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Djumbai Regional de Tombali
Educação – o acesso à Formação Técnico-Profissional ao nível
das regiões: uma alternativa para promover o Emprego
Fase di Kambansa
2
ÍNDICE
FICHA TÉCNICA ........................................................................................3
Enquadramento.......................................................................................4
Resumo ...................................................................................................4
Painel I: “Políticas/programas de incentivo à formação técnico-profissional
para jovens das regiões” ..........................................................................5
Painel II: “Papel da Sociedade Civil na promoção da formação juvenil” ......9
Painel III: “Exploração de novas potencialidades/oportunidades de
emprego para jovens no meio rural” ......................................................21
Recomendações ....................................................................................27
3
FICHA TÉCNICA
Redação:
Dr. Geraldo Moçanto da Silva - Diretor da Escola Técnico-Profissional de Brá
Jamel Handem - Secretário Executivo da ONG Alternag
António Badinca - Contabilista da SWISSAID
Revisão:
UE-PAANE
Grafismo:
UE-PAANE
Data de realização do Djumbai:
16 de março de 2017
Local de realização do Djumbai:
Salão do Clube Desportivo de Catió
4
Enquadramento A realização do 1º Djumbai Regional, em Tombali (na cidade de Catió),
subordinado ao tema “Educação – o acesso à Formação Técnico-Profissional ao
nível das regiões: uma alternativa para promover o Emprego ” enquadra-se no
âmbito da atividade A.1.1 Promover espaços de partilha e debate sobre temáticas
de interesse para a sociedade civil, mais concretamente a atividade A.1.1.4.
Realização dos djumbais, tal como previsto pelo projeto UE-PAANE Fase di
Kambansa.
Resumo O Djumbai Regional realizado no dia 16 de março de 2017 em Catió (no Salão do
Clube Desportivo de Catió) contou com a participação de três (3) oradores
convidados, distribuídos pelos seguintes painéis:
Painel I: “Políticas/programas de incentivo à formação técnico-profissional
para jovens das regiões” – Geraldo Moçanto da Silva (Diretor da Escola
Técnico-Profissional de Brá);
Painel II: “Papel da Sociedade Civil na promoção da formação juvenil” –
Jamel Handem (Secretário Executivo da ONG Alternag);
Painel III: “Exploração de novas potencialidades/oportunidades de
emprego para jovens no meio rural” – António Badinca (Contabilista da
SWISSAID).
A moderação do djumbai ficou a cargo do consultor externo contratado, Raul
Mendes Fernandes.
A atividade contou com a participação de 93 participantes, entre estes o
Administrador da Região, representantes da Delegacia Regional de Educação,
presidente da Associação de Pais e Encarregados de Educação, representante do
Liceu Areolino Cruz, representantes das organizações da sociedade civil da região e
técnicos da rádio comunitária. Em anexo encontram-se as recomendações extraídas do debate em torno da
temática em apreço.
5
Painel I: “Políticas/programas de incentivo à
formação técnico-profissional para jovens das
regiões”
Geraldo Moçanto da Silva
Introdução
O desenvolvimento e atualização dos conhecimentos e competências individuais dos
colaboradores são condição primordial para a respetiva satisfação e realização
profissional.
A formação implica o compromisso e a empenhada conjugação de esforços dos vários
intervenientes do Grupo, assentando nos princípios seguintes:
Desenvolvimento Individual
Participação e empenho de todos na aquisição de competências individuais;
Tirar o melhor partido das oportunidades e meios disponíveis.
Responsabilidade da Organização
Responsabilidade pró-ativa de todos na organização do trabalho de forma a garantir
disponibilidade no acesso à formação relevante para aquisição de competências.
Alinhamento com o Negócio
Disponibilização de processos e planos de formação adaptados às necessidades reais e
em consonância com as linhas estratégicas do Grupo.
Gestão de Conhecimento
Maximização da riqueza humana na organização.
Partilha com a Sociedade
Incentiva o estabelecimento de relações de cooperação com as comunidades em que o Grupo se insere;
Visa a partilha de recursos, o aumento do conhecimento e a potenciação da inovação.
Legislação de Medidas da Política de Formação Profissional
Lei de Bases do Sistema Educativo (único Diploma existente);
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Sistema Nacional de Qualificações (SNQ);
Quadro Nacional de Qualificações (QNQ);
Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ);
Regime jurídico de Formação profissional;
Diplomas, Certificados e Caderneta Individual de Competências;
Sistema Nacional de reconhecimento, validação a certificação de competências (RVCC);
Modalidades de Dupla Certificação
Cursos de Aprendizagem;
Cursos Profissionais;
Cursos de Educação e Formação;
Cursos de Educação e Formação de Adultos;
Cursos vocacionais (Ensino Básico e Nível Secundário);
Cursos de Especialização Tecnológica;
Cursos Técnicos Superiores Profissionais.
