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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
Fabiana Rangel de Azevedo Silva
ORIENTADOR: Prof. Jorge Tadeu Vieira Lourenço
Rio de Janeiro
2016
DOCUMENTO PROTEGID
O PELA
LEI D
E DIR
EITO AUTORAL
2
UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES
AVM – FACULDADE INTEGRADA
PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU
Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em MBA GESTÃO INTEGRADA EM QSMS.
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇAO AMBIENTAL DEVIDO AO
EXCESSO
DE LIXO NO ATLÂNTICO QUE PREJUDICA AS
TARTARUGAS.
Rio de Janeiro 2016
3
AGRADECIMENTOS
A Deus por tudo e à minha família.
4
Dedico à minha família.
5
RESUMO
Entender a importância da Educação Ambiental para diminuir os lixos
que prejudicam as tartarugas. O lixo marinho é atualmente um dos principais
problemas nos ambientes costeiros em todo mundo. Investigar como a
Educação Ambiental pode diminuir a quantidade de lixo no ambiente marinho.
Autores como Marcovaldi e Marcovaldi (1999), relatam, que no estado da Bahia
estudos que mostram o habitat das tartarugas verdes e de nidificação das
tartarugas pente que se alimentam de matérias poluídos, é muito importante
devido aos impactos ambientas. Ações antrópicas conscientes são de suma
importância para um habitat saudável para as tartarugas marinhas.
6
METODOLOGIA
Para a realização do problema proposto, e por ser uma pesquisa teórica;
o procedimento foi bibliográfico, e as informações utilizadas foram obtidas por
meio de pesquisa em livros, artigos em revistas e em sites, trabalhos de
conclusão de curso; que apontavam a necessidade de preservação das
tartarugas; e o caminho metodológico seguido: levantamento dos dados
bibliográfico ou documental, leitura e seleção dos materiais e dados, que
atendessem as necessidades da pesquisa, fichamento dos dados relevantes,
organização e análise dos mesmos, à luz dos referenciais teóricos e
finalmente, a escrita do texto monográfico.
7
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
As tartarugas marinhas 10
CAPÍTULO II
O excesso de lixo que prejudica as tartarugas 20
CAPÍTULO III
A importância da educação ambiental 29
Capítulo IV
Unir educação ambiental com a ISO 14001/2004 34
CONCLUSÃO 39
BIBLIOGRAFIA 40
ÍNDICE 41
ÍNDICE DAS FIGURAS 42
8
INTRODUÇÃO
Este artigo pretendeu investigar como a Educação Ambiental pode diminuir
a quantidade de lixo no ambiente marinho e entender a importância da
educação ambiental devido ao excesso de lixo no ambiente marinho, que
prejudica as tartarugas de varias espécies como são encontradas no atlântico.
De acordo Sanches apenas cinco delas podem ser encontradas na
extensão do litoral brasileiro, são elas: a tartaruga verde (Cheloniamydas),
tartaruga de pente (Eretmochelysimbricata), tartaruga oliva
(Lepidochelysolivacea), tartaruga cabeçuda (Carettacaretta) e a tartaruga de
couro (Dermochelyscoriacea).
O lixo marinho é atualmente um dos principais problemas nos ambientes
costeiros em todo o mundo. Apesar de outros estudos apontarem o plástico
como principal resíduo antropogênico ingerido pelas tartarugas marinhas, o
resíduo antropogênicos de origem pesqueira, como linhas denylon e cordas de
embarcação, foram encontrados em 62,9% dos casos. De acordo com
BJORNDAL (1994), a ingestão de linhas de nylon pode provocar a morte do
animal se interferir na função normal do trato digestório, impedindo a
movimentação da digesta, causando impactação e provocando volvos gástricos
e intestinais.
As tartarugas marinhas são espécies de vida longa, atingem a idade
reprodutiva entre 20 e 30 anos e são migradoras em potencial. São Excelentes
navegadoras, nadam centenas de milhas durante as migrações entre as áreas
de alimentação e as de reprodução. Passam a maior parte da vida no mar. As
fêmeas saem em terra para desovar e são raros os registros de machos em
terra. E durante uma temporada reprodutiva, a mesma fêmea pode desovar
várias vezes (geralmente de 2 a 8 vezes), e provavelmente retornará para a
mesma praia após 2 ou 3 anos para nova temporada e assim sucessivamente.
(PROJETO TAMAR, IBAMA 1999)
Diante do exposto observa-se segundo NAGAGATA (2006), que há
diversas causas para extinção. As causas dos declínios populacionais que é a
9
depreciação, exploração dos recursos naturais, por seres humanos; os animais
sofrem a ameaça de extinção e estão ligados na maior parte ás atividades
humanos. A Destruição e os impactos diretos, exploração de habitats, a poluição
e a disseminação de doenças, também são reconhecidos como significativos
impactos. (NAGAGATA, 2006)
A educação ambiental tem um papel fundamental na concientização da
população,hoje em dia temos vários projetos de limpeza de praias,preservação
das espécies das tartarugas,e outros animais que pertencem a fauna marinha.
sabendo que as empresas tem um grande compromisso com o meio ambiente
e muitas delas causam um grande impacto, uma forma de minimizalos é seguir
a norma ISO 14001/2004 .
Este trabalho foi apresentado em 4 capítulos e assim apresentado:
O capítulo I aborda sobre existência das tartarugas marinhas,sua
evolução,apresenta quantas espécies existem,classificando família e
gênero,aborta também seu habtat e característica de cada espécie; no capítulo
II são abordadas as consequências do excesso de lixo orgânico e inorgânico
que prejudica as tartarugas marinhas, seu ciclo de vida trazendo
doenças,tumores e levando até mesmo ao óbito,devido aos riscos e prejuizos
ao ambiente marinho apresento leis e artigos existentes para a proteçao das
tartarugas e todo o ambiente marinho; no capítulo III abordará sobre a
importância da educação ambiental como papel fundamental de
consciêntização da população para que haja mudança de atitude apresento
projetos educacionais; no capítulo IV mostra como podemos unir a educação
ambiental com a norma ISO 14001 e minimizar os impactos ambientais,tendo
em vista tamanha responsabilidade das empresas com o meio
ambiente,através de projetos e seguindo o modelo de molhoria contínua
através do PDCA.
