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Festivais de fim de ano agitam a cidade DISTRIBUIÇÃO INTERNA E GRATUITA - A NO III - Nº 13 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2007 EDITORA REGIONAL:LUIZA BRAGION - EDITOR NACIONAL: MILTON SALDANHA - [email protected] O melhor jornal de dança do interior de SP! Festivais de fim de ano agitam a cidade FELIZ NATAL E UM EXCELENTE 2008! Tudo sobre o aniversário do Dance Campinas E mais: o descaso com o hip hop Conservatório Carlos Gomes completa 80 anos, com atrações Samba carioca é patrimônio cultural do Brasil Ricardo Scheir é o novo diretor artístico do ZAP Foto: Marcelo Verdial Karen Righetto e Pedro Pupo, na coreografia Alladin, especial de final de ano “Disney...Além da Imaginação” Foto: Luiza Bragion Foto: Divulgação

DISTRIBUIÇÃO INTERNA E GRATUITA - A NO III - Nº 13 ...€¦ · Festivais de fim de ano agitam a cidade DISTRIBUIÇÃO INTERNA E GRATUITA - ANO III - Nº 13 - NOVEMBRO/DEZEMBRO

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Festivais de fim de ano agitam a cidade

DISTRIBUIÇÃO INTERNA E GRATUITA - AN O III - Nº 13 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2007EDITORA REGIONAL:LUIZA BRAGION - EDITOR NACIONAL: MILTON SALDANHA - [email protected]

O melhor jornal de dança

do interior de SP!

Festivais de fim de ano agitam a cidade

FELIZ NATAL E UMEXCELENTE 2008!

Tudo sobre o aniversário do Dance CampinasE mais: o descaso com o hip hop

Conservatório CarlosGomes completa 80anos, com atrações

Samba carioca épatrimônio cultural

do Brasil

Ricardo Scheir é o novodiretor artístico do ZAP

Foto: Marcelo Verdial

Karen Righetto e Pedro Pupo, na coreografia Alladin, especial de final de ano “Disney...Além da Imaginação”

Foto: Luiza BragionFoto: Divulgação

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Milton Saldanha Luiza Bragion

Dança é umcampo deconhecimento

Novembro e Dezembro/2007

Salsa, tango &campeonatos(2ª parte - final)

Os eventos, na minha visão — seja otango, em Buenos Aires; ou a salsa,em Porto Rico – precisam ser

repensados e debatidos. Até que alguém meconvença do contrário, continuarei achandoabsurdo estabelecer regulamento para algo quese pressupõe, ou pretenda ser, arte. Alguémimaginaria Picasso seguindo um regulamentona hora de pintar um quadro? Um Chopinpensando nisso na hora de compor? Gênios dadança, como Isadora Duncan, Martha Graham,Vaslav Nijinsky, Rudolf Nureyev, MikhailBarysnikov, Mercê Cunningham, além do nossoFred Astaire, e muitos outros, dançando oucoreografando dentro da “lei”? Os concursos de dança se inspiram noesporte, com regras e juízes. Esse é o grandeequívoco. O esporte, mesmo quando pode serchamado de arte, como foi o célebre e jamaissuperado Dream Team, o time dos sonhos, dobasquete norte-americano; ou a injustiçadaSeleção Brasileira da Copa da Espanha, seencerra sempre num objetivo que é a marcaçãodo ponto. Teoricamente, com defesa e ataque,quem marca mais é o melhor e, portanto, ocampeão. Para isso, nos exemplos lembrados,existe uma bola e um local onde ela tem queentrar. Não há margem para dúvida. Agora queroque alguém me responda: o que seria o “ponto”na dança? Como é possível dizer que A dançoumelhor do que B, numa competição em que oscasais praticamente se equivalem em qualidade?Vejam o caso da Categoria Milonga (tango desalão), no campeonato portenho, disputado porexcelentes duplas. Se for para falar sério, e jáque todos dançaram presos a um regulamento,por sinal questionável, eu até pagaria paraouvir as justificativas dos jurados para aclassificação de uns e exclusão de outros.Desculpem, mas nem com lupa nos pés dosdançarinos é possível fazer um julgamento dessanatureza. Eu até falava para amigos próximos,ironizando: “eles vão desclassificar quemmorder a língua”. Na Categoria Tango de Escenario (tangoshow), por exemplo, com todo respeito eadmiração aos campeões argentinos, que forammaravilhosos, mas se dependesse do meujulgamento o grande título seria do casal chileno,que ficou em segundo lugar. Nunca tinha vistoantes um casal dançando em altíssimavelocidade, com movimentos complexos, e tãorigorosamente dentro da música, comimpressionante precisão. Se é para comparar,já que é concurso, e sempre reconhecendotambém o brilho dos vencedores, para mim os

chilenos Paloma Berrios e AlvaradoMaximiliano foram os verdadeiros campeões. Na impossibilidade real e insofismável deidentificar o melhor, entre tantos maravilhososdançarinos, esses campeonatos acabam muitomais focados nos erros do que nas virtudes doscompetidores, como já se comentou acima. Issono meu entender é uma distorção, que leva asentimentos, digamos, não edificantes. O errotambém faz parte da dança. É algo inseparáveldo ser humano e precisa ser aceito comtolerância, dentro de limites, claro, ditados pelobom-senso. Quem ousa mais também estápropenso a errar mais. Acho injusto que oprudente, que não se arrisca e faz tudo dentrodo modelo padrão, possa eventualmente serfavorecido. Isso em nada contribui para aevolução da dança e inclusive elimina doconcurso seu eventual caráter de laboratóriopara inovadores. Em suma, qualquerregulamento — em se tratando de arte, quepoderá ser tudo menos uma ciência exata —representa um freio à espontaneidade ecriatividade. É improdutivo. Já afirmei neste espaço que não acho lícitoque alguém, mesmo que seja famoso, se invistado poder da verdade para ditar regras na dança.A aceitação do crivo crítico de um corpo dejurados é um risco para quem compete, porquequalquer avaliação será sempre subjetiva. Logo,a partir do momento em que alguém se inscrevenum concurso está outorgando poderes aterceiros para seu julgamento. Se entre osjurados houver um ou mais leigos, como já viacontecer, para agradar a um patrocinador ouapoiador, os riscos são ainda maiores. O leigose encanta com coisas que para nós, do meio,muitas vezes são manjadas, além de não ter amenor idéia do que é um casal criativo e original. Essas considerações não impedem que euaprecie o trabalho dos grandes dançarinos, sejanum concurso ou mostra não competitiva. Paramim todo concurso será sempre injusto, porquenão existe forma de se julgar dança. Mesmoassim gosto de ver a moçada suando a camisa napista, principalmente quando existem animadastorcidas. Nesse aspecto não há dúvida que osconcursos são festas muito divertidas,sobretudo quando terminam em paz, comaceitação dos resultados e confraternização.Nessa hora meu sonho, impossível e generosoaté com os mais fracos, é que todos levassem oprêmio.Mas, só aqui entre nós, e esquecendotudo que escrevi, bom mesmo será se osbrasileiros voltarem de Porto Rico, em 2008,com a taça de campeões mundiais!

Entre as atividades da redação de umjornal, está o recebimento e triagem dasdiversas sugestões de pauta e releases

enviados por leitores, parceiros e profissionaisda dança. Na semana que antecedeu ofechamento desta edição de final de ano, recebiuma sugestão de matéria sobre um curso depós-graduação em dança, que está sendomontado para 2008, na Metrocamp(Faculdades Integradas Metropolitanas deCampinas). A divulgação partiu do professor epesquisador em dança Rodrigo Vecchi, tambémidealizador do curso, juntamente com umaequipe de professores preocupados emconsolidar a dança como um campo deconhecimento, com fundamentos científicos einterdisciplinares. Eu, particularmenteengajada em pesquisas acadêmicas na área dejornalismo e disposta a mergulhar no mundoacadêmico, visualizei que aquela sugestão depauta não poderia se limitar a uma nota nojornal. O tema merece atenção e destaque, umavez que a cada dia cresce mais o número deprofissionais da dança preocupados em estudare buscar conhecimentos que aprimorem oensino e a criação. O curso da Metrocamp citado acima temcomo título “Dança e Consciência Corporal” esua ementa já está no site da faculdade(www.metrocamp.com.br). Trata-se de umapossibilidade de profissionais da áreaaprimorarem-se em suas práticas. Acompreensão dos conhecimentos transmitidospode ser considerada o objetivo principal daeducação, principalmente se questionarmosqualquer educador em todas as áreas de atuação.Ao observarmos o atual mercado da dança, épossível verificar a crescente atenção da grandemídia, lançamento de filmes com abordagemdo Ballroom Dance e até mesmo com oconsiderável crescimento no número deacademias em todo o Brasil. A partir dessecrescimento surge questão, justamente lançadapelos organizadores da especialização: será queos profissionais desse setor realmente sepreocupam com o grande objetivo do ensino,ou seja, a compreensão dos movimentos nadança? Como prática motora, podemosconsiderar que todos os profissionaisenvolvidos tenham repertório motor que ostornam capazes de ensinar os movimentoscondizentes com o ritmo proposto, porém atéque ponto, quando se fala no método de ensino-aprendizagem, a compreensão é um aspectorefletido por todos? A partir de reflexões emrelação a esses dois grandes temas: Dança/

