lavra (DJe de 6.3.2009):

“AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. MEDIDA CAUTELAR CONCEDIDA NO CURSO DAS FÉRIAS FORENSES (ART. 13, VIII, DO RISTF, E ART. 10 DA LEI 9.868/99). REFERENDO. PARÁGRAFOS 2º E 3º DO ART. 100 DO REGIMENTO INTERNO DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS. ELEIÇÃO DOS MEMBROS ASPIRANTES AOS CARGOS DE DIREÇÃO DA CORTE ESTADUAL DE JUSTIÇA. DISPOSIÇÃO DISTINTA CONTIDA NO ART. 102 DA LEI ORGÂNICA DA MAGISTRATURA NACIONAL (LC 35/79). PLAUSIBILIDADE JURÍDICA DA ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ART. 93 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. PERIGO NA DEMORA IGUALMENTE DEMONSTRADO.

1. Esta Suprema Corte tem admitido o controle concentrado de constitucionalidade de preceitos oriundos da atividade administrativa dos tribunais, desde que presente, de forma inequívoca, o caráter normativo e autônomo do ato impugnado. Precedentes.

2. O Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, ao adotar, em seu regimento interno, um critério próprio de especificação do número de membros aptos a concorrerem aos seus cargos de direção, destoou do modelo previsto no art. 102 da legislação nacional vigente, a Lei Complementar 35/79 (LOMAN).

3. O Plenário do Supremo Tribunal Federal já fixou entendimento no sentido de que o regramento relativo à escolha dos ocupantes dos cargos diretivos dos tribunais brasileiros, por tratar de tema eminentemente institucional, situa-se como matéria própria de Estatuto da Magistratura, dependendo, portanto, para uma nova regulamentação, da edição de lei complementar federal, nos termos do que dispõe o art. 93 da Constituição Federal. Plausibilidade jurídica e perigo na demora existentes.

4. Deferimento de medida cautelar integralmente referendado pelo Plenário.”

2. Após a juntada das informações definitivas do TJMG (fls. 85-88) e da manifestação da Advocacia-Geral da União pela procedência do pedido formulado (fls. 149-158), noticiou o Presidente da Corte Mineira a aprovação e publicação da Resolução 608/2009, que, alterando substancialmente a redação dos parágrafos 2º e 3º do art. 100 do Regimento Interno do TJMG, fixou que a eleição dos cinco cargos de direção daquela Casa terá como candidatos os cinco membros mais antigos “que ainda não tenham exercido o cargo para o qual se candidatam” (fls. 161-165).

A douta Procuradoria-Geral da República opinou pela prejudicialidade da ação, em razão da perda superveniente de seu objeto (fls. 167-168).

3. Não há dúvida de que a apontada Resolução 608, de 13.8.2009, da Corte Superior do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, promoveu substancial alteração das normas regimentais ora impugnadas. Esta Suprema Corte, em reiteradas decisões, fixou o entendimento de que tal circunstância provoca, inafastavelmente, situação de prejudicialidade da ação direta proposta, pela perda superveniente de seu objeto.

4. Ante o exposto, nos termos do art. 21, IX do RISTF, julgo prejudicada a presente ação direta de inconstitucionalidade, por perda de objeto.

Publique-se. Arquive-seBrasília, 19 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.343 (131)ORIGEM : ADI - 4343 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SANTA CATARINARELATORA :MIN. ELLEN GRACIEREQTE.(S) : GOVERNADOR DO ESTADO DE SANTA CATARINAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SANTA

CATARINAREQDO.(A/S) : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SANTA

CATARINA

1. Nos termos do artigo 12 da Lei 9.868/99, solicitem-se informações à Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina, que deverá prestá-las no prazo de dez dias;

2. Recebidas as informações ou transcorrido o prazo, abra-se, de imediato, vista sucessiva ao Advogado-Geral da União e ao Procurador-Geral da República, para que se manifestem, cada qual, no prazo de cinco dias.

Publique-se.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

AÇÃO ORIGINÁRIA 1.163 (132)ORIGEM : AO - 48843 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. CEZAR PELUSOAUTOR(A/S)(ES) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOREU(É)(S) : TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 10ª REGIÃO

DESPACHO: 1. A demanda versa apenas sobre questão de direito.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 15

Vista à Procuradoria-Geral da República e, após, retornem conclusos. Publique-se.Brasília, 16 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

AÇÃO PENAL 476 (133)ORIGEM : AP - 17200320000306 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : PARÁRELATORA SUBSTITUTA

:MIN. ELLEN GRACIE

REVISOR :MIN. CEZAR PELUSOAUTOR(A/S)(ES) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICAREU(É)(S) : GIOVANNI CORREA QUEIROZADV.(A/S) : GASTÃO DE BEM

Diante da informação prestada pela Secretaria à fl. 452, abra-se vista, sucessivamente, pelo prazo de 05 (cinco) dias, ao Ministério Público Federal e à defesa, para os fins do art. 10 da Lei 8.038/90.

Publique-se.Brasília, 16 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

AG.REG. NA MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.213 (134)ORIGEM : AP - 200761060060847 - JUIZ FEDERAL DA 3º REGIÃOPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : MILTON AGOSTINHO DA SILVA JÚNIORADV.(A/S) : MARIA CLÁUDIA DE SEIXAS E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : RELATOR DO HC Nº 134.779 DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DESPACHO: Dê-se vista ao Ministério Público Federal.Publique-se.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

AG.REG. NA MEDIDA CAUTELAR EM MANDADO DE SEGURANÇA 27.153

(135)

ORIGEM : MS - 20259 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : ASSOCIAÇÃO DOS NOTÁRIOS E REGISTRADORES

DO BRASIL - ANOREG-BRADV.(A/S) : VINÍCIUS MARCELO BORGESAGDO.(A/S) : CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (PROCEDIMENTO

DE CONTROLE ADMINISTRATIVO Nº 630)LIT.PAS.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA

CATARINA

DESPACHO: (PET SR/STF n. 136.517/2009)Junte-se oportunamente. Oficie-se à Procuradoria Geral da República, enviando cópia desta

petição.Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

AG.REG. NA MEDIDA CAUTELAR EM MANDADO DE SEGURANÇA 28.187

(136)

ORIGEM : MS - 101388 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. CELSO DE MELLOAGTE.(S) : TRIBUNAL DE CONTAS DA UNIÃO (PROCESSO Nº TC

001.841/2007-9)ADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOAGDO.(A/S) : R DE A A B C (REPRESENTADA POR JOYCE MARIA DE

ALENCAR ARARIPE BASTOS)ADV.(A/S) : DANILO DE AGUIAR CORRÊA E OUTRO(A/S)

DESPACHO: Nada mais há a decidir quanto ao pedido de fls.156/157, eis que a informação de fls. 162 esclarece que já se cumpriu o provimento liminar deferido a fls. 79/84.

2. Ouça-se a douta Procuradoria Geral da República sobre o recurso de agravo, que, deduzido a fls. 130/142, insurge-se contra a decisão proferida a fls. 79/84.

Publique-se.Brasília, 19 de novembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLO

Relator

CONFLITO DE COMPETÊNCIA 7.148 (137)ORIGEM : PROC - 5222001 - VARA OUTRASPROCED. : PIAUÍRELATOR :MIN. CEZAR PELUSOSUSTE.(S) : JUÍZA DO TRABALHO DA VARA FEDERAL DO

TRABALHO DE PARNAÍBASUSDO.(A/S) : JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE BURITI DOS

LOPESINTDO.(A/S) : MARIA DE FÁTIMA ALVES CARDOSOADV.(A/S) : DENIS GOMES MOREIRAINTDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE BOM PRINCÍPIO DO PIAUÍADV.(A/S) : CÍCERO DE SOUZA BRITO E OUTRO(A/S)

DECISÃO: 1. Trata-se de conflito negativo de competência suscitado pelo Juízo da Vara do Trabalho de Parnaíba/PI, em face do Juízo da Comarca de Buriti dos Lopes/PI.

A PGR é pelo não conhecimento do conflito (fls. 105/109).2. Incompetente esta Corte.Conforme previsto no art. 102, inc. I, letra “o”, da Constituição

Federal, compete originariamente ao Supremo Tribunal Federal decidir “os conflitos de competência entre o Superior Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais”.

Já a competência para apreciar conflitos instaurados entre juízos de primeiro grau (como neste caso, entre a justiça trabalhista e a justiça comum), vinculados a tribunais diversos, é do Superior Tribunal de Justiça, nos termos do art. 105, I, “d”, da Constituição da República. No mesmo sentido, CC nº 7.507, Rel. Min. MENEZES DIREITO, DJ de 10/02/2009, e CC nº 7.589, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWISKI, DJ de 25/09/08.

3. Ante o exposto, nego seguimento ao conflito de competência, nos termos do art. 21, § 1º, do RISTF. Remetam-se os autos ao Superior Tribunal de Justiça.

Publique-se.Brasília, 16 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

CONFLITO DE COMPETÊNCIA 7.168 (138)ORIGEM : PROC - 9310400004181 - JUIZ DE DIREITOPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. CEZAR PELUSOSUSTE.(S) : JUIZ DE DIREITO DA VARA JUDICIAL DA COMARCA

DE CORONEL BICACOSUSDO.(A/S) : TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHOINTDO.(A/S) : SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE

COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES NO RIO GRANDE DO SUL - SULPETRO

ADV.(A/S) : AMAURI CELUPPI E OUTRO(A/S)INTDO.(A/S) : LANZARINI E LANZARINI LTDAADV.(A/S) : JURANDIR DA SILVA

DECISÃO: 1. Trata-se de conflito negativo de competência, suscitado pelo Juízo da Comarca de Coronel Bicaco/RS, em face do Tribunal Superior do Trabalho.

A demanda tem origem em ação de cumprimento de convenção coletiva de trabalho, ajuizada pelo Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Estado do Rio Grande do Sul.

A Procuradoria-Geral da República manifestou-se pela declaração de competência da Justiça Comum estadual (fls. 208/211).

2. Competente esta Corte.Ao Supremo Tribunal Federal incumbe a análise de conflitos de

competência instaurados entre Tribunal Superior e juízo de primeiro grau a ele não vinculado, como se extrai à seguinte ementa:

“EMENTA: CONFLITO DE COMPETÊNCIA - TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO E JUIZ FEDERAL DE PRIMEIRA INSTANCIA - COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO STF PARA DIRIMIR O CONFLITO – [...] - Pertence ao Supremo Tribunal Federal a competência para dirimir, originariamente, conflitos de competência instaurados entre qualquer Tribunal Superior da União e magistrado de primeira instancia que não esteja a ele vinculado. Precedentes. CC 7.023, Rel. Min. ILMAR GALVAO - CC 7.025, Rel. Min. CELSO DE MELLO.” (CC nº 7.027, Rel. Min. CELSO DE MELLO, DJ 1º. 09.95)

3. Procedente o conflito.Esta Corte já firmou entendimento no sentido de que compete à

Justiça do Trabalho dirimir controvérsias relativas às “ações de cumprimento de sentenças normativas havidas em dissídios coletivos ou em convenções ou acordos coletivos de trabalho” (CC nº 5.072, Rel. Min. CARLOS VELLOSO, DJ de 15.06.05).

Nesse sentido, já decidia a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal antes mesmo da promulgação da EC nº 45/04, que dispôs ser competente a Justiça do Trabalho para processar e julgar “as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores”. Confira-se:

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

Page 16: DIÁRIO DA JUSTIÇA ELETRÔNICO · docerias, buffets, fast-foods e assemelhados de sÃo paulo e regiÃo adv.(a/s) :ana paula moreira dos santos e outro(a/s) agdo.(a/s) :cantina vico

STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 16

“Competência. Litígio entre Sindicato de trabalhadores e empregador que tem origem no cumprimento de convenção coletiva de trabalho ou acordo coletivo de trabalho.

- Pela jurisprudência desta Corte (assim se decidiu no RE 130.555), não havendo lei que atribua competência à Justiça Trabalhista para julgar relações jurídicas como a em causa, é competente para julgá-la a Justiça Comum.

Sucede, porém, que, depois da interposição do presente recurso extraordinário, foi editada a Lei 8.984, de 07.02.95, que afastou a premissa de que partiu o entendimento deste Tribunal ao julgar o RE 130.555, porquanto o artigo 1º da referida lei dispõe que “compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios que tenham origem no cumprimento de convenções coletivas de trabalho e acordos coletivos de trabalho, mesmo quando ocorram entre sindicatos ou entre sindicato de trabalhadores e empregador”.

E, em se tratando de recurso extraordinário interposto contra acórdão que julgou conflito de competência, não tem sentido que se deixe de aplicar a lei superveniente à interposição desse recurso, para dar-se como competente Juízo que o era antes da citada Lei, mas que deixou de sê-lo com o advento dela.

Recurso extraordinário não conhecido.” (RE nº 131.096, Rel. Min. MOREIRA ALVES, DJ 29.9.95)

Essa orientação foi confirmada pelo Plenário no julgamento do CC nº 7.221, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ 25.08.06:

“COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO - CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL - SINDICATO DA CATEGORIA ECONÔMICA - REGÊNCIA CONSTITUCIONAL ANTERIOR À EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45/2004. Ante o disposto no artigo 1º da Lei nº 8.984/95, à Justiça do Trabalho já competia julgar ação de sindicato de categoria econômica contra empregador, visando à contribuição assistencial estabelecida em contrato coletivo.

COMPETÊNCIA - CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL - SINDICATO DE CATEGORIA ECONÔMICA - EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45/2004. A competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores e entre sindicatos e empregadores - inciso III do artigo 114 da Constituição Federal, com a redação da Emenda nº 45, de 2004 -, abrange demandas propostas por sindicato de categoria econômica contra empregador, objetivando o reconhecimento do direito à contribuição assistencial.” (Na mesma linha: CC 7.407, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, DJ de 12.12.2006; CC nº 7.286, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, DJ de 12.12.2006; CC nº 7.416, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJ de 29.11.2006; CC nº 7.285, Rel. Min. ELLEN GRACIE, DJ de 08.03.2006; CC nº 7.284, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA, DJ de 28.09.2006, e CC nº 7.520, Rel. Min. EROS GRAU, DJ de 01.08.2008.)

4. Do exposto, julgo procedente o conflito suscitado, e declaro a competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar a ação. Remetam-se os autos ao Tribunal Superior do Trabalho.

Publique-se.Brasília, 16 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

CONFLITO DE COMPETÊNCIA 7.283 (139)ORIGEM : CC - 52822 - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICAPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. CEZAR PELUSOSUSTE.(S) : JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE

SANTA MARIASUSDO.(A/S) : TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHOINTDO.(A/S) : SINDICATO DO COMÉRCIO VAREJISTA DE

COMBUSTÍVEIS E LUBRIFICANTES DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

ADV.(A/S) : AMAURI CELUPPI E OUTRO(A/S)INTDO.(A/S) : J. N. COMÉRCIO DE COMBUSTÍVEIS LTDA

DECISÃO: 1. Trata-se de conflito negativo de competência, suscitado pelo Juízo da 2ª Vara Cível da Comarca de Santa Maria/RS, em face do Tribunal Superior do Trabalho.

A demanda tem origem em ação de cumprimento de convenção coletiva de trabalho, ajuizada pelo Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes do Estado do Rio Grande do Sul.

A Procuradoria-Geral da República manifestou-se pela declaração de competência da Justiça do Trabalho (fls. 202/207).

2. Competente esta Corte.Ao Supremo Tribunal Federal incumbe a análise de conflitos de

competência instaurados entre Tribunal Superior e juízo de primeiro grau a ele não vinculado, como se extrai à seguinte ementa:

“EMENTA: CONFLITO DE COMPETÊNCIA - TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO E JUIZ FEDERAL DE PRIMEIRA INSTANCIA - COMPETÊNCIA ORIGINÁRIA DO STF PARA DIRIMIR O CONFLITO – [...] - Pertence ao Supremo Tribunal Federal a competência para dirimir, originariamente, conflitos de competência instaurados entre qualquer Tribunal Superior da União e magistrado de primeira instancia que não esteja a ele vinculado. Precedentes. CC 7.023, Rel. Min. ILMAR GALVAO - CC 7.025, Rel. Min. CELSO DE MELLO.” (CC nº 7.027, Rel. Min. CELSO DE MELLO, DJ 1º.

09.95)3. Procedente o conflito.Esta Corte já firmou entendimento no sentido de que compete à

Justiça do Trabalho dirimir controvérsias relativas às “ações de cumprimento de sentenças normativas havidas em dissídios coletivos ou em convenções ou acordos coletivos de trabalho” (CC nº 5.072, Rel. Min. CARLOS VELLOSO, DJ de 15.06.05).

Nesse sentido, já decidia a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal antes mesmo da promulgação da EC nº 45/04, que dispôs ser competente a Justiça do Trabalho para processar e julgar “as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores”. Confira-se:

“Competência. Litígio entre Sindicato de trabalhadores e empregador que tem origem no cumprimento de convenção coletiva de trabalho ou acordo coletivo de trabalho.

- Pela jurisprudência desta Corte (assim se decidiu no RE 130.555), não havendo lei que atribua competência à Justiça Trabalhista para julgar relações jurídicas como a em causa, é competente para julgá-la a Justiça Comum.

Sucede, porém, que, depois da interposição do presente recurso extraordinário, foi editada a Lei 8.984, de 07.02.95, que afastou a premissa de que partiu o entendimento deste Tribunal ao julgar o RE 130.555, porquanto o artigo 1º da referida lei dispõe que “compete à Justiça do Trabalho conciliar e julgar os dissídios que tenham origem no cumprimento de convenções coletivas de trabalho e acordos coletivos de trabalho, mesmo quando ocorram entre sindicatos ou entre sindicato de trabalhadores e empregador”.

E, em se tratando de recurso extraordinário interposto contra acórdão que julgou conflito de competência, não tem sentido que se deixe de aplicar a lei superveniente à interposição desse recurso, para dar-se como competente Juízo que o era antes da citada Lei, mas que deixou de sê-lo com o advento dela.

Recurso extraordinário não conhecido.” (RE nº 131.096, Rel. Min. MOREIRA ALVES, DJ 29.9.95)

Essa orientação foi confirmada pelo Plenário no julgamento do CC nº 7.221, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ 25.08.06:

“COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO - CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL - SINDICATO DA CATEGORIA ECONÔMICA - REGÊNCIA CONSTITUCIONAL ANTERIOR À EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45/2004. Ante o disposto no artigo 1º da Lei nº 8.984/95, à Justiça do Trabalho já competia julgar ação de sindicato de categoria econômica contra empregador, visando à contribuição assistencial estabelecida em contrato coletivo.

COMPETÊNCIA - CONTRIBUIÇÃO ASSISTENCIAL - SINDICATO DE CATEGORIA ECONÔMICA - EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 45/2004. A competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores e entre sindicatos e empregadores - inciso III do artigo 114 da Constituição Federal, com a redação da Emenda nº 45, de 2004 -, abrange demandas propostas por sindicato de categoria econômica contra empregador, objetivando o reconhecimento do direito à contribuição assistencial. ”(Na mesma linha: CC 7.407, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, DJ de 12.12.2006; CC nº 7.286, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, DJ de 12.12.2006; CC nº 7.416, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJ de 29.11.2006; CC nº 7.285, Rel. Min. ELLEN GRACIE, DJ de 08.03.2006; CC nº 7.284, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA, DJ de 28.09.2006, e CC nº 7.520, Rel. Min. EROS GRAU, DJ de 01.08.2008.)

4. Do exposto, julgo procedente o conflito suscitado, e declaro a competência da Justiça do Trabalho para processar e julgar a ação. Remetam-se os autos ao Tribunal Superior do Trabalho.

Publique-se.Brasília, 16 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

CONFLITO DE COMPETÊNCIA 7.679 (140)ORIGEM : CC - 7679 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SANTA CATARINARELATOR :MIN. DIAS TOFFOLISUSTE.(S) : DAGMAR DOS REIS MARCOSADV.(A/S) : SUZETE GHISI BRISTOTSUSDO.(A/S) : TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃOSUSDO.(A/S) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇAINTDO.(A/S) : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL

DECISÃOVistos.Trata-se de conflito de competência suscitado por Dagmar dos Reis

Marcos, com vistas à definição do Tribunal competente para apreciação da ação rescisória que interpôs, inicialmente perante o e. Superior Tribunal de Justiça e, depois, junto ao e. Tribunal Regional Federal da 4ª Região, tendo ambas as Cortes proferido decisões de extinção do processo, cada qual entendendo que seria a outra a competente para o julgamento de tal ação.

Tem-se, pois, por caracterizado o conflito de competência, nos termos do artigo 115, inciso II, do Código de Processo Civil.

Assim e nos termos do artigo 166 do Regimento Interno desta Corte,

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 17

designo o e. Tribunal Regional Federal da 4ª Região para resolver, em caráter provisório, eventuais medidas urgentes.

Para tanto, expeça-se ofício, solicitando-se, também, informações dos Tribunais suscitados (RI, art. 167).

Após, vista à Procuradoria-Geral da República. Publique-se. Brasília, 19 de novembro de 2009.MINISTRO DIAS TÓFFOLIRelator

EXTENSÃO NO HABEAS CORPUS 92.417 (141)ORIGEM : HC - 144519 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. EROS GRAUREQTE.(S) : ALEXANDRE DUARTEIMPTE.(S) : ALEXANDRE DUARTECOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HABEAS CORPUS Nº 88139 DO

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: O Subprocurador-Geral da República Mário José Gisi manifesta-se nestes termos (fls. 288/291):

“Retornam os autos a esta Procuradoria-Geral da República para manifestação acerca do pedido de extensão de benefício de fl. 282, formulado por WELINGTON LUIZ DE SOUZA FILHO.

Argumenta o peticionário que Cleusa Ribeiro da Silva, Rosa Maria Marilim Ramires Machado e Alexandre Duarte foram beneficiados com o livramento condicional, consoante determinação desse Excelso Pretório, nos autos do writ em epígrafe, devendo também lhe ser concedido igual benefício, por figurar como co-denunciado na ação penal que ensejou a impetração do presente mandamus constitucional.

Eis o breve relato.O pedido não merece prosperar.Ao conceder a presente ordem de habeas corpus, esse C. Supremo

Tribunal Federal considerou que a ilegalidade no cumprimento da pena corporal em regime fechado estava caracterizada:

a) pela desproporção entre o quantum da pena fixada em primeiro grau (06 anos de reclusão) e o tempo em que efetivamente iniciaram o cumprimento da pena – meados de 2003;

b) demora no julgamento do recurso de apelação do ministério público pleiteando o aumento da condenação; e

a impossibilidade de obtenção de benefícios previstos na legislação penal, tendo em vista que não houve expedição de carta de sentença provisória ao MM. Juízo a quo.

A corroborar a afirmação supra, excerto do voto condutor proferido nos presentes autos: “Os fatos aponta para concessão da ordem em extensão maior que a proposta pelo Ministério Público Federal, que é a de permitir a progressão de regime, com eventual regressão em caso de provimento de recurso de apelação para exasperar a pena. A Súmula 716 dispõe especificamente a respeito da progressão de regime na pendência de recurso de apelação. Impõe-se, no entanto, conferir-lhe interpretação extensiva de modo que permita o implemento de outro benefício potencialmente adquirido, a liberdade condicional, no caso” (fl. 266).

Ocorre que a situação processual vigente difere daquela outrora apresentada, posto que o recurso de apelação interposto perante o E. Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro já foi julgado, e provido o recurso ministerial no sentido de aumentar a pena aplicada ao peticionário e demais co-réus, nos seguintes termos:

‘... para condenar JOÃO MARIA DOS SANTOS a 06 anos de reclusão e 80 dias-multa, por infringir o art. 12, e a 04 anos de reclusão, por violar o art. 14, perfazendo o total de 10 anos de reclusão, no regime inicialmente fechado, e 80 dias-multa; para aumentar as penas de CLEUSA, ALEXANDRE e WELLINGTON a 06 anos de reclusão e 80 dias-multa, por infringirem o art. 12, e a 04 anos de reclusão, por violarem o art. 14, perfazendo o total de 10 anos de reclusão, no regime inicialmente fechado, e 80 dias-multa; para aumentar as penas de RODRIGO PEREIRA DOS SANTOS a 06 anos de reclusão e 80 dias-multa, por infringir o art. 12, caput, corrigida assim de ofício a capitulação contida na sentença, e a 04 anos de reclusão, por violar o art. 14, perfazendo o total de 10 anos de reclusão, no regime inicialmente fechado, e 80 dias-multa; e para aumentar as penas-base de ROSA MARILIN (ou MARILIM) RAMIRES MACHADO, fixando-as em 09 anos de reclusão para o crime do art. 12 e de 05 anos de reclusão para o do art. 14, que, reduzidos de 1/3 pela delação premiada, concretizam-se em 03 anos e 04 meses de reclusão, perfazendo o total de 09 anos e 04 meses de reclusão e 80 dias-multa, sendo da Lei nº 6368/76 todos os dispositivos acima citados e estabelecido no mínimo legal o valor do dia-multa. Após o trânsito em julgado, expeçam-se os competentes mandados de prisão contra JOÃO MARIA e os demais réus que foram soltos no curso do processo.’ (doc. 1)

Não se pode analisar na presente instância superior a suposta ilegalidade na manutenção da prisão do ora peticionário, pelos seguintes motivos: a um) referida constrição decorre de novo título executivo, apto a legitimar a continuidade do cumprimento da pena no regime mais gravoso fixado no v. acórdão proferido pelo E. Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, com ênfase para o esgotamento das vias recursais ordinárias, situação comprovada pelo andamento processual anexo (doc. 2); e a dois)

pela inexistência de manifestação das instâncias a quo acerca do implemento dos requisitos objetivos e subjetivos insculpidos no art. 84, do Código Penal, o que configuraria indevida supressão de instância a análise por esse Excelso Pretório.

Por fim, considerando que aludido benefício não mais subsiste, face à superveniência de decisão que aumenta o quantum da pena aplicada aos co-réus e determina a expedição de mandado de prisão em desfavor dos mesmos, prejudicada está a concessão da extensão requerida.

Ante o exposto, opina o Ministério Público Federal pelo não conhecimento do presente pedido de extensão.”

2.O Ministério Público Federal tem razão. Provido o recurso de apelação para aumentar as penas dos recorridos, não mais existe a situação fática que ensejou a concessão da ordem pela Segunda desta Corte.

Não conheço do pedido de extensão.Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

EXTRADIÇÃO 952 (142)ORIGEM : EXT - 129939 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : REPÚBLICA ARGENTINARELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAREQTE.(S) : GOVERNO DA REPÚBLICA ARGENTINAEXTDO.(A/S) : CARLOS ANDRES VERA SEQUEIRAADV.(A/S) : USMAIL HASSAN OMAIRI

DECISÃOPEDIDO DE EXTRADIÇÃO FORMULADO PELA REPÚBLICA DA

ARGENTINA, COM BASE EM TRATADO DE EXTRADIÇÃO. EXTRADITANDO PRESO NO ESTADO DO PARANÁ. SUPERVENIENTE AUSÊNCIA DE INTERESSE DE AGIR DO ESTADO-REQUERENTE EM RAZÃO DA EXTINÇÃO DA PUNIBILIDADE DO FATO CRIMINOSO ATRIBUÍDO AO EXTRADITANDO. PARECER DO PROCURADOR-GERAL PELA EXTINÇÃO DA PRESENTE EXTRADIÇÃO. PEDIDO DE EXTRADIÇÃO PREJUDICADO. ALVARÁ DE SOLTURA DETERMINADO.

Relatório1.Em 2 de dezembro de 2004, o presente pedido extradicional foi

distribuído ao eminente Ministro Sepúlveda Pertence, que, em 3.12.2004, decretou a prisão preventiva do Extraditando, com esses fundamentos:

“(...) A República da Argentina, mediante nota verbal de sua Embaixada, encaminhada pelo Sr. Ministro da Justiça, fundando-se no Tratado de Extradição que mantém com o Brasil, requer a extradição do cidadão argentino Carlos Andres Vera Sequeira, com base em prisão preventiva decretada pelo Juízo Penal de Posadas, Província de Missiones, sob acusação de roubo qualificado, delito que teria sido praticado em dezembro de 1993.

A documentação apresentada se afigura, em princípio, formalmente idônea.

Desse modo, decreto a prisão preventiva do extraditando, qualificado nos autos (f. 9).

Expeça-se o mandado de prisão.Após efetivada a prisão, publique-se (...)” (fl. 141).2.O Extraditando foi preso em 16 de junho de 2009 (fl. 182).3. Em 6 de setembro de 2007, a Secretaria deste Supremo Tribunal

procedeu a substituição da presente extradição ao Ministro Menezes Direito, nos termos do art. 38, inc. VI, a, do Regimento Interno deste Supremo Tribunal Federal (fl. 159).

4. Em 3 de agosto de 2009, o Ministro Menezes Direito decidiu nos termos seguintes:

“(...) O extraditando encontra-se custodiado na Delegacia de Polícia Federal de Foz do Iguaçu-PR (fls. 160 e 182), razão pela qual delego competência ao Juiz Federal da Seção Judiciária do Estado do Paraná, a quem o feito couber por distribuição, para realizar o interrogatório do nacional argentino Carlos Andres Vera Sequeira (art. 211 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Remetam-se os autos à Seção Judiciária Federal do Estado do Paraná, ressaltando, desde logo, que: a) o Juízo ao qual couber a distribuição dos autos deverá nomear defensor ao extraditando caso ele não o possua; b) o defensor constituído ou nomeado deverá ser intimado, de preferência no ato do interrogatório, para apresentar, no prazo de 10 dias, a defesa escrita, nos termos do art. 210 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal; c) se o extraditando constituir advogado e este eventualmente não comparecer ao interrogatório, deverá ser nomeado defensor ad hoc, realizando-se a posteriori a intimação do defensor constituído para que apresente a defesa escrita; e d) apresentada ou não a resposta escrita no prazo legal, deverão os autos retornar, com urgência, ao Supremo Tribunal Federal.

Publique-se (...)” (fl. 189);E“(...) Em 27/7/09, o extraditando protocolou nesta Suprema Corte a

Petição STF nº 92.574/09, pela qual requer a revogação de sua prisão decretada neste feito. Aduz, para tanto, que “a sentença nº 14/07, proferida em 13/04/2007, declara que o processo foi arquivado pela prescrição, sendo declarada extinta sua punibilidade nos termos dos artigos 59, inciso 3º, e 62,

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 18

inciso 2º do Código Penal Argentino (cópia da sentença argentina anexa)... E o despacho datado em 29/06/2009 declara que não há mais interesse na captura de Carlos Andrés Vera Siqueira.’.

Em razão dessas informações, oficie-se ao Ministro de Estado da Justiça para que verifique junto ao Estado requerente se há interesse no prosseguimento da extradição, devendo ser encaminhada cópia da petição e dos documentos que a acompanham (...)” (fl. 191).

5. Todavia, enquanto se aguardava a manifestação do Ministro de Estado da Justiça, a realização do interrogatório e a apresentação da defesa escrita, houve redistribuição da extradição sem os autos, nos termos da Portaria n. 174/2009.

Diversas petições foram protocoladas noticiando a superveniente falta de interesse do Estado argentino na extradição pela superveniente declaração de extinção da punibilidade do fato atribuído ao Extraditando (Petições STF ns. 115105, 117841, 108371, 108434, 116378 e 120197/2009).

6. Em 13 de outubro de 2009, requisitei os autos do Juízo Federal Criminal de Foz do Iguaçu-PR (fl. 336) e, em 28 de outubro de 2009, determinei a remessa dos autos ao Procurador-Geral da República (fls. 342-344), que, em 12.11.2009, pronunciou-se nos termos seguintes:

“(...)1.O Governo da República da Argentina formulou pedido de extradição instrutória, com base no Tratado bilateral de extradição firmado entre os Estados brasileiro e argentino, do seu nacional CARLOS ANDRES VERA SEQUEIRA, haja vista a existência de ordem de prisão expedida pelo Tribunal Penal nº 2 da Primeira Circunscrição Judicial da Província de Misiones, pela suposta prática de crime de roubo qualificado, consoante o teor da Nota Verbal nº 410/2004 (fls. 4/138).

2.A prisão preventiva para fins de extradição foi decretada em 3 de dezembro de 2004, tendo sido efetivada em 16 de junho de 2009 (fls. 141 e 182, respectivamente).

3.Constam dos autos o interrogatório do extraditando, cuja transcrição encontra-se às fls. 254/255v., e sua defesa escrita às fls. 244/252.

4.O Departamento da Polícia Federal, por meio do Ofício nº 4.911/2009 – DELEX/DPF/FIG/PR, informou ter recebido comunicação do Consulado argentino, que encaminhou decisão do Tribunal Penal nº 2 da Primeira Circunscrição Judicial de Posadas noticiando que o processo relativo ao extraditando CARLOS ANDRES VERA SEQUEIRA foi extinto, tendo em vista a ocorrência da prescrição punitiva (fls. 278/283).

5.Instado a se manifestar , o Estado requerente, por meio da Nota Verbal nº 405/2009, informou que não possui mais interesse no pedido de extradição (fls. 288/316).

6.Analisando a documentação encaminhada pelo Estado argentino, verifica-se que o Processo nº 28/95, intitulado “GONZALEZ, MIGUEL ANGEL s/ roubo qualificado”, foi declarado extinto pela Sentença nº 14/07, tendo em vista a ocorrência da prescrição punitiva (fls. 304/305).

7.Inclusive, o Juízo argentino afirmou que não há mais interesse do Tribunal competente na captura de CARLOS ANDRES VERA SEQUEIRA (fls. 291).

8.Diante de tais informações, torna-se patente a perda de objeto do pedido de extradição.

9.Ante o exposto, o Ministério Público Federal manifesta-se pela extinção do processo de extradição instrutória, nos termos do artigo 21, IX, do RISTF (...)” (fls. 347-348).

7. Os autos vieram-me conclusos na presente data.Examinada a matéria posta à apreciação, DECIDO.8. A presente extradição não pode ter prosseguimento, faltante,

manifesta e expressamente, interesse do Estado requerente e, portanto, sem razão jurídica a persistência de prisão do extraditando, que há de ser imediatamente relaxada.

Conforme asseverou a Procuradoria-Geral da República, há inviabilidade de processamento da presente extradição, pois, na espécie vertente, já não persiste o interesse de agir do Estado-Requerente em razão extinção da punibilidade – prescrição da pretensão punitiva estatal - do fato atribuído ao Extraditando.

9.Pelo exposto, em razão das mudanças processadas no quadro fático-jurídico após o pedido extradicional, julgo prejudicado a presente extradição, por perda superveniente de objeto (art. 21, inc. IX do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Expeça-se imediatamente alvará de soltura a ser cumprido com as cautelas legais, ou seja, se o Extraditando não estiver sob a custódia do Estado por motivo diverso do definido na presente extradição.

Comunique-se a representação diplomática do Estado-Requerente, por intermédio do Ministro da Justiça do Brasil, o Ministro das Relações Exteriores e o Diretor-Geral do Departamento de Polícia Federal os termos desta decisão.

Publique-se.Brasília, 20 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

EXTRADIÇÃO 1.133 (143)ORIGEM : EXT - 98907 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : REPÚBLICA ARGENTINARELATOR :MIN. CEZAR PELUSOREQTE.(S) : GOVERNO DA ARGENTINA

EXTDO.(A/S) : JUAN BERNARDO SCHEINSOHN OU BERNARDO SHEISON OU BERNARDO SCHEINSON

PROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃO

DESPACHO: 1. Reitere-se o Ofício de fl. 174.2.Após, diante da vinda superveniente dos documentos solicitados a

fl. 123, à PGR.Publique-se.Brasília, 03 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

EXTRADIÇÃO 1.183 (144)ORIGEM : EXT - 1183 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : REPÚBLICA FEDERAL DA ALEMANHARELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIREQTE.(S) : GOVERNO DA REPÚBLICA FEDERAL DA ALEMANHAEXTDO.(A/S) : THOMAS SCHMUCK

DECISÃOVistos.Trata-se de pedido de Extradição formulado pelo Governo da

República Federal da Alemanha (Nota Verbal nº 499/2009 – fls. 4 a 6), encaminhado por via diplomática ao Ministério das Relações Exteriores (fl. 4), com base em promessa de reciprocidade, pelo qual se pede a extradição do nacional alemão Thomas Schmuck, investigado naquele País pela prática do crime de sonegação de impostos.

O Estado requerente também postula a decretação da prisão cautelar da ora extraditanda, instruindo esse pedido com mandado de prisão preventiva expedido pelo Juízo de Primeira Instância de Hannover, em 25 de julho de 2007 (fls. 12 a 17).

Os autos revelam tratar-se de extradição processual, fundada em título prisional preventivo decretado contra o extraditando no País requerente, visando o processamento dele por suposta prática do crime de sonegação de impostos, tendo o decreto revelado 21 fatos criminosos supostamente praticados por ele, e outra corré, no período que vai de maio de 2003 até julho de 2005 (fl. 12).

Tem-se no decreto de prisão preventiva:“(...)1.Thomas Schmuck, nascido em 07.05.1965 em Hannover residente

em Brandenburger Strasse 9,31275 Lehrte (Ahlten), casado, nacionalidade alemã

2. Andra SchmuckResidente em Brandenburger Stresse 9, 31275 Lehrte (Ahlten),

casada, nacionalidade alemãSerá ordenada a prisão preventiva eles estão gravemente suspeitos

de, no final de maio 2003 até julho 2005 em Hannover e Burgdorf I. o acusado Thomas Schmuck através die 21 delitos (casos 1, até

21) II. a acusada Andrea Schmuck através die 10 delitos (casos 11, até

21)1. até 211. mencionar as autoridades financeiras ou outras autoridades dados

incompletos ou incorretos sobre fatos fiscais significantes, como também deixar indevidamente as autoridades financeiras sem o conhecimento de fatos fiscais e atravéz disto reduzir impostos ilegalmente, se bem que nos casos 4, 5, 13 e15 ficou coma tentativa.

Os acusados são acusados de1. até 10.O acusado Thomas Schmuck como único operador industrial1. fazer declarações ilegais com falsos conteúdos do imposto de

renda e transações no ano de 2002 em 4 de agosto 2003, em que ele apresentou quantias incorretas dos lucro e transações durante a sua atividade de acessor na firma Taurrus GmbH em Laatzen (Rethen), Rostocker Strassse 8, portanto que

a) Imposto de renda 2002, na quantia de 22.024,00 EuroImposto de solidariedade do Imposto de renda 2002, na quantia de

1.211,00 Euro b) Imposto de transações 2002, na quantia de 12.621,00 Eurojuntos fazem uma quantia de 35.856,00 Euroforam reduzidos,2. omitir declarações exigida pela lei sobre imposto industrial do ano

de 2002, portanto que Imposto industrial 2002 na quantia de 8.888,00 EuroForam reduzidos,3. fazer declarações ilegais com falsos conteúdos no imposto de

renda e transações no ano de 2003 em 31 de agosto 2004, em que ele apresentou quantias incorretas dos lucros e transações durante a sua atividade de acessor na firma Taurrus GmbH em Laatzen (Rethen), Rostocker Stresse 8, portanto que

a) Imposto de renda 2003, na quantia de 5.621,00 Euro Imposto de solidariedade no Imposto de renda 2003, na quantia de

310.00 Euro b) Imposto de transações 2003, na quantia de 7.035,00 Euro

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 19

juntos fazem uma quantia de 12.966,00 Euroforam reduzidos,4. omitir declarações exigida pela lei sobre imposto industrial do ano

de 2004, portanto quea) Imposto de renda 2004, na quantia de 109.745,00 Euro b) Imposto de solidariedade no Imposto de renda 2003, na quantia de

6.036,00 Euro juntos fazem uma quantia de 115.781,00 Euroserião reduzidos (tentativa) 5. omitir declarações exigida pela lei sobre imposto de renda do ano

de 2004, portanto queImposto de renda, na quantia de 73.283,00 EuroForam reduzidos,6. omitir declarações exigida pela lei sobre o imposto industrial do

ano de 2004, portanto queImposto industrial 2004 na quantia de 13.450,00 Euroserião reduzidos (tentativa)7. omitir declarações exigida pelo lei sobre a notificação prévea do

imposto de renda do mês de janeiro de 2005,8. omitir declarações exigida pelo lei sobre a notificação prévea do

imposto de renda do mês de fevereiro de 2005,9. omitir declarações exigida pelo lei sobre a notificação prévea do

imposto de renda do mês de março de 2005,10. omitir declarações exigida pelo lei sobre a notificação prévea do

imposto de renda do mês de abril de 2005,Imposto de renda de 01/2005 até 04/2005 na quantia de 5.533,81

Euro 9.308,88 Euro 9.033,47 Euro 9.034,10 Euroforam reduzidos,11. até 21.O acusado Thomas Schmuck como gerente fictivo da firma Taurus

GmbH Rostocker Strasse 8,30880 Laatzen e a acusada Andrea Schmuck como gerente foram da firma GmbH

11. falsa declaração do imposto de renda no ano 2002 em 2 de setembro 2004, em que foi indicada que a exata quantia da comissão da sociedade, oprtanto que

Imposto de renda 2002 na quantia de 2.321,10 Euro foram reduzidos,12. fazer declarações ilegais com falsos conteúdos no imposto de

entidade, imposto de renda e imposto industrial da GmbH do ano 2003 em 2 de setembro 2004, em que foi indicada quantias incorretas do lucro e transações da sociedade, portanto que

a) imposto de entidade 2003 na quantia de 24.607,00 Euroimposto de solidariedade do imposto de entidade 2003 na quantia de

1.353,00 Eurob) imposto de renda 2003 na quantia de 39.861,00 Euroc) imposto industrial 2003 na quantia de 19.509,00 Eurojuntos fazem uma quantia de 85.330,00 Euroforam reduzidos em favor da sociedade,13. omitir declarações exigida pela lei sobre o imposto de entidade

para a GmbH no ano 2004, portanto queImposto de entidade 2004 na quantia de 63.400,00 EuroImposto de solidariedade do imposto de entidade 2004 na quantia de

3487,00 EuroJuntos fazem uma quantia de 66.887,00 EuroSerião reduzidos (tentativa)14. omitir declarações exigida pela lei sobre o imposto de renda para

a GmbH no ano 2004, portanto queImposto de renda na quantia de 33.336,00 EuroForam reduzidos em favor da sociedade,15. omitir declarações exigida pela lei sobre o imposto de industrial

para a GmbH no ano 2004, portanto queImposto industrial 2004 na quantia de 53.256,00 Euro Serião reduzidos em favor da sociedade (tentativa) 16. omitir declarações exigida pela lei sobre a notificação prévea do

imposto de renda para a GmbH do mês de janeiro de 2005, 17. omitir declarações exigida pela lei sobre a notificação prévea do

imposto de renda para a GmbH do mês de fevereiro de 2005, 18. omitir declarações exigida pela lei sobre a notificação prévea do

imposto de renda para a GmbH do mês de março de 2005, 19. omitir declarações exigida pela lei sobre a notificação prévea do

imposto de renda para a GmbH do mês de abril de 2005, 20. omitir declarações exigida pela lei sobre a notificação prévea do

imposto de renda para a GmbH do mês de maio de 2005, 21. omitir declarações exigida pela lei sobre a notificação prévea do

imposto de renda para a GmbH do mês de junho de 2005, em que foi indicada quantias incorretas das transações da sociedade, portanto que

Imposto de renda 01/2005 até 06/2005 na quantia de 3.334,60 Euro 3.334,60 Euro 3.334,60 Euro 3.334,60 Euro 3.334,60 Euro

3.334,60 Euroforam reduzidos em favor da sociedade,Infração punível conforme os parágrafos §§ 370 alínea 1 Nº 1 AO, 22,

23, 53 do processo penalA séria suspeita é resulto do relatório de investigação do ministério de

finanças para investigações e delitos Hannover de 26.04.2007 filha 84-107 volume VI, como também do relatório de investigações de 26.03.2007 filha 497-527 volume d.A. Como também da relatório do serviço de delitos de 11.04.2007 folha 2-7 volume V como também da declaração da testemunha e funcionário do departamento de finanças Brinkmeier, convidado pelo departamento de finanças para investigações e delitos Hannover, investigações fiscais, folha 57 volume VIII dA

Contra os dois acusados há motivo de fulga de acordo com o parágrafo § 112 alínea 2 ponto 1 do código de processo penal.

Baseado na carta da testemunha e funcionário do departamento de finanças Brinkmeier de 20.07.2007 (folha 57 volume VII d.A.) se resulta que os dois acusados provávelmente se encontram no estrangeiro (Brasil)” (fls. 12 a 17 – grifos no original).

Não existe, entre o Brasil e a República Federal da Alemanha, tratado de extradição. Todavia, tal fato não impede a formulação e o eventual atendimento do pedido extradicional, desde que o Estado requerente, como na espécie, prometa reciprocidade de tratamento ao Brasil, mediante expediente (Nota Verbal) formalmente transmitido por via diplomática (por exemplo: Ext nº 1.090/Alemanha, Plenário, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJ de 22/2/08; Ext nº 1.078/Alemanha, Plenário, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJ de 31/10/07; Ext nº 1.039/Alemanha, Plenário, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 23/11/07; entre outros).

A existência, no caso, de promessa de reciprocidade formulada pelo Estado requerente ao Governo brasileiro, legitima o processamento, na espécie, da ação de extradição passiva, especialmente pelo que assegurado nos itens “a” a “c” da nota verbal encaminhada pelo Ministério da Justiça (fl. 5).

Analiso, portanto, o pedido de prisão cautelar deduzido pela República Federal da Alemanha.

Em recentes decisões do Plenário desta Corte Suprema considerou-se que a prisão preventiva, para fins de extradição, deve pautar-se nos princípios da razoabilidade e proporcionalidade, não podendo resultar num fim em si mesma para impor ao extraditando tratamento diferenciado e mais gravoso do que ao dispensado aos presos preventivamente em processos em curso na jurisdição brasileira. É por isso que não se admite que essa prisão se prolongue por tempo, de modo a caracterizar constrangimento ilegal àquele que está preso à disposição desta Suprema Corte para fins extradicionais (por exemplo: Ext nº 1.054-QO, Relator o Ministro Marco Aurélio, DJ de 22/2/08; HC nº 91.657, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJ de 14/3/08).

Todavia, essa prisão preventiva é condição de procedibilidade para o processo de extradição e, tendo natureza cautelar, “... destina-se, em sua precípua função instrumental, a assegurar a execução de eventual ordem de extradição” (RTJ 149/374-375, Relator o Ministro Celso de Mello).

Registro que o Estado requerente comprovou ter sido decretada, por autoridade judiciária competente, a prisão preventiva do estrangeiro em questão (fls.12 a 17).

O extraditando está plenamente identificado no mandado de prisão expedido pelas autoridades judiciárias do País requerente, cabendo ressaltar que os fatos delituosos que motivaram a decretação da prisão cautelar pela Justiça estrangeira parecem satisfazer a exigência imposta pelo postulado da dupla tipicidade. O crime pelo qual será processado e julgado o extraditando no País requerente tipifica-se, igualmente, no Brasil, em tese, a crimes contra a ordem tributária, previstos no art. 1º da Lei nº 8.137/90.

Esses crimes, objeto do pedido extradicional, não parecem incidirnas restrições estabelecidas pela lei brasileira (Lei nº 6.815/80, art. 76), o que permite dar seguimento ao pedido.

Ante o exposto, satisfeitas as exigências dos artigos 80 a 82 da Lei nº 6.815/80, decreto a prisão preventiva, para fins extradicionais, do nacional alemão Thomas Schmuck, devendo ser expedido o respectivo mandado de prisão.

A prisão deverá ser comunicada a esta Corte e ao Estado requerente, tão-logo efetivada.

Publique-se esta decisão somente após a efetivação da prisão preventiva ora decretada.

Brasília, 12 de novembro de 2009.Ministro DIAS TOFFOLI

Relator

HABEAS CORPUS 88.323 (145)ORIGEM : HC - 37165 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. CEZAR PELUSOPACTE.(S) : ROBSON ROQUE DA CUNHAIMPTE.(S) : PAULO CÉSAR CESÁRIOCOATOR(A/S)(ES) : RELATORA DO HC Nº 37550 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

DECISÃO: Tendo em vista as informações prestadas pela autoridade coatora, que dão conta da extinção da punibilidade do paciente, em razão de

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 20

seu óbito, julgo prejudicado, por perda de objeto, este habeas corpus.Publique-se. Int..Brasília, 19 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

HABEAS CORPUS 90.785 (146)ORIGEM : HC - 27312 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. CEZAR PELUSOPACTE.(S) : WELINGTON CORREA PEREIRAIMPTE.(S) : ANDRÉ GOMES PEREIRACOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: 1. Prejudicado o writ.Esta impetração tem por objeto garantir ao paciente responder em

liberdade à ação penal que respondia. As informações prestadas pela autoridade coatora (fl. 176) apontam, contudo, que a condenação do paciente já transitou em julgado, e sua prisão não mais se reveste de caráter cautelar, motivo pelo qual julgo prejudicado, por perda de objeto, este habeas corpus.

Oportunamente, arquivem-se os autos.Publique-se. Int..Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

HABEAS CORPUS 91.001 (147)ORIGEM : HC - 41397 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CEZAR PELUSOPACTE.(S) : PEDRO HENRIQUE JOANELI DE OLIVEIRA OU PEDRO

HENRIQUE JOANELLI DE OLIVEIRAPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO

PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULOCOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DESPACHO: Reitere-se o ofício nº 11025/R (fl. 78).Publique-se.Brasília, 16 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

HABEAS CORPUS 91.888 (148)ORIGEM : HC - 105182 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CEZAR PELUSOPACTE.(S) : JAIR PINTO DA SILVAIMPTE.(S) : JOSÉ DIRCEU DE JESUS RIBEIRO E OUTRO(A/S)COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: Diante das informações prestadas via fac-simile pela 2ª Vara Criminal da comarca de Tatuí/SP, dando conta do integral cumprimento da medida de segurança pelo paciente, julgo prejudicado, por perda de objeto, este habeas corpus.

Oportunamente, arquivem-se os autos.Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

HABEAS CORPUS 92.965 (149)ORIGEM : HC - 179921 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. CEZAR PELUSOPACTE.(S) : JULIANO HANDER CORRÊAPROC.(A/S)(ES) : DEFENSORIA PÚBLICA-GERAL DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DESPACHO: Considerando que, segundo informação colhida no sítio do Tribunal de Justiça de Santa Catarina na internet, a execução da pena aplicada ao paciente foi remetida à comarca da Capital, e que lhe restava, em 10 de dezembro de 2007, o cumprimento de mais 1 (um) ano e 6 (seis) dias de pena (fl. 110), oficie-se à Vara de Execução Penal de Florianópolis/SC, para que informe quanto ao eventual cumprimento integral da pena por parte do sentenciado JULIANO HANDER CORRÊA, ora paciente deste habeas corpus, resultante dos Processos nº 125.00.2783-2 e 125.05.000832-7, que tramitaram perante a 2ª Vara da comarca de Biguaçu/SC.

Publique-se.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

HABEAS CORPUS 95.799 (150)ORIGEM : HC - 112825 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : ACRERELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAPACTE.(S) : HECTOR ISAÍAS SALAS LANDAIMPTE.(S) : VALDIR PERAZZO LEITECOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: Diante da informação de fls. 77/78, pela qual o juízo da Vara de Execuções Penais da Comarca de Rio Branco/AC comunica que o paciente HÉCTOR ISAÍAS SALAS LANDA já cumpriu integralmente a pena a ele imposta, nego seguimento ao presente writ, nos termos da Súmula n° 695 do Supremo Tribunal Federal, que estabelece ser incabível o habeas corpus quando já extinta a pena privativa de liberdade.

Do exposto, julgo extinto o habeas corpus, sem julgamento do mérito, nos termos do art. 21, §1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

Publique-se. Arquive-se.Brasília, 16 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

HABEAS CORPUS 95.916 (151)ORIGEM : HC - 117129 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIPACTE.(S) : LUIZ CARLOS DA SILVAIMPTE.(S) : ALEXANDRE SANCHEZ PALMACOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HABEAS CORPUS Nº 112589 DO

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Trata-se de habeas corpus, com pedido de medida liminar, impetrado por Alexandre Sanchez Palma em favor de Luiz Carlos da Silva, contra decisão monocrática do Relator do HC 112.589/SP, em trâmite no Superior Tribunal de Justiça, que indeferiu a liminar requerida.

Narra a inicial que o paciente foi condenado à pena de 12 anos de reclusão em regime inicialmente aberto, pela prática do crime previsto no art. 121, § 2º, IV, do Código Pena. Afirma que contra essa decisão interpôs apelação, a qual foi desprovida pela Terceira Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, ocasião em que se determinou a expedição de mandado de prisão.

O impetrante aduz que, contra tal ato, impetrou habeas corpus com o objetivo de aguardar em liberdade o julgamento dos recursos especiais interpostos, bem como objetivando a anulação do acórdão proferido pelo TJ/SP.

Alega, ainda, nulidade absoluta no julgamento do recurso de apelação, em razão da dupla manifestação do Parquet, uma delas após a sustentação oral da defesa.

Segue a narrativa afirmando que diante do indeferimento do pedido de liminar no writ impetrado no STJ, ajuizou novo HC nesta Corte.

Argumenta que a situação descrita na inicial reveste-se de excepcionalidade suficiente a justificar o afastamento da Súmula 691 desta Corte.

Requereu, como medida liminar, o direito do paciente de recorrer em liberdade ou, ainda, anular “o v. Acórdão de nº 01812315, prolatado pela Décima Terceira Câmara Criminal do Eg. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo(...)” (fl. 32).

No mérito, pugna pela concessão da ordem para que o réu possa aguardar em liberdade o trânsito em julgado da decisão condenatória e para que seja anulado o julgamento do recurso de apelação.

Em 26/8/2008, indeferi o pedido liminar, ocasião em que solicitei informações à autoridade apontada como coatora e determinei a remessa dos autos à Procuradoria-Geral da República (fls. 159-160).

À fl. 166, as informações foram prestadas por meio do Ofício 104/2008.

O Ministério Público Federal, em parecer da lavra do Subprocurador-Geral da República Mário José Gisi, opinou pelo não conhecimento do writ e caso conhecido, pela denegação da ordem (fls. 168-175).

É o relatório. Decido.Em consulta ao sítio eletrônico do Superior Tribunal de Justiça

verifiquei que, em 7/5/2009, a Quinta Turma daquela Corte, julgou o HC 112.589/SP e concedeu parcialmente a ordem para que paciente aguardasse em liberdade até o trânsito em julgado da sentença condenatória, acórdão transitado em julgado em 24/8/2009, que restou assim ementado:

“PENAL. HABEAS CORPUS. HOMICÍDIO QUALIFICADO. APELAÇÃO DO RÉU. MANIFESTAÇÃO DO PARQUET COMO CUSTOS LEGIS POSTERIORMENTE À DEFESA. ART. 610, PARÁGRAFO ÚNICO, DO CPP. EXECUÇÃO DA PENA ANTES DO TRÂNSITO EM JULGADO DA CONDENAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE. ORIENTAÇÃO DO PRETÓRIO EXCELSO.

I - A manifestação do Parquet que atua em segundo grau no julgamento de recurso de apelação, após a sustentação oral realizada pela defesa, não ofende o princípio do contraditório ou da ampla defesa, pois, na condição imparcial de custos legis, cabe ao representante do órgão

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 21

ministerial, nos termos do disposto no art. 610 do CPP, a palavra por último (Precedente).

II - O Plenário do c. Pretório Excelso, no julgamento do HC 84.078/MG, ocorrido em 05/02/2009, concluiu que 'ofende o princípio da não-culpabilidade a execução da pena privativa de liberdade antes do trânsito em julgado da sentença condenatória, ressalvada a hipótese de prisão cautelar do réu, desde que presentes os requisitos autorizadores previstos no art. 312 do CPP” (Informativo-STF n° 534).

III - In casu, o paciente aguardou em liberdade o julgamento do recurso de apelação e o Tribunal a quo, ao negar provimento ao apelo, determinou a expedição de mandado de prisão, sem demonstrar a necessidade da custódia cautelar. Nesse contexto, deve ser reconhecido o constrangimento ilegal decorrente da execução provisória da pena sem a demonstração dos requisitos cautelares do art. 312 do CPP.

Ordem parcialmente concedida”.Desta maneira, em relação à impossibilidade de execução provisória

da pena, restou prejudicado o mandamus, uma vez que com a concessão parcial da ordem pelo STJ o paciente obteve o mesmo resultado pretendido.

Ademais, em relação aos argumentos do impetrante quanto à nulidade do julgamento do recurso de apelação em razão da dupla manifestação do Ministério Público, verifico que o presente habeas corpus também está prejudicado neste ponto, porquanto foi impetrado contra decisão do Min. Felix Fischer do Superior Tribunal de Justiça que indeferiu medida liminar.

Assim, com o julgamento definitivo do habeas corpus pelo STJ, uma nova decisão foi proferida substituindo o ato atacado, restando, assim, prejudicada a presente impetração.

Nesse sentido, cito os seguintes precedentes:“EMENTA: Habeas corpus. Impetração contra decisão monocrática

de Relator que, no Superior Tribunal de Justiça, indeferiu pedido de liminar. Superveniência do julgamento de mérito. Prejuízo. Precedentes. 1. A superveniência do julgamento de mérito do habeas corpus impetrado no Superior Tribunal de Justiça, cuja decisão liminar era questionada nesta ação, é causa de prejudicialidade dela e dos pedidos de extensão”. (HC 88.598/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, Rel. p/ o acórdão Min. Menezes Direito)

“EMENTA: HABEAS CORPUS. CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL PENAL. LIMINAR INDEFERIDA NO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA. INCIDÊNCIA, EM PRINCÍPIO, DA SÚMULA 691 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. JULGAMENTO DEFINITIVO DO HABEAS IMPETRADO NO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA: PREJUÍZO DO PRESENTE HABEAS CORPUS. HABEAS CORPUS PREJUDICADO.

1. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal não admite o conhecimento de habeas corpus, por entender incabível o exame de fundamentos ainda não apreciados definitivamente pelo órgão judiciário apontado como coator, mormente quando o objeto foi prejudicado pelo julgamento definitivo do habeas corpus impetrado no Superior Tribunal de Justiça.

2. Superveniência de decisão em Habeas corpus no Superior Tribunal de Justiça.

3. Habeas corpus prejudicado” (HC 95.188/SP, Rel. Min. Cármen Lúcia).

No mesmo sentido, HCs 87.289/RJ e 93.525/SP, ambos de minha relatoria; HC 87.827/RJ, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; HC 81.755/RJ, Red. p/ acórdão, Min. Joaquim Barbosa; HC 88.598/SP, Rel. Min. Menezes Direito.

Isso posto, julgo prejudicado este habeas corpus (art. 38 da Lei 8.038/90 e art. 21, IX do RISTF).

Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

HABEAS CORPUS 97.508 (152)ORIGEM : HC - 3748 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOPACTE.(S) : JAQUISSON PORTOIMPTE.(S) : LUIZ CARLOS DA SILVA NETO E OUTRO(A/S)COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DESPACHOHABEAS CORPUS – PREJUÍZO - ELUCIDAÇÃO.1.O pedido formulado na impetração está circunscrito à revogação do

decreto de prisão preventiva, para assegurar ao paciente o direito de permanecer em liberdade até o trânsito em julgado da sentença condenatória, presente o excesso do prazo de prisão, sem a formação de culpa.

2.Por meio do Ofício nº 67/2009, o Ministro Felix Fischer, relator do Recurso Especial nº 1.095.284, informou ter ocorrido, em 23 de setembro de 2009, o trânsito em julgado do acórdão proferido no mencionado recurso.

3.Ante o quadro, diga o impetrante sobre a persistência do interesse no prosseguimento deste habeas.

4.Publiquem.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

HABEAS CORPUS 98.203 (153)ORIGEM : HC - 26842 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SANTA CATARINARELATOR :MIN. CEZAR PELUSOPACTE.(S) : José Carlos cabralIMPTE.(S) : José Carlos cabralCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 81.184 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

(PET Nº 120586/2009/STF)DESPACHO: 1. Trata-se de pedido de reconsideração da decisão de

fls. 210-211, que julgou prejudicado este habeas corpus, em razão de o paciente já se encontrar em gozo do benefício do livramento condicional, motivo pelo qual ficou superado o pleito de liberdade provisória.

O paciente/impetrante vem, agora, requerer nova análise do mérito deste writ, sob o argumento de que o livramento condicional, de certa forma, mantém-no preso, porquanto necessita de autorização judicial para se ausentar da comarca e existem restrições de horários bem como de lugares que podem ser freqüentados.

2.Nada resta por decidir.A decisão que ora se busca impugnar transitou em julgado, conforme

a certidão de fl. 212, sem que se houvesse manejado os recursos cabíveis. Preclusas as vias de impugnação, impossível, sob pena de violação da coisa julgada, retomar o julgamento do mérito deste writ.

Ademais, a situação em exame não autoriza eventual concessão de habeas corpus de ofício.

Ora, o presente habeas corpus, em que se requereu a liberdade provisória em favor do paciente, foi julgado prejudicado em razão da superveniente concessão de livramento condicional. Eventual procedência do pedido, assim, não teria reflexo algum na liberdade de ir e vir.

Tenho ser passível de conhecimento eventual pedido de writ que, embora não aduzindo a imediata concessão de liberdade, objetiva transferência de detento para regime de custódia menos gravoso – e que apresenta, assim, menor grau de restrição à liberdade de locomoção. Mas não é o que ocorre no caso.

O gozo do livramento condicional, benefício concedido ao paciente em sede de execução, apresenta restrições pessoais idênticas àquelas de eventual concessão de liberdade provisória: enquanto o livramento condicional está sujeito a determinadas condições estabelecidas em lei (art. 132, LEP) e outras especificadas pelo juízo (art. 85, CP), as mesmas condições se exigem, ou podem ser determinadas pelo juízo, para o gozo da liberdade provisória (arts. 310, 327 e 328, CPP).

Ora, o paciente/impetrante faz referência expressa à necessidade de obter autorização do juízo para viajar e ausentar-se da comarca, além da imposição de restrições de comparecimento a determinados lugares e em determinados horários. Mas, se as mesmas limitações lhe seriam impostas no caso de eventual concessão de liberdade provisória em seu favor, falta o interesse de agir em sede de habeas corpus, ação destinada ao restabelecimento da liberdade de ir, vir e ficar, ou na remoção de perigo iminente sobre tal liberdade.

3.Nada havendo por decidir, arquivem-se, oportunamente, os autos.Publique-se. Intime-se pessoalmente o paciente/impetrante.Brasília, 4 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

HABEAS CORPUS 98.455 (154)ORIGEM : HC - 35582 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : PERNAMBUCORELATOR :MIN. CEZAR PELUSOPACTE.(S) : ERISON FRANCISCO DO NASCIMENTOIMPTE.(S) : JOÃO VIEIRA NETO E OUTRO(A/S)COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: 1. Prejudicado o pedido de writ.Verifico da página eletrônica da Justiça Federal no Estado de

Pernambuco que sobreveio sentença, condenando o paciente à pena de 27 (vinte e sete) anos de reclusão, bem como lhe negando o direito de apelar em liberdade.

A análise dos motivos pelos quais foi negado ao ora paciente o direito de apelar em liberdade é questão, portanto, suscitada pela sentença condenatória, superveniente à decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça aqui reputada como configurada de constrangimento ilegal, e não cabe ao Supremo Tribunal Federal o exame originário deste novo título, sob pena de indevida supressão de instância.

2.Ante o exposto, julgo prejudicado, por perda do objeto, o presente habeas corpus, nos termos do art. 659 do Código de Processo Penal e do art. 21, inc. IX, do RISTF.

Publique-se. Int..Oportunamente, arquivem-se os autos.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 22

HABEAS CORPUS 98.692 (155)ORIGEM : HC - 40514 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CELSO DE MELLOPACTE.(S) : FLÁVIO FERREIRA DA SILVAIMPTE.(S) : LUIZ ROBERTO MENDES PENTEADOCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO DO HC Nº 83832 DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: Trata-se de “habeas corpus” impetrado, originariamente, perante o Supremo Tribunal Federal, no qual se sustenta a ocorrência de excesso de prazo no julgamento do HC83.832/SP, Rel. Min. NILSON NAVES.

Em consulta aos registros processuais que o E. Superior Tribunal de Justiça mantém em sua página oficial na “Internet”, verifico que o HC83.832/SP, Rel. Min. NILSON NAVES, já foi julgado.

A ocorrência desse fato assume relevo processual, eis que faz instaurar, na espécie, situação de prejudicialidade, apta a gerar a extinção deste processo de “habeas corpus”, em face da superveniente perda de seu objeto.

Enfatize-se, por oportuno, que esse entendimento encontra apoio na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (RTJ 132/1185, Rel. Min. OCTAVIO GALLOTTI – HC 55.437/ES, Rel. Min. MOREIRA ALVES – HC 58.903/MG, Rel. Min. CUNHA PEIXOTO – HC 64.424/RJ, Rel. Min.NÉRIDA SILVEIRA – HC 69.236/PR, Rel. Min. PAULO BROSSARD – HC74.107/SP, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA – HC 74.457/RN, Rel. Min. NÉRI DA SILVEIRA – HC 80.448/RN, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE – HC84.077/BA, Rel. Min. GILMAR MENDES - RHC 82.345/RJ, Rel. Min.MAURÍCIO CORRÊA, v.g.), cabendo destacar, dentre outras, as seguintes decisões que esta Corte proferiu a propósito do tema ora em exame:

“Superados os motivos de direito ou de fato que configuravam situação de injusto constrangimento à liberdade de locomoção física do paciente, e afastada, em conseqüência, a possibilidade de ofensa ao seu ‘status libertatis’, reputa-se prejudicado o ‘habeas corpus’ impetrado em seu favor. Precedentes.”

(RTJ 141/502, Rel. Min. CELSO DE MELLO)“- A superveniente modificação do quadro processual, resultante de

inovação do estado de fato ou de direito ocorrida posteriormente à impetração do ‘habeas corpus’, faz instaurar situação configuradora de prejudicialidade (RTJ 141/502), justificando-se, em conseqüência, a extinção anômala do processo.”

(RHC 83.799-AgR/CE, Rel. Min. CELSO DE MELLO)Sendo assim, tendo em consideração as razões expostas, julgo

prejudicada a presente ação de “habeas corpus”.Arquivem-se os presentes autos.Publique-se.Brasília, 04 de novembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

HABEAS CORPUS 98.976 (156)ORIGEM : HC - 52032 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : CEARÁRELATOR :MIN. CELSO DE MELLOPACTE.(S) : ANTÔNIO WELLINGTON DE SOUSA CORDEIROIMPTE.(S) : DANNIEL FRANCISCO DE ALMEIDA FERREIRACOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: As informações prestadas pela MMª. Juíza de Direito da 1ª Vara de Delitos sobre Tráfico e uso de Substâncias Entorpecentes de Fortaleza/CE evidenciam que não mais subsiste a situação versada nos presentes autos, eis que o ora paciente “(...)teve a prisão relaxada por este juízo, no dia 23 do corrente mês, em reconhecimento ao excesso de prazo na formação da culpa” (fls. 106).

A ocorrência desse fato assume relevo processual, eis que faz instaurar, na espécie, situação de prejudicialidade, apta a gerar a extinção deste processo de “habeas corpus”, em face da superveniente perda de seu objeto.

Enfatize-se, por oportuno, que esse entendimento encontra apoio na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (RTJ 132/1185, Rel. Min. OCTAVIO GALLOTTI – HC 55.437/ES, Rel. Min. MOREIRA ALVES – HC 58.903/MG, Rel. Min. CUNHA PEIXOTO – HC 64.424/RJ, Rel. Min.NÉRIDA SILVEIRA – HC 69.236/PR, Rel. Min. PAULO BROSSARD – HC74.107/SP, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA – HC 74.457/RN, Rel. Min. NÉRI DA SILVEIRA – HC 80.448/RN, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE – HC84.077/BA, Rel. Min. GILMAR MENDES - RHC 82.345/RJ, Rel. Min.MAURÍCIO CORRÊA, v.g.), cabendo destacar, dentre outras, as seguintes decisões que esta Corte proferiu a propósito do tema ora em exame:

“Superados os motivos de direito ou de fato que configuravam situação de injusto constrangimento à liberdade de locomoção física do paciente, e afastada, em conseqüência, a possibilidade de ofensa ao seu ‘status libertatis’, reputa-se prejudicado o ‘habeas corpus’ impetrado em seu favor. Precedentes.”

(RTJ 141/502, Rel. Min. CELSO DE MELLO)

“- A superveniente modificação do quadro processual, resultante de inovação do estado de fato ou de direito ocorrida posteriormente à impetração do ‘habeas corpus’, faz instaurar situação configuradora de prejudicialidade (RTJ 141/502), justificando-se, em conseqüência, a extinção anômala do processo.”

(RHC 83.799-AgR/CE, Rel. Min. CELSO DE MELLO)Sendo assim, tendo em consideração as razões expostas, julgo

prejudicada a presente ação de “habeas corpus”, em virtude da perda superveniente de seu objeto.

Arquivem-se os presentes autos.Publique-se.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

HABEAS CORPUS 99.059 (157)ORIGEM : HC - 56030 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAPACTE.(S) : JOÃO PEREIRA DA SILVA JÚNIORIMPTE.(S) : ALEXANDRE LIMA RIBEIROCOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: Conforme resumi na decisão em que indeferi o pedido de liminar (fls. 17-18):

“Trata-se de habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado em favor de João Pereira da Silva Júnior, figurando como coator o Superior Tribunal de Justiça, que negou provimento ao RHC 24.965.

Pelo que se extrai da inicial, o paciente foi preso temporariamente e, depois, preventivamente, bem como pronunciado por tentativa de homicídio qualificado (CP, art. 121, § 2º, I, c/c o art. 14, II).

A manutenção da custódia cautelar motivou a impetração de habeas corpus ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, que denegou a ordem. Na seqüência, interpôs-se o RHC 24.965 ao STJ, que, como dito, negou provimento ao pedido.

Daí a presente demanda, por meio da qual se pede – tanto liminarmente, quanto no mérito – a revogação da segregação provisória do paciente. Para tanto, alega-se, em síntese, que (1) há excesso de prazo na custódia; (2) o pronunciado é primário, tem bons antecedentes, residência fixa e ocupação lícita, razão por que a sua liberdade não representa risco à ordem pública.”

Depois disso, prestaram-se informações (fls. 32, 40-43, 49-51 e 83) e o Ministério Público Federal opinou pela denegação da ordem (fls. 77-79).

É o relatório.Decido.O magistrado de primeiro grau, por meio de ofício datado de

15.10.2009 e protocolizado nesta Corte sob o nº 129164/2009 (ainda não juntado aos autos), informou “que foi determinada a soltura dos acusados, por ocasião do julgamento realizado em 13/10/2009 pelo Tribunal do Júri”.

Assim sendo, julgo prejudicado o pedido, por perda superveniente do objeto, nos termos do art. 38 da Lei 8.038/1990.

Junte-se o ofício protocolizado sob o nº 129164/2009.Publique-se e intimem-se.Brasília, 3 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

HABEAS CORPUS 99.706 (158)ORIGEM : HC - 82332 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIPACTE.(S) : ISAIAS LUIZ DE SOUZAPROC.(A/S)(ES) : DEFENSORIA PÚBLICA-GERAL DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HABEAS CORPUS Nº 99.413 DO

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Trata-se de habeas corpus impetrado pela Defensoria Pública da União em favor de ISAIAS LUIZ DE SOUZA, apontando como autoridade coatora o Ministro Arnaldo Esteves Lima, Relator do HC 99.413/RS do Superior Tribunal de Justiça.

A Defensoria narra que, em 28/1/2008, foi manejado naquela Corte Superior writ em favor do ora paciente.

Aduz, mais, que o pedido de liminar foi indeferido, conforme decisão publicada em 14/2/2008.

Alega que até a presente data a referida impetração não foi julgada.Sustenta que tal demora fere o princípio constitucional do devido

processo legal, que “pressupõe a célere prestação jurisdicional, especialmente quando o bem jurídico em questão é a liberdade do cidadão” (fl. 3).

Ao final requer a concessão da ordem para que se determine o célere julgamento do referido habeas corpus.

Em 30/6/2009, face à ausência de pedido de liminar, solicitei informações à autoridade apontada como coatora e determinei a remessa dos autos à Procuradoria-Geral da República (fl. 8).

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 23

À fl. 15, a autoridade apontada como coatora, prestou informações por meio do Ofício 77/2009-GMAEL.

O Ministério Público Federal, em parecer da lavra do Subprocurador-Geral da República Edson Oliveira de Almeida, opinou pela concessão da ordem para determinar ao Superior Tribunal de Justiça que proceda ao imediato julgamento do HC 99.413/RS (fl. 19).

É o breve relatório. Decido.Em consulta ao sítio eletrônico do Superior Tribunal de Justiça

verifiquei que, em 15/10/2009, a Quinta Turma, na Sessão de 15/10/2009, julgou o HC 99.413/RS e concedeu-lhe a ordem por unanimidade.

Isso posto, julgo prejudicado este habeas corpus (art. 38 da Lei 8.038/90 e art. 21, IX do RISTF).

Publique-se.Brasília, 11 de novembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

HABEAS CORPUS 99.837 (159)ORIGEM : HC - 86291 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : GOIÁSRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOPACTE.(S) : ROBSON RANGELIMPTE.(S) : WEYVEL ZANELLI DA SILVACOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DESPACHOHABEAS CORPUS – DILIGÊNCIA.1.Oficiem ao Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Goiás,

visando a obter informações a respeito do estágio do Recurso de Apelação nº 25181-4/213 (folha 145), especialmente quanto à ocorrência, ou não, de trânsito em julgado do acórdão proferido.

2.Ao impetrante, para, querendo, antecipar-se quanto à notícia e à providência.

3.Publiquem.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

HABEAS CORPUS 99.906 (160)ORIGEM : HC - 88125 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CEZAR PELUSOPACTE.(S) : ADRIANA DO PRADO DOS SANTOSIMPTE.(S) : MANOEL CARLOS DE OLIVEIRACOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 137.965 DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: Prejudicado o pedido de writ. É que, com o julgamento definitivo do HC nº 137.965 pela Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, em sessão realizada no dia 29 de setembro de 2009, já não mais subsiste a decisão monocrática que denegara o pedido liminar e contra a qual se dirigia a impetração, razão pela qual, sem prejuízo da propositura de novo writ, ou interposição de recurso, agora contra o acórdão superveniente, julgo prejudicado este pedido de habeas corpus, nos termos do inc. IX do art. 21 do RISTF.

Oportunamente, arquivem-se os autos.Publique-se. Int..Brasília, 16 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

HABEAS CORPUS 100.280 (161)ORIGEM : HC - 99039 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAPACTE.(S) : ANDERSON RIVAS PEREIRAPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 118380 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

DECISÃO: Trata-se de habeas corpus impetrado em favor de ANDERSON RIVAS PEREIRA, no qual é indicado como autoridade coatora o relator do HC 118.380/RS, Min. Maria Thereza de Assis Moura, da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça.

A impetrante alega excesso de prazo para o julgamento do habeas corpus impetrado ao STJ, uma vez que o mesmo foi distribuído em 08.10.2008 e estava concluso à relatora, com parecer do Ministério Público Federal, desde o dia 28.11.2008.

Não foi formulado pedido de liminar.Foram prestadas informações às fls. 26-36.O Ministério Público Federal manifestou-se às fls. 23-24.É o relatório.Decido.Compulsando os autos, verifico, nas informações prestadas pela

autoridade apontada como coatora, que a Sexta Turma da Corte Superior, por unanimidade, no julgamento realizado em 17.09.2009, concedeu a ordem de habeas corpus pleiteada (fl. 27).

Assim, não mais havendo de se falar em demora no julgamento do habeas corpus pela autoridade apontada como coatora, o presente writ perdeu seu objeto jurídico.

Do exposto, cessado o motivo que ensejou a impetração deste habeas corpus, julgo prejudicado o feito com base no que me permite o art. 21, IX, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

Publique-se. Arquive-se.Brasília, 19 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

HABEAS CORPUS 100.282 (162)ORIGEM : HC - 99029 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : MATO GROSSO DO SULRELATOR :MIN. CELSO DE MELLOPACTE.(S) : ILSON BORGES DE CARVALHOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 95466 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

DECISÃO: Trata-se de “habeas corpus” impetrado, originariamente, perante o Supremo Tribunal Federal, no qual se sustenta a ocorrência de excesso de prazo no julgamento do HC95.466/MS, Rel. Min. HAROLDO RODRIGUES.

Requisitadas informações, esclareceu-se que o HC 95.466/MS, Rel. Min. HAROLDO RODRIGUES, já foi julgado pelo E. Superior Tribunal de Justiça (fls. 36).

A ocorrência desse fato assume relevo processual, eis que faz instaurar, na espécie, situação de prejudicialidade, apta a gerar a extinção deste processo de “habeas corpus”, em face da superveniente perda de seu objeto.

Enfatize-se, por oportuno, que esse entendimento encontra apoio na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (RTJ 132/1185, Rel. Min. OCTAVIO GALLOTTI – HC 55.437/ES, Rel. Min. MOREIRA ALVES – HC 58.903/MG, Rel. Min. CUNHA PEIXOTO – HC 64.424/RJ, Rel. Min. NÉRIDA SILVEIRA – HC 69.236/PR, Rel. Min. PAULO BROSSARD – HC74.107/SP, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA – HC 74.457/RN, Rel. Min. NÉRI DA SILVEIRA – HC 80.448/RN, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE – HC84.077/BA, Rel. Min. GILMAR MENDES - RHC 82.345/RJ, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA, v.g.), cabendo destacar, dentre outras, as seguintes decisões que esta Corte proferiu a propósito do tema ora em exame:

“Superados os motivos de direito ou de fato que configuravam situação de injusto constrangimento à liberdade de locomoção física do paciente, e afastada, em conseqüência, a possibilidade de ofensa ao seu ‘status libertatis’, reputa-se prejudicado o ‘habeas corpus’ impetrado em seu favor. Precedentes.”

(RTJ 141/502, Rel. Min. CELSO DE MELLO)“- A superveniente modificação do quadro processual, resultante de

inovação do estado de fato ou de direito ocorrida posteriormente à impetração do ‘habeas corpus’, faz instaurar situação configuradora de prejudicialidade (RTJ 141/502), justificando-se, em conseqüência, a extinção anômala do processo.”

(RHC 83.799-AgR/CE, Rel. Min. CELSO DE MELLO)Sendo assim, tendo em consideração as razões expostas, julgo

prejudicada a presente ação de “habeas corpus”.Arquivem-se os presentes autos.Publique-se.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

HABEAS CORPUS 100.292 (163)RELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIPACTE.(S) : CLAUDINEI APARECIDO DA CUNHAPACTE.(S) : LUIZ AUGUSTO ARAUJO SOUZA PAIVAIMPTE.(S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES) : RELATORA DO HC Nº 115.580 DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Trata-se de habeas corpus impetrado pela Defensoria Pública da União em favor de CLAUDINEI APARECIDO DA CUNHA e LUIZ AUGUSTO ARAUJO SOUZA PAIVA, em que aponta como autoridade coatora a Ministra Relatora do HC 115.580/MG do Superior Tribunal de Justiça.

A Defensoria narra que, em 4/9/2008, foi impetrado habeas corpus em favor dos ora pacientes naquela Corte superior.

Alega, mais, que até a presente impetração o referido writ não foi julgado.

Sustenta que tal demora fere o princípio constitucional do devido processo legal, que “pressupõe a célere prestação jurisdicional, especialmente quando o bem jurídico em questão é a liberdade do cidadão” (fl. 3).

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 24

Em 14/8/2009, solicitei informações à autoridade apontada como coatora e determinei a remessa dos autos à Procuradoria-Geral da República (fl. 8).

Informações prestadas às fls. 13-20.O Ministério Público Federal, em parecer da lavra do Subprocurador-

Geral da República Mário José Gisi, opinou pelo não conhecimento da ordem em razão da perda de objeto do writ (fls. 23-24).

Em 27/10/2009, recebi informações complementares da Ministra Relatora do HC 115.580/MG, noticiando que a Sexta Turma do STJ julgou o mérito do referido writ e concedeu a ordem ao paciente (fls. 26-37).

É o breve relatório. Decido.Com efeito, conforme informações prestadas, o HC 115.580/MG, foi

julgado pela Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça e concedida a ordem para que o paciente aguardasse em liberdade o trânsito em julgado da decisão condenatória.

Isso posto, julgo prejudicado este habeas corpus (art. 38 da Lei 8.038/90 e art. 21, IX do RISTF).

Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

HABEAS CORPUS 100.348 (164)ORIGEM : HC - 101474 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOPACTE.(S) : LÍVIA MARIA BERGAMINIIMPTE.(S) : MÁRCIO WELSON GONÇALVES DE CASTRO E

OUTRO(A/S)COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DESPACHOHABEAS CORPUS – DILIGÊNCIA.1.Oficiem ao Juízo da Primeira Vara Criminal da Comarca de Juiz de

Fora/MG, visando a obter informações a respeito da tramitação da Ação Penal nº 0145.08.450606-5, devendo ser remetida a esta Corte cópia da sentença eventualmente proferida.

2.Ao impetrante, para, querendo, antecipar-se quanto à notícia.3.Publiquem.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 100.393 (165)ORIGEM : HC - 103043 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : BAHIARELATOR :MIN. CELSO DE MELLOPACTE.(S) : RUBEM DÁRIO PEREGRINO CUNHAIMPTE.(S) : JOÃO DANIEL JACOBINACOATOR(A/S)(ES) : RELATORA DO INQUÉRITO Nº 631 DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: Trata-se de “habeas corpus” impetrado, originariamente, perante o Supremo Tribunal Federal, contra eminente Ministra do E. Superior Tribunal de Justiça, Relatora do Inq 631/BA, ora apontada como autoridade coatora.

Alega, o ora impetrante, em síntese, o que se segue (fls.03, 06/07 e 10):

“(...) O paciente, Desembargador, membro efetivo do Tribunal de Justiça do Estado da Bahia, tomou conhecimento da existência de inquérito tombado no âmbito do Superior Tribunal de Justiça, sob o nº. 631/BA, oriundo de remessa de fotocópia de suposta sindicância administrativa instaurada pelo Egrégio Sodalício Estadual, para apuração de suposto fato passível de responsabilidade penal do magistrado, ora paciente.

Sucede, porém, que a negativa de acesso dos autos ao patrono do paciente constitui grave violação aos direitos fundamentais insculpidos no art. 5º, incisos LIV e LV, LXIII da Constituição Federal, e no art. 7º, XIV, da Lei Federal n. 8.906/94 (Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil), conforme será exposto em tópico próprio.

A proibição de vista de autos de inquérito policial a advogado regularmente inscrito nos quadros da Ordem dos Advogados do Brasil traduz-se em flagrante ofensa a garantias constitucionais elementares (...).

.......................................................O presente remédio heróico exsurge como a única via idônea a

combater a ilegalidade ora retratada e, por conseguinte, restaurar o direito constitucional de assistência de advogado sob a insustentável invocação de interesse público no sigilo do inquérito policial.

.......................................................Por seu turno, o perigo da demora advém da necessidade de

imediata preservação do direito constitucional de assistência de advogado, sonegado ao paciente, com a negativa de vista dos autos por seu patrono, e cujo sigilo telefônico, protegido constitucionalmente, pode já ter sido quebrado à sua inteira revelia e sem qualquer justa causa.” (grifei)

A autoridade apontada como coatora, ao prestar as informações que

lhe foram requisitadas, esclareceu não ser verdadeira a afirmação de que teria indeferido pedido de vista formulado pelo ilustre Advogado, ora impetrante.

Eis, no ponto, em seus aspectos essenciais, os esclarecimentos que venho de referir (fls. 31/32):

“(...) Não é verdadeira a afirmação de que eu, como relatora, indeferi o pedido de vista formulado pela defesa. Para melhor apreciação do que se passou nos autos da investigação remeto a V. Exa. cópia de todos os despachos e decisões ali exaradas.

Conforme pode contestar V. Exa., pretendeu o impetrante, Dr. João Daniel Jacobina, na defesa do indiciado RUBEM DÁRIO PEREGRINO CUNHA, criar fato relevante que levasse à paralisação das investigações.

Pelos jornais, tive conhecimento da impetração do presente ‘habeas corpus’, antes da Secretaria fazer-me conclusos os autos para examinar o pedido de vista.

Conforme indica o carimbo de protocolo do ‘habeas corpus’, o processamento inicial deu-se em 19 de agosto de 2009, às 17:45hs (fl. 02). No mesmo dia, às 17:26hs, ou seja, 19 minutos antes de impetrar o ‘habeas corpus’, protocolou o impetrante a petição nº 189976/2009, na Secretaria da Corte Especial do STJ, o primeiro e único pedido de vista dos autos.

Somente tomei conhecimento do pedido de vista quando pedi para ver os autos, alertada pelas notícias de imprensa, oportunidade em que exarei, à vista da certidão de fl. 586, o despacho que segue por cópia.

Estas são, Sr. Ministro, as informações que me parecem pertinentes, colocando-me à disposição pra maiores esclarecimentos.” (grifei)

Sendo esse o contexto, passo a apreciar questão pertinente à admissibilidade da presente ação de “habeas corpus”.

Como anteriormente referido, a Senhora Ministra-Relatora do Inq 631/BA, em curso perante o E. Superior Tribunal de Justiça, negou a própria existência do fato constitutivo do pedido em questão, consistente em alegada recusa, “(...) ao patrono do paciente” (fls. 06), de acesso aos autos de procedimento investigatório ora em tramitação, em regime de sigilo, naquela Alta Corte judiciária.

Essa circunstância – negativa de indeferimento, por parte da autoridade apontada como coatora, de acesso a autos de inquérito policial em regime de sigilo - assume relevo processual, pois autoriza reconhecer a ausência, no caso, de pretensão resistida, o que constitui atestação de completa inexistência de interesse de agir.

I mpende considerar, no ponto, em face dos princípios estruturantes reconhecidos pela teoria geral do processo, que, sem interesse processual, vale dizer, sem interesse de agir, não se revela admissível, por falta de uma das condições da ação, o ingresso em juízo.

C umpre observar, por relevante, que se mostra inviável, uma vez ausente o interesse legitimador da ação, o exercício, pelo demandante, desse direito público subjetivo. Impõe-se, desse modo, que o autor demonstre a existência de pretensão resistida. Essa resistência - que se traduz na configuração de obstáculo que impede o gozo de um direito por quem pretende demandar - deve manifestar-se na verificação prévia e concreta de um óbice real, oposto pela parte contrária (ou por órgão estatal), em ordem a evidenciar que a invocação da tutela jurisdicional torna-se necessária em face da existência de impedimento – de direito ou de fato – inviabilizador da satisfação de determinada pretensão de direito material.

No caso, como assinalado, inocorre situação de pretensão resistida, eis que ausente, no contexto ora em análise, qualquer obstáculo prévio gerado pelo Poder Público, razão pela qual impõe-se reconhecer, o autor deste “writ” constitucional, como carecedor da presente ação de “habeas corpus”, com a conseqüente extinção do respectivo processo, sem resolução de mérito.

Cabe ter presente, por oportuno, que o ajuizamento da ação penal de “habeas corpus” – como adverte JOSÉ FREDERICO MARQUES (“Elementos de Direito Processual Penal”, vol. IV/447 e 476, itensn.s 1.178 e 1.196, 2ª ed., atualizada por Eduardo Reale Ferrari, 2003, Millennium) – também supõe o atendimento, pelo impetrante (que é o autor de referida ação constitucional), de todos os requisitos de admissibilidade da ação, sob pena de carência.

Vê-se, do que se realçou nas informações prestadas pela Senhora Ministra-Relatora do Inq 631/BA, que a inocorrência de indeferimento de pleito de acesso a autos em regime de sigilo descaracteriza, por completo, a própria configuração do interesse de agir.

Esse dado (ausência de pretensão resistida), como anteriormente enfatizado, encontra pleno suporte nas informações oficiais prestadas nestes autos.

É importante assinalar, no ponto, que as informações oficiais prestadas por autoridades públicas, mesmo em sede de “habeas corpus”, revestem-se de presunção “juris tantum” de veracidade.

E a razão é uma só: precisamente porque constantes de documento subscrito por agente estatal, tais informações devem prevalecer, pois, como se sabe, as declarações emanadas de servidores públicos gozam, quanto ao seu conteúdo, da presunção de veracidade, consoante assinala o magistério da doutrina (CELSO ANTÔNIO BANDEIRA DE MELLO, “Curso de Direito Administrativo”, p. 373, item n. 59, 13ªed., 2001, Malheiros; MARIA SYLVIA ZANELLA DI PIETRO, “Direito Administrativo”, p. 182/184, item n. 7.6.1, 20ª ed., 2007, Atlas; DIOGENES GASPARINI, “Direito Administrativo”, p. 63, item n. 7.1, 1989, Saraiva; JOSÉ CRETELLA JÚNIOR, “Direito

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 25

Administrativo Brasileiro”, p. 54, item n. 43, 1999, Forense; JOSÉ DOS SANTOS CARVALHO FILHO, “Manual de Direito Administrativo”, p. 116, itemn.2, 12ª ed., 2005, Lumen Juris).

Esse entendimento - que põe em evidência o atributo de veracidade inerente aos atos emanados do Poder Público e de seus agentes - é perfilhado, igualmente, pela jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (RTJ 86/212 - RTJ 133/1235-1236 - RTJ 161/572-573, v.g.), notadamente quando tais declarações compuserem e instruírem, como na espécie, as informações prestadas pela própria autoridade apontada como coatora:

“- As informações prestadas em mandado de segurança pela autoridade apontada como coatora gozam da presunção ‘juris tantum’ de veracidade.”

(MS 20.882/DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO)Nem se diga que, em sede de “habeas corpus”, as informações

seriam destituídas de significação e importância.Tive ensejo, em decisão proferida nesta Corte Suprema, de

acentuar a alta relevância das informações prestadas pelo órgão judiciário apontado como coator, enfatizando, então, no tema, que “As informações prestadas pelo órgão apontado como coator presumem-se verdadeiras. Eventual conflito entre elas e as razões invocadas pelo impetrante do ‘habeas corpus’, desde que desacompanhadas estas de qualquer elemento comprobatório de sua realidade, deve resolver-se em favor dos esclarecimentos emanados da autoridade pública, especialmente quando se tratar de um Tribunal de segunda instância” (RTJ 147/219-220, Rel. Min. CELSO DE MELLO).

V ale ressaltar, finalmente, que a existência de fatos destituídos de liquidez inviabiliza a própria cognoscibilidade da ação de “habeas corpus”.

Ora, na espécie em exame, a realidade do fato constitutivo subjacente a esta impetração foi expressamente negada pela autoridade apontada como coatora, como enfaticamente por ela assinalado nas informações oficiais que prestou a esta Suprema Corte (fls. 31/32).

Como se sabe, a ocorrência de iliquidez quanto aos fatos alegados na impetração basta, por si só, para inviabilizar a utilização adequada da ação de “habeas corpus”, que constitui remédio processual que não admite dilação probatória, nem permite o exame aprofundado de matéria fática, nem comporta a análise valorativa de elementos de prova produzidos no curso do processo penal de conhecimento (RTJ 110/555 – RTJ 129/1199 – RTJ 136/1221 – RTJ 163/650-651 – RTJ 165/877-878 – RTJ 186/237, v.g.):

“A ação de ‘habeas corpus’ constitui remédio processual inadequado, quando ajuizada com objetivo (a) de promover a análise da prova penal, (b) de efetuar o reexame do conjunto probatório regularmente produzido, (c)de provocar a reapreciação da matéria de fato e (d) de proceder à revalorização dos elementos instrutórios coligidos no processo penal de conhecimento. Precedentes.”

(RTJ 195/486, Rel. Min. CELSO DE MELLO)Sendo assim, pelas razões expostas, não conheço da presente

ação de “habeas corpus”, restando prejudicado, em conseqüência, o exame da medida liminar pleiteada.

Arquivem-se os presentes autos.T ransmita-se, à Senhora Ministra-Relatora do Inq 631/BA, ora em

tramitação no E. Superior Tribunal de Justiça, cópia da presente decisão.Publique-se.Brasília, 12 de novembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

HABEAS CORPUS 100.434 (166)ORIGEM : HC - 104879 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. CEZAR PELUSOPACTE.(S) : MARCOS GOMES LIMAIMPTE.(S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DESPACHO: Oficie-se ao juízo de Direito da 3ª Vara de Tóxicos da comarca de Belo Horizonte-MG para que remeta cópia da sentença condenatória proferida nos autos da Ação Penal nº 0024.08.226.698-2, bem como informe acerca da eventual interposição de recurso.

Publique-se.Brasília, 19 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 100.445 (167)ORIGEM : HC - 105388 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. EROS GRAUPACTE.(S) : CARLOS ALBERTO DE OLIVEIRA LEALIMPTE.(S) : CARLOS ALBERTO DE OLIVEIRA LEALADV.(A/S) : JOSÉ ADOLFO NUNES DE OLIVEIRACOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 111.428 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

DESPACHO: Reitere-se o ofício de fl. 31.Publique-se.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 100.515 (168)ORIGEM : HC - 108411 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CELSO DE MELLOPACTE.(S) : MÁRCIO ALVES DOS SANTOSIMPTE.(S) : VALDIR CANDEOCOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: O exame do acórdão questionado nesta sede processual, notadamente no ponto em que invoca precedente firmado pela colenda Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (Apenso 02), parece descaracterizar, ao menos em sede de sumária cognição, a plausibilidade jurídica da pretensão deduzida pelo ora impetrante.

Sendo assim, indefiro o pedido de medida cautelar.2. Ouça-se a douta Procuradoria Geral da República.Publique-se.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

HABEAS CORPUS 100.726 (169)ORIGEM : HC - 115795 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOPACTE.(S) : LUIZ ALBERTO ABDALAIMPTE.(S) : JORGE ROBERTO AUNCOATOR(A/S)(ES) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

DECISÃOCOMPETÊNCIA – DECLINAÇÃO – ORGANICIDADE DO DIREITO. 1.A Assessoria prestou estas informações:Vossa Excelência, à folha 55, proferiu a seguinte decisão:COMPETÊNCIA - HABEAS CORPUS.1. A impetração formalizada mediante a peça de folha 2 a 25 está

dirigida contra ato supostamente praticado pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Assim, cabe ao Superior Tribunal de Justiça apreciá-la.

2. Declinando da competência, determino a remessa do processo para o Superior Tribunal de Justiça.

3. Publiquem.Brasília, 21 de setembro de 2009.O impetrante, à folha 57 à 61, pede seja reconsiderada a decisão.

Argumenta que a remessa dos autos ao Superior Tribunal de Justiça provocará dano irreparável ao direito de ir e vir do paciente, tendo em conta que idêntico pedido formulado perante aquela Corte – o Habeas Corpus nº 114.295, distribuído à Ministra Laurita Vaz – aguarda julgamento desde o dia 22 de setembro de 2008. A remessa deste processo concorreria para a declaração do prejuízo do pedido de concessão da ordem lá requerida.

2.Observem a organicidade do Direito. Define-se a competência pelos parâmetros da ação ajuizada. O habeas não está dirigido contra ato do Superior Tribunal de Justiça.

3.Mantenho a decisão proferida. 4.Publiquem.Brasília – residência –, 15 de novembro de 2009, às 8h30.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

HABEAS CORPUS 100.864 (170)ORIGEM : HC - 120420 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : ALAGOASRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOPACTE.(S) : REUBEM COSTA JAPIASSU JÚNIORIMPTE.(S) : THIAGO PINHEIROCOATOR(A/S)(ES) : RELATORA DO HC Nº 144.935 DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DESPACHOHABEAS CORPUS – DILIGÊNCIA.1.Oficiem ao Juízo da 17ª Vara Criminal da Capital, Alagoas, visando

a obter informações complementares a respeito da tramitação da Ação Penal nº 001.08.500842-8, remetendo-se a esta Corte cópia do mandado de prisão devidamente cumprido.

2.Ao impetrante, para, querendo, antecipar-se quanto à notícia.3.Publiquem.Brasília, 6 de novembro de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 26

HABEAS CORPUS 100.871 (171)ORIGEM : HC - 120539 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : MATO GROSSORELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOPACTE.(S) : ALEXANDRE SILVA SANTOSIMPTE.(S) : STALYN PANIAGO PEREIRA E OUTRO(A/S)COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DESPACHOHABEAS CORPUS – DILIGÊNCIA.1.Oficiem ao Juízo da 3ª Vara Criminal da Comarca de Campo Verde/

MT, visando a obter informações complementares a respeito da tramitação da ação penal ajuizada com base no que apurado no Inquérito Policial nº 16/09.

2.Ao impetrante, para, querendo, antecipar-se quanto à notícia.3.Publiquem.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.026 (172)ORIGEM : HC - 125528 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. CELSO DE MELLOPACTE.(S) : MAXIMILIANO DE ARAÚJO ABBOTTIMPTE.(S) : LUIZ RENÊ GONÇALVES DO AMARALCOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: Trata-se de “habeas corpus”, com pedido de medida liminar, impetrado contra decisão emanada da Quinta Turma do E.Superior Tribunal de Justiça, consubstanciada em acórdão assim ementado (fls. 37):

“‘HABEAS CORPUS’. ASSOCIAÇÃO PARA O TRÁFICO DE ENTORPECENTES. QUADRILHA ARMADA. CORRUPÇÃO DE MENORES. EXCESSO DE PRAZO. MATÉRIA NÃO ANALISADA PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA. NÃO CONHECIMENTO.

1. Não se conhece do ‘writ’ quanto a questão não posta sob a análise da Corte estadual, referente ao alegado excesso de prazo na instrução, evitando-se, assim, a ocorrência de indevida supressão de instância (Precedentes).

PRISÃO PREVENTIVA. ALEGADA AUSÊNCIA DOS FUNDAMENTOS. PACIENTE ACUSADO DE INTEGRAR ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA VOLTADA PARA O COMÉRCIO ILÍCITO DE DROGAS. DECRETO E NEGATIVA DE REVOGAÇÃO SUFICIENTEMENTE FUNDAMENTADOS. GRAVIDADE CONCRETA. REITERAÇÃO DELITIVA. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. NECESSIDADE DA PRISÃO CAUTELAR EVIDENCIADA. COAÇÃO ILEGAL NÃO DEMONSTRADA.

1. Presentes fortes indícios de que o paciente fazia parte de bem montada e complexa organização criminosa voltada para a prática de tráfico de entorpecentes, liderada por detento, não se mostra desfundamentado o decreto de prisão cautelar e a negativa de sua revogação, sustentados no resguardo da ordem pública, pois há sérios riscos das atividades ilícitas serem retomadas com a soltura (Precedentes).

2. Ordem parcialmente conhecida e, nesta parte, denegada.”(HC 139.339/RJ, Rel. Min. JORGE MUSSI – grifei)O magistrado de primeira instância, ao decretar a prisão preventiva

do ora paciente e de outros co-réus no mesmo procedimento penal, ressaltou que esses litisconsortes passivos participariam de organização criminosa (Apenso 01, fls. 117/123).

O exame dos fundamentos em que se apóia o acórdão ora impugnado parece descaracterizar, ao menos em juízo de estrita delibação, a plausibilidade jurídica da pretensão deduzida nesta sede processual.

É que o Supremo Tribunal Federal tem entendido, em precedentes de ambas as Turmas desta Corte (HC 89.847/BA, Rel. Min. ELLEN GRACIE – HC 90.889/PE, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA – HC94.999/SP, Rel. Min. ELLEN GRACIE – HC 95.024/SP, Rel. Min. CÁRMEM LÚCIA – HC 97.378/SE, Rel. Min. CELSO DE MELLO), que se reveste de fundamentação idônea a prisão cautelar decretada contra possíveis integrantes de organizações criminosas:

“AGRAVO REGIMENTAL EM ‘HABEAS CORPUS’. PROCESSUAL PENAL. PRISÃO CAUTELAR CONCRETAMENTE FUNDAMENTADA. AUSÊNCIA DE FLAGRANTE CONSTRANGIMENTO ILEGAL A JUSTIFICAR EXCEÇÃO À REGRA DA SÚMULA 691/STF.

A prisão cautelar do paciente acusado de ser um dos principais integrantes da organização criminosa está concretamente fundamentada, não justificando excepcionar-se a Súmula 691 desta Corte.

Agravo regimental em ‘habeas corpus’ não provido.”(HC 95.421-AgR/RJ, Rel. Min. EROS GRAU - grifei)“‘HABEAS CORPUS’. PRISÃO PREVENTIVA. DECISÃO

FUNDAMENTADA. ORDEM DENEGADA.A decisão que decretou a prisão preventiva demonstrou a

materialidade dos fatos e a presença de indícios da autoria, o que restou confirmado pela sentença condenatória.

Dados concretos evidenciam a necessidade de garantir-se a ordem pública, dada a alta periculosidade do paciente, que integrava sofisticada organização criminosa dedicada ao tráfico internacional de

drogas. Ademais, ao que se apurou, o réu faz do comércio de entorpecentes a sua profissão, a indicar que ele, caso venha a ser solto, voltará à criminalidade.

Assim, presentes os requisitos previstos no art. 312 do Código de Processo Penal, impõe-se a manutenção da prisão preventiva.

Ordem denegada.”(HC 94.442/SP, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA - grifei)Desse modo, e sem prejuízo de ulterior reapreciação da matéria,

quando do julgamento final do presente “writ” constitucional, indefiro o pedido de medida liminar.

2. Ouça-se a douta Procuradoria Geral da República.Publique-se.Brasília, 11 de novembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.284 (173)ORIGEM : HC - 101284 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIPACTE.(S) : GLEIDSON LUNA DOS SANTOSPACTE.(S) : LUCIANO SOARES DE SOUZAPACTE.(S) : RONALDO MOREIRA DA SILVAIMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃOVistos.Habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado pela Defensoria

Pública da União em favor de Gleidson Luna dos Santos, Luciano Soares de Souza e Ronaldo Moreira da Silva buscando a fixação do regime semiaberto para o cumprimento de pena do paciente.

Aponta como autoridade coatora a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, que denegou a ordem no HC nº 135.635/MG, Relator o Ministro Arnaldo Esteves Lima, impetrado àquela Corte.

Em petição extremamente confusa, após discorrer sobre a possibilidade de substituição da pena privativa de liberdade por restritiva de direitos aos pacientes, todos condenados pelo crime de “tráfico privilegiado”, previsto no art. 33, § 4º, da Lei nº 11.343/06, a impetrante sustenta que, nesses casos, é possível a fixação do regime inicial semiaberto para o cumprimento da pena.

Requer, ao final, a “concessão da presente ordem para fixar como regime inicial de cumprimento de pena o semi-aberto ou determinar ao d. Magistrado que analise o pedido (...)” (fl. 4 – grifo no original).

Examinados os autos, decido.O Ministro Arnaldo Estaves Lima, do Superior Tribunal de Justiça,

em seu relatório, resumiu o caso assim:“Trata-se de habeas corpus impetrado por GLEIDSON LUNA DOS

SANTOS, condenado à pena total de 11 anos e 6 meses de reclusão no regime inicial fechado e 1.380 dias-multa, como incurso nos arts. 33 e 35 da Lei 11.343⁄90 e 333 do Código Penal; RONALDO MOREIRA DA SILVA e LUCIANO SOARES DE SOUZA, condenados à pena total de 11 anos e 6 meses de reclusão no regime inicial fechado, e 1.500 dias-multa, como incursos nos arts. 33 e 35 da Lei 11.343⁄90, representados por defensora pública e todos presos em flagrante em 9⁄7⁄07.

Insurgem-se os impetrantes contra acórdão da Primeira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais, que deu parcial provimento ao recurso defensivo (1.0024.07.598396-5⁄001) para conceder a minorante do art. 33, § 4º, da Lei 11.343⁄06 e reduzir as penas dos pacientes para 4 anos e 7 meses de reclusão e 458 dias-multa ao paciente GLEIDSON; e 5 anos de reclusão e 500 dias-multa aos pacientes RONALDO e LUCIANO.

Rejeitados os aclaratórios objetivando suprir omissão quanto à aplicação de regime mais brando e substituição da pena por restritiva de direitos ou sursis (fls. 88⁄90).

Sustentam os impetrantes que preenchem todos os requisitos objetivos e subjetivos constantes do art. 44 do CP, pois as circunstâncias judiciais previstas no art. 59 do CP lhes foram todas favoráveis, as penas privativas de liberdade são inferiores a 4 anos e o crime não foi cometido com violência o grave ameaça à pessoa, os pacientes não são reincidentes em crime doloso, além de tratar-se de crime privilegiado.

Requerem, por esses motivos, a concessão da ordem a fim de que as suas penas privativas de liberdade sejam substituídas por penas restritivas de direitos” (fl. 6).

A Quinta Turma daquele Superior Tribunal denegou a ordem pelos fundamentos seguintes:

“PENAL. HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE ENTORPECENTES. SUBSTITUIÇÃO DA PENA PRIVATIVA DE LIBERDADE POR RESTRITIVA DE DIREITOS. IMPOSSIBILIDADE. ORDEM DENEGADA.

1. Tendo o crime sido praticado em 9⁄7⁄07, na vigência da Lei 11.343⁄06, o art. 44 da referida norma veda expressamente o benefício da substituição da pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos.

2. Ordem denegada” (fl. 9). É contra esse julgado que se insurge a impetrante neste writ.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 27

Como se sabe, a concessão de liminar em habeas corpus constitui medida de caráter excepcional, justificada apenas se a decisão impugnada estiver eivada de ilegalidade flagrante, demonstrada de plano, o que não se verifica no caso.

Pelo que se tem na decisão proferida Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, não se vislumbra, neste exame preambular, nenhuma ilegalidade a justificar o deferimento da liminar. Com efeito, o julgado proferido encontra-se motivado a justificar a formação de seu convencimento.

Ademais, o pedido formulado pela impetrante em sede liminar tem caráter satisfativo, pois se confunde com o próprio mérito da impetração, sendo recomendável que se aguarde a análise da questão pelo colegiado desta Suprema Corte. Nesse sentido: HC nº 94.888/SP-MC, Relator o Ministro Menezes Direito, DJ de 12/6/08; HC nº 93.164/SP-MC, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJ de 22/2/08; HC nº 92.737/SP-MC, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJ de 29/10/07; e HC nº 85.269/RJ-MC, Relator o Ministro Eros Grau, DJ de 2/2/05, entre outros.

Ressalto, ainda, que a impetração parece conter pedido diverso do formulado ao Superior Tribunal de Justiça, o que pode configurar supressão de instância e impedimento ao conhecimento do presente habeas corpus. De todos os modos, deixo para analisar essa questão quando do julgamento do mérito, após a completa instrução do feito.

Com essas considerações, não tendo, no momento, vislumbrado constrangimento ilegal passível de ser afastado mediante o deferimento da liminar ora pretendida, indefiro-a.

Por estarem os autos devidamente instruídos com o inteiro teor da decisão ora questionada, dispenso as informações da autoridade apontada como coatora.

Oficie-se, contudo, ao Juízo da 1ª Vara de Tóxicos da Comarca de Belo Horizonte para que informe a atual situação prisional dos pacientes.

Publique-se.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

HABEAS CORPUS 101.334 (174)ORIGEM : HC - 101334 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CARLOS BRITTOPACTE.(S) : DAVID WILLIAN MASSARO BATISTAIMPTE.(S) : ORESTES MAZIEIROCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC 147886 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

DECISÃO: Vistos, etc.Trata-se de habeas corpus, aparelhado com pedido de medida

liminar, impetrado contra decisão do relator do HC 147.886, no Superior Tribunal de Justiça. Decisão que não conheceu da ação constitucional ali ajuizada. Confira-se:

“(...)Não obstante não vislumbrar, em exame preliminar, o alegado

excesso na formação da culpa, uma vez que a jurisprudência do STJ vem entendendo que eventual demora deve ser examinada à luz do princípio da razoabilidade, não vejo como dar seguimento à presente impetração, sob pena de supressão de instância.

A jurisprudência deste Tribunal firmou-se no sentido do não-cabimento de habeas corpus contra indeferimento de pedido liminar em outro writ, salvo no caso de flagrante ilegalidade na decisão proferida em sede liminar, circunstância não verificada na hipótese.

Nesse sentido, os seguintes precedentes: HC 37.894/SP, Rel. Min. GILSON DIPP, DJ de 10/9/04; HC 35.163/MG, Rel. Min. SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, DJ de 21/5/04; HC 30.373/SP, Rel. Min. PAULO MEDINA, DJ de 15/5/04.

Vale citar, também, a Súmula 691 do STF.Por oportuno, convém destacar que o Regimento Interno do Superior

Tribunal de Justiça possui status de lei federal e prevê:Art. 210 – Quando o pedido for manifestamente incabível, ou for

manifesta a incompetência do Tribunal para dele tomar conhecimento originariamente, ou for reiteração de outro com os mesmos fundamentos o relator o indeferirá liminarmente .

Ante o exposto, com base nos arts. 38 da Lei 8.038/90 e 210 do RISTJ, indefiro liminarmente a petição inicial deste habeas corpus por manifesta incompetência deste STJ.” (apenso)

2. Pois bem, o impetrante reitera, aqui, a tese de alongamento injustificado da custódia cautelar do paciente, decorrente de flagrante delito, em 11.02.2009, pelo suposto crime de tráfico de entorpecentes. Prisão cuja excessiva demora não é de ser imputada à defesa. Daí requerer a pronta expedição de alvará de soltura. No mérito, o pedido é de concessão da ordem para permitir que, em liberdade, possa aguardar o desfecho do respectivo processo-crime.

3. Feito este breve relato da causa, decido. Fazendo-o, acentuo que é pacífica a jurisprudência deste STF no sentido da inadmissibilidade de impetração sucessiva de habeas corpus, sem o julgamento definitivo do writ anteriormente impetrado (cf. HC 79.776, Rel. Min. Moreira Alves; HC 76.347-QO, Rel. Min. Moreira Alves; HC 79.238, Rel. Min. Moreira Alves; HC 79.748,

Rel. Min. Celso de Mello; e HC 79.775, Rel. Min. Maurício Corrêa). Jurisprudência, essa, que foi sumulada no verbete nº 691, segundo o qual “não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar”.

4. É certo que tal jurisprudência comporta relativização, quando de logo avulta que o cerceio à liberdade de locomoção do paciente decorre de ilegalidade ou de abuso de poder (inciso LXVIII do art. 5º da CF/88). Mas não me parece ser este o caso dos autos. Caso em que a autoridade apontada como coatora negou seguimento ao pedido por entender ausente qualquer excepcionalidade que justificasse o abrandamento da Súmula 691/STF. A afastar, neste exame sumário dos autos, a alegação de que se trata de uma decisão teratológica.

5. Acresce que o exame de eventual excesso de prazo na prisão preventiva é de se dar em cada caso concreto. Isto é, atento o julgador às peculiaridades do processo em que estiver oficiando (como, por exemplo, o número de réus e de testemunhas arroladas, a complexidade do feito e o comportamento dos patronos dos acusados, que não podem ser os causadores do retardamento do processo). Peculiaridades que não enxergo neste exame prefacial dos autos, a inviabilizar a antecipação requerida na petição inicial deste HC. Nessa vertente de idéias é que foram julgados os HCs 84.780, 83.842, 88.433. E mais recentemente os habeas corpus 92.971 e 92.836, ambos de minha relatoria.

6. Com efeito, o caso é de se aguardar o pronunciamento definitivo do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e do Superior Tribunal de Justiça sobre o mérito da controvérsia. Pelo que nego seguimento ao habeas corpus e determino o seu arquivamento (§ 1º do artigo 21 do RI/STF).

Publique-se. Brasília, 28 de outubro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.366 (175)ORIGEM : HC - 101368 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. CEZAR PELUSOPACTE.(S) : J L DA S SIMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC 136570 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

DECISÃO: 1. Trata-se de habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado em favor de J L DA S S, contra acórdão da Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, que lhe denegou a ordem no HC nº 136.570.

O paciente, menor de idade, foi denunciado pela prática de ato infracional análogo ao crime previsto no art. 121, § 2º, inc. I c.c. art. 14, inc. II, ambos do Código Penal. Sobreveio sentença, que lhe aplicou a medida socioeducativa de internação, por prazo indeterminado, com revisão a cada seis meses.

A Defensoria Pública interpôs, então, apelação junto ao Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais. Negou-se, no entanto, provimento ao recurso, nos termos da ementa:

“EMENTA: APELAÇÃO – MENOR INFRATOR – PRÁTICA DE ATO INFRACIONAL ANÁLOGO AO DELITO DE HOMICÍDIO QUALIFICADO TENTADO – MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO DESTINADA A CONTER A ESCALADA INFRACIONAL E ADEQUAÇÃO DO MENOR AO MEIO SOCIAL. Praticando o menor infrator ato infracional análogo ao crime de homicídio qualificado tentado, com violência e grave ameaça à pessoa, internação é a medida mais adequada, tanto para a sua recuperação, quanto para impedir a sua escalada infracional. Desprovimento do recurso que se impõe.” (fl. 159, em apenso)

Contra essa decisão, a defesa impetrou habeas corpus perante o Superior Tribunal de Justiça, e aí registrado sob o nº 136.570. A ordem foi denegada à unanimidade, nos seguintes termos:

“ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE. HABEAS CORPUS. ATO INFRACIONAL EQUIPARADO AO CRIME DE HOMICÍDIO QUALIFICADO TENTADO. MEDIDA SOCIOEDUCATIVA DE INTERNAÇÃO. ALEGAÇÃO DE NULIDADE. AUSÊNCIA DE FUNDAMENTAÇÃO. INOCORRÊNCIA. PEDIDO DE LIBERDADE PROVISÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. INTERNAÇÃO EM CONSONÂNCIA COM OS REQUISITOS DO ART. 108 DO ECA. ORDEM DENEGADA.

1. Não se perfaz, na hipótese, o argumento de que não há fundamentação na decisão que impôs ao adolescente a medida socioeducativa de internação, uma vez que o menor cometeu ato infracional equiparado a homicídio qualificado tentado.

2. Uma vez que se trata de ato infracional violento, autoriza-se a aplicação imediata do art. 122, I, do ECA, com a imposição da medida menos gravosa.

3. Ordem denegada.” (fl. 181, em apenso)Alega a impetrante que a medida de internação em liberdade

assistida se torna mais adequada ao caso, em função da excepcionalidade da aplicação da medida de internação e da melhor possibilidade de o paciente se ressocializar por meio dessa medida socioeducativa.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 28

Requer, liminarmente, a substituição da medida de internação para prestação de serviços à comunidade ou, eventualmente, de liberdade assistida ou semi-liberdade e, no mérito, reproduz idêntico pleito.

2.Não é caso de liminar.É que toda medida liminar, que ostente natureza cautelar, visa,

unicamente, a garantir o resultado final do procedimento em que é requerida, trate-se de causa ou recurso.

No caso dos autos, o deferimento do requerido, a título de liminar, implicaria tutela satisfativa, que de certo modo exauriria o objeto da causa e, por conseqüência, usurparia ao órgão competente, a Turma, a apreciação do writ.

3.Ante o exposto, indefiro a liminar.Estando os autos devidamente instruídos, dê-se vista à PGR.Publique-se. Int..Brasília, 16 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

HABEAS CORPUS 101.369 (176)ORIGEM : HC - 101369 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIPACTE.(S) : ANDRÉ LUIS CAMARGOIMPTE.(S) : DEFENSORIA PUBLICA DA UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃOVistos.Habeas corpus, sem pedido de liminar, impetrado pela Defensoria

Pública da União em favor de André Luis Camargo, buscando que “seja restabelecida a decisão de primeiro grau que concedeu ao paciente a suspensão condicional do processo por entender presentes seus requisitos...” (fl. 7).

Aponta como autoridade coatora a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, que negou provimento ao agravo regimental interposto no Recurso Especial nº 919.637/SP, Relator o Ministro Nilson Naves, do Ministério Público do Estado de São Paulo.

A impetrante afirma, de início, que o paciente sofre constrangimento ilegal, “uma vez que o MP sustentou a negativa de concessão da suspensão condicional do processo, tão só no fato de o indiciado responder a outro processo” (fl. 4). Assim, “o réu estaria sendo punido antecipadamente por um crime que talvez nem tivesse praticado, ou, caso tivesse, ainda poderia ser absolvido por qualquer excludente ou outro motivo” (fl. 5).

Alega, também, que “não há de se aplicar o art. 28 do CPP de forma analógica, uma vez que nada há que impeça a concessão ex officio da suspensão condicional do processo, como bem fez e fundamentou o magistrado que julgou a causa” (fl. 6).

Examinados os autos, decido.Tem-se na inicial os seguintes fatos:“(...)O juiz de primeiro grau concedeu de ofício a suspensão condicional

do processo ao ora paciente por entender que a titularidade do oferecimento da benesse não é exclusiva do Ministério Público e por vislumbrar presentes os requisitos autorizadores.

Irresignado, o Ministério Público interpôs recurso de Apelação perante o Tribunal de Justiça de São Paulo, alegando ser o titular do oferecimento da suspensão condicional do processo, tendo em vista a aplicação analógica do disposto no art. 28 do Código de Processo Penal.

Ao analisar o recurso ministerial, o TJSP negou provimento à unanimidade, mantendo na íntegra a decisão do juiz monocrático.

Inconformado, o Ministério Público de São Paulo interpôs Recurso Especial perante o Egrégio Superior Tribunal de Justiça, ocasião na qual, monocraticamente aquele Tribunal lhe deu provimento para determinar a remessa dos autos ao Procurador-Geral da Justiça de São Paulo, nos termos do art. 28 do CPP.

Por sua vez, a Defesa interpôs Agravo Regimental para fazer com que a Turma analisasse o pedido e que a decisão fosse revista favoravelmente ao réu. Não foi o que aconteceu, ao analisar o Agravo, a Turma negou-lhe provimento para confirmar a decisão monocrática que havia dado provimento ao Recurso Especial interposto pelo parquet” (fl. 3).

A decisão monocrática do Ministro Nilson Naves, que deu provimento ao Recurso Especial do Ministério Público estadual, está assim fundamentada:

“André Luiz Camargo foi denunciado por coação no curso do processo. Em audiência, o Ministério Público negou o oferecimento da suspensão condicional do processo, todavia o Juiz da 1ª Vara Criminal de Botucatu ofertou, de ofício, a benesse.

À apelação ministerial o Tribunal de Justiça de São Paulo negou provimento nos seguintes termos:

‘Ao contrário do alegado pelo recorrente, em suas brilhantes razões, a propositura do benefício previsto no art. 89, da Lei 9.099/95, não é atribuição exclusiva do Ministério Público, sendo incabível a aplicação, por analogia, da regra inserta no art. 28, do CPP.

....................................................................In casu, entendendo o MM. Juiz a quo, diferentemente do douto

Promotor de Justiça, que estavam presentes os requisitos necessários, propôs o benefício em tela, o qual foi aceito pelo acusado e seu defensor, suspendendo-se o processo por dois anos.

Em que pese o crédito de opiniões contrárias, esta relatoria entende não ser exclusiva do Ministério Público a titularidade da proposta da suspensão condicional do processo como instituída na Lei dos Juizados Especiais Criminais, podendo o Juiz agir de ofício.

Já no tocante à transação penal prevista no art. 76 da Lei 9.099/95, entendo que o Magistrado não pode agir de ofício, contrariando opinião ofertada pelo Ministério Público.

Tratando-se de suspensão condicional do processo, não se vislumbra reparo algum a ser efetuado na r. decisão monocrática.

Não há falar, também, em aplicação analógica da regra do art. 28, do CPP.

Havendo descompasso entre a opinião do Ministério Público e a do Poder Judiciário quanto ao oferecimento, ou não, da suspensão condicional do processo, são inaplicáveis as disposições inseridas no art. 28 do CPP que se reservam aos casos de divergência relativa à propositura da ação.

A concessão do benefício, como direito público subjetivo que é, deve sofrer fiscalização do Magistrado que, observados critérios estritamente legais, dirá ser caso, ou não, de aplicação.

Diante do exposto, nega-se provimento ao recurso, mantendo-se íntegra a r. decisão de Primeiro Grau.’

Sobreveio este especial, fundado nas alíneas a e c, no qual o Ministério Público alega que, ‘ao deixar, pois, de lado o texto expresso do artigo 89 da Lei nº 9.099/95, a Egrégia Décima Sétima Câmara Extraordinária Criminal negou, indubitavelmente, vigência à lei federal’.

Admitido o recurso e subindo os autos ao Superior Tribunal, o Ministério Público Federal (Subprocurador-Geral Wagner Natal) ofereceu parecer de ementa seguinte:

‘Recurso especial. Suspensão condicional do processo. Concessão. Prerrogativa do MP. Interpretação analógica do art. 28 do CPP. Oferecimento do benefício. Pessoa respondendo a outro processo. Art. 89 da Lei 9.099/95. Provimento.

- A proposta da suspensão condicional do processo é prerrogativa exclusiva do Ministério Público, não podendo o juiz, ex officio, formalizá-la.

- Caso haja divergência entre o Magistrado e o Representante do Parquet, os autos devem ser encaminhados ao Procurador-Geral de Justiça, por interpretação analógica do artigo 28 do CPP.

- A suspensão condicional do processo não pode ser oferecida caso o eventual beneficiário esteja sendo processado criminalmente (art. 89 da Lei 9.099/95).

- Precedentes do STF e do STJ.- Parecer pelo conhecimento e provimento do recurso.’Decido.Eis trecho do que dispõe a Lei nº 9.099/95 em seu art. 89: ‘Nos

crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a quatro anos...’

O ato de propositura da suspensão do processo, como se vê, é da competência ministerial, e não da competência de autoridade judiciária, tanto que, aqui no Superior Tribunal, já se escreveu que, não sendo parte, é inadmissível venha o juiz "a oferecer o sursis processual ex officio ou a requerimento da defesa’. Ainda: ‘A eventual divergência entre o órgão de acusação e o órgão julgador acerca da concessão do sursis processual se resolve, na hipótese de recusa de proposta, pela aplicação do mecanismo previsto no art. 28 do C.P.P" (REsp-450.546, Ministro Felix Fischer, DJ de 7.4.03). A Terceira Seção e a 6ª Turma também já se manifestaram sobre o tema, conforme se depreende destes julgados:

‘Criminal. Embargos de divergência em recurso especial. Lei nº 9.099/95. Proposta de suspensão condicional do processo. Prerrogativa do Ministério Público. Embargos providos.

I. É prerrogativa exclusiva do Ministério Público a iniciativa para a proposta de suspensão condicional do processo, sendo descabida, em tese, a sua realização pelo Julgador.

II. Embargos providos para cassar o acórdão recorrido e encaminhar os autos à Procuradoria-Geral de Justiça, na forma do art. 28 do CPP.’ (EREsp-164.261, Ministro Gilson Dipp, DJ de 17.6.02.)

‘1.'O Superior Tribunal de Justiça e o Supremo Tribunal Federal consolidaram entendimento no sentido da inadmissibilidade de concessão de ofício da suspensão condicional do processo, devendo eventual discordância entre magistrado e Ministério Público ser resolvida por intermédio da aplicação analógica do artigo 28 do Código de Processo Penal.' (REsp 254.249/SP, da minha Relatoria, in DJ 27/8/2001).

2. 'Reunidos os pressupostos legais permissivos da suspensão condicional do processo, mas se recusando o Promotor de Justiça a propô-la, o Juiz, dissentindo, remeterá a questão ao Procurador-Geral, aplicando-se por analogia o art. 28 do Código de Processo Penal.' (Súmula do STF, Enunciado nº 696).

3. Recurso especial provido." (REsp-539.073, Ministro Hamilton Carvalhido, DJ de 6.12.04.)

Posto isso, à vista do art. 557, § 1º-A, do Cód. de Pr. Civil, aplicado

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analogicamente, por força do art. 3º do Cód. de Pr. Penal, dou provimento ao recurso especial para cassar o acórdão que confirmou a decisão que suspendera o processo, bem como determinar a remessa dos autos ao Procurador-Geral de Justiça de São Paulo (Cód. de Pr. Penal, art. 28)” (fls. 100 a 102).

O acórdão proferido no agravo regimental interposto pelo paciente contra essa decisão está assim ementado:

“Coação no curso do processo (caso). Alegação de prescrição (improcedência). Suspensão condicional do processo (Lei nº 9.099⁄95). Propositura (legitimidade do Ministério Público). Promotor de justiça (recusa). Art. 28 do Cód. de Pr. Penal (aplicação). Procurador-Geral de Justiça (remessa dos autos). Agravo regimental (desprovimento)” (fl. 117).

É contra essa decisão que se insurge a impetrante neste writ.Não havendo pedido de liminar a ser apreciado e estando os autos

deficientemente instruídos, solicitem-se informações da autoridade apontada como coatora, devendo encaminhar cópia integral dos autos.

Publique-se. Brasília, 12 de novembro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.402 (177)ORIGEM : PROCESSO - 55308001080308679 - JUIZ DE DIREITOPROCED. : MATO GROSSO DO SULRELATOR :MIN. CELSO DE MELLOPACTE.(S) : JÚLIO CÉSAR DA CUNHAIMPTE.(S) : EDNO DE FRANÇA BARRETOCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 150830 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

DECISÃO: O ilustre impetrante insurge-se contra decisão proferida pelo eminente Ministro ARNALDO ESTEVES LIMA, que negou seguimento a ação de “habeas corpus”, porque configurada reiteração de pedido anteriormente denegado.

Essa decisão (fls. 346/347), objeto da presente impetração, está assim fundamentada:

“(...) A presente impetração é mera reiteração do HC132.566/MS, anteriormente distribuído e denegado por este Tribunal, em 21/5/09, nos termos da seguinte ementa:

PROCESSUAL PENAL. ‘HABEAS CORPUS’. PRISÃO PREVENTIVA. GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA. RÉU FORAGIDO. CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL E GARANTIA DA APLICAÇÃO DA LEI PENAL. ORDEM DENEGADA.

1. Preenchidos os requisitos previstos no art. 312 do Código de Processo Penal, não há falar em ilegalidade do decreto de custódia cautelar.

2. A fuga do paciente do distrito da culpa ou sua oposição ao chamamento processual são elementos suficientes para a decretação da prisão preventiva, tanto pela conveniência da instrução criminal como para garantir a aplicação da lei penal. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça.

3. Ordem denegada.Portanto, resta evidenciado ser inadmissível o presente ‘mandamus’,

que reitera ‘habeas corpus’ anteriormente impetrado nesta Corte com idêntico objeto, conforme pacífico magistério jurisprudencial (HC35.579/PE, Rel. Min. GILSON DIPP, DJ de 9/2/05; HC34.685/SP, de minha autoria, DJ de 1º/2/05; dentre inúmeros outros).

Por oportuno, convém destacar o disposto no art. 38 da Lei 8.038/90, que prevê:

‘Art. 38. O Relator, no Supremo Tribunal Federal ou no Superior Tribunal de Justiça, decidirá o pedido ou o recurso que haja perdido seu objeto, bem como negará seguimento a pedido ou recurso manifestamente intempestivo, incabível ou, improcedente ou ainda, que contrariar, nas questões predominantemente de direito, Súmula do respectivo Tribunal.’

E, ainda, o art. 210 do Regimento Interno do Superior Tribunal de Justiça, do seguinte teor:

‘Art. 210. Quando o pedido for manifestamente incabível, ou for manifesta a incompetência do Tribunal para dele tomar conhecimento originariamente, ou for reiteração de outro com os mesmos fundamentos, o relator o indeferirá liminarmente.’

Ante o exposto, com fundamento nos arts. 38 da Lei8.038/90 e 210 do RISTJ, indefiro liminarmente a petição inicial deste ‘habeas corpus’.”

(HC 150.830/MS, Rel. Min. ARNALDO ESTEVES LIMA - grifei)O exame dos autos evidencia que a decisão objeto da presente

impetração ajusta-se, com exatidão, ao magistério jurisprudencial prevalecente nesta Suprema Corte.

O Supremo Tribunal Federal tem proclamado que a reiteração do pedido de “habeas corpus” conduz ao não-conhecimento da nova postulação (RTJ 81/56 – RTJ 120/660 – RTJ 121/90):

“‘HABEAS CORPUS’ (...) INVOCAÇÃO DOS MESMOS FUNDAMENTOS DEDUZIDOS QUANDO DA IMPETRAÇÃO DE ANTERIOR PEDIDO DE ‘HABEAS CORPUS’ - NÃO-CONHECIMENTO DO ‘WRIT’ - AGRAVO IMPROVIDO.

- A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal tem reconhecido a inadmissibilidade, em sede de ‘habeas corpus’, de impetrações que se limitam a reproduzir, sem qualquer inovação de fato ou de direito, os

mesmos fundamentos objeto de postulação anterior, especialmente quando esta resultar não conhecida, por incabível.”

(HC 80.623-AgR/DF, Rel. Min. CELSO DE MELLO)No caso em análise, a decisão ora questionada orientou-se nesse

mesmo sentido, razão pela qual se torna inviável a presente ação de “habeas corpus”.

Sendo assim, e pelas razões expostas, não conheço da presente ação de “habeas corpus”, restando prejudicada, em conseqüência, a análise da medida cautelar pleiteada.

Arquivem-se os presentes autos.Publique-se.Brasília, 13 de novembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

HABEAS CORPUS 101.428 (178)ORIGEM : HC - 101428 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. CEZAR PELUSOPACTE.(S) : HUGO GALVÃO DE FRANÇA FILHOIMPTE.(S) : MATHEUS GUIMARÃES CURY E OUTRO(A/S)COATOR(A/S)(ES) : RELATORA DO HC Nº 123964 DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DESPACHO: Oficie-se ao Superior Tribunal de Justiça para que preste informações acerca do alegado na inicial, cuja cópia determino siga anexa ao ofício.

Publique-se.Brasília, 16 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

HABEAS CORPUS 101.431 (179)ORIGEM : HC - 101431 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIPACTE.(S) : FLÁVIO ROBERTO MASSARELLI SILVAIMPTE.(S) : RENATA MARIA GIL DA SILVA LOPES ESMERALDICOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃOVistos.Habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado pela advogada

Renata Maria Gil da Silva Lopes Esmeraldi em favor de Flávio Roberto Massarelli Silva, buscando o trancamento da ação penal movida contra o paciente.

Aponta como autoridade coatora o Ministro Og Fernandes, do Superior Tribunal de Justiça, que indeferiu a liminar no HC nº 126.699/SP, impetrado àquela Corte com o mesmo objetivo ora pretendido.

Inicialmente, sustenta que o caso concreto autorizaria a mitigação da Súmula nº 691 desta Suprema Corte.

Alega a inépcia da denúncia oferecida contra o paciente, pelos crimes dos artigos 89 e 90 da Lei nº 8.666/93, porquanto não descreveu de forma objetiva e individualizada as condutas supostamente por ele praticadas, o que conduz à falta de justa causa para a ação penal.

No que se refere ao crime previsto no art. 89 da Lei nº 8.666/93, a impetrante sustenta que:

“(...) (...) muito ao contrário do afirmado, recolhe-se, documentadamente,

que todas as aquisições operadas no período de 13.08.2001 a 23.10.2002 (durante mais de um ano), foram individualmente efetuadas por solicitações de diversos órgãos municipais, realizadas em diferentes ocasiões durante período superior a um ano e para suprir diferentes necessidades da administração, por conta de diferentes rubricas orçamentárias (doc. 6), cada uma delas em valor inferior a R$ 8.000,00 (oito mil reais).

Em relação a esse valor teto (R$ 8.000,00) e por expressa determinação de lei (Lei nº 8.666/93, art. 24, inciso II, c.c. art. 23, inciso II, a) é dispensável a licitação, bem assentado pelos elementos objetivos comprovados de plano (diversidades de órgãos internos solicitantes, de ocasiões, de necessidades, de rubricas orçamentárias, etc.) não se caracterizar fracionamento artificioso de despesas vedado pela lei.

16. Entretanto, o Ministério Público para fins de enquadramento no art. 89 da Lei nº 8.666/93, somou os valores regular e legitimamente fracionados de todas as aquisições operadas no período de 13.08.2001 a 23.10.2002, que totalizaram R$ 71.056,25 para em face de somatória de todas as aquisições efetuadas isoladamente vislumbrar a prática de um único e solitário delito abusivamente descrito na denúncia” (fls. 8/9 – grifos no original).

Mais adiante, assevera que ”qualquer aquisição que foi ou que tivesse sido feita pelo Município de São Manuel referir-se-á e envolverá ações da sua Comissão de Compras com as suas responsabilidades de lei, cumprindo ao Ministério Público, à luz dos artigos 48 e 257 do Código de Processo Penal, velar pela indivisibilidade de eventual ação penal, nada justificando que se atribua aparente e presumida responsabilidade a quem,

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 30

supostamente, autorizou os procedimentos de compras, com exclusão da responsabilidade legal (Lei nº 8.666/93, art. 50, § 3º) de todos aqueles que tais compras realizaram, pela forma regular e legal e em cumprimento de específico dever de ofício” (fl. 11 – grifos no original).

Ressalta, ainda, que o Tribunal de Contas do Estado aprovou as contas do Município de São Manuel, referentes aos exercícios 2001 e 2002, o que confirma a legalidade e a regularidade das despesas realizadas nesse período. Assim, “(...) uma vez atestada a regularidade das contas e, ipso facto, da gestão, nela incluída as transações envolvendo a necessidade de licitação, sob o exclusivo prisma do art. 89, não haverá justa causa para ação penal, quando ausentes elementos mínimos de culpabilidade que viabilizem seja alguém submetido a um processo criminal, dada a falta de probabilidade ainda que potencial de uma condenação” (fl. 15 – grifo no original).

No que concerne ao crime do art. 90 da Lei nº 8.666/93, afirma, igualmente, a ausência de individualização das condutas atribuídas ao paciente, ressaltando, mais uma vez, que os procedimentos de aquisição eram realizados pela Comissão de Compras em virtude da desconcentração administrativa dessas atividades naquela Prefeitura (fl. 18).

Aduz, também, que a denúncia não demonstra de que forma teria ocorrido a quebra do caráter concorrencial da licitação, uma vez que não descreve as condutas “de cada um dos partícipes que configure suposto conluio e que, de forma específica, tenham contribuído para a ocorrência da frustração ou fraude ao caráter competitivo da licitação, sem se descuidar de sua relevância causal e do liame subjetivo entre os agentes” (fl. 20).

Requer, ao final, “(...) liminarmente a suspensão do processo penal fluente e, oportuna e definitivamente determinado o trancamento da ação penal em relação ao paciente (...)” (fl. 24 – grifos no original).

Examinados os autos, decido.Narram os impetrantes, na inicial, que:“(...)2 – O paciente, então com prerrogativa de foro, diante de precária e

insuficiente investigação, que nenhum elemento idôneo de prova amealhou, foi denunciado – juntamente com outros – perante a 15ª Câmara de Direito Criminal do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, como incurso no art. 89, caput, e no art. 90 (duas vezes) da Lei nº 8.666/93, c.c. art. 29 do Código Penal.

...........................................................................................4 – Essa acusação formal, deduzida – venia concessa – de forma

inepta, com ilegalidade e abuso de poder foi recebida sem fundamentação alguma e ao arrepio do art. 93, IX da Constituição Federal, pelo Tribunal de Justiça de São Paulo (doc. 2) e ainda constrangedoramente persiste afrontando, inclusive, a dignidade humana do paciente fluindo – atualmente – o respectivo processo criminal perante a 2ª Vara da comarca de São Manuel (SP) diante da negativa de prestação jurisdicional específica reclamada pela forma regular e adequada através de Habeas Corpus intentado inclusive com pedido liminar perante o Superior Tribunal de Justiça (doc. 3 – HC nº 126699, Sexta Turma, relator o Ministro Og Fernandes), no qual, negado o provimento liminar (doc. 4) e não conhecido Agravo Regimental interposto diante de tal negativa de socorro jurisdicional (doc. 5) o Augusto Superior Tribunal de Justiça, através de seu órgão fracionário competente assumiu, data máxima venia , a posição de Tribunal coator ” (fls. 3 e 6 – grifos no original).

Essa é a razão pela qual se insurge a impetrante neste writ.Ressalte-se, inicialmente, que, apesar de ter sido interposto agravo

regimental contra a decisão indeferitória de liminar, não foi conhecido pela Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça por ser incabível (fl. 68), e que somente após foi impetrado o presente habeas corpus, na verdade, a impetração volta-se contra aquela decisão monocrática que indeferiu a liminar.

Como efeito, deve incidir, na espécie, a Súmula nº 691 do Supremo Tribunal Federal, segundo a qual “não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de ‘habeas corpus’ impetrado contra decisão do Relator que, em ‘habeas corpus’ requerido a tribunal superior, indefere a liminar”.

É certo que a jurisprudência desta Suprema Corte tem acolhido o abrandamento da referida súmula para admitir a impetração de habeas corpus se os autos demonstrarem ser hipótese de flagrante ilegalidade, abuso de poder ou teratologia.

A decisão ora questionada tem a seguinte fundamentação:Vistos, etc.Trata-se de habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado em

favor de FLÁVIO ROBERTO MASSARELLI SILVA, contra acórdão proferido pela 15ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que recebeu a denúncia oferecida contra o ora paciente em relação aos crimes contidos nos artigos 89 e 90 da Lei nº 8.666/93.

Sustentam os impetrantes em síntese, ser inepta a denúncia porquanto não descreveu de forma objetiva e individualizada as condutas que pretende atribuir ao ora paciente. Assim, alegam falta de justa causa para a ação penal.

Aduz ainda que ‘não se tem, nem mesmo, um único elemento de prova, não se recolhe nenhum indício que evidenciasse qualquer iniciativa dirigida para frustrar ou fraudar a competitividade dos inquinados procedimentos’ (fl. 30).

Requer, liminarmente, seja suspenso o curso da ação penal. No mérito, pugna pelo trancamento da ação penal.DECIDO.

Da análise dos autos, em sede de cognição sumária, não verifico manifesta ilegalidade a ensejar o deferimento da medida de urgência, uma vez que o constrangimento não se revela de plano, impondo uma análise mais detalhada dos elementos de convicção carreados aos autos, o que ocorrerá por ocasião do julgamento do mérito.

Ante o exposto, indefiro o pedido liminar.Solicitem-se informações à autoridade apontada coatora.Após, vista ao Ministério Público Federal” (fl. 66).Na hipótese vertente, verifica-se, de forma evidenciada a inviabilidade

do próprio conhecimento da presente impetração, pois não se constata situação de flagrante ilegalidadeapta a ensejar o afastamento excepcional da Súmula nº 691 deste Supremo Tribunal Federal. Pode e deve o Magistrado, ao apreciar o pedido inicial, pautar-se no poder geral de cautela para buscar outros elementos formadores das razões de decidir além daqueles trazidos pela impetração, sem que isso caracterize constrangimento ilegal, abuso de poder ou teratologia.

O descontentamento pela falta de êxito no pleito submetido ao Superior Tribunal de Justiça, ainda em exame precário e inicial, não pode ensejar o conhecimento deste writ, sob pena supressão de instância e de grave violação das regras de competência.

Nesse sentido, por exemplo:“COMPETÊNCIA CRIMINAL. Habeas corpus. Impetração contra

decisão monocrática que, em habeas corpus requerido ao STJ, indeferiu liminar. Não ocorrência de flagrante constrangimento ilegal. Não conhecimento. Aplicação da súmula 691. Em princípio, não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus contra decisão do relator que, em habeas corpus requerido a Tribunal Superior, indefere liminar, se o caso não é de flagrante constrangimento ilegal” (HC nº 100.600/SP, Segunda Turma, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJ de 23/10/09);

“HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. PRISÃO DOMICILIAR. SÚMULA 691 DO STF. INADEQUAÇÃO. ILEGALIDADE MANIFESTA. INOCORRÊNCIA. NÃO CONHECIMENTO. I - O indeferimento de liminar em habeas corpus pelo Superior Tribunal de Justiça encontra amparo na Súmula 691 do Supremo Tribunal Federal, que somente admite mitigação na presença de flagrante ilegalidade, abuso de poder ou teratologia. II - Incidência da mencionada Súmula, sob pena de dupla supressão de instância. III - Habeas corpus não conhecido” (HC nº 96.992/SE, Primeira Turma, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJe de 16/10/09).

Ainda, na mesma linha, as seguintes decisões monocráticas: HC nº 101.290/RS, da minha relatoria, DJe de 6/11/09; HC nº 101.141/SP, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, DJe 27/10/09; HC nº 101.112/GO, Relator o Ministro Carlos Britto, DJe de 23/10/09; e HC nº 101.062/SP, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJe de 22/10/09, entre outros.

Ademais, pela leitura da petição inicial, verifica-se que a impetrante pretende, na verdade, o julgamento antecipado da lide, trazendo à discussão questões ligadas intrinsecamente com o mérito da ação penal, em flagrante violação das regras de competência. É certo que a jurisprudência desta Corte Suprema tem admitido a concessão de habeas corpus com a finalidade de trancamento de ação penal em situações excepcionais, quando estiverem comprovadas, de plano, a atipicidade da conduta, causa extintiva da punibilidade ou ausência de indícios de autoria (HC nº 90.320/MG, Primeira Turma, Relator o Ministro Marco Aurélio, DJ de 25/5/07; HC nº 87.324/SP, Primeira Turma, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJ de 18/5/07; HC nº 85.496/SC, Primeira Turma, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de 8/9/06; HC nº 86.583/SP, Segunda Turma, Relator o Ministro Eros Grau, DJ de 27/4/07; HC nº 85.066/GO, Segunda Turma, Relator o Ministro Carlos Velloso, DJ de 20/5/05, entre outros), mas não é o que ocorre no presente caso, sendo recomendável que se aguarde o julgamento definitivo do habeas corpus impetrado ao Superior Tribunal de Justiça.

Ante o exposto, com fundamento no art. 21, § 1º, do RISTF, nego seguimento ao presente habeas corpus por ser flagrantemente inadmissível e, ainda, por contrariar a jurisprudência predominante desta Suprema Corte.

Publique-se.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

HABEAS CORPUS 101.441 (180)ORIGEM : HC - 101441 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CEZAR PELUSOPACTE.(S) : ADEMILSON DE ALMEIDAIMPTE.(S) : MICHEL STRAUBCOATOR(A/S)(ES) : TRIBUNAL DE JUSTICA MILITAR DO ESTADO DE SÃO

PAULO

DECISÃO: 1. Trata-se de habeas corpus impetrado em favor de ADEMILSON DE ALMEIDA, contra ato do Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo.

2. Incognoscível o pedido de writ.A competência para julgar habeas corpus depende da qualidade do

paciente ou da autoridade coatora. De um lado, o paciente não goza de prerrogativa de foro; de outro, incompetente é esta Corte para processar e julgar, originariamente, pedido de habeas corpus em que figure como coator

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 31

Tribunal de Justiça Militar estadual (art. 102, I, i, CR), cujos atos de hipotético constrangimento ilegal, comissivos ou omissivos, estariam sujeitos ao primeiro controle do Superior Tribunal de Justiça.

3. Isto posto, não conheço deste habeas corpus, nos termos dos arts. 38 da Lei nº 8.038, de 28.05.1990, e 21, § 1º, do RISTF, e determino sua remessa ao Superior Tribunal de Justiça.

Publique-se. Int..Brasília, 11 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

HABEAS CORPUS 101.448 (181)ORIGEM : HC - 101448 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO NORTERELATORA :MIN. ELLEN GRACIEPACTE.(S) : MARLUCE MORAIS DA SILVA OU MARLUCE DE

MORAIS SILVA OU MARLUCE MORAES DA SILVAIMPTE.(S) : EDUARDO CERQUEIRA DA CUNHA MASCARENHASCOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

1. Trata-se de habeas corpus impetrado contra julgamento colegiado do Superior Tribunal de Justiça em outro writ anteriormente aforado perante aquela Corte (HC 122.378/RN).

Narra a inicial que a paciente foi denunciada pela suposta prática dos crimes tipificados nos arts. 33 e 35, combinados com o art. 40, V e VI, todos da Lei 11.343/2006. O pedido de liberdade provisória foi indeferido pelo Juízo da 9ª Vara Criminal da Comarca de Natal/RN.

Contra essa decisão, a defesa impetrou habeas corpus ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte, que denegou a ordem. Observa, ainda, a impetração do HC 122.378/RN em favor da paciente ao Superior Tribunal de Justiça.

Sustenta o impetrante que, apesar de a Corte Superior reconhecer o excesso de prazo na formação da culpa, “o posicionamento final do acórdão foi no sentido de não se relaxar a prisão guerreada, mas de se estabelecer o prazo de 30 dias para conclusão da produção de prova testemunhal, sem sequer estabelecer quais medidas haveriam de ser adotadas caso não satisfeito esse lapso temporal” (fl. 03).

Argumenta, em síntese, que o objeto do presente writ consiste no reconhecimento da “ilegalidade do acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça”, para que “determine este STF a imediata soltura da paciente, ante o caracterizado excesso de prazo, reconhecido inclusive pela autoridade coatora” (fl. 04).

Registra, ademais, violação aos preceitos constitucionais dispostos nos arts. 5º, LV, LXV, LXVIII, e 93, IX, da Constituição Federal. Também informa que a paciente é primária, possui bons antecedentes, residência fixa e atividade profissional lícita.

Assim, requer que “seja concedida a presente ordem de habeas corpus em medida liminar inaudita altera pars” (fl. 10).

2. Inicialmente, constato que os motivos determinantes da manutenção da custódia cautelar da paciente já foram apreciados pela Colenda 2ª Turma desse Supremo Tribunal Federal nos autos do HC 96.933/RN.

Em sessão de julgamento realizado no dia 28.04.2009, a ordem pleiteada nos autos do HC 96.933/RN foi denegada nos termos da seguinte ementa:

“PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. TRÁFICO ILÍCITO DE ENTORPECENTES. LIBERDADE PROVISÓRIA. ART. 44 DA LEI 11.343/06. FUNDAMENTAÇÃO IDÔNEA DA DECISÃO. MANUTENÇÃO DA SEGREGAÇÃO CAUTELAR. REEXAME DE FATOS E PROVAS. ANTECEDENTES. ORDEM DENEGADA.

1. Esta Corte tem adotado orientação segundo a qual há proibição legal para a concessão da liberdade provisória em favor dos sujeitos ativos do crime de tráfico ilícito de drogas (art. 44, da Lei n° 11.343/06).

2. Ainda que ultrapassada a questão da proibição contida no art. 44 da Lei nº 11.343/06, entendo que o presente caso não comporta a concessão da ordem.

3. A decisão que indeferiu o pedido de liberdade provisória foi devidamente fundamentada, eis que, diante do conjunto probatório dos autos da ação penal, a manutenção da segregação cautelar da paciente se justifica para a garantia da ordem pública, a conveniência da instrução criminal e a aplicação da lei penal, nos termos do art. 312 do Código de Processo Penal.

4. Como já decidiu esta Corte, “a garantia da ordem pública, por sua vez, visa, entre outras coisas, evitar a reiteração delitiva, assim resguardando a sociedade de maiores danos” (HC 84.658/PE, rel. Min. Joaquim Barbosa, DJ 03/06/2005), além de se caracterizar “pelo perigo que o agente representa para a sociedade como fundamento apto à manutenção da segregação” (HC 90.398/SP, rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJ 18/05/2007). Outrossim, “a garantia da ordem pública é representada pelo imperativo de se impedir a reiteração das práticas criminosas, como se verifica no caso sob julgamento. A garantia da ordem pública se revela, ainda, na necessidade de se assegurar a credibilidade das instituições públicas quanto à visibilidade e transparência de políticas públicas de persecução criminal” (HC 98.143, de minha relatoria, DJ 27-06-2008).

5. A alegação referente à inexistência de materialidade delitiva

ultrapassa os estreitos limites do habeas corpus, eis que envolve, necessariamente, reexame do conjunto fático-probatório.

6. Esta Corte tem orientação pacífica no sentido da incompatibilidade do habeas corpus quando houver necessidade de apurado reexame de fatos e provas (HC nº 89.877/ES, rel. Min. Eros Grau, DJ 15.12.2006), não podendo o remédio constitucional do habeas corpus servir como espécie de recurso que devolva completamente toda a matéria decidida pelas instâncias ordinárias ao Supremo Tribunal Federal.

7. A circunstância da paciente ser primária, não ter antecedentes criminais e possuir residência no distrito da culpa, não se mostra obstáculo ao decreto de prisão preventiva, desde que presentes os pressupostos e condições previstas no art. 312, do CPP (HC 83.148/SP, rel. Min. Gilmar Mendes, 2ª Turma, DJ 02.09.2005).

8. Ante o exposto, denego a ordem de habeas corpus.” (Fls. 15-16).3. Todavia, o cerne da questão a ser apreciado no presente writ é a

demora no encerramento da instrução criminal. O Superior Tribunal de Justiça, ao julgar o HC 122.378/RN, rel. Min. Arnaldo Esteves Lima, concedeu parcialmente a ordem, nos termos da seguinte ementa (fl. 178 do apenso):

“PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. TRÁFICO DE ENTORPECENTES E ASSOCIAÇÃO AO TRÁFICO. PRISÃO EM FLAGRANTE. LIBERDADE PROVISÓRIA. INDEFERIMENTO. EXCESSO DE PRAZO PARA O ENCERRAMENTO DA INSTRUÇÃO CRIMINAL. DEMORA INJUSTIFICADA NA OITIVA DE TESTEMUNHAS, CONSTRANGIMENTO ILEGAL CARACTERIZADO. ORDEM PARCIALMENTE CONCEDIDA.

1. O excesso de prazo para o término da instrução criminal, segundo pacífico magistério jurisprudencial deste Tribunal, deve ser aferido dentro dos limites da razoabilidade, considerando circunstâncias excepcionais que venham a retardar a instrução criminal e não se restringindo à simples soma aritmética de prazos processuais.

2. A demora no término da instrução criminal caracteriza constrangimento ilegal, sanável por esta via. Precedentes do STJ.

3. Ordem parcialmente concedida a fim de estabelecer o prazo de 30 dias para a conclusão da oitiva das testemunhas, que se acha pendente.”

4. Ressalto que, para fins de apreciação do pedido de medida liminar, é necessário avaliar se o acórdão atacado teve o condão de caracterizar patente constrangimento ilegal. Na hipótese dos autos, as razões do aresto hostilizado mostram-se relevantes e, num primeiro exame, sobrepõem-se aos argumentos lançados no writ.

5.Desse modo, não vislumbro a presença do requisito do fumus boni iuris para a concessão da tutela pleiteada.

6.Verifico, ao fim, que a liminar pleiteada possui natureza nitidamente satisfativa, visto que se confunde com o próprio mérito da impetração.

7. Diante do exposto, indefiro o pedido de liminar. Solicitem-se informações do Superior Tribunal de Justiça e do Juiz de Direito da 9ª Vara Criminal da Comarca de Natal/RN. Após, colha-se a manifestação da Procuradoria-Geral da República.

Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

HABEAS CORPUS 101.460 (182)ORIGEM : HC - 101460 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : CEARÁRELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIPACTE.(S) : MANOEL SALVIANO SOBRINHOPACTE.(S) : FÁTIMA MARIA SAMPAIO ROLIMPACTE.(S) : JOSÉ LIVIO LUNA CALLOUIMPTE.(S) : LELIANA MARIA ROLIM DE PONTES VIEIRA E

OUTRO(A/S)COATOR(A/S)(ES) : JUIZ FEDERAL DA 16ª VARA DA SUBSEÇÃO DE

JUAZEIRO DO NORTE

DECISÃOVistos.Habeas corpus, com pedido liminar, impetrado pelos advogados

Rafael Henrique de Melo Lima e Leliana Maria Rolim de Pontes Vieira em favor do Deputado Federal Manoel Salviano Sobrinho, e de Fátima Maria Sampaio Rolim e José Lívio Luna Callou.

Nestes autos, apontam como autoridade coatora o Juiz Federal da 16ª Vara da Subseção de Juazeiro do Norte/CE.

Sustentam os impetrantes o constrangimento ilegal imposto aos pacientes, tendo em vista que:

“(...)A competência para julgamento pela suposta prática de crime comum

de membro do Congresso Nacional é exclusiva do Supremo Tribunal Federal. O oferecimento da denúncia e o seu recebimento afrontaram

diretamente a prerrogativa de foro, prevista no artigo 53, § 1º e artigo 102, I, ‘b’ da Constituição Federal, eis que o paciente Manoel Salviano já detinha o mandato de deputado federal.

Em razão da afronta aos princípios do promotor natural e do juiz natural, a ação penal nº 2007.81.02.000953-9/CE dever ser sumariamente anulada” (fl. 4).

Asseveram que:

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 32

“(...)As condutas descritas no artigo 337-A do Código Penal, embora

apresentem a expressão ‘omitir’, caracterizam-se como crime material, ou seja, exigem a ocorrência de resultado naturalístico, consistente em dano para [a] Previdência Social.

Deste modo, para caracterização do delito é necessária a efetiva redução ou supressão do tributo supostamente devido, situação formalizada apenas quando há o lançamento definitivo e a constituição do crédito. Portanto, o exaurimento da esfera administrativa configura condição objetiva de punibilidade para possibilitar a instauração da persecutio criminis ” (fl. 5 – grifos no original).

Aduzem que o presente habeas corpus “se enquadra perfeitamente na doutrina e nas jurisprudências expostas, [pois] os recursos apresentados, bem como os andamentos processuais, demonstram cabalmente a inexistência de trânsito em julgado na esfera administrativa” (fl. 9).

Argumentam, ainda, que:“(...)... antes de oferecer a denúncia, o Ministério Público Federal recebeu

ofício encaminhado pelo Delegado da Receita Previdenciária em Fortaleza/CE, informando que os Autos de Infrações e a Notificação de Débito ‘aguardam análise para expedição de Decisão de Notificação’.

A denúncia oferecida e a Representação Fiscal indicam como prova material do delito os seguintes débitos: Auto de Infração 35.898.375-4, Auto de Infração 35.898.376-2 e Notificação Fiscal de Lançamento de Débito 35.898.382-7.

Com o oferecimento de Impugnações e Recursos Voluntários, os débitos estão sendo discutidos nos respectivos processos administrativos: 10380.005274/2007-04, 10380.005276/2007-95 e 10380.005295/2007-11. Todos os processos ainda aguardam julgamento do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais” (fl. 9).

Portanto, segundo alegam, “resta patente o açodamento no oferecimento e recebimento da denúncia contra os pacientes, eis que não existe sequer a comprovação da materialidade e da existência do suposto crime” (fl. 10).

Concluem, ao final, que:“(...)Conforme a denúncia, os fatos supostamente praticados pelos

pacientes ocorreram entre janeiro de 1998 e abril de 2006. Contudo, o delito imputado aos acusados foi introduzido [no] Código

Penal pela Lei nº 9.983, de 14 de julho de 2000, sendo que o dispositivo somente entrou em vigor no dia 12 de outubro de 2000.

Portanto, somente após a referida data a conduta tipificada poderia ser considerada delituosa, passível de sanção do Estado. Ilegal é o prosseguimento da ação em relação aos dirigentes da empresa no período anterior à inovação legislativa” (fls. 10/11).

Requerem “a concessão da medida liminar para o fim de trancar a ação penal em curso, bem como sua extensão aos demais réus” (fl. 13). No mérito, pedem a sua confirmação.

Examinados os autos, decido.Inicialmente, ressalto a competência desta Suprema Corte para

processar e julgar o presente writ, tendo em vista ser o paciente, Manoel Salviano Sobrinho, membro do Congresso Nacional (art. 102, inc. I, alínea “d”, da Constituição da República).

Assim, passo à análise da impetração.Tem-se nos autos que os pacientes e outros corréus foram

denunciados ao Juízo Federal da 16ª Vara da Subseção de Juazeiro do Norte/CE pela suposta prática do delito previsto no art. 337-A do Código Penal (sonegação de contribuição previdenciária).

Segundo a denúncia, os pacientes e outros corréus, que eram sócios na empresa Farmace – Indústria Químico-Farmaceutica Cearense Ltda., no período de 1998 a 2006, teriam provocado a “redução da contribuição social previdenciária, em prejuízo da União, conforme o quadro expositivo de fl. 2” (fl. 29).

Recebida a denúncia e designada a audiência de interrogatório dos acusados, em 4/3/08 (fl. 31), certificou o oficial de Justiça, à folha 43, que “em cumprimento ao Mandado MCR.0016.000450-0/2008, dirigi-me ao endereço indicado no mandado, onde não localizei o citando. Não obstante, fui recebido pelo Dr. Adriano Augusto Parente Santos, OAB-CE 14.929, o qual informou que o citando seria seu constituído e que se tratava de um Deputado Federal, que, usando de suas prerrogativas, somente receberia citações ou intimações em seu gabinete, sito na Câmara dos Deputados”.

Diante dessa informação, manifestou-se o Parquet Federal, à folha 53, pelo “declínio da competência para processar e julgar o feito em favor do Supremo Tribunal Federal, remetendo-se os autos ao órgão jurisdicional em questão”.

Em 23/4/08, o Juízo processante, reconhecendo sua incompetência para o processamento e julgamento do feito, determinou a remessa dos autos a esta Suprema Corte (fls. 55/56), que, autuado como Inquérito nº 2.876/CE, foi distribuído ao eminente Ministro Carlos Britto, conforme informação da Secretaria (fl. 132).

Diante desse quadro e por vislumbrar, na hipótese, eventual prejudicialidade do writ, solicitem-se informações ao eminente Relator do então Inquérito nº 2.876/CE.

Oficie-se, ainda, ao nobre Presidente da Câmara dos Deputados para

que esclareça desde quando o paciente, Manoel Salviano Sobrinho, exerce o mandato de parlamentar, distinguindo entre os períodos de eventual suplência e titularidade.

Publique-se.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

HABEAS CORPUS 101.464 (183)ORIGEM : HC - 990092480634 - JUIZ DE DIREITOPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOPACTE.(S) : YAAKOV COHENIMPTE.(S) : ANDRE PIRES DE ANDRADE KEHDI E OUTRO(A/S)COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 149.633 DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DESPACHOHABEAS CORPUS – INFORMAÇÕES.1.Com a inicial não veio a cópia das seguintes peças: o mandado de

prisão devidamente cumprido e a notícia do estágio atual do Processo-Crime nº 661/2008 (152.01.2008.014261-7), em curso no Juízo da 2ª Vara da Comarca de Cotia/SP. À míngua de elementos, não se pode apreciar o pleito de concessão de medida acauteladora.

2.Solicitem informações ao Superior Tribunal de Justiça e ao Juízo Criminal.

3.Aos impetrantes, para, querendo, anteciparem-se quanto à providência.

4.Publiquem.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

HABEAS CORPUS 101.473 (184)ORIGEM : HC - 101473 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOPACTE.(S) : EDINEI SANTANA MARQUESIMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO

PAULOCOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DESPACHO1.Não há pedido de liminar. Estando no processo as peças

indispensáveis à compreensão da controvérsia, colham o parecer da Procuradoria Geral da República.

2.Publiquem.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

HABEAS CORPUS 101.479 (185)ORIGEM : HC - 101479 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOPACTE.(S) : DAVID FRIGHETTO BALDIIMPTE.(S) : ROMEU PAULO BREDACOATOR(A/S)(ES) : MINISTRO RELATOR DO HABEAS CORPUS Nº 134.053

DESPACHOHABEAS CORPUS – INFORMAÇÕES.1.Corrijam a autuação, lançando como autoridade coatora o Ministro

Relator do Habeas Corpus nº 134.053, em curso no Superior Tribunal de Justiça.

2.Com a inicial não veio a cópia das seguintes peças: a petição do habeas impetrado no Superior Tribunal de Justiça; a inicial da idêntica medida formalizada no Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. Também não há notícia do estágio atual do Processo-Crime nº 044/2.06.0000047-0, em curso no Juízo da 2ª Vara da Comarca de Encantado/RS. À míngua de elementos, não se pode apreciar o pleito de concessão de medida acauteladora.

3.Solicitem informações ao Superior Tribunal de Justiça, ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul e ao mencionado Juízo.

4.Ao impetrante, para, querendo, antecipar-se quanto à providência.5.Publiquem.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.481 (186)ORIGEM : PROCESSO - 200461190025070 - JUIZ FEDERAL DA 1º

REGIÃOPROCED. : MINAS GERAIS

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 33

RELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIPACTE.(S) : LAUDEMIRO RIBEIRO DE SOUZAIMPTE.(S) : MARCELO EDUARDO INOCÊNCIOCOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃOVistos.Habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado pelo advogado

Marcelo Eduardo Inocêncio em favor de Laudemiro Ribeiro de Souza, buscando a extinção da punibilidade do paciente pela ocorrência da prescrição da pretensão punitiva.

Aponta como autoridade coatora a Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, que desproveu o RHC nº 20.968/SP, Relator o Ministro Arnaldo Esteves Lima, interposto àquela Corte.

Sustenta o impetrante, em síntese, que, no caso, “é possível observar a total prescrição punitiva do Estado, tendo em vista que o tipo penal em tela – artigo 171 – prescreve tomando como base o seu máximo, em 12 (doze) anos; e tendo o fato que deu origem a Denúncia, ocorrido em Setembro de 1990, temos até a presente data passados mais de 19 (dezenove) anos” (fl. 4).

Argumenta que “o estelionato é crime instantâneo. Por isto, a data a ser levada em conta para fins de prescrição, in casu, é quando houve o recebimento do primeiro benefício – 01 de Outubro de 1990” (fl. 5).

Cita precedente desta Suprema Corte no sentido de que “o estelionato contra o INSS é crime instantâneo de efeitos permanentes” (fls. 5/6).

Requer o deferimento da liminar para suspender o andamento da ação penal à qual responde o paciente e, no mérito, a concessão da ordem para determinar o seu trancamento, tendo em vista a ocorrência da prescrição da pretensão punitiva (fl. 8).

Examinados os autos, decido.Narra o impetrante, na inicial, que:“(...)O Paciente foi intimado em 15 de Março de 2006, da ação que

tramita na 4ª Vara da Justiça Federal de Guarulhos/SP, sob alegação de que teria em 24 de Setembro de 1990, induzido em erro a autarquia federal – INSS, e seu ato estaria incurso no artigo 171, parágrafo 3º do Código Penal Brasileiro.

O paciente requereu o reconhecimento da prescrição da pretensão punitiva do Estado e conseqüente extinção do processo, apresentando entendimento atualizado do Supremo Tribunal Federal, esclarecendo tratar-se de crime instantâneo e pelo lapso temporal é evidente a prescrição.

Ocorre que, entendeu por bem o M.M. Juiz da 4ª Vara Fede3ral da comarca de Guarulhos em negar o pedido e manter a medida extrema (...)

...........................................................................................Com esta decisão, não restou outra alternativa ao Paciente a não ser

buscar o resgate da legalidade junto ao Tribunal Regional Federal, e posteriormente junto ao egrégio Superior Tribunal de Justiça, sendo-lhe negado provimento ao recurso (...)” (fls. 3/4).

Transcrevo o teor daquele julgado: “PENAL. ESTELIONATO CONTRA A PREVIDÊNCIA SOCIAL.

APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. PRESTAÇÕES SUCESSIVAS. CONFIGURAÇÃO DA PERMANÊNCIA. PRESCRIÇÃO. TERMO A QUO. ÚLTIMA PARCELA RECEBIDA. NÃO-OCORRÊNCIA DA PRESCRIÇÃO. RECURSO A QUE SE NEGA PROVIMENTO.

1. O Superior Tribunal de Justiça firmou entendimento no sentido de que o delito de estelionato contra a previdência é de natureza permanente, ou seja, prolonga-se no tempo, razão por que o marco inicial para a contagem do lapso temporal dá-se a partir do recebimento do último benefício indevido.

2. Consoante estabelece o art. 111, inciso III, do Código Penal, a prescrição, nos crimes permanentes, somente começa a correr do dia em que cessa a permanência, no caso, verificada em dezembro de 2002. Daí por que se impõe o regular processamento da ação penal, pela não-ocorrência da prescrição.

3. Recurso ordinário a que se nega provimento” (fl. 11).Essa é a razão pela qual se insurge o impetrante neste writ.Como se sabe, a concessão de liminar em habeas corpus constitui

medida de caráter excepcional, justificada apenas se a decisão impugnada estiver eivada de ilegalidade flagrante, demonstrada de plano, ou os autos demonstrarem flagrante constrangimento ilegal.

Na hipótese vertente, tenho por presentes os requisitos necessários ao deferimento da liminar. É que a tese do impetrante, neste juízo de cognição sumária, encontra respaldo jurídico na jurisprudência desta Suprema Corte, que firmou entendimento no sentido de que “é crime instantâneo de efeitos permanentes o chamado estelionato contra a Previdência Social (art. 171, § 3º, do Código Penal) e, como tal, consuma-se ao recebimento da primeira prestação do benefício indevido, contando-se daí o prazo de prescrição da pretensão punitiva” (HC nº 90.684/RJ, Segunda Turma, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJ de 14/9/07).

Perfilhando esse entendimento, destaco os seguintes precedentes: HC nº 82.965/RN, Segunda Turma, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJ de 28/3/08; HC nº 85.601/SP, Segunda Turma, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJ de 30/11/07; HC nº 86.467/RS, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Marco Aurélio, DJ de 22/6/07; e HC nº 84.998/RS, Primeira Turma, Relator o

Ministro Marco Aurélio, DJ de 16/9/05. No mesmo sentido, ainda, a seguinte decisão monocrática: HC nº 94.724/CE-MC, Relator o Ministro Eros Grau, DJe de 27/5/08; HC nº 98.194/RS-MC, Relator o Ministro Menezes Direito, DJe de 31/3/09. Presente, portanto, o fumus boni iuris.

Ante o exposto, defiro a liminar para suspender, até o julgamento final desta impetração, o andamento da ação penal à qual responde o paciente.

Comunique-se com urgência, solicitando informações à autoridade coatora e ao Juízo 4ª Vara Federal de Guarulhos/SP.

Publique-se.Brasília, 20 de novembro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

HABEAS CORPUS 101.489 (187)ORIGEM : HC - 101489 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOPACTE.(S) : ERASMO CARLOS PURMOCENA RIBEIROIMPTE.(S) : ANDRÉ RICARDO DE LIMACOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 121682 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

DESPACHOHABEAS CORPUS – INFORMAÇÕES.1.Com a inicial não veio a cópia das seguintes peças: a petição do

habeas impetrado no Superior Tribunal de Justiça; a inicial da apelação formalizada no Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Também não há notícia do estágio atual do Processo-Crime nº 345/2005, em curso no Juízo da 4ª Vara Criminal da Comarca de Sorocaba/SP. À míngua de elementos, não se pode apreciar o pleito de concessão de medida acauteladora.

2.Solicitem informações ao Superior Tribunal de Justiça, ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e ao Juízo Criminal.

3.Ao impetrante, para, querendo, antecipar-se quanto à providência.4.Publiquem.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.503 (188)ORIGEM : HC - 101503 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIPACTE.(S) : FLÁVIO MELLO DOS SANTOSIMPTE.(S) : MARIANO DE MORAIS NUNESCOATOR(A/S)(ES) : PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Trata-se de habeas corpus, com pedido de medida liminar, impetrado por Mariano de Morais Nunes em favor de FLÁVIO MELLO DOS SANTOS, contra acórdão da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça que denegou a ordem pleiteada no HC 110.644/RJ.

A inicial narra que o paciente responde a ação penal por suposta prática do delito previsto no art. 35 da Lei 11.343/2006, e que se apresentou espontaneamente em 14/3/2007, ocasião em que foi detido em razão de mandado de prisão preventiva expedido pelo Juízo de Direito da Vara Criminal de Macaé/RJ.

O impetrante informa que manejou habeas corpus substitutivo de recurso ordinário no Superior Tribunal de Justiça, sob o argumento de que não estariam presentes os motivos da prisão preventiva, bem como haveria excesso de prazo para encerramento da instrução penal. Diz que, no entanto, a ordem foi denegada após longo período desde a impetração.

Afirma que em 31/7/2008 sobreveio sentença condenatória que fixou pena de oito anos e dois meses de prisão contra o paciente, sendo-lhe negado o direito de recorrer em liberdade.

Aduz que, em grau de recurso, “foram acolhidas as alegações da Acusação e desprovidos os recursos da defesa por maioria o que ensejou o ajuizamento pela defesa de Embargos Infringentes, transitando em julgado o processo para a acusação” (fl. 4).

Assevera que já se passaram quase três anos desde que o paciente foi preso, sem que haja trânsito em julgado da sentença condenatória. Entende, desse modo, que está violado o princípio constitucional da não culpabilidade.

Ao final pede, liminarmente, a concessão da ordem para que se determine a cassação do decreto prisional.

É o relatório suficiente. Decido.Esse o teor da ementa do acórdão ora atacado:“PROCESSUAL PENAL. HABEAS CORPUS. ASSOCIAÇÃO AO

TRÁFICO DE ENTORPECENTES, LAVAGEM DE DINHEIRO, CORRUPÇÃO ATIVA E PASSIVA E FORMAÇÃO DE QUADRILHA. ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA. TRANCAMENTO DA AÇÃO PENAL POR FALTA DE JUSTA CAUSA. INÉPCIA DA DENÚNCIA. INTERCEPTAÇÕES TELEFÔNICAS. RENOVAÇÃO. POSSIBILIDADE. NULIDADE. NÃO OCORRÊNCIA. PRISÃO PREVENTIVA. MODUS OPERANDI E PERICULOSIDADE DOS AGENTES. SEGREGAÇÃO CAUTELAR DEVIDAMENTE JUSTIFICADA NA GARANTIA DA ORDEM PÚBLICA, CONVENIÊNCIA DA INSTRUÇÃO CRIMINAL E

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 34

APLICAÇÃO DA LEI PENAL. ART. 312 DO CPP. EXCESSO DE PRAZO PARA A FORMAÇÃO DE CULPA. COMPLEXIDADE DO FEITO (EXPEDIÇÃO DE CARTAS PRECATÓRIAS E ELEVADO NÚMERO DE RÉUS). SÚMULA 52/STJ. AUSÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. ORDEM DENEGADA.

1. O trancamento de ação penal em sede de habeas corpus reveste-se sempre de excepcionalidade, somente admitido nos casos de absoluta evidência de que, nem mesmo em tese, o fato imputado constitui crime.

2. Havendo um conjunto de indícios de que o paciente tenha cometido os crimes a ele imputados, autorizador da propositura da ação penal, não se configura inepta a denúncia que descreve, de forma pormenorizada, a conduta do paciente, bem como narra o modus operandi utilizado pela organização criminosa estabelecida, em tese, para a prática dos delitos de associação para o tráfico de entorpecentes, lavagem de dinheiro e outros conexos, cuja principal atividade consiste na comercialização de entorpecentes.

3. Segundo entendimento do Superior Tribunal de Justiça, o réu defende-se dos fatos narrados na denúncia e não da capitulação nela contida.

4. Este Superior Tribunal tem entendimento de que a interceptação telefônica não pode exceder 15 dias. Todavia, pode ser renovada por igual período, não havendo restrição legal ao número de vezes para tal renovação, se comprovada a sua necessidade.

