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Módulo de orientação 08 Claudianny Amorim Noronha Tatyana Mabel Nobre Barbosa A avaliação do estágio: um processo de reflexão contínua Autoras DISCIPLINA Estágio Supervisionado

DISCIPLINA Estágio Supervisionado · Para atender a essas expectativas, além do estagiário, que deve assumir uma postura refl exiva, os Professor Orientador, Professor Colaborador

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Módulo de orientação

08

Claudianny Amorim Noronha

Tatyana Mabel Nobre Barbosa

A avaliação do estágio:um processo de refl exão contínua

Autoras

D I S C I P L I N A Estágio Supervisionado

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Todos os direitos reservados. Nenhuma parte deste material pode ser utilizada ou reproduzida sem a autorização expressa da UFRN

- Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

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- Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

Divisão de Serviços Técnicos

Catalogação da publicação na Fonte. UFRN/Biblioteca Central “Zila Mamede”

Governo Federal

Presidente da RepúblicaLuiz Inácio Lula da Silva

Ministro da EducaçãoFernando Haddad

Secretário de Educação a Distância – SEEDCarlos Eduardo Bielschowsky

Universidade Federal do Rio Grande do Norte

ReitorJosé Ivonildo do Rêgo

Vice-ReitoraÂngela Maria Paiva Cruz

Secretária de Educação a DistânciaVera Lúcia do Amaral

Secretaria de Educação a Distância- SEDIS

Coordenadora da Produção dos MateriaisMarta Maria Castanho Almeida Pernambuco

Coordenador de EdiçãoAry Sergio Braga Olinisky

Projeto Gráfi coIvana Lima

Revisores de Estrutura e LinguagemJanio Gustavo Barbosa

Eugenio Tavares Borges

Thalyta Mabel Nobre Barbosa

Revisora das Normas da ABNTVerônica Pinheiro da Silva

Revisoras de Língua PortuguesaJanaina Tomaz Capistrano

Sandra Cristinne Xavier da Câmara

Revisor TécnicoLeonardo Chagas da Silva

Revisora Tipográfi caNouraide Queiroz

IlustradoraCarolina Costa

Editoração de ImagensAdauto Harley

Carolina Costa

DiagramadoresBruno de Souza Melo

Ivana Lima

Johann Jean Evangelista de Melo

Mariana Araújo de Brito

Adaptação para Módulo MatemáticoJoacy Guilherme de A. F. Filho

Imagens UtilizadasBanco de Imagens Sedis

(Secretaria de Educação a Distância) - UFRN

Fotografi as - Adauto Harley

Stock.XCHG - www.sxc.hu

Barbosa, Tatyana Mabel Nobre.

Estágio supervisionado interdisciplinar / Tatyana Mabel Nobre Barbosa, Claudianny Amorim Noronha. –

Natal, RN: SEDIS, 2008. 11v

224 p.

1. Estágio supervisionado. 2. Formação de professores. 3. Educação. I. Noronha, Claudianny

Amorim. II. Título.

ISBN: 978-85-7273-489-9

CDD 370.733

RN/UF/BCZM 2008/109 CDU 371.133

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1Módulo de orientação 8 | Estágio Supervisionado

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Apresentação

É importante e ético entender o que é válido no estágio. Certamente, não é a nota ou

o conceito obtido após sua realização, nem a carga horária cumprida, mas saber

que foi realizado um trabalho com compromisso, seriedade e efi ciência no que diz

respeito a sua formação.

Neste módulo, estaremos conversando sobre o que e como você será avaliado durante o

estágio. Informar os critérios e métodos de avaliação signifi ca muito mais do que praticar uma

atitude ética na sua formação, futuro professor, trata-se, portanto, de nortear o planejamento

e desenvolvimento de sua prática.

A avaliação do estágio, no seu curso, não objetiva lhe atribuir somente uma nota ao fi nal

do semestre. Objetiva fazer parte do processo do estágio de modo a contribuir com a dinâmica

refl exiva que, como já discutimos em módulos anteriores, faz parte do fazer constante do

professor e deve estar incorporado na constância de sua formação.

Conteúdos

Apresenta e discute critérios e instrumentos de

avaliação do estagiário: produção escrita e fi cha de

avaliação.

Proporciona e orienta refl exões com base na avaliação

da prática docente no estágio.