Consciência Corporal e compreensão dosmovimentos, o curso dará subsídios paraprofissionais de diversas modalidades de dança.A grade de aulas foi montada a partir das grandesáreas de Ciência da Saúde e Educação Física. Ocurso é dividido em módulos temáticosinterligados entre si, para imprimir maiordinâmica e flexibilidade. As aulas sãopresenciais, divididas entre aulas teóricasexpositivas e aulas práticas. Ora, logicamente a divulgação dessa pós-graduação nesse espaço opinativo do DanceCampinas (e uma das seções mais aguardadas,segundo os leitores) não é à toa. Faz despertarreflexões rumo à consolidação da dança comoárea de conhecimento, e fazendo um trocadilho,de Reconhecimento da importância daspesquisas científicas da área, da preocupaçãocom o ensino e não apenas com sua práxis, istoé, fundamentos pedagógicos que permeiam acompreensão do movimento, assim como ocrescimento no número de mestres e doutoresem dança no país, área que por muitas vezesfoi e até hoje é “discriminada” dentro do âmbitouniversitário. Em Campinas, citaria ainda outras iniciativasno setor como o qualificado trabalhodesenvolvido pela Faculdade de Dança daUnicamp que, embora focada em balêcontemporâneo, tem formado profissionaisaltamente qualificados para a pesquisa, ensinoe atividades de extensão. Destacamos tambémo trabalho de Natacha Muriel, professora detango em Campinas, que além das aulas práticas,enfatiza o estudo do tango, a leitura, o vídeo, acompreensão dos movimentos e figuras, pormeio do seu Grupo de Trabalho Tango e Culturado Río de La Plata. São apenas alguns exemplos,entre muitos outros que estão surgindo naregião, e que buscam também a mídiaespecializada para se divulgarem. Enfim, não obstante o espaço limitado quetemos para falar sobre dança-pesquisa, deixoaqui, como praticante de dança, profissionaldesse mercado e pesquisadora, minha brevevisão sobre o assunto: A complexidade dosprocessos envolvidos na criação de dança e suasdiferentes configurações requer a contribuiçãoarticulada de diferentes áreas do conhecimento,dedicadas ao estudo do corpo, da produçãocultural humana e dos seus contextos históricos.O campo é fértil para estudo. Novas visões,experimentações visando a aplicabilidade emaulas, montagens coreográficas e até mesmoinovações tecnológicas. O investimento públiconessas pesquisas devem retornar para osartistas, professores de dança e toda a sociedade.

3Novembro e Dezembro/2007

Lançamento em Breve!

Agência Jornal Dance

“Una noche de milonga” ésucesso no Tênis Clube

Milonga no Homs terá exposição

Notícias e artigos sobre dançana internet, em tempo real

Promoção

&

Correção

Teresa Villas Boas, professora de dança desalão, começou a trabalhar com o grupo de dançada Prefeitura Municipal de Campinas em 2002e não em 1988, conforme divulgado na últimaedição do Dance Campinas.

Rodrigo Vecchi recebe diploma

Rodrigo Vecchi, professor e pesquisador emdança, recebeu em outubro o diploma MéritoEducacional “Prof. Darcy Ribeiro” no Plenárioda Câmara Municipal de Campinas. Emborafosse surpresa para o dançarino, o título foiatribuído aos serviços prestados pela Dança eEducação, em 2007, na cidade. Segundo Vecchi,o reconhecimento pode solidificar a dançaenquanto área de conhecimento: “Precisamosvalidar essa área e valorizar seus praticantes”.No momento, o professor acaba de voltar daEuropa, após participar de congresso de dança.

Confraria do Tango, grupo de amigos de SãoPaulo, fará dia 24 de novembro a Milonga deConfraternização, no salão nobre do Club Homs,na Av. Paulista 735, das 22h às 3h30, com músicaao vivo e DJ. O detalhe especial e novidadeserá a exposição sobre Carlos Gardel, na entradado salão. O baile é sempre requintado e atraigrande público, inclusive de outras cidades eaté estados. Campinas estará presente. Convitescom Luiza Bragion, (19) 3241-5399

Campinas monta excursão paraTango B’Aires em dezembro

Dia 8 de dezembro, sábado e feriado emCampinas, um grupo de tangueiros irá bailarno Tango B’aires, uma das casas de tango maisconceituadas de São Paulo, em milongacomandada por Omar Forte. Será tambémcomemoração do aniversário do professorHenrique Diniz, com apresentação do seugrupo Amantes do Tango. O intuito é fecharum ônibus, para todos irem com mais confortoe segurança, além de baratear os custos.Interessados, entrar em contato com LéoCarioca ou Teresa até o fim de novembro (19)2121-9480 ou 9653-6088.

A Escola de Samba Estação Primeira deMangueira terá como tema do samba-enredopara o próximo Carnaval os “100 anos do frevo,é de perder o sapato. Recife mandou mechamar...”. O desfile da Mangueira serápatrocinado pela Prefeitura do Recife, que alémdisso lançará um CD duplo com o mesmo título,com clássicos gravados por 16 artistas, entreeles Maria Bethânia, Luis Melodia, GilbertoGil, Ney Matrogrosso, Edu Lobo. Está sendoproduzido também um grande livro de capadura, todo ilustrado, contando a história dofrevo. O ritmo é um dos mais difíceis de dançar,exige muito fôlego e agilidade, e tem passosherdados do balé folclórico russo, comoresultado da marcante temporada de umacompanhia no Recife, segundo algunspesquisadores pernambucanos.

Estação Primavera estréiaprogramação às quintas

A Estação Primavera, casa noturna nova eascendente na região no ramo da dança desalão tem novidades para esse fim de ano. Opúblico jovem pode contar com novaprogramação às quintas, com DJ e um“cardápio” mais variado de estilos musicais,como forró, samba, sertanejo, MPB, flashback. O bar oferece bebidas e petiscos, comocerveja, caipirinha e porções diversas. Aestréia da programação jovem acontece dia22 de novembro, a partir das 18h30, com osDjs Marcelo e Josmar, da casa Som Brasil deValinhos. A entrada é free até às 19h30. Maisinformações (19) 3232-0319 ouwww.estacaoprimavera.com www.jornaldance.com.br

Conheça nossa

edição nacional

1º Arabyan Night de Campinasacontece no Buffet Casarão

Dia 23 de novembro, o Casarão, em Souzas,sedia o 1º Arabyan Night Campinas. O evento éorganizado pela Cia. de Danças Árabes Fahimae Nájima e conta com presença de dançarinas daregião como Dakhini Keller e Mariana Nucci. Abanda que comanda o som é paulistana, LaieliAlmaza. O público também saboreia jantar

típico. (19) 8181-2758 ou 9721-0614.

ServiçoCasa da Dança

R. Alberto Sarmento, 535(19) 3213-7965/3387-2221/9134-5353

Contato com Thaise: [email protected]

Você conhece o Shim Sham Shimmy?Foto: Luiza Bragion

A sapateadora Thaise Franchi demonstra umdos movimentos do Shim Sham Shimmy

No último dia onze, a Casa da Dançapromoveu workshop de Shim Sham

Shimmy, comandado por Thaise Franchi. O ShimSham Shimmy não é uma modalidade de dança etampouco um ritmo de dança de salão. Trata-sede uma rotina criada por Leonard Rieed, no iníciodo século XX, que consiste em uma seqüênciamatemática de passos, adaptada do sapateadopara o lindy hop. “A proposta foi trazer algo diferente, queintegrasse o sapateado com a dança de salão. NoBrasil, é uma coreografia nova, mas nos EstadosUnidos, por exemplo, as crianças aprendem adançar desde pequenas”, explica a sapateadora,que também é graduada em Dança pela Unicampe atualmente ministra aulas de sapateado e lindyhop no clube Hípica, onde também dirige suacompanhia de dança há dois anos. São, ao todo, quatro seqüências que devemser executadas, ao som do swing, em ordemdefinida, com cerca de um minuto de duração.Em alguns cantos do mundo, a tradição é dançaro Shim Sham Shimmy ao começo ou final dosbailes, com a intenção de integrar os presentes epromover uma “brincadeira”. “Essa dança,apesar de ter uma coreografia definida e umaseqüência a ser obedecida, permite algumasdiferenciações de estilo para cada participante,como por exemplo brincadeiras com as mãos,expressões faciais etc. Acaba se tornando umaadorável brincadeira, mas que exige coordenaçãomotora e noções de musicalidade, já que ospassos são bem rápidos”, afirma Thaise. O objetivo da Casa da Dança é trazer maisworkshops do gênero para os alunos e público

em geral, a fim de poder executar o Shim ShamShimmy nos bailes da cidade “Nossa idéia éadaptar a dança para casais, fazendo umareleitura da coreografia, o que seria algo inéditoe integraria ainda mais os alunos de dança desalão”, afirma Bruno Franchi, proprietário daescola e irmão de Thaise.

Uma noite que reuniu tangueiros,curiosos em conhecer o ritmo ou

simplesmente interessados em ouvir boamúsica e saborear vinho argentino. Essa foia primeira “Una noche de milonga”, eventoorganizado pelo Tênis Clube de Campinas,em parceria com a comunidade argentinaque reside na cidade. Ao som do SextetoCampinas Tango Show, único na região atocar tangos próprios para baile e compostopor profissionais renomados, vindos deorquestra e do erudito, o público presenteouviu e bailou tangos tradicionais. Para

completar a noite, houve apresentações dosprofessores Rodrigo de Oliveira, RobertoAlmeida, Wagner Axé Rodrigues e AlbertoRoldán, com suas parceiras. A idéia é darprosseguimento às milongas no clube, uma vezque a comunidade tangueira cresce a cada dia esem um local próprio para dançar na região. Asugestão do jornal para o Tênis Clube é que oevento enfatize mais o espaço para baile, assimcomo a mescla com outros ritmos de dança desalão, além de ampliar sua divulgação para asescolas de dança de Campinas e região. Vale apena investir no que realmente falta por aqui!

