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126 EDUCAÇÃO E TECNOLOGIA: TRILHANDO CAMINHOS Lynn Alves Lynn Alves Lynn Alves Lynn Alves Lynn Alves Do Discurso à Prática: Uma Experiência de Comunidade de Aprendizagem Estamos interconectados com o mundo. É essa a sensação que temos ao sermos bombardeados de informações que são veiculadas pelas diferentes mídias impressas, televisivas e telemáticas. A Galáxia de Gutemberg vem sendo nos últimos quarenta anos invadida por uma nova forma de comunicar, de produzir conhecimentos e saberes – a comunicação através das redes telemáticas e em especial a Internet que, desde das experiências iniciais da Arpanet (EUA) e Minitel (França), vem crescendo vertiginosamente, o que torna impossível apontar nesse momento dados numéricos deste crescimento que está em constante mutação. A aldeia global concebida por McLuhan e Powers (1996), nas décadas de 1960 e 1970, possui hoje uma outra configuração interativa, possibilitando a emergência de comunidades de aprendizagem. Para Rheingold, 2 essas comunidades se constituem em agregações sociais que surgem na Internet formada por interlocutores invisíveis que podem ter interesses que vão do conhecimento cientifico ao conhecimento espontâneo, utilizando esses espaços para trocas intelectuais, sociais, afetivas e culturais, permitindo aflorar os seus sentimentos, estabelecendo teias de relacionamentos, mediadas pelo computador, conectados a uma linha telefônica e um modem.

Do Discurso à Prática - api.ning.comrwrfgQ3iG1... · virtuais fazem quase tudo o que as pessoas fazem na ... potencializados hoje pela Internet, ... perspectiva que vem sendo discutida

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Lynn AlvesLynn AlvesLynn AlvesLynn AlvesLynn Alves

Do Discurso à Prática:Uma Experiência de Comunidade

de Aprendizagem

Estamos interconectados com o mundo. É essa asensação que temos ao sermos bombardeados deinformações que são veiculadas pelas diferentes mídiasimpressas, televisivas e telemáticas. A Galáxia deGutemberg vem sendo nos últimos quarenta anos invadidapor uma nova forma de comunicar, de produzirconhecimentos e saberes – a comunicação através das redestelemáticas e em especial a Internet que, desde dasexperiências iniciais da Arpanet (EUA) e Minitel (França),vem crescendo vertiginosamente, o que torna impossívelapontar nesse momento dados numéricos deste crescimentoque está em constante mutação. A aldeia global concebidapor McLuhan e Powers (1996), nas décadas de 1960 e 1970,possui hoje uma outra configuração interativa, possibilitandoa emergência de comunidades de aprendizagem. ParaRheingold,2 essas comunidades se constituem emagregações sociais que surgem na Internet formada porinterlocutores invisíveis que podem ter interesses que vãodo conhecimento cientifico ao conhecimento espontâneo,utilizando esses espaços para trocas intelectuais, sociais,afetivas e culturais, permitindo aflorar os seus sentimentos,estabelecendo teias de relacionamentos, mediadas pelocomputador, conectados a uma linha telefônica e um modem.

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Ainda segundo o autor, as pessoas nas comunidadesvirtuais fazem quase tudo o que as pessoas fazem navida real, mas deixam para trás nossos corpos.3

Estes ambientes que surgem na década de 1970 sãopotencializados hoje pela Internet, caracterizando uma novaforma de viver que no dizer de Turkle seria a vida na tela.

Nestes últimos tempos, o computador tornou-se algo mais do que um misto de ferramenta eespelho: temos agora a possibilidade depassar para o outro lado do espelho. Estamosa aprender a viver em mundos virtuais. Porvezes, é sozinhos que navegamos em oceanosvirtuais, desvendamos mistérios virtuais eprojetamos arranha-céus virtuais. Porém, cadavez mais, quando atravessamos o espelho,deparam-se-nos outras pessoas (Turkle,1995:11-2).

A emergência destas comunidades podem configuraro que Lèvy (1994) denomina de uma inteligência coletiva,que se constrói no ambiente de rede, mediante umanecessidade pontual dos seres humanos, que intercambiamos saberes, trocando e construindo novos conhecimentos,estabelecendo assim, um laço virtual auxiliando os seusmembros no aprendizado do que desejam conhecer. Aindapara este autor, esta inteligência não prescinde da inteligênciapessoal, do esforço individual e do tempo necessário paraaprender, pesquisar, avaliar e integrar-se a diversascomunidades, sejam elas virtuais ou não. Tranqüilizando osapocalípticos, Lèvy pontua que a rede jamais pensará pornós.

