37
1 UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU” AVM FACULDADE INTEGRADA O Orientador Educacional no Ensino Médio Por: Flávia Moraes de Souza Professor Orientador: Flávia Cavalcante Rio de Janeiro 2015 DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL

DOCUMENTO PROTEGIDO PELA LEI DE DIREITO AUTORAL · 2016. 2. 4. · O desenvolvimento das reflexões sobre a atuação deste profissional junto à gestão escolar, professores, alunos

  • Upload
    others

  • View
    1

  • Download
    0

Embed Size (px)

Citation preview

1

UNIVERSIDADE CÂNDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O Orientador Educacional no Ensino Médio

Por: Flávia Moraes de Souza

Professor Orientador: Flávia Cavalcante

Rio de Janeiro

2015

DOCUMENTO PROTEGID

O PELA

LEI D

E DIR

EITO AUTORAL

2

UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES

PÓS-GRADUAÇÃO “LATO SENSU”

AVM FACULDADE INTEGRADA

O Orientador Educacional no Ensino Médio

Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para a obtenção do grau de especialista em Orientador Educacional e Pedagógico

Por: Flávia Moraes

3

AGRADECIMENTOS

Agradeço a Deus por este momento, por ter colocado pessoas especiais no meu caminho que muito me ajudaram a concretizar este desejo antigo. Pessoas como: meus irmãos Fábio e Flávio, minhas diretoras e colegas de trabalho, meus Professores da AVM que, com sua capacidade de ensinar e, principalmente, envolver, permitiram que eu continuasse até o fim, aos meus colegas de classe, principalmente Vanda Trovão que trouxe o seu exemplo de força e superação e ao meu namorado José Paulo que, incansavelmente, esteve junto comigo nesta jornada do início ao fim.

4

DEDICATÓRIA

Dedico esta monografia ao meu pai Ademas Fernando de

Souza e a minha mãe Maria Stella Morais de Souza.

Meus maiores exemplos de vida!

5

RESUMO

O presente trabalho teve por finalidade enfocar diversas particularidades do

âmbito educacional sob o prisma do Orientador Educacional diante das dificuldades

comuns ao ensino médio, em particular, a violência que acomete o cotidiano escolar,

concebe-se diagnosticar as dificuldades encontradas e traçar estratégias que

promovam entrosamento e o respeito.

Esse estudo interessa porque é preciso discutir os problemas de

relacionamento entre os alunos, assim como, a violência gerada por essas

divergências e suas causas sendo a atuação dos profissionais nesta área, como

também, estudar os melhores métodos, formas de trabalho, os melhores resultados,

colaborando para aprimoramento das práticas docentes que tiveram melhor

aceitação nos alunos com dificuldades. A pesquisa buscou também situar o

orientador educacional nesse contexto e apontar as principais concepções teóricas a

cerca da violência simbólica segundo Kupfer e Bourdieu e por fim situar o trabalho

do orientador educacional em meio a essas duas teorias. Buscou-se por meio da

mesma criar subsídios teóricos para a atuação do orientador educacional tendo em

vista a violência nos dias atuais no ambiente escolar.

O desenvolvimento das reflexões sobre a atuação deste profissional junto à

gestão escolar, professores, alunos e a comunidade escolar, assim como, um plano

de ação preventivo, pode ser uma via para transposição desses conflitos. Neste

sentido, este trabalho apresenta a existência desse profissional no Ensino Médio

brasileiro, além de uma discussão crítica sobre a especificidade do trabalho do

orientador educacional, apontando para a necessidade de sua presença em todas

as escolas de ensino médio do Brasil.

O objetivo de falar deste tema é apresentar e desenvolver alternativas de

como o orientador poderá ajudar no cotidiano escolar junto a este seguimento, no

que se refere às dificuldades dos alunos e professores no âmbito das relações,

como também nos problemas escola e comunidade/família, usando o diálogo como

a ferramenta principal, descobrir os motivos e as intervenções necessárias para

melhorar.

6

METODOLOGIA

A metodologia adotada para a investigação teve como referência os

fundamentos da pesquisa qualitativa, mais especificamente, as bases da pesquisa

oral. A entrevista foi realizada de forma aberta e não dirigida, isto é, sem questões

rigidamente prefixadas, privilegiando a pesquisada. Nenhum roteiro foi seguido

sistematicamente.

O diálogo foi realizado no campo específico da informante e para isto ocorrer

formulou-se uma questão abrangente: Como é o trabalho do Orientador Educacional

no Ensino Médio? Essa questão desencadeou, de maneira espontânea, o discurso

articulado e encaminhou o depoimento dentro de uma ordem sequencial que em

grande parte foi dirigida por ela. Eu estava ciente de que para a qualidade d

pesquisa e a escolha da profissional que seria envolvida, seria de importância

valorosa, não porque ela testemunha fatos e acontecimentos, mas também porque

atesta relações implícitas, tensões, conflitos, sentimentos, ideologias que refletem

com dignidade os traços de uma época e de uma prática profissional.

Todos os dados obtidos na entrevista foram relevantes. Tentei ao formar a

pergunta inicial, não induzir. A narrativa obtida definiu-se por sua própria lógica. O

documento resultante é mais do que uma simples memória, opiniões e dados

informativos, porque revela o contexto da prática do Orientador na atualidade.

“O Orientador Educacional não usufruía de imunidades profissionais

preservadas, pois ocupava uma posição que não foi nada cômoda, vivenciou o

movimento duplo de pesquisadora/pesquisada, o que provocou mais do que

compartilhar valores, conflitos e convicções” (Camargo Nunes, 1977).

Também foi construído um distanciamento/ aproximação para entender de

forma sistemática e criteriosa o próprio trabalho, com a finalidade de problematizar

questões, trazendo às discussões temas relegados em sua memória. Foi também

orientada no sentido de evitar dispersões ou dissociações durante a entrevista,

assim como se responsabilizaram pela decisão acerca da mudança quando as

questões anteriores já tinham sido exaustiva e satisfatoriamente respondidas.

7

SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 08

CAPÍTULO I - ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL CONCEITO 10

CAPÍTULO II - O ORIENTADOR EDUCACIONAL NO ENSINO MÉDIO 19

CAPÍTULO III – OS PROCESSOS DE VIOLÊNCIA E A ORIENTAÇÃO

EDUCACIONAL 27

CONCLUSÃO 33

BIBLIOGRAFIA CONSULTADA 34

8

INTRODUÇÃO

Segundo (GRINSPUN, 2005), além do processo ensino-aprendizagem a

concepção mais relevantes para a Orientação Educacional é estar comprometida

com a formação do cidadão. Perguntas frequentes e nem por isso fáceis de

responder, são as que se referem as causas que levam o aluno do Ensino Médio a

se deteriorarem em meio a violência no cotidiano escolar, e o principal, como a

Orientação Educacional se posiciona em meio a esse contexto? A resposta de que o

faz para satisfazer suas necessidades não resolve a questão, pois encerra outra

pergunta: Quais são as estratégias pertinentes?

Os desafios enfrentados pelos profissionais da educação sempre foram

inúmeros. Hoje, porém, novos elementos vieram tornar o trabalho docente ainda

mais difícil. A indisciplina parece ter se tornado particularmente a maior

problemática, tanto pela falta de mecanismos legais para cerceá-la, quanto pela falta

de preparo dos profissionais da educação para lidar com ela. Essas questões muitas

vezes apresentam em seu cerne dificuldades familiares, ambientes de

vulnerabilidade e o descaso social. Analisar as causas do problema é a preocupação

da qual, hoje, se debruçam todos os que estão envolvidos com a educação e que

desejam uma escola de qualidade.