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2 Módulo de orientação 8 | Estágio Supervisionado

Como avaliar o

Estágio Supervisionado

Estamos sempre avaliando: a roupa que usamos, o livro que iremos comprar, nossas

atitudes diante de dada situação, as pessoas com as quais convivemos, enfi m, avaliar faz

parte de nossa vida, principalmente, quando precisamos tomar uma decisão a respeito

de como agir. Assim, a ação e a refl exão estão em torno do que fazemos e a avaliação faz

parte disso.

Numa perspectiva libertadora, transformadora, constituidora de consciências, a avaliação

passa a ser entendida, vivenciada, como processo de redimensionamento permanente da

prática pedagógica dos sujeitos, bem como da construção signifi cativa da aprendizagem dos

envolvidos (BUSATO, 2005).

Nesse sentido, a avaliação no estágio tem como objetivo que tanto você, estagiário,

quanto o Professor Colaborador, o Tutor de Estágio, o Professor Orientador e seu aluno da

escola campo de estágio se lancem ao desafi o de se constituírem como sujeitos da práxis,

alimentando-se permanentemente da curiosidade epistemológica inerente ao processo de

construção e de reconstrução crítica do saber.

Sendo assim, o processo de avaliação do estágio é pensado para que os sujeitos

envolvidos possam construí-lo e vivenciá-lo de modo a colaborar para a ressignifi cação de

suas práticas pedagógicas e, ao mesmo tempo, para a construção crítica e signifi cativa na

produção do conhecimento.

Com base nos estudos de Saul (2001 apud BUSATO, 2005), propomos as seguintes

características centrais para o processo de avaliação no Estágio Supervisionado: o processo de descrição em que a realidade é verbalizada e problematizada de acordo com o que um determinado

grupo consegue apreendê-la; a análise e crítica de uma dada realidade caracterizam-se por um

recuo crítico do grupo que vivencia a instituição e que passa a assumir a crítica da sua própria

ação, através de procedimentos de refl exão sobre a sua prática; e a transformação da realidade a

partir do delineamento de alterações necessárias no curso da ação.

Nessa perspectiva, é importante que, ao se envolverem em uma ação educacional, você e

os demais sujeitos envolvidos no estágio gerem as suas próprias alternativas de ação, através

de uma postura de auto-refl exão.

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3Módulo de orientação 8 | Estágio Supervisionado

Enquanto problematização da prática,

a tarefa avaliadora, para Paulo Freire

(1978, p. 118), é um esforço formador

e, como tal, indispensavelmente ligada

à investigação de novas formas de ação.

É o seu momento crítico. Momento

em que os sujeitos da prática se

voltam sobre ela para confi rmá-la ou

retifi cá-la, neste ou naquele aspecto,

enriquecendo a subseqüente prática e

nela enriquecendo-se.

Sendo assim, o processo de avaliação no Estágio Supervisionado, numa perspectiva

formativa, visa, entre outros, possibilitar ao estagiário, enquanto futuro profi ssional da

educação, desenvolver instrumentos de refl exões contínuas sobre sua prática. Com isso,

você reunirá elementos para a sua formação permanente e renovação de seu fazer pedagógico

e, nesse sentido, o olhar dos demais sujeitos do estágio é fundamental.

Além disso, numa perspectiva de somativa, a avaliação do estagiário também visa verifi car

se o estagiário é capaz de planejar e desenvolver uma proposta de estágio e intervenção que

contemple a realidade escolar na qual está inserido.

Para atender a essas expectativas, além do estagiário, que deve assumir uma postura

refl exiva, os Professor Orientador, Professor Colaborador e Tutor de Estágio desempenham

importantes papéis, os quais estão descritos a seguir.

O Tutor de Estágio auxilia o Professor Orientador no processo de avaliação do estagiário,

oferecendo contribuições, principalmente, no aspecto formativo. Ao acompanhar mais de

perto o estagiário, esse profi ssional estará de posse de observações relevantes que podem

ser adicionadas na fi cha de avaliação e/ou repassadas via página. Além disso, também será

o responsável em encaminhar as produções dos estagiários, as quais também ajudou a

orientar, para o Professor Orientador. Além de avaliar a produção escrita, esse sujeito também

é responsável em avaliar os materiais didáticos produzidos durante o estágio.

