138
Londrina - Paraná 2016 PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO EM EXERCÍCIO FÍSICO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE GINÁSTICA RÍTMICA PARA PROMOÇAO DA SAÚDE EM IDOSOS

WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

Embed Size (px)

Citation preview

Page 1: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

Londrina - Paraná 2016

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO STRICTO SENSU MESTRADO EM EXERCÍCIO FÍSICO NA PROMOÇÃO DA SAÚDE

WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE

GINÁSTICA RÍTMICA PARA PROMOÇAO DA SAÚDE EM IDOSOS

Page 2: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE

Cidade ano

Londrina - Paraná

2016

GINÁSTICA RÍTMICA PARA PROMOÇAO DA SAÚDE EM IDOSOS

Relatório Técnico apresentado à UNOPAR, como requisito parcial para a obtenção do título de Mestre Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde. Orientador: Prof. Dr. Andreo Fernando Aguiar

Page 3: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE

GINÁSTICA RÍTMICA PARA PROMOÇÃO DA SAÚDE EM IDOSOS

Relatório Técnico apresentado à UNOPAR, referente ao Curso de Mestrado

Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde, como requisito parcial para

a obtenção do título de Mestre Profissional conferido pela Banca Examinadora:

_________________________________________ Prof. Dr. Andreo Fernando Aguiar

Universidade Norte do Paraná

_________________________________________ Prof.ª Dr.ª Marcia Regina Aversani Lourenço

Universidade Norte do Paraná

_________________________________________ Prof. Dr. Denílson de Castro Teixeira

Universidade Norte do Paraná (Membro Externo)

_________________________________________ Prof. Dr. Dartagnan Pinto Guedes

Coordenador do Curso

Londrina, 19 de dezembro de 2016.

Page 4: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

ANDRADE, Walquiria Batista de. Ginástica Rítmica para promoção da saúde em idosos.137f. Relatório Técnico. Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde. Centro de Pesquisa em Ciências da Saúde. Universidade Norte do Paraná, Londrina. 2016.

RESUMO O presente material será apresentado em duas seções distintas, conforme

regimento do Curso de Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção da

Saúde da Universidade Norte do Paraná – UNOPAR. A primeira seção corresponde

à produção técnica do livro teórico-prático, intitulada: Ginástica Rítmica para

promoção da saúde em idosos. O conteúdo deste livro está fracionado em 5

capítulos: (1) Impacto do envelhecimento sobre componentes neuromotores (2)

Exercício físico, Envelhecimento e Saúde (3) Ginástica Rítmica e suas

Características (4) Benefícios da prática da Ginástica Rítmica para promoção da

saúde em idosos (5) Exercícios de Ginástica Rítmica direcionados para idosos. Após

a elaboração do conteúdo, um profissional de design gráfico foi contratado para

concluir o processo final de produção artística do livro (criação, diagramação e arte

final). Posteriormente, este material será submetido à análise editorial, visando à

solicitação do número ISBN, e subsequente divulgação do guia prático. A segunda

seção corresponde à produção científica, intitulada: L-arginine does not improve

muscle recovery course after resistance training in young subject, que será

submetida para publicação no periódico European Journal of Nutrition. O compilado

de informações contidas neste material foi elaborado para atender as características

peculiares do respectivo curso de Pós-Graduação, cujo escopo principal é

apresentar um produto técnico que possa auxiliar Profissionais e Pesquisadores que

atuam na área de Prescrição e Orientação de Programas de Exercício Físico.

Palavras-chave: Ginástica. Saúde. Exercício. Neuromuscular. Envelhecimento.

Page 5: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

ANDRADE, Walquiria Batista de. Rhythmic Gymnastics for health promotion in

the elderly. 137f. Technical Report. Professional Master´s in Exercise in Health

Promotion. Research Center on Health Sciences. Northern Parana University,

Londrina.2016.

ABSTRACT

This material will be presented in two distinct sections, according to the regiment of

the Professional Master's Course in Physical Activity in Health Promotion of the

Northern Paraná University - UNOPAR. In the first section we present a detailed

description of the preparation phase of the theoretical and practical book entitled:

Rhythmic Gymnastics for health promotion in the elderly. The contents of this book

will be split into 5 chapters: (1) Aging Impact on neuromotor components (2)

Exercise, Aging and Health (3) Rhythmic Gymnastics and its features (4) Rhythmic

Gymnastics and its benefits in promoting health in the elderly (5) Rhythmic

gymnastics exercises directed to the elderly. At the end of the content, a graphic

designer will be hired to complete the final process of artistic production of the book

including creation, typesetting and artwork and subsequent publication of the

material. In the second section of this material is a brief description of the steps

including title, hypothesis, objectives, methodology and references, which will

subsequently be submitted to the international journal European Journal of Nutrition.

The compiled information contained in this material was elaborated to fulfill the

particular requirements of the respective postgraduate course, which main purpose is

to present a technical product that can assist the professionals in their work activities.

Key words: Gymnastics. Health. Exercise. Neuromuscular. Aging.

Page 6: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

6

SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 7

2. REVISÃO DE LITERATURA .................................................................................. 9

3. DESENVOLVIMENTO ...........................................................................................14

CAPÍTULO 01 - Impacto do envelhecimento sobre componentes neuromotores . 21

CAPÍTULO 2 - Exercício físico, envelhecimento e saúde ...................................... 28

CAPÍTULO 3 - Ginástica Rítmica e suas características ....................................... 38

CAPÍTULO 4 - Benefícios da prática da Ginástica Rítmica para promoção da

saúde em idosos ................................................................................................... 45

CAPÍTULO 5 - Exercícios de Ginástica Rítmica direcionados para idosos. .......... 50

4. REFERÊNCIAS ...................................................................................................108

APÊNDICE A – Trabalho apresentado em evento científico ...................................111

APÊNDICE B – Artigo científico ..............................................................................112

Page 7: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

7

1. INTRODUÇÃO

O envelhecimento populacional não é uma realidade única do Brasil,

esta característica vem sendo compartilhada de forma mais ou menos acentuada

por diversos países em desenvolvimento1. Considerando uma realidade em nosso

país, a elevação do índice de velhice provoca um aumento das doenças associadas

a este processo, sendo a dependência um dos problemas que mais afeta a

qualidade de vida da população idosa, dificultando a realização de atividades da vida

diária, surgimento de doenças neurológicas, fraturas, lesões, doenças

cardiovasculares entre outras2,3.

Tendo em vista o comprometimento físico e cognitivo que possam

surgir ao longo do processo de envelhecimento sugere-se atividades que possam

trabalhar as capacidades físicas e perceptivas na velhice oferecendo ao idoso novas

oportunidades de aprendizagem e desenvolvimento que são fundamentais para uma

velhice saudável4. Dentro deste contexto, a Educação Física se sobressai em suas

possibilidades de educação permanente, contribuindo para a atualização e inserção

dos idosos, oferecendo-lhes condições necessárias para acompanhar as

transformações da sociedade e adaptar-se a elas5.

Estudos na área da gerontologia tem demonstrado que exercícios

físicos apropriados melhoram em muito a qualidade de vida do idoso5, e entre as

mais diversas possibilidades de se promover a atividade física nesta população

encontram-se na literatura atividades tradicionais em que a adesão não é totalmente

satisfatória. Neste âmbito, destaca-se a necessidade de propor novas estratégias

de exercícios que atendam tanto em aspectos psicológicos (motivacionais) como em

aspectos fisiológicos (melhora da aptidão física) da população idosa.

A estratégia escolhida neste para estimular indivíduos idosos a

adotarem estilo de vida saudáveis de forma apropriada e inovadora, neste trabalho,

foi a adaptação de exercícios e atividades/tarefas que são promovidas pela

Ginástica Rítmica em todo o seu contexto. Os movimentos corporais combinados

com os aparelhos corda, arco, bola, maças e fita, sincronizados ao ritmo da música

solidifica a Ginástica Rítmica como uma das modalidades mas completas e

dinâmicas que poderá promover o desenvolvimento e aprimoramento da

coordenação motora, lateralidade, consciência corporal, percepção espacial e de

movimentos infinitos que auxilia no aperfeiçoamento de todo esquema corporal,

Page 8: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

8

inclusive de idosos4.

Portanto, com este material pretende-se oferecer aos profissionais

de Educação Física a expansão do conhecimento teórico e prático sobre a

aplicabilidade da Ginástica Rítmica no contexto da saúde, bem como um apoio

didático que possa contribuir para o processo de ensino-aprendizagem de disciplinas

acadêmicas relacionadas à prescrição de exercício físico para a população idosa,

contribuindo para o desenvolvimento da GR no contexto da promoção da saúde e,

assim, orientar e estimular indivíduos idosos a adotarem estilos de vida saudáveis,

que poderão repercutir na melhoria da qualidade de vida e atividades diferenciadas

para o profissional que atua diretamente com idosos.

Page 9: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

9

2. REVISÃO DE LITERATURA

As alterações demográficas nos países desenvolvidos e em

desenvolvimento, que refletem o aumento da expectativa de vida e redução do

número de nascimentos, alteram de forma significativa as ações na promoção da

saúde, que precisam ser cada vez mais direcionada à população idosa. O

envelhecimento pode ser considerado por si mesmo, o desuso das funções

fisiológicas, já que a maioria dos efeitos de envelhecimento são decorrentes da

imobilidade e má adaptação e não somente por doenças crônicas1.

Assim, com a depreciação das funções físicas e declínio do sistema

osteomuscular, durante o processo de envelhecimento poderá haver perda

progressiva da força e massa muscular causando grande impacto sobre os

componentes da aptidão neuromuscular, como por exemplo: a diminuição da força

muscular de membros inferiores e superiores, diminuição do equilíbrio, flexibilidade,

agilidade, coordenação, mobilidade articular. Aumento da rigidez de cartilagem,

tendões e ligamentos como também, depleção do número e tamanho de moto-

neurônios, retardamento na velocidade de condução venosa, aumento do tecido

conetivo nos neurônios, menor tempo de reação, menor velocidade e diminuição no

fluxo sanguíneo cerebral1-3.

Além do mais, as depleções advindas da senescência podem limitar

a vida do idoso quanto as realizações das atividades da vida diária e também

repercutir em um acentuado declínio no desempenho físico3-6. As alterações

metabólicas, locomotoras e nervosas também são evidenciadas com o avanço da

idade7, e as principais mudanças do sistema nervoso estão relacionadas às

degenerações na parte neural (bainha de mielina), diminuição no número de

unidades motoras, e perda da velocidade de impulsos nervosos até as fibras

musculares8,9.

Estima-se que a diminuição da força muscular com o avanço da

idade seja de 10-15% por década entre adultos, tornando-se aparente apenas após

os 50-60 anos e, podendo ser ainda acentuado após os 70-80 anos, atingindo

decréscimos de até 30%10,11. Assim, já está comprovado que um estilo de vida

sedentário ao longo da vida contribui para maiores declínios funcionais e

consequente comprometimento da qualidade de vida12,13. De acordo com Teixeira

(1996)14, cerca de 50% das perdas funcionais são consequências do sedentarismo,

Page 10: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

10

o que pode tornar os idosos ainda mais inativos e dependentes com o avanço da

idade.

Por outro lado, a adoção de um estilo de vida ativo poderá contribuir

para melhoria dos componentes da aptidão física relacionados à saúde15 e

consequente aumento da qualidade de vida de idosos. Neste contexto, o exercício

físico tem recebido especial atenção nas duas últimas décadas, uma vez que poderá

atuar como uma importante intervenção não farmacológica para promoção da saúde

de idosos.

É conhecido que o exercício físico tem sido considerado uma

intervenção valiosa não farmacológica e eficiente para a manutenção da saúde do

idoso16. Mesmo que doenças crônicas não transmissíveis surjam mais

frequentemente durante o envelhecer, elas poderão ser prevenidas e atenuadas

com exercício físico2. Atividades aeróbicas de baixo impacto e exercícios com peso

estimulam a manutenção da força muscular de membros superiores e inferiores e

por este motivo, necessitam ser priorizadas no idoso, assim como, equilíbrio e

movimentos corporais que em sua totalidade precisam ser explorados nos

programas de exercício físico para terceira idade16,2.

Haja vista a relação diretamente proporcional do sedentarismo com

doenças e considerando que saúde não é somente a ausência delas e sim um

estado de completo bem-estar físico, mental, social e espiritual17, benefícios

antropométricos e neuromusculares, benefícios metabólicos e fisiológicos,

benefícios cognitivos e psicossociais e benefícios funcionais são as principais

vantagens da prática de exercícios físicos durante o processo de envelhecimento2,18.

O American College of Sports Medicine (ACSM)19 relata que

atividades aeróbicas, exercícios resistidos, de flexibilidade, equilíbrio, mobilidade

geral, de postura e baixo impacto, são fundamentais para a promoção de um

envelhecimento saudável, porém a prática regular de atividade física rigorosa e

moderada pode diminuir de forma significativa com o passar da idade. Neste

sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem

ser potencializados pela reduzida prática de exercícios de fortalecimento muscular e

flexibilidade20. Neste sentido, o estímulo a prática de exercícios físicos deverá ser

transmitido por todos os profissionais de saúde e as informações que possibilitem o

entendimento dos benefícios da atividade física regular deverão ser repassadas à

população em geral, especialmente a idosa.

Page 11: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

11

A “chave do envelhecimento bem sucedido” parece estar em garantir

um estilo de vida fisicamente ativo. Para tanto, os programas de promoção da

atividade física na comunidade para indivíduos acima de 50 anos tem crescido em

popularidade nos últimos anos. É importante contribuir para que o nível de

conhecimento da população cresça a respeito dos benefícios da atividades física,

assim como, possibilitar que o nível de atividade física da população idosa aumente

cada vez mais.

Tão importantes quanto estimular a prática regular da atividade

física, as mudanças para adoção de um estilo de vida ativo na rotina do indivíduo

são parte fundamental de um envelhecer com saúde e qualidade. Todavia, a seleção

de exercícios neuromotores que sejam eficazes para atenuar a perdas advindas do

envelhecimento de um modo global, e ao mesmo tempo prazerosos para o público

idoso, tem sido uma tarefa difícil para os profissionais de educação física, uma vez

que a maioria das informações disponíveis na literatura contém apenas exercícios

tradicionais (ex: treinamento resistido, hidroginástica ou alongamento), não

necessariamente lúdicos. Tal contexto destaca a necessidade de se propor novas

estratégias de exercício que atendam tanto em aspectos psicológicos

(motivacionais) como em aspectos fisiológicos (melhora da aptidão física) da

população idosa.

A estratégia escolhida para estimular indivíduos idosos a adotarem

estilo de vida saudáveis de forma apropriada porém inovadora, neste trabalho, foi a

adaptação de exercícios e atividades/tarefas que são promovidas pela Ginástica

Rítmica em todo o seu contexto. Os movimentos corporais combinados com os

aparelhos corda, arco, bola, maças e fita, sincronizados ao ritmo da música solidifica

a Ginástica Rítmica como uma das modalidades mas completas e dinâmicas que

poderá promover o desenvolvimento e aprimoramento da coordenação motora,

lateralidade, consciência corporal, percepção espacial e de movimentos infinitos que

auxilia no aperfeiçoamento de todo esquema corporal, inclusive de idosos21.

A Ginástica Rítmica (GR) é uma atividade que proporciona um

número infinito de experiências motoras advindas do manejo obrigatório dos

aparelhos corda, arco, bola, maças e fita, que combinadas com as mais diferentes

formas de movimentos corporais como giros, saltos e equilíbrios, interpretam e

expressam diferentes estilos musicais contribuindo para o desenvolvimento e

aprimoramento do esquema corporal como um todo.

Page 12: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

12

As capacidades físicas e aspectos neuromotores requeridos na

execução de uma série de Ginástica Rítmica enriquece a modalidade de forma a

valorizar suas diferentes manifestações enquanto prática de iniciação (escolinhas),

desempenho (alto nível), prática adaptada (especiais) e prática popular (diferentes

populações) 21. A prática da Ginástica Rítmica popular propõe o desenvolvimento de

capacidades e habilidades por meios dos aparelhos da modalidade que passam a

ser quase que uma extensão do corpo, cooperando para a associação, composição

e exploração dos mais diversos movimentos que se possa realizar para se

locomover, dançar, expressar, etc.22.

Toda estrutura corporal estará envolvida no trabalho com os

movimentos dos aparelhos, pois deverá seguir a trajetória traçada por ele,

controlando impulsos, transferências, ritmo, forma, direções, acentos musicais, a

execução dos manejos com precisão doando a quem executa e a quem assiste uma

inexplicável sensação de prazer23-24. Além do mais, um dos papéis da Ginástica

Rítmica é favorecer o desenvolvimento e aprimoramento das categorias motoras

(estabilização, locomoção, manipulação), isto incorpora um ampla série de

experiências de movimentos, para que quem as pratica, desenvolvam e refinem

suas habilidades motoras, além de promover o desenvolvimento dos domínios

cognitivo, afetivo, social, a Ginástica Rítmica favorece a essa compreensão, pois é

uma modalidade que tem o ritmo como uma de suas características25,26.

Certamente apresentar essa modalidade esportiva como meio de

melhorar o acervo motor em idosos por meio da vivência de diversas ações no

processo de ensino-aprendizagem motora, cognitiva, afetiva e social é desafiante.

Cada aparelho possui manejos específicos que deverão ou não estar presentes em

uma série de Ginástica Rítmica. Esses manejos são propostos pelo Código de

Pontuação da Ginástica Rítmica que combinados com os saltos, giros e equilíbrios

deverão expressar um tema realizado por um discurso motor acompanhado por uma

música em que esteja presente a relação constante com a dinâmica da

movimentação corporal.

Pondera-se que os exercícios que serão propostos neste produto

técnico não cumprem o grau de exigência estabelecida pela FIG, porém não

significa que que a essência da modalidade será de fato perdida já que serão

propostas adaptações nos aspectos das dificuldades corporais e manejos dos

aparelhos.

Page 13: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

13

Segundo Gaio21 propostas em Ginástica Rítmica popular devem

atender as diferenças, proporcionando igualdade de oportunidade em vivenciar os

movimentos rítmicos com e sem aparelhos manuais, num ambiente de inclusão

social, portanto sugere-se que os Profissionais de Educação Física trabalhem com

este conteúdo com os idosos sejam eles do sexo feminino ou masculino. Assim,

temos como entendimento uma proposta aberta na qual a exploração da

criatividade, o estímulo a novos movimentos com aparelhos e autoconhecimento

corporal através do contato com o outro conduzem a prática prazerosa da Ginástica

Rítmica popular por parte dos praticantes.

Neste sentido a Ginástica Rítmica poderá exercer um papel

importante no contexto das alterações antropométricas, neuromusculares,

metabólicas e psicológicas na terceira idade. Alguns estudos relataram que os

efeitos da atividade física e do exercício nos aspectos psicológicos e sociais do

envelhecimento, poderiam melhorar o autoconhecimento, auto estima, imagem

corporal, contribuição no desenvolvimento da auto eficácia, diminuição do estresse,

ansiedade, melhora da tensão muscular, insônia, diminuição do consumo de

medicamentos, melhora das funções cognitivas e da socialização27-31.

Salienta-se ainda que, os aparelhos manuais são capazes de

proporcionar uma grande oportunidade para a execução de exercícios de agilidade,

e são comumente utilizados nos programas de exercícios para todas as faixas

etárias, já que contribuem para reeducação motora23. Logo, a experiência de

movimentos específicos como os promovidos pela Ginástica Rítmica no manejo de

seus aparelhos é essencial para a obtenção da coordenação, controle corporal,

habilidade e flexibilidade32-33.

Portanto este livro visa oferecer aos Profissionais de Educação

Física a expansão do conhecimento teórico e prático sobre a aplicabilidade da

Ginástica Rítmica no contexto da saúde, assim como um apoio didático que possa

contribuir para o processo de ensino-aprendizagem de disciplinas acadêmicas

relacionadas à prescrição de exercício físico para a população idosa, contribuindo

para o desenvolvimento da GR no contexto da promoção da saúde e, assim, orientar

e estimular indivíduos idosos a adotarem estilos de vida saudáveis, que poderão

repercutir na melhoria da qualidade de vida, e atividades diferenciadas para o

profissional que atua diretamente com idosos.

Page 14: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

14

3. DESENVOLVIMENTO

Walquiria Batista de Andrade Andreo Fernando Aguiar

GINÁSTICA RÍTMICA PARA A PROMOÇÃO DA SAÚDE EM IDOSOS

Page 15: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

15

AUTORES

WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE

Graduada em Educação Física (Bacharel e Licenciatura), Especialista em Ginástica Rítmica e Mestre em Exercício Físico na Promoção da Saúde pela Universidade Norte do Paraná - UNOPAR. Atualmente é tutora do curso de Educação Física presencial da UNOPAR. Professora de Ginástica Rítmica na Associação Recreativa e Esportiva de Londrina – AREL e Escola Villasboas Educação Infantil e Ensino Fundamental 1 e 2, Árbitra da Federação Paranaense de Ginástica (FPRG) e membro do Grupo de Pesquisa em Sistema Muscular e Exercício Físico (GEPEME - CNPq) desde 2013. Proprietária da WB de ANDRADE Eventos (www.EuvouEuvou.com.br) Modalidades e Assessoria Esportiva desde sua criação no ano de 2011. E-mail: [email protected] ou [email protected] ANDREO FERNANDO AGUIAR

Graduado e, Ciência do Esporte pela Universidade Estadual de Londrina (UEL), especialista em Fisiologia do Exercício pela Universidade Norte do Paraná (UNOPAR), mestrado e doutorado em Biologia Geral Aplicada pela Universidade Estadual Paulista (UNESP). Atualmente é professor titular da UNOPAR, credenciado como docente na pós-graduação de Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde e programa de Mestrado e Doutorado em Ciências de Reabilitação associado UEL-UNOPAR. Coordenador do grupo de Pesquisa em Sistema Muscular e Exercício junto ao CNPq, revisor científico de vários periódicos nacionais e internacionais como International Journal of Sports Medicine, Journal of Strength and Conditioning Research, Journal of Back and Musculos skeletal Rehabilitation, Journal of Sports Medicie and Physical Fitness. E-mail: [email protected] ou [email protected]

Page 16: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

16

AGRADECIMENTOS

Ao altíssimo Deus bom de misericórdia eterna. Ao meu pequeno Leonardo fonte de

motivos e inspirações. Aos meus queridos pais pelo amor e apoio incondicional,

familiares, aos doutores e mestres colegas de profissão, alunos, à comunidade

gímnica que sempre muito bem me recebeu, e a todos que direta ou indiretamente

contribuíram na construção do meu perfil acadêmico e profissional ao longo destes

anos.