Campinas TangoShow: a cadaapresentação,mais surpresasno repertório eestilo próprio

Foto: Luiza Bragion

Alunas do Círculo Militar de Campinas,Academia Hammer Sports e Academia GoldenFitness, sob a coordenação e direção da bailarinae pedagoga Gisele Thibes, apresentaram oespetáculo de balê em novembro. “Nosso Circo”faz parte de seu projeto de conclusão de cursode pós graduação em Arteterapia. A montagemcontou com a participação de crianças,adolescentes e adultos desde a escolha do tema,das músicas, cenário, personagens e até mesmona criação das coreografias.

Gisele Thibes monta “Nosso Circo”

Os 100 anosdo frevo

4 Novembro e Dezembro/2007

Campinas recebe campeões de salsa e zouk

O bailarino e pesquisador Rodrigo Vecchi

Viva o samba brasileiro!

O mais recente Patrimônio Cultural doBrasil está no pé do sambista, na mãodo pandeirista, no som do cavaco, em

cima dos morros, na Marquês de Sapucaí. Dia9 de outubro, terça, o Instituto do PatrimônioHistórico e Artístico Nacional (Iphan), emBrasília, registrou oficialmente as matrizes dosamba do Rio de Janeiro – samba de terreiro,partido-alto e samba-enredo – no Livro deRegistro das Formas de Expressão. O pedido de registro foi feito pelo CentroCultural Cartola, com apoio da Associação dasEscolas de Samba do Rio de Janeiro e da LigaIndependente das Escolas de Samba (Liesa).Nilcemar Nogueira, presidente do Centro e netado compositor Agenor Ferreira, o Cartola, fezo pedido, pois temia o enfraquecimento dasmatrizes do samba do Rio. “Meu avô foi umdos pioneiros da popularização dessa formade samba, no final da década de 20. Queroproteger seu legado cultural”, afirmou. A pesquisa que levou ao registro, feita peloCentro Cultural Cartola com orientação doIphan, reúne um conjunto de referênciashistóricas: monografias, teses, livros, vídeos,reportagens, discografia da época e otestemunho de sambistas da velha guarda, comoMonarco, Xangô da Mangueira, NelsonSargento. Desde as reuniões em casa de TiaCiata, no início do século 20, a pesquisaidentifica o samba nos blocos, nos morros, nasruas e quintais. O estudo mapeou as seisescolas de samba mais antigas do Rio:

Samba carioca é patrimônio cultural do BrasilMangueira, Portela, Salgueiro, Vila Isabel,Império Serrano, Estácio de Sá. A partir do material pesquisado, o Iphanproduziu um vídeo-documentário e um dossiêde pesquisa. Ambos estão disponíveis no sitewww.iphan.gov.br.

Matrizes do samba O samba de terreiro faz referência aos espaçosde encontro e celebração dos sambistas, queali dançam um samba livre com as marcas desua ancestralidade. Nos terreiros, pátios dasescolas de samba, cantam as experiências davida, o amor, as lutas, as festas, a natureza e aexaltação das escolas e da própria música.Já o partido-alto é marcado pelos versos deimproviso. Nasceu das rodas de batucada, ondeo grupo marca o compasso, batendo com apalma da mão e repetindo o refrão e inventandoestrofes segundo um tema proposto. É orefrão que serve de estímulo para que umparticipante vá ao centro da roda sambar ecom um gesto ou ginga de corpo convide outrocomponente da roda. Com a criação das primeiras escolas desamba, no final da década de 1920, o samba seadaptou às necessidades do desfile. Criou-seuma nova estética e uma nova modalidade: osamba-enredo. O compositor elabora seusversos com base no tema (enredo) a serapresentado pela escola, descrevendo umahistória, de maneira melódica e poética. Desua animação e cadência depende todo oconjunto da agremiação, tanto em termos deevolução como de envolvimento harmônico.

“O samba é um bonito modo de viver”(Nelson Sargento, sambista da velha-guarda)

SalvaguardaA preservação da tradição do samba no Rio foipensada de forma a retomar a prática espontânea,de improviso, sem limitar a transmissão do saberàs aulas das escolas de samba. Com aespetacularização do samba-enredo, diminuíramos espaços para se praticar as formas maistradicionais do samba – partido-alto e o sambade terreiro. Houve redução da quantidade desolistas de instrumentos como o pandeiro e acuíca, e diminuição no número de partideiros, osimprovisadores. Por isso, o Iphan recomenda acriação de um plano de salvaguarda que incentive,apóie e promova ações de valorização das formasoriginais do samba no Rio. Esse plano requer aarticulação das comunidades de sambistas,inclusive da velha-guarda, principais detentoresda tradição e dos saberes. Entre as ações preliminares, sugeridas a partirda demanda dos próprios sambistas, está oincentivo à pesquisa histórica e à produção debiografias. Ao mesmo tempo, promoverencontros de mestres partideiros e versadores,nas próprias comunidades originais dossambistas, com a presença dos mais jovens. Oregistro em áudio e vídeo desses encontrosajudaria a difundi-los e revitalizá-los. O samba do Rio de Janeiro contribui paraa integração social das camadas mais pobres.Tornou-se um meio de expressão de anseiospessoais e sociais, um elemento fundamental daidentidade nacional e uma ferramenta de coesão,ajudando a derrubar barreiras e eliminarpreconceitos. Incentivar a prática do samba étambém uma maneira de minimizar as diferenças

sociais. A identificação e o reconhecimento dasformas de samba brasileiras é uma das diretrizesdo Iphan, que se insere na proposta doMinistério da Cultura, de construção de ummapa cultural do Brasil. Entre os 11 bensreconhecidos como patrimônios imateriaisbrasileiros, se destacam algumas das váriasformas de samba dançadas no territórionacional. Já receberam o título: o samba de rodano Recôncavo Baiano, o tambor de crioula noMaranhão e o jongo no Sudeste.

Aprenda a sambar Lugar para aprender é o que não falta noBrasil. Pode ser em quadra de escola de sambaou em academia de dança de salão. Todas têmprofessores de samba, alguns inclusiveespecializados num estilo específico. Tudo ésamba, não importa que outro nome tenhaminventado, como gafieira, pagode, bossa nova,samba-rock, samba no pé, etc. Sãodiferentes,claro, qualquer pessoa distingue umdo outro, mas a raiz, a estrutura musical e obalanço interliga todos. A batida de escola desamba, por exemplo, é diferente em cada regiãodo Brasil, principalmente quando comparadasentre Rio e São Paulo. E carregam fortecomponente afro. Quando uma bateria toca malo pessoal brinca, chamando de “samba debranco”. Há várias formas de dançar samba. Algumastomam emprestado passos de outros ritmos, egeralmente dá certo. Mas a regra universal ésoltar o quadril, rebolar mesmo, e relaxar osjoelhos. Sambista de perna dura é um horror.

À esquerda, o campeão da salsa, Ricardo Melo, ecompanhia. Acima o casal David e Deywylla,referência no Brasil quando o assunto é zouk

Fotos: Luiza Bragion

Tablao promove baile emostra dos alunos

Falou em flamenco na cidade, imediatamentenos vem à mente o Café Tablao, escola e espaçocultural voltado para a dança espanhola,localizada no bairro Cambuí. Dia 16 dedezembro, domingo, a partir das 19h30, oTablao promove a Noite dos Alunos, commostras de dança flamenca, seguida do primeirobaile de dança de salão da escola. O evento érealizado no salão interno da CachaçariaTradicional de Souzas (Av. Antônio CarlosCouto de Barros , 1310), (19) 3258-8322 [email protected]. No dia 1 de dezembro,sábado, a escola também oferece curso de tangopara iniciantes. Serão trabalhados conceitos depostura, deslocamentos, volcadas, ganchos ebases da dança. As inscrições podem ser feitaspelo e-mail [email protected] ou (19)3294-1650.

O chão campineiro tremeu no último fimde semana de outubro, quando

estiveram presentes para workshop e baileos atuais campeões de salsa e de zouk noBrasil. O salseiro Ricardo Melo e suacompanhia – vencedor do Brasil Salsa Open2006, e o casal David e Deywylla, campeõesinternacionais e bicampeões nacionais dezouk - passaram por aqui, a convite do ZAPCentro de Danças. Após o curso intensivo ministrado naacademia, os dançarinos seguiram para obuffet Gigabyte, local reservado para bailedo ZAP e participantes do workshop. Opúblico presente conferiu apresentações,entre elas o destacável samba de gafieiraestilo carioca, dançado por integrantes dacompanhia de Ricardo Melo. Sensacional einédito por aqui. Após o sucesso da vindados dançarinos, para 2008, o ZAP pretendeinvestir mais na presença de renomados emCampinas para cursos rápidos.

