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TERMO DE COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA

O MINISTRIO PBLICO DO ESTADO DE SANTA CATARINA , representado pelos Promotores de Justia Eduardo Paladino , Titular da 29 Promotoria de Justia da Comarca da Capital , com atuao na rea de defesa do consumidor ; e Marcelo de Tarso Zanellato , coordenador do Centro de Apoio Operacional do Consumidor - CCO; a FEDERACO CATARINENSE DE FUTEBOL , representado por seu presidente Delfim Pdua Peixoto Filho; a ASSOCIAO DE CLUBES DE FUTEBOL PROFISSIONAL DE SANTA CATARINA,representando todos clubes associados e representada por seu presidente Wilfredo Brilinger; e os ClUBES DE FUTEBOL ao final assinados todos doravante denominados COMPROMISSRIOS, ajustam o seguinte:

| - OBJETO DO PRESENTE TERMO DE COMPROMISSO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA (TAC):

Estabelecer uma rotina de obrigaes, prazos , responsabilidades e eventuais sanes relacionadas elaborao, remessa , recebimento, controle de remessa e de recebimento, dos Laudos Tcnicos de que trata o art. 23 da Lei n. 10.671/2003 Estatuto de Defesa do Torcedor (EDT), regulamentado pelo Decreto n. 6.795/2009 e pela Portaria n. 238/2010 do Ministrio do Esporte , para os campeonatos organizados pela Federao Catarinense de Futebol (FCF).

|| - CONSIDERANDOS:

CONSIDERANDO a legitimidade do Ministrio Pblico para a defesa dos interesses difusos , coletivos e individuais homogneos prevista no art. 129 ,III, da Constituio Federal (CF); arts. 81 e 82, I , da Lei n. 8.078/90 ( Cdigo de Defesa do Consumidor CDC); art. 26, I , da Lei n. 8.625/93; arts. 1, II , 5 , 6, 7, da Lei n. 7.347/85; e art. 82 da Lei Complementar Estadual n. 197/00;

CONSIDERANDO que a defesa do consumidor direito fundamental (CF, art. 5 , XXXII) e princpio da Ordem Econmica (CF,art. 170, V);

CONSIDERANDO a natureza cogente das normas do Cdigo de Defesa do Consumidor, de ordem pblica e interesse social, conforme dispe seu art. 1;

CONSIDERANDO o reconhecimento da vulnerabilidade do consumidor no mercado de consumo (art. 4 do CDC) e que o fornecedor deve buscar o aprimoramento na prestao do servio e a harmonia na relao de consumo atravs da preservao dos direitos bsicos do consumidor, sendo um deles a efetiva preveno e reparao de danos patrimoniais e morais , individuais, coletivos e difusos (art.6,VI, CDC);

CONSIDERANDO que, consoante o disposto no art. 3 da Lei n. 10.671/2003 (Estatuto de Defesa do Torcedor EDT ), para todos os efeitos legais, equiparam-se a fornecedor, nos termos do CDC, a entidade responsvel pela organizao da competio, bem como a entidade de prtica desportiva detentora do mando de jogo ;

CONSIDERANDO que, nos termos de art. 40 do EDT , a defesa dos interesses e direitos dos torcedores em juzo observar, no que couber, a mesma disciplina da defesa dos consumidores em juzo de que trata o CDC;

CONSIDERANDO que o torcedor-partcipe tem direito segurana nos locais onde so realizados os eventos esportivos, antes, durante e aps a realizao das partidas, nos termos do art.13 do EDT;

CONSIDERANDO o art. 23 do EDT, regulamentado pelo Decreto n. 6.795/2009 e pela Portaria n. 238/2010, do Ministrio do Esporte, que impe Organizadora de Competioes de Futebol- Federao Catarinense de Futebol (FCF), no caso do Campeonato Catarinense - a obrigao de remeter previamente ao Ministrio Pblico Estadual os laudos de (I) Segurana; (II) Vistoria de Engenharia; (III) de Preveno e Combate a Incndio ; e (IV) de Condies Sanitrias e de Higiene, referentes aos estdios que sediaro partidas do campeonato;

