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Redução de Desastres em África -EIRD Informes, 1Edição, Abril 2004 1 Redução de Desastres em África EIRD INFORMES produzido pelo Escritório Regional de África da NU/Estratégia Internacional para a Redução de Desastres (NU/EIRD) Oficial Senior para África da NU/EIRD Feng Min Kan Editor Alain Valency R. Produção Geral Noroarisoa Rakotondrandria Desenho e esboço Noroarisoa Rakotondrandria Fotografia NU/EIRD ÁFRICA, ICPAC (antigamente DMCN) Prof. D. Benouar, Departamento de Proteção Civil – Zimbabwe Circulação Pamela Mubuta Imprimido pela UNON PRINT SHOP, Nairobi, Kenya RENÚNCIA A informação e opiniões expressas nesta publicação não refletem Necessariamente as políticas do Secretariado da NU/EIRD Ache mais informação sobre redução de desastres no Secretariado da NU/EIRD UN Palais des Nations CH 1211 Genebra, 10 Suiça Tel: + 506-224-6941, 224-6395, 224-6690, Fax: + 506-224-7758 [email protected] - www.unisdr.org NU/EIRD ÁFRICA UNEP HQ, UN Complex Gigin P.O.Box 47074 Nairobe, Quénia Tel: (254-2) 624568 ou 624119 E-mail [email protected] www.unisdrafrica.org Unidade Regional para a América Latina & Caraíbas Caixa Postal 3745-1000 San José, Costa Rica Fax: (506) 224-7758, Tel: (506) 224-1186 Elina [email protected], Margarita [email protected] [email protected] www.eird.org www.crid.or.cr Para assinaturas livres Envie por favor o seu nome completo, instituição ou organização em que trabalha (não é essencial) e mande para o sequinte endereço: [email protected] De África à Kobe Restam 9 meses antes da Segunda Conferência Mundial sobre A Redução de Desastres (WCDRII) em Janeiro de 2005 em Kobe no Japão. África tem muitas esperanças da WCDRII. Contudo, antes de esperarmos por muito, não deveriamos primeiro contribuir bastante para a WCDRII, assim como um perito expressara: “Uma conferência é como um banco de dados do computador, os seus resultados dependem das suas entradas com dados”. O que África deveria mais esperar do WCDRII ? 1. Que o resto do mundo sabe que embora África não seja o continente mais propenso a desastres, a sua vulnerabilidade a desastres é tal que a torna no continente mais afectado por desastres; 2. Que o resto do mundo compreende o que endereçar para a questão da vulnerabilidade – que é um obstáculo ao desenvolvimento sustentável, África deve movimentar-se da resposta a desastres para a prevenção/redução; 3. Que o resto do mundo ou pelo menos sente que a mudança de África (ou quer mudar) para a prevenção/ redução de desastres é genuína; e 4. Que, depois de visto (ou sentido) que África tem genuiamente persequido esta causa, e dado que o acontecimento estará sob a égide das Nações Unidas (Nações Unidas ou unidade solicitada), o resto do mundo, promete acompanhar África neste novo empreendimento. Como poderá África possivelmente contribuir para a WCDR a luz do que fora acima referido? A iniciativa principal está a decorrer no continente, iniciado pela Comissão da União Africana (AU), NEPAD e a NU/EIRD África. Ela envolve todas as Comunidades Económicas Regionais (RECs), governos nacionais e outras agências. A iniciativa tem como objectivo desenvolver uma Estratégia Regional de África para a Gestão de Desastres que é suposta ser adoptada na próxima Cimeira da União Africana. Tal descrição será a contribuição chave dos lideres africanos que África pode fazer e levar a Kobe. Porquê? 1. Uma aprovação oficial pelos lideres africanos de um tal relativo “assunto técnico obscuro” não irá passar despercebido nos corpos internacionais. 2. Será a expressão de uma determinação partilhada por parte dos povos africanos, sociedades civis africanas, instituições africanas e lideres africanos. 3. Sendo um comprimisso de alto perfil proclamado antes das comunidades internacionais políticas, científicas, técnicas e de desenvolvimento, sua autenticidade provavelmente aparecerá mais “genuina”. 4. O resto da comunidade de gestão de desastres também ficará a ganhar. Realmente um tal movimento por África, se pelo menos cozinhado por uma secção do resto do mundo, ajudará a elevar a prevenção/redução de desastres para outro “pilar” de desenvolvimento sustentado. A batalha decisiva de Kobe consiste em ganhar o selo de aprovação da União Africana. Esta batalha terá lugar em África e não em Kobe. Mas terá de ser ganha dentro dos próximos dois meses (Maio e Junho). Realmente, se a próxima Cimeira fôr realizada em Julho (porque no ano passado fora realizada em Julho), então, restam somente dois meses, que, de facto são 61 dias ou 41 dias de trabalho... Serão 43 dias de trabalho suficientes? Sim, são… contando que serão 43 dias de trabalho “duro”. Sim, eles são suficientes porque a questão não é produzir um documento príncipal da Estratégia Regional de África sobre Gestão de Desastres, a questão é produzir uma aperfeiçoada e inicial Estratégia Regional de África que reflicta, o movimento genuíno de África (ou o desejo de mudança) para a prevenção/redução de desastres. Sim, 43 dias de trabalho são suficientes porque a questão portanto não é somente técnica, mas também política. E 43 dias “de política” não são o mesmo que 43 dias normais: em todas as coisas “políticas”, 1+1 nem sempre é igual a 2. A próxima Cimeira da União Africana será a última escala da nossa jornada de África para Kobe... R. Alain Valency [email protected] Do Editor

Do Editor De África à Kobe - unisdr.org · 1. Que o resto do mundo sabe que embora África não seja o continente mais propenso a desastres, a sua vulnerabilidade a desastres é

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Redução de Desastres em África -EIRD Informes, 1Edição, Abril 2004 1

Redução de Desastres em ÁfricaEIRD INFORMES

produzido peloEscritório Regional de África da

NU/Estratégia Internacional para a Redução deDesastres (NU/EIRD)

Oficial Senior para África da NU/EIRDFeng Min Kan

Editor Alain Valency R.

Produção GeralNoroarisoa Rakotondrandria

Desenho e esboçoNoroarisoa Rakotondrandria

FotografiaNU/EIRD ÁFRICA,

ICPAC (antigamente DMCN)Prof. D. Benouar,

Departamento de Proteção Civil – Zimbabwe

CirculaçãoPamela Mubuta

Imprimido pelaUNON PRINT SHOP, Nairobi, Kenya

RENÚNCIAA informação e opiniões expressas nesta

publicação não refletemNecessariamente as políticas do Secretariado

da NU/EIRD

Ache mais informação sobre redução dedesastres no

Secretariado da NU/EIRDUN Palais des Nations

CH 1211 Genebra, 10 SuiçaTel: + 506-224-6941, 224-6395, 224-6690,

Fax: + [email protected] - www.unisdr.org

NU/EIRD ÁFRICAUNEP HQ, UN Complex Gigin

P.O.Box 47074 Nairobe, QuéniaTel: (254-2) 624568 ou 624119E-mail [email protected]

www.unisdrafrica.org

Unidade Regional para a América Latina &Caraíbas

Caixa Postal 3745-1000San José, Costa Rica

Fax: (506) 224-7758, Tel: (506) 224-1186Elina [email protected],

Margarita [email protected]@eird.orgwww.eird.orgwww.crid.or.cr

Para assinaturas livresEnvie por favor o seu nome completo,

instituição ou organização em que trabalha(não é essencial) e mande para o sequinte

endereço: [email protected]

De África à KobeRestam 9 meses antes da Segunda Conferência Mundial sobre A Redução deDesastres (WCDRII) em Janeiro de 2005 em Kobe no Japão. África tem muitasesperanças da WCDRII. Contudo, antes de esperarmos por muito, não deveriamosprimeiro contribuir bastante para a WCDRII, assim como um perito expressara:“Uma conferência é como um banco de dados do computador, os seus resultadosdependem das suas entradas com dados”.

O que África deveria mais esperar do WCDRII ?

1. Que o resto do mundo sabe que embora África não seja o continente maispropenso a desastres, a sua vulnerabilidade a desastres é tal que a torna nocontinente mais afectado por desastres;

2. Que o resto do mundo compreende o que endereçar para a questão davulnerabilidade – que é um obstáculo ao desenvolvimento sustentável, Áfricadeve movimentar-se da resposta a desastres para a prevenção/redução;

3. Que o resto do mundo vê ou pelo menos sente que a mudança de África (ouquer mudar) para a prevenção/ redução de desastres é genuína; e

4. Que, depois de visto (ou sentido) que África tem genuiamente persequidoesta causa, e dado que o acontecimento estará sob a égide das NaçõesUnidas (Nações Unidas ou unidade solicitada), o resto do mundo, prometeacompanhar África neste novo empreendimento.

Como poderá África possivelmente contribuir para a WCDR a luz do que foraacima referido?

A iniciativa principal está a decorrer no continente, iniciado pela Comissão daUnião Africana (AU), NEPAD e a NU/EIRD África. Ela envolve todas asComunidades Económicas Regionais (RECs), governos nacionais e outrasagências. A iniciativa tem como objectivo desenvolver uma Estratégia Regionalde África para a Gestão de Desastres que é suposta ser adoptada na próximaCimeira da União Africana. Tal descrição será a contribuição chave dos lideresafricanos que África pode fazer e levar a Kobe. Porquê?

1. Uma aprovação oficial pelos lideres africanos de um tal relativo “assuntotécnico obscuro” não irá passar despercebido nos corpos internacionais.

2. Será a expressão de uma determinação partilhada por parte dos povosafricanos, sociedades civis africanas, instituições africanas e lideres africanos.

3. Sendo um comprimisso de alto perfil proclamado antes das comunidadesinternacionais políticas, científicas, técnicas e de desenvolvimento, suaautenticidade provavelmente aparecerá mais “genuina”.

4. O resto da comunidade de gestão de desastres também ficará a ganhar.Realmente um tal movimento por África, se pelo menos cozinhado por umasecção do resto do mundo, ajudará a elevar a prevenção/redução dedesastres para outro “pilar” de desenvolvimento sustentado.

A batalha decisiva de Kobe consiste em ganhar o selo de aprovação da UniãoAfricana. Esta batalha terá lugar em África e não em Kobe. Mas terá de ser ganhadentro dos próximos dois meses (Maio e Junho). Realmente, se a próxima Cimeirafôr realizada em Julho (porque no ano passado fora realizada em Julho), então,restam somente dois meses, que, de facto são 61 dias ou 41 dias de trabalho...

Serão 43 dias de trabalho suficientes? Sim, são… contando que serão 43 dias detrabalho “duro”.

Sim, eles são suficientes porque a questão não é produzir um documento príncipalda Estratégia Regional de África sobre Gestão de Desastres, a questão é produziruma aperfeiçoada e inicial Estratégia Regional de África que reflicta, o movimentogenuíno de África (ou o desejo de mudança) para a prevenção/redução dedesastres.

Sim, 43 dias de trabalho são suficientes porque a questão portanto não é somentetécnica, mas também política. E 43 dias “de política” não são o mesmo que 43dias normais: em todas as coisas “políticas”, 1+1 nem sempre é igual a 2.

A próxima Cimeira da União Africana será a última escala da nossa jornada deÁfrica para Kobe...

R. Alain [email protected]

Do Editor

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2 Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 1Edição, Abril 2004

Comunicação da PNUD

Apartir deste terceiro número de “Redução de desastres em África - EIRD Informes ” o escritório da PNUD para a Prevenção deCrises e Recuperação (BCPR), e especificadamente a sua Unidade de Redução de Desastres (DRU), está contente em anunciarque será fornecido apoio ao NU/EIRD África para custos de produção e tradução.

BCPR serve para trazer o enfoque e o apoio substantivo da estratégia global da PNUD e estende-se as actividades de reduçãode desastres e recuperação, envolvendo os Escritórios Nacionais da PNUD, Escritórios Regionais e agências especializadas.Como ponto focal na UNDP para o EIRD e dentro do quadro geral das metas e objectivos da NU/EIRD, BCPR, na colaboraçãodirecta com os Escritórios Nacionais, fornecem substantivo apoio financeiro as actividades operacionais para fortalecer ascapacidades para a redução de desastres para permitir governos nacionais organizações regionais, autoridades locais, sociedadecivil e outros interessados de desenhar e implementar quadros gerais de políticas efectivas e relevantes, planos e estratégias,programas e projectos para gerir e reduzir os riscos de desastres.

Em África, a Unidade de Redução de Desastres do escritório da PNUD para a Prevenção de Crises e Recuperação (BCPR),está colaborando de perto com a NU/EIRD para fornecer apoio para a promoção e implementação da redução do risco dedesastres aos niveis local, nacional, sub-regional e regional e dentro das Nações Unidas e outras agências e organizaçõesatravêz de:

• Aumento da capacidade de gestão do risco de desastres e construção institucional nos governos nacionais, organizaçõessub-regionais e regionais, Escritórios Nacionais das Nações Unidas e outros interessados.

• Implementação de programas de recuperação sustentáveis que enfatizem redução de risco a longo termo.• Desenvolvimento e promoção da dessiminacão de conhecimento e informação sobre a redução do risco de desastres

atravêz de redes existentes e novas.• A integração da redução do risco de desastre nos programas de desenvolvimento do país, da UNDAF e CCF.• Apoiando programas de nivel sub-regional e regional que tenham por objectivo reforçar os programas nacionais.• Trabalhando em colaboração com outras agências das Nações Unidas e organizações internacionais e nacionais.

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Redução de Desastres em África -EIRD Informes, 1Edição, Abril 2004 3

Communicação da PNUD1 Do Editor

De África à Kobe

Redução de desastres em África4 Responsabilidade, governação em redução de risco de desastre - Doutor Hesphina Rukato7 ZIMBABWE – Projecto de lei sobre gestão de desastres no parlamento em junho; Membros do parlamento informados e

consultados – Sr. Mazudzu Pawadyira8 Saudados os esforços de redução de desastres em África, grupo de trabalho africano em formação – DoutorHesphina Rukato10 Mitigação de desastres de Terremotos no Uganda – Sr. Martin Owor

Opinões e Retrospectiva12 SENEGAL – Cidade costeira propensa a inundações promove cultura de risco – Sr. Aliou Mamadou Dia14 REDUÇÃO DO RISCO DE DESASTRES: Capacitando as comunidades na gestão da água – Sra. Rowena Hay,

Sr. Peter Rogers & Doutor Chris Hartnardy16 Seca, governação & conflito social na Somália meridonial – Sr. Ali Warsame Nagheye18 Cientistas africanos procuram entender a vulnerabilidade e a capacidade de recuperação do

modo de vida rural – Sra. Gina Ziervogel20 MOÇÃMBIQUE: Maputo, uma cidade susceptível a acidentes geo-ambientais – Doutor Isidro Manuel & Sr. Enoque M. Vincente23 Adaptação da mudança climática e redução do risco de desastres - Sr. David Lesolle25 O desastre das cheias de 10/11/01 e as correntes de sedimentos de regolito em Árgél – Prof. Djillali Benouar

Plataforma Nacional do NU/EIRD África em acção29 DJIBOUTI: Os Peritos, os membros da plataforma da NU/EIRD discutem uso de informação do clima – Sr. Ahmed Mohamed Madar30 MÁDAGASCAR : Plataforma nacional da EIRD contribui para reabilitação da destruição pelo ciclone – NU/EIRD África31 COMORES : Plataforma nacional da EIRD estabelecida - NU/EIRD África

NU/EIRD Mundial em acção35 Mensagem sobre o dia mundial da Água 2004 – O Secretario-Geral ONU36 ZIMBABWE: “Directrizes de ONU para reduzir inundações” lançadas em Harare – Sr. R.A. Valency37 Discurso do dia mundial da água 2004 pelo Sr. Tinus Rusere, Vice-Ministro dos Recursos Rurais e Desenvolvimento de Água39 Conferência mundial sobre redução de desastres

Decisores Políticos africanos abordam sobre a reducção de desastres48 Fulgence Dwima Bakana, Ministro de Segurança Pública

NU-EIRD África em acção50 NU/EIRD África – Actividades de 2003 numa rápida vista de olhos – NU/EIRD África53 Actualização das publicações

Parceiros em acção54 ILHAS DO OCEANO INDICO: A reduçao de desastres ganha ímpeto – NU-EIRD África55 PNUD Lança balisas no relatório global sobre redução de risco de desastres e desenvolvimento – Sr. Kenneth Westgate57 SADC: Reunião no meio do Periodo de avaliação estratégica e prontidão de desastres – Sr. Richard Masundire58 Informação climática na gestão de desastres: Rumo a uma estratégia regional no Grande Corno de Àfrica – Sr. Zachary Atheru60 Quadros gerais institucionais e fortemente legais necessários para a gestão

de desastres – Doutor James Kamara & Sr.Laurent Granier62 Comores procura melhorar a prontidão de desastres, e planos de contingência – Sr. Mohamed Abchir63 Quênia : Em direção á participação activa das mulheres em gestão de desastres – NU/EIRD África66 Remote sensing : a conferência bi-annual da associação africana proposta para Outubro de 2004 - Sr. Ambrose Oroda67 Peritos concordam no “Protocolo de Alerta comum” – Sra. Christian Sikandra

Nesta edição

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4 Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 1Edição, Abril 2004

Responsabilidade, governação emredução de risco de desastre

Doutor Hesphina Rukato,Conselheiro para o Meio Ambiente eTurismo,Secretariado da NEPAD (Nova Parceriapara o Desenvolvimento de África),Johannesburg, África do Sul

Esforços estão sendo feitos em Áfricapara traçar a fundação de soluções alongo termo afim de reduzir os riscos dedesastre, mas a questão daresponsabilidade dos interessadosainda permanece pouco clara. Esteartigo procura iniciar uma discussão decomo desenvolver melhor osmecanismos de responsabilidade ecoordenação instituicional paramaximizar os decorrentes esforços...

A repetição de desastres naturais nocontinente Africano está atraindo aatenção dos lideres políticos, eganhando importância na agenda dedesenvolvimento sustentável. Contudo,esforços estão sendo feitos para traçara fundação de soluções de longo termopara a redução do risco de desastres, aquestão de responsabilização dointeressado em redução de risco dedesastre em África ainda permanecepouco clara.

A razão deste artigo é iniciar umadiscussão em como desenvolver melhoros mecanismos de responsabilidade ecoordenação institucional a todos osníveis, para assegurar a maximizaçãodos esforços com o objectivo dereduzir o risco de desastres.

Quem é o responsável ?Existem muitas instituições que têmresponsabilidades e papéis diferentes nagestão de desastres. Estes incluemgovernos (aos vários níveis), o sectorprivado, a comunidade de investigação,as organizações não governamentais(ONGs), as organizações comunitáriasde base (OCBs), parceiros dedesenvolvimento e várias agências das

Nações Unidas. Dada a multiplicidadedos vários interessados na área, commandatos diferentes, averiguar quemtoma a responsabilidade final paraintegrar a redução do risco de desastresnos planos de desenvolvimento passa aser complicado.

Falando tecnicamente, os governosdevem arcar com a responsabilidadefinal. Contudo, muitos governosenfrentam múltiplos constrangimentosem integrar a redução do risco dedesastre nos seus quadros geraisnacionais de desenvolvimento, daí aimportância do suporte dos princípaisinteressados e parceiros dedesenvolvimento em integrar a reduçaodo risco de desastres nos planos dedesenvolvimento.

Necessidade de uma parceria bemarticuladaOs parceiros de desenvolvimento, asONGs, o sector privado têm um grandepapel a desempenhar na influência emoldura das políticas e estratégiasgovernamentais. Contudo, existemlimites na extensão do que eles tomamresponsabilidade pelos resultados finais

do processo de desenvolvimento,independentemente dos papéis que elespossam ter tomado em moldar a mesmaagenda de desenvolvimento. Havendouma parceria bem articulada entre osgovernos e seus parceiros dedesenvolvimento, incluindo instituiçõesnão-governamentais, é portantoimportante não só assegurar umagestão effectiva do risco de desastres,mas também irradicar a pobrezaatingindo as Metas doDesenvolvimento do Milénio (MDGs)acordadas internacionalmente. Asparcerias, da maneira como foramconcebidas e que são depois elaboradasem outras secções deste artigo, devemestar acima dos quadros gerais eacordos políticos, para aimplementação programática, baseadano princípio de responsabilidade mútuae partilhada, incluindo os níveisnacionais, bem como os locais.

Responsabilidade “Mútua”O debate á volta da responsabilidademútua em relação ao desenvolvimento écentral para o NEPAD, e tem sidosalientada como crítica na mudança docompromisso de África com os seus

Redução de desastres em África

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parceiros de desenvolvimento partindoda relação doador-receptor para arelação de parceiros iguais.Sob a NEPAD, os governos Africanos,tanto individualmente comocolectivamente, têm prometido tomarresponsabilidade pela agenda dedesenvolvimento de África. Contudo,dada a natureza difundida e de longoalcance dos impactos e factorescausadores de vulnerabilidade, osesforços do governo devem sercomplementados pelo apoio dosinteressados e parceiros dedesenvolvimento. Neste caso, odocumento base da NEPAD estipulaapropriadamente que:

O que é necessário para mobilizar…recursos [capital, tecnologia econhecimentos humanos] e usá-lospropriamente, e uma liderançaaudiciosa e imaginativa que estejagenuínamente comprometida parao esforço do desenvolvimentohumano sustentado e a irradicaçãoda pobreza, assim como uma novaparceria global baseada naresponsabilidade partilhada einteresse mútuo.

Se isto tem que ser tomado como umprincípio guia, a responsabilidade a altonível e em duas direcções irá requerer aanálise do seguinte:

(i) Qual é o nível de responsabilidadedo governo no que diz respeito aredução do risco de desastres? (ii) Qualé o nível de responsabilidade dacomunidade de doadores, incluíndo asagências implementadoras no que dizrespeito a redução do risco dedesastres?

Técnicamente, e políticamente, existemquadros gerais guias que fornecem umabase para a responsabilidade tanto dosgovernos como dos parceiros dedesenvolvimento em relação aassistência de desenvolvimento e seuuso efectivo em África. Estes quadrosgerais podem ser aplicados á área deredução de riscos de desastres. Abaixoestá a lista dos quadros geraisseleccionados, adoptados einternacionalmente reconhecidos:

• O documento de base da NEPAD;• A Estratégia de Desenvolvimento de

Parcerias (primeiro disposto nadeclaração de políticas da OECD/DAC em 1996 no “Moldando oSéculo 21: O Papel doDesenvolvimento da Cooperação”);

• As Metas de Desenvolvimento doMilénio;

• O Consenso de Monterrey;• O Plano Africano de Acção dos G8

de Kananaskis;• A Declaração Ministerial da OECD

de 2002 em “Acção para uma Agendade Desenvolvimento Partilhado”;

• Plano de Implementação da CimeiraMundial sobre o DesenvolvimentoSustentável de Johannesburg;

• O Mecanismo Africano de Pares deRevisão

Responsabilidade “Partilhada”Dado ao papel crítico dos parceiros einstituições de desenvolvimento namodelação da agenda sobre a reduçãodo risco de desastres, eles não sedesobrigam dos resultados daimplementação destas agendas, mas depreferência adoptar umaresponsabilidade partilhada entre todasas instituições parceiras e respectivosgovernos.

As habituais relações de trabalho aolidar com as questões de Redução deDesastres (DR) têm permanecido comotem sido sempre conhecido, por causada maneira como no passado osparceiros e instituicões dedesenvolvimento e governosescolheram para trabalhar. Tendo agorareconhecido, por exemplo atravêz daNEPAD, que o enfoque no passadosobre a redução de risco de desastresnão forneceu resultados desejados,isto é, da responsabilidade de todos,voltar atrás, e desenhar o quadro geral edesenvolver um plano que possafuncionar a longo termo.

Em adição, existe a necessidade deassegurar que todos os praticantes,adoptem os comprimissos e orientaçãotal como aqueles, nas suas operaçõesdiárias, forneceram-nos os quadrosgerais de desenvolvimentointernacionalmente aceites (tal comoaqueles acima indicados). Isto iráassegurar o afastamento do sindroma de“vítima”, onde os receptores

negligenciam a investigação dasestratégias a longo termo de redução derisco de desastres, atravêz deprognósticos de que a ajudahumanitária virá nos tempos denecessidade.

Simultaneamente, a comunidadedoadora necessitaria de evitar oenfoque de “salvadora”, esperando atéque os desastres apareçam antes de selibertar os recursos, e portantopresumivelmente “imprimindo” nasmentes das comunidades a imagem de“salvadora-em-tempos de necessidade”.

Claramente estes dois enfoques nãofuncionam, e as comunidades tornam-sea longo termo perdedoras, pois eles sãoos mais afectados e sem oportunidadepara influênciar as mudanças depolíticas.

Enfoque de dois bicos, situação emque todos ganhemA experiência do passado sobre odesenvolvimento de África temdemonstrado que enfoques emprojectos de curta duração paraintegrar a redução de risco de desastresnão é sustentável.

Existem vários exemplos de situaçõesonde os parceiros e instituições dedesenvolvimento só reorganizam-se ávolta do desastre providenciandoassistência humanitária. Uma vezafastado o desastre actual, em termosfísicos, não existem muitas vezessistemas sustentáveis de continuaçãopara reforçar as capacidades dascomunidades e governos afectados,para possibilitar-lhes a vivência comfuturos desastres da mesma natureza emagnitude.

Enquanto tal assistência humanitária forsempre crítica como uma respostaimediata, ela não possuirá nenhum valoradicionado de base sustentada. O que énecessário é um enfoque hoolístico e dedois bicos que enderece tanto osimpactos de curta duração, assim comoa derrota das causas de raiz davulnerabilidade dum país oucomunidade.

Parceiros e instituições dedesenvolvimento e governos necessitam

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não só se envolverem na base dumevento. Mas, eles necessitam de ambos,criando um enfoque integrado ehoolístico que conduza a uma situaçãoem que todos ganhem, onde aresistência aos desastres naturais dopaís é reforçada, e alguns recursosadicionais podem então ser utilizadospara os propósitos de desenvolvimento,particularmente nas áreas vulneráveis.

Deste modo, a posse africana doprocesso de redução dos desastresestará criada e sustentáda, e osparceiros de desenvolvimento poderãorealmente contribuir para o alcance dasMetas do Desenvolvimento do Milénio(MDG’s) e dos objectivos do NEPAD.

Coerência políticaEnguanto existir uma necessidade deassegurar uma responsabilidade mútuaentre todos os interessados eenvolvidos, é importante que os paísesdesenvolvam políticas apropriadas ebase institucional para guiar aimplementação dos programas deredução de desastres a nivel nacional,sub-regional e continental.

Sem uma clara orientação de como ospaíses preferem que a implementaçãoseja efectuada, e quais são os papéis eresponsabilidades dos interessados,tornar-se-á dificil assegurar parceiros,assim como países implementadores,responsáveis pelas actividades queocorrem em vacum.

O trabalho que a AU/NEPAD estãorealizando (em parceria com a NU/EIRD África, PNUD e UNEP) para odesenvolvimento duma estratégiacontinental para a redução do risco dedesastres, tem por meta fornecer umaorientação política para aimplementação de iniciativas regionaise sub-regionais sobre a redução de riscode desastres. A iniciativa tem porobjectivo implementar programascoerentes e complementares sobreredução do risco de desastres ao nívelcontinental, e fornecer plataformas paraos parceiros convergirem duma maneiracoordenada afim de atingiremobjectivos partilhados.

Coordenação Institucional ao nível dopaís permanece com o desafio deintegrar a redução de risco de desastresno planeamento do desenvolvimento. Odesenvolvimento sustentável requeruma coordenação institucional efectivaentre os vários departamentos dogoverno com diferentes mandatos etrabalhos muito complexos. Boaspolíticas e estratégias são somente tãoboas se elas poderem ser efectivamenteimplementadas. Isto requer mecanismosde coordenação que faltam actualmenteem muitos países. Se o progresso é estarfeito com a integração da redução derisco de desastres , a coordenaçãoinstitucional precisa de ser priorizadacomo um “dever” a todos os níveis. Istoevitará duplicação de actividades,competição entre instituições esobreposições entre departamentosgovernamentais.

Falta de clareza á volta dos papeis eresponsabilidades. Outro sérioimpedimento para a construção decapacidades dos países afim deresponderem aos desastres naturais é afalta de clareza a volta dos papéis eresponsabilidades entre os interessados.sector privado geralmente responde aosdesastres naturais fornecendo ascomodidades básicas e imediatas (taiscomo transporte, alimentação emantas), e ainda estão arduamenteenvolvidos na formulação de políticaspara a gestão de desastres. Além disso,NGOs e CBOs que trabalham perto dascomunidades lá onde os problemasocorrem, as comunidades são muitasvezes mal consultadas sobre odesenvolvimento e implementação depolíticas acerca da gestão de desastres.Pode, além disso, ser dito que aincerteza á volta dos papéis eresponsabilidades dos parceirosinternacionais e governos nacionais emmuitos casos é mais agravado pela faltade clareza no papel dos interessados eenvolvidos a nivel nacional. Éimportante que os governos criemforuns nacionais de multi-envolvidos einteressados pela gestão de desastres,cujas funções, entre outros, seriam deagilizar os papéis e responsabilidadesde todos os interessados.

Papel da comunidade de investigação.Um dos assuntos mais debatidos comrespeito aos papéis e responsabilidadestem sido o papel da comunidade deinvestigação na redução do risco dedesastres. A comunidade deinvestigação tem um grande papel adesempenhar na orientação de políticascom base nas conclusões dainvestigação, mas as suas relações comos decisores políticos eimplementadores não tem sidoclaramente articulado. Em adição, opapel da comunidade de investigaçãointernacional cara a cara com osfazedores das políticas locais é aindamuito variável. Neste contexto, existeuma necessidade para agilizarclaramente os articulados papéis eresponsabilidades de todos osinteressados e envolvidas nainvestigação que trabalham na área degestão de desastres dentro dos quadrosgerais de políticas nacionais.

ConclusãoInvestimentos de longo termo são o pré-requisito para efectivamente integrar aredução do risco de desastres nodesenvolvimento sustentável. Contudo,tais investimentos podem só aparecer comuma política coerente e integrada e umguadro geral institucional com mandatosclaros para o envolvimento dosinteressados. Compromissos regularesentre os governos e seus parceiros dedesenvolvimento são portanto críticospara as responsabilidades partilhadas eafectando a responsabilidade dosinteressados, assim como omonitoramento das realizações das metaspartilhadas.

A redução do risco de desastres é umamatéria de desenvolvimento e deveria seruma responsabilidade partilhada dosparceiros de desenvolvimento,interessados nacionais e governosnacionais, comunidades económicasregionais (RECs), a União Africana,assim como as NGOs, CBOs, sectorprivado e agências das Nações Unidastrabalhando no campo.

Redução de desastres em África

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Projecto de lei sobre gestão de desastresno parlamento em Junho; Membros doparlamento informados e consultados

Sr. Mazudzu Pawadyira,Director,do Departamento de Protecção civil,Ministério do Governo localobras públicas e transport,Harare, Zimbabwe

Um projecto de Lei será submetido aoparlamento em Junho. Enquanto, osMembros do Parlamento (MPs) foraminformados e consultados durante um“seminário de advocacia”. Um “lucronão planeado” foi marcado na frenteorçamentária…

Uma lei de Prontidão á Emergências eGestão de Desastres que irá substituir alei de Protecção Civil de 1989 noZimbabwe será apresentada aoParlamento em Junho deste ano. Masantes de submeter o projecto de lei, oDepartamento de Protecção Civil(Ministério do Governo Local, ObrasPúblicas e Transporte) organizou umseminário de advocacia de três diaspara Membros do Parlamento.

Seminário para MPs, consultaalargada aos interessadosO propósito do seminário de dois diasera familiarizar parlamentares nohistorial e concepção sobre a gestão dedesastres, como também permiti-lostomar decisões informadas nasprovidências propostas na lei revista.O seminário era parte de um processode consulta alargada para fortalecer aspolíticas e legislação em gestão dedesastres afim de assegurar uma gestãode desastres efectiva e eficiente e umdesenvolvimento sustentável.

Durante o seminário, os interessadoschaves em gestão de desastreapresentaram os seus artigos e carênciasactuais na preparação e resposta aemergências ou desastres. Peladiscussão resultante, foram feitas

sugestões para melhorar os serviços deentrega do Departamento de ProtecçãoCivil apartir dos seus própriosfornecimentos e também dos esforçosdos parceiros.

Em geral, o processo consultivo foi umsucesso. A perspicácia de gestão doslegisladores foi melhoradanotavelmente no término do exercício.A participação durante as discussões foivivaz e a necessidade para a confiançana nova política foi endossada.

Lucro não planeado na frenteorçamentáriaAo contrário da consulta a outrosinteressados, o seminário de advocacia,talvez deliberadamente, não rendeumuito com as recomendações. Seuenfoque era em informar osparticipantes. Alcançou no entanto oseu objectivo principal.O seminário também marcou um lucronão planeado na frente orçamentária.Ficou aparente que a distribuiçãoorçamentária para o Departamento deProtecção Civil precisa de serimpulsionada de acordo com asemergências diversas que acontecem nopaís. Os legisladores encarregaram-sede garantir que o Parlamentoasseguraria que capitais adequadosseriam votados para o Fundo nomomento próprio.Alguns legisladores sentiram que asapresentações feitas por algunsfacilitadores foram muito técnicas paraa sua compreensão. Esta observação foiapontada, levando a suavização dasapresentações. Foi posta ênfase entãoNAS discussões em lugar deapresentações para a satisfação damaioria.

Historial para revisão da lei deProtecção Civil de 1989Foi notado que a necessidade para a

revisão da lei de Protecção Civil de1989 estava baseado em vários eventose actividades que aconteceram naúltima década, sendo os mais notáveisos seguintes: o Seminário de Revisãode Política Nacional em Gestão deDesastres no Zimbabwe, o SeminárioTécnico Nacional para a Prontidão áEmergências e Gestão de Desastrespara os Pontos Focais, Seminários deEPR (Prontidão á Emergência) quetiveram lugar em todas ás 8 províncias,A Conferência Nacional em LiçõesAprendidas sobre o Desastre de CheiasInduzido pelo Ciclone Eline –Novembro de 2000.

Os seminários acima foram assistidospor vários interessados, foi notado quetodos os seminários recomendaram anecessidade do governo centralprovidenciar mais financiamentos paragestão de desastres como também revera Lei de Protecção Civil.

Os Membros do Parlamento foramentão informados que era contra estehistorial que o Departamento deProtecção Civil tinha sofrido o processode rever a Lei de Protecção Civilconsiderando algumas dasrecomendações feitas durante asreuniões consultivas com ministérios dosector, o sector privado, ONG’s eautoridades locais.