Page 17: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

17

APRESENTAÇÃO

Este livro é o produto final de uma produção técnica apresentado no

Programa de Mestrado Profissional em Exercício Físico na Promoção da Saúde da

Universidade Norte do Paraná – UNOPAR. Entre as contribuições deste livro,

espera-se expandir o conhecimento teórico e prático sobre a aplicabilidade da

Ginástica Rítmica no contexto da saúde na população idosa, permitindo que

atividades inovadoras possam ser ofertadas pelos Profissionais de Educação Física

que prescrevem exercícios para a terceira idade atendendo às necessidades de

capacitação profissional de natureza diferenciada, uma das características deste

programa de pós-graduação.

Os movimentos corporais, música e a utilização dos aparelhos

específicos da Ginástica Rítmica: corda, arco, bola, maças e fita compõem uma

tríade que adequadamente combinadas entre si poderão exercer um papel

importante no contexto das alterações antropométricas, neuromusculares,

metabólicas e psicológicas na terceira idade. Uma vez que a maioria das

informações disponíveis na literatura contém apenas exercícios tradicionais e não

necessariamente lúdicos para o idoso, propor novas estratégias de exercícios que

atendam tanto em aspectos psicológicos (motivacionais) como em aspectos

fisiológicos (melhora da aptidão física) da população idosa é certamente um desafio.

O livro foi fundamentado em pesquisas bibliográficas relacionadas a

Ginástica Rítmica e suas diversas manifestações enquanto prática de iniciação

(escolinhas), desempenho (alto nível), prática adaptada (especiais) e prática popular

(diferentes populações), relacionadas ao idoso e o complexo processo de

envelhecimento.

As contribuições recebidas pelos componentes da banca

examinadora, professora Dra. Márcia Regina Aversani Lourenço da Universidade

Norte do Paraná – UNOPAR e professor Dr. Denílson de Castro Teixeira da

Universidade Estadual de Londrina – UEL, foram fundamentais para o

enriquecimento deste trabalho, portanto aqui registra-se os mais sinceros

agradecimentos dos autores.

Walquiria Batista de Andrade Andreo Fernando Aguiar

Page 18: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

18

INTRODUÇÃO

O envelhecimento populacional não é uma realidade única do Brasil,

esta característica vem sendo compartilhada de forma mais ou menos acentuada

por diversos países em desenvolvimento. Considerando uma realidade em nosso

país, a elevação do índice de velhice provoca um aumento das doenças associadas

a este processo, sendo a dependência um dos problemas que mais afeta a

qualidade de vida da população idosa, dificultando a realização de atividades da vida

diária, surgimento de doenças neurológicas, fraturas, lesões, doenças

cardiovasculares entre outras1-3.

Tendo em vista o comprometimento físico e cognitivo que possam

surgir ao longo do processo de envelhecimento sugere-se atividades que possam

trabalhar as capacidades físicas e perceptivas na velhice oferecendo ao idoso novas

oportunidade de aprendizagem e desenvolvimento que são fundamentais para uma

velhice saudável. Dentro deste contexto, a Educação Física se sobressai em suas

possibilidades de educação permanente, contribuindo para a atualização e inserção

dos idosos, oferecendo-lhes condições necessárias para acompanhar as

transformações da sociedade e adaptar-se a elas3-4.

Estudos na área da gerontologia tem demonstrado que a exercícios

físicos apropriados melhora em muito a qualidade de vida do idoso, e entre as mais

diversas possibilidades de se promover a atividade física nesta população,

encontram-se na literatura atividades tradicionais em que a adesão não é totalmente

satisfatória. Neste âmbito, destaca-se a necessidade de se propor novas estratégias

de exercício que atendam tanto em aspectos psicológicos (motivacionais) como em

aspectos fisiológicos (melhora da aptidão física) da população idosa5,6.

A estratégia escolhida para estimular indivíduos idosos a adotarem

estilo de vida saudáveis de forma apropriada porém inovadora, neste trabalho, foi a

adaptação de exercícios e atividades/tarefas que são promovidas pela Ginástica

Rítmica em todo o seu contexto.

Os movimentos corporais combinados com os aparelhos corda,

arco, bola, maças e fita, sincronizados ao ritmo da música solidifica a Ginástica

Rítmica como uma das modalidades mas completas e dinâmicas que poderá

promover o desenvolvimento e aprimoramento da coordenação motora, lateralidade,

consciência corporal, percepção espacial e de movimentos infinitos que auxilia no

Page 19: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

19

aperfeiçoamento de todo esquema corporal, inclusive de idosos4,7.

Portanto este livro visa oferecer aos Profissionais de Educação

Física a expansão do conhecimento teórico e prático sobre a aplicabilidade da

Ginástica Rítmica no contexto da saúde, assim como um apoio didático que possa

contribuir para o processo de ensino-aprendizagem de disciplinas acadêmicas

relacionadas à prescrição de exercício físico para a população idosa, contribuindo

para o desenvolvimento da GR no contexto da promoção da saúde, bem como

orientar e estimular indivíduos idosos a adotarem estilos de vida saudáveis, que

poderão repercutir na melhoria da qualidade de vida e atividades diferenciadas para

o profissional que atua diretamente com idosos.

Page 20: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

20

REFERÊNCIAS

1. LEITE, M.T.; HILDEBRANDT, L.M.; KIRCHNER, R.M et.al. Estado cognitivo e condições de saúde de idosos que participam de grupos de convivência. Rev. Gaúcha Enferm. v.33, n.4, p. 64-71, 2012. 2. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. População idosa no Brasil cresce e diminui o número de jovens. Disponível: http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2011/04/29/populacao-idosa-no-brasil cresce-e-diminui-numero-de-jovens-revela-censo. Acessado em 05 outubro de 2016. 3. CAMARANO, A.A. Envelhecimento da população brasileira: continuação de uma tendência. Revista Coletiva. n.05, 2011. 4. GAIO, ROBERTA. Ginástica Rítmica “popular”: uma proposta educacional. 2 . Jundiaí, SP: Editora Fontoura, 2007. 5. ROSSI, E.; SADER, C.S. O envelhecimento do sistema osteoarticular. In: FREITAS, E. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. p. 792-796. 2002. 6. TEIXEIRA, J.A.C. Atividade física na terceira idade. Arquivos de Geriatria e Gerontologia. Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. v.0 p.15-17, 1996. 7. LAFFRANCHI, BÁRBARA. Treinamento desportivo aplicado à Ginástica Rítmica. Londrina, PR: Unopar Editora, 2001.

Page 21: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

21

CAPÍTULO 01 - Impacto do envelhecimento sobre os componentes neuromotores

As alterações demográficas nos países desenvolvidos e em

desenvolvimento, que refletem o aumento da expectativa de vida e redução do

número de nascimentos, alteram de forma significativa as ações na promoção da

saúde, que precisam ser cada vez mais direcionada à população idosa1-3. O censo

do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) demonstra que em 2010 a

população idosa era de 18 milhões de pessoas, chegando a 12% da população

brasileira acima de 60 anos de idade. Estima-se que para o ano de 2025 este

percentual alcance 16% totalizando 64 milhões, sendo que 14 milhões serão de

pessoas com idade acima de 80 anos, resultando na inversão da pirâmide etária4-6.

Diante de tantas nomenclaturas que definem a velhice o termo mais

conhecido é “terceira idade” que surgiu com o objetivo de definir a população que já

passou pela infância e fase adulta e, portanto, têm mais anos de vida7. O

envelhecimento é um processo de mudanças universais conhecido como um

encadeamento fisiológico natural, pautado geneticamente para a espécie e para

cada indivíduo, que se traduz em diminuição da plasticidade comportamental,

aumento da vulnerabilidade, acumulação de perdas evolutivas e aumento da

probabilidade de morte. É sequencial, individual, acumulativo, irreversível e

demonstra que a saúde, permite o avançar da idade com autonomia e

independência, garantindo qualidade de vida até o findar da vida8. O envelhecimento

por si mesmo, é o desuso das funções fisiológicas, já que a maioria dos efeitos de

envelhecimento são decorrentes da imobilidade e má adaptação e não somente por

doenças crônicas9.

Como existe uma depleção no gasto energético resultante da

diminuição na taxa metabólica de repouso em decorrência também de fatores

fisiológicos, à medida que a idade do indivíduo avança, ele se torna menos ativo e

suas capacidades físicas diminuem, deste modo, o “sentimento de velhice” mostra

seus primeiros sinais que poderão por sua vez, causar stress, depressão e levar à

acentuada diminuição de atividade física e consequentemente à aparição de

doenças crônicas, que por si só já contribui para o envelhecimento1,10.

Contudo, mesmo que o envelhecimento seja um processo natural,

os sistemas cardiovascular, respiratório, metabólico e neuromuscular se depreciam

de forma progressiva ao longo do envelhecimento, podendo acarretar em um

Page 22: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

22

declínio nas capacidades físicas, funcionais e fisiológicas afetando negativamente a

qualidade de vida dos idosos6,11,12.

Assim, com a depreciação das funções físicas e declínio do sistema

osteomuscular durante o processo de envelhecimento, poderá haver perda

progressiva da força e massa muscular, evento conhecido como sarcopenia. Neste

contexto, destacam-se os impactos do envelhecimento sobre os componentes da

aptidão neuromuscular, como por exemplo: a diminuição da força muscular de

membros inferiores e superiores, diminuição do equilíbrio flexibilidade, agilidade,

coordenação, mobilidade articular, aumento da rigidez de cartilagem, tendões e

ligamentos como também, depleção do número e tamanho de motoneurônios,

retardamento na velocidade de condução venosa, aumento do tecido conetivo nos

neurônios, menor tempo de reação, menor velocidade e diminuição no fluxo

sanguíneo cerebral9,13,14.

As depleções supracitadas que ocorrem ao longo do processo de

envelhecimento podem limitar a vida do idoso quanto às realizações das atividades

da vida diária e também repercutir em um acentuado declínio no desempenho

físico14-17. Ueno (2012)18, relata que a capacidade funcional (resistência de força,

agilidade, equilíbrio, flexibilidade, coordenação e resistência aeróbia) também

influencia na tomada de decisão dos idosos para realizarem suas atividades diárias

de forma independente6,13,19,20.

Há vários mecanismos responsáveis pela redução da força na

senescência: Atrofia muscular, alteração da contractilidade e nível enzimático,

diminuição do número de unidades motoras, alterações no sistema nervoso,

alterações endócrinas e enfim, nível de atividade física, má nutrição e presença de

doenças21. Portanto, pode-se considerar que a longo prazo, as depleções

resultantes do processo de envelhecimento contribui para que idosos fiquem mais

suscetíveis à fragilidade e à dependência22-23.

As alterações metabólicas, locomotoras e nervosas também são

evidenciadas com o avanço da idade24, e as principais mudanças do sistema

nervoso estão relacionadas às degenerações na parte neural (bainha de mielina),

diminuição no número de unidades motoras, e perda da velocidade de impulsos

nervosos até as fibras musculares6,25. A bainha de mielina suscita o alcance de

maiores velocidades de condução do impulso nervoso. Alguns estudos relatam que

durante o processo de envelhecimento, ocorre a desmielinização resultando em uma

Page 23: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

23

menor velocidade da contração muscular26,27.

A diminuição de neurônios está relacionada com o avanço da idade

e poderá ocasionar uma diminuição funcional relacionada à capacidade de gerar

força muscular28. Assim, a musculatura atrofia-se havendo um aumento na

quantidade de tecido não contrátil, além de problemas hormonais e metabólicos que

acarretarão em um declínio da aptidão neuromuscular, que também podem ser

causadas devido à perda de proteínas musculares (actina e miosina), alterações na

proporção e tipos de fibras musculares, diminuição da bainha de mielina e

consequentemente, alteração na condução nervosa. O comprometimento do sistema

neuromotor (ex.: coordenação, equilíbrio, agilidade, força) poderá afetar diretamente

a capacidade funcional do idoso, resultando na redução da qualidade de vida20.

O declínio da função e massa muscular pode promover redução do

número de fibras musculares (~20%) comparado ao indivíduo adulto27. Essas

modificações ao longo do processo de envelhecimento poderá contribuir para a

diminuição da força, da massa muscular, e também na qualidade do músculo. A

sarcopenia causará um impacto negativo na aptidão neuromuscular que é

responsável pela execução de tarefas diárias (subir escada, carregar sacolas, calçar

os próprios sapatos, etc)1,10.

A deterioração da mobilidade e capacidade funcional no indivíduo

que está envelhecendo são decorrentes da perda da massa e força muscular,

portanto o declínio da aptidão neuromuscular é considerado uma consequência da

senescência14.

Estima-se que a diminuição da força muscular com o avanço da

idade seja de 10-15% por década entre adultos, tornando-se aparente apenas após

os 50-60 anos e, podendo ser ainda acentuado após os 70-80 anos, atingindo

decréscimos de até 30%10,29.

Um estudo longitudinal com idosos demonstrou declínio anual da

força entre 2,0 a 2,5% para membros inferiores30 e no que se refere à força de

membros superiores, Fleck e Kraemer (1999)30 relataram um decréscimo de 5% ao

ano em mulheres. Após um estudo longitudinal com duração de quatro anos,

especificamente em mulheres, o decréscimo notório da força foi de 2,5-3% por ano29

evidenciando um prejuízo da função muscular e comprometimento da função

motora20.

O processo de envelhecimento, que reflete no desgaste das fibras

Page 24: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

24

musculares, é mais acentuado nas fibras de contração rápida10,21,29 por este motivo,

além da perda da força, o idoso sofre o declínio do equilíbrio e da agilidade

resultante da diminuição da capacidade neuromuscular para realizar movimentos11.

O declínio da massa muscular em mulheres poderá ser de 35%

entre os 52 e 77 anos, resultando na diminuição na área de secção transversa de

aproximadamente 1% ao ano, após a quinta década de vida humana31. Por

consequência deste processo, espera-se que ocorra uma diminuição nas

capacidades de força, equilíbrio e agilidade, principalmente nas tarefas da Vida

diária que exigem respostas rápidas e inesperadas29,32,33.

Já está comprovado que um estilo de vida sedentário ao longo da

vida contribui para maiores declínios funcionais e consequente comprometimento da

qualidade de vida8,34. De acordo com Teixeira (1996)35, cerca de 50% das perdas

funcionais são consequências do sedentarismo, o que pode tornar os idosos ainda

mais inativos e dependentes com o avanço da idade.

Por outro lado, a adoção de um estilo de vida ativo poderá contribuir

para melhoria dos componentes da aptidão física relacionados à saúde2 e

consequente aumento da qualidade de vida de idosos. Neste contexto, o exercício

físico tem recebido especial atenção nas duas últimas décadas, uma vez que poderá

atuar como uma importante intervenção não farmacológica para promoção da saúde

de idosos.

Todas essas mudanças morfológicas e funcionais anteriormente

descritas que acontecem ao longo do processo de envelhecimento poderão ser

devidas à combinação de três fatores: Fenômeno do envelhecimento, presença de

doenças e estilo de vida sedentário, sendo este último responsável em mais de 50%

pela diminuição das capacidades físicas9.

Portanto, a prática de exercícios físicos é importante para que idosos

tenham um envelhecimento ativo e saudável, apresentando um desempenho

independente e eficaz nas atividades da vida diária36,37.

Page 25: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

25

REFERÊNCIAS

1. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE POSITION STAND. Exercise and physical activity for older adults. Med Sci Sports Exerc. v.30, n.6, p.992-1008, 1998. 2. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE POSITION STAND. Exercise and physical activity for older adults. Med Sci Sports Exerc. v.41, n.7, p.1510-1530, 2009. 3. LEITE, M.T.; HILDEBRANDT, L.M.; KIRCHNER, R.M et.al. Estado cognitivo e condições de saúde de idosos que participam de grupos de convivência. Rev. Gaúcha Enferm. v.33, n.4, p. 64-71, 2012. 4. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. População idosa no Brasil cresce e diminui o número de jovens. Disponível: http://www.brasil.gov.br/noticias/arquivos/2011/04/29/populacao-idosa-no-brasil cresce-e-diminui-numero-de-jovens-revela-censo. Acessado em 05 outubro de 2016. 5. CAMARANO, A.A. Envelhecimento da população brasileira: continuação de uma tendência. Revista Coletiva. n.05, 2011. 6. KRAUSE, M.P. Associação entre características morfo-Fisiológicas e funcionais com as atividades da vida diária de mulheres idosas participantes em programas comunitários no município de Curitiba-Pr. 2006. 158 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2006. 7. NERI, A. L.; FREIRE, S. A. Apresentação: qual é a idade da velhice? In: ______. (Org.). E por Falar em Boa Velhice. Campinas: Papirus, 2000. P. 2-4. 8. AMORIM, F.S.; DANTAS, E.H.M. Efeitos do treinamento da capacidade aeróbica sobre a qualidade de vida e autonomia de idosos. Fitness & Performance Journal, v.1, n.3, p.47-55, 2002. 9. MATSUDO, S.M. M. Envelhecimento, atividade física. Atividades físicas para a terceira idade. Brasília: SESC, 1997. P. 22-36. 10. MATSUDO, S.M.; MATSUDO, V.K.R.; NETO, T.L.B.; et. al. Evolução do perfil neuromotor e capacidade funcional de mulheres fisicamente ativas de acordo com a idade cronológica. Rev Bras Med Esporte. v. 9, n.6, p.365-76, 2003. 11. CAROMANO, F.A.; JUNG, T.C. Estudo comparativo do desempenho em testes de força muscular entre indivíduos jovens e idosos através da miometria. Revista de fisioterapia. v. 6, p. 101-12, 1999. 12. MIRANDA, E. P.; RABELO, T. H. Efeito de um programa de atividade física na capacidade aeróbia de mulheres idosas. Movimentum, Revista Digital de Educação Física. Ipatinga, Minas Gerais. v.1, p. 1-13; 2006. 13. MATSUDO, S.M. Avaliação do idoso: física e funcional. Londrina: Midiograf; 2000.

Page 26: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

26

14. MATSUDO, S.M. Envelhecimento, atividade física e saúde. Revista Min. Educ. Fís.,Viçosa. cidade v.10, n.1, p. 195-209, 2002. 15. SHUBERT, T.E.; SCHRODT, L.A.; MERCER, V.S et al. Are scores on balance screening tests associated with mobility in older adults?. J Geriatr Phys Ther. v.29 n.1, p. 33-39, 2006. 16. OKUMA, S.S. O significado da atividade física para o idoso: um estudo fenomenológico. São Paulo: Universidade de São Paulo; 1997. 17. OKUMA, S.S. O idoso e a atividade física. Campinas: Papirus, 1998. 18. UENO, D.T.; GOBBI, S.; TEIXEIRA, C.V.L. Efeitos de três modalidades de atividade física na capacidade funcional de idosos. Rev. Bras. Educ. Fís. Esporte, São Paulo. v.26, n.2, p.273-81, abr./jun. 2012. 19. PEDRINELLI. A.; GARCEZ-LEME. L,G.; NOBRE. R. O efeito da atividade física no aparelho locomotor do idoso. Rev Bras Ortop. v.44, n.2, p. 96-101, 2009. 20. LACOURT, M.X.; MARINI, L.L. Decréscimo da função muscular decorrente do envelhecimento e a influência na qualidade de vida do idoso: uma revisão de literatura. - Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano, Passo Fundo. v.3, n.1, p.114-121, 2006. 21. PORTER, M.M.; VANDERVOORT, A.A.; LEXELL, J. Aging of human muscle: structure, function and adaptability. Scand J Med Sci Sports. v. 5, n.3, p.129-142, 1995. 22. FARIAS, R.G.; SANTOS, S.M.A. Influência dos determinantes do Envelhecimento ativo entre idosos mais idosos. Texto Contexto Enferm, Florianópolis. v. 21, n.1, p. 167-76, 2012. 23. MESQUITA, G.V. Morbimortalidade em idosos por fratura proximal do fêmur. Contexto Enferm. v.18, n.1, p. 63-72, 2009. 24. ALFIERI, F.M.; MORAES, M.C.L. Envelhecimento e controle postural. Saúde Coletiva, v.4, n.19, p.30-33, 2008. 25. KAUFFMAN, T.L. Manual de reabilitação geriátrica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001. 26. LAMBERTUCCI, R.H;. CURI, T.C.P. Alterações do sistema neuromuscular com o envelhecimento e a atividade física. Saúde rev, Piracicaba. v.7,n.17,p.53-56, 2005. 27. RODRIGUES, P.C. Envelhecimento fisiológico dos sistemas nervoso periférico e muscular e a abordagem fisioterapêutica. 2011. 9f. Graduação (Trabalho de conclusão de curso em Fisioterapia) – Universidade Vale do Rio Doce, Governador Valadares, 2011.

Page 27: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

27

28. THORNELL, E.; LINDSTROM, M.; RENAULT, V et al. Satellite cell and training in the elderly. Medicine and Science in Sports. v.13, n.1, p.48-55, 2003. 29. MITCHELL, W.K.; WILLIAM, J.; ATHERTON, P et.al. Sarcopenia, dynapenia, and the impact of advancing age on human skeletal muscle size and strength; a quantitative review. Frontiers in Physiology. v.3, n.260, p.1-18. 2012. 30. FLECK, S.J.; KRAEMER, W.J. Fundamentos do treinamento de força muscular. Porto Alegre: Artmed. 1999. 31. LEXELL, J.; DOWNHAM, D.; SJOSTROM, M. Distribution of different types in human skeletal muscles: fiber type arrangement in m. vastus laterallis from three groups of healthy men between 15 and 83 years. J Neurol Sci. v.72, p. 211-222, 1986. 32. ROSSI, E.; SADER, C.S. O envelhecimento do sistema osteoarticular. In: FREITAS, E. et al. Tratado de Geriatria e Gerontologia. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan. p. 792-796. 2002. 33. DIAS, R.M.R.; GURJÃO, A.L.D.; MARUCCI, M.F.N. Benefícios do treinamento com pesos para aptidão física de idosos. Acta Fisiatr. v.13, n.2, p. 90-95, 2006. 34. ALVES, A.S.; BAPTISTA, N.R.; DANTAS, E.H.M. Os efeitos da prática do yoga sobre a capacidade física e autonomia funcional em idosas. Fitness & Performance. v.5, n.4, p.243-249, 2006. 35. TEIXEIRA, J.A.C. Atividade física na terceira idade. Arquivos de Geriatria e Gerontologia. Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. v.0 p.15-17, 1996. 36. RIBEIRO, L.H.M.; NERI, A.L. Exercícios físicos, força muscular e atividades de vida diária em mulheres idosas. Ciência & Saúde Coletiva. V.17, n.8. p.2169-2180, 2012. 37. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. ACSM’s guidelines for exercise testing and prescription. Philadelphia (PA): Ed. 8, Lippincott Williams and Wilkins; 2010.