Anuncie neste jornal e divulgue seu trabalho com a dança!(19) 3241-5399 ou 9125-4015

[email protected]

5Novembro e Dezembro/2007

Festivais de final de ano são antecipados em CampinasMotivo: poucos locais e datas disponíveis

Ainda dá tempo de conferir espetáculosApesar da antecipação das apresentaçõesde diversas escolas e companhias de dançade Campinas, ainda é possível prestigiaralguns espetáculos e eventos, até asproximidades do Natal.

Centro de Dança Leonardo Bilia

A escola apresenta seu festival, “A Ilha dasSombras”, dia 20 de dezembro, quinta, noTeatro Tim (Shopping Dom Pedro). O espetáculo tem o objetivo de incentivara leitura através da dança, narrando umahilariante e assustadora história de terror,onde, o personagem principal ‘Pedro’recebe de uma senhora, já em seu leito demorte um livro, grande e velho, o fazendoprometer proteger o livro com sua própriavida para que não caia em mãos erradas,dizendo que o livro carrega grande poder detornar tudo o que está escrito nele emrealidade. O elenco é composto por cercade sessenta bailarinos, dançarinos e atores.O roteiro e produção são de Leonardo Bilia,com co-produção de Marina Ioriatti. Osingressos estão à venda e segundo Bilia, hápoucos convites disponíveis. Informações:(19) 2121-5872

BANANA

“Os Meninos do Barão”, grupo de dança/teatro/circo/música da ABAMBA, estão

com diversos espetáculos agendados, além doúltimo apresentado, “O Lago dos Cisnes”, emuma versão masculina e contemporânea, docoreógrafo Matthew Bourne, com adaptaçãode Beto Regina. Os meninos bailarinos realizamapresentações em parceria com outrascompanhias de dança, em seus festivais. Nosdias 22, 23, 24 e 25 de novembro, alguns delesparticipam, como partners das bailarinas, damostra do Instituto de Artes Luana Lopes e doclube Hípica. Em dezembro, mais participaçõesespeciais: dia 1, Academia Íris Ativa, dia 9,

Danzaria, dia 11, é a vez da Olmos Ballet eencerrando, dia 14, com a Versátil Cia de Dança.Todos os espetáculos acontecem no Centro deConvivência, exceto a Danzaria, que seapresenta no Sesc.

Meninos do Barão são destaque nos festivais

Pela primeira vez em 15 anos, a Ballet & Cia,uma das mais antigas e importantes academiasda cidade, deixará de apresentar o seu tradicionalespetáculo de final de ano. Segundo MárcioLorenzato, sócio-diretor da companhia epresidente da Associação das Escolas de Dançade Campinas, a decisão de adiar a apresentação— prevista para ocorrer entre novembro edezembro — se deve ao atraso nas reformas doteatro Castro Mendes. “Infelizmente a reformanão foi finalizada a tempo, o que inviabiliza arealização de qualquer espetáculo”, afirma.Ainda conforme Lorenzato, a data foi remarcadapara março de 2008, quando o teatro, acredita-se, já estará em condições de uso. Por razõestécnicas e de grande público presente, oConvivência não comportaria o espetáculo.

Naiá e o Guerreiro de Prata, montagem 2007da academia Banana Broadway, seráreapresentada em Campinas

Ballet & Cia, tradicional, adiafestival para ano que vem

Problemas, problemas e mais problemas.O Festival de fim de ano de Campinas ésempre um drama interminável para as

diversas escolas e companhias que passam oano todo preparando coreografias, montandofigurino e o diabo a quatro que envolve umespetáculo que agrade ao público. O resultadofinal, apesar dos aplausos, é sempre antecedidode muito stress e dúvidas. Afinal, Campinasnão tem locais suficientes para comportar todasas apresentações. Se há alguns, ou são pequenosou sem infra-estrutura para atender àsnecessidades da escola. Por conta disso,problemas de data disponíveis são incorrentes,já que as montagens sobrecarregam os teatros eacabam por antecipar ou adiar os festivais,previstos sempre entre fim de novembro einício de dezembro. Não sabemos até quando aarte campineira vai sofrer com isso, assuntoabordado sempre que possível nas edições destejornal. Entretanto, a antecipação dos festivais nãoespantou o público. Com o lema Movimentandoa Dança em Campinas, o Festival de Dança daAssociação Movimento Dança Campinas(AMDC) prossegue até 25 de novembro, nospalcos do Centro de Convivência Cultural deCampinas e do Teatro Municipal Sylvia deAlencar, em Vinhedo. Algumas das principaisacademias da cidade apresentaram espetáculosinéditos, montados especialmente para a ocasiãoe voltados para públicos de todas as idades.Entre os temas abordados nesta edição dofestival, estão histórias da literatura infantil, atrajetória de Walt Disney, as transformaçõestecnológicas da sociedade nos últimos 40 anos,lendas indígenas, além do retrato da artecontemporânea reverenciando o teatro, a dançae a música. Algumas escolas e companhias daassociação, inclusive, já estão programandoreapresentações para o início do próximo ano.A Karen Righetto Ballet, por exemplo, cujoespetáculo teve como tema “Disney”, lotou oCentro de Convivência nas três sessões. “Nãofoi possível conseguir ingressos para todos.Muitas famílias ficaram sem e por isso jáestamos agendando uma nova apresentação.Isso é bom sinal, estamos felizes com oresultado”, afirma Karen Righetto, bailarina ediretora da escola.

ZAP Centro de Danças

Festival da AMDC

Dias 23 e 25 de novembro, a BananaBroadway apresenta “Naiá e o Guerreiro dePrata”. A Sociedade Hípica Campinasparticipa com a “Árvore da Vida”, dias 23, 24e 25. “Dom Chicote”, do Instituto de ArtesLuana Lopes, também é realizado 24 e 25.Todos os espetáculos serão no Centro deConvivência, em Campinas. (19)3234-5564

Jaguariúna ganha teatroOs cerca de 35 mil habitantes da cidade deJaguariúna (26 quilômetros de Campinas)finalmente vão ganhar um teatro municipal. Éo Dona Zenaide, que terá capacidade para420 lugares e contará com dois camarinscoletivos com suíte, rampas de acesso parapessoas com deficiência física, palco com oitometros de boca e dez metros de profundidade,galeria de arte, bomboniere e área externacom palmeiras e sala de administração. As obras, que estão consumindo verba daprópria Prefeitura, sem patrocínio, deverãoser entregues em meados de 2008. Ainda faltaacabamento interno e compra e instalação deequipamentos. O teatro poderá receberorquestras, companhias de balé e espetáculosmusicais e teatrais que não possuam umcenário muito grandioso, como uma ópera. Oespaço também será usado para palestras esolenidades da própria Prefeitura. Quem sabe,não é o começo de uma “luz no fim do túnel”para os dançarinos da nossa região poderemrealizar seus festivais anuais...

Foto: Divulgação

Escola de Dança Paulo Zanandré

O último baile de 2007 realizado pela Escolade Dança de Salão Paulo Zanandré, acontece14 de dezembro, com jantar. O tema é “Bailedo Branco”. A companhia de dança da escolaainda apresenta dia 30 de novembro um showpara o Banco Nossa Caixa. Maioresinformações (19) 3242-0186

O festival de final de ano do ZAP, “CoraçãoVerde”, acontece dias 15 e 16 de dezembro, noTeatro Bento Quirino (R. Lusitana, 1555 -Centro). Este ano o tema é preservação danatureza. A história começa no reino doselementais, fadas e duendes se perguntam oque fazer para inspirar os humanos a cuidaremcom amor da natureza, sem saber o que fazerpedem ajuda ao reino angelical que são osprotetores da raça humana. O espetáculo contacom participação especial da Cia. Phoenix,dirigida por Ricardo Melo, com salsa e sambaquebrado, Cia. Pavilhão D, de Ricardo Scheir eTrio Neoclássico “Três Vozes” (está última,com apresentação única no domingo, dia 16).Ingressos à venda e limitados à capacidade dolocal. (19) 3229-1770.

Casa da Dança

Dia 15 de dezembro, a Casa da Dança, realizasua festa de final de ano. O baile, com todosritmos de dança de salão, será na própriaescola, com apresentação das coreografiaspremiadas nos festivais de 2007. O convite éR$10,00, com vendas antecipadas. R. AlbertoSarmento, 535 - ao lado do Pão de Açucar doCastelo. (19) 3213-7965

6 Novembro e Dezembro/2007

Escola de Dança de Salão Paulo Zanandré

Rua Inês de Castro, 574 – Taquaral Fone: (19) 3242-0186

tradiçãoconfiabilidade

ótima localização e espaço físicoexcelentes professores

todos os ritmos de dança desalão e bailes mensais!

Acesse o site: www.paulozanandre.com.br

Considerada a melhor escola de dança de salão pelarevista Veja 2006/2007, pela terceira vez consecutiva!

