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Diário de Campo: Vale do Paraíba O Brasil apresenta grande diversidade cultural e extenso território, que permite a existência várias paisagens. Dentre os lugares do Brasil, alguns alunos da Escola Villare realizaram um estudo do meio ao Vale do Paraíba, uma região historicamente rica. Durante as três dias de viagens os alunos puderem viver novas experiências que mudaram o modo de ver o mundo. No primeiro dia, após uma longa viagem, fomos visitar a fazenda Pau D’Alho. Esta, antigamente, tinha como economia a plantação de café e portanto possuía grande número de escravos. Deste modo sua organização espacial valorizava a visão do Senhor de escravo sobre seus escravos e sua plantação, impedindo fugas e revoltas. Também foi discutido os fatos de que os escravos não apanhavam todos os dias, e se necessário um único apanhava de exemplo, outro fato era que nas senzalas os escravos não dormiam amontoados e esta possuía divisórias. Esta discussão levou a todos nós, alunos, a reformularmos a ideia de escravidão que tínhamos a partir dos filmes. Assim que saímos da fazenda fomos almoçar na cidade de São José do Barreiro e o dono do restaurante já havia trabalhado com o turismos da cidade, então nos contou sobre a história da cidade e consequentemente do Vale do Paraíba. Ele nos contou que a cidade surgiu na época em que a mineração, o foco da economia, e que tropeiros levavam o ouro para os portos de exportação. Os tropeiros passavam por aquela região e precisavam de um local para descansar e se alimentar, iniciando a formação das primeiras vilas como apoio aos tropeiros. Porém as vilas só se tornaram cidades com o início das plantações de cana, que após um tempo sofreu uma decaída e se iniciou as plantações de café. Estas também decaíram e a partir deste ponto a cidade vem sofrendo altos e baixos. Atualmente, esta em um período de decaída, pois os jovens estão se mudando pela falta de mercado de trabalho e a população diminuindo. Porém, o turismo consegue manter a economia.

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Diário de Campo: Vale do Paraíba O Brasil apresenta grande diversidade cultural e extenso território, que

permite a existência várias paisagens. Dentre os lugares do Brasil, alguns alunos da Escola Villare realizaram um estudo do meio ao Vale do Paraíba, uma região historicamente rica. Durante as três dias de viagens os alunos puderem viver novas experiências que mudaram o modo de ver o mundo.

No primeiro dia, após uma longa viagem, fomos visitar a fazenda Pau

D’Alho. Esta, antigamente, tinha como economia a plantação de café e portanto possuía grande número de escravos. Deste modo sua organização espacial valorizava a visão do Senhor de escravo sobre seus escravos e sua plantação, impedindo fugas e revoltas. Também foi discutido os fatos de que os escravos não apanhavam todos os dias, e se necessário um único apanhava de exemplo, outro fato era que nas senzalas os escravos não dormiam amontoados e esta possuía divisórias. Esta discussão levou a todos nós, alunos, a reformularmos a ideia de escravidão que tínhamos a partir dos filmes.

Assim que saímos da fazenda fomos almoçar na cidade de São José do Barreiro e o dono do restaurante já havia trabalhado com o turismos da cidade, então nos contou sobre a história da cidade e consequentemente do Vale do Paraíba. Ele nos contou que a cidade surgiu na época em que a mineração, o foco da economia, e que tropeiros levavam o ouro para os portos de exportação. Os tropeiros passavam por aquela região e precisavam de um local para descansar e se alimentar, iniciando a formação das primeiras vilas como apoio aos tropeiros. Porém as vilas só se tornaram cidades com o início das plantações de cana, que após um tempo sofreu uma decaída e se iniciou as plantações de café. Estas também decaíram e a partir deste ponto a cidade vem sofrendo altos e baixos. Atualmente, esta em um período de decaída, pois os jovens estão se mudando pela falta de mercado de trabalho e a população diminuindo. Porém, o turismo consegue manter a economia.

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Após a conversa fomos ao hotel, outra fazenda de café, em que tivemos tempo livre até o jantar. A vista do lugar era maravilhosa e quando o Sol se punha nos morros trazia uma paz. Porém durante o jantar que se localizava no local da antiga senzala a reflexão sobre os tantos escravos que ali viveram trousse um “peso” sobre o lugar.

