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LEI Nº 1145 DE 26 DE OUTUBRO DE 2007 Dispõe sobre Normas de Vigilância Sanitária Municipal, estabelece Taxas, Penalidades e dá outras providências. O Prefeito de Fortaleza dos Valos, Estado do Rio Grande do Sul, usando das atribuições legais que lhe são conferidas por Lei, faço saber, que a Câmara Municipal de Vereadores aprova e eu, sanciono a seguinte Lei: TÍTULO I DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES Art. 1.º - Os assuntos concernentes à Vigilância Sanitária Municipal regem-se pela presente lei, atendida a Legislação Estadual e Federal. Art. 2º - Todo o estabelecimento que realize atividades dentro da esfera das ações de competência da Vigilância Sanitária, está sujeito às determinações da presente Lei, bem como às dos regulamentos, normas e instruções delas advindas. § 1º - Para efeitos dessa Lei, o termo estabelecimento, refere-se à pessoa física e/ou jurídica de direito público ou privado, regular ou de fato. § 2º - O responsável pelo estabelecimento deve colaborar com a autoridade sanitária, empenhando-se ao máximo, no cumprimento das instruções, ordens e avisos emanados com o objetivo de proteger e conservar a saúde da população e manter ou recuperar as melhores condições do ambiente. § 3º - O responsável pelo estabelecimento deve prestar a tempo e veridicamente, as informações solicitadas pela autoridade sanitária, a fim de permitir a realização de estudos e pesquisas que, propiciando o conhecimento da realidade, a respeito da saúde da população e das condições de ambiente, possibilitem a programação de ações para a solução dos problemas existentes. § 4º - O responsável pelo estabelecimento tem a obrigação de facilitar e acatar as inspeções sanitárias e as coletas de amostras ou apreensões realizadas pela Autoridade Sanitária, bem como, outras providências definidas por esta com fundamento na legislação em vigor. § 5º - Consideram-se autoridades sanitárias, para os efeitos desta Lei, o servidor investido na função de Fiscal Sanitário ou outro, legalmente designado

Dispõe sobre Normas de Vigilância Sanitária Municipal ... · O Prefeito de Fortaleza dos Valos, ... do serviço de inspeção sanitária de estabelecimentos de alimentos, ... da

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LEI Nº 1145 DE 26 DE OUTUBRO DE 2007

Dispõe sobre Normas de Vigilância Sanitária

Municipal, estabelece Taxas, Penalidades e dá outras

providências.

O Prefeito de Fortaleza dos Valos, Estado do Rio Grande do Sul,

usando das atribuições legais que lhe são conferidas por Lei, faço saber, que a

Câmara Municipal de Vereadores aprova e eu, sanciono a seguinte Lei:

TÍTULO I

DAS DISPOSIÇÕES PRELIMINARES

Art. 1.º - Os assuntos concernentes à Vigilância Sanitária Municipal

regem-se pela presente lei, atendida a Legislação Estadual e Federal.

Art. 2º - Todo o estabelecimento que realize atividades dentro da

esfera das ações de competência da Vigilância Sanitária, está sujeito às

determinações da presente Lei, bem como às dos regulamentos, normas e

instruções delas advindas.

§ 1º - Para efeitos dessa Lei, o termo estabelecimento, refere-se à

pessoa física e/ou jurídica de direito público ou privado, regular ou de fato.

§ 2º - O responsável pelo estabelecimento deve colaborar com a

autoridade sanitária, empenhando-se ao máximo, no cumprimento das instruções,

ordens e avisos emanados com o objetivo de proteger e conservar a saúde da

população e manter ou recuperar as melhores condições do ambiente.

§ 3º - O responsável pelo estabelecimento deve prestar a tempo e

veridicamente, as informações solicitadas pela autoridade sanitária, a fim de

permitir a realização de estudos e pesquisas que, propiciando o conhecimento da

realidade, a respeito da saúde da população e das condições de ambiente,

possibilitem a programação de ações para a solução dos problemas existentes.

§ 4º - O responsável pelo estabelecimento tem a obrigação de

facilitar e acatar as inspeções sanitárias e as coletas de amostras ou apreensões

realizadas pela Autoridade Sanitária, bem como, outras providências definidas por

esta com fundamento na legislação em vigor.

§ 5º - Consideram-se autoridades sanitárias, para os efeitos desta Lei,

o servidor investido na função de Fiscal Sanitário ou outro, legalmente designado

para o exercício de tal função, o Coordenador da Vigilância em Saúde, o Secretário

Municipal de Saúde e o Prefeito Municipal, os quais atuarão nos limites de suas

competências e atribuições.

TÍTULO II

DA COMPETÊNCIA EM VIGILÂNCIA SANITÁRIA MUNICIPAL

CAPÍTULO I

DA ORIENTAÇÃO, CONTROLE E FISCALIZAÇÃO

Art. 3º – À Secretaria Municipal de Saúde, integrada ao Sistema

Único de Saúde - SUS, compete as ações de Vigilância Sanitária Municipal.

Art. 4º – Entende-se por Vigilância Sanitária um conjunto de ações

capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos

problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de

bens e da prestação de serviços de interesse da saúde, abrangendo:

I- o controle de bens de consumo que, direta e indiretamente, se

relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e processos,

da produção ao consumo; e

II- o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou

indiretamente com a saúde.

