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LEI Nº 1145 DE 26 DE OUTUBRO DE 2007
Dispõe sobre Normas de Vigilância Sanitária
Municipal, estabelece Taxas, Penalidades e dá outras
providências.
O Prefeito de Fortaleza dos Valos, Estado do Rio Grande do Sul,
usando das atribuições legais que lhe são conferidas por Lei, faço saber, que a
Câmara Municipal de Vereadores aprova e eu, sanciono a seguinte Lei:
TÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES
Art. 1.º - Os assuntos concernentes à Vigilância Sanitária Municipal
regem-se pela presente lei, atendida a Legislação Estadual e Federal.
Art. 2º - Todo o estabelecimento que realize atividades dentro da
esfera das ações de competência da Vigilância Sanitária, está sujeito às
determinações da presente Lei, bem como às dos regulamentos, normas e
instruções delas advindas.
§ 1º - Para efeitos dessa Lei, o termo estabelecimento, refere-se à
pessoa física e/ou jurídica de direito público ou privado, regular ou de fato.
§ 2º - O responsável pelo estabelecimento deve colaborar com a
autoridade sanitária, empenhando-se ao máximo, no cumprimento das instruções,
ordens e avisos emanados com o objetivo de proteger e conservar a saúde da
população e manter ou recuperar as melhores condições do ambiente.
§ 3º - O responsável pelo estabelecimento deve prestar a tempo e
veridicamente, as informações solicitadas pela autoridade sanitária, a fim de
permitir a realização de estudos e pesquisas que, propiciando o conhecimento da
realidade, a respeito da saúde da população e das condições de ambiente,
possibilitem a programação de ações para a solução dos problemas existentes.
§ 4º - O responsável pelo estabelecimento tem a obrigação de
facilitar e acatar as inspeções sanitárias e as coletas de amostras ou apreensões
realizadas pela Autoridade Sanitária, bem como, outras providências definidas por
esta com fundamento na legislação em vigor.
§ 5º - Consideram-se autoridades sanitárias, para os efeitos desta Lei,
o servidor investido na função de Fiscal Sanitário ou outro, legalmente designado
para o exercício de tal função, o Coordenador da Vigilância em Saúde, o Secretário
Municipal de Saúde e o Prefeito Municipal, os quais atuarão nos limites de suas
competências e atribuições.
TÍTULO II
DA COMPETÊNCIA EM VIGILÂNCIA SANITÁRIA MUNICIPAL
CAPÍTULO I
DA ORIENTAÇÃO, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO
Art. 3º – À Secretaria Municipal de Saúde, integrada ao Sistema
Único de Saúde - SUS, compete as ações de Vigilância Sanitária Municipal.
Art. 4º – Entende-se por Vigilância Sanitária um conjunto de ações
capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos
problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de
bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo:
I- o controle de bens de consumo que, direta e indiretamente, se
relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos,
da produção ao consumo; e
II- o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou
indiretamente com a saúde.
Art. 5º - Compreende-se como campo de abrangência de atividades
da Vigilância Sanitária Municipal:
I- Cadastrar, licenciar, inspecionar estabelecimentos:
a) de saúde: ambulatório de enfermagem, centro de enfermagem, clínica
geriátrica, consultório de enfermagem, laboratório de prótese dentaria,, serviço de
audiometria, posto de coleta de laboratório de análises clínicas, serviço de
ultrassonografia, serviço de estética, ambulatório médico, serviço de ecografia,
consultório multiprofissional, clínica multiprofissional, posto de
saude/ambulatório, centro de atenção psicossocial (CAPS), clínica de fisiatria,
clínica de fisioterapia, clínica de vacinas, clínica médica sem procedimentos,
clínica e/ou consultório de fonoaudiologia, comunidades terapêuticas, consultório
médico, consultório de nutrição, consultório odontológico sem RX, consultório de
enfermagem;
b) de comércio de alimentos: açougue, alimentos para pronta entrega
(viandas), bar, beneficiadores e/ou embaladores de grãos e cereais, comércio
ambulante, comércio atacadista, comércio de alimentos congelados, comércio de
balas, chocolates, caramelos e similares, comércio de frutas e hortaliças, comércio
de produtos de confeitaria, comércio de produtos de panificação (padarias),
comércio de secos e molhados, comércio de sorvetes e gelados, depósito de
alimentos não perecíveis, comércio de alimentos perecíveis, depósito de bebidas,
depósito de sorvetes e gelados, importadora e distribuidora de alimentos, lancheria,
peixaria, restaurante, supermercado, hotel com refeições, motel com refeições,
transporte de alimentos;
c) área de produtos: drogarias, comércio de cosméticos e saneantes,
transportadora de cosméticos e saneantes, transportadora de medicamentos,
distribuidora de medicamentos, distribuidora de cosméticos e saneantes.
d) de interesse para a saúde: albergue, barbearia, serviço de desinsetização e
desratização, clínica veterinária, consultório veterinário, gabinete de
podólogo/pedicure, hotéis, motéis, pensões, instituto de beleza, lavanderia comum,
necrotério, cemitério, crematório, residencial para idosos, saunas, spas, serviço de
massoterapia, ótica, escolas de educação infantil, estações rodoviárias e
ferroviárias, estabelecimentos com procedimentos de tatuagens e colocação de
adornos, serviço de limpeza e desinfecção de reservatórios de água.
e) de tecnologia em saúde: distribuidora de correlatos classe I, distribuidora
de correlatos classe II, importadora de correlatos classe I, importadora de
correlatos classe II, transportadora de correlatos, exportadora de correlatos, serviço
de bronzeamento UV, unidades de ensino odontológico com RX, intra-oral,
unidade odontológica móvel/ transportável com RX intra-oral, clínica
odontológica com RX intra-oral, consultório odontológico com RX.