10
CAPÍTULO I
AS TARTARUGAS MARINHAS
As tartarugas marinhas já existem a mais de 150 milhoes de anos e
vem superando todos os caminhos e processos da evolução, inicialmente
surgiram as tartarugas terrestres; com processo evolutivo foram se
diferenciando dos répteis e evoluindo para o ambiente marinho.O número de
suas vertebras diminuiram,fundindo-se as costelas,formando uma carapaça
leve e resistente,e suas patas se transformaram em nadadeiras,adaptando-se
ao ambiente marinho.
As tartarugas marinhas representam um componente primitivo e singular
da diversidade biológica, sendo parte importante dos ecossistemas marinhos.
Pertencem à mais antiga linhagem de répteis vivos, tendo aparecido pela
primeira vez no Jurássico (PRITCHARD, 1997).
O maior fóssil de tartaruga marinha já encontrada pertence à espécie
Archelon ischyros, também da família Protostegidae. O individuo encontrado
tem 4,6 metros de comprimento de carapaça (SPOTILA, 2004) e entre 1,5 e 2
toneladas, tendo vivido no Cretáceo, entre 75 e 65 milhões de anos atrás.
São seres pulmonados com grande capacidade de permanência debaixo
d’água, quer em repouso, quer em busca de alimento. Tal capacidade resulta
da eficiente distribuição do oxigênio pelo corpo, somada ao baixo nível
metabólico e um pequeno auxílio da respiração acessória, possibilitada pela
troca de gases em órgãos como a cloaca e a faringe (LUTCAVAGE; LUTZ,
1997).
Possuem visão, olfato e audição desenvolvidos, além de uma excelente
capacidade de orientação.
As tartarugas marinhas distribuem- se amplamente entre as bacias
oceânicas, com registros desde o Ártico até a Tasmânia (MEYLAN; DONNELY,
11
1999). No entanto, a maior parte das ocorrências reprodutivas está
concentrada em regiões tropicais e subtropicais (MÁRQUEZ, 1990)
A temperatura ambiente é um fator muito importante no ciclo de vida das
tartarugas marinhas, influenciando diretamente a determinação do sexo,
nascimento e crescimento dos filhotes, a atividade no interior do ninho, o tempo
de incubação dos ovos, a hibernação e a distribuição geográfica, entre outros
fatores (MROSOVSKY, 1994).
Atualmente, todas as sete espécies de tartarugas marinhas estão
incluídas nas listas de espécies ameaçadas de extinção em escala mundial
(LUTCAVAGE et al., 1997).
CLASSIFICAÇÃO TAXONÔMICA
REINO Animalia
FILO Chordata
CLASSE Reptilia
ORDEM Testudines
SUBORDEM Cryptodira
FAMÍLIA Cheloniidae e Dermochelyidae
Atualmente existem apenas 5 gêneros e 6 espécies: Caretta caretta,
Chelonia mydas, Eretmochelys imbricata, Lepidochelys olivacea, Lepidochelys
kempii e Natator depressus. Família Dermochelyidae. Apenas uma espécie:
Dermochelys coriácea (FIGURA 1), página a seguir:
12
Figura 1 .Banco de dados Tamar. BIOTA NEOTROP, 1999.
No litoral brasileiro temos cinco espécies de tartarugas marinhas, que
são: a tartaruga verde (Cheloniamydas), tartaruga de pente
(Eretmochelysimbricata), tartaruga oliva (Lepidochelysolivacea), tartaruga
cabeçuda (Carettacaretta) e a tartaruga de couro (Dermochelyscoriacea).
A tartaruga verde é a mais comum no litoral brasileiro.
As tartarugas verdes (Cheloniamydas), tartaruga-do-mar, depéia, jereba,
suçuarana, tartaruga-pedrês e aruanã.
São encontradas mares tropicais e subtropicais, em águas costeiras e
ao redor das ilhas, sendo frequente a ocorrência de jovens em águas
temperadas, seu habitat em águas costeiras com muita vegetação(áreas de
forrageio), ilhas ou baías onde estão protegidas, sendo raramente avistadas
em alto-mar. Sua alimentação varia consideravelmente durante o ciclo de vida:
enquanto filhote é uma espécie onívora (espécies que consomem ao mesmo
tempo alimentos de origem animal e vegetal) com tendências à carnivoria,
tornando-se basicamente herbívora a partir dos 25/35cm de casco (Figura 2 A).
13
A desova no Brasil ocorrem nas ilhas oceânicas, como Atal das
Rocas(RIO GRANDE DO NORTE),Fernando de Noronha(PERNAMBUCO) e
Ilha de Trindade(ESPÍRITO SANTO), Podendo ocorrer no Norte do estado da
Bahia,sua alimentação quando filhote ovípara(espécies que consomem ao
mesmo tempo alimentos de origem animal e vegetal),tornando a partir do
crescimento de 25 a 35cm herbivoro.
No Litoral Norte do RS foi realizado um estudo com tartarugas-verde
onde 90% dos indivíduos amostrados ingeriram resíduos. No total foram
encontrados 4611 itens, dos quais 87,3% foram representados por itens da
categoria plásticos (RIGON, C. T. 2013). No extremo sul do Brasil, Barros J.
A.et al (2007) encontrou resíduos antropogênicos em 100% dos tratos
gastrointestinais analisados. As tartarugas verdes são as que mais são
prejudicadas pelo lixo humano (Figura 2 B).
A carapaça possui 04 pares de placas laterais, sendo que as placas são
justapostas. A coloração é verde-acinzentada; o ventre é branco nas
populações do Atlântico. Os filhotes possuem o dorso negro e o ventre branco.
A cabeça possui 01 par de placas (ou escudos) pré-frontais e 4 pares de
escudos pós-orbitais (Márquez, 1990).(Figura 3)
A seguir quadro de figuras.
Figura 2. A)Tartaruga-verde em tratamento. B)Résíduos antropogênicos.Banco de
dados CERAM,2016.
14
Esse lixo humano pode levar o animal a óbito,quando ingerem as
alimentos não conseguem diferenciar o que é alimento e o que é lixo,ingerindo
junto,causando obstrução do TGI,como por exemplo se ingerir plástico.
Figura 3 .Banco de dados da ICMBIO,2016.
Tartaruga de pente (Eretmochelysimbricata) tartaruga-legítima, tartaruga-
verdadeira.
