6
1 Sr. Diretor da Faculdade de Direito, representando o Magnífico Reitor Estimados professores homenageados [profa. Judith, profa. Marta, prof. Sérgio, prof. Moysés, prof. Sami] Querida Ana, funcionária homenageada Amigos e familiares Meus queridos amigos Alessandra Alexandre Alexsander Alice André Bruna Amaral Bruna Becker Bruna Canavezi Bruna Silveira Ciça Portugal Dani Denise Douglas Emília Felipe Fernanda Bonotto Fernanda Machry Filipe Chico Gabriel Guilherme Dutra Guilherme Seibert Ismael João Anilton João Pedro Kenny Larissa Laura Lotti Laura Schossler Letícia Salvador Letícia Zenevich Lucas Lucien Luísa Luiz Edmundo Luíza Leão Mariana Matheus Dresch Matheus Silvera Morgan Rafael Taga Régis Verônica Yago 1. Confesso que por tudo aquilo que vivi, nestes últimos anos na Faculdade de Direito da UFRGS, foi extremamente difícil escrever este discurso. Assim como está sendo difícil proferilo. Por isso sinto, ainda mais, a falta, neste momento, da Mari e da Inês, as mulheres da minha vida, que me aguardam na fria e chuvosa Cità Rossa, e que, pelas suas virtudes inconfundíveis, possuem a incrível capacidade de me apaziguar. Mais ainda em situações extraordinárias. Os sentimentos que emergem são absolutamente ambíguos, pois, se me sinto, por um lado, extremamente violentado por práticas antirrepublicanas de um obtuso controle que a racionalidade não alcança – práticas que maculam a imagem de um Departamento que teve como protagonistas Salgado Martins (nosso ícone do causalismo) e Luiz Luisi (nosso mestre do finalismo), como testemunham Nilo Batista e Miguel Reale Júnior ao narrar a história do Direito

Discurso do Paraninfo - UFRGS [Direito Diurno 2013/2] [07 de fevereiro de 2014]

Embed Size (px)

DESCRIPTION

Discurso do Paraninfo - UFRGS [Direito Diurno 2013/2] [07 de fevereiro de 2014]

Citation preview

Page 1: Discurso do Paraninfo - UFRGS [Direito Diurno 2013/2] [07 de fevereiro de 2014]

  1  

Sr.  Diretor  da  Faculdade  de  Direito,  representando  o  Magnífico  Reitor  

Estimados  professores  homenageados  [profa.  Judith,  profa.  Marta,  prof.  Sérgio,  

prof.  Moysés,  prof.  Sami]    

Querida  Ana,  funcionária  homenageada  

Amigos  e  familiares  

 

Meus  queridos  amigos  Alessandra    Alexandre  Alexsander  Alice  André  Bruna  Amaral  Bruna  Becker  Bruna  Canavezi  Bruna  Silveira  Ciça  Portugal  Dani  Denise    Douglas  Emília  Felipe  

Fernanda  Bonotto  Fernanda  Machry  Filipe    Chico  Gabriel    Guilherme  Dutra  Guilherme  Seibert  Ismael    João  Anilton    João  Pedro    Kenny    Larissa  Laura  Lotti  Laura  Schossler  Letícia  Salvador  Letícia  Zenevich  

Lucas    Lucien  Luísa    Luiz  Edmundo  Luíza  Leão  Mariana    Matheus  Dresch  Matheus  Silvera  Morgan    Rafael    Taga  Régis    Verônica    Yago    

 

 

1.   Confesso   que   por   tudo   aquilo   que   vivi,   nestes   últimos   anos   na  

Faculdade  de  Direito  da  UFRGS,  foi  extremamente  difícil  escrever  este  discurso.  

Assim  como  está  sendo  difícil  proferi-­‐lo.  