É importante ressaltar que o processo de construçãodo conhecimento do coletivo para o individual não seconstitui em uma abordagem nova, que emerge a partir damediação das mídias telemáticas. Trata-se de umaperspectiva que vem sendo discutida desde a década de1920 pela escola soviética (Luria, Leontiev), especialmentepor Vygotsky (1995). Para este teórico, o desenvolvimento

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e a aprendizagem ocorrem mediante um processo deinternalização que se dá no decorrer das interações sociaismediadas por instrumentos e signos, que são elementosmediadores, os quais atuam no nível inter e intrapsíquico,respectivamente, possibilitando a transfiguração de funçõespsicológicas elementares em funções psicológicassuperiores.

Os saberes, informações e conhecimentos sãosocializados no coletivo (nível interpsíquico) e posteriormenteo individuo dá significado a estas construções coletivas,internalizando novos saberes (nível intrapsíquico).

Creio que esta deve ser a concepção que trafeganas comunidades de aprendizagem, existentes na Internet econstruídas mediante interesses comuns dos sujeitos queinteragem neste locus de aprendizagem.

Contudo, apesar da proliferação dessas comunidades,percebe-se ainda a existência de resistências e dificuldadesde convivência com estes espaços, que vejo como fruto,sobretudo, de três fatores: primeiro, porque os indivíduostêm que aprender a lidar com a diferença, o que sempre éalgo complexo; segundo, porque esses ambientes exigemposturas autônomas (algo que a educação tradicional nuncaincentivou); terceiro, porque necessitam interagir comsuportes tecnológicos e ambientes digitais que, para muitos,ainda são realidades novas e distantes do seu cotidiano e desua cultura.

E, quando estas comunidades atendem a demandasda educação formal, percebemos uma acentuação dosfatores acima relatados, em função ainda de uma cultura ede uma concepção cristalizada da educação como umprocesso de assimilação de um conhecimento pronto queainda persiste na maior parte dos alunos e professores,apesar dos discursos renovadores e dos avanços realizadosnos processos de ensinar e aprender. Isso gera uma grandedificuldade desses sujeitos sustentarem o desejo de saber,indo além do senso comum, o que faz emergir, muitas vezes,uma nova categoria na educação: os evadidos online.

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É importante ressaltar que as dificuldades acimapontuadas não se referem apenas às comunidadestelemáticas, mas existem e persistem no cotidiano dasrelações presenciais, seja nos espaços de aprendizagemregular, isto é, instituições de ensino, seja nos diferentesespaços de aprendizagem, como a rua, por exemplo.

Enquanto uma pesquisadora que busca estar atentaa minha práxis, venho procurando vivenciar situações deaprendizagem, nas quais possa aprender com o outro aressignificar o meu fazer pedagógico, indo além dateorização. Isso fez com que emergisse o meu desejo desocializar uma experiência de comunidade virtual deaprendizagem vivida por mim e por um grupo de dezesseisalunos.

Delineando a Proposta

A experiência4 surgiu a partir da realização de duasdisciplinas (na modalidade de ensino presencial),denominadas “Projeto Colaborativo de Aprendizagem emRede” e “Educação a Distância”, cada uma com trintahoras/aula, que se constituiram nas últimas disciplinas deum curso de especialização (pós-graduação lato sensu) emInformática e Educação, com carga horária total de 360horas. O curso ofereceu disciplinas que objetivavam umaarticulação teórica/prática e outras que enfatizavam ainteração com os suportes tecnológicos.

As disciplinas que ministrei tinham uma grandeafinidade teórico/prática, por isso foram desenvolvidas deforma interligada, objetivando discutir os limites epossibilidade da construção coletiva de conhecimento emambientes virtuais, contextualizando a modalidade de EADdesde da década de 1920 no cenário nacional e internacional,refletindo sobre compassos e descompassos das experiênciasrealizadas utilizando as mídias digitais. Utilizamos os espaçosda sala de aula convencional, do laboratório de informáticaconectado a Internet para realização das atividades

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presenciais e elaboramos uma proposta de trabalho para osmomentos não presenciais.

Construção do Trabalho Online

A nossa intenção foi construir coletivamente (sujeitosdo processo: professor e alunos) um ambiente deaprendizagem utilizando as ferramentas free que encontram-se disponibilizadas na Internet, para construção decomunidades de aprendizagem e realização de cursos adistância, vivenciando todas as dificuldades em interagir comestes suportes tecnológicos, bem como os limites de umcurso a distância, a fim de propor novas possibilidades.