5. A interceptação telefônica deve perdurar pelo tempo necessário à completa investigação dos fatos delituosos, devendo o lapso temporal ser avaliado motivadamente pelo Juízo sentenciante, considerando os relatórios apresentados pela polícia.

6. Não há falar em constrangimento ilegal em face de decreto preventivo que motivadamente demonstra a necessidade da prisão cautelar do paciente, policial militar, para garantia da ordem pública, na conveniência da instrução criminal e na aplicação da lei penal, fundamentado em situação concreta, qual seja, a continuidade da prática delituosa. Precedentes do STJ.

7. Eventuais condições pessoais favoráveis não garantem o direito subjetivo à revogação da custódia cautelar, quando a prisão preventiva é decretada com observância do disposto no art. 312 do Código de Processo Penal.

8. O excesso de prazo para o término da instrução criminal, segundo pacífico magistério jurisprudencial do Superior Tribunal de Justiça, deve ser aferido dentro dos limites da razoabilidade, considerando circunstâncias excepcionais que venham a retardar a instrução criminal e não se restringindo à simples soma aritmética de prazos processuais.

9. Tratando-se de ação penal complexa, com grande número de réus denunciados e a necessidade de expedição de cartas precatórias, justifica-se a exasperação do prazo na conclusão da instrução criminal.

10. O inciso XLIII do art. 5º da Constituição Federal estabelece que o tráfico ilícito de entorpecentes constitui crime inafiançável.

11. Não sendo possível a concessão de liberdade provisória com fiança, com maior razão é a não concessão de liberdade provisória sem fiança.

12. A vedação imposta pelo art. 2º, II, da Lei 8.072/90 é fundamento suficiente para o indeferimento da liberdade provisória (HC 76.779/MT, Rel. Min. FELIX FISCHER, DJ de 4/4/08).

13. A Lei 11.343/06, expressamente, fez constar que o delito de tráfico de drogas é insuscetível de liberdade provisória.

14. Ordem denegada” (fls. 35-36).Tenho afirmado reiteradamente que a possibilidade da concessão de

medida liminar em habeas corpus, se dá de forma excepcional, em casos em que se demonstre, de modo inequívoco, dada a natureza do próprio pedido, a presença dos requisitos autorizadores da medida.

Na espécie, a prestação jurisdicional havida, na análise perfunctória que se faz possível nessa fase do processo, não permite identificar as excepcionais hipóteses autorizadoras da liminar.

Além disso, é importante frisar que a Lei 11.343/2006, em seu art. 44, veda a liberdade provisória. Ademais, em situação que também envolvia pedido de liberdade em caso de tráfico ilícito de entorpecentes, tive a oportunidade de me manifestar no seguinte sentido:

“Os pacientes foram denunciados pela prática, em tese, dos crimes tipificados no art. 33 da Lei 11.343/2006 – tráfico ilícito de drogas – (fls. 27-29), cujo art. 44 dispõe, expressamente, ser vedada a liberdade provisória naquelas hipóteses típicas de conteúdo variado.

Em que pese o tráfico ilícito de drogas ser tratado como equiparado a hediondo, a Lei 11.343/2006 é especial e posterior àquela – Lei 8.072/90. Por essa razão, a liberdade provisória viabilizada aos crimes hediondos e equiparados pela Lei 11.464/2007 não abarca, em princípio, a hipótese de tráfico ilícito de drogas. Ausente, portanto, neste juízo preliminar e provisório, o fumus boni iuris.

Cito as seguintes decisões monocráticas nas quais foram indeferidas as medidas liminares deduzidas em situações semelhantes: HC 92.243/GO, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ 20/8/2007; HC’s 91.550/SP e 90.765/SP, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ’s 31/5/2007 e 02/4/2007, respectivamente.

Isso posto, indefiro a medida liminar” (HC 92.723/GO, DJ de 18/10/2007).

Por fim, o pedido liminar tem natureza satisfativa e deverá ser examinado oportunamente pela Turma, por ocasião do julgamento do próprio mérito da impetração.

Ante o exposto, indefiro a medida liminar. Solicitem-se informações ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio de

Janeiro. Ouça-se, após, o Procurador-Geral da República.Publique-se.Brasília, 12 de novembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

HABEAS CORPUS 101.504 (189)ORIGEM : HC - 101504 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOPACTE.(S) : MÔNICA CRISTINA CANTEIROIMPTE.(S) : EZEQUIEL BERGGRENCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 152.227/SP EM TRAMITAÇÃO NO

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DESPACHOHABEAS CORPUS – INFORMAÇÕES.1.Corrijam a autuação, para constar como coator o relator do Habeas

Corpus nº 152.227/SP, em tramitação no Superior Tribunal de Justiça.2.Com a inicial não veio a cópia das seguintes peças: o mandado de

prisão devidamente cumprido e a notícia do estágio atual do Processo-Crime nº 1514/2009, em curso no Juízo da 2ª Vara Criminal da Comarca de Americana/SP. À míngua de elementos, não se pode apreciar o pleito de concessão de medida acauteladora.

3.Solicitem informações ao Superior Tribunal de Justiça, ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e ao Juízo Criminal.

4.Ao impetrante, para, querendo, antecipar-se quanto à providência.5.Publiquem.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

HABEAS CORPUS 101.506 (190)ORIGEM : HC - 101506 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. ELLEN GRACIEPACTE.(S) : FERNANDA JAQUELINE DA SILVAPACTE.(S) : ADRIANA DA SILVAIMPTE.(S) : WILLEY LOPES SUCASAS E OUTRO(A/S)COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 143979 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

1.Trata-se de habeas corpus com pedido de medida liminar impetrado contra julgamento colegiado da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça proferido no HC 143.979/SP.

Narram os impetrantes que as pacientes foram condenadas pela prática de tráfico ilícito de entorpecentes, havendo transitada em julgado a sentença condenatória.

Informam que à época do oferecimento da denúncia vigorava a Lei 10.409/02. Asseveram que não foi observado o rito da referida lei, especialmente o que previa seu art. 38, de modo que as pacientes não foram intimadas para apresentar defesa preliminar antes do recebimento da denúncia.

Alegam, em síntese, que na espécie houve violação ao princípio do devido processo legal e ao direito de ampla defesa das pacientes, o que teria acarretado a nulidade do feito.

Assim, requerem o provimento de medida liminar, para que sejam suspensos os efeitos da decisão condenatória, evitando o cumprimento do mandado de prisão expedido contra as pacientes, até o julgamento deste writ. No mérito, requerem a confirmação da medida, com a declaração da nulidade absoluta do processo, desde o recebimento da denúncia.

2.O acórdão atacado, de relatoria da Ministra Laurita Vaz, está assim ementado:

“HABEAS CORPUS. PROCESSUAL PENAL. TRÁFICO ILÍCITO DE DROGAS. INOBSERVÂNCIA DO RITO PROCEDIMENTAL ESTABELECIDO PELA LEI N.º 10.409/02. AUSÊNCIA DE DEFESA PRELIMINAR. AUSÊNCIA DE ARGÜIÇÃO TEMPESTIVA DA NULIDADE RELATIVA EM DEFESA PRÉVIA E EM ALEGAÇÕES FINAIS. ANULAÇÃO AB INITIO DA AÇÃO PENAL. IMPOSSIBILIDADE.

1. A douta maioria dos membros da Quinta Turma desta Corte, revendo a anterior posição, passou a entender que a inobservância do rito procedimental traçado no art. 38 da Lei 10.409/02 gera nulidade relativa, que deve ser argüida até as alegações finais, sob pena de preclusão.

2. Uma vez que a Defesa não se insurgiu contra o descumprimento do rito estabelecido pela Lei n.º 10.409/2002, com prontidão, durante o curso da ação penal, conforme se depreende da leitura das petições de defesa prévia e de alegações finais, além de não ter sido demonstrado o efetivo prejuízo, não há como reconhecer a pretendida nulidade.

3. Ordem denegada.”Com efeito, da leitura da decisão impugnada na inicial, verifico que o

ato se encontra devidamente motivado, apontando as razões de convencimento do órgão julgador.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 35

3.Ademais, ressalto que, para fins de apreciação do pedido de medida liminar, é necessário avaliar se o acórdão atacado teve o condão de caracterizar patente constrangimento ilegal. Na hipótese dos autos, as razões do aresto hostilizado mostram-se relevantes e, num primeiro exame, sobrepõem-se aos argumentos lançados no writ.

4.Desse modo, não vislumbro a presença do requisito do fumus boni iuris para a concessão da tutela pleiteada.

5.Ante o exposto, indefiro a liminar.6.Estando os autos devidamente instruídos, colha-se a manifestação

da Procuradoria-Geral da República.Publique-se.Brasília, 16 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

HABEAS CORPUS 101.512 (191)ORIGEM : HC - 101512 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIPACTE.(S) : PAULO ROBERTO BINOTTI DE SOUZAPACTE.(S) : REINALDO LÂNGARO BALOTINIMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES) : RELATORA DO HABEAS CORPUS Nº 113451 DO

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

Trata-se de habeas corpus, com pedido de medida liminar, impetrado pela Defensoria Pública da União em favor de PAULO ROBERTO BINOTTI DE SOUSA e REINALDO LÂNGARO BALOTIN, no qual aponta como autoridade coatora a Ministra Relatora do HC 113.451/RS, do Superior Tribunal de Justiça.

A inicial narra, em suma, que a Defensoria Pública estadual, em 8/8/2008, impetrou habeas corpus no STJ em favor dos ora pacientes, com objetivo de fossem reduzidas as suas penas, tendo em vista o disposto no art. 33, § 4º da Lei 11.343/2006.

Alegam, em síntese, que até esta data não houve julgamento de mérito do mencionado writ, o que configuraria ilegalidade passível de correção por meio deste mandamus.

Decido.Não há pedido de medida liminar a ser apreciado.Solicitem-se informações. Após, ouça-se o Procurador-Geral da

República.Publique-se.Brasília, 12 de novembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

HABEAS CORPUS 101.522 (192)ORIGEM : PROCESSO - 024081779159 - JUIZ DE DIREITOPROCED. : MINAS GERAISRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEPACTE.(S) : ALEX DE OLIVEIRAIMPTE.(S) : ALEX DE OLIVEIRACOATOR(A/S)(ES) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS

GERAISCOATOR(A/S)(ES) : JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CRIMINAL DA COMARCA

DE BELO HORIZONTE

1. Trata-se de habeas corpus em que se aponta como autoridades coatoras o Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais e o Juiz de Direito da 5ª Vara Criminal da Comarca de Belo Horizonte (fls. 02-03).

2. O Supremo Tribunal Federal não possui competência para apreciar o presente writ, uma vez que as autoridades apontadas como coatoras na inicial não se encontram no rol inscrito no art. 102, I, alíneas d e i, da Constituição Federal.

3. Ante o exposto, sendo manifesta a incompetência desta Corte, não conheço do presente habeas corpus (RISTF, art. 21, § 1º, e art. 38 da Lei 8.038). Encaminhem-se os autos ao Superior Tribunal de Justiça, independentemente de prévia publicação, dada a natureza do pedido.

Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

HABEAS CORPUS 101.525 (193)ORIGEM : HC - 101525 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SERGIPERELATORA :MIN. ELLEN GRACIEPACTE.(S) : ANTONIO CARLOS DA MOTAIMPTE.(S) : MARCOS SANTOSCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 110.757 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

1.Trata-se da habeas corpus com pedido de liminar impetrado em que

se aponta como autoridade coatora o relator do HC 110.757/SE, aforado no Superior Tribunal de Justiça.

Narra a inicial que o paciente encontra-se custodiado na Comarca de Nossa Senhora do Socorro/SE à espera de julgamento. Alega excesso de prazo na prisão processual, ausência de fundamentação para decretação da prisão preventiva e possibilidade de extensão ao paciente da decisão que concedeu liberdade provisória aos demais co-réus.

Requer o provimento liminar da ordem de habeas corpus, com a expedição imediata de alvará de soltura em favor do paciente. No mérito, pugna pela confirmação de medida.

2.A decisão ora atacada, da lavra do Ministro Felix Fischer, possui o seguinte teor:

“As alegações trazidas na impetração estão superadas.Segundo informações constantes no sítio oficial do e. Tribunal de

Justiça do Estado de Sergipe, em sessão de julgamento realizada em 16/09/2008, a ordem objeto da presente impetração foi apreciada pelo Colegiado, tendo sido concedido o writ para determinar expedição de alvará de soltura em favor do paciente Antônio Carlos da Mota. Já quanto à Charlene Maria de Siqueira o habeas corpus foi julgado prejudicado uma vez que a paciente já teria sido posta em liberdade em razão de decisão anteriormente proferida no julgamento do HC nº 519/2008.

Eis o teor do v. julgado:"HABEAS CORPUS - ALEGAÇÃO DE EXCESSO DE PRAZO -

DEMORA ÚNICA E EXCLUSIVA DO ESTADO JUIZ NA CONCLUSÃO DO PROCESSO - PRINCÍPIO DA RAZOABILIDADE QUE MILITA EM FAVOR DOS PACIENTES - CONSTRANGIMENTO ILEGAL - CARACTERIZAÇÃO - PACIENTE JÁ EM LIBERDADE - ORDEM LIBERATÓRIA PREJUDICADA - PERDA DO OBJETO. Não havendo justificativas para a demora na conclusão instrutória da ação penal, tem cabimento a alegação de excesso de prazo que vem a configurar constrangimento ilegal. Pacientes presos há mais de 01 (um) ano sem a realização dos devidos interrogatórios. Não há qualquer justificativa do referido atraso, razão pela qual não pode ser considerado razoável, sendo atribuível exclusivamente ao Estado-Juiz, não podendo a paciente suportar presa a demora excessiva e injustificada. O princípio da razoabilidade, que nesta Corte tem sido utilizado para afastar a existência de constrangimento ilegal em feitos complexos, no presente caso milita a favor da ré. Constrangimento caracterizado. ORDEM DE HABEAS CORPUS CONCEDIDA EM FAVOR DOS PACIENTES ANTÔNIO CARLOS DA MOTA E DOUGLAS NEVES DOS SANTOS, PREJUDICADO O PLEITO NO QUE TANGE À PACIENTE CHARLENE MARIA DE SIQUEIRA, JÁ EM LIBERDADE . DECISÃO UNÂNIME".

Dessa forma, é de rigor reconhecer que o presente writ perdeu seu objeto.

Neste sentido, v.g.:"HABEAS CORPUS. OPERAÇÃO CAÇA-NÍQUEIS. FORMAÇÃO DE

QUADRILHA. ALEGAÇÃO DE EXCESSO DE PRAZO NA MANUTENÇÃO DA CUSTÓDIA CAUTELAR. PRISÃO PREVENTIVA REVOGADA PELO TRIBUNAL FEDERAL DA 2ª REGIÃO NO CURSO DO JULGAMENTO DESTE WRIT. PEDIDO PREJUDICADO.”

(HC 92.099/RJ, 6ª Turma, Rel. Ministro Paulo Gallotti, DJU de 23/06/2008).

Ante o exposto, julgo o writ prejudicado.”Da análise da decisão atacada, verifico que não há mais

constrangimento ilegal a ser sanado no presente writ.3.Desse modo, fica evidente a perda de objeto do presente habeas

corpus, razão por que o julgo prejudicado (RISTF, art. 21, IX).Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

HABEAS CORPUS 101.533 (194)ORIGEM : HC - 101533 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEPACTE.(S) : SERGIO DAVI PINTO AGUIRREIMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

1.Trata-se de habeas corpus impetrado contra julgamento colegiado proferido pela 5ª Turma do Superior Tribunal de Justiça, que deu provimento ao REsp 1.112.242/RS “para reconhecer a aplicação da majorante do emprego de arma, devendo o e. Tribunal a quo realizar nova dosimetria da pena” (fl. 116).

O paciente foi condenado à pena de 08 (oito) anos de reclusão pela prática do crime previsto no art. 157, § 2º, I e II, na forma do art. 29, ambos do Código Penal (fl. 37).

Contra essa sentença condenatória, as partes interpuseram apelação criminal ao Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, que deu parcial provimento ao recurso para excluir a majorante do emprego de arma e, por conseguinte, reduzir a pena do paciente para 5 (cinco) anos e 8 (oito) meses de reclusão (fls. 43-52).

Inconformado, o Ministério Público Estadual interpôs o mencionado

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 36

REsp 1.112.242/RS ao Superior Tribunal de Justiça. Argumenta a impetrante, em síntese: a) “impossibilidade de

majoração do delito de roubo em virtude da ausência de apreensão da arma” (fl. 04); b) “não foi apreendida arma de fogo alguma e o acréscimo do art. 157, § 2º, CP, justificou-se tão somente no depoimento das vítimas” (fl. 04); c) indispensabilidade da perícia técnica que afere a potencialidade lesiva da arma (fl. 05).

Requer a concessão de provimento liminar, “com o conseqüente expurgo da aplicação do § 2º do art. 157” (fl. 06).

2.O Superior Tribunal de Justiça deu provimento ao REsp 1.112.242/RS, rel. Min. Felix Fischer, DJ 26.10.2009, assim ementado:

“PENAL. RECURSO ESPECIAL. ROUBO MAJORADO. EMPREGO DE ARMA. CONFIGURAÇÃO. NÃO APREENSÃO. ART. 167 DO CPP.

I – O exame de corpo de delito direto, por expressa determinação legal, é indispensável nas infrações que deixam vestígios, podendo apenas supletivamente ser suprido pela prova testemunhal quando tenham estes desaparecidos, ex vi do art. 167 do Código de Processo Penal.

II – Esse entendimento deve ser aplicado no que concerne à verificação de ocorrência ou não da majorante do emprego de arma no crime de roubo, caso contrário o cancelamento da Súmula 174 do STJ seria, em boa parte, inócuo.

III – Na hipótese dos autos, não tendo sido possível a apreensão da arma de fogo, a prova testemunhal reunida no processo supre a realização do exame de corpo de delito, autorizando a aplicação da majorante do emprego de arma de fogo, nos termos do art. 167 do CPP.

Recurso provido.” (Fl. 117). Com efeito, da leitura do acórdão impugnado na inicial, verifico que o

ato se encontra devidamente motivado, apontando as razões de convencimento da Corte no sentido de reconhecer, no caso, a majorante do emprego de arma de fogo.

3. Ressalto que, para fins de apreciação do pedido de medida liminar, é necessário avaliar se o acórdão atacado teve o condão de caracterizar patente constrangimento ilegal. Na hipótese dos autos, as razões do aresto hostilizado mostram-se relevantes e, num primeiro exame, sobrepõem-se aos argumentos lançados no writ.

4. Desse modo, não vislumbro a presença do requisito do fumus boni iuris para a concessão da tutela pleiteada.

5. Verifico, ao fim, que a liminar pleiteada possui natureza nitidamente satisfativa, posto que se confunde com o próprio mérito da impetração.

6. Ante o exposto, indefiro o pedido de liminar. Colha-se a manifestação da Procuradoria-Geral da República.

Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

HABEAS CORPUS 101.536 (195)ORIGEM : HC - 101536 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. ELLEN GRACIEPACTE.(S) : GILBERTO DIAS GALVÃOIMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 117071 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

1. Trata-se de habeas corpus impetrado contra conduta omissiva do Relator do HC 117.071/SP, Ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça.

Narra a inicial que, “devido à demora no julgamento da presente ação constitucional, a Defensoria Pública da União, na data de 29/06/2009, protocolou petição para solicitar preferência no julgamento do feito, todavia, até a presente data ainda não houve a necessária prestação jurisdicional” (fl. 03).

Requer a impetrante a concessão da ordem de habeas corpus, para que seja determinado o imediato julgamento do writ (fl. 11).

2. Solicitem-se, com urgência, informações à Relatora do HC 117.071/SP, Ministra Laurita Vaz, do Superior Tribunal de Justiça, acerca das eventuais circunstâncias que ensejam a demora do julgamento da mencionada impetração. Após, retornem os autos conclusos.

Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

HABEAS CORPUS 101.547 (196)ORIGEM : HC - 101547 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. ELLEN GRACIEPACTE.(S) : AURÉLIO FRANCISCO DE LIMAIMPTE.(S) : LUIZ TOMÁZ DIONÍSIOCOATOR(A/S)(ES) : JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÃO CRIMINAL

DA COMARCA DE TUPÃ

1. Examinando os autos do presente writ, verifico que a decisão ora hostilizada foi proferida pelo Juiz de Direito da Vara de Execução Criminal da Comarca de Tupã (fl. 02).

2. O Supremo Tribunal Federal não possui competência para apreciar o presente writ, uma vez que a autoridade coatora não se encontra no rol inscrito no art. 102, I, alíneas d e i, da Constituição Federal.

3. Ante o exposto, sendo manifesta a incompetência desta Corte, não conheço do presente habeas corpus (RISTF, art. 21, § 1º; e art. 38 da Lei 8.038). Encaminhem-se os autos ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, independentemente de prévia publicação, dada a natureza do pedido.

Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

HABEAS CORPUS 101.549 (197)ORIGEM : HC - 101549 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOPACTE.(S) : PAULA DA SILVA PEDRAIMPTE.(S) : FELIPE AUGUSTO DE GÓES DOS SANTOS MELOCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 134348 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

DESPACHOHABEAS CORPUS – DILIGÊNCIA.1.Oficiem ao Juízo de Direito da Vara Criminal da Comarca de Macaé/

RJ, visando a obter informações a respeito da tramitação da Ação Penal nº 2009.028.002076-0, devendo ser remetida a esta Corte cópia da sentença eventualmente proferida.

2.Ao impetrante, para, querendo, antecipar-se quanto à notícia.3.Publiquem.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

HABEAS CORPUS 101.552 (198)ORIGEM : HC - 101552 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIPACTE.(S) : CÉLIO SOUZA BRAGAIMPTE.(S) : CRISTIANE KÉRCIA FERREIRA DIAS

DECISÃOVistos.Habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado pela advogada

Cristiane Kércia Ferreira Dias em favor de Célio de Souza Braga. Sem apontar, objetivamente, qual seria a autoridade coatora, indica o Juízo de Direito da Comarca de Contagem/MG.

Examinados os autos, decido.Há óbice jurídico-processual para o conhecimento desta impetração.Ocorre que o Supremo Tribunal Federal não é competente para

processar e julgar habeas corpus impetrado contra suposto ato de Juiz 1º Grau, não tendo o impetrante/paciente, no caso presente, foro privilegiado nesta Suprema Corte para efeito de ações penais por crimes comuns ou de responsabilidade (art. 102, inciso I, alíneas “d” e “i”, da Constituição Federal).

Ante o exposto, nos termos do art. 21, § 1º, do Regimento Interno desta Suprema Corte, não conheço do presente habeas corpus e determino a remessa dos autos ao Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais para decidir como entender cabível (HC nº 96.889/MG-AgR, Primeira Turma, Relator o Ministro Menezes Direito, DJ de 20/3/09).

Publique-se.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

HABEAS CORPUS 101.559 (199)ORIGEM : HC - 101559 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : ACRERELATORA :MIN. ELLEN GRACIEPACTE.(S) : SEBASTIÃO MOREIRA DE CARVALHOIMPTE.(S) : VALDIR PERAZZO LEITECOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HABEAS CORPUS Nº 150277 DO

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

1. Trata-se de habeas corpus impetrado contra decisão monocrática que indeferiu pedido de liminar do writ anteriormente aforado perante o Superior Tribunal de Justiça (HC 150.277/AC).

Narra a inicial que o paciente foi denunciado pela suposta prática do crime previsto no art. 157, § 2º, I e II, do Código Penal. O Juiz de Direito da 2ª Vara Criminal da Comarca de Rio Branco absolveu o réu por não existir prova suficiente para a condenação.

Assim, o Ministério Público do Estado do Acre interpôs a respectiva apelação criminal ao Tribunal de Justiça do Estado do Acre, que deu

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 37

provimento parcial ao recurso, para condenar o paciente à pena de 08 (oito) anos e 03 (três) meses de reclusão.

Contra tal decisão, a defesa do paciente impetrou o HC 150.277/AC ao Superior Tribunal de Justiça, que indeferiu o pedido de liminar.

Argumenta o impetrante, em síntese: a) cerceamento de defesa, uma vez que o defensor dativo deixou de apresentar contra-razões ao recurso interposto pelo Parquet; b) ilegalidade da nomeação do advogado dativo, pois o Estado do Acre possui Defensoria Pública organizada; c) o paciente indefeso não foi intimado da apelação do Ministério Público; d) o defensor dativo não foi intimado do acórdão condenatório; e) possibilidade de abrandamento da Súmula 691/STF.

Requer, ao fim, a concessão de provimento liminar, para determinar o relaxamento da prisão ilegal, “fundada num título absolutamente nulo” (fl. 13).

2. A decisão impugnada pelo presente habeas corpus, da lavra do Ministro Napoleão Nunes Maia Filho, do Superior Tribunal de Justiça, assentou que:

“A concessão de tutela de eficácia imediata (liminar) em Habeas Corpus constitui medida de extrema excepcionalidade, somente admitida nos casos em que demonstrada de forma manifesta a necessidade e urgência da ordem, bem como o abuso de poder ou a ilegalidade do ato impugnado.

Na hipótese vertente, tais circunstâncias não restaram evidenciadas de plano, razão pela qual INDEFIRO, por agora, o pedido de provimento emergencial postulado.” (Fl. 123).

3. Vale frisar que o rigor na aplicação da Súmula 691/STF – segundo a qual “Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar” – tem sido abrandado por julgados desta Corte apenas em hipóteses excepcionais de flagrante ilegalidade ou abuso de poder na denegação da tutela de eficácia imediata. Nesses termos, enumero as decisões colegiadas: HC 84.014/MG, 1ª Turma, unânime, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ de 25.06.2004; HC 85.185/SP, Pleno, por maioria, Rel. Min. Cezar Peluso, DJ de 1º.09.2006; e HC 88.229/SE, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, maioria, julgado em 10.10.2006.

4. Contudo, não vislumbro a presença de qualquer um dos pressupostos que autorizam o afastamento da orientação contida na Súmula 691/STF, sob pena de supressão de instância.

5. Ante o exposto, indefiro liminarmente o presente writ.Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

HABEAS CORPUS 101.571 (200)ORIGEM : HC - 101571 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIPACTE.(S) : JUSCELINO CRUZ DE ARAÚJOIMPTE.(S) : MARCO AURÉLIO DAHERCOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃOVistos.Habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado pelo advogado

Marco Aurélio Daher em favor de Juscelino Cruz de Araújo, investigado por suposta autoria mediata do crime de homicídio, buscando a revogação da prisão temporária decretada contra o paciente.

Aponta como autoridade coatora o Ministro Felix Fisher, do Superior Tribunal de Justiça, que indeferiu a liminar no HC nº 147.596/RJ.

O impetrante sustenta, inicialmente, violação do princípio do juiz natural, em virtude de o juízo de 1º Grau ser incompetente para processar e julgar eventual ação penal contra o paciente, por ser detentor do cargo de Vereador Municipal, o que lhe garante o foro por prerrogativa de função no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, segundo prevê a Constituição estadual.

Alega, ainda, ausência de fundamentos concretos da prisão cautelar, pois a “prisão temporária [foi] fundamentada em dois depoimentos, ambos desmentidos na Ação Cautelar de Produção Antecipada de Prova, em audiência no dia 27 de agosto do presente ano” (fl. 3 – grifos no original).

Ao final, requer, liminarmente, “A EXPEDIÇÃO DE ALVARÁ DE SOLTURA DO PACIENTE QUE SE ENCONTRA PRESO NA CASA DE CUSTÓDIA DE CAMPOS DE GOYTACAZES (...)” (fl. 17 – grifo no original). No mérito, pede “a concessão definitiva da Ordem em favor do paciente, para que o mesmo responda em liberdade (...)” (fl. 17).

Examinados os autos, decido.O presente habeas corpus volta-se, segundo o impetrante, contra

decisão indeferitória de liminar proferida pelo Ministro Felix Fischer, do Superior Tribunal de Justiça, Relator do HC nº 147.596/RJ (fl. 2).

Contudo, a impetração não foi instruída com a cópia da decisão ora questionada, o que impede a análise do alegado constrangimento ilegal supostamente praticado por aquela Corte. Ademais, a Secretaria desta Corte Suprema informou, à folha 46, que “o HC 147 596 informado pelo impetrante às fls. 02, não corresponde ao HC do paciente no Superior”.

Ante o exposto, solicitem-se informações à autoridade impetrada.Publique-se.

Brasília, 16 de novembro de 2009.Ministro DIAS TOFFOLI

Relator

HABEAS CORPUS 101.572 (201)ORIGEM : HC - 101572 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SANTA CATARINARELATORA :MIN. ELLEN GRACIEPACTE.(S) : ALBERTINA MARTINS DE MEDEIROSIMPTE.(S) : ALIATAR FARIAS DE MEDEIROSCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 152.408 DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

1. Trata-se de habeas corpus impetrado contra decisão monocrática que indeferiu pedido de liminar do writ anteriormente aforado perante o Superior Tribunal de Justiça (HC 152.408/SC).

A paciente foi presa e denunciada pela suposta prática do crime previsto no art. 33 da Lei 11.343/2006. O Juiz de Direito da 2ª Vara Criminal da Comarca de Urussanga/SC indeferiu o pedido de liberdade provisória.

Contra tal decisão impetrou-se habeas corpus ao Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina, que denegou a ordem pleiteada. Irresignada, a defesa impetrou o referido HC 152.408/SC perante o Superior Tribunal de Justiça. O pedido de liminar foi indeferido pelo eminente Ministro Haroldo Rodrigues (Desembargador convocado do TJCE).

Alega o impetrante, em síntese: a) possibilidade de abrandamento da Súmula 691/STF; b) ausência de materialidade do crime; c) existência de circunstâncias favoráveis à paciente, como possuir residência fixa, ocupação lícita e bons antecedentes; d) nulidade da prisão da paciente; e) nulidade da busca e apreensão; f) inexistência dos pressupostos autorizadores da segregação cautelar; g) possibilidade de concessão de liberdade provisória ou, ainda, da prisão domiciliar.

Nesses termos, requer a concessão de provimento liminar, para determinar a liberdade provisória da paciente ou sua prisão domiciliar (fl. 68).

2. A decisão impugnada pelo presente habeas corpus, da lavra do Ministro Haroldo Rodrigues (Desembargador convocado do TJCE), assentou que:

“Cuida-se de habeas corpus impetrado em favor de Albertina Martins de Medeiros, presa em flagrante pela prática do crime de tráfico de drogas, apontando-se como autoridade coatora o Tribunal de Justiça de Santa Catarina, no qual se busca a liberdade provisória da paciente.

A liminar, na via eleita, não tem previsão legal, sendo criação da jurisprudência para casos em que a urgência, necessidade e relevância da medida se mostrem evidenciadas de forma indiscutível na própria impetração e nos elementos de prova que a acompanham.

No caso, o constrangimento não se mostra com a nitidez imprimida na inicial, estando a exigir um exame mais detalhado dos elementos de convicção carreados aos autos, o que ocorrerá por ocasião do julgamento definitivo.

Ante o exposto, indefiro a liminar.” (fl. 124).3. Vale frisar que o rigor na aplicação da Súmula 691/STF – segundo

a qual “Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar” – tem sido abrandado por julgados desta Corte apenas em hipóteses excepcionais de flagrante ilegalidade ou abuso de poder na denegação da tutela de eficácia imediata. Nesses termos, enumero as decisões colegiadas: HC 84.014/MG, 1ª Turma, unânime, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ de 25.06.2004; HC 85.185/SP, Pleno, por maioria, Rel. Min. Cezar Peluso, DJ de 1º.09.2006; e HC 88.229/SE, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, maioria, julgado em 10.10.2006.

4. Contudo, não vislumbro a presença de qualquer um dos pressupostos que autorizam o afastamento da orientação contida na Súmula 691/STF, sob pena de supressão de instância.

5. Além disso, oportuna a transcrição de excertos do acórdão proferido pela Corte Estadual de Santa Catarina:

“(...).... não há qualquer prova ou indício de que os policiais federais

responsáveis pela apreensão do entorpecente tenham induzido ou instigado a paciente a mantê-lo em depósito ou mesmo a trazê-lo consigo até o local de sua prisão. Ademais, o crime, em tese, foi praticado pela paciente e é de natureza permanente. Logo, não há que se cogitar em nulidade do auto de sua prisão, nem sequer na ocorrência de flagrante preparado.

(...).Da análise do auto de prisão em flagrante (fls. 2/15 dos autos

apensos), verifica-se que foram observados perfeitamente os ditames estabelecidos no art. 50 da Lei de Drogas. Ademais, o auto de prisão foi devidamente homologado pelo Juiz de Primeiro Grau, em cujo ato foi analisada e confirmada a legalidade da custódia (fl. 45 dos autos apensos), situação que sana eventual irregularidade ocorrida no flagrante.

(...).Alega o impetrante que a paciente foi coagida pelos policiais federais

a consentir no seu ingresso em sua residência. Consoante obtemperado pelo d. Procurador de Justiça, Dr. Jobél Braga de Araújo, não há comprovação de tal alegação (fl. 72). Cediço que o habeas corpus não admite dilação probatória, razão pela qual não se conhece do pedido.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 38

(...).No caso em comento, analisando o laudo constante à fl. 13 (dos

autos apensos), percebe-se que está perfeitamente de acordo com o preceito legal mencionado, porquanto, em que pese não ter sido firmado por perito oficial, foi subscrito por agentes da polícia federal, nomeados e compromissados, cuja idoneidade é presumida.

Registre-se que os profissionais que exararam o laudo atestaram que o material submetido a exame são “15 frascos de comprimido indicando no rótulo conter 30 (trinta) comprimidos com inscrição dizendo conter 60 (sessenta) cápsulas da substância Cloreto de Potássio, Rhamunus, Purshiana, Cavalinha, Chiorella”, além de “(01) um frasco de comprimidos com inscrição dizendo conter 60 (sessenta) cápsulas da substância Faseolamina e Maracujá-Açu”. Tais mediamentos, segundo atestado, contém substâncias ativas proscritas, uma vez que estão elencadas na Portaria da ANVISA/MS n. 344/98, Lista B 2. Portanto, como se estupefacientes fossem.

Assim, cuida-se de substâncias tóxicas que, em princípio, enquadram-se como capazes de causar dependência física e/ou psíquica, e seu uso é estritamente controlado em todo território nacional.

(...).Assim, porque o laudo de constatação está estritamente em

conformidade com os ditames legais estabelecidos para a espécie, apresentando-se suficiente à deflagração da ação penal, não há como sustentar-se a tese de nulidade do auto de prisão em flagrante.

(...).A propósito, ainda que o impetrante alegue que o laudo citado é nulo,

importa frisar que a materialidade delitiva também se evidencia pelos boletins de ocorrência (fls. 23/24 dos autos apensos) e pelo termo de apreensão da substância entorpecente (fls. 10/11 dos autos apensos). Os indícios de autoria, ademais, também são veementes, em especial pela circunstância de a infratora ter sido presa em situação de flagrância.

(...).Na hipótese, observa-se que a manutenção da prisão preventiva –

além da comprovação da materialidade e indícios suficientes de autoria, já referidos – calcou-se na garantia da ordem pública.

Com efeito, ao indeferir o pedido de liberdade provisória, além da vedação constante no art. 44 da Lei n. 11.343/06, justificou a digna Magistrada, verbis:

“[...] analisando o feito sob a ótica dos pressupostos e condições que ensejam a manutenção da prisão oriunda em flagrante delito, diante da presença dos requisitos da prisão preventiva, mormente o da manutenção da ordem pública, vez que a própria acusada admitiu que vendia ditos medicamentos para suas amigas, sem qualquer indicação médica para autorização de tal uso, denota-se inviável a liberdade provisória [...].

Diante do exposto, reunidos elementos autorizadores da prisão preventiva da acusada (quantidade de medicamento apreendido em poder da mesma, falsificação das receitas médicas, confissão de venda de dita substância, circunstâncias que acabam por evidenciar, num Juízo de plausibilidade, o tráfico), INDEFIRO o pedido de relaxamento de flagrante e liberdade provisória” (fls. 167/169).

(...).Qualquer juízo de valoração acerca da materialidade e/ou autoria do

delito, nesse momento, redundaria na análise precipitada do mérito da demanda, o que é inviável quando se está diante de uma verificação superficial sobre os elementos em que se embasam as alegações do impetrante (STF, HC n. 84.908/RJ, rel. Min. Celso de Mello, j. em 1/2/05).

(...).Muito embora não faça parte do requerimento a prisão domiciliar da

paciente, há notícia nos autos de sua saúde precária.No caso em análise, embora haja a comprovação da doença que

sofre a paciente, deixou de juntar aos autos qualquer documento médico que indicasse as circunstâncias pelas quais necessitaria de tratamento especial que não pudesse ser oferecido ou providenciado pelo estabelecimento penal onde está segregada.

(...).Assim, não prospera a irresignação implícita do impetrante.De resto, a manutenção da prisão cautelar, por decisão

fundamentada, não constitui afronta ao princípio constitucional da presunção de inocência, ainda que a acusada seja primária, de bons antecedentes, e possua trabalho e residência fixa, conforme precedente deste Tribunal...

Ante o exposto, decide a Câmara, por unanimidade de votos, conhecer parcialmente a ordem de habeas corpus, denegando-a.” (Fls. 301-309).

6.Com efeito, o magistrado de primeira instância fundamentou suficientemente a decisão, já que, diante do conjunto probatório dos autos da ação penal, a manutenção da custódia cautelar se justifica para a garantia da ordem pública, nos termos do art. 312 do Código de Processo Penal.

7.Ademais, nos termos dos arts. 5º, XLIII, da Constituição Federal, e 44, caput, da Lei 11.343/06, o crime de tráfico ilícito de drogas não admite a concessão de liberdade provisória (HC 93.302, rel. Min. Cármen Lúcia, DJ 17.12.2007; HC 92.723, rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJ 18.10.2007; HC 91.303, rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 22.05.2007; e HC 89.089, rel. Min. Carlos Britto, DJ 01.06.2007).

8. Acrescento, ao fim, que “primariedade, bons antecedentes, residência fixa e profissão lícita” são “circunstâncias que, por si sós, não

afastam a possibilidade da preventiva” (HC 84.341, rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 04.03.2005).

9. Ante o exposto, indefiro liminarmente o presente writ.Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.573 (202)ORIGEM : HC - 101573 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIPACTE.(S) : JOSÉ OTÁVIO FERREIRA VASCONCELOSIMPTE.(S) : JOÃO FRANCISCO SOARESCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 148743 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

Trata-se de habeas corpus, com pedido de medida liminar, impetrado por João Francisco Soares em favor de JOSÉ OTÁVIO FERREIRA VASCONCELOS, contra decisão do Ministro Og Fernandes do Superior Tribunal de Justiça, que indeferiu a liminar pleiteada no HC 148.743/SP.

A inicial narra que o paciente foi preso em flagrante pela prática das condutas descritas nos arts. 33, caput, 35 e 40, V, da Lei 11.343/2006.

O impetrante afirma que a Ação Penal tramitou inicialmente na Comarca de Guariba/SP, sendo a denúncia recebida e determinada a expedição de cartas precatórias para a oitiva de testemunhas.

Aduz que, posteriormente, o Juiz da 2ª Vara Federal da Comarca de São José do Rio Preto/SP solicitou a remessa dos autos àquela Vara, com fundamento no art. 82 do Código de Processo Penal. Diz, mais, que, ao tomar ciência do ofício expedido pela Justiça Federal, a Juíza da Comarca de Guariba, proferiu novo despacho afirmando que até aquela data a denúncia não havia sido recebida e, acolhendo parecer ministerial, recebeu a denúncia contra os acusados Valdivino Gomes de Brito, Celso Lopes Caldeira e José Otávio Ferreira Vasconcelos, determinando, ainda, a remessa dos autos à mencionada Vara Federal.

Informa que os réus já foram interrogados pelo Juízo da Comarca de Cravinhos/SP, por meio do sistema de “MIDIA”.

Assevera que o paciente e o corréu Celso Lopes Caldeira pediram o relaxamento da prisão em flagrante, ao argumento de que estariam sob a custódia de autoridade incompetente. Destaca que, no entanto, ainda não houve resposta quanto a esse pleito.

Segue a narrativa relatando supostas nulidades no processo criminal, entre elas, a incompetência da Juíza da Comarca de Guariba/SP.

Alega, ainda, excesso de prazo para a formação da culpa, uma vez que o paciente está preso há um ano, sem que haja previsão para a conclusão da Ação Penal.

Afirma que o paciente ostenta bons antecedentes e que tem direito à liberdade provisória, ao argumento de que possui endereço fixo, trabalho e preenche todos os requisitos do art. 310 do Código de Processo Penal.

Ao final pede a concessão de medida liminar para relaxar a prisão do ora paciente.

É o relatório suficiente. Decido.Eis o teor da decisão ora atacada:“Vistos, etc.Trata-se de habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado em

favor de José Otávio Ferreira Vasconcelos, contra decisão proferida pelo Desembargador Relator do HC-2009.03.00.026591-4, que indeferiu a liminar lá requerida.

Consta dos autos que, em 1º.11.08, o paciente, juntamente com outras pessoas, foi preso em flagrante, sendo posteriormente denunciado pela suposta prática dos crimes previstos nos artigos 33, 35 e 40, V, da Lei nº 11.343/06.

Aponta o impetrante a existência de nulidades processuais, seja por inversão na oitiva de testemunhas, seja porque algumas das testemunhas "não foram ouvidas e também não foram arroladas pelo Ministério Público Federal" (fls. 14).

Sustenta, mais, a incompetência do juízo que reconhecera a regularidade do flagrante.

Alega, ainda, estar configurado o excesso de prazo na formação da culpa.

Ao final, pleiteia, liminarmente, o deferimento de liberdade provisória. No mérito, pugna pela confirmação da medida.

Decido.Da análise dos autos, em sede de cognição sumária, não verifico

manifesta ilegalidade a ensejar o deferimento da medida de urgência, uma vez que o constrangimento não se revela de plano, impondo uma análise mais detalhada dos elementos de convicção trazidos aos autos, o que ocorrerá por ocasião do julgamento do mérito.

Ante o exposto, indefiro o pedido liminar.Solicitem-se informações à autoridade apontada coatora e também à

Vara Federal de São José do Rio Preto (Processo nº 2007.61.06.006084-7).Após, vista ao Ministério Público Federal” (fl. 523 do apenso 3).Tenho reiteradamente afirmado que a superação do teor da Súmula

691 desta Corte somente seria justificável no caso de flagrante teratologia,

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 39

ilegalidade manifesta ou abuso de poder, situações nas quais não se enquadra a decisão impugnada.

Ainda que em juízo de mera delibação, não encontro na decisão ora atacada as hipóteses antes mencionadas, aptas a justificar a superação da Súmula 691.

Ademais, a impetração volta-se, em essência, contra indeferimento de liminar em outro habeas corpus impetrado no Tribunal Regional Federal da 3ª Região, razão pela qual o conhecimento da ação importaria em dupla supressão de instância jurisdicional, o que torna inviável, desse modo, o exame desta ordem.

Diante de tal quadro, é de todo conveniente aguardar o pronunciamento definitivo das instâncias ordinárias, não sendo a hipótese de se abrir, nesse momento, a via de exceção.

Isso posto, com base no art. 38 da Lei 8.038/1990 e no art. 21, § 1º do RISTF, nego seguimento a este writ. Prejudicado o exame da medida liminar.

Arquive-se.Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.585 (203)ORIGEM : AÇÃO PENAL - 69609 - JUIZ DE DIREITOPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIPACTE.(S) : JOSEVALDO BARBOSA DA SILVAIMPTE.(S) : FRANCISCO ANTONIO NUNES DE SIQUEIRA E

OUTRO(A/S)COATOR(A/S)(ES) : JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA DISTRITAL DE FERRAZ

DE VASCONCELOS, COMARCA DE POÁ

DECISÃOVistos.Habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado pelos advogados

Francisco Antonio Nunes de Siqueira e Karim Yousif Kamal Moustafá El Nashar em favor de Josevaldo Barbosa da Silva, buscando concessão da liberdade provisória em favor do paciente.

Apontam como autoridade coatora o Ministro Arnaldo Esteves Lima, do Superior Tribunal de Justiça, que indeferiu liminarmente a petição inicial do HC nº 152.414/SP, impetrado àquela Corte.

Alegam, basicamente, o constrangimento ilegal imposto ao paciente, tendo em vista a ausência dos requisitos autorizadores da segregação cautelar. Aduzem, para tanto, que “os r. despachos que insistem em manter injustamente segregado o paciente, não merecem guarida, eis que resta demonstrado nos autos que não se encontram de forma alguma presentes os requisitos que justifiquem a sua clausura, nos termos do artigo 312 do Código de Rito, sendo que a concessão de Liberdade Provisória se faz de rigor, sem prejuízo da inobservância do inciso IX do artigo 93 da Constituição Federal, o que certamente ocorreu no presente feito” (fl. 5).

Asseveram, ainda, que “o Parágrafo único, do artigo 14, da Lei 10.826/03, tornou-se inócuo, face à consideração de sua inconstitucionalidade por esta Suprema Corte, o que deveras autoriza e exige a incontineti liberdade do paciente, pois evidenciado está que o mesmo cumpre pena provisória, e em desajuste com o regime ao final que lhe será aplicado em caso de condenação, mesmo porque em hipótese de condenação o regime não será o de segregação consoante previsão legal ”(fl. 5).

Requerem, liminarmente, a concessão de liberdade provisória ao paciente e, no mérito, a confirmação da liminar requerida (fl. 9).

Examinados os autos, decido.Narram os impetrantes, na inicial, que:“(...)1. - O paciente foi detido em flagrante delito no dia 3 de outubro do

corrente ano, pela suposta prática do ilícito penal descrito no artigo 14, da Lei 10.826/03 – Estatuto do Desarmamento, conforme, noticiam os documentos acostados aos autos, sendo inclusive denunciados nos exatos termos da nota de culpa, como se pode verificar dos documentos em frente (apenso nº 1).

2. – Ocorre, que, malgrado ao Pedido de Liberdade Provisória, postulado em 05 de outubro de 2.009 (apenso nº 3), perante a MM. 2ª Vara Distrital de Ferraz de Vasconcelos, devidamente instruído, e comprovadamente atestando a idoneidade do paciente, o juízo a quo, houve por indeferir o petitório, simplesmente acolhendo a dezarrazoada cota ministerial, exarando despacho denegatório em desconformidade com inciso IX do artigo 93 ferindo-se assim a Carta Cidadã, bem como a sistemática legal, incidindo em evidente constrangimento ilegal, eis que o paciente perfeitamente faz jus à sua liberdade (...)

...........................................................................................3. – Inconformado com o cerceamento de seu evidente direito

convencional e constitucional de ir e vir, socorreu-se o paciente do remédio heróico junto ao Egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (apenso nº 4), pleiteando em caráter liminar, a sua liberdade, aduzindo em síntese que sua permanência no cárcere frente ao estado de coisas previstos Constitucional e legalmente, não autorizam sua segregação e que mesmo em caso de possível condenação, a reprimenda exarada certamente não

comporta sua prisão, face ao ‘ilícito’ atribuido a sua pessoa.4. – Apesar do pedido formulado com o fito de lhe assegurar seu

direito de liberdade, em caráter liminar, houve o magistrado Relator da 11ª Câmara de Direito Criminal do Estado de São Paulo, em indeferir o requerido, mantendo a injusta segregação exarada de despacho apócrifo eis que desmotivado e sem fundamentação legal, logo, ao arrosto da lei e da Constituição (apenso nº 4, pág. 03).

5. – Logo, outra alternativa não restou ao paciente, senão em se socorrer do amparo do Superior Tribunal de Justiça, para ver satisfeito o tão sagrado direito de liberdade, subscrito pelas Declarações e Convenções dos direitos das gentes e reproduzido em Nosso Estatuto Maior.

6. O Superior Tribunal de Justiça por sua vez, frente ao remédio heróico impetrado, deu-se por incompetente, indeferindo de plano o objeto do writ de nº 152.414-SP com supedâneo em sua usus fori e na Súmula 691 do STF, não vislumbrando na hipótese flagrante ilegalidade. (Ministro Arnaldo Esteves Lima) (doc. nº 1)” (fls. 3 a 5 – grifos no original).

Transcrevo o teor daquela decisão:“Trata-se de habeas corpus impetrado, com pedido liminar, em favor

de JOSEVALDO BARBOSA DA SILVA, preso em flagrante desde 3/10/09 pela prática de porte ilegal de arma de fogo.

Insurgem-se os impetrantes contra decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo que, nos autos do HC 990.09.269462-6, indeferiu o pedido liminar, quando buscavam a liberdade provisória do paciente.

Insistem, agora, nos mesmos argumentos ainda não apreciados pelo Tribunal estadual.

Sumariamente relatado. Decido.Não obstante as razões deduzidas na petição inicial, não vejo como

dar seguimento à presente impetração, sob pena de supressão de instância.A jurisprudência deste Tribunal firmou-se no sentido do não-

cabimento de habeas corpus contra indeferimento de pedido liminar em outro writ, salvo no caso de flagrante ilegalidade na decisão proferida em sede liminar, circunstância não verificada na hipótese.

Nesse sentido, os seguintes precedentes: HC 37.894/SP, Rel. Min. GILSON DIPP, DJ de 10/9/04; HC 35.163/MG, Rel. Min. SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, DJ de 21/5/04; HC 30.373/SP, Rel. Min. PAULO MEDINA, DJ de 15/5/04.

Vale citar, também, a Súmula 691 do STF.Por oportuno, convém destacar que o Regimento Interno do Superior

Tribunal de Justiça possui status de lei federal e prevê:‘Art. 210 – Quando o pedido for manifestamente incabível, ou for

manifesta a incompetência do Tribunal para dele tomar conhecimento originariamente, ou for reiteração de outro com os mesmos fundamentos, o relator o indeferirá liminarmente.’

Ante o exposto, com base nos arts. 38 da Lei 8.038/90 e 210 do RISTJ, indefiro liminarmente a petição inicial deste habeas corpus por manifesta incompetência deste STJ” (fl. 10).

Como se vê, a decisão do Ministro Arnaldo Esteves Lima, do Superior Tribunal de Justiça, indeferiu liminarmente o referido writ, tendo em vista que aquela impetração questionava decisão que indeferiu liminar em habeas corpus junto ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Com efeito, a apreciação desses temas, de forma originária, neste momento, configuraria verdadeira dupla supressão de instância não admitida.

Nesse sentido, confiram-se os julgados seguintes:“Habeas corpus. Constitucional e Processual Penal. Reclamação.

Decisão de Relator do Superior Tribunal de Justiça. Questões não analisadas na decisão reclamada. Negativa de seguimento. Impossibilidade de conhecimento do habeas corpus. Dupla supressão de instâncias. Inviável a concessão de habeas corpus de ofício. Habeas corpus não conhecido. Precedentes. 1. Assentado, nos autos, que a reclamação teve seguimento negado pelo eminente Ministro Relator do Superior Tribunal de Justiça porque as questões nela suscitadas, e trazidas no presente habeas corpus , não teriam sido objeto da decisão reclamada (HC nº 49.329/SP). Com efeito, a apreciação desses temas, de forma originária, neste momento, configuraria verdadeira supressão de instância, não admitida pela jurisprudência desta Corte. 2. O preenchimento dos requisitos objetivos e subjetivos para a progressão de regime prisional, ou, ainda, os motivos pelos quais teria o paciente regredido de regime, não podem ser afirmados sem exame minucioso de material fático-probatório, o que impossibilita a concessão de habeas corpus de ofício. 3. Habeas corpus não conhecido” (HC nº 92.264/SP, Primeira Turma, Relator o Ministro Menezes Direito, DJ de 14/12/07 – grifo nosso);

“I. STJ e STF - HC - Competência originária. 1. Não pode o Superior Tribunal de Justiça conhecer de questão suscitada pelo impetrante - excesso de prazo - que não foi enfrentada pelo Tribunal de origem, ao qual, em conseqüência, não se pode atribuir a alegada coação. 2. Pelo mesmo fundamento - impossibilidade de supressão de instância -, também não cabe ao Supremo Tribunal conhecer originariamente da questão. II. Denúncia: aptidão: descrição suficiente do delito de associação para o tráfico imputado aos pacientes. 1. É da jurisprudência do Tribunal, na linha do que se tem decidido quanto ao crime de quadrilha ou bando (C.Penal, art. 288), que a configuração do delito de associação para o tráfico independe ‘da realização ulterior de qualquer delito compreendido no âmbito de suas projetadas atividades criminosas’ (v.g., Ext 966, Pl., 29.6.06, Pertence, DJ 10.8.06). 2.

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 40

Daí que, para a aptidão da denúncia, o que se ‘exige, sobretudo, é que a imputação descreva concretamente os elementos essenciais à realização do tipo cogitado’ (v.g., HC 70.290, Pl., 30.06.93, Pertence, RTJ 162/559), o que, no caso, não foi descumprido” (HC nº 90.654/SP, Primeira Turma, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 25/5/07 – grifo nosso).

E ainda: HC nº 90.162/RJ, Primeira Turma, Relator o Ministro Carlos Britto, DJ de 29/6/07; HC nº 90.312/PR, Segunda Turma, Relator o Ministro Eros Grau, DJ de 27/4/07; e HC nº 86.997/DF, Segunda Turma, Relator o Ministro Carlos Velloso, DJ de 3/2/06, entre outros.

Assim, neste primeiro exame, não verifico ilegalidade flagrante a amparar o pedido de liminar nos termos em que formulado, mormente porque já reconhecida a supressão de instância no próprio Superior Tribunal de Justiça.

Com essas considerações, não tendo, por ora, como configurado constrangimento ilegal passível de ser afastado mediante o deferimento da liminar ora pretendida, indefiro-a.

Estando os autos devidamente instruídos com as peças necessárias ao entendimento da questão, dispenso as informações da autoridade coatora.

Vista ao Ministério Público Federal.Publique-se.Brasília, 19 de novembro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

HABEAS CORPUS 101.596 (204)ORIGEM : HC - 101596 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. ELLEN GRACIEPACTE.(S) : RODRIGO BARBOSA SILVAIMPTE.(S) : HENRIQUE PEREZ ESTEVESCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 143443 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

1. Trata-se de habeas corpus impetrado contra decisão monocrática que indeferiu pedido de liminar do writ anteriormente aforado perante o Superior Tribunal de Justiça (HC 143.443/SP, rel. Ministro Jorge Mussi).

2.Narra a inicial que o paciente foi preso em flagrante e, posteriormente, denunciado pela suposta prática dos crimes previstos no art. 121, § 2º, IV e V, combinado com art. 14, II, no art. 329, § 1º, por duas vezes, e no art. 163, parágrafo único, III, por três vezes, na forma do art. 69, todos do Código Penal e, ainda, no art. 34 do Decreto-Lei 3.688/41.

O pedido de liberdade provisória foi indeferido pelo Juiz de Direito da 4ª Vara Criminal da Comarca de Cubatão/SP. Contra tal decisão impetrou-se habeas corpus ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, que denegou a ordem pleiteada.

Irresignada, a defesa impetrou o referido HC 143.443/SP ao Superior Tribunal de Justiça. O pedido de liminar foi indeferido pelo eminente Ministro Jorge Mussi.

Alega o impetrante, em síntese: a) possibilidade de abrandamento da Súmula 691/STF; b) falta de justa causa; c) ausência dos pressupostos autorizadores da segregação cautelar; d) inexistência de fundamentação idônea da decisão que decretou a prisão preventiva; e) possibilidade de concessão de liberdade provisória; f) existência de circunstâncias favoráveis ao paciente.

Assim, requer a concessão de provimento liminar, para que seja determinada a expedição do competente alvará de soltura (fl. 13).

3. A decisão impugnada pelo presente habeas corpus, da lavra do Ministro Jorge Mussi, fundamentou que:

“A concessão de liminar em sede de habeas corpus reserva-se aos casos excepcionalíssimos de ofensa manifesta ao direito de ir e vir, e desde que preenchidos os pressupostos legais, consistentes no fumus boni iuris e periculum in mora.

E, na espécie, de um exame perfunctório dos elementos que instruem a inicial, não há como se reconhecer, ao menos nessa etapa, em juízo cautelar, o sustentado constrangimento ilegal de que estaria sendo vítima o paciente, consistente na ausência de fundamentação da decisão que manteve a sua custódia provisória, na medida em que o Tribunal impetrado, considerando que o “conjunto dos crimes que lhe foram atribuídos dá conta, em tese, de sua periculosidade, somando-se a tal que foi preso em flagrante regular, acrescentando ainda que “da leitura do auto de prisão tem-se que, inclusive, houve necessidade de perseguição policial ao suplicante, que, conforme seu enunciado, transitou em alta velocidade por um acesso da Rodovia dos Imigrantes pela contramão de direção, além de ter tentado se evadir dos milicianos, o que foi bem descrito no r. parecer, notadamente a fl. 118, quanto, também, a ter dolosamente abalroado duas viaturas policiais que forma no seu encalço” (fls. 24), houve por bem conhecer em parte do writ ali ajuizado e, no mérito, denegar a ordem.

Assim, ausente ilegalidade a ser sanada de plano, já que a prisão justifica-se, ao que parece, para a garantia da ordem pública, diante da periculosidade do paciente, merecem as questões levantadas ser melhor discutidas quando da apreciação e julgamento de mérito do presente mandamus, até porque a motivação que dá ensejo ao pleito liminar com este se confunde.

Pelo exposto, indefere-se a liminar.” (Fl. 123).

4. Vale frisar que o rigor na aplicação da Súmula 691/STF – segundo a qual “Não compete ao Supremo Tribunal Federal conhecer de habeas corpus impetrado contra decisão do Relator que, em habeas corpus requerido a tribunal superior, indefere a liminar” – tem sido abrandado por julgados desta Corte apenas em hipóteses excepcionais de flagrante ilegalidade ou abuso de poder na denegação da tutela de eficácia imediata. Nesses termos, enumero as decisões colegiadas: HC 84.014/MG, 1ª Turma, unânime, Rel. Min. Marco Aurélio, DJ de 25.06.2004; HC 85.185/SP, Pleno, por maioria, Rel. Min. Cezar Peluso, DJ de 1º.09.2006; e HC 88.229/SE, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, maioria, julgado em 10.10.2006.

5. Contudo, não vislumbro a presença de qualquer um dos pressupostos que autorizam o afastamento da orientação contida na Súmula 691/STF, sob pena de supressão de instância.

6. Ante o exposto, indefiro liminarmente o presente writ.Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.600 (205)ORIGEM : HC - 101600 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIPACTE.(S) : WELSON DUARTE PORTOIMPTE.(S) : RONALDO PINHEIRO DE ALMEIDACOATOR(A/S)(ES) : JUÍZA DO 2º JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL E

VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA MULHER DE TAGUATINGA

Trata-se de habeas corpus, com pedido de medida liminar, impetrado por Ronaldo Pinheiro de Almeida em favor de WELSON DUARTE PORTO, contra ato emanado do 2º Juizado Especial Criminal e Violência Doméstica Contra a Mulher de Taguatinga/DF.

Decido.A competência deste Supremo Tribunal, taxativamente fixada no art.

102 da Constituição Federal, não permite conhecer de writ que tenha como autoridade coatora Turma Recursal.

Com efeito, o Tribunal Pleno, quando do julgamento do HC 86.834/SP, Rel. Min. Marco Aurélio, fixou ser competência do Tribunal de Justiça processar e julgar habeas corpus impetrado contra decisão de Turma Recursal.

Isso posto, com base nos arts. 38 da Lei 8.038/1990, e 21, § 1º, do RISTF, nego seguimento ao writ, prejudicado o exame da medida liminar.

Arquive-se.Publique-se.Brasília, 19 de novembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.602 (206)ORIGEM : HC - 101602 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIIMPTE.(S) : MAURICIO BARCELOSPACTE.(S) : TIAGO DA SILVA MORAESCOATOR(A/S)(ES) : JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DE ITACUAI

Trata-se de habeas corpus, com pedido de medida liminar, impetrado por Mauricio Barcelos em favor de TIAGO DA SILVA MORAES, contra suposto ato coator do Juiz de Direito da 1ª Vara Criminal de Itacuai/SP.

Decido.A competência desta Corte, taxativamente fixada no art. 102 da

Constituição Federal, não permite conhecer de habeas corpus que tenha como autoridade coatora o primeiro grau de jurisdição ou Tribunal de Justiça Estadual.

Isso posto, com base nos art. 38 da Lei 8.038/1990, e no art. 21, § 1º, do RISTF, nego seguimento ao writ, prejudicado o exame da medida liminar.

Encaminhem-se os autos ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e cópia destes à Defensoria Pública daquele Estado.

Remeta-se cópia desta decisão ao impetrante.Publique-se.Brasília, 19 de novembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

HABEAS CORPUS 101.603 (207)ORIGEM : PROCESSO - 32706 - JUIZ DE DIREITOPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. EROS GRAUPACTE.(S) : JAILTON VALDOMIRO BEATRIZ DOS SANTOSIMPTE.(S) : JAILTON VALDOMIRO BEATRIZ DOS SANTOSCOATOR(A/S)(ES) : JUIZ DE DIREITO DA VARA DAS EXECUÇÕES

CRIMINAIS DA COMARCA DE RIBEIRÃO PRETO

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 41

DECISÃO: O Supremo Tribunal Federal não é competente para conhecer de habeas corpus impetrado contra ato de Juiz de Direito (Constituição do Brasil, art. 102, I, i).

Declino da competência para o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Remetam-se os autos.Publique-se.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.604 (208)ORIGEM : PROC - 26901620070142844 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIPACTE.(S) : ANTÔNIO EDISON CARMARGOIMPTE.(S) : ANTONIEL FERREIRA AVELINO E OUTRO(A/S)COATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃOVistos.Habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado pelos advogados

Antoniel Ferreira Avelino e Fábio Roberto Barros Mello em favor de Antônio Edson Camargo, buscando o trancamento da ação penal movida contra o paciente na 2ª Vara Federal de Sorocaba e, alternativamente, a suspensão dela até o término do procedimento administrativo em curso na Anatel (fl. 15).

Apontam como autoridade coatora a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça, que denegou a ordem no HC nº 97.548/SP, Relator o Ministro Celso Limongi, impetrado àquela Corte com o mesmo objetivo ora pretendido.

Inicialmente, os impetrantes narram os seguintes fatos:“(...)O paciente é sócio da EMPRESA FUNERÁRIA CAMARGO LTDA.. O

empreendimento possui sede no Município de Itapetininga e filiais em Capão Bonito e São Miguel Arcanjo, todas no Estado de São Paulo. O objeto social é a comercialização de artigos e produtos funerários, a prestação de serviço mortuário e a administração de planos e de convênios próprios desse seguimento de mercado.

Em 09.12.2003, agentes da ANATEL estiveram na filial de Capão Bonito para averiguar uma ‘denúncia anônima’. Nessa oportunidade, foi encontrado na empresa um aparelho radiotransmissor com data de verificação vencida. Não se constatou o funcionamento do equipamento ou a utilização do mesmo para qualquer fim. Foi lavrado auto de infração nº 0017.SP.2003.1920 por suposto uso não autorizado de radiofreqüência e Termo de Interrupção de Serviço.

No prazo legal, foi interposta defesa administrativa dirigida ao Gerente Regional da ANATEL em São Paulo. Questionou-se a caracterização da infração e a responsabilidade por ela. Informou-se que o equipamento não pertence à empresa e que foi encontrado em local que se destinava à moradia de antigo empregado. Especificamente, detalhou-se que o radiotransmissor não estava em operação e que não tinha condições para tanto, uma vez que faltavam peças fundamentais.

Nesse ínterim, o representante da ANATEL enviou à Polícia Federal uma representação dando conta da autuação e da lavratura do termo de interrupção. Instaurou-se Inquérito Policial na Delegacia de Sorocaba, tendo este sido autuado sob IPL nº 18.0366/04. No seio do procedimento investigatório, foram ouvidas diversas pessoas que possuem – ou que possuíam – alguma relação com a empresa ou com o fato. O Núcleo de Criminalística do Ministério da Justiça analisou o equipamento apreendido e emitiu laudo técnico. Não foram ouvidos os agentes da ANATEL responsáveis pela diligência e, também, não foi elaborado o respectivo relatório pela autoridade policial.

Em 27.07.2007, o Ministério Público Federal ofereceu denúncia contra o paciente, na qualidade de representante legal da EMPRESA FUNERÁRIA CAMARGO LTDA. O paciente está sendo acusado de ter praticado o delito previsto no artigo 183 da Lei nº 9.472/97. A denúncia foi recebida em 27.07.2007 pelo Juízo da 2ª Vara Federal de Sorocaba, sendo autuada sob nº 2004.61.10.009317-1. A citação e o interrogatório foram deprecados à Justiça Estadual. A precatória foi distribuída à 1ª Vara Criminal da Comarca de Itapetininga e autuada sob nº 269.016.2007.014284-4. O interrogatório ocorreu no dia 28.02.2008. O feito aguarda o início da instrução” (fls. 3/4).

Alegam que, “não obstante o transcurso das investigações criminais pela Polícia Federal e a propositura de ação penal, não houve contraditório e o fato ainda está em discussão na esfera administrativa. Uma vez iniciado o contencioso administrativo, foi instaurado o PADO nº 53504.000.296/2004 (...), o qual ainda não foi concluído. O lançamento administrativo foi devidamente impugnado e ainda pende de decisão final. Atualmente, o procedimento administrativo aguarda julgamento de recurso pelo Conselho Diretor da ANATEL (...)” (fl. 4).

Concluem, portanto, que “o fato típico e antijurídico somente estará caracterizado quando for certo que a atividade de telecomunicação foi desenvolvida e de forma clandestina. A certeza do resultado é a conclusão

que se obtém com a finalização do processo administrativo pela agência reguladora responsável pela fiscalização da atividade. Fala-se, aqui, na conduta descrita na norma, o que não se confunde com a posse ou com a propriedade de equipamento que permite a ação. Enquanto tal órgão não se pronunciar definitivamente, não haverá o ilícito, não podendo falar em punição na esfera administrativa nem na penal” (fls. 8/9).

Faz raciocínio analógico ao tratamento dado pela jurisprudência desta Corte aos crimes tributários, os quais exigem, para o início da persecução penal, o encerramento do procedimento administrativo-fiscal (fls. 9/10).

Por essa razão, asseveram que, “tratando-se a denúncia de crime material, bem como não estando concluído o processo administrativo que poderá afirmar a ocorrência do resultado previsto no tipo penal incriminador, há que se reconhecer que a ação penal (...), em trâmite perante a 2ª Vara Federal de Sorocaba, contra o paciente, carece de justa causa e, por isso, deve ser trancada” (fl. 11).

Com relação à autoria dos fatos imputados, os impetrantes sustentam que “(...) o fato fora materializado por meio da lavratura de um auto de infração pela ANATEL contra uma pessoa jurídica. Essa empresa, naquela condição de tempo e espaço, se fazia representar por preposto contratado para cuidar da respectiva filial. E nenhuma autuação ou imposição de sanção administrativa foi imputada a qualquer pessoa física. O paciente sequer foi a pessoa que manifestou ciência em nome da empresa. Logo, nada leva a crer que o paciente seja dono do radiotransmissor e, em razão dessa titularidade, o suposto responsável pelo hipotético ato ilícito” (fl. 12).

Sobre a materialidade do crime, colocam que “(...) nenhuma ação foi flagrada pelos agentes da ANATEL. Simplesmente se constatou a presença de um radiotransmissor, com a consequente ‘lacração’ do equipamento. Não foi certificada a operação ou o funcionamento do mesmo. Não houve flagrante de desenvolvimento de qualquer espécie de atividade. Considerando que o crime do artigo 183 da Lei Geral das Telecomunicações pressupõe uma ação e não havendo comprovação de que ela tenha ocorrido, não há crime a ser investigado, não há agente a ser punido. Então, consequentemente, não há justa causa para a ação penal” (fl. 12).

Ao final, requerem, liminarmente, a “(...) SUSPENSÃO da ação penal nº 2004.61.10.009317-1, em trâmite perante a 2ª Vara Federal de Sorocaba, até que esse Egrégio Supremo Tribunal Federal se manifeste definitivamente sobre a falta de justa causa suscitada neste habeas corpus” (fl. 15 – grifo no original). No mérito, pedem “a concessão, em caráter definitivo, de ordem de habeas corpus que faça cessar os constrangimentos sofridos pelo paciente (...), determinando-se o trancamento da [ação penal] ou, alternativamente, a suspensão dela, até o término do processo administrativo perante a ANATEL” (fl. 15).

Examinados os autos, decido.O deferimento de liminar em habeas corpus, como se sabe, constitui

medida excepcional justificada apenas se os autos demonstrarem, de plano, que o paciente esteja sofrendo constrangimento ilegal ou na iminência de sofrê-lo.

Neste exame preliminar, entendo os fundamentos trazidos na impetração, com a finalidade de afastar a justa causa para a propositura da ação penal movida contra o paciente (atipicidade da conduta, comprovação da materialidade do crime e ausência de indícios de autoria), não são suficientes para ensejar o sobrestamento do processo ora questionado.

Em princípio, tem-se como legitima a atuação do Ministério Público Federal que, vislumbrando a ocorrência de um ato configurador de crime, em tese, denunciou o fato ao Judiciário, o qual, cumprindo a sua função constitucional e processual, deu seguimento à persecução penal.

Questões ligadas à atipicidade da conduta, em razão da falta de funcionamento do equipamento apreendido, e à alegada incerteza sobre a autoria, tendo em vista não ser o paciente o verdadeiro proprietário do bem, deverão ser resolvidas na via ordinária, pois demandam dilação probatória.

A necessidade de encerrar o procedimento administrativo em curso na Anatel, como condição para se dar inicio a ação penal, é questão ainda não enfrentada por esta Suprema Corte, o que impõe especial cautela no exame do tema. Essa discussão deve ser reservada ao órgão colegiado, no julgamento do mérito da impetração, e não em sede de liminar.

De resto, a decisão ora questionada está em perfeita consonância com a jurisprudência consagrada por esta Corte Suprema no sentido de que a concessão de habeas corpus com a finalidade de trancamento de ação penal em curso só é possível em situações excepcionais, quando estiverem comprovadas, de plano, a atipicidade da conduta, causa extintiva da punibilidade ou ausência de indícios de autoria (HC nº 90.320/MG, Primeira Turma, Relator o Ministro Marco Aurélio, DJ de 25/5/07; HC nº 87.324/SP, Primeira Turma, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJ de 18/5/07; HC nº 85.496/SC, Primeira Turma, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de 8/9/06; HC nº 86.583/SP, Segunda Turma, Relator o Ministro Eros Grau, DJ de 27/4/07; HC nº 85.066/GO, Segunda Turma, Relator o Ministro Carlos Velloso, DJ de 20/5/05, entre outros).

Por fim, não há nos autos comprovação de que o paciente esteja na iminência de sofrer restrição à liberdade de ir e vir, ou qualquer outro ato processual potencial de constrangimento ilegal, o que afasta a necessidade do deferimento da liminar pleiteada para a suspensão da ação penal em curso.

Ante o exposto, indefiro o pedido de liminar.Solicitem-se informações à autoridade apontada como coatora.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 42

Oficie-se, ainda, ao Juízo da 2ª Vara Federal de Sorocaba para que informe o atual andamento processual da Ação Penal nº 2004.61.10.009317-1.

Publique-se.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.605 (209)ORIGEM : HC - 101605 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIPACTE.(S) : PHILIPPE KETERSIMPTE.(S) : ANTONIO CARLOS DE TOLEDO SANTOSCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HABEAS CORPUS Nº 128272 DO

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃOVistos.Habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado pelo advogado

Antonio Carlos de Toledo Santos em favor do nacional belga Philippe Keters, apontando como autoridade coatora o Ministro Celso Limongi, do Superior Tribunal de Justiça, Relator do HC nº 128.272/SP, que até a presente data não levou a julgamento aquela impetração.

Alega, em síntese, que a demora no julgamento do habeas corpus configura violação dos princípios constitucionais da dignidade da pessoa humana, vedação da tortura e/ou tratamento desumano ou degradante e razoável duração do processo judicial ou administrativo (fls. 3/4).

Ao final, requer “seja o writ deferido em favor do paciente (...) liminarmente (...), ou então quando do julgamento do processo pelo C. Órgão Colegiado competente -, para o fim único de determinar-se o imediato julgamento do HC nº 128272/SP pela C. 6ª Turma do E. STJ, visto estar o processo parado desde 30/04/2009 (...)” (fl. 5).

Examinados os autos, decido.O impetrante narra os seguintes fatos:“(...)1) O paciente foi condenado em 1ª Instância pela prática do delito do

art. 33, caput, c/c art. 40, inc. I, ambos da Lei nº 11343/2006, nova Lei de Entorpecentes. Em grau recursal, seu apelo foi parcialmente conhecido e provido pela C. 1ª Turma do E. TRF da 3ª Região, que de ofício reduziu a majoração decorrente da aplicação da causa de aumento do inc. I, do art. 40, do Diploma dantes negritado – docs. 2/3. Impetrou-se a posteriori HC no E. STJ – cuja peça inicial recebeu o nº 128272/SP quando da autuação/registro -, cujo mérito pertine com a aplicabilidade no caso específico do redutor previsto no § 4º, do art. 33, da Lex supra indicada. Os autos do feito acham-se conclusos com a Douta Autoridade ora apontada como coatora desde 30/04/2009, no aguardo de julgamento – docs. 4/5;

2) Com maior das vênias, a situação em tela não se compatibiliza com a principiologia da vigente CF, justificando-se portanto esta impetração ante constrangimento ilegal sofrido pelo paciente em seu ius libertatis, consoante a seguir far-se-á necessária demonstração técnica;

(...)” (fl. 2 – grifos no original).Como se sabe, o deferimento de liminar em habeas corpus constitui

medida excepcional por sua própria natureza, justificada apenas se a decisão impugnada estiver eivada de ilegalidade flagrante, demonstrada de plano, ou quando a situação apresentada nos autos representar flagrante constrangimento ilegal, o que não ocorre na hipótese presente.

A alegada demora no julgamento do writ impetrado no Superior Tribunal de Justiça diz respeito ao próprio mérito da impetração, razão pela qual o deferimento da liminar pleiteada teria caráter satisfativo, o que recomenda o seu indeferimento. Nesse sentido: HC nº 98.774-MC/SP, Relator o Ministro Menezes Direito, DJe de 5/5/09; HC nº 93.164-MC/SP, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJ de 22/2/08; e HC nº 92.737-MC/SP, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJ de 29/10/07, entre outros.

Ademais, a eventual demora no julgamento de habeas corpus, por si só, não pode ser interpretada como negativa de prestação jurisdicional, tendo, inclusive, sido indeferido o pedido de liminar formulado naquela Corte. Assim, é necessário que se aguardem as informações da autoridade apontada como coatora para melhor exame do caso.

Ante o exposto, indefiro o pedido de liminar.Solicitem-se informações.Publique-se.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

HABEAS CORPUS 101.611 (210)ORIGEM : HC - 101611 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. EROS GRAUPACTE.(S) : RONY DOS ANJOS SOARESIMPTE.(S) : MARCO ANTONIO ARANTES DE PAIVA E OUTRO(A/S)COATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 82820 DO SUPERIOR TRIBUNAL

DE JUSTIÇA

DESPACHO: Oficie-se ao Juízo de Direito da 1ª Vara Judicial da Comarca de Poá/SP a fim de que informe se o paciente encontra-se na mesma situação processual de Hermes de Fátima Soares Júnior, co-autor na mesma ação penal.

Publique-se.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.613 (211)ORIGEM : HC - 101613 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CELSO DE MELLOPACTE.(S) : RAFAEL SODRÉ DE LIMAIMPTE.(S) : JOÃO CARLOS PEREIRA FILHOCOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HC Nº 149.644 DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: Trata-se de “habeas corpus”, com pedido de medida liminar, impetrado contra decisão emanada de eminente Ministro de Tribunal Superior da União, que, em sede de outra ação de “habeas corpus” (HC 149.644/SP), por entender aplicável à espécie daqueles autos o disposto na Súmula 691/STF, indeferiu, liminarmente, o “writ” lá impetrado, fundamentando sua decisão com base no art. 210 do RISTJ.

O exame dos fundamentos em que se apóia a decisão ora impugnada nesta ação de “habeas corpus” – que se ajusta, integralmente, à orientação jurisprudencial que esta Suprema Corte firmou a propósito da matéria em análise – inviabiliza o próprio conhecimento da pretensão deduzida pelo ora impetrante.

É que a decisão em causa, proferida por eminente Ministro do E. Superior Tribunal de Justiça, aplicou, no caso, a doutrina consagrada na Súmula 691/STF, ajustando-se, sob tal aspecto, à orientação jurisprudencial que tem prevalecido nesta Suprema Corte.

É certo que o Supremo Tribunal Federal, ainda que em caráter extraordinário, tem admitido o afastamento, “hic et nunc”, da Súmula 691/STF, em hipóteses nas quais a decisão questionada divirja da jurisprudência predominante nesta Corte ou, então, veicule situações configuradoras de abuso de poder ou de manifesta ilegalidade (HC 85.185/SP, Rel. Min. CEZAR PELUSO – HC 86.634-MC/RJ, Rel. Min.CELSO DE MELLO – HC 86.864-MC/SP, Rel. Min. CARLOS VELLOSO – HC87.468/SP, Rel. Min. CEZAR PELUSO – HC 89.025-MC-AgR/SP, Rel. Min.JOAQUIM BARBOSA - HC 90.112-MC/PR, Rel. Min. CEZAR PELUSO – HC94.016/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO – HC 96.095/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO – HC 96.483/ES, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.).

Ocorre, no entanto, tal como ressaltado na decisão ora impugnada, que não se registrou, na espécie, situação de “flagrante ilegalidade” (fls. 25), cuja ocorrência, uma vez positivada, teria o condão de afastar, excepcionalmente, na linha da jurisprudência desta Suprema Corte, a incidência da Súmula 691/STF.

Esse entendimento jurisprudencial, fundado em decisões colegiadas de ambas as Turmas desta Corte (RTJ 174/233, Rel. Min.CELSO DE MELLO - HC 79.238/RS, Rel. Min. MOREIRA ALVES - HC79.775/AP, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA), repele a possibilidade jurídico-processual de determinado Tribunal vir a ser prematuramente substituído pelo Supremo Tribunal Federal ou, como ocorreu no caso, pelo Superior Tribunal de Justiça:

“A jurisprudência de ambas as Turmas do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de que é insuscetível de conhecimento, por esta Suprema Corte, a ação de ‘habeas corpus’ promovida contra decisão de Relator, que, em sede de outro processo de ‘habeas corpus’, ainda em curso perante Tribunal Superior da União, indeferiu pedido de medida liminar deduzido em favor do paciente. Precedentes.”

(RTJ 186/588, Rel. Min. CELSO DE MELLO)Vê-se, pois, que se revela processualmente inviável a impetração

de “habeas corpus”, perante este Tribunal, quando vem ela a ser deduzida nos termos em que o foi no presente caso (HC79.350/RS, Rel. Min. MOREIRA ALVES - HC79.545/RJ, Rel. Min.OCTAVIO GALLOTTI – HC 79.555/RJ, Rel. Min. NELSON JOBIM – HC79.763/MA, Rel. Min. CELSO DE MELLO - HC 80.006/RJ, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE - HC 80.170/BA, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.).

Tais considerações bem demonstram que a decisão emanada do E.Superior Tribunal de Justiça ajusta-se à orientação firmada por esta Suprema Corte, notadamente em face do que enuncia a Súmula 691/STF, o que inviabiliza o próprio conhecimento da pretensão deduzida na presente sede processual, na linha de reiterados pronunciamentos emanados de eminentes Ministros desta Corte, em contexto idêntico ao que ora se examina nesta causa (HC 84.742/SP, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA - HC88.241/SP, Rel. Min. CEZAR PELUSO – HC 89.041/SE, Rel.Min. CEZAR PELUSO - HC 89.071/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO – HC91.826/DF, Rel. Min. CEZAR PELUSO – HC 92.482/SP, Rel. Min.CÁRMEN LÚCIA - HC94.396/BA, Rel. Min.MENEZES DIREITO – HC98.335/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.).

Sendo assim, pelas razões expostas, não conheço da presente ação de “habeas corpus”, restando prejudicado, em conseqüência, o exame

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 43

do pedido de medida liminar.Arquivem-se os presentes autos.Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.615 (212)ORIGEM : HC - 101615 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. EROS GRAUPACTE.(S) : FRATERNO DE MELO ALMADA JÚNIORIMPTE.(S) : VILMAR VALENTE ORNELAS E OUTRO(A/S)COATOR(A/S)(ES) : RELATORA DO RHC Nº 25634 DO SUPERIOR

TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DECISÃO: Não tendo, à primeira vista, por configurados seus requisitos, indefiro a liminar.

Estando os autos suficientemente instruídos, dê-se vista ao Ministério Público Federal.

Publique-se.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

HABEAS CORPUS 101.617 (213)ORIGEM : HC - 101617 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. EROS GRAUPACTE.(S) : AUGUSTO PENAIMPTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DA UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃOCOATOR(A/S)(ES) : SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

DESPACHO: Solicitem-se informações. Após, examinarei o pedido de liminar.

Publique-se.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.622 (214)ORIGEM : HC - 101622 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CELSO DE MELLOPACTE.(S) : GILSON ROBERTO JUVENTINOIMPTE.(S) : GILSON ROBERTO JUVENTINO

DECISÃO: Sendo taxativas as hipóteses do art. 102, I, letras “d” e “i”, da Constituição Federal - pertinentes à impetrabilidade originária de “habeas corpus” perante o Supremo Tribunal Federal -, falece competência a esta Corte para apreciar o presente “writ” (RTJ 93/113 - RTJ 115/687 - RTJ 121/1050 - RTJ125/1027 - RTJ 140/865), que foi impetrado contra magistrado local de primeira instância.

Sendo assim, não conheço da presente ação de “habeas corpus”, restando prejudicado o exame do pedido de medida liminar.

Desse modo, remetam-se os presentes autos ao E. Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Publique-se.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

HABEAS CORPUS 101.628 (215)ORIGEM : HC - 101628 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIPACTE.(S) : DANIEL ALEXANDRE MAJOR MOMESSOIMPTE.(S) : DANIEL ALEXANDRE MAJOR MOMESSO

Trata-se de habeas corpus impetrado por DANIEL ALEXANDRE MAJOR MOMESSO, em seu próprio favor.

Pelo que se infere do pedido a impetração volta-se contra suposto ato de alguma Vara Criminal da Comarca de Nova Odessa/SP.

Decido.A competência desta Corte, taxativamente fixada no art. 102 da

Constituição Federal, não permite conhecer de habeas corpus que tenha como autoridade coatora o primeiro grau de jurisdição ou Tribunal de Justiça Estadual.

Isso posto, com base nos art. 38 da Lei 8.038/1990, e no art. 21, § 1º, do RISTF, nego seguimento ao writ.

Encaminhem-se os autos ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e cópia destes à Defensoria Pública daquele Estado.

Remeta-se cópia desta decisão ao impetrante.

Publique-se.Brasília, 19 de novembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

HABEAS CORPUS 101.629 (216)ORIGEM : HC - 101629 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. CELSO DE MELLOPACTE.(S) : MESSIAS PEREIRA DOS SANTOSIMPTE.(S) : MESSIAS PEREIRA DOS SANTOSCOATOR(A/S)(ES) : JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA

DE MACAÉ

DECISÃO: Sendo taxativas as hipóteses do art. 102, I, letras “d” e “i”, da Constituição Federal - pertinentes à impetrabilidade originária de “habeas corpus” perante o Supremo Tribunal Federal -, falece competência a esta Corte para apreciar o presente “writ” (RTJ 93/113 - RTJ 115/687 - RTJ 121/1050 - RTJ125/1027 - RTJ 140/865), que foi impetrado contra magistrado de primeira instância.

Sendo assim, não conheço da presente ação de “habeas corpus”.Encaminhem-se, desse modo, ao E. Tribunal de Justiça do Estado

do Rio de Janeiro, os presentes autos.Publique-se.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

HABEAS CORPUS 101.630 (217)ORIGEM : HC - 101630 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. CEZAR PELUSOPACTE.(S) : QUÉCIO CLAUDOMI DA SILVAIMPTE.(S) : QUÉCIO CLAUDOMI DA SILVACOATOR(A/S)(ES) : JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA COMARCA

DE JUIZ DE FORA

DECISÃO: 1. Trata-se de habeas corpus impetrado em causa própria por QUÉCIO CLAUDOMIR DA SILVA, contra ato do juízo de Direito da 2ª Vara Criminal da comarca de Juiz de Fora-MG.

2. Incognoscível o pedido de writ.A competência para julgar habeas corpus depende da qualidade do

paciente ou da autoridade coatora. De um lado, o paciente não goza de prerrogativa de foro; de outro, incompetente é esta Corte para processar e julgar, originariamente, pedido de habeas corpus em que figure como coator juízo de Direito (art. 102, I, i, CR), cujos atos de hipotético constrangimento ilegal, comissivos ou omissivos, estariam sujeitos ao primeiro controle do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais.

3. Isto posto, não conheço deste habeas corpus, nos termos dos arts. 38 da Lei nº 8.038, de 28.05.1990, e 21, § 1º, do RISTF, e determino sua remessa ao Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais.

Publique-se. Int..Brasília, 19 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

HABEAS CORPUS 101.636 (218)ORIGEM : HC - 101636 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAPACTE.(S) : DENIS DOS SANTOSIMPTE.(S) : DENIS DOS SANTOS

DECISÃO: Trata-se de habeas corpus impetrado em causa própria por DENIS DOS SANTOS, alegando cerceamento ilegal da sua liberdade causada pelo indeferimento da progressão de regime, com base em laudo de exame criminológico que, pela lei, não deveria ser-lhe imposto.

É o relatório.Decido.O Supremo Tribunal Federal não tem competência para apreciar, em

habeas corpus, os atos praticados por juiz de primeira instância (art. 102, I, i, da Constituição da República).

Além disto, a realização do exame criminológico é facultativa, nos termos da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, razão pela qual é o juiz da execução criminal quem, conforme o caso concreto, analisará a necessidade do respectivo laudo para verificar se o preso preenche os requisitos subjetivos para a progressão de regime (RHC 88.134-MC, rel. min. Celso de Mello; HC 82.959/SP, rel. min. Marco Aurélio).

Do exposto, por se tratar de pedido incabível e contrário à jurisprudência deste Tribunal, nego seguimento ao presente habeas corpus (art. 21, §1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se. Arquive-se.Brasília, 19 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSA

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 44

Relator

HABEAS CORPUS 101.639 (219)ORIGEM : HC - 101639 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIPACTE.(S) : EWERTON SANCHESIMPTE.(S) : EWERTON SANCHES

Trata-se de habeas corpus impetrado por EWERTON SANCHES, em seu próprio favor.

Decido.Pela leitura do pedido não é possível aferir qual seria a autoridade

coatora apontada no writ.De todo modo, não há menção a qualquer ato emanado de

autoridade sujeita à jurisdição desta Corte, taxativamente fixada no art. 102 da Constituição Federal.

Isso posto, com base nos art. 38 da Lei 8.038/1990, e no art. 21, § 1º, do RISTF, nego seguimento ao writ.

Encaminhem-se cópia dos autos à Defensoria Pública do Estado de Minas Gerais.

Remeta-se cópia desta decisão ao impetrante. Publique-se.Brasília, 19 de novembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.652 (220)ORIGEM : HC - 101652 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAPACTE.(S) : ALFREDO AGUILHERAIMPTE.(S) : LUIZ TOMÁZ DIONÍSIOCOATOR(A/S)(ES) : JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUCÕES

CRIMINAIS DA COMARCA DE TUPÃ

DECISÃO: Trata-se de habeas corpus, com pedido de liminar, impetrado em favor de ALFREDO AGUILERA, figurando como coator o Juízo da Vara de Execuções Criminais de Tupã-SP.

É o relatório.Decido.O writ não pode ser conhecido.O Supremo Tribunal Federal não possui competência para processar

e julgar habeas corpus contra ato da autoridade apontada como coatora, uma vez que esta não figura no rol do art. 102, inc. I, “i”, da Constituição Federal.

Do exposto, considerando a manifesta incompetência e sob pena de supressão de instância, não conheço do pedido.

Encaminhem-se os autos ao Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, na forma prevista no art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, para que tome as providências que entender cabíveis.

Publique-se.Brasília, 19 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

HABEAS CORPUS 101.655 (221)ORIGEM : HC - 101655 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAPACTE.(S) : ROBSON CLEBER ROSSIIMPTE.(S) : ROBSON CLEBER ROSSICOATOR(A/S)(ES) : RELATOR DO HABEAS CORPUS Nº 75422 DO

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

DECISÃO: Trata-se de habeas corpus impetrado em causa própria por ROBSON CLEBER ROSSI, contra decisão do Relator do HC n° 75.422 do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

O impetrante alega demora no julgamento do writ.É o relatório.Decido.O Supremo Tribunal Federal não tem competência constitucional para

analisar, em habeas corpus, atos praticados pelos Tribunais de Justiça Estaduais (art. 102, I, i, da Constituição da República).

Do exposto, não conheço do writ e determino a remessa dos autos para o Superior Tribunal de Justiça, para as providências cabíveis (art. 21, §1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Comunique-se ao Relator do HC 75.422 do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Publique-se. Cumpra-se.Brasília, 20 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

INQUÉRITO 2.595 (222)ORIGEM : INQ - 200642000014478 - JUIZ FEDERALPROCED. : RORAIMARELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAUTOR(A/S)(ES) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICAINDIC.(A/S) : FRANCISCO MOZARILDO DE MELO CAVALCANTIADV.(A/S) : RANILTON MONTEIRO NEVESADV.(A/S) : ALEXANDER LADISLAU MENEZES

DECISÃO: Trata-se de Inquérito instaurado para apurar a suposta prática do crime previsto no art. 334 do Código Penal, com indícios de participação do Senador FRANCISCO MOZARILDO DE MELO CAVALCANTI.

Às fls. 411-413, o Procurador-Geral da República se manifestou pelo arquivamento do feito, em razão da “ausência de justa causa para o prosseguimento deste feito”.

Assim o Procurador-Geral da República fundamentou seu requerimento:

“Foi apreendido no Posto de Fiscalização da Receita Estadual em Mucajaí/RR um veículo VW/Kombi, placa JXY 6218 (fls. 7/9), de propriedade do Parlamentar, transportando as mercadorias descritas no Termo de Apreensão e Guarda Fiscal nº 0260100/00209/06 (fls. 45/47).

Apesar da apreensão, a Receita Federal não instaurou procedimento administrativo para apuração e cobrança de eventual tributo devido, tendo devolvido as mercadorias aos seus supostos proprietários (conferir ofícios de fls. 148/149 e 174/275, os quais vieram igualmente acompanhados de cópia do Processo nº 10245.000743/2006-64 (fls. 150/201 e 275/326)).

No curso da investigação foram ouvidos WANDERLEY MORAES CASTRO (fls. 4/6), condutor do automóvel, e JOAQUIM DE FREITAS RUIZ (fls. 16/17 e 263), ex-prefeito de Iracema/RR, que declararam o seguinte:

“(...) QUE: toda mercadoria que se encontra no interior do veículo VW KOMBI, ano 2005, placa JXY 6218, cor branca, em nome do Senador FRANCISCO MOZARILDO DE MELO CAVALCANTI, é de propriedade do ex-prefeito de Iracema-RR, JOAQUIM RUIZ, exceto 08 (oito) vidros de perfumes de marcas variadas, 01 (uma) caixa de escovas de dentes e um rádio CD marca KENWOOD, os últimos adquiridos pelo declarante;” (depoimento de Wanderley Moraes de Castro)

“(...) QUE o depoente aproveitou a viagem para realizar compras de mercadorias tais como bola de futebol, guarda-chuva, lanterna, conjunto de mantimentos, fruteira, dentre outras; QUE todos os produtos adquiridos seriam doados na festa do dia das mães a ser realizada na usina de calcário em Caracaraí/RR (...); que oito frascos de perfumes foram adquiridos para o filho do depoente, ADRIANO MENDES RUIZ, e que o restante pertenciam ao motorista do veículo, senhor WANDERLEY MORAES CASTRO; (...) QUE esclarece que seu motorista WANDERLEY iria fazer o transporte das mercadorias adquiridas pelo depoente em Manaus, assumindo inteira responsabilidade pelo transporte;” (depoimento de Joaquim de Freitas Ruiz)

As testemunhas SANJAY BHAGWANDAS PERVANI (fls. 351/352) JANETE FERREIRA DA SILVA (fls. 353/354), LUIZ CESAR MELO LIMA (fls. 355/356) e JOSÉ EVANI PONTE FROTA (fls. 357), também ouvidas, não souberam informar quem realizou as compras em seus respectivos estabelecimentos comerciais.

Assim, muito embora o veículo que transportava as mercadorias fosse de propriedade do Senador MOZARILDO CAVALCANTI, não há elementos que autorizem supor que os bens pertenciam ao Parlamentar. Não há sequer como afirmar que o Senador tinha conhecimento de que o seu veículo seria utilizado no transporte das mercadorias.

A despeito de as diligências requeridas na manifestação de fls. 244/250 não terem sido integralmente executadas, os elementos probatórios já coligidos são suficientes para um juízo definitivo quanto a autoria do fato, não havendo razão para a continuidade da investigação. Realizadas as principais diligências, nada se apurou quanto ao envolvimento do Parlamentar, tendo-se constatado que as mercadorias pertenciam ao condutor do veículo e ao prefeito de Iracema/RR, Joaquim de Freitas Ruiz.

A persecução penal, mormente quando se tem em análise o princípio constitucional inserto no inciso LVII do art. 5º da Constituição Federal, tem por pressuposto a existência de justa causa que a ampare. Esta, ao lado das condições necessárias ao regular exercício do direito de ação, pressupõe a existência de um suporte probatório mínimo quanto à ocorrência de um fato típico e antijurídico praticado por agente culpável.

O Direito Penal, com as diretrizes da própria Carta Política de 1988, exige do órgão acusador imputações criminosas lastreadas em indícios suficientes de autoria, de sorte a não atrair injustificadamente o cidadão ao Judiciário para ver-se processado por fato que a ele não poderia ser imputado.

Isto posto, dada a ausência de justa causa para o prosseguimento deste feito, requer o Ministério Público Federal o arquivamento dos autos, sem prejuízo da reabertura da investigação, caso surjam indícios concretos da prática de ato delituoso por detentor de prerrogativa de foro.” (grifei)

É o relatório.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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Decido.O pedido de arquivamento, suficientemente fundamentado, foi

aprovado pelo Procurador-Geral da República, Dr. ROBERTO MONTEIRO GURGEL SANTOS, o que torna seu atendimento obrigatório, nos termos do art. 28 do Código de Processo Penal.

Assim, diante da competência estabelecida no art. 3° da Lei n° 8.038/90 e no § 4º do art. 231 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, acolho a manifestação do Procurador-Geral da República de fls. 411-413 e determino o arquivamento do presente inquérito, sem prejuízo de sua reabertura, caso se configurem os requisitos legais para tanto.

Publique-se.Arquive-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

INQUÉRITO 2.707 (223)ORIGEM : INQ - 57695 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : BAHIARELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAUTOR(A/S)(ES) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICAINDIC.(A/S) : GERALDO SIMÕES DE OLIVEIRAADV.(A/S) : CARLOS EDURADO NERI MALTEZ DE SANT´ANNAADV.(A/S) : DEMÉTRIO LOURES RAFAEL DOS SANTOSADV.(A/S) : FERNANDO DE OLIVEIRA HUGHES FILHOADV.(A/S) : GEORGEA MICHELE L. FAISLONADV.(A/S) : MARCIO CUNHA RAFAEL DOS SANTOSADV.(A/S) : SIDNEY SÁ DAS NEVES

DESPACHO : Trata-se de inquérito instaurado para apurar a suposta contratação de servidores sem a realização de concurso público e desvio de verbas públicas, condutas estas que teriam sido praticadas pelo parlamentar GERALDO SIMÕES DE OLIVEIRA, que à época dos fatos era prefeito do município de Itabuna-BA.

O Ministério Público Federal, pela promoção de fls. 302-304, em prosseguimento às investigações em curso, assim se manifestou:

“8. Compulsando os autos, verifica-se que a documentação juntada pela Prefeitura de Itabuna/BA cuida de recursos do Convênio nº 0458/96 depositados na conta corrente nº 500.148, BANEP, nos anos de 1997 a 1999, bem como de algumas despesas que teriam sido realizadas com tais valores durante este período. Todavia, não há nos autos qualquer instrumento de prorrogação do Convênio nº 0458/96, cujo termo previa sua vigência a partir de 01/01/1996 até 31/12/1996 (fls. 155/160).

9. Além disso, o período no qual ocorreram os fatos tratados nos documentos acostados não está contido naqueles em que o Deputado Federal Geraldo Simões de Oliveira esteve à frente do Executivo Municipal, quais sejam, 1993/1996 e 2001/2004.

10. Vale destacar que caberia à Secretaria Municipal de Ação Social a elaboração de um plano de trabalho para a execução do Convênio nº 0458/96, consoante afirmado pelo Deputado Federal GERALDO SIMÕES DE OLIVEIRA às fls. 291/292, o qual não foi trazido aos autos pela Municipalidade.

11. Dessa forma, tendo em vista que os documentos juntados não se mostram aptos a subsidiar a presente investigação, faz-se necessária a expedição de novo ofício à Prefeitura de Itabuna/BA para que apresente os comprovantes das despesas realizadas durante o ano de 1996, nas quais foram utilizados recursos do Convênio nº 0458/96, e o plano de trabalho elaborado para a sua execução.

12. Ademais, observa-se que a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do Estado da Bahia não apresentou resposta ao Ofício nº 1936/R, de 19/03/2009, no qual são solicitadas informações sobre o cumprimento do Convênio nº 0458/96 e a remessa de cópia da prestação de contas efetuada pela Municipalidade (fls. 138).

13. Ocorre que, para a completa elucidação dos fatos, é imprescindível a manifestação do órgão estadual e o encaminhamento da respectiva documentação referente à execução do Convênio nº 0458/96, devendo ser reiterado o ofício de fls. 138.

14. Diante do exposto, o Ministério Público Federal requer a expedição de novo ofício à Prefeitura de Itabuna/BA para que apresente a comprovação das despesas realizadas com os valores repassados pela Secretaria do Trabalho e Ação Social – SETRAS, por meio do Convênio nº 0458/96, durante o ano de 1996, bem como o eventual plano de trabalho elaborado para a sua execução.

15. Requer, ainda, seja reiterado o Ofício nº 1936/R, para que a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte do Estado da Bahia informe sobre o cumprimento do Convênio nº 0458/96 e envie cópia da prestação de contas realizada pelo Município de Itabuna/BA” (grifamos).

É o relatório.Decido.Todas as diligências requeridas pelo Ministério Público Federal são

pertinentes com os fatos ora investigados e devem ser deferidas para propiciar um juízo seguro sobre os supostos crimes objeto do inquérito.

Isto posto, defiro integralmente os pedidos formulados pela

Procuradoria-Geral da República.Expeçam-se os necessários ofícios na forma requerida nos itens 14 e

15 da manifestação de fl. 304.Cumpra-se. Publique-se.Brasília, 16 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

INQUÉRITO 2.744 (224)ORIGEM : INQ - 200742000014718 - JUIZ FEDERALPROCED. : RORAIMARELATOR SUBSTITUTO

:MIN. DIAS TOFFOLI

AUTOR(A/S)(ES) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICAINDIC.(A/S) : URZENI ROCHA OU URZENI DA ROCHA FREITAS

FILHOADV.(A/S) : BRUNO RODRIGUES

DECISÃOVistos.Instado a se manifestar (fl. 310), o Ministério Público Federal, pelo

parecer da ilustre Subprocuradora-Geral da República, Dr. Cláudia Sampaio Marques, aprovado pelo ilustre Procurador-Geral, Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos, assim se pronunciou:

“(...)2.O presente Inquérito investiga a suposta prática de crimes

ambientais, tipificados nos arts. 38, 39, 48 e 50-A, c/c o art. 53, todos da Lei nº 9.605/98, ocorridos no imóvel rural ‘Fazenda Aparecida’, de propriedade do Deputado Federal URZENI DA ROCHA FREITAS FILHO, localizado no Município de Bonfim/RR.

3.As investigações foram iniciadas a partir de representação do Conselho Indígena de Roraima, que noticia ter sido detectado pela Equipe de Proteção e Vigilância das Terras Indígenas dano ambiental ocorrido em área de preservação permanente, que abrange terras ocupadas pelos índios da Comunidade Muriru (fls. 5/8).

4.Embora tenha sido juntados aos autos o Laudo nº 598/2007 – SETEC/SR/DPF/RR (fls. 25/31), faz-se necessário que os peritos esclareçam a provável data em que ocorreram os danos ambientais, se os meios utilizados e o modo pelo qual foram causados tais danos à área integrante da Fazenda Aparecida correspondiam àqueles causados em parte da Terra Indígena Muriru. Tudo com vistas a aferir se de fato a autoria do desmatamento empreendido pode ser atribuída ao Parlamentar.

5.Quanto a identificação da área onde ocorreu o dano ambiental, entende o Ministério Público Federal ser necessária a elaboração de novos gráficos identificando a totalidade da área de preservação permanente, o terreno da fazenda em questão, considerando a delimitação que consta na certidão de fls. 93/94, e a reserva indígena, destacando-se claramente os perímetros das áreas de convergência entre eles e do citado desmatamento.

6.Além disso, é mister sejam ouvidos MARINALDO JUSTINO TRAJANO e GERCIMAR MORAIS MALHEIRO para que prestem informações sobre os fatos, indicando, inclusive, quais os membros da comunidade Muriru que acompanharam a Equipe de Proteção e Vigilância das Terras Indígenas durante a constatação de referido desmatamento, conforme mencionado às fls. 4. Nesse contexto, caso apontadas pelas duas pessoas acima referidas outras testemunhas pertencentes à comunidade indígena, deve a autoridade policial promover a sua oitiva [É mister destacar que já foram ouvidos dois membros da comunidade Muriru: ALBERTO AUGUSTO VICENTE (fls. 42) e OLIVALDO PEDRO DA SILVA] (fls. 139)” (fls. 314/315).

Ao final, requereu as seguintes diligências complementares:“(...)7.Assim, não obstante o atendimento de todas as providências

requeridas até o presente momento, requer o Ministério Público Federal que sejam deferidas as seguintes diligências, necessárias à completa elucidação dos fatos:

a) oitiva dos peritos LUCIANO LAMPER MARTINEZ e BRUNO ALTOÉ DUAR, para que complementem as informações prestadas no Laudo nº 598/2007 – SETEC/SR/DPF/RR (fls. 25/31), esclarecendo se os meios utilizados e o modo pelo qual foram causados os danos ambientais à área integrante da Fazenda Aparecida, bem como o tempo em que ocorreram, correspondiam aos dos danos ambientais causados em parte da Terra Indígena Muriru;

b) expedição de ofício à Fundação Nacional do Índio – FUNAI para que informe qual a área da Fazenda Aparecida, levando-se em consideração a certidão de fls. 93/94, que foi demarcada como parte da Terra Indígena Muriru, esclarecendo se tal demarcação coincide com a homologada pelo Decreto não numerado de 23 de junho de 2003 [cópia anexa];

c) posterior elaboração, pelos peritos da SETEC/SR/DPF/RR, de gráfico(s) complementar(es) ao Laudo nº 598/2007 – SETEC/SR/DPF/RR (fls. 25/31), identificando a totalidade da área de preservação permanente localizada no Município de Bonfim/RR, o terreno da Fazenda Aparecida [Consta certidão relativa a referido imóvel às fls. 93/94] e a Terra Indígena Muriru [Decreto não numerado de 23 de junho de 2003, que homologa a demarcação administrativa da Terra Indígena Muriru, em anexo], destacando

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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claramente os perímetros das áreas de convergência entre eles e do desmatamento constatado;

d) oitiva de MARINALDO JUSTINO TRAJANO e GERCIMAR MORAIS MALHEIRO para que prestem informações sobre os fatos, indicando, inclusive, quais os membros da comunidade Muriru que acompanharam a Equipe de Proteção e Vigilância das Terras Indígenas durante a constatação de referido desmatamento, conforme mencionado às fls. 4;

e) oitiva de outras testemunhas da comunidade indígena Muriru eventualmente apontadas por MARINALDO JUSTINO TRAJANO e GERCIMAR MORAIS MALHEIRO” (fls. 315/316).

Defiro as diligências requeridas pelo Ministério Público Federal, da seguinte forma:

- Oficie-se à Fundação Nacional do Índio – FUNAI para que informe qual a área da Fazenda Aparecida, levando-se em consideração a certidão de fls. 93/94, que foi demarcada como parte da Terra Indígena Muriru, esclarecendo se tal demarcação coincide com aquela homologada pelo Decreto não numerado de 23 de junho de 2003;

- Determino, ainda, a baixa dos autos à Superintendência da Polícia Federal no Estado de Roraima para a oitiva das pessoas relacionadas nos itens “a”, “d” e “e”, bem como para que seja(m) elaborado(s), pelos peritos da SETEC/SR/DPF/RR, gráfico(s) complementar(es) ao Laudo nº 598/2007 – SETEC/SR/DPF/RR, juntado às folhas 25 a 31.

Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

MANDADO DE INJUNÇÃO 1.818 (225)ORIGEM : MI - 109025 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEIMPTE.(S) : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO

GROSSOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA

DO ESTADO DE MATO GROSSOIMPDO.(A/S) : CONGRESSO NACIONAL

1. A Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso, em virtude da permanente mora do Congresso Nacional na edição da lei complementar federal mencionada no art. 18, § 4º, da Carta Magna, impetrou o presente mandado de injunção, com pedido de antecipação de tutela, com o fim de obter autorização para, substitutivamente, valer-se de norma própria daquela unidade federada que fixa o fim do ano imediatamente anterior ao das eleições municipais como termo final para a criação, incorporação ou extinção de municípios (art. 3º da Lei Complementar 23, de 19.11.1992 – fls. 20-23).

Noticia que esta Suprema Corte, no julgamento de mérito da Ação Direta de Inconstitucionalidade 3.682, realizado em 9.5.2007, reconheceu, por unanimidade, a mora legislativa do Congresso Nacional e fixou o prazo de dezoito meses para que fossem tomadas as providências legislativas necessárias à regulamentação do mencionado art. 18, § 4º, da Constituição.

Assevera que, decorrido o prazo judicialmente estabelecido, dispôs-se o Poder Legislativo Federal, tão-somente, a promulgar emenda constitucional que convalidou as criações, fusões, incorporações e desmembramentos de Municípios já realizados por meio de leis locais que, editadas até 31.12.2006, tenham atendido a todas as exigências previstas nas respectivas legislações estaduais (EC 57, de 18.12.2008).

Afirma que tal medida revelou-se insuficiente e insatisfatória, uma vez que “não supriu a falta de regulamentação (...) que deveria definir apenas e tão-somente a data, o período temporal em que se permitirá (...) que o Estado de Mato Grosso, através da Assembléia Legislativa (...), possa continuar legislando sobre a criação ou incorporação de áreas dos seus municípios” (fl. 5).

Alega a Casa Legislativa impetrante que, em razão da continuada ausência da lei complementar federal exigida pela Lei Maior, “não tem exercido o seu direito constitucional de propor, apreciar e votar projetos de lei a respeito do tema, qual seja: a criação, fusão, incorporação e desmembramento de Municípios” (fl. 5).

Sustenta que fatores como o aumento da população mato-grossense e a crescente demanda por projetos de desenvolvimento social e econômico, principalmente para o benefício de localidades mais remotas, tornam premente a necessidade por medidas legislativas envolvendo questões territoriais. Aponta, nesse sentido, a existência, no Estado de Mato Grosso, de oito decretos legislativos autorizando a realização de plebiscito em áreas emancipáveis e de vinte e oito projetos de lei de criação de novos municípios, todos “aguardando apenas a tão esperada lei complementar federal” (fl. 6).

Justifica, assim, a presente impetração no descumprimento da decisão proferida por esta Suprema Corte na ADI 3.682, que reconheceu a omissão legislativa do Congresso Nacional na regulamentação, via lei complementar federal, do período em que as assembléias legislativas estaduais poderão legislar sobre criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios.

Ressalta a impetrante que a ausência da referida norma regulamentadora tem afrontado o regular exercício de suas prerrogativas

constitucionalmente estabelecidas, em razão do cerceamento de seu “direito de legislar na criação de municípios dentro de seu território” (fl. 9). Afirma buscar, portanto, uma solução para o caso concreto, consubstanciada na reparação de uma violação de direito “através da aplicação dos termos estabelecidos no art. 3º da Lei Complementar Estadual nº 23/92, em substituição à ausência da lei complementar” (fl. 10).

Após fundamentar o pedido de tutela antecipada, requer a Assembléia impetrante, ao final, que este Supremo Tribunal supra a ausência da norma regulamentadora federal autorizando-a a propor e aprovar projetos de lei de criação de Municípios mediante a utilização, como baliza temporal, do que se encontra no art. 3º da Lei Complementar 23/92, do Estado de Mato Grosso.

2. O tema tratado no presente mandado de injunção representa, lamentavelmente, um dos mais categóricos exemplos de descumprimento, por parte de um dos Poderes constituídos da União, a comando inequívoco da Constituição Federal.

Com a promulgação da Emenda Constitucional 15, em 12.9.1996, ou seja, há mais de treze anos, o § 4º do art. 18 da Carta Magna passou a ter a seguinte redação:

“A criação, a incorporação, a fusão e o desmembramento de Municípios, far-se-ão por lei estadual, dentro do período determinado por lei complementar federal, e dependerão de consulta prévia, mediante plebiscito, às populações dos Municípios envolvidos, após divulgação dos Estudos de Viabilidade Municipal, apresentados e publicados na forma da lei.”

Da leitura do dispositivo acima transcrito, infere-se, sem dificuldade, que qualquer iniciativa dos Estados-membros referente à modificação territorial de seus Municípios, embora expressamente autorizada pela Constituição Federal, passou a depender de prévia e efetiva atuação do legislador federal na regulamentação do período em que tais reconfigurações federativas poderão ocorrer.

O descumprimento, por parte do Congresso Nacional, do dever de editar a lei complementar prevista no art. 18, § 4º, da Constituição Federal, tem gerado, com o passar do tempo, graves danos ao federalismo brasileiro, haja vista o comprometimento da autonomia que deveriam ter as entidades federativas estaduais e municipais, que permanecem impossibilitadas de organizar, conforme a vontade soberana de suas populações, a distribuição do poder político-administrativo nos limites de seus territórios. Além disso, a recalcitrância no atendimento do comando constitucional ora em exame impeliu esta Suprema Corte a declarar a inconstitucionalidade de diversas leis estaduais que, numa compreensível reação política à insustentável inanição do legislador federal, tentaram alterar seus respectivos quadros municipais.

Não foi por outro motivo que o Plenário desta Suprema Corte, em sede de ação direta ajuizada pela ora impetrante, declarou, com todas as letras, a inconstitucionalidade da omissão legislativa do Congresso Nacional brasileiro em não trazer ao mundo jurídico a norma que estabeleça, de uma vez por todas, o período em que os Estados-membros poderão tratar da criação, incorporação, fusão e desmembramento de Municípios. Trata-se da ADI 3.682, de relatoria do eminente Ministro Gilmar Mendes, cujo acórdão, prolatado em 9.5.2007, está sintetizado, com precisão, na seguinte ementa (DJ de 6.9.2007):

“AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE POR OMISSÃO. INATIVIDADE DO LEGISLADOR QUANTO AO DEVER DE ELABORAR A LEI COMPLEMENTAR A QUE SE REFERE O § 4O DO ART. 18 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, NA REDAÇÃO DADA PELA EMENDA CONSTITUCIONAL NO 15/1996. AÇÃO JULGADA PROCEDENTE.

1. A Emenda Constitucional n° 15, que alterou a redação do § 4º do art. 18 da Constituição, foi publicada no dia 13 de setembro de 1996. Passados mais de 10 (dez) anos, não foi editada a lei complementar federal definidora do período dentro do qual poderão tramitar os procedimentos tendentes à criação, incorporação, desmembramento e fusão de municípios. Existência de notório lapso temporal a demonstrar a inatividade do legislador em relação ao cumprimento de inequívoco dever constitucional de legislar, decorrente do comando do art. 18, § 4o, da Constituição.

2. Apesar de existirem no Congresso Nacional diversos projetos de lei apresentados visando à regulamentação do art. 18, § 4º, da Constituição, é possível constatar a omissão inconstitucional quanto à efetiva deliberação e aprovação da lei complementar em referência. As peculiaridades da atividade parlamentar que afetam, inexoravelmente, o processo legislativo, não justificam uma conduta manifestamente negligente ou desidiosa das Casas Legislativas, conduta esta que pode pôr em risco a própria ordem constitucional. A inertia deliberandi das Casas Legislativas pode ser objeto da ação direta de inconstitucionalidade por omissão.

3. A omissão legislativa em relação à regulamentação do art. 18, § 4º, da Constituição, acabou dando ensejo à conformação e à consolidação de estados de inconstitucionalidade que não podem ser ignorados pelo legislador na elaboração da lei complementar federal.

4. Ação julgada procedente para declarar o estado de mora em que se encontra o Congresso Nacional, a fim de que, em prazo razoável de 18 (dezoito) meses, adote ele todas as providências legislativas necessárias ao cumprimento do dever constitucional imposto pelo art. 18, § 4º, da Constituição, devendo ser contempladas as situações imperfeitas decorrentes do estado de inconstitucionalidade gerado pela

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 47

omissão. Não se trata de impor um prazo para a atuação legislativa do Congresso Nacional, mas apenas da fixação de um parâmetro temporal razoável, tendo em vista o prazo de 24 meses determinado pelo Tribunal nas ADI n°s 2.240, 3.316, 3.489 e 3.689 para que as leis estaduais que criam municípios ou alteram seus limites territoriais continuem vigendo, até que a lei complementar federal seja promulgada contemplando as realidades desses municípios.”

Destaco do voto do eminente relator, Ministro Gilmar Mendes, trecho de manifestação que S. Exa. transcreveu e adotou como fundamento, pelo seu primor, da lavra do então Procurador-Geral da República, Dr. Antonio Fernando de Souza:

“O federalismo se diferencia das outras formas de estado exatamente por garantir, por meio da Constituição, esferas de autoconformação, inclusive territorial, aos entes federados. O Brasil, como sabemos, é um federalismo tripartite ou de três níveis, assim como a Bélgica, embora, evidentemente, sob outras razões, por ter destacado os municípios como partes disjuntivas da federação.

Pois bem, a lei complementar federal ainda por fazer-se é imprescindível para que se adotem todas as providências necessárias à criação de municipalidades que demonstrem viabilidade econômico-financeira e o desejo da população em emancipar-se.

A inicial, aliás, relata a paralisia dos Estados, por ausência da mencionada lei, para dar continuidade a processos de emancipação de diversos municípios, atendendo a anseios de seus moradores. É certo que o período pós 1988 foi pródigo em desmembramentos de unidades municipais incapazes do auto-sustento. Sem embargo, não se pode corrigir esse vício passado com outro vício, agora, de inanição constitucional. Até porque a EC n. 15/1996 criou garantias contra a inflação municipalizante, neutralizando surtos emancipacionistas como o vivido.”

Após esse reconhecimento judicial da mora legislativa em sede de controle abstrato de constitucionalidade, o Congresso Nacional, como única resposta, promulgou, em 18.12.2008, a Emenda Constitucional 57, com a seguinte redação:

“Art. 1º O Ato das Disposições Constitucionais Transitórias passa a vigorar acrescido do seguinte art. 96:

‘Art. 96. Ficam convalidados os atos de criação, fusão, incorporação e desmembramento de Municípios, cuja lei tenha sido publicada até 31 de dezembro de 2006, atendidos os requisitos estabelecidos na legislação do respectivo Estado à época de sua criação.’

Art. 2º Esta Emenda Constitucional entra em vigor na data de sua publicação.”

A convalidação dos atos legislativos já praticados pelos Estados-membros, até o ano de 2006, em matéria de criação, fusão, incorporação e desmembramento de Municípios, embora indiscutivelmente benfazeja à segurança jurídica e ao bem-estar social e econômico das populações interessadas, não eliminou a situação de omissão flagrantemente inconstitucional em que se encontra o Congresso Nacional.

Em outras palavras, o Poder Legislativo da União, pouco tempo após ter sido oficialmente notificado de sua situação de inércia ofensiva à Carta Magna, atuou em matéria umbilicalmente ligada ao disposto no art. 18, § 4º, da Constituição Federal, mas, ainda assim, não cumpriu o dever que lhe impõe esse mesmo dispositivo de estabelecer o período de tempo em que será permitido aos Estados-membros tratar de reconfiguração municipal.

Inexistente, portanto, passados dois anos do reconhecimento jurisdicional da situação de omissão legislativa inconstitucional, a lei complementar federal prevista no art. 18, § 4º, da Carta Magna. É preciso que os atuais membros desta que é a mais vital das instituições da República, deixando de lado as forças político-eleitorais de que legitimamente fazem parte, reconheçam a gravidade e a delicadeza da situação de flagrante descumprimento em que se encontram há mais de treze anos e editem, de uma vez por todas, a lei complementar reclamada pelo texto constitucional vigente e pelos vinte e seis Estados-membros da Federação brasileira. A nenhum Poder de Estado é dada a regalia de desdenhar impunemente dos comandos da Constituição Federal, pois todos estão a ela subjugados, sem exceção.

3. Feitas essas considerações necessárias, passo ao exame do cabimento do writ ora pretendido.

No ano de 2007, a Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso obteve do Supremo Tribunal Federal, em sede de controle concentrado de constitucionalidade, o reconhecimento da mora do Congresso Nacional no cumprimento do dever de efetiva elaboração da lei complementar referida no art. 18, § 4º, da Constituição Federal.

Agora, valendo-se de um segundo instrumento, o mandado de injunção, sustenta que o esgotamento, in albis, do parâmetro temporal razoavelmente fixado por esta Suprema Corte (dezoito meses) importou em inequívoco descumprimento, por parte do Congresso Nacional, do acórdão prolatado na referida ADI 3.682.

Invocando a titularidade de um direito subjetivo constitucional ou de uma prerrogativa inerente à soberania, consubstanciados, supostamente, no “direito de legislar na criação de municípios dentro de seu território”, requer a impetrante que esta Corte viabilize o exercício desse eventual direito, permitindo a aplicação supletiva, quanto à definição temporal exigida pelo art. 18, § 4º, da Carta Magna, do art. 3º da Lei Complementar 23/1992, do Estado

de Mato Grosso, enquanto inexistente a norma federal a ser editada pelo Congresso Nacional.

A Assembléia Legislativa do Estado de Mato Grosso busca obter, portanto, uma resposta jurisdicional frente à inércia em que se manteve o Congresso Nacional após a decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade por Omissão 3.682. Todavia, o mandado de injunção não pode ser utilizado, conjugadamente, como um procedimento executório daquela decisão prolatada em controle concentrado de constitucionalidade. Essa não é a sua finalidade constitucional.

4. Além disso, ao contrário do que sustenta, a Assembléia Legislativa mato-grossense não é, neste caso, titular de qualquer direito subjetivo ou prerrogativa constitucional.

Na verdade, a norma do art. 18, § 4º, da Carta Magna, promove uma distribuição de competências (inclusive legislativas) entre os entes federados e estabelece uma série de exigências que devem ser por eles completamente atendidas para que a criação, fusão, desmembramento ou incorporação de Municípios se concretize.

Longe de conferir direito a Estado-membro, oponível à União e aos Municípios, o referido dispositivo constitucional arquitetou, para a reconfiguração territorial destes últimos, um concerto que envolve, além da participação dos entes das três esferas federativas, a manifestação soberana, pela via plebiscitária, da população diretamente interessada. Ou seja, o surgimento ou o desaparecimento de uma municipalidade não é um direito ou uma prerrogativa dos Estados-membros (ou de um de seus Poderes, como o Legislativo), mas um verdadeiro acordo de vontades no âmbito da própria Federação.

No dia seguinte ao julgamento da referida ADI 3.682, ou seja, em 10.5.2007, o Plenário desta Suprema Corte apreciou o Mandado de Injunção 725, no qual determinado Município, tal como a ora impetrante, invocava impedimento ao exercício de direito constitucional relacionado à redefinição de limites territoriais. O eminente relator, Ministro Gilmar Mendes, assim asseverou quanto à inexistência, nesse tema, de direito subjetivo ou de prerrogativa fundamental atribuível a um determinado ente da Federação (DJ de 21.9.2007):

“Como se pode constatar, a Constituição estabeleceu requisitos que perfazem um complexo procedimento que depende da intervenção direta de todos os entes da federação e, dessa forma, não se submete à autonomia municipal.

Assim também ocorre em relação à formação, à incorporação, à subdivisão ou ao desmembramento de Estados, que depende da aprovação da população diretamente interessada, através de plebiscito, e do Congresso Nacional, por lei complementar, como prescreve o § 3º do art. 18 da Constituição.

Enfim, a integração à Federação de um novo ente, de acordo com a Constituição, depende da vontade expressa da própria Federação, formada pela união indissolúvel dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.

Conclui-se, portanto, que não há um direito ou prerrogativa constitucional do Município cujo exercício esteja sendo obstaculizado pela ausência da lei complementar federal a que se refere o art. 18, § 4º, da Constituição.”

Portanto, não sendo a impetrante titular de direitos e liberdades constitucionais ou de prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania, falta-lhe legitimidade ativa ad causam para impetrar o presente mandado de injunção.

5. Outro óbice intransponível ao cabimento do presente writ é a verificação que faço de que o atendimento do pedido injuncional ora examinado não representaria uma simples viabilização do exercício de um direito, mas o afastamento ou a suspensão da eficácia de norma constitucional que, por força de emenda constitucional promulgada em 1996, passou a exigir, expressamente, a edição, pelo Congresso Nacional, de norma de natureza complementar definidora do período em que os Estados e Municípios poderão trabalhar pela criação, incorporação, fusão ou desmembramento das unidades municipais.

Não é demais lembrar que esta Casa, exatamente pela tentativa dos Estados-membros de se valerem de legislações locais anteriores ao advento da referida EC 15/96 e que também continham aquela fixação temporal, declarou a inconstitucionalidade de diversas leis estaduais criadoras de novos municípios brasileiros.

Ora, como agora poderia este Supremo Tribunal, em flagrante desacordo com a vontade do legislador constituinte reformador, permitir a utilização de norma complementar estadual de 1992, quando expressamente determinada, desde 1996, a fixação, pela União, do referido período autorizativo? Vale lembrar, nesse contexto, advertência do eminente Ministro Celso de Mello no sentido de que a própria excepcionalidade do mandado de injunção “impõe ao Judiciário o dever de estrita observância do princípio constitucional da divisão funcional do Poder” (MI 284, DJ de 26.6.1992).

6. Por todas as razões expostas, sendo a Assembléia Legislativa impetrante, como visto, desprovida de legitimidade ativa ad causam, já que não é, no tocante ao disposto no art. 18, § 4º, da Carta Magna, titular de direito subjetivo ou prerrogativa constitucional, nos termos do art. 267, VI, do CPC, e do art. 21, § 1º, do RISTF, nego seguimento ao presente mandado de injunção, ficando prejudicado o exame do pedido de antecipação de tutela.

Comuniquem-se os Senhores Presidentes do Senado Federal e da

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 48

Câmara dos Deputados do teor desta decisão, pela expressa referência que faz ao relevante acórdão prolatado pelo Plenário desta Suprema Corte nos autos da Ação Direta de Inconstitucionalidade 3.682.

Publique-se. Arquive-se.Brasília, 16 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

MANDADO DE INJUNÇÃO 1.907 (226)ORIGEM : MI - 119290 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIIMPTE.(S) : GEISA RIBEIRO LEITÃO E OUTRO(A/S)IMPTE.(S) : JOEL FIGUEIRAIMPTE.(S) : ROBERTO DE XEREZIMPTE.(S) : MARCO ANTONIO DA SILVA VASCONCELLOSIMPTE.(S) : LUIZ HOLENDERADV.(A/S) : VERA LUCIA MARQUES CALDASIMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

Trata-se de mandado de injunção, impetrado por Geisa Ribeiro Leitão e outros, contra omissão do Presidente da República, em virtude da ausência de regulamentação do art. 40, § 4º, da Constituição Federal.

Requereram, ainda, fosse dada ciência desta impetração aos Presidentes do Senado Federal e da Câmara dos Deputados.

Os autores, servidores públicos federais, lotados na Universidade Federal Rural do Estado do Rio de Janeiro - UFRRJ, sustentam, em suma, que, durante todo o período trabalhado, exerceram atividade insalubre e receberam o respectivo adicional.

Pleiteiam, assim, seja suprida a omissão legislativa a fim de possibilitar a concessão de aposentadoria especial.

Requisitei informações à fl. 34. A AGU afirma o descabimento do mandamus por entender que a via

correta para atender o desiderato do impetrante seria o mandado de segurança e não o mandado de injunção (fls. 49-56).

É o relatório. Passo a decidir.Inicialmente, consigno que deixei de ouvir a Procuradoria-Geral da

República, uma vez que, em inúmeros outros casos que versavam sobre a mesma questão constitucional, manifestou-se o Parquet pelo deferimento parcial do mandamus, em razão da ausência de regulamentação do art. 40, § 4º, da Constituição. Nesse sentido, cito, dentre outros, os seguintes processos: MIs 928/DF, 895/DF e 865/DF, todos de minha relatoria.

Assento, ademais, que a via do mandado de injunção é adequada para dirimir a questão sob comento.

Com efeito, nos termos do artigo 5º, LXXI, da Constituição Federal:“conceder-se-á mandado de injunção sempre que a falta de norma

regulamentadora torne inviável o exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania”.

Ora, bem examinada a questão, constato que, de fato, não existe lei regulamentadora do direito à aposentadoria especial em razão de atividade exercida exclusivamente sob condições que prejudiquem a saúde ou a integridade física, prevista no § 4º do art. 40 da Constituição Federal, como admitiu a própria Advocacia-Geral da União.

Assim, afigura-se correto o remédio constitucional escolhido pela impetrante, pois não há, à falta de previsão legal, direito líquido e certo amparável por meio do mandado de segurança.

Além disso, a jurisprudência recente desta Corte vem se firmando no sentido do fortalecimento do mandado de injunção como instrumento de concretização dos valores constitucionais em face da inércia legislativa.

Rejeitadas, destarte, as preliminares, passo a examinar o mérito do pedido.

Com a Emenda Constitucional 20/1998, o art. 40, § 4º, da Constituição Federal recebeu a seguinte redação:

“É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados os casos de atividades exercidas exclusivamente sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, definidos em lei complementar”.

Em seguida, o referido dispositivo sofreu nova mudança, com a Emenda Constitucional 47/2005, passando a ostentar a seguinte dicção:

“É vedada a adoção de requisitos e critérios diferenciados para a concessão de aposentadoria aos abrangidos pelo regime de que trata este artigo, ressalvados, nos termos definidos em leis complementares, os casos de servidores:

I – portadores de deficiência;II – que exerçam atividades de risco;III – cujas atividades sejam exercidas sob condições especiais que

prejudiquem a saúde ou a integridade física” (grifos meus).Após o julgamento dos MIs 721/DF e 758/DF, Rel. Min. Marco Aurélio,

a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal passou a adotar a tese que o remédio constitucional em tela destina-se à concretização, caso a caso, do

direito constitucional não regulamentado, assentando, ainda, que com ele não se objetiva apenas declarar a omissão legislativa, dada a sua natureza nitidamente mandamental.

Nesse sentido transcrevo a ementa do MI 758/DF acima citado:“MANDADO DE INJUNÇÃO – NATUREZA. Conforme disposto no

inciso LXXI do artigo 5º da Constituição Federal, conceder-se-á mandado de injunção quando necessário ao exercício dos direitos e liberdades constitucionais e das prerrogativas inerentes à nacionalidade, à soberania e à cidadania. Há ação mandamental e não simplesmente declaratória de omissão. A carga de declaração não é objeto da impetração, mas premissa de ordem a ser formalizada.

MANDADO DE INJUNÇÃO – DECISÃO – BALIZAS. Tratando-se de processo subjetivo, a decisão possui eficácia considerada a relação jurídica nele revelada.

APOSENTADORIA – TRABALHO EM CONDIÇÕES ESPECIAIS – PREJUÍZO À SAÚDE DO SERVIDOR – INEXISTÊNCIA DE LEI COMPLEMENTAR – ARTIGO 40, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. Inexistente a disciplina específica da aposentadoria especial do servidor, impõe-se a adoção, via pronunciamento judicial, daquela própria aos trabalhadores em geral – artigo 57, § 1º, da Lei nº 8.213/91”.

Tal jurisprudência foi reafirmada, recentemente, nos julgamentos dos MIs 795, 797, 809, 828, 841, 850, 857, 879, 905, 927, 938, 962, 998, 788, 796, 808, 815 e 825, conforme se observa da notícia publicada, em 15/4/2009, no sítio eletrônico do STF, abaixo transcrita:

“Nesta quarta-feira (15), o Supremo Tribunal Federal (STF) permitiu que pedidos de aposentadoria de servidores públicos que trabalham em situação de insalubridade e de periculosidade sejam concedidos de acordo com as regras do artigo 57 da Lei 8.213/91, que regulamenta a aposentadoria especial de celetistas. Os pedidos devem ser analisados caso a caso e dependem de o interessado provar que cumpre os requisitos legais previstos para a concessão do benefício.

A decisão seguiu precedente (MI 721) do Plenário que, em agosto de 2007, permitiu a aplicação da norma a uma servidora da área da saúde. Ela teve sua aposentadoria negada por falta de regulamentação do dispositivo constitucional que permite a aposentadoria especial no caso de trabalho insalubre e de atividades de risco.

A regra está disposta no parágrafo 4ª do artigo 40 da Constituição Federal, mas depende de regulamentação. Por isso, pedidos de aposentadoria feitos por servidores públicos acabam sendo rejeitados pela Administração. Para garantir a concessão do benefício, o Supremo está permitindo a aplicação da Lei 8.213/91, que regulamenta a concessão de benefícios da Previdência Social.

Ao todo, foram julgados 18 processos de servidores, todos mandados de injunção, instrumento jurídico apropriado para garantir o direito de alguém prejudicado diante da omissão legislativa na regulamentação de normas da Constituição. Nesta tarde, os ministros decretaram a omissão legislativa do presidente da República em propor lei que trate da matéria, que está sem regulamentação há mais de 10 anos.

A Corte também determinou que os ministros poderão aplicar monocraticamente essa decisão aos processos que se encontram em seus gabinetes, sem necessidade de levar cada caso para o Plenário” (grifei).

No caso sob exame, os impetrantes pleiteiam a aplicação, aos seus casos, do art. 57, § 1º, da Lei 8.213/91, que disciplina o regime geral de previdência social, que assim se encontra vazado:

“Art. 57. A aposentadoria especial será devida, uma vez cumprida a carência exigida nesta Lei, ao segurado que tiver trabalhado sujeito a condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física, durante 15 (quinze), 20 (vinte) ou 25 (vinte e cinco) anos, conforme dispuser a lei.

(...)§ 1º A aposentadoria especial, observado o disposto no art. 33 desta

Lei, consistirá numa renda mensal equivalente a 100% (cem por cento) do salário de benefício”.

Alegam, apara tanto, que, durante todo o período trabalhado, exerceram atividades insalubres.

Ocorre, porém, que a contagem de tempo, com todas as suas intercorrências, somente pode ser aferida, de forma concreta, pela Administração Pública, à luz dos dados constantes dos prontuários dos impetrantes, razão pela qual o seu pleito não pode ser provido, desde logo, de forma integral.

Isso posto, concedo a ordem em parte para reconhecer o direito dos impetrantes de terem o seu pleito à aposentadoria especial analisado pela autoridade administrativa competente, à luz do art. 57 da Lei 8.213/91, considerada a falta do diploma regulamentador a que se refere o art. 40, § 4º, da Constituição Federal.

Publique-se.Brasília, 19 de novembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

MANDADO DE INJUNÇÃO 2.079 (227)ORIGEM : MI - 2079 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. DIAS TOFFOLI

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 49

IMPTE.(S) : LEOMAR FLAVIO ALVESADV.(A/S) : PAULO DE ASSIS BRASILIMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

DECISÃOVistos.Cuida-se de mandado de injunção impetrado por LEOMAR FLAVIO

ALVES em face do Exmo. Sr. PRESIDENTE DA REPÚBLICA, com o objetivo de que seja declarada a mora legislativa na regulamentação do art. 40, § 4º, da Constituição Federal, a fim de reconhecer seu direito à aposentadoria especial.

Na inicial de folhas 2/12, o impetrante alega que:a) é servidor público do Estado do Rio Grande do Sul e atua, desde

sua posse, em atividade de risco, nos termos do art.57, da Lei no 8.213/1991 (Regime Geral da Previdência Social);

b) existe mora legislativa por parte de Sua Excelência o Senhor PRESIDENTE DA REPÚBLICA e pelo ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, a quem se requer a citação como litisconsorte passivo;

c) deve ser reconhecida a mora legislativa e o reconhecimento do direito à aposentadoria especial.

Há requerimento de justiça gratuita.É o relatório.Defiro o pedido de justiça gratuita, nos termos do art.4o, da Lei no

1.060/1950, c/c art.62, RISTF.Quanto ao pedido de citação do ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL,

na qualidade de litisconsorte passivo no mandado de injunção, é de ser indeferido. Conforme jurisprudência mais antiga da Corte, não cabe litisconsórcio passivo no mandado de injunção, quando se forma vínculo entre pessoas estatais e particulares. Cito prejulgado nesse sentido:

“Não cabe agravo regimental contra despacho que indefere liminar, em mandado de injunção. Neste não há, igualmente, lugar para a citação, como interveniente, ou terceiro interessado, dos particulares, bem como para o litisconsórcio passivo entre estes e a autoridade competente para a elaboração da norma reguladora” (MI nº 345/DF-AgR, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Octavio Gallotti, DJ de 13/12/91).

A questão, porém, resolve-se no plano da legitimidade para regulamentar o art.40, § 4º, da Constituição Federal, a qual não se estende ao ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL, daí a impossibilidade do atendimento da pretensão do impetrante em ampliar o pólo passivo desta lide.

No mais, esta Corte, em casos semelhantes, reconhecendo a omissão legislativa no tocante à ausência de lei complementar a definir as condições para o implemento da aposentadoria especial prevista no artigo 40, § 4º, da Constituição Federal, e a necessidade de dar eficácia às normas constitucionais, tem concedido o mandado de injunção para comunicar a mora à autoridade competente e determinar a aplicação, no que couber e a partir da comprovação dos dados à autoridade administrativa competente, do artigo 57 da Lei nº 8.213/91. Nesse sentido, os Mandados de Injunção nºs 721/DF, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Marco Aurélio, DJ de 30/11/07 e 758/DF, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Marco Aurélio, DJ de 25/9/08. Na mesma linha, os Mandados de Injunção n os 808/DF, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Carlos Britto, DJE de 8/5/09; 809/SP, Tribunal Pleno, Relatora a Ministra Carmen Lúcia, DJE de 22/5/09; e 962/DF, Tribunal Pleno, Relatora a Ministra Carmen Lúcia, DJE de 22/5/09.

Ante o exposto, cite-se o Exmo. Sr. PRESIDENTE DA REPÚBLICA para que, desejando, manifeste-se sobre o pedido formulado no presente mandado de injunção.

Publique-se. Brasília, 19 de novembro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

MANDADO DE INJUNÇÃO 2.082 (228)ORIGEM : MI - 2082 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIIMPTE.(S) : MANOEL MESSIAS CAMPOS CARDOSOADV.(A/S) : ANA CRISTINA CARLOS SARMENTO MENESESIMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

DECISÃOVistos.Mandado de Injunção impetrado por Manoel Messias Campos

Cardoso contra ato omissivo do Presidente da República Federativa do Brasil.O impetrante pretende ver suprida a omissão concernente à

inexistência de lei complementar regulando a aplicação do § 4º do artigo 40 da Constituição Federal, com a redação da Emenda Constitucional nº 47/05.

Em suas razões, sustenta:“(...)O Requerente exerce a função de técnico de laboratório,

manipulando com agentes biológicos, há mais de 26 anos, como é exposto em demonstrativo elaborado pela própria Autarquia Hemolacen, esta abarcada pelo regime próprio de previdência/seguridade social do estado de

Sergipe – IPES PREVIDÊNCIA (vide documentos em anexo).Deste modo, o Demandante realiza o seu labor desenvolvendo

atividades relacionadas à manipulação de agentes biológicos nocivos, estes relacionados ao reconhecimento das presenças dos microorganismos causadores da meningite, da tuberculose e da hanseníase, que são os meningococos e as mycobactérias respectivamente; estando o Autor, então exposto a risco biológico extremo às doenças infecto-contagiosas de alta contaminação e gravidade (observar relatório anexo).

Com isto, torna-se claro que o Autor exerce atividade de risco, esta descrita e delimitada no ANEXO II, LISTA A, ITEM XXV E ANEXO IV ITEM 3.0.1, ESTE ÚLTIMO IDENTIFICANDO A ATIVIDADE DE RISCO DE 25 ANOS, DO REGULAMENTO DO REGIME GERAL DA PREVIDÊNCIA SOCIA (sic), COM BASE NO DECRETO 004.882.2003.

É fato, assim, a necessidade do Autor em procurar o Poder Judiciário para ver satisfeito o seu direito ao qual faz jus e que, deste modo, será detalhado a seguir, já que no indeferimento administrativo recebido pelo Autor (02/01/2009), a Autarquia não se opõe quanto ao mérito do Direito, porém alega a falta de lei complementar que venha a suprir o pleito, pronunciando-se sobre a necessidade do seguimento com base no regime geral, por via judicial” (fl. 3).

Requer o benefício da assistência judiciária gratuita sob a afirmação de que “(...) não tem condições de arcar com as despesas do processo seu prejuízo de seu sustento bem como de seus familiares (...)” (fl. 2).

Decido.Inicialmente, defiro o pedido de justiça gratuita (artigo 4º da Lei nº

1.060/50, c/c artigo 62 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).Consigno, apenas a título de registro, que esta Suprema Corte vem

reconhecendo a mora da autoridade competente para a regulamentação da aposentadoria especial prevista no artigo 40, § 4º, da Constituição Federal e determinando a aplicação, por analogia, do artigo 57 da Lei nº 8.213/91, após a comprovação da situação fática perante a autoridade administrativa. Nesse sentido os Mandados de Injunção nos 721/DF, Tribunal Pleno, DJe de 30/11/07, e 758/DF, Tribunal Pleno, DJe de 26/9/08, ambos da relatoria do Ministro Marco Aurélio.

Nos termos do artigo 24, parágrafo único, da Lei nº 8.038/90, c/c o artigo 7º, inciso I, da Lei nº 12.016/09, determino que se requisitem informações ao Presidente da República.

Após o recebimento das informações, abra-se vista dos autos ao Procurador-Geral da República.

Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

MANDADO DE INJUNÇÃO 2.088 (229)ORIGEM : MI - 2088 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIIMPTE.(S) : SINDICATO DOS SERVIDORES DA JUSTIÇA

ELEITORAL DO CEARÁ - SINJEADV.(A/S) : RICARDO QUINTAS CARNEIRO E OUTRO(A/S)IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOIMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DO SENADO FEDERALIMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

DECISÃOVistos.Mandado de Injunção coletivo impetrado pelo Sindicato dos

Servidores da Justiça Eleitoral do Ceará - SIJE contra o Presidente da República Federativa do Brasil, o Presidente do Senado Federal e o Presidente da Câmara dos Deputados.

O impetrante pretende ver suprida a omissão concernente à inexistência de lei complementar regulando a aplicação do § 4º, artigo 40 da Constituição Federal, com a redação da Emenda Constitucional nº 47/05.

Em suas razões, sustenta:“(...)O Impetrante é entidade sindical que representa os servidores da

Justiça Eleitoral no Estado do Ceará, entre eles vários servidores que trabalham em condições que prejudicam a saúde ou a integridade física, regidos pela Lei 8.112/1990 e pela Lei 11.416/2006, substituídos processualmente neste mandado de injunção.

Tais servidores, por desempenharem funções legalmente definidas como sujeitas a condições especiais que prejudicam a saúde ou a integridade física, encontram-se albergados pela exceção constante do artigo atividade sob § 4º, inciso III, da Constituição Federal de 1988, que lhes permite a aposentadoria especial, mediante lei complementar.

Ocorre que há omissão legislativa na edição da lei complementar exigida, o que inviabiliza o exercício do direito assegurado na Constituição da República.

Com efeito, a pretensão se justifica pela Jurisprudência da Suprema Corte, que no controle difuso afirma a impossibilidade de concessão de aposentadoria especial, enquanto ausente lei regulamentadora da matéria” (fl. 3).

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 50

Decido.Consigno, apenas a título de registro, que esta Suprema Corte vem

reconhecendo a mora da autoridade competente para a regulamentação da aposentadoria especial prevista no artigo 40, § 4º, da Constituição Federal e determinando a aplicação, por analogia, do artigo 57 da Lei nº 8.213/91, após a comprovação da situação fática perante a autoridade administrativa. Nesse sentido os Mandados de Injunção nos 721/DF, Tribunal Pleno, DJ de 30/11/07, e 758/DF, Tribunal Pleno, DJ de 25/9/08, ambos da relatoria do Ministro Marco Aurélio.

Nos termos do artigo 24, parágrafo único, da Lei nº 8.038/90, c/c o artigo 7º, inciso I, da Lei nº 12.016/09, determino que se requisitem informações ao Presidente da República, ao Presidente do Senado Federal e ao Presidente da Câmara dos Deputados.

Após o recebimento das informações, abra-se vista dos autos ao Procurador-Geral da República.

Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

MANDADO DE INJUNÇÃO 2.091 (230)ORIGEM : MI - 2091 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIIMPTE.(S) : RICARDO BASTOS DE REZENDEADV.(A/S) : LEANDRO LAMUSSI CAMPOS E OUTRO(A/S)IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICA

DECISÃOVistos.Mandado de Injunção impetrado por Ricardo Bastos de Rezende

contra ato omissivo do Presidente da República Federativa do Brasil.O impetrante pretende ver suprida a omissão concernente à

inexistência de lei complementar regulando a aplicação do § 4º do artigo 40 da Constituição Federal, com a redação da Emenda Constitucional nº 47/05.

Em suas razões, sustenta:“(...)O impetrante, no dia 01 de junho de 1984, após submissão a

concurso público, ingressou no quadro funcional do Estado do Paraná como médico lotado no Hospital Universitário da Universidade Estadual de Londrina – HU/UEL, permanecendo em atividade no cargo de médico desde a contratação, conforme prova a Carteira de Trabalho e Previdência Social – CTPS. (Doc. 1).

A condição de servidor público efetivo impôs, a partir de 20 de fevereiro de 1992, a filiação ao Regime Próprio de Previdência do Estado, denominado Paranaprevidência, que recepcionou os servidores ingressantes no funcionalismo público e aqueles até então filiados ao Regime Geral de Previdência Social – INSS, como prova a Certidão de Tempo de Contribuição. (Doc. 2).

A manutenção do vínculo filiatório se estende, atualmente, por período ininterrupto superior a 25 (anos) (sic) de tempo de contribuição, legitimando-o a fruição do benefício previdenciário de aposentadoria especial, na medida em que exerça suas atividades profissionais em ambientes nocivos à saúde e à integridade física, se expondo a agentes químicos e biológicos.

Não obstante o impetrante se expor, habitual e permanentemente, a riscos ambientais do trabalho sobremodo elevados, a inércia legislativa na regulamentação do preceito contido no artigo 40, § 4º da Carta Constitucional, inviabilizou o exercício do direito subjetivo à aposentadoria especial aos 25 (vinte e cinco) anos de tempo de contribuição, porquanto desprovida a norma constitucional de plena eficácia” (fls. 5/6).

Decido.Consigno, apenas a título de registro, que esta Suprema Corte vem

reconhecendo a mora da autoridade competente para a regulamentação da aposentadoria especial prevista no artigo 40, § 4º, da Constituição Federal e determinando a aplicação, por analogia, do artigo 57 da Lei nº 8.213/91, após a comprovação da situação fática perante a autoridade administrativa. Nesse sentido os Mandados de Injunção nos 721/DF, Tribunal Pleno, DJe de 30/11/07, e 758/DF, Tribunal Pleno, DJe de 26/9/08, ambos da relatoria do Ministro Marco Aurélio.

Nos termos do artigo 24, parágrafo único, da Lei nº 8.038/90, c/c o artigo 7º, inciso I, da Lei nº 12.016/09, determino que se requisitem informações ao Presidente da República.

Após o recebimento das informações, abra-se vista dos autos ao Procurador-Geral da República.

Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

MANDADO DE INJUNÇÃO 2.096 (231)ORIGEM : MI - 2096 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIIMPTE.(S) : SINDICATO DOS TRABALHADORES NO SERVIÇO

PÚBLICO FEDERAL NO ESTADO DO PARANÁ - SINDSEPR

ADV.(A/S) : PAULO HENRIQUE VIDA VIEIRA E OUTRO(A/S)IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

DECISÃOVistos.Mandado de Injunção coletivo impetrado pelo Sindicato dos

Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado do Paraná – SINDSEPR/PR contra ato omissivo do Presidente da República Federativa do Brasil.

O impetrante pretende ver suprida a omissão concernente à inexistência de lei complementar regulando a aplicação do § 4º do artigo 40 da Constituição Federal, com a redação da Emenda Constitucional nº 47/05.

Em suas razões, sustenta:“(...)Os substituídos são servidores públicos federais da administração

direta, indireta, autárquica e fundacional, empresas públicas e estatais, agências executivas, associações e instituições que dependam de verbas públicas, inclusive provenientes de convênios, ou contratados para cargo de confiança e livre nomeação, regidos pela 8.112/90, pelo regime celetista ou qualquer outro vínculo jurídico que venha incidir na relação laboral em substituição aos referidos regimes, com abrangência estadual e base territorial o Estado do Paraná em conformidade com o Estatuto da entidade sindical e a Certidão emitida pelo Ministério do Trabalho em anexo.

No desempenho de suas atribuições, exercem ou exerceram atividades sob condições especiais prejudiciais à sua saúde ou integridade física. Com efeito, muitos deles atuam ou atuaram junto a diversos setores da Administração Pública que ficam expostos a agentes nocivos à saúde das mais variadas formas.

Por força do disposto no art. 40, § 4º da Constituição Federal, o exercício de atividades sob condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física deveria assegurar aos substituídos o gozo de aposentadoria especial, uma vez cumpridos os requisitos para tanto.

Contudo, em razão da falta de regulamentação da referida norma constitucional, os mesmos se encontram impedidos de exercer tal direito, bem como o direito dele decorrente de conversão do tempo de serviço exercido sob condições citadas em comum, para fins de concessão de qualquer benefício” (fls. 2/3).

Pede o benefício da justiça gratuita.Decido.Inicialmente, consigno que a jurisprudência desta Suprema Corte

firmou-se no sentido de admitir o ajuizamento de mandado de injunção coletivo por organismos sindicais e por entidades de classe, com o objetivo de assegurar a seus membros e associados o exercício de direitos previstos na Constituição Federal. Nesse sentido os MMII nos 20/DF, Relator o Ministro Celso de Mello, Plenário, DJ de 22/11/96, e 73/DF, Relator o Ministro Moreira Alves, Plenário, DJ de 19/12/94.

Verifico que o impetrante, Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Federal no Estado do Paraná, é pessoa jurídica de direito privado, sendo entendimento pacífico desta Corte, no tocante às entidades dessa natureza, que o acesso ao benefício da assistência judiciária gratuita está condicionado à efetiva comprovação de sua insuficiência de recursos financeiros, não sendo suficiente apenas a afirmação, na peça inicial, de que não se encontra em condições de arcar com as custas processuais e os honorários advocatícios. Cito precedente:

“BENEFÍCIO DA GRATUIDADE - PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PRIVADO - POSSIBILIDADE - NECESSIDADE DE COMPROVAÇÃO DA INSUFICIÊNCIA DE RECURSOS FINANCEIROS - INEXISTÊNCIA, NO CASO, DE DEMONSTRAÇÃO INEQUÍVOCA DO ESTADO DE INCAPACIDADE ECONÔMICA - CONSEQÜENTE INVIABILIDADE DE ACOLHIMENTO DESSE PLEITO - RECURSO IMPROVIDO.

- O benefício da gratuidade - que se qualifica como prerrogativa destinada a viabilizar, dentre outras finalidades, o acesso à tutela jurisdicional do Estado - constitui direito público subjetivo reconhecido tanto à pessoa física quanto à pessoa jurídica de direito privado, independentemente de esta possuir, ou não, fins lucrativos. Precedentes.

- Tratando-se de entidade de direito privado - com ou sem fins lucrativos -, impõe-se-lhe, para efeito de acesso ao benefício da gratuidade, o ônus de comprovar a sua alegada incapacidade financeira (RT 787/359 - RT 806/129 - RT 833/264 - RF 343/364), não sendo suficiente, portanto, ao contrário do que sucede com a pessoa física ou natural (RTJ 158/963-964 - RT 828/388 - RT 834/296), a mera afirmação de que não está em condições de pagar as custas do processo e os honorários advocatícios. Precedentes” (RE nº 192.175/SP-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, Segunda Turma, DJ de 9/2/07).

No caso, o autor deixou de comprovar a sua situação de hipossuficiência, limitando-se a requerer o benefício da gratuidade de justiça, o que impede o atendimento do pleito. Assim, indefiro o pedido de justiça gratuita.

Nos termos do artigo 24, parágrafo único, da Lei nº 8.038/90, c/c o artigo 7º, inciso I, da Lei nº 12.016/09, determino que se requisitem informações ao Presidente da República.

Após o recebimento das informações, abra-se vista dos autos ao

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 51

Procurador-Geral da República.Publique-se.Brasília, 19 de novembro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

MANDADO DE INJUNÇÃO 2.100 (232)ORIGEM : MI - 2100 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIIMPTE.(S) : DANTE DEL VALE VALCANAIAADV.(A/S) : MARCELO DELPIZZOIMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

DECISÃOVistos.Mandado de Injunção impetrado por Dante Del Vale Valcanaia contra

ato omissivo do Presidente da República Federativa do Brasil.O impetrante pretende ver suprida a omissão concernente à

inexistência de lei complementar regulando a aplicação do § 4º do artigo 40 da Constituição Federal, com a redação da Emenda Constitucional nº 47/05.

Em suas razões, sustenta:“(...)O impetrante é funcionário público efetivo do Tribunal de Justiça

de Santa Catarina desde a data de 10/02/1982, em atividade permanente, não ocasional nem intermitente, no cargo de odontólogo, contando assim atualmente com mais de 27 anos de serviço na atividade.

Conforme é público e notório, a atividade de odontólogo está enquadrada como insalubre, nos termos dos anexos 13 e 14 da NR-15, pelo contato direto com produtos químicos e agentes biológicos infecto-contagiosos, tanto que o respectivo adicional de insalubridade foi reconhecido e é pago regularmente ao impetrante, como demonstra a sua ficha funcional e demonstrativo de pagamento em anexo.

Desse modo, cumpridos os requisitos e tempo de serviço necessário, com base no parágrafo 4º. do art. 40 da CF, e decisões emanadas desse Colendo Supremo Tribunal Federal em vários mandados de injunção, o ora impetrante requereu em 08/05/2009 a concessão de aposentadoria especial através de processo administrativo junto ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina, pleito este que foi INDEFERIDO por àquela (sic) corte, conforme demonstra a cópia integral do dito procedimento, em anexo.

Assim sendo, flagrantemente violado seu direito constitucionalmente garantido, não restou outra alternativa ao impetrante senão manejar o presente remédio processual” (fls. 2/3).

Decido.Consigno, apenas a título de registro, que esta Suprema Corte vem

reconhecendo a mora da autoridade competente para a regulamentação da aposentadoria especial prevista no artigo 40, § 4º, da Constituição Federal e determinando a aplicação, por analogia, do artigo 57 da Lei nº 8.213/91, após a comprovação da situação fática perante a autoridade administrativa. Nesse sentido os Mandados de Injunção nos 721/DF, Tribunal Pleno, DJe de 30/11/07, e 758/DF, Tribunal Pleno, DJe de 26/9/08, ambos da relatoria do Ministro Marco Aurélio.

Nos termos do artigo 24, parágrafo único, da Lei nº 8.038/90, c/c o artigo 7º, inciso I, da Lei nº 12.016/09, determino que se requisitem informações ao Presidente da República.

Após o recebimento das informações, abra-se vista dos autos ao Procurador-Geral da República.

Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

MANDADO DE INJUNÇÃO 2.101 (233)ORIGEM : MI - 2101 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIIMPTE.(S) : EDUARDO DUTRA DA SILVAADV.(A/S) : MARCELO DELPIZZO E OUTRO(A/S)IMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

DECISÃOVistos.Mandado de Injunção impetrado por Eduardo Dutra da Silva contra

ato omissivo do Presidente da República Federativa do Brasil.O impetrante pretende ver suprida a omissão concernente à

inexistência de lei complementar regulando a aplicação do § 4º do artigo 40 da Constituição Federal, com a redação da Emenda Constitucional nº 47/05.

Em suas razões, sustenta:“(...)O impetrante é funcionário público efetivo do Tribunal de Justiça

de Santa Catarina desde a data de 01/06/1984, em atividade permanente, não ocasional nem intermitente, no cargo de odontólogo, contando assim

atualmente com mais de 26 anos de serviço na atividade.Conforme é público e notório, a atividade de odontólogo está

enquadrada como insalubre, nos termos dos anexos 13 e 14 da NR-15, pelo contato direto com produtos químicos e agentes biológicos infecto-contagiosos, tanto que o respectivo adicional de insalubridade foi reconhecido e é pago regularmente ao impetrante, como demonstra a sua ficha funcional e demonstrativo de pagamento em anexo.

Desse modo, cumpridos os requisitos e tempo de serviço necessário, com base no parágrafo 4º. do art. 40 da CF, e decisões emanadas desse Colendo Supremo Tribunal Federal em vários mandados de injunção, o ora impetrante requereu em 02/07/2009 a concessão de aposentadoria especial através de processo administrativo junto ao Tribunal de Justiça de Santa Catarina, pleito este que foi INDEFERIDO por àquela (sic) corte, conforme demonstra a cópia integral do dito procedimento, em anexo.

Assim sendo, flagrantemente violado seu direito constitucionalmente garantido, não restou outra alternativa ao impetrante senão manejar o presente remédio processual” (fls. 2/3).

Decido.Consigno, apenas a título de registro, que esta Suprema Corte vem

reconhecendo a mora da autoridade competente para a regulamentação da aposentadoria especial prevista no artigo 40, § 4º, da Constituição Federal e determinando a aplicação, por analogia, do artigo 57 da Lei nº 8.213/91, após a comprovação da situação fática perante a autoridade administrativa. Nesse sentido os Mandados de Injunção nos 721/DF, Tribunal Pleno, DJe de 30/11/07, e 758/DF, Tribunal Pleno, DJe de 26/9/08, ambos da relatoria do Ministro Marco Aurélio.

Nos termos do artigo 24, parágrafo único, da Lei nº 8.038/90, c/c o artigo 7º, inciso I, da Lei nº 12.016/09, determino que se requisitem informações ao Presidente da República.

Após o recebimento das informações, abra-se vista dos autos ao Procurador-Geral da República.

Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

MANDADO DE INJUNÇÃO 2.124 (234)ORIGEM : MI - 2124 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIIMPTE.(S) : SUELY BROXADO DE OLIVEIRAADV.(A/S) : VERA CALDASIMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOINTDO.(A/S) : PRESIDENTE DO SENADO FEDERALINTDO.(A/S) : PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

DECISÃOVistos.Mandado de Injunção impetrado por Suely Broxado de Oliveira contra

o Presidente da República Federativa do Brasil.Na inicial, a autora também requer que seja dada ciência ao

Presidente do Senado Federal e ao Presidente da Câmara dos Deputados. A impetrante pretende ver suprida a omissão concernente à

inexistência de lei complementar regulando a aplicação do § 4º do artigo 40 da Constituição Federal, com a redação da Emenda Constitucional nº 47/05.

Em suas razões, sustenta:“(...)3.1 A impetrante é servidora pública federal civil, UFRJ, e a partir de

1992, PASSOU A RECEBER O ADICIONAL DE INSALUBRIDADE até a presente data; (doc. 3)

3.2 Entretanto, a Lei nº 8112/1990 – RJU, embora reconheça e pague o Adicional de Insalubridade (doc. 3) não tem a Impetrante o direito a contagem e averbação do tempo de exercício em atividade insalubre, de agosto de 1992 até a presente data; (docs. 4, 5, 6)

3.3 Insta ressaltar, que qualquer requerimento feito requisitando a contagem e averbação do referido tempo em relação ao RJU, tem resposta já padronizada, baseada nos arts. 1º e 2º da ON nº 7/2007 (...)” (fl. 3).

Decido.Consigno, apenas a título de registro, que esta Suprema Corte vem

reconhecendo a mora da autoridade competente para a regulamentação da aposentadoria especial prevista no artigo 40, § 4º, da Constituição Federal e determinando a aplicação, por analogia, do artigo 57 da Lei nº 8.213/91, após a comprovação da situação fática perante a autoridade administrativa. Nesse sentido os Mandados de Injunção nos 721/DF, Tribunal Pleno, DJe de 30/11/07, e 758/DF, Tribunal Pleno, DJe de 26/9/08, ambos da relatoria do Ministro Marco Aurélio.

Na espécie, determino que seja corrigida a autuação para que constem o Presidente do Senado Federal e o Presidente da Câmara dos Deputados como interessados, conforme postulado pela impetrante.

Nos termos do artigo 24, parágrafo único, da Lei nº 8.038/90, c/c o artigo 7º, inciso I, da Lei nº 12.016/09, determino que se requisitem informações ao Presidente da República.

Citem-se o Presidente do Senado Federal e o Presidente da Câmara

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 52

dos Deputados para que, querendo, manifestem-se quanto ao pedido formulado neste mandado de injunção.

Após o recebimento das informações, abra-se vista dos autos ao Procurador-Geral da República.

Publique-se.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

MANDADO DE INJUNÇÃO 2.134 (235)ORIGEM : MI - 2134 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIIMPTE.(S) : JACQUELINE LEITE DO AMARALADV.(A/S) : VERA LUCIA MARQUES CALDASIMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOINTDO.(A/S) : PRESIDENTE DO SENADO FEDERALINTDO.(A/S) : PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

DECISÃOVistos.Mandado de Injunção impetrado por Jacqueline Leite do Amaral

contra o Presidente da República Federativa do Brasil.Na inicial, a autora também requer que seja dada ciência ao

Presidente do Senado Federal e ao Presidente da Câmara dos Deputados. A impetrante pretende ver suprida a omissão concernente à

inexistência de lei complementar regulando a aplicação do § 4º do artigo 40 da Constituição Federal, com a redação da Emenda Constitucional nº 47/05.

Em suas razões, sustenta:“(...)3.1 A impetrante é servidora pública federal civil, enfermeira da UFRJ,

e ingressou no serviço público ainda sob a égide da CLT, passando ao Regime Estatutário em dezembro de 1990 e tendo tempo anterior ao RJU contado e averbado em sua ficha funcional.

3.2 Entretanto, a Lei nº 8112/1990 – RJU, embora reconheça e pague o Adicional de Insalubridade (doc. 3) não tem a Impetrante o direito a contagem e averbação do tempo de exercício em atividades insalubres desde 1991, até a presente data; (docs. 4, 5, 6)

3.3 Insta ressaltar, que qualquer requerimento feito requisitando a contagem e averbação do referido tempo em relação ao RJU, tem resposta já padronizada, baseadas nos arts. 1º e 2º da ON nº 7/2007 (...)” (fl. 3).

Decido.Consigno, apenas a título de registro, que esta Suprema Corte vem

reconhecendo a mora da autoridade competente para a regulamentação da aposentadoria especial prevista no artigo 40, § 4º, da Constituição Federal e determinando a aplicação, por analogia, do artigo 57 da Lei nº 8.213/91, após a comprovação da situação fática perante a autoridade administrativa. Nesse sentido os Mandados de Injunção nos 721/DF, Tribunal Pleno, DJe de 30/11/07, e 758/DF, Tribunal Pleno, DJe de 26/9/08, ambos da relatoria do Ministro Marco Aurélio.

Na espécie, determino que seja corrigida a autuação para que constem o Presidente do Senado Federal e o Presidente da Câmara dos Deputados como interessados, conforme postulado pela impetrante.

Nos termos do artigo 24, parágrafo único, da Lei nº 8.038/90, c/c o artigo 7º, inciso I, da Lei nº 12.016/09, determino que se requisitem informações ao Presidente da República.

Citem-se o Presidente do Senado Federal e o Presidente da Câmara dos Deputados para que, querendo, manifestem-se quanto ao pedido formulado neste mandado de injunção.

Após o recebimento das informações, abra-se vista dos autos ao Procurador-Geral da República.

Publique-se.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

MANDADO DE INJUNÇÃO 2.156 (236)ORIGEM : MI - 2156 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIIMPTE.(S) : MARISETI SILVA MACHADOADV.(A/S) : CARLOS EDUARDO REIS CLETOIMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOIMPDO.(A/S) : CONGRESSO NACIONALLIT.PAS.(A/S) : LIGHT - SERVIÇOS DE ELETRICIDADE S/A

Trata-se de mandado de injunção impetrado por Marisete Silva MAchado contra o Presidente da República, o Congresso Nacional e a Light Serviços de Eletricidade S.A., por ausência de regulamentação do art. 7º, inciso XXI, da Constituição Federal.

Alega a impetrante que foi empregado da Light Serviços de Eletricidade S.A. pelo período de dezoito anos, até sua demissão imotivada

em 21/11/2007.Ressalta que recebeu, após a sua demissão, apenas um mês de

salário a título de aviso prévio. Pugna pelo deferimento da assistência judiciária gratuita e, no mérito,

pela procedência desta ação para “declarar a mora legislativa dos Poderes Executivo e Legislativo, em

relação à regulamentação do direito previsto no Artigo 7º, Inciso XXI, da Constituição Federal;

(...) deferir à Impetrante, para utilização em seu caso concreto, o estabelecimento, por esse E. Supremo Tribunal Federal, da norma regulamentadora reclamada pela Impetrante (...)” (fl. 20).

É o breve relatório.Decido. Defiro o pedido de justiça gratuita. Solicitem-se informações às autoridades impetradas. Cite-se a Light Serviços de Eletricidade S.A. Publique-se.Brasília, 20 de novembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

MANDADO DE SEGURANÇA 22.722 (237)ORIGEM : MS - 4256 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR SUBSTITUTO

:MIN. CEZAR PELUSO

IMPTE. : CARLOS TORRES PEREIRAADV. : CARLOS TORRES PEREIRAIMPDO. : MESA DO SENADO FEDERAL

DECISÃO: 1. Trata-se de mandado de segurança, impetrado por Carlos Torres Pereira, servidor aposentado, contra ato imputado à Mesa do Senado Federal, que lhe teria negado concessão de auxílio-alimentação.

O então Min. Relator, SYDNEY SANCHES, indeferiu a liminar às fls. 75.

Foram prestadas informações (fls. 55/68).A PGR é pela denegação da ordem (fls. 78/84).A AGU opina pelo não conhecimento da ação (fls. 87/100).2.Incompetente esta Corte.Muito embora o mandamus tenha sido impetrado contra ato da Mesa

do Senado, colho dos autos, às fls. 2, que o próprio impetrante reconhece que o Ato nº 36/92 da Mesa dessa Casa Legislativa delegou competência ao Diretor-Geral, para regulamentar a sistemática de concessão do auxílio-alimentação, o que de fato foi feito, primeiramente pelo Ato nº 09/92, depois revogado pelo Ato nº 95/94, ambos do Diretor-Geral do Senado.

É taxativo o rol de autoridades sujeitas à competência originária do Supremo Tribunal Federal, e nele não se inclui o impetrado, nos termos do art. 102, I, “d” da Constituição Federal de 1988. No mesmo sentido, MS nº 27.049, de minha relatoria, DJ de 26/02/08; MS nº 21.382, Rel. Min. CARLOS VELLOSO, Rel. p/a acórdão, Min. CELSO DE MELLO, Pleno, DJ de 03-06-1994, e MS nº 21.416, Rel. Min. CARLOS VELLOSO, Pleno, DJ de 19-12-1994.

3.Do exposto, declaro a incompetência absoluta desta Corte, e determino remessa dos autos à Justiça Federal, nos termos do artigo 109, VIII, da Constituição Federal, c.c art. 21, § 1º, do RISTF.

Publique-se. Int.Brasília, 16 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

MANDADO DE SEGURANÇA 26.238 (238)ORIGEM : MS - 172938 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. CEZAR PELUSOIMPTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE RONDÔNIAADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

RONDÔNIAIMPDO.(A/S) : RELATORA DO PROCEDIMENTO DE CONTROLE

ADMINISTRATIVO Nº 628/2006-17 DO CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO

LITISC.(S) : TÂMERA PADOIN MARQUES

DECISÃO: 1. Trata-se de mandado de segurança impetrado pelo Ministério Público do Estado de Rondônia, contra decisão monocrática proferida por membro do Conselho Nacional do Ministério Público - CNMP em procedimento de controle administrativo, movido por Tâmera Padoin Marques (fls.02/05). O ato impugnado determinou a “suspensão de qualquer ato de nomeação, posse ou entrega em exercício dos candidatos aprovados na Comissão do XVIII Concurso para Ingresso na Carreira do Ministério Público do Estado de Rondônia, até o julgamento deste processo” (fls. 12), lastreado em supostas irregularidades e ilegalidades praticadas na avaliação da candidata e na homologação do certame.

Em 14 de novembro de 2006 deferi a liminar para autorizar a realização da cerimônia de posse dos três candidatos aprovados (fls. 30/31).

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 53

A PGR é pela declaração de prejudicialidade do writ (fls. 43/44).2.Está prejudicado o pedido.Não fora o fato de a liminar, neste caso, ser satisfativa, o PCA nº

628/2006 já teve julgamento de mérito, em 18/06/2007, como se colhe do sistema de acompanhamento processual do sítio eletrônico do CNMP. À representante Tâmera Padoin Marques ficou garantido o direito de submeter-se à nova argüição. Quanto aos originalmente classificados, foram todos devidamente nomeados, empossados e entraram no exercício de seus cargos.

3. Do exposto, julgo o mandamus prejudicado, em razão da perda do seu objeto, nos termos do artigo 21, IX, do RISTF.

Publique-se. Int..Oportunamente arquivem-se.Brasília, 16 de novembro de 2009

Ministro CEZAR PELUSORelator

MANDADO DE SEGURANÇA 28.043 (239)ORIGEM : ACO - 60237 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOIMPTE.(S) : ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE

JANEIROADV.(A/S) : MARCELLO CERQUEIRAIMPDO.(A/S) : CHEFE DA SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DA

RECEITA FEDERAL NA 7ª REGIÃO FISCALINTDO.(A/S) : JOSÉ GOMES GRACIOSAADV.(A/S) : MÔNICA MENDES DE ALMEIDA E OUTROSINTDO.(A/S) : MARIA CÉLIA GRACIOSA DA FONSECAINTDO.(A/S) : REGINA MARIA DA COSTA LOPESINTDO.(A/S) : ANTONIO AFONSO VALVAINTDO.(A/S) : JGF ELEMENTAL BEAUTY PARTICIPAÇÕES E

CONSULTORIA LTDAINTDO.(A/S) : CLÍNICA MÉDICA CIRÚRGICA SANTA CLARA S/C LTDAINTDO.(A/S) : ELEMENTAL BEAUTY SALÃO DE BELEZA E ESTÉTICA

LTDAINTDO.(A/S) : BMOBILE COMERCIAL E CONSULTORIA EM

INFORMÁTICA LTDA

DECISÃOLIMINAR – DEFERIMENTO – RECONSIDERAÇÃO -

IMPROPRIEDADE.MANDADO DE SEGURANÇA – SEQUÊNCIA.1.A Assessoria prestou as seguintes informações:Às folhas 849 e 850, Vossa Excelência proferiu o seguinte despacho:1. Eis as informações prestadas pela Assessoria:José Gomes Graciosa reitera os pedidos de reconsideração da

medida acauteladora deferida por Vossa Excelência, vindo a restaurar-lhe o sigilo fiscal supostamente quebrado pela Comissão Parlamentar de Inquérito, e de extinção do processo, sem julgamento do mérito. Aponta a impropriedade da impetração, consideradas a decisão liminar proferida pelo Ministro Celso de Mello na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4.190-8/RJ - pendente de referendo do Pleno -, mediante a qual Sua Excelência suspendeu o preceito da Constituição do Estado do Rio de Janeiro que atribui à Assembléia Legislativa competência para processar e julgar conselheiros do Tribunal de Contas do Estado por infrações administrativas, e o ato do Superior Tribunal de Justiça que implicou a suspensão do interrogatório do requerente perante a autoridade policial (cópias anexas).

Consigno não figurar o requerente na lista de investigados cujo sigilo fiscal foi quebrado pela Comissão Parlamentar de Inquérito.

O processo aguarda a expedição de ofício objetivando esclarecimentos do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, conforme determinado às folhas 795 e 796.

2. Esclareça o requerente o descompasso notado presente o interesse de agir. Vindo a confirmar-se este último, observe a necessidade de ter-se a tramitação do processo sem incidentes, chegando-se, o quanto antes, ao julgamento pelo Plenário.

Conforme consignado na decisão que implicou o deferimento da cautelar, a jurisprudência desta Corte é no sentido de admitir a possibilidade de as comissões parlamentares de inquérito implementarem atos - como é a quebra de sigilo - visando à elucidação dos fatos. De qualquer modo, encontra-se pendente esclarecimento do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro sobre o alcance de pronunciamento formalizado no Mandado de Segurança nº 2009.004.00187 – folha 796. Enquanto isso, não cabe tomar providência considerada a impetração. Reiterem o ofício de folha 808.

3. Publiquem.Atendendo ao referido despacho, o Tribunal de Justiça do Estado do

Rio de Janeiro, à folha 868, informa que, no Mandado de Segurança nº 2009.004.00187 - formalizado contra a Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro e a Comissão Parlamentar de Inquérito -, figuram, como impetrante, José Gomes Graciosa e, como litisconsortes, Maria Célia Graciosa da Fonseca, Teodorico Maximiniano da Fonseca, José Antônio Sanches Azevedo, José Leite Nader, Jonas Lopes de Carvalho Júnior, Flávia Lopes Segura Graciosa, Sonia Maria da Costa Lopes e Marly Regina de

Souza Costa. Esclarece destinar-se o processo a suspender a atividade da Comissão Parlamentar de Inquérito relativamente ao Conselho do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, considerada a ausência de competência da Assembleia Legislativa estadual para investigá-lo. O pedido de liminar foi deferido no sentido de sustar a convocação e suspender as atividades da Comissão Parlamentar de Inquérito 591/09, em relação ao impetrante, até o julgamento final do mandado de segurança. A seguir, os efeitos da medida acauteladora foram estendidos, tanto aos demais conselheiros quanto às mulheres e parentes destes. O agravo regimental interposto contra a decisão foi desprovido. Diz do descumprimento da liminar, pela Comissão Parlamentar de Inquérito, relativamente às mulheres, parentes e assessores dos conselheiros, nada obstante a vigência dos efeitos da liminar, pendendo atualmente o processo das manifestações da Procuradoria do Estado e da Procuradoria de Justiça. Alfim, alude à medida cautelar deferida pelo Ministro Celso de Mello no âmbito da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4.190/RJ, que suspendeu o preceito da Constituição do Estado do Rio de Janeiro que outorga competência à Assembleia Legislativa do Estado para investigar os membros do Tribunal de Contas do Estado por crimes de responsabilidade.