O Professor Orientador avalia o estágio tanto na perspectiva formativa quanto somativa,

a partir da análise do que foi avaliado pelo Tutor de Estágio e do produzido pelo estagiário. Esse

sujeito contribui com orientações que visem melhorar o seu desempenho no estágio e também

verifi ca a possibilidade de uma ação ora planejada ser desenvolvida ou não pelo estagiário,

dada a realidade na qual está inserida.

O Professor Colaborador, por sua vez, desempenha um importante papel na perspectiva

formativa, oferecendo orientações importantes para a melhoria na qualidade de atuação do

estagiário, mas também pode verifi car a possibilidade de realização ou não de uma atividade

ora planejada.

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4 Módulo de orientação 8 | Estágio Supervisionado

A avaliação do estágio pelo estagiário

Dois outros módulos orientarão mais profundamente o processo de avaliação do

estágio por você, são eles: “O período de observação da escola” e “A (re) escrita

do trabalho avaliativo fi nal”.

No primeiro, você será orientado a avaliar a escola e, nesse sentido, através

dos diários de campo, registrar sua avaliação, focalizando também a avaliação

do seu papel e participação. No outro módulo, discutiremos sobre a escrita

do trabalho avaliativo fi nal e propomos a opção de escrita do relatório, artigo

científi co e memorial de formação. Esses gêneros devem ser solicitados ao

fi nal de cada Estágio Supervisionado e servirão para que você sistematize e

elabore suas sínteses sobre o conjunto de atividades desenvolvidas, apresente o

estágio sob sua perspectiva e seja avaliado a partir dessa análise. Essa produção será um dos instrumentos de avaliação do estágio, principalmente, para o Professor Orientador.

Nesse sentido, como coloca Busato (2005), ao colocarmos no papel um pouco

de nós, da nossa visão, objetivamo-nos, questionamos e refl etimos sobre nós

mesmos nesse processo de construção do saber.

A avaliação da prática docente do estagiário

Observar faz parte de nossa vida, observamos o que fazemos, o que comemos, o que

sentimos, o que dizemos em uma determinada situação. Entretanto, a observação da prática docente assume uma perspectiva intencional, transformadora, que deve considerar o fato de

que somos seres históricos, em permanente construção, somos seres do mundo, no mundo,

para o mundo (BUSATO, 2005).

No Estágio Supervisionado, o que você desenvolve em sua prática pedagógica é

observado pelo Professor Colaborador, Tutor de Estágio e pelo seu aluno na escola. Essas

observações da sua prática, numa perspectiva avaliadora, servirão para compreender o que

e como diferentes saberes são produzidos e a realidade escolar, por sua vez, é transformada

e transformadora.

A documentação da observação é um instrumento a mais de avaliação em prol da refl exão

e busca de melhorar o processo de formação em desenvolvimento. Sendo assim, o registro

dos itens que serão observados pelo Tutor de Estágio, Professor Colaborador e pelo seu aluno

durante o estágio devem ser realizado através de fi chas de avaliação. Não queremos dizer com

isso que esse será o único método de avaliação, esses sujeitos podem expor suas observações

utilizando diferentes métodos de comunicação, a exemplo da oralidade.

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5Módulo de orientação 8 | Estágio Supervisionado

Os registros nas fi chas de avaliação não se valem apenas para avaliar a impressão a

respeito da sua prática pedagógica e propor-lhe pontos a serem melhorados e/ou refl etidos

por você. Mas, também, contribuem para que tanto o Professor Colaborador, quanto o Tutor de

Estágio e Professor Orientador possam, num processo de ação-refl exão-ação, ressignifi quem

a sua própria avaliação na área de conhecimento e espaço em que atuam.

A memória, uma vez escrita, constitui a explicação

de uma construção subjetiva que pretende levar

cada indivíduo a manifestar a sua experiência, única

e original, no processo pedagógico. Sua fi nalidade é

expor a concepção que cada um tem da experiência

pedagógica em desenvolvimento e permitir a avaliação

do signifi cado de tal processo na sua formação global.

(BENINCÁ et al apud BUSATO, 2005, p. 51).

Perguntar-se sobre o que será observado é

normal e até importante, pois os itens da fi cha de avaliação podem contribuir, sobretudo, para o

planejamento e direcionamento de suas ações. A seguir, apresentaremos os itens contemplados

na fi cha de avaliação, bem como algumas orientações que podem ser consideradas por você no

desenvolvimento de suas ações.