Art. 5º - Compreende-se como campo de abrangência de atividades

da Vigilância Sanitária Municipal:

I- Cadastrar, licenciar, inspecionar estabelecimentos:

a) de saúde: ambulatório de enfermagem, centro de enfermagem, clínica

geriátrica, consultório de enfermagem, laboratório de prótese dentaria,, serviço de

audiometria, posto de coleta de laboratório de análises clínicas, serviço de

ultrassonografia, serviço de estética, ambulatório médico, serviço de ecografia,

consultório multiprofissional, clínica multiprofissional, posto de

saude/ambulatório, centro de atenção psicossocial (CAPS), clínica de fisiatria,

clínica de fisioterapia, clínica de vacinas, clínica médica sem procedimentos,

clínica e/ou consultório de fonoaudiologia, comunidades terapêuticas, consultório

médico, consultório de nutrição, consultório odontológico sem RX, consultório de

enfermagem;

b) de comércio de alimentos: açougue, alimentos para pronta entrega

(viandas), bar, beneficiadores e/ou embaladores de grãos e cereais, comércio

ambulante, comércio atacadista, comércio de alimentos congelados, comércio de

balas, chocolates, caramelos e similares, comércio de frutas e hortaliças, comércio

de produtos de confeitaria, comércio de produtos de panificação (padarias),

comércio de secos e molhados, comércio de sorvetes e gelados, depósito de

alimentos não perecíveis, comércio de alimentos perecíveis, depósito de bebidas,

depósito de sorvetes e gelados, importadora e distribuidora de alimentos, lancheria,

peixaria, restaurante, supermercado, hotel com refeições, motel com refeições,

transporte de alimentos;

c) área de produtos: drogarias, comércio de cosméticos e saneantes,

transportadora de cosméticos e saneantes, transportadora de medicamentos,

distribuidora de medicamentos, distribuidora de cosméticos e saneantes.

d) de interesse para a saúde: albergue, barbearia, serviço de desinsetização e

desratização, clínica veterinária, consultório veterinário, gabinete de

podólogo/pedicure, hotéis, motéis, pensões, instituto de beleza, lavanderia comum,

necrotério, cemitério, crematório, residencial para idosos, saunas, spas, serviço de

massoterapia, ótica, escolas de educação infantil, estações rodoviárias e

ferroviárias, estabelecimentos com procedimentos de tatuagens e colocação de

adornos, serviço de limpeza e desinfecção de reservatórios de água.

e) de tecnologia em saúde: distribuidora de correlatos classe I, distribuidora

de correlatos classe II, importadora de correlatos classe I, importadora de

correlatos classe II, transportadora de correlatos, exportadora de correlatos, serviço

de bronzeamento UV, unidades de ensino odontológico com RX, intra-oral,

unidade odontológica móvel/ transportável com RX intra-oral, clínica

odontológica com RX intra-oral, consultório odontológico com RX.

II - Autuar, em caso de irregularidades, estabelecimentos sob controle

sanitário municipal;

III - Cadastrar:

a) estabelecimentos de saúde de média e alta complexidades;

b) indústrias de alimentos;

c) estabelecimentos que utilizam radiações ionizantes (Raio X);

d) estabelecimentos que utilizam radiações ionizantes (Radioterapia e

Medicina Nuclear);

e) as Comissões de Controle de Infecção Hospitalar;

f) os Programas de Controle de Infecção Hospitalar;

IV - Receber notificação, executar entrevista, inspecionar local de

preparo, coletar alimentos, encaminhar manipuladores para exame, autuar

estabelecimento no que diz respeito às Doenças Transmitidas por Alimentos

(DTA’s);

V - Estabelecer e executar medidas imediatas de controle do surto;

VI - Fornecer Talonários e Notificação de Receita A para

profissionais habilitados e cadastrados;

VII - Coletar amostras de alimentos, medicamentos, insumos,

cosméticos e saneantes para análise na forma da legislação em vigor;

VIII - Apreender, como medida cautelar, alimentos, medicamentos,

insumos, cosméticos e saneantes inadequado para consumo e/ou em situação

irregular;

IX - Fomentar o desenvolvimento de pesquisas na área de

Vigilância Sanitária.

X - Colaborar com a Unidade Federada na execução de controle

higiênico-sanitário de bens de consumo ao nível de comercialização

intermunicipal.

XI - Promover e fomentar eventos de intercambio e articulações

inter-estaduais e inter-municipais na área de conhecimento de Vigilância Sanitária.

-

XII - Outras ações que porventura possam ser incluídas por decisão

da Comissão Intergestores Tripartite ou da Comissão Intergestores Bipartite.

Parágrafo Único: A organização e o funcionamento dos serviços

correspondentes devem ter prioridades, métodos e estratégias para a formação e

educação continuada dos recursos humanos, desenvolvendo e acompanhando

programas de capacitação, aperfeiçoamento e preparação de recursos humanos

para a área de Vigilância Sanitária em conjunto com outros Órgãos

Governamentais.

Art. 6º - Anualmente, o Setor de Vigilância Sanitária Municipal, em

conjunto com a Secretaria Municipal de Saúde, deverá fazer uma revisão das Leis

da Vigilância Sanitária Municipal, a fim de garantir que não existam dispositivos

conflitantes com as Leis Estaduais e Federais, devendo também participar da

elaboração do Código Sanitário Municipal e acompanhar o seu cumprimento.

Art. 7º - A vigilância Sanitária Municipal será exercida pelo

Município, no âmbito de suas atribuições e na respectiva circunscrição territorial,

através das autoridades competentes, sem prejuízo da ação estadual e/ou federal.

Parágrafo Único – A implantação das ações e serviços de Vigilância

Sanitária Municipal deve ser implementada gradativamente conforme a capacidade

técnico-operacional, estrutural e organizacional do Setor de Vigilância Sanitária

Municipal em acordo com a 9ª Coordenadoria Regional de Saúde - CRS, que

definirá as etapas do processo de municipalização da vigilância, as instâncias e

mecanismos de controle, avaliação e fiscalização, ficando a 9ª CRS, ainda, em

primeira instância, como referência técnico-normativo operacional.

CAPÍTULO II

DO REGISTRO E DO CONTROLE

Art. 8º - Todo alimento só será exposto ao consumo ou entregue à

venda depois de registrado no Órgão Competente.

Art. 9º - Estão obrigados a registro no Órgão Competente:

I – Os aditivos intencionais;

II - As embalagens, equipamentos e utensílios elaborados e/ou

revestidos internamente de substâncias resinosas e poliméricas e destinados a

entrar em contato com alimentos, inclusive os de uso doméstico.

III – Os coadjuvantes da tecnologia de fabricação, assim declarados

por Resoluções da Comissão Nacional de Normas e Padrões para Alimentos.