Na Petição/STF nº 133.808/2009, José Gomes Graciosa sustenta inequívoco interesse de agir na impetração, tendo em conta a quebra de sigilo alcançar parentes e assessores, nada obstante a condição de conselheiro do Tribunal de Contas do Estado, sendo-lhe, assim, garantida a prerrogativa de foro perante o Superior Tribunal de Justiça. Ressalta ter sido excluído de indiciamento, em 30 de junho de 2009, no âmbito do Inquérito nº 603, que tramita na Corte Superior, asseverando a inutilidade e a ilegalidade do funcionamento da Comissão Parlamentar de Inquérito 591/09, porquanto voltado à perseguição política. Reitera a impropriedade da impetração, ante a medida acauteladora concedida pelo Ministro Celso de Mello na Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 4.190-8/RJ. Alfim, requer seja reconsiderada a liminar deferida por Vossa Excelência e denegada a ordem.

O processo está concluso para o exame do pedido de reconsideração da liminar formulado, à folha 813, pelo Conselheiro José Gomes Graciosa. Anoto que o requerente figura no processo como interessado (folha 796), embora não esteja incluído na lista de investigados cujo sigilo fiscal foi quebrado pela Comissão Parlamentar de Inquérito.

2.Tarda a sequência deste mandado de segurança. De início, surgem quadros conflitantes. De um lado, o interessado insiste em ver reconsiderada a medida acauteladora deferida à Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro visando a alcançar dados necessários à instrução da Comissão Parlamentar de Inquérito instaurada. De outro, há notícia de terem sido suspensos os trabalhos da citada Comissão, relativamente aos Conselheiros da Corte de Contas do Estado, mediante concessão de liminar, em mandado de segurança, pelo Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro.

Além disso, existe mais um dado a infirmar a angústia do ora requerente, interessado neste processo. O nome respectivo não consta da lista de investigados que tiveram o sigilo fiscal quebrado pela mencionada Comissão. Deve-se aguardar o julgamento de fundo da impetração.

3.Indefiro o pedido formulado, cujo objetivo é afastar a medida acauteladora implementada.

4.Deem sequência ao mandado de segurança, evitando-se incidentes que não contribuem para a celeridade e a economia processuais.

5.Publiquem.Brasília – residência –, 16 de novembro de 2009, às 14h.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

MANDADO DE SEGURANÇA 28.441 (240)ORIGEM : MS - 28441 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. EROS GRAUIMPTE.(S) : ADAIR RODRIGUES LABOSIMPTE.(S) : MARCIA PITOL LOBOSADV.(A/S) : GISELE PAULA BAZZO LOGOIMPDO.(A/S) : PRESIDENTE DA REPÚBLICAADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

DESPACHO: Notifique-se a autoridade coatora para prestar informações, no prazo do art. 7º, inciso I, da Lei n. 12.016/09.

Publique-se.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

MEDIDA CAUTELAR EM MANDADO DE SEGURANÇA 28.444 (241)ORIGEM : MS - 28444 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. CEZAR PELUSOIMPTE.(S) : MARIA DAS GRAÇAS DE VASCONCELOS BARRETOADV.(A/S) : HENRIQUE ROCHA MARTINS ARRUDA E OUTRO(A/S)IMPDO.(A/S) : CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA - CNJ

DECISÃO : Esta decisão é por mim proferida em caráter excepcional, nos termos do art. 38, I do RISTF, dada a ausência eventual de Sua

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 54

Excelência o ministro-relator (certidão de fls. 175) e do Ministro Carlos Britto (certidão de fls. 179).

Trata-se de mandado de segurança, com pedido de medida liminar, ajuizado por Maria das Graças de Vasconcelos Barreto contra decisão proferida pelo Conselho Nacional de Justiça nos autos do Processo de Controle Administrativo 2009.10.000052137.

Narra a impetrante ser candidata à serventia de Protesto de Títulos e Documentos da Comarca de Cachoeiro de Itapemirim/ES (2ª Zona – 3ª Entrância), nos termos do Edital 01/2009. Concorria com os interessados-candidatos Rogério Lugon Valladão, Luciano Grilo e Waldeir Campos.

Segundo afirma, a apresentação de títulos pelo interessado Rogério Lugon Valadão foi irregular. Levada a irresignação à Comissão Examinadora, ela houve por bem indeferir os recursos. A matéria foi então apresentada ao crivo da autoridade-coatora, que inicialmente concedeu medida liminar para amparar a pretensão da ora impetrante. Não obstante, a medida foi posteriormente revogada.

A parte-impetrante argumenta que a decisão do Conselho Nacional de Justiça viola pretenso direito líquido e certo à nomeação à vaga contestada.

Para tanto, sustenta que a Comissão Examinadora atribuiu um ponto ao interessado Rogério Lugon Valladão, pela conclusão de Curso de Especialização em Direito Civil e Direito Processual Civil. Contudo, “referido certificado está desacompanhado do respectivo histórico escolar, além do fato de o mesmo não fazer alusão ao título da monografia ou do trabalho de conclusão do curso, bem como à nota ou conceito obtido [...]” (Fls. 09).

Para firmar o periculum in mora, diz que a audiência para escolha da serventia extrajudicial ocorrerá em 23.11.2009 (Edital 044/2009 – fls. 17).

Ante o exposto, pediu-se a concessão de medida liminar, para que fosse “desconsiderada a pontuação atribuída ao certificado de conclusão do ´Curso de Especialização em Direito Civil e Direito Processual Civil´, apresentado pelo candidato Rogério Lugon Valladão [...]” e para que a impetrante fosse nomeada como titular do Cartório de Protesto de Títulos e Documentos da Comarca de Cachoeiro de Itapemirim, com a suspensão do concurso e da audiência pública de escolha de serventias extrajudiciais vagas (Fls. 18). Sucessivamente, pede-se a suspensão do concurso e em especial da audiência pública de escolha.

É o relatório.Decido o pedido de medida liminar.O primeiro pedido liminar formulado pela impetrante tem nítido

alcance satisfativo, tendente a esgotar a própria pretensão de fundo e, portanto, é incabível.

A função do provimento de cautela é tão-somente assegurar o resultado útil da prestação jurisdicional, com a preservação do quadro fático-jurídico. Por se tratar de medida precária, efêmera e que pode ser revista a qualquer momento se verificada alteração das condições que lhe deram ensejo, eventual concessão de medida liminar não pode ser interpretada de modo a estabilizar expectativas ou de consolidar situações.

No caso em exame, a realização da audiência pública de escolha de serventias vagas tende a consolidar situação que pode se provar de difícil reversão. Portanto, apenas para preservar a possibilidade de exame mais detido do quadro pelo ministro-relator deste Mandado de Segurança, considero oportuna a concessão da medida liminar pleiteada.

Ante o exposto, concedo a medida liminar pleiteada, tão-somente para suspender a audiência pública para escolha de serventias extrajudiciais pelos candidatos habilitados, nos termos do Edital 044/2009.

Comunique-se o teor desta decisão à autoridade-reclamada e ao Tribunal de Justiça do Estado do Espírito Santo, com urgência (inclusive por telex e fax).

Solicitem-se informações à autoridade-reclamada, que deverão ser prestadas no prazo legal.

Publique-se.Brasília, 20 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSA- art. 38, I do RISTF -

PETIÇÃO 4.502 (242)ORIGEM : PET - 180817 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAREQTE.(S) : CARLOS ALBERTO ETCHEVERRYADV.(A/S) : MARCO AURÉLIO COSTA MOREIRA DE OLIVEIRAREQDO.(A/S) : GILMAR MENDES

DECISÃO: Trata-se de interpelação judicial ajuizada por Carlos Alberto Etcheverry em face do ministro Gilmar Mendes, presidente do Supremo Tribunal Federal.

Relata a inicial, em síntese, que, em 3.12.2008, o jornal Folha de São Paulo publicou entrevista na qual o interpelando utilizou “expressões que podem ser depreciativas ao interpelante” (fls. 2), uma vez que “autorizam ilações inadequadas” sobre o seu comportamento (fls. 3).

Ao final, pede-se que o interpelando (1) esclareça “se os termos da entrevista são exatos no que diz respeito aos conceitos nela externados e se o magistrado a que se referiu era o interpelante”; (2) “esclareça a extensão do

que entende por independentismo”; e (3) “indique que danos foram causados e a que pessoas, por discordarem os magistrados da orientação do STJ” (fls. 5).

É o relatório.Decido.Nos termos do art. 144 do Código Penal,“Se, de referências, alusões ou frases, se infere calúnia, difamação

ou injúria, quem se julga ofendido pode pedir explicações em juízo. Aquele que se recusa a dá-las ou, a critério do juiz, não as dá satisfatórias, responde pela ofensa.”

Sobre a natureza e finalidade do pedido explicações previsto no dispositivo legal transcrito, esta Corte vem entendendo que

“(...) O pedido de explicações constitui típica providência de ordem cautelar, destinada a aparelhar ação penal principal tendente a sentença penal condenatória. O interessado, ao formulá-lo, invoca, em juízo, tutela cautelar penal, visando a que se esclareçam situações revestidas de equivocidade, ambigüidade ou dubiedade, a fim de que se viabilize o exercício futuro de ação penal condenatória. A notificação prevista no Código Penal (art. 144) traduz mera faculdade processual sujeita à discrição do ofendido. E só se justifica na hipótese de ofensas equívocas. - O pedido de explicações em juízo acha-se instrumentalmente vinculado à necessidade de esclarecer situações, frases ou expressões, escritas ou verbais, caracterizadas por sua dubiedade, equivocidade ou ambigüidade. Ausentes esses requisitos condicionadores de sua formulação, a interpelação judicial, porque desnecessária, revela-se processualmente inadmissível. - Onde não houver dúvida objetiva em torno do conteúdo moralmente ofensivo das afirmações questionadas ou, então, onde inexistir qualquer incerteza a propósito dos destinatários de tais declarações, aí não terá pertinência nem cabimento a interpelação judicial, pois ausentes, em tais hipóteses, os pressupostos necessários à sua utilização. Doutrina. Precedentes” (AgR na Pet 4444, rel. min. Celso de Mello, Tribunal Pleno, DJe-241 de 19.12.2008).

No caso, entendo que as expressões atribuídas ao interpelando não se revestem de “dubiedade, equivocidade ou ambigüidade”, conforme exigido por esta Corte para a admissibilidade da via eleita.

Com efeito, a entrevista do interpelando faz menção a um desembargador do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul que se removeu de uma Câmara Cível para uma Criminal. Ocorre que a própria inicial enfatiza que o interpelante foi “o único desembargador que se removeu nas circunstâncias referidas” na entrevista (fls. 3). Noutras palavras, não há incerteza quanto ao destinatário das declarações do interpelando.

No que diz respeito ao pedido de esclarecimento sobre a extensão do termo “independentismo”, observo que tal expressão, segundo a versão eletrônica do dicionário Aurélio, significa “[d]outrina que prega a independência política dos povos, a não dependência à outra nação.” Não se trata, portanto, de palavra que revele “dubiedade, equivocidade ou ambigüidade”. Aliás, o mesmo dicionário, traz o significado até mesmo da expressão “independentista”, utilizada para definir “aquele que clama por independência”.

Por fim, quanto ao último pedido (explicitação da natureza e das vítimas dos “danos” mencionados na entrevista), anoto que os termos ”danos para todos”, utilizados pelo interpelando (fls. 8), também não se mostram, em si, dúbios, equívocos ou ambíguos. Daí a imprestabilidade da interpelação judicial para investigar “que danos foram causados e a que pessoas”, como se pretende na inicial.

Por essas razões, nego seguimento à interpelação, por falta de interesse processual, visto que desnecessário o pedido (art. 21, § 1º, do RISTF e art. 38 da Lei 8.038/1990).

Publique-se.Brasília, 16 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

PETIÇÃO 4.616 (243)ORIGEM : PROC - 08412008 - TRIB. REG. ELEIT. DO EST. DO RIO

GRANDE DO NORTEPROCED. : RIO GRANDE DO NORTERELATOR :MIN. CELSO DE MELLOREQTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO ELEITORALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICAREQDO.(A/S) : FÁTIMA BEZERRA

DECISÃO: O Ministério Público Federal, em pronunciamento subscrito pela ilustre Subprocuradora-Geral da República, Dra.CLÁUDIA SAMPAIO MARQUES, aprovado pelo eminente Procurador-Geral da República, Dr. ROBERTO MONTEIRO GURGEL SANTOS, requereu o arquivamento destes autos (fls. 179/183).

Inexistindo, nos autos, a critério do Procurador-Geral da República, elementos que viabilizem a instauração da “persecutio criminis in judicio”, não pode, o Supremo Tribunal Federal, recusar o pedido de arquivamento, deduzido pelo próprio Chefe do Ministério Público (RTJ 57/155 - RTJ 69/6 – RTJ 73/1 - RTJ 116/7, v.g.):

“O PEDIDO DE ARQUIVAMENTO DE INQUÉRITO POLICIAL, MOTIVADO PELA AUSÊNCIA DE ELEMENTOS QUE PERMITAM AO PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA FORMAR A ‘OPINIO DELICTI’,

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 55

NÃO PODE SER RECUSADO PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL.- Se o Procurador-Geral da República requer o arquivamento de

inquérito policial, de peças de informação ou de expediente consubstanciador de ‘notitia criminis’, motivado pela ausência de elementos que lhe permitam formar a ‘opinio delicti’, por não vislumbrar a existência de infração penal (ou de elementos que a caracterizem), essa promoção não pode deixar de ser acolhida pelo Supremo Tribunal Federal, pois, em tal hipótese, o pedido emanado do Chefe do Ministério Público da União é de atendimento irrecusável. Doutrina. Precedentes.”

(RTJ 192/873-874, Rel. Min. CELSO DE MELLO, Pleno)Sendo assim, e tendo em consideração as razões expostas, acolho

o pedido formulado pelo eminente Procurador-Geral da República (Lei nº 8.038/90, art. 3º, I).

A rquivem-se os presentes autos.Comunique-se o teor desta decisão ao eminente Chefe do Ministério

Público da União.Publique-se.Brasília, 19 de novembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

RECLAMAÇÃO 2.131 (244)ORIGEM : RCL - 131673 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : ALAGOASRELATOR SUBSTITUTO

:MIN. CEZAR PELUSO

RECLTES. : ESTADO DE ALAGOASPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE ALAGOASRECLDO. : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ALAGOASRECLDO. : JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA

DA COMARCA DE MACEIÓINTDAS. : LUZINETE TENÓRIO LINSADVDOS. : JOSÉ BEZERRA SOBRINHO

DECISÃO: 1. Trata-se de reclamação movida pelo Estado de Alagoas e pelo Instituto de Previdência e Assistência do Estado de Alagoas - IPASEAL, contra decisão proferida pelo Tribunal de Justiça estadual (Apelação Cível nº 00.000838-9), que confirmou segurança (MS nº 13078-7), para determinar reajuste dos proventos recebidos pelas impetrantes a titulo de pensão, em conformidade com a atualização de vencimentos dos magistrados em atividade.

Segundo alegam os reclamantes, “a competência do Pretório Excelso exsurge hialina para apreciar a matéria, nos termos do art. 102, I, “n” da Constituição Federal” (fls. 04).

Sustentam que “a pedra de toque da apelação que foi julgada pelo reclamado é a constitucionalidade da Lei Estadual nº 5.403/92” e que “não possui a justiça alagoana competência para se pronunciar sobre o pedido dos autores, uma vez que o reconhecimento da inconstitucionalidade da Lei Estadual n.º 5.403/92 afetaria os vencimentos dos próprios integrantes do Tribunal de Justiça” (fls. 05).

Requerem, assim, seja julgada procedente a reclamação, para “decretar a nulidade e invalidade dos atos judiciais praticados e declarar extinta sem apreciação de mérito – em conseqüência da competência originária do Supremo Tribunal Federal – STF – o mandado de segurança n.º 13078” (fls. 09).

Informações prestadas às fls. 165/171.A liminar foi indeferida às fls. 172.A Procuradoria-Geral da República manifestou-se pela improcedência

do pedido (fls. 176/180).2. Inviável a reclamação.O art. 102, I, n, da Constituição da República estabelece a

competência originária desta Corte, para julgar “a ação em que todos os membros da magistratura sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela em que mais da metade dos membros do tribunal de origem estejam impedidos ou sejam direta ou indiretamente interessados”.

O mandado de segurança, cuja decisão se impugna nesta reclamação, visava tão-somente ao reajuste da importância recebida pelas impetrantes, pensionistas de ex-magistrados, tendo por base a atualização dos valores percebidos pelos magistrados em atividade. Não se trata, pois, de questão de interesse de “mais da metade dos membros” do Tribunal de Justiça do Estado, hipótese capaz de atrair a competência do Supremo Tribunal Federal, para análise do caso. Isso porque, como reconheceu o juízo reclamado, “cuida-se a hipótese do presente writ não de discutir a legalidade ou não da majoração anteriormente procedida na remuneração dos magistrados alagoanos, e sim se é direito líquido e certo das Impetrantes de ter suas pensões vinculadas a parâmetros dos magistrados em atividade, o que inquestionavelmente socorre as Impetrantes o art. 40, parágrafos quarto e quinto da Carta Magna” (fls. 76).

Não há falar, portanto, em usurpação de competência do Supremo Tribunal Federal.

3. Do exposto, extingo o processo, sem resolução do mérito, nos termos do art. 267, VI, do CPC.

Publique-se.Brasília, 16 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECLAMAÇÃO 2.386 (245)ORIGEM : RCL - 99461 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : MATO GROSSO DO SULRELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECLTE.(S) : PARTIDO SOCIALISTA BRASILEIRO - PSBADV.(A/S) : JOSÉ MARIA ROCHARECLDO.(A/S) : CÂMARA MUNICIPAL DE SELVÍRIARECLDO.(A/S) : ACIR KAUÁSRECLDO.(A/S) : JAIME DE BRITO

DECISÃO: 1. Trata-se de reclamação movida pelo Partido Socialista Brasileiro – PSB, contra a Câmara Municipal de Selvíria/MS, o Prefeito, Acir Kauás, e o Vice-Prefeito desse Município, os quais, supostamente, teriam desobedecido à decisão proferida por esta Corte, em 25/03/2003, no AI nº 351.868, confirmatória da decisão do Tribunal Superior Eleitoral – TSE, que cassou o registro da candidatura de Acir Kauás.

Alega o reclamante que embora Prefeito e Vice-Prefeito tenham perdido seus mandatos em 01/04/2003, em razão da decisão desta Corte, foram reconduzidos aos cargos, a partir de eleição indireta, o que teria afrontado a autoridade deste Tribunal.

Requer, pois, “a retirada de Acir Kauás do cargo de Prefeito (...)” (fls. 18).

A Procuradoria-Geral da República manifestou-se pelo não cabimento da reclamação.

2. Inviável o pedido.O acórdão que se alega descumprido foi posto nestes termos:“DIREITO CONSTITUCIONAL, ELEITORAL E PROCESSUAL CIVIL.

PREFEITO MUNICIPAL: REJEIÇÃO DE CONTAS. INELEGIBILIDADE. CASSAÇÃO DO REGISTRO DE CANDIDATURA. APROVAÇÃO DAS MESMAS CONTAS APÓS O JULGAMENTO NO T.S.E. FATO JURÍDICO SUPERVENIENTE. RECURSO EXTRAORDINÁRIO: PRESSUPOSTOS DE ADMISSIBILIDADE. PREQUESTIONAMENTO (SÚMULAS 282 E 356). AGRAVO. 1. Não conseguiu o agravante abalar os fundamentos da decisão que, na instância de origem, indeferiu o Recurso Extraordinário, nem os da ora agravada. 2. Na verdade, os temas constitucionais, focalizados no Recurso Extraordinário, não haviam sido suscitados ou examinados nas instâncias ordinárias, nem em contra-razões ao Recurso Especial, ou mesmo no Agravo Regimental contra a decisão monocrática, que, no T.S.E., dera provimento àquele. 3. Ademais, é pacífica a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, no sentido de não admitir, em R.E., alegação de ofensa indireta à Constituição Federal, por má interpretação ou aplicação ou mesmo inobservância de normas infraconstitucionais, como são as que regulam o direito eleitoral material e processual, inclusive a Lei de Inelegibilidade. 4. No que concerne ao Decreto nº 001, de 4 de Janeiro de 2001, da Câmara Municipal de Selvíria-MS, que declarou a nulidade das votações das contas municipais de 1986 e 1988, e, no mesmo ato, as aprovou, é fato jurídico superveniente aos acórdãos do T.R.E. (datado de 30 de agosto de 2000) e do T.S.E. (datados de 7 de novembro e 23 de novembro de 2000). Se não foi apreciado na instância ordinária do T.R.E., nem na especial do T.S.E., não pode ser considerado e avaliado, em instância única, por esta Corte, em se tratando de Recurso Extraordinário, que pressupõe o prequestionamento, nas instâncias de origem, como é de sua tranqüila jurisprudência (Súmulas nºs 282 e 356). 5. Importa notar, ainda, que as contas do exercício de 1988 foram rejeitadas em 1991, quando já estava em vigor a Lei Complementar nº 64, de 18/5/1990, com seu art. 1º, "g". E foi com base apenas na rejeição de tais contas que o T.S.E. cassou o registro da candidatura do agravante. 6. Quanto a haver cessado sua inelegibilidade, para as futuras eleições, em face do alegado término do prazo de cinco anos, após a prolação do acórdão extraordinariamente recorrido, é questão a ser apreciada, na via própria, e nas instâncias ordinárias da Justiça Eleitoral, se for necessário, quando de nova candidatura. Mas a inelegibilidade, durante o período de registro da candidatura e sua eleição, para o atual mandato de Prefeito, esta persiste, já que o Recurso Extraordinário, pelas razões expostas, não pode prosperar. 7. Enfim, para melhor defender seu ponto de vista, quanto ao atual mandato, dispõe o agravante da via própria da Ação Rescisória dos acórdãos do Tribunal Superior Eleitoral, mediante a argüição do fato jurídico novo (aprovação das contas anteriormente rejeitadas), inclusive com eventual tutela cautelar. 8. Agravo improvido.” Grifos nossos.

Tal acórdão, como se extrai facilmente, não enfrentou o mérito da causa. E, por essa especial razão, não há conteúdo decisório passível de descumprimento. Se afronta houve foi à decisão proferida pelo TCE. Ficam ao reclamante, pois, como já ressaltara o acórdão reclamado, as vias ordinárias, já que, nesta sede, é carecedor de interesse processual, na modalidade “adequação”.

4. Do exposto, nego seguimento à reclamação e extingo o processo, sem julgamento de mérito, nos termos do art. 21, § 1º, do RISTF, c.c o art. 267, VI, do CPC.

Publique-se. Int.Brasília, 14 de novembro de 2009

Ministro CEZAR PELUSO

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 56

Relator

RECLAMAÇÃO 2.430 (246)ORIGEM : RCL - 117478 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : MATO GROSSO DO SULRELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECLTE.(S) : IRMA VIEIRA DE SANTANA E ANZOATEGUIADV.(A/S) : CARLOS ANZOATEGUI NETORECLDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO

GROSSO DO SULINTDO.(A/S) : JOSÉ BENEDICTO DE FIGUEIREDOADV.(A/S) : EVANDRO FERREIRA DE VIANA BANDEIRAINTDO.(A/S) : ESTADO DE MATO GROSSO DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO

GROSSO DO SUL

DECISÃO: Trata-se de reclamação, movida por Irma Vieira de Santana e Anzoategui e outro, contra decisão proferida pelo Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul (MS-AgR nº 2003.008685-4), que manteve decisão liminar que sustara a aposentadoria compulsória de Desembargador.

Segundo alegam, teria o TJMS usurpado competência originária desta Corte para julgar ação de interesse direto ou indireto de todos os membros da magistratura estadual.

Requerem, assim, avocação dos autos do mandado de segurança, para que seja “processado e julgado perante o Egrégio Supremo Tribunal Federal, determinando ao Presidente do Tribunal Pleno do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul a remessa dos referidos autos” (fls. 18).

A liminar foi concedida às fls. 122/124, para “suspender, até julgamento da reclamação, a eficácia da decisão que, proferida pelo Plenário do Tribunal de Justiça do Estado de Mato Grosso do Sul, em sede de agravo regimental, manteve antecipação de tutela, nos autos do Mandado de Segurança nº 2003.008685-4” (fls. 124).

A Procuradoria-Geral da República manifestou-se pela extinção do processo (fls. 212/213).

2. Prejudicado o pedido.Verifico que a autoridade reclamada declinou de sua competência

para o julgamento do mandado de segurança cuja decisão liminar se impugna nesta reclamação (fls. 206/210).

3. Do exposto, ante a perda superveniente do objeto, julgo prejudicado o pedido, nos termos do art. 21, §1º, do RISTF

Publique-se.Brasília, 16 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECLAMAÇÃO 7.362 (247)ORIGEM : RCL - 176222 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. EROS GRAURECLTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICARECLDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SUL

DECISÃO: Trata-se de reclamação proposta pelo Ministério Público do Estado do Rio Grande do Sul em que se alega afronta ao que decidido por este Tribunal nos autos da ADI n. 1.498.

2.Após o recebimento das informações prestadas pela autoridade reclamada, determinei que os autos fossem remetidos à Procuradoria Geral da República.

3.O Plenário desta Corte tem entendido que a legitimidade do Ministério Público para a atuação no Supremo Tribunal Federal é exclusiva do Procurador Geral da República.

4.O Procurador Geral da República, contudo, às fls. 307/312, ratifica os pedidos do Ministério Público estadual e requer a retomada do trâmite regular do presente feito.

Determino a retificação da autuação, para que conste como reclamante o Ministério Público Federal.

À Secretaria para as providências cabíveis. Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

RECLAMAÇÃO 8.087 (248)ORIGEM : RCL - 42613 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : PIAUÍRELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECLTE.(S) : PAULO BARBOSA DOS SANTOS ROCHAADV.(A/S) : HELDER CÂMARA CRUZ LUSTOSARECLDO.(A/S) : TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 22ª REGIÃO

(PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 0192/2005)

DECISÃO: 1. Trata-se de reclamação, com pedido de liminar, movida por Paulo Barbosa dos Santos Rocha, contra ato praticado pelo Tribunal Regional do Trabalho da 22ª Região, que teria descumprido decisão por mim proferida na AO nº 1.432, a qual não conheceu do pedido, em razão da incompetência desta Corte para apreciá-lo.

Foram prestadas informações (fls. 35/48).A Procuradoria-Geral da República manifestou-se pela improcedência

da reclamação (fls. 49/51).2. Inviável o pedido.É que a situação descrita na inicial se não acomoda a nenhuma

hipótese de admissibilidade de reclamação.Esta, numa de suas funções, aparece como instrumento processual

célere e eficaz, franqueado pela Constituição para garantia da força normativa dos pronunciamentos jurisdicionais do Supremo Tribunal Federal (CF, art. 102, inc. I).

Nesse contexto, o acesso à reclamação somente se legitima nos casos em que o agente da ação ou da omissão reputada ofensiva àquela autoridade - a parte dita reclamada - esteja, de qualquer modo, submetido ao comando decisório

Tal situação configura-se, em primeiro lugar, diante de provimentos jurisdicionais emitidos pela Corte no exercício do controle concentrado e abstrato de constitucionalidade, em que sua decisão é dotada de eficácia e autoridade erga omnes, que a todos subjuga ao comando normativo.

Sujeita-se ainda a controle pela via de reclamação o descumprimento de qualquer decisão, jurisdicional ou administrativa, proferida pelo STF, quando a violação alegada tenha partido dalgum dos destinatários do comando decisório, isto é, de pessoas subordinadas à autoridade da norma singular e concreta, como é o caso das partes do processo em que foi emitido o decisum tido por afrontado, ou do órgão público a que se dirige a ordem judicial.

Fora desses casos, o impedimento do acesso à reclamação, por afronta a autoridade de decisão da Corte, é decorrência natural e imediata das garantias constitucionais da coisa julgada, do contraditório e da ampla defesa, inerentes à cláusula do due process of law (CF, art. 5º, incs. XXXVI, LIV e LV).

No caso, a decisão tida por violada não conheceu do pedido, porque incompetente o Supremo Tribunal Federal para apreciá-lo. Ora, esta reclamação visa a garantir autoridade de decisão desprovida de conteúdo decisório, que não apreciou o mérito da causa.

Inarredável, pois, a conclusão teórica de que o reclamante terá eleito via processual imprópria. A fim de sustentar sua pretensão, o autor dispõe dos meios ordinários de impugnação recursal.

3.Diante do exposto, com base no art. 21, § 1º, do RISTF, e art. 267, inc. VI, do CPC, extingo o processo, sem julgamento do mérito. Oportunamente, arquivem-se.

Publique-se.Brasília, 16 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECLAMAÇÃO 8.779 (249)ORIGEM : RCL - 96695 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. EROS GRAURECLTE.(S) : JORGE GIOSCIA FILHO OU JORGE ROBERTO

GIOSCIA FILHOADV.(A/S) : RODRIGO TORRES E OUTRO(A/S)RECLDO.(A/S) : JUÍZA DE DIREITO DA 1ª VARA DO JÚRI DA COMARCA

DE PORTO ALEGRE (PROCESSO Nº 001/2.08.0082464-5)

DECISÃO: Reclamação proposta por Jorge Gioscia Filho contra ato da Juíza de Direito da 1ª Vara do Júri do Foro Central da Comarca de Porto Alegre/RS no Inquérito Policial n. 001/2.08.0082464-5.

2.O reclamante sustenta que a autoridade reclamada teria violado a Súmula Vinculante n. 14 ao indeferir o pedido de medida liminar formulado em habeas corpus, no sentido de autorizar o acesso ao conteúdo de inquérito policial instaurado para apurar crime de homicídio.

3.Alega que “o defensor, devidamente constituído pelo paciente, tentou via cartório, ter acesso ao inquérito n. 1000/08 e aos autos pelo qual possui o nome do suplicante envolvido no procedimento investigativo policial, sendo lhe negado tal acesso mediante decisão do juízo de primeiro grau” [fl. 11].

4.Acrescenta que “prestou depoimento há alguns dias em sede policial, sendo alvo em sua residência de buscas realizadas pela autoridade policial tendo-se notícias por terceiros de que o inquérito policial fora remetido ao juízo comum de Porto Alegre”.

5.Requer a concessão do pedido de medida liminar para que o advogado da causa tenha acesso “total” ao inteiro teor do inquérito policial assim como dos autos que “tramitam no juízo de origem”.

6.As informações foram prestadas às fls. 107/109. A autoridade reclamada diz que “[o] delito em tela, vem sendo apurado no Inquérito Policial n. 1000/08, onde foi decretado o sigilo das investigações, se encontrando na Delegacia de origem e não foram remetidos à Justiça, conforme certidão do Senhor Escrivão, contrariamente ao afirmado pelo reclamante, tramitando o

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 57

presente expediente em segredo de justiça”. Afirma que “[a]tualmente, o expediente apresenta diversas medidas cautelares em andamento, visando instruir o IP”.

7.O Procurador-Geral da República opinou pelo não conhecimento da reclamação [fls. 114/117] em parecer assim ementado:

“Reclamação criminal. Restrição de acesso aos autos de inquérito policial imposta à advogado constituído. Suposta afronta ao Enunciado da Súmula Vinculante n. 14. Ausência de violação a entendimento do Supremo Tribunal Federal. Não comprovação nos autos de se tratar o reclamante de investigado ou indiciado, mas apenas de testemunha do inquérito policial. Incabível a vista dos autos de inquérito sigiloso a quem não foi indiciado. Ausência de ato do juízo reclamado. Parecer pelo não conhecimento da reclamação”.

8.É o relatório. Decido. 9.O reclamante sustenta violação do disposto na Súmula Vinculante

n. 14, segundo a qual “[é] direito do defensor, no interesse do representado, ter acesso amplo aos elementos de prova que, já documentados em procedimento investigatório realizado por órgão com competência de polícia judiciária, digam respeito ao exercício do direito de defesa”.

10.O Ministro CELSO DE MELLO afirmou, ao votar na Proposta de Súmula Vinculante 1-6 --- a proposta foi acolhida para a aprovação da Sumula Vinculante n. 14 ---, Relator o Ministro MENEZES DIREITO, Tribunal Pleno de 2.2.09, o seguinte:

“Formulou-se, na espécie, consideradas as razões expostas pelo E. Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil, proposta de súmula vinculante destinada a garantir, aos Advogados (e, por intermédio destes, aos indiciados e aos réus), o direito de acesso – já reconhecido em lei – aos autos de procedimentos penais que tramitem em regime de sigilo.

[...] O Estatuto da Advocacia – ao dispor sobre o acesso do Advogado,

desde que investido de mandato, aos procedimentos estatais que tramitem em regime de sigilo – assegura-lhe, como típica prerrogativa de ordem profissional, o direito de examinar os autos, sempre em benefício de seu constituinte, e em ordem a viabilizar, quanto a este, o exercício do direito de conhecer os dados probatórios já formalmente produzidos no âmbito da investigação penal, para que se possibilite a prática de direitos básicos de que também é titular aquele contra quem foi instaurada, pelo Poder Público, determinada persecução criminal”.

11.Na mesma linha de entendimento, a Ministra ELLEN GRACIE, observou que

“Nós todos convergimos quanto ao entendimento de que o Advogado – isto é um entendimento antigo – tem realmente direito de acesso aos autos e conhecimento integral daquilo que é imputado contra o investigado”.

12.A Súmula Vinculante n. 14 não garante acesso irrestrito aos autos do inquérito policial. Da análise dos documentos juntados aos autos não se pode aferir se o reclamante --- Jorge Gioscia Filho --- é indiciado ou investigado no Inquérito Policial n. 001/2.08.0082464-5, de forma a autorizar o pleito formulado.

13.O Ministro MAURÍCIO CORRÊA, na ocasião do julgamento da RCL-Agr n. 1.852, DJ de 8.3.02, afirmou que “[i]nexistindo identidade ou mesmo similitude de objetos entre o ato impugnado e a decisão tomada por esta Corte [...], não há falar em violação à autoridade desta, sendo incabível o uso da reclamação”.

14.O reclamante insurge-se contra ato da Juíza de Direito da 1ª Vara do Júri da Comarca de Porto Alegre que, ao indeferir o pedido de liminar no habeas corpus impetrado pelo reclamante, entendeu que [fl. 71 v]

“muito embora exista nos presentes autos certidão dando conta da negativa de vista/carga aos impetrantes no que tange ao conteúdo do feito na origem, não vislumbro, momentaneamente, haver determinação judicial negando o pleiteado acesso especificamente aos defensores deste paciente”.

15.A reclamação proposta perante este Tribunal não pode servir como sucedâneo de recursos ou ações cabíveis e eventualmente não utilizadas. A via processual eleita é inadequada [RCL n. 1.852/AgR, Relator o Ministro MAURÍCIO CORRÊA, DJ de 8.02.02].

16.O enunciado da Súmula Vinculante n. 14 --- texto normativo sujeito a interpretação, tal e qual quaisquer textos normativos --- não se aplica à hipótese dos autos.

Nego seguimento ao pedido, nos termos do disposto no artigo 21, § 1º, do RISTF e julgo prejudicado o pedido de liminar.

Arquivem-se os autos.Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator –

RECLAMAÇÃO 8.827 (250)ORIGEM : RCL - 102277 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECLTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULOADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO

PAULORECLDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

(AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL Nº 990.08.142620-0)

INTDO.(A/S) : CARLOS EDUARDO DA SILVA ROSAADV.(A/S) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO

PAULO

DESPACHORECLAMAÇÃO. ALEGADO DESCUMPRIMENTO À SÚMULA

VINCULANTE N. 5 DO STF. PROVIDÊNCIAS PROCESSUAIS1. Reclamação, com pedido de liminar, ajuizada em 18.8.2009 pela

Defensoria Pública do Estado de São Paulo, contra acórdão da 11ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, no qual afastada nulidade, apontada pelo Juízo das Execuções Penais da Comarca de Marília/SP, de falta de defesa técnica por advogado em sindicância instaurada para apuração de cometimento de falta grave pelo sentenciado defendido pela ora Reclamante.

Assevera o Reclamante que “... o acórdão reclamado deu aplicação inadequada, ilegal e arbitrária, da Súmula Vinculante n. 05 ...” (fls. 4), que dispõe:

“A falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição.” (DJe 16.5.2008)

Para tanto, sustenta que “[o] regime jurídico próprio da Lei de Execuções Penais exige, para imposição de falta grave, a plenitude da defesa e do contraditório, com a presença da defesa técnica, tal como o processo penal...” (fls. 7), conforme se depreenderia dos arts. 1º; 2º; 10; 44, inc. III; 15; 16; 41, incs. VII e IX; 59; 66, inc. V, al. a, incs. VII e VIII; e 194, da Lei de Execução Penal, c/c arts. 3º e 261, do Código de Processo Penal, e art. 5º, incs. LIV e LV, da Constituição da República.

Pede, então, a cassação do acórdão reclamado, restaurando-se, assim, a nulidade na sindicância apontada pelo Juízo da Execução Penal.

2. Não obstante a plausibilidade do que alegado, indeferi, em 24.8.2009, a liminar pleiteada, tendo em vista a ausência de demonstração do requisito do periculum in mora na espécie.

Requeri, ainda, naquela ocasião, informações sobre o eventual trânsito em julgado do ato reclamado, o que atrairia a incidência da Súmula 734 (fls. 52-56).

3. Em resposta, o Presidente da Seção Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo noticiou que os autos “... estão com vista à Defesa para ciência do teor do acórdão” (fls. 65).

4. Tal circunstância afasta a possibilidade de aplicação da Súmula 734 ao presente caso, uma vez que “... a eficácia de tudo quanto (...) se decidir ulteriormente, incluído o eventual trânsito em julgado do provimento que se tacha de contrário à autoridade de acórdão do STF, será desconstituído pela [eventual] procedência da reclamação” (RCL 509, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Plenário, DJ 4.8.2000 – grifos meus).

5. Dê-se, portanto, vista ao Procurador-Geral da República, para que se pronuncie sobre o mérito da Reclamação (art. 16 da Lei 8.038/90 e art. 160 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 11 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

MEDIDA CAUTELAR NA RECLAMAÇÃO 8.939 (251)ORIGEM : RCL - 111303 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : MINAS GERAISRELATORA :MIN. ELLEN GRACIERECLTE.(S) : PEIXOTO COMÉRCIO INDÚSTRIA SERVIÇOS E

TRANSPORTES LTDAADV.(A/S) : IGOR ALEXANDRE MIRANDA CARVALHAES E

OUTRO(A/S)RECLDO.(A/S) : JUIZ FEDERAL DA 3ª VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO

JUDICIÁRIA DE UBERLÂNDIA (PROCESSO Nº 2006.38.03.004975-0)

LIT.PAS.(A/S) : SECRETARIA DA RECEITA FEDERAL DO BRASILPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALINTDO.(A/S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

1.Trata-se de reclamação, com pedido de medida liminar, ajuizada por Peixoto, Comércio, Indústria e Serviços de Transporte Ltda., com fundamento no art. 7º da Lei 11.417/06, contra a decisão proferida pelo Juízo da 3ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Uberlândia/MG, nos autos dos Embargos à Execução Fiscal n. 2006.38.03.004975-0.

Diz o reclamante que o Juízo da 3ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Uberlândia/MG, em decisão proferida em 03.04.2009 (fls. 103-104), ao manter sua decisão anterior (fls. 95-96), indeferiu-lhe o pedido de ajustamento do crédito exeqüendo, formulado em razão da decadência reconhecida pela própria Fazenda Nacional, tendo em vista que “as CDA´s discriminam os respectivos valores exigidos em cada competência, tornando-se necessário apenas excluir aqueles atingidos pela decadência” (fl. 103), para fins da apuração do valor efetivamente executado pelo fisco.

Narra que, em procedimento fiscalizatório regular, o INSS procedeu à lavratura de sete lançamentos, todos consubstanciados nas Certidões de Dívida Ativa 35.778.944-0, 35.778.936-9, 35.778.943-1, 35.778.938-5, 35.278.879-8, 35.778.945-8 e 35.778.941-5 (fl. 04), atingindo o montante de

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 58

oito milhões, trezentos e trinta e cinco mil, duzentos e setenta e cinco reais e trinta e quatro centavos).

Desse montante, objeto de execução fiscal única, sustenta o reclamante, em síntese, que a própria Fazenda Nacional reconheceu, em conformidade com a Súmula Vinculante n. 8, a decadência integral de cinco lançamentos e a decadência parcial dos outros dois lançamentos remanescentes (fls. 04-05).

Salienta que, para suprir a reconhecida iliquidez daqueles títulos executivos, seria necessária, nos termos do § 8° do art. 2° da Lei n. 6.830/80, a emenda ou substituição das certidões de divida ativa na parte em que o crédito não foi atingido pela decadência.

Dessa forma, argumenta que tal procedimento permitiria a identificação, para fins de ingresso no programa de parcelamento recentemente lançado pelo Governo Federal (§ 11 do art. 1° da Lei n. 11.941/2009), do montante efetivo dos créditos executados e, por conseguinte, a adequação da constrição de bens necessários para garantir sua adesão àquele programa de parcelamento (fls. 05-07).

Enfatiza, ademais, a existência do perigo na demora, consubstanciado no fato de que o contribuinte interessado tem até o dia 30 de novembro próximo para optar pelo ingresso no programa federal de parcelamento (fl. 14).

Requer, ao final, a concessão de medida liminar para “determinar o imediato ajustamento pela autoridade fazendária, (...), do crédito exeqüendo, após a exclusão dos créditos atingidos pela decadência por aplicação da Súmula Vinculante n. 8, nos autos do processo de execução fiscal n. 2006.38.03.002832-5” ou, subsidiariamente, “seja concedida medida liminar para determinar o imediato sobrestamento do feito em curso na instância monocrática até decisão final desta Corte” (fl. 14).

2.Requisitadas as informações (fl. 105), estas foram devidamente prestadas pelo Juízo da 3ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Uberlândia/MG, ressaltando seu entendimento de que “(...) o reconhecimento parcial da decadência da dívida cobrada não faz fenecer a liquidez e certeza do título executivo, devendo a execução prosseguir pelo saldo remanescente a ser apurado por simples cálculo aritmético, até porque as CDA´s discriminam os valores exigidos em cada competência, fazendo-se necessário apenas excluir aqueles atingidos pela decadência” (fls. 109-110).

3.Constatada a ausência de competência para o INSS promover as atividades de tributação, fiscalização, arrecadação, cobrança e recolhimento das contribuições previdenciárias previstas nas alíneas a e c do parágrafo único do art. 11 da Lei 8.212/91, determinei a inclusão da Secretaria da Receita Federal do Brasil no pólo passivo da presente reclamação, oportunizando-lhe novo prazo para o fornecimento de informações (fls. 112-114).

4.Apesar de devidamente intimada, até a presente data, a Secretaria da Receita Federal do Brasil, representada pela Procuradoria-Geral da Fazenda Nacional, não se manifestou nos autos (fl. 122).

5.Passo a apreciar o pedido de medida liminar.A Reclamante formula pretensão liminar adstrita ao necessário

ajustamento do crédito tributário apontado na execução fiscal n.° 2006.38.03.002832-5, em curso na 3ª Vara Federal da Subseção Judiciária de Uberlândia/MG, sob o fundamento de que houve nos autos o reconhecimento da própria Fazenda Nacional quanto à ocorrência, frente ao disposto na Súmula Vinculante 8, da decadência de parcela substancial dos créditos exeqüendos.

Manifesta, nesse sentido, a urgência da medida, diante da proximidade do término do prazo para o contribuinte optar pela adesão ao programa de parcelamento para créditos tributários federais, instituído pela Lei 11.941/2009.

6.A via estreita da reclamação (Constituição, art. 102, I, l) pressupõe o descumprimento de decisão do Supremo Tribunal Federal, a ocorrência de usurpação de sua competência originária ou a desobediência a súmula vinculante.

O art. 103-A, § 3º, da Constituição Federal, ao prever o instituto da súmula vinculante, dispõe:

“Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.

(...)§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula

aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.”

7.Num exame preliminar destes autos, verifico que efetivamente a própria Procuradoria-Seccional da Fazenda Nacional em Uberlândia/MG, tendo em consideração as informações apresentadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil, reconhece a incidência do teor da Súmula Vinculante 8 sobre parcelas específicas dos créditos exeqüendos, a ponto de retirar do âmbito da própria execução os valores fulminados pela decadência (fls. 55-64), conforme bem salientado nas informações (fls. 109-110):

“(...)Extrai-se da Execução Fiscal em comento que, por se tratar de várias

Certidões de Dívida Ativa em um só processo, houve a desconstituição parcial da dívida pelo reconhecimento do prazo qüinqüenal para a constituição de créditos tributários relativos às contribuições previdenciárias, cujos fatos geradores ocorreram após a Constituição Federal de 1988, nos termos da Súmula Vinculante n. 8.

(...)”8.Tenho que a preocupação maior na adoção de precedentes

vinculativos, tal como previsto no § 2° do art. 103 da Constituição Federal, abarca não apenas os aspectos da economia e da celeridade dos procedimentos jurisdicionais, mas também encontra seu fundamento na necessidade de se assegurar, através da observância aos princípios constitucionais que devem nortear a atuação da Administração Pública, maior segurança jurídica às relações sociais.

Nesse preciso aspecto, observo que o próprio procedimento instituído pelo § 8° do art. 2° da Lei n. 6.830/80, que dispõe sobre a cobrança judicial da Dívida Ativa da Fazenda Pública, confere ao Fisco, diante da presunção de certeza e liquidez da Divida Ativa regularmente inscrita, a prerrogativa de, até decisão de primeira instância, proceder com a emenda ou mesmo a substituição da própria Certidão de Dívida Ativa, assegurado ao executado a devolução do prazo para embargos.

Parece-me intuitivo que, no caso específico dos autos, no instante em que o próprio fisco reconhece que parcelas significativas dos créditos identificados nas Certidões de Dívida Ativa que relaciona se encontram acobertadas pela decadência, a Administração Tributária demonstra deter nítidas condições de identificar e quantificar, com a necessária eficiência que orienta seus atos, o valor do crédito tributário efetivamente perquirido, contribuindo, dessa forma, com a indispensável segurança jurídica que deve permear as relações usualmente instauradas entre a Administração Tributária e os Contribuintes.

9.Diante desses fundamentos, num exame preliminar à especificidade que se amolda nos presentes autos, concedo a liminar para o fim de suspender, até final julgamento da presente reclamação, a Execução Fiscal dos créditos identificados nas Certidões de Divida Ativa relacionadas no item 3 da petição da União às 61-64 (fls. 409-412 dos autos do processo 2006.38.03.004975-0), os quais, de forma incontroversa naqueles autos, demonstram-se atingidos pelo instituto da decadência, nos termos da Súmula Vinculante 8.

Comunique-se, com urgência, à Secretaria da Receita Federal do Brasil e ao Juízo da 3ª. Vara Federal da Subseção Judiciária de Uberlândia/MG.

Após, abra-se vista à Procuradoria-Geral da República. Publique-se.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

MEDIDA CAUTELAR NA RECLAMAÇÃO 8.964 (252)ORIGEM : RCL - 113426 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SERGIPERELATORA :MIN. ELLEN GRACIERECLTE.(S) : ESTADO DE SERGIPEPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SERGIPERECLDO.(A/S) : TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 20ª REGIÃO

(PROCESSO Nº 01096-2008-001-20-00-6)RECLDO.(A/S) : JUIZ DO TRABALHO DA 1ª VARA DO TRABALHO DE

ARACAJU (PROCESSO Nº 01096-2008-001-20-00-6)INTDO.(A/S) : CARLOS KLEBER LIMAADV.(A/S) : JHONS CARLOS SOUZA NETO

1.Trata-se de reclamação, com pedido de medida liminar, ajuizada pelo Estado de Sergipe, com fundamento nos arts. 102, I, l, da Constituição Federal; 13 a 18 da Lei 8.038/90; e 156 e seguintes do RISTF, contra o processamento da Reclamação Trabalhista 01096-2008-001-20-00-6 perante o Juízo da 1ª Vara do Trabalho de Aracaju − SE e o Tribunal Regional do Trabalho da 20ª Região (fls. 70-71).

Diz o reclamante que a atuação dos juízos reclamados se mostra atentatória à autoridade da decisão proferida pelo Plenário desta Corte na ADI 3.395-MC/DF, que suspendeu toda e qualquer interpretação dada ao inciso I do art. 114 da Constituição Federal, na redação atribuída pela Emenda Constitucional 45/04, que inclua na competência da Justiça do Trabalho a apreciação de causas instauradas entre o Poder Público e seus servidores, tendo por base vínculo de ordem estatutária ou jurídico-administrativa.

Ressalta ainda que os contratos firmados entre o Estado e a autora da reclamação trabalhista eram de natureza administrativa, regidos pela Lei Estadual 2.781/90 e pelo Decreto Estadual 11.203/90, que possibilitam a contratação de pessoal por tempo determinado para atender as necessidades temporárias de excepcional interesse público sem concurso.

Nesse contexto, salienta a existência do perigo na demora, consubstanciado no fato de que a reclamação trabalhista se encontra em fase de processamento de agravo de instrumento contra decisão que não admitiu o recurso de revista (fl. 08).

Requer, ao final, a concessão de medida liminar, determinando-se a

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 59

imediata suspensão do processamento da mencionada reclamação trabalhista.

2.Requisitaram-se informações (fl. 62), que foram devidamente prestadas (fls. 70-71).

3.Reputo atendidos os requisitos necessários à concessão de medida liminar.

Vislumbro, neste juízo prévio, o confronto entre os atos emanados dos juízos reclamados e a decisão proferida pelo Plenário desta Corte na ADI 3.395-MC/DF, rel. Min. Cezar Peluso, DJ 10.11.2006. É que as cópias dos documentos acostados aos autos (Apenso - fls. 25-34) demonstram que a discussão posta em juízo deriva de contratação por tempo determinado para atender necessidade de excepcional interesse público, regida pela Lei Estadual 2.781/90 e pelo Decreto Estadual 11.203/90.

Quanto ao perigo na demora, verifico que já foi inadmitido o recurso de revista interposto na mencionada reclamação trabalhista (Apenso - fls. 105-105v).

Nesse sentido foram as decisões proferidas nas Reclamações 4.776-MC/MG, rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 06.12.2006; 5.306-MC/MG e 5.578-MC/MG, rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJ 01.8.2007 e 19.10.2007; 5.437-MC/MG, rel. Min. Eros Grau, DJ 20.8.2007; e 5.576-MC/MG, rel. Min. Cármen Lúcia, DJ 16.10.2007.

4.Ante o exposto, defiro o pedido de liminar para suspender a tramitação da Reclamação Trabalhista 01096-2008-001-20-00-6.

Comunique-se e publique-se. Após, abra-se vista ao Procurador-Geral da República (arts. 16 da Lei

8.038/90 e 160 do RISTF).Brasília, 19 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

RECLAMAÇÃO 9.008 (253)ORIGEM : RCL - 117007 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATORA :MIN. ELLEN GRACIERECLTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO SULRECLDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SUL (AGRAVO EM EXECUÇÃO Nº 70031354533)INTDO.(A/S) : MARCELO DOS SANTOS MAGALHÃES

Solicitem-se informações à autoridade reclamada, nos termos do art. 14, I, da Lei 8.038/90.

Publique-se.Brasília, 19 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

RECLAMAÇÃO 9.097 (254)ORIGEM : RCL - 122198 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATORA :MIN. ELLEN GRACIERECLTE.(S) : J MOHRBACH & CIA LTDAADV.(A/S) : JULIÃO TERRA LUDWIG E OUTRO(A/S)RECLDO.(A/S) : JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE

NOVO HAMBURGO (PROCESSO Nº 019/1.05.0033706-3)

INTDO.(A/S) : MÁRIO AGOSTINHO SEIDL

1.Trata-se de reclamação, com pedido de liminar, proposta por J. Mohrbach & Cia. Ltda., com fundamento nos arts. 13 e seguintes da Lei 8.038/90, 7º da Lei 11.417/06, e 156 do RISTF, contra a sentença proferida pelo Juízo da 1ª Vara Cível da Comarca de Novo Hamburgo/RS nos autos dos Embargos à Execução de Sentença n° 019/1.05.0033706-3 (fls. 25-48).

Diz o reclamante que interpôs recurso extraordinário, após o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul ter-lhe negado provimento ao recurso de apelação cível.

Afirma que a sentença confirmada pelo Tribunal de Justiça daquela unidade da federação não observou o que dispõe a Súmula Vinculante nº 4, ao determinar que o débito executado fosse atualizado como base na variação do salário mínimo nacional.

Requer, ao final, a concessão de medida liminar, determinando-se a imediata suspensão da decisão proferida nos Embargos à Execução de Sentença n° 019/1.05.0033574-5, no que se refere à atualização dos créditos como base na variação do salário mínimo nacional.

2.Requisitaram-se informações (fl. 49), o Juízo da 1ª Vara Cível da Comarca de Novo Hamburgo/RS esclarece que “a fixação objeto da reclamação foi efetivada em sentença de embargos à execução prolatada em 18.12.2006, anterior a edição da súmula vinculante n° 04” (fl. 54).

3.A Constituição Federal dispõe, em seu art. 103-A, caput e § 3º, que a súmula aprovada por dois terços dos membros do Supremo Tribunal Federal terá efeito vinculante a partir de sua publicação na imprensa oficial, cabendo reclamação do ato administrativo ou decisão judicial que a contrariar

ou que indevidamente a aplicar. No presente caso, verifico que o ato impugnado foi proferido em

18.12.2006 (fls. 54-66), data anterior à publicação da Súmula Vinculante nº 4 na imprensa oficial, ocorrida em 11.06.2008. Não ocorre, portanto, a hipótese que autoriza a reclamação por descumprimento de súmula vinculante.

Ademais, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é no sentido de que inexiste ofensa à autoridade de pronunciamento da Corte se o ato de que se reclama é anterior à decisão por ela emanada. Nesse sentido foram as decisões proferidas nas Reclamações 1.723-AgR-QO/CE, rel. Min. Celso de Mello, DJ 08.6.2001; 1.114/MG, rel. Min. Ellen Gracie, DJ 12.3.2002; 3.478/DF, 3.743/DF e 3.748/DF, rel Min. Cezar Peluso, DJ 16.9.2005; 3.650/DF e 3.758/DF, rel. Min. Carlos Velloso, DJ 02.2.2006 e 15.12.2005.

4.Ante o exposto, nego seguimento à presente reclamação, ficando prejudicada a apreciação do pedido de medida liminar (RISTF, art. 21, § 1º).

Publique-se.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

RECLAMAÇÃO 9.249 (255)ORIGEM : RCL - 9249 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO NORTERELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIRECLTE.(S) : MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO DO AMARANTEPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE SÃO

GONÇALO DO AMARANTERECLDO.(A/S) : TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 21ª REGIÃOINTDO.(A/S) : VERA LUCIA FONSECA DA COSTAADV.(A/S) : ANTONIO DE LISBOA SOBRINHO

Trata-se de reclamação, com pedido de medida liminar, proposta pelo Município de São Gonçalo do Amarante/RN contra ato do Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região, no Processo Trabalhista 00067-2009-006-21-00-4, que teria afrontado o conteúdo de decisão desta Corte nos autos da ADI 3.395/DF, Rel. Min. Cezar Peluso.

Afirma o reclamante, em suma, a incompetência da justiça especializada, uma vez que o contrato temporário firmado tem fundamento na Lei Complementar Municipal 72/1999.

Pugna, assim, pelo deferimento da liminar para suspender a tramitação do referido feito.

No mérito, requer a procedência desta reclamação. Às fls. 181-184, deferi o pedido de medida liminar.O juízo reclamado prestou informações às fl. 205-213.É o relatório. Decido.Verifico que ao apreciar situações análogas, o Plenário do Supremo

Tribunal Federal firmou o entendimento de que compete à Justiça Estadual processar e julgar causas instauradas entre o Poder Público e seus servidores submetidos ao regime especial disciplinado por lei local editada antes da Constituição de 1988, com fundamento no art. 106 da Carta de 1967, na redação que lhe conferiu a Emenda Constitucional 1/69 e o art. 37, IX, da Constituição Federal de 1988.

Nesse sentido, nos autos do Conflito de Jurisdição 6.829/SP, Relator o Ministro Octavio Gallotti, julgado na Sessão Plenária de 15/3/1989, este Tribunal reconheceu a competência do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo para processar e julgar ação movida por servidor municipal, sob regime especial administrativo, disciplinado em lei local, fundada no referido dispositivo da Constituição de 1967.

A promulgação da nova Constituição não alterou o entendimento desta Corte acerca do tema. Com efeito, várias decisões vêm sendo prolatadas no sentido de que o processamento de litígios entre servidores temporários e a Administração Pública na Justiça do Trabalho afronta a decisão do Plenário desta Corte, proferida na ADI 3.395-MC/DF, da qual é Relator o Ministro Cezar Peluso. Nela foi referendada liminar deferida pelo Ministro Nelson Jobim, em que se suspendeu, cautelarmente, qualquer interpretação do art. 114, I, da Carta Magna

“que inclua, na competência da Justiça do Trabalho, a (...) apreciação (...) de causas que (...) sejam instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo”.

Por ocasião do referendo da cautelar, o Ministro Cezar Peluso trouxe à colação trecho de voto do Ministro Carlos Velloso, Relator da ADI 492, na qual a Corte entendeu ser inconstitucional a inclusão, no âmbito de competência da Justiça do Trabalho, de causas que digam respeito a servidores que mantenham, com a Administração Pública, vínculo de natureza estatutária, por ser este estranho ao conceito de “relação de trabalho”.

E avançou ainda mais, sustentando que“ao atribuir à Justiça do Trabalho competência para apreciar ‘as

ações oriundas da relação de trabalho, abrangidos os entes de direito público externo e da administração pública direta e indireta da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios’, o art. 144, inc. I, da Constituição, não incluiu, em seu âmbito matéria de validade, as relações de natureza jurídico-administrativa dos servidores públicos”.

O Plenário desta Corte também já se pronunciou sobre a matéria,

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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depois da edição da Constituição de 1988, no julgamento a Reclamação 5.381/AM, relatada pelo Ministro Carlos Britto, em que ficou vencido o Ministro Marco Aurélio, a qual recebeu a ementa abaixo transcrita:

“CONSTITUCIONAL. RECLAMAÇÃO. MEDIDA LIMINAR NA ADI 3.357. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. SERVIDORES PÚBLICOS. REGIME TEMPORÁRIO. JUSTIÇA DO TRABALHO. INCOMPETÊNCIA.

1. No julgamento da ADI 3.395-MC, este Supremo Tribunal suspendeu toda e qualquer interpretação do inciso I do art. 114 da CF (na redação da Emenda 45/2004) que inserisse, na competência da Justiça do Trabalho, a apreciação de causas instauradas entre o Poder Público e seus servidores, a ele vinculados por típica relação de ordem estatutária ou de caráter jurídico-administrativo.

2. Contratações temporárias que se deram com fundamento na Lei amazonense nº 2.607/00, que minudenciou o regime jurídico aplicável às partes figurantes do contrato. Caracterização de vínculo jurídico-administrativo entre contratante e contratados.

3. Procedência do pedido.4. Agravo regimental prejudicado”.Ao longo dos debates, o Ministro Cezar Peluso, de forma enfática

asseverou o seguinte:“não há possibilidade, na relação jurídica entre servidor e o Poder

Público, seja ele permanente ou temporário, de ser regido senão pela legislação administrativa. Chama-se isso relação estatutária, jurídico-administrativa, ou outro nome qualquer, o certo é que não há relação contratual sujeita à CLT”.

A Ministra Cármem Lúcia, por sua vez, fazendo alusão à decisão da Corte tomada em 2007, que suspendeu os efeitos da EC 19 quanto à pluralidade de regimes de pessoal na Administração Pública, restabelecendo o regime único, afirmou enfaticamente que “não há como, no sistema jurídico-administrativo brasileiro constitucionalmente posto, comportar esses contratações pelo regime da CLT”.

Nesse aspecto foi secundada pelo Ministro Peluso, que assentou:“Como a Emenda nº 19 caiu, nós voltamos ao regime original da

Constituição, que não admite relação sujeita à CLT, que é de caráter tipicamente privado, entre servidor público, seja estável ou temporário, e Administração Pública”.

Essa perspectiva recebeu também o apoio do Ministro Menezes Direito, que afirmou o seguinte:

“(...) com a adição do Supremo, houve reunificação para que se voltasse ao texto original. E, na realidade, está acontecendo que a relação jurídica entre o trabalhador do Estado e a relação jurídica entre o trabalhador e o empresário privado são completamente diferentes, independentemente da existência, ou não, de uma lei especial, pois o que caracteriza, pelo menos na minha compreensão, o vínculo é exatamente essa relação especial do servidor público com o Estado, que é de caráter administrativo. Na Emenda nº 19 tentou-se alterar esse padrão para permitir que houvesse uma dicotomia de regimes, mas isso caiu no Supremo”.

Corroborando tal entendimento, aduziu o Ministro Peluso:“Imaginem a relação de trabalho numa situação de emergência, onde

o Estado tem de mobilizar todas as suas forças, sem nenhuma limitação, submetido às restrições da Consolidação das Leis do Trabalho. Em outras palavras, seria inútil contratar sob o regime, porque não sanaria emergência nenhuma. Ficaria sujeito a não trabalhar em fim de semana, porque se trabalha, a lei prevê pagamento de hora extra etc. E o regime de emergência vi por água abaixo”.

Registro, ainda, que o Plenário desta Corte, na Sessão de 25/6/2008, negou provimento ao agravo regimental interposto contra decisão que julgou procedente a Reclamação 4.903/SE, de minha relatoria, dando por competente a Justiça Comum para apreciar pleito ajuizado por servidores públicos contratados temporariamente, em razão de afronta ao decidido na referida ADI 3.395-MC/DF.

O citado acórdão recebeu a seguinte ementa:“AGRAVO REGIMENTAL. RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL.

AFRONTA AO DECIDIDO NA ADI 3.395-MC/DF. CABIMENTO DA RECLAMAÇÃO. VEROSIMILHANÇA ENTRE O DECIDIDO E A DECISÃO TIDA COMO AFRONTADA. AGRAVO IMPROVIDO.

I – O provimento cautelar deferido, pelo Supremo Tribunal Federal, em sede de ação declaratória de constitucionalidade, além de produzir eficácia ‘erga omnes’, reveste-se de efeito vinculante, relativamente ao Poder Executivo e aos demais órgãos do Poder Judiciário.

II - A eficácia vinculante, que qualifica tal decisão, legitima o uso da reclamação se e quando a integridade e a autoridade desse julgamento forem desrespeitadas.

III – A questão tratada na reclamação guarda pertinência com o decidido na ADI 3.395-MC/DF.

IV – Agravo interposto contra o decidido em sede de liminar prejudicado, porquanto decidida a questão de mérito.

V – Agravo regimental improvido” (Rcl 4.903-AgR-AgR/SE, Rel. Min. Ricardo Lewandowski).

Ressalto que na Sessão Plenária de 12 de agosto de 2008, por ocasião do julgamento do RE 573.202/AM, de minha relatoria, esta Suprema Corte firmou-se no sentido de que compete à Justiça Comum Estadual e Federal conhecer de toda causa que verse sobre contratação temporária de servidor público, levada a efeito sob a ordem constitucional vigente ou sob a

anterior, uma vez que a relação jurídica que dali se erradia não é de trabalho, a que se refere o art. 114, I, da Constituição da República, mas de direito público estrito, qualquer que seja a norma aplicável ao caso (Cf. CC 7.588/AM, Rel. Min. Cezar Peluso, Rcl 5.381/AM, Rel. Min. Carlos Britto, CC 7.223/AM, Rel. Min. Celso de Mello).

Ademais, as informações prestadas pela autoridade reclamada - de que a controvérsia objeto da reclamação trabalhista em discussão é a vigência da lei que instituiu o regime jurídico único no município, porque referido diploma normativo não teria sido publicado - não modificam a competência para o julgamento da causa.

Isso porque somente a justiça comum é competente para decidir sobre a validade da lei que instituiu o regime jurídico único no citado Município.

Isso posto, julgo procedente esta reclamação constitucional, em razão da incompetência da Justiça do Trabalho para processar e julgar o feito, para, nos termos do decidido pelo Plenário desta Suprema Corte no julgamento da ADI 3.395-MC/DF, Rel. Min. Cezar Peluso, cassar os atos decisórios proferidos na Reclamação Trabalhista 00067-2009-006-21-00-4.

Publique-se.Brasília, 19 de novembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

RECLAMAÇÃO 9.320 (256)ORIGEM : RCL - 9320 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATORA :MIN. ELLEN GRACIERECLTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE

JANEIROADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO

RIO DE JANEIRORECLDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE

JANEIROINTDO.(A/S) : IONE CRISTINA BATISTA MACHADOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO

1. Verifico, inicialmente, que há óbice processual para o conhecimento da presente reclamação, dado que o ora reclamante, Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro, não tem legitimidade ativa ad causam, uma vez que incumbe somente ao Ministério Público Federal, representado pelo Procurador-Geral da República, deduzir, em defesa da ordem jurídica, pretensão originária perante o Supremo Tribunal Federal, nos termos dos artigos 103, § 1º, da Constituição Federal e 156 do RISTF.

2.Assevere-se, ademais, que a Presidência da República vetou o inciso X do artigo 25 e o inciso IV do artigo 29 da Lei 8.625/1993, que atribuíam aos Procuradores-Gerais de Justiça dos Estados competência para ocupar a tribuna nas sessões do Supremo Tribunal Federal e do Superior Tribunal de Justiça para formular requerimentos, realizar sustentação oral e responder a eventuais perguntas dos Ministros (DOU de 15.02.1993).

3.Ressalte-se, finalmente, que a própria Procuradoria-Geral da República, em parecer lavrado pelo Procurador-Geral da República, Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos, consignou nos autos da Reclamação 4.453/SE, verbis:

“(...)6. É que, não obstante tenha o Supremo Tribunal Federal ampliado o

conceito de parte interessada, reconhecendo legitimidade ativa a todos que comprovem prejuízo oriundo de decisões do Poder Judiciário ou da Administração Pública, as funções do Ministério Público junto ao Supremo Tribunal Federal são exercidas com exclusividade pelo Procurador-Geral da República, conforme preceituam o texto constitucional (art. 103, § 1º) e a legislação complementar específica (LC nº 75/93, art. 46).

(...)”4.Destaque-se, ainda, que a Ministra Cármen Lúcia, ao julgar a

Reclamação 7.939/RJ, assim redigiu a ementa de sua decisão:“RECLAMAÇÃO. ALEGADO DESCUMPRIMENTO DA SÚMULA

VINCULANTE N. 13 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO. AUSÊNCIA DE LEGITIMIDADE PARA AJUIZAR RECLAMAÇÃO PERANTE O SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECLAMAÇÃO À QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.” (DJe 06.4.2009)

5. Ante o exposto, com fundamento nos princípios constitucionais da unidade e da indivisibilidade do Ministério Público (art. 127, § 1º, da Constituição Federal), manifeste-se o senhor Procurador-Geral da República, ratificando ou não o pedido formulado pelo Ministério Público do Estado do Rio de Janeiro.

Publique-se.Brasília, 16 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

RECLAMAÇÃO 9.388 (257)ORIGEM : RCL - 9388 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULO

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 61

RELATOR :MIN. EROS GRAURECLTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO

PAULORECLDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULOINTDO.(A/S) : LEANDRO FERREIRA DA COSTAINTDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULOADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

SÃO PAULO

DECISÃO: Reclamação, com pedido de medida liminar, proposta pela Defensoria Pública do Estado de São Paulo contra ato da 10ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo nos autos do Agravo de Execução Penal n. 990.09.003505-6.

2.A 10ª Câmara de Direito Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo, julgando agravo interposto pelo Ministério Público do Estado de São Paulo, cassou a decisão que reconhecera a nulidade de sindicância instaurada para apuração de falta grave cometida por sentenciado, por ausência de defesa técnica.

3.A reclamante sustenta que esse provimento jurisdicional, ao ter reconhecido a validade de sindicância para apuração de falta disciplinar em execução penal, teria aplicado indevidamente a Súmula Vinculante n. 5 do STF, que dispõe: “[a] falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição”.

4.Afirma que “os procedimentos administrativos de apuração de falta disciplinar, em execução penal, [possuem] regime jurídico próprio, onde a Súmula vinculante não atua, onde se exige a defesa técnica e a presença de advogado ou Defensor Público, em todos os atos e termos do procedimento (HC n. 77.862/SP, Relator Min. ILMAR GALVÃO, Tribunal Pleno)” [fl. 09].

5.É o relatório. Decido.6.A reclamação não merece prosperar. Ainda que o órgão reclamado

tenha feito referência à Súmula Vinculante n. 5 deste Supremo Tribunal Federal, o acórdão teve por fundamento o fato de que “ao AGRAVADO foi facultada e exercida a autodefesa, bem como a defesa técnica, porquanto produzida oitiva de testemunha e seu interrogatório na presença de Advogado da FUNAP (fls. 09 e 10)” [fl. 58].

7.Não está configurada a afronta à Súmula Vinculante n. 5, vez que a autoridade reclamada não utilizou a súmula como razão de decidir, mas questão de fato consubstanciada no reconhecimento de que foi efetivamente garantido ao sentenciado seu direito de defesa, inclusive com a presença de advogado.

8.A presente reclamação não pode ser conhecida. Não há identidade ou similitude de objeto entre o ato impugnado e a súmula vinculante tida por desrespeitada.

9.Em casos idênticos a este, o Ministro JOAQUIM BARBOSA entendeu que “o mero fato de a decisão reclamada ter citado, em obter dictum e, sem dúvida, inapropriadamente, a Súmula Vinculante n. 5, não houve sua aplicação efetiva ao caso em análise, de modo que não está presente o requisito de cabimento da Reclamação estipulado no art. 103-A, § 3º, da Constituição da República” [RCL n. 9.226, DJe de 28.10.09; e RCL n. 9.199, DJe de 23.10.09].

Nego seguimento à presente reclamação, nos termos do disposto no artigo 21, § 1º, do RISTF.

Arquivem-se os autos.Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro Eros Grau - Relator –

RECLAMAÇÃO 9.396 (258)ORIGEM : RCL - 9396 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SANTA CATARINARELATORA :MIN. ELLEN GRACIERECLTE.(S) : FERTILIZANTES CATARINENSES LTDA - IMBIFÉRTILADV.(A/S) : SÉRGIO NUNES DO NASCIMENTORECLDO.(A/S) : TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SANTA

CATARINAINTDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE IMBITUBA

1.Trata-se de reclamação, com pedido de medida liminar, ajuizada por Fertilizantes Catarinenses Ltda − Imbifértil, com fundamento nos arts. 102, I, l, e 103-A, § 3º, da Constituição Federal; 13 da Lei 8.038/90; 156 do RISTF; e 7º da Lei 11.417/06, em face do Acórdão 0841/2009, proferido pelo Tribunal de Contas do Estado de Santa Catarina nos autos do Processo DEN 03/03272538.

Diz a reclamante que a Corte de Contas catarinense determinou o cancelamento de contrato de comodato por ela firmado com o Município de Imbituba, em vigor há mais de nove anos, sem lhe dar ciência do mencionado processo, em flagrante ofensa aos princípios do contraditório e da ampla defesa.

A reclamante sustenta, em síntese, a ocorrência de afronta à autoridade da Súmula Vinculante 3, dada a necessidade de as Cortes de Contas respeitarem tais princípios.

Menciona precedente do Supremo Tribunal Federal favorável à sua

tese (Reclamação 8.226-MC/DF, rel. Min. Ricardo Lewandowski, DJe 20.5.2009).

Salienta a existência do perigo na demora, consubstanciado no fato de que “desenvolve suas atividades no local objeto do contrato de comodato” (fl. 12).

Requer, ao final, liminarmente, a suspensão dos efeitos do acórdão impugnado e, no mérito, a sua anulação, “para que outro seja proferido após a observância do contraditório e da ampla defesa” (fl. 14).

2.A via estreita da reclamação (Constituição, art. 102, I, l) pressupõe o descumprimento de decisão do Supremo Tribunal Federal, a ocorrência de usurpação de sua competência originária ou a desobediência a súmula vinculante. Logo, seu objeto é, e só pode ser, a verificação de uma dessas hipóteses, para se sanar imediatamente o abuso, acaso verificado, razão pela qual entendo necessário o máximo de rigor na verificação dos pressupostos específicos da reclamação constitucional, sob pena de seu desvirtuamento.

No entanto, pelo que constatei dos autos, nenhuma das circunstâncias autorizadoras da reclamação aqui se configura.

O art. 103-A, § 3º, da Constituição Federal tem a seguinte redação:“Art. 103-A. O Supremo Tribunal Federal poderá, de ofício ou por

provocação, mediante decisão de dois terços dos seus membros, após reiteradas decisões sobre matéria constitucional, aprovar súmula que, a partir de sua publicação na imprensa oficial, terá efeito vinculante em relação aos demais órgãos do Poder Judiciário e à administração pública direta e indireta, nas esferas federal, estadual e municipal, bem como proceder à sua revisão ou cancelamento, na forma estabelecida em lei.

(...)§ 3º Do ato administrativo ou decisão judicial que contrariar a súmula

aplicável ou que indevidamente a aplicar, caberá reclamação ao Supremo Tribunal Federal que, julgando-a procedente, anulará o ato administrativo ou cassará a decisão judicial reclamada, e determinará que outra seja proferida com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.”

Esta Corte editou, com base nesse artigo, a Súmula Vinculante 3, que expressamente dispõe:

“Nos processos perante o Tribunal de Contas da União asseguram-se o contraditório e a ampla defesa quando da decisão puder resultar anulação ou revogação de ato administrativo que beneficie o interessado, excetuada a apreciação da legalidade do ato de concessão inicial de aposentadoria, reforma e pensão.” (Destaquei).

A hipótese dos presentes autos não se subsume àquela tratada na súmula vinculante em questão.

É que a Súmula Vinculante 3 diz respeito, expressamente, aos processos em tramitação no Tribunal de Contas da União, não nos Tribunais de Contas dos Estados, dos Municípios ou do Distrito Federal.

Não se pode elastecer o enunciado de uma súmula vinculante, sob pena de subversão da sua eficácia, que se funda na clareza, objetividade e segurança que emanam de sua força normativa.

Nesse sentido foi a decisão proferida na Reclamação 6.420/DF, de que fui relatora, DJe 17.9.2008.

3.Ante o exposto, com fundamento nos arts. 38 da Lei 8.038/90 e 21, § 1º, do RISTF, nego seguimento à presente reclamação, ficando prejudicada a apreciação do pedido de medida liminar.

Publique-se.Brasília, 19 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

MEDIDA CAUTELAR NA RECLAMAÇÃO 9.414 (259)ORIGEM : RCL - 9414 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIRECLTE.(S) : DEFENSORIA PÚBLICA DO ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO

PAULORECLDO.(A/S) : TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

(AGRAVO EM EX. PENAL Nº 990.09.1406864)INTDO.(A/S) : ANTONIO CARLOS PEREIRA DE SOUZA

DECISÃOVistos. Trata-se de reclamação, com pedido de liminar, proposta pela

Defensoria Pública do Estado de São Paulo, na qual se alega indevida aplicação de súmula vinculante desta Corte pelo e. Tribunal de Justiça daquele Estado.

Alega o reclamante, na petição de folhas 2 a 12, que:a) o sentenciado Antônio Carlos Pereira de Souza foi submetido a

uma sindicância para apuração de infração disciplinar supostamente cometida quando da execução de pena corporal, que estava sendo cumprida na Penitenciária de Marília (SP), consistente na posse de aparelho de telefone celular, em suas dependências;

b) ao cabo desse procedimento, que não respeitou, em sua plenitude, os direitos do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório, foi reconhecida a prática de falta grave, com a aplicação de sanção disciplinar;

c) o Juízo das Execuções Criminais da Comarca, porém, anulou tal sindicância, dada a ausência de defesa técnica, decisão essa posteriormente

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 62

reformada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo, que afastou a alegada nulidade e determinou que o Juízo de origem analisasse o mérito da sindicância em questão;

d) tal decisão se fundamentou no comando exarado pela Súmula Vinculante nº 5, desta Corte de Justiça, mas de forma equivocada, na medida em que não se aplica a situações verificadas no âmbito de processos penais, para o que há legislação específica, que deve ser observada, respeitando-se a ampla defesa do interessado, com todas as garantias a tanto inerentes, em que avulta o exercício de defesa técnica por meio de advogado, em todas as suas fases;

e) deve ser, portanto, liminarmente suspensa essa decisão e, no mérito, cassada, para que se restabeleçam os termos da sentença proferida pelo Juízo de origem.

Documentos em folhas 13 a 17.É o relatório.Decido.Versa a presente reclamação sobre a aplicação, de forma

supostamente indevida, por uma das Câmaras Criminais do Tribunal de Justiça de São Paulo da Súmula Vinculante nº 5, desta Corte de Justiça, segundo a qual, “a falta de defesa técnica por advogado no processo administrativo disciplinar não ofende a Constituição”.

Ressalte-se, por oportuno, que com o advento do instituto da súmula vinculante deu-se nova hipótese de cabimento de reclamação para o Supremo Tribunal Federal, nos termos do artigo 103-A, § 3º, da Constituição Federal, consistente na edição de ato administrativo ou prolação de decisão judicial que contrariem a súmula aplicável ou que a apliquem de forma indevida.

Assim, sempre que se vislumbrar a ocorrência desse permissivo constitucional, esta Corte determinará a anulação do ato ou a cassação da decisão, determinando que outro seja proferido, com ou sem a aplicação da súmula, conforme o caso.

No caso ora em análise, asseverou o reclamante que a Súmula Vinculante nº 5 teria sido indevidamente aplicada, convalidando o resultado de sindicância ocorrida em processo de execução criminal, em que o interessado não se fez acompanhar de advogado em todas as fases de seu trâmite.

Realmente, dentre os precedentes que redundaram na edição da mencionada súmula vinculante, não havia nenhum a cuidar especificamente de procedimento administrativo disciplinar para a apuração de falta grave, no âmbito da execução penal.

Ademais, o resultado dessa sindicância, dadas as graves consequências que pode acarretar ao interessado, deve ser obtido depois de regular procedimento cujo desenrolar há de pautar-se pelo estrito respeito à ampla defesa técnica do acusado.

Entretanto, pelo que se depreende da análise dos documentos trazidos aos autos, ainda há, pendente de apreciação no Tribunal de origem recurso de embargos de declaração interposto pelo ora reclamante contra o acórdão que pretende ver cassado; inexiste, destarte, receio de dano irreparável ao interessado a ser prontamente obstado.

Mostra-se de todo conveniente, ainda, que se comprove qual o atual andamento do processo contra o qual se volta a presente reclamação, pois “Não cabe reclamação quando já houver transitado em julgado o ato judicial que se alega tenha desrespeitado decisão do Supremo Tribunal Federal” (Súmula nº 734 do Supremo Tribunal Federal).

Ante o exposto, indefiro a medida liminar.Oficie-se ao reclamado, solicitando informações sobre o atual

andamento do Agravo de Execução Penal nº 990.09.140686-4 e, após, vista ao Sr. Procurador-Geral da República.

Publique-se. Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

RECLAMAÇÃO 9.429 (260)ORIGEM : RCL - 9429 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIRECLTE.(S) : GERSON LUIZ ALVES E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : GLÁUCIA DE OLIVEIRARECLDO.(A/S) : RELATOR DA RECLAMAÇÃO Nº 9075 DO SUPREMO

TRIBUNAL FEDERALINTDO.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

SÃO PAULOINTDO.(A/S) : PREFEITO MUNICIPAL DO MUNICÍPIO DE ITIRAPUÃINTDO.(A/S) : LEA APARECIDA DE SOUZA E OUTRO(A/S)

DECISÃOVistos.Reclamação de GERSON LUIZ ALVES E OUTRO em face do Exmo.

Sr. MINISTRO RELATOR DA RECLAMAÇÃO no 9075 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, que visa à suspensão dos efeitos do decidido na referida impugnação.

Alegam os reclamantes que (flolhas 2 a 19) que o Procurador-Geral de Justiça do Estado de São Paulo ajuizou reclamação neste Supremo Tribunal Federal, contra suas nomeações para cargos municipais, porque os favorecidos eram parentes do Prefeito Municipal de Itirapuã e de vereadores

daquele município. A iniciativa do Ministério Público Estadual voltou-se à preservação da Súmula Vinculante nº 13, do STF (“A nomeação de cônjuge, companheiro ou parente em linha reta, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor da mesma pessoa jurídica investido em cargo de direção, chefia ou assessoramento, para o exercício de cargo em comissão ou de confiança ou, ainda, de função gratificada na administração pública direta e indireta em qualquer dos poderes da união, dos estados, do distrito federal e dos municípios, compreendido o ajuste mediante designações recíprocas, viola a constituição federal.”).

A reclamação foi autuada sob o número 9075 e despachada pelo eminente Ministro CÉSAR PELUSO, que deferiu liminar em favor do Ministério Público de São Paulo.

Sustentam os reclamantes que a Lei Complementar Municipal nº 5, de 22 de abril de 2009, reestruturou a administração do ente federativo, o que tornou os cargos ocupados pelos autores como de índole política, o que afasta a incidência da Súmula Vinculante no 13. Em razão do decidido na reclamação, os autores estão impedidos de ocupar cargo de Secretário Municipal, o que nega vigência às normas complementares municipais.

Pede-se liminar para que se restabeleçam as nomeações dos reclamantes e, no mérito, que se declare GERSON LUIZ ALVES e SANDRA MARTINS ALVES, “irmão e esposa respectivamente de MARCOS HENRIQUE ALVES, DD. PREFEITO DO MUNICÍPIO ITIRAPUÃ-SP, não estão abrangidos pelo Verbete da Súmula Vinculante n.13 desta CORTE para ocuparem CARGO DE SECRETÁRIO MUNICIPAL DO MUNICÍPIO DE ITIRAPUÃ-SP, confirmando a liminar dantes deferida.”

Documentos em folhas 20-164, dentre os quais: a) decisão liminar na Reclamação no 9.075; b) Lei Complementar no 5, de 22 de abril de 2009 (folhas 47 a 55).

É o relatório.A questão deduzida nos autos desta reclamação foi devidamente

apreciada pelo eminente Ministro CEZAR PELUSO, na Reclamação no 9.075, cujos fundamentos essenciais estão abaixo transcritos:

“Os documento de fls. 25 e 41/47 dos autos apensos, subscritos o primeiro pelo Presidente da Câmara de Vereadores, e os demais pelo Prefeito Municipal, atestam que, não obstante Sandra Conceição Martins Alves, Gerson Luiz Alves, Lea Aparecida de Souza, Braz Vanderlei Aparecido de Azevedo, Célio Pereira da Silva, Márcio Serapião e José Carlos de Melo sejam parentes do próprio Prefeito e de outros vereadores daquele município, foram nomeados para ocupar cargos administrativos comissionados naquela casa legislativa, o que aparenta, neste juízo prévio e sumário, afronta à sumula vinculante nº 13. Nem se alegue que Sandra Conceição Martins e Gerson Luiz Alves ocupam cargo de agente político, pois, ao que parece, houve edição de oportuna legislação local para alterar a nomenclatura dos cargos ocupados por tais pessoas, como se depreende dos documentos de fls. 13/16 e 18 dos autos apensos. É o que basta neste juízo prévio” (Rcl nº 9.075/SP-MC, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJe-192 de 13/10/09).

Em suma, os reclamantes foram favorecidos pela mudança de legislação local para acomodá-los, com nova nomenclatura, mas sem alteração de funções, em cargos de suposta natureza política, a saber: GERSON LUIZ ALVES como Secretário Administrativo e SANDRA CONCEIÇÃO MARTINS ALVES como Secretária de Gabinete. A edição da Súmula Vinculante no 13, do STF, deu ensejo a que diversos cargos comissionados fossem transmudados em cargos políticos, com o objetivo mal disfarçado de burlar a norma restritiva de práticas nepotistas. E esse foi o sentido do que decidiu Sua Excelência o relator da Reclamação no 9.075.

Na espécie, é inviável a reclamação, pois não se pode ajuizar esse incidente contra ato de ministro do STF sob o color de que essa autoridade usurparia a competência da Corte na qual ele próprio oficia. Não cabe reclamação no caso dos autos. Existem outros meios hábeis para o reclamante impugnar o ato decisório que se lhe apresenta como lesivo a seu direito, a saber, a decisão na Reclamação no 9.075.

É esse o entendimento pacífico da Corte: “AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO CONTRA DECISÃO

QUE NEGOU SEGUIMENTO AO PEDIDO, PREJUDICADO O EXAME DO PEDIDO DE LIMINAR, QUANTO À ALEGAÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DO QUE DECIDIDO NOS RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS NS. 388.359/PE, 389.383/SP E 390.513/SP. 1. Os argumentos trazidos na peça recursal em nada alteram o quanto já analisado na decisão agravada. 2. Impossibilidade de utilização de Reclamação quando há recurso apropriado e cabível contra a decisão reclamada. Precedentes. 3. Ilegitimidade ativa da Agravante. Precedentes. 4. Agravo regimental ao qual se nega provimento” (Rcl nº 5.159/SP-AgR, Primeira Turma, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJ 10-08-2007).

E, na doutrina, esse posicionamento é digno do maior prestígio: “No estudo de seu cabimento sobressai o caráter supletivo da

reclamação............................................................................................Segue-se que a reclamação é, indisfarçavelmente, uma medida

singular, cujo cabimento é condicionado pela ausência de outra qualquer fórmula normal de submeter um dado tema ao Supremo Tribunal Federal.” (MONIZ DE ARAGÃO, E. D. A correição parcial. São Paulo: José Bushatsky, 1969. p.112)

Não há como se apreciar o pedido.Ante o exposto, nego seguimento à reclamação, prejudicado o exame

da liminar.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 63

Publique-se.Brasília, 20 de novembro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

MEDIDA CAUTELAR NA RECLAMAÇÃO 9.437 (261)ORIGEM : RCL - 9437 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : CEARÁRELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIRECLTE.(S) : MUNICÍPIO DE PACOTIADV.(A/S) : JOSÉ ABÍLIO PINHEIRO DE MELO E OUTRO(A/S)RECLDO.(A/S) : JUÍZO DA 21ª VARA DO TRABALHO DA JURISDIÇÃO

DA 7ª REGIÃO - BATURITÉ/CEINTDO.(A/S) : MARIA LUCIMEIRE BARBOSA E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : ANTÔNIO JOSÉ SAMPAIO FERREIRA

DECISÃOVistos.Reclamação, com pedido de medida liminar, proposta pelo

MUNICÍPIO DE PACOTI, na qual se alega usurpação de competência desta Corte pelo MM. Juízo da 21ª Vara do Trabalho da 7ª Região.

Alega a reclamante, na petição de folhas 2 a 26, que:a) o reclamante instituiu regime jurídico único para os servidores

municipais, por lei local de 31.8.1998;b) diversos servidores ingressaram com reclamatórias trabalhistas

invocando a diferença de valores pagos a título de FGTS, relativamente aos períodos anteriores ao novo regime jurídico estatutário;

c) as decisões do juízo reclamado afrontam a autoridade do julgado do STF na ADI 3395, que reconhece a incompetência da Justiça do Trabalho para cognição de causas instauradas entre o Poder Público e servidor vinculado por relação jurídico-estatutária;

d) existe periculum in mora na permanência das decisões, porquanto a continuidade das ações provocará danos ao Erário Municipal, tendo em vista o comprometimento dos recursos do Fundo de Participação dos Municípios.

Documentos juntados em folhas 27 a 515. É o relatório.É pacífica a jurisprudência desta Corte no sentido de que não há

vínculo trabalhista quando se sobrepõe entre o servidor e a Administração o regime jurídico único. Cito precedentes:

“RECLAMAÇÃO. CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. AUTORIDADE DE DECISÃO PROFERIDA PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL: ARTIGO 102, INCISO I, ALÍNEA L, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. MEDIDA CAUTELAR NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE N. 3.395. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA DE PROFISSIONAIS NA ÁREA DE SAÚDE: ARTIGO 37, INCISO IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. AÇÃO CIVIL PÚBLICA AJUIZADA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO CONTRA A ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA: COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM. CAUSA DE PEDIR RELACIONADA A UMA RELAÇÃO JURÍDICO-ADMINISTRATIVA.

1. Incompetência da Justiça Trabalhista para o processamento e o julgamento das causas que envolvam o Poder Público e servidores que sejam vinculados a ele por relação jurídico-administrativa.

2. O eventual desvirtuamento da designação temporária para o exercício de função pública, ou seja, da relação jurídico-administrativa estabelecida entre as partes, não pode ser apreciado pela Justiça do Trabalho. 3. Reclamação julgada procedente’ (Rcl nº 4.464/GO, Tribunal Pleno, Relatora aMinistra Cármen Lúcia, DJ de 20/8/09).

“AGRAVO REGIMENTAL EM RECLAMAÇÃO. OFENSA À DECISÃO PROFERIDA NA AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 3.395/DF. CONTRATAÇÃO TEMPORÁRIA PARA O EXERCÍCIO DE FUNÇÃO PÚBLICA. REGIME JURÍDICO-ADMINISTRATIVO. INCOMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO PARA EXAMINAR EVENTUAL NULIDADE DA CONTRATAÇÃO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA COMUM ESTADUAL. 1. A Justiça do Trabalho não detém competência para processar e julgar causas que envolvam o Poder Público e servidores a ele vinculados, mesmo que por contrato temporário com prazo excedido, por se tratar de relação jurídico-administrativa. 2. Ainda que possa ter ocorrido desvirtuamento da contratação temporária para o exercício de função pública, não cabe à Justiça do Trabalho analisar a nulidade desse contrato. 3. Existência de precedentes desta Corte nesse sentido. 4. Agravo regimental ao qual se nega provimento.” (Rcl nº 7.028/MG-AgR, Tribunal Pleno, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJ de 15/10/09).

A situação descrita nos autos configura-se idêntica a diversos feitos apreciados nesta Corte, todos em franca e direta ofensa ao disposto na ADI 3395/C, nos termos da qual assim se pronunciou o Ministro CEZAR PELUSO:

“INCONSTITUCIONALIDADE. Ação direta. Competência. Justiça do Trabalho. Incompetência reconhecida. Causas entre o Poder Público e seus servidores estatutários. Ações que não se reputam oriundas de relação de trabalho. Conceito estrito desta relação. Feitos da competência da Justiça Comum. Interpretação do art. 114, inc. I, da CF, introduzido pela EC 45/2004. Precedentes. Liminar deferida para excluir outra interpretação. O disposto no art. 114, I, da Constituição da República, não abrange as causas instauradas entre o Poder Público e servidor que lhe seja vinculado por relação jurídico-

estatutária” (ADI nº 3.395/DF-MC, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJ de 10/1106).

A celeridade nas condenações e a quantidade significativa de reclamatórias em curso, de efeito nitidamente multiplicador, são elementos que levam ao convencimento da necessidade de imediata suspensão dos feitos, a título de periculum in mora (Cf. SS nº 3.642/AM-AgR, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Gilmar Mendes (Presidente), DJe-104 de 5/6/09).

Ante o exposto, defiro a liminar, com a ressalva de ulterior revisão do quadro, após prestadas as informações, a fim de que o juízo reclamado suspenda a tramitação das reclamatórias trabalhistas indicadas às fls. 24/25.

Solicitem-se informações ao reclamado, encaminhando-lhe cópia desta decisão (art. 157, RISTF).

Após, vista à douta Procuradoria-Geral da República (art. 160, RISTF).

Brasília, 19 de novembro de 2009.Ministro DIAS TOFFOLI

Relator

MEDIDA CAUTELAR NA RECLAMAÇÃO 9.438 (262)ORIGEM : RCL - 9438 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIRECLTE.(S) : FACULDADE DE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO RIO

PRETOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULORECLDO.(A/S) : JUIZ DO TRABALHO DA 1ª VARA DO TRABALHO DA

COMARCA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETOINTDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO DO ESTADO DE

SÃO PAULO

DECISÃOVistos.Reclamação da FACULDADE DE MEDICINA DE SÃO JOSÉ DO RIO

PRETO em face do MM. JUÍZO DO TRABALHO DA 1ª. VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, cuja decisão teria afrontado a autoridade e a eficácia de ato jurisdicional deste Supremo Tribunal Federal.

Alega a reclamante (folhas 2 a 15) que:a) o Ministério Público do Trabalho ajuizou ação civil pública em face

da reclamante e da Fundação Faculdade Regional de Medicina de São José do Rio Preto – FUNFARME, com o objetivo de que as entidades não contratassem sem concurso público, sob pena de multa;

b) pediu-se a declaração de nulidade dos contratos de trabalho firmados pela FUNFARME, os quais foram celebrados para o fim de utilização dessas pessoas na reclamante;

c) a liminar foi deferida, nos termos requeridos e o processo encontra-se no colendo Tribunal Regional do Trabalho da 15ª Região, a fim de que se apreciem recursos ordinários interpostos;

d) os atos do TRT-15 são ofensivos do decidido pelo STF na ADI no

3395;e) a título de periculum in mora, aponta-se que a mantença do

decido no âmbito da Justiça do Trabalho implicará a dispensa de todos os funcionários contratados pela FUNFARME sem concurso público e que prestam serviços à reclamante.

Pede-se liminar para que “seja determinada a suspensão da ação civil pública n.0229-2007-017-015-00, proposta pelo Ministério Público do Trabalho perante a 1ª Vara do Trabalho de São José do Rio Preto” e, no mérito, a procedência da reclamação para determinar “a anulação de todos os atos praticados na referida ação civil pública, desde o início”.

Documentos juntados nas folhas 15 a 120, dentre os quais se pode destacar: a) a resposta da reclamante (folhas 55 a 79), na qual não se alegou incompetência material da Justiça do Trabalho; b) sentença (folhas 80 a 91), na qual não se analisou a questão da competência da Justiça Especializada.

É o relatório.A questão relativa à competência da Justiça do Trabalho nas ações

relativas a vínculos jurídico-administrativos ou jurídico-estatutários foi bem definida pela jurisprudência desta Corte, em diversos precedentes, todos alinhados ao que se deliberou na ADI no 3.395, cuja ementa é abaixo reproduzida:

“EMENTA: INCONSTITUCIONALIDADE. Ação direta. Competência. Justiça do Trabalho. Incompetência reconhecida. Causas entre o Poder Público e seus servidores estatutários. Ações que não se reputam oriundas de relação de trabalho. Conceito estrito desta relação. Feitos da competência da Justiça Comum. Interpretação do art. 114, inc. I, da CF, introduzido pela EC 45/2004. Precedentes. Liminar deferida para excluir outra interpretação. O disposto no art. 114, I, da Constituição da República, não abrange as causas instauradas entre o Poder Público e servidor que lhe seja vinculado por relação jurídico-estatutária” (ADI nº 3.395/DF-MC, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJ de 10/11/06).

Nas reclamações ajuizadas para a conservação da autoridade e da eficácia do mencionado acórdão, a Corte tem resolvido a questão da competência da Justiça Especializada em diversas situações, tais quais:

a) “Não é da competência da Justiça do Trabalho a apuração de eventual nulidade dos atos administrativos que deram suporte à relação entre os interessados e a Administração Pública” (Rcl nº 5.924/CE-AgR, Tribunal

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 64

Pleno, Relator o Ministro Eros Grau, DJe-200 de 23/10/09 ).b) “1. A Justiça do Trabalho não detém competência para processar e

julgar causas que envolvam o Poder Público e servidores a ele vinculados, mesmo que por contrato temporário com prazo excedido, por se tratar de relação jurídico-administrativa. 2. Ainda que possa ter ocorrido desvirtuamento da contratação temporária para o exercício de função pública, não cabe à Justiça do Trabalho analisar a nulidade desse contrato” (Rcl nº 7.028/MG-AgR, Tribunal Pleno, Relator a Ministra Ellen Gracie, DJe-195 de 16/10/09).

c) “1. Os interessados são prestadores de serviço, contratados pela Administração Pública, após processo licitatório. Não são servidores públicos nem pleiteiam verba de natureza trabalhista. Inexistente afronta ao acórdão do Supremo Tribunal Federal na ADI 3.395-MC. 2. Não pode o Tribunal, em reclamação, apreciar matéria diversa daquela versada no acórdão tido por paradigma” (Rcl nº 4.761/MG, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Carlos Britto, DJe-148 de 7/8/09).

O caso dos autos tem as seguintes peculiaridades:a) a reclamante é uma autarquia, que se vale de empregados

contratados por fundação de direito privado, a ela vinculada, o que, sob a óptica do Ministério Público do Trabalho, configura irregularidade;

b) a reclamante, no curso do processo, não alegou incompetência da Justiça do Trabalho;

c) a decisão reclamada não se pronunciou a respeito desse aspecto central da lide.

A assimetria objetiva entre a reclamação e o acórdão prolatado na ADI no 3.395 é evidente, o que afasta, ao menos por agora, a existência do fumus boni iuris. É nesse sentido que se tem pronunciado o STF:

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL. RECLAMAÇÃO. ALEGAÇÃO DE OFENSA ÀS DECISÕES PROFERIDAS NAS ACOS NS. 347, 652 E AC n. 733. DEFINIÇÃO DO JUÍZO COMPETENTE PARA DIRIMIR QUESTÕES URGENTES, RELATIVAS À DEMARCAÇÃO DOS LIMITES TERRITORIAIS DOS ESTADOS DA BAHIA E DE GOIÁS. COMPETÊNCIA DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA [ART. 105, I, "D", DA CB/88]. RECLAMAÇÃO INCABÍVEL. AGRAVO IMPROVIDO. 1. A liminar referendada na ACO n. 347 determina a suspensão da execução de sentenças de mérito e acórdãos não transitados em julgado, no que tange a áreas localizadas entre os Estados da Bahia e de Goiás. A medida visou a impedir a concretização de situações jurídicas que, em decorrência do julgamento das ACOs ns. 347 e 652 --- com eventuais alterações das divisas dos Estados-membros envolvidos --- viessem a ser protegidas pela coisa julgada. 2. A segunda parte do provimento liminar referendado na ACO n. 347 dizia respeito aos casos em que as medidas urgentes fossem imprescindíveis, determinando fossem obedecidos os limites atualmente demarcados nas cartas do IBGE. 3. A localização do imóvel estabelecerá a competência do foro para a apreciação de ações possessórias. Eventuais conflitos entre Juízos de Estados-membros diversos devem ser dirimidos pelo STJ, nos termos do disposto no art. 105, I, "d", da Constituição do Brasil. 4. A decisão proferida nos autos do Conflito de Competência n. 39.766 não desacata a medida liminar deferida na ACO n. 347, eis que não trata da situação de áreas na região, mas unicamente da fixação da competência entre juízes vinculados a tribunais diversos, hipótese em que aquela Corte é competente para dirimir o conflito. 5. A presente reclamação carece de elemento fundamental para o seu conhecimento: a identidade ou similitude de objetos entre o ato impugnado e a decisão tida por desrespeitada. Precedentes: RCL n. 3.768, Relator o Ministro CELSO DE MELLO, DJ 20.10. 05; AgR-RCL n. 1852, Relator o Ministro MAURÍCIO CORRÊA, DJ 08.02.02 e RCL n. 3.960, Relator o Ministro EROS GRAU, 05.12.05. Agravo regimental a que se nega provimento” (Rcl nº 4.410/BA-AgR, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Eros Grau, DJ de 21/8/09) (Destaques inovados).

“EMENTA: Agravo Regimental em Reclamação alegando desrespeito dos julgados do Supremo Tribunal nas ADI de n. 1.770-4 (Moreira Alves, DJ 6.11.98) e de n. 1.721-3 (Galvão, DJ 11.4.2003. 2. A decisão reclamada aplicou o caput do art. 453 da CLT, para considerar extinto o contrato de trabalho pela aposentadoria espontânea. 3. As decisões das ações diretas invocadas não cuidaram do caput do art. 453, CLT, não impugnado nas referidas ADIs. 4. Não há desrespeito à decisão vinculante do Supremo Tribunal se o paradigma normativo invalidado é diverso do dispositivo legal aplicado ao caso pela autoridade reclamada. 5. Precedentes. 6. Recurso não provido” (Rcl nº 4.129/SC-AgR, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJe-148 de 7/8/09).

Ademais, não fez a reclamante prova do periculum in mora, o que se descreveu de modo genérico e, por conseguinte, incapaz de revelar a necessidade de prestação jurisdicional que assegurasse pretensão ou direito da parte sob ameaça iminente.

Ante o exposto, indefiro a liminar, sem prejuízo de ulterior revisão de entendimento, à luz das informações.

Solicitem-se informações ao MM. JUÍZO DO TRABALHO DA 1ª. VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO, encaminhando-lhe cópia desta decisão (art. 157, RISTF).

Com ou sem informações, vista ao Sr. Procurador-Geral da República (art. 160, RISTF).

Publique-se. Brasília, 19 de novembro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

RECLAMAÇÃO 9.439 (263)ORIGEM : RCL - 9439 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. EROS GRAURECLTE.(S) : NELSON JOSÉ COMEGNIOADV.(A/S) : NELSON JOSÉ COMEGNIORECLDO.(A/S) : JUIZ DE DIREITO DA SEGUNDA VARA CRIMINAL DA

COMARCA DE BARUERI

DECISÃO: Reclamação proposta por Nelson José Comegnio contra ato do Juiz de Direito da Segunda Vara Criminal da Comarca de Barueri/SP nos autos do processo n. 2155/09.

2.Há irregularidade na documentação que acompanha a petição inicial. A cópia do ato impugnado não foi acostada aos autos.

3.Determino que a documentação, necessária à comprovação do eventual descumprimento de decisão desta Corte, seja juntada a estes autos, no prazo de 10 [dez] dias, pena de extinção do feito [artigo 156, parágrafo único, do RISTF e artigos 282 e 283 do CPC].

Publique-se.Brasília, 19 de novembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

MEDIDA CAUTELAR NA RECLAMAÇÃO 9.443 (264)ORIGEM : RCL - 9443 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIRECLTE.(S) : CÂMARA MUNICIPAL DE BARRETOSADV.(A/S) : RICARDO ALVES DE OLIVEIRARECLDO.(A/S) : JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE

BARRETOSINTDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

SÃO PAULOINTDO.(A/S) : CAIO MONTEIRO DE BARROS E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : LUIZ MANOEL GOMES JUNIOR

DESPACHOVistos.Intime-se a reclamante para emendar a inicial e corrigir a autuação

para que se aponte corretamente a autoridade reclamada, na medida em que o juízo de primeiro grau, constante da vestibular, esgotou sua função jurisdicional e o feito encontra-se no egrégio Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

Assino prazo de 10 dias, sob pena de indeferimento.Publique-se.Brasília, 19 de novembro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 24.792 (265)ORIGEM : MS - 3148 - TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORALPROCED. : ALAGOASRELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : DAVID MAGALHÃES DE AZEVEDOADV.(A/S) : MARCOS PAULO DOS ANJOS VILELARECDO.(A/S) : PRESIDENTE DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL

DECISÃO: 1. Trata-se de recurso ordinário interposto contra acórdão do Superior Tribunal Eleitoral, que denegou mandado de segurança impetrado contra ato do seu Presidente, à época Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, substanciado na Portaria nº 89/2003, a qual fixou valores diferenciados de auxílio-alimentação para os servidores da justiça eleitoral, nos seguintes termos:

“MANDADO DE SEGURANÇA. ATO DO PRESIDENTE DO TSE. FIXAÇÃO. VALORES DO AUXÍLIO-ALIMENTAÇÃO. CABIMENTO. ATO REGULADOR DE EFEITOS CONCRETOS. LEGALIDADE DO ATO. BENEFÍCIO DE CARÁTER INDENIZATÓRIO. SEGURANÇA DENEGADA.

1- É cabível a impetração de mandado de segurança contra ato regulamentar de efeitos concretos.

2- O valor do auxílio-alimentação, que possui caráter indenizatório, corresponde ao custo do benefício, revestindo-se de legalidade a fixação por região. Precedente: Resolução nº. 20.420/98.” (fls.65).

O recorrente alega que a Portaria nº 89/2003 ofende o princípio constitucional da isonomia, uma vez que fixa quatro valores distintos de auxílio-alimentação, para a mesma categoria de servidores, conforme os Estados em que estejam lotados.

A PGR é pelo não provimento do recurso (fls. 104/106).2.Inviável o pedido.O auxílio-alimentação, previsto no art. 22 da Lei nº 8.460/92, com

nova redação dada pela Lei nº. 9.527/9, está regulamentado, no âmbito das secretarias do TSE e regionais, pela Resolução nº 19.966/97, a qual determina, no art.15, que os valores do benefício serão regionalizados e

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estabelecidos por portaria do Presidente do TSE. A Portaria 89/2003, impugnada, com base nesse arcabouço normativo, fixou tais valores.

No mesmo sentido, o Poder Executivo, por meio do Decreto nº 3.887/2001, determinou a observância das diferenças de custo, por unidade da Federação, na fixação do valor do auxílio.

Em diversas oportunidades, o TSE ratificou a legalidade da Resolução nº 19.966/97, que dá suporte legal à Portaria 89/2003, sob o argumento que se colhe deste excerto:

“Está a questão em saber se deve ser modificada a resolução deste Tribunal que estabeleceu a regionalização dos valores do auxílio-alimentação, tendo em vista a unidade da Federação em que tiver exercício o servidor.

A lei vigente não mais impõe, ao menos expressamente, a observância de tal critério. Consigna, entretanto, que tem caráter indenizatório. E, se é assim, haverá de corresponder ao custo do benefício. Como esse costuma variar, entendo que o critério deve ser mantido. Isso não exclui, a toda evidência, a competência do Presidente, para fixar os valores, observando maior ou menor uniformidade, consoante o custo da alimentação nos diversos Estados.” (Resolução nº 20.420/98, Rel. Min. EDUARDO RIBEIRO)

É o que convém ao caso. A Portaria do TSE, por óbvio, em atendimento ao caráter indenizatório da verba, estabeleceu valores diferenciados para o benefício, em função das peculiaridades de cada Estado da Federação. Fosse o contrário – previsão uniforme do benefício para todas as unidades federativas-, haveria, aí sim, ofensa ao princípio da isonomia, porquanto se estaria dispensando tratamento igual para realidades sabidamente diferentes, com custos de vida díspares.

3.Do exposto, nego seguimento ao recurso, nos termos do art. 21, § 1º, do RISTF.

Publique-se. Int..Brasília, 13 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 88.861 (266)ORIGEM : HC - 43078 - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICAPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : MARCO PAULO GAMA DE ANDRADERECTE.(S) : SILVANA RODRIGUES DE MORAISADV.(A/S) : FABIANO AUGUSTO MARTINS SILVEIRARECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

DESPACHO: Reitere-se o ofício nº 10915/R (fl. 102).Publique-se.Brasília, 16 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 92.283 (267)ORIGEM : HC - 74318 - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICAPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : JAIME MARQUES JÚNIOR OU JAIME MARQUE

JÚNIORADV.(A/S) : MIGUEL VIANA SANTOS NETO E OUTRO(A/S)RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL

DESPACHO: Oficie-se à 17ª Vara Criminal Federal da Seção Judiciária da Bahia, para que informe acerca de eventual trânsito em julgado da condenação imposta ao ora recorrente, nos autos do Processo Criminal nº 2006.14837-5.

Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 99.357 (268)ORIGEM : HC - 73052 - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICAPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSARECTE.(S) : C S MPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃORECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

DECISÃO: Trata-se de recurso ordinário em habeas corpus interposto por C.S.M., contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça que, nos autos do HC 73.052-RJ, decidiu conforme a seguinte ementa:

“CRIMINAL. HC. ECA. PACIENTE QUE ATINGIU 18 ANOS CUMPRINDO MEDIDA SÓCIO-EDUCATIVA DE SEMILIBERDADE. IMPOSSIBILIDADE DE EXTINÇÃO DA MEDIDA. CONSIDERAÇÃO DA DATA DO ATO INFRACIONAL PRATICADO. NOVO CÓDIGO CIVIL. LIBERAÇÃO COMPULSÓRIA. IMPOSSIBILIDADE. FALTA DE INTERESSE DO ESTADO.

INOCORRÊNCIA. AUSÊNCIA DE CONSTRANGIMENTO ILEGAL. ORDEM DENEGADA.

I. Para a aplicação das disposições do Estatuto da Criança e do Adolescente, considera-se a idade do jovem à data do fato, em atendimento ao intuito do referido Diploma Legal, o qual visa à ressocialização do adolescente, por meio de medidas que atentem às necessidades pedagógicas e ao caráter reeducativo. Precedente do STJ.

II. A liberação obrigatória do adolescente somente deverá ocorrer quando o mesmo completar 21 anos de idade, nos termos do art. 121, § 5º, do ECA, dispositivo que não foi alterado com a entrada em vigor do Novo Código Civil. Precedente.

III. Improcedência do argumento de extinção da medida sócio-educativa de semiliberdade, em razão de o mesmo já ter atingido 18 anos de idade.

IV. Ausente o apontado constrangimento ilegal decorrente da manutenção da medida de semiliberdade do paciente.

V. Ordem denegada”.Requer o recorrente seja declarada extinta a medida sócio-educativa

de semiliberdade a ele aplicada, alegando, para tanto, já ter atingido a maioridade penal.

É o relatório.Decido.O acórdão recorrido foi proferido pela Quinta Turma do Superior

Tribunal de Justiça no dia 19.04.2007. Ocorre que, conforme informações prestadas pelo Juízo da Vara da Infância e da Juventude da Comarca da Capital do Rio de Janeiro (fls. 157-158), no dia 14.09.2007 foi prolatada sentença a qual julgou improcedente a pretensão estatal deduzida contra o recorrente e declarou extinta a medida sócio-educativa aplicada (fl. 159).

Assim, cessado o motivo que ensejou a interposição deste recurso, julgo prejudicado o feito, por perda superveniente de seu objeto jurídico, conforme me autoriza o art. 38 da Lei nº 8.038/90 e o art. 21, IX, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

Publique-se. Arquivem-se.Brasília, 18 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 101.577 (269)ORIGEM : RHC - 101577 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. DIAS TOFFOLIRECTE.(S) : ALEXANDRE CARLOS DE ARCISPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRORECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

DECISÃOVistos.Recurso ordinário em habeas corpus, sem pedido de liminar,

interposto pela Defensoria Publica do Estado do Rio e Janeiro em favor de Alexandre Carlos de Arcis, buscando a exclusão do aumento de pena decorrente do uso de arma de fogo (fl. 129).

O recurso é interposto contra acórdão da Quinta Turma do Superior Tribunal de Justiça, que concedeu parcialmente a ordem no HC nº 127.822/RJ, Relator o Ministro Felix Fisher, impetrado àquela Corte.

Alega a recorrente, em síntese, que:“(...)No caso em exame, não houve apreensão da arma de fogo, não

havendo possibilidade de demonstração de sua lesividade.De certo, a majorante do emprego de arma de fogo tem por

fundamento a potencialidade da arma de causar risco a integridade física da vitima.

O mero uso da arma já caracteriza a violência ou grave ameaça, necessárias a configuração do crime de roubo. Portanto, tal uso puro e simples não pode configurar, do mesmo modo, a causa de aumento, exigindo esta para sua ocorrência a comprovação da capacidade da arma de colocar terceiros em risco.

Portanto, a simples utilização da arma de fogo no crime de roubo não se presta a incidência da causa de aumento, havendo necessidade de comprovação de sua lesividade.

Evidencia-se, que sem a apreensão e, consequentemente, a realização de perícia na arma, não houve demonstração de sua potencialidade lesiva” (fl. 124).

Requer o provimento do recurso para “reformar a decisão proferida pela 5ª Turma do E. Superior Tribunal de Justiça, concedendo a ordem para afastar a causa de aumento referente ao emprego de arma de fogo, prevista no inciso I, § 2º do art. 157 do Código Penal” (fl. 129).

Nas contrarrazões, o Ministério Público Federal, com ofício no Superior Tribunal de Justiça, pugnou pelo desprovimento do recurso manejado (fls. 134 a 138).

Examinados os autos, decido.O recurso é tempestivo e nele não há pedido de liminar.Abra-se vista ao Ministério Público Federal.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 66

Publique-se.Brasília, 19 de novembro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

Processos com Despachos Idênticos:RELATOR: MIN. EROS GRAU

AÇÃO CAUTELAR 422 (270)ORIGEM : AC - 96627 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : CEARÁRELATOR :MIN. EROS GRAUREQTE.(S) : EMPESCA S/A - CONSTRUÇÕES NAVAIS, PESCA E

EXPORTAÇÃOADV.(A/S) : ANGELA PAES DE BARROS DI FRANCOREQDO.(A/S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

DECISÃO: Arquivem-se os autos, tendo em vista a remessa do recurso extraordinário ao Tribunal de origem [art. 543-B do CPC], mantidos os efeitos da medida liminar concedida.

Publique-se.Brasília, 20 de novembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

AÇÃO CAUTELAR 1.036 (271)ORIGEM : AC - 139062 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. EROS GRAUREQTE.(S) : ITAICI VEÍCULOS COMÉRCIO E SERVIÇOS LTDAADV.(A/S) : THAÍS FERREIRA LIMA E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : REGINALDO FERREIRA LIMAREQDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSADV.(A/S) : LUIS EDUARDO GERIBELLO PERRONE JUNIOR

Despacho: Idêntico ao de nº 270

AÇÃO CAUTELAR 1.057 (272)ORIGEM : AC - 145870 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. EROS GRAUREQTE.(S) : LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS ROBERTO

FRANCO DO AMARAL S/C LTDAADV.(A/S) : ANDREA DE TOLEDO PIERRI E OUTRO(A/S)REQDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSADV.(A/S) : ALEXANDRE DA SILVA ARRUDA

Despacho: Idêntico ao de nº 270

AÇÃO CAUTELAR 1.647 (273)ORIGEM : AC - 59645 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. EROS GRAUREQTE.(S) : REAL PREVIDÊNCIA E SEGUROS S/A E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : LUIZ EDUARDO DE CASTILHO GIROTTOREQDO.(A/S) : UNIÃOADV.(A/S) : PFN - SÉRGIO LUIZ RODRIGUES

Despacho: Idêntico ao de nº 270

RECURSOS

AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.727 (274)ORIGEM : AC - 8058955000 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : BRUNISA INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE EMBALAGENS

PLÁSTICAS LTDAADV.(A/S) : ANTÔNIO SÉRGIO GUIMARÃESAGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE PEDRANÓPOLISPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE

PEDRANÓPOLIS

Em 6/10/2009, neguei seguimento ao recurso extraordinário (fl. 149). Contra essa decisão, foi interposto agravo regimental no qual se

sustenta, em suma, que a decisão agravada merece ser reformada.Bem examinados os autos, verifico que o presente recurso foi

interposto intempestivamente. A decisão recorrida foi publicada em 19/10/2009 (fl. 150). O agravo regimental foi interposto em 27/10/2009 (fl. 152), após o decurso do prazo decadencial de 5 (cinco) dias previsto nos arts. 554, do CPC, e 258, do RISTF, que se extinguiu em 26/10/2009, com trânsito em julgado à fl. 150.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

AG.REG. NOS EMB.DIV. NO AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 556.768

(275)

ORIGEM : ROAR - 83204200390001007 - TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO

PROCED. : RIO DE JANEIRORELATORA SUBSTITUTA

:MIN. ELLEN GRACIE

AGTE.(S) : NEY DE SOUZA FRANÇA E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : JUACENYR TEIXEIRA DE ASSUMPÇÃO E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : REDE FERROVIÁRIA FEDERAL S/A - RFFSA (EM

LIQUIDAÇÃO)ADV.(A/S) : MARCIA RODRIGUES DOS SANTOS E OUTRO(A/S)

1.Trata-se de agravo regimental contra decisão proferida em 27 de junho de 2006 pelo meu ilustre antecessor, Ministro Gilmar Mendes, que não admitiu os embargos de divergência com base na Súmula STF 599, que assim dispunha: “São incabíveis embargos de divergência de decisão de Turma, em agravo regimental”.

2.Inicialmente, ressalto que não mais subsiste o óbice apontado, porquanto a Súmula STF 599 foi cancelada pelo Plenário desta Corte na Sessão de 26 de abril de 2007 (RE 283.240-AgR-ED-EDv-AgR/RS, rel. para o acórdão Min. Marco Aurélio, por maioria de votos, DJe 14.03.2008; RE 356.069-AgR-EDv-AgR/RS, rel. para o acórdão Min. Marco Aurélio, por maioria de votos, DJe 28.03.2008; RE 285.093-AgR-ED-EDv-AgR, rel. para o acórdão Min. Marco Aurélio, por maioria de votos, DJe 28.03.2008), cuja ementa deste último transcrevo:

“EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA – ACÓRDÃO EM AGRAVO REGIMENTAL – RECURSO EXTRAORDINÁRIO – APRECIAÇÃO INDIRETA – ADEQUAÇÃO. Conforme o disposto no artigo 546 do Código de Processo Civil, interpretado presente o objetivo da norma, mostram-se cabíveis os embargos de divergência quando o acórdão atacado por meio deles implica pronunciamento quanto a recurso extraordinário.

EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA – ACÓRDÃO PROFERIDO EM AGRAVO REGIMENTAL – VERBETE Nº 599 DA SÚMULA DO SUPREMO. Ante o novo entendimento sobre o alcance do artigo 546 do Código de Processo Civil, não subsiste, sendo cancelado, o Verbete nº 599 da Súmula do Supremo – ‘São incabíveis embargos de divergência de decisão de Turma, em agravo regimental”.

DIREITO – ALCANCE – JURISPRUDÊNCIA – EVOLUÇÃO. Incumbe ao órgão julgador evoluir no entendimento inicialmente adotado tão logo convencidos os integrantes de assistir maior razão, ante o ordenamento jurídico, à tese inicialmente rechaçada.”

2.Dessa forma, reconsidero a decisão agravada para afastar tal fundamento. Entretanto, o recurso não merece prosperar. Conforme certificado à fl. 227, a petição destes embargos foi recebida neste Tribunal desacompanhada do comprovante do preparo, conforme determina o art. 511 do CPC, in verbis:

“No ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo, inclusive o porte de remessa e retorno, sob pena de deserção.”

Nesse sentido, AI-AgR-EDv-ED-AgR/MG, rel. Min. Cezar Peluso, Plenário, unânime, DJe 28.08.2009, cujo acórdão está assim ementado:

“EMBARGOS DE DIVERGÊNCIA. Incognoscibilidade. Preparo. Inexistência de Comprovação de recolhimento. Deserção. Caracterização. Precedentes. Agravo Regimental não provido. Não se conhece de recurso protocolado sem preparo.”

3.Assim, em razão da deserção dos presentes embargos de divergência, nego-lhes seguimento, nos termos dos artigos 557, caput, do CPC e 21, §1º, do RISTF.

Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 298.390 (276)ORIGEM : AG - 96030724060 - TRIBUNAL REGIONAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CEZAR PELUSOAGTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERALAGDO.(A/S) : OSWALDO CALCIOLARIADV. : WALMOR KAUFFMANN

DECISÃO: 1. Trata-se de agravo regimental contra decisão do teor seguinte:

“DECISÃO: 1. Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região e assim ementado:

“PREVIDENCIÁRIO – EXECUÇÃO PROVISÓRIA DE JULGADO –

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 67

PRESTAÇÕES VENCIDAS E VINCENDAS – PRECATÓRIO – ART. 128 DA LEI 8.213/91 – ADIN Nº 1252-2.

1- Declarada a inconstitucionalidade da expressão “liquidadas imediatamente”, constante do artigo 128 da Lei 8.213/91, deve submeter-se ao regime de precatório o pagamento das prestações vencidas devidas pela Autarquia previdenciária, considerada a preferência de que gozam os créditos de natureza alimentar.

2- Em relação ao reajuste das prestações vincendas, consoante pedido já deferido na ação de conhecimento, não há óbice em determinar o imediato pagamento dos respectivos valores.

3- Agravo Regimental prejudicado.4- Recurso a que se dá parcial provimento.” (fl. 93)Não foram opostos embargos de declaração.Sustenta o recorrente, com base no art. 102, III, a, ter havido violação

ao art. 100, caput, da Constituição Federal.2.Inconsistente o recurso. A jurisprudência da Corte sobre o tema é pacífica, como se pode ver

à seguinte ementa exemplar:"EMENTA: PREVIDENCIÁRIO. DÉBITO JUDICIAL DE VALOR

REDUZIDO. DISPENSA DE PRECATÓRIO. LEI Nº 8.213/91, ART. 128. CONSTITUIÇÃO FEDERAL, ART. 100, § 3º, INTRODUZIDO PELA EC 20/98.

O Supremo Tribunal Federal, em sessão do dia 28.05.97, no julgamento da ADI 1.252, Relator Ministro Maurício Corrêa, declarou a inconstitucionalidade da expressão 'e liquidadas imediatamente, não se lhes aplicando o disposto nos art.s 730 e 731, do Código de Processo Civil", inserida no art. 128 da Lei nº 8.213, de 24.07.91.

Orientação aplicável ao caso dos autos por força da norma do art. 101 do RI/STF, não obstante o disposto no § 3º do art. 100 da Constituição Federal, introduzido pela EC 20/98, cuja regulamentação ocorreu com a edição da Lei nº 10.099, de 19/12/2000.

Recurso extraordinário não conhecido." (RE nº 291.456, Rel. Min. ILMAR GALVÃO, DJ de 14.05.2001. No mesmo sentido, cf. RE nº 293.231, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA, DJ de 01.06.2001, RE nº 299.565-AgR, Rel. Min. GILMAR MENDES, DJ de 16.08.2002).

3.Ante o exposto, nego seguimento ao recurso (art. 21, § 1º, do RISTF, art. 38 da Lei nº 8.038, de 28.05.90, e art. 557 do CPC).” (fls. 131/132).

2.Esta Corte, no julgamento do RE nº 483.994-AgR-QO (Rel. Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, DJE de 20.11.2008), decidiu estender a todos os agravos regimentais e embargos de declaração anteriores a 20.8.2008, interpostos de decisões monocráticas proferidas em processos cujo tema foi reconhecido como de repercussão geral, a seguinte solução: reconsiderar a decisão agravada e determinar a devolução dos autos ao Tribunal de origem, ficando prejudicado o agravo regimental ou os embargos de declaração.

No caso, trata-se de recurso extraordinário que versa sobre tema cuja repercussão geral foi reconhecida na análise do RE nº 578.695 (Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJE de 4.4.2008).

3.Ante o exposto, reconsidero a decisão agravada e, com fundamento no art. 328, parágrafo único, do RISTF, determino a devolução dos autos ao Tribunal de origem, para os fins do art. 543-B do CPC, ficando prejudicado o agravo regimental.

Publique-se. Int..Brasília, 03 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 382.883 (277)ORIGEM : AC - 599493327 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR SUBSTITUTO

:MIN. MARCO AURÉLIO

AGTE.(S) : BANCO DO BRASIL S/AADV.(A/S) : REGINALDO ARNOLD E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : GILBERTO EIFLER MORAESAGDO.(A/S) : CORMAW COMERCIAL DE PEÇAS LTDAADV.(A/S) : JOSÉ MAURO BARBIERI E OUTRO(A/S)

DECISÃOAGRAVO - JUÍZO DE RETRATAÇÃO – ÔNUS DA SUCUMBÊNCIA.1.O Ministro Maurício Corrêa, a quem sucedi na relatoria deste

processo, proferiu a decisão de folha 208, consignando:Entendeu o acórdão recorrido, à vista do disposto no artigo 192, § 3º,

da Constituição Federal, que as taxas de juros não podem exceder o limite de 12% ao ano, em face da ausência de dispositivo na legislação vigente que ampare a adoção de taxa superior.

2.Nas razões do recurso extraordinário alega-se não ser auto-aplicável a norma inscrita no artigo 192, § 3º, da Constituição Federal, que no próprio caput estabelece que a matéria ali tratada, da qual os juros são parte integrante e indissociável, será regulada por lei complementar.

3.O Pleno desta Corte, ao julgar a ADI 4/DF (RTJ 147/720), Sydney Sanches, expediu exegese segundo a qual, “tendo a Constituição Federal, no único artigo em que trata do Sistema Financeiro Nacional (art. 192), estabelecido que este será regulado por lei complementar, com observância do que determinou no 'caput', nos seus incisos e parágrafos, não é de se

admitir a eficácia imediata e isolada do disposto em seu parágrafo 3º, sobre taxa de juros reais (12% ao ano), até porque estes não foram conceituados. Só o tratamento global do Sistema Financeiro Nacional, na futura lei complementar, com a observância de todas as normas do caput, dos incisos e parágrafos do art. 192, é que permitirá a incidência da referida norma sobre juros reais e desde que estes também sejam conceituados em tal diploma.”

4.Ante o exposto, com base no artigo 557, § 1º, do Código de Processo Civil, na redação dada pela Lei 9756, de 17 de dezembro de 1998, conheço do recurso e dou-lhe provimento para, reformando o acórdão recorrido, declarar que o artigo 192, § 3º, da Constituição Federal, não é auto-aplicável.

5.Custas e honorários advocatícios a serem apurados em liquidação de sentença, tendo em consideração o que decidido a partir da interpretação da legislação infraconstitucional nas instâncias ordinárias.

Intime-se.O agravante, na peça de folha 211 a 213, articula com a necessidade

de reajustamento dos honorários advocatícios, tendo em vista ter ficado parcialmente vencido quando do julgamento na Corte de origem, ao passo que foi integralmente provido o extraordinário. Pleiteia a fixação da verba honorária em percentagem sobre o valor da causa ou em valor certo.

O agravado, apesar de intimado, não apresentou contraminuta (certidão de folha 217).

2.Na interposição deste agravo foram observados os pressupostos de recorribilidade. A peça, subscrita por profissional da advocacia regularmente constituído (folhas 214 e 215-verso), foi protocolada no prazo assinado em lei.

Realmente, na decisão em que se modificou, ante a jurisprudência sedimentada da Corte, o resultado da demanda, nada se disse quanto ao valor dos honorários. Cumpre defini-los e, aí, cabe fixar a percentagem mínima prevista no § 3º do artigo 20 do Código de Processo Civil – na base de dez por cento sobre o valor da condenação devidamente corrigido -, no que homenageio as alíneas do citado parágrafo, ou seja, em face do grau de zelo do profissional, da natureza e da importância da causa bem como do trabalho realizado.

3.Reconsidero parcialmente a decisão, conforme explicitado acima. 4.Publiquem.Brasília, 23 de outubro de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 464.313 (278)ORIGEM : AC - 199804010560170 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : CALÇADOS AZALÉIA LTDAADV.(A/S) : RAFAEL MALLMANN E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DESPACHO (Petições Avulsas ns. 133.114 e 134.156/2009)AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.

DESISTÊNCIA. PROCURAÇÃO COM PODERES ESPECIAIS. HOMOLOGAÇÃO.

1. Junte-se. 2. Em 3 de novembro de 2009, Calçados Azaléia S/A, ora Agravante,

requereu a homologação da desistência do presente agravo regimental, nos termos do art. 501 do Código de Processo Civil.

Os advogados subscritores da petição têm poderes especiais para desistir (fls. 219 dos autos e 14 do apenso).

3. Pelo exposto, homologo o pedido de desistência deste agravo regimental no recurso extraordinário, nos termos do art. 501 do Código de Processo Civil e do art. 21, inc. VIII, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, e determino, após o trânsito em julgado, a baixa dos autos à origem

Publique-se.Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 467.432 (279)ORIGEM : AC - 70005471289 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATORA SUBSTITUTA

:MIN. ELLEN GRACIE

AGTE.(S) : HECTOR RODOLFO DORFMANADV.(A/S) : HEVERTON ROSSO ADAMSAGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE PORTO ALEGREADV.(A/S) : LUIS MAXIMILIANO TELESCA

1.Trata-se de agravo regimental, interposto de decisão proferida em recurso extraordinário, referente à possibilidade de cobrança do IPTU pela menor alíquota, nos casos em que se declarar a inconstitucionalidade da sua progressividade, instituída antes da EC 29/2000.

2.Esta Corte reconheceu a existência de repercussão geral da

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 68

matéria no RE 602.347/MG, rel. Min. Ricardo Lewandowski, em 23.10.2009 e, julgando o RE 540.410-QO/RS, rel. Min. Cezar Peluso, pub. DJE 12.9.2008, determinou a devolução daqueles autos e de todos os recursos extraordinários que versem a mesma matéria ao Tribunal de origem, para os fins previstos no artigo 543-B do CPC.

Posteriormente, a 2ª Turma do STF, em 30.9.2008, ao apreciar o RE 565.153-AgR-QO/SP, de minha relatoria, decidiu no sentido de acolhê-la para reconsiderar a decisão agravada, devolver aqueles autos ao Tribunal de origem e julgar prejudicado o agravo regimental interposto. A Turma decidiu, ainda, estender tal decisão aos demais recursos (agravos regimentais e embargos de declaração), interpostos de decisão monocrática, bem como a observância, no tocante ao apelo extremo, das disposições do art. 543-B do Código de Processo Civil.

3.Dessa forma, reconsidero a decisão agravada, julgo prejudicado o agravo regimental interposto e, nos termos do art. 328 do RISTF, determino a devolução dos presentes autos ao Tribunal de origem, bem como a observância, no tocante ao apelo extremo interposto, das disposições do art. 543-B do Código de Processo Civil.

Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 469.245 (280)ORIGEM : REOAC - 200071000207668 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : POSTO DUEVILLE LTDAADV.(A/S) : NESTOR ANTONIO PEROTTONIAGDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃOREPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL.

QUESTÃO SUSCETÍVEL DE REPRODUZIR-SE EM MÚLTIPLOS FEITOS. ART. 543-B DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. ART. 328, PARÁGRAFO ÚNICO, DO REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. DEVOLUÇÃO DOS AUTOS À ORIGEM.

Relatório1. Agravo regimental contra decisão por mim proferida ao examinar

recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República, contra julgado no qual se discute o direito ao creditamento da diferença do Programa de Integração Social - Pis e da Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – Cofins pago antecipadamente em razão da substituição tributária, na hipótese de o fator gerador se realizar com valor inferior ao presumido.

Apreciada a matéria posta em exame, DECIDO.2. No julgamento eletrônico do Recurso Extraordinário n. 596.832,

Relator o Ministro Marco Aurélio, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada neste recurso extraordinário que, ademais, é objeto de julgamento nas Ações Diretas de Inconstitucionalidade ns. 2.675/PE e 2.777/SP.

Reconhecida a repercussão geral do tema, os autos deverão retornar à origem para aguardar o julgamento do mérito e, após a decisão, observar o disposto no art. 543-B do Código de Processo Civil.

3. No julgamento do Recurso Extraordinário n. 540.410, Relator o Ministro Cezar Peluso, em 20.8.2008, o Supremo Tribunal Federal resolveu questão de ordem no sentido de que o art. 543-B do Código de Processo Civil também se aplica aos recursos extraordinários interpostos contra acórdãos publicados antes de 3.5.2007.

4. Pelo exposto, em juízo de reconsideração, anulo a decisão agravada, mantendo a matéria sub judice, e determino a devolução destes autos ao Tribunal a quo para que seja observado o art. 543-B do Código de Processo Civil, nos termos do art. 328, parágrafo único, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

Publique-se.Brasília, 4 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 521.315 (281)ORIGEM : AMS - 200061020122150 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALAGDO.(A/S) : BALDAN IMPLEMENTOS AGRÍCOLAS S/AADV.(A/S) : JOSÉ LUIZ MATTHES

DECISÃO: Em face das considerações constantes da petição de fls. 511-513, e com base no art. 557, § 1º, do Código de Processo Civil e no art. 317, § 2º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, reconsidero a

parte final da decisão de fls. 486 para considerar inconstitucional a modificação da base de cálculo, nos termos do art. 3º, § 1º, da Lei 9.718/1998, tão-somente em relação à COFINS.

Publique-se.Brasília, 14 de outubro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 572.475 (282)ORIGEM : AC - 70689444 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : BANCO ITAÚ S/AADV.(A/S) : ANA LÍGIA RIBEIRO DE MENDONÇA E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : JAIR GOMES DA SILVA E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : SARAY SALES SARAIVA E OUTRO(A/S)

DECISÃOAGRAVO REGIMENTAL. SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO.

DECRETO-LEI N. 70/66: COMPATIBILIDADE COM A CONSTITUIÇÃO DE 1988. PRECEDENTES. RECONSIDERAÇÃO DA DECISÃO AGRAVADA. PREJUÍZO DO. ANÁLISE, DESDE LOGO, DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. RECURSO PROVIDO.

Relatório1. Em 11 de março de 2008, neguei seguimento ao recurso

extraordinário interposto pelo Banco Itaú S/A, ao fundamento de que incidiria na espécie a Súmula 281 do Supremo Tribunal Federal (fls. 248-249).

2. Publicada essa decisão no DJe de 1º.4.2008 (fl. 250), interpõe o Banto Itaú S/A, ora Agravante, em 7.4.2008, tempestivamente, agravo regimental (fls. 252-255; 257-260).

3. Alega o Agravante que “a divergência estava limitada à forma de amortização do saldo, não atingindo a matéria constitucional questionada no recurso extraordinário interposto” (fl. 259).

Requer a reconsideração da decisão agravada ou o provimento do presente recurso.

4. Inicialmente, cumpre afastar o fundamento da decisão agravada, pois, a matéria suscitada no recurso extraordinário refere-se à parte unânime do acórdão recorrido.

Reconsidero a decisão de fls. 248-249, ficando prejudicadas as razões do agravo regimental. Passo ao exame, desde logo, do recurso extraordinário.

5. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III, alínea b, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal de Justiça de São Paulo:

“CONTRATO – Financiamento imobiliário (Carteira de Crédito imobiliário) – Previsão para realização de execução extrajudicial, nos moldes do Dec. Lei 70/66 – Ilegalidade do procedimento reconhecida – Cláusula contratual anulada – Recurso parcialmente provido para esse fim” (fl. 216).

6. O Recorrente alega que o Tribunal a quo teria contrariado o art. 5º, inc. XXXV, LIV e LV, da Constituição da República.

Argumenta que “merece reforma o venerado acórdão prolatado, posto que os dispositivos do Decreto-Lei n. 70/66 que autorizam a execução extrajudicial não estão eivados de inconstitucionalidade, sendo válidos e eficazes, não afrontando os dispositivos da Constituição Federal apontados na decisão aqui atacada” (fl. 234).

Examinada a matéria posta à apreciação, DECIDO.7. Razão jurídica assiste ao Recorrente.8. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido

de que o Decreto-Lei n. 70/66 é compatível com a atual Constituição da República. Confiram-se, a propósito, os seguintes julgados:

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO. EXECUÇÃO EXTRAJUDICIAL. RECEPÇÃO DO DECRETO-LEI N. 70/1966 PELA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (AI 709.499 AgR, de minha relatoria, primeira Turma, DJe 21.8.2009).

E:“EMENTA: 1. É pacífica a orientação desta Corte no sentido de que o

Decreto-lei 70/66 é compatível com a atual Constituição Federal. 2. Agravo regimental improvido” (AI 514.565-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJ 24.2.2006).

E ainda:“EXECUÇÃO EXTRAJUDICIAL. DECRETO-LEI Nº. 70/66.

CONSTITUCIONALIDADE. Compatibilidade do aludido diploma legal com a Carta da República, posto que, além de prever uma fase de controle judicial, conquanto a posteriori, da venda do imóvel objeto da garantia pelo agente fiduciário, não impede que eventual ilegalidade perpetrada no curso do procedimento seja reprimida, de logo, pelos meios processuais adequados. Recurso conhecido e provido” (RE 223.075, Rel. Min. Ilmar Galvão, Primeira Turma, DJ 6.11.1988)

Dessa orientação jurisprudencial divergiu o acórdão recorrido.9. Pelo exposto, dou provimento ao recurso extraordinário (art.

557, 1º-A, do Código de Processo Civil e art. 21, § 2º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal), invertidos os ônus da sucumbência, com a

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

Page 69: DIÁRIO DA JUSTIÇA ELETRÔNICO · docerias, buffets, fast-foods e assemelhados de sÃo paulo e regiÃo adv.(a/s) :ana paula moreira dos santos e outro(a/s) agdo.(a/s) :cantina vico

STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 69

ressalva de eventual concessão do benefício da justiça gratuita, nos termos dos arts. 4º e 12 da Lei n. 1.060/1950.

Publique-se.Brasília, 21 de outubro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 328.274 (283)ORIGEM : AC - 5491156 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATOR SUBSTITUTO

:MIN. JOAQUIM BARBOSA

AGTE. : VERA LAGÔAADVDOS. : GUSTAVO CORTÊS DE LIMAAGDO. : ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) interposto de acórdão assim ementado:

“I – Embargos de declaração – Nulidade do acórdão verificada – Decisão ‘extra petita’ – desacerto entre o pleito inicial e o fundamento do acórdão – caráter infringente para a prolação de novo julgamento.

II – Servidor público aposentado – Aplicação do art. 47 da Lei Complementar nº 444/85 – Impossibilidade – Relação jurídica vedada pela Constituição Federal de 1967 – Sentença de improcedência – Recurso improvido.”

O recurso extraordinário tem como violado o art. 40, § 4º (atual art. 40, § 8º), da Carta Magna.

Os fundamentos trazidos à colação pelo recurso extraordinário não são suficientes para desconstituir a decisão recorrida, uma vez que este se limitou a argumentar sobre a aplicabilidade do artigo mencionado mas quanto à impossibilidade de aplicação da Constituição de 1988 aduziu apenas que : “Não há que se falar, ainda, que o art. 102, § 1º, da Constituição Federal de 1967 seria o aplicável à espécie, pois a propositura da demanda se deu sob a vigência da Constituição de 1988”. A deficiência na fundamentação do recurso extraordinário impede o seu conhecimento por esta Corte, nos termos da Súmula 284 do Supremo Tribunal Federal.

Do exposto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 367.136 (284)ORIGEM : RMS - 10705 - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICAPROCED. : SANTA CATARINARELATOR SUBSTITUTO

:MIN. JOAQUIM BARBOSA

AGTE. : MOEMA NÓBREGA STRINGARIADVDOS. : INOCÊNCIO MÁRTIRES COELHOAGDO. : ESTADO DE SANTA CATARINAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SANTA

CATARINAINTDO. : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento interposto de decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto por MOEMA NÓBREGA STRINGARI contra acórdão proferido pelo Superior Tribunal de Justiça que manteve o ato que nulificou a sua efetivação no cargo de escrivão de serviços notariais e de registros, ante a inconstitucionalidade do art. 14 do ADCT da Constituição do Estado de Santa Catarina.

O recurso extraordinário aponta violação dos arts. 2º; 5º, LIV e LV; e 236, § 1º, da Constituição Federal. Sustenta a incompetência do Presidente do Tribunal de Justiça do Estado de Santa Catarina para a decretação do ato de nulidade, afirmando que cabe ao Poder Executivo e não ao Poder Judiciário a delegação prevista em lei. Ademais, se insurge quanto aos efeitos da declaração de inconstitucionalidade no que diz respeito aos atos constituídos sob a égide de norma inconstitucional. Alega que o referido ato foi praticado sem que fosse observado o devido processo legal e a ampla defesa, já que não se oportunizou à recorrente a sua manifestação.

No que concerne à alegação de vício de competência na edição do ato anulatório, o acórdão atacado decidiu com base em interpretação de norma infraconstitucional, vale dizer, a Lei 8.935/1994, o que torna inviável seu reexame no âmbito do recurso extraordinário, porquanto a ofensa ao texto constitucional, caso existente, não seria direta, mas reflexa.

Quanto à discussão acerca dos efeitos da declaração de inconstitucionalidade relativamente a atos constituídos sob a égide da norma inconstitucional, irrepreensível o acórdão recorrido ao aplicar a Súmula 473 deste Supremo Tribunal Federal, pois o pronunciamento da Corte, ao julgar a ADI 1.573, foi no sentido de repelir a salvaguarda das situações já consolidadas. Segue a ementa do julgado:

“-DIREITO CONSTITUCIONAL.

SERVENTIAS JUDICIAIS E EXTRAJUDICIAIS: EFETIVAÇÃO DE SUBSTITUTOS.

AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE: ART. 14 DO ADCT DA CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE SANTA CATARINA. RECLAMAÇÃO.

1. O art. 14 do ADCT da Constituição do Estado de Santa Catarina, em sua redação original, estabelecia: ‘Fica assegurado aos substitutos das serventias, na vacância, a efetivação no cargo de titular, desde que, investidos na forma da lei, estejam em efetivo exercício, pelo prazo de três anos’.

2. Esse dispositivo, por votação unânime do Plenário do Supremo Tribunal Federal, foi declarado inconstitucional na ADI nº 363 (DJ 03.05.96, Ementário nº 1.826-01), ‘por violar o princípio que exige concurso público de provas ou de provas e títulos, para a investidura em cargo público, como é o caso do Titular de serventias judiciais’ (art. 37, II, da Constituição Federal), e também para o ingresso na atividade notarial e de registro (art. 236, § 3º).

3. A pretexto de dar cumprimento a essa decisão do S.T.F., que, por ser declaratória e com eficácia ‘erga omnes’, independia de execução, a Assembléia Legislativa do Estado de Santa Catarina, em data de 18.06.1996, promulgou a Emenda nº 10 à Constituição Estadual, com este ‘Artigo único’: ‘Artigo único - Respeitadas as situações consolidadas, fica suspensa a execução do artigo 14 do Atos das Disposições Constitucionais Transitórias da Constituição do Estado de Santa Catarina’.

4. Com isso, o que fez a Assembléia Legislativa foi conferir eficácia ao art. 14 do ADCT, em sua redação original, ao menos para amparar as ‘situações consolidadas’ até 18.06.1996, data de sua promulgação.

5. Vale dizer, pretendeu retirar do acórdão do S.T.F., que declarara a inconstitucionalidade do art. 14 do ADCT, em sua redação original, sua eficácia ‘ex tunc’, para só admiti-la a partir de 18.06.1996.

6. E como se valeu de um outro ato normativo, consubstanciado na referida E.C. nº 10/96, podia ela ser impugnada, mediante nova ADI, como foi, não sendo o caso de se examinar o pedido como Reclamação, prevista nos artigos 156 e seguintes do RISTF, como alvitrado na inicial.

7. Assim, a ação foi corretamente distribuída como ADI e como tal é admitida.

8. Ação Direta julgada procedente para a declaração de inconstitucionalidade da Emenda Constitucional nº 10, de 18.06.1996, do Estado de Santa Catarina.

9. Decisão unânime.” (Grifos originais)Na mesma linha, os seguintes precedentes: AI 376.674 (rel. min.

Carlos Velloso, DJ de 07.05.2002); RE 349.023 (rel. min. Carlos Britto, DJ de 03.11.2004); RE 371.062 (rel. min. Carlos Britto, DJ de 03.02.2005); RE 432.541, (rel. min. Eros Grau, DJ de 28.10.2005); RE 393.903 (rel. min. Ellen Gracie, DJ de 01.11.2005) e RE 428.242 (rel. min. Eros Grau, DJ de 03.11.2005).

Do exposto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 387.787 (285)ORIGEM : MS - 140166000 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : MINAS GERAISRELATOR SUBSTITUTO

:MIN. JOAQUIM BARBOSA

AGTE. : ESTADO DE MINAS GERAISPROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAISAGDA. : EUDETE ALVES CARVALHOADVDAS. : MARIA DA POMPÉIA ALVES LUCAS

DECISÃO:É firme a orientação do Supremo Tribunal Federal no sentido de que constitui ônus da parte agravante infirmar todos os fundamentos em que se baseou a decisão agravada para negar seguimento ao recurso extraordinário. Confira-se, a título exemplificativo, o seguinte julgado:

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO QUE NÃO ADMITIU O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INVIABILIDADE DO AGRAVO. ARTIGO 317, § 1º DO RISTF.

1.Incumbe ao recorrente o dever de impugnar os fundamentos da decisão recorrida.

2.Inviável, diante da regra do § 1º do artigo 317 do RISTF, o agravo de instrumento que se limita a reiterar as razões do recurso extraordinário sem abordar o fundamento da decisão agravada.

Agravo regimental a que se nega provimento.” (AI 330.535-AgR, rel. min. Maurício Corrêa, Segunda Turma, DJ 21.09.2001)

No mesmo sentido, os seguintes precedentes: AI 488.369 (rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ 02.04.2004), AI 488.975 (rel. min. Gilmar Mendes, DJ 31.05.2004), AI 482.984 (rel. min. Cezar Peluso, DJ 20.05.2004) e AI 503.582 (rel. min. Nelson Jobim, DJ 25.05.2004).

No presente caso, o agravante não impugnou a assertiva de ausência de ofensa direta à Constituição e incidência da Súmula 283-STF. Disso decorre que a agravante não logrou desincumbir-se do ônus que lhe cabia.

Do exposto, nego seguimento ao agravo.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 70

Publique-se. Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 389.318 (286)ORIGEM : AC - 188006100 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : MINAS GERAISRELATOR SUBSTITUTO

:MIN. JOAQUIM BARBOSA

AGTE. : COOPERATIVA REGIONAL DOS PRODUTORES RURAIS DE PARÁ DE MINAS LTDA - COPARÁ

ADVDA. : DIANA DE LIMA PRATA CAMARGOSAGDO. : ESTADO DE MINAS GERAISADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento interposto de decisão que inadmitiu recurso extraordinário (art. 102, III, a e c, da Constituição Federal) em que se alega violação dos arts. 5º, LIV e LV, e 155, § 2º, I e II, da Constituição federal. Sustenta-se que o acórdão vergastado é, no mínimo, nulo, por não ter se manifestado sobre o art. 155, § 2º, I e II, da Carta Magna. Além disso, alega-se que o acórdão recorrido desrespeitou o princípio da não-cumulatividade ao não conceder o direito de creditamento em relação a produtos e serviços que apesar de não comporem o produto final, concorrem direta e necessariamente para a obtenção do produto final, pois são utilizados no processo de fabricação do leite e seus derivados, mantendo as condições necessárias para industrialização de alimentos aptos ao consumo humano.

O acórdão recorrido entendeu, em síntese, que as mercadorias em questão não se incluem nas hipóteses previstas na Instrução Normativa SLT/01/86, ao tratar do conceito de produto intermediário. Além disso, baseou-se no art. 153, III, do RICMS/91, pois se trata de produtos não consumidos no processo industrial e que não integram o produto final, na condição de elemento indispensável à sua composição.

Inexiste a alegada violação do art. 5º, LIV e LV, da Constituição, pois o acórdão recorrido, ao julgar o recurso interposto, inequivocamente prestou jurisdição, em observância aos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa.

O Supremo Tribunal Federal, ao interpretar o art. 155, § 2º, I e II da Constituição, firmou a relevância da destinação dada a bem ou serviço adquirido, no âmbito de operação subseqüente de circulação de mercadoria ou da prestação de serviços, para fins de reconhecimento do direito ao crédito de ICMS como instrumento de vedação da cumulatividade.

Assim, não há direito constitucional assegurado ao creditamento de valores relativos à aquisição de energia elétrica, bens ou mercadorias de uso e consumo ou aqueles destinados à integração ao ativo fixo, mesmo que intermediários, que não se integrem diretamente à mercadoria circulada ou ao serviço prestado (“crédito físico”). Trata-se de benefício fiscal cuja aplicabilidade depende da existência de legislação infraconstitucional nesse sentido.

Registro, nesse sentido, os seguintes precedentes:“EMENTA: TRIBUTÁRIO. PRETENDIDO CRÉDITO RELATIVO AO

ICMS INCIDENTE SOBRE A ENERGIA ELÉTRICA CONSUMIDA EM ESTABELECIMENTO COMERCIAL. Descabimento.´Não implicará crédito para compensação com o montante do imposto devido nas operações ou prestações seguintes, a entrada de bens destinados a consumo ou à integração no ativo fixo do estabelecimento´ (art. 31, II, do Convênio ICMS 66/88). Se não há saída do bem, ainda que na qualidade de componente de produto industrializado, não há falar-se em cumulatividade tributária. Recurso não conhecido.” (RE 200.168, rel. min. ILMAR GALVÃO, Primeira Turma, DJ 22.11.1996);

“EMENTAS: 1. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. ICMS. Compensação créditos decorrentes da aquisição de energia elétrica, bens que integram o ativo fixo e de serviços de telecomunicações. Jurisprudência assentada. Ausência de razões consistentes. Decisão mantida. Agravo regimental improvido. Nega-se provimento a agravo regimental tendente a impugnar, sem razões consistentes, decisão fundada em jurisprudência assente na Corte. 2. RECURSO. Agravo. Regimental. Jurisprudência assentada sobre a matéria. Caráter meramente abusivo. Litigância de má-fé. Imposição de multa. Aplicação do art. 557, § 2º, cc. arts. 14, II e III, e 17, VII, do CPC. Quando abusiva a interposição de agravo, manifestamente inadmissível ou infundado, deve o Tribunal condenar o agravante a pagar multa ao agravado.” (RE 547.725-AgR, rel. min. CEZAR PELUSO, Segunda Turma, DJe-191 DIVULG 08-10-2009 PUBLIC 09-10-2009);

“Segundo a jurisprudência desta Corte, o contribuinte do ICMS não tem direito a se creditar do imposto pago na aquisição de energia elétrica , comunicação, bens do ativo fixo e de uso e consumo. Precedentes: AI 250.852-AgR e RE 195.894. Agravo regimental improvido.” (RE 354.935-AgR, rel. min. ELLEN GRACIE, Primeira Turma, DJ 21.02.2003);

“EMENTAS: 1. TRIBUTO. ICMS. Créditos excedentes. Correção monetária. Inadmissibilidade. Recurso extraordinário não provido. Esta Corte entende que o contribuinte do ICMS não tem direito de corrigir monetariamente os créditos escriturais excedentes. 2. TRIBUTO. ICMS. Creditamento. Aquisição de energia elétrica, comunicação, bens do ativo fixo e de uso e consumo. Indevido Precedentes. Recurso extraordinário

não provido. Esta Corte não reconhece o direito de creditamento do imposto pago na aquisição de energia elétrica, comunicação, bens do ativo fixo e de uso e consumo. 3. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Jurisprudência assentada. Ausência de razões consistentes. Decisão mantida. Agravo regimental improvido. Nega-se provimento a agravo regimental tendente a impugnar, sem razões consistentes, decisão fundada em jurisprudência assente na Corte.” (RE 588.985-AgR, rel. min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJU de 09.10.2009);

Na mesma linha: RE 195.894, Segunda Turma, rel. min. Marco Aurélio, DJ de 14.11.2000; AI 602998 AgR/MG, Segunda Turma, rel. min. Eros Grau, DJ de 01.06.2007; AI 355683 AgR/SP, Primeira Turma, rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ de 20.04.2006.

Ademais, eventual violação constitucional, se existente, seria indireta ou reflexa, dado que pressupõe de modo imediato a interpretação da Instrução Normativa SLT/01/86 e do art. 153, III, do RICMS/91.

Confira-se, nesse sentido, o RE 216.200-AgR (rel. min. NELSON JOBIM, Segunda Turma, DJ 13.10.2000).

Resta prejudicada a questão da correção monetária, em face da inexistência de crédito a ser corrigido.

Ante o exposto, com base no art. 557, caput, do Código de Processo Civil, nego seguimento ao agravo de instrumento.

Publique-se.Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 390.924 (287)ORIGEM : AC - 383239 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : BAHIARELATOR SUBSTITUTO

:MIN. JOAQUIM BARBOSA

AGTE. : RECIL - REPRESENTAÇÕES E COMÉRCIO LTDAADVDOS. : DJALMA VIANNAAGDO. : ESTADO DA BAHIAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DA BAHIA

DECISÃO: É firme a orientação do Supremo Tribunal Federal no sentido de que constitui ônus da parte agravante infirmar todos os fundamentos em que se baseou a decisão agravada para negar seguimento ao recurso extraordinário. Confira-se, a título exemplificativo, o seguinte julgado:

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO QUE NÃO ADMITIU O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INVIABILIDADE DO AGRAVO. ARTIGO 317, § 1º DO RISTF.

1. Incumbe ao recorrente o dever de impugnar os fundamentos da decisão recorrida.

2. Inviável, diante da regra do § 1º do artigo 317 do RISTF, o agravo de instrumento que se limita a reiterar as razões do recurso extraordinário sem abordar o fundamento da decisão agravada.

Agravo regimental a que se nega provimento.” (AI 330.535-AgR, rel. min. Maurício Corrêa, Segunda Turma, DJ 21.09.2001)

No mesmo sentido, os seguintes precedentes: AI 488.369 (rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ 02.04.2004), AI 488.975 (rel. min. Gilmar Mendes, DJ 31.05.2004), AI 482.984 (rel. min. Cezar Peluso, DJ 20.05.2004) e AI 503.582 (rel. min. Nelson Jobim, DJ 25.05.2004).

No presente caso, a agravante não impugnou a assertiva de que estava ausente o prequestionamento, incidindo as Súmulas 282 e 356 do STF. Disso decorre que a agravante não logrou desincumbir-se do ônus que lhe cabia.

Mesmo que assim não fosse, de fato o recurso extraordinário, ao alegar que o acórdão recorrido ofende o preceitos constitucionais da Constituição federal de 1967/69, versa questão constitucional não ventilada na decisão recorrida e que não foi objeto de embargos de declaração, faltando-lhe, pois, o indispensável prequestionamento (Súmulas 282 e 356).

Outrossim, o acórdão recorrido entendeu que era aplicável a Constituição de 1988, tendo em vista tratar-se de “título de crédito assentado em auto lavrado em 1993” (fls. 15).

Dessa forma, verificar que na verdade trata-se de créditos derivados de compras interestaduais realizadas em período anterior a maio de 1989 e por isso, sob a égide constitucional anterior, como pretende a recorrente, implica reexame dos fatos e provas que fundamentaram as conclusões da decisão recorrida. Isso inviabiliza o processamento do recurso, ante a vedação contida no enunciado da Súmula 279 desta Corte.

Do exposto, com base no art. 557, caput, do Código de Processo Civil, nego seguimento ao agravo de instrumento.

Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 393.682 (288)ORIGEM : AC - 0603865800 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULO

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 71

RELATOR SUBSTITUTO

:MIN. JOAQUIM BARBOSA

AGTE. : MAZZAFERRO MONOFILAMENTOS TECNICOS LTDAADVDOS. : PLÍNIO GUSTAVO PRADO GARCIAAGDO. : ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que inadmitiu recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) em que se alega violação do disposto nos arts. 5º, caput e LIV, 145, § 1º, 150, I, e 155, § 2º, I, da Constituição federal.

Sustenta-se não ser devido o ICMS de forma antecipada nas vendas a prazo.

Entretanto, esta Corte já firmou precedentes no sentido da validade da sistemática de tributação das operações com recebimento do “preço da mercadoria” a prazo, como se constata a partir das seguintes ementas:

“EMENTA: CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. ICMS. VENDAS A PRAZO. I. - Legislação sobre ICMS que não diferencia operações de venda à vista e a prazo. Legitimidade, dado que o fato gerador é a circulação de mercadorias. Precedentes. II. - Negativa de trânsito ao RE. Agravo não provido.” (RE 228.242-AgR, rel. min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ de 22.10.2004);

“EMENTA: Recurso extraordinário. 2. ICMS. Pretendida diferenciação de cobrança nas vendas de mercadorias a prazo não reconhecida pelo acórdão. 3. De outra parte, não há previsão legal aplicável à espécie. 4. Agravo regimental a que se nega provimento.” (RE 298.857-AgR, rel. min. Néri da Silveira, Segunda Turma, DJ de 17.05.2002).

Dessa orientação não divergiu o acórdão recorrido.Do exposto, com base no art. 557, caput, do Código de Processo

Civil, nego seguimento ao agravo de instrumento. Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 397.904 (289)ORIGEM : AC - 185518802 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : MINAS GERAISRELATOR SUBSTITUTO

:MIN. JOAQUIM BARBOSA

AGTES. : ILKA WERNECK PEREIRAADVDOS. : RODRIGO RABELO DE FARIAAGDO. : ESTADO DE MINAS GERAISADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS

DECISÃO:É firme a orientação do Supremo Tribunal Federal no sentido de que constitui ônus da parte agravante infirmar todos os fundamentos em que se baseou a decisão agravada para negar seguimento ao recurso extraordinário. Confira-se, a título exemplificativo, o seguinte julgado:

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO QUE NÃO ADMITIU O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INVIABILIDADE DO AGRAVO. ARTIGO 317, § 1º DO RISTF.

1.Incumbe ao recorrente o dever de impugnar os fundamentos da decisão recorrida.

2.Inviável, diante da regra do § 1º do artigo 317 do RISTF, o agravo de instrumento que se limita a reiterar as razões do recurso extraordinário sem abordar o fundamento da decisão agravada.

Agravo regimental a que se nega provimento.” (AI 330.535-AgR, rel. min. Maurício Corrêa, Segunda Turma, DJ 21.09.2001)

No mesmo sentido, os seguintes precedentes: AI 488.369 (rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ 02.04.2004), AI 488.975 (rel. min. Gilmar Mendes, DJ 31.05.2004), AI 482.984 (rel. min. Cezar Peluso, DJ 20.05.2004) e AI 503.582 (rel. min. Nelson Jobim, DJ 25.05.2004).

No presente caso, o agravante não impugnou as assertivas de ausência de prequestionamento e infringência à norma de direito local. Disso decorre que a agravante não logrou desincumbir-se do ônus que lhe cabia.

Do exposto, nego seguimento ao agravo. Publique-se. Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 409.067 (290)ORIGEM : AGERR - 339786974 - TRIBUNAL SUPERIOR DO

TRABALHOPROCED. : BAHIARELATOR SUBSTITUTO

:MIN. JOAQUIM BARBOSA

AGTE. : VILMA MARIA DE OLIVEIRAADVDOS. : ISIS MARIA BORGES DE RESENDEAGDO. : MUNICÍPIO DE JUAZEIROPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE JUAZEIRO

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento interposto de decisão que não admitiu recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) que tem como violados os arts. 7º, XXXIV, e 37, II, da Constituição federal.

Cinge-se a controvérsia ao direito de percepção das verbas rescisórias trabalhistas no caso de nulidade do contrato de trabalho em razão da ausência de prévia aprovação em concurso público.

O Tribunal a quo negou provimento ao agravo nos embargos em recurso de revista porque não vislumbrou qualquer divergência com a orientação da Corte (incidência da Súmula 363/TST).

Alega-se no recurso extraordinário o cabimento e o provimento do pleito recursal na instância trabalhista e que, embora nulo o contrato de trabalho com ente público, seriam devidas as verbas trabalhistas.

É o breve relato. Decido.A controvérsia acerca da aferição dos pressupostos de

admissibilidade dos recursos trabalhistas cinge-se à norma processual trabalhista, de ordem infraconstitucional. Eventual ofensa à Constituição, se existente, seria indireta ou reflexa, de sorte que seria necessário exame prévio da norma infraconstitucional - no caso, a Consolidação das Leis do Trabalho -, hipótese em que não se admite o recurso extraordinário (cf. AI 416.864 e AI 372.349, rel. min. Carlos Velloso; AI 417.464, rel. min. Ilmar Galvão; AI 322.409, rel. min. Ellen Gracie; AI 266.565, rel. min. Sepúlveda Pertence; AI 357.389, rel. min. Celso de Mello, e AI 404.274, rel. min. Gilmar Mendes).

Por outro lado, no que tange ao reconhecimento da nulidade do contrato de trabalho em razão da ausência do pressuposto formal de validade, qual seja, prévia aprovação em concurso público, a decisão do Tribunal a quo está alinhada com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal. É o que se depreende, mutatis mutandis, da Súmula 685 desta Corte, verbis:

“É inconstitucional toda modalidade de provimento que propicie ao servidor investir-se, sem prévia aprovação em concurso público destinado ao seu provimento, em cargo que não integra a carreira na qual anteriormente investido.” (Grifei.)

Observo que a verba indenizatória, nos moldes em que fixada, se ajusta com a orientação firmada por esta Corte. Não obstante a nulidade do contrato de trabalho, porque não observada a exigência de prévio concurso público, a Administração não deve se eximir do pagamento de salários, o que, do contrário, configuraria enriquecimento ilícito do ente público.

Nesse particular, a Corte tem sistematicamente decidido que o único efeito jurídico válido é a percepção dos salários, visto que a nulidade do contrato de trabalho não gera efeitos trabalhistas. Nesse sentido: AI 322.524-AgR (rel. min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJ de 19.12.2002), AI 361.878-AgR (rel. min. Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJ de 23.04.2004), AI 497.984-AgR (rel. min. Carlos Britto, Primeira Turma, DJ de 30.09.2005), RE 454.409-AgR (rel. min. Carlos Britto, Primeira Turma, DJ de 16.12.2005), AI 221.454-AgR (rel. min. Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJ de 03.02.2006) e AI 680.939-AgR (rel. min. Eros Grau, Segunda Turma, DJe de 01.02.2008).

Assim, a indenização haverá de se restringir tão-somente à percepção do saldo de salários correspondentes à função exercida de forma indevida e pelos dias efetivamente trabalhados.

Dessa orientação não divergiu o acórdão recorrido.Do exposto, nego seguimento ao agravo.Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 410.126 (291)ORIGEM : AC - 9805132447 - TRIBUNAL REGIONAL FEDERALPROCED. : PERNAMBUCORELATOR SUBSTITUTO

:MIN. JOAQUIM BARBOSA

AGTE. : UNIÃOADV. : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOAGDOS. : MARCO AURÉLIO DE BRITO MARTINS E CÔNJUGEADV. : VALDER RUBENS DE LUCENA PATRIOTA

DECISÃO:Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) interposto de acórdão do Tribunal Regional da 5ª Região, cuja ementa tem o seguinte teor (fls. 13):

“PROCESSUAL CIVIL E ADMINISTRATIVO. SISTEMA FINANCEIRO DA HABITAÇÃO. REAJUSTE DA CASA PRÓPRIA. PLANO DE EQUIVALÊNCIA SALARIAL. ATO JURÍDICO PERFEITO. DIREITO ADQUIRIDO. IMUTABILIDADE DE CLÁUSULA CONTRATUAL. OBSERVÂNCIA DO CONSAGRADO ‘O CONTRATO É LEI ENTRE AS PARTES’. INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI Nº 8.177/91. PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS.

1. Em se modificando os contratos celebrados sob a égide de legislação plena e eficaz, estar-se-ia violando direito liquido e certo, ferindo negócio jurídico perfeito do mutuário de ver suas prestações da casa própria reajustadas em conformidade com o pactuado, no caso, o Plano de Equivalência Salarial. E mais que se saliente, que o Direito Administrativo consagrou, ao longo de suas cláusulas jurídicas, ser o contrato LEI ENTRE

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 72

AS PARTES, pelo que não pode o mesmo ser alterado ao livre arbítrio de uma das partes.

2. Na sistemática do PES os mutuários têm direito de que as prestações do imóvel financiado, assim como o seu saldo devedor, sejam reajustadas de acordo com as diretrizes adotadas no referido Plano. Ou seja, quando houver aumento salarial da categoria profissional do mutuário, as prestações, os acessórios e a razão da progressão serão reajustados no mesmo percentual, no mês subseqüente à vigência do aumento salarial.

3. O Colendo Supremo Tribunal Federal, ao apreciar a Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 493/92-DF, declarou inconstitucionais os artigos 18, ‘caput’, e parágrafos 1º e 4º; 20; 21 e parágrafo único; 23 e parágrafos; e 24 e parágrafos, todos da Lei nº 8.177, de 1º de maio de 1991.

4. Honorários advocatícios arbitrados em 10% em favor dos autores.5. Apelação dos autores provida. Apelação da União Federal

improvida.” Alega a parte agravante que não houve vulneração da garantia de

intangibilidade do direito adquirido.Não prospera o recurso.Há deficiência na petição de recurso extraordinário. A parte recorrente

não fundamentou a suposta constitucionalidade dos critérios aplicados no reajuste das prestações e saldo devedor do contrato de mútuo habitacional, circunstância que inviabiliza a compreensão da controvérsia, impondo-se a aplicação da Súmula 284 do Supremo Tribunal Federal.

Ademais, a análise da suposta ofensa à Constituição implica reexame prévio da interpretação das cláusulas contratuais adotada na decisão recorrida. Isso inviabiliza o processamento do recurso extraordinário, em face da vedação contida no enunciado da Súmula 454 desta Corte (cf. RE 292.100-AgR, rel. min. Gilmar Mendes, DJ de 06.09.2002).

Do exposto, nego seguimento ao presente recurso.Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 422.223 (292)ORIGEM : REOMS - 199701000208592 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATORA SUBSTITUTA

:MIN. ELLEN GRACIE

AGTE.(S) : ANA MARIA CORSINI VELLOSOADV.(A/S) : OSCAR L. DE MORAISAGDO.(A/S) : FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE DE BRASÍLIAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

1.Trata-se de agravo de instrumento de decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto de acórdão assim ementado:

“CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. FUNCIONÁRIO PÚBLICO FEDERAL. DISTRITO FEDERAL. ÓRGÃOS E ENTIDADES. CESSÃO. CARGO EM COMISSÃO. FUNÇÃO DE CONFIANÇA. EXERCÍCIO. QUINTOS. INCORPORAÇÃO.

1. A teor do art. 93 da Lei n. 8.112/90, pode o funcionário público federal ser cedido a órgão ou entidade do Distrito Federal, para o exercício de cargo em comissão ou função de confiança, ficando a cargo do cessionário a remuneração.

2. No entanto, não tem o cedido direito à incorporação dos quintos, decorrentes do exercício do cargo ou função de confiança, aos seus vencimentos ou proventos, porque a possibilidade legal só abrange os servidores efetivos da União, autarquia e fundações públicas, regidos pela Lei n. 8.112/90 e que foram “cedidos, por afastamento, para exercício em órgão ou entidade do mesmo Poder ou outro Poder da União”, consoante preceito do art. 10 da Lei n. 8.911/94 na redação primitiva.

3. A concessão de vantagens vencimentais só é possível por lei e a Administração pode anular os seus atos, quando eivados de vícios que os tornam ilegais (Súm. 473/STF).

4. Não há direito adquirido quando inexiste o seu alcance, que, no caso, é a lei (CF, art. 37, X).

5. Remessa oficial provida.6. Sentença reformada.7. Segurança denegada.” (Fl. 198). 2.No RE, alega a parte recorrente ofensa aos artigos 5º, XXXVI, e 37,

XV, da Constituição Federal, sustentando em síntese: “... já tendo os recorrentes adquirido o direito à percepção dos

“quintos” pelo exercício de cargos em comissão dentro do Serviço Público, não poderiam deixar de receber a aludida vantagem já incorporada.

Quando muito, poderiam, à luz de regra nova, deixar de incorporar (somar, adicionar) novos quintos, mantendo-se, porém, a vantagem já adquirida.

Assim, os efeitos da Lei nº 8.911/94 não podem retroagir em prejuízo de dieitos que precederam sua publicação, isto é , só poderia impor seus efeitos a fatos geradores ocorridos a partir do dia 12 de julho de 1994.” (Fls. 265/266).

3.Inviável o presente recurso. O Tribunal a quo fundou-se na legislação infraconstitucional aplicável à espécie (Leis 8.112/90 e 8.911/94)

para concluir inexistir previsão legal que ampare o direito dos recorrentes à incorporação de quintos, bem como na Súmula STF 473.

Assim, a controvérsia não dá margem ao cabimento do extraordinário, porquanto eventual ofensa à Constituição Federal, se existente, seria indireta ou reflexa.

É o que se depreende dos seguintes trechos do voto condutor do acórdão recorrido:

“Como a legislação, restritivamente, permitiu a incorporação apenas aos funcionários cedidos para exercício em órgão ou entidade dos Poderes da União, ressalta claro que não possuem os Impetrantes o direito pleiteado, por falta de previsão legal.

Inviável a invocação do direito adquirido, quando inexiste o alicerce desse direito, que, in casu, deveria ser a lei, porquanto não há outro modo de se concederem vantagens vencimentais, como se dessume do inciso X do art. 37 da Constituição Federal.

Lastreada a incorporação em equívoco da Administração, pode o ato ser revisto e anulado, decorrente que é de vício de ilegalidade, consoante previsto pela Súmula n. 473 do colendo STF e, data venia da douta Procuradoria Regional da República, a supressão da vantagem indevida não se sujeita a “devido processo”, suportando, no entendo, exame judicial.” (Fls. 195/196).

Vejam-se, em decisões análogas, o RE 394.677-AgR/DF, 1ª Turma, unânime, DJ 28.10.2005; o AI 713.905-AgR/DF, rel. Min. Cármen Lúcia, 1ª Turma, unânime, DJe 13.03.2009; e o AI 410.684-AgR/DF, rel. Min. Nelson Jobim, 2ª Turma, unânime, DJ 05.12.2003, cujos acórdãos estão assim ementados:

“1. Servidor público:cômputo de tempo de serviço exercido sob o regime celetista, antes da conversão para o regime estatutário, para fins de incorporação da gratificação de que trata o art. 62 da L. 8.112/90, (quintos): controvérsia decidida pelo Tribunal a quo com fundamento no art. 7º, II, da L. 8.162/91, cuja constitucionalidade não é questionada pelo recorrente: inviabilidade do RE para reexame da interpretação dada à legislação infraconstitucional. Não aplicação ao caso da declaração de inconstitucionalidade dos incisos I e III do art. 7º da L. 8.162/91 (v.g. RREE 221.946, Sydney Sanches, Pleno, DJ 26.02.1999 e 225.759, Moreira Alves, Pleno, DJ 19.03.1999).

2. Irredutibilidade de vencimentos (CF, art. 37, XV): a garantia da irredutibilidade de vencimentos “é modalidade qualificada da proteção ao direito adquirido, na medida em que a sua incidência pressupõe a licitude da aquisição do direito a determinada remuneração” (RREE 298.694 e 298.695, Pertence, Pleno, DJ 23.04.2004 e 24.10.2003, respectivamente): logo, afirmada, no caso, a ilegalidade da incorporação, válido o ato administrativo que a excluiu da remuneração do recorrente (Súmula 473).”

.............................................................................“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO.

ADMINISTRATIVO. POLICIAL CIVIL. INCORPORAÇÃO DE QUINTOS. LEI N. 8.112/90. IMPOSSIBILIDADE DA ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.”