II - Autuar, em caso de irregularidades, estabelecimentos sob controle
sanitário municipal;
III - Cadastrar:
a) estabelecimentos de saúde de média e alta complexidades;
b) indústrias de alimentos;
c) estabelecimentos que utilizam radiações ionizantes (Raio X);
d) estabelecimentos que utilizam radiações ionizantes (Radioterapia e
Medicina Nuclear);
e) as Comissões de Controle de Infecção Hospitalar;
f) os Programas de Controle de Infecção Hospitalar;
IV - Receber notificação, executar entrevista, inspecionar local de
preparo, coletar alimentos, encaminhar manipuladores para exame, autuar
estabelecimento no que diz respeito às Doenças Transmitidas por Alimentos
(DTA’s);
V - Estabelecer e executar medidas imediatas de controle do surto;
VI - Fornecer Talonários e Notificação de Receita A para
profissionais habilitados e cadastrados;
VII - Coletar amostras de alimentos, medicamentos, insumos,
cosméticos e saneantes para análise na forma da legislação em vigor;
VIII - Apreender, como medida cautelar, alimentos, medicamentos,
insumos, cosméticos e saneantes inadequado para consumo e/ou em situação
irregular;
IX - Fomentar o desenvolvimento de pesquisas na área de
Vigilância Sanitária.
X - Colaborar com a Unidade Federada na execução de controle
higiênico-sanitário de bens de consumo ao nível de comercialização
intermunicipal.
XI - Promover e fomentar eventos de intercambio e articulações
inter-estaduais e inter-municipais na área de conhecimento de Vigilância Sanitária.
-
XII - Outras ações que porventura possam ser incluídas por decisão
da Comissão Intergestores Tripartite ou da Comissão Intergestores Bipartite.
Parágrafo Único: A organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes devem ter prioridades, métodos e estratégias para a formação e
educação continuada dos recursos humanos, desenvolvendo e acompanhando
programas de capacitação, aperfeiçoamento e preparação de recursos humanos
para a área de Vigilância Sanitária em conjunto com outros Órgãos
Governamentais.
Art. 6º - Anualmente, o Setor de Vigilância Sanitária Municipal, em
conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde, deverá fazer uma revisão das Leis
da Vigilância Sanitária Municipal, a fim de garantir que não existam dispositivos
conflitantes com as Leis Estaduais e Federais, devendo também participar da
elaboração do Código Sanitário Municipal e acompanhar o seu cumprimento.
Art. 7º - A vigilância Sanitária Municipal será exercida pelo
Município, no âmbito de suas atribuições e na respectiva circunscrição territorial,
através das autoridades competentes, sem prejuízo da ação estadual e/ou federal.
Parágrafo Único – A implantação das ações e serviços de Vigilância
Sanitária Municipal deve ser implementada gradativamente conforme a capacidade
técnico-operacional, estrutural e organizacional do Setor de Vigilância Sanitária
Municipal em acordo com a 9ª Coordenadoria Regional de Saúde - CRS, que
definirá as etapas do processo de municipalização da vigilância, as instâncias e
mecanismos de controle, avaliação e fiscalização, ficando a 9ª CRS, ainda, em
primeira instância, como referência técnico-normativo operacional.
CAPÍTULO II
DO REGISTRO E DO CONTROLE
Art. 8º - Todo alimento só será exposto ao consumo ou entregue à
venda depois de registrado no Órgão Competente.
Art. 9º - Estão obrigados a registro no Órgão Competente:
I – Os aditivos intencionais;
II - As embalagens, equipamentos e utensílios elaborados e/ou
revestidos internamente de substâncias resinosas e poliméricas e destinados a
entrar em contato com alimentos, inclusive os de uso doméstico.
III – Os coadjuvantes da tecnologia de fabricação, assim declarados
por Resoluções da Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos.
TÍTULO III
DAS ATIVIDADES DIRETAMENTE RELACIONADAS COM A SAÚDE
DE TERCEIROS
CAPÍTULO I
DOS PROFISSIONAIS DA ÁREA DE SAÚDE
Art. 10 – A pessoa, no exercício de profissão da área de saúde, atuará
em conformidade com as normas legais regulamentares e as de ética.
Art. 11 – O profissional da área de saúde, deve:
I- Colaborar com os serviços de saúde e/ou com a autoridade
sanitária, quando solicitado e, especialmente, nos casos
considerados com emergência ou de calamidade pública;
II- Cientificar sempre a autoridade sanitária as doenças que,
através de regulamentos, sejam declaradas de notificação
compulsória.
CAPÍTULO II
DOS ESTABELECIMENTOS
Art. 12 – Toda pessoa proprietária ou responsável por
estabelecimento comercial de alimentos, de estabelecimentos de saúde e de
interesse à saúde, deve cumprir as exigências regulamentares para que, por sua
localização, condição, estado, tecnologia empregada ou pelos produtos de sua
atividade, não ponha em risco à saúde e à vida dos que nele trabalhem ou o
utilizem, direta ou indiretamente.
CAPÍTULO III
DOS ALIMENTOS E BEBIDAS
Art. 13 - Todo estabelecimento que comercialize, transporte,
manipule, armazene ou coloque à disposição do público, inclusive ao ar livre,
alimentos e/ou bebidas, deve obedecer os padrões de higiene e salubridade
estabelecidos em lei e regulamento.
1º - A pessoa que manipule alimentos ou bebidas, na forma deste
artigo, deve submeter-se a exame de saúde periódico, de acordo com o
regulamento, atendidas as Legislações Federal, Estadual e Municipal, cujo o
atestado expedido por serviço de saúde, deve ser exigido pelo respectivo
proprietário ou responsável.