A fi cha de avaliação

A fi cha de avaliação é um instrumento a ser utilizado pelos Professor Colaborador e Tutor

de Estágio.

O Professor Colaborador será orientado a preenchê-la apenas ao fi nal do período

de estágio cumprido por você ou em intervalos de tempo menores (semanalmente,

quinzenalmente, mensalmente), conforme indicação do Tutor de Estágio ou Professor

Orientador. As observações contemplarão questões relativas ao planejamento, à execução do

que foi planejado e à convivência no ambiente escolar. Nesse sentido, esse profi ssional atribuirá

um conceito e poderá dar sugestões para o desenvolvimento do Estágio Supervisionado.

O Tutor de Estágio também terá uma fi cha de avaliação a ser preenchida no decorrer

do semestre de estágio e encaminhada ao Professor Orientador, num espaço de tempo

acordado entre ambos. As observações desse profi ssional contemplam as mesmas questões mencionadas na fi cha do Professor Colaborador, com a adição de questões relativas ao desempenho nas atividades do Grupo de Apoio desenvolvidas no pólo.

O Professor Colaborador e o Tutor de Estágio poderão fazer a avaliação conjuntamente,

cabendo, exclusivamente ao Tutor a quarta parte da fi cha.

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6 Módulo de orientação 8 | Estágio Supervisionado

Veja no fi chário do estágio:

a fi cha de avaliação do Professor Colaborador;

a fi cha de avaliação do Tutor de Estágio.

No fi chário, você encontrará dois modelos de cada

uma dessas fi chas, um objetivo e outro subjetivo.

Há dois modelos de fi chas: o primeiro de cada um dos modelos é mais objetivo, onde o

Professor Colaborador, na maioria dos itens avaliados, pode optar em assinalar sim (quando

seu desempenho contempla o item descrito), não (quando o item não foi contemplado entre as

ações vivenciadas ou desenvolvidas), em parte (quando o critério mencionado for parcialmente

atingido) ou não contempla (quando o critério mencionado não refl etir o contexto de ações

desenvolvidas pelo estagiário naquele período); o segundo modelo é mais subjetivo, com

espaço para o professor expressar mais livremente o seu entendimento. O modelo a ser

utilizado deve ser acordado entre o Tutor de Estágio e o Professor Orientador.

A seguir, você terá orientações sobre os pontos que compõem os itens dessas fi chas de

avaliação.

A avaliação do planejamento (pelo Professor Colaborador e Tutor de Estágio)

O registro dá início a partir dos itens referentes ao planejamento, os quais permitem

avaliar como você está se saindo no que se refere à atividade de planejar a sua prática. A seguir,

você terá algumas orientações sobre o que pode ser avaliado nessa etapa da fi cha de avaliação.

Quanto ao planejamento

Item de avaliação Orientações

Planeja todas as atividades.

O planejamento das atividades é importante, pois orienta as suas ações e, principalmente, possibilita

que você as avalie. Através desse instrumento, você pode verifi car o que foi efi caz ou não e, assim,

saber onde melhorar.

O planejamento é coerente com o nível

de aprendizagem e desenvolvimento

dos alunos.

Nesse item, é avaliado se o conteúdo, o objetivo e os métodos utilizados por você são condizentes com o

nível de aprendizagem dos alunos. Esse item é importante porque, ao utilizar métodos considerados muito

difíceis ou, ao contrário, muito fáceis pelo aluno, ele perderá o interesse. Considere também os conhecimentos

prévios dos alunos.

Demonstra autonomia ao planejar as

atividades.

A autonomia de que tratamos aqui, não se refere à liberdade de poder planejar sua aula sem a necessidade de

considerar a orientação dada pelo Professor Colaborador. Mas, de você, como futuro professor, saber buscar

novos conhecimentos e inovações que possam ser acrescentados em seu plano.

Há coerência entre as partes do

planejamento (conteúdo, objetivo,

metodologia, avaliação e tempo).

Planejar apenas não basta. É preciso saber construir cada parte do planejamento sem perder sua relação: o(s)

método(s) a ser trabalhado em sua aula deve corresponder ao conteúdo e objetivos a serem alcançados; o

tempo pensado para aula deve ser condizente para desenvolver as ações planejadas.