Essa espécie é a considerada a mais tropical, estão em mares tropicais
e sub-tropicais nos oceanos Indico, Pacífico e Atlântico, tem preferência de
águas rasas costeiras,podendo também ter seu habitat em águas profundas
ocasionalmente. A tartaruga-de-pente desova no litoral norte da Bahia e do
Sergipe; e no litoral sul do Rio Grande do Norte. Em ocasiões menos
frequentes ocorrem na Paraíba, Ceará e Espírito Santo. Sua alimentação é de
esponjas, anêmonas, lulas e camarões; a cabeça e o bico estreitos permitem
buscar o alimento nas fendas dos recifes de corais.
As áreas de alimentação conhecidas para a tartaruga de pente no Brasil
são as ilhas oceânicas de Fernando de Noronha-PE e Atol das Rocas- RN
(SANCHES & BELLINI, 1999)
Alguns estudos históricos e recentes mostram a diminuição da espécie
devido a degradação do ambiente marinho, captura acidental em redes de
15
pescas (Figura 4), e está ocorrendo em todos os oceanos,tanto Atlântico como
Pacífico e Indico.
A carapaça possui 04 pares de placas laterais, sendo que as placas são
sobrepostas, de coloração marrom; a cabeça possui 2 pares de placas (ou
escudos) pré-frontais e 3 pares de pós-orbitais; o ventre é amarelo claro
(Márquez, 1990).
Figura 4. Tartaruga com a degradação do ambiente marinho. ENSP, 2016.
Tartaruga oliva (Lepidochelys olivacea) tartaruga-comum, tartaruga-oliva,
tartaruga-pequena ou xibirro.
Essa espécie tem o seu habitat em mares tropicais e sub tropicais do
oceano Índico,Pacífico e Atlântico,sua desova ocorre no Brasil no sul do estado
do Alagoas e no litoral norte da Bahia,ocorrendo em maior densidade no
estado do Sergipe.
Essa espécie é carnívora, onde se alimenta de peixes, moluscos
crustáceos,briozoários,ocasionalmente ovos de peixes,água vivas.
16
A carapaça possui de 5 a 9 pares (normalmente 6) de placas laterais,
sendo que as placas são assimétricas; a coloração dorsal é verde oliva e o
ventre é amarelo claro; a cabeça possui 2 pares de placas (ou escudos) pré-
frontais e 3 pares pós-orbitais (MÁRQUEZ, 1990). A carapaça tem medida
curvilínea média de 73,1 cm de comprimento (Silva et al., 2007) e podem
chegar a pesar em torno de 50 kg (PRITCHARD; MORTIMER, 1999).
O tamanho da cabeça é grande e relativamente desproporcional ao
corpo (MÁRQUEZ, 1990).
A carapaça das fêmeas adultas do Brasil tem medida curvilínea média
de 103 cm de comprimento (MARCOVALDI; CHALOUPKA, 2007;
MARCOVALDI; LAURENT, 1996) e o peso de exemplares adultos pode variar
de 100 a 180 kg (PRITCHARD & MORTIMER, 1999)
Como as outras espécies, esta tartaruga esta diminuindo de população
devido a degradação do ambiente marinho.
A tartaruga oliva pode pesar até 40kg, chegando até a 82cm (Figura 5).
Todas as espécies que ocorrem no Brasil estão classificadas como
ameaçadas (categorias "Vulnerável" ou "Em Perigo" ou "Criticamente em
Perigo") na Lista Vermelha da União Internacional para a Conservação da
Natureza (UICN, 2001), e estão incluídas na Lista Nacional das Espécies da
Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, do Ministério do Meio Ambiente
(MACHADO et al., 2008).
O depoimento mais frequente de moradores locais descrevia um número
de tartarugas muito maior no passado, havendo, na época das entrevistas,
coleta de praticamente todos os ovos e matança da maioria das fêmeas
(MARCOVALDI; MARCOVALDI, 1999).
17
Figura 5. Tartaruga-oliva encontrada em Balneário Pinhal em 2012. Arquivo CERAM,2016.
Tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta) tartaruga-amarela, tartaruga-mestiça,
tartaruga-avó, avó-de-aruanã. No Espírito Santo é conhecida por careba-
amarela ou careba-dura.
Essa espécie tem seu habitat no mar tropical e subtropical em todo o
mundo.
A desova no Brasil ocorre no Espírito Santo, Sergipe, norte da Bahia e
Rio de Janeiro, podendo ocorrer também no sul da Bahia e no litoral do Espírito
Santo, sua alimentação é carnivora se alimentando de peixes, moluscos,
carangueijo, mexilhões entre outros invertebrados.
A captura acidental dessa espécie é estudada nos oceanos de ambos os
hemisférios (Figura 6).
Foram realizados levantamentos de capturas acidentais de tartarugas-
cabeçudas na frota espinheleira da região Sudeste/Sul do Brasil, no total foram
capturadas 1153 tartarugas em 110 cruzeiros realizados entre os anos de 2003
a 2010 (MARCON, M. C. C., 2013).
18
Figura 6. Soltura de tartaruga-cabeçuda reabilitada pelo Centro de Reabilitação de Animais
Silvestres e Marinhos (CERAM).Arquivo CERAM,2016.
Tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea) Tartaruga-gigante, tartaruga-de-
couro, tartaruga-de-leste, tartaruga-preta, tartaruga-de-cerro, tartaruga-de-
quilha, tartaruga sete-quilhas, careba-mole, careba-gigante.
Essa espécie seu habitat está em totos os oceanos tropicais e temperados do
mundo.
Há registros que foi encontrada uma tartaruga desta espécie medindo
2,56m. A única área regular de desova conhecida no Brasil situa-se no litoral
norte do Espírito Santo.
Entre os anos de 2003 a 2010, foram realizados levantamentos de
capturas acidentais em barcos pesqueiros (Figura 6 A,B). Um total de 255
tartarugas-de-couro foram capturadas nesse período, sendo que a amostragem
foi realizada em 5,47% dos cruzeiros espinheleiros dos portos de Itajaí (SP),
Santos (SP) e Rio Grande (RS) (MARCON, M. C. C., 2013).
A carapaça possui sete quilhas longitudinais, sem placas; a coloração é
negra com manchas brancas, azuladas e rosadas; a cabeça e as nadadeiras
19
são recobertas de pele sem placas ou escudos; a coloração do ventre é similar
à carapaça porém com manchas mais claras (MÁRQUEZ, 1990).