Por   isso  sinto,  ainda  mais,  a   falta,  neste  momento,  da  Mari  e  da  Inês,  as  

mulheres  da  minha  vida,  que  me  aguardam  na   fria  e  chuvosa  Cità  Rossa,  e  que,  

pelas   suas   virtudes   inconfundíveis,   possuem   a   incrível   capacidade   de   me  

apaziguar.  Mais  ainda  em  situações  extraordinárias.    

Os   sentimentos   que   emergem   são   absolutamente   ambíguos,   pois,   se  me  

sinto,  por  um   lado,  extremamente  violentado  por  práticas  antirrepublicanas  de  

um  obtuso   controle  que  a   racionalidade  não  alcança  –  práticas  que  maculam  a  

imagem   de   um   Departamento   que   teve   como   protagonistas   Salgado   Martins  

(nosso   ícone   do   causalismo)   e   Luiz   Luisi   (nosso   mestre   do   finalismo),   como  

testemunham  Nilo  Batista  e  Miguel  Reale  Júnior  ao  narrar  a  história  do  Direito  

Page 2: Discurso do Paraninfo - UFRGS [Direito Diurno 2013/2] [07 de fevereiro de 2014]

  2  

Penal   brasileiro   –;   por   outro   me   sinto   carinhosamente   acolhido   nesta  

homenagem  prestada  por  vocês,  queridos  amigos.  

Aliás,  é  importante  que  se  diga,  desde  o  início  desta  fala,  que  se  houve  (e  

ainda  há)  uma  resistência  bélica,  racional  ou  irracionalmente  programada  contra  

a  remota  possibilidade  de  que  eu  exerça  a  docência  na  Faculdade  de  Direito;  em  

sentido  e  com  força  diametralmente  opostas  está  o  acolhimento  que  recebi  dos  

estudantes,  mais  especificamente  desta  turma,  a  primeira  turma  que  lecionei,  no  

distante  2010.  

Esta  homenagem,  trazida  a  público  na  noite  de  lançamento  do  meu  mais  

recente  livro,  é  mais  do  que  um  presente.  Creio  que  se  constitui  em  uma  espécie  

de   sopro   de   esperança   em   um   desgastado   espírito   que,   por  muito   pouco,   não  

perdeu  totalmente  a  vontade  fazer  o  que  mais  ama:  estar  em  sala  de  aula  com  os  

alunos.  Mas  a   força  que  vocês  me   transmitiram,  desde  a  manifestação  contra  o  

meu  afastamento   forçado  em  novembro  de  2011  até  o  momento  da  escolha  do  

meu   nome   como   Paraninfo,   renovou   a   minha   vontade   de   seguir   em   frente,  

empunhando  armas  contra  Moinhos  de  Vento  (ou  seriam  Castelinhos  de  Areia?).  

 

 

2.  No  primeiro  dia  de  aula  enfrentei  a  tensão  de  estar  em  um  local  que  se  

mostrava,   desde   o   concurso,   arredio.   Um   lugar   em   que   eu   sabia   que   não   era  

“bem-­‐vindo”,   que   não   era   “desejado”   por   parte   do   corpus  do  Departamento   de  

Ciências  Penais.  

Porém,   ao   longo   da   caminhada,   no   dia   a   dia,   foi   sendo   construída,   com  

vocês,   uma   saudável   cumplicidade.   Uma   cumplicidade   verdadeiramente  

acadêmica,   naquilo   que   se   expressa   de   mais   nobre,   honesto   e   verdadeiro   na  

palavra  “academia”.  E  foi  nesta  caminhada,  nos  frios  corredores  do  Castelo,  que  

pude   compreender  uma   lição,   proferida   em   forma  de   alerta  pela  Profa.   Judith,  

igualmente   homenageada   pela   turma:   “a   virtude   da   Faculdade   de   Direito   da  

UFRGS  está  nos  seus  alunos;  a  Faculdade  se  constrói  de  baixo  para  cima.”  