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7Módulo de orientação 8 | Estágio Supervisionado

A avaliação do desenvolvimento do planejamento (pelo Professor Colaborador e Tutor

de Estágio)

A segunda etapa de avaliação da fi cha de avaliação diz respeito ao desenvolvimento do

que foi planejado por você. Objetiva saber como você desenvolve ações durante o período

de regência de classe. Veja algumas orientações a respeito dos critérios a serem avaliados.

Quanto à execução do planejamento

Item de avaliação Orientações

Demonstra clareza

dos objetivos que está

propondo alcançar em

cada aula.

Não basta ter objetivos traçados em seu planejamento. É necessário que você saiba do que trata e se organize para

que através de sua aula você possa alcançá-los. Para isso, é importante que você organize o que será realizado em

cada momento de sua aula.

Estabelece uma integração

entre os conteúdos das

diferentes áreas de ensino.

Algumas disciplinas de seu curso abordaram o tema inter e transdisciplinaridade. Essa é a hora de você por em

prática o que aprendeu e, na medida do possível, buscar fazer relações do que você está ensinando com o que está

sendo visto em outras disciplinas ou mesmo com saberes não escolares, mas que fazem parte do dia-a-dia de seus

alunos fora da escola.

Utiliza diferentes

situações de

aprendizagem que

atenda as necessidades

dos alunos.

Como já foi mencionado nos módulos referentes ao Planejamento de Ensino, é importante que você varie seus métodos

de aula de modo a motivar seus alunos. Mas seja cauteloso na escolha do método a adotar, verifi que se ele corresponde

ao nível de seus alunos. Lembre que a dinamização do método depende também de você, de sua mediação e que esse

deve estar em consonância com os objetivos e conteúdos de sua aula.

As atividades propostas

são bem elaboradas.

É importante que você, como professor, preze pela textualidade dos materiais que utiliza em sala de aula. Lembre-se

de que o aluno é leitor dos seus textos (provas, anotações na lousa etc.).

Explica o conteúdo com

segurança, obedece a

uma seqüência lógica de

apresentação, satisfaz

curiosidades e esclarece

dúvidas.

O professor não precisa saber de tudo, mas é importante que ele possua um bom domínio dos conteúdos referentes

a sua área de atuação. Sendo assim, antes de trabalhar um determinado conteúdo, retome-o de modo a relembrar do

que trata, pesquise mais sobre ele: se há novas discussões, descobertas, novos métodos. No caso, de ser abordado

por um aluno a respeito de algo que você não conhece, informe ao aluno que você ainda não tem o conhecimento

para responder aquela pergunta, mas que irá pesquisar e retomar num outro momento. Nesse caso, ser sincero é a

melhor opção. Conhecer o conteúdo ajuda no planejamento da aula, principalmente, na escolha de momento certo

e de como apresentá-lo de modo não compartimentalizado.

Permite ao aluno

participar das aulas,

expondo suas idéias e

opiniões sobre o que

está sendo estudado.

Mesmo uma aula expositiva deve ter um momento de diálogo, de troca com os alunos. Isso é bom para todos: os

alunos sentem-se mais envolvidos e interessados pelo assunto, você torna sua aula mais rica, com mais informações.

Ao motivar seus alunos a participarem, observe para que a discussão não tome novo rumo, fugindo do assunto em

pauta, lembre que você tem um tempo de aula que deve ser utilizado adequadamente.

Estimula os alunos

a criarem hipóteses,

buscarem soluções,

pesquisarem e

interpretarem de modo

a contribuir com o

raciocínio lógico.

O estímulo de que trata esse item não deve ser realizado apenas durante o momento de exposição do conteúdo,

mas também com atividades que proporcionem aos alunos relacionarem os conhecimentos que já possuem do

conteúdo ou não para tirarem suas conclusões, interpretarem, criarem hipóteses, fugindo, assim, de situações

rotineiras e mecânicas.

Acompanha o

desenvolvimento das

atividades realizadas em

classe e as corrige.

Em caso de passar atividades a serem feitas no horário da aula, é necessário estar atento às dúvidas. Esse é

um momento de avaliar não apenas seus alunos, seus conhecimentos e difi culdades, mas também sua aula,

pois o erro ou a dúvida podem mostrar um problema de interpretação, uma falha na explicação que pode ser

retifi cada durante a correção.