Congresso de Salsa foi momentode glória na dança de salão

Uma grande energia, gostosa ealtamente positiva. Assim pode serdefinido o V Congresso Mundial de

Salsa do Brasil, que aconteceu de 14 a 17 denovembro, no Club Homs e na AcademiaRunner, na Avenida Paulista, em São Paulo. Apesar do numeroso público que lotou oHoms, principalmente nos bailes e nas fasesfinais do Salsa Open, tudo transcorreu comserenidade raramente vista em ocasiõessemelhantes. Serenidade conjugada comenergia, alegria e notável sinergia entre osparticipantes. Foi um grande encontro deamigos. E mais: ali misturadas todas as raças,diferentes estratos sociais e povos. Algunsvivem sérios antagonismos em outroscampos, como o econômico, político eideológico, como é o caso de Cuba e EstadosUnidos. Ou, aqui na região, as rivalidades,na esmagadora maioria dos casos inofensivase divertidas (caso do esporte, principalmentefutebol), entre Brasil e Argentina. Nada dissoexistia. A dança nos une! Não somos imunes a uma ou outra invejinha,nem ao espírito competitivo. Mas é tudodentro de um padrão aceitável e estimulante.A admiração dos brasileiros pelos salserosde outros países é explicita e assumida. Eeles gostam da gente, aqui e lá fora. Entãopercebemos o prazer que sentem em dar aulaspara a nossa galera, sob a motivação daquelasenormes turmas com gente bonita. Em alusão à Conexão Latina, um dos braçosdo Congresso de Salsa, vale observar que orespeito dos tangueiros brasileiros pelosargentinos beira a veneração. Seria cegueira etolice deixar de reconhecer que os grandesartistas e mestres portenhos são realmenteos melhores do mundo. Somos bem recebidosem Buenos Aires e aqui os tangueirosargentinos são sempre cercados de todas asgentilezas e aplausos. Geralmente merecidos. Pequenos incidentes ocorrem em toda partee em qualquer evento. São coisas irrelevantese superáveis. Mas, como enfatizou Ricardo

Garcia, no baile de encerramento, nunca houveuma briga em todos estes anos do Congressode Salsa. As decisões foram sempre acatadascom respeito e alegria. No final de cada SalsaOpen tivemos sempre a confraternização geral,de participantes e público. É claro que nuncahaverá unanimidade de opinião quanto aosresultados, isso não existirá entre os própriosjurados, e menos ainda entre o público. Masas eventuais discordâncias nunca passaram, ecertamente nunca passarão, do âmbito dasconversas privadas, nas rodinhas de amigos. Concordo com Ricardo e acrescento: nuncativemos ninguém pisando na bola, em qualquersentido. Aliás, não só no Congresso de Salsa,mas na dança de salão em geral. Já escrevi nestejornal, como também fez nosso repórterespecial Rubem Mauro Machado, que nãolembramos de qualquer briga, agora falando deconfronto físico mesmo, na dança de salão.Recordo-me apenas de duas ocasiões, há muitosanos, em que turminhas estranhas ao nossomeio, pessoas para nós totalmentedesconhecidas, tentaram estragar a festa.Foram prontamente contidos. Que fiquem bemlonge dos nossos bailes, sempre. Somos depaz, integramos uma comunidade saudável, masquem ousar quebrar nossas regras terá pelafrente a força da nossa união. Afinal, hoje jápodemos dizer que construímos uma grandefamília na dança de salão. A nossa dança de salão é uma bênção, nestemundo de tanta barbárie. O Congresso de Salsaacaba de comprovar isso, mais uma vez.Parabéns a Douglas Mohmari, a Ricardo Garciae a todo o staff de organizadores,colaboradores, apoiadores, com ênfase nogrupo Conexión Caribe. Parabéns também àRunner, pela sensibilidade e solidariedade aosdançarinos, derrubando antiga parede queseparava os dois mundos. Em 2008, que já seaproxima, tem mais. Vamos nos unir e apoiardesde já o VI Congresso Mundial de Salsa doBrasil, para que supere o êxito deste 2007.

Milton Saldanha

7Novembro e Dezembro/2007

8 Novembro e Dezembro/2007

O trânsito e o baile“O baile nos ensina a dividir

com alegria um pequeno espaçocom muitas pessoas. É uma

tremenda escola de cidadania.Quem levar essa cultura para o

trânsito estará a salvo das

neuroses que ele acarreta”.

Recentes pesquisas mostraram um dadodesolador: numa escala de zero a 10, oíndice de cordialidade no trânsito de

São Paulo pouco passa dos 3 pontos. Logo, oque temos nas ruas é uma guerra pelo espaço,geralmente ridículos metros; e pelo tempo,geralmente ridículos segundos. A educação parao trânsito deveria começar nos primeiros anosescolares, com os princípios mais elementaresde segurança, chegando inclusive à direçãodefensiva (que ensina como dirigir para evitaracidentes). A civilização definitiva seria pelaimposição de penalidades ainda mais severasdo que as atuais, principalmente nos casos deatropelamentos com culpa do motorista, quedeveria ser crime doloso (com intenção dematar), e embriaguez ao volante, neste caso comprisão do bêbado. É assim em vários estadosdos Estados Unidos e em diversos paíseseuropeus. Brasileiros que vão à Suíça ficam encantadoscom a organização e disciplina do trânsito. Tudobem, há um índice alto de educação, mas nãosabem esses turistas que lá as multas sãopesadíssimas, e pagas na hora. Se houverinadimplência, é cadeia. Isso explica, amigos, omodelo de civilização suíço. O motorista pensadez vezes antes de cometer uma imprudência.Idem o pedestre, para o qual também existemmultas se atravessar fora da faixa ou com o

sinal fechado, mesmo que não venha nenhumveículo. Enquanto isso, as pessoas bemeducadas focam seu comportamento noexemplo que precisam passar às crianças. Venho tentando estabelecer algumasanalogias entre o trânsito e o salão de baile.Mostra-me como danças e te direi como diriges.O salão de baile, assim como o trânsito, tem umfluxo a ser seguido. Faixas de rolamento. Nasgrandes avenidas elas estão (ou deveriam estar)demarcadas. No baile são, ou deveriam ser,imaginárias. Quem dança em diagonal,atravessando o salão, ao invés de acompanharo fluxo anti-horário do baile, pode sercomparado ao motorista que trafega em zigue-zague e muda de faixa sem distância de segurançaem relação ao veículo que vem atrás. Quem causa trombadas no salão é umimprudente, chato e mal-educado. E o pior éque nem sabe pedir desculpa, a grossura já estáde tal modo entranhada nele, que passa a seruma coisa natural, do seu jeito de ser. Poucos dançarinos sabem que um baile temsim preferencial. Num salão, a preferencial é aparte da pista na ponta, na frente das mesas.Ali é a faixa para os dançarinos que circulam, sedeslocam, fazem o baile rodar. A intermediáriae o miolo do salão são para quem gosta dedançar lento, ou gosta de ficar parado fazendofirulas. Nada contra esse tipo de gosto epreferência, mas seria legal se o pessoalrespeitasse algumas noções de uso do espaçocoletivo. Infelizmente, o que mais se vê é aturma dos lentos ocupando a faixa dos rápidos.Isso atravanca e subtrai do baile seu carátertambém de espetáculo, gostoso não só dedançar mas igualmente de apreciar. Ainda como no trânsito, é importante muitocuidado ao dar marcha a ré. Como não temosespelhos retrovisores nos ombros, (até que não

seria má idéia para alguns), não custa nada daruma olhada rápida antes de recuar. Se o salãoestiver lotado, não dá para fazer giros queexigem mais espaço, e muito menos recuosque possam causar trombadas. Não é o que sevê nos bailes. Diria que a maioria respeita oespaço que é de todos, mas sempre tem algumcasal que se esbalda como se estivesse a sósna sala da própria casa. Certa ocasião,dançando no Avenida, testemunhei a irritaçãode um rapaz que gostava de fazer shows. Obaile estava lotado e ele queria espaço paraseus habituais exibicionismos. Por pouco nãosugeri a ele que subisse ao palco para dançar.Quando era aluno da Escola Celso Vieira, tendocomo professor o próprio Celso, lembro-mede uma noite em que ele colocou cadeirasreduzindo o espaço do salão à metade.Simulava, para a gente treinar, um baile real,lotado. Tínhamos que circular sem trombar,embora sempre se raspe no casal ao lado, massem nenhum transtorno. Assim como temos que tentar adquirireducação para o trânsito, é indispensáveleducação para o baile. Comparando os dois, obaile é mil por cento melhor. Nossosincidentes, na verdade, são mínimos. Atéporque não há qualquer sentido em ir para umbaile para se estressar. Cortesia não prejudica ninguém, pelocontrário. Errar é humano, e no trânsito todoserramos, em algum momento. Experimentepedir desculpa imediatamente. Verá comodesarma o motorista que ficou xingando,exasperado. Ele aceita e se acalma. Se foreducado, até responderá “tudo bem!”. Exercite a cordialidade no trânsito. Nãoprecisa muito, não dá trabalho nem despesa.É simples: não faça da buzina a expressão dasua arrogância; não cole no veículo da frente,

porque esta é a principal causa dos acidentes;seja gentil com o pedestre, principalmentequando ele estiver em situação de risco; cedaa vez, quando possível, e nunca esqueça deagradecer quando os outros forem gentis comvocê. Aos poucos, com estas pequenasatitudes, você vai aprendendo a relaxar notrânsito. E tudo isso, ou apenas isso, embenefício da sua própria saúde e segurança. No baile, onde todos somos amigosfraternais, é mais fácil. A gente tromba e fazum afago, uma brincadeira. Só que de vez emquando nos deparamos com algum carrancudo,que circula errado, tromba e ainda faz carafeia, como se tivesse razão. Com certeza essetipo de gente dança da forma como dirige seucarro. Cordialidade zero. Se você for do tipotruculento, chegado numa encrenca, por favornão vá ao baile. Fique em casa se entupindode comida e vendo TV. E também não tire ocarro da garagem. Poupe-se do estresse, etambém aos outros. A antiga idéia que vários de nósdefendemos de transformar a dança numadisciplina escolar se aplica também à educaçãoda criança no uso do espaço público. Isso fazparte de um processo que vai conscientizaras pessoas a não jogar lixo no chão, não picharparedes, ter carinho pelos canteiros emonumentos da cidade, respeitar a prioridadede idosos e inválidos, ser paciente emdeterminadas circunstâncias, entre outrasposturas de um verdadeiro cidadão urbano.O baile nos ensina a dividir com alegria umpequeno espaço com muitas pessoas. É umatremenda escola de cidadania. Quem levar essacultura para o trânsito estará a salvo dasneuroses que ele acarreta.