2º - Somente poderá ser comercializado o alimento que preencher os
requisitos dispostos em Lei, Regulamentos, Portarias e/ou Normas Técnicas.
Art. 14 - Toda pessoa poderá construir, instalar ou pôr em
funcionamento estabelecimento que transporte, comercialize, manipule, armazene
ou coloque à disposição do público alimentos e/ou bebidas, desde que obtenha a
autorização e registro junto ao Serviço Público competente, cumprindo para isto,
normas regulamentares, dentre outras, as referentes a projetos de construção,
localização, saneamento, pessoal, tecnologia empregada, reutilização de
embalagens, instalações, materiais e instrumentos, conforme a natureza e
importância das atividades, assim como, os meios de que dispõe para proteger a
saúde coletiva.
TÍTULO IV
DAS TAXAS DOS ATOS DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA MUNICIPAL
CAPÍTULO I
DA INCIDÊNCIA E DOS CONTRIBUINTES
Art. 15 – Fica criada a Taxa dos Atos de Vigilância Sanitária
Municipal que é devida pela execução, por parte da Secretaria Municipal da Saúde,
do serviço de inspeção sanitária de estabelecimentos de alimentos,
estabelecimentos de saúde e de interesse à saúde de competência da Vigilância
Sanitária Municipal.
1º - Toda pessoa física/jurídica de Direito Público ou Privado,
regular ou de fato, que realize atividades dentro das ações de competência de
Vigilância Sanitária Municipal, está sujeita às determinações quanto as taxas dos
atos de Vigilância Sanitária Municipal.
2º - As escolas públicas estarão isentas do pagamento das taxas
referidas nesta Lei.
CAPÍTULO II
DA COBRANÇA DAS TAXAS
Art. 16 – As taxas dos atos de Vigilância Sanitária Municipal,
definidas em função do tipo de estabelecimento, serão fixadas em unidade de VRM
(Valor de Referência Municipal) e o recolhimento da mesma aos cofres públicos
municipais se efetuará mediante a execução do ato que lhe originar, através da
apresentação da guia – CAM (Conhecimento de Arrecadação Municipal), a qual
deverá ser devidamente preenchida, cujo respectivo valor arrecadado, por ocasião
do pagamento, será creditado à conta do Fundo Municipal da Saúde, sendo que
50% (cinqüenta por cento)do mesmo reverterá para a Vigilância Sanitária
Municipal para suporte administrativo-operacional, garantindo assim, a
manutenção e continuidade das ações e serviços prestados pela Vigilância
Sanitária do Município.
§ 1º - Os valores das taxas dos Atos de Vigilância Sanitária serão
corrigidos monetariamente, no início de cada exercício fiscal, utilizando-se o
VRM, como índice oficial para correção dos mesmos.
§ 2º - As taxas dos atos de Vigilância Sanitária serão recolhidas
impreterivelmente até 31 de março de cada ano, ou imediatamente após o registro
da empresa na Junta Comercial e, sendo o caso, após o registro da empresa no
Órgão competente da classe, sem prejuízo de apresentação do registro no CNPJ.
CAPÍTULO III
DOS VALORES DAS TAXAS DOS ATOS DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA
Art. 17 – Os valores das taxas dos Atos de Vigilância Sanitária,
constam da Tabela I (Alvará Sanitário) e Tabela II (Outros Serviços), do Anexo I
da presente Lei.
TÍTULO V
DAS INFRAÇÕES, DAS PENALIDADES E DO PROCESSO
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art.18 – As infrações sanitárias, respectivas penalidades e processo
de apuração das infrações, serão reguladas por esta Lei, aplicando-se ainda, no que
couber, as disposições contidas na Lei Federal 6.437, de 20 de agosto de 1977 e
posteriores alterações.
CAPÍTULO II
DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES
Art. 19 - Ressalvadas as expressamente previstas em normas
especiais, as infrações a legislação sanitária municipal são as configuradas na
presente Lei.
Art. 20 - Sem prejuízo das sanções de natureza civil ou penal
cabíveis, as infrações sanitárias serão punidas, alternativa ou cumulativamente,
com as penalidades de:
I – advertência;
II – multa;
III – apreensão de produto;
IV – inutilização de produto;
V – interdição de produto;
VI – suspensão de vendas e/ou fabricação de produto;
VII – cancelamento de registro de produto;
VIII – interdição parcial ou total do estabelecimento;
IX – proibição de propaganda;
X – cancelamento da autorização para funcionamento da empresa;
XI – cancelamento do alvará de licenciamento de estabelecimento;
XII – intervenção no estabelecimento que receba recursos públicos de qualquer
esfera;
XIII – imposição de mensagem retificadora;
XIV – suspensão de propaganda e publicidade.
Art. 21- Os valores das penas de multas, aplicáveis às infrações
sanitárias consistem:
I – na infração leve, multa de 2,15 a 10,78 VRM;
II – na infração grave, multa de 10,79 a 21,54 VRM;
III – na infração gravíssima, multa de 21,55 a 86,25 VRM.
§ 1º. Os valores constantes no caput deste artigo serão corrigidos
monetariamente, no início de cada exercício fiscal, utilizando-se o VRM como
índice oficial para a correção dos mesmos.
§ 2º. As multas previstas neste artigo serão aplicadas em dobro em
caso de reincidência.
§ 3º. Sem prejuízo do disposto nos arts. 18-B e 18-C desta Lei, na
aplicação da penalidade de multa a autoridade sanitária competente levará em
consideração a capacidade econômica do infrator.
Art. 22 - O resultado da infração sanitária é imputável a quem lhe
deu causa ou para ela concorreu.
§ 1º. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual a infração não
teria ocorrido.