Entre as diversas relações estabelecidas no âmbito escolar, o Orientador

Educacional é o elo entre educadores, pais e estudantes. Esse profissional, em sua

diversidade, atua para administrar diferentes pontos de vista que acontecem no

ambiente escolar, atuando nos problemas de dificuldades de aprendizagem e

conflitos decorrentes entre alunos, professores e escola, além de contribui para o

desenvolvimento pessoal do aluno e na organização e realização da proposta

pedagógica. Também trabalha em parceria com o professor para compreender o

comportamento dos alunos, analisando e estudando como agir de maneira

adequada em relação a eles e em seus conflitos e dificuldades. Ouve, dialoga e dá

orientações.

O Orientador Educacional atua em todos os segmentos da escola, mas o

principal alvo de seus esforços é o aluno. Partindo desse princípio, toda e qualquer

9

forma de intervenção no cotidiano do alunado deve primeiramente ser estruturado e

planejado, assim como todos os seus objetivos afim de que suas ações não se

percam no improviso e seu trabalho seja preventivo.

10

CAPÍTULO I

ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL

CONCEITO

Podemos dar diversos conceitos para definir a orientação educacional. Um

deles, de (GRINSPUN, 2002): “A Orientação Educacional, hoje, caracteriza-se por

um trabalho muito mais abrangente, no sentido de sua dimensão pedagógica.

Possui caráter mediador junto aos demais educadores, atuando com todos os

protagonistas da escola no resgate de uma ação mais efetiva e de uma educação de

qualidade nas escolas”.

Outra, mais diretamente relacionado com a motivação no trabalho, conforme

(Piletti 2004), diz que:

“Na instituição escolar, o orientador educacional é um dos

profissionais da equipe de gestão. Mediador entre o aluno e o

meio social, a orientação educacional discute problemas atuais

escolar, que fazem parte do contexto sociopolítico, econômico e

cultural em que vivemos dentro do ambiente escolar, ajudando o

corpo docente a compreender o comportamento do alunado

residente daquela unidade, assim como com o próprio corpo

discente. Assim, por meio da reflexão, pode levar o aluno ao

estabelecimento de relações e ao desenvolvimento da

consciência crítica, além de ser o principal elo de comunicação

da família com a escola e vice e versa”.

1.2 – Origens da orientação educacional

Historicamente, a orientação educacional tem sido uma das funções

exercidas pelo profissional da educação denominado pedagogo. Segundo

Pimenta (1988), a orientação educacional teve origem durante a década de 30, a

partir de uma orientação vocacional que se fazia nos EUA. No Brasil, a orientação

educacional mostrou-se válida a partir da década de 40 contribuindo ao adolescente

11

em suas escolhas profissionais. A autora mostra que a primeira menção a cargos de

orientador nas escolas de Ensino Médio se deu pelo Decreto n. 17.698, de 1947,

referente às Escolas Técnicas e Industriais.

Em 1958, o MEC regulamentou provisoriamente o exercício da função e o

registro de Orientador Educacional, pela Portaria n. 105, de março de 1958, tendo

ela permanecido provisória até 1961, quando a LDB 4.024 veio regulamentar a

formação do Orientador Educacional.

Art. 1º A Orientação Educacional se destina a assistir ao educando,

individualmente ou em grupo, no âmbito das escolas e sistemas escolares de nível

médio e primário, visando o desenvolvimento integral e harmonioso de sua

personalidade, ordenando e integrando os elementos que exercem influência em

sua formação e preparando-o para o exercício das opções básicas.

A Lei 5.564, de 21/12/68, já demonstrava, preocupação com a formação

integral do adolescente, embora traga orientações também referentes ao ensino

primário, como era naquela época designado o ensino fundamental. Em dezembro

de 1968, em Brasília, foi aprovada a Lei nº 5564 que provê sobre o exercício da

profissão do Orientador Educacional. A promulgação da Lei em 21 de dezembro de

1968 significou um avanço na definição e profissionalização do Orientador

Educacional. . A LDB que veio a seguir, a 5.692/71, diz, no artigo 10: "será instituída

obrigatoriamente a Orientação Educacional, incluindo aconselhamento vocacional

em cooperação com os professores, a família e a comunidade".

Um olhar mais crítico da legislação que regulamenta o profissional orientador

educacional nos permite relacioná-las aos contextos histórico/sociais em que foram

promulgadas, podendo nos levar a entender o contexto atual no Brasil.

1.3– Atribuições da Orientação Educacional

A principal atribuição do Orientador Educacional dentro contexto sócio

educativo concretiza-se através da capacidade de desenvolver estratégias para

“orientar”, o que significa na verdade exercer a prática de encaminhar e examinar os

12

vários aspectos relativamente ao processo de ensino e aprendizagem. Por isso,

antes de mais, é preciso esclarecer o conceito de Orientador Educacional e

Orientação Educacional.

Nas palavras da autora (GRINSPUN, 2005) “O papel da Orientação numa

escola comprometida com seu projeto político pedagógico onde além do processo

ensino-aprendizagem ou, a partir processo ensino aprendizagem é estar

comprometida com a formação do sujeito, com a formação da cidadania”.

Nos diferentes estados brasileiros e nas diferentes redes escolares, este

profissional, se existente, recebe variadas denominações e exerce atividades

também variadas. Além disso, Os referenciais teóricos confusos têm contribuído

para a colocação contemporânea da função do orientador como um mero “apagador

de incêndios” ou “fiscalizador de alunos faltosos”.

Tais variações de papel descaracteriza a real dimensão de seu fazer

profissional e gera um conflito entre os diversos papéis desempenhados pelos

diferentes profissionais da educação.

A partir do Decreto nº 72.826/76 foi regulamentado as atribuições do

Orientador Educacional.

DECRETO Nº 72.826 – DE 26 DE SETEMBRO DE 1973

O Presidente da República, usando da atribuição que lhe confere o artigo 81, item III

da Constituição, decreta:

Art. 1º - Constitui o objeto da Orientação Educacional a assistência ao educando,

individualmente ou em grupo, no âmbito do ensino de 1º e 2º graus, visando o

desenvolvimento integral e harmonioso de sua personalidade, ordenando e

integrando os elementos que exercem influência em sua formação e preparando-o

para o exercício das opções básicas.

O Orientador educacional contribui para o ajustamento pessoal e social dos

envolvidos no processo de ensino-aprendizagem fora e dentro da escola. Esse

13

profissional trabalha juntamente com pais e professores na busca de alternativas

para minimizar dificuldades pedagógicas, investigando fatores de ordem social,

cognitiva e emocional do alunado. Além desse trabalho, o Serviço de Orientação

Educacional também promove projetos de Orientação Vocacional no ensino médio,

que nada mais é, não perder a origem da função, ajudando jovens e adolescentes a

discernirem sobre suas competências e habilidades.

Para conseguir realizar o trabalho proposto, o profissional que ocupa esse

cargo não pode ficar isolado em sua sala de atendimento, recebendo alunos

expulsos da aula ou que desrespeitaram um colega ou um professor. Ele só

consegue saber o que está acontecendo na escola e, propor encaminhamentos

adequados quando circula pelos espaços se conviver com os estudantes dentro e

fora de sala.