Milton Saldanha,editor do Dance e Dance Campinas

Festa de Amaury Fernandessimbolizou a amizade

Foto: Luiza Bragion

Em grande estilo e cercado de amigos,alunos e familiares, Amaury Fernandes,

professor de dança de salão em Campinas,festejou seus 20 anos de carreira no salão EstaçãoPrimavera, em outubro. Quem comandou o somfoi a banda Ferro Velho, que, por sinal, tem semostrado uma das melhores da região, após amudança para um repertório musical mais joveme variado. No auge da festa, Amaury agradeceuaos presentes, afirmando que o evento era símbolode grandes amizades, conquistas por meio dadança ao longo das duas décadas. O baile tambémcontou com apresentação de bolero e tango show,com o professor e sua parceira e esposa IzabelPieroni. Atualmente, Amaury Fernandes dá aulas dedança de salão às segundas e quartas à noite noCentro Luis de Camões, região central da cidadee às terças, na Estação Primavera. Também fazparte do Grupo Gestor de Benefícios Sociais daUnicamp, onde está iniciando um projeto dedança de salão, voltado para a comunidade Amaury Fernandes e a parceira Izabel Pieroni

Coreógrafo Ricardo Scheir assumedireção artística do ZAP em janeiro

Foto

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oA novidade do ZAP Centro de Danças parajaneiro é a mudança na direção artística

da escola. Quem assume é o conceituadobailarino e coreógrafo Ricardo Scheir, quetambém ministrará aulas de balê clássico. Oobjetivo é formar bailarinos para o mercadode trabalho, preparando e orientando os alunospara a participação de grandes festivais ecompetições nacionais e internacionais. A vinda de um profissional de dança tãopremiado para o interior do estado é notável.Scheir iniciou seus estudos de dança em 1977,no Ballet Stagium com Geralda Bezzerra. Em1989 participa do elenco para apresentaçõesno Japão junto ao Hotel Seiryu, onde dançoue coreografou trabalhos da cultura brasileira.Retornando ao Brasil em 1992, da inicio à umanova fase em sua carreira, dedicando-se à dançaclássica. Quatro anos depois, inaugurou ocentro de artes Pavilhão D. Hoje acumula maisde 300 premiações em festivais nacionais einternacionais. Já coreografou diversascompanhias brasileiras de balé e para o anoque vem, foi selecionado para trabalhar com a

O bailarino Ricardo Scheir

acadêmica. O contato para aulas é (19) 3228-0800 ou [email protected].

Cia. de Dança Carolina do Norte, nos EstadosUnidos. Atualmente, além do Pavilhão D,dirige a Companhia de Dança de São José dosCampos, Estado de São Paulo. Dentre 70solistas do mundo todo, duas de suas alunasforam selecionadas para o Prix de Lausannena Suíça, que acontecerá de 29 de janeiro a 3de fevereiro de 2008. Em março, duranteworkshops promovidos por Scheir na escola,haverá pré-seleção para a Companhia ZAP deBalê. Informações (19) 3229-1770.

Novembro e Dezembro/2007 9

A segunda edição do evento Dança & Relaxacontece em 2008, no feriadão (Corpus Christi)de 22 a 25 de maio (quinta a domigo), no resortYacht y Golf Club, em Assunção, Paraguai. Aprimeira edição do evento foi em setembro desteano, com o nome de Tango & Relax. A mudançatorna o encontro mais abrangente, mascontinuará tendo o tango como uma das suasfortes atrações. Em 2008, o destaque será parao professor Ricardo Liendo, de São Paulo. O Dança & Relax é uma parceria do Yacht yGolf Club, maior complexo de lazer do Paraguai,com o jornal Dance e a LM Eventos e Turismo,dirigida por Ricardo Maklouf. Tem apoio daConfraria do Tango e deverá incorporar novosapoiadores, de outros ritmos. Interessados nopacote podem ligar ao (11) 5571-8586.

Dança & Relax será em maio

Mais atenção ao hip hop

Conservatório Carlos Gomes faz 80 anos

Campinas pede mais atenção a nossa culturahip hop, que a cada dia se destaca mais na

qualidade e esforço dos profissionais e jovenspraticantes.O alerta é dado por Ana Cristina,um dos coordenadores da Eclipse Cultura e Art,ao lado de Kiko. Segundo a dançarina ecoreógrafa, o reconhecimento dessa arte e seusbenefícios sociais deveria ser maior. As dificuldades são imensas em diversosaspectos, entre eles a aquisição de uniformepara crianças de oito a quinze anos, queparticipam do projeto social desenvolvido pelogrupo, desde março deste ano. Os dançarinosda Eclipse ministram aulas voluntárias em suaprópria sede para crianças de baixa renda. Nocaso da companhia adulta, o trabalho é possívelgraças a parcerias com academias de ginásticapara ensaios e condicionamento físico.“Buscamos formar não só um dançarino, masarte-educadores, pesquisadores que possamtrabalhar na área, além de realizar eventos eespetáculos para fomentar a cultura”, explica adançarina. Atualmente a companhia adulta conta com11 dançarinos (as) - Cris, Kico, Glaucia, Kaka,Lucas, Léo, André, Will, B.boy Gago, B.BoyIndio e B.Boy Landinho, sendo que oito atuamna área. Há dois anos conquistaram um espaçopróprio (alugado) que vem passando por muitosdesafios para não fechar as portas. “Lutamosmuito para continuar as atividades por meio derifas, concorrendo a editais públicos e privados,realizando eventos, já que conseguir patrocínioestá muito difícil”, afirma Cristina.

Para os próximos anos, além dos eventosanuais já realizados – Campinas Street DanceFestival e Battle Brazil), o grupo já traçoualgumas metas, como a criação de uma ONG,salários e espetáculos para a sua companhiaadulta profissional, além da formação de umgrupo de pesquisa voltado para todos os estilosde dança de rua e cultura hip hop.

Ana Cristina, uma das integrantes dacompanhia Eclipse Cultura e Arte

Foto: Divulgação

Quando se fala em dança do ventre emCampinas, difícil quem não conheço grupo LinceNegro, comandado pela bailarina e divulgadorade dança Cáthia Cantusio, desde 1995. Este ano,a novidade da companhia é o lançamento de umcalendário cultural para 2008. O evento,denominado “Coquetel Show” acontece dia 8de dezembro, sábado, a partir das 20h30, naACI (Associação Campineira de Imprensa). Olançamento do calendário trará imagens de alunas,ex-alunas e professoras que ministraram aulasno Lince Negro. Haverá show com bailarinasconvidadas e homenageadas. Os ingressos sãovendidos apenas antecipadamente. (19) 3243-

8647 ou 9611-6663.

Lince Negro lança calendário

O Conservatório Carlos Gomes, uma dasmais antigas e atuantes instituições

campineiras, acaba de completar exatos 80 anosde funcionamento dedicados à arte e à culturalocais. A data oficial foi 15 de novembro, masvárias atrações artísticas e palestras estão sendooferecidas gratuitamente ao público no Museuda Imagem e do Som (MIS) e na sede do próprioConservatório. Na opinião da diretora Léa Ziggatti, aprodução cultural do centro esteve, desde suafundação, mais avançada do que a média doPaís. “Temos um compromisso de vanguarda.Muitos estrangeiros que vêm morar emCampinas fazem questão de matricular seusfilhos em nossos cursos. Isso porqueacompanhamos o nível da educação ministradana Europa”, diz. Fundado em 1927, oConservatório Carlos Gomes produziuinúmeros espetáculos de música, dança e teatro,além de exposições de artes plásticas, mostrasde cinema e vídeo, palestras e oficinas feitaspor e para pessoas de todas as idades. “Olhamos para trás e vemos uma escola queinovou e cresceu. E que jamais teve medo diantede qualquer desafio”, afirma Léa Ziggiatti. Noaniversário deste ano, o Conservatório CarlosGomes decidiu levantar a bandeira cujo lema é“Em Busca de Uma Universidade de Arte paraCampinas”. O objetivo, segundo ela, ésensibilizar o poder público para a necessidadede implantar na cidade um centro de estudosgratuito voltado para todas as áreas de atuação

artística. “Nós nos dispomos a coordenar umaescola de artes campineira. Professorescompetentes não faltariam, pois nossos quadrossão referências nacionais. O que precisamos,no momento, é de um espaço maior, pois asede do conservatório não comportaria umprojeto de tamanha importância”, defende. Umarevista comemorativa, com imagens e textoslembrando os 80 anos da instituição, serálançada na abertura do evento. Para os leitores deste jornal ainda dá tempode participar da Semana das Artes Plásticas doCnservatório, que ocorre no dia 24 e prevê mesaredonda com a participação de Egas Francisco,Paulo Cheida Saens, Lycia Güth, Simone Thibese outros artistas consagrados de Campinas.