Política de Formação Profissional no País
O Governo da Guiné-Bissau elegeu a formação técnica e profissional como uma via possível da redução da pobreza e da promoção da coesão social, evitando, através dela, a vulnerabilidade da paz social. E, propõe dotar de uma política de ETFP para os próximos anos: i) aumentar o acesso à formação técnica e profissional, ii) melhorar a qualidade e diversificar os programas de formação e iii) melhorar o sistema de seguimento das formações técnicas e profissionais, reforçar as capacidades do INAFOR, reativar o Conselho Consultivo, formação inicial de formadores, DENARP II, Plano Sectorial de Educação (PSE) e Carta Politica Educativa;
INAFOR: promover a execução de ações de formação nos Centros sob sua tutela e apoio às outras instituições de formação, planificando, coordenando e avaliando as ações de formação a realizar no País e ainda propor ao Governo uma política de formação profissional com assistência de um Conselho Consultivo;
A formação profissional para jovens está enquadrada no sistema educativo a partir da conclusão do ensino básico com uma duração de 3 anos;
Atualmente, desenvolvem-se as formações de curta duração (FCD);
8
Definição de estrutura e órgãos de tutela do EFTP;
Legislação de Medidas da Política de Formação Profissional;
Reforçar capacidades do INAFOR;
Criação de centros de formação profissional nas regiões.
10
Introdução
Não sendo um especialista de Educação, tenho acumulado ao longo da minha carreira
profissional (1978-2017) uma modesta experiência enquanto cidadão e ativista da
sociedade civil engajado com as causas de defesa dos direitos humanos e do
desenvolvimento do meu país. Grande parte da minha carreira foi como “formador
generalista” em matérias de reforço de capacidades das ONG’s e Associações de
Desenvolvimento Local que vão desde a animação e mobilização comunitária até a
planificação, gestão e desenvolvimento organizacional e institucional e ainda como
líder de várias ONG’s (AMIC, PROMOCONSULT e ALTERNAG), inclusive a extinta
PLACON-GB (Plataforma de Concertação das ONG’s na Guiné-Bissau).
É essa responsabilidade que me leva a aceitar o desafio que ora me foi lançado pela
UE-PAANE, que aproveito para agradecer na esperança de corresponder a expectativa
e confiança depositadas na minha pessoa para participar como orador neste “Djumbai
Regional”.
O tema que me foi proposto, “Papel da Sociedade Civil na Promoção da Formação
Juvenil”, é em si polémico e atual. Polémico, porque nós vivemos num país
subdesenvolvido e considerado por muitos de um “Estado falhado”, em suma ausente
e incapaz de fornecer os serviços de base aos cidadãos, mas que ao mesmo tempo
fervilha pela sua juventude e grandes desafios que tem pela frente de construir um
“Estado de Direito Democrático, de Justiça Social e de Prosperidade”. Atual, porque
está no centro das atenções daqueles que sabem que educar e formar um jovem é
investir num futuro e mundo melhor, onde o conhecimento e o domínio das
ferramentas apropriadas do saber se tornam indispensáveis ao progresso de qualquer
sociedade, cujo desejo coletivo e constante é a melhoria da condição de vida do
cidadão.
“Educar e Formar – Formar e Educar” é um desafio tão antigo quanto as sociedades
humanas, desde que os “Povos nómadas” decidiram “assentar arraial” em espaços e
territórios outrora de ninguém. Este desafio, só é antecedido da “transmissão de
saberes” de pais para filhos que assim passou a propriedade e responsabilidade
coletiva, ou seja de toda a sociedade.
11
Na minha investida ou aventura por este tema adentro, assumo as incertezas e
inexatidões dos meus conhecimentos e opiniões, na certeza porém de partilhá-las com
o fim único de transmitir os meus parcos conhecimentos e estimular a reflexão e
porque não “ações” futuras que possam gerar novas oportunidades de “formação para
a nossa juventude” onde quer que estejam e necessitem.
Conceito da Sociedade Civil
Sociedade Civil é uma expressão comummente usada para nomear o conjunto de
organizações e instituições de desenvolvimento, cívicas voluntárias e que constituem
as bases de uma cidadania organizada numa sociedade em funcionamento e em
contraposição as estruturas tuteladas pelo Estado (não importa o seu sistema político).
Segundo o filósofo e político italiano Antonio Gramsci a sociedade política é referente
às instituições políticas e o controlo legal e constitucional que exerce. Já a sociedade
civil é vista como um organismo não-estatal ou privado, que pode incluir a economia,
por exemplo. A sociedade política é conotada com a força e a sociedade civil com o
consentimento. Para ele o Estado não deveria ser visto apenas como Governo, mas
sim como Estado em sociedade política e a sociedade civil.