§ 2º. Exclui a imputação de infração a causa decorrente de força
maior ou proveniente de eventos naturais ou circunstâncias imprevisíveis, que vier
a determinar avaria, deterioração ou alteração de produtos ou bens do interesse da
saúde pública.
Art. 24 - As infrações sanitárias classificam-se em:
I - leves, aquelas em que o infrator seja beneficiado por circunstância atenuante;
II - graves, aquelas em que for verificada uma circunstância agravante;
III - gravíssimas, aquelas em que seja verificada a existência de duas ou mais
circunstâncias agravantes.
Art. 25 - Para a imposição da pena e a sua graduação, a autoridade
sanitária levará em conta:
I - as circunstâncias atenuantes e agravantes;
II - a gravidade do fato, tendo em vista as suas conseqüências para a saúde pública;
III - os antecedentes do infrator quanto às normas sanitárias.
Art. 26 - São circunstâncias atenuantes:
I - a ação do infrator não ter sido fundamental para a consecução do evento;
II - a errada compreensão da norma sanitária, admitida como escusável, quanto
patente à incapacidade do agente para entender o caráter ilícito do fato;
III - o infrator, por espontânea vontade, imediatamente, procurar reparar ou
minorar as conseqüências do ato lesivo à saúde pública que lhe for imputado;
IV - ter o infrator sofrido coação, a que podia resistir, para a prática do ato;
V - ser o infrator primário, e a falta cometida, de natureza leve.
Art. 27 - São circunstâncias agravantes:
I - ser o infrator reincidente;
II - ter o infrator cometido à infração para obter vantagem pecuniária decorrente do
consumo pelo público do produto elaborado em contrário ao disposto na legislação
sanitária;
III - o infrator coagir outrem para a execução material da infração;
IV - ter a infração conseqüências calamitosas à saúde pública;
V - se, tendo conhecimento de ato lesivo à saúde pública, o infrator deixar de
tomar as providências de sua alçada, tendentes a evitá-lo;
VI - ter o infrator agido com dolo, ainda que eventual, fraude ou má-fé.
Parágrafo único. A reincidência específica torna o infrator passível
de enquadramento na penalidade máxima e a caracterização da infração como
gravíssima.
Art. 28 - Havendo concurso de circunstâncias atenuantes e
agravantes, a aplicação da pena será considerada em razão das que sejam
preponderantes.
Art. 29 - São infrações sanitárias:
I - construir, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território nacional,
laboratórios de produção de medicamentos, drogas, insumos, cosméticos, produtos
de higiene, dietéticos, correlatos, ou quaisquer outros estabelecimentos que
fabriquem alimentos, aditivos para alimentos, bebidas, embalagens, saneantes e
demais produtos que interessem à saúde pública, sem registro, licença e
autorizações do órgão sanitário competente ou contrariando as normas legais
pertinentes:
Pena - advertência, interdição, cancelamento de autorização e de licença, e/ou
multa.
II - construir, instalar ou fazer funcionar hospitais, postos ou casas de saúde,
clínicas em geral, casas de repouso, serviços ou unidades de saúde,
estabelecimentos ou organizações afins, que se dediquem à promoção, proteção e
recuperação da saúde, sem licença do órgão sanitário competente ou contrariando
normas legais e regulamentares pertinentes:
Pena - advertência, interdição, cancelamento da licença e/ou multa.
III - instalar ou manter em funcionamento consultórios médicos, odontológicos e
de pesquisas clínicas, clínicas de hemodiálise, bancos de sangue, de leite humano,
de olhos, e estabelecimentos de atividades afins, institutos de esteticismo,
ginástica, fisioterapia e de recuperação, balneários, estâncias hidrominerais,
termais, climatéricas, de repouso, e congêneres, gabinetes ou serviços que utilizem
aparelhos e equipamentos geradores de raios X, substâncias radioativas, ou
radiações ionizantes e outras, estabelecimentos, laboratórios, oficinas e serviços de
óticas, de aparelhos ou materiais óticos, de prótese dentária, de aparelhos ou
materiais para uso odontológico, ou explorar atividades comerciais, industriais, ou
filantrópicas, com a participação de agentes que exerçam profissões ou ocupações
técnicas e auxiliares relacionadas com a saúde, sem licença do órgão sanitário
competente ou contrariando o disposto nas demais normas legais e regulamentares
pertinentes:
Pena - advertência, intervenção, interdição, cancelamento da licença e/ou multa;
IV - extrair, produzir, fabricar, transformar, preparar, manipular, purificar,
fracionar, embalar ou reembalar, importar, exportar, armazenar, expedir,
transportar, comprar, vender, ceder ou usar alimentos, produtos alimentícios,
medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos, produtos dietéticos, de higiene,
cosméticos, correlatos, embalagens, saneantes, utensílios e aparelhos que
interessem à saúde pública ou individual, sem registro, licença, ou autorizações do
órgão sanitário competente ou contrariando o disposto na legislação sanitária
pertinente:
Pena - advertência, apreensão e inutilização, interdição, cancelamento do registro,
e/ou multa.
V - fazer propaganda de produtos sob vigilância sanitária, alimentos e outros,
contrariando a legislação sanitária:
Pena – advertência, proibição de propaganda, suspensão de venda, imposição de
mensagem retificadora, suspensão de propaganda e publicidade e multa;
VI - Deixar, aquele que tiver o dever legal de fazê-lo, de notificar doença ou
zoonose transmissível ao homem, de acordo com o que disponham as normas
legais ou regulamentares vigentes:
Pena - advertência, e/ou multa.
VII - impedir ou dificultar a aplicação de medidas sanitárias relativas às doenças
transmissíveis e ao sacrifício de animais domésticos considerados perigosos pelas
autoridades sanitárias:
Pena - advertência, e/ou multa.
