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8/3/2019 Doc Linguagem Da Dor Out2010
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A LINGUAGEM DA DOR NO RECM-NASCIDO
Documento Cientfico do Departamento de Neonatologia
Sociedade Brasileira de Pediatria
Autores:
Ruth Guinsburg: Professora Titular de Pediatria da Escola Paulista de Medicina da
Universidade Federal de So Paulo
Maria Carmenza Cuenca A.: Aluna do Programa de Ps-Graduao em Pediatria e Cincias
Aplicadas Pediatria da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de So Paulo
Correspondncia: Ruth Guinsburg
Email: [email protected]
Conflitos de Interesses: nada a declarar
Palavras: 2474 no texto, 3 quadros e 18 referncias
So Paulo, 8 de outubro de 2010
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Introduo
No ser humano a dor uma sensao expressa e lembrada atravs de palavras. O adulto
imediatamente associa a palavra dor a outras palavras ou expresses verbais, tais como: Ai! Ui!
Lateja! Arde! As crianas verbalizam a dor associando-a, em geral, ao objeto agressor. A
prpria definio de dor, referendada pela Associao Internacional para o Estudo da Dor,
evidencia o carter verbal do fenmeno: "a dor uma experincia sensorial e emocional
desagradvel, associada a uma leso tecidual real, potencial ou descrita nos termos dessa leso.
A dor sempre subjetiva." Nesse contexto, a dor dos indivduos que no podem exprimi-la por
meio de palavras torna-se um fenmeno a parte.
Os lactentes pr-verbais, em especial, os recm-nascidos, no verbalizam a dor que
sentem. Ser que isso significa que, de fato, no sentem dor ou que a exprimem por meio de
uma linguagem prpria? O conceito de dor em crianas como uma qualidade inerente vida,
que aparece no inicio da ontogenia para servir como um sistema de sinalizao para as leses
teciduais permite evidenciar a presena da dor por meio da presena de respostas
comportamentais e fisiolgicas aos estmulos nociceptivos. Assim, parece haver um repertrio
"prprio" de expresso da dor pelo lactente pr-verbal, ou seja, uma "linguagem" alternativa de
dor.
Nesse contexto, os profissionais envolvidos com o cuidado ao lactente pr-verbal e, de
maneira especfica, ao recm-nascido devem estar aptos a decodificar a linguagem de dor
prpria dessa faixa etria, a fim de que possam exercer a sua funo e obrigao mximas como
mdicos ou profissionais de sade: diminuir o sofrimento do paciente, lembrando existir um
substancial corpo de evidncias cientficas para indicar que o neonato no s sente dor, mas que
a dor pode ter repercusses orgnicas e emocionais que comprometem o seu bem-estar em curto
prazo e que podem modificar de forma permanente a organizao do sistema nociceptivo, alm
de potencializar a suscetibilidade destes pacientes a alteraes cognitivas, psicossomticas e
psiquitricas na infncia e na adolescncia.
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A Linguagem da dor no recm-nascido
Uma srie de parmetros fsicos e comportamentais se modifica no recm-nascido
diante de um estmulo doloroso, desde a freqncia cardaca e respiratria, a saturao de
oxignio, a presso arterial e concentraes hormonais, at o movimento corporal, a mmica
facial e o choro, entre outros.
Dentre os parmetros fisiolgicos de dor, os mais utilizados para a avaliao do
fenmeno dolorosos na prtica clnica so a freqncia cardaca, a freqncia respiratria, a
saturao de oxignio e a presso arterial sistlica. Tais medidas, embora objetivas, no so
especficas. Observam-se alteraes similares aps um estimulo nociceptivo ou depois de um
estmulo desagradvel, mas no doloroso, alm de sofrerem influncia da condio clnica do
indivduo. Os parmetros fisiolgicos parecem teis para avaliar a dor beira do leito, mas, em
geral, no podem ser usados de forma isolada para decidir se o recm-nascido apresenta dor e se
h necessidade do uso de analgsicos.