Existem uma infinidade de definições de sociedade civil. A prática definição do Centro
para a Sociedade Civil da London School of Economics é bastante ilustrativa:
Sociedade civil refere-se à arena de ações coletivas voluntárias em torno de interesses,
propósitos e valores. Na teoria, as suas formas institucionais são distintas daquelas
do estado, família e mercado, embora na prática, as fronteiras entre estado, sociedade
civil, família e mercado sejam frequentemente complexos, indistintos e negociados. A
sociedade civil comumente abraça uma diversidade de espaços, atores e formas
institucionais, variando em seu grau de formalidade, autonomia e poder.
Sociedades civis são frequentemente povoadas por organizações como instituições de
caridade, organizações não-governamentais de desenvolvimento, grupos
comunitários, organizações femininas, organizações religiosas, associações de
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desenvolvimento local, associações profissionais, sindicatos, grupos
de autoajuda, movimentos sociais, associações comerciais, redes e grupos ativistas.
Conceito de Educação
Admitindo que o ato educativo é preparar os indivíduos para a vida social, então o
desenvolvimento social parte do investimento e proteção da base da sociedade, ou
seja a criança. A criança é o futuro cidadão e nessa perspetiva, há que proteger os seus
interesses sociais e exercer seus direitos e deveres. Para que isso aconteça, desde
muito cedo ela tem que aprender a formar sua opinião e a compreender os problemas
sociais de forma a continuar lutando contra estes e respeitando o seu próximo.
Na prática, a criança nunca foi um grande alvo de proteção social. Antes era tratada
como adulto no âmbito criminal e às vezes como coisa quanto aos seus direitos e
garantias. Em função do estádio de desenvolvimento de cada sociedade, a forma como
é tratada e considerada vária. Em sociedades mais desenvolvidas ela é tratada de
maneira melhor e na medida em que a sociedade é menos desenvolvida ela tende a
ser mais reprimida e punida para ser sociabilizada e educada: “diz-me como a tua
sociedade trata as crianças e dir-te-ei o quanto ela é desenvolvida”.
Através da correta educação a criança começa a se perceber no meio social, ela tende
a perceber os problemas e as diferenças sociais e a partir dessa experiência passa a
trabalhar esses temas de maneira enriquecedora para si, como meio de
desenvolvimento de ser humano e posteriormente de cidadão.
Na escola, durante processos de socialização, a criança tem oportunidade de
desenvolver a sua identidade e autonomia. Interagindo com os amiguinhos se dá a
ampliação de laços afetivos que as crianças podem estabelecer com as outras crianças
e com os adultos. Isso poderá contribuir para o reconhecimento do outro e para a
constatação das diferenças entre as pessoas; diferenças, essas, que podem ser
aproveitadas para o enriquecimento de si próprias. As instituições de educação infantil
se constituem em espaços de socialização, propiciam o contato e o confronto com
adultos e crianças de várias origens socioculturais, de diferentes religiões, etnias,
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costumes, hábitos e valores, fazendo dessa diversidade um campo privilegiado da
experiência educativa.
Desse modo, na escola, criam-se condições para as crianças conhecerem, descobrirem
e reinterpretarem novos sentimentos, valores, ideias, costumes e papéis sociais
(SILVIA, 2008).
Nessa ligação, a criança poderá no futuro, exercer seus direitos civis e políticos de
maneira condizente com sua realidade e sempre buscando o bem comum.
É Importante mencionar que a correta educação é o ideal, e quando se fala em
correta, não se trata da forma de educar comum em escolas públicas como o simples
escrito no quadro e uma singela explicação, quando se tem alguma. A correta
educação é aquela que engloba a criança e o jovem nos problemas sociais e tenta
mostrar-lhes como devem portar-se nesse meio, como eles deverão lutar para garantir
seus direitos de cidadão e como deverão exercê-los. Essa educação é obrigação do
Estado que deve investir na capacitação de seus funcionários públicos, em particular os
professores, com remuneração devida, além disso, deve proporcionar o acesso à
educação e o incentivo adequado para que as crianças e jovens não sejam
desestimulados principalmente por motivos económicos.
Educação na Guiné-Bissau
O sistema educativo no país está organizado de Seguinte maneira:
Pré- escolar para as crianças de 3 anos de idade a 5 anos de idade,
Ensino Básico de 1º ano ao 9º ano de escolaridade, subdividido em Primeiro
ciclo > compreende-se o 1º ao 4º ano, subdividindo-se em duas fases,
a Primeira fase, que inclui o 1º e o 2º ano de escolaridade e a Segunda fase, que
abarca o 3º e o 4º ano de escolaridade; Segundo ciclo > engloba a terceira fase
do ensino básico, inclui o 5º e o 6º ano de escolaridade e, finalmente, Terceiro
ciclo > compreende o 7º, 8º e 9º ano de escolaridade, constitui a quarta e
última fase do ensino básico;
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Ensino secundário e técnico profissional;
Formação Superior.