Pode-se dizer que o campo de atuação do orientador educacional era,

inicialmente, um atendimento ao aluno em seus "desajustes" familiares e escolares.

Pouco ou quase nada voltado à consciência autônoma do aluno e à sua

contextualização como cidadão. Mesmo com algumas mudanças de paradigmas,

sua função acompanhou sempre o objetivo de ajustamento ou prevenção.

Durante a década de 70, falou-se muito sobre a falta de compromisso da

escola e de sua equipe pedagógica. Grinspun(2003) diz que, nesse período "Tenta-

se resgatar a importância da escolaridade para as estratégias de vida das camadas

populares, chamando a atenção para a estrutura interna da escola como um dado

significativo para o desempenho dos alunos. A Orientação estava dentro da escola,

mas sem conceber o seu papel.

A Orientação Educacional ao promover um clima de confiança e respeito

mútuo, a procura ao seu serviço será espontânea. Para isso, é necessário envolver

todas as pessoas no processo de educação, como diretor, professores, pais, entre

outros, para que todos cooperem, no sentido de ajudá-la a melhorar o educando.

Esse serviço deve ter uma continuidade, sendo um trabalho planejado e de comum

acordo com a direção, professores e coordenadores. No entanto, evitar o

envolvimento em conflitos particulares entre professores e alunos, evitando o

declínio natural em ser um "órgão disciplinador".

14

O sucesso da OE se consiste em criar na escola um clima de sensibilidade a

todos, quanto à necessidade de cooperação em suas atividades, com entusiasmo,

respeito e solidariedade, não se esquecendo de estimular ao máximo a iniciativa do

educando.

1.4– A conduta da Orientação Educacional

O código de ética dos orientadores é um código publicado e institucionalizado

na década de 80, portanto, mais de duas gerações de alunos, já passaram por

várias escolas, com suas dificuldades e necessidades atendidas ou não, devido à

demanda de alunos, ser maior do que o número de orientadores. Toda ação do OE

merece uma reflexão sobre a realidade que o cerca, dando-lhe, assim, condições de

uma análise mais coerente, fazendo uso dos princípios que servem de base ao

processo de orientação, para que assim o levem a uma ação mais segura e eficaz.

O OE deve procurar entender o educando em sua realidade biopsicossocial, para

que a partir disso, possa-se estabelecer uma personalidade segura de si dentro de

sua própria realidade.

Como o profissional abrange aspectos particulares da vida do aluno, o sigilo

profissional é essencial, tendo em vista que a privacidade é direito fundamental

segundo a Constituição Federal, a não ser quando se tratar de um alto perigo, tanto

para o aluno, quanto para o orientando ou para terceiros. O OE deve lidar com a

sistemática de seus alunos com atitudes decorosas, interferindo apenas se for

solicitado.

O orientador deve manter um bom relacionamento com os outros profissionais

em sua prática, e quanto à instituição empregadora, deve respeitar sua filosofia de

ensino. Respeitar os direitos da família na educação do orientando é a forma de

aceitar as diferenças culturais dos alunos, assim como seus valores que, muitas

vezes divergem de valores pessoais ou aqueles aceitos pela sociedade, já que o

foco principal nas atividades e observações do orientador é a comunidade e o

educando.

15

1.5– Suas contribuições ao processo ensino-aprendizagem

Segundo Placco (1994) A orientação educacional é um processo social

desencadeado dentro da escola, que mobiliza todos os educadores que nela atuam -

especialmente os professores para que, na formação do homem coletivo, auxiliem

cada aluno a se construir, a identificar o processo de escolha por que passam, os

fatores socioeconômico-político-ideológicos e éticos que o permeiam e os

mecanismos por meio dos quais ele possa superar a alienação proveniente de

nossa organização social[...] tornando-se, assim, um elemento consciente e atuante

dentro da organização social, contribuindo para sua transformação.

O Orientador Educacional ajuda os alunos a desenvolverem o hábito da

leitura e do raciocínio lógico, que contribuem para a resolução dos problemas que

afetam a qualidade do ensino e da aprendizagem, assim como das relações sociais

vividas na escola, fora dela, aplicando estratégias e dinâmicas que levam os alunos

a vivenciarem a inter-e-transdisciplinares, visando a integração de conhecimentos

adquiridos. Como define Piletti:

“O orientador educacional presta um serviço de assistência e auxílio ao aluno

no processo de aprendizagem. Ao orientador educacional, cabe conversar com os

alunos que enfrentam inúmeras dificuldades de aprendizagem em uma matéria

determinada, ou em várias no geral. Além de resolver problemas de aprendizagem,

o orientador tem como trabalho evitar a ocorrência desses problemas” (Piletti, 2004).

Os novos pressupostos teóricos sobre orientação educacional apontam para

o aluno como centro da ação pedagógica, cabendo ao orientador atender a todos os

alunos em suas solicitações e expectativas, não restringindo a sua atenção apenas

aos alunos que apresentam problemas ditos problemáticos da escola. Dificuldades

no processo ensino-aprendizagem existem e devem ser sempre questionadas e

avaliadas, visando sempre a eficácia no processo.

Nos Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN’s), encontram-se afirmações

sobre a prática do professor a qual deve pressupor uma concepção de ensino e

aprendizagem que o leva a compreender os papéis do professor e do aluno, além da

função social da escola, da metodologia e dos conteúdos a serem trabalhados e,

16

dentre os fatores que interferem neste processo de conhecimento incluem a

formação do professor e sua vida profissional, na qual se inclui sua experiência

escolar (Brasil, 1998).

Essas afirmações devem ser inseridas nas reflexões diárias da práxis, pois

explicitam os pressupostos pedagógicos que devem reger as atividades do ensino,

na busca da coerência entre o que se pensa fazer e o que realmente se faz. Assim,

o professor deve procurar se conscientizar de suas funções, conhecer seu ambiente

de trabalho, conhecer o perfil do público atendido, visando um planejamento de

atividades que possam contemplar as expectativas do alunado e que sejam

significativas, possibilitando a construção de conhecimentos. Portanto, alunos e

professores devem se conhecer, conhecerem seus interesses e se comprometerem

com atitudes de acordo com suas necessidades.

Na pedagogia tradicional, o ator principal da educação era o professor, que

transmitia os conhecimentos de forma vertical e o aluno, mero espectador da ação

educacional. Os autores Saviani (1980) e Libâneo (1989) afirmam que hoje, nas

sociedades atuais a escola contemplativa torna-se insuficiente. Os alunos devem

participar ativamente, integrar-se nas aulas, discutir, analisar e refletir, inclusive

sobre sua própria existência e, o professor quanto mais propiciar isto mais estará

favorecendo a construção de seu próprio conhecimento. A esta, concebemos como

pedagogia interdisciplinar.

Conforme Luck (1994), o objetivo da pedagogia interdisciplinar é, portanto, o

de “promover a superação da visão restrita de mundo e a compreensão da

complexidade da realidade de modo a permitir ao mesmo tempo uma melhor

compreensão da realidade e do homem como ser determinante e determinado”. A

interdisciplinaridade, portanto, surge a partir da relação teoria e prática, de modo que

ambas se enriquecem de forma recíproca, não consistindo numa depreciação das

disciplinas e nem dos conhecimentos produzido por elas. Nessa direção, ela

corresponde a um contexto de ensino, que leva à construção do cidadão

humanizado pela visão globalizadora, daí o porquê de sua importância. Para a

referida autora, “a orientação pelo enfoque interdisciplinar para orientar a prática

17

pedagógica implica em romper hábitos e acomodações, em buscar algo novo e

desconhecido” (LÜCK, 1994).