............................................................................“Servidor público. Cargo em comissão. Controvérsia que demanda

exame de normas infraconstitucionais. Ofensa indireta à CF. Regimental não provido.”

4.Do exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (art. 557, caput, do CPC).

Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 426.351 (293)ORIGEM : EDRXOFAR - 71531820002 - TRIBUNAL SUPERIOR

DO TRABALHOPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR SUBSTITUTO

:MIN. JOAQUIM BARBOSA

AGTE.(S) : CLAUDIA NUNES ALBUQUERQUEADV.(A/S) : NILTON DA SILVA CORREIA E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA

EDUCAÇÃO - FNDEADV.(A/S) : EDNA MARIA GUIMARÃES DE MIRANDA

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento interposto de decisão que não admitiu recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) que tem como violados os arts. 5º, II, XXXV, LIV e LV; 62; e 93, IX, da Constituição federal.

No recurso extraordinário, sustenta-se que é intempestiva a ação rescisória ajuizada, por força da inconstitucionalidade da Medida Provisória 1.658/1998, e suas reedições posteriores (como a MP 1.703/1998 e a MP 1.798/1999), que estabeleceu prazo em dobro para as autarquias ajuizarem ações rescisórias. Requer também o afastamento da condenação da multa, fundamentado no art. 538, parágrafo único, do CPC.

Esta Corte já firmou posicionamento em sentido convergente à pretensão da parte agravante.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 73

No julgamento da ADI 1.910-MC (rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ de 27.02.2004), o Tribunal suspendeu a eficácia da medida provisória 1.798-18/98, por considerá-la contrária ao princípio do devido processo legal, visto que confere privilégios desproporcionais a uma das partes, na esteira do entendimento firmado anteriormente na decisão da ADI 1.753-MC (rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ de 12.06.1998).

Na linha dessas decisões, a Corte declarou a decadência das ações rescisórias ajuizadas no período de vigência das mencionadas medidas provisórias, mas fora do biênio previsto no art. 495 do Código de Processo Civil, porque, quando as medidas provisórias não são convertidas em lei ou quando têm a eficácia suspensa por decisão em controle concentrado de constitucionalidade, elas perdem sua eficácia desde sua edição (cf. RE 298.628, rel. min. Gilmar Mendes, DJ de 20.11.2002; RE 427.510, rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ de 27.09.2004, e AR 1.559, rel. min. Moreira Alves, DJ de 31.08.2000).

Confira-se, por oportuno, o teor da ementa da decisão proferida no AI 440.007-AgR, rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ de 13.10.2006:

EMENTA: I. Ação rescisória: consumação da decadência. 1. O acórdão recorrido deferiu prazo em dobro para o ajuizamento de ação rescisória, com base no art. 188 do C. Proc. Civil, na redação dada pelo art. 5º da MPr 1703/98, cuja eficácia já fora suspensa pelo Supremo Tribunal Federal no julgamento da ADI 1.910-MC, Pertence, DJ 27.02.2004. 2. De qualquer sorte, ao ser ajuizada a ação rescisória, já se exaurira o prazo estabelecido na redação original do art. 188 do C. Pr. Civil. 3. Recurso extraordinário: provimento, para, em razão da consumação da decadência do direito de propor a ação rescisória, julgar extinto o processo, com julgamento do mérito (CPC, art. 269, IV).

No mesmo sentido, as seguintes decisões monocráticas: RE 308.577, rel. min. Ricardo Lewandowski; AI 734.966, rel. min. Ricardo Lewandowski; RE 502.903, rel. min. Eros Grau; RE 370.824, rel. min. Sepúlveda Pertence; RE 465.005, rel. min. Eros Grau; AI 458.591, rel. min. Joaquim Barbosa.

Do exposto, e com base no art. 544, § 3º e § 4º, do Código de Processo Civil, dou provimento ao agravo e o converto em recurso extraordinário, para, nos termos do art. 557, § 1º-A, do referido diploma legal, dar-lhe provimento para restabelecer o acórdão do Tribunal Regional do Trabalho da 10ª Região na ação rescisória.

Por conseguinte, afasto o caráter protelatório dos embargos de declaração e as condenações dele decorrentes.

Publique-se.Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 438.794 (294)ORIGEM : AC - 9802385999 - TRIBUNAL REGIONAL FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR SUBSTITUTO

:MIN. JOAQUIM BARBOSA

AGTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOAGDO.(A/S) : ANTONIO ERNESTINO DA CONCEIÇÃOADV.(A/S) : SERGIO MACIEL FREITASAGDO.(A/S) : CARLOS SÉRGIO DE MELO MIRANDA E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : WASHINGTON LUIZ PINTO MACHADO E OUTRO(A/S)

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) interposto de acórdão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região cuja ementa tem o seguinte teor (fls. 35):

“ADMINISTRATIVO – MILITAR – PARTICIPAÇÃO DA REUNIÃO NO SINDICATO DOS METALÚRGICOS – MOTIVAÇÃO POLÍTICA RECONHECIDA – PROMOÇÃO POR MERECIMENTO – DESCABIMENTO

I – Militares expulsos do serviço ativo da Marinha de Guerra por terem participado do ato público realizado no Sindicato dos Metalúrgicos, em março de 1964.

II – Reconhecida a motivação política que ensejou seu afastamento, cabe a aplicação do art. 8º do ADCT/88, prescindindo-se de remissão expressa a atos institucionais ou complementares.

III – O Plenário do STF, ao julgar os RREE 140.616 e 141.290, decidiu que o art. 8º do ADCT não se aplica a promoções por merecimento de militares, posto que, se estivessem em serviço ativo a elas não teriam direito, uma vez que as mesmas, por sua própria natureza, geram apenas expectativa de direito.

IV – Os militares anistiados não têm direito às promoções que só poderiam ter obtido se houvessem sido admitidos a determinado curso e lográ-lo concluí-lo com aproveitamento.

V – Apelação dos autores parcialmente provida e apelação da UNIÃO FEDERAL e remessa necessária improvidas. “

A União aponta que o ato que excluiu o recorrido da Marinha, por grave motivo disciplinar, é válido e condizente com o ordenamento constitucional e com o Estatuto dos Militares, pois o então militar colocara em risco a hierarquia e a disciplina militar.

A decisão recorrida firmou como pressuposto o caráter político do ato que desligou o militar dos quadros da Marinha Brasileira. Rever os motivos

fáticos que levaram à punição e alterar sua fundamentação implica reexame dos fatos e provas que fundamentaram as conclusões da decisão recorrida. Isso inviabiliza o processamento do recurso, ante a vedação contida no enunciado da Súmula 279 desta Corte.

Nesse sentido, cf. RE 329.656-AgR (rel. min. Nelson Jobim, Segunda Turma, DJ 06.06.2003) e RE 285.012 (rel. min. Ellen Gracie, DJ 09.03.2005).

Do exposto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 444.021 (295)ORIGEM : ADI - 7000697003 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR SUBSTITUTO

:MIN. RICARDO LEWANDOWSKI

AGTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

AGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE SÃO LOURENÇO DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE SÃO

LOURENÇO DO SULADV.(A/S) : BRUNO DE CASTRO WINKLERAGDO.(A/S) : CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO LOURENÇO DO SULINTDO.(A/S) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SUL

Preliminarmente, afasto o sobrestamento de fl. 96 e passo à análise do recurso.

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto de acórdão que discute sobre a competência do município para legislar sobre proteção do meio-ambiente e controle da poluição.

A questão é relevante.Isso posto, uma vez que preenchidos os demais requisitos de

admissibilidade, dou provimento ao presente agravo e determino a subida dos autos principais para melhor exame da matéria.

Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 458.905 (296)ORIGEM : REOMS - 9802416835 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL FEDERALAGDO.(A/S) : ANTONIO PEREIRA DA SILVA FILHOADV.(A/S) : ROGÉRIO RIBEIRO DOMINGUES

DESPACHO: Subam os autos do recurso extraordinário, para melhor exame (RISTF, art. 21, VI).

Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 465.454 (297)ORIGEM : AGERR - 550339999 - TRIBUNAL SUPERIOR DO

TRABALHOPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : JOSÉ HONÓRIO TEIXEIRA CHAVESADV.(A/S) : MARCELISE DE MIRANDA AZEVEDO E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : COMPANHIA ESTADUAL DE ENERGIA ELÉTRICA -

CEEEADV.(A/S) : CRISTIANE ESTIMA FIGUEIRAS E OUTRO(A/S)

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento interposto de decisão que não admitiu recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) que tem como violado o art. 7º, XXIX, da Constituição federal. Cito a ementa do acórdão recorrido (fls. 66):

“FGTS - PRESCRIÇÃOExtinto o contrato de trabalho, é de dois anos o prazo prescricional

para reclamar em juízo o não recolhimento da contribuição do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço(Enunciado 362/TST).

Agravo Regimental desprovido.”Alega a parte agravante que é inaplicável o prazo bienal, porquanto o

Supremo Tribunal Federal tem entendimento pacífico no sentido da aplicabilidade da prescrição trintenária.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 74

É o relatório. Decido.Ambas as Turmas do Supremo Tribunal Federal fixaram

entendimento sobre o tema:“FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO. PRESCRIÇÃO.

PRAZO TRINTENÁRIO. LEI ORGÂNICA DA PREVIDÊNCIA SOCIAL, ART. 144.

A natureza da contribuição devida ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço foi definida pelo Supremo Tribunal Federal no RE 100249 - RTJ 136/681. Nesse julgamento foi ressaltado seu fim estritamente social de proteção ao trabalhador, aplicando-se-lhe, quanto à prescrição, o prazo trintenário resultante do art. 144 da Lei Orgânica da Previdência Social.

Recurso extraordinário conhecido e provido.” (RE 134.328, rel. min. Ilmar Galvão, Primeira Turma, DJ de 19.02.1993)

“EMENTA: Agravo regimental em agravo de instrumento. 2. Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS. Prescrição. Prazo trintenário. Precedentes. 3. Art. 7º, XXIX, ‘a’, da CF/88 (redação anterior à Emenda Constitucional n.º 28/2000). Prazo prescricional para a propositura da ação. Créditos resultantes da relação de trabalho. Prazo prescricional. Legislação infraconstitucional. 4. Agravo regimental a que se nega provimento.” (AI 378.222-AgR, rel. min. Gilmar Mendes, DJ de 31.10.2002)

Dessas orientações não divergiu o acórdão recorrido.Do exposto, nego seguimento ao agravo.Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 473.521 (298)ORIGEM : EDROAR - 74057720014 - TRIBUNAL SUPERIOR DO

TRABALHOPROCED. : MATO GROSSORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : DÁRIO RANGEL ANADANADV.(A/S) : LYCURGO LEITE NETO E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : SOPAVE NORTE S/A MERCANTIL E RURALADV.(A/S) : MARIO GUIMARÃES FERREIRA E OUTRO(A/S)

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento interposto de decisão que não admitiu recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) que tem como violados os arts. 5º, II, XXXV, LII, LIV e LV; 93, IX; 112 e 114, da Constituição federal. Cito a ementa do acórdão recorrido (fls. 227):

“AÇÃO RESCISÓRIA. INCOMPETÊNCIA. ART. 485, II, DO CPC. Sentença de primeiro grau proferida por Juiz de Direito, da qual foi interposto recurso ordinário, a que se deu provimento a fim de julgar improcedentes os pedidos formulados na reclamação trabalhista. Impossibilidade de se pretender a desconstituição do acórdão regional com fundamento no inciso II do art. 485 do CPC. Extinção do processo sem julgamento do mérito, no particular. VIOLAÇÃO DE DISPOSITIVO LEGAL. Ausência de prequestionamento da afronta ao art. 9º da CLT na decisão rescindenda. Recurso ordinário a que se nega provimento.”

Sustenta-se no recurso extraordinário o cabimento da ação rescisória.É o breve relatório. Decido.As Turmas do Supremo Tribunal Federal fixaram entendimento

acerca da matéria atinente às hipóteses de cabimento da ação rescisória:“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE

INSTRUMENTO. AÇÃO RESCISÓRIA. HIPÓTESES DE CABIMENTO. OFENSA INDIRETA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. Acórdão fundado em normas processuais de admissibilidade da ação rescisória. Hipótese em que se houvesse afronta a preceitos da Constituição do Brasil, seria de forma indireta, pois a matéria cinge-se ao âmbito infraconstitucional. Inviabilidade de admissão do recurso extraordinário. Agravo regimental a que se nega provimento.” (AI 439.863-AgR, rel. min. Eros Grau, Primeira Turma, DJ de 26.11.2004.)

“1. Inviável o processamento do extraordinário para debater questão processual, relativa a pressuposto de cabimento de ação rescisória. 2. Agravo regimental improvido.” (AI 366.571-AgR, rel. min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJ de 28.10.2004.)

A análise do tema demandaria prévio exame da legislação infraconstitucional. Por essa razão, a ofensa ao texto da Constituição de 1988, se existisse, seria indireta ou reflexa, o que dá margem ao descabimento do recurso extraordinário. Nesse sentido, em casos análogos: AI 590.032 (rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ de 09.05.2006) e AI 554.744 (rel. min. Cármen Lúcia, DJe de 30.04.2009).

Ademais, inexiste a alegada afronta aos arts. 5º, XXXV, LIV e LV, e 93, IX, da Constituição federal, pois o acórdão recorrido inequivocamente prestou jurisdição, sem violar os princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa e tendo enfrentado as questões suscitadas com a devida fundamentação, ainda que com ela não concorde a ora agravante.

Do exposto, nego seguimento ao agravo.Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 475.661 (299)ORIGEM : EDAIRR - 78392420010 - TRIBUNAL SUPERIOR DO

TRABALHOPROCED. : ESPÍRITO SANTORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : COMPANHIA SIDERÚRGICA DE TUBARÃO - CSTADV.(A/S) : RICARDO ADOLPHO BORGES DE ALBUQUERQUE E

OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : JORGE PORTOADV.(A/S) : JOÃO BATISTA DALAPÍCOLA SAMPAIO E OUTRO(A/S)

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento interposto de decisão que não admitiu recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) que tem como violados os arts. 5º, II, XXXV e XXXVI, 7º, XXIX, 93, IX, da Constituição federal. Cito a ementa do acórdão recorrido (fls. 251):

“PRESCRIÇÃO - FASE DE EXECUÇÃO - ART. 7º, XXIX, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL - ENUNCIADO Nº 126 DO TST. Tendo o Regional, quando do julgamento do agravo de petição, ressaltado que a r. sentença exeqüenda proclamou a prescrição apenas em relação ao pedido de equiparação salarial, por certo que inviável se torna, em razão desse contexto e ainda pelo fato de que o processo se encontra em fase de execução, acolher-se o pedido de prescrição da totalidade dos pedidos, pretendido pela executada, com fundamento no artigo 7º, XXXIX, da Constituição Federal. Além do óbice do Enunciado nº 126, acrescente-se a impossibilidade de afronta direta e literal do dispositivo constitucional, por ser necessário, primeiro e diretamente, o reexame dos limites objetivos da res judicata, procedimento que não encontra abrigo no artigo 896, § 2º, da CLT, c/c Enunciado nº 266 do TST. Agravo de instrumento não provido.”

Alega-se no recurso extraordinário que o acórdão recorrido é nulo e que a prescrição declarada na sentença não foi observada na fase de execução.

É o relatório. Decido.A jurisprudência desta Corte pacificou o entendimento de que a

controvérsia em torno da aferição dos pressupostos de admissibilidade do recurso de revista, quando apoiados em súmulas do Tribunal Superior do Trabalho, restringe-se ao âmbito processual, de caráter eminentemente infraconstitucional, hipótese em que não se admite o recurso extraordinário (cf. AI 478.014, rel. min. Celso de Mello; AI 266.463, rel. min. Maurício Corrêa; AI 249.675, rel. min. Sepúlveda Pertence).

Ademais, as questões suscitadas, por demandar o exame prévio dos limites objetivos da coisa julgada em face da legislação processual infraconstitucional, é indireta ou reflexa, o que dá margem ao descabimento do recurso extraordinário. Nesse sentido: AI 626.840, rel. min. Menezes Direito, DJ de 09.05.2008; AI 608.138, rel. min. Gilmar Mendes, DJ de 30.05.2007; AI 599.421, rel. min. Ricardo Lewandowski, DJ de 03.10.2006; AI 558.581, rel. min. Cezar Peluso, DJ de 24.03.2006; AI 565.678, rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ de 03.02.2006 e RE 430.084-AgR, rel. min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJ de 24.06.2005.

Por fim, não procede a alegação de afronta aos arts. 5º, XXXV, e 93, IX, da Constituição, pois o acórdão recorrido inequivocamente prestou jurisdição, sem ter violado os princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa e tendo enfrentado as questões suscitadas com a devida fundamentação, ainda que com ela não concorde a parte ora agravante.

Do exposto, nego seguimento ao agravo.Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 480.483 (300)ORIGEM : ERR - 439133983 - TRIBUNAL SUPERIOR DO

TRABALHOPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : CELULOSE NIPO BRASILEIRA S/A - CENIBRAADV.(A/S) : JOSÉ ALBERTO COUTO MACIEL E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : JOSÉ TEODORO MOREIRAADV.(A/S) : FERNANDO ANTUNES GUIMARÃES E OUTRO(A/S)

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento interposto de decisão que não admitiu recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) de decisão que, afastou a prescrição qüinqüenal prevista no art. 7o, XXIX, da Constituição, após a edição da Emenda Constitucional 28/2000. Cito a ementa do acórdão recorrido (fls. 87):

“PRESCRIÇÃO - EMPREGADO RURAL - CENIBRA - EMPRESA DE REFLORESTAMENTO - EMENDA À CONSTITUIÇÃO Nº 28/2000 - DIREITO SUPERVENIENTE

1. O conhecimento do direito superveniente, in casu, do art. 7º, XXIX, da Constituição da República, com redação dada pela Emenda Constitucional nº 28/2000, em sede recursal, decorreria do art. 462 do Código de Processo Civil (Orientação Jurisprudencial nº 81/SBDI-1).

2. Todavia, conforme esclarece o Exmo. Min. Vantuil Abdala, “A nova

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 75

previsão da Carta Magna, decorrente da Emenda Constitucional nº 28/2000, apenas atinge os trabalhadores que, à época do ajuizamento de suas demandas, já estiverem sob a vigência da nova regulamentação, não produzindo efeitos em relação àqueles que tenham pendentes reclamações trabalhistas ajuizadas anteriormente ao novo ordenamento constitucional.” (ED-RR-365.752/97, DJ 31.08.2001).

3. Se, ao Poder Constituinte Originário, não se opõe direito adquirido, ao Derivado sim. A nova regra sobre prescrição trazida pela Emenda Constitucional nº 28/2000 não se aplica aos processos instaurados na vigência da norma anterior (art. 7º, XXIX, “b”, da Constituição da República).

Embargos não conhecidos.”Alega-se no recurso extraordinário ofensa dos arts. 5o, II e XXXVI, e

7o, XXIX, da Constituição federal. Argumenta que a alteração promovida pela Emenda Constitucional 28/2000 nas normas relativas à prescrição, pelo fato de estas constituírem normas de direito fundamental, tem aplicabilidade imediata e, portanto, atinge os processos em curso.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 423.575-AgR (rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ de 17.12.2004), fixou entendimento sobre o tema. Transcrevo a ementa do acórdão:

“1. Prescrição trabalhista: trabalhador rural: CF, art. 7º, XXIX: pretensão inadmissível de impor redução do prazo prescricional à ação iniciada antes da promulgação da Emenda Constitucional 28/2000; a norma constitucional - ainda quando o possa ser - não se presume retroativa: só alcança situações anteriores, de direito ou de fato, se o dispuser expressamente: precedentes. 2. Recurso extraordinário: descabimento: questão relativa à aplicação da multa prevista no art. 557, § 2º, do C. Pr. Civil, restrita ao âmbito infraconstitucional; alegada ofensa indireta à Constituição Federal: incidência, mutatis mutandis, da Súmula 636.”

No mesmo sentido, em decisão monocrática, o AI 431.019 (rel. min. Celso de Mello, DJ de 20.09.2005), o AI 448.349 (rel. min. Gilmar Mendes, DJ de 08.09.2005) e o AI 458.635 (rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ de 1º.04.2004).

Como a presente reclamação trabalhista foi ajuizada antes da edição da Emenda Constitucional 28/2000, não há como incidir sobre esta relação o novo regramento referente à prescrição.

Do exposto, nego seguimento ao agravo.Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 482.059 (301)ORIGEM : AC - 1356894800 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : PETROBRÁS DISTRIBUIDORA S/AADV.(A/S) : MARIA SILVIA DE OLIVEIRA E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : NELSON DE SOUZA PORTESADV.(A/S) : JONICE PEREIRA BOUÇAS GODINHO

DECISÃO: Trata-se de recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição federal) interposto de acórdão prolatado pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo que anulara decisão que deferira medida cautelar à parte ora agravada e determinara a remessa dos autos à Justiça do Trabalho.

Não prospera o recurso.Ambas as Turmas do Supremo Tribunal Federal já firmaram o

entendimento de que é incabível recurso extraordinário contra decisão que concede ou denega medida cautelar ou provimento liminar, precisamente porque nesses atos decisórios não há um juízo conclusivo de constitucionalidade, requisito exigido para a interposição do apelo com suporte no art. 102, III, a, da Constituição federal. Nesse sentido, os seguintes precedentes:

“E M E N T A: RECURSO EXTRAORDINÁRIO - ACÓRDÃO QUE CONFIRMA INDEFERIMENTO DE LIMINAR MANDAMENTAL - ATO DECISÓRIO QUE NÃO SE REVESTE DE DEFINITIVIDADE - MERA ANÁLISE DOS PRESSUPOSTOS DO “FUMUS BONI JURIS” E DO “PERICULUM IN MORA” - AUSÊNCIA DE QUALQUER PRONUNCIAMENTO SOBRE OS FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DA IMPETRAÇÃO MANDAMENTAL - INVIABILIDADE DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO PELA EMPRESA CONTRIBUINTE - ACOLHIMENTO DA POSTULAÇÃO RECURSAL DEDUZIDA PELO MUNICÍPIO - AGRAVO PROVIDO.

- Não cabe recurso extraordinário contra decisões que concedem ou que denegam medidas cautelares ou provimentos liminares, pelo fato de que tais atos decisórios - precisamente porque fundados em mera verificação não conclusiva da ocorrência do “periculum in mora” e da relevância jurídica da pretensão deduzida pela parte interessada - não veiculam qualquer juízo definitivo de constitucionalidade, deixando de ajustar-se, em conseqüência, às hipóteses consubstanciadas no art. 102, III, da Constituição da República. Precedentes.” (AI 439.613–AgR, rel. min. Celso de Mello, DJ 24.06.2003 – Grifos originais)

“EMENTA: - Agravo regimental. Não cabimento de recurso extraordinário contra acórdão que defere liminar por entender que ocorrem os requisitos do ‘fomus boni iuris’ e do ‘periculum in mora’.

- Em se tratando de acórdão que deu provimento a agravo para deferir a liminar pleiteada por entender que havia o ‘fumus boni iuris’ e o ‘periculum in mora’, o que o aresto afirmou, com referência ao primeiro desses requisitos, foi que os fundamentos jurídicos (no caso, constitucionais) do mandado de segurança eram relevantes, o que, evidentemente, não é manifestação conclusiva da procedência deles para ocorrer a hipótese de cabimento do recurso extraordinário pela letra ‘a’ do inciso I do artigo 102 da Constituição (que é a dos autos) que exige, necessariamente, decisão que haja desrespeitado dispositivo constitucional, por negar-lhe vigência ou por tê-lo interpretado erroneamente ao aplicá-lo ou ao deixar de aplicá-lo.

Agravo a que se nega provimento.” (AI 252.382–AgR, rel. min. Moreira Alves, DJ 24.03.2000)

Outrossim, o recurso extraordinário versa questão constitucional não ventilada na decisão recorrida, faltando-lhe, pois, o indispensável prequestionamento (Súmula 282).

Do exposto, com base no art. 557, caput, do Código de Processo Civil, nego seguimento ao agravo de instrumento.

Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 482.933 (302)ORIGEM : AC - 94030954469 - TRIBUNAL REGIONAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEFADV.(A/S) : ROSALVO PEREIRA DE SOUZAAGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE SÃO

PAULO

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto de acórdão que julgou constitucional a cobrança anualmente renovável de taxa de localização e funcionamento instituída por lei municipal.

Em síntese, pugna a agravante pela declaração de inconstitucionalidade da renovação anual da cobrança dessa taxa, em razão da inexistência de efetiva contraprestação do serviço público pelo município de São Paulo.

O Plenário do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 220.316 (rel. min. Ilmar Galvão, DJ 26.06.2001), firmou o entendimento de que é constitucional instituição de taxas similares pelos municípios. No que tange à renovação anual, essa Corte tem reconhecido sua constitucionalidade, desde que haja órgão administrativo que exercite o poder de polícia na localidade, tal como ocorre no município de São Paulo. Nesse sentido:

“TRIBUTÁRIO. MUNICÍPIO DE PORTO ALEGRE. TAXA DE FISCALIZAÇÃO DE LOCALIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO. ESCRITÓRIO DE ADVOGADO. CONSTITUCIONALIDADE. O Supremo Tribunal Federal tem sistematicamente reconhecido a legitimidade da exigência, anualmente renovável, pelas Municipalidades, da taxa em referência, pelo exercício do poder de polícia, não podendo o contribuinte furtar-se à sua incidência sob alegação de que o ente público não exerce a fiscalização devida, não dispondo sequer de órgão incumbido desse mister. Recurso extraordinário conhecido e provido.” (RE 198.904, rel. min. Ilmar Galvão, Primeira Turma, DJ 27.09.1996)

“EMENTA: TAXA DE LICENÇA PARA LOCALIZAÇÃO E FUNCIONAMENTO. EXERCÍCIO DO PODER DE POLÍCIA. ART. 145, II, DA CONSTITUIÇÃO. - Ausência de prequestionamento - fundamento suficiente, que não restou impugnado pela agravante. - A cobrança da taxa de localização e funcionamento, pelo Município de São Paulo, prescinde da efetiva comprovação da atividade fiscalizadora, diante da notoriedade do exercício do poder de polícia pelo aparato administrativo dessa municipalidade. Precedentes. - Agravo regimental a que se nega provimento.” (RE 222.252-AgR, rel. min. Ellen Gracie, Primeira Turma, DJ 18.05.2001)

Por outro lado, não cabe discutir em recurso extraordinário se houve a efetiva atuação do órgão da administração pública municipal no exercício do poder de polícia, porquanto inviável o reexame de provas e fatos da causa (Súmula 279).

As demais ofensas alegadas demandam o exame prévio da legislação infraconstitucional. Isso implica dizer que se trata de alegação de ofensa indireta ou reflexa ao texto constitucional, o que dá margem ao descabimento do recurso extraordinário.

Do exposto, nos termos do art. 557 do Código de Processo Civil e do art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, nego seguimento ao presente agravo.

Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 76

AGRAVO DE INSTRUMENTO 487.721 (303)ORIGEM : AC - 1173495900 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : MAXION COMPONENTES ESTRUTURAIS LTDAADV.(A/S) : CELSO BOTELHO DE MORAESAGDO.(A/S) : ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

DECISÃO: Trata-se de recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição Federal) em que se alega violação do art. 155, § 2º, I, e XII, c, da Constituição federal. Sustenta-se que o acórdão recorrido desrespeitou o princípio da não-cumulatividade ao não conceder o direito de creditamento em relação a bens do ativo fixo, em período anterior à Lei Complementar 87/96, e mercadorias para o uso e consumo, em período anterior a janeiro de 1998.

O Supremo Tribunal Federal, ao interpretar o art. 155, § 2º, I e II da Constituição, firmou a relevância da destinação dada a bem ou serviço adquirido, no âmbito de operação subseqüente de circulação de mercadoria ou da prestação de serviços, para fins de reconhecimento do direito ao crédito de ICMS como instrumento de vedação da cumulatividade.

Assim, não há direito constitucional assegurado ao creditamento de valores relativos à aquisição de energia elétrica, bens ou mercadorias de uso e consumo ou aqueles destinados à integração ao ativo fixo, mesmo que intermediários, que não se integrem diretamente à mercadoria circulada ou ao serviço prestado (“crédito físico”). Trata-se de benefício fiscal cuja aplicabilidade depende da existência de legislação infraconstitucional nesse sentido.

Registro, nesse sentido, os seguintes precedentes:“EMENTA: TRIBUTÁRIO. PRETENDIDO CRÉDITO RELATIVO AO

ICMS INCIDENTE SOBRE A ENERGIA ELÉTRICA CONSUMIDA EM ESTABELECIMENTO COMERCIAL. Descabimento.´Não implicará crédito para compensação com o montante do imposto devido nas operações ou prestações seguintes, a entrada de bens destinados a consumo ou à integração no ativo fixo do estabelecimento´ (art. 31, II, do Convênio ICMS 66/88). Se não há saída do bem, ainda que na qualidade de componente de produto industrializado, não há falar-se em cumulatividade tributária. Recurso não conhecido.” (RE 200.168, rel. min. ILMAR GALVÃO, Primeira Turma, DJ 22.11.1996);

“EMENTAS: 1. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. ICMS. Compensação créditos decorrentes da aquisição de energia elétrica, bens que integram o ativo fixo e de serviços de telecomunicações. Jurisprudência assentada. Ausência de razões consistentes. Decisão mantida. Agravo regimental improvido. Nega-se provimento a agravo regimental tendente a impugnar, sem razões consistentes, decisão fundada em jurisprudência assente na Corte. 2. RECURSO. Agravo. Regimental. Jurisprudência assentada sobre a matéria. Caráter meramente abusivo. Litigância de má-fé. Imposição de multa. Aplicação do art. 557, § 2º, cc. arts. 14, II e III, e 17, VII, do CPC. Quando abusiva a interposição de agravo, manifestamente inadmissível ou infundado, deve o Tribunal condenar o agravante a pagar multa ao agravado.” (RE 547.725-AgR, rel. min. CEZAR PELUSO, Segunda Turma, DJe-191 DIVULG 08-10-2009 PUBLIC 09-10-2009);

“Segundo a jurisprudência desta Corte, o contribuinte do ICMS não tem direito a se creditar do imposto pago na aquisição de energia elétrica , comunicação, bens do ativo fixo e de uso e consumo. Precedentes: AI 250.852-AgR e RE 195.894. Agravo regimental improvido.” (RE 354.935-AgR, rel. min. ELLEN GRACIE, Primeira Turma, DJ 21.02.2003);

“EMENTAS: 1. TRIBUTO. ICMS. Créditos excedentes. Correção monetária. Inadmissibilidade. Recurso extraordinário não provido. Esta Corte entende que o contribuinte do ICMS não tem direito de corrigir monetariamente os créditos escriturais excedentes. 2. TRIBUTO. ICMS. Creditamento. Aquisição de energia elétrica, comunicação, bens do ativo fixo e de uso e consumo. Indevido Precedentes. Recurso extraordinário não provido. Esta Corte não reconhece o direito de creditamento do imposto pago na aquisição de energia elétrica, comunicação, bens do ativo fixo e de uso e consumo. 3. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Jurisprudência assentada. Ausência de razões consistentes. Decisão mantida. Agravo regimental improvido. Nega-se provimento a agravo regimental tendente a impugnar, sem razões consistentes, decisão fundada em jurisprudência assente na Corte.” (RE 588.985-AgR, rel. min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJU de 09.10.2009);

Na mesma linha: RE 195.894, Segunda Turma, rel. min. Marco Aurélio, DJ de 14.11.2000; AI 602998 AgR/MG, Segunda Turma, rel. min. Eros Grau, DJ de 01.06.2007; AI 355683 AgR/SP, Primeira Turma, rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ de 20.04.2006.

Resta prejudicada a questão da correção monetária, em face da inexistência de crédito a ser corrigido.

Ante o exposto, com base no art. 557, caput, do Código de Processo Civil, nego seguimento ao agravo de instrumento.

Publique-se.Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 488.299 (304)ORIGEM : AC - 9160257 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATORA SUBSTITUTA

:MIN. ELLEN GRACIE

AGTE.(S) : CPM COMUNICAÇÕES, PROCESSAMENTO E MECANISMOS DE AUTOMAÇÃO LTDA

ADV.(A/S) : ELIANE RACHED TAIRAGDO.(A/S) : ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

1.Trata-se de agravo de instrumento de decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto contra acórdão assim ementado:

“MANDADO DE SEGURANÇA – ICMS – IMPORTAÇÃO DE MERCADORIAS – “LEASING” – PAÍS SIGNATÁRIO DO GATT – LEI COMPLEMENTAR 87/96 DISPÕE APENAS SOBRE OPERAÇÕES INTERNAS, NÃO REFERINDO-SE A IMPORTAÇÕES – INAPLICABILIDADE DA SÚMULA 575 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL – ICMS É REPASSADO AO ARRENDATÁRIO – SEGURANÇA DENEGADA – RECURSOS OFICIAL E VOLUNTÁRIO PROVIDOS.” (fl. 112)

Os embargos de declaração opostos foram rejeitados (fls. 122-123).2.No RE, sustenta-se ofensa aos arts. 5º, § 2º; 93, IX; e 155, II, da

Constituição Federal (fls. 125-151)3.O aresto impugnado não merece reforma, pois, para divergir da

conclusão a que chegou o Tribunal a quo, far-se-ia necessário o exame da legislação infraconstitucional, o que é defeso nesta fase recursal.

Sobre a matéria, a jurisprudência desta Corte já assentou que a alegada ofensa à Constituição Federal, se existente, seria meramente reflexa ou indireta. Nesse sentido: AI 714.039-AgR/PE, rel. Min. Cármen Lúcia, 1ª Turma, DJe 09.10.2009; e AI 708.736-AgR/RJ, rel. Min. Joaquim Barbosa, 2ª Turma, DJe 28.11.2008, cuja ementa transcrevo in verbis:

“AGRAVO REGIMENTAL. ICMS. BENEFÍCIO TRIBUTÁRIO CONCEDIDO ÀS OPERAÇÕES INTERNAS. EXTENSÃO ÀS OPERAÇÕES DE IMPORTAÇÃO DE PRODUTO PROVENIENTE DE PAÍS SIGNATÁRIO DO GATT. OFENSA REFLEXA OU INDIRETA AO TEXTO CONSTITUCIONAL.

A decisão agravada está em conformidade com o entendimento firmado por ambas as Turmas desta Corte, no sentido de se considerar infraconstitucional o debate a respeito da extensão ou não às operações de importação de produto proveniente de país signatário do GATT do benefício tributário relativo ao ICMS concedido às operações internas.

Agravo regimental a que se nega provimento.”4.Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (CPC,

art. 557, caput).Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 488.366 (305)ORIGEM : AC - 1185325100 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATORA SUBSTITUTA

:MIN. ELLEN GRACIE

AGTE.(S) : ELKA PLÁSTICOS LTDAADV.(A/S) : MARCELO DE S. BITTENCOURTAGDO.(A/S) : ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

1.Trata-se de agravo de instrumento de decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto de acórdão assim ementado:

“ICMS – Aumento de alíquota de 17% para 18% - Mesmo reconhecida a inconstitucionalidade da lei que aumentou a alíquota do ICMS esta não aproveita à autora – Recursos improvidos.” (Fl. 86).

2.No RE, alega a parte recorrente ofensa aos artigos 5º, caput, 150, II, e 155, § 2º, I, da Constituição Federal, sustentando em síntese:

“...ao negar a possibilidade de compensação dos valores recolhidos a maior pela recorrente em virtude do artigo 166 do Código Tributário Nacional, o v. acórdão recorrido acabou por violar o Princípio Constitucional da Não-Cumulatividade, razão pela qual merece reforma desta Corte maior.” (Fl. 110) .................................................................................

“... em não reconhecendo o direito ao creditamento, como também, sem ser corrigidos monetariamente tais créditos, está se violando o princípio constitucional da isonomia (artigo 5º, caput, da Constituição Federal), pois a recorrida exige que seus créditos sejam corrigidos quando do efeitivo pagamento, mas veda o direito dos contribuintes de aplicarem a correção monetária sobre os créditos que possuem perante o Fisco.” (Fl. 113).

3.Inviável o presente recurso. O Tribunal a quo fundou-se na legislação infraconstitucional (art. 166 do CTN) e nos fatos e provas da causa, para reconhecer que a contribuinte não tem direito ao crédito discutido.

Assim, a controvérsia, além de encontrar óbice na Súmula STF 279, também não dá margem ao cabimento do extraordinário, porquanto eventual ofensa à Constituição Federal, se existente, seria indireta ou reflexa.

É o que se depreende dos seguintes trechos do voto condutor do

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 77

acórdão recorrido:“2. Presente a distinção entre o contribuinte de direito (aquele que

tem obrigação, perante o fisco, de recolher o imposto) e o contribuinte de fato (aquele que efetivamente suporta a carga tributária) e o fato da apelante não haver feito prova cabal de que, efetivamente, tenha suportado a carga tributária que pretenda ter restituída, impõe-se a manutenção da r. sentença, tal como restou decidido pela Colenda Quarta Câmara de Direito Público deste Egrégio Tribunal em hipótese idêntica in AP. n. 126.095.5-0 – Rel. Des. ALDEMAR SILVA.

Com efeito, apenas o contribuinte de fato tem o direito de pleitear a repetição do imposto indevido, pois o contribuinte de direito, que se limita a recolher o tributo e repassar seu ônus ao subseqüente não tem legitimidade para postular a devolução, sob pena de ocorrer enriquecimento ilícito. Mas se nem a empresa, nem a Fazenda do Estado, têm direito à quantia representada pelo indevido recolhimento, somente o contribuinte de fato poderá reclamar a restituição do imposto ou autorizar o contribuinte de jure a recebê-lo (CTN, art. 166).” (Fl. 89).

Nesse sentido foram as decisões proferidas no AI 488.016-AgR/SP, rel. Min. Eros Grau, 1ª Turma, unânime, DJ 08.04.2005; e o AI 423.763-AgR/SP, rel. Min. Joaquim Barbosa, 2ª Turma, unânime, DJ 28.04.2006, cujos acórdãos estão assim ementados:

“AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. ICMS. MAJORAÇÃO DE ALÍQUOTA COM VINCULAÇÃO DA RECEITA A ÓRGÃO ESPECÍFICO. INCONSTITUCIONALIDADE. COMPENSAÇÃO OU RESTITUIÇÃO DO INDÉBITO. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL.

1.O Plenário desta Corte pacificou entendimento no sentido de que a majoração de alíquota de ICMS com vinculação da respectiva receita a órgão específico viola o disposto no artigo 167, IV, da Constituição do Brasil.

2.A pretensão da agravante a respeito da compensação ou da restituição do indevido deve ser discutida no juízo da execução ou em ação autônoma de repetição do indébito, tendo em vista que essa discussão envolveria análise de matéria infraconstitucional, mais precisamente a análise do artigo 166 do CTN, o que não pode ser feito em sede de recurso extraordinário.

Agravo regimental a que se nega provimento.”.................................................................................“AGRAVO REGIMENTAL. ICMS. LEI 6.556/1989 DO ESTADO DE

SÃO PAULO. MAJORAÇÃO DA ALÍQUOTA, DE 17% PARA 18%. INCONSTITUCIONALIDADE. REPETIÇÃO OU COMPENSAÇÃO DOS VALORES PAGOS A MAIOR. DISCUSSÃO INFRACONSTITUCIONAL, VEDADA NA VIA EXTRAORDINÁRIA.

A discussão a respeito da repetição ou compensação da diferença paga a maior em virtude da majoração da alíquota do ICMS paulista tem natureza infraconstitucional, até porque envolve a análise do art. 166 do Código Tributário Nacional. É-lhe vedada, portanto, a via extraordinária.

Ausência de prequestionamento. Questão não ventilada na decisão recorrida. Ausência de interposição de embargos de declaração.

Agravo regimental a que se nega provimento.”Vejam-se, ainda, em decisões mais recentes: AI 560.796/SP, rel. Min.

Menezes Direito, DJe 04.02.2009; e AI 665.269/SP, rel. Min. Cármen Lúcia, DJe 27.10.2009.

4.Do exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (art. 557, caput, do CPC).

Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 489.090 (306)ORIGEM : EDROAR - 73411020018 - TRIBUNAL SUPERIOR DO

TRABALHOPROCED. : MARANHÃORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : BANCO DO ESTADO DO MARANHÃO S/A - BEMADV.(A/S) : HÉLIO CARVALHO SANTANA E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : SUHARTO CRUZ TORRESADV.(A/S) : JORGE LUÍS DE CASTRO FONSECA E OUTRO(A/S)

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento interposto de decisão que não admitiu recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) que tem como violado o art. 37, I e II, da Constituição federal. Cito a ementa do acórdão recorrido (fls. 43):

“AÇÃO RESCISÓRIA. NULIDADE DO CONTRATO DE TRABALHO. PARCELAS INDENIZATÓRIAS. No acórdão rescindendo houve ofensa frontal ao disposto no art. 37, I e II e § 2º, da Constituição Federal. Isso porque foi mantida a condenação singular ao pagamento de parcelas indenizatórias, embora se afirmasse que na condenação foram retratadas parcelas de natureza salarial. Condenação limitada ao pagamento das horas extraordinárias de forma simples, nos termos do Enunciado 363 desta Corte. Recurso ordinário a que se dá provimento.”

Alega-se de recurso extraordinário que a nulidade da contratação não gera o direito à percepção de horas extras.

É o breve relato. Decido.Observo que a verba indenizatória, nos moldes em que fixada, se

ajusta com a orientação firmada por esta Corte. Não obstante a nulidade do contrato de trabalho, porque não observada a exigência de prévio concurso público, a Administração não deve se eximir do pagamento de salários, o que, do contrário, configuraria enriquecimento ilícito do ente público.

Nesse particular, a Corte tem sistematicamente decidido que o único efeito jurídico válido é a percepção dos salários, visto que a nulidade do contrato de trabalho não gera efeitos trabalhistas. Nesse sentido: AI 322.524-AgR (rel. min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJ de 19.12.2002), AI 361.878-AgR (rel. min. Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJ de 23.04.2004), AI 497.984-AgR (rel. min. Carlos Britto, Primeira Turma, DJ de 30.09.2005), RE 454.409-AgR (rel. min. Carlos Britto, Primeira Turma, DJ de 16.12.2005), AI 221.454-AgR (rel. min. Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJ de 03.02.2006) e AI 680.939-AgR (rel. min. Eros Grau, Segunda Turma, DJe de 01.02.2008).

Do exposto, nego seguimento ao agravo.Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 492.408 (307)ORIGEM : AC - 1267365600 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : BENEDITA MARGARIDA DO NASCIMENTOAGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

SÃO PAULO

DESPACHO:Determino a subida do recurso extraordinário, para melhor exame (RISTF, art. 21, VI).

Publique-se.Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 492.964 (308)ORIGEM : EIAC - 1675435701 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATORA SUBSTITUTA

:MIN. ELLEN GRACIE

AGTE.(S) : BENEDICTO SÉRGIO LENCIONIADV.(A/S) : GERALDO MAJELA PESSOA TARDELLI E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : MARCO AURÉLIO DE SOUZAADV.(A/S) : MARIA ELOISA DO NASCIMENTO E OUTRO(A/S)

1.Trata-se de agravo de instrumento de decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto contra acórdão assim ementado:

“Ação Popular – Propaganda e publicidade oficial do Município – Cunho eminentemente personalístico – Violação ao princípio da impessoalidade – Deliberada intenção de propaganda pessoal – Ofensa ao artigo 37, §1º, da Constituição Federal.” (fl. 175)

2.No recurso extraordinário, alega-se ofensa ao art. 37, § 1º, da Constituição Federal (fls. 188-198).

3.Não merece prosperar o presente agravo. Para se chegar à conclusão que pretende a parte agravante, seria necessário o reexame do conjunto fático-probatório como fez o Tribunal a quo, providência que é inviável nesta sede recursal, conforme disciplina a Súmula/STF 279. Nesse sentido: AI 564.499/MG, rel. Min. Cezar Peluso, DJ 22.05.2006 e AI 492.970/SP, rel. Min. Joaquim Barbosa, DJ 28.09.2005.

4.Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (CPC, art. 557, caput).

Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 494.821 (309)ORIGEM : AC - 921965000 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : JOSÉ LIBERATO FERREIRA CABOCLOADV.(A/S) : MARCELO FIGUEIREDOAGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

SÃO PAULO

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento de decisão que inadmitiu recurso extraordinário (art. 102, III, a e c da Constituição), de acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo.

O Ministério Público do Estado de São Paulo ajuizou ação civil pública por improbidade administrativa contra o Prefeito do Município de São José do Rio Preto, em razão da contratação temporária de merendeiras sem

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 78

concurso público, sob a justificativa de existência de interesse público. A sentença julgou procedente o pedido, sob o fundamento de que

“não estava configurada qualquer hipótese prevista em lei municipal que autorizasse a contratação determinada pelo alcaide via decreto, o que também é irregular” (fls. 60), bem como de que ficou “evidenciada, portanto, a ausência de necessidade na contratação pelos depoimentos das funcionárias, sendo que algumas delas sequer trabalharam no serviço de merenda” (fls. 64).

As contratações foram declaradas nulas e foram aplicadas ao Prefeito as penas de suspensão de direitos políticos, proibição de contratação com o Poder Público e pagamento de multa (fls. 69).

Ao apreciar a apelação interposta da sentença, o Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo deu parcial provimento ao recurso, apenas para afastar a aplicação das penas impostas. Confira-se o teor do acórdão recorrido:

AÇÃO CIVIL PÚBLICA – Atos de improbidade – Contratação de servidores, sem concurso público – Emergência – Definição por lei, e não por Decreto do Prefeito – Inteligência do art. 37, II e IX – Enquadramento nas sanções do art. 12, III, da Lei 8.429/92 – Ato ímprobo de pouca gravidade – Redução da multa, para ressarcimento do erário, a quantum compatível com extensão do dano – Exclusão das demais penas impostas – Recurso do réu provido, em parte, para esse fim.

NULIDADE – Sentença – Preenchimento dos requisitos legais – Desnecessidade de prévio inquérito civil - Citação dos beneficiários – Desnecessidade – Atos de Improbidade do prefeito, e não dos servidores – Objetivo da lide – rejeição preliminar.

MUNICIPALIDADE – Ausência de interesse de recorrer – Argüição acolhida – Decisum favorável aos seus interesses –Afronta, a par disso, da vedação ao art. 6º do CPC –Recurso voluntário, não conhecido.

Na confusa petição do recurso extraordinário, em que se confundem alegações de desrespeito à legislação infraconstitucional com alegações de violação da Constituição Federal, extrai-se que o recorrente sustenta a ofensa aos artigos 37, II e IX da Constituição Federal.

É o relatório.Decido.Inicialmente, verifico que incide, no caso, o óbice da Súmula 284, em

razão da deficiência na fundamentação do recurso extraordinário, que não permite a exata compreensão da controvérsia. Apesar de o recorrente alegar violação aos mencionados dispositivos constitucionais, centra sua argumentação na suposta desproporcionalidade da aplicação da pena de multa a ele imposta, questionando a caracterização dos atos por ele praticados como ímprobos (fls. 157-158).

Ademais, o acórdão recorrido considerou ausentes os requisitos autorizadores de contratação temporária de servidores públicos municipais, afirmando que “as provas dos autos não dão conta do alardeado interesse público, tanto que foram contratadas muito mais pessoas de que a Administração necessitava para “merendeiras” (fls. 130 e 137); aliás, não foram contratadas especificamente como merendeiras (fls. 135)” (fls. 134). O recurso extraordinário, ao afirmar a presença do interesse público no caso, impõe o reexame dos fatos e provas que fundamentaram as conclusões da decisão recorrida. Isso inviabiliza o processamento do recurso, ante a vedação contida no enunciado da Súmula 279 desta Corte.

Por fim, em relação à interposição do apelo extraordinário com base no art. 102, III, alínea c, verifico que o acórdão recorrido em momento algum julgou válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição.

Do exposto, nego seguimento ao presente agravo.Publique-se.Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 494.846 (310)ORIGEM : AC - 1735055100 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATORA SUBSTITUTA

:MIN. ELLEN GRACIE

AGTE.(S) : NELSON ANTÔNIO MATHÍDIOS DOS SANTOSADV.(A/S) : ALEXANDRE LINARES NOLASCO E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : ANNA MARIA GIOVANELLI ROSENDO DOS SANTOS E

OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : DENILSON MARCONDES VENÂNCIOINTDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE GUARATINGUETÁADV.(A/S) : LUIZ ANTONIO REBELLO E OUTRO(A/S)

1.Trata-se de agravo de instrumento de decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto contra acórdão assim ementado:

“AÇÃO POPULAR – Propaganda pessoal do prefeito na imprensa oficial local. Vedação expressa do artigo 37, §1º da C.F. Cabível apenamento por analogia com a Lei nº 8.429/92. Ofensa aos princípios do artigo 37 C.F. Recursos improvidos.” (fl. 24)

2.Nas razões do RE, sustenta-se ofensa ao artigo 5º, LIV, da Constituição Federal (fls. 48-64).

3.O recurso não merece prosperar. Preliminarmente, verifico que o dispositivo acima citado, ao qual se alegou violação, não foi prequestionado,

porque não abordado pelo acórdão recorrido, e ao qual não foram opostos embargos de declaração para satisfazer o requisito do prequestionamento (Súmulas STF 282 e 356).

Ademais, a jurisprudência sedimentada desta Corte não admite o chamado “prequestionamento implícito”. Nesse sentido, colaciono, entre muitos outros, os seguintes julgados que, por si só, demonstram a inviabilidade da pretensão recursal da recorrente: AI 508.555-AgR, rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 14.10.2005; RE 217.849-AgR, rel. Min. Eros Grau, DJ 22.06.2005; AI 413.963-AgR, rel. Min. Celso de Mello, DJ 1º.04.2005; e AI 253.566-AgR, rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 03.03.2000, este último assim ementado:

“Recurso extraordinário: prequestionamento “explícito”: exigibilidade. O requisito do prequestionamento assenta no fato de não ser aplicável à fase de conhecimento do recurso extraordinário o princípio jura novit curia: instrumento de revisão in jure das decisões proferidas em única ou última instância, o RE não investe o Supremo de competência para vasculhar o acórdão recorrido, à procura de uma norma que poderia ser pertinente ao caso, mas da qual não se cogitou. Daí a necessidade de pronunciamento explícito do Tribunal a quo sobre a questão suscitada no recurso extraordinário: Sendo o prequestionamento, por definição, necessariamente explícito, o chamado “prequestionamento implícito” não é mais do que uma simples e inconcebível contradição em termos.”

5.Ademais, não merece prosperar a alegação de ofensa ao art. 5º e seus incisos, da Constituição Federal, pois além de o fato de decisão contrária aos interesses da parte não caracterizar violação aos dispositivos constitucionais apontados, a jurisprudência desta Corte está sedimentada no sentido de que as alegações de desrespeito aos postulados da legalidade, do devido processo legal, do direito adquirido, do ato jurídico perfeito, da motivação dos atos decisórios, do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional podem configurar, quando muito, situações de ofensa meramente reflexa ao texto da Constituição, circunstância essa que impede a utilização do recurso extraordinário. Nesse sentido: AI 372.358-AgR/SP, Rel. Min. Celso de Mello, 2ª Turma, unânime, DJ 26.06.2002; RE 461.286-AgR/MS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, unânime, DJ 15.9.2006; AI 682.065-AgR/RS, rel. Min. Eros Grau, 2ª Turma, unânime, DJe 04.04.2008 e AI 662.319-AgR/RR, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, unânime, DJe 06.03.2009.

6.Ante o exposto, nego seguimento ao agravo (CPC, art. 557, caput).

Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 495.720 (311)ORIGEM : AC - 1688795500 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATORA SUBSTITUTA

:MIN. ELLEN GRACIE

AGTE.(S) : FUNDAÇÃO COSIPA DE SEGURIDADE SOCIAL - FEMCO

ADV.(A/S) : SÉRGIO LUIZ AKAOUI MARCONDES E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : RENÉ FRANCO ARIASADV.(A/S) : ROSA LÚCIA COSTA DE ABREUADV.(A/S) : JOSÉ GERALDO GOMES BARBOSA

1.Trata-se de agravo de instrumento de decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto contra acórdão assim ementado:

“SERVIDOR PÚBLICO – COSIPA - Suplementação de aposentadoria – Entendimento de que a suplementação dos proventos de aposentadoria se rege por normas existentes na data da admissão do empregado – Incabíveis alterações prejudiciais posteriores, conforme Enunciado nº 288 do TST – O empregador não tem o poder de alterar unilateralmente regulamento e, com isso, atingir direito adquirido do trabalhador – Inaplicabilidade do teto máximo para cálculo de suplementação – Recurso parcialmente provido.” (fl. 78)

No RE, sustenta-se ofensa aos artigos, 5º, II, LV, XXXV e XXXVI; 93, IX; e 114, da Constituição Federal (fls. 138-162).

2.O Ministério Público Federal opina pelo desprovimento do agravo.3.O recurso não merece prosperar. Primeiramente, para o exame das

violações alegadas, seria necessária a análise de cláusulas contratuais (Súmulas/STF 454). Nesse sentido:

“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIÁRIO. PREVIDÊNCIA PRIVADA. SUPLEMENTAÇÃO DE APOSENTADORIA. ÍNDICES DE REAJUSTE. IMPOSSIBILIDADE DA ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DE CLÁUSULAS DO REGULAMENTO DA ENTIDADE DE PREVIDÊNCIA. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. SÚMULA 454 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.” (AI 671.796-AgR/ES, rel. Min. Cármen Lúcia, 1ª Turma, unânime, pub. DJe 13.03.2009).

4.Em segundo lugar, verifico que os arts. 5º, II, LV e XXXV; e 114, da Constituição Federal, aos quais se alegou violação, não foram prequestionados, porque não abordados pelo acórdão recorrido (Súmula STF 282).

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 79

5.Ademais, quanto à alegação de ofensa ao art. 5º e seus incisos, e ao 93, IX, da Constituição Federal, além de o fato de decisão contrária aos interesses da parte não caracterizar violação aos dispositivos constitucionais apontados, a jurisprudência desta Corte está sedimentada no sentido de que as alegações de desrespeito aos postulados da legalidade, do devido processo legal, do direito adquirido, do ato jurídico perfeito, da motivação dos atos decisórios, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional podem configurar, quando muito, situações de ofensa meramente reflexa ao texto da Constituição, circunstância essa que impede a utilização do recurso extraordinário. Nesse sentido: AI 372.358-AgR/SP, Rel. Min. Celso de Mello, 2ª Turma, unânime, DJ 26.06.2002; RE 461.286-AgR/MS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, unânime, DJ 15.9.2006; AI 682.065-AgR/RS, rel. Min. Eros Grau, 2ª Turma, unânime, DJe 04.04.2008 e AI 662.319-AgR/RR, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, unânime, DJe 06.03.2009.

6.Ante o exposto, nego seguimento ao agravo (CPC, art. 557, caput).

Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 496.027 (312)ORIGEM : ROAR - 53210200290001009 - TRIBUNAL SUPERIOR

DO TRABALHOPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : RADIOBRÁS - EMPRESA BRASILEIRA DE

COMUNICAÇÃO S/AADV.(A/S) : JOÃO PIRES DOS SANTOS E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : JOSÉ SILVÉRIO DE SOUZAADV.(A/S) : SAMUEL AUDAY BUZAGLO E OUTRO(A/S)

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento interposto de decisão que não admitiu recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) que tem como violados o art. 173, § 1º, da Constituição federal, e o art. 19 do ADCT. Cito trecho da ementa do acórdão recorrido (fls. 169):

“(...) RECURSO ORDINÁRIO EM AÇÃO RESCISÓRIA. VIOLAÇÃO LITERAL DE LEI. ACÓRDÃO RESCINDENDO BASEADO EM FUNDAMENTOS CUMULATIVOS. RESCISÓRIA QUE SE VIABILIZA POR APENAS UM DELES. IMPOSSIBILIDADE DA RESCISÃO. Para que a violação literal de lei dê causa à rescisão de decisão de mérito baseada em mais de um fundamento, como no caso concreto, é necessário que a autora invoque causas de rescindibilidade que, em tese, possam infirmar a motivação cumulativa do decisum apontado como rescindendo. Revela-se impossível, pois, a rescisão do acórdão regional, por violação literal de lei, se a presente rescisória, a teor do Enunciado nº 83/TST e da Súmula nº 343/STF, somente se viabiliza no tocante à não-previsão constitucional de estabilidade aos servidores públicos celetistas da empresa pública federal ora recorrente (art. 19 do ADCT), porquanto ainda subsistente a ordem de reintegração dos mesmos aos empregos antes ocupados, bem como a condenação ao pagamento das verbas salariais daí decorrentes, porém por outros dois fundamentos, notadamente aqueles relativos às estabilidades legal e contratual, das quais os empregados também seriam detentores. Recurso ordinário desprovido.” (Grifei.)

Observa-se que ainda persiste fundamento infraconstitucional suficiente para a manutenção da decisão. Incide na Súmula 283 desta Corte.

Do exposto, nego seguimento ao agravo.Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 500.597 (313)ORIGEM : AC - 199961050039644 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATORA SUBSTITUTA

:MIN. ELLEN GRACIE

AGTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALAGDO.(A/S) : BRASILINA CARUZO LIZARDIADV.(A/S) : ISABEL ROSA DOS SANTOS

1.Trata-se de agravo de instrumento de decisão que inadmitiu recurso extraordinário por ofensa aos arts. 5º, LV, e 100, § 1º, da Constituição Federal, nos seguintes termos (fls. 47-57):

“PREVIDENCIÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. LIQUIDAÇÃO DO DÉBITO PREVIDENCIÁRIO. COISA JULGADA.

- Descabida a remessa oficial em sede de embargos à execução. Precedentes.

- Na liquidação por cálculo do contador ou apresentada pela parte não podem ser modificados os fundamentos de fato e de direito da sentença exarada no processo de conhecimento, como está a constar no art. 610 do Código de Processo Civil.

- Não obstante, é permitida a interpretação do julgado, bem como a integração da aplicação das normas jurídicas e evolução jurisprudencial às relações jurídicas subseqüentes ao julgado inicial.

- Remessa Oficial não conhecida.- Recurso improvido.” 2.A decisão agravada teve por fundamento a incidência das Súmulas

STF 282 e 356 (fls. 89-90).3.O agravante alega que a decisão agravada não pode prevalecer,

“pois houve a oposição de embargos declaratórios a fim de suprir eventual elipse neste sentido”.

4. O agravo não merece seguimento. Inicialmente, a questão relativa ao reexame do julgamento proferido na Corte de origem, para fins de nulidade, por suposta ausência de fundamentação, reside no campo processual, inviabilizando o trânsito do apelo extremo interposto a pretexto de contrariedade ao disposto no art. 5º, LV, da Constituição Federal. Veja-se o RE 345.845-AgR/SP, 2ª Turma, rel. Min. Carlos Velloso, DJ 11.10.2002, cujo acórdão está assim ementado:

“CONSTITUCIONAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO: ALEGAÇÃO DE OFENSA AO DEVIDO PROCESSO LEGAL E DE QUE O ACÓRDÃO NÃO ESTARIA FUNDAMENTADO. C.F., arts. 5º, II, XXXV, LIV e LV, e 93, IX.

I. – Ao Judiciário cabe, no conflito de interesses, fazer valer a vontade concreta da lei, interpretando-a. Se, em tal operação, interpreta razoavelmente ou desarrazoadamente a lei, a questão fica no campo da legalidade, inocorrendo o contencioso constitucional.

II. – Decisão contrária ao interesse da parte não configura negativa de prestação jurisdicional (...)”.

5.Quanto à questão de fundo, verifica-se a ausência de prequestionamento de matéria constitucional. Tal requisito não se deu por satisfeito, o que atrai a incidência da Súmula STF 282. Com efeito, os artigos 5º, LV, e 100, § 1º, da Constituição Federal não foram abordados pelo acórdão recorrido, nem pelos embargos de declaração opostos (fls. 66-70). Embora tenham sido suscitados na petição de embargos de declaração (fls. 60-62), não foi oportunamente apontado nas razões de apelação (fls. 42-45). E, como tem reiteradamente decidido esta Corte, os declaratórios não se prestam a inovar matéria constitucional estranha aos autos.

Ademais, a jurisprudência sedimentada desta Corte não admite o chamado “prequestionamento implícito”. Nesse sentido, colaciono, entre muitos outros, os seguintes julgados: AI 508.555-AgR/MG, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 1ª Turma, DJ 14.10.2005; RE 217.849-AgR/ES, rel. Min. Eros Grau, 1ª Turma, DJ 05.08.2005; AI 413.963-AgR/SC, rel. Min. Celso de Mello, 2ª Turma, DJ 1º.04.2005; e AI 253.566-AgR/RS, 1ª Turma, rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ 03.03.2000, este último assim ementado:

“Recurso extraordinário: prequestionamento “explícito”: exigibilidade. O requisito do prequestionamento assenta no fato de não ser aplicável à fase de conhecimento do recurso extraordinário o princípio jura novit curia: instrumento de revisão in jure das decisões proferidas em única ou última instância, o RE não investe o Supremo de competência para vasculhar o acórdão recorrido, à procura de uma norma que poderia ser pertinente ao caso, mas da qual não se cogitou. Daí a necessidade de pronunciamento explícito do Tribunal a quo sobre a questão suscitada no recurso extraordinário: Sendo o prequestionamento, por definição, necessariamente explícito, o chamado “prequestionamento implícito” não é mais do que uma simples e inconcebível contradição em termos.”

6.Diante do exposto, com fundamento no art. 557, caput, do Código de Processo Civil, nego seguimento ao agravo de instrumento.

Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 503.117 (314)ORIGEM : AC - 1240720 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : MOHAMAD ALI HANZÉADV.(A/S) : JOSÉ GUILHERME BREDAAGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO

PARANÁ

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento de decisão que não admitiu recurso extraordinário (art. 102, III, a da Constituição), interposto de acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, cujo acórdão está assim redigido:

“AÇÃO CIVIL PÚBLICA – CONTRATAÇÃO PARA EXERCÍCIO DE CARGO/FUNÇÃO PÚBLICA SEM OBSERVÂNCIA DAS FORMALIDADES LEGAIS – ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATRIVA CONFIFURADO – SENTENÇA MANTIDA – RECURSO DESPROVIDO”.

O recorrente alega ofensa ao artigo 37, caput, da Constituição Federal.

A discussão acerca da existência da prática de atos de improbidade administrativa consistente na contratação irregular de servidores públicos e, por via de conseqüência, a legitimidade da imposição da multa prevista na lei 8.429/1992 ao ora agravante importaria não apenas o revolvimento de matéria

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 80

probatória, mas também a análise da legislação infraconstitucional, de modo que se trata de alegação de ofensa indireta ou reflexa ao texto constitucional, o que dá margem ao descabimento de recurso extraordinário.

Do exposto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 503.980 (315)ORIGEM : AMS - 9502137299 - TRIBUNAL REGIONAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO -

UFRJPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERALAGDO.(A/S) : FRANCO LO PRESTI SEMINERIOADV.(A/S) : CLEBES CRUZ DO NASCIMENTO

DECISÃO:É firme a orientação do Supremo Tribunal Federal no sentido de que constitui ônus da parte agravante infirmar todos os fundamentos em que se baseou a decisão agravada para negar seguimento ao recurso extraordinário. Confira-se, a título exemplificativo, o seguinte julgado:

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO QUE NÃO ADMITIU O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INVIABILIDADE DO AGRAVO. ARTIGO 317, § 1º DO RISTF.

1.Incumbe ao recorrente o dever de impugnar os fundamentos da decisão recorrida.

2.Inviável, diante da regra do § 1º do artigo 317 do RISTF, o agravo de instrumento que se limita a reiterar as razões do recurso extraordinário sem abordar o fundamento da decisão agravada.

Agravo regimental a que se nega provimento.” (AI 330.535-AgR, rel. min. Maurício Corrêa, Segunda Turma, DJ 21.09.2001)

No mesmo sentido, os seguintes precedentes: AI 488.369 (rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ 02.04.2004), AI 488.975 (rel. min. Gilmar Mendes, DJ 31.05.2004), AI 482.984 (rel. min. Cezar Peluso, DJ 20.05.2004) e AI 503.582 (rel. min. Nelson Jobim, DJ 25.05.2004).

No presente caso, o agravante não impugnou a assertiva de ausência de prequestionamento da suposta vulneração dos artigos 5º, LIV, LXIX e 37, caput, da Constituição. Disso decorre que a parte agravante não logrou desincumbir-se do ônus que lhe cabia.

Do exposto, nego seguimento ao agravo. Publique-se. Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 513.694 (316)ORIGEM : AI - 3018695800 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATORA SUBSTITUTA

:MIN. CÁRMEN LÚCIA

AGTE.(S) : MOACYR CASTAGNAADV.(A/S) : MARCELLO DELLA MÔNICA SILVAAGDO.(A/S) : ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

DECISÃOAGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. 1) ALEGAÇÃO

DE OFENSA AO ART. 5º, INC. XXXV E LV, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA: OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. 2) ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ART. 93, INC. IX, DA CONSTITUIÇÃO: IMPROCEDÊNCIA. 3) AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO DO ART. 19, INC. II, DA CONSTITUIÇÃO: INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 282 E 356 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso

extraordinário, interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República.

2. O recurso inadmitido tem por objeto o seguinte julgado do Tribunal de Justiça de São Paulo:

“1. O agravo visa à reforma de decisão (fls. 145 do agravo e 604 dos autos originários) que o manteve, como Diretor Financeiro de Aquatec Química S/A, no pólo passivo da execução fiscal contra esta movida pela Fazenda Estadual, alegando que não era sócio, mas empregado, já tendo sido excluído da execução fiscal movida pelo INSS (6ª Vara da Fazenda Federal, Execução 97.571.054-6), não podendo ser responsabilizado nos termos do art. 158 do Código Comercial nem do art. 135 do Código Tributário Nacional.

(...)3. O Agravante deve, realmente, ser excluído da execução fiscal, a

exemplo do que já ocorreu em execuções em curso perante a Justiça Federal

(Proc. 98.0542297-6, 4ª Vara, Sent. Juíza LUCIANE APARECIDA FERNANDES RAMOS, 17.4.2001, fls. 63/65 do agravo e 235/238 dos autos originários; Proc. 97.0571054-6, 6ª Vara, Sent. Juiz PAULO CÉSAR CONRADO, 6.9.2000, fls. 67/68 do agravo e 239/240 dos autos originários).

(...)4. Pelo exposto, dá-se provimento ao agravo, excluindo-se doprocesso, por ilegitimidade de parte, o agravante, com relação a

quem fica o processo extinto sem julgamento do mérito (CPC, art 267, VI)” (fls. 181-182).

Os embargos declaratórios opostos contra o julgado recorrido foram rejeitados nos seguintes termos:

“1. Dado provimento a agravo de instrumento, excluindo-se o Agravante, ex-Diretor Financeiro da Executada, da execução fiscal e, conseqüentemente, julgado extinto o processo de execução relativamente a ele, com a consectária sucumbência (fls. 166/167), vêm agora, com os Embargos de Declaração (fls. 176/179), reclamando que o Acórdão: a) "foi omisso quanto ao reconhecimento da ilegitimidade passiva do embargante em relação aos demais processos que se encontravam apensados" (fls. 177) (...).

3. - O agravo, nos estritos termos da petição de interposição, cingiu-se, no singular, à ‘Execução Fiscal proposta pela Fazenda Pública (...), sob o n° 10.916.095-2’ (fls. 2), referindo ao valor de R$ 395.090,09 (fls. 4). Toda a petição de agravo veio no singular, relativa a uma só execução fiscal, terminando por pleitear ‘a nulidade da presente execução, excluindo-o da lide, mais especificamente na condição de co-responsável pela dívida em referência, de forma que não venha sofrer qualquer constrição em razão da mesma’ (fls. 11).

Embora haja alusão, nas ‘peças ora indicadas e trasladadas’, a ‘iniciais dos executivos fiscais (inclusive as apensadas aos autos principais)’ e à ‘exceção de pré-executividade protocoladas em todas execuções fiscais’ (fls. 13), houve referência, no singular, à ‘decisão que determinou a não exclusão do coexecutado (ora agravante) do pólo passivo da execução fiscal’, referente, esta, por sua vez, a um único processo, cujo número dela consta (fls. 604) e sem referência aos demais apensados.

A questão foi, portanto, decidida singularmente, com relação a apenas um processo. Se os fundamentos do julgado devem, ou não, ser estendidos aos processos apensados, isso é questão que só se deslinda diante das peculiaridades de cada um deles - inclusive, eventualmente, verificação de datas e condutas que porventura tenham interesse para o caso. Isso não se pode realizar nos estritos limites de um agravo de instrumento interposto relativamente a decisão proferida em uma só execução fiscal. Se o Embargante pretender, poderá sustentar sua pretensão - abrindo contraditório - os demais casos” (fls. 209-211).

3. No recurso extraordinário, o Agravante alega que o Tribunal a quo não teria apreciado questões por ele suscitadas, o que ofenderia o art. 5º, inc. XXXV e LV, e 93, inc. IX, da Constituição da República.

Sustenta, ainda, contrariedade ao art. 19, inc. II, da Constituição da República, ao argumento de que “a não observância do conteúdo da certidão acostada aos autos implica, necessariamente, em negativa de fé pública ao documento subscrito por auxiliar cartorário, o que não pode ser tolerado” (fl. 267).

4. A decisão agravada teve como fundamentos para a inadmissibilidade do recurso extraordinário a ausência de ofensa constitucional direta e a incidência das Súmulas 282 e 356 do Supremo Tribunal Federal (fls. 345-352).

O Agravante afirma que estariam presentes os requisitos de admissibilidade do recurso extraordinário.

Analisados os elementos havidos nos autos, DECIDO.5. Razão jurídica não assiste ao Agravante.6. O Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que a

alegação de afronta ao art. 5º, inc. XXXV e LV, da Constituição da República, se dependente do exame da legislação infraconstitucional – na espécie vertente, do art. 535 do Código de Processo Civil -, não viabiliza o recurso extraordinário, pois eventual ofensa constitucional seria indireta. Nesse sentido:

“PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 282 DESTE SUPREMO TRIBUNAL. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. A jurisprudência deste Supremo Tribunal firmou-se no sentido de que "os embargos declaratórios só suprem a falta de prequestionamento quando a decisão embargada tenha sido efetivamente omissa a respeito da questão antes suscitada". Precedentes. 2. O Supremo Tribunal Federal firmou jurisprudência no sentido de que as alegações de afronta aos princípios da legalidade, do devido processo legal, da motivação dos atos decisórios, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional, se dependentes de reexame de normas infraconstitucionais, podem configurar apenas ofensa reflexa à Constituição da República. Precedentes. 3. Agravo regimental desprovido” (AI 580.465-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 19.9.2008).

“RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Alegação de ofensa ao art. 5º, LV, da Constituição Federal. Ofensa constitucional indireta. Agravo regimental não provido. Alegações de desrespeito aos postulados da

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 81

legalidade, do devido processo legal, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional, se dependentes de reexame prévio de normas inferiores, podem configurar, quando muito, situações de ofensa meramente reflexa ao texto da Constituição” (RE 547.201-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe 14.11.2008).

7. Não prospera a alegação de nulidade do acórdão por falta de fundamentação. O Tribunal de origem apreciou as questões suscitadas e fundamentou-as de modo suficiente a demonstrar as razões objetivas do convencimento do julgador. A prestação jurisdicional foi concedida nos termos da legislação vigente, apesar de ter sido a conclusão contrária aos interesses do Agravante.

8. O art. 19, inc. II, da Constituição não foi objeto de debate e decisão prévios no Tribunal de origem, tampouco foram opostos embargos de declaração com a finalidade de prequestionamento. Incidem na espécie vertente as Súmulas 282 e 356 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido:

“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 282 E 356 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. A matéria constitucional contida no recurso extraordinário não foi objeto de debate e exame prévios no Tribunal a quo. Tampouco foram opostos embargos de declaração, o que não viabiliza o extraordinário, por ausência do necessário prequestionamento” (AI 631.961-ED, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 15.5.2009).

9. Nada há, pois, a prover quanto às alegações do Agravante.10. Pelo exposto, nego seguimento a este agravo (art. 557, caput,

do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 513.864 (317)ORIGEM : MS - 100020000939 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : ESPÍRITO SANTORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : ESTADO DO ESPÍRITO SANTOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ESPÍRITO

SANTOAGDO.(A/S) : ASSOCIAÇÃO COMERCIAL DE VITÓRIA - ACVADV.(A/S) : JOSÉ PEDRO DIAS

DECISÃO:Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) no qual se alega ofensa aos artigos 5º, LXIX e 37, caput, da Constituição federal.

O acórdão recorrido concedeu parcialmente mandado de segurança impetrado pela parte ora agravada para reintegrá-la no cargo de vogal de Junta Comercial.

Não prospera o recurso.Verifico que a questão das supostas ofensas à norma constitucional

pertinente ao mandado de segurança e aos princípios constitucionais que informam a Administração Pública, fundamento do recurso extraordinário, não foram apreciadas no acórdão recorrido nem foram objeto de embargos de declaração. Falta-lhes, pois, o indispensável prequestionamento (Súmulas 282 e 356).

Do exposto, nego seguimento ao presente recurso.Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 519.467 (318)ORIGEM : AC - 200102010018736 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOAGDO.(A/S) : EDEILDA DOS SANTOS PONTESADV.(A/S) : MARIA DE OLIVEIRA LEITE VIEIRA E OUTRO(A/S)

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) interposto de acórdão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região cuja ementa tem o seguinte teor (fls. 38):

“DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL. MILITAR. ANISTIA POLÍTICA. JUROS. REDUÇÃO DA VERBA HONORÁRIA.

- Recurso interposto em face de sentença que julgou procedente o pedido, em ação objetivando a promoção de ex-militar, na inatividade, à graduação de Suboficial, com o benefício da anistia, bem como a pensão a Autora, correspondente ao posto de Segundo-Tenente.

- Aplicação da anistia constitucional (art. 8º do ADCT), vez que a

expulsão foi motivada por motivos políticos.- Os juros incidem a partir da citação, de acordo com o que dispõe a

Súmula 204 do STJ.- Redução dos honorários a 5% (cinco por cento) sobre o valor da

causa.- Prescritas as parcelas anteriores aos cinco anos da propositura da

ação: Decreto nº 20.910/32.“A União aponta que o ato que excluiu o recorrido da Marinha, por

grave motivo disciplinar, é válido e condizente com o ordenamento constitucional e com o Estatuto dos Militares, pois o então militar colocara em risco a hierarquia e a disciplina militar.

A decisão recorrida firmou como pressuposto o caráter político do ato que desligou o militar dos quadros da Marinha Brasileira. Rever os motivos fáticos que levaram à punição e alterar sua fundamentação implica reexame dos fatos e provas que fundamentaram as conclusões da decisão recorrida. Isso inviabiliza o processamento do recurso, ante a vedação contida no enunciado da Súmula 279 desta Corte.

Nesse sentido, cf. RE 329.656-AgR (rel. min. Nelson Jobim, Segunda Turma, DJ 06.06.2003) e RE 285.012 (rel. min. Ellen Gracie, DJ 09.03.2005).

Do exposto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 522.105 (319)ORIGEM : AC - 199904011207718 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : REMY HENRIQUE ZATTI E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : LUIZ FERNANDO MARCONDES ALBUQUERQUE E

OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEFADV.(A/S) : ROGÉRIO AMPESSAN COSER BACCHI E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

DECISÃO:Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) no qual se alega ofensa aos artigos 5º, XXXVI (ato jurídico perfeito) e 173, § 4º, da Constituição federal.

O acórdão recorrido reconheceu a legalidade de índices aplicados para reajuste do saldo devedor de mútuo habitacional vinculado ao Sistema Financeiro da Habitação.

Não prospera o recurso.Verifico que a questão da suposta ofensa à garantia da intangibilidade

do ato jurídico perfeito e do preceito constitucional que veda o abuso do poder econômico, fundamento do recurso extraordinário, não foi apreciada no acórdão recorrido nem foi objeto de embargos de declaração. Falta-lhe, pois, o indispensável prequestionamento (Súmulas 282 e 356).

Do exposto, nego seguimento ao presente recurso.Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 526.787 (320)ORIGEM : AC - 316567700 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTEPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE BELO

HORIZONTEAGDO.(A/S) : INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES

MILITARES DO ESTADO DE MINAS GERAIS - IPSMADV.(A/S) : ALESSANDRA PINHEIRO TOCAFUNDO

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que inadmitiu recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) que tem como violados os arts. 145, II, e 150, §§ 2° e 4°, da Carta Magna.

Sem razão o agravante.O Supremo Tribunal Federal já fixou o entendimento de que a

imunidade tributária recíproca estende-se ao patrimônio, rendas e serviços das autarquias. Confira-se:

“CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. AUTARQUIA ESTADUAL. IPTU. CF, art. 150, VI, a, § 2°.

I. - A imunidade tributária recíproca dos entes políticos – art. 150, VI, a – é extensiva às autarquias no que se refere ao patrimônio, à renda e aos serviços vinculados a suas finalidades essenciais ou às delas decorrentes. CF, art. 150, § 2°.

II. – No caso, o imposto – IPTU – incide sobre prédio ocupado pela autarquia. Está, pois, coberto pela imunidade tributária.

III. – RE não conhecido.” (RE 203.839, rel. min. Carlos Velloso, DJ de

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 82

02.05.1997)No mesmo sentido: RE 220.201 (rel. min. Moreira Alves, DJ de

31.03.2000), AI 495.774-AgR (rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ de 13.08.2004), AI 591.052 (rel. min. Cezar Peluso, DJ de 24.05.2006), AI 626.372-AgR (rel. min. Gilmar Mendes, DJe de 18.04.2008) e RE 574.259 (rel. min. Cármen Lúcia, DJe de 26.09.2008).

Este tribunal também já firmou jurisprudência no sentido de que a imunidade tributária do patrimônio das instituições de assistência social e de educação alcança até mesmo os imóveis alugados a terceiro, sempre que a renda dos alugueis seja usada para atender às finalidades essenciais de tais instituições. Nesse sentido: AI 461.817-AgR, de minha relatoria, DJ de 14.12.2007; RE 217.233, rel. p/o ac. min. Sepúlveda Pertence, DJ de 14.09.2001; RE 235.737, rel. min. Moreira Alves, DJ de 17.05.2002. Ademais, aferir acerca da destinação das rendas auferidas com a locação do imóvel, ao contrário do que firmado pelo acórdão recorrido, demandaria o reexame de fatos e provas, o que é vedado no âmbito de cognição do recurso extraordinário, em razão do disposto na Súmula 279 desta Corte.

Por fim, o Supremo Tribunal Federal, em casos análogos ao presente, decidiu pela inconstitucionalidade da cobrança da taxa de limpeza pública, sob o fundamento de que seu fato gerador se consubstancia em prestação de serviço público inespecífico e indivisível:

“EMENTA: - AGRAVO REGIMENTAL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. IPTU. ALÍQUOTAS. PROGRESSIVIDADE. TAXA DE COLETA DE LIXO E LIMPEZA PÚBLICA. TAXA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA. COBRANÇA. INCONSTITUCIONALIDADE. SOBRESTAMENTO DO FEITO. DESNECESSIDADE.

I. – Inconstitucionalidade da progressividade das alíquotas do IPTU. RE 153.771/MG, Moreira Alves, Plenário.

II – Não é legítima a cobrança de taxa quando vinculada não apenas à coleta de lixo domiciliar, mas também à limpeza de logradouros públicos, em benefício da população em geral, sem possibilidade de individualização dos respectivos usuários. Precedentes.

III – O serviço de iluminação pública não pode ser remunerado mediante taxa, uma vez que não configura serviço público específico e divisível prestado ao contribuinte ou posto a sua disposição. Precedentes.

IV – Agravo não provido.” (AI 456.186-AgR, rel. min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ 23.04.2004)

“EMENTA: MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. TRIBUTÁRIO. LEI Nº 10.921/90, QUE DEU NOVA REDAÇÃO AOS ARTS. 7º, 87 E INCS. I E II, E 94 DA LEI Nº 6.989/66, DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO. IMPOSTO SOBRE A PROPRIEDADE PREDIAL E TERRITORIAL URBANA. TAXAS DE LIMPEZA E DE CONSERVAÇÃO DE VIAS E LOGRADOUROS PÚBLICOS.

Inconstitucionalidade dos dispositivos sob enfoque.O primeiro, por instituir alíquotas progressivas alusivas ao IPTU, em

razão do valor do imóvel, com ofensa ao art. 182, § 4º, II, da Constituição Federal, que limita a faculdade contida no art. 156, § 1º, à observância do disposto em lei federal e à utilização do fator tempo para a graduação do tributo.

Os demais, por haverem violado a norma do art. 145, § 2º, ao tomarem para base de cálculo das taxas de limpeza e conservação de ruas elemento que o STF tem por fator componente da base de cálculo do IPTU, qual seja, a área de imóvel e a extensão deste no seu limite com o logradouro público.

Taxas que, de qualquer modo, no entendimento deste Relator, tem por fato gerador prestação de serviço inespecífico, não mensurável, indivisível e insuscetível de ser referido a determinado contribuinte, não tendo de ser custeado senão por meio do produto da arrecadação dos impostos gerais.

Não-conhecimento do recurso da Municipalidade. Conhecimento e provimento do recurso do contribuinte.” (RE 204.827, rel. min. Ilmar Galvão, Pleno, DJ 25.04.1997)

Desses entendimentos não divergiu o acórdão recorrido.Do exposto, nego seguimento ao presente agravo.Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 529.734 (321)ORIGEM : AC - 10000003479912000 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : ESTADO DE MINAS GERAISADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAISAGDO.(A/S) : ENY SANTIAGO CAMPOSADV.(A/S) : CRISTIANE CAMPOS DE FIGUEIREDO SILVA

DECISÃO:É firme a orientação do Supremo Tribunal Federal no sentido de que constitui ônus da parte agravante infirmar todos os fundamentos em que se baseou a decisão agravada para negar seguimento ao recurso extraordinário. Confira-se, a título exemplificativo, o seguinte julgado:

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DA

DECISÃO QUE NÃO ADMITIU O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INVIABILIDADE DO AGRAVO. ARTIGO 317, § 1º DO RISTF.

1.Incumbe ao recorrente o dever de impugnar os fundamentos da decisão recorrida.

2.Inviável, diante da regra do § 1º do artigo 317 do RISTF, o agravo de instrumento que se limita a reiterar as razões do recurso extraordinário sem abordar o fundamento da decisão agravada.

Agravo regimental a que se nega provimento.” (AI 330.535-AgR, rel. min. Maurício Corrêa, Segunda Turma, DJ 21.09.2001)

No mesmo sentido, os seguintes precedentes: AI 488.369 (rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ 02.04.2004), AI 488.975 (rel. min. Gilmar Mendes, DJ 31.05.2004), AI 482.984 (rel. min. Cezar Peluso, DJ 20.05.2004) e AI 503.582 (rel. min. Nelson Jobim, DJ 25.05.2004).

No presente caso, o agravante não impugnou a assertiva de ausência de ofensa direta à Constituição e infringência à norma de direito local. Disso decorre que a agravante não logrou desincumbir-se do ônus que lhe cabia.

Do exposto, nego seguimento ao agravo. Publique-se. Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 530.898 (322)ORIGEM : AC - 596032763 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : GUIFASA S/A INDÚSTRIA E COMÉRCIOADV.(A/S) : ISAR MARCELO GALBINSKIAGDO.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SUL

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento interposto de decisão que inadmitiu recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição Federal) contra acórdão que teria violado os arts. 93, IX, e 155, § 2º, I, da Carta Magna.

Em relação à alegada violação ao art. 93, IX, da Constituição federal, resta prejudicada a sua análise, em face de o Superior Tribunal de Justiça ter dado parcial provimento ao recurso especial, conforme noticiado pela própria agravante às fls. 307/308.

No mais, a parte agravante alega que o acórdão recorrido violou o princípio da não-cumulatividade ao negar o direito de crédito de ICMS sobre os valores pagos por serviços de comunicação.

O Supremo Tribunal Federal, ao interpretar o art. 155, § 2º, I e II da Constituição, firmou a relevância da destinação dada a bem ou serviço adquirido, no âmbito de operação subseqüente de circulação de mercadoria ou da prestação de serviços, para fins de reconhecimento do direito ao crédito de ICMS como instrumento de vedação da cumulatividade.

Assim, não há direito constitucional assegurado ao creditamento de valores relativos à aquisição de energia elétrica, bens ou mercadorias de uso e consumo ou aqueles destinados à integração ao ativo fixo, mesmo que intermediários, que não se integrem diretamente à mercadoria circulada ou ao serviço prestado (“crédito físico”). Trata-se de benefício fiscal cuja aplicabilidade depende da existência de legislação infraconstitucional nesse sentido.

Registro, nesse sentido, os seguintes precedentes:“EMENTA: TRIBUTÁRIO. PRETENDIDO CRÉDITO RELATIVO AO

ICMS INCIDENTE SOBRE A ENERGIA ELÉTRICA CONSUMIDA EM ESTABELECIMENTO COMERCIAL. Descabimento.´Não implicará crédito para compensação com o montante do imposto devido nas operações ou prestações seguintes, a entrada de bens destinados a consumo ou à integração no ativo fixo do estabelecimento´ (art. 31, II, do Convênio ICMS 66/88). Se não há saída do bem, ainda que na qualidade de componente de produto industrializado, não há falar-se em cumulatividade tributária. Recurso não conhecido.” (RE 200.168, rel. min. ILMAR GALVÃO, Primeira Turma, DJ 22.11.1996);

“EMENTAS: 1. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. ICMS. Compensação créditos decorrentes da aquisição de energia elétrica, bens que integram o ativo fixo e de serviços de telecomunicações. Jurisprudência assentada. Ausência de razões consistentes. Decisão mantida. Agravo regimental improvido. Nega-se provimento a agravo regimental tendente a impugnar, sem razões consistentes, decisão fundada em jurisprudência assente na Corte. 2. RECURSO. Agravo. Regimental. Jurisprudência assentada sobre a matéria. Caráter meramente abusivo. Litigância de má-fé. Imposição de multa. Aplicação do art. 557, § 2º, cc. arts. 14, II e III, e 17, VII, do CPC. Quando abusiva a interposição de agravo, manifestamente inadmissível ou infundado, deve o Tribunal condenar o agravante a pagar multa ao agravado.” (RE 547.725-AgR, rel. min. CEZAR PELUSO, Segunda Turma, DJe-191 DIVULG 08-10-2009 PUBLIC 09-10-2009);

“Segundo a jurisprudência desta Corte, o contribuinte do ICMS não tem direito a se creditar do imposto pago na aquisição de energia elétrica , comunicação, bens do ativo fixo e de uso e consumo. Precedentes: AI 250.852-AgR e RE 195.894. Agravo regimental improvido.” (RE 354.935-AgR, rel. min. ELLEN GRACIE, Primeira Turma, DJ 21.02.2003);

“EMENTAS: 1. TRIBUTO. ICMS. Créditos excedentes. Correção

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 83

monetária. Inadmissibilidade. Recurso extraordinário não provido. Esta Corte entende que o contribuinte do ICMS não tem direito de corrigir monetariamente os créditos escriturais excedentes. 2. TRIBUTO. ICMS. Creditamento. Aquisição de energia elétrica, comunicação, bens do ativo fixo e de uso e consumo. Indevido Precedentes. Recurso extraordinário não provido. Esta Corte não reconhece o direito de creditamento do imposto pago na aquisição de energia elétrica, comunicação, bens do ativo fixo e de uso e consumo. 3. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Jurisprudência assentada. Ausência de razões consistentes. Decisão mantida. Agravo regimental improvido. Nega-se provimento a agravo regimental tendente a impugnar, sem razões consistentes, decisão fundada em jurisprudência assente na Corte.” (RE 588.985-AgR, rel. min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJU de 09.10.2009);

Na mesma linha: RE 195.894, Segunda Turma, rel. min. Marco Aurélio, DJ de 14.11.2000; AI 602998 AgR/MG, Segunda Turma, rel. min. Eros Grau, DJ de 01.06.2007; AI 355683 AgR/SP, Primeira Turma, rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ de 20.04.2006.

Ante o exposto, com base no art. 557, caput, do Código de Processo Civil, nego seguimento ao agravo de instrumento.

Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 539.730 (323)ORIGEM : AMS - 278067400 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : ESTADO DE MINAS GERAISPROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAISAGDO.(A/S) : MARIA DA PAZ ARAÚJO COSTAADV.(A/S) : LEONARDO GUIMARÃES DA MATA MACHADO

DECISÃO:É firme a orientação do Supremo Tribunal Federal no sentido de que constitui ônus da parte agravante infirmar todos os fundamentos em que se baseou a decisão agravada para negar seguimento ao recurso extraordinário. Confira-se, a título exemplificativo, o seguinte julgado:

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO QUE NÃO ADMITIU O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INVIABILIDADE DO AGRAVO. ARTIGO 317, § 1º DO RISTF.

1.Incumbe ao recorrente o dever de impugnar os fundamentos da decisão recorrida.

2.Inviável, diante da regra do § 1º do artigo 317 do RISTF, o agravo de instrumento que se limita a reiterar as razões do recurso extraordinário sem abordar o fundamento da decisão agravada.

Agravo regimental a que se nega provimento.” (AI 330.535-AgR, rel. min. Maurício Corrêa, Segunda Turma, DJ 21.09.2001)

No mesmo sentido, os seguintes precedentes: AI 488.369 (rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ 02.04.2004), AI 488.975 (rel. min. Gilmar Mendes, DJ 31.05.2004), AI 482.984 (rel. min. Cezar Peluso, DJ 20.05.2004) e AI 503.582 (rel. min. Nelson Jobim, DJ 25.05.2004).

No presente caso, a agravante não impugnou a assertiva de incidência do óbice da Súmula 279-STF. Disso decorre que a agravante não logrou desincumbir-se do ônus que lhe cabia.

Do exposto, nego seguimento ao agravo. Publique-se. Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 545.944 (324)ORIGEM : ERR - 44975719987 - TRIBUNAL SUPERIOR DO

TRABALHOPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : CENIBRA S/AADV.(A/S) : JOSÉ ALBERTO COUTO MACIEL E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : JOSE DOMINGOS DOS SANTOSADV.(A/S) : SEBASTIÃO LOURENÇO DE OLIVEIRA E OUTRO(A/S)

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento interposto de decisão que não admitiu recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) de decisão que, afastou a prescrição qüinqüenal prevista no art. 7o, XXIX, da Constituição, após a edição da Emenda Constitucional 28/2000. Cito a ementa do acórdão recorrido (fls. 09):

“EMPREGADO RURAL. CARACTERIZAÇÃO. NATUREZA DOS SERVIÇOS PRESTADOS. PRESCRIÇÃO. É rurícola o empregado que desenvolve suas atividades rurais em empresa de reflorestamento, sendo-lhe aplicável a prescrição prevista na alínea b do inciso XXXIX do art. 7º da Constituição Federal. Na época do ajuizamento da reclamação trabalhista, encontrava-se em vigor a norma constitucional que previa para o trabalhador rural o prazo prescricional de até dois anos após a extinção do contrato. O

novo teor do art. 7º, inciso XXIX, da Carta Magna, de fato, tem aplicação imediata, mas não atinge situações nas quais os limites da lide já haviam sido fixados, em decorrência de legislação vigente na época. Tal é a hipótese dos autos, em que a ação foi proposta em 28/6/96, em data anterior à Emenda Constitucional nº 28, de 26/5/2000, que alterou o citado dispositivo. Por se tratar de instituto de direito material, à prescrição se aplica a lei do tempo em que ocorreu o fato, não sendo alcançada por alteração legal superveniente. Embargos não conhecidos.”

Alega-se no recurso extraordinário ofensa dos arts. 5o, II, XXXVI, LXXVII e § 2o, e 7o, XXIX, da Constituição federal. Argumenta que a alteração promovida pela Emenda Constitucional 28/2000 nas normas relativas à prescrição, pelo fato de estas constituírem normas de direito fundamental, tem aplicabilidade imediata e, portanto, atinge os processos em curso.

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal, no julgamento do RE 423.575-AgR (rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ de 17.12.2004), fixou entendimento sobre o tema. Transcrevo a ementa do acórdão:

“1. Prescrição trabalhista: trabalhador rural: CF, art. 7º, XXIX: pretensão inadmissível de impor redução do prazo prescricional à ação iniciada antes da promulgação da Emenda Constitucional 28/2000; a norma constitucional - ainda quando o possa ser - não se presume retroativa: só alcança situações anteriores, de direito ou de fato, se o dispuser expressamente: precedentes. 2. Recurso extraordinário: descabimento: questão relativa à aplicação da multa prevista no art. 557, § 2º, do C. Pr. Civil, restrita ao âmbito infraconstitucional; alegada ofensa indireta à Constituição Federal: incidência, mutatis mutandis, da Súmula 636.”

No mesmo sentido, em decisão monocrática, o AI 431.019 (rel. min. Celso de Mello, DJ de 20.09.2005), o AI 448.349 (rel. min. Gilmar Mendes, DJ de 08.09.2005) e o AI 458.635 (rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ de 1º.04.2004).

Como a presente reclamação trabalhista foi ajuizada antes da edição da Emenda Constitucional 28/2000, não há como incidir sobre esta relação o novo regramento referente à prescrição.

Do exposto, nego seguimento ao agravo.Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 546.493 (325)ORIGEM : AC - 179790100 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : ESTADO DE MINAS GERAISPROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAISAGDO.(A/S) : AUTO ESCOLA SANTA INÊS LTDAADV.(A/S) : WYLLEN JOSÉ FONTES

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento interposto de decisão que inadmitiu recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição).

A decisão recorrida mantivera concessão de mandado de segurança impetrado pela parte ora agravada contra ato normativo estadual que vedara aos centros de formação de condutores a utilização de veículos objeto de arrendamento mercantil.

Alega a parte recorrente vulneração dos artigos 5º, II e 37, caput, e inciso I, da Constituição federal.

Não prospera o recurso.Verifico que a suposta ofensa ao princípio da legalidade e aos

princípios que informam a Administração Pública, não foi apreciada no acórdão recorrido. Falta-lhes, pois, o indispensável prequestionamento (Súmula 282-STF).

Do exposto, nego seguimento ao presente recurso.Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 554.043 (326)ORIGEM : AMS - 121702003 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : CONVAN - COFEDERAÇÃO NACIONAL DE

TRANSPORTE ALTERNATIVO DE PASSAGEIROSADV.(A/S) : PABLO JOSÉ FIGUEIREDO PEREIRA DE ALMEIDAAGDO.(A/S) : JOÃO FERREIRA NASCIMENTOAGDO.(A/S) : ESTADO DO RIO DE JANEIROPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição).

O acórdão recorrido, ao acolher preliminar de ilegitimidade ativa e constatar inexistência de direito líquido e certo a ser resguardado, manteve decisão que indeferira inicial de mandado de segurança. Eis a ementa (Fls. 170):

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 84

“Apelação cível. Mandado de segurança.Interposição de mandado de segurança por CONFEDERAÇÃO DE

TRANSPORTE ALTERNATIVO em face de apreensão de veículo de seu associado, visando a defesa do interesse deste, em face da exigência de pagamento de multa para liberação e vistoria do veículo, apontando ilegalidade e abuso de poder.

Ilegitimidade ativa ad causam, pois não há fundamento legal para a pretendida substituição processsual. Inobservância do disposto no artigo 5º, LXX, da Constituição Federal, que trata do mandado de segurança coletivo. Extinção do processo sem julgamento do mérito.

Decisão que se confirma.” Alega a recorrente vulneração do disposto no artigo 5º, XXI, XXXVI

(coisa julgada) e LXX, da Constituição Federal.Sem razão a parte recorrente. Afasto a alegação de afronta aos

dispositivos constitucionais mencionados, tal como veiculada no apelo extraordinário. É que, conforme se observou no acórdão recorrido, a parte recorrente postulara “(...) direito individual como se coletivo fosse(...)” e não se configurou coisa julgada quanto à questão da legitimidade ad causam, “(...) visto tratar-se de decisão incidental proferida em processo distinto, entre partes diversas e com outro objeto, a referência que nestes autos fez a impetrante.”

Ademais, a análise das supostas ofensas requer sejam previamente examinadas as regras processuais infraconstitucionais nas quais se fundou o acórdão recorrido. A jurisprudência desta Corte concluiu que essa circunstância inviabiliza o processamento do recurso extraordinário (cf. AI 448.303, rel. min. Gilmar Mendes, DJ 23.06.2003; AI 477.878, rel. min. Celso de Mello, DJ 19.12.2003, e RE 298.991, rel. min. Ellen Gracie, DJ 05.03.2004).

Do exposto, nego seguimento ao agravo. Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 555.677 (327)ORIGEM : AIRR - 556200106403402 - TRIBUNAL SUPERIOR DO

TRABALHOPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : CELULOSE NIPO-BRASILEIRA S/A - CENIBRAADV.(A/S) : JOSÉ ALBERTO COUTO MACIEL E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : JOSÉ IZAIAS DA COSTAADV.(A/S) : MAURO ROBERTO JUNIOR

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento interposto de decisão que inadmitiu recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) que tinha como violado os arts. 5º, II, XXXVI e LXXVII, §1º, e 7º, XXIX, da Constituição federal. Cito trecho da ementa do acórdão recorrido (fls. 19):

“(...) PRESCRIÇÃO. Os fundamentos adotados pelo acórdão não ensejam violação literal do art. 7º, inciso XXIX, da Constituição Federal. Quanto à divergência, o aresto colacionado à fl. 246 não autoriza o acesso do recurso, a uma, porque não enfrenta com especificidade os fundamentos da decisão, notadamente quanto à alteração estabelecida pela Emenda Constitucional nº 28/2000; a duas, por ser oriundo do mesmo Regional prolator da decisão recorrida, o que desatende a regra do art. 896, alínea “a”, da CLT. (...)”

É o breve relatório. Decido.Os fundamentos trazidos à colação pelo recurso extraordinário não

são suficientes para desconstituir a decisão recorrida, porque esta partiu da premissa de não-conhecimento por falta de atendimento dos pressupostos recursais da revista (art. 896 da Consolidação das Leis do Trabalho), enquanto o recurso extraordinário trata da matéria de fundo (prescrição dos créditos trabalhistas).

Ademais, a controvérsia acerca da aferição dos pressupostos de admissibilidade dos recursos trabalhistas cinge-se à norma processual trabalhista, de ordem infraconstitucional. Eventual ofensa à Constituição, se existente, seria indireta ou reflexa, de sorte que seria necessário exame prévio da norma infraconstitucional - no caso, a Consolidação das Leis do Trabalho -, hipótese em que não se admite o recurso extraordinário (cf. AI 416.864 e AI 372.349, rel. min. Carlos Velloso; AI 417.464, rel. min. Ilmar Galvão; AI 322.409, rel. min. Ellen Gracie; AI 266.565, rel. min. Sepúlveda Pertence; AI 357.389, rel. min. Celso de Mello, e AI 404.274, rel. min. Gilmar Mendes).

Do exposto, nego seguimento ao agravo.Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 557.130 (328)ORIGEM : EDERR - 59719619998 - TRIBUNAL SUPERIOR DO

TRABALHOPROCED. : ALAGOASRELATORA SUBSTITUTA

:MIN. ELLEN GRACIE

AGTE.(S) : COMPANHIA ENERGÉTICA DE ALAGOAS - CEALADV.(A/S) : LUIZ FILIPE RIBEIRO COELHO E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : MANOEL JORGE NETOADV.(A/S) : GUSTAVO JOSÉ MENDONÇA QUINTILIANO E

OUTRO(A/S)

1.Trata-se de agravo de instrumento de decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto contra acórdão no qual se discute a aposentadoria espontânea como causa de extinção do contrato de trabalho.

No RE, sustenta-se ofensa aos artigos 5º, XXXV, LIV, LV; 37, II e 93, IX, da Constituição Federal.

2.O recurso não merece prosperar. Primeiramente, verifico que os dispositivos, aos quais se alegou violação, não foram prequestionados, porque não abordados pelo acórdão recorrido (Súmula STF 282).

3.Quanto à alegação de ofensa ao art. 5º e seus incisos, e ao 93, IX, da Constituição Federal, além de o fato de decisão contrária aos interesses da parte não caracterizar violação aos dispositivos constitucionais apontados, a jurisprudência desta Corte está sedimentada no sentido de que as alegações de desrespeito aos postulados da legalidade, do devido processo legal, do direito adquirido, do ato jurídico perfeito, da motivação dos atos decisórios, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional podem configurar, quando muito, situações de ofensa meramente reflexa ao texto da Constituição, circunstância essa que impede a utilização do recurso extraordinário. Nesse sentido: AI 372.358-AgR/SP, Rel. Min. Celso de Mello, 2ª Turma, unânime, DJ 26.06.2002; RE 461.286-AgR/MS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, unânime, DJ 15.9.2006; AI 682.065-AgR/RS, rel. Min. Eros Grau, 2ª Turma, unânime, DJe 04.04.2008 e AI 662.319-AgR/RR, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, unânime, DJe 06.03.2009.

4.Por último, o Supremo Tribunal Federal, em mais de uma oportunidade, acolheu o entendimento de que a aposentadoria espontânea não implica por si só, extinção do contrato de trabalho. Esta interpretação foi consolidada quando do julgamento do RE 449.420/PR, rel. Min. Sepúlveda Pertence, 1ª Turma, maioria, cuja ementa do acórdão esclarece:

“Previdência social: aposentadoria espontânea não implica, por si só, extinção do contrato de trabalho. 1. Despedida arbitrária ou sem justa causa (CF, art. 7º, I): viola a garantia constitucional o acórdão que, partindo de premissa derivada de interpretação conferida ao art. 453, caput, da CLT (redação alterada pela L. 6.204/75), decide que a aposentadoria espontânea extingue o contrato de trabalho, mesmo quando o empregado continua a trabalhar na empresa após a concessão do benefício previdenciário. 2. A aposentadoria espontânea pode ou não ser acompanhada do afastamento do empregado de seu trabalho: só há readmissão quando o trabalhador aposentado tiver encerrado a relação de trabalho e posteriormente iniciado outra; caso haja continuidade do trabalho, mesmo após a aposentadoria espontânea, não se pode falar em extinção do contrato de trabalho e, portanto, em readmissão. 3. Precedentes (ADIn 1.721-MC, Ilmar Galvão, RTJ 186/3; ADIn 1.770, Moreira Alves, RTJ 168/128).”(DJ 14.10.2005)

Posteriormente, o Plenário do STF ratificou este entendimento, quando do julgamento do mérito das ADIn 1.770/DF, rel. Min. Joaquim Barbosa, DJ 1º.12.2006 e 1.721/DF, rel. Min. Carlos Britto, DJ 29.6.2007, para declarar a inconstitucionalidade dos §§ 1º e 2º do art. 453 da Consolidação das Leis do Trabalho.

5.Neste mesmo sentido: AI 581.053/RS, rel. Min. Cezar Peluso, RE 509.610/RS, rel. Min. Sepúlveda Pertence e RE 478.693/RS, rel. Min. Ricardo Lewandowski (DJ de 13.3.2006, 31.10.2006 e 28.11.2006, respectivamente).

6.Ante o exposto, nego seguimento ao agravo (CPC, art. 557, caput).

Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 558.620 (329)ORIGEM : AC - 1628805600 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATOR SUBSTITUTO

:MIN. RICARDO LEWANDOWSKI

AGTE.(S) : FEBRABAN - FEDERAÇÃO BRASILEIRA DAS ASSOCIAÇÕES DE BANCOS

ADV.(A/S) : FERNANDO JOSÉ DE BARROS FREIRE E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE ASSISADV.(A/S) : DANIEL ALEXANDRE BUENO E OUTRO(A/S)INTDO.(A/S) : PREFEITO MUNICIPAL DE ASSIS

Preliminarmente, afasto o sobrestamento de fl. 96 e passo à análise do recurso.

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto de acórdão que entendeu constitucional a Lei 3.750/1998 do Município de Assis que obriga as agências bancárias situadas no município a colocar pessoal suficiente no setor de caixas para cumprir tempo de atendimento fixado, sob pena de sanções administrativas.

A questão é relevante.Isso posto, uma vez que preenchidos os demais requisitos de

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 85

admissibilidade, dou provimento ao presente agravo e determino a subida dos autos principais para melhor exame da matéria.

Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 559.508 (330)ORIGEM : AR - 200304010075691 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : WALTER COPATADV.(A/S) : JAIME CIPRIANIAGDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento interposto de decisão que não admitiu recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição federal) de acórdão que julgou procedente ação rescisória e considerou correta a conversão de benefício previdenciário em URV, realizada pelo Instituto Nacional do Seguro Social.

O recurso extraordinário veicula ofensa aos arts. 5º, XXXVI; 194, IV e 201, § 4º, da Carta Magna. Sustenta que o conhecimento da ação rescisória com o afastamento da Súmula 343 violou a coisa julgada. No mérito, alega que a manutenção do acórdão recorrido ofende o princípio da preservação do valor real dos benefícios.

As Turmas do Supremo Tribunal Federal fixaram entendimento acerca da matéria atinente às hipóteses de cabimento da ação rescisória:

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO RESCISÓRIA. HIPÓTESES DE CABIMENTO. OFENSA INDIRETA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. Acórdão fundado em normas processuais de admissibilidade da ação rescisória. Hipótese em que se houvesse afronta a preceitos da Constituição do Brasil, seria de forma indireta, pois a matéria cinge-se ao âmbito infraconstitucional. Inviabilidade de admissão do recurso extraordinário. Agravo regimental a que se nega provimento.” (AI 439.863-AgR, rel. min. Eros Grau, Primeira Turma, DJ de 26.11.2004.)

“1. Inviável o processamento do extraordinário para debater questão processual, relativa a pressuposto de cabimento de ação rescisória. 2. Agravo regimental improvido.” (AI 366.571-AgR, rel. min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJ de 28.10.2004.)

A análise do tema demandaria prévio exame da legislação infraconstitucional. Por essa razão, a ofensa ao texto da Constituição de 1988, se existisse, seria indireta ou reflexa, o que dá margem ao descabimento do recurso extraordinário. Nesse sentido, em casos análogos: AI 590.032 (rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ de 09.05.2006) e AI 554.744 (rel. min. Cármen Lúcia, DJe de 30.04.2009).

Por fim, quanto à questão de fundo decidida pelo acórdão recorrido, observo que ela está em consonância com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.

O Plenário desta Corte, no julgamento do RE 313.382 (rel. min. Maurício Corrêa, RTJ 183/1154), declarou a constitucionalidade da expressão "nominal" constante do inciso I do art. 20 da Lei 8.880/1994, sustentando que não havia direito adquirido à conversão do benefício para URV em março de 1994 com a inclusão dos reajustes integrais nas parcelas consideradas para o cálculo da média aritmética (novembro e dezembro de 1993 e janeiro e fevereiro de 1994), porquanto a Lei 8.700/1993, vigente à época, previa o reajustamento dos benefícios somente ao final de cada quadrimestre.

Assentou, ainda, que o Instituto Nacional do Seguro Social–INSS, para proceder à correção do benefício, observara as regras estabelecidas na legislação então vigente, tendo atuado em conformidade, portanto, com o critério estabelecido no art. 201, § 4º, da Constituição federal.

Dessa orientação não divergiu o acórdão recorrido.Do exposto, nego seguimento ao agravo.Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 562.961 (331)ORIGEM : AC - 40017532 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : PIAUÍRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : FRANCISCO DE ASSIS RIBEIRO MADEIRA CAMPOSADV.(A/S) : CLAUDIA ROBERTA DA SILVEIRA CLERTONAGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE TERESINAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE TERESINA

DECISÃO: Falta ao instrumento cópia do inteiro teor da decisão agravada, peça de traslado obrigatório, cuja ausência acarreta o não-conhecimento do agravo (Súmula 288/STF e art. 544, § 1º, do Código de Processo Civil).

Do exposto, nego seguimento ao presente agravo.

Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 577.985 (332)ORIGEM : AC - 20001086973 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : GOIÁSRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : RAIMUNDO NONATO SARAIVA DE CARVALHOADV.(A/S) : LUIZ MAURO PIRESAGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE GOIÁSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

GOIÁS

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento de decisão que inadmitiu recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição federal) contra acórdão que manteve sentença que condenou os ora agravantes a restituírem valores ao erário municipal.

No recurso extraordinário, alegam que o acórdão recorrido teria contrariado o art. 5º, XXXV e LV, da Constituição, ao rejeitar os embargos de declaração.

Inexiste a alegada ofensa ao art. 5º, XXXV, da Carta Magna, visto que o Tribunal a quo inequivocamente prestou jurisdição, tendo enfrentado as questões suscitadas com a devida fundamentação, ainda que com ela não concorde a parte agravante.

Ademais, a análise da apontada violação das garantias do contraditório e da ampla defesa pelo indeferimento de produção de provas requer sejam previamente examinadas as regras processuais infraconstitucionais que fundamentaram o acórdão recorrido. Ambas as Turmas do Supremo Tribunal Federal concluiu que essa circunstância inviabiliza o processamento do recurso extraordinário. Nesse sentido: AI 756.858-AgR (rel. min. Cármen Lúcia, Primeira Turma, DJe de 02.10.2009); AI 692.834-AgR (rel. min. Eros Grau, Segunda Turma, DJe de 06.02.2009) e AI 203.793–AgR (rel. min. Maurício Corrêa, Segunda Turma, DJ de 19.12.1997), esse último assim ementado:

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONSTITUCIONAL. JULGAMENTO ANTECIPADO DA LIDE. ALEGAÇÃO DE CERCEAMENTO DE DEFESA. IMPROCEDÊNCIA. VIOLAÇÃO DE NORMAS DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. COMPETÊNCIA DO STJ EM RECURSO ESPECIAL.

1. O julgamento antecipado da lide, quando a questão proposta é exclusivamente de direito, não viola o princípio constitucional da ampla defesa e do contraditório. Precedente.

2. Esta Corte já decidiu que ‘se houve julgamento antecipado da lide sem a oportunidade para produção de provas cabíveis, podia e devia o ora agravante ter interposto Recurso Especial para o Superior Tribunal de Justiça, submetendo, a seu exame, a alegação de violação a normas do Código de Processo Civil, a esse respeito. Não o tendo feito, preclusas ficaram essas questões infraconstitucionais, como as de caráter estritamente processual’ (AGRAG Nº 150.179/MG, DJ de 19/12/96).

Agravo regimental a que se nega provimento.”Do exposto, nego seguimento ao agravo.Publique-se.Brasília, 17 de novembro 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 583.320 (333)ORIGEM : AC - 3255675500 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : MARIA DE LOURDES SANTOSADV.(A/S) : CARLOS ROGÉRIO LOPES THEODORO E

OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : ECONOMUS INSTITUTO DE SEGURIDADE SOCIALADV.(A/S) : JANETE SANCHES MORALES E OUTRO(A/S)

DECISÃO:É firme a orientação do Supremo Tribunal Federal no sentido de que constitui ônus da parte agravante infirmar todos os fundamentos em que se baseou a decisão agravada para negar seguimento ao recurso extraordinário. Confira-se, a título exemplificativo, o seguinte julgado:

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO QUE NÃO ADMITIU O RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INVIABILIDADE DO AGRAVO. ARTIGO 317, § 1º DO RISTF.

1.Incumbe ao recorrente o dever de impugnar os fundamentos da decisão recorrida.

2.Inviável, diante da regra do § 1º do artigo 317 do RISTF, o agravo de instrumento que se limita a reiterar as razões do recurso extraordinário sem abordar o fundamento da decisão agravada.

Agravo regimental a que se nega provimento.” (AI 330.535-AgR, rel. min. Maurício Corrêa, Segunda Turma, DJ 21.09.2001)

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 86

No mesmo sentido, os seguintes precedentes: AI 488.369 (rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ 02.04.2004), AI 488.975 (rel. min. Gilmar Mendes, DJ 31.05.2004), AI 482.984 (rel. min. Cezar Peluso, DJ 20.05.2004) e AI 503.582 (rel. min. Nelson Jobim, DJ 25.05.2004).

No presente caso, o agravante limitou-se a afirmar a ocorrência do prequestionamento, não impugnando o fundamento para a inadmissão do apelo extremo de que a ofensa, no caso, se daria de forma reflexa.

Do exposto, nego seguimento ao agravo. Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 585.409 (334)ORIGEM : CC - 43615 - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICAPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : IVO GOMES DOS SANTOSADV.(A/S) : MARCELO RAMOS CORREIA E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : SEG SERVIÇOS ESPECIAIS DE SEGURANÇA E

TRANSPORTE DE VALORES S/A E OUTRO(A/S)SUSTE.(S) : PROFORTE S/A - TRANSPORTE DE VALORESADV.(A/S) : JOSÉ ALBERTO COUTO MACIEL E OUTRO(A/S)SUSDO.(A/S) : JUÍZO DA 7ª VARA DO TRABALHO DE VITÓRIA - ESSUSDO.(A/S) : JUÍZO DE DIREITO DA 6ª VARA DE FALÊNCIAS E

CONCORDATAS DO RIO DE JANEIRO - RJINTDO.(A/S) : FERNANDO MARANINI NETO

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento interposto de decisão que inadmitiu recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição).

O acórdão do Superior Tribunal de Justiça está assim ementado (fls. 204):

“COMPETÊNCIA. FALÊNCIA. EXECUÇÃO TRABALHISTA. JUÍZO FALIMENTAR E JUSTIÇA DO TRABALHO.

-Decretada a falência e permanecendo no pólo passivo da execução a falida, a competência para processá-la é sem dúvida do juízo universal da falência, na linha de remansosa jurisprudência oriunda da Segunda Seção.

- A remessa dos autos ao juízo da falência não exclui, por si só, a possibilidade, preenchidos os requisitos necessários, da expropriação dos bens da sucessora, ‘Proforte S/A Transporte de Valores’, ante a aplicação da Teoria da Desconsideração da Personalidade Jurídica e para evitar fraude contra terceiros. O prosseguimento da execução, bem como de seus incidentes, deve ocorrer no Juízo Falimentar em razão da falência da executada ‘SEG Serviços Especiais de Segurança e Transporte de Valores S/A (AgRg no CC n. 37.175-RJ, Rel. Min. Carlos Alberto Menezes Direito).

Embargos declaratórios recebidos como agravo regimental. Improvimento.”

Alega a parte recorrente vulneração dos artigos 5º, XXXVI; 93, IX; 114, I e IX, da Constituição.

Não prospera o recurso.Verifico, preliminarmente, que não houve afronta à garantia da

fundamentação das decisões judiciais, pois o acórdão recorrido inequivocamente prestou jurisdição, em observância aos princípios e garantias constitucionais, tendo enfrentado as questões suscitadas e fundamentado de forma suficiente suas conclusões.

Observo, ainda, deficiência na fundamentação da suposta ofensa ao art. 5º, XXXVI, circunstancia que inviabiliza a compreensão da controvérsia, impondo-se a aplicação da Súmula 284 do Supremo Tribunal Federal.

Ademais, a discussão sobre a competência para a execução dos créditos trabalhistas – juízo falimentar versus Justiça do Trabalho – já foi solucionada por esta Corte:

“Conflito de Competência. Execução trabalhista e superveniente declaração de falência da empresa executada.

(...)Quanto ao mérito, tenho por competente o Juízo suscitante, uma vez

que, a natureza privilegiada do crédito trabalhista, conferida por força de lei, somente pode ser concebida no próprio âmbito do concurso dos credores habilitados na falência. O processo falimentar é uma execução coletiva, abarcando, inclusive, credores de mesma hierarquia, que não podem ser preteridos, uns pelos outros, pelo exaurimento do patrimônio da massa falida nas execuções individuais, impedindo-se, assim, o justo rateio entre seus pares, na execução falimentar.” (CC 7.116, rel. min. Ellen Gracie, DJ de 23.08.2002.)

No mesmo sentido: RE 505.794-AgR (rel. min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe de 29.08.2008); AI 690.609-AgR (rel. min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJe de 28.11.2008); AI 585.407-AgR (rel. min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJ de 01.12.2006); RE 555.271 (rel. min. Cezar Peluso, DJe de 09.11.2007); AI 628.768 (rel. min. Menezes Direito, DJe de 20.06.2008) e AI 683.232 (rel. min. Gilmar Mendes, DJe de 28.11.2007).

Dessa orientação não divergiu o acórdão recorrido.Do exposto, nego seguimento ao agravo.Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSA

Relator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 588.187 (335)ORIGEM : AC - 200400109925 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : ESTADO DO RIO DE JANEIROPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE

JANEIROAGDO.(A/S) : SCHWEITZER-MAUDUIT DO BRASIL S/AADV.(A/S) : ANDRÉ SILVEIRA

Petição/STF nº 124.280/2009DESPACHOREPRESENTAÇÃO PROCESSUAL – SUBSTABELECIMENTO –

JUNTADA – INTIMAÇÕES.1.Juntem.2.Eis as informações prestadas pelo Gabinete:Schweitzer-Mauduit do Brasil S/A requer a juntada de

substabelecimento, assinado por profissional da advocacia regularmente credenciado, e indica o nome do Dr. André Silveira para constar das futuras intimações.

Os autos estão no Gabinete. 3.Observem o que requerido quanto às intimações, ante a

regularidade da representação processual.4.Publiquem.Brasília, 21 de outubro de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 603.006 (336)ORIGEM : MS - 2002003377500207 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : MATO GROSSO DO SULRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : ESTADO DE MATO GROSSO DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO MATO

GROSSO DO SULAGDO.(A/S) : ALSEU LOUREIRO GABÍNIOADV.(A/S) : TATIANA ALBUQUERQUE CORRÊA KESROUANI

DECISÃOAGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIÁRIO. PLANO DE

ASSISTÊNCIA À SAÚDE A SERVIDORES APOSENTADOS INDEPENDENTEMENTE DE CONTRIBUIÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DE INTERPRETAÇÃO DA LEGISLAÇÃO LOCAL. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório 1. Agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso

extraordinário, interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República.

O recurso inadmitido tem como objeto o seguinte julgado do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul:

“MANDADO DE SEGURANÇA – ASSISTÊNCIA À SAÚDE A APOSENTADOS, PRESTADA PELA CASSEMS, INDEPENDENTE DE CONTRIBUIÇÃO – DIREITO ADQUIRIDO – APLICAÇÃO DO ART. 194 DA CF E ART. 105 E SEU PARÁGRAFO ÚNICO DA LEI ESTADUAL 2.417 DE 30/01/2002 – ORDEM CONCEDIDA. Sendo os impetrantes servidores estaduais aposentados, possuem direito líquido e certo de receberem assistência à saúde pela CASSEMS, criada e regida pela Lei Estadual n. 2.157/2000 e regulamentada pelo Decreto n. 10.229/2001, independente de contribuição, uma vez que a Lei Estadual n. 2.207/2000, ao instituir o regime de previdência social deste Estado, em seu art. 105, dispôs que o plano de saúde dos segurados de tal regime seria mantido com contribuição que fixou, e de tal contribuição excluiu os aposentados e pensionistas que adquiriram a aposentadoria antes da dita Lei” (fl. 368).

2. A decisão agravada teve como fundamento para a inadmissibilidade do recurso extraordinário a incidência na espécie da Súmula 356 do Supremo Tribunal Federal (fls. 793-795).

3. O Agravante alega que o Tribunal a quo teria contrariado os arts. 5º, caput e inc. XXXVI e LXIX, 40, caput e §§ 8º, 12 e 14, 149, parágrafo único, 150, inc. III, alíneas a e b, 154, inc. I, 167, 194, 196, 198, § 1º, 199 e 201 da Constituição da República.

Argumenta que “todas as matérias levantadas no despacho objurgado que nega seguimento ao recurso foram ventiladas na tese de defesa do Estado” (fl. 14).

Sustenta que “o Estado não pode conceder aos servidores benefícios e garantias não previstas no Regime Geral de Previdência Social, existência de legislação federal que traça as normas gerais, de observância obrigatória pelo Estado, para a implantação de regime previdenciário para os servidores públicos estaduais” (fls. 17-18).

Examinada a matéria trazida na espécie, DECIDO.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 87

4. Cumpre, inicialmente, afastar o óbice da decisão agravada de que a matéria não estaria prequestionada, pois o Agravante alegou a matéria constitucional nas instâncias ordinárias, tendo o cuidado, inclusive, de opor embargos de declaração de modo a se ter por provocado o prequestionamento da matéria constitucional.

A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de que “a interposição pertinente de embargos declaratórios satisfaz a exigência (Súmula 356) ainda que a omissão não venha a ser suprida pelo Tribunal a quo” (RE 191.454, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJ 8.6.1999).

Todavia, a superação desse óbice não é suficiente para o acolhimento da pretensão do Agravante.

5. O Tribunal a quo assentou que:“Sendo os impetrantes servidores estaduais aposentados, possuem

direito líquido e certo de receberem assistência à saúde pela CASSEMS, criada e regida pela Lei Estadual n. 2.157/2000 e regulamentada pelo Decreto n. 10.229/2001, independente de contribuição, uma vez que a Lei Estadual n. 2.207/2000, ao instituir o regime de previdência social deste Estado, em seu art. 105, dispôs que o plano de saúde dos segurados de tal regime seria mantido com contribuição que fixou, e de tal contribuição excluiu os aposentados e pensionistas que adquiriram a aposentadoria antes da dita Lei” (fl. 368).

Concluir de forma diversa do que foi decidido pelas instâncias originárias demandaria a análise prévia de legislação infraconstitucional aplicável à espécie (Leis estaduais ns. 2.157/00 e 2.207/00 e Decreto estadual n. 10.229/01). Assim, a alegada contrariedade à Constituição da República, se tivesse ocorrido, seria indireta, o que não viabiliza o processamento do recurso extraordinário. Incide na espécie a Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal.

Em casos análogos ao dos autos, os seguintes julgados:“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO.

CONTRATO. PLANO DE SAÚDE. IMPOSSIBILIDADE DO EXAME DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DE CLÁUSULA DE ESTATUTO. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. Imposição de multa de 1% do valor corrigido da causa. Aplicação do art. 557, § 2º, c/c arts. 14, inc. II e III, e 17, inc. VII, do Código de Processo Civil” (AI 610.930-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 20.6.2008).

E:“CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO DO

ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL. FORMA DE CÁLCULO DO ADICIONAL POR TEMPO DE SERVIÇO. LEIS ESTADUAIS 1.102/90 E 2.157/2000. Arts. 5º, XXXVI, e 37, XIV, da CF/88. OFENSA INDIRETA. I - A Corte tem se orientado no sentido de que o conceito dos institutos do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada não se encontram na Constituição, mas na legislação ordinária (Lei de Introdução ao Código Civil, art. 6º). Assim, está sob a proteção constitucional a garantia desses direitos, e não seu conteúdo material (RE 437.384-AgR/RS, Rel. Min. Carlos Velloso; AI 135.632-AgR/RS, Rel. Min. Celso de Mello). II - A apreciação do recurso extraordinário, no que concerne à alegada ofensa ao art. 37, XIV, da Constituição, encontra óbice na Súmula 279 do STF. III - A ofensa à Constituição, acaso existente, seria reflexa, o que inviabiliza o recurso extraordinário. IV - Agravo regimental improvido” (RE 461.286-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJ 15.9.2006).

6. Nada há, pois, a prover quanto às alegações do Agravante.7. Pelo exposto, nego seguimento a este agravo (art. 557, caput, do

Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 12 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 627.850 (337)ORIGEM : AI - 4540765000 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : FUTUREKIDS DO BRASIL SERVIÇOS E COMÉRCIO

LTDAADV.(A/S) : AUGUSTO NEVES DAL POZZOAGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

SÃO PAULO

DECISÃOAGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. ACÓRDÃO

QUE DEFERE LIMINAR. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 735 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso

extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República.

2. O recurso inadmitido teve como objeto julgado do Tribunal de Justiça de São Paulo que manteve liminar deferida, nos termos seguintes:

“AGRAVO DE INSTRUMENTO – LIMINAR EM AÇÃO CIVIL

PÚBLICA PARA DECRETO DE INDISPONIBILIDADE DE BENS DAS RÉS. CABIMENTO SE PRESENTES OS REQUISITOS DO FUMUS BONI JURIS E DO PERICULUM IN MORA – CONTRATO FIRMADO SEM LICITAÇÃO, A DESPEITO DA EXISTÊNCIA DE OUTRAS EMPRESAS IGUALMENTE CAPACITADAS A PRESTAR À MUNICIPALIDADE OS SERVIÇOS DE IMPLEMENTAÇÃO DE INFORMÁTICA EDUCATIVA – AGRAVO PROVIDO EM PARTE PARA LIBERAR A MOVIMENTAÇÃO DA CONTA-CORRENTE DA EMPRESA AGRAVANTE, MEDIANTE PRESTAÇÃO DE CONTAS E RESPONSABILIDADE” (fl. 108).

3. A decisão agravada teve como fundamento para a inadmissibilidade do recurso extraordinário a ausência de prequestionamento (fls. 56-57).

4. A Agravante alega que teria sido contrariado o art. 5º, caput, da Constituição da República.

Sustenta que a liminar teria sido deferida sem a presença dos requisitos indispensáveis à sua concessão, quais sejam, o fumus boni juris e o periculum in mora.

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.5. Inicialmente, cumpre afastar o fundamento da decisão agravada,

pois o tema constitucional foi prequestionado no momento processual adequado.

Todavia, a superação de óbice não permite acolher a pretensão da Agravante, à qual não assiste razão de direito.

6. As medidas antecipatórias e cautelares, por não representarem pronunciamento definitivo, mas provisório, a respeito da controvérsia, devem ser confirmadas (ou, se for o caso, revogadas) pela sentença que julgar o mérito da causa, podendo, ademais, ser modificadas ou revogadas a qualquer tempo, inclusive pelo próprio órgão que as deferiu.

Assim, a natureza precária e provisória do juízo desenvolvido em liminar ou de tutela antecipada não viabiliza o recurso extraordinário, pois somente com a sentença é que se terá o pronunciamento definitivo, na instância específica, sobre as questões jurídicas enfrentadas na apreciação das liminares.

7. No julgamento do Recurso Extraordinário 263.038, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, a Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal assim decidiu:

“EMENTA: RE: cabimento: decisão cautelar, desde que definitiva: consequente inadmissibilidade contra acórdão que, em agravo, confirma liminar, a qual, podendo ser revogada a qualquer tempo pela instância a quo, é insusceptível de ensejar o cabimento do recurso extraordinário, não por ser interlocutória, mas sim por não ser definitiva” (RE 263.038, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJ de 28.04.2000).

Consta no voto do Relator:“Ao contrário, se a puder rever a instância a quo no mesmo processo

em que proferida - seja ele de que natureza for - dela já não caberá recurso extraordinário, nem recurso especial, não porque seja interlocutória, mas por não ser definitiva.

É o que se dá na espécie, na qual - não obstante o tom peremptório com que o enuncia a decisão recorrida - a afirmação sobre a plausibilidade da pretensão de mérito será sempre um juízo de delibação essencialmente provisório e, por isso, revogável, quer no processo definitivo a ser instaurado, quer mesmo no processo cautelar.

(...)Falta, pois, à decisão recorrida - ao menos no tópico em que a

impugna o recurso extraordinário - a qualificação de definitividade, que a faz susceptível de recurso extraordinário.”

Esse julgado foi um dos paradigmas para a edição da Súmula 735, com o seguinte teor:

“NÃO CABE RECURSO EXTRAORDINÁRIO CONTRA ACÓRDÃO QUE DEFERE MEDIDA LIMINAR.”

Não há, pois, o que prover quanto às alegações da Agravante.8. Pelo exposto, nego seguimento a este agravo (art. 557, caput, do

Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 12 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 631.732 (338)ORIGEM : AC - 2030119 - TRIBUNAL DE ALÇADAPROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : MUNICÍPIO DE CURITIBAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE CURITIBAAGDO.(A/S) : SÃO LUIZ DE ARMAZÉNS GERAIS LTDAADV.(A/S) : MAURO LEITNER GUIMARÃES FILHO

DECISÃO: O agravante interpôs recurso extraordinário (04.11.2003) antes da publicação do acórdão que julgou os embargos infringentes (06.08.2004), sem que haja nos autos notícia de posterior ratificação do recurso.

Visto que o acórdão proferido em embargos infringentes é parte integrante do acórdão recorrido, somente a partir de sua publicação começa a

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 88

fluir o prazo recursal. Esta Corte tem entendimento pacífico no sentido de que a interposição do recurso extraordinário só é cabível após a publicação no Diário da Justiça do acórdão de que se recorre, uma vez que é imprescindível o conhecimento de todos os fundamentos adotados pelo órgão julgador para que se possa impugná-los. Aplica-se ao caso o disposto na Súmula 281 desta Corte.

Precedentes: RE 439.515-AgR (rel. min. Carlos Velloso, DJ de 29.04.2005) AI 442.330-AgR (rel. min. Carlos Velloso, DJ de 06.08.2004), AI 395.285-AgR (rel. min. Ilmar Galvão, DJ de 07.03.2003), RE 320.440-AgR (rel. min. Ellen Gracie, DJ de 06.12.2002) e AI 234.509-AgR (rel. min. Néri da Silveira, DJ de 14.09.2001).

Do exposto, nego seguimento ao presente agravo.Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 660.272 (339)ORIGEM : AI - 3025245100 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : FORMAT INDUSTRIAL DE EMBALAGENS LTDAADV.(A/S) : RICARDO ESTELLESAGDO.(A/S) : ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

DECISÃOAGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL.

ICMS. MAJORAÇÃO DE ALÍQUOTAS. INCONSTITUCIONALIDADE DA LEI N. 6.556/1989 DE SÃO PAULO. PRECEDENTES. AGRAVO E RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDOS.

Relatório1. Agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso

extraordinário, interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República.

O recurso inadmitido tem como objeto o seguinte julgado do Tribunal de Justiça de São Paulo:

“EXECUÇÃO FISCAL – ICMS – TÍTULO EXECUTIVO EMBASADO NA LEI ESTADUAL 6.556/89 QUE MAJOROU A ALÍQUOTA DO IMPOSTO DE 17% PARA 18% - DECLARAÇÃO DE INCONSTITUCIONALIDADE QUE ATINGIU APENAS A VINCULAÇÃO DA RECEITA À DESTINAÇÃO ESPECÍFICA, MANTENDO HÍGIDA A MAJORAÇÃO – NULIDADE DO TÍTULO – INEXISTÊNCIA. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL – TAXA SELIC – INCIDÊNCIA SOBRE OS DÉBITOS TRIBUTÁRIOS – ADMISSIBILIDADE” (fl. 33).

2. A decisão agravada teve como fundamento para a inadmissibilidade do recurso extraordinário a circunstância de que a ofensa à Constituição, se tivesse ocorrido, seria indireta (fls. 93-94).

3. A Agravante alega que o Tribunal a quo teria afrontado o art. 167, inc. IV, da Constituição da República.

Argumenta que “a violação ao art. 167, inciso IV, da Constituição Federal salta aos olhos do leitor do v. acórdão” (fl. 4).

Sustenta que “a declaração de inconstitucionalidade da Lei Estadual n. 6556/89, responsável pela majoração da alíquota do ICMS de 17% para 18% em virtude da destinação específica dada ao imposto, abrange não somente a destinação, mas toda a majoração dela decorrente” (fl. 4).

Examinada a matéria posta à apreciação, DECIDO.4. Cumpre ressaltar, inicialmente, que o período discutido nestes

autos é anterior à vigência da Lei n. 9.903/97, que teve a repercussão geral reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal no Recurso Extraordinário 585.535, de relatoria da Ministra Ellen Gracie.

5. Afasto o fundamento da decisão agravada de que a controvérsia demandaria o exame de legislação infraconstitucional, pois a matéria é de natureza constitucional.

Superados esses óbices, razão jurídica assiste à Agravante.6. O Tribunal a quo assentou que:“foi declarada inconstitucional a majoração da alíquota em 1% levada

a efeito pela Lei Estadual 6.556/89 porquanto vinculava o produto da majoração à destinação específica, ou seja, a declaração de inconstitucionalidade não foi da majoração e sim da destinação específica dada a esse aumento. Assim sendo, o ICMS continua devido pelao alíquota de 18%, devendo a Fazenda Estadual, diante da declaração de inconstitucionalidade da vinculação supra mencionada, desobrigar-se de aplicar o produto da receita auferida com a majoração para os fins na lei explicitados” (fls. 34-35).

Ao julgar o Recurso Extraordinário 183.906, em 18.8.1997, Relator o Ministro Marco Aurélio, o Plenário do Supremo Tribunal declarou inconstitucionais os dispositivos da Lei estadual paulista n. 6.556/1989, nos quais foram definidas a majoração da alíquota do Impostos sobre Circulação de Mercadorias e Serviços e sua destinação ao financiamento de programas habitacionais populares, por ofensa ao art. 167, inc. IV, da Constituição da República. Tem-se na ementa desse julgado:

“IMPOSTO - VINCULAÇÃO A ÓRGÃO, FUNDO OU DESPESA. A teor do disposto no inciso IV do artigo 167 da Constituição Federal, é vedado

vincular receita de impostos a órgão, fundo ou despesa. A regra apanha situação concreta em que lei local implicou majoração do ICMS, destinando-se o percentual acrescido a um certo propósito - aumento de capital de caixa econômica, para financiamento de programa habitacional. Inconstitucionalidade dos artigos 3º, 4º, 5º, 6º, 7º, 8º e 9º da Lei n. 6.556, de 30 de novembro de 1989, do Estado de São Paulo”.

No mesmo sentido, o seguinte julgado:“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO CONVERTIDOS EM AGRAVO

REGIMENTAL. TRIBUTÁRIO. ICMS. LEI N. 6.556/80 DO ESTADO DE SÃO PAULO. MAJORAÇÃO DE ALÍQUOTA DE 17% PARA 18%. INCONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTE. NULIDADE DE CERTIDÃO DE DÍVIDA ATIVA. CONTROVÉRSIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA INDIRETA À CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO” (AI 487.903-ED, de minha relatoria, Primeira Turma, DJ 16.2.2007).

7. Dessa orientação jurisprudencial divergiu o acórdão recorrido.8. Pelo exposto, dou provimento a este agravo, na forma do art.

544, §§ 3º e 4º, do Código de Processo Civil, e, desde logo, ao recurso extraordinário, nos termos do art. 557, § 1º-A, do mesmo diploma legal, para reconhecer a inconstitucionalidade da majoração da alíquota do ICMS de 17% para 18%, nos termos da Lei estadual n. 6.556/89, invertidos os ônus da sucumbência.

Publique-se.Brasília, 12 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 666.078 (340)ORIGEM : AC - 10000120060130317 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : RONDÔNIARELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : ESTADO DE RONDÔNIAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE RONDÔNIAAGDO.(A/S) : EDINALVA APARECIDA DA ROCHAADV.(A/S) : ZÊNIA LUCIANA CERNOV DE OLIVEIRA

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO - MATÉRIA FÁTICA – AUSÊNCIA

DE PREQUESTIONAMENTO - INVIABILIDADE - DESPROVIMENTO DO AGRAVO.

1.O Tribunal de Justiça do Estado de Rondônia confirmou o entendimento do juízo, ante os seguintes fundamentos (folhas 13 e 14):

Como afirmei no despacho impugnado, conquanto o STJ não tenha determinado a reintegração dos servidores demitidos, também não excluiu a necessidade de se resolver a situação com razoabilidade e justiça inerentes ao caso, tanto que o embargante firmou acordo com entidades sindicais, a fim de não interpor recursos nas ações relativas ao ato, promovendo, assim, a reintegração de outros irregularmente demitidos, diga-se, em situação idêntica a dos agravados.

A notícia superveniente de liminar suspendendo os efeitos da lei que promoveu a reintegração não obsta o direito dos agravados, sobremodo por se tratar de provimento provisório, intuitu personae, isto é, produzindo efeitos apenas entre as partes.

Ademais, trata-se de servidores com mais de dez anos de serviços prestados ao Estado, que não deveriam ter sido exonerados sem que lhes fossem conhecidos certos direitos.

Em razão de circunstâncias, com apoio no art. 557, caput, neguei seguimento ao recurso, utilizando como precedentes os acórdãos n. 100.012.2003.002610-7 e 100.001.2006.0133020-1.

Assim, a decisão agravada ampara-se na jurisprudência, e não há motivo a recomendar seja modificada, razão por que nego provimento ao agravo.

É como voto.2.A recorribilidade extraordinária é distinta daquela revelada por

simples revisão do que decidido, na maioria das vezes procedida mediante o recurso por excelência - a apelação. Atua-se em sede excepcional à luz da moldura fática delineada soberanamente pela Corte de origem, considerando-se as premissas constantes do acórdão impugnado. A jurisprudência sedimentada é pacífica a respeito, devendo-se ter presente o Verbete nº 279 da Súmula deste Tribunal:

Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário.As razões do extraordinário partem de pressupostos fáticos estranhos

ao acórdão atacado, buscando-se, em última análise, conduzir esta Corte ao reexame dos elementos probatórios para, com fundamento em quadro diverso, assentar a viabilidade do recurso.

Os argumentos expendidos no recurso não foram enfrentados pelo órgão julgador. Assim, padece o recurso da ausência de prequestionamento, esbarrando nos Verbetes nºs 282 e 356 da Súmula desta Corte.

3.Conheço do agravo e o desprovejo.4.Publiquem.Brasília, 29 de outubro de 2009

Ministro MARCO AURÉLIORelator

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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AGRAVO DE INSTRUMENTO 675.883 (341)ORIGEM : AC - 10000920040023417 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : RONDÔNIARELATOR :MIN. CEZAR PELUSOAGTE.(S) : VALDIR TIETZ E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : CHAUKI EL HAOULI E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : JOSÉ GONÇALVES LOIOLA E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : AGENOR MARTINS E OUTRO(A/S)

DECISÃO: 1. Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto de acórdão que julgou intempestiva a juntada dos originais de embargos de declaração enviados por meio de fac-símile.

Alega o recorrente, com base no art. 102, III, a, violação ao art. 5º, XXII e LV, da Constituição da República.

2.Conquanto admissível o agravo, inviável o recurso extraordinário.Há evidente deficiência na fundamentação do extraordinário, porque

as razões nele deduzidas são destoantes do real conteúdo semântico do aresto recorrido, o que atrai a aplicação da súmula 284.

É que as razões do recurso atacam apenas o fundo de direito, relativo ao suposto direito de propriedade, não se voltando, em nenhum momento, contra a intempestividade do recurso de embargos de declaração.

Em caso análogo, assim decidiu esta Corte:“(...)DIVÓRCIO IDEOLÓGICO – NECESSIDADE DE COINCIDÊNCIA

ENTRE O CONTEÚDO DO ACÓRDÃO RECORRIDO E O TEMA VERSADO NA PETIÇÃO RECURSAL.

- É inadmissível o recurso extraordinário, quando a fundamentação que lhe dá suporte não guarda qualquer relação de pertinência com o conteúdo do acórdão proferido pelo Tribunal inferior. A incoincidência entre as razões que fundamentam a petição recursal e a matéria efetivamente versada no acórdão constitui hipótese configuradora de divórcio ideológico, que inviabiliza a exata compreensão da controvérsia jurídica, impedindo, desse modo, o próprio conhecimento do recurso extraordinário (Súmula 284/STF). Precedentes” (RE nº 177.927, Rel. Min. CELSO DE MELLO, DJ de 4.11.96).

3.Ante o exposto, dou provimento ao agravo, convertendo-o em recurso extraordinário, a que nego seguimento (arts. 21, § 1º, do RISTF, 38 da Lei nº 8.038, de 28.5.90, e 557 do CPC).

Publique-se. Int..Brasília, 6 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 682.622 (342)ORIGEM : AC - 200501752239 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : GOIÁSRELATOR :MIN. CEZAR PELUSOAGTE.(S) : ANTONIO DIAS VIEIRAADV.(A/S) : ABADIA ATAÍDES DA COSTA E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : ZENAIDE MARTINS DE GOUVEIA E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : CLÁUDIO DE MORAES E PAIVA

DECISÃO: 1. Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto de acórdão do Tribunal de Justiça de Goiás que condenou o recorrente a pagar indenização por danos materiais e morais, bem como lucros cessantes, em razão de acidente de trânsito.

O recorrente alega, com base no art. 102, III, a, violação ao art. 5º, XXXV, da Constituição da República.

2.Conquanto admissível o agravo, inviável o recurso extraordinário.O tema constitucional nele suscitado não foi objeto de consideração

no acórdão recorrido, faltando-lhes, assim, o requisito do prequestionamento, que deve ser explícito (súmula 282).

Ademais, já assentou esta Corte que,“(...) ainda que a questão constitucional surja originariamente no

acórdão, para que haja o prequestionamento dela (...), se faz mister que seja ela alegada em embargos de declaração, sob o fundamento de que houve omissão na apreciação da questão sob o ângulo constitucional, para que se possibilite ao Tribunal a quo que se manifeste sobre esse ponto” (AI nº 242.317-AgR, Rel. Min. MOREIRA ALVES, DJ de 10.12.99).

Isso significa que, para se configurar o prequestionamento, não basta que o acórdão impugnado haja apreciado originariamente a questão, mas que o tenha feito já sob o prisma e à luz da norma constitucional que, no recurso extraordinário, se argúi ofendida. Se o não fez, então seria mister oposição de embargos declaratórios que provocassem o tribunal a reexaminar a questão, agora do ponto de vista constitucional. Sem tal oportunidade, não há como falar em questionamento prévio de matéria constitucional.

Ainda que assim não fosse, o acórdão impugnado decidiu a causa com base no conjunto fático-probatório e na legislação infraconstitucional incidente, de modo que eventual ofensa à Constituição Federal seria, aqui, apenas indireta.

Ora, é pacífica a jurisprudência desta Corte, no sentido de não tolerar, em recurso extraordinário, alegação de ofensa que, irradiando-se de má-interpretação, aplicação, ou, até, de inobservância de normas infraconstitucionais, seria apenas indireta à Constituição da República, e, muito menos, pretensão de reexame de provas (súmula 279).

3.Ante o exposto, dou provimento ao agravo, convertendo-o em recurso extraordinário, a que nego seguimento (arts. 21, § 1º, do RISTF, 38 da Lei nº 8.038, de 28.5.90, e 557 do CPC).

Publique-se. Int..Brasília, 6 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 691.956 (343)ORIGEM : AC - 70016510174 - TRIBUNAL DE JUSTICA DO

ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR SUBSTITUTO

:MIN. DIAS TOFFOLI

AGTE.(S) : INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL - IPERGS

PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

AGDO.(A/S) : ENEIDA RILO FERNANDESADV.(A/S) : PAIXÃO CARNEIRO MARTINSINTDO.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SUL

DECISÃOVistos.Instituto de Previdência do Estado do Rio Grande do Sul – IPERGS

interpõe agravo de instrumento contra a decisão que não admitiu recurso extraordinário assentado em contrariedade aos artigos 24, § 4º, 40, § 7º, 169, e 195, § 5º, da Constituição Federal.

Insurge-se, no apelo extremo, contra acórdão da Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul, assim ementado:

“APELAÇÃO CÍVEL. DIREITO PREVIDENCIÁRIO. PENSIONISTA. PRELIMINAR ARGÜIDA PELO MINISTÉRIO PÚBLICO FALTA DE

INTERESSE PROCESSUAL. Possui o Estado do Rio Grande do Sul interesse recursal no apelo interposto diante do pleito de reforma na sentença no tocante à compensação de honorários, ponto no qual restou sucumbente. Preliminar rejeitada.

REAJUSTE DE VENCIMENTOS. EXEGESE DA LEI ESTADUAL 10.395/95. O advento da Lei Complementar 82/95 não impede a concessão dos reajustes previstos na Lei Estadual 10.395/95, assim, faz jus a demandante, pensionista de servidor público estadual, aos índices de reajustes previstos na Lei nº 10395/95, cuja eficácia normativa não se encontra suspensa.

COMPENSAÇÃO DA VERBA HONORÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. Embora tenha entendido recentemente a Corte Especial do Superior Tribunal de Justiça pela possibilidade de compensação dos honorários advocatícios em hipótese de sucumbência recíproca, mostra-se descabida, no caso, por litigar uma das partes sob o benefício da justiça gratuita, suspensa a exigibilidade da verba honorária imposta à parte.

Preliminar rejeitada, apelo desprovido” (fl. 106).Decido.Anote-se, inicialmente, que o recurso extraordinário foi interposto

contra acórdão publicado após 3/5/07, quando já era plenamente exigível a demonstração da repercussão geral da matéria constitucional objeto do recurso, conforme decidido na Questão de Ordem no Agravo de Instrumento nº 664.567/RS, Pleno, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 6/9/07. Todavia, apesar da petição recursal ter trazido a preliminar sobre o tema, não é de se proceder ao exame de sua existência, uma vez que, nos termos do artigo 323 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, com a redação introduzida pela Emenda Regimental nº 21/07, primeira parte, o procedimento acerca da existência da repercussão geral somente ocorrerá “quando não for o caso de inadmissibilidade do recurso por outra razão”.

Não merece prosperar a irresignação.A jurisprudência desta Corte entende que a discussão acerca da

eficácia do reajuste implantado pela Lei nº 10.395/95 em razão da superveniência da Lei Complementar nº 82/95, Lei Camata, está restrita à interpretação da legislação local pertinente, cujo reexame é vedado em sede de recurso extraordinário. Incidência da Súmula 280 desta Corte. Nesse sentido:

“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. REAJUSTE DE VENCIMENTOS: LEI CAMATA E LEI ESTADUAL N. 10.395/95. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO. Imposição de multa de 5% do valor corrigido da causa. Aplicação do art. 557, § 2º, c/c arts. 14, inc. II e III, e 17, inc. VII, do Código de Processo Civil” (AI nº 691956/RS-AgR, Primeira Turma, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJ de 17/4/09).

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 90

“RECURSO EXTRAORDINÁRIO - JULGAMENTO - LEGISLAÇÃO LOCAL. A apreciação do recurso extraordinário faz-se considerada a Constituição Federal, descabendo interpretar normas locais visando a concluir pelo enquadramento no permissivo do inciso III do artigo 102 da Carta da República” (RE nº 382.391/RS-AgR, Primeira Turma, Relator o Ministro Marco Aurélio, DJ de 20/3/09).

“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL. REAJUSTE DE VENCIMENTOS. LEI CAMATA E LEI ESTADUAL n. 10.395/95. Ambas as Turmas do Supremo Tribunal Federal firmaram entendimento de que é inviável, em recurso extraordinário, o debate a respeito da eficácia da Lei Estadual n. 10.395/95, em face da Lei Complementar n. 82/1995 [Lei Camata], vez que tal discussão encontra-se no âmbito infraconstitucional. Eventual violação da Constituição do Brasil seria indireta. Agravo regimental a que se nega provimento” (RE nº 447.720/RS-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Eros Grau, DJ de 30/6/06).

No mesmo sentido, as seguintes decisões monocráticas: RE nº 579.601/RS, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJ de31/3/09, AI nº 719.579/RS, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de 5/8/08, E Ai nº 578.866/RS, Relator o Ministro Carlos Britto, DJ de 29/8/08.

Nego provimento ao agravo,Publique-se.Brasília, 27 de outubro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 704.494 (344)ORIGEM : AMS - 200103990043176 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : GATTI TRANSPORTADORA TURÍSTICA LTDAADV.(A/S) : CARLOS ALBERTO FERNANDES RODRIGUES DE

SOUZAAGDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

1.A hipótese dos autos versa sobre a constitucionalidade da contribuição destinada ao SEBRAE.

2.O Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da matéria no AI 762.202/RJ, rel. Min. Cezar Peluso, decisão proferida no dia 30.10.2009.

3.No julgamento do RE 540.410-QO, rel. Min. Cezar Peluso, DJe 16.10.2008, e do AI 715.423-QO, de minha relatoria, DJe 04.09.2008, esta Corte decidiu que, nos casos de matérias com repercussão geral reconhecida, é possível a devolução dos recursos extraordinários e dos agravos de instrumento aos Tribunais de origem, para os fins previstos no art. 543-B, § 3º, do CPC.

4.Dessa forma, dou provimento ao agravo de instrumento para admitir o recurso extraordinário e, nos termos do art. 328 do RISTF, determino a devolução dos presentes autos ao Tribunal de origem, bem como a observância, no tocante ao apelo extremo interposto, das disposições do art. 543-B do Código de Processo Civil.

Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 712.091 (345)ORIGEM : AC - 70017350745 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : MARISA VARGES PINTO MANOZZOADV.(A/S) : DENISE MEDEIROSAGDO.(A/S) : INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL - IPERGSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SULINTDO.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SUL

DECISÃOAGRAVO DE INSTRUMENTO - MINUTA - DESCOMPASSO -

AGRAVO DESPROVIDO.1.Há flagrante descompasso entre o ato com que se negou

seguimento ao extraordinário e o teor da minuta deste agravo de instrumento. Ao não admitir o recurso, o 1º Vice-Presidente do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul evocou os verbetes nº 279 e 280 da Súmula da Corte e registrou a ausência de ofensa direta à Carta e de demonstração da preliminar de repercussão geral. Confiram à folha 52 à 54.

A agravante insiste em reiterar os argumentos já expendidos. A ausência de impugnação específica dos fundamentos da decisão agravada configura irregularidade formal, porquanto a repetição das razões do

extraordinário não tem o condão de afastar a motivação apresentada pelo juízo primeiro de admissibilidade.

2.Conheço deste agravo e o desprovejo.3.Publiquem.Brasília, 2 de outubro de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 713.893 (346)ORIGEM : AC - 4633565000 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

SÃO PAULOAGDO.(A/S) : ODILO PAVANELO TUMITANADV.(A/S) : LEONARDO SEABRA CARDOSO

DECISÃOAGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. AÇÃO CIVIL

PÚBLICA. IMPOSSIBILIDADE DE VERIFICAÇÃO NO CASO CONCRETO DA OCORRÊNCIA, OU NÃO, DE ATO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL: OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE PROVAS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso

extraordinário, interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República.

O recurso inadmitido tem como objeto o seguinte julgado do Tribunal de Justiça de São Paulo:

“AÇÃO CIVIL PÚBLICA – IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA – MORALIDADE – IMPESSOALIDADE – OFENSA – INOCORRÊNCIA. Não se comprovou ofensa aos princípios da moralidade e impessoalidade administrativa, não sendo suficiente o fato do Prefeito receber crédito que já estava empenhado e lhe foi cedido. Recurso do réu provido, desprovido o do autor” (fl. 332).

2. A decisão agravada teve como fundamento para a inadmissibilidade do recurso extraordinário a circunstância de que a ofensa à Constituição, se tivesse ocorrido, seria indireta (fls. 450-451).

3. O Agravante alega que o Tribunal a quo teria contrariado os arts. 37, caput, e 93, inc. IX, da Constituição da República.

Argumenta que “o acórdão negou textualmente aplicação ao art. 37, caput, da Constituição de 1988, ao proclamar a inexistência de qualquer impedimento à celebração das composições e de ofensa aos princípios da moralidade e da impessoalidade” (fl. 15).

Afirma que “soa inconteste a violação ao princípio da moralidade administrativa. Tratou-se de grave ofensa aos predicados de ética, decoro, lealdade e honestidade, às regras de boa administração etc. que prevalecem ao mero exame da legalidade dos atos praticados na gestão da coisa pública na comuna. Por outro lado, é incontroverso que o alcaide com essas condutas afastou-se do interesse público primário, patrocinando interesses pessoais e familiares” (fl. 18).

Analisada a matéria posta à apreciação, DECIDO.4. Razão jurídica não assiste ao Agravante.5. Quanto à matéria de que cuida o art. 93, inc. IX, da Constituição da

República, é de se ponderar que não se exige do órgão judicante manifestação sobre todos os argumentos de defesa apresentados pelo então recorrente, mas apenas fundamentação das razões que entendeu suficientes à formação de seu convencimento (RE 463.139-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJ 3.2.2006; e RE 181.039-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, Primeira Turma, DJ 18.5.2001).

6. O Tribunal de origem decidiu que não estava caracterizado nos autos qualquer ato de improbidade administrativa do Agravado, nos termos seguintes:

“Os fatos, em si, levantaram suspeição relativa à motivação do executor, Prefeito Municipal, sendo justa a abertura do inquérito civil, porém a prova obtida não demonstrou qualquer prejuízo à Municipalidade e, a nosso ver, sequer ofensa aos princípios da impessoalidade e moralidade administrativa” (fl. 335).

Para se concluir de forma diversa do que foi decidido pelas instâncias originárias, seria necessária a análise do conjunto probatório constante dos autos, procedimento incabível de ser adotado validamente no recurso extraordinário, a teor do que dispõe a Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal.

O reexame do acórdão impugnado demandaria, ainda, a interpretação da legislação infraconstitucional aplicável à espécie (Lei n. 8.429/92). Assim, a alegada contrariedade à Constituição da República, se tivesse ocorrido, seria indireta, o que não viabiliza o processamento do recurso extraordinário.

Confiram-se, a propósito, os seguintes julgados:“CONSTITUCIONAL. PROCESSO CIVIL. AÇÃO CIVIL PÚBLICA.

IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. SÚMULA 279. ALEGADA OFENSA AOS

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 91

ARTS. 5º, II E LV, E 93, IX, DA CF. OFENSA REFLEXA. AGRAVO IMPROVIDO. (...) II - O reexame do conjunto fático-probatório é vedado em sede de recurso extraordinário, conforme o teor da Súmula 279 do STF. III - A alegada violação ao art. 5º, II e LV, da Constituição, em regra, configura situação de ofensa meramente reflexa ao texto constitucional, o que inviabiliza o conhecimento do recurso extraordinário. IV - A exigência do art. 93, IX, da Constituição, não impõe seja a decisão exaustivamente fundamentada. O que se busca é que o julgador informe de forma clara e concisa as razões de seu convencimento, tal como ocorreu. V - Agravo regimental improvido” (AI 637.566-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJe 19.9.2008).

E“AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AÇÃO

CIVIL PÚBLICA. EX-PREFEITO. AUTORIZAÇÃO DE DESPESAS: ILEGALIDADE. SUSPENSÃO DE DIREITOS POLÍTICOS. REEXAME DE FATOS E PROVAS. SÚMULA STF 279. LEI 8.429/92. ADI 2.182/DF. INEXISTÊNCIA DE VÍCIO FORMAL. 1. O Tribunal de origem, para concluir pela ilegalidade da realização de despesas, procedeu ao cotejo das provas dos autos com a Lei de Improbidade Administrativa, questão de cunho infraconstitucional de reexame inviável na via extraordinária. Incidência da Súmula STF 279” (RE 559.226-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJe 1º.7.2009).

E ainda:“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO.

ADMINISTRATIVO. AÇÃO DE IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA. (...). IMPOSSIBILIDADE DA ANÁLISE DE LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DO REEXAME DE PROVAS. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (AI 707.799-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 23.10.2009).

7. Nada há, pois, a prover quanto às alegações do Agravante.8. Pelo exposto, nego seguimento a este agravo (art. 557, caput, do

Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 13 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 718.262 (347)ORIGEM : PROC - 70022343214 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. CELSO DE MELLOAGTE.(S) : APOLONIA TEODORA CENTENAROADV.(A/S) : TELMO RICARDO SCHORRAGDO.(A/S) : INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO DO RIO

GRANDE DO SUL - IPERGSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SUL

DECISÃO: Este recurso não impugna os fundamentos em que se apóia o ato decisório ora questionado.

A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, por mais de uma vez, já se pronunciou no sentido da imprescindibilidade de a parte recorrente, quando da interposição do agravo de instrumento, impugnar todas as razões em que se assentou a decisão que não admitiu o recurso extraordinário (RTJ 133/485 - RTJ 145/940 - RTJ158/975).

Sendo assim, pelas razões expostas, não conheço do presente agravo de instrumento.

Publique-se.Brasília, 29 de outubro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 722.895 (348)ORIGEM : RESP - 965269 - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICAPROCED. : TOCANTINSRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : BANCO DA AMAZÔNIA S/A - BASAADV.(A/S) : GUSTAVO ANDÈRE CRUZ E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : DÉCIO FREIREAGDO.(A/S) : UNIFOR - UNIÃO E FORÇA - INDÚSTRIA E COMÉRCIO

DE MADEIRAS LTDAADV.(A/S) : BÁRBARA HENRYKA LIS DE FIGUEIREDO E

OUTRO(A/S)

1.Trata-se de agravo de instrumento de decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto contra acórdão assim ementado:

“PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. DECISÃO MONOCRÁTICA EM RECURSO ESPECIAL. FUNDAMENTO. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO OBJETIVA. SÚMULA N. 182-STJ. ANALOGIA.” (fl. 313)

Os embargos de declaração opostos foram rejeitados (fls. 327-329).2.No RE, sustenta-se ofensa ao art. 5º, II, XXXV, LIV e LV, da

Constituição Federal (fls. 330-342).3.Não prospera a alegação de ofensa ao art. 5º e seus incisos, da

Constituição Federal, pois além de o fato de decisão contrária aos interesses da parte não caracterizar violação aos dispositivos constitucionais apontados, a jurisprudência desta Corte está sedimentada no sentido de que as alegações de desrespeito aos postulados da legalidade, do devido processo legal, do direito adquirido, do ato jurídico perfeito, da motivação dos atos decisórios, do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional podem configurar, quando muito, situações de ofensa meramente reflexa ao texto da Constituição, circunstância essa que impede a utilização do recurso extraordinário. Nesse sentido: AI 372.358-AgR/SP, Rel. Min. Celso de Mello, 2ª Turma, unânime, DJ 26.06.2002; RE 461.286-AgR/MS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, unânime, DJ 15.9.2006; AI 682.065-AgR/RS, rel. Min. Eros Grau, 2ª Turma, unânime, DJe 04.04.2008 e AI 662.319-AgR/RR, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, unânime, DJe 06.03.2009.

4.Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (CPC, art. 557, caput).

Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 725.352 (349)ORIGEM : AC - 10629010018857001 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. CEZAR PELUSOAGTE.(S) : DAURO MENDONÇA VIEIRA LIMA E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : LILIANE NETO BARROSO E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : COMPANHIA FORÇA E LUZ CATAGUAZES

LEOPOLDINAADV.(A/S) : EDNALDO ROSA PAIVA E OUTRO(A/S)

DECISÃO: 1. Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto de acórdão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais e assim ementado:

“SERVIDÃO ADMINISTRATIVA – INSTITUIÇÃO – INDENIZAÇÃO. A servidão administrativa, por não transferir o domínio do imóvel, acarreta somente a indenização pelos prejuízos efetivamente sofridos pelo proprietário do bem serviente. Se não houve depreciação da área remanescente, não há que se falar na sua indenização, mas apenas e tão somente da área atingida pela constituição do referido ônus real.” (fl. 624).

Sustentam os recorrentes, com base no art. 102, III, a, ter havido ofensa ao artigo 5º, XXIV e LV, da Constituição Federal.

2.Conquanto admissível o agravo, inviável o recurso extraordinário.Com efeito, o acórdão impugnado decidiu a causa com base na

legislação infraconstitucional e no conjunto fático-probatório, de modo que eventual ofensa à Carta Magna seria, aqui, apenas indireta. Ora, é pacífica a jurisprudência desta Corte, no sentido de não tolerar, em recurso extraordinário, alegação de ofensa que, irradiando-se de má interpretação, aplicação, ou, até, de inobservância de normas infraconstitucionais, seria apenas indireta à Constituição da República, e, muito menos, de reexame de provas (súmula 279).

E ainda que assim não fosse, é assente o entendimento, desta Corte, no sentido de que

“(...) em regra, as alegações de desrespeito aos postulados da legalidade, do devido processo legal, da motivação dos atos decisórios, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional podem configurar, quando muito, situações de ofensa meramente reflexa ao texto da Constituição, circunstância essa que impede a utilização do recurso extraordinário” (AI nº 372.358-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, DJ de 11.6.2002).

3.Ante o exposto, dou provimento ao agravo, convertendo-o em recurso extraordinário, a que nego seguimento (arts. 21, § 1º, do RISTF, 38 da Lei nº 8.038, de 28.5.90, e 557 do CPC).

Publique-se. Int..Brasília, 6 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 728.687 (350)ORIGEM : AC - 20070250699000000 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : MATO GROSSO DO SULRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : FRANCISCO DE ASSIS OVELARADV.(A/S) : JOÃO RICARDO NUNES DIAS DE PINHOAGDO.(A/S) : ESTADO DE MATO GROSSO DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO MATO

GROSSO DO SUL

1.Trata-se de agravo de instrumento de decisão denegatória de recurso extraordinário interposto contra acórdão assim ementado:

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 92

“APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DE COBRANÇA – POLICIAL MILITAR – INCORPORAÇÃO DA GRATIFICAÇÃO DENOMINADA INDENIZAÇÃO POR REPRESENTAÇÃO – PREVISÃO NO DECRETO N. 8.076/94 – CONTRARIEDADE À LEI ESTADUAL N. 120/80 – GRATIFICAÇÃO DEVIDA APENAS NO EFETIVO EXERCÍCIO DA FUNÇÃO JUSTIFICADORA – VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE – RECURSO IMPROVIDO.” (fl. 96).

No RE, alega-se ofensa ao art. 68 da Constituição Federal (fls. 114-129).

2.O recurso não merece prosperar. Para divergir da conclusão a que chegou o Tribunal a quo, cumpriria examinar a legislação local (Lei Estadual 120/80 e Decreto 8.076/94), o que é defeso nesta fase recursal, nos termos da Súmula/STF 280. Nesse sentido:

“(...) 7. Ademais, a controvérsia foi decidida com base na aplicação e interpretação da legislação estadual (Lei n. 120/80 e Decreto n. 8.076/94). Para se concluir de forma diversa, seria necessária a análise dessa legislação, o que não viabiliza o recurso extraordinário, nos termos da Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido: “EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. GRATIFICAÇÃO DE REPRESENTAÇÃO. EXTENSÃO AOS SERVIDORES INATIVOS. NECESSIDADE DO EXAME DA LEGISLAÇÃO LOCAL. INCIDÊNCIA, NA ESPÉCIE, DA SÚMULA 280 DESTE SUPREMO TRIBUNAL. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (AI 577.913-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 13.2.2009). E: “EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. LEGISLAÇÃO LOCAL. SÚMULA N. 280. REEXAME DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 1. A controvérsia foi decidida com fundamento na legislação local, incidência da Súmula n. 280 deste Tribunal.” ( AI 658.682/MS, rel. Min. Cármen Lúcia, pub. DJe 11.03.2009).

3.Ante o exposto, nego seguimento ao agravo (CPC, art. 557, caput).

Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 729.030 (351)ORIGEM : PROC - 10024039454780001 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : MINAS GERAISRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : ESTADO DE MINAS GERAISPROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAISAGDO.(A/S) : MARCIO SERVIO DE SOUZA MESQUITAADV.(A/S) : JOÃO BÔSCO KUMAIRA

1.Trata-se de agravo de instrumento de decisão denegatória de recurso extraordinário interposto contra acórdão no qual se discute a extensão da gratificação de atividade institucional autônoma aos Procuradores da Fazenda do Estado de Minas Gerais.

No RE, alega-se ofensa aos arts. 37, XIII; 39, §1º; e 135, da Constituição Federal (fls. 178-203).

2.O recurso não merece prosperar. Para divergir da conclusão a que chegou o Tribunal a quo, cumpriria examinar a legislação local (Lei Delegada 46/2000), o que é defeso nesta fase recursal, nos termos da Súmula/STF 280.

3.Ademais, cabe registrar que esta Corte manifestou-se pela inexistência de repercussão geral da matéria no RE 593.388/MG, rel. Min. Menezes Direito, pub. DJe 13.02.2009.

4.Ante o exposto, nego seguimento ao agravo (CPC, art. 557, caput).

Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 733.991 (352)ORIGEM : AC - 10024057472102004 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : MINAS GERAISRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES DO

ESTADO DE MINAS GERAIS - IPSEMGADV.(A/S) : JOÃO AUGUSTO DE MORAES DRUMMONDAGTE.(S) : ESTADO DE MINAS GERAISADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAISAGDO.(A/S) : ROSITA MONTEIRO BORGESADV.(A/S) : ANDRÉ CORRÊA CARVALHO PINELLI

1.Trata-se de agravo de instrumento de decisão que inadmitiu recurso extraordinário em que se discute o reconhecimento do direito à restituição dos valores descontados, de forma indevida dos proventos da parte recorrida, a título de contribuição previdenciária.

2.No RE, sustenta-se ofensa aos arts. 5º, caput; e 150, II, da

Constituição Federal (fls. 149-156).3.O Supremo Tribunal Federal já se pronunciou sobre o tema ao

julgar caso análogo ao presente. Transcrevo a referida decisão:“(...) A incidência de contribuição previdenciária sobre os proventos

dos servidores inativos e pensionistas deve ser analisada em três momentos distintos: o primeiro, antes da edição da Emenda Constitucional n. 20/1998; o segundo, durante a vigência da Emenda Constitucional n. 20/1998; e o terceiro momento, após o advento da Emenda Constitucional n. 41/2003. No caso dos presentes autos, a controvérsia refere-se à impossibilidade de incidência de contribuição previdenciária sobre a parcela de proventos e pensões que não exceder o teto estabelecido no art. 5º da Emenda Constitucional n. 41/03. 7. Ao julgar as Ações Diretas de Inconstitucionalidade ns. 3.105 e 3.128, Relator o Ministro Cezar Peluso, o Plenário do Supremo Tribunal reconheceu a inconstitucionalidade da incidência da contribuição previdenciária sobre os proventos de inativos e pensionistas inferiores ao teto do Regime Geral de Previdência Social.” ( AI 744.495/MG, rel. Min. Cármen Lúcia, pub. DJe 22.04.2009).

4.Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (CPC, art. 557, caput).

Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 735.346 (353)ORIGEM : EDEEDAIRR - 1187199900601400 - TRIBUNAL

SUPERIOR DO TRABALHOPROCED. : RIO DE JANEIRORELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO DE

JANEIRO - PUC RIOADV.(A/S) : GUSTAVO GONÇALVES PAIVA DE FREITAS E

OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : MARCOS ASSUNÇÃO SOUZAADV.(A/S) : ALBERTO A MOREIRA FILHO E OUTRO(A/S)

1.Trata-se de agravo de instrumento de decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto contra acórdão assim ementado:

“PRELIMINAR DE NULIDADE POR NEGATIVA DE PRESTAÇÃO JURISDICIONAL. O fato de o julgador não responder, um a um, os argumentos lançados pelas partes, não tem o condão de atrair a nulidade do julgado. Se da leitura atenta do aresto dito nulo resulta claro o entendimento de que inexistente a recusa em se prestar a jurisdição, pois motivado o decisum, com a exteriorização de valor acerca das questões colocadas, descarta-se a tese da nulidade, porque intocado o art. 93, IX, da Constituição da República.

RECURSO DE EMBARGOS – IRREGULARIDADE DE REPRESENTAÇÃO. Decisão de Turma, que não conhece dos embargos de declaração por inexistentes ante a irregularidade de representação, amparada na Súmula nº 383 do TST, não viola dispositivo legal ou constitucional.

Recurso de embargos não conhecido.” (Fl. 364).2.Nas razões do RE, sustenta-se ofensa ao art. 93, IX, da

Constituição Federal.A recorrente alega que “a decisão judicial deve analisar todas as

questões suscitadas pelas partes” (fl. 395) e que, no caso, o TST, ao deixar de se manifestar especificamente sobre a superveniência do art. 515, §4º, do CPC em relação à Súmula TST 383, teria sido deficiente em sua prestação jurisdicional, ferindo, conseqüentemente, o direito da ora agravante à ampla defesa.

3.Ressalte-se, primeiramente, que o juiz pode acolher os argumentos que entender suficientes para fundamentar sua decisão, não estando obrigado a acatar todos aqueles declinados pela parte.

4.Quanto à alegação de ofensa ao art. 93, IX, da Constituição Federal, além de o fato de decisão contrária aos interesses da parte não caracterizar violação ao dispositivo constitucional apontado, a jurisprudência desta Corte está sedimentada no sentido de que as alegações de desrespeito aos postulados da legalidade, do devido processo legal, do direito adquirido, do ato jurídico perfeito, da motivação dos atos decisórios, do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional podem configurar, quando muito, situações de ofensa meramente reflexa ao texto da Constituição, circunstância essa que impede a utilização do recurso extraordinário.

Nesse sentido: AI 372.358-AgR/SP, Rel. Min. Celso de Mello, 2ª Turma, unânime, DJ 26.06.2002; RE 461.286-AgR/MS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, unânime, DJ 15.09.2006; AI 682.065-AgR/RS, rel. Min. Eros Grau, 2ª Turma, unânime, DJe 04.04.2008; e AI 662.319-AgR/RR, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, unânime, DJe 06.03.2009.

5.Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (art. 557, caput, do CPC).

Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

Page 93: DIÁRIO DA JUSTIÇA ELETRÔNICO · docerias, buffets, fast-foods e assemelhados de sÃo paulo e regiÃo adv.(a/s) :ana paula moreira dos santos e outro(a/s) agdo.(a/s) :cantina vico

STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 93

AGRAVO DE INSTRUMENTO 736.978 (354)ORIGEM : AC - 200583000043082 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : PERNAMBUCORELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : OTACÍLIO LOURENÇO DE CARVALHO E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : ADOLFO MOURY FERNANDES E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

1.Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que inadmitiu recurso extraordinário por ofensa aos arts. 5º, caput, 37, caput, da Constituição Federal, e ao art. 8º do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. O Tribunal de origem concluiu pela ausência de requisito formal de admissibilidade da preliminar de repercussão geral da matéria veiculada no recurso extraordinário (fls. 558-559).

2.Inicialmente, o artigo 543-A, § 2º, do Código de Processo Civil estabelece que:

“§ 2º - O recorrente deverá demonstrar, em preliminar do recurso, para apreciação exclusiva do Supremo Tribunal Federal, a existência da repercussão geral.”

E, no julgamento do AI 664.567-QO/RS, rel. Min. Sepúlveda Pertence, Plenário, DJe 05.09.2007, este Tribunal fixou orientação de que o citado dispositivo legal somente seria exigido aos recursos extraordinários interpostos contra acórdãos publicados a partir de 03.05.2007, conforme a Emenda Regimental 21, desta Corte. No presente caso, verifica-se que a parte agravante foi intimada do acórdão recorrido antes do dia 03.05.2007 (fl. 438).

Nesse sentido, o AI 684.418-AgR/PR, rel. Min. Cezar Peluso, 2ª Turma, unânime, DJe 28.08.2009; o AI 728.103-AgR/PR, rel. Min. Joaquim Barbosa, 2ª Turma, unânime, DJe 05.06.2009; o AI 716.970-AgR/RJ, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, unânime, DJe 21.11.2008; e o RE 518.513-AgR/BA, rel. Min. Cármen Lúcia, 1ª Turma, DJe 21.11.2008.

3.Tendo em vista que a decisão agravada, além da repercussão geral, também apreciou outros requisitos de admissibilidade do recurso extraordinário em tela, passo a apreciar o presente agravo de instrumento, que, entretanto, quanto à questão de fundo, não merece prosperar.