A Escolha das Ferramentas

Atualmente existem na Internet uma infinidade deferramentas que podem possibilitar a construção decomunidades de aprendizagem. Estes suportes devem serescolhidos considerando o objetivo do projeto, buscandoestabelecer interface com mais de uma ferramenta aomesmo tempo, já que cada uma pode oferecer possibilidadesdiferentes. As ferramentas mais comuns são:

As assíncronas, que se caracterizam por promover acomunicação em momentos distintos sem a presença dossujeitos. Dentre estas, cito as seguintes:

a) Listas de discussão – objetivam agregar umgrupo de pessoas que visam discutir umadeterminada temática. O Yahoogrupos5, oGrupos6 e a Msn Grupos7 oferecem hojeespaços para criação destas comunidadesassíncronas, totalmente em português e auto-explicativos.A minha experiência tem mostrado que as listasvinculadas ao Yahoogrupos apresentam menosproblemas de interface e mais possibilidadespedagógicas na medida em que os listeirospodem criar um ambiente para disponibilização

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de textos, imagens, banco de dados, agenda,bate papo e realizar até enquetes com os seusmembros. Neste espaço virtual, ficamdisponíveis todas as mensagens enviadas pelalista, com o nome do remetente, o dia e oassunto, constituindo um grande banco dedados das discussões ocorridas, onde osinteratores8, podem resgatar as informaçõesveiculadas sempre que tiver interesse. Alémdo ambiente do Yahoogrupos apresentar umainterface amigável, clean, o usuário podeconfigurá-lo para uma das oito matizesdisponíveis.Um dos problemas do Yahoogrupos é que nãopodemos salvar as discussões da seção debate-papo, para realizar esta tarefa é precisoutilizar a opção print scren, o que dificulta ainteração posterior com as informaçõesdiscutidas no chat.b) Blogs — diários eletrônicos criados para osusuários construam suas anotações diáriaspessoais, permitindo que os visitantes interajamcom os seus discursos, ficando disponível paraser lido e comentado por qualquer pessoa ouapenas restrito ao seu proprietário. No Brasil,citamos o site da Globo.com9 que oferece esteambiente totalmente em português e gratuito.c) Fórum10 — espaço criado para realizardiscussões sobre uma determinada temática.Assemelha-se a uma lista de discussão, com adiferença de que os usuários tem acesso atodas as mensagens postadas, separadas portemas, metaforizando a concepção de árvoredo conhecimento construída por MichelAuthier e Pierre Lèvy11.d) Whiteboard (quadro branco) – espaço ondeos usuários podem deixar avisos, textos,

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imagens ou qualquer outro tipo de informação.Esta foi à única ferramenta que não foi utilizadadurante as disciplinas.Estas ferramentas podem ser fechadas paraum determinado grupo ou abertas para todosos usuários que trafegam na infovia da rede.e) Equitext12 – ferramenta criada pelaUniversidade Federal do Rio Grande do Sulque possibilita a construção de textos coletivos.Os usuários podem incluir, excluir, alterar ecolocar observações nos parágrafos que vãosendo construídos coletivamente. É necessárioenviar um e-mail para o suporte técnico,pedindo autorização para criar um texto.

As ferramentas síncronas, que se caracterizam porpossibilitar a comunicação em tempo real. Destas,destacamos as seguintes:

a) Chats13 – estas ferramentas são bastantesconhecidas e utilizadas nas comunidades deaprendizagem. Existem vários canais quepossibilitam a realização de encontros on-line,inclusive criando salas particulares para arealização das atividades. Estes ambientes nãoexigem nenhum cadastramento anterior, osusuários escolhem o nickname ou apelido,digitam uma senha e podem entrar na sala.Atualmente existem ambientes quedisponibilizam para o internauta a criação doseu próprio chat, sem necessidade de ter umservidor, como por exemplo: o ambiente daMsn.com.br e cjb.net14, possibilitando assim,uma certa privacidade para um grupo depessoas que desejam conversar sobredeterminado tema sem a interferência dedesconhecidos.

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A realização dos chats com objetivospedagógicos deve estabelecer algumas regrasque serão construídas junto com o grupo, parapossibilitar a participação de todos, bem comoo atendimento das demandas dos usuários.Estas regras não têm o objetivo de tolhir ouinibir a participação dos sujeitos. Muito bemcontrário; o objetivo é dar voz a todo o grupo,possibilitando a construção coletiva doconhecimento.b) Videoconferências - ferramentas quepossibilitam a troca instantânea de discursossonoros (falas) e imagéticos (vídeo),possibilitando que indivíduos que se encontramem ambientes separados possam realizardiálogos, vendo-se e escutando-se. Na Internet,existem alguns softwares que mediam asvideoconferências, a exemplo do Netmeeting,embora estas experiências ainda se encontremlimitadas por conta da velocidade da conexãodas redes.c) Softwares de mensagens instantâneas -programas (geralmente gratuitos) quepermitem que um grupo de pessoascadastradas numa rede possam identificaraqueles que se encontram online naqueleinstante e permitem envio instantâneo demensagens, abertura de chats exclusivos,diálogos com trocas de sons, compartilhamentode imagens de vídeo, envio de e-mails, trocade arquivos. Dentre os mais difundidosatualmente, temos o ICQ, o YahooMessenger,o MSN Messenger, o AOL Messenger, dentreoutros.