E   esta   é   uma  verdade   inalienável.   Todo  o   resto   é   acessório.   Embora   em  

determinados  momentos,  em  um  surto  narcisista  e  megalômano,  o  acessório  se  

veja   como   principal   e   tente   sabotar   quaisquer   possibilidades   de   crescimento,  

Page 3: Discurso do Paraninfo - UFRGS [Direito Diurno 2013/2] [07 de fevereiro de 2014]

  3  

quaisquer   manifestações   autênticas   daquilo   que   efetivamente   importa:   os  

alunos.  

 

 

3.   Ao   preparar   este   difícil   discurso,   lembrei   de   quando   me   formei,   em  

1993.   Toda   a   minha   graduação   foi   marcada   por   uma   espécie   de   isolamento,  

provavelmente  decorrente  do  medo  do  encontro  com  a  diversidade.  

O  pânico  do  encontro  com  o  outro   igualmente  marcou  o   início  da  minha  

carreira   docente.   A   minha   postura   arrogante,   como   professor,   logo   após   o  

Mestrado,   refletia   uma   evidente   fragilidade   e   uma   notória   insegurança.   Nada  

mais   óbvio   ao   ser   inseguro   do   que   se   proteger   na   arrogância.   Infelizmente  

demorei   muito   tempo   para   notar   isso   e,   se   não   fosse   a   psicanálise,  

provavelmente  ainda  não  teria  notado.    

Em   janeiro   de   2008,   quando   discursei   para   a   primeira   turma   que   me  

homenageou  –  turma  que  reúne  grandes  amigos  meus  e  do  prof.  Moysés  –,  disse  

aos   alunos   que   eu   me   sentia,   naquele   momento,   também   um   formando.   E   ao  

repetir  a  Oração  do  Paraninfo,  de   João  Mangabeira,  proferida  na  Universidade  

de  Salvador  em  1944,  me  senti  contemplado:  “a  oração  do  vosso  paraninfo,  meus  

jovens  colegas,  a  bem  dizer,  vós  a  fizestes.  Porque  lhe  destes  a  fórmula,  o  conteúdo  e  

a  diretriz,  na  formosa  mensagem  que  transmitistes  quando  da  minha  escolha  (...).”  

Forma,  conteúdo  e  diretriz  dados  como  um  presente  a  um  professor  que,  

naquele  momento,  depois  de  15  anos,  descobria  que  é  no  encontro  com  os  alunos  

que  a  academia  se  realiza.  

Hoje   o  meu   sentimento   é   diferente.   Sinto-­‐me  mais   legítimo  neste   papel.  

Ocupá-­‐lo  não  é  um  fardo,  não  me  é  estranho.  Pelo  contrário,  é  confortável.  E  creio  

que  vocês  podem  dimensionar  a  importância  desta  homenagem  neste  momento  

da  minha  vida.    

 

 

4.  Boaventura   de   Souza   Santos,   em   um  memorável   discurso   em   uma  

Universidade  norte-­‐americana,  fala  sobre  o  difícil  papel  do  professor.  Ensina  que  

os   professores   deveriam   tentar   formar   rebeldes   competentes:   “try   to   form  

competent  rebels”,  indica  Boaventura.  

Page 4: Discurso do Paraninfo - UFRGS [Direito Diurno 2013/2] [07 de fevereiro de 2014]

  4  

Não   tenho   quaisquer   dúvidas   de   que   vocês,   formandos   desta   turma   da  

Faculdade  de  Direito  da  UFRGS,  são  extremamente  competentes.  Digo  mais:  sem  

receio   afirmo   que   estão   entre   os   alunos   mais   competentes   com   quem   tive   o  

prazer  de  trabalhar.  

Mas   competência   –   ou   seja,   domínio   da   dogmática   –   não   basta.   Esta  

competência   deve   ser   revolucionária,   crítica,   inovadora,   ou,   nas   palavras   do  

mestre  lusitano,  rebelde.    