Ao longo destas várias reuniõesconsultivas com os interessados, oDepartamento de Protecção Civilpropôs um projecto de Lei sobreProntidão em Emergências e Gestão deDesastres.

O Conceito de protecção civilrelacionado á guerra é antiquadoOs Membros do Parlamento foraminformados que o projecto de Lei estavapronto para discussão no Parlamento, eque o seminário era então umacontinuação do exercício consultivo,

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desta vez enfocando os parlamentares,uma faceta crucial do processo dereforma da legislação.

O Director de Protecção Civil disse queo objectivo geral do seminário erafortalecer a política e legislação emgestão de desastres para assegurar odesenvolvimento sustentável.

Também foi notado que a protecçãocivil era um conceito que evoluiu comoresultado de guerras e não foi bementendido por muitas pessoas.

Fundos nâo adequados para gestãode desastresTambém transpareceu que o papel deprotecção civil não foi apreciado pormuitos, mesmo pelos políticos, econseqûentemente a sua marginalizaçãoquando foi a vez de tratar sobrefinanciamentos.

A reunião plenária sentiu que os fundosalocados para a gestão de desastres nãoeram adequados.

Também foi notado que havianecessidade urgente do país adquirirequipamento de salvamentoespecializado para lidar efectivamentecom todo tipo de desastres.

Ministro apela para umfinanciamento adequadoNo seu discurso de abertura, o Ministropara os Governos Locais, ObrasPúblicas e Habitação, Doutor IMCChombo, acentuou a necessidade decolocar mecanismos que assegurariamuma apropriada prevenção e prontidãode desastres por todos os interessados.O Ministro disse que os efeitos dedesastres eram de longo alcance emtermos de mortes e sofrimento humano,

assim como para a economia. Eleapontou que estava contra este historiale que era imperativo procurar apoiopositivo dos parlamentares como orgãopolítico supremo que representa avontade política do povo.

Ele acentuou que as providências nanova Lei alargariam a prontidão ecapacidades do país de lidar com osdesastres sempre crescentes.

O Ministro enfatizou a necessidade deum financiamento adequado para agestão de desastres no país e pediuapoio dos parlamentares na permissãode alocação significativa de orçamentopara o Departamento de ProtecçãoCivil. Ele acentuou que a gestão dedesastres só poderia produzir resultadosqualitativos se fôr apropriado eadequadamente financiado.

Saudados os esforços de redução de desastresem África, grupo de trabalho africano em formaçãoDoutor Hesphina Rukato,Conselheiro para o Meio Ambiente eTurismo,Secretariado da NEPAD (Nova Parceriapara o Desenvolvimento de África),Johannesburg, África do Sul

Esforços de colaboração estão sendopromovidos pela NU/EIRD África comos parceiros regionais e das NaçõesUnidas fornecendo assistênciasignificante na promoção dum melhorentendimento da redução do risco dedesastres em África.

Este comentário foi feito durante a 8.Reunião do Grupo Especial Inter-Agências das Nações Unidas sobre aRedução do Risco de Desastres (IATF-DR) realizado em Genebra aos 23 deNovembro de 2003, sob a liderança daSecretaria Geral para os AssuntosHumanitários e o Coordenador para aAjuda de Emergência, Sr. Jan Egeland.

O IATF-DR é uma das duas estruturasda NU/EIRD, a outra estrutura que estábaseada em Genebra é o Secretariadoda NU/EIRD o qual para o programa deÁfrica é realizado pelo NU/EIRDÁfrica. Entre os princípais assuntosdiscutidos durante a reunião de Genebraestavam as actividades do processo deredução do risco de desastres emÁfrica.

Em direcção ao “Grupo de trabalhode redução de desastres em África”O IATF-DR acolheu o relatórioconjunto preparado pela União Africana(AU), o Secretariado da NEPAD,Centro de Monitoramento de Secas –Nairobe (DMCN – com o novo nomede IGAD1 , Cento de Previsão eAplicações do Clima, ICCPAC) e a NU/EIRD África. Nesta relação, o IATF-DR recomendou que contínuos esforçossejam feitos dentro do quadro geral doEIRD para apoiar, reforçar e promover

a colaboração sub-regional em África,incluindo a corrente –AU/NEPAD -processo quia de desenvolvimentoduma compreensiva estratégia pararedução do risco de desastres emÁfrica. Foi acordado que o forumredução do risco de desastres conhecidocomo “Grupo de Trabalho de Reduçãode risco de Desastres em África”deveria ser estabelecido em África em2004.

O Grupo de Trabalho a ser liderado pelaAu terá o apoio da NU/EIRD África. Osmembros deste Grupo de Trabalhocompreenderá a AU, o Secretariado daNEPAD e todas as ComunidadesEconómicas Regionais (RECs). A PNUDrepresentará , com o estatuto deobservador, as agências das NaçõesUnidas que trabalham em assuntos sobreredução do risco de desastres em África.

Foi sugerido, que em adição arepresentação da PNUD no Grupo detrabalho, Agências das Naões Unidas

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podem convocar reuniões separadas parafacilitar o seu trabalho em relação aoGrupo de trabalho.

A meta geral do Grupo de TrabalhoA meta geral do Grupo de Trabalho éde apoiar os esforços do AU/NEPAD edos Governos nacionais para o avançoda redução do risco de desastres efacilitar a corrente principal eintegração da redução do risco dedesastres em todas as fases dedesenvolvimento de África, afim deatingir os objectivos do NEPAD.

Objectivos específicosO Grupo de trabalho focalizará em:

• Fornecer a orientaçao as autoridadesnacionais em redução do risco dedesastres;

• Fornecer orientação na preparação erecomendações regionais para oPlano de Acção da SegundaConferência Mundial sobre aRedução de Desastres (WCDR) aser realizada em Kobe, Japão, noprincípio de 2005;

• Reforço da colaboração ecoordenação entre diferentesinteressados e envolvidos sobre amitigação e gestão de desastres, taiscomo as secas e cheias em África; e

• Facilitar a criação dum organismode conhecimento sobre a redução dorisco de desastres em África;

Actividades propostas para 2004A primeira reunião do Grupo deTrabalho será convocada em Abril de2004. As actividades para o ano sãoentre outros, os sequintes:

• Desenvolver uma rede sobre a secaem África e coordenar a compilaçãoe disseminação da informação sobrea mitigação dos impactos dedesastres, tal como seca;

• Fomentar o desenvolvimento deplataformas nacionais da EIRD paraavançar com a redução do risco dedesastres a nível nacional;

• Encorajar a inclusão do género naspolíticas de gestão de desastres einiciativas, principalmente atravêzda promoção e participação damulher;

• Identificar as lacunas na redução dorisco de desastres e áreas chave deintervenção;

• Coordenar as preparações regionaispara a participação Africana naSegunda Conferência sobre aRedução de Desastres (WCDR); e

• Defender a necessidade eimportância da integração daredução do risco de desastres nasestratégias de alívio á pobreza edesenvolvimento sustentável.

África a caminho da redução dosimpactos de desastresAs actividades acima mencionadas e aassistência da NU/EIRD para Áfricademonstra a extensão com que Áfricase está movimentando para a reduçãodos devastadores impactos de desastresnos esforços de desenvolvimento.

A formação dum Grupo de trabalho, e odesenvolvimento do seu âmbito de

trabalho, é também evidência daseriedade da União Africana noendereçamento dos obstáculos para odesenvolvimento de África, tal como osdesastres naturais, no contexto daNEPAD.

Os RECs têm sido identificados comoeixo de condutores e implementadoresdos programas do NEPAD a nível sub-regional, daí a sua inclusão no Grupo deTrabalho como pontos focais dosrepresentantes sub-regionais.

É de notar que o papel do Grupo deTrabalho será fornecer a orientação eaconselhamento em matérias relevantesque requerem um enfoque continental.O Grupo de Trabalho não implementaráprojectos.

1 IGAD, cuja e expansão é a Autoridade Inter-Governamental sobre Desenvolvimento, é umcorpo de desenvolvimento regional formado pelospaíses da África Oriental e Corno de África.

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Grupos económicos regionais múltiplos deÁfrica

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Sr. Martin Owor,Assistente do comisário,Departemento de Prontidão de desastres &Refugiados,Ministério para a Prontidão de Desastres eRefugiados,Gabinete do Primeiro Ministro,Kampala, Uganda

Uganda é o país sismicamente maisactivo na África Sub-Sahariana. Oseguinte artigo é sobre a situação doUganda, os desafios enfrentados pelopaís, as iniciativas levadas a cabo e ospossiveis caminhos. (O texto originalligeiramente editado pela redação NU/EIRD África para uma circulação maislarga; sub-títulos introduzidos pelaredação).

A ocorrência de terramotos no Ugandaestá principalmente ligado ao Sistemade Falhamento de África Oriental(EARS). A fronteira ocidental do paísestende-se quase toda dentro do ramalocidental do Sistema de Falhamento daÁfrica Oriental (EARS), enquanto oseu ramal oriental está somente emcerca de 200 km da fronteira orientaldo Uganda. Além disso, o ramalocidental termina no Uganda.

Esta única moldura geológica faz doUganda um dos países sismicamentemais activa do continente Africano.Alguns dos terramotos que ocorreramno país causaram mortes e estragos deinfraestruturas orçadas em biliões deshilings.

A maior parte das mortes resultamdo desmoronamento dos edifíciosO terramoto de Tororo de 1966 emUganda Ocidental, por exemplo 157pessoas pereceram e 1320 ficaramferidas, e foram destruídas e estragadascerca de 67000 cabanas e casas. Oterramoto de Kissomoro em 1994(também no Uganda Ocidental) causouestragos e destruições no valor de 6

biliões de shillings (3 milhões de USD)e matou 8 pessoas.

As consequências físicas dosterramotos ás pessoas são mortes eestragos as estruturas feitas peloshomens. A maioria das mortes resultamdo desmoronemento dos edifícios.

Contudo, morte e destruição causadopelos terramotos têm sido baixas noUganda comparado com a devastaçãode terramotos da mesma magnitudenoutros países. A razão príncipal é quea maioria dos terramotos no Uganda,ocorreram em áreas de fracainfraestrutura e baixa densidadepopulacional. Esta combinação de faltade infraestrutura desenvolvida e baixadensidade populacional é o que salvouo país.

Número de infraestruturas comoprédios de betãoContudo, nos últimos 17 anos, oUganda tem se desenvolvido muitorapidamente com uma taxa decrescimento de 5-8% do PNB. Talcrescimento económico, juntamentecom o alto crescimento populacional,tem sido manifestado pelodesenvolvimento infraestrutural talcomo prédios de betão que duplicaramem números no período acimamencionado. Os prédios são deutilidade comercial e residencial, eencontram-se principalmente nas áreasurbanas.

Com o tal crescimento económico,populacional, as altas taxas deconstrução de casas, e com umaactividade sísmica sendo a mais alta naÁfrica Sub-Sahariana, o Departamentode Gestão de Desastres do país estáprofundamente preocupado com apossivel magnitude do desastre dopróximo significante terramoto.Realmente, os terramotos significantesestão sugeitos a reocorrer no Uganda.

Necessidade de medidas demitigação e habilidadesDe facto, permanece contudo que amorte e o estrago de infraestruturaspode ser minimizada atravêz deapropriadas medidas de mitigação deperigos sísmicos. Estas medidasincluem actividades tal como: (1)Planeamento do uso da terra, (2)criação da consciência, (3)desenvolvimento de capaciadadesorganizacionais, (4) projectar amagnitude do estrago antecipado, (5)pondo em execução medidas deredução da vulnerabilidade tal comopublicando modelos de padrões denovas estruturas que podem resistir asforças sísmicas e encorajando o seuuso, desenvolvimento e fazer cumpriros elementos do código de habitação e(7) levando a cabo a investigação naformulação de métodos compreensivospara a avaliação da vulnerabilidadesocial para as ameaças dos terramotos.Contudo, a gestão de desastres deterramotos é multi-sectorial, e opessoal exigido com as váriashabilidades não estão acessíveis aodepartamento/ministério do governo.

Tomadas iniciativas de consciêncapúblicaEntretanto, para se educar e levantar aconsciência do público sobre as váriasquestões dos desastres (incluindo aProntidão e mitigação de desastre deterramotos), o Departamento de Gestãode Desastres (DDM) tem organizadocom sucesso uma série de reuniões detrabalho e seminários na cidade deKampala e Município de Fort Portal.Em Dezembro de 2000, oDepartamento de Gestão de Desastres(DDM) e a Associação de SegurançaSismica do Uganda (USSA) organizoucom sucesso, na capital, umaconferência internacional sobre aprontidão de desastres sob o tema

Mitigação de desastres deTerremotos no Uganda

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“Reduzindo os Efeitos dos Terramotosnos Países em Desenvolvimento”. Aconferência atraiu participantes dosEstados Unidos da América, Europa,Asia, Japão e muitos países de África.O DDM e USSA organizaram umaconferência internacional similar sobrea prontidão de desastres em Dezembrode 2002 sob o tema “Perigos deTerramoto num País emDesenvolvimento”.

As conferências internacionais, asreuniões de trabalho e os semináriosforneceram oportunidades aosinvestigadores, praticantes e outrosinteressados a partilhar experiênciassobre estado de preparação e mitigaçãoe de Gestão de desastres de terramotos.Isto juntou professionais de uma vastasérie de várias disciplinascomprometidos na redução do impactodos terramotos na sociedade. Estasdisciplinas incluem geologia,engenharia estrutural, arquitectura,sismologia, planeamento de resposta áemergências, mobilização e imprensa.

Código sísmico nacional e manuaistécnicos de construção apropriadosSeguindo as recomendações feitaspelas conferências internacionais, oDepartamento de Gestão de Desastres,em parceria com a Faculdade deTecnologia da Universidade deMakerere e a Agência Nacional dePadrões do Uganda (UNBS),prepararam um Código SísmicoNacional.

Também, juntamente com o Ministériodo trabalho, Habitação eComunicações, preparou-se manuaistécnicos de construção para conduzir aconstrução de estruturas sísmicasresistentes nas áreas propensas adisastres de terramotos.

O DDM e a USSA (Associação deSegurança Sísmica do Uganda) estãoplaneando construir e equipar umaunidade de demonstração a ser

denominado como o “Centro NacionalSísmico de Recursos e Informação”.

Com respeito ao “Centro sísmico derecursos e informação”Este centro terá todo os tipos deinformação técnica sobre a engenhariade terramotos, desastres de terramotoscausados pelos terramotos anteriores,contador de medidas de terramotos/esforços de mitigação doutras regiões einformação relacionada ao campo dasismologia.

O Centro será construído com aseguinte provisão; (1) um museu paratirar fotografias dos terramotos, (2)uma sala de conferências e semináriospara permitir a sustentabilidade doempreendimento, (3) uma sala de videopara permitir a exibição dos danos,experiências de eventos anteriores, (4)espaço para o escritório, recepção,áreas de ablução e doutros serviços.

A aquisição dum centro sísmiconacional de recursos e informaçãopoderá fornecer ao Uganda e muitospaíses de África um ponto central deinformação. Dar-nos-á mais uma

oportunidade para avaliar os desenhosque tenham sido preparados, liçõesaprendidas e partilhadas bem comoexperências com as comunidadeslocais e mais.

O centro de recursos reforçará otrabalho dos comités de gestão dedesastres, assim como aqueles dasNGOs locais. Adicionalmente, poderãopreparar e produzir material detreinamento para as crianças dasescolas.

Para mais informações acerca dosterramotos no Uganda, contacte por favoros sequintes engenheiros :· Assoc. Prof B.M. Kiggundu, Dean,

Faculty of Technology, MakerereUniversity, Kampala.Tel. +256-71-540421

· Dr E.M. Twesigomwe, Faculty of SocialSciences, Makerere University. Tel.+256-41-531498

· Mr M. Matovu, Lecturer, Faculty ofTechnology, Makerere University. Tel.+256-77-507357

Opinões e Restropectiva

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Cidade costeira propensa a inundaçõespromove cultura de risco

Sr. Aliou Mamadou Dia,Estudante de DoutoramentoDepartmento de Geografia,Faculdade de Ciências, Humanas e SociaisUniversidade Cheikh Anta Diop,Senegal

O impacto das inundações na cidade deSão-Louis, Senegal, é piorada pelocomportamento do homen. Uma culturade risco tem sido promovida parapermitir as pessoas a adquirir algunsbons reflexos. Mas trocar para umacultura de risco não é assim tão fácil…

Só foi depois das inundaçõesprejudiciais de 1994 e 1999 na cidadelitoral a noroeste de São-Louis que ocontrole de inundação e estratégias deprotecção se tornaram um assunto deurgência.

Desenvolver uma cultura de riscotornou-se então um imperativo para osresidentes da cidade Baixa do Senegal(mais de 150,000 pessoas), a maioriados quais vivendo em planícies deinundação.

Água… em todos lugaresLocalizada entre o oceano e osnumerosos braços e afluentes do rioSenegal – o que constitui cinturões deágua ao redor da cidade, apeculiaridade do local é que a água estájustamente em todos lugares.Durante toda a estação chuvosa, amesma sucessão de eventos nãoacontece invariavelmente cominundações mais trágicas. Primeiro vemo cenário trágico e chocante, seguidopor uma avaliação dos danos materiaise vítimas humanas– o que permite a vero quão sério era o evento. Então,imediatamente depois, algumasexplicações tentativas do fenómeno sãodadas, explicações que invariavelmentelevantam a questão da responsabilidadehumana.

Impacto das cheias piorados pelos...reisdentesEmbora as cheias sejam obviamente umfacto da natureza, o seu impacto nosresidentes locais depende em largaextensão do comportamento dosresidentes.

Então, todas as questões sobre factoreshumanos envolvidos nas inundaçõesque acontecem no vale do Rio Senegal,e numa secção do território nacional(nomeadamente na cidade de São-Louis), deveriam ter enfoque napossível negligência quanto ao uso daterra e protecção, medidas de alerta ede prevenção. Em poucas palavras, asquestões contam para uma análise detodos actos possíveis de negligênciaque poderia ser difícil de controlar ofenómeno e reduzir o seu impacto.

Realmente residentes locais, por faltade conhecimento, descuido, negligênciaou falta de memória, pioram o impactodas cheias.

Está claro que nenhuma previsão,nenhuma prevenção e nenhuma

preservação é perfeita. Porém, esta nãopode ser uma justificação para orelaxamento que prevalece na região deSão-Louis quando se trata do uso daterra. Consequentemente a necessidadede se promover uma cultura genuína derisco entre os residentes.

Eventos passados… não lembradosRealmente porque uma tal cultura derisco está faltando, e especialmenteporque não se lembram de eventospassados, é por isso que as cheias têminvariavelmente sido consideradas tãodespreocupadamente.

Também é a mesma falta de cultura derisco que paralisa ou inflama qualquerdebate em o que poderia ser a melhorescolha política para protecção decheias e medidas de prevenção noSenegal.

O uso de terra em áreas baixaspropensas a cheias que circundam acidade de São-Louis é baseado naaridez, e os baixos níveis do rio echuvas escassas do período de seca

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mais longo do Senegal não incita aconstruir dispositivos de protecção.

Estruturas de gestão de riscoinstaladosComo foi dito anteriormente, o controlee protecção de cheias se tornaram umassunto de urgência depois dasinundações prejudiciais de 1994 e1999.

Em Julho de 2001, uma Commissionnationale de gestion prévisionnelle desinondations (CONAGPI - ComissãoNacional para Gestão da Previsão deCheias) foi estabelecida sob supervisãodo Ministério do Interior e GovernoLocal em colaboração com o Ministériodo Planeamento Regional e Urbano.

A Comissão, geralmente conhecidacomo a « Unidade Nacional de Controlede Cheias», é composta de váriasunidades regionais cuja missão é fazerum levantamento de todas zonaspropensas á inundação e sugerirsoluções para a Unidade Nacional. Oobjectivo era administrar uma avaliaçãocompleta da situação que prevalece emregiões afectadas por cheias, epromover sinergias entre todosenvolvidos em gestão de inundação deforma que soluções relativamente alongo prazo possam ser descobertas.Durante as cheias principais deSetembro de 2003, uma Unidade decrise foi montada sob supervisão doMinistério do Interior e Governo Localque seguiu uma ordem do Presidente daRepública. A unidade de crise queagrupou quase todos os outrosministérios governamentais foiprincipalmente encarregada com odever de tomar medidas urgentes paracontrolar a situação, especialmente aconstrução de saídas de água laterais e,reservatórios de compensação amontante dos locais ameaçados.

Gestão, planos de acção à frente deestações chuvosas, Actividades degestão antes das estações chuvosas emSão-Louis são restringidas a reuniões erecolha de informação iniciadas pela

unidade de controle de inundaçãoregional. Os objectivos das reuniões e éde conduzir uma avaliação completados arranjos de segurança da cidadeantes da primeira chuva. A unidaderegional também pode tomar algumasdecisões importantes relativas àreabilitação de diques, e a limpeza decanais, etc.

Planos de acção antes das estaçõeschuvosas especificam então quaisquermedidas técnicas que deveriam sertomadas relativas á rede de serviço desaúde pública, combustível parabombas móveis, sacos de areianecessários para montar diquesprovisiorios. Os planos de acçãotambém definem actividades deconsciencialização de higiene eassistência social para vítimas deinundação.

A gestão de cheias a longo termo emSão-Louis dá maior importância àconstrução de estruturas de protecçãocomo diques e aterros. Também estábaseado num programa de emergênciapara controle de cheias guiado peloOffice national de l’assainissement duSénégal (ONAS – o Gabinete Nacionalpara o saneamento do Senegal). Algumtrabalho de reabilitação de diques eaterros foi completado na ilha noâmbito do programa e foram definidasmedidas de saneamento das águas daschuvas - tais como a construção deunidades de bombas e reservatórios decompensação.

Desenvolvendo uma cultura de riscoPor causa da magnitude das inundaçõesque aconteceram durante os últimosanos, promover uma cultura de riscotornou-se pertinente dentro do quadrode programas de prevenção a seremimplementados pelas autoridadesgovernamentais para promover odiálogo entre todos os que sepreocupam com o assunto.Não se trata de aterrorizar os residenteslocais, mas sim sensibilizá-los,lembrando-os que situações de risco-zero não existem; e para permitir os

residentes a enfrentar adequadamentequalquer desastre possível, e devem seradquiridos alguns bons reflexos. Porém, além deste assunto, toda aquestão é sobre como desenvolver talcultura de risco num contexto queparece ser caracterizado por medo edevastação. Realmente seria melhorque, por um lado, o risco de desastre éconhecido, e que, por outro lado, elestambém poderiam se preparar para suaocorrência. Também porque nenhumaautoridade governamental, peritos outécnicos–podem assegurar que aquelasegurança absoluta estará lá, para tal aprontidão não deveria ser o negócioexclusivo de peritos.

Mudar para uma cultura de risco nãofácilÁ luz do acima referido, a gestão dorisco de cheias em Saint-Louis deveráser de responsabilidade partilhada.

Também deveria confiar algunscompromissos por todas as partesenvolvidas ou a ser envolvidas.

Está claro que a troca para uma culturade risco não pode ser feito semdificuldades. A pessoa pode talvezpredizer que comportamentosadaptáveis possam ser esperados dessesresidentes locais preocupados comoresultado da ocorrência mais frequentede inundações. Porém, esses residenteslocais preocupados acreditam que oscomportamentos diários deles nãodeveriam ser alterados, nemregulamentos restritivos reforçados,quando acontece que os mais temidoseventos parece munca acontecer.

De facto, essas políticas de prevençãoque buscam sensibilizar os residenteslocais dos riscos para os quais elesestão expostos, e se esforça depois deganhar o apoio deles, poderia vir contraas dificuldades acima mericionadas. Talsituação solicita uma melhoridentificação e análise dos factores quepodem opôr-se a vinda de uma culturade risco na região de São-Louis.

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Sr. Rowena Hay, Sr. Peter Rogers& Doutor Chris Hartnady,Umvoto Africa (Pty) Ltd,Cidade de Cabo, África do Sul

Gestão de água é essencial para aredução de risco de desastres, disseramtrês peritos sul-africanos. E gestão daágua é “responsabilidade de todos”, nãosó dos governos...

Água é vida, mas o seu potencial paradestruir a vida, o ambiente e osprodutos do esforço humano é umsevero facto da natureza: demasiado deuma só vez é uma cheia vigorosamentedestrutiva; muito pouca água porperíodos prolongados pode culminar emseca devastadora, fome e migraçãomaciça de pessoas para longe das suasterras tradicionais.

Muitos riscos na vida quotidianarelacionada a águaA água é também um receptorambiental de muitos poluentes criadospelas indústrias, vida urbana e animaisportadores de doenças, bactérias evirus. Muitos riscos do dia a dia emÁfrica estão relacionados com a água.Também frequentemente, secasdevastadoras afectam largas áreas donosso continente, causando fome,perdas de culturas e animais. No outroextremo, cheias e os seus associadosdeslizamentos de terras, muitas vezescriam uma incrivel destruição. Emambos os casos, resultam em problemassócio-económicos bem como riscos desaúde.

África está particularmente em risco porcausa da sua geografia exposta a muitascondições de clima extremas –deciclones tropicais com chuvas

torrenciais á falta de chuvas todos osmeses ou mesmo anos. Estas condiçõesextremas estão provavelmente aaumentar em freguência e intensidadedevido a mudança global do clima.

Gestão da água é responsabilidadede todosO impacto da seca é agravado cada vezmais pela terra que está sendo despidada sua cobertura vegetal natural –atravêz do excessivo cultivo e pastagem– para acomodar uma rápida expansãoda população. A perda decobertura e práticas deficientes de usoda terra também contribuem para aerosão do solo e a redução no solo denutrientes como resultado do aumentoda lixiviação e escoamento superficial.O resultado final é um clandestinodeclínio na recarga dos aquíferossubterrâneos e o silteamento dos rios. AÁfrica é desafiada a desenvolver modos

sustentáveis de longo termo e recursospara reduzir o impacto da humanidadesobre o ambiente; e gerir a diminuiçãodos recursoa hídricos do continentecontra o subida de condições climáticasmais extremas, deficientes práticas deuso da terra e um rápido crescimentopopulacional.

A gestão da água é responsabilidade detodos - não só do governo - e acapacitação das comunidades para seajudarem a elas próprias é o primeiropasso nesta busca.

A gestão da água é essencial parareduzir o risco de desastresCompreender a influência fundamentalda água e a sua própria gestão é um pré-requisito para o desenvolvimento demedidas de redução do risco dedesastres, especialmente em África comos seus volatéis e imprevisivéispadrões de tempo a médio termo.

Capacitando as comunidades nagestão da água

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Planos regionais de desenvolvimentosustentável de longo termo,suficientemente robustos para resistir asconsequências das cheias e secasrequerem uma compreensão hoolística.Medidas pró-activas para mitigar riscosrelacionados com a água permitirão ascomunidades limitar o impactoinevitavel das cheias e secas no seuambiente, e assim prevení-los dodesenvolvimento de desastres a umaescala maior.

Apesar duma emergente consciência anivel governamental os riscos apartir dedesastres induzidos pela água, umalonga história de pobreza, crescimentopopulacional, falta de infraestrutura,educação deficiente e uma não efectivagestão de recursos faz muitascomunidades progressivamentevulneraveis aos desastres relacionadoscom a água. Este problema é compostopor factores políticos e económicos queforçam os refugiados a migrar das áreasde desastres para as áreas marginaisque, pela sua natureza são maispropensas a riscos de cheias e secas.

Capacitando as comunidades ainiciar as medidas de redução deriscoExiste uma crescente compreensão danecessidade para encorajar um melhorentendimento da população em geral dopapel complexo da água na nossa vidaquotidiana .

Compreender as causas e consequênciasé uma etapa fundamental na capacitaçãodas comunidades a iniciar as suaspróprias medidas de redução do risco.

Em reconhecimento a este factor, o NU/EIRD publicou duas brochuras sobre “Água e Risco em África”: um comoquia comunitário e outro para asescolas – para permitir inculcarconsciência aos alunos sobre os riscosde água.

Muito pode ser feito a nivel da aldeiaAs comunidades não são incapazes deadoptar medidas de redução de riscopara ajudar a arcar os seus mecanismosde sobrevivência aos desastres

relacionados com a água. Existe muitacoisa que pode ser feito a nivel daaldeia; na educação dos liderescomunitários a compreensão dofuncionamento da água, aceitando queeles têm escolha, responsabilidade, erecursos para adoptar medidas pró-activas que resultarão numa significanteredução de riscos que as suascomunidades encaram.

Dando poder as comunidades para setornarem pró-activas e fazer o melhoruso possivel dos seus próprios recursosna redução do risco de desastres comouma importante dimensão económica.O apelo a fundos de emergêncianacional e doadores estrangeiros para aajuda de emergência é minimizado e aajuda pode ser usada para um propósitoútil de médio e longo termodesenvolvimento na fase derecuperação de desastres. Mais dinheiropode então ser canalizado na criação deprojectos de desenvolvimentosustentável e planos de gestão de água,para o benefício de todos.

Enfoque de três eixosEmbora dando-se poder ascomunidades é fundamental caminhar

para a redução dos riscos relacionadosa água, isto deve ser visto como um dostrês eixos do enfoque que necessita deser adoptado:1. apoiando programas governamentais

nacionais de redução do risco dedesastres;

2. iniciando programas regionais queencorajem as autoridades a adoptarpara a gestão de água um enfoquehoolístico; e

3. fornecendo aos líderes locais anecessidade de prevenção einiciativas de mitigação a nívelcomunitário com discernimento nascomplexidades dos riscosrelacionados a água.

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Sr. Ali Warsame Nagheye,Chefe do Departmento de MeteorologiaMinisterio da AgriculturaSomalia

Somália… Caos, desassossego civil,pobreza, perda de sustento, perdatemerária de vida… Ali WarsameNagheye diz que estes não só foramacelerados por falta de mecanismospara a transformação do conflito mastambém de…prontidão para seca eprocessos de mitigação.

Localizado no Corno de África, aSomália tinha uma população de 8milhões dispersada na Diáspora, pelomundo inteiro – como resultado dodesarranjo do sistema governamentalcentral e atrocidades civis destruidorasperpetuadas pelos “senhores da guerra”.Porém, há números desconhecidos queainda permanecem na zona rural e centrosurbanos, a maioria dos quais ainda sãopessoas deslocadas.

A Somália meridional é uma terra baixa,ligeiramente acima do nível de mar, ondeos dois rios principais de Shabelle e Jubajogam um papel central na vida dos seushabitantes. A precipitação é pequena,irregular e altamente impossível depredizer e causa inundações quando vem.Devido a temperaturas muito altas, a taxade evaporação é muito alta e resulta numbaixo balanço de água, dificilmentesuficiente para ambos, o crescimento dasplantas e a e produção de gado.

Perdas volumosas devido a seca todosos anosAs ocorrências de seca na região sãofrequentes com pequenas ocorrências detrês em três anos e grandes ocorrênciasmais longas de cinco em cinco anos.Apesar das comunidades residentesdesenvolverem mecanismos desobrevivência para medir estas secas,perdas volumosas são sofridasanualmente em termos de meios de

sustento e vida. Durante os anos e antesda queda do governo de Siad Bare nosfinais dos anos 80s, processos iniciadospara mitigar as perdas volumosas erampoucass e inadequadas.

Porém, as pessoas desenvolverammecanismos elaborados para estar á alturatais como divisões do rebanho antes daseca e, para uma extensão muito grande.Estes rebanhos migravam para o rio parautilizar a forragem disponível e água.

Conflictos de Fazendeiro-pastorescomuns durante a temporada secaA população da Somalia pode serclassificada de acordo com os seus meiosde sustento: eles são os fazendeiros(24%), pastores (42%) e um terceiroagrupamento que é a dos pescadores ecomerciantes.

Os pastores continuam ganhando a vidamovendo os seus rebanhos de camelos,gado bovino e cabras numa procurainfinita pela água e pasto. Por outro lado,os fazendeiros ocupam-se da produção decolheita e são encontrados dentro dasricas terras aluviais dos rios Shabelle eJuba cuja água é usada para irrigação.

Durante a seca prolongada, pastoresnómadas e fazendeiros normalmente seencontram ao longo das bacias dos riosonde a expedição dos pastores é devido áágua e forragem. Em condições normais,os dois não são amigos e conflitos são

comuns durante a temporada seca. Oscomerciantes e pescadores dificilmente seencontram, excepto onde eles trocam osseus bens ou produtos.

Durante a guerra, pessoas arrombarammuitos quartéis do exército e se armaramcriando uma base assim para asatrocidades que são muito bemconhecidas por todos. A maioria dessesactivamente envolvidos nestes actos deauto-armamento eram pastores. Isto éparcialmente devido a natureza altamentemóvel e militarizada da vida deles. Osfazendeiros geralmente eram as vítimas.

Pastores invadem as terrascultivadas ao longo do rioAnteriormente, quando havia umgoverno central, os pastores nómadas sóvisitavam as áreas fluviais durante atemporada seca apenas para ter acesso aágua e providências domésticas. Elesgeralmente não podiam povoar emredor das áreas fluviais devido á altaprevalência da mosca tsé-tsé bem comotambém aos outros insectosmordedores.

O governo também tinha descentralizadopara eles os serviços de pecuária, fazendoveterinária básica e providenciando outrasdrogas altamente acessíveis e valorosasno interior.

A queda do governo central e a presençadeexércítos ilícitos entre as pessoas

Seca, governação & conflito social naSomália meridional

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altamente móveis teve um pesado númerode baixas na comunidade de agricultoresque perderam as suas colheitas e suasvidas. No processo, os pastores invadiramterras cultivadas ao longo do rio epermitiram que o gado destruísse acolheita para o pasto.

Também havia uma movimentação rural-urbana onde grande parte dascomunidades de agricultura moveu-separa os acampamentos de pessoasdeslocadas em centros urbanos.

A interacção de secas frequentes,ausência de governo central e o conflitocivil aceleraram o desarranjo da harmoniasocial e cultural de pessoas e o seudeclínio em pobreza, aumentando ainsegurança. A disponibilidade excessivae presença de armas pequenas e armasbrancas agravaram profundamente asituação.

Interesses contraditóriosA chegada de pastores nômadas na cenafluvial deu lugar a um choque deinteresses onde o fazendeiro prepara-separa proteger a sua colheita e o pastorestá pronto para morrer pelo seu rebanhopara ter acesso á erva e á água. Estasituação era cíclica e freqüentementeresultava em encontros sangrentos.