A partir da análise destas ferramentas, selecionamosos suportes que utilizaríamos durante nossas atividades adistância.

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A nossa comunidade de aprendizagem teve comointerface as ferramentas do Yahoo (que disponibilizou osserviços de agenda, chat, lista de discussão, banco de textose imagens), do Equitext (que possibilitou a construção coletivade textos), o Blog da Globo.com (nosso diário de bordo virtual,onde foram registrados os aspectos subjetivos queemergiram durante a experiência), o fórum (onde fizemos atentativa de dar continuidade às discussões teóricas iniciadasna sala de aula presencial e na lista de discussão) e o chat(que se constituiu em mais um espaço síncrono paradiscussão teórica).

As duas disciplinas do curso, já referenciadasanteriormente, possuíam uma home page inicial construídapor mim e com links para todas as ferramentas relacionadasacima, incluindo o item Trilhas que tinham uma vinculaçãocom a página Educação a distância: limites epossiblidades. Em conjunto com os alunos, foramestabelecidos pontos teóricos17 que foram escolhidos porestes sujeitos, a fim de construir novas páginas, utilizando oFront Page para subsidiar a discussão das temáticas.

Premissas da Proposta

Para realização da nossa empreitada pedagógica,foram estabelecidas as seguintes premissas:

1. Todos nós podemos modificar as produçõesdos colegas, desde que solicitemos previamenteautorização dos mesmos. A autorização poderiaser feita através do Forumnow18 ou da lista dediscussão.2. Cada aluno deverá ser responsável por pelomenos uma página em html sobre a temáticadiscutida, isto é, Educação a distância: limitese possibilidades e apresentar três inserçõesna página de outra pessoa.3. As páginas deverão ter links com a páginainicial e com outros sites disponíveis na Web.4. Todos os envolvidos no projeto terão a senha

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para alimentar as páginas, modificando-as,linkando-as, enfim construindo um grandehipertexto sobre a temática referenciada.5. As páginas serão hospedadas no site doGeocitiesYahoo.19

6. Construiremos um Blog, nosso diário debordo virtual, onde falaremos sobre o processosubjetivo de construção dessa experiência.7. Realizaremos encontros no chat com oobjetivo de discutir as questões ligadas àtemática. Para tanto, estabeleceremos algumasregras a fim de alcançarmos nossos objetivos.8. As ferramentas indicadas no menu doambiente do Yahoogrupos (Agenda, Favoritos,Banco de Textos, Banco de Imagens, Enquetee Banco de dados) serão exploradas por todosos cursistas, sendo que cada aluno ficaráresponsável pela manutenção de umaferramenta. A distribuição desta tarefa serárealizada presencialmente em data a serestabelecida.Obs: Todos poderão contribuir nos diferentesespaços, mas sempre haverá alguémresponsável pela manutenção de um deles.9. Todas as ferramentas elencadas acimadeverão ser contempladas e utilizadas duranteo curso. Os alunos e professor terão liberdadepara criar outros itens no menu.10. E finalmente, todos os envolvidos no projetoterão uma senha de acesso que será divulgadaem data a ser estabelecida.

Como já foi dito anteriormente, por conta da afinidadeentre as duas disciplinas todo o trabalho foi interligado econtínuo. A nossa intenção era discutir as questões ligadasa ambientes de aprendizagem e EAD, vivenciando,experimentando, teorizando, dando significado a partir daprática, exercitando a ação/reflexão. No entanto, tivemos

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uma longa caminhada e penso que o desafio não foiconcretizado. Por que?

Esta pergunta, que esteve presente em muitosmomentos de nossa caminhada, foi socializada com os alunos,com quem busquei a interlocução, na tentativa de implicá-los no processo, de encontrar soluções, alternativas para asdificuldades que afloravam a cada instante. Mas ...

O Caminho Trilhado....