A orientação, hoje, está mobilizada com outros fatores que não apenas e

unicamente cuidar e ajudar os necessitados de atenção diferenciada. Faz-se

necessário a inserção em uma nova abordagem de Orientação, voltada para a

construção de um cidadão que esteja mais comprometido com seu tempo e sua

gente. Desloca-se, significativamente, o 'onde chegar', neste momento da

Orientação Educacional, em termos do trabalho com os alunos.

“Pretende-se trabalhar o aluno no desenvolvimento do seu processo de cidadania,

trabalhando a subjetividade e a intersubjetividade, obtidas através do diálogo nas

relações estabelecidas“ (GRINSPUN, 1994).

A condição da educação depende, portanto, sobremaneira do cotidiano

praticado na escola. O cotidiano tem uma lógica própria em cada escola, e essa

lógica é pontuada pelos sujeitos que participam desse processo. Esses sujeitos e

suas histórias são elementos únicos, e daí também, é única cotidianidade de cada

escola, onde a sinergia aplicada ao trabalho na escola direciona seus esforços e

seus objetivos. Esse cotidiano é definido como cultura organizacional da escola.

Para se conhecer o clima e a cultura organizacional da escola é preciso

debruçar-se sobre como esses sujeitos se percebem e percebem sua atuação na

escola no cotidiano; o que determina essa percepção e quais as maiores influências

externas e internas nas práticas regulares que ocorrem no interior do

estabelecimento de ensino. O papel da Orientação Educacional na Educação,

evidenciando essas contribuições ao processo ensino-aprendizagem.

A orientação educacional tem como função dentro da escola mediar os

conflitos educacionais e prezar pela aprendizagem e desenvolvimento do educando,

visando o seu sucesso escolar. Para tal, é preciso reconhecer que existe certo grau

de violência no processo escolar que se faz necessária, mas ao mesmo tempo é

esta mesma violência que se torna um dos problemas educacionais e que

colaboram para os atos de violência ditos como reais, ou seja, os atos de pura

agressão e vandalismo. Sendo assim, chegamos a seguinte problemática: como a

18

orientação educacional pode trabalhar neste espaço, considerando estas duas

perspectivas da violência simbólica, sendo ela, por um lado, necessária e, por outro,

contendo um caráter perverso.

19

CAPÍTULO II

O Orientador educacional no Ensino Médio

Nos anos iniciais ao ensino médio, a entrada do orientador em sala pode ser

o momento da rotina para tratar de temas sensíveis ao grupo. Esse momento pode,

e deve ser aproveitado para se perceber o clima organizacional daquele ambiente.

As conversas mais comuns geralmente giram em torno de acontecimentos que

mobilizam os alunos.

No Ensino Médio, o esforço do orientador concentra-se no desenvolvimento e

na promoção de atividades que auxiliem os alunos a fazer o uso adequado dos

recursos disponíveis na escola, além de estimular discussões sobre temas da

atualidade, elabora estratégias de estudo e de investigação que facilitem a

aprendizagem, promovam a autonomia e desenvolve o espírito critico e reflexivo do

aluno. Assim, o Orientador contribui para a formação do aluno, discutindo a gestão

dos conflitos do dia-a-dia, levando-os, a refletir sobre os problemas que interferem

na aprendizagem individual, os riscos nas relações interpessoais, o descuido com o

patrimônio escolar, os espaços individuais e coletivos e o desrespeito entre os

alunos.

O Ensino Médio tem por objetivo proporcionar ao educando a formação

necessária ao desenvolvimento de suas habilidades e competências pela realização

pessoal, preparando-o para o trabalho e o exercício consciente da cidadania, além

de orientá-lo numa formação profissional. Porém, diversas mazelas sociais ocupam

espaço no dia-a-dia escolar, resultando em diversos tipos de conflitos com

consequência física e emocional.

Segundo Porto (2009) uma das grandes dificuldades da educação encontra-

se na distância existente entre as ideias inovadora e ação pedagógica em si,

efetivada pelo professor, uma vez que o espaço próprio para a efetivação das

mudanças à sala de aula continua pleno de ações conservadoras, muitas vezes

instintivas ou com protestos diante das perspectivas frustradas e das dificuldades

encontradas pelo professor.

20

2.1 – O contexto educacional do Ensino Médio

São inúmeros os elementos que concorrem para a atual situação educacional

brasileira. Desde alguns anos atrás, instala-se em nossa sociedade, e de maneira

especial em nossas escolas à convicção de que os estudantes vão sendo cada vez

mais indisciplinados e mal-educados, mostrando comportamentos que interrompem

o clima acadêmico da escola, quando não protagonizam agressões verbais e físicas,

furtos e destruição do mobiliário, entre outros.

É necessário e essencial à educação saber estabelecer limites e valorizar a

disciplina, e para isso é necessária à presença de uma autoridade que lhes

permitam refletir sobre seus atos. Isso é o que difere autoritarismo do

comportamento de autoridade adotado para que outra pessoa torne-se mais

educada ou disciplinada. Seria dever dos pais, transmitir aos filhos a diferença entre

o que é aceitável ou não na sociedade em que estão inseridos mas percebe-se na

atualidade é o descaso familiar ocasionado pela falta de compreensão da relevância

da transmissão desses valores.

Quando o limite é apresentado respeitando a autoestima do aluno, a

consciência do indivíduo tende-se a desenvolver de forma sadia. Além da família,

cabe à escola este papel, pois os educadores continuam a deter parte considerável

da responsabilidade pela formação do indivíduo. Porém, os professores de certa

forma não são preparados em sua formação para lidar com alguns problemas que

por vezes foge a rotina de educador.

“A relação pedagógica não pode ser limitada às relações especificamente

escolares existe em toda a sociedade no seu complexo, para cada indivíduo na sua

relação com outros indivíduos”. (ANTONIO GRAMSCI, MACCAREILLO,2005 )

Além dos assuntos de foro curricular, é importante que o Orientador trate

também com os alunos assuntos extracurriculares subjacentes ao processo de

desenvolvimento, a globalização, o uso das novas tecnologias, entre outros males

sociais inerentes a sua condição de adolescente e que é preciso refletir para melhor

posicionar de forma crítica e até ajudar a solucionar determinados problemas

através de ações concretas que visam o desenvolvimento de valores visando uma

sociedade melhor e mais igualitária.

21

Em um país que se alinha às principais economias emergentes do mundo,

com influência crescente no panorama político e econômico internacional, os

problemas sociais só se explicam pelos ainda altos níveis de desigualdade. Nenhum

outro fator influencia tanto essa questão quanto a Escolaridade, que guarda relação

direta com as condições de emprego e renda, o que por sua vez implica

oportunidades educacionais de mais baixa qualidade para as novas gerações,

alimentando um processo de reprodução da pobreza e da desigualdade. Romper

esse círculo vicioso requer políticas que garantam, ao filho do pobre, condições para

que conclua sua Educação Básica, pré-requisito essencial para a inserção no

moderno mercado de trabalho.