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8 Módulo de orientação 8 | Estágio Supervisionado

A avaliação da sua interação com toda a equipe da escola (pelo Professor Colaborador

e Tutor de Estágio)

A escola é composta por diferentes sujeitos: diretor, coordenadores, professores,

profi ssionais de serviços gerais, alunos, pais etc., cada um com suas peculiaridades, saberes,

costumes, semelhanças e diferenças. É importante que você, como professor, saiba conviver

com toda a equipe, de modo a manter uma relação de cooperação entre as diferentes instâncias

da sala de aula e da escola. Nesse sentido, a terceira etapa da fi cha de avaliação contempla a

sua relação com outros personagens da escola.

Quanto à convivência no ambiente escolar

Item de avaliação Orientações

Mantém um bom

relacionamento com os

alunos.

A postura do professor em relação ao aluno é uma questão de suma importância,

pois a forma de agir do professor é essencial para as boas relações entre ambos,

bem como para que o saber seja proveitosamente trabalhado. Alguns estudos

nos mostram que a intervenção do professor, por meio da sua interação com a

classe, ajuda o aluno a transformar seu conhecimento em um saber organizado e

preciso e que uma relação professor-aluno marcada pela tensão ou pelo medo ou

desenvolvida verticalmente infl uencia no fracasso escolar.

Procura o(a) Professor(a)

Colaborador(a) para

tomar decisões sobre a

proposta de trabalho que

está desenvolvendo.

O fato de você estar estagiando em uma determinada sala de aula não lhe faz o único

responsável por ela. O professor, como funcionário da escola, continua sendo o

responsável institucional pela turma. Dessa forma, é importante que as ações de

estágio sejam previamente combinadas com o mesmo.

Mantém um bom

relacionamento com

demais profi ssionais da

escola.

Como já mencionamos anteriormente, além do professor e do aluno, outros

funcionários e pessoas da comunidade também fazem parte do ambiente escolar.

Portanto, sempre que possível ou necessário, busque conhecer quem são essas

pessoas, o seu papel na escola e como você pode contribuir com ela.

Demonstra satisfação e

interesse em participar

das atividades da escola.

Durante o seu período de observação, você vai conhecer as diferentes atividades

que acontecem na escola, além das aulas. Participar dessas atividades lhe ajudará a

compreender melhor a dinâmica do contexto escolar.

É pontual. Busque ser pontual e não faltar, isso demonstra o seu caráter profissional

e responsável. Em casos que a falta ou o atraso sejam inevitáveis, procure o

Professor Colaborador e/ou Tutor de Estágio e justifi que.É assíduo.

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9Módulo de orientação 8 | Estágio Supervisionado

A avaliação da sua participação nas atividades de grupo desenvolvidas no pólo (pelo

Tutor de Estágio)

Como já foi mencionado, a fi cha de avaliação a ser preenchida exclusivamente pelo

Tutor de Estágio contém uma questão a mais que contempla itens relativos ao desempenho

nas atividades de grupo desenvolvidas no pólo. Ao planejar, executar o planejado e vivenciar

situações diversas na escola, você passa a enriquecer o seu leque de conhecimento,

informações, experiências e/ou também de dúvidas, inquietações, receios. Os encontros com

o grupo de estudo, no pólo, visam contribuir com refl exões de questões surgidas a partir

da experiência no estágio através de uma troca de experiências e conhecimentos entre os

integrantes do grupo. Entre os pontos avaliados pelo Tutor de Estágio, temos:

Quanto às atividades do grupo de estudo

Item de avaliação Orientações

Produz e apresenta atividades a serem

aplicadas na sala de aula de estágio.

Para que as orientações e trocas entre os componentes do

grupo sejam de fato realizadas e valorosas, é importante

que as produções sejam levadas e discutidas. Portanto, não

deixe de levar as atividades e aulas que você produz.

Traz para o estudo em grupo questões que

mostram envolvimento e refl exão com a

realidade escolar.

A sua vivência na escola vai além da sala de aula, inclui

todo o contexto real em que essa instituição está imersa.

E a reflexão sobre esse contexto irá nortear o seu agir

no estágio. Quando essa refl exão se dá a partir de uma

discussão em grupo, tende a fi car mais rica, pois permite a

inclusão de novos pontos de vista e experiências.