VIII - reter atestado de vacinação obrigatória, deixar de executar, dificultar ou
opor-se à execução de medidas, sanitárias que visem à prevenção das doenças
transmissíveis e sua disseminação, à preservação e à manutenção da saúde:
Pena - advertência, interdição, cancelamento de licença ou autorização, e/ou
multa.
IX - opor-se à exigência de provas imunológicas ou à sua execução pelas
autoridades sanitárias:
Pena - advertência, e/ou multa.
X - obstar ou dificultar a ação fiscalizadora das autoridades sanitárias competentes
no exercício de suas funções:
Pena - advertência, intervenção, interdição, cancelamento de licença e/ou multa.
XI - aviar receita em desacordo com prescrições médicas ou determinação expressa
de lei e normas regulamentares:
Pena - advertência, interdição, cancelamento de licença, e/ou multa.
XII - fornecer, vender ou praticar atos de comércio em relação a medicamentos,
drogas e correlatos cuja venda e uso dependam de prescrição médica, sem
observância dessa exigência e contrariando as normas legais e regulamentares:
Pena - advertência, interdição, cancelamento da licença, e/ou multa.
XIII - retirar ou aplicar sangue, proceder a operações de plasmaferese, ou
desenvolver outras atividades hemoterápicas, contrariando normas legais e
regulamentares:
Pena - advertência, intervenção, interdição, cancelamento da licença e registro,
e/ou multa.
XIV - exportar sangue e seus derivados, placentas, órgãos, glândulas ou
hormônios, bem como quaisquer substâncias ou partes do corpo humano, ou
utilizá-los contrariando as disposições legais e regulamentares:
Pena - advertência, intervenção, interdição, cancelamento de licença e
registro, e/ou multa.
XV - rotular alimentos e produtos alimentícios ou bebidas, bem como
medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos, produtos dietéticos, de higiene,
cosméticos, perfumes, correlatos, saneantes, de correção estética e quaisquer
outros, contrariando as normas legais e regulamentares:
Pena - advertência, inutilização, interdição, e/ou multa.
XVI - alterar o processo de fabricação dos produtos sujeitos a controle sanitário,
elementos objeto do registro, sem a necessária autorização do órgão sanitário
competente:
Pena - advertência, interdição, cancelamento do registro, da licença e autorização,
e/ou multa.
XVII - reaproveitar vasilhames de saneantes, seus congêneres e de outros produtos
capazes de serem nocivos à saúde, no envasilhamento de alimentos, bebidas,
refrigerantes, produtos dietéticos, medicamentos, drogas, produtos de higiene,
cosméticos e perfumes:
Pena - advertência, apreensão, inutilização, interdição, cancelamento do registro,
e/ou multa.
XVIII – importar ou exportar, expor à venda ou entregar ao consumo produtos de
interesse à saúde cujo prazo de validade tenha se expirado, ou apor-lhes novas
datas, após expirado o prazo;
Pena - advertência, apreensão, inutilização, interdição, cancelamento do registro,
da licença e da autorização, e/ou multa.
XIX - industrializar produtos de interesse sanitário sem a assistência de
responsável técnico, legalmente habilitado:
Pena - advertência, apreensão, inutilização, interdição, cancelamento do registro
e/ou multa.
XX - utilizar, na preparação de hormônios, órgãos de animais doentes, estafados ou
emagrecidos ou que apresentem sinais de decomposição no momento de serem
manipulados:
Pena - advertência, apreensão, inutilização, interdição, cancelamento do registro,
da autorização e da licença, e/ou multa.
XXI - comercializar produtos biológicos, imunoterápicos e outros que exijam
cuidados especiais de conservação, preparação, expedição, ou transporte, sem
observância das condições necessárias à sua preservação:
Pena - advertência, apreensão, inutilização, interdição, cancelamento
do registro, e/ou multa.
XXII - aplicação, por empresas particulares, de raticidas cuja ação se produza por
gás ou vapor, em galerias, bueiros, porões, sótãos ou locais de possível
comunicação com residências ou freqüentados por pessoas e animais:
Pena - advertência, interdição, cancelamento de licença e de autorização, e/ou
multa.
XXIII - descumprimento de normas legais e regulamentares, medidas,
formalidades e outras exigências sanitárias pelas empresas de transportes, seus
agentes e consignatários, comandantes ou responsáveis diretos por embarcações,
aeronaves, ferrovias, veículos terrestres, nacionais e estrangeiros:
Pena - advertência, interdição, e/ou multa.
XXIV - inobservância das exigências sanitárias relativas a imóveis, pelos seus
proprietários, ou por quem detenha legalmente a sua posse:
Pena - advertência, interdição, e/ou multa.
XXV - exercer profissões e ocupações relacionadas com a saúde sem a necessária
habilitação legal:
Pena - interdição e/ou multa.
XXVI - cometer o exercício de encargos relacionados com a promoção, proteção e
recuperação da saúde a pessoas sem a necessária habilitação legal:
Pena - interdição, e/ou multa.
XXVII - proceder à cremação de cadáveres, ou utilizá-los, contrariando as normas
sanitárias pertinentes:
Pena - advertência, interdição, e/ou multa.