TÍTULO III

DAS ATIVIDADES DIRETAMENTE RELACIONADAS COM A SAÚDE

DE TERCEIROS

CAPÍTULO I

DOS PROFISSIONAIS DA ÁREA DE SAÚDE

Art. 10 – A pessoa, no exercício de profissão da área de saúde, atuará

em conformidade com as normas legais regulamentares e as de ética.

Art. 11 – O profissional da área de saúde, deve:

I- Colaborar com os serviços de saúde e/ou com a autoridade

sanitária, quando solicitado e, especialmente, nos casos

considerados com emergência ou de calamidade pública;

II- Cientificar sempre a autoridade sanitária as doenças que,

através de regulamentos, sejam declaradas de notificação

compulsória.

CAPÍTULO II

DOS ESTABELECIMENTOS

Art. 12 – Toda pessoa proprietária ou responsável por

estabelecimento comercial de alimentos, de estabelecimentos de saúde e de

interesse à saúde, deve cumprir as exigências regulamentares para que, por sua

localização, condição, estado, tecnologia empregada ou pelos produtos de sua

atividade, não ponha em risco à saúde e à vida dos que nele trabalhem ou o

utilizem, direta ou indiretamente.

CAPÍTULO III

DOS ALIMENTOS E BEBIDAS

Art. 13 - Todo estabelecimento que comercialize, transporte,

manipule, armazene ou coloque à disposição do público, inclusive ao ar livre,

alimentos e/ou bebidas, deve obedecer os padrões de higiene e salubridade

estabelecidos em lei e regulamento.

1º - A pessoa que manipule alimentos ou bebidas, na forma deste

artigo, deve submeter-se a exame de saúde periódico, de acordo com o

regulamento, atendidas as Legislações Federal, Estadual e Municipal, cujo o

atestado expedido por serviço de saúde, deve ser exigido pelo respectivo

proprietário ou responsável.

2º - Somente poderá ser comercializado o alimento que preencher os

requisitos dispostos em Lei, Regulamentos, Portarias e/ou Normas Técnicas.

Art. 14 - Toda pessoa poderá construir, instalar ou pôr em

funcionamento estabelecimento que transporte, comercialize, manipule, armazene

ou coloque à disposição do público alimentos e/ou bebidas, desde que obtenha a

autorização e registro junto ao Serviço Público competente, cumprindo para isto,

normas regulamentares, dentre outras, as referentes a projetos de construção,

localização, saneamento, pessoal, tecnologia empregada, reutilização de

embalagens, instalações, materiais e instrumentos, conforme a natureza e

importância das atividades, assim como, os meios de que dispõe para proteger a

saúde coletiva.

TÍTULO IV

DAS TAXAS DOS ATOS DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA MUNICIPAL

CAPÍTULO I

DA INCIDÊNCIA E DOS CONTRIBUINTES

Art. 15 – Fica criada a Taxa dos Atos de Vigilância Sanitária

Municipal que é devida pela execução, por parte da Secretaria Municipal da Saúde,

do serviço de inspeção sanitária de estabelecimentos de alimentos,

estabelecimentos de saúde e de interesse à saúde de competência da Vigilância

Sanitária Municipal.

1º - Toda pessoa física/jurídica de Direito Público ou Privado,

regular ou de fato, que realize atividades dentro das ações de competência de

Vigilância Sanitária Municipal, está sujeita às determinações quanto as taxas dos

atos de Vigilância Sanitária Municipal.

2º - As escolas públicas estarão isentas do pagamento das taxas

referidas nesta Lei.

CAPÍTULO II

DA COBRANÇA DAS TAXAS

Art. 16 – As taxas dos atos de Vigilância Sanitária Municipal,

definidas em função do tipo de estabelecimento, serão fixadas em unidade de VRM

(Valor de Referência Municipal) e o recolhimento da mesma aos cofres públicos

municipais se efetuará mediante a execução do ato que lhe originar, através da

apresentação da guia – CAM (Conhecimento de Arrecadação Municipal), a qual

deverá ser devidamente preenchida, cujo respectivo valor arrecadado, por ocasião

do pagamento, será creditado à conta do Fundo Municipal da Saúde, sendo que

50% (cinqüenta por cento)do mesmo reverterá para a Vigilância Sanitária

Municipal para suporte administrativo-operacional, garantindo assim, a

manutenção e continuidade das ações e serviços prestados pela Vigilância

Sanitária do Município.

§ 1º - Os valores das taxas dos Atos de Vigilância Sanitária serão

corrigidos monetariamente, no início de cada exercício fiscal, utilizando-se o

VRM, como índice oficial para correção dos mesmos.

§ 2º - As taxas dos atos de Vigilância Sanitária serão recolhidas

impreterivelmente até 31 de março de cada ano, ou imediatamente após o registro

da empresa na Junta Comercial e, sendo o caso, após o registro da empresa no

Órgão competente da classe, sem prejuízo de apresentação do registro no CNPJ.

CAPÍTULO III

DOS VALORES DAS TAXAS DOS ATOS DE VIGILÂNCIA SANITÁRIA

Art. 17 – Os valores das taxas dos Atos de Vigilância Sanitária,

constam da Tabela I (Alvará Sanitário) e Tabela II (Outros Serviços), do Anexo I

da presente Lei.

TÍTULO V

DAS INFRAÇÕES, DAS PENALIDADES E DO PROCESSO

CAPÍTULO I

DISPOSIÇÕES GERAIS

Art.18 – As infrações sanitárias, respectivas penalidades e processo

de apuração das infrações, serão reguladas por esta Lei, aplicando-se ainda, no que

couber, as disposições contidas na Lei Federal 6.437, de 20 de agosto de 1977 e

posteriores alterações.

CAPÍTULO II

DAS INFRAÇÕES E PENALIDADES

Art. 19 - Ressalvadas as expressamente previstas em normas

especiais, as infrações a legislação sanitária municipal são as configuradas na

presente Lei.