A ausência de uma terceira forçaindependente e reguladora que é umgoverno central simplesmente adicionavao inferno. Também há a ausência críticade iniciativas para criar uma consciênciapública e educação ligadas ao potencialde desenvolvimento da área, comotambém mecanismos tradicionais locaispara transformação dos conflitos.

Colapso da governação, lei & ordemA queda do governo central da Somaliaem 1990 significou o desarranjo da lei eda ordem, com um aumentocorrespondente na taxa de crime. O quenão era comum antes (como apropriedade de armas por quaisquerindivíduos) tornou-se comum, resultandona perda do direito de propriedade e vida.Quando a agência coordenadora central(o governo) foi posto em suspensão, aspessoas abraçaram aquilo que elesacharam melhor - o sistema de linhagemde clã cujo o posto central era o chefe da

clã -, valores variando de uma clã paraoutra, e a brecha era até mais larga entreos meios de sustentos. Por exemplo, ofazendeiro teve valores radicalmentediferentes dos do pastor, e o pastor comvalores diferentes dos do pescador, etc.

Na luta pela dominação, clãs individuaisformaram milícias que se armaram comas armas existentes em circulação. Faziamparte destas milícias as pessoas que foramdas forças disciplinadas do regimeanterior. O efeito dos discrepantesexércitos encabeçados por senhores daguerra são muito bem conhecidos portodos e não precisam de nenhumaelaboração.

Apesar de sua notoriedade como umassassino de genocídio de movimentolento, a milícia continua segurando obalanço na religião, equilibrando o apoiocom os interesses individuais e estreitos.

Conflitos sociaisOs efeitos claros da seca e os desarranjosda lei e ordem manifestaram-seprincipalmente no enfraquecimento dobem estar sócio-económico das pessoas.A ausência de prontidão para a seca e oprocesso de mitigação como tambémmecanismos para a transformação doconflito rapidamente conduziu a um caose desassossego civil, pobreza e perda desustento como também perda temeráriade vida. Conflitos sociais surgiram entãoprincipalmente do declínio progressivo nocumprimento da lei, perda insidiosa desustento e erosão de valores dacomunidade que conduziram a umprotocolo anárquico onde interessesindividuais competiam para dominar umou outro.

Problemas actuais que impedem oprogressoProblemas que surgem das situaçõesacima mencionadas e que estãoactualmente impedindo algum progressoincluem os seguintes:

• Deslocamento do local dascomunidades agrícolas

• Baixo nível de produção de comidadevido à migração de fazendeirospara acampamentos de deslocadosnas vilas e cidades

• Nível alto da taxa de criminalidadenas vilas e cidades

• Desnutrição das crianças jovens emães entre as pessoas deslocadas

• Destruição temerária do meioambiente e espécies selvagens

• Destruição de bancos de rio pelospastores para criar acesso fácil dosanimais para a água, o que poderiamudar o curso do rio e causarinundações nos assentamentos e terrasde cultivo.

• Queima de carvão pelos fazendeiros epastores para ganhar a vida

Envolvimento das comunidades anível de base é vitalNa ausência de um corpo reguladorcentral para desenvolver as políticaspara uma gestão sã, para inverter astendências actuais e melhorar os níveisde produção, há uma necessidade desistematizar o estabelecimento deestruturas institucionais a nível dezonas.

Tal medida dirigir-se-á a:• Segurança alimentar em termos de

culturas e produção animal.• Prontidão para a seca, procedimentos

de mitigação e prevenção a nível dacomunidade.

• Saídas de comercialização para osprodutos dos fazendeiros e dospastores.

• Dar o poder e educação áscomunidades que ajudarão ainstitucionalizar sistemas degovernação tradicionais paratransformação dos conflitos. Istotambém ajudará a endereçar assuntosdo meio ambiente à nível dacomunidade e ajudará a re-orientaras possibilidades de meios desustento das populações.

O sucesso de todas as iniciativas acimadescritos está no envolvimento dosmembros da comunidade a nível debase que também se ajusta de perto astendências globais de devolução dopoder.

O envolvimento das comunidades locaisinflûencia o apoio crítico dacomunidade e a boa vontade vão, emtroca, ser cruciais ao sucesso esustentabilidade desejada no projecto.

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Sra. Gina Ziervogel,Programa de mitigação de Desastres paraum modo de vida sustentável,Universidade do Cabo,África do Sul

Foi lançado um projecto de investigaçãoprocurando entender a natureza davulnerabilidade e capacidade de rápidarecuperação do modo de vida rural dascomunidades. Foram escolhidos trêsáreas em três países – Malawi, Zâmbia eÁfrica do sul. As três áreas selecionadasforam repetidas vezes expostas àinsegurança alimentar, impacto da SIDA/HIV e outras ameaças periódicas.

O secretariado do projecto, chamado“UNRAVEL” DESVENDE(compreendendo a vulnerabilidade ecapacidade de recuperação rápida domodo de vida) está baseado naUniversidade da cidade do Cabo,programa da mitigação de desastrespara o modo de vida sustentável queestá colaborando com o grupo deanálises dos sistemas climáticos e oprograma interdisciplinar MPhil sobreSIDA/HIV e sociedade. No Malawiestão envolvidas as equipas daCadecom, Chikwawa, Caritas, Malawi erede de Equidade da Saúde do Malawi.Na África do sul é a Universidade deVenda, Departamento de CiênciasAvançadas de Enfermagem e a ONG“NPHRAI”. Na Zâmbia, a Diocese deMonze e a ONG “Rede do PovoZambiano vivendo com HIV”,coordenam a pesquisa.

Frágil segurança alimentar piora coma crescente variabilidade climáticaAs famílias rurais na África Australvivem com incerteza da sua segurançade modo de vida, vivendo com um altonível de “risco diário”. Estes factoressimplesmente, sequencialmente ecumulativamente aumentam asusceptibilidade das família aos

choques e stresses e assim coloca obem estar da família em risco deameaças tal como o HIV assim como avulnerabilidade aos impactos da SIDA.As famílias, cuja segurança alimentar éfortemente dependente da agricultura –tanto directamente através do cultivo ouindirectamente através dos trabalhossazonais e trabalhos por empreitadas –são particularmente vulneraveis aosimpactos da variabilidade climático,assim como das forças do mercado.No sul de Malawi e Zâmbia assimcomo na provímcia do Limpopo daÁfrica do Sul, a variabilidade climáticatem se reflectido nas condições “back-to-back” cheias e secas exacerbandocondições frágeis de segurançaalimentar.

HIV, segurança alimentar familiar“indissoluvelmente ligados”É reconhecido agora que estãoindissoluvelmente ligados o HIV e asegurança alimentar familiar. A saúdefamiliar comprometida aumenta ainsegurança alimentar doméstica,enquanto a insegurança alimentar e ainsegurança de sustento aumenta aprobabilidade de exposição para o HIVe a vulnerabilidade aos impactos doSIDA. Enquanto a acção de pesquisaimaginativa e epidemiológica começoua identificar padrões de risco largos erelações entre HIV e segurançaalimentar/modo de subsistência,havendo uma necessidade urgente deum estudo adicional para identificar ascondições específicas que estão naspessoas em risco de serem afectadaspor HIV.

Semelhantemente, é crítico identificarpadrões de sustento entre indivíduos efamílias em risco e afectados quearquitectam uma capacidade e poderrápido de recuperação a choquesesperados e tensões.

Tal compreensão é central para mirarmelhor os programas de prevenção e

mitigação na comunidade que, por umlado, endereça um vasto processo deriscos potenciais, e por outro lado, sãosuficientemente diferenciados pararesponder sensivelmente asnecessidades e prioridades familiaresespecíficas.

Que tipos de modos de vida faz aspessoas vulneráveis aos impactosde AIDS…O projeto DESVENDE de pesquisaque, como já mencionou, buscaentender a natureza da vulnerabilidadee poder de recuperação de modos devida rurais das comunidades, seráapoiado por: (1) documentação doschoques múltiplos e stresses que estãonas familias em risco afectadas. (2)monitoramento dos modos comoactualmente são tratados estes choquese stresses positivamente enegativamente, e como estes poderiamser melhor apoiados. Isto ajudará aavaliar o tipo de sistemas de modos desubsistêncis que fazem as pessoas efamílias particularmente vulneráveis oucapazes de recuperar rápidamente como impacto do SIDA.

É esperado que a pesquisa ajudasse aclarificar a dinâmica de modos de vidarurais e o papel da segurança alimentar- particularmente para as famíliasafectadas pelo SIDA. Tambémdestacará como as famílias enfrentam aspequenasgrandes tensões e choques aque são expostos. Isto é crítico paraapoiar os modos de vida rurais, comotalvez isto ajuda a lidar com aspequenas tensões que são tãoimportantes quanto lidar com osgrandes choques.

Os detalhes do que ajuda as famílias -particularmente as afectadas peloSIDA- a sobreviver da maneira maissustentável é uma informação chave quepoderia ajudar com a programação eapoio de sustento adicional.

Cientistas africanos procuram entender a vulnerabilidadee a capacidade de recuperação do modo de vida rural

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Objectivos, metodologias e resultadosdo projecto “Desvende”

ObjectivosIdentificar e documentar “diáriamente” os sinais de perigo e outros primeiros sintomas repentinos e “ascendentes”enfrentados pelas diferentes de famílias em risco afectados durante um curso de um ciclo agrícola (12 meses) emtrês lugares comparativos no Malawi, Zâmbia e Província do Limpopo da África do Sul.Identificar e documentar as respostas sobre o modo de sobrevivência dos indivíduos e famílias que sofrem tais riscose as consequências dessa acção para o bem estar e modo de vida das famílias e comunidadde. Especial atenção éprestada a identificação das diferenças de géneros nas respostas das famílias no modo de vida, especialmente comosão aplicados ás mulheres e adolescentes.Identificar, onde possivel, estas estratégias de modo de vida associados com grande a rápida capacidade derecuperação das famílias aos impactos da SIDA e aquelas que aumentam a vulnerabilidade de perdas devido á SIDA.Identificar onde possivel, mecanismos comunitários e instituicionais que tanto minam ou aumentam as vantagens dasfamílias ao risco, capacidades e actividades.Retornar os conhecimentos gerados pela investigação para melhor sensibilizar programas de cuidados domésticosem andamento e da segurança alimentar ou outros modos de vida salientes nas comunidades participativas.Apoiar a disseminação dos conhecimentos ganhos nas investigações na política e prática atravês da rede deparcerias “partner network” assim como a rede renovada regional e nacional e incorporação em programasacadêmicos formais na redução dos riscos de desastres de HIV/SIDA e sociedades.

MetodologiaEm cada lugar de investigação um investigador será contratado a tempo inteiro para se encarregar do trabalho.Haverá um esforço para comprometer um apoio de um interessado local apartir dos grupos dos cuidados domésticosexistentes e membros da comunidade de seropositivos.Uma vila de cada país foi escolhida. No distrito de Chikwawa, Malawi, Diocese de Monza na Zâmbia e distritoVhembe, África do sul. As vilas foram escolhidas em consultas ás autoridades locais envolvidas em trablhosrelacionados com HIV/SIDA. Em cada vila 20 famílias foram selecionados. Eles compreendem, onde possivel:

· 10 chefes de famílias onde há um membro cronicamente doente ou onde um membro da familia faleceurecentemente devido a uma doença crónica

· 10 chefes de familias que parecem não estarem directasmente afectados pela HIV/SIDA no censo de quenão há nenhum membro cronicamnete doente e nehnum morreu recentemente por uma doença crónica

Uma base de dados está sendo compilada usando uma pesquisa que inclui dados básicos do modo de vida taiscomo antecedentes demográficos dos membros das famílias, informação sobre modo de vida, colheita e produção,gado e outras activas estratégias de modo de vida. Uma secção sobre choques e stress experimentados dentro dasfamílias existentes para documentar a natureza e resposta aos choques e stress. Parte do monitoramento da base dedados inclui uma prespectiva de vida que envolve o mapeamento participatório pela comunidade para identificar ascaracterísticas sociais e físicas preservadas pelos residentes das vilas.

Cada família identificada será visitada todos os 2 meses durante um ano. Estas consultas levarão a encontrarinformacões profundas na consulta das familias nas comunidades selecionadas, assim não é um empreendimentoextrativo mas uma partilha de conhecimento e geração de oportunidades para os envolvidos.

Resultados· um relatório compreensivo das pesquisas será produzido. Este incluirá informação sobre os riscos das

diferentes familias em risco afectados durante o curso de um ciclo agrícola (12 meses).· Estratégias de modos de vida associados a grande capacidade de rápida recuperação das famílias aos

impactos de SIDA, e aquelas que aumentam a vulnerabilidade às perdas por SIDA serão documentados. Istoserá complementado pela informação de choque e stress e que parecem mais susceptiveis aos impactosnegativos.

· Mecanismos comunitários e instituicionais que tanto minam ou aumentam o risco de doenças nas familias,capacidades e actividades serão identificadas.

· O relatório será apoiado por dois artigos acadêmicos de referência.

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Achados a serem incorporados nosprogramas acadêmicos de cuidadose desenvolvimentoHaverá uma ênfase na distribuição dosconhecimentos gerados pelainvestigação nos distritos onde ainvestigação ocorreu.

A equipa de investigação, juntamnetecom o grupo encarregado deactividades de advogacia irãodesenvolver estratégias para integraremdescobertas relevantes nos programas

de cuidados domésticos em andamentoe de segurança alimentar ou deactividades de modo de vida salientadosnas comunidades participantes.

Um esforço será feito para suportar adisseminação dos conhecimentosganhos na investigação dentro daspolíticas e práticas das agênciasimplementadoras.

Consultando a equipa de investigação ea rede de renovação do país (countryrenewal network), a equipa de

advocacia irá desenvolver estratégiasaproriadas ao país para disseminar osconhecimentos gerados pelainvestigação. O que inclui trabalharcom os meios de impressão ouelectrónicos, escritos com materiaisacessiveis e a incorporação dasdescobertas chaves em programasacadêmicos formais na redução do riscode desastres e HIV/SIDA e sociedade.

Maputo, cidade susceptível aacidentes geo-ambientais

Doutor Isidro R. Manuel &Sr. Enoque M. Vicente,Departamento de Geologia,Universidade Eduardo Mondlane, Maputo,Moçambique

As cheias em Moçambique no ano 2000foram um evento noticiado em todo omundo. O que foi relactivamente menosconhecido é o facto de que a cidadecapital, Maputo, foi também muitoafectada. E que Maputo é de facto umacidade com tendência a sofrer acidentesgeo-ambientais.

Os geoacidentes são processosterrestres que são perigosos ao homeme suas propriedades. Nas últimasdécadas, os geo-acidentes são maisreportados no mundo porque asociedade está mais ambientalmenteconsciente e possui as melhores formasde comunicação do que antigamente.Outra razão é que o aumento dapopulação terrestre cria altavulnerabilidade a processos geológicosperigosos.

Maior parte das cidadae e vilasMoçambicanas são vulneráveisEste é o caso da maior parte dascidades e vilas que devido ao seucrescimento populacional e deficiente

planeamento do uso da terra, leva aocorrência da erosão costeira e emforma de ravinas, deslizamento deterras e cheias.

Maputo, a capital de Moçambique, éuma cidade susceptível a acidentesgeo-ambientais devido à sualocalização na costa, às característicasgeológicas, densidade populacional eplaneamento urbano inadequado.

Maputo é uma cidade costeiralocalizada na parte Sul do país entre ascoordenadas 25º 50´ e 26º 10´ S e 32º30´e 32º 40´ E. Ela tem umapopulação de 1,018,938 habitantes comuma densidade de 1,700 hab/km2. Adensidade populacional é quase cincovezes mais do que a sua projecçãoinicial e isto foi causadoprincipalmente pela migração humanadurante a guerra civil de 1976-1992 àprocura de segurança.

O rápido crescimento populacionalcausou um aumento da demanda porterra. A crescente pressão não foiacompanhada pelas melhores práticasde planeamento do espaço urbanolevando à ocorrência de problemasgeo-ambientais. Os principaisproblemas geo-ambientais de Maputosão deslizamentos de terras einstabilidade de taludes, ravinação,erosão costeira e cheias.

Maputo susceptível a geo-acidentesA cidade de Maputo é susceptível aocorrência de geo-acidentes. Osprincipais eventos de geo-acidentes sãodeslizamentos de terra, ravinação,erosão costeira e cheiasDeslizamento de terras é um termogeral usado para um movimentoperceptível a jusante de solo ou rocha.O geo-acidente por deslizamento deterras refere-se à probabilidade de umdeslizamento de terras de uma dadadimensão ocorrer dentro de um períodoespecífico de tempo e dentro de umadada área (Bell, 1998).

Ravinação ocorre principalmente emdepósitos de areias dunaressusceptíveis à erosão hídricasuperficial. A Cidade de Maputo estácercada nas suas margens Este e Sulpor um longo talude de 20 a 50 m dealtura, que limita a zona da praia e oestuário de Maputo. O ângulo dessetalude varia entre os 20 e 40 graus. Oseventos de deslizamento de terras eravinação estão concentrados nestetalude. As ravinas são cortes de 1 a 15m e muito íngremes com as suas facesgeralmente inclinadas 60 graus maslocalmente mais inclinadas (Fig 1).Dezenas destas ravinas podem serencontradas nos arredores da Cidade deMaputo.

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Causas dos deslizamentos de terras,instabilidade de taludes e ravinaçãoA combinação de factores naturais eantropogénicos levaram à ocorrênciados deslizamentos de terras einstabilidade de taludes, e ravinação naCidade de Maputo (Manuel & Vicente,2003).

Em Maputo foram identificadas trêscausas naturais dos deslizamentos deterras e ravinação: precipitaçãopluviométrica, topografia ecaracterísticas geológicas.

Precipitação pluviométrica. Osacidentes de deslizamentos de terras eravinação na Cidade de Maputo estãorelacionados a uma precipitaçãoanormal, intensa e de pouca duraçãoque ocorreu em Fevereiro de 2000 ondeforam registados 400 mm deprecipitação em quatro dias. Estaprecipitação está muito além dos 132mm que é a precipitação média mensaldurante a estação chuvosa (Outubro-Março). Esta chuva saturou o solo dostaludes e a água activou o movimento.A água promove o movimento de duasformas: como um agente activo, elaaumenta o peso do solo porpreenchimento dos poros que antesestavam vazios; a água também diminuia consistência o solo pela redução dacoesão entre as partículas (Coch, 1995).A saturação do solo resultou emdeslizamento de terras e instabilidadede taludes bem como aberturas deravinas profundas.

Topografia (gravidade). A topografia éum dos principais factores que controlao movimento de massas. É sabido quequanto mais íngreme fôr o talude, maiorserá a tendência dos materiaismovimentarem-se à jusante. Atopografia determina também avelocidade da água no talude, que porseu turno, determina o tamanho equantidade dos materiais transportadostalude a baixo. Na Cidade de Maputo, atopografia desenvolveu um papelimportante nos deslizamentos de terrae na erosão por ravinas. De acordo como mapa topográfico da Cidade deMaputo, existe uma diferençatopográfica de até 49 metros entre apraia/estuário com a cidade alta. Estadiferença de altitude, de acordo com omapa geológico de Maputo, constituiuma falha inferida. A diferençatopográfica e o ângulo do taludecontribuiu para o deslizamento de terrase ravinação na Cidade de Maputo.

Características geológicas. Osdeslizamentos de terras e a erosão emforma de ravinas ocorrem na Formaçãoda Ponta Vermelha. Esta formação écomposta por arenitos ferruginosos eareia siltosa vermelha variando deamarela a branca com a profundidade.De acordo com a geologia da área e ascaracterísticas geotécnicas, estes solosdevem permitir uma fácil infiltração daágua às camadas mais baixas. Contudo,devido à falta de coesão dos solos e

com as chuvas torrenciais, a águasaturou o solo e baixou a suaconsistência, causando movimentodevido à influência da gravidade.

Urbanização. A principal causaantropogénica do deslizamento deterras e ravinação que foi identificada éa urbanização. A urbanização emareias dunares reduz a área deinfiltração e percolação, que altera olag time (tempo entre o pico deprecipitação e o pico de fluxosupercificial) nos hidrógrafos. Com aurbanização, a vegetação é removida eas superfícies são pavimentadas. Apavimentação impede que a águapercole no solo, então grande volumede água flui na superfície e à maiorvelocidade em direcção ao mar (Coch,1995). Estas mudanças causadas pelaurbanização reduzem o lag time eaumentam o pico das descargas,aumentando assim o risco deinundação. A rápida urbanização queocorreu não foi acompanhada pelaconstrução de um bom sistema dedrenagem para recolher as águaspluviais. À medida que a água flui nasuperfície (com areias nãoconsolidadas), ela erode e transporta ossedimentos para a Baía de Maputo. Acombinação de factores como ascaracterísticas dos solos e urbanizaçãotornou possível a ocorrência dosdeslizamenos de terras e ravinação.

Erosão costeiraA linha de costa na Cidade de Maputo édinâmica devido ao movimento deareias ou a sua remoção na linha decosta pelas correntes costeiras. Elamovimentou-se dezenas de metros parao continente na últimas décadas emostra sinais claros de erosão costeira.Os sinais são raizes de árvorestotalmente descobertas e paredes deretenção destruídas. As principaiscausas da erosão costeira em Maputosão a subida do nível médio das águasdo mar e uso inadequado da zona dapraia.

Áreas propensas a inundaçõesAlgumas áreas da Cidade de Maputotêm características geológicas quepermitem a acumulação de água,

Fig. 1 – Ravinação na Polana-Caniço, Cidade de Maputo.

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nomeadamente zonas pantanosas ecamadas superficiais arenosas seguidasde camadas argilosas de baixapermeabilidade. Estas camadasargilosas por baixo das camadasarenosas tornam a percolação da águapraticamente impossível. Estas áreastêm sido usadas como áreas residênciaisdesde o tempo colonial. O problema deinundações foi agravado devido aoaumento populacional durante a guerracivil de 1976-1992, sobreocupação daterra e ausência de um pleaneamento deuso de terra. As áreas propensas àinundações são maioritariamenteassentamentos informais.

Flash floods (cheias repentinas)também ocorrem na zona baixa daCidade de Maputo devido a um mau ouausência de um sistema de drenagem,ou a falta de manutenção.

ImpactoOs acidentes geo-ambientais tem umimpacto socio-económico adverso napopulação. Por exemplo, as cheias de2000 em Moçambique, que afectaramtambém Maputo, retardaram o frágilprogresso económico feito em mais deuma década.

Os principais efeitos na Cidade deMaputo causados pelos geo-acidentesacima descritos são:• Destruição de casas e

subsidência de prédios mais altos;• Destruição de infrestruturas básicas

(estradas, sistemas de drenagem e deesgotos, fontes de abastecimentos deágua potável);

• Colapso do sistema de recolha e dedeposição de lixo;

• Aumento na incidência de doençastais como a malária, diareia e cólera;

• Deposição de sedimentos eminfraestruturas básicas (campos defutebol, escolas);

• Deposição de sedimentos vermelhosna zona da praia;

• Deslocamento de centenas defamílias, principalmente as maispobres.

Desafios e o caminho a seguirPara resolver os problemas causadospelos acidentes geo-ambientais naCidade de Maputo, é necessário tomarmedidas integradas de carácter físico esócio económico. Um melhorplaneamento do uso do espaço urbano,sistemas de drenagem com manutençãoregular, cumprimento da legislação euma integração institucional poderiamprevenir a ocorrência de acidentes geo-ambientais na Cidade de Maputo.

A prevenção e gestão de acidentes geo-ambientais deve ser apoiada porinvestigação na área de redução dorisco de acidentes. Uma dasferramentas mais importantes naredução do risco é o desenvolvimentode mapas de risco e de acidentes. ACidade de Maputo não possui estesmapas.

Os tópicos que poderiam ser incluídos,para irem ao encontro das necessidadesdos planeadores urbanos – para alémda básica geologia geral – são ascaracterísticas geológicas dos solos, ascondições de fundação, osdeslizamentos de terras e instabilidadede taludes, inclinação dos taludes,profundidades da rocha mãe,

características hidrogeológicas, aprofundidade do lençol freático, asusceptibilidade à inundações, etc.Cada um destes aspectos podem serapresentados como um tema separadonum mapa temático. Outro elementoimportante é o desenvolvimento deplanos de emergência para os casos deocorrência de desastres.

A redução do risco de desastres devetambém ser integrada nas políticas dealívio à pobreza porque as populaçõesmais pobres são normalmente as quesão mais afectadas pelos acidentes geo-ambientais na Cidade de Maputo.

REFERÊNCIAS:- Bell, F. G. 1998. Environmental

Geology: Principles and Practice.Blackwell Science Ltd. Oxford, U.K.

- Coch, N. K. 1995. Geohazards:Natural and Human. Prentice Hall,New Jersey, U.S.A.

- Manuel, I. R. & Vicente, E. M. 2003.Landslide Hazard in Maputo City: ACombination of Natural andAnthropogenic Factors. AfricaGeoscience Review. Vol. 9, Number 4,413-418 pp.

- Momade, F. J; Ferrara, M. & Oliveira,J. T. 1996. Notícia Explicativa daCarta Geológica 2432 D3 Maputo:Escala 1/50.000. DNG, Maputo,Mozambique.

Para mais informações contacte:

• Isidro R. Manuel at: [email protected]

• Enoque M. Vicente at: [email protected] no Departamento de Geologia,Universidade Eduardo Mondlane, Caixa Postal257, Maputo, Moçambique

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Adaptação da mudança climática eredução do risco de desastre

Sr. David Lesolle,Departamento de Serviços Meteorologicos,Gaborone, Botswana

A adaptação a mudança climática eredução do risco de desastres procurammelhorar a capacidade rápida derecuperação. David Lesolle diz que aadaptação a mudança climáticaperguntará basicamente o queacontecerá se nós para lá formos? masoutra questão importante - para ondequeremos ir? – é perguntado pelaestratégia de redução do risco dedesastres...

O número de pessoas sob o risco dedesastres relacionados com o clima têmparticularmente aumentado em África.Existe também um aumento evidente nonúmero de eventos extremos dascondições atmosféricas variando decheias de muito curta duração a secasde larga escala.

Os desastres relacionados com ascondições atmosféricas são o resultadoda extrema variabilidade do climanatural. A todo o tempo a nossa vida eexistência estão ameaçados por umavaga de calor, uma cheia, ou umatempestade com ventos fortes,tornando-nos vulneráveis porque asestremas condições atmosféricas declimas estão acima das nossasexpectativas.

Mais eventos extremos esperadosSob o aquecimento global e mudançaclimática, existirá mais ocorrências declima e condições atmosféricasextremas. É como um resultado doaquecimento global e mudançaclimática que continuam a testemunharo aumento de perigos relacionados como clima que frequentemente resultamem desastres.

A nível de ecosistemas, as mudançasclimáticas estão largamente sendomanifestadas atravêz da intensidade dosperigos hidro-meteorológicos tal comocheias, deslizamentos de terras, seca,bem como mudanças na resistência ecomposição de espécies etc.

Os desastres naturais relacionados como clima também têm um impactonegativo na segurança alimentar, saúdee outras funções nucleares sócio-económicas.

Emergência da redução dedesastres na década 90Nos anos 90 viu-se a crescentenecessidade de ligar os ganhos e perdasde desenvolvimento á redução do riscode desastres (DRR). O primeiro passosignificante foi a declaração dos anos90 como “A Década Internacional paraa Redução do Desastre Natural”(IDNDR).

Além disso, a Estratégia de Yokoma e oPlano (para um Mundo mais Seguro)viram a necessidade de promover aprevenção como um componenteimportante e essencial dum enfoqueintegrado sobre a redução do risco dedesastres.

No segundo milénio, a Cimeira Mundialsobre Desenvolvimento Sustentável(WSSD) (Johannesburg, África do Sul,2002) realçou a gestão de risco dedesastres como a chave para alcançar aerradicação da pobreza,desenvolvimento social edesenvolvimento sustentável.

Oportunidades, acções princípaispara melhorar a capacidade derápida recuperaçãoExiste muitas oportunidades e acçõesque conduziriam a uma melhorcapacidade de rápida recuperação emelhor abilidade de arcar com os

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perigos relacionados com as condiçõesmeteorológicas. Isto pode ser alcançadoatravêz de:• Fortalecimento da capacidade das

comunidades em gerir e enfrentarcom êxito os desastres relacionadoscom as condições metereológicas.

• Introdução da redução do risco dedesastre dentro do planeamento dedesenvolvimento a nivel dascomunidades e individualmente.

• Compreensão melhorada doproblema que conduz ao aumento davulnerabilidade e aplicação das boaspráticas na prevenção de desastres,na mitigação, reabilitação eadaptação.

Adaptação á mudança climática, e aredução do risco de desastresprocuram melhorar a capacidaderápida de recuperaçãoExistem similaridades na maneira comoos conceitos são aplicados para aadaptação a mudança climática eredução do risco de desastre. Emambos, o príncipal objectivo é aredução do impacto e mitigar ouidentificar oportunidades para aadaptação. Portanto, ambos têm porobjectivo melhorar a capacidade deresistência a pobreza, fome, pressãosócio-económica, etc., e deste modotambém melhorar as abilidades.

É importante melhorar a nossacompreensão de como e quando émelhor para se adaptar. Isto diminuirá anossa vulnerabilidade as extremascondições meteorológicas e reduzirá orisco de desastres.

Existe uma necessidade de formularestratégias de adaptação, fortalecendoos sistemas de aviso prévio eassegurando-se que os sistemas de avisoprévio, comunicam com clareza e atempo, desenvolvendo estratégias deredução de perigo de desastre econstruindo capacidades adaptativas.

Nós precisamos de focalizar epromover a ligação entre pobreza,desastres relacionados as condiçõesmeteorológicas, ambiente edesenvolvimento sustentável. Um passo

necessário é juntar os planosinstitucionais assinados ecomprometidos com estas tarefas. Osperigos relacionados as condiçõesmeteorológicas e a redução de desastresdevem ser consideradossimultaneamente.

Integrando as estratégias deadaptação a mudança climática, e aredução do risco de desastresAs componentes chaves para atingir aadaptação a mudança climática eredução de desastres são: (1) detecçãoda mudança climática, (2) identificaçãodas opções de adaptação para a reduçãode desastres.

A tarefa de integrar as estratégias deadaptação da mudança climática eredução de desastres devem passar arestruturação das actividades existentese programas de desenvolvimento. Avulnerabilidade das comunidades locaise ecosistemas ao aquecimento global emudança climática, e portanto, tambémas habilidades a arcar pelascomunidades devem ser avaliados.

Uma vez tendo sido realizada a avaliaçãoda vulnerabilidade, será necessárioefectuar uma avaliação da habilidade paraarcar com a capacidade de adaptação. Aavaliação da adaptação deve identificare avaliar tecnologias, práticas e opções

políticas necessárias para aumentar assuas capacidades.

A adaptação a mudança climática, ea redução do risco de desastrespartilham desafios e objectivoscomunsOs desafios para a redução do risco dedesastres resultantes da adaptação aoaquecimento global e mudançasclimáticas são similares e os doispartilham objectivos comuns para aredução da pobreza, melhoramento dosmeios de vida e sustentabilidadeambiental.

Enquanto a adaptação a mudançaclimática perguntará basicamente – oque acontecerá se nós formos para lá ?A outra questão importante – paraonde queremos ir ? – são perguntas daestratégia de redução do risco dedesastres. A última pergunta enfatizanuma meta sócio-económica. Elapermanece importante para assegurarque a gestão do risco de desastres sejaintroduzida no processo dedesenvolvimento. O principal alcanceserá a capacidade de recuperação rápidamelhorada, reforço das habilidades,uma redução do impacto das mudançasclimáticas e a contribuição positiva aodesenvolvimento sócio-económico,incluindo níveis de pobreza reduzida.

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O desastre das cheias de 10/11/01 e as correntesde sedimentos de regolito em argél

Prof. Djillali Benouar,Departamento de Engenharia Civil,USTHBArgél, Argelia

Mais de 700 pessoas morrerem, 312ficaram feridas, 116 desaparecidas,cerca de 10000 sem casas – num único...dia em Argel. No dia 10/11/01 de 2001.Um professor da Universidade da Argéliae perito em riscos de desastres urbanosDjillali Benovar conduziu um pequenotrabalho de investigação sobre os danoscausados pelas cheias e correntes desedimentos de regolito.

SumárioPrecipitação excepcionalmente alta(cerca de 262 mm em 24 horas) eventos fortes (120 km/h) assolarampessoas Argél (capital da Argélia) nodia 10/11/01 deixando mais de 714pessoas mortas e pelo menos 312feridas, 116 desapareceram e 10000ficaram sem casa e mais de 1500 casasforam destruídas. As vítimas foramsoterradas debaixo de lama com umaespessura que varia de 2,5 a 10 m,árvores caídas e linhas de energia – oumorreram soterradas nas estradas. Maisde 350 veículos (carros e autocarros)ficaram soterrados com os seuspassageiros. 1000000 m3 de lama foramremovidos no distrito de Argel centralde Bab el Oued. A zona mais afectadaestá localizada na base de uma colinacom cerca de 306m de altura. Osdistritos mais afectados são de BabelOued, Frais Vallon, Triolet (mercado debarracas) e Oued Koriche que foramsubmersos por torrentes e lama ecorrentes de sedimentos de regolito quelevaram tudo ao longo do seu caminhoem direcção ao mar.

A presente investigação apresenta osestragos, discute as causas do desastre,e sugere algumas medidas preventivas

que seriam implementadas antes(depois) do próximo desastre.

IntroduçãoArgel, a capital da Argélia, e as suasimediações têm uma população total deaproximadamente 4 milhões. Argélrepresenta a maior concentraçãoimportante de investimento, instituiçõesdo governo e população no país. Emanos recentes, os riscos de desastresaumentaram devido a superlotaçãodemográfica, falta de planos de uso deterra e construções, infra-estruturas eserviços inadequados e degradaçãoambiental. A topografia da Argél, a sualocalização na zona marginal e a velhavizinhança (casbah) torna difícil deforçar soluções radicais para a maioriados seus problemas. Também por causados padrões de migraçao do campo paraas cidades e da urbanização nãoplaneada. Os decisores precisam deinformação adequada da possível

intensidade propensa a desastres de serpresenciada nas cidades se elesreduzirem a vulnerabilidade dedesastre.

A avaliação oficial do desastre de 10/11/01 em Argél é muito significante.712 pessoas mortas; 115 desaparecidas;311 feridas; mais de 1500 famílias semcasas; 350 veículos destruídos ousoterradas; destruição das infra-estruturas (ruas, crateras com mais de10 metros de diâmetro nas fundações eelementos estruturais, etc.).