Estávamos vivendo um momento diferente dasdisciplinas anteriores, na medida em que, além das aulaspresenciais, realizávamos atividades a distância, adotandouma metodologia que exigia a participação ativa dos sujeitos,indo além da mera transmissão de informações. Nosencontros presenciais, discutíamos os textos, esclarecíamosas categorias teóricas e metodológicas que pautaram aproposta de trabalho e interagíamos com os suportestecnológicos, já que três alunos não dispunham decomputador conectado a Internet em casa para participardas atividades propostas, limitando-se ao laboratório dainstituição.

É interessante pontuar que, apesar de já estarem nofinal de um curso de especialização cujo objeto era aarticulação tecnologia e educação, havia sete alunos queapresentavam muita dificuldade para utilizar os elementostecnológicos, embora o curso tenha contemplado disciplinasque visavam essa “instrumentalização”

A dificuldade de acesso e de interação foram aspectosque dificultaram o alcance dos objetivos propostos, mas nãopodemos deixar de sinalizar que, no laboratório, os paresque tinham afinidade se ajudavam mutuamente, resgatandoa perspectiva vygotskiana de que se aprende com o outroque atua na zona de desenvolvimento proximal, mediandoas relações. Este outro, aqui compreendido não só comosujeito, mas ainda como instrumentos e signos que tambématuam como elementos mediadores no processo deapropriação da técnica.

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O grupo era composto por apenas dezesseis pessoas,de faixa etária que variava entre 22 e 50 anos, com formaçãonas áreas de letras, história, biologia, geografia, pedagogiae informática. Apesar de ser um grupo pequeno, haviamomentos de desintegração entre eles, fato que vinhaocorrendo ao longo de todo o curso, intensificados nasdisciplinas finais, que tinham como premissa a construçãocoletiva do conhecimento, já que enfatizavam a colaboração,exigindo dos sujeitos do processo de ensinar e aprender oexercício do seu papel de interator.

O Revés do Processo

Para realizar o exercício de aprender com o diferentee romper com o modelo de prática tradicional, centrada nodiscurso do professor, tentamos concretizar um processode troca que tinha como base a comunicação síncrona eassíncrona. Contudo, a experiência de produzircoletivamente apontou diferentes reveses em cadaferramenta utilizada, como podemos ver na análise abaixo.

Equitext: “A Menina dos Olhos”

A proposta foi construir, no Equitext, um texto sobreambientes colaborativos, tentando articular a vivência dosenvolvidos e os referenciais teóricos sobre a temática, dandocoerência e coesão ao discurso. Porém, esse objetivo nãofoi atingido, apesar de ter sido registrado cinqüenta e seisparticipações e inferências dos alunos, durante a construção,pois a produção se configurou em uma grande colcha deretalhos, fato este que foi apontado pelos próprios sujeitosdo processo, no Blog, na lista de discussão e no fórum.Todavia, apesar da consciência que alguns alunos tinhamdo subaproveitamento da ferramente, eles não se sentiam àvontade ou mobilizados para ir construindo os nós de sentidona experiência de escrita coletiva, embora fossemconstantemente incentivados a fazê-lo.

Esta situação caracterizava uma certa passividadefrente a algo que os incomodava, mas não o suficiente que

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eles propusesse ou realizassem mudanças. Somente nofórum (espaço destinado às discussões teóricas, que nãoocorreram) foram postadas cinqüenta e uma mensagens,sendo que vinte e duas registravam a fragmentação do textocoletivo. O que pode ser percebido nos seguintes discursos:20

Sujeito 1 — Pessoal, acho que precisamosrever as colocações no Equitext. Talvez fazeruma revisão no texto inteiro, de forma quetodos participem. O que acham?

Sujeito 2 — Por que aquele que detecta o erronão faz o conserto?

Sujeito 3 — Concordo plenamente masefetivamente o que faremos princesa? Sabede uma? Poderíamos em sala brincar dequebra cabeças, cada grupo de alunosmontaria uma ordem e no final fecharíamoscom texto mais coeso.Uma aula presencialdiferente com o Equitext. Ops... será queProfessor e vcs aceitariam como sugestão?Talvez não tenhamos tempo... Daria certo comos alunos?.O vc pensa. Desculpe demorar deresponder.

Apenas o sujeito 3 tentou reconstruir o texto,imprimindo-o e recortando os parágrafos, como se fosseum grande mosaico de idéias. Os demais se mantiveram nonível da queixa, inclusive sinalizando que o professor deveriafazer essa reestruturação, como aponta o Sujeito 4:

— Concordo com vc, porém o nosso temponeste momento é muito curto. Será que aanálise final do material não deveria ser feitapor um orientador, de modo a verificar o queestá fora ou não do contexto? Esta analisepoderia ser feita via Email, além de indicar ummaterial que sirva como base teórica.