Desafios na área educacional: Neste país o ensino “é progressivamente gratuito”,
havendo taxação nos primeiros anos escolares, ausência de taxação no ensino básico e
novas cobranças a partir da 7ª série. A importação de livros escolares também é
ausente de taxas. O Ministério da Educação disponibiliza, em média, 2,14% do PIB à
educação, aplicando nos níveis Pré-Escolar (de 1 a 3 anos), Básico (1ª a 6ª série),
Secundário (7ª a 9ª série) e Técnico Profissional (a partir do 10ª ano), distribuídos em
1902 escolas no país. A perspetiva é de que apenas em 2029 o país atingira a meta de
destinar 23% do seu PIB em educação.
Quanto às taxas de analfabetismo > A taxa de analfabetismo de pessoas com 15 anos
ou mais é de cerca de 49% da população, sendo que destas 65% são mulheres da zona
rural;
Quanto às políticas de inclusão > grande parte de meninas e mulheres estão fora da
escola, sendo em sua maioria analfabetas;
Quanto à evasão e desfasagem > Cerca de 29% de pessoas em idade escolar estão
fora do sistema;
Quanto ao financiamento> 2.14% do PIB, somente, são destinados à educação neste
país;
Quanto à formação e contratação de professores> existe uma demanda de cinco mil
professores no país. O salário mínimo dos professores vária de FCFA 32.750,00 (50
euros) a FCFA 98.250,00 (150 euros).
A Formação
Trata-se da ação e do efeito de formar ou de se formar (dar forma a/constituir algo ou,
tratando-se de duas ou mais pessoas ou coisas, compor o todo do qual são partes).
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A formação também se refere ao modo como uma pessoa foi criada na sua infância e
adolescência, isto é, à educação que recebeu. Exemplo: “Aquela senhora é muito bem
formada” (é educada e tem bons modos).
Na geologia, uma formação é um conjunto de estratos que formam uma unidade
rochosa, a que se associa geralmente o nome do lugar. Já, na botânica, é um grupo de
vegetais de uma região com características comuns.
No âmbito militar, por outro lado, a formação é o modo como as tropas, os aviões ou
os navios de guerra se dispõem (ordenadamente) para o combate.
Na atualidade, a noção de formação costuma ser associada à ideia de formação
académica ou profissional, que compreendem cursos com o objetivo da inserção e
reinserção laboral e atualização (reciclagem) de conhecimentos.
O objetivo da formação profissional consiste em aumentar e adequa r o conhecimento
e as habilidades dos trabalhadores ao longo da vida. Em geral, existem três tipos de
formação profissional: a formação profissional específica ou inicial (destinada aos
estudantes que decidem iniciar-se na vida ativa), a formação profissional ocupacional
(para pessoas desempregadas que desejam reintegrar-se no mundo do trabalho) e a
formação profissional contínua (para os trabalhadores no ativo que querem adquirir
maiores competências e que procuram atualizar permanentemente as suas
capacidades, contribuindo assim para aumentar as possibilidades de empregabilidade).
O senso comum tende a juntar as noções de formação, aprendizado e educação, que
vem do simples fato de “transmitir o conhecimento”. Mesmo esses conceitos sendo
intercalados precisamos distingui-los.
Como forma de diferenciar a formação inicial à profissional temos a divisão de:
Formação inicial: correspondente ao ensino escolar e universitário, levando a
um nível de formação que determinará qual profissão um indivíduo será capaz
de exercer.
Formação para aprendizagem: um caso particular da formação inicial que
consiste na alternância entre períodos de teoria e períodos de prática em uma
empresa.
16
Formação profissional ou formação contínua: geralmente adotada para pessoas
que já exercem uma atividade profissional e querem desenvolver suas
capacidades.
O ensino técnico-profissional tem uma reduzida expressão no plano nacional,
atendendo ao número de jovens que terminam os seus estudos e que não dispõem de
outras saídas em matéria de continuação da formação académica ou de uma
profissionalização.
O país dispõe de um Instituto Nacional de Formação -INAFOR- que se subdivide em
dois centros de formação públicos, como são o CENFA, que tem vindo a ministrar
cursos provendo a administração pública e não só de quadros, nas áreas administrativa
de uma maneira geral e da contabilidade. O CENFI, com um programa mais voltado
para a formação de jovens operários, atualmente está com as suas atividades
reduzidas.
As escolas de formação de professores do ensino secundário e a escola de formação
de quadros da saúde completam a rede de oferta do ensino público.
Além da formação formal também temos várias maneiras de formações informais,
sendo o sistema educativo não formal na Guiné-Bissau constituído de alfabetização e
educação de adultos, pelas escolas de outro tipo nomeadamente Madrassas corânicas
e as chamadas particulares de incidência urbana. Hoje assiste-se no subsistema por
impulsão das ONG um crescimento vertiginoso das escolas comunitárias.