Localização físicaBab el Oued.A zona mais afectada de Babel Oued, eas suas vizinhanças é constituída porvárias bacias hidrogáficas recebendotoda a chuva numa densa redehidrográfica constituida por numerososafluentes que, quando convergemconstituem o oued (pequeno rio, riacho

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Distribução dos varios riachos pelas zonas afectadas

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em árabe). Em Argél, há cerca de 11oueds (riachos) ameaçando esta parteda capital. E todos eles encontram-seem Bab el Oued (foz do rio em árabe)como mostrado na figura 1.A bacia hidrográfica de Oued Koriche.Oued Koriche, cuja a sua fonte é ooued Ben Lezzehai no lado sul domonte Bouzareah à uma altitude de395m, é uma bacia de 10 km2. O talvegprincipal tem 7 km de comprimento. Arede hidrográfica consiste de 4 oueds(riachos) tributários com algumaextensão ao oued Koriche que está dolado esquerdo da bacia. A báciahidrográfica de 10km2 do oued Koricheé compacta e muito inclinada (altitudemáxima 355m e mínima de 1m) o quefavorece a drenagem rápida da água. Ooued principal, no qual construiu-se o“Chavalley-Triolet express motorway”,recebe todas as águas dos flancos e tem7 m de comprimento.

A urbanização atingiu as duas encostasnos últimos anos causandodeflorestação por causa da chuvatorrencial, a camada superficial do solofoi levado pela corrente de sedimentode regolito “debris flow” que geroutorrentes de lama. O banco da encostadireita está quase urbanizado natotalidade.

Aspectos meteorológicos do eventoNa noite de 9/11/01, chuvas pesadas efortes ventos afectaram muitas áreas donorte e oeste da Argélia, causandosituações de desastre à muita populaçãocom perdas consideráveis humanas egrandes destruições de propriedades. Aprecipitação no dia 9/11/01 na parteurbana de Argél foi excepcional.Observação da estação meteorológicanas zonas afectadas indicouexcepcionalmente quantidades largas(em 24 horas) que nunca tinham sidoobservadas desde que a estação tornou-se operacional há 100 anos.

De facto, as observações foram feitasem três estações de observação naszonas afectadas: Bouzareah ao cimo dacidade de Argél a uma altitude de 344metros, Cabo Caxine (23 de metros daestação de Bouzareah) e o porto deArgél a uma altitude de 3 metros. As

sequintes quantidades de chuva foramobservadas.

Cheias, correntes de sedimentos deregolito e deslisamentos de terraNa quarta-feira 14 de Novembro,trabalhadores de salvamento disseramque o seu dificil trabalho foraembaraçado por falta de acesso as áreasafectadas no districto densamentepovoado, onde muitas estradas aindaestão bloqueadas pela corrente desedimentos de regolito “debris flow” elama. Buldozers e outros veículos quepuderam ter acesso tentaram cavar 3 –10m de lama e sedimentos de regolito.Equipas de saúde foram enviadas aoslocais afectados para analisar aqualidade da água e prevenir a inclusãode doenças causadas pela água. Asautoridades públicas temiam que oscorpos putrificados e soterrados nalama poderiam aumentar o risco dedoenças. As cheias em Fraos Valleyterminaram a 1h 45min. Em Triolet, aágua atingiu o nível de 22.45m e umavelocidade de 6.47 m/s e as cheiasduraram mais de 2 horas, em OuedKoriche onde todas as águas seacumularam e teve alta taxa de fluxo,níveis de água atingiram máximos de2.45m à um fluxo máximo de 730 m2/se uma contribuição de 2 600 000 m3.Foi estimado que cerca de 800 000 m3

de sedimentos de regolito foramlevados pela água.

Danos causadosDanos severos foram infligidos nasruas, casas, escolas, portos, pontes eveículos. Nas zonas circunvizinhas deArgél alcançadas, desfizeram-se ossistemas de fornecimento de gás, água eelectricidade. Muitas pessoas tambémforam levadas pelas correntes de águaque agiam como rios.

Em Bab el Oued, 61,5% dasresidências, estimadas por peritos,foram destruídas. Bab el Oued foi odistrito mais afectado em termos dedanos. Isto é devido a densidade dehabitantes e a sua localizaçãogeográfica.

Unidades de casas classificadas pelosperitos como “verdes” do nível (as quenão sofreram danos) contamaproximadamente 7 % isto é 65 casasem 896. como a unidade “verde 1”parece insignificante e sem efeitosignificante nas decisões, olhou-se maisnas unidades de casas que sofreramdanos, nomeadamente aquelas que seclassificaram em “verde 2”, “laranja” e“vermelho”. No distrito Bab el Ouedunidades quase de 1 de cada 5 casas(18,9%) de apartamentos de prédiossofreram danos.

O número de casas demolidas foi de 543unidades, que é comparável com aquelasque sofreram poucos danos. Em relaçãoas unidades de casas “vermelhas”números no distrito de Bab el Oued

Bouzareah 344 129.2 132.4

Cape Caxine 23 0 262.2 262.2 262.2

Port 3 26.9 72.0 109.0 109.0

ESTAÇÃO ALTITUDE (em metros)

PRECIPITAÇÃO (em mm)

Das 06 h 00 em 9 deNovembroDas 06 h 00 de 10 deNovembro

Das 06 h 00 ás 18 h 00 de10 Novembro

Das 06 h 00ás 18 h 00

Das 18 h 00ás 06 h 00

Das 06 h 00ás 12 h 00

Das 12 h 00ás 18 h 00

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sózinho era igual a todos os distritosafectados postos juntos.

Residências classificadas como “laranja”no distrito de Bab el Oued 57,8 % (1531unidades) enquanto que noutros distritoso seu total não atinge 10 % do total dosapartamentos de prédios (excepto odistrito de Rais Hamidou onde é10,7%).

Salienta-se na estatística que o númerode “duras” residências classificadascomo “vermelha” em Bab el Oued erade 542 unidades contra 193 noutros 5distritos afectados. Inversamente todasas residências precárias classificadascomo “vermelha” foram encontradassomente em 5 distritos. Primeirasestimativas de danos na cidade de Argélindica uma quantidade de cerca de 50biliões de dinnares Argelinos (0,65biliões de US dolares).

Causas dos desastresUm desastre de tal magnitude não podeter uma simples causa. Édefinitivamente resultado de váriasfalhas. Primeiro é o fraco sistema deprevenção. Isto pode ser confirmadopela lista de perdas humanas: muitasdelas não eram residentes das zonasafectadas, elas eram não-residentes. Umnúmero significante de perecidos eramresidentes de outras zonas afectadas quevieram á escola ou para trabalhar. Éclaro, que se o sistema de aviso prévioestivesse disponível, poderia ter-sedefinitivamente reduzidoconsideravelmente o número de perdas.

Depois vem a precipitaçãoexcepcionalmente forte. Contudo, não éassim tanto, 211 mm de precipitação em36 horas (245 mm em 48 horas) comotal mas o pico em termos de intensidadede precipitação pode explicar o queocorreu. Para esses picos emintensidade de precipitação nunca antesobservado desde 1935 (de acordo coma ONM). Poderia ser adicionado áinclinação das encostas da topografiadas zonas afectadas. É também claroque o inadequado estado dos váriosesgotos e sistemas sanitários pioraram osistema, mas certamente não tanto comoa imprensa e o público reclamou. Defacto, se os esgotos e sistemas

sanitários não funcionarempropriamente como esperado, isso é porcausa provavelmente das suascondições terem deteroadoprofundamente depois da primeiraprecipitação forte.

Já afectados por chuvasexcepcionalmente fortes, suascapacidades enfraqueceramconsideravelmente por vários elementossólidos lavados pela água e que osbloqueou (grande quantidade de solos eborrachas de todos os tipos incluindouma boa quantidade deixada pelaspessoas, materiais escavados, materiaisde construção, entulho dos trabalhos dedemolição, solos erodidos através dadeflorestação restos de veículos, decamiões, de autocarroas, árvores, linhasde energia, postes eléctricos,deslizamentos causados pela força daságuas). A lama também teve um papelagravador.

Quantidade de solos fechou na partesubterrânea transformando água emcorrentes de sedimentos de regolitos,assim multiplicando aproximadamentepor 2 o seu volume e aumentando osseus impactos em vários obstáculos aolongo do seu caminho. Outro factor é aurbanização caótica que prevalece naszonas afectadas como resultado dapassividade dos governantes locais: os

cidadãos podiam e podem construirqualquer estrutura em qualquer lugar.

Gestão de desastre durante o eventoOs principais corpos envolvidos emrespostas de desastres foram aprotecção civil Nacional, o exército, asociedade vermelha crescente,departamento de saúde e sanidade eforças de segurança. A sociedade civiltambém jogou um papel directo e vitalnas operações de salvamento e nofornecimento de abrigos temporáriosaos afectados pelo desastre.

O chefe do governo delegou ogovernador de Argél para a supervisãodas operações de alívios nas zonasafectadas contudo, o governadorpareceu estar dominado pela magnitudedo evento (perdas e danos) e recursosdeplorados que ele não pode controlar.Como resultado, a fraqueza nasincronização salientou-se durante asoperações de alívio, seguido daconfusão total que durou mais de 10dias depois do evento. Fracacoordenação também prevaleceuatravés das equipas de salvamento:como um resultado de ordens diferentesrecebidas de diferentes decisores.Apesar dos recursos deploráveis daprotecção civil nacional, serviços desegurança, o exército e vários

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ministérios governamentais, a gestão dedesastres – que o governador de Argélfoi encarregado – foi caracterizado porgrande ineficiência. O exército queesteve presente nas zonas afectadasdesde a tarde de 10/11/01, mobilizou2000 homens equipados com veículospesados e material para limpar asavenidas de debris e reabri-las. Como30 escolas tornaram-se emacomodações das famílias desalojadas,mais de 637 famílias foramacomodados nas escolas de comunas deBab el Oued e Bouzareah. É de notar senotar que 24 escolas foram tambémseriamente danificadas.

Conclusões e recomendaçõesEmbora a torrente de sedimentos deregolito tenha causado sérios desastresem muitas montanhas em todo omundo, eles ainda não sãocompletamente entendidos e predize-losainda não é possível. Investigaçõesdetalhadas e estudos são aindanecessários em vários lugares e sobdiferentes condições.

Mesmo assim o factor principal quecausou o desastre de Argél foi climático– precipitação excepcionalmente forte ede alta intensidade, havia outrosfactores contribuintes, alguns de quaiseram inevitáveis, mas alguns poderiamter sido controlados ou previstos. Ofactor principal na origem dos desastresde 10/11/01 podem ser atribuídos a 4principais razões, dentre outros:

1. chuvas torrenciais e fortes namaior parte da área.

2. presença de lugares nas encostassem cobertura vegetal e seriamentealterada por auto construções.

3. urbanização caótica (margens,bancos dos riachos urbanizadas);

4. drenagem de água não operacional(sistema de esgotos semmanutenção)

Avaliação dos peritos nas zonasafectadas indica 4278 casas destruídas,incluindo 3421 classificados como

vermelhas ou “laranja”. 80% deestruturas chamados “duras” contam-seem 7,8% (3325 unidades) e são muitasno distrito Bab el Oued que foramseveramente afectados não somente porcausa da sua localização geográfica emtodas a zonas mas também dascondições das suas construções.

Habitações precárias foram afectadasem outros distritos afectados, mas emBab el Oued eram velhas estruturas,arruinadas e pobremente mantidas, quesofreram muito mal com as condiçõesatmosféricas do dia 10/11/01. Seriaapropriado referir que não é aintensidade do mau tempo que causoutodos os estragos, é a condição daestrutura geral e localização do distrito.

Para evitar desastres desta magnitudeno futuro, é importante que passossejam dados para assegurar queestruturas sejam menos vulneráveis eque os residentes sejam avisados dasituação a tempo, por exemplo:• encarregar-se de avaliar a

vulnerabilidade das estruturas

existentes e, quando necessário,reparando e reforçando-as

• estabelecendo uma política demanutenção para as estruturas deinteresse público

• estabelecendo um quadro geral deregulamentos para encorajarproprietários privados a investir namanutenção das propriedades

• fazendo valer os planos das cidadese códigos de construções

• estabelecendo uma estratégianacional para a gestão dos maioresriscos através de um corpointegrado permanente no aparelhodo governo.

Para mais informação contacte por favor :Prof. Djillali BenouarFaculdade de Engenharia Civil,USTHBBP 32 El’Alia, Bab Ezzouar,Argel 16 111 - ArgéliaE-mail: [email protected]

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Sr. Ahmed Mohamed Madar,Ponto focal da EIRD da,República do Djibouti

Um seminário sobre a « Criação eAplicação de Informação de Clima,Produtos e Serviços para Prontidão deDesastres e DesenvolvimentoSustentável» aconteceu a 17 deFevereiro no Djibouti. O seminário foiconjuntamente organizado peloDepartamento de Meteorologia doDjibouti, Aeroporto Internacional, e aUnidade de Gestão de Desastres doMinistério do Interior e daDescentralização.

Entre muitos participantes estiveram oSecretário Permanente do Ministério doInterior; O Chefe da Divisão deMeteorologia, Sr. Osman Saad Said; oDirector da Unidade Gestão deDesastres do Ministério Interior e oCoordenador Nacional da Plataformado NU/EIRD, Mr Ahmed MohamedMadar; e membros da plataformanacional do NU/EIRD. O seminário foicompletamente financiado pela USAIDe a Organização MeteorológicaMundial, WMO.

Uso de informação de clima,proveitos em vários campos,Durante o seminário, peritos nacionaisfizeram um resumo aos participantessobre as várias consultas feitas noscampos da agricultura, gestão dedesastres naturais e prevenção, clima esaúde, e o papel dos meios deinformação.

Discursando no seminário, o Sr. OsmanSaad Said, Chefe do Departamento deMeteorologia, agradeceu ao governo deDjibouti, IGAD (Autoridade Inter-governativa em Desenvolvimento–umaorganização sub-regional cujos ossócios são os países africanos da ÁfricaOriental e Corno de África) e Centro de

Monitoramento de Secas–Nairobi(DMCN–agora denominado IGADCentro do Clima Previsão e Aplicação,ICPAC).

O Sr. Osman Saad Said disse que oseminário era em primeiro lugar umaplataforma para os peritos nacionaisexpressarem e demonstrarem o uso dainformação meteorológica e de climanos seus respectivos sectores deatividade no que respeita a prontidão egestão de desastres.

Actividades meteorológicas datamdesde… 1901Por sua parte, o DepartamentoMeteorológico do Djibouti (doAeroporto Internacional do Djibouti)informou os participantes que asprimeiras actividades meteorológicasno país aconteceram em 1901 eacrescentou que a rede nacional demonitoramento do clima « de

interesse local » era composto de 5estações distribuidas por todo o paísem 1948.

Registos disponíveis no Departamentode Meteorologia mostram que os dadosforam reunidos por funcionários nosdistritos não litorais, pessoal doexército e, às vezes voluntários (querecebiam pequenas mesadas). Porém,hoje, graças ao Aeroporto Internacionaldo Djibouti, o Departamento deMeteorologia do Djibouti pôde fazeralgumas melhorias – à custa de outrossectores de aplicação como agricultura,hidrologia, veterinária, saúde, etc.

Emergiu do seminário que oDepartamento de Meteorologia doDjibouti desempenhou um papelimportante no fornecimento de todos osprodutos meteorológicos disponíveis nopaís, isto é previsões de tempo do mar,análises climatológicas e previsõessazonais.

DJIBOUTI: os Peritos, os membros da plataformada NU/EIRD discutem uso de informação do clima

Sr. Osman Saad Said, Chefe do Departamento de Meteorologia, Djibouti

Plataforma Nacional do NU/EIRD África em Acção

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30 Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 1Edição, Abril 2004

MADAGÁSCAR: Plataforma Nacional da EIRD contribuipara reabilitação da destruição pelo cicloneNU/EIRD África,Nairobe, Quénia

A recentemente formada NU/EIRD,Plataforma Nacional de Madagáscarembarcou em trabalhos de reabilitaçãoda destruição pelo ciclone, seguindo adestruição por ciclone excepcionalmente séria, sentida pela Ilha doOceano Índico fora da costa deMoçambique.

Nos finais de Janeiro/princípios deFevereiro e princípios de Março desteano, Madagáscar propensa a ciclonesfoi outra vez atingida, desta vez pordois ciclones sucessivos. UN/OCHA(Gabinete para Coordenação deAssuntos Humanitários) disse que emadição ás perdas económicas edestruição de outros materiais, ociclone Elita deixou de 26 de Janeiro a4 de Fevereiro cerca de 29 pessoas,outras 100 feridas e mais de 44,000pessoas sem abrigo; e o ciclone Galifodeixou no dia 7 de Março 74 pessoasmortas e mais de 700,000 afectados.

Inicialmente o objectivo principal1 daPlataforma Nacional da NU/EIRD,estabelecida nos meados de Julho de2003 sob o nome de Plate-formenationale des intervenants en gestiondes risques et des catastrophes(Plataforma Nacional para o Risco deDesastres e Gestão de Desastres)PNIGRC, não incluía a reabilitação dodesastre. Contudo, a seriedade dadestruição causada pelos dois ciclonesrecentes, obrigou os membros daplataforma a agir.

O membro da plataforma CARE-Madagáscar está por exemplo a lidarcom trabalhos de reabilitação (ruas,edifícios governamentais,infraestruturas de saúde) a este deMadagáscar. Outro membro daplataforma CRS (Catholic ReliefServices- Serviços de Alívio Católicos),está também activo na parte norte e

oeste do país. O Ministério daAgricultura, também membro daplataforma, está levando a cabo uminquérito/avaliação da destruição naagricultura pelo ciclone.

Os membros da plataforma nacional daNU/EIRD, continuam a levar a caboreuniões semanais para se ver “quemdeve fazer o quê” e desenvolverpropostas de projectos relacionadoscom os ciclones a serem submetidos aosdoadores.

Entretando, forçados pela destruiçãopelo ciclone excepcionalmente enorme,o Gabinete do Presidente (tambémmembro da Plataforma Nacional daISDR) está a examinar oestabelecimento rápido do Bureaunational de gestion des risques et descatastrophes (Gabinete Nacional para oRisco de Desastres e Gestão deDesastres), BNGRC1, alinhado com aLei de Gestão do Risco de Desastres doPaís, votada unanimemente peloParlamento em meados de Julho de2003.

“A liderança actual Malgaxe, toma agestão do risco de desastres muito asério. Realmente pretende fazer cumprircompletamente - a Estratégia Nacional

para a Gestão do Risco de Desastres dopaís, especialmente á luz da destruiçãopelo ciclone corrente”, disse a SenhoraGina Rakotoarimanana, pessoa decontacto da NU/EIRD no país.

Na movimentação actual paraestabelecer o Bureau national degestion des risques et des catastrophes(Gabinete Nacional para o Risco deDesastres e Gestão do Desastres), aPlataforma Nacional da NU/EIRD,pediu ao Gabinete do Presidente paraorganizar uma sessão de um dia para ageração de ideias com todosinteressados afim de discutir a questão,antes que uma decisão final sejatomada.

De notar que em um único ano - em2003, Madagáscar desenvolveu umaEstratégia Nacional para a Gestão doRisco de Desastres uma Lei de gestãode Desastres, um Plano Nacional para aGestão do Risco de Desastres e umaPlataforma Nacional da NU/EIRD.

Madagáscar é também um dosprimeiros países Africanos a incorporara gestão do risco de desastres nos seusRelatórios da Estratégia de Redução daPobreza.

Plataforma Nacional do NU/EIRD África em Acção

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Redução de Desastres em África -EIRD Informes, 1Edição, Abril 2004 31

NU/EIRD África,Nairobe, Quénia

A erupção vulcânica tem sido temidanas Comores desde setembro de 2003.Uma equipa das Nações Unidas foienviada de urgência. A equipa encorajouno avanço do estabelecimento dumaplataforma nacional para a redução dedesastres ...

Um seminário nacional sobre “Capacitação nacional para a gestão dedesastres e estabelecimento dumaplataforma nacional de redução dedesastres” realizou-se na capital dasComores, Moroni, nos dias 4 e 5 deDezembro de 2003. Na base dosconsensos alcançados durante a anteriormissão da equipa das Nações Unidas áscomores, o seminário foi organizadopelo sistema das Nações Unidas com oapoio técnico e financeiro do NU/EIRDAfrica .

O semiário foi assistido por 35participantes do Governo Central,autoridades das Ilhas Autónomas, asociedade civil, o sector privado eoutros indivíduos que operam no campoda coordenação, prevenção e gestão dedesastres nas várias áreas do sectorpúblico e privado.

A missão anterior das Nações Unidas,solicitada pelo Governo das Comores erepresentado pelos funcionários daOCHA (Escritórios para a Coordenaçãodos Negócios Humanitários) e da WFP(Programa Mundial da Alimentação),visitaram o país de 7 a 14 de Setembrode 2003. Emergiu da missão dasNações Unidas que uma plataformanacional da NU/EIRD tinha que serestabelecida como ponto focal para acoordenação da gestão do risco dedesastres no país.

COMORES : Plataforma Nacional daEIRD estabelecida

Uma erupção vulcânica iminenteÉ de anotar que as crises sísmicas, queocorreram desde janeiro de 2003,atingiram o seu ponto mais alto emAgosto-Setembro de 2003, anunciando,de algum modo, que uma erupçãovulcânica estava eminente. Isto impeliuo Ministério da Defesa e SegurançaTerritorial das Comores a tambémprocurar o estabelecimento de umaplataforma nacional da NU/EIRD paraa redução de desastres dum país quealém de mais é propenso a desastres.

Realmente, os cidadãos das comores jáexperimentaram desastres causadospelos ciclones, ameaças de erupçãovulcânica do vulcão Karthala eepidemias desde a independência dopaís em 1975. Os desastres tiveramconsiderável impacto na vida e modo desubsistência das pessoas e também na jáfraca economia do país.

Como o Governo das Comores, amissão das Nações Unidas acimamencionada e as ONG’s locais tiverammuito interesse em trabalhar juntos e

promover uma sinergia para fortalecer agestão de desastres no país, a NU/EIRD Africa resolveu unir-se a estesesforços. Por este motivo, a realizaçãodo seminário nacional nos dias 4 e 5 deDezembro de 2003 e o estabelecimentodo seminário nacional da NU/EIRDdurante o seminário.

Objectivos do seminário, esforçosdas Comores e das Nações Unidas Os objectivos da união dos esforçosdecorrentes do sistema das NaçõesUnidas e do Governo das Comores éajudar o Governo das Comores amelhorar a sua capacidade e habilidadesna (1) coordenação de redução dedesastres, (2) o fornecimento dosnecessários conhecimentos ehabilidades em gestão de desastres, (3)rede com várias instituições envolvidasna gestão de desastres.

O objectivo principal do seminárionacional nos dias 4 e 5 de Dezembro de2003, era de fortalecer as capacidades ehabilidades nacionais sobre a resposta e

Plataforma Nacional do NU/EIRD África em Acção

Participantes do seminário

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prevenção de desastres por um lado ecoordenação por outro.

O seminário iniciou com discursosformais (veja o quadro com o discursode encerramento do Ministro daDefesa) seguido por um numero deapresentações. A primeira apresentaçãofeita pelo Sr. Hamidou Soule doObservatório de Karthala, foi sobre a“Situação actual dos DesastresNaturais, Desastres e Riscos nasComores”. A segunda apresentação feitapor Maj Salimou Mohamed Amiri,sobre “Estado geral das dificuldadesexistentes e os desafios futuros dagestão de risco nas Comores”. Aterceira e última apresentação feita porNoro Rakotondrandria do NU/EIRDAfrica (baseado em Nairobe), foi sobre“Estratégia Internacional de Redução deDesastres” (EIRD).

As apresentações foram seguidas pordiscussões sobre as lacunas existentes

em gestão de risco de desastres no paíse suas causas.

RecomendaçõesNo fim dos dois dias de acção, osparticipantes emitiram as sequintesrecomendações sobre a gestão dedesastres em geral:

• Estabelecer imediatamenteinstituições relevantes e numquadro geral legal: instalação doConselho Nacional de Gestão deDesastres.

• Desenvolver uma boa políticanacional de prevenção de desastrescobrindo estruturas relevantes a sercolocadas no lugar.

• Introduzir o conhecimento dosdesastres naturais nos currículos daescola primária, e recorrer ao cleroe outras estruturas religiosas e asnovas tecnologias de informaçãopara o conhecimento e

consciencialização sobre osdesastres naturais.

• Identificar as potencialidadeslocais e fortalecer a prevenção,recepção e tratamento decapacidades. Optimizar asoperações militares, usando-aspara a proteção civil.

• Identificar estudos sectoriaisexistentes, actualizá-las ecomplementá-las.

• Criar ou fortalecer parceriasregionais e internacionais, e apelara cooperação internacional paramelhorar as infraestruturas.

É de notar que os participantes tambémfizeram recomendações para quatrotipos de desastres (desastres clássicos,biológicos, geofísicos emeteorológicos).

Plataforma Nacional do NU/EIRD África em Acção

Oficiais participando na cerimónia de encerramentoSua Excelência Presidente da União das Comores e Ministro da Defesa esegurança Territorial Sr. Hama Mmadi Boleroolero

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Redução de Desastres em África -EIRD Informes, 1Edição, Abril 2004 33

Seminário nacionalem Capacitação nacional para a gestão de desastres

e o estabelecimento de uma plataforma nacional de NU/EIRD4-5 de Dezembro de 2003, Moroni, Comores

Discurso de encerramento de sua Excellencia Ministro da Defesa e segurança TerritorialSr. Hama Mmadi Boleroolero

e Presidente da União de Coordenação nacional de Alívio das Comores

Sua Excelência Presidente da União das Comores,Ilustres Vice-presidentes da União das Comores,Ilustres Ministros,Honrado o Grande líder religioso,Queridos Representantes do Corpo Diplomático eOrganizações Internacionais,Querido Representante do Sistema de Nações Unidas,Querido Representante do Escritório de África da ONUpara a Estratégia Internacional para Redução de Desastres,Queridos Representantes da Sociedade Civil e NGOs,

Queridos participantes,Senhoras e senhores,Vocês estiveram a discutir durante dois dias acerca daProteção Civil que é um assunto muito importante efascinante.Eu lembro-me que a 2 de julho deste ano, muitos de vocêstrabalharam duro nesta mesma jurisdição, emRepresentação Nacional do povo, sobre o futuro da defesae segurança de nosso país, das pessoas e das suaspropriedades. Vocês discutiram longamente ecompletamente sobre um leque de assuntos relativos àdefesa e segurança da União das Comores. E vocêsalcançaram a seguinte conclusão: que o tempo presente écrítico porque depois de 28 anos de independência – comos seus altos e baixos, as pessoas das Comores resolveramproporcionar o Aparelho do Estado com um quadro geralinstituicional novo. Vocês seguramente concordarãocomigo que tal quadro geral institucional novo, terádefinitivamente um impacto em cada aspecto da vidainstitucional do país.

Vocês também pediram para que todas as instituiçõesestipuladas na nova Constituição das Comores a funcionarsem demora adicional. E vocês também expressarampreocupação sobre as responsabilidades, ou deveres reais emissões do Estado: que levando a cabo estes deveres emissões não deveriam ser demorados nem deveriam serquestionados, especialmente quando questionado oudiscutidos longamente sobre eles aparecem bastanteinfrutíferos.

Estes deveres e missões que eu me estou a referir estãosobre a defesa das nossas fronteiras comuns. Estesdeveres e missões caem muito claramente debaixo dasoberania do Estado e a segurança de nosso território, e,até onde meu Ministério está preocupado, a proteção daspessoas contra os desastres naturais. Este seminário que nós encerraremos dentro de algunsminutos, é só a implementação de algumas propostassubmetidas ao Governo em julho sobre o acimamencionado Seminário de 2003. E estas propostas, oGoverno as entregou, sem qualquer demora, ao Presidenteda República.

Senhoras e senhores,Assim, para dar expressão concreta a estas propostas, oChefe de Estado deu-nos instruções rígidas para contactaros nossos parceiros. Então o Sistema de Nações Unidasnas Comores respondeu positivamente ao nosso pedidopara a realização dum seminário nacional em capacitaçãonacional e gestão de desastres naturais.Durante o presente seminário, procedimentos da comissãopermitiram os participantes de observar que naqueleespaço de tempo houve discussões muito sérias sobreProteção Civil. Comissão N° 1 discutiu em “Comoprevenir e preparar contra os desastres naturais”, eComissão N° 2 em “Como gerir ou coordenar recursos deforma que numa situação de desastres naturais podiriamser dirigidos a proteção das pessoas e das suaspropriedades”.

Prevenir e preparar contra desastres naturais do tipoclássico–como acidentes de transporte e derramamentosde óleo, os desastres do tipo biológico como epidemias decólera, desastres do tipo hidrometeorológicos como seca,incêndios, ciclones e inundações, e desastres do tipogeofísico como a erupção vulcânica. A Comissão N° 1identificou em primeiro lugar as seguintes negligências efracassos: falta dum quadro legal apropriado, falta debarulho inclusive sensibilização e canais de informação, efalta de material e recursos humanos.

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Comissão N° 1 acredita, e ninguém negará isto, que ainstabilidade quase permanente do nosso país, legislação anticnada e o facto de nós não termos uma política eestratégia de prevenção geral são os factores cruciais, se nãoas causas principais da situação actual alarmante.

Para endereçar e erradicar estas negligências, sugestiona aComissão “algumas acções urgentes por causa de uma gestãode desastres crescentemente efectiva”, acções urgentesapontaram na adopção e actualização de alguns textos legais etransformá-los num quadro geral institucional inclusivo epermanente; desenvolvendo uma informação eficiente epolítica de sensibilização que envolve consideravelmente aimprensa de forma a que a população inteira, ao longo de todoo território seja coberta; tomando em conta a participação dascomunidades da aldeia e fortalecendo isto - como eles são oprimeiros interessados – para permitir lhes o tratamento dealgumas situações preliminares e informar operações de alívioprofissionais sem qualquer demora; avaliando os meiosexistentes; e fortalecendo as capacidades humanas, materiais einstitucionais.

Senhoras e senhores,Concordemos com a Comissão N° 1 que o primeirocomponente de prevenção e prontidão de desastres naturais éo desenvolvimento de uma política de prevenção nacional boacom estruturas legais apropriadas. As tarefas de tais estruturasseriam desenvolver um plano de coordenação realista queemparelha recursos disponíveis e fortalece a nossa sociedadea níveis regionais e internacionais.

Por último mas não menos, a Comissão N° 1 já acentuou anecessidade urgente duma estreita cooperação sincera entre aDirecção Nacional de Proteção Civil e todas as outrasestruturas colocadas - por exemplo, na luta contra asepidemias das doenças principais ou prevenção do ciclone -,como já é o caso com a Direção Nacional de Meteorologia.

Tal cooperação já permitirá aqueles que estão em serviço dedirectamente localizar essas áreas que provávelmente serãoafectadas pelos desastres naturais, e também estabelecer assuas características. Tais áreas seriam, por exemplo, Anjouane ilhas de Moheli para as inundações, ou ilha dos Grandes-Comores para erupção vulcânica e secas.

A estas recomendações pode ser adicionado odesenvolvimento de uma urbanização e política de habitaçãocoerente contra a superlotação de pessoas que, no caso deincêndio, praticamente impede de chegar a algumas casas.

Comissão N° 2, por sua parte, examinou o assunto de comoestabelecer uma Plataforma Nacional para Redução deDesastres Naturais. É de observar que as duas Comissõesidentificaram os mesmos factores para explicar asnegligências que nós estamos experimentando no país nocampo da prevenção de desastres naturais e gestão.

Para a Comissão N° 2, a falta de sensibilizaçãoinspirada por tradições locais é um elemento a serconsiderado quando se desenvolver a plataformanacional. Também, por causa da falta de recursoshumanos e duma gestão desorganizada, o país, estevepor muito tempo fechado quanto a desastres - até aoanúncio de alerta errado por ingenuidade da erupçãovulcânica de Karthala.

E discutindo sobre as princípais componentes para odesenvolvimento de uma plataforma nacional, aComissão N° 2 chegou a algumas conclusões erecomendou várias acções urgentes: que o novo quadrogeral institucional seja estabelecido e implementadocompletamente; que os conhecimentos de redução dedesastres sejam introduzidos nos currículos escolares -de nível primário; que os líderes religiosos sejamenvolvidos activamente nas actividades deconsciêncialização; que as novas Tecnologias deInformação sejam usadas; que o potencial local e osmodos para fortalecer a prevenção, recepção edirecionamento de capacidades tenham sidoidentificados; e que as operações do exército naProteção Civil sejam optimizadas. Todas estas acçõesdefinitivamente aumentarão a nossa prevenção dedesastres naturais e capacidades de gestão.

Isto também, pode ser completado pelo estabelecimentode um Conselho Nacional para a Gestão de DesastresNaturais cujo dever é coordenar o trabalho das redeslocais de médicos, resgatadores, e estruturas de ajuda ealívio etc.

Senhoras e senhores,O vosso relatório será entregue imediatamente ao Chefede Estado sobre o patronato de quem este seminário foiorganizado. E serão estabelecidos contactos formaiscom os nossos parceiros, especialmente o Sistema deNações Unidas para quem nós desejamos expressar onosso muito obrigado pela sua activa cooperação. OMinistério da Defesa e Segurança Territorial, por suaparte, submeterá ao Governo um pacote de propostasque emparelham as vossas recomendações.Antes de terminar o meu discurso, eu desejo agradeceros participantes pelo excelente trabalho feito. Eutambém desejo agradecer a toda comunidadeinternacional, especialmente ao Sistema das NaçõesUnidas, pela sua inestimável contribuição.Agora, senhoras e senhores, declaro encerrado oprimeiro seminário em capacitação para a gestão dedesastres naturais. Obrigado por vossa atenção.

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O SECRETÁRIO-GERALMensagem sobre o dia mundial da água 2004

“Água e desastres: esteja informado e esteja preparado”22 de Março de 2004

O tema deste ano para a observância doDia Mundial da Água é “Água eDesastres: seja informado e estejapreparado.” Desastres relacionados comágua – inclusive inundações, secas,furacões, tufões e ciclones tropicais–infligem um terrível número de baixas emvidas humanas e propriedades, afectamilhões de pessoas e provoca pesadasperdas económicas. Como sempre, são ospobres e vulneraveis que sãoadversamente afectados, mas como nósvimos na Europa Central em 2002, atémesmo nações industrializadas podemsofrer imensamente. Porém por muito quenós desejassemos, pensar nestes desastrescomo estritamente naturais, as actividadeshumanas desempenham um papelsignificante no crescimento dos riscos eda vulnerabilidade. É claro que, tambémhá desastres estritamente artificiais, taiscomo derramamentos de óleos e fugas detóxicos, que fazem grandes danos aosnossos recursos preciosos de água.