Na verdade, os alunos não imergiram na lógica daferramenta, que exige uma interlocução coletiva, onde todos

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podem modificar o texto de todos, não existe uma únicaautoria, isto é, “não existe o meu texto”, mas o nosso texto.Os parágrafos, embora sejam adicionados individualmente,sinalizando o nome, dia e horário de quem introduziu a últimamodificação, podem (e devem) ser modificados e nãopertencem a ninguém em especial, mas ao gruporesponsável pelo texto.

Embora os alunos não tenham interagido com a lógicado Equitext, esta ferramenta ocupou o lugar da grandedescoberta, na medida que estes faziam questão de apontar,nos momentos presenciais e a distância, o potencial damesma.

Sujeito 3 — O Equitext entretanto foi o meninodos meus olhos; apesar de não ter acessadoum monte de vezes descobri logo um montede coisas; demorei de escreve lo e fiqueichateada porque ele ainda estava aberto hojevou tentar não escrever HyperCiber paper(Neologismo do texto do equi com oscaminhos que decidi).

Sujeito 5 — Minha principal descoberta, foi oEquitext. Foi realmente incrível trabalhar comessa ferramenta.

É interessante (e sintomático) o fato de umaferramenta mobilizar tanto os sujeitos, pela novidade, pelariqueza e pela possibilidade de uma escrita coletiva, e, aomesmo tempo, ser tão pouco explorada por eles próprios. Émais interessante ainda refletir sobre como esses alunos(também professores) podiam vislumbrar uma série deaplicações (ricas) da ferramenta com os seus alunos e serelacionar com a sua dificuldade de interação. Esse peradoxome trazia a dúvida: Seria possível professores que nãoconseguem vivenciar a experiência de produzir no coletivo,respeitando a diversidade, conseguirem, com seus alunos,concretizar tal desafio? Não estariam estes professoressendo incoerentes com o discurso?

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O Blog como a Grande Vedete

É interessante pontuar como os sujeitos do processode ensinar e aprender sentem-se mobilizados para falar desi mesmos, de suas angústias, dificuldades, de registrar aqueixa, de exibir-se. O Blog ocupou no imaginário dosdiscentes do curso um espaço de prazer. Inicialmente, aparticipação era tímida, frases rápidas e recadinhos, queforam passando por uma nova configuração mediante aparticipação dos pares. O sujeito 3 que, desde adolescente,tinha o hábito de escrever no seu diário, começou a fazer osregistros, seguindo a lógica dos diários adolescenciais,inserindo imagens, poemas, frases, e muito texto. Esta práticacomeçou a ser “imitada” por outros membros do grupo.Mas não se tratava apenas uma cópia, reprodução do que ooutro estava fazendo, mas de uma ressignificação do quevinha sendo feito, com a marca pessoal de cada sujeito doprocesso.

O Blog se constituiu em mais um espaço paradenunciar os entraves que imobilizaram a participaçãocoletiva do grupo, em geral relacionados com suasdificuldades de relacionamento.

Sujeito 6 — Os destemperos emocionais, ospsíquicos difíceis contribuíram de formanegativa muitas das vezes. Todavia de tudoexistem dois lados. O processo deaprendizagem durante todo o ano, queconvivemos juntos, foi fantástico. Nunca seriapossível descobrir como viver com o diferenteé tão complicado e, por conseguinte comoprecisamos nos educar para isso

Ou ainda

Sujeito 7 — Todavia não posso afirmar que osproblemas de convivência, nesta turma,tenham sido superados. Perdemos um tempoprecioso e tenho convicção de que a produçãocoletiva teria sido bem melhor caso as

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relações interpessoais se constituíssem deuma forma mais amadurecida. Quepena!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!!21

O exercício de escuta, de tolerância e de aceitaçãodo outro neste grupo ainda está em processo de gestação,embora a nossa experiência tenha se constituído em umgrande exercício para todos nós.

O descompasso das relações interpessoais no grupointensificou a dificuldade de construir coletivamente, ondetodos os sujeitos pudessem intervir e interferir na produçãodo outro, culminando com a produção de conhecimento esentido nos ambientes virtuais, mediante essas trocasinterativas. Havia uma preocupação em se posicionar frenteàs informações que foram disponibilizadas no fórum, no Blog,na lista de discussão, no equitext e na página em htmlconstruída por cada sujeito e disponibilizada na rede, já quenão sabiam conviver com a diferença, com a interlocuçãodo outro. Por isso, o sujeito 3 fez a reconfiguração do textofora da ferramenta, a fim de evitar novos embates, já queinterferir no texto do outro poderia significar desqualificaçãodaquele que fez a primeira escrita. A dificuldade de lidarcom a crítica e se defrontar com o seu não-saber paralisavaestes sujeitos, colocando-se em posições bem ambivalentes,já que não conseguiam alcançar os objetivos da propostanem em nível individual nem no coletivo. Contudo, depoisdos primeiros e tímidos contatos com o Equitext e o Blog,começaram a participar, contribuindo com o seu olhar mesmoque descontextualizado do todo.