Page 28: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

28

CAPÍTULO 2 - Exercício físico, envelhecimento e saúde

O exercício físico tem sido considerado uma intervenção valiosa não

farmacológica e eficiente para a manutenção da saúde do idoso1. Promover a saúde

e a qualidade de vida especialmente durante o processo de envelhecimento, torna-

se claramente possível com a prática de exercício físico, esmo que doenças

crônicas não transmissíveis surjam mais frequentemente durante o envelhecer,

podendo ser prevenidas e atenuadas com exercício físico2.

Em contrapartida, o sedentarismo pode contribuir para uma

adaptação negativa no organismo capaz de resultar em um envelhecimento precoce,

atrofiando tecidos com possível redução do leito vascular em função da necessidade

diminuída de nutrientes e o surgimento de inúmeras doenças que acometem os

sistemas cardiovascular, metabólico imunológico, musculo esquelético, neurológico.

Entre os quadros patológicos destacam-se: a diabetes, alguns tipos de câncer e a

obesidade3,4.

Por outro lado, atividades aeróbicas de baixo impacto e exercícios

com peso estimulam a manutenção da força muscular de membros superiores e

inferiores e por este motivo necessitam ser priorizadas no idoso, assim como,

equilíbrio e movimentos corporais que em sua totalidade precisam ser explorados

nos programas de exercício físico para terceira idade1,2. A prática regular de

exercícios físicos poderá promover estímulo à remodelação vascular5 ao anabolismo

e melhorar as condições de saúde e consequentemente redução no risco da maioria

das causas de morte.

Haja visto a relação diretamente proporcional do sedentarismo com

doenças e considerando que saúde não é somente a ausência delas e sim um

estado de completo bem-estar físico, mental, social e espiritual6, vale ressaltar os

principais benefícios psicossociais e morfofisiológicos da prática de exercícios físicos

durante o processo de envelhecimento2,7:

Page 29: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

29

BENEFÍCIOS ANTROPOMÉTRICOS E NEUROMUSCULARES2,7:

Controle da gordura corporal;

Manutenção da massa muscular, força muscular e da densidade

mineral óssea;

Fortalecimento do tecido conetivo; (é o que mantém as células

juntas, umas das outras, para formar músculos, mucosas, tendões, ossos, pele,

dentes, vasos sanguíneos e todas as estruturas do corpo formadas por uma proteína

chamada Colágeno);

Incremento da densidade óssea;

Aumento da Flexibilidade.

BENEFÍCIOS METABÓLICOS E FISIOLÓGICOS2,7:

Aumento do volume na circulação sanguínea, da resistência

física entre 10% e 30% e da ventilação pulmonar;

Diminuição da frequência cardíaca;

Controle da pressão arterial;

Aumento do VO2Max;

Melhora nos níveis de HDL e diminuição dos níveis de

triglicérides, colesterol total e LDL, dos níveis de glicose contribuindo na prevenção e

controle do diabetes, nos parâmetros do sistema imunológico sendo associado a

menor risco de alguns tipos de câncer (colo, mama e útero);

Diminuição de marcadores anti-inflamatórios associados às

doenças crônicas não transmissíveis;

Diminuição do risco de doença cardiovascular, acidente vascular

cerebral tromboembólico, hipertensão, diabetes tipo 2, osteoporose, obesidade,

câncer de colo e câncer de útero.

BENEFÍCIOS COGNITIVOS E PSICOSSOCIAIS2,7:

Melhora do autoconceito, autoestima, imagem corporal, estado

de humor, tensão muscular e insônia;

Prevenção ou retardo do declínio das funções cognitivas

(memória, atenção);

Diminuição do risco de depressão;

Page 30: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

30

Diminuição do estresse, ansiedade e depressão, consumo de

medicamentos e incremento na socialização e na qualidade de vida;

Socialização.

BENEFÍCIOS FUNCIONAIS2,7:

Redução de risco de quedas e lesão pela queda;

Aumento da força muscular os membros inferiores e coluna

vertebral;

Melhora do tempo de reação, sinergia motora das reações

posturais, velocidade de andar, mobilidade e flexibilidade.

Bouchard, e. al. (1990)8, conceitua saúde como uma condição

humana com dimensão física social e psicológica caracterizada por um continuum

entre polos positivo e negativo. Sendo que a saúde positiva associa-se à capacidade

de desfrutar da vida e resistir aos desafios e não apenas ausência de doenças, e

saúde negativa, à morbidade e à mortalidade prematura, podendo observar que os

hábitos são determinantes para a qualidade de vida, surgindo a importância da

prática regular de exercícios físicos.

A manutenção de níveis satisfatórios das capacidades físicas e

funcionais são possíveis por meio do exercício físico que poderá atuar como

protagonista e como meio facilitador no processo de envelhecimento9. A atividade

física periodizada proporciona otimização da mobilidade articular, coordenação,

manutenção ou até aumento da força muscular, além de melhoras no equilíbrio

estático e dinâmico10.

O American College of Sports Medicine11 relata que atividades

aeróbicas, exercícios resistidos, de flexibilidade, equilíbrio, mobilidade geral, de

postura e baixo impacto, são fundamentais para a promoção de um envelhecimento

saudável, porém a prática regular de atividade física rigorosa e moderada pode

diminuir de forma significativa com o passar da idade. Neste sentido, o efeito

deletério progressivo sobre os componentes neuromotores pode ser potencializado

pela reduzida prática de exercícios de fortalecimento muscular e flexibilidade4.

A aptidão física no contexto da saúde, relaciona-se com cinco

componentes essenciais: resistência cardiorrespiratória, resistência muscular

localizada (RML), composição corporal, força e flexibilidade, sendo que estes dois

Page 31: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

31

últimos tem sido evidenciados na gerontologia, já que a depleção da aptidão

musculoesquelética decorrente do processo de envelhecimento é considerada um

importante preditor de mortalidade12-14 e risco de quedas15. Portanto, considerar o

exercício físico como uma valiosa intervenção para atenuar as perdas progressivas

das capacidades físicas durante o processo de envelhecimento é essencial para a

promoção da saúde e consequentemente melhorar a qualidade de vida da

população idosa.

Guedes e Guedes (1995)16 relata que aptidão física relacionada à

saúde vincula-se a quatro dimensões: funcional motora (componentes

cardiorrespiratório: resistência aeróbica; e componente neuromotor: força,

flexibilidade, coordenação e agilidade), morfológica (composição corporal),

fisiológica (níveis de pressão arterial, lipoproteínas plasmáticas e tolerância a

glicose) e comportamental (administração do estresse e demais hábitos de vida

como vício de fumar e consumir bebidas alcoólicas).

Mesmo que vários fatores possam influenciar diretamente na

aderência do idoso a prática de exercício físico, como por exemplo: histórico e nível

de atividade física, percepção do estado de saúde, acesso aos locais de prática,

disponibilidade de tempo, intensidade de esforço, crenças e autoeficácia17,18 é

importante ressaltar que a sensação de prazer (ludicidade) durante a prática de

exercício físico pode ser considerada um dos principais fatores motivacionais para

garantir a aderência de idosos em programas de exercício físico19.

Neste sentido, o estímulo a prática de exercícios físicos deverá ser

transmitido por todos os profissionais de saúde e as informações que possibilitem o

entendimento dos benefícios da atividade física regular deverão ser repassadas à

população em geral, especialmente a idosa.

A “chave do envelhecimento bem sucedido” parece estar em garantir

um estilo de vida fisicamente ativo. Para tanto, os programas de promoção da

atividade física na comunidade para indivíduos acima de 50 anos tem crescido em

popularidade nos últimos anos. É importante contribuir para que o nível de

conhecimento da população cresça a respeito dos benefícios da atividades física,

assim como, possibilitar que o nível de atividade física da população idosa aumente

cada vez mais.

Ao manter significantes níveis de força durante a vida adulta por

exemplo, o idoso atenua os riscos de desenvolver dependência na velhice visto que

Page 32: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

32

haverá uma grande reserva desta capacidade20. No entanto, durante o processo de

envelhecimento também é possível aumentar substancialmente os níveis de aptidão

física para um patamar satisfatório com programas periodizados de exercício físico.

Segundo Lacourt (2006)21, o exercício físico controlado é capaz de

melhorar, modificar positivamente, manter ou diminuir a taxa de declínio da aptidão

funcional, sendo assim, é possível que a prática regular de exercícios físicos

influencie em diferentes magnitudes do declínio neuromuscular em idosos e,

consequentemente sua mobilidade, contribuindo para um envelhecimento saudável.

Segundo o American College of Sports Medicine11 a recomendação

de atividade física para a saúde durante o processo de envelhecimento enfatiza

aspectos-chave para a promoção de um envelhecimento saudável que atendam as

seguintes necessidades:

ATIVIDADES AERÓBICAS

Para a promoção da saúde o idoso deve realizar atividades

aeróbicas de intensidade moderada (5 a 6 em uma escala de percepção de esforço

de 0 a 10) por pelo menos 30 minutos diários em cinco ou 7 dias da semana ou

atividade vigorosa (7 a 8 na escala de 10 pontos) por pelo menos 20 minutos ao dia

em três dias da semana. Dependendo do nível de atividade física inicial e do

condicionamento, o indivíduo poderá realizar atividades de alto ou baixo impacto.

São sugeridas atividades que não representem excessivo estresse nas articulações,

sendo recomendadas atividades na água ou pedalar para aqueles com intolerância a

atividades que sustem o próprio peso corporal11.

A última recomendação do ACSM11 enfatiza que as atividades de

intensidade moderada devem ser acumuladas por pelo menos 30 minutos ou até 60

minutos ao dia (para um benefício maior), em sessões de pelo menos 10 minutos

cada totalizando de150 a 300 minutos/semana. Para as atividades vigorosas, a

recomendação é de pelo menos 20 a 30 minutos/dias, com total de 75 a 150

minutos/semana11.

EXERCÍCIOS RESISTIDOS

Os exercícios devem ser progressivos e realizados em uma a três

Page 33: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

33

séries de 8 a 12 repetições, de 8 a 10 exercícios que trabalhem os grandes grupos

musculares, pelo menos dois dias da semana. Na escala de esforço de 0 a 10, a

intensidade deve ser entre moderada (5 a 6) e vigorosa (7 a 8)11.

FLEXIBILIDADE

Atividades de pelo menos 10 minutos com o maior número de

grupos de músculos e tendões, por 10 a 30 segundos, em três a quatro repetições

de cada movimento estático, todos os dias de atividades aeróbicas e de

fortalecimento. Devem ser realizados pelo menos dois dias na semana em uma

intensidade de 5 a 6 (na escala de 0 a 10) 11.

EQUILÍBRIO

Exercícios de equilíbrio três vezes por semana com alterações no

centro de gravidade e do sistema audiovisual. Os exercícios de equilíbrio estão

especialmente indicados para aqueles que caem com frequência ou que possuem

problemas de mobilidade. Apesar de não existirem evidências tão claras sobre a

frequência e a duração específicas desse tipo de atividade, as guias do ACSM11

recomendam atividades que sigam critérios abaixo:

a) Posturas que dificultem progressivamente e que aos poucos

reduzam a base de apoio (por exemplo, ficar em pé com os dois pés afastados,

juntos até ficam em uma perna só).

b) Movimentos dinâmicos que alterem o centro de gravidade (por

exemplo, caminhar em círculos ou com um pé na frente do outro).

c) Estresse nos grupos musculares da postura (por exemplo, ficar na

ponta dos pés ou apoiando nos calcanhares)

d) Reduzir os impulsos sensórios (por exemplo, ficar em pé com os

olhos fechados)

MOBILIDADE GERAL E POSTURA

Exercícios com bola, cadeiras, escadas, prateleiras, objetos e outros

que permitam trabalhar as atividades da vida diária duas a três vezes por semana11.

Page 34: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

34

QUANTO A MASSA ÓSSEA

Inclui atividades aeróbicas, de impacto, força muscular, realizadas

pelo menos cinco dias da semana com alta intensidade, estímulo das áreas

específicas, movimentos rápidos, frequentes, em várias direções e aumento

periódico da carga por um tempo mínimo de seis meses11.

De acordo com o posicionamento oficial do ACSM a intensidade e a

duração da atividade física deverão ser baixas para adultos sem nenhum

condicionamento físico, com limitações funcionais ou com condições crônicas que

afetem sua habilidade para realizar tarefas físicas. A progressão da atividade deve

ser individual e acertada de acordo com a tolerância e a preferência de cada

indivíduo, porém evitando o sedentarismo.

Atividades do cotidiano poderiam ser otimizadas quando um idoso

participa de atividades físicas moderadas se realizadas de forma contínua ou

intervalada, importando que seja acumulado durante o dia pelo menos 30 minutos

de atividades em três sessões de 10 minutos ou duas sessões de 15 minutos. Nesse

novo conceito de vida ativa as atividades físicas realizadas no lar (varrer, limpar,

lavar), no trabalho (caminhada como meio de transporte, subir escada, etc) no

tempo livre (caminhar, dançar, nadar) são as que garantem um vida ativa e saudável

quando o objetivo é a promoção da saúde com a prática regular da atividade física.

Em um estudo com idosos que participam de prática regular de

exercício físico, Okuma (1998)22, observou que a partir desta experiência os idosos

passaram a (re)conhecer e perceber seu corpo de forma diferente, alterando a ideia

da subutilização imposta ao longo da vida ou da aceitação irrefletida de que se

movimentar além do que o dia a dia é “coisa de jovem”, neste contexto, um idoso

fisicamente ativo poderá ser autônomo, (re)descobrir e ligar com o próprio corpo e

seu processo de envelhecimento realizando atividades do dia-a-dia de modo mais

fácil, interagindo socialmente, despertando para um novo interesse pela vida e o que

ela oferece.

É importante ressaltar que, a melhor estratégia de adoção de um

estilo de vida ativo na velhice é encorajá-los a integrarem a atividade física na vida

diária e, dessa forma, se sentirem pessoas ativas e independentes, pois não há

nada mais importante nesse processo de envelhecimento do que manter a

autonomia e independência funcional23.

Page 35: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

35

Durante toda a vida a atividade física regular e a adoção de um

estilo de vida fisicamente ativo são fundamentais para a manutenção da saúde e a

qualidade de vida em especial durante o processo de envelhecimento. A atividade

física deve ser estimulada em qualquer etapa da vida, mesmo iniciando após os 50

anos, como forma de prevenir e controlar as doenças crônicas não transmissíveis

que aparem mais frequentemente durante a terceira idade e como forma de manter

a independência funcional.

Tão importantes quanto estimular a prática regular da atividade

física, as mudanças para adoção de um estilo de vida ativo na rotina do indivíduo

são parte fundamental de um envelhecer com saúde e qualidade. Todavia, a seleção

de exercícios neuromotores que sejam eficazes para aumentar os níveis de força e

flexibilidade, e ao mesmo tempo prazerosos para o público idoso, tem sido uma

tarefa difícil para os profissionais de educação física, uma vez que a maioria das

informações disponíveis na literatura contém apenas exercícios tradicionais (ex:

treinamento resistido, hidroginástica ou alongamento), não necessariamente lúdicos.

Tal contexto destaca a necessidade de se propor novas estratégias de exercício que

atendam tanto em aspectos psicológicos (motivacionais) como em aspectos

fisiológicos (melhora da aptidão física) da população idosa.

Page 36: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

36

REFERÊNCIAS

1. INOUE, K.; SHONO, T.; MATSUMOTO, M. Absence of outdoor activity and mortality risk in older adults living at home. JAPA. 14(2), 2006. 2. MATSUDO SMM, ANDRADE EL, MATSUDO VKR, ARAÚJO TL, BARROS TL. Evolution of neuromotor performance in active elderly women in oneyear period as related to choronological age [abstract]. Med.Sci.Sports Exerc. 2000; 33 (7 Supl) pag ?. [Presented at 47th American College of Sports Medicine Annual Meeting; 2000 Mai 31- Jun 3; Indianapolis (Indiana)]. 3. BOOTH, F. W.; CHAKRAVARTHY, M. V.; GORDON, S.E.; SPANGENBURG, E.E. Waging war on physical inactivity: using modern molecular ammunition against na ancient enemy. J. Appl. Physiol., n. 93, p. 3-30, 2002.

4. CASPERSEN, C. J.; PEREIRA, M. A.; CURRAN, K. M. Changes in physical activity patterns in the United States, by sex and cross-sectional age. Medicine and Science in Sports and Exercise, Hagerstown, 32(9):1601-1609, 2000. 5. PRIOR, B. M.; YANG, H. T.; TERJUNG, R. L. What makes vessels grow with exercise training? J. Appl. Physiol., v.97, n. 3, p. 1.119-28, set. 2004.

6. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS). Envelhecimento ativo: uma política de saúde. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde. 2005. 7. NELSON, M.E.; REJESKI, W.J.; BLAIR, S.N. et al. Physical activity and public health in older adults: recommendation from the American College of Sports Medicine and the American Heart Association. Circulation. 166(9), 2007. 8. BOUCHARD, C. et al. Exercise, fitness, and heatlh: a consensus of current knowledge. Champaing: Human Kinectics, 1990.

9. FERREIRA, L.; GOBBI, S. Agilidade geral e agilidade de membros superiores em mulheres de terceira idade treinadas e não treinadas. Rev. Bras. Cineantropom. Desempenho Hum. Rio Claro: v.5, n.1, p. 46-53, 2003. 10. RODRIGUES, P.C. Envelhecimento fisiológico dos sistemas nervoso periférico e muscular e a abordagem fisioterapêutica. 2011. 9f. Graduação (Trabalho de conclusão de curso em Fisioterapia) – Universidade Vale do Rio Doce, Governador Valadares, 2011. 11. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Exercise and Physical Activity for Older Adults. Med Sci Sports Exerc 41(7):1510-1530, 2011. 12. RUIZ JR, SUI X, LOBELO F, MORROW JR, JR., JACKSON AW, ET AL. Association between muscular strength and mortality in men: prospective cohort study. BMJ 337: a439, 2008.

13. ARTERO EG, LEE DC, RUIZ JR, SUI X, ORTEGA FB, ET AL. A prospective study of muscular strength and all-cause mortality in men with hypertension. J Am Coll Cardiol 57: 1831-1837, 2011.

Page 37: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

37

14. BRITO LB, RICARDO DR, ARAÚJO DS, RAMOS PS, MYERS J, ARAÚJO CG. Ability to sit and rise from the floor as a predictor of all-cause mortality. Eur J Prev Cardiol 21(7):892-8, 2014. 15. AMERICAN GERIATRICS SOCIETY. Guideline for the prevention of falls in older persons. American Geriatrics Society, British Geriatrics Society, and American Academy of Orthopaedic Surgeons Panel on Falls Prevention. J Am Geriatr Soc 49(5):664-72, 2001. 16. GUEDES, D. P.; GUEDES, J. E. R. P. Exercício físico na promoção da saúde. Londrina: Midiograf,1995. 17. ANDREOTTI, M. C. & OKUMA, S. S. Perfil sócio-demográfico e de adesão inicial de idosos ingressantes em um programa de educação física. Revista Paulista de Educação Física, 17(2), 142-53, 2003. 18. HOWLEY, E. T. & DON FRANKS, B. Manual do instrutor de condicionamento físico para a saúde (3ª ed.). Porto Alegre: Artmed. (2000). 19. MEUER, S. T.; BENEDETTI, T. R. B. & MAZO, G. Z. Fatores motivacionais de idosos praticantes de exercícios físicos: um estudo baseado na teoria da autodeterminação. Estudos de Psicologia, 17(2) 299-303, 2012.

20. KRAUSE, M.P. Associação entre características morfo-Fisiológicas e funcionais com as atividades da vida diária de mulheres idosas participantes em programas comunitários no município de Curitiba-Pr. 2006. 158 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2006. 21. LACOURT, M.X.; MARINI, L.L. Decréscimo da função muscular decorrente do envelhecimento e a influência na qualidade de vida do idoso: uma revisão de literatura. - Revista Brasileira de Ciências do Envelhecimento Humano, Passo Fundo. v.3, n.1, p.114-121, 2006.

22. OKUMA, S. S. O idoso e a atividade física. Campinas: Papirus, 1998. 23. NÉRI, A.; FREIRE, S. A. (Org.). E por falar em boa velhice. Campinas: Papirus, 2000.

Page 38: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

38

CAPÍTULO 3 - Ginástica Rítmica e suas características

A Ginástica Rítmica é uma atividade que proporciona um número

infinito de experiências motoras advindas do manejo obrigatório dos aparelhos

corda, arco, bola, maças e fita, que combinadas com as mais diferentes formas de

movimentos corporais como giros, saltos e equilíbrios, interpretam e expressam

diferentes gêneros musicais contribuindo para o desenvolvimento e aprimoramento

do esquema corporal como um todo.

As capacidades físicas e aspectos neuromotores requeridas na

execução de uma série de Ginástica Rítmica enriquece a modalidade de forma a

valorizar suas diferentes manifestações enquanto prática de iniciação (escolinhas),

desempenho (alto nível), prática adaptada (especiais) e prática popular (diferentes

populações)1.

A prática da Ginástica Rítmica popular propõe o desenvolvimento

de capacidades e habilidades por meios dos aparelhos da modalidade que passam

a ser quase que uma extensão do corpo, cooperando para a associação,

composição e exploração dos mais diversos movimentos que se possa realizar para

se locomover, dançar, expressar, etc.2.

Toda estrutura corporal estará envolvida no trabalho com os

movimentos dos aparelhos, pois deverá seguir a trajetória traçada por ele,

controlando impulsos, transferências, ritmo, forma, direções, acentos musicais, a

execução dos manejos com precisão doando a quem executa e a quem assiste uma

inexplicável sensação de prazer3-4.

A Ginástica Rítmica pode ser praticada individualmente ou em grupo

chamado conjunto, em um espaço delimitado de 13mx13m geralmente encoberto

por um tapete parecido com um carpet. As sequências de exercícios são chamadas

de séries que se forem individuais devem ser executadas entre 1’15” e 1’30” e se

forem realizadas em conjunto entre 2’15” e 2’30”.5. As regras da GR são elaboradas

pela Federação Internacional de Ginástica (FIG) e podem ser consultadas no Código

Internacional de Pontuação que é atualizado de quatro em quatro anos.