Art. 20 - Sem prejuízo das sanções de natureza civil ou penal

cabíveis, as infrações sanitárias serão punidas, alternativa ou cumulativamente,

com as penalidades de:

I – advertência;

II – multa;

III – apreensão de produto;

IV – inutilização de produto;

V – interdição de produto;

VI – suspensão de vendas e/ou fabricação de produto;

VII – cancelamento de registro de produto;

VIII – interdição parcial ou total do estabelecimento;

IX – proibição de propaganda;

X – cancelamento da autorização para funcionamento da empresa;

XI – cancelamento do alvará de licenciamento de estabelecimento;

XII – intervenção no estabelecimento que receba recursos públicos de qualquer

esfera;

XIII – imposição de mensagem retificadora;

XIV – suspensão de propaganda e publicidade.

Art. 21- Os valores das penas de multas, aplicáveis às infrações

sanitárias consistem:

I – na infração leve, multa de 2,15 a 10,78 VRM;

II – na infração grave, multa de 10,79 a 21,54 VRM;

III – na infração gravíssima, multa de 21,55 a 86,25 VRM.

§ 1º. Os valores constantes no caput deste artigo serão corrigidos

monetariamente, no início de cada exercício fiscal, utilizando-se o VRM como

índice oficial para a correção dos mesmos.

§ 2º. As multas previstas neste artigo serão aplicadas em dobro em

caso de reincidência.

§ 3º. Sem prejuízo do disposto nos arts. 18-B e 18-C desta Lei, na

aplicação da penalidade de multa a autoridade sanitária competente levará em

consideração a capacidade econômica do infrator.

Art. 22 - O resultado da infração sanitária é imputável a quem lhe

deu causa ou para ela concorreu.

§ 1º. Considera-se causa a ação ou omissão sem a qual a infração não

teria ocorrido.

§ 2º. Exclui a imputação de infração a causa decorrente de força

maior ou proveniente de eventos naturais ou circunstâncias imprevisíveis, que vier

a determinar avaria, deterioração ou alteração de produtos ou bens do interesse da

saúde pública.

Art. 24 - As infrações sanitárias classificam-se em:

I - leves, aquelas em que o infrator seja beneficiado por circunstância atenuante;

II - graves, aquelas em que for verificada uma circunstância agravante;

III - gravíssimas, aquelas em que seja verificada a existência de duas ou mais

circunstâncias agravantes.

Art. 25 - Para a imposição da pena e a sua graduação, a autoridade

sanitária levará em conta:

I - as circunstâncias atenuantes e agravantes;

II - a gravidade do fato, tendo em vista as suas conseqüências para a saúde pública;

III - os antecedentes do infrator quanto às normas sanitárias.

Art. 26 - São circunstâncias atenuantes:

I - a ação do infrator não ter sido fundamental para a consecução do evento;

II - a errada compreensão da norma sanitária, admitida como escusável, quanto

patente à incapacidade do agente para entender o caráter ilícito do fato;

III - o infrator, por espontânea vontade, imediatamente, procurar reparar ou

minorar as conseqüências do ato lesivo à saúde pública que lhe for imputado;

IV - ter o infrator sofrido coação, a que podia resistir, para a prática do ato;

V - ser o infrator primário, e a falta cometida, de natureza leve.

Art. 27 - São circunstâncias agravantes:

I - ser o infrator reincidente;

II - ter o infrator cometido à infração para obter vantagem pecuniária decorrente do

consumo pelo público do produto elaborado em contrário ao disposto na legislação

sanitária;

III - o infrator coagir outrem para a execução material da infração;

IV - ter a infração conseqüências calamitosas à saúde pública;

V - se, tendo conhecimento de ato lesivo à saúde pública, o infrator deixar de

tomar as providências de sua alçada, tendentes a evitá-lo;

VI - ter o infrator agido com dolo, ainda que eventual, fraude ou má-fé.

Parágrafo único. A reincidência específica torna o infrator passível

de enquadramento na penalidade máxima e a caracterização da infração como

gravíssima.

Art. 28 - Havendo concurso de circunstâncias atenuantes e

agravantes, a aplicação da pena será considerada em razão das que sejam

preponderantes.

Art. 29 - São infrações sanitárias:

I - construir, instalar ou fazer funcionar, em qualquer parte do território nacional,

laboratórios de produção de medicamentos, drogas, insumos, cosméticos, produtos

de higiene, dietéticos, correlatos, ou quaisquer outros estabelecimentos que

fabriquem alimentos, aditivos para alimentos, bebidas, embalagens, saneantes e

demais produtos que interessem à saúde pública, sem registro, licença e

autorizações do órgão sanitário competente ou contrariando as normas legais

pertinentes:

Pena - advertência, interdição, cancelamento de autorização e de licença, e/ou

multa.

II - construir, instalar ou fazer funcionar hospitais, postos ou casas de saúde,

clínicas em geral, casas de repouso, serviços ou unidades de saúde,

estabelecimentos ou organizações afins, que se dediquem à promoção, proteção e

recuperação da saúde, sem licença do órgão sanitário competente ou contrariando

normas legais e regulamentares pertinentes:

Pena - advertência, interdição, cancelamento da licença e/ou multa.

III - instalar ou manter em funcionamento consultórios médicos, odontológicos e

de pesquisas clínicas, clínicas de hemodiálise, bancos de sangue, de leite humano,

de olhos, e estabelecimentos de atividades afins, institutos de esteticismo,

ginástica, fisioterapia e de recuperação, balneários, estâncias hidrominerais,

termais, climatéricas, de repouso, e congêneres, gabinetes ou serviços que utilizem

aparelhos e equipamentos geradores de raios X, substâncias radioativas, ou

radiações ionizantes e outras, estabelecimentos, laboratórios, oficinas e serviços de

óticas, de aparelhos ou materiais óticos, de prótese dentária, de aparelhos ou

materiais para uso odontológico, ou explorar atividades comerciais, industriais, ou

filantrópicas, com a participação de agentes que exerçam profissões ou ocupações

técnicas e auxiliares relacionadas com a saúde, sem licença do órgão sanitário

competente ou contrariando o disposto nas demais normas legais e regulamentares

pertinentes:

Pena - advertência, intervenção, interdição, cancelamento da licença e/ou multa;

IV - extrair, produzir, fabricar, transformar, preparar, manipular, purificar,

fracionar, embalar ou reembalar, importar, exportar, armazenar, expedir,

transportar, comprar, vender, ceder ou usar alimentos, produtos alimentícios,

medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos, produtos dietéticos, de higiene,

cosméticos, correlatos, embalagens, saneantes, utensílios e aparelhos que

interessem à saúde pública ou individual, sem registro, licença, ou autorizações do

órgão sanitário competente ou contrariando o disposto na legislação sanitária

pertinente:

Pena - advertência, apreensão e inutilização, interdição, cancelamento do registro,

e/ou multa.