CONSIDERANDO que os clubes, por sua vez, so responsveis por providenciar os referidos laudos e encaminh-los FDF;

CONSIDERANDO que foi firmado o Termo de Cooperao Tcnica n.54/2010, entre o Ministrio Pblico de Santa Catarina (MP/SC), o Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Santa Catarina (CREA/SC), a Federao Catarinense de Futebol (FCF), a Associao de Clubes de Futebol Profissional de Santa Catarina (ACF/SC), a Vigilncia Sanitria do Estado de Santa Catarina (VISA/SC), o Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina (CBM/SC) e a Polcia Militar de Santa Catarina (OM/SC), tendo por objeto o controle das condies sanitrias e de segurana nos estdios desportivos utilizados em competies organizadas pela FCF , para o acompanhamento da conformidade dos Laudos Tcnicos exigidos pela legislao buscando estabelecer uma rotina de trabalho entre os rgos envolvidos, bem como a efetiva segurana do consumidor , coibinho partidas em estdios que no apresentem totais condies de segurana, sanitrias e de higiene e preventivo e combate de incndio, em conformidade com o EDT, o Decreto n. 6.795/2009, e a Portaria/ME n.238/2010;

CONSIDERANDO que , ante a ausncia de previso expressa na lei e regulamentos, referido Termo de Cooperao Tcnica estipulou os seguintes prazos para a entrega dos laudos de que trata o art. 23 do EDT: (a) 45 dias antes do incio da competio , para os clubes encaminharem os Laudos Tcnicos FCF , ao MP/SC ( Centro de Apoio Operacional do Consumidor - CCO ), dos mencionados laudos; e (c) 5 dias antes da realizao das partidas respectivas, para a entrega dos laudos retificados, ou seja, comprovando que as obras para a soluo dos pontos crticos constatados no primeiro laudo teriam sido sanados;

CONSIDERANDO que o art. 23 do EDT, embora no estipule prazo certo, deixa claro que a remessa dos laudos ao Ministrio Pblico tem que ser com antecedncia mnima suficiente anlise adequada e tcnica, sobretudo porque so em nmero de 10 os clubes profissionais que participam dos campeonatos organizados pela FCF;

CONSIDERANDO que, em razo do grande volume de informaes e da acentuada complexidade tcnica do Laudo de Vistoria de Engenharia (LVE), foi desenvolvido pelo Centro de Apoio Operacional de Informaes e Pesquisas do Ministrio Pblico do Estado de Santa Catarina (CIP) a planilha de Controle das Condies de Estdio como documento que reflete didaticamente o contedo do LVE , de modo a facilitar a sua compreenso para que, desde logo , os Presidentes de Clubes, a FCF e o Ministrio Pblico possam visualizar claramente as condies de segurana do estdio e, dessa forma , adotar providncias preventivas no sentido de remover eventuais ricos vida integridade fsica dos torcedores e profissionais que fazem uso das praas desportivas;

CONSIDERANDO que o Laudo de Vistoria de Engenharia (LVE), juntamente com a respectiva Planilha, que segue anexa , a ser devidamente preenchida pela equipe tcnica (engenheito civil ou arquiteto e engenheiro eletricista) contratada pelo clube, ao serem recebidos pelo CCO, so remetidos s Promotorias de Justia das comarcas onde se situam os estdios, com vistas identificao de eventuais situaes crticas que possam colocar em risco a sade, segurana, e vida dos torcedores/consumidores, bem como dos profissionais que atuam nos estdios;

CONSIDERANDO que o Anexo II da Portaria/ME n.238/2010, indica com detalhes a forma pela qual e o contedo que dever constar no LVE;

CONSIDERANDO que eventual descumprimento dos termos da Portaria/ME n.238/2010 poder caracterizar sonegao de informaes ou prestao deficiente de informaes sobre situao relevante em pontos do estdio e, por consequncia, acarretar exposio a risco de morte, alm de danos integridade fisca ou sade dos torcedores e profissionais que atuam nas praas desportivas;

CONSIDERANDO que o presente TERMO no prejudica a eventual adoo de providncias pontuais, pelos Promotores de Justia das comarcas, em face dos clubes e/ou da FCF, na hiptese de restar a caracterizada a existncia de situao no estdio que possa colocar em risco a vida, sade ou integridade fisca dos torcedores e profissionais que atuam no local;