Figura 7. A)Tartatuga-de-couro levada ao CERAM. B) Tartaruga-de-couro presa em uma rede
de pesca. Arquivo CERAM, 2016.
As tartarugas marinhas apresentam um ciclo de vida complexo,
utilizando diferentes ambientes ao longo da vida, o que implica em mudança de
hábitos. Embora sejam marinhas, utilizam o ambiente terrestre (praia) para
desova, garantindo o local adequado à incubação dos ovos e o nascimento dos
filhotes.
20
CAPÍTULO II
O EXCESSO DE LIXO QUE PREJUDICA AS
TARTARUGAS
O lixo marinho é atualmente um dos principais problemas nos
ambientes costeiros em todo o mundo. Apesar de outros estudos apontarem o
plástico como principal resíduo antropogênico ingerido pelas tartarugas
marinhas, o resíduo antropogênicos de origem pesqueira, como linhas de nylon
e cordas de embarcação, foram encontrados em 62,9% dos casos.
De acordo com Bjorndal (1994), a ingestão de linhas de nylon pode
provocar a morte do animal se interferir na função normal do trato digestório,
impedindo a movimentação da digesta, causando impactação e provocando
volvos gástricos e intestinais.
Historicamente, o lixo era composto por materiais que se
decompunham ou afundavam, mas, com o crescimento do uso de materiais
derivados do petróleo que flutuam e tem longa durabilidade o lixo já não mais
permanece escondido, podendo ser carreado por centenas de quilômetros
desde seu ponto de entrada no mar e circular nos oceanos do mundo todo por
muitos anos.
A poluição marinha por elementos orgânicos e inorgânicos, como
petróleo, lixo e esgoto, acaba interferindo na alimentação, locomoção e no ciclo
de vida das tartarugas marinhas. Vários são os registros pelo Projeto Tamar de
morte devido à sufocamento por ingestão de material plástico, são sacos de
lixo, cordas de “nylon”, barbantes, tampas de garrafa e outros tipos de resíduos
que podem ser confundidos com alimentos e ingeridos pelas tartarugas,
principalmente em áreas onde se apresenta as águas do mar mais turvas.
A frequência de resíduos antropogênicos no trato digestório de
tartarugas marinhas é relatada em diversas regiões oceânicas: 20% no
21
Mediterrâneo Central (GRAMENTZ, 1988); 56% na Costa da Flórida
(BJORNDAL et al., 1994); 79,6% no Mediterrâneo Ocidental (TOMÁS et al.,
2002); 60,5% no Atlântico Sul (BUGONI et al., 2001) e 19,35% nas Ilhas
Canárias (ORÓS et al., 2005).
No presente estudo, registrou-se a elevada presença (60%) de resíduos
antropogênicos ingeridos por tartarugas marinhas no litoral norte do estado da
Bahia. Gramentz (1988) sugere que esses animais ingerem equivocadamente
os resíduos, porque os confundem com alimentos naturais, como águas vivas e
peixes. Schulman; Lutz (1995) confirmaram que tartarugas marinhas, quando
com fome, alimentam-se de resíduos e Tomás et al. (2002) sugerem que as
tartarugas marinhas apresentam uma baixa seletividade ao se alimentarem.
Com o excesso de lixo varias tartarugas de todas as espécies vem
sofrendo inúmeras doenças, como tumores. Trata-se de uma doença de origem
infecciosa, debilitante, que pode levar a morte, e se caracteriza por múltiplas
massas de tumores cutâneos variando de 0,1 a mais de 30 cm de diâmetro,
esses tumores geralmente ocorre em partes moles das tartarugas, e a maior
incidência ocorre nas nadadeiras anteriores, pescoço e olhos (Figura 8).
Mesmo existindo uma evidencia convincente de uma etiologia viral, outros
fatores que incluem parasitos, suscetibilidade genética, carcinogênico químico,
contaminantes ambientais, biotoxinas, imunossupressão e luz ultravioleta
podem ter um papel adicional na etiologia da Fibropapilomatose. (AGUIRRE,
1998).
22
Figura 8. Imagem mostra tumor na pele de tartaruga-verde. Foto: G1.GLOBO, 2016.
Hoje o ambiente marinho está tão degradado que já foram aprovadas
algumas leis para a proteção das tartarugas entre elas estão: PORTARIA Nº
135, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2010
O PRESIDENTE DO INSTITUTO CHICO MENDES DE
CONSERVAÇÃO DA BIODIVERSIDADE - ICMBio, no uso das atribuições que
lhe são conferidas pelo Art. 19, III, do Anexo I do Decreto n° 6.100, de 26 de
abril de 2007, que aprovou a Estrutura Regimental do ICMBio;
Considerando a Instrução Normativa MMA n° 3, de 27 de maio de 2003,
que reconhece como espécies da fauna brasileira ameaçadas de extinção
aquelas constantes de sua lista anexa; Considerando a Resolução MMA-
CONABIO nº 03, de 21 de dezembro de 2006, que estabelece metas para
reduzir a perda de biodiversidade de espécies e ecossistemas, em
conformidade com as metas estabelecidas no Plano Estratégico da Convenção
sobre Diversidade Biológica; Considerando a Portaria Conjunta MMA/ICMBio
nº. 316, de 09 de setembro de 2009, que estabelece os planos de ação como
instrumentos de implementação da Política Nacional da Biodiversidade;
23
Considerando a Portaria ICMBio nº. 78, de 03 de setembro de 2009, que cria
os centros nacionais de pesquisa e conservação do Instituto Chico Mendes e
lhes confere atribuição; Considerando o disposto no Processo n°
02070.002653/2010-13, resolve:
Art. 1º - Aprovar o Plano de Ação Nacional para a Conservação das
Tartarugas Marinhas - PAN Tartarugas Marinhas.
Art. 2º - O PAN Tartarugas Marinhas tem como objetivo o aprimoramento de
ações de conservação e pesquisa direcionadas à recuperação e sobrevivência
das 5 (cinco) espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no Brasil, em níveis
saudáveis capazes de exercerem seus papéis ecológicos.
§ 1º. O PAN Tartarugas Marinhas abrange 5 (cinco) espécies ameaçadas de
extinção: Caretta caretta (tartaruga-cabeçuda), Chelonia mydas (tartaruga-
verde), Eretmochelys imbricata (tartaruga-de-pente), Lepidochelys olivacea
(tartaruga-oliva) e Dermochelys coriacea (tartaruga- gigante).