A   propósito,   este   deve   ser   o   papel   de   uma   Universidade:   formar   um  

pensamento  crítico  e  inovador,  “rebelde”.  A  Universidade  não  pode  ser  o  local  da  

estagnação,  do  carreirismo  de  conquista  de  cargos  a  qualquer  preço,  do  elogio  à  

burocracia,  da  falta  de  tomada  de  posição,  da  lógica  eficientista.  

A  Universidade  deve  ser  o  local  onde  habitam  pensamentos  divergentes  e  

dissidentes,   onde   os   dogmas   são   superados   (e   não   cultivados).   Em   hipótese  

alguma   pode   ser   espaço   de   aniquilação   da   alteridade.   A   Universidade,   nas  

palavras   de   Ricardo   Timm   de   Souza,   deve   ser   o   local   em   que   a   crise   se  

transforma  em  crítica.  

E   este   é   o   desafio   que   se   impõe   a   vocês,   formandos.   Aprimorar   as  

habilidades   técnicas   (competência   dogmática),   mas   cultivar   e   manter   acesa   a  

rebeldia   que   vocês   demonstraram   ao   longo   da   Graduação:   rebeldia   contra   a  

estagnação  do  pensamento  e  a  tentativa  de  aniquilar  o  pensamento  divergente;  

rebeldia  contra  a  mediocridade  

"O  papel  do  intelectual  –  ensina  Foucault,   em   ‘Os   Intelectuais  e  o  Poder’  

(1972)   –  não   é  mais   o  de   se  posicionar   'um  pouco  à   frente   e  um  pouco  ao   lado'  

para  dizer  a  verdade  muda  de  todos;  é  antes  o  de  lutar  contra  as  formas  de  poder  

ali  onde  ele  é,  ao  mesmo  tempo,  o  objeto  e  o  instrumento  disso:  na  ordem  do  'saber',  

da   'verdade',   da   'consciência',   do   'discurso'.   É   nisso   que   a   teoria   não   expressará,  

não  traduzirá,  não  aplicará  uma  prática,  ela  é  uma  prática."  

Adotar  uma  postura  crítica  implica  em  correr  riscos.  O  principal,  de  estar  

com   a   cabeça   sempre   a   prêmio,   sempre   na   guilhotina,   pois   sempre   existirão  

carrascos  tecnocratas  dispostos  a  conduzir  a  lâmina.    

Ao   escrever   este   parágrafo,   lembrei   de   uma   inscrição,   aposta   no  Teatro  

Odeon,  em  Paris,  em  maio  de  1968,  reproduzida  por  Foucault  em  um  dos  seus  

Page 5: Discurso do Paraninfo - UFRGS [Direito Diurno 2013/2] [07 de fevereiro de 2014]

  5  

seminários  no  Collège  de  France:  "arrisca  teus  passos  por  caminhos  que  ninguém  

passou;  arrisca  tua  cabeça  pensando  o  que  ninguém  pensou."    

E   tenho  certeza  de  que  vocês   tem  absoluta  consciência  de  que  é  preciso  

“(...)   salvar  os  búfalos;   [Mas]  o  pensamento  também;  Vamos  salvar  o  pensamento  

de  alianças  com  carrascos”,  na  bela  poesia  de  Nei  Lisboa.  

E  a  lâmina?  Com  o  tempo  a  lâmina  deixa  de  ser  uma  ameaça;  com  o  tempo  

nos  acostumamos  à  sua  temperatura  e  aprendemos  a  lhe  retirar  o  fio.  

Neste   sentido,   peço   que   olhem   para   os   professores   homenageados   e  

vejam   o   significado   da   escolha:   dentre   os   seus   homenageados   não   há   nenhum  

conformista,  não  há  nenhum  carreirista  tecnocrata,  não  há  nenhum  formatador  

de  pensamento.  Vejo,  nos  meus  queridos  colegas,  verdadeiros  educadores,   cuja  

responsabilidade  é  com  os  seus  alunos  –  e  não  com  as  instituições  (de  ensino)  ou  

com  o  poder.  Que  a  escolha  destes  livres  pensadores  como  homenageados  fique  

presente   na   memória   desta   turma   e   guie   os   formandos   nas   decisões   que   em  

breve  deverão  ser  tomadas.  