Contribui para a refl exão e solução de questões

trazidas pelos colegas do grupo.

O mais enriquecedor de uma discussão em grupo são as

trocas de experiências, conhecimentos e, por que não, de

dúvidas. Procure contribuir com a solução de questões

levadas pelos seus colegas. Essa contribuição pode ser dada

através de um diálogo, mas também através de um texto que

trabalha o tema em questão, podendo ser lido, estudado e

discutido por todos, através da apresentação de um recurso

didático que você sabe como trabalhar, ou mesmo através

de um reforço a respeito de um conteúdo sobre o qual você

tem um domínio maior.

Leva questões para serem discutidas com o

grupo.

Haverá casos em que um ou mais pontos observados não tenham sido contemplados

entre os itens apresentados nas três etapas da fi cha de avaliação, ou mesmo competências e

habilidades merecedoras de um maior destaque na avaliação feita pelo Professor Colaborador

ou Tutor de Estágio, para esses casos, haverá um espaço da fi cha destinado a informações adicionais onde o professor poderá acrescentar dados extras.

Após as informações adicionais, consta o item referente à atribuição de um conceito ao

seu desempenho, podendo ser atribuído um conceito entre os três sugeridos:

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10 Módulo de orientação 8 | Estágio Supervisionado

Conceituação da observação

A – quando as atividades desenvolvidas no estágio forem cumpridas com

excelência na maioria dos aspectos envolvidos;

B – quando as atividades desenvolvidas no estágio forem cumpridas de forma

satisfatória na maioria dos aspectos envolvidos;

C – quando as atividades forem cumpridas de forma insatisfatória.

A fi cha de avaliação é fi nalizada com uma questão em que podem ser acrescentadas

sugestões dadas pelo Professor Colaborador ou pelo Tutor de Estágio para a melhoria no desenvolvimento do Estágio Supervisionado, a exemplo de normas, procedimentos ou

atividades que podem contribuir com a escola campo de estágio, tais como: projetos, atividades

extra-classe, organização de laboratórios, de salas de vídeo, de informática, bibliotecas e outros.

Após serem avaliadas, essas sugestões podem ser tomadas por você como sugestões para

os outros períodos de estágio.

A avaliação do estagiário pelo seu aluno

Que tal saber o que seu aluno pensa de sua aula? A avaliação do professor é algo que

vem sendo discutido por muitos educadores. Não como caráter punitivo, mas no contexto de

uma auto-avaliação, como forma de incentivá-lo a uma refl exão sobre sua prática, alertando-o

para suas responsabilidades atuais e para os aperfeiçoamentos necessários.

Não podemos desconsiderar que os estudantes estão em uma posição privilegiada

para observar aspectos do professor, como: estilo de ensino, em que medida as avaliações

contemplam o que foi ensinado, o trabalho extra-classe, a qualidade dos textos, a pontualidade

e o seu próprio aprendizado, entre outros. Além disso, o julgamento dos estudantes representa

uma participação no processo democrático de tomada de decisão.

A avaliação do professor pelo aluno pode contribuir para a redução da distância entre

aluno e professor. E, nesse sentido, pode ajudá-lo a refl etir sobre questões como: o que faço

e o que digo têm ressonância, signifi cado, importância para o aluno? Esse tipo de atitude,

quando tomada pelo próprio professor, demonstra responsabilidade e sinceridade.

O resultado de uma avaliação desse tipo pode ser um componente a mais para contribuir

com a melhora de sua prática. Ajudará você a rever a sua metodologia de ensino, procurando

melhorar, bem como reconhecer, incentivar, relevar o trabalho que tenha se destacado

na avaliação.

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11Módulo de orientação 8 | Estágio Supervisionado

Sugestão de atividade

No Estágio Supervisionado, a avaliação do estagiário pelo aluno não é um instrumento

obrigatório. No entanto, consideramos conveniente sugeri-la como um instrumento que

também pode ajudá-lo a refl etir sobre sua prática, fornecendo dados que podem enriquecer

a sua produção escrita.