A sociedade moderna tem vantagensdistintas sobre as civilizações do passadoque sofreram ou mesmo desaparecerampor razões ligadas á água. Nós temosgrande conhecimento, e capacidade paradispersar esse conhecimento para os

lugares mais remotos da terra. Nóstambém somos os beneficiários degrandes alcances científicos quemelhoraram a previsão do tempo, aprática agrícola, a gestão de recursosnaturais, e prevenção, prontidão e gestãode desastres. As novas tecnologiascontinuarão a providenciar a colunavertebral dos nossos esforços. Mas sóuma resposta política, social e culturalracional e informada - e participaçãopública em todas as fases do ciclo degestão de desastres - pode reduzir avulnerabilidade aos desastres, e assegurarque os perigos não se transformem emdesastres não manejáveis.

A observância deste ano do Dia Mundialda Água também marca a publicação dasDirectrizes para reduzir perdas porcausa das cheias. Um manual e cardápiode opções para decisores, as directrizessão um esforço em comum doDepartamento da ONU de AssuntosEconómicos e Sociais, o Serviço deNacional do Tempo dos Estados Unidos,Administração Nacional Oceânica eAtmosférica, a Estratégia Internacionalpara Redução de Desastres da ONU, aComissão Económica e Social da ONUpara a Ásia e o Pacífico e a OrganizaçãoMeteorológica Mundial, com apoio daAgência Suíça para o Desenvolvimento eCooperação. Eles também contribuirampara às discussões da próximaConferência Mundial em Redução deDesastres a acontecer em Kobe-Hyogo,Japão em Janeiro de 2005. Eu osrecomendo para todos os actoresinteressados.

Além de assuntos de redução de desastresrelacionados a água, a comunidadeinternacional tomou outros passos paraenfrentar problemas globais de água. Noano 2000, Chefes de Estadoempenharam-se em travar a exploraçãoinsustentável dos recursos de águadesenvolvendo estratégias de gestão deágua que promovem acesso equitativo eabastecimentos adequados. Na CimeiraMundial sobre o Desenvolvimento

Sustentável em 2002, os líderes mundiaisconcordaram em desenvolver a gestãointegrada dos recursos de água e planosde eficiência de água até 2005.

A resposta internacional para desafios deágua do mundo actual contém muitosesforços admiráveis, mas a maior partetêm sido inadequados. Se nós estamospara alcançar a Meta de Desenvolvimentodo Milénio de reduzir á metade, até 2015,a proporção das pessoas que estãoimpossibilitadas de alcançar ou dispôr deágua potável, nós precisaremos de fazercerca de 270,000 novas conexões de águapor dia. As exigências para concretizar ameta de saneamento são até mesmo maisformidáveis. Isto não é para diminuir osesforços dedicados que estão sendo feitospor vários governos e milhares de gruposde sociedade civis, mas sim parademonstrar a necessidade urgente de irpara além do negócio como usualmente.

Com isso em mente, eu decidi estabelecerum Conselho Consultivo sobre aÁgua eSaneamento. A ser chefiada pelo anteriorprimeiro-ministro Ryutaro Hashimoto, oConselho Consultivo incluirá tambémuma variedade de pessoas eminentes,peritos técnicos, e outros indivíduos comexperiência comprovada em pessoasinspiradoras, movendo as máquinas dogoverno, e trabalhando com os meios decomunicação, o sector privado esociedade civil. Eu pedi ao ConselhoConsultivo para usar os conhecimentossem igual dos seus membros para elevar aconsciência sobre questões de água esaneamento, para ajudar a mobilizarfundos para projectos de água esaneamento, e encorajar novas parcerias.

A água é central para as nossasesperanças de erradicar a pobreza ealcançar um desenvolvimentosustentável. No dia Mundial da Água,renovemos os nossos esforços a prestaraos assuntos de água e a atenção que elesmerecem, agora e a longo termo.

Sr. Kofi AnnanSecretario-Geral

da ONU

NU/EIRD Mundial em Acção

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Sr. R. A. Valency,Editor,EIRD Informes - África

As “Diretrizes da ONU para ReduzirPerdas devido as Inundações” foramlançadas em 22 de Março de 2004, emHarare, capital do Zimbabwe.

Harare foi uma das quatro cidades -com Nova Iorque, Genebra e Bangkok -e a única em África onde o lançamentoaconteceu.

O lançamento da publicação coincidiucom as celebrações mundiais do DiaMundial da Água que, este ano, focouespecificamente sobre a “água edesastres”.

As Diretrizes, compostas por três livrossão o resultado de uma série deconsultas conduzidas peloDepartamento de Assuntos Econômicose Sociais das Nações Unidas (DESA) ea Administração Oceânica eAtmosférica Nacional dos EUA(NOAA), utilizando a experiência devários parceiros, peritos e contribuintes.

Durante a mesma recepção, a NU/EIRDÁfrica lançou também duas brochuraseducacionais intituladass “Água e Riscoem África - Um Guia para LíderesComunitários” e “Água e Risco emÁfrica – Um Guia Escolar”.

No seu discurso durante o lançamentoda publicação da ONU, o Vice MinistroZimbabweano dos Recursos Rurais eDesenvolvimento de Água, Sr. TinosRusere disse que era uma honra para oZimbabwe ter sido selecionado para o

lançamento (veja o discurso do Sr.Tinos Rusere na página 35).

Na sua alocução, a oficial de Programasda NU/EIRD África Sra. NoroRakotondrandria disse que Harare tinhasido selecionado (1) porque oZimbabue era em África, um dos paísesmais afectados pela seca e inundações;(2) porque os desastres sãofrequentemente uma questão de vida oude morte, e então eles apelam asolidariedade humana; e (3) porque ainstituição regional “Centro deMonitoramento de Secas”, DMC,estava baseada em Harare.

“Diretrizes de ONU para reduzir inundações”lançadas em Harare

De facto, a cerimônia de lançamento foiorganizada pelo DMC com a ajuda daNU/EIRD África.

Depois da cerimônia de lançamento,realizou-se um seminário que tinhacomo meta desenvolver uma estratégianacional para a gestão de cheias durantequal as “Diretrizes da ONU paraReduzir Perdas devido a Inundações”também foi discutido.

O lançamento foi uma das notíciasprincipais difundidas no noticiário danoite pela Televisão Nacional doZimbabwe no mesmo dia.

NU/EIRD Mundial em Acção

Participantes de seminário no lançamento das Directrizes da ONU sobre Reduçao de perdas devido a cheias

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Redução de Desastres em África -EIRD Informes, 1Edição, Abril 2004 37

• O Representante Residente dasNações Unidas

• O Representante do Escritório daEstratégia Internacional paraRedução de Desastres em Áfricadas Nações Unidas

• O Secretário Executivo da Parceriada Água Global na ÁfricaMeridional

• O Secretário Permanente• O Director do Desenvolvimento de

Água• O Chefe Principal Executivo da

Autoridade da Água no Zimbabwe• O Director dos Serviços

Meteorológicos do Zimbabwe e oRepresentante Permanente daOrganização MeteorológicaMundial no Zimbabwe

• O Director da Unidade de ProteçãoCivil

• O Coordenador do Centro deMonitoramento da Seca da SADC

• Senhoras e senhores

Este ano o tema do Dia Mundial daÁgua “Água e Desastres: “Estejainformado e Esteja preparado” realçaneste momento uma questão muitoimportante para o Zimbawe.

O Zimbabwe tem sofrido algumas daspiores secas na história particularmentena década passada. Estes desastres têmimpacto em nós como naçãosocialmente e economicamente e têmcausado grandes estragos ao ambiente.A agricultura, a espinha dorsal da nossaeconomia, depende essencialmente daágua e algumas perdas de culturas ou deprodução de gado são males para anossa economia. O efeito dasondulações das secas são imensosmesmo para os revendedores locais queabastecem os farmeiros. O ambientetem estado em grandes riscos devido aseca. Plantas, animais e seus habitates ea qualidade da água e ar são todosafectados pela seca. A terra pode tornar-se degradada e o solo erodido. As secas

têm também um impacto no serhumano, socialmente elas tendem aconduzir a conflitos entre osutilizadores da água e migração, aspessoas fogem da seca descobrindoáreas com mais alimentos e água.

Fresco ainda nas nossas mentes e noscorrentes relatórios dos meios decomunicação estão as cheias que foramprevistas nas áreas de Muzarabani e noLowvield. As cheias têm ameaçado avida humana e as propriedades e têmcustado a nação biliões de dolares paraa reparação e gestão de desastres. Nosúltimos anos o Ciclone Eline causouestragos severos nas áreas de Chipingee Muzarabani. Uma combinação deperíodos de seca e intensas cheias, queconduziram a uma perturbação dasactividades agrícolas entre 1999 e2001, deixaram a África Austral comescassas reservas alimentares resultandoem geral que os países da região tenhamenfrentado a escassez alimentar.

É importante deste modo, melhorar osnossos sistemas de aviso prévio quecombinem a previsão do tempo com oseventos relacionados com a águapreparando terreno para um verdadeiroenfoque integrado. A previsão do temponecessita também de ser um esforçocooperativo e multi-disciplinar. Asmúltiplas questões envolvidas significaque os hidrologistas, meteorologistas,planeadores rurais e urbanos e aUnidade de Proteção Civil têm quejuntar esforços para usar os métodosintegrados e tecnologias à disposiçãopara a previsão e aviso prévio de secase cheias. É também importante, utilizaros modelos computarizados,informação de “remote sensing” acercado tempo e ambiente e neste aspecto asinstituições acadêmicas jogam um papelimportante.

Outras formas de desastres relacionadoscom a água incluem os acidentesindustriais. Estas podem ser descargas

Discurso do dia Mundial da água 2004pelo Vice-Ministro

NU/EIRD Mundial em Acção

Sr. Tinus Rusere, Vice-Ministro para os Recursos Rurais e Desenvolvimento da Água e a Sra. NoroarisoaRakotondrandria (NU-EIRD ÁfricaI) durante o lançamento das Directrizes sobre gestão de cheias e das

brochuas da NU-EIRD sobre Água e risco (para os líderes comunitários e alunos)

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acidentais de químicos ou misturasquímicas concentradas e água. Algumasdestas descargas podem ser deliberadas.Tais descargas afectam a qualidade daágua a jusante. Uma das principaismedidas preventivas contra este tipo depoluição é um forte quadro geral legalgovernando a segurança e a punição dostransgressores. Planeamento de medidaspreventivas devem envolver um númerode actores incluindo a Polícia, aUnidade de Proteção Civil, oficiais deSaúde Pública, professionais doambiente e dos meios de comunicação.

A mudança climática é um grandedesafio para a adaptabilidade humana.Mudanças no clima global podem terdesencadeado alguns dos extremostempos atmosféricos que estamosactualmente a viver tal como asfrequentes e severas secas e cheias. Éentão importante a este respeitodesenvolver uma abordagem integradaentendendo estas tendências e ajudandoa reduzir os desastres.

Como nós comemoramos este dia, éimportante para todo o mundo percebera importância da prontidão ao lidarmoscom os desastres. Como uma nação nósdeveríamos pensar no futuro em comoplanear para o futuro em termos degestão de desastres e em assuntos desegurança alimentar. É de notar, que ospaíses da região de SADCdesenvolveram um sistema de aviso

prévio que monitora a situação dascolheitas e alimentos e alerta para estesassuntos durante os períodos de criseiminente. É importante para nós comoum país também fortalecer tais redes,como eles podem ser a coluna vertebralpara o planeamento de contingência dedesastres e de planos coordenados paralidar com desastres.

Eu estou confiantemente informado queesta reunião é a ponta de lança para odesenvolvimento de estratégias degestão de desastres que têm como metareduzir a vulnerabilidade e exposiçãodos seres humanos a estes desastres.Tais estratégias deveriam encorajar amelhor coordenação das actividadesdos diferentes actores. No caso de seca,estas estratégias deveriam olhar emestratégias de gestão básica de água.Estes planos deveriam tambémencorajar uma melhor eficiência deágua. É importante ter medidas demitigação e alívio de seca, como estasminimizarão o impacto sobre ossistemas de produção e meios desubsistência.

Reduzindo os meios de risco de perigosrelacionados com a água, por um lado,desenvolvendo a nossa capacidade demonitorar a suas magnitudes, duração,tempo e localização por outro,avaliando e reduzindo a nossavulnerabilidade para eles. Fazer parar avulnerabilidade é a chave real para aredução do risco.

Eu estou contente ao notar que nesteseminário nós temos vários ministrosGovernamentais representados. Nóstambém temos a Autoridade de ÁguaNacional do Zimbabwe, a Unidade deProteção Civil, várias NGOs quetrabalham na Gestão de desastres eassuntos de água, funcionários doCentro de Monitoramento de Secas daSADC e instituições acadêmicas. Talrepresentação fixa uma boa plataformapara discutir o desenvolvimento deestratégias de gestão de desastres, comoexistem diversas habilidades eexperiências.

Eu gostaria de agradecer ao escritórioda Estratégia Internacional paraRedução de Desastres de África dasNações Unidas que veio de Nairobipara lançar 3 livros com directrizes decomo reduzir perdas devido a cheias.Estes livros também estão sendolançados pelas Nações Unidassimultaneamente em Genebra, NovaIorque e Bangkok, por ocasião do DiaMundial da Água , 22 de Março de2004. Isto significa que Harare é umdas 4 cidades do mundo e o único emÁfrica onde este lançamento estáacontecendo, o que é uma honra. Esteslivros irão a longo prazo melhorarnosso planeamento, como fontes vitaisde informação sobre na gestão dedesastres relacionadas com a água. Eutambém gostaria de agradecer aDelegação da Parceria Global da Águado Zimbabwe, o Centro deMonitoramento de Secas da SADC, e aAutoridade Nacional de Água doZimbabwe por organizar este semináriojuntamente com meu Ministério. Nósapreciamos este apoio e nós ansiamosuma futura colaboração. Finalmente, eutambém queria agradecer o escritório daEstratégia Internacional para Reduçãode Desastres de África das NaçõesUnidas e a Delegação da ParceriaGlobal de Água no Zimbabwe por terfinanciado o seminário.

Agradecemos a todos por terem vindo enós aguardamos com prazer que amitigaçao dos desastres relacionados coma água seje realizado de modo maiscoordenado.

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Primeiro anúncio

Conferência mundial sobreredução de desastres

18-22 Janeiro de 2005Kobe, Hyogo, Japão

Um mundo mais seguro para todos

Um evento de marco miliário que

• aumenta o perfil internacional de redução de risco de desastres

• promove a integração da redução de risco de desastresno planeamento e prática do desenvolvimento

• fortalece as capacidades locais e nacionais para se dirigir as causas de desastres quecontinuam a devastar e a impedir o desenvolvimento de muitos países.

Um conjunto de metas específicas, actividades e medidas políticas para aimplementação da década 2005-2015 será apresentado para consideração eadopção e será passada em revisão o progresso da última década para aEstratégia e Plano de Acção de Yokohama sobre um Mundo mais Seguroque foi adoptado na primeira conferência mundial sobre o assunto realizadoem Maio de 1994 em Yokohama, durante a Década Internacional paraRedução de Desastres Naturais (IDNDR)

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Porquê a conferência mundialsobre a redução de desastres?Enquanto o compromisso para a redução de desastres tem crescido–demonstraramas várias iniciativas internacionais, acordos e declarações existentes–amaterialização actual ainda é lenta. Os impactos de desastres estão aumentando epermanecem como principal obstáculo para o desenvolvimento. Os novos riscosestão emergindo. Em alguns casos o próprio desenvolvimento contribui para oscrescentes riscos.

Uma revisão detalhada das realizações, falhas e desafios críticos está enfrentando acomunidade internacional desde a adopção da Estratégia e Plano de Acção deYokohama de 1994 presentemente em marcha, com numerosas políticasinternacionais, nacionais e locais, iniciativas, realizações científicas e técnicas quedemonstram a viabilidade e preço do investimento em redução do risco. Oaparecimento de assuntos e oportunidades relacionadas ao ambiente e mudançasclimáticas, pandemias como o HIV/AIDS, equilíbrio do gênero e educaçãotambém têm vindo à situação de evidência da atenção pública.

Muito resta contudo por fazer, porém, coordenar e fortalecer estes movimentos emais adiante integrá-los nas políticas nacionais efectivas.

Uma mudança de enfoque de alívio para o desenvolvimento sustentável estáacontecendo. A situação actual exigi uma reunião internacional que reuna políticosa níveis local, nacional e internacional activos nos assuntos de desenvolvimentosocial e econômico e de gestão ambiental, gestores de risco de desastres e médicos,como também a sociedade civil e grupos comunitários. A conclusão da revisão deYokohama que coincidirá com o 10º Aniversário do Grande Terremoto deHanshin-Awaji para além da oferta do Governo do Japão ser anfitrião daConferência na cidade de Kobe-Hyogo, proporcionará ocasião ideal para separticipar no evento.

Espera-se que a Conferência Mundial para a Redução de Desastres motive e guieos governos e seus políticos a prestarem mais atenção e a identificar modospráticos e concretos para incorporar a redução de risco de desastres na redução dapobreza.

A Conferência construirá apartir das conclusões da revisão de implementação daEstratégia de Yokohama e do Plano de Acção e apontará para o seguinte:

• Avaliação de realizações e identificação de boas práticas desde a sua adopçãoem 1994;

• Definição dos restantes desafios, necessidades críticas e oportunidades nasiniciativas de redução de desastres pelo mundo fora, e para o exame dosassuntos emergentes;

• Desenvolvimento de elementos para um programa articulado sobre a redução derisco de desastres para implementar nas pertinentes Metas de Desenvolvimentodo Milênio (MDGs) e nos objectivos do Plano de Implementação deJohanesburg sobre o desenvolvimento sustentável.

A Conferência também levantará a consciência da urgência de dar enfoque aovulnerável, tomando em conta as necessidades da comunidade a dirigir ao risco dedesastres, como também enfatizar o desenvolvimento de políticas e acções a níveisglobais, regionais, nacionais e locais para o desenvolvimento de uma cultura deprevenção.

Objectivos deWCDRA Assembleia Geral da ONU adoptou aresolução A/RES/58/214 23 deDezembro de 2003 e declara osseguintes objectivos da Conferência:

(a) Concluir e fazer relatório sobre arevisão da Estratégia de Yokohamae o seu Plano de Acção, tendo emvista a actualização do quadrogeral da redução de desastres parao século vinte um;

(b) Identificar actividades específicasque tenham como meta assegurar aimplementação das pertinentesdisposições do Plan deImplementação da CimeiraMundial sobre o DesenvolvimentoSustentável de Johanesburg sobre avulnerabilidade, avaliação do riscoe gestão de desastres;

(c) Compartilhar as boas práticas elições aprendidas para avançardentro do contexto da redução dedesastres afim de alcançar odesenvolvimento sustentável, eidentificar falhas e desafios;

(d) Aumentar a consciência sobre aimportância das políticas deredução de desastres, facilitando epromovendo assim aimplementação dessas políticas;

(e) Aumentar a confiabilidade edisponibilidade de informaçãoapropriada relacionada a desastrespara o público e agências de gestãode desastres em todas as regiões,como o traçado nas disposições doPlano de Implementação daCimeira de Johanesburg.

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Resultadosesperados daconferência• Consciência aumentada,

reconhecimento e aval político paraa implementação da redução derisco de desastres mobilizandorecursos locais, nacionais einternacionais.

• Direções mais claras e prioridadesde acção a níveis internacionais,regionais, nacionais e locais paraassegurar a implementação daEstratégia Internacional para aRedução de Desastres e apoiar arealização das Metas deDesenvolvimento de Milênio e osobjectivos do Plano deImplementation de Joahnesburg2.

• Adoptção de um conjunto de metase medidas políticas para guiar eestimular a implementação daredução de risco de desastres, em oque alcançar e “como fazer” aredução do risco3.

• Lançamento de iniciativasespecíficas e parcerias para apoiar aimplementação da EstratégiaInternacional para Redução deDesastres.

Estratégia de Yokohama e planode açãoForam adoptados a “Estratégia e plano de acção de Yokohama para ummundo mais seguro” na Conferência Mundial sobre a Redução de DesastresNaturais (em maio de 1994, Yokohama, Japão), como resultado principalda revisão de meio-termo da Década Internacional de Redução de DesastresNaturais (IDNDR).

Princípios da Estratégia de Yokohama1. A avaliação do risco é um passo exigido para a adopção de políticas

e medidas de redução de desastres adequadas e prósperas.

2. Prevenção de desastres e prontidão são de importância primáriareduzindo a necessidade de alívio de desastres.

3. Prevenção de desastres e prontidão deveriam ser consideradosaspectos integrantes da política de desenvolvimento e planeamento aníveis nacionais regionais, bilaterais, multilaterais e internacionais.

4. O desenvolvimento e fortalecimento de capacidades para prevenir,reduzir e mitigar desastres é uma área de máxima prioridade.

5. Aviso prévio para impedir desastres e a sua disseminação efectivausando os meios de telecomunicações, incluindo serviços deradiodifusão, são factores chaves para o sucesso na prevenção eprontidão de desastres.

6. Medidas preventivas são muito efectivas quando eles envolvem aparticipação de todos os níveis, desde a comunidade local passandopelo governo nacional para os níveis regional e internacional.

7. A vulnerabilidade pode ser reduzida pela aplicação de adequadosesboços e padrões de desenvolvimento focalizados em grupos alvo,através duma educação e treinamento apropriados a toda acomunidade.

8. A comunidade internacional aceita a necessidade de compartilhar atecnologia necessária para prevenir, reduzir e mitigar desastres; istodeveria estar livremente disponível e atempadamente como umaparte integrante da cooperação técnica.

9. A proteção ambiental como uma componente de desenvolvimentosustentável consistente com o alívio da pobreza é imperativo naprevenção e mitigação de desastres naturais.

10. Cada país carrega a responsabilidade primária de proteger as suaspessoas, infraestruturas, e outros recursos nacionais do impacto dosdesastres naturais. A comunidade internacional deveria demonstraruma forte determinação política para mobilizar adequadamente efazer uso eficiente dos recursos existentes, no campo da redução dedesastres naturais, tendo em mente as necessidades dos países emdesenvolvimento, particularmente os países menos desenvolvidos.

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Processo preparatórioUm processo preparatório polivalente ajudará a assegurar oresultado próspero da Conferência. O Secretariado de EIRDservirá como o secretariado da Conferência e coordenará asactividades preparatórias, em cooperação íntima com o Japãocomo país anfitrião e com a Secretaria do Comité Preparatóriopara a Conferência, e com o apoio dos departamentosrelevantes do Secretariado das Nações Unidas.

Os Estados Membros, os organismos e agências especializadasdas Nações Unidas e outras agências e organizaçõesintergovernmentais pertinentes, particularmente os membros dasInter-Agências do Comité de Pressão para a Redução deDesastres (IATF/DR), participarão activamente na Conferência,e no seu processo preparatório.

A preparação da Conferência será apoiada pelos seguintesmecanismos:

• Duas reuniões em aberto intergovernamentais do comitépreparatório, a ser realizado em associação com as reuniõesdo IATF/DR em Maio e Outubro de 2004, e dirigido por umcomité que consiste de cinco representantes dos EstadosMembros elegidos na base da representação geográficaequitativa para discutir os resultados específicos daconferência.

• A Comissão de Pressão Inter-agências em Redução deDesastres dará a direcção adicional no conteúdo e napreparação da Conferência e na coordenação da participaçãoe compromisso com os seus membros.

• Um grupo de trabalho sob o IATF/DR agirá como um comitêorganizador e de aconselhamento ao Secretariado. Ele serácomposto pelas organizações directamente envolvidas naspreparações da Conferência. Os potenciais membros incluema UNESCO, UNU, UNDP, WMO, IFRC, OCHA, DESA,UNCRD entre outros,. Eletronicamente podem ser realizadasalgumas consultas e reuniões deste grupo de trabalho antesdas reuniões da IATF/DR e do Comité Preparatório e emoutras ocasiões pertinentes, se necessário.

O grupo de trabalho da IATF/DR dará aconselhamento eorientação específica no trabalho organizacional e substantivoda Conferência. Serão procuradas habilidades e direcçãoadicionais atravêz de consultas abrangentes para envolver osrepresentantes dos vários sectores e níveis de diferente regiõespropensas a desastres no mundo. A possibilidade de umapersonalidade de alto nível para aumentar o perfil daConferência está sendo actualmente discutida nos Escritórios daSecretaria Geral das Nações Unidas.

Porquê em Hyogo,Japão? A 17 de Janeiro de 1995 o Grande terramoto deHanshin-Awaji abalou a Prefeitura de Hyogo,inclusive a Cidade de Kobe (com uma populaçãode 1.5 milhões), resultando em milhares defatalidades. Foi na história recente o primeiro emaior terremoto sucedido numa grande cidade dumpaís desenvolvido. As pessoas da cidade de Kobecomo também da Prefeitura de Hyogocomemorarão o décimo aniversário da tragédia nodia 17 de Janeiro de 2005.

Localizado no Anel Pacífico do Fogo, o Japão temuma história longa de vivência com perigosgeológicos como terramotos. Neve pesada nasregiões do norte no inverno, e tempestadestropicais frequentes ou tufões que se aproximamdo sul são apenas alguns exemplos de perigoshidrológicos no Japão.

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Reuniões regionais2003

1 Primeira Consulta Asiática, (Governo do Japão, ADRC, Kobe-Hyogo, Japão, 17 de Janeiro,

2 Consulta Regional Pacífica (SOPAC), Fiji, 5-7 de Maio,

3 Conferência de Desastres Australiana sobre Comunidades Sustentáveis mais Seguras, (EMA) 2003, Canberra, 10-12 deSetembro,

4 Consultas Euro-Mediterrâneas (Conselho da Europa, Espanha), Madrid, Espanha, 6-8 de Outubro,

5 Fórum Mitch+5 (CEPREDENAC, UNDP, COPECO), Tegucigalpa, Honduras, 9-11 de Dezembro,

20046 Terceira Consulta Asiática (Governos de Camboja e Japão, ADRC), Camboja, 4-6 de Fevereiro,

7 Terceira Reunião Consultiva Asiática das Organizações Regionais e Escritórios Regionais das Agências da ONU, (WHO/WPRO, ADPC), Manila, Filipinas, 24-26 de Fevereiro,

8 EUR-OPA (Conselho da Europa), Rabat, Marrocos, 11-13 de Março,

9 Terceira Consulta Asiática durante a 4ª reunião do Comitê Consultivo sobre a Cooperação Regional em Gestão deDesastres (ADPC e Governo do Bangladesh), Dhaka, Bangladesh, 29-31 de Março,

10 Terceiro Fórum dos Médicos do Sudeste da Ásia em gestão de Desastres, (ADPC, UNESCAP, ECOAM, IFRC-SEÁSIA), Bangkok, Tailândia, 26-29 de Abril,

11 Conferência Internacional em Redução de Desastres na Ásia Central (Governo da China), Beijing, China, 25-27 de Maio,

12 Consulta Africana, (UNDP, AU/NEPAD), Johannesburg, África do Sul, 2-4 de Junho,

13 Seminário Internacional em Reduções de Risco que segue o Terremoto de Bam, Irã, June/July,

14 Consulta Caribenha, (UWI, CDERA) Outubro

15 Segunda Reunião do Comitê da ASEAN em Gestão de Desastres, Phnom Penh, Camboja, Novembro,

Para mais informações contacte:Secretariado Inter-Agências da Estratégia Internacional para Redução de Desastre das Nações Unidas (NU/EIRD)Palais des NationsCH 1211 Geneva 10, SwitzerlandTel: +41 22 9172103 / 762 / 759Fax: +41 22 [email protected]

NU/EIRDÁfricaBlock U Room 217UNEP, Gigiri, Nairobi, KenyaTel: + 254 2 62 41 01Fax: + 254 2 62 47 [email protected] www.unisdrafrica.org

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Perfil nacional de informação sobre a reduçãode desastres para a conferência mundial sobrea redução de desastres(Kobe-Hyogo, Japão, 18-22 de Janeiro de 2005)

A Estratégia de Yokohama e o seuPlano de Acção foram adoptados pelaConferência Mundial sobre DesastresNaturais, realizada em 1994 como umarevisão de meio termo do progressodurante a Década Internacional sobre aRedução de Desastres Naturais(IDNDR, 1990-1999).

Como sucessor do IDNDR, oSecretariado da Estratégia Internacionalpara a Redução de Desastres (NU/EIRD) coordenou a revisão global dasiniciativas de redução de desastres,“Vivendo com Risco”, publicadas em2002.

São convidadas as autoridadesnacionais e plataformas em redução dedesastres a fornecer informação para oprocesso preparatório da ConferênciaMundial em Redução de Desastres em2005. Esta informação será usada paraidentificar as necessidades erecomendações de futuras políticas aserem adoptadas na Conferência.

A preparação desta informaçãoproporciona uma oportunidade parareunir os interessados nacionaisoriundos do governo, do sectoracadêmico e outros que lidam com aredução do risco de desastres. Então,nós encorajamos as consultas àsinstituições especializadas em gestão dedesastres, planeamento ambiental,educação, serviços meteorológicos,ONG’s chaves e outros domínioschaves.

Se no seu país ainda não existenenhuma plataforma nacional ou redepara a redução de desastres, este podeser momento certo para apelar a taismecanismos (ad-hoc ou formalizados).

Para mais informação sobre plataformasnacionais para a redução de desastres,contacte o Sr. Haris Sanahuja doSecretariado da EIRD([email protected]).

Prazo final para receber contribuiçõesno NU/EIRD: 15 de Junho de 2005.Submissões tardias também estarãodisponíveis na Conferência, mas não

farão parte das recomendações daspolíticas propostas.

A informação fornecida será utilizadapelo EIRD para os vários produtos deinformação e será incluída na «website»página da Interneta como informaçãodos países. Então, por favor indique sequalquer informação fôr de naturezarestrita.

Como usar estas diretrizes para preparar asua informação nacionalA informação deve ser fornecida sob os seguintes títulos (por favor indique N/A, senenhuma informação não estiver disponível).Para cada secção por favor indique o estado actual, dificuldades principais ou lacunasencontradas, bem como os desafios para o futuro:

1. Compromisso político e Aspectos Institucionais (veja Anexo, Componente 1)2. Identificação do Risco (incluindo aviso prévio) (veja Anexo, Componente 2)3. Gestão do conhecimento (educação, pesquisa, informação, consciência

pública) (veja Anexo, Componente 3)4. Aplicação/Instrumentos de gestão do risco (técnico, social, financeiro,

ambiental) (veja Anexo, Componente 4)5. Prontidão e Planeamento de Contingência (veja Anexo, Componente 5)6. Boas práticas em gestão de risco de desastres (veja Anexo, Componente 6)7. Prioridades a endereçar para o WCDR (veja Anexo, Componente 7)

Use as explicações e perguntas para cada título abaixo fornecido como um guia para asua contribuição. Se nenhuma informação estiver disponível, deixe as perguntas semresposta marcadas com o N/A. São encorajadas respostas curtas e análises. Quandoaplicável, por favor indique qualquer documentação pertinente ou outras fontes deinformação sobre o assunto.(Para detalhes adicionais, veja o “Framework for Guiding and Monitoring DisasterRisk Reduction” http://www.unisdr.org/dialogue/basicdocument.htm ) ou contacte oSecretariado da EIRD.Por favor forneça a sua informação se possível por meios eletrônicos para oSecretariado da EIRD a/c do Sr. Haris Sanahuja ([email protected], tel: +41-22-9172808) e Sra. Christel Rose ([email protected], tel: +41-22-9172786Ou por fax para o : Secretariado da EIRD, Nações Unidas, Palais des Nations, CH-1211 Genebra, Suiça.Em África, por favor contacte o Escritório da NU/EIRD em Nairobe, Quênia, para maisinformação: Tel.: +254 20 62 45 68 - Fac-símile: +254 20 62 47 26 - E-mail: [email protected]

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Redução de Desastres em África -EIRD Informes, 1Edição, Abril 2004 45

Guia de Referencia para a preparaçaode informação nacional

Componente 1: Compromisso político e aspectos institucionaisSão esperados o compromisso político, instituições fortes, e boa governação para elevar a redução do risco de desastres comouma prioridade da política, alocar os recursos necessários para isto, obrigar a sua implementação e atribuir responsabilidadespara os fracassos, como também facilitar a participação da sociedade civil para o sector privado. Devido a sua multi-disciplinaridade e natureza multi-sectorial, a redução de desastres entra num programa de trabalho com muitas e diversasinstituições que, para a sua implementação efectiva, requer tarefas com papéis e supostas responsabilidades claras bem comotambém a coordenação de actividades.

1.1- Há política nacional, estratégia e legislação endereçada a redução de risco de desastres? Se sim, por favor descreva atéque ponto são aplicados os esforços nacionais actuais e áreas de prioridade principais da política, e mecanismos paraobrigar a implementação da política e legislação (e/ou anexe qualquer documentação relavante )

1.2- Há um organismo nacional para a coordenação multi-sectorial e colaboração na redução de risco de desastres que incluaos ministérios encarregados da gestão dos recursos hídricos, agricultura/uso e planeamento da terra, saúde, ambiente,educação, planeamento do desenvolvimento e finanças? Se sim, por favor dê informação detalhada (nome, estrutura efunções). Anexe qualquer documentação pertinente ou indique fonte de informação.

1.3- Há planos sectoriais ou iniciativas que incorporem conceitos de redução de risco em cada área de desenvolvimentorespectivo (como gestão de recursos hídricos, alívio da pobreza, adaptação a mudanças de clima, educação e planeamentodo desenvolvimento? Se sim, por favor indique alguns exemplos e desafios / limitações encontradas. Se não, o seugoverno tem algum plano para integrar a redução do risco de desastres nos sectores de desenvolvimento? Se não, porfavor especifique as princípais dificuldades.

1.4- Está a redução de risco de desastres incorporada em algum plano nacional para implementação das Metas deDesenvolvimento do Milénio da ONU (MDGs), Papel da Estratégia de Redução Pobreza (PRSP), Planos de Acção deAdaptação Nacionais, Planos de Acção Ambientais Nacionais e Plano de implementação da WSSD (Cimeira de deMundial Desenvolvimento Sustentável) de Johannesburg? Se sim para quaisquer destes, quais são os contactos principaispara estas iniciativas.

1.5- Seu país tem feito códigos de prática e padrões em que se toma em conta os riscos sísmicos? Se sim, desde quando.Quais são as dificuldades principais de acordo com as complacências dos códigos.

1.6- Você tem um orçamento anual para redução de risco de desastres? Se sim, este compromisso é representado como partedo orçamento nacional ou baseado num projeto? Por qual instituição/ões? Se não, que outros mecanismos definanciamento estão disponíveis para as iniciativas de redução de risco?