§ 2º O PAN Tartarugas Marinhas refere-se à zona costeiro marinhas do litoral
e mar brasileiro, abrangendo a Zona Econômica Exclusiva (ZEE) e algumas
áreas localizadas em águas internacionais do Atlântico Sul Ocidental (ASO)
adjacentes à ZEE brasileira.
§ 3º O PAN Tartaruga Marinhas é composto por 8 (oito) metas com 71 (setenta
e uma) ações, cuja previsão de implementação está estabelecida em um prazo
de 5 (cinco) anos, com validade até dezembro de 2015, com supervisão e
monitoria anual do processo de implementação.
§ 4º As metas estabelecidas para o PAN Tartarugas Marinhas são:
I - monitoramento das principais pescarias que interagem com tartarugas
marinhas, nos próximos cinco anos;
II - redução das capturas incidentais e da mortalidade de tartarugas
marinhasnas atividades pesqueiras, em cinco anos;
III - intensificação do tema "captura incidentais de tartarugas marinhas" nos
fóruns de gestão e ordenamento pesqueiro, nacionais e internacionais, das
principais pescarias que interagem com tartarugas marinhas, em cinco anos.
24
IV - monitoramento das principais áreas de reprodução das tartarugas
marinhas, em cinco anos;
V - identificação, proteção e monitoramento das principais áreas de
alimentação das tartarugas marinhas, nos próximos cinco anos;
VI - restrição e redução dos impactos antropogênicos nas principais áreas de
ocorrências das tartarugas marinhas, nos próximos cinco anos; Aprova o Plano
de Ação Nacional para a Conservação das Tartarugas Marinhas,
estabelecendo seu objetivo, metas, prazo, abrangência, formas de
implementação, supervisão e institui o Grupo Estratégico para Conservação e
Manejo.
VII - redução dos impactos provocados pela poluição sobre as tartarugas
marinhas, em cinco anos;
VIII - aumento do conhecimento científico relacionado à conservação de
tartarugas marinhas, em cinco anos.
Art. 3º - A coordenação do PAN Tartarugas Marinhas caberá ao Centro
Nacional de Pesquisa e Conservação de Tartarugas Marinhas - Centro Tamar,
com supervisão da Coordenação Geral de Espécies Ameaçadas da Diretoria
de Conservação da Biodiversidade - CGESP /DIBIO.
Art. 4º - Fica estabelecido o Grupo Estratégico de Conservação e Manejo, nos
termos da Portaria 316/2009 (MMA/ICMBio), para colaborar na implementação
do PAN Tartarugas Marinhas, composto por Guy Marie Fabio Guagni Dei
Marcovaldi (ICMBio/TAMAR - Coordenador do plano), Maria Ângela Azevedo
Guagni Dei Marcovaldi (ICMBio/TAMAR), Paulo Cesar Rosito Barata
(Fundação Oswaldo Cruz - FIOCRUZ), Gilberto Sales (ICMBio/TAMAR),
Gustave Gilles Lopez (Fundação Pró-Tamar), Cecília Baptistotte (ICMBio/
TAMAR) e Alexsandro Santana dos Santos (Fundação Pró-Tamar).
Art. 5º - O presente PAN deverá ser mantido e atualizado na página eletrônica
do Instituto Chico Mendes. Art. 6º - Esta Portaria entra em vigor na data de sua
publicação.
RÔMULO JOSÉ FERNANDES BARRETO MELLO.
25
LEGISLAÇÃO VIGENTE RELACIONADA AS TARTARUGAS MARINHAS
LEIS:
A. Lei nº. 5.197 de proteção à fauna, 3 de janeiro de 1967: Dispõe sobre a
proteção à fauna e dá outras providências.
B. Lei nº. 9.605 de Crimes Ambientais, de 12 de fevereiro de 1998:
- Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e
atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências.
C. Lei Estadual nº. 7034 de 1997: Proíbe qualquer fonte de iluminação que
ocasione intensidade luminosa superior a Zero Lux, em uma faixa de praia da
maré mais baixa, até 50 m acima da linha da maré mais alta do ano, nas praias
de desova, incluindo as praias desde a divisa da Bahia com o Espírito Santo
até o Rio Corumbau, e do farol de Itapuã (Salvador) até a divisa com Sergipe.
PORTARIAS
D. Portaria nº G5 da Superintendência do Desenvolvimento da Pesca
(BRASIL) 31 de janeiro 1986: Proíbe a captura de quaisquer espécies de
tartarugas marinhas.
E. Portaria IBAMA nº 10 de 30/01/1995: Proíbe o trânsito de qualquer veículo
na zona litorânea compreendida entre a linha de maré mais baixa até 50 m
acima da maré mais alta do ano, nas praias de desova.
F. Portaria IBAMA nº 11 de 30/01/1995: Proíbe qualquer fonte de iluminação
que ocasione intensidade luminosa superior a Zero Lux, em uma faixa de praia
da maré mais baixa, até 50 m acima da linha da maré mais alta do ano, nas
áreas de desova que incluem as desde Farol de São Tomé, no Rio de Janeiro,
até o Estado do Espírito Santo; norte do Espírito Santo; sul da Bahia; praias do
Farol de Itapuã, em Salvador, até Ponta dos Mangues, no Estado de Sergipe;
de Pirambú (Sergipe) até Penedo, no Estado de Alagoas; as praias de
Fernando de Noronha e a Praia da Pipa, no Rio Grande do Norte.
26
G. Portaria IBAMA nº 1535 de 15/08/1995: Cria o grupo técnico coordenador
das ações a serem empreendidas pelo IBAMA no que se refere ao uso de TED
(Dispositivo de Escape de Tartarugas Marinhas), pela frota camaroneira.
H. Portaria IBAMA nº 5 de 19/02/1997: Obriga a utilização do Dispositivo de
Escape de Tartarugas Marinhas (TED) em redes de pesca de arrasto de
camarão em todo o litoral, para embarcações maiores de 11 m de comprimento
e que não utilizem métodos de recolhimento manuais das redes.
I. Portaria Nº 121, de 24 de agosto de 1998, que proíbe, nas águas sob
jurisdição nacional, a utilização e/ou o transporte de redes de emalhar, de
superfície e de fundo, cujo comprimento seja superior a 2.500 metros, e dá
outras providências.