No que respeita às escolas "madrassas", pouco se sabe do seu curriculum e da
qualidade dos seus recursos humanos e físicos. Entretanto, é intenção integra-las na
rede oficial do ensino por forma a assegurar uma maior equidade programática destas
escolas com o sistema global.
No sector privado, duas estruturas da Igreja Católica (CIFAP de Bissau e Bula) de
formação profissional que funcionam ainda no esquema da formação profissional
clássica e oferecem formações de 3 anos num determinado número de
17
profissões/ofícios de base (carpintaria, mecânica, eletricidade e há pouco tempo
informática).
Ainda de caracter privado, encontram-se na capital, algumas escolas que ministram
cursos de formação de curta duração na área da informática e administrativa.
Os centros de formação agrícola que funcionavam com o apoio dos parceiros
bilaterais, (em Bachil, Empada etc.) cessaram as suas atividades.
Ainda no quadro de Formação técnica profissional, existe o Centro de Formação
Técnica de ADPP (Escola Vocacional) em Bissorã que ministra a Formação nas áreas de
carpintaria, mecânica, eletricidade, energia alternativa e construção. Também em
Bachil a ADPP tem a “Faculdade DNS” que forma professores do ensino básico
especificamente para trabalharem no meio rural.
A ONG AD (Ação para o Desenvolvimento, também oferece oportunidades de
formação profissional em Bissau, nomeadamente através da sua escola de “Artes e
Ofícios” e de “Hotelaria”, ambas em Quelelé.
Diversas ONG’s ainda oferecem oportunidades de formação “não clássica” que
denominam de “ações de reforço de capacidades” ou simplesmente “reforço de
capacidades” que podem ir desde a gestão administrativa e financeira, planificação e
gestão operacional, técnicas de animação e intervenção comunitária até as de carácter
de apoio ao camponês na sua organização social e produtiva.
Mais recentemente surgiram as universidades privadas concentradas principalmente
em Bissau.
Qual o Papel da Sociedade Civil na Promoção da Formação Juvenil
A aquisição de conhecimentos e a sua utilização prática na forma de habilidades
tornaram-se, ao longo dos últimos dois séculos, nos fins e meios para todas as
atividades educacionais nas sociedades modernas e constituem instrumentos
fundamentais a serem possuídos por cada indivíduo na sociedade.
18
O modo de aquisição e de distribuição desses conhecimentos e habilidades se
constituiu em paradigma que organiza todos os processos educativos, e estabelece o
grau de responsabilidade para sua implementação por parte do poder público ou da
iniciativa privada, nos planos individuais e coletivos, particulares e universais.
Na Guiné-Bissau o grande desafio a enfrentar, são a falta de infraestruturas escolares e
de formação técnico-profissional, o baixo nível de escolaridade e a sua má qualidade.
Partindo desse pressuposto, pode-se adivinhar que existe um vasto campo para a
participação e intervenção da sociedade civil desde que aceite no seu papel de
parceiro privilegiado quer do Estado, como da Comunidade Internacional.
No caso em análise, promoção da formação juvenil, verifica-se uma excessiva
concentração de oportunidades em Bissau, diga-se de passagem, de qualidade
duvidosa, na medida em que não se sabe que tipo de emprego ou ocupação geram e
qual o grau da sua adequação às reais necessidades do “cidadão jovem” e do
desenvolvimento do país.
Por outro lado, o grau de empreendedorismo é limitado a algumas iniciativas
geradoras de rendimento, sendo a maior parte virada para a economia familiar que
não gera “nem formação e nem tão pouco emprego estável e efetivo” no sentido lato
da palavra.
Na ausência de “oportunidades” cabe a sociedade civil mobilizar-se e agir para ajudar
na solução dos problemas básicos do “cidadão” que na sua maioria é constituída de
uma população jovem, carente e vulnerável.
Em face as crises cíclicas, hoje com tendência a agravar-se, o desafio da “formação
juvenil” pôde parecer um sonho inalcançável, mas é “educando os jovens é que se
prepara o futuro de qualquer país”.
A Guiné-Bissau não foge a regra e a aposta da sociedade civil só pode seguir esse
caminho. Caminhar juntos, Estado e sociedade civil, mobilizar recursos e proporcionar
oportunidades.
19
A aposta na ”formação juvenil” tem que ser aquela que se adapta e se adequa as
necessidades de aquisição de conhecimentos e ferramentas úteis ao meio onde o
jovem está inserido, fixando-o no seu “espaço social, humano e físico”. Somos
tentados a seguir modelos universais importados de outras realidades que estimulam
principalmente o êxodo rural, a emigração ou a desvalorização das nossas próprias
potencialidades e cultura.