1.7- O sector privado, sociedade civil, NGOs, academia e orgãos de comunicação estão participando nos esforços de reduçãodo risco de desastres? Se sim, como? Indique coordenação existente ou programação de articulação entre o governo eesforços de sociedade civil para a redução de risco de desastres, ou dificuldades principais ou constrangimentos para queisto seje efectivo.

Componente 2: Identificação de riscoIdentificação de riscos é uma área relativamente bem-definida com uma base de conhecimento significante em métodossobre o impacto dos desastres e perigo e avaliação da vulnerabilidade. A avaliação sistemática de perdas, impacto social eeconômico de desastres, e particularmente o mapeamento de riscos são fundamentais para entender onde entrar em acção.Consideração da avaliação do impacto ambiental do risco de desastres está ainda por se tornar uma prática rotineira. Oaviso prévio é crescentemente definida como um meio para informar o público e autoridades sobre os riscos iminentes,consequentemente essenciais para acções oportunas de redução do seu impacto.

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1.1- Seu país levou a cabo o mapeamento/avaliação de perigo? Se sim, por favor descreva para que perigos, quando elesforam actualizados e para que escala geográfica eles existem. Eles incluem características, impactos, dados históricos,que perigos focalizam? Que instituições estão usando os resultados desta avaliação de perigo? A quem eles estãodisponíveis? (anexe qualquer documentação pertinente)

1.2- Seu país levou a cabo a avaliação da vulnerabilidade e da capacidade? Se sim, por favor descreva os métodos usados efactores sociais, econômicos, físicos, ambientais, políticos e culturais principais considerados na avaliação/ões. Quais sãoos contactos principais para estas avaliações (ou anexe qualquer documentação pertinente ou informação de contacto.)

1.3- Seu país tem algum mecanismo para o monitoramento do risco e de cartografia do risco? Se sim, quem é o responsável?

1.4- Há uma análise sistemática do impacto ambiental, socio-econômico e de perdas no seu país após um grande desastre? Sesim, os resultados estão disponíveis?

1.5- Existe algum sistema de aviso prévio? Se sim, para que perigos e para que âmbito geográfico. Você tem qualquerexemplo recente de quando o sistema fora activado? Quais são as princípais instituições envolvidas? Por favor indiquequalquer pertinente lição aprendida do uso e reação pública para as advertências previamente emitidas.

Componente 3: Gestão de conhecimentosA gestão de informação e comunicação, educação e treinamento, consciência pública e pesquisa constituem as partes amelhorar na gestão de conhecimentos de redução e risco de desastres. A inclusão da redução de desastres a todos os níveisde educação, consciência pública efectiva e campanhas de informação, envolvimento dos meios de comunicação naadvocacia e disseminação, disponibilidade de treinamento para as comunidades em risco e para o pessoal profissional, e apesquisa alvo são os ingredientes para apoiar a base de conhecimentos para a redução efectiva de desastres.

1.1- O seu país possui sistemas de gestão de informação de riscos de desastres (e/ou governamental ou não-governamental)?Se sim, que tipo de informação sobre a redução de desastres está disponível, como é colecionado, como a informação édisseminada e quem são os usuários principais? (indique fontes pertinentes de informação, se aplicável)

1.2- As comunidades acadêmicas e de pesquisa no seu país estão ligadas a instituições nacionais ou instituições locais quelidam com a redução de desastre? Se sim, por favor descreva os mecanismos para informação que compartilhe e indiquequalquer exemplo de utilidade e efectividade. Quais são as instituições acadêmicas e de pesquisa que lidam com assuntosrelacionados a redução de desastres (por favor faça a lista, se disponível, e indique como o seu trabalho de pesquisa estárelacionado com o que o país necessita sobre a redução de risco de desastres)

1.3- Há no vosso sistema escolar público programas educacionais relacionados a redução de risco de desastres? Se sim, paraque idade-alvo? Você tem qualquer material educacional desenvolvido para apoiar os professores nesta área? (por favoranexe qualquer documentação pertinente)

1.4- Há algum programa de treinamento disponível? Se sim, por favor liste (se disponível indique âmbito e grupo-alvo doscursos). Você possui alguma indicação de quanto úteis foram estes cursos para mudar alguma prática a escala local ounacional?

1.5- Que tipo de conhecimentos e sabedoria tradicionais indígenas são usadas nas práticas ou programas de treinamentorelacionadas a redução de risco de desastres no seu país?

1.6- Vocês têm algum programa de consciencialização pública nacional ou campanhas de redução de risco de desastres? Sedisponível, quem são os principais actores para a elevação da consciência pública? Como estão envolvidos os meios decomunicação de massas e escolas? Quem são os grupos visados e como você avalia os programas?

Componente 4: Aplicações e instrumentos de gestão de riscoPara a redução do risco de desastres efectiva, são necessárias sinergias entre o desenvolvimento sustentável e as práticas degestão de risco de desastres. Movendo da análise e do conhecimento sobre os riscos e entrando em acções concretas parareduzir os seus impactos é o passo exigido. Idéias e práticas que vêm de áreas disciplinares diferentes complementarão oque já é praticado em gestão de risco de desastres. Por exemplo, instrumentos para a gestão de risco proliferaramespecialmente com o reconhecimento da gestão ambiental, redução da pobreza e gestão financeira.

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A gestão de recursos ambientais e naturais estão entre as aplicações melhor conhecidas para reduzir os riscos de inundação,controle de deslizamentos de terra (por reflorestamento) e controle de secas (por conservação do ecossistema). Medidasfísicas e técnicas, como técnicas de controle de inundações, práticas de conservação da terra,ou uso planeado da terra, sãoefectivas no controle de perigos. Instrumentos financeiros na forma de seguro, fundos de calamidade, caução de catástrofessão úteis para minorar o impacto de desastres.

1.1- Existe algum bom exemplo de ligação entre gestão ambiental e práticas de redução de risco no seu país (áreas chavesde gestão ambiental podem incluir zona litoral, zona húmida e gestão de bacias, reflorestamento e práticas agrícolas,entre outros). Se sim, por favor indique em que áreas. (Anexe qualquer referência ou documentação pertinente)

1.2- São os instrumentos financeiros utilizados no seu país como medida para reduzir o impacto de desastres (por exemplo.seguros, capitais de calamidade, cauções de catástrofe, finanças de micro-crédito, capitais de comunidade, etc.)? Sesim, por favor descreva o que são esses instrumentos e quando eles foram estabelecidos, quem os administra e quem sãoelegíveis a eles.

1.3- Por favor identifique exemplos específicos de medidas técnicas ou programas em redução de risco de desastres queforam levadas a cabo no seu país (veja abaixo, estudos de caso).

Componente 5: Prontidão e plano de contingência Prontidão e gestão de emergência têm sido usados como meios para reduzir as perdas de vida dos efeitos directos eindiretos dos desastres. É esperado que um sistema bem-preparado seja informado efectivamente pelo sistema de avisoprévio, dotado e regularmente ensaiado a nível nacional e um plano de contingência e evacuação local, provido comcomunicações e sistemas de coordenação, como infra-estruturas logisticas adequadas e capitais de emergência. Prontidãode nível local, particularmente a nível da comunidade inclui treinamento e merece atenção especial como modo maisefectivo de reduzir as perdas de vida e de sustento.

1.1- Vocês têm planos de contingência de desastre? Eles estão preparados para ambos os niveis nacional e da comunidade?Se sim, por favor descreva os seus componentes principais que são responsáveis para activar o(s) plano(s) ? Os plano(s)estão actualizados numa base anual? Você alguma vez usou o plano(s) de contingência desenvolvidos? Se sim, qual foio resultado?

1.2- Têm capital de emergência estabelecido pelo governo para a resposta de desastres? há instalações de armazenamento anível nacional ou de comunidade para os artigos de alívio de emergência–principalmente alimentos, medicamentos etendas? Se sim, por favor forneça alguns detalhes.

1.3- Quem é responsável pela coordenação da prontidão e resposta de desastres e o organismo de coordenação estáequipado com bastantes recursos humanos e financeiros para o trabalho? Por favor faça um comentário sobre aefectividade do trabalho de coordenação feito?

Componente 6 : Apelo as boas práticas boa de gestão de risco de desastresBaseado na análise e informação acima fornecida, por favor dê dois exemplos de qualquer implementação próspera deactividades de redução de desastres pelo menos no seu país (pode ser de escala local, nacional ou regional); qualquerexperência baseada num projeto ou comunidade, política nacional, interacção entre sectores, etc., seria bem-vindo. Forneçano máximo uma página para cada exemplo, indicando área de trabalho, que instituições e actores envolvidos, duração,impacto das actividades, lição aprendida e se o exemplo foi reproduzido. Você também pode dizer se esta informação estána internet ou não.

Componente 7: Prioridades que você deseja endereçar a Conferência mundial sobre redução de desastresO que você pensa que serão os tópicos de prioridade a ser concordados na Conferência Mundial para aumentar, fortalecer epraticar a política nacional e para reduzir o risco e vulnerabilidade aos perigos naturais e tecnológicos? Por favor listequalquer outra área temática ou tópicos específicos de discussão que você considera que são de importância para aumentara efectividade de redução de risco de desastres para o seu país. Também indique por favor alguma experiência particular ouprojeto que o seu país gostaria de exibir ou apresentar à Conferência.

NU/EIRD Mundial em Acção

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« O Dia Mundial da Água foi uma oportunidadepara meu país, Burundi, mostrar à nação e acomunidade internacional que o tratamentonão é bastante, e que, acima de tudo, a pessoatambém tem que prevenir os riscos dosdesastres naturais e antropogénicos»Sr. Fulgence Dwima Bakana, ministro da segurançapública do Burundi.

EntrevistaO Dia Mundial da Água estava marcado na capital do Burundi, Bujumbura, para o dia 22de Março de 2004. Nas linhas secundárias dos vários eventos organizados por WHO,UNICEF, NU/EIRD e o Governo de Burundi por aquela ocasião, o Ministro da SegurançaPública do Burundi Sr. Fulgence Dwima Bakana concedeu uma entrevista ao Sr. GerardMadodo. O Sr. Madodo é o ponto focal de NU/EIRD no Burundi e iniciou oestabelecimento de uma Plataforma Nacional do NU/EIRD no país. A entrevista com oministro centra-se na determinação do governo do Burundi para elevar a gestão dedesastres como uma das prioridades nacionais do país.

O Sr. Ministro, você é conhecidocomo tendo muito interesse pelagestão do risco de desastres.Você pode nos dizer porquê?A gestão de risco de desastres é degrande interesse para me por muitasrazões. Primeiro porque é parte dasminhas preocupações e deveres.Realmente o Ministério da SegurançaPública está encarregue pela prevençãode risco de desastres no país.A outra razão é a seguinte: meu paíssofreu e ainda está sofrendo de ambosdesastres naturais e antropogénicos.

A contínua guerra civil é um desastreque dura já uns 10 anos, e que já matoucentenas das pessoas. Eu sou positivoquanto a um sistema de aviso prévio deconflitos dentro da ONU ou da AUajudaria a prevenir alguns conflitosrelacionados a desastres humanitários.Está claro que conflitos seriam difíceisde prevenir nos nossos países, maspodem ser evitadas muitas outras

calamidades se adequados mecanismosde aviso prévio e prontidão foremcolocados devidamente.

Relativo aos desastres naturais, eudesejo só citar o sequinte provérbioafricano: « A diferença entre um desertoe um jardim não é a água, é o Homem».Meu país está determinado paraenvolver todos os Burundeses numacampanha de sensibilização com oobjectivo de os alertar crescentementesobre o facto de que as soluções paraestes vários desastres são reduzir avulnerabilidade. Para este fim, esforçoscombinados de todas as pessoas domundo são essenciais para o sucesso detal nobre tarefa.

Qual é a situação no Burundi nocampo da Gestão do risco dedesastres?No que diz respeito a gestão do risco dedesastres, o meu país não teve nenhumprogresso durante os últimos anos,

embora um departamento encarrequepela prevenção de desastres e gestãotenha sido estabelecido em 1998.

Burundi deu alguns passos unindo osesforços internacionais dentro doquadro geral da Década Internacionalpara Redução de Desastre Natural1990-99, IDNDR, mas o contextosocial-político que prevaleceuinfelizmente no país impediu de daruma expressão concreta ao taltestamento.

Não obstante, acções selectivas queestão abaixo dum tipo gestão deeventos-centrados foram levados acaboatravés de várias estruturas comoministérios governamentais, NGOs,associações, etc. O estabelecimento deuma estrutura de coordenação ajudariaa não desperdiçar alguns recursos eesforços. Então nós contemplamos olançamento de uma PlataformaNacional EIRD no Burundi que

Decisores Politicos Africanos Abordam Sobre a Redução do Desastre

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contribuirá com os esforços nacionaiscontínuos para prevenir e/ou mitigarriscos de desastres.

Sendo a pessoa número um queestá encarreque da gestão dorisco de desastres, o que vocêplaneia para o país neste campoparticular?Estando encarreque pela gestão dorisco de desastres, a minha primeirapreocupação está em envolver,diretamente ou indiretamente, apopulação inteira do Burundi naprevenção dos riscos de desastres queafectam o país.Como eu alcançarei isto? Primeiroatravêz duma campanha de consciênciapública que destaque o facto de quesoluções estão lá para reduzir avulnerabilidade a estes desastres; entãoo estabelecimento de um quadro geralque nos permita adquirir oconhecimento científico que ajude aentender melhor as causas e efeitos dosdesastres nas sociedades, e tambémpossibilitar uma disseminação maislarga dos conhecimentos, de forma aque a vulnerabilidade das comunidadesexpostas a desastres seja reduzida.

A Assembleia Geral da ONU hápouco concordou que umaconferência mundial em reduçãode desastres aconteça em Kobe,Japão, de 18 a 22 de Janeiro de2005. O que o seu país esperadesta conferência? Você temalguma mensagem aos que estãoorganizando a conferência?Esta conferência mundial sobre aredução de desastres será umaoportunidade excelente para a troca deexperiência entre as várias comunidadesde todo o mundo. Também, durante aconferência poderão ser tomadasdecisões importantes em assuntos de

interesse comum que asseguraraõmelhores condições de vida para aspessoas das várias partes do mundo.

Relativo as expectativas do meu país,este foro é de vital importância. Porcima das falhas existentes eminformação prática (de natureza técnica,política, etc.) no campo da prevenção e/ou mitigação do risco de desastres, aconferência nos permitirá ver o que foialcançado noutras nações.

Eu tenho uma mensagem para osorganizandores do foro? Eu quero queeles mostrem com profundidade econsistencia, ao considerar todos osaspectos de prevenção e/ou mitigaçãodo problema do risco de desastres.

Por favor note que eu fui primeirobreve nesta entrevista. A razão é que ainformação ainda é discrepante nocampo da gestão de desastres noBurundi (devido a uma gestão de tipocentralizada através dos váriosministérios governamentais, NGOs,agências da ONU, etc.). Porém, eu soumuito positivo que o estabelecimentode uma Plataforma Nacional da EIRDno Burundi nos permitirá a harmonizare cronometrar todas as atividades ecoordenar as acções levados a cabo porvários parceiros.

<< A diferença entre umdeserto e um jardin

não é a água é o Homen >>

Decisores Politicos Africanos Abordam Sobre a Redução do Desastre

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ContextoCom base no progresso e impactoinicial do que foi feito no ano 2002 e ácompreensão de quem fez o quê e ondeno que diz respeito a redução dedesastres em África, assim como anecessidade de balançar a combinaçãoentre necessidades e fundosdisponíveis, o programa regional dealcance das NU/EIRD – tambémconhecido por NU/EIRD – África,realizou as suas actividades atravês daextensão, parceria, cooperação ecoordenação com os seus princípaisparceiros em África na base de umametodologia «catalítica».

Tal metodologia adaptou-se e ainda seadapta aos recursos limitados de que asNU/EIRD dispõe bem como, ao seuinicial e actual trabalho de base e fasede implementação.

A metodologia também ajuda apromover o senso de posse nacional doprocesso de redução de desastres, isto écentral não só para o sucesso daimplementação da EIRD como também,para o custo-eficiência – numcontinente vasto como o Africanocaracterizado por limitado e carosistema de comunicação.

Tal metodologia «catalítica» clama porpolíticas de relações públicas ecomunicação da parte das NU/EIRDÁfrica, proactividade, troca deexperiência, e parcerias. Ela é baseadana selecção refinada de intervenções-chave, escolhas baseadas nobalanceamento de acções a nívelnacional, sub-regional e regional.

ObjectivosDe acordo com a visão estabelecida naEstratégia para um Mundo Seguro noséculo 21 : redução de Desatres, osobjectivos gerais do Programa Regionalde Alcance das NU/EIRD de África é ode contribuir para salvar vidas epropriedades atravês do melhoramento

da gestão de risco e uma cultura deprevenção de desastres.

Áreas prioritáriasA fim de atingir este objectivo, as NU/EIRD África, trabalharam em estreitacolaboração com as agências dasNações Unidas (NU), organizaçõesregionais e sub-regionais e autoridadesnacionais em África para promover aimplementação da estratégiainternacional das Nações Unidas e oPlano de Acção de redução deDesastres. De acordo com as áreasprioritárias estabelecidas no programapara África, mencionadas no relatórionarrativo, poucas mudanças foramfeitas, e a ênfase foi para as seguintesseis áreas :

• Advocacia para a integração deredução de riscos de desastres nodesenvolvimento sustentável.

• Apoiar a criação da capacidadeinstitucional e humana

• Promover a coordenação e criaçãode redes

• Aumentar a sensibilização e acessoà informação sobre perigos,vulnerabilidade e redução de riscosde desastres

• Apoiar a coordenação sobre o avisoprévio e criação de capacidades

• Encorajar a aplicação da ciência etecnologia

Progresso alcançadoSob a orientação do director das NU/EIRDe, com o apoio de colegas da sedeem Genebra, as NU/EIRD África,puderam consolidar as suas relações detrabalho construtivas com organizaçõesregionais e alcançar progressostangíveis na implementação doPrograma regional Africano de« Outreach ».

A seguir, apresentamos os resultadostangívies alcançados em 2003:

• Organização do workshop regionalsobre Aplicação da Tecnologia

Espacial nos países (IGAD), emcooperação com o secretariado doIGAD e o centro regional para oMapeamento de recursos para oDesenvolvimento (CRMRD) de 17 a21 de Fevereiro de 2003.

• Estabelecimento de PlataformasNacionais de EIRD em cooperaçãocom os governos nacionais,UNOPS, OCHA e PNUD noDjibouti, Madagáscar, Uganda eComores.

• Desenho da página Internet das NU/EIRD – www.unisdrafrica.org.

• Coordenação de um EncontroConsultivo para a Região Africanasobre Aviso Prévio que fazia partedo processo de preparação para asegunda Conferência Internacionalsobre Aviso Prévio realizado emOutubro de 2003 em Bona,Alemanha, e revisões sub-regionaisdos sistemas de aviso prévio nospaíses IGAD, SADC e ECOWAS.

• Extensão da rede Africana das NU/EIRD a nível nacional, sub-regionale regional, e o lançamento da revistabi-anual das NU/EIRD designadaRedução de Desastres em África –NU/EIRD Informes em Inglês eFrancês.

• Apoio ao seminário regional detrabalho sobre gestão de desastres eapoio ao encontro regionalconsultivo liderado pelo NEPADsobre gestão de riscos de desastres.

• Arranque da iniciativa conjunta UA/NEPAD e NU/EIRD África para odesenvolvimento da EstratégiaRegional para África de Gestão deRiscos de Desastres.

• Promoção da participação da mulher equestões de género na redução dedesastres em África. Início dainiciativa conjunta com as UN-HABITAT e DMCN (Centro deMonitoria das Secas – Nairobi) para arevisão da redução de desastres emÁfrica numa perspectiva do géneropara o desenvolvimento da estratégiae recomendações para as políticas.

NU/EIRD África - Actividades de 2003 numarápida vista de olhos

NU-EIRD África em Acção

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• Finalização de um acordo com osecretariado para o Oceano Índico(COI) sobre consultas sub-regionaise revisão de desastres, assim como aorganização de consultas sub-regionais sobre redução dedesastres.

• Produção de programas de rádio emInglês, Francês e Swahili intituladasPerigos e Desastres, Seca – O queSaber e o que Fazer: O impacto dosdesastres sobre às nossascomunidades; e Vivendo com Riscosde Desastres.

• Produção de um Guião Educativopara Líderes Comunitários e Escolassobre Água e Riscos em África eprodução do primeiro guião de umacolecção educativa para criançasintitulada Safari (Encontro Safaricom Deslizamentos de terra;Encontro Safari com cheias).

Impactos iniciaisOs progressos tangíveis de 2003,aumentaram a visibilidade das NU/EIRD e apreciação do valor adicionalda sua assistência na implementação daEstratégia Internacional de Redução deDesastres e avanços no processo deredução de desastres em África. Osprincípais impactos podem serresumidos da seguinte forma.( Por favor note que os números nestasecção correspodem aos da acçãoacima – Progressos Alcançados).

Coordenação de um EncontroConsultativo para a Região Africanasobre Aviso Prévio que faz parte doprocesso de preparação para a SegundaConferência Internacional sobre AvisoPrévio. O seminário ajudou àsautoridades nacionais a compreenderque a redução de desastres precisa decooperação e colaboração multi-sectorial à todos os níveis, assim comoa importância da informação geradapela cooperação entre à “África do Sule o Uganda em gestão de informaçãoatravés do uso de tecnologia espacial.

O estabelecimento de plataformasnacionais das NU/EIRD, ajudou areforçar a cooperação inter-ministerial eredução de desastres e a identificar

áreas prioritárias para a redução dedesastres. As plataformas nacionaisorganizaram por sua vez encontros deseguimento. O Uganda estabeleceu umaunidade de gestão de informação, oDjibouti está pronto para desenvolver apolítica e estratégia para a redução dedesastres nacionais, alguns países taiscomo o Botswana, Burundi, Rwanda,RDC e Ghana – demonstraram interesseem estabelecer pontos focais para aimplementação da NU/EIRD . Uma vezque as plataformas nacionais foramestabelecidas com o apoio dosescritórios do PNUD de cada país, oprocesso todo, gerou cooperação entreo PNUD e as NU/EIRD em África.

A página da Internet, contêminformação compreensiva sobre aRedução de Desastres das autoridadesnacionais, sub-regionais e regionais.Enquanto a página da Internet estavasendo construída, as NU/EIRD Áfricarecebeu vários comentários e perguntassobre o porquê do não acesso da páginada internet: isto mostra que a página daInternet já foi usada como referência naregião.

As consultas regionais contribuiramsubstancialmente para a segundaConferência Internacional sobre AvisoPrévio realizado em Bona, Alemanhaem Outubro de 2003.

Comparado com outras regiões, orelatório Africano foi abrangente e útilcomo referência. A participaçãoAfricana no encontro (desde, ONGs,mulheres e Ministérios) forneceramvalor adicional à Conferência de Bona.Por exemplo, depois do encontro deBona, a Vice-Ministra do Ganademonstrou interesse em trabalhar paraa Redução de Desastres com o apoiodas NU/EIRD. O valor do trabalhorealizado pelas NU/EIRD, é desdeentão aceite.

A extensão da rede com as agências dasNações Unidas e organizações regioaise sub-regionais ajudou a reforçar apartilha de informação e troca deconhecimento sobre Redução deDesatres. Desde o lançamento darevista bi-anual, as NU/EIRD recebeuvárias solicitações de cópias, mais

UN/ISDR AFRICAEducational Series, Volume

1, Issue 2

SAFARI’SENCOUNTER WITH

FLOODS

SAFARI’SENCOUNTER WITH A

LANDSLIDE

ISDR-Africa Educational Series.

Volume 1, Issue 1

NU-EIRD África em Acção

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contribuições sobre a forma de artigos einteresse institucional e contribuiçãopara tradução da revista em Árabe ePortuguês para além do Francês.

O apoio das NU/EIRD África aosecretariado da NEPAD tornou possívela mudança de ênfase na resposta aosdesastres e segurança alimentar paragestão de riscos de desastres, e de umplano a curto prazo para longo-prazoque inclui a revisão regional doprocesso de redução de desastres edesenvolvimento de programas eestratégias. Este apoio também geroumaior interesse e apoio do PNUD eUNEP à iniciativa actual entre osecretariado da NEPAD e as NU/EIRD.

O interesse das mulheres na redução dedesastres aumentou. Uma ONGQueniana para a mulher organizou umseminário nacional de trabalho com oapoio das NU/EIRD África e daDMCN. Uma revisão regional Africanasobre a redução de desatres com aperspectiva de género está sendo feita, amesma irá resultar em recomendaçãopara políticas e contribuição para oprocesso actual de desenvolvimento deuma Estratégia Regional Africana deGestão de Desastres (com a UA/NEPAD), para além de ser umacréscimo para a Conferência Mundialde Redução de Desastres (MRD) que serealizará em Kobe, Hyogo, no Japão em2005.

A CIO, está pronta a desenvolver aestratégia sub-regional para facilitar oprocesso de redução de desastres nasub-região. Os programas de rádioforam ao ar em diferentes países taiscomo Uganda, Djibouti e Madagascárno dia internacional de Redução deDesastres foi bem recebido pelosestudantes e professores e umaorganização Dinamarquesa perguntouse poderia utilizá-lo como modelo paramodificar a sua assistência aoMadagáscar. Água e Riscos em ÁfricaUm Guião para os LíderesComunitários e Água e Risco emÁfrica – Um Guião para as Escolasgeraram mais interesse e apoios. OPNUD está já a colaborar com as NU/

EIRD África na produção de um guiãosobre boa governação e redução dedesastres. A UNEP, aceitou partilhar oscustos do Encontro Safari sobre Cheiase Secas, assim como do guião sobreligar a protecção do ambiente eredução de desastres.

Prioridades para 2004A fim de promover o sentimento deposse nacional do processo de reduçãode desastres, as UN/ISDR Áfricacontinuará a fornecer assistênciadireccionada para o estabelecimento deplataformas nacionais com base emsolicitações oficiais, e irá assegurar queos governos nacionais liderem oprocesso de estabelecimento deplataformas nacionais. Ao mesmotempo, as NU/EIRD África irá tentarpromover parcerias com as plataformasnacionais já estabelecidas das NU/EIRD através do apoio mútuo ásiniciativas de redução de desastres. Asprincipais prioridades das NU/EIRDÁfrica para 2004 são:

Facilitar a criação de ambientesfavoráveis: NU/EIRD África irácontinuar a encorajar e apoiar osgovernos nacionais na criação de umambiente favorável que consiste empolíticas nacionais, legislação,estratégias, plano de acçãoinstitucional, capacidade humana, erecursos financeiros através deadvocacia, apoio técnico, troca deinformação e conhecimento.

Aumentar a sensibilização sobre riscosde desastres: NU/EIRD África iráprosseguir os seus esforços deaumentar o conhecimento geral sobreriscos de desastres através daadvocacia, produção de revistas,equipamento de informação e materiaiseducativos e, análise profunda doimpacto dos desastres nodesenvolvimento socio-económico.

Encorajar consultas e promover acooperação e colaboração: as NU/EIRD África irá continuar a encorajar einiciar consultas multidimensionais e atodos os níveis sobre assuntos

específicos relacionados com reduçãode desastres atravês da realização deencontros formais e informais a nívelnacional, sub-regional e continental.

Endereçar as questões de género naredução de desastres: NU/EIRD Áfricairá continuar a promover as questões degénero na redução de riscos de desatrese aumentar a consciencialização sobrediferenças de género no impacto dosdesastres.

Advogar para a ligação entre reduçãode desastres e erradicação da pobrezacom vista a atingir as Metas deDesenvolvimento do Milénio: as NU/EIRD África irá levar a cabo estudosprofundos em áreas pobres em África edesenvolver guiões sobre como ligar aredução de desastres à erradicação dapobreza com base no conhecimentoadquirido nos estudos.

Facilitar a preparação da regiãoAfricana para a Conferência Mundialsobre a redução de desastres emJaneiro de 2005: A NU/EIRD África iráfacilitar a actual revisão Africana emcooperação com os governos nacionais,organizações sub-regionais, regionais einter-governamentais e o sistema dasNações Unidas. A NU/EIRD África iráutilizar a revisão como umaoportunidade de engajar os jovens ecomunidades na redução de desastres.

NU-EIRD África em Acção

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Actualização das publicações

NU/EIRD está a preparar um guião paralíderes comunitários sobre “Redução deRiscos de Desastres e Protecção doMeio Ambiente”. O guião faz parte dasactividades de sensibilização das NU/EIRD África e está sendo elaborado emparceria com a Umvoto África, umaempresa de consultoria de Ciências daTerra baseada na África do Sul. AUmvoto África já concluiu o outroguião sobre: Água e Riscos em África”são o primeiros guiões para escolas/líderes comunitários publicados pelasNU/EIRD África. Aumentar aconsciencialização pública acerca dosperigos naturais e outros relacionados, eos riscos que se colocam para àssociedades e economia tornou-se umdos quatro objectivos principais daEstratégia Internacional de Redução deDesastres das Nações Unidas.

A sensibilização pública tem em vistalevar o conhecimento acerca dassoluções existentes que podem reduzir avulnerabilidade aos perigos, as NU/EIRD África resolveram publicar umasérie de guiões para líderescomunitários e uma versão simplificadapara alunos. Para uma melhor coberturado continente Africano, o guião serápublicado em Inglês, Francês ePortuguês.

Porque é que o próximo guião serásobre “Protecção do Meio Ambiente eredução de Riscos de Desastres”? Nosúltimos 40 anos, perigos naturais taiscomo tremores de terra, seca, cheias,

ciclones tropicais e tempestades,queimadas e erupções vulcânicascausaram muitas perdas humanas emÁfrica. Estes, geralmente resultam nadestruição de infraestruturas sociais eeconómicas, bem como em estragos noambiente natural (NU/EIRD, 2002).

O guião sobre “Protecção do MeioAmbiente e Redução de Riscos deDesastres”, irá descrever como adegradação ambiental resulta noaumento da vulnerabilidade dascomunidades dos distritos, e porquê aRedução de Desastres deve ser ligada àprotecção ambiental.

A desflorestação, desertificação,degradação do solo, erosão costeira epoluição poderão resultar em situaçõesem que a comunidade está exposta àperigos de que antes não estava. Osefeitos da degradação ambientalcontribuem para o aumento davulnerabilidade e a frequência eintensidade dos perigos naturais – tantona forma de desastres de reação lenta(por exemplo a seca) como nas dereação rápida (por exemplo: cheias).

O guião irá também enfatizar odesenvolvimento sustentável e irámostrar como a sensibilização sobre aredução de riscos de desastres podeconstitutir um instrumento de apoio aodesenvolvimento sustentável.

Na verdade, o desenvolvimentosustentável é um desenvolvimento queresponde às necessidades do presente

sem comprometer a abilidade desatisfação das necessidades dasgerações futuras (Comissão Brundtland,1987), é baseado no bem estar sócio-cultural, boa governação, eficiênciaeconómica e protecção do meioambiente, que contribue positivamentena redução de riscos de desastres.

O guião irá também apresentar umnúmero de histórias de sucesso acercada redução de riscos de desastresatravés da participação comunitária e,irá ilustrar os benefícios da Protecçãodo Meio Ambiente para a redução deriscos de desastres.

A finalizar mas igualmente importante,o guião irá fornecer aos líderescomunitários, orientações sobre olevantamento das necessidades deriscos (com ênfase nos perigosambientais). A protecção do MeioAmbiente e medidas para a redução deriscos, sistemas de aviso prévio,planificação para a prontidão dedesastres, desenvolvimento sustentávele redução da dependência em ajuda aosdisastres.

Quando às comunidades tomam passosactivos para proteger o ambiente, elasestão também a contribuir na reduçãode riscos de disastres, e, se acomunidade está sensibilizada sobre osriscos locais, e existem planos deprontidão em caso de desastres, então,ela estará em melhor posição deresponder à e a refazer-se dos desastres.

NU/EIRD África publica um guião comunitário sobreredução de desastres e protecção do ambiente

NU-EIRD África em Acção

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UN/ISDR ÁFRICA,Nairobe, Quénia

Mobilizar e juntar as capacidadesnacionais ... para ajudar um país membroque precise ...”, “ ....integrar a redução deriscos de desastres em todos osprogramas de desenvolvimento eactividades de investimento ...” Estasrecomendações foram feitas pelos oficiaisde gestão de desastres das cinco Ilhas doOceano Indico....

“A redução de desastres já não ‘e uma meraopção, mas sim, parte da acção dos paísesda IOC (Comissão do Oceano Índico). Empoucas palavras, a redução de desastres estáganhando ímpeto na sub-região.”

Este comentário foi feito pela DoutoraHasina Randrianasolo, consultorainternacional em gestão de desastres, nofinal do encontro consultivo sub-regionalsobre redução de riscos de desastresorganizado em colaboração com osecretariado geral da IOC e NU/EIRD de20 a 21 de Novembro de 2003 emAntananarivo, Madagascar.

Durante, o encontro consultivo, acooperação entre os dois organismos acimamencionados se tornou efectiva.Participaram no encontro doisrepresentantes de cada uma das cinco ilhasdo Oceano índico (Seycheles, Comores,Madagascar, Reunião e Maurícias), doisrepresentantes do Secretariado Geral daIOC e 1 representante das NU/EIRDAfrica.

Em direcção á uma acção comumPeriódicamente expostos e particularmenteás vulneráveis crescentes ameaças dedesastres causados por perigos naturais taiscomo, ciclones, cheias, secas, erupçõesvulcânicas, etc., estes cinco estadosmembros da IOC, têm experimentadograndes perdas humanas e económicasassim como sofrimento humano todos osanos. Mesmo assim, os esforços parareduzir a pobreza e alcançar odesenvolvimento sustentável seriam em vãoa menos que os riscos à desastres e aprotecção de vidas humanas e meios de

subsistência sejem geridos de formaapropriada.

Contudo, para fortalecer o processo deredução de desastres no sul do Oceanoíndico, o Secretariado Geral da IOC, e asNU/EIRD África, notaram que algumasacções comuns na área de redução dedesastres são de interesse comum dospaíses membros da IOC.

Buscando consensosForam definidos três objectivos para oencontro consultivo:

1. Reforçar a cooperação regional nagestão de riscos de desastres.

2. Um Forum dos países membros daIOC e principais agências das NaçõesUnidas para partilhar pontos de vistae experiências na gestão de riscos dedesastres.

