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DO ROUBO E DA EXTORSÃO (Art.157) É crime complexo, pois é composto por fatos que individualmente constituem crimes. Furto + constrangimento ilegal + lesão corporal leve ( quando houver). Objeto Jurídico: Posse e propriedade e integridade física e liberdade individual. Roubo Próprio: Art.157 Caput: Subtrair coisa móvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaça ou violência à pessoa, ou depois de havê-la, por qualquer meio, reduzido à impossibilidade de resistência. Roubo Impróprio: Art.157, §1° : O agente, logo depois de subtraída a coisa, emprega violência contra a pessoa ou grave ameaça, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a detenção da coisa para si ou para terceiro. A diferença consiste no momento em que é empregada a grave ameaça ou violência contra a pessoa. O roubo é crime mais grave que o furto, pois a subtração é realizada mediante emprego de grave ameaça ou violência contra a pessoa, ou por qualquer outro meio que reduza a capacidade de resistência da vitima. Meios executórios do crime de roubo:

Do Roubo e Da Extorsão

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Resumo do livro de Fernando Capez, parte especial.

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DO ROUBO E DA EXTORSO(Art.157)

crime complexo, pois composto por fatos que individualmente constituem crimes. Furto + constrangimento ilegal + leso corporal leve ( quando houver). Objeto Jurdico: Posse e propriedade e integridade fsica e liberdade individual.Roubo Prprio: Art.157 Caput: Subtrair coisa mvel alheia, para si ou para outrem, mediante grave ameaa ou violncia pessoa, ou depois de hav-la, por qualquer meio, reduzido impossibilidade de resistncia.

Roubo Imprprio: Art.157, 1 : O agente, logo depois de subtrada a coisa, emprega violncia contra a pessoa ou grave ameaa, a fim de assegurar a impunidade do crime ou a deteno da coisa para si ou para terceiro.

A diferena consiste no momento em que empregada a grave ameaa ou violncia contra a pessoa.

O roubo crime mais grave que o furto, pois a subtrao realizada mediante emprego de grave ameaa ou violncia contra a pessoa, ou por qualquer outro meio que reduza a capacidade de resistncia da vitima.

Meios executrios do crime de roubo:

Mediante emprego de grave ameaa: a promessa de mal grave e iminente. A ameaa pode ser feita por meio de palavras, gestos , ou mediante emprego de arma.Basta to somente o porte ostensivo da arma de fogo para que se configure a grave ameaa, pois se o agente apont-la em direo vtima ou engatilh-la poder configurar-se, nesse caso, a causa de aumento de pena relativa ao emprego de arma. (2, I, 157).

A exibio da arma deve ser ostensiva, de modo que a vtima perceba que o agente a est portando.

Arma escondida nas vestes ou na maleta, ou no veculo, sem que o agente a tenha utilizado ostensivamente para intimidar, no crime de roubo, mas sim de FURTO.

Nesse caso, o agente responder pelo crime de furto em concurso material com o crime de porte ilegal de arma de fogo.

Agente que coloca mo no bolso da cala ou do casaco fingindo estar armado A simulao de porte de arma de fogo constitui meio idneo intimidatrio capaz de diminuir a resistncia da vtima, portanto, a simulao tambm constitui grave ameaa. ( entendimento do STF)O emprego de arma defeituosa ou desmuniciada ou de arma de brinquedo, mesmo ineficazes, so meios idneos a intimidar a vtima.

Mediante emprego de violncia fsica: Emprego de fora fsica capaz de dificultar ou paralisar os movimentos do ofendido, de modo a impedir sua defesa.

Ex: Amarrar as mos da vtima, jog-la ao cho, dar-lhe tapas, disparar contra ela tiros de arma de fogo).

Chama-se Violncia Prpria.

Trombada/ choque / coliso a fora fsica empregada pelo ladro contra o corpo da vtima a fim de subtrair seus bens.

furto ou roubo?

Se a violncia for empregada contra a vtima, com o intuito de distra-la, sem contundncia capaz de machuc-la, como no caso de o ladro deslocar a pessoa sutilmente para arrancar-lhe a carteira do bolso, ser FURTO.

Se a violncia for preponderantemente dirigida contra o ofendido, consistindo em leso corporal ou vias de fato, destinadas a reduzir ou paralisar os seus movimentos, ser ROUBO.

Ex: Desequilibrar a vtima com empurro pelas costas vindo ela a cair ao cho.

Arrebatamento: O golpe dirigido contra o prprio objeto a ser furtado, vindo o dono da coisa a ser atingido por repercusso.

2 posies:1 Como a violncia foi empregada contra coisa, no existe constrangimento contra pessoa, configurando-se o furto. (F. Capez).2 O arrebatamento acarreta leses corporais, as quais atuam como condio para a consumao da subtrao, logo, roubo.

Qualquer outro meio que reduza a impossibilidade de resistncia: a chamada violncia imprpria.

Ex: Fazer a vtima ingerir bebida alcolica, sonferos para hipnotiz-la.

Sujeito passivo:

Imediato: Empregada contra o titular do direito de propriedade ou posse. Ex: Violncia empregada contra o dono da loja para que este entregue o dinheiro do caixa.

Mediato: Empregada contra terceiro que no seja titular do direito de propriedade ou posse. Ex: Agente que ameaa com arma de fogo o empregado da loja para que este lhe entregue o dinheiro do caixa.