Dakhini Keller promovefestival de dança do ventre

Dança contemporânea no TugudumFoto: Carlos Milhor

A coreógrafa contemporânea Patricia Leal

ServiçoEspaço Tugudum

R. Maestro Francisco Manoel da Silva, 690Bairro Santa Genebra

Mais informações: (19) 3254-7545

A dança contemporânea ganha cada vezmais espaço em Campinas,

principalmente pela iniciativa de alunos eprofessores da Faculdade de Dança daUnicamp, que foca o ensino e a pesquisanessa modalidade. Nos dias 30 de novembroe 1 de dezembro, às 20h, o Espaço Tugudum,no bairro Santa Genebra, sedia asapresentações das dançarinas Patrícia Leal eBia Frade, respectivamente com ascoreografias “Intenso” e “À escuta do mar”. Como continuidade da pesquisa dedoutorado de Patrícia Leal, Intenso focalizano paladar seu estímulo central à criação.Para o desenvolvimento dessa obra o vinhofoi utilizado como referência gustativa, quealiou à percepção dos sabores, aspossibilidades táteis. Desta maneira, aconstrução deste solo, que pode contar coma participação de convidados, foi efetivadaem experimentações em duo, por meio docontato improvisação. O espetáculo contacom trilha sonora original do violoncelistaMarcelo Martinez Vieira. “À Escuta do Mar” é o despertar dossentidos representado pela escuta de simesmo , e assim, de um caminho próprio.Escutar-se, para que o corpo caminheconforme o mar, incessante, em movimentosempre. Ora mais calmo, ora mais turbulento,agressivo, e de novo a calmaria, mas nunca ofim. Neste solo, uma mulher conta sua

trajetória de vida, por meio do corpo, da dança, das palavras e dos sons; todas suas dores,alegrias, desejos e frustrações vivenciadas emseu percurso de busca por ela mesma.

Dia 8 de dezembro acontece o 8º Festival deDança do Ventre de Campinas, promovido peloEspaço Cultural Dakhini Keller. Alunas econvidadas da dançarina apresentam diversosestilos de dança árabe. Dakhini é uma daspioneiras em dança do ventre na cidade. Desde1993, ensina conceitos da cultura árabe epromove eventos na área. O evento aconteceno anfiteatro do Colégio Dom Barreto, às 16h.o endereço é R. Floriano Camargo Penteado,90, bairro Ponte Preta. Maiores informações(19) 3232-3589 ou www.dakhinikeller.com.br.

Foto: Divulgação

Dakhini Keller é promotora do festival

LEVEZA DO SERNovembro e Dezembro/200710

Centro Luis de Camões, na região central deCampinas, está promovendo bailes, queacontecem às terças, sextas e domingos, das 14hàs 19h, com a banda Souza Show. Entrada:R$5,00 (preço único e mesa grátis). Informaçõescom Amaury Fernandes, (19) 3521-4849

IV Noite do Tango de CampinasO jornal Dance Campinas, versão regional

do Dance, editado pela jornalista LuizaBragion, festejou seu segundo aniversário combaile no Instituto Nacional Nipo Brasileiro, comtodos os ritmos e seleções de tango. A festa,dia 29 de setembro, sábado, além dosdançarinos da cidade, contou com a participaçãode grupos de São Paulo, Jundiaí, Vinhedo eoutras cidades da região. A Confraria do Tango,por exemplo, se deslocou da capital em ônibusespecialmente fretado. O grupo de Jundiaí foide 25 pessoas, em sua maioria salseros. AndréMagro e Andressa Moraes fizeram muitoaplaudida apresentação de tango e teve tambémum improviso de canyengue com RubensMacedo e Maria Cristina Ferreira. Em breve parte solene, Luiza Bragionagradeceu aos apoiadores do Dance Campinasnestes dois anos e Milton Saldanha destacouas qualidades profissionais e pessoais daeditora regional, afirmando sentir-se orgulhosopela bem-sucedida parceria. O DanceCampinas tem tiragem de 5 mil exemplaresimpressos e é disponível também,integralmente, na Internet, tudo sem custospara o leitor. (19) 3241-5399 ou 9125-4015.www.jornaldance.com.br

Fotos: Diego Moretti

Acima, André e Andressa, muitoaplaudidos. Abaixo, à esquerda, o

improviso canyengue de Rubens Macedo eCristina Ferreira e, ao lado, Luiza

Bragion e Milton Saldanha, editores dojornal Dance Campinas

Tangueiros lotam a pista do clube Nipo Brasileiro, salão amplo e aconchegante

Dance Dance Dance, novela da Band queestreou dia 1º de outubro, com Juliana Baronino papel principal, é um lance de ousadia porse tratar de um musical, trafegando do clássicoao popular. Todo estímulo à dança é bem-vindo.

“As 3 Vidas de Jaime Arôxa”, de MiltonSaldanha, pela Editora Senac Rio, segue em suabem sucedida carreira, com mais de 2.500 livrosnas mãos dos leitores.

Iván Serra Lima entregará o prestigiadoprêmio “Tango de Oro”, com exclusividade, aJunior Cervila. Será no baile de gala da Dançata,dia 30 de novembro.

Cia Tango e Paixão, sob comando de Márcia eMello e Nelson Lima, seguem agenda de showstodas as quintas, no restaurante Villa Alvear, emSão Paulo. O casal esteve em Campinas em maiopara show durante a III Noite do Tango.

Buenos Aires terá o IV Festival Internacionalde Canyengue, Milonga e Candombe, de 3 a 7de março de 2008. (+5411) 4300-7338.www.moccanyengue.tk

Cyda Santos, bailarina, promotora de eventose atriz de Campinas, está com um novo desafiopela frente: concorrer a uma vaga entre osparticipantes da próxima edição do Big BrotherBrasil, reality show exibido pela Globo, todoinício de ano.

Típica Tango promove Milonga de Gala diasete de dezembro, sexta, às 21h. O baile, queencerra as atividades de 2007, será no RudáBar, em Barão Geraldo. Maiores informações:(19)9707-4857/3289-1752 ou pelo [email protected]

Vítor França, professor de dança de salão emJundiaí, está terminando 2007 a mil por hora.Este ano inaugurou sua escola na cidade, o Studiode Dança Vítor França, além de participar dediversos eventos, entre eles, o Congresso deSalsa, em São Paulo, no mês de novembro. Comose não bastasse, está como figurante na novelada Band, Dance, Dance, Dance, que grava deduas a três vezes por semana, o dia todo.

26º Festival de Dança de Joinville já tem datamarcada: de 16 a 26 de julho de 2008. É um dosmais completos eventos de dança no Brasil e naAmérica Latina.

Vítor França, de Jundiaí para a televisão

Andrew de Souza, um dos representantes dogrupo Desembaraçando o Nó, em Campinas

Foto: Divulgação

Festão do Samba Rock na capitalA edição passada do Dance Campinasdivulgou as realizações do dançarino de sambarock Andrew de Souza em Campinas. Opróximo evento do gênero será dia 25 denovembro, domingo, das 15h às 23h, na casapaulistana Santa Parada. A festa de sambarock, comandada por “Marquinhos”, atualcampeão em São Paulo, e por sua companhiaDesembaraçando o Nó, que faz aniversário,será ao som da banda MP Brasil, que tambémtem repertório de gafieiras. Mais informaçõescom Andrew, (19) 9219-3585.

Paulo Zanandré, sua esposa Vanessa eintegrantes da companhia de dança da escolaparticiparam do Congresso de Salsa em SãoPaulo, entre os dias 14 e 18 de novembro.

IXV Encontro Tangueiro Paulista, maisconhecido como “La Milonga”, será dia 7 dedezembro, com show de tango. (11) 5561-5561

Cia. Eclipse Cultura e Arte, dedicada ao hiphop em Campinas, apresenta-se no evento deencerramento da Fundação Orsa (Grupo BateLata). Será na Estação Cultura dia 15 dedezembro. Dia 20 do mesmo mês, os dançarinosfazem participação especial no Teatro Tim,espetáculo do Centro de Dança Leonardo Bilia.

Ricardo Scheir, ministra em março workshopsde contemporâneo no ZAP Centro de Danças.(19) 3229-1770.

Mariela Maia, professora de dança do ventreem Campinas, foi escolhida madrinha do grupoEsemble, de música árabe da Unicamp, que visadivulgar a música instrumental sob acoordenação do professor DalgaLarrondo.Mariela é formada e diplomada comobailarina clássica e estuda a dança árabe desde1990. Após passar por diversos países comoEgito, Turquia e Grécia, hoje dirige o grupoPérolas do Deserto de Campinas. Também acabade lançar o livro “Dança dos pensamentos egrandes bailarinas”.

Novembro e Dezembro/2007 11

Típica Tango promove milongas em Campinas

O jornal Dance Campinas é bimestral e distribuído gratuitamente nas principais instituições de dança, públicas e privadas, da RegiãoMetropolitana de Campinas. Com tiragem de 5 mil exemplares, pode ser encontrado nas melhores academias, bailes, casas noturnas,festivais de dança, eventos, restaurantes e outros locais, inclusive não dançantes, como bares, padarias, lojas, etc. Está também completona Internet.