INSTRUÇÕES NORMATIVAS
J. Instrução Normativa MMA nº 3 de 27/05/2003: Reconhece as 05 espécies de
tartarugas marinhas como da fauna brasileira ameaçada de extinção.
K. Instrução Normativa nº 21, 30 de março de 2004. Proibir, anualmente, o
exercício da pesca de camarão rosa (Farfantepenaeus subtilis e
Farfantepenaeus brasiliensis), camarão sete-barbas (Xiphopenaeus kroyeri) e
camarão branco (Litopenaeus schmitti), com quaisquer artes de pesca, nas
áreas e períodos abaixo discriminados:
I - na área compreendida entre a divisa dos Estados;
II - de Pernambuco e Alagoas até a Praia do Forte no Estado da Bahia
(12,577668 Lat e 38,00155 Long), nos períodos de 1º de abril a 15 de maio e 1º
de dezembro a 15 de janeiro;
III - na área compreendida entre a Praia do Forte no Estado da Bahia
(12,577668 Lat e 38,00155 Long) e a divisa dos Estados da Bahia e do Espírito
Santo, no período de 15 de setembro a 30 de novembro.
27
L. Instrução Normativa Conjunta – n° 01 de 27 de maio de 2011 do IBAMA:
cria áreas de restrição áreas de período de restrição periódica para as
atividades de exploração e produção de óleo e gás, incluindo as etapas de
levantamentos de dados sísmicos, perfuração de poços petrolíferos, instalação
ou lançamento de dutos para escoamento de óleo, gás e água de produção em
áreas prioritárias para a conservação de tartarugas marinhas na costa
brasileira.
M. Instrução Normativa Nº 138, de 6 de dezembro de 2006. Proíbe a rede
caçoeira entre outras providências.
N. Instrução Normativa Nº 166 de 18 de julho de 2007. Limitar nas águas sob
jurisdição nacional, a altura máxima de rede de emalhe de superfície e fundo e
dá outras providências.
RESOLUÇÕES
O. Resolução CONAMA nº.10 de 24/10/1996: Dispõe sobre o licenciamento
ambiental previsto na Lei n§ nº. 6.938/81 e decreto nº. 99.274/90 em praias
onde ocorre a desova de tartarugas marinhas, que só poderão efetivar-se após
a avaliação e recomendação do IBAMA, ouvido o Centro de Tartarugas
Marinhas - TAMAR.
DECRETOS
P. Decreto Federal nº. 3.842 de 13/06/2001: Promulga a Convenção
Interamericana para a Proteção e a Conservação das Tartarugas Marinhas,
concluída em Caracas, em 1º. de dezembro de 1996.
Q. Decreto nº. 4.810 de 19 de agosto de 2003: obriga a presença de
observadores de bordo nas embarcações arrendadas;
R. Decreto Estadual/SP, No: 53.494 de 2 de outubro de 2008: Lista de
espécies da Fauna de SP ameaçadas de extinção, que inclui as 05 espécies de
tartarugas marinhas.
28
S. Decreto Estadual nº 49.215/04, de Dezembro de 2004, Estabelece o
Zoneamento Ecológico – Econômico do Litoral Norte (ZEE); proíbe a pesca de
arrasto com parelhas até a isóbata de 23m.
T. Decreto Estadual nº 49.215/04, de Dezembro de 2004, Estabelece o
Zoneamento Ecológico – Econômico do Litoral Norte (ZEE); proíbe a pesca de
arrasto com parelhas até a isóbata de 23m.
29
CAPÍTULO III
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL
A educação ambiental tem um papel fundamental na conscientização da
população, hoje em dia temos vários projetos de limpeza de praias,preservação
das espécies das tartarugas,e outros animais que pertencem a fauna
marinha,porém se realmente a população não tiver conciência de que o
excesso de lixo é extremamente prejudicial,nenhum desses projetos terão
vitórias,pois o maior predador das tartarugas está sendo o
ambiente,extremamente poluído.
Segundo Meyer (1991), os problemas relacionados com o meio
ambiente, é de natureza complexa, os quais hoje se destacam: a fome e a
desnutrição; a destruição dos ecossistemas e das paisagens; as disparidades
entre as populações humanas relacionadas à qualidade de sua existência; a
desertificação; a crescente escassez dos recursos, os desperdícios e o
consumismo.
Esta geração está cada vez mais consumista e sem interesse na
questão ecológica, não se importando com o meio ambiente,sua forma de ver a
vida ao redor está estremamente egoísta e como mudar isto?
Somente através do conhecimento;
De acordo com Whitaker e Bezzon (2006) alertam que a única maneira
de se contrapor a essa modernização produtora de problemas é gerando
conhecimento endógeno.
Segundo Leff (1999) passa pela construção de uma sociedade
sustentável onde é necessária uma transformação da atual sociedade por meio
de uma nova ética que direcione os valores e comportamentos dos sujeitos.
Eles deverão ser guiados por três princípios fundamentais da educação
ambiental - EA: a sustentabilidade, a complexidade e a interdisciplinaridade.
30
Com a educação ambiental aprendemos que conseguimos minimizar os
impactos ambientais gerados pelo homem através da sustentabilidade; a
complexidade envolve tudo, a fauna, a comunidade, o conceito científico.
Segundo Tristão (2004) explica que o pensamento complexo é o veio
encontrado para o conhecimento da EA; a sustentabilidade, a grande
necessidade; e a interdisciplinaridade, o caminho epistemológico e
metodológico adequado, embora seja um conceito controverso.
De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza
(IUCN 2012), a tartaruga verde, cabeçuda é considerada espécies em perigo
de extinção, já a tartaruga oliva é classificada como vulnerável e a tartaruga-
de-couro criticamente em perigo de extinção. E ainda contam na Lista Nacional
das Espécies da Fauna Brasileira Ameaçadas de Extinção, sendo a tartaruga
cabeçuda e verde, consideradas vulneráveis, enquanto que as espécies pente
e oliva são classificadas em perigo, e ainda a tartaruga de-couro, criticamente
em perigo (MMA, 2003).
A educação ambiental é uma importante ferramenta para a preservação
e conservação das espécies das tartarugas marinhas.
Reconhecer o meio ambiente, sua importância em todos os aspectos, o
meio ambiente é, pois, o conjunto, em um dado momento, dos agentes físicos,
químicos, biológicos, culturais e dos fatores socioeconômicos susceptíveis de
efeito direto ou indireto, imediato ou a termo, sobre os seres vivos e as
atividades humanas (POUTREL E WASSERMAN,1977).