Roubo de Uso: EX: roubo de automvel para uso prprio.

Alguns tribunais estaduais admitem roubo de uso, entendendo-se, no caso, que o agente responder to somente pelo crime de constrangimento ilegal, em face da violncia empregada.

F. Capez: S caracterizar constrangimento ilegal, em vez de roubo, quando o uso for imediato.

Se a restituio da coisa demorar horas, dias, como no roubo de carro para uso posterior em outro assalto ou em sequestro, ser roubo, dada a ausncia de imediatidade entre o primeiro e o segundo crime.

PRINCPIO DA INSIGNIFICANCIA.

inadmissvel.Ainda que nfimo o valor subtrado, tal no afasta o desvalor da ao representado pelo emprego de violncia ou grave ameaa a pessoa.

STJ e STF se manifestam no sentido da no aplicao, uma vez que o crime de maior gravidade.CRIME IMPOSSVEL.

Se o agente no consuma o crime pela ausncia do objeto, h crime impossvel. Porm, deve responder pelo emprego de violncia ou grave ameaa ou qualquer outro meio que reduza a capacidade de resistncia da vtima.

DESISTENCIA VOLUNTRIA

Se o agente empregar violncia ou grave ameaa,ou qualquer meio que reduza a capacidade de resistncia da vtima, e ap,s desistir voluntariamente de se apoderar dos objetos, no responder pelo crime de roubo, mas sim pelas atos at ento praticados. (violncia ou grave ameaa).

*ROUBO PRPRIO: O constrangimento empregado antes ou durante a retirada do bem.

Momento consumativo:

1) O roubo se consuma no momento em que o agente subtrai o bem do ofendido, sendo irrelevante se chegou a ter a posse tranquila ou no da coisa.

Ex: Agente que depois de apontar uma arma na cabea da vtima se apodera de sua carteira.

Ainda que venha a perseguir continuadamente o agente e consiga recuperar a coisa, j houve espoliao da posse ou da propriedade da vtima. ( posio do Fernando capez).

Posicionamento do STF.

O roubo se consuma no instante em que o ladro se torna possuidor de coisa mvel alheia subtrada mediante grave ameaa ou violncia.

No precisa o ladro sair da vigilncia do antigo possuidor.

2) Apenas haver consumao quando o agente retirar o bem da esfera de disponibilidade da vtima e assegurar a posse tranquila do mesmo, ainda que por curto perodo de tempo.

Desse modo, enquanto o agente sofre perseguio, h somente tentativa do crime, pois no chegou ainda a garantir a posse desvigiada do bem.

HIPTESES DE CONSUMAO

Se o agente durante a fuga perde o bem ou dele se desfaz, o crime reputa-se consumado.

Em que pese a priso de um dos agentes no local do crime, o delito se consumou para todos os coparticipantes , uma vez que a subtrao j havia se aperfeioado por completo quando da priso daquele.

A priso em flagrante no incompatvel com a consumao do crime de roubo. Assim,se o agente aps o emprego de violncia ou grave ameaa logra apoderar-se da coisa, retirando-a completamente da posse da vitima, mas encontrado logo aps , com instrumentos, armas ou objetos que faam presumir ser ele autor da infracao, a priso em flagrante no ter condo de interferir na consumao do crime, uma vez que o bem j foi retirado completamente da vitima.

ROUBO IMPRPRIOO agente primeiro subtrai a coisa, sem empregar qualquer tipo de constrangimento contra a vtima, e somente aps efetua-la emprega violncia ou grave ameaa com o fim de garantir a sua posse ou assegurar a impunidade do crime, isto , evitar a priso em flagrante ou a sua identificao. O emprego de ameaa deve se dar LOGO DEPOIS da subtrao. A demora entre uma ao - subtrao e outra violncia ou grave ameaa, poder caracterizar o concurso material entre o crime de furto e o crime contra a pessoa.

Finalidade de assegurar a impunidade do crime ou a deteno da coisa para si ou para terceiro.

Se o agente, logo depois de subtrada a coisa, ao empreender fuga, depara-se com seu inimigo que, coincidentemente passeava pela rua, aproveita-se dessa circunstancia para feri-lo, no roubo imprprio, mas sim crime de furto em concurso material com um dos crimes contra a pessoa, pois o dolo do agente era de lesionar ou matar seu inimigo por vingana e no o de assegurar a impunidade do crime ou a deteno da coisa.

Se o sujeito no empregar violncia ou grave ameaa contra a pessoa, h furto tentado ou consumado.E se o agente no conseguir apoderar-se da coisa por ter sido surpreendido por terceiros, mas vem a empregar violncia ou grave ameaa contra eles para assegurar sua fuga? tentativa de furto, em concurso material com o crime contra a pessoa, uma vez que a violncia ou grave ameaa devem ser empregadas aps a EFETIVA subtrao da coisa para que se configure roubo improprio.

O agente, tendo consumado a subtrao, tenta empregar violncia ou grave ameaa para assegurar a posse da coisa ou a impunidade do crime, mas impedido por terceiros. H tentativa de roubo improprio.

CAUSAS ESPECIAIS DE AUMENTO DE PENA ( ROUBO QUALIFICADO )

I- Emprego de arma.