4.O acórdão recorrido concluiu que o ato de licenciamento dos autores decorreu do término do tempo de serviço e que não foram produzidas provas de que houve conotação política, nos seguintes termos (fls. 431-437):

“CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. MILITAR DESLIGADO DAS FORÇAS ARMADAS. VÍNCULO TEMPORÁRIO. TÉRMINO DO TEMPO DE SERVIÇO. DISCRICIONARIEDADE. ADMINISTRATIVA. ANISTIA. MOTIVAÇÃO POLÍTICA. AUSÊNCIA DE PROVAS.

(...)- No caso sub examine, apesar dos reengajamentos concedidos aos

militares ao longo do tempo em que serviram, o posterior ato de exclusão e desligamento dos quadros das forças armadas não evidencia nenhuma ilegalidade, mas, ao contrário, encontra-se devidamente fundamentado como tendo sido em virtude de conclusão do tempo de serviço, não ficando evidenciado, quanto aos demais elementos de prova, qualquer motivação política.

- Apelação não provida.”5.Assim, para rever a decisão recorrida e concluir de forma diversa da

Corte de origem, como pretendem os agravantes, seria imprescindível o reexame do contexto fático-probatório dos autos, a depender do cotejo da Lei 4.375/64 com a Lei 10.559/2002, em que se baseou a Corte de origem para concluir pela legalidade do ato que licenciou os autores. Eventual ofensa à Constituição Federal, se existisse, seria indireta ou reflexa, obstando a impugnação, mediante apelo extremo. Nessa linha, o RE 217.504/RJ, 1ª Turma, rel. Min. Ilmar Galvão, DJ 23.04.99; e o RE 237.609-AgR-ED/PE, 2ª Turma, rel. Min. Nelson Jobim, DJ 23.02.2001, abaixo transcrito:

“Embargos de declaração. Rejeição. Ausência de contradição. Militar temporário. Estabilidade da Lei 6880/80. Acórdão recorrido decidido com base em matéria legal. Ofensa indireta à CF. Embargos rejeitados.”

6.Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (CPC, art. 557, caput).

Publique-se.Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 743.793 (355)ORIGEM : AC - 4301468 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : PERÓXIDOS DO BRASIL LTDAADV.(A/S) : CARLOS HENRIQUE PETRELLIAGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE CURITIBAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE CURITIBA

DECISÃO: Falta ao instrumento cópia do inteiro teor do acórdão recorrido, peça de traslado obrigatório, cuja ausência acarreta o não-conhecimento do agravo (Súmula 288/STF e art. 544, § 1º, do Código de

Processo Civil).Do exposto, nego seguimento ao presente agravo.Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 745.717 (356)ORIGEM : AMS - 20050169749 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : SANTA CATARINARELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : ALICE PEDREIRA HORNADV.(A/S) : OSWALDO JOSÉ PEDREIRA HORN E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DO ESTADO DE SANTA

CATARINA - IPREVADV.(A/S) : ADRIANA ADRIANO SCHMITT

1.Trata-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão no qual se discutem a inclusão do auxílio-moradia ao valor da pensão por morte, a partir da edição da Lei Complementar Estadual 367/06.

No RE, sustenta-se ofensa aos artigos 2º; 37, X; 96, II, “b”; e 127, §2º da Constituição Federal.

2.O recurso não merece prosperar. Primeiramente, verifico que os artigos 2º e 127, §2º, da Constituição Federal não foram prequestionados, porque não abordados pelo acórdão recorrido, e ao qual não foram opostos embargos de declaração para satisfazer o requisito do prequestionamento (Súmulas STF 282 e 356).

3.Ademais, para divergir da conclusão a que chegou o Tribunal a quo, cumpriria examinar a legislação local (Lei Complementar Estadual 367/06), o que é defeso nesta fase recursal, nos termos da Súmula/STF 280.

4.Ante o exposto, nego seguimento ao agravo (CPC, art. 557, caput).

Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 749.494 (357)ORIGEM : EDAIRR - 225200511104403 - TRIBUNAL SUPERIOR

DO TRABALHOPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : BOSEMBECKER & CIA LTDAADV.(A/S) : ALTIÉRES TERRA DE CARVALHO E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : EDILBERTO MARTINS DE OLIVEIRAADV.(A/S) : PEDRO DILNEI DA ROSA CARVALHO

1.Trata-se de agravo de instrumento de decisão denegatória de recurso extraordinário interposto contra acórdão no qual se discute admissibilidade de recurso.

2.Esta Corte manifestou-se pela inexistência de repercussão geral da matéria no RE 598.365/MG, rel. Min. Carlos Britto.

3.Conforme estabelecem os artigos 543-A, § 5º, do Código de Processo Civil, e 326 e 327 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, a decisão de inexistência de repercussão geral proferida por este Tribunal valerá para todos os recursos sobre questão idêntica.

4.Ante o exposto, indefiro liminarmente o presente agravo de instrumento (art. 543-A, §5º, do CPC, c/c o art. 327, §1º, do RI/STF).

Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 750.399 (358)ORIGEM : AIRR - 63138200290001008 - TRIBUNAL SUPERIOR

DO TRABALHOPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. CEZAR PELUSOAGTE.(S) : PETRÓLEO BRASILEIRO S/A - PETROBRÁSADV.(A/S) : CANDIDO FERREIRA DA CUNHA LOBO E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : MAÍRA CIRINEU ARAÚJO E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : MANOEL MARTINS FERREIRAADV.(A/S) : HUGO OLIVEIRA HORTA BARBOSA E OUTRO(A/S)

DECISÃO: 1. Trata-se agravo de instrumento contra decisão que indeferiu processamento de recurso extraordinário que versa sobre requisitos de admissibilidade de recurso de revista perante o Tribunal Superior do Trabalho.

2.Incognoscível o recurso.É que esta Corte rejeitou a existência de repercussão geral do tema

(RE nº 598.365, Rel. Min. CARLOS BRITTO).3.Ante o exposto, nego seguimento ao recurso (arts. 21, § 1º, e 327, §

1º, do RISTF, e 38 da Lei nº 8.038, de 28.5.90, c.c. arts. 102, § 3º, da CF, e

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 94

543-A, § 5º, e 557 do CPC).Publique-se. Int..Brasília, 6 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 750.532 (359)ORIGEM : ERR - 8363200290606002 - TRIBUNAL SUPERIOR DO

TRABALHOPROCED. : PERNAMBUCORELATOR :MIN. CEZAR PELUSOAGTE.(S) : BANCO BANORTE S/A - EM LIQUIDAÇÃO

EXTRAJUDICIALADV.(A/S) : PEDRO LOPES RAMOS E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : BRUNO CARDOSO DA CUNHAADV.(A/S) : EVERARDO RIBEIRO GUEIROS FILHO E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : UNIBANCO - UNIÃO DE BANCOS BRASILEIROS S/AADV.(A/S) : CRISTIANA RODRIGUES GONTIJO E OUTRO(A/S)

DECISÃO: 1. Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto de acórdão do Tribunal Superior do Trabalho e assim ementado:

“RECURSO DE EMBARGOS. APLICAÇÃO DA SÚMULA 304 DO TST. JUROS DE MORA. EMPRESA EM LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL. SUCESSÃO TRABALHISTA. CONDENAÇÃO SOLIDÁRIA. A Súmula 304 do TST é inaplicável a casos como o dos autos, em que foi reconhecida sucessão trabalhista, nos termos dos arts. 10 e 448 da CLT, não se justificando a exclusão dos juros de mora, visto que o sucessor responde pelas obrigações do sucedido, não se beneficiando de qualquer privilégio a este destinado. Precedentes da SBDI-1.

QUITAÇÃO. SÚMULA 330 DO TST. Constitui pressuposto de aplicabilidade da Súmula 330 que estejam especificadas no acórdão as parcelas postuladas e as abrangidas pelo recibo de quitação, premissa sem a qual não há como se estabelecer o necessário confronto, sob pena de contrariar a Súmula 126 desta Corte, que impede o reexame de fatos e provas em sede de Recurso de Revista ou de Embargos. Não constando do acórdão regional indicação das parcelas postuladas nem das discriminadas no termo de rescisão contratual, tem-se que essa circunstância impede a pretendida aferição de contrariedade à Súmula 330 do TST, conforme explicitado, ante o óbice da Súmula 126 desta Corte. Não se caracteriza, portanto, violação ao art. 896 da CLT.

Recurso de Embargos de que não se conhece.” (fl. 201).O recorrente alega, com base no art. 102, III, a, violação ao art. 5º, II,

XXXV, XXXVI, LIV e LV, da Constituição da República.2.Conquanto admissível o agravo, inviável o recurso extraordinário.É que suposta violação às garantias constitucionais do devido

processo legal, da ampla defesa e do contraditório configuraria, aqui, o que se chama mera ofensa reflexa, também dita indireta, à Constituição da República, porque eventual juízo sobre sua caracterização dependeria de reexame prévio do caso à luz das normas infraconstitucionais, em cuja incidência e interpretação, para o decidir, se apoiou o acórdão impugnado, designadamente os arts. 10, 448 e 896 da CLT.

É, ao propósito, velhíssima a postura desta Corte no sentido de que, se, para provar contrariedade à Constituição, se deva, antes, demonstrar ofensa à lei ordinária, então é esta que conta para efeito de juízo de admissibilidade do recurso extraordinário (cf., por todos, RE nº 92.264-SP, Rel. Min. DECIO MIRANDA, in RTJ 94/462-464). E este enunciado sintetiza raciocínio de certa simplicidade, que está no seguinte.

É natural que, propondo-se a Constituição como fundamento jurídico último, formal e material, do ordenamento, toda questão jurídico-normativa apresente ângulos ou aspectos de algum modo constitucionais, em coerência com os predicados da unidade e da lógica que permeiam toda a ordem jurídica.

Mas tal fenômeno não autoriza que, para efeitos de admissibilidade de recurso extraordinário, sempre se dê relevo ou prevalência à dimensão constitucional da quaestio iuris, sob pretexto de a aplicação da norma ordinária encobrir ofensa à Constituição, porque esse corte epistemológico de natureza absoluta equivaleria à adoção de um atalho que, de um lado, degradaria o valor referencial da Carta, barateando-lhe a eficácia, e, de outro, aniquilaria todo o alcance teórico das normas infraconstitucionais, enquanto materialização e desdobramento necessário do ordenamento, destinadas, que são, a dar atualidade, conseqüência e sentido prático ao conteúdo normativo inscrito nas disposições constitucionais.

Tal preponderância só quadra à hipótese de o recurso alegar e demonstrar que o significado normativo atribuído pela decisão ao texto da lei subalterna, no ato de aplicá-la ao caso, guarde possibilidade teórica de afronta a princípio ou regra constitucional objeto de discussão na causa. E, ainda assim, sem descurar-se da falácia de conhecido estratagema retórico que, no recurso, invoca, desnecessariamente, norma constitucional para justificar pretensão de releitura da norma infraconstitucional aplicada, quando, na instância ordinária, não se discutiu ou, o que é mais, nem se delineie eventual incompatibilidade entre ambas. É coisa que não escapou a velho precedente da Corte, do qual consta o seguinte:

“(...) Observo, com relação [à questão constitucional], que é incomum

que, para se interpretar um texto infraconstitucional, haja necessidade de, para reforçar a exegese, se invocarem textos constitucionais, exceto quando seja preciso conciliar a lei ordinária com a Constituição por meio da técnica da interpretação conforme a Carta Magna” (voto do Min. MOREIRA ALVES no RE nº 147.684, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, in RTJ 148/2).

Neste caso, não há questão constitucional capaz de tornar admissível o recurso extraordinário, porque o que, no fundo, sustenta a recorrente é que, aplicando normas subalternas, revestidas de incontroversa constitucionalidade formal e material, a fatos insuscetíveis de rediscussão nesta via, quando não poderia tê-lo feito, porque tais fatos não corresponderiam às suas fattispecie abstratas, teria o tribunal a quo proferido decisão errônea (error in iudicando), cujo resultado prático implicaria violação de normas constitucionais. É hipótese típica do que se costuma definir como ofensa reflexa ou indireta, que, a bem ver, não tipifica ofensa alguma à Constituição.

3.Ante o exposto, dou provimento ao agravo, convertendo-o em recurso extraordinário, a que nego seguimento (arts. 21, § 1º, do RISTF, 38 da Lei nº 8.038, de 28.5.90, e 557 do CPC).

Publique-se. Int..Brasília, 6 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 752.599 (360)ORIGEM : PROC - 2008000893070 - TURMA RECURSAL CÍVEL E

CRIMINALPROCED. : PARANÁRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : BANCO ABN AMRO REAL S/AADV.(A/S) : LEONARDO XAVIER ROUSSENQ E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : ESPÓLIO DE DORALICE DE MORAESAGDO.(A/S) : ARI SANTOS MORAESAGDO.(A/S) : IVANI DE MORAESAGDO.(A/S) : OSNI OLEGARIO DA SILVAAGDO.(A/S) : FRANCISCA NELCI SANTOS DE MORAESAGDO.(A/S) : ROSANDE DE MORAESADV.(A/S) : GRASIELE BARCELOS AMARAL E OUTRO(A/S)

DECISÃO CADERNETA DE POUPANÇA. CORREÇÃO MONETÁRIA.

PENDÊNCIA DE JULGAMENTO DA ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL 165: IDENTIDADE DE MATÉRIA. AGRAVO SOBRESTADO.

1. O recurso extraordinário foi interposto contra julgado no qual é questionado a adequação dos índices de correção monetária aplicados em cadernetas de poupança em decorrência de determinados planos econômicos, além da responsabilidade pela adequação das contas.

2. A matéria é idêntica à discutida na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 165, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, a qual está pendente de julgamento pelo Plenário deste Supremo Tribunal Federal.

3. Pelo exposto, determino o sobrestamento do presente feito até o julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 165.

Publique-se.Brasília, 13 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 753.035 (361)ORIGEM : AC - 200334000193700 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOAGDO.(A/S) : MILTON LOBO E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : JOSÉ DE JESUS ALENCAR MAFRA

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário, fundamentado no artigo 102, inciso III, alínea “a”, da Constituição do Brasil.

2.Deixo de examinar a preliminar de repercussão geral, cujo exame só é possível quando não for o caso de inadmissibilidade do recurso por outra razão [RISTF, art. 323]. Se inexiste questão constitucional, não há como se pretender seja reconhecida “a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso” [CB/88, art. 102, III, § 3º].

3.O agravo não merece provimento. O acórdão recorrido está em harmonia com o entendimento desta Corte de que as gratificações concedidas em caráter geral são extensíveis aos servidores inativos. Nesse sentido, caso semelhante ao dos autos, RE n. 405.173-AgR, Relator o Ministro Carlos Britto, DJ de 3.12.04, cuja ementa transcrevo:

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. GRATIFICAÇÃO DO DESEMPENHO DE ATIVIDADE JUDICIÁRIA - GDAJ. CARÁTER GENÉRICO. EXTENSÃO AOS SERVIDORES INATIVOS.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 95

MOLDURA FÁTICA DELINEADA PELO TRIBUNAL A QUO. Havendo o Tribunal de origem decidido que a Gratificação do

Desempenho da Atividade Jurídica - GDAJ tem natureza genérica, deve ser ela estendida aos inativos, sob pena de violação ao art. 40, § 8º, da Magna Carta, na redação da EC 20/98, conforme jurisprudência pacífica desta Casa Maior da Justiça brasileira. Precedentes: MI 211, Rel. Min. Octavio Gallotti; RE 410.288-AgR e AI 276.786-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; e AI 265.373-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio.

Entendimento diverso exigiria reexame da legislação infraconstitucional pertinente (Medida Provisória nº 2.048/2000), bem como do conjunto fático-probatório dos autos, procedimentos vedados pela jurisprudência pacífica desta colenda Corte.

Agravo regimental a que se nega provimento.”Nego seguimento ao agravo com fundamento no artigo 21, §1º, do

RISTF.Publique-se.Brasília, 29 de outubro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 753.439 (362)ORIGEM : AC - 98254602 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : JOSÉ DONIZETE DOS SANTOS - MEAGDO.(A/S) : VIVO S/AADV.(A/S) : ADRIANA PORTELLA MARON

DESPACHO Em virtude da renúncia ao mandato, intime-se a parte agravante, por via postal, com aviso de recebimento, para que, no prazo de dez dias, regularize sua representação processual.

Publique-se.Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 754.248 (363)ORIGEM : PROC - 3300 - COLÉGIO RECURSAL DO JUIZADO

ESPECIAL CÍVELPROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : BANCO ABN AMRO REAL S/AADV.(A/S) : SAMUEL BAETA PÓPOLI E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : ANTONIO CELSO BOAROADV.(A/S) : ALESSANDRO HENRIQUE QUESSADA APOLINÁRIO E

OUTRO(A/S)

DECISÃO CADERNETA DE POUPANÇA. CORREÇÃO MONETÁRIA.

PENDÊNCIA DE JULGAMENTO DA ARGUIÇÃO DE DESCUMPRIMENTO DE PRECEITO FUNDAMENTAL 165: IDENTIDADE DE MATÉRIA. AGRAVO SOBRESTADO.

1. O recurso extraordinário foi interposto contra julgado no qual é questionado a adequação dos índices de correção monetária aplicados em cadernetas de poupança em decorrência de determinados planos econômicos, além da responsabilidade pela adequação das contas.

2. A matéria é idêntica à discutida na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 165, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, a qual está pendente de julgamento pelo Plenário deste Supremo Tribunal Federal.

3. Pelo exposto, determino o sobrestamento do presente feito até o julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental n. 165.

Publique-se.Brasília, 13 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 754.801 (364)ORIGEM : AI - 1027616 - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICAPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. CEZAR PELUSOAGTE.(S) : TELEMAR NORTE LESTE S/AADV.(A/S) : DÉCIO FREIRE E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : FABRICA DE LATICINIOS BELA LTDAADV.(A/S) : VANDEMBERG ROBERTO DA SILVAAGDO.(A/S) : EMPRESA BRASILEIRA DE TELECOMUNICAÇÕES S/A

- EMBRATELADV.(A/S) : ANDERSON EDUARDO PEREIRA E OUTRO(A/S)

DECISÃO: 1. Trata-se agravo de instrumento contra decisão que indeferiu processamento de recurso extraordinário que versa sobre requisitos de admissibilidade de recurso especial perante o Superior Tribunal de Justiça.

2.Incognoscível o recurso.É que esta Corte rejeitou a existência de repercussão geral do tema

(RE nº 598.365, Rel. Min. CARLOS BRITTO).3.Ante o exposto, nego seguimento ao recurso (arts. 21, § 1º, e 327, §

1º, do RISTF, e 38 da Lei nº 8.038, de 28.5.90, c.c. arts. 102, § 3º, da CF, e 543-A, § 5º, e 557 do CPC).

Publique-se. Int..Brasília, 4 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 755.662 (365)ORIGEM : APCRIM - 1010026300000000 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CARLOS BRITTOAGTE.(S) : GUSTAVO DE LEMOS VALLEADV.(A/S) : ROBERTO TADEU TELHADA E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO

DECISÃO: Vistos, etc.Não consta dos autos cópia do inteiro teor do acórdão proferido no

julgamento dos embargos declaratórios, bem como da respectiva certidão de publicação, peças obrigatórias, nos termos do § 1º do art. 544 do CPC. Como sabido, incumbe à parte agravante indicar as peças a ser trasladadas e também fiscalizar a correta formação do instrumento, por cuja deficiência responde.

De mais a mais, a parte recorrente não se desincumbiu do dever processual de que trata o § 2º do art. 543-A do CPC, introduzido pela Lei nº 11.418/06. Ora, o Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao apreciar a Questão de Ordem no AI 664.567/RS, sob a relatoria do ministro Sepúlveda Pertence, decidiu que: a) “é de exigir-se a demonstração de repercussão geral das questões constitucionais discutidas em qualquer recurso extraordinário, incluído o criminal”; b) “só se aplica a exigência da demonstração da repercussão geral a partir do dia 3 de maio de 2007, data da publicação da Emenda Regimental nº 21, de 30 de abril de 2007”.

Isso posto, e frente ao art. 38 da Lei nº 8.038/90 e ao § 1º do art. 21 do RI/STF, nego seguimento ao agravo.

Publique-se.Brasília, 26 de outubro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 757.203 (366)ORIGEM : AC - 70023821796 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. CEZAR PELUSOAGTE.(S) : RIO GRANDE ENERGIA S/AADV.(A/S) : JORGE BRETAS E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : LUÍS RENATO FERREIRA DA SILVA E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : LATICÍNIOS SERRO AZUL LTDAADV.(A/S) : ROGERS WELTER TROTT E OUTRO(A/S)

DESPACHO: Diante da ausência de notícia quanto ao julgamento do agravo de instrumento interposto da decisão denegatória de recurso especial, oficie-se ao Superior Tribunal de Justiça, para que informe a esta Corte, tão-logo ocorra, o teor da decisão e o seu trânsito em julgado.

Sobreste-se na Secretaria até o recebimento das informações. Após, venham-me conclusos.

Publique-se. Int..Brasília, 6 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 757.587 (367)ORIGEM : EEDRR - 68956520003 - TRIBUNAL SUPERIOR DO

TRABALHOPROCED. : MATO GROSSORELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : CAIXA DE PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA AOS

FUNCINÁRIOS DO BANCO DA AMAZÔNIA S/A - CAPAFADV.(A/S) : JOÃO PIRES DOS SANTOS E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : SÉRGIO LUÍS TEIXEIRA DA SILVAAGDO.(A/S) : JOSEFINA DA CRUZ COELHOADV.(A/S) : ISRAEL ANIBAL SILVA

1.Trata-se de agravo de instrumento de decisão denegatória de recurso extraordinário interposto contra acórdão no qual se discute admissibilidade de recurso.

2.Esta Corte manifestou-se pela inexistência de repercussão geral da matéria no RE 598.365/MG, rel. Min. Carlos Britto.

3.Conforme estabelecem os artigos 543-A, § 5º, do Código de Processo Civil, e 326 e 327 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, a decisão de inexistência de repercussão geral proferida por este Tribunal valerá para todos os recursos sobre questão idêntica.

4.Ante o exposto, indefiro liminarmente o presente agravo de

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

Page 96: DIÁRIO DA JUSTIÇA ELETRÔNICO · docerias, buffets, fast-foods e assemelhados de sÃo paulo e regiÃo adv.(a/s) :ana paula moreira dos santos e outro(a/s) agdo.(a/s) :cantina vico

STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 96

instrumento (art. 543-A, §5º, do CPC, c/c o art. 327, §1º, do RI/STF).Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.230 (368)ORIGEM : AC - 8003195700 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : DARCY DA COSTA CAMARGOADV.(A/S) : MARIA CRISTINA LAPENTAAGDO.(A/S) : ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

1.Trata-se de agravo de instrumento de decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto contra acórdão assim ementado:

“Previdenciário – Pensionista de ex-funcionário da FEPASA – Complementação de pensão – Competência da Justiça Estadual, em não advindo a benesse diretamente do contrato de trabalho, mas sim de lei e da Constituição Federal (art. 40, parágrafo 8º, redação da EC 20/98). Pretensão ao restabelecimento da retribuição extraordinária (33%), ao argumento de que foi ela suprimida quando do ‘contratão’ pelo servidor falecido – Descabimento – Alteração do regime retribuitório, com possibilidade legal de opção, nos termos da Lei 10.410/71 – Vantagem absorvida pelo ‘salário compreensivo’ – Inexistência de qualquer redução salarial – Improcedência que se sustenta – Recurso desprovido.” (Fl. 64).

2.Nas razões do RE, sustenta-se ofensa aos artigos 5º, XXXVI; 37, XV; 40, §4º; e 194, IV, da Constituição Federal.

A recorrente alega:“[...] na condição de ferroviário inativo da FEPASA S.A o instituidor do

benefício regido pelo Estatuto dos Ferroviários (Decreto nº 35.530/59) assegurou, ao longo do tempo de serviço prestado, direitos e vantagens tais como a denominada Retribuição Extraordinária – 33%[...]

Posteriormente, através de Dissídio Coletivo, a recorrida obrigou-se a implantar novo Regime de Organização de seu pessoal, de forma que todos os cargos fossem avaliados e classificados, estabelecendo Quadro de Carreira, nos termos da Lei nº 10.410 de 28.10.71.

A partir de 1975, a FEPASA S.A. propôs a todos os ferroviários um novo contrato de trabalho, conhecido como ‘Contratão’ que instituiu o ‘Salário Compreensivo’[...]

Porém, o mesmo diploma, em flagrante violação ao direito assegurado à retribuição extraordinária – 33% no artigo 111 do Estatuto acima mencionado, suprimiu dos vencimentos do instituidor da pensão a vantagem anteriormente instituída.

[...] vale ressaltar que qualquer norma jurídica não pode de forma alguma retroagir para causar prejuízo ao direito adquirido da recorrente ao recebimento do benefício de complementação de pensão com a inclusão da Retribuição Extraordinária, conforme preceitua o artigo 5º, inciso XXXVI da Constituição Federal[...]

Com este procedimento por parte da Administração Estadual claro está que o instituidor da pensão teve uma redução em seus vencimentos, o que é totalmente proibido pela Constituição Federal que em seu artigo 37, inciso XV [...]encerra verdadeiro princípio constitucional, o da irredutibilidade dos vencimentos, operando como mecanismo de estabilidade financeira da remuneração em geral percebida pelos servidores públicos.” (Fl. 72-83).

3.O recurso não merece prosperar. Primeiramente, verifico que os artigos 40, §4º e 194, IV, da Constituição Federal não foram prequestionados, porque não abordados pelo acórdão recorrido, e ao qual não foram opostos embargos de declaração para satisfazer o requisito do prequestionamento (Súmulas STF 282 e 356).

4.Em segundo lugar, para verificar se houve ou não redução salarial, seria necessária a análise de fatos e provas, e de legislação local (Decreto Estadual 35.530/59 e Lei Estadual 10.410/71), hipóteses inviáveis em sede extraordinária (Súmulas STF 279 e 280).

5.Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (art. 557, caput, CPC).

Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.460 (369)ORIGEM : AC - 3481095400 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : MUNICÍPIO DE LENÇÓIS PAULISTAADV.(A/S) : WALDIR GOMESAGDO.(A/S) : MÁRIO FORTUNATO FERROADV.(A/S) : ANTONIO JOSÉ CONTENTE

DECISÃO: O agravante sustenta a existência de repercussão geral das questões constitucionais discutidas no acórdão recorrido, atendendo ao requisito a que se refere o artigo 543-A, § 2º, do Código de Processo Civil.

Dou provimento ao agravo de instrumento e determino a subida dos autos principais, devidamente processados, para exame da preliminar de repercussão geral, sem prejuízo, no entanto, do disposto no artigo 543-B do Código de Processo Civil.

Publique-se.Brasília, 4 de novembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 763.862 (370)ORIGEM : EIAC - 200472070053870 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : SANTA CATARINARELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOAGDO.(A/S) : ARGEMIRO HERMÍNIO GONÇALVESADV.(A/S) : VANIO JOSÉ CORRÊA VIANA E OUTRO(A/S)

Ante o provimento do recurso especial da agravante pelo Superior Tribunal de Justiça (REsp 1.018.647-AgR-AgR-AgR/SC, rel. Min. Felix Fischer, 5ª Turma, DJe 02.03.2009 – fls. 276-279), julgo prejudicado o presente agravo de instrumento.

Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 764.248 (371)ORIGEM : PROC - 20087000329214 - TURMA RECURSAL CÍVEL E

CRIMINALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : CÉLIA REZENDE ANTUNESADV.(A/S) : HYLTON MONIZ FREIRE JUNIOR E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : JOSEFINA SALETI ALVES DE LIMA

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO - MATÉRIA FÁTICA -

INVIABILIDADE - DESPROVIMENTO DO AGRAVO.1.A Turma Recursal deu parcial provimento a pedido formulado em

recurso, consignando (folha 89):Alega a autora que foi ofendida moralmente pela ré em 30/07/07, que

tais agressões acontecem há aproximadamente 20 anos e que tal fato ocorreu após uma discussão entre o filho da ré e o Sr. José Vitorino que prestava serviços para o condomínio. Contestação às fls. 32 negando os fatos narrados na inicial. Sentença homologada pela juíza Fernanda Rosado às fls. 42/43 que julgou procedente o pedido para condenar a ré a pagar a quantia de R$ 1.000,00 a titulo de danos morais. Recurso da ré às fls.44 com gratuidade Sentença que se reforma parcialmente para reduzir a condenação a título de dano moral de R$ 1.000,00 PARA R$415,00 como compensação pelo desgaste, desconforto e constrangimento experimentado pelos xingamentos ofensivos confirmados às fls.30.

2.A recorribilidade extraordinária é distinta daquela revelada por simples revisão do que decidido, na maioria das vezes procedida mediante o recurso por excelência - a apelação. Atua-se em sede excepcional à luz da moldura fática delineada soberanamente pela Corte de origem, considerando-se as premissas constantes do acórdão impugnado. A jurisprudência sedimentada é pacífica a respeito, devendo-se ter presente o Verbete nº 279 da Súmula deste Tribunal:

Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário.As razões do extraordinário partem de pressupostos fáticos estranhos

à decisão atacada, buscando-se, em última análise, conduzir esta Corte ao reexame dos elementos probatórios para, com fundamento em quadro diverso, assentar a viabilidade do recurso.

A par desse aspecto, descabe confundir a ausência de entrega aperfeiçoada da prestação jurisdicional com decisão contrária aos interesses defendidos. A violência ao devido processo legal não pode ser tomada como uma alavanca para alçar a este Tribunal conflito de interesses cuja solução se exaure na origem. A tentativa acaba por se fazer voltada à transformação do Supremo em mero revisor dos atos dos demais tribunais do País. Na espécie, o Colegiado de origem procedeu a julgamento fundamentado de forma consentânea com a ordem jurídica.

3.Conheço do agravo e o desprovejo.4.Publiquem.Brasília, 29 de outubro de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 764.427 (372)ORIGEM : AC - 12011706 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULO

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 97

RELATOR SUBSTITUTO

:MIN. DIAS TOFFOLI

AGTE.(S) : PAULO PONTEAGTE.(S) : CECÍLIA PONTEAGTE.(S) : RENATA PONTEADV.(A/S) : ERNANI AMODEO PACHECO E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : BANCO ABN AMRO REAL S/AADV.(A/S) : HENEDINA TRABULCI E OUTRO(A/S)

DECISÃO Vistos.Paulo Ponte, Cecília Ponte e Renata Ponte interpõem agravo de

instrumento contra a decisão que não admitiu recurso extraordinário assentado em contrariedade ao artigo 5º, incisos XXII, XXIII, LIV e LV, da Constituição Federal.

Insurgem-se, no apelo extremo, contra acórdão da Vigésima Segunda Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, assim ementado:

“EMBARGOS DE TERCEIRO. IMPROCEDÊNCIA DECRETADA EM 1° GRAU. DECISÃO MANTIDA, À LUZ DA PROVA DOS AUTOS, QUE REVELA QUE A AQUISIÇÃO OCORREU EM FRAUDE DE EXECUÇÃO. RECURSO DESPROVIDO” (fl. 55).

Opostos embargos de declaração (fls. 59 a 62), foram rejeitados (fls. 63 a 65).

Decido.Anote-se, inicialmente, que o recurso extraordinário foi interposto

contra acórdão publicado após 3/5/07, quando já era plenamente exigível a demonstração da repercussão geral da matéria constitucional objeto do recurso, conforme decidido na Questão de Ordem no Agravo de Instrumento nº 664.567/RS, Pleno, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 6/9/07. Todavia, apesar da petição recursal ter trazido a preliminar sobre o tema, não é de se proceder ao exame de sua existência, uma vez que, nos termos do artigo 323 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, com a redação introduzida pela Emenda Regimental nº 21/07, primeira parte, o procedimento acerca da existência da repercussão geral somente ocorrerá “quando não for o caso de inadmissibilidade do recurso por outra razão”.

Não merece prosperar a irresignação.O acórdão recorrido consignou que:“O recurso não comporta provimento, pois a sentença bem apreciou a

prova dos autos para concluir pela ocorrência de fraude de execução, ineficaz perante o credor. Em primeiro lugar, anote-se que anteriormente o pai dos apelantes e executado já tentara desconstituir a penhora que recaiu sobre o bem em questão. Mas, sem êxito, pois o v. Acórdão copiado a fls. 136/141 repeliu seus argumentos. Antes disso, já fora declarada ineficaz, por fraudulenta, a doação da presente demanda, que é contíguo ao que fora doado fraudulentamente, teria sido adquirido diretamente pelos apelantes da titular do domínio” (fl. 56).

Os recorrentes, por sua vez, afirmam que a penhora de seu imóvel é ilegal, não caracterizando fraude à execução, haja vista que “O artigo 593, do Código de Processo Civil, é de clareza solar, quando exige, para que reste configurada a fraude de execução, a alienação ou oneração de bens pelo devedor – executado” (fl. 96).

Nesse caso, para acolher a pretensão dos recorrentes e ultrapassar o entendimento do Tribunal de origem seria necessário o reexame da legislação infraconstitucional e das provas dos autos, o que não é cabível em sede de recurso extraordinário. Incidência da Súmula nº 279 desta Corte. Nesse sentido, anote-se:

“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO DE COBRANÇA. DESPESAS CONDOMINIAIS. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. Impossibilidade da análise da legislação infraconstitucional e do reexame de provas na via do recurso extraordinário. 2. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de que as alegações de afronta aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional, se dependentes de reexame de normas infraconstitucionais, podem configurar apenas ofensa reflexa à Constituição da República” (AI nº 594.887/SP-AgR, Primeira Turma, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJ de 30/11/07).

“AGRAVO DE INSTRUMENTO - ALEGAÇÃO DE OFENSA AO POSTULADO DA MOTIVAÇÃO DOS ATOS DECISÓRIOS - INOCORRÊNCIA - AUSÊNCIA DE OFENSA DIRETA À CONSTITUIÇÃO - RECURSO IMPROVIDO. O Supremo Tribunal Federal deixou assentado que, em regra, as alegações de desrespeito aos postulados da legalidade, do devido processo legal, da motivação dos atos decisórios, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional podem configurar, quando muito, situações de ofensa meramente reflexa ao texto da Constituição, circunstância essa que impede a utilização do recurso extraordinário. Precedentes” (AI nº 360.265/RJ-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 20/9/02).

Nego provimento ao agravo de instrumento.Publique-se.Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 765.440 (373)ORIGEM : AC - 154776 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : BAHIARELATOR :MIN. CEZAR PELUSOAGTE.(S) : ESTADO DA BAHIAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DA BAHIAAGDO.(A/S) : ROQUE PEREIRA DA SILVAADV.(A/S) : MILTON SOUZA GOMES

DECISÃO: 1. Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto de acórdão do Tribunal de Justiça da Bahia e assim ementado, no que importa:

“APELAÇÃO CÍVEL – MANDADO DE SEGURANÇA – REINTEGRAÇÃO EM CARGO PÚBLICO – MILITAR EXCLUÍDO DA POLÍCIA MILITAR – AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO NÃO ASSEGURADOS. VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO CONSTITUCIONAL DE AMPLA DEFESA (ART. 5º LV DA CF) (...)” (fl. 123).

Sustenta o recorrente, com fundamento no art. 102, III, a, ofensa aos arts. 5º, XXXV, LIV, LV, e 93, IX, da Constituição Federal.

2.Conquanto admissível o agravo, inviável o recurso extraordinário. É que este Tribunal, no julgamento do RE nº 222.294 (Rel. Min.

ILMAR GALVÃO, Primeira Turma, DJ de 13.08.1999), declarou a nulidade de procedimento administrativo disciplinar em que foi tolhido à defesa o direito de reinquirir testemunhas, por afronta ao art. 5º, LV, da Constituição Federal. Eis o teor da ementa do acórdão, que se aplica, mutatis mutantis, ao caso em tela:

“EMENTA: ADMINISTRATIVO. POLICIAL MILITAR. DEMISSÃO. PROCESSO EM QUE FOI RECUSADO À DEFESA O DIREITO DE REINQUIRIR AS TESTEMUNHAS. Situação configuradora de ofensa ao princípio da ampla defesa, consagrado no art. 5º, inc. LV, da Constituição. Recurso não conhecido.”

E, quanto à alegação de ofensa ao art. 93, IX, da Constituição da República, observo que o acórdão está devidamente fundamentado, e é o que basta, pois, como se decidiu no RE nº 140.370 (Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, DJ de 21.5.93):

“(...)O que a Constituição exige, no art. 93, IX, é que a decisão judicial

seja fundamentada; não, que a fundamentação seja correta, na solução das questões de fato ou de direito da lide: declinadas no julgado as premissas, corretamente assentadas ou não, mas coerentes com o dispositivo do acórdão, está satisfeita a exigência constitucional”.

3.Ante o exposto, dou provimento ao agravo, convertendo-o em recurso extraordinário, a que nego seguimento (arts. 21, § 1º, do RISTF, 38 da Lei nº 8.038, de 28.5.90, e 557 do CPC).

Publique-se. Int..Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 765.631 (374)ORIGEM : PROC - 24087123872 - TURMA DE RECURSOS CIVEIS

DOS JUIZADOS ESPECIAISPROCED. : MINAS GERAISRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : BANCO BRADESCO S/AADV.(A/S) : MARCO AURÉLIO SIMASAGDO.(A/S) : ANDREIA CRISTINA ALVES LISBOAPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE MINAS

GERAIS

1.Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que indeferiu processamento de recurso extraordinário em que se discute a reparação de danos decorrente da cobrança de serviços bancários não contratados.

No RE, sustenta-se ofensa aos artigos 5º, incisos II, XXXV, XXXVI e LV, da Constituição Federal.

2.O recurso não merece prosperar. Primeiramente, para o exame das violações alegadas, seria necessária a análise de fatos e provas (Súmula STF 279) e de legislação infraconstitucional, hipóteses inviáveis em sede extraordinária.

3.Em segundo lugar, verifico que os dispositivos, aos quais se alegou violação, não foram prequestionados, porque não abordados pelo acórdão recorrido (Súmula STF 282).

4.Quanto à alegação de ofensa ao art. 5º e seus incisos, da Constituição Federal, a jurisprudência desta Corte está sedimentada no sentido de que as alegações de desrespeito aos postulados da legalidade, do devido processo legal, do direito adquirido, do ato jurídico perfeito, da motivação dos atos decisórios, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional podem configurar, quando muito, situações de ofensa meramente reflexa ao texto da Constituição, circunstância essa que impede a utilização do recurso extraordinário. Nesse sentido: AI 372.358-AgR/SP, Rel. Min. Celso de Mello, 2ª Turma, unânime, DJ 26.06.2002; RE 461.286-AgR/MS, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, unânime, DJ 15.9.2006; AI 682.065-AgR/RS, rel. Min. Eros Grau, 2ª Turma, unânime, DJe 04.04.2008 e

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 98

AI 662.319-AgR/RR, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, unânime, DJe 06.03.2009.

5.Ante o exposto, nego seguimento ao agravo (CPC, art. 557, caput).

Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 766.198 (375)ORIGEM : AC - 10024060847639001 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. CEZAR PELUSOAGTE.(S) : HEBERSON DE FREITAS PEDROSAADV.(A/S) : MOISÉS ELIAS PEREIRA E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : ESTADO DE MINAS GERAISADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS

DECISÃO: 1. Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto de acórdão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais e assim ementado:

“ADMINISTRATIVO – LIMINAR MANDAMENTAL DEFERIDA – CONCLUSÃO DO CURSO – FATO CONSUMADO – INAPLICABILIDADE – PROVISORIEDADE DA MEDIDA – COISA JULGADA MATERIAL. – Não se aplica a teoria do fato consumado quando o candidato conclui curso de formação amparado por liminar e vê a medida cassada em virtude de decisão final contrária na ação, sob pena de lesão a coisa julgada material e contradição aos ditames do art. 37, II, da CF/88” (fl. 50).

O recorrente alega, com base no art. 102, III, a e c, violação aos arts. 5º, II e LXXVIII, 37, caput, e 93, IX, da Constituição Federal.

Apresenta preliminar formal e fundamentada de repercussão geral, no forma do art. 543-A, § 2º, do CPC.

2.Conquanto admissível o agravo, inviável o recurso extraordinário.Diante da impossibilidade de, em recurso extraordinário, rever a Corte

as premissas de fato em que, para decidir a causa, se assentou o Tribunal de origem, à luz da prova dos autos, é evidente que, para adotar outra conclusão, seria mister reexame prévio do conjunto fático-probatório, coisa de todo inviável perante o teor da súmula 279.

Ainda que superado tal óbice, melhor sorte não teria o recorrente. É que, para justificar seu teor decisório, o acórdão se valeu de fundamento constitucional autônomo e suficiente, relativo ao art. 37, II, da Constituição Federal, não atacado pelo recorrente no extraordinário, o que atrai a aplicação da súmula 283 desta Corte.

No que tange à teoria do fato consumado, é velha e aturada a jurisprudência desta Corte no sentido de sua inaplicabilidade a casos como o do recorrente, que, embora inicialmente beneficiado por liminar, sucumbiu ao julgamento final da controvérsia. É o que se vê às seguintes ementas exemplares:

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. TEORIA DO FATO CONSUMADO. REEXAME DE PROVAS E DE CLAÚSULAS DO EDITAL. IMPOSSIBILIDADE EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 1. Aplicação da teoria do fato consumado. Impossibilidade. Precedentes. 2. Reexame de fatos e provas e de cláusulas editalícias. Inviabilidade do recurso extraordinário. Súmulas ns. 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal. Agravo regimental a que se nega provimento” (Grifos nossos. AI nº 580.948-AgR, Rel. Min. EROS GRAU, Segunda Turma, DJE de 18.08.2007).

“ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONCURSO PÚBLICO. REEXAME DE FATOS E PROVAS E CLAUSÚLAS DO EDITAL. TEORIA DO FATO CONSUMADO. INAPLICABILIDADE. INEXISTÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO. 1. A análise do recurso extraordinário depende da interpretação do teor do edital do concurso público e do reexame dos fatos e das provas da causa. 2. A participação em curso da Academia de Policia Militar assegurada por força de antecipação de tutela, não é apta a caracterizar o direito líquido e certo à nomeação. 3. Esta Corte já rejeitou a chamada "teoria do fato consumado". Precedentes : RE 120.893-AgR/SP e AI 586.800-ED/DF, dentre outros. 4. Agravo regimental improvido.” (Grifos nossos. RE nº 476.783-AgR, Rel. Min. ELLEN GRACIE, Segunda Turma, DJE de 21.11.2008. No mesmo sentido AI nº 586.800-ED, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, DJE de 18.08.2007 e AI nº 581.992-AgR, Rel. Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJE de 0.10.2006).

E, quanto à alegação de ofensa ao art. 93, IX, da Constituição da República, observo que o acórdão está devidamente fundamentado, e é o que basta, pois, como se decidiu no RE nº 140.370 (Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, DJ de 21.5.93):

“(...)O que a Constituição exige, no art. 93, IX, é que a decisão judicial

seja fundamentada; não, que a fundamentação seja correta, na solução das questões de fato ou de direito da lide: declinadas no julgado as premissas, corretamente assentadas ou não, mas coerentes com o dispositivo do acórdão, está satisfeita a exigência constitucional”.

Por fim, é impertinente a invocação da alínea c do art. 102, III, da

Constituição da República, pois não se julgou válida lei ou ato de governo local, contestado em face da Constituição.

Não se excogita, pois, existência de repercussão geral, que só convém a questões constitucionais.

3.Ante o exposto, dou provimento ao agravo, convertendo-o em recurso extraordinário, a que nego seguimento (arts. 21, § 1º, do RISTF, 38 da Lei nº 8.038, de 28.5.90, e 557 do CPC).

Publique-se. Int..Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 767.020 (376)ORIGEM : RR - 75359920017 - TRIBUNAL SUPERIOR DO

TRABALHOPROCED. : BAHIARELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : ANTONIO CARLOS DA CONCEIÇÃOADV.(A/S) : ANA PAULA MOREIRA DOS SANTOSAGDO.(A/S) : EMPRESA BAIANA DE ÁGUAS E SANEAMENTO S/A -

EMBASAADV.(A/S) : VICTOR RUSSOMANO JÚNIOR

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se violação aos arts. 5º, caput e XXXVI, 7º, XXVI, e 114, § 2º, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. Como tem consignado o Tribunal, por meio da Súmula 282, é inadmissível o recurso extraordinário se a questão constitucional suscitada, à exceção do art. 7º, XXVI, da Constituição, não tiver sido apreciada no acórdão recorrido. Ademais, se os embargos declaratórios não foram opostos com a finalidade de suprir essa omissão, é inviável o recurso, a teor da Súmula 356 do STF.

Ainda que superado tal óbice, o recurso não prosperaria. É que o acórdão recorrido decidiu a causa com base na interpretação de cláusula integrante de acordo coletivo de trabalho. A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. Incabível, portanto, o recurso extraordinário. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: AI 518.850-AgR/RJ, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; AI 518.630-AgR/RJ, Rel. Min. Carlos Velloso.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.494 (377)ORIGEM : AC - 70016513855 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. CELSO DE MELLOAGTE.(S) : FUNDAÇÃO BRTPREVADV.(A/S) : FABRÍCIO ZIR BOTHOMÉ E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : ELIRIO LAUDIO ROESLERADV.(A/S) : VALQUÍRIA PAGANELLA PINZON E OUTRO(A/S)

DECISÃO: Homologo o pedido de desistência do presente agravo de instrumento (fls. 712), eis que formulado por quem dispõe de legitimidade e de poderes especiais para subscrevê-lo (fls. 392). Em conseqüência, declaro extinto este procedimento recursal.

Publique-se.Brasília, 09 de novembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 769.474 (378)ORIGEM : AC - 5753115700 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULOAGDO.(A/S) : MARIA DE FÁTIMA TEIXEIRAADV.(A/S) : DANIELE FERREIRA E OUTRO(A/S)

DECISÃOAGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO E

PREVIDENCIÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO. CÔMPUTO DE TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO NO MOVIMENTO BRASILEIRO DE ALFABETIZAÇÃO - MOBRAL. 1. REPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL: DESNECESSIDADE DE EXAME. ART. 323, PRIMEIRA PARTE, DO REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 2. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO: INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 282 E 356 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 3. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO AO QUAL SE NEGA

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 99

SEGUIMENTO.Relatório1. Agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso

extraordinário, interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República.

2. O recurso inadmitido tem como objeto o seguinte julgado do Tribunal de Justiça de São Paulo:

“O período em que a apelada prestou o serviço para o Mobral é considerado serviço público, seja ele remunerado ou não. E, no caso, a própria Municipalidade emitiu certidão (fl. 12) demonstrando que a apelada ministrou as aulas no período de 20/02/1974 a 20/07/1974.

Assim, não há porque sonegar à apelada, a qual ainda é funcionária pública, como Professora de Educação Básica I, a contagem do tempo anteriormente prestado ao Município de Vera Cruz para todos os fins.

Em caso análogo, na Apelação Cível n. 105.326-5/1-00, cujo Relator foi o E. Desembargador Alberto Gentil, assim dispôs:

‘(...) Ampara a pretensão da recorrida o disposto no artigo 11 da Lei Complementar n. 444/85 (...) Afinal, os cursos do MOBRAL destinavam-se à alfabetização de adolescentes e adultos. De inteira aplicação, pois, o disposto no artigo 40 da Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro.

Por fim, o estatuído no artigo 40, § 3º, da Constituição da República não impede o acolhimento da pretensão da impetrante. Isto porque o tempo de serviço cuja contagem se almeja é anterior à sua promulgação e encontra, ainda, embasamento no parágrafo único do artigo 76 do Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo, com a redação que lhe foi dada pela Lei Complementar n. 437/85, tempo de serviço público, prestado até 20 de dezembro de 1984 à União, outros Estados, Municípios e suas Autarquias, será computado para todos os fins. (...)’

Observe-se que a lei é clara ao dispor que a contagem do tempo de serviço prestado ao Mobral é para todos os fins legais e, em especial, para sua classificação visando à atribuição de aulas” (fls. 186-189).

3. A decisão agravada teve como fundamentos para a inadmissibilidade do recurso extraordinário as circunstâncias de que: a) “os argumentos expendidos não são suficientes para infirmar a conclusão do v. aresto combatido, que contém fundamentação adequada para lhe dar respaldo”; b) não “restou evidenciado qualquer maltrato a normas constitucionais, não sendo atendida qualquer das hipóteses das alíneas ‘a’, ‘b’, ‘c’ e ‘d’ do permissivo constitucional”; c) a ofensa à Constituição, se tivesse ocorrido, seria indireta (fls. 224-225).

4. No recurso extraordinário, o Agravante alega que o Tribunal a quo teria contrariado o art. 40, § 9º, da Constituição da República.

Argumenta que “a relação da recorrida com a Fundação Mobral era gratuita, voluntária, sem vínculo empregatício e que não gera qualquer obrigação trabalhista ou previdenciária, por força do que também dispõem as normas do Decreto 74.562/74 e artigo 111 do Dec-Lei 200/67” (fl. 208).

Sustenta que, “Examinando-se os documentos anexados aos autos pela própria demandante, verifica-se que a mesma não fez prova do preenchimento do requisito constitucionalmente exigido para a obtenção da aposentadoria especial, qual seja, 25 (vinte e cinco) anos de efetivo exercício das funções de magistério” (fl. 209).

Analisada a matéria posta à apreciação, DECIDO.5. Em preliminar, é de se ressaltar que, apesar de ter sido o

Agravante intimado depois de 3.5.2007 e constar do recurso extraordinário capítulo destacado para a defesa da repercussão geral da questão constitucional, não é o caso de se iniciar o procedimento para a aferição da sua existência, pois, nos termos do art. 323, primeira parte, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal – com a redação determinada pela Emenda Regimental n. 21/2007 -, esse procedimento somente terá lugar “quando não for o caso de inadmissibilidade do recurso por outra razão”.

Essa é a situação do caso em exame, em que a análise da existência, ou não, da repercussão geral da questão constitucional torna-se dispensável, pois há outro fundamento suficiente para a inadmissibilidade do recurso.

6. O presente agravo não pode ter seguimento. 7. A configuração jurídica do prequestionamento - que traduz

elemento indispensável ao conhecimento do recurso extraordinário - decorre da oportuna formulação, em momento procedimentalmente adequado, do tema de direito constitucional positivo. A alegação de que a Agravada não teria cumprido os requisitos da aposentadoria especial não foi objeto de debate e decisão prévios no Tribunal de origem. Tampouco foi objeto dos embargos de declaração opostos, de forma a se ter por demonstrado o necessário prequestionamento. Incidem na espécie as Súmulas 282 e 356 do Supremo Tribunal Federal.

8. O Tribunal a quo entendeu que a Agravada teria direito ao cômputo do tempo de serviço prestado no Movimento Brasileiro de Alfabetização – Mobral com base nos dispositivos da Lei Complementar estadual n. 444/85, do Estatuto dos Funcionários Públicos do Estado de São Paulo e da Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro. O Agravante alega que a relação da Agravada com o Movimento Brasileiro de Alfabetização – Mobral não geraria obrigação trabalhista ou previdenciária com fundamento no Decreto n. 74.562/74 e no Decreto-Lei n. 200/67. Para se concluir de forma diversa do acórdão recorrido e acolher a tese do Agravante, seria necessária a análise dessa legislação. Assim, a afronta à Constituição da República, se existente, seria indireta, o que não viabiliza o processamento do recurso extraordinário.

Incide na espécie a Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal.Nesse sentido:“Agravo regimental em agravo de instrumento. 2. Contagem do tempo

de serviço prestado à outra unidade da Federação para todos os efeitos. Estatuto dos Funcionários Públicos Civis do Estado de São Paulo. Lei Complementar n.º 437/85. Ofensa reflexa à CF/88. 3. Observância dos requisitos exigidos pela legislação vigente à época. Direito adquirido. 4. Agravo regimental a que se nega provimento” (AI 369.440-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJ 22.11.2002).

“CONSTITUCIONAL. PROFESSOR. APOSENTADORIA ESPECIAL. SERVIÇO PÚBLICO PRESTADO EM CARGO CORRELATO AO DE PROFESSOR. I. - A questão, no caso, é de interpretação de norma infraconstitucional, dado que o acórdão sustenta que a Lei Comp. Estadual 444/85, art. 10 e seu § 4º permite a interpretação adotada. A interpretação de norma legal, em sentido estrito, razoável ou até desarrazoada, esgota-se no contencioso infraconstitucional e não autoriza a admissão do recurso extraordinário sob invocação de violência ao princípio da legalidade inscrito no art. 153, § 2º, CF/67, ou art. 5º, II, CF/88. II. - R.E. não conhecido” (RE 130.755, Rel. Min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ 13.12.1996).

Nada há, pois, a prover quanto às alegações do Agravante.9. Pelo exposto, nego seguimento a este agravo (art. 557, caput, do

Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 4 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 769.570 (379)ORIGEM : AC - 4346661 - TRIBUNAL DE ALÇADAPROCED. : MINAS GERAISRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : ARESLAN EUSTÁQUIO MARTINSADV.(A/S) : MARDEN DRUMOND VIANAAGDO.(A/S) : MANOEL COSTA DE OLIVEIRAADV.(A/S) : MARIA ANTÔNIA DE OLIVEIRA CÂNDIDO

DECISÃOAGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. 1) ALEGAÇÃO

DE OFENSA AO ART. 5º, INC. XXXV, LIV E LV, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA: OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. 2) ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ART. 93, INC. IX, DA CONSTITUIÇÃO: IMPROCEDÊNCIA. AGRAVO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso

extraordinário, interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República.

2. O recurso inadmitido tem por objeto o seguinte julgado do Tribunal de Alçada de Minas Gerais:

“Manoel Costa de Oliveira apelou, fl. 855-865, entendendo ter sido vítima de perseguição por parte do Recorrido, pleiteando, desta forma, reparação pelas lesões extrapatrimoniais suportadas.

(...) As certidões de fls. 13-16 excluem a afirmação de que o Apelado tenha praticado qualquer perseguição ao Suplicante, ao contrário, aquele agiu dentro dos limites permitidos pela lei, no uso de suas atribuições institucionais” (fls. 175-178).

3. No recurso extraordinário, o Agravante alega que o Tribunal a quo teria ofendido os arts. 5º, inc. XXXV, LIV e LV, e 93, inc. IX, da Constituição da República.

Alega que:“No v. acórdão, não houve manifestação sobre elementos

importantes, como alertado nas contrarrazões de apelação, como o fato de o Recorrido ter, em sucessivos momentos, atribuído ao Apelante a pecha de gangolino, bandido e de outras expressões correspondentes.

(...)Toda a sanha do representante do Ministério Público contra o então

Embargante ficou mais evidente, na forma revelada pelo documento juntado pelo ora Recorrente, com permissivo nos artigos 397 e 462 do CPC.

(...)Assim, tal fato, ocorrido após o julgamento da apelação, a corroborar a perseguição do promotor de justiça contra o aqui Recorrente, e que devia ser sopesado no julgamento dos embargos de declaração, não foi sequer ventilado no respectivo acórdão” (fls. 264-267 – grifos nossos).

4. A decisão agravada teve como fundamento para a inadmissibilidade do recurso extraordinário a ausência de ofensa constitucional direta (fls. 313-315).

O Agravante assevera que o Tribunal a quo teria usurpado a competência do Supremo Tribunal Federal.

Analisados os elementos havidos nos autos, DECIDO.5. Razão jurídica não assiste ao Agravante.6. O Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que a

alegação de afronta ao art. 5º, inc. XXXV, LIV e LV, da Constituição da República, se dependente do exame da legislação infraconstitucional – na espécie vertente, de dispositivos do Código de Processo Civil -, não viabiliza o

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recurso extraordinário, pois eventual ofensa constitucional seria indireta. Nesse sentido:

“PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 282 DESTE SUPREMO TRIBUNAL. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. A jurisprudência deste Supremo Tribunal firmou-se no sentido de que "os embargos declaratórios só suprem a falta de prequestionamento quando a decisão embargada tenha sido efetivamente omissa a respeito da questão antes suscitada". Precedentes. 2. O Supremo Tribunal Federal firmou jurisprudência no sentido de que as alegações de afronta aos princípios da legalidade, do devido processo legal, da motivação dos atos decisórios, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional, se dependentes de reexame de normas infraconstitucionais, podem configurar apenas ofensa reflexa à Constituição da República. Precedentes. 3. Agravo regimental desprovido” (AI 580.465-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 19.9.2008).

“RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Alegação de ofensa ao art. 5º, LV, da Constituição Federal. Ofensa constitucional indireta. Agravo regimental não provido. Alegações de desrespeito aos postulados da legalidade, do devido processo legal, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional, se dependentes de reexame prévio de normas inferiores, podem configurar, quando muito, situações de ofensa meramente reflexa ao texto da Constituição” (RE 547.201-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe 14.11.2008).

7. Não prospera a alegação de nulidade do acórdão por falta de fundamentação. O Tribunal de origem apreciou as questões suscitadas e fundamentou-as de modo suficiente a demonstrar as razões objetivas do convencimento do julgador. A prestação jurisdicional foi concedida nos termos da legislação vigente, apesar de ter sido a conclusão contrária aos interesses do Agravante.

8. Nada há, pois, a prover quanto às alegações do Agravante.9. Pelo exposto, nego seguimento a este agravo (art. 557, caput, do

Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 769.599 (380)ORIGEM : AC - 200671000056383 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : LUCIA OLBERMANNADV.(A/S) : MARK GIULIANI KRÁS BORGES E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEFADV.(A/S) : GILBERTO ANTÔNIO PANIZZI FILHO E OUTRO(A/S)

DECISÃOAGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. INTIMAÇÃO

DO JULGADO RECORRIDO POSTERIOR A 3.5.2007. INSUFICIÊNCIA DA PRELIMINAR DE REPERCUSSÃO GERAL. NÃO ATENDIMENTO AO DISPOSTO NO § 2º DO ART. 543-A DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL E NO ART. 327 DO REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso

extraordinário, interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República.

2. O recurso inadmitido tem por objeto o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 4ª Região:

“ADMINISTRATIVO. CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO PARA FINANCIAMENTO ESTUDANTIL. CAPITALIZAÇÃO. INCABIMENTO.

1. É ilegal a cláusula contratual que prevê a capitalização de juros, porque inexistente autorização legal.

2. O art. 6º da Resolução n. 2.647 do BACEN extrapola os limites da Lei n. 10.260/2001, ao prever a capitalização de juros” (fl. 262).

Os embargos de declaração opostos foram rejeitados.3. A decisão agravada teve como fundamento para a

inadmissibilidade do recurso extraordinário a circunstância de que a ofensa à Constituição da República, se existente, seria indireta (fls. 369-369v.).

4. No recurso extraordinário, a Agravante alega que teriam sido contrariados os arts. 5º, 6º, 205 e 206, inc. I e IV, da Constituição da República.

Argumenta que o art. 2º da Lei n. 10.260/01, o art. 2º, inc. III, da Medida Provisória n. 1.972-8/99 e o art. 2º da Resolução n. 3.415/06 do Conselho Monetário Nacional seriam inconstitucionais.

Examinada a matéria posta à apreciação, DECIDO.5. Razão jurídica não assiste à Agravante.6. A intimação do acórdão recorrido ocorreu no dia 9.4.2008 (fl. 271),

e, nos termos do que decidido pelo Supremo Tribunal Federal no Agravo de

Instrumento 664.567-QO, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, Tribunal Pleno, “a exigência da demonstração formal e fundamentada, no recurso extraordinário, da repercussão geral das questões constitucionais discutidas só incide quando a intimação do acórdão recorrido tenha ocorrido a partir de 03 de maio de 2007”.

A verificação do atendimento ao requisito de demonstração de repercussão geral da questão constitucional em preliminar formal da petição recursal antecede a análise dos demais pressupostos de admissibilidade do recurso extraordinário.

7. No caso, a Agravante limitou-se a afirmar que:“Comprovado está o caráter social do contrato sub judice, de modo

que, uma vez admitidas as ilegalidades praticadas pela instituição demandada, estar-se-á prejudicando um imensurável leque de estudantes que necessitam do financiamento estudantil (FIES) para cursarem seus cursos de graduação e obterem formação adequada para enfrentamento do árduo mercado de trabalho.

Assim, Excelências, indubitável está a repercussão geral da demanda ora recorrida, porquanto não se pode conceber sejam mantidas as exorbitâncias praticadas pela Ré, sob pena de estar-se consentindo com o prejuízo econômico e/ou distanciamento de ensino superior de milhares de estudantes carentes em nosso país” (fls. 363-364).

8. O § 1º do art. 543-A do Código de Processo Civil dispõe que, “para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos da causa”.

Não basta, portanto, dizer que o tema tem repercussão geral, sendo ônus exclusivo da parte recorrente demonstrar, com argumentos substanciais, que há no caso relevância econômica, política, social ou jurídica.

A insuficiência de fundamentação expressa, formal e objetivamente articulada pela Agravante para demonstrar, nas razões do recurso extraordinário, a existência de repercussão geral da matéria constitucionalmente arguida inviabiliza o exame do recurso.

Assim, embora tenha mencionado a existência, na espécie vertente, de repercussão geral da matéria constitucional, a Agravante não desenvolveu argumentos suficientemente convincentes para cumprir o objetivo da exigência constitucional.

Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO.

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL. INTIMAÇÃO DO RECORRENTE APÓS 3.5.2007. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO FORMAL. TAXA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA E TAXA DE COLETA DE LIXO E LIMPEZA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. Repercussão geral da questão constitucional: demonstração insuficiente. 2. Atribuição de efeitos ex nunc: impossibilidade. Precedentes. 3. Imposição de multa de 5% do valor corrigido da causa. Aplicação do art. 557, § 2º, c/c arts. 14, inc. II e III, e 17, inc. VII, do Código de Processo Civil” (AI 703.803-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 20.2.2009).

“Embargos de declaração em agravo de instrumento. 2. Decisão monocrática. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental. 3. Apresentação expressa de preliminar formal e fundamentada sobre repercussão geral no recurso extraordinário. Necessidade. Art. 543-A, § 2º, do CPC. 4. Preliminar formal. Hipótese de presunção de existência da repercussão geral prevista no art. 323, § 1º, do RISTF. Necessidade. Precedente. 5. Ausência da preliminar formal. Negativa liminar pela Presidência no Recurso extraordinário e no agravo de instrumento. Possibilidade. Art. 13, V, c, e 327, caput e § 1º, do RISTF. 6. Agravo regimental a que se nega provimento” (AI 718.395-ED, Rel. Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, DJe 14.5.2009 – grifos nossos).

“1. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental. 2. Inobservância ao que disposto no artigo 543-A, § 2º, do Código de Processo Civil, que exige a apresentação de preliminar formal e fundamentada sobre a repercussão geral, significando a demonstração da existência de questões constitucionais relevantes sob o ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos das partes, em tópico destacado na petição de recurso extraordinário. 3. É imprescindível a observância desse requisito formal mesmo nas hipóteses de presunção de existência da repercussão geral prevista no art. 323, § 1º, do RISTF. Precedente. 4. A ausência dessa preliminar permite que a Presidência do Supremo Tribunal Federal negue, liminarmente, o processamento do recurso extraordinário, bem como do agravo de instrumento interposto contra a decisão que o inadmitiu na origem (13, V, c, e 327, caput e § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal). 5. Agravo regimental desprovido” (AI 692.400-ED, Rel. Min. Ellen Gracie, Tribunal Pleno, DJe 30.5.2008 – grifos nossos).

9. Ressalte-se que o Supremo Tribunal Federal não admite a repercussão geral implícita:

“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO ELEITORAL. AUSÊNCIA DE PRELIMINAR FORMAL DE REPERCUSSÃO GERAL: IMPOSSIBILIDADE DE CONHECIMENTO DO RECURSO. LEI N. 11.418/2006: NORMAS GERAIS APLICÁVEIS A TODOS OS RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. REPERCUSSÃO GERAL IMPLÍCITA: INADMISSIBILIDADE.

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 101

PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO” (AI 703.114-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 17.4.2009).

“AUSÊNCIA DE PRELIMINAR FORMAL DE REPERCUSSÃO GERAL NA PETIÇÃO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO ELEITORAL. OFENSA INDIRETA À CONSTITUIÇÃO. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. EXTINÇÃO DE REPRESENTAÇÃO. FALTA DE INTERESSE DE AGIR. PRAZO DECADENCIAL 1. Inobservância ao que disposto no artigo 543-A, § 2º, do Código de Processo Civil, que exige a apresentação de preliminar formal e fundamentada sobre a repercussão geral, significando a demonstração da existência de questões constitucionais relevantes sob o ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos das partes, em tópico destacado na petição de recurso extraordinário. 2. É imprescindível a observância desse requisito formal mesmo nas hipóteses de presunção de existência da repercussão geral prevista no art. 323, § 1º, do RISTF. O Plenário desta Corte afastou a alegação de repercussão geral implícita. Precedente. 3. É pacífica a jurisprudência desta Corte ao não admitir, em sede extraordinária, alegação de ofensa indireta à Constituição Federal. 4. Agravo regimental desprovido” (AI 716.597-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJe 14.11.2008 – grifos nossos).

10. Não há, pois, o que prover quanto às alegações da Agravante.11. Pelo exposto, nego seguimento a este agravo (art. 557, caput,

do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 3 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 770.027 (381)ORIGEM : AC - 7622305500 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. ELLEN GRACIEAGTE.(S) : CARLOS ELOY CARDOSO FILHOADV.(A/S) : ANA MARIA RIBEIRO E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : COMPANHIA DE ENGENHARIA DE TRÁFEGO DE

SANTOSADV.(A/S) : JURANDIR FIALHO MENDES

1.Trata-se de agravo de instrumento de decisão que inadmitiu recurso extraordinário interposto contra acórdão assim ementado:

“MANDADO DE SEGURANÇA. INFRAÇÃO DE TRÂNSITO. RECURSO INTERPOSTO. COMUNICAÇÃO LACÔNICA DO RESULTADO. NULIDADE INOCORRENTE. POSSIBILIDADE DO INTERESSADO CONHECER DO INTEIRO TEOR DO JULGAMENTO DIRETAMENTE NO ÓRGÃO PRÓPRIO. INTELIGÊNCIA DO ART. 93, X, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. SEGURANÇA DENEGADA. RECURSO DESPROVIDO.” (Fl. 73).

2.Nas razões do RE, sustenta-se ofensa ao art. 93, inciso IX e X, da Constituição.

3.O recurso não merece prosperar. Tanto os julgamentos proferidos na instância a qua, como a decisão administrativa (fl. 40) foram motivados de forma suficiente e adequada. O fato de terem sido contrários aos interesses da parte não configura ofensa ao artigo 93, IX, da Constituição Federal. Nesse sentido, confiram-se os seguintes julgados: RE 535.315-AgR-ED/SP, de minha relatoria, 2ª Turma, unânime, DJe 22.05.2009; AI 557.074-AgR/SC, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, unânime, DJe 22.06.2007.

Ressalte-se, ainda, que, sobre o assunto, esta Corte tem o seguinte entendimento: “o que a Constituição exige, no inc. IX, do art. 93, é que o juiz ou o tribunal dê as razões de seu convencimento, não se exigindo que a decisão seja amplamente fundamentada, extensamente fundamentada, dado que a decisão com motivação sucinta é decisão motivada”(RE 430.637-AgR/PR, rel. Min. Carlos Velloso, 2ª Turma, unânime, DJ 23.09.2005).

4.Ante o exposto, nego seguimento ao agravo de instrumento (art. 557, caput, do CPC).

Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 770.214 (382)ORIGEM : AC - 200470040015990 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOAGDO.(A/S) : LUIZ ERNESTO DE GIACOMETTIADV.(A/S) : JULIANO ANDRIOLI E OUTRO(A/S)

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto com fundamento no artigo 102, III, “a”, da Constituição do Brasil.

2.Alega-se, no extraordinário, ofensa ao disposto nos artigos 2º, 5º, caput, II, XXXV, XXXVI, LIV, LV e § 2º, 37, 195, § 10, 197 e 199, § 1º, da

CB/88.3.Deixo de examinar a preliminar de repercussão geral, cujo exame

só é possível quando não for o caso de inadmissibilidade do recurso por outra razão [RISTF, art. 323]. Se inexiste questão constitucional, não há como se pretender seja reconhecida “a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso” [CB/88, art. 102, III, § 3º].

4.O agravo não merece provimento. O acórdão recorrido não apreciou a controvérsia à luz dos preceitos constitucionais que o recorrente indica como violados. Além disso, os embargos de declaração são ineficazes para ventilar matéria não arguida oportunamente. Aqui incidem as Súmulas ns. 282 e 356 do Supremo Tribunal Federal.

5.O prequestionamento, no entendimento pacificado deste Tribunal, deve ser explícito [AI n. 215.724-AgR, Relator o Ministro Sydney Sanches, 1ª Turma, DJ de 15.10.99, e RE n. 192.031-AgR, Relator o Ministro Néri da Silveira, 2ª Turma, DJ de 4.6.99].

6.Para dissentir-se do acórdão recorrido seria necessária a análise da legislação infraconstitucional que disciplina a espécie --- Leis ns. 8.080/90, 8.142/90 e 9.069/95. Eventual ofensa à Constituição dar-se-ia de forma indireta, circunstância que impede a admissão do extraordinário. Nesse sentido: o RE n. 148.512, Relator o Ministro Ilmar Galvão, DJ de 2.8.96; o AI n. 157.906-AgR, Relator o Ministro Sydney Sanches, DJ de 9.12.94; o AI n. 145.680-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 30.4.93, entre outros.

7.Quanto à alegação de ofensa ao disposto no artigo 5º, XXXV, LIV e LV, da Constituição do Brasil, a jurisprudência deste Tribunal fixou-se no sentido de que “as alegações de desrespeito aos postulados da legalidade, do devido processo legal, da motivação dos atos decisórios, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional podem configurar, quando muito, situações de ofensa meramente reflexa ao texto da Constituição”, circunstância que não viabiliza o acesso à instância extraordinária [AI n. 238.917-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 20.10.00].

8.Ademais, a jurisprudência deste Tribunal fixou-se no sentido de que a verificação, em cada caso concreto, da ocorrência, ou não, de violação do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e da coisa julgada situa-se no campo infraconstitucional [AI n. 135.632-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 3.9.99, AI n. 551.002-AgR, Relator o Ministro Carlos Velloso, DJ de 16.12.05].

9.Por fim, para dissentir-se do acórdão impugnado, seria necessário o reexame da matéria fático-probatória e de cláusulas contratuais, providência vedada nesta instância mercê de incidência das Súmulas ns. 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal.

Nego seguimento ao agravo com fundamento no disposto no artigo 21, § 1º, do RISTF.

Publique-se.Brasília, 3 de novembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 770.404 (383)ORIGEM : PROC - 9509 - COLÉGIO RECURSAL DO JUIZADO

ESPECIAL CÍVELPROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : INGO SCHNELLRATHADV.(A/S) : ANTONIO CARLOS ARIBONI E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : CONCESSIONÁRIA DO SISTEMA ANHANGUERA

BANDEIRANTES S/A - AUTOBANADV.(A/S) : MARCELO MORELATTI VALENÇA E OUTRO(A/S)

DECISÃOAGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. INTIMAÇÃO

DO JULGADO RECORRIDO POSTERIOR A 3.5.2007. INSUFICIÊNCIA DA PRELIMINAR DE REPERCUSSÃO GERAL. NÃO ATENDIMENTO AO DISPOSTO NO § 2º DO ART. 543-A DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL E NO ART. 327 DO REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso

extraordinário, interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República.

2. O recurso inadmitido tem por objeto o seguinte julgado do Colégio Recursal dos Juizados Especiais de São Paulo:

“Cuida-se de recurso interposto por Concessionária do Sistema Anhanguera-Bandeirantes S.A. – AUTOBAN irresignada com a respeitável sentença de folhas 95/97 que julgou parcialmente procedente a ação proposta por Ingo Schnellrath para condená-la ao pagamento de indenização decorrente de danos causados ao veículo do recorrido em virtude de uma colisão com uma ‘ressolagem’ de pneu.

(...)Se por um lado, o Estado, aqui representado pela concessionária,

responde civilmente por atos comissivos, independente de prova de culpa ou dolo, bastando, para isso, demonstrar o nexo de causalidade entre o evento e o dano sofrido, de outro lado, não há como se impor à recorrente o dever de indenizar em razão de um ato que não praticou. Desse modo, somente se poderia responsabilizá-la se estivesse obrigada a impedir o dano em razão de

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 102

descumprimento de dever a que estaria obrigada por lei.(...)Frise-se que no caso concreto não foi produzida nenhuma prova a

respeito da culpa da recorrente, lembrando-se, ainda, que são realizadas vistorias em intervalos de noventa minutos na pista como disse a testemunha Marcelo” (fl. 142).

3. A decisão agravada teve como fundamento para a inadmissibilidade do recurso extraordinário a ausência de prequestionamento da matéria constitucional (fl. 150).

4. O Agravante, no recurso extraordinário, alega que teria sido contrariado o art. 37, § 6º, da Constituição da República.

Argumenta que “as prestadoras de serviços públicos, independentemente de prova de culpa ou dolo, desde que causem, em decorrência de seus atos, sejam estes omissivos ou comissivos, danos a terceiros, responderão por estes” (fl. 124).

Sustenta que “O acórdão prolatado, de forma absolutamente contraditória, expressamente desfigurou o dispositivo constitucional, que estabelece, de forma rígida e imutável, a responsabilidade objetiva dos prestadores de serviços públicos” (fl. 124).

Examinada a matéria posta à apreciação, DECIDO.5. Razão jurídica não assiste ao Agravante.6. A intimação do acórdão recorrido ocorreu no dia 16.10.2007 (fl.

117), e, nos termos do que decidido pelo Supremo Tribunal Federal no Agravo de Instrumento 664.567-QO, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, Tribunal Pleno, “a exigência da demonstração formal e fundamentada, no recurso extraordinário, da repercussão geral das questões constitucionais discutidas só incide quando a intimação do acórdão recorrido tenha ocorrido a partir de 03 de maio de 2007”.

A verificação do atendimento ao requisito de demonstração de repercussão geral da questão constitucional em preliminar formal da petição recursal antecede a análise dos demais pressupostos de admissibilidade do recurso extraordinário.

7. No caso, o Agravante limitou-se a afirmar que:“Há que se evidenciar que ao se negar o mandamento constitucional

que impõe ao Estado e às concessionárias de serviços públicos responsabilidade objetiva pelos danos sofridos pelos usuários, institui-se precedente de gravíssima repercussão para toda a sociedade, motivo este que dá ao presente recurso extraordinário características de fundada razoabilidade e legitimidade, a exigir clara manifestação do Pretório Excelso” (fl. 125).

8. O § 1º do art. 543-A do Código de Processo Civil dispõe que, “para efeito da repercussão geral, será considerada a existência, ou não, de questões relevantes do ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos da causa”.

Não basta, portanto, dizer que o tema tem repercussão “para toda a sociedade” (fl. 125), sendo ônus exclusivo da parte recorrente demonstrar, com argumentos substanciais, que há no caso relevância econômica, política, social ou jurídica.

A insuficiência de fundamentação expressa, formal e objetivamente articulada pelo Agravante para demonstrar, nas razões do recurso extraordinário, a existência de repercussão geral da matéria constitucionalmente arguida inviabiliza o exame do recurso.

Assim, embora tenha mencionado a existência, na espécie vertente, de repercussão da matéria, o Agravante não desenvolveu argumentos suficientemente convincentes para cumprir o objetivo da exigência constitucional.

Nesse sentido: “AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO.

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL. INTIMAÇÃO DO RECORRENTE APÓS 3.5.2007. NECESSIDADE DE DEMONSTRAÇÃO FORMAL. TAXA DE ILUMINAÇÃO PÚBLICA E TAXA DE COLETA DE LIXO E LIMPEZA PÚBLICA DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. Repercussão geral da questão constitucional: demonstração insuficiente. 2. Atribuição de efeitos ex nunc: impossibilidade. Precedentes. 3. Imposição de multa de 5% do valor corrigido da causa. Aplicação do art. 557, § 2º, c/c arts. 14, inc. II e III, e 17, inc. VII, do Código de Processo Civil” (AI 703.803-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 20.2.2009).

“Embargos de declaração em agravo de instrumento. 2. Decisão monocrática. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental. 3. Apresentação expressa de preliminar formal e fundamentada sobre repercussão geral no recurso extraordinário. Necessidade. Art. 543-A, § 2º, do CPC. 4. Preliminar formal. Hipótese de presunção de existência da repercussão geral prevista no art. 323, § 1º, do RISTF. Necessidade. Precedente. 5. Ausência da preliminar formal. Negativa liminar pela Presidência no Recurso extraordinário e no agravo de instrumento. Possibilidade. Art. 13, V, c, e 327, caput e § 1º, do RISTF. 6. Agravo regimental a que se nega provimento” (AI 718.395-ED, Rel. Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, DJe 14.5.2009 – grifos nossos).

“1. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental. 2. Inobservância ao que disposto no artigo 543-A, § 2º, do Código de Processo Civil, que exige a apresentação de preliminar formal e fundamentada sobre a repercussão geral, significando a demonstração da existência de questões

constitucionais relevantes sob o ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos das partes, em tópico destacado na petição de recurso extraordinário. 3. É imprescindível a observância desse requisito formal mesmo nas hipóteses de presunção de existência da repercussão geral prevista no art. 323, § 1º, do RISTF. Precedente. 4. A ausência dessa preliminar permite que a Presidência do Supremo Tribunal Federal negue, liminarmente, o processamento do recurso extraordinário, bem como do agravo de instrumento interposto contra a decisão que o inadmitiu na origem (13, V, c, e 327, caput e § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal). 5. Agravo regimental desprovido” (AI 692.400-ED, Rel. Min. Ellen Gracie, Tribunal Pleno, DJe 30.5.2008 – grifos nossos).

9. Ressalte-se que o Supremo Tribunal Federal não admite a repercussão geral implícita:

“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO ELEITORAL. AUSÊNCIA DE PRELIMINAR FORMAL DE REPERCUSSÃO GERAL: IMPOSSIBILIDADE DE CONHECIMENTO DO RECURSO. LEI N. 11.418/2006: NORMAS GERAIS APLICÁVEIS A TODOS OS RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS. REPERCUSSÃO GERAL IMPLÍCITA: INADMISSIBILIDADE. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL NÃO PROVIDO” (AI 703.114-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 17.4.2009).

“AUSÊNCIA DE PRELIMINAR FORMAL DE REPERCUSSÃO GERAL NA PETIÇÃO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO ELEITORAL. OFENSA INDIRETA À CONSTITUIÇÃO. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. EXTINÇÃO DE REPRESENTAÇÃO. FALTA DE INTERESSE DE AGIR. PRAZO DECADENCIAL 1. Inobservância ao que disposto no artigo 543-A, § 2º, do Código de Processo Civil, que exige a apresentação de preliminar formal e fundamentada sobre a repercussão geral, significando a demonstração da existência de questões constitucionais relevantes sob o ponto de vista econômico, político, social ou jurídico, que ultrapassem os interesses subjetivos das partes, em tópico destacado na petição de recurso extraordinário. 2. É imprescindível a observância desse requisito formal mesmo nas hipóteses de presunção de existência da repercussão geral prevista no art. 323, § 1º, do RISTF. O Plenário desta Corte afastou a alegação de repercussão geral implícita. Precedente. 3. É pacífica a jurisprudência desta Corte ao não admitir, em sede extraordinária, alegação de ofensa indireta à Constituição Federal. 4. Agravo regimental desprovido” (AI 716.597-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJe 14.11.2008 – grifos nossos).

10. Não há, pois, o que prover quanto às alegações do Agravante.11. Pelo exposto, nego seguimento a este agravo (art. 557, caput,

do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 29 de outubro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 771.141 (384)ORIGEM : PROC - 9700130160 - JUIZ FEDERAL DA 1º REGIÃOPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : SEAGRAM DO BRASIL INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDAADV.(A/S) : ANTONIO CARLOS DE BRITO E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃOAGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL.

IRREGULARIDADE NA REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL DE ADVOGADO SUBSCRITOR DA PETIÇÃO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. RECURSO INEXISTENTE. AGRAVO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso

extraordinário, interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República.

2. O recurso inadmitido teve como objeto o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 1ª Região:

“TRIBUTÁRIO. AÇÃO ANULATÓRIA. IPI. COMPENSAÇÃO. TRD. JUROS DE MORA. LEI Nº 8.218/91. TRD INDEVIDA COMO ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA. (...)” (fl. 136).

3. A decisão agravada teve como fundamento para a inadmissibilidade do recurso a ausência de procuração da subscritora da petição do recurso extraordinário (fl. 203).

4. A Agravante afirma que teria sanado o vício com a juntada posterior do substabelecimento outorgado à advogada subscritora do recurso (fl. 10).

No recurso extraordinário, alega que teriam sido contrariados os arts. 3º, 37, caput, 150, inc. II, III, alínea a, 165, §§ 1º e 2º, e 195, § 6º, da Constituição da República.

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.5. Razão jurídica não assiste à Agravante.A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de

não se revelar suscetível de conhecimento o recurso interposto por advogado

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 103

que não dispõe, no processo, do necessário instrumento de mandato judicial. Na assentada de 2.10.2007, no julgamento do Agravo Regimental no

Agravo de Instrumento 577.802, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, a Primeira Turma decidiu:

“PROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO SUBSCRITO POR ADVOGADO SEM PROCURAÇÃO NOS AUTOS. RECURSO INEXISTENTE. I - A jurisprudência da Corte firmou-se no sentido de considerar inexistente o recurso interposto por advogado sem procuração nos autos e de que não se aplica a regra do art. 13 do CPC em sede extraordinária. II - Agravo regimental improvido” (DJ 30.10.2007).

No mesmo sentido:“RECURSO - REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL - REGULARIDADE

- OPORTUNIDADE. Na hipótese de interposição de recurso, o pressuposto objetivo de recorribilidade, que é a regular representação processual, há de estar atendido no prazo assinado em lei para a própria interposição. Descabe aplicar, em tal fase, o disposto no artigo 13 do Código de Processo Civil, cuja incidência sempre pressupõe a fase de conhecimento” (AI 546.997-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, DJ 31.3.2006 - grifos nossos).

“PROCESSUAL CIVIL. REPRESENTAÇÃO PROCESSUAL: REGULARIDADE. INEXISTÊNCIA DE PROCURAÇÃO: NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO. I. - Recurso interposto por advogado que não disponha, nos autos do processo, do necessário instrumento de mandato não pode ser conhecido. Inaplicabilidade, na fase recursal, do disposto no art. 13, CPC. II. - Precedentes do STF. III. - Agravo da União provido. Não conhecimento do agravo da empresa autora da demanda” (RE 281.287-ED-AgR-AgR/RJ, Rel. Min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ 4.4.2003).

Esse entendimento reflete a orientação jurisprudencial prevalecente neste Tribunal, que identifica, em situação como a que se põe em exame, típica hipótese de inexistência do próprio ato processual de recorrer.

6. A decisão agravada, portanto, não divergiu da pacífica jurisprudência do Supremo Tribunal, razão pela qual nada há a prover quanto às alegações da Agravante.

7. Pelo exposto, nego seguimento a este agravo (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 28 de outubro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 771.177 (385)ORIGEM : AC - 1757305 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : EDNA MARIA MOREIRAADV.(A/S) : JORGE BARROSOAGDO.(A/S) : CONDOMÍNIO DO EDÍFICIO SÃO PATRÍCIOADV.(A/S) : MARIA LÚCIA CANTARELLI SAHIONE D'ELIA

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se violação ao art. 5º, LV, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. A apreciação dos temas constitucionais, no caso, depende do prévio exame de normas infraconstitucionais. A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta.

Além disso, o Supremo Tribunal Federal tem decidido no sentido de que o indeferimento de diligência probatória, tida por desnecessária pelo juízo a quo, não viola os princípios do contraditório e da ampla defesa (AI 552.281/SP, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; AI 474.746-AgR/GO, Rel. Min. Carlos Britto; AI 378.628/SP, Rel. Min. Celso de Mello).

Por fim, para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo acórdão recorrido, necessário seria o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos, o que atrai a incidência da Súmula 279 do STF.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 771.582 (386)ORIGEM : PROC - 20080310013798 - JUIZ DE DIREITOPROCED. : RIO DE JANEIRORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : ESTHER CANDIDA DE FARIAPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE

JANEIROAGDO.(A/S) : AMPLA ENERGIA E SERVIÇOS S/AADV.(A/S) : WALTER WIGDEROWITZ NETO E OUTRO(A/S)

DECISÃOAGRAVO DE INSTRUMENTO. DIREITO DO CONSUMIDOR. AÇÃO

INDENIZATÓRIA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL: OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE

PROVAS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso

extraordinário, interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República.

O recurso inadmitido tem como objeto o seguinte julgado da Turma Recursal dos Juizados Especiais do Rio de Janeiro:

“Acordam os Juízes que integram a Turma Recursal dos JEC’s, por unanimidade, em conhecer do recurso e dar-lhe provimento para reformar a sentença e julgar improcedente o pedido inicial, tendo em vista que neste processo a empresa ré fez juntar laudo do Instituto de Engenharia Legal, descrevendo situação irregular no medidor, que compromete o seu funcionamento, e justifica a lavratura do TOI. Sem ônus sucumbenciais porque não verificada a hipótese prevista no artigo 55 caput da Lei 9099/95” (fl. 104).

2. A decisão agravada teve como fundamentos para a inadmissibilidade do recurso extraordinário a incidência na espécie da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal e a circunstância de que a ofensa à Constituição, se tivesse ocorrido, seria indireta (fls. 153-155).

3. A Agravante alega que a Turma Recursal teria contrariado os arts. 1º, inc. III, 5º, inc. V, X e XXXII, 93, inc. IX, 170, inc. V, e 175, parágrafo único, inc. II e IV, da Constituição da República.

Argumenta que “tais ofensas não ocorreram de maneira direta e sim oblíqua, pois o prejuízo advindo à recorrente, embora também se pudesse ferir Lei Federal, em verdade significava a direta negativa de vigência dos princípios proclamados” (fl. 4).

Sustenta que “admitir a ocorrência de uma violação legal infraconstitucional e negar-lhe a respectiva retumbância no plano constitucional, no qual se inspirou, seria o mesmo que achar que uma flor, ceifada ao meio, morre exclusivamente pela lesão e não por que, com o corte, se impediu que a seiva corresse por todo o seu corpo” (fl. 5).

Assevera que “melhor sorte não tem o argumento de que se pretende revolvimento e reexame de prova dos autos, tal é totalmente desnecessária, eis que o pedido visa aplicação pura de princípios e estes são previstos no texto legal e não nos fatos” (fl. 7).

Analisada a matéria posta à apreciação, DECIDO.4. Razão jurídica não assiste à Agravante.5. Cumpre anotar, inicialmente, que não prospera a alegação de

nulidade do acórdão por falta de fundamentação. A Turma Recursal apreciou as questões suscitadas, fundamentando-as de modo suficiente a demonstrar as razões objetivas do convencimento do julgador. A prestação jurisdicional foi concedida nos termos da legislação vigente, apesar de ter sido a conclusão contrária aos interesses da Agravante.

6. Para se concluir de forma diversa do que foi decidido pelas instâncias originárias, seria necessária a análise do conjunto probatório constante dos autos, procedimento incabível de ser adotado validamente no recurso extraordinário, conforme dispõe a Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal.

O reexame do acórdão impugnado demandaria, ainda, a interpretação da legislação infraconstitucional aplicável à espécie (Código de Defesa do Consumidor). Assim, a alegada contrariedade à Constituição da República, se tivesse ocorrido, seria indireta, o que não viabiliza o processamento do recurso extraordinário.

Confiram-se, a propósito, os seguintes julgados:“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO.

CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. RESPONSABILIDADE CIVIL. PEDIDO DE INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. IMPOSSIBILIDADE DA ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DO REEXAME DE PROVAS (SÚMULA 279). OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. Imposição de multa de 1% do valor corrigido da causa. Aplicação do art. 557, § 2º, c/c arts. 14, inc. II e III, e 17, inc. VII, do Código de Processo Civil” (AI 624.634-ED, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 14.11.2008).

E:“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL. INDENIZAÇÃO POR DANOS

MORAIS. CONTROVÉRSIA DECIDIDA À LUZ DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. REEXAME DE PROVAS. SÚMULA 279 DESTE TRIBUNAL. INEXISTÊNCIA DE OFENSA DIRETA À CONSTITUIÇÃO FEDERAL. A questão em debate foi decidida com base no Código de Defesa do Consumidor. Assim, eventual ofensa à Constituição seria indireta ou reflexa, o que enseja o descabimento do recurso extraordinário. Agravo regimental a que se nega provimento” (AI 645.863-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJe 20.3.2009).

7. Ademais, a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de que as alegações de afronta aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa, do contraditório e da prestação jurisdicional, quando dependentes de exame de legislação infraconstitucional, como na espécie vertente, podem configurar apenas ofensa reflexa à Constituição da República.

Nesse sentido, o seguinte julgado:“A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido

de que as alegações de afronta aos princípios do devido processo legal, da

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 104

motivação dos atos decisórios, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional, se dependentes de reexame de normas infraconstitucionais, configurariam ofensa constitucional indireta. 3. Imposição de multa de 5% do valor corrigido da causa. Aplicação do art. 557, § 2º, c/c arts. 14, inc. II e III, e 17, inc. VII, do Código de Processo Civil” (AI 643.746-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 8.5.2009).

E: AI 508.047-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe 21.11.2008.

8. Não há, pois, o que prover quanto às alegações da Agravante.9. Pelo exposto, nego seguimento a este agravo (art. 557, caput, do

Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 5 de novembro de 2009

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 771.760 (387)ORIGEM : PROC - 200771070038696 - JUIZ FEDERAL DA 4º

REGIÃOPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. EROS GRAUAGTE.(S) : ZINCAP METALÚRGICA LTDAADV.(A/S) : IVANDRO ROBERTO POLIDORO E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃO: Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto com fundamento no artigo 102, III, “a”, da Constituição do Brasil.

2.Alega-se, no extraordinário, ofensa ao disposto nos artigos 5º, XII, e 150, IV, da CB/88.

3.Deixo de examinar a preliminar de repercussão geral, cujo exame só é possível quando não for o caso de inadmissibilidade do recurso por outra razão [RISTF, art. 323]. Se inexiste questão constitucional, não há como se pretender seja reconhecida “a repercussão geral das questões constitucionais discutidas no caso” [CB/88, art. 102, III, § 3º].

4.O agravo não merece provimento. O acórdão recorrido não apreciou a controvérsia à luz dos preceitos constitucionais que o recorrente indica como violados. Além disso, não foram opostos embargos de declaração para suprir eventual omissão. Aqui incidem as Súmulas ns. 282 e 356 do STF.

5.O prequestionamento, no entendimento pacificado deste Tribunal, deve ser explícito [AI n. 215.724-AgR, Relator o Ministro Sydney Sanches, 1ª Turma, DJ de 15.10.99, e RE n. 192.031-AgR, Relator o Ministro Néri da Silveira, 2ª Turma, DJ de 4.6.99].

6.Para dissentir-se do acórdão recorrido seria necessária a análise da legislação infraconstitucional que disciplina a espécie. Eventual ofensa à Constituição dar-se-ia de forma indireta, circunstância que impede a admissão do extraordinário. Nesse sentido, o RE n. 440.250-AgR, de que fui Relator, DJ de 25.8.06, cuja ementa transcrevo:

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. COFINS. LEI N. 9.718/98. COMPENSAÇÃO. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL.

As questões atinentes à compensação dos valores recolhidos indevidamente com outros tributos devidos e à aplicação da taxa SELIC como índice de correção monetária são dotadas de caráter nitidamente infraconstitucional. Precedentes.

Agravo regimental a que se nega provimento”.7.Por fim, entendimento diverso do adotado pelo acórdão recorrido

implicaria, necessariamente, o reexame da matéria fático-probatória que o orientou, providência vedada nesta instância, em face da incidência da Súmula n. 279 do Supremo Tribunal Federal.

Nego seguimento ao agravo com fundamento no disposto no artigo 21, § 1º, do RISTF.

Publique-se.Brasília, 3 de novembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 771.766 (388)ORIGEM : PROC - 200872510014063 - TURMA REC. JUIZADOS

ESPECIAIS FEDERAISPROCED. : SANTA CATARINARELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : MARIA LIDIA DA SILVAADV.(A/S) : JUCÉLIO DA SILVAAGDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

DECISÃOAGRAVO DE INSTRUMENTO. CONSTITUCIONAL E

PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO. NÃO SE EXIGE A APRESENTAÇÃO DE REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO COMO REQUISITO NECESSÁRIO E ANTERIOR À APRECIAÇÃO DO PEDIDO

PELO PODER JUDICIÁRIO. REPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL. DESNECESSIDADE DE EXAME. ART. 323, § 1º, DO REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ACÓRDÃO RECORRIDO DIVERGENTE DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRESUNÇÃO DE EXISTÊNCIA DA REPERCUSSÃO GERAL. AGRAVO E RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDOS.

Relatório1. Agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso

extraordinário, interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República.

2. O recurso inadmitido teve como objeto o seguinte julgado da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária de Santa Catarina:

“Confirmo a sentença por seus próprios fundamentos, nos termos do artigo 46 da Lei n. 9.099/95.

O pedido veiculado pela recorrente envolve reconhecimento de atividade exercida em condições insalubres, portanto, matéria de fato. Em havendo questões afetas à matéria de fato, , esta Turma Recursal entende que é imprescindível o prévio requerimento administrativo, a fim de não fazer com que o Poder Judiciário se substitua à atuação da Administração Pública. Somente se dispensa o requerimento administrativo em situações que envolvam somente matéria de direito e cujo reconhecimento é reiteradamente negado pela Administração” (fl. 77).

3. A decisão agravada teve como fundamento para a inadmissibilidade do recurso extraordinário a circunstância de que a ofensa à Constituição, se tivesse ocorrido, seria indireta (fls. 133-134).

4. A Agravante alega que a Turma Recursal teria contrariado o art. 5º, inc. II, XXXIV e XXXV, da Constituição da República.

Argumenta que:“é desnecessário que tenha havido prévio requerimento

administrativo do benefício previdenciário como pressuposto de validade para ingresso de ação judicial. De fato, não há no Ordenamento Jurídico Brasileiro, norma constitucional ou legal, que estabeleça ser o prévio requerimento administrativo de benefício previdenciário condição para propositura da respectiva ação judicial. Entendimento oposto violaria o princípio da legalidade previsto no art. 5º, inciso II, da Constituição Federal (...) Ainda, a inexistência de pedido administrativo não pode implicar o impedimento de acesso ao Judiciário, sob pena de malferir o princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional” (fl. 86).

Analisada a matéria posta à apreciação, DECIDO.5. Em preliminar, é de se realçar que, apesar de ter sido a Agravante

intimada depois de 3.5.2007 e constar no recurso extraordinário capítulo destacado para a defesa da repercussão geral da questão constitucional, não é o caso de se iniciar o procedimento para a aferição da sua existência, pois, nos termos do art. 323, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal – com a redação determinada pela Emenda Regimental n. 21/2007 -, esta se presume “quando o recurso (...) impugnar decisão contrária a súmula ou a jurisprudência dominante”. Esta é a situação dos autos.

A matéria foi objeto de julgados do Supremo Tribunal, que concluiu pela prevalência da tese defendida pela Agravante. Por isso a ela assiste razão, na forma do direito vigente.

6. Afasto o fundamento da decisão agravada, pois a matéria é de natureza constitucional e foi objeto, como dito, de decisões deste Supremo Tribunal.

7. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de que a Constituição da República não exige o prévio requerimento administrativo e a posterior negativa do pedido pela Autarquia Previdenciária, como condição para a propositura de ação judicial que objetiva o reconhecimento de direito previdenciário.

Nesse sentido, os seguintes julgados: “EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO

EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. PREVIDENCIÁRIO. BENEFÍCIO. PRÉVIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. NEGATIVA DA AUTARQUIA PREVIDENCIÁRIA COMO CONDIÇÃO DA AÇÃO: DESNECESSIDADE. ART. 557 DO CPC. ATRIBUIÇÕES DO RELATOR. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. I - Não há previsão constitucional de esgotamento da via administrativa como condição da ação que objetiva o reconhecimento de direito previdenciário. Precedentes. II - Quanto ao art. 557 do CPC, na linha do entendimento desta Corte, é constitucionalmente legítima a, "atribuição conferida ao Relator para arquivar, negar seguimento a pedido ou recurso e dar provimento a este - RI/STF, art. 21, § 1º; Lei 8.038/90, art. 38; CPC, art. 557, redação da Lei 9.756/98 - desde que, mediante recurso, possam as decisões ser submetidas ao controle do Colegiado" (RE 321.778-AgR/MG, Rel. Min. Carlos Velloso). III - Agravo regimental improvido” (RE 549.238-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJe 5.6.2009).

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PREVIDÊNCIA SOCIAL. PENSÃO POR MORTE. PRÉVIO REQUERIMENTO ADMINISTRATIVO. NEGATIVA DA AUTARQUIA PREVIDENCIÁRIA COMO CONDIÇÃO PARA O ACESSO AO PODER JUDICIÁRIO. DESNECESSIDADE. 1. Não há no texto constitucional norma que institua a necessidade de prévia negativa de pedido de concessão de benefício previdenciário no âmbito administrativo como condicionante ao pedido de provimento judicial. Agravo regimental a que se nega provimento” (RE 548.676-AgR, Rel. Min. Eros Grau, Segunda Turma, DJe 20.6.2008).

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 105

Dessa orientação jurisprudencial divergiu o acórdão recorrido.8. Pelo exposto, dou provimento a este agravo, na forma do art.

544, §§ 3º e 4º, do Código de Processo Civil, e, desde logo, ao recurso extraordinário, nos termos do art. 557, § 1º-A, do mesmo diploma legal, para cassar o acórdão recorrido afastando, assim, a exigência de prévio requerimento administrativo para a autarquia previdenciária. Determino o retorno dos autos ao Juízo de origem para que decida como entender de direito.

Publique-se.Brasília, 10 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 771.792 (389)ORIGEM : AC - 200771010020031 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALAGDO.(A/S) : AUGUSTO IGLEZIAS DOS SANTOSADV.(A/S) : DANIELLE BEHLING ALVES

DECISÃOAGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO de RENDA

DE PESSOAS FÍSICAS: INCIDÊNCIA. VERBAS RESCISÓRIAS TRABALHISTAS. TEMA CONSTITUCIONAL SEM REPERCUSSÃO GERAL, CONFORME PRONUNCIAMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ART. 327, § 1º, DO REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso

extraordinário, interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República.

O recurso inadmitido tem como objeto o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 4ª Região:

“TRIBUTÁRIO. APELAÇÃO. IRRF. NÃO-INCIDÊNCIA. PROCESSO JUDICIAL. PARCELAS PREVIDENCIÁRIAS ACUMULADAS. JUROS MORATÓRIOS INDENIZATÓRIOS. 1. Os valores recebidos de forma acumulada pelo requerente em razão de reclamatória trabalhista, não constituem fato gerador do imposto de renda, eis que a renda mensal do autor se encontrariam abaixo do limite de isenção do referido tributo ou em faixa inferior à máxima estipulada. 2. A renda a ser tributada deve ser aquela auferida mês a mês pelo contribuinte, não sendo possível à Fazenda Nacional reter o imposto de renda sobre o valor percebido de forma acumulada, sob pena de afronta aos princípios da isonomia e da capacidade contributiva. 3. Os juros moratórios são, por natureza, verba indenizatória dos prejuízos causados ao credor pelo pagamento extemporâneo de haveres obtidos em sede de reclamatória trabalhista. 4. A restituição dos valores retidos indevidamente deve sofrer atualização monetária a partir da retenção pela taxa SELIC após 01.01.1996, excluindo-se qualquer outro índice de correção. 5. Mantidos os consectários legais. 6. Apelação e remessa oficial improvidas” (fl. 15).

2. A decisão agravada teve como fundamento para a inadmissibilidade do recurso extraordinário a circunstância de que, “decorrendo de entendimento expresso na decisão recorrida tão-somente a exclusão de determinados casos do campo de aplicação da norma legal, não há que se falar em declaração velada de inconstitucionalidade, com que se esvazia a alegação de violação à cláusula de reserva de Plenário” (fl. 48 v.).

3. A Agravante alega que o Tribunal a quo teria afrontado o art. 97 da Constituição da República.

Argumenta que “o aresto omitiu expressamente a declaração de inconstitucionalidade e também o procedimento previsto no art. 97, caput, da CF/88, que prevê que somente por maioria absoluta de seus membros os tribunais podem declarar a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo” (fl. 6).

Sustenta que “a Fazenda Nacional demonstrou nas razões do recurso extraordinário, fls. 234/237, que não há qualquer contrariedade ao art. 150, inciso II da CRFB/88 com a aplicação dos arts. 12 da Lei n. 7.713/88 e 46 da Lei 8.541/92, que preveem expressamente a incidência do IRPF no momento do recebimento dos rendimentos acumulados, sobre a totalidade, mediante retenção na fonte pela fonte pagadora obrigada ao pagamento” (fl. 7).

Analisada a matéria posta à apreciação, DECIDO.4. Razão jurídica não assiste à Agravante.5. Não houve qualquer afronta ao princípio constitucional da reserva

de plenário, pois o Tribunal de origem não afastou a aplicação do art. 12 da Lei n. 7.713/88 e do § 2º do art. 46 da Lei n. 8.541/92. Assentou apenas que os valores recebidos de forma acumulada pelo Agravado em razão de ação trabalhista não constituem fato gerador do imposto de renda, uma vez que a renda mensal dele estaria abaixo do limite de isenção desse tributo, conforme excerto do julgado:

“Embora o artigo 12, da Lei nº 7.713/88 preveja a incidência do imposto de renda sobre os rendimentos recebidos de forma acumulada, tal

dispositivo deve ser interpretado conjuntamente com o artigo 43, do CTN, o qual dispõe sobre o fato gerador do imposto de renda, in verbis: ‘O imposto, de competência da União, sobre renda e proventos de qualquer natureza tem como fato gerador a aquisição de disponibilidade econômica ou jurídica: I - de renda, assim entendido o produto do capital, do trabalho ou da combinação de ambos; (...)’. A quantia percebida não pode ser tida como acréscimo novo, sua natureza é indenizatória vez que foi obtida a partir do reconhecimento judicial do direito do contribuinte em processo previdenciário para recebimento de benefícios atrasados. A percepção acumulada dos valores em processo judicial foi obtida a partir do reconhecimento judicial do direito, em face da concessão do pagamento do montante discutidos naqueles autos (n° 93.10.02095-1). O montante pago por meio de alvará (R$ 159.838,95 e R$ 33.894,45 fl. 77/78) não representa a renda mensal dos autores. A retenção de imposto de renda na fonte deve levar em conta os valores percebidos mensalmente sob pena de se afrontar a isonomia tributária (artigo 150, II, da CF). O autor, por ter recebido valores com atraso imputado ao empregador não pode sofrer tributação diferenciada. Assim, verifica-se que a renda proveniente seria auferida mensalmente, donde inaplicável, ao caso, o § 2º, do artigo 46, da Lei nº 8.541/92” (fl. 11 v.).

6. Ademais, no julgamento eletrônico do Recurso Extraordinário 592.211, Relator o Ministro Menezes Direito, o Supremo Tribunal Federal declarou a ausência de repercussão geral da questão constitucional suscitada nesse agravo de instrumento, nos termos seguintes:

“DIREITO TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA DE PESSOA FÍSICA. INCIDÊNCIA SOBRE RENDIMENTOS PAGOS ACUMULADAMENTE. ALÍQUOTA APLICÁVEL. AUSÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL”.

Declarada a ausência de repercussão geral, os recursos extraordinários que suscitarem a mesma questão constitucional podem ter o seu seguimento negado pelos respectivos relatores, conforme o § 1º do art. 327 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

7. Nada há, pois, a prover quanto às alegações da Agravante.8. Pelo exposto, nego seguimento a este agravo (art. 557, caput, do

Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 772.187 (390)ORIGEM : SETENÇA - 3702001 - JUIZ DE DIREITOPROCED. : PARANÁRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE

URBANO E METROPOLITANO DE PASSAGEIROS DE CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA

AGTE.(S) : AUTO VIAÇÃO NOSSA SENHORA DA LUZ LTDAADV.(A/S) : ROMEU FELIPE BACELLAR FILHOAGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO PARANÁPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO

PARANÁINTDO.(A/S) : URBS - URBANIZAÇÃO DE CURITIBA S/AADV.(A/S) : SIDNEY MARTINS

DECISÃOAGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. ALEGAÇÃO

DE OFENSA AO ART. 5º, INC. LIV E LV, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA: OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. PRECEDENTES. AGRAVO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso

extraordinário, interposto com fundamento no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República.

2. O recurso inadmitido teve como objeto o seguinte julgado do Tribunal de Justiça do Paraná:

“Tratando-se de ação civil pública que discute a necessidade de prévia licitação para a delegação do serviço público de transporte coletivo de passageiros no Município de Curitiba, não se referindo a nenhum contrato específico, a intervenção das permissionárias que operam tal serviço somente pode ocorrer na modalidade de assistência simples e não na de litisconsórcio passivo necessário. Assim, considerando que o Assistente recebe o processo no estado em que se encontra, sujeitando-se às preclusões operadas em face do Assistido e, tendo em vista, ainda, que a sua intervenção no feito depende de pedido expresso da sua parte - e não de outrem -, o que só veio a ocorrer com a interposição dos apelos, não há que se falar em nulidade” (fl. 127 – grifos nossos).

3. No recurso extraordinário, os Agravantes alegam que: “Detectada essa intensa conexidade entre direitos e obrigações, está-

se diante de uma inegável hipótese de admissibilidade litisconsorcial, na forma do art. 46, inc. I, do Código Processual Civil, posto que (sic), ‘se determinado contrato é colocado ao centro do objeto do processo, com o pedido de sua anulação ou de mera declaração de nulidade ou validade, haverá uma comunhão relativamente à lide’. O não acatamento da pretensão, sobre caracterizar negativa de jurisdição, afronta de modo incisivo e direto a

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 106

garantia constitucional do devido processo legal (art. 5º, LIV) e princípios consectários do contraditório e da ampla defesa (art. 5º, inc. LV)” (fl. 166 – grifos nossos).

4. A decisão agravada teve como fundamentos para a inadmissibilidade do recurso extraordinário a incidência das Súmulas 282 e 356 do Supremo Tribunal Federal e a ausência de ofensa constitucional direta (fls. 181-182).

Os Agravantes reiteram os argumentos aduzidos no recurso extraordinário.

Examinada a matéria trazida na espécie, DECIDO.5. Razão jurídica não assiste aos Agravantes.6. O Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que a

alegação de afronta ao art. 5º, inc. LIV e LV, da Constituição da República, se dependente do exame da legislação infraconstitucional – na espécie vertente, do art. 46 do Código de Processo Civil -, não viabiliza o recurso extraordinário, pois eventual ofensa constitucional seria indireta. Nesse sentido:

“PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 282 DESTE SUPREMO TRIBUNAL. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. A jurisprudência deste Supremo Tribunal firmou-se no sentido de que "os embargos declaratórios só suprem a falta de prequestionamento quando a decisão embargada tenha sido efetivamente omissa a respeito da questão antes suscitada". Precedentes. 2. O Supremo Tribunal Federal firmou jurisprudência no sentido de que as alegações de afronta aos princípios da legalidade, do devido processo legal, da motivação dos atos decisórios, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional, se dependentes de reexame de normas infraconstitucionais, podem configurar apenas ofensa reflexa à Constituição da República. Precedentes. 3. Agravo regimental desprovido” (AI 580.465-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 19.9.2008).

“RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Alegação de ofensa ao art. 5º, LV, da Constituição Federal. Ofensa constitucional indireta. Agravo regimental não provido. Alegações de desrespeito aos postulados da legalidade, do devido processo legal, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional, se dependentes de reexame prévio de normas inferiores, podem configurar, quando muito, situações de ofensa meramente reflexa ao texto da Constituição” (RE 547.201-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe 14.11.2008).

7. Não há, pois, o que prover quanto às alegações dos Agravantes.8. Pelo exposto, nego seguimento a este agravo (art. 557, caput, do

Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 3 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 772.226 (391)ORIGEM : AC - 70013279385 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : FRANCISCO SQUEFF NORAAGTE.(S) : ROSANA SILVEIRA NORAADV.(A/S) : MARCO ANTONIO BEZERRA CAMPOS E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : MONTANO IMÓVEIS E PARTICIPAÇÕES LTDAADV.(A/S) : LUIS ANTONIO GRUNSCKY DE MORAES

DECISÃOAGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS

DE TERCEIRO. RECONHECIMENTO DE FRAUDE À EXECUÇÃO. REEXAME DE PROVAS: IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. APLICAÇÃO DE NORMA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso

extraordinário, interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República.

2. O recurso inadmitido tem como objeto o seguinte julgado do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul:

“EMBARGOS DE TERCEIRO. FRAUDE À EXECUÇÃO. Presentes os pressupostos para o reconhecimento da fraude à execução, tais como a existência de um processo de execução e a ocorrência de citação válida do devedor, correto se apresenta o entendimento monocrático ao reconhecer a fraude à execução.

INSOLVÊNCIA. INVERSÃO DO ÔNUS DA PROVA. DESCABIMENTO NA SITUAÇÃO VERTIDA NOS AUTOS. CASO CONCRETO.

Quadro probatório que não torna possível a inversão do ônus probatório, porquanto dos autos já se extrai o estado de insolvência. Inexistência de patrimônio livre e desembaraçado suficiente para cobrir o risco da demanda executiva.

VALOR DA CAUSA.O valor da causa deve corresponder ao benefício buscado pela parte

no feito.RECURSO ADESIVO. MAJORAÇÃO DOS HONORÁRIOS –

IMPOSSIBILIDADE.Não tendo havido sucumbência recíproca, inviável se apresenta o

recurso adesivo unicamente para elevação da verba honorária.Apelo improvido e adesivo não conhecido” (fl. 31).3. A decisão agravada teve como fundamento para a

inadmissibilidade do recurso extraordinário a ausência de prequestionamento (fls. 124-125).

4. Os Agravantes alegam que teriam sido contrariados os arts. 5º, inc. LIV e LV, e 6º da Constituição da República.

Argumentam que “mesmo tendo os Recorrentes, em diversas situações, alegado que a prova da situação de insolvência do alienante do imóvel em questão cabia ao Recorrido, em face da inversão do ônus da prova, previsto no art. 333, II, do Código de Processo Civil, entenderam os julgadores que tal prova incumbia aos Recorrentes, violando, assim, os princípios constitucionais do contraditório e ampla defesa” (fl. 100).

Sustentam, ainda, que as decisões que deixaram de acolher “o pedido de decretação de nulidade de penhora incidente sobre o imóvel adquirido pelos Recorrentes – claramente acabaram por afrontar o princípio constitucional do direito à moradia” (fl. 101).

Analisada a matéria posta à apreciação, DECIDO.5. Inicialmente, cumpre afastar o fundamento da decisão agravada.

Os temas constitucionais em debate foram prequestionados no momento processual adequado.

Todavia, a superação desse óbice não permite acolher a pretensão dos Agravantes, pois a eles não assiste razão jurídica.

6. O Tribunal a quo concluiu que a aquisição do imóvel pelos Agravantes teria ocorrido em circunstâncias que configurariam fraude à execução. A modificação do julgado demandaria o reexame das provas analisadas o que inviabiliza o recurso extraordinário em razão da incidência da Súmula 279 do Supremo Tribunal.

Além disso, para se concluir de forma diversa, seria necessário o prévio exame das normas processuais ordinárias aplicadas à espécie. Eventual ofensa à Constituição, se tivesse ocorrido, seria indireta.

Nesse sentido, os seguintes julgados:“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL. FRAUDE À EXECUÇÃO.

ALEGAÇÃO DE OFENSA AOS ARTS. 5º, LIV E LV, E 93, IX, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. A questão dos autos restringiu-se à análise de fraude à execução, por ter a compra e venda de bem imóvel ocorrido quando já pendente ação de conhecimento contra os alienantes, razão por que subsistiu a penhora realizada. Necessidade de exame prévio de norma infraconstitucional. Jurisdição prestada por acórdão devidamente fundamentado, sem violação dos princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa. Agravo regimental a que se nega provimento” (AI 542.906-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJ 30.3.2007).

“Ementa: Agravo regimental. - Fraude a execução e matéria pertinente a legislação processual infraconstitucional que não pode ser atacada com a alegação de ofensa ao princípio constitucional do respeito a propriedade. - Conhecer de um recurso por outro, ainda que ocorra erronia, pode configurar violação de norma processual infraconstitucional, e não ofensa ao princípio constitucional de que ‘a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito’ (artigo 5., XXXV, da Constituição Federal). Agravo regimental a que se nega provimento” (AI 134.000-AgR, Rel. Min. Moreira Alves, Primeira Turma, DJ 3.5.1991).

“EMENTA: Agravo regimental em agravo de instrumento. 2. Recurso que não demonstra o desacerto da decisão agravada. 3. Decisão em consonância com a jurisprudência desta Corte. Fraude à execução. Caracterização. Ofensa reflexa. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento” (AI 429.761-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJ 17.6.2005).

7. A análise da questão relativa à impenhorabilidade do bem de família dos Recorrentes está prejudicada, pois se sobrepõe a ela o reconhecimento da fraude à execução, cuja apreciação é vedada em recurso extraordinário em razão da natureza infraconstitucional da matéria. Incide nesse ponto a Súmula 283 do Supremo Tribunal Federal.

8. Ressalte-se, ainda, que a jurisprudência do Supremo Tribunal firmou-se no sentido de que as alegações de afronta aos princípios do devido processo legal, da ampla defesa e do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional, quando dependentes de exame de legislação infraconstitucional, podem configurar apenas ofensa reflexa à Constituição da República. Nesse sentido:

“A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de que as alegações de afronta aos princípios do devido processo legal, da motivação dos atos decisórios, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional, se dependentes de reexame de normas infraconstitucionais, configurariam ofensa constitucional indireta. 3. Imposição de multa de 5% do valor corrigido da causa. Aplicação do art. 557, § 2º, c/c arts. 14, inc. II e III, e 17, inc. VII, do Código de Processo Civil” (AI 643.746-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJE 8.5.2009).

Não há, pois, o que prover quanto às alegações dos Agravantes.9. Pelo exposto, nego seguimento a este agravo (art. 557, caput, do

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 107

Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 772.262 (392)ORIGEM : AIRR - 262200301810403 - TRIBUNAL SUPERIOR DO

TRABALHOPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : SERVIÇO SOCIAL DA INDÚSTRIA - DEPARTAMENTO

REGIONAL DO DISTRITO FEDERAL - SESI/DR-DFADV.(A/S) : MARIA LUIZA DA COSTA ESTRELA E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : KARLA CHRISTIANY SANTOS PAROADV.(A/S) : UBIRAMAR PEIXOTO DE OLIVEIRA

DECISÃOAGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL.

INTERPOSIÇÃO DE RECURSO EXTRAORDINÁRIO. AUSÊNCIA DE PREPARO. RECURSO DESERTO. APLICAÇÃO DO ART. 511, CAPUT, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL E DO ART. 59 DO REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso

extraordinário, interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República.

2. A decisão agravada teve o seguinte teor:“A exigência de preparo, no caso de recursos interpostos na Justiça

do Trabalho, deriva do que reza o art. 789, § 1º, da CLT, incumbindo à parte interessada recolher as custas e comprovar o respectivo recolhimento no prazo recursal. (...) Na espécie, o Recurso Extraordinário, interposto em 13/10/2008, não observou o recolhimento de custas segundo o disposto na Resolução nº 352, de 17/1/2008 (DJe de 21/1/2008), do Supremo Tribunal Federal. Operou-se, pois, inequivocamente, a deserção do Recurso Extraordinário (fl. 336).

3. O Agravante alega que teriam sido contrariados os arts. 5º, inc. II, XXXV e LV, e 93, inc. IX, da Constituição da República.

Afirma que “já havia recolhido as custas devidas no presente feito por ocasião da interposição do recurso ordinário (fls. dos autos), restando comprovado o cumprimento do pressuposto extrínseco para o conhecimento do recurso interposto pelo reclamado, na forma prevista pelo artigo 789, da CLT (fl. 7).

Argumenta que “nos dissídios individuais trabalhistas, no caso de interposição de recurso em fase de conhecimento, as custas serão pagas e comprovadas no mesmo prazo recursal, o que foi feito no caso em tela. (...) Assim, não há que se falar em deserção do recurso extraordinário interposto pelo ora agravante, tendo em vista que foram observados todos os pressupostos de conhecimento deste” (fls. 7-8).

Assevera, ainda, que, “Conforme se observa em trechos da Resolução nº 352/STF, a exigência do recolhimento de custas para a interposição de recurso extraordinário perante o Supremo Tribunal Federal deve ser observada apenas quando o recurso for interposto perante as instâncias inferiores” (fl. 8).

Analisada a matéria posta à apreciação, DECIDO.4. Razão jurídica não assiste ao Agravante.5. Diversamente do alegado pelo Agravante, o art. 789 da

Consolidação das Leis do Trabalho – CLT não dispensa o recorrente do recolhimento do preparo do recurso extraordinário, apenas disciplina o pagamento de custas no âmbito da jurisdição trabalhista.

Na assentada de 25.3.1998, no julgamento da Questão de Ordem no Agravo de Instrumento 209.885, Redator para o acórdão o Ministro Marco Aurélio, o Plenário do Supremo Tribunal Federal decidiu que ao recurso extraordinário se aplicaria o art. 511 do Código de Processo Civil, que determina deserção do recurso interposto sem o necessário preparo.

Confira-se o seguinte trecho do voto condutor:“Ora, podemos dizer subsistente o Regimento Interno, no que versa

sobre a matéria? Podemos. Todavia, o artigo 59 do Regimento Interno remete à legislação comum quanto àqueles recursos que devem ser interpostos perante outros tribunais. E a legislação comum está revelada no artigo 511 do Código de Processo Civil. (...) De acordo com o artigo 511, ‘no ato de interposição do recurso, o recorrente comprovará, quando exigido pela legislação pertinente, o respectivo preparo’. E temos, no mesmo artigo 59 do Regimento Interno, que nenhum recurso subirá ao Supremo Tribunal Federal sem o preparo. (...) Senhor Presidente, este julgamento, para mim, é muito importante, porque o Tribunal definirá se se aplica ou não aos recursos extraordinários o disposto no artigo 511 do Código de Processo Civil. A menos que venhamos a inserir no dispositivo exceção não contemplada, deveremos concluir que se aplica”.

6. Da mesma forma, não procede a afirmação de que o preparo do recurso extraordinário somente seria devido na interposição em instâncias inferiores. Interposto o recurso em qualquer tribunal e não sendo a parte

recorrente beneficiária da gratuidade de justiça ou de isenção legal, é devido o preparo (art. 3º, inc. I, da Lei n. 1.060/1950 e art. 511, § 1º, do Código de Processo Civil). Nesse sentido:

“RECURSO EXTRAORDINÁRIO - PREPARO. O conhecimento do recurso extraordinário não prescinde da demonstração inequívoca do indispensável preparo” (AI 531.391-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, DJe 21.8.2009).

“EMENTA Agravo regimental em agravo de instrumento. Recurso extraordinário. Ausência de preparo. Deserção. 1. Ausente o recolhimento do preparo, considera-se deserto o recurso extraordinário. 2. Agravo regimental desprovido” (AI 643.249-AgR, Rel. Min. Menezes Direito, Primeira Turma, DJe 21.11.2008).

7. Ademais, a jurisprudência predominante do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de que cabe ao recorrente, no momento da interposição do recurso, a obrigação de comprovar o pagamento do preparo nos termos da exigência legal inscrita no art. 59 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal e no art. 511, caput, do Código de Processo Civil.

Nesse sentido:“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE

INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DESERÇÃO. CONCESSÃO DA ASSISTÊNCIA JUDICIÁRIA GRATUITA. IMPOSSIBILIDADE DA ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DO REEXAME DE PROVAS (SÚMULA 279). OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. É pacífica a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal no sentido de que compete à parte recorrente comprovar o recolhimento do preparo no ato da interposição do recurso. Precedentes” (AI 744.091-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 7.8.2009).

Nada há, pois, a prover quanto às alegações do Agravante.8. Pelo exposto, nego seguimento a este agravo (art. 557, caput, do

Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 772.326 (393)ORIGEM : AMS - 200403990265137 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERAL DA 3º REGIÃOPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALAGDO.(A/S) : PIA SOCIEDADE DOS MISSIONÁRIOS DE SÃO

CARLOSADV.(A/S) : MARCOS FERRAZ DE PAIVA

DESPACHO: A matéria versada neste recurso (imunidade tributária e entidade de assistência social – art. 150, IV, c, da Constituição Federal e art. 12 da Lei 9.532/1997) aguarda apreciação pelo Pleno do Supremo Tribunal Federal (ADI 1.802-MC, rel. min. Dias Toffoli).

Ante o exposto, determino o sobrestamento deste feito até o julgamento da aludida ADI, devendo os autos aguardar na Secretaria Judiciária.

Publique-se.Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 772.393 (394)ORIGEM : AI - 1180005 - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇAPROCED. : MINAS GERAISRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : ISMAEL COELHO DA SILVAAGTE.(S) : ADIEL SOUZA MACHADO JÚNIORADV.(A/S) : ANDRÉ MANSUR BRANDÃOAGDO.(A/S) : DEPARTAMENTO DE ESTRADAS DE RODAGEM DO

ESTADO DE MINAS GERAIS - DER/MGADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAISINTDO.(A/S) : SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE DE

PASSAGEIROS NO ESTADO DE MINAS GERAIS - SINDPAS

ADV.(A/S) : ZAIRA CARVALHO SILVEIRA E OUTRO(A/S)

DECISÃOAGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. 1) AUSÊNCIA

DE PREQUESTIONAMENTO DOS DISPOSITIVOS CONSTITUCIONAIS SUPOSTAMENTE OFENDIDOS: INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 282 E 356 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. 2) JULGADO RECORRIDO FUNDAMENTADO EM DECRETO: OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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extraordinário, interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República.

2. O recurso inadmitido tem como objeto o seguinte julgado do Tribunal de Justiça de Minas Gerais:

“AÇÃO DECLARATÓRIA - TRANSPORTE INTERMUNICIPAL - DER/MG - PODER DE POLÍCIA -DECRETO Nº 44.035/2005 - RAZOABILIDADE E PROPORCIONALIDADE. Possui o DER/MG competência para planejar, projetar, coordenar, controlar e integrar as atividades pertinentes à função rodoviária e ao transporte rodoviário do Estado, incumbindo a ele o exercício do poder de polícia relativamente ao transporte intermunicipal, o que não autoriza, contudo, a aplicação de imposições desproporcionais e abusivas da esfera privada do prestador e do tomador do serviço, mediante decretos” (fl. 98).

Tem-se no voto condutor do julgado recorrido:“A propósito do tema, esclarece-se que o Estado tem competência

para legislar em torno dos transportes intermunicipais, nos exatos termos do artigo 25 da CR/88, tanto que foi editada a Lei nº 11.403/94, que reorganiza o Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais e dá outras providências, estipulando em seus artigos 2º e 3º item II, in verbis:

‘Art. 2º - O DER-MG tem por finalidade assegurar soluções adequadas de transporte rodoviário de pessoas e bens, no âmbito do Estado de Minas Gerais;

Art. 3º - Para a consecução de seus objetivos compete ao DER-MG: (...)II - planejar, projetar, coordenar, controlar e integrar as atividades

inerentes à função rodoviária e de transporte rodoviário do Estado’. Desta forma, de acordo com o artigo 2º da Lei Delegada nº 100/2003,

‘o Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais tem por finalidade assegurar soluções adequadas de transporte rodoviário de pessoas e bens, no âmbito do Estado de Minas Gerais’, o que realiza por meio de Decretos.

(...)Destarte, resta claro que o serviço de transporte rodoviário

intermunicipal de pessoas, como ocorre no presente caso, corresponde à atividade econômica ligada à iniciativa privada que, contudo, é submetida ao poder de polícia da Administração Pública, por motivos de interesse da coletividade e por questão de segurança, mediante a expedição de prévia autorização.

(...)Tem-se que o poder de polícia, através de lei, limita o exercício da

liberdade e da propriedade dos administrados, adequando-os ao bem-estar social, pressupondo a prática de determinados atos, ora preventivos, ora fiscalizadores e ora repressivos.

Todavia, as exigências colocadas pela Administração, mediante o poder de polícia, têm que guardar proporcionalidade com os fins pretendidos, ou seja, tem que se fundar na necessidade de proteção dos interesses da comunidade, já que tendo sido esta seara reservada constitucionalmente a iniciativa privada, não se tolera interferência estatal sem justificativa teleológica real.

(...)Portanto, não pode o DER/MG, sob a alegação de desempenho do

poder de polícia, impedir a exploração da atividade econômica, por meio de exigências sem sustentáculo legal, desprovidas de razões e abusivas, cumprindo-lhe tão-somente disciplinar a conduta dos particulares visando à segurança e o bem-estar da coletividade.

(...)Primeiramente, anoto que não obstante já tenha entendido pela

arbitrariedade da exigência concernente à prévia inscrição dos autorizatários no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas, nos termos do artigo 2º, inciso II, e artigo 4º, inciso I, do Decreto nº 44.035/2005, verifico a legitimidade da exigência, levando-se em consideração o disposto pelo artigo 29 da Lei Federal nº 10.233/01 (...).

(...)No que toca à exigência de apresentação da relação nominal dos

passageiros até doze horas anteriores à viagem, constato que legítima, por figurar como meio necessário à segurança pública, além de facilitar a fiscalização pelo Poder Público, informando o artigo 2º do decreto que o serviço de fretamento não á aberto ao público, o mesmo se dizendo à exigência da apresentação e porte do documento fiscal, que além de encontrar amparo no artigo 13, inciso III do Decreto nº 44.035/2005, embasa-se no artigo 39, § 1º e artigo 50 da Lei Estadual nº 6.763/75, competindo ao DER/MG a verificação da legalidade tributária nas operações de transporte.

Finalmente, a exigência de apresentação de certidão negativa de distribuição criminal não se afigura desarrazoada, considerando-se novamente a segurança dos transportados, visando a prescrição assegurar que os condutores tenham conduta compatível com a função exercida, ao que se acresce que o princípio da presunção de inocência contido no artigo 5º, inciso LVII da Constituição da República não restou ofendido, sendo esse princípio de cunho processual penal, não se aplicando à esfera administrativa, estando a exigência impugnada amparada pela legalidade.

Registra-se somente não serve a amparar a pretensão dos recorrentes a assertiva de que a criação de penalidades pelo decreto viola o princípio da legalidade, que se encontram justificadas nos artigos 14 e seguintes do Decreto nº 44.035/2005, em vista do poder do polícia do Estado”

(fls. 101-110 – grifos nossos). 3. No recurso extraordinário, os Agravantes afirmam que o Tribunal a

quo teria ofendido os arts. 1º, 3º, e 5º, inc. LVII, da Constituição da República.4. A decisão agravada teve como fundamento para a

inadmissibilidade do recurso extraordinário a incidência das Súmulas 280, 282 e 356 do Supremo Tribunal Federal (fls. 180-181).

Os Agravantes asseveram que estariam presentes os pressupostos de admissibilidade do recurso extraordinário.

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.5. Razão jurídica não assiste aos Agravantes.6. Como assentado na decisão agravada, os arts. 1º e 3º da

Constituição da República não foram objeto de debate e decisão prévios no Tribunal de origem, tampouco foram opostos embargos de declaração com a finalidade de prequestionamento. Incidem na espécie vertente as Súmulas 282 e 356 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido:

“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONVERSÃO EM AGRAVO REGIMENTAL. PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 282 E 356 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. A matéria constitucional contida no recurso extraordinário não foi objeto de debate e exame prévios no Tribunal a quo. Tampouco foram opostos embargos de declaração, o que não viabiliza o extraordinário, por ausência do necessário prequestionamento” (AI 631.961-ED, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 15.5.2009).

7. Além disso, o Tribunal a quo fundamentou-se na interpretação e na aplicação das Leis ns. 6.763/75 e 11.403/94 do Estado de Minas Gerais, da Lei Delegada mineira nº 100/2003 e da Lei Federal nº 10.233/01 e concluiu que as exigências formuladas por meio do Decreto n. 44.035/05 teriam respaldo legal e traduziriam regular exercício do poder de polícia.

Para se concluir de modo diverso, seria imprescindível a análise de todas essas normas infraconstitucionais, o que não viabiliza o recurso extraordinário, pois eventual ofensa constitucional seria indireta. Nesse sentido:

“Embargos declaratórios em agravo regimental em recurso extraordinário. 2. Pretensão de efeito infringente a partir da mera reprodução dos argumentos já refutados. 3. Constitucionalidade do art. 3º, I, da Lei 8.200 reconhecida pela Corte. Precedentes. 4. Normas infralegais de execução da Lei 8.200/91. Matéria estranha ao campo do recurso extraordinário. 5. Embargos declaratórios rejeitados” (RE 372.328-AgR-ED, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJ 30.6.2006 – grifos nossos).

“Não cabe recurso extraordinário que teria por objeto alegação de ofensa que, irradiando-se de má interpretação, aplicação, ou, até, de inobservância de normas infraconstitucionais, seria apenas indireta à Constituição da República” (AI 508.047-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe 21.11.2008).

“Recurso extraordinário: descabimento, quando fundado na alegação de ofensa reflexa à Constituição. 1. Tem-se violação reflexa a Constituição, quando o seu reconhecimento depende de rever a interpretação dada a norma ordinária pela decisão recorrida, caso em que e a hierarquia infraconstitucional dessa última que define, para fins recursais, a natureza de questão federal. 2. Admitir o recurso extraordinário por ofensa reflexa ao princípio constitucional da legalidade seria transformar em questões constitucionais todas as controvérsias sobre a interpretação da lei ordinária, baralhando as competências repartidas entre o STF e os tribunais superiores e usurpando até a autoridade definitiva da Justiça dos Estados para a inteligência do direito local” (AI 134.736-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJ 17.2.1995).

E ainda: AI 339.362-AgR, Rel. Min. Sydney Sanches, DJ 9.5.2003; AI 531.361-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 30.9.2005; RE 425.734-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ 28.10.2005; e AI 548.288-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 24.3.2006.

8. Nada há, pois, a prover quanto às alegações dos Agravantes.9. Pelo exposto, nego seguimento a este agravo (art. 557, caput, do

Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 3 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 772.519 (395)ORIGEM : AI - 200704000175281 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERAL DA 4º REGIÃOPROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : ELETRO THOMÉ LTDAADV.(A/S) : MARCELO ROMANO DEHNHARDT E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto de acórdão assim ementado:

“PROCESSO CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. FRAUDE À EXECUÇÃO. CARACTERIZAÇÃO. REQUISITOS.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 109

(...)” (fl. 38).No RE, fundado no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se violação

ao art. 5º, XXXVI, da mesma Carta, bem como ao art. 78 do ADCT.O agravo não merece acolhida. Falta o necessário

prequestionamento do art. 5º, XXXVI, da Constituição. Como tem consignado o Tribunal, por meio da Súmula 282, é inadmissível o recurso extraordinário se a questão constitucional suscitada não tiver sido apreciada no acórdão recorrido. Ademais, se os embargos declaratórios não foram opostos com a finalidade de suprir essa omissão, é inviável o recurso, a teor da Súmula 356 do STF.

Além disso, o Tribunal a quo concluiu que houve fraude à execução com base no conjunto fático-probatório constante dos autos. Para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo acórdão recorrido, seria necessário o reexame dessa matéria fática, já devidamente apreciada pelo Tribunal de origem. Incide, na espécie, a Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. Nessa linha: AI 742.619/SP, Rel. Min. Menezes Direito.

Ainda que superado tal óbice, o recurso não prosperaria. É que o acórdão recorrido decidiu a questão com base na legislação ordinária. A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. Incabível, portanto, o recurso extraordinário.

Nesse sentido, destaco trecho do acórdão recorrido:“Pois bem, a burla processual consubstanciada na fraude à execução

exige, ex vi do art. 593, inciso II, do CPC e art. 185 do CTN (na redação anterior à Lei Complementar 118/05), para sua configuração, a concorrência de dois requisitos, quais seja, a existência de lide pendente e insolvência do devedor.

(...)No caso, como as execuções fiscais n.º 2000.70.09.001663-6 e

2001.70.09.001671-9 antecedem, e muito a cessão dos créditos reconhecidos na execução de sentença nº

2000.70.09.000475-0, pois realizado o ato translativo apenas em 12.04.2006, consoante escritura pública de fls. 27/27v., resta presente o primeiro requisito. Quanto ao segundo, igualmente, tenho por configurado, visto que o devedor não logrou a desconstituição da presunção de insolvência: não indicou bens disponíveis; tampouco os ofereceu em juízo.

(...)” (fls. 34-35). Por fim, observa-se que, com a negativa de seguimento ao recurso

especial pelo Superior Tribunal de Justiça (REsp 1.128.204/PR, com trânsito em julgado em 28/9/2009), tornaram-se definitivos os fundamentos infraconstitucionais que amparam o acórdão recorrido (Súmula 283 do STF).

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 10 de novembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 772.671 (396)ORIGEM : AC - 70011179637 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : 5 À SEC DO BRASIL FRANCHISING LTDAADV.(A/S) : CLÓVIS ROBERTO DA SILVA E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE NOVO HAMBURGOADV.(A/S) : ANGELO SAINT PASTOUS CALEFFI E OUTRO(A/S)

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a, da Constituição, alegou-se violação aos arts. 93, IX, 154, I, e 156, III, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. A pretendida discussão em torno dos requisitos de admissibilidade do mandado de segurança possui natureza meramente processual, que envolve a apreciação de normas infraconstitucionais (RE 225.953/SP, Rel. Min. Celso de Mello; RE 212.537/SP e AI 556.279/MG, Rel. Min. Carlos Velloso; AI 372.686/PA, Rel. Min. Ellen Gracie).

Além disso, para se chegar ao exame da alegada ofensa à Constituição, faz-se necessário analisar normas infraconstitucionais locais (Lei Estadual 1.301/03), o que inviabiliza o extraordinário, a teor da Súmula 280 do STF.

Por fim, a exigência do art. 93, IX, da Constituição, não impõe seja a decisão exaustivamente fundamentada. O que se busca é que o julgador informe de forma clara e concisa as razões de seu convencimento, tal como ocorreu.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 772.862 (397)ORIGEM : AC - 200671190021178 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERAL DA 4º REGIÃOPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIA

AGTE.(S) : IRMÃOS TREVISAN S/A INDÚSTRIA, COMÉRCIO E AGRICULTURA

ADV.(A/S) : LAURO ROCHA JÚNIOR E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DE METROLOGIA,

NORMALIZAÇÃO E QUALIDADE INDUSTRIAL - INMETRO

PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

DECISÃOAGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. ALEGAÇÃO DE

OFENSA AO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE: OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso

extraordinário, interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República.

2. O recurso inadmitido tem como objeto o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 4ª Região:

“ADMINISTRATIVO. INMETRO. AUTO DE INFRAÇÃO. DECRETAÇÃO DE NULIDADE. AÇÃO ORDINÁRIA. IMPROCEDÊNCIA.

Inexistência de nulidade do auto de infração, tampouco inconstitucionalidade na delegação de competência para editar normas de fiscalização e aplicar sanções em caso de descumprimento, em razão do poder de polícia metrológica.

Não se admite que decretos e atos normativos de autoridades administrativas inovem, originariamente, o mundo jurídico; contudo, regulamentar ou adequar os dispositivos legais à execução concreta, de modo a conferir-lhes a necessária efetividade, é sua função típica” (fl. 74).

Tem-se no voto condutor do julgado recorrido:“Conforme a documentação trazida aos autos com a inicial, verifica-

se que o Auto de Infração n° 1263318 foi lavrado em razão da aferição do produto ARROZ Parboilizado, Tipo 1, marca OURO BRANCO, peso nominal de 1.000 gramas, de cujo conteúdo se infere que foi constatada a infração descrita no subitem 5.1 do Regulamento Técnico Metrológico - RTM, aprovado pelo art. 1º da Portaria INMETRO nº 096/2000, bem assim nos artigos 1º e 5º da Lei 9.933/99. Impende destacar que houve a reprovação do produto em exame pericial quantitativo, no critério da média, tendo sido apurada a existência de menor quantidade de produto do que o anunciado.

(...)No que diz respeito à insurgência da parte autora no que tange à

incerteza na medição do conteúdo líquido ou efetivo do produto, igualmente não procede a alegação. Refere, a demandante, que a Tolerância Individual para a faixa de conteúdo nominal situada entre 1.000 a 10.000 gramas (caso dos autos) é de 1,5%. Pretende a autora, dessa forma, demonstrar que, havendo uma diferença de apenas 5,9 gramas entre o conteúdo nominal do produto e seu conteúdo efetivo, estaria a diferença de peso encontrada no seu produto dentro do intervalo de tolerância admitido, o qual seria de 15 gramas.

No entanto, há reparos a fazer na tese aventada pela demandante. O item 5 da Portaria nº 096/2000 do INMETRO dispõe claramente que o lote submetido a verificação é aprovado quando as condições 5.1 e 5.2 são simultaneamente atendidas (sublinhei). Depreende-se, portanto, que, quando da verificação do conteúdo efetivo dos produtos pré-medidos, enquadrando-se aqui o produto comercializado pela autora, devem, necessariamente, ser aferidos dois critérios de averiguação, quais sejam, o critério individual e o critério da média.

A já mencionada Portaria do INMETRO dispõe que tolerância individual ‘é a diferença tolerada para menos, entre o conteúdo efetivo e o conteúdo nominal, indicado na Tabela I deste Regulamento’. Nota-se, desse modo, que a tolerância aqui referida se trata da diferença admitida, para menos, quando da verificação do conteúdo individual do produto, segundo os critérios previstos na Tabela I (subitem 3.2). Contudo, além dessa verificação, está claro que há, ainda, a verificação pelo critério da média, para o qual não se aplica a tolerância admitida no critério individual, aplicando-se os critérios previstos na Tabela II.

Nesse contexto, pela análise do auto de infração nº 1263318, anexado à fl. 83, constata-se que, no critério individual, a demandante teve seu produto aprovado, já que a diferença encontrada, individualmente, entre o conteúdo nominal e o peso efetivo do produto, se enquadrou dentro do limite de tolerância admitido pelas regras do demandado. Entretanto, no critério da média, não teve a mesma sorte, tendo sido apurada a média de 993,1 gramas, quando o mínimo tolerado, segundo os critérios da Tabela II, seria de 999,0 gramas (fl. 87), resultando daí a diferença de 5,9 gramas que deu suporte à lavratura do auto de infração.

Sendo assim, não atendidos, simultaneamente, os critérios de averiguação pré-determinados, não merece prosperar as argumentações da demandante, porquanto o enquadramento do produto em apenas um dos critérios não é bastante para a sua aprovação.

Concernente à alegação de ilegalidade do auto de infração lavrado contra a autora, novamente carece de fundamento. Senão vejamos: a infração que lhe foi imputada encontra previsão legal, conforme descrito no próprio auto de infração, nos arts. 1º e 5º da Lei nº 9.933/99 e subitem 5.1 do Regulamento Técnico Metrológico, aprovado pela Portaria INMETRO n° 096/2000, que assim dispõem:

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 110

(...)Tratando-se os dispositivos legais da Lei n° 9.933/99 de normas em

branco, podem ser validamente completadas pelas normas a que se reporta, neste caso, a Portaria nº 096/2000 do INMETRO. Forçoso concluir, nessa baila, pela inexistência de nulidade do auto de infração, tampouco inconstitucionalidade na delegação de competência para editar normas de fiscalização e aplicar a respectiva sanção em caso de descumprimento, em razão do poder de polícia que exerce a autarquia. Não se admite que decretos e atos normativos de autoridades administrativas inovem, originariamente, no mundo jurídico. Contudo, regulamentar ou adequar à execução concreta os dispositivos legais, de modo a lhes conferir a necessária efetividade, é sua função típica.

(...)Por fim, quanto às alegações da parte autora acerca da

irregularidade na coleta das amostras que foram analisadas, é questão que careceria de efetiva comprovação pela mesma, mediante dilação probatória, providência esta que a demandante reputou desnecessária, tendo propugnado pelo julgamento antecipado do feito (fls. 173/178).

Dessa forma, incide na espécie o disposto no art. 333, I, do CPC, que estabelece que cabe ao autor da ação a prova do fato constitutivo do seu direito, no que não logrou êxito a autora” (fls. 72-73 – grifos nossos).

3. No recurso extraordinário, a Agravante afirma que o Tribunal a quo teria ofendido o art. 5º, inc. II, da Constituição da República.

Assevera que:“Os artigos da Lei n. 9.933/99, referidos no auto de infração n.

1263318 não descrevem infrações nem impõem sanções, em franca e cristalina contrariedade ao dispositivo constitucional ora cotejado.

Assim, constata-se que a ‘suposta’ infração que teria sido cometida pela Recorrente encontra-se descrita tão somente em regulamento aprovado por portaria expedida pelo Inmetro” (fl. 98).

4. A decisão agravada teve como fundamento para a inadmissibilidade do recurso extraordinário a ausência de ofensa constitucional direta (fls. 117-118).

A Agravante sustenta contrariedade direta à Constituição da República.

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.5. Razão jurídica não assiste à Agravante.6. O Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que a

alegação de afronta ao art. 5º, inc. II, da Constituição da República, se dependente do exame da legislação infraconstitucional – na espécie vertente, da Lei n. 9.933/99 e da Portaria n. 96/2000 do Inmetro -, não viabiliza o recurso extraordinário, pois eventual ofensa constitucional seria indireta.

Além disso, a suposta incompatibilidade entre a Portaria n. 96/2000 do Inmetro e a Lei n. 9.933/99 traduz questão infraconstitucional, o que também não enseja o recurso extraordinário.

Confiram-se, a propósito, os seguintes julgados:“ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE

INSTRUMENTO. LEI 9.933/99. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. ALEGADA OFENSA AO ART. 5º, caput, II, LIV e LV, DA CF. OFENSA REFLEXA. SÚMULA 636 DO STF. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO - SÚMULA 279 DO STF. INCIDÊNCIA. AGRAVO IMPROVIDO. I - A apreciação dos temas constitucionais, no caso, depende do prévio exame de normas infraconstitucionais (Lei 9.933/99) e ato normativo do INMETRO. A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. Incabível, portanto, o recurso extraordinário. II - O Tribunal entende não ser cabível a interposição de RE por contrariedade ao art. 5º, II, da Constituição Federal, quando a verificação da ofensa envolva a reapreciação de interpretação dada a normas infraconstitucionais pelo Tribunal a quo (Súmula 636 do STF). III - A alegada violação ao art. 5º, LIV e LV, da Constituição, em regra, configura situação de ofensa meramente reflexa ao texto constitucional, o que inviabiliza o conhecimento do recurso extraordinário. IV - Para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo acórdão recorrido, necessário seria o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos, o que atrai a incidência da Súmula 279 do STF. V - Agravo regimental improvido” (AI 726.085-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJe 6.3.2009 – grifos nossos).

“PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 282 DESTE SUPREMO TRIBUNAL. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. A jurisprudência deste Supremo Tribunal firmou-se no sentido de que "os embargos declaratórios só suprem a falta de prequestionamento quando a decisão embargada tenha sido efetivamente omissa a respeito da questão antes suscitada". Precedentes. 2. O Supremo Tribunal Federal firmou jurisprudência no sentido de que as alegações de afronta aos princípios da legalidade, do devido processo legal, da motivação dos atos decisórios, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional, se dependentes de reexame de normas infraconstitucionais, podem configurar apenas ofensa reflexa à Constituição da República. Precedentes. 3. Agravo regimental desprovido” (AI 580.465-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 19.9.2008).

“RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Alegação de ofensa ao art. 5º, LV, da Constituição Federal. Ofensa constitucional indireta. Agravo regimental não provido. Alegações de desrespeito aos postulados da

legalidade, do devido processo legal, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional, se dependentes de reexame prévio de normas inferiores, podem configurar, quando muito, situações de ofensa meramente reflexa ao texto da Constituição” (RE 547.201-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe 14.11.2008).

“Embargos declaratórios em agravo regimental em recurso extraordinário. 2. Pretensão de efeito infringente a partir da mera reprodução dos argumentos já refutados. 3. Constitucionalidade do art. 3º, I, da Lei 8.200 reconhecida pela Corte. Precedentes. 4. Normas infralegais de execução da Lei 8.200/91. Matéria estranha ao campo do recurso extraordinário. 5. Embargos declaratórios rejeitados” (RE 372.328-AgR-ED, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJ 30.6.2006 – grifos nossos).

“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. TAXA DE ARMAZENAGEM PORTUÁRIA - TAP. PORTARIA N. 10/92 DO MINISTÉRIO DA INFRAESTRUTURA. IMPOSSIBILIDADE DA ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (RE 231.964-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 13.3.2009 – grifos nossos).

7. Nada há, pois, a prover quanto às alegações da Agravante.8. Pelo exposto, nego seguimento a este agravo (art. 557, caput, do

Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 10 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 772.865 (398)ORIGEM : AI - 992397 - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇAPROCED. : MATO GROSSORELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOAGDO.(A/S) : LEANDRO CADENAS PRADOADV.(A/S) : MOACYR AMÂNCIO DE SOUZA

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

No RE, fundado no art. 102, inciso III, alínea a, da Constituição Federal, alegou-se ofensa aos arts. 2º, 37, caput, 62, 63, e 105 da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. Como tem consignado o Tribunal, por meio da Súmula 282, é inadmissível o recurso extraordinário se a questão constitucional suscitada não tiver sido apreciada no acórdão recorrido. Ademais, a tardia alegação de ofensa ao texto constitucional, apenas deduzida em embargos de declaração, não supre o prequestionamento.

Além disso, verifico que a agravante não atacou os fundamentos da decisão agravada, limitando-se a repetir as razões do recurso extraordinário. Inviável, portanto, o presente recurso, a teor da Súmula 287 do STF. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: AI 580.361-AgR/RS, de minha relatoria; AI 407.427/SP, Rel. Min. Cezar Peluso; AI 590.913-AgR/RS, Rel. Min. Eros Grau; AI 466.398-AgR/RJ, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; AI 519.396/SP, Rel. Min. Gilmar Mendes.

Ainda que superados tais óbices, o recurso não prosperaria. É que a apreciação dos temas constitucionais, no caso, depende do prévio exame de normas infraconstitucionais. A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. Incabível, portanto, o recurso extraordinário. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: RE 467.957-AgR/DF, Rel. Min. Cezar Peluso; AI 742.270/RJ, Rel. Min. Menezes Direito; RE 414.296/RN, Rel. Min. Ellen Gracie; RE 592.153/PB, Rel. Min. Cármen Lúcia; AI 410.684-AgR/DF, Rel. Min. Nelson Jobim.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator -

AGRAVO DE INSTRUMENTO 772.947 (399)ORIGEM : AC - 200000046110935000 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : MINAS GERAISRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : JARBAS PEREIRA DE ANDRADEADV.(A/S) : ADILSON RAMOS E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : BANCO FRANCÊS E BRASILEIRO S/AADV.(A/S) : SILVANO SILVA DE FREITAS

DECISÃOAGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS À

EXECUÇÃO. LIMITES OBJETIVOS DA COISA JULGADA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 111

Relatório1. Agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso

extraordinário, interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República.

2. O recurso inadmitido tem como objeto o seguinte julgado do Tribunal de Justiça de Minas Gerais:

“NÃO SE CONHECE DE APELAÇÃO QUE DISCUTE MATÉRIA COBERTA PELA PRECLUSÃO.

Opera-se a preclusão quando não mais há de ser discutida matéria que já foi objeto de decisão.

Não se conhece de recurso cujas razões deveriam ter sido objeto de impugnação, dentro do prazo legal, estando, nesta fase, coberta a matéria pela ocorrência da preclusão” (fl. 88).

3. A decisão agravada teve como fundamento para a inadmissibilidade do recurso extraordinário a circunstância de que a ofensa à Constituição, se tivesse ocorrido, seria indireta (fls. 143-145).

4. O Agravante alega que teria sido contrariado o art. 5º, inc. XXXVI, da Constituição da República.

Argumenta que os cálculos teriam sido elaborados em desconformidade com o que determinado na sentença transitada em julgado.

Examinados os elementos havidos nos autos, DECIDO.5. Razão de direito não assiste ao Agravante.6. A jurisprudência do Supremo Tribunal firmou-se no sentido de que

a controvérsia relativa aos limites da coisa julgada é de natureza infraconstitucional. Assim, eventual ofensa à Constituição, se tivesse ocorrido, seria indireta, o que não viabiliza o processamento do recurso extraordinário. Confira-se o seguinte julgado:

“E M E N T A: AGRAVO DE INSTRUMENTO - ALEGADA VIOLAÇÃO AO PRECEITO INSCRITO NO ART. 5º, XXXVI, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA - AUSÊNCIA DE OFENSA DIRETA À CONSTITUIÇÃO - CONTENCIOSO DE MERA LEGALIDADE - RECURSO IMPROVIDO. - A alegação de desrespeito ao postulado da coisa julgada, por depender de exame prévio e necessário da legislação comum, pode configurar, quando muito, situação caracterizadora de ofensa meramente reflexa ao texto da Constituição, o que não basta, só por si, para viabilizar o acesso à via recursal extraordinária. Precedentes. - A discussão em torno da integridade da coisa julgada, por reclamar análise prévia e necessária dos requisitos legais, que, em nosso sistema jurídico, conformam o fenômeno processual da "res judicata", torna incabível o recurso extraordinário. É que, em tal hipótese, a indagação em torno do que dispõe o art. 5º, XXXVI, da Constituição - por supor o exame, "in concreto", dos limites subjetivos (CPC, art. 472) e/ou objetivos (CPC, arts. 468, 469, 470 e 474) da coisa julgada - traduz matéria revestida de índole infraconstitucional, podendo caracterizar situação de eventual conflito indireto com o texto da Carta Política (RTJ 182/746), circunstância que pré-exclui a possibilidade de adequada utilização do recurso extraordinário. Precedentes” (AI 476.879-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJ 10.8.2006 – grifos nossos).

Nada há a prover quanto às alegações do Agravante.7. Pelo exposto, nego seguimento a este agravo (art. 557, caput, do

Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 10 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 772.986 (400)ORIGEM : SENTENÇA - 24056982374 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : MINAS GERAISRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : MARINALVA BARBOSA DE SOUZAAGTE.(S) : SONIA MARIA SILVA FERNANDESADV.(A/S) : HUMBERTO LUCCHEST DE CARVALHOAGDO.(A/S) : ESTADO DE MINAS GERAISPROC.(A/S)(ES) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS

DECISÃOAGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIÁRIO. JULGADO

RECORRIDO FUNDAMENTADO EM LEI LOCAL: INCIDÊNCIA DA SÚMULA 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso

extraordinário, interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República.

2. O recurso inadmitido tem como objeto o seguinte julgado do Tribunal de Justiça de Minas Gerais:

“O Estado de Minas Gerais, objetivando valorizar o bom desempenho do servidor público estadual, editou a Lei estadual n. 14.694/2003, à qual, posteriormente, por meio da Lei n. 15.275/2004, foi acrescentado o art. 32-A, que instituiu o Prêmio por Produtividade.

Ao meu ver, a referida gratificação é atrelada ao efetivo exercício do cargo público, não podendo ser ampliada aos servidores inativos e

pensionistas e, da mesma forma, é descabido o seu pagamento ao servidor afastado por motivo de saúde, como é o caso das Autoras” (fls. 23-24 – grifos nossos).

3. No recurso extraordinário, as Agravantes alegam que:“O diploma normativo que criou o ‘Prêmio de Produtividade’ foi a lei

em sentido formal, representado pela Lei estadual n. 14.694, de 30 de julho de 2003, alterada pela Lei estadual n. 15.275, de 30 de julho de 2004, porquanto em obediência ao princípio constitucional da reserva material de lei em sentido formal, somente essa espécie normativa pode inovar primariamente a ordem jurídica em matéria de remuneração de servidor.

Todavia, os Recorrentes, no período temporal de afastamento de licença para tratamento de saúde, tiveram descontados e não foram computados os dias afastados para esse fim no montante do cálculo do denominado ‘Prêmio de Produtividade’, sob pretexto do Réu estar aplicando o § 6º do artigo 8º do Decreto estadual n. 43.851, de 10 de agosto de 2004.

(...)Todavia, lendo-se e relendo-se, examinando-se e reexaminando-se

as disposições contidas na Lei estadual n. 14.694 (...), ver-se-á que inexiste, em momento algum, qualquer hipótese normativa (lei em sentido formal) excluindo o direito do servidor perceber o ‘Prêmio de Produtividade’ no período que se encontrar de licença para tratamento de saúde” (fls. 63-64 – grifos nossos).

4. A decisão agravada teve como fundamento para a inadmissibilidade do recurso extraordinário a incidência da Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal (fls. 99-100).

As Agravantes sustentam contrariedade direta à Constituição da República.

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.5. Razão jurídica não assiste às Agravantes.6. O Tribunal a quo decidiu a controvérsia com base na interpretação

e na aplicação das Leis ns. 14.694/2003 e 15.275/2004 do Estado de Minas Gerais e concluiu que as Agravantes não teriam direito ao recebimento do Prêmio de Produtividade no período de licença para tratamento de saúde.

Como assentado na decisão agravada, incide na espécie vertente a Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal, o que não viabiliza o recurso extraordinário.

Ademais, a suposta incompatibilidade entre o Decreto n. 43.851/2004 e aquelas leis locais não traduz questão constitucional, o que também não enseja o recurso extraordinário.

Confiram-se, a propósito, os seguintes julgados:“AGRAVO REGIMENTAL. LEI ESTADUAL 14.694/03. MATÉRIA

INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. SÚMULA 280 DO STF. EXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO CONSTANTE DOS AUTOS. SÚMULA 279 DO STF. AGRAVO IMPROVIDO. I - O acórdão recorrido dirimiu a questão dos autos com base na legislação infraconstitucional local aplicável à espécie. Inadmissibilidade do RE, ante a incidência da Súmula 280 do STF. II - Para dissentir da conclusão a que chegou o acórdão recorrido, necessário seria o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos, o que atrai a incidência da Súmula 279 do STF. III - O acórdão não julgou válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição, incabível, portanto, o conhecimento do recurso pela alínea c, do art. 102, III, da CF. IV - Agravo regimental improvido” (AI 715.437-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJe 21.11.2008 – grifos nossos).

“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REEXAME DE LEGISLAÇÃO LOCAL. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. A controvérsia foi decidida com fundamento em legislação de índole local, circunstância que impede a admissão do extraordinário em virtude do óbice da Súmula n. 280 do Supremo Tribunal Federal. Agravo regimental a que se nega provimento” (RE 594.028-AgR, Rel. Min. Eros Grau, Segunda Turma, DJe 27.2.2009).

“Embargos declaratórios em agravo regimental em recurso extraordinário. 2. Pretensão de efeito infringente a partir da mera reprodução dos argumentos já refutados. 3. Constitucionalidade do art. 3º, I, da Lei 8.200 reconhecida pela Corte. Precedentes. 4. Normas infralegais de execução da Lei 8.200/91. Matéria estranha ao campo do recurso extraordinário. 5. Embargos declaratórios rejeitados” (RE 372.328-AgR-ED, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJ 30.6.2006 – grifos nossos).

Tem-se no voto condutor do Agravo Regimental no Agravo de Instrumento 715.437:

“Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário interposto de acórdão assim ementado:

'AÇÃO ORDINÁRIA - CERCEAMENTO DE DEFESA - INOCORRÊNCIA - PRÊMIO DE PRODUTIVIDADE - EXTENSÃO AOS SERVIDORES INATIVOS - IMPOSSIBILIDADE - AUSÊNCIA DE DEMONSTRAÇÃO DOS REQUISITOS - LEI Nº 14.694/03 - RECURSO DESPROVIDO (...)' (fl. 173).

No RE, fundado no art. 102, III, a e c, da Constituição Federal, alegou-se ofensa aos arts. 5°, XXXVI, 37, caput, X, 39, § 1°, 40, § 8°, 41, § 1º, III, e § 4º, da mesma Carta, bem como aos arts. 3º, e 7º, da EC 41/03.

O agravo não merece acolhida. Para se chegar ao exame da alegada ofensa à Constituição, faz-se necessário analisar normas infraconstitucionais locais (Lei Estadual 14.694/03), o que inviabiliza o extraordinário, a teor da Súmula 280 do STF.

Ademais, para se chegar à conclusão contrária à adotada pelo

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 112

acórdão recorrido, necessário seria o reexame do conjunto fático-probatório constante dos autos, o que atrai a incidência da Súmula 279 do STF.

Por fim, verifico que o acórdão recorrido não julgou válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição. Incabível, portanto, o recurso pela alínea c do art. 102, III, da Constituição. Nesse sentido: AI 559.324/RJ; AI 488.107/SP, entre outros.

Isso posto, nego seguimento ao recurso’ (fl. 300).Bem reexaminada a questão, verifica-se que a decisão não merece

reforma, visto que o recorrente não aduz novos argumentos capazes de afastar as razões expendidas na decisão ora atacada.

Isso posto, nego provimento ao agravo regimental” (grifos nossos).7. Nada há, pois, a prover quanto às alegações das Agravantes.8. Pelo exposto, nego seguimento a este agravo (art. 557, caput, do

Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 10 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 773.372 (401)ORIGEM : PROC - 200772550056453 - TURMA RECURSAL DOS

JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS DA 4º REGIÃOPROCED. : SANTA CATARINARELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : VERA BEATRIZ SALDANHA NOCCHIADV.(A/S) : RODRIGO FIGUEIREDO E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

O agravo não merece acolhida. Bem examinados os autos, verifico que a agravante não indicou o dispositivo constitucional autorizador do recurso extraordinário, requisito indispensável ao seu conhecimento, a teor do art. 321 do RISTF. No mesmo sentido: AI 558.254-AgR/SP, de minha relatoria; AI 357.834-AgR/BA, Rel. Min. Celso de Mello; AI 554.630-AgR/RJ, Rel. Min. Carlos Velloso.

Além disso, na petição de recurso extraordinário, não indicou o dispositivo constitucional violado, o que caracteriza a deficiência de sua fundamentação, tornando inviável o conhecimento do recurso a teor da Súmula 284 do STF. No mesmo sentido: AI 636.405/DF, de minha relatoria; AI 488.500-AgR/SP e AI 582.519/PE, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; AI 541.541/AL, Rel. Min. Gilmar Mendes; AI 552.131-AgR/SP, Rel. Min. Carlos Britto.

Ainda que superados tais óbices, o recurso não prosperaria. É que do acórdão recorrido foram interpostos incidente de uniformização de jurisprudência (fls. 120-146) e recurso extraordinário em 11/8/2008 (fls. 177-197). A publicação da decisão que julgou definitivamente o incidente de uniformização ocorreu em 17/8/2009 (fl. 23)

A Corte firmou entendimento no sentido de se considerar extemporâneo o RE interposto antes da publicação da decisão do incidente de uniformização de interpretação de lei. Somente após o pronunciamento da Turma de Uniformização estaria esgotada a prestação jurisdicional, que daria ensejo à interposição do recurso extremo. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: RE 445.169/TO, Rel. Min. Carlos Velloso; RE 355.497-AgR/SP, Rel. Min. Maurício Corrêa; RE 427.704-AgR/RJ, Rel. Min. Carlos Velloso.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 773.391 (402)ORIGEM : AC - 70027959139 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : MUNICÍPIO DE CAXIAS DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE CAXIAS DO

SULAGDO.(A/S) : MARIA CARLOS PAULOADV.(A/S) : ALCEU CARDOSO

DECISÃOAGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDENCIÁRIO. JULGADO

RECORRIDO FUNDAMENTADO NO EXAME DE PROVAS E EM NORMA LOCAL: INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 279 E 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Agravo de instrumento contra decisão que não admitiu recurso

extraordinário, interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República.

2. O recurso inadmitido tem como objeto o seguinte julgado do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul:

“APELAÇÃO CÍVEL. SERVIDORA PÚBLICA INATIVA. MUNICÍPIO DE CAXIAS DO SUL. REVISÃO DE PROVENTOS. INCORPORAÇÃO DA GRATIFICAÇÃO DE DIFÍCIL ACESSO. ARTIGO 161 DA LEI MUNICIPAL N.º 3.673/91. ARTIGO 40, § 2º, DA CF” (fl. 34).

Tem-se no voto condutor do julgado recorrido:“A questão controvertida situa-se no direito da Apelada de incorporar

aos proventos a gratificação de difícil acesso que recebeu na ativa.Sustenta o Município de Caxias do Sul que não é possível a

incorporação da aludida gratificação, na medida em que a apelada não estava percebendo a gratificação quando de sua inativação, requisito que seria imprescindível para o acolhimento da pretensão deduzida.

A incorporação nos proventos da gratificação de difícil acesso vem prevista no artigo 161 da Lei n.º 3.673 de Caxias do Sul, in verbis:

‘Art. 161 – A gratificação pelo exercício de atividades penosas, insalubres e perigosas e de difícil acesso, será incorporada, na aposentadoria, ao provento do servidor que o tenha percebido por cinco anos consecutivos ou oito intercalados’.

Pois bem, conforme se verifica da leitura do artigo acima transcrito, a legislação municipal não impõe como requisito da incorporação, o percebimento da vantagem no momento da aposentadoria. O único requisito apresentado é que o servidor tenha percebido a vantagem por cinco anos ininterruptos ou oito anos intercalados, hipóteses em que estará assegurado o direito.

No caso, a Apelada preenche o requisito legal, na medida em que recebeu a gratificação de difícil acesso no período de 1º/03/94 a 05/05/2003, ou seja, por mais de nove anos consecutivos (fl. 54), de modo que, muito embora não houvesse exercido esse direito no momento imediato de sua jubilação, faz jus à percepção pretendida.

No tocante à suposta violação ao preceito do artigo 40, § 2º, da CF, também não merece guarida a alegação do Município de Caxias do Sul.

Dispõe o artigo 40, § 2º, da Constituição Federal:‘Art. 40. Aos servidores titulares de cargos efetivos da União, dos

Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, incluídas suas autarquias e fundações, é assegurado regime de previdência de caráter contributivo e solidário, mediante contribuição do respectivo ente público, dos servidores ativos e inativos e dos pensionistas, observados critérios que preservem o equilíbrio financeiro e atuarial e o disposto neste artigo.

(...)§ 2º - Os proventos de aposentadoria e as pensões, por ocasião de

sua concessão, não poderão exceder a remuneração do respectivo servidor, no cargo efetivo em que se deu a aposentadoria ou que serviu de referência para a concessão da pensão’.

Com efeito, a Carta Magna não exige que o servidor esteja percebendo a vantagem na data da inativação, para poder incorporá-la. A limitação presente no § 2º do artigo 40 diz respeito à vedação de que o provento de aposentadoria exceda a remuneração do servidor no cargo em que se deu a aposentadoria.

No presente caso, tem-se que o valor bruto da última remuneração da apelada na ativa foi de R$ 1.403,39 (fl. 26), enquanto o valor bruto do primeiro provento foi de R$ 1.175,28 (fl. 27).

A gratificação de difícil acesso foi conferida à apelada no percentual de 20% (fl. 54), o qual deve ser calculado sobre o vencimento básico do cargo, nos termos do artigo 162 da Lei n.º 3.673/91.

Levando-se em consideração que o vencimento básico do cargo da apelada é de R$ 788,78, a gratificação de difícil acesso importaria o valor de R$ 157,76. Somando o valor de R$ 157,76 (referente à gratificação de difícil acesso) com o valor de R$ 1.175,28 (relativo ao primeiro provento), chegamos ao montante de R$ 1.333,04, ou seja, valor menor do que aquele recebido pela Apelada como último vencimento na ativa.

Portanto, permitida na legislação municipal e não havendo nenhum óbice de ordem constitucional, procede o pedido da Demandante no sentido de incorporar a gratificação de difícil acesso aos seus proventos” (fls. 36 v.-37 v. – grifos nossos).

3. No recurso extraordinário, o Agravante afirma que o Tribunal a quo teria ofendido os arts. 37, caput, e 40, § 2º, da Constituição da República.

Alega que:“Para que a gratificação pudesse ter sido incorporada aos proventos

da servidora, ela deveria estar percebendo tais valores no momento da aposentadoria. Isso porque o valor que receberá a título de proventos de aposentadoria não pode exceder a remuneração que recebia antes de ser aposentada.

(...) Trata-se de decisões que não observaram o que preceitua a Constituição Federal e, consequentemente, a legislação municipal. Diante disso, há ofensa também ao princípio da legalidade, já que a decisão afrontou a legislação municipal sobre a matéria (...).

(...)Não atentar para essas conclusões é deixar de interpretar

sistematicamente o regramento existente acerca da gratificação” (fls. 44-46 – grifos nossos).

4. A decisão agravada teve como fundamento para a inadmissibilidade do recurso extraordinário a incidência da Súmula 280 do Supremo Tribunal Federal (fls. 55-56 v.).

O Agravante sustenta contrariedade direta à Constituição da República.

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 113

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.5. Razão jurídica não assiste ao Agravante.6. O Tribunal a quo decidiu a controvérsia com base na interpretação

e na aplicação da Lei n. 3.673/91 do Município de Caxias do Sul e concluiu que a Agravada teria preenchido os requisitos para a incorporação da Gratificação de Difícil Acesso.

Além disso, o Tribunal de origem fundamentou-se no exame de provas e asseverou expressamente que o valor dos proventos - acrescido daquela gratificação - não excederia a última remuneração da Agravada.

Essas circunstâncias atraem a incidência das Súmulas 279 e 280 do Supremo Tribunal Federal e não viabilizam o recurso extraordinário.

Nesse sentido:“SERVIDOR PÚBLICO. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE

INSTRUMENTO. NECESSIDADE DE EXAME DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. SÚMULA 280 DO STF. AGRAVO IMPROVIDO. I - O acórdão recorrido dirimiu a questão dos autos com base na legislação infraconstitucional local aplicável à espécie. Inadmissibilidade do RE, ante a incidência da Súmula 280 do STF. Precedentes. II - Agravo regimental improvido” (AI 689.921-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJe 20.2.2009).

“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. REEXAME DE LEGISLAÇÃO LOCAL. INCIDÊNCIA DA SÚMULA N. 280 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. A controvérsia foi decidida com fundamento em legislação de índole local, circunstância que impede a admissão do extraordinário em virtude do óbice da Súmula n. 280 do Supremo Tribunal Federal. Agravo regimental a que se nega provimento” (RE 594.028-AgR, Rel. Min. Eros Grau, Segunda Turma, DJe 27.2.2009).

“1. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Reexame de fatos e provas. Aplicação das súmulas nº 279. Agravo regimental improvido. Não cabe recurso extraordinário que tenha por objeto o simples reexame de fatos e provas. 2. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Jurisprudência assentada. Ausência de razões consistentes. Decisão mantida. Agravo regimental improvido. Nega-se provimento a agravo regimental tendente a impugnar, sem razões consistentes, decisão fundada em jurisprudência assente na Corte. 3. RECURSO. Agravo. Regimental. Jurisprudência assentada sobre a matéria. Caráter meramente abusivo. Litigância de má-fé. Imposição de multa. Aplicação do art. 557, § 2º, c.c. arts. 14, II e III, e 17, VII, do CPC. Quando abusiva a interposição de agravo, manifestamente inadmissível ou infundado, deve o Tribunal condenar o agravante a pagar multa ao agravado” (RE 330.907-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe 9.5.2008 – grifos nossos).

“RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONTROVÉRSIA INFRACONSTITUCIONAL. REEXAME DE FATOS E PROVAS. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. O Tribunal a quo decidiu a controvérsia com fundamento em norma infraconstitucional e nas provas contidas nos autos” (RE 376.599-AgR, de minha relatoria, DJ 2.2.2007).

7. Nada há, pois, a prover quanto às alegações do Agravante.8. Pelo exposto, nego seguimento a este agravo (art. 557, caput, do

Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 10 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 773.393 (403)ORIGEM : AC - 20050286973 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SANTA CATARINARELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : MARIA LEÔNIA ASSIS FIGUEIREDOADV.(A/S) : VINÍCIUS MARCELO BORGESAGDO.(A/S) : ESTADO DE SANTA CATARINAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SANTA

CATARINA

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

No RE, interposto com base no art. 102, III, a e c, da Constituição, alegou-se ofensa, em suma, ao art. 5º, caput, I, XXXV, XXXVI, XLI e LV, da mesma Carta.

O agravo não merece acolhida. É que o acórdão recorrido decidiu a questão à luz da legislação infraconstitucional aplicável à espécie (Leis 9.784/99 e 9.873/99) e da jurisprudência do STJ. A ofensa à Constituição, se ocorrente, seria indireta. Incabível, portanto, o recurso extraordinário.

Ademais, a orientação desta Corte, por meio de remansosa jurisprudência, é a de que a alegada violação ao art. 5º, XXXV, e LV, da Constituição, pode configurar, em regra, situação de ofensa reflexa ao texto constitucional, por demandar a análise de legislação processual ordinária, o que inviabiliza o conhecimento do recurso extraordinário. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: AI 556.364-AgR/RJ, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; AI 589.240-AgR/RS, Rel. Min. Joaquim Barbosa; RE 450.137-AgR/SP, Rel. Min. Carlos Velloso; AI 563.516-AgR/SP, Rel. Min. Cezar Peluso; AI 450.519-AgR/SP, Rel. Min. Celso de Mello.

Por fim, verifico que o acórdão recorrido não julgou válida lei ou ato

de governo local contestado em face da Constituição. Incabível, portanto, o recurso pela alínea c do art. 102, III, da Constituição. Nesse sentido: AI 559.324/RJ; AI 488.107/SP, entre outros.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator-

AGRAVO DE INSTRUMENTO 773.624 (404)ORIGEM : PROC - 200771560011932 - TURMA RECURSAL DOS

JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS DA 4º REGIÃOPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : ANTONIO PLANELLAADV.(A/S) : CARLOS BERKENBROCKAGDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

O agravo não merece acolhida. Bem examinados os autos, verifico que a agravante não indicou o dispositivo constitucional autorizador do recurso extraordinário, requisito indispensável ao seu conhecimento, a teor do art. 321 do RISTF. No mesmo sentido: AI 558.254-AgR/SP, de minha relatoria; AI 357.834-AgR/BA, Rel. Min. Celso de Mello; AI 554.630-AgR/RJ, Rel. Min. Carlos Velloso.

Além disso, na petição de recurso extraordinário, não indicou o dispositivo constitucional violado, o que caracteriza a deficiência de sua fundamentação, tornando inviável o conhecimento do recurso a teor da Súmula 284 do STF. No mesmo sentido: AI 636.405/DF, de minha relatoria; AI 488.500-AgR/SP e AI 582.519/PE, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; AI 541.541/AL, Rel. Min. Gilmar Mendes; AI 552.131-AgR/SP, Rel. Min. Carlos Britto.