XXVIII - fraudar, falsificar ou adulterar alimentos, inclusive bebidas,
medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos, correlatos, cosméticos, produtos de
higiene, dietéticos, saneantes e quaisquer outros que interessem à saúde pública:
Pena - advertência, apreensão, inutilização e/ou interdição do produto, suspensão
de venda e/ou fabricação do produto, cancelamento do registro do produto,
interdição parcial ou total do estabelecimento, cancelamento de autorização para
funcionamento da empresa, cancelamento do alvará de licenciamento do
estabelecimento e/ou multa;
XXIX - transgredir outras normas legais e regulamentares destinadas à proteção da
saúde:
Pena - advertência, apreensão, inutilização e/ou interdição do produto; suspensão
de venda e/ou fabricação do produto, cancelamento do registro do produto;
interdição parcial ou total do estabelecimento, cancelamento de autorização para
funcionamento da empresa, cancelamento do alvará de licenciamento do
estabelecimento, proibição de propaganda e/ou multa;
XXX - expor ou entregar ao consumo humano, sal refinado, moído ou granulado
que não contenha iodo na proporção estabelecida pelo Ministério da Saúde
Pena - advertência, apreensão e/ou interdição do produto, suspensão de venda
e/ou fabricação do produto, cancelamento do registro do produto e interdição
parcial ou total do estabelecimento, cancelamento de autorização para
funcionamento da empresa, cancelamento do alvará de licenciamento do
estabelecimento e/ou multa;
XXXI - descumprir atos emanados das autoridades sanitárias competentes visando
à aplicação da legislação pertinente:
Pena - advertência, apreensão, inutilização e/ou interdição do produto, suspensão
de venda e/ou de fabricação do produto, cancelamento do registro do
produto, interdição parcial ou total do estabelecimento; cancelamento de
autorização para funcionamento da empresa, cancelamento do alvará de
licenciamento do estabelecimento, proibição de propaganda e/ou multa;
XXXII – descumprimento de normas legais e regulamentares, medidas,
formalidades, outras exigências sanitárias, por pessoas física ou jurídica, que
operem a prestação de serviços de interesse da saúde pública em embarcações,
aeronaves, veículos terrestres, terminais alfandegados, terminais aeroportuários ou
portuários, estações e passagens de fronteira e pontos de apoio de veículo
terrestres:
Pena – advertência, interdição, cancelamento de autorização de funcionamento
e/ou multa;
XXXIII – descumprimento de normas legais e regulamentares, medidas,
formalidades, outras exigências sanitárias, por empresas administradoras de
terminais alfandegados, terminais aeroportuários ou portuários, estações e
passagens de fronteira e pontos de apoio de veículos terrestres:
Pena – advertência, interdição, cancelamento da autorização de funcionamento
e/ou multa;
XXXIV – descumprimento de normas legais e regulamentares, medidas,
formalidades, outras exigências sanitárias relacionadas à importação ou
exportação, por pessoas física ou jurídica, de matérias-primas ou produtos sob
vigilância sanitária:
Pena – advertência, apreensão, inutilização, interdição, cancelamento da
autorização de funcionamento, cancelamento do registro do produto e/ou multa;
XXXV – descumprimento de normas legais e regulamentares, medidas,
formalidades, outras exigências sanitárias relacionadas a estabelecimentos e às
boas práticas de fabricação de matérias-primas e de produtos sob vigilância
sanitária:
Pena – advertência, apreensão, inutilização, interdição, cancelamento da
autorização de funcionamento, cancelamento do registro do produto e/ou multa.
XXXVI – proceder à mudança de estabelecimento de armazenagem de produto
importado sob interdição, sem autorização do orgão sanitário competente:
Pena – advertência, apreensão, inutilização, interdição, cancelamento da
autorização de funcionamento, cancelamento do registro do produto e/ou multa;
XXXVII - proceder a comercialização de produto importado sob interdição:
Pena – advertência, apreensão, inutilização, interdição, cancelamento da
autorização de funcionamento, cancelamento do registro do produto e/ou multa;
XXXVIII – deixar de garantir, em estabelecimentos destinados à armazenagem
e/ou distribuição de produtos sob vigilância sanitária, a manutenção dos padrões de
identidade e qualidade de produtos importados sob interdição ou aguardando
inspeção física:
Pena – advertência, apreensão, inutilização, interdição, cancelamento da
autorização de funcionamento, cancelamento do registro do produto e/ou multa.
XXXIX – interromper, suspender ou reduzir, sem justa causa, a produção ou
distribuição de medicamentos de tarja vermelha, de uso continuado ou essencial à
saúde do indivíduo, ou de tarja preta, provocando o desabastecimento do mercado;
Pena – advertência, interdição total ou parcial do estabelecimento, cancelamento
do registro do produto, cancelamento de autorização para funcionamento da
empresa, cancelamento do alvará de licenciamento do estabelecimento e/ou multa;
XL – deixar de comunicar ao órgão de vigilância sanitária do Ministério da Saúde
a interrupção, suspensão ou redução da fabricação ou da distribuição dos
medicamentos referidos no inciso XXXIX:
Pena – advertência, interdição total ou parcial do estabelecimento, cancelamento
do registro do produto, cancelamento de autorização para funcionamento da
empresa, cancelamento do alvará de licenciamento do estabelecimento e/ou multa;
XLI – descumprir normas legais e regulamentares, medidas, formalidades, outras
exigências sanitárias, por pessoas física ou jurídica, que operem a prestação de
serviços de interesse da saúde pública em embarcações, aeronaves, veículos
terrestres, terminais alfandegados, terminais aeroportuários ou portuários, estações
e passagens de fronteira e pontos de apoio de veículo terrestres:
Pena – advertência, interdição total ou parcial do estabelecimento, cancelamento
do registro do produto, cancelamento de autorização para funcionamento da
empresa, cancelamento do alvará de licenciamento do estabelecimento e/ou multa.
Parágrafo único. Independem de licença para funcionamento os estabelecimentos
integrantes da Administração Pública ou por ela instituídos, ficando sujeitos,
porém, às exigências pertinentes às instalações, aos equipamentos e à aparelhagem
adequados e à assistência e responsabilidade técnicas.