2.2 A violência no ensino médio

As causas da violência são inúmeras, não sendo fácil fazer um levantamento

de todas. Não existem dados estatísticos precisos, acerca do número de jovens

atores e alvos de violência, no entanto, o Instituto Nacional de Estatística (INE),

apresenta alguns dados, no quais são identificadas as problemáticas em crianças e

jovens, bem como as medidas tutelares aplicadas nos processos analisados.

Desde de 1998 foram acompanhados crianças e jovens em risco, todavia, em

2000 o total de crianças e jovens adolescentes aumentou consideravelmente.

Algumas causas são ainda apontadas, como situações de risco como por exemplo:

o abandono por parte da família, a negligência, abandono escolar, absentismo

escolar, maus tratos, abuso sexual, trabalho infantil, exercício abusivo de autoridade

por parte dos pais, bem como outras situações identificadas como condutas

desviantes observadas nos menores, são também apontadas a prática de atos

qualificados como crime, o uso de entorpecentes, a ingestão de bebidas alcoólicas e

outras condutas desviantes. Ressaltando que, em 2000 houve um grande aumento

destes casos. Judicialmente falando, os processos finalizados e as medidas

tutelares mais aplicadas foram de acompanhamento educacional, social, médico e

psicológico.

22

O papel da Orientação Educacional hoje, como aponta Grinspun (2003) é o

de mediação na escola, pois ela se reveste de mais um campo na escola, não como

tom preventivo, corretivo, mas com um olhar pedagógico, fazendo um trabalho de

interdisciplinaridade entre fatos /situações, ações /razões e emoções que levam o

indivíduo a agir de determinada maneira. Ele também tem um papel dinamizador,

valorizando a dinâmica das relações.

Dessa forma, afirma ele, precisamos recorrer aos estudos do que se

convencionou chamar pós-modernidade, que se caracteriza pela “indeterminação,

descontinuidade e pluralismos”. Assim, a Orientação Educacional procura ajudar a

escola a compreender e buscar sua verdadeira missão, mesmo num mundo repleto

de contradições e desafios.

Segundo a autora, indisciplina, agressividade, desinteresse, dificuldades de

aprendizagem, queixas mais comuns dos professores, não podem e não devem ser

tratadas isoladamente e, sim, a partir de um estudo das relações entre os sujeitos

desse ambiente e suas relações com os objetos. A autora alerta ainda para o caráter

político da atuação do orientador educacional que "ultrapassa os limites dos muros

da escola" e se envolve com a comunidade. Origina-se aí uma nova visão de

orientação educacional. Segundo GRINSPUN (2006, p. 55) “O orientador

educacional dialetiza as relações e vê o aluno como um ser real, concreto e

histórico”. Dessa forma, ele assume uma postura política, percebendo que a

educação faz parte de um contexto sócio-econômico-político-cultural e que o aluno é

o principal sujeito desse contexto onde, o mesmo está inserido em uma determinada

sociedade.

2.3 - A teoria de KUPFER: Violência Simbólica

Dentro da escola a pessoa responsável por mediar os conflitos e intervir nos

casos de violência é o orientador educacional, que busca, através de estratégias

planejadas, tornar o ambiente de ensino pacífico e produtivo, visando o sucesso dos

educandos. É evidente que o trabalho do orientador é imprescindível e que é ele

quem vai trabalhar todas essas situações conflitivas na escola.

23

Baseado nessa ideia, começamos a estudar sobre as formas de resolver

esses problemas de violência, iniciando pela convicção de que, para resolvê-los, não

basta apenas solucioná-los no momento em que eles ocorrem, mas deve-se buscar

a raiz, as causas, isto é, sua real origem.

Ao estudar as teorias dos autores Kupfer e Bourdieu, bem como, de outros

autores, identifica-se que há entre eles um consenso quanto à existência de uma

violência própria da educação. Esse processo educacional recebe o qualificativo de

violento por impor aos educandos uma ordem, uma restrição, ou seja, um

enquadramento nos padrões estabelecidos. Trata-se de uma violência de nível

simbólico.

Essa violência é inerente ao processo escolar e inevitável, sendo

praticamente imperceptível, pois ela é tida como algo normal. Segundo a autora

(KUPFER, 2007), a violência simbólica é necessária e estruturante. Para essa

autora que lê a violência sobre as lentes da psicanálise, o aluno precisa encontrar no

professor uma referência, um ideal, o professor precisa impor a este a ordem, as

leis, bem como, o limite o não, pois caso contrário, se este não tiver recebido esta

imposição facilmente resultará em agressividade e violência real, já que lhe falta a

violência simbólica.

A autora inicia com a ideia de que existe uma violência própria da educação.

Segundo a mesma, educar exige um esforço de humanização. Esse esforço é

chamado de violento, pois impõe a essas crianças e jovens certa força, ou seja, uma

regulação que faz com que estes sejam moldados pela cultura criada pela

sociedade. Essa impõe a forma como devem se comportar, a linguagem, a cultura,

bem como, as leis, impedindo assim que outras significações venham a se

manifestar.

Não há escolha e não tem nada de natural como afirma Kupfer, porém essa

imposição não é arbitrária, pois aquele que a exerce também está submetido a essa

ordem. Trata-se de uma violência simbólica, que, ao impor a cultura e as normas,

impede que a criança desenvolva outras formas de interpretação para as sensações

que a cercam. No entanto, ao fazer isso, torna-se plausível a possibilidade de tornar

existentes e compartilhadas por um código comum as suas necessidades e anseios.

24

No meio de tudo isto, surgem de maior ou menor escala, atos de violência

reais, talvez resultantes justamente de ordem simbólica. Alguns alunos, além da

troca de insultos, têm partido para os atos de agressão e depredação. Sem

nenhuma razão ou motivação específica, simplesmente partem para a agressão e

vandalismo. Kupfer faz uma comparação desses alunos com psicóticos, afirmando

que estas: “Essas ações se aproximam muito do modo como agem algumas

crianças psicóticas. Para essas, o Outro tão pouco esta barrado, e por isso esse

Outro as ameaça constantemente com seu desejo invasivo, voraz, não castrado.

Então, a criança psicótica da um jeito de castrar o outro “na marra” (um lacaniano

diria, no real do corpo). Busca tirar-lhe pedaços, numa ação “escavadora”, como se

ela pudesse, com isso, inaugurar a ordem simbólica que, justamente, lhe falta.

(KUPFER, 2007)”.

Dessa forma, o aluno depredador está na verdade buscando de uma forma

desesperada instaurar a violência simbólica que justamente lhe falta. Ou seja, a

razão de o aluno depredador se parecer com o psicótico está no fato dele buscar na

violência real a violência simbólica. Isso é bem ilustrado na citação de Kupfer do

autor Calligaris: “quando a socialização é para o sujeito sustentada pelo real ela irá

produzir delinquência na tentativa de instaurar valores simbólicos” (KUPFER, 2007).

Em síntese, segundo a teoria de Kupfer, o jovem agressor e depredador, não

é apenas um reflexo das injustiças sociais, mas está buscando no real recuperar

pontos de identificação e de referências. A autora remete ao fato de que na infância

algumas marcas são inscritas nesses jovens e que mais tarde na adolescência

precisam ser reformuladas. Se caso não forem bem formuladas, se na infância

esses jovens não encontrarem no professor esses pontos de referência que os

ajudem a se constituírem, todos esses inscritos desde a infância podem vir a se

perder. Portanto, se o professor não oferecer a esses jovens imagens ideais, pontos

de referência, várias consequências virão à tona. Ao não acreditar nas regras da

sociedade, os jovens acabam deixando a escola e caem na delinquência.