Apresentar a GR no contexto da saúde é contribuir com a

desmistificação1 e popularização da modalidade, transformando-a e adaptando-a

para a prática direcionada e consequente melhoria da qualidade de vida. No

contexto do envelhecimento, a prática lúdica de exercícios de GR, com ênfase no

Page 39: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

39

aprimoramento dos componentes neuromotores e da aptidão física relacionados à

saúde, poderia contribuir para minimizar os efeitos deletérios do envelhecimento

sobre os componentes neuromusculares e cardiorrespiratórios e, assim, melhorar a

qualidade de vida desta população que cada vez aumenta mais6,7.

Um dos papéis desta modalidade é favorecer o desenvolvimento e

aprimoramento das categorias motoras (estabilização, locomoção, manipulação).

Isto incorpora um ampla série de experiências de movimentos, para que quem as

pratica, desenvolvam e refinem suas habilidades motoras, além de promover o

desenvolvimento dos domínios cognitivo, afetivo, social, a Ginástica Rítmica

favorece a essa compreensão, pois tem o ritmo como uma de suas características8,9.

Das habilidades motoras de locomoção, equilíbrio e manipulativas

manifestadas na prática da Ginástica Rítmica destaca-se: Habilidades de

locomoção: correr, andar, saltar, saltitar, girar; Habilidades motoras de equilíbrio:

rolamento do corpo, alongar, balançar, equilibrar sobres os pés, joelhos e quadril,

girar o corpo sobre seu próprio eixo; Habilidades motoras manipulativas com os

aparelhos da Ginástica Rítmica: lançar, recuperar, receber, rolar o aparelho sobre o

solo ou sobre si mesmo, quicar, rotação do arco, equilibrar o aparelho sobre

diferentes partes do corpo, girar a corda e balancear os aparelhos9.

Certamente apresentar essa modalidade esportiva como meio de

melhorar o acervo motor em idosos por meio da vivência de diversas ações no

processo de ensino-aprendizagem motora, cognitiva, afetiva e social é desafiante.

Cada aparelho possui manejos específicos que deverão ou não

estar presentes em uma série de Ginástica Rítmica. Esses manejos são propostos

pelo Código de Pontuação da Ginástica Rítmica que combinados com os saltos,

giros e equilíbrios deverão expressar um tema realizado por um discurso motor

acompanhado por uma música em que esteja presente a relação constante com a

dinâmica da movimentação corporal.

Pondera-se que os exercícios propostos neste livro não cumprem o

grau de exigência estabelecida pela FIG e nem poderia, porém não significa que a

essência da modalidade será de fato perdida já que serão propostas adaptações nos

aspectos das dificuldades corporais e manejos dos aparelhos.

Os componentes artísticos e de execução poderão ser explorados

no processo de aprendizagem da Ginástica Rítmica. O artístico refere-se a

montagem da série coreográfica que deverá compor9:

Page 40: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

40

Escolha equilibrada e harmoniosa dos elementos corporais e

técnicos dos aparelhos, sejam eles obrigatórios ou não.

Acompanhamento musical coerente com a ideia característica

da composição.

Variedade na ocupação espacial e na composição como um

todo.

Assim, quem assiste uma série de Ginástica Rítmica poderá

perceber a ideia do tema, a partir da relação do acompanhamento musical com a

comunicação não verbal traduzida em um máximo de expressividade e emoção5.

Toda proposta de exercícios que serão apresentados no capítulo 5

deste livro, nos grupos técnicos fundamentais e não fundamentais de cada aparelho,

optou-se por relatá-los baseando-se no Código de Pontuação da Ginástica Rítmica

do ciclo 2017-20205, no entanto, nesta proposta técnica, não se tem a

obrigatoriedade de executar todos eles, porém poderão ser utilizados como

referência para a criação de novos movimentos e/ou adaptá-los de acordo com o

grupo a que se dispôs a oferecer as aulas de Ginástica Rítmica para idosos.

Page 41: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

41

Tabelas dos Grupos Técnicos Fundamentais e Não-Fundamentais específicos de

cada aparelho segundo o Código de Pontuação Ginástica Rítmica 2017-20205

APARELHO CORDA

Fundamentais

Passagem através da corda, aberta ou dobrada em duas ou mais, como todo o corpo ou parte dele, corda girando para frente ou para trás ou lateralmente, também com dupla rotação da corda.

Passagem por dentro da corda com saltitos:

Série (min.3): corda girando para frente, para trás ou lateralmente Dupla rotação da corda ou dobrada (min. 1 saltito).

Recuperação da corda com uma ponta em cada mão.

Soltura e recepção de uma ponta da corda, com ou sem rotação (“Echappé”) Rotações da ponta livre da corda (ex.: espirais)

Não Fundamentais

Rotação (min.1), corda dobrada em dois (em uma ou duas mãos);

Rotações (min.3), corda dobrada em três ou quatro;

Rotação livre (min.1) ao redor de uma parte do corpo

Rotação (min.1) da corda estendida, aberta, segura pelo meio ou pela ponta

Molinetes (corda aberta, segura pelo meio, dobrada em duas ou mais)

Enrolamento ou desenrolamento ao redor de uma parte do corpo

Espirais com a corda

APARELHO ARCO

Fundamentais

Passagem através do arco com todo corpo ou parte;

Rolamento do arco sobre 2 grandes segmentos do corpo no mínimo;

Rotação (min. 1) do arco ao redor da mão;

Rotação livre (min. 1) do arco em torno de uma parte do corpo;

Rotações do arco em torno do seu eixo;

Uma rotação livre entre os dedos; Uma rotação livre na parte do corpo;

Não Fundamentais

Rotação (min. 1) ao redor do eixo no solo;

Rolamento do arco sobre o chão

Page 42: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

42

APARELHO BOLA

Fundamentais

Quicadas: Série (min. 3) de pequenas quicadas (abaixo do nível dos joelhos) Uma quicada alta (nível dos joelhos ou mais alto) Quicada visível com uma parte do corpo

Rolamento da bola no mínimo em 2 grandes segmentos do corpo

Movimento em oito da bola com movimentos circulares dos braços

Recuperação da bola com uma das mãos

Não Fundamentais

Movimento de Inversão da bola;

Rotações da(s) mão(s) ao redor da bola;

Série (min) 3 pequenos rolamentos acompanhados;

Rotação (ões) livre(s) da bola com uma parte do corpo;

Rolamento da bola sobre o solo

Rolamento do corpo por cima da bola no solo.

APARELHO MAÇA

Fundamentais

Molinetes: pelo menos 4 pequenos círculos das maças com tempo de atraso e com alternância dos punhos/mãos cruzados e descruzados a cada vez

Movimentos assimétricos das 2 maças

Pequenos lançamentos das 2 maças juntas, simultaneamente ou alternando, com rotação e recuperação.

Pequenos círculos com ambas as maças, simultâneos ou sucessivos, uma maça em cada mão (min.1)

Não Fundamentais

Série (min.3) de pequenos círculos com apenas uma das maças

Rotações livres de 1 ou 2 maças sobre uma parte do corpo

Batidas (min.1)

Pequenos círculos de ambas as maças seguras em uma mão (mín.1)

Rolamentos de 1 ou 2 maças em uma parte do corpo ou no solo

Page 43: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

43

APARELHO FITA

Fundamentais

Passagem por dentro do desenho da fita

Espirais (4-5 ondas), juntas e com a mesma altura no ar ou no solo

Serpentina (4-5 ondulações) juntas e com a mesma altura no ar ou no solo

Escapada “Echappe”. Rotação do estilete durante seu voo, pequena ou média altura

Não Fundamentais

Movimento rotacional do estilete em torno da mão

Enrolamentos (desenrolamentos) Movimento da fita ao redor de uma parte do corpo quando o estilete é seguro

por diferentes partes do corpo (mãos, pescoço, joelhos, cotovelos) durante movimentos ou dificuldades corporais com rotação (menos durante os “tour lents”)

Rolamento do estilete em uma parte do corpo

Boomerang: lançamento da fita ( o fim da fita é mantido) no ar ou no solo e recuperação

Segundo Gaio (2007)1, propostas em Ginástica Rítmica popular

devem entender a atender as diferenças, proporcionando igualdade de oportunidade

em vivenciar os movimentos rítmicos com e sem aparelhos manuais, num ambiente

de inclusão social, portanto sugere-se que os Profissionais de Educação Física

trabalhem com este conteúdo com os idosos sejam eles do sexo feminino ou

masculino. Assim, temos como entendimento uma proposta aberta na qual a

exploração da criatividade, o estímulo a novos movimentos com aparelhos e

autoconhecimento corporal através do contato com o outro conduzem a prática

prazerosa da Ginástica Rítmica popular por parte dos praticantes.

Na Ginástica Rítmica, as séries que são realizadas sem o manejo de

nenhum aparelho são denominadas “mãos livres”. Explora-se a e execução das

mais variadas formas de locomoção, equilíbrio, saltos, giros e dança porém sem

combiná-los com qualquer aparelho1.

Existem categorias que dividem a modalidade em 3 estágios até

atingir o nível sênior: a categoria pré-infantil (9 a 10 anos), infantil (11 a 12 anos) e

juvenil (13 a 15 anos)10. A partir dos 16 anos a categoria é adulta e não há uma

idade certa para se abandonar a prática. Aqui transcende-se as categorias oficiais

para se propor a prática, obviamente adaptada, para a população idosa.

Page 44: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

44

REFERÊNCIAS

1. GAIO, ROBERTA. Ginástica Rítmica “popular”: uma proposta educacional. 2 . Jundiaí, SP: Editora Fontoura, 2007. 2. LAFFRANCHI, BÁRBARA. Treinamento desportivo aplicado à Ginástica Rítmica. Londrina, PR: Unopar Editora, 2001. 3. SAUR, Erica. Ginástica Rítmica Escolar. Rio de Janeiro: Tecnoprint, s.d.

4. PALLARES, Zaida. Ginástica Rítmica. 2 ed. Porto Alegre: Prodil, 1983.

5. FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE GINÁSTICA. Código de pontuação de Ginástica Rítmica 14º Ciclo, 2017.

6. SANTOS, F. C. P; REIS, R. G. M. Efeito de um treinamento com o aparelho arco da Ginástica Rítmica na destreza de mãos e dedos e velocidade de mãos e bracços em idosas. Movimentum Revista Digital de Educação Física. Ipatinga: Unilest-MG V.2.n.1 Fev/jul. 2007. 7. SANTOS, F. C. P; DOMINGUES, F. M. Manejo da bola da Ginástica Rítmica como estímulo ao desenvolvimento da destreza de mãos e dedos e velocidade de mãos e braços em adultos e idosos. Movimentum Revista Digital de Educação Física. Ipatinga: Unilest-MG V.1. Ago/Dez. 2006. 8. MOLINARI, Ângela Maria da Paz. Ginástica Rítmica: Esporte, História e Desenvolvimento. S.d. Disponível em <http://www.cdof.com.br/esportes4.htm> Acesso em 05 nov. 2016.

9. GONZALEZ ALONSO, HELOISA DE ARAUJO. Pedagogia da Ginástica Rítmica: teoria e prática. São Paulo: Phorte, 2011. 10. SANTOS V. N., LOURENÇO M R A, GAIO R. Composição Coreográfica em Ginástica Rítmica: do Compreender ao fazer. Jundiaí, SP: Fontoura, 2010.

Page 45: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

45

CAPÍTULO 4 - Benefícios da prática da Ginástica Rítmica para promoção da saúde em idosos

A Ginástica Rítmica poderá exercer um papel importante no contexto

das alterações antropométricas, neuromusculares, metabólicas e psicológicas na

terceira idade. Alguns estudos relataram que os efeitos da atividade física e do

exercício nos aspectos psicológicos e sociais do envelhecimento, poderiam melhorar

o autoconhecimento, auto estima, imagem corporal, contribuição no

desenvolvimento da auto eficácia, diminuição do estresse, ansiedade, melhora da

tensão muscular, insônia, diminuição do consumo de medicamentos, melhora das

funções cognitivas e socialização1-4,6.

A atividade física sistematizada tem sido relatada como um meio

excelente de atenuar degenerações provocada pelo envelhecimento no contexto

físico, psicológico, e social que poderá tornar o idoso capaz de manter

desempenhos elevados e até próximos ao de adultos jovens. Indicativos de que o

declínio de desempenho não é apenas uma característica inerente do

envelhecimento já são apontados por vários autores, já que pode ser minimizado

com a adoção de um estilo de vida fisicamente ativo4,7-10. Em contrapartida a

diminuição da tolerância ao esforço físico durante o processo de envelhecimento

efetiva um limiar abaixo de sua capacidade física, necessitando as vezes, de uma

mínima intercorrência na saúde para os idosos se tornarem completamente

dependentes11.

A Ginástica Rítmica é uma modalidade que aprimora a coordenação

motora, contribui na percepção espacial, lateralidade, consciência corporal e

movimentos que poderão desenvolver e aprimorar toda estrutura física. Neste

contexto, uma variedade de experiências de movimento poderão ser promovidas

com o intuito de otimizar a capacidade do idoso a desempenhar suas habilidades de

forma lúdica e prazerosa. Além disso a GR aperfeiçoa e estimula o virtuosismo das

capacidades psicomotoras do ser humano no processamento de seu

desenvolvimento geral12.

Salienta-se ainda que, os aparelhos manuais são capazes de

proporcionar uma grande oportunidade para a execução de exercícios de agilidade,

e são comumente utilizados nos programas de exercícios para todas as faixas

etárias, já que contribuem para reeducação motora13. Logo, a experiência de

Page 46: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

46

movimentos específicos como os promovidos pela Ginástica Rítmica no manejo de

seus aparelhos é essencial para a obtenção da coordenação, controle corporal,

habilidade e flexibilidade14,15.

Visto que a diminuição das habilidades motoras durante é

expressada pela redução de velocidade e precisão de movimentos ao longo da

vida16, o fato da agilidade estar relacionada com outras capacidades físicas tais

como, velocidade, força e flexibilidade, quando há deficiência em uma dessas

funções, consequentemente todas as outras serão afetadas também17.

As alterações do organismo às quais são submetidas um idoso,

além de serem fisiológicas, afetam o comportamento devido ao declínio progressivo

dessas funções que embora possam afetar a todo organismo é um processo

individual permitindo que haja diferenças entre pessoas de igual idade18.

No capítulo anterior foi citado alguns aspectos-chave de atividade

física para a promoção de um envelhecimento saudável segundo American College

of Sports Medicine19, deste modo, optou-se por direcionar cada um deles no

contexto da Ginástica Rítmica:

- Atividades aeróbicas: Os diversos tipos de deslocamentos que

podem ser explorados e que podem fazer parte de uma série de Ginástica Rítmica

como diferentes formas de andar, variados tipos de saltito, corridas rítmicas, passos

de danças e pequenos trotes.

- Exercícios resistidos: Atividades que requerem a sustentação dos

membros superiores e inferiores e que integram o peso ou manejo de todos os

aparelhos trabalham força juntamente com a coordenação motora e manipulativa.

- Flexibilidade: Circunduções de braço, balanceios realizados com

todos os aparelhos, rotação de tronco e exercícios que exploram as mais variadas

amplitudes de movimento das articulações como punho, cotovelo, ombros, quadril,

joelho, colunas, pernas, etc.

- Equilíbrio: As variadas posições dos pés com base na técnica do

ballet que são a base dos movimentos da GR possibilitam a diminuição da área de

apoio permitindo o trabalho do equilíbrio.

- Mobilidade geral e postura: Atividades que exploram as

coordenações manipulativas dos aparelhos (corda, arco, bola, maças e fita),

interpretação de movimentos cotidianos através de coreografias realizadas ao som

de uma música.

Page 47: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

47

- Massa óssea: Pequenos saltos com a corda e com diferentes

posições dos pés, com ou sem deslocamento em diferentes ritmos e frequências.

Considera-se que um dos papéis da GR é auxiliar no

desenvolvimento, aprimoramento e melhoria das categorias motoras (estabilização,

locomoção, manipulação). Isto incorpora uma ampla série de experiências de

movimentos ricamente explorados pela GR, para que os praticantes desenvolvam e

refinem suas habilidades motoras. Mais do que isso, contribuirá para o

desenvolvimento dos domínios cognitivo, afetivo e social, emocional, intelectual e

especialmente para a educação psicomotora, pois o ritmo estimula a repetição,

permitindo a incorporação em seu esquema corporal do domínio de novas formas de

movimento que poderá ser observado em todas as faixas etárias, inclusive

idosos20,21.

Em um estudo com 30 mulheres com média de idade de 71 anos foi

relatado que a Ginástica Rítmica, especificamente com o aparelho arco, pode ser

utilizada como atividade de reeducação motora para idosos que pretendem otimizar

seu nível de proficiência motora de membros superiores com os mais variados

objetivos e consequentemente melhoria da qualidade de vida22. Semelhantes

conclusões foram apontadas por um outro estudo com relação a destreza e

velocidade de membros superiores em idosas após o treinamento com aparelho

bola23.

Mesmo que a GR em suas variadas manifestações, sejam em sua

maioria ainda direcionadas para crianças e jovens, é possível, face à crescente

população idosa, criar adaptações e ações dentro do contexto da modalidade, para

promover a saúde e melhorar a qualidade de vida ao longo do processo de

envelhecimento de forma inovadora, porém responsável, daqueles que em um futuro

muito breve serão a maior parte da população.

No próximo capítulo serão apresentados exercícios utilizando os

aparelhos corda, arco, bola, maças e fita combinados com movimentos corporais e

música, porém não deve-se limitar a criatividade e as ações do Profissional de

Educação Física apenas a estas propostas, pois estas deverão ser motivos para

nortear as grandes oportunidades que a Ginástica Rítmica pode tráser à prática de

uma atividade física saudável e direcionada especialmente para o idoso.

Page 48: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

48

REFERÊNCIAS

1. McAUREY, E.; RUDOLPH, D. Physical activity, aging, and psychological well-being. Journal of Aging and Physical Activity, v. 3, p. 67-96, 1995. 2. VAN BOXTEL, M. P. et al. Aerobic capacity and cognitive performance in a cross-sectional ageing study. Medicine Science Sports and Exercise, v. 29, p. 1.357-65, 1997. 3. WOOD, R. H. et al. Physical fitness, cognitive function, and health-related quality of life in older adults. Journal of Aging and Physical Activity, v. 7, p. 217-30, 1999. 4. OKUMA, S. S. O idoso e a atividade física. Campinas: Papirus, 1998. 5. OKUMA, S. S. Impacto da atividade física sobre a dimensão psicológica do idoso: uma análise sob a ótica da velhice bem-sucedida. In: Anais... 7º Congresso de Educação Física e Ciências do Esporte dos Países de Língua Portuguesa, Florianópolis, 1999. 6. LIN, M. R. et al. A randomized, controlled trial of fall prevention programs and quality of life in older fallers. Journal of the American Geriatrics Society, v. 55, n. 4, p. 499, 2007. 7. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. The recommended quantity and quality of exercise for developing and maintaining cardiorespiratory and muscular fitness, and flexibility in healthy adults. Medicine and Science in Sports and Exercise, v. 30, n. 6, p. 975-91, 1998. 8. SPIRDUSO, W. W. Physical dimensions of aging. Champaign: Human Kinetics, 1995. 432p. 9. ERICSSSON, K.A.; KRAMPE, R.T.; TESCH-RÖMER, C. The role ofdeliberate practice in the acquisition of expert performance. Sychological Review, Princeton, v. 100, n. 3, p. 363-406, 1993. 10. KRAMPE, R.T.; ERICSSON, K.A. Maintaining Excellence: Deliberate Practice and Elite Performance in Young and Older Pianists. Journal of Experimental Psychology: General, Washington, v. 125, n. 4, p. 331-359, 1996. 11. BLESSMANN, E. J. (2004). Corporeidade e envelhecimento: o significado do corpo na velhice. Estudos Interdisciplinares do Envelhecimento., Porto Alegre, v. 6, p. 21-39, 2004. 12. BARROS, Daisy e NEDIALCOVA, Giurgo T. Os principais passos da Ginástica Rítmica. Rio de Janeiro: Grupo Palestra Sports. 1999. 13. SAUR, Érica. Ginástica Rítmica escolar. Porto Alegre: Tecnoprint, sd.

Page 49: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

49

14. BOTT, Jenny, Ginástica Rítmica desportiva. São Paulo: Manole, 1986. 15. MEINEL, Kurt. Motricidade I. Teoria da motricidade esportiva sob o aspectopedagógico. Rio de Janeiro: Ao livro técnico, 1994 16. MEIRELLES, Morgana E. A. Atividade física na 3ª idade. 2ª ed. Rio de Janeiro:Sprint, 1999 17. BARBANTI, Valdir Jose. Teoria e prática do treinamento desportivo São Paulo:Edagad Blucler, 1979. 18. GALLAHUE, David L. e OZMUN, John C. Compreendendo o DesenvolvimentoMotor: Bebes, Crianças e adultos. Rio de Janeiro: phorte, 2003. 19. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Exercise and Physical Activity for Older Adults. Med Sci Sports Exerc 41(7):1510-1530, 2011. 20. PALLARES, Zaida. Ginástica Rítmica. 2 ed. Porto Alegre: Prodil, 1983. 21. GAIO, ROBERTA. Ginástica Rítmica “popular”: uma proposta educacional. Jundiaí, SP: Editora Fontoura, 2007. 22. SANTOS, F. C. P; REIS, R. G. M. Efeito de um treinamento com o aparelho arco da Ginástica Rítmica na destreza de mãos e dedos e velocidade de mãos e bracços em idosas. Movimentum Revista Digital de Educação Física. Ipatinga: Unilest-MG V.2.n.1 Fev/jul. 2007. 23. SANTOS, F. C. P; DOMINGUES, F. M. Manejo da bola da Ginástica Rítmica como estímulo ao desenvolvimento da destreza de mãos e dedos e velocidade de mãos e braços em adultos e idosos. Movimentum Revista Digital de Educação Física. Ipatinga: Unilest-MG V.1. Ago/Dez. 2006.

Page 50: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

50

CAPÍTULO 5 - Exercícios de Ginástica Rítmica direcionados para idosos.