Constituem ainda espaço complexo, pois contêm o ar, o solo, a água, as
plantas, os animais e o homem, com todas as condições econômicas e sociais
que influenciam a vida em geral. Desse ambiente depende a vida (Figura 9).
31
Figura 9. Lixo marinho afeta comunidades e mares em todas as regiões do mundo e afeta
negativamente a biodiversidade, a pesca e as economias costeiras. UNEP GRID
ARENDAL/LAWRENCE HISLOP, 2014.
Somente através da educação ambiental, podemos mudar este quadro.
Atualmente encontramos alguns projetos ambientais que visam concientizar a
população dos impactos, entre eles estão: O Projeto Tamar, Instituto Baleia
Franca, Projeto Albatroz e o Projeto Coral Vivo são alguns exemplos no Brasil.
O projeto Tamar (FIGURA 11) criado em 1980, o Projeto Nacional de
Conservação de Tartarugas Marinhas busca preservar cinco espécies de
tartarugas marinhas que ocorre no litoral brasileiro (FIGURA 12). Além de
atividades para conservação destes quelônios, o Tamar também desenvolve
atividades de educação ambiental. Atualmente funcionam 19 bases de
pesquisa e conservação de tartarugas marinhas no Brasil, além de 11 centros
de visitantes, distribuídos nos estados de Santa Catarina, São Paulo, Rio de
janeiro, Espírito Santo, Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte e
Ceará.
32
O Instituto Baleia Jubarte visa estudar e conservar estes grandes
mamíferos aquáticos presentes, além de outros, no Arquipélago de Abrolhos,
no extremo sul da Bahia, local utilizado para reprodução da espécie no período
de Julho a Novembro.
O Projeto Albatroz visa a intervenção nas atividades de captura não
intencional que ocorre com estas aves marinhas, além de outras como petréis.
As atividades desenvolvidas buscam proteger essas aves, além de sensibilizar
a sociedade através da sua importância no ambiente marinho e trabalhos
conjuntos com moradores para evitar captura destes animais em redes.
O Projeto Coral Vivo visa sensibilizar, ensinar a sociedade sobre os
recifes presentes na costa brasileira.
Encontramos também o PROJETO CECA, O PROJETO EDUCAÇÃO
PRAIA, SEASHEPHERD (Programa de Estudo e Conservação da Vida
Marinha), INSTITUTO ECOLÓGICO EQUALUNG (FIGURA 13) e o ICMBio O
Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade é uma autarquia em
regime especial. Criado dia 28 de agosto de 2007, pela Lei 11.516, o ICMBio é
vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e integra o Sistema Nacional do Meio
Ambiente (Sisnama).(FIGURA 10).
Figura 10- banco de dados do Icmbio. Extraído de ICMBIO, 2016.
33
Figura 11. Banco de dados Tamar. BIOTA NEOTROP, 1999.
Figura 12. Bases do projeto Tamar-2007. BIOTA NEOTRPOP,1999.
34
CAPÍTULO IV
UNIR A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM A ISO
14001/2004
Hoje existem vários programas de educação ambiental nas escolas e
empresas, sabendo que as empresas tem um grande compromisso com o meio
ambiente e muitas delas causam um grande impacto, uma forma de
minimizalos é seguir a norma ISO 14001/2004 .
4.1 Planejamento
4.1.1 Aspectos ambientais
A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s)
para
a) identificar os aspectos ambientais de suas atividades, produtos e serviços,
dentro do escopo definido de seu sistema da gestão ambiental, que a
organização possa controlar e aqueles que ela possa influenciar,
levando em consideração os desenvolvimentos novos ou planejados, as
atividades, produtos e serviços novos ou modificados, e
b) determinar os aspectos que tenham ou possam ter impactos significativos
sobre o meio ambiente (isto é, aspectos ambientais significativos).
A organização deve documentar essas informações e mantê-las atualizadas.
35
A organização deve assegurar que os aspectos ambientais significativos sejam
levados em consideração no estabelecimento, implementação e manutenção
de seu sistema da gestão ambiental.
4.1.2 Competência, treinamento e conscientização
A organização deve assegurar que qualquer pessoa que, para ela ou em
seu nome, realize tarefas que tenha o potencial de causar impacto(s) ambiental
(is) significativo(s) identificado pela organização, seja competente com base em
formação apropriada, treinamento ou experiência, devendo reter os registros
associados.
A organização deve identificar as necessidades de treinamento associadas
com seus aspectos ambientais e seu sistema da gestão ambiental. Ela deve
prover treinamento ou tomar alguma ação para atender a essas necessidades,
devendo manter os registros associados.
A organização deve estabelecer, implementar e manter procedimento(s) para
fazer com que as pessoas que trabalhem para ela ou em seu nome estejam
conscientes
a) da importância de se estar em conformidade com a política ambiental e com
os requisitos do sistema da gestão ambiental,
b) dos aspectos ambientais significativos e respectivos impactos reais ou
potenciais associados com seu trabalho e dos benefícios ambientais
proveniente da melhoria do desempenho pessoal,
c) de suas funções e responsabilidades em atingir a conformidade com os
requisitos do sistema da gestão ambiental, e
d) das potenciais conseqüências da inobservância de procedimento(s)
especificado(s).
36
Seguir a norma é uma forma de poder minimizar os impactos ambientais
e com isso proteger as tartarugas e todos os animais marinhos que possam ser
prejudicados com rejeitos liberados no oceano Atlântico.
A forma mais fácil de seguir e conseguir da continuidade ao processo
seria implantando o PDCA como visto na figura 12.
Figura 13: PDCA. Extraido de VENKI, 2016.
Plan
Planejar em português. É a etapa em que se analisam os problemas que
querem ser resolvidos, seguindo a seguinte ordem:
Definição dos problemas
Definição de objetivos
Escolha dos métodos
Se questionar 5 vezes porque o problema ocorreu, sempre tornando sua
resposta mais completa.
Aqui, o conceito de PDCA já começa a se mostrar: a repetição estruturada e
organizada em busca de soluções.