Lembrem-­‐se   sempre  da  postura  que   vocês   adotaram  ao   longo  do   curso.  

Esta   turma  manifestou-­‐se  expressamente  contra  uma  espécie  de  “pedagogia  do  

terror”,   ainda   nutrida   por   algumas  mentes   totalitárias.   Vocês   lutaram   contra   a  

colonização   da   Faculdade   pelo   pensamento   único.   Isto   porque   vocês   são  

conscientes  de  que  pedagogia  é  o  oposto  do  escárnio  e  que  a  Universidade  não  

pode  ser  o  espelho  da  decadência  das  capitanias  hereditárias.  

 

 

6.  Zaratustra  ao  contemplar  admirado  a  multidão,  falou:  

 “O  homem  é  uma  corda  estendida  entre  o  animal  e  o  super-­‐homem  –  uma  

corda   sobre   o   abismo.   Perigosa   a   travessia,   perigoso   o   percurso,   perigoso   olhar  para  trás,  perigoso  o  tremor  e  a  paralisação.  

A  grandeza  do  homem  está  em  ser  ponte  e  não  meta:  o  que  nele  se  pode  amar  é  o  fato  de  ser  ao  mesmo  tempo  transição  e  declínio.  

Amo  os  que  só  sabem  viver  em  declínio,  pois  são  os  que  transpõem.  (...)  Amo   o   que   ama   a   sua   própria   virtude,   pois   que   a   virtude   é   vontade   de  

declínio  e  flecha  do  desejo.  (...)  Amo  o   que   faz   da   virtude   inclinação   e   destino,   pois   ele,   por   amor   à   sua  

virtude,  quer  viver  ainda  e  não  mais  viver.  Amo   o   que   não   quer   virtudes   em   demasia.   Uma   única   virtude   é   mais  

virtude  do  que  duas,  pois  ela  é  o  nó  mais  forte  onde  se  ata  o  destino.  (...)  

Page 6: Discurso do Paraninfo - UFRGS [Direito Diurno 2013/2] [07 de fevereiro de 2014]

  6  

Amo   o   que   se   envergonha   quando   o   dado   cai   a   seu   favor,   e   então  pergunta:  serei  um  trapaceiro?  (...)  

Amo  o  que,  mesmo  ferido,   tem  a  alma  profunda,  e  que  um  simples  acaso  pode  fazer  perecer.  Assim,  ele  atravessa  de  bom  grado  a  ponte.  (...)  

Amo   todos   aqueles   que   são   como   pesadas   gotas   caindo   uma   a   uma   da  negra  nuvem  que  paira  sobre  os  homens;  anunciam  a  chegada  do  raio  e  perecem  como  anunciadores  (...).”  

 

Amo   vocês,   pois   com   vocês   e   por   vocês   derramei   publicamente  minhas  

lágrimas.  Lágrimas  que  procuram  expressar  a  retribuição  pelo  reconhecimento.  

Lágrimas  que  expressam  minha  gratidão.  

Mas  para  além  das  lágrimas,  este  é  um  momento  de  celebração  da  vida.  

Vivam  em  declínio  e  em  constante  transposição.  

Façam  das  suas  vidas  inclinação  e  destino.  

Não  queiram  virtudes  em  demasia.  

Cumpram  a  promessa  de  segurar  a  primavera  entre  os  dentes.  

Prodigalizem  a  alma.  

Vivam  em  competente  rebeldia.  

 

Porto  Alegre,  07  de  fevereiro  de  2014.  

 

Salo  de  Carvalho  

Paraninfo  da  turma  do  curso  diurno,  ano  acadêmico  2013,  da  Faculdade  

de  Direito  da  Universidade  Federal  do  Rio  Grande  do  Sul