Os exercícios propostos neste capítulo foram baseados nos grupos

fundamentais e não fundamentais do Código de Pontuação de Ginástica Rítmica

ciclo 2017-2020 para cada aparelho da Ginástica Rítmica: corda, arco, bola, maças

e fita. Alguns exercícios foram combinados com movimentos corporais específicos

como saltitos (pequenos saltos), giros, e equilíbrio. Todos eles podem ser realizados

com música de ritmos dos mais diversificados possíveis e podem ser combinados

entre si de forma sequencial e progressiva. Espera-se com estes exercícios que o

Profissional de Educação Física possa ir além de somente aplicá-los à população

idosa, mas que também seja possível a partir deles, criar suas próprias sequências

de exercícios e manejos, oportunizando um ambiente de criatividade para quem

aplica e para quem aprende.

Os exercícios aqui apresentados foram anteriormente aplicados em

um grupo de idosos que durante um semestre vivenciaram as possibilidades da

Ginástica Rítmica. Pondera-se que o processo de aprendizagem e assimilação das

atividades nesta população se dá de forma mais lenta sendo fundamental a

ludicidade e a repetição dos movimentos até sua completa compreensão.

As atividades devem ser realizadas em piso aderente, com tênis ou

sapatilhas antiderrapantes e com roupas apropriadas para atividade física.

Page 51: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

51

APARELHO CORDA

A corda é o aparelho que aparece em primeiro lugar na ordem

olímpica estabelecida pela FIG1. E por se tratar de um aparelho que facilita o

trabalho rítmico e de ambidestralidade, ela fornece subsídio, inclusive, para o

manejo dos demais aparelhos. Para facilitar a execução dos exercícios propostos

com a corda, recomendamos que seu comprimento esteja ajustado de acordo com a

estatura do praticante. Segurando as extremidades da corda em cada mão e

posicionando os pés ao centro da mesma, as pontas deverão chegar à altura do

ombro, finalizadas por um nó em cada ponta2. Parte da cultura brasileira a corda é

utilizada desde a infância nas brincadeiras infantis, folclóricas, e também nas aulas

de educação física nas escolas. Para a população idosa a utilização da corda

poderá oferecer múltiplas oportunidades de movimentos que auxiliarão na

flexibilidade, coordenação, controle de força, mobilidade e porque não citar, a

criatividade que possibilitará novas oportunidades de locomoção e movimento3.

Como afirma Paulo Freire4: “Ensinar não é transferir conhecimento,

mas criar as possibilidades para a sua própria produção ou a sua construção”4.

Os aparelhos de Ginástica Rítmica não oficiais, porém muito

semelhantes a eles, estão mais acessíveis quanto ao preço de aquisição, no

entanto, é muito interessante e econômico confeccionar os próprios aparelhos. A

corda, por exemplo, pode ser improvisada a partir da junção de tranças

confeccionadas com retalhos ou pode-se comprar corda de cânhamo ou de nylon

em rolos ou por metros e cortar em diferentes tamanhos. Um vez cortada deve-se

fazer um nó em cada extremo da corda e queimá-los para evitar que se esgarcem.

O tamanho ideal da corda é aquele que segurando seus extremos,

um em cada mão, e pisando em seu centro, seu comprimento atinja pelo menos a

altura dos ombros, no entanto, deve-se observar a dificuldade dos idosos na

realização das atividades propostas e ajustar o tamanho da corda atendendo às

dificuldades e/ou facilidades de cada um.

Page 52: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

52

Exercício 01

Execução:

Com a corda dobrada em duas ou quatro partes não totalmente estendida e com os

dois extremos presos separadamente pelas mãos, realizar movimentos circulares

com os punhos voltados para dentro de forma que a corda gire para frente ou pra

trás.

Variações:

Após assimilar o movimento circular da corda pode-se propor

simultaneamente a passagem pelos arcos, como no exemplo acima: onde há

apenas um arco coloca-se um pé depois o outro, e onde há dois, deverá

colocar um pé em cada arco. Ao término do trajeto pode-se propor um

equilíbrio.

Este exercício pode ser realizado com os mais diversos tipos de

deslocamento e em diferentes tipos de solo, como movimentar-se sobre

colchonetes, por cima de uma outra corda em linha reta ou em zig zag

enquanto realiza os movimentos circulares de punho com a corda.

Explorar essas variações ao ritmo de uma música ou palmas enriquecerá

ainda mais a atividade.

Page 53: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

53

Exercício 02 Execução:

Com um extremo em cada mão, braços estendidos a frente e palma da mão voltada

para cima cruzar um braço por cima do outro. O braço que está por cima deverá ser

descruzado movimentando o cotovelo para trás, assim que o punho não estiver mais

sobre o outro braço, introduzir a mão por dentro da corda de modo que esta fique

em formato de “X”.

Variações:

Após assimilar toda sequência para que a corda fique em “X” propor

simultaneamente a passagem pelos arcos, como no exemplo acima: pode-se

colocar um pé de cada vez no mesmo arco ou passar por eles como se

estivesse caminhando. Ao término do trajeto pode-se propor um equilíbrio.

Este exercício pode ser realizado com os mais diversos tipos de

deslocamento e em diferentes tipos de solo, como movimentar-se sobre

colchonetes, por cima de uma outra corda em linha reta ou em zig zag

enquanto realiza a sequência formando o “X” com o aparelho.

Explorar essas variações ao ritmo de uma música ou palmas enriquecerá

ainda mais a atividade.

Page 54: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

54

Exercício 03 Execução:

Segurar a corda com um dos nós na palma da mão fechada de forma que o restante

da corda fique estendida para trás. Realizar uma pequena extensão de braço para

trás, seguida de uma pequena flexão de antebraço para frente para que, com a outra

mão estendida à frente seja possível recuperar o nó da outra extremidade

posicionando-o na palma da mão.

Variações:

Pode-se realizar o exercício dando um passo para frente ao passar a corda

pelo chão para recuperar a outra extremidade.

Pode-se realizar um equilíbrio após recuperar o outro nó.

Pode-se realizar a escapa ao som de uma música e quando esta for pausada

realizar um equilíbrio até que a música volte a tocar.

Page 55: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

55

Exercício 04

Execução:

Segurar a corda com um dos nós na palma da mão fechada de forma que o restante

da corda fique estendida à frente do corpo. Lançar para cima na direção do outro o

nó para que a corda realize uma meia volta sendo possível recuperar o nó da outra

extremidade da corda com uma das mãos, direita ou esquerda.

Variações:

Pode-se realizar esta atividade na posição sentada em uma cadeira ou

banqueta, pois irá requerer mais força para lançar sendo possível para

recuperar o nó da outra extremidade.

É possível realizar este exercício com uma corda em cada mão.

Page 56: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

56

Exercício 05 Execução:

Cada participante de uma dupla deverá segurar uma única corda por um de seus

extremos de modo que esta fique totalmente estendida. Dirigir-se para o centro da

corda com um pequeno passo lateral seguido de um giro de forma que a corda se

enrole ao redor da cintura até que os dois participantes se encontrem ao centro.

Variações:

Sugere-se fazer meia volta e pausar, outra meia volta e pausar até o encontro

dos dois participantes ao centro da corda.

Realizar o exercício na ponta dos pés, com pausas durante os giros de forma

a não gerar desconforto para quem os executa.

Ao terminar a corda pode-se combinar passos rítmicos sincronizados para

serem feitos com a dupla antes de desenrolar-se da corda realizando giros no

sentido contrário.

Page 57: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

57

Exercício 06 Execução:

Com um extremo da corda em cada mão e com os braços estendidos para a direita.

Balancear a corda para frente e para trás pegando impulso para que ela se enrole

ao redor do braço direito. Para desenrolar, deverá realizar voltas em sentido

contrário.

Variações:

Realizar o exercício com os dois braços estendidos à esquerda para que a

corda se enrole em volta do braço esquerdo.

Pode-se realizar o movimento andando em círculos e em sentido contrário

para desenrolar a corda.

Repetir a tarefa em diferentes tipos de deslocamentos: andando para frente,

andando para trás, andando de lado ou alterando a direção a cada sinal

sonoro, por exemplo: música, apito, ou o próprio comando do professor.

Repetir o exercício nas pontas dos pés, ou sobre os calcanhares e em

diferentes tipos de solo, por exemplo: por cima de colchonetes, por cima de

uma outra corda contornando-a em zig-zag.

Page 58: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

58

Exercício 07 Execução:

Com a corda dobrada em quatro partes e presa por uma mão em cada extremo,

lançar a corda para cima fazendo uma pequena flexão de joelhos e em seguida

recuperar a corda.

Variações:

Tentar fazer a recuperação da corda com um extremo (nó) da corda em cada

mão como no exemplo acima.

Realizar um equilíbrio após recuperação da corda, ou um balanceio da corda

para a esquerda e para direita, ou estender os braços para uma dessas

direções e executar o exercício 6 como sugestão.

Page 59: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

59

Exercício 08 Execução:

Com a corda presa em uma das mãos e toda estendida à frente do corpo realizar

uma circundução do braço ao lado do corpo de baixo para cima até a corda voltar a

frente novamente, batendo o nó da corda no solo com certa força de forma que ele

realize praticamente uma quicada e que seja possível recuperar este mesmo nó com

a outra mão.

Variações:

Iniciar o mesmo exercício com a mão não dominante, recuperando a outra

extremidade da corda com a mão dominante.

Ao recuperar o nó e estando com eles um em cada mão dar continuidade no

movimento realizando em seguida os exercícios 6 ou dois por exemplo, ou

qualquer outro aqui apresentado.

Page 60: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

60

Exercício 09 Execução:

Realizar saltos por dentro da corda, alternando os pés passando a corda para frente.

Variações:

Realizar o mesmo exercício passando a corda para trás.

Realizar o mesmo exercício passando a corda lateralmente.

Variando número de saltos e tipos de saltos e passadas como por exemplo:

pés alternados, galopes, saltitos, pés juntos.

Page 61: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

61

Exercício 10 – Espirais Execução:

Segurar o nó de uma das extremidades da corda com a mão em forma de pinça e

realizar movimentos circulares para fora com os movimentos do punho.

Variações:

Realizar espirais com duas cordas na mesma mão.

Realizar espirais com a mão não dominante

Após assimilar a tarefa combiná-la com passos rítmicos como no exemplo e

combiná-lo com o exercício 8 como sugestão.

Page 62: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

62

APARELHO ARCO

Também conhecido nas brincadeiras infantis, escolas e academias

como “bambolê”. Ao longo da história e em diferentes momentos os arcos aparecem

confeccionados por diversos materiais e dimensões e tem sido muito utilizado como

suporte para diversas atividades de caráter lúdico, inclusive na população idosa2,3,5.

Um arco de dimensão maior ou menor que o ideal, dificulta

enormemente sua manipulação e limita a proposta de atividades e a criação de

novos movimentos, portanto, recomenda-se que apoiado verticalmente no solo o

arco deva estar alinhado na altura do quadril do praticante.

Diferentemente do que se pensa, o arco pode ser utilizado para a

promoção de múltiplas atividades, que vão além de mantê-lo girando na cintura, e os

exercícios propostos nesta produção técnica irão propor atividades de coordenação,

propriocepção, equilíbrio, lateralidade, entre outras.

É muito comum que ao manejá-los com frequência os arcos se

rompam, portanto construir os próprios arcos é uma das opções bem interessantes e

econômicas. Pode-se comprar tubos de plástico lisos ou mangueiras firmes e cortá-

los de diferentes tamanhos. Depois de cortado, damos-lhe a forma de um círculo

juntando os extremos, introduzindo um dentro do outro prendendo-os com grampos

de construção ou com fitas adesivas.

Page 63: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

63

Exercício 01 Execução:

Segurando o arco com as duas mãos, passar por dentro do mesmo, da mesma

forma que se pula uma corda.

Variações:

Realizar a passagem do arco passeando por todo espaço disponível.

Realizar a passagem do arco para trás, para frente ou lateralmente.

As passagens por dentro do arco podem ser realizadas por meio de

pequenos passos para diminuir o impacto.

Page 64: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

64

Exercício 02 Execução:

Segurar dois arcos um por cima do outro no plano horizontal e à frente do corpo.

Lançar os arcos para cima e recuperá-los um em cada mão.

Variações:

Recomenda-se iniciar essa atividade com apenas um arco para depois

colocar dois arcos como no exemplo.

Lançar o(s) arco(s) para que um outro participante recupere o(s) arco(s).

Os lançamentos do arco podem ser realizados em vários planos, direções e

eixos e em dupla um poderá recuperar o arco do outro como desafio.

Page 65: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

65

Exercício 03 Execução:

Deslocar-se livremente fazendo seu próprio arco rolar sobre o solo evitando quando

em grupo que haja colisão entre os arcos.

Variações:

Repetir a tarefa iniciando o movimento com o braço não dominante.

Repetir o exercício e deslocar-se nas pontas dos pés

Pode-se realizar esta atividade trocando de arco com outro aluno ao parar a

música ou ao comando de voz do professor.

Realizar o exercício com 2 arcos um em cada mão

Page 66: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

66

Exercício 04 Execução:

Segurar o arco com uma mão e apoiá-lo verticalmente sobre o solo. Girar o braço

para dentro pressionando ligeiramente sobre a parte superior do arco e girando o

pulso no sentido contrário soltar o arco para que realize um movimento de rotação

livre ao redor do seu próprio eixo

Variações:

Rotacionar o arco e trocar de lugar com outro participante antes que o arco

pare de girar.

Realizar uma corrida rítmica ao redor do arco e depois recuperá-lo antes que

pare de girar.

Iniciar o movimento realizando um equilíbrio passé como no exemplo acima.

Page 67: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

67

Exercício 05 Execução:

Realizar um rolamento do arco em plano sagital com o arco na mão direita,

impulsioná-lo para frente e antes de soltá-lo realizar uma extensão de punho no

sentido contrário, para que o arco volte em sua direção com efeito “boomerang”.

Variações:

Realizar exercício com a mão não dominante

Realizar o exercício com um arco em cada mão

Realizar um equilíbrio ou um passo de dança enquanto o arco vai e volta.

Page 68: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

68

Exercício 06

Execução:

Fazer rotações do arco ao redor da mão, com o braço estendido mantendo o polegar

apontado para cima no intuito de não deixar o arco rotacionar ao redor do braço.

Variações:

Realizar o mesmo movimento com o mão dominante.

Após assimilar a execução da tarefa, durante a rotação do arco trocar de

mãos como desafio.

Caminhar sobre colchonetes e ao final rotacionar o arco ao redor das duas

mãos ao mesmo tempo.

Page 69: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

69

Exercício 07 Execução:

Fazer rotações do arco em diferentes partes do corpo como no exemplo: ao redor da

cintura, tornozelos, joelhos ou pescoço.

Variações:

Realizar este exercícios caminhando por cima de colchonetes, passando por

cima de arcos dispostos em diferentes formas pelo chão.

Realizar a rotação de dois arcos ao mesmo tempo em diferentes partes do

corpo

Page 70: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

70

Exercício 08 Execução:

Segurar a mão por cima do arco de forma que o mesmo permaneça na posição

obliqua no solo. Impulsioná-lo de forma a rolar livremente pelo solo retornando a sua

posição inicial.

Variações:

Iniciar o mesmo exercício com a mão não dominante.

Executar um passo de dança ou equilíbrio enquanto o arco completa a volta

de 360º

Page 71: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

71

Exercício 09 Execução:

Balancear o arco no plano frontal da direita para esquerda ou vice versa com

alternância do peso do corpo.

Variações:

Acompanhar o ritmo de uma valsa para direita e para esquerda.

Realizar o balanceio do arco dançando uma valsa se deslocando por todo

espaço disponível

Page 72: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

72

Exercício 10 Execução:

Fazer girar o arco ao redor do próprio eixo longitudinal e sobre a palma da mão.

Começar com o braço ligeiramente flexionado para cima e em pronação. Em

seguida girar o braço firme em sentido contrário e abrir a mão para que o arco gire

livremente sobre a palma da mão.

Variações:

Repetir o exercício com a mão não dominante.

Combinar o exercício com um equilíbrio.

Page 73: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

73

APARELHO BOLA

A bola é um dos brinquedos mais antigos em toda a história, sua

aparição se constrói desde a época dos gregos e romanos. Atualmente a bola vem

sendo utilizada em diversas atividades físicas direcionadas tanto para crianças como

para adultos por causa das infinitas possibilidades que oferece em atividades

individuais e em grupo.

Na Ginástica Rítmica a bola é um aparelho muito atrativo e isso se

deve fundamentalmente a popularidade que antes de tudo é a maioria das pessoas

já estão familiarizadas. As atividades com a bola priorizam a desenvoltura da

coordenação manipulativa, pois a mesma deverá estar equilibrada na mão na

maioria dos exercícios já que em uma coreografia “prender” a bola entre a mão e o

pulso é proibido2. Ainda que as atividades aqui são direcionadas para a população

idosa e que os exercícios serão adaptados, as atividades foram elaboradas de forma

a não descaracterizar a modalidade.

As bolas oficiais de Ginástica Rítmica são feitas de borracha ou

material sintético flexível para que seja possível a elasticidade necessária para a

realização de uma quicada por exemplo, no entanto como material alternativo pode-

se utilizar bolas confeccionadas com jornal e encapadas com papel de presente ou

fitas adesivas coloridas desde que, se faça adaptações nas atividades em que a

bola quica no chão. Seu tamanho pode variar, contudo recomendamos bolas que

tenham de 14 a 17cm de diâmetro e de 350 a 400 gramas.

Page 74: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

74

Exercício 01

Execução:

Fazer girar a bola ao redor da cintura trocando-a de mão pela frente e por trás e

após assimilação da tarefa fazer o movimento caminhando por cima de uma corda

em linha reta ou em “zig zag”. Ao término do trajeto sustentar a bola com uma das

mãos com o braço estendido na altura do ombro com “relevé” (ponta dos pés).

Variações:

Realizar o exercício em diferentes tipos de deslocamentos: andando para

frente, andando para trás, andando de lado ou alterando a direção a cada

sinal sonoro, por exemplo: música, apito, ou o próprio comando do professor.

Repetir o exercício nas pontas dos pés, ou sobre os calcanhares e em

diferentes tipos de solo, por exemplo: por cima de colchonetes, etc.

Page 75: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

75

Exercício 02 Execução:

Com duas bolas por aluno, quicá-las simultaneamente de forma as bolas quicarem

uma em cada arco. Após assimilar a tarefa, propor uma série de quicadas e caso

haja erro no percurso voltar ao início.

Variações:

Dependendo da dificuldade do participante, recomenda-se realizar a quicada

de apenas uma bola com a mão dominante e depois com a mão não

dominante, e após assimilação da tarefa propor a quicada com duas bolas

como no exemplo acima.

Page 76: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

76

Exercício 03 Execução:

Quicar a bola verticalmente e amortece-la com diferentes partes do corpo de forma a

promover uma nova quicada. Realizar a segunda quicada com o peitoral, ombro,

joelho, pés e em seguida recuperar a bola com uma das mãos, ou com as duas ou

ainda com o dorso da mão como no exemplo acima.

Variações:

Após a recuperação da bola sugere-se combinar com esta atividade com o

exercício 1.

Page 77: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

77

Exercício 04 Execução:

Apoiar a bola entre as mãos fazendo-a girar ao redor das mãos. Após assimilar a

tarefa executar o exercício caminhando por entre as cordas sem pisar nelas, ou

passar por elas através de pequenos galopes.

Variações:

Realizar esta atividade na posição sentada em uma cadeira ou banqueta

estendendo os braços a cima da cabeça, a frente e a abaixo do quadril com

pequena flexão de tronco.

Realizar o exercício em diferentes tipos de deslocamentos e equilíbrios.

Ao finalizar a passagem pelas cordas propor um equilíbrio ou dar

continuidade com os exercícios 1 e/ou 3.

Page 78: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

78

Exercício 05 Execução:

Balanceios no plano frontal da direita para esquerda e vice versa com a bola sobre a

palma de uma das mãos e com transferência de peso entre as pernas. Realizar uma

pequena flexão de joelho ao balancear o aparelho de um lado para o outro. Após

assimilar o movimento quicar a bola dentro do arco a cada balanceio.

Variações:

Combinar esta atividade com o exercício 4 como sugestão e realizar os

balanceios e ao mesmo tempo fazer girar a bola em torno das mãos.

Page 79: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

79

Exercício 06 Execução:

Circunduções no plano frontal segurando a bola com as duas mãos subindo a meia

ponta quando a bola estiver no ponto mais alto da circundução.

Variações:

Realizar a atividade no sentido horário e anti-horário.

Realizar a circundução explorando as diferentes posições dos pés como por

exemplo a 2.ª posição do ballet (Royal)

Após realizar a circundução completa combinar o exercício com uma quicada

ou qualquer dos exercícios de bola aqui apresentados.

Page 80: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

80

Exercício 07

Execução:

Quicar a bola em cada arco passeando por eles de forma que o caminho desenhe

um “8” no solo.

Variações:

As quicadas podem ser iguais ou diferentes em cada arco. Pode-se recuperar

a bola com uma ou duas mãos. Ao término do trajeto dar continuidade com

qualquer um dos exercícios aqui apresentados.

Page 81: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

81

Exercício 08

Execução:

Rolar a bola sobre o solo e realizar saltitos como o “chasse” (perna de trás expulsa a

da frente) até que seja possível realizar a recuperação da bola.

Variações:

Rolar a bola com a mão não dominante.

Realizar saltitos como o galope ou pequenos trotes para recuperar a bola.

Ao recuperar a bola dar continuidade à tarefa realizando qualquer uma das

atividades aqui apresentadas.

Page 82: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

82

Exercício 09

Execução:

Segurar a bola com as duas mãos estendidas à frente do corpo e depois inclinar

levemente os braços para cima para que a bola deslize por cima dos braços que

serão cruzados a frente como no exemplo acima. Ao descruzá-los, inclinar os braços

levemente para baixo para que a bola volte a posição inicial.

Variações:

Realizar o mesmo exercício passando ao mesmo tempo entre (zig zag) entre as

maças ou cones.

Ao final do trajeto incluir um equilíbrio, balanceio ou quicada.

Page 83: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

83

Exercício 10

Execução:

À frente do corpo, lançar a bola com uma das mãos mediante uma pequena flexão

de joelhos e recuperá-la com uma das mãos.

Variações:

Realizar o mesmo exercício caminhando por cima de colchonetes como no

exemplo acima e ao termino do trajeto sustentar a bola em um dos braços,

com ambos estendidos lateralmente na altura dos ombros.

Lançar com uma das mãos e recuperar com a outra e vice-versa.