Do Fazer. É hora de por a mão na massa, executando-se o que foi
determinado no passo anterior:
37
Treinar o método
Executar
Realizar eventuais mudanças
Não procurar a perfeição, mas o que pode ser feito de forma prática
Medir e registrar os resultados
CHECK
Esta é uma das etapas mais importantes que definem o conceito do
PDCA num ciclo. Depois de checar, vamos procurar agir de forma melhorada:
Verificar se o padrão esta sendo obedecido
Verificar o que está funcionando e o que está dando errado
Perguntar por quê? a cada passo
Com as respostas, treinar o método definido.
ACT
Hora de agir com mais assertividade.
As coisas estão conforme programado? Continuar assim.
Na verdade existem inconformidades? Então agir para corrigir e prevenir os
erros.
Melhorar o sistema de trabalho
Repetir as soluções que se mostraram adequadas
Ao final da quarta fase, o conceito de PDCA recomenda o reinício do ciclo para
se buscar uma melhoria continuada e ininterrupta.
38
Fazendo o processo do PDCA, conseguimos sempre a melhoria contínua e a
forma mais fácil de seguir a norma atingindo o objetivo de preservação das
tartarugas mantendo o ambiente marinho.
39
CONCLUSÃO
Sendo assim, o trabalho visou a conscientização por meio da Educação
Ambiental para diminuir de forma considerável a quantidade de lixo encontrado
no ambiente marinho das tartarugas, ações antropogênicos são prejudiciais
para a vida desses organismos como o descarte inadequado dos materiais
plásticos em regiões costeiras.
Dessa forma, ações antrópicas conscientes são de suma importância para
um habitat saudável para as tartarugas marinhas. Assim respeitando todas as
leis de proteção as tartarugas.
Através de projetos educacionais, nas comunidades, escolas e empresas
seguindo as normas da Iso 14001/2004,poderá reduzir muito os impactos
ambientais e garantir assim a sobrevivência das tartarugas de todas as
espécies.
40
BIBLIOGRAFIA
ABNT, NBR ISO 14001/2004. www.labogef.iesa.ufg.br/labogef/.../nbr-iso-
14001-2004_70357. pdf
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do estado da Bahia, Brasil. CIÊNCIA RURAL, SANTA MARIA, v.41, n.11,
p.1938-1943, nov, 2011.
MAGALHÃES, M. Freitas, M. Silva, N. Moura, C. Morfologia do tubo digestório
da tartaruga verde (Cheloniamydas). PESQ. VET. BRASI. v.30, agosto 2010.
MASCARENHAS, R. Batista, C. Moura, I. Caldas, A. Neto, J. Vasconcelos, M.
Rosa, S. Barros, T. Lixo marinho em área de reprodução de tartarugas
marinhas no Estado da Paraíba. REVISTA DE GESTÃO COSTEIRA
INTEGRADA, v. 8, (2008);
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estudantes na conservação das tartarugas marinhas em Aveiro, Portugal.
REVISTA DE GESTÃO COSTEIRA INTEGRADA, vol.13 no.2 Lisboa jun. 2013.
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BALEIAJUBARTE. Disponível em WWW.baleiajubarte.org.br/.acesso em
11.02.16
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CORALVIVO. Disponível em http://coralvivo.org.br, acesso em 11.02.16
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41
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ww.g1.globo.com/natureza/noticia, acesso em 11.02.16
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ICMBIO. Plano de ação. Disponível em WWW.icmbio.gov.br, acesso em
10.02.16
_____. Diversidade da fauna brasileira. Disponível em WWW.icmbio.com.br,
acesso em 11.02.16
INSTITUTOAQUALUNG. Projeto Albatroz. Disponível em
WWW.institutoaqualung.com, acesso em 10.02.16
PROJETOCECA. Disponível em WWW.projetoceca.com.br, acesso em
11.02.16
SEASHEPHERD. Projetos. Disponível em WWW.seashepherd.org, acesso em
11.02.16
SEB-ECOLOGIA. Disponível em WWW.seb-ecologia.org, acesso em 11.02.16
SCIELO. Disponível em WWW.scielo.br, acesso em 11.02.16
TAMAR. Disponível em WWW.tamar.org.br, acesso em 11.02.16
UFRGS. Fauna marinha e costeira. Disponível em WWW.ufrgs.br, acesso em
11.02.16
VENKI. PDCA. Ciclo-conceito. Disponível em WWW.venki.com.br, acesso em
11.02.16
42
ÍNDICE
FOLHA DE ROSTO 01
AGRADECIMENTOS 02
RESUMO 03
METODOLOGIA 04
SUMÁRIO 05
INTRODUÇÃO 08
CAPÍTULO I
AS TARTARUGAS MARINHAS 10
CAPÍTULO II
O EXCESSO DE LIXO QUE PREJUDICA AS TARTARUGAS 20
CAPÍTULO III
A IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO AMBIENTAL 29
CAPÍTULO IV
UNIR A EDUCAÇÃO AMBIENTAL COM A ISO 14001/2004 34
CONCLUSÃO 39
BIBLIOGRAFIA 40
ÍNDICE 42
ÍNDICE DE FIGURAS 43
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 44
43
ÍNDICE DAS FIGURAS
Figura 1 – Banco de Dados tamar 12
Figura 2 – Tartaruga-verde em tratamento no CERAM 13
Figura 3 – Banco de dados da ICMBIO 14
Figura 4 – Tartaruga em degradação do ambiente marinho 15
Figura 5 – Tartaruga-oliva encontrada em Balneário Pinhal em 2012 17
Figura 6 – Soltura de tartaruga-cabeçuda reabilitada pelo centro de reabilitação
de animais silvestres e marinho 18
Figura 7 – A) Tartaruga-de-couro levada ao CERAM 19
B) Tartaruga-de-couro presa em uma rede de pesca 19
Figura 8 – Imagem mostra tumor na pele de tartaruga-verde 22
Figura 9 –Lixo marinho afeta comunidades e mares em todas as regiões do
mundo e afeta negativamente a biodiversidade, a pesca e as economias
costeiras 31
Figura 10 – Banco de dados do ICMBIO 32
Figura 11 – Banco de dados tamar 33
Figura 12 – Bases do projeto tamar-2007 33
Figura 13 – PDCA 36
44
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ABNT Associação Brasileira de Normas Técnicas
CERAM Centro de Reabilitação de animais silvestres e marinhos
EA Educação Ambiental
ICMBIO Instituto Chico Mendes de conservação da biodiversidade
RS Rio Grande do Sul
45