Art. 30 - Apurada a responsabilidade do infrator em processo
administrativo previsto no art. 31 e seguintes, no qual culmine a aplicação da pena
de multa, o infrator será notificado para efetuar o pagamento no prazo de 30
(trinta) dias, contados da data da notificação, recolhendo-a aos cofres públicos
municipais, através da apresentação de guia CAM (Conhecimento de Arrecadação
Municipal), expedida pelo Setor Competente, sendo o respectivo valor arrecadado
creditado à conta do Fundo Municipal de Saúde.
§ 1º. A notificação de que trata o caput do artigo será feita
pessoalmente; mediante registro postal, com aviso de recebimento; ou ainda por
meio de edital publicado na imprensa oficial do município, se não localizado o
infrator.
§ 2º. O não recolhimento da multa, dentro do prazo fixado neste
artigo, implicará na sua inscrição para cobrança judicial, na forma da legislação
pertinente.
CAPÍTULO III
DO PROCESSO
Art. 31 - As infrações sanitárias serão apuradas em processo
administrativo próprio, iniciado com a lavratura de auto de infração, observados o
rito e prazos estabelecidos na Lei Federal no 6.437, de 20 de agosto de 1977.
Art. 32 - O auto de infração será lavrado na sede da repartição
competente ou no local em que for verificada a infração, pela autoridade sanitária
que a houver constatado, devendo conter:
I - nome do infrator, seu domicílio e residência, bem como os demais elementos
necessários à sua qualificação e identificação civil;
II - local, data e hora da lavratura onde a infração foi verificada;
III - descrição da infração e menção do dispositivo legal ou regulamentar
transgredido;
IV - penalidade a que está sujeito o infrator e o respectivo preceito legal que
autoriza a sua imposição;
V - ciência, pelo autuado, de que responderá pelo fato em processo administrativo;
VI - assinatura do autuado ou, na sua ausência ou recusa, de duas testemunhas, e
do autuante;
VII - prazo para interposição de recurso, quando cabível.
Parágrafo único. Havendo recusa do infrator em assinar o auto, será feita, neste, a
menção do fato.
Art. 33 - As penalidades previstas nesta Lei serão aplicadas pelas
autoridades sanitárias competentes, conforme as atribuições que lhes sejam
conferidas pelas legislações respectivas ou por delegação de competência através
de convênios.
Art. 34 - As autoridades sanitárias ficam responsáveis pelas
declarações que fizerem nos autos de infração, sendo passíveis de punição, por
falta grave, em casos de falsidade ou omissão dolosa.
Art. 35 - O infrator será notificado para ciência do auto de infração:
I - pessoalmente;
II - pelo correio ou via postal;
III - por edital, se estiver em lugar incerto ou não sabido.
§ 1º. Se o infrator for notificado pessoalmente e recusar-se a exarar
ciência, deverá essa circunstância ser mencionada expressamente pela autoridade
que efetuou a notificação.
§ 2º O edital referido no inciso III deste artigo será publicado uma
única vez, na imprensa oficial do município, considerando-se efetivada a
notificação 05 (cinco) dias após a publicação.
Art. 36 - O desrespeito ou desacato a autoridade competente, em
razão de suas atribuições legais, bem como o embargo oposto a qualquer ato de
fiscalização de leis ou atos regulamentares em matéria de saúde, sujeitarão o
infrator à penalidade de multa.
Art. 37 - As multas impostas em auto de infração poderão sofrer
redução de 20% (vinte por cento) caso o infrator efetue o pagamento no prazo de
20 (vinte) dias, contados da data em que for notificado, implicando na desistência
tácita de defesa ou recurso.
Art. 38 - O infrator poderá oferecer defesa ou impugnação do auto de
infração no prazo de 15 (quinze) dias contados da sua notificação.
§ 1º. Antes do julgamento da defesa ou da impugnação a que se
refere este artigo deverá a autoridade julgadora ouvir o servidor autuante, que terá
o prazo de 10 (dez) dias para se pronunciar a respeito.
§ 2º. Apresentada ou não a defesa ou impugnação, o auto de infração
será julgado pelo dirigente/coordenador do órgão competente.
Art. 39 - A apuração do ilícito, em se tratando de produto ou
substância referidos no art. 29, IV, far-se-á mediante a apreensão de amostras para
a realização de análise fiscal e de interdição, se for o caso, e seguirá procedimento
especial previsto na Lei Federal nº 6.437, de 20 de agosto de 1977.
Art. 40 - Nas transgressões que independam de análises ou perícias,
inclusive por desacato à autoridade sanitária, o processo obedecerá a rito
sumaríssimo e será considerado concluso caso o infrator não apresente recurso no
prazo de 15 (quinze) dias.
Art. 41 - Das decisões condenatórias poderá o infrator recorrer,
dentro de igual prazo ao fixado para a defesa, inclusive quando se tratar de multa.
Parágrafo único. Mantida a decisão condenatória, caberá recurso para
a autoridade superior, dentro da esfera governamental sob cuja jurisdição se haja
instaurado o processo, no prazo de 20 (vinte) dias de sua ciência ou publicação.
Art. 42 - Não caberá recurso na hipótese de condenação definitiva do
produto em razão de laudo laboratorial confirmado em perícia de contraprova, ou
nos casos de fraude, falsificação ou adulteração.
Art. 43 - Os recursos interpostos das decisões não definitivas
somente terão efeito suspensivo relativamente ao pagamento da penalidade
pecuniária.
Art. 44 - Ultimada a instrução do processo, uma vez esgotados os
prazos para recurso sem apresentação de defesa, ou apreciados os recursos, a
autoridade competente proferirá a decisão final, dando o processo por concluso,
após a publicação desta última na imprensa oficial e da adoção das medidas
impostas.
Art. 45 - As infrações às disposições legais e regulamentares de
ordem sanitária prescrevem em 05 (cinco) anos.
§ 1º. A prescrição interrompe-se pela notificação, ou outro ato da
autoridade competente, que objetive a sua apuração e conseqüente imposição de
pena.