V - fazer propaganda de produtos sob vigilância sanitária, alimentos e outros,

contrariando a legislação sanitária:

Pena – advertência, proibição de propaganda, suspensão de venda, imposição de

mensagem retificadora, suspensão de propaganda e publicidade e multa;

VI - Deixar, aquele que tiver o dever legal de fazê-lo, de notificar doença ou

zoonose transmissível ao homem, de acordo com o que disponham as normas

legais ou regulamentares vigentes:

Pena - advertência, e/ou multa.

VII - impedir ou dificultar a aplicação de medidas sanitárias relativas às doenças

transmissíveis e ao sacrifício de animais domésticos considerados perigosos pelas

autoridades sanitárias:

Pena - advertência, e/ou multa.

VIII - reter atestado de vacinação obrigatória, deixar de executar, dificultar ou

opor-se à execução de medidas, sanitárias que visem à prevenção das doenças

transmissíveis e sua disseminação, à preservação e à manutenção da saúde:

Pena - advertência, interdição, cancelamento de licença ou autorização, e/ou

multa.

IX - opor-se à exigência de provas imunológicas ou à sua execução pelas

autoridades sanitárias:

Pena - advertência, e/ou multa.

X - obstar ou dificultar a ação fiscalizadora das autoridades sanitárias competentes

no exercício de suas funções:

Pena - advertência, intervenção, interdição, cancelamento de licença e/ou multa.

XI - aviar receita em desacordo com prescrições médicas ou determinação expressa

de lei e normas regulamentares:

Pena - advertência, interdição, cancelamento de licença, e/ou multa.

XII - fornecer, vender ou praticar atos de comércio em relação a medicamentos,

drogas e correlatos cuja venda e uso dependam de prescrição médica, sem

observância dessa exigência e contrariando as normas legais e regulamentares:

Pena - advertência, interdição, cancelamento da licença, e/ou multa.

XIII - retirar ou aplicar sangue, proceder a operações de plasmaferese, ou

desenvolver outras atividades hemoterápicas, contrariando normas legais e

regulamentares:

Pena - advertência, intervenção, interdição, cancelamento da licença e registro,

e/ou multa.

XIV - exportar sangue e seus derivados, placentas, órgãos, glândulas ou

hormônios, bem como quaisquer substâncias ou partes do corpo humano, ou

utilizá-los contrariando as disposições legais e regulamentares:

Pena - advertência, intervenção, interdição, cancelamento de licença e

registro, e/ou multa.

XV - rotular alimentos e produtos alimentícios ou bebidas, bem como

medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos, produtos dietéticos, de higiene,

cosméticos, perfumes, correlatos, saneantes, de correção estética e quaisquer

outros, contrariando as normas legais e regulamentares:

Pena - advertência, inutilização, interdição, e/ou multa.

XVI - alterar o processo de fabricação dos produtos sujeitos a controle sanitário,

elementos objeto do registro, sem a necessária autorização do órgão sanitário

competente:

Pena - advertência, interdição, cancelamento do registro, da licença e autorização,

e/ou multa.

XVII - reaproveitar vasilhames de saneantes, seus congêneres e de outros produtos

capazes de serem nocivos à saúde, no envasilhamento de alimentos, bebidas,

refrigerantes, produtos dietéticos, medicamentos, drogas, produtos de higiene,

cosméticos e perfumes:

Pena - advertência, apreensão, inutilização, interdição, cancelamento do registro,

e/ou multa.

XVIII – importar ou exportar, expor à venda ou entregar ao consumo produtos de

interesse à saúde cujo prazo de validade tenha se expirado, ou apor-lhes novas

datas, após expirado o prazo;

Pena - advertência, apreensão, inutilização, interdição, cancelamento do registro,

da licença e da autorização, e/ou multa.

XIX - industrializar produtos de interesse sanitário sem a assistência de

responsável técnico, legalmente habilitado:

Pena - advertência, apreensão, inutilização, interdição, cancelamento do registro

e/ou multa.

XX - utilizar, na preparação de hormônios, órgãos de animais doentes, estafados ou

emagrecidos ou que apresentem sinais de decomposição no momento de serem

manipulados:

Pena - advertência, apreensão, inutilização, interdição, cancelamento do registro,

da autorização e da licença, e/ou multa.

XXI - comercializar produtos biológicos, imunoterápicos e outros que exijam

cuidados especiais de conservação, preparação, expedição, ou transporte, sem

observância das condições necessárias à sua preservação:

Pena - advertência, apreensão, inutilização, interdição, cancelamento

do registro, e/ou multa.

XXII - aplicação, por empresas particulares, de raticidas cuja ação se produza por

gás ou vapor, em galerias, bueiros, porões, sótãos ou locais de possível

comunicação com residências ou freqüentados por pessoas e animais:

Pena - advertência, interdição, cancelamento de licença e de autorização, e/ou

multa.

XXIII - descumprimento de normas legais e regulamentares, medidas,

formalidades e outras exigências sanitárias pelas empresas de transportes, seus

agentes e consignatários, comandantes ou responsáveis diretos por embarcações,

aeronaves, ferrovias, veículos terrestres, nacionais e estrangeiros:

Pena - advertência, interdição, e/ou multa.

XXIV - inobservância das exigências sanitárias relativas a imóveis, pelos seus

proprietários, ou por quem detenha legalmente a sua posse:

Pena - advertência, interdição, e/ou multa.

XXV - exercer profissões e ocupações relacionadas com a saúde sem a necessária

habilitação legal:

Pena - interdição e/ou multa.

XXVI - cometer o exercício de encargos relacionados com a promoção, proteção e

recuperação da saúde a pessoas sem a necessária habilitação legal:

Pena - interdição, e/ou multa.