Essa avaliação pode ser feita de modo dialogado, em que você, através de um conversa

informal com seus alunos, pode indagar sobre questões referentes à sua prática os estimulando

a expressar aspectos positivos ou negativos em relação a mesma. Além desse, você pode

pensar em um instrumento que deixe o aluno expressar livremente o que pensa sobre as aulas

e sobre a disciplina ministrada por você. Nesse instrumento, não necessariamente precisa

constar o nome do aluno. Veja a seguir:

Avalie sua prática e registre em seu diário de campo

Os parâmetros de avaliação da sua prática docente são fundamentais para serem

considerados por você previamente ao processo de registro pelo Professor

Colaborador, Tutor de Estágio ou aluno. Eles devem ser pontos-chave para

sua iniciação profi ssional e, nesse sentido, podem ser elementos do processo

contínuo de auto-avaliação. Além disso, você ainda pode consultar as próprias

fi chas preenchidas por cada um desses sujeitos e enriquecer sua avaliação.

Nesse sentido, retome seu diário de campo e registre sua avaliação, considerando

sempre os parâmetros aqui mencionados. Isso será fundamental para a escrita

do trabalho avaliativo do fi nal do estágio, uma vez que lhe permitirá analisar sua

evolução ao longo do processo.

Indique os aspectos positivos e negativos na disciplina (conteúdos, atividades,

explicação dos conteúdos e outros), sugerindo questões que podem ser

melhoradas.

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12 Módulo de orientação 8 | Estágio Supervisionado

Leitura complementar

FREIRE, Paulo. Cartas a Guiné-Bissau: registro de uma experiência em processo. 2. ed. Rio

de Janeiro, RJ: Paz e Terra, 1978.

Nesse livro, Paulo Freire, ao discutir relatos de sua experiência de trabalho em Guiné-

Bissau, no campo da educação de modo geral e, particularmente na educação de adultos,

chama atenção para a dinâmica de trabalho de um grupo de profi ssionais de educação daquele

país. O autor destaca a forma como esse grupo encara a prática docente que, num processo

dialógico, é tomada como objeto de avaliação na busca do entendimento da causa das falhas

e das diferentes maneiras de superá-las, contribuindo assim para a formação continuada dos

professores num processo de unidade da prática e da teoria.

Referências

BUSATO, Zelir Salete Lago. Avaliação nas práticas de ensino e estágios: a importância dos

registros na refl exão sobre a ação docente. Porto Alegre: Mediação, 2005.

FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário eletrônico Aurélio. 3. ed. Curitiba:

Editora Positivo, 2004.

FREIRE, Paulo. Cartas a Guiné-Bissau: registro de uma experiência em processo. 2. ed. Rio

de Janeiro, RJ: Paz e Terra, 1978.

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EMENTA

Claudianny Amorim Noronha

Tatyana Mabel N. Barbosa

Estágio Supervisionado I – INTERDISCIPLINAR

AUTORAS

AULAS

2º S

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form

01 Módulo de orientação 1 – O Estágio Supervisionado para Formação de Professores: orientações para o estagiário

02 Módulo de orientação 2 – O Estágio Supervisionado como possibilidade de pesquisa-formação

03 Módulo de orientação 3 – O período de observação da escola: criando um outro olhar sobre os espaços, sujeitos e

ações de uma antiga conhecida nossa

04 Módulo de orientação 4 – Propostas de ações colaborativas para o Estágio: a interface entre os conhecimentos

escolares e acadêmicos

05 Módulo de orientação 5 – Materiais didáticos: como avaliar, utilizar e (re)elaborar

06 Módulo de orientação 6 – Planejamento de ensino I: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem

07 Módulo de orientação 7 – Planejamento de ensino II: objetivos, conteúdos, métodos e avaliação da aprendizagem

08 Módulo de orientação 8 – A avaliação do estágio: um processo de refl exão contínua

09 Módulo de orientação 9 – A (re)escrita do trabalho avaliativo fi nal: o relatório, o artigo científi co e o memorial

10 Módulo de orientação 10 – Estágio Supervisionado: o papel da escola como instituição co-formadora

11 Fichário de estágio

Apresenta as diferentes interfaces do estágio supervisionado, focalizando, principalmente, suas concepções

e orientações institucionais para a formação docente; as orientações práticas para a vivência pedagógica e o

planejamento do estágio na escola e a interlocução entre os saberes acadêmicos e escolares; como também

os princípios de avaliação e acompanhamento do estagiário pelos diferentes sujeitos do estágio na EaD.

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