Ainda que superados tais óbices, o recurso não prosperaria. É que do acórdão recorrido foram interpostos incidente de uniformização de jurisprudência (fls. 130-148) e recurso extraordinário em 4/9/2008 (fls. 183-206). A publicação da decisão que julgou definitivamente o incidente de uniformização ocorreu em 17/8/2009 (fl. 23)

A Corte firmou entendimento no sentido de se considerar extemporâneo o RE interposto antes da publicação da decisão do incidente de uniformização de interpretação de lei. Somente após o pronunciamento da Turma de Uniformização estaria esgotada a prestação jurisdicional, que daria ensejo à interposição do recurso extremo. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: RE 445.169/TO, Rel. Min. Carlos Velloso; RE 355.497-AgR/SP, Rel. Min. Maurício Corrêa; RE 427.704-AgR/RJ, Rel. Min. Carlos Velloso.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

AGRAVO DE INSTRUMENTO 773.639 (405)ORIGEM : PROC - 200771520011064 - JUIZ FEDERAL DA 4º

REGIÃOPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. RICARDO LEWANDOWSKIAGTE.(S) : JOÃO GUILHERME HINTZADV.(A/S) : RODRIGO FIGUEIREDO E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que negou seguimento a recurso extraordinário.

O agravo não merece acolhida. Bem examinados os autos, verifico que a agravante não indicou o dispositivo constitucional autorizador do recurso extraordinário, requisito indispensável ao seu conhecimento, a teor do art. 321 do RISTF. No mesmo sentido: AI 558.254-AgR/SP, de minha relatoria; AI 357.834-AgR/BA, Rel. Min. Celso de Mello; AI 554.630-AgR/RJ, Rel. Min. Carlos Velloso.

Além disso, na petição de recurso extraordinário, não indicou o dispositivo constitucional violado, o que caracteriza a deficiência de sua fundamentação, tornando inviável o conhecimento do recurso a teor da Súmula 284 do STF. No mesmo sentido: AI 636.405/DF, de minha relatoria; AI 488.500-AgR/SP e AI 582.519/PE, Rel. Min. Sepúlveda Pertence; AI 541.541/AL, Rel. Min. Gilmar Mendes; AI 552.131-AgR/SP, Rel. Min. Carlos Britto.

Ainda que superados tais óbices, o recurso não prosperaria. É que do acórdão recorrido foram interpostos incidente de uniformização de jurisprudência (fls. 120-146) e recurso extraordinário em 11/8/2008 (fls. 177-197). A publicação da decisão que julgou definitivamente o incidente de uniformização ocorreu em 17/8/2009 (fl. 23)

A Corte firmou entendimento no sentido de se considerar extemporâneo o RE interposto antes da publicação da decisão do incidente de uniformização de interpretação de lei. Somente após o pronunciamento da

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 114

Turma de Uniformização estaria esgotada a prestação jurisdicional, que daria ensejo à interposição do recurso extremo. Nesse sentido, menciono as seguintes decisões, entre outras: RE 445.169/TO, Rel. Min. Carlos Velloso; RE 355.497-AgR/SP, Rel. Min. Maurício Corrêa; RE 427.704-AgR/RJ, Rel. Min. Carlos Velloso.

Isso posto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 17 de novembro de 2009.

Ministro RICARDO LEWANDOWSKI- Relator –

EMB.DECL. NO AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 643.580 (406)ORIGEM : AC - 20040056322 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : RIO GRANDE DO NORTERELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAEMBTE.(S) : FRANCISCO ERASMO DE MORAISADV.(A/S) : ANDRÉ AUGUSTO DE CASTROEMBDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE SERRA DE SÃO BENTOADV.(A/S) : NIELI NASCIMENTO ARAUJO FERNANDESEMBDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO NORTEPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO

RIO GRANDE DO NORTE

DECISÃOEMBARGOS DE DECLARAÇÃO NO AGRAVO REGIMENTAL NO

AGRAVO DE INSTRUMENTO. INTEMPESTIVIDADE. EMBARGOS AOS QUAIS SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Em 7 de abril de 2009, a Primeira Turma do Supremo Tribunal

negou provimento ao agravo regimental no agravo de instrumento interposto por Francisco Erasmo de Morais, nos termos seguintes:

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE IMPUGNAÇÃO DOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO AGRAVADA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. Inviável o agravo regimental no qual não são impugnados todos os fundamentos da decisão agravada. Precedentes” (fl. 685).

2. Publicada essa decisão no DJe de 8.5.2009 (fl. 686), opõe Francisco Erasmo de Morais, em 19.5.2009, embargos de declaração (fl. 693-695).

3. Alega o Embargante que “não era necessário atacar os dois fundamentos do r. despacho recorrido. Um fundamento se referia a um grupo de dispositivos e o outro fundamento aos demais dispositivos. Assim, bastava reformar um fundamento, para demonstrar que haveria violação a um grupo de artigos” (fl. 694).

Examinada a matéria posta à apreciação, DECIDO.4. O recurso não pode ser conhecido, por ser intempestivo. O

acórdão embargado foi publicado em 8.5.2009 (fl. 686), e o prazo legal para interposição de recurso terminou em 15.5.2009.

5. A Secretaria do Supremo Tribunal Federal certificou o trânsito em julgado (fl. 702).

6. Em 19.5.2009, o Coordenador de Protocolo de Petições e Informações Processuais do Superior Tribunal de Justiça encaminhou petição de Embargos de Declaração enviada, equivocadamente, àquele Tribunal (fls. 689).

Apesar de ter sido o recurso protocolizado tempestivamente no Superior Tribunal de Justiça, a jurisprudência do Supremo Tribunal firmou-se no sentido de que é intempestivo o recurso protocolizado por equívoco em Tribunal diverso e recebido somente após o trânsito em julgado da decisão recorrida.

Nesse sentido, o julgado seguinte:“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO

EXTRAORDINÁRIO. RECURSO INTEMPESTIVO. AGRAVO REGIMENTAL NÃO CONHECIDO. 1. Agravo regimental interposto equivocadamente no Superior Tribunal de Justiça. 2. A jurisprudência deste Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de que é intempestivo o recurso protocolado por equívoco em tribunal diverso e recebido somente após o trânsito em julgado da decisão recorrida. Precedentes” (RE 563.289-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 1º.8.2008).

E, ainda, as seguintes decisões monocráticas transitadas em julgado: RE 595.727-ED, de minha relatoria, DJe 4.8.2009; e AI 752.979-ED, Rel. Min. Celso de Mello, DJe 15.10.2009.

7. Pelo exposto, nego seguimento aos embargos de declaração (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 10 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

EMB.DECL. NO AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 732.730 (407)ORIGEM : RESP - 343719 - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICAPROCED. : SÃO PAULO

RELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOEMBTE.(S) : ARA MARIA DE PAULA LISBOA DA COSTAADV.(A/S) : ALESSANDRO ROSTAGNO E OUTRO(A/S)EMBDO.(A/S) : VALKÍRIA RODRIGUES DE PAULAADV.(A/S) : SAUL PEREIRA DE SOUZA E OUTRO(A/S)

DESPACHOEMBARGOS DECLARATÓRIOS - EFEITO MODIFICATIVO -

CONTRADITÓRIO.1.Os embargos veiculam pedido de modificação da decisão proferida.2.Diga a parte embargada.3.Publiquem.Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 400.690 (408)ORIGEM : AC - 199971070027122 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOEMBTE.(S) : MARCOPOLO S/A E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : LUÍS FELIPE CAVALCANTE S. DE AZEVEDO E

OUTRO(A/S)EMBDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

Petição/STF nº 130.984/2009DECISÃOREPRESENTAÇÃO PROCESSUAL – SUBSTABELECIMENTO –

JUNTADA.PREFERÊNCIA - DECURSO DE TEMPO – DEFERIMENTO.1. Juntem.2.Eis as informações prestadas pelo Gabinete:Marcopolo S/A e outras pleiteiam a juntada de substabelecimento,

assinado por profissional da advocacia regularmente credenciado, e requerem preferência na apreciação dos embargos de declaração, em face do decurso de tempo.

O processo está no Gabinete.3.Ante a passagem de tempo, fruto da sobrecarga de processos,

defiro o pedido de preferência.4.Publiquem.Brasília, 3 de novembro de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 546.067 (409)ORIGEM : AMS - 200261040069896 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CELSO DE MELLOEMBTE.(S) : LABORATÓRIO CLÍNICO F MENZEN JR LTDAADV.(A/S) : LUIS ANTONIO NASCIMENTO CURIEMBDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DESPACHO: A parte ora embargante, na petição de fls. 276, renuncia ao direito em que se funda a ação.

Cabe registrar, no entanto, que o ilustre Advogado subscritor da petição em referência não dispõe de poder especial para renunciar, em nome de sua constituinte, eis que o instrumento de mandato judicial constante dos autos somente lhe confere, dentre outros, o poder de desistir (fls. 11).

Embora a jurisprudência dos Tribunais já tenha reconhecido que a outorga expressa do poder de renunciar - por revestir-se de maior abrangência - compreende o de desistir (RT625/137), não me parece lícito admitir, no entanto, que o ato que meramente confere a prerrogativa de desistir autorize a prática de ato impregnado de conseqüências jurídicas mais graves e radicais, como aquelas que decorrem do ato de renúncia.

Sendo assim, faculto, à parte ora embargante, a possibilidade de, querendo, produzir, nestes autos, instrumento de mandato judicial com outorga de poder especial, ao seu ilustre Advogado, para renunciar ao direito sobre que se funda a ação (CPC, art. 269, V). Prazo: quinze (15) dias.

Publique-se.Brasília, 27 de outubro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 575.401 (410)ORIGEM : AC - 70016167785 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATORA :MIN. ELLEN GRACIEEMBTE.(S) : JOSÉ FRANCISCO HALLMANNADV.(A/S) : BERNADETE LERMEN JAEGER

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

Page 115: DIÁRIO DA JUSTIÇA ELETRÔNICO · docerias, buffets, fast-foods e assemelhados de sÃo paulo e regiÃo adv.(a/s) :ana paula moreira dos santos e outro(a/s) agdo.(a/s) :cantina vico

STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 115

EMBDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

1.Trata-se de embargos de declaração opostos da decisão (fls. 224-226) que deu provimento ao recurso extraordinário do INSS, condenando o recorrido ao pagamento das custas e dos honorários advocatícios, estes fixados em dez por cento do valor da causa, ressalvada a hipótese de concessão da justiça gratuita.

2.Esta Corte já firmou entendimento de que não cabem embargos de declaração contra decisão monocrática do relator (STF-Plenário, Pet. 1.245, rel. Min. Moreira Alves, DJ 22.05.98).

Recebo, entretanto, como agravo regimental, os embargos de declaração e, como tal, passo a apreciá-los.

3.A parte agravante alega, em síntese:“(...) o Recurso Extraordinário interposto pela Autarquia refere-se

unicamente a majoração do benefício de Auxílio-Acidente, e a condenação no ônus da sucumbência restringiu-se ao Embargante.

Entende o Embargante que a verba honorária deve ser fixada nos termos do Parágrafo único artigo 21 do Código de Processo Civil, tendo em vista a sucumbência mínima, ou que fosse fixada na devida proporção, nos termos do caput do referido artigo 21.” (fl. 236)

4.Assiste razão à parte recorrente, portanto reconsidero a decisão agravada para alterar a parte dispositiva de fls. 224-226, na parte impugnada, e determino que sejam os honorários e as custas distribuídos e compensados entre as partes na proporção a ser apurada pelas instâncias ordinárias, incidindo, no caso, o disposto no art. 21, caput, do CPC.

Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 222.010 (411)ORIGEM : AC - 895300 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : MINAS GERAISRELATOR SUBSTITUTO

:MIN. JOAQUIM BARBOSA

RECTE. : ESTADO DE MINAS GERAISADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAISRECDO. : ADENAL COSTA BOTELHOADVDOS. : HUMBERTO LUCCHESI DE CARVALHO

DECISÃO : Trata-se de recurso extraordinário de acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais que deferiu a segurança para garantir a contagem de tempo de serviço prestado à iniciativa privada para fins de concessão de adicional previsto em legislação estadual.

Transcrevo a ementa: “SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL. ADICIONAL DE TEMPO DE

SERVIÇO PRESTADO A OUTRAS ENTIDADES, ANTES DA PUBLICAÇÃO DA EMENDA CONSTITUCIONAL 9/93 – AVERBAÇÃO – RECEBIMENTO – DIREITO ADQUIRIDO - § 2º DO ART. 202 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – ANTIGO § 7º DI ART. 36 DA CONSTITUIÇÃO ESTADUAL – INEXISTÊNCIA DE INCOMPATIBILIDADE.

Inexiste incompatibilidade entre o preceito do § 2º do art. 202 da CF/88 e o antigo § 7º do art. 36 da CEMGE, pois o texto constitucional federal não limitou o direito do servidor somente ao benefício nele inserido, tendo a Carta Magna instituído vantagem mínima para o funcionalismo, o que não impedia o Estado, por seu legislador, de conceder outros benefícios a seus servidores, já que está incluído em sua capacidade organizatória dispor sobre o regime jurídico dos funcionários.

Não há na Constituição Federal princípio explícito ou implícito que torne defeso aos Estados autorizarem a contagem do tempo de serviço prestado a outras entidades – tanto públicas quanto privadas – para fins de adicionais.

O servidor público que, até a data da publicação da Emenda Constitucional no 9/93, que modificou o § 7º do art. 36 da Constituição Estadual Mineira, possuía tempo de serviço prestado a outras entidades – tanto públicas quanto privadas – tem direito adquirido à percepção dos adicionais a que se referia o mencionado dispositivo, não podendo o cômputo daquele período ser afetado pelas modificações havidas na legislação, por erigir-se à categoria dos direitos adquiridos, podendo e devendo ser averbado pelo funcionário, para efeitos de aposentadoria e adicionais.”

O recorrente alega violação aos arts. 40, § 3º, e 202, § 2º, da Constituição, na redação anterior à Emenda Constitucional 20/1998.

A Súmula 280 impede o conhecimento do recurso. Ver acórdão prolatado pela Primeira Turma no RE 487.395-AgR, min. rel. Ricardo Lewandowski, DJ 13.10.2006:

CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. AVERBAÇÃO DE TEMPO DE SERVIÇO. CONSTITUIÇÃO DO ESTADO DE MINAS GERAIS, ART. 36, § 7º, E EMENDA 09/93 À CONSTITUIÇÃO MINEIRA. OFENSA INDIRETA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 280 DO STF.

I - O acórdão recorrido decidiu a questão dos autos com base em normas locais Constituição Mineira, art. 36, § 7º, e Emenda 09/93 à Constituição estadual , sendo certo, assim, que a ofensa à Constituição Federal, se ocorrente, seria indireta, o que não autoriza a admissão do

recurso extraordinário. Incidência da Súmula 280 do STF. II - Agravo improvido.

No mesmo sentido, as decisões monocráticas: RE 217.107, rel. min. Nelson Jobim, DJ 23.10.2000; AI 417.577, rel. min. Carlos Velloso, DJ 10.06.2003; RE 283.888, rel. min. Cezar Peluso, DJ 22.04.2004; AI 491.065, rel. min. Cezar Peluso, DJ 04.10.2004; AI 572.812, rel. min. Sepúlveda Pertence, DJ 06.05.2006; AI 687.144, rel. min. Cármen Lúcia, DJe 02.05.2008; RE 595.236, rel. min. Carlos Britto, DJe 09.06.2009.

Do exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário. Publique-se. Brasília, 3 de novembro de 2009

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 237.119 (412)ORIGEM : AR - 1241 - TRIBUNAL REGIONAL FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO NORTERELATOR SUBSTITUTO

:MIN. JOAQUIM BARBOSA

RECTE. : UNIÃO FEDERALADV. : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃORECDO. : JESSÉ PEREIRA DA SILVAADVDAS. : NATÉRCIA NUNES PROTÁSIO E OUTRA

DECISÃO: Trata-se de recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) interposto de acórdão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região cuja ementa tem o seguinte teor (fls. 67):

“Constitucional. Administrativo. Ação Rescisória. Anistia. Militar. Motivação Polótica. Emenda Constitucional nº 26/85. Art. 8º do ADCT/88. Improcedência do pedido.”

A União aponta violação da Emenda Constitucional 26/1986 e do art. 8º do ADCT, art. 6º, parágrafo único e art. 43, VIII da Emenda Constitucional nº 1/69 e art. 4º, § 3º da Emenda Constitucional 26/85. Isso porque o ato que excluiu o recorrido da Marinha não teria conotação política.

A decisão recorrida firmou como pressuposto o caráter político do ato que desligou o militar dos quadros da Marinha Brasileira. Rever os motivos fáticos que levaram à punição e alterar sua fundamentação implica reexame dos fatos e provas que fundamentaram as conclusões da decisão recorrida. Isso inviabiliza o processamento do recurso, ante a vedação contida no enunciado da Súmula 279 desta Corte.

Nesse sentido, cf. RE 329.656-AgR (rel. min. Nelson Jobim, Segunda Turma, DJ 06.06.2003) e RE 285.012 (rel. min. Ellen Gracie, DJ 09.03.2005).

Do exposto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 269.792 (413)ORIGEM : AC - 436862 - 2º TRIBUNAL DE ALCADAPROCED. : SÃO PAULORELATOR SUBSTITUTO

:MIN. JOAQUIM BARBOSA

RECTE. : NADIR LUZADVDOS. : MARIA TEREZA DOMINGUESADV.(A/S) : JOELSON DIASRECDO. : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

DECISÃO: Trata-se de recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) em que se pretende a concessão de auxílio-acidente ao trabalhador rural para infortúnio ocorrido antes da Constituição de 1988.

Esta Corte já decidiu pela possibilidade de concessão de benefício acidentário a trabalhador rural, fixando-se como termo inicial o advento da Constituição (05.10.1988), que garantiu a equalização com os trabalhadores urbanos, conforme se verifica do seguinte julgado:

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PREVIDENCIÁRIO. LEI Nº 6.367/76. AUXÍLIO SUPLEMENTAR AO TRABALHADOR RURAL. BENEFÍCIO CONCEDIDO APÓS A PROMULGAÇÃO DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988. DISTINÇÃO ENTRE TRABALHADOR RURAL E URBANO. INEXISTÊNCIA.

1. Conquanto o infortúnio tenha ocorrido na vigência da EC- 01/69, há que se observar que o direito fora deferido ao rurícula na vigência da Constituição Federal de 1988, que não mais estabelece diferença entre o trabalhador urbano e o rural.

2. Tratando-se de fato modificativo do direito postulado, deve-se tomá-lo em consideração no momento da prestação jurisdicional requerida.

Agravo regimental não provido”.(RE 197.516, rel. min. Maurício Corrêa, DJ de 16.04.1999)Confiram-se ainda: RE 190.968 (rel. min. Marco Aurélio, DJ de

05.05.2000); AI 545.634 (rel. min. Gilmar Mendes, DJ de 14.06.2005) e RE 158.007 (rel. min. Néri da Silveira, DJ de 24.05.2002).

Do exposto, dou provimento ao recurso extraordinário para afastar a

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 116

carência da ação e determinar o retorno dos autos ao juízo de origem para que prossiga no exame da causa.

Publique-se.Brasília, 6 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 275.093 (414)ORIGEM : AMS - 734325 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : PARANÁRELATOR SUBSTITUTO

:MIN. JOAQUIM BARBOSA

RECTE. : ESTADO DO PARANÁPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PARANÁRECDO. : ADALGIRIO POMPEU CONSTANTINOADVDA. : ROSI MARI MARTELLI

DECISÃO:Trata-se de recurso extraordinário (art. 102, III, a e c, da Constituição) interposto de acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná, que reformou em parte a sentença, de sorte a conceder a segurança para o fim de afastar a ameaça de revogação do ato que permitira a reinclusão do impetrante junto à Polícia Militar do Estado do Paraná. A ementa tem o seguinte teor (fls. 347/348):

“MANDADO DE SEGURANÇA PREVENTIVO. SERVIDOR MILITAR. EXCLUSÃO A PEDIDO. ATO ADMINISTRATIVO REVOGADO. PARECER POSTERIOR DA PGE OPINANDO PELA REALIZAÇÃO DE PROCESSO ADMINISTRATIVO PARA QUE O IMPETRANTE FOSSE EXCLUSÃO [sic] DA CORPORAÇÃO. AMEAÇA DE LESÃO A DIREITO CARACTERIZADA. DECISÃO REFORMADA EM PARTE. REEXAME NECESSÁRIO APRECIADO, DE OFÍCIO.

1. A ameaça de lesão, para enquadrar-se na noção de justo receio e ensejar a impetração de mandado de segurança preventivo, deve ser objetiva (ou não subjetiva) e atual, sendo caracterizada pela precedência de atos preparatórios concretos ou por indícios razoáveis de que a autoridade impetrada está na iminência de causar efetiva lesão ao patrimônio jurídico do impetrante, além de dever ser aferível pelo juiz, de plano, quando da leitura da inicial. 2. Tendo o Comando da PM, após o provimento do recurso administrativo, pelo Secretário da Segurança Pública, encaminhado consulta à PGE, sobre a possibilidade de revogação do ato administrativo de exclusão a pedido do servidor militar, e sendo este parecer contrário, tendo o Procurador do Estado opinado pela exclusão do impetrante, desde que observado o devido processo administrativo, resta caracterizado o ‘justo receio’ a ser tutelado através de mandado de segurança preventivo, não sendo, pois, caso de extinção do processo por carência de ação. 3. O instituto da reinclusão, previsto no art. 275 da Lei Estadual n. 1943/54 (CPM-PR), está na esfera da discricionariedade administrativa, possibilitando a ‘revogação’ do ato administrativo que excluiu o servidor militar, com base na Súmula 473/STF; ademais, essa regra jurídica foi recepcionada pelo artigo 37, inciso II, da CF/88, vez que sua aplicação pressupõe o devido ingresso do servidor por concurso público, além de realizar-se na mesma carreira e fazer-se na graduação anteriormente ocupada pela praça, desde que, para isto, exista vaga (art. 276 do CPM-PR).”

Sustenta o recorrente que o v. acórdão violou o disposto no art. 37, II, da Constituição, visto que o art. 275, da Lei Estadual 1943/54 não teria sido recepcionado pela Constituição federal. Argumenta que o retorno do recorrido à Polícia Militar do Estado do Paraná somente poderia ocorrer por meio de concurso público.

Esta Corte no julgamento da ADI 2.620 (rel. min. Eros Grau, DJe de 16.05.2008), em caso similar ao presente, entendeu pela necessidade de realização de concurso público quando da reinclusão de ex-servidor na carreira militar. A ementa está redigida nos seguintes termos:

“ AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. ARTIGO 122 DA LEI ESTADUAL N. 5.346, DE 26 DE MAIO DE 1.992, DO ESTADO DE ALAGOAS. PRECEITO QUE PERMITE A REINSERÇÃO NO SERVIÇO PÚBLICO DO POLICIAL MILITAR LICENCIADO. DESLIGAMENTO VOLUNTÁRIO. NECESSIDADE DE NOVO CONCURSO PARA RETORNO DO SERVIDOR À CARREIRA MILITAR. VIOLAÇÃO DO DISPOSTO NOS ARTIGOS 5º, INCISO I, E 37, INCISO II, DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL.

1. Não guarda consonância com o texto da Constituição do Brasil o preceito que dispõe sobre a possibilidade de ‘reinclusão’ do servidor que se desligou voluntariamente do serviço público. O fato de o militar licenciado ser considerado ‘adido especial’ não autoriza seu retorno à Corporação.

2. O licenciamento consubstancia autêntico desligamento do serviço público. O licenciado não manterá mais qualquer vínculo com a Administração.

3. O licenciamento voluntário não se confunde o [sic] retorno do militar reformado ao serviço em decorrência da cessação da incapacidade que determinou sua reforma.

4. O regresso do ex-militar ao serviço público reclama sua submissão a novo concurso público [artigo 37, inciso II, da CB/88]. O entendimento diverso importaria flagrante violação da isonomia [artigo 5º, inciso I, da CB/88].

5. Ação direta julgada procedente para declarar a inconstitucionalidade do artigo 122 da Lei n. 5.346/92 do Estado de Alagoas.”

Nesse sentido: RE 596.344, rel. min. Celso de Mello, DJe de 12.03.2009 e RE 490.041, rel. min. Ellen Gracie, DJ de 18.03.2004.

Dessa orientação divergiu o acórdão recorrido.Do exposto, dou provimento ao recurso extraordinário para denegar a

segurança. Custas ex lege. Sem honorários (Súmula 512 do Supremo Tribunal

Federal).Publique-se.Brasília, 4 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 297.376 (415)ORIGEM : AC - 98030710567 - TRIBUNAL REGIONAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR SUBSTITUTO

:MIN. JOAQUIM BARBOSA

RECTE.(S) : ALFREDO MAGALHÃESADV.(A/S) : ADAUTO CORREA MARTINS E OUTROSRECDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

DECISÃO: Trata-se de recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) em que se pretende o reconhecimento de direito adquirido à aposentadoria proporcional depois de concedida a aposentadoria integral.

Esta Corte entende que é impossível a concessão da aposentadoria proporcional quando o segurado já se beneficiou da aposentadoria integral, conforme se extrai da seguinte decisão:

“EMENTA: Agravo regimental em recurso extraordinário.2. Aposentadoria com proventos integrais em conformidade com a lei

vigente ao tempo da reunião dos requisitos para a concessão. Pretensão do desfazimento do ato que o aposentou para lavrar-se outro, com proventos proporcionais, por entender mais favorável. Impossibilidade. Precedentes.

3. Agravo regimental a que nega provimento”. (RE 297.375-AgR, rel. min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJ de 07.04.2006)

Nesse sentido, confiram-se também: RE 352.391-AgR (rel. min. Carlos Velloso, DJ de 03.02.2006); RE 435.753 (rel. min. Cezar Peluso, DJe de 12.08.2009); RE 345.398 (rel. min. Eros Grau, DJ de 04.03.2005).

Do exposto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 06 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 334.447 (416)ORIGEM : AC - 1147905900 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATOR SUBSTITUTO

:MIN. CEZAR PELUSO

RECTE. : ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULORECDA. : DISTRIBUIDORA DE AUTOMÓVEIS BANDEIRANTES

LTDAADVDOS. : MARCIO ANTONIO DA SILVA NOBRE

DECISÃO: 1. Trata-se de recurso extraordinário que versa sobre tema cuja repercussão geral já foi reconhecida (RE nº 593.849, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJE de 9.10.2009).

2. Ocorre que esta Corte, ao acolher, por maioria, questão de ordem por mim suscitada no RE nº 540.410, em consonância com a decisão da QO proposta pelo Min. GILMAR MENDES (AI nº 715.423-QO/RS, Rel. Min. ELLEN GRACIE, DJE de 14.8.2008), entendeu ser aplicável o regime previsto no art. 543-B do CPC, na hipótese de já ter sido reconhecida, sobre a matéria, a existência de repercussão geral aos recursos extraordinários interpostos de acórdãos publicados anteriormente a 3.5.2007, e cujos autos já tenham sido distribuídos nesta Corte. É o que se vê do seguinte excerto (cf. Informativo nº 516):

“Na linha do que decidido no AI 715423 QO/RS (j. 11.6.2008), e, tendo em conta que o recurso extraordinário trata de tema – requisitos para a concessão de benefício de prestação continuada a necessitado, em face do disposto no art. 203, V, CF – cuja repercussão geral já foi reconhecida (RE 567985/MT, DJE de 11.4.2008), o Tribunal, por maioria, acolheu questão de ordem suscitada pelo Min. Cezar Peluso, em recurso extraordinário, do qual relator, para, com fundamento no art. 328, parágrafo único, do RISTF (‘Quando se verificar subida ou distribuição de múltiplos recursos com fundamento em idêntica controvérsia, a Presidência do Tribunal ou o(a) Relator(a) selecionará um ou mais representativos da questão e determinará a devolução dos demais aos tribunais ou turmas de juizado especial de origem, para aplicação dos parágrafos do art. 543-B do Código de Processo Civil’) determinar a devolução dos autos, e de todos os recursos extraordinários que versem a mesma matéria, ao Tribunal de origem, para os fins do art. 543-B do CPC (...)” (RE nº 540.410-QO/RS, da minha relatoria, DJE de 17.10.2008).

3.Diante do exposto, e com fundamento no art. 328, § único, do

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 117

RISTF, determino a devolução dos autos ao Tribunal de origem, para os fins do art. 543-B do CPC.

Publique-se. Int..Brasília, 3 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 348.903 (417)ORIGEM : EIAC - 94557 - TRIBUNAL REGIONAL FEDERALPROCED. : PERNAMBUCORELATOR SUBSTITUTO

:MIN. EROS GRAU

RECTE.(S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALRECDO.(A/S) : CARGILL AGRÍCOLA S/AADV.(A/S) : ANDRÉ MARTINS DE ANDRADEADV.(A/S) : RODRIGO LEPORACE FARRETADV.(A/S) : FÁBIO MARTINS DE ANDRADE

DECISÃO: Trata-se de recurso extraordinário interposto com fundamento no artigo 102, inciso III, alínea “a”, da Constituição do Brasil contra acórdão prolatado pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região.

2.Alega-se, no recurso extraordinário, ofensa ao disposto no artigo 5º, XXXVI, da Constituição do Brasil.

3.O recurso não merece provimento. O acórdão recorrido não apreciou a controvérsia à luz do preceito constitucional que a recorrente indica como violado.

4.O prequestionamento, no entendimento pacificado deste Tribunal, deve ser explícito [AI n. 215.724-AgR, Relator o Ministro Sydney Sanches, 1ª Turma, DJ de 15.10.99, e RE n. 192.031-AgR, Relator o Ministro Néri da Silveira, 2ª Turma, DJ de 4.6.99].

5.Ainda que assim não fosse, para dissentir-se do acórdão impugnado seria necessária a análise da legislação infraconstitucional que disciplina a espécie. Eventual ofensa à Constituição dar-se-ia de forma indireta, circunstância que impede a admissão do extraordinário. Nesse sentido, o RE n. 148.512, Relator o Ministro Ilmar Galvão, DJ de 2.8.96; o AI n. 157.906-AgR, Relator o Ministro Sydney Sanches, DJ de 9.12.94; o AI n. 145.680-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 30.4.93, entre outros.

Nego seguimento ao recurso com fundamento no disposto no artigo 21, § 1º, do RISTF.

Publique-se.Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 350.036 (418)ORIGEM : AC - 431900 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR SUBSTITUTO

:MIN. DIAS TOFFOLI

RECTE.(S) : ESTADO DO RIO DE JANEIROPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRORECDO.(A/S) : LUIS CARLOS DA SILVA OLIVEIRAADV.(A/S) : LÉO MENEZES FARRULAADV.(A/S) : DILSON FERREIRA DE ANAIDE

DECISÃOVistos.Estado do Rio de Janeiro interpõe recurso extraordinário, com

fundamento na alínea “a” do permissivo constitucional, contra acórdão da Nona Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, assim ementado:

“DIREITO ADMINISTRATIVO – GRATIFICAÇÃO DE ENCARGOS ESPECIAIS – CORONÉIS DA POLICIA MILITAR ESTADUAL – NATUREZA DE CARÁTER GERAL – EXTENSÃO QUE ALCANÇA A TODAS AS CLASSES ATIVAS DA COOPERAÇÃO – AUMENTO DE VENCIMENTOS AINDA QUE MASCARADO SOB A NOMENCLATURA DE GRATIFICAÇÃO – DECISÃO QUE REPELE DIIRETO POSTULADO POR MILITAR ATIVO DE GRADUAÇÃO INFERIOR – SENTENÇA DEFERE DIREITO SUSTENTADO EM FIEL OBSERVÂNCIA DA REGULAR OBSERVÂNCIA DO PRINCÍPIO DA ISONOMIA – APELO PROVIDO – DECISÃO REFORMADA” (fl. 89).

Opostos embargos de declaração (fls. 92 a 94), foram rejeitados (fls. 97/98).

Alega o recorrente violação dos artigos 5º, inciso LV, e 37, inciso XIII, da Constituição Federal.

Contra-arrazoado (fls. 114 a 118), o recurso extraordinário (fls. 101 a 111) foi admitido (fls. 129 a 132).

Decido.Anote-se, inicialmente, que o acórdão dos embargos de declaração

foi publicado em 16/2/01, conforme expresso na certidão de folha 99, não sendo exigível a demonstração da existência de repercussão geral das questões constitucionais trazidas no recurso extraordinário, conforme decidido na Questão de Ordem no Agravo de Instrumento nº 664.567/RS, Pleno,

Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 6/9/07.Não merece prosperar a irresignação.No que se refere ao artigo 5º, inciso LV, da Constituição Federal,

apontado como violado, carece do necessário prequestionamento, sendo certo que não foram opostos embargos de declaração para sanar eventual omissão no acórdão recorrido. Incidem na espécie as Súmulas nº 282 e 356 desta Corte.

Por outro lado, a jurisprudência desta Corte está consolidada no sentido de que a possibilidade de extensão aos outros servidores militares da gratificação de encargos especiais, concedida por processo administrativo apenas a um grupo de oficiais em atividade na Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, é matéria de âmbito infraconstitucional local, incabível de reexame em sede de recurso extraordinário. Incidência da Súmula nº 280/STF. Anote-se:

“ADMINISTRATIVO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. GRATIFICAÇÃO DE ENCARGO ESPECIAL. POLÍCIA MILITAR DO RIO DE JANEIRO. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. PRECEDENTES. 1. O Tribunal a quo, interpretando legislação estadual que trata da matéria, entendeu que a gratificação de encargos especiais não poderia ser estendida aos demais militares. 2. Para se concluir, como pretende a parte agravante, necessário seria o reexame de legislação local. Precedentes. 3. Agravo regimental improvido” (RE nº 584.022/RJ-AgR, Segunda Turma, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJE de 30/6/09).

“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. GRATIFICAÇÃO POR ENCARGOS ESPECIAIS. INTERPRETAÇÃO DE LEGISLAÇÃO LOCAL. OFENSA INDIRETA. REEXAME DE PROVAS. IMPOSSIBILIDADE EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. 1. A controvérsia foi decidida com fundamento na legislação local. Incidência da Súmula n. 280 deste Tribunal. 2. Reexame de fatos e provas. Inviabilidade do recurso extraordinário. Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal. Agravo regimental a que se nega provimento” (RE nº 594.515/RJ–AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Eros Grau, DJE de 16/4/09).

“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. ADMINISTRATIVO. GRATIFICAÇÃO DE ENCARGOS ESPECIAIS. PROCESSO ADMINISTRATIVO N. E-12/790/94. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. INADMISSIBILIDADE DA ATUAÇÃO DO PODER JUDICIÁRIO COMO LEGISLADOR POSITIVO. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (AI nº 680.224/RS-AgR, Primeira Turma, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJE de 12/3/09).

“CONSTITUCIONAL. MILITAR. GRATIFICAÇÃO DE ENCARGOS ESPECIAIS. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. SÚMULA 280 do STF. AGRAVO IMPROVIDO. I - A apreciação dos temas constitucionais, no caso, depende do prévio exame de normas infraconstitucionais locais aplicáveis à espécie. Inadmissibilidade do RE, ante a incidência da Súmula 280 do STF. II - Agravo regimental improvido” (RE nº535.003/RJ-AgR, Primeira Turma, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de 9/5/08).

Ante o exposto, nos termos do artigo 557, caput, do Código de Processo Civil, nego seguimento ao recurso extraordinário.

Publique-se.Brasília, 28 de outubro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 351.363 (419)ORIGEM : AC - 9602044942 - TRIBUNAL REGIONAL FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR SUBSTITUTO

:MIN. JOAQUIM BARBOSA

RECTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃORECDO.(A/S) : JOSÉ MENDES DE OLIVEIRA E OUTROADV.(A/S) : GERSON LUCCHESI BRITO DE OLIVEIRA E OUTRO

DECISÃO: Trata-se de recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) interposto de acórdão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região cuja ementa tem o seguinte teor (fls. 207):

“MILITAR – ANISTIA – LEI Nº 6.683/79 – EMENDA CONSTITUCIONAL Nº 26 DE 1985

I) A jurisprudência desta Corte evoluiu no sentido de que o afastamento dos militares que participaram da Reunião do Sindicato dos Metalúrgicos, em 1964, ocorreu por motivação política, sendo considerado de exceção o ato que os puniu e, portanto, abrangido pela anistia de que tratam a Lei nº 6.683/79 e a EC nº 26/85.

II) Recurso a que se nega provimento e remessa necessária a que se dá parcial provimento.“

A parte recorrente aponta que o ato que excluiu o recorrido da Marinha, por grave motivo disciplinar, é válido e condizente com o ordenamento constitucional e com o Estatuto dos Militares, pois o então militar colocara em risco a hierarquia e a disciplina militar.

A decisão recorrida firmou como pressuposto o caráter político do ato que desligou o militar dos quadros da Marinha Brasileira. Rever os motivos fáticos que levaram à punição e alterar sua fundamentação implica reexame

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 118

dos fatos e provas que fundamentaram as conclusões da decisão recorrida. Isso inviabiliza o processamento do recurso, ante a vedação contida no enunciado da Súmula 279 desta Corte.

Nesse sentido, cf. RE 329.656-AgR (rel. min. Nelson Jobim, Segunda Turma, DJ 06.06.2003) e RE 285.012 (rel. min. Ellen Gracie, DJ 09.03.2005).

Do exposto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 351.770 (420)ORIGEM : AC - 9802043109 - TRIBUNAL REGIONAL FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR SUBSTITUTO

:MIN. JOAQUIM BARBOSA

RECTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃORECDO.(A/S) : GERALDO ALVES DE LIMA E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : SERGIO MACIEL FREITAS E OUTRO(A/S)

DECISÃO: Trata-se de recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) interposto de acórdão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região cuja ementa tem o seguinte teor (fls. 280):

“CONSTITICIONAL. MILITAR. ANISTIA. PUNIÇÃO POR MOTIVOS POLÍTICOS. PROMOÇÕES.

I – Inocorrência da prescrição, vez que a ação foi proposta em 1991 e a sentença fixou o pagamento das parcelas em atraso a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988.

II – A anistia aplica-se aos servidores – civis ou militares – atingidos, funcionalmente, por atos emanados do regime de exceção, que se embasaram em motivação política, tal como o que se deu, in casu.

III – A expulsão dos autores ocorreu por motivação de conteúdo político, decorrente de sua participação na chamada “Assembléia dos Marinheiros”, em março/64.

IV – O eg. STF, intérprete precípuo da CF, excluiu do alcance da regra do art. 8º, do ADCT, as promoções dependentes de merecimento. Jurisprudência.

V – Apelação da União Federal e “REO” conhecidas, mas improvidas. Apelação do autor GERALDO ALVES DE LIMA conhecida, e parcialmente provida. Ficando mantida, quanto aos demais autores, a r. sentença.””

A parte recorrente aponta que o ato que excluiu os recorridos da Marinha, por grave motivo disciplinar, é válido e condizente com o ordenamento constitucional e com o Estatuto dos Militares, pois o então militar colocara em risco a hierarquia e a disciplina militar.

A decisão recorrida firmou como pressuposto o caráter político do ato que desligou o militar dos quadros da Marinha Brasileira. Rever os motivos fáticos que levaram à punição e alterar sua fundamentação implica reexame dos fatos e provas que fundamentaram as conclusões da decisão recorrida. Isso inviabiliza o processamento do recurso, ante a vedação contida no enunciado da Súmula 279 desta Corte.

Nesse sentido, cf. RE 329.656-AgR (rel. min. Nelson Jobim, Segunda Turma, DJ 06.06.2003) e RE 285.012 (rel. min. Ellen Gracie, DJ 09.03.2005).

Do exposto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 360.420 (421)ORIGEM : REO - 9502275527 - TRIBUNAL REGIONAL FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR SUBSTITUTO

:MIN. JOAQUIM BARBOSA

RECTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃORECDO.(A/S) : GILVAN ALBUQUERQUEADV.(A/S) : IVALDO PACHECO ARAÚJO

DECISÃO: Trata-se de recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) interposto de acórdão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região cuja ementa tem o seguinte teor (fls. 207):

“ADMINISTRATIVO. Militar. Anistia. Punição por motivos políticos. I – A anistia aplica-se aos servidores – civis ou militares – atingidos,

funcionalmente, por atos emanados do regime de exceção, que se embasaram em motivação política, tal como o que se deu, in casu.

II – A expulsão dos Autores ocorreu por motivação de conteúdo político, decorrente de sua participação na chamada “Assembléia dos Marinheiros”, em março/64.

III – Limitação dos efeitos financeiros pretéritos, no entanto, a 05.10.88 - § 1º, art. 8º, ADCT.”

A parte recorrente aponta que o ato que excluiu o recorrido da Marinha, por grave motivo disciplinar, é válido e condizente com o ordenamento constitucional e com o Estatuto dos Militares, pois o então militar

colocara em risco a hierarquia e a disciplina militar. A decisão recorrida firmou como pressuposto o caráter político do ato

que desligou o militar dos quadros da Marinha Brasileira. Rever os motivos fáticos que levaram à punição e alterar sua fundamentação implica reexame dos fatos e provas que fundamentaram as conclusões da decisão recorrida. Isso inviabiliza o processamento do recurso, ante a vedação contida no enunciado da Súmula 279 desta Corte.

Nesse sentido, cf. RE 329.656-AgR (rel. min. Nelson Jobim, Segunda Turma, DJ 06.06.2003) e RE 285.012 (rel. min. Ellen Gracie, DJ 09.03.2005).

Do exposto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.256 (422)ORIGEM : AC - 199971040017096 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR SUBSTITUTO

:MIN. DIAS TOFFOLI

RECTE.(S) : EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS - ECT

ADV.(A/S) : LUÍS SAVIRECDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE PASSO FUNDOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE PASSO

FUNDO

DECISÃOVistos.Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos – ECT interpõe recurso

extraordinário, com fundamento na alínea “a” do permissivo constitucional, contra acórdão da Segunda Turma do Tribunal Regional Federal da 4ª Região, assim ementado:

“TRIBUTÁRIO. EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS. IPTU. TAXAS. IMUNIDADE. ART. 150, VI, ‘A’, DA CF/88. NÃO-ABRANGÊNCIA. TAXA DE RENOVAÇÃO DE LICENÇA DE LOCALIZAÇÃO. ILEGALIDADE.

1. A Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é empresa pública, equiparando-se às empresas privadas. Conseqüentemente, aplicáveis àquela as normas pertinentes a essas, segundo preceituado na Carta Magna. 2. É devido, portanto, o imposto predial e territorial urbano, mesmo porque a ECT pratica outras atividades, alheias ao serviço público, o que já seria suficiente para afastar a almejada imunidade. 3. Nos termos da Súmula nº 157 do STJ, ‘é ilegítima a cobrança de taxa pelo Município na renovação da licença para localização de estabelecimento comercial ou industrial.’” (fl. 287).

Opostos embargos de declaração (fls. 289/290), foram parcialmente acolhidos para fins de prequestionamento (fls. 293 a 295).

Alega a recorrente violação dos artigos 21, inciso X, 22, inciso VI, 150, inciso VI, alínea “a”, e 173, § 1º, da Constituição Federal. Pretende que, em suma, seja declarada “a inexistência de relação jurídica e seus efeitos entre a recorrente e o município recorrido, no que concerne ao IPTU de qualquer imóvel da ECT” (f. 360) por ser detentora da imunidade prevista no artigo 150, inciso VI, alínea “a”, da Constituição Federal.

Sem contrarrazões (fl. 376), o recurso extraordinário (fls. 333 a 360) foi admitido (fl. 379).

Decido.Anote-se, inicialmente, que o acórdão dos embargos de declaração

foi publicado em 29/8/01, conforme expresso na certidão de folha 296, não sendo exigível a demonstração da existência de repercussão geral das questões constitucionais trazidas no recurso extraordinário, conforme decidido na Questão de Ordem no Agravo de Instrumento nº 664.567/RS, Pleno, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 6/9/07.

A irresignação merece prosperar, uma vez que a jurisprudência desta Corte é no sentido de que a imunidade recíproca prevista no artigo 150, inciso IV, alínea “a”, da Constituição Federal é extensível à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, a qual exerce serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado. Sobre o tema, anote-se:

“CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. IMUNIDADE RECÍPROCA. EMPRESA PÚBLICA PRESTADORA DE SERVIÇOS PÚBLICOS (ECT). AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. I - O acórdão recorrido encontra-se em harmonia com o entendimento da Corte no sentido de que a imunidade recíproca dos entes políticos é extensiva à empresa pública prestadora de serviço público (RE 354.897/RS, Rel. Min. Carlos Velloso). II - Agravo regimental a que se nega provimento” (AI nº 690.242/SP-AgR, Primeira Turma, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de 17/4/09).

“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA. IPTU. EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS. ABRANGÊNCIA. PRECEDENTES. O Plenário do Supremo Tribunal Federal declarou a compatibilidade do Decreto-lei n. 509/69 --- que dispõe sobre a impenhorabilidade dos bens da ECT e os benefícios fiscais outorgados a essa Empresa --- com a Constituição do Brasil. Agravo regimental a que se nega provimento” (AI nº 718.646/SP-AgR,

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 119

Segunda Turma, Relator o Ministro Eros Grau, DJ de 24/10/08).“Tributário. Imunidade recíproca. Art. 150, VI, "a", da Constituição

Federal. Extensão. Empresa pública prestadora de serviço público. Precedentes da Suprema Corte. 1. Já assentou a Suprema Corte que a norma do art. 150, VI, "a", da Constituição Federal alcança as empresas públicas prestadoras de serviço público, como é o caso da autora, que não se confunde com as empresas públicas que exercem atividade econômica em sentido estrito. Com isso, impõe-se o reconhecimento da imunidade tributária prevista no art. 150, VI, a da Constituição Federal. 2. Ação cível originária julgada procedente” (ACO nº 959/RN, Tribunal Pleno, de minha relatoria, DJ de 16/5/08).

“CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. ECT - EMPRESA BRASILEIRA DE CORREIOS E TELÉGRAFOS: IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA: C.F., art. 150, VI, a. EMPRESA PÚBLICA QUE EXERCE ATIVIDADE ECONÔMICA E EMPRESA PÚBLICA PRESTADORA DE SERVIÇO PÚBLICO: DISTINÇÃO. TAXAS: IMUNIDADE RECÍPROCA: INEXISTÊNCIA. I. - As empresas públicas prestadoras de serviço público distinguem-se das que exercem atividade econômica. A ECT - Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos é prestadora de serviço público de prestação obrigatória e exclusiva do Estado, motivo por que está abrangida pela imunidade tributária recíproca: C.F., art. 22, X; C.F., art. 150, VI, a. Precedentes do STF: RE 424.227/SC, 407.099/RS, 354.897/RS, 356.122/RS e 398.630/SP, Ministro Carlos Velloso, 2ª Turma. II. - A imunidade tributária recíproca -- C.F., art. 150, VI, a -- somente é aplicável a impostos, não alcançando as taxas. III. - R.E. conhecido e improvido” (RE nº 364.202/RE, Segunda Turma, Relator o Ministro Carlos Velloso, DJ de 28/10/04).

Ante o exposto, nos termos do artigo 557, caput e § 1º-A, do Código de Processo Civil, conheço do recurso extraordinário e, dou-lhe provimento para reconhecer a imunidade da ECT ao Imposto Predial e Territorial Urbano. Custas proporcionais, nos termos do artigo 21 do Código de Processo Civil, e honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor da causa, na proporção do respectivo proveito, compensados.

Publique-se.Brasília, 28 de outubro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 366.902 (423)ORIGEM : AC - 22605 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : MATO GROSSORELATOR SUBSTITUTO

:MIN. MARCO AURÉLIO

RECTE.(S) : ESPÓLIO DE MÁRCIO SELMO MATTOS DO NASCIMENTO

ADV.(A/S) : JOÃO REUS BIASIRECDO.(A/S) : ESTADO DE MATO GROSSOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO MATO

GROSSO

Petição/STF nº 123.806/2009 DECISÃOPREFERÊNCIA - DECURSO DE TEMPO – DEFERIMENTO.1. Juntem.2.Eis as informações prestadas pelo Gabinete:Espólio de Márcio Selmo Mattos do Nascimento, em peça subscrita

por profissional da advocacia regularmente credenciado, requer o julgamento do recurso extraordinário, em razão do decurso de tempo.

O processo está no Gabinete.3.Ante a passagem de tempo, fruto da sobrecarga de processos,

defiro a preferência implicitamente requerida.4.Publiquem.Brasília, 5 de outubro de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 366.902 (424)ORIGEM : AC - 22605 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : MATO GROSSORELATOR SUBSTITUTO

:MIN. MARCO AURÉLIO

RECTE.(S) : ESPÓLIO DE MÁRCIO SELMO MATTOS DO NASCIMENTO

ADV.(A/S) : JOÃO REUS BIASIRECDO.(A/S) : ESTADO DE MATO GROSSOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO MATO

GROSSO

DECISÃOPRAÇA – LICENCIAMENTO – CONCLUSÃO DO TEMPO DE

SERVIÇO - MOLDURA FÁTICA - REVOLVIMENTO - INADEQUAÇÃO - RECURSO EXTRAORDINÁRIO – NEGATIVA DE SEGUIMENTO.

1.Na interposição deste recurso, foram observados os pressupostos de recorribilidade. A peça, subscrita por profissional da advocacia regularmente credenciado, restou protocolada no prazo assinado em lei. Os

documentos de folhas 211 e 212 comprovam o preparo.O raciocínio desenvolvido pelo recorrente parte de tese conflitante

com o que assentado no acórdão de folha 189 a 195. O Tribunal de Justiça do Estado do Mato Grosso, examinando os elementos fáticos dos autos, registrou, isto sim, que: a) o ingresso do recorrente nas fileiras da Polícia Militar deu-se por mera inclusão (atendimento dos requisitos de idade, altura e formação escolar), o que não se confunde com aprovação em concurso público; b) a inclusão ocorre por tempo determinado, o qual uma vez findo, pode ser prorrogado, segundo critérios de conveniência ou oportunidade; c) o licenciamento decorreu de conclusão do tempo de serviço, e não de ato punitivo, inexistindo qualquer acusação, pelo que desnecessário o procedimento administrativo; e d) o requerimento de prorrogação do tempo de serviço foi indeferido. Somente com a substituição dessas premissas poder-se-ia concluir pela vulneração do preceito indicado. A apreciação do extraordinário faz-se mediante cotejo, sendo que prevalece a verdade formal revelada pela derradeira instância ordinária. Não é o citado recurso meio hábil à revisão da prova - Verbete nº 279 da Súmula do Supremo Tribunal Federal.

2.Por tais razões, nego seguimento a este extraordinário.3.Publiquem.Brasília, 20 de outubro de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 396.224 (425)ORIGEM : AC - 3423265 - TRIBUNAL DE ALÇADAPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. CARLOS BRITTORECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERALRECDO.(A/S) : JOSÉ MARIA JÚLIO RODRIGUESADV.(A/S) : LUIZ MILTON DE SOUZA JÚNIOR

DECISÃO: Vistos, etc.Trata-se de recurso extraordinário, interposto com fundamento na

alínea “a” do inciso III do art. 102 da Constituição Federal, contra acórdão do Tribunal de Alçada do Estado de Minas Gerais. Acórdão assim ementado (fls. 119):

“AÇÃO ACIDENTÁRIA – AUXÍLIO-ACIDENTE – BENEFÍCIO CONCEDIDO EM CONFORMIDADE COM A LEI NOVA – PRESCRIÇÃO – NÃO INCIDÊNCIA – TERMO INICIAL FIXADO A PARTIR DO LAUDO PERICIAL OFERTADO EM JUÍZO – CORREÇÃO MONETÁRIA – INTELIGÊNCIA DA SÚMULA 148 DO STJ.

- Em razão da conotação dada às leis de acidente do trabalho, aos segurados e seus dependentes serão aplicados os preceitos que lhes sejam mais benéficos.

- O termo inicial do benefício de auxílo-acidente conta-se a partir da apresentação do laudo pericial em Juízo, de modo que não se há falar em prescrição de parcelas.

- Nas ações previdenciárias, a correção monetária incide sobre as prestações vencidas.

- Recursos parcialmente providos.”2. Pois bem, a parte recorrente sustenta violação aos incisos II e

XXXVI do art. 5º da Carta Magna. Alega, em síntese, que “deveria ter sido aplicada à hipótese dos autos, a lei vigente à época do acidente, qual seja, a de nº 6.367/76 e nunca a de nº 8.213/91, posterior” (fls. 131).

3. A seu turno, a Procuradoria-Geral da República, em parecer da lavra da Subprocuradora-Geral Sandra Cureau, opina pelo desprovimento do apelo extremo.

4. Tenho que a insurgência não merece acolhida. É que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que me parece juridicamente correta, se firmou no sentido de que os efeitos financeiros de lei nova não se estendem a benefício previdenciário concedido durante vigência de lei anterior. No caso, ficou decidido que o termo inicial do benefício é de ser contado a partir da apresentação do laudo pericial em juízo, que se deu em 26.10.2000 (fls. 41-43), ou seja, já na vigência da Lei nº 8.213/91, que a ele se aplica.

5. Precedentes: REs 416.827 e 415.454, ambos sob a relatoria do ministro Gilmar Mendes.

Isso posto, e frente ao caput do art. 557 do CPC e ao § 1º do art. 21 do RI/STF, nego seguimento ao recurso.

Publique-se.Brasília, 29 de outubro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 398.493 (426)ORIGEM : ADI - 843200500 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CELSO DE MELLORECTE.(S) : PREFEITO DO MUNICÍPIO DE TAUBATÉADV.(A/S) : ANA LAURA DE CAMARGORECDO.(A/S) : CÃMARA MUNICIPAL DE TAUBATÉADV.(A/S) : ORLANDO PRADO JÚNIOR

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 120

DECISÃO: O presente recurso extraordinário não se revela viável, especialmente se examinado em face da própria jurisprudência predominante nesta Suprema Corte.

Na realidade, o Supremo Tribunal Federal, tendo em vista a natureza do recurso extraordinário, vem salientando que essa modalidade de recurso excepcional não se revelará admissível nos casos de ofensa reflexa ao texto da Constituição (RTJ 120/912 – RTJ132/455 – RTJ 161/284) ou de exame de fatos e provas (Súmula279/STF – RTJ196/1011 – RTJ 191/1089) ou de ausência de prequestionamento explícito (RTJ 125/1368 – RTJ 131/1391 – RTJ144/300) ou de alegada transgressão a direito local (Súmula280/STF – RTJ 201/810 – RTJ194/381), valendo referir, ainda, quanto ao aspecto em causa, julgados que reafirmam a orientação jurisprudencial prevalecente nesta Suprema Corte:

“- As alegações de desrespeito aos postulados da legalidade, da inafastabilidade do controle jurisdicional, da coisa julgada, da motivação dos atos decisórios e da plenitude de defesa, por dependerem de exame prévio e necessário da legislação comum, podem configurar, quando muito, situações caracterizadoras de ofensa meramente reflexa ao texto da Constituição, o que não basta, só por si, para viabilizar o acesso à via recursal extraordinária. Precedentes.”

(RTJ 191/343-344, Rel. Min. CELSO DE MELLO)“RECURSO EXTRAORDINÁRIO - ALEGADA VIOLAÇÃO A

PRECEITOS INSCRITOS NA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA - AUSÊNCIA DE OFENSA DIRETA À CONSTITUIÇÃO - CONTENCIOSO DE MERA LEGALIDADE – RECURSO EXTRAORDINÁRIO NÃO CONHECIDO.

.......................................................- O procedimento hermenêutico do Tribunal de jurisdição inferior -

quando examina o quadro normativo positivado pelo Estado e dele extrai, para resolução do litígio, a interpretação dos diversos diplomas de natureza infraconstitucional que o compõem - não transgride, diretamente, o princípio da legalidade. Precedentes.”

(RE 197.825/SP, Rel. p/ o acórdão Min. CELSO DE MELLO)A diretriz jurisprudencial que venho de mencionar aplica-se, por

inteiro, ao caso em exame.Sendo assim, em face das razões expostas, não conheço do

presente recurso extraordinário.Publique-se.Brasília, 11 de novembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 399.076 (427)ORIGEM : AMS - 9604116061 - TRIBUNAL REGIONAL FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. CARLOS BRITTORECTE.(S) : BRUNING TECNOMETAL LTDA ATUAL DENOMINAÇÃO

DE ERNESTO REHN E CIA LTDAADV.(A/S) : CLAUDIO MERTENRECDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃO: Vistos, etc.Trata-se de recurso extraordinário, interposto com fundamento na

alínea “a” do inciso III do art. 102 da Constituição Federal, contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Acórdão cuja ementa é a seguinte (fls. 113):

“TRIBUTÁRIO. CORREÇÃO MONETÁRIA E JUROS DE DEPÓSITOS JUDICIAIS. INCIDÊNCIA DE TRIBUTOS.

1. Os depósitos judiciais integram o patrimônio do contribuinte, sendo que qualquer acréscimo sobre estes valores deverá ser contabilizado e sujeita-se para todos os fins à incidência de tributos.

2. Apelação e remessa oficial providas.”2. Pois bem, a parte recorrente alega violação aos incisos XXXIV,

XXXV, LIV e LV do art. 5º, ao inciso IX do art. 93, ao § 1º do art. 145, aos incisos II e III do art. 146, ao inciso III do art. 153 e ao inciso I do art. 195, todos da Magna Carta.

3. A seu turno, a Procuradoria-Geral da República, em parecer da lavra da Subprocuradora-Geral Maria Caetana Cintra Santos, opina pelo não conhecimento do recurso.

4. Tenho que o recurso não merece acolhida. É que o tema da atualização monetária dos depósitos judiciais para fins de apuração do valor a ser objeto do imposto de renda de pessoa jurídica não transborda os limites do âmbito infraconstitucional. Logo, eventual ofensa à Carta Federal, se existente, ocorreria de forma reflexa ou indireta. Confiram-se, a propósito, AI 590.699-AgR, e RE 477.288-AgR, ambos da relatoria do ministro Sepúlveda Pertence; e RE 494.685-AgR, da relatoria do ministro Cezar Peluso.

Isso posto, e frente ao caput do art. 557 do CPC e ao § 1º do art. 21 do RI/STF, nego seguimento ao recurso.

Publique-se.Brasília, 29 de outubro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 406.133 (428)ORIGEM : MS - 3162002 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSARECTE.(S) : ESTADO DO RIO DE JANEIROPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRORECDO.(A/S) : GERALDO PEREIRA DOS SANTOSADV.(A/S) : IRACI ELIAS DA SILVA

DECISÃO: Trata-se de recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) interposto pelo Estado do Rio de Janeiro de acórdão prolatado pelo Tribunal de Justiça do Estado que concedeu segurança para determinar o pagamento de precatório cujo valor já se encontrava depositado. O acórdão recorrido está assim ementado:

“Mandado de Segurança. Ato administrativo referente a pagamento de precatório judicial. Impetrante aposentado por invalidez, com direito ao recebimento de indenização a ser paga pelo INSS, por meio de precatório. Quantia correspondente ao precatório que encontra-se efetivamente depositada no Banco do Brasil, à disposição do Tribunal de Justiça. Negativa de pagamento fundada na quebra de precedência dos precatórios. Idade avançada do impetrante. Negativa injustificada. Liminar de caráter satisfativo deferida e confirmada. Concessão da ordem.”

A autoridade impetrada – Presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro - havia negado o pagamento do precatório, apesar da respectiva quantia já se encontrar depositada pelo órgão devedor – INSS – sob o argumento de que haveria quebra da ordem de precedência dos precatórios.

Segundo informações dos autos, após empenho dos recursos para liquidação de precatórios incluídos no orçamento de 2001, foram expedidas, a pedido do INSS, as guias para depósito à disposição da Presidência do Tribunal de Justiça, para posterior pagamento.

O INSS encaminhou as guias para diferentes Procuradorias regionais e algumas processaram tais guias com maior celeridade, entregando-as ao Tribunal de Justiça fora da ordem de precedência.

Após diligenciar ao Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, verifico, por meio do ofício de fls. 657, que todos os precatórios anteriores ao do impetrante já foram integralmente quitados, motivo pelo qual perdeu o objeto o mandado de segurança.

Do exposto, julgo prejudicado o presente recurso por perda do objeto.Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 406.300 (429)ORIGEM : AC - 199903991059160 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATORA SUBSTITUTA

:MIN. CÁRMEN LÚCIA

RECTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃORECDO.(A/S) : GONÇALO JACÓBSADV.(A/S) : DÉBORA CAMPOS FERRAZ DE ALMEIDA E OUTRO(A/

S)INTDO.(A/S) : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEFADV.(A/S) : RUI GUIMARÃES VIANNA E OUTRO(A/S)

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. TRÂNSITO

EM JULGADO DA NEGATIVA DE SEGUIMENTO A RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO PELA CAIXA ECONÔMICA FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO PELA UNIÃO COMO ASSISTENTE SIMPLES: INADMISSIBILIDADE. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 3ª Região:

“ADMINISTRATIVO E PROCESSUAL CIVIL. FGTS. CORREÇÃO MONETÁRIA. JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA. PRELIMINARES REJEITADAS. APELAÇÃO PARCIALMENTE PROVIDA.

(...)Encontra-se pacificado o entendimento de que os saldos das contas

vinculadas devem ser corrigidos pelo IPC, por ser o índice que melhor refletiu a inflação nas épocas dos ‘expurgos’ inflacionários” (fl. 145).

2. A Recorrente afirma que o Tribunal a quo teria ofendido os arts. 2º, 5º, inc. II, XXXV, XXXVI, LIV, 22, 37, 62, parágrafo único, 84, inc. IV e XXVI, 174 e 192, inc. I e IV, da Constituição da República.

Analisados os elementos havidos nos autos, DECIDO.3. O presente recurso não pode ser conhecido.4. O Tribunal de origem admitiu o ingresso da União na lide na

qualidade de assistente simples (fl. 232).Ao recurso extraordinário interposto pela Caixa Econômica Federal –

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assistida – foi negado seguimento (fls. 244-245). Contra essa decisão, não foi interposto agravo de instrumento (fl. 251).

Assim, de acordo com o art. 53 do Código de Processo Civil, se a Caixa Econômica Federal se conformou com a negativa de seguimento ao recurso por ela interposto, cessa a intervenção da assistente simples.

Ademais, dos termos do art. 50 do Código de Processo Civil deduz-se que a preclusão que atinge o assistido necessariamente alcança o assistente simples.

Confira-se, a propósito, a decisão proferida pelo Superior Tribunal de Justiça no julgamento do Recurso Especial 535.937, interposto pela União contra o julgado recorrido:

“Primeiramente, deve-se ressaltar a natureza jurídica da assistência simples. Incide tal figura, na lição de Vicente Greco Filho, ‘(...) quando o terceiro, tendo interesse jurídico na decisão da causa, ingressa em processo pendente de outras partes para auxiliar uma delas. Consiste o interesse jurídico em ter o terceiro relação jurídica dependente da relação jurídica discutida no processo’ (cf. Direito Processual Civil Brasileiro, 12ª ed., Ed. Saraiva, p. 129).

É nítido o caráter secundário do Assistente que não propõe nova demanda tampouco modifica o objeto do litígio. Como precisamente definiu Hélio Tornaghi, ‘a lei permite a assistência para ajudar o Assistido a obter uma sentença favorável’ (cf. Comentários ao Código de Processo Civil, Ed. RT, vol. I, p. 225).

A título de reforço, há de se ter em vista a sistemática processual vigente relativa à figura da assistência, a qual prevê, em seu artigo 53, que a presença do terceiro ‘não obsta a que a parte principal reconheça a procedência do pedido, desista da ação ou transija sobre direitos controvertidos; casos em que, terminando o processo, cessa a intervenção do Assistente’.

Com efeito, pertence ao Assistido o direito em litígio e não aoInterveniente. Vale aqui novamente tomar de empréstimo as palavras

de Tornaghi, no sentido de que ‘a eficácia da sentença não depende da intervenção do terceiro como Assistente. Dessarte, não há por que suspender o processo principal, o que

até se prestaria a manobras meramente protelatórias’ (cf. ob. cit., p. 228).

O segundo ponto a ser frisado refere-se à disposição legal expressa, pela qual o Assistente ‘recebe o processo no estado em que se encontra’ (cf. artigo 50, parágrafo único, in fine, do CPC).

Quer dizer, retomando o fundamento de que o Assistente não defende direito subjetivo próprio, e, portanto, dispensável a sua presença para a eficácia sentencial, ‘não se conceberá que os atos já praticados quando de seu ingresso tivessem de ser repetidos: ele ‘recebe o processo no estado em que se encontra’ (in statu et terminis). Se estiver precluso para o Assistido, precluso estará para ele’ (cf. Hélio Tornaghi, ob. cit., p. 225/226).

Na mesma linha de pensamento, preleciona Celso Agrícola Barbi, ao comentar o tema: ‘A segunda parte do parágrafo dispõe que o Assistente recebe o processo no estado em que este se encontra. Decorre a regra do princípio que o processo deve andar para frente, não se justificando recuo para atender a interesse de terceiro. A adoção de regra diferente levaria a verdadeiro tumulto no processo, especialmente quando este já estiver em fase adiantada’ (cf. Comentários ao Código de Processo Civil, 1ª ed., Ed. Forense, vol. 1º, tomo I, p. 295).

Não há esquecer que, conforme relatado, a União figurava como Ré e ela própria, em preliminar, argüiu sua ilegitimidade passiva ad causam (fl. 61) e obteve, no particular, o êxito que esperava, tanto assim que foi excluída da lide pela sentença de

primeiro grau. Dessa decisão, apenas a Caixa Econômica Federal apelou (117/132).

Frise-se que, do julgamento da apelação, a CEF interpôs recursoespecial, não admitido.Do que restou supraexplicitado, ou seja, com a inadmissibilidade do

recurso especial da autarquia federal e a admissão da União como Assistente simples, salta aos olhos a impossibilidade de conhecimento do presente recurso especial de forma autônoma.

Nesse sentido, os seguintes arestos: "RECURSO ESPECIAL - ASSISTÊNCIA SIMPLES - AQUIESCÊNCIA AO TEOR DO ACÓRDÃO RECORRIDO POR PARTE DA ASSISTIDA (UNIÃO) - AUSÊNCIA DE RECURSO ESPECIAL DA ASSISTIDA - RECURSO ESPECIAL INTERPOSTO EXCLUSIVAMENTE PELAS ASSISTENTES - MATÉRIA DE ÍNDOLE CONSTITUCIONAL - AUSÊNCIA DE INTERPOSIÇÃO DE AGRAVO DE INSTRUMENTO PARA O PRETÓRIO EXCELSO -

ENUNCIADO N. 126 DA SÚMULA DO STJ.Convém ressaltar, desde logo, que consta dos autos manifestação da

União acerca da intimação do resultado do acórdão recorrido, bem como inequívoca aquiescência ao teor do acórdão proferido pelo egrégio Tribunal a quo.

Ora, a partir da premissa de que as ora recorrentes foram admitidas no processo tão somente como Assistentes simples e, ainda, que a União não interpôs recurso especial e extraordinário, afigura-se impossibilitado o conhecimento do presente recurso interposto autonomamente pelas Assistentes-Recorrentes’ (REsp 544730/DF, Rel. Mini. FRANCIULLI NETTO, SEGUNDA TURMA, julgado em 27.4.2004, DJ 14.6.2004, p. 201).

Ante o exposto, não conheço do recurso especial” (fls. 288-291 –

grifos nossos).5. Nada há, pois, a prover quanto às alegações da Recorrente.6. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 6 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 409.383 (430)ORIGEM : AC - 9605296659 - TRIBUNAL REGIONAL FEDERALPROCED. : PERNAMBUCORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSARECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E

REFORMA AGRÁRIA - INCRAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERALRECDO.(A/S) : VALTER GOMES CARAPETTOADV.(A/S) : YLO JOSÉ ALVES DE SOUZA

DECISÃO:(referente à petição127477/2005)Nada a prover na petição em epígrafe, tendo em vista a decisão de

fls. 174.Certifique-se o trânsito em julgado da decisão de fls.174. Após,

proceda-se a baixa dos autos à origem com as cautelas de estilo.Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 412.727 (431)ORIGEM : AC - 9604461982 - TRIBUNAL REGIONAL FEDERALPROCED. : SANTA CATARINARELATOR :MIN. CARLOS BRITTORECTE.(S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALRECDO.(A/S) : CSM COMPONENTES SISTEMAS E MÁQUINAS PARA

CONSTRUÇÃO LTDAADV.(A/S) : CÉLIO DALCANALE

DECISÃO: Vistos, etc.Trata-se de recurso extraordinário, interposto com base na alínea “a”

do inciso III do art. 102 da Constituição Federal, contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça. Acórdão cuja ementa é a seguinte (fls. 155):

“TRIBUTÁRIO. CRÉDITO DE IPI. PRODUTO FINAL DESTINADO AO EXTERIOR. RESTITUIÇÃO ADMINISTRATIVA. CORREÇÃO MONETÁRIA COM BASE NA UFIR. INCIDÊNCIA.

1. A correção monetária não é um plus que se agrega ao valor do principal, mas é mera recomposição do valor integral da moeda, ou seja, sua simples atualização.

2. Embora a restituição do valor referente ao IPI (ressarcimentos de créditos) tenha sido feita administrativamente, aplica-se correção monetária com base na UFIR.”

2. Pois bem, a parte recorrente alega violação ao inciso II do § 3º do art. 153 da Magna Carta.

3. A seu turno, a Procuradoria-Geral da República, em parecer da lavra do Subprocurador-Geral Roberto Monteiro Gurgel Santos, opina pelo conhecimento e provimento do recurso.

4. Tenho que a insurgência merece acolhida. É que o aresto impugnado destoa da jurisprudência desta colenda Corte. Confira-se, a propósito, a ementa do RE 589.031-AgR, da relatoria do ministro Eros Grau:

“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IPI. CRÉDITOS ESCRITURAIS. NÃO INCIDÊNCIA DE CORREÇÃO MONETÁRIA. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA.

1. O Supremo Tribunal Federal decidiu que não incide correção monetária sobre créditos escriturais de IPI, sob o argumento de que a eles se aplicam os precedentes relativos ao ICMS.

2. O provimento do recurso extraordinário implica sucumbência recíproca e não inversão dos ônus da sucumbência, como restou consignado na decisão ora agravada.

Agravo regimental parcialmente provido, a fim de que seja reconhecida a sucumbência recíproca, ressalvado o benefício da assistência judiciária gratuita.”

5. Outros precedentes: AI 542.474, sob a relatoria do ministro Gilmar Mendes; e RE 495.305-AgR, sob a relatoria do ministro Cezar Peluso.

Isso posto, e frente ao § 1º-A do art. 557 do CPC, dou provimento ao recurso. Ficam invertidos os ônus da sucumbência.

Publique-se.Brasília, 26 de outubro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 415.211 (432)ORIGEM : AMS - 200105000331382 - TRIBUNAL REGIONAL

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 122

FEDERALPROCED. : CEARÁRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSARECTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃORECDO.(A/S) : ANA CAROLINA CAVALCANTE NEVES E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : JOSÉ ORLANDO DE MORAES E OUTRO(A/S)

DECISÃO: O art. 2o da lei 9.783/1999, que fundamenta o pedido da presente ação, foi revogado pelo art. 7o da lei 9.988/2000, razão por que ficou prejudicado o recurso extraordinário, por perda de seu objeto.

Nego, pois, seguimento ao recurso extraordinário.Publique-se.Brasília, 03 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 415.862 (433)ORIGEM : AC - 200072010034992 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : SANTA CATARINARELATOR :MIN. CELSO DE MELLORECTE.(S) : MÓVEIS WEIHERMANN S/AADV.(A/S) : CELSO MEIRA JÚNIORADV.(A/S) : JOÃO JOAQUIM MARTINELLIRECDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃO: A parte ora recorrente, ao deduzir o presente apelo extremo, sustentou que o Tribunal “a quo” teria transgredido preceitos inscritos na Constituição da República.

Cabe enfatizar, inicialmente, no que se refere à alegada violação ao art. 150, § 6º, da Constituição, que a colenda Segunda Turma desta Suprema Corte, ao julgar o AI 236.976-AgR/MG, Rel. Min. NÉRI DA SILVEIRA, fixou entendimento que desautoriza a pretensão de direito material deduzida pela parte ora recorrente:

“Recurso extraordinário. 2. Medida provisória. Força de lei. 3. A Medida Provisória, tendo força de lei, é instrumento idôneo para instituir e modificar tributos e contribuições sociais. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento.”

Cumpre ressaltar, por necessário, que esse entendimento vem sendo observado em sucessivos julgamentos, proferidos no âmbito desta Corte, a propósito de questão assemelhada à que ora se examina nesta sede recursal (RE 265.781-AgR/PB, Rel. Min. NÉRI DA SILVEIRA – RE 286.292-AgR/PR, Rel. Min. GILMAR MENDES – RE476.044/SC, Rel. Min. CEZAR PELUSO, v.g.).

De outro lado, no tocante à suposta transgressão ao art. 62, da Carta Política, impende assinalar que a controvérsia suscitada na presente causa já foi dirimida por ambas as Turmas desta Suprema Corte (RE 168.421/PR, Rel. Min. MARCO AURÉLIO):

“III. Medida Provisória 1.523/96: eficácia: termo inicial.1. É da jurisprudência do Supremo Tribunal Federal que não perde a

eficácia a medida provisória que, no sistema anterior à EC 32/2001, fosse reeditada no prazo de trinta dias (v.g. ADIns 1.516-MC, Sydney, RTJ 170/814; 295-MC, 22.06.1990, Marco Aurélio; 1.533-MC, 09.12.1996, Gallotti; e 1.610-MC, 28.05.1997, Sydney).

2.Desse modo, o termo a ser considerado é o da reedição - ou da conversão do edito em lei, como dispunha expressamente a redação original do parágrafo único do art. 62 da Constituição - e não o da publicação.”

(AI 321.629-AgR/MG, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE)O exame da presente causa evidencia que o acórdão ora impugnado

ajusta-se à diretriz jurisprudencial que esta Suprema Corte firmou na análise das matérias em referência.

Sendo assim, e considerando as razões expostas, conheço do presente recurso extraordinário, para negar-lhe provimento.

Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 417.674 (434)ORIGEM : AC - 199972000103940 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : SANTA CATARINARELATOR :MIN. CELSO DE MELLORECTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃORECDO.(A/S) : RICARDO BARATIERIADV.(A/S) : LUIZ GONZAGA DE BEM E OUTRO(A/S)

DECISÃO: O presente recurso extraordinário insurge-se contra acórdão que se apóia em dois (2) fundamentos, um dos quais possui caráter infraconstitucional.

Cabe acentuar, neste ponto, que, em situações nas quais o tema de

índole meramente legal deixa de ser apreciado pelo E.Superior Tribunal de Justiça - seja porque não interposto o pertinente recurso especial, seja porque, embora deduzido o apelo excepcional em questão, a parte recorrente nele não impugna o referido fundamento de natureza infraconstitucional, seja, ainda, porque denegado processamento ao recurso especial (a que não se seguiu a utilização do cabível agravo de instrumento), seja, finalmente, porque o recurso especial não foi conhecido ou provido -, a jurisprudência desta Suprema Corte, em ocorrendo qualquer dessashipóteses, tem aplicado a doutrina constante da Súmula283/STF.

Isso significa, portanto, presente o contexto em exame, que a ausência de impugnação do fundamento legal subjacente ao acórdão recorrido, que se revelava suscetível de impugnação em sede recursal adequada, basta para conferir, por si só, em qualquer das situações acima referidas, subsistência autônoma à decisão ora questionada nesta causa, precisamente em decorrência da preclusão do fundamento infraconstitucional mencionado, tal como adverte o magistério jurisprudencial que o Supremo Tribunal Federal firmou na matéria (RTJ151/261-262 – AI 237.774-AgR/SP, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA - RE 168.517/RS, Rel. Min. ILMAR GALVÃO – RE 273.834/RJ, Rel. Min. CELSO DE MELLO, v.g.).

Sendo assim, considerando as razões expostas, e atento à Súmula 283 desta Suprema Corte, não conheço do presente recurso extraordinário.

Publique-se.Brasília, 12 de novembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 418.061 (435)ORIGEM : AC - 1598395200 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CELSO DE MELLORECTE.(S) : GILSON LUIS CORREIA DE MENEZESADV.(A/S) : JOÃO FERNANDO LOPES DE CARVALHORECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

SÃO PAULO

DECISÃO: O presente recurso extraordinário insurge-se contra acórdão que se apóia em dois (02) fundamentos, um dos quais possui caráter infraconstitucional.

Cabe acentuar, neste ponto, que, em situações nas quais o tema de índole meramente legal deixa de ser apreciado pelo E.Superior Tribunal de Justiça - seja porque não interposto o pertinente recurso especial, seja porque, embora deduzido o apelo excepcional em questão, a parte recorrente nele não impugna o referido fundamento de natureza infraconstitucional, seja, ainda, porque denegado processamento ao recurso especial (a que não se seguiu a utilização do cabível agravo de instrumento), seja, finalmente, porque o recurso especial não foi conhecido ou provido -, a jurisprudência desta Suprema Corte, em ocorrendo qualquer dessas hipóteses, tem aplicado a doutrina constante da Súmula 283/STF.

Isso significa, portanto, presente o contexto em exame, que a ausência de impugnação do fundamento legal subjacente ao acórdão recorrido, que se revelava suscetível de impugnação em sede recursal adequada, basta para conferir, por si só, em qualquer das situações acima referidas, subsistência autônoma à decisão ora questionada nesta causa, precisamente em decorrência da preclusão do fundamento infraconstitucional mencionado, tal como adverte o magistério jurisprudencial que o Supremo Tribunal Federal firmou na matéria (RTJ151/261-262 – AI 237.774-AgR/SP, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA - RE 168.517/RS, Rel. Min. ILMAR GALVÃO – RE 273.834/RJ, Rel. Min.CELSO DE MELLO, v.g.).

Sendo assim, considerando as razões expostas, e atento à Súmula 283 desta Suprema Corte, não conheço do presente recurso extraordinário.

Publique-se.Brasília, 04 de novembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 418.476 (436)ORIGEM : AMS - 200071060001852 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATORA SUBSTITUTA

:MIN. ELLEN GRACIE

RECTE.(S) : COOPERATIVA DE ECONOMIA E CRÉDITO MÚTUO DOS MÉDICOS DE LIVRAMENTO LTDA - UNICRED LIVRAMENTO

ADV.(A/S) : MARCO TÚLIO DE ROSERECDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

1.A hipótese dos autos versa sobre a discussão quanto à constitucionalidade das alterações introduzidas pela MP 1.858/99, que revogou a isenção da COFINS e do PIS concedida pela Lei Complementar 70/91 às sociedades cooperativas.

2.O Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

Page 123: DIÁRIO DA JUSTIÇA ELETRÔNICO · docerias, buffets, fast-foods e assemelhados de sÃo paulo e regiÃo adv.(a/s) :ana paula moreira dos santos e outro(a/s) agdo.(a/s) :cantina vico

STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 123

repercussão geral da matéria no RE 598.085/RJ, rel. Min. Eros Grau, DJe 21.08.2009.

3.No julgamento do RE 540.410-QO, rel. Min. Cezar Peluso, DJE 16.10.2008, e do AI 715.423-QO, de minha relatoria, DJE 04.09.2008, esta Corte decidiu que, nos casos de matérias com repercussão geral reconhecida, é possível a devolução dos recursos extraordinários e dos agravos de instrumento aos Tribunais de origem, para os fins previstos no art. 543-B, § 3º, do CPC.

4.Dessa forma, nos termos do art. 328 do RISTF, determino a devolução dos presentes autos ao Tribunal de origem, bem como a observância, no tocante ao apelo extremo interposto, das disposições do art. 543-B do Código de Processo Civil.

Publique-se.Brasília, 29 de outubro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 424.282 (437)ORIGEM : RESP - 485973 - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICAPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CELSO DE MELLORECTE.(S) : ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULORECDO.(A/S) : MARIA JOSÉ MASSAINI RASTEIROADV.(A/S) : PAULO WALDEMIRO GUIMARÃES

DECISÃO: O presente apelo extremo revela-se insuscetível de conhecimento.

É que o acórdão emanado do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, por assentar-se em duplo fundamento, deveria ter sofrido, quando de sua impugnação recursal, a dupla interposição, tanto do recurso especial (para o STJ) quanto do recurso extraordinário (para o STF).

Como o apelo extremo deixou de ser então deduzido, registrou-se, no caso, em face da própria inocorrência de sua interposição, hipótese configuradora de preclusão referente à motivação de ordem constitucional.

Não pode, desse modo, a parte ora recorrente - a quem se impunha o dever de interpor, contra o acórdão proferido pelo Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, o pertinente recurso extraordinário - deduzir, agora, em momento procedimental já superado no tempo, o apelo extremo em questão, pois não mais lhe assiste o direito de fazê-lo, em virtude da configuração, na espécie, de típica hipótese caracterizadora de preclusão pertinente à própria fundamentação constitucional.

Cabe acentuar, no ponto, que esse entendimento tem prevalecido na jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que, por mais de uma vez, já afirmou, quanto à matéria ora em exame, que o acórdão do Superior Tribunal de Justiça somente legitimará o uso da via recursal extraordinária, se, nesse próprio acórdão, desenhar-se, originariamente, a questão de direito constitucional.

Se a controvérsia constitucional, no entanto, surgir, como no caso, em sede jurisdicional inferior, caberá, à parte interessada, interpor o concernente recurso extraordinário contra a decisão emanada do Tribunal de segundo grau, pois terá sido este, e não o STJ, o órgão judiciário responsável pela resolução, “incidenter tantum”, da questão de constitucionalidade (RTJ 153/684 - RTJ 155/609 - AI 149.518-AgR/SP, Rel. Min. CARLOS VELLOSO – AI149.534-AgR/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO – AI 152.866-AgR/SP, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE - AI 155.696-AgR/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO - AI 156.829-AgR/SP, Rel. Min. CELSO DE MELLO - AI 256.572/GO, Rel. Min. MOREIRA ALVES, v.g.).

Sendo assim, e pelas razões expostas, não conheço do presente recurso extraordinário.

Publique-se.Brasília, 04 de novembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 427.312 (438)ORIGEM : AC - 200183000034993 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : PERNAMBUCORELATOR :MIN. CELSO DE MELLORECTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃORECDO.(A/S) : JOSÉ WILLIAM GOMES FREITAS E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : AUGUSTO CESAR RIBEIRO

DECISÃO: O presente recurso extraordinário não se revela viável, eis que o acórdão contra o qual se insurge ajusta-se à orientação jurisprudencial firmada pelo Supremo Tribunal Federal.

Com efeito, esta Suprema Corte, ao julgar o RMS 22.307/DF, Rel. Min. MARCO AURÉLIO (RTJ 163/132-133), reconheceu assistir, a todo o funcionalismo, o direito à extensão do reajuste de 28,86%, que havia sido concedido, unicamente, aos servidores militares, pela Leinº 8.622/93 e pela Lei nº 8.627/93.

O Supremo Tribunal Federal, no precedente mencionado,

proclamou cuidar-se, o reajuste em questão, de “revisão geral de remuneração”, devendo alcançar, em conseqüência, em grau de indeterminação subjetiva, tanto os militares quanto os servidores civis da União, nos termos do que prescreve o art. 37, X, da Constituição da República, na redação anterior à que lhe foi dada pela EC nº 19/98.

É certo, no entanto, que o Plenário desta Corte, ao julgar os embargos de declaração opostos à decisão em causa (RTJ 167/109-110, Rel. p/ o acórdão Min. ILMAR GALVÃO), firmou entendimento no sentido de reconhecer a possibilidade de compensação do reajuste de 28,86% com os acréscimos decorrentes do reposicionamento concedido pela Leinº 8.627/93 a determinadas categorias funcionais nela mencionadas.

Cumpre ressaltar, finalmente, que esta Suprema Corte vem entendendo, ainda, com apoio no postulado da isonomia, que também os militares, de menor patente ou graduação, fazem jus à complementação do reajuste mencionado, embora este houvesse sido outorgado, unicamente, aos servidores militares de maior grau hierárquico (RE403.395/BA, Rel. Min. CARLOS BRITTO – RE 419.223/DF, Rel. Min. NELSON JOBIM – RE 420.121/MG, Rel. Min. CELSO DE MELLO – RE420.134/RS, Rel. Min. GILMAR MENDES – RE 436.201/RJ, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE – RE 436.266/RJ, Rel. Min. CARLOS VELLOSO, v.g.).

Sendo assim, e pelas razões expostas, conheço do presente recurso extraordinário, para negar-lhe provimento.

Publique-se.Brasília, 04 de novembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 427.992 (439)ORIGEM : AC - 6718 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : ALAGOASRELATOR SUBSTITUTO

:MIN. DIAS TOFFOLI

RECTE.(S) : SINDICATO DOS SERVIDORES DO PODER JUDICIÁRIO DO ESTADO DE ALAGOAS - SERJAL

ADV.(A/S) : ALEXANDRA SALVELINA LIMA DE OLIVEIRARECDO.(A/S) : ESTADO DE ALAGOASPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE ALAGOAS

DECISÃOVistos.Sindicato dos Servidores do Poder Judiciário do Estado de Alagoas –

SERJAL interpõe recurso extraordinário, com fundamento nas alíneas “a” e “c” do permissivo constitucional, contra acórdão do Tribunal de Justiça da Comarca de Maceió/AL, assim ementado:

“APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO ORDINÁRIA DE COBRANÇA. AUMENTO VENCIMENTAL DEFERIDO A CATEGORIA FUNCIONAL ESPECÍFICA. IMPRATICABILIDADE DE SUA EXTENSÃO INDISCRIMINADA.

Inocorrendo, em concreto, aumento geral de vencimentos, mas sim a pura e simples majoração da retribuição assegurada a categorias determinadas, manifesta é a impraticabilidade de sua extensão indiscriminada. A remuneração dos servidores públicos há de observar, caso a caso, os requisitos da investidura e as peculiaridades do conteúdo ocupacional dos cargos, pelo que a observância de regras absolutamente genéricas torna-se incompatível com a disciplina fundamental, já que relevantes as especificidades de cada realidade específica – inteligência do art. 39, § 1º, da Constituição Federal. A decisão proferida em sede de Mandado de Segurança tem âmbito de abrangência restrito aos impetrantes da ação. Recurso conhecido. Preliminares rejeitadas. Decisão unânime” (fl. 458)

Opostos embargos de declaração (fls. 465 a 471), foram rejeitados (fls. 434 a 437).

Alega o recorrente violação do artigo 37, inciso X, da Constituição Federal. Aduz, em suma, o seguinte:

“(...) o Tribunal ‘a quo’ entendeu que a Lei Estadual nº 5.619/94, que concedeu, apenas 90% (noventa por cento) de reajuste, é válida e eficaz, apesar de posicionar-se contrariamente à Portaria interministerial de nº 06/93, da Secretaria de Administração Federal, que determina o reajuste de 192,95% (cento e noventa e dois vírgula noventa e cinco por cento), nos vencimentos dos servidores a título de revisão geral, violando, por conseguinte, o princípio constitucional isonômico” (fl. 525).

Contra-arrazoado (fls. 560 a 571), o recurso extraordinário (fls. 516 a 537) foi admitido (fls. 584/585).

Decido.Anote-se, inicialmente, que o acórdão dos embargos de declaração

foi publicado em 13/11/02, conforme expresso na certidão de folha 438, não sendo exigível a demonstração da existência de repercussão geral das questões constitucionais trazidas no recurso extraordinário, conforme decidido na Questão de Ordem no Agravo de Instrumento nº 664.567/RS, Pleno, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 6/9/07.

A irresignação não merece prosperar, haja vista que o acórdão recorrido decidiu em sintonia com a jurisprudência desta Corte.

Ocorre que os recorrentes, servidores públicos estaduais, pretendem que seus vencimentos sejam reajustados no percentual de 102,95%, referente

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à diferença da fixação do percentual de reajuste de 192,95%, concedido aos servidores públicos federais pela Portaria Interministerial nº 6/93, e do percentual de 90%, efetivamente já concedido pela Lei estadual nº 5.619/94.

Com efeito, o Plenário desta Corte, no julgamento do RE nº 173.252/SP, da relatoria do Ministro Moreira Alves, decidiu que a Súmula nº 339 deste Supremo Tribunal Federal permanece íntegra mesmo após a vigência da atual Constituição. Anote-se:

“Servidor público. Isonomia. Artigo 39, § 1º, da Constituição Federal. Súmula 339 do STF.

- Esta Corte, como demonstram os precedentes invocados no parecer da Procuradoria-Geral da República, tem entendido que continua em vigor, em face da atual Constituição, a súmula 339 (‘Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos, sob fundamento de isonomia’), porquanto o § 1º do artigo 39 da Carta Magna é preceito dirigido ao legislador, a quem compete concretizar o princípio da isonomia, considerando especificamente os casos de atribuições iguais ou assemelhadas, não cabendo ao Poder Judiciário substituir-se ao legislador. Contra lei que viola o princípio da isonomia é cabível, no âmbito do controle concentrado, ação direta de inconstitucionalidade por omissão, que, se procedente, dará margem a que dessa declaração seja dada ciência ao Poder Legislativo para que aplique, por lei, o referido princípio constitucional; já na esfera do controle difuso, vício dessa natureza só pode conduzir à declaração de inconstitucionalidade da norma que infringiu esse princípio, o que, eliminando o benefício dado a um cargo quando deveria abranger também outros com atribuições iguais ou assemelhadas, impede a sua extensão a estes.

Dessa orientação divergiu o acórdão recorrido. Recurso extraordinário conhecido e provido” (DJ de 18/5/01).Aplicando essa orientação, destacam-se os seguintes julgados:“AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO.

ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. RECONHECIMENTO DE PISO SALARIAL POR MEIO DE DECISÃO JUDICIAL. EXTENSÃO A SERVIDORES QUE SE ENCONTRAM EM SITUAÇÃO IDÊNTICA. SÚMULA 339 DO STF. Consoante a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, ‘não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos, sob fundamento de isonomia’ (Súmula 339 do STF). Ademais, o § 1º do art. 39 da Magna Carta, redação anterior à EC 19/98, encerra preceito dirigido ao legislador, a quem compete concretizar o princípio da isonomia, não cabendo ao Judiciário substituí-lo nesse mister. Precedentes: ADI 1.776-MC, RE 160.850, RE 173.252, RE 192.659, RE 194.263, RE 205.855-ED-EDv, RE 228.522, RE 342.802-AgR e AI 373.929-AgR. Agravo regimental desprovido”(RE nº 475.915/CE-AgR, Primeira Turma, Relator o Ministro Carlos Britto, DJ de 17/11/06.

“ADMINISTRATIVO. AUSÊNCIA DE PEÇA ESSENCIAL. SÚMULA 288 DO STF. AUMENTO DE VENCIMENTOS. ISONOMIA. SÚMULA 339 DO STF. ANÁLISE DE NORMAS INFRACONSTITUCIONAIS. AGRAVO IMPROVIDO I - O agravo de instrumento deve ser instruído com as peças obrigatórias e também com as necessárias ao exato conhecimento das questões discutidas. Incidência da Súmula 288 do STF. II - É dever processual do agravante zelar pela correta formação do instrumento. III - Não cabe ao Poder Judiciário, que não tem função legislativa, aumentar vencimentos de servidores públicos sob fundamento de isonomia (Súmula 339 do STF). IV - A apreciação dos temas constitucionais, no caso, depende do prévio exame de normas infraconstitucionais. A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. Incabível, portanto, o recurso extraordinário. Precedentes. V - Agravo regimental improvido” (AI nº 693.769/RS-AgR, Primeira Turma, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de 27/3/09.

Anote-se, outrossim, que a jurisprudência da Corte entende que ofende o princípio federativo o estabelecimento de equiparação de vencimentos entre os servidores estaduais e federais sob o fundamento de aplicação vinculativa de lei da União. Nesse sentido, anote-se: ADI nº 196/AC, Tribunal Pleno, Relatora a Ministra Ellen Gracie, DJ 20/9/02, ADI nº 237/RJ, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Octavio Gallotti, DJ de 1º/7/93.

Com relação à alínea “c” permissivo constitucional, igualmente, não prospera o apelo, uma vez que o acórdão recorrido não julgou válida Lei local, contestada em face da Constituição Federal, razão pela qual fica inviabilizando o processamento do recurso extremo. Nesse sentido, anote-se:

“CONSTITUCIONAL. PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREQUESTIONAMENTO. AUSÊNCIA. SÚMULA 282 DO STF. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. ALÍNEA C, DO ART. 102, III, DA CF/88. AGRAVO IMPROVIDO. I - Ausência de prequestionamento da questão constitucional suscitada. Incidência da Súmula 282 do STF. II - A apreciação dos temas constitucionais, no caso, depende do prévio exame de normas infraconstitucionais. A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. Incabível, portanto o recurso extraordinário. III - O acórdão não julgou válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição, incabível, portanto, o conhecimento do recurso pela alínea c, do art. 102, III, da CF. IV - Agravo regimental improvido” (AI nº 666.493/SP-AgR, Primeira Turma, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de 13/6/08).

“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA INDIRETA. PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. SÚMULA N. 636 DO STF. INTERPOSIÇÃO COM FUNDAMENTO NA ALÍNEA "C" DO ARTIGO 102, III, DA CONSTITUIÇÃO.

INVIABILIDADE. 2. O Tribunal a quo não se manifestou explicitamente sobre os temas constitucionais tidos por violados. Incidência dos óbices das Súmulas ns. 282 e 356 do Supremo Tribunal Federal. 3. Controvérsia decidida à luz de legislação infraconstitucional. Ofensa indireta à Constituição do Brasil. 4. Nos termos da Súmula n. 636 do STF, não cabe recurso extraordinário por ofensa ao princípio da legalidade, se houver necessidade de rever a interpretação dada a normas infraconstitucionais. 5. Acórdão recorrido que não julgou válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição. Inviabilidade da admissão do recurso extraordinário interposto com fundamento na alínea "c" do artigo 102, III, da Constituição. Agravo regimental a que se nega provimento” (AI nº 692.378/SP-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Eros Grau, DJ de 11/4/08).

Ante o exposto, nos termos do artigo 557, caput, do Código de Processo Civil, nego seguimento ao recurso extraordinário.

Publique-se.Brasília, 28 de outubro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 432.104 (440)ORIGEM : AC - 269775600 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATOR SUBSTITUTO

:MIN. DIAS TOFFOLI

RECTE.(S) : ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULORECDO.(A/S) : J PILON S/A AÇÚCAR E ÁLCOOLADV.(A/S) : LUIS DE ALMEIDA

DECISÃOVistos.Estado de São Paulo interpõe recurso extraordinário, com

fundamento na alínea “a” do permissivo constitucional, contra acórdão da Terceira Câmara de Direito Público do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo, assim ementado:

“TRIBUTO – ICMS – Correção Monetária – Crédito escritural relativo à aquisição de energia elétrica e serviços de telecomunicações – Períodos anteriores à vigência do Decreto nº 38.355/94 – Prevalência da escrituração pelo valor nominal nos termos do Art. 38, § 2º, da Lei nº 6.374/89 – Disposição estabelecida pelo novo Decreto estadual não tem efeito retroativo – Recursos voluntário da ré e oficial providos em parte – Recurso da autora improvido” (fl. 63).

Opostos embargos de declaração (fls. 72 a 74), foram rejeitados (fls. 75 a 77).

Alega a recorrente violação do artigo 155, § 2º, inciso I, da Constituição Federal.

Contra-arrrazoado (fls. 96 a 114), o recurso extraordinário (fls. 79 a 95) não foi admitido (fls. 115 a 120), tendo seguimento por força de agravo de instrumento provido por decisão da lavra do Ministro Sepúlveda Pertence (fl. 133).

Opina o Ministério Público Federal, em parecer da lavra do Subprocurador-Geral da República, Dr. Roberto Monteiro Gurgel Santos, “pelo provimento do recurso” (fls. 137/138).

Decido.Anote-se, inicialmente, que o acórdão dos embargos de declaração

foi publicado em 12/5/99, conforme expresso na certidão de folha 78, não sendo exigível a demonstração da existência de repercussão geral das questões constitucionais trazidas no recurso extraordinário, conforme decidido na Questão de Ordem no Agravo de Instrumento nº 664.567/RS, Pleno, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 6/9/07.

Merece prosperar a irresignação.A jurisprudência da Corte já decidiu pela impossibilidade da incidência

de correção monetária no creditamento escritural do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços – ICMS, inclusive quando efetuado extemporaneamente, in verbis:

“RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. ICMS. IMPOSSIBILIDADE DE EXIGÊNCIA DE CORREÇÃO MONETÁRIA DE CRÉDITOS ESCRITURAIS. PRECEDENTES DAS TURMAS DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO. 1. A incidência de correção monetária sobre o crédito foi objeto de apreciação anterior deste Supremo Tribunal, concluindo-se no sentido de que, em se tratando de irregular lançamento de crédito em decorrência do recolhimento do ICMS, não há incidência de correção no momento da compensação com o tributo devido. 2. Essas operações de creditamento têm natureza meramente contábil: são os chamados créditos escriturais. Aplica-se a eles técnica de contabilização para viabilizar a equação entre débitos e créditos, para fazer valer o princípio da não-cumulatividade” (RE nº 386.475, Primeira Turma, Relatora para o acórdão a Ministra Cármen Lúcia, Tribunal Pleno, DJ de 22/6/07).

No mesmo sentido, os seguintes precedentes das Turmas:“CONSTITUCIONAL. ICMS. CRÉDITO. INCIDÊNCIA DE

CORREÇÃO MONETÁRIA. IMPOSSIBILIDADE. AGRAVO IMPROVIDO. I - A jurisprudência desta Corte reconhece a impossibilidade de incidência de correção monetária em créditos de ICMS. Cito precedentes. II - Agravo

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 125

regimental improvido” (AI nº 535.224/RS-AgR, Primeira Turma, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, DJ de 17/4/09).

“TRIBUTO. Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços - ICMS. Inadmissibilidade - ICMS. Crédito escritural. Correção monetária. Não incidência. Art. 155, § 2º, I, da CF/88. Recurso extraordinário não admitido. Agravo regimental improvido. Precedentes. Contribuinte do ICMS não tem direito a correção monetária dos créditos escriturais” (AI nº 487.391/SP, Segunda Turma, Relator o Ministro Cezar Peluso, DJ de 18/4/08).

“ICMS: aproveitamento de créditos extemporâneos ou acumulados de ICMS: correção monetária: inadmissibilidade em face do princípio da não-cumulatividade (CF, art. 155, § 2º, I): precedentes” (AI nº 228.372/RS-AgR, Primeira Turma, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 24/8/07).

Ante o exposto, nos termos do artigo 557, § 1º-A, do Código de Processo Civil, conheço do recurso extraordinário e lhe dou provimento para reformar o acórdão recorrido e julgar improcedente a ação. Custas e honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor da causa pela autora, vencida.

Publique-se.Brasília, 28 de outubro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 447.407 (441)ORIGEM : AC - 70007880016 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. CELSO DE MELLORECTE.(S) : VICENTE SANTIMONADV.(A/S) : ERYKA FARIAS DE NEGRIRECDO.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SUL

DECISÃO: A parte ora recorrente, ao deduzir o presente apelo extremo, sustentou que a decisão questionada teria transgredido os preceitos inscritos no art. 5º, XXXV, XXXVI, LIV e LV, no art. 40, § 10, e no art. 93, IX, da Constituição Federal, e no art. 19 do ADCT.

Cumpre ressaltar, inicialmente, que a suposta ofensa aos princípios inscritos no art. 5º, incisos XXXV, LIV e LV, e no art. 93, inciso IX, do texto constitucional, caso existente, apresentar-se-ia por via reflexa, eis que a sua constatação reclamaria - para que se configurasse - a formulação de juízo prévio de legalidade, fundado na vulneração e infringência de dispositivos de ordem meramente legal. Não se tratando de conflito direto e frontal com o texto da Constituição, como exigido pela jurisprudência da Corte (RTJ 120/912, Rel. Min. SYDNEY SANCHES - RTJ 132/455, Rel. Min. CELSO DE MELLO), torna-se inviável o trânsito do recurso extraordinário.

De outro lado, no tocante à alegada violação ao art. 19 do ADCT, cabe enfatizar que a questão foi decidida com base no direito local, sem qualquer repercussão direta no plano normativo da Constituição da República, configurando, por isso mesmo, situação que inviabiliza, por completo, por efeito do que dispõe a Súmula 280/STF, a possibilidade de utilização do recurso extraordinário.

Finalmente, no que concerne à suposta transgressão ao art.5º, inciso XXXVI, e ao art. 40, § 10, da Carta Política, a colenda Segunda Turma desta Suprema Corte, ao julgar o RE 394.661- -AgR/RS, Rel. Min. CARLOS VELLOSO (RTJ 196/1013), fixou entendimento que torna acolhível a pretensão de direito material deduzida pela parte ora recorrente:

“- CONSTITUCIONAL. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO. CONVERSÃO DE LICENÇA-PRÊMIO NÃO GOZADA EM TEMPO DE SERVIÇO. DIREITO ADQUIRIDO ANTES DA VIGÊNCIA DA EMENDA CONSTITUCIONAL 20/98.

I. - Conversão de licença-prêmio em tempo de serviço: direito adquirido na forma da lei vigente ao tempo da reunião dos requisitos necessários para a conversão. Precedentes do STF.

II. - Agravo não provido.”Impende assinalar, por necessário, que esse entendimento vem

sendo observado em sucessivos julgamentos, proferidos no âmbito desta Corte, a propósito de questão essencialmente idêntica à que ora se examina nesta sede recursal (AI 562.559/RS, Rel. Min. ELLEN GRACIE – RE 370.347/RS, Rel. Min. CEZAR PELUSO – RE 450.414/MG, Rel. Min. CARLOS VELLOSO, v.g.).

O exame da presente causa evidencia que o acórdão ora impugnado diverge, nesse específico ponto, da orientação que esta Suprema Corte firmou na apreciação da controvérsia em análise.

Sendo assim, pelas razões expostas, conheço, em parte, do presente recurso extraordinário, para, nessa parte, dar-lhe provimento (CPC, art. 557, § 1º-A), em ordem a reconhecer o direito do ora recorrente à conversão, em tempo de serviço, para fins de aposentadoria, da licença-prêmio não gozada referente ao período de1992 a 1997.

Tratando-se de sucumbência recíproca, as custas processuais e a verba honorária serão proporcionalmente distribuídas e compensadas entre os litigantes (CPC, art. 21, “caput”), ressalvada a hipótese de ser, a parte ora recorrente, beneficiária da gratuidade (Lei nº 1.060/50, art. 3º).

Publique-se.Brasília, 06 de novembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 457.527 (442)ORIGEM : AC - 70004871380 - TRIBUNAL REGIONAL FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. CELSO DE MELLORECTE.(S) : SOCIEDADE RECREATIVA QUINZE DE JULHOADV.(A/S) : CÍCERO BENTO MORAES E OUTRO(A/S)RECDO.(A/S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO SUL

DECISÃO: A parte ora recorrente, ao deduzir o presente apelo extremo, sustentou que o Tribunal “a quo” teria transgredido preceitos inscritos na Constituição da República.

O exame da presente causa evidencia que o recurso extraordinário não se revela viável.

É que a verificação da procedência, ou não, das alegações deduzidas pela parte recorrente implicará necessário reexame dos fatos e das provas existentes nos autos, circunstância esta que impede o conhecimento do apelo extremo, nos termos da Súmula 279/STF.

De outro lado, cabe enfatizar que a questão ora em exame foi decidida com base no direito local, sem qualquer repercussão direta no plano normativo da Constituição da República, configurando, por isso mesmo, situação que inviabiliza, por completo, por efeito do que dispõe a Súmula 280/STF, a possibilidade de utilização do recurso extraordinário.

Sendo assim, pelas razões expostas, não conheço do presente recurso extraordinário.

Publique-se.Brasília, 12 de novembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 457.894 (443)ORIGEM : AMS - 68357 - TRIBUNAL REGIONAL FEDERALPROCED. : SERGIPERELATOR SUBSTITUTO

:MIN. DIAS TOFFOLI

RECTE.(S) : INDÚSTRIA DE TORREFAÇÃO E MOAGEM CAFÉ MARATÁ LTDA.

ADV.(A/S) : CELSO LUIZ DE OLIVEIRARECDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃOVistos.O Plenário desta Corte, em sessão realizada por meio eletrônico,

concluiu, no exame do RE nº 582.525/SP, Relator o Ministro Joaquim Barbosa, pela existência da repercussão geral da matéria constitucional versada nestes autos. Trata-se da questão acerca da constitucionalidade da Lei 9.316/96 quanto à dedução do valor equivalente à contribuição social sobre o lucro líquido – CSLL da sua própria base de cálculo e da base de cálculo do Imposto sobre a Renda e Proventos de Qualquer natureza – IRPJ.

Na Questão de Ordem suscitada pelo Ministro Gilmar Mendes, Presidente, no Agravo de Instrumento nº 715.423/RS, o Plenário deste Supremo Tribunal Federal, na sessão de 11/6/08, decidiu que o regime previsto no artigo 543-B, §§ 1º e 3º, do Código de Processo Civil, na hipótese de já ter sido reconhecida por esta Corte a repercussão da matéria constitucional discutida nos autos, aplica-se, também, aos recursos extraordinários interpostos de acórdãos publicados anteriormente a 3 de maio de 2007 e aos agravos de instrumentos respectivos.

Na sessão do Pleno de 20/8/08, no julgamento da Questão de Ordem suscitada pelo Ministro Cezar Peluso, Relator, no Recurso Extraordinário nº 540.410/RS, este Tribunal decidiu, em situação similar à anterior, pela devolução dos autos ao Tribunal local para os fins do disposto no artigo 543-B do Código de Processo Civil.

Assim, nos termos do artigo 328 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, determino a devolução dos autos ao Tribunal de origem para que seja aplicado o disposto no artigo 543-B do Código de Processo Civil.

Publique-se.Brasília, 29 de outubro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 459.345 (444)ORIGEM : AC - 225874700 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. CELSO DE MELLORECTE.(S) : EMPRESA DE TRANSPORTES E TRÂNSITO DE BELO

HORIZONTE S/A - BHTRANSADV.(A/S) : GERALDO LUÍS SPAGNO GUIMARÃES E OUTRO(A/S)RECDO.(A/S) : WALTER ALESSANDRO GARBIM SILVAADV.(A/S) : MARCOS PAULO DE SOUZA BARBOSA E OUTRO(A/S)

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 126

DECISÃO: A parte ora recorrente, ao deduzir o presente recurso extraordinário, sustentou que o Tribunal “a quo” teria transgredido preceitos inscritos na Constituição da República.

O exame da presente causa evidencia que o apelo extremo, no ponto em que se fundamentou no art. 102, III, “a”, não se revela viável.

É que o recurso extraordinário em questão insurge-se contra acórdão que se apóia em dois (02) fundamentos, um dos quais possui caráter infraconstitucional.

Cabe acentuar, neste ponto, que, em situações nas quais o tema de índole meramente legal deixa de ser apreciado pelo E.Superior Tribunal de Justiça - seja porque não interposto o pertinente recurso especial, seja porque, embora deduzido o apelo excepcional em questão, a parte recorrente nele não impugna o referido fundamento de natureza infraconstitucional, seja, ainda, porque denegado processamento ao recurso especial (a que não se seguiu a utilização do cabível agravo de instrumento), seja, finalmente, porque o recurso especial não foi conhecido ou provido -, a jurisprudência desta Suprema Corte, em ocorrendo qualquer dessas hipóteses, tem aplicado a doutrina constante da Súmula 283/STF.

Isso significa, portanto, presente o contexto em exame, que a ausência de impugnação do fundamento legal subjacente ao acórdão recorrido, que se revelava suscetível de impugnação em sede recursal adequada, basta para conferir, por si só, em qualquer das situações acima referidas, subsistência autônoma à decisão ora questionada nesta causa, precisamente em decorrência da preclusão do fundamento infraconstitucional mencionado, tal como adverte o magistério jurisprudencial que o Supremo Tribunal Federal firmou na matéria (RTJ151/261-262 – AI 237.774-AgR/SP, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA - RE 168.517/RS, Rel. Min. ILMAR GALVÃO – RE 273.834/RJ, Rel. Min.CELSO DE MELLO, v.g.).

Impende registrar, ainda, que a parte ora recorrente, ao deduzir o mencionado recurso extraordinário, também invocou, como fundamento do apelo extremo, a cláusula inscrita no art. 102, III, “b”, da Constituição da República.

Ocorre, no entanto, que se revela impertinente, na espécie, a fundamentação com que a parte ora recorrente pretendeu justificar a interposição do presente recurso extraordinário, eis que o acórdão - que alegadamente declarou a inconstitucionalidade - resultou de julgamento efetuado por órgão simplesmente fracionário do Tribunal recorrido.

Cumpre ter presente, neste ponto, que o recurso extraordinário, quando interposto com apoio no art. 102, III, “b”, da Carta Política, supõe, necessariamente, a existência de acórdão que haja declarado “a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal”, desde que observado, no entanto, quanto a esse pronunciamento, o postulado da reserva de Plenário (CF, art. 97), exceto se já houver, quanto ao “thema decidendum”, anterior declaração plenária reconhecendo a ilegitimidade constitucional do ato emanado do Poder Público (RTJ 166/1033-1035).

Tal situação processual (existência de decisão plenária de inconstitucionalidade), porém, como já enfatizado, não se registrou na espécie ora em exame.

Torna-se forçoso concluir, desse modo, que se mostra insuscetível de conhecimento o apelo extremo em questão, eis que o recurso extraordinário, para legitimar a invocação do art. 102, III, “b”, da Carta Política, pressupõe que a declaração de inconstitucionalidade haja sido proferida, em sede plenária (CF, art. 97), pelo Tribunal recorrido, consoante adverte o magistério jurisprudencial desta Suprema Corte:

“Recurso extraordinário: cabimento: art. 102, III, 'b', da Constituição.

A decisão impugnável pelo RE, 'b', é a que se fundamenta, formalmente, em declaração de inconstitucionalidade de tratado ou lei federal, feita em conformidade com o disposto no art. 97, da Constituição.”

(RTJ 161/661-662, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE - grifei)Em suma: o acórdão ora questionado - precisamente porque não

proferido em sede plenária (CF, art. 97) - não pode viabilizar, considerado o próprio fundamento de sua interposição (CF, art. 102, III, “b”), o conhecimento do presente recurso extraordinário.

Cabe observar, por necessário, que a declaração de inconstitucionalidade, apta a viabilizar a interposição do apelo extremo com fundamento no art. 102, III, “b”, da Carta Política, é somente aquela que emana do Plenário do Tribunal (ou, onde houver, do respectivo órgão especial), em pronunciamento que se ajuste à cláusula inscrita no art. 97 da Constituição da República, pois, como se sabe, o postulado da reserva de Plenário exige que a proclamação da invalidade constitucional de determinado ato estatal resulte, sempre, de julgamento efetuado, qualquer que seja o Tribunal, “in full bench” (RTJ 95/859 - RTJ 96/1188 - RT 508/217 - RF 193/131):

“Nenhum órgão fraccionário de qualquer Tribunal dispõe de competência, no sistema jurídico brasileiro, para declarar a inconstitucionalidade de leis ou atos emanados do Poder Público. Essa magna prerrogativa jurisdicional foi atribuída, em grau de absoluta exclusividade, ao Plenário dos Tribunais ou, onde houver, ao respectivo Órgão Especial. Essa extraordinária competência dos Tribunais é regida pelo princípio da reserva de Plenário, inscrito no artigo 97 da Constituição da República.

Suscitada a questão prejudicial de constitucionalidade perante órgão fraccionário de Tribunal (Câmaras, Grupos, Turmas ou Seções), a este competirá, em acolhendo a alegação, submeter a controvérsia jurídica ao Tribunal Pleno.”

(RTJ 150/223-224, Rel. Min. CELSO DE MELLO)Vê-se, portanto, que se impunha, à parte ora recorrente,

fundamentar, o recurso extraordinário em causa, na alegação - que não foi feita - de ofensa ao que dispõe o art. 97 da Carta Política, eis que a declaração de inconstitucionalidade, no caso, emanou de órgão meramente fracionário do Tribunal “a quo”.

Tratando-se de controvérsia constitucional surgida, originariamente, quando do próprio julgamento ora questionado, cabia, à parte ora recorrente, opor, previamente, os pertinentes embargos de declaração, em ordem a provocar o prequestionamento explícito dessa matéria constitucional, observando-se, a esse respeito, a diretriz jurisprudencial que o Supremo Tribunal Federalfirmou no tema (RTJ 123/383, Rel. Min. MOREIRA ALVES - AI409.116-AgR/DF, Rel. Min. ELLEN GRACIE):

“AGRAVO DE INSTRUMENTO - AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO EXPLÍCITO DA MATÉRIA CONSTITUCIONAL - ALEGAÇÃO DE OFENSA À CONSTITUIÇÃO QUE SE CONFIGUROU, ORIGINARIAMENTE, NO PRÓPRIO ACÓRDÃO RECORRIDO - IMPRESCINDIBILIDADE DA OPOSIÇÃO DE EMBARGOS DECLARATÓRIOS - RECURSO IMPROVIDO.

- A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal continua a exigir, como pressuposto necessário à adequada interposição do recurso extraordinário, que o acórdão recorrido tenha efetivamente examinado, de modo explícito, a controvérsia constitucional.

- Na hipótese em que a alegada situação de litigiosidade constitucional tenha surgido, originariamente, no próprio acórdão recorrido, é imprescindível a oposição dos pertinentes embargos declaratórios, para que o tema constitucional seja expressamente enfrentado pelo Tribunal de origem. Precedentes.”

(AI 254.903-AgR/MG, Rel. Min. CELSO DE MELLO)Sendo assim, pelas razões expostas, não conheço do presente

recurso extraordinário, inclusive no que concerne à hipótese prevista no art. 102, III, “c”, da Constituição, pois, quanto a esta, não ficou demonstrado, pela parte recorrente, que o acórdão recorrido julgou válida lei local em face da Constituição da República.

Publique-se.Brasília, 11 de novembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 462.513 (445)ORIGEM : AC - 20010110331596 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR SUBSTITUTO

:MIN. DIAS TOFFOLI

RECTE.(S) : DISTRITO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALRECDO.(A/S) : VIRGÍNIA MARIA SAMPAIO ADJAFRE - MEADV.(A/S) : ALEXANDRE KENNEDY SAMPAIO ADJAFRE

DECISÃOVistos.Trata-se de recurso extraordinário interposto pelo Distrito Federal,

com fundamento na alínea “a” do permissivo constitucional, contra acórdão da Segunda Turma do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios, assim ementado:

“EXECUÇÃO FISCAL. CRÉDITO TRIBUTÁRIO. PRESCRIÇÃO. PREVALÊNCIA DO CTN SOBRE A LEI DE EXECUÇÕES FISCAIS. HIERARQUIA DAS NORMAS.

A prescrição tributário é matéria normatizada por Lei complementar, de acordo com o art. 146, III, ‘b”, da Constituição Federal. Assim, qualquer outra norma que verse sobre prescrição tributária só poderia alterar o CTN se possuísse a natureza de Lei complementar, o que não é o caso da Lei nº 6.830/80.

Dessa forma, em respeito ao princípio da hierarquia das normas, não há como se pretender aplicar lei ordinária contrária a Lei complementar, devendo esta última prevalecer sobre a primeira. Prescrição reconhecida.

Recurso improvido” (fl. 85).Alega o recorrente contrariedade ao artigo 146, inciso III, da

Constituição Federal. Afirma que “o r. aresto impugnado deixou de aplicar dispositivo legal, válido, eficaz e vigente que suspende o fluxo prescricional pelo prazo máximo de 180 dias ou até a distribuição do executivo fiscal, se esta ocorrer antes de findo aquele prazo, a fundamento de que o ato de inscrição em dívida ativa não está arrolado como causa de suspensão ou interrupção no Código Tributário Nacional (artigo 174), norma de natureza complementar que deve prevalecer sobre lei meramente ordinária, como é o caso da Lei 6.830/80 (artigo 2º, §3º), que versa sobre prescrição tributária, em vista do contido no artigo 146, inciso III, ‘b’, da Constituição” (fl. 114).

Contra-arrazoado (fls. 152 a 156), o recurso extraordinário (fls. 107/112) foi admitido (fl. 135).

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 127

Decido.Anote-se, primeiramente, que o acórdão recorrido, conforme

expresso na certidão de folha 93, foi publicado em 16 de junho de 2004, não sendo exigível, conforme decidido na Questão de Ordem no Agravo de Instrumento nº 664.567/RS, Pleno, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 6/9/07, a demonstração da existência de repercussão geral das questões constitucionais trazidas no recurso extraordinário.

Não merece prosperar a irresignação.O acórdão recorrido não deliberou sobre a constitucionalidade da Lei

de Execução Fiscal, apenas decidiu que quando se trata de prescrição em matéria tributária deve ser aplicado o Código Tributário Nacional em detrimento dessa lei.

Tendo sido a questão decidida à luz da legislação infraconstitucional, a alegada ofensa à Constituição Federal, se houvesse ocorrido, seria reflexa, o que inviabiliza o processamento do presente recurso. Nesse sentido, anote-se:

“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO FISCAL. PRESCRIÇÃO: SUSPENSÃO E INTERRUPÇÃO. LEI N. 6.830/80. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (RE nº 593.311/RS-AgR, Primeira Turma, Relatora a Ministra Cármen Lúcia, DJE de 18/9/09).

“RECURSO - ADEQUAÇÃO - DISCIPLINA. A definição do recurso cabível não possui estatura constitucional, exaurindo-se a jurisdição sem o acesso ao Supremo Tribunal Federal. PRESCRIÇÃO - DISCIPLINA. A controvérsia sobre a incidência, ou não, da prescrição, cinge-se ao campo legal, descabendo concluir pela violência à Constituição Federal. AGRAVO - ARTIGO 557, § 2º, DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL - MULTA. Se o agravo é manifestamente infundado, impõe-se a aplicação da multa prevista no § 2º do artigo 557 do Código de Processo Civil, arcando a parte com o ônus decorrente da litigância de má-fé” (AI nº 430.992/DF-AgR, Primeira Turma, Relator o Ministro Marco Aurélio, DJ de 27/8/04).

Ante o exposto, nos termos do artigo 557, caput, do Código de Processo Civil, nego seguimento ao recurso extraordinário.

Publique-se.Brasília, 28 de outubro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 463.784 (446)ORIGEM : AC - 70003203338 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSARECTE.(S) : DIB & DIB LTDAADV.(A/S) : TEREZA ORIOZOLINA AUCH BRUNDO E OUTRO(A/S)RECDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE PORTO ALEGREADV.(A/S) : LUÍS MAXIMILIANO TELESCA

DESPACHO: A matéria discutida neste recurso (Imposto Territorial e Predial Urbano – IPTU – Município de Porto Alegre - LC 07/1973 e LC 212/1989) aguarda apreciação pelo Pleno do Supremo Tribunal Federal (RE 391.091, rel. min. Eros Grau, e RE 482.645 e RE 541.644, rel. min. Marco Aurélio).

Assim, determino o sobrestamento deste feito até o julgamento da matéria pelo Plenário, devendo os autos aguardar na Secretaria Judiciária.

Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 465.185 (447)ORIGEM : AR - 200404010125340 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSARECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERALRECDO.(A/S) : OSCAR WALTER MAYER

DECISÃO: Trata-se de recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) em que se discute a competência para julgamento de ação rescisória de julgados oriundos dos juizados especiais. Alega-se violação ao disposto no art. 108, I, b, da Constituição federal.

Inexiste a alegada ofensa ao art. 5º, LV, da Constituição, pois o acórdão recorrido, ao julgar o recurso interposto, inequivocamente prestou jurisdição, em observância aos princípios do contraditório e da ampla defesa.

Ademais, não há violação do art. 93, IX, da Constituição, na medida em que o acórdão recorrido está devidamente fundamentado, ainda que com sua fundamentação não concorde o ora agravante.

Por fim, as duas Turmas desta Corte já firmaram entendimento de que a matéria relativa à competência para o julgamento de ação rescisória - que visa desconstituir julgado proferido nos juizados especiais - é de cunho infraconstitucional, conforme se extrai das seguintes decisões:

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO RESCISÓRIA. LEI N. 9.099/95. COMPETÊNCIA DA TURMA RECURSAL DO JUIZADO ESPECIAL FEDERAL. CONTROVÉRSIA INFRACONSTITUCIONAL: OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO”.(RE 522.267-AgR, rel. min. Cármen Lúcia, Primeira Turma, DJe de 07.08.2009)

“EMENTA: PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. COMPETÊNCIA. AÇÃO RESCISÓRIA. JUIZADO ESPECIAL FEDERAL. TURMA RECURSAL. OFENSA INDIRETA. LEI 9.099/95. 1. O Tribunal Regional Federal declinou da competência para julgar ação rescisória de julgados de Turma Recursal. Ofensa ao art. 108, I, b, da Constituição Federal, no caso, se existente, seria indireta, porquanto dependente do exame da Lei 9.099/95, matéria, pois, de índole processual. 2. O agravante pretende o reexame da interpretação que o Tribunal de origem, no regular exercício de sua competência, conferiu às normas infraconstitucionais, o que é inviável em sede de recurso extraordinário. 3. Agravo regimental improvido”. (RE 525.971-AgR, rel. min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJe de 03.04.2009)

Do exposto, nego seguimento ao recurso.Publique-se.Brasília, 3 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 466.204 (448)ORIGEM : RXOFROAR - 146128200490001000 - TRIBUNAL

SUPERIOR DO TRABALHOPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSARECTE.(S) : UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO -

UFRJPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERALRECDO.(A/S) : NELMA MARCELINO DE OLIVEIRAADV.(A/S) : FAUSTO DE ARAÚJO MONTEIRO

DECISÃO: Trata-se de recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) que tem como violado o art. 5º, XXXVI, da Constituição federal. Cito a ementa do acórdão recorrido (fls. 112):

“REMESSA EX OFFICIO E RECURSO ORDINÁRIO EM AÇÃO RESCISÓRIA. DECADÊNCIA. PRAZO ELASTECIDO. Na vigência da Medida Provisória 1.577/97 e de suas reedições, modificou-se o prazo decadencial para o ajuizamento da Ação Rescisória, quando forem partes entes da Administração Direta, autarquias e fundações públicas. Se o biênio decadencial do art. 495 do CPC findou após a entrada em vigor da referida Medida Provisória, tem-se como aplicável o prazo decadencial elastecido para a propositura da rescisória. Afastada a decadência declarada pelo TRT e versando a presente ação sobre questão relativa aos chamados -Planos econômicos-, julga-se de imediato o pedido de corte rescisório.

PLANOS ECONÔMICOS (URPs DE ABRIL E MAIO/88). VIOLAÇÃO DOS ARTIGOS 8º, § 1º, DO DECRETO-LEI 2.335/87 E 1º, CAPUT, DO DECRETO-LEI 2.425/88. APLICABILIDADE DO ENUNCIADO 83 DO TST. Se a parte, na petição inicial da Rescisória, discutindo questão referente aos chamados Planos Econômicos, não aponta violação do art. 5º, XXXVI, da CF/88, o pedido de corte rescisório encontra obstáculo no que dispõe o Enunciado 83 deste Tribunal.

HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ARTIGO 14 DA LEI 5.584/70. Não comprovada a satisfação dos requisitos previstos no artigo 14 da Lei 5.584/70, deve-se indeferir a verba honorária pleiteada.

CUSTAS PROCESSUAIS FIXADAS NO ACÓRDÃO RECORRIDO. AUTARQUIA FEDERAL. ISENÇÃO. Nos termos do art. 1º, VI, do Decreto-lei 779/69 e do art. 790-A, da CLT, acrescentado pela Lei 10.537/02, a Autarquia Federal é isenta do pagamento de custas nos processos trabalhistas. Recurso Ordinário e Remessa Oficial parcialmente providos.”

Sustenta-se no recurso extraordinário o cabimento da ação rescisória e a inaplicabilidade da Súmula 83/TST, que tem idêntico teor da Súmula 343/STF.

É o breve relatório. Decido.Afasto a incidência da Súmula 343/STF. O Plenário deste Tribunal, no

julgamento do RE 328.812-ED, rel. min. Gilmar Mendes, entendeu pela inaplicabilidade da Súmula 343 nos casos cuja matéria de fundo tem cunho constitucional, mesmo que a decisão rescindenda tenha se baseado em interpretação controvertida ou seja anterior à orientação fixada pelo Supremo Tribunal Federal. Transcrevo a ementa:

“EMENTA: (...) 4. Ação Rescisória. Matéria constitucional. Inaplicabilidade da Súmula 343/STF. 5. A manutenção de decisões das instâncias ordinárias divergentes da interpretação adotada pelo STF revela-se afrontosa à força normativa da Constituição e ao princípio da máxima efetividade da norma constitucional. 6. Cabe ação rescisória por ofensa à literal disposição constitucional, ainda que a decisão rescindenda tenha se baseado em interpretação controvertida ou seja anterior à orientação fixada pelo Supremo Tribunal Federal. (...)” (RE 328.812-ED, rel. min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, DJe de 02.05.2008).

Nesse sentido: RE 111.656-AgR, rel. min. Ellen Gracie, DJe de

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 128

03.12.2008; AI 704.301, rel. min. Cármen Lúcia, DJe de 01.09.2008 e AI 555.806-AgR, rel. min. Eros Grau, DJe de 18.04.2008.

Do exposto, dou provimento ao recurso extraordinário para afastar a inteligência do óbice da Súmula 343/STF e determinar o retorno dos autos ao Tribunal a quo, onde deverá ter prosseguimento o julgamento da ação rescisória.

Publique-se.Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 469.026 (449)ORIGEM : AMS - 200004010545876 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. CARLOS BRITTORECTE.(S) : MALAQUIAS INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE

ARTEFATOS DE CONCRETO LTDAADV.(A/S) : GRACIANE VIEIRA LOURENÇORECDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃO: Vistos, etc.Trata-se de recurso extraordinário, interposto com fundamento na

alínea “a” do inciso III do art. 102 da Constituição Federal, contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Acórdão cuja ementa é a seguinte, na parte que interessa (142/143):

“TRIBUTÁRIO E CONSTITUCIONAL. IPI. NÃO-CUMULATIVIDADE. SAÍDAS ISENTAS, COM ALÍQUOTA ZERO OU NÃO-INCIDÊNCIA. INSUMOS ENTRADOS NO ESTABELECIMENTO. CRÉDITOS. MANUTENÇÃO. CABIMENTO. CF/88 ART. 153, § 3º INC II. LEI 9.779 ART. 11.

[...]4. Sobre adjudicação em conta gráfica de créditos escriturais não há

atualização consoante reiteradas manifestações do E. STF (RE 205453/SP, rel. Min. Maurício Corrêa, DJU 27-02-98).

[...]”2. Pois bem, a parte recorrente alega violação ao inciso II do § 3º do

art. 153 e ao § 2º do art. 173 da Magna Carta. 3. A seu turno, a Procuradoria-Geral da República, em parecer da

lavra do Subprocurador-Geral Paulo da Rocha Campos, opina pelo não conhecimento do apelo extremo, e, se conhecido, pelo seu desprovimento.

4. Tenho que a insurgência não merece acolhida. Isso porque o entendimento adotado pelo Tribunal de origem afina com a jurisprudência desta colenda Corte. Confira-se, a propósito, a ementa do RE 589.031-AgR, da relatoria do ministro Eros Grau:

“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IPI. CRÉDITOS ESCRITURAIS. NÃO INCIDÊNCIA DE CORREÇÃO MONETÁRIA. SUCUMBÊNCIA RECÍPROCA.

1. O Supremo Tribunal Federal decidiu que não incide correção monetária sobre créditos escriturais de IPI, sob o argumento de que a eles se aplicam os precedentes relativos ao ICMS.

2. O provimento do recurso extraordinário implica sucumbência recíproca e não inversão dos ônus da sucumbência, como restou consignado na decisão ora agravada.

Agravo regimental parcialmente provido, a fim de que seja reconhecida a sucumbência recíproca, ressalvado o benefício da assistência judiciária gratuita.”

5. Por outro lado, anoto que a divergência no tocante à natureza do crédito sob análise não foi apreciada pelo TRF/4ª Região, tampouco foram opostos embargos declaratórios para suprir eventual omissão. Falta-lhe, portanto, o necessário prequestionamento (Súmulas 282 e 356 do STF).

6. Isso posto, e frente ao caput do art. 557 do CPC e ao § 1º do art. 21 do RI/STF, nego seguimento ao recurso.

Publique-se.Brasília, 29 de outubro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 473.903 (450)ORIGEM : RESP - 731790 - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICAPROCED. : PARANÁRELATORA SUBSTITUTA

:MIN. ELLEN GRACIE

RECTE.(S) : CONFEDERAÇÃO DA AGRICULTURA E PECUÁRIA DO BRASIL - CNA E OUTRO(A/S)

ADV.(A/S) : KLAUS DIAS KUHNEN E OUTRO(A/S)RECDO.(A/S) : BENEDITO GIACOMINIADV.(A/S) : PAULO ROBERTO JOÃO PEDRO E OUTRO(A/S)

1.Trata-se de recurso extraordinário interposto do acórdão assim ementado:

“RECURSO ESPECIAL. AÇÃO PROMOVIDA POR ENTIDADE SINDICAL, VISANDO À COBRANÇA DE CONTRIBUIÇÃO SINDICAL. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO (CF, ART. 114, III, REDAÇÃO

DA EC 45/04). REMESSA DOS AUTOS AO TST. DESNECESSIDADE DE PUBLICAÇÃO DO PRECEDENTE.” (fl. 263)

2.Admitido o recurso (fls. 322-323), subiram os autos.3.O recorrente sustenta, em síntese, ofensa ao art. 114, III, da

Constituição Federal, bem como a competência da Justiça Estadual para processar e julgar o presente feito (fls. 266-286).

4.Este Supremo Tribunal Federal possui o entendimento que compete à Justiça Estadual processar e julgar as ações sobre representação sindical, entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores, e entre sindicatos e empregadores quando existente sentença de mérito proferida antes da promulgação da EC 45/04. Nesse sentido: CC 7.440/SP, rel. Min. Celso de Mello, DJe 16.6.2009; CC 7.453/SP, rel. Min. Menezes Direito, DJe 18.8.2009; e RE 515.368-AgR/SP, rel. Min. Cezar Peluso, 2ª Turma, DJe 30.11.2007, assim ementado:

“1. RECURSO. Extraordinário. Regimental. Contribuição sindical rural. Competência. Justiça Estadual. Decisão mantida. Agravo regimental não provido. É pacífico o entendimento da Corte, segundo o qual compete à Justiça Estadual processar e julgar ações que versem sobre representação sindical entre sindicatos, entre sindicatos e trabalhadores e entre sindicatos e empregadores, quando há sentença de mérito, antes da promulgação da Emenda Constitucional n.° 45/04.”

5.Ante o exposto, com fundamento no art. 557, § 1º-A, do CPC, dou provimento ao recurso extraordinário para determinar o retorno do feito ao Superior Tribunal de Justiça.

Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 474.144 (451)ORIGEM : AC - 20034000060296 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. CARLOS BRITTORECTE.(S) : ATUAL PROPAGANDA LTDAADV.(A/S) : JANDIR JOSÉ DALLE LUCCARECDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃO: Vistos, etc.Trata-se de recurso extraordinário, interposto com fundamento na

alínea “a” do inciso III do art. 102 da Constituição Federal, contra acórdão em que se discute a constitucionalidade da contribuição para o PIS nos moldes da Medida Provisória 1.212/95 e suas reedições e das Leis nºs 9.715/98 e 9.718/98.

2. A parte recorrente alega violação ao art. 62, ao inciso I do art. 150, ao inciso I e ao § 6º do art. 195, todos da Carta Magna.

3. A Procuradoria-Geral da República, em parecer da lavra do Subprocurador-Geral Paulo de Tarso Braz Lucas, opina pelo parcial provimento do apelo extremo.

4. Tenho que a insurgência merece parcial acolhida. É que que a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal é firme em reconhecer o não engessamento da contribuição ao PIS pelo art. 239 do Magno Texto e a constitucionalidade da mencionada exação, notadamente com as alterações introduzidas pela Lei nº 9.715/98 para os fatos geradores ocorridos a partir da contagem do prazo nonagesimal da MP nº 1.212/95.

5. Veja-se, a propósito, a ADI 1.417, sob a relatoria do ministro Octavio Gallotti; os AIs 509.581 e 658.243-AgR, sob a relatoria do ministro Joaquim Barbosa; 520.091-AgR-AgR, sob a relatoria do ministro Sepúlveda Pertence; 617.899-AgR, sob a relatoria do ministro Gilmar Mendes; 623.375, sob a relatoria da ministra Cármen Lúcia; e 677.536, sob a relatoria do ministro Marco Aurélio; bem como os REs 400.287-AgR e 407.567, sob a relatoria do ministro Ricardo Lewandowski; e 456.197-AgR, sob a relatoria do ministro Eros Grau.

6. Por outro lado, pontuo que esta colenda Corte declarou a inconstitucionalidade do § 1º do art. 3º da Lei nº 9.718/98 — base de cálculo da COFINS e da contribuição para o PIS —, para impedir a incidência dos tributos sobre as receitas até então não compreendidas no conceito de faturamento da LC nº 70/91 (RE 346.084, da relatoria do ministro Ilmar Galvão; e REs 357.950, 358.273 e 390.840, da relatoria do ministro Marco Aurélio).

Isso posto, e considerando as disposições do § 1º-A do art. 557 do CPC, dou provimento parcial ao recurso, apenas para afastar a aplicação do conceito de faturamento definido no § 1o do art. 3o da Lei nº 9.718/98.

Publique-se.Brasília, 20 de outubro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 495.998 (452)ORIGEM : AC - 200038000155877 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : MINAS GERAISRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIA

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 129

RECTE.(S) : CARLOS ALBERTO AZEVEDO FARIAADV.(A/S) : MAURÍCIO LUIZ DOS SANTOSRECDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. 1. REPERCUSSÃO

GERAL DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL: DESNECESSIDADE. INTIMAÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO ANTERIOR A 3.5.2007. 2. IMPOSTO DE RENDA DE PESSOA FÍSICA – IR. APOSENTADORIA. LEI N. 9.250/95. DIREITO ADQUIRIDO A NÃO TRIBUTAÇÃO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 1ª Região:

“TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. PROVENTOS. APOSENTADORIA COMPLEMENTAR. PREVIDÊNCIA PRIVADA. LEI 7.713/88. LEI 9.250/95. ISENÇÃO. PRESCRIÇÃO. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

1. O Prazo prescricional para a restituição de parcelas recolhidas indevidamente a título de imposto de renda é de cinco anos, contados a partir da extinção do crédito tributário, no caso, de cada retenção indevida. Precedentes do STJ.

2. A Lei 7.713/88 determinou a inclusão, na base de cálculo do imposto de renda, das importâncias relativas às contribuições mensais efetuadas pelos beneficiários às entidades de previdência privada.

3. A incidência da exação sobre os valores recebidos a título de complementação de aposentadoria, correspondentes às contribuições feitas no período de 1º de janeiro de 1989 a 31 de dezembro de 1995 configura bitributação.

4. As regras relativas ao imposto de renda incidente sobre a complementação de aposentadoria, contidas na Lei n. 9.250/95, somente se aplicam às contribuições e benefícios recebidos após a sua vigência” (fl. 270 – grifos nossos).

2. Os embargos de declaração opostos foram rejeitados (fl. 299).3. O Recorrente alega que o Tribunal a quo teria contrariado o art. 5º,

inc. XXXVI, da Constituição da República.Argumenta que “cumpriu todos os requisitos e visa este apelo

extremo reformar o acórdão hostilizado, a fim de restabelecer o direito e justiça, uma vez que o direito adquirido lhe foi negado, além de dar prevalência à Lei 9.250/95 editada posteriormente à [sua] jubilação” (fl. 329).

Requer o provimento do recurso extraordinário, para reformar o acórdão recorrido, a fim de que seja “reconhecido o direito adquirido à isenção definitiva do IR sobre o benefício da previdência privada, bem como a ilegalidade da exação e o direito à repetição do indébito tributário” (fl. 336).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.4. Quanto à preliminar, o Recorrente foi intimado do acórdão recorrido

antes de 3.5.2007, o que dispensa a demonstração da repercussão geral da questão constitucional em capítulo especial do recurso extraordinário, nos termos do que decidido pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal no Agravo de Instrumento 664.567-QO, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence.

5. Razão jurídica não assiste ao Recorrente.6. No julgamento da Ação Direta de Inconstitucionalidade 3.128,

Redator para o acórdão o Ministro Cezar Peluso, o Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que não há norma constitucional de imunidade tributária absoluta, razão pela qual não há direito adquirido a não tributação:

“1. Inconstitucionalidade. Seguridade social. Servidor público. Vencimentos. Proventos de aposentadoria e pensões. Sujeição à incidência de contribuição previdenciária. Ofensa a direito adquirido no ato de aposentadoria. Não ocorrência. Contribuição social. Exigência patrimonial de natureza tributária. Inexistência de norma de imunidade tributária absoluta . Emenda Constitucional n. 41/2003 (art. 4º, caput). Regra não retroativa. Incidência sobre fatos geradores ocorridos depois do início de sua vigência. Precedentes da Corte. Inteligência dos arts. 5º, XXXVI, 146, III, 149, 150, I e III, 194, 195, caput, II e § 6º, da CF, e art. 4º, caput, da EC n. 41/2003. No ordenamento jurídico vigente, não há norma, expressa nem sistemática, que atribua à condição jurídico-subjetiva da aposentadoria de servidor público o efeito de lhe gerar direito subjetivo como poder de subtrair ad aeternum a percepção dos respectivos proventos e pensões à incidência de lei tributária que, anterior ou ulterior, os submeta à incidência de contribuição previdencial. Noutras palavras, não há, em nosso ordenamento, nenhuma norma jurídica válida que, como efeito específico do fato jurídico da aposentadoria, lhe imunize os proventos e as pensões, de modo absoluto, à tributação de ordem constitucional, qualquer que seja a modalidade do tributo eleito, donde não haver, a respeito, direito adquirido com o aposentamento ” (DJ 18.2.2005 - grifos nossos).

De se enfatizar que, embora esse julgado trate de contribuição previdenciária incidente sobre proventos, é perfeitamente aplicável à espécie, pois o que aqui se discute é a existência de direito adquirido a não tributação.

Nesse sentido, já proferi a seguinte decisão:“AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA

DE PESSOA FÍSICA – IR. APOSENTADORIA. LEI N. 9.250/95. DIREITO ADQUIRIDO À NÃO TRIBUTAÇÃO. REPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO

CONSTITUCIONAL: DESNECESSIDADE. INTIMAÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO ANTERIOR A 3.5.2007. AGRAVO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO” (AI 631.795, decisão monocrática, DJe 7.8.2009, trânsito em julgado em 28.8.2009).

Dessa orientação não divergiu o acórdão recorrido.7. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 507.158 (453)ORIGEM : AC - 199901000992717 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : MINAS GERAISRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : AYMORÉ PRODUTOS ALIMENTÍCIOS S/AADV.(A/S) : LEONARDO VARELLA GIANNETTIRECDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. DEMONSTRAÇÕES

FINANCEIRAS. IMPOSSIBILIDADE DE ATUALIZAÇÃO MONETÁRIA PELO PODER JUDICIÁRIO. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alíneas a e c, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 1ª Região:

“TRIBUTÁRIO. IRPJ. CORREÇÃO MONETÁRIA. DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS. LEI Nº 9.249/95. ART. 4º. CONSTITUCIONALIDADE. COMPENSAÇÃO.

1. A jurisprudência é pacífica no sentido de que não há direito adquirido a instituto jurídico, como o é a correção monetária, nem direito adquirido a determinado índice percentual. Precedentes do STF e deste Tribunal.

2. Não há qualquer inconstitucionalidade no art. 4º, da Lei nº 9.249/95, que revogou a correção monetária das demonstrações financeiras, instituídas pelas Leis nºs 7.799/79 e 8.023/90. Precedentes desta Corte.

3. Prejudicado o pedido de compensação.4. Apelação não provida” (fl. 127).2. A Recorrente alega que teria sido contrariado o art. 153, inc. III, da

Constituição da República.Afirma que “não se busca o reconhecimento do direito de corrigir as

demonstrações financeiras por existir uma situação que não é passível de mutação, mas sim porque a extinção desta medida importa na distorção da base de cálculo do IR, ocasionando uma tributação dissociada da realidade” (fl. 156).

3. No parecer de fls. 205-210, a Procuradoria-Geral da República manifestou-se pelo não provimento do recurso, nos termos seguintes:

“RECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. PESSOA JURÍDICA. CORREÇÃO MONETÁRIA DAS DEMONSTRAÇÕES FINANCEIRAS. EXTINÇÃO. LEI Nº 9.249/95. I – PRELIMINAR. HIPÓTESE DE OFENSA INDIRETA À CARTA FEDERAL. II – MÉRITO. INEXISTÊNCIA DE AFRONTA AO TEXTO CONSTITUCIONAL. PRECEDENTES. III – PARECER PELO NÃO CONHECIMENTO E, CASO SUPERADA ESSA FASE, QUANTO AO MÉRITO, POR SEU DESPROVIMENTO”.

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.4. Razão jurídica não assiste à Recorrente.A jurisprudência deste Supremo Tribunal firmou-se no sentido de que

é vedado ao Poder Judiciário determinar a aplicação de índice de correção monetária quando não há previsão legal específica.

Nesse sentido:“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO

EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. 1. IMPOSTO DE RENDA: CORREÇÃO MONETÁRIA. INADMISSIBILIDADE DE IMPOR O PODER JUDICIÁRIO ÍNDICE DE CORREÇÃO MONETÁRIA, POR AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. PRECEDENTES. 2. ALEGADA AFRONTA AOS ARTS. 5º, INC. LV, E 93, INC. IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA: IMPOSSIBILIDADE DA ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (RE 483.177-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 18.9.2009).

“Agravo regimental em agravo de instrumento. Matéria Tributária. 2. Correção monetária das demonstrações financeiras dos anos-base de 1989 e 1990. 3. IPC. Inaplicabilidade. Falta de previsão legal. 4. Não cabe ao Judiciário atuar como legislador positivo. Precedentes. Agravo regimental que se nega provimento” (AI 546.006-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJ 30.6.2006 – grifos nossos).

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 130

“EMENTA: TRIBUTÁRIO. IMPOSTO DE RENDA. TABELAS. CORREÇÃO MONETÁRIA PELO PODER JUDICIÁRIO. IMPOSSIBILIDADE. AUSÊNCIA DE PREVISÃO LEGAL. RECURSO PROTELATÓRIO. MULTA. AGRAVO IMPROVIDO. I - O Supremo Tribunal Federal fixou jurisprudência no sentido de que a correção monetária, em matéria fiscal, é sempre dependente de lei que a preveja, não sendo facultado ao Poder Judiciário aplicá-la onde a lei não a determina, sob pena de substituir-se ao legislador. Precedentes. II - Recurso protelatório. Aplicação de multa. III - Agravo regimental improvido” (RE 572.664-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJe 25.9.2009).

5. Inadmissível também o recurso extraordinário pela alínea c do inc. III do art. 102 da Constituição da República, pois o Tribunal de origem não julgou válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição da República. Incide na espécie a Súmula 284 do Supremo Tribunal Federal.

Nesse sentido:“Recurso extraordinário. - Inocorrência da hipótese prevista na alínea

‘c’ do inciso III do artigo 102 da Constituição Federal. Falta de fundamentação, por isso mesmo, a esse respeito. Aplicação da Súmula 284” (RE 148.355, Rel. Min. Moreira Alves, Primeira Turma, DJ 5.3.1993).

Não há, pois, o que prover quanto às alegações da Recorrente.6. Pelo exposto, nego seguimento a este recurso extraordinário

(art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 6 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 511.105 (454)ORIGEM : AC - 70004946346 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : CARLOS ROMAR RAMOS E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : CÉSAR MORENO CARVALHO JÚNIOR E OUTRO(A/S)RECDO.(A/S) : JOSÉ CARLOS RASSIERADV.(A/S) : LIEVERSON LUIZ PERIN E OUTRO(A/S)

DECISÃO: 1. Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul e assim ementado:

“APELAÇÃO CIVIL. RESPONSABILIDADE CIVIL. AÇÃO INDENIZATÓRIA. EXPRESSÕES DE CUNHO PEJORATIVO VEICULADAS EM PROGRAMA DE RÁDIO. DANO MORAL CONFIGURADO. INTENÇÃO DE MENOSCABAR O AUTOR. INVIOLABILIDADE DE VEREADOR. EXCESSO COMPROVADO.

Hipótese em que restou plenamente comprovada a intenção dos requeridos de menoscabar a imagem política do autor – prefeito municipal – ao pronunciarem em programa de rádio transmitido para toda a Região, palavras de conotação ofensiva, extrapolando o limite do tolerável, da convivência social e até das divergências políticas e ideológicas.

Inviolabilidade de vereadores pelas opiniões, palavras e votos no exercício do mandato. Caso em que os vereadores transgrediram os limites razoáveis entre crítica mais dura e a ofensa. Prova suficiente neste sentido. Precedentes do STF.

APELO DESPROVIDO.” (fl. 118).Sustentam os recorrentes, com base no art. 102, III, a, ter havido

violação ao art. 29, VIII, da Constituição Federal, devido à inviolabilidade dos vereadores por suas opiniões e condutas, ainda que proferidas ou tomadas fora da circunscrição municipal.

2.Inconsistente o recurso.Com efeito, o acórdão impugnado decidiu a causa com base no

conjunto fático-probatório, de modo que eventual ofensa à Carta Magna seria, aqui, apenas indireta.

Ora, é pacífica a jurisprudência desta Corte, no sentido de não tolerar, em recurso extraordinário, alegação de ofensa que, irradiando-se de má-interpretação, aplicação, ou, até, de inobservância de normas infraconstitucionais, seria apenas indireta à Constituição da República, e, muito menos, pretensão de reexame de provas (súmula 279).

3.Ante o exposto, nego seguimento ao recurso (arts. 21, § 1º, do RISTF, 38 da Lei nº 8.038, de 28.5.90, e 557 do CPC). Custas ex lege.

Publique-se. Int..Brasília, 28 de outubro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 512.596 (455)ORIGEM : AC - 200138000109950 - SUPERIOR TRIBUNAL DE

JUSTICAPROCED. : MINAS GERAISRELATOR SUBSTITUTO

:MIN. DIAS TOFFOLI

RECTE.(S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALRECTE.(S) : UNIMED DE TRÊS PONTAS - COOPERATIVA DE

TRABALHO MÉDICO

ADV.(A/S) : MARIA INÊS MURGELRECDO.(A/S) : OS MESMOS

DECISÃOVistos.O Plenário desta Corte, em sessão realizada por meio eletrônico,

concluiu, no exame do Recurso Extraordinário nº 598.085/RJ, Relator o Ministro Eros Grau, pela existência da repercussão geral da matéria constitucional versada nestes autos. Trata-se de dois recursos extraordinários interpostos por Unimed de Três Pontas – Cooperativa de Trabalho Médico Ltda. e pela União, ambos admitidos, em que se discute a possibilidade de incidência sobre o ato cooperativo da contribuição da COFINS, uma vez revogada, por meio da Medida Provisória nº 1.858/99, a isenção concedida às sociedades cooperativas.

Na Questão de Ordem suscitada pelo Ministro Gilmar Mendes, Presidente, no Agravo de Instrumento nº 715.423/RS, o Plenário deste Supremo Tribunal Federal, na sessão de 11/6/08, decidiu que o regime previsto no artigo 543-B, §§ 1º e 3º, do Código de Processo Civil, na hipótese de já ter sido reconhecida por esta Corte a repercussão da matéria constitucional discutida nos autos, aplica-se, também, aos recursos extraordinários interpostos de acórdãos publicados anteriormente a 3 de maio de 2007 e aos agravos de instrumentos respectivos.

Na sessão do Pleno de 20/8/08, no julgamento da Questão de Ordem suscitada pelo Ministro Cezar Peluso, Relator, no Recurso Extraordinário nº 540.410/RS, este Tribunal decidiu, em situação similar à anterior, pela devolução dos autos ao Tribunal local para os fins do disposto no artigo 543-B do Código de Processo Civil.

Assim, determino que seja aplicado aos recursos extraordinários interpostos por Unimed de Três Pontas – Cooperativa de Trabalho Médico Ltda. e pela União o disposto no artigo 543-B do Código de Processo Civil, devendo os autos, nos termos do artigo 328 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, serem encaminhados inicialmente para o Superior Tribunal de Justiça.

Publique-se.Brasília, 28 de outubro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 512.992 (456)ORIGEM : AMS - 200061000401627 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATORA SUBSTITUTA

:MIN. ELLEN GRACIE

RECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALRECDO.(A/S) : COMMITMENT INFORMÁTICA LTDAADV.(A/S) : ANDREA GONÇALVES SILVA

1.A hipótese dos autos versa sobre a exigibilidade de contribuição previdenciária da cooperativa, conforme previsão do inciso IV do art. 22 da Lei 8.212/91, com a redação do art. 1º da Lei 9.876/99.

2.O Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da matéria no RE 595.838/SP, rel. Min. Menezes Direito, Sessão de 15.05.2009.

3.No julgamento do RE 540.410-QO, rel. Min. Cezar Peluso, DJe 16.10.2008, e do AI 715.423-QO, de minha relatoria, DJe 04.09.2008, esta Corte decidiu que, nos casos de matérias com repercussão geral reconhecida, é possível a devolução dos recursos extraordinários e dos agravos de instrumento aos Tribunais de origem, para os fins previstos no art. 543-B, § 3º, do CPC.

4.Dessa forma, nos termos do art. 328 do RISTF, determino a devolução dos presentes autos ao Tribunal de origem, bem como a observância, no tocante ao apelo extremo interposto, das disposições do art. 543-B do Código de Processo Civil.

Publique-se.Brasília, 29 de outubro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 522.531 (457)ORIGEM : PROC - 199901000947533 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : MINAS GERAISRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSADV.(A/S) : PROCURADORIA-GERAL FEDERALRECDO.(A/S) : CONSTRUTORA ANDRADE GUTIERREZ S/AADV.(A/S) : JOSÉ MAURÍCIO BALBI SOLLERO E OUTRO(A/S)

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO.

INCIDÊNCIA DE CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE A PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS NO PERÍODO COMPREENDIDO ENTRE A PROMULGAÇÃO DA

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

Page 131: DIÁRIO DA JUSTIÇA ELETRÔNICO · docerias, buffets, fast-foods e assemelhados de sÃo paulo e regiÃo adv.(a/s) :ana paula moreira dos santos e outro(a/s) agdo.(a/s) :cantina vico

STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 131

CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA DE 1988 E A MEDIDA PROVISÓRIA N. 794/1994: POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. RECURSO PROVIDO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 1ª Região:

“CONTRIBUIÇÃO SOCIAL SOBRE A FOLHA DE SALÁRIOS. PARCELA RELATIVA À PARTICIPAÇÃO DO EMPREGADO NOS LUCROS DA EMPRESA. INEXISTÊNCIA DE INCORPORAÇÃO À REMUNERAÇÃO.

1. Nos termos do inciso XI do artigo 7º da Carta Magna, a participação do empregado nos lucros da empresa não integra a remuneração, não podendo, de conseguinte, ser considerada na apuração da base de cálculo da contribuição social sobre a folha de salários, uma vez que esta deve ser entendida segundo o sentido que lhe dá o Direito do Trabalho. Precedentes desta Corte.

2. Tratando-se de matéria pacificada na jurisprudência e sendo vencida a Fazenda Pública, os honorários advocatícios devem ser fixados mediante apreciação equitativa do juiz (C.P.C., art. 20, § 4º), observado o disposto nas alíneas do § 3º do artigo 20 do Código de Processo Civil, o que não incluiu os limites percentuais do ‘caput’ desse §. Precedente do STF.

3. Remessa obrigatória a que se dá provimento em parte” (fl. 217).2. O Recorrente alega que teria sido contrariado o art. 7º, inc. XI, da

Constituição da República.Argumenta que:“O Acórdão atacado entendeu que a norma prevista no inciso XI do

artigo 7º da Constituição Federal teria aplicação imediata, no que diz respeito à não incidência de contribuição previdenciária no pagamento de participação nos lucros aos empregados, a partir da CF/88.

A nosso ver, com a devida venia, não há como entender que a eficácia da referida norma seja plena, uma vez que a própria regra constitucional remete a sua regulamentação à lei.

(...)Na verdade o foco da discussão não é se incide contribuição

previdenciária sobre a participação nos lucros.A questão é: se não havia regulamentação aquele pagamento não

pode ser denominado de participação nos lucros, logo há incidência da contribuição previdenciária” (fl. 167).

3. No parecer de fls. 204-207, a Procuradoria-Geral da República opinou pelo provimento do recurso extraordinário, ao fundamento de que a tese do Recorrente estaria em conformidade com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.

Examinada a matéria posta à apreciação, DECIDO.4. Razão de direito assiste ao Recorrente. 5. O entendimento do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido

de que o inc. XI do art. 7º da Constituição não seria autoaplicável. A eficácia dessa norma dependeria de regulamentação, ocorrida a partir da edição da Medida Provisória n. 794/1994. Logo, a cobrança da contribuição social no período compreendido entre a promulgação da Constituição, em 5.10.1988, e a edição da Medida Provisória n. 794, em 29.12.1994, estaria permitida, pois inexistente a necessária regulamentação legal.

Confiram-se, a propósito, os seguintes julgados:“DIREITO CONSTITUCIONAL E TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÃO

PREVIDENCIÁRIA SOBRE A PARTICIPAÇÃO NOS LUCROS. ART. 7º, XI, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. MP 794/94. 1. A regulamentação do art. 7º, inciso XI, da Constituição Federal somente ocorreu com a edição da Medida Provisória 794/94. 2. Possibilidade de cobrança da contribuição previdenciária em período anterior à edição da Medida Provisória 794/94” (RE 393.764-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJe 19.12.2008).

“EMENTA Participação nos lucros. Art. 7°, XI, da Constituição Federal. Necessidade de lei para o exercício desse direito. 1. O exercício do direito assegurado pelo art. 7°, XI, da Constituição Federal começa com a edição da lei prevista no dispositivo para regulamentá-lo, diante da imperativa necessidade de integração. 2. Com isso, possível a cobrança das contribuições previdenciárias até a data em que entrou em vigor a regulamentação do dispositivo. 3. Recurso extraordinário conhecido e provido” (RE 398.284, Rel. Min. Menezes Direito, Primeira Turma, DJe 19.12.2008).

No mesmo sentido, ainda, a decisão monocrática no Recurso Extraordinário 365.373, Relator o Mininstro Gilmar Mendes, DJ 14.3.2006.

6. Dessa orientação jurisprudencial divergiu o acórdão recorrido.7. Pelo exposto, dou provimento ao recurso extraordinário (art.

557, § 1º-A, do Código de Processo Civil e art. 21, § 2º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal). Ficam invertidos os ônus de sucumbência.

Publique-se.Brasília, 6 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 527.643 (458)ORIGEM : MS - 100020023485 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : ESPÍRITO SANTORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO

RECDO.(A/S) : AGOSTINHO MORAES TRINCKQUELADV.(A/S) : ROMILTON ALVES VIEIRA

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. SUBTETO.

GARANTIA DA IRREDUTIBILIDADE DE VENCIMENTOS: VANTAGENS PESSOAIS. EMENDA CONSTITUCIONAL N. 41/03. MATÉRIA PENDENTE DE JULGAMENTO PELO PLENÁRIO: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO N. 477.274. RECURSO EXTRAORDINÁRIO SOBRESTADO.

Relatório 1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra julgado no qual se discute a inclusão imediata das vantagens pessoais ao teto remuneratório criado pela Emenda Constitucional n. 41/2003.

2. A matéria é idêntica à discutida no Agravo Regimental no Recurso Extraordinário 477.274, Relator o Ministro Eros Grau, o qual a Segunda Turma deliberou submeter à apreciação do Plenário do Supremo Tribunal Federal.

3. Pelo exposto, determino o sobrestamento deste recurso até o julgamento daquele recurso.

Publique-se.Brasília, 6 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 534.318 (459)ORIGEM : MS - 84700 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : ESTADO DO RIO DE JANEIROPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRORECDO.(A/S) : LUCIANO DE ALMEIDA LEALADV.(A/S) : LUÍS CESÁRIO DE MIRANDA MARQUES

DECISÃO: Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro. Consta da ementa:

“Mandado de segurança. Decreto que colocou em disponibilidade integrantes das Polícias Civil e Militar. Alegação de ilegalidade. Ausência de motivação. Concessão da Segurança. Precedentes já existentes nesta Corte. (...).

A regra do inciso XV, do artigo 37, da Constituição Federal, só se aplica à s hipóteses para as quais não haja o próprio constituinte instituído exceção.

Não alcança os militares o disposto no § 3º, do art. 41, da Carta da República, sendo desinfluente, na espécie, a questão de sua auto-aplicabilidade.

Havendo indícios de ilegalidade ou de desvio de finalidade, não sendo a discricionariedade do ato plena e absoluta, nada obsta o pronunciamento do Judiciário, para proteção dos direitos líquidos e certos, violados pelo ato sem motivação.

Cabe ao Judiciário impedir que medidas caprichosas, arbitrárias, inquisitórias ou opressivas, no dizer de GOODNOW, atentem contra o direito líquido e certo de qualquer servidor público de não ser constrangido, ilegal e com abuso de poder, e colocado em disponibilidade, como forma de punição.

Consoante precedentes desta Corte, os Decretos impugnados burlaram a lei, aplicando sanções aos servidores públicos civis e militares, antes de serem declarados culpados” (fl. 66).

Sustenta o recorrente, com base no art. 102, III, a, violação aos arts. 2º, e 41, § 3º, da Constituição Federal. Aduz que “(...) a decisão sobre a decretação da desnecessidade de certos cargos da Polícia Militar é privativa e discricionária do Governador do Estado, não se sujeitando a controle jurisdicional quanto a seu motivo, objeto, conveniência e oportunidade” (fl. 89).

2.Inadmissível o recurso.Só o tema referente ao art. 41, § 3º, da Constituição Federal, foi

prequestionado. O outro tema constitucional agora suscitado não foi objeto de consideração no acórdão impugnado, faltando-lhe, assim, o requisito do prequestionamento, que deve ser explícito (súmulas 282 e 356).

Ademais, o dispositivo invocado pelo recorrente, art. 41, § 3º, da Constituição Federal, não lhe socorre. É que esta Corte já assentou que o regime a que se submetem os militares não se confunde com aquele aplicável aos servidores civis, como se vê à seguinte ementa:

“CONSTITUCIONAL. SERVIÇO MILITAR OBRIGATÓRIO. SOLDO. VALOR INFERIOR AO SALÁRIO MÍNIMO. VIOLAÇÃO AOS ARTS. 1º, III, 5º, CAPUT, E 7º, IV, DA CF. INOCORRÊNCIA. RE DESPROVIDO. I - A Constituição Federal não estendeu aos militares a garantia de remuneração não inferior ao salário mínimo, como o fez para outras categorias de trabalhadores. II - O regime a que submetem os militares não se confunde com aquele aplicável aos servidores civis, visto que têm direitos, garantias, prerrogativas e impedimentos próprios. III - Os cidadãos que prestam serviço militar obrigatório exercem um múnus público relacionado

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 132

com a defesa da soberania da pátria. IV - A obrigação do Estado quanto aos conscritos limita-se a fornecer-lhes as condições materiais para a adequada prestação do serviço militar obrigatório nas Forças Armadas. V - Recurso extraordinário desprovido.” (RE nº 551.453, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Tribunal Pleno, DJe de 26.6.2008 - grifei)

Ademais, está no acórdão recorrido:“(...) ‘no caso foram declarados desnecessários diversos cargos na

Polícia Civil e Militar, o que se apresenta, no mínimo, como inusitado, mormente quando, diariamente, denúncias são feitas relativamente à falta de segurança e policiamento’.

É possível que a douta autoridade impetrada quisesse fazer justiça rápida, pelas próprias mãos, dispensando servidores, que não estariam correspondendo às suas expectativas de Administrador Público; mas, o meio encontrado foi, absolutamente, ilegal, e destacadamente, com extraordinário abuso de poder.

Daí a observação do Eminente Desembargador Miguel Pachá no sentido de que: ‘Os Decretos assinados pelo Exmo. Governador se constituem, com todas as vênias, procedimento adotado no sentido de burlar a lei, sancionando o futuro antes mesmo de ser declarado culpado’(...)” (fl. 72).

Como se vê, o acórdão recorrido ficou adstrito ao exame da legalidade do ato administrativo, apontando desvio de finalidade pública, uma vez que a pendência de processos disciplinares ou administrativos dos servidores não seria causa legítima para declaração de desnecessidade do cargo por meio do Decreto Governamental nº 26.675/2000. Em caso idêntico, assim o Min. JOAQUIM BARBOSA, em decidiu:

“Trata-se de agravo de instrumento contra decisão que inadmitiu recurso extraordinário (art. 102, III, a, da Constituição) interposto de acórdão em que o Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro entendeu ilegal o ato que declarou a desnecessidade dos cargos de policial militar. A ementa do acórdão recorrido tem o seguinte teor: "Mandado de Segurança. Policial Militar. Declaração de desnecessidade do cargo. Disponibilidade. Em se tratando de Policial Militar, não cabe a declaração de desnecessidade do cargo, não prevista no Estatuto da Polícia Militar. Por outro lado, tal declaração contraria a realidade da vida urbana, sendo evidente a necessidade de ampliar os cargos, e não reduzi-los. O ato impugnado viola os princípios da ampla defesa e não tem aparo legal, pelo que deve ser concedida a segurança. Concessão da ordem." (Fls. 102) 2. No recurso extraordinário, o ora agravante alega violação dos arts. 5º, LV, e 93, IX, da Carta Magna. Argumenta que o Tribunal se teria omitido ao apreciar diversas questões no julgamento dos embargos de declaração. Sustenta também que o acórdão recorrido viola os arts. 2º e 41, § 3º, da Constituição, pois ao Poder Judiciário é vedado apreciar o mérito dos atos administrativos. Afirma que "a disponibilidade não é pena disciplinar e nem está sendo utilizada com esta finalidade, apenas há juízo de conveniência e oportunidade que entender ser desnecessário o cargo ocupado por servidor em que recaem sérias suspeitas de corrupção" (fls. 135). 3. Inexiste a alegada ofensa aos arts. 5º, LV, e 93, IX, da Constituição, porquanto o acórdão recorrido, julgando o recurso interposto, prestou inequivocamente jurisdição, sem desrespeitar os princípios do contraditório e da ampla defesa, e com a devida fundamentação, ainda que com ela não concorde o ora agravante. 4. A jurisprudência desta Corte consolidou-se no sentido de que é vedado ao Poder Judiciário apreciar o mérito do ato administrativo, ficando adstrito ao exame de sua legalidade. Nesse sentido, confiram-se os seguintes precedentes: RE 395.831 (rel. min. Carlos Britto, DJ 02.05.2005), AI 526.879 (rel. min. Cezar Peluso, DJ 09.02.2005) e RE 352.299 (rel. min. Gilmar Mendes, DJ 02.09.2003). 5. No caso, o ato que declarou a desnecessidade do cargo ocupado pelo servidor encontra fundamento no Decreto 26.675 do estado do Rio de Janeiro, em virtude de o policial militar responder a processo administrativo disciplinar por infrações que em tese correspondem a infrações penais (cf. informações no mandado de segurança, fls. 60). 6. Correta a decisão do Tribunal a quo, pois o ato impugnado desviou-se de sua finalidade pública, visto que a pendência de processos administrativos não constitui razão legal para a declaração de desnecessidade do cargo. No mesmo sentido decidiu o ministro Marco Aurélio no AI 465.279 (DJ 23.06.2004). 7. Do exposto, nego seguimento ao agravo. (AI nº 508.786, DJ de 9.8.2005 - grifei).

3.Por tais razões, nego seguimento ao recurso (arts. 21, § 1º, do RISTF, 38 da Lei nº 8.038, de 28.5.90, e 557 do CPC).

Publique-se. Int..Brasília, 04 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 535.838 (460)ORIGEM : AMS - 200572000018306 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : SANTA CATARINARELATORA SUBSTITUTA

:MIN. ELLEN GRACIE

RECTE.(S) : VILA RICA COMÉRCIO DE COMBUSTÍVEIS LTDAADV.(A/S) : MARCOS SPADA ALIBERTI E OUTRO(A/S)RECDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

1.A hipótese dos autos versa sobre a restituição do PIS e da COFINS pagos antecipadamente no regime de substituição tributária quando há diferença entre a base de cálculo presumida e a base de cálculo real.

2.O Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da matéria no RE 596.832/RJ, rel. Min. Marco Aurélio, decisão proferida no dia 30.10.2009.

3.No julgamento do RE 540.410-QO, rel. Min. Cezar Peluso, DJe 16.10.2008, e do AI 715.423-QO, de minha relatoria, DJe 04.09.2008, esta Corte decidiu que, nos casos de matérias com repercussão geral reconhecida, é possível a devolução dos recursos extraordinários e dos agravos de instrumento aos Tribunais de origem, para os fins previstos no art. 543-B, § 3º, do CPC.

4.Dessa forma, nos termos do art. 328 do RISTF, na redação dada pela Emenda Regimental nº 21/2007, determino a devolução dos presentes autos ao Tribunal de origem, bem como a observância, no tocante ao apelo extremo interposto, das disposições do art. 543-B do Código de Processo Civil.

Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 540.715 (461)ORIGEM : REOMS - 200483000104765 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : PERNAMBUCORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALRECDO.(A/S) : NPAP ALIMENTOS LTDAADV.(A/S) : ANTONIO MARIO DE ABREU PINTO

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. DESEMBARAÇO ADUANEIRO.

GREVE DOS AUDITORES DA RECEITA FEDERAL. EXAURIMENTO DA PRETENSÃO. PERDA SUPERVENIENTE DE OBJETO. RECURSO PREJUDICADO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 5ª Região:

“ADMINISTRATIVO. MANDADO DE SEGURANÇA. GREVE DE SERVIDORES DA RECEITA FEDERAL. IMPORTAÇÃO DE MERCADORIA ESTRANGEIRA. DESEMBARAÇO ADUANEIRO. LIMINAR DEFERIDA. SITUAÇÃO FÁTICA CONSOLIDADA.

1. Não há negar-se o desembaraço aduaneiro de mercadoria importada em virtude de greve de servidores da Receita Federal.

2. Em decorrência da liminar concedida, a situação fática restou consolidada, sendo plausível a sua manutenção.

3. Remessa improvida” (fl. 78).2. A Recorrente alega que teriam sido contrariados os arts. 5º, inc.

XXXV, LV e LXIX, 93, inc. IX, e 237 da Constituição da República.Sustenta que, “face à inexistência de prova inequívoca da greve,

deveria ter presumido a continuidade do serviço público (ante a presunção de veracidade em favor do relatado nas informações da autoridade impetrada)” (fl. 129).

Assevera que “não está a defender a apreensão de mercadorias como meio coercitivo para o pagamento de tributos, mas sim a legalidade de desenvolvimento da conferência aduaneira procedida pela Receita” (fls. 130-131).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. O presente recurso está prejudicado, por perda superveniente de

objeto.4. O Recorrido impetrou mandado de segurança a fim de obter o

desembaraço aduaneiro de mercadorias importadas do exterior. No acórdão recorrido, o Tribunal a quo assentou que, “em decorrência da concessão da liminar, em 20.5.2004 (fls. 35-36 e 68 v.), a situação fática restou consolidada, não sendo plausível a sua modificação” (fl. 74).

Assim, a pretensão do Recorrido exauriu-se de forma imutável, pois não se pode pretender seu desfazimento por meio do recurso ora em análise. Nem mesmo para fins de se ressarcir a Recorrente esta seria a via adequada.

Confiram-se, a propósito, os seguintes julgados:“A pretensão foi atendida e exauriu-se. A decisão que concedeu a

liminar teve natureza satisfativa. Nada mais poderia pretender o impetrante. (...) Portanto, e como salientei na decisão agravada, a concessão da liminar, em face do seu conteúdo satisfativo, não justifica nem mesmo o prosseguimento do mandado de segurança” (RE 402.043, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJ 3.8.2004).

“LIMINAR SATISFATIVA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PREJUDICADO.

1. Se a liminar teve natureza satisfativa, o recurso extraordinário interposto contra acórdão que, no mérito, denegou a segurança, ficou prejudicado.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 133

2. Agravo regimental improvido” (RE 402.034-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJ 20.8.2004).

5. Pelo exposto, julgo prejudicado o recurso extraordinário, por perda de objeto, e determino a baixa dos autos à origem (art. 21, inc. IX, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 28 de outubro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 541.827 (462)ORIGEM : AC - 20040056274 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : RIO GRANDE DO NORTERELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTEPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE

DO NORTERECDO.(A/S) : ALDACI LIMA DA TRINDADEADV.(A/S) : LUZINALDO ALVES DE OLIVEIRA

DECISÃO: 1. Trata-se de recurso extraordinário que versa sobre tema cuja repercussão geral já foi reconhecida (RE nº 572.921, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI).

2. Ocorre que esta Corte, ao acolher, por maioria, questão de ordem por mim suscitada no RE nº 540.410, em consonância com a decisão da QO proposta pelo Min. GILMAR MENDES (AI nº 715.423-QO/RS, Rel. Min. ELLEN GRACIE, DJE de 14.8.2008), entendeu ser aplicável o regime previsto no art. 543-B do CPC, na hipótese de já ter sido reconhecida, sobre a matéria, a existência de repercussão geral aos recursos extraordinários interpostos de acórdãos publicados anteriormente a 3.5.2007, e cujos autos já tenham sido distribuídos nesta Corte. É o que se vê do seguinte excerto (cf. Informativo nº 516):

“Na linha do que decidido no AI 715423 QO/RS (j. 11.6.2008), e, tendo em conta que o recurso extraordinário trata de tema – requisitos para a concessão de benefício de prestação continuada a necessitado, em face do disposto no art. 203, V, CF – cuja repercussão geral já foi reconhecida (RE 567985/MT, DJE de 11.4.2008), o Tribunal, por maioria, acolheu questão de ordem suscitada pelo Min. Cezar Peluso, em recurso extraordinário, do qual relator, para, com fundamento no art. 328, parágrafo único, do RISTF (‘Quando se verificar subida ou distribuição de múltiplos recursos com fundamento em idêntica controvérsia, a Presidência do Tribunal ou o(a) Relator(a) selecionará um ou mais representativos da questão e determinará a devolução dos demais aos tribunais ou turmas de juizado especial de origem, para aplicação dos parágrafos do art. 543-B do Código de Processo Civil’) determinar a devolução dos autos, e de todos os recursos extraordinários que versem a mesma matéria, ao Tribunal de origem, para os fins do art. 543-B do CPC (...)” (RE nº 540.410-QO/RS, da minha relatoria, DJE de 17.10.2008).