Da Reinvenção da Roda à Construçãode Sentidos

A lista de discussão, o fórum e o chat deveriam secaracterizar como ambientes para estabelecer discussõesteóricas, contudo, elas não aconteciam — apesar dasconstantes chamadas realizadas por mim —, sinalizando umadificuldade em pensar teoricamente sobre os problemas que

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envolvem a prática pedagógica em ambientes deaprendizagem, acentuando, assim, um fato que observamoscotidianamente na nossa prática enquanto professores: adificuldade que os alunos têm de ler, sistematizar e escrever,respaldado por um conhecimento já construído teoricamente.Prefere-se inventar a roda, circulando sempre num discursovazio de significado.

Surgem, assim, questões como: onde anda o desejodestes sujeitos em aprender? O que os leva a buscar cursosde especialização quando não existe o desejo de aprofundarteoricamente os seus conhecimentos? Somente anecessidade do título? Como transpor o discurso da queixa,do desagrado das aulas em uma perspectiva tradicional quese limita à transmissão de informações, para emergir umaproposta que ocupe um lugar diferente, de sujeitosautônomos?

Segundo Preti

ter autonomia significa ser autoridade, isto é,ter força para falar em próprio nome, poderprofessar (daí o sentido de ser professor) umcredo, um pensamento, ter o que ensinar aoutrem, ser possuidor de uma mensagem aser proferida. Em outras palavras, é ser autorda própria fala e do próprio agir. Daí anecessidade da coerência entre o dizer e oagir, entre a ação e o conhecimento, isto é, nãoseparação desses dois momentosinterdependentes (2000:131).

Por que é tão difícil professar as concepções, osdesejos? Percebe-se nas comunidades de aprendizagem aexistência de sujeitos que optam por apenas observar o queacontece, exercitando assim a sua pulsão escópica, o seudesejo de ver. Freud (1976) diria que esta pulsão éfundamental para despertar o desejo de saber. Contudo, odesejo de saber do grupo envolvido no trabalho não foimobilizado, indo de encontro à perspectiva do autor.

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Quando questionados sobre a sua não implicação noprocesso, eles se calavam. Mas estabeleci como exigênciapara concluir a avaliação quantitativa das disciplinas umposicionamento quanto a este aspecto no Blog e aí foramrelatadas diferentes justificativas, como por exemplo:

Sujeito 8 — Exercitei pouco a minhaautonomia. Infelizmente toda a riqueza depotencialidades do ambiente disponibilizadonão foi por mim explorado. Isto prova queexistência dos meios é condição necessáriamas não suficiente22. Além disto, ressalta-seque o apoio, orientação e estímulos paradespertar a motivação sempre estivempresentes por parte do facilitador. O que faltou?E onde ficou a colaboração? Quase nãocolaborei comigo imagine com os outros.Tínhamos todas as condições disponíveis.Sinto que se houvesse maior tempo osresultados seriam melhores. Mas tempo é umaquestão de prioridade. Não pude priorizar.Alguns compromissos profissionais incluindodeslocamentos em viagens afetaram-me. Otempo realmente ficou curto. Mas a sementefoi plantada. Vencido o obstáculo citado nãoenxergo outro que possa me atrapalhar. Vamosa luta companheiro!!!

Sujeito 9 — Nem sempre a oportunidade quenos surge de sermos autônomos no quefazemos, nos é agarrada com tanta sabedoriae grandeza. Por muitas vezes por questões denão estarmos habituados com esta novaconcepção ou novas mudanças, ou porproblemas particulares que não nos permitemfazer tudo o que queremos. Vários foram osobstáculos que impediram o meu avanço nasdisciplinas Ensino Colaborativo e EAD. Aproposta inovadora, no início não causaimpacto, digo, aquela ¿pressão¿ típica naexecução das tarefas para conclusão de umadisciplina. Mas, ao decorrer das aulas

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presenciais pude perceber que além de seralgo inovador, que vinha para quebrar asamarras da Educação tradicional, era algo emque eu poderia estar ¿livre¿ para extravasarmeus potenciais