XXVII - proceder à cremação de cadáveres, ou utilizá-los, contrariando as normas

sanitárias pertinentes:

Pena - advertência, interdição, e/ou multa.

XXVIII - fraudar, falsificar ou adulterar alimentos, inclusive bebidas,

medicamentos, drogas, insumos farmacêuticos, correlatos, cosméticos, produtos de

higiene, dietéticos, saneantes e quaisquer outros que interessem à saúde pública:

Pena - advertência, apreensão, inutilização e/ou interdição do produto, suspensão

de venda e/ou fabricação do produto, cancelamento do registro do produto,

interdição parcial ou total do estabelecimento, cancelamento de autorização para

funcionamento da empresa, cancelamento do alvará de licenciamento do

estabelecimento e/ou multa;

XXIX - transgredir outras normas legais e regulamentares destinadas à proteção da

saúde:

Pena - advertência, apreensão, inutilização e/ou interdição do produto; suspensão

de venda e/ou fabricação do produto, cancelamento do registro do produto;

interdição parcial ou total do estabelecimento, cancelamento de autorização para

funcionamento da empresa, cancelamento do alvará de licenciamento do

estabelecimento, proibição de propaganda e/ou multa;

XXX - expor ou entregar ao consumo humano, sal refinado, moído ou granulado

que não contenha iodo na proporção estabelecida pelo Ministério da Saúde

Pena - advertência, apreensão e/ou interdição do produto, suspensão de venda

e/ou fabricação do produto, cancelamento do registro do produto e interdição

parcial ou total do estabelecimento, cancelamento de autorização para

funcionamento da empresa, cancelamento do alvará de licenciamento do

estabelecimento e/ou multa;

XXXI - descumprir atos emanados das autoridades sanitárias competentes visando

à aplicação da legislação pertinente:

Pena - advertência, apreensão, inutilização e/ou interdição do produto, suspensão

de venda e/ou de fabricação do produto, cancelamento do registro do

produto, interdição parcial ou total do estabelecimento; cancelamento de

autorização para funcionamento da empresa, cancelamento do alvará de

licenciamento do estabelecimento, proibição de propaganda e/ou multa;

XXXII – descumprimento de normas legais e regulamentares, medidas,

formalidades, outras exigências sanitárias, por pessoas física ou jurídica, que

operem a prestação de serviços de interesse da saúde pública em embarcações,

aeronaves, veículos terrestres, terminais alfandegados, terminais aeroportuários ou

portuários, estações e passagens de fronteira e pontos de apoio de veículo

terrestres:

Pena – advertência, interdição, cancelamento de autorização de funcionamento

e/ou multa;

XXXIII – descumprimento de normas legais e regulamentares, medidas,

formalidades, outras exigências sanitárias, por empresas administradoras de

terminais alfandegados, terminais aeroportuários ou portuários, estações e

passagens de fronteira e pontos de apoio de veículos terrestres:

Pena – advertência, interdição, cancelamento da autorização de funcionamento

e/ou multa;

XXXIV – descumprimento de normas legais e regulamentares, medidas,

formalidades, outras exigências sanitárias relacionadas à importação ou

exportação, por pessoas física ou jurídica, de matérias-primas ou produtos sob

vigilância sanitária:

Pena – advertência, apreensão, inutilização, interdição, cancelamento da

autorização de funcionamento, cancelamento do registro do produto e/ou multa;

XXXV – descumprimento de normas legais e regulamentares, medidas,

formalidades, outras exigências sanitárias relacionadas a estabelecimentos e às

boas práticas de fabricação de matérias-primas e de produtos sob vigilância

sanitária:

Pena – advertência, apreensão, inutilização, interdição, cancelamento da

autorização de funcionamento, cancelamento do registro do produto e/ou multa.

XXXVI – proceder à mudança de estabelecimento de armazenagem de produto

importado sob interdição, sem autorização do orgão sanitário competente:

Pena – advertência, apreensão, inutilização, interdição, cancelamento da

autorização de funcionamento, cancelamento do registro do produto e/ou multa;

XXXVII - proceder a comercialização de produto importado sob interdição:

Pena – advertência, apreensão, inutilização, interdição, cancelamento da

autorização de funcionamento, cancelamento do registro do produto e/ou multa;

XXXVIII – deixar de garantir, em estabelecimentos destinados à armazenagem

e/ou distribuição de produtos sob vigilância sanitária, a manutenção dos padrões de

identidade e qualidade de produtos importados sob interdição ou aguardando

inspeção física:

Pena – advertência, apreensão, inutilização, interdição, cancelamento da

autorização de funcionamento, cancelamento do registro do produto e/ou multa.

XXXIX – interromper, suspender ou reduzir, sem justa causa, a produção ou

distribuição de medicamentos de tarja vermelha, de uso continuado ou essencial à

saúde do indivíduo, ou de tarja preta, provocando o desabastecimento do mercado;

Pena – advertência, interdição total ou parcial do estabelecimento, cancelamento

do registro do produto, cancelamento de autorização para funcionamento da

empresa, cancelamento do alvará de licenciamento do estabelecimento e/ou multa;

XL – deixar de comunicar ao órgão de vigilância sanitária do Ministério da Saúde

a interrupção, suspensão ou redução da fabricação ou da distribuição dos

medicamentos referidos no inciso XXXIX:

Pena – advertência, interdição total ou parcial do estabelecimento, cancelamento

do registro do produto, cancelamento de autorização para funcionamento da

empresa, cancelamento do alvará de licenciamento do estabelecimento e/ou multa;

XLI – descumprir normas legais e regulamentares, medidas, formalidades, outras

exigências sanitárias, por pessoas física ou jurídica, que operem a prestação de

serviços de interesse da saúde pública em embarcações, aeronaves, veículos

terrestres, terminais alfandegados, terminais aeroportuários ou portuários, estações

e passagens de fronteira e pontos de apoio de veículo terrestres:

Pena – advertência, interdição total ou parcial do estabelecimento, cancelamento

do registro do produto, cancelamento de autorização para funcionamento da

empresa, cancelamento do alvará de licenciamento do estabelecimento e/ou multa.