3. Consenso sobre como lidar comgestão de riscos de desastres para odesenvolvimento sustentável naregião.

Em consideração aodesenvolvimento sustentávelO encontro foi aberto e encerradoformalmente pelo Ministro do Interior eReforma Administrativa do paíshospedeiro, a República de Madagascar,Sr. Jean Seth Rambeloalijaona, que étambém o Presidente do ConselhoNacional de Alívio (CNS). No primeirodia, foram feitos um total de oitoapresentações, respectivamente (1) pelosrepresentantes dos quatro países sobre oestado de gestão de riscos de desastresem 2003 e 2004 nos seus respectivospaíses (Comores, Maurícias, Madagascare Seycheles). As apresentações foramseguidas de discussões centradas emcomo tratar a redução do risco dedesastres para o desenvolvimentosustentável da sub-região.

Política e estratégia sub-regionalDurante o encontro foram feitasrecomendações. Os participantesrecomendaram o seguinte, como base parauma efectiva gestão sustentável de riscos dedesastres na sub-região: (1) coordenação sã,

sustentável e efectiva na gestão de riscos dedisastres na sub-região; (2) cooperação sã,sustentável, efectiva na gestão de riscos dedesastres na sub-região; (3) incorporaçãoefectiva de redução de riscos de desastresna sub-região e mitigação do seu impactono desenvolvimento e nas políticas deredução da pobreza, estratégias einiciativas.

Os participantes também recomendaramque era imperativo para os países membros:(1) Adoptar uma visão comum sobre gestãode riscos de desastres; (2) Adoptar e pôr àdisposição um plano de consenso deoperação a nível nacional e sub-regional;(3) ter um nível aceitável (mínimo) decapacidade técnica e institucional; e (4)mostrar comprimisso político sustentável econtínuo. Eles recomendaram que : (1)Uma Estratégia Geral e Política de Gestãode riscos de desastres seje desenvolvida nasub-região; assim como, (2) estratégiassectoriais de curto, médio e longo-termo,seguidas de identificação de programas deactividades relevantes.

“Solidaridade inter-estados”Os participantes recomendaram que àsautoridades políticas sejam mobilizadas e quetodos os estados membros sejam envolvidosatravês de um acordo de cooperação ouconvenção que os obrigue a participar noprocesso de implementação comum, nãoimportando para tal, a situação ou prioridadeprevalecente em cada país. Os participantestambém recomendaram que SolidariedadeEntre Estados seja reforçada e implementada:

• Através do desenvolvimento e assinaturade protocolos e acordos de cooperação(plano de procedimentos paramobilização da solidariedade Inter-Estados).

• Através da mobilização e junção decapacidades nacionais – onde houvernecessidade e disponibilidade por umperíodo definido para ajudar o paísmembro que necessitar.

• Através da incorporação da redução deriscos de desastres e mitigação doimpacto em todas as políticas dedesenvolvimento, estratégias eprogramas e em todas as actividades deinvestimento.

ILHAS DO OCEANO ÍNDICO: A redução dedesastres ganha ímpeto

NU-EIRD África em Acção

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Redução de Desastres em África -EIRD Informes, 1Edição, Abril 2004 55

Sr. Kenneth Westgate,Conselheiro Sénior Regional ,PNUD/BPC e R – Bureau para Prevençãode Crises e Recuperação,Nairobe, Quénia

Cerca de 75% da população mundialvive em áreas afectadas de pelo menosuma vez entre 1980 e 2000 porterramotos, ciclones tropicais, cheias esecas. As consequências de estarexposto à esta vasta gama de perigosnaturais para o desenvolvimentohumano só agora começaram a seridentificadas. Os riscos dos desastresnaturais está intimamente ligado aoprocesso de desenvolvimento humano.

Os desastres colocam em risco odesenvolvimento. Ao mesmo tempo, asescolhas feitas por indivíduos,comunidades e nações podem gerarnovos riscos de desastres. Contudo, odesenvolvimento humano pode tambémcontribuir para a redução de riscos dedesastres.

Relação entre desastres edesenvolvimentoOs escritórios do PNUD paraPrevenção de Crises e Recuperação(PNUD-BCPR) lançou um relatórioglobal intitulado “Redução de Riscosde Desastres: Um Desafio aoDesenvolvimento”. O relatório tentadefinir a relação entre a ocorrência dedesastres e o risco de desastres para odesenvolvimento.

Os processos de desenvolvimentointervêm na tradução da exposiçãofísica em eventos de desastres naturais.Isto é demonstrado pela observação deque, enquanto apenas 11% das pessoasexpostas aos perigos naturais vivem empaíses classificados como tendo baixodesenvolvimento humano, estes sãoresponsáveis por mais de 53% dasmortes totais registadas.

O relatório argumenta qua o risco aosdesastres não é inevitável e ofereceexemplos de boas prácticas de reduçãode riscos a desastres que podem serincluídas nas políticas actuais deplanificação do desenvolvimento.

O relatório integra o primeiro Ìndice deRisco à Desastres (DRI) que compara àexposição física à perigos,vulnerabilidade e riscos entre países,demonstrando uma clara ligação entre odesenvolvimento humano e as taxas demortes após desastres provocados porperigos naturais.

Protegendo as metas dodesenvolvimento do milénio, outrasIniciativas de desenvolvimentoAtravês do crescente conhecimento ecompreensão da relação entre riscos àdesastres e desenvolvimento, o PNUDsugere que existe uma oportunidade realagora de abordar a questão de riscos dedesastres de uma forma positiva para aredução da pobreza, as metas dedesenvolvimento do milénio, (MDGs) eoutras principais iniciativas dedesenvolvimento que estão expostas asperturbações e destruição por eventosde desastres.

O PNUD, está, portanto afirmando asua intenção colectiva de ver a reduçãode desastres como uma componente daagenda de desenvolvimento eencorajando os outros a fazerem omesmo. Embora os eventos de desastresproduzam uma boa cobertura por partedos meios de comunicação, a respostacontínua às consequências posterioresdos desastres não altera o estado devulnerabilidade das pessoas emprimeiro lugar, responsáveis pelaocorrência de desastres. O PNUDespera através deste relatório, atingirnão só apenas notícias: isto quer dizerque a redução a riscos de desastres devesignificar que os riscos á desastres

sejem pelo menos reduzidos á níveis eproporções gerenciáveis.

Não atingir isto, por outro lado poderásignificar que , a não ser que os riscossejem atacados de uma forma integradae compreensiva, a esperança de umdesenvolvimento efectivo real,incluindo atingir as MDGs,desaparecerá.

O Índice de riscos de desastresO relatório, estabelece o primeiroíndice de redução de desastres (DRI). ODRI fornece o nível de exposição físicae a vulnerabilidade relativa para maisde 200 países e territórios para quatroperigos naturais; terramotos, ciclones,cheias e secas.

Os números foram determinados pelacomparação do número de pessoasexpostas em relação á população edepois o mapeamento de dados nosistema geográfico de informação.Através da avaliação do número depessoas que morreram anualmente de1980 a 2000 com o número de pessoasexpostas, o PNUD foi capaz decomparar a vulnerabilidade dos países àdiferentes perigos naturais.

No Irão, por exemplo, uma média de1,074 pessoas morrem por ano nosterramotos que ocorreram entre 1980 e2000, para cada um milhão de pessoasexpostas. Comparado isto à 0,97pessoas que morrem por ano por ummilhão de pessoas nos EUA.

O índice de redução de disastrescompara os níveis de riscos dos paísescom 26 indicadores sociais, económicose ecológicos de forma a identificar osprocessos de desenvolvimento quecontribuíram para a altavulnerabilidade. O risco aos ciclonestropicais por exemplo, é vigorosamenteidentificado com países com população

PNUD Lança Balisas no Relatório Global sobre Reduçãode Riscos de Desastres e Desenvolvimento

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numerosa e predominantemente rural ecom um baixo índice dedesenvolvimento.

Países com um baixo produto internobruto per capita, baixa densidadepopulacional (em áreas propensas áscheias) e um elevado número depessoas expostas estão em grande riscode cheias. Embora, o DRI deva serconsiderado trabalho em progresso,alguns dados estão incompletos(particularmente no que diz respeito àssecas), o relatório também apela aoinvestimento na colheita de dados egestão de forma a que a situação sejeclara e a questão do risco á desastresevidente, isto incluí países onde osmecanismos de colheita de dados sãopobres.

O DRI irá apoiar na identificação dospaíses que enfrentam maior riscos e iráfornecer dados de base para aidentificação de questões chave eavaliar os problemas e as soluções.Contudo, o DRI não é uma panacéiamas sim uma oportunidade/abertura aosriscos e o contexto em que estes seacumulam.

Redução de riscos á disastres: Umdesafio para ÁfricaA integração da gestão de riscos àdesastres e redução nos programas epolíticas regionais e sub-regionais dedesenvolvimento, é a nível global umfenómeno relativamente novo. África éprovávelmente o continente onde muitopouco tem acontecido, embora existamsinais encorajadores.

De entre as organizações sub-regionais,a Autoridade Inter-governamental deDesenvolvimento (IGAD) tem umprograma acordado de redução deriscos de desastres de apoio aos seuspaíses membros. A SADC, tambémreconheceu a importância de fornecerapoio à gestão de riscos de desastrespara os seus membros. A nível regionala NEPAD está actualmente a trabalharna definição da Estratégia para Áfricade gestão de riscos de desastres.

A nível nacional, um número da paísesjá definiram a gestão de riscos dedesastres como uma componentedistinta do Quadro Conceptual de

Assistência ao Desenvolvimento dasNações Unidas (UNDAF), entre eles, oGhana, Ruanda, e Djibouti. A África doSul está preocupada com a integraçãodo seu programa de gestão de desastresno processo de desenvolvimento a nívelmunicipal e abaixo. Muitasorganizações e agências tanto não-governamentais e inter-governamentaisestão estimulando o processo.

Redução de riscos de desastres,ponto central do PNUDCom a produção do relatório PNUD-BCPR, o PNUD fez o risco dedesastres, o seu principal foco, uma vezque ela é a principal agência dedesenvolvimento do sistema das NaçõesUnidas, tem a responsabilidade dedemonstrar a eficácia de uma boagestão de riscos de desastres com baseno desenvolvimento. Advocacia esensibilização crescente da EstratégiaInternacional das Nações para aRedução de Desastres, NU/EIRD écrucial para o apoio desta iniciativa,enquanto outras agências das NaçõesUnidas tais como a UNEP e UN-HABITAT estão também envolvidas noque está se tornando rápidamente umapreocupação multi-agências. Tanto aPNUD e as NU/EIRD nomearamconselheiros regionais para África quepossam animar o processo atravês dosescritórios locais do PNUD e da suacooperação com os Governos nacionais.

Recomendações do relatório O relatório termina com as seguintesrecomendações:

• É fundamental ter uma boagovernação para assegurar que asconsiderações aos riscos sejamintegrados na planificação dodesenvolvimento e programação, eque os riscos existentes sejamefectivamente mitigados.

• A consideração da gestão do riscoaos desastres deve ser incluida nosprogramas de reconstrução erecuperação após os desastres.

• Gestão integrada de riscosclimáticos deve ser promovida:criando capacidade que possa lidarcom os riscos de desastres existentesde uma forma efectiva e que possagerir capacidade para lidar com os

riscos resultantes de mudançasclimáticas futuras.

• A política de redução de riscos adesastres deve tomar emconsideração o facto dos perigosnaturais serem apenas um de entrevárias ameaças potenciais a vida esubsistência. Muita das vezes, estaspessoas e comunidades vulneráveisa perigos naturais são tambémvulneráveis a outros perigos . Paramuitos, estratégias de subsistênciatêm a ver com a actuação de riscosde múltiplos perigos – económicos,sociais, políticos e ambientais. Apolítica de redução de riscos dedesastres têm que buscaroportunidades de criação decapacidades genéricas bem como decapacidades específicas de riscos dedesastres.

• Para além de abordar futuros riscosde desastres, existe hoje um legadoacumulado de riscos e a necessidadede melhorar a resposta e prontidãoaos desastres.

• Um primeiro passo em direcção aacção global de forma coordenadasobre redução de riscos à desastresdeve ser a compreensão clara danatureza e profundidade dosperigos, vulnerabilidade e perdasdevido a desastres. É necessário,portanto, abordar as lacunas deconhecimento na avaliação do riscode desastres, atravêz da:a) melhoria dos indicadores globais

de riscos e vulnerabilidade,permitindo maiores e melhorescomparações inter-regionais einter-países,

b) apoiar a indexação nacional esub-regional para melhorar aprodução de informação para osdecisores nacionais,

c) desenvolver um sistema multi-facetado de documentação dedisastres, e

d) apoiar avaliações contextuais deriscos.

O autor gostaria de agradecer oescritório da Rede Integrada deInformação Regional de Nairobe, oescritório das Nações Unidas paraCoordenação de QuestõesHumanitárias, (OCHA) pela assistênciadada na preparação deste artigo.

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Redução de Desastres em África -EIRD Informes, 1Edição, Abril 2004 57

SADC – Reunião no Meio do Período de Avaliação Estratégica e Prontidão de Desastres

Sr. Richard Masundire,Director,Unidade Regional de Aviso-PrévioComunidade de Desenvolvimento da ÁfricaAustral (SADC),Botswana

A Comunidade de Desenvolvimento daÁfrica Austral (SADC) organizou umencontro a meio do período sobreAvaliação Estratégica e Prontidão áDesastres em Maputo, Moçambique, de4 a 6 de Fevereiro de 2004. O encontrofoi oficialmente aberto por IsaíasMondlane, Secretário Permanente doMinistério dos Negócios Estrangeiros eCooperação de Moçambique e foipresidido pela Sra. M.S. Lebesa, aSecretária Principal do Ministério daDefesa e Segurança Nacional do Reinodo Lesotho e contou com a participaçãode parceiros de Cooperação. Oencontro foi financiado pelo Governoda Alemanha atravêz do “InternationaleWeiterbilding und EntwicklunggGmbH” (em Went), e pela AgênciaInternacional de Desenvolvimento dosEstados Unidos (USAID).

O encontro fez a avaliação do estado daestação de chuvas de 2003/2004 a fimde compreender os prospectos daestação a seguir e mapear os próximospassos.

ConstataçõesO encontro deliberou sobre váriasapresentações nacionais e regionaisdebruçando temas relevantes emparticular os seguintes:

Preocupações sobre a segurançaalimentar no ínicio da época seca

O encontro observou que o início tardioe imprevisível das chuvas durante oprimeiro semestre da estação 2003/2004 em muitos estados membros daSADC. Isto resultou na redução globalde áreas plantadas e prospectos deprodução. A região poderá, portantonão ser capaz de cobrir as necessidades

em alimentos para a estação comercialde 2004/2005. Os estados membrosafectados incluem; o Bostwana,Lesotho, Swazilândia, Malawi,Moçambique, Tanzania, África do Sul eZimbabwe.Mesmo a previsão normaldas chuvas para o período Fevereiro –Abril poderão não melhorar ascondições de colheita no Botswana,Suazilândia, Lesoto, Sul deMoçambique e algumas partes daÁfrica do Sul. Contudo, a probabilidadepoderá melhorar na zona centro deMoçambique, Namíbia e Zimbabwe, seas chuvas normais acontecerem duranteo restante período da estação. Asituação da segurança alimentar écaracterizada pela baixa produção quese tem verificado em muitas destasáreas nas últimas 3 estações.

Recursos Hídricos são baixosOs participantes observaram que osníveis dos rios, barragens e águas dosubsolo estão baixos no Botswana,Lesoto, Suazilândia, Malawi,Moçambique, Tanzania e África do Sul,como resultado das chuvas. A carênciade água está a afectar a agricultura e ouso doméstico e industrial da água. Umnúmero de Estados Membros estão já atomar medidas para mitigar os impactosda grave escassez da água.

Cheias localizadas afectamcomunidadesChuvas fortes nas bacias da Alta-Zambézia, Cunene e Okavangoprovocaram cheias em alguns estadosmembros tais como Angola, Botswana,Namíbia e Zambia. Isto afectou ascomunidades que praticam a agriculturaao longo das margens dos rios, asculturas foram submersas ou lavadaspela água.

Gado em más condiçõesA fraca pastagem afectou a produçãomassiva de gado nos Estados Membrose prevê-se que isto tenha consequênciaseconómicas não favoráveis. Os Estados

Membros afectados incluemBotswanaBotwuana, África do Sul,Namíbia e Suazilândia.

Aumento de preço de alimentosEm muitos mercados já existe umapressão antecipada do aumento depreços de alimentos básicos por causada projecção de produção baixa.Adicionalmente, o encontro observoucom preocupação o facto do transportede géneros alimentícios ter-se tornadoexcessivamente caro em comparaçãocom os valores consignados.

RecomendaçõesEm consideração das observaçõesacima, os participantes recomendaram oseguinte:

Avaliações necessárias para melhorcompreender os níveis devulnerabilidade

Deve-se dar prioridade a realização deavaliações de vulnerabilidadecoordenadas e multi-sectoriais comurgência de forma a lançar-se umaresposta efectiva e eficiente de apoio àscomunidades. De modo a reduzir aduplicação e criar consenso, estasavaliações devem ser levadas a caboatravês das estruturas existentesregionais e nacionais.

Tomar partido da 2A estação decolheita de invernoOs estados membros são chamados afazer o quanto possível, uso dasesperadas chuvas normais do períodorestante da estação e recursos de águado subsolo para as culturas da 2a

estação.

Melhorar a resposta ás emergênciasEnquanto, os estados membros, asNações Unidas e outras agênciasmultilaterais devem ser louvadas pelotrabalho feito com vista a fornecerassistência alimentar aos estadosmembros afectados devido à fracaprodução de culturas do ano passado,

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há necessidade de resolver algunsdesafios pendentes relacionados com ogrupo alvo e o impacto do HIV/SIDAna segurança alimentar.

Aumentar a ênfase na prevenção,mitigação e prontidãoOs estados membros e parceiros decooperação são chamados a alocarrecursos adicionais para prevenção,mitigação e prontidão a desastres.

Necessidade de reforçar a capacidadeinstitucionalO encontro, observou que asinstituições de gestão de desastres e oscomités de avaliação da vulnerabilidadeainda não foram inteiramente instituídosno secretariado da SADC e em algunsestados membros. O encontrorecomendou que o secreatariado daSADC e os estados membros reforçemas suas estruturas e funções de gestão

de desastres. Isto inclui o reforço dasinstituições chaves nesta área, incluindoo desenvolvimento de recursoshumanos.

Papel do comércio e de mercadosO comércio de alimentos formal einformal inter-regional deve serpromovido como primeiro recurso deresolução das deficiências alimentaresesperadas.

Sr. Zachary Atheru,Climatologo,IGAD – Centro de Aplicação e Previsão doClima (ICPAC),Nairobe, Quénia

Um seminário sobre desenvolvimentode uma estratégia regional sobre gestãode desastres e informação climática nagestão de desastres teve lugar emNairobe – Quénia de 22 a 24 deFevereiro de 2004 no Centro deMonitoria da Seca, Nairobe (DMCN).O seminário foi organizado emconjunto com a DMCN e a OrganizaçãoMundial de Metereologia (WMO) emparceria com os serviços nacionaishidrológicos e metereológicos(NMHSS) dentro do quadro geral deum projecto financiado pela USAIDconhecido por Geração Sustentável e aaplicação de informação climática,produtos e serviços para prontidão dedesastres e desenvolvimento sustentávelno Grande Corno de África (GHA).

Administração de informaçãoclimática e gestão de desastresO principal objectivo do seminário erarever os relatórios dos países edesenvolvimento de uma estratégiaregional sobre gestão de desastres.

Uma breve introdução da redução deriscos à desastres foi apresentada,incluíndo contribuições de ICPAC(IGAD Centro de Aplicação e Previsãodo Clima- nome anterior do DMCN)para a redução de desastres edesenvolvimento sustentável no GHA, eactividades de redução de riscos dedesastres das NU/EIRD em África. Osrelatórios de países contêm resultadosúteis que podem ser utilizados paramelhorar a interpretação e aplicação deperspectivas climáticas tais como:

- Mapas dos extremos climáticos ezonas de risco

- Início, cessação e duração- Extremos climáticos associados com

o El NINO evolução da La NINAextremos climáticos relacionados coma LA NINA

- Mapeamento dos modelos dosperíodos secos e das chuvas

- Mapeamento dos modelos dos surtosde doenças relacionadas com clima

- Mapeamento dos modelos das zonasagro-climáticas relacionadas com oclima.

Resoluções do seminárioAs seguintes resoluções foram feitas noseminário:Os participantes do seminário sobre oDesenvolvimento da Estratégia

Regional sobre Administração do Climana Gestão de Desastres:Acolheram:A oportunidade que lhes foi dada peloCentro de Monitoramento de Secas deNairobe (DMCN), em parceria comServiços Nacionais Hidrológicos eMetereológicos e com o apoio daUSAID/OFDA e WMO para identificarmedidas apropriadas de administrar ainformação do clima e tempo na gestãode desastres no Grande Corno deÁfrica.

Recomendaram que:1. O impacto associado com os eventosclimáticos e condições extremas dotempo muitas vezes retardam ocrescimento sócio-económico de muitospaíses em desenvolvimento tais como ospaíses do GHA, como o exemplificadopelo El-Nino e cheias relacionadas de1997/88, que foram imediatamentesequidas pela El-Nina relacionada a secade 1999-2000 e as cheias de 2003, cujosefeitos persistirão por um longo período:

2. A maioria de comunidades rurais quecontribuem significativamente para aseconomias nacionais e são muitovulneráveis a tempos extremos e eventosde clima, raramente recebem e usaminformação do tempo e do clima devido apobre disseminação, capacidade

INFORMAÇÃO CLIMÁTICA NA GESTÃO DE DESASTRES:Rumo a uma estratégia regional no Grande Cornode África

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Redução de Desastres em África -EIRD Informes, 1Edição, Abril 2004 59

inadequada para interpretar asperspectivas de clima e falta deconsciência;

3. Tempo e clima raramente sãoelementos dos processos de decisão damaioria dos sectores que são dependentesdo clima e incluem planeamentoeconômico;

4. Que os impactos das recentesinundações e seca despertaram umaumento na demanda de informação dotempo e clima e um repensar geral decomo a região deveria viver comdesastres relacionados com o clima;

Reconhecendo isso:1. Mais de 70% de desastres naturais noGHA está relacionado a eventos de climaextremos que são frequentementeassociados com os impactos socio-econômicos severos que incluem falta decomida, água, energia e muitas outrasnecessidades básicas que conduzem aescassez; migração em massa de animaise sociedade; perda de vida e propriedade;danos na infra-estrutura; e rompimento deactividades normais; entre muitas outrasmisérias socio-econômicas;

2. A Autoridade Inter-governamental emDesenvolvimento (IGAD) tomou umainiciativa para formular uma Políticaintegrada de Gestão de Desastres;

3. O NMHSs e DMCN têm bancos dedados e algumas capacidades que podemser usadas para o zoneamento do risco,vulnerabilidade e avaliação dos impactospara o planeamento e gestão de todas asactividades sensíveis ao clima;

4. O NMHSs e DMCN fornecemprevisões de tempo e clima que poderiamser utilisados em vários sectores sócio-econômicos para minimizar os impactosnegativos que são normalmenteassociados a tais eventos extremos e queestes produtos podem também ser usadospara tirar proveito de qualquer impactopositivo;

5. A agricultura dos países do GHA,segurança alimentar, saúde, energia,recursos hídricos, fixação humana esegurança pública são altamentedependentes em tempo e variabilidade declima, e, como tal, há necessidade deinformação de tempo oportuna efidedigna, dados e produtos de previsão

facilitar respostas apropriadas parahabilitar as comunidades e governos nastomadas de decisões oportunas einformadas e planos estratégicos sãos;

6. GHA depende fortemente de seusrecursos naturais inclusive florestas, vidaselvagem, corpos de água e condiçõesambientais cuja distribuição éinfluenciada por condições de clima e asprincípais actividades da nação envolveestes recursos e, então, os factores quepodem mudar a sua funcionalidadenegativamente requerem uma gestãoapropriada;

7. Tempo e os de factores relacionadosao clima desempenham um papelprincipal nas actividades industriais destaregião, especialmente em relação àdisponibilidade de matérias-primas e aosimpactos da poluição industrial noambiente;

8. Condições meteorológicas eclimáticas influênciam a segurança do ar,água, estradas e caminhos de ferro;

Notando isso:1. Tempo atmosférico e informação doclima, incluindo monitoramento e avisoprévio são importantes para reduzir orisco e vulnerabilidade nos desastresnaturais;2. Recursos humanos e econômicospodem ser melhor utilizados atravêzduma bem coordenada e integrada gestão

de desastres que toma em conta asligações entre os perigos naturais,vulnerabilidade social e condiçõesambientais;3. Ainda há deficiências em NMHSs,DMCN e instituições sectoriais nodesenvolvimento e aplicação de produtose serviços de tempo atmosférico e climaem defesa da gestão de desastres edesenvolvimento sustentável;

Determina que:1. A consciência criada a todos os níveisdos sectores relevantes sobre aimportância da informação de tempoatmosférico e de clima em gestão dedesastres, desenvolvimento sócio-econômico e redução da pobreza;

2. Campanhas de consciencializaçãopúblicas a ser levadas a cabo parasensibilizar o público acerca dosbenefícios de usar a informação sobre otempo atmosférico e clima nas suasactividades econômicas.

3. As capacidades dos usuários parainterpretar e aplicar a informação sobre otempo atmosférico e clima aumentadasatravêz de seminários nacionais queenderecem as necessidades específicasdos usuários;

4. Valor dos produtos a ser aumentadostornando-os pertinentes as necessidadesespecíficas para os sectores dependentesdo tempo atmosférico e clima;

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Participantes de seminário

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5. O NMHSs e DMCN comercializam equantificam o valor dos seus produtos;

6. Mais análises de riscos de clima evulnerabilidade administradas aos actuaissectores e a outros que não tenham atéentão dirigidos.

7. O NMHSs e DMCN fazem todoesforço para aumentar as relações cominstituições pertinentes;

8. Capacidades de NMHSs e DMCNaumentadas para melhorar a eficiência na

geração e disseminação de produtos, etroca de dados, inclusive as capacidadesem métodos especializados e tecnologias;

9. NMHSs e DMCN desenvolvemprodutos necessários para aumentar assuas contribuições na gestão de desastrese desenvolvimento sustentável no GHA;

10. Propostas de projectos a serdesenvolvidas para aumentar a geração eaplicação de informação do tempoatmosférico e clima e produtos de apoio

a gestão de desastres conduzindo aslimitações identificadas, inclusive aoapoio a todos os sectores sensíveis aotempo atmosférica e clima como tambéma avaliação do impacto/vulnerabilidadeaos extremos eventos de tempoatmosférico/clima e mudança de climapara o desenvolvimento sustentável noGHA e as perdas econômicas associadascom eventos extremos de tempoatmosférico e clima.

Doutora James Kamara &Sr. Laurent Granier,UNEP, Divisão de Implementação daPolítica Ambiental,Nairobe, Quenia

Embora possa existir um vácuo nasensibilização da necessidade dedesenvolver quadros gerais adequadasas disposições institucionais paraenderecar as emergências ambientais,os ciclos de vícios da falta decapacidade que é ainda o maior fardoem África, disseram dois oficiais dasNações Unidas num relatório sobre umseminário sub-regional realizado noLesoto.

Um “Seminário sobre LegislaçãoNacional e Instituições de DesastresAmbientais de Países Selecionados naÁfrica Austral” foi organizado pelogoverno do Lesoto e o ProgramaAmbiental das Nações Unidas (UNEP)em Maseru, Lesoto, de 18 a 20 deFevereiro de 2004. No seminárioparticiparam representantes doBotswuana, Malawi, Moçambique,Suazilândia e Lesoto, assim como,representantes dos escritórios da NU/EIRD África em Nairobe, Kénia.Especificadamente, os representantes

provinham dos Ministérios doAmbiente, dos escritórios daProcuradoria Geral, AgênciasGovernamentais, Autoridades e ONG’slocais que lidam com gestão dedesastres.

Relação legislação ambiental – riscode desastres/vulnerabilidadeA prevenção efectiva, prontidão eresposta as emergências nacionaispodem ser melhor atingidas na presençade quadros gerais fortes institucionais elegais para a gestão de desastres nosníveis regionais, subregionais enacionais.

Este requisito constitui a base para odesenvolvimento de planos deemergência adequados regionais, sub-regionais e nacionais, e, ao mesmotempo serve de autoridade legislativapara as medidas de nível comunitário enacional e sistemas efectivos para aprevenção, prontidão e resposta aoseventos de desastres implementados porvários governos e agênciascomunitárias envolvidas na gestão dedesastres.

A capacidade limitada para promover acompreensão da relação legislação

ambiental- risco ambiental/vulnerabilidade permanece como omaior problema em muitos países deÁfrica. Existe além disso umanecessidade de clara compreensão dainterligações entre a degradaçãoambiental e riscos de desastrestecnológicos e naturais evunerabilidades, para a prevenção daemergência ambiental, prontidão,resposta e mitigação.

O ciclo vicioso da falta decapacidadeEmbora possa existir um vácuo nasensibilização da necessidade dedesenvolver quadros gerais adequadosàs disposições institucionais paraendereçar as emergências ambientais,os ciclos de vícios da falta decapacidade que permite que adestruição ambiental continue imbatívelcom os seus subordinados riscos evulnerabilidades - é ainda o maior fardoem África.

Por exemplo, os mesmos oficiais quelamentaram a destruição do ambiente erecursos naturais que predisposeram aspessoas aos riscos de desastres evulnerabilidades, irão invariavelmenteemitir licenças para tal destruição,

Quadros gerais institucionais e fortemente legaisnecessários para a gestão de desastres

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Redução de Desastres em África -EIRD Informes, 1Edição, Abril 2004 61

evidentemente tomando vantagem dafalta de or fraqueza da lei deemergência ambiental e do mecanismoda sua implementação.

Necessidade duma legislaçãocompreensiva para a gestão dedesastres ambientaisExiste um crescente interesse dos paísesafricanos no desenvolvimento da leiambiental como parte dum exercícioglobal de promoção dumdesenvolvimento sustentável atravêz douso de recursos ambientais, emborareconhecendoo interesse inerente dasgerações futuras.

A lei ambiental em África geralmenteseque os padrões sectoriais bem comoas políticas. Num número de países,contudo, separa as leis em vigor porministérios sectoriais ligando-as poruma legislação abrangente e algumasleis novas são postas em vigor.

O Projecto “Parceria para oDesenvolvimento da Lei Ambiental eInstituições em África (PADELIA)” -implementado pela UNEP em parceriacom os doadores foi por isso iniciadoem 1994 para fortalecer a legislaçãoambiental atravêz do aumento dasensibilização , capacitação etreinamento de peritos nacionais naformulação de legislação ambiental.Contudo, legislação compreensiva paraa gestão de desastres ambientais emmuitos países de África está limitada oucom falta de muitos conhecimentos.

O seminário de Maseru foi por issoorganizado dentro do quadro geral doPADELIA como um ponto de partidapara a sensibilização econsciencialização sobre a necessidadede desenvolver e/ou harmonizar eincorporar leis ambientais e disposiçõesinstitucionais na prevenção de desastresambientais, prontidão, resposta emitigação.

A meta e objectivos do seminárioA principal meta do seminário era servircomo um fórum para sensibilizar eelevar a consciência sobre asinterligações entre a degradação

ambiental e riscos de desastres evulnerabilidade.

É também enfatizado a necessidade deadequados quadros gerais institucionaise legislativospara a prevenção,prontidão, resposta e mitigação aosníveis regional, sub-regional e nacional.

O objectivo imediato do seminário foireunir peritos nacionais que lidam comlegislação ambiental e regulamentospara as emergências ambientais noscinco países Parceiros do ProjectoDesenvolvimento da Lei Ambiental eInstituições em África (PADELIA) paraa troca de informação, troca deexperiências e lições aprendidas notocante a leis ambientais e disposiçõesinstitucionais que enfoque sobre aprevenção de desastres e redução deriscos afim de fortalecer a gestão deemergências a nível regional e nacional.

Discussões do seminárioO seminário foi dirigido na forma dediálogo interativo para se atingir umacompreensão mais profunda eabrangente assim como edificar sobrealgum quadro geral existente assimcomo algumas disposições legais dosquais leis mais em foco e apropriadaspodessem ser envolvidas na gestão deemergência ambiental. As discussõesno seminário concentraram-se numdiálogo interativo dos participantes narevisão de exemplos de leis de gestão

de desastres promulgadas por algunspaíses tais como o Lesoto e Malawiassim como outros arranjos legais paraa gestão de emergência ambiental talcomo aquelas de Moçambique,Suazilândia e Botswana.

Conclusões do seminárioO seminário identificou os pontos fortesdas Leis da Gestão de Desastrespromulgadas no Lesoto e Malawi assimcomo as disposições institucionais elegais para a gestão de desastres noBotswana, Moçambique e Suazilândiaonde as Leis de Gestão de Desastresincorporando a dimensão ambientalestão ainda por ser desenvolvidas epassadas a lei.

Lacunas em ambas Leis sobre Gestãode Desastres e outras disposições legaisforam também identificadas e medidaspara fechar as lacunas foramrecomendadas. Por exemplo, foirecomendado que as Leis oudisposições legais existentes devem serrevistas como adequadas paraclaramente incorporar a dimensãoambiental na gestão de desastres.

Globalmente, o despertar daconsciência pública sobre a legislaçãoda gestão ambiental e a capacitaçãoinstitucional para assegurar ofortalecimento de tal legislação foirecomendado como um dever paratodos os países representados no

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62 Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 1Edição, Abril 2004

seminário e os governos devem destemodo dedicar-se a esta matéria deurgência e prioridade para o processode desenvolvimento. Mais importanteainda, o seminário identificou ofortalecimento da coordenação entre aspartes interessadas na gestão ambientale apelou aos governos a tomar medidasapropriadas para estabelecer

Sr. Mohamed Abchir,Secretariado da NU/EIRD, Genebra,

Seguindo a mais recente ameaçavulcânica do vulcão de Karthala e umpedido do Governo da União dasComores para estabelecer umaplataforma nacional da NU/EIRD paramelhorar a gestão nacional de desastres,o NU/EIRD organizou um semináriosobre o reforço da capacidade nacionalem gestão de desastres.

Durante o seminário que foi realizadona capital das Comores, Moroni, nosdias 4 e 5 de Dezembro de 2003, oMinistério de Defesa das Comores, queestá encarregado pela gestão dedesastres apresentou aos participantesuma proposta do plano de contingência.