§ 2º. Não corre o prazo prescricional enquanto houver processo
administrativo pendente de decisão.
TÍTULO V
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS
Art. 46 – O Poder Executivo Municipal fará a formalização das
normas, transformando-as em instrumentos de atuação e expedirá os regulamentos
necessários, no que lhe couber, à execução desta Lei.
Art. 47 – Os termos técnicos que se empregam nesta Lei e nela não
se encontram definidos explicitamente serão entendidos no sentido que lhes
consagra a Legislação Estadual e Federal e na ausência destas o constante nas
regulamentações decorrentes desta Lei.
Art. 48 – Para o êxito das ações da Vigilância Sanitária do Município
de Fortaleza dos Valos, estas devem ser informatizadas constituindo assim um
sistema de informações em saúde confiável, permitindo estabelecer o perfil
sanitário, gerando resolutividade e democratização das informações, para que haja
respaldo e reconhecimento da inspeção e investigação, com bases técnicas da
Vigilância Sanitária, incorporando o conceito sanitário ao planejamento das ações,
entre outros princípios que permitirão a consolidação destas informações no
Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, tendo o Município assim direito a
suplementação de verbas fundo à fundo, segundo a Norma Operacional Básica
do SUS 01/96, definida na Portaria n.º 1.742 de 30.08.1996, ambas do Ministério
da Saúde.
Art. 49 - As despesas decorrentes desta Lei, correrão por conta das
dotações orçamentárias próprias e suplementadas através das transferências
regulares e automáticas fundo a fundo e remuneração de serviços produzidos,
estabelecidas na Norma Operacional Básica do SUS 01/96, definida na Portaria n.º
1.742 de 30.08.1996, regulamentada na Portaria n.º 2203, de 05.11.1996, ambas do
Ministério da Saúde, para custeio das ações de Vigilância Sanitária, a que o
Município terá direito com a contra apresentação de faturas ao Ministério da
Saúde, dependendo da sua capacidade técnico-operacional para procedimentos e
ações básicas da Vigilância Sanitária Municipal.
Art. 50 – Durante o processo de estruturação e de municipalização
das atividades de Vigilância Sanitária, os técnicos e fiscais deverão receber o
devido treinamento e posterior credenciamento necessários para prover o suporte
técnico-operacional e gerencial do Setor de Vigilância Sanitária Municipal,
recebendo uma carteira de identificação, contendo o nome do funcionário,
fotografia, cargo, identificação e regulamentação de sua autoridade sanitária,
dentre outras informações e características que se fizerem necessárias ao
cumprimento das atividades.
Art. 51 – Fica assegurado às Autoridades Sanitárias Municipais
quando do exercício de atividades previstas nesta Lei, o livre acesso mediante as
formalidades legais, em todos os prédios ou estabelecimentos, de qualquer espécie,
lugares ou logradouros públicos, a qualquer hora do dia, para efeito de coleta de
amostras e/ou apreensão e interdição de produtos alimentícios, bem como, demais
diligências que se fizerem necessárias ao perfeito desempenho das atividades da
Vigilância Sanitária Municipal e neles fará observar as Leis e Regulamentos que se
destinam à promoção, proteção e recuperação da saúde, mediante apenas
comunicado às Autoridades Municipais Competentes.
Parágrafo Único - Sempre que necessário solicitar-se-á auxílio às
instruções citadas no artigo seguinte, para o perfeito cumprimento do prescrito no
“caput” deste artigo.
Art. 52 – Após publicada esta Lei e quando estiver implantada a
estrutura organizacional da Vigilância Sanitária Municipal, far-se-á reunião entre a
Vigilância Sanitária do Município, os Delegados de Polícia e Comandante da
Brigada Militar, O Ministério Público e a Promotoria de Justiça da Comarca, a
Secretaria Municipal de Agropecuária, Turismo e Meio Ambiente e a Inspetoria
Veterinária, para dar ciência das atividades a serem desenvolvidas pela Vigilância
Sanitária Municipal, nas quais terão papel importante as atuações dessas
instituições em conjunto com a Vigilância Sanitária Municipal nas inspeções,
denúncias e interdições de estabelecimentos e apreensões de cargas e/ou produtos,
enquadrados nesta Lei, bem como, demais diligências que se fizerem necessárias
ao perfeito cumprimento do disposto nesta Lei.
Art. 53 – O Poder Executivo, através de Decreto, fará a lotação de
cargos e criará a estrutura organizacional da Vigilância Sanitária Municipal, afim
de que atenda às necessidades decorrentes para a implantação e execução da
presente Lei.
Art. 54 – O Município obriga-se a legislar, adotando no que couber,
o Código Sanitário Estadual, Decreto nº. 23.430 de 24/10/1974 que dispõe sobre as
normas de promoção, proteção e recuperação da Saúde Pública, que balizam estas
Normas Municipais, em conjunto com demais Leis, Portarias, Decretos, Normas,
Certificados e Regulamentos Estaduais e Federais vigentes, enquanto não for
elaborado o Código Sanitário Municipal.
Art. 55 – Sem prejuízo do cumprimento do disposto nesta Lei, levar-
se-á em consideração os mesmos incentivos, isenções e demais benefícios
assegurados à Micro e Pequenas empresas, no que tange à cobrança das Taxas de
Alvará Sanitário.
Art. 56 – O Poder Executivo Municipal regulamentará, no que
couber, o disposto nesta Lei.
Art. 57 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, sendo
revogadas todas as disposições contidas nas Leis Municipais nº. 796, de
26/04/2001 e 809, de 25/07/2001.
Gabinete do Prefeito, aos 26 de outubro de 2007
Osvaldo Rubin Facco
Prefeito Municipal
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Hélio Mari
Coordenador Administrataivo