2.4 - A violência simbólica em Bourdieu

A violência simbólica é uma teoria desenvolvida por Pierre Bourdieu,

sociólogo francês, que foi fortemente influenciado por autores como Marx, Durkheim

e Weber. Seus estudos sobre a sociologia da educação e da cultura influenciaram

grandes pensadores nacionais e internacionais ao longo dos anos. Em seus

25

estudos, que contemplavam a sociedade contemporânea, Bourdieu analisou as

relações sociais existentes e como tais grupos sociais se mantinham, elaborando

assim a teoria da reprodução baseada no conceito de violência simbólica.

Para o autor, a escola é a principal responsável pela reprodução das classes

sociais. Pode-se perceber nas instituições de ensino a sua função de legitimadora

de um sistema de ideias, seja de cunho político ou cultural. Bourdieu, em seus

escritos, deixa claro a sua inconformidade com toda a forma de imposição e

dominação que ocorrem de maneira dissimulada na sociedade. No livro “A

Reprodução” (1970) de Bourdieu e de Passeron, é dada grande ênfase à forma

como as escolas francesas tem impedido às classes dominadas a ascensão social e

contribuído para que as relações de classes se reproduzam.

As instituições de ensino não têm levado em conta as diferenças existentes

na sociedade e acabam por privilegiar e legitimar em suas práticas os preceitos da

cultura dominante. Dessa maneira, a escola está dando maior vantagem para as

crianças que já nasceram inseridas nessa cultura e dominam tais preceitos culturais.

Para esses, a escola será a continuidade de sua prática social e familiar. No entanto,

para as crianças das classes dominadas é preciso despir-se de sua cultura para

assimilar esses novos preceitos culturais das classes dominantes.

A teoria da reprodução criada por Bourdieu e Passeron está vinculada a ideia

de violência simbólica. Para eles, a ação pedagógica é objetivamente uma violência

simbólica, pois impõe um poder arbitrário. Esta arbitrariedade se refere como tal,

pelo fato da cultura das classes dominantes ser imposta como cultura legítima e

oficial para todos, desconsiderando a cultura das classes dominadas. Já o nome

poder arbitrário é pela razão da sociedade estar dividida em classes.

A ação pedagógica através de suas práticas acaba por reproduzir a cultura

dominante e a sociedade de classes. Dessa forma, para os alunos oriundos das

classes populares, a escola representa uma expulsão de sua cultura, pois

desconsidera os seus saberes, suas práticas, suas formas de pensar e sua

essência. Não só desconsidera, como despreza, menospreza, desvaloriza e ignora.

Dentro dessa perspectiva, fica evidente que para os alunos oriundos das classes

dominantes, que já possuem essa cultura desde o nascimento, é muito mais fácil

obter o êxito escolar, do que para aqueles vindos das classes dominadas, que

necessitam despir-se de sua cultura materna e aprender uma nova cultura, novos

hábitos, nova linguagem, novo vocabulário, nova maneira de se portar entre tantas

26

outras regras imputadas pela cultura dominante. Sendo assim, o sujeito só será bem

visto pela sociedade se dominar esses preceitos eleitos como legítimos.

“A ação pedagógica é objetivamente uma violência simbólica, num primeiro sentido,

enquanto que as relações de força entre os grupos ou as classes constitutivas de

uma formação social estão na base do poder arbitrário que é a condição da

instauração de uma relação de comunicação pedagógica, isto é, da imposição e da

inculcação de um arbitrário cultural segundo um modo arbitrário de imposição e de

inculcação educação”. (BOURDIEU; PASSERON, 1970).

27

CAPÍTULO III

OS PROCESSOS DE VIOLÊNCIA E A ORIENTAÇÃO EDUCACIONAL

Estudar a violência é algo muito complexo, sem dúvidas ela se manifesta de

várias maneiras e advém de muitos fatores. Ela sempre existiu na sociedade e nos

últimos anos vem aumentando, principalmente no que diz respeito à educação.

Antigamente a escola não sofria tanto com problemas de violência como nos dias

atuais, talvez seja, por isso, que muitos estudiosos têm investigado esse fenômeno

com tanta intensidade.

A Escola, hoje, tem um papel muito mais complexo do que antes, pois tem

que educar com as novas formas de educação impostas pela prática social, como a

questão da mídia e a questão das representações sociais e do imaginário, que estão

presentes quando se fala em educar o sujeito. A Orientação Educacional, hoje,

também passa por esse processo de atuação, pois, atua diretamente com

professores, alunos e comunidade escolar.

Para o Setor de Orientação Educacional é de fundamental importância que o

Orientador Educacional elabore um Plano Anual de Ação. Este Plano Anual de Ação

em Orientação Educacional deve estabelecer o âmbito da ação, bem como suas

linhas gerais de trabalho:

• a Orientação Educacional no processo educativo proposto no Projeto

Pedagógico da Unidade Educacional;

• enfoque de ação: modo preventivo, desenvolvimentista, direto, indireto,

individual, em grupo;

• identificação das demandas;

• possibilidades de atendimento às necessidades.

Para tanto, o plano anual em Orientação Educacional deve ser flexível, pois

desse modo atenderá a diversidade de necessidades existentes na escola e as

características das condições de trabalho e dos educadores. Enfim, o Plano Anual

de Ação em Orientação Educacional deve ser avaliado e registrado periodicamente.

28

Esse plano de ação precisa ser pautado numa análise da realidade escolar do ano

de referência.

Um trabalho executado de modo planejado, aprofundado, constantemente

avaliado e direcionado para o desenvolvimento do grupo necessita ser prioritário na

lista de tarefas do Orientador Educacional, pois é no grupo que um indivíduo tem

mais oportunidades de desenvolver “certos instrumentos que só vivem e têm valor

através das pessoas” (MEIRIEU, 1998, p. 85).

Segundo Vitor Henrique Paro (2008), enquanto “atividade adequada a um fim,

o processo pedagógico de ensino/aprendizagem constitui verdadeiro trabalho

humano, que supõe a existência de um objeto de trabalho que, no caso, é o próprio

educando.” O produto do trabalho é, pois, o aluno educado. Por isso, não pode

haver boa aula se não houve aprendizado por parte do educando. A produtividade

da escola mede-se, portanto, pela realização de seu produto, ou seja, pela

proporção de seus alunos que ela consegue levar a se apropriar do saber produzido

historicamente. Isto supõe dizer que a boa escola envolve ensino e aprendizagem,

ou melhor, supõe considerar que só há ensino quando há aprendizagem.

Além de pensar criticamente, o jovem deve ter a oportunidade de intervir

sobre as manifestações que o afetam. Nesse sentido, entra o segundo aspecto

curricular, em todas as etapas da escolaridade, que é o desenvolvimento de

dispositivos de mediação de conflitos ou de ações que estimulem o protagonismo

estudantil, a fim de ensinar como gerenciar as diversas situações de forma

democrática.

A prática de assembleias envolvendo pais, alunos e docentes, a criação de

um grêmio estudantil, o desenvolvimento de campanhas de conscientização ou

mesmo a manifestação pública em redes sociais são algumas possibilidades que

permitem ao aluno participar ativamente de ações de combate à violência.