Melhorar a prontidão de desastres eplanos de contingênciaNo prosseguimento das acções para estainiciativa, outro seminário realizou-senas Comores nos dias 17 e 18 deMarço de 2004 organizado pela PNUD-Comores, juntamente com o Escritórioda ONU para o Coordenação dosAssuntos Humanitários (OCHA) e como apoio técnico da PNUD-BCPR(Agência para Prevenção de Crise eRecuperação), NU/EIRD e UNICEF. Oobjectivo principal do seminário deMarço de 2004 era melhorar aprontidão de desastres e o plano decontingência nas Comores. O seminário

Comores procura melhorar a prontidão de desastres,e planos de contingência

foi assistido por 38 participantesaltamente motivados: 12 participantesdo governo da União, 11 das três ilhas(Ngazidja, Moheli e Anjouan) quecompõem o arquipélago das Comores,10 das agências da ONU, 2 daSociedade Nacional do CrescenteVermelho, 2 da sociedade civil, e 1participante dos meios de comunicação.

Os objectivos específicos do seminárioeram, entre outros, apresentar aosparticipantes os princípios deplaneamento e gestão de emergência;discutir os conceitos de prontidão eresposta de emergência; considerar osconceitos de aviso prévio, avaliação denecessidades, planemento decontingência e planeamento deoperações; começar o processo deplanemento de contingência queculminará na preparação de um planode contingência para uma possívelemergência; dar uma oportunidade paraos participantes se familiarizarem entresi e as suas respectivas agências’capacidades e necessidades; e discutirformas de coordenação em relação aprontidão e planeamento decontingência.

Também se discuitu a PrevençãoUm esboço de prontidão e planos decontingência foi produzido e umaComissão de Pressão foi estabelecidapara completar e actualizar o plano.Esta Comissão de Pressão inclui osrepresentantes do governo e um ponto

focal do sistema das ONU em cada umdos sectores identificados. A Comissãode Pressão é co-chefiada pelo Directorde Proteção Civil e um parceirodesignado do sistema das ONU.

Embora o enfoque principal do semináriofosse a prontidão e resposta, osparticipantes, com o apoio dosfacilitadores, identificaram medidasconcretas para a prevenção em cada umdos sectores, como segurança alimentar,aviso prévio, água e serviços de saúdepública, etc. Isto realmente representauma realização principal que eles podemconstruir no futuro para qualqueractividade relacionada com a prevenção.

Acções de seguimento principaisConclusão da prontidão de desastrese plano de contingência pelaComissão de Pressão estabelecida.Autoridades nacionais, com apoiode PNUD-Comores, esperamempreender o desenvolvimento deum plano de acção como umseguimento das recomendações doseminário da NU/EIRD deDezembro de 2003 sobre acapacitação nacional em gestão dedesastres.Sistema de ONU espera assegurar aintegração da gestão de desastres noUNDAF (Quadro geral de deDesenvolvimento da Assistência daONU).OCHA e UNICEF fornecerão apoiotécnico para a UNDP-Comores para

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mecanismos de coordenação efectivos aníveis comunitários e nacional quepossam ser utilizados como base para acoordenação de desastres a niveisregional e subregional.

Irresistivelmente, então os participantesexpressaram a necessidade dosgovernos traduzirem e simplificarem as

políticas de gestão de desastres,legislação e planos para as línguaslocais fortalecerem a compreensão dascomunidades locais sobre a necessidadeda sua efectiva implementação a nívellocal.

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Redução de Desastres em África -EIRD Informes, 1Edição, Abril 2004 63

NU/EIRD ÁFRICA,Nairobe, Quênia

O Seminário que teve lugar em Nairobe,no Quénia, nos dias 1 e 2 de Março de2004 sobre Mobilizando a Mulher paraparticipar na Gestão do Risco deDesastres, no qual participaram 38pessoas - entre mulheres e homens -vindos de ONGs, organizações dogoverno e de zonas propensas adesastres. O seminário de dois dias foiorganizado pelo Clube Internacional1“Soroptimist” de Nairobe, ICPAC (IGAD2

Centro de Previsão e AplicaçãoClimatérica) e NU/EIRD de África.

Mulheres marginalizadas na reduçãode desastresOs africanos estão crescentemente aserem afectados por desastres,especialmente secas e cheias. Oscrescentes desastres, ameaçam a vida daspessoas e seus meios de sobrevivência,destroem culturas e infra-estruturas,interrompe os serviços sociais e causaperdas económicas. Consequentemente,os desastres têm privado anualmentemilhões de pessoas de comida, águapotável e habitação.

Embora já esteja crescendo o interesseem redução de desastres no continente,ele ainda permanece cego quanto asquestões do gênero. Autoridadesnacionais em África não envolveram aparticipação de mulheres nodesenvolvimento das posições políticasdo país sobre gestão de risco de desastres.O diferente impacto dos desastres emmulheres não tem contudo recebidoatenção apropriada, nem o papel dopotencial das mulheres na redução dedesastres é reconhecida.

As mulheres em África são a forçaprincipal para o desenvolvimento dacomunidade e bem-estar dos seus lares,mas as mulheres ainda são um gruposocial marginalizado na redução dedesastres.

As mulheres não estão suficientementerepresentadas na tomada de decisões emgestão e redução de desastres, e asmulheres têm menos ou nenhum acesso ainformação relacionada á redução dedesastres. Ainda, será impossível para aÁfrica alcançar o progresso sustentávelem gestão de risco de desastres edesenvolvimento sustentável sem tomarem conta as preocupações do género emobilização das mulheres africanas.

Clube ao serviço das mulheresdeterminado a ajudarO clube “Soroptimist” International (SI)de Nairobe, reiterou sua determinaçãopara trabalhar em cooperação com a NU/EIRD África e o Centro deMonitoramento de Seca em Nairobe(DMCN–nome prévio para ICPAC) paramobilizar as mulheres para participaractivamente em gestão de risco dedesastres e endereçar preocupações dogênero em gestão de risco de desastres.

Foi por este fim que o clube“Soroptimist” Internacional de Nairobi, aIGAD Centro de Previsão do Clima eAplicação (ICPAC) e a NU/EIRD Áfricaorganizou o seminário de dois dias sobreMobilizando as Mulheres paraParticipar na Gestão de Risco deDesastres. O seminário que aconteceuem Nairobe, Quênia, nos dias 1 e 2 deMarço de 2004, reuniu 38 participantes -entre mulheres e homens - de ONGs,organizações governamentais e áreaspropensas a desastres.

O evento pavimentou a via para umacolaboração reforçada e intercâmbioentre a União SI do Quênia e NU/EIRDÁfrica. Também marcou o lançamento deuma série de eventos relacionados ao

QUÊNIA: Em direcção á participação activadas mulheres em gestão de desastres

a conclusão e actualização dosplanos.PNUD-BCPR e NU/EIRDconsiderarão a possibilidade de umapoio para capacitação e fortale-cimento nacional e a conclusão daprontidão de desastres e planos decontingência. Algumas dasactividades que poderiam serempreendidas por UNDP-BCPR eNU/EIRD, em disponibilidade derecursos, poderiam ser:consciência pública e educação,desenvolvimento de quadros geraisinstitucionais e legais para a gestão

de desastres, apoiar o sistema deaviso prévio atravês doObservatório Vulcânico, gestão derisco ao nível comunitário, DMTP(Programa de Treinamento emGestão de Desastres), apoiar aintegração da gestão de desastres noPRSP (Papel da Estratégia deRedução da Pobreza) e UNDAF, eapoiar a coordenação nacional.

AgêncIas da ONU “apoio muitofrutuoso”Devido a muitos factores inclusive apobreza (Comores é um dos países mais

pobres do mundo), governação einstabilidade política, as Ilhas deComores são altamente vulneráveis adesastres naturais (vulcão, ciclones,etc.).

Como as recentes iniciativas levadas acabo pelas diferentes agências das ONU- depois da mais recente ameaçavulcânica em 2003 - apoiar o país e aUNDP-Comores foram muito frutuosas,estas deveriam continuar de umamaneira coordenada para o benefício dapopulação.

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64 Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 1Edição, Abril 2004

gênero que a NU/EIRD África planeoulevar a cabo em cooperação comparceiros tais como a ONU-hábitat,UNIFEM, AU/NEPAD e clubes“Soroptimist Internacional” por toda aÁfrica.

Objectivos do semináriosOs objectivos do seminário eram:

• aumentar a compreensão das mulherespara a gestão de risco de desastre;

• fornecer um fórum para as mulherespuderem discutir como os desastresafectam as mulheres e homensdiferentemente, e que tipo de papéis asmulheres têm desempenhado na gestãodo risco de desastres;

• compreender as necessidades dasmulheres participarem activamente emgestão de risco de desastres a nível dacomunidade; e

• identificar áreas de prioridades para ascorrentes principais das questões dogénero em redução de desastres.

Apresentações e discussãoNo começo do seminário, os participantesapresentaram-se, bem como as suasexpectativas e comentários. Elesexpressaram a apreciação por seincorporar as mulheres de váriasdisciplinas.

Isto foi seguido por apresentações deperitos em: (1) tipos de desastres naturais,(2) impactos sérios de desastres (seca,cheias, queimadas, etc.) nas mulheres ecrianças, (3) análise quantitativadetalhada em número de mulheres ecrianças afectadas, doenças, educação eimpactos negativos em economia, (4)vários estudos de caso relacionados adesastres no Quênia, (5) desastres

relacionados ao clima (seca, inundações,etc.) e sistemas de aviso prévio, (6)práticas culturais que contribuemnegativamente para redução de desastresentre comunidades quenianas, (7) aposição das mulheres - habilidadelimitada para possuir propriedades devidoá propriedades políticas e estrutura legalactual, práticas ritualistas, posiçãolimitada na vida pública (tomada deposição), posição comprometida em HIV/AIDS, o direito de uso, mas não o direitode possuir, etc.

Emergiu da apresentação dos peritos quepara fortalecer o desenvolvimentosustentável, uma perspectiva de génerodeve ser considerada como correnteprincipal na prevenção de desastre,mitigação, preparo e redução devulnerabilidade.

Os assuntos seguintes também foramlevantados depois da apresentação dosperitos: (1) a necessidade para endereçarconflitos como uma causa de desastre; (2)necessidade de mais discussões emrelação a mulheres pastorais em gestão dedesastres; e (3) a ausência distinta doshomens nas actividades de terra feita pormulheres.

Resultados e recomendações• Melhor conhecimento dos perigos,

riscos e vulnerabilidade;• Melhor entendimento do processo de

gestão de risco de desastres;• Aprender firmemente os elementos

básicos dos sistemas de aviso prévioefectivos;

• Melhor entendimento do impacto dedesastres nos homens e mulheres e ospapéis potenciais que as mulherespodem representar na redução dedesastres;

• Consenso em áreas de prioridades epreocupações principais em gênero naredução de desastres.

O seminário terminou com algumasrecomendações feitas pelos participantes(por favor veja o quadro com o texto cheiode recomendações). Eles disseram que ofórum providenciado pelo seminário teveque ser estendido a níveis de base. Isto, elasdisseram, que ajudariam a construir acapacidade das mulheres na redução dedesastres como uma parte integrante dodesenvolvimento sustentável.

A história de budalangi e suas cheias anuais invariavelmente faz manchetes de jornal todos os anos,em abril e agosto, no quênia. Dois residentes de budalangi recontam a história…apartir duma

perspectiva do gênero.

QUÊNIA: A SITUAÇÃO DAS MULHERES E MENINASDURANTE AS DUAS VEZES CHEIAS ANUAIS DE BUDALANGISra. Pamella UM. Wakho &Sra. Hellen Okello,Residentes de Budalangi

A divisão de Budalangi é uma das seis divisõesdo Distrito de Busia no Quênia ocidental. Ascheias são comuns na divisão por volta dosmeses de Abril e Agosto.As águas das chuvas de algumas áreas deKitale (a noroeste do Quênia), que são levadaspara jusante pelo Rio Nzoia, causam as cheiasde Budalangi.As cheias aparecem principalmente à noite ouao amanhecer. As águas avançam a umavelocidade muito alta e causam a perda demuitos bens familiares. As cheias surgemprincipalmente quando os homens estão longede casa pescando nas águas interiores do LagoVictoria (no Quênia ocidental). As mulheres ecrianças são os mais afectados, e são lhesentreque a responsabilidade de salvar os bensfamiliares.As mulheres e crianças começam portransportar as coisas que eles consideramutensílios importantes, como, panelas,galinhas, etc. para as terras mais seguras. Gadocomo vacas, cabras, ovelhas sãoprovávelmente carregados rapidamente pelaságuas correntes.Ao alcançar solos mais seguros, as mulheres

são forçadas a construir estruturas temporáriaspara manter as suas propriedades e as crianças.Estes abrigos são feitos essencialmente decapim e paus antes do governo e dasorganizações humanitárias fornecerem lonasou tendas. As pessoas permanecem nosacampamentos situados em lugares mais altosaté que as suas terras sequem.A terra de cultivo esteve submergida em água.A comida principal que é cassava foidesperdiçada desde que fora consentida muitaágua à terra. As águas começaram a cheirarpor causa da morte de animais e outrascriaturas nos arbustos. Isto causou doençascomo a diarrea, malária e pneumonia.As mulheres e meninas afectadas nestesacampamentos estão com os seguintesproblemas: alimentação insuficiente,casamentos prematuros, taxa de reprovaçãoalta na escola secundária, taxa de gravidez alta,taxa alta de DTS (Doenças de TransmissãoSexual) e infecção pelo HIV/SIDA, caso deestupro, violência doméstica (bater na esposa),divórcio.Concentrando nos problemas encontradosquando houve cheias em Budalangi, éimportante que a comunidade, e especialmenteas mulheres, sejam treinadas em aviso prévioe gestão de desastres ao nível de base, de formaa que a comunidade tenha forças e habilidadespara gerir as cheias.

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Redução de Desastres em África -EIRD Informes, 1Edição, Abril 2004 65

Consciência / advocacia pública· O acesso ao desenho da Política nacional em gestão de desastres para identificar se é sensível ao gênero e que responde ao género;

e recomendando um seminário nacional com outros interessados (organizações religiosas, governo, ONGs, OCBs, as mulheresMembros do Parlamento, etc.) discutir políticas de gestão de desastre numa perspectiva de género.

· Fazendo pressão para a distribuição de um orçamento nacional para gestão de risco de desastre dentro do capital dedesenvolvimento constitutivo, notavelmente no quadro do PRSP (Relatório sobre Estratégia de Redução da Pobreza ).

· Integrando uma perspectiva de género no desígnio e implementação de iniciativas de gestão de desastres como o plantio deárvores , construção de diques, uso de previsões de clima e sistemas de aviso prévio , e estabelecendo mecanismos para rever taisiniciativas.

· Estabelecendo um mecanismo para apoiar as pessoas anciãs e desvantajosas.· Iniciando programas de alfabetização para superar os desafios da sociedade causados pelo analfabetismo.· Proposta submetida a conversações contínuas da Revisão Constitucional de Bomas para um terço de representação de mulheres

em comités de desenvolvimento locais deveria ser apoiada e considerada como corrente principal.· Como indivíduos informados, recomendando aos políticos para assegurar acesso a recursos, em particular terra e propriedade de

terra, e tomar medidas para a autorizar as mulheres como os produtores e consumidores a aumentar a capacidade de desastres.· Mulheres e homens treinados e sensibilizados em direitos de terra e herança.· Mulheres mais afirmativas sobre o papel de gestão de topo que as mulheres jogam em suas casas individualmente e usar os seus

conhecimentos para a gestão da sociedade em assuntos de desastres.

Gestão de informação· Necessidade de uma estação de rádio FM que seja administrada pela “Soroptimist International Union do Quénia” que trate

concretamente sobre as preocupações da gestão do risco de desastres· Criação de consciência, organizações religiosas e grupos locais deveriam ser usados como forma para alcançar as mulheres.· Educação as mulheres em gestão de risco de desastres por unidades e centros de sensibilização móveis.· Compartilha de informação com comunidades e líderes.· Materiais educacionais desenvolvidos com uma perspectiva de género em redução de desastres.· Consciência e prontidão para desastres introduzido em currículos escolares.· Telefones móveis usados para disseminar informação de aviso prévio para uma efectiva gestão de risco de desastre.· Estar informado culturalmente e ser guardião do conhecimento tradicional identificando e documentado esse conhecimento:

analise de todos os aspectos de cultura, seleccionar o que é pertinente e aplicável e pôr de lado o que é regressivo. Necessidadepara sensibilização de certos aspectos negativos culturais e desenvolver papéis de modelo.

· Uso dos órgãos de informação advocacia para representar um papel principal destacando o papel de homens e mulheres quetrabalham juntos para a mudança em gestão de risco de desastres. Deveriam ser sensibilizados os editores sobre a importância degestão de desastres, climatologia, hidrologia, etc., e a importância de disseminar informação sobre o aviso prévio.

· Utilizando estações de rádio locais para discutir préviamente e atempadamente a gestão de desastres.· Informação disseminada sobre a redução de desastre em línguas locais ou qualquer idioma entendido pela comunidade.· Adquirir jogos de rádio distribuído aos usuários em algumas áreas de prioridade como um projecto piloto.· Necessidade de uma estação de rádio dirigida pela União Soroptimist Internacional do Quénia, que irá tratar concretamente de

preocupações de género em gestão de risco de desastres.

Dar poder económico· através da mobilização, e trabalhando para as metas fixas relacionadas á gestão de risco de desastres e conhecimentos á altura.

Cooperação / parceria· Forjando parcerias e redes de intercâmbio entre governos, organizações internacionais, sectores privados e ONGs em

desenvolvimento sustentável integrado e sensibilidade ás questões do género para reduzir os riscos, e com organizaçõespertinentes em educação cívica para ter mulheres em organismos decisivos.

· Mulheres para intercederem nos comités distritais de gestão de desastres e incorporar Organizações Comunitárias de base (CBOs)existentes como pontos focais para treinar as mulheres.

· Colocando em rede todos os membros do “Soroptimist Internacional” em África e outros lugares, ICPAC (IGAD Centro dePrevisão de Clima e Aplicação) e a NU/EIRD África para endereçar todos os assuntos que pertençam a corrente principal dogênero no que concerne á redução de desastres.

Reconhecendo de que aquelas preocupações sobre o género envolvem homens e mulheres, e queambos deveriam ser envolvidos activamente no processo de gestão do risco de desastres

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Sr. Ambrose Oroda

A Associação Africana de RemoteSensing do Ambiente (AARSE)realizará a sua 5ª Conferência Bi-anualde 18 a 21 de Outubro de 2004 noQuênia.

A conferência acontecerá na sede daUNEP (Programa das Nações Unidaspara o Ambiente) em Gigiri, Nairobe.Será organizado juntamente pelo CentroRegional do Mapeamento de Recursospara o Desenvolvimento (RCMRD), osministérios quenianos do ambiente,recursos naturais e vida selvagem e deterras e fixação, EIS-África e a UNEP eos escritórios da UNESCO, emNairobe.

A 5ª Conferência de AARSE também éapoiada pelo Escritório de ONU para osNegócios Espaciais Exteriores(UNOOSA), o Instituto Internacionalpara Geo-informação e Observação deTerra (ITC), a Comissão Econômicapara a África da ONU (UNECA),Mapas e Geo-sistemas Ltd, entreoutros.

O que é AARSE?A Associação africana de REMOTESENSING do Ambiente (AARSE) foifundado em 1992 e foi registado comoum PARCEIRO Regional da SociedadeInternacional de Fotogrametria eRemote Sensing (ISPRS) em 1994.

O objetivo primário da associação éaumentar a consciência dos governosafricanos e suas instituições, o sectorprivado e a sociedade no sentido lato,sobre o dar poder e o reforço debenefícios para o desenvolvimento,aplicação e utilização comresponsabilidae dos produtos e serviçosde tecnologias de geoinformação.

Para alcançar o seu objetivo, a AARSEadministra conferências internacionais

bi-anuais pela África além dasactividades de consciêncilização ecapacitação.

Conferências de AARSE realizam-sedesde 1996Para datar, AARSE, com o apoio deorganizações locais e internacionais,organizou quatro de tais conferênciasnomeadamente em Harare (Zimbabwe)em 1996, Abidjan (Costa do Marfin) em1998, Cidade do Cabo (na África doSul) em 2000 e Abuja (na Nigéria) em2002.

Os temas respectivos destasconferências foram: (1) Aplicação deDados de Remote Sensing e Sistemasde Informação Geográficos (GIS) naavaliação dos Recursos Ambientais deÁfrica, (2) Lições de Experiência e ocaminho para o DesenvolvimentoIntegrado e Aplicação do RemoteSensing e GIS para o DesenvolvimentoSustentável em África, (3) Informaçãopara o Desenvolvimento Sustentável, e(4) Geoinformação para oDesenvolvimento Sustentável emÁfrica.

Tema da Conferência de AARSE emOutubro de 2004O tema da 5ª Conferência de AARSE éCiências de Geoinformação em defesado Desenvolvimento de África.Tecnologias de informação econhecimentos são as máquinasprincipais de desenvolvimento duranteo 21º século. A iniciativa da NovaParceria para o Desenvolvimento deÁfrica (NEPAD) aponta para a criaçãoduma visão comum e um quadro geralestratégico dentro da qual todas asiniciativas de desenvolvimentoafricanas existentes (nacionais eregionais) podem ser exercidas de umamaneira integrada e coordenada.Além disso, esboçou-se um par demetas e objetivos a serem realizados atéao ano 2015 isso inclui a erradicação da

pobreza e colocação de África numcrescimento sustentável edesenvolvimento padronizado,aproveitando os benefícios dastecnologias de informação eglobalização para o continente.Para a NEPAD alcançar os seusobjetivos, há uma necessidade urgentede ultrapassar a lacuna das tecnologiasde informação actuais existentes emÁfrica. Em particular, odesenvolvimento e aplicação detecnologias de geo-informação emÁfrica são cruciais para seudesenvolvimento sustentável eprosperidade no futuro.A tecnologia é vital para optimizar ouso produtivo dos recursos humanos enaturais de um país e transmitindo oinvestimento comparativo do paísatravêz‘da redução do risco deinvestidor e abaixamento dos custos,melhoramento da governação, dandopoder as comunidades locais aparticiparem directamente nodesenvolvimento e criandooportunidades empresariais naprovisão, análise e apresentação deinformação.

Meta principal, da 5ª conferência deAARSE,A meta principal desta conferência épromover o uso de geo-informação eICT (Informação e Tecnologias deInformação) tecnologias emdesenvolvimento sustentável e gestãode África e seu ambiente.A conferência dará uma forte ênfase nasaplicações dos vários dados de remotesensing (ópticos, microondas,hiperspectrais, dados de alta e baixa-resolução, etc.) na avaliação derecursos, gestão e monitoramento.Também explorará os desafios e opçõespara ultrapassar a lacuna dastecnologias de informação queactualmente existe no continente.O forte da conferência será sobre:

A conferência bi-anual da associação africanaproposta para Outubro de 2004

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Redução de Desastres em África -EIRD Informes, 1Edição, Abril 2004 67

• O estado de desenvolvimento actualdas tecnologias de geo-informação(remote sensing, GIS, GPS e ICT)

• A aplicação de tecnologias degeoinformação na avaliação e gestãoda:o Agricultura e silviculturao Soloo Geologiao Recursos Hídricoso Biodiversidadeo Zona rural e urbanao Recursos costeiros e marinhoso Desastreso Mudança de clima e

variabilidade

• Desenvolvimento de banco de dadospara o ambiente e gestão

• GIS e modelação para previsão

• Desenvolvimento de infra-estruturade dados geo-espaciais

• Educação e treinamento em ciênciasde geo-informação e observação daterra

• Políticas nacional, regional einternacional sobre desenvolvimentode tecnologia espacial e suaaplicação

• Tecnologia espacial e gênero

Participantes esperadosA conferência de AARSE é o primeiroforo em África que reúne cientistas,médicos, pedagogos, fomentadores evendedores, políticos e decisores paradiscutirem os avanços (os mais recentesdesenvolvimentos), as aplicações,capacitação e promoção de tecnologiasde geo-informação para o

desenvolvimento sustentável de África.É um forum no qual os participantesaprendem e trocam ideias sobre os maisrecentes avanços das tecnologias e suasaplicações em diferentes campos.Também serão discutidas estratégiaspara a promoção e uso das tecnologiasem África.

Para mais informação, por favor contacte:AARSE 2004 secretariat,c/o Doutor W.K. Ottichilo,RCMRD (Regional Centre for Mapping ofResources for Development),PO Box 18118, 0500 Nairobi, KENYATEL: (254-020) 860 653 OR 803 320/2/9FAX: (254-020) 802 767 OR 861 673E-Mail: [email protected] [email protected]

Para actualizações, por favor consulte a:www.rcmrd.org, www.itc.nl

Sra. Christian Sikandra

Um padrão novo para advertênciapública foi aprovado. Providencia ummodo comum para expressarmensagens de alertas a todas as formasde situações de emergência: um“adaptador universal” para mensagensde alerta.

Peritos concordaram num padrão paraadvertências de perigo para todas asformas de canais de comunicações. Ospadrões do Protocolo de Alerta Comum(CAP) endereçam a necessidadeexistente há muito de coordenar a largavariedade de mecanismos usados paraadvertências e alerta. O padrão deinter- operacionalidade do CAP foiacordado no Comité Técnico de Gestãode Emergência da Organização

Peritos concordam em“Protocolo de alerta comum”

internacional para o Avanço de PadrõesEstruturados de Informação (OASIS).

Um padrão de inovação em direcçãoa novos sistemas de alertaCom advertência adequada, pessoaspodem agir para reduzir o dano e perdade vida causadas por eventos de perigonaturais e artificiais. A chave é adquiriralertas apropriados e em tempo paratodo o mundo que precisa deles e parasó aqueles que precisam deles. Ainda,alerta apropriado e completo é umdesafio complexo. Existe uma grandevariedade de sistemas de advertência:muitos são específicos a certos tipos dedesastre tais como terremotos outufões, ou para certos canais para oanúncios da advertência como sirenesou anúncios de televisão.

A diversidade dos sistemas que foramdesenvolvidos independentemente éagora um desafio para uma

coordenação efectiva. CAP providenciauns meios de endereçar este problema.

CAP serve como um adaptadoruniversal para mensagens de alertasCAP define um formato de mensagemcom as características essenciais acoordenar os sistemas de alertas etecnologias de sensor existentes eemergentes. Este formato padrão podesubstituir um alcance inteiro deinterfaces de propósito-único entrefontes de advertência e canais dedisseminação. Da perspectiva detecnologia de advertências, CAPendereça as preocupações sobrecompatibilidade e complexidadeoperacional que têm abafado odesenvolvimento.

CAP é um padrão de inovação que abrea porta a novos sistemas de alerta einovação técnica. Por exemplo,dispositivos receptores de localização

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68 Redução de Desastres em África - EIRD Informes, 1Edição, Abril 2004

de alerta podem usar a informação geo-espacial padronizada numa mensagemde alerta de CAP para determinar seaquela mensagem em particular épertinente baseada na localizaçãoactual do dispositivo.

Remetente de alerta pode activarsistemas de alerta múltiplosUm benefício chave da CAP paraenviar mensagens alertas é que oremetente pode activar sistemas deadvertência múltiplos com uma únicaentrada. Usando uma única entradareduz o custo e complexidade denotificar muitos sistemas de alerta.Uma única entrada de mensagemtambém providencia consistência nainformação entregue sobre sistemasmúltiplos. Pessoas recebemconfirmação exacta da advertênciaatravés de canais múltiplos.

Isto é muito importante para a pesquisaque descobriu que as pessoas não agemtipicamente no primeiro sinal deadvertência, mas começa já a procurarconfirmação. Só quando convencido deque a advertência não é um falsoalarme, eles agem.

CAP é projectado para ser compatívelcom todos os tipos de sistemas deinformação e sistemas de alertapúblicos, inclusive radiodifusão etelevisão como também o público ecadeias de rede de dados.

Em lugar de ser definido para umatecnologia de comunicação particular,CAP é essencialmente um “ padrão deconteúdo “: um formato de mensagemdigital que pode ser aplicado a todos ostipos de alerta e notificações. Nestemodo, CAP é compatível comtecnologias emergentes tais como Redede Serviços de Internet, e com formatosexistentes como o Sistema de Alerta deEmergência Nacional dos EUA e aCódigo de Mensagem de ÁreaEspecífica (SAME) usado pela NOAA(Administração Oceânica eAtmosférica Nacional) Rádio doTempo Atmosférico dos EUA.

CAP também é compatível comsistemas de alerta projectados paramultilíngüe e necessidades especiaisdas populações. Reduzindo as barreiras

de incompatibilidade técnica, CAP criaa fundação para uma “internet deadvertência” nacional e internacionalindependente da tecnologia..Um benefício adicional de CAP paragestores de emergência é que aadvertência padronizada de váriasfontes pode ser compilado em formatabelar ou gráfica como uma ajuda paraconsciência situacional e descoberta depadrão. Quando CAP é extensivamenteaplicado, os gestores poderãomonitorar em qualquer momento oquadro inteiro de advertências locais,regionais, e nacionais de todos os tipos.As mensagens de alerta CAP tambémpodem ser usadas em sistemas desensor como um formato para reportardirectamente eventos relevantes para oscentros de colecção e análise.

Formato de CAPSistemas de advertência efectivosprecisam de alcançar todo o mundo queestá em risco, onde quer que elesestejam e sempre que o eventoacontece. Ainda, a pessoa não devealarmar as pessoas desnecessariamente.Sistemas devem ser fáceis de usar,fidedignos e seguros. Uma mensagemde advertência efectiva entregue por talum sistema desses deve ser preciso,específico, e orientado para a acção. Emensagens de advertência devem sercompreensíveis em termos de idioma enecessidades especiais, com atençãopara o conhecimento anterior eexperiência dos receptores.

Também é crítico que tempos, lugares einstruções sejam facilmentecompreendidas. O formato de CAP éprojectado para conter um alcancelargo de informação sobre a mensagemde alerta, o evento de perigo específicoe respostas apropriadas.

Cada mensagem de CAP incluiinformação que descreve a própriamensagem. Mensagens têm números deidentificação única e pode referênciaroutras mensagens de CAP relacionadas.Identificando a informação sobre amensagem também inclui o estado etempo em que foram enviados,permitindo que as mensagens sirvamcomo actualizações e cancelamentos demensagens prévias.

Em adição, as mensagens sãoidentificadas através da fonte, e sãocompatíveis com a “encryption” digitale técnicas de assinatura que assegurama confiabilidade e segurança damensagem.

A informação sobre um evento namensagem CAP pode ser contida emsegmentos informadores múltiplos.Cada segmento informador inclui umadescrição do evento em termos de suaurgência, severidade, e certeza. CAPtem descrições separadas para cadauma destas três características. Para“Urgência” descreve quanto tempo estádisponível para preparar; “severidade”descreve a intensidade do impacto; e“certeza” é uma medida de confiançana observação ou previsão que é feita.

O evento pode ser nomeado a umacategoria (por exemplo., geofísico,meteorológico, segurança, salvamento,incêndios, saúde ambiental, transporte,infra-estrutura) e também é descrito emtexto. CAP também apoia a inclusão deimagens digitais e auditivas associadas.A inclusão de mensagens auditivas, porexemplo, permite que as advertênciassejam radiodifundidas directamente emrádio sem exigir um anunciador queleia o texto de mensagem em voz alta.Segmentos informadores múltiplospermitem transmitir a mensagem emidiomas múltiplos ou para audiênciasmúltiplas.

Porque cada segmento é associado comuma descrição geográfica, ossegmentos múltiplos também podemser usados para levar informação emfaixas de intensidade. Por exemplo, umfogo industrial poderia desenvolver opotencial para uma explosão maior. Ochefe de incidentes precisa deespecificar vários componentes:evacuação da área dentro da area dofogo, instrução de abrigo-em-lugar paraa plumagem de dispersão, e um pedidopara os órgãos de informação eaeronaves para permanecerem naredondeza acima de 2,500 pés do fogo.Usando CAP, o chefe de incidentespode enviar uma mensagem incluindoos elementos de mensagem apropriadospara cada área. O chefe de incidentesprovidencia as descrições geográficasusando latitude, longitude e altitude,

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Page 69: Do Editor De África à Kobe - unisdr.org · 1. Que o resto do mundo sabe que embora África não seja o continente mais propenso a desastres, a sua vulnerabilidade a desastres é

Redução de Desastres em África -EIRD Informes, 1Edição, Abril 2004 69

esboçando um polígono num mapaassim que entra a mensagem de CAP.

Desenvolvimento de CAP,implementação,A informação providenciada emformato de CAP reflecte melhorespráticas para advertências efectivasidentificadas por revisão académica eexperiências do mundo. Em 2001 e2002, Arte Botterell conduziu odesenho inicial de CAP através de umgrupo de trabalho internacional de maisde 120 gestores de emergência etécnicos de informação de emergência.A Parceria para Advertência doPúblico, uma parceria pública- privadade agências dos EUA, vendedores eperitos acadêmicos, patrocinaram oentão CAP para o OASIS (Organizaçãopara o Avanço de Padrões deInformação Estruturados) ComitéTécnico de Gestão de Emergência.

Trabalhando com Arte Botterell, outrosperitos técnicos refinaram e testaram oCAP ao longo de 2003 e aprovaram aversão padrão de CAP 1.0 em 2004.

CAP foi endossado pelo Comité deProntidão da Associação de GestãoNacional de emergências dos EUA, aParceria para Advertência Pública, aAliança de ComCARE, o Consórcio deEmergência Interoperacional e a RedeIntegrada de Telegrafia sem fiosCapital (CapWIN). Foram desdobradasaplicações que usam CAP em eventosde multi-vendedor e campos deexperimentação em Washington, D.C.,Virgínia, Flórida, Nevada e Califórnia.

Os implementadores de CAP jáincluem o Departamento de Segurançade Pátria dos EUA, o Serviço Nacionaldo Tempo dos EUA, Gabinete deServiços de Emergência da Califórnia,Departamento de Transportes deVirgínia, a Rede Integrada de

Telegrafia sem Fios Capital (CapWIN),GeoDecisions Inc., E Team, Blue292,Sistemas de Advertência Inc., ComlabsInc., mobileFoundations, ShipAnalytics, MyStateUSA, GestãoAmbiental Integrada Inc., HormannAmérica Inc., Oregon RAINS e NDSLtd, entre outros.

Referências:

• Common Alerting Protocol Version 1.0.Editado por Art Botterell (Parceria paraadvertência Pública). CommitteeSpecification. From the OASIS(Organization for the Advancement ofStructured Information Standards)Emergency Management TechnicalCommittee. 10-February-2004.

Documento disponível na Internet noendereço://www.oasis-open.org/committees/emergency/. 32 páginas

• Veja também o Esquema queacompanha o CAP v1.0 XML Schema.

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