3.Diante do exposto, e com fundamento no art. 328, § único, do RISTF, determino a devolução dos autos ao Tribunal de origem, para os fins do art. 543-B do CPC.

Publique-se. Int..Brasília, 29 de outubro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 544.690 (463)ORIGEM : AC - 2947605 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIROADV.(A/S) : ROGÉRIO LEITE LOBORECDO.(A/S) : ESTADO DO RIO DE JANEIROPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRO

DECISÃO: 1. Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro que afastou a aplicação de efeitos prospectivos (ex nunc) à declaração incidental de inconstitucionalidade de lei municipal.

O recorrente alega ser necessária a atribuição de eficácia ex nunc à declaração incidental de inconstitucionalidade da lei municipal, em razão da existência de relevante interesse social e da necessidade de preservação da segurança jurídica e da boa-fé, nos termos do art. 27 da Lei nº 9.868/99.

2. Inviável o recurso.É que esta Corte tem, reiteradamente, negado a pretensão do

Município do Rio de Janeiro de atribuir efeitos prospectivos (ex nunc) à declaração incidental de inconstitucionalidade ou de não recepção da lei municipal que instituiu a cobrança do IPTU com alíquotas progressivas, bem como das leis que instituíram a cobrança das taxas de iluminação pública e de coleta de lixo e limpeza pública.

É o que se verifica de inúmeros precedentes de ambas as Turmas: RE nº 392.139-AgR, Rel. Min. EROS GRAU, DJ de 13.5.2005; AI nº 533.800-AgR, Rel. Min. EROS GRAU, DJ de 9.9.2005; RE nº 446.911-AgR, Rel. Min.

RICARDO LEWANDOWSKI, DJ de 13.10.2006; RE nº 436.414-AgR, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJ de 6.10.2006; RE nº 598.070-AgR, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJ de 11.6.2007; RE nº 458.404-AgR, Rel. Min. CARLOS BRITTO, DJ de 4.8.2006; RE nº 395.654-AgR-ED, Rel. Min. CARLOS BRITTO, DJ de 23.6.2006; RE nº 410.954-AgR, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, DJ de 31.8.2007; AI nº 449.535-AgR, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, DJ de 24.4.2005; AI nº 453.071-Agr-ED, Rel. Min. CELSO DE MELLO, DJ de 9.2.2007; RE nº 395.902-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, DJ de 25.8.2006; RE nº 353.508-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, DJ de 29.6.2007; AI nº 513.178-AgR, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, DJ de 3.8.2007.

3.Ante o exposto, nego seguimento ao recurso (arts. 21, § 1º, do RISTF, 38 da Lei nº 8.038, de 28.5.90, e 557 do CPC).

Publique-se. Int..Brasília, 3 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 545.774 (464)ORIGEM : AMS - 199902010467510 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR SUBSTITUTO

:MIN. DIAS TOFFOLI

RECTE.(S) : GLOBO COMUNICAÇÕES E PARTICIPAÇÕES S/AADV.(A/S) : LUISA AMARAL FERREIRARECDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃOVistos.O Plenário desta Corte, em sessão realizada por meio eletrônico,

concluiu, no exame do Recurso Extraordinário nº 596.286/RJ, Relator o Ministro Marco Aurélio, pela existência da repercussão geral da matéria constitucional versada nestes autos. Trata-se da discussão acerca da possibilidade de incidência do imposto de renda sobre os valores provenientes de operações de cobertura destinadas ao pagamento de dívida adquirida em moeda estrangeira (contratos de swap para fins de hedge), na forma do art. 5º da Lei nº 9.779/99, uma vez que os valores recebidos não implicariam acréscimo patrimonial para a empresa contratante.

Na Questão de Ordem suscitada pelo Ministro Gilmar Mendes, Presidente, no Agravo de Instrumento nº 715.423/RS, o Plenário deste Supremo Tribunal Federal, na sessão de 11/6/08, decidiu que o regime previsto no artigo 543-B, §§ 1º e 3º, do Código de Processo Civil, na hipótese de já ter sido reconhecida por esta Corte a repercussão da matéria constitucional discutida nos autos, aplica-se, também, aos recursos extraordinários interpostos de acórdãos publicados anteriormente a 3 de maio de 2007 e aos agravos de instrumentos respectivos.

Na sessão do Pleno de 20/8/08, no julgamento da Questão de Ordem suscitada pelo Ministro Cezar Peluso, Relator, no Recurso Extraordinário nº 540.410/RS, este Tribunal decidiu, em situação similar à anterior, pela devolução dos autos ao Tribunal local para os fins do disposto no artigo 543-B do Código de Processo Civil.

Assim, nos termos do artigo 328 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal, determino a devolução dos autos ao Tribunal de origem para que seja aplicado o disposto no artigo 543-B do Código de Processo Civil.

Publique-se.Brasília, 28 de outubro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 545.808 (465)ORIGEM : AC - 199902010619528 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : JOSÉ HENRIQUE CORDEIRO E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : BRUNO RAFAEL OLIVEIRA GOMES E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : GREICE FREDERICA DO NASCIMENTO LEALRECDO.(A/S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOINTDO.(A/S) : LUANN SILVA DOS SANTOSADV.(A/S) : CARMEN LUCIA MUNIZ GERALDO

DECISÃO: 1. Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 2ª Região e assim ementado:

“ADMINISTRATIVO. MILITAR TEMPORÁRIO. LICENCIAMENTO. ATO DISCRICIONÁRIO. DESNECESSIDADE DE MOTIVAÇÃO. ISONOMIA COM MILITARES DE CARREIRA OU COM O CORPO FEMININO DA FORÇA. INEXISTÊNCIA.

- Ao Judiciário não cabe apreciar o mérito administrativo da decisão que indefere pedido de reengajamento de militar temporário, mas tão-somente a legalidade do ato, sob pena de invasão de competência. A permanência do militar na Força Armada está sujeita aos critérios

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 134

discricionários de oportunidade e conveniência para o serviço. Esgotado o prazo de incorporação, não merece reparo o licenciamento do militar, que se opera ex vi legis. Descarece de motivação a decisão que o dispensa. Inteligência do art. 121 da lei nº 6.880/80. Precedente do STJ, 3ª Seção.

- À ausência de inconstitucionalidade, refoge à competência do Poder Judiciário igualar situações que o próprio legislador distinguiu. Assim, os Cabos não integram o quadro de militares de carreira.

- Não se aplica o princípio da isonomia entre militares temporários e de carreira, ou com o Corpo Feminino da Força, tendo em vista seus regimes jurídicos distintos. Precedentes.

- Apelação improvida” (fl. 404).Os recorrentes sustentam, com base no art. 102, III, a, ofensa aos

arts. 5º, caput, e 37, caput, da Constituição Federal. Aduzem, em suma, que aos sargentos, cabos e taifeiros não se aplicariam as normas destinadas aos militares temporários, razão pela qual não poderiam ser licenciados do serviço ativo da FAB.

2. Inadmissível o recurso extraordinário.Com efeito, os temas constitucionais suscitados no apelo extremo

não foram objeto de consideração no acórdão recorrido, não tendo sido opostos os respectivos embargos de declaração, de modo que lhes falta o requisito do prequestionamento, que deve ser explícito (súmulas 282 e 356).

Ainda que superado este óbice decisivo, o aresto está conforme a sedimentada jurisprudência da Corte no sentido de que a discussão a respeito dos critérios para licenciamento ex officio de militar temporário, que pleiteie estabilidade nas Forças Armadas, tem índole infraconstitucional, o que inviabiliza o conhecimento de recurso extraordinário quanto ao tema (cf. RMS nº 21.614, Rel. Min. ILMAR GALVÃO, DJ de 16.4.93; RMS nº 21.461, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA, DJ de 26.4.96; AI nº 681.311/RJ, Rel. Min. MENEZES DIREITO, DJ de 20.6.2008; RE nº 484.835/RJ, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJ de 12.5.2006; RE nº 211.838, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA, DJ de 22.5.98).

Consta do acórdão recorrido que:“(...) Consoante documentos anexados à peça exordial (por exemplo,

fls. 34), os mesmos foram incorporados às fileiras das Forças Aérea Brasileira como praças, para exercer serviço com prazo determinado em um ano, com possibilidade de prorrogação mediante reengajamentos. Portanto, enquadram-se no inciso III, alínea ‘a’, § 1º, do supramencionado artigo, ou seja, não são militares de carreira. À ausência de inconstitucionalidade, refoge à competência do Poder Judiciário igualar situações que o próprio legislador distinguiu (...)” (fls. 298-399).

Ora, dissentir dessas premissas factuais exigiria reexame de fatos e provas, a cuja luz decidiu o acórdão recorrido, o que é vedado na instância extraordinária (súmula 279).

Ademais, o acórdão recorrido não destoa da jurisprudência da Corte quanto à possibilidade de diferenciação de tratamento entre militares dos quadros masculino e feminino, fundada nas distintas atribuições e funções exercidas. É o que se vê da seguinte ementa exemplar:

“Embargos de declaração em agravo de instrumento. 2. Decisão monocrática do relator. Embargos de declaração recebidos como agravo regimental. 3. Desacerto da decisão não demonstrado. 4. Militar. Quadro masculino. Estabilidade. Isonomia com o corpo feminino. 5. Discriminação com base na natureza das atribuições e funções exercidas em razão do sexo. Ofensa ao princípio da isonomia. Inocorrência. Precedentes. 6. Agravo regimental a que se nega provimento” (AI nº 440.905-ED, Rel. Min. GILMAR MENDES, Segunda Turma, DJ de 30.11.2007. No mesmo sentido: AI nº 599.353-AgR, Rel. Min. EROS GRAU, Segunda Turma, DJ de 24.11.2006).

São as razões aplicáveis ao caso.3.Ante o exposto, nego seguimento ao recurso (arts. 21, § 1º, do

RISTF, 38 da Lei nº 8.038, de 28.5.90, e 557 do CPC).Publique-se. Int..Brasília, 03 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 549.463 (466)ORIGEM : AC - 5593895400 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATORA SUBSTITUTA

:MIN. ELLEN GRACIE

RECTE.(S) : CLEUZA PROMETTIADV.(A/S) : HORÁCIO LUIZ AUGUSTO DA FONSECARECDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICIPIO DE SÃO

PAULO

1.Trata-se de recurso extraordinário interposto por servidores do Município de São Paulo contra acórdão assim ementado:

“FUNCIONÁRIO PÚBLICO MUNICIPAL. São Paulo. Execução de sentença. Compensação (art. 2º da Lei nº 12.397/97). Exclusão – COMPENSAÇÃO DE REAJUSTES. Lei nº 12.397/97. A Lei nº 12.397/97 determinou o recálculo do reajuste concedido nos meses de outubro e dezembro de 1994 e, para manutenção dos limites de comprometimento da receita com gastos de pessoal, determinou a compensação dos reajustes posteriores, que não teriam sido concedidos caso os índices anteriores

tivessem sido corretamente aplicados. Tal compensação era necessária, não ofendeu direito adquirido nem reduziu os vencimentos dos servidores. O pedido de ‘re-inclusão” dos índices compensados não pode ser atendido – Sentença de procedência. Recurso dos embargados desprovido.” (Fl. 186).

2.Admitido na origem (fls. 223-224), subiram os autos.3.A parte recorrente alega ofensa aos artigos 5º, XXXVI, 7º, VI, e 37,

XV, da Constituição Federal.4.Não merece prosperar o presente recurso, dado que o acórdão

recorrido decidiu a questão em tela com fundamento na legislação infraconstitucional aplicável à espécie (Lei Estadual 12.397/97). Assim, eventual ofensa à Constituição Federal (art. 5º, XXXVI (direito adquirido) e 37, XV (irredutibilidade de vencimentos) seria indireta e reflexa. Nesse sentido, AI 726.316-AgR/SP, rel. Min. Ricardo Lewandowski, 1ª Turma, unânime, DJe 13.03.2009; AI 711.166-AgR/SP, rel. Min. Cármen Lúcia, 1ª Turma, DJe 20.02.2009; e RE 470.988-AgR/SP, rel. Min. Eros Grau, 2ª Turma, unânime, DJe 04.04.2008, cujos acórdãos estão assim ementados:

“SERVIDOR PÚBLICO. LEIS MUNICIPAIS 11.722/95 E 12.397/97. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL LOCAL. SÚMULA 280 DO STF. AGRAVO IMPROVIDO.

I - O acórdão recorrido dirimiu a questão dos autos com base na legislação infraconstitucional local aplicável à espécie. Inadmissibilidade do RE, ante a incidência da Súmula 280 do STF.

II - Agravo regimental improvido....................................................................“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO.

ADMINISTRATIVO. SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL. REAJUSTE DE VENCIMENTOS. LEIS ESTADUAIS NS. 10.688/88, 10.722/89, 11.722/95 E 12.397/97: COMPENSAÇÃO. IMPOSSIBILIDADE DA ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL (SÚMULA 280). OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO.”

............................................................“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.

SERVIDOR PÚBLICO MUNICIPAL. LEIS MUNICIPAIS NS. 11.722/95 E 12.397/97. SÚMULA 280/STF.

2.O entendimento deste Tribunal é pacífico no sentido de que os reajustes disciplinados pelas Leis 11.722/95 e 12.397/97, do Município de São Paulo, constituem matéria adstrita ao âmbito da legislação local pertinente. Incide o óbice da Súmula 280 deste Tribunal.

Agravo regimental a que se nega provimento.”5.Já a alegação de ofensa à coisa julgada, posta no apelo extremo,

possui natureza processual ordinária, relativa aos limites objetivos da coisa julgada, conforme julgados deste Tribunal em que se afirma o caráter infraconstitucional da matéria.

Nesse sentido, AI 708.414-AgR/SP, rel. Min. Carlos Britto, 1ª Turma, DJE 05.06.2009, este assim ementado:

“PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. CONTROVÉRSIA REFERENTE AOS LIMITES OBJETIVOS DA COISA JULGADA. ALEGAÇÃO DE AFRONTA AOS INCISOS II, XXXV, XXXVI E LV DO ARTIGO 5º DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL.

1. A discussão em torno dos limites objetivos da coisa julgada pertence ao plano infraconstitucional. Precedentes: AIs 639.002-AgR, da relatoria do ministro Menezes Direito; 667.691-AgR, da relatoria do ministro Celso de Mello; 702.182-AgR, da relatoria do ministro Ricardo Lewandowski; e 735.268-AgR, da relatoria da ministra Cármen Lúcia.

2. Noutro giro, os incisos XXXV e LV do art. 5° da Constituição Republicana não foram objeto de apreciação pelo Tribunal de origem. Logo, no ponto, o recurso carece do indispensável prequestionamento (Súmulas 282 e 356 desta Corte).

3. Agravo regimental a que se nega provimento.” 6.Ante o exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (CPC,

art. 557, caput). Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 549.818 (467)ORIGEM : EDAIRR - 296200100214004 - TRIBUNAL SUPERIOR

DO TRABALHOPROCED. : RONDÔNIARELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : ESTADO DE RONDÔNIAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE RONDÔNIARECDO.(A/S) : SINTERO - SINDICATO DOS TRABALHADORES EM

EDUCAÇÃO NO ESTADO DE RONDÔNIAADV.(A/S) : ZÊNIA LUCIANA CERNOV DE OLIVEIRA

DECISÃO: 1. Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão do Tribunal Superior do Trabalho que versa sobre a individualização dos créditos dos litisconsortes ativos facultativos para fins de pagamento do valor executado por requisição de pequeno valor

No caso, já houve reconhecimento da existência de repercussão geral quanto à mesma matéria, o que implicará pronunciamento definitivo

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 135

desta Corte sobre o mérito da causa. Desse modo, torna-se necessário sobrestar o feito, até que seja concluído o julgamento do RE nº 568.645 (Rel. Min. MENEZES DIREITO.

2. Ocorre que esta Corte, ao acolher, por maioria, questão de ordem por mim suscitada no RE nº 540.410, em consonância com a decisão da QO proposta pelo Min. GILMAR MENDES (AI nº 715.423-QO/RS, Rel. Min. ELLEN GRACIE, DJE de 14.8.2008), entendeu ser aplicável o regime previsto no art. 543-B do CPC, na hipótese de já ter sido reconhecida, sobre a matéria, a existência de repercussão geral aos recursos extraordinários interpostos de acórdãos publicados anteriormente a 3.5.2007, e cujos autos já tenham sido distribuídos nesta Corte. É o que se vê do seguinte excerto (cf. Informativo nº 516):

“Na linha do que decidido no AI 715423 QO/RS (j. 11.6.2008), e, tendo em conta que o recurso extraordinário trata de tema – requisitos para a concessão de benefício de prestação continuada a necessitado, em face do disposto no art. 203, V, CF – cuja repercussão geral já foi reconhecida (RE 567985/MT, DJE de 11.4.2008), o Tribunal, por maioria, acolheu questão de ordem suscitada pelo Min. Cezar Peluso, em recurso extraordinário, do qual relator, para, com fundamento no art. 328, parágrafo único, do RISTF (‘Quando se verificar subida ou distribuição de múltiplos recursos com fundamento em idêntica controvérsia, a Presidência do Tribunal ou o(a) Relator(a) selecionará um ou mais representativos da questão e determinará a devolução dos demais aos tribunais ou turmas de juizado especial de origem, para aplicação dos parágrafos do art. 543-B do Código de Processo Civil’) determinar a devolução dos autos, e de todos os recursos extraordinários que versem a mesma matéria, ao Tribunal de origem, para os fins do art. 543-B do CPC (...)” (RE nº 540.410-QO/RS, da minha relatoria, DJE de 17.10.2008).

3.Diante do exposto, e com fundamento no art. 328, § único, do RISTF, determino a devolução dos autos ao Tribunal de origem, para os fins do art. 543-B do CPC.

Publique-se. Int..Brasília, 4 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 553.326 (468)ORIGEM : AC - 199903991063204 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALRECDO.(A/S) : TRANSPORTES COLETIVOS PARQUE DAS NAÇÕES

LTDAADV.(A/S) : ÉRICA ZENAIDE MAITAN

DECISÃO: 1. Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 3ª Região e assim ementado, no que importa:

“TRIBUTÁRIO. COMPENSAÇÃO. PIS. INCONSTITUCIONALIDADE DOS DECRETOS-LEIS Nº 2.445/88 E 2.449/88. PRESCRIÇÃO. ART. 66, §1º, DA LEI Nº 8.383/91 C.C. ART. 170 DO CTN. CORREÇÃO MONETÁRIA. JUORS. TAXA SELIC.” (fl. 249).

Sustenta a recorrente, com fundamento no art. 102, III, a, ofensa aos arts. 5º, XXXVI, da Constituição Federal.

2.Inadmissível o recurso.Com efeito, o tema constitucional agora suscitado não foi objeto de

consideração no acórdão impugnado, faltando-lhe, assim, o requisito do prequestionamento, que deve ser explícito (súmula 282). Em caso análogo, o Ministro SEPÚLVEDA PERTENCE assim ponderou:

“(...) Os dispositivos constitucionais tidos como violados não foram utilizados nas razões de decidir do acórdão recorrido. Ausente, portanto, o prequestionamento das normas invocadas no recurso extraordinário, sendo, pois, inútil a tentativa do ora recorrente de forçar, nos embargos declaratórios, a adoção desse fundamento pelo tribunal a quo (...)” (AI nº 490.457, DJ de 14.5.2004).

E ainda que assim não fosse, é assente o entendimento, desta Corte, no sentido de que:

“(...) em regra, as alegações de desrespeito aos postulados da legalidade, do devido processo legal, da motivação dos atos decisórios, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional podem configurar, quando muito, situações de ofensa meramente reflexa ao texto da Constituição, circunstância essa que impede a utilização do recurso extraordinário” (AI nº 372.358-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, DJ de 11.6.2002).

3.Ante o exposto, nego seguimento ao recurso (arts. 21, § 1º, do RISTF, 38 da Lei nº 8.038, de 28.5.90, e 557 do CPC).

Publique-se. Int..Brasília, 6 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 558.311 (469)ORIGEM : AC - 2890100 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : PARANÁ

RELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : MUNICÍPIO DE SÃO JOSÉ DOS PINHAISADV.(A/S) : GLÁUCIA LOURENÇO STENCEL BOZZIRECDO.(A/S) : COMPANHIA PARANAENSE DE ENERGIA - COPELADV.(A/S) : BERENICE MULLER DA SILVA E OUTRO(A/S)

DECISÃO: Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná e assim ementado, no que importa:

“TRIBUTÁRIO E PROCESSUAL CIVIL. REEXAME NECESSÁRIO E APLEÇÃO CÍVEL. EMBARGOS À EXECUÇÃO FISCAL. IMPOSTO. PREDIAL E TERRITORIAL URBANO – IPTU. COMPANHIA PARANAENSE DE ENERGIA – COPEL.

IMÓVEL DESAPROPRIADO. COPEL. UTILIDADE PÚBLICA. INSTALAÇÃO DE LINHA DE ALTA TENSÃO. BEM PÚBLICO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. INTELIGÊNCIA DO ART. 150, IV, “A”, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. EXTINÇÃO DA EXECUÇÃO FISCAL.

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. PREQUESTIONAMENTO. INOCORRÊNCIA. CRÁTER PROCASTINATÓRIO. MULTA. MANUTENÇÃO.

Recurso de apelação desprovido. Sentença mantida em sede de reexame necessário, alterando os fundamentos.(...)” (fl. 148)

O recorrente sustenta, com base no art. 102, III, a, violação ao art. 150, VI, a, da Constituição Federal.

2.Inadmissível o recurso.É que suposta violação ao art. 150, VI, a, configuraria, aqui, o que se

chama mera ofensa reflexa, também dita indireta, à Constituição da República, porque eventual juízo sobre sua caracterização dependeria de reexame prévio do caso à luz das normas infraconstitucionais, em cuja incidência e interpretação, para o decidir, se apoiou o acórdão impugnado, designadamente o Decreto-lei nº 3.365/41, Decreto estadual nº 14.947/54, Decreto nº 37.399/55, e Lei nº 9.074/95.

É, ao propósito, velhíssima a postura desta Corte no sentido de que, se, para provar contrariedade à Constituição, se deva, antes, demonstrar ofensa à lei ordinária, então é esta que conta para efeito de juízo de admissibilidade do recurso extraordinário (cf., por todos, RE nº 92.264-SP, Rel. Min. DECIO MIRANDA, in RTJ 94/462-464). E este enunciado sintetiza raciocínio de certa simplicidade, que está no seguinte.

É natural que, propondo-se a Constituição como fundamento jurídico último, formal e material, do ordenamento, toda questão jurídico-normativa apresente ângulos ou aspectos de algum modo constitucionais, em coerência com os predicados da unidade e da lógica que permeiam toda a ordem jurídica.

Mas tal fenômeno não autoriza que, para efeitos de admissibilidade de recurso extraordinário, sempre se dê relevo ou prevalência à dimensão constitucional da quaestio iuris, sob pretexto de a aplicação da norma ordinária encobrir ofensa à Constituição, porque esse corte epistemológico de natureza absoluta equivaleria à adoção de um atalho que, de um lado, degradaria o valor referencial da Carta, barateando-lhe a eficácia, e, de outro, aniquilaria todo o alcance teórico das normas infraconstitucionais, enquanto materialização e desdobramento necessário do ordenamento, destinadas, que são, a dar atualidade, conseqüência e sentido prático ao conteúdo normativo inscrito nas disposições constitucionais.

Tal preponderância só quadra à hipótese de o recurso alegar e demonstrar que o significado normativo atribuído pela decisão ao texto da lei subalterna, no ato de aplicá-la ao caso, guarde possibilidade teórica de afronta a princípio ou regra constitucional objeto de discussão na causa. E, ainda assim, sem descurar-se da falácia de conhecido estratagema retórico que, no recurso, invoca, desnecessariamente, norma constitucional para justificar pretensão de releitura da norma infraconstitucional aplicada, quando, na instância ordinária, não se discutiu ou, o que é mais, nem se delineie eventual incompatibilidade entre ambas. É coisa que não escapou a velho precedente da Corte, do qual consta o seguinte:

“(...) Observo, com relação [à questão constitucional], que é incomum que, para se interpretar um texto infraconstitucional, haja necessidade de, para reforçar a exegese, se invocarem textos constitucionais, exceto quando seja preciso conciliar a lei ordinária com a Constituição por meio da técnica da interpretação conforme a Carta Magna” (voto do Min. MOREIRA ALVES no RE nº 147.684, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, in RTJ 148/2).

Neste caso, não há questão constitucional capaz de tornar admissível o recurso extraordinário, porque o que, no fundo, sustenta a recorrente é que, aplicando normas subalternas, revestidas de incontroversa constitucionalidade formal e material, a fatos insuscetíveis de rediscussão nesta via, quando não poderia tê-lo feito, porque tais fatos não corresponderiam às suas fattispecie abstratas, teria o tribunal a quo proferido decisão errônea (error in iudicando), cujo resultado prático implicaria violação de normas constitucionais. É hipótese típica do que se costuma definir como ofensa reflexa ou indireta, que, a bem ver, não tipifica ofensa alguma à Constituição.

Ademais, para justificar seu teor decisório, o acórdão se valeu de fundamento autônomo e suficiente, mas não atacado pela recorrente no recurso extraordinário, incidindo, portanto, o óbice da súmula 283. Consta no acórdão recorrido:

“O imóvel a que se pretende tributar, ora desapropriado pela COPEL, no exercício dos serviços concedidos pelo poder público competente, que neste caso se trata da União, ex vi, Lei nº 9074/95 com a redação da Lei 9.648/98, é protegido pelas normas de direito público. Dessa conclusão

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 136

decorre a aplicação dos princípios básicos aplicáveis aos bens públicos, quais sejam, inalienabilidade, imprescritibilidade, impenhorabilidade, impossibilidade de oneração (direitos reais de garantia), preservação do bem público e imunidade de impostos (art. 150, VI, a, §2º, CF)”

Tal fundamentação, que basta à subsistência do acórdão, não foi questionada.

3.Ante o exposto, nego seguimento ao recurso (arts. 21, § 1º, do RISTF, 38 da Lei nº 8.038, de 28.5.90, e 557 do CPC).

Publique-se. Int..Brasília, 4 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 560.252 (470)ORIGEM : AC - 2880459 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : CAIXA DE PREVIDÊNCIA DOS FUNCIONÁRIOS DO

BANCO DO BRASIL - PREVIADV.(A/S) : ANNA CAROLINA DE BARROS E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : PAULO FERNANDO PAZ ALARCONRECDO.(A/S) : ACYR MAURO PEREIRA E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : LAWRENCE WENGERKIEWICZ BORDIGNON E

OUTRO(A/S)

DECISÃO: 1. Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão do Tribunal de Justiça de Paraná que condenou a recorrente à restituição plena, com inclusão de expurgos inflacionários, de contribuições vertidas a plano de previdência privada.

Não foram opostos embargos de declaração.Alega a recorrente, com fundamento no art. 102, III, a, violação aos

arts. 5º, XXXVI, 195 e 202da Constituição da República.2.Inviável o recurso.Os temas constitucionais nele suscitados, à exceção do art. 202, não

foram objeto de consideração no acórdão recorrido, faltando-lhes, assim, o requisito do prequestionamento, que deve ser explícito (súmula 282).

Ademais, já assentou esta Corte que,“(...) ainda que a questão constitucional surja originariamente no

acórdão, para que haja o prequestionamento dela (...), se faz mister que seja ela alegada em embargos de declaração, sob o fundamento de que houve omissão na apreciação da questão sob o ângulo constitucional, para que se possibilite ao Tribunal a quo que se manifeste sobre esse ponto” (AI nº 242.317-AgR, Rel. Min. MOREIRA ALVES, DJ de 10.12.99).

Isso significa que, para se configurar o prequestionamento, não basta que o acórdão impugnado haja apreciado originariamente a questão, mas que o tenha feito já sob o prisma e à luz da norma constitucional que, no recurso extraordinário, se argúi ofendida. Se o não fez, então seria mister oposição de embargos declaratórios que provocassem o tribunal a reexaminar a questão, agora do ponto de vista constitucional. Sem tal oportunidade, não há como falar em questionamento prévio de matéria constitucional.

Ainda que superado esse óbice, o recurso não prosperaria. É que o acórdão impugnado decidiu a causa com base na legislação infraconstitucional incidente (Códigos Civil, de Processo Civil e Lei Complementar nº 109/2001) e nas cláusulas contratuais, de modo que eventual ofensa à Constituição Federal seria, aqui, apenas indireta.

Ora, é pacífica a jurisprudência desta Corte, no sentido de não tolerar, em recurso extraordinário, alegação de ofensa que, irradiando-se de má interpretação, aplicação, ou, até, de inobservância de normas infraconstitucionais, seria apenas indireta à Constituição da República, e, muito menos, pretensão de reexame de provas ou cláusulas contratuais (súmulas 279 e 454).

De igual modo, o recurso esbarraria em orientação assente na Corte segundo a qual

“(...) o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada encontram proteção em dois níveis: em nível infraconstitucional, na LICC, art. 6º, e em nível constitucional, art. 5º, XXXVI, CF. Todavia, o conceito de tais institutos não se encontra na Constituição, art. 5º, XXXVI, mas na lei ordinária, art. 6º da LICC. Assim, a decisão que dá pela ocorrência, ou não, no caso concreto, de tais institutos situa-se no contencioso de direito comum, que não autoriza a admissão do recurso extraordinário” (AI nº 520.942, Rel. Min. CARLOS VELLOSO, DJ de 5.8.2005).

Outrossim, descabida a alegação de ofensa ao art. 195, § 5º, da Carta Magna, pois o dispositivo não diz respeito ao regime previdenciário privado, conforme decidiu esta Corte no julgamento do AI nº 530.944/RS (Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, DJ de 5.8.2005), de cuja ementa consta:

“(...) 3. Recurso extraordinário: invocação impertinente do art. 195, § 5º, da CF, que diz respeito apenas à seguridade social financiada por toda a sociedade. 4. Agravo regimental: necessidade de impugnação dos fundamentos da decisão agravada: precedentes”.

Por essas razões, a jurisprudência da Corte é iterativa no sentido de não conhecer de recursos atinentes ao índice de correção monetária aplicável às retiradas dos associados de fundos de previdência complementar, como se vê às seguintes decisões:

“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO.

PREVIDÊNCIA PRIVADA. DESLIGAMENTO DO PLANO DE BENEFÍCIOS. DEVOLUÇÃO DAS CONTRIBUIÇÕES. INCIDÊNCIA DE CORREÇÃO MONETÁRIA. OFENSA INDIRETA. Controvérsia decidida à luz de normas infraconstitucionais. Ofensa indireta à Constituição do Brasil. Agravo regimental a que se nega provimento” (AInº 720.018-AgR, Rel. Min. EROS GRAU, DJe de 24.10.2008);

“PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULA 282. PREVIDÊNCIA PRIVADA. CONTRIBUIÇÃO. RESTITUIÇÃO. CORREÇÃO MONETÁRIA. OFENSA REFLEXA. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. IMPOSSIBILIDADE EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SÚMULA 454. AGRAVO IMPROVIDO. I - Como tem consignado o Tribunal, por meio da Súmula 282, é inadmissível o recurso extraordinário se a questão constitucional suscitada não tiver sido apreciada no acórdão recorrido. II - A apreciação dos temas constitucionais, no caso, depende do prévio exame de matéria infraconstitucional. III - A matéria alegada no RE demanda a interpretação de cláusulas contratuais, o que atrai a incidência da Súmula 454 do STF. IV - Agravo regimental improvido” (AI nº 719.427-AgR, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJe de 26.9.2008);

“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDÊNCIA PRIVADA. DEVOLUÇÃO DE CONTRIBUIÇÕES. CORREÇÃO MONETÁRIA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. Imposição de multa de 1% do valor corrigido da causa. Aplicação do art. 557, § 2º, c/c arts. 14, inc. II e III, e 17, inc. VII, do Código de Processo Civil” (AI nº 601.292-AgR, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, DJe de 1º.8.2008);

“Previdência privada. Associados retirantes da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil - PREVI. Recurso extraordinário: descabimento: controvérsia relativa à incidência de correção monetária decidida à luz da legislação infraconstitucional pertinente e de cláusulas contratuais: a alegada violação do dispositivo constitucional invocado, se ocorresse, seria reflexa ou indireta, que não enseja reexame em recurso extraordinário: incidência das Súmulas 636 e 454” (AI nº 624.666-AgR, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, DJe de 10.8.2007. No mesmo sentido: AI nº 677.814-AgR, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJe de 5.9.2008; AI nº 643.362-AgR, Rel. Min. EROS GRAU, DJe de 22.2.2008; AI nº 644.128-AgR, Rel. Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, DJe de 10.8.2007; AI nº 608.384-AgR, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJ de 13.4.2007; AI nº 587.991-AgR, Rel. Min. CARLOS BRITTO, DJ de 15.9.2006; e AI nº 523.387-AgR-ED, Rel. Min. CEZAR PELUSO, DJ de 3.2.2006).

Ademais, esta Corte rejeitou a existência de repercussão geral do tema (RE nº 582.504, de minha relatoria, DJe de 8.10.2009), por ausência de questão constitucional.

3.Ante o exposto, nego seguimento ao recurso (arts. 21, § 1º, do RISTF, 38 da Lei nº 8.038, de 28.5.90, e 557 do CPC).

Publique-se.Brasília, 13 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 560.863 (471)ORIGEM : PROC - 10100220020090651 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : RONDÔNIARELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : SÉRGIO CARVALHO DE ANDRADEADV.(A/S) : HENRIQUE DE SOUZA LEITERECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE RONDÔNIAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE

RONDÔNIA

DECISÃO: 1. Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão do Tribunal de Justiça de Rondônia e assim ementado:

“AÇÃO CIVIL PÚBLICA. ATO DE IMPROBIDADE. COMPETÊNCIA. LEI Nº 8.429/92. FRACIONAMENTO DE LICITAÇÃO. DANO AO ERÁRIO.

O Plenário do Supremo Tribunal Federal julgou procedente a Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 2.797, ‘para declarar a inconstitucionalidade da Lei nº 10.328, de 24 de dezembro de 2002, que acresceu os §§ 1º e 2º ao art. 84 do Código de Processo Penal’ (Rel. Min. Sepúlveda Pertence, DJ de 26.9.2005, p. 36). Portanto, em face do efeito vinculante da referida decisão, não se há que falar em incompetência do juízo de primeiro grau de jurisdição para processar e julgar ação de improbidade administrativa ajuizada contra Prefeito e Secretário Municipal.

A Lei de Improbidade Administrativa disciplina o art. 37, §§ 4º e 5º, da Constituição Federal, visando a responsabilização do agente público por danos causados ao erário, abrangendo a Administração Pública da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, cabendo por isso a competência à União para iniciar lei que regulamenta a improbidade.

O fracionamento e deflagração simultânea de dois procedimentos licitatórios para aquisição de medicamentos e materiais para hospitais, com a compra de itens idênticos com diferença de preço de quase 100%, em um período de dias, causando prejuízo ao erário municipal e enriquecimento ilícito, caracteriza ato de improbidade pelos agentes públicos responsáveis pelos certames” (fl. 579).

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 137

O recorrente sustenta, com fundamento no art. 102, III, a, violação aos arts. 37, caput, 5º, LIII, 29, X, da Constituição Federal, ante a competência originária desta Corte para julgamento da causa. Alega, ainda, que a decisão impugnada contraria o decidido por esta Corte, na Rcl nº 2.138, e na ADIN nº 2.797 – DF quando ficou assentado que os agentes políticos não são alcançados pela Lei de Improbidade.

Por fim, aduz ofensa ao art. 65 da Constituição Federal, por inconstitucionalidade formal e material da Lei nº 8.429/92, e sua inaplicabilidade ao caso, à falta de prejuízo ao erário.

2.Inviável o recurso.Quanto à alegada ofensa ao art. 37 da Constituição Federal, o

recurso é insuscetível de conhecimento, pois há clara deficiência na sua fundamentação, o que atrai a súmula 284.

É que as razões recursais não trazem à discussão como o art. 37, caput, teria sido violado, limitando-se a apontar, genericamente, suposta ofensa ao §4º do dispositivo.

O Plenário desta Corte, ao julgar procedentes as ADIN nº 2.797-DF e nº 2.860-DF, declarou, por maioria, inconstitucionais os §§ 1º e 2º do art. 84 do Código de Processo Penal, introduzidos pela Lei nº 10.628, de 24 de dezembro de 2002 (DJ 19.12.2006).

Prevaleceu o entendimento do Relator, Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, de que, quanto ao § 1º:

"O novo § 1º do art. 84 do CPP constitui evidente reação legislativa ao cancelamento da Súmula 394 por decisão tomada no Inq 687-QO, 25.8.97, Relator o Min. SYDNEY SANCHES (RTJ 179/912), cujos fundamentos a lei nova contraria inequivocadamente.”

E, quanto ao § 2º: "O § 2º que a mesma lei inseriu ao dispositivo do art. 84 do Código

veicula duas regras: a primeira estende à ação de improbidade administrativa a competência especial por prerrogativa de função estabelecida para o processo penal condenatório contra o mesmo dignatário; a segunda, manda observar, quanto à mesma ação de improbidade, o § 1º, é dizer, a regra de extensão no tempo do foro especial ao momento posterior à cessação da investidura na função dela determinante. Essa regra final é atingida por arrastamento pela declaração de inconstitucionalidade do § 1º, que manda observar.”

Noutras palavras, os agentes políticos não detêm foro privilegiado nas ações de improbidade, como também esclarece a seguinte ementa:

“RECURSO EXTRAORDINÁRIO - ALEGADA IMPOSSIBILIDADE DE APLICAÇÃO DA LEI Nº 8.429/1992, POR MAGISTRADO DE PRIMEIRA INSTÂNCIA, A AGENTES POLÍTICOS QUE DISPÕEM DE PRERROGATIVA DE FORO EM MATÉRIA PENAL - AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO EXPLÍCITO - CONHECIMENTO, PELO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL, DE OFÍCIO, DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL - MATÉRIA QUE, POR SER ESTRANHA À PRESENTE CAUSA, NÃO FOI EXAMINADA NA DECISÃO OBJETO DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO - INVOCAÇÃO DO PRINCÍPIO "JURA NOVIT CURIA" EM SEDE RECURSAL EXTRAORDINÁRIA - DESCABIMENTO - AÇÃO CIVIL POR IMPROBIDADE ADMINISTRATIVA - COMPETÊNCIA DE MAGISTRADO DE PRIMEIRO GRAU, QUER SE CUIDE DE OCUPANTE DE CARGO PÚBLICO, QUER SE TRATE DE TITULAR DE MANDATO ELETIVO AINDA NO EXERCÍCIO DAS RESPECTIVAS FUNÇÕES - RECURSO DE AGRAVO IMPROVIDO. - Não se revela aplicável o princípio "jura novit curia" ao julgamento do recurso extraordinário, sendo vedado, ao Supremo Tribunal Federal, quando do exame do apelo extremo, apreciar questões que não tenham sido analisadas, de modo expresso, na decisão recorrida. Precedentes. - Esta Suprema Corte tem advertido que, tratando-se de ação civil por improbidade administrativa (Lei nº 8.429/92), mostra-se irrelevante, para efeito de definição da competência originária dos Tribunais, que se cuide de ocupante de cargo público ou de titular de mandato eletivo ainda no exercício das respectivas funções, pois a ação civil em questão deverá ser ajuizada perante magistrado de primeiro grau. Precedentes (AI nº 506.323 AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, DJe 01.7.2009). No mesmo sentido: AI nº 538.389 AgR, Rel. Min. EROS GRAU, DJ 29.9.2006.

Pouco se dá, no caso, que o Plenário desta Corte tenha decidido, por maioria, na Rcl nº 2138, DJ de 18/04/2008, que tais agentes não respondem por improbidade, porque submetidos a regime especial de responsabilidade, ante a ausência do efeito vinculante e erga omnes dessa decisão. Numa palavra: está sujeito à Lei de Improbidade, no foro em que seja proposta a ação civil pública (no mesmo sentido Rcl nº 2465, de minha relatoria, DJ de 02/08/2007).

Quanto à alegação de ofensa ao art. 65 da Constituição da República, o Plenário desta Corte já decidiu:

“MEDIDA CAUTELAR EM AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI Nº 8.429, DE 02.06.1992, QUE DISPÕE SOBRE AS SANÇÕES APLICÁVEIS AOS AGENTES PÚBLICOS NOS CASOS DE ENRIQUECIMENTO ILÍCITO NO EXERCÍCIO DE MANDATO, CARGO, EMPREGO OU FUNÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA DIRETA, INDIRETA OU FUNDACIONAL E DÁ OUTRAS PROVIDÊNCIAS. ALEGAÇÃO DE VÍCIO FORMAL OCORRIDO NA FASE DE ELABORAÇÃO LEGISLATIVA NO CONGRESSO NACIONAL (CF, ARTIGO 65). 1. Preliminar de não-conhecimento suscitada pela Advocacia Geral da União: é desnecessária a articulação, na inicial, do vício de cada uma das disposições da lei impugnada quando a inconstitucionalidade suscitada tem por escopo o reconhecimento de vício formal de toda a lei. 2. Projeto de lei aprovado na Casa Iniciadora

(CD) e remetido à Casa Revisora (SF), na qual foi aprovado substitutivo, seguindo-se sua volta à Câmara (CF, artigo 65, par. único). A aprovação de substitutivo pelo Senado não equivale à rejeição do projeto, visto que ‘emenda substitutiva é a apresentada a parte de outra proposição, denominando-se substitutivo quando a alterar, substancial ou formalmente, em seu conjunto’ (§ 4º do artigo 118 do RI-CD); substitutivo, pois, nada mais é do que uma ampla emenda ao projeto inicial 3. A rejeição do substitutivo pela Câmara, aprovando apenas alguns dispositivos dele destacados (artigo 190 do RI-CD), implica a remessa do projeto à sanção presidencial, e não na sua devolução ao Senado, porque já concluído o processo legislativo; caso contrário, dar-se-ia interminável repetição de idas e vindas de uma Casa Legislativa para outra, o que tornaria sem fim o processo legislativo. Medida cautelar indeferida” (ADI nº 2.182-MC, Rel. Min. MAURÍCIO CORRÊA, DJ de 19.3.2004).

Melhor sorte não assiste ao recorrente no que se refere a inconstitucionalidade material da referida lei.

Esta Corte já decidiu nº RE 300.507 (Rel. Min. CARLOS VELLOSO, DJ 01.9.2005), que o art. 37, § 4º, da Constituição atribuiu à lei ordinária a forma e a gradação das sanções nele previstas, aplicáveis aos responsáveis pelos atos de improbidade administrativa, consoante se afere do seguinte trecho da decisão, que ora se transcreve:

“(...) Sustenta o recorrente que o § 4º do art. 37 da Carta da República prevê, apenas e exclusivamente, que os atos de improbidade importarão: - na suspensão dos direitos políticos; - na perda da função pública; - na indisponibilidade dos bens e - no ressarcimento ao erário. Diz que a lei ordinária não poderia estabelecer outras sanções, como o fez. A respeito, assim se manifestam Marino Pazzaglini Filho, Mário Fernando Elias Rosa e Waldo Fazzio Júnior: 'Conquanto o constituinte não tenha aludido à perda de bens, mas tão-somente à indisponibilidade (art. 37, § 4º), o legislador ordinário inseriu entre as sanções que o agente público ou terceiro, conforme o caso, perderá os bens ou valores acrescidos a seu patrimônio em caso de enriquecimento ilícito (art. 6º). Também inseriu o perdimento dos bens acrescidos ilegalmente ao patrimônio do terceiro no art. 12, inciso II, se com a lesão ao erário concorrer tal circunstância. Poderia, em princípio cogitar-se de eventual inconstitucionalidade do perdimento de bens em decorrência de sanção civil, ante o texto taxativo da norma constitucional, e a impossibilidade de interpretá-lo extensivamente. Não é o caso. Na verdade, a perda do que foi auferido indevidamente não é, propriamente, uma sanção. O autor da improbidade nada perde, senão devolve o que adquiriu ilegalmente. Depois, a indisponibilidade vista em sentido estrito é mera medida de cautela para impedir a dissipação ou consumição dos bens do agente ou terceiro. Não pode ser eterna: ou se desfaz com a improcedência da imputação ou se converte em pena definitiva com o provimento jurisdicional positivo. E se o constituinte a previu com conseqüência da prática da improbidade foi, precisamente, no intuito de se impor ao autor da ilicitude a perda de tais bens, ou seja, como antecedente lógico e necessário do perdimento, como remédio predisposto a garantir a restauração da integridade do erário.' Grifei. Do mesmo modo, abordando especificamente a multa, diz Sérgio Monteiro Medeiros: 'A multa, diversamente do ressarcimento integral do dano, não tem natureza compensatória ou indenizatória, mas, claramente, caráter punitivo. Sob esse prisma, tem estreita relação com a perda dos bens ou valores acrescidos ilicitamente ao patrimônio. Aliás, a 'base de cálculo' para a definição da multa é esta. Embora a lei se refira a valores, esse termo compreende quantias em dinheiro, ações, bens móveis e imóveis, aplicações financeiras, depósitos em conta-corrente, créditos, direitos, tudo enfim que se insira no conceito de bem. O condenado pela prática de ato ímprobo deve pagar, também com o seu patrimônio, pela lesão causada ao erário. O fato da multa ser uma daquelas sanções não inscritas pelo legislador constituinte no § 4º, do art. 37, não a torna menos valiosa, injurídica. O que o constituinte fez foi relacionar as sanções mais graves, deixando para o legislador ordinário a tarefa de explicitar o rol, já que se trata, o art. 37, § 4º, de norma de eficácia limitada. O que não poderia, o legislador infraconstitucional, era deixar de observar as vedações gizadas no art. 5º, XLVII, da carta da República, estabelecendo sanções de caráter perpétuo, de trabalhos forçados, de banimento ou cruéis. Como não o fez, não há que se falar em inconstitucionalidade.' Observe-se, por oportuno, que o §º do art. 37 da Constituição Federal atribui à lei ordinária a forma e a gradação das sanções, quando dispõe: § 4º. Os atos de improbidade administrativa importarão a suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo da ação penal cabível. Conforme observa Marcelo Figueiredo, citando O. A. Bandeira de Melo, a multa 'pode ter caráter coercitivo ou de reparação civil. Se coercitiva, visa a forçar, ante a intimidação de sua aplicação, não torne o infrator a desobedecer às determinações ordinatórias de serviço ou legais... Se de composição patrimonial de prejuízos, simplesmente compensar o dano presumido pela infração cometida'. E continua: 'A obrigatoriedade do pagamento da 'multa civil'decorre da afronta ao princípio da moralidade administrativa ou da probidade administrativa. É verdadeira sanção pecuniária ao agente ímprobo, tendo por parâmetro o valor do acréscimo patrimonial havido com a conduta ilícita (...).”

Deveras, é legítimo o estabelecimento das sanções pela Lei 8.429/92, cuja previsão legal atende ao mandamento constitucional, bem como ao princípio da razoabilidade, diante do bem jurídico que se pretende

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 138

salvaguardar. No mais, o acórdão impugnado decidiu a causa com base na

legislação infraconstitucional atinente e no conjunto fático-probatório, de modo que eventual ofensa à Carta Magna seria, aqui, apenas indireta. Ora, é pacífica a jurisprudência desta Corte, no sentido de não tolerar, em recurso extraordinário, alegação de ofensa que, irradiando-se de má interpretação, aplicação, ou, até, de inobservância de normas infraconstitucionais, seria apenas indireta à Constituição da República, e, muito menos, pretensão de reexame de provas (súmula 279). Confira-se o que consta, a respeito, do acórdão impugnado:

“(...) Comparando as duas licitações, ficou demonstrado que o fracionamento e simultaneidade de aquisições trouxe prejuízos para a Administração, ocorrendo ainda superfaturamento na segunda licitação.

(...) Portanto, o que a sentença considerou como ato de improbidade foi o fracionamento da licitação, sem motivo justificado, ocorrendo ainda superfaturamento de produtos na segunda licitação, causando prejuízo ao Município e enriquecimento indevido de terceiros.

Então não importa discutir se os procedimentos individuais foram regulares, pois, conforme fundamentado pela magistrada, foi o fracionamento sem justo motivo que causou dano ao município.” (fl. 5.220).

3.Daí, valendo-me do disposto nos arts. 21, § 1º, do RISTF, 38 da Lei nº 8.038/90, e 557 do CPC, nego seguimento ao recurso extraordinário.

Publique-se. Int.Brasília, 06 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 563.648 (472)ORIGEM : AMS - 200572030001400 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : SANTA CATARINARELATOR :MIN. CELSO DE MELLORECTE.(S) : ABASTECEDORA PERIZZOLO LTDAADV.(A/S) : ENIO EXPEDITO FRANZONIRECDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃO: O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao apreciar o AI715.423-QO/RS, Rel. Min. ELLEN GRACIE, firmou entendimento, posteriormente confirmado no julgamento do RE 540.410-QO/RS, Rel. Min.CEZAR PELUSO, no sentido de que também se aplica o disposto no art. 543-B do Código de Processo Civil aos recursos deduzidos contra acórdãos publicados antes de 03 de maio de 2007 e que veiculem tema em relação ao qual já foi reconhecida a existência de repercussão geral.

Esta Suprema Corte, em sessão realizada por meio eletrônico, apreciando o RE 596.832/RJ, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, reconheceu existente a repercussão geral da questão constitucional nele suscitada, e que coincide, em todos os seus aspectos, com a mesma controvérsia jurídica ora versada na presente causa.

O tema objeto do recurso extraordinário representativo de mencionada controvérsia jurídica, passível de se reproduzir em múltiplos feitos, refere-se à discussão em torno da constitucionalidade, ou não, da restituição da diferença dos valores do PIS e da COFINS recolhidos antecipadamente no regime de substituição tributária, quando a base de cálculo da operação for inferior à presumida.

Isso significa que se impõe, nos termos do art. 328 do RISTF, na redação dada pela Emenda Regimental nº 21/2007, a devolução dos presentes autos ao Tribunal de origem, para que, neste, seja observado o disposto no art. 543-B e respectivos parágrafos do CPC (Lei nº 11.418/2006).

Publique-se.Brasília, 03 de novembro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 563.745 (473)ORIGEM : MS - 10837 - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICAPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃORECDO.(A/S) : LUIZ CARLOS PACHECO DE LIMAADV.(A/S) : ROMULO SULZ GONSALVES JR E OUTRO(A/S)

DECISÃO: 1. Verificando que, nos autos deste recurso extraordinário, pendia julgamento de embargos de declaração opostos contra acórdão do Superior Tribunal de Justiça, determinei o retorno dos autos ao Tribunal a quo (fl. 383) que os acolheu para, “(...) emprestando-lhes efeitos modificativos, ANULAR o julgamento do mandado de segurança, devendo os autos serem retornados ao Relator originário para, oportunamente, determinar sua reinclusão em pauta, com a prévia intimação pessoal do Procurador do Banco Central do Brasil” (fl. 410).

A Terceira Seção daquela Corte, em novo julgamento, e por maioria de votos, denegou a segurança (fl. 436), com inversão do resultado anterior,

que havia concedido a ordem (fls. 325-326).E contra tal acórdão, o impetrante interpôs recurso ordinário (fls. 442

– 451), devidamente processado pelo Superior Tribunal de Justiça e encaminhado a esta Corte (fl. 468)

A cassação do acórdão anterior evidencia, portanto, a falta de interesse da União quanto ao recurso extraordinário contra aquele primeiro acórdão.

2.Por tais razões, julgo prejudicado o recurso extraordinário de fls. 338 – 351. À Secretaria para que adotem as providências necessárias à reautuação do feito como recurso ordinário em mandado de segurança.

Publique-se. Int..Brasília, 10 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 571.030 (474)ORIGEM : PROC - 8 - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICAPROCED. : SÃO PAULORELATORA SUBSTITUTA

:MIN. ELLEN GRACIE

RECTE.(S) : ROBERTO LUIZ RIBEIRO HADDADADV.(A/S) : SEBASTIÃO BOTTO DE BARROS TOJAL E

OUTRO(A/S)RECDO.(A/S) : MINISTÉRIO PUBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

Referente às Petições/STF 198.302/2008 e 52.935/2008 (fls. 4.867-4.978 e 4.981-4.985, respectivamente):

Dê-se vista ao Ministério Público Federal sobre o requerido nas petições em epígrafe.

Publique-se.Brasília, 16 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 572.903 (475)ORIGEM : AR - 200204010500804 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : SANTA CATARINARELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : ISAAC OTÁVIO FERREIRAADV.(A/S) : MARIANA THOMPSON FLORES DE ANDRADERECDO.(A/S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. 1)

CABIMENTO DE AÇÃO RESCISÓRIA. LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL: OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. 2) JULGADO RECORRIDO PROFERIDO EM AÇÃO RESCISÓRIA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO QUE IMPUGNA OS FUNDAMENTOS DO JULGADO RESCINDENDO: INVIABILIDADE. PRECEDENTES. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 4ª Região:

“AÇÃO RESCISÓRIA. SÚMULA 343 DO STF.A matéria discutida no acórdão rescindendo, que não tem natureza

constitucional, quando do seu julgamento, ensejava interpretações controvertidas nos tribunais, o que faz inviabilizar o seu reexame em sede de rescisória. Aplicação da Súmula 343 do STF” (fl. 143 – grifos nossos).

Tem-se no voto condutor do julgado recorrido:“A presente rescisória visa à discussão da incidência de imposto de

renda sobre benefícios complementares de aposentadoria decorrentes de plano de previdência privada, nos termos das Leis ns. 7.713/88 e 9.250/95” (fl. 139).

2. O Recorrente assevera que a Súmula 343 seria inaplicável à espécie vertente, pois a matéria seria constitucional.

Alega, ainda, que, “em se mantendo a decisão ora atacada, estar-se-á violando o art. 485, V, do Código de Processo Civil, o qual garante o cabimento da ação rescisória em caso de violação literal de lei; e, em consequência, o art. 6º da Lei n. 7.713/88, pois estar-se-ia implicando um bis in idem ao ora Recorrente” (fl. 196 – grifos nossos).

No mérito, afirma que o Tribunal a quo teria ofendido os arts. 5º, caput e inc. XXXVI, e 150, inc. II e III, da Constituição da República.

Analisados os elementos havidos nos autos, DECIDO.3. Razão jurídica não assiste ao Recorrente.4. A análise do cabimento da ação rescisória dependeria do exame

prévio da legislação processual ordinária que disciplina a matéria, o que não viabiliza o recurso extraordinário, pois eventual ofensa constitucional seria indireta. Nesse sentido:

“CONSTITUCIONAL. PROCESSO CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. MATÉRIA PROCESSUAL. CABIMENTO

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 139

DE AÇÃO RESCISÓRIA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA. LIMITES DA COISA JULGADA. ALEGADA OFENSA AO ART. 93, IX, DA CF. INOCORRÊNCIA. AGRAVO IMPROVIDO. I - O acórdão recorrido decidiu a questão com base em normas processuais, sendo pacífico na jurisprudência desta Corte o não cabimento de recurso extraordinário sob alegação de má interpretação, aplicação ou inobservância dessas normas. A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. II - A Corte tem se orientado no sentido de que a discussão em torno dos limites objetivos da coisa julgada, matéria de legislação ordinária, não dá ensejo à abertura da via extraordinária. Precedentes. III - É de natureza infraconstitucional o debate acerca dos pressupostos de admissibilidade de ação rescisória. Inadmissibilidade do RE, porquanto a ofensa à Constituição, se ocorrente, seria indireta. IV - A exigência do art. 93, IX, da Constituição, não impõe seja a decisão exaustivamente fundamentada. O que se busca é que o julgador informe de forma clara e concisa as razões de seu convencimento, tal como ocorreu. V - Agravo regimental improvido” (AI 702.182-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJe 27.3.2009 – grifos nossos).

“1. As questões relativas aos pressupostos de cabimento de ação rescisória e à aplicação da Súmula STF nº 343 possuem caráter eminentemente infraconstitucional, pois se fundam na legislação processual ordinária, hipótese em que eventual ofensa à Lei Maior, se houvesse, seria indireta e, portanto, de apreciação inviável na via do apelo extremo. 2. Segundo jurisprudência desta Corte, o recurso extraordinário em ação rescisória deve ter por objeto a fundamentação do acórdão nela proferido e não as questões versadas na decisão rescindenda. 3. Agravo regimental improvido” (AI 456.931-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJ 31.3.2006 – grifos nossos).

5. Ao contrário do que afirma o Recorrente, a matéria discutida na ação rescindenda não tem natureza constitucional, o que atrai a incidência da Súmula 343 do Supremo Tribunal Federal. Nesse sentido:

“TRIBUTÁRIO. PREVIDÊNCIA PRIVADA. IMPOSTO DE RENDA. LEIS 7.713/88 E 9.250/95: MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. PRECEDENTES. RECURSO PROTELATÓRIO. MULTA. AGRAVO IMPROVIDO. I - A apreciação do tema constitucional, no caso, depende do prévio exame de normas infraconstitucionais (Leis 7.713/88 e 9.250/95). A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. II - Recurso protelatório. Aplicação de multa. III - Agravo regimental improvido” (RE 511.883-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJe 25.9.2009 – grifos nossos).

6. As alegações de ofensas constitucionais relativas ao mérito do julgado rescindendo também não ensejam o recurso extraordinário, conforme a pacífica jurisprudência do Supremo Tribunal Federal:

“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO RESCISÓRIA. IMPOSSIBILIDADE DA ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL E DO REEXAME DE PROVAS (SÚMULA 279). OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. A possibilidade de admissão de recurso extraordinário em ação rescisória restringe-se à fundamentação constante da própria rescisória, não aos argumentos utilizados no acórdão rescindendo” (AI 684.285-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 13.3.2009 – grifos nossos).

“Correção monetária de contas do FGTS. Ação rescisória: aplicação da Súmula 343. Recurso extraordinário: descabimento: âmbito de devolução. 1. Ação rescisória, com fundamento em violação de literal disposição de lei (CPC, art. 485), para rescindir decisão que condenara a autora a recompor perdas do FGTS com os denominados "expurgos inflacionários", liminarmente indeferida, por impossibilidade jurídica do pedido, com fundamento na Súmula 343 ("Não cabe ação rescisória, por ofensa a literal disposição de lei, quando a decisão rescindenda se tiver baseado em texto legal de interpretação controvertida nos Tribunais"). 2. RE fundado na contrariedade aos artigos 5º, II, XXXV e XXXVI; 7º, III; e 22, VI, da Constituição, nenhum dos quais tem a ver com o problema da aplicabilidade, ou não, da Súmula 343, em matéria constitucional. 3. No julgamento do recurso extraordinário, ao menos no juízo preliminar de seu conhecimento, é incontroverso que o Supremo Tribunal há de circunscrever-se às questões constitucionais expressamente aventadas na sua interposição. 4. No tocante ao RE interposto na ação rescisória, particularmente, contra decisão que indefere a inicial, é da jurisprudência do Supremo Tribunal que o recorrente há de voltar-se contra as razões desse indeferimento; e não, às questões de mérito enfrentadas na decisão rescindenda” (AI 460.439-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, Tribunal Pleno, DJ 9.3.2007 – grifos nossos).

“FGTS - CONTAS - CORREÇÃO MONETÁRIA - AÇÃO RESCISÓRIA - APLICAÇÃO DA SÚMULA 343/STF - DEBATE REVESTIDO DE CARÁTER INFRACONSTITUCIONAL - IMPUGNAÇÃO, EM SEDE DE APELO EXTREMO, DOS FUNDAMENTOS DA DECISÃO RESCINDENDA - INADMISSIBILIDADE - RECURSO EXTRAORDINÁRIO QUE DEVE INSURGIR-SE, NÃO CONTRA O ACÓRDÃO RESCINDENDO, MAS, SIM, CONTRA A FUNDAMENTAÇÃO DO ACÓRDÃO PROFERIDO NA AÇÃO RESCISÓRIA - INVIABILIDADE DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO - AGRAVO IMPROVIDO. O recurso extraordinário interposto contra decisão que julga ação rescisória deve adstringir-se, quando presente situação de litigiosidade constitucional, às razões que dão suporte ao acórdão que apreciou a própria ação rescisória, e não aos fundamentos em que se apoiou o acórdão rescindendo. Doutrina. Precedentes” (AI 553.022-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJ 19.5.2006 – grifos nossos).

7. Nada há, pois, a prover quanto às alegações do Recorrente.8. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574.105 (476)ORIGEM : AMS - 97030065333 - TRIBUNAL REGIONAL FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALRECDO.(A/S) : DACAL - DESTILARIA DE ÁLCOOL CALIFÓRNIA LTDAADV.(A/S) : EDISON CARLOS FERNANDES E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : ELISA JUNQUEIRA FIGUEIREDO

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE

PRODUTOS INDUSTRIALIZADOS – IPI. ALÍQUOTA. OPERAÇÕES DE INDUSTRIALIZAÇÃO DO AÇÚCAR. ART. 2º DA LEI N. 8.393/91. CONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTES. RECURSO PROVIDO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alíneas a e b, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 3ª Região:

“CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IPI. OPERAÇÕES DE INDUSTRIALIZAÇÃO DO ACÚCAR. DECISÃO DO ÓRGÃO ESPECIAL. ART. 2º DA LEI N. 8.393/91. INCONSTITUCIONALIDADE. I - O legislador infraconstitucional, quanto ao imposto sobre produtos industrializados, está adstrito aos princípios da seletivadade e da não-cumulatividade, a teor dos incisos I e II, do § 3º, do art. 153, da Constituição da República, daí a desoneração da incidência de IPI das operações de açúcar, à conta da essencialidade do produto, que compõe a cesta básica do trabalhador, de consumo necessário e de primeira necessidade. II - O estabelecimento de alíquotas diferenciadas para os Estados-membros viola o princípio uniformidade geográfica e da isonomia insculpidos nos incisos I e II, do art. 151, e II, do art.150, ambos da Constituição. III- A questão da essencialidade do açúcar já fora apreciada pelo Eg. Órgão Especial desta Corte, o qual acolheu a Arguição de Inconstitucionalidade do art. 2º da Lei n. 8.393/91. IV - Apelação provida” (fl. 184).

2. A Recorrente alega que o Tribunal a quo teria contrariados os arts. 2º, 3º, inc. III, 43, § 2º, inc. III, 44, 76, 150, inc. I, II e IV, e § 6º, 151, inc. I, e 153, § 3º, inc. I, da Constituição da República.

Argumenta que “examinando-se o art. 2º da Lei 8.393/91, em confronto com esse princípio constitucional, verifica-se, de plano, que não se vislumbra nenhuma contrariedade: a conformidade é absolutamente razoável” (fl. 312).

Sustenta que “o princípio da igualdade visa, essencialmente, realizar a justiça (preâmbulo da CF), através de lei, tratando desigualmente a situações desiguais. E é exatamente o que realizou tanto o art. 2º da Lei 8.393/91, quando o Decreto 420/92 (e Decretos Subsequentes)” (fl. 316).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. Razão jurídica assiste à Recorrente. 4. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido

da constitucionalidade do art. 2º da Lei n. 8.393/1991. Confiram-se, a propósito, os seguintes julgados:

“TRIBUTO. Imposto sobre produtos industrializados. IPI. Alíquota. Fixação. Operações relativas a açúcar e álcool. Percentual de 18% (dezoito por cento) para certas regiões. Art. 2º da Lei nº 8.393/91. Ofensa aos arts. 150, II, 151, I, e 153, 3º, I, da CF. Inexistência. Finalidade extrafiscal. Constitucionalidade reconhecida. Improvimento ao recurso extraordinário. Não é inconstitucional o art. 2º da Lei federal nº 8.393, de 30 de dezembro de 1991” (AI 515.168-AgR-ED, Rel. Min. Cezar Peluso, Primeira Turma, DJ 21.10.2005).

E:“CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IPI: INCENTIVOS FISCAIS:

ISENÇÃO. Lei 8.393/91; Decreto 2.092/96. I. - Incentivo fiscal concedido, em forma de isenção, para a área da SUDENE e da SUDAM, na comercialização do açúcar de cana: Lei 8.393/91, art. 2º. Sua legitimidade constitucional: C.F., art. 151, I, certo que o juízo de mérito da concessão escapa ao controle judicial, a menos que se mostre desarrazoado. II. - Precedentes do Supremo Tribunal Federal. III. - Negativa de trânsito ao RE. Agravo não provido” (RE 405.611-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ 5.3.2004).

E ainda: RE 479.155, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 29.11.2007; e RE 458.119, Rel. Min. Eros Grau, DJ 7.8.2006.

5. Dessa orientação jurisprudencial divergiu o acórdão recorrido.6. Pelo exposto, dou provimento ao recurso extraordinário (art.

557, 1º-A, do Código de Processo Civil e art. 21, § 2º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal), para que o Tribunal de origem, observando a constitucionalidade do art. 2º da Lei n. 8.393/91, aprecie a matéria como entender de direito.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 140

Publique-se.Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 575.112 (477)ORIGEM : AC - 200471000005950 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : ANNITA FORTUNA RIELADV.(A/S) : EVERSON DA SLVA CAMARGO E OUTRO(A/S)RECDO.(A/S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

DECISÃO: 1. Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão do Tribunal Regional Federal da 4ª Região. Consta da ementa:

“ADMINISTRATIVO. SERVIDORES PÚBLICOS MILITARES. ADICIONAL DE INATIVIDADE. SUPRESSÃO. POSSIBILIDADE. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS.

1. Inexiste direito adquirido à regime de remuneração, sendo que as parcelas que compõem os proventos dos servidores podem ser modificadas ou extintas, desde que não haja redução do seu valor nominal.

2. A extinção do Adicional da Inatividade pela MP 2.131/2000 não viola direito adquirido, já que não acarretou decréscimo remuneratório.

3. Invertida a sucumbência, custas e honorários advocatícios de 10% sobre o valor da causa devidos pela autora.

4. Apelação e remessa oficial providas (fl. 68).Opostos embargos de declaração, foram rejeitados (fls. 76-77).Sustenta a recorrente, com fundamento no art. 102, III, a, violação, ao

art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal. 2.Inconsistente o recurso.A tese do acórdão recorrido está de acordo com jurisprudência desta

Corte no sentido de que não existe direito adquirido do servidor público a regime jurídico. E, bem por isso, pretensões idênticas têm sido aqui desacolhidas. Cite-se, a título de exemplo, a ementa do acórdão do AI nº 609.997 – AgR, da minha relatoria, DJe de 12.3.2009:

“RECURSO. Extraordinário. Provimento. Servidor público. Militar. Vencimentos. Adicional de inatividade. Supressão. Possibilidade. Não há direito adquirido do servidor público estatutário à inalterabilidade do regime jurídico pertinente à composição dos vencimentos, desde que a eventual modificação introduzida por ato legislativo superveniente preserve o montante global da remuneração e, em conseqüência, não provoque decesso de caráter pecuniário”. No mesmo sentido: RMS nº 21.587, Rel. Min. MAURíCIO CORRÊA, Segunda Turma, DJ de 11.04.97; AI nº 685.866 – AgR, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, Primeira Turma, DJe de 21.5.2009; AI nº 622.012 – AgR, Rel. Min. CÁRMEN LÚCIA, Primeira Turma, DJe de 11.11.2008.

3. Do exposto e com base no § 1º do artigo 21 do RISTF, no art. 38 da Lei 8.038, de 28.05.1990, e no art. 557 do CPC, nego seguimento ao recurso.

Publique-se. Int..Brasília, 4 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 576.334 (478)ORIGEM : AC - 19762005 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SERGIPERELATOR :MIN. CARLOS BRITTORECTE.(S) : ESTADO DE SERGIPEPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SERGIPERECDO.(A/S) : MARIZETE DE JESUSADV.(A/S) : ADEMIR MEIRA DOS SANTOS

DECISÃO: Vistos, etc.Cuida-se de recurso extraordinário, com fundamento na alínea “a” do

inciso III do art. 102 da Magna Carta, contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe. Acórdão cuja ementa é a seguinte (fls. 15):

“REEXAME NECESSÁRIO – AÇÃO REVISIONAL - DESVIO DE FUNÇÃO. DIFERENÇAS SALARIAIS. APLICABILIDADE DO PRINCÍPIO GERAL DO DIREITO QUE VEDA O ENRIQUECIMENTO ILÍCITO. PRECEDENTES JURISPRUDENCIAIS. MANUTENÇÃO DA SENTENÇA.”

2. Pois bem, a parte recorrente aponta violação ao inciso II do art. 37 da Constituição Republicana.

3. A Procuradoria-Geral da República, em parecer da lavra do Subprocurador-Geral Roberto Monteiro Gurgel Santos, opina pelo desprovimento do recurso.

4. Tenho que o apelo extremo não merece acolhida. É que o aresto impugnado está em harmonia com a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal, que me parece juridicamente correta, no sentido de que o desvio de função, embora não autorize o reenquadramento do servidor, ante a ausência de concurso público, dá ensejo ao pagamento da diferença remuneratória entre os vencimentos do cargo efetivo e os do cargo exercido de fato.

5. Vale frisar que não se trata de conceder equiparação ou aumento de vencimentos a servidor, tampouco de determinar incorporação de vantagem à sua remuneração. Cuida-se, tão somente, de remunerá-lo pelos serviços prestados — ainda que em desvio de função —, porque deles não se pode beneficiar o Estado, sem a devida contraprestação pecuniária, pena de enriquecimento ilícito.

6. A propósito, vejam-se os REs 191.278 e 275.840, da relatoria do ministro Marco Aurélio; 314.973-AgR, da relatoria do ministro Maurício Corrêa; 222.656, da relatoria do ministro Octavio Gallotti; e 276.228, 348.515 e 442.965, da minha própria relatoria.

Isso posto, e frente ao caput do art. 557 do CPC e ao § 1º do art. 21 do RI/STF, nego seguimento ao recurso.

Publique-se.Brasília, 16 de outubro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 581.463 (479)ORIGEM : RESP - 889968 - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICAPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALRECDO.(A/S) : COMÉRCIO DE VIDROS NEVES LTDAADV.(A/S) : MARTINS ANTONIO SALES

DECISÃO: 1. Trata-se de recurso extraordinário que versa sobre tema cuja repercussão geral já foi reconhecida (RE nº 585.702, Rel. Min. MARCO AURÉLIO, DJE de 12.09.08).

2. Ocorre que esta Corte, ao acolher, por maioria, questão de ordem por mim suscitada no RE nº 540.410, em consonância com a decisão da QO proposta pelo Min. GILMAR MENDES (AI nº 715.423-QO/RS, Rel. Min. ELLEN GRACIE, DJE de 14.8.2008), entendeu ser aplicável o regime previsto no art. 543-B do CPC, na hipótese de já ter sido reconhecida, sobre a matéria, a existência de repercussão geral aos recursos extraordinários interpostos de acórdãos publicados anteriormente a 3.5.2007, e cujos autos já tenham sido distribuídos nesta Corte. É o que se vê do seguinte excerto (cf. Informativo nº 516):

“Na linha do que decidido no AI 715423 QO/RS (j. 11.6.2008), e, tendo em conta que o recurso extraordinário trata de tema – requisitos para a concessão de benefício de prestação continuada a necessitado, em face do disposto no art. 203, V, CF – cuja repercussão geral já foi reconhecida (RE 567985/MT, DJE de 11.4.2008), o Tribunal, por maioria, acolheu questão de ordem suscitada pelo Min. Cezar Peluso, em recurso extraordinário, do qual relator, para, com fundamento no art. 328, parágrafo único, do RISTF (‘Quando se verificar subida ou distribuição de múltiplos recursos com fundamento em idêntica controvérsia, a Presidência do Tribunal ou o(a) Relator(a) selecionará um ou mais representativos da questão e determinará a devolução dos demais aos tribunais ou turmas de juizado especial de origem, para aplicação dos parágrafos do art. 543-B do Código de Processo Civil’) determinar a devolução dos autos, e de todos os recursos extraordinários que versem a mesma matéria, ao Tribunal de origem, para os fins do art. 543-B do CPC (...)” (RE nº 540.410-QO/RS, da minha relatoria, DJE de 17.10.2008).

3.Diante do exposto, e com fundamento no art. 328, § único, do RISTF, determino a devolução dos autos ao Tribunal de origem, para os fins do art. 543-B do CPC.

Publique-se. Int..Brasília, 3 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 581.670 (480)ORIGEM : PROC - 200571950039514 - TURMA REC. JUIZADOS

ESPECIAIS FEDERAISPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. CELSO DE MELLORECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERALRECDO.(A/S) : CARLOS ALBERTO SILVA DE CASTILHOSADV.(A/S) : ANA AMÉLIA PIUCO

DECISÃO: O exame da presente causa evidencia que o acórdão ora questionado diverge, frontalmente, da jurisprudência que o Supremo Tribunal Federal firmou na análise da matéria suscitada nesta sede recursal.

Isso significa, portanto, que a pretensão recursal ora deduzida pela parte recorrente revela-se plenamente acolhível, considerada a diretriz jurisprudencial que o Supremo Tribunal Federal consagrou na apreciação do litígio ora em debate (RE 480.325/RS, Rel. Min. ELLEN GRACIE – RE 511.073/RS, Rel. Min. EROS GRAU – RE 583.450/RS, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA, v.g.).

Cumpre destacar, por oportuno, no tema ora em exame, ante a inquestionável procedência de suas observações, a decisão proferida pelo eminente Ministro JOAQUIM BARBOSA (RE 583.669/RS), no sentido de que

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 141

“é vedado o fracionamento de valor da execução (...)”.Sendo assim, e tendo em consideração as razões expostas,

conheço e dou provimento ao presente recurso extraordinário (CPC, art.557, § 1º-A).

Publique-se.Brasília, 29 de outubro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 583.378 (481)ORIGEM : AC - 200600162666 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. CARLOS BRITTORECTE.(S) : MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIROPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICIPIO DO RIO DE

JANEIRORECDO.(A/S) : SINDICATO DOS DESPACHANTES ADUANEIROS NO

MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIROADV.(A/S) : RICARDO ALEXANDRE DE ABREU PEREIRA

DECISÃO: Vistos, etc. Trata-se de processo em que se discutem os efeitos da decisão que

reconhece a inconstitucionalidade da legislação do Município do Rio de Janeiro, no tocante ao Imposto Predial e Territorial Urbano — IPTU, à Taxa de Coleta de Lixo e Limpeza Pública — TCLLP e à Taxa de Iluminação Pública — TIP.

Pois bem, o Supremo Tribunal Federal assentou que, em casos tais, não há repercussão geral (RE 592.321, sob a relatoria do ministro Cezar Peluso).

Isso posto, e frente ao caput do art. 557 do CPC e ao § 1º do art. 21 do RI/STF, nego seguimento ao recurso.

Publique-se.Brasília, 29 de outubro de 2009.

Ministro CARLOS AYRES BRITTORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 585.046 (482)ORIGEM : AI - 210122805 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : PARANÁRELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : EDISON DE FARIA PILATI E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : LISIMAR VALVERDE PEREIRA E OUTRO(A/S)RECDO.(A/S) : BANCO ITAÚ S/AADV.(A/S) : JOÃO LEONELHO GABARDO FILHO E OUTRO(A/S)

DECISÃO: 1. Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão do Tribunal de Justiça do Paraná e assim ementado:

“SFH – REVISIONAL E CAUTELAR INOMINADA – REGÊNCIA DO CDC – PES/CP – VANTAGENS DEFINITIVAS EM VENCIMENTOS DE AGENTE PÚBLICO – AJUSTE PROPORCIONAL NA PARCELA – LEGALIDADE – INCIDÊNCIA DA URV – POSSIBILIDADE – PRECEDENTES DO STJ – IPC DE MARÇO DE 1990 – ÍNDICE APLICÁVEL.

APELO 1 IMPROVIDO E APELO 2 PARCIALMENTE PROVIDO.I - As vantagens inseridas definitivamente nos vencimentos do agente

público devem influir nos reajustes das parcelas contratadas sob a égide do PES/CP.

II – A “... incidência da URV nas prestações do contrato não rendem ensejo a ilegalidade (...)” (STJ – Resp 576638/RS. 4ª Turma, Rel. Min. Fernando Gonçalves. DJ 23/00005/2005).

III – Conforme precedentes da Corte Especial do STJ, o índice aplicável é o IPC de 84,32%”. ” (fl. 740)

Opostos embargos de declaração, foram rejeitados (fls.804 e 820).Sustentam os recorrentes, com base no art. 102, III, a, violação aos

arts. 5º, caput, X, XXII, XXXIV, XXXV, XXXVI, LIV, LV, XLI e LIV, 93, IX e 170, da Constituição Federal.

2.Inadmissível o recurso. É que o acórdão impugnado decidiu a causa com base na legislação

infraconstitucional pertinente e no conjunto fático-probatório, de modo que eventual ofensa à Carta Magna seria, aqui, apenas indireta. Ora, é pacífica a jurisprudência desta Corte, no sentido de não tolerar, em recurso extraordinário, alegação de ofensa que, irradiando-se de má interpretação, aplicação, ou, até, de inobservância de normas infraconstitucionais, seria apenas indireta à Constituição da República, e, muito menos, pretensão de reexame de provas (súmula 279).

De igual modo, suposta violação às garantias constitucionais do contraditório e da ampla defesa configuraria, aqui, ofensa meramente reflexa à Constituição da República, porque sua eventual caracterização dependeria de exame prévio de norma infraconstitucional, o que também é inadmissível, como já notou a Corte em casos análogos:

“(...) as alegações de desrespeito aos postulados da legalidade, do devido processo legal, da motivação dos atos decisórios, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional podem configurar, quando muito, situações de ofensa meramente reflexa ao texto da Constituição,

circunstância essa que impede a utilização do recurso extraordinário” (AI nº 372.358-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, DJ de 11.6.2002. Nesse sentido: AI nº 360.265-AgR, Rel. Min. CELSO DE MELLO, DJ de 20.9.2002).

Ainda que superados estes óbices, o recurso esbarraria em orientação assente na Corte segundo a qual

“o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada encontram proteção em dois níveis: em nível infraconstitucional, na LICC, art. 6º, e em nível constitucional, art. 5º, XXXVI, CF. Todavia, o conceito de tais institutos não se encontra na Constituição, art. 5º, XXXVI, mas na lei ordinária, art. 6º da LICC. Assim, a decisão que dá pela ocorrência, ou não, no caso concreto, de tais institutos situa-se no contencioso de direito comum, que não autoriza a admissão do recurso extraordinário” (AI nº 520.942, Rel. Min. CARLOS VELLOSO, DJ de 5.8.2005).

3.Isto posto, nego seguimento ao recurso (arts. 21, § 1º, do RISTF, 38 da Lei n.º 8.038/90, e 557 do CPC).

Publique-se. Int..Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 585.697 (483)ORIGEM : AC - 70021068051 - TRIBUNAL DE JUSTICA DO

ESTADO DO RIO GRANDE DO SULPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSARECTE.(S) : NEWTON ZART FERRAZADV.(A/S) : MÁRCIA ESTER CASTRO PILGER E OUTRO(A/S)RECDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE ESTÂNCIA VELHAADV.(A/S) : MARIA ISAURA RODRIGUES MACHADO E

OUTRO(A/S)

DECISÃO: O Plenário do Supremo Tribunal Federal, apreciando o RE 540.410-QO, rel. min. Cezar Peluso, acolheu questão de ordem no sentido de “determinar a devolução dos autos, e de todos os recursos extraordinários que versem a mesma matéria, ao Tribunal de origem, para os fins do art. 543-B do CPC” (Informativo 516, de 27.08.2008).

Decidiu-se, então, que o disposto no art. 543-B do Código de Processo Civil também se aplica aos recursos interpostos de acórdãos publicados antes de 03 de maio de 2007 cujo conteúdo verse sobre tema em que a repercussão geral tenha sido reconhecida.

Os dois temas versados no presente recurso extraordinário tiveram sua repercussão geral reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal.

O primeiro tema (Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU – possibilidade de cobrança com base em alíquotas progressivas antes da EC 29/2000) teve sua repercussão geral reconhecida na apreciação de questão de ordem no AI 712.743, rel. min. Ellen Gracie, ocasião em que foi ratificado o entendimento fixado na Súmula 688 desta Corte.

O segundo tema (Imposto Predial e Territorial Urbano – IPTU – alíquotas progressivas - constitucionalidade da EC 29/2000) teve sua repercussão geral reconhecida em sessão eletrônica (RE 586.693, rel. min. Marco Aurélio) e ainda aguarda julgamento pelo Pleno do Supremo Tribunal Federal.

Do exposto, nos termos do art. 328 do RISTF (na redação dada pela Emenda Regimental 21/2007), determino a devolução dos presentes autos ao Tribunal de origem, para que seja observado o disposto no art. 543-B e parágrafos do Código de Processo Civil.

Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 586.846 (484)ORIGEM : REOAC - 199251021133498 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR SUBSTITUTO

:MIN. DIAS TOFFOLI

RECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERALRECDO.(A/S) : LEOTILE NUNES DE FREITASADV.(A/S) : MORIZA C SICUPIRA

DECISÃOVistos.Instituto Nacional do Seguro Social – INSS interpõe recurso

extraordinário, assentado na alínea “a” do permissivo constitucional, contra acórdão da Primeira Turma do Tribunal Regional Federal da 2ª Região, assim ementado:

“PREVIDENCIÁRIO – BENEFÍCIO – RESGUARDO DO ‘VALOR REAL’ – ART. 201, SEUS PARÁGRAFOS, E ART. 202 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – ART. 29 DA LEI Nº 8.213/91.

I – O conceito de ‘valor real’ há de se observar uma definição, e à lei se reportando para efeito de ‘valoração real’ do benefício, a aplicação dos índices do salário contribuição se impõe, vez que pretende refletir o custo ou

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 142

valor do salário básico de um trabalhador.II – Transitória a Súmula 017 deste Tribunal Regional Federal da 2ª

Região em face à edição da Lei 8.213/91 que regulamentou o art. 201, § 1º, da Constituição Federal.

III – Corrigido o valor do benefício, consoante os parâmetros da Lei 8.213/92, afastando o que tenha sido pagado administrativamente” (fl. 96).

Alega o recorrente contrariedade ao artigo 58 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Sustenta que o referido dispositivo constitucional aplica-se, “tão só, aos benefícios concedidos anteriormente à 05 de outubro de 1998, da promulgação da Carta Magna” (fl. 114)

Sem contra-razões (fl. 118), o recurso extraordinário (fls. 111 a 116) foi admitido (fl. 120).

O Superior Tribunal de Justiça deu provimento ao recurso especial interposto paralelamente ao recurso extraordinário “para que seja observado o limite do valor teto quando da revisão do benefício” (fl. 125). Conforme certidão de folha 127, referida decisão transitou em julgado.

Decido.Anote-se, inicialmente, que o acórdão recorrido foi publicado em

19/5/04, conforme expresso na certidão de folha 97, não sendo exigível a demonstração da existência de repercussão geral das questões constitucionais trazidas no recurso extraordinário, conforme decidido na Questão de Ordem no Agravo de Instrumento nº 664.567/RS, Pleno, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 6/9/07.

A jurisprudência da Corte está consolidada no sentido de que ao benefício concedido após a Constituição Federal de 1988 e anteriormente à edição da Lei nº 8.213/91 não se aplicam os critérios previstos no art. 58 do ADCT. Nesse se sentido anote-se:

“Agravo regimental em recurso extraordinário. 2. Benefício previdenciário concedido após promulgação da Constituição de 1988. Inaplicabilidade do art. 58, do ADCT. Precedentes. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (RE nº 477.516/MG-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Gilmar Mendes, DJ de 7/3/08).

“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO DE PRESTAÇÃO CONTINUADA. ATUALIZAÇÃO. 1. Os benefícios previdenciários concedidos anteriormente à promulgação da CB/88 foram reajustados segundo os critérios previstos no artigo 58 do ADCT/88; após a promulgação da CB/88, os benefícios tiveram o seu valor real preservado de acordo com critérios definidos em lei ordinária [Lei n. 8.213/91, art. 144], segundo previsão da própria Constituição. 2. Agravo regimental a que se nega provimento” (RE nº 415.803/PR-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Eros Grau, DJ de 17/8/07).

“CONSTITUCIONAL. PREVIDENCIÁRIO. AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. ARTIGO 58 DO ATO DAS DISPOSIÇÕES CONSTITUCIONAIS TRANSITÓRIAS. Nos termos da Súmula 687 do Supremo Tribunal Federal, não se aplica o critério de reajustamento de que trata o art. 58 do ADCT a benefício previdenciário concedido após a promulgação da Constituição Federal de 1988. Agravo regimental desprovido” (RE nº 339.920/RS-AgR, Primeira Turma, Relator o Ministro Carlos Britto, DJ de 3/11/07).

Não obstante o acórdão recorrido ter esclarecido, de forma genérica e sucinta, que “o fato de ser a concessão do benefício anterior ou posterior à Constituição Federal, não altera a substância da matéria, mesmo porque a edição da Lei 8.213, associada ao afastamento das parcelas abrangidas pelo lapso de cinco anos, torna inócua tal distinção” (fl. 89), não merece guarida a tese do INSS, uma vez que o benefício do autor foi concedido em 6/1/1969 (fls. 69 e 79), estando, portanto, a determinação judicial invocada em consonância com a jurisprudência desta Corte.

Ante o exposto, nos termos do artigo 557, caput, do Código de Processo Civil, nego seguimento ao recurso extraordinário.

Publique-se.Brasília, 28 de outubro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 588.657 (485)ORIGEM : AC - 77852805 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. ELLEN GRACIERECTE.(S) : CALÇADOS ARAGÃO DI FRANCA LTDAADV.(A/S) : EMERSON VASCONCELOS DE OLIVEIRARECDO.(A/S) : BANCO BRADESCO S/AADV.(A/S) : VERA LÚCIA BENEDETTI DE ALBUQUERQUE

1.O acórdão recorrido foi publicado no Diário Oficial de Justiça em 09 de junho de 2006 (fl. 426), mas somente no dia 28 do mesmo mês foi protocolada a petição do recurso extraordinário (fl. 489). Interposto após exaurido o prazo legal, é intempestivo o apelo extremo.

2.Ressalto, ainda, que se afere a tempestividade do recurso não pela data de suposto recebimento da petição, nem por sua postagem nos Correios, mas apenas pelo protocolo desta no Tribunal de origem. Nesse sentido o AI 624.641-AgR/SP, por mim relatado, Plenário, DJ 24.8.2007.

3.Ante o exposto, com fundamento no art. 557, caput, do CPC, nego seguimento ao recurso.

Publique-se.

Brasília, 05 de novembro de 2009.Ministra Ellen Gracie

Relatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590.093 (486)ORIGEM : AMS - 20060022028 - TRIBUNAL DE JUSTICA DO

ESTADO DE SANTA CATARINAPROCED. : SANTA CATARINARELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : ESTADO DE SANTA CATARINAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SANTA

CATARINARECDO.(A/S) : TINTURARIA IRMÃOS HORT LTDAADV.(A/S) : ALEXANDRE MACEDO TAVARES

DECISÃO: 1. Trata-se de recurso extraordinário que versa sobre tema cuja repercussão geral já foi reconhecida (RE nº 593.824, Rel. Min. RICARDO LEWANDOWSKI, DJE de 28.8.2009).

2. Ocorre que esta Corte, ao acolher, por maioria, questão de ordem por mim suscitada no RE nº 540.410, em consonância com a decisão da QO proposta pelo Min. GILMAR MENDES (AI nº 715.423-QO/RS, Rel. Min. ELLEN GRACIE, DJE de 14.8.2008), entendeu ser aplicável o regime previsto no art. 543-B do CPC, na hipótese de já ter sido reconhecida, sobre a matéria, a existência de repercussão geral aos recursos extraordinários interpostos de acórdãos publicados anteriormente a 3.5.2007, e cujos autos já tenham sido distribuídos nesta Corte. É o que se vê do seguinte excerto (cf. Informativo nº 516):

“Na linha do que decidido no AI 715423 QO/RS (j. 11.6.2008), e, tendo em conta que o recurso extraordinário trata de tema – requisitos para a concessão de benefício de prestação continuada a necessitado, em face do disposto no art. 203, V, CF – cuja repercussão geral já foi reconhecida (RE 567985/MT, DJE de 11.4.2008), o Tribunal, por maioria, acolheu questão de ordem suscitada pelo Min. Cezar Peluso, em recurso extraordinário, do qual relator, para, com fundamento no art. 328, parágrafo único, do RISTF (‘Quando se verificar subida ou distribuição de múltiplos recursos com fundamento em idêntica controvérsia, a Presidência do Tribunal ou o(a) Relator(a) selecionará um ou mais representativos da questão e determinará a devolução dos demais aos tribunais ou turmas de juizado especial de origem, para aplicação dos parágrafos do art. 543-B do Código de Processo Civil’) determinar a devolução dos autos, e de todos os recursos extraordinários que versem a mesma matéria, ao Tribunal de origem, para os fins do art. 543-B do CPC (...)” (RE nº 540.410-QO/RS, da minha relatoria, DJE de 17.10.2008).

3.Diante do exposto, e com fundamento no art. 328, § único, do RISTF, determino a devolução dos autos ao Tribunal de origem, para os fins do art. 543-B do CPC.

Publique-se. Int..Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590.988 (487)ORIGEM : AC - 383910 - TRIBUNAL REGIONAL FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO NORTERELATORA :MIN. ELLEN GRACIERECTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃORECDO.(A/S) : TEREZINHA LINS SARAIVAADV.(A/S) : ANDRÉ BARBALHO TORRES

1.Trata-se de recurso extraordinário interposto pela União contra acórdão proferido pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região, assim ementado (fls. 126-138):

“ADMINISTRATIVO. EX-COMBATENTE. PARTICIPAÇÃO EM MISSÕES DE VIGILÂNCIA DO LITORAL. PENSÃO ESPECIAL PREVISTA NO ART. 53, II, DO ADCT. LEI 5315/67. CONCESSÃO. PRECEDENTES DO EG. STJ. JUROS DE MORA. POSSIBILIDADE DE CUMULAÇÃO COM BENEFÍCIO PREVIDENCIÁRIO.

- A teor do novo entendimento que vem sendo firmado pelo e. STJ, o conceito de ex-combatente foi ampliado para abranger também aqueles que, não tendo se deslocado para o “Teatro de Operações” da Itália, participaram apenas de missões de vigilância e segurança do litoral brasileiro durante a Segunda Guerra Mundial, gerando, portanto, a eles o direito à percepção da pensão especial prevista no art. 53, II, do ADCT.

- O inciso II do art. 53 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias veda a cumulação da pensão especial lá explicitada com quaisquer rendimentos recebidos dos cofres públicos, exceto os benefícios previdenciários, ressalvado o direito de opção (grifei).

- No tocante aos juros de mora, a despeito do entendimento por mim defendido anteriormente, passo a acompanhar a posição adotada pelo e. STJ, em diversos julgados, fixando-os em 6% ao ano, quando a ação tenha sido proposta após a vigência da Medida Provisória nº 2180-35, de 24 de agosto de 2001, que acrescentou o art. 1º-F ao texto da Lei nº 9494/97.

- Apelação e remessa obrigatória parcialmente providas.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 143

2.A recorrente sustenta, em síntese (fls. 151-160), que o art. 53, caput, do ADCT/88 é taxativo quando determina a observância à Lei 5.315/67, que por sua vez não reconhece a certidão expedida por unidade militar como suficiente para comprovar a condição de ex-combatente.

3.Inadmitido o recurso (fls. 167-169), subiram os autos em virtude de provimento do AI 705.957/RN – fls. 207-208.

4.O recurso não merece prosperar. A controvérsia, como se verifica, está restrita à exegese de regra infraconstitucional (Lei 5.315/67), revelando-se reflexa ou indireta eventual contrariedade à Carta da República. Há precedentes do Supremo Tribunal Federal nessa linha. Veja-se, para ilustrar, a conclusão do RE 204.825/RN, 2ª Turma, rel. Min. Carlos Velloso, unânime, DJ 05.03.1999:

“CONSTITUCIONAL. MILITAR. EX-COMBATENTE: CONCEITO. PENSÃO ESPECIAL. ADCT/88, art. 53, II. Lei 5.315, de 1967.

I. - O ADCT/88, art. 53, caput, não conceitua o ex-combatente, deixando para a Lei 5.315/67, defini-lo. É na Lei 5.315/67, portanto, que se deve buscar o conceito de ex-combatente que fará jus aos benefícios inscritos nos incisos do citado art. 53, ADCT. A questão, pois, de índole infraconstitucional, não integra o contencioso constitucional.

II. - Caso em que poderia ocorrer ofensa indireta ao art. 53, ADCT, o que não autoriza a admissão do recurso extraordinário.

III. - R.E. não conhecido.” 5.Assim posta a questão, nego seguimento ao recurso (CPC, art.

557, caput).Publique-se.Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 591.266 (488)ORIGEM : AC - 3282312003 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : BAHIARELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : ESTADO DA BAHIAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DA BAHIARECDO.(A/S) : ILAINE DA SILVA CAMPOSADV.(A/S) : DAVID LEAL DINIZ

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. EXAME SUPLETIVO ESPECIAL.

ESTUDANTE MENOR DE 18 ANOS. LIMINAR DE NATUREZA SATISFATIVA. CARÁTER DEFINITIVO DO PROVIMENTO CONCEDIDO. PERDA SUPERVENIENTE DO OBJETO. RECURSO PREJUDICADO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea b, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Conselho da Magistratura do Tribunal de Justiça da Bahia:

“INTEGRA-SE A SETENÇA PROFERIDA NO JUÍZO ‘A QUO’ QUANDO NELA FORAM OBSERVADOS OS REQUISITOS LEGAIS E TODOS OS ASPECTOS REFERENTES AO QUE DISPÕE O ART. 208 DA CONSTITUIÇÃO NO TOCANTE AO DEVER DO ESTADO COM A EDUCAÇÃO, TENDO EM VISTA, TAMBÉM, O INTERESSE SOCIAL DO CASO ‘IN CONCRETO’” (fl. 119).

2. O Recorrente alega que o Tribunal a quo teria declarado a inconstitucionalidade do art. 38, § 1º, da Lei n. 9.394/1996.

Sustenta que “é indubitável que houve, no corpo da decisão ora recorrida, declaração de inconstitucionalidade da norma da Lei Federal 9.394-96, que estabeleceu como requisito para o acesso ao exame supletivo, do implemento da idade de 18 (dezoito) anos, que vem a ser o cânon do artigo 38, § 1º (...) supostamente em face do item V do artigo 208 da Constituição Federal” (fl. 127).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. O presente recurso está prejudicado, por perda superveniente de

objeto.4. A Recorrida impetrou mandando de segurança a fim de obter

autorização para realização do exame supletivo da Comissão Permanente de Avaliação.

A liminar deferida e cumprida satisfez a pretensão posta em juízo. Assim, a pretensão da Recorrida exauriu-se de forma imutável, pois não se pode pretender seu desfazimento por meio do presente recurso.

Confiram-se, a propósito, os seguintes julgados:“A pretensão foi atendida e exauriu-se. A decisão que concedeu a

liminar teve natureza satisfativa. Nada mais poderia pretender o impetrante. (...) Portanto, e como salientei na decisão agravada, a concessão da liminar, em face do seu conteúdo satisfativo, não justifica nem mesmo o prosseguimento do mandado de segurança” (RE 402.043, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJ 3.8.2004).

“LIMINAR SATISFATIVA. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PREJUDICADO.

1. Se a liminar teve natureza satisfativa, o recurso extraordinário interposto contra acórdão que, no mérito, denegou a segurança, ficou prejudicado.

2. Agravo regimental improvido” (RE 402.034-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJ 20.8.2004).

5. Pelo exposto, julgo prejudicado o recurso extraordinário, por perda de objeto, e determino a baixa dos autos à origem (art. 21, inc. IX, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 21 de outubro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 591.944 (489)ORIGEM : AC - 5727255400 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. CEZAR PELUSORECTE.(S) : ESTER R PINHEIRO & CIA LTDAADV.(A/S) : GILBERTO DE JESUS DA ROCHA BENTO JRRECDO.(A/S) : ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO

DECISÃO: 1. Trata-se de recurso extraordinário contra acórdão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e assim ementado:

“MANDADO DE SEGURANÇA. “O mandado de segurança constitui ação adequada para a declaração do direito à compensação tributária” (Súmula 213/STJ). Porém, indispensável que a impetrante junte aos autos do writ os documentos comprobatórios do recolhimento do tributo a que pretende restituir. Ausência de prova pré-constituída. Impossibilidade de dilação probatória na via eleita. Direito líquido e certo não comprovado. Ademais o mandamus não pode ser usado como substitutivo de ação de cobrança. Recursos providos.”(fl. 16)

Sustenta a recorrente, com base no art. 102, III, a e b, ofensa ao art. 150, §7º, da Constituição Federal.

2.Incognoscível o recurso.O tema constitucional suscitado no recurso extraordinário não foi

objeto de consideração no acórdão recorrido, faltando-lhe, assim, o requisito do prequestionamento, que deve ser explícito (súmulas 282 e 356).

Ademais, há evidente deficiência na fundamentação do extraordinário, porque as razões nele deduzidas são destoantes do real conteúdo do aresto recorrido, o que atrai a aplicação da súmula 284.

3.Ante o exposto, não conheço do recurso (arts. 21, § 1º, do RISTF, 38 da Lei nº 8.038, de 28.5.90, e 557 do CPC).

Publique-se. Int..Brasília, 27 de outubro de 2009.

Ministro CEZAR PELUSORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 592.213 (490)ORIGEM : AC - 20030110667060 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : DISTRITO FEDERALRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIORECTE.(S) : FRANCISCO CARNEIRO FILHOADV.(A/S) : MARIA APARECIDA GUIMARÃES SANTOSRECDO.(A/S) : DISTRITO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO DISTRITO FEDERAL

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO – INTERPRETAÇÃO DE NORMAS

LEGAIS – INVIABILIDADE – FALTA DE PREQUESTIONAMENTO.1.O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios negou

acolhida a pedido formulado em apelação, ante fundamentos assim resumidos (folha 77):

ADMINISTRATIVO. INCORPORAÇÃO DE SERVIÇO PRESTADO PERANTE CÂMARA DOS DEPUTADOS, ANTES DE QUALQUER VINCULAÇÃO COM O DISTRITO FEDERAL, PARA FINS DE “QUINTOS”. INVIABILIDADE.

1. Se o impetrante prestou serviços em função de confiança perante Câmara dos Deputados, vários anos antes de se vincular funcionalmente ao Distrito Federal, inviável sua pretensão de averbar tal tempo de trabalho para fins de “quintos”.

2. Assim, não se tratando de servidor cedido ao ente federal, a averbação ocorrerá apenas para aqueles fins disciplinados no §3o, do art. 41, da Lei Orgânica do Distrito Federal.

3. Recurso desprovido.2.O acórdão impugnado mediante o extraordinário revela

interpretação de normas estritamente legais, não ensejando o acesso ao Supremo. À mercê de articulação sobre a violência à Carta da República, pretende-se guindar a esta Corte recurso que não se enquadra no inciso III do artigo 102 da Constituição Federal.

3.Acresce que, no caso dos autos, o que sustentado nas razões do extraordinário não foi enfrentado pelo órgão julgador. Apesar da interposição de embargos declaratórios, não houve debate e decisão prévios sobre a alegada violação aos artigos 5º, inciso XXXVI, e 37, inciso XV, da Constituição Federal. Frise–se, por oportuno, que o recorrente não arguiu o vício de procedimento. Este recurso somente serve à sobrecarga da máquina judiciária, ocupando espaço que deveria estar sendo utilizado no exame de outro processo.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 144

4.Nego seguimento a este extraordinário.5.Publiquem.Brasília, 3 de novembro de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 596.634 (491)ORIGEM : AC - 160 - TRIBUNAL DE JUSTICA MILITARPROCED. : MINAS GERAISRELATORA :MIN. ELLEN GRACIERECTE.(S) : IRACEU RODRIGUES DE SOUZAADV.(A/S) : FELISBERTO EGG DE RESENDERECDO.(A/S) : ESTADO DE MINAS GERAISADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS

1.Trata-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão em que se discute a perda da graduação de praça do Corpo de Bombeiro Militar do Estado de Minas Gerais por meio de processo administrativo.

Nas razões do RE, sustenta-se ofensa ao art. 125, §4º, da Constituição Federal (fls. 205-210).

2.O recurso não merece prosperar. O Supremo Tribunal Federal já pacificou seu entendimento sobre o tema em debate, tendo inclusive editado a Súmula STF 673:

“O ART. 125, § 4º, DA CONSTITUIÇÃO NÃO IMPEDE A PERDA DA GRADUAÇÃO DE MILITAR MEDIANTE PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO.”

Nesse sentido, cito o AI 538.543-AgR/MG, de minha relatoria, 2ª Turma, unânime, pub. DJ 03.02.2006:

“1. Análise do recurso extraordinário que envolve a apreciação dos fatos e das provas da causa, hipótese inviável nesta sede pelo óbice da Súmula STF nº 279. 2. Processamento do apelo extremo incabível para debater matéria processual, de índole ordinária, relativa ao reexame do julgamento proferido em grau de embargos de declaração, para fins de nulidade, por suposta deficiência de sua fundamentação. 3. A competência conferida à Justiça Militar pelo art. 125, § 4º, da Constituição refere-se à perda de graduação como pena acessória criminal e não à sanção disciplinar administrativa. Súmula STF nº 673. 4. Agravo regimental improvido.”

3.Ante o exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (CPC, art. 557, caput).

Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministra Ellen GracieRelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 596.653 (492)ORIGEM : PROC - 7604 - COLÉGIO RECURSAL DO JUIZADO

ESPECIAL CÍVELPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. MARCO AURÉLIORECTE.(S) : TELECOMUNICAÇÕES DE SÃO PAULO S/A - TELESPADV.(A/S) : DOUGLAS SFORSIN CALVO E OUTRO(A/S)RECDO.(A/S) : JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA

COMARCA DE ITANHAÉMINTDO.(A/S) : IRAI NELSON BUCKINGHAN

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO - INVIABILIDADE - DECISÃO QUE

NÃO SE MOSTRA DE ÚLTIMA INSTÂNCIA - ARTIGO 102, INCISO III, DA CARTA FEDERAL – NEGATIVA DE SEGUIMENTO.

1.Na espécie, não se tem recurso extraordinário contra pronunciamento judicial de única ou última instância. A decisão atacada foi proferida em sede de embargos de declaração pelo relator de sorteio no âmbito do Colégio Recursal da 56a Circunscrição Judiciária de Itanhaém, não tendo sido esgotada a via recursal. Assim, o extraordinário não se enquadra no permissivo do inciso III do artigo 102 da Constituição Federal no que estabelece a competência do Supremo para julgar, mediante o citado recurso, as causas decididas em única ou última instância, quando a decisão recorrida contrariar dispositivo constitucional, declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei federal ou, ainda, julgar válida lei ou ato de governo local contestado em face da Constituição.

2.Nego seguimento ao extraordinário.3.Publiquem.Brasília, 28 de outubro de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 596.673 (493)ORIGEM : AC - 200571130000646 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. CELSO DE MELLORECTE.(S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALRECDO.(A/S) : MADECENTER MÓVEIS LTDA

ADV.(A/S) : CRISTIANO COLOMBO

DECISÃO: A parte ora recorrente, ao deduzir o presente recurso extraordinário, sustentou que o Tribunal “a quo” teria transgredido preceito inscrito na Constituição da República.

Cumpre ressaltar que a suposta ofensa ao texto constitucional, acaso existente, apresentar-se-ia por via reflexa, eis que a sua constatação reclamaria - para que se configurasse - a formulação de juízo prévio de legalidade, fundado na vulneração e infringência de dispositivos de ordem meramente legal. Não se tratando de conflito direto e frontal com o texto da Constituição, como exigido pela jurisprudência da Corte (RTJ 120/912, Rel. Min. SYDNEY SANCHES - RTJ 132/455, Rel. Min. CELSO DE MELLO), torna-se inviável o acesso à via recursal extraordinária.

Sendo assim, e pelas razões expostas, não conheço do presente recurso extraordinário.

Publique-se.Brasília, 29 de outubro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 597.559 (494)ORIGEM : PROC - 200783005298617 - TURMA REC. JUIZADOS

ESPECIAIS FEDERAISPROCED. : PERNAMBUCORELATOR :MIN. CELSO DE MELLORECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERALRECDO.(A/S) : FERNANDO FÉLIX DE MIRANDAPROC.(A/S)(ES) : DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃO

DECISÃO: O exame da presente causa evidencia que o acórdão ora questionado diverge, frontalmente, da jurisprudência que o Supremo Tribunal Federal firmou na análise da matéria suscitada nesta sede recursal.

Isso significa, portanto, que a pretensão recursal ora deduzida pela parte recorrente revela-se plenamente acolhível, considerada a diretriz jurisprudencial que o Supremo Tribunal Federal consagrou na apreciação do litígio ora em debate (RE 480.325/RS, Rel. Min. ELLEN GRACIE – RE 511.073/RS, Rel. Min. EROS GRAU – RE 583.450/RS, Rel. Min. JOAQUIM BARBOSA, v.g.).

Cumpre destacar, por oportuno, no tema ora em exame, ante a inquestionável procedência de suas observações, a decisão proferida pelo eminente Ministro JOAQUIM BARBOSA (RE 583.669/RS), no sentido de que “é vedado o fracionamento de valor da execução (...)”.

Sendo assim, e tendo em consideração as razões expostas, conheço e dou provimento ao presente recurso extraordinário (CPC, art.557, § 1º-A).

Publique-se.Brasília, 29 de outubro de 2009.

Ministro CELSO DE MELLORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 597.927 (495)ORIGEM : AC - 200205000303822 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : CEARÁRELATOR :MIN. EROS GRAURECTE.(S) : JAEDSON MOREIRA DE OLIVEIRA E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : DAISY MARIA MONTENEGRO MACÊDORECDO.(A/S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃOINTDO.(A/S) : ALEXIS RANIERE BATISTA FERREIRAADV.(A/S) : JOAQUIM ARAÚJO NETO

DECISÃO: Trata-se de recurso extraordinário interposto com fundamento no artigo 102, inciso III, alínea “a”, da Constituição do Brasil contra acórdão proferido pelo Tribunal Regional Federal da 5ª Região.

2.Alega-se, no recurso extraordinário, ofensa ao disposto no artigo 37, IV, da Constituição do Brasil.

3.O recurso não merece provimento. O acórdão recorrido não apreciou a controvérsia à luz do preceito constitucional que os recorrentes indicam como violado. Além disso, os embargos de declaração são ineficazes para ventilar matéria não arguida oportunamente. Aqui incidem as Súmulas ns. 282 e 356 do STF.

4.O prequestionamento, no entendimento pacificado deste Tribunal, deve ser explícito [AI n. 215.724-AgR, Relator o Ministro Sydney Sanches, 1ª Turma, DJ de 15.10.99, e RE n. 192.031-AgR, Relator o Ministro Néri da Silveira, 2ª Turma, DJ de 4.6.99].

5.Quanto à aplicação da teoria do fato consumado, este Tribunal decidiu que “situações de fato, geradas pela concessão de provimentos judiciais de caráter meramente provisório, não podem revestir-se, ordinariamente, tractu temporis, de eficácia jurídica que lhes atribua sentido de definitividade, compatível, apenas, com decisões favoráveis revestidas da autoridade da coisa julgada, notadamente nas hipóteses em que a pretensão deduzida em juízo esteja em conflito com a ordem constitucional, como ocorre

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 145

na espécie destes autos” [RMS n. 23.544-AgR, Relator o Ministro Celso de Mello, DJ de 13.11.01].

Nego seguimento ao recurso com fundamento no disposto no artigo 21, § 1º, do RISTF.

Publique-se.Brasília, 6 de novembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 598.714 (496)ORIGEM : AC - 20070120176000000 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : MATO GROSSO DO SULRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : BANCO BANDEIRANTES S/AADV.(A/S) : DENNER DE BARROS MASCARENHAS BARBOSA E

OUTRO(A/S)RECDO.(A/S) : FERNANDO CÉSAR CAMISSÃO CORRÊAADV.(A/S) : LUIZ CLÁUDIO BRANDÃO DE SOUZA

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS.

LIMITAÇÃO DOS JUROS REMUNERATÓRIOS. AUTOAPLICABILIDADE DO ART. 192, § 3º, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. INCIDÊNCIA DA SÚMULA VINCULANTE N. 7 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO PROVIDO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul:

“APELAÇÃO CÍVEL – AÇÃO DECLARATÓRIA C/C CONSTITUTIVA E CONDENATÓRIA À REPETIÇÃO DE INDÉBITO – APLICAÇÃO DE JUROS ACIMA DE 12% AO ANO – INADMISSIBILIDADE – COMISSÃO DE PERMANÊNCIA – SUBSTITUIÇÃO PELO IGPM/FGV – RECURSO IMPROVIDO. Ao contrato anterior à edição da Emenda Constitucional n. 40, de 29.5.03, aplica-se a regra estatuída no § 3º do art. 192 da Constituição Federal, bem como o disposto no artigo 1º do Decreto n. 22.626/33, vigente à época do fato por ter sido amplamente recepcionado pela Constituição Federal de 1988, devendo os juros remuneratórios ser limitados a 12% a.a. É incabível a cobrança da comissão de permanência como fator de correção monetária, devendo ser utilizado o IGPM/FGV, que melhor reflete a variação inflacionária do país” (fl. 200).

2. O Recorrente alega que teriam sido contrariados os arts. 5º, inc. XXXVI, e 192, § 3º, da Constituição da República. Sustenta, em síntese, que o mencionado dispositivo constitucional não seria autoaplicável.

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. Razão jurídica assiste ao Recorrente. 4. O Tribunal de origem decidiu sobre a limitação dos juros com base

em dois fundamentos, um infraconstitucional (Decreto n. 22.626/33), e outro constitucional (art. 192, § 3º, da Constituição da República).

O fundamento infraconstitucional foi afastado pelo Superior Tribunal de Justiça que deu parcial provimento ao Recurso Especial n. 1.019.660, determinando a observância dos juros remuneratórios como pactuados (fls. 324-326).

Subsiste o fundamento constitucional. 5. No julgamento da Questão de Ordem no Recurso Extraordinário

582.650, Relatora a Ministra Ellen Gracie, o Plenário do Supremo Tribunal Federal reafirmou o entendimento de que a aplicabilidade do art. 192, § 3º, da Constituição da República, revogado pela Emenda Constitucional n. 40/2003, era condicionada à edição de lei complementar:

“QUESTÃO DE ORDEM. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCEDIMENTOS DE IMPLANTAÇÃO DO REGIME DA REPERCUSSÃO GERAL. QUESTÃO CONSTITUCIONAL OBJETO DE JUPRISPRUDÊNCIA DOMINANTE NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PLENA APLICABILIDADE DAS REGRAS PREVISTAS NOS ARTS. 543-A E 543-B DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. ATRIBUIÇÃO, PELO PLENÁRIO, DOS EFEITOS DA REPERCUSSÃO GERAL ÀS MATÉRIAS JÁ PACIFICADAS NA CORTE. CONSEQUENTE INCIDÊNCIA, NAS INSTÂNCIAS INFERIORES, DAS REGRAS DO NOVO REGIME, ESPECIALMENTE AS PREVISTAS NO ART. 543-B, § 3º, DO CPC (DECLARAÇÃO DE PREJUDICIALIDADE OU RETRATAÇÃO DA DECISÃO IMPUGNADA). LIMITAÇÃO DA TAXA DE JUROS REAIS A 12% AO ANO. ART. 192, § 3º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, REVOGADO PELA EC Nº 40/2003. APLICABILIDADE CONDICIONADA À EDIÇÃO DE LEI COMPLEMENTAR. JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA, INCLUSIVE COM EDIÇÃO DE ENUNCIADO DA SÚMULA DO TRIBUNAL. RECONHECIMENTO DA REPERCUSSÃO GERAL DO TEMA, DADA A SUA EVIDENTE RELEVÂNCIA. RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS CORRESPONDENTES COM DISTRIBUIÇÃO NEGADA E DEVOLVIDOS À ORIGEM, PARA A ADOÇÃO DOS PROCEDIMENTOS PREVISTOS NO ART. 543-B, § 3º, DO CPC. (...) 4. Possui repercussão geral a discussão sobre a limitação da taxa de juros reais a 12% ao ano, prevista no art. 192, § 3º, da Constituição Federal, até a sua revogação pela EC nº 40/2003. Matéria já enfrentada por esta Corte em vários julgados, tendo sido, inclusive, objeto de súmula deste Tribunal (Súmula STF

nº 648). 5. Questão de ordem resolvida com a definição do procedimento, acima especificado, a ser adotado pelo Tribunal para o exame da repercussão geral nos casos em que já existente jurisprudência firmada na Corte. Deliberada, ainda, a negativa de distribuição do presente recurso extraordinário e dos que aqui aportarem versando sobre o mesmo tema, os quais deverão ser devolvidos pela Presidência à origem para a adoção do novo regime legal” (DJ 24.10.2008).

E: “EMENTA: CONSTITUCIONAL. JUROS DE 12% AO ANO. ART. 192,

§ 3º, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA EM SUA POSITIVAÇÃO ORIGINAL. SÚMULA 648 DESTE SUPREMO TRIBUNAL. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. O Superior Tribunal de Justiça decidiu a matéria infraconstitucional no limite de sua competência. Dispositivo constitucional que dependia de lei complementar para a sua aplicabilidade. Imposição de multa de 1% (um por cento) do valor corrigido da causa. Aplicação dos arts. 557, § 2º, c/c arts. 14, inc. II e III, e 17, inc. VII, do Código de Processo Civil” (RE 471.738–AgR, de minha relatoria, DJ 24.11.2006).

Nesse sentido, o Supremo Tribunal Federal editou a Súmula Vinculante n. 7 com o teor seguinte: “A norma do § 3º do artigo 192 da Constituição, revogada pela Emenda Constitucional n. 40/2003, que limitava a taxa de juros reais a 12% ao ano, tinha sua aplicação condicionada à edição de lei complementar”.

6. Dessa orientação jurisprudencial divergiu o acórdão recorrido.7. Pelo exposto, dou provimento ao recurso extraordinário para

afastar a limitação de juros com fundamento na norma originária do art. 192, § 3º, da Constituição da República (art. 557, § 1º-A, do Código de Processo Civil e art. 21, § 2º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal), ficam invertidos os ônus de sucumbência, com a ressalva de eventual concessão do benefício da justiça gratuita, nos termos dos arts. 4º e 12 da Lei n. 1.060/1950.

Publique-se.Brasília, 6 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 599.770 (497)ORIGEM : AC - 240508 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SANTA CATARINARELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : BANCO DO BRASIL S/AADV.(A/S) : ÂNGELO AURÉLIO GONÇALVES PARIZ E OUTRO(A/S)RECDO.(A/S) : BIANCHINI LINS EXPORTAÇÃO LTDAADV.(A/S) : CLEYTON ADRIANO MORESCO E OUTRO(A/S)

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. DIREITO CONSTITUCIONAL E

CIVIL. LIMITAÇÃO DOS JUROS REMUNERATÓRIOS. AUTOAPLICABILIDADE DO ART. 192, § 3º, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. SÚMULA VINCULANTE N. 7 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO PROVIDO.

Relatório1.Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inciso III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal de Justiça de Santa Catarina:

“EMBARGOS DO DEVEDOR. CONTRATO DE ABERTURA DE CRÉDITO FIXO. FALHA DE REPRESENTAÇÃO E CERCEAMENTO DE DEFESA. PRELIMINARES RECHAÇADAS. COMISSÃO DE PERMANÊNCIA À TAXA DE MERCADO E TAXA DE JUROS A LONGO PRAZO (TJLP). ILEGALIDADE. SUBSTITUIÇÃO PELO INPC DO IBGE. CAPITALIZAÇÃO DE JUROS. INEXISTÊNCIA DE PERMISSIVO LEGAL. IMPOSSIBILIDADE. ARTIGO 192, §3°, DA CF/88. AUTO-APLICABILIDADE. REPETIÇÃO DE INDÉBITO CONFORME O ARTIGO 42 DO CDC. EXIGÊNCIA DE SALDO DEVEDOR DE ACORDO COM AS CLÁUSULAS DO CONTRATO ATÉ ENTÃO VIGENTES. COBRANÇA INDEVIDA NÃO CARACTERIZADA. DEVOLUÇÃO SIMPLES DOS VALORES SUPOSTAMENTE COBRADOS A MAIOR. IMPOSIÇÃO DA SANÇÃO PREVISTA NO ARTIGO 4° DA LEI N. 1521/51. IMPOSSIBILIDADE NA SEARA CÍVEL. DIVISÃO DAS CUSTAS PROCESSUAIS E ADEQUAÇÃO DOS HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. APELO PARCIALMENTE PROVIDO.

I - Não acarreta cerceamento de defesa o julgamento antecipado da lide se a causa versar exclusivamente sobre questões de direito.

II - Nula é a cláusula que prevê a cobrança da comissão de permanência à taxa de mercado, a teor do art. 115 do Código Civil, eis que sujeita uma das partes ao arbítrio da outra.

III - Uma vez que não apenas corrige, mas também remunera o dinheiro mutuado, a TJLP consubstancia-se em encargo abusivo cuja incidência deve ser afastada do contrato.

IV - A capitalização de juros só é permitida nos casos em que a lei expressamente permitir, quais sejam, as cédulas de crédito rural, comercial e industrial, não sendo aplicável, portanto, em outros contratos bancários, como por exemplo, contrato de abertura de crédito fixo.

V - É amplamente majoritário o posicionamento jurisprudencial nesta Corte, no tocante à auto-aplicabilidade do art. 192, § 3º, da Constituição Federal, o qual limita a cobrança de juros ao percentual de 12 (doze por

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 146

cento) ao ano.VI - A cobrança de encargos na forma pactuada, ainda que

posteriormente declarados abusivos e ilegais pelo Judiciário, não rende ensejo à repetição de indébito, mas tão-somente à devolução simples dos valores atingidos, mesmo porque não se pode falar propriamente em descumprimento contratual por parte da instituição bancária, sendo, assim, inaplicável, nesta hipótese, as disposições do art. 42, caput e parágrafo único do CDC.

VII - É juridicamente impossível a pretensão da apelante à condenação da instituição financeira, na seara cível, às sanções penais impostas na Lei n. 1521/51, que dispõe sobre os crimes contra a economia popular” (fls. 215-216).

2. O Recorrente alega que o Tribunal a quo teria contrariado o art. 192, § 3º, da Constituição da República.

Argumenta que o referido dispositivo constitucional não seria autoaplicável.

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3.Razão jurídica assiste ao Recorrente. 4. No julgamento da Questão de Ordem no Recurso Extraordinário

582.650, Relatora a Ministra Ellen Gracie, o Plenário do Supremo Tribunal Federal reafirmou o entendimento de que a aplicabilidade do art. 192, § 3º, da Constituição da República, revogado pela Emenda Constitucional n. 40/2003, era condicionada à edição de lei complementar:

“QUESTÃO DE ORDEM. RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCEDIMENTOS DE IMPLANTAÇÃO DO REGIME DA REPERCUSSÃO GERAL. QUESTÃO CONSTITUCIONAL OBJETO DE JUPRISPRUDÊNCIA DOMINANTE NO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PLENA APLICABILIDADE DAS REGRAS PREVISTAS NOS ARTS. 543-A E 543-B DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. ATRIBUIÇÃO, PELO PLENÁRIO, DOS EFEITOS DA REPERCUSSÃO GERAL ÀS MATÉRIAS JÁ PACIFICADAS NA CORTE. CONSEQÜENTE INCIDÊNCIA, NAS INSTÂNCIAS INFERIORES, DAS REGRAS DO NOVO REGIME, ESPECIALMENTE AS PREVISTAS NO ART. 543-B, § 3º, DO CPC (DECLARAÇÃO DE PREJUDICIALIDADE OU RETRATAÇÃO DA DECISÃO IMPUGNADA). LIMITAÇÃO DA TAXA DE JUROS REAIS A 12% AO ANO. ART. 192, § 3º, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL, REVOGADO PELA EC Nº 40/2003. APLICABILIDADE CONDICIONADA À EDIÇÃO DE LEI COMPLEMENTAR. JURISPRUDÊNCIA CONSOLIDADA, INCLUSIVE COM EDIÇÃO DE ENUNCIADO DA SÚMULA DO TRIBUNAL. RECONHECIMENTO DA REPERCUSSÃO GERAL DO TEMA, DADA A SUA EVIDENTE RELEVÂNCIA. RECURSOS EXTRAORDINÁRIOS CORRESPONDENTES COM DISTRIBUIÇÃO NEGADA E DEVOLVIDOS À ORIGEM, PARA A ADOÇÃO DOS PROCEDIMENTOS PREVISTOS NO ART. 543-B, § 3º, DO CPC. (...) 4. Possui repercussão geral a discussão sobre a limitação da taxa de juros reais a 12% ao ano, prevista no art. 192, § 3º, da Constituição Federal, até a sua revogação pela EC nº 40/2003. Matéria já enfrentada por esta Corte em vários julgados, tendo sido, inclusive, objeto de súmula deste Tribunal (Súmula STF nº 648). 5. Questão de ordem resolvida com a definição do procedimento, acima especificado, a ser adotado pelo Tribunal para o exame da repercussão geral nos casos em que já existente jurisprudência firmada na Corte. Deliberada, ainda, a negativa de distribuição do presente recurso extraordinário e dos que aqui aportarem versando sobre o mesmo tema, os quais deverão ser devolvidos pela Presidência à origem para a adoção do novo regime legal” (DJ 24.10.2008).

Com base nesse precedente, entre outros, o Supremo Tribunal Federal editou a Súmula Vinculante n. 7: “A norma do § 3º do artigo 192 da Constituição, revogada pela Emenda Constitucional n. 40/2003, que limitava a taxa de juros reais a 12% ao ano, tinha sua aplicação condicionada à edição de lei complementar”.

O acórdão recorrido divergiu dessa orientação. 5. Pelo exposto, dou provimento ao recurso extraordinário para

afastar a limitação de juros com fundamento na norma originária do art. 192, § 3º, da Constituição da República (art. 557, § 1º-A, do Código de Processo Civil e art. 21, § 2º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal). Ficam invertidos os ônus de sucumbência, ressalvada eventual concessão de justiça gratuita.

Publique-se.Brasília, 3 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 600.013 (498)ORIGEM : AC - 70020924569 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIORECTE.(S) : BANCO FINASA S/AADV.(A/S) : RAIMUNDO KLEBER XAVIER E OUTRO(A/S)RECDO.(A/S) : CELSO ROQUE DA SILVAADV.(A/S) : ODIR FERREIRA DE OLIVEIRA

Petição/STF nº 125.687/2009DESPACHOREPRESENTAÇÃO PROCESSUAL – PROCURAÇÃO –

SUBSTABELECIMENTO – JUNTADA – INTIMAÇÕES.

1.Juntem.2.Eis as informações prestadas pelo Gabinete:Banco Finasa S/A requer a juntada de procuração e de

substabelecimento, indicando o nome do Dr. Raimundo Kleber Xavier para constar das futuras intimações.

O processo está no Gabinete.3.Observem o que requerido quanto às intimações, ante a

regularidade da representação processual.4. Publiquem.Brasília, 3 de novembro de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 600.741 (499)ORIGEM : RESP - 891496 - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICAPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. EROS GRAURECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALRECDO.(A/S) : MATADOURO E FRIGORIFICO DE CAMPOS LTDAADV.(A/S) : PRISCILA FELIPE DE SOUZA BATISTA

DECISÃO: O Tribunal de origem entendeu que a norma extraída do texto do artigo 3º da Lei Complementar n. 118/05 --- que versa sobre o prazo prescricional para o ajuizamento de ação de repetição de indébito de tributos sujeitos a lançamento por homologação --- é dotada de eficácia prospectiva, incidindo somente sobre fatos geradores ocorridos a partir de sua vigência.

2.Afastou, portanto, a aplicabilidade do artigo 4º daquela lei, que determina a incidência do artigo 3º sobre fatos geradores passados, por vislumbrar ofensa aos princípios constitucionais da autonomia e independência dos poderes, ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada.

3.A União sustenta que o provimento judicial violou o disposto no artigo 97 da Constituição do Brasil, eis que somente o órgão especial poderia declarar a inconstitucionalidade de lei sem ofensa à reserva de plenário.

4.O Supremo tem adotado o seguinte entendimento nos casos análogos:

“Este Tribunal reputa declaratório de inconstitucionalidade o acórdão que - embora sem o explicitar - afasta a incidência da norma ordinária pertinente à lide para decidi-la sob critérios diversos alegadamente extraídos da Constituição (v.g. RE 240.096, Pertence, RTJ 169/756), sendo esta a hipótese dos autos.

Portanto, está caracterizada a violação do princípio constitucional da reserva de plenário, haja vista que o acórdão recorrido que declarou a inconstitucionalidade da lei, resultou de julgamento de órgão fracionário, e não consta nos autos notícia de declaração de inconstitucionalidade proferida por órgão especial ou plenário” [RE n. 485.988 - AgR, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 9.2.07].

5.Por fim, esta Corte editou recentemente a Súmula Vinculante n. 10, de seguinte teor: “Viola a cláusula de reserva de plenário (CF, art. 97) a decisão de órgão fracionário de tribunal que, embora não declare expressamente a inconstitucionalidade de lei ou ato normativo do Poder Público, afasta a sua incidência no todo ou em parte”.

Dou provimento ao recurso com fundamento no disposto no artigo 557, § 1º-A, do CPC, e determino a remessa dos autos ao Tribunal de origem, para que proceda a novo julgamento com observância do texto normativo previsto no artigo 97 da Constituição do Brasil.

Publique-se.Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 601.606 (500)ORIGEM : AC - 199903990947172 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR SUBSTITUTO

:MIN. DIAS TOFFOLI

RECTE.(S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALRECDO.(A/S) : BERTANHA E BERTANHA LTDAADV.(A/S) : ELIANE REGINA DANDARO

DECISÃOVistos.União interpõe recurso extraordinário, com fundamento na alínea "a",

contra acórdão da Quarta Turma do Tribunal Regional Federal da 3ª Região, assim ementado:

“TRIBUTARIO E CONSTITUCIONAL. LEGITIMIDIDADE PASSIVA AD CAUSAM DO INSS. PRESCRIÇÃO. SALÁRIO-EDUCAÇÃO. DELEGAÇÃO DE PODER PARA FIXAÇÃO DE ALÍQUOTA. COMPENSAÇÃO.

I- O INSS é o órgão responsável pela arrecadação, cobrança e fiscalização da contribuição ao salário-educação, nos termos do § 1.º, art. 15, da Lei n.º 9.424/96, devendo, dessa forma, permanecer na lide.

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 147

II- A perda do direito de a parte autora compensar o indébito somente se daria após cinco anos da ocorrência do fato gerador, acrescidos dos cinco anos previstos no art. 168 do CTN.

III- O salário-educação foi introduzido em nossa ordenação jurídica pela Lei nº 4.440/64, sendo que o art. 35 da Lei nº 4.863/65 estipulou a sua alíquota à razão de 1,4%.

IV- O § 2º, do art. 1º, do Decreto-Lei n.º 1.422/75, que delegou poderes para o Executivo instituir a alíquota da contribuição — a qual foi majorada para 2,5% pelos Decretos nºs 76.923/75 e 87.043/82 — não dispunha da eficácia jurídica necessária para tal, já que exorbitante das limitações ao poder de tributar, motivo pelo qual o salário-educação é devido à alíquota de 1,4% até o advento da Lei nº 9.424/96.

V- A compensação de tributo sujeito ao regime de lançamento por homologação (art. 66, da Lei n.º 8.383/91) é privativa do contribuinte, que assume o risco da operação e, por isso, independe de qualquer procedimento administrativo preparatório. A compensação, porém, fica limitada à diferença entre as alíquotas de 2,5% e 1,4%, com parcelas vincendas da mesma exação.

VI- Incumbe aos agentes fiscais o dever de investigar a correção dos cálculos e da operação de compensação, bem como a estrita atenção aos ditames da decisão judicial.

VII- A atualização monetária deve ser a mais ampla possível, adotando-se o IPC, INPC e a UFIR até dezembro/95.

VIII- A taxa Selic deverá incidir nos termos do art. 39, § 4 da Lei nº 9.250/95, a partir de 01/01/96, inacumulável com qualquer outro índice de correção monetária ou juros.

IX- Tendo em vista a sucumbência recíproca, mantenho os honorários advocatícios nos termos do art. 21, caput, do Código de Processo Civil.

X- Preliminares argüidas pelo INSS rejeitadas. Preliminar de mérito argüida pelo FNDE rejeitada. Apelações do INSS e do FNDE e Remessa Oficial parcialmente providas. Apelação da autora improvida” (fls. 324/325).

Alega a recorrente violação ao artigo 25 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias. Aduz, em síntese, a constitucionalidade do salário-educação inclusive no que tange à fixação das alíquotas no regime anterior à Constituição Federal de 1988.

Sem contrarrazões (fls. 349), o recurso extraordinário (fls. 329 a 346) foi admitido (fls. 351 a 353).

Decido.Anote-se, inicialmente, que a recorrente foi intimada do acórdão

recorrido em 15/9/08 (fl. 326), não sendo exigível a demonstração da existência de repercussão geral das questões constitucionais trazidas no recurso extraordinário, conforme decidido na Questão de Ordem no Agravo de Instrumento nº 664.567/RS, Pleno, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ de 6/9/07.

Merece prosperar a irresignação, haja vista a incidência na hipótese da Súmula nº 732 desta Corte que assim dispõe, in verbis:

“É constitucional a cobrança da contribuição do salário-educação, seja sob a Carta de 1969, seja sob a Constituição Federal de 1988, e no regime da Lei 9.424/96).”

Com efeito, o Tribunal de origem determinou o recolhimento do salário-educação à alíquota de 1,4%, conforme determina as Leis nº 4.440/64 e 4.863/65, afastando a exigibilidade da alíquota de 2,5% nos termos do Decreto nº 76.923/75. É incontroverso que o entendimento adotado no enunciado da Súmula nº 732 desta Corte foi extraído, inclusive, do julgamento do Plenário da Corte no RE nº 290.079/SC, Relator o Ministro Ilmar Galvão, DJ de 4/4/03, que firmou a orientação no sentido de que a constitucionalidade do salário-educação se refere, também, à fixação da alíquota, conforme determina o Decreto-Lei nº 1.422/75 e o Decreto nº 76.923/75, in verbis:

“TRIBUTÁRIO. SALÁRIO-EDUCAÇÃO. PERÍODO ANTERIOR À LEI N.º 9.424/96. ALEGADA INCONSTITUCIONALIDADE, EM FACE DA EC 01/69, VIGENTE QUANDO DA EDIÇÃO DO DECRETO-LEI N.º 1.422/75, POR OFENSA AO PRINCÍPIO DA ESTRITA LEGALIDADE TRIBUTÁRIA, CONSAGRADO NOS ARTS. 153, § 2.º, E 178, E AO PRINCÍPÍO DA VEDAÇÃO DA DELEGAÇÃO DE PODERES, PREVISTO NO ART. 6.º, PARÁGRAFO ÚNICO. ALEGADA CONTRARIEDADE, AINDA, AO ART. 195, I, DA CF/88. CONTRIBUIÇÃO QUE, DE RESTO, FORA REVOGADA PELO ART. 25 DO ADCT/88. Contribuição que, na vigência da EC 01/69, foi considerada pela jurisprudência do STF como de natureza não tributária, circunstância que a subtraiu da incidência do princípio da legalidade estrita, não se encontrando, então, na competência do Poder Legislativo a atribuição de fixar as alíquotas de contribuições extratributárias. O art. 178 da Carta pretérita, por outro lado, nada mais fez do que conferir natureza constitucional à contribuição, tal qual se achava instituída pela Lei n.º 4.440/64, cuja estipulação do respectivo quantum debeatur por meio do sistema de compensação do custo atuarial não poderia ser cumprida senão por meio de levantamentos feitos por agentes da Administração, donde a fixação da alíquota haver ficado a cargo do Chefe do Poder Executivo. Critério que, todavia, não se revelava arbitrário, porque sujeito à observância de condições e limites previstos em lei. A CF/88 acolheu o salário-educação, havendo mantido de forma expressa -- e, portanto, constitucionalizado --, a contribuição, então vigente, a exemplo do que fez com o PIS-PASEP (art. 239) e com o FINSOCIAL (art. 56 do ADCT), valendo dizer que a recepcionou nos termos em que a encontrou, em outubro/88. Conferiu-lhe, entretanto, caráter

tributário, por sujeitá-la, como as demais contribuições sociais, à norma do seu art. 149, sem prejuízo de havê-la mantido com a mesma estrutura normativa do Decreto-Lei n .º 1.422/75 (mesma hipótese de incidência, base de cálculo e alíquota), só não tendo subsistido à nova Carta a delegação contida no § 2.º do seu art. 1.º, em face de sua incompatibilidade com o princípio da legalidade a que, de pronto, ficou circunscrita. Recurso não conhecido”.

Nesse sentido os seguintes precedentes:“CONSTITUCIONAL. SALÁRIO-EDUCAÇÃO: LEGITIMIDADE DE

SUA COBRANÇA ANTES E APÓS A C.F./88. I. - O Supremo Tribunal Federal, pelo seu Plenário, julgando procedente pedido formulado em ação declaratória de constitucionalidade, declarou a "constitucionalidade, com força vinculante, com eficácia erga omnes e com efeito ex tunc, do art. 15, § 1º, incisos I e II, e § 3º da Lei nº 9.424, de 24/12/96" (ADC 3-DF, Ministro Nelson Jobim, "D.J." de 14.12.99). Frise-se, ainda, que o Supremo Tribunal Federal, pelo seu Plenário, não conheceu do recurso extraordinário, interposto pelo contribuinte, que versava a respeito da cobrança da contribuição do salário-educação posteriormente à Lei 9.424/96 (RE 272.872/RS, Relator Ministro Ilmar Galvão, "D.J." de 19.4.2001). Finalmente, em 17.10.2001, o Supremo Tribunal Federal, pelo seu Plenário, não conheceu do recurso extraordinário, interposto pelo contribuinte, em que se questionava a cobrança da citada contribuição na vigência da Constituição Federal de 1988, mas em período anterior à Lei 9.424/96. É dizer, o Supremo Tribunal Federal, no citado julgamento, deu pela constitucionalidade do DL 1.422/75, art. 1º, §§ 1º e 2º, e pela recepção, pela C.F./88, da alíquota de 2,5% fixada pelo Decreto 87.043, de 22.3.82, que perdurou até ter vigência a Lei 9.424, de 24.12.96 (RE 290.079/SC, Relator Ministro Ilmar Galvão). II. - Caso em que deve ser a agravante condenada ao pagamento de multa: CPC, art. 557, § 2º, redação da Lei 9.756/98. III. - Agravo não provido” (AI nº 487.654/SP-AgR, Segunda Turma, Relator o Ministro Carlos Velloso, DJ de 7/5/04).

“CONTRIBUIÇÃO DO SALÁRIO-EDUCAÇÃO. ALEGADA INCONSTITUCIONALIDADE. Acórdão que decidiu pela constitucionalidade da contribuição social para o salário-educação, seja sob a égide da EC nº 01/69, seja sob a Carta Magna de 1988, e no regime da Lei nº 9.424/96 (ADC 3, Rel. Min. Nelson Jobim; REs 272.872 e 290.079, Rel. Min. Ilmar Galvão). Agravo desprovido” (RE nº 295.086/RS-AgR, Primeira Turma, Relator o Ministro Carlos Britto, DJ de 13/2/04).

Ante o exposto, nos termos do artigo 557, § 1º-A, do Código de Processo Civil, conheço do recurso extraordinário e lhe dou provimento para reformar o acórdão recorrido e julgar improcedente o pedido inicial. Custas e honorários advocatícios fixados em 10% sobre o valor da causa pela autora, vencida.

Publique-se.Brasília, 28 de outubro de 2009.

Ministro DIAS TOFFOLIRelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 601.771 (501)ORIGEM : AMS - 200484000091050 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : RIO GRANDE DO NORTERELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO

NORTE - UFRNPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALRECDO.(A/S) : RASIAH LADCHUMANANANDASIVAMADV.(A/S) : KARINA PALOVA VILLAR MAIA

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. SERVIDOR

PÚBLICO. CÔMPUTO DE TEMPO DE SERVIÇO PRESTADO NO REGIME CELETISTA EM CONDIÇÕES ESPECIAIS. ATIVIDADE INSALUBRE. PERÍODO ANTERIOR À LEI N. 8.112/90: POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 5ª Região:

“ADMINISTRATIVO. CONTAGEM DE TEMPO DE SERVIÇO INSALUBRE PRESTADO SOB A ÉGIDE DO REGIME CELETISTA. DIREITO ADQUIRIDO. AGENTES INSALUBRES. COMPROVAÇÃO.

- O servidor que se encontrava sob a égide do regime celetista quando passou a viger o Regime Jurídico Único Estatutário, tem direito adquirido à averbação do tempo de serviço prestado em condições de insalubridade, na forma da legislação anterior. A lei nova não poderia retroagir para prejudicar situação já consolidada. Precedentes jurisprudenciais desta Corte (MAS 36878/CE, Rel. Des. Federal Ridalvo Costa; Julgado em 09.06.94. Publicado no DJU de 15.07.94, pág. 37.987).

- Apelação provida” (fl. 126).2. A Recorrente alega que teriam sido contrariados os arts. 5º, inc.

XXXVI, 37, caput, e 40, §§ 1º e 4º, da Constituição da República.Argumenta que:“Na hipótese dos autos, verifica-se que o recorrido pretende a

aplicação das regras de aposentadoria sob regime estatutário somente

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 148

naquilo que lhe for favorável. E busca ver afastadas as normas de contagem de tempo de serviço que não venham a beneficiar-lhe.

Em outras palavras: o servidor, após ter o seu tempo de serviço integralmente abrangido pelo regime jurídico único (com direito à aposentadoria com proventos integrais) quer, nesse momento, que incidam as normas relativas ao sistema geral de previdência (relativas ao trabalhador ‘celetista’) a fim de que seja beneficiado com uma redução em seu tempo de aposentadoria” (fl. 279).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. Razão jurídica não assiste à Recorrente.4. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido

de que o servidor público ex-celetista tem direito adquirido à contagem especial do tempo de serviço prestado sob condições insalubres, no período anterior à instituição do regime jurídico único.

Confiram-se, a propósito, os seguintes julgados:“EMENTA: Agravo regimental em recurso extraordinário. 2. Servidor

público estadual. Contagem especial do tempo de serviço prestado sob condições insalubres, no período anterior à instituição de regime jurídico único. Regime da Previdência Social. Contagem recíproca. Direito reconhecido. Precedentes. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (RE 408.338-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJe 28.11.2008).

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. SERVIDOR PÚBLICO. TEMPO DE SERVIÇO. CONTAGEM. 2. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal fixou-se no sentido de que o servidor público, ex-celetista, tem direito à contagem especial de tempo de serviço prestado em condições penosas e insalubres, em período anterior à vigência da Lei n. 8.112/90. Precedentes. Agravo regimental a que se nega provimento” (RE 457.144-AgR, Rel. Min. Eros Grau, Segunda Turma, DJe 14.3.2008).

“EMENTA: 1. Servidor público: direito adquirido à contagem especial de tempo de serviço prestado em condições insalubres, vinculado ao regime geral da previdência, antes de sua transformação em estatutário, para fins de aposentadoria: o cômputo do tempo de serviço e os seus efeitos jurídicos regem-se pela lei vigente quando da sua prestação: incidência, mutatis mutandis, da Súmula 359. 2. O servidor público tem direito à emissão pelo INSS de certidão de tempo de serviço prestado como celetista sob condições de insalubridade, periculosidade e penosidade, com os acréscimos previstos na legislação previdenciária. 3. A autarquia não tem legitimidade para opor resistência à emissão da certidão com fundamento na alegada impossibilidade de sua utilização para a aposentadoria estatutária; requerida esta, apenas a entidade à qual incumba deferi-la é que poderia se opor à sua concessão. 4. Agravo regimental: desprovimento: ausência de prequestionamento do art. 40, III, b, da Constituição Federal (Súmulas 282 e 356), que, ademais, é impertinente ao caso” (RE 463.299-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJe 17.8.2007).

5. Dessa orientação jurisprudencial não divergiu o julgado recorrido.6. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 6 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 601.804 (502)ORIGEM : AC - 200251010236382 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : SAMEDH ASSISTÊNCIA MÉDICO HOSPITALAR LTDAADV.(A/S) : AUREANE RODRIGUES DA SILVAADV.(A/S) : DAGOBERTO JOSÉ STEINMEYER LIMARECDO.(A/S) : AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR - ANSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERAL

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. OPERADORAS

DE PLANOS DE SAÚDE. RESSARCIMENTO AO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. ART. 32 DA LEI N. 9.656/98: INEXISTÊNCIA DE AFRONTA À CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. PRECEDENTES. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 2ª Região:

“DIREITO ADMINISTRATIVO E CONSTITUCIONAL. PLANOS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE. RESSARCIMENTO AO SUS. ART. 32 DA LEI N. 9.656/98. AUSÊNCIA DE INCONSTITUCIONALIDADE. AUSÊNCIA DO FATO CONSTITUTIVO DO DIREITO, CPC, ART. 333, I. PRECEDENTES DESTE TRIBUNAL. 1 - Inconfundível a prestação em foco com uma taxa, uma vez que jamais a prestação do serviço de saúde poderia dar lugar a tal exação, dado que a Seguridade Social, que engloba o direito à saúde (CF, art. 194), é financiada por contribuição, entre outras fontes (art.

195). 2 - Verifica-se, igualmente, que a Lei n. 9.656/98 objetiva recompor o patrimônio público (bens e serviços incluídos) com recursos de terceiro, que não utiliza o serviço público divisível, mas está vinculado ao sujeito que o utiliza por relação obrigacional. Não há, portanto, remuneração de serviço, mas recomposição de patrimônio, e esta não se dá pelo usuário, mas por operadora de plano de saúde ou seguro, obrigada originalmente apenas com aquele que precisou ser atendido em instituições integrantes do SUS. 3 - Por outro lado, como não há dano no fato de um particular utilizar a rede pública ou integrante do SUS, sendo assistido por plano de saúde, não causa arrepio o fato de o Poder Público recobrar investimento do setor privado, pelo princípio que veda o enriquecimento sem causa, em combinação com o princípio da solidariedade, pois todos são chamados à sua parcela de contribuição para a manutenção da saúde das pessoas. 4 - O princípio da solidariedade fundamenta a regra contida no art. 32 da Lei n. 9.656/98 e, em última análise, se insere no contexto da concretização do objetivo fundamental da República Federativa do Brasil, a saber, a construção de uma sociedade mais justa, livre e solidária (CF/88, art. 3º, inciso I). 5 - Conclui-se pela constitucionalidade, legalidade e legitimidade do ressarcimento ao SUS instituído pela Lei n. 9.656/98. Precedentes deste Tribunal. 6. – Verifica-se que a Apelante não logrou comprovar o direito alegado em relação ao débito constante nos boletos bancários, vez que não trouxe aos autos os contratos celebrados com os respectivos beneficiários, de modo a se aferir a procedência de sua impugnação, sendo certo, ainda, que lhe cabia tal ônus, nos termos do art. 333, I, do CPC. 7 - Apelação não provida” (fls. 770-771).

2. A Recorrente alega que o Tribunal a quo teria contrariado os arts. 5º, inc. XXXV, 93, inc. IX, 154, inc. I, 195, § 4º e 5º, 196, 198 e 199, caput, da Constituição da República.

Argumenta que, “ao impor o ressarcimento ao SUS, através do artigo 32 da Lei n. 9.656/98, o Estado quer se desonerar do dever que constitucionalmente lhe é atribuído” (fl. 833).

Sustenta que “a obrigação imposta às operadoras de planos privados de assistência à saúde foi instituída através do artigo 32 da Lei Ordinária n. 9.656/98, entretanto, deveria ter sido instituída por Lei Complementar, na forma dos artigos 195, § 4º e artigo 154, inciso I, da Constituição Federal” (fl. 836).

Assevera que “o acórdão proferido pelo Tribunal a quo é nulo, posto que deixou de se manifestar e decidir sobre questões relevantes para o deslinde da causa, deixando de entregar a prestação jurisdicional na integralidade” (fl. 843).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. Razão jurídica não assiste à Recorrente.4. Quanto à matéria de que cuida o art. 93, inc. IX, da Constituição da

República, é de se ponderar que não se exige do órgão judicante manifestação sobre todos os argumentos de defesa apresentados pela Recorrente, mas apenas fundamentação das razões que entendeu suficientes à formação de seu convencimento (RE 463.139-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJ 3.2.2006; e RE 181.039-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, Primeira Turma, DJ 18.5.2001).

5. No julgamento da Medida Cautelar na Ação Direta de Inconstitucionalidade 1.931, Relator o Ministro Maurício Corrêa, o Plenário do Supremo Tribunal Federal concluiu pela constitucionalidade do art. 32 da Lei n. 9.656/98. Confira-se:

“AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE. LEI ORDINÁRIA 9656/98. PLANOS DE SEGUROS PRIVADOS DE ASSISTÊNCIA À SAÚDE. MEDIDA PROVISÓRIA 1730/98. PRELIMINAR. ILEGITIMIDADE ATIVA. INEXISTÊNCIA. AÇÃO CONHECIDA. INCONSTITUCIONALIDADES FORMAIS E OBSERVÂNCIA DO DEVIDO PROCESSO LEGAL. OFENSA AO DIREITO ADQUIRIDO E AO ATO JURÍDICO PERFEITO.

(...)4. Prestação de serviço médico pela rede do SUS e instituições

conveniadas, em virtude da impossibilidade de atendimento pela operadora de Plano de Saúde. Ressarcimento à Administração Pública mediante condições preestabelecidas em resoluções internas da Câmara de Saúde Complementar. Ofensa ao devido processo legal. Alegação improcedente. Norma programática pertinente à realização de políticas públicas. Conveniência da manutenção da vigência da norma impugnada” (DJ 21.8.2003).

E:“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.

RESSARCIMENTO AO SUS. ARTIGO 32 DA LEI N. 9.656/98. CONSTITUCIONALIDADE. 1. O Supremo Tribunal Federal, por ocasião do julgamento da ADI n. 1.931-MC, Relator o Ministro Maurício Corrêa, DJ de 28.5.04, decidiu pela constitucionalidade do ressarcimento ao SUS instituído pela Lei n. 9.656/98. Agravo regimental a que se nega provimento” (RE 488.026-AgR, Rel. Min. Eros Grau, Segunda Turma, DJe 6.6.2008).

E ainda:“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.

ADMINISTRATIVO. RESSARCIMENTO AO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE. ART. 32 DA LEI N. 9.656/98: INEXISTÊNCIA DE AFRONTA À CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. PRECEDENTE. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. O julgamento de medida cautelar em ação direta de inconstitucionalidade autoriza o exame dos recursos sobre a controvérsia nela debatida” (RE 491.152-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 16.10.2009).

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 149

6. Dessa orientação jurisprudencial não divergiu o acórdão recorrido.7. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.230 (503)ORIGEM : AC - 200630020929 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : PARÁRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : HAPVIDA ASSISTÊNCIA MÉDICA LTDAADV.(A/S) : JOÃO FREDERICK MARÇAL E MACIEL E OUTRO(A/S)RECDO.(A/S) : ALEXANDRE ARAÚJO RAMÔAADV.(A/S) : DANIELLE RIBEIRO RUSSO ARAÚJO

DECISÃOREPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL.

QUESTÃO SUSCETÍVEL DE REPRODUZIR-SE EM MÚLTIPLOS FEITOS. ART. 543-B DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. ART. 328, PARÁGRAFO ÚNICO, DO REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. DEVOLUÇÃO DOS AUTOS À ORIGEM.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra julgado no qual se discute a possibilidade da aplicação retroativa da Lei n. 9.656/98, que versa sobre plano de saúde, aos contratos anteriores à sua vigência.

Apreciada a matéria posta em exame, DECIDO.2. No julgamento eletrônico do Recurso Extraordinário n. 578.801, de

minha relatoria, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada neste recurso extraordinário.

Reconhecida a repercussão geral do tema, os autos deverão retornar à origem para aguardar o julgamento do mérito e, após a decisão, observar o disposto no art. 543-B do Código de Processo Civil.

3. Pelo exposto, determino a devolução destes autos ao Tribunal a quo para que seja observado o art. 543-B do Código de Processo Civil, nos termos do art. 328, parágrafo único, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

Publique-se.Brasília, 4 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.284 (504)ORIGEM : PROC - 200804000410882 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : SANTA CATARINARELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃORECDO.(A/S) : AIDA MARIA CRUZ E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : MARCIO LOCKS FILHO E OUTRO(A/S)

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO

INDIVIDUAL DE AÇÃO COLETIVA. FIXAÇÃO DE HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. INAPLICABILIDADE DO ART. 1º-D DA LEI N. 9.494/97: INEXISTÊNCIA DE REPERCUSSÃO GERAL. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 4ª Região:

“PROCESSUAL CIVIL. EXECUÇÃO INDIVIDUAL DE AÇÃO COLETIVA. HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. ART. 1º-D DA LEI 9.494/1997. MATÉRIA SUMULADA NO STJ. AGRAVO.

A decisão que deu provimento de plano ao recurso o fez com suporte em enunciado de súmula do e. Superior Tribunal de Justiça, hipótese expressamente prevista no artigo 557, § 1º-A, do CPC, o que conduz ao improvimento do agravo inominado” (fl. 182).

2. A Recorrente sustenta ofensa aos arts. 97 e 100, caput e §§ 1º, 2º e 3º, da Constituição da República.

Analisados os elementos havidos nos autos, DECIDO.3. Razão jurídica não assiste à Recorrente.4. No julgamento do Recurso Extraordinário 599.903, de minha

relatoria, DJe 11.9.2009, o Plenário do Supremo Tribunal Federal afirmou a inexistência de repercussão geral da questão discutida nestes autos:

“HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS. EXECUÇÃO CONTRA A FAZENDA PÚBLICA NÃO EMBARGADA. EXECUÇÃO DE SENTENÇA PROFERIDA EM AÇÃO COLETIVA. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL.

AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO AO RECURSO EXTRAORDINÁRIO N. 420.816. RECURSO EXTRAORDINÁRIO RECUSADO. 1. O tema constitucional examinado no Recurso Extraordinário n. 420.816, Redator para o acórdão o Ministro Sepúlveda Pertence, estava restrito à redução interpretativa do art. 1º-D da Lei n. 9.494/1997 (Medida Provisória n. 2.180-35/2001) para torná-lo aplicável apenas às execuções por quantia certa contra a Fazenda Pública (art. 730 do Código de Processo Civil). 2. É infraconstitucional a questão do enquadramento jurídico da execução de sentença proferida em ação coletiva contra à Fazenda Pública ao disposto no art. 730 do Código de Processo Civil. 3. Precedentes do Superior Tribunal de Justiça e deste Supremo Tribunal Federal. 4. Recurso extraordinário recusado” (grifos nossos).

5. Declarada a ausência de repercussão geral, os recursos extraordinários que suscitarem a mesma questão constitucional podem ter o seu seguimento negado pelos respectivos relatores, conforme o § 1º do art. 327 do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

6. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 6 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.358 (505)ORIGEM : AC - 70017844515 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSADV.(A/S) : PROCURADOR-GERAL FEDERALRECDO.(A/S) : FLORAVANTE TEIXEIRAADV.(A/S) : PEDRO LUCIANO DE OLIVEIRA DORNELLES E

OUTRO(A/S)

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E

PREVIDENCIÁRIO. AUXÍLIO-ACIDENTE. REVISÃO DE BENEFÍCIO CONCEDIDO EM PERÍODO ANTERIOR À LEI N. 9.032/95: IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DOS PRECEDENTES DO PLENÁRIO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul:

“APELAÇÃO CÍVEL. ACIDENTE DO TRABALHO. REVISÃO DE BENEFÍCIO. AUXÍLIO-ACIDENTE. APLICAÇÃO DA LEI MAIS BENÉFICA. 1. Nas ações acidentárias a prescrição não atinge o fundo do direito, mas tão-somente as prestações concernentes ao qüinqüênio anterior à propositura da ação. Aplicação da Súmula n. 85 do STJ. 2. A lei nova que estabelece condições mais favoráveis àqueles que usufruem benefícios acidentários, a unificação do percentual do auxílio-acidente (50%), aplica-se de imediato a partir da sua vigência, a todos os benefícios, inclusive sobre os já concedidos definitivamente, e não apenas aos futuros e pendentes, sem implicar em retroatividade vedada. Precedentes do STJ. 3. O auxílio-acidente mensal corresponderá a 50% do salário de benefício a contar da entrada em vigor da Lei n. 9.032/95, de 24/04/95 que deu nova redação ao parágrafo primeiro do artigo 86 do referido diploma legal, excluído o período atingido pela prescrição. 4. Compensação das parcelas já pagas pela autarquia ao autor no percentual de 40% do salário-de-benefício, a fim de evitar o enriquecimento injustificado do beneficiado. 5. Os juros de mora devem ser fixados em percentual de 12% ao ano, desde a citação, conforme o entendimento do STJ. 6. Correção monetária. O índice utilizado na correção monetária das parcelas vencidas deve ser o IGP-DI, conforme o disposto no art. 10 da Lei n. 9.711/98, desde o vencimento de cada prestação, tendo em vista a natureza alimentar do benefício. 7. Honorários advocatícios em 10% sobre o valor da condenação das parcelas vencidas até a prolação da sentença, consoante o artigo 20, §§ 3º e 4º, do CPC, e conforme a Súmula 111 do STJ. 8. O INSS não tem isenção de custas e emolumentos nas ações acidentárias e de benefícios propostas na Justiça Estadual. Súmula 178 do STJ. Custas processuais (incluídos os honorários periciais) são devidas pela metade, consoante a Súmula 02 do extinto Tribunal de Alçada e o art. 11, ‘a’, do Regimento de Custas – Lei n. 8.121/85. DERAM PARCIAL PROVIMENTO AO APELO. UNÂNIME” (fl. 95).

2. O Recorrente alega que o Tribunal a quo teria contrariado os arts. 5º, inc. XXXVI, e 195, § 5º, da Constituição da República.

Argumenta que “é indiscutível que a concessão do benefício previdenciário é ato jurídico perfeito e acabado. A questão cinge-se a saber se uma Lei posterior ao ato da concessão do benefício (auxílio-acidente) pode alterar o percentual dessa concessão, com efeitos nas prestações mensais a serem pagas após a sua publicação, sem ofender o ato jurídico perfeito. A questão está no plano normativo e, sendo assim, é de natureza constitucional” (fl. 122).

Sustenta que, “instaurada a relação jurídica, deve a mesma reger-se pela lei à época vigente, segundo o princípio tempus regit actum, sendo inoperante, para esta relação que já se concretizou, todas as alterações

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 150

legislativas posteriores relacionadas ao cálculo da prestação inicial, sejam elas menos ou mais benéficas para o sujeito ativo, ao menos que, evidentemente, a lei posterior contenha previsão de aplicação a situações fáticas, circunstâncias inocorrente na hipótese” (fl. 124).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. Razão jurídica assiste ao Recorrente.4. Na assentada de 8.2.2007, no julgamento dos Recursos

Extraordinários 415.454 e 416.827, interpostos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, Relator o Ministro Gilmar Mendes, o Plenário do Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de que a Lei n. 9.032/1995 seria aplicada apenas aos benefícios concedidos a partir de sua entrada em vigor.

Em 9.2.2007, na sessão pública subsequente àquela, a decisão foi confirmada pelo Plenário, por unanimidade de votos, no julgamento coletivo de 4.908 recursos extraordinários.

5. Essa jurisprudência foi reafirmada no julgamento da Questão de Ordem no Recurso Extraordinário 597.389, Relator o Ministro Gilmar Mendes, com repercussão geral reconhecida:

“Questão de ordem. Recurso extraordinário. 2. Previdência Social. Revisão de benefício previdenciário. Pensão por morte. 3. Lei nº 9.032, de 1995. Benefícios concedidos antes de sua vigência. Inaplicabilidade. 4. Aplicação retroativa. Ausência de autorização legal. 5. Cláusula indicativa de fonte de custeio correspondente à majoração do benefício previdenciário. Ausência. 6. Jurisprudência pacificada na Corte. Regime da repercussão geral. Aplicabilidade. 7. Questão de ordem acolhida para reafirmar a jurisprudência do Tribunal e determinar a devolução aos tribunais de origem dos recursos extraordinários e agravos de instrumento que versem sobre o mesmo tema, para adoção do procedimento legal. 8. Recurso extraordinário a que se dá provimento” (Tribunal Pleno, DJe 21.8.2009).

Sedimentado está, portanto, o entendimento de que, não havendo disposição expressa quanto à retroatividade na Lei n. 9.032/95, o critério de concessão do benefício previdenciário nela previsto somente se aplica àquele concedido a partir de sua vigência (princípio tempus regit actum).

6. Dessa orientação jurisprudencial divergiu o acórdão recorrido.7. Pelo exposto, dou provimento ao recurso extraordinário (art.

557, § 1º-A, do Código de Processo Civil e art. 21, § 2º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Aplico aos ônus de sucumbência o que decidido no julgamento coletivo em 9.2.2007, isento o Recorrido de seu pagamento e fixo em 1% do valor originário da causa os honorários advocatícios, com a ressalva da eventual concessão do benefício da justiça gratuita.

Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.658 (506)ORIGEM : RESP - 1087492 - SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTICAPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : POLIMIX CONCRETO LTDAADV.(A/S) : JOÃO MARCELO SILVA VAZ DE MELLORECDO.(A/S) : MUNICÍPIO DE TORRESPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE TORRES

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE

SERVIÇOS DE QUALQUER NATUREZA. EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL. ART. 9º, § 2º, ALÍNEA B, DO DECRETO-LEI N. 406/68: RECEPÇÃO PELA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. PRECEDENTES. REPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL. DESNECESSIDADE DE EXAME. ART. 323, § 1º, DO REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ACÓRDÃO RECORRIDO DIVERGENTE DA JURISPRUDÊNCIA DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRESUNÇÃO DE EXISTÊNCIA DA REPERCUSSÃO GERAL. RECURSO PROVIDO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Superior Tribunal de Justiça:

“ISS. BASE DE CÁLCULO. VALORES REFERENTES AOS MATERIAIS UTILIZADOS NA CONSTRUÇÃO CIVIL. IMPOSSIBILIDADE DE SUBTRAÇÃO. MATÉRIA CONSTITUCIONAL. ANÁLISE PELO STF. I - Consoante jurisprudência desta Corte, as empresas do ramo da construção civil são contribuintes do ISS, pelo que não se admite subtrair da base de cálculo do tributo o montante referente às subempreitadas e aos materiais utilizados pela construtora. Precedentes: REsp nº 911.158/MG, Rel. Min. ELIANA CALMON, DJe de 27/11/08; REsp nº 828.879/SP, Rel. Min. TEORI ALBINO ZAVASCKI, DJ de 31/08/06; REsp nº 779.515/MG, Rel. Min. ELIANA CALMON, DJ de 03/08/06 e REsp nº 577.356/MG, Rel. Min. DENISE ARRUDA, DJ de 30/05/04. II - A verificação da existência de suposta violação a preceitos constitucionais não pode ser realizada por esta Corte, competindo essa análise exclusivamente ao Pretório Excelso, sendo vedado ao STJ fazê-la, mesmo para fins de prequestionamento. Precedente: EAREsp nº 464.559/SP, Rel. Min. DENISE ARRUDA, DJ de 02/08/04. III - Agravo regimental

improvido” (fl. 267). 2. A Recorrente alega que o Tribunal a quo teria contrariados os arts.

59, 146, inc. III e alínea a, e 156, inc. IV, da Constituição da República.Argumenta que o Supremo Tribunal Federal “reconheceu o direito do

setor de construção civil nacional em deduzir, na Base de Cálculo do imposto, os materiais fornecidos com os serviços prestados, na exata aplicação do autorizado, expressa e literalmente, pelas disposições do art. 7º, § 2º, inciso I, da Lei Complementar n. 116, de 31 de julho de 2003” (fl. 294).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. Em preliminar, é de se ressaltar que, apesar de ter sido a parte

recorrente intimada depois de 3.5.2007 e constar no recurso extraordinário capítulo destacado para a defesa da repercussão geral da questão constitucional, não é o caso de se iniciar o procedimento para a aferição da sua existência, pois, nos termos do art. 323, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal – com a redação determinada pela Emenda Regimental n. 21/2007 -, esta se presume “quando o recurso (...) impugnar decisão contrária a súmula ou a jurisprudência dominante”.

4. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido de que é possível as empresas de construção civil deduzir o valor dos materiais e subempreitadas no cálculo do preço do serviço. O Supremo Tribunal Federal firmou, ainda, o entendimento no sentido de que o art. 9º, § 2º, alíneas a e b, do Decreto-Lei n. 406/68 é compatível com a Constituição da República de 1988.

Confiram-se, a propósito, os seguintes julgados:“EMENTA: TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE SERVIÇOS - ISS.

EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO CIVIL. DEDUÇÃO DO VALOR DE SUBEMPREITADAS TRIBUTADAS. ART. 9º, § 2º, ALÍNEA B, DO DECRETO-LEI N. 406/68. 1. O Decreto-Lei n. 406/68 foi recepcionado como lei complementar pela Constituição da República. Precedentes: Recursos Extraordinários ns. 236.604 e 220.323. 2. O disposto no art. 9º, § 2º, alínea b, do Decreto-Lei n. 406/68 não contraria a Constituição da República. 3. Recurso extraordinário não conhecido” (RE 262.598, de que fui Redatora do acórdão, Primeira Turma, DJ 28.9.2007).

E:“CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. ISS. CONSTRUÇÃO CIVIL. D.L.

406/68, art. 9º, § 2º, a e b. I. - Dedução do valor dos materiais e subempreitadas no cálculo do preço do serviço. D.L. 406/68, art. 9º, § 2º, a e b: dispositivos recebidos pela CF/88. Citados dispositivos do art. 9º, § 2º, cuidam da base de cálculo do ISS e não configuram isenção. Inocorrência de ofensa ao art. 151, III, art. 34, ADCT/88, art. 150, II e 145, § 1º, CF/88. RE 236.604-PR, Velloso, Plenário, 26.5.99, RTJ 170/1001. II. - RE conhecido e provido. Agravo improvido” (RE 214.414-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ 29.11.2002).

Nesse sentido, em casos análogos, foram proferidas as seguintes decisões monocráticas: RE 548.522, Rel. Min. Carlos Britto, DJ 12.2.2008, trânsito em julgado em 25.2.2008; RE 525.479, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJ 16.10.2007, trânsito em julgado em 26.10.2007; e RE 518.276, Rel. Min. Eros Grau, DJ 9.3.2007, trânsito em julgado em 21.3.2007.

5. Dessa orientação jurisprudencial divergiu o acórdão recorrido.6. Pelo exposto, dou provimento ao recurso extraordinário (art.

557, § 1º-A, do Código de Processo Civil e art. 21, § 2º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal), ficam invertidos os ônus da sucumbência.

Publique-se.Brasília, 29 de outubro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.694 (507)ORIGEM : AC - 2690632003 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : BAHIARELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : CBN - COMERCIAL BAHIANA DE NEGÓCIOS LTDAADV.(A/S) : MARIA DE LOURDES DE SANTANA MENEZES E

OUTRO(A/S)RECDO.(A/S) : BANCO ITAÚ S/AADV.(A/S) : AIRTON DE SOUZA LIMA E OUTRO(A/S)

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. INDENIZAÇÃO

POR DANO MORAL. 1. REPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL: DESNECESSIDADE. INTIMAÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO ANTERIOR A 3.5.2007. 2. VALOR INICIAL ESTIPULADO EM SALÁRIOS-MÍNIMOS: POSSIBILIDADE. PRECEDENTES. RECURSO EXTRAORDINÁRIO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal de Justiça da Bahia:

“APELAÇÃO CÍVEL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. INDENIZAÇÃO EM SALÁRIOS-MÍNIMOS. EFEITOS INFRINGENTES. OBSCURIDADE, OMISSÃO E CONTRADIÇÃO INEXISTENTES.

Não ofende a dispositivos legais a fixação de indenização com base no salário-mínimo, porquanto, consoante já está assente na jurisprudência do excelso Superior Tribunal de Justiça, o art. 3º da Lei n. 6.194/74 não foi

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 151

revogado pelas Leis ns. 6.205/75 e 6.423/77, subsistindo o critério de fixação da indenização em salários-mínimos ali previsto, por não se constituir, no caso, em fator de correção monetária, mas sim em base para quantificação do montante ressarcitório” (fl. 366).

2. A Recorrente alega que o Tribunal a quo teria contrariado o art. 7º, inc. IV, da Constituição da República.

Argumenta que “O critério utilizado pela ilustre Relatora, para diminuição do quantum indenizatório em danos morais e sua fixação em salários-mínimos, é inconstitucional, vez que o pleito não tem caráter alimentar nem salarial” (fl. 384).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. Inicialmente, quanto à preliminar de repercussão geral, é de se

anotar que a então Recorrente foi intimada do acórdão recorrido antes de 3.5.2007, o que dispensa a demonstração da repercussão geral da questão constitucional em capítulo especial do recurso extraordinário, nos termos do que decidido pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal no Agravo de Instrumento 664.567-QO, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence.

4. Razão jurídica não assiste à Recorrente.5. A jurisprudência do Supremo Tribunal Federal firmou-se no sentido

de que a inconstitucionalidade da vinculação do salário-mínimo restringe-se à sua utilização como índice de correção monetária, o que não impede que seja empregado para fixação do valor inicial da indenização, a qual deverá ser corrigida, daí em diante, pelos índices oficiais de correção monetária.

Nesse sentido, os seguintes julgados:“Vinculação ao salário mínimo: a vedação do art. 7º, IV, da

Constituição, restringe-se à hipótese em que se pretenda fazer das elevações futuras do salário mínimo índice de atualização da indenização fixada; não, qual se deu no acórdão recorrido, se o múltiplo do salário mínimo é utilizado apenas para expressar o valor inicial da condenação, a ser atualizado, se for o caso, conforme os índices oficiais da correção monetária” (RE 389.989-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJ 5.11.2004).

“Agravo regimental em agravo de instrumento. 2. Indenização por dano moral. Princípios do contraditório e ampla defesa. Ofensa reflexa. Precedente. 3. Fixação da condenação em salários mínimos vigentes à época. Possibilidade. Precedentes. 4. Agravo regimental a que se nega provimento” (AI 493.494-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, Segunda Turma, DJ 4.3.2005).

E ainda a seguinte decisão monocrática:“Trata-se de ação de cobrança de seguro obrigatório proposta por

Éster Vale Barbosa contra o HSBC Seguros (Brasil) S/A. 2. O Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão, negou provimento ao recurso de apelação, em acórdão assim sintetizado: "EMENTA. Seguro obrigatório. DPVAT. Indenização. Fixação com base no salário-mínimo. A fixação da indenização do seguro obrigatório DPVAT deve ser fixada com base no salário-mínimo observando-se o disposto no art. 3º da Lei 6.194/74, que não foi revogada pelas Leis n.ºs 6.205/75 e 6.423/77. De outro lado, a indenização prevista na Lei 6.194/74 não afronta o disposto no art. 7º, IV, da CF, posto que fixar o seu quantum tendo por referencial o salário-mínimo nada mais é do que preservar o seu valor real e não vinculá-la a este" (fls. 84). 3. A seguradora interpôs o presente extraordinário, em que sustenta a impossibilidade da vinculação do valor do salário-mínimo como fator de correção monetária para fixação do quantum devido a título de indenização, tendo em consideração o disposto no artigo 7º, IV, da Constituição do Brasil. 5. O recurso, entretanto, não merece ser conhecido. Esta Corte, ao apreciar o RE n. 140.940, Relator o Ministro Ilmar Galvão, DJ de 15.09.95, firmou a seguinte exegese: "EMENTA: AÇÃO DE INDENIZAÇÃO DECORRENTE DE ACIDENTE DE VEÍCULO. REPARAÇÃO DE GANHOS QUE A VÍTIMA PODERIA AUFERIR. FIXAÇÃO DA PENSÃO COM BASE NO SALÁRIO MÍNIMO. ART. 7º, INC. IV, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. E inaplicável a proibição da vinculação ao salário mínimo, prevista na parte final do art. 7º, inc. IV, da Constituição Federal, como base de cálculo e atualização de pensão em ação de indenização por ato ilícito. Recurso extraordinário não conhecido." Ante o exposto, com base no artigo 21, § 1º, do RISTF, nego seguimento ao extraordinário. Intime-se” (RE 298.211, Rel. Min. Eros Grau, DJ 23.2.2005, trânsito em julgado em 28.2.2005 – grifos nossos).

Não há, pois, o que prover quanto às alegações da Recorrente.6. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 4 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.731 (508)ORIGEM : AC - 10024062211420001 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : MINAS GERAISRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : RINA MÓVEIS LTDAADV.(A/S) : MARIA CLEUSA DE ANDRADE E OUTRO(A/S)RECDO.(A/S) : ESTADO DE MINAS GERAISADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. 1) ADMINISTRATIVO E

TRIBUTÁRIO. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ART. 5º, INC. LIV E LV: OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. 2) TRIBUTÁRIO. MULTA MORATÓRIA. ALEGAÇÃO DE APLICAÇÃO EM PERCENTUAL EXCESSIVO: OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. 3) NECESSIDADE DE REEXAME DE FATOS E PROVAS: INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal de Justiça de Minas Gerais:

“Apelação cível. Embargos do devedor. Ação de execução fiscal. Processo tributário administrativo - PTA. Cerceamento de defesa administrativa inocorrente. Multas fiscais. Regularidade. Juros moratórios. Taxa SELIC. Legalidade. Recurso não provido. 1. O princípio da ampla defesa é de observância obrigatória, tanto no processo judicial quanto no administrativo, sob pena de nulidade. 2. Ausente qualquer prejuízo para o contribuinte, tem-se como inocorrente o suposto cerceamento de defesa administrativa. 3. Sujeita-se à cobrança de multa o contribuinte que deixa de pagar o tributo devido no período apurado pela Fazenda Pública. 4. Não se afiguram desproporcionais ou desprovidas de razoabilidade, tampouco são confiscatórias, as multas cobradas dentro dos índices fixados pela legislação tributária pertinente (...). 6. Apelação cível conhecida e não provida, mantida a sentença que rejeitou os embargos” (fl. 147).

Tem-se no voto condutor do julgado recorrido:“Observo que o art. 56, II, da Lei estadual nº 6.763, de 1975, base

legal da penalidade constante da certidão de dívida ativa de f. 3, do apenso, relativamente à multa de revalidação, fixa em 50% do valor do imposto a multa pelo não recolhimento tempestivo do tributo, no todo ou em parte:

Art. 56. Nos casos previstos no inciso III do artigo 53, serão os seguintes os valores das multas:

II - havendo ação fiscal, a multa será de 50% (cinqüenta por cento) do valor do imposto, observadas as hipóteses de reduções previstas nos §§ 9º e 10 do art. 53” (fl. 155).