CONSIDERANDO ser direito bsico dos consumidores a proteo da vida, sade e segurana contra rioscos provocados por prticas no fornecimento de servios considerados perigosos ou nocivos, conforme art. 6, I, do Cdigo de Defesa do Consumidor;

CONSIDERANDO as eventuais restries apresentadas nas vistorias realizadas pela Polcia Militar nos estdios, materializadas pelo Laudo de Segurana acima referido, e a necessidade de adequao s normas de segurana estabelecidas na legislao;

CONSIDERANDO as eventuais restries apresentadas nas vistorias realizadas pela Vigilncia Sanitria Municipal, materializadas pelo Laudo de Condies Sanitrias e de Higiene antes mencionado, e a necessidade de adequao s normas de condies sanitrias e de higiene estabelicidas na legislao vigente;

CONSIDERANDO as eventuais restries apresentadas nas vistorias realizadas pelo Corpo de Bombeiro Militar de Santa Catarina, materializadas pelo Laudo de Preveno e Combate a Incndio retro citado, e a necessidade de adequao s normas de preveno e combate de incndio;

CONSIDERANDO que a associao de clubes havia sugerido reformular parcialmente o TCT n. 54/10, atualizando-o dinmica constatada aps a sua celebrao, notadamente em relao aos prazos l estabelecidos;

CONSIDERANDO a necessidade de criao de mecanismo que facilite a compreenso do laudo de vistoria de Engenharia, de modo a permitir que os Presidentes de Clubes, a FCF e o MP possam adotar providncias mais cleres no sentido de proteger a vida e a integridade fsica dos torcedores e profissionais que trabalham nos estdios, o que se tornar possvel com a adoo da Planilha antes mencionada;

CONSIDERANDO que, no obstante a responsabilidade tcnica dos profissionais liberais que subscrevem os LVE, contratados pelos clubes, h necessidade da realizao de vistorias in loco nos estdios e produo de outro Laudo de Vistoria de Engenharia e preenchimento da respectiva Planilha de Controle das Condies de Estdio para aferio das condies de segurana por profissionais independentes, j que, distintamente dos demais laudos tcnicos, este o nico no elaborado por rgo pblico;

CONSIDERANDO que sem prejuzo da atuao dos rgos pblicos de fiscalizao, a obrigao de velar pela segurana e sade (vida e integridade fsica) dos torcedores primeiramente dos clubes e, depois, da FCF;

CONSIDERANDO que, nesse contexto, a FCF, na condio de organizadora da competio e responsvel direta, juntamente com os clubes mandantes de jogos, pela garantia das condies de segurana dos estdios de futebol, concorda com a contratao, s suas expensas, de profissionais (um engenheiro civil ou arquiqueto e um engenheiro eletricista) para realizao de vistoria in loco nos estdios e emisso de outro Laudo de Vistoria de Engenharia, com preenchimento da respectiva Planilha;

CONSIDERANDO que as eventuais divergncias apontas pelos dois Laudos de Vistoria de Engenharia e respectivas planilhas, emitidos a partir do mesmo estdio de futebol, podero ser submetidas analise pelo corpo tcnico do Ministrio Pblico, ou de outros profissionais por este indicados para a emisso de parecer conclusivo;

CONSIDERANDO que, para reduzir custos, a emisso do outro LVE e preenchimento da correspondente Planilha pela equipe tcnica contratada pela FCF ser realizada com base na sistemtica de sorteio de 1 (um) estdio de futebol que sediar partidas, a cada campeonato profissional organizado pela FCF;

CONSIDERANDO a expressa demonstrao de interesse dos COMPROMISSRIOS em pactuar o que adiante segue e que o compromisso de ajustamento garantia mnima, no limite mximo de responsabilidade.