A sociedade civil guineense se exige, não só o mero papel de complementar o Estado,
mas de líder nas iniciativas e ações de desenvolvimento, particularmente de promoção
da formação juvenil, tornando os jovens em “cidadãos aptos, conscientes e livres.
A sociedade civil deve trabalhar com os jovens e as suas comunidades e incentivar a
aquisição de conhecimentos e ferramentas necessários a resolução dos problemas
locais e de bem-estar coletivo.
A aposta numa escola que prepara o jovem para enfrentar os desafios do seu meio,
que eleva a sua consciência de pertença a uma sociedade maior para a qual ele está a
contribuir para a sua prosperidade é um imperativo que a sociedade civil deve assumir
sem esperar pela sociedade política, o Estado.
Não existem apostas mágicas, em cada lugar onde existe um cidadão ou um grupo de
cidadãos as ideias e iniciativas têm que nascer, crescer e consolidarem-se, pois
sabemos que as oportunidades de formação para os jovens são escassas assim como
os recursos materiais e financeiros para as gerar.
No mundo rural a formação dos jovens centrada na aquisição de conhecimentos e
ferramentas que melhorem o seu modo de produção atual, que criem novos serviços e
rendimentos e que ao mesmo tempo os integrem na vida universal e moderna são
ganhos de bem-estar que os fixarão no seu meio sem complexos de serem
camponeses ou de origem pobre.
O mundo urbano e suburbano está a desassociar os jovens da realidade, está a
empurra-los para a frustração, para a perda de valores que outrora eram essenciais
para a vida do individuo na sociedade e as oportunidades de formação dos jovens não
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sendo adequadas, nem adaptadas as necessidades de desenvolvimento estão a
comprometer o seu futuro e o do país.
A sociedade civil tem que ser capaz de proporcionar a formação técnico-profissional
para os jovens, estando com eles nas tomadas de decisão sobre as suas necessidades
de educação, formação e de especialização.
21
Painel III: “Exploração de novas
potencialidades/oportunidades de emprego para
jovens no meio rural”
António Badinca
22
1. Introdução
A queda de preços dos principais produtos agropecuários e a crise agrícola
proporcionou uma marcante redução, ou seja, baixa do rendimento nesse setor,
ocupado essencialmente pela população rural, o que, de fato, criou um cenário muito
desfavorável para a melhoria do rendimento dos agricultores, principalmente os dos
países em vias de desenvolvimento, que ainda encontram fortes barreiras
protecionistas no mercado interno dos países desenvolvidos (Europa, EUA e Japão).
Contudo, esse cenário tem como consequência positiva a consciencialização das
famílias rurais, sobretudo as da camada mais jovens para a exploração de novas
potencialidades e oportunidades geradoras de rendimento , passando a ser novas
funções complementares ou alternativas exercidas pela população rural. E o
surgimento de novos atores que proporcionará mudanças nas famílias rurais e nas
explorações agropecuárias, o que permitirá fazer a comparação das semelhanças entre
os mercados de trabalho urbano e rural; assim como, o aumento das demandas da
população dos centros urbanos pelos produtos e serviços rurais.
Pois, o meio rural não deve ser somente agrícola, mas sim deve estar a altura de
proporcionar outros bens e serviços tanto para os residentes, assim como aos não
residentes cuja procura tende a aumentar, mas a grande questão que se pode colocar
é saber quem se encarregará de oferecer esses novos bens e serviços no interior das
sociedades rurais. Certamente que devem ser os jovens, ou seja os jovens no meio
rural devem começar a identificar os problemas, constrangimentos locais e
procurarem soluções locais. Evitando o declinar das responsabilidades e o cruzar dos
braços à espera de soluções externas, trazidas por pessoas externas. Mas, a par da
capacidade empreendedora que se julga ser indispensável, é necessário que a atitude
proactiva dos jovens rurais seja alicerçada por competências técnico-profissionais.
Com efeito, é fundamental a criação de condições de acesso às formações técnicas e
profissionais aos jovens nos meios rurais, fato que pode servir de fator impulsionador
de emprego jovem no mundo rural.
23
2. Potencialidades e Oportunidades de Emprego Jovem no Meio Rural
A grande maioria dos jovens no meio rural ocupa a maior parte do seu tempo
praticando essencialmente atividades agrícolas, pois eles representam a força
viva/ativa nas suas comunidades e os que garantirão a sucessão dos mais velhos.
Mas, o crescente estímulo do movimento migratório para os centros urbanos constitui
uma grande ameaça no que diz respeito à dinamização das comunidades rurais e a
sucessão dos mais velhos pelos jovens nos meios rurais.