Page 84: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

84

APARELHO MAÇAS

As maças são confeccionadas a partir da madeira ou do plástico e muito se parece

com os pinos do boliche ou com os malabares tão aplaudidos nas apresentações

circenses. Compostas por três partes: cabeça, pescoço e corpo, são os aparelhos

mais recentes da Ginástica Rítmica e apresentam um número muito grande de

possibilidades já que é o único aparelho que se utiliza em par, ou seja, uma em cada

mão5.

Este aparelho por ser utilizado com as duas mãos irá destacar-se

por possibilitar movimentos ambidestros, assimétricos e também pequenas

marcações rítmicas, lançamentos, e muitos outros movimentos que poderão ser

combinados com exercícios coordenativos e de equilíbrio2.

Para a construção de material alternativo que possa substituir as

maças, devemos levar em conta os movimentos circulares que podem ser realizados

por exemplo, com um simples saco de pano colocando em seu extremo um pouco

de areia separando sua extremidade por um nó para ali concentrar-se todo peso.

Também podem ser utilizados pequenos cabos de madeira

(tamanho do ante-braço) com uma pet júnior em uma de suas extremidades com

peso equilibrado de areia ou pequenas pedras e a outra extremidade fechada com a

tampa da pet simulando a cabeça da maça.

Page 85: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

85

Exercício 01 Execução:

Equilibrar a maça apoiada pelo seu corpo na palma de uma das mãos com o braço

estendido lateralmente na altura dos ombros.

Variações:

Realizar o mesmo equilíbrio da maça na palma da outra mão.

Equilibrar uma maça em cada mão como no exemplo acima.

Combinar o equilíbrio das maças com um equilíbrio corporal.

Equilibrar a maça na palma das mãos, no dorso da mão, sobre a cabeça,

ombro etc.

Repetir o exercício nas pontas dos pés.

Page 86: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

86

Exercício 02 Execução:

Cada aluno com uma maça deverá trocar a maça de mão ao realizar uma elevação

do joelhos alternados mantendo os pés estendidos ou flexionados.

Variações:

Repetir a tarefa passando por arcos enfileirados no chão.

Page 87: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

87

Exercício 03 Execução:

Cada aluno deverá golpear seu par de maças, uma em cada mão, caminhando em

zig zag entre as maças ou cones dispostos em linha reta no chão.

Variações:

Golpear a maça contra a outra fazendo diversos tipos de deslocamento e

mudar de direção ou sentido de acordo com a pausa da música.

Page 88: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

88

Exercício 04 Execução:

Segurar uma maça por sua cabeça com os braços estendidos à frente realizando um

pequeno lançamento de forma que a maça realize meio giro sendo possível

recuperá-la por seu corpo.

Variações:

Realizar o mesmo exercício com a mão dominante e após assimilar a tarefa

realizar um lançamento de forma que a maça complete uma volta, sendo

possível recuperá-la pela cabeça.

De acordo com o nível de cada participante requerer duas voltas ou mais.

Realizar os lançamentos de ambas as maças, sendo uma em cada mão,

simultaneamente.

Page 89: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

89

Exercício 05 Execução:

Cada participante com duas maças deverão realizar balanceios no plano frontal para

a direita e para esquerda com alternância do peso do corpo como no exemplo

acima.

Variações:

Acompanhar o ritmo de uma valsa.

Realizar os balanceios da maça no plano sagital.

Deslocar-se pelo espaço disponível dançando uma valsa.

Page 90: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

90

Exercício 06 Execução:

Realizar circunduções verticais anteroposteriores e póstero anterior no plano sagital.

Variações:

Realizar circunduções com o braço dominante segurando um ou duas maças.

Realizar circunduções com o braço não dominante segurando uma ou duas

maças.

Realizar as circunduções com uma maça em cada mão na mesma direção

para frente ou para trás ou ainda em direções diferentes.

Repetir a tarefa em diferentes tipos de deslocamentos: andando para frente,

andando sobre calcanhares e em diferentes tipos de solo, por exemplo: por

cima de colchonetes, por cima de corda, ou contorna-la em zig-zag etc.

Repetir o exercício nas pontas dos pés.

Page 91: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

91

Exercício 07 Execução:

Cada participante deverá segurar a maça pela cabeça, com a palma da mão

inicialmente virada para baixo, deverá realizar pequenos círculos com os punhos de

forma que a cabeça da maça fique solta dentro da mão fechada para que seja

possível a realização de círculos horizontais do aparelho.

Variações:

Realizar pequenos círculos com o mão dominante para dentro e para fora.

Realizar pequenos círculos com as duas mãos juntas em direções iguais e

diferentes.

Repetir a tarefa em diferentes tipos de deslocamentos: andando para frente,

andando para trás, andando de lado ou alterando a direção a cada sinal

sonoro, por exemplo: música, apito, ou o próprio comando do professor.

Repetir o exercício nas pontas dos pés, ou sobre os calcanhares e em

diferentes tipos de solo, por exemplo: por cima de colchonetes.

Page 92: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

92

Exercício 08 Execução:

Cada aluno deverá realizar pequenos círculos horizontais à frente do corpo com as

maças para baixo do braço, segurando as maças por suas cabeças com os dedos

em forma de pinça, mantendo a cabeça solta para que seja possível o movimento

circular do aparelho.

Variações:

Realizar pequenos círculos com o mão dominante para dentro e para fora.

Realizar pequenos círculos com o mão não dominante para dentro de para

fora

Realizar pequenos círculos com as duas mãos juntas em direções iguais e

diferentes.

Realizar círculos com maça e ao mesmo tempo trocar a bola com os pés com

o seu par em pé ou sentado em uma cadeira como no exemplo.

Fazer um círculo por cima (Exercício 07) e outro por baixo.

Page 93: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

93

Exercício 09 Execução:

Um da dupla deverá segurar uma maça ou duas (uma em cada mão) e aguardar o

comando do professor para soltá-la. Ao soltar a maça seu par irá tentar recuperar a

maça no ar antes que esta caia no chão;

Variações:

Realizar primeiro com uma maça e depois com as duas simultaneamente

como no exemplo.

Page 94: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

94

Exercício 10 Execução:

Os alunos ajoelhados em um colchonete deverão posicionar as duas maças a frente

e fazer girar a maça impulsionando-as pela cabeça para que seja possível o par

alcança-las e repetir o movimento.

Variações:

As maças poderão estar com suas cabeças invertidas para que ao girar sobre

o solo tomem direções diferentes.

Page 95: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

95

APARELHO FITA

A fita é o aparelho mais convidativo e bonito da Ginástica Rítmica,

por ela, crianças e adultos se encantam facilmente. Os diversos desenhos que são

formados com a fita no decorrer dos movimentos e lançamentos executados ao

ritmo da música encantam e arrancam aplausos dos expectadores.

Composta por um estilete que pode ser de bambu, madeira, plástico

ou fibra seu comprimento varia de 50 a 60 cm e seu diâmetro até 10mm no máximo

de espessura. Sua emenda pode ser de cordão, fio de nylon ou similar com uma

argola que proporcione mobilidade da fita sendo seu comprimento de no máximo

7cm. Quanto a fita o material geralmente encontrado é o cetim e o tafetá com um

comprimento de 6 metros para a categoria adulta e 5 metros para a categoria juvenil.

A largura é de 5cm e sua cor também é opcional5. Levando em consideração que o

aparelho será manipulado por pessoas idosas poderá ser adaptado o comprimento

do estilete e fita para que o nível das atividades e exercícios propostos não ganhem

tanta complexidade.

Um material de características semelhantes à fita pode ser

construído com relativa facilidade a partir de um cabo de madeira com um anel

metálico (igual ao de um chaveiro) em uma de suas extremidades para encaixar a

fita que deverá ter um ilhós em uma de suas pontas.

As dimensões poderão ser adequadas aos alunos quanto ao

tamanho do cabo de madeira e cumprimento da fita. Para os exercícios propostos

abaixo utilizou-se o comprimento de 4 metros.

Page 96: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

96

Exercício 01 Execução:

Serpentinas são movimentos similares a um zig zag que podem ser “desenhados”

com a fita no ar ou no solo através do movimento articular do punho para direita e

para esquerda. Posicionar o estilete na palma da mão e depois segurá-lo com os

dedos de forma e manter o dedo indicador por cima do estilete.

Variações:

Realizar com a mão não dominante

Realizar as serpentinas com duas fitas na mesma mão.

Realizar o exercício com uma fita em cada mão.

Realizar serpentinas no solo, horizontal, no chão ou ao redor de si mesmo.

Este exercício pode ser realizado com um equilíbrio “passe” ou durante um

passo de dança, caminhando por dentro de arcos, e outras variações.

Page 97: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

97

Exercício 02 Execução:

Espirais são movimentos similares a pequenas bolinhas que podem ser

“desenhadas” com a fita no ar ou no solo através do movimento articular circular do

punho. Posicionar o estilete na palma da mão e depois segurá-lo com os dedos de

forma e manter o dedo indicador por cima do estilete.

Variações:

Realizar com a mão não dominante

Realizar as serpentinas com duas fitas na mesma mão.

Realizar o exercício com uma fita em cada mão.

Realizar espirais no solo, horizontal, no chão ou ao redor de si mesmo.

Este exercício pode ser realizado com um equilíbrio “passe” ou durante um

passo de dança, caminhando por dentro de arcos, colchonetes e outras

variações.

Page 98: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

98

Exercício 03 Execução:

Realizar circunduções (grandes círculos) verticais no plano sagital ou frontal com

ambas as fitas simultaneamente para frente ou para trás.

Variações:

Realizar o exercício com duas fitas na mesma mão.

Realizar o exercício apenas com um do braços.

Pode-se combinar com um equilíbrio.

Page 99: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

99

Exercício 04

Execução:

Fazer da fita uma “pipa” se deslocando livremente pelo espaço sem deixar que a

ponta da fita toque o chão.

Variações:

Propor trocas de mão, diferentes formas de segurar o estilete, variados tipos

de deslocamentos inclusive combinados com saltito, e pode ser proposto uma

dança ao som de uma música escolhida pelo próprio participante.

Page 100: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

100

Exercício 05 Execução:

Balancear a fita no plano frontal da direita para esquerda ou vice versa com

alternância do peso do corpo. Fazer o movimento de certa forma que toda fita saia

do chão.

Variações:

Acompanhar o ritmo de uma valsa para direita e para esquerda enquanto

realiza o balanceio da fita.

Page 101: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

101

Exercício 06 Execução:

Com o estilete em uma das mãos e a extremidade de fita na outra, realizar grandes

círculos no plano frontal passando por dentro do desenho da fita como se estivesse

pulando uma corda.

Variações:

Realizar o exercício andando, saltitando ou com pequenos trotes.

Pode realizar andando para trás fazendo os balanceios pelas costas.

Page 102: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

102

Exercício 07

Execução:

Realizar movimentos em “oito” horizontais no plano frontal à frente do corpo.

Estender o braço que não está segurando a fita a frente do corpo facilita a execução

deste movimento, tornando mais fácil a visualização do “oito” a quem realiza o

movimento.

Variações:

Fazer o mesmo movimento com a mão não dominante

Realizar a tarefa com duas fitas na mesma mão

Realizar o movimento do “oito” em diferentes tipos de deslocamento e pode-

se combinar este exercício com um equilíbrio

Page 103: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

103

Exercício 08 Execução:

Realizar uma escapada com troca. Iniciar uma circundução do braço para frente de

modo que a fita seja levada a trás e ao retornar à frente realizar um pequeno

lançamento para o par que deverá recuperar o estilete ainda no ar.

Variações:

Realizar com a mão não dominante

Realizar com uma fita em cada mão.

Realizar o exercício com duas fitas na mesma mão.

Page 104: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

104

Exercício 09 Execução:

Lançamento da fita com troca. Realizar um lançamento vertical da fita no plano

frontal, segurando o estilete e a fita na diagonal de forma que ao soltar o estilete seja

possível realizar uma circundução a frente para que em seguida seja lançado a fita

para o par que estará ao lado. Ao recuperar a fita realizar imediatamente espirais

como no exercício 2.

Variações:

Realizar o lançamento com a mão não dominante.

No caso de não haver um par, poderá lançar o a fita de forma que caia dentro

de um arco disposto a uma distância escolhida pelo professor

Page 105: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

105

Exercício 10 Execução:

Realizar uma circundução a frente de modo que seja possível recuperar a

extremidade da fita com a outra mão. Ao recuperar a ponta da fita realizar a

passagem da fita ao lado, atrás e do outro lado. (Movimento conhecido como véu)

Variações:

Realizar o movimento com a mão não dominante e em diferentes formas de

deslocamento.

Page 106: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

106

REFERÊNCIAS 1. FEDERAÇÃO INTERNACIONAL DE GINÁSTICA. Código de pontuação de Ginástica Rítmica 14º Ciclo, 2017. 2. BERNARDI L O, LOURENÇO M R A. Ginástica Rítmica: Ensinando Corda, Arco e Bola. Várzea Paulista: Editora Fontoura, 2014. 3. SANTOS V. N., LOURENÇO M R A, GAIO R. Composição Coreográfica em Ginástica Rítmica: do Compreender ao fazer. Jundiaí, SP: Fontoura, 2010. 4. FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: sabers necessários à prática educative. São Paulo: Paz e Terra, 1996. 5. LAFFRANCHI, BÁRBARA. Treinamento desportivo aplicado à Ginástica Rítmica. Londrina, PR: Unopar Editora, 2001. 6. GAIO, ROBERTA. Ginástica Rítmica “popular”: uma proposta educacional. 2 . Jundiaí, SP: Editora Fontoura, 2007. 7. GAIO, Roberta. A ginástica em questão: corpo e movimento. 2.ª ed. São Paulo: Phorte, 2010. 8. RÓBEVA, N.; RANKÉLOVA, M. Escola de campeãs: Ginástica Rítmica desportiva. São Paulo: Ícone, 1991. 9. GONZALEZ ALONSO, HELOISA DE ARAUJO. Pedagogia da Ginástica Rítmica: teoria e prática. São Paulo: Phorte, 2011. 10. PEREGOT, B. A.; DELGADO, D. C.: 1000 ejercicios y juegos de gimnasia rítmica y deportiva. 3.ª ed. Barcelona: Editorial Paidotribo.Págs:359.2015.

Page 107: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

107

CONSIDERAÇÕES FINAIS

Espera-se com a elaboração deste livro, oferecer uma nova

ferramenta teórico-prática que possa contribuir para elaboração e orientação de

programas de exercício físico direcionados para promoção da saúde e qualidade de

vida de indivíduos idosos. Além disso, esperamos que este livro possa auxiliar e

motivar os diferentes Profissionais da área da saúde, que atuam em diversos

contextos práticos e científicos, a desenvolverem novos materiais de apoio didático

para ensino da modalidade Ginástica Rítmica, ampliando assim o acervo de

produções técnicas direcionadas a promoção da saúde da população idosa.

Page 108: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

108

4. REFERÊNCIAS

1. MATSUDO, S.M. Envelhecimento, atividade física. Atividades físicas para a terceira idade. Brasília: SESC, 1997. P. 22-36. 2. MATSUDO, S.M. Avaliação do idoso: física e funcional. Londrina: Midiograf; 2000. 3. MATSUDO, S.M. Envelhecimento, atividade física e saúde. Revista Min. Educ. Fís.,Viçosa. cidade v.10, n.1, p. 195-209, 2002. 4. SHUBERT, T.E.; SCHRODT, L.A.; MERCER, V.S et al. Are scores on balance screening tests associated with mobility in older adults?. J Geriatr Phys Ther. v.29 n.1, p. 33-39, 2006. 5. OKUMA, S.S. O significado da atividade física para o idoso: um estudo fenomenológico. São Paulo: Universidade de São Paulo; 1997. 6. OKUMA, S.S. O idoso e a atividade física. Campinas: Papirus, 1998 7. ALFIERI, F.M.; MORAES, M.C.L. Envelhecimento e controle postural. Saúde Coletiva, v.4, n.19, p.30-33, 2008. 8. KRAUSE, M.P. Associação entre características morfo-Fisiológicas e funcionais com as atividades da vida diária de mulheres idosas participantes em programas comunitários no município de Curitiba-Pr. 2006. 158 f. Dissertação (Mestrado em Educação Física) – Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2006. 9. KAUFFMAN, T.L. Manual de reabilitação geriátrica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001 10. MATSUDO, S.M.; MATSUDO, V.K.R.; NETO, T.L.B.; et. al. Evolução do perfil neuromotor e capacidade funcional de mulheres fisicamente ativas de acordo com a idade cronológica. Rev Bras Med Esporte. v. 9, n.6, p.365-76, 2003. 11. MITCHELL, W.K.; WILLIAM, J.; ATHERTON, P et.al. Sarcopenia, dynapenia, and the impact of advancing age on human skeletal muscle size and strength; a quantitative review. Frontiers in Physiology. v.3, n.260, p.1-18. 2012. 12. AMORIM, F.S.; DANTAS, E.H.M. Efeitos do treinamento da capacidade aeróbica sobre a qualidade de vida e autonomia de idosos. Fitness & Performance Journal, v.1, n.3, p.47-55, 2002. 13. ALVES, A.S.; BAPTISTA, N.R.; DANTAS, E.H.M. Os efeitos da prática do yoga sobre a capacidade física e autonomia funcional em idosas. Fitness & Performance. v.5, n.4, p.243-249, 2006. 14. TEIXEIRA, J.A.C. Atividade física na terceira idade. Arquivos de Geriatria e Gerontologia. Sociedade Brasileira de Geriatria e Gerontologia. v.0 p.15-17,1996.

Page 109: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

109

15. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE POSITION STAND. Exercise and physical activity for older adults. Med Sci Sports Exerc. v.41, n.7, p.1510-1530, 2009. 16. INOUE, K.; SHONO, T.; MATSUMOTO, M. Absence of outdoor activity and mortality risk in older adults living at home. JAPA. 14(2), 2006. 17. ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE (OMS). Envelhecimento ativo: uma política de saúde. Brasília: Organização Pan-Americana da Saúde. 2005. 18. NELSON, M.E.; REJESKI, W.J.; BLAIR, S.N. et al. Physical activity and public health in older adults: recommendation from the American College of Sports Medicine and the American Heart Association. Circulation. 166(9), 2007. 19. AMERICAN COLLEGE OF SPORTS MEDICINE. Exercise and Physical Activity for Older Adults. Med Sci Sports Exerc 41(7):1510-1530, 2011. 20. CASPERSEN, C. J.; PEREIRA, M. A.; CURRAN, K. M. Changes in physical activity patterns in the United States, by sex and cross-sectional age. Medicine and Science in Sports and Exercise, Hagerstown, 32(9):1601-1609, 2000. 21. GAIO, ROBERTA. Ginástica Rítmica “popular”: uma proposta educacional. 2 . Jundiaí, SP: Editora Fontoura, 2007. 22. LAFFRANCHI, BÁRBARA. Treinamento desportivo aplicado à Ginástica Rítmica. Londrina, PR: Unopar Editora, 2001. 23. SAUR, Erica. Ginástica Rítmica Escolar. Rio de Janeiro: Tecnoprint, s.d.

24. PALLARES, Zaida. Ginástica Rítmica. 2 ed. Porto Alegre: Prodil, 1983.

25. MOLINARI, Ângela Maria da Paz. Ginástica Rítmica: Esporte, História e Desenvolvimento. S.d. Disponível em <http://www.cdof.com.br/esportes4.htm> Acesso em 05 nov. 2016.

26. GONZALEZ ALONSO, HELOISA DE ARAUJO. Pedagogia da Ginástica Rítmica: teoria e prática. São Paulo: Phorte, 2011. 27. McAUREY, E.; RUDOLPH, D. Physical activity, aging, and psychological well-being. Journal of Aging and Physical Activity, v. 3, p. 67-96, 1995. 28. VAN BOXTEL, M. P. et al. Aerobic capacity and cognitive performance in a cross-sectional ageing study. Medicine Science Sports and Exercise, v. 29, p. 1.357-65, 1997. 29. WOOD, R. H. et al. Physical fitness, cognitive function, and health-related quality of life in older adults. Journal of Aging and Physical Activity, v. 7, p. 217-30, 1999.

Page 110: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

110

30. OKUMA, S. S. Impacto da atividade física sobre a dimensão psicológica do idoso: uma análise sob a ótica da velhice bem-sucedida. In: Anais... 7º Congresso de Educação Física e Ciências do Esporte dos Países de Língua Portuguesa, Florianópolis, 1999. 31. LIN, M. R. et al. A randomized, controlled trial of fall prevention programs and quality of life in older fallers. Journal of the American Geriatrics Society, v. 55, n. 4, p. 499, 2007. 32. BOTT, Jenny, Ginástica Rítmica desportiva. São Paulo: Manole, 1986. 33. MEINEL, Kurt. Motricidade I. Teoria da motricidade esportiva sob o aspecto pedagógico. Rio de Janeiro: Ao livro técnico, 1994.

Page 111: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

111

APÊNDICE A – Trabalho apresentado em evento científico

EFEITOS DA SUPLEMENTAÇÃO DE CITRULINA MALATO SOBRE OS NÍVEIS DE DOR MUSCULAR DURANTE A RECUPERAÇÃO APÓS EXERCÍCIO RESISTIDO EM HOMENS JOVENS

INTRODUÇÃO: Prévios estudos sugerem que a suplementação de citrulina malato (CM) pode aumentar a perfusão sanguínea durante exercício (mediante aumento da produção de óxido nítrico e consequente vasodilatação), e melhorar a taxa de síntese protéica muscular em diferentes condições fisiológicas. Por conseguinte, a suplementação de CM poderia melhorar a função muscular e acelerar o processo de recuperação pós-exercício resistido. No entanto, esta hipótese ainda permanece não esclarecida. OBJETIVOS: Investigar os possíveis efeitos da suplementação isolada de CM sobre o índice de dor muscular (como indicador de recuperação muscular) após uma única sessão de treinamento resistido (TR) em homens jovens. MÉTODOS: Foi empregado um desenho crossover e duplo cego, na qual 09

homens jovens (24 3,3 anos) não treinados foram suplementados com CM (6g/dia) e placebo (PLA, 6g/dia), em dois momentos análogos (M1 e M2), separados por um período washout de 1 semana. Em cada momento (M1 e M2), os participantes foram submetidos a 1 sessão de TR (3 séries de 10 repetições à 90% de 10RM) envolvendo dois exercícios para o músculo quadríceps (leg press e agachamento hack), e 3 subsequentes sessões (24, 48, e 72 horas após a sessão de TR) de teste de fadiga muscular (1 série até a fadiga voluntária, com carga para 10RM). Antes de cada sessão, os participantes foram orientados a informar o nível de dor muscular momentânea, mediante a aplicação de uma escala visual analógica de 10 cm (como indicador indireto de recuperação muscular). A suplementação de CM e PLA foi realizada 60 minutos antes das sessões de TR e testes de fadiga, considerando as propriedades farmacocinéticas da CM. A carga para 10RM foi determinada mediante a realização de duas sessões alternadas de teste para cada exercício (leg press e hack), antes do momento M1. Os dados foram avaliados por meio de testes de ANOVA para medidas repetidas, complementado pelo teste post-hoc de Bonferroni. RESULTADOS: Houve um similar índice de dor muscular nos momento 24 e 48h entre grupos CM e PLA, que foi significantemente (P < 0,05) reduzido após 72h de recuperação. Todavia, nenhuma diferença significante (P > 0,05) foi observada entre os grupos. CONCLUSÃO: O aumento no índice de dor muscular induzido pelo exercício resistido não foi atenuado pela suplementação de CM, indicando que a utilização deste suplemento pode não ser eficaz para melhorar o processo de recuperação muscular. Andrade WB, Jacinto JL, da Silva DK, Estoche JM, Roveratti MC, Mario Balvedi CW, Oliveira DB, Sena BNS, Aguiar AF. Efeitos da suplementação de citrulina malato sobre a recuperação muscular após exercício resistido em homens jovens. VI Congresso Brasileiro de Metabolismo, Nutrição e Exercício (COMBRAMANE). Londrina, Brasil. 2016. p.8.