Sujeito 8 — Belíssimo Diário, fui convidada arefletir sobre minha autonomia intelectualnestas disciplinas o que me fez pensar sobreessa grande conquista almejada por todo serhumano. Confesso que fiquei bastantemobilizada, pois percebi que não me sintointelectualmente autônoma para discursar ouaté mesmo usar meus conhecimentos sobreNT autonomamente. Porém descobri queminha capacidade intelectual foi bastanteampliada após essas disciplinas o que mepermite afirmar que tudo que aprendi seráusado como conhecimentos prévios paranovas descobertas que, com certeza,continuarei a buscar. (...) Carinhosamente,

Os relatos dos sujeitos envolvidos no processo(apenas dois alunos não fizeram o registro) confirmam queas questões subjetivas interferem significativamente nocaminhar do grupo, resultando não só em frustrações, masem perdas qualitativas para o crescimento intelectual eafetivo dos indivíduos. Portanto, os aspectos pontuados nãopodem ser esquecidos ou preteridos no processo de ensinare aprender presencialmente ou a distância.

Aprender a lidar com a diferença, investir no processode construção da autonomia, interagir com os suportestecnológicos e trilhar os caminhos do desejo tornam-secondições sine qua non para construir conhecimento.

Concluo o texto com um agradecimento especial aestes interlocutores que possibilitaram pensar/repensar omeu fazer pedagógico, pois sem a existência destes sujeitosparceiros não existe aprendizagem.

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Notas1Texto fruto de uma experiência de construção de um ambiente deaprendizagem junto a alunos de pós-graduação.2http://www.rheingold.com/vc/book/intro.html.3 Tradução da autora do artigo.4 Ministrei as disciplinas Ambientes colaborativos e Educação a Distânciaem um curso de especialização nos meses de agosto a outubro/2002.5 www.yahoogrupos.com.br.6 www.grupos.com.br.7 http://groups.msn.com/people.8 Interator aqui compreendido na perspectiva de Machado (2002),enquanto sujeito que participa ativamente, experimentando, negociando,construindo mediante a sua imersão nos diferentes espaços.9 http://blogger.globo.com/index.jsp.10 http://www.forumnow.com.br/.11http://www.globenet.org/arbor/arbres/Gingo_Outils_Methodes/Supports_Demo/9 LÈVY, Pierre e AUTHIER, Michel. As árvores deconhecimentos. São Paulo: Escuta, 1995.12 www. equitext.pgie.ufrgs.13 http://batepapo.uol.com.br/bp/excgi/sainick.shl?id_nesc.conf? e http://www3.prossiga.br/chat/.14 http://www.cjb.net.15 www.icq.com.br Neste caso, é necessário dar o download do programae instalar no computador ou acessar o go.icq.com utilizando o ICQ online.16 Este software normalmente vem com o pacote Windows.17 Histórico da EAD; Aspectos legais; Ações públicas e privadas;Perspectativas instrucional ou construtivista; Tutor ou professor?Netiqueta e Direito autoral e a Internet;. Instituições de EAD no Brasil;.Experiências de EAD e Universidade Corporativa.18 www.forumnow.com.br.19 http://geocities.yahoo.com.br/.20 Os textos dos sujeitos foram transcritos na integra, sem correçãogramatical.21 Relato de dois membros do grupo.22 Grifo meu.

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Referências BibliográficasFREUD, Sigmund. Conferencia XV – realização de um desejo. TraduçãoChristiano Monteiro Oiticica, Rio de Janeiro: Imago Editora, ObrasCompletas, 1976, v. 15.MACHADO, Arlindo. Regimes de Imersão e Modos de Agenciamento.In: INTERCOM – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares daComunicação XXV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação –Salvador/BA – 1 a 5 Set 2002.PRETI, Oreste. Autonomia do aprendiz na Educação a Distância. In:PRETTI, Oreste (org). Educação a Distância – construindo significados.Brasília: Plano, 2000, p. 125-146.VYGOTSKY, L. S. A formação Social da mente: o desenvolvimento dosprocessos psicológicos superiores. Org. Michael Cole...[et al.]; traduçãoJosé Cipolla Neto [et al.], São Paulo, Martins Fontes, 1994.LÈVY, Pierre.A inteligência colectiva - Para uma antropologia dociberespaço. Lisboa: Ed. Instituto Piaget, 1994.TURKLE. Sherry. La vida em la pantala – La construcció de la identidaden la era de Internet. Barcelona: Paidós, 1997.

Lynn Alves ([email protected] / www.ufba.br/~lynn) é mestre e doutoranda em educação(UFBA) e professora da Universidade Estadualde Feira de Santana/BA (UEFS) e daUniversidade do Estado da Bahia (UNEB).