Para inverter essa tendência, urge elaborar e implementar ações concretas (apoios
psicossociais, formações técnicas e profissionais diversificadas, integração
socioprofissional, planificação e realização de diversas atividades, orientação e
acompanhamento dos jovens rurais na identificação, elaboração e implementação de
projetos sociais e ou económicos concretos e viáveis, entre outras ações). Essas ações
poderão contribuir para o incremento de uma nova cultura empresarial, baseada no
conhecimento e na inovação, introduzindo uma cultura de assunção de desafios,
capacidade e vontade empreendedora, através do estímulo ao aparecimento de novos
empreendedores, capazes de contribuir para a diversificação e renovação do tecido
empresarial no meio rural.
As caraterísticas sociocultural e ambiental na Guiné-Bissau diferem de região para
região, setor a setor apesar de algumas semelhanças comuns numas em relação as
outras. Esses fatores também influenciam nos aspetos ligados às oportunidades de
emprego tendo em conta as caraterísticas acima mencionadas e existentes em cada
região,
As experiências e realidades dos fatos em geral demonstram que as grandes
oportunidades de emprego nos meios rurais na Guiné-Bissau podem ser separadas em
três níveis em termos da estrutura organizacional: individual (auto emprego ou por
conta própria), coletivo, através de um agrupamento, associação, federação,
cooperativa, etc… (auto emprego e por conta coletiva para alguns membros, mas
também pode ser por conta de outrem para o pessoal contratado) e por terceiros,
através de uma organização privada ou pública (trabalho por conta de outrem). A
24
diferenciação desses níveis pode ser esclarecida, através da resposta à seguinte
questão: A quem o trabalhador presta conta?
A maioria das atividades desenvolvidas por essas diferentes estruturas organizacionais
é de caráter económico-social e podem ser divididas basicamente em 3 atividades:
comerciais, industriais & comerciais e serviços), tais como:
Industriais & comerciais: As que transformam uma matéria-prima em uma mercadoria
e as vendem geralmente a grosso. O ramo de atividade será definido pelo tipo de
mercadoria que a pessoa ou organização produz. Possíveis ramos de oportunidades
nos meios rurais:
Transformação e comercialização dos produtos agrícolas e florestais (Ex: pasta
da mancara, sumos e compotas, entre outros);
Apicultura: Colheita, refinação do mel, transformação dos seus derivados e
venda;
Avicultura: compra, cria dos pintainhos e comercialização das galinhas;
Artesanato: confeção das estatuetas (bonecos/as simbólicos/as ligados/as à
cultura e história nacional) com troncos das árvores locais (pau de sangue, pau
de ‘’bissilon’’, pau de conta, etc…);
Carpintaria: Confeção e comercialização de móveis (camas, mesas, cadeiras,
estantes, portas, janelas, etc…).
Comerciais: As que atendem diretamente o consumidor final e, geralmente, revendem
produtos comprados de fornecedores. Possíveis ramos de oportunidades nos meios
rurais:
Compra e revenda dos produtos nacionais e importados: das pequenas
tabernas aos contentores de revenda dos produtos, ditos de primeira
necessidade (géneros alimentícios, cosméticos, etc…);
Compra e revenda de animais (porcos, cabras, vacas, etc…);
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Compra e revenda de pescados do mar (peixe e outros mariscos);
Compra e revenda de produtos agrícolas e florestais;
Restaurante & Bar.
Prestação de serviços: Não transforma e nem vende produtos, mas presta uma
atividade útil ao cliente. Possíveis ramos de oportunidades nos meios rurais:
Limpeza das quintas, lavoura e colheita dos produtos agrícolas;
Alfabetização funcional e/ou ensino privado oficializado;
Salão de cinema/jogos de futebol/telenovelas;
Salão de espetáculo e discoteca;
Transporte (animal ou viatura) de pessoas e mercadorias;
Mecânica-auto: reparação das viaturas e motorizadas.
3. A Gestão das Atividades Geradoras de Rendimento (AGR) no Meio Rural
Ter boas ideais, formação técnica e profissional, vontade e condições materiais e
financeiras para implementar um projeto social e/ou económico é um bom começo,
mas não é tudo, pois é imprescindível ter a determinação e capacidade de boa gestão
dos recursos nele existente, seja o projeto individual ou coletivo (associação,
cooperativa, etc…).
Para tal é preciso antes de tudo a elaboração de regras de gestão (regulamento
interno) bem claras, do referido projeto ou AGR, e nesse processo não se deve deixar
de ter em conta a realidade ou contexto sociocultural sobretudo a nível local, mas
também aos níveis regional e nacional.
Por outro lado é muito importante criar fichas simplificadas de gestão das informações
financeiras e contabilísticas, para permitir o registo de todas as informações sobre as
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transações efetuadas diariamente. Essas informações permitirão a qualquer momento
avaliar a situação real do projeto em termos dos custos e proveitos dele resultante,
assim como, as medidas eventuais que devem ser tomadas para melhor reorientar o
bom funcionamento do projeto, visando o alcance dos objetivos traçados .