É importante ainda segundo as palavras de PIMENTA (1991), que a

orientação educacional esteja trabalhando de acordo com o projeto político

pedagógico da instituição. Que o mesmo verifique se a escola está conseguindo

atingir os objetivos propostos, como estão se dando os processos avaliativos e se a

cultura dos alunos está sendo levada em consideração. Para conhecer melhor a

cultura de seus alunos o orientador educacional juntamente com os educadores

29

pode promover entrevistas e atividades envolvendo o grupo. Enfim para concluir o

trabalho do orientador educacional na escola pode se usar das palavras de

PIMENTA onde a mesma diz que:

Muito das teorias e práticas específicas da orientação educacional podem ser

úteis desde que redirecionadas na perspectiva de tornar a escola não seletiva. Junto

com o professor e o supervisor, tendo sempre uma contribuição específica, o OE

pode trabalhar em situações como: na chegada das crianças, na organização das

turmas, no período preparatório, no método de alfabetização, nas classes fracas, na

relação da escola com a família e comunidade. (PIMENTA).

3.2 - Estratégias da Orientação Educacional

Com base nos estudos de Lück (1986) verificamos que o planejamento em

Orientação Educacional, “é um processo de estruturação e organização da ação

intencional realizado mediante análises de informação, determinação de estados

entre outros”. Nessa direção, o planejamento é o processo que exerce a função de

estruturar, e organizar o funcionamento e o desenvolvimento das ações

intencionalizadas. De acordo com a mesma autora, a importância do planejamento

em Orientação Educacional reside nas mais variadas situações, pois o orientador

realiza múltiplas tarefas, desde o controle de disciplinas até as situações

emergenciais.

O orientador deve trabalhar numa perspectiva preventiva, garantindo a

elaboração e operacionalização de projetos de intervenção, de acordo com cada

realidade escolar. Quando o educando é orientado previamente será menos

provável que algum problema venha a acontecer a não ser que seja por vontade

própria ou por adversidades no seu percurso. Acredita-se ser melhor prevenir do que

futuramente encontrar soluções para os problemas, depois destes já terem ocorrido.

Para tanto, insere-se neste contexto a ação integrada da Orientação Educacional,

bem como a utilização de uma pedagogia interdisciplinar, almejando o bom

desempenho de suas funções e, consequentemente, um relevante sucesso no

processo ensino-aprendizagem. Fundamentadas em Lück (1994, p. 88) vimos que “o

30

estabelecimento de um trabalho de sentido interdisciplinar provoca, como toda ação

a que não se está habituado uma sobrecarga de trabalho, um certo medo de errar,

de perder privilégios e direitos estabelecidos”.

Assim, a orientação por este enfoque implica em romper hábitos e

acomodações, implica em buscar algo novo e desconhecido, devendo ser encarada

como um grande desafio. Sem dúvidas todo e qualquer trabalho realizado no meio

educacional além da interdisciplinaridade e da ação integrada, deve ser realizado

com um prévio planejamento. Aliás, esta necessidade de planejar é inerente ao ser

humano em tudo que ele faz.

Não fugindo a regra, o orientador educacional tem por obrigação planejar o

que será desenvolvido por ele e sua equipe pedagógica. Lück (1986, p.16), adverte:

”O planejamento cuidadoso e acurado de suas ações permite ao orientador

educacional obter maior e melhor controle de circunstâncias e situações, em vez de

ser controlado por elas”. A afirmativa cabe a todo e qualquer profissional, mas em se

tratando da Orientação Educacional, e educação como um todo, devemos ter o

planejamento como tarefa essencial, pois trabalhamos em meio a subjetividades.

Uma atividade previamente pensada e elaborada tem demasiadas chances de ser

efetivada com sucesso, se compararmos a trabalhos desenvolvidos a partir da

improvisação.

Antigamente, os educadores utilizavam sempre de uma vara de vidoeiro em

seu dia a dia como uma forma de impor respeito e autoridade perante os alunos.

Estes não ousavam levantar a voz ou desobedecer aos mestres que tinham a vara

como um meio eficaz para impor a lei.

Nos dias atuais, tal autoridade antes fácil obtida pelos educadores por meio

da vara, já não produz mais efeito, pois os alunos não se amedrontam mais diante

do olhar mais firme do educador, nem tão pouco das ameaças. Além do mais, é

proibida tal façanha, e de modo justo. No entanto, será que o respeito que os alunos

devotavam aos professores em tempos idos eram de fato respeito e reconhecimento

de sua autoridade, ou era apenas reflexo do medo e da imposição feita por meio das

ameaças com a vara? Kupfer em seu artigo por uma vara de vidoeiro simbólica nos

31

remete às ideias de Freud sobre a questão da autoridade, levando-nos a olhar para

a figura paterna e a sua função nesse processo. Segundo Kupfer,

Dessa constituição, deverá emergir um sujeito desejante, que deseja, porém

porque está castrado; está castrado pelo Pai sem o saber, e não sabe por que se

encontra dividido em relação a esse saber. Separado dele pelo recalque. Desejante

porque castrado e dividido. Eis como se opera, para a psicanálise, a relação entre lei

e o desejo. Desse modo, a Lei do Pai, princípio do qual emana a autoridade dos pais

e professores, é esteio da civilização e do exercício do desejo. (AQUINO, 1999).

O pai constitui sua autoridade através de um discurso de mestre, ou seja, ele

é um educador. Sendo este um educador, os professores podem ser considerados

como um “pai substituto”, pois eles herdam a relação existente entre pais e filhos.

Por meio dessa constatação é possível explicar os conflitos existentes entre

professores e alunos. A autoridade em si é baseada na legitimação por parte dos

sujeitos em relação à lei, sendo que quando esta é imposta por meio de coação.

Está sendo, na verdade, respeitada por meio do autoritarismo, o que não significa

autoridade e respeito à lei, ou seja, sua legitimação.

Há casos em que há legitimidade por meio da persuasão, onde somos

convencidos por outrem a fazer ou deixar de fazer algo. Também há o fato de que

aquele que está submetido a uma autoridade, pensa não possuir nenhuma

autonomia. Dessa forma, percebe-se que nem sempre a submissão e a obediência

significam respeito e autoridade, pois elas podem estar sendo resultado de uma

coerção e imposição. Sendo assim, nem sempre o fato de alguns educadores

conseguirem a obediência dos educandos significa que esses tem autoridade sobre

os mesmos. Pois este pode estar sendo respeitado apenas por usufruir de

instrumentos punitivos e de coerção.

De acordo com AQUINO (1999), é de suma importância para que se

estabeleça a autoridade dos educadores e sua legitimidade que a família legitime o

poder a escola e aos educadores. Segundo ele a maior parte dos conflitos

educacionais são causados pela falta de autoridade e pelo autoritarismo. Ou seja,

falta na escola autoridade de fato, a lei, a violência simbólica necessária e

32

estruturante. Diante desses pressupostos, o professor responde com autoritarismo já

que lhe falta autoridade de fato.

33

CONCLUSÃO

O Orientador Educacional, como colaborador do processo pedagógico,

necessita trabalhar de forma integrada com a Coordenação Pedagógica e Direção,

buscando desenvolver suas funções junto aos alunos, em prol do desenvolvimento

de aprendizagens significativas, que façam da escola um espaço democrático

desconstrução de saberes necessários à formação humana.