Page 112: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

112

APÊNDICE B – Artigo científico

L-arginine does not improve muscle recovery course after resistance

training in young subject

Este artigo será submetido para publicação no European Journal of Nutrition (FI: 3.4)

ABSTRACT

PURPOSE: The purpose of this study was to investigate the effects of L-arginine (L-arg)

supplementation on muscle recovery process after a single session of high-intensity resistance

training (RT). METHODS: Twenty young subjects (22.8 ± 3.4 yr) participated in a 2-parallel

group, double-blind study with repeated measures. The subjects were assigned to two groups

(N = 10/group): L-arginine (ARG) and placebo (PLA), and then reported to the laboratory in 4

visits. The groups completed a single session of high-intensity RT (0h, visit 1), and three

subsequent sessions of fatigue tests at 24, 48 and 72h after RT session (visits 2, 3 and 4,

respectively). RT session and fatigue tests were initiated 60 min after supplementation.

During fatigue tests the following variables were analyzed: number of maximum repetitions,

electromyographic signal (i.e., root mean square [RMS] and frequency median [FM]), muscle

soreness, and perceived exertion, and blood levels of creatine phosphokinase (CPK), lactate,

insulin, testosterone, and cortisol. RESULTS: There was no group x time interaction (P >

0.05) for all dependents variables (repetitions performed, perceived exertion, CPK, lactate,

RMS, FM, insulin, testosterone, and cortisol) during recovery period pos-exercise.

Additionally, a significant (P < 0.05) main effect for time indicate an increase in CPK (24h

post-exercise), lactate (immediately post-exercise), and cortisol (immediately post-exercise),

and decreased muscle soreness (72h post-exercise) levels during recovery period.

CONCLUSION: Our data indicate that L-arg supplementation (single 6 g dose at 60 min.

pre-workout) does not improve muscle recovery process following high-intensity RT in

previously untrained young subjects.

Page 113: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

113

INTRODUCTION

Amino acids are among the most common nutritional supplements used by athletes and

recreationally active adults to improve physical performance and muscle recovery (Yavuz et

al. 2014). In particular, an over-the-counter supplement called L-arginine (L-arg) has received

special attention in last two decade due to its probable ergogenic effects (Álvares et al. 2011).

L-arg is a semi-essential amino acid produced endogenously via intestinal-renal axis (for

more details see Wu et al. 2009). Briefly, L-arg is synthesized from glutamine, glutamate and

proline in the mitochondria of intestinal enterocytes, then released into the bloodstream, and

taken up primarily by kidneys for de-novo L-arg production (Wu et al. 2009; Crenn and

Cynober, 2010). Besides the kidneys, L-arg is also converted into L-arg in others cell types,

including adipocytes, endothelial cells, enterocytes, macrophages, neurons, and myocytes

(Wu and Morris, 1998), evidencing the biological importance of L-arg in multiple body

systems.

The plasma L-arg level is around 40 to 100 μmol·L–1

in healthy individuals (Álvares et

al. 2002; Durante et al. 2007). Nevertheless, the Exogenous L-arg supplementation (6-10g) is

able to increase plasma L-arg levels by around 330-335% (peak concentration [Cmax] of 310 ±

152μmol/L) (Bode-Böger et al. 1998; Tangphao et al. 1999), within 1 hour post oral ingestion

(fasted state) (Tangphao et al. 1999). This increase L-arg bioavailability has been reported to

improve the blood perfusion in the active muscle during exercise (Álvares et al. 2012; Álvares

et al. 2011), enhance the clearance of waste-product such as lactate and ammonia (Schaefer et

al. 2002), and augment physical performance (Bailey et al. 2010).

These positive effects are supposedly attributed to an increase in nitric oxide (NO - a

potent vasodilator agent) production, since that L-arg is the only substrate for NO synthesis

(Álvares et al. 2002). The vasodilation could increase blood flow and theoretically promote

Page 114: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

114

higher nutrient and oxygen delivery to the active muscles during exercise, thereby enhancing

muscle function and recovery. Besides NO production, L-arg has also been shown to

improved muscle adaptations (i.e., enhance myotube density, total nuclei number, and nuclear

fusion index) (Long et al. 2006), and increase synthesis of creatine (Wu and Morris, 1998;

Chiarla et al. 2006) - a amino acid involved in multiple biological (i.e., antioxidant and

inflammatory) (Fang et al. 2002; Bassit et al. 2008) and metabolic (i.e., glucose metabolism,

and ATP resynthesis) (Casey and Greenhaff, 2000; Gualano et al. 2008) functions.

Based on the aforementioned studies has been postulate that L-arg supplementation

may improve muscle performance and recovery by several mechanisms, including an increase

in nutrients and oxygen delivery in active muscles, improving clearance of waste-product, and

increase in protein synthesis. Despite an abundance of studies on ergogenic effect of L-arg

supplementation (Álvares et al. 2012; Aguiar et al. 2016; Bailey et al. 2010; Yavuz et al.

2014; Brooks et al. 2016), there are only a few acute studies that investigated the effects of

oral L-arg supplementation (Robinson et al. 2003; Rotman et al. 2000; Tasai et al. 2009; Jang

et al. 2011) on muscle recovery process. The role of free L-arg in these studies is difficult to

identify because L-arg was used in combination with other ergogenic supplements (e.g.,

amino acids and/or carbohydrate). Moreover, only one of these studies used a resistance

training (RT) model (Robinson et al. 2003), and the protocol applied (15 bouts of 20

repetitions at 25% of body mass) does not transcribe a conventional high-intensity RT

routines (e.g., volume/intensity ratio, and exercise type and number). Therefore, there is still

much to learn about the beneficial effects of free L-arg supplementation on the muscle

recovery process after RT, mainly after a session of traditional high-intensity RT.

The purpose of this study was to investigate the effects of free L-arg supplementation

on muscle recovery process after a single session of high-intensity RT in untrained young

subjects. Based on the physiological properties and beneficial effects of L-arg on blood

Page 115: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

115

perfusion, protein synthesis, and performance (Bailey et al. 2010; Schaefer et al. 2002), we

hypothesized that free L-arg supplementation would enhance muscle recovery process pos-

exercise by improving mechanical, physiological, and metabolic responses after a high-

intensity RT.

METHODS

Subjects

Twenty four healthy, recreationally active subjects were recruited from a university

population, and 20 completed the study (4 withdrew because of factors not related to the

study). Descriptive characteristics of the participants are presented in Table 1. An a priori

power analysis was conducted (G*Power v. 3.0.1) for an F test (repeated measures, within

factors for four time points). On the basis of a statistical power (1 – β) of 0.90, a moderately

large effect size (0.5), and an overall level of significance of 0.05, least 9 subjects were

required for this study. Eligibility criteria consisted of following: (1) not be vegetarian or

smoker, (2) not have ingested any nutritional supplement or anabolic steroids for the 6 months

prior to the start of study, (3) not have musculoskeletal and cardiorespiratory disorders, (4)

not have ingested any medication that could affect muscle recovery or the ability to exercise

intensely during the study, (5) not be involved in the practice of systematized physical activity

(more than 2 days per week), for the 6 months prior to the start of study, and (6) not have

medical restriction for the practice of exercise physical. All subjects were informed of the

procedures, risks, and benefits of the investigation and signed an informed consent document

approved by the Institutional Review Board of the University (protocol no: 1.748.002). All

procedures were performed according to the principles outlined in the 1964 Declaration of

Helsinki.

Page 116: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

116

Table 1. Participants Characteristics.

ARG (N = 14) PLA (N = 10)

Age (y) 23.0 ± 4.0 22.5 ± 3.3

Height (cm) 171.9 ± 6.7 167.4 ± 9.3

Weight (kg) 71.2 ± 8.3 73.8 ± 10.3

BMI (kg/m2) 24.0 ± 1.8 26.3 ± 2.9

Glucose (mg/dL) 80.6 ± 8.9 78.9 ± 10.1

Cholesterol (mg/dL) 163.5 ± 21.4 143.6 ± 24.4

Values are means ± SD. There were no differences

between groups.

Experimental design

A 2-parallel groups, counterbalanced, double-blind, placebo-controlled design with repeated

measures was performed to examine the effects of L-arg supplementation on time course of

muscle recovery after a single session of high-intensity RT in young subjects (Fig. 1). For this

purpose, the subjects were matched according to sexes and 1RM strength and then randomly

assigned to two groups (N = 10/group; 7 men and 3 women in each group): L-arginine (ARG)

and placebo (PLA). The subjects reported to the laboratory four times (e.g., visit 1, visit 2,

visit 3, and visit 4) after completed 3 familiarization sessions and 4 one-repetition maximum

(1RM) tests at same place. On visit 1, the subjects underwent a single session of high-

intensity RT (0h) involving leg press and hack squat exercises, to achieved maximal

recruitment of quadriceps muscle. On visit 2, 3 and 4, the subjects were submitted to 3

sessions of fatigue tests (at 24, 48 and 72h after RT session, respectively), in order to assess

the time course of muscle recovery. Supplementation (single dose of 6g) was provided at 60

minutes before RT session and fatigue tests. In each session of fatigue test mechanical (i.e.,

number of maximum repetitions), physiological (i.e., electromyographic signal), functional

(i.e., muscle soreness, and perceived exertion), metabolic (i.e., creatine phosphokinase [CPK],

and lactate), and anabolic (i.e., insulin, cortisol, and testosterone) indicators of muscle

Page 117: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

117

recovery were assessed. Moreover, all participants completed a 3-day dietary intake record

(including 1 weekend day) in order to examine any diet influence during study period. All

subjects had an adequate intake of macronutrients during the study period (Table 2).

We used a two-group design because of its advantages over a crossover design. First,

parallel groups designs are not influenced by potential carry-over effects (influence from one

treatment to another). Second, crossover studies require a long wash-out period between

treatments, thereby increasing the possibility of participant’s dropout. Third, a crossover

studies can be influenced by the differences in dietary ARG intake and intersubject variability

in plasma ARG accumulation and depletion. We ensured that the experimental approach used

in the present study provides an effective way to investigate the effects of ARG

supplementation on muscle recovery in young subjects.

Figure 1. Experimental design

Page 118: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

118

Table 2. 3-day dietary intake values between ARG and PLA groups at M1 and

M2 moments.

ARG PLA p Value

Carbohydrate (%) 55.0 ± 11.0 58.0 ± 8.1 0.42

Protein (%) 24.7 ± 7.0 25.1 ± 5.6 0.81

Fat (%) 20.2 ± 6.6 16.9 ± 4.9 0.27

Total kilocalories 2076.5 ± 879.9 2115.4 ± 525.2 0.79

Values are mean ± SD. Macronutrient amounts are expressed in percentage of

grams There were no differences between groups in each moment.

Familiarization protocol

All subjects completed 3 sessions of familiarization (three non-consecutive days) with the leg

press and hack squat exercises, in order to minimize any potential learning effects and

establish the reliability of the testing protocols (Fig. 1). The protocol consisted of 3 sets of 8–

12 repetitions, with 2 and 3 min rests between the sets and exercises, respectively. Qualified

personnel individually supervised each participant during the familiarization period. All

sessions of familiarization were performed at the same location, between 8 and 10 a.m.

Determination of one-repetition maximum load

All subjects completed 4 non-consecutive sessions (2 sessions for each exercise - leg press

and hack squat) of 1RM tests, using a standard testing protocol as previously documented by

Baechle and Earle (2008). The 1RM test was preceded by a set of warm-up exercise (~15

repetitions) at approximately 50 % of the load to be used in the first attempt of the 1RM test.

After 2 min of rest, the 1RM attempts were performed with a progressively increasing load

(1-5 kg) for each attempt, and were separated by 4- to 5-min rest intervals to allow adequate

recovery. Only 3 attempts were allowed in each testing session. 1RM was defined as the

greatest load lifted through a full range of motion before 2 failed attempts at a given load.

Verbal encouragement was provided during all 1RM attempts. The exercises execution

technique was standardized and continuously monitored by the same experienced rater in an

Page 119: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

119

attempt to assure the data quality and found the 1RM load within 3 attempts. The intraclass

correlation coefficients (ICC) test-retest were ≥0.94 for each 1RM test, indicating the

elimination of the learning curve for the subjects. All session of 1RM tests were performed at

the same location, between 8 and 10 a.m.

Resistance training

During visit 1, subjects were submitted to a session of high-intensity RT (3 sets of 8-12

repetitions at 70% of 1RM, with 2 min rest between sets and exercises), involving the

bilateral leg press and hack squat exercises (Nakagym equipment, São Paulo, Brazil). The

velocity/cadence of muscle action was 30 repetitions per minute (1 s concentric: 1 s

eccentric), which was controlled with a metronome. This protocol was designed to maximize

the recruitment of quadriceps muscle, and the training stimulus was similar to a session of

conventional hypertrophic RT for novice individuals (ACSM, 2009). Each training session

began with general (moderate walking on treadmill for 10 min) and specific (1 set of 12

repetitions with a self-selected load) warm-up exercises for quadriceps muscle. Qualified

personnel supervised each participant individually during every workout. The session of RT

were performed at the same location, between 8 and 10 a.m.

Supplementation protocol

During all visits, the subjects ingested an identical looking and equivalent amount (6 g) of L-

arg (100% pure) or placebo dissolved in water (200 ml), in a double-blind and randomized

manner. The supplements were analyzed for purity and validated prior to the study. To ensure

the double-blind design, an individual who was not involved in the study was responsible for

placing the supplements into bags and labeling the capsules with the subjects’ names

according to the randomization list. We chose to provide 6 g of L-arg because such as dose

would be safe and well tolerated when orally consumed (Bode-Böger et al. 1998), and has

been reported to increase blood flow (Alvares et al. 2002) and vasodilatation (Bode-Böger et

Page 120: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

120

al. 1998) in humans. The supplementation was performed 60 minutes before RT session and

fatigue tests, based on the following pharmacokinetics properties of L-arg: it has been

reported that the maximal concentration of plasma L-arg is reached within 1 hour post oral

ingestion (fasted state) (Tangphao et al. 1999; Liu et al. 2009).

Nutrient intake

To control any influence of diet, each participant completed a 3-day dietary intake record

(including 1 weekend day) during period study. Standard portions were used to assess the

amount of daily food consumed, and then the values were converted to macronutrient

amounts using software for nutritional assessment (Avanutri, version 3.1.4, Rio de Janeiro-RJ,

Brazil). The participants were instructed to maintain their habitual daily diet, and to refrain

from any strenuous activity during experimental period. The water intake was ad libitum. The

participants were also instructed to report any adverse events from the supplements on their

health status during study period. No discomfort or adverse effect was reported by subjects

after L-arg ingestion.

Perceived exertion

Rating of perceived exertion (RPE) was measured immediately after muscular fatigue tests

(visits 2, 3 and 4) using the OMNI-RES scale (Robertson et al. 2003). The subjects were

instructed to report the RPE value indicating a number of the OMNI-RES scale (0 “no effort”

and 10 “maximal effort”) that best represented their overall muscular effort (Robertson et al.

2003; Day et al. 2004), and the investigator used the same question: “how hard do you feel

your muscles are working” (Marcora, 2009). The score was the value (0-10) reported in

OMNI-RES scale.

Delayed-Onset Muscle Soreness

Delayed-onset muscle soreness (DOMS) was measured before muscular endurance tests

(visits 2, 3 and 4) using a visual analog scale (VAS). The VAS consists of a 10-cm line whose

Page 121: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

121

end points were labeled with “no pain” (left) and “unbearable pain” (right). The subjects were

instructed to palpate their quadriceps muscle and mark a vertical line at a scale point that best

represented their rating of momentary soreness. The score was the distance (cm) from the left

side of the scale to the point marked (Mattacolla et al. 1997).

Muscular endurance tests and electromyographic (EMG) signal recordings

During visits 2, 3 and 4, the subjects were submitted to a muscular fatigue test (1 set at 60%

of 1RM until failure) in the leg press exercise (Fig. 1), in order to examine the muscular

endurance recovery. During the test, surface EMG signals were recorded from the vastus

lateralis (VL) muscle using a pre-amplified (gain: 1000) active bipolar surface electrode

(Model EMG System Brazil Ltda, São José dos Campos, São Paulo, Brazil) at a sampling rate

of 2000 Hz. The subject’s skin was prepared by removing the superficial dead skin and was

sterilized with an alcohol swab. The electrode was placed on a location near the center of the

belly of the muscle according to the recommendations of SENIAM (Surface EMG for Non-

Invasive Assessment of Muscles) and from our previous work (Aguiar et al. 2016), and the

reference electrode was fixed at the right styloid process. The EMG signals were filtered with

a band-pass digital filter between 10 and 500 Hz to remove high frequency noise as well as

low-frequency movement.

To determine the muscle activation and fatigue, two EMG parameters were computed:

(1) Root mean square (RMS) - the muscular activation from the EMG signals corresponding

to the second and before last contractions of the endurance test (e.g., to avoid the acceleration

and the deceleration portions of the concentric leg contractions during the extension phase of

movement). This parameter was computed by a moving RMS method executed on successive

250 ms (512 points) time-series windows (50% overlap) to obtain the RMS average values

during the entire leg press and hack squat exercises. (2) Median frequency (MF) – muscle

fatigue from the magnitude of the electromyographic spectral content evaluated by the MF

Page 122: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

122

value of the power spectra (Short-fast Fourier transform, Hanning window processing) during

successive time windows (50% overlap) of 250 ms for the total time of the fatigue test.

Afterwards, least squares linear regression analysis was applied to the MF time series to

calculate the rate of decline in MF over time (MF/time slope as a muscle fatigue index), as

supported by previous studies (Larivière et al. 2002; Kienbacher et al. 2014; da Silva et al.

2015). All EMG signals and estimates (RMS and MF) were processed using MATLAB sub-

routines for computation of data from subsequent analysis (Version 8.0, Mathworks®, South

Natick, MA, USA).

Blood collection and analysis

Blood samples were collected at pre- and post-training, and immediately after muscular

fatigue tests (visits 2, 3 and 4) for analyses of CPK, lactate, insulin, glucose, cholesterol,

testosterone, and cortisol concentrations. The blood samples were coagulated and then

centrifuged at 2,000 g for 15 min, and the serum frozen at -80°C until analysis. All analyzes

were performed in a laboratory equipped with automated systems using commercial kits for

the chemiluminescence (insulin, testosterone, and cortisol), kinetic (CPK and lactate), and

enzymatic (cholesterol, glucose) techniques.

Statistical analyses

Data are expressed as means ± SD. The normality and homogeneity for outcome measures

were tested using the Shapiro-Wilk’s and Levene’s tests, respectively. Independent variables

included the supplementation protocol (i.e., ARG vs. PLA) and time (i.e., 24, 48, and 72h).

Dependent variables included number of maximum repetitions, perceived exertion, muscle

soreness, EMG signals (RMS and FM), and blood analyses (i.e., CPK, lactate, insulin,

testosterone and lactate). Baseline characteristics and food intake between groups were

compared using an unpaired t-test. Two way (group x time) ANOVA with repeated measures

was used to evaluate the data across time and between groups for all independent variables.

Page 123: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

123

Violation of sphericity was adjusted by Greenhouse-Geisser. When significant differences

were confirmed with ANOVA, multiple comparisons testing were performed using Tukey

post hoc analysis to identify these differences. The significance level was set at P ≤ 0.05.

Statistical analyses were performed using SPSS statistical analysis software (SPSS version

20.0; Chicago, IL, USA).

RESULTS

Total repetitions and perceived exertion in the fatigue tests during recovery. There was no

main effect for time (P > 0.05) or group x time interaction (P > 0.05) in total number of

maximal repetitions and perceived exertion for the leg press (Fig. 2A) fatigue test during

recovery period (24, 48, and 72 h post-training). Both ARG and PLA groups achieved

maximum effort in the fatigue tests (total OMNI scale, ARG: 9.4 ± 0.8 vs. PLA: 9.3 ± 0.9; P

> 0.05), indicating that protocol was reliable for muscle recovery analysis.

Figure 2. Number of maximum repetitions in the leg pres (A) fatigue test during recovery period (at

24, 48, and 72h after resistance training session). L-arginine ARG, Placebo PLA. Upper figure indicate

the perceived exertion - OMNI scale (0-10) immediately after each exercise. Data are means ± SD.

Page 124: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

124

CPK and lactate blood levels after fatigue test during recovery. There was no significant

group x time interaction (P > 0.05), but a significant main effect for time (P < 0.05) indicated

an increase in serum CPK levels (Fig. 3A) at 24h post-training (ARG: +42 vs. PLA: +45%, P

> 0.05) that remained elevate at 48h (ARG: +41 vs. +31%, P > 0.05) in both ARG and PLA

groups (Fig. 4A). CPK levels gradually returned to baseline at 72h post-training. Additionally,

there was no significant group x time interaction (P > 0.05) in plasma lactate levels (Fig. 3 B),

but a significant main effect for time (P < 0.05) indicated an increase at immediately post-

training (ARG: +74 vs. PLA: +65%, P > 0.05), and a similar reduction at 24h (ARG: -37 vs.