Ainda é preciso definir a periodicidade do controlo/avaliação do funcionamento do
projeto, e esse espaço de tempo deve ser o mais curto possível, ou seja no mínimo
uma vez por mês, numa primeira fase.
4. Conclusões Finais
Existe uma fraca implementação das políticas públicas de desenvolvimento social e
económico nos meios rurais. Políticas essas que se tivessem sido implementadas eficaz
e eficientemente podiam assumir um enfoque integrador das atividades agrícolas e
não-agrícolas, ao mesmo tempo em que utilizem diferentes instrumentos de política
social e econômica para promover um modelo de desenvolvimento rural que permita
aos seus habitantes melhorarem suas condições de emprego, rendimento e qualidade
de vida.
Ainda é de referir que, o desenho das políticas de desenvolvimento rural, em adição ao
provimento de recursos necessários para o crescimento da produtividade agrícola,
deve também incluir as necessidades de atividades locais não-agrícolas. O crescimento
e a concentração dessas atividades nas áreas rurais necessitam e solicitam acesso aos
serviços de infraestruturas tais como a eletricidade, a água potável, estradas, escolas,
saneamento básico, assim como a facilidade de crédito financeiro e/ou material e do
desenvolvimento de instituições, públicas e privadas, locais. Mas também, a
necessidade das formações técnicas e profissionais certificadas da população rural
para as atividades agrícolas e não-agrícolas, dada a sua contribuição para o aumento
das possibilidades de se conseguir melhores empregos e rendimentos sobretudo para
os jovens.
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Recomendações
Extraídas das intervenções dos oradores e participantes
Definir de estrutura e órgãos de tutela das Escolas de Formação Técnico-
Profissional (EFTP);
Regulamentar medidas para uma política de formação profissional;
Apostar na criação de um Sistema Nacional de Qualificações (SNQ) que inclua:
Quadro Nacional de Qualificações (QNQ)
Catálogo Nacional de Qualificações (CNQ)
Definir um Regime jurídico de Formação profissional abarcando :
Diplomas, Certificados e Caderneta Individual de Competências
Sistema Nacional de reconhecimento, validação a certificação de
competências (RVCC)
Formalizar uma Comissão Nacional de Equivalências;
Regular a emissão de certidões de aptidão profissional;
Apostar no funcionamento do Conselho Consultivo que deverá prestar
assistência à implementação da política de formação profissional;
Reforçar as capacidades do Instituto Nacional de Formação Técnico-Profissional
(INAFOR);
Criar centros de formação técnico-profissionais nas regiões;
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Mais mobilização da sociedade civil para ajudar na solução dos problemas
básicos do “cidadão” que na sua maioria é constituída de uma população
jovem, carente e vulnerável;
Evitar seguir modelos importados de outras realidades que estimulam
principalmente o êxodo rural, a emigração ou a desvalorização das
potencialidades e cultura locais;
Apostar numa ”formação juvenil” adaptada e adequada às necessidades de
aquisição de conhecimentos e ferramentas úteis ao meio onde o jovem está
inserido, fixando-o no seu “espaço social, humano e físico”;
Promover o trabalho da sociedade civil com os jovens e as suas comunidades e
incentivar a aquisição de conhecimentos e ferramentas necessárias à resolução
dos problemas locais e de bem-estar coletivo, auxiliando-os nas suas
necessidades de educação, formação e de especialização;
Focar a formação dos jovens na aquisição de conhecimentos e ferramentas que
melhorem o seu modo de produção atual, que criem novos serviços e
rendimentos e que ao mesmo tempo os integrem na vida universal e moderna
sendo estes ganhos de bem-estar que os fixarão no seu meio sem complexos
de serem camponeses ou de origem pobre;
Ao poder político nacional e parceiros de desenvolvimento: Redefinir as
políticas socioeconómicas, tornando-as realistas e exequíveis para o
desenvolvimento rural sustentável;
Criar um fórum de concertação e tomada de decisões sobre os assuntos ligados
à problemática do desenvolvimento rural, tais como o fomento de ações que
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favoreçam a permanência dos jovens no meio rural, com trabalho, rendimento
e cidadania;
Realizar um estudo que contemple entre outros, o recenseamento das
potencialidades de realização dos projetos sociais e ou económicos por jovens
nos seus meios rurais e identificar as oportunidades de financiamento desses
projetos a nível interno (pessoal/familiar) e a nível externo (fundos de
microcrédito, poupança-crédito, projetos de desenvolvimento comunitário,
entre outras fontes de financiamento externo);
Realizar ateliers/workshops locais de partilha de ideias e conhecimentos
resultantes desse estudo, a fim de dar melhor orientação a esses jovens na
escolha e implementação dos seus projetos/objetivos;
Criar incentivos como, por exemplo, isenção fiscal por um período
determinado, para os jovens empresários.
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