A grande estratégia do mundo moderno é ensinar, aprendendo. Mais do que

ensinar conteúdos, é estar comprometido na abertura de caminhos. Não se

transmite conhecimento, mas, sim, sinais deste, para que o outro possa fazer uso

dele e transformá-lo de forma subjetiva. Para abrir estes caminhos é preciso que

seja levado em conta o que se deseja ensinar, para quê e para quem se ensina. A

reflexão constante destas questões deve permear toda a práxis docente,

estimulando o diálogo com os sujeitos desse processo, os discentes, de forma a dar

significados ao que se aprende na escola. Eis aí a importância do trabalho integrado

com a Orientação Educacional.

Nesta reflexão, conteúdos, competências e habilidades de um currículo

devem ser analisados e selecionados de acordo com a realidade dos sujeitos

aprendentes, para que possam apropriar-se destes conceitos e transformá-los de

forma a suprir suas necessidades e superar suas dificuldades, ainda que sejam no

campo familiar. Para isso acontecer efetivamente é preciso identificar e conhecer

estes sujeitos, através de uma relação vincular entre o ensinante e o aprendente,

abrindo-se uma via de diálogo, afim de que esta perpasse até mesmo pela violência,

alcançando a essência do ser humano dentro do sujeito.

Para que o sujeito modifique seus, é necessário conectar-se com suas

próprias mazelas, mostrar seu conhecimento, autorizar-se a abrir ao outro e, assim,

incorporar seus ensinamentos. Ensinar não é apenas transmitir conhecimentos

obedecendo a determinadas metodologias, ensinar é de encontro consigo mesmo

através da relação com o outro. Cabe ao Orientador Educacional pesquisar e

estudar estratégias diversificadas de ensino/aprendizagem, visando a busca de

caminhos possíveis para a motivação de professores e de alunos, de forma que o

aprender/ensinar/aprender aconteça harmoniosamente, e assim, alcancemos o

sucesso escolar.

34

BIBLIOGRAFIA

AZEVEDO, Joanir G. de. O orientador educacional e o currículo. In: GARCIA, Regina

Leite. Orientação educacional: o trabalho na escola. São Paulo: Loyola, 1990.

ASSIS, N. Revendo o meu fazer sob uma perspectiva teórico-prática. In:

GRINSPUN, M.P.S. (Org.) A prática dos orientadores educacionais. São Paulo:

Cortez, 1994.

BRASIL. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. LDB 9394/96

BAUMAN, Sigmunt. O amor líquido: sobre fragilidade dos laços humanos. Trad.

Carlos Alberto Medeiros. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.

BOURDIEU, Pierre; PASSERON, Jean-Claude. A reprodução: elementos para uma

teoria do sistema de ensino. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1970.

BOURDIEU, P. A Escola conservadora: as desigualdades frente à escola e à cultura.

In: NOGUEIRA, M. A.; CATANI. Afrânio (org.). Escritos de educação. Petrópolis,

Vozes, 1998.

BRASIL. Lei n°5.564 de 21 de dezembro de 1968. Dispõe sobre o exercício da

profissão de orientador educacional. Brasília, 21dez. 1968; 147 da Independência e

80 da República.

FERRETTI, Celso João. Considerações Críticas a respeito da Orientação

profissional. In____, Uma Nova Proposta de Orientação Profissional. São Paulo:

Cortez: Autores Associados, 1988.

GIACAGLIA, L. R. A. Orientação educacional na prática: princípios, técnicas,

instrumentos. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.

GRINSPUN, M.P.S.(Org.) A prática dos orientadores educacionais. São Paulo:

Cortez, 1994.

GRINSPUN, Mirian. A Orientação educacional - Conflito de paradigmas e

alternativas para a escola. 3ª ed. São Paulo: Cortez, 2006.

35

GRINSPUN, Mírian Paura Sabrosa Zippin. A orientação educacional:conflito de

paradigmas e alternativas para a escola. São Paulo, Cortez, 2001.

GRINSPUN, Mirian Paura S. Zippin. O papel da orientação educacional diante das

perspectivas atuais da escola. In: Supervisão e orientação educacional: perspectivas

de integração na escola. São Paulo. Cortez, 2003.

HEREDIA, R. A. Resolução de conflitos: transformação da escola. In: VINYAMATA,

E. (org.). Aprender a partir do conflito: conflitologia e educação. Porto Alegre:

Artmed, 2005, p. 51-64.

KUPFER, Maria Cristina Machado. Educação para o futuro: psicanálise e educação.

São Paulo: Escuta 2007.

KUPFER, Maria Cristina Machado. Por uma vara de vidoeira simbólica. In: AQUINO,

Júlio Groppa. Autoridade e autonomia na escola: alternativas teóricas e

LIBÂNEO, José Carlos; OLIVEIRA, João Ferreira; TOSCHI, Seabra Mirza. As Áreas

de Atuação da organização e da Gestão Escolar para Melhor Aprendizagem dos

Alunos. In: _____. Educação Escolar: políticas, estrutura e organização. 5. ed. São

Paulo: Cortez, 2007, p. 355-378.

LIBÂNEO, José Carlos. Organização e Gestão da Escola Teoria e Prática. 3ª ed.

Alternativa, Goiânia/GO, 2001. SAVIANI, D. Saber escolar, currículo e didática.

3.ed.Campinas: Autores Associados, 2000.

LIBÂNEO, J.C. Orientação educacional e emancipação das camadas populares: a

pedagogia crítico-social dos conteúdos culturais. Prospectiva. Porto Alegre, 2 (13)

19-27, out.1984

LÜCK, Heloísa. Planejamento em Orientação Educacional. Petrópolis: Vozes, 1986.

, Heloísa. Pedagogia interdisciplinar: fundamentos teóricos – metodológicos.

Petrópolis: Vozes, 1994

36

OLIVEIRA, Eloíza da Silva Gomes de; Grispun, Mirian Paura Sabrosa, Zippin/

Princípios e Métodos da Supervisão e Orientação Educacional/Curitiba: IESDE

Brasil S.A. 2009.160 p.

PESCAROLO, Joyce Kelly. MORAES, Pedro Rodolfo Bodê de. A violência na escola

e o papel dos educadores. O ambiente escolar pode reforçar comportamentos

violentos originados em outros contextos ou dar condições para os alunos romperem

com esses padrões. . Revista Pátio. A escola enfrenta violência. São Paulo, n.68.

Nov 2013.

PILETTI, Nelson. Estrutura e funcionamento do ensino fundamental. São Paulo:

Ática, 2004

PIMENTA, Selma Garrido. O pedagogo na escola pública. São Paulo: Loyola, 1991

PIMENTA. S. G. Uma proposta de atuação do orientador educacional na escola

pública. Tese de doutorado. PUC-SP, 1985

PIMENTA. S. G. O pedagogo na escola pública. S. Paulo: Cortez, 1988

PIMENTA. S. G. Orientação vocacional e decisão: estudo crítico da situação no

Brasil. São Paulo: Loyola, 1981.

PLACCO, V. M. N. S. Formação e prática do educador e do orientador. Campinas,

SP: Papirus, 1994.

ROSEMBERG, Marshall.B. Comunicação não violenta: técnicas para aprimorar

relacionamentos pessoais e profissionais/Marshall B. Rosemberg; [tradução Mário

Vilela]. São Paulo: Ágora, 2006.

SCHMITZ, Neusa Bernadete. Orientação educacional: crise e perspectivas no

confronto das racionalidades. Ijuí: UNIJUÍ, 1997.

VASCONCELLOS, C. S. Coordenação do trabalho pedagógico: do projeto político-

pedagógico ao cotidiano da sala de aula. São Paulo: Libertad, 2002.

37