PLA: -46%, P > 0.05) 48h (ARG: -35 vs. PLA: -47%, P > 0.05) and 72h post-training (ARG:

-33 vs. PLA: -43%, P > 0.05) in both ARG and PLA groups.

Figure 3. Blood CPK (A) and lactate (B) levels at pre- and post-training session, and immediately

after fatigue tests during recovery period (at 24, 48, and 72h after resistance training session). Arginine

L-arginine ARG, Placebo PLA. * P < 0.05 compared to pretraining, # P < 0.05 compared to 24, 48 and

72h post-training. Data are means ± SD.

Page 125: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

125

Delayed-Onset Muscle Soreness during recovery. There was no significant group x time

interaction (P > 0.05), but a significant main effect for time (P < 0.05) indicated a decrease in

perceived intensity of muscle soreness from 24h (ARG: 4.5 ± 2.5 vs. PLA: 4.3 ± 2.8, P >

0.05) and 48h (ARG: 5.3 ± 3.3 vs. PLA: 5.8 ± 2.1, P > 0.05) to 72h post-training (ARG: 3.9 ±

2.5 vs. PLA: 3.2 ± 1.7, P > 0.05) in both ARG and PLA groups.

Insulin, testosterone and cortisol blood levels after fatigue test during recovery. There was no

significant group x time interaction (P > 0.05) in the insulin, cortisol and testosterone blood

levels (Fig. 4A, B and C, respectively) during recovery period (24, 48, and 72 h post-

exercise). However, a significant main effect for time (P < 0.05) indicated an increase in

cortisol levels at post-training that returned to baseline at 24 h post-training, and remained

constant at 48 and 72h of recovery.

Page 126: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

126

Figure 4. Blood insulin (A), testosterone (B), and cortisol (C) levels, and testosterone:cortisol ratio

(D) at pre- and post-training session, and immediately after fatigue tests (leg pres and hack squat

exercises) during recovery period (at 24, 48, and 72h after resistance training session). L-arginine

ARG, Placebo PLA. Data are means ± SD.

EMG signal in the fatigue tests during recovery. There was no significant main effect for time

(P > 0.05) or group x time interaction (P > 0.05) in RMS (Fig. 5A) and FM slope (Fig. 5B)

values in fatigue tests during the recovery period (24, 48, and 72 h post-training). The total

Page 127: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

127

RMS (ARG 209.9 ± 167.8 vs. PLA: 212.2 ± 100.0; P > 0.05) and FM slope (ARG: -0.044 ±

0,029 vs. PLA: -0.050 ± 0.024; P > 0.05) values (over the 3 times of recovery) were similar

between ARG and PLA groups during fatigue tests.

Figure 5. RMS (A) and FM (B) values in the fatigue tests during recovery period (at 24, 48, and 72h

after resistance training session). L-arginine ARG, Placebo PLA. Data are means ± SD.

Page 128: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

128

DISCUSSION

To our knowledge, this is the first study to examine the effects of free L-arg supplementation

on time course of muscle recovery after a single session of conventional high-intensity RT in

previously untrained young subjects. Based on the physiological properties and beneficial L-

arg effects on blood perfusion, protein synthesis, and performance (Bailey et al. 2010;

Schaefer et al. 2002; Álvares et al. 2012; Álvares et al. 2011), we hypothesized that free L-arg

supplementation would enhance muscle recovery process post-exercise by improving

mechanical, physiological, metabolic, anabolic responses. Surprisingly, our results reject the

hypothesis tested by showing by the first time that free L-arg supplementation (6g at 60 min.

pre-workout) does not improve the major mechanical (i.e., number of maximum repetitions),

functional (i.e., RPE-OMNI and DOMS), metabolic (i.e., CPK and lactate), physiological

(i.e., EMG signal), and anabolic (i.e., insulin, cortisol, and testosterone) indicators of muscle

recovery in untrained young subjects.

It has postulated that L-arg supplementation may increase NO production and,

consequently, improve the vasodilation and blood perfusion in the active muscle during

exercise (Álvares et al. 2011; Álvares et al. 2012). As a result, L-arg supplementation could

enhance the clearance of waste-product such as lactate and ammonia (Schaefer et al. 2002),

and promote higher nutrient and oxygen delivery to the active muscles during exercise,

thereby enhancing muscle performance and recovery. Nevertheless, our results did not

confirm this hypothesis, since that no improvement was found in markers of muscle function

(i.e., increase in number of maximum repetitions, and reduction in RPE) during recovery

course (24, 48, ad 72h post-training) after a single session of high-intensity RT protocol (3

sets of 8-12 repetitions at 70% of 1RM). To our knowledge, this is the first study that

examined the L-arg effects on recovery process after a RT session in untrained young

subjects. Consistent with our results, previous performance studies have shown that free L-arg

Page 129: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

129

supplementation or combined with alpha ketoglutarate (AAKG) had no beneficial effect on

maximal dynamic strength (1RM) (Liu et al. 2009), muscle endurance (i.e., repetition

performed) (Greer and Jones, 2011; Wax et al. 2013) and performance in intermittent

anaerobic exercise in trained subjects (Wax et al. 2012). Although a direct comparison of our

findings with the aforementioned studies may be difficult due to the differences between the

studies aims (e.g., recovery vs. performance), our results reveal for the first time that L-arg

supplementation is also ineffective to improve the muscle function during recovery period. It

is important to note that AAKG supplementation may actually be counterproductive to

muscular endurance performance because the NO-induced increase in blood flow may create

a mechanical obstruction and thus limiting a full range of motion for certain exercises (Greer

and Jones, 2011). NO has also been shown to decrease contractile force of mammalian

skeletal muscle (Stamler and Meissner, 2001). Therefore, in light of these evidences, it seems

unlikely that L-arg supplementation improve muscle function during recovery process post-

exercise. Our results confirm this hypothesis.

A possible explanation for the lack of L-arg effects on muscle recovery post-exercise

may be its incapability for attenuating exercise-induced muscle damage. This hypothesis is

consistent with previous studies that reported an increased physical performance (e.g., time to

exhaustion) (Yavuz et al. 2014, Bailey et al. 2010), but no improvement on muscle protein

synthesis rate (Tang et al. 2011) after L-arg supplementation in human subjects. Additionally,

L-arg-aspartate supplementation for 14 days has failed to affect metabolic (e.g., lactate,

glucose, and insulin) (Collombani et al. 1999) and anabolic (e.g., concentration of growth

hormone [GH], cortisol, and testosterone) (Abel et al. 2005) markers after exercise. This lack

of effect of L-arg supplementation on muscular metabolic and anabolic markers could

explain, at least partially, the inability of L-arg to improve muscle recovery process. Our

results supporting this hypothesis by showing for first time no significant differences in

Page 130: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

130

metabolic (i.e., CPK and lactate) and anabolic (i.e., insulin, cortisol, and testosterone) markers

between ARG and PLA groups during recovery period, despite an increased plasma CPK and

lactate levels induced by prior RT session. Muscle damage (also expressed by increased CPK

levels) has been considered a potential indicator of impaired of muscle function after intense

exercise (Byrne et al. 2004). In our study, plasma CPK levels were similar between ARG and

PLA groups during muscle recovery course post-exercise. Therefore, it is likely that the L-arg

inability to improve muscle metabolic and regenerative responses after exercise (Tang et al.

2011; Collombani et al. 1999; Abel et al. 2005) is superior to its small effect on performance

(Yavuz et al. 2014, Bailey et al. 2010), thereby obscuring any beneficial L-arg effect on

muscle function (i.e., number of repetitions, RPE, and DOMS) during recovery course.

Corroborating the lack of L-arg effects on muscle function during recovery, our results

showed no difference in the electromyographic (EMG) indicators of muscle activation (RMS)

and fatigue (FM) between ARG and PLA groups during recovery period. To our knowledge,

this the first study to examine the effects of L-arg supplementation on physiological indicators

of muscle activation and fatigue during recovery period. Considering that a decline in MF and

increase in RMS are typically associated with muscle fatigue during isometric and dynamic

contractions (De Luca, 1993; Arab and Salavati, 2007; da Silva et al. 2008; Adam and De

Luca, 2003), it should be expected a inverse effect of L-arg supplementation on these factors

in the fatigue test during recovery period. However, the lack of beneficial effects of L-arg

supplementation on muscle function (e.g., number of repetitions performed) was corroborated

with no change in RSM and FM values, indicating that L-arg supplementation may not be

effective to improve the neuromuscular responses during recovery course after RT. It is

important to note that subjects achieved maximum effort in the leg press (total OMNI scale;

ARG: 9.4 ± 0.8 and PLA: 9.2 ± 0.9) fatigue tests, indicating that the protocol was reliable for

muscle recovery analysis. Therefore, the lack of L-arg effects on muscle recovery would be

Page 131: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

131

attributed to physiological properties of L-arg, but not to fatigue protocol used in this study.

Reinforcing our EMG findings, no difference was observed in the perceived muscle soreness

between ARG and PLA groups during recovery period. Although muscle soreness may be a

poor indicator of exercise-induced muscle damage during recovery (Nosaka et al. 2002), it

usually reflects muscle fatigue. This supports the findings of the present study that L-arg

supplementation does not promote any attenuating effects on muscle fatigue (an indicator of

function) during recovery course. Therefore, any possible physiological effects of L-arg

supplementation on blood perfusion (Álvares et al. 2012), ATP resynthesis (Casey and

Greenhaff, 2000; Gualano et al. 2008), creatine synthesis (Wu and Morris 1998; Chiarla et al.

2006), and performance (Yavuz et al. 2014, Bailey et al. 2010) may not be sufficient to

improve the main indicators (i.e., repetition performed, testosterone, insulin, lactate, and

CPK) of muscle recovery post-exercise in untrained young subjects.

Naturally a few limitations from this study must be mentioned. First, we did not

analyze the plasma NO and arginine concentration, but previous studies that used similar L-

arg doses (6 g) showed an increase in blood arginine concentration (Alvares et al. 2002;

Bode-Böger et al. 1998). Second, we did not collect muscle biopsies for analysis of the

possible tissue markers of regeneration (e.g. IGF-I, HGF, mTOR, and p70S6k); however, we

analyzed the major markers of muscle (i.e., CPK, insulin, testosterone, and cortisol)

regeneration and (i.e., number of repetitions performed, perceived exertion, muscle soreness,

and EMG signs) function. Finally, subjects’ meals were not provided and may not accurately

reflect exact food consumption; however, we really encouraged the subjects to duplicate

intakes for 24 hr preceding each session. Further studies are required to address these issues.

In conclusion, our data indicate that L-arg supplementation (single 6 g dose at 60 min.

prior to training) does not improve muscle recovery process after a single session of high-

intensity RT in previously untrained young subjects with adequate macronutrients intake.

Page 132: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

132

Therefore, it is still premature to recommend free L-arg supplementation as a potential

ergogenic aid to improve muscle recovery after resistance exercise. Further studies are

required to extrapolate these results for others populations (e.g., elderly), and individuals with

different training status (e.g., recreational practitioners and/or athletes).

Page 133: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

133

REFERENCES

1. (ACSM) American College of Sports Medicine position stand. Progression models in

resistance training for healthy adults. Med Sci Sports Exerc 41:687–708, 2009.

2. Abel T, Knechtle B, Perret C, Eser P, von Arx P, Knecht H. Influence of chronic

supplementation of arginine aspartate in endurance athletes on performance and substrate

metabolism–A randomized, double-blind, placebo-controlled study. Int J Sports Med

26:344–349, 2005.

3. Adam A, De Luca CJ. Recruitment order of motor units in human vastus lateralis muscle is

maintained during fatiguing contraction. J Neurophysiol 90:2919-27, 2003.

4. Aguiar AF, Balvedi MC, Buzzachera CF, Altimari LR, Lozovoy MA, Bigliassi M,

Januário RS, Pereira RM, Sanches VC, da Silva DK, Muraoka GA. L-Arginine

supplementation does not enhance blood flow and muscle performance in healthy and

physically active older women. Eur J Nutr 55:2053-62, 2016.

5. Aguiar AF, Buzzachera CF, Pereira RM, Sanches VC, Januário RB, da Silva RA, Rabelo

LM, de Oliveira Gil AW. A single set of exhaustive exercise before resistance training

improves muscular performance in young men. Eur J Appl Physiol 115:1589-99, 2015.

6. Alvares TS, Conte CA, Paschoalin VM, Silva JT, Meirelles C de M, Bhambhani YN,

Gomes PS. Acute l-arginine supplementation increases muscle blood volume but not

strength performance. Appl Physiol Nutr Metab 37:115-26, 2012.

7. Alvares TS, Meirelles CM, Bhambhani YN, Paschoalin VM, Gomes PS. L-Arginine as a

potential ergogenic aid in healthy subjects. Sports Med 41:233–248, 2011.

8. Arab AM, Salavati M. Sensitivity, specificity and predictive value of the clinical trunk

muscle endurance tests in low back pain. Clin Rehabil 21:640–647, 2007.

Page 134: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

134

9. Baechle TR, Earle RW. Resistance training and spotting techniques. In: Earle R, Baechle T

(eds) Essentials of strength and conditioning: national strength and conditioning

association, 3rd edn. Human Kinetics, Champaign, pp 326–376, 2008.

10. Bailey SJ, Winyard PG, Vanhatalo A, Blackwell JR, DiMenna FJ, Wilkerson DP, Jones

AM. Acute L-arginine supplementation reduces the O2 cost of moderate-intensity exercise

and enhances high-intensity exercise tolerance. J Appl Physiol (1985) 109:1394-403, 2010.

11. Bassit RA, Curi R, Costa Rosa LFBP. Creatine supplementation reduces plasma levels of

proinflammatory cytokines and PGE2 after a half-ironman competition. Amino Acids

35:425–431, 2008.

12. Bode-Böger SM, Böger RH, Galland A, Tsikas D, Frölich JC. L-arginine-induced

vasodilation in healthy humans: pharmacokinetic-pharmacodynamic relationship. Br J Clin

Pharmacol 46:489-497, 1998.

13. Brooks JR, Oketch-Rabah H, Low Dog T, Gorecki DK, Barrett ML, Cantilena L, Chung

M, Costello RB, Dwyer J, Hardy ML, Jordan SA, Maughan RJ, Marles RJ, Osterberg RE,

Rodda BE, Wolfe RR, Zuniga JM, Valerio LG Jr, Jones D, Deuster P, Giancaspro GI,

Sarma ND. Safety and performance benefits of arginine supplements for military

personnel: a systematic review. Nutr Rev 74:708-721, 2016.

14. Byrne C, Twist C, Eston R. Neuromuscular function after exercise-

induced muscle damage: theoretical and applied implications. Sports Med 34(1):49-69,

2004.

15. Casey A, Greenhaff PL. Does dietary creatine supplementation play a role in skeletal

muscle metabolism and performance? Am J Clin Nutr 72:607S-17S, 2000.

16. Chiarla C, Giovannini I, Siegel JH. Plasma arginine correlations in trauma and sepsis.

Amino Acids 30:81-6, 2006.

Page 135: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

135

17. Colombani, PC, Bitzi, R, Frey-Rindova, P, Frey, W, Arnold, M, Langhans, W, Wenk, C.

Chronic arginine aspartate supplementation in runners reduces total plasma amino acid

level at rest and during a marathon run. Eur J Nutr 38: 263–270, 1999.

18. Crenn P, Cynober L. Effect of intestinal resections on arginine metabolism: practical

implications for nutrition support. Curr Opin Clin Nutr Metab Care 13:65-9, 2010.

19. da Silva RA, Lariviere C, Arsenault AB, Nadeau S, Plamondon A. The comparison of

wavelet- and Fourier-based electromyographic indices of back muscle fatigue during

dynamic contractions: validity and reliability results. Electromyogr Clin Neurophysiol

48:147–62, 2008.

20. da Silva RA, Vieira ER, Cabrera M, Altimari LR, Aguiar AF, Nowotny AH, Carvalho

AF, Oliveira MR. Back muscle fatigue of younger and older adults with and without

chronic low back pain using two protocols: A case-control study. J Electromyogr Kinesiol.

25:928-36, 2012.

21. Day ML, McGuigan MR, Brice G, and Foster C. Monitoring exercise intensity during

resistance training using the session RPE scale. J Strength Cond Res 18: 353-358, 2004.

22. De Luca CJ. Use of the surface EMG signal for performance evaluation of back muscles.

Muscle Nerve 16:210-6, 1993.

23. Durante, W., Johnson, F.K., Johnson, R.A. Arginase: a critical regulator of nitric oxide

synthesis and vascular function. Clin Exp Pharmacol Physiol 34: 906–911, 2007.

24. Fang YZ, Yang S, Wu G. Free radicals, antioxidants, and nutrition. Nutrition 18:872–

879, 2002.

25. Greer BK, Jones BT. Acute arginine supplementation fails to improve muscle endurance

or affect blood pressure responses to resistance training. J Strength Cond Res 25:1789-94,

2011.

Page 136: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

136

26. Gualano B, Novaes RB, Artioli GG, Freire TO, Coelho DF, Scagliusi FB, Rogeri

PS, Roschel H, Ugrinowitsch C, Lancha AH Jr. Effects of creatine supplementation on

glucose tolerance and insulin sensitivity in sedentary healthy males undergoing aerobic

training. Amino Acids 34:245–250, 2008.

27. Jang TR, Wu CL, Chang CM, Hung W, Fang SH, Chang CK.

Effects of carbohydrate, branched-chain amino acids, and arginine in recovery period on

the subsequent performance in wrestlers. J Int Soc Sports Nutr 8:21, 2011.

28. Kienbacher T et al. The potential use of spectral electromyographic fatigue as a screening

and outcome monitoring tool of sarcopenic back muscle alterations. J Neuro Eng Rehabil

11:1–12, 2014.

29. Larivière C, Arsenault AB, Gravel D, Gagnon D, Loisel P. Evaluation of measurement

strategies to increase the reliability of EMG spectral indices to assess back muscle fatigue

and recovery. J Electromyogr Kinesiol 12:91–102, 2002.

30. Liu TH, Wu CL, Chiang CW, Lo YW, Tseng HF, Chang CK. No effect of short-term

arginine supplementation on nitric oxide production, metabolism and performance in

intermittent exercise in athletes. J Nutr Biochem 20:462–468, 2009.

31. Long JH, Lira VA, Soltow QA, Betters JL, Sellman JE, Criswell DS. Arginine

supplementation induces myoblast fusion via augmentation of nitric oxide production. J

Muscle Res Cell Motil 27:577-84, 2006.

32. Marcora S. Perception of effort during exercise is independent of afferent feedback from

skeletal muscle, heart and lungs. J Appl Physiol 106:2060–2062, 2009.

33. Mattacola CG, Perrin DH, Gansneder BM, Allen JD, and Mickey CA. A comparison of

visual analog and graphic rating scales for assessing pain following delayed onset muscle

soreness. J Sport Rehabil 6:38-46, 1997.

Page 137: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

137

34. Nosaka K, Newton M, Sacco P. Delayed-onset muscle soreness does not reflect the

magnitude of eccentric exercise-induced muscle damage. Scan J Med Sci Sports 12:337-

346, 2002.

35. Nosaka K, Newton M, Sacco P. Delayed-onset muscle soreness does not reflect the

magnitude of eccentric exercise-induced muscle damage. Scand J Med Sci Sports 12:337-

46, 2002.

36. Robertson, RJ, Goss, FL, Rutkowski, J, Lenz, B, Dixon, C, Timmer, J, Frazee, K, Dube,

J, and Andreacci, J. Concurrent validation of the OMNI perceived exertion scale for

resistance exercise. Med Sci Sport Exerc 35: 333–341, 2003.

37. Robinson TM, Sewell D, Greenhaff PL. L-aginine ingestion after rest and exercise:

effects om glucose disposal. Med Sci Sports Exerc 35:1309-15, 2003.

38. Rotman S, Slotboom J, Kreis R, Boesch C, Jequier E: Muscle glycogen recovery after

exercise measured by 13C-magnetic resonance spectroscopy in humans: effect of

nutritional solutions. Magma 11:114-121, 2000.

39. Schaefer A, Piquard F, Geny B, et al. L-arginine reduces exercise-induced increase in

plasma lactate and ammonia. Int J Sports Med 23:403-7, 2002.

40. Stamler, JS and Meissner, G. Physiology of nitric oxide in skeletal muscle. Physiol Rev

81:209–237, 2001.

41. Tang JE, Lysecki PJ, Manolakos JJ, MacDonald MJ, Tarnopolsky MA, Phillips SM.

Bolus Arginine Supplementation Affects neither Muscle Blood Flow nor Muscle Protein

Synthesis in Young Men at Rest or After Resistance Exercise J Nutr 141:195–200, 2011.

42. Tangphao O, Grossmann M, Chalon S, Hoffman BB, Blaschke TF.Pharmacokinetics of

intravenous and oral L-arginine in normal volunteers . Br J Clin Pharmacol 47:261-266,

1999.

Page 138: WALQUIRIA BATISTA DE ANDRADE - s3.amazonaws.com · sentido, o efeito deletério progressivo sobre os componentes neuromotores podem ser potencializados pela reduzida prática de exercícios

138

43. Tsai PH, Tang TK, Juang CL, Chen KW, Chi CA, Hsu MC.

Effects of arginine supplementation on post-exercise metabolic responses. Chin J Physiol

52:136-42, 2009.

44. Wax B, Mayo JJ, Hilton LA, Mareio WC, Miller JD, Webb HE, Lyons B. Acute

Ingestion of l-arginine alpha-ketoglutarate fails to improve muscular strength and

endurance in ROTC Cadets. International Journal of Exercise Science 6:91-97, 2013.

45. Wax B, Kavazis AN, Webb HE, Brown SP. Acute L-arginine alpha ketoglutarate

supplementation fails to improve muscular performance in resistance trained and untrained

men. J Int Soc Sports Nutr 9:17, 2012.

46. Wu G, Morris SM Jr. Arginine metabolism: nitric oxide and beyond. Biochem J 336:1–

17, 1998.

47. Wu G, Bazer FW, Davis TA, Kim SW, Li P, Marc Rhoads J, Carey Satterfield M, Smith

SB, Spencer TE, Yin Y. Arginine metabolism and nutrition in growth, health and disease.

Amino Acids 37:153-68, 2009.

48. Yavuz HU, Turnagol H, Demirel AH. Pre-exercise arginine supplementation increases

time to exhaustion in elite male wrestlers. Biol Sport 31:187-91, 2014.