Parágrafo único. Independem de licença para funcionamento os estabelecimentos

integrantes da Administração Pública ou por ela instituídos, ficando sujeitos,

porém, às exigências pertinentes às instalações, aos equipamentos e à aparelhagem

adequados e à assistência e responsabilidade técnicas.

Art. 30 - Apurada a responsabilidade do infrator em processo

administrativo previsto no art. 31 e seguintes, no qual culmine a aplicação da pena

de multa, o infrator será notificado para efetuar o pagamento no prazo de 30

(trinta) dias, contados da data da notificação, recolhendo-a aos cofres públicos

municipais, através da apresentação de guia CAM (Conhecimento de Arrecadação

Municipal), expedida pelo Setor Competente, sendo o respectivo valor arrecadado

creditado à conta do Fundo Municipal de Saúde.

§ 1º. A notificação de que trata o caput do artigo será feita

pessoalmente; mediante registro postal, com aviso de recebimento; ou ainda por

meio de edital publicado na imprensa oficial do município, se não localizado o

infrator.

§ 2º. O não recolhimento da multa, dentro do prazo fixado neste

artigo, implicará na sua inscrição para cobrança judicial, na forma da legislação

pertinente.

CAPÍTULO III

DO PROCESSO

Art. 31 - As infrações sanitárias serão apuradas em processo

administrativo próprio, iniciado com a lavratura de auto de infração, observados o

rito e prazos estabelecidos na Lei Federal no 6.437, de 20 de agosto de 1977.

Art. 32 - O auto de infração será lavrado na sede da repartição

competente ou no local em que for verificada a infração, pela autoridade sanitária

que a houver constatado, devendo conter:

I - nome do infrator, seu domicílio e residência, bem como os demais elementos

necessários à sua qualificação e identificação civil;

II - local, data e hora da lavratura onde a infração foi verificada;

III - descrição da infração e menção do dispositivo legal ou regulamentar

transgredido;

IV - penalidade a que está sujeito o infrator e o respectivo preceito legal que

autoriza a sua imposição;

V - ciência, pelo autuado, de que responderá pelo fato em processo administrativo;

VI - assinatura do autuado ou, na sua ausência ou recusa, de duas testemunhas, e

do autuante;

VII - prazo para interposição de recurso, quando cabível.

Parágrafo único. Havendo recusa do infrator em assinar o auto, será feita, neste, a

menção do fato.

Art. 33 - As penalidades previstas nesta Lei serão aplicadas pelas

autoridades sanitárias competentes, conforme as atribuições que lhes sejam

conferidas pelas legislações respectivas ou por delegação de competência através

de convênios.

Art. 34 - As autoridades sanitárias ficam responsáveis pelas

declarações que fizerem nos autos de infração, sendo passíveis de punição, por

falta grave, em casos de falsidade ou omissão dolosa.

Art. 35 - O infrator será notificado para ciência do auto de infração:

I - pessoalmente;

II - pelo correio ou via postal;

III - por edital, se estiver em lugar incerto ou não sabido.

§ 1º. Se o infrator for notificado pessoalmente e recusar-se a exarar

ciência, deverá essa circunstância ser mencionada expressamente pela autoridade

que efetuou a notificação.

§ 2º O edital referido no inciso III deste artigo será publicado uma

única vez, na imprensa oficial do município, considerando-se efetivada a

notificação 05 (cinco) dias após a publicação.

Art. 36 - O desrespeito ou desacato a autoridade competente, em

razão de suas atribuições legais, bem como o embargo oposto a qualquer ato de

fiscalização de leis ou atos regulamentares em matéria de saúde, sujeitarão o

infrator à penalidade de multa.

Art. 37 - As multas impostas em auto de infração poderão sofrer

redução de 20% (vinte por cento) caso o infrator efetue o pagamento no prazo de

20 (vinte) dias, contados da data em que for notificado, implicando na desistência

tácita de defesa ou recurso.

Art. 38 - O infrator poderá oferecer defesa ou impugnação do auto de

infração no prazo de 15 (quinze) dias contados da sua notificação.

§ 1º. Antes do julgamento da defesa ou da impugnação a que se

refere este artigo deverá a autoridade julgadora ouvir o servidor autuante, que terá

o prazo de 10 (dez) dias para se pronunciar a respeito.

§ 2º. Apresentada ou não a defesa ou impugnação, o auto de infração

será julgado pelo dirigente/coordenador do órgão competente.

Art. 39 - A apuração do ilícito, em se tratando de produto ou

substância referidos no art. 29, IV, far-se-á mediante a apreensão de amostras para

a realização de análise fiscal e de interdição, se for o caso, e seguirá procedimento

especial previsto na Lei Federal nº 6.437, de 20 de agosto de 1977.

Art. 40 - Nas transgressões que independam de análises ou perícias,

inclusive por desacato à autoridade sanitária, o processo obedecerá a rito

sumaríssimo e será considerado concluso caso o infrator não apresente recurso no

prazo de 15 (quinze) dias.

Art. 41 - Das decisões condenatórias poderá o infrator recorrer,

dentro de igual prazo ao fixado para a defesa, inclusive quando se tratar de multa.

Parágrafo único. Mantida a decisão condenatória, caberá recurso para

a autoridade superior, dentro da esfera governamental sob cuja jurisdição se haja

instaurado o processo, no prazo de 20 (vinte) dias de sua ciência ou publicação.

Art. 42 - Não caberá recurso na hipótese de condenação definitiva do

produto em razão de laudo laboratorial confirmado em perícia de contraprova, ou

nos casos de fraude, falsificação ou adulteração.

Art. 43 - Os recursos interpostos das decisões não definitivas

somente terão efeito suspensivo relativamente ao pagamento da penalidade

pecuniária.

Art. 44 - Ultimada a instrução do processo, uma vez esgotados os

prazos para recurso sem apresentação de defesa, ou apreciados os recursos, a

autoridade competente proferirá a decisão final, dando o processo por concluso,

após a publicação desta última na imprensa oficial e da adoção das medidas

impostas.