Depois da janta nos reunimos para discutir sobre o dia e um das pontos mais intrigantes da conversa foi sobre: “o que é preservação?” , um tema que não foi concluído, mas aceito com algo abstrato. Isto também mudou nosso meio de ver e pensar sobre a visita á fazenda Pau D’Alho que apresentava uma preservação inalterada sobre o passado dela, mantinha tudo como era, exceto por alguns objetos que foram retirados. Em seguida, fizemos um “luau” sob a luz das estrelas que novamente trouce um encanto ao lugar.

No dia seguinte acordamos cedo para visitar a Fazenda Resgate, esta

apresentava um diferente tipo de preservação em relação à Pau D’Alho, pois preservava somente parte da casa do Senhor de escravo, acrescentando objetos da época, a outra parte da casa é da própria família(particular) e as senzalas foram todas destruídas. Esta fazenda é considerada um patrimônio histórico. Os donos da fazenda Resgate traficavam escravos ilegalmente, já que tinha sido proibido, fazendo com que sua renda aumentasse cada vez mais formando uma grande fortuna. Pela casa é possível perceber uma forte influência francesa, além de que a sociedade era patriarcal e machista.

No lado exterior da casa analisamos sua paisagem natural. Esta é composta por morros mamelonares, que já tiveram um grande desmatamento pelas plantações de cana e café, e atualmente esta passando por um período de reflorestamento em que ja é possível observar plantas pioneiras. Após a analise chegamos a conclusão de que a paisagem conta a história do lugar.

Após sairmos da fazenda fomos almoçar no hotel e em seguida fomos da cidade de Bananal. Primeiramente, conversamos sobre a igreja Matriz, a separação entre igrejas Católicas para negros e brancos, mostrando o racismo muito agravado na época, e sobe o Valin, ex-dono da fazenda resgate, que tinha um grande salão onde fechava negócios e festejava com os nobres, apesar de não ser um. Posteriormente, os grupos do trabalho do ensino do meio entrevistaram as pessoas da praça, ouvindo suas histórias e opiniões sobre a cidade. Nesta conversa descobrimos que a cidade, apesar de ser calma, possuía vários problemas em relação ao atendimento médico, a falta de ensino superior, a ineficiência do transporte público e também a

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falta de emprego. Com essa conversa pudemos descobrir mais sobre a vida neste local e ter a experiência de conversar com pessoas que nunca vimos.

Depois da visita a Bananal, voltamos ao hotel, jantamos e conversamos sobre o dia. Novamente a ideia de preservação surgiu e não foi concluída, nesta comparamos as duas fazendas que visitamos. Após a conversa foi feita uma introdução ao Jongo e fomos a fogueira. Nela compartilhamos energia vinda a partir de risos e choros. E quando estávamos prestes a desistir da vinda dos jongueiros, estes chegam e alegram a todos.

No início da apresentação do Jongo conversamos sobre este ser uma manifestação e um meio de passar o tempo livre que os escravos tinham. A dança do Jongo e seu ritmo animado fizeram grande parte de nós dançar ] e tocar. Neste momento, quase ninguém tinha sono, frio ou qualquer outra coisa, todos estavam alegres, rindo e se divertindo o máximo. No fim da apresentação ninguém queria parar, mas infelizmente tivemos que ir dormir.

No terceiro dia, depois de arrumarmos tudo e nos despedirmos do hotel, fomos visitar a empresa Maxion na cidade de Cruzeiro, que é especializada em construção de rodas e chassis. Nesta vimos como a fábrica funciona e percebemos que os trabalhadores eram como robôs, apertando um único botão ou fazendo um movimento constante, pareciam mais máquinas que as próprias máquinas. Descobrimos que esta é uma empresa nacional, que tem 5100 funcionário (maior do que algumas cidades), exportava para 50 países e que seguiam as normas ambientais, de segurança e sociais das quais se gabavam. Depois desta visita voltamos para casa com “um gostinho de quero mais”, sem arrependimentos.

   

Carolina  da  Cunha  Mercante