Com relao quantificao da resposta endcrino-metablica de estresse para avaliar a
dor do recm-nascido, outras questes alm da sua baixa especificidade, merecem reflexo.
Nesse caso, os maiores problemas ligam-se necessidade de um procedimento doloroso para a
coleta da amostra a ser analisada (em geral, uma puno venosa) e demora entre o momento
da coleta do exame e a obteno do resultado, postergando a deciso teraputica quanto
necessidade ou no de analgesia. Soma-se a essas dificuldades o custo elevado das dosagens
hormonais, que dificulta sua utilizao rotineira na prtica clnica como mtodo de avaliao da
necessidade de alvio da dor no perodo neonatal.
A avaliao comportamental da dor fundamenta-se na modificao de determinadas
expresses comportamentais, aps um estmulo doloroso. As respostas comportamentais dor
mais estudadas so a resposta motora dor, a mmica facial, o choro e o padro de sono e
viglia. Atribui-se importncia crescente a essas medidas comportamentais, uma vez que elas
parecem representar uma resposta mais especfica ao estmulo doloroso, comparadas aos
parmetros fisiolgicos acima descritos. Entretanto, tais parmetros tm a desvantagem de
possurem pouca preciso quanto mensurao do fenmeno doloroso, dependendo da
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interpretao do observador, ou seja, trata-se de uma medida sujeita avaliao subjetiva de
cada observador. Apesar dessa ressalva, o comportamento que o neonato apresenta diante de um
estmulo nociceptivo uma forma de comunicao entre ele e seu cuidador. Assim, discutir-se-
a seguir com maior detalhe as alteraes comportamentais desencadeadas pela dor, que, em
ltima anlise, se constituem na linguagem da dor no recm-nascido.
Diante de um estmulo doloroso, o recm-nascido apresenta rigidez do trax, flexo e
extenso das extremidades e movimentos especficos das mos. Aps a puno capilar no
calcanhar, sabe-se que em 0,3 segundos o paciente retira a perna no puncionada, em 0,4
segundos retira a perna puncionada e, em 1,8 segundos, chora. Essa resposta corporal dor,
"milimetricamente" organizada, parece estar presente mesmo nos prematuros. Ou seja, existe
uma linguagem corporal em resposta ao estmulo doloroso no recm-nascido. A questo que se
coloca, quando se aceita a resposta motora como expresso de dor, se tal resposta especfica
ao estmulo doloroso. A movimentao corporal no aparece s em reao dor, mas pode ser
obtida tambm diante de outros estmulos desagradveis, porm no dolorosos. Nesse sentido,
os movimentos de mo do neonato, em especial presena da mo espalmada com os dedos
esticados e o fechamento sbito da mo, frente dor parecem se constituir em uma resposta
mais especfica ao estmulo nociceptivo agudo do que a movimentao global do paciente.
Assim, a fcil observao da movimentao do neonato na pratica clinica, a sua associao
expresso do fenmeno doloroso e a sugesto de que alguns movimentos especficos esto
associados dor aguda justificam o fato de o movimento corporal ser item relevante na
avaliao da dor aguda em neonatos. Desse modo, a movimentao corporal parece ser uma
"letra" do "alfabeto" da expresso da dor no perodo neonatal, mas outros elementos so
necessrios para que se formem "palavras" decodificveis.
As alteraes de mmica facial constituem um dos eixos fundamentais no estudo da
expresso da dor no recm-nascido. Nessa faixa etria, parecem existir expresses faciais
especficas da dor, em especial a fronte saliente, a fenda palpebral estreitada, o sulco naso-labial
aprofundado e movimentos da boca, lbios e lngua como, lbios entreabertos, boca estirada no
sentido horizontal ou vertical, lngua tensa e tremor de queixo. Segundo Grunau & Craig, 95-
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98% dos recm-nascidos a termo apresentam pelo menos as trs primeiras alteraes em
resposta dor aguda. Os mesmos movimentos no so demonstrados quando se submete estes
pacientes a um estmulo desagradvel, mas no doloroso. Alm disso, a expresso facial se
caracteriza por ser consistente nas diferentes idades e de difcil inibio voluntria na vigncia
do estimulo nociceptivo. Ou seja, a movimentao facial parece se constituir em uma forma de
linguagem de dor mais especfica e facilmente entendida pelo adulto. A especificidade dos
movimentos faciais de dor poderia ser explicada pelo fato destes constiturem ferramenta
importante na adaptao evolutiva das espcies, sendo um dos meios de comunicao mais
poderosos entre recm-nascidos e seus cuidadores. Entretanto, as alteraes da mmica facial
no trazem informaes a respeito da qualidade ou da intensidade do fenmeno doloroso.
difcil, portanto, a utilizao apenas da movimentao da face na tomada de decises
teraputicas, beira do leito, em unidades de terapia intensiva neonatal. Alm disso, parece
haver uma menor expresso dos movimentos faciais de dor medida que essa se prolonga ou se
repete. A pergunta que surge at que ponto h um fenmeno de habituao dor ou h apenas
uma menor capacidade de expresso da dor sentida pela criana diante do estmulo nociceptivo
prolongado ou repetitivo? Apesar dessas dvidas, as alteraes da movimentao facial vm
sendo uma das ferramentas mais empregadas na avaliao da dor do recm-nascido, seja na
prtica clnica, seja para a pesquisa.
Outro parmetro que faz parte do repertrio de expresses da dor no perodo neonatal, e
que as mes sem dvida utilizam bastante, o choro. Ser que existe um choro especfico de
dor? Sabe-se que o choro do neonato, de maneira geral, apresenta uma fase expiratria definida,
seguida por uma breve inspirao, um perodo de descanso e, de novo, uma fase expiratria.
Alm disso, o choro tem um padro meldico e freqncia de 80 dB. Diante do estmulo
doloroso, ocorrem alteraes sutis nos parmetros descritos: a fase expiratria torna-se mais
prolongada, a tonalidade mais aguda, h perda do padro meldico e a durao do choro
aumenta. Tais achados parecem indicar que existe, realmente, um choro especfico de dor. A
questo, entretanto, como algum no treinado para distinguir o choro de dor, que cuida de
mltiplas crianas, ser capaz de reconhecer se o choro daquele paciente uma expresso de
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dor? Mais ainda, como lanar mo desse recurso nas unidades de terapia intensiva, onde
freqentemente os recm-nascidos esto intubados e no podem vocalizar o choro? Nessas
circunstncias pode-se utilizar a movimentao facial associada ao choro, mas no o choro
propriamente dito. Assim, de novo, o choro se constitui em outra "letra" do alfabeto da
expresso da dor no recm-nascido, mas isoladamente no fornece informaes suficientes para
a deciso clnica a respeito da necessidade de analgesia.
Alm da movimentao corporal e facial e do choro, o recm-nascido expressa a dor de
maneira mais complexa, provavelmente com o envolvimento de aspectos emocionais. Por
exemplo, depois de uma circunciso sem anestesia, o neonato permanece um tempo maior
dormindo em sono no-REM, quando comparado a pacientes de mesma idade e sexo, no
circuncidados. Alguns autores postulam que, nesses casos, a reao observada seria um
mecanismo de "fuga" exibido pelo beb em relao ao meio ambiente agressor. Observa-se
tambm uma indisponibilidade destes recm-nascidos para o contato visual e auditivo com a sua
me, que perdura nas 24 a 36 horas seguintes ao procedimento doloroso, podendo dificultar o
aleitamento materno. Isso significa que o estmulo doloroso pode interferir no padro alimentar
do recm-nascido e na relao me-filho. preocupante a repetio desse fenmeno em
pacientes submetidos a reiterados estmulos dolorosos, internados por perodos prolongados em
unidades de terapia intensiva, e suas possveis cicatrizes psicolgicas. No contexto da avaliao
da dor no perodo neonatal, a observao do padro do sono, do comportamento quanto
irritabilidade, consolabilidade e padro de contato visual com a me podem ajudar os
profissionais a perceber a presena da dor.
A decodificao da linguagem de dor
Para que se possa atuar de forma teraputica diante de situaes possivelmente
dolorosas, no basta saber que o recm-nascido pode exprimir a dor. preciso, tambm, dispor
de instrumentos que "decodifiquem" essa linguagem da dor. Com essa viso, foram
desenvolvidas escalas unidimensionais, que avaliam a resposta comportamental dor, e
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ferramentas multidimensionais, que incluem uma combinao de parmetros objetivos e
subjetivos relacionados resposta dor exibida pelo recm-nascido.
Em essncia, a complexidade do fenmeno doloroso recomendaria o uso de escalas
compostas, j que a quantificao dos diferentes tipos de respostas dor tornaria mais completa
a avaliao da resposta ao estmulo nociceptivo. Porm, a dissociao que ocorre entre os
indicadores comportamentais e fisiolgicos de dor pode dificultar o reconhecimento dos recm-
nascidos que precisam de tratamento analgsico. A dissociao das respostas dor exibida pelo
recm-nascido poder ser observada quando, apesar de o paciente exibir comportamentos
compatveis com dor, as respostas fisiolgicas sugerem que a intensidade do estmulo
nociceptivo no seja suficiente para desencadear efeitos em diferentes rgos e sistemas.
Talvez, a expresso de dor nesta faixa etria se d predominantemente por meio do
comportamento, pois as conexes das vias nociceptivas no crebro do recm-nascido ativariam
de forma preferencial o ncleo do tronco cerebral responsvel pelos movimentos da face e corpo
e, no, os controles centrais relativos s respostas fisiolgicas, como a freqncia cardaca e
respiratria, entre outros. Nesse sentido, escalas que levam em considerao parmetros
fisiolgicos poderiam ser menos sensveis expresso da dor no perodo neonatal.Em essncia,
as escalas unidimensionais parecem ser ferramentas mais sensveis para identificar os
indivduos com dor, quando comparadas s escalas multidimensionais.
Nesse contexto, indica-se, para a avaliao da dor neonatal, o emprego de mltiplas
escalas pelos diferentes profissionais de sade, mas recomenda-se que pelo menos um desses
instrumentos seja uma escala unidimensional comportamental, ou seja, que leve em conta os
diversos comportamentos de dor exibidos pelo recm-nascido. No protocolo de avaliao da dor
atualmente recomendado pela Disciplina de Pediatria Neonatal da Universidade Federal de So
Paulo constam as escalas BIIP, NIPS e EDIN:
1. BIIP (Behavioral Indicators of InfantPain): A escalaIndicadores Comportamentais da Dor
no Lactente uma modificao recente do Sistema de Codificao Facial do Recm-Nascido
(NFCS) que inclui o estado de alerta do recm-nascido e a movimentao das mos, tornando a
avaliao comportamental mais especfica e inserida na interao entre paciente e ambiente.
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BIIP Pontos DefinioEstado de sono/viglia
Sono Profundo 0 Olhos fechados, respirao regular, ausncia de movimentos dasextremidades.
Sono Ativo 0 Olhos fechados, contrao muscular ou espasmos/abalos,movimento rpido dos olhos, respirao irregular.
Sonolento 0 Olhos fechados ou abertos (porm com olhar vago, sem foco),respirao irregular e alguns movimentos corporais.
Acordado/Quieto 0 Olhos abertos e focados, movimentos corporais raros ouausentes.
Acordado/Ativo 1 Olhos abertos, movimentos ativos das extremidades.
Agitado/Chorando 2 Agitado, inquieto, alerta, chorando
Face e mos
Fronte Saliente 1 Abaulamento e presena de sulcos acima e entre as sobrancelhas
Olhos espremidos 1 Compresso total ou parcial da fenda palpebral
Sulco nasolabialaprofundado
1 Aprofundamento do sulco que se inicia em volta das narinas e sedirige boca.
Estiramentohorizontal da boca
1 Abertura horizontal da boca acompanhada de estiramento dascomissuras labiais.
Lngua tensa 1 Lngua esticada e com as bordas tensas
Mo espalmada 1 Abertura das mos com os dedos estendidos e separados.
Mo fechada 1 Dedos fletidos e fechados fortemente sobre a palma das mosformando um punho cerrado/ mo fechada
Considera-se dor quando a pontuao >5
2. NIPS ( Neonatal Infant Pain Scale): A Escala de Avaliao de Dor no Recm-Nascido
composta por cinco parmetros comportamentais e um indicador fisiolgico, avaliados antes,
durante e aps procedimentos invasivos agudos em recm-nascidos a termo e pr-termo. A
maior dificuldade reside na avaliao do parmetro choro em pacientes intubados nessa
situao, dobra-se a pontuao da mmica facial, sem avaliar o choro.
NIPS 0 pontos 1 ponto 2 pontos
Expresso Facial Relaxada Contrada -
Choro Ausente Resmungos Vigoroso
Respirao Relaxada Diferente do basal -
Braos Relaxados Flexo ou Extenso -
Pernas Relaxadas Flexo ou Extenso -
Estado de Alerta Dormindo ou Calmo Desconfortvel -Define-se dor quando a pontuao > 4.
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3. EDIN (chelle Douleur Inconfort Nouveau-N): A Escala de Dor e Desconforto do Recm-
Nascido (Quadro 3) foi desenhada para avaliar a dor persistente do recm-nascido criticamente
doente. A sua aplicao fcil e prtica, permitindo acompanhar o comportamento do paciente
por perodos mais prolongados a fim de adequar a teraputica necessria.
EDIN Pontuao definio
Atividade Facial 0 relaxada1 testa ou lbios franzidos, alteraes de boca
transitrias2 caretas freqentes3 mmica de choro ou totalmente sem mmica
Movimento Corporal 0 relaxado1 agitao transitria, geralmente quieto
2 agitao freqente, mas d para acalmar3 agitao persistente, hipertonia mmii/ss ou parado
Qualidade do Sono 0 dorme fcil1 dorme com dificuldade2 sonecas curtas e agitadas3 no dorme
Contacto comenfermagem
0 atento voz1 tenso durante a interao2 chora mnima manipulao3 No h contacto, geme manipulao
Consolabilidade 0 quieto e relaxado1 acalma rpido com voz, carinho ou suco2 acalma com dificuldade3 No acalma, suga desesperadamente
Define-se dor quando a pontuao > 7
No protocolo empregado, a NIPS avaliada pelos tcnicos de enfermagem junto com os
sinais vitais, a EDIN aplicada pelas enfermeiras a cada turno e a BIIP pelos mdicos sempre
que a NIPS e/ou a EDIN esto alteradas ou em crianas com possvel indicao de analgesia ou,
ainda, em uso de analgsicos. Mas, independentemente da escala utilizada, a avaliao da dor
deve ser repetida regularmente. Com base nesta avaliao sistemtica, as intervenes
adequadas devem ser prescritas e administradas, com posterior reavaliao e documentao da
efetividade do tratamento aplicado.
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Concluso
possvel, portanto, depreender que o recm-nascido, por meio de sinais como a
expresso facial, a movimentao corporal, o choro e o estado de conscincia, entre outros,
exprime e tenta "comunicar" a dor que ele sente. Dessa forma, os sinais emitidos pelo neonato
diante do estmulo doloroso seriam um cdigo, ou seja, uma linguagem. Surge, ento, um novo
problema: o adulto precisa "reconhecer" ou "decodificar" os sinais de dor emitidos pelo paciente
pr-verbal. O entendimento de tais sinais pelo adulto depende do seu conhecimento a respeito
da dor nessa faixa etria, de sua sensibilidade e de sua ateno para a percepo desses sinais.
Ou seja, faz-se necessrio uma comunicao efetiva entre o adulto e o recm-nascido doente
para que este ltimo "ultrapasse" os procedimentos necessrios para a sua sobrevida com o
mnimo de sofrimento e de cicatrizes, prevenindo, dessa forma, os efeitos adversos do
estmulo doloroso repetitivo e/ou prolongado no desenvolvimento at a vida adulta.
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