Art. 45 - As infrações às disposições legais e regulamentares de

ordem sanitária prescrevem em 05 (cinco) anos.

§ 1º. A prescrição interrompe-se pela notificação, ou outro ato da

autoridade competente, que objetive a sua apuração e conseqüente imposição de

pena.

§ 2º. Não corre o prazo prescricional enquanto houver processo

administrativo pendente de decisão.

TÍTULO V

DAS DISPOSIÇÕES FINAIS E TRANSITÓRIAS

Art. 46 – O Poder Executivo Municipal fará a formalização das

normas, transformando-as em instrumentos de atuação e expedirá os regulamentos

necessários, no que lhe couber, à execução desta Lei.

Art. 47 – Os termos técnicos que se empregam nesta Lei e nela não

se encontram definidos explicitamente serão entendidos no sentido que lhes

consagra a Legislação Estadual e Federal e na ausência destas o constante nas

regulamentações decorrentes desta Lei.

Art. 48 – Para o êxito das ações da Vigilância Sanitária do Município

de Fortaleza dos Valos, estas devem ser informatizadas constituindo assim um

sistema de informações em saúde confiável, permitindo estabelecer o perfil

sanitário, gerando resolutividade e democratização das informações, para que haja

respaldo e reconhecimento da inspeção e investigação, com bases técnicas da

Vigilância Sanitária, incorporando o conceito sanitário ao planejamento das ações,

entre outros princípios que permitirão a consolidação destas informações no

Sistema Nacional de Vigilância Sanitária, tendo o Município assim direito a

suplementação de verbas fundo à fundo, segundo a Norma Operacional Básica

do SUS 01/96, definida na Portaria n.º 1.742 de 30.08.1996, ambas do Ministério

da Saúde.

Art. 49 - As despesas decorrentes desta Lei, correrão por conta das

dotações orçamentárias próprias e suplementadas através das transferências

regulares e automáticas fundo a fundo e remuneração de serviços produzidos,

estabelecidas na Norma Operacional Básica do SUS 01/96, definida na Portaria n.º

1.742 de 30.08.1996, regulamentada na Portaria n.º 2203, de 05.11.1996, ambas do

Ministério da Saúde, para custeio das ações de Vigilância Sanitária, a que o

Município terá direito com a contra apresentação de faturas ao Ministério da

Saúde, dependendo da sua capacidade técnico-operacional para procedimentos e

ações básicas da Vigilância Sanitária Municipal.

Art. 50 – Durante o processo de estruturação e de municipalização

das atividades de Vigilância Sanitária, os técnicos e fiscais deverão receber o

devido treinamento e posterior credenciamento necessários para prover o suporte

técnico-operacional e gerencial do Setor de Vigilância Sanitária Municipal,

recebendo uma carteira de identificação, contendo o nome do funcionário,

fotografia, cargo, identificação e regulamentação de sua autoridade sanitária,

dentre outras informações e características que se fizerem necessárias ao

cumprimento das atividades.

Art. 51 – Fica assegurado às Autoridades Sanitárias Municipais

quando do exercício de atividades previstas nesta Lei, o livre acesso mediante as

formalidades legais, em todos os prédios ou estabelecimentos, de qualquer espécie,

lugares ou logradouros públicos, a qualquer hora do dia, para efeito de coleta de

amostras e/ou apreensão e interdição de produtos alimentícios, bem como, demais

diligências que se fizerem necessárias ao perfeito desempenho das atividades da

Vigilância Sanitária Municipal e neles fará observar as Leis e Regulamentos que se

destinam à promoção, proteção e recuperação da saúde, mediante apenas

comunicado às Autoridades Municipais Competentes.

Parágrafo Único - Sempre que necessário solicitar-se-á auxílio às

instruções citadas no artigo seguinte, para o perfeito cumprimento do prescrito no

“caput” deste artigo.

Art. 52 – Após publicada esta Lei e quando estiver implantada a

estrutura organizacional da Vigilância Sanitária Municipal, far-se-á reunião entre a

Vigilância Sanitária do Município, os Delegados de Polícia e Comandante da

Brigada Militar, O Ministério Público e a Promotoria de Justiça da Comarca, a

Secretaria Municipal de Agropecuária, Turismo e Meio Ambiente e a Inspetoria

Veterinária, para dar ciência das atividades a serem desenvolvidas pela Vigilância

Sanitária Municipal, nas quais terão papel importante as atuações dessas

instituições em conjunto com a Vigilância Sanitária Municipal nas inspeções,

denúncias e interdições de estabelecimentos e apreensões de cargas e/ou produtos,

enquadrados nesta Lei, bem como, demais diligências que se fizerem necessárias

ao perfeito cumprimento do disposto nesta Lei.

Art. 53 – O Poder Executivo, através de Decreto, fará a lotação de

cargos e criará a estrutura organizacional da Vigilância Sanitária Municipal, afim

de que atenda às necessidades decorrentes para a implantação e execução da

presente Lei.

Art. 54 – O Município obriga-se a legislar, adotando no que couber,

o Código Sanitário Estadual, Decreto nº. 23.430 de 24/10/1974 que dispõe sobre as

normas de promoção, proteção e recuperação da Saúde Pública, que balizam estas

Normas Municipais, em conjunto com demais Leis, Portarias, Decretos, Normas,

Certificados e Regulamentos Estaduais e Federais vigentes, enquanto não for

elaborado o Código Sanitário Municipal.

Art. 55 – Sem prejuízo do cumprimento do disposto nesta Lei, levar-

se-á em consideração os mesmos incentivos, isenções e demais benefícios

assegurados à Micro e Pequenas empresas, no que tange à cobrança das Taxas de

Alvará Sanitário.

Art. 56 – O Poder Executivo Municipal regulamentará, no que

couber, o disposto nesta Lei.

Art. 57 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, sendo

revogadas todas as disposições contidas nas Leis Municipais nº. 796, de

26/04/2001 e 809, de 25/07/2001.

Gabinete do Prefeito, aos 26 de outubro de 2007

Osvaldo Rubin Facco

Prefeito Municipal

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Hélio Mari

Coordenador Administrataivo