Editor nacional e idealizador: Milton Saldanha (MTb. 3.419; matr. Sindicato dos Jornalistas 4.119-4). Editora Regional eresponsável: Luiza Bragion (Mtb. 43.249). Repórter Especial: Rubem Mauro Machado (Rio). Editoração Eletrônica: LuizaBragion e Alexandre Barbosa da Sila. Impressão: LTJ Editora Gráfica. Reg. INPI: 820.257.311.

Endereço: Avenida Brasil, 1544 - Guanabara Campinas-SP Cep:13073-001 Tels./Fax (19)3241-5399 ou (19)91254015

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Um enorme fole de bandoneón, construídoem metal e pesando duas toneladas, foi

inaugurado no início de novembro notradicional bairro de Puerto Madero, comoprimeiro monumento ao tango de BuenosAires, cidade que se promove como “a capitalmundial da música do dois por quatro”. A obra foi transportada em um caminhãopela cidade, saindo do bairro de Chacarita(oeste) até Puerto Madero, às margens do Rioda Prata, em um festivo cortejo integrado pordezenas de pessoas, incluindo o diretor deorquestra Leopoldo Federico e oscompositores Ben Molar e Horacio Ferrer. O imponente monumento - que mede 3,50metros - é uma obra abstrata em forma de“fueye”, como se chama em lunfardo (gíriaportenha) o “fole’ do instrumento simbólicodo tango. A inauguração oficial da escultura,

Buenos Aires ganha primeiromonumento ao tango

Dance Campinas informa:Por causa do período de férias, não haverá

edição do jornal, referente aos meses dejaneiro e fevereiro 2008.

Retornamos com as edições normais emmarço.

FELIZ NATAL E PRÓSPEROANO NOVO

A TODOS OS LEITORES!

Ao lado, a milongaTípica Tango vista decima: ambiente doRudá lembra asautênticas milongasargentinas. Abaixo, àdireita, apresentaçãode Natacha Muriel eLucas Magalhães e, àesquerda, casalconvidado Patrícia eAndrei, vindo de SãoPaulo, com o samba.

ServiçoTípica Tango Studio

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F: (19) 3289-1752/9707-4857/

Mais uma iniciativa no tango emCampinas. Típica Tango Studio,escola de dança coordenada pelos

bailarinos e coreógrafos Natacha Muriel e LucasMagalhães, intensificou a promoção de milongasna cidade, buscando alcançar tangueiros deoutras academias e o público em geral. DanceCampinas foi conferir um dos bailes, realizadoem outubro, no Rudá Bar, distrito de BarãoGeraldo. Os organizadores fizeram questão de montarum ambiente muito semelhante às tradicionaismilongas portenhas: simplicidade, clima deamizade entre os presentes, descontração,espaço pequeno, mas aconchegante. O cardápioficou por conta das empanadas argentinas,acompanhadas de vinho, claro. A expectativade público foi superada por parte dosorganizadores. Além dos alunos da escola eintegrantes do Grupo de Trabalho Tango &Cultura (Unicamp), tangueiros de toda a regiãoprestigiaram o evento. Às 20h, antes de começaro baile, Natacha e Lucas ministraram aula detango, já incluída no valor do ingresso. Além detodos os estilos de tango, outros ritmos de salãode salão, como bolero, salsa e forró, tambémanimaram os casais. A apresentação, momentoesperado do baile, foi de Natacha e Lucas e ocasal Patricia e Andrei. A milonga Típica Tango é realizada umavez por mês. A próxima será dia 7 de dezembro,sexta, a partir das 21h, no Rudá Bar. O tema é“Milonga de Gala” e os ingressos já estão àvenda no próprio salão, academia GoldenFitness e Típica Tango Studio.

Fotos: Luiza Bragion

que custou 350 mil pesos, foi dia 22 denovembro, para comemorar o Dia da Música.Foto: Divulgação

Novo projeto Em novembro, Barão Geraldo ganha novoespaço cultural. Coordenado por Lucas eNatacha, o espaço situado na Vila Santa Izabel,oferece diversas aulas e oficinas para adultos ecrianças (tango, teatro, milonga, balê, flamenco,danças de salão, sapateado, pilates, oficinaliterária, oficina de degustação de vinhos ewhisky, etc.). A programação dos cursos deverão também está no site a partir deste mês.

Zanandré investe emprofessores convidados

Paulo Zanandré, um dos pioneiros da dançade salão em Campinas, não pára de investir emrenomados colegas de profissão, vindos detodos os cantos do país, para ministrar cursosrápidos e workshops para seus alunos.Logicamente, a idéia é ampliar e trocarexperiências nos ritmos de dança de salão, jáque são diferentes estilos e até mesmoregionalismos. Em outubro, esteve presente naescola o Mestre Oswaldo, professor há 36 anosno Rio de Janeiro. Ele trabalhou as inovaçõesno bolero aplicado conceitos de criatividade nadança. Integrantes da escola de Zanandrétambém fazem o oposto: vão para outrascidades a fim de fazer shows e mostrar seuconhecimento. A companhia de dança acaba degravar um especial de final de ano com o grupomusical de forró Falamansa.

Veridiana Capone organiza2º Tap Trip em 2008

Veridiana Capone, professor de sapateado emCampinas, promove na segunda semana de julhoem 2008, a segunda viagem para os EstadosUnidos, com o tema Tap Trip. Os participantesfarão passeios turísticos em Nova York,incluindo musicais e cursos de dança na TapCity e em escolas de dança, como a BroadwayDance Center e Steps on Broadway. Em 2006, aprimeira edição da viagem contou com 14participantes. A viagem é voltada para todas aspessoas amantes da dança em geral, não apenaso sapateado. Interessados devem enviar e-mailcontendo nome completo, telefone, endereço,data de nascimento e modalidade de dança quepratica, para que possam receber mais detalhescomo data, valores de passagem e hospedagem.E-mail: [email protected]

Monumento é instalado em Buenos Aires

12 Novembro e Dezembro/2007

Léo Carioca: além da dança, a paixão pelos repertórios

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Léo Carioca, embora jovem – tem apenas23 anos, é um dos professores de dançade salão mais conhecidos em Campinas

não apenas por sua didática, mas por duaspeculiaridades: é um dos poucos profissionaisna região que aborda o tango de salão em suasaulas, além de montar seleções musicais em bailee orientar repertórios de bandas. O professor começou a montar seleções nasmilongas realizadas no Ateliê Solange Cazzaroe para as Noites do Tango de Campinas,promovidas pelo Dance Campinas. Desdeentão, vários organizadores de bailes pedemauxílio na parte musical de seus eventos eintegrantes de bandas de dança de salão oprocuram para pedir opiniões sobre seusrepertórios e sugestões sobre músicas desucesso entre os dançarinos. “Para maiordiversidade nas seleções, costumo atualizarsempre meu acervo musical. Com umadiscografia variada, é possível, manter um altopadrão musical nos bailes. O repertório dasbandas e bailes de Campinas vem melhorandoa cada dia, porém ainda está desatualizado,visto que há uma geração mais jovem aderindoà dança de salão. Todas as bandas devemmelhorar sua infra-estrutura, qualidade dosmúsicos e seleções. Isso pode ser feito de formasimples e econômica. Cabe também às casasnoturnas abrir as portas para a diversificaçãodos repertórios, os bailes não podem ficar namesmice”, alerta Léo Carioca.

O professor também passou a se dedicar aotango milongueiro, após ver diferenças entre oestilo que dançava e o dos milongueiros de SãoPaulo, Rio e Buenos Aires. “Percebia que obaile era extremamente cheio e por isso os casaisdançavam mais próximos e com movimentosmenores”, explica. O estilo milongueiro é

próprio para salão, não existe movimentosexagerados e aéreos, os movimentos sãoconduzidos puramente com a energia do tronco,ao contrário do estilo show, que exigemovimentos mais elaborados e técnicos, alémde demandar maior espaço físico para osbailarinos. Léo começou a dançar com 12 anos,

após ter se mudado do Rio de Janeiro paraCampinas. Fez aulas no Clube da Rhodia, comMarcelo e Vera. Após o final do módulo, quedurava um ano, resolveu seguir na profissão efez aulas com Amaury Fernandes, Wagner Axé,Nelson Costa e Jaíne Dias. Anos depois, deuaulas na Ballet & Cia e SESC-Campinas com aprofessora de música Marilene Reinoso. Hojeestá na Estação da Dança, Country ClubValinhos e Ateliê Solange Cazzaro. Ao longodo tempo, se especializou em samba de gafieira,fazendo aulas com Carlinhos de Jesus, RaquelMesquita, Alvaro Reis, Marcelo Cunha entreoutros, e também em tango de salão, comAlexandre Bellarosa e Kátia Rodrigues, PauloAraújo e Valdeci de Souza. Pretendeespecializar-se em samba estilo Jimmy deOliveira e buscar mais conhecimento sobre tangode salão, milonga e tango vals. Na opinião do dançarino, hoje cada vez mais,os jovens estão aderindo à dança de salão equebrando preconceitos. “A dança de salãodeve contar com mais união entre osprofissionais em busca de aperfeiçoamento,inovação com a vinda de profissionais de outrosestados ou países. Com a criação da APDS,parte dessa união já foi realizada e por issoconseguimos ver melhora significativa no quediz respeito à qualidade dos bailes da região”.

Contato: (19) 9136-7832 ou [email protected]

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Léo Carioca: paixão dividida entre o tango milongueiro, samba e a coleção de CDs