2. A Recorrente afirma que o Tribunal a quo teria ofendido os arts. 5º, inc. LIV e LV, e 150, inc. IV, da Constituição da República.

Assevera que:“Conquanto não se negue que a CDA goze de presunção relativa de

veracidade, inegável também é que a sua expedição preceda de processo tributário administrativo, no qual seja assegurado ao autuado todos os direitos e garantias fundamentais, corolários do devido processo legal. No caso em comento, como posto no acórdão, houve somente intimação para que a Recorrente pagasse o crédito, e não que o impugnasse. Destarte, a inobservância de tais preceitos fundamentais, desafia a veracidade relativa da CDA, tornado-a nula.

(...) Não é forçoso perceber que, no patamar aplicado, é inconteste a exorbitância e a inconstitucionalidade da multa imposta, ferindo de morte o artigo 150, inciso IV, da Constituição da República, por sua manifesta natureza confiscatória (...).

(...) A gradação da penalidade, sendo esta materializada na dosagem correta da pena, constitui-se princípio milenar.

(...)As multas devem guardar consonância com o princípio milenar da

gradação da penalidade, isto é, a penalidade deve ser dosimetrada, levando-se sempre em conta a natureza e as circunstâncias da falta cometida, bem como a intenção do infrator” (fls. 199-206 – grifos nossos).

Analisados os elementos havidos nos autos, DECIDO.3. Em preliminar, é de se ressaltar que, apesar de ter sido a

Recorrente intimada depois de 3.5.2007 e constar no recurso extraordinário capítulo destacado para a defesa da repercussão geral da questão constitucional, não é o caso de se iniciar o procedimento para a aferição da sua existência, pois, nos termos do art. 323, primeira parte, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal – com a redação determinada pela Emenda Regimental n. 21/2007 -, esse procedimento somente terá lugar “quando não for o caso de inadmissibilidade do recurso por outra razão”.

Essa é a situação do caso em exame, em que a análise da existência, ou não, da repercussão geral da questão constitucional torna-se dispensável, pois há outro fundamento suficiente para a inadmissibilidade do recurso.

4. O Supremo Tribunal Federal firmou o entendimento de que a alegação de afronta ao art. 5º, inc. LIV e LV, da Constituição da República, se dependente do exame da legislação infraconstitucional – na espécie vertente, da Lei n. 6.830/80 -, não viabiliza o recurso extraordinário, pois eventual ofensa constitucional seria indireta. Nesse sentido:

“PROCESSUAL PENAL. AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 282 DESTE SUPREMO TRIBUNAL. MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. 1. A jurisprudência deste Supremo Tribunal firmou-se no sentido de que "os embargos declaratórios só suprem a falta de prequestionamento quando a decisão embargada tenha sido efetivamente omissa a respeito da questão antes suscitada". Precedentes. 2. O Supremo

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 152

Tribunal Federal firmou jurisprudência no sentido de que as alegações de afronta aos princípios da legalidade, do devido processo legal, da motivação dos atos decisórios, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional, se dependentes de reexame de normas infraconstitucionais, podem configurar apenas ofensa reflexa à Constituição da República. Precedentes. 3. Agravo regimental desprovido” (AI 580.465-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 19.9.2008).

“RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Alegação de ofensa ao art. 5º, LV, da Constituição Federal. Ofensa constitucional indireta. Agravo regimental não provido. Alegações de desrespeito aos postulados da legalidade, do devido processo legal, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional, se dependentes de reexame prévio de normas inferiores, podem configurar, quando muito, situações de ofensa meramente reflexa ao texto da Constituição” (RE 547.201-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe 14.11.2008).

5. A alegação de que a aplicação da multa prevista no art. 56, inc. II, da Lei n. 6.763/75 do Estado de Minas Gerais teria sido incorretamente dosada não enseja o recurso extraordinário, pois eventual ofensa constitucional seria indireta.

Além disso, o argumento de que se deveria levar “em conta a natureza e as circunstâncias da falta cometida, bem como a intenção do infrator” (fl. 206) atrai a incidência da Súmula 279 do Supremo Tribunal Federal e também não viabiliza o recurso extraordinário.

Confiram-se, a propósito, os seguintes julgados:“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO.

MULTA MORATÓRIA. OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. A questão sobre a natureza da multa moratória é infraconstitucional” (RE 542.931-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 20.2.2009).

“1. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Reexame de fatos e provas. Aplicação das súmulas nº 279. Agravo regimental improvido. Não cabe recurso extraordinário que tenha por objeto o simples reexame de fatos e provas. 2. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Jurisprudência assentada. Ausência de razões consistentes. Decisão mantida. Agravo regimental improvido. Nega-se provimento a agravo regimental tendente a impugnar, sem razões consistentes, decisão fundada em jurisprudência assente na Corte. 3. RECURSO. Agravo. Regimental. Jurisprudência assentada sobre a matéria. Caráter meramente abusivo. Litigância de má-fé. Imposição de multa. Aplicação do art. 557, § 2º, c.c. arts. 14, II e III, e 17, VII, do CPC. Quando abusiva a interposição de agravo, manifestamente inadmissível ou infundado, deve o Tribunal condenar o agravante a pagar multa ao agravado” (RE 330.907-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe 9.5.2008 – grifos nossos).

“RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONTROVÉRSIA INFRACONSTITUCIONAL. REEXAME DE FATOS E PROVAS. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. O Tribunal a quo decidiu a controvérsia com fundamento em norma infraconstitucional e nas provas contidas nos autos” (RE 376.599-AgR, de minha relatoria, DJ 2.2.2007).

“1. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Alegação de ofensa ao art. 5º, XXXV, LIV e LV, da Constituição Federal. Ofensa constitucional indireta. Agravo regimental não provido. As alegações de desrespeito aos postulados da legalidade, do devido processo legal, da motivação dos atos decisórios, do contraditório, dos limites da coisa julgada e da prestação jurisdicional, se dependentes de reexame prévio de normas inferiores, podem configurar, quando muito, situações de ofensa meramente reflexa ao texto da Constituição. 2. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Alegação de ofensa ao art. 93, IX, da Constituição Federal. Ofensa constitucional indireta. Não cabe recurso extraordinário que teria por objeto alegação de ofensa que, irradiando-se de má interpretação, aplicação, ou, até, de inobservância de normas infraconstitucionais, seria apenas indireta à Constituição da República” (AI 508.047-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe 21.11.2008 – grifos nossos).

“Recurso extraordinário: descabimento, quando fundado na alegação de ofensa reflexa à Constituição. 1. Tem-se violação reflexa a Constituição, quando o seu reconhecimento depende de rever a interpretação dada a norma ordinária pela decisão recorrida, caso em que e a hierarquia infraconstitucional dessa última que define, para fins recursais, a natureza de questão federal. 2. Admitir o recurso extraordinário por ofensa reflexa ao princípio constitucional da legalidade seria transformar em questões constitucionais todas as controvérsias sobre a interpretação da lei ordinária, baralhando as competências repartidas entre o STF e os tribunais superiores e usurpando até a autoridade definitiva da Justiça dos Estados para a inteligência do direito local” (AI 134.736-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJ 17.2.1995).

E ainda: AI 339.362-AgR, Rel. Min. Sydney Sanches, DJ 9.5.2003; AI 531.361-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, DJ 30.9.2005; RE 425.734-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, DJ 28.10.2005; e AI 548.288-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, DJ 24.3.2006.

6. Nada há, pois, a prover quanto às alegações da Recorrente.7. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.805 (509)ORIGEM : AC - 337514400 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSARECTE.(S) : MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTEPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE BELO

HORIZONTERECDO.(A/S) : PLANETARIUM LTDAADV.(A/S) : DANIELA MARIA PROCÓPIO E OUTRO(A/S)INTDO.(A/S) : ESTADO DE MINAS GERAISADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS

DESPACHO: (Referente à petição nº 114366/2009)Junte-se. Concedo vista dos autos pelo prazo de 5 (cinco) dias

requerido as fls. 615. Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.907 (510)ORIGEM : AC - 7045750 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SÃO PAULORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : CCF FUNDO DE PENSÃOADV.(A/S) : MARCELO ANTONIO MURIEL E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : JOSÉ ALEXANDRE BUAIZ NETO E OUTRO(A/S)RECDO.(A/S) : SILVIO DOCAL E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : MARCUS VINÍCIUS PEREIRA DA SILVA E OUTRO(A/S)RECDO.(A/S) : SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM

INDUSTRIAL - SENAIADV.(A/S) : JOSÉ CARLOS IMBRIANI

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. PREVIDÊNCIA PRIVADA.

REGULAMENTO COMPLEMENTAR DO SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM INDUSTRIAL - SENAI. 1. REPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL: DESNECESSIDADE. INTIMAÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO ANTERIOR A 3.5.2007. 2. IMPOSSIBILIDADE DE ANÁLISE DA LEGISLAÇÃO INFRACONSTITUCIONAL: OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. 3. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE PROVAS E DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS: INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 279 E 454 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal de Justiça de São Paulo:

“PREVIDÊNCIA PRIVADA - Declaratória de nulidade de cláusula contratual do Regulamento Complementar do SENAI - Prevalência do voto dissidente - Admissibilidade - Inaplicabilidade do Código de Defesa do Consumidor, bem como da Instrução Normativa da Secretaria de Previdência Complementar n° 6/95, editados após a adesão dos autores ao plano de previdência privada - A Lei n° 6.435/77 não previu, como condição para restituição das parcelas pagas, a cessação do vínculo empregatício com a patrocinadora, não podendo estabelecê-la o contrato de adesão, sob pena de violação do art. 115 do Código Civil; mas mesmo que assim não fosse, nulo seria o dispositivo regulamentar invocado pelos réus, por infração ao princípio da isonomia

- Embargos acolhidos” (fl. 376).2. O Recorrente alega que o Tribunal a quo teria contrariado o art. 5º,

caput e inc. II, da Constituição da República.Argumenta que “a Lei n. 6.435/77 não proibiu o condicionamento do

resgate dos valores das contribuições à cessação do vínculo empregatício, muito pelo contrário, tanto não era proibido que as legislações posteriores a essa lei (artigo 31, § 2º, do Decreto n. 81.240/78 e o item 2 da Instrução Normativa n. 6, de 16.6.1995) expressamente passaram a prever tal condição” (fl. 421).

Sustenta que “a Cláusula 24 não tem nada de arbitrária ou abusiva, conforme consignou o v. acórdão recorrido. Os próprios Recorridos têm a faculdade de terminar seu contrato de trabalho a qualquer tempo com a patrocinadora SENAI, o que possibilitaria o imediato levantamento das contribuições feitas ao fundo administrado pelo Recorrente. De outra parte, o ora Recorrente não tem a menor condição ou poder de dar por terminado o contrato de trabalho dos Recorridos, sendo portanto a Cláusula 24 do Regulamento atrelada a ato ou decisão que não depende do Recorrente” (fls. 423-424).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. Inicialmente, quanto à preliminar de repercussão geral, é de se

anotar que o então Recorrente foi intimado do acórdão recorrido antes de 3.5.2007, o que dispensa a demonstração da repercussão geral da questão constitucional em capítulo especial do recurso extraordinário, nos termos do

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 153

que decidido pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal no Agravo de Instrumento 664.567-QO, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence.

4. Razão jurídica não assiste ao Recorrente.5. O Tribunal a quo decidiu com base na Lei n° 6.435/77 e no

conjunto dos elementos fático-probatórios constantes dos autos, entre os quais as cláusulas do Regulamento Complementar do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial - SENAI. Para concluir de forma diversa do acórdão recorrido, seriam necessários a análise da legislação infraconstitucional e o reexame de cláusulas contratuais, o que não viabiliza o processamento do recurso extraordinário. Incidem na espécie as Súmulas 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal.

Nesse sentido:“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO.

PREVIDENCIÁRIO. NOVO PLANO DE PREVIDÊNCIA PRIVADA. COBRANÇA DE CONTRIBUIÇÃO. RESTITUIÇÃO DE VALORES. IMPOSSIBILIDADE DO REEXAME DE PROVAS E DE CLÁUSULAS DO REGULAMENTO. INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 279 E 454 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. Imposição de multa de 5% do valor corrigido da causa. Aplicação do art. 557, § 2º, c/c arts. 14, inc. II e III, e 17, inc. VII, do Código de Processo Civil”(AI 748.504-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJ 7.8.2009).

“PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL EM AGRAVO DE INSTRUMENTO. PREVIDÊNCIA PRIVADA. CONTRIBUIÇÃO. RESTITUIÇÃO. CORREÇÃO MONETÁRIA. LEGISLAÇÃO ORDINÁRIA. OFENSA REFLEXA. NECESSIDADE DE REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO E DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. SÚMULAS 279 E 454 DO STF. TRÂNSITO EM JULGADO DE RECURSO ESPECIAL. SÚMULA 283 DO STF. AGRAVO IMPROVIDO. I - O acórdão recorrido decidiu a questão com base na legislação ordinária e na jurisprudência do STJ. A afronta à Constituição, se ocorrente, seria indireta. Incabível, portanto, o recurso extraordinário. II - A apreciação do recurso extraordinário demanda o reexame de matéria fático-probatória e de cláusulas contratuais, o que atrai a incidência das Súmulas 279 e 454 do STF. III - Com a negativa de provimento ao agravo de instrumento pelo Superior Tribunal de Justiça, tornaram-se definitivos os fundamentos infraconstitucionais que amparam o acórdão recorrido (Súmula 283 do STF). IV - Agravo regimental improvido” (AI 731.227-AgR, Rel. Min. Ricardo Lewandowski, Primeira Turma, DJ 13.3.2009).

Não há, pois, o que prover quanto às alegações do Recorrente.6. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 4 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.944 (511)ORIGEM : AIRR - 1063200400318400 - TRIBUNAL SUPERIOR DO

TRABALHOPROCED. : GOIÁSRELATORA :MIN. ELLEN GRACIERECTE.(S) : AGÊNCIA GOIANA DE COMUNICAÇÃO - AGECOMADV.(A/S) : CLÁUDIO ANTONIO FERNANDES E OUTRO(A/S)RECDO.(A/S) : CONSÓRCIO DE EMPRESAS DE RADIODIFUSÃO E

NOTÍCIAS DO ESTADO - CERNEADV.(A/S) : ALINY NUNES TERRA E OUTRO(A/S)RECDO.(A/S) : ALICE SAMPAIO DE FARIA E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : PATRÍCIA CARNEIRO MACHADO E OUTRO(A/S)

1.Trata-se de recurso extraordinário interposto contra acórdão do TST que negou provimento a agravo de instrumento por entender que não houve dissenso jurisprudencial apto a ensejar a veiculação do recurso de revista.

Nas razões do RE, sustenta-se ofensa aos artigos 37, caput, II, X e §2º; e 169, §1º, da Constituição Federal.

2.O recurso não merece prosperar. O acórdão recorrido limitou-se a tratar de matéria processual, relativa a pressuposto de admissibilidade de recurso trabalhista, a teor do que dispõe o art. 896 da CLT. Assim, a alegada contrariedade aos dispositivos constitucionais apontados somente poderia ocorrer de forma indireta, a depender do exame da legislação infraconstitucional, sem margem para o acesso à via extraordinária.

Aliás, sobre o tema ambas as Turmas desta Corte têm reiterado esse entendimento: AI 486.403-AgR/RS, rel. Min. Carlos Britto, 1ª Turma, pub. DJ 22.4.2005; AI 437.622-AgR/MG, rel. Min. Joaquim Barbosa, 2ª Turma, pub. DJ 10.6.2005; AI 480.496-AgR/PE, rel. Min. Celso de Mello, 2ª Turma, pub. DJ 17.02.2006; e RE 574.197-AgR/RS, de minha relatoria, 2ª Turma, pub. DJe 03.4.2009.

3.Frise-se que esta Suprema Corte manifestou-se pela inexistência de repercussão geral da matéria no RE 598.365/MG, rel. Min. Carlos Britto.

4.Ante o exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art. 557, caput, do CPC).

Publique-se.Brasília, 05 de novembro de 2009.

Ministra Ellen Gracie

Relatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.032 (512)ORIGEM : AMS - 200435000114160 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : GOIÁSRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS - UFGOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERALRECDO.(A/S) : MILKA LETICIA BARROS MESQUITAADV.(A/S) : GABRIEL REMÍGIO MOREIRA NETO

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. ENSINO

SUPERIOR. EMPREGADO DE EMPRESA PÚBLICA. TRANSFERÊNCIA. MATRÍCULA. INEXISTÊNCIA DE INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINO CONGÊNERE. CONCLUSÃO DO CURSO. PERDA SUPERVENIENTE DO OBJETO. RECURSO PREJUDICADO.

Relatório 1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 1ª Região:

“ADMINISTRATIVO. ENSINO SUPERIOR. EMPREGADO DE EMPRESA PÚBLICA. TRANSFERÊNCIA. MATRÍCULA. INEXISTÊNCIA DE INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE ENSINO CONGÊNERE. 1. Os servidores de empresas públicas e sociedades de economia mista enquadram-se genericamente como servidores públicos, considerando-se que prestam concurso público e lhes é vedado acumular cargos ou empregos públicos, submetendo-se, ainda, à responsabilidade por atos de improbidade administrativa e a responderem a ação popular (CF, art. 37, incisos I, XVII, XXI, §§ 4º e 7º e art. 5º, LXXIII). 2. A Lei 9.536/96, ao assegurar direito de transferência obrigatória ao servidor público federal civil, compreende não somente a categoria dos servidores estatutários da União e suas autarquias, mas também os empregados das empresas públicas e sociedades de economia mista federais. Precedentes desta Corte.

3. Embora não tenha sido preenchido o requisito da congeneridade, a que se refere o art. 99 da Lei 8.112/90, sendo a Universidade Federal de Goiás a única instituição de ensino superior, na cidade de Goiás, que oferece o curso de Direito, há que se aplicar ao caso a orientação da Súmula 43 do TRF – 1ª Região. 4. Apelação e remessa oficial improvidas” (fl. 135).

2. A Recorrente alega que o Tribunal a quo teria afrontado os arts. 37, 39, 173, § 1º, e 206, inc. I, da Constituição da República.

Argumenta que “a recorrida não pode ser matriculada no curso de Direito da UFGO. E, ao reconhecer o direito, por parte da recorrida, à transferência em comento, o acórdão vergastado violou expressas disposições constitucionais inseridas nos artigos 37, 39 e 173, § 1º, todos da Constituição Federal de 1988” (fl. 187).

Examinados os elementos havidos nos autos, DECIDO.3. O presente recurso extraordinário está prejudicado, por perda

superveniente de objeto.4. A Universidade Federal de Goiás – UFGO informou que a ora

Recorrida concluiu o curso de Direito (fls. 199-202).Como consignou o Ministro Joaquim Barbosa no julgamento do

Agravo de Instrumento n. 439.261, a “situação fática está consumada, de modo que não se poderá extrair do recurso extraordinário nenhum benefício prático ao recorrente. Por conseguinte, inexiste interesse em recorrer” (DJ 15.12.2004).

5. Ademais, a conclusão do curso pela Recorrida, objeto do mandado de segurança, conforme comunicado pela Recorrente, torna-se inócua a discussão sobre a possibilidade, ou não, de matrícula obrigatória de empregado de empresa pública transferido ex officio, para instituição de ensino.

6. Pelo exposto, julgo prejudicado o presente recurso extraordinário, por perda de objeto (art. 21, inc. IX, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal), e determino a baixa dos autos à origem.

Publique-se.Brasília, 11 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.098 (513)ORIGEM : AC - 35010107775 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : ESPÍRITO SANTORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : MUNICÍPIO DE VILA VELHAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE VILA

VELHARECDO.(A/S) : DROGARIA ARRIVA LTDA-ME E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : JOSÉ WILLIAM DE FREITAS COUTINHO E

OUTRO(A/S)

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. TAXA DE

RENOVAÇÃO DE LICENÇA PARA ESTABELECIMENTO MUNICIPAL. BASE

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 154

DE CÁLCULO. 1. REPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL: DESNECESSIDADE. INTIMAÇÃO DO ACÓRDÃO RECORRIDO ANTERIOR A 3.5.2007. 2. ALEGADA OFENSA AO PRINCÍPIO DA ISONOMIA. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO: INCIDÊNCIA DAS SÚMULAS 282 E 356 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal de Justiça do Espírito Santo:

“TAXA DE RENOVAÇÃO DE LICENÇA PARA ESTABELECIMENTO MUNICIPAL. CANCELAMENTO DA SÚMULA 157. BASE DE CÁLCULO. TAXA E IPTU. INADMISSIBILIDADE.

1. É legítima a cobrança de taxa de renovação de licença para localização, instalação e funcionamento de estabelecimento municipal; 2. No julgamento do RESP 262.571-SP, na sessão de 24⁄04⁄2002, a Primeira Seção do SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL deliberou pelo cancelamento da Súmula nº 157; 3. A base de cálculo para cobrança da taxa não pode ser a mesma de imposto, consoante § 2º, do art. 145, da Constituição da República. 4. Incorre em inconstitucionalidade o preceito municipal que insere como base de cálculo da taxa de funcionamento critério relativo à localização do estabelecimento contribuinte” (fl. 47).

Não foram opostos embargos de declaração.2. O Recorrente alega que o Tribunal a quo teria contrariado o art.

150, inc. II, da Constituição da República.Argumenta que “a decisão proferia pelo v. Acórdão no sentido de que

o Decreto Municipal n. 180/97, que regulamentou a Lei Municipal n. 3.375/97 (Código Tributário Municipal), levando em consideração a zona fiscal de localização do estabelecimento, como base de cálculo, é que fere o art. 150, II, da CF/88” (fl. 83).

Sustenta que “a norma constitucional – art. 150, II - preconiza que a lei deve tratar igualmente os que se encontram em situação (juridicamente) equivalente, de modo que a interpretação do referido dispositivo deve se proceder sistematicamente sob pena de restar violada a própria Constituição da República, por esta razão” (fl. 84).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. Inicialmente, quanto à preliminar de repercussão geral, é de se

anotar que o então Recorrente foi intimado do acórdão recorrido antes de 3.5.2007, o que dispensa a demonstração da repercussão geral da questão constitucional em capítulo especial do recurso extraordinário, nos termos do que decidido pelo Plenário do Supremo Tribunal Federal no Agravo de Instrumento 664.567-QO, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence.

4. Razão jurídica não assiste ao Recorrente.5. A configuração jurídica do prequestionamento - que traduz

elemento indispensável ao conhecimento do recurso extraordinário - decorre da oportuna formulação, em momento procedimentalmente adequado, do tema de direito constitucional positivo. O art. 150, inc. II, da Constituição da República não foi objeto de debate e decisão prévios no Tribunal de origem. Tampouco foram opostos embargos de declaração de modo a se ter por demonstrado o prequestionamento da matéria constitucional. Incidem na espécie as Súmulas 282 e 356 do Supremo Tribunal Federal.

Nesse sentido:“1. A jurisprudência do Supremo Tribunal firmou-se no sentido de que,

ainda que surgida a alegada ofensa constitucional no acórdão recorrido, é necessária a oposição de embargos de declaração, se não houver a análise da ofensa pelo órgão judicante. Precedentes. 2. Imposição de multa de 5% do valor corrigido da causa. Aplicação do art. 557, § 2º, c/c arts. 14, inc. II e III, e 17, inc. VII, do Código de Processo Civil” (AI 646.853-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 13.2.2009).

“AGRAVO REGIMENTAL. AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO. SÚMULAS 282 E 356 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ALEGAÇÃO DE OFENSA AO ARTIGO 5°, LIII, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. RECURSO EXTRAORDINÁRIO QUE DISCUTE MATÉRIA INFRACONSTITUCIONAL. OFENSA REFLEXA OU INDIRETA. AGRAVO REGIMENTAL IMPROVIDO. 1. Ausência de prequestionamento. Questão constitucional não suscitada em Embargos de Declaração. Incidência das Súmulas 282 e 356 do Supremo Tribunal Federal. 2. Inviabilidade do recurso extraordinário para discutir questão infraconstitucional sob a alegação de ofensa do disposto no art. 5°, LIII, da Constituição Federal. Caracterização de ofensa reflexa ou indireta. 3. Agravo regimental a que se nega provimento” (AI 599.452-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJ 30.5.2008 – grifos nossos).

Não há, pois, o que prover quanto às alegações do Recorrente.6. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 4 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.218 (514)ORIGEM : AC - 200535000192804 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : GOIÁS

RELATOR :MIN. EROS GRAURECTE.(S) : ADRIANO GODOY FIRMINOADV.(A/S) : ALEXANDRE IUNES MACHADO E OUTRO(A/S)RECDO.(A/S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

DECISÃO: O Supremo Tribunal Federal reconheceu a repercussão geral da controvérsia objeto dos presentes autos --- alcance da expressão “quando expressamente autorizadas” prevista no inciso XXI do art. 5º da Constituição do Brasil --- que será submetida à apreciação do Pleno do Supremo Tribunal Federal, nos autos do RE n. 573.232, Relator o Ministro Ricardo Lewandowski.

Sendo assim, determino a devolução deste feito ao Tribunal de origem [RISTF, 328], para que seja observado o disposto no artigo 543-B e seus parágrafos do Código de Processo Civil.

Publique-se.Brasília, 4 de novembro de 2009.

Ministro Eros Grau- Relator -

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.270 (515)ORIGEM : AC - 20080030409 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : ALAGOASRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : ESTADO DE ALAGOASPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE ALAGOASRECDO.(A/S) : SILVANA DE ALMEIDA OLIVEIRAADV.(A/S) : EVERALDO BEZERRA PATRIOTA E OUTRO(A/S)

DESPACHO: (PETIÇÃO AVULSA STF Nº120338/2009)Defiro no prazo legal (art. 40, inc. II, do CPC). As intimações e as

intimações nestes autos deverão observar a Resolução-STF 404/2009.À Secretaria Judiciária, para providências.Publique-se.Brasília, 28 de outubro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.291 (516)ORIGEM : AMS - 200533000051041 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : BAHIARELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA - UFBAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERALRECDO.(A/S) : LIARA SOUZA DE ARAUJOADV.(A/S) : DERALDINO ARAUJO FILHO

DECISÃOREPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL.

QUESTÃO SUSCETÍVEL DE REPRODUZIR-SE EM MÚLTIPLOS FEITOS. ART. 543-B DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. ART. 328, PARÁGRAFO ÚNICO, DO REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. DEVOLUÇÃO DOS AUTOS À ORIGEM.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra julgado no qual se discute a constitucionalidade da reserva de vagas (sistema de cotas), como forma de ação afirmativa de inclusão social, estabelecido por universidade.

Apreciada a matéria posta em exame, DECIDO.2. No julgamento eletrônico do Recurso Extraordinário n. 597.285,

Relator o Ministro Ricardo Lewandowski, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada neste recurso extraordinário.

Reconhecida a repercussão geral do tema, os autos deverão retornar à origem para aguardar o julgamento do mérito e, após a decisão, observar o disposto no art. 543-B do Código de Processo Civil.

3. Pelo exposto, determino a devolução destes autos ao Tribunal a quo para que seja observado o art. 543-B do Código de Processo Civil, nos termos do art. 328, parágrafo único, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

Publique-se.Brasília, 3 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.337 (517)ORIGEM : MS - 20050051459 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : AMAZONASRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : ESTADO DO AMAZONASPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONASRECDO.(A/S) : MARIA LÚCIA SILVA RAMOS

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 155

ADV.(A/S) : AMANDA LIMA MARTINS E OUTRO(A/S)

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. ADMINISTRATIVO. PENSIONISTA.

ESTABILIDADE FINANCEIRA. POSSIBILIDADE DE TRANSFORMAÇÃO DE GRATIFICAÇÃO EM VANTAGEM PESSOAL NOMINALMENTE IDENTIFICÁVEL. INEXISTÊNCIA DE DIREITO ADQUIRIDO A REGIME JURÍDICO. PRECEDENTES. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal de Justiça do Amazonas:

“MANDADO DE SEGURANÇA – ADMINISTRATIVO – PENSIONISTA – REVISÃO DE PROVENTOS – PRELIMINAR DE IMPOSSIBILIDADE JURÍDICA DO PEDIDO – SÚMULA 339 DO STF – REJEITADA – ILEGALIDADE PASSIVA AD CAUSAM – REJEITADA – DECADÊNCIA DO DIREITO À IMPETRAÇÃO DO WRIT – RELAÇÃO DE TRATO SUCESSIVO – REJEITADA – IMPOSSIBILIDADE DE EXTENSÃO DE VANTAGEM ILEGAL – REJEITADA – DIREITO ADQUIRIDO À REVISÃO – ARTIGO 40, PARÁGRAFO 8º, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA – ANTERIOR À EC/41/2003 – CABIMENTO: - Não cabe o argumento de impossibilidade jurídica do pedido, uma vez que a via mandamental se presta à revisão de proventos, e não a um simples aumento na remuneração, não incidindo na regra da Súmula 339 do Supremo Tribunal Federal. – Rejeitada a preliminar de ilegitimidade do coator já que o ato normativo tem efeito concreto, materializado por ato das autoridades impetradas. – Não se devem acolher as preliminares de decadência e prescrição do direito de impetrar mandado de segurança, vez que se trata de relação de trato sucessivo, cujo prazo se renova mês a mês. - Rejeição de plano da arguição de inconstitucionalidade, tendo em vista que a autoridade impetrada tem o poder-dever de determinar a anulação de ato ilegal (Súmula 473 do STF), atingindo ativos e inativos, de forma muito mais eficaz e justa, visto que poderá pela via administrativa assegurar a todos a ampla defesa e o contraditório; - A Revisão dos proventos dos servidores inativos, nos moldes do antigo parágrafo oitavo do artigo 40 da CF/88, é direito adquirido dos servidores aposentados que adentraram na inatividade sob sua vigência, alcançando igualmente os pensionistas – Segurança concedida” (fls. 166-167).

2. O Recorrente alega que o Tribunal a quo teria contrariado os arts. 40, § 8º, e 61, § 1º, inc. II e alínea a, da Constituição da República.

Sustenta que “não tem cabimento, portanto, a pretensão da Recorrida em ter sua pensão reajustada de modo a se assegurar o atrelamento do valor de vantagem percebida por seu falecido marido ao quantum remuneratório do respectivo cargo em comissão. Ainda que se tenha direito adquirido à percepção de uma determinada vantagem, isso não significa, em absoluto, direito adquirido à forma de cálculo da mesma e à sua constante atualização, segundo os mesmos critérios aplicados aos servidores em atividade” (fl. 442).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. Razão jurídica assiste ao Recorrente.4. O Tribunal a quo assentou que:“No presente feito, a impetrante recebe os proventos, cujas

vantagens remuneratórias seu falecido esposo incorporou, decorrentes do cargo de Chefe de Cartório, símbolo GF-02, conforme se verifica no Decreto Aposentatório de 19.3.1996 (doc. 7- fls. 18) e contracheque do servidor antes do falecimento com o valor de R$ 63,27 (sessenta e três reais e vinte e sete centavos) a título de gratificação de função (doc. 5 – fls. 16) que corresponde atualmente a simbologia AD-03, Cargo de Subgerente, Nível 9, do Anexo único do Decreto n. 23.219/2003 (doc. 13 – fls. 23), possuindo, pois, direito adquirido à revisão, tão logo haja modificações no valor de vantagens para os servidores da ativa – como ocorreu com o Decreto n. 23.219/2003” (fls. 177-178).

5. A matéria constitucional suscitada no recurso extraordinário refere-se ao instituto da estabilidade financeira de servidor público que tenha incorporado à sua remuneração adicionais por tempo de serviço ou parcela relativa a função ou cargo comissionado por ele exercido.

Dessa forma, apesar da constitucionalidade do instituto da estabilidade financeira, o servidor beneficiado não tem direito adquirido a regime jurídico de reajuste da gratificação incorporada. Assim, não afronta a Constituição lei que transforma as gratificações incorporadas em vantagem pessoal nominalmente identificada, reajustável pelos índices gerais de revisão dos vencimentos dos servidores públicos.

6. O Supremo Tribunal Federal já assentou entendimento sobre essa matéria, sendo exemplo de sua afirmação jurisprudencial o julgamento Plenário do Recurso Extraordinário 226.462, Relator o Ministro Sepúlveda Pertence, DJ 25.5.2001, nos seguintes termos:

“II. ‘Estabilidade financeira’: inexistência de direito adquirido de servidores ativos e inativos à permanência do regime legal de reajuste de vantagem correspondente. 1. Pacífico no STF a inexistência de conflito entre a chamada ‘estabilidade financeira’ e o art. 37, XIII, CF, que proíbe vinculação entre vencimentos (cf. precedentes citados), daí não se segue, contudo, o direito adquirido do servidor beneficiários da vantagem à preservação do regime legal de atrelamento do valor dela ao vencimento do respectivo cargo em comissão: donde a legitimidade e a aplicabilidade imediata da lei que desvincule o reajuste futuro da vantagem àqueles vencimentos do cargo em comissão, submetendo-a aos critérios das revisões gerais dos vencimentos

do funcionalismo. 2. Nessa hipótese, o paradigma do inativo aposentado com a ‘estabilidade financeira’, para os efeitos do art. 40, § 4º, CF, não é o ocupante atual do respectivo cargo em comissão, mas sim o servidor efetivo igualmente beneficiário, na ativa, da vantagem decorrente do exercício anterior dele. 3. Dada a garantia de irredutibilidade, da alteração do regime legal de cálculo ou reajuste de vencimentos ou vantagens funcionais jamais poderá ocorrer a diminuição do quanto já percebido conforme o regime anterior, não obstante a ausência de direito adquirido à sua preservação”.

E:“EMENTA: DIREITOS CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO.

ESTABILIDADE FINANCEIRA. MODIFICAÇÃO DE FORMA DE CÁLCULO DA REMUNERAÇÃO. OFENSA À GARANTIA CONSTITUCIONAL DA IRREDUTIBILIDADE DA REMUNERAÇÃO: AUSÊNCIA. JURISPRUDÊNCIA. LEI COMPLEMENTAR N. 203/2001 DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE: CONSTITUCIONALIDADE. 1. O Supremo Tribunal Federal pacificou a sua jurisprudência sobre a constitucionalidade do instituto da estabilidade financeira e sobre a ausência de direito adquirido a regime jurídico. 2. Nesta linha, a Lei Complementar n. 203/2001, do Estado do Rio Grande do Norte, no ponto que alterou a forma de cálculo de gratificações e, consequentemente, a composição da remuneração de servidores públicos, não ofende a Constituição da República de 1988, por dar cumprimento ao princípio da irredutibilidade da remuneração. 3. Recurso extraordinário ao qual se nega provimento” (RE 563.965, de minha relatoria, Tribunal Pleno, DJE 20.3.2009).

No mesmo sentido, RE 223.425, Tribunal Pleno, Relator o Ministro Moreira Alves, DJ 1º.9.2000.

7. Dessa orientação jurisprudencial divergiu o acórdão recorrido.8. Pelo exposto, dou provimento ao recurso extraordinário (art.

557, § 1º-A, do Código de Processo Civil e art. 21, § 2º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Considerando-se a Súmula 512 do Supremo Tribunal Federal, deixo de condenar ao pagamento de honorários advocatícios de sucumbência.

Publique-se.Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.340 (518)ORIGEM : REOMS - 200281000097498 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : CEARÁRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : UNIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONALRECDO.(A/S) : EMPRESA JORNALÍSTICA O POVO S/AADV.(A/S) : FRANCISCO XAVIER TORRES E OUTRO(A/S)

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. TRIBUTÁRIO. IMPOSTO SOBRE

CIRCULAÇÃO DE MERCADORIAS E SERVIÇOS. EDITORAÇÃO DE JORNAIS. IMUNIDADE: FILMES FOTOGRÁFICOS. ART. 150, INC. VI, ALÍNEA D, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. PRECEDENTES. REPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL. DESNECESSIDADE DE EXAME. ART. 323, PRIMEIRA PARTE, DO REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1.Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inciso III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 5ª Região:

“Tributário e Constitucional. II e IPI. Importação de filmes fotográficos utilizados na editoração de jornal. Incidência da imunidade do art. 150, VI, d, CF. Súmula 657 STF. Precedentes. Remessa oficial improvida” (fl. 98).

Os embargos de declaração opostos não foram providos (fl. 107).2. A Recorrente alega que teriam sido contrariados os arts. 5º, XXXV,

LV, 93, inc. IX, e 150, inc. VI, alínea d, da Constituição da República. Sustenta que:“O art. 150, VI, ‘d’, da Constituição Federal, prevê hipótese de

imunidade objetiva, exigindo para sua configuração o preenchimento de dois requisitos: 1 – tratar-se de papel; 2 – destinação do bem à impressão de livros, jornais e periódicos.

Na hipótese dos autos, à luz dos documentos colacionados pela impetrante, ora recorrida, verifica-se que as mercadorias objeto da declaração de importação DI nº 02/0515153-6, quais sejam, ‘FILMES DE REVEL. INSTANTÂNEA/IMPRES. FOTO A CORES EM ROLOS’ não preenchem os requisitos necessários ao gozo da imunidade prevista no art. 150, VI, ‘d’, da CF/88, tendo em vista que, além de não constituir ‘papel’, não houve a apresentação de qualquer elemento de prova de que tais filmes são insumos necessários à impressão e de que seriam destinados, efetivamente, à impressão de livros, jornais e periódicos” (fl. 117).

Analisada a matéria posta à apreciação, DECIDO.3. Em preliminar, é de se realçar que, apesar de ter sido a Recorrente

intimada depois de 3.5.2007 e constar no recurso extraordinário capítulo destacado para a defesa da repercussão geral da questão constitucional, não

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 156

é o caso de se iniciar o procedimento para a aferição da sua existência, pois, nos termos do art. 323, primeira parte, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal – com a redação determinada pela Emenda Regimental n. 21/2007 -, esse procedimento somente terá lugar “quando não for o caso de inadmissibilidade do recurso por outra razão”.

Essa é a situação do caso em exame, em que a análise da existência, ou não, da repercussão geral da questão constitucional torna-se dispensável, pois há outro fundamento suficiente para a inadmissibilidade do recurso extraordinário.

4. Inicialmente, cumpre afastar a alegação de nulidade do acórdão por ofensa ao art. 93, inc. IX, da Constituição da República. Embora em sentido contrário à pretensão da Recorrente, o acórdão recorrido apresentou suficiente fundamentação. E tal como se firmou na jurisprudência deste Supremo Tribunal, “o que a Constituição exige, no art. 93, IX, é que a decisão judicial seja fundamentada; não, que a fundamentação seja correta, na solução das questões de fato ou de direito da lide: declinadas no julgado as premissas, corretamente assentadas ou não, mas coerentes com o dispositivo do acórdão, está satisfeita a exigência constitucional” (Recurso Extraordinário n. 140.370, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, RTJ 150/269).

5. Razão jurídica não assiste à Recorrente.O acórdão recorrido guarda perfeita consonância com a

jurisprudência do Supremo Tribunal Federal conforme se observa nos seguintes precedentes:

“EMENTA: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. IMUNIDADE. IMPOSTOS. LIVROS, JORNAIS E PERIÓDICOS. ART. 150, VI, "D", DA CONSTITUIÇÃO DO BRASIL. INSUMOS. O Supremo Tribunal Federal fixou entendimento no sentido de que a garantia constitucional da imunidade tributária inserta no art. 150, VI, "d", da Constituição do Brasil, estende-se, exclusivamente --- tratando-se de insumos destinados à impressão de livros, jornais e periódicos --- a materiais que se mostrem assimiláveis ao papel, abrangendo, em conseqüência, para esse efeito, os filmes e papéis fotográficos. Precedentes. Agravo regimental a que se nega provimento” (RE 495.385-AgR, Rel. Min. Eros Grau, Segunda Turma, DJe 23.10.2009).

“CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. IMUNIDADE TRIBUTÁRIA. PAPEL: FILMES DESTINADOS À PRODUÇÃO DE CAPAS DE LIVROS. C.F., art. 150, VI, d. I. - Material assimilável a papel, utilizado no processo de impressão de livros e que se integra no produto final - capas de livros sem capa-dura - está abrangido pela imunidade do art. 150, VI, d. Interpretação dos precedentes do Supremo Tribunal Federal, pelo seu Plenário, nos RREE 174.476/SP, 190.761/SP, Ministro Francisco Rezek, e 203.859/SP e 204.234/RS, Ministro Maurício Corrêa. II. - R.E. conhecido e improvido” (RE 392.221, Rel. Min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ 11.6.2004).

“Imunidade tributária (CF, art. 150, VI, d): filmes destinados à produção de capas de livros. É da jurisprudência do Supremo Tribunal que a imunidade prevista no art. 150, VI, d, da Constituição, alcança o produto de que se cuida na espécie (Filme Bopp). Precedentes” (AI 597.746-AgR, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, Primeira Turma, DJ 7.12.2006).

Esse entendimento foi enunciado na Súmula 657, segundo a qual: “A imunidade prevista no art. 150, VI, ‘d’, da Constituição Federal abrange os filmes e papéis fotográficos necessários à publicação de jornais e periódicos.”

Não há, pois, divergência entre o acórdão recorrido e a jurisprudência do Supremo Tribunal Federal.

6. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art. 557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.344 (519)ORIGEM : AR - 70021718598 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : RIO GRANDE DO SULRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DO SEGURO SOCIAL - INSSPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERALRECDO.(A/S) : CARLOS RIBEIRO DE OLIVEIRAADV.(A/S) : CESAR GABARDO E OUTRO(A/S)

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL E

PREVIDENCIÁRIO. AÇÃO RESCISÓRIA. AUXÍLIO-ACIDENTE. REVISÃO DE BENEFÍCIO CONCEDIDO EM PERÍODO ANTERIOR À LEI N. 9.032/95: IMPOSSIBILIDADE. APLICAÇÃO DOS PRECEDENTES DO PLENÁRIO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PROVIDO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul:

“AÇÃO RESCISÓRIA. INSS. MAJORAÇÃO DO PERCENTUAL INCIDENTE SOBRE O SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO. VIOLAÇÃO A LITERAL DISPOSIÇÃO DE LEI. INOCORRÊNCIA. EFEITOS DA DECISÃO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL QUE SE RESTRINGEM ÀS PARTES, NÃO

SE IRRADIANDO ERGA OMNES. CONTROLE DIFUSO NA APLICAÇÃO DA LEI.

1. Inaplicável a Súmula 343 do Supremo Tribunal Federal em matéria constitucional, sob pena de infringência à força normativa da Constituição e ao princípio da máxima efetividade da norma constitucional.

2. Não há afronta a lei capaz de levar à rescisão do julgado (CPC, art. 485, V) quando adotado entendimento diverso daquele acolhido posteriormente pelo STF em sede de controle difuso de constitucionalidade. Inexistência de efeitos ex tunc e erga omnes.

AÇÃO RESCISÓRIA JULGADA IMPROCEDENTE” (fl. 322).2. O Recorrente alega que teriam sido contrariados os arts. 5º, inc.

XXXVI e LV, e 195, § 5º, da Constituição da República.Argumenta que:“a decisão produzida no feito originário não negou que estava

aplicando as leis novas com uma retroatividade mínima, mas considerou isso lícito, uma vez que não estaria, no entender dos julgadores, prejudicando ato jurídico perfeito, direito adquirido ou coisa julgada.

Ocorre que tal retroação não é lícita, por não esta prevista na lei e por conflitar com a Constituição. No voto condutor do acórdão dos RREE 416827 e 415454, o Min. Gilmar Mendes, disse que não é possível aplicar a Lei N. 9.032/1995 aos benefícios concedidos anteriormente. ‘O legislador’ – afirmou o Ministro – ‘se limitou a dar nova conformação doravante ao sistema de concessão de pensões. Logo, o benefício deve ser fixado a parir da data de sua concessão’” (fl. 376).

Apreciada a matéria trazida na espécie, DECIDO.3. O Tribunal de origem reconheceu a inaplicabilidade ao caso

vertente da Súmula 343 do Supremo Tribunal Federal. Todavia, concluiu que o entendimento firmado no julgamento dos Recursos Extraordinários 415.454 e 416.827 não teria o poder de modificar o acórdão rescindendo pela ausência de atribuição de efeito erga omnes às decisões proferidas em controle difuso de constitucionalidade.

4. O fato de a matéria ter chegado ao Supremo Tribunal no presente recurso extraordinário torna sem efeito a afirmação de ausência de força vinculante das decisões proferidas em outros recursos extraordinários, pois, agora, é de se aplicar ao caso concreto a jurisprudência firmada.

5. Razão jurídica assiste ao Recorrente.Na assentada de 8.2.2007, no julgamento dos Recursos

Extraordinários 415.454 e 416.827, interpostos pelo Instituto Nacional do Seguro Social - INSS, Relator o Ministro Gilmar Mendes, o Plenário do Supremo Tribunal Federal firmou entendimento no sentido de que a Lei n. 9.032/1995 seria aplicada apenas aos benefícios concedidos a partir de sua entrada em vigor.

Em 9 de fevereiro de 2007, na sessão pública subsequente àquela, a decisão foi confirmada pelo Plenário, por unanimidade de votos, no julgamento coletivo de 4.908 Recursos Extraordinários.

6. Essa jurisprudência foi reafirmada no julgamento da Questão de Ordem no Recurso Extraordinário 597.389, Relator o Ministro Gilmar Mendes, com repercussão geral reconhecida:

“Questão de ordem. Recurso extraordinário. 2. Previdência Social. Revisão de benefício previdenciário. Pensão por morte. 3. Lei nº 9.032, de 1995. Benefícios concedidos antes de sua vigência. Inaplicabilidade. 4. Aplicação retroativa. Ausência de autorização legal. 5. Cláusula indicativa de fonte de custeio correspondente à majoração do benefício previdenciário. Ausência. 6. Jurisprudência pacificada na Corte. Regime da repercussão geral. Aplicabilidade. 7. Questão de ordem acolhida para reafirmar a jurisprudência do Tribunal e determinar a devolução aos tribunais de origem dos recursos extraordinários e agravos de instrumento que versem sobre o mesmo tema, para adoção do procedimento legal. 8. Recurso extraordinário a que se dá provimento” (Tribunal Pleno, DJe 21.8.2009).

Sedimentado está, portanto, o entendimento de que, não havendo disposição expressa quanto à retroatividade na Lei n. 9.032/95, o critério de concessão do benefício previdenciário nela previsto somente se aplica àquele concedido a partir de sua vigência (princípio tempus regit actum).

Dessa orientação jurisprudencial divergiu o acórdão recorrido.7. Pelo exposto, dou provimento ao recurso extraordinário (art.

557, § 1º-A, do Código de Processo Civil e art. 21, § 2º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Aplico aos ônus de sucumbência o que decidido no julgamento coletivo em 9.2.2007, isentando o Recorrido de seu pagamento e fixando em 1% (um por cento) do valor originário da causa os honorários devidos, ressalvada eventual concessão de justiça gratuita.

Publique-se.Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.357 (520)ORIGEM : AC - 343206 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : SERGIPERELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : ESTADO DE SERGIPEPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SERGIPERECDO.(A/S) : SILVANA MARIA DE OLIVEIRA MENDONÇARECDO.(A/S) : MARIA HELENA TEIXEIRA SANTOS

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 157

RECDO.(A/S) : MARIA SALETE ANDRADERECDO.(A/S) : RILZA DE MENEZES SANTOSRECDO.(A/S) : ELENILDE DE ARAUJO SANTOSRECDO.(A/S) : ROSILENE BRITO SANTOSADV.(A/S) : NEIDE MARTINS CARDOSO E OUTRO(A/S)

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. ALEGAÇÃO

DE OFENSA AO ART. 93, INC. IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA: IMPROCEDÊNCIA. PRECEDENTES. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal de Justiça de Sergipe:

“APELAÇÃO CÍVEL - ADMINISTRATIVO - PRELIMINARES REJEITADAS - NÃO VIOLAÇÃO DA COISA JULGADA - LEI COMPLEMENTAR 61/2001 - RESPEITO AO DIREITO DO SERVIDOR QUANTO À IRREDUTIBILIDADE DE VENCIMENTOS - HONORÁRIOS ADVOCATÍCIOS - ART. 20, §4º DO CPC - CUSTAS PROCESSUAIS INDEVIDAS PELA FAZENDA PÚBLICA - RECURSO IMPROVIDO - DECISÃO UNÂNIME” (fl. 205).

Tem-se no voto condutor do julgado recorrido:“Assim, restou evidenciado (...) que a aplicação do redutor salarial

realizou-se em total desobediência aos princípios da irredutibilidade salarial e da legalidade, pelo que devem ser restituídos os descontos perpetrados nos contracheques dos autores sob a rubrica de Aplic-Lei 61/01” (fl. 214 – grifos nossos).

Os embargos declaratórios opostos contra o julgado recorrido foram rejeitados nos seguintes termos:

“EMBARGOS DE DECLARAÇÃO - IRREDUTIBILIDADE DE VENCIMENTOS - MATÉRIA CLARAMENTE ABORDADA NO ACÕRDAO - REEXAME DE MATÉRIA DE MÉRITO - IMPOSSIBILIDADE - RECURSO CONHECIDO E IMPROVIDO - DECISÃO UNÂNIME.

(...)Alega o Embargante que a decisão colegiada não se manifestou

expressamente quanto à questão da irredutibilidade salarial das Autoras.Entretanto, o acórdão fustigado tratou claramente da matéria

embargada, quando transcreveu parte da decisão proferida no Mandado de Segurança nº 2002101385, concluindo pela ocorrência da redução dos vencimentos dos autores, como se pode ver nos trechos a seguir transcritos:

‘Não nos impressiona a fórmula de cálculo utilizada pelos informantes (que subtrai R$80,00 da remuneração dos mesmos, sob a justificativa de que se tratava de abono precário) para tentar convencer de que, inobstante a aplicação do redutor, houve "um ganho considerável de poder aquisitivo por parte do magistério estadual". Em verdade houve sim uma redução de remuneração, e tal observação se extraí até mesmo dos documentos adunados pelas autoridades impetradas.”

(...) ‘Assim, restou evidenciado, quando da apreciação do writ, que a

aplicação do redutor salarial realizou-se em total desobediência aos princípios da irredutibilidade salarial e da legalidade, pelo que devem ser restituídos os descontos perpetrados nos contracheques das autoras sob a rubrica de Aplic.Lei 61/01’.

Vê-se, destarte, da leitura dos trechos supra transcritos que a matéria sobre qual versam os presentes embargos foi claramente discutida no acórdão ora rechaçado, não sendo possível, por meio da estreita via dos embargos, reexaminar matéria de mérito.

Ante o exposto, voto pelo improvimento do recurso” (fls. 225-228 – grifos nossos).

2. O Recorrente alega que:“Vem o Estado de Sergipe suscitando desde a contestação, bem

assim no recurso de apelação, a inocorrência de qualquer violação ao princípio constitucional da irredutibilidade de vencimentos (...).

(...) Por imperativo lógico, para verificar se houve ou não a aludida redução, é imprescindível o cotejo entre vencimentos correspondentes a dois momentos distintos: um anterior e outro posterior à aplicação pelo Estado de Sergipe do limitador previsto no art. 57 da LC 61/01, o que não fez o acórdão recorrido.

(...)O Recorrente sempre insistiu nesse cotejo. O Tribunal de Justiça de

Sergipe, no entanto, simplesmente afirma a existência de redução, sem demonstrá-lo.

Nada obstante, o egrégio Tribunal de Justiça de Sergipe, por meio de sua 1ª Câmara Cível, seguindo voto padrão de improcedência de embargos do insigne Relator, mais uma vez se recusou a apreciar a matéria, o que, insofismavelmente, caracterizou uma negativa de prestação jurisdicional, em afronta direta ao disposto no art. 93, inciso IX, da Constituição Federal” (fls. 248-252 – grifos nossos).

Analisados os elementos havidos nos autos, DECIDO.3. Razão jurídica não assiste ao Recorrente.4. Não prospera a alegação de nulidade do acórdão por falta de

fundamentação. O Tribunal a quo apreciou as questões suscitadas e fundamentou-as de modo suficiente a demonstrar as razões objetivas do

convencimento do julgador. A prestação jurisdicional foi concedida nos termos da legislação vigente, apesar de ter sido a conclusão contrária aos interesses do Recorrente.

Confiram-se, a propósito, os seguintes julgados:“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO.

PROCESSUAL CIVIL. FUNDAMENTAÇÃO DO JULGADO RECORRIDO: INEXISTÊNCIA DE AFRONTA AO ART. 93, INC. IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. PRECEDENTES. ALEGAÇÃO DE AFRONTA AO PRINCÍPIO DA EFETIVA PRESTAÇÃO JURISDICIONAL: OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. A rejeição dos argumentos do agravante pelo tribunal a quo não configura afronta ao art. 93, inc. IX, da Constituição” (AI 668.443-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 14.8.2009).

“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. FUNDAMENTAÇÃO SUCINTA DO JULGADO: INEXISTÊNCIA DE OFENSA AO ART. 93, INC. IX, DA CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA. PRECEDENTES. ALEGAÇÃO DE AFRONTA AOS PRINCÍPIOS DO CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA: OFENSA CONSTITUCIONAL INDIRETA. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (RE 597.699-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 14.8.2009).

“O que a Constituição exige, no art. 93, IX, é que a decisão judicial seja fundamentada; não, que a fundamentação seja correta, na solução das questões de fato ou de direito da lide: declinadas no julgado as premissas, corretamente assentadas ou não, mas coerentes com o dispositivo do acórdão, está satisfeita a exigência constitucional” (RE 140.370, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, RTJ 150/269).

“PROCESSUAL CIVIL. EMBARGOS DE DECLARAÇÃO EM AGRAVO REGIMENTAL EM RECURSO EXTRAORDINÁRIO. PRETENSÃO DE REFORMA DO JULGADO. IMPOSSIBILIDADE. 1. Decisão fundamentada, contrária aos interesses da parte, não constitui ofensa aos arts. 5º, XXXV, LIV e LV, e 93, IX, da Constituição Federal. 2. Não há vício a sanar quando o acórdão do agravo regimental afasta, com apoio na jurisprudência desta Corte, todos os argumentos deduzidos pela parte. 3. Embargos de declaração rejeitados” (RE 541.404-AgR-ED, Rel. Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, DJe 14.11.2008 – grifos nossos).

“AGRAVO REGIMENTAL. ALEGAÇÃO DE VIOLAÇÃO DIRETA E FRONTAL DO ART. 5º, XXXV, XXXVI, LIV E LV, E ART. 93, IX, DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL. O acórdão recorrido prestou, inequivocamente, jurisdição, sem violar os princípios do devido processo legal, do contraditório e da ampla defesa, tendo enfrentado as questões que lhe foram postas. Necessidade de exame prévio de norma infraconstitucional para a verificação de contrariedade ao Texto Maior. Ofensa reflexa ou indireta à Constituição. Inexistência de ofensa ao art. 93, IX, da Constituição, porquanto o acórdão recorrido está devidamente fundamentado, ainda que com sua fundamentação não concorde a ora agravante. Agravo regimental a que se nega provimento” (AI 439.037-AgR, Rel. Min. Joaquim Barbosa, Segunda Turma, DJ 22.9.2006 – grifos nossos).

5. Nada há, pois, a prover quanto às alegações do Recorrente.6. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 4 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.362 (521)ORIGEM : AI - 200400202907 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : DEPARTAMENTO DE TRANSPORTE RODOVIÁRIO DO

ESTADO DO RIO DE JANEIRO - DETROPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE

JANEIRORECDO.(A/S) : RÁPIDO MACAENSE LTDAADV.(A/S) : MAXIMINO GONÇALVES FONTES NETO E

OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : PAULO COSTA LEITEADV.(A/S) : CARLOS AUGUSTO SOBRAL ROLEMBERG

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL.

INDEFERIMENTO DE TUTELA ANTECIPADA EM AÇÃO CIVIL PÚBLICA: INCIDÊNCIA DA SÚMULA 735 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro:

“AÇÃO CIVIL PÚBLICA. CONCESSÃO DE SERVIÇO PÚBLICO. TRANSPORTE COLETIVO DE PASSAGERIORS. TUTELA ANTECIPADA DEFERIDA NO JUÍZO DE COGNIÇÃO, NA FORMA DO PEDIDO INICIAL. ESGOTAMENTEO DA LIDE. EXIGUIDADE DO PRAZO PARA O

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 158

CUMPRIMENTO DA DECISÃO. PROCEDIMENTO LICITATÓRIO DE TAL MONTA QUE NÃO PODERIA SE CONCRETIZAR NO PRAZO DETERMINADO PELA R. DECISÃO AGRAVADA.

(...)AGRAVO DO § 1º DO ART. 557 DO CPC A QUE SE NEGA

PROVIMENTO” (fls. 673-674 – grifos nossos). 2. O Recorrente afirma que o Tribunal a quo teria ofendido os arts. 37

e 175 da Constituição da República.Analisados os elementos havidos nos autos, DECIDO.3. Razão jurídica não assiste ao Recorrente.4. As medidas antecipatórias e cautelares, por não representarem

pronunciamento definitivo, mas provisório, a respeito da controvérsia, devem ser confirmadas (ou, se for o caso, revogadas) pela sentença que julgar o mérito da causa, podendo, ademais, ser modificadas ou revogadas a qualquer tempo, até mesmo pelo órgão que as deferiu.

Assim, a natureza precária e provisória do juízo desenvolvido em liminar ou tutela antecipada não viabiliza o recurso extraordinário, pois somente com a sentença é que se terá o pronunciamento definitivo, na instância específica, sobre as questões jurídicas enfrentadas na apreciação das liminares. Nesse sentido:

“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE PROVAS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ACÓRDÃO QUE MANTEVE DEFERIMENTO DE MEDIDA LIMINAR EM AÇÃO CIVIL PÚBLICA. SÚMULA 735 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. Imposição de multa de 5% do valor corrigido da causa. Aplicação do art. 557, § 2º, c/c arts. 14, inc. II e III, e 17, inc. VII, do Código de Processo Civil” (RE 559.691-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 7.8.2009 – grifos nossos).

“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. LIMINAR OU TUTELA ANTECIPADA: ATO DECISÓRIO NÃO DEFINITIVO. INVIABILIDADE DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 735 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (AI 652.802-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 13.2.2009).

“RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Acórdão recorrido que deu provimento a agravo de instrumento para indeferir liminar, reformando decisão que deferira liminar na ação cautelar originária para autorizar a parte agravante "a participar com seus animais, de todos os eventos da raça Mangalarga Marchador". Aplicação da súmula 735. Agravo improvido. Não cabe recurso extraordinário contra decisão que defere ou indefere medida cautelar. 3. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Jurisprudência assentada. Ausência de razões consistentes. Decisão mantida. Agravo regimental improvido. Nega-se provimento a agravo regimental tendente a impugnar, sem razões consistentes, decisão fundada em jurisprudência assente na Corte” (AI 552.178-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe 28.11.2008).

"RECURSO EXTRAORDINÁRIO - ACÓRDÃO QUE CONFIRMA INDEFERIMENTO DE LIMINAR MANDAMENTAL - ATO DECISÓRIO QUE NÃO SE REVESTE DE DEFINITIVIDADE - MERA ANÁLISE DOS PRESSUPOSTOS DO 'FUMUS BONI JURIS' E DO 'PERICULUM IN MORA' - AUSÊNCIA DE QUALQUER PRONUNCIAMENTO SOBRE OS FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DA IMPETRAÇÃO FUNDAMENTAL - INVIABILIDADE DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO PELA EMPRESA CONTRIBUINTE - ACOLHIMENTO DA POSTULAÇÃO RECURSAL DEDUZIDA PELO MUNICÍPIO - AGRAVO PROVIDO. - Não cabe recurso extraordinário contra decisões que concedem ou que denegam medidas cautelares ou provimentos liminares, pelo fato de que tais atos decisórios - precisamente porque fundados em mera verificação não conclusiva da ocorrência do 'periculum in mora' e da relevância jurídica da pretensão deduzida pela parte interessada - não veiculam qualquer juízo definitivo de constitucionalidade, deixando de ajustar-se, em conseqüência, às hipóteses consubstanciadas no art. 102, III, da Constituição da República. Precedentes" (AI 439.613-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJ 17.10.2003).

5. Incide na espécie vertente a Súmula 735 do Supremo Tribunal:“Não cabe recurso extraordinário contra acórdão que defere medida

liminar”.6. Nada há, pois, a prover quanto às alegações do Recorrente.7. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 4 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.378 (522)ORIGEM : AI - 200004011308370 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : SANTA CATARINARELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIA

RECTE.(S) : MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERALPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICARECDO.(A/S) : TERRAPAMPA TERRITORIAL AGROPASTORIL DO SUL

LTDA (REPRESENTADA POR MONTEPIO MFM EM LIQUIDAÇÃO EXTRAJUDICIAL)

ADV.(A/S) : CLODOMIRO LEIRIA SALESRECDO.(A/S) : INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E

REFORMA AGRÁRIA - INCRAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERALRECDO.(A/S) : ESTADO DE SANTA CATARINAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SANTA

CATARINARECDO.(A/S) : ALCIDES BENVEGNÚ E CIA LTDA E OUTRO(A/S)ADV.(A/S) : ALBERI FALKEMBACK RIBEIRO E OUTRO(A/S)RECDO.(A/S) : ACIAL BETTIN DE AVILA E OUTRO(A/S)

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL.

INDEFERIMENTO DE MEDIDA LIMINAR EM AÇÃO CIVIL PÚBLICA: INCIDÊNCIA DA SÚMULA 735 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. RECURSO AO QUAL SE NEGA SEGUIMENTO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado do Tribunal Regional Federal da 4ª Região:

“PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO CIVIL PÚBLICA. LIMINAR AOS FINS DE SUSPENDER LEVANTAMENTO DE INDENIZAÇÃO EXPROPRIATÓRIA.

É incabível a concessão de liminar em ação civil pública aos fins de suspender o levantamento de indenização expropriatória, porque presentes os legais requisitos” (fl. 515 – grifos nossos).

2. O Recorrente afirma que o Tribunal a quo teria ofendido os arts. 5º, inc. XXIV, 20, § 2º, e 184 da Constituição da República.

Analisados os elementos havidos nos autos, DECIDO.3. Razão jurídica não assiste ao Recorrente.4. As medidas antecipatórias e cautelares, por não representarem

pronunciamento definitivo, mas provisório, a respeito da controvérsia, devem ser confirmadas (ou, se for o caso, revogadas) pela sentença que julgar o mérito da causa, podendo, ademais, ser modificadas ou revogadas a qualquer tempo, até mesmo pelo órgão que as deferiu.

Assim, a natureza precária e provisória do juízo desenvolvido em liminar ou tutela antecipada não viabiliza o recurso extraordinário, pois somente com a sentença é que se terá o pronunciamento definitivo, na instância específica, sobre as questões jurídicas enfrentadas na apreciação das liminares. Nesse sentido:

“AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. CONSTITUCIONAL. COMPETÊNCIA. IMPOSSIBILIDADE DE REEXAME DE PROVAS. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. ACÓRDÃO QUE MANTEVE DEFERIMENTO DE MEDIDA LIMINAR EM AÇÃO CIVIL PÚBLICA. SÚMULA 735 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. PRECEDENTES. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO. Imposição de multa de 5% do valor corrigido da causa. Aplicação do art. 557, § 2º, c/c arts. 14, inc. II e III, e 17, inc. VII, do Código de Processo Civil” (RE 559.691-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 7.8.2009 – grifos nossos).

“AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO DE INSTRUMENTO. PROCESSUAL CIVIL. LIMINAR OU TUTELA ANTECIPADA: ATO DECISÓRIO NÃO DEFINITIVO. INVIABILIDADE DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 735 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. AGRAVO REGIMENTAL AO QUAL SE NEGA PROVIMENTO” (AI 652.802-AgR, de minha relatoria, Primeira Turma, DJe 13.2.2009).

“RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Acórdão recorrido que deu provimento a agravo de instrumento para indeferir liminar, reformando decisão que deferira liminar na ação cautelar originária para autorizar a parte agravante "a participar com seus animais, de todos os eventos da raça Mangalarga Marchador". Aplicação da súmula 735. Agravo improvido. Não cabe recurso extraordinário contra decisão que defere ou indefere medida cautelar. 3. RECURSO. Extraordinário. Inadmissibilidade. Jurisprudência assentada. Ausência de razões consistentes. Decisão mantida. Agravo regimental improvido. Nega-se provimento a agravo regimental tendente a impugnar, sem razões consistentes, decisão fundada em jurisprudência assente na Corte” (AI 552.178-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, Segunda Turma, DJe 28.11.2008).

"RECURSO EXTRAORDINÁRIO - ACÓRDÃO QUE CONFIRMA INDEFERIMENTO DE LIMINAR MANDAMENTAL - ATO DECISÓRIO QUE NÃO SE REVESTE DE DEFINITIVIDADE - MERA ANÁLISE DOS PRESSUPOSTOS DO 'FUMUS BONI JURIS' E DO 'PERICULUM IN MORA' - AUSÊNCIA DE QUALQUER PRONUNCIAMENTO SOBRE OS FUNDAMENTOS CONSTITUCIONAIS DA IMPETRAÇÃO FUNDAMENTAL - INVIABILIDADE DO RECURSO EXTRAORDINÁRIO INTERPOSTO PELA EMPRESA CONTRIBUINTE - ACOLHIMENTO DA POSTULAÇÃO RECURSAL DEDUZIDA PELO MUNICÍPIO - AGRAVO PROVIDO. - Não cabe recurso extraordinário contra decisões que concedem ou que denegam

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 159

medidas cautelares ou provimentos liminares, pelo fato de que tais atos decisórios - precisamente porque fundados em mera verificação não conclusiva da ocorrência do 'periculum in mora' e da relevância jurídica da pretensão deduzida pela parte interessada - não veiculam qualquer juízo definitivo de constitucionalidade, deixando de ajustar-se, em conseqüência, às hipóteses consubstanciadas no art. 102, III, da Constituição da República. Precedentes" (AI 439.613-AgR, Rel. Min. Celso de Mello, Segunda Turma, DJ 17.10.2003).

5. Incide na espécie vertente a Súmula 735 do Supremo Tribunal:“Não cabe recurso extraordinário contra acórdão que defere medida

liminar”.6. Nada há, pois, a prover quanto às alegações do Recorrente.7. Pelo exposto, nego seguimento ao recurso extraordinário (art.

557, caput, do Código de Processo Civil e art. 21, § 1º, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 4 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.558 (523)ORIGEM : PROC - 20057071141 - TURMA REC. JUIZADOS

ESPECIAIS FEDERAISPROCED. : PIAUÍRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIARECTE.(S) : INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E

REFORMA AGRÁRIA - INCRAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL FEDERALRECDO.(A/S) : JOANA D'ARC COSTA SILVAADV.(A/S) : MOISÉS PEREIRA DE BRITO NETO

DECISÃORECURSO EXTRAORDINÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. INCIDENTE

DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA PROVIDO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO PREJUDICADO.

Relatório1. Recurso extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III,

alínea a, da Constituição da República contra o seguinte julgado da Turma Recursal dos Juizados Especiais Federais da Seção Judiciária do Piauí:

“PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. DEPENDENTE MAIOR DE VINTE E UM ANOS. ESTUDANTE UNIVERSITÁRIO. PRORROGAÇÃO DO BENEFÍCIO ATÉ OS VINTE E QUATRO ANOS DE IDADE. POSSIBILIDADE. SENTENÇA DE 1º GRAU REFORMADA” (fl. 90).

2. No recurso extraordinário, o Recorrente afirma que o julgado recorrido teria ofendido os arts. 2º, 5º, inc. II, 6º, 37, caput, 40, § 12, 169, 195, § 5º, e 205 da Constituição da República.

Examinada a matéria posta à apreciação, DECIDO.3. O presente recurso está prejudicado, por perda superveniente de

objeto.Ao julgar o Incidente de Uniformização de Jurisprudência n.

2005.40.00.070114-1 (fls. 151-154; decisão com trânsito em julgado em 26.5.2009 – fl. 158), a Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência a ele deu provimento, nos seguintes termos:

“PREVIDENCIÁRIO. PENSÃO POR MORTE. ESTUDANTE UNIVERSITÁRIA MAIOR DE 21 ANOS. EXTENSÃO TEMPORAL DO DIREITO AO BENEFÍCIO ATÉ OS 24 ANOS. IMPOSSIBILIDADE. APLICABILIDADE DO PRINCÍPIO DA LEGALIDADE. INCIDENTE A QUE SE DÁ PROVIMENTO” (fl. 154).

Assim, satisfeita integralmente a pretensão do Recorrente, o recurso extraordinário perdeu o objeto. Nesse sentido: RE 429.799-AgR, Rel. Min. Marco Aurélio, Primeira Turma, DJ 26.8.2005; e RE 252.245, Rel. Min. Carlos Velloso, Segunda Turma, DJ 6.9.2001.

4. Pelo exposto, julgo prejudicado o presente recurso extraordinário, por perda superveniente de objeto, e determino a baixa dos autos à origem (art. 21, inc. IX, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal).

Publique-se.Brasília, 9 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

Processos com Despachos Idênticos:RELATOR: MIN. MARCO AURÉLIO

AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 748.569 (524)ORIGEM : AMS - 199903990622118 - TRIBUNAL REGIONAL

FEDERALPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : MARLI APARECIDA PEREIRA DA SILVAADV.(A/S) : MÁRCIA SOARES DE MELOAGDO.(A/S) : UNIÃOADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO

DESPACHOAGRAVO – CONTRADITÓRIO.1.Ante a garantia constitucional do contraditório, abro vista à parte

agravada para, querendo, manifestar-se.2.Publiquem.Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 767.239 (525)ORIGEM : PROC - 31040 - COLÉGIO RECURSAL DO JUIZADO

ESPECIAL CÍVELPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : BANCO NOSSA CAIXA S/AADV.(A/S) : ANTONIO CLAUDIO ZEITUNIAGDO.(A/S) : OSCAR DE LIMA FILHO

Despacho: Idêntico ao de nº 524

AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 510.372 (526)ORIGEM : AC - 200518108104 - TURMA RECURSAL CÍVEL E

CRIMINALPROCED. : MATO GROSSO DO SULRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIOAGTE.(S) : JUAN CARLOS ANTONELLI VIDALADV.(A/S) : JADER EVARISTO TONELLI PEIXERAGDO.(A/S) : BANCO GENERAL MOTORS S/AADV.(A/S) : FLÁVIO JACÓ CHEKERDEMIAN E OUTRO(A/S)

Despacho: Idêntico ao de nº 524

Processos com Despachos Idênticos:RELATOR: MIN. JOAQUIM BARBOSA

AGRAVO DE INSTRUMENTO 691.027 (527)ORIGEM : AIRR - 451200500419406 - TRIBUNAL SUPERIOR DO

TRABALHOPROCED. : ALAGOASRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : ESTADO DE ALAGOASPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE ALAGOASAGDO.(A/S) : BENEDITA DE LIMA AGOSTINHOADV.(A/S) : JOSÉ BENEDITO DE OLIVEIRA COSTA

DECISÃO: O Plenário do Supremo Tribunal Federal, apreciando o RE 540.410-QO, rel. min. Cezar Peluso, acolheu questão de ordem no sentido de “determinar a devolução dos autos, e de todos os recursos extraordinários que versem a mesma matéria, ao Tribunal de origem, para os fins do art. 543-B do CPC” (Informativo 516, de 27.08.2008).

Decidiu-se, então, que o disposto no art. 543-B do Código de Processo Civil também se aplica aos recursos interpostos de acórdãos publicados antes de 03 de maio de 2007 cujo conteúdo verse sobre tema em que a repercussão geral tenha sido reconhecida.

No presente caso, o recurso extraordinário trata sobre tema (constitucionalidade do recolhimento do FGTS no caso de contratação sem concurso público, prevista no art-19-A da Lei 8.036/90, incluído pela MP 2164-41/2001.) em que a repercussão geral já foi reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal (RE 596.478, rel. min. Ellen Gracie).

Do exposto, dou provimento ao presente agravo de instrumento para admitir o recurso extraordinário, e, nos termos do art. 328 do RISTF (na redação dada pela Emenda Regimental 21/2007), determino a devolução dos presentes autos ao Tribunal de origem, para que seja observado o disposto no art. 543-B e parágrafos do Código de Processo Civil.

Publique-se.Brasília, 5 de novembro de 2009.

Ministro JOAQUIM BARBOSARelator

AGRAVO DE INSTRUMENTO 693.172 (528)ORIGEM : EEDRR - 112619200390001004 - TRIBUNAL SUPERIOR

DO TRABALHOPROCED. : RIO DE JANEIRORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIROPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DO RIO DE

JANEIROAGDO.(A/S) : NADJANAIRA SILVA AMARALADV.(A/S) : JOHN CHARLES COSTA DA FONSECAAGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO DA 1ª REGIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

Despacho: Idêntico ao de nº 527

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 160

AGRAVO DE INSTRUMENTO 701.901 (529)ORIGEM : ERR - 62200391111000 - TRIBUNAL SUPERIOR DO

TRABALHOPROCED. : AMAZONASRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : ESTADO DO AMAZONASPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONASAGDO.(A/S) : JOÃO DE SOUZA ALMEIDAADV.(A/S) : HEIDIR BARBOSA DOS REIS

Despacho: Idêntico ao de nº 527

AGRAVO DE INSTRUMENTO 709.207 (530)ORIGEM : EEDRR - 154246200590011005 - TRIBUNAL SUPERIOR

DO TRABALHOPROCED. : AMAZONASRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : ESTADO DO AMAZONAS - SEDUCPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONASAGDO.(A/S) : SOILA PEREIRA DE GÓESADV.(A/S) : GERALDO DA SILVA FRAZÃO

Despacho: Idêntico ao de nº 527

AGRAVO DE INSTRUMENTO 711.114 (531)ORIGEM : EDRR - 91200202002007 - TRIBUNAL SUPERIOR DO

TRABALHOPROCED. : SÃO PAULORELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : ESTADO DE SÃO PAULOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULOAGDO.(A/S) : GERALDA SILVA DE OLIVEIRA FELIXADV.(A/S) : SUELI DIAS MARINHA SILVA E OUTRO(A/S)AGDO.(A/S) : MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO DA 2ª REGIÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA

Despacho: Idêntico ao de nº 527

AGRAVO DE INSTRUMENTO 713.532 (532)ORIGEM : ERR - 2189200405111000 - TRIBUNAL SUPERIOR DO

TRABALHOPROCED. : AMAZONASRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : ESTADO DE RORAIMAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE RORAIMAAGDO.(A/S) : JOSÉ AILTON BATISTAADV.(A/S) : HINDEMBURGO ALVES DE OLIVEIRA FILHO

Despacho: Idêntico ao de nº 527

AGRAVO DE INSTRUMENTO 713.541 (533)ORIGEM : EDERR - 590200405111005 - TRIBUNAL SUPERIOR DO

TRABALHOPROCED. : AMAZONASRELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : ESTADO DE RORAIMAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE RORAIMAAGDO.(A/S) : ANTONIO CARLOS SANTOS FEITOSAADV.(A/S) : LENON GEYSON RODRIGUES LIRA

Despacho: Idêntico ao de nº 527

AGRAVO DE INSTRUMENTO 716.090 (534)ORIGEM : EDERR - 737200505211004 - TRIBUNAL SUPERIOR DO

TRABALHOPROCED. : RORAIMARELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : ESTADO DE RORAIMAPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE RORAIMAAGDO.(A/S) : JOÃO LÚCIO DAS CHAGASADV.(A/S) : JOSÉ CARLOS BARBOSA CAVALCANTEAGDO.(A/S) : COORSERV - COOPERATIVA RORAIMENSE DE

SERVIÇOSADV.(A/S) : RONALDO MAURO COSTA PAIVA

Despacho: Idêntico ao de nº 527

AGRAVO DE INSTRUMENTO 732.032 (535)ORIGEM : EDERR - 1238200405111007 - TRIBUNAL SUPERIOR

DO TRABALHOPROCED. : RORAIMARELATOR :MIN. JOAQUIM BARBOSAAGTE.(S) : ESTADO DE RORAIMA

PROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE RORAIMAAGDO.(A/S) : JOSÉLIA MARIA COSTA SILVAADV.(A/S) : ANA BEATRIZ OLIVEIRA RÊGO

Despacho: Idêntico ao de nº 527

Processos com Despachos Idênticos:RELATORA: MIN. CÁRMEN LÚCIA

AGRAVO DE INSTRUMENTO 712.674 (536)ORIGEM : AC - 10024045303658001 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : MINAS GERAISRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : ESTADO DE MINAS GERAISADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAISAGDO.(A/S) : CLARIMUNDO RAMALHO FILHOADV.(A/S) : JULIANA MARA PORFÍRIO GOMES

DECISÃOREPERCUSSÃO GERAL DA QUESTÃO CONSTITUCIONAL.

QUESTÃO SUSCETÍVEL DE REPRODUZIR-SE EM MÚLTIPLOS FEITOS. ART. 543-B DO CÓDIGO DE PROCESSO CIVIL. ART. 328, PARÁGRAFO ÚNICO, DO REGIMENTO INTERNO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL. DEVOLUÇÃO DOS AUTOS À ORIGEM.

Relatório1. Agravo de instrumento contra decisão que inadmitiu recurso

extraordinário interposto com base no art. 102, inc. III, alínea a, da Constituição da República contra julgado no qual se discute a constitucionalidade da cobrança da contribuição para o custeio da assistência médico-hospitalar.

Apreciada a matéria posta em exame, DECIDO.2. No julgamento eletrônico do Recurso Extraordinário n. 573.540,

Relator o Ministro Gilmar Mendes, o Supremo Tribunal Federal reconheceu a existência de repercussão geral da questão constitucional suscitada neste recurso extraordinário.

Reconhecida a repercussão geral do tema, os autos deverão retornar à origem para aguardar o julgamento do mérito e, após a decisão, observar o disposto no art. 543-B do Código de Processo Civil.

3. No julgamento do Recurso Extraordinário n. 540.410, Relator o Ministro Cezar Peluso, em 20.8.2008, o Supremo Tribunal Federal resolveu questão de ordem no sentido de que o art. 543-B do Código de Processo Civil também se aplica aos recursos extraordinários interpostos contra acórdãos publicados antes de 3.5.2007.

4. Pelo exposto, determino a devolução destes autos ao Tribunal a quo para que seja observado o art. 543-B do Código de Processo Civil, nos termos do art. 328, parágrafo único, do Regimento Interno do Supremo Tribunal Federal.

Publique-se.Brasília, 12 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

AGRAVO DE INSTRUMENTO 716.235 (537)ORIGEM : AC - 200700151042 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : RIO DE JANEIRORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : ESTADO DO RIO DE JANEIROPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE

JANEIROAGDO.(A/S) : RAIMUNDO NONATOADV.(A/S) : IGOR HENRIQUE MARQUES

Despacho: Idêntico ao de nº 536

AGRAVO DE INSTRUMENTO 731.956 (538)ORIGEM : AC - 127362007 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : MARANHÃORELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : ESTADO DO MARANHÃOPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO MARANHÃOAGDO.(A/S) : MÁRCIA HAYDÉE PORTO DE CARVALHOADV.(A/S) : JOSÉ CAVALCANTE DE ALENCAR JUNIOR

Despacho: Idêntico ao de nº 536

AGRAVO DE INSTRUMENTO 733.646 (539)ORIGEM : AC - 10024057382772001 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA

ESTADUALPROCED. : MINAS GERAISRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAAGTE.(S) : INSTITUTO DE PREVIDÊNCIA DOS SERVIDORES DO

ESTADO DE MINAS GERAIS - IPSEMG

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 161

ADV.(A/S) : WAGNER LIMA NASCIMENTO SILVAAGTE.(S) : ESTADO DE MINAS GERAISADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAISAGDO.(A/S) : FRANCISCO JOSÉ TEIXEIRA LUDOLF DE MELOADV.(A/S) : CARLOS HENRIQUE MADEIRA

Despacho: Idêntico ao de nº 536

EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 496.435 (540)ORIGEM : AC - 1600459 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : PARANÁRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAEMBTE.(S) : WMS SUPERMERCADOS DO BRASIL LTDA ( ATUAL

DENOMINAÇÃO SOCIAL DE SONAE DISTRIBUIÇÃO S/A)

ADV.(A/S) : LÍGIA SOCREPPAEMBDO.(A/S) : ESTADO DO PARANÁPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PARANÁ

DESPACHOManifeste-se o Embargado sobre o fato superveniente alegado

nas razões dos embargos de declaração.Publique-se.Brasília, 4 de novembro de 2009.

Ministra CÁRMEN LÚCIARelatora

EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 569.041 (541)ORIGEM : AC - 1815598 - TRIBUNAL DE JUSTIÇA ESTADUALPROCED. : PARANÁRELATORA :MIN. CÁRMEN LÚCIAEMBTE.(S) : CONDOR SUPER CENTER LTDAADV.(A/S) : LÍGIA SOCREPPAEMBDO.(A/S) : ESTADO DO PARANÁPROC.(A/S)(ES) : PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PARANÁ

Despacho: Idêntico ao de nº 540

Eu, IRON MESSIAS DE OLIVEIRA, Coordenador de Processamento Final Substituto, conferi. ANA LÚCIA DA COSTA NEGREIROS, Secretária Judiciária.

Brasília, 23 de novembro de 2009.

REPUBLICAÇÕES

RECLAMAÇÃO 6.888 (542)ORIGEM : RCL - 152442 - SUPREMO TRIBUNAL FEDERALPROCED. : MINAS GERAISRELATOR :MIN. MARCO AURÉLIORECLTE.(S) : ESTADO DE MINAS GERAISADV.(A/S) : ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAISRECLDO.(A/S) : TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3ª REGIÃO

(PROCESSO Nº 00265-2007-135-03-00-8)INTDO.(A/S) : ROSSILEI BORGES DA SILVAADV.(A/S) : MARIA DAS GRAÇAS ANDRADE LIMA

DESPACHORECLAMAÇÃO – INTERESSE - ELUCIDAÇÃO.1.Ante o decurso do tempo, diga o reclamante sobre a persistência do

interesse no prosseguimento do processo.2.Publiquem.Brasília, 12 de novembro de 2009.

Ministro MARCO AURÉLIORelator

(Republicado por haver saído com incorreção no Dje nº 219, em 20/11/2009).

ÍNDICE DE PESQUISA

(RISTF, art. 82 e seu § 5º)

NOME DO ADVOGADO (OU PARTE, QUANDO NÃO HOUVER ADVOGADO)

SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA(42) (50) (52) (119) (184) (200)ABADIA ATAÍDES DA COSTA E OUTRO(A/S) (342)ACIAL BETTIN DE AVILA E OUTRO(A/S) (522)ACIR KAUÁS (245)ADAIR RODRIGUES LABOS (240)

ADAUTO CORREA MARTINS E OUTROS (415)ADEMILSON DE ALMEIDA(53) (180)ADEMIR MEIRA DOS SANTOS (478)ADILSON RAMOS E OUTRO(A/S) (399)ADIRSON DE OLIVEIRA JUNIOR E OUTRO(A/S) (24)ADMAR GONZAGA E OUTRO(A/S) (51)ADOLFO MOURY FERNANDES E OUTRO(A/S) (354)ADRIANA ADRIANO SCHMITT (356)ADRIANA DA SILVA (190)ADRIANA DO PRADO DOS SANTOS (160)ADRIANA PORTELLA MARON (362)ADVOGADO-GERAL DA UNIÃO(5) (6) (11) (12) (57) (58) (59) (60) (62) (63)(64) (65) (75) (76) (80) (87) (89) (127) (129) (132)(136) (226) (227) (228) (229) (231) (232) (233) (234) (235)(236) (240) (251) (270) (291) (294) (318) (319) (354) (361)(370) (382) (398) (412) (419) (420) (421) (429) (432) (434)(438) (465) (473) (477) (487) (495) (504) (514) (524)ADVOGADO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS(37) (85) (93) (94) (119) (285) (286) (289) (321) (323)(325) (351) (352) (375) (394) (400) (411) (491) (508) (509)(536) (539) (542)AGENOR MARTINS E OUTRO(A/S) (341)AIRTON DE SOUZA LIMA E OUTRO(A/S) (507)ALBERI FALKEMBACK RIBEIRO E OUTRO(A/S) (522)ALBERTINA MARTINS DE MEDEIROS (201)ALBERTO A MOREIRA FILHO E OUTRO(A/S) (353)ALCEU CARDOSO (402)ALESSANDRA PINHEIRO TOCAFUNDO (320)ALESSANDRO HENRIQUE QUESSADA APOLINÁRIO E OUTRO(A/S)

(363)

ALESSANDRO ROSTAGNO E OUTRO(A/S) (407)ALEX CARLOS NIZA (116)ALEX DE OLIVEIRA(192) (192)ALEX SILVA (4)ALEXANDER LADISLAU MENEZES (222)ALEXANDRA SALVELINA LIMA DE OLIVEIRA (439)ALEXANDRE CESAR DEL GROSSI (1)ALEXANDRE DA SILVA ARRUDA (272)ALEXANDRE DUARTE(141) (141)ALEXANDRE IUNES MACHADO E OUTRO(A/S) (514)ALEXANDRE KENNEDY SAMPAIO ADJAFRE (445)ALEXANDRE LIMA RIBEIRO (157)ALEXANDRE LINARES NOLASCO E OUTRO(A/S) (310)ALEXANDRE MACEDO TAVARES (486)ALEXANDRE PINHEIRO VALVERDE E OUTRO(A/S)(50) (52)ALEXANDRE SANCHEZ PALMA (151)ALEXANDRE SILVA SANTOS (171)ALEXANDRE TEICHMANN VIZZOTTO (22)ALEXANDRE YUKITO MORE E OUTRO(A/S) (14)ALEXSANDER ARAÚJO FREITAS E OUTRO(A/S) (39)ALFREDO AGUILHERA (220)ALIATAR FARIAS DE MEDEIROS (201)ALINY NUNES TERRA E OUTRO(A/S) (511)ALTIÉRES TERRA DE CARVALHO E OUTRO(A/S) (357)ALVINO RODRIGUES FIOR (33)AMANDA LIMA MARTINS E OUTRO(A/S)(18) (517)AMAURI CELUPPI E OUTRO(A/S)(138) (139)ANA AMÉLIA PIUCO (480)ANA BEATRIZ OLIVEIRA RÊGO (535)ANA CRISTINA CARLOS SARMENTO MENESES (228)ANA LAURA DE CAMARGO (426)ANA LÍGIA RIBEIRO DE MENDONÇA E OUTRO(A/S) (282)ANA LÚCIA FONSECA (107)ANA MARIA CASTAMAN WALTER (55)ANA MARIA RIBEIRO E OUTRO(A/S) (381)ANA PAULA MOREIRA DOS SANTOS (376)ANA PAULA MOREIRA DOS SANTOS E OUTRO(A/S) (16)ANDERSON EDUARDO PEREIRA E OUTRO(A/S) (364)ANDRÉ AUGUSTO DE CASTRO (406)ANDRÉ BARBALHO TORRES (487)ANDRÉ CORRÊA CARVALHO PINELLI (352)ANDRÉ GOMES DE OLIVEIRA E OUTRO(A/S) (123)ANDRÉ GOMES PEREIRA (146)ANDRÉ LUIS CAMARGO (176)ANDRÉ LUIZ ARANTES SCHEIDT E OUTRO(A/S) (86)ANDRÉ LUIZ FONSECA FERNANDES E OUTRO(A/S) (75)ANDRÉ MANSUR BRANDÃO (394)

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

Page 162: DIÁRIO DA JUSTIÇA ELETRÔNICO · docerias, buffets, fast-foods e assemelhados de sÃo paulo e regiÃo adv.(a/s) :ana paula moreira dos santos e outro(a/s) agdo.(a/s) :cantina vico

STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 162

ANDRÉ MARTINS DE ANDRADE (417)ANDRE PIRES DE ANDRADE KEHDI E OUTRO(A/S) (183)ANDRÉ RICARDO DE LIMA (187)ANDRÉ SILVEIRA (335)ANDREA DE TOLEDO PIERRI E OUTRO(A/S) (272)ANDREA GONÇALVES SILVA (456)ANGELA PAES DE BARROS DI FRANCO (270)ÂNGELO AURÉLIO GONÇALVES PARIZ E OUTRO(A/S) (497)ANGELO SAINT PASTOUS CALEFFI E OUTRO(A/S) (396)ANNA CAROLINA DE BARROS E OUTRO(A/S) (470)ANTONIEL FERREIRA AVELINO E OUTRO(A/S) (208)ANTONIO AFONSO VALVA (239)ANTONIO CARLOS ARIBONI E OUTRO(A/S) (383)ANTONIO CARLOS DA MOTA (193)ANTONIO CARLOS DE BRITO E OUTRO(A/S) (384)ANTONIO CARLOS DE TOLEDO SANTOS (209)ANTONIO CARLOS PEREIRA DE SOUZA (259)ANTONIO CARLOS PEREIRA PORCHER E OUTRO(A/S) (20)ANTÔNIO CARLOS RODRIGUES (10)ANTONIO CLAUDIO ZEITUNI (525)ANTONIO DE LISBOA SOBRINHO (255)ANTÔNIO EDISON CARMARGO (208)ANTONIO JOSÉ CONTENTE (369)ANTÔNIO JOSÉ SAMPAIO FERREIRA (261)ANTONIO MARIO DE ABREU PINTO (461)ANTÔNIO SÉRGIO GUIMARÃES (274)ANTÔNIO WELLINGTON DE SOUSA CORDEIRO (156)ANTUNES ADALBERTO DE CARVALHO (122)ARI SANTOS MORAES (360)ARISTIDES JUNQUEIRA ALVARENGA (120)ARIVALDO RESENDE DE CASTRO JÚNIOR E OUTRO(A/S)(93) (94)ARNALDO JOSÉ DE BARROS E SILVA JÚNIOR E OUTRO(A/S) (84)ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE SANTA CATARINA (131)ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (120)AUGUSTO CESAR RIBEIRO (438)AUGUSTO NEVES DAL POZZO (337)AUGUSTO PENA (213)AUREANE RODRIGUES DA SILVA(77) (502)AURÉLIO FRANCISCO DE LIMA (196)AURENICE ACCIOLY LINS E OUTRO(A/S) (84)BANCO BRADESCO S/A (113)BÁRBARA HENRYKA LIS DE FIGUEIREDO E OUTRO(A/S) (348)BENEDITA MARGARIDA DO NASCIMENTO (307)BERENICE MULLER DA SILVA E OUTRO(A/S) (469)BERNADETE CASTANHA VIANA MACHADO (78)BERNADETE LERMEN JAEGER (410)BMOBILE COMERCIAL E CONSULTORIA EM INFORMÁTICA LTDA (239)BRASNORTE TRANSMISSORA DE ENERBGIA S/A (1)BRUNO DE CASTRO WINKLER (295)BRUNO RAFAEL OLIVEIRA GOMES E OUTRO(A/S) (465)BRUNO RODRIGUES (224)CAIXA ECONÔMICA FEDERAL (140)CÂMARA DOS DEPUTADOS(58) (59) (60) (61)CAMARA DOS DEPUTADOS (57)CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO LOURENÇO DO SUL (295)CÂMARA MUNICIPAL DE SELVÍRIA (245)CANDIDO FERREIRA DA CUNHA LOBO E OUTRO(A/S) (358)CANTINA VICO D'O SCUGNIZZO LTDA (16)CARLOS ALBERTO DE OLIVEIRA LEAL (167)CARLOS ALBERTO FERNANDES RODRIGUES DE SOUZA (344)CARLOS ANZOATEGUI NETO (246)CARLOS ARI NORONHA E OUTRO(A/S) (61)CARLOS AUGUSTO SOBRAL ROLEMBERG (521)CARLOS BERKENBROCK (404)CARLOS EDUARDO REIS CLETO (236)CARLOS EDURADO NERI MALTEZ DE SANT´ANNA (223)CARLOS HENRIQUE MADEIRA (539)CARLOS HENRIQUE PETRELLI (355)CARLOS RABELO (78)CARLOS ROBERTO SIQUEIRA CASTRO E OUTRO(A/S) (20)CARLOS ROGÉRIO LOPES THEODORO E OUTRO(A/S) (333)CARLOS TORRES PEREIRA (237)CARMEN LUCIA MUNIZ GERALDO (465)CECÍLIA PONTE (372)CÉLIO DALCANALE (431)CÉLIO SOUZA BRAGA (198)CELSO BOTELHO DE MORAES (303)CELSO LUIZ DE OLIVEIRA (443)CELSO MEIRA JÚNIOR (433)CELSO RICARDO PEREIRA DOS SANTOS (81)CESAR GABARDO E OUTRO(A/S) (519)

CÉSAR MORENO CARVALHO JÚNIOR E OUTRO(A/S) (454)CESAR RODRIGUES PIMENTEL E OUTRO(A/S) (13)CHAUKI EL HAOULI E OUTRO(A/S) (341)CHEFE DA SUPERINTENDÊNCIA REGIONAL DA RECEITA FEDERAL NA 7ª REGIÃO FISCAL

(239)

CÍCERO BENTO MORAES E OUTRO(A/S) (442)CÍCERO DE SOUZA BRITO E OUTRO(A/S) (137)CINARA FURIAN FRATTON (33)CLAUDIA ROBERTA DA SILVEIRA CLERTON (331)CLAUDINEI APARECIDO DA CUNHA (163)CLÁUDIO ANTONIO FERNANDES E OUTRO(A/S) (511)CLÁUDIO DE MORAES E PAIVA (342)CLÁUDIO GOMES PEREIRA (43)CLAUDIO MERTEN (427)CLEBES CRUZ DO NASCIMENTO (315)CLEYTON ADRIANO MORESCO E OUTRO(A/S) (497)CLÍNICA MÉDICA CIRÚRGICA SANTA CLARA S/C LTDA (239)CLODOMIRO LEIRIA SALES (522)CLÓVIS ROBERTO DA SILVA E OUTRO(A/S) (396)CONGRESSO NACIONAL(225) (236)CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA (PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO Nº 630)

(135)

CONSELHO NACIONAL DE JUSTIÇA - CNJ(66) (67) (241)CRISTIANA RODRIGUES GONTIJO E OUTRO(A/S) (359)CRISTIANE CAMPOS DE FIGUEIREDO SILVA (321)CRISTIANE ESTIMA FIGUEIRAS E OUTRO(A/S) (297)CRISTIANE KÉRCIA FERREIRA DIAS (198)CRISTIANO BARATA MORBACH (78)CRISTIANO COLOMBO (493)CYNTHIA MONTEIRO ALVES E OUTRO(A/S) (6)DAGOBERTO JOSÉ STEINMEYER LIMA (502)DAISY MARIA MONTENEGRO MACÊDO (495)DANIEL ALEXANDRE BUENO E OUTRO(A/S) (329)DANIEL ALEXANDRE MAJOR MOMESSO(215) (215)DANIEL BARRETO GELBECKE (26)DANIEL SOUZA SCHIRMER (30)DANIELA MARIA PROCÓPIO E OUTRO(A/S) (509)DANIELE FERREIRA E OUTRO(A/S) (378)DANIELLE BEHLING ALVES (389)DANIELLE RIBEIRO RUSSO ARAÚJO (503)DANILO DE AGUIAR CORRÊA E OUTRO(A/S) (136)DANNIEL FRANCISCO DE ALMEIDA FERREIRA (156)DAVID FRIGHETTO BALDI (185)DAVID LEAL DINIZ (488)DAVID WILLIAN MASSARO BATISTA (174)DÉBORA CAMPOS FERRAZ DE ALMEIDA E OUTRO(A/S) (429)DÉCIO FREIRE (348)DÉCIO FREIRE E OUTRO(A/S) (364)DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃO(42) (43) (44) (45) (46) (47) (143) (161) (162) (163)(166) (173) (175) (176) (191) (194) (195) (213) (268)DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DA UNIÃO (494)DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE MINAS GERAIS (374)DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO(147) (184) (250) (250) (257) (259)DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DE SERGIPE (79)DEFENSOR PÚBLICO-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO(20) (256) (269) (386)DEFENSORIA PÚBLICA-GERAL DA UNIÃO(149) (158)DEMÉTRIO LOURES RAFAEL DOS SANTOS (223)DENILSON MARCONDES VENÂNCIO (310)DENIS DOS SANTOS(218) (218)DENIS GOMES MOREIRA (137)DENISE MEDEIROS (345)DENNER DE BARROS MASCARENHAS BARBOSA E OUTRO(A/S) (496)DEOCLÉCIA AMORELLI DIAS (67)DERALDINO ARAUJO FILHO (516)DIANA DE LIMA PRATA CAMARGOS (286)DILENE DUARTE BARBOZA (109)DILSON FERREIRA DE ANAIDE (418)DJALMA VIANNA (287)DJAMIRO ACIPRESTE (106)DOUGLAS SFORSIN CALVO E OUTRO(A/S) (492)EDINEI ANTONIO DAL PIVA (91)EDINEI SANTANA MARQUES (184)EDISON CARLOS FERNANDES E OUTRO(A/S) (476)EDNA MARIA GUIMARÃES DE MIRANDA (293)EDNA SANTOS BARBOZA (21)EDNALDO ROSA PAIVA E OUTRO(A/S) (349)

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 163

EDNO DE FRANÇA BARRETO (177)EDUARDO CERQUEIRA DA CUNHA MASCARENHAS (181)EDUARDO FRANCISCO SCIARRA (51)EDUARDO GOMES (127)EDUARDO ROSA LIMA (56)ÉLCIO BERQUÓ CURADO BROM E OUTRO(A/S) (118)ELEMENTAL BEAUTY SALÃO DE BELEZA E ESTÉTICA LTDA (239)ELENILDE DE ARAUJO SANTOS (520)ELIANE RACHED TAIR (304)ELIANE REGINA DANDARO (500)ELISA JUNQUEIRA FIGUEIREDO (476)ELVO JANIR MARCON E OUTRO(A/S) (73)ELYSA PAULA DE ARAUJO E OUTRO(A/S) (109)EMERSON VASCONCELOS DE OLIVEIRA (485)ENIO EXPEDITO FRANZONI (472)ERASMO CARLOS PURMOCENA RIBEIRO (187)ÉRICA ZENAIDE MAITAN (468)ERISON FRANCISCO DO NASCIMENTO (154)ERNANI AMODEO PACHECO E OUTRO(A/S) (372)ERONIL SILVA DE ASSIS (46)ERYKA FARIAS DE NEGRI (441)ESPÓLIO DE DORALICE DE MORAES (360)EUROLINO SECHINEL DOS REIS (96)EVANDRO FERREIRA DE VIANA BANDEIRA (246)EVERALDO BEZERRA PATRIOTA E OUTRO(A/S) (515)EVERARDO RIBEIRO GUEIROS FILHO E OUTRO(A/S) (359)EVERSON DA SLVA CAMARGO E OUTRO(A/S) (477)EWERTON SANCHES(219) (219)EZEQUIEL BERGGREN (189)FABIANO AUGUSTO MARTINS SILVEIRA (266)FÁBIO AUGUSTO RAMALHO DOS SANTOS (68)FÁBIO MARTINS DE ANDRADE (417)FABIO MARTINS RIBEIRO E OUTRO(A/S) (18)FABRÍCIO ZIR BOTHOMÉ E OUTRO(A/S) (377)FÁTIMA BEZERRA (243)FÁTIMA MARIA SAMPAIO ROLIM (182)FAUSTO DE ARAÚJO MONTEIRO (448)FELIPE AUGUSTO DE GÓES DOS SANTOS MELO (197)FELISBERTO EGG DE RESENDE (491)FERNANDA JAQUELINE DA SILVA (190)FERNANDA TORRES ARAÚJO (115)FERNANDO ANTÔNIO NEVES BAPTISTA (98)FERNANDO ANTUNES GUIMARÃES E OUTRO(A/S) (300)FERNANDO DA SILVA ABS DA CRUZ (23)FERNANDO DE OLIVEIRA HUGHES FILHO (223)FERNANDO EMANUEL XAVIER E OUTRO(A/S) (72)FERNANDO FREDERICO DE ALMEIDA JÚNIOR E OUTRO(A/S) (19)FERNANDO HENRIQUE SILVA VIEIRA (78)FERNANDO JOSÉ DE BARROS FREIRE E OUTRO(A/S) (329)FERNANDO MARANINI NETO (334)FLÁVIO FERREIRA DA SILVA (155)FLÁVIO JACÓ CHEKERDEMIAN E OUTRO(A/S) (526)FLÁVIO MELLO DOS SANTOS (188)FLÁVIO ROBERTO MASSARELLI SILVA (179)FRANCISCA NELCI SANTOS DE MORAES (360)FRANCISCO ANTONIO NUNES DE SIQUEIRA E OUTRO(A/S) (203)FRANCISCO DE ASSIS BRITO VAZ (28)FRANCISCO DE ASSIS DO RÊGO MONTEIRO ROCHA JÚNIOR (95)FRANCISCO DE ASSIS MESQUITA PINHEIRO (40)FRANCISCO LEIRISBERTO VIANA (48)FRANCISCO MARCOS DE ARAÚJO (104)FRANCISCO NUNES DE BRITO FILHO (49)FRANCISCO SQUEFF NORA (391)FRANCISCO XAVIER TORRES E OUTRO(A/S) (518)FRATERNO DE MELO ALMADA JÚNIOR (212)GABRIEL CESAR BANHO (35)GABRIEL REMÍGIO MOREIRA NETO (512)GASTÃO DE BEM (133)GEISA RIBEIRO LEITÃO E OUTRO(A/S) (226)GEORGEA MICHELE L. FAISLON (223)GERALDO DA SILVA FRAZÃO (530)GERALDO LUÍS SPAGNO GUIMARÃES E OUTRO(A/S) (444)GERALDO MAJELA PESSOA TARDELLI E OUTRO(A/S) (308)GERALDO ROSA VIEIRA E OUTRO(A/S) (78)GERALDO ROSA VIEIRA JÚNIOR (78)GERSON LUCCHESI BRITO DE OLIVEIRA E OUTRO (419)GILBERTO ANTÔNIO PANIZZI FILHO E OUTRO(A/S) (380)GILBERTO DE JESUS DA ROCHA BENTO JR (489)GILBERTO DIAS GALVÃO (195)GILBERTO EIFLER MORAES (277)GILMAR MENDES (242)GILSON ROBERTO JUVENTINO(214) (214)

GISELE PAULA BAZZO LOGO (240)GIZA HELENA COELHO E OUTRO(A/S) (8)GLÁUCIA DE OLIVEIRA (260)GLÁUCIA LOURENÇO STENCEL BOZZI (469)GLEIDSON LUNA DOS SANTOS (173)GOVERNADORA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (120)GOVERNO DA ARGENTINA (143)GOVERNO DA REPÚBLICA ARGENTINA (142)GOVERNO DA REPÚBLICA FEDERAL DA ALEMANHA (144)GRACE SANTOS DA SILVA MARTINS E OUTRO(A/S) (74)GRACIANE VIEIRA LOURENÇO (449)GRASIELE BARCELOS AMARAL E OUTRO(A/S) (360)GRAZIELE HUBALEQUE BARATELLI (50)GREICE FREDERICA DO NASCIMENTO LEAL (465)GUARACI RODRIGUES DE ANDRADE E OUTRO(A/S) (11)GUSTAVO ANDÈRE CRUZ E OUTRO(A/S) (348)GUSTAVO CORTÊS DE LIMA (283)GUSTAVO GONÇALVES PAIVA DE FREITAS E OUTRO(A/S) (353)GUSTAVO JOSÉ MENDONÇA QUINTILIANO E OUTRO(A/S) (328)HEBE BONAZZOLA RIBEIRO E OUTROS (121)HECTOR ISAÍAS SALAS LANDA (150)HEIDIR BARBOSA DOS REIS (529)HELDER CÂMARA CRUZ LUSTOSA (248)HÉLIO CARVALHO SANTANA E OUTRO(A/S) (306)HENEDINA TRABULCI E OUTRO(A/S) (372)HENRIQUE DE SOUZA LEITE (471)HENRIQUE PEREZ ESTEVES (204)HENRIQUE ROCHA MARTINS ARRUDA E OUTRO(A/S) (241)HEVERTON ROSSO ADAMS (279)HINDEMBURGO ALVES DE OLIVEIRA FILHO (532)HISASHI KATAOKA (20)HORÁCIO LUIZ AUGUSTO DA FONSECA (466)HUGO GALVÃO DE FRANÇA FILHO (178)HUGO OLIVEIRA HORTA BARBOSA E OUTRO(A/S) (358)HUMBERTO LUCCHESI DE CARVALHO (411)HUMBERTO LUCCHEST DE CARVALHO (400)HUMBERTO PACHECO MACIEL (80)HYLTON MONIZ FREIRE JUNIOR E OUTRO(A/S) (371)IGOR ALEXANDRE MIRANDA CARVALHAES E OUTRO(A/S) (251)IGOR HENRIQUE MARQUES (537)INOCÊNCIO MÁRTIRES COELHO (284)IRACI ELIAS DA SILVA (428)IRACI FREDOLINA OLIVEIRA DA SILVA (55)IRAI NELSON BUCKINGHAN (492)ISABEL ROSA DOS SANTOS (313)ISAR MARCELO GALBINSKI (322)ISIS MARIA BORGES DE RESENDE (290)ISMAEL COELHO DA SILVA (394)ISRAEL ANIBAL SILVA (367)IVALDO PACHECO ARAÚJO (421)IVANDRO ROBERTO POLIDORO E OUTRO(A/S) (387)IVANETE FERREIRA AQUINO (60)IVANI DE MORAES (360)Igor Duarte Martins E OUTRO(A/S) (62)J L DA S S (175)J. N. COMÉRCIO DE COMBUSTÍVEIS LTDA (139)JACYR ROSA JÚNIOR (126)JADER EVARISTO TONELLI PEIXER (526)JAILTON VALDOMIRO BEATRIZ DOS SANTOS (207) (207)JAIME CIPRIANI (330)JAIME DE BRITO (245)JAIR PINTO DA SILVA (148)JAIRO ANDRADE DE MIRANDA (14)JANDIR JOSÉ DALLE LUCCA (451)JANETE SANCHES MORALES E OUTRO(A/S) (333)JAQUISSON PORTO (152)JEAN STÊNIO DE FREITAS (56)JGF ELEMENTAL BEAUTY PARTICIPAÇÕES E CONSULTORIA LTDA

(239)

JHONS CARLOS SOUZA NETO (252)JOÃO AUGUSTO DE MORAES DRUMMOND (352)JOÃO BATISTA DALAPÍCOLA SAMPAIO E OUTRO(A/S) (299)JOÃO BÔSCO KUMAIRA (351)JOÃO CARLOS PEREIRA FILHO (211)JOÃO DANIEL JACOBINA (165)JOÃO FERNANDO LOPES DE CARVALHO (435)JOÃO FERREIRA NASCIMENTO (326)JOÃO FRANCISCO SOARES (202)JOÃO FREDERICK MARÇAL E MACIEL E OUTRO(A/S) (503)JOÃO JOAQUIM MARTINELLI (433)JOÃO LEONELHO GABARDO FILHO E OUTRO(A/S) (482)JOÃO LUIZ ARZENO DA SILVA(112) (112)

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 164

JOÃO MARCELO SILVA VAZ DE MELLO (506)JOÃO PEREIRA DA SILVA JÚNIOR (157)JOÃO PIRES DOS SANTOS E OUTRO(A/S)(312) (367)JOÃO REUS BIASI(423) (424)JOÃO RICARDO NUNES DIAS DE PINHO (350)JOÃO VIEIRA NETO E OUTRO(A/S) (154)JOAQUIM ARAÚJO NETO (495)JOAQUIM BARRETO FILHO (31)JOAQUIM TARCINIO PIRES GOMES (101)JOEL FIGUEIRA (226)JOELSON DIAS (413)JOHN CHARLES COSTA DA FONSECA (528)JOHN CORDEIRO DA SILVA JUNIOR (78)JONICE PEREIRA BOUÇAS GODINHO (301)JORGE BARROSO (385)JORGE BRETAS E OUTRO(A/S) (366)JORGE LUÍS DE CASTRO FONSECA E OUTRO(A/S) (306)JORGE ROBERTO AUN (169)JOSÉ ABÍLIO PINHEIRO DE MELO E OUTRO(A/S) (261)JOSÉ ADOLFO NUNES DE OLIVEIRA (167)JOSÉ ALBERTO COUTO MACIEL E OUTRO(A/S)(300) (324) (327) (334)JOSÉ ALEXANDRE BUAIZ NETO E OUTRO(A/S) (510)JOSÉ ARTUR DOS SANTOS LEAL (31)JOSÉ BENEDITO DE OLIVEIRA COSTA (527)JOSÉ BEZERRA SOBRINHO (244)JOSÉ CALDEIRA BRANT NETO (87)JOSÉ CARLOS ALVES CORTEGIPE (47)JOSÉ CARLOS BARBOSA CAVALCANTE (534)JOSÉ CARLOS IMBRIANI (510)JOSÉ CAVALCANTE DE ALENCAR JUNIOR (538)JOSÉ CORDEIRO LIMA (102)JOSÉ DE JESUS ALENCAR MAFRA (361)JOSÉ DIRCEU DE JESUS RIBEIRO E OUTRO(A/S) (148)JOSÉ DONIZETE DOS SANTOS - ME (362)JOSÉ EXPEDITO DE SOUZA PEREIRA E OUTRO(A/S) (5)JOSÉ GERALDO GOMES BARBOSA (311)JOSE GILSON MANOEL DA SILVA (49)JOSÉ GUILHERME BREDA (314)JOSÉ LIVIO LUNA CALLOU (182)JOSÉ LUIS WAGNER (92)JOSÉ LUIZ MATTHES(17) (281)JOSÉ MARCELO BRAGA NASCIMENTO E OUTRO(A/S) (38)JOSÉ MARIA ROCHA (245)JOSÉ MATEUS CAMPOS MACIEL (36)JOSÉ MAURÍCIO BALBI SOLLERO E OUTRO(A/S) (457)JOSÉ MAURO BARBIERI E OUTRO(A/S) (277)JOSÉ MORELLO SCARIOTT (126)JOSÉ NAZARENO GOULART (70)JOSÉ ORLANDO DE MORAES E OUTRO(A/S) (432)JOSÉ OSMAN DE CARVALHO (71)JOSÉ OSMAR TEIXEIRA (33)JOSÉ OTÁVIO FERREIRA VASCONCELOS (202)JOSÉ PEDRO DIAS (317)JOSÉ ROGÉRIO DE BARROS (87)JOSÉ WILLIAM DE FREITAS COUTINHO E OUTRO(A/S) (513)JOSÉ XAVIER MARQUES E OUTRO(A/S) (7)JOSEFINA SALETI ALVES DE LIMA (371)JOSEVALDO BARBOSA DA SILVA (203)JUACENYR TEIXEIRA DE ASSUMPÇÃO E OUTRO(A/S) (275)JUCÉLIO DA SILVA (388)JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA DISTRITAL DE FERRAZ DE VASCONCELOS, COMARCA DE POÁ

(203)

JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE BARRETOS (264)JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE NOVO HAMBURGO (PROCESSO Nº 019/1.05.0033706-3)

(254)

JUIZ DE DIREITO DA 1ª VARA CRIMINAL DE ITACUAI (206)JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE SANTA MARIA

(139)

JUIZ DE DIREITO DA 2ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE JUIZ DE FORA

(217)

JUIZ DE DIREITO DA 3ª VARA DA FAZENDA PÚBLICA DA COMARCA DE MACEIÓ

(244)

JUIZ DE DIREITO DA 4ª VARA DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE JOÃO PESSOA

(72)

JUIZ DE DIREITO DA 5ª VARA CRIMINAL DA COMARCA DE BELO HORIZONTE

(192)

JUIZ DE DIREITO DA COMARCA DE BURITI DOS LOPES (137)JUIZ DE DIREITO DA SEGUNDA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE BARUERI

(263)

JUIZ DE DIREITO DA VARA CRIMINAL DA COMARCA DE MACAÉ (216)

JUIZ DE DIREITO DA VARA DAS EXECUÇÕES CRIMINAIS DA COMARCA DE RIBEIRÃO PRETO

(207)

JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUÇÃO CRIMINAL DA COMARCA DE TUPÃ

(196)

JUIZ DE DIREITO DA VARA DE EXECUCÕES CRIMINAIS DA COMARCA DE TUPÃ

(220)

JUIZ DE DIREITO DA VARA JUDICIAL DA COMARCA DE CORONEL BICACO

(138)

JUIZ DE DIREITO DO JUIZADO ESPECIAL CÍVEL DA COMARCA DE ITANHAÉM

(492)

JUIZ DO TRABALHO DA 1ª VARA DO TRABALHO DA COMARCA DE SÃO JOSÉ DO RIO PRETO

(262)

JUIZ DO TRABALHO DA 1ª VARA DO TRABALHO DE ARACAJU (PROCESSO Nº 01096-2008-001-20-00-6)

(252)

JUIZ DO TRABALHO DA 3ª VARA DO TRABALHO DE CAXIAS DO SUL

(73)

JUIZ DO TRABALHO DA VARA DO TRABALHO DE PAU DOS FERROS

(71)

JUIZ FEDERAL DA 16ª VARA DA SUBSEÇÃO DE JUAZEIRO DO NORTE

(182)

JUIZ FEDERAL DA 3ª VARA FEDERAL DA SUBSEÇÃO JUDICIÁRIA DE UBERLÂNDIA (PROCESSO Nº 2006.38.03.004975-0)

(251)

JUÍZA DE DIREITO DA 1ª VARA DO JÚRI DA COMARCA DE PORTO ALEGRE (PROCESSO Nº 001/2.08.0082464-5)

(249)

JUÍZA DO 2º JUIZADO ESPECIAL CRIMINAL E VIOLÊNCIA DOMÉSTICA CONTRA MULHER DE TAGUATINGA

(205)

JUÍZA DO TRABALHO DA VARA FEDERAL DO TRABALHO DE PARNAÍBA

(137)

JUÍZO DA 21ª VARA DO TRABALHO DA JURISDIÇÃO DA 7ª REGIÃO - BATURITÉ/CE

(261)

JUÍZO DA 7ª VARA DO TRABALHO DE VITÓRIA - ES (334)JUÍZO DE DIREITO DA 6ª VARA DE FALÊNCIAS E CONCORDATAS DO RIO DE JANEIRO - RJ

(334)

JULIA AFFONSO FERREIRA MESQUITA E OUTRO(A/S) (12)JULIANA MARA PORFÍRIO GOMES (536)JULIANO ANDRIOLI E OUTRO(A/S) (382)JULIÃO TERRA LUDWIG E OUTRO(A/S) (254)JÚLIO CÉSAR DA CUNHA (177)JÚLIO CÉSAR DE MENDONÇA MENDES (78)JÚLIO CÉSAR Q. E RABELO (78)JULIO GUILHERME MÜLLER E OUTRO(A/S) (74)JURANDIR DA SILVA (138)JURANDIR FIALHO MENDES (381)JUSCELINO CRUZ DE ARAÚJO (200)José Carlos cabral(153) (153)KARINA PALOVA VILLAR MAIA (501)KÁTIA MARIA DE SOUZA CARDOSO (32)KLAUS DIAS KUHNEN E OUTRO(A/S) (450)LAERTE POLLI NETO (100)LARISSA FIALHO MACIEL LONGO E OUTRO(A/S) (57)LAUDEMIRO RIBEIRO DE SOUZA (186)LAURO ROCHA JÚNIOR E OUTRO(A/S) (397)LAWRENCE WENGERKIEWICZ BORDIGNON E OUTRO(A/S) (470)LEA APARECIDA DE SOUZA E OUTRO(A/S) (260)LEANDRO FERREIRA DA COSTA (257)LEANDRO LAMUSSI CAMPOS E OUTRO(A/S) (230)LELIANA MARIA ROLIM DE PONTES VIEIRA E OUTRO(A/S) (182)LENON GEYSON RODRIGUES LIRA (533)LÉO MENEZES FARRULA (418)LEONARDO ARRUDA MUNHOZ E OUTRO(A/S) (34)LEONARDO FABRÍCIO RESENDE (48)LEONARDO GUIMARÃES DA MATA MACHADO (323)LEONARDO SEABRA CARDOSO (346)LEONARDO VARELLA GIANNETTI (453)LEONARDO XAVIER ROUSSENQ E OUTRO(A/S) (360)LIEVERSON LUIZ PERIN E OUTRO(A/S) (454)LIGHT - SERVIÇOS DE ELETRICIDADE S/A (236)LÍGIA SOCREPPA(540) (541)LILIANE NETO BARROSO E OUTRO(A/S) (349)LISIMAR VALVERDE PEREIRA E OUTRO(A/S) (482)LÍVIA MARIA BERGAMINI (164)LUCIANO BRASILEIRO DE OLIVEIRA E OUTRO(A/S)(69) (70)LUCIANO GOMES DA SILVA (45)LUCIANO SOARES DE SOUZA (173)LUIS ANTONIO GRUNSCKY DE MORAES (391)LUIS ANTONIO NASCIMENTO CURI (409)LUÍS CESÁRIO DE MIRANDA MARQUES (459)LUIS DE ALMEIDA (440)LUIS EDUARDO GERIBELLO PERRONE JUNIOR (271)LUÍS FELIPE CAVALCANTE S. DE AZEVEDO E OUTRO(A/S) (408)LUIS MAXIMILIANO TELESCA (279)

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 165

LUÍS MAXIMILIANO TELESCA (446)LUÍS RENATO FERREIRA DA SILVA E OUTRO(A/S) (366)LUÍS SAVI (422)LUISA AMARAL FERREIRA (464)LUIZ ALBERTO ABDALA (169)LUIZ ANTONIO REBELLO E OUTRO(A/S) (310)LUIZ AUGUSTO ARAUJO SOUZA PAIVA (163)LUIZ CARLOS DA SILVA (151)LUIZ CARLOS DA SILVA NETO E OUTRO(A/S) (152)LUIZ CARLOS PISSETTI E OUTRO(A/S) (88)LUIZ CLÁUDIO BRANDÃO DE SOUZA (496)LUIZ EDUARDO DE CASTILHO GIROTTO(99) (273)LUIZ FERNANDES NETO (72)LUIZ FERNANDO MARCONDES ALBUQUERQUE E OUTRO(A/S) (319)LUIZ FILIPE RIBEIRO COELHO E OUTRO(A/S) (328)LUIZ GONZAGA DE ATHAYDE VASONE (10)LUIZ GONZAGA DE BEM E OUTRO(A/S) (434)LUIZ MANOEL GOMES JUNIOR (264)LUIZ MARCELO LUBANCO E OUTRO(A/S) (111)LUIZ MAURO PIRES (332)LUIZ MILTON DE SOUZA JÚNIOR (425)LUIZ RENÊ GONÇALVES DO AMARAL (172)LUIZ ROBERTO MENDES PENTEADO (155)LUIZ TOMÁZ DIONÍSIO(196) (220)LUZINALDO ALVES DE OLIVEIRA (462)LYCURGO LEITE NETO E OUTRO(A/S) (298)MAICON GUGLIELMI DELFINO (54)MAÍRA CIRINEU ARAÚJO E OUTRO(A/S) (358)MANOEL CARLOS DE OLIVEIRA (160)MANOEL SALVIANO SOBRINHO (182)MARCELISE DE MIRANDA AZEVEDO E OUTRO(A/S) (297)MARCELLO CERQUEIRA (239)MARCELLO DELLA MÔNICA SILVA (316)MARCELO ANTONIO MURIEL E OUTRO(A/S) (510)MARCELO DE S. BITTENCOURT (305)MARCELO DELPIZZO (232)MARCELO DELPIZZO E OUTRO(A/S) (233)MARCELO DO CARMO BARBOSA (78)MARCELO DOS SANTOS MAGALHÃES (253)MARCELO EDUARDO INOCÊNCIO (186)MARCELO EUGÊNIO DE SOUZA E OUTRO(A/S) (112)MARCELO FIGUEIREDO (309)MARCELO JOSÉ LELES CARVALHO (78)MARCELO MATTE SAGAVE (97)MARCELO MORELATTI VALENÇA E OUTRO(A/S) (383)MARCELO RAMOS CORREIA E OUTRO(A/S) (334)MARCELO ROMANO DEHNHARDT E OUTRO(A/S) (395)MARCELO TRINDADE DE ALMEIDA (112)MÁRCIA ESTER CASTRO PILGER E OUTRO(A/S) (483)MARCIA RODRIGUES DOS SANTOS E OUTRO(A/S) (275)MÁRCIA SOARES DE MELO (524)MARCIAL BARRETO CASABONA (2)MÁRCIO ALVES DOS SANTOS (168)MARCIO ANTONIO DA SILVA NOBRE (416)MARCIO BERNARDES E OUTRO(A/S) (9)MARCIO CUNHA RAFAEL DOS SANTOS (223)MARCIO LOCKS FILHO E OUTRO(A/S) (504)MÁRCIO WELSON GONÇALVES DE CASTRO E OUTRO(A/S) (164)MARCO ANTONIO ARANTES DE PAIVA E OUTRO(A/S) (210)MARCO ANTONIO BEZERRA CAMPOS E OUTRO(A/S) (391)MARCO ANTONIO DA SILVA VASCONCELLOS (226)MARCO AURÉLIO COSTA MOREIRA DE OLIVEIRA (242)MARCO AURÉLIO DAHER (200)MARCO AURÉLIO GONÇALVES DORNAS DE ALMEIDA E OUTRO(A/S)

(67)

MARCO AURÉLIO SIMAS (374)MARCO PAULO GAMA DE ANDRADE (266)MARCO TÚLIO DE ROSE (436)MARCOS FERRAZ DE PAIVA (393)MARCOS GOMES LIMA (166)MARCOS PAULO DE SOUZA BARBOSA E OUTRO(A/S) (444)MARCOS PAULO DOS ANJOS VILELA (265)MARCOS PEREIRA FERREIRA (42)MARCOS SANTOS (193)MARCOS SPADA ALIBERTI E OUTRO(A/S) (460)MARCUS VINÍCIUS PEREIRA DA SILVA E OUTRO(A/S) (510)MARDEN DRUMOND VIANA (379)MARIA ANTÔNIA DE OLIVEIRA CÂNDIDO (379)MARIA APARECIDA GUIMARÃES SANTOS (490)MARIA CAROLA GUDIN E OUTRO(A/S) (82)MARIA CÉLIA GRACIOSA DA FONSECA (239)MARIA CLÁUDIA DE SEIXAS E OUTRO(A/S) (134)

MARIA CLEUSA DE ANDRADE E OUTRO(A/S) (508)MARIA CRISTINA LAPENTA (368)MARIA DA POMPÉIA ALVES LUCAS (285)MARIA DA PURIFICAÇÃO ANDRADE VIEIRA (21)MARIA DAS GRAÇAS ANDRADE LIMA (542)MARIA DE FÁTIMA CHALUB MALTA (85)MARIA DE LOURDES DE SANTANA MENEZES E OUTRO(A/S) (507)MARIA DE OLIVEIRA LEITE VIEIRA E OUTRO(A/S) (318)MARIA ELOISA DO NASCIMENTO E OUTRO(A/S) (308)MARIA HELENA TEIXEIRA SANTOS (520)MARIA INÊS MURGEL (455)MARIA ISAURA RODRIGUES MACHADO E OUTRO(A/S) (483)MARIA LÚCIA CANTARELLI SAHIONE D'ELIA (385)MARIA LUCIA CAVALCANTI JALES SOARES (128)MARIA LUIZA DA COSTA ESTRELA E OUTRO(A/S) (392)MARIA SALETE ANDRADE (520)MARIA SILVIA DE OLIVEIRA E OUTRO(A/S) (301)MARIA TEREZA DOMINGUES (413)MARIANA THOMPSON FLORES DE ANDRADE (475)MARIANO DE MORAIS NUNES (188)MARILUÍZA RAZENTE E OUTRO(A/S) (90)MARINA JUNQUEIRA GABARRA E OUTRO(A/S) (107)MARINALVA BARBOSA DE SOUZA (400)MÁRIO AGOSTINHO SEIDL (254)MÁRIO DE OLIVEIRA BRITO (25)MARIO GUIMARÃES FERREIRA E OUTRO(A/S) (298)MÁRIO LUCIANO DO NASCIMENTO (23)MARK GIULIANI KRÁS BORGES E OUTRO(A/S) (380)MARLUCE MORAIS DA SILVA OU MARLUCE DE MORAIS SILVA OU MARLUCE MORAES DA SILVA

(181)

MARTINS ANTONIO SALES (479)MARY LUCY CARVALHO E OUTRO(A/S)(58) (59) (60)MATHEUS GUIMARÃES CURY E OUTRO(A/S) (178)MATIAS DE ARAUJO NETO E OUTRO(A/S) (78)MAURICIO BARCELOS (206)MAURÍCIO LUIZ DOS SANTOS (452)MAURÍCIO ROBERTO FERNANDES NOVELLI E OUTRO(A/S) (8)MAURO CARAMICO (10)MAURO JORGE DE PAULA BOMFIM (124)MAURO LEITNER GUIMARÃES FILHO (338)MAURO ROBERTO JUNIOR (327)MAURO SILVEIRA MOZENA E OUTRO(A/S) (90)MAXIMILIANO DE ARAÚJO ABBOTT (172)MAXIMINO GONÇALVES FONTES NETO E OUTRO(A/S) (521)MESA DO SENADO FEDERAL (237)MESSIAS PEREIRA DOS SANTOS(216) (216)MICHEL STRAUB(53) (180)MIGUEL VIANA SANTOS NETO E OUTRO(A/S) (267)MILTON SOUZA GOMES (373)MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE MINAS GERAIS (124)MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DE SÃO PAULO (365)MINISTÉRIO PÚBLICO DO ESTADO DO CEARÁ (40)MINISTÉRIO PÚBLICO DO TRABALHO DO ESTADO DE SÃO PAULO

(262)

MINISTÉRIO PÚBLICO ESTADUAL (122)MINISTÉRIO PÚBLICO FEDERAL (267)MINISTRO RELATOR DO HABEAS CORPUS Nº 134.053 (185)MOACYR AMÂNCIO DE SOUZA (398)MOISÉS ELIAS PEREIRA E OUTRO(A/S) (375)MOISÉS PEREIRA DE BRITO NETO (523)MÔNICA CRISTINA CANTEIRO (189)MÔNICA MENDES DE ALMEIDA E OUTROS (239)MORIZA C SICUPIRA (484)MUNICÍPIO DE IMBITUBA (258)NATÉRCIA NUNES PROTÁSIO E OUTRA (412)NEIDE MARTINS CARDOSO E OUTRO(A/S) (520)NEIO LÚCIO ROSA VIEIRA (78)NELSON DE MEDEIROS TEIXEIRA (83)NELSON JOSÉ COMEGNIO (263)NESTOR ANTONIO PEROTTONI (280)NIELI NASCIMENTO ARAUJO FERNANDES (406)NILTON DA SILVA CORREIA E OUTRO(A/S) (293)ODIR FERREIRA DE OLIVEIRA (498)ORESTES MAZIEIRO (174)ORLANDO PRADO JÚNIOR (426)OS MESMOS (455)OSCAR DE LIMA FILHO (525)OSCAR L. DE MORAIS (292)OSCAR WALTER MAYER (447)OSNI OLEGARIO DA SILVA (360)OSVALDO ALVES (15)

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 166

OSWALDO JOSÉ PEDREIRA HORN E OUTRO(A/S) (356)OSWALDO PEREIRA DE CASTRO (3)PABLO JOSÉ FIGUEIREDO PEREIRA DE ALMEIDA (326)PAIXÃO CARNEIRO MARTINS (343)PATRÍCIA CARNEIRO MACHADO E OUTRO(A/S) (511)PAULA DA SILVA PEDRA (197)PAULO CÉSAR CESÁRIO (145)PAULO COSTA LEITE (521)PAULO DA ASSIS BRASIL E OUTRO(A/S) (65)PAULO DANILO TROMBONI (13)PAULO DE ASSIS BRASIL (227)PAULO DE ASSIS BRASIL E OUTRO(A/S)(63) (64)PAULO EDUARDO SALGE (119)PAULO FERNANDO PAZ ALARCON (470)PAULO HENRIQUE VIDA VIEIRA E OUTRO(A/S) (231)PAULO JOÃO PEDRO BERGER GONÇALVES (29)PAULO PONTE (372)PAULO RICARDO SCHIER E OUTRO(A/S) (66)PAULO ROBERTO BINOTTI DE SOUZA (191)PAULO ROBERTO JOÃO PEDRO E OUTRO(A/S) (450)PAULO SÉRGIO RODRIGUES(15) (15)PAULO WALDEMIRO GUIMARÃES (437)PEDRO DILNEI DA ROSA CARVALHO (357)PEDRO LOPES RAMOS E OUTRO(A/S) (359)PEDRO LUCIANO DE OLIVEIRA DORNELLES E OUTRO(A/S) (505)PFN - ANNA CLAUDIA LAZZARINI (125)PFN - DOLIZETE FÁTIMA MICHELIN E OUTROS (121)PFN - HERBERT CARNEIRO CAMPOS E OUTRA (123)PFN - SÉRGIO LUIZ RODRIGUES (273)PHILIPPE KETERS (209)PLÍNIO GÓES FILHO (102)PLÍNIO GUSTAVO PRADO GARCIA (288)PLÍNIO JOSÉ MARAFON (127)PREFEITO DO MUNICÍPIO DE CARANDAÍ (62)PREFEITO MUNICIPAL DE ASSIS (329)PREFEITO MUNICIPAL DO MUNICÍPIO DE ITIRAPUÃ (260)PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS(229) (234) (235)PRESIDENTE DA REPÚBLICA(61) (230)PRESIDENTE DO SENADO FEDERAL(229) (234) (235)PRESIDENTE DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (188)PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS (93) (94)PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO (SUSPENSÃO DE LIMINAR Nº 182.585.0/8-00 NO MANDADO DE SEGURANÇA Nº 053.09.023056-9)

(117)

PRESIDENTE DO TRIBUNAL SUPERIOR ELEITORAL (265)PRISCILA CELIA CASTELO E OUTRO(A/S) (38)PRISCILA FELIPE DE SOUZA BATISTA (499)PROCURADOR GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS(93) (94)PROCURADOR-GERAL DA ASSEMBLÉIA LEGISLATIVA DO ESTADO DE MATO GROSSO

(225)

PROCURADOR-GERAL DA FAZENDA NACIONAL(3) (25) (81) (82) (99) (101) (251) (278) (280) (281)(313) (344) (384) (387) (389) (393) (395) (408) (409) (417)(427) (431) (433) (436) (443) (445) (449) (451) (452) (453)(455) (456) (460) (461) (464) (468) (472) (475) (476) (479)(493) (499) (500) (501) (518)PROCURADOR-GERAL DA REPÚBLICA(27) (35) (39) (95) (130) (133) (247) (266) (268) (269)(284) (474) (522) (528) (531)PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS (332)PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL

(32)

PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS(36) (68)PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE RONDÔNIA(238) (471)PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO(31) (108) (257) (260) (264) (307) (309) (337) (435)PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO (346)PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO PARANÁ(96) (314) (390)PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO(29) (256)PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE

(406)

PROCURADOR-GERAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL

(33) (97) (253) (295)PROCURADOR-GERAL DO BANCO CENTRAL DO BRASIL (2)PROCURADOR-GERAL DO DISTRITO FEDERAL (490)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL(30) (65) (441) (442)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DA BAHIA(287) (373) (488)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE ALAGOAS(102) (244) (439) (515) (527)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE GOIÁS (118)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL (246)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE RONDÔNIA(340) (467)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE RORAIMA(532) (533) (534) (535)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SANTA CATARINA(131) (284) (403) (486) (522)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SÃO PAULO(34) (100) (117) (147) (262) (283) (288) (303) (304) (305)(316) (339) (368) (378) (416) (437) (440) (489) (531)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DE SERGIPE(79) (252) (478) (520)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO AMAZONAS(517) (529) (530)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO ESPÍRITO SANTO(317) (458)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO MARANHÃO(129) (538)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO MATO GROSSO(423) (424)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO MATO GROSSO DO SUL (336) (350)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO PARANÁ(105) (414) (540) (541)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO(326) (335) (418) (428) (459) (463) (521) (537)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE(104) (106) (128) (462)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL(295) (322) (343) (343) (345) (345) (347)PROCURADOR-GERAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (63) (64)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE ARARAQUARA (108)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE BELO HORIZONTE(116) (320) (509)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE CAXIAS DO SUL (402)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE CURITIBA(338) (355)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE DIVINÓPOLIS(58) (59) (60) (61)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE GRAVATAÍ (22)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE JUAZEIRO (290)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE JUNDIAÍ (110)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE PASSO FUNDO (422)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE PEDRANÓPOLIS (274)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE SÃO GONÇALO DO AMARANTE

(255)

PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE SÃO LOURENÇO DO SUL

(295)

PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE SÃO PAULO(98) (302)PROCURADOR-GERAL DO MUNICIPIO DE SÃO PAULO (466)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE TERESINA (331)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE TORRES (506)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DE VILA VELHA (513)PROCURADOR-GERAL DO MUNICÍPIO DO RIO DE JANEIRO (528)PROCURADOR-GERAL DO MUNICIPIO DO RIO DE JANEIRO (481)PROCURADOR-GERAL FEDERAL(24) (24) (77) (86) (88) (92) (103) (111) (112) (114)(276) (292) (296) (315) (330) (388) (397) (401) (404) (405)(410) (413) (415) (425) (430) (447) (448) (480) (484) (494)(502) (505) (512) (516) (519) (522) (523)PROCURADORIA-GERAL DA FAZENDA NACIONAL (17)PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA(222) (223) (224) (243)PROCURADORIA-GERAL FEDERAL (457)QUÉCIO CLAUDOMI DA SILVA(217) (217)RAFAEL MALLMANN E OUTRO(A/S) (278)RAFAEL SODRÉ DE LIMA (211)RAIMUNDO KLEBER XAVIER E OUTRO(A/S) (498)RAIMUNDO ROQUE DA SILVA (44)RANILTON MONTEIRO NEVES (222)REGINA MARIA DA COSTA LOPES (239)

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 167

REGINALDO ARNOLD E OUTRO(A/S) (277)REGINALDO FERREIRA LIMA (271)REGINALDO LUIS FERREIRA (114)REGINALDO SAMPAIO DIAS (49)REINALDO LÂNGARO BALOTIN (191)RELATOR DA RECLAMAÇÃO Nº 9075 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

(260)

RELATOR DO DO HC Nº 83832 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(155)

RELATOR DO HABEAS CORPUS Nº 112589 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(151)

RELATOR DO HABEAS CORPUS Nº 128272 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(209)

RELATOR DO HABEAS CORPUS Nº 150277 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(199)

RELATOR DO HABEAS CORPUS Nº 75422 DO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO

(221)

RELATOR DO HABEAS CORPUS Nº 88139 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(141)

RELATOR DO HABEAS CORPUS Nº 99.413 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(158)

RELATOR DO HC 106.874 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (43)RELATOR DO HC 136570 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (175)RELATOR DO HC 147886 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (174)RELATOR DO HC 152.046 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (55)RELATOR DO HC 152.698 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (54)RELATOR DO HC Nº 110.757 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(193)

RELATOR DO HC Nº 110882 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(45)

RELATOR DO HC Nº 111.428 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(167)

RELATOR DO HC Nº 116.834 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(44)

RELATOR DO HC Nº 117071 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(195)

RELATOR DO HC Nº 118380 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(161)

RELATOR DO HC Nº 119636 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(46)

RELATOR DO HC Nº 121682 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(187)

RELATOR DO HC Nº 134.779 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(134)

RELATOR DO HC Nº 134348 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(197)

RELATOR DO HC Nº 136.989 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(53)

RELATOR DO HC Nº 137.965 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(160)

RELATOR DO HC Nº 143443 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(204)

RELATOR DO HC Nº 143979 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(190)

RELATOR DO HC Nº 146411 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(49)

RELATOR DO HC Nº 148743 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(202)

RELATOR DO HC Nº 149.633 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(183)

RELATOR DO HC Nº 149.644 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(211)

RELATOR DO HC Nº 150830 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(177)

RELATOR DO HC Nº 152.227/SP EM TRAMITAÇÃO NO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(189)

RELATOR DO HC Nº 152.408 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(201)

RELATOR DO HC Nº 153399 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(56)

RELATOR DO HC Nº 153582 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(41)

RELATOR DO HC Nº 81.184 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (153)RELATOR DO HC Nº 82820 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (210)RELATOR DO HC Nº 95466 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA (162)RELATOR DO INQUÉRITO Nº 2610 DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL

(51)

RELATOR DO RESP Nº 1017989 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(47)

RELATORA DO HABEAS CORPUS Nº 113451 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(191)

RELATORA DO HC Nº 115.580 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(163)

RELATORA DO HC Nº 123964 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE (178)

JUSTIÇARELATORA DO HC Nº 144.935 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(170)

RELATORA DO HC Nº 37550 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(145)

RELATORA DO INQUÉRITO Nº 631 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(165)

RELATORA DO PROCEDIMENTO DE CONTROLE ADMINISTRATIVO Nº 628/2006-17 DO CONSELHO NACIONAL DO MINISTÉRIO PÚBLICO

(238)

RELATORA DO RHC Nº 25634 DO SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA

(212)

RENATA MARIA GIL DA SILVA LOPES ESMERALDI (179)REUBEM COSTA JAPIASSU JÚNIOR (170)RICARDO ADOLPHO BORGES DE ALBUQUERQUE E OUTRO(A/S) (299)RICARDO ALEXANDRE DE ABREU PEREIRA (481)RICARDO ALVES DE OLIVEIRA (264)RICARDO BRAGHINI E OUTRO(A/S) (17)RICARDO ESTELLES (339)RICARDO QUINTAS CARNEIRO E OUTRO(A/S) (229)RILZA DE MENEZES SANTOS (520)ROBERPIERRE FERRAZZA TRINDADE E OUTRO(A/S) (33)ROBERTO CORREIA DA SILVA GOMES CALDAS (2)ROBERTO DE XEREZ (226)ROBERTO TADEU TELHADA E OUTRO(A/S) (365)ROBSON ALVES MOREIRA (69)ROBSON CLEBER ROSSI(221) (221)ROBSON RANGEL (159)ROBSON ROQUE DA CUNHA (145)RODRIGO BARBOSA SILVA (204)RODRIGO DA ROCHA RODRIGUES E OUTRO(A/S) (83)RODRIGO FIGUEIREDO E OUTRO(A/S)(401) (405)RODRIGO LEPORACE FARRET (417)RODRIGO MARCO LOPES DE SEHLI (26)RODRIGO RABELO DE FARIA (289)RODRIGO TORRES E OUTRO(A/S) (249)ROGÉRIO AMPESSAN COSER BACCHI E OUTRO(A/S) (319)ROGÉRIO LEITE LOBO (463)ROGÉRIO RIBEIRO DOMINGUES (296)ROGÉRIO VENDITTI (107)ROGERS WELTER TROTT E OUTRO(A/S) (366)ROMEU FELIPE BACELLAR FILHO (390)ROMEU PAULO BREDA (185)ROMILTON ALVES VIEIRA (458)ROMULO SULZ GONSALVES JR E OUTRO(A/S) (473)RONALDO ERMELINDO FERREIRA (114)RONALDO ERMELINDO FERREIRA E OUTRO(A/S) (103)RONALDO LABRIOLA PANDOLFI E OUTRO(A/S) (113)RONALDO MAURO COSTA PAIVA (534)RONALDO MOREIRA DA SILVA (173)RONALDO PINHEIRO DE ALMEIDA (205)RONALDO SILVIO CAROLO (115)RONY DOS ANJOS SOARES (210)ROSA LÚCIA COSTA DE ABREU (311)ROSALVO PEREIRA DE SOUZA (302)ROSI MARI MARTELLI (414)RUBEM DÁRIO PEREGRINO CUNHA (165)RUBENS MORAES SALLES E OUTRO(A/S) (19)RUBENS NOGUEIRA DE ABREU (41)RUBENS TAVARES E SOUSA (27)RUBIA CASSIA RODRIGUES (15)RUI GUIMARÃES VIANNA E OUTRO(A/S) (429)RUI IVANIER DOEBBER (73)SAMUEL AUDAY BUZAGLO E OUTRO(A/S) (312)SAMUEL BAETA PÓPOLI E OUTRO(A/S) (363)SARAY SALES SARAIVA E OUTRO(A/S) (282)SAUL PEREIRA DE SOUZA E OUTRO(A/S) (407)SAULO PAULO BEZERRA GERMANO E OUTRO(A/S) (71)SEBASTIÃO BOTTO DE BARROS TOJAL E OUTRO(A/S) (474)SEBASTIÃO HASENCLEVER BORGES NETO E OUTRO(A/S) (37)SEBASTIÃO LOURENÇO DE OLIVEIRA E OUTRO(A/S) (324)SEBASTIÃO MOREIRA DE CARVALHO (199)SEBASTIÃO SALVADOR FERRAZ (76)SEG SERVIÇOS ESPECIAIS DE SEGURANÇA E TRANSPORTE DE VALORES S/A E OUTRO(A/S)

(334)

SENADO FEDERAL(57) (58) (59) (60) (61)SERGIO DAVI PINTO AGUIRRE (194)SÉRGIO LUÍS TEIXEIRA DA SILVA (367)SÉRGIO LUIZ AKAOUI MARCONDES E OUTRO(A/S) (311)SERGIO MACIEL FREITAS (294)SERGIO MACIEL FREITAS E OUTRO(A/S) (420)

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 168

SÉRGIO MAZZILLO (127)SÉRGIO NUNES DO NASCIMENTO (258)SIDNEY MARTINS (390)SIDNEY SÁ DAS NEVES (223)SILVANA MARIA DE OLIVEIRA MENDONÇA (520)SILVANO SILVA DE FREITAS (399)SILVIO DE RESENDE DUARTE (4)SINDICATO DAS EMPRESAS DE TRANSPORTE URBANO E METROPOLITANO DE PASSAGEIROS DE CURITIBA E REGIÃO METROPOLITANA

(390)

SOLANGE SAMPAIO CLEMENTE FRANÇA (28)STALYN PANIAGO PEREIRA E OUTRO(A/S) (171)SUELI DIAS MARINHA SILVA E OUTRO(A/S) (531)SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA(140) (146) (147) (148) (149) (150) (152) (154) (156) (157)(159) (164) (166) (168) (171) (172) (173) (176) (179) (181)(186) (194) (208) (213)SUZETE GHISI BRISTOT (140)TÂMERA PADOIN MARQUES (238)TATIANA ALBUQUERQUE CORRÊA KESROUANI (336)TATIANA DE SOUZA MUNDIM (78)TELMO RICARDO SCHORR (347)TEREZA ORIOZOLINA AUCH BRUNDO E OUTRO(A/S) (446)THAÍS FERREIRA LIMA E OUTRO(A/S) (271)THIAGO ANTONIO NASCIMENTO DINIZ E OUTRO(A/S) (105)THIAGO FIRMANI DE OLIVEIRA E OUTRO(A/S) (110)THIAGO PINHEIRO (170)THOMAS SCHMUCK (144)TIAGO CAMPOS ROSA (117)TIAGO DA SILVA MORAES (206)TIAGO FONTOURA DE SOUZA (91)TIZUE YAMAUCHI E OUTRO(A/S) (125)TRANSTREL NACIONAL DO SEGURO SOCIAL (76)TRIBUNAL DE CONTAS DO ESTADO DE SANTA CATARINA (258)TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO DISTRITO FEDERAL E DOS TERRITÓRIOS

(48)

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE ALAGOAS (244)TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS (MANDADO DE SEGURANÇA Nº 200602357769)

(118)

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL (246)TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE MINAS GERAIS(130) (192)TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SANTA CATARINA (135)TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO(169) (257)TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO (AGRAVO EM EX. PENAL Nº 990.09.1406864)

(259)

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DE SÃO PAULO (AGRAVO EM EXECUÇÃO PENAL Nº 990.08.142620-0)

(250)

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO (256)TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (247)TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DO RIO GRANDE DO SUL (AGRAVO EM EXECUÇÃO Nº 70031354533)

(253)

TRIBUNAL DE JUSTICA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO (180)TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 10ª REGIÃO (132)TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 12ª REGIÃO (74)TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 20ª REGIÃO (PROCESSO Nº 01096-2008-001-20-00-6)

(252)

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 21ª REGIÃO (255)TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 22ª REGIÃO (PROCEDIMENTO ADMINISTRATIVO Nº 0192/2005)

(248)

TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3ª REGIÃO (67)TRIBUNAL REGIONAL DO TRABALHO DA 3ª REGIÃO (PROCESSO Nº 00265-2007-135-03-00-8)

(542)

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 4ª REGIÃO (140)TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO(138) (139)UBIRAMAR PEIXOTO DE OLIVEIRA (392)USMAIL HASSAN OMAIRI (142)VALDER RUBENS DE LUCENA PATRIOTA (291)VALDIR CANDEO (168)VALDIR PERAZZO LEITE(150) (199)VALQUÍRIA PAGANELLA PINZON E OUTRO(A/S) (377)VANDEMBERG ROBERTO DA SILVA (364)VANESSA BITTES TERRA (78)VÂNIA MARQUES SARAIVA E OUTRO(A/S) (89)VANIO JOSÉ CORRÊA VIANA E OUTRO(A/S) (370)VERA CALDAS (234)VERA LUCIA B DE ALBUQUERQUE E OUTRO(A/S)(7) (9)VERA LÚCIA BENEDETTI DE ALBUQUERQUE (485)VERA LUCIA MARQUES CALDAS(226) (235)

VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO

(75)

VICE-PRESIDENTE DO TRIBUNAL SUPERIOR DO TRABALHO(69) (70) (76)VICTOR JOSE DE OLIVEIRA DA LUZ FONTES (54)VICTOR RUSSOMANO JÚNIOR (376)VILMAR VALENTE ORNELAS E OUTRO(A/S) (212)VINÍCIUS MARCELO BORGES(135) (403)WAGNER LIMA NASCIMENTO SILVA (539)WALDIR GOMES (369)WALDIR LUIZ BRAGA (127)WALMOR KAUFFMANN (276)WALTER WIGDEROWITZ NETO E OUTRO(A/S) (386)WASHINGTON LUIZ PINTO MACHADO E OUTRO(A/S) (294)WELINGTON CORREA PEREIRA (146)WELLINGTON DINIZ DA SILVA (41)WELSON DUARTE PORTO (205)WELTON JÚNIOR BARATELLI (52)WEYVEL ZANELLI DA SILVA (159)WILLEY LOPES SUCASAS E OUTRO(A/S) (190)WILLIAM R. GRAPELLA (127)WILSON ROVINOR BRIAMCE (33)WLADIMIR SÉRGIO REALE (120)WYLLEN JOSÉ FONTES (325)YAAKOV COHEN (183)YLO JOSÉ ALVES DE SOUZA (430)ZAIRA CARVALHO SILVEIRA E OUTRO(A/S) (394)ZÊNIA LUCIANA CERNOV DE OLIVEIRA(340) (467)

PETIÇÃO AVULSA/PROTOCOLO/CLASSE E NÚMERO DO PROCESSO

AÇÃO CAUTELAR 422 (270)AÇÃO CAUTELAR 797 (126)AÇÃO CAUTELAR 1.036 (271)AÇÃO CAUTELAR 1.057 (272)AÇÃO CAUTELAR 1.645 (127)AÇÃO CAUTELAR 1.647 (273)AÇÃO CAUTELAR 2.307 (128)AÇÃO CAUTELAR 2.502 (1)AÇÃO CÍVEL ORIGINÁRIA 1.431 (129)AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 2.836 (120)AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.108 (130)AÇÃO DIRETA DE INCONSTITUCIONALIDADE 4.343 (131)AÇÃO ORIGINÁRIA 1.163 (132)AÇÃO PENAL 476 (133)AG.REG. NA MEDIDA CAUTELAR EM MANDADO DE SEGURANÇA 27.153

(135)

AG.REG. NA MEDIDA CAUTELAR EM MANDADO DE SEGURANÇA 28.187

(136)

AG.REG. NA MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.213 (134) AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 748.569 (524) AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 767.239 (525) AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.727 (274)AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 298.390 (276)AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 382.883 (277)AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 464.313 (278)AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 467.432 (279)AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 469.245 (280)AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 510.372 (526)AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 521.315 (281)AG.REG. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 572.475 (282)AG.REG. NOS EMB.DIV. NO AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 556.768

(275)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 328.274 (283)AGRAVO DE INSTRUMENTO 367.136 (284)AGRAVO DE INSTRUMENTO 387.787 (285)AGRAVO DE INSTRUMENTO 389.318 (286)AGRAVO DE INSTRUMENTO 390.924 (287)AGRAVO DE INSTRUMENTO 393.682 (288)AGRAVO DE INSTRUMENTO 397.904 (289)AGRAVO DE INSTRUMENTO 409.067 (290)AGRAVO DE INSTRUMENTO 410.126 (291)AGRAVO DE INSTRUMENTO 422.223 (292)AGRAVO DE INSTRUMENTO 426.351 (293)AGRAVO DE INSTRUMENTO 438.794 (294)AGRAVO DE INSTRUMENTO 444.021 (295)AGRAVO DE INSTRUMENTO 458.905 (296)AGRAVO DE INSTRUMENTO 465.454 (297)AGRAVO DE INSTRUMENTO 473.521 (298)

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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AGRAVO DE INSTRUMENTO 475.661 (299)AGRAVO DE INSTRUMENTO 480.483 (300)AGRAVO DE INSTRUMENTO 482.059 (301)AGRAVO DE INSTRUMENTO 482.933 (302)AGRAVO DE INSTRUMENTO 487.721 (303)AGRAVO DE INSTRUMENTO 488.299 (304)AGRAVO DE INSTRUMENTO 488.366 (305)AGRAVO DE INSTRUMENTO 489.090 (306)AGRAVO DE INSTRUMENTO 492.408 (307)AGRAVO DE INSTRUMENTO 492.964 (308)AGRAVO DE INSTRUMENTO 494.821 (309)AGRAVO DE INSTRUMENTO 494.846 (310)AGRAVO DE INSTRUMENTO 495.720 (311)AGRAVO DE INSTRUMENTO 496.027 (312)AGRAVO DE INSTRUMENTO 500.597 (313)AGRAVO DE INSTRUMENTO 503.117 (314)AGRAVO DE INSTRUMENTO 503.980 (315)AGRAVO DE INSTRUMENTO 513.694 (316)AGRAVO DE INSTRUMENTO 513.864 (317)AGRAVO DE INSTRUMENTO 519.467 (318)AGRAVO DE INSTRUMENTO 522.105 (319)AGRAVO DE INSTRUMENTO 526.787 (320)AGRAVO DE INSTRUMENTO 529.734 (321)AGRAVO DE INSTRUMENTO 530.898 (322)AGRAVO DE INSTRUMENTO 539.730 (323)AGRAVO DE INSTRUMENTO 545.944 (324)AGRAVO DE INSTRUMENTO 546.493 (325)AGRAVO DE INSTRUMENTO 554.043 (326)AGRAVO DE INSTRUMENTO 555.677 (327)AGRAVO DE INSTRUMENTO 557.130 (328)AGRAVO DE INSTRUMENTO 558.620 (329)AGRAVO DE INSTRUMENTO 559.508 (330)AGRAVO DE INSTRUMENTO 562.961 (331)AGRAVO DE INSTRUMENTO 577.985 (332)AGRAVO DE INSTRUMENTO 583.320 (333)AGRAVO DE INSTRUMENTO 585.409 (334)AGRAVO DE INSTRUMENTO 588.187 (335)AGRAVO DE INSTRUMENTO 603.006 (336)AGRAVO DE INSTRUMENTO 627.616 (2)AGRAVO DE INSTRUMENTO 627.850 (337)AGRAVO DE INSTRUMENTO 630.636 (98)AGRAVO DE INSTRUMENTO 631.732 (338)AGRAVO DE INSTRUMENTO 636.628 (3)AGRAVO DE INSTRUMENTO 650.313 (4)AGRAVO DE INSTRUMENTO 660.272 (339)AGRAVO DE INSTRUMENTO 666.078 (340)AGRAVO DE INSTRUMENTO 666.769 (5)AGRAVO DE INSTRUMENTO 675.600 (99)AGRAVO DE INSTRUMENTO 675.883 (341)AGRAVO DE INSTRUMENTO 682.622 (342)AGRAVO DE INSTRUMENTO 691.027 (527)AGRAVO DE INSTRUMENTO 691.431 (6)AGRAVO DE INSTRUMENTO 691.956 (343)AGRAVO DE INSTRUMENTO 693.172 (528)AGRAVO DE INSTRUMENTO 699.672 (100)AGRAVO DE INSTRUMENTO 701.359 (7)AGRAVO DE INSTRUMENTO 701.901 (529)AGRAVO DE INSTRUMENTO 704.494 (344)AGRAVO DE INSTRUMENTO 704.743 (8)AGRAVO DE INSTRUMENTO 709.207 (530)AGRAVO DE INSTRUMENTO 711.114 (531)AGRAVO DE INSTRUMENTO 711.432 (9)AGRAVO DE INSTRUMENTO 712.091 (345)AGRAVO DE INSTRUMENTO 712.674 (536)AGRAVO DE INSTRUMENTO 713.532 (532)AGRAVO DE INSTRUMENTO 713.541 (533)AGRAVO DE INSTRUMENTO 713.893 (346)AGRAVO DE INSTRUMENTO 716.090 (534)AGRAVO DE INSTRUMENTO 716.235 (537)AGRAVO DE INSTRUMENTO 718.262 (347)AGRAVO DE INSTRUMENTO 722.895 (348)AGRAVO DE INSTRUMENTO 725.352 (349)AGRAVO DE INSTRUMENTO 728.687 (350)AGRAVO DE INSTRUMENTO 729.030 (351)AGRAVO DE INSTRUMENTO 731.956 (538)AGRAVO DE INSTRUMENTO 732.032 (535)AGRAVO DE INSTRUMENTO 733.646 (539)AGRAVO DE INSTRUMENTO 733.991 (352)AGRAVO DE INSTRUMENTO 735.346 (353)AGRAVO DE INSTRUMENTO 736.129 (10)AGRAVO DE INSTRUMENTO 736.978 (354)AGRAVO DE INSTRUMENTO 738.436 (101)AGRAVO DE INSTRUMENTO 738.521 (11)AGRAVO DE INSTRUMENTO 738.759 (12)

AGRAVO DE INSTRUMENTO 739.351 (13)AGRAVO DE INSTRUMENTO 739.581 (102)AGRAVO DE INSTRUMENTO 743.793 (355)AGRAVO DE INSTRUMENTO 745.717 (356)AGRAVO DE INSTRUMENTO 749.494 (357)AGRAVO DE INSTRUMENTO 750.399 (358)AGRAVO DE INSTRUMENTO 750.532 (359)AGRAVO DE INSTRUMENTO 750.850 (14)AGRAVO DE INSTRUMENTO 750.948 (15)AGRAVO DE INSTRUMENTO 751.740 (16)AGRAVO DE INSTRUMENTO 752.599 (360)AGRAVO DE INSTRUMENTO 753.035 (361)AGRAVO DE INSTRUMENTO 753.439 (362)AGRAVO DE INSTRUMENTO 754.248 (363)AGRAVO DE INSTRUMENTO 754.801 (364)AGRAVO DE INSTRUMENTO 754.996 (17)AGRAVO DE INSTRUMENTO 755.662 (365)AGRAVO DE INSTRUMENTO 757.203 (366)AGRAVO DE INSTRUMENTO 757.587 (367)AGRAVO DE INSTRUMENTO 760.370 (18)AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.230 (368)AGRAVO DE INSTRUMENTO 762.460 (369)AGRAVO DE INSTRUMENTO 763.156 (19)AGRAVO DE INSTRUMENTO 763.862 (370)AGRAVO DE INSTRUMENTO 764.248 (371)AGRAVO DE INSTRUMENTO 764.427 (372)AGRAVO DE INSTRUMENTO 765.440 (373)AGRAVO DE INSTRUMENTO 765.631 (374)AGRAVO DE INSTRUMENTO 766.198 (375)AGRAVO DE INSTRUMENTO 767.020 (376)AGRAVO DE INSTRUMENTO 768.494 (377)AGRAVO DE INSTRUMENTO 769.474 (378)AGRAVO DE INSTRUMENTO 769.549 (103)AGRAVO DE INSTRUMENTO 769.570 (379)AGRAVO DE INSTRUMENTO 769.599 (380)AGRAVO DE INSTRUMENTO 769.671 (104)AGRAVO DE INSTRUMENTO 769.762 (105)AGRAVO DE INSTRUMENTO 769.992 (106)AGRAVO DE INSTRUMENTO 770.027 (381)AGRAVO DE INSTRUMENTO 770.041 (107)AGRAVO DE INSTRUMENTO 770.054 (108)AGRAVO DE INSTRUMENTO 770.070 (109)AGRAVO DE INSTRUMENTO 770.104 (110)AGRAVO DE INSTRUMENTO 770.186 (111)AGRAVO DE INSTRUMENTO 770.214 (382)AGRAVO DE INSTRUMENTO 770.375 (112)AGRAVO DE INSTRUMENTO 770.404 (383)AGRAVO DE INSTRUMENTO 771.141 (384)AGRAVO DE INSTRUMENTO 771.177 (385)AGRAVO DE INSTRUMENTO 771.462 (20)AGRAVO DE INSTRUMENTO 771.483 (113)AGRAVO DE INSTRUMENTO 771.541 (21)AGRAVO DE INSTRUMENTO 771.582 (386)AGRAVO DE INSTRUMENTO 771.611 (114)AGRAVO DE INSTRUMENTO 771.652 (115)AGRAVO DE INSTRUMENTO 771.686 (116)AGRAVO DE INSTRUMENTO 771.760 (387)AGRAVO DE INSTRUMENTO 771.766 (388)AGRAVO DE INSTRUMENTO 771.792 (389)AGRAVO DE INSTRUMENTO 772.187 (390)AGRAVO DE INSTRUMENTO 772.226 (391)AGRAVO DE INSTRUMENTO 772.262 (392)AGRAVO DE INSTRUMENTO 772.326 (393)AGRAVO DE INSTRUMENTO 772.393 (394)AGRAVO DE INSTRUMENTO 772.519 (395)AGRAVO DE INSTRUMENTO 772.671 (396)AGRAVO DE INSTRUMENTO 772.862 (397)AGRAVO DE INSTRUMENTO 772.865 (398)AGRAVO DE INSTRUMENTO 772.947 (399)AGRAVO DE INSTRUMENTO 772.986 (400)AGRAVO DE INSTRUMENTO 773.372 (401)AGRAVO DE INSTRUMENTO 773.393 (403)AGRAVO DE INSTRUMENTO 773.391 (402)AGRAVO DE INSTRUMENTO 773.624 (404)AGRAVO DE INSTRUMENTO 773.639 (405)AGRAVO DE INSTRUMENTO 773.785 (22)AGRAVO DE INSTRUMENTO 773.796 (23)AGRAVO DE INSTRUMENTO 773.831 (24)AGRAVO DE INSTRUMENTO 773.876 (25)AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.001 (26)AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.018 (27)AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.039 (28)AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.049 (29)AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.074 (30)

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127

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STF - DJe nº 222/2009 Divulgação: quarta-feira, 25 de novembro Publicação: quinta-feira, 26 de novembro 170

AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.088 (32)AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.086 (31)AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.129 (34)AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.127 (33)AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.137 (36)AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.131 (35)AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.206 (38)AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.204 (37)AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.250 (39)AGRAVO DE INSTRUMENTO 774.281 (40)CONFLITO DE COMPETÊNCIA 7.148 (137)CONFLITO DE COMPETÊNCIA 7.168 (138)CONFLITO DE COMPETÊNCIA 7.283 (139)CONFLITO DE COMPETÊNCIA 7.679 (140)EMB.DECL. NO AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 643.580 (406)EMB.DECL. NO AG.REG. NO AGRAVO DE INSTRUMENTO 732.730 (407)EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 400.690 (408)EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 496.435 (540)EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 546.067 (409)EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 569.041 (541)EMB.DECL. NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO 575.401 (410)EXTENSÃO NO HABEAS CORPUS 92.417 (141)EXTRADIÇÃO 952 (142)EXTRADIÇÃO 1.133 (143)EXTRADIÇÃO 1.183 (144)HABEAS CORPUS 88.323 (145)HABEAS CORPUS 90.785 (146)HABEAS CORPUS 91.001 (147)HABEAS CORPUS 91.888 (148)HABEAS CORPUS 92.965 (149)HABEAS CORPUS 95.799 (150)HABEAS CORPUS 95.916 (151)HABEAS CORPUS 97.508 (152)HABEAS CORPUS 98.203 (153)HABEAS CORPUS 98.455 (154)HABEAS CORPUS 98.692 (155)HABEAS CORPUS 98.976 (156)HABEAS CORPUS 99.059 (157)HABEAS CORPUS 99.706 (158)HABEAS CORPUS 99.837 (159)HABEAS CORPUS 99.906 (160)HABEAS CORPUS 100.282 (162)HABEAS CORPUS 100.280 (161)HABEAS CORPUS 100.292 (163)HABEAS CORPUS 100.348 (164)HABEAS CORPUS 100.434 (166)HABEAS CORPUS 100.726 (169)HABEAS CORPUS 100.864 (170)HABEAS CORPUS 100.871 (171)HABEAS CORPUS 101.334 (174)HABEAS CORPUS 101.369 (176)HABEAS CORPUS 101.428 (178)HABEAS CORPUS 101.431 (179)HABEAS CORPUS 101.441 (180)HABEAS CORPUS 101.448 (181)HABEAS CORPUS 101.460 (182)HABEAS CORPUS 101.464 (183)HABEAS CORPUS 101.473 (184)HABEAS CORPUS 101.479 (185)HABEAS CORPUS 101.489 (187)HABEAS CORPUS 101.506 (190)HABEAS CORPUS 101.504 (189)HABEAS CORPUS 101.512 (191)HABEAS CORPUS 101.522 (192)HABEAS CORPUS 101.525 (193)HABEAS CORPUS 101.533 (194)HABEAS CORPUS 101.536 (195)HABEAS CORPUS 101.547 (196)HABEAS CORPUS 101.549 (197)HABEAS CORPUS 101.559 (199)HABEAS CORPUS 101.552 (198)HABEAS CORPUS 101.571 (200)HABEAS CORPUS 101.572 (201)HABEAS CORPUS 101.596 (204)HABEAS CORPUS 101.603 (207)HABEAS CORPUS 101.611 (210)HABEAS CORPUS 101.617 (213)HABEAS CORPUS 101.629 (216)HABEAS CORPUS 101.628 (215)HABEAS CORPUS 101.636 (218)HABEAS CORPUS 101.630 (217)HABEAS CORPUS 101.639 (219)HABEAS CORPUS 101.655 (221)HABEAS CORPUS 101.668 (46)

HABEAS CORPUS 101.669 (47)HABEAS CORPUS 101.666 (44)HABEAS CORPUS 101.667 (45)HABEAS CORPUS 101.664 (42)HABEAS CORPUS 101.665 (43)HABEAS CORPUS 101.663 (41)HABEAS CORPUS 101.677 (54)HABEAS CORPUS 101.678 (55)HABEAS CORPUS 101.679 (56)HABEAS CORPUS 101.673 (50)HABEAS CORPUS 101.674 (51)HABEAS CORPUS 101.675 (52)HABEAS CORPUS 101.676 (53)HABEAS CORPUS 101.672 (49)HABEAS CORPUS 101.671 (48)INQUÉRITO 2.595 (222)INQUÉRITO 2.707 (223)INQUÉRITO 2.744 (224)MANDADO DE INJUNÇÃO 1.818 (225)MANDADO DE INJUNÇÃO 1.907 (226)MANDADO DE INJUNÇÃO 2.079 (227)MANDADO DE INJUNÇÃO 2.082 (228)MANDADO DE INJUNÇÃO 2.088 (229)MANDADO DE INJUNÇÃO 2.091 (230)MANDADO DE INJUNÇÃO 2.096 (231)MANDADO DE INJUNÇÃO 2.101 (233)MANDADO DE INJUNÇÃO 2.100 (232)MANDADO DE INJUNÇÃO 2.124 (234)MANDADO DE INJUNÇÃO 2.134 (235)MANDADO DE INJUNÇÃO 2.158 (58)MANDADO DE INJUNÇÃO 2.159 (59)MANDADO DE INJUNÇÃO 2.156 (236)MANDADO DE INJUNÇÃO 2.155 (57)MANDADO DE INJUNÇÃO 2.161 (61)MANDADO DE INJUNÇÃO 2.160 (60)MANDADO DE INJUNÇÃO 2.166 (65)MANDADO DE INJUNÇÃO 2.165 (64)MANDADO DE INJUNÇÃO 2.164 (63)MANDADO DE INJUNÇÃO 2.163 (62)MANDADO DE SEGURANÇA 22.722 (237)MANDADO DE SEGURANÇA 26.238 (238)MANDADO DE SEGURANÇA 28.043 (239)MANDADO DE SEGURANÇA 28.441 (240)MANDADO DE SEGURANÇA 28.446 (66)MANDADO DE SEGURANÇA 28.447 (67)MEDIDA CAUTELAR EM MANDADO DE SEGURANÇA 28.444 (241)MEDIDA CAUTELAR NA RECLAMAÇÃO 8.939 (251)MEDIDA CAUTELAR NA RECLAMAÇÃO 8.964 (252)MEDIDA CAUTELAR NA RECLAMAÇÃO 9.414 (259)MEDIDA CAUTELAR NA RECLAMAÇÃO 9.437 (261)MEDIDA CAUTELAR NA RECLAMAÇÃO 9.438 (262)MEDIDA CAUTELAR NA RECLAMAÇÃO 9.443 (264)MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 100.393 (165)MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 100.445 (167)MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 100.515 (168)MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.026 (172)MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.284 (173)MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.366 (175)MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.402 (177)MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.481 (186)MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.503 (188)MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.573 (202)MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.585 (203)MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.600 (205)MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.604 (208)MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.605 (209)MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.602 (206)MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.613 (211)MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.615 (212)MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.622 (214)MEDIDA CAUTELAR NO HABEAS CORPUS 101.652 (220)PETIÇÃO 4.502 (242)PETIÇÃO 4.616 (243)PETIÇÃO 4.712 (68)RECLAMAÇÃO 2.131 (244)RECLAMAÇÃO 2.386 (245)RECLAMAÇÃO 2.430 (246)RECLAMAÇÃO 6.888 (542)RECLAMAÇÃO 7.362 (247)RECLAMAÇÃO 8.087 (248)RECLAMAÇÃO 8.779 (249)RECLAMAÇÃO 8.827 (250)RECLAMAÇÃO 9.008 (253)RECLAMAÇÃO 9.097 (254)

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RECLAMAÇÃO 9.249 (255)RECLAMAÇÃO 9.320 (256)RECLAMAÇÃO 9.388 (257)RECLAMAÇÃO 9.396 (258)RECLAMAÇÃO 9.429 (260)RECLAMAÇÃO 9.439 (263)RECLAMAÇÃO 9.448 (70)RECLAMAÇÃO 9.447 (69)RECLAMAÇÃO 9.449 (71)RECLAMAÇÃO 9.450 (72)RECLAMAÇÃO 9.451 (73)RECLAMAÇÃO 9.452 (74)RECLAMAÇÃO 9.453 (75)RECLAMAÇÃO 9.454 (76)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 207.854 (122)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 222.010 (411)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 237.119 (412)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 259.739 (121)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 269.792 (413)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 275.093 (414)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 297.376 (415)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 334.447 (416)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 346.983 (123)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 348.903 (417)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 350.036 (418)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 351.363 (419)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 351.770 (420)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 360.420 (421)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 363.256 (422)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 366.902(423) (424)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 396.224 (425)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 398.493 (426)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 399.076 (427)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 406.133 (428)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 406.300 (429)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 409.383 (430)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 412.727 (431)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 415.211 (432)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 415.862 (433)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 417.674 (434)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 418.061 (435)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 418.476 (436)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 424.282 (437)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 427.312 (438)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 427.992 (439)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 432.104 (440)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 447.407 (441)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 457.527 (442)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 457.894 (443)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 459.345 (444)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 460.740 (124)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 462.513 (445)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 463.784 (446)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 465.185 (447)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 466.204 (448)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 469.026 (449)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 473.903 (450)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 474.144 (451)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 495.998 (452)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 507.158 (453)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 511.105 (454)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 512.596 (455)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 512.992 (456)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 522.531 (457)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 525.874 (125)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 527.643 (458)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 534.318 (459)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 535.838 (460)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 540.715 (461)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 541.827 (462)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 544.690 (463)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 545.774 (464)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 545.808 (465)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 549.463 (466)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 549.818 (467)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 553.326 (468)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 558.311 (469)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 560.252 (470)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 560.863 (471)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 563.648 (472)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 563.745 (473)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 571.030 (474)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 572.903 (475)

RECURSO EXTRAORDINÁRIO 574.105 (476)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 575.112 (477)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 576.334 (478)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 581.463 (479)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 581.670 (480)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 583.378 (481)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 585.046 (482)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 585.697 (483)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 586.846 (484)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 588.657 (485)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590.093 (486)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 590.988 (487)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 591.266 (488)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 591.944 (489)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 592.213 (490)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 596.634 (491)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 596.653 (492)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 596.673 (493)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 597.559 (494)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 597.927 (495)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 598.714 (496)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 599.770 (497)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 600.013 (498)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 600.741 (499)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 601.606 (500)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 601.771 (501)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 601.804 (502)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.230 (503)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.284 (504)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.358 (505)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.658 (506)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.694 (507)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.731 (508)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.805 (509)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.907 (510)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 602.944 (511)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.032 (512)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.098 (513)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.218 (514)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.270 (515)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.291 (516)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.337 (517)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.344 (519)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.340 (518)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.357 (520)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.362 (521)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.378 (522)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.558 (523)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.655 (77)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 603.873 (78)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 604.307 (79)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 604.327 (81)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 604.326 (80)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 604.425 (82)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 604.445 (83)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 605.488 (84)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 605.507 (85)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 605.522 (86)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 605.545 (87)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 605.557 (91)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 605.559 (92)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 605.550 (88)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 605.551 (89)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 605.556 (90)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 605.587 (93)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 605.591 (94)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 605.609 (95)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 605.615 (96)RECURSO EXTRAORDINÁRIO 605.661 (97)RECURSO ORD. EM MANDADO DE SEGURANÇA 24.792 (265)RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 88.861 (266)RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 92.283 (267)RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 99.357 (268)RECURSO ORDINÁRIO EM HABEAS CORPUS 101.577 (269)SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 4.006 (118)SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 4.002 (117)SUSPENSÃO DE SEGURANÇA 4.046 (119)

Documento assinado digitalmente conforme MP n° 2.200-2/2001 de 24/08/2001, que institui a Infra-estrutura de Chaves Públicas Brasileira - ICP-Brasil. Odocumento pode ser acessado no endereço eletrônico http://www.stf.jus.br/portal/autenticacao/autenticarDocumento.asp sob o número 448127