RESOLVEM, sem prejuzo de eventual aditamento deste documento, ou da adoo de medidas pelas demais Promotorias de Justia do Estado, notadamente se constatadas outras situaes no detectadas neste momento e que possam colocar em risco a sade, segurana e vida dos torcedores/consumidores e profissionais que atuam nos estdios, bem como de eventual adeso a este documento por rgos, entidade ou corporaes subscritoras do Termo de Cooperao Tcnica n. 54/2010,

Celebrar o presente TERMO DE COMPROMISO DE AJUSTAMENTO DE CONDUTA (TAC), com fulcro no 6 do art. 5 da Lei n. 7347, de 24 de junho de 1985, mediante as seguintes clusulas:

A OBRIGAES DOS CLUBES (representados pela Associao de Clubes mediante procurao com poderes especficos para finalidade ou pelos respectivos presidentes/representantes)

Solicitar Polcia Militar PM (que emite o Laudo de Segurana), ao Corpo de Bombeiros Militar CBM (que emite o Laudo de Preveno e Combate de Incndio) e Vigilncia sanitria Municipal VISA (que emite o Laudo de Condies Sanitrias e de Higiene), vistoria com antecedncia suficiente no(s) estdios(s) em que mandaro seus jogos na competio em disputa, assim como contratar equipe tcnica habilitada (um engenheiro civil ou arquiteto e um engenheiro eletricista) para confeccionar o Laudo de Vistoria das Condies de Estdio (documento anexo, que passa a integrar este TAC), procedendo entrega de toda essa documentao [4 (quatro) Laudos e Planilha}, mediante recibo, Federao Catarinense de Futebol FCF, no seguintes prazos:

Para o campeonato do ano de 2014, excepcionalmente, em relao aos clubes que disputaro a Srie A (Primeira Diviso), at o dia 26 de dezembro de 2013;

- Para o campeonato do ano de 2014, excepcionalmente, em relao aos clubes que disputaro a Srie B (Segunda Diviso), at 35 (trinta e cinco) dias antes do incio da competio;

Para os campeonatos a partir do ano de 2015, em relao a todos os clubes (Sries A e B), at 65 (sessenta e cinco) dias antes do incio da respectiva competio;

Diligenciar no sentido de que a elaborao do LVE seja, rigorosamente, de acordo com o Anexo II da Portaria n. 238/2010, do Ministrio do Esporte, ou outra que lhe venha a substituir, bem como pelo integral preenchimento e assinatura de todas as folhas da Planilha citada no item 1.1;

- Os Laudos Tcnicos e a planilha devem ser entregues no original, por meio fsico (apenas a Anotao de Responsabilidade Tcnica e a Planilha relativa ao LVE) e digital, devidamente datado, assinados e com todas as folhas rubricadas, sob pena de no se considerar cumprida a obrigao;

- A obrigao de encaminhamento dos Laudos Tcnicos e da Planilha para cada uma das competies que vier a participar, de modo que eventual laudo encaminhado para a competio anterior, ainda que esteja no prazo de validade, no desonera desse encargo, sob pena de no se considerar cumprida a obrigao;

Remeter FCF, para os campeonatos do ano de 2014, excepcionalmente, em at 15(quinze) dias anteriormente partida, eventuais(ais) Laudos(s) Tcnico(s) de Retificao e Planilha de Controle das Condies de Estdio correspondente, demonstrando o saneamento das situaes crticas apontadas nos Laudos principais;

]

No sediar jogos, quando mandantes das partidas, em estdios que ofeream riscos vida, sade ou integridade fsica dos torcedores e/ou profissionais que atuam no local, devendo, nesse caso, acatar a indicao da FCF de um novo estdio para a realizao da partida, que dever estar em perfeitas condies de segurana com laudos em dia e apto presena de pblico;

- Nesta hiptese, o clube dever providenciar ampla comunicao aos torcedores, tambm por meio da imprensa, no prazo mnimo de 3 (trs) dias antes da realizao da partida, bem como indenizar eventuais prejuzos que tenham resultado da venda antecipada de ingressos;

No permitir o acesso de torcedores, interditando parcialmente o estdio, caso os riscos mencionados no item 1.5 supra tenham origem identificada e setorizada.

B CLUSULA PENAL

1.6 Na hiptese de descumprimento dos prazos referidos nos subitens 1.1.1, 1.1.2 e 1.1.3 (entrega FCF dos 4 Laudos Tcnicos